nutricao parenteral compendium 04 2014
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8/18/2019 Nutricao Parenteral Compendium 04 2014
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FreseniusKabiCompendio de Nutrição Parenteral
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2 3Prefácio
Este manual conciso e prático é projetado para fornecer aos profissionais desaúde, em especial aos médicos, uma visão geral básica da nutrição parenteral(NP), a fim de facilitar a sua utilização na rotina clínica diária. Esta publicaçãofornece informações sobre a relevância clínica e indicações para NP, bemcomo, necessidades de energia e nutrientes, aspectos práticos de manuseio,monitoramento e gerenciamento de complicações. Também resume asdiretrizes para a NP em condições clínicas especiais, tais como em cuidadosintensivos, oncologia e NP em domicílio.
Sempre que possível, as recomendações são baseadas nas diretrizes maisatuais apresentadas pelas sociedades nutricionais internacionais relevantes(ESPEN, A.S.P.E.N.). Para casos sem recomendações claras, opiniões deespecialistas foram consideradas. A abordagem dos requisitos específicos daNP em recém-nascidos prematuros e lactentes excede o escopo destapublicação. Em última instância, as decisões relativas à escolha adequada desuporte nutricional são de responsabilidade do médico.
Prefácio
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4 5Índice
1 Estado nutricional 8–19
1.1 10
1.2 12
1.3
Incidência e relevância da desnutrição
Nutrição Clínica - vantagens para os pacientes
Triagem do estado nutricional13
141.3.1 A Triagem do Risco Nutricional 2002 (NRS 2002)
1.3.2 Avaliação Subjetiva Global(ASG) 16
1.4 Avaliação 17
2 Conceitos Básicos da Nutrição Parenteral 20–31
22
24
25
26
27
2.1 Métodos de suporte nutricional
2.2 O que é nutrição parenteral?
2.3 Etapas a serem consideradas antes de iniciar a nutrição parenteral
2.4 Indicações para a nutrição parenteral
2.5 Nutrição enteral versus parenteral
2.6 Contraindicações para a nutrição parenteral 30
3 Exigências de energia e nutrientes na nutrição parenteral 32–59
3.1 Exigências de energia 34
34
35
36
3.1.1 Medição dos gastos de energia predominantes
3.1.2 Cálculo do gasto energético real
3.1.3 Ajuste de acordo com a situação clínica
3.1.4 Consideração de metas nutricionais estabelecidas 37
3.2 Fluidos e eletrólitos 38
38
39
3.2.1 Função biológica
3.2.2 Exigências de fluidos na nutrição parenteral
3.2.3 Exigências de eletrólitos na nutrição parenteral 40
423.3 Macronutrientes
3.4 Aminoácidos 43
3.4.1 Função biológica 43
Índice
43
44
3.4.2 Classificação de aminoácidos
3.4.3 Recomendações de dosagem de aminoácidos na nutrição parenteral
3.4.4 Um aminoácido específico na nutrição parenteral: glutamina 45
3.5 Glicose 47
47
47
3.5.1 Função biológica
3.5.2 Dosagem de glicose na nutrição parenteral
3.5.3 Problemas causados pela administração de glicose em excesso 48
3.6 Lipídios 49
49
50
51
52
3.6.1 Função biológica
3.6.2 Nomenclatura dos ácidos graxos
3.6.3 Dosagem de lipídios na nutrição parenteral
3.6.4 Fontes de lipídios na nutrição parenteral
3.6.5 Justificativa para o uso rotineiro de emulsões lipídicas em
tratamento nutricional parenteral - o "Poder de três macronutrientes" 53
3.7 Micronutrientes: vitaminas e oligoelementos 54
54
54
3.7.1 Função biológica
3.7.2 Deficiência de micronutrientes
3.7.3 Requisitos dos micronutrientes na nutrição parenteral 55
4 Manuseio e administração da nutrição parenteral 60-85
4.1 Vias de acesso 62
6263
4.1.1Técnicas de infusão da nutrição parenteral
4.1.2 Acesso venoso central
4.1.3 Administração venosa periférica 67
4.2 Sistemas de Aplicação 72
72
73
4.2.1 Sistemas de frascos individuais
4.2.2 Sistemas All in One
4.2.3 Compatibilidade 77
784.3 Modo de fornecimento
4.4 Monitoramento 82
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6 7Índice
5 Gerenciamento de Complicações 88–105
5.1 Complicações a curto prazo 90
915.2 Estados de deficiência
5.3 Complicações metabólicas 92
92
93
9596
5.3.1 Visão geral de complicações metabólicas associadas à nutrição parenteral
5.3.2 Gerenciamento de hiperglicemia
5.3.3 Gerenciamento da hipertrigliceridemia5.3.4 Gerenciamento de distúrbios eletrolíticos
5.3.5 Gerenciamento de complicações hepáticas 98
5.4Síndrome da realimentação
100
6 106–115
6.1
Indicação para a nutrição específica
Diretrizes da ESPEN sobre a nutrição parenteral 108
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Estado Nutricional E
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1110 Estado nutricional
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A ingestão de alimentação e
nutrição é fundamental para umaboa saúde e resistência à doenças.1 Desde os antigos tempos deHipócrates, houve um aumento naconscientização de médicos eprofissionais de saúde sobre arelação causal entre a desnutrição eo desfecho.2
Atualmente, a desnutrição hospitalarainda é um problema comum
n Em pacientes hospitalizados, aprevalência estimada dedesnutrição varia de 30% naEuropa3, 36% na China4, 40% nosEUA5 e até 50% na AméricaLatina.6
n A maior prevalência de desnutrição hospitalar é observada empacientes geriátricos, oncológicos
e do foro gastrointestinal.
Se não tratada, as consequências da
desnutrição podem se tornar graves
nA desnutrição provoca um declínio funcional acentuado e na saúde
física e psicológica.8
n Um enorme conjunto de evidências indica que a desnutrição afetanegativamente a recuperação dadoença, trauma e cirurgia estandoassociada com o aumento damorbidade e mortalidade, emdoenças agudas e crônicas.9
n Em combinação, a desnutrição e a gravidade da doença podem criarum círculo vicioso, que só pode sersuperado com tratamentoconcomitantemente à doençasubjacente e fornecimento desuporte nutricional adequado.10
“Em todas as doenças, aqueles que estão bemnutridos se saem melhor. É ruim ser muitomagro e enfraquecido.” Hipócrates 400 BC
1. Estado nutricional1.1. Incidência e relevância da desnutrição
Além das consequências físicas epsicológicas adversas da desnutrição,as consequências econômicastambém devem ser consideradas. Otempo de internação hospitalar temsido relatado como significativamenteprolongado em pacientes desnutridos,resultando em custos de tratamentomais elevados (Figura 1.1).7,9
n Uma revisão recente sobre o
impacto econômico da desnutrição
sugere que a desnutrição relacionada
com a doença aumenta os custos
hospitalares em 30-70%.
