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Farmacocinética do Meloxicam Fátima Roque Outubro de 2006

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Page 1: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

Farmacocinética do Meloxicam

Fátima Roque

Outubro de 2006

Page 2: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

2

Índice

1. Introdução …………………………………………………..…3

2. Propriedades Farmacocinéticas …………………………….... 5

2.1. Absorção ………………………………………………. 5

2.1.1. Perfil de absorção dos sais de etanolamina

de meloxicam, por via oral ………………………………….. 8

2.2. Distribuição ………………………………………….... 9

2.3. Metabolismo ……………………………………........... 9

2.4. Eliminação ………………………………………….... 11

3. Farmacocinética do meloxicam após administração tópica .. 14

4. Farmacocinética em grupos especiais e implicações

terapêuticas …………………………………………………….. 14

4.1. Pediátrico ……………………………………………. 14

4.2. Insuficiência hepática ………………………………. 15

4.3. Insuficiência renal …………………………………... 15

4.4. Hemodiálise …………………………………………. 15

4.5. Idosos ………………………………………………... 16

5. Interacções medicamentosas ……………………………….. 16

6. Conclusões …………………………………………………… 19

BIBLIOGRAFIA ………………………………………………... 20

Page 3: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

3

1. Introdução

São numerosas as doenças que evoluem com febre dor e inflamação. As doenças

reumáticas, nomeadamente a artrite reumatóide e a osteoartrite são um bom exemplo

destas afecções salientando-se pela elevada prevalência e pela incapacidade funcional,

temporária ou definitiva com que evoluem. Assim, os medicamentos anti-inflamatório

não esteróides são, possivelmente os fármacos mais utilizados em terapêutica. Desde a

introdução dos salicilados em meados do século XIX, sintetizaram-se muitos compostos

e, actualmente, dispõe-se de uma larga gama de fármacos com acções analgésicas,

antipiréticas e, anti-inflamatórias. O elevado número de medicamentos que está

disponível justifica-se pela variabilidade de resposta individual dos doentes e na

consequente necessidade de testar vários anti-inflamatórios para encontrar o mais activo

e o mais bem tolerado.

As alterações gastro-intestinais são as reacções adversas mais frequentemente

relacionadas com a utilização dos AINEs e estão relacionadas com o seu próprio

mecanismo de acção e falta de especificidade da maioria dos AINEs.

O meloxicam é um anti-inflamatório não esteróide que tal como outros AINEs é

um potente inibidor da ciclooxigenase (COX). No entanto distingue-se da maioria dos

AINEs disponíveis no mercado, por apresentar maior afinidade para a COX-2 do que

para a COX-1 (Engelhardt, 1994). A COX-2 é a isoenzima que é induzida nas células

inflamatórias, enquanto que a COX-1 é uma enzima constitutiva que aparece em muitos

tecidos, nomeadamente na mucosa gástrica e nos rins. Isto significa que, ao contrário de

outros anti-inflamatórios, bem conhecidos, o meloxicam tem menos possibilidade de

afectar a função citoprotectora dos metabolitos do ácido araquidónico formados pela

COX-1 na mucosa gástrica ou da prostaglandina E2 (PGE2) no rim (Mitchell e col.

1993; Engelhardt e col., 1996). Numa análise global de estudos com o meloxicam em

doentes com artrite e osteoartrite, concluiu-se que o meloxicam apresentava um perfil

gastrointestinal favorável, quando comparado com o piroxicam, naproxeno e diclofenac

(Distel e col. 1995).

O meloxicam foi desenvolvido pela Boheringer Ingelheim e foi aprovado pela

FDA para o tratamento da Osteoartrite em Abril de 2000. Em Junho de 2004 a FDA

também aprova uma formulação de meloxicam em suspensão oral e em Julho de 2004

aprova uma nova indicação do meloxicam para o tratamento de sinais e sintomas da

Page 4: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

4

artrite reumatóide. Em Portugal o meloxicam está aprovado pelo INFARMED nas

formas farmacêuticas comprimidos 7,5 mg e 15 mg, Suspensão oral 1,5mg/ml, Solução

injectável 15 mg/1,5 ml e Supositório 7,5 mg e 15 mg.

O objectivo do presente estudo é a caracterização do perfil farmacocinético do

meloxicam [4-hidroxi-2-metil-N-(5-metil-2-tiazolil)-2H1,2-benzothiazine-3-

carboxamide-1,1-dioxido] (fig. 1) que, como referido é um fármaco anti-inflamatório

não esteroide da classe dos oxicams, que inibe a síntese das prostaglandinas por inibição

relativamente selectiva da ciclooxigenase-2 (COX-2). No intervalo de pH 1-4, o

meloxicam é um zwiterião, apresentando-se na forma aniónica a pH 4 (Davies. e col.,

1999).

