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UNIVERSIDADE DE MARÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINARIA Renan Regazzo Gimenez Relatorio Marília

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UNIVERSIDADE DE MARÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE MEDICINA VETERINARIA

Renan Regazzo Gimenez

Relatorio

Marília 2010

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UNIVERSIDADE DE MARÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE MEDICINA VETERINARIA

Renan Regazzo Gimenez

Relatorio Relatório referente a estagio realizado no setor de bovinocultura de leite

Marília 2010

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O estagio realizado no setor de bovinocultura de leite, leiteria da Fazenda experimental Marcelo Mesquita Serva, UNIMAR, no periodo de 14 de agosto de 2009 a 27 de novembro de 2009, nas sextas feiras das 13:30 as 17:00 horas.

Durante este estagio, tivemos a oportunidade de acompanhar praticas de manejo em geral, como:

-Tratamento e profilaxia de mastite;

-Vacinação contra Febre aftosa;

-Vermifugação;

-Inseminação Artificial;

-Manejos em Geral.

Tratamento e profilaxia de mastite

Profilaxia

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Além da higiene, o fundamental para se evitar uma transmissão de mastite é a ordenha de vacas infectadas, por última ou então serem retiradas do rebanho para tratamento, principalmente em casos de mastites causadas por Mycoplasma spp ou Staphylococcus aureus, que exigem tratamentos isolados e específicos.Na época da reposição do plantel, as fêmeas adquiridas de outras fazendas devem ser consideradas como fontes em potencial de contaminação, pois não se conhece o estado de sanidade desses animais e nem o nível higiênico dos locais onde foram ordenhados.Nesses casos recomenda-se um período de espera para introdução dessas fêmeas no plantel e proceder a todos os exames necessários para detecção de uma possível fonte de infecção que possa existir.Nas novilhas, a prevenção deve ser permanente e criteriosa, principalmente com o objetivo de evitar-se novas infecções, utilizando-se práticas de manejo básicas tais como:

Controle da mosca-do-estábulo e doméstica por serem excelentes veiculadoras de patógenos

Uso de instalações individuais Separação das novilhas prenhes das vacas secas e outras medidas de

higiene possíveisEm novilhas com idade de cobertura e prenhes, a prevenção é

feita utilizando-se uma infusão intramamária, com produtos indicados para vacas secas durante a prenhez, 2 a 3 meses antes do parto.Uma nutrição inadequada, com uma dieta desbalanceada, pode tornar as vacas mais suscetíveis a uma infecção da glândula mamária.

Suplementações alimentares com dietas ricas em vitaminas como A, E e C e microelementos como cobre e selênio, são excelentes como fontes complementares alimentares, em função das forragens que sofrem processamento e armazenamento, serem pobres desses nutrientes, principalmente de vitaminas.Outras medidas preventivas básicas para evitar a exposição dos tetos aos microorganismos e que ajudam a controlar as mastites, podem ser adotadas como:

Evitar que as vacas se aglomerem em um mesmo local em locais específicos dos piquetes ou em pastagens

Utilizar se possível sombreamento móvel, evitando o acúmulo de fezes em um mesmo local, onde as vacas costumam proteger-se do sol, quando em dias de muito calor

Em piquetes com aguadas e lagoas, cercar bem evitando que as vacas defequem e urinem nestes locais fazendo lama e contaminando a água

Manter os animais em piquetes limpos e secos, sem sujidades, evitando que os animais se sujem de barro

Nos sistemas de confinamento intensivo, é necessária a limpeza constante do local

O tipo de cama e piso é fundamental para uma maior prevenção não só de mastite como também de outras patogenias.O fornecimento de fontes nutricionais são importantes pela influência direta na

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criação de um ambiente de resistência ao aparecimento de uma infecção mamária, exercendo efeito na estimulação dos mecanismos de defesa das vacas, garantindo-lhes uma boa imunidade contra as bactérias.Existem algumas vacinas que auxiliam no controle de mastites, através da prevenção de novas infecções, principalmente causadas por agentes ambientais.O efeito das vacinas contra as mastites é determinado contra um grupo de microorganismos isolados ou grupos, em que temos alguns exemplos desses efeitos como:

Vacinas feitas com uma cepa mutante da Escherichia coli J5, que sofreu uma modificação em sua estrutura, tem uma cepa antigênica única, porém com aumento de uma imunidade frente a outras cepas de bactérias Gram -

A vacinação de vacas contra a Escherichia coli J5 durante o período seco e no parto levam a uma redução da incidência e a severidade da mastite clínica durante a lactação subsequente, determinada por coliformes

Vacinas experimentais desenvolvidas com cepas do Staphylococcus aureus, têm sugerido que novilhas leiteiras vacinadas estão se tornando imunes contra este microorganismo

Finalizando, a profilaxia é o melhor meio para prevenir as mastites, muito mais importante que os tratamentos, pois é através da prevenção que os danos causados pelas infecções mamárias são minimizadas e se alcança uma melhor produtividade leiteira.

Tratamento

As mastites são altamente contagiosas, com um índice baixo de cura espontânea, sendo importantíssima a interferência no desenvolvimento da doença, pelo uso de antimicrobianos de amplo espectro - sistêmicos ou de uso local e com total eficácia contra os principais microorganismos causadores da infecção mamária.Um processo terapêutico contra as mastites deve ser sempre acompanhado por um Médico Veterinário que tenha conhecimento de produtos específicos para cada período (como tratamentos de vacas secas e em lactação), de práticas de higiene e manejo, bem como de processos de ordenha (limpeza de salas de ordenha, equipamentos, ordenhador etc.).A terapia mais indicada no controle das mastites é a infusão intramamária de um antibiótico, acompanhada pelo esgotamento freqüente e total do quarto infectado, podendo utilizar-se a ocitocina como coadjuvante.O tratamento de uma mastite subclínica durante a lactação é indicado somente naqueles casos em que o produtor se sinta ameaçado de uma possível perda do mercado, devido à alta porcentagem de vacas infectadas.Quanto à mastite subclínica, cujos sintomas e sinais não são muito aparentes, a terapia tem que ser feita de uma maneira criteriosa para redução do quadro clínico e eliminação de contaminação em outros

