rochas ornamentais
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Overview sobre rochas ornamentaisTRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS
ROCHAS ORNAMENTAIS
GABRIELA FERRO
MAURCIO REINALDO
MURILO CORREA
RENATA PACHECO
Belo Horizonte
2014
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RESUMO
As rochas ornamentais compreendem os materiais geolgicos naturais que podem
ser extrados em blocos ou placas, cortados em formas variadas e beneficiados por
meio de serragem, polimento, lustro e outros acabamentos de face. Seus principais
campos de aplicao abrangem tanto peas isoladas, como esculturas, tampos e
ps de mesa, balces, lpides e arte funerria em geral, quanto edificaes,
destacando-se, neste caso, os revestimentos internos e externos de paredes, pisos,
colunas, pilares, soleiras, telhados, dentre outros. Comercialmente as rochas
ornamentais so classificadas como mrmores, granitos, quartzitos, xistos e
ardsias.
O Brasil est entre os cinco maiores produtores mundiais de rochas ornamentais,
tendo o estado do Esprito Santo como maior produtor e o estado de Minas Gerais
como o segundo maior produtor do pas, respondendo pela maior diversidade de
rochas extradas. Empregadas como elemento estrutural de monumentos, na
fabricao de concreto e na construo civil, o uso das rochas ornamentais teve seu
incio quando o homem utilizava as cavernas para abrigo e proteo.
Pela estreita interface com o macro setor da construo civil, que no Brasil responde
por quase 20% do PIB, as rochas ornamentais evidenciam significativa expresso
econmica e social, inclusive como vetor de gerao de emprego e interiorizao do
desenvolvimento.
Palavras-chave: Brasil. Rochas. Ornamentais. Definio. Exportao. Importao.
Lavra.
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ABSTRACT
The ornamental understand the natural geologic materials that can be extracted into
blocks or slabs, cut into various shapes and processed by sawing, sanding, polishing
and other finishing face. His main fields of application encompass both single pieces,
such as sculptures, tops and table legs, countertops, tombstones and funerary art in
general, the buildings , especially in this case , the internal and external cladding of
walls, floors, columns, pillars, sills, roofs, among others . Commercially ornamental
rocks are classified as marble, granite, quartzite, schist and slate.
The Brazilian ornamental rock sector is among the five largest producers of
ornamental rocks in the world, with the state of Minas Gerais as the second largest
producer in the country and accounts for the greater diversity of rocks extracted.
Used as a structural element for monuments, to manufacture concrete and in civil
construction, the use of ornamental rocks began when humans used caves for
shelter and protection.
By the close interface with the macro construction industry in Brazil, which accounts
for almost 20 % of PIB, ornamental rocks show significant economic and social
expression, including as a vector of employment generation and internal
development.
Keywords: Brazil. Rocks. Ornamentals. Definition. Export. Import. Mining.
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Sumrio
INTRODUO ............................................................................................................ 1
1. Definio e Variedades/Caractersticas das Rochas Ornamentais ....................... 2
1.1. Definio ........................................................................................................... 2
1.2. Variedades e Caractersticas............................................................................. 4
2. Mercado Brasileiro e Mundial ............................................................................. 15
3. Lavra ................................................................................................................... 22
3.1. Mtodos de Lavra ............................................................................................ 22
3.2. Tcnicas de Corte ........................................................................................... 31
4. Beneficiamento ................................................................................................... 33
4.1. Serragem em teares ........................................................................................ 34
4.2. Serragem em talha blocos ............................................................................ 35
4.3. Beneficiamento de chapas/placas ................................................................... 36
5. Sade e segurana no setor e impactos ambientais .......................................... 37
6. Concluso ........................................................................................................... 41
REFERNCIAS ......................................................................................................... 42
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INTRODUO
Rocha pode ser definida como um agregado slido natural constitudo por um ou
mais minerais e/ou mineralides. Tendo esse conceito, a Associao Brasileira de
Normas Tcnicas ABNT definiu rocha ornamental como uma substncia rochosa
natural que, submetida a diferentes graus de modelamento ou beneficiamento, pode
ser utilizada com uma funo esttica qualquer. Elas so empregadas na maioria
das vezes na rea da construo civil, como elemento estrutural de monumentos e
na fabricao de concreto. O seu uso teve incio desde quando o homem utilizava as
cavernas para abrigo.
As rochas ornamentais, no contexto da ornamentao civil, so divididas
basicamente em duas classes: Mrmores e Granitos. Os granitos correspondem s
rochas silicticas (gneas plutnicas ou vulcnicas, gnaisses e migmatitos), os
mrmores s rochas calcrias ou dolomticas. Porm, comercialmente as rochas
ornamentais so classificadas como mrmores, granitos, quartzitos, xistos e
ardsias.
O Brasil o quinto maior exportador mundial do produto processado em volume
fsico e as reservas de rochas ornamentais esto entre as maiores do mundo. No
Brasil, dados da ABIROCHAS (2012) indicam que os granitos correspondem a
quase 50% da produo nacional de rochas ornamentais, enquanto apenas 10% so
relativos aos mrmores. Os estados do Esprito Santo, Minas Gerais e Bahia
respondem por 80% da produo nacional. O estado do Esprito Santo o principal
produtor, com 47% do total brasileiro. O estado de Minas Gerais o segundo maior
produtor e responde pela maior diversidade de rochas extradas. Minas um dos
principais produtores de granitos, ardsias, quartzitos, mrmores, pedra-sabo e
serpentinitos que chegam aos mercados interno e externo em cerca de 160
variedades comerciais. O estado possui uns dos maiores polos produtores no
mundo, como exemplo em algumas de suas cidades: Candeias - granitos,
Papagaios - ardsia, So Tom das Letras - quartzito, etc.
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As jazidas de rochas ornamentais podem ser lavradas em macios rochosos e em
mataces, utilizando-se mtodos e tcnicas que possibilitam resultados satisfatrios
em termos da relao custo/benefcio.
Os mtodos de lavra consistem num conjunto especfico dos trabalhos de
planejamento, dimensionamento e execuo de tarefas, devendo existir uma
harmonia entre essas tarefas e os equipamentos dimensionados. O planejamento
inclui a individualizao dos blocos com dimenses adequadas etapa seguinte da
cadeia produtiva, representada pelo desdobramento dos blocos em chapas.
O beneficiamento de rochas ornamentais refere-se ao desdobramento de materiais
brutos extrados nas pedreiras em forma de blocos. Os blocos, com dimenses
normalmente variveis de 5m a 10m, so beneficiados sobretudo atravs da
serragem (processo de corte) em chapas, por teares e talha-blocos, para posterior
acabamento at sua dimenso final.
1. Definio e Variedades/Caractersticas das Rochas Ornamentais
1.1. Definio
Segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) o conceito de rocha
ornamental definido como uma substncia rochosa natural que, submetida a
diferentes graus de modelamento ou beneficiamento, pode ser utilizada como uma
funo esttica qualquer. J o rgo normatizador americano, o American Society
for Testing and Materials (ASTM), define pedra ornamental como qualquer material
rochoso natural serrado, cortado em chapas e fatiado em placas, com ou sem
acabamento mecnico, excluindo produtos acabados baseados em agregados
artificialmente constitudos, compostos de fragmentos e pedras modas e quebradas.
