relatorio 2704

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ESCOLA TÉCNICA PROFESSOR AGAMEMNOM MAGALHÃES ETEPAM ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS NO LABORATÓRIO DE MATÉRIAS PRIMAS E EMBALAGENS NA INDÚSTRIA DE TINTAS Giliane Cosmo da Silva Técnico em Química Relatório Final Estágio Curricular Supervisionado Orientado pelo Professor Ednaldo de Santana 1

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Page 1: RELATORIO 2704

ESCOLA TÉCNICA PROFESSOR AGAMEMNOM MAGALHÃES

ETEPAM

ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS NO LABORATÓRIO DE MATÉRIAS

PRIMAS E EMBALAGENS NA INDÚSTRIA DE TINTAS

Giliane Cosmo da Silva

Técnico em Química

Relatório Final Estágio Curricular

Supervisionado Orientado pelo

Professor Ednaldo de Santana

Recife, Março de 2011

1

Page 2: RELATORIO 2704

ESCOLA TÉCNICA PROFESSOR AGAMEMNOM MAGALHÃES

COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS NO LABORATÓRIO DE MATÉRIAS PRIMAS E

EMBALAGENS NA INDÚSTRIA DE TINTAS

Relatório de estágio curricular apresentado à Coordenação de Estágio com o objetivo de

aquisição de Titulação em técnico em Química da Escola Técnica Professor

Agamemnom Magalhães, ETEPAM.

Aluno: Giliane Cosmo da Silva

Supervisor (a) de Estágio da Empresa: Ana Carolina Pereira Machado

Supervisor (a) de Estágio da Escola: Ednaldo de Santana

Coordenador (a) de Estágio: Taciana Karla M. de Oliveira

Recife, março 2011

2

Page 3: RELATORIO 2704

____________

NOTA

____________________

NOTA POR EXTENSO

________________________________

NOME DO SUPERVISOR

SUPERVISOR DE ESTÁGIO-ETEPAM

RECIFE,______/______/______

3

Page 4: RELATORIO 2704

Resumo

Análises físico-químicas no Laboratório de Matérias Primas e Embalagem

Aluno: Silva, G. C.

Supervisor de Estágio: Ednaldo de Santana

Escola Técnica Professor Agamemnom Magalhães – ETEPAM

O presente trabalho foi realizado durante o período no qual a aluna contribuiu

como assistente do laboratório de Matérias Primas e Embalagens, exercendo atividades

no controle de qualidade dos insumos que entram na unidade de fabricação de tintas,

resinas e análises em embalagens.

Atividades relacionadas têm como principal foco ensaios físico-químicos e que

contribuem muito no aprendizado e no crescimento no âmbito de qualificação do

profissional. Além de atividades que buscam a melhoria do processo otimização no

funcionamento do laboratório.

PALAVRAS-CHAVE: Laboratórios, Matérias Primas, Análises.

SUMÁRIO

4

Page 5: RELATORIO 2704

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................7

2. OBJETIVOS.............................................................................................................8

3. A EMPRESA............................................................................................................9

4. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE ENTRADA DE INSUMOS.................10

5. LABORATÓRIOS.................................................................................................11

5.1 Laboratório de Controle de Qualidade.............................................................11

5.2 Laboratório de Resinas.....................................................................................11

5.3 Laboratório de Desenvolvimento.....................................................................12

5.4 Laboratório de Matérias Primas e Embalagens................................................12

PRINCIPAIS MATÉRIAS PRIMAS E ANÁLISES REALIZADAS.......................12

6. CARGAS.................................................................................................................13

6.1 Análises Relacionadas......................................................................................14

6.1.2 Aspecto....................................................................................................14

6.1.3 Resíduo granulométrico...........................................................................14

6.1.4 Índice de absorção...................................................................................14

6.1.5 Determinação de cor................................................................................14

6.1.6 Umidade...................................................................................................15

6.1.7 Consistência.............................................................................................15

6.1.8 Viscosidade da bentonita.........................................................................15

7. PIGMENTOS..........................................................................................................15

7.1 Análises relacionadas.......................................................................................16

8. SOLVENTES..........................................................................................................16

8.1 Análises relacionadas.......................................................................................16

8.1.2 Faixa de destilação...................................................................................16

8.1.3 Ponto de anilina.......................................................................................17

8.1.4 Pureza......................................................................................................17

9. ÓLEOS....................................................................................................................17