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animais.A maneira ideal de atacar e controlar a mastite subclínica é através da correta secagem das vacas e o uso de antibióticos próprios para este período, pois eles curam e previnem as infecções entre a secagem e o parto.Nas infecções crônicas, principalmente as causadas por Staphylococcus aureus, o uso de uma antibioticoterapia sistêmica e intramamária combinadas, aumentam as chances de um sucesso terapêutico, principalmente se esta for feita com antibióticos específicos, de largo espectro e que tenham uma duração longa, com alta biodisponibilidade sanguínea.O importante é que a antibioticoterapia permita a eliminação de todos os microorganismos envolvidos.Em certos casos de mastite crônica deve-se avaliar a possibilidade de eliminar o animal do plantel para que não sirva como fonte de contaminação para outros animais.Durante o tratamento com produtos de uso intramamário deve-se tomar muito cuidado com o tamanho da cânula que será utilizada.Cânulas de bico muito longo podem causar lesões no tecido intramamário , como as cânulas tradicionais (comprimento de 2 a 3 cm), ou quando os tratamentos convencionais, com introdução da cânula mais profundamente, resultam em uma dilatação temporária do canal do teto, muito além do diâmetro normal (que é de 0,40 a 1,63 mm).Com esta ação mecânica traumatiza-se o canal do teto, destruindo a camada de queratina protetora.O procedimento terapêutico correto para vacas secasé o tratamento de todos os quartos de todas as vacas do plantel, depois da última ordenha e lactação, sendo uma medida muito segura na prevenção das mastites, pois dispensa o uso de um diagnóstico e exames laboratoriais para detecção de uma infecção.Os principais antimicrobianos sistêmicos e de uso local utilizados para tratamento das mastites, isoladamente ou associados com Antiinflamatórios não hormonais e hormonais, são as Benzilpenicilinas, Estreptomicinas, Bacitracina de Zinco, Tetraciclinas, Sulfas, Quinolonas e Cefalosporinas.

Febre Aftosa A Febre aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca a todos os animais de casco fendido, principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos, e muito menos os carnívoros, mamíferos; os animais solípedes são resistentes. Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima, etc., porém há diferenças de suscetividade de espécie. A doença é produzida pelo menos por seis tipos de vírus, classificados como A,O,C,SAT-1,SAT-2 e SAT-3, sendo que os três últimos foram isolados na

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África e os demais apresentam ampla disseminação. Não há transmissores de aftosa, o vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser sensível ao calor e a luz.   A imunidade contra um deles não protege contra os outros. Além disso, constataram-se alguns subtipos dos vírus citados, com a particularidade de que uns causam ataques mais graves que outros e alguns se propagam mais facilmente. Esta complexidade, apresenta um aspecto muito desfavorável, pois um animal atacado por um tipo de vírus, embora ofereça resistência ao mesmo, é ainda suscetível aos outros tipos e subtipos.

PREJUÍZOS CAUSADOS - A gravidade da aftosa não decorre das mortes que ocasiona, mas principalmente dos prejuízos econômicos, atingindo todos os pecuaristas, desde os pequenos até os grandes produtores. Causa em conseqüência da febre e da perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte, principalmente os animais jovens; As propriedades que têm animais doentes são interditadas; A exportação da carne e dos produtos derivados torna-se difícil; Provoca aborto e infertilidade; Os animais doentes podem adquirir com maior facilidade outras doenças, devido à sua fraqueza.

TRANSMISSÃO - A febre aftosa é uma doença extremamente infecciosa. O Vírus se isola em grandes concentrações no líquido das vesículas que se formam na mucosa da língua e nos tecidos moles em torno das unhas. O sangue contém grandes quantidades de vírus durante as fases iniciais da enfermidade, quando o animal é muito contagioso.

Quando as vesículas arrebentam, o vírus passa à saliva e com a baba infecta os alojamentos, os pastos e as estradas onde passa o animal doente. Resiste durante meses em carcaças congeladas, principalmente na medula óssea. Dura muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada. Persiste por tempo prolongado na farinha de ossos, nos couros e nos fardos de feno.

Outras vezes o contágio é indireto e, nesse caso, o vírus é transportado através de alimentos, água, ar e pássaros. Também as pessoas que cuidam dos animais doentes levam em suas mãos, na roupa ou nos calçados, o vírus, o qual é capaz de contaminar animais sadios. Nos animais infectados naturalmente, o período de incubação, varia de dezoito horas e três semanas.

SINTOMAS - A elevação da temperatura e a diminuição do apetite são os primeiros indícios da infecção. O vírus ataca a boca, língua, estômago, intestinos, pele em torno das unhas e na coroa. No inicio, febre com papulas que se transformam em pústulas, em vesículas, que se rompem e dão aftas na língua, lábios, gengivas e entre os cascos, o animal baba muito e tem dificuldade de se alimentar. Devido às lesões entre os cascos, o animal tem dificuldade de se locomover. Nos dois primeiros dias a infecção progride pelo sangue produzindo febre; depois aparecem as vesículas na boca e no pé. Também surgem nas tetas. Então a febre desaparece, porém, a produção de leite cai e a manqueira aparece, bem como a mamite com todas as suas graves conseqüências.

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As vesículas se rompem e libertam um líquido transparente ou turvo; aftas,  que aparecem após 24 a 48 horas, resultantes são dolorosas e podem sofre infecção secundária. A secreção de saliva aumenta e fios de baba começam a cair da boca. O animal mastiga produzindo ruído caracterizado, ao abrir a boca, chamado "beijo da aftosa". Nos ovinos e caprinos, as lesões das patas são características, enquanto que as da boca podem ser pequenas e passarem desapercebidas. Os surtos de aftosa surgem repentinamente e com muita freqüência; todos os animais suscetíveis do rebanho apresentam os sintomas praticamente ao mesmo tempo. A intensidade da doença é muito variável. Na forma leve, as perdas podem alcançar uns 3%, enquanto que nas graves alcançam 30 a 50%, porém, em média, a mortalidade é baixa nos adultos e elevada nos jovens , principalmente os em aleitamento, porque as mães não os deixam mamar. Os animais que sobrevivem, se recuperam dentro de vinte duas porém, às vezes, a recuperação é bastante demorada; alguns animais com lesões cardíacas são irrecuperáveis, bem como as perdas de tetas.