11
n O custo anual estimado da desnutriçãorelacionada com a doença na
Europa é de £ 170 x 10.9_12
Adaptado de Norman et al. 2008 9
Desnutrição (20 a 50% dos pacientes hospitalares)
Custos Qualidade de vida
Morbidade
Cicatrização de feridas
Infecções
Complicações
Convalescência
Mortalidade
Custos de tratamento
Tempo de internação
no hospital
Figura 1.1: Impacto prognóstico da desnutrição relacionada com doença:
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1312 Nutritional status
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Para combater a desnutrição e suasconsequências danosas, aidentificação do estado nutricionalcomprometido e o rápido início detratamento eficaz são cruciaispara os pacientes em gruposde risco nutricional. O bom cuidadonutricional é uma parte vital dogerenciamento do paciente e inclui:
n Triagem e avaliação do estadonutricional
n Decisão sobre a estratégia nutricional
n Decisão sobre o método deadministração
n Monitoramento rígido do regimenutricional
n Gerenciamento de competente
das complicações
Ensaios clínicos demonstraram de
forma convincente que a nutrição
clínica adequada melhora o resultado
por meio de:
n Melhoria da cicatrização de feridas16
n Redução da incidência de
complicações 13-16
n
Menos infecções14-17
n Menor duração da ventilaçãomecânica 17,18
n Tempo reduzido de internação
hospitalar (aprox. 20%)13,19
n Mobilização e convalescença
mais rápidas16
n Aumento de sobrevivência13,16,18,21,22
n Melhor qualidade de vida.19
1.2 Nutrição Clínica - vantagens para os pacientes 1.3 Triagem do estado nutricional
A triagem do risco de desnutrição
nos pacientes é o primeiro passo no
tratamento da subnutrição
n Em pacientes complexos, adesnutrição tende a ser reconhecida
apenas em uma fase posterior do
tratamento.
10
n Apenas 50% dos pacientes desnutridos
foram relatados como sendoreconhecidos pela prática clínica de
rotina.23 A triagem nutricional é o primeiro passo
no processo de gerenciamento nutricional
complexo. Para evitar oa desnutrição
desnecessária, todos os pacientes devem
ser triados buscando nutricional
potencial24,25 de acordo com a definição
da Sociedade Americana de Nutrição
Parenteral e Enteral (A.S.P.E.N.).24
Ferramentas de triagem
Várias ferramentas de triagem foram
projetadas para detectar a desnutrição
proteica e energética, e/ou para prever
se a desnutrição está propensa a se
desenvolver/piorar nas condições atuais
e futuras do paciente. Estas incluem as
ferramentas de triagem recomendadas
pela Sociedade Europeia de Nutrição
Clínica (ESPEN), Diretrizes para a
Triagem de Nutrição para pacientes
hospitalizados e da comunidade:26
n Triagem de Risco Nutricional 2002
(NRS 2002) ambiente hospitalar
n Ferramenta de Triagem Universal
de Desnutrição
(MUST) comunidade
n Mini Avaliação Nutricional
(MNA)idosos
.
Alternativamente, várias outras
ferramentas de triagem, com base na
avaliação do estado nutricional, estão
disponíveis, por exemplo:
n ASG (Avaliação Subjetiva Global) ambiente hospitalar
n Avaliação Subjetiva Global Produzida
Pelo Paciente (ASG-PPP)
pacientes com câncer.
Estas ferramentas de triagem variam
com relação aos aos critérios de
avaliação subjacentes (perda de peso,
sinais físicos de desnutrição, idade,
gravidade da doença, etc.). Cada
método foi validado e recomendado
para diferentes populações de
pacientes, ambientes de cuidados e
grupos etários. Os critérios para a
seleção da ferramenta adequada
também incluem a validação e aconfiabilidade do método, poder
preditivo, a aceitabilidade pelos
pacientes e profissionais da saúde
e simplicidade de uso.
Geralmente, os métodos mais
comumente utilizados para prever ou
identificar a desnutrição são os de
triagem do estado nutricional
utilizando NRS 2002 ou a ASG.
n Cálculo das necessidades deenergia e nutrientes
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2. Triagem Final
Situação nutricionalcomprometida
Gravidade da doença(≈ aumento nas necessidades)
Pontuação Pontuação
Ausente: 0
Estado nutricional normalAusente: 0
Necessidades nutricionais normais
Necessidadeleve: 1
Perda de peso >5% em 3 mesesou ingestão de alimentos abaixo
de 50–75% da exigência normalna semana anterior.
Leve: 1 Fratura no quadril, pacientescrônicos, em especial com
complicações agudas dacirrose, DPOC. Hemodiálisecrônica, diabetes, oncologia.
Necessidademoderada: 2
Perda de peso >5% em 2 mesesou BMI 18,5–20,5 + condiçãogeral debilitada ou ingestão dealimentos de 25–60% daexigência normal na semanaanterior.
Moderada: 2 Grande cirurgia abdominal,acidente vascular cerebral,pneumonia grave, doençashematológicas malignas.
Necessidadegrave: 3
Perda de peso >5% em 1 mês(>15% em 3 meses) ou BMI 10).
= pontuação total: Pontuação (estado nutricional) + pontuação (gravidade da doença)
Ajuste para a idade: se ≥70 anos: adicione 1 para a pontuação total acima
Pontuação total ajustada por idade
3. Avaliação e ação
Pontuação 0: Sem risco:Nova triagem semanal do paciente, se o paciente tem uma cirurgia de grande portemarcada, considere um plano de cuidados nutricionais preventivo.
Pontuação 1–2: Risco aumentado:Nova triagem semanal do paciente, se o paciente tem uma cirurgia de grande porte marcada,considere um plano de cuidados nutricionais preventivo.
Pontuação ≥3: Risco alto:Um plano de cuidados nutricionais é iniciado.
1.3.1 A Triagem do RiscoNutricional 2002 (NRS 2002)
n Ferramenta de triagem recomendada deacordo comESPEN26 para detectar apresença de subnutrição e o risco de
desenvolvimento de subnutrição em
ambiente hospitalar.
n Contém os componentes da Ferramentade Triagem Universal de Desnutrição
(MUST) expandido para uma classificação
da gravidade da doença, um ajuste para a
idade (se ≥70 anos), projetado para
incluir todas as categorias possíveis de
pacientes em um hospital.
n Inclui quatro questões como uma
pré-triagem para departamentos compoucos “pacientes em risco”. Se a
resposta a qualquer pergunta durante apré-triagem inicial for ‘Sim’, a triagemfinal deve ser realizada.
n Após a triagem final, a pontuação para oestado nutricional e a gravidade da
doença devem ser somados e, se
necessário, ajustados para idade. No caso
em que o resultado final é ≥3, opaciente é consideradonutricionalmente em risco e um planode cuidados nutricionais deve ser iniciado.
No caso em que o resultado é
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1.3.2 Avaliação SubjetivaGlobal(ASG)Como uma alternativa para a Triagem deRisco Nutricional, a Avaliação SubjetivaGlobal (ASG) é um instrumento validadopara identificar os pacientes em risco ou
com desnutrição.
Isso inclui a avaliação a beira do leito, que
considera as alterações na composição
corporal, bem como alterações na função
fisiológica. Originalmente desenvolvido para
avaliar pacientes cirúrgicos, muitos estudos
têm demonstrado sua aplicabilidade a outras
situações clínicas, como a avaliação de
pacientes com insuficiência renal, câncer,
doenças hepáticas, bem como pacientes
idosos e infectados pelo HIV:28,29
n Avaliação do estado nutricional combase no histórico e no exame físico
n Focado na mudança de peso
n Utilizado em numa ampla variedade deambientes de cuidados de saúde
n Especificidade e alta sensibilidade
n Eficiente, de baixo custo e fácil de aprender
n Classificação baseada unicamente naclassificação subjetiva do investigador
a ser realizada por médicos treinados
n Não requer exames de sangue ou testesde laboratório.
Fatores de risco para desnutriçãoe desequilíbrio eletrolítico
Aqueles pacientes consideradosnutricionalmente em risco de acordocom a triagem nutricional devem sersubmetidos a uma avaliação maisdetalhada e aprofundada das causas dadesnutrição.