9.1 Análises relacionadas.......................................................................................18

9.1.2 Índice de Iodo..........................................................................................18

5

Page 6: RELATORIO 2704

9.1.3 Índice de Acidez......................................................................................18

9.1.4 Cor Gardner.............................................................................................18

10. ADITIVOS............................................................................................................18

10.1 Aditivos de cinética........................................................................................19

10.1.2 Secantes.................................................................................................19

10.1.3 Antipele..................................................................................................19

10.2 Aditivos de reologia.......................................................................................19

10.2.1 Espessantes............................................................................................19

10.3 Aditivos de processo......................................................................................20

10.3.1 Dispersantes...........................................................................................20

10.3.2 Umectantes............................................................................................20

10.3.4 Antiespumantes......................................................................................20

10.4 Aditivos de preservação................................................................................21

10.4.1 Biocidas.................................................................................................21

10.5 Análises relacionadas....................................................................................21

10.5.1 Teor de não voláteis...............................................................................21

10.5.2 pH..........................................................................................................21

10.5.3 Peso específico.......................................................................................21

11. Monômeros...........................................................................................................22

11.1 Análises relacionadas....................................................................................22

11.1.2 Quantificação de TBC em monômeros .................................................22

11.1.3 Análise de Polímeros.............................................................................22

11.1.4 Índice de Refração.................................................................................23

12. Análise de embalagem.........................................................................................23

13. CONCLUSÃO......................................................................................................24

14. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................25

6

Page 7: RELATORIO 2704

1. INTRODUÇÃO

A indústria de recobrimentos superficiais é uma indústria antiga. A origem das

tintas remonta nos tempos pré-históricos, quando os antigos habitantes da terra

registravam suas atividades em figuras coloridas nas paredes das cavernas com tintas

grosseiras, que eram provavelmente constituídas por florais ou argilas suspensas em

água.

Nos séculos mais recentes, devido ao grande avanço tecnológico ocorrido, houve

o aprimoramento das técnicas de obtenção dos materiais de recobrimento superficial,

uma vez que eram utilizados recursos naturais ou técnicas mais complexas para a

obtenção destes.

Os produtos das indústrias de materiais de recobrimento superficial são

indispensáveis para a preservação de todos os tipos de estruturas arquitetônicas. A

madeira e o metal não recobertos são particularmente suscetíveis à deterioração,

principalmente nas cidades onde a fuligem e o dióxido de enxofre aceleram a ação

deteriorante. Além do efeito protetor, as tintas tornam mais atraentes os artigos

manufaturados e realçam o aspecto estético de um conjunto de casas e dos seus

interiores.

A tinta é uma preparação, o que significa que há uma mistura de vários insumos

na sua produção. A combinação dos elementos sólidos e voláteis define as propriedades

de resistência e de aspecto, bem como o tipo de aplicação e custo do produto final.

Diante dessa grande variabilidade de insumos vemos a necessidade da existência

de laboratórios especializados em avaliar a qualidade desses insumos. Esse critério de

qualidade é embasado em acordos entre a empresa e o fornecedor visando à obtenção de

um insumo que contribua no processamento de um produto de ótima qualidade e

assegurando o objetivo da empresa em estar dentre as melhores no ramo de atividade.

O presente trabalho, como relatório estágio curricular, vem a abordar as

principais atividades que realizei no Laboratório de Matérias Primas e Embalagens,

pertencente à AkzoNobel - Recife, como assistente de laboratório durante o período de

novembro de 2010 até maio de 2011.

7

Page 8: RELATORIO 2704

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Atender a grade curricular do curso técnico em Química visando aplicar e

complementar os conhecimentos obtidos durante o curso com a prática industrial de

modo a adquirir experiência com o desenvolvimento de atividades junto à produção.

2.1 Objetivos específicos

- Compreender os processos que envolvem a produção de tintas:

A compreensão deve-se ao conhecimento em literaturas específicas ao assunto e visitas

aos setores de produção, recebimento, laboratórios e armazenamento de insumos.