PROFILAXIA E CUIDADOS -

Nos países livres de febre aftosa o método geralmente empregado consiste no sacrifício dos animais doentes e suspeitos, destruição dos cadáveres e indenização dos proprietários.

Vacinação regular do gado de 6 em 6 meses a partir do 3º mês de idade ou quando o Médico Veterinário recomendar.

Os animais que receberam a primeira dose de vacina, deverão ser revacinados 90 dias após a primeira vacinação.

Suspeitando da existência da doença em sua propriedade ou na de vizinhos, avise imediatamente o Médico Veterinário.

Confirmada a doença, isole os animais doentes, proíba a entrada e saída de veículos, pessoas e animais, instale pedilúvios com desinfetantes e siga as orientações do Médico Veterinário.

Quando comprar animais, exija que os mesmos estejam vacinados. Só faça o transporte com atestado de vacinação. As vacas prenhes devem ser vacinadas a fim de que elas possam

proteger o bezerro através do colostro. A vacinação não causa aborto nos animais. Cuidados especiais devem

ser tomados no manejo das vacas prenhes, pois é o mau manejo que poderá causar aborto e nunca a vacina.

Exija sempre que o revendedor acondicione bem e faça o transporte correto das vacinas.

Animais vindos de outras propriedades devem ser isolados, vacinados e observados por um período mínimo de 15 dias, antes de serem misturados com os outros animais da propriedade.

Nos recintos de exposições, feiras e remates, devem ser adotadas rígidas medidas de higiene e desinfecção, e se a situação exigir, as autoridades sanitárias podem suspender os referidos eventos.

É muito importante o pecuarista conhecer bem a Febre Aftosa, para que ao aparecer a doença em animais de seu rebanho, ele esteja capacitado para adotar medidas sanitárias, visando ao seu controle.

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Siga corretamente as orientações do Médico Veterinário. É importante o contato freqüente com o Médico Veterinário, o qual estará sempre pronto a prestar os esclarecimentos necessários.

VACINAÇÃO - No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a vacinação de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. A vacinação contra a Febre Aftosa no Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de MARÇO E SETEMBRO. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores.

CUIDADOS COM A VACINA - Antes da aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante e alguns cuidados devem ser rigorosamente observados, tais como:

Conservação Adequada das Vacinas; As vacinas devem ser conservadas na temperatura entre 2 e 6 graus

centígrados, em geladeiras domésticas ou em caixas térmicas com gelo; É muito importante a conservação, pois tanto o congelamento quanto o

calor inutilizam a eficiência da vacina; O transporte das vacinas do revendedor até a propriedade deve ser

sempre feito em caixas térmicas com gelo; A dose a ser aplicada em cada animal deve ser aquela indicada no

rótulo da vacina. Uma dosagem menor do que a indicada pelo fabricante não vai oferecer aos animais a proteção desejada;

Não devem ser utilizadas agulhas muito grossas, pois a vacina pode escorrer pelo orifício deixado no couro do animal pela agulha e em conseqüência, diminuir a quantidade de vacina aplicada;

A vacina deve ser aplicada embaixo da pele; Os animais sadios deverão ser sempre vacinados, pois os doentes ou

mal-alimentados, não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é conveniente procurar orientação com o Médico Veterinário.

Os efeitos da vacina somente aparecem depois de 14 a 21 dias de sua aplicação. Se os animais apresentarem a doença antes desse prazo, é sinal que já estavam com a doença quando foram vacinados, mas ainda não tinham manifestado seus sintomas.

TRATAMENTO - Em casos especiais pode ser empregado o soro de animais hiper-imunizados. São úteis as seguintes medidas coadjuvantes:

1. desinfecção dos alojamentos com soda cáustica a 4% no leite de cal de caiação;

2. fervura ou pasteurização do leite destinado à alimentação animal ou humana;

3. uso de pedilúvios na entrada dos currais e estábulos; 4. alojamentos limpos e ventilados; 5. fornecimento aos animais de alimentos de fácil mastigação;

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6. lavagem da boca com soluções adstringentes e anti-sépticas; 7. tratamento das feridas dos cascos e das tetas; 8. administração de tônicos cardíacos, em certos casos de muita

fraqueza.

VermifugaçãoA pecuária de corte cada dia mais depende de bom desempenho de produção e para que isso aconteça é preciso que haja boas praticas de manejo/ alimentação, animais de superioridade genética e sanidade no rebanho. A sanidade animal é afetada por inúmeros agentes de doença que podem acometer os bovinos, destacando parasitas internos e externos. Inúmeras espécies de parasitas internos podem ser encontradas habitando o aparelho digestivo e respiratório dos bovinos, e por diferentes mecanismos podem causar transtornos ao bom funcionamento dos órgãos envolvidos, causando então em bovinos um pior desenvolvimento, sendo estas muitas vezes despercebidas pelos produtores rurais, pois, em muitos casos estas são sub-clinica.

Os bovinos podem se infectar pela ingestão oral da larva L3, através da pastagem e servirem de hospedeiro de varias espécies de parasitas sendo estas alojadas no pulmão ou trato digestivo, podem também ser transmitidas pela pele ou ingestão do colostro. O ciclo dos parasitas internos são caracterizados pela eliminação de milhares de ovos através da fezes e que em contato com o meio ambiente há a eclosão dos ovos surgindo então a larva L1, que evolui para a forma infectante L3. Estas por sua vez invadem a os órgãos de predileção se desenvolvem em vermes adultos iniciando a ovoposição após a copula.

Vários fatores vão interferir no desenvolvimento do parasita causando então diversas formas e grau de prejuízo ao animal. Entre os fatores podemos citar: idade, raça e estado nutricional do animal, estado fisiológico, intensidade da carga parasitaria, espécie de parasita envolvido, condições climáticas, vegetações.

IdadeOs animais jovens são mais sensíveis que os adultos, mas em bezerros de corte os bezerros embora constituam uma categoria de animais sensíveis, correm menos riscos, pois recebe proteção através do colostro, aliado a baixa ingestão de forragem.

RaçaOs animais de origem européia e os cruzados destas apresentam maior susceptibilidade aos animais de raças zebuínas.

