relatorio 4

23
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUIMICA PROFESSOR FÁBIO TEXEIRA FREIRE PRÁTICA 4 PERFIS DE VELOCIDADE PARA ESCOAMENTO TURBULENTO EM CONDUTOS CILÍNDRICOS (TUBO DE PITOT) Nome RA Jéssica F. Gonçalves 323985 João Paulo Rodrigues 324086 Lígia Andréia Miura 324000 Marina de Pádua Pieroni 323985 Victor Palladino Torres Mendes 323675 Wojtyla K. Moreira 323870

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Page 1: relatorio 4

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUIMICA

PROFESSOR FÁBIO TEXEIRA FREIRE

PRÁTICA 4

PERFIS DE VELOCIDADE PARA ESCOAMENTO

TURBULENTO EM CONDUTOS CILÍNDRICOS

(TUBO DE PITOT)

Nome RA

Jéssica F. Gonçalves 323985

João Paulo Rodrigues 324086

Lígia Andréia Miura 324000

Marina de Pádua Pieroni 323985

Victor Palladino Torres Mendes 323675

Wojtyla K. Moreira 323870

São Carlos

2010

Page 2: relatorio 4

2

RESUMO

Com esse experimento foi possível traçar curvas de velocidade no interior de tubos.

A montagem de um Tubo de Pitot permitiu que fosse realizada a medição de velocidades

pontuais ao longo do raio, uma vez que ao se variar a posição do tubo de Pitot radialmente

determinava-se um valor de pressão dinâmica. Com a equação de Bernoulli simplificada

foi possível encontrar o valor da velocidade para cada dado de pressão.

Notou-se com os dados obtidos de velocidade que o perfil do escoamento realizado

era levemente chato, como o esperado. O perfil se torna chato no escoamento turbulento

devido a diminuição da subcamada laminar.

Além dos tratamentos experimentais de velocidade, foi feito o cálculo teórico da

mesma através das fórmulas adimensionais encontradas na literatura.

Com as duas velocidades obtidas, teórica e experimental, foi possível encontrar o

erro relativo à prática que variou entre 16,8 e 38,2%.

Page 3: relatorio 4

3

SUMÁRIO

1 - OBJETIVO.............................................................................................................................4

2 - INTRODUÇÃO......................................................................................................................5

2.1- OBTENÇÃO DOS PERFIS DE VELOCIDADE.............................................................6

3- MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................................8

4- APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS.................................................................................9

4.1 – DADOS UTILIZADOS PARA OS CÁLCULOS DOS RESULTADOS........................9

4.1.1 - Valores da densidade da água....................................................................................9

4.1.2 -Valores da densidade do mercúrio.............................................................................9

4.1.3 - Viscosidade da água..................................................................................................9

4.1.4 - Aceleração da gravidade e raio interno da tubulação................................................9

4.2 - DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE ESCOAMENTO.......................................9

4.3 -PERDA DE CARGA......................................................................................................10

4.4 - CÁLCULO DAS VAZÕES EXPERIMENTAIS...........................................................10

4.5 - CÁLCULO DAS VELOCIDADES EXPERIMENTAL e TÉORICA, uexp e uteórico.........11

4.6 - TRATAMENTOS DE RESULTADOS.........................................................................12

4.6.1 - Comparação dos resultados experimentais com aqueles previstos pelas equações dos perfis “teóricos”..................................................................................................................12

4.6.2 – Determinação das velocidades experimentais a partir das curvas de velocidade... .14

4.6.3 -Traçar e comparar as curvas dos perfis laminar e turbulento....................................16

5 - CONCLUSÃO......................................................................................................................17

APÊNDICE................................................................................................................................18

Page 4: relatorio 4

4

1 - OBJETIVO

O objetivo dessa prática é obter os perfis de velocidades experimentais utilizando um Tubo de Pitot para os regimes de escoamento turbulento.

Page 5: relatorio 4

5

2 - INTRODUÇÃO

Um Tubo de Pitot é utilizado para indicar a velocidade de escoamento de um fluido

através da medida da pressão dinâmica (diferença da pressão estática e pressão de

impacto).

O Tubo de Pitot simples (Fig.1) consiste em um tubo com abertura perpendicular ao

escoamento e outro tubo com abertura paralela ao fluido (γ1), formando uma curva em U.

Dentro de tal curva há um segundo fluido (γ2), imiscível em (γ1). A diferença de pressão

entre as duas aberturas do tubo é calculada através da variação de altura (h) nas colunas do

fluido (γ2).