- Acompanhar e compreender a rotina de um laboratório:

É necessário treinamento prévio sobre o fluxograma de atividades bem como o uso

adequado dos equipamentos e do software de gerenciamento do laboratório.

- Aprimorar e ampliar conhecimentos teóricos junto à análise de qualidade dos insumos

que são utilizados na fábrica na tintas:

É preciso ter conhecimentos consolidados sobre análises físico-químicas e técnicas

instrumentais .

8

Page 9: RELATORIO 2704

3. A EMPRESA

A AkzoNobel fica localizada na Av. Getúlio Vargas, 7230 – km 12, Bairro do

Curado Recife- PE. Reconhecida por sua excelência em tecnologia, inovação e pelo

profundo conhecimento do consumidor, a Coral participa da vida dos brasileiros, desde

1954, e tem seus negócios concentrados na área de tintas decorativas.

A empresa iniciou suas atividades no país com a inauguração de uma unidade

fabril na cidade de Santo André (SP). O primeiro produto oferecido ao mercado

brasileiro foi a Tinta a Óleo Coral, específica para uso em madeira, mas logo seguiram

as tintas látex para interiores e exteriores e os esmaltes sintéticos brilhantes e acetinados

para madeiras e metais.

Hoje, com duas unidades industriais, uma em Mauá (SP) e outra em Recife (PE),

a empresa produz cerca de 1.000 itens, num total de 190 milhões de litros/ano, que

abastecem o mercado brasileiro e são exportados para, aproximadamente, 13 países.

Desde janeiro de 2008, fazemos parte do grupo holandês AkzoNobel, a maior empresa

de tintas decorativas do mundo, com vendas líquidas anuais de 5,5 bilhões de euros,

presente em 80 países, com cerca de 60 mil colaboradores.

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4. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE ENTRADA DE INSUMOS

RECEBIMENTO

DEPÓSITO DE MATERIAS PRIMAS E EMBALAGENS

QUALIDADE ASSEGURADAMatérias Primas e Embalagens

Não

Sim

Embalagem

Matérias Primas

TESTE LABORATÓRIODE MATÉRIAS PRIMAS E EMBALAGENS

APROVADO

SimNão

Abrir SACPpara o fornecedor

Segregar material e devolver para o fornecedor

REGISTRAR RESULTADOS

Solicitar nova amostra

Envio de amostras

Número de rastreabilidade.

10

Page 11: RELATORIO 2704

5. LABORATÓRIOS

Atualmente o departamento técnico da unidade de Recife dispõe de quatro

laboratórios, cada um com seus princípios, objetividades, aplicações e definições

necessárias para o atendimento rápido e eficiente as necessidades e exigências dos

nossos clientes internos e externos.

Laboratório de Controle de Qualidade;

Laboratório de Resinas (Vinculado ao setor de resinas);

Laboratório de Desenvolvimento;

Laboratório de Matérias Primas e Embalagem.

5.1 Laboratório de Controle de Qualidade

O laboratório de controle de qualidade está vinculado diretamente à fábrica de

tintas, tendo por finalidade controlar o produto acabado através de especificações

técnicas. A realização das análises após cada produção é de extrema importância para

todo e quaisquer produto, pois a partir dos resultados obtidos é que podemos conferir e

definir a boa qualidade dos mesmos. As análises para aprovação de um produto se

resumem em viscosidade, pH, peso específico, poder de cobertura, sólidos voláteis,

consistência, resistência à abrasão, secagem, cobertura úmida e seca entre outros.

Baseando-se neste propósito todas as etapas das análises seguem rigorosamente um

plano de inspeção e aplicação de métodos descritos, respeitando os procedimentos de

qualidade da empresa onde a partir destas avaliações os produtos são disponibilizados

ou não para o mercado.

5.2 Laboratório de Resinas

Este laboratório está diretamente vinculado a produção de resinas e tem como

principal finalidade controlar as principais etapas do processo e realizar

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Page 12: RELATORIO 2704

desenvolvimentos em pequenas escalas para produção de novos produtos e novas

tecnologias.

5.3 Laboratório de Desenvolvimento

A tecnologia de aplicação das tintas e vernizes está constantemente em evolução

numa forma permanentemente sintonizada com o próprio desenvolvimento das tintas.