Estado nutricionalOs animais bem nutridos suportam melhores os efeitos das verminoses.

Estado fisiológicoNo final e inicio da lactação os animas se tornam mais susceptíveis aos efeitos dos vermes.

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Intensidade da carga parasitaria e espécie envolvidaQuanto maior for a carga de parasitas maiores serão os efeitos, dependendo também das espécies envolvidas.

Condições climáticas e vegetaçãoNos períodos quentes e chuvosos há uma maior predisposição para o desenvolvimento dos parasitas em sua forma livre aumentando então os riscos de contaminação, podendo também variar de acordo com a densidade da pastagem que quando muito densa impedem a dessecação solar e criam microclimas para o desenvolvimento do parasitas.

A parasitemia do animal vai depender então da soma de todos os fatores citados acima, podendo causar casos clínico e subclinico. Nos casos clínicos encontramos animais com diarréia, mucosas pálidas, perda de apetite, pelos secos e sem brilho, edema de barbela, emagrecimento, e muitas vezes a morte. Já nos casos sub-clinico que pode chegar até 98% dos casos de verminoses encontramos diminuição no ganho de peso, retardo nas atividades reprodutivas e retardo no crescimento.Muitas vezes estes sinais não são detectados na propriedade causando então perdas difíceis de serem mensuradas.

Com isso diversas pesquisas foram realizadas, chegando então a um controle estratégico, sendo este um método que apresenta melhor custo beneficio tratando as categorias de animais em períodos de maior eficiência.

O controle estratégico é realizado no período da seca, pois, é o período onde 95% dos parasitas são encontrados dentro dos animais e apenas 5% estão nas pastagens, ao contrario do período chuvoso. No centro-oeste do país, podemos considerar então que o melhor período de tratamento dos animais são os meses 5, 7 e 9. As categorias a serem vermifugadas e períodos a serem usados são mostradas abaixo.

Categoria do animal  Prejuízo Dosificações

Bezerro até desmama Baixo Depende de manejo

Desmama até engorda  

Alto Maio, Junho e Julho

Bois de Engorda   BaixoOutubro ou Novembro

Vacas  Baixo Julho ou Agosto

Biachin (1997)

Como é mostrado no quadro acima, só os animais que apresentam prejuízos altos, devem receber o controle estratégico de três dosificações. Sendo que o bezerro só é indicado o uso de vermifugação na desmama, pois antes disto estes se alimentam de pouca pastagem e recebem uma proteção passiva, e para que esta seja efetiva deve-se

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vermifugar as vacas um mês antes de parirem, que normalmente acontece no Centro-Oeste nos meses de Julho ou Agosto. Já para a categoria de bois é viável que estes sejam vermifugados na entrada dos pastos que serão terminados que acontece normalmente em Outubro ou Novembro.

Inseminação Artificial

Entende-se por inseminação artificial a deposição mecânica do sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea. É preciso que fique claro que o homem apenas deposita o sêmen no aparelho reprodutivo da fêmea; a fecundação, ou seja, a união do espermatozóide com o óvulo e a formação de um novo ser ocorrem naturalmente, sem a interferência do homem.

VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

• Melhoramento Genético

o Melhoramento do rebanho em menor tempo e a um baixo custo através da utilização de sêmen de reprodutores comprovadamente provados superiores para a produção de leite e carne.

• Controle de doenças

o Pela monta natural, freqüentemente o touro pode transmitir às vacas algumas doenças e vice-versa, o que pelo processo da inseminação artificial não ocorre quando o sêmen é adquirido de empresas idôneas.

• Cruzamento entre raças

o A inseminação artificial permite ao criador cruzar suas fêmeas zebuinas com touros taurinos e vice-versa, o que muitas vezes é dificultado na monta natural pela baixa resistência dos touros europeus a um ambiente desfavorável.

• Prevenção de acidentes com a vaca

o Muitos acidentes podem ocorrer durante a cobertura de uma vaca por um touro muito pesado.

• Prevenção de acidentes com o funcionário

o A inseminação artificial evita acidentes com o pessoal, que são comuns quando se trabalha com animais de temperamento agressivo.

• Uso de touros incapacitados para monta

o Touros com problemas adquiridos e impossibilitados de efetuarem a monta, em razão de idade avançada, afecções nos cascos,fraturas, aderência de pênis, artroses, e outros impedimentos, poderão ser utilizados na inseminação artificial.

• Aumento do número de descendentes de um reprodutor

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o Sabe-se que um touro cobre anualmente, a campo, cerca de 30 vacas. Em regime de monta controlada pode servir a um máximo de 100 fêmeas, anualmente. Isso significa que, considerando 4 anos a vida reprodutiva de um touro, teremos um total de 120 a 400 filhos por animal, durante sua vida útil. Com a inseminação esse número é extraordinariamente aumentado, podendo um reprodutor ter mais de 100.000 filhos. Assim, fica fácil entender como a inseminação favorece o melhoramento do rebanho, pois esses touros superiores estão sendo usados em vários rebanhos, no país e mesmo no exterior com grande número de filhos nascidos.

• Controle zootécnico do rebanho

o Através da IA e utilização de fichas de controle é possível a obtenção de dados precisos de fecundação e parto, facilitando a seleção dos melhores animais do rebanho.

• Padronização do rebanho

o Utilizando-se poucos reprodutores em um grande número de vacas obtém-se homogeneidade dos lotes.

• Uso de touros após a morte

o Com a possibilidade de congelamento e estocagem do sêmen é possível utilizar-se o sêmen de reprodutores após seu falecimento.

• Redução da dificuldade em partos

o Através da utilização de touros que facilitem o parto reduz-se os problemas principalmente em novilhas.