Fig.1. Estrutura do meloxicam

Page 5: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

5

2. Propriedades Farmacocinéticas

2.1. Absorção

O meloxicam é vulgarmente administrado por via oral, estando disponível no

mercado na forma de comprimidos de libertação imediata e suspensões. Têm sido

realizados estudos clínicos utilizando doentes com diferentes patologias aos quais se

administrou diferentes formulações de meloxicam, recorrendo a outras vias de

administração, nomeadamente intravenosa, intramuscular ou rectal. Os resultados dos

parâmetros farmacocinéticos obtidos para os diferentes estudos são resumidos nas

tabelas I e II .

As doses de meloxicam administradas por via oral ou rectal, são quase

completamente absorvidas com biodisponibilidade absoluta de 89 % (Davies e col.

1999). Após administração oral de 7,5 mg, 15 mg ou 30 mg de meloxicam, o tempo

para atingir a concentração máxima (Cmax) foi de 4 a 11 horas. Verifica-se a ocorrência

de um segundo pico de concentração, aproximadamente ao fim de 12-14 h após

administração oral, sugerindo que o fármaco sofre recirculação enterohepática. Após

administração rectal, a concentração máxima foi obtida a tempos (tmax)semelhantes aos

da administração oral. A área sob a curva (AUC) e a Cmax são proporcionais à dose

administrada no intervalo de 7,5 – 30 mg. A linearidade entre a dose e a AUC para

doses superiores a 30 mg não foram estudadas (Gates e col. 2005). Os alimentos e a

ingestão de antiácidos não demonstrou ter impacto clinicamente significativo sobre a

taxa de absorção de meloxicam em voluntários sãos (Davies e col. 1999; Noble 1996)

Devido ao seu longo tempo de semi-vida (t1/2) (22-24h) as concentrações

sanguíneas de meloxicam no estado de equílibrio são atingidas ao fim de 4 a 5 dias após

administração oral e rectal. Este valor de tempo de semi-vida permite que o meloxicam

seja administrado apenas uma vez ao dia.

Alguns estudos demontraram que as formulações de comprimidos, cápsulas,

suspensões e supositórios para administração rectal eram bioequivalentes (Davies e col.

1999, Turck e col., 1997, Hanft e col., 2001, Busch e col., 1991, Turck e col.1994).

Page 6: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

6

Tabela I – Características de absorção do meloxicam (adaptada de Gates e col. , 2005; Davies e col, 1999)

Referência Nº e tipo de

doentes Idade# Dose e Condições Cmax tmax AUC

(mg/l/h) Busch et al. (1991)

6 NR 30 mg p.o. após 12 horas de jejum, pequeno almoço standart ao final de 2 horas 30 mg p.o., 10 min. após o pequeno almoço standart

1.5 1.40

10.7 9.7

65.0 71.0

Turck et al. (1994)

18 NR 7.5 mg 15 mg

0.88 1.92

NR NR

13.9 30.0

Busch et al (1995)

12 27-50 30 mg i.v. 4 g de colestiramina em 200 ml de água à noite antes do ensaio, continuando t.i.d durante 4 dias, e depois meloxicam 30 mg 1 hora antes do pequeno almoço

NR NR

NR NR

71.8 47.4

Schmid et al. (1995)

4 42 14C-Meloxicam 30 mg i.v. durante 15 min. 14C-Meloxicam 30 mg solução oral seguido de 15 ml de água

5.35 3.09

NR NR

45.4 47.7

Busch et al. (1996)

9 36 (26-53)

30 mg 30mg + aspirina 1g t.i.d. durante 4 dias 30 mg + cimetidina 200 mg q.i.d., no dia antes de iniciar o meloxicam e continuando durante 4 dias após o meloxicam 30 mg com 200 ml de água

1.79 2.25 1.70 1.50

7.9 6.2 9.2 10.7

60.2 71.8 69.5 66.5

6 38 (27-48)

30 mg + Maalox-70® [Mg(OH)2 600 mg ou Al(OH)3

900 mg]

1.45 10.3 72.1

Narjes et al. (1996)

32 23-52 15 mg i.m. 10 mg i.m. 20 mg i.m. 30 mg i.m.