Sendo a aplicação uma etapa importante do processo industrial do revestimento de certa

superfície. Existe sempre a preocupação de se pesquisar novas formas de aplicação, de

tal forma a aumentar a produtividade desta operação e simultaneamente melhorar a

qualidade de revestimento. O aparecimento de novas técnicas demanda profundas

modificações na tecnologia de tinta, havendo por vezes a necessidade de

desenvolvimento de novas fórmulas. Neste laboratório é aplicado o processo produtivo

semelhante ao da fabrica, só que em proporções menores, com o propósito de

adequação e de haver pró-atividade em relação a problemas futuros em grande escala

em suas reformulações e desenvolvimentos, visando não só a preservação da qualidade

e reprodutibilidade dos produtos como também redução de custos.

5.4 Laboratório de Matérias Primas e Embalagens

O laboratório de matérias primas e embalagens é responsável pela realização das

análises e aprovação de todas as matérias primas e embalagens que serão utilizados nas

fábricas de tintas e resinas. Nesse laboratório foram analisadas as matérias-primas são

de acordo com os procedimentos estabelecidos, sendo somente aprovadas as que

estiverem dentro do especificado determinado para cada produto.

PRINCIPAIS MATÉRIAS PRIMAS E ANÁLISES REALIZADAS

A rotina diária do laboratório era composta pela entrega constante de insumos a

serem analisados. Nesse período eu analisava criteriosamente os insumos, aprovando

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Page 13: RELATORIO 2704

conforme a especificação e obedecendo aos prazos estabelecidos para entrega dos

resultados que eram lançados num sistema de dados da empresa.

6. CARGAS

As cargas são minerais industriais com características adequadas de brancura e

granulometria sendo as propriedades físicas e químicas também importantes. Elas são

importantes na produção de tintas látex e seus complementos, esmaltes sintéticos foscos

e acetinados, tintas a óleo, tintas de fundo, etc.

As cargas são usadas normalmente para aumentar o volume das tintas e podem ou

não afetar as propriedades óticas, mas afetam diretamente as propriedades relacionadas

com a resistência à água, ao brilho, à reologia, à formação de filme e durabilidade das

tintas. Exemplos de cargas são os carbonatos, silicatos, sulfatos e óxidos. Eles podem

ocorrer naturalmente ou de forma sintética. De forma natural, eles são extraídos de

depósitos naturais através de procedimentos mecânicos, tais como, moagem e secagem.

Os mais importantes são calcita, dolomita, caulim, talco, mica etc. Os sintéticos são

produzidos através de processos químicos e físicos tais como digestão, precipitação e

calcinação.

O principal critério de seleção das cargas está relacionado com o tamanho de

partícula, a forma da partícula, a capacidade de absorção de água, dureza, a

dispersabilidade, pureza e cor. Tanto as cargas sintéticas quanto as naturais podem

receber tratamento superficial para melhorar a suas capacidades de dispersão. Os

pigmentos chamados de extensores ou cargas seriam o talco, a barita, a mica, o caulim,

o carbonato de cálcio etc. Eles servem para incrementar a impermeabilidade dos

revestimentos, equilibrar propriedades como brilho e, incrementar as propriedades

reológicas. Os pigmentos anticorrosivos são aqueles usados em tintas primárias ou em

tinta primárias temporárias, isto é, primers, dando proteções galvânicas ou passivadora

ao substrato. Dentre os mais usados estão o zinco, o zarcão e certos tipos de cromatos.

6.1 Análises Relacionadas

13

Page 14: RELATORIO 2704

6.1.2 Aspecto

Avaliava-se visualmente o aspecto físico da amostra observando características

conforme especificação adotada.

6.1.3 Resíduo granulométrico

É a quantificação da retenção do material encontrado através de peneiras

granulométricas.

Utilizando de análise gravimétrica a amostra era pesada numa peneira de malha

específica onde posteriormente era lavada e posta pra secagem em estufa a 100 °C. O

resíduo é pesado e quantificado em termos de percentual.