MATERIAIS NECESSÁRIOS

• Botijão com nitrogênio líquido

• Sêmen

• Luvas descartáveis

• Bainhas descartáveis

• Aplicador

• Termômetro

• Cortador de palhetas

• Pinça

• Tesoura

• Papel toalha ou higiênico

• Garrafa térmica

• Recipiente para descongelação de sêmen ou descongelador eletrônico

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DETECÇÃO DO CIO

Antes de se realizar a inseminação artificial propriamente dita, o inseminador deverá fazer o reconhecimento do cio da vaca.Uma correta observação do cio é fundamental para o sucesso da inseminação.Em geral recomenda-se 2 ou mais observações diárias. Uma no início da manhã e outra no final da tarde, durante no mínimo 60 minutos cada.As vacas que estiverem no cio devem ser separadas, ou ter sua identificação anotada para posterior inseminação.O cio é o período em que a fêmea fica parada enquanto outro animal salta sobre ela.Outros sinais são percebidos durante o cio, como inquietação, cauda erguida, urina constantemente, vulva inchada e brilhante, muco cristalino e transparente, perda de apetite, entre outros. Vale ressaltar que apenas a aceitação da monta garante que a fêmea está no cio.O cio da vaca tem uma duração de 10 a 18 horas e um intervalo médio de 21 dias.O pré cio dura de 4 a 10 horas. Neste período a vaca apresenta todos os sintomas mencionados anteriormente, com a diferença que não aceita a monta.Para melhor detecção do cio, pode-se utilizar rufiões com ou sem bucal marcador. O bucal de tinta preso ao pescoço do rufião tinge o lombo das fêmeas que estiverem aceitando a monta, auxiliando na detecção do cio.Pode-se utilizar dois tipos de rufiões: os machos e as fêmeas androgenizadas.Os rufiões machos passam por uma cirurgia para evitar a penetração e a ejaculação durante a monta. Vários tipos de cirurgias são adotadas. Consulte um veterinário para orienta-lo sobre a melhor opção na sua propriedade.Para obtenção de vacas androgenizadas é feito um tratamento com aplicações de testosterona.Geralmente são escolhidas novilhas mais masculinizadas e de preferência do mesmo lote das vacas. Esta vaca terá um comportamento semelhante ao do macho.A proporção de rufiões utilizados é de, em méida, um animal para cada 30 vacas.

HORÁRIO DE INSEMINAÇÃO

O momento ideal de inseminar é no final do cio, quando a probabilidade de fecundação é maior devido a alta fertilidade da vaca.Um método prático e com ótimos resultados é o proposto por Trimberger:Vacas e cio pela manhã deverão ser inseminadas na tarde do mesmo dia; vacas observada em cio a tarde devem ser inseminadas no início da manhã seguinte.

SEQUÊNCIA DA INSEMINAÇÃO

• Antes de iniciar a inseminação, examine atentamente a ficha do animal, e verifique as últimas ocorrências. Em caso de qualquer anormalidade ou se a vaca pariu há menos de 45 dias, não realize a inseminação. • Contenha o animal no tronco e faça o exame do muco que deve ser

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semelhante a clara de ovo. Se o muco apresentar qualquer alteração, a vaca não deve ser inseminada. Todas estas observações devem ser anotadas na ficha do animal e comunicadas ao técnico responsável. • Coloque sobre uma mesa ou balcão todo o material a ser utilizado. • Corte uma pequena abertura no saco plástico de bainhas, na extremidade que contém a bucha, exteriorize a ponta de uma bainha por vez. Não retire a bainha até o momento da inseminação. • Retire e prepare uma luva. • Separe um pedaço de papel para secagem posterior da palheta. • O aplicador universal serve tanto para a palheta média quanto para a fina. Verifique se a extremidade está adequada para o tipo de palheta. Retire o êmbolo metálico colocando-o de lado. • Faça a limpeza do reto da fêmea, e em seguida utilize o papel para limpar a vulva. É muito importante uma cuidadosa higienização da vaca.• Identifique o sêmen do touro a ser utilizado e abra a tampa do botijão. • Levante a caneca contendo o sêmen até no máximo 5 cm abaixo da boca do botijão. Retire a dose de sêmen com o auxílio de uma pinça. Não ultrapasse 5 segundos para este procedimento. Em caso de dificuldade para retirar o sêmen, abaixe a caneca por alguns segundos e faça uma nova tentativa. • Em seguida mergulhe a palheta com a extremidade da bucha voltada para baixo, em água a temperatura entre 35 e 37° C por 30 segundos. È importante cumprir à risca estas recomendações. • Com a utilização do termômetro, verifique constantemente a temperatura da água para que não ultrapasse os limites especificados acima. Pode-se também utilizar um descongelador eletrônico que mantém a temperatura da água constante. • Atenção: O sêmen nunca deve ser recongelado. • Depois de descongelada, enxugue a palheta com papel toalha ou higiênico e corte a extremidade oposta a da bucha. Se for palheta média faça o corte em forma de bisel e se for palheta fina corte reto para evitar o refluxo do sêmen. • Encaixe a extremidade cortada da palheta na bucha da bainha. • Introduza o aplicador na bainha empurrando a palheta até a ponta. Fixe a bainha no aplicador através do anel plástico. Encaixe o êmbolo metálico vagarosamente até encostar na bucha da palheta. • Vista a luva e com o aplicador montado dirija-se até a vaca. • Tome muito cuidado com a higiene durante estes procedimentos. Os materiais não devem encostar nas instalações, roupas, animais e outros fômites que podem contaminar o sêmen. • Abra a vulva da vaca e insira o aplicador na vagina, de baixo para cima. • Introduza delicadamente a mão que está livre no reto do animal envolvendo e fixando a cervix. Oriente a introdução do aplicador até a entrada da cervix. • Faça movimentos com a mão que está fixando a cervix até a passagem completa do aplicador pelos anéis. • Deposite o sêmen após o último anel pressionando lentamente o êmbolo do aplicador. • Retire o aplicador e o braço e faça uma leve massagem no clitóris da vaca.

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• Retire a bainha descartável, envolvendo-a com o verso da luva e jogue-as no lixo. • Periodicamente faça uma limpeza do aplicador universal com álcool. • Em seguida anote todos os dados da inseminação na ficha do animal (Data da inseminação, período, nome do touro, nome do inseminador, etc).