Os parâmetros relevantes que deverão seravaliados em detalhe incluem:
n Fatores de risco relacionados com otratamento e com a doença
n Fatores de risco sociais e psicosociais.
n Fatores de risco relacionados com a nutrição.
Os dados bioquímicos também são meiosúteis, objetivos e prontamente disponíveispara avaliar o estado nutricional e o risconutricional. No entanto, para este fim, ainterpretação adequada dos dados é um pré-requisito essencial (Tabela 1.1)
1.4 Avaliação
Finalmente, a ingestão nutricional deve ser avaliada (por exemplo, protocolo
hídrico e de alimentos) e terapia nutricional iniciada caso a ingestão seja reduzida.
Perda de peso
Ingestão da dieta
SintomasGastrontestinais (GI)
Capacidade Funcional
Efeitos relacionadoscom a doença
Sinais físicos dedesnutrição (perda degordura subcutânea,massa muscular,edema, ascite)
SGA A:Bem nutrido
SGA B: moderadamentedesnutrido
SGA C: gravementedesnutrido
Classificação SGA
Figura 1.3: A Avaliação Globa
l Subjetiva (SGA):
30
Sen sib il id ad e M ei a-v id a F aixa d e referência In ter pret açã o
Albumina Longo prazo, não émuito sensível na
desnutrição, baixa
em estresse agudo,
infecções, cirurgia
e politraumatismo.
Meia vida
longa, 21 dias
3.5–5 g/dl Diminuição devidoa desnutrição
resultante da falta
de nutrientes.
Transferrina Bom indicador parao estado de
proteína visceral
quando utilizado
com proteínas de
plasma TTR e RBP.
Meia vida
média, 8 dias
200–350 mg/dl Diminuição devalores devido a
desnutrição proteica
e a falta de
nutrientes.
Pré-albumina(transtirretina)(TTR)
Muito sensível
Meia vida
curta, 2 dias
20–40 mg/dl Identificação dedesnutrição em um
estágio inicial,
controle da terapia
nutricional.
Proteínas deligação doretinol (RBP)
Muito sensível
Meia vida
curta, 12 horas
3–6 mg/dl Identificação dedesnutrição em um
estágio inicial,
controle da terapia
nutricional.
Tabela 1.1: Parâmetros Bioquímicos para a avaliação de desnutrição de proteína:31
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Conceitos Básicos daNutrição Parenteral
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A nutrição é fundamental para a saúde e resistência às doenças. Na maioria dospacientes, uma ingestão dietética adequada pode ser assegurada através dofornecimento de alimentação hospitalar normal e de boa qualidade. No caso emque exigências nutricionais não possam ser atendidas através de uma dietahospitalar normal por via oral, o suporte nutricional clínico envolvendo asuplementação oral, alimentação por sonda enteral e/ou nutrição parenteraltorna-se indispensável (Figura 2.1).1
2. Conceitos Básicos da Nutrição Parenteral2.1 Métodos de suporte nutricional
O objetivo global do suporte nutricional é garantir que a ingestão
total de nutrientes forneça energia, proteínas, micronutrientes e
fluidos suficientes para atender às necessidades do paciente.
1
gástrica
jejunal
Nutrição Parenteral
NP Suplmentar
Nutrição Enteral
oral via sonda
central-venosa
periféricavenosa
Administração oral (alimentos modificados,fortificados ouadministração desuplementosnutricionais orais)
Sempre que opaciente tiver o tratogastrointestinal (GI)funcional e puderengolir comsegurança.
Alimentação por sonda
enteral (acessointragástrico oualimentação jejunal viasondas transnasais oupercutâneas
No caso onde ouso de suportenutricional oral élimitado.
Nutrição Parenteral (via acesso centralou periférico
A fim de atender àsnecessidadesnutricionais quandoa alimentação oral/enteral não ésuficiente ou écontraindicada
Figura 2.1: Métodos de suporte de nutrição
Conceitos Básicos na NP
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2.2 O que é nutrição parenteral?
A nutrição parenteral é a infusão intravenosa de nutrientes
diretamente na circulação sistêmica, ultrapassando o trato
gastrointestinal.¹
2.3 Etapas a serem consideradasantes de iniciar a nutrição parenteral
Um extenso exame do paciente é necessário para decidir sobre aspossíveis indicações e contraindicações para a NP e para calcularde forma adequada as necessidades de nutrientes (Figura 2.2).Deve-se considerar terapias e doenças pré-existentessubjacentes, a condição do trato gastrointestinal, possibilidadespara ingestão de alimentos por via oral e/ou enteral, o acessovenoso, estado nutricional e valores laboratoriais.
2. Determinar ou medir anecessidade = dose alvo
Garantir o fornecimento adequadode líquidos e eletrólitos
Fornecer também os nutrientes críticos
Avaliar a tolerância à NP.
1. A NP pode ser iniciada?Avaliar o acesso IV
Sim
Não
Sim
Indicação*Sem NP, morte por inanição ou altorisco de complicações
*As indicações podem incluir: vômitos intratáveis, íleo, diarreia refratária, isquemiagastrointestinal, intestino curto, etc.
**As contraindicações podem incluir: choque, acidose, falência de órgãos
descompensada, desequilíbrio hidroeletrolítico grave.
Gráfico agrupado de acordo com Elia 20112
Nutrição oral ou
enteral possível
Figura 2.2: Etapas a serem consideradas antes de iniciar a NP:
Conceitos Básicos na NP
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Geralmente, a NP é indicada paratodos os pacientes que estãodesnutridos ou com risco dedesnutrição e:1,3
n …não podem pode ser alimentado de
forma adequada e/ou de formasegura por via oral/enteral
n … ter um trato gastrointestinal (GI)
não funcional, inacessível ouperfurado
As indicações específicas para a NP incluem:
n Falência intestinal devido a:
n íleo paralítico e mecânico (pós-operatório)
n trauma
n doença inflamatória intestinal
n enterocolite (AIDS,
quimioterapia/radioterapia) n ressecção intestinal
(síndrome do intestino curto)
n pancreatite
n fístula de alto débito
n lesão por queimaduras
n câncer gastrointestinal
n imaturidade (prematuros).
n Alimentação por via oral/enteral insuficiente
2.4 Indicações para a nutrição parenteral 2.5 Nutrição enteral versus parenteral
A administração da NP é geralmentereservada para situações em que nenhumoutro método de fornecimento denutrientes é possível.No entanto, há situações, como emdoenças críticas ou durante osprimeiros dias após uma grandecirurgia, quando os potenciais riscos ebenefícios da nutrição enteral (NE)
versus a NP devem sercuidadosamente equilibrados antes dedecidir qual via de administração deveser utilizada.
Benefícios da NE versus NP
A NE fornece nutrientes e energia para ascélulas das mucosas, estimulando ometabolismo das células epiteliais, fluxo debílis e as secreções pancreáticas, assimcomo a liberação de hormôniosgastrointestinais enterotróficos e oaumento do fluxo de sangue na mucosa.4
Com a preservação da integridade eda função do intestino, o risco deinfecções derivadas do intestino esubsequente disfunção múltipla dosórgãos é reduzida5, melhorandoassim o resultado.6,7
Se o intestino funciona, use-o!
Se o intestino não funciona, use a NP
Em pacientes com o tratogastrointestinal em funcionamento, aNE precoce, de preferênciacomeçando dentro de 24 a 48 horasda internação na UTI, é geralmentepreferida sobre a NP exclusiva.8-13
A NP deve ser considerada para complementar ou substituir a
alimentação por sonda enteral para evitar a desnutrição devido
a NE ausente ou insuficiente.