Figura 1- Esquema de um tubo de Pitot

A partir da diferença de pressão, pode-se então calcular a velocidade do

escoamento através da equação do Pitot, originada do balanço global de energia mecânica

entre os pontos 1 e 2 (Equação de Bernoulli).

A equação de energia mecânica de Bernoulli é descrita abaixo.

α 1

V 12

2+g z1+δWs=α2

V 2

2+g z2+∫

P1

P2dPρ

+l v (1)

Para um fluido incompressível, a equação (1) é simplifica para,

α 1

V 12

2+P1

ρ+g z1+δWs=α2

V 2

2+g z2+

P2

ρ+lv (2)

Page 6: relatorio 4

6

Para um fluido inviscido e incompressível que escoa sem trabalho de eixo, a

equação de Bernoulli também pode ser escrita como,

V 1

2

2+P1

ρ+g z1=

V 2

2+gz2+

P2

ρ (3)

Isolando os termos em um mesmo lado, tem-se a equação do Pitot:

∆ub2

2+g ∆ z+ ∆P

ρ=0 (4)

Sabendo-se que a velocidade média (ub)do fluido no ponto 2 é zero, e ∆z entre os

pontos 1 e 2 também é zero, pode-se simplificar a equação (4) para obter a velocidade

média no ponto 1:

ub1=√ 2∆ Pρ

(5)

Sendo na equação (5),

∆ P=g∆h( ρm−ρ) (6)

em que ρm é a densidade do fluido manométrico (γ2), ρ a densidade do fluido que escoa no

interior do conduto (γ1) e ∆h a diferença de altura entre os mecanismos no manômetro em

‘U’.

A vazão mássica, ω, é dada por:

ω=ρ ub A= ρubπ D 2

4 (7)

O número de Reynolds é dado por:

ℜ=ρDubμ

= 4ωπDμ

(8)

2.1- OBTENÇÃO DOS PERFIS DE VELOCIDADE

Em escoamentos turbulentos o perfil de velocidade é bem mais brusco, com a

maioria do gradiente de velocidade estando próxima a parede do tubo, e descrito por um

perfil universal de velocidades. Tal perfil universal é caracterizado por uma subcamada

laminar, uma região de transição e uma região turbulenta, descritos abaixo.

u+¿= y+¿¿ ¿ 0< y+¿≤5¿ (subcamada laminar)

u+¿=5 ln y+¿−3,05 ¿¿ 5< y+¿<30 ¿ (região de transição)

u+¿=2,5ln y+¿+5,5 ¿¿ y+¿≥ 30¿ (região turbulenta)

Page 7: relatorio 4

7

Em que, u+ é a velocidade adimensional, u* é a velocidade de atrito e u é a

velocidade média na direção x; y+é a distância adimensional. Suas fórmulas são descritas

abaixo.

u¿=√ τ sρτ s=

−∆ PD4 L

y+¿= yu

¿ ρμ

¿

u=u+¿u¿ ¿

Page 8: relatorio 4

8

3- MATERIAIS E MÉTODOS

Para saber os perfis de Velocidades para Escoamento Turbulento em Condutos

Cilíndricos, também conhecido como Tubo de Pitot, primeiramente mediu-se a

temperatura inicial da água e ajustou-se o Tubo de Pitot em uma posição inicial. Após isto,

calculou-se a vazão mássica do fluido e obteve-se a queda de pressão no manômetro. Com

esta queda de pressão, pode-se obter a diferença de pressão entre os pontos de tomada,

localizados no conduto após o conjunto de Pitot. Repetiram-se os passou mais quatro

vezes, totalizando cinco medidas diferentes para cada medida de vazão.

Foram realizadas três medições de vazão.

Page 9: relatorio 4

9

4- APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

4.1 – DADOS UTILIZADOS PARA OS CÁLCULOS DOS RESULTADOS

4.1.1 - Valores da densidade da água Os valores a seguir foram obtidos por interpolação

T1= 30°C: ρ=995,68 kg/m3

T2= 32°C: ρ=995,0 kg/m3

T3= 34°C: ρ=994,3 kg/m3

4.1.2 -Valores da densidade do mercúrioPara T1, T2 e T3: ρm= 13529 kg/m3

4.1.3 - Viscosidade da águaOs valores a seguir foram obtidos por interpolação

T1= 30°C: µ= 0,8007 cP

T2= 32°C: µ= 0,7718 cP

T3= 34°C: µ= 0,7428 cP

4.1.4 - Aceleração da gravidade e raio interno da tubulação

O valor da aceleração gravitacional será de 9,81 m/s2. Já raio interno da tubulação é

de 2,2 cm (0,022m)

4.2 - DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE ESCOAMENTO

A equação de Balanço de energia mecânica (BEM) é dada por:

Δub2

2+g . Δz+

ΔPρ

=0

Aplicando entre os pontos 1 e 2:

Page 10: relatorio 4

10

Figura 2: Esquematização do Tubo de Pitot

Tem-se que:

ub 2=0 e z1=z2

Assim:

−ub 1

2+ ΔPρ

=0.