Manejos em Geral de Gado de Leite

O manejo sanitário correto deve iniciar com atenção para as anotações das ocorrências dentro do rebanho. Somente com os dados passados é que podemos analisar e tomar iniciativas para suprimir ou implementar medidas que possam auxiliar o manejo sanitário do rebanho. Sem estas informações, não podemos melhorar os índices zootécnicos dos animais. Para melhor visualizar o texto, este será subdividido nos seguintes itens:

- VACAS GESTANTES- PARTO- COLOSTRO- CORTE E CURA DE UMBIGO- FORMA DE ORDENHA- DIARRÉIAS - MICOSES- TRISTEZA PARASITÁRIA- VERMINOSE- VACINAÇÕES- CONTROLE DE CARRAPATOS- CONTROLE DE MAMITE- CASCOS

VACAS GESTANTES

Como ponto de partida, uma vaca gestante nos dois últimos meses de gestação, deve encerrar a lactação, isto é, deve-se fazer com que ela interrompa a produção de leite para que a glândula mamária possa descansar, se preparar para próxima lactação e produzir um colostro de boa qualidade. Se for uma novilha esta preparação vem naturalmente, já que ela nunca pariu.

Em torno de vinte a trinta dias antes do parto, este animal deve ser levado para a maternidade, que deve ser de preferência um pasto próximo ao curral, facilitando a observação diária. No caso de confinamento total, deverão ir para uma baia-maternidade. O fato de ter uma maternidade vai facilitar alguma interferência que for necessária no decorrer do parto. Por observação na maternidade conclui-se que, em rebanhos nos quais se faz a observação no parto, os problemas são resolvidos de forma mais rápida e com maior sucesso e menor índice de natimortos.

Neste período, a fêmea deve receber a mesma dieta que irá receber após o parto com restrição do sal mineral. É muito importante que neste período isto

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ocorra, pois permite que os microorganismos do rúmen se adaptem à dieta que vai ser ingerida durante a lactação.

É bom lembrar que neste período final de gestação o animal sofre as maiores transformações. Geralmente ficam mais pesados, o que dificulta a locomoção e reduz a capacidade de competição, exigindo, portanto, maiores cuidados.

PARTO

No parto o animal perde em média 80 kg de peso entre o feto, líquidos fetais e as membranas que envolvem o próprio feto. Isto acarreta uma mudança muito brusca que ocorre em poucas horas, levando a um certo desconforto para o animal. É um momento de muito estresse e quando podem aparecer inúmeros problemas para os quais devemos ficar atentos.

Devemos interferir ao mínimo no parto. Os partos com problemas, isto é, aqueles chamados distócicos, ocorrem com pouca freqüência e neste caso a interferência deve ser de maneira a causar o mínimo de danos, tanto à vaca quanto ao bezerro. Uma ajuda leve para evitar complicações não fará mal algum para ambos, porém em casos que se apresentam de forma mais grave devem ser acompanhados por um Médico-Veterinário ou sob sua supervisão. É comum neste período que as pessoas envolvidas muitas vezes não têm treinamento adequado, intervêm de forma inadequada e acabam causando mais problemas e quando o Veterinário é chamado a chance de resolver o problema diminui drasticamente. Esta decisão de chamar o Veterinário deve ser tomada o quanto antes.

COLOSTRO

Após o nascimento, o bezerro deve permanecer junto com a mãe por pelo menos 24 horas. Sabemos que o bezerro junto com a mãe, mama entre 12 a 15 vezes ao dia. Estas mamadas permitem que o colostro passe muitas vezes pelo aparelho digestivo, aumentando a superfície de contato do colostro com a parede intestinal, favorecendo assim a absorção de imunoglobulinas (anticorpos). Por outro lado, podemos fornecer o colostro de forma artificial, oferecendo dois litros duas vezes por dia com intervalo próximo de 12 horas. O importante é que o bezerro ingira em torno de 10% do seu peso em colostro, nas primeiras 24 horas. O bezerro nasce sem proteção de anticorpos contra os agentes de doenças. A forma de adquirir estes anticorpos (defesa) é ingerindo o colostro. O colostro é o primeiro produto produzido pela glândula mamária no inicio da lactação, constituindo uma rica fonte destes anticorpos que foram produzidos nos dois últimos meses de gestação. Após o nascimento, é imperativo que o bezerro ingira o colostro o quanto antes para que ele adquira estes anticorpos.

A capacidade de absorver os anticorpos fornecidos pela mãe no interior do aparelho digestivo do bezerro é aproximadamente nas primeiras 36 horas e esta capacidade de absorção tem como pico máximo entre seis e 10 horas, quando começa a diminuir gradativamente até aproximadamente 36 horas. A partir deste ponto o colostro continua sendo um alimento muito rico e deve ser

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aproveitado pelo bezerro e outros do mesmo plantel que são tratados de forma artificial, porém perde a importância como fonte de anticorpos.

De outra forma uma das funções do colostro é ajudar na primeira descarga intestinal, isto é, ajuda a expelir as primeiras fezes que é o chamado mecônio. O mecônio são fezes amarelas, pegajosas de difícil eliminação, portanto sendo o colostro um leve laxante vai ajudar nesta eliminação. Neste período devemos interferir somente se houver necessidade. Na maioria das vezes, esta intervenção é desnecessária. Uma das vantagens da maternidade é a possibilidade de observação do recém-nascido e qualquer problema que surgir neste local facilita o socorro.

O excesso de colostro pode e deve ser dado para os outros bezerros. Neste caso ele não tem função como fornecedor de anticorpos pois bezerros mais velhos perdem a capacidade de absorção dos anticorpos mas, como alimento, é até mais rico que o próprio leite. É bom lembrar que, como o colostro tem uma função laxativa, para fornecer aos outros bezerros, o melhor é diluir em outra quantidade de leite para não causar meles de desarranjo aos bezerros mais velhos.

CORTE E CURA DE UMBIGO

A cura de umbigo deve ser feita com um desinfetante e um desidratante. Uma solução que temos usado com sucesso é álcool iodado que pode ter uma variação de seis a 10%. O curativo deve ser feito todos os dias por três a quatro dias. Se correr tudo bem o coto umbilical cairá por volta do nono dia.

FORMA DE ORDENHA

De acordo com o manejo adotado, o qual pode ser com ou sem o bezerro ao pé, vamos ter condutas diferentes para cada modalidade: com o bezerro ao pé este fica à disposição na hora da ordenha para vir e apojar.