Diversos autores definiram o conceito de rocha ornamental tambm. Frasc (2002),
com base nos conceitos da ABNT (1995) e ASTM (2003), entende rocha para
revestimento como um produto de desmonte de materiais rochosos e de seu
subsequente desdobramento em chapas, posteriormente polidas e cortadas em
placas. Segundo Mattos (2002), para uma rocha para ser considerada ornamental
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deve apresentar como requisitos bsicos beleza esttica, ou seja, homogeneidade
textural e estrutural, e possuir caractersticas tecnolgicas dentro de padres
aceitveis pelas normas tcnicas.
So definidos como rochas ornamentais tambm aqueles materiais que so
extrados a partir de seu desplacamento natural, atravs de planos naturais de
fraqueza, e so empregadas in natura como placas ou lajotas, sem qualquer
polimento, em revestimentos. So includos nessa classificao, quartzitos foliados,
gnaisses milonitizados, ardsias, arenitos estratificados, e at calcrios laminados.
A partir das definies j citadas pode-se concluir que o conceito de rocha
ornamental e de revestimento est baseado, principalmente, em um mtodo de
extrao e possibilidade de aplicao, conjugados a fatores estticos, sem se
importar a princpio seus aspectos genticos e composicionais. Torna-se evidente
que qualquer material natural, passvel de extrao como bloco e com possibilidades
de desdobramentos em chapas, com ou sem beneficiamento, pode ser considerado
potencialmente uma rocha ornamental ou de revestimento.
Comercialmente, as rochas ornamentais ou de revestimento so classificadas em
dois grandes grupos: os GRANITOS e os MRMORES. As duas classes so
distinguidas essencialmente com base em sua composio mineralgica. Os
granitos abrangeriam as rochas silicatadas, ou seja, formadas por minerais
estruturalmente constitudos por tetraedros de SiO4, ao passo que os mrmores
incluiriam as rochas composicionalmente carbonticas.
Observa-se uma tendncia do mercado em descrever comercialmente algumas
variedades de rochas como granito em funo simplesmente de apresentarem
comportamento tpico da categoria nos processos de extrao, desdobramento e
beneficiamento. Como exemplo de tal apropriao Costa et al. (2002) cita como
exemplos o Quartzito Azul Imperial e o Quartzito Rosinha do Serro, rochas com alto
grau de recristalizao, granulao fina e textura granoblstica, que, obtidos a partir
de blocos, aceitam desdobramentos em teares e lustro e polimentos de chapas.
Estes autores acentuam ainda, que, sob certas condies, so utilizados nas
mesmas aplicaes dos granitos e chegam a ser at mais valorizados no mercado.
Salientam tambm que tecnologicamente apresentam dados comparveis ou
melhores do que muitos granitos, isotrpicos ou movimentados.
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1.2. Variedades e Caractersticas
O granito um tipo comum de rocha gnea de gro fino, mdio ou grosseiro,
composta essencialmente por quartzo, mica e feldspato, tendo como minerais
acessrios mica (presente praticamente sempre), hornblenda, zirco e outros
minerais. normalmente encontrado nas placas continentais da crosta terrestre.
O granito quase sempre slido (sem estrutura internas), duro e resistente, sendo
por essas qualidades usado como pedra para a construo civil. A densidade mdia
do granito situa-se entre 2,65 e 2,75 g/cm3, sua temperatura de fuso est entre
1215 - 1260 C.3
A palavra "granito" tem origem no latim granum, um gro, em referncia textura da
rocha. (Wikipdia 2014)
O conceito comercial de granito muito genrico, abrangendo em sua essncia as
rochas composicionalmente silicatadas, com mineralogia principal definida a base de
feldspatos, feldspatides e quartzo, ou seja, minerais com dureza Mohs entre 6 e 7.
Dependendo da variedade, pode incluir acessoriamente expressivo contedo de
minerais mficos (escuros) notadamente biotita, anfiblios e piroxnios. importante
complementar, que os feldspatides so constituintes caractersticos de rochas
geologicamente classificadas como alcalinas que tambm primam geralmente pela
ausncia de quartzo.
Comercialmente falando, o granito comercial inclui tanto rochas gneas quanto
metamrficas, abrangendo, neste sentido, uma variada gama de tipos textural,
estrutural e composicionalmente distintos, o que reflete em cores e padres
estticos diversos.
Dentre as rochas gneas, os tipos mais comuns encontrados naturalmente e
utilizados como rocha ornamental e de revestimento so os granitos sensu strictu, os
quartzomonzonitos, os granodioritos e os quartzodioritos. Constituem variedades
plutnicas basicamente quartzo-feldspticas, fanero-cristalinas, com mineralogia
acessria representada principalmente por micas (biotita e muscovita) e anfiblios
(hornblenda), em propores variveis. Apresentam granulao fina a grossa,
porfirtica ou no, podendo exibir uma fraca anisotropia, dada por alinhamento
mineral. A distino dos tipos acima citados mineralgica, e determinada pelo
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percentual de participao entre feldspatos alcalinos (potssicos) e plagioclsios
(feldspatos de Na e Ca) na rocha, os quais definem um trend que vai dos granitos
potssicos aos quartzodioritos sdico-clcicos. Equivalentes menos silicosos do
granito, quartzomonzonito e granodiorito, ou seja, com menos de 10% de quartzo,
correspondem respectivamente o sienito, o monzonito e o diorito.
Variedades comerciais dessas rochas incluem, entre outros, o Juparan, o Vermelho
Capo Bonito, o Cinza Mau (figura 1.1), o Cinza Prata, o Azul Fantstico
(granodioritos), o Preto guia Branca e o Preto Tijuca (dioritos).
Figura 1.1 Cinza Mau
Outras espcies gneas tambm valorizadas no mercado como rocha ornamental e
de revestimento, porm menos comuns na natureza, so as rochas sienticas. So
termos plutnicos alcalinos constitudos predominantemente de feldspatos
potssicos e, caracteristicamente, feldspatides (sodalita, nefelina, leucita) nos tipos
subsaturados em slica. A mineralogia acessria pode incluir piroxnios e anfiblios
alcalinos, que emprestam a cor escura textura. So rochas fanero-cristalinas, em
geral istropas, e de granulao mdia. A variedade Caf Imperial (figura 1.2)
encontrada na regio de Santa Rita de Cssia e Cssia (Minas Gerais) exemplo
da variedade sientica. Uma variedade sientica muito valorizada e comercializada no
mercado o denominado Azul Bahia (figura 1.3). Um sodalita sienito de azul
intenso, istropo e de granulao mdia. O percentual do feldspatide (sodalita)
chega a corresponder a 30% da composio modal da rocha. comercializado
como blocos, chapas polidas e serradas, e ladrilhos.
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Figura 1.2 Variedade Sientica Caf
Imperial.
Figura 1.3 Variedade Sientica Azul
Bahia.