0.55 1.10 2.81 3.54

1.0 0.5 0.9 0.9

10.9

12 21-53 15 mg i.v. 2.99 NR Turck et al. (1996)

10, ESRD 10, controlo

26-63 15 mg 0.53 0.90

2.5 7.0

12.6

Todos os valores referem-se a adminitração de formulações orais, excepto quando indicado # idade média, limites em parentesis *Creatinina Clearance > 60 ml/min (3,6 l/h). ** Creatinina Clearance: 41-60 ml/min (2.5-3.6 l/h). *** Creatinina Clearance: 20-40 ml/min (1.2-2.4 l/h). AUC: Área sob a curva de concentração-tempo; Cmax: Pico de concentração plasmátia; ESRD: Doensa renal em estádio final; i.m.: injecção intramuscular durante 1 min; NR: Não registado; tmax: tempo necessário para atingir o pico plasmático de fármaco

Page 7: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

7

Tabela I – características de absorção do meloxicam (continuação) (Gates e col. , 2005; Davies e col, 1999)

Referência Nº e tipo de

doentes Idade Dose e Condições Cmax tmax AUC

(mg/l/h) Boulton-Jones et al (1997)

11, função renal normal* 13, insuficiência renal suave** 13, insuficiência renal suave***

43 51 58

15 mg/dia x 9 dias 15 mg/dia x 9 dias 15 mg/dia x 9 dias

3.2 3.1 2.10

5.0 4.0 4.0

39.4 55.0 34.0

Turk et al. (1997)

12 24 24 24 18

35 (23-47) 37 (26-50) 35 (23-50) 35 (23-50) 33 (21-47)

30 mg cápsulas 30 mg i.v. bólus 15 mg supositórios 15 mg cápsulas 15 mg/dia/supositório x 7 dias 15 mg/dia/cápsula x 7 dias 15 mg/dia/cápsula x 7 dias 15 mg/dia/comprimido x 7 dias 7,5 mg/dia/cápsula x 7 dias 15 mg cápsulas x 7 dias 7,5 mg/dia/comprimidos x 7 dias

1.72 NR 0.95 0.93 1.72 1.88 2.32 2.45 0.88 1.92 1.06

NR NR 5.0 6.0 5.4 6.5 5.1 5.0 5.1 5.6 4.9

67.5 76.9 24.0 28.8 29.3 33.3 36.2 38.1 13.9 22.2 15.4

Hanft et al. (2001)

16 35.5 (22-45)

15 mg/dia/supositório x 7 dias 15 mg/dia/comprimido x 7 dias

0.92 0.76

2.0-5.0 2.0-5.0

NR NR

Todos os valores referem-se a adminitração de formulações orais, excepto quando indicado # idade média, limites em parentesis *Creatinina Clearance > 60 ml/min (3,6 l/h). ** Creatinina Clearance: 41-60 ml/min (2.5-3.6 l/h). *** Creatinina Clearance: 20-40 ml/min (1.2-2.4 l/h). AUC: Área sob a curva de concentração-tempo; Cmax: Pico de concentração plasmátia; ESRD: Doensa renal em estádio final; i.m.: injecção intramuscular durante 1 min; NR: Não registado; tmax: tempo necessário para atingir o pico plasmático de fármaco

Page 8: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

8

Após administração intramuscular, o meloxicam é rápida e completamente

absorvido com uma biodisponibilidade média absoluto de 102 % (Hanft e col., 2001).

Narjes e col. (1996) realizaram um estudo cruzado com 12 adultos sãos, aos quais

administraram 15 mg de meloxicam por via i.v., as concentrações médias 3 minutos

após administração de 2,99 ± 0,75 mg/l, foram superiores à Cmax após administração

intramuscular da mesma dose (1,62 ± 0,2 mg/ml).

Dada a rápida e completa absorção do meloxicam pelas vias de administração

intravenosa e intramuscular, estas, são uma boa alternativa à administração oral quando

se pretende uma rápida analgesia (Narjes e col., 1996)

2.1.1. Perfil de absorção dos sais de etanolamina de meloxicam, por via oral

Han e col. (2006) realizaram um estudo com o objectivo de investigar o efeito

dos sais de etanolamina sobre a dissolução e a farmacocinétiva do meloxicam in vivo.

Preparam-se sais de etanolamina e os seus perfis de dissolução foram estudados in vitro

a pH 1.2 e 6.8. Os perfis farmacocinéticos do meloxicam após administração oral do

meloxicam ou dos seus sais foi avaliado em ratos. Para pH 1.2 as taxas de dissolução do

meloxicam e dos seus sais de etanolamina foram de igual modo lentas, no entanto, para

pH 6.8, a formação de sais de etanolamina aumentou a taxa de dissolução do

meloxicam. Os sais de dietanolamina exibiram a melhor taxa de dissolução para pH 6.8.