1,14
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Seguindo o algoritmo simples (Figura 2.3), a via de administração adequadapara o suporte de nutrição pode ser determinada:
O suporte nutricional não se restringe à administração exclusiva da NE ou NP,mas a NP e a NE podem se complementar, por exemplo, usando a NP +alimentação enteral "trófica" mínima ou NE + nutrição parenteral complementar.
A NP Complementar fornecida a pacientes com doenças críticas, que recebemmenos de 60% de sua meta de energia por via enteral a partir do dia 4 após aadmissão na UTI, resultou em uma redução do risco relativo a 30% parainfecções hospitalares, menos dias de antibióticos e interrupção precoce daventilação mecânica.15
Terapia de nutrição indicada
Alimentação normal + NOS
Nutrição enteral
Nutrição Oral possível?
Sim
Sim
Não
Função gastrointestinal
adequada?
Não Parcial
Figura 2.3: Algoritmo para a escolha da via de administração
no suporte nutricional:
Iniciação da NP – Diretrizes internacionais
Diretrizes da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica (ESPEN): NutriçãoParenteral em Tratamento Intensivo: 13
n Todos os pacientes que não são capazes de tolerar a nutrição normal dentro de trêsdias devem receber a NP dentro de 24 a 48 h, em casos em que a NE é contraindicadaou se eles não podem tolerar a NE (Grau C).
n Todos os pacientes que ainda não cumprem a sua meta enteral após 2 dias devemser considerados para a NP suplementar (Grau C)
Diretrizes da Sociedade Americana de Medicina Intensiva (SCCM) e daSociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (A.S.P.E.N.):12
n Se houver evidência de desnutrição calórica proteica na admissão e a NE não forpossível, o início da NP é adequado o mais rápido possível (Grau C).
Tabela 2.1: Orientações para iniciar a NP:
O fornecimento de energia otimizada através da NP suplementar
deve ser considerado como uma estratégia para melhorar o
resultado em pacientes da UTI para os quais a NE é insuficiente.
15
NTP
NE + NP complementar
NP: Nutrição parenteral; NE: Nutrição enteral; NPT: Nutrição parenteral
total; NOS: Nutrição oral suplementar
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As contraindicações absolutas para qualquer tipo de suportenutricional por via enteral ou parenteral são: 16
n Fase aguda ("fase de refluxo") durante as primeiras horas após o trauma,cirurgia ou o aparecimento de uma infecção grave
n Choque circulatório não resolvido
n Lactato sérico> 3 mmol/l
n Hipóxia (paO2
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Necessidades energéticase de nutrientes naNutrição Parenteral
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3 Necessidades energéticas e denutrientes na Nutrição Parenteral
3.1 Necessidades energéticas
3.1.1 Medição dos gastosde energia predominantes
O gasto de energia geralmente émedido através de calorimetriaindireta. Na calorimetria indireta, aoxidação de carboidratos, proteínas egordura é determinada com base nasmedições de consumo de oxigênio(VO2) e produção de dióxido decarbono (VCO2), respectivamente.VO2 e VCO2 podem ser medidos narespiração espontânea e em pacientesintubados durante a ventilaçãomecânica em uma câmara respiratória,através de um exaustor ou de linhasespeciais ligadas ao lado inspiratório eexpiratório do ventilador, permitindo,respectivamente, a determinação
exata da produção de energia emindivíduos sob condições controladas.
No entanto, em doenças críticas, nemsempre é possível determinar comprecisão o gasto energético emrepouso, assim como em pacientessob ventilação mecânica comdisfunção pulmonar ou drenagempleural. Além disso, a calorimetriaindireta não está disponível ou não éutilizada em muitas unidades. Nessassituações, as equações podem daruma estimativa aproximada do gastode energia dos pacientes.3
O consumo de energia durante a NP deve ser ajustado para:1
n o gasto energético real
n a situação clínica do paciente
n as metas nutricionais estabelecidas em relação ao estado nutricional
As necessidades energéticas dos pacientes são
determinadas através do cálculo do gasto de energia basal
em estado de repouso (equação de Harris-Benedict) e
multiplicadas por um fator de atividade ou trauma.
3.1.2 Cálculo do gasto energético realVárias equações estão disponíveis para prever o gasto de energia. Na práticaclínica, a mais utilizada é a equação de Harris e Benedict. O gasto energéticobasal pode ser calculado como mostrado na Figura 3.1:
Figura 3.1: Estimativa do gasto energético em repouso usando a equação
de Harris e Benedict:
L = altura em cm; G = peso corporal em kg; A = idade em anosDe acordo com Westerterp 20112
Taxa metabólica em repouso
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3.1.3 Ajuste de acordo com a situação clínica
Fatores de atividade ou traumas devem, então, ser considerados responsáveispor um aumento da necessidade de energia, devido à atividade física e estressemetabólico relacionado com a doença subjacente (Figura 3.2).
3.1.4 Consideração de metasnutricionais estabelecidas
Os objetivos da terapia nutricional estabelecidos devem serconsiderados ao calcular asexigências energéticas do paciente,por exemplo:1
n fornecimento de energia paraevitar a perda de massa corporaldurante a doença aguda
n recuperação da reserva deenergia muscular e energiadurante a convalescença
n recuperação do crescimento em crianças
n estado nutricional/IMC emdesnutrição grave, caquexia ouobesidade (IMC = peso corporal [kg]/
(altura do corpo [m] de altura x corpo
[m]) (Figura 3.3).
Exigências de energia (kcal/kg de peso corporal/dia)
Paciente em tratamento intensivo que
sofre de doença aguda3Inicialmente 25, aumentando até a metadentro de 2 a 3 dias.
Pacientes em NP domiciliar5 20–35 (máx. 40)
Paciente ambulatorial com câncer6 25–30
Necessidade normal de uma pessoa saudável4
Tratamento de prevenção decúbito430–35
Insuficiência renal crônica7 ≥30–35
Tabela 3.1: Estimativa para as necessidades energéticas totais aproximadas
de acordo com a situação clínica:
Como alternativa, os valores de referência, tal como previsto pelassociedades nutricionais, podem fornecer uma orientação para asnecessidades energéticas em situações clínicas específicas (Tabela 3.1).
Figura 3.3: Cálculo das necessidades energéticas - considerando as metas nutricionais:
4
Aumento/
ganho de peso
Aumentar as calorias por 10-20
Ajustar lentamente
Reduz ir /perder peso Di mi nuir as cal or ia s po r 10-20
Ajustar lentamente
Manter/estabilizar
o peso
Calcular com base no peso real
Fator de
trauma x taxa metabólica em repouso)
Necessidades totais de energia (kcal/dia)
Gasto energético
em repouso (de
acordo com
Harris-Benedict)
Figura 3.2: Cálculo das necessidades energéticas em ambiente hospitalar quandose considera fatores de atividade e trauma de acordo com as recomendaçõesAKE 2008:4
Fator de Trauma:
n Fratura de um grande osso: 1.15–1.3
n Sepse/peritonite: 1.2–1.3
n Queimaduras: 1.2–2.0
n Infecção/politraumatismo grave: 1.1–1.3
n Câncer: 1.1–1.3
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Necessidades energéticas e de nutrientes na Nutrição Parenteral
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3.2 Fluidos e eletrólitos
A principal prioridade na nutrição é fornecer quantidades
adequadas de fluidos e eletrólitos. Somente quando as
necessidades de água e eletrólitos forem atendidas, os
macro e micronutrientes podem ser administrados de
acordo com as necessidades individuais.