No sul do Brasil utilizam-se corriqueiramente blocos de rochas vulcnicas baslticas,
estruturalmente, em construes civis, notadamente residenciais. Uma variedade
comercial desta rocha o Prola Negra, proveniente da localidade de Santa Vitria,
municpio de Ituiutaba, sudoeste mineiro, que vendido como blocos e chapas
polidas. Corresponde a um basalto de cor preta e de granulao extremamente fina.
As rochas metamrficas comercialmente granticas, tambm conhecidas como
rochas movimentadas, tm nos gnaisses e migmatitos seus representantes mais
expressivos. Os gnaisses so rochas de granulao fina a grossa, at porfiride,
folheadas, estruturalmente marcadas pelo predomnio de bandas quartzo-
feldspticas sobre as de minerais micceos, principalmente biotita e/ou hornblenda.
Apresentam composio quartzodiortica a granodiortica, at grantica. Os
migmatitos, por sua vez, so rochas textural e estruturalmente bastante
heterogneas, com complexos padres visuais que so bastante apreciados no
mercado. Geologicamente, so rochas hbridas, anistropas, megascopicamente
exibindo arranjos petrograficamente distintos, tanto de aparncia gnea como
metamrfica, intimamente interrelacionados, correspondendo a feies
granticas/pegmatticas e gnaissides, respectivamente. Exemplos comerciais
relativos s rochas movimentadas correspondem o Macajuba RA (gnaisse), o
Guariba, o Roselise, e o Kinawa Bahia (gnaisses migmatizados).
Uma terceira categoria de rocha metamrfica com textura no movimentada,
excluda dos grupos antecedentes, porm bastante explorada para fins ornamentais
e de revestimento so os charnockitos. Consistem rochas em geral istropas,
granoblsticas, granulao mdia a grossa, com caracterstica cor verde oliva e
mineralogia essencial a base de feldspatos e quartzo, acessoriamente incluindo
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ortopiroxnio hiperstnico, biotita e granada. No mercado so comercializados as
variedades Verde Pavo, Verde Ubatuba e Verde Dourado, entre outros.
A maior obra registrada no mundo de granito o aeroporto de Dubai (figura 1.4),
com uma rea de 350.000 m do piso revestido por esse granito; onde esse granito
foi fornecido por uma empresa brasileira.
Figura 1.4 - Aeroporto de Dubai - Fonte: imagem comercial da empresa Brasigran
Granitos.
Dados do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) indicam que a
produo mundial de rochas ornamentais atingiu 40 milhes de toneladas/ano
durante a dcada de 90, sendo que 30% deste total foi exportado.
Os principais pases produtores de blocos de granitos so Itlia, China, Espanha,
ndia, Brasil, Portugal e Grcia. Segundo informaes do DNPM, esses pases
responderam, em 1999, por 57% da produo mundial.
No mercado consumidor mundial, destacam-se a Alemanha, a Espanha, os Estados
Unidos, a Frana, a Grcia, a Itlia e o Japo. A Europa Central a regio com
maior demanda, seguida pela Amrica do Norte, representada pelos Estados
Unidos.
Mrmores
Mrmores so rochas metamrficas que tem suas origens de calcrios expostos a
altas temperaturas e presses. Um dos motivos onde as maiores jazidas de
mrmore so encontradas em regies de rocha matriz calcria e atividade vulcnica.
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Os mrmores (figura 1.5), no sentido comercial, incluem rochas composicionalmente
carbonticas, sedimentares e metamrficas. Podem ser macios a bandeados, cripto
a microcristalinos, at granoblsticos mdios a grossos nos tipos metamrficos, com
minerais predominantemente de dureza Mohs entre 3 e 4, e tons de cores variando
do creme-esbranquiado ao bege-amarelado, entre outros. A mineralogia
predominante consiste de calcita (CaCO3) e dolomita CaMg(CO3)2, em geral com o
predomnio da primeira. Acessoriamente, pode incluir quartzo, pirita, siderita,
feldspatos, entre outros, alm de impurezas, tais como argilas, os quais definem seu
padro cromtico, visto que a calcita e a dolomita so brancas.
Figura 1.5 - Mrmore Branco
Petrograficamente, tal categoria inclui os calcrios e dolomitos sedimentares e seus
equivalentes metamrficos, os mrmores propriamente ditos, e os travertinos. Este
ltimo constitui uma variedade calcria, texturalmente, bastante heterognea,
marcada por feies brechides, cavidades alveolares, estruturas concntricas e
fibrosas, frequentemente com impurezas argilosas e silicosas.
Os mrmores, pela sua prpria natureza, so rochas macias, pouco abrasivas, e de
baixa resistncia aos agentes intempricos. Aceitam com relativa facilidade os
processos de desdobramento. As variedades recristalizadas tm a vantagem de um
menor ndice de porosidade e de absoro de gua.
Comercialmente, so conhecidas diversas variedades, com destaque para o Bege
Bahia (travertino) (figura 1.6), o Imperial Pink (mrmore calctico figura 1.7), a
Pedra Cariri (calcrio laminado), o Candelria White (mrmore dolomtico) e o
Carrara (calcrio figura 1.8).
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Figura 1.6 - Variedade Bege Bahia
Figura 1.7 Variedade de Mrmore
Calctico: Imperial Pink.
Figura 1.8 Variedade de Mrmore
Calcrio: Carrara
As maiores concentraes de mrmore no Brasil, esto no estado do Esprito Santo,
sendo este tambm o maior produtor de rochas ornamentais do pas. A Histria da
minerao do Mrmore, no Esprito Santo, surgiu com o incio das atividades de
fbricas de cimento, mas a utilizao do calcrio e sua minerao so desde 1878,
quando era usado para a fabricao de cal, tijolos e telhas.
Quartzitos
Os quartzitos (figura 1.9) so rochas metamrficas, granoblsticas a
granolepidoblsticas, granulao fina a mdia, com alto grau de recristalizao,
estruturalmente macios a laminados, compostos basicamente de quartzo, com
percentuais, em geral, variveis de 70% a 95% na composio modal. A mineralogia
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acessria pode incluir micas (muscovita), magnetita, granada, pirolusita, feldspatos,
dumortierita e cianita, entre outros. da presena ou ausncia de alguns destes
minerais, notadamente dumortierita, cianita e opacos (alterados), que resulta sua
variada tonalidade de cor, determinante na sua qualificao comercial, cujos
exemplos de mercado so o Azul Macabas (figura 1.11), o Azul Imperial, e o
Branco Santa Mairi, entre outros.
Figura 1.9 - Quartzito
Alguns quartzitos, devido a concentrao de micas iso-orientadas em nveis
especficos, so finamente foliados ou laminados, permitindo com relativa facilidade
sua partio atravs destes planos de fraqueza. A presena desta estruturao,
porm, impossibilita sua obteno como blocos e sua utilizao em teares ou
mesmo corte regulares de chapas (Costa et al, 2002). Em funo disso, so
usualmente extrados como placas diretamente dos afloramentos e utilizados como
chapas rsticas em revestimento de superfcies. Tipos popularmente
comercializados so provenientes das regies de So Tom das Letras e
Luminrias, Minas Gerais, e correspondem as variedades So Tom (figura 1.10),
Luminrias, Carrancas e Carranquinha (Fernandes et al, 2002).