6.1.4 Índice de absorção

É a quantidade de óleo (geralmente, utilizado óleo de linhaça ou DOP) requerida

por um peso determinado de carga ou pigmento, para formar uma pasta mediante

movimentos mecânicos até obter consistência específica. Posto que, a absorção de óleo

está regida pelos tamanhos das partículas, esta análise tem com objetivo avaliar a

uniformidade das cargas ou pigmentos. Os valores encontrados são de extrema

importância para referência de cálculo nas formulações.

Nessa análise uma quantidade da carga era pesada e posta sobre uma pedra

litografia. Posteriormente a carga era titulada com o óleo até obter uma massa

homogênea e consistente. O volume de óleo utilizado era convertido em termos de

massa e recalculado para obter a absorção da carga.

6.1.5 Determinação de cor

Tem como finalidade comparar a coloração da amostra, com a coloração do

padrão da empresa pelo metódo de colorimetria através do espectrofotômetro. A

amostra era pressionada em um molde com o auxilio de um compactador de pó e levada

para leitura comparativa com um padrão de cor através de um esctrofotometro.

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Page 15: RELATORIO 2704

6.1.6 Umidade

Determinar a quantidade de água presente na carga.

A amostra era pesada em placa de petri previamente tarada, levada à

aquecimento em estufa por 2 Hs com temperatura de 100ºC, levada a refriamento em

dessecador e posteriormente pesada determinando, assim, a quantidade de água

evaporada.

6.1.7 Consistência

Está diretamente ligada a bentonita, matéria-prima utilizada para a fabricação da

massa, é ela que confere boa aderência à aplicação.

6.1.8 Viscosidade da bentonita

É a resistência apresentada por um fluido à alteração de sua forma ou aos

movimentos internos de suas moléculas, umas em relação às outras. Consiste em

determinar o grau de dificuldade de uma haste para girar no interior de um frasco de

tinta. É determinada em um viscosímetro denominado Stomer. A medida da

consistência é dada em unidades de Krebs (KU). A viscosidade de um fluido indica sua

resistência ao escoamento sendo o inverso da viscosidade, a fluidez. O conhecimento e

o controle da viscosidade constituem uma das principais preocupações das indústrias

tintas, que para isso empregam diversos instrumentos de medida de grande precisão.

7. PIGMENTOS

Os pigmentos são substâncias insolúveis no meio em que são utilizados

(orgânico ou aquoso) e têm como finalidades principais conferir cor ou cobertura às

tintas. Os corantes são substâncias geralmente solúveis em água e são utilizados para

conferir cor a um determinado produto ou superfície. Os corantes se fixam na superfície

que vão colorir através de mecanismos de adsorção, ou ligações iônicas e covalentes

enquanto que os pigmentos são dispersos no meio (tinta) formando uma dispersão

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Page 16: RELATORIO 2704

relativamente estável. Os corantes são muito utilizados na indústria têxtil e os

pigmentos são fundamentais em tintas para revestimento.

Há três grandes categorias de pigmentos: pigmentos inorgânicos, pigmentos

orgânicos e pigmentos de efeito.

Pigmentos inorgânicos: dióxido de titânio, amarelo óxido de ferro, vermelho

óxido de ferro, cromatos e molibidatos de chumbo, negro de fumo, azul da

Prússia, etc.

Pigmentos orgânicos: azul ftalocianinas azul e verde, quinacridona violeta e

vermelha, perilenos vermelhos, toluidina vermelha, aril amídicos amarelos, , etc.

Pigmentos de efeito: alumínio metálico, mica, etc

7.1 Análises relacionadas

As analises eram realizadas conforme as os item 6.1.2 referente às cargas.

8. SOLVENTES

Solventes são produtos que possuem a capacidade de dissolver outros materiais

sem alterar sua propriedade química. O resultado dessa interação é denominado

solubilização. Em via de regra eles são voláteis e na sua grande maioria inflamáveis e

além de solubilizar a tinta confere a mesma a viscosidade adequada para a aplicação da

mesma. Os principais solventes utilizados na industrialização da tinta são: a água (no

caso para tintas a base de emulsão (látex)) e a aguarrás (no caso para tintas a base de

resina - sintética).