Feito isto, ao acabar a ordenha, o bezerro é solto com a mãe para retirar o leite residual. Pode ser separado imediatamente após o esgotamento total do leite, ou permanecer junto até a hora da apartação à tarde. Este manejo não é o mais recomendado pois neste caso o bezerro mama o leite que poderia ser aproveitado na ordenha da tarde. Este tipo de manejo apresenta algumas vantagens, porém as desvantagens estão em supremacia. Por outro lado, se alimentamos os animais de forma artificial, o contato da mãe com o bezerro não existe. Isto facilita a mão-de-obra e tem-se um maior controle do que o animal está ingerindo, contudo traz todos os transtornos da criação de órfãos. Por outro lado, esta prática permite a observação individualizada, dando a oportunidade de se tomar atitudes mais rápidas para sanar os problemas que aparecem.

Num sistema de criação, com ou sem bezerro ao pé, devemos estar sempre atentos aos problemas que podem surgir. É bom chamar a atenção para a escolha do local para o criatório de bezerros. Este local deve ser de fácil acesso, bem drenado e que se evite a canalização de ventos constantes. Tem

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que ser local que após uma chuva seque com poucos dias de sol. Tem que ter alguma inclinação para o escoamento das águas e dejeto excessivos.

DIARRÉIAS

Uma doença comum que acomete os bezerros nesta época é a diarréia. O animal com diarréia se caracteriza por apresentar fezes líquidas que pode ter as mais variadas aparências, desde a amarela viva, passando por esverdeada, preta e vermelha, até mesmo com sangue vivo. Não se pode dar um diagnóstico seguro do causador da diarréia, pela cor das fezes, mas podemos chegar a alguns componentes destas fezes e daí conduzir o tratamento com melhor eficiência. Mas a grande importância desta enfermidade é levar o animal à desidratação que normalmente é a causa principal da morte.

O animal que apresenta a doença fica triste, não se alimenta de forma adequada, muitas vezes apresenta respiração acelerada e vai aos poucos apresentando sinais de desidratação, como pele seca, olhos fundos entre outras, e por fim as extremidades apresentam baixa temperatura e logo a seguir a morte. Neste caso, quando forem observados os primeiros sinais de desidratação, devemos socorrer o mais rápido possível, dando mais líquidos para este animal. Podemos lançar mão da hidratação oral em primeira mão. Podem surgir casos de diarréia de causa nutricional, quando os animais não estão habituados com certo tipo de alimentação, por exemplo, nova ração que pode estar contaminada por fungos ou outros microorganismos. Nos casos mais graves, a presença de um Veterinário é uma necessidade.

MICOSES

Outra enfermidade comum nesta época é o aparecimento de micoses. Existe um tipo de micose denominado "tinha", que causa lesões de placas arredondadas que aparecem comumente na região da cabeça e pescoço. São placas de tamanho variado, em geral de forma arredondada, muito comum em criatório coletivo. Normalmente, não causa maiores danos e pode ser tratado com certa facilidade. A utilização de tintura de iodo tem efeito satisfatório, desde que aplicada todos os dias, até o desaparecimento das lesões. Esta enfermidade é mais comum em ambientes de grande concentração de animais. Em bezerreiros coletivos, onde os bezerros permanecem muito tempo juntos, o aparecimento de "tinha" é comum.

TRISTEZA PARASITÁRIA

Até agora ainda existe uma certa proteção dada pelo colostro e os animais começam a desenvolver a parasitose de carrapatos. É o momento em que os primeiros sintomas da tristeza parasitária começam. A tristeza é transmitida pelos carrapatos e insetos hematófagos, como moscas e pernilongos. A tristeza parasitária é causada por dois agentes parasitários: o Anaplasma e a Babesia. A anaplasmose é causada pelo Anaplasma marginale e a babesiose é causada pela Babesia sp. A babésia é transmitida pelos carrapatos e a anaplasma pelos insetos hematófagos. Ambas são doenças que causam anemia grave, podendo com freqüência levar os animais à morte. No campo é

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muito difícil diagnosticar estas doenças separadamente com certeza absoluta. O tratamento para a tristeza parasitária deve ser realizado assim que os primeiros sintomas forem observados. Temos no mercado vários tipos de medicamentos que são utilizados para o tratamento desta doença. Esta deve ser uma recomendação do Veterinário assistente na propriedade. Quanto mais precoce o tratamento, melhor a recuperação.

VACINAÇÕES

Basicamente, temos dentro de um programa sanitário algumas vacinas de uso obrigatório.

A vacinação contra a brucelose é obrigatória somente para as fêmeas na idade entre três e oito meses de idade. Não se pode vacinar estas fêmeas a partir desta idade pois a titulação do exame pode ser positivo para o resto da vida e este animal é considerado positivo e o destino certamente é o abate.

Outra vacina obrigatória é a da aftosa, que deve ser aplicada de acordo com a região do Pais, como indicado pelos órgãos de defesa sanitária do Estado.

A vacinação contra o carbúnculo sintomático deve ser realizada em todos os animais acima de três meses de idade, sendo repetida de seis em seis meses até aos dois anos de idade. É nesta idade que os animais estão mais sujeitos a desenvolver esta enfermidade. Como característica, é uma doença que afeta os animais com melhores escores corporais.

Outra vacinação importante é a contra a raiva, que deve ser aplicada anualmente, principalmente em regiões de surto quando grande parte do rebanho pode ser afetada pela doença.

Existe no mercado um número grande de vacinas contra várias doenças, como leptospirose, rinotraqueíte infecciosa dos bovinos - IBR, diarréia bovina a vírus - BVD, mamite, campilobacteriose, colibacilose e outras tantas que devem ser indicadas, para cada caso, pelo veterinário responsável pelo rebanho. Cada caso vai exigir uma conduta específica de acordo com a recomendação do veterinário.

CONTROLE DE CARRAPATOS

Uma das doenças mais importantes que afeta nossos rebanhos é a carrapatose. É doença que causa enormes prejuízos e grande desconforto para os animais, prejudicando o seu desenvolvimento e a produção. Os carrapatos, além dos problemas que normalmente causam, transmitem doenças que afetam de forma drástica o animal. Estas doenças são a babesiose e a anaplasmose que fazem parte do complexo "tristeza parasitária".