Em funo do elevado contedo de quartzo os quartzitos so rochas naturalmente
resistentes aos abrasivos e duros ao corte.
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Figura 1.10 Quartzito So Tom
Figura 1.11 Quartzito Azul Macabas
Ardsias
A ardsia (figura 1.12) uma rocha slico-argilosa formada pela transformao da
argila sob grande presso e temperatura, endurecida em finas lamelas.
As ardsias so rochas metapelticas de grau metamrfico muito baixo, cripto a
microcristalinas, cor cinza-escura a preta, formada predominantemente por
filossilicatos, principalmente sericita. A presena deste mineral confere rocha
proeminente laminao, permitindo fcil obteno de placas mais ou menos
uniformes. Seus acessrios mais comuns incluem quartzo, clorita, ilita, carbonatos,
feldspatos e opacos. Devido as suas caractersticas, so rochas geralmente
impermeveis e pouco resistentes ao desgaste abrasivo.
As ardsias comercializadas e provenientes do estado de Minas Gerais no
constituem ardsias verdadeiras, representando um estgio mais incipiente de
metamorfismo, o que, entretanto, no interfere com suas qualidades e uso como as
ardsias propriamente ditas. Em termos de composio, incluem basicamente
cloritas e ilitas ( 50%), quartzo e calcita. No mercado so vendidas como chapas
polidas e lajotas e designadas com base na sua cor (Ardsia Vinho, Ardsia Verde,
etc.).
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Figura 1.12 Ardsia
O estado de Minas Gerais responde por 95% da produo de ardsia do Brasil . As
reas de extrao e beneficiamento de ardsias de Minas Gerais Pela Ardosia
Paraopeba esto situadas nos municpios de Caetanpolis, Curvelo, Felixlndia,
Leandro Ferreira, Martinho Campos, Papagaios, Paraopeba e Pompu. O Brasil o
segundo maior produtor e consumidor mundial. (Wikipdia 2013)
Algumas das mais finas ardsias do mundo tm origem em Campo (Valongo) em
Portugal, Esccia e Slate Valley de Vermont e Nova York nos Estados Unidos.
Serpentinitos e Esteatitos
Os serpentinitos (figura 1.13) so produtos de alterao hidrotermal de rochas
gneas ultrabsicas magnesianas, principalmente dunitos e peridotitos, e compostos
basicamente por minerais do grupo da serpentina, os quais se formam s expensas
da hidratao de olivinas e piroxnios (Elhers & Blatt, 1982). So rochas de
colorao verde-escura a amareladas, macias a fibrosas e de baixa dureza.
Os esteatitos (pedra sabo figura 1.14) resultam da alterao de rochas
ultrabsicas serpentinizadas, mediante ao de solues hidrotermais ricas em
CO2, que promovem reaes entre os minerais de serpentina e a slica, dando
origem a formao de talco e magnesita (Ehlers & Blatt, 1982). So rochas de cores
esverdeadas, untuosas ao tato, de baixssima dureza, sendo empregadas
usualmente no fabrico de objetos residenciais e decorativos, e no setor estaturio.
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No tocante aos serpentinitos, equivocadamente comercializados como granitos,
Costa et al (2002) acentua um potencial mercado para esses materiais, com
crescente aumento de demanda, sinalizado por importaes provenientes da ndia
(Granito Verde Rajasthan) e Itlia (Granito Verde Alpi).
Figura 1.13 Serpentinito
Figura 1.14 Variedade de Esteatito:
Pedra Sabo
Arenitos e Conglomerados
Os arenitos (figura 1.15) so rochas sedimentares clsticas, de granulao fina a
mdia, macias a laminadas, formadas basicamente por gros de quartzo,
cimentados por material silicoso, ferruginoso ou carbontico, podendo ocorrer
acessoriamente feldspatos detrticos e fraes argilo-siltosas. Em razo da prpria
natureza, os arenitos so em geral porosos e resistentes ao desgaste abrasivo. Uma
variedade comercial o Rosa Bahia, um arenito fino, macio, ortoquartztico, com
pontuaes argilosas, que vendido como blocos.
Os conglomerados so rochas sedimentares clsticas, textura heterognea, formado
de seixos de diferentes tamanhos, formatos e composio, imersos em matriz mais
fina, em geral de natureza arenosa ou areno-siltosa e cimento silicoso. De um modo
geral, as variedades comercializadas apresentam recristalizaes metamrficas em
graus variveis, que emprestam maior coeso rocha. A relao matriz versus
seixos tambm inconstante, ora com predomnio de um, ora da outro, com reflexos
nos padres estticos.
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Figura 1.15 - Congromerado
Na Bahia a variedade comercial Verde Marinace (figura 1.16), um conglomerado
polimtico, apresenta 60% de matriz e 40% de seixos em matriz arenosa fina
epidotizada. O Vesvio Bahia, por sua vez, tem 70% de seixos e apenas 30% de
matriz, esta tambm arenosa e epidotizada. Tais rochas so vendidas como blocos
ou chapas serradas, polidas ou flameadas.
Figura 1.16 Conglomerado Verde Marinace
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2. Mercado Brasileiro e Mundial
Os produtos utilizados em revestimento apresentam-se como uma das reas mais
promissoras em relao a negcios do setor mineral. Estimativas do setor apontam
para mais de 40 mil empresas em operao em todo o mundo, sendo a maior parte
de pequeno e mdio porte, empregando diretamente cerca de 1,5 milho de
pessoas nas atividades de extrao e processamento das rochas.
Tradicionalmente, o mrmore (rochas carbonatadas) ocupa a maior parcela do
mercado mundial e o granito (rochas silicatadas) vem em segundo lugar. Os
materiais sucedneos (ardsias, arenitos, basaltos, quartzitos, gnaisses, entre
outros) respondem por uma parcela pouco significativa de participao no mercado
global.
Dados do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) indicam que a
produo mundial de rochas ornamentais atingiu 40 milhes de toneladas/ano
durante a dcada de 90, sendo que 30% deste total foi exportado.
Os principais pases produtores de blocos de mrmores e granitos so Itlia, China,
Espanha, ndia, Brasil, Portugal e Grcia. Segundo informaes do DNPM, esses
pases responderam, em 1999, por 57% da produo mundial. E ainda hoje
correspondem a parcela importante do mercado.
No mercado consumidor mundial, destacam-se a Alemanha, a Espanha, os Estados
Unidos, a Frana, a Grcia, a Itlia e o Japo. A Europa Central a regio com
maior demanda, seguida pela Amrica do Norte, representada pelos Estados
Unidos. importante lembrar que esses pases so extremamente rigorosos quanto
qualidade do produto.
O mercado mundial de rochas ornamentais pode ser entendido classificando os
pases que desenvolvem atividades nesse segmento em trs grupos:
- Grupo 1 - principais produtores: Brasil, ndia, frica do Sul, China;
- Grupo 2 principais consumidores: Japo, Estados Unidos, Alemanha, Arbia
Saudita;
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- Grupo 3 produtores e consumidores: Itlia, Espanha, Frana, Grcia, Blgica,
Holanda, Finlndia.