8.1 Análises relacionadas

8.1.2 Faixa de destilação

É a temperatura mais alta na qual o solvente evapora-se. Consiste na evaporação

do produto e sua posterior condensação utilizando, para isto, um destilador.

16

Page 17: RELATORIO 2704

Um volume de amostra era colocado em um balão de destilação e neste era

acoplado um termômetro deixando o bulbo na altura de saída dos vapores para

resfriamento. O balão é anexado à área de aquecimento do destilador. Verificava-se a

temperatura em três faixas: primeira gota, 50% do destilado e última gota. A primeira

gota revela a temperatura mínima (inicial) que o produto evapora e se condensa o que

permite a avaliação do grau de pureza do solvente referente à sua composição. Assim,

quando sua temperatura inicial é baixa entendia-se que existem compostos mais “leves”

do que “pesados”.

8.1.3 Ponto de anilina

É a temperatura mínima de equilíbrio de uma solução de volumes iguais entre o

solvente (hidrocarbonetos: Alifáticos /Aromáticos) e a anilina, já que as duas

substâncias são imiscíveis à temperatura ambiente.

8.1.4 Pureza

Utilizada para mensurar a quantidade de contaminantes presentes no solvente. É

usada a técnica de Cromatografia Gasosa onde um padrão de concentração conhecida

era injetado no cromatógrafo e mediante condições de análise estabelecidas (vazão da

fase móvel, temperatura do detector, temperatura do injetor, coluna e tipo de detector) a

amostra era injetada e por método comparativo era feita a quantificação do produto de

interesse.

9. ÓLEOS

São misturas de glicerídios de diversos ácidos graxos, que podem ser obtidos

através de prensagem, extração por solventes ou os dois métodos combinados. Ele é

responsável como a parte do veículo portador de pigmentos, sua principal finalidade é

formar uma película protetora, ou auxiliar nessa formação. Os óleos classificam em três

categorias: secativos, semi-secativos e não secativos.

Os principais tipos de óleos que eu analisa eram: óleo de soja, de mamona e o

de algodão.

17

Page 18: RELATORIO 2704

9.1 Análises relacionadas

9.1.2 Índice de Iodo

Serve para quantificar o iodo presente no óleo e verificar a presença de oxidação

no meio. É utilizada técnica de titulação volumétrica com tiossulfato onde os que

possuem esse índice acima de 150 classificam-se como secativo, entre 100 e 150 semi-

secativos e inferior a 100 não secativos (esse índice de íodo é definido como a

quantidade de iodo, em gramas, que 100 g de gordura ou óleo pode adicionar sob

condições definidas). A secagem ou endurecimento desses óleos envolve reações

químicas bastante complexas, que incluem a oxidação como etapa inicial.

9.1.3 Índice de Acidez

Indica a neutralização dos radicais ácidos livres em uma determinada amostra

através de técnica de volumetria utilizando uma base forte (KOH / NaOH ) em meio

alcoólico. Seu resultado é expresso em miligrama de KOH / gramas da amostra.

9.1.4 Cor Gardner

É uma unidade de medida de cor, representada por padrões que recebem

numeração de acordo com uma escala. Era realizado através de preparo de solução e

visualizado através de um colorímetro.

10. ADITIVOS

Os aditivos que são adicionados às tintas proporcionam características especiais

às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Quanto ao mecanismo de atuação, os

aditivos podem ser divididos em quatro grupos: aditivos de cinética (secantes,

catalisadores e antipeles); aditivos de reologia (espessantes, nivelantes e agentes

antiescorrimento e antisedimetantes); aditivos de processo: (surfactantes ou

umectantes); aditivos de preservação (biocidas e estabilizantes de ultravioleta);

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Page 19: RELATORIO 2704

antiespumantes, que aumentam a tensão superficial da tinta e não permitem a formação

de bolhas na fabricação e aplicação.

10.1 Aditivos de cinética

Cuidam do caráter cinético da tinta acelerando ou retardando o caráter secativo.

10.1.2 Secantes

São sais metálicos de ácidos orgânicos que atuam como aceleradores do

processo de oxidação e polimerização de óleos e veículos. A maioria dos metais

utilizados na síntese de secantes são elementos de transição e os mais importantes são à

base de cobalto, manganês, chumbo, zinco, ferro e zircônio.