A rápida dissolução do meloxicam através dos sais de etanolamina a pH 6.8 parece estar

relacionada com mais rápida absorção do meloxicam nos ratos. Além disso, os sais de

etanolamina mostraram tendência em aumentar o AUC (0-4) (exposição inicial),

enquanto que a AUC (0-∞) (exposição total) foi semelhante para o meloxicam e sais de

meloxicam. O estudo permite concluir que os sais de etanolamina do meloxicam,

particularmente a dietanolamina de meloxicam, facilita a rápida absorção do

meloxicam, mantendo a exposição prolongada, podendo ser útil para melhorar o início

de acção do meloxicam quando administrado por via oral.

Page 9: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

9

2.2. Distribuição

O meloxicam apresenta extensa ligação às proteínas plasmáticas (99,4 %),

essencialmente à albumina. Apresenta um volume de distribuição aparente de 10 – 15 l

em humanos (0,1-0,2 l/kg) após administração oral e um volume médio de distribuição

no estado estacionário de 0,2 l/Kg após administração intravenosa. No fluido sinovial,

as concentrações de meloxicam são cerca de 40-50 % das concentrações no plasma após

uma dose oral única e a fracção livre é 2,5 vezes superior à fracção livre de meloxicam

no plasma (Narjes e col, 1996). O meloxicam foi encontrado no fluido sinovial, logo na

primeira hora após administração, sendo a Cmax atingida ao fim de 6 horas (Lapicque e

col., 2000)

2.3. Metabolismo O meloxicam é extensamente metabolizado no fígado, via citocromo P450

(CYP) em metabolitos farmacologicamente inactivos.

Fig. 2 . Metabolismo do meloxicam (Davies e col. 1999)

Page 10: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

10

O meloxicam é excretado predominantemente na forma de metabolitos, sendo

42,9 % na urina e 47,2 % nas fezes. Apenas quantidades vestigiais de meloxicam são

encontradas na urina (0-0,2 % ao fim de 24 – 48 horas) e nas fezes (1,4 – 1,5 % ao fim

de 48 – 72 horas). A formação dos principais metabolitos de meloxicam é independente

da via de administração. (Noble e col. 1996, Davies e col, 1999, Busch e col. 1998;

Chesne e col. 1998).

A principal via metabólica do Meloxicam é a oxidação. Os principais

metabolitos do meloxicam são formado primeiro por hidroxilação e depois oxidação do

grupo 5-metil da molécula tiazolil. Em humanos estes metabolitos incluem:

- AF-UH 1 SE : 2- [[(4-hidroxi-2-metil-2H-1,2-benzo-tiazina-3-

il)carbonil]amino]-5-tiazida

- UH-AC 110 SE : Ácido S,S-dioxido 2- [[(4-hidroxi-2-metil-2H-1,2-benzo-

tiazina-3-il)carbonil]amino]-5- tiazolcarboxilico ]

A clivagem oxidativa do anel benzotiazino forma dois metabolitos oxoacéticos,

que incluem:

- DS-AC 2 SE : Ácido (5-metil-2-tiazolil) aminooxoacético

- BI-BO 8032 NA: Ácido 2-[(hidroxiacetil)amino]5-tiazolecarboxílico

Em humanos, estes quatro metabolitos distribuem-se de modo diferente pela

urina e fezes. Verificou-se que a distribuição a nível de urina era a seguinte (Gates e col.

2005):

Metabolito

% na urina

BI-BO8032NA 11 AF-UH 1 SE 18 UH-AC 110 SE 30 DS-AC 2 SE 36

O metabolito UH-AC 110 SE representa 98 % dos metabolitos fecais, sendo os

outros detectados apenas em quantidades vestigiais.

Page 11: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

11

Os estudos de metabolismo in vivo e in vitro demonstraram o mesmo padrão de

formação de metabolitos (Chesne, 1998 e Davies 1999).

Os estudos in vitro mostram que as enzimas do CYP2C9 têm um papel mais

importante no metabolismo oxidativo do meloxicam que as enzimas do CYP3A4. Estas

isoenzimas estão envolvidas no metabolismo de muitos fármacos, o que, faz prever a

possibilidade de interacções medicamentosas. Estudos em microssomas humanos, o

meloxicam mostrou ser um inibidor da hidroxilase tobutamida. O Sulfafenazole inibe o

metabolismo do meloxicam e o CYP2C9 recombinante também inibe activamente o

metabolismo do meloxicam. O Cetoconazol, inibe o CYP3A4, inibindo o metabolimo

do meloxicam. Correlação entre o metabolismo do meloxicam e a actividade da

nifedipina oxidase. Também está regeistado metabolismo do meloxicam pelo 3ª4

recombinante (Busch e col., 1998).

2.4 Eliminação

Após administração de 30 mg de meloxicam 14C-radiomarcado, a colheita de

urina contém 43% da dose administrada sendo o restante eliminado nas fezes.