Em geral, os pases que esto envolvidos com a produo e consumo de rochas
ornamentais, como Itlia, Frana, Espanha, Holanda e Blgica, possuem tradio
neste setor e esto historicamente relacionados com a exportao, em sua maioria,
de produtos beneficiados.
Em virtude do aumento contnuo na produo e exportao dos produtos nos pases
tradicionalmente produtores, em mbito internacional, esperado crescimento da
competio em termos de preos, mercados e fontes de suprimentos.
Estima-se que o setor de rochas movimente transaes comerciais de US$ 80-100
bilhes/ano. A produo mundial noticiada evoluiu de 1,8 milho t/ano, na dcada de
20, para um patamar atual de 100 milhes t/ano. Cerca de 46 milhes t de rochas
brutas e beneficiadas foram comercializadas no mercado internacional em 2007.
Prev-se que no ano de 2025 a produo mundial ultrapassar 400 milhes t,
correspondentes a quase 5 bilhes m equivalentes/ano, devendo-se multiplicar por
cinco o volume fsico das atuais transaes internacionais. Veja o Grfico abaixo:
Grfico 2.1 Evoluo e Projeo da Produo e do Intercmbio Mundial de Rochas
Ornamentais e de Revestimento. Fonte: Montani (2007)
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Segundo Montani (2008), a produo mundial estimada de rochas ornamentais, no
ano de 2007, totalizou 103,5 milhes t, correspondentes a cerca de 1,13 bilhes m2
equivalentes de chapas com 2 cm de espessura. Esta produo envolveu 60,5
milhes t (58,5%) de rochas carbonticas, 37,5 milhes t (36,2%) de rochas
silicticas e 5,5 milhes t (5,3%) de ardsias e outras rochas xistosas. Veja na
Tabela 2.1 a evoluo da produo mundial ao longo dos anos.
Tabela 2.1: Produo Mundial de Rochas Ornamentais Perfil Histrico
A ampliao da oferta de novos tipos de matrias promove declnio nos preos
mdios internacionais, reforando a relevncia do aumento da produtividade em
todo o processo produtivo, desde a extrao at a entrega do produto acabado.
Do ponto de vista mercadolgico, os produtos do setor tm caractersticas das
manufaturas, e no das commodities. At para as rochas brutas, comercializadas
em blocos, o preo no fixado em bolsas de mercadorias, dependendo da
percepo de valor estabelecida pelos consumidores a partir de vantagens
funcionais e/ou atributos estticos diferenciados.
Os mrmores e granitos citados no captulo anterior respondem largamente pelas
variedades de rochas ornamentais e de revestimento comercializadas,
-
18
representando cerca de 80% da produo mundial. No Brasil, dados da
ABIROCHAS (2012) indicam que os granitos correspondem a quase 50% da
produo nacional de rochas ornamentais, enquanto apenas 10% so relativos aos
mrmores. Os restante da produo corresponde categorias no menos
importantes, composta pelos quartzitos, as ardsias, os serpentinitos, os esteatitos,
os arenitos e os conglomerados.
importante salientar que o setor de rochas ornamentais essencialmente
integrado por micro e pequenas empresas, com nvel de informalidade ainda
relativamente elevado. Pela pulverizao geogrfica e empresarial das atividades
produtivas, os dados setoriais, exceto das exportaes e importaes brasileiras,
so estimativos.
Se tratando de Brasil, Minas Gerais em 2012 participou com 25,47% em peso das
exportaes brasileiras de rochas ornamentais. No total foram vendidas para o
mercado externo aproximadamente 569.757,36 toneladas de rochas ornamentais.
Esse valor corresponde a aproximadamente US$ 194 milhes. O estado o
segundo maior produtor desse tipo material, atrs somente do Espirito Santo.
Dos dez principais municpios exportadores, todos com faturamento superior a US$
20 milhes em 2012, nove so do Estado do Esprito Santo. A nica exceo, no 5
posto, o municpio de Papagaio, em Minas Gerais, pelas exportaes de ardsia,
que somam US$ 38,6 milhes e 85.620,92 toneladas.
A Figura 2.1 abaixo mostra uma relao das aglomeraes de produo de rochas
ornamentais no Brasil.
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19
Figura 2.1: Distribuies Geogrfica de Aglomeraes Produtivas de Rochas
Ornamentais e de Revestimento no Brasil Fonte: Chiodi Filho (2008)
Em Minas Gerais, as exportaes de blocos de granito j superam as de ardsia,
quartzito foliado e pedra-sabo, com o estado perdendo seu protagonismo no setor
de rochas.
As tabelas 2.2 e 2.3 apresentam dados das exportaes e importaes brasileiras
segundo as categorias citadas anteriormente.
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20
Tabela 2.2: Exportaes Brasileiras de Rochas Ornamentais e de Revestimento 2012 e 2013.
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21
Tabela 2.3: Exportaes Brasileiras de Rochas Ornamentais e de Revestimento 2012 e 2013.
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22
3. Lavra
As jazidas de rochas ornamentais podem ser lavradas em macios rochosos e em
mataces, utilizando-se mtodos e tcnicas que possibilitam resultados satisfatrios
(custo/benefcio).
A natureza dos mtodos de lavra de rochas ornamentais varia em funo das
caractersticas do macio rochoso, condies topogrficas, afloramento, fraturas,
tipo e espessura da cobertura, etc. O material de interesse na frente de lavra pode
apresentar-se com foliao desenvolvida, viabilizando a extrao em placas ou em
forma compacta, de onde so extrados blocos. Quando a extrao se d por blocos,
a mesma pode ser feita de maneira mais simples, a partir de mataces isolados ou
por desabamento provocado por detonaes, porm o tipo de extrao em blocos
mais usado a explotao via macios rochosos, quando se extraem blocos
diretamente de um macio rochoso compacto.
A lavra em mataces de concepo mais simples, exigindo, na maioria dos casos,
equipamentos pouco sofisticados e mo de obra pouco qualificada.
3.1. Mtodos de Lavra
No Brasil, a quase totalidade das lavras de rochas ornamentais realizadas em
macios rochosos a cu aberto, conhecido apenas um caso onde a lavra
subterrnea. So dois os tipos de lavra pra rocha ornamental: a lavra de mataco e
a lavra de macios rochosos.
Mataces constituem pores especficas de um macio rochoso, individualizados a
partir da atuao de agentes intempricos nas fraturas e destacados por eroso. Em
alguns casos, parte dos mataces no so aflorantes, sendo detectados e expostos
somente aps grande remoo de solo. Lavras por mataces geralmente
apresentam baixo custo de produo, porm com baixa produtividade, qualidade
inferior do produto, alto impacto paisagstico e maiores danos ao meio ambiente.
So as rochas silicticas que formam mataces aproveitveis. Quando a operao
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23
caracterizar-se por uma frente de lavra constituda por um macio compacto a ser
desmontado, removido e esquadrejado para posterior transporte ao local do
beneficiamento, o processo chamado de frente de lavra por macio rochoso.
O tipo de lavra escolhido definido em funo, principalmente, da configurao
topogrfica do terreno e da litologia do macio.
3.1.1. Lavra de Mataces
As dimenses dos mataces, viveis economicamente, precisam ser as maiores
possveis, na ordem mnima de dezenas de metros cbicos. Contudo, quando eles
so constitudos de material de alto valor, os corpos de pequenas dimenses, de at
6 ou 7m, podem ser lavrados com lucro.