10.1.3 Antipele

São aditivos antioxidantes, voláteis, usados em pequenas proporções nas

formulações para retardar a formação de um estado gel que ocorre na superfície do

revestimento acondicionado e que, lentamente, torna-se endurecido, sendo mais

conhecido como pele.

10.2 Aditivos de reologia

Proporcionam ao produtor de tintas meios seguros e práticos para regular as

características de fluidez de seus produtos. Estes aditivos são de fácil incorporação e

não afetam outras propriedades das tintas.

10.2.1 Espessantes

Estes aditivos têm como finalidade principal proporcionar meios seguros e

práticos para regular as características de fluidez (suspensão), da pasta na moagem dos

pigmentos, apresenta-se dividido em duas classe: acrílicos e celulósico.

19

Page 20: RELATORIO 2704

10.3 Aditivos de processo

Durante a fase de preparação de uma tinta facilitam o processo produtivo.

10.3.1 Dispersantes

São substâncias tensoativas aniônicas ou catiônicas, responsáveis pelo

abaixamento da tensão superficial. Os principais dispersantes são a licetina de soja, o

naftenato de zinco e o risinato de zinco. Com a diminuição da tensão superficial entre as

superfícies de um sistema sólido/líquido, as gotículas deste último tendem a achatar-se,

aumentando suas áreas de contato e, portanto, obtendo-se um aumento do efeito de

molhagem.

10.3.2 Umectantes

Os agentes ou aditivos emulsificantes, usados principalmente em formulações de

revestimentos orgânicos a base de água, são substâncias químicas que apresentam

moléculas com cadeiras lineares relativamente longas, cuja principal função é diminuir

a tensão superficial entre partículas sólidas e o meio aquoso de tal maneira que a

emulsão torne-se estabilizada devido à maior interação entre as suas fases.

10.3.4 Antiespumantes

São aditivos usados quando é necessário impedir a formação de espuma durante

a fabricação de tintas ou mesmo bolhas durante o processo de aplicação do

revestimento.

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Page 21: RELATORIO 2704

10.4 Aditivos de preservação

10.4.1 Biocidas

São agentes químicos que interferem nas funções metabólicas de

microorganismos controlando ou eliminando sua ação biodegradantes sobre um

revestimento orgânico, sendo assim, respectivamente, designados como bacteriostáticos

ou bactericidas.

10.5 Análises relacionadas

10.5.1 Teor de não voláteis

Tem por finalidade de determinar do teor de não voláteis existente cuja secagem

se processa por evaporação dos solventes através de raios infravermelhos. É utilizada

uma balança analítica específica que onde se faz a pesagem e irradiação dos raios para

secagem. O resultado é expresso em termos de porcentagem.

10.5.2 pH

O pH, potencial hidrogeniônico, é um índice que indica a acidez, neutralidade ou

alcalinidade de um meio qualquer. É mensurado com o auxílio de um pHmetro e serve

para verificar se a amostra(diluída conforme especificação de análise) encontra-se com

pH dentro da especificação adotada. Pode variar de acordo com o insumo em questão.

10.5.3 Peso específico

Entende-se por volume de uma substância o espaço por ela ocupado. Em se

tratando de substâncias puras, esta relação entre massa e volume pode ser uma

característica particular, servindo inclusive de parâmetro de distinção entre uma e outra

substância. Essa relação recebe a denominação de massa específica ou densidade

absoluta. É utilizado um picnômetro previamente tarado e de volume conhecido, onde

o mesmo é preenchido com a amostra e posteriormente pesado. Obtendo-se a massa da

21

Page 22: RELATORIO 2704

amostra que, pela razão com o volume do picnômetro, tem-se o peso específico da

mesma.

11. Monômeros

São moléculas ou compostos químicos de baixa massa molecular, e que reagem

entre si dando origem a outros compostos parecidos (polímeros), eles possuem ligações

covalentes duplas ou triplas, normalmente ligando moléculas de carbono e de grande

massa molecular. Contribuem na fabricação da emulsão, um importante veículo utilizado

na tinta látex.