Uma vez que o meloxicam é extensamente metabolizado, apenas quantidades

vestigiais de fármaco inalterado aparecem na urina e fezes.

Após administração oral e intravenosa, mais de 50 % da dose é eliminada no

primeiro dia de administração. A o fim de 7 dias a radioactividade eliminada através da

urina e das fezes foi 45,4 e 49% (da dose após administração intravenosa) e 42,9 e 47,2

% (após administração oral), respectivamente (Schmid e col., 1995 e Davies e col.

1999)

A eliminação final aparente t1/2 do plama e a eliminação final total foi 13,7 e

16,3 horas, respectivamente. A excreção total de meloxicam é completa ao fim de 6

dias. A clearance aparente após via oral do meloxiacam varia entre 0,42-0,7 l/h (Schmid

e col., 1995 e Davies e col. 1999)

Page 12: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

12

Tabela II – Propriedades farmacocinéticas do meloxicam (Gates e col. , 2005; Davies e col, 1999)

Referência Nº e tipo de

doentes Idade Dose e Condições T1/2 ββββ

(h) Vd/F (l/kg)

CL/F (l/h/kg)

Busch et al. (1991)

6 NR 30 mg p.o. após 12 horas de jejum, pequeno almoço standart ao final de 2 horas 30 mg p.o., 10 min. após o pequeno almoço standart

24.1 22.9

0.18 0.17

0.00756 0.00654

Busch et al (1995)

12 27-50 30 mg i.v. 4 g de colestiramina em 200 ml de água à noite antes do ensaio, continuando t.i.d durante 4 dias, e depois meloxicam 30 mg 1 hora antes do pequeno almoço

19.5 12.7

0.15 0.14

0.00609 0.00909

Schmid et al. (1995)

4 42 14C-Meloxicam 30 mg i.v. durante 15 min. 14C-Meloxicam 30 mg solução oral seguido de 15 ml de água

13.7 13.2

0.17 NR

0.00970 NR

Busch et al. (1996)

9 36 (26-53)

30 mg 30mg + aspirina 1g t.i.d. durante 4 dias 30 mg + cimetidina 200 mg q.i.d., no dia antes de iniciar o meloxicam e continuando durante 4 dias após o meloxicam

17.5 16.9 19.5

0.17 0.14 0.17

0.00680 0.00670 0.00670

6 38 (27-48)

30 mg com 200 ml de água 30 mg + Maalox-70® [Mg(OH)2 600 mg ou Al(OH)3

900 mg]

24.3 25.3

0.22 0.20

0.00670 0.00640

Narjes et al. (1996)

32 12

23-52 (21-53)

15 mg i.m. 10 mg i.m. 20 mg i.m. 30 mg i.m. 15 mg i.v.

18.4 22.1 16.8 16.9 15.3

NR NR NR NR NR

0.00668 0.00695 0.00585 0.00696 0.00741

Turk et al. (1996)

10, ESRD 10, controlo

26-63 15 mg 14.4 23.5

0.35 0.19

0.01700 0.00546

Todos os valores referem-se a adminitração de formulações orais, excepto quando indicado # idade média, limites em parentesis *Creatinina Clearance > 60 ml/min (3,6 l/h). ** Creatinina Clearance: 41-60 ml/min (2.5-3.6 l/h). *** Creatinina Clearance: 20-40 ml/min (1.2-2.4 l/h). AUC: Área sob a curva de concentração-tempo; Cmax: Pico de concentração plasmátia; ESRD: Doensa renal em estádio final; i.m.: injecção intramuscular durante 1 min; NR: Não registado; tmax: tempo necessário para atingir o pico plasmático de fármaco CL/F: Clearace plasmático aparente após administração oral; T1/2 β: semi-vida de eliminação, Vd/F: volume aparente de distribuição após administração oral

Page 13: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

13

Tabela II – Propriedades farmacocinéticas do meloxicam (continuação) (Gates e col. , 2005; Davies e col, 1999)

Referência Nº e tipo de

doentes Idade Dose e Condições T1/2 ββββ

(h) Vd/F (l/kg)

CL/F (l/h/kg)

Boulton-Jones et al (1997)

11, função renal normal 13, insuficiência renal suave 13, insuficiência renal suave

43 51 58

15 mg/dia x 9 dias 15 mg/dia x 9 dias 15 mg/dia x 9 dias

21.0 27.0 19.0

0.12 0.16 0.17

0.00390 0.00390 0.00626

Turk et al. (1997)

12 24 24 24 18

35 (23-47) 37 (26-50) 35 (23-50) 35 (23-50) 33 (21-47)