A lavra desses corpos simples, primeiro realizada uma partio do mataco por
intermdio de furos raiados coplanares e paralelos, efetuados por marteletes
pneumticos, gasolina ou eltricos. Em seguida, utiliza-se cunhas e marretas que
fornecem a percusso manual, para seccionar o corpo em pranchas, aproveitando-
se as direes de clivagem naturais da rocha. Posteriormente, essas pranchas
passam pelo mesmo processo, visando o desdobramento em blocos, cada vez
menores, at atingirem a dimenso comercial (figura 3.1).
A partio dos mataces pode ser efetuada tambm com explosivos de baixa onda
de choque (como a plvora negra). Aps a execuo do furo, deve-se preenche-lo
com plvora negra e tampona-lo novamente. Os mataces tambm podem ser
partidos por argamassas explosivas.
Figura 3.1 Lavra de mataces Fogo raiado Detalhe para a remoo do solo e
da imperfeio do corte - Gandu/BA. (fonte: Almeida, 2006)
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24
Os mataces geralmente esto soterrados no regolito e isso cria a necessidade de
grande remoo de solo, para conduo da lavra, ocasionando impacto visual e
tambm carreamento do solo nos perodos chuvosos.
A lavra de mataces possui mais rejeito que a lavra de macio rochoso,
principalmente devido forma geomtrica e dimenses dos corpos individualizados.
A geometria dos corpos rochosos compromete a recuperao da jazida, porque o
produto visado o bloco em forma de paraleleppedo com ngulos retos. As
dimenses dos mataces tambm favorecem a produo de rejeitos. Quando os
mataces possuem dimenses que no combinam com as do bloco os rejeitos
tambm so gerados.
3.1.2. Lavra em Macios Rochosos
Os macios rochosos representam grandes massas de rocha derivadas da
consolidao dos magmas que se resfriaram no tempo geolgico e emergiram na
superfcie graas principalmente eroso. No caso de rochas sedimentares esses
macios surgem dos grandes depsitos de sedimentos que passaram por processos
diagenticos e afloraram superfcies sob as aes da eroso. Os macios
originrios das rochas metamrficas passaram pelo mesmo processo erosivo,
aflorando a massa rochosa que foi submetida s altas temperaturas e presses no
interior da crosta.
Os depsitos de macios rochosos so mais acessveis a um planejamento de lavra,
j que nesse caso possvel ter um maior controle qualitativo e quantitativo da
produo de rochas em forma de blocos.
Os principais mtodos de lavra utilizados na lavra de macios rochosos so
apresentados abaixo:
Lavra por bancadas (bancadas altas e bancadas baixas)
Lavra por painis verticais
Lavra por desabamento
Lavra em fossa e em poo
Lavra subterrnea
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Bancadas Altas
Nos macios rochosos que apresentam heterogeneidade na qualidade e na
estrutura da jazida normalmente utilizado essa configurao de lavra. A utilizao
de bancadas altas prev a seleo de blocos finais. As bancadas constituem
grandes pranchas com altura variando entre 4 e 16 metros. A altura da prancha
corresponder a um nmero mltiplo da dimenso do bloco comercializvel. Essas
pranchas representam o bloco primrio produzido (figura 3.2), que dar origem aos
blocos secundrios, para depois serem esquadrejados em blocos tercirios ou finais
(figura 3.3). O carter seletivo atribui maior gerao de rejeitos lavra.
Figura 3.2 Bancadas altas (fonte: Universidad Politcnica de Madrid, 2007).
Figura 3.3 Corte da prancha primria. Desdobramento secundrio e final dos
blocos (fonte: Alencar, Caranassios e Carvalho,1997)
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26
Bancadas Baixas
Ao contrrio da bancada alta, essa configurao utilizada para uma jazida
homognea. A altura da bancada corresponde dimenso de um bloco
comercializvel que diretamente recuperado do macio (figura 3.4). A extrao
dessa pedreira pouco seletiva. Esse mtodo favorece geralmente uma melhor
recuperao. O seu relevo mais suave e suas frentes de lavra so extensas.
Figura 3.4 Bancadas baixas (fonte: Alencar, Caranassios e Carvalho,1997)
Lavra por painis verticais
O mtodo de lavra por painis verticais (figura 3.5) tem aplicao nas fases iniciais
de desenvolvimento de uma jazida, sendo direcionado, a exemplo do mtodo por
bancadas altas, a macios com grande variedade qualitativa e estrutural.
empregado ainda em casos de jazidas com baixo volume de reservas, seja pela
restrita dimenso da estrutura rochosa, seja por condicionamentos especficos,
estruturais, por exemplo, sem, entretanto, existir impedimento quanto ao
aprofundamento frente de extrao.
A obteno dos volumes de rocha se processa pela delimitao, como o prprio
nome indica, de grandes painis rochosos verticais, cuja espessura das placas
coincidente com uma das dimenses de bloco comercial, sendo a altura dos painis
determinada pelo perfil do afloramento, esta estimada a partir da cota do plano
horizontal da praa da lavra (Alencar, Caranassios e Carvalho, 1996; Ciccu e Vidal,
1998; Coelho e Vidal, 2003).
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Figura 3.5 - Lavra por painis verticais (fonte: Alencar, Caranassios e
Carvalho,1997)
Dependendo das condies do afloramento, tal metodologia, com a progresso da
lavra, pode evoluir para um sistema de lavra por bancadas.
um mtodo que pode proporcionar boa seletividade de material, com potencial,
entretanto, de gerar grande quantidade de rejeitos e dificuldades de aes para
recuperao de segmentos degradados, em funo das extensas superfcies frontais
escavadas (Alencar, Caranassios e Carvalho, 1996).
Lavra por desabamento
A metodologia por desabamento (figura 3.6) proporciona o desmonte de grandes
volumes de rocha em macios com vertentes bastante inclinadas, geralmente a
partir de 60, aproveitando-se da existncia de fraturas de alvio de tenses sub-
paralelas sua superfcie, conjugada a presena de juntas subverticais, que balizam
lateralmente as massas rochosas, limitao esta que tambm pode ser decorrente
da prpria restrio fsica do afloramento.
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Figura 3.6 Lavra por desabamento (Fonte: Minerao Rocha Branca)
O mtodo aproveita-se da gravidade para a extrao de volumes primrios de rocha,
a qual se d mediante escorregamento, com a lavra evoluindo da base ao topo do
afloramento. A tcnica usual para liberao das massas rochosas atravs da
colocao de explosivos de baixa velocidade (plvora negra) em furos realizados ao
longo da sua parte inferior (em leque), dentro dos planos de fraturas subparalelas
superfcie do terreno. Quando liberados, os blocos de rocha deslizam sobre a
encosta e so aparados por colches de amortecimento, formados por detritos
constitudos por solos e fragmentos de rocha a ttulo de evitar danos ao material,
como fissuras ou trincamentos.
Este mtodo de lavra tem o inconveniente do seu grande impacto visual no meio-
fsico, alm de gerar expressiva quantidade de rejeitos. Segundo a literatura, suas
condies de segurana de trabalho so consideradas como crticas.