3.2.1 Função biológicaA água é quantitativamente o componente mais importante do corpo humano,representando de 50 a 60% do peso corporal. A água corporal é dividida entredois compartimentos, o espaço extracelular (EC) e o intracelular (IC). Oscompartimentos de fluidos corporais, de acordo com Humes, são apresentadosna Figura 3.4. Sob condições fisiológicas, o volume de sangue e a concentraçãode eletrólito EC são mantidos dentro de uma faixa estreita, controlados pormecanismos neuro-hormonais e um círculo de regulação hemodinâmica queenvolvem o sistema cardiovascular, sistema nervoso central e os rins. Aintegridade da função renal é um pré-requisito para um fluido equilibrado, e ahomeostase de eletrólito.
Água corporal: 60% (42 l)
Água extracelular:
20% (14 l)
Plasma: 3.5 l Células do sangue 2 l
Volume intravascular: 5.5 l
Fluido intersticial 11.5 l
Água intracelular:
40% (28 l)
Figura 3.4: Compartimentos de fluido corporal (para um homem de 70 kg) de acordo com
Humes, adaptado de acordo com Morlion 2004:
8
As alterações na concentração de eletrólitos EC podem afetar
diretamente o compartimento IC, resultando em graves distúrbios na
função celular.
8
3.2.2 Exigências de fluidos
na nutrição parenteral É importante avaliar o balanço hídrico
quando se considera a NP. Distúrbios de
água e eletrólitos têm um efeito
imediato mais profundo sobre a saúde
do que os nutrientes.
Neste contexto, os desequilíbrios
facilmente resultam em desidratação ou
sobrecarga hídrica. A composição de
fluidos e eletrólitos no regime de NP
também deve refletir as perdas de
fluidos e as possíveis influências
relacionadas à terapia medicamentosa.
5
n Em adultos com seu estado dehidratação normal, a necessidade de fluidos
de manutenção é de aproximadamente 35ml/kg de peso corporal/dia.5
n Em pacientes de > 60 anos de idade,a necessidade de fluidos é de
aproximadamente 30 ml/kg de pesocorporal/dia.5
n Em caso de febre, deve seradicionado 2-2,5 ml/kg/24 h paracada 1 °C de aumento detemperatura corporal acima de37 °C.5
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4140 Necessidades energéticas e de nutrientes na Nutrição Parenteral
Eletrólito Função
SódioPrincipal cation EC/agente osmótico mais importante
CloretoÂnion EC mais abundante/agente osmótico
PotássioCátion principal do fluido IC
Equilibra as cargas de proteínas negativas dentro das células
Magnésio Cofator essencial de muitas enzimas
Exigido para estabilidade do potencial de membrana
Fosfato Ânion mais abundante no corpo
Localizado ou no esqueleto (ligado ao
cálcio) ou distribuído no fluido de IC
Exigido para o metabolismo energético, regulação da
atividade enzimática e estabilidade da membrana
CálcioCátion mais abundante no corpo
99% ocalizado no esqueleto (ligado ao fosfato).
Papel vital na condutividade neural e contração muscular,
na secreção da hormonal como um segundo mensageiro.
Tabela 3.2: Funções metabólicas de eletrólitos adaptados de Sobotka 2011:
9
Eletrólitos(mmol/kg de peso corporal)
Adultos5 Crianças10 1–13 anos 14–18 anos
Sódio 1–1.5 1–3 1–3
Potássio 1–1.5 1–3 1–3
Magnésio 0.1–0.2 0.1 0.1
Fosfato 0.3–0.5 0.2 0.2
Cálcio 0.1–0.15 0.2 0.2
Tabela 3.3: Necessidades padrões de eletrólitos na NP:
É importante observar que o fornecimento real de
eletrólitos pode precisar ser ajustado de acordo com a
situação clínica. O acompanhamento rigoroso da ingestão e
ajustes de fluidos e eletrólitos são necessários em pacientes
com risco de desequilíbrios de fluidos e eletrólitos.
n Em pacientes internados na UTI, aingestão de líquidos em associaçãocom o volume ou a terapiamedicamentosa é frequentementesubstancial, portanto, cuidados emparticular devem ser tomados paraevitar a sobrecarga de líquidos.
Em comparação com os adultos, asnecessidades de fluídos de crianças por kg
de peso corporal são consideravelmentemais elevadas. As crianças têm maioresperdas insensíveis devido à maior área desuperfície em relação ao peso corporal euma capacidade de concentração renalmenor, bem como as necessidadesadicionais durante o crescimento para asíntese de tecidos e líquidos corporais.
3.2.3 Exigências de eletrólitosna nutrição parenteral
Na NP, as necessidades básicas de eletrólitossão frequentemente incluídas nas soluções denutrientes, industrializadas, como as de duasou 3 câmaras. As necessidades adicionaispodem ser adicionadas a partir deconcentrados de eletrólitos para garantir acompatibilidade. Para a dosagem individual,todos os eletrólitos podem ser adicionadosconforme exigido para produtos de NP livresde eletrólitos (ver capítulo 7).
Os eletrólitos e as suas funçõesmetabólicas estão listados na Tabela 3.2.9
Necessidades de eletrólitos padrão (Tabela 3.3) são adequados parapacientes com insuficiência hepática e função renal normal, sem perdasanormais, e concentrações normais de eletrólitos no sangue, conformeverificado por um monitoramento regular.
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3.3 Macronutrientes 3.4 Aminoácidos
A nutrição parenteral total (NPT) implica que todas exigências demacronutrientes sejam cumpridas (Tabela 3.4). O primeiro passo para adeterminar o regime de NP é geralmente calcular as necessidades proteicas.Geralmente, as recomendações são baseadas no peso corporal real, no caso depacientes com excesso de peso ou obesos o peso corporal ideal deve ser utilizado.
3.4.1 Função biológicaAs proteínas consistem de cadeiaslongas de aminoácidos. Sob condiçõesfisiológicas, estas cadeias sãoquebradas por hidrólise durante adigestão e a absorção no tratogastrointestinal.
Em caso de alimentação parentérica,as proteínas devem seradministradas sob a forma deaminoácidos livres ou, para finsespecíficos, na forma de dipéptidos.
A média diária de proteína para adultosem um estado saudável corresponde a0,8 g/kg de peso corporal/dia.11,12 Umfornecimento adequado de proteína éessencial para manter a integridade e afunção celular.12,13 Funçõesimportantes de proteína no corpoincluem:
n Componente estrutural e funcional detodos os tecidos corporais
n Proteínas estruturais: queratina,colágeno, elastina
n Proteínas contráteis do músculo:actina, miosina
n Proteínas da membrana celular:glicoproteínas
n Enzimas
n Tranportadores de membrana
n Hormônios (hormônios peptídicos)
n Moléculas imunitárias (anticorpos)
n Transportadores de oxigênio:hemoglobina, mioglobina
n Exigido para todos os processosessenciais do corpo, tais comoequilíbrio da água, nutrientes etransporte de oxigênio (hemoglobina,transferrina, albumina sérica..)
n Os aminoácidos atuam comoprecursores de coenzimas, hormôniosácidos nucleicos e transmissores
n Fonte de energia (4 kcal/g)
n Produção de glicose (aminoácidosglucogênicos) e gordura (aminoácidoscetogênicos).
3.4.2 Classificação deaminoácidos
Proteínas de mamíferos são compostas por20 diferentes aminoácidos. Enquanto oorganismo é capaz de produzir a maiorparte dos aminoácidos para a construçãode proteína endógena, existem oitoaminoácidos essenciais (de acordo com adefinição clássica de W. Rose) que nãopodem ser sintetizados no corpo e devemser fornecidos através da dieta.