30 mg cápsulas 30 mg i.v. bólus 15 mg supositórios 15 mg cápsulas 15 mg/dia/supositório x 7 dias 15 mg/dia/cápsula x 7 dias 15 mg/dia/cápsula x 7 dias 15 mg/dia/comprimido x 7 dias 7,5 mg/dia/cápsula x 7 dias 15 mg cápsulas x 7 dias 7,5 mg/dia/comprimidos x 7 dias

22.0 20.0 NR NR NR NR NR NR 20.4 22.2 20.1

0.15 0.18 0.17 0.18 0.13 0.12 0.18 0.15 0.23 0.24 0.21

0.00550 0.00630 0.00860 0.00680 0.00720 0.00610 0.00580 0.00550 0.00830 0.00780 0.00740

Hanft et al. (2001)

16 35.5 (22-45)

15 mg/dia/supositório x 7 dias 15 mg/dia/comprimido x 7 dias

19.9 19.6

13.40 13.50 ml/min.

0.00740 8.49000 ml/min.

Todos os valores referem-se a adminitração de formulações orais, excepto quando indicado # idade média, limites em parentesis *Creatinina Clearance > 60 ml/min (3,6 l/h). ** Creatinina Clearance: 41-60 ml/min (2.5-3.6 l/h). *** Creatinina Clearance: 20-40 ml/min (1.2-2.4 l/h). AUC: Área sob a curva de concentração-tempo; Cmax: Pico de concentração plasmátia; ESRD: Doensa renal em estádio final; i.m.: injecção intramuscular durante 1 min; NR: Não registado; tmax: tempo necessário para atingir o pico plasmático de fármaco CL/F: Clearace plasmático aparente após administração oral; T1/2 β: semi-vida de eliminação, Vd/F: volume aparente de distribuição após administração oral

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3. Farmacocinética do meloxicam após administração tópica

A eficácia e a farmacocinético do meloxicam após administração oral e

intramuscular foram demonstrados por vários estudos clínicos estando o seu estudo bem

documentado em vários estudos de revisão, apresentados anteriormente.

Não existem muitos estudos publicados, que avaliem a eficácia e a

farmacocinética do meloxicam após administração tópica.

Gupta e col. (2002) realizaram um estudo com o objectivo de avaliar a

actividade analgésica e anti-inflamatória de uma formulação em gel de meloxicam (1%

p/p gel) por comparação com gel de piroxicam 0.5% p/p e diclofenac de sódio 1% p/p

em modelos animais. Este estudo permitiu também determinar o perfil farmacocinético

do gel de meloxicam em ratos depilados. O gel de meloxicam demonstrou protecção

significativa na dor de fase II induzida por formalin, no entanto, na dor por contorções e

na dor de fase I induzida por formalin mostrou menor actividade que o piroxsicam e o

diclofenac de sódio. Os estudos farmacocinéticos mostraram um Cmax de 48.48 ±6.57

µg/ml para um tmax de 2 h, após aplicação de uma formulação de gel de 500 mg. A

AUC (0-6 h) foi de 114.18 ± 4.23 e a AUC (0 - infinito) foi de 194.13 ± 3.78 µg x

h/ml. Estes resultados indicam que as preparações tópicas de meloxicam podem ser uma

alternativa eficaz aos geles de piroxicam e diclofenac com possibilidade de menos

efeitos secundários sistémicos.

4. Farmacocinética em grupos especiais e implicações

terapêuticas

4.1. Pediátrico

A farmacocinética do meloxicam em suspensão foi estudada em 18 crianças (2-

16 anos de idade) com artrite reumatóide juvenil. Após administração de uma dose

única de meloxicam 0,25 mg/kg, o Vd e a clearance foram superiores nos grupos mais

jovens (2-6 anos), enquanto que, o tempo de semi-vida foi semelhante t1/2 foi

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semelhante em ambos os grupos. Contudo, no estudo não é possível demonstrar a

equivalência entre os grupos etários ou estabelecer à priori uma diferença assumida

(Burgos-Vargas, 2004).

Na tabela II estão sumariados os parâmetros farmacocinéticos por grupos etários.

4.2. Insuficiência hepática

As concentrações plasmáticas e a ligação proteica do meloxicam demonstraram

que as diferenças entre os indivíduos com fraca a moderada insuficiência hepática e os

indivíduos sãos não são significativas. Não foram encontrados estudos adequados em

doentes com insuficiência hepática grave. (Boehring Ingelheim 2004).