O mtodo por desabamento pode com o desaparecimento das descontinuidades
estruturais superficiais evoluir para um sistema de lavra por bancadas.
Lavra em fossa e em poo
Nas pedreiras em fossa (figura 3.7) as frentes de lavra situam-se imediatamente
abaixo do nvel de base do terreno, com escoamento dos blocos mediante utilizao
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de rampas ascendentes. Tem como inconveniente a interferncia do lenol fretico
que pode limitar o aprofundamento da cava.
Na pedreira em poo (figura 3.8 e 3.9) as frentes de desmonte de rochas ficam
igualmente abaixo do nvel de base do terreno, porm integralmente balizadas por
paredes verticais. Inexistem rampas de acesso, sendo todo o escoamento de blocos
assim como a subida e descida de equipamentos e mquinas realizadas atravs de
guindastes. O deslocamento de pessoal feito atravs de escadas. A exemplo da
pedreira em fossa, o lenol fretico tambm pode limitar o aprofundamento da cava.
Esses mtodos de explotao representam variaes do mtodo por bancadas.
Suas caractersticas principais encontram-se nas depresses formadas no terreno.
Por isso, esses mtodos so aplicados em jazidas que ocorrem geralmente em
plancies ou em relevos bastante suaves. Essas depresses so normalmente
limitadas pelo nvel do lenol fretico, quando h necessidade de bombear a gua
durante os processos de produo.
Figura 3.7 Lavra em fossa (fonte: Universidad Politcnica de Madrid, 2007).
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30
Figura 3.8 Lavra em poo (fonte: Almeida,
2006)
Figura 3.9 - Lavra em poo (fonte:
Universidad Politcnica de Madrid,
2007)
Lavra subterrnea
A lavra subterrnea (figura 3.10) tambm uma evoluo das lavras em fossa e em
poo. Frequentemente aplicada em rochas moles (carbonatadas), mas encontra-
se, apesar de raro, lavras subterrnea em rochas duras, com a presena de muito
quartzito. Esse mtodo de explotao tambm utilizado em encostas quando
existe uma grande espessura de material estril sobrejacente jazida local, pois
seria caro e prejudicial ao meio ambiente a remoo de grande quantidade de
estril. Nesse tipo de lavra, no se utiliza explosivos, por causa de problemas com a
estabilidade dos pilares e da integridade da rocha. Para esse mtodo ser viabilizado
as rochas precisam possuir alto preo no mercado.
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Figura 3.10 Incio de uma lavra subterrnea. Lavra executada com fio diamantado.
(fonte: Almeida, 2006)
3.2. Tcnicas de Corte
Durante todo o processo de lavra, os blocos precisam ser separados do macio
rochoso (figura 3.11), bem como precisam ser cortados, reduzindo, assim, o
tamanho dos mesmos para transporte (desdobramento do bloco primrio) e para
etapas posteriores de beneficiamento (esquadrejamento). Existem dois tipos bsicos
de corte: o corte contnuo e o corte em costura.
Figura 3.11 Subdiviso de blocos (fonte: Universidad Politcnica de Madrid, 2007)
3.2.1. Corte Contnuo
O corte contnuo pode ser feito por meio de fios (helicoidal ou diamantado), correias
ou discos. Podem ainda ser usadas tcnicas como jato de gua. Nas figuras 3.12 e
3.13, v-se um esquema de corte contnuo por fio diamantado. O corte utilizando-se
o fio helicoidal no mais to utilizado e foi substitudo pelo uso do fio diamantado,
pois esse pode ser utilizado em rochas duras e abrasivas.
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32
Figura 3.12 Corte vertical com fio diamantado (Almeida, 2006)
Figura 3.13 Execuo de cortes na lavra utilizando-se fios diamantados (fonte:
Universidad Politcnica de Madrid, 2007)
A tcnica de corte usando discos (figura 3.14) permite obter blocos em tamanho
comercializvel desde o incio, no sendo necessria sucessivas etapas de diviso.
Figura 3.14 Tcnica de corte utilizando-se discos (fonte: Universidad Politcnica de
Madrid, 2007)
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A tcnica de corte com jato de gua se baseia na desagregao da rocha devido
ao de um jato de gua de alta velocidade, impulsionado por uma bomba de alta
presso. A eroso que provocada pelo jato est relacionada fundamentalmente
com as microdescontinuidades da rocha.
3.2.2. Corte em Costura
O corte em costura baseia-se na execuo de furos via marteletes ou hastes
rotativas. Os furos podem ser adjacentes ou espaados.
Depois de feitos os furos, nos mesmos so colocados agentes expansivos
(argamassas expansivas, de ao lenta, ou explosivos, de ao rpida) ou cunhas,
que so peas metlicas inseridas no macio ou no bloco em furos coplanares e
paralelos. A figura 3.15 (Almeida, 2006) ilustra foto de aplicao de cunhas
metlicas em bloco de esteatito.
Figura 3.15 Furos com cunhas metlicas (Almeida, 2006)
4. Beneficiamento
Depois de extrada a rocha ornamental (em bloco, como mrmores e granitos ou em
placa, nos casos dos quartzitos foliados e das ardsias) a mesma passa por etapas
de beneficiamento (corte, esquadrejamento e polimento) visando adequar o produto
da etapa de lavra s especificaes de mercado.
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No caso de rochas ornamentais extradas em blocos, as etapas de beneficiamento
no so executadas nas praas dentro da frente de lavra e sim em local especfico
com instalaes e equipamentos apropriados, onde feita a serragem do bloco em
chapas por teares ou por talha-blocos e o posterior esquadrejamento e acabamento
superficial das peas.
Segundo RIBEIRO(2005), a serragem em teares mais tradicional e mais produtiva.
Os teares so melhor utilizveis para os blocos maiores, na produo de chapas
com 2 cm e 3 cm de espessura. Os talha-blocos so indicados para blocos menores,
antieconmicos nos teares na produo de chapas e tiras com 1 cm de espessura.
4.1. Serragem em teares
Os teares so equipamentos utilizados para a serragem de blocos de rocha,
transformando-os em placas. A serragem nos teares executada atravs de um
quadro com fixao de lminas de ao paralelas, que desenvolvem movimentos
retilneos, pendulares ou curvo-retilneo-curvo sobre a carga.
O tear de lminas composto por quatro porta-lminas que sustentado por quatro
colunas (Figura 4.1). Segundo COIMBRA FILHO (2006), as lminas so dispostas
no sentido longitudinal de maior comprimento do bloco e so tencionadas para
manter um perfeito nivelamento, alinhamento e paralelismo entre si.
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Figura 4.1: Tear multi-lminas utilizado no corte de rochas ornamentais (COIMBRA FILHO, 2006).
4.2. Serragem em talha blocos
Os talha-blocos so equipamentos de serragem com discos diamantados, cortam
grandes profundidades, sua maior utilizao e voltada para produtos padronizados
(ladrilhos). Os equipamentos com discos diamantados, capacitados para cortes mais
rasos so chamados talha-chapas.
Nos talha-blocos a serragem e efetuada por discos diamantados, com dimetros
variados e capacidade convencional para cortes de ate 1,20m (CHIODI FILHO,
1995).