Então,

ub 1=√ 2 . ΔPρ

4.3 - PERDA DE CARGA

A equação de perda de carga é dada por

ΔP=g . Δh .( ρm− ρ)

4.4 - CÁLCULOS DAS VAZÕES EXPERIMENTAIS

Para a obtenção das vazões mássica, coletou-se uma determinada quantidade de

água em um intervalo de tempo conhecido

Tabela 1: Valores das vazões mássicas do experimento

Vazões mássicas experimentais (kg/s)

1 2 Vazão Média

Vazão 1 1,622 1,702 1,662

Vazão 2 1,596 1,527 1,562

Page 11: relatorio 4

11

Vazão 3 0,939 0,901 0,920

4.5 - CÁLCULO DAS VELOCIDADES EXPERIMENTAL e TÉORICA, uexp e uteórico

Tabela 2: Dados para a primeira vazão

Vazão1

y=R-r (m) Δh (m) ΔP (Pa) uexp (m/s) uteórico (m/s)

0,022 0,035 4303,315 2,940 4,758

0,017 0,050 6147,593 3,514 5,645

0,012 0,055 6762,353 3,686 5,753

0,007 0,050 6147,593 3,514 5,173

0,002 0,035 4303,315 2,940 3,691

Tabela 3: Dados para a segunda vazão

Vazão 2

y=R-r (m) Δh (m) ΔP (Pa) uexp (m/s) uteórico (m/s)

0,022 0,025 3073,964 2,486 3,973

0,017 0,035 4303,549 2,941 4,661

0,012 0,040 4918,342 3,144 4,849

0,007 0,035 4303,549 2,941 4,266

0,002 0,025 3073,964 2,486 3,071

Tabela 3: Dados para a terceira vazão

Vazão 3

y=R-r (m) Δh (m) ΔP (Pa) uexp (m/s) uteórico (m/s)

0,022 0,020 2459,308 2,224 3,530

0,017 0,025 3074,135 2,487 3,892

0,012 0,028 3443,031 2,632 4,002

Page 12: relatorio 4

12

0,007 0,026 3197,101 2,536 3,636

0,002 0,015 1844,481 1,926 2,316

4.6 - TRATAMENTOS DE RESULTADOS

4.6.1 - Comparação dos resultados experimentais com aqueles previstos pelas equações dos perfis “teóricos”.

Os gráficos comparativos das velocidades teóricas e experimentais seguem abaixo.

2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.0000

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

Vazão 2

u experimental

u teórico

u (m/s)

y (m

)

Figura 3: Comparação das velocidades teórica e experimentais para a primeira vazão.

Page 13: relatorio 4

13

2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.0000

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

Vazão 1

u experimentalu teórico

u (m/s)

y (m

)

Figura 4: Comparação das velocidades teórica e experimentais para a segunda vazão.

1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.5000

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

Vazão 3

u experimental

u teórico

u (m/s)

y (m

)

Figura 4: Comparação das velocidades teórica e experimentais para a terceira vazão.

Page 14: relatorio 4

14

4.6.1.1 Cálculo do erro relativo.

Tabela 4: Valores dos erros relativos das velocidades da prática

Erro relativo (%)

y=R-r (m) Vazão 1 Vazão 2 Vazão 3

0,022 38,211 37,440 37,001

0,017 37,748 36,905 36,110

0,012 35,933 35,161 34,255

0,007 32,068 31,062 30,257

0,002 20,345 19,059 16,844

4.6.2 – Determinação das velocidades experimentais a partir das curvas de velocidade

A partir dos perfis de velocidades experimentais (u x r) foi possível determinar as

vazões a partir das áreas abaixo das curvas: u=u(r).

Ou seja,

Ub=∫u . r .dr

0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.0250

1

2

3

4f(x) = − 7539.9177631395 x² + 180.95802631535 x + 2.6100051516184R² = 0.999594376448533

Vazão 1

D (m)

u (m

/s)

Figura 5 – Curva da velocidade em função do diâmetro para a primeira vazão .