A composição dos monômeros geralmente inclui um monômero básico que é

responsável pela maioria das propriedades importantes, principalmente a dureza e a

resistência em geral (intempéries, água, solvente, alcalinidade, etc.) sendo assim os

principais tipos monômeros são: monômero de estireno, metacrilato de metila, acrilato

de etila e o acrilato de butila.

11.1 Análises relacionadas

11.1.2 Quantificação de TBC em monômeros (análise específica para o monômero

de estireno)

É utilizado para quantificar o TBC (tercbutilcatecol), um inibidor de

polimerização. Uma amostra do monômero é lavada com NaOH e com o auxilio de um

funil de decantação, obtem- se a remoção do TBC da fase orgânica para a fase aquosa.

Para haver a reação completa o conjunto é deixada por alguns minutos em repouso. Por

fim, a fase aquosa é recolhida em uma cubeta e levada para a leitura num

espectrofotômetro onde os resultados, em termos de absorbância, são convertidos para

ppm(partes por milhão) com o auxilio de uma equação de curva de calibração.

11.1.3 Análise de Polímeros

Utilizada para verificar traços de polímeros na amostra, utilizando metanol.

Uma alíquota do insumo é colocada em uma proveta e preenchida com metanol

estabelecendo uma relação de 1:5 com o solvente. A proveta é tampada e

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homogeneizada, aguardando alguns minutos e verificando a presença de contaminantes

evidenciando polimerização.

11.1.4 Índice de Refração

É uma propriedade física útil na caracterização e identificação de líquidos, ou

para indicar a sua pureza. É definido como sendo a razão entre a velocidade da luz no

vácuo e na substância analisada.

Com o auxílio de uma espátula, uma pequena alíquota de amostra é colocada no

campo de visão de leitura do equipamento devidamente calibrado com a temperatura

especificada e feita a leitura obtendo o índice de refração do líquido em estudo.

12. Análise de embalagem

Os tipos de embalagens utilizadas para envasamento dependem do tipo de

produto a ser comercializado. Os solventes e tintas látex são envasadas em embalagens

metálicas tipo galão, latão ou lata tipo ¼. Outros produtos são envazados em

embalagens plásticas de PVC. As análises relacionadas correspondem investigar a

litografia impressa, discrepâncias quanto à coloração, vazamento e cura do verniz

interno (galão, latão ou lata tipo ¼).

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13. CONCLUSÃO

Durante o período que trabalhei observei que no Laboratório de Matérias Primas

e Embalagens existe uma grande oportunidade de associar os conhecimentos teóricos

aos práticos, pois todos os dias se têm o contato com diversas situações, ampliando

nosso campo de visão técnica na resolução de problemas que podem surgir. Um dos

incentivos ao desenvolvimento do conhecimento é o sistema de apresentações semanais,

chamado “5 minutos”, onde se aborda no sentido de segurança, a orientação dos

colaboradores quanto ao insumo que costuma ser analisado.

Após o período de vivência numa indústria de tintas, concluí que o mesmo foi de

grande valia, tanto em nível de conhecimentos técnicos como em experiência na atuação

em diversas atividades de análises físico-químicas, de forma que foi possível colocar em

prática o que foi aprendi na ETEPAM, desde um simples cálculo de concentração até a

participação na implantação de sistema de qualidade no laboratório.

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14. BIBLIOGRAFIA

http://teses.ufrj.br/COPPE_M/CarolinaFernandesLoss.pdf - acesso 02/03/11

www.mercadomineral.com.br/site_final/artigos/Maio1989.doc - acessado em

01/03/2011

http://www.abrafati.com.br/bnews3/images/multimidia/Documentos/sbd.pd -

acessado em 01/03/2011

http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/8mostra/4/210.pdf -

acessado em 05/03/2011

http://www.polystell.com.br/html/informacoes_tecnicas.php - acessado em

05/03/2011

http://www.alunosonline.com.br/quimica/o-que-e-o-ph.htm- acessado em

05/03/2011

FAZENDA, Jorge M. R. Tintas e Vernizes: Ciências e Tecnologia, Editora

ABRAFATI, São Paulo, 1993, 615 p.

GNECCO, Celso; Diniz, Francisco D. Curso de tecnologia em Tintas. Vol. II,

Editora ABRAFATI, 1989.

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