Aminoácidos essenciais
n
Isoleucina, leucina, lisina, metionina,fenilalanina, treonina, triptofano evalina
Para outros aminoácidos, a sínteseendógena é possível ainda não emquantidades suficientes, estes sãoclassificados como:Aminoácidos semi-essenciais
n Arginina, histidina
Nutriente Fornecimento com NP
Proteína aminoácidos, dipéptidos
Lipídios Óleo de soja, azeite de oliva, TCM, óleo de peixe
Carboidratos Glicose
Table 3.4:Macronutrientes
:
TCL (triglicerídeos de cadeia longa); TCM (triglicerídeos de cadeia média)
Aminoácidos
Lipídios
Glicose
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Além disso, vários aminoácidos, que podenormalmente ser sintetizados noorganismo humano, podem se tornar parteessencial em condições específicas, e sãogeralmente referidos como "aminoácidoscondicionalmente essenciais".10,13
Aminoácidos condicionalmente essenciais
n Cisteína
Indivíduos com doençahepática (capacidade diminuídapara transsulfuração)
n Glutamina Episódios de infecção, inflamação,outros tipos de estresse catabólicoDesnutrição
n Taurina Durante o estresse catabólico euremia (potente antioxidante)Prematuros e recém-nascidos atermo
n Tirosina Insuficiência renal crônicaPrematuros e recém-nascidos atermo
3.4.3 Recomendações dedosagem de aminoácidos nanutrição parenteral
Em muitas doenças agudas ecrônicas associadas ao estressecatabólico, a degradação de proteínacorporal é acelerada para fornecer
aminoácidos e para cobrir asnecessidades de gliconeogênese,síntese de proteínas de fase aguda,cicatrização de feridas e fornecimentode glutamina.
Os aminoácidos devem sempre sercoadministrados com glicose paraevitar desperdício de aminoácidospara a produção de glicoseendógena.39
3.4.4 Um aminoácidoespecífico na nutrição
parenteral: glutamina
Características e funçãometabólica:22-24
n Aminoácido mais abundante no corpohumano
n Constitui aproximadamente 60% do conjuntode aminoácidos livres do corpo
n Importante combustível metabólico e precursorpara a proteína, nucleotídeos e síntese de ácidosnucleicos
n Regulador específico do metabolismo e da funçãocelular.
1.0–1.5 g/kg peso corporalPacientes em nutrição clínica (geral) 14
Oncologia não cirúrgica 6,15 1.0/1.2–2.0 g/kg peso corporal
Cirurgia 16 1.5 g/kg peso corporal
Hepatologia
Transplante de fígado e cirurgia17,18 1.2–1.5 g/kg peso corporal
Insuficiência renal Insuficiência renal crônica (TFG *
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Metabolismo de glutamina em doençacrítica
A diminuição da Glutamina em todo oorganismo durante a doença critica é umasituação comum que se reflete em níveissignificantemente reduzidos de Glutaminanos músculos, células imunológicas e nosangue.25-27 Esta deficiência pode serprejudicial ao limitar as principais funções
celulares em particular a do sistemaimunológico e dos mecanismos celularesda resposta ao estresse.28-30 De formaimportante, a depleção de glutamina temsido demonstrada como um indicadorindependente de mortalidade de 6 meses eaumenta a probabilidade de morte.
Os efeitos benéficos da suplementaçãode glutamina parenteral
Considerado um aminoácido"condicionalmente essencial", aglutamina deve ser fornecida com a NP.No entanto, as preparações deaminoácidos convencionais não contêmglutamina, visto que a glutamina livre
é pouco solúvel e instável. Como alternativa,os dipéptidos contendo glutamina, porexemplo, L-alanil-L-glutamina (AlaGln), têmsido desenvolvidos para a sua utilizaçãobem sucedida na rotina clínica.
Os efeitos benéficos da suplementaçãode glutamina parenteral/Ala-Gln tem sidoprovados e confirmados em diversosensaios clínicos e meta-análises
indicando que ao corrigir a deficiênciade glutamina, é possível melhorar oresultado.32-35 Além disso, em 2012,uma avaliação fármaco-econômicabaseada nos dados de 200 UTIs, mostrouuma redução de custos de € 752 porpaciente sob a suplementação de NPTcom Ala-Gln vs NPT padrão.36
A NPT suplementada com glutaminaé mais custo-efetiva que a NPTpadrão, estando associada a umcusto médio inferior por pacientecom alta.36
De acordo com as diretrizes atuais(ESPEN, A.S.P.E.N.), asuplementação da NP com glutaminaé altamente recomendada.
3.5.1 Função biológicaNo corpo humano, a glicose é o principalcombustível em circulação,prontamente disponível como umcomponente chave da NP.38
As funções metabólicas maisimportantes da glicose incluem:38
n Combustível principal (4 kcal/g)para todas as células do corpohumano; células vermelhas dosangue e células tubulares dependemde glicose para a produção de energia
n Fonte de energia preferida do cérebro
Armazenados como glicogênio nofígado e músculo esquelético.
As reservas hepáticas de glicogênio sãosuficientes para atender as necessidadesde glicose por até 24 horas de jejum.Após o esgotamento, a glicose ésintetizada endogenamente,principalmente, a partir de aminoácidosatravés da gluconeogênese hepática. Acapacidade máxima das quantidadesprodução de glicose hepática é 3,6-4,3 g/kg de peso corporal/dia em adultos
saudáveis e pode ser aumentada durantedoenças agudas. Assim, um fornecimentoadequado de glicose é fundamental paraevitar o desperdício de aminoácidos,como substratos para a gliconeogênesee, assim, preservar a proteína corporal ea massa muscular.39
3.5.2 Dosagem de glicosena nutrição parenteral
A glicose representa a única fontede carboidratos na NP e devesempre ser infundida com a NP: 39
n Requisitos mínimos: 2 g/kg de peso corporal/dia.3
n Fornecimento comum: 3-4 g/kg de peso corporal/dia.39
n Dosagem máxima: 0.3 g/kg BW/d Ala-Gln
ESPEN Guidelines on PN: Non-surgical Oncology:
Grade B in hematopoietic stem cell transplantation
(HSCT) patients6
0.6 g/kg BW/d Gln
(0.9 g/kg BW/d Ala-Gln)
A.S.P.E.N. Guidelines: Critically ill adults: Grade C 21 0.5 g/kg BW/d Gln
(0.75 g/kg BW/d Ala-Gln)
Tabela 3.6: Diretrizes oficiais da NP apoiando o uso de glutamina parenteral:
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Pacientes em nutrição clínica (geral)5 3–6 g/kg de peso corporal/dia
Oncologia6 Gordura: relação de glicose = 1:1
Cirurgia16 50-70% da energia não-proteica
Hepatologia Insuficiência aguda do fígado17 2–3 g/kg de peso corporal/dia
Cirrose hepática (pacientes hiperglicêmicos)17 2-3 g/kg de peso corp./dia + insulina
Esteatohepatite alcoólica 17 50-60% de energia não-proteica
Insuficiência renal Insuficiência renal aguda7 3–5 (máx. 7) g/kg de peso corporal/dia
Tratamentointensivo
Geral3 ≥2 g/kg de peso corporal/dia
Pancreatite grave20 50-70% da energia total
Pediatria Crianças com doenças graves 10 7.2 g/kg de peso corporal/dia
Tabela 3.7: Dosagem de glicose recomendada em diferentes condições:
3.5.3 Problemas causadospela administração deglicose em excessoA capacidade máxima para a oxidaçãode glicose no corpo humano é limitada.Em adultos saudáveis, a capacidademetabólica da glicose é de 0,25 g/kg/h.
n O excesso de glicose é convertidoem ácidos graxos e armazenados no
tecido adiposo ou no fígado,levando finalmente a infiltração degordura no fígado.
n Além disso, a oxidação da glicoseestá associada a uma elevadaprodução de CO2, que deve sereliminado pelos pulmões. Issoresulta em um aumento do estresserespiratório, particularmenteprejudicial em pacientes comdisfunção respiratória obstrutiva e
restritiva.38,40
Doenças críticas
Durante doença crítica e trauma, a"hiperglicemia induzida porestresse" é um achado comum e estárelacionado com a gravidade eevolução da doença.