Page 15: relatorio 4

15

0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.0250

0.51

1.52

2.53

3.5

f(x) = − 6365.2562692245 x² + 152.76615046139 x + 2.2012581775059R² = 0.996202248202905

Vazão 2

D (m)

u (m

/s)

Figura 6 – Curva da velocidade em função do diâmetro para a segunda vazão .

0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.0250

0.5

1

1.5

2

2.5

3

f(x) = − 5672.1404645634 x² + 147.0656042889 x + 1.6965141419993R² = 0.951011721385343

Vazão 3

D (m)

u(m

/s)

Figura 7 – Curva da velocidade em função do diâmetro para a terceira vazão.

Com as curvas obtidas por regressão polinomial, calculou-se a integral e obteve- se

os valores das velocidades experimentais. Vale ressaltar que foi necessária uma simples

mudança de variável, pois as curvas foram em função do diâmetro da tubulação, e a

integral é em função do raio.

D=2r→dD=2dr

Assim tem-se,

Page 16: relatorio 4

16

Ub1 = 0,034 m3/s

Ub2 =0,029 m3/s

Ub3 =0,0245 m3/s

4.6.3 -Traçar e comparar as curvas dos perfis laminar e turbulento

As vazões desse experimento não permitiram que houvesses escoamento em regime

laminar (Re < 2100). Por isso, não poderá se comparar as curvas dos perfis laminar e

turbulento.

Page 17: relatorio 4

17

5 - CONCLUSÃO

A prática de tubo de Pitot permitiu traçar o perfil de velocidade de um duto

cilíndrico ao longo de seu raio. As vazões tratadas no experimento fizeram com que o

escoamento estivesse em regime turbulento (Re>2100). Sabe-se que nesse tipo de regime o

perfil de velocidade é chato (subcamada laminar pequena). Observa-se nas figuras 3, 4 e 5

os perfis de velocidade para cada vazão tratada.

Os erros entre valores teórico e experimental das velocidades variaram entre 16,8 e

38,2%. Esses erros podem ter ocorrido devido à manipulação dos experimentadores (perda

de massa) e também pelo desgaste do equipamento. Porém o esquema de Tubo de Pitot

permitiu analisar o comportamento da velocidade de forma coerente.

Foi sugerido nessa prática o calculo para a vazão volumétrica a partir da área

abaixo do gráfico u(m/s) versus D(m). No entanto, esse cálculo não trouxe resultados

consistentes.

Outra análise que deveria ser feita era a comparação gráfica entre curvas de

escoamento laminar e curvas de escoamento turbulento. Contudo, como todas as vazões

tratadas forem referentes a escoamento turbulento, a comparação não foi realizada, porém

sabe-se que em escoamento laminar as curvas são parabólicas.

Page 18: relatorio 4

18

APÊNDICE

1- Parâmetros para o cálculo de uteórico e valores do número de Reynolds.

Tabelas 1: Parâmetros para velocidade teórica da primeira vazão.

Vazão 1

τ u* (m/s) y+ u+ Reteórico Reexp

31,558 0,178 4870,405 26,727 130172,917 80432,086

45,082 0,213 4498,236 26,529 154429,543 96134,730

49,591 0,223 3330,205 25,777 157378,094 100826,956

45,082 0,213 1852,215 24,310 141516,515 96134,730

31,558 0,178 442,764 20,733 100976,116 80432,086

Tabelas 2: Parâmetros para velocidade teórica da segunda vazão.

Vazão 2

τ u* y+ u+ Reteórico Reexp

22,542 0,151 4269,033 26,398 112693,321 70500,760

31,559 0,178 3903,191 26,174 132209,158 83417,624

36,068 0,190 2945,426 25,470 137536,769 89177,191

31,559 0,178 1607,196 23,956 121004,320 83417,624

22,542 0,151 388,094 20,403 87101,586 70500,760

Tabelas 3: Parâmetros para velocidade teórica da terceira vazão.

Vazão 3

τ u* y+ u+ Reteórico Reexp

18,035 0,135 3966,128 26,214 103967,531 65498,443

22,544 0,151 3426,478 25,848 114617,874 73229,486

25,249 0,159 2559,701 25,119 117878,618 77498,803

23,445 0,154 1438,844 23,679 107078,311 74679,715

13,526 0,117 312,252 19,860 68212,841 56723,316