4.3. Insuficiência renal

A farmacocinética do meloxicam foi investigada em doentes com insuficiência

renal suave a moderada (clearance de creatinina > 15 ml/min.) (Turck, 1996, Boulton-

Jones, 1997; Bevis, 1996). Nestes doentes, a clearance total de meloxicam aumentou e

os valores de AUC foram semelhantes). Não houve acumulação de fármaco após

administração oral de 15 mg de meloxicam. Uma vez que não há estudos em indivíduos

com insuficiência renal grave, a utilização de meloxicam em doentes com insuficiência

renal grave pode não estar recomendada (Boehring Ingelheim 2004, Bevis e col., 1996).

4.4. Hemodiálise

A Cmax livre no plasma foi superior em doentes com falha renal em hemodiálise

crónica (1% da fracção livre) após administração de dose única de meloxicam. Contudo,

a concentração total de fármaco no plasma não é diminuída por hemodiálise e o

meloxicam não é dialisável, assim, não são necessárias doses adicionais de fármaco nos

doentes hemodialisados (Boehring Ingelheim 2004, Turck e col.,1996).

Page 16: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

16

4.5. Idosos

O perfil farmacocinético do meloxicam em homens idosos (mais de 65 anos) é

semelhante ao de homens jovens; contudo, a AUC no estado estacionário e o Cmax em

mulheres idosas (mais de 65 anos) é superior ao Cmax em mulheres mais jovens (menos

de 55 anos), após normalização do peso corporal (47 e 32%, respectivamente)

(Boehring Ingelheim 2004).

5. Interacções medicamentosas

Existe pouca informação acerca dos efeitos de outros fármacos sobre a

farmacocinética do meloxicam. Os estudos têm sido realizados em voluntários sãos

durante períodos de tempo pequenos. A tabela III sumaria as possíveis interacção entre

alguns fármacos e o meloxicam.

Tabela III . Potenciais interacções medicamentosas com o meloxicam (Gates,

2005) Fármaco

Interacção com o meloxicam

Antiácidos Não Cimetidina Não Aspirina Sem significado clínico Digoxina Não Metotrexato Não Diuréticos (Furosemida) Não Varfarina Sem signicado clínico ACEIs Diminui a eficácia dos ACEIs Colestiramina Diminui a AUC do meloxicam (35%)

Reduz o t1/2 do meloxicam (12,5 h) Lítio Aumenta a AUC do lítio (21%) Tolbutamida CYP2C9 Sulfenazol CYP2C9 Dextrometorfano Reduz a actividade do dextrometorfano Sulfafenazol + Cetoconazol Reduz o metabolismo do meloxicam 93% ACEI: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; AUC: área sob a curva de concentraçaõ; CYP: enzima citocromo P450; t1/2: semi-vida

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Alguns estudos indicam que o uso do meloxicam com a cimetidina ou os

antiácidos não altera de modo significativo o perfil farmacocinético do meloxicam

incluindo tmax., Cmax, e AUC (Gates, 2005).

A administração com aspirina 4g/dia aumentou o Cmax em cerca de 25% e AUC

em cerca de 10 %. A administração de 15 mg de meloxicam 2 horas antes da

administração de 100 mg de aspirina não afectou o efeito antiplaquetar da aspirina em

16 voluntários sãos. Não foram registados a vigilância de efeitos secundários graves.

(Busch e col., 1996; Ryn e col., 2004).

A utilização de meloxicam e β-acetil-digoxina em voluntários sãos durante 8

dias reduziu de forma insignificante o tempo de semi-vida da digoxina em cerca de 12

% , mas não alterou a concentração no estado estacionário e os valores de AUC da

digoxina (Degner e col., 1995). Contudo, não foi realizado nenhum estudo em

insuficientes renais com doença cardíaca (Gates e col., 2005).

Não houve diferença entre o perfil farmacocinético de 16 doentes aos quais se

administrou 15 mg de metotrexato i.v. antes e após 7 doses de meloxicam 15mg / dia

p.o. (Hubner e col.,1997).

Os AINEs podem aumentar o efeito dos anticoagulantes orais, tais como a

varfarina, por deslocarem a sua ligação às proteínas plasmáticas ou alterarem o seu

metabolismo. No entanto, um estudo de curto prazo com voluntários sãos mostrou não

haver interacção entre a varfarina e o meloxicam. O tempo de protrombina não

aumentou significativamente com o uso concomitante do meloxicam e varfarina durante

7 dias. A ligação da varfarina às proteínas também não foi afectada pelo meloxicam.

Além disso, o meloxicam não alterou os parâmetros farmacocinéticos da R-vrfarina e

aumentou ligeiramente a concentração plasmática e a AUC da S-varfarina em 11 %,

porque quer a S-varfarina, quer o meloxicam são metabolizados pelo CYP450.