A vantagem dos talha-blocos que os equipamentos admitem movimentao de
eixo em ngulos variados (vertical ate horizontal), permitindo, portanto, diferentes
formas de desdobramento dos materiais. O custo mdio de produo em talha-
blocos e, no entanto ligeiramente superior ao dos teares, tanto pelo preo dos
equipamentos, quanto sobretudo pelo preo dos discos diamantados. A Figura 4.2
mostra um Talha-blocos diamantado.
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Figura 4.2: Talha-blocos para a produo de ladrilhos (RIBEIRO, 2005)
4.3. Beneficiamento de chapas/placas
Nas rochas extradas em placas, o material extrado j apresenta a forma planar. O
acabamento e esquadrejamento das peas so feitos ainda no local da extrao, o
que facilita a acomodao do material para transporte e faz com que o resduo
gerado nessa etapa fique prximo ao local de despejo e seja transportado para as
pilhas junto com o resduo gerado na frente de lavra (estril). Na figura 4.3, so
apresentadas etapas de beneficiamento de quartzito foliado (mais especificamente o
desplacamento de lajes e ladrilhos) sendo realizadas prximo rente de lavra.
Figura 4.3 - Extrao e corte de placas em quartzito foliado. (PIRES, 2007)
Aps a extrao, o transporte e a diviso dos blocos em chapas de tamanhos e
espessuras determinadas, tem-se a etapa do acabamento superficial das chapas (o
polimento). A figura 4.4 abaixo apresenta o polimento de chapas.
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Figura 4.4 - Mquinas de polimento manual (esquerda) e automtico (direita) usadas
no beneficiamento do quartzito extrado em Ouro Preto. (PIRES, 2007)
5. Sade e segurana no setor e impactos ambientais
Da anlise de riscos efetuada por Pereira et al. (1999) pode-se deduzir que as
operaes que fazem parte do processo produtivo da indstria de transformao de
rochas ornamentais tm associados trs principais tipos de riscos no que diz
respeito a acidentes de trabalho:
Riscos mecnicos
Os riscos mecnicos esto relacionados com o movimento de objetos de trabalho,
mquinas, ferramentas e outros instrumentos de trabalho, que devido energia
mecnica que possuem ou que podem originar, so susceptveis de provocar
acidentes. Estes podem ser causados, por exemplo, devido a falta de estabilidade,
ruptura em servio, queda e projeo de objetos, superfcies, arestas e ngulos,
variaes de velocidade e rotao, elementos mveis, mau estado do piso,
obstculos nas vias, pisos escorregadios, largura de vias inapropriada, falta de
vedao. Em resultado destes fatores podem ocorrer quedas de pessoas, quedas de
objetos, marchas sobre objetos, choque contra objetos, pancadas de objetos,
esforos excessivos ou movimento em falso, etc.
Riscos eltricos
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O risco eltrico pode ser definido como a exposio provocada pela presena de
eletricidade. Este se caracteriza quando dois pontos do corpo ficam em contacto
com potenciais eltricos distintos.
Na transformao de rochas ornamentais os equipamentos so praticamente todos
movidos a energia eltrica. Assim, os acidentes podem ocorrer devido a negligncia
da pessoa, defeito de isolamento, desconhecimento por parte da pessoa, falta de
sinalizao, local desprotegido, etc.
Riscos qumicos
Relativamente aos acidentes de trabalho, os riscos qumicos nesta atividade
resultam essencialmente da utilizao de colas, e outras substncias irritantes e
sensibilizantes, na fase de acabamentos do processo de transformao das pedras
naturais, e da manipulao de alguns produtos de limpeza e substncias utilizadas
na maquinaria (combustveis e lubrificantes). Contudo, os riscos qumicos quando
comparados com os anteriores tm um peso muito diminuto. No obstante, devem
ser considerados de modo a evitar eventuais leses nos olhos, leses nas vias
respiratrias, queimaduras, incndios e exploses.
Alm disso, vale destacar que o p produzido pela serragem (figura 5.1) das rochas
causa uma doena chamada silicose, que provocada pela poeira da slica que
aspirada pelo funcionrio provoca fibrose intersticial no pulmo. Com o processo de
corte com fio diamantado esses problemas podem ser minimizados, j que ocorre
uma reduo importante na gerao de resduos melhorando assim o ambiente de
trabalho (ROCHAS DE QUALIDADE, 2004 apud COIMBRA FILHO, 2006), visto que
o processo totalmente automatizado e durante o corte usado apenas gua
gerando menos impacto negativo ao meio ambiente e ao trabalhador.
Ainda em relao sade e segurana do trabalho o processo em questo se
realiza com um nvel reduzido de rudo, gerando menos stress tanto para os
trabalhadores da empresa quanto para a populao prxima.
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39
Figura 5.1 - Poeira gerada na perfurao (Mineracan, 2013)
J na rea ambiental a lavra dos blocos pode causar: a desordem da superfcie,
retirada da vegetao (figura 5.2), remoo do solo, gerao e acomodao de
rejeitos de forma imprpria, criao de estradas sem planejamento, degradao do
ao redor da lavra, principalmente em terrenos arrendados, aumento do ndice de
poeira e a poluio sonora, impacto visual (figura 5.3), efluentes lquidos (esgoto
domstico, leos lubrificantes originrios da manuteno das mquinas e
equipamentos e produtos de limpeza), poluio atmosfrica (poeiras e fumaa,
geradas pelas frentes de lavra com as exploses, pelas mquinas perfuratrizes, pelo
flame jet, por veculos automotores com seus deslocamentos e combusto de
motores ao redor das cidades e dentro dos seus limites), poluio sonora
(provocados pelos equipamentos de desmonte da rocha como: maaricos (flame
jet), perfuratrizes, detonaes, veculos pesados e a circulao constante de
caminhes dentro dos limites das cidades, vibraes (causadas pelas detonaes,
percusses de equipamentos de sondagens perfuratrizes e marteletes
pneumticos, circulao de veculos pesados e dos caminhes), entre outros.
-
40
Figura 5.2 - Exemplo de lavra impactante, com grande gerao de rejeito (DNPM
2003)
Figura 5.3 - Incio de uma lavra com os trabalhos preliminares de remoo do solo
(DNPM 2003)
-
41
6. Concluso
Nesse trabalho foi visto que os produtos utilizados em revestimento apresentam-se
como uma das reas mais promissoras em relao a negcios do setor mineral e a
demanda por rochas ornamentais tm crescido muito nos ltimos anos, devido ao
advento da construo civil, sua principal aplicao. Para suprir essa demanda, a
produo aumentou, houve tambm um desenvolvimento tecnolgico, porm, so
necessrios estudos e investimentos nesse setor e aprimoramento das tcnicas
utilizadas. Em geral, os processos de lavra e beneficiamento ainda so praticados
sem planejamento sistemtico e controle, resultando em m utilizao dos
equipamentos, desperdcios, altos custos de produo, problemas de segurana na
operao e graves impactos ambientais.
-
42
REFERNCIAS
MENEZES, Ricardo Gallart (2005) - Rochas Ornamentais e de Revestimento:
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