Durante o estresse metabólico,hormônios, citoquinas e sinaisneurológicosaumentam a produção deglicose hepática e induzem aresistência à insulina periférica.Consequentemente, o excesso deadministração de glicose pode serprejudicial nestas situações,promovendo a hiperglicemia econsequentemente o aumento demorbidade e mortalidade.42
3.6.1 Função biológicaCom uma densidade energética deaprox. 9 kcal/g, os lipídios sãosubstratos energéticos importantes e aprincipal forma de armazenamento deenergia no corpo humano.
Os lipídios possuem diversaspropriedades funcionais e metabólicas
importantes:10,43-46
n Componentes importantes detodos os fosfolipídios da membranacelular influenciando a fluidez damembrana e funções essenciais,como a atividade das enzimas, atransdução de sinal e funções dosreceptores
n Veículos para vitaminas lipossolúveis
n Fonte de ácidos graxos essenciaisω-6 e essenciais ω-3 (ingestão mínimade ácido linoleico: 0,25 g/kg de pesocorporal por dia em prematuros, 0,1 g/kg de peso corporal por dia emcrianças nascidas a termo e criançasmais velhas, e 2,5% da energia emadultos) 47
n Precursores de mediadores bioativosimportantes (por exemplo:eicosanoides, esteroides, hormônios)
n Reguladores de expressão gênica emoduladores de apoptose
n Diminuição da osmolalidade damisturas da NP, especialmente para
infusões periféricas n Importante fonte de energia,
particularmente em pacientes comrestrição de líquidos tolerandoapenas pequenos volumes de NP
n Veículo para atender às necessidadesde energia dos pacientes sem a cargametabólica imposta pela infusão deglicose de alto nível em situações dedesconforto respiratório einsensibilidade à insulina.
3.6 Lipídios
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3.6.2 Nomenclatura de ácidos graxosOs ácidos graxos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura
bioquímica, comprimento da cadeia, posição e número de ligações duplas e/ou
essencialidade para o organismo humano.
Na doença aguda80, a infusão de lipídios deve ser administrada por pelo menos 12
horas/dia. Na doença crítica80, as taxas de infusão mais lentas, como infusãocontínua durante 24 horas são recomendadas. Os tempos de infusão mais curtospodem ser escolhidos entre os pacientes estáveis, particularmente em longo prazoou nutrição parenteral domiciliar.43
3.6.3 Dosagem de lipídio na nutrição parenteral
Comprimentoda cadeia
Curta cadeia de ácidos graxos (SCFA) 4 C (átomos de carbono)
Cadeia média de ácidos graxos /triglicerídeos (MCFA/MCT)
6–12 C
Cadeia longa de ácidos graxos /triglicerídeos (LCFA/LCT)
14 C
Números de ligaçõesduplas
Ácidos graxos saturados (SFA) Não há ligações duplas
Ácidos graxos monoinsaturados
(MUFA)1 ligação dupla
Ácidos graxos poli-insaturados
(PUFA)2 ligações duplas
Posição da primeiraligação dupla
Família Omega-9 (ω-9/n-9) por exemplo, ácidos oleicos
Família Omega-6 (ω-6/n-6) por exemplo ácido linoleico (LA)
Família Omega-3 (ω-3/n-3) por exemplo ácidos alfa-linolênicos (ALA)
Essencialidade Ácidos graxos essenciais (FA)75 LA e ALA
Ácidos graxos condicionalmente
essenciais (FA) 76Ácido eicosapentaenóico (EPA)
Ácido docosahexaenóico (DHA)
Tabela 3.8: Nomenclatura dos ácidos graxos:
Pacientes em nutrição clínica (geral)43 0,7-1,3 (máx. 1,5) g/kg de peso corporal
Oncologia6 Até 50% da energia não-proteica
Cirurgia16 30-50% da energia não-proteica
Hepatologia Falha aguda hepática17 0,8-1,2 g/kg de peso corporal
Esteatohepatite alcoólica17 40-50% de energia não-proteica
Insuficiência renal Insuficiência renal aguda 7 0,8-1,2 (máx. 1,5) g/kg de peso corporal
Insuficiência renal crônica sem
tratamento de substituição renal (RRT)70.8–1.2 g/kg BW
Tratamento intensivo Geral3 0,7-1,5 g/kg de peso corporal ao longo de 24 horas
Pediatria10Bebês deveserlimitadaaummáximode 3-4g/kgdepesocorporal
Crianças mais velhas deveserlimitadaaummáximode 2-3g/kgdepesocorporal
Tabela 3.9: Dosagem de lipídeo diariamente recomendada:
Em pacientes que recebem lipídios parenterais, as concentrações
séricas de triglicerídeos devem ser monitoradas em uma base
regular e, se necessário, as taxas de infusão ajustadas para evitar
hipertrigliceridemia risco de pancreatite aguda) e síndrome de
sobrecarga lipídica.
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3.6.4 Fontes de lipídios na nutrição parenteralAs emulsões de lipídeos para uso parenteral são feitas de glóbulos que simulam aestrutura de quilomicrons, isto é, lipoproteínas que transportam os ácidos graxos da dietano sangue circulante. Em todo o mundo, o óleo de soja tem sido tradicionalmente utilizadocomo uma importante fonte lipídica em PN. Hoje, há uma escolha de produtos alternativoscom base não apenas no óleo de soja, mas também contendo novas fontes de lipídiosalternativos, como o óleo de oliva, triglicerídeos de cadeia média (MCT) e/ou óleo de peixe (Tabela 3.10).
3.6.5 Justificativa para o uso rotineiro de emulsões
lipídicas em tratamento nutricional parenteral - o
Poder dos três macronutrientes
Diretrizes clínicas europeias relevantes (ESPEN, ESPGHAN, DGEM) recomendam ofornecimento de lipídios em uma base regular.3,6,10,17,20,43A relação de energianão-proteica fornecida a partir da glicose e lipídios deve ser de aproximadamente50-70% de glicose e de 30-50% de lípidos.16,5
Rico em ácidos graxospoli-insaturados ω-6(PUFA), fornecendograndes quantidades deácido linoléico de ácidosgraxos75 essenciais (LA,C18: 2 ω-6) e quantidadesmoderadas de ácidolinolénico-α (ALA, C18: 3ω-3)
relação de ácido graxoω-6: ω3 ~ 7: 1
Alongamento edessaturação de LAproduz o ácidoaraquidônico PUFA ω-6
(AA) que pode ser
metabolizado paramediadores eicosanóides
pró-inflamatórios. Noentanto, a conversão deLA e ALA em AA e EPA/DHA em humanos émuito baixa.
Rico em ácido oleico LC-MUFA ω-9 (C18: 1 ω-9)
cota reduzida de
PUFA fornecida com
lipídio intravenoso
O ácido oleico temapenas uma ligaçãodupla (posição ω-9), emcomparação com duasem LA e três em ALA e,portanto, é menospropenso à peroxidação do que PUFA.