Um grande complicador no combate aos carrapatos é que não podemos eliminá-los do rebanho pois apesar de transmitir a tristeza parasitária são eles que mantêm os níveis de anticorpos contra esta doença. Os carrapatos inoculam constantemente os agentes da tristeza parasitária nos bovinos e

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então estes estão sempre sendo estimulados a produzir anticorpos contra a tristeza parasitária. Por outro lado, é imperativo que nossa vigilância esteja sendo levada com seriedade pois, em qualquer descuido, a população de carrapatos pode aumentar de tal forma que pode levar alguns animais à morte.

É comum em propriedades descontroladas estarem os animais tão afetados que começam a emagrecer, não ter o rendimento esperado, chegando ao extremo de morrerem. Uma proposta de controle é o estratégico, que consiste em banhar os animais de forma a não deixar o desenvolvimento de teleóginas por um período de 120 dias. No Sudeste este controle deve ser realizado na época de maior calor, que coincide com a época das chuvas, quando aumenta também a umidade relativa. A partir de dezembro, começa um pico de crescimento do carrapato que deve ser combatido por banho carrapaticida.

Estes banhos devem ser realizado a cada 21 dias, com um total de cinco a seis banhos. Este combate deve cobrir um período de 120 dias, sem que haja desenvolvimento de teleóginas. Este banho pode ser dado por aspersão ou "pour-on". Se o carrapaticida utilizado tiver maior tempo residual, estes banhos podem ser mais espaçados com intervalos de 35 dias. O importante é combater os carrapatos de maneira que não permita o desenvolvimento de teleóginas.

As formas de dar banho podem variar com o produto. Geralmente, o banho por aspersão requer em torno de quatro a cinco litros de solução por animal adulto. O animal tem que ser molhado totalmente desde a cauda até a ponta do focinho. Um dos grandes problemas que encontramos nos banhos carrapaticidas é que nas partes baixas e nas reentrâncias da pele muitas vezes não ficam bem molhados e os carrapatos que ali estiverem não sofrerão os efeitos do veneno. Estes carrapatos vão se desenvolver e contaminarão as pastagens, prejudicando de forma drástica o controle destes parasitas.

Quando formos banhar o rebanho, devemos atingir todo o contingente no menor espaço de tempo. Por exemplo, não é recomendado que se banhem os animais solteiros numa semana e os de leite na semana seguinte. Além de termos um controle muito trabalhoso, em quem foi banhado pode um destes animais trocar de lote e ser o contaminador daquele pasto. O ideal é que se banhe todo o rebanho no máximo em três dias.

Um agravante do combate aos carrapatos é que nesta época é que se tem a maior precipitação pluviométrica. Quando os animais tomam banho carrapaticida e logo após são atingidos por uma chuva, dependendo do produto utilizado, este é lavado e perde o efeito. Neste caso, o controle é interrompido e não se alcançam os resultados esperados. Este é um dos grandes causadores de insucesso do combate estratégico dos carrapatos. Outro que se deve chamar a atenção, é que os banhos não foram dados de forma adequada tanto em quantidade quanto em qualidade, não atingindo todos os pontos do corpo do animal. Há uma variação enorme da quantidade gasta pelos proprietários para banhar seus rebanhos. Esta quantidade varia de meio litro até oito litros por animal. Como se há de convir, com meio litro de calda não é possível

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banhar todo um animal adulto. Por outro lado, oito litros para banhar um animal está se desperdiçando o produto.

Um dos grandes problemas que encontramos nas propriedades é a forma de se dar banho. Quando se faz uso de aspersores, os costais têm uma capacidade para 20 litros de calda, que daria para banhar entre quatro e cinco animais; no entanto, temos visto que nas propriedades com esta mesma quantidade de calda o funcionário banha até 40 animais. Conclui-se que este banho foi mal dado, porque a bomba é pesada; conseqüentemente, o trabalho realizado pelo operador é pesado e, por este motivo, os três primeiros animais têm banhos melhores, mas logo o operador fica cansado e não consegue trabalhar adequadamente, fugindo do objetivo.

É muito comum neste casos as pessoas reclamarem do produto e muitas vezes trocá-lo, sem se preocupar com o princípio ativo que pode com freqüência ser o mesmo que o anterior. Às vezes, no segundo banho com o mesmo produto, o operador consegue melhor sucesso mas quando se procura saber o porquê, simplesmente houve maior capricho no banho.

Outra forma de agir das pessoas é a troca constante de base medicamentosa sem critério. Isto ocorre sempre quando não se tem sucesso com os tratamentos, então, troca-se por outra base mas o problema continua sendo o banho mal dado.

Todos estes cuidados devem ser observados na hora de planejar o controle estratégico. Qualquer erro em qualquer fase pode comprometer seriamente o sucesso.

CASCOS

Uma das grandes preocupações em todos os criatórios de bovinos são os cascos. A importância dos cascos na locomoção do animal é vital. Qualquer problema que possa a vir a acontecer com os cascos, podem comprometer de forma drástica a produção.

São muitas causas que prejudicam os cascos. Dentre as várias que podemos citar, temos como muito importantes a alimentação e o desgaste que ocorre principalmente em animais confinados. Em animais não-confinados, quando chega a estação chuvosa, época em que o barro é abundante, há um amolecimento dos cascos, o que favorece o desgaste. Estes fatores podem levar ao aparecimento de vários problemas que afetam diretamente os animais, mas um dos que mais chamam a atenção é a reprodução. Os animais afetados não só têm perda de peso como não demonstram cios e esta perda afeta diretamente o intervalo entre partos, além do que é comum a perda total do animal.

Como prevenção aos problemas de casco, recomenda-se usar touros com ângulo de casco alto no rebanho, principalmente naqueles manejados em sistemas de pastejo rotacionado. Uma maneira simples de avaliar as vacas quanto ao ângulo de casco é por meio da observação da diagonal do casco .

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Referências

http://www.asbia.org.br/?informacoes/inseminacao_artificial

http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=1137

http://www.saudeanimal.com.br/aftosa.htm

http://www.intervet.com.br/Doencas/Mastites/050_Profilaxia.aspx

http://www.intervet.com.br/Doencas/Mastites/060_Tratamento.aspx

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteSudeste/manejo.html