Contudo, o tempo de protrombina deve ser monitorizado nos doentes que tomam

varfarina e meloxicam. (Davies e col, 1999)

Têm sido registadas interacções entre os AINEs e alguns antihipertensores com

diminuição da eficácia destes últimos, incluindo diuréticos e inibidores da enzima de

conversão da angiotensina. No entanto, não houve alterações farmacocinéticas quer do

meloxicam quer da furosemida, em 15 voluntários que tomaram estes dois fármacos

durante 3 dias (Gates e col., 2005). O meloxicam com um tempo de semi-vida de de 13-

Page 18: Farmacocinética do Meloxicam2006ROQUE

18

20 horas não teve tempo para atingir o estado estacionário durante este período. Num

estudo cruzado com 19 doentes com insuficiência cardíaca congestiva , o Cmax e

eliminação urinária da furosemida aumentaram significativamente quando administrada

com o meloxicam durante 7 dias (Muller e col., 1997). Contudo, tal como acontece com

os outros AINEs a administração de meloxicam a doentes que tomam inibidores da

enzima de conversão da angiotensina, pode diminuir o seu efeito hipotensivo (Boehring

Ingelheim 2004, Bevis e col., 1996).

O meloxicam também pode interactuar com a colestiramina e o litium , do

mesmo modo que os outros AINEs. Num estudo com 20 voluntários sãos do sexo

masculino, aos quais se administrou 15 mg de meloxicam i.v. antes e após

administração oral de colestiramina 3 vezes ao dia , verificou-se que a colestiramina

aumentou o clearance do meloxicam para 50 e reduziu o seu tempo de semi-vida de

19,5 para 12,7 h, diminuiu o seu tempo de residência de 40 % , mas não alterou o seu

Vd, sugerindo que o meloxicam provavelmente sofre recirculação no tracto

gastrointestinal (Busch e col., 1995)

Os níveis de lítio também foram aumentados em doentes que tomavam

meloxicam. Assim, os níveis de lítio deverão ser aumentados em doentes que tomem

estes fármacos. (Boehring Ingelheim 2004)

O CYP2C9 e -3A4 convertem o meloxicam em metabolitos inactivos. Deste

modo podem ocorrer interações medicamentosas entre o meloxicam e outros fármacos

que também são metabolizados pelas mesmas isoenzimas. Estudos in vitro indicam que

o meloxicam inibe a actividade da hidroxilase tolbutamida (CYP2C9) e nifedipina

(CYP3A4). O metabolismo do meloxicam foi inibido pelo sulfafenazol (CYP2C9) e

pelo cetoconazol (CYP3A4). Assim, será prudente aumentar a vigilância clínica quando

o meloxicam é administrado em conjunto com outros fármacos que são substractos ou

inibidores das isoenzimas CYP2C9 e -3A4.

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6. Conclusões

O meloxicam é bem absorvido após administração oral apresentando, uma

biodisponibilidade absoluta de 89 % que não é muito afectada pela ingestão de

alimentos. Atinge as concentrações plasmáticas máximas 9-11 horas após administração

de 30 mg e e 2.5 - 7 horas após administração de 15 mg. Liga-se fortemente às proteínas

plasmátcas (99,5 %) e apresenta uma farmacocinética linear com tempo de semi-vida 20

– 24 horas. Durante a distribuição o meloxicam penetra rapidamente no fluido sinovial

atingindo concentrações elevadas.

O perfil farmacocinético do meloxicam permite a sua administração uma vez ao

dia o que é um factor benéfico que contribui para a adesão do doente à terapêutica,

muito importante no tratamento das doenças reumáticas crónicas.

Nas situações em que é importante o alívio rápido da dor e da inflamação,

nomeadamente nas artropatias agudas, pode recorrer-se à administração intramuscular,

uma vez que por esta via o meloxicam é rapidamente absorvido, atingindo a

concentração máxima ao fim do 1,5 h e a biodisponibilidade absoluta é de 100%.

Nos doentes idosos e nos doentes que sofrem de doença renal ou doença

hepática, o perfil farmacocinético de meloxicam não é muito alterado. No entanto, e,

uma que estes doentes são muitas vezes doentes polimedicados, sempre que se

administra medicamentos a estes grupos de doentes deve-se estar sob vigilância.

A informação sobre as interacções medicamentosas entre o meloxicam e outros

fármacos é limitada, no entanto, uma vez que o meloxicam é extensamente

metabolizado a nível hepático e a sua eliminação ocorre pelo sistema biliar e renal,

deverá vigiar-se a administração concomitante de fármacos que são metabolizados

pelos mesmo sistema microssomial hepático.

Concluindo, o meloxicam é um fármaco analgésico anti-inflamatório não

esteroide, cujo perfil farmacocinético permite a sua utilização no tratamento da dor e

inflamação e outras afecções musculo-esqueléticas.

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