Mais imunologicamente
neutro do que ricasemulsões de LCT emω-6 PUFA (menor efeitopró-inflamatório,reduzindo o teor deteor de ácido graxo ω-6na emulsão)
Derivado do coco ouóleo de palma
Altamentesolúvel
Eliminado mais rápido da corrente sanguíneado que LCT - energiarapidamente disponível
Parcialmenteindependente da
carnitina para otransporte mitocondrial,não suscetível àperoxidação lipídica
Sem acúmulo hepático
Não servem como
precursores para a
produção de radicais
livres de oxigénio
Substituindo uma partedo LCT pelo MCT emuma emulsão lipídicadiminui o fornecimentode PUFA
requisitos
antioxidantes reduzidos
Os ingredientes ativos noóleo de peixe são umalonga cadeiacondicionalmenteessencial76de ácidoeicosapentaenóico deácidos graxos ω-3 (EPA,
C20: 5 ω-3) e ácido
docosahexaenóico (DHA,
C22:6 ω-3)
Em recém-nascidos ebebês, DHA e AA sãoconsideradosessenciais para o
crescimento e
desenvolvimento
53
EPA e DHA diminui aprodução de citocinas e
eicosanóides pró-
inflamatórios e assim,
mantêm uma resposta
imune normal, que podeser benéfica empacientes em risco de
sepse e hiperinflamação
Um tratamento NP completo inclui uma combinação ideal de glicose,
lipídios e aminoácidos, em conjunto com a adição de micronutrientes
60
Vantagens do conceito Poder de três incluem:
n evitar hiperglicemia
n reduzir o estresse respiratório e metabólico61
n garantir o fornecimento de ácidos graxos essenciais e aminoácidos essenciais 44
n reduzir o risco para hipofosfatemia64
n facilitar a infusão periférica devido à baixa osmolaridade65
n transmitir efeito favorável sobre a função das células do fígado e integridade com
nova geração de emulsões lipídicas.62,63
Tabela 3.10: Fontes de lipídios na nutrição parenteral:
Óleo de soja46,48-50 Óleo de oliva46 MCT51,52 Óleo de peixe48,53-58
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3.7 Micronutrientes: vitaminas e oligoelementos
3.7.1 Função biológica
Osmicronutrientes são necessários nanutrição clínica para prevenir ou corrigiros estados de deficiência e manter ometabolismo normal e estado doantioxidante para: 14
n promover a cicatrização de feridas71,77,78
n aumentar a capacidade anti-oxidativa71
n apoiar o sistema imunológico71
n agir como co-fatores e coenzimasessenciais envolvidos no metabolismo dosmacronutrientes 79
Existem 13 vitaminas e9oligoelementos essenciais que devemser fornecidos com NP.
3.7.2 Deficiência de micronutrientes
Geralmente, o estado do micronutriente não
é conhecido no início do apoio nutricional.
Os micronutrientes são necessários para o
uso eficaz de macronutrientes. Eles devem
ser fornecidos a partir do início de qualquer
forma de apoio nutricional considerando
também os elevados requisitos relacionados
com a doença.66
Sempre que a nutrição artificial é
indicada, os micronutrientes, ou seja,
vitaminas e oligoelementos, devem ser
dados a partir do primeiro dia de apoio
nutricional artificial.66,67
Todas as prescrições de NP deverão
incluir uma dose diária de multivitaminas
(incluindo a Vitamina K) e oligoelementos
(Grau C).3
Os sintomas de deficiência demicronutrientes podem ocorrer devido a:68
n administração inadequadada alimentação artificial
n requisitos elevados ou alterados
n e/ou um aumento das perdas.
3.7.3 Requisitos dos
micronutrientes na
nutrição parenteral
As preparações comerciais dos
oligoelementos e vitaminas para uso
em NP geralmente fornecem dosespadrão de vitaminas e oligoelementos
com quantidades superiores aosrequisitos basais conforme elestambém são destinados a pacientes ou já nutricionalmente esgotados ou como aumento das perdas.5
Na maioria dos pacientes que necessitam
de NP, os requisitos de micronutrientes
são atendidos com os preparativos padrão
disponíveis.
O fornecimento padrão recomendado paraadultos pode ser derivado das diretrizespela Sociedade Europeia de NutriçãoClínica (ESPEN) em casa NP.5 É importanteobservar que essas diretrizes devem serconsideradas como uma aproximação dosrequisitos e o monitoramento érecomendado.5
Uma provisão adequada demicronutrientes é de particularimportância em pacientes com desnutriçãograve iniciando em NP, a fim de evitar odesenvolvimento de complicaçõesmetabólicas conhecidas como "síndromede realimentação". Como um exemplo, ainfusão muito rápida de carboidratos poderesultar em um rápido esgotamento de
tiamina (vitamina B1), um cofator essencialdo metabolismo da glicose (reação depiruvato desidrogenase), levando àcardiomiopatia e/ou encefalopatia deWernicke. Consequentemente, quando aorealimentar pacientes desnutridos, oscarboidratos devem ser sempre fornecidosem combinação com quantidadessuficientes de tiamina (200-300 mg antesda alimentação e, em seguida, diariamentepara os três primeiros dias69,70).
Em crianças, um fornecimentoadequado de vitaminas é essencial parao crescimento e desenvolvimento. Acomplementação do oligoelemento emcrianças deve ser reservada para NP delongo prazo e monitorada em uma baseregular.10
Os pacientes criticamente doentes e hipermetabólicos aumentaram
os requisitos para a maioria dos micronutrientes, em especial, as
vitaminas C, E, zinco, cobre e selênio.
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N e c e s s i d a d e s e n e r g é t i c a s
e d e n u t r i e n t e s n a
N u t r i ç ã o P a r e n t e r a l
Necessidades energéticas e de nutrientes na Nutrição Parenteral
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8/18/2019 Nutricao Parenteral Compendium 04 2014
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6362Manuseio e administração da nutrição parenteral
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4.1 Vias de acesso4 Manuseio e administração da nutrição parenteral
4.1.1 Técnicas de infusão
da nutrição parenteral
As técnicas para a administração da
NP podem ser classificadas de acordo
com:
1
n local de acesso(venoso periférico ou central)
n método de acesso (punção através deuma pequena incisão na pele ou cirúrgica)
n duração do tratamento (curto prazo, longoprazo ou permanente)
n Distância entre o local de entrada e saída
por via intravenosa e saída na pele(tunelizado ou não tunelizado)
n número e diâmetro do cateter
n tipo do acesso ou dispositivo implantado
No planejamento da NP, a escolha
adequada, a inserção e o cuidado do acesso
venoso são de fundamental importância
2
As soluções de NP são administradasatravés de um cateter venoso central oucânulas venosas periféricas (Figura 4.1)3
Ao escolher a via de acesso apropriada,
os seguintes critérios devem ser
levados em consideração:
2–4
n condição do paciente (patologia,estado de saúde atual, etc.)
n acessibilidade do sistema venoso
n composição da solução aplicada equantidade de energia a ser administrada
n osmolaridade dos produtos da NP
n duração estimada da NP (curto prazoou longo prazo).
4.1.2 Acesso venoso central
Indicações para acesso venoso central
De acordo com as recomendaçõesda Sociedade Europeia de NutriçãoClínica e Metabolismo (ESPEN), oacesso venoso central é indicado namaioria dos pacientes com as
seguintes indicações (Tabela 4.1). 2
n Necessidade de suporte nutricional de longo prazo (> 1 mês)
n Pacientes com veias periféricas pobres