oficina de aprendizagem: plantas invasoras em portugal

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Plantas Invasoras em Portugal | 30 Maio | CMIA Viana do Castelo www.invasoras.uc.pt 1/79 Oficina de aprendizagem: Plantas Invasoras em Portugal Hélia Marchante CEF - Centro de Ecologia Funcional, Universidade de Coimbra ESAC - Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra Organização:

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Plantas Invasoras em Portugal | 30 Maio | CMIA Viana do Castelo www.invasoras.uc.pt 1/79

Oficina de aprendizagem:Plantas Invasoras em Portugal

Hélia MarchanteCEF - Centro de Ecologia Funcional, Universidade de Coimbra

ESAC - Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra

Organização:

Plantas Invasoras em Portugal | 30 Maio | CMIA Viana do Castelo www.invasoras.uc.pt 2/79

Sessão 1:

Introdução/contextualização ao tema

Sessão 2:

Identificação de algumas das espécies de plantas invasoras que ocorrem na região

Sessão 3:

Principais etapas da gestão de plantas invasoras

Sessão 4:

Metodologias de controlo; exemplos para algumas espécies

Sessão 5:

Plataforma de mapeamento de plantas invasoras – em www.invasoras.pt

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Sessão 1:Introdução ao tema das invasões biológicas:

terminologia, processo, impactes...

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Alguns conceitos (1)

• Plantas NATIVAS

(≈ espontâneas, indígenas,

autóctones)

• Plantas EXÓTICAS

(≈ introduzidas, alóctones)

Richardson et al., 2000, Div & Dist. 6: 93-107Pyšek et al., 2004, Taxon, 53(1): 131-143

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Alguns conceitos (2)

Planta INVASORA

Planta INFESTANTE

5

NEM TODAS AS EXÓTICAS SÃO INVASORAS

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Mas a maioria das plantas exóticas não revelam

comportamento invasor…

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Processo de invasão biológica Ta

man

ho

da

po

pu

laçã

o

estímulointrodução naturalização

invasão

% espécies exóticas: introduzidas, naturalizadas e invasoras

?

tempo

?

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Crescimento rápido

Principais características (1)

Produção de numerosassementes, algumas viáveispor longos períodos outrasmuitos facilmente dispersas

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Boas competidoras por recursos(água, luz, nutrientes, espaço, etc.)

Ausência de inimigosnaturais

Principais características (2)

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Espécies adaptadas e favorecidas pelo fogo: germinação de sementese/ou rebentamento de touças

Reprodução vegetativa

Principais características (3)

Francisco Caetano

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Grande distribuição no native range

Algumas destas características contribuem para o comportamento invasor de algumas plantas exóticas

Muitas destas características são as que procuramos nas espécies para usar nos jardins ou para fins florestais

Invasão!

Principais características (4)

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Plantas invasoras – como chegam até nós?

As pessoas viajam e transportam muitos produtos por todo o mundo

Introduçõesintencionais: ornamentais, alimentos, matérias primas, etc.

Introduçõesacidentais: sementes

e propágulosmisturados com

outros produtos, etc.

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Plantas invasoras – de onde vêm?

De todo o mundo!

MAS

MUITAS vêm de regiões/países com climas mediterrânicosMapa de: http://www.mednscience.org/mediterranean_ecosystem

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E quais os impactes que as plantas invasoras promovem? Porque são uma ameaça?

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• Ecológicos (Vilà et al., 2011. Ecol. Letters, 14: 702–708)

– ameaça à biodiversidade e equilíbrio dos ecossistemas (competiçao com espécies nativas, alteração dos ciclos biogeoquímicos, ex., ciclo do carbono, azoto, água, etc)

– impactes nos serviços dos ecossistemas (alimentos, fornecimento de água e recursos diversos, regulação do clima, cheias, doenças, etc.)

– alteração/uniformização dos ecossistemas/paisagens

– alteração dos regimes de fogo

– alteração das cadeias ecológicas/alimentares

•.

Impactes das plantas invasoras (1)

Célia Laranjeiro

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Impactes das plantas invasoras (1)

Vitor Carvalho

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– Económicos (Europa: >10 biliões €/ano; Hulme et al., 2009. Science, 324: 40-1):

– produtividade - espécies que invadem áreas agrícolas, florestais ou piscícolas (aquáticas), pragas, epidemias, etc.

– gestão e controlo de invasoras e recuperação de sistemas invadidos

– turismo, etc.

Impactes das plantas invasoras (2)

Francisco Caetano

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Impactes das plantas invasoras (3)

• Diminuição da disponibilidade de água nos lençóis freáticos

– espécies muito exigentes no seu consumo, quer pelas suas características, quer pelas densidades elevadas que atingem

• Impactes na saúde pública

– espécies que provocam doenças, alergias, ou funcionam como vectores de pragas

• …

As espécies invasoras são uma das maiores ameaças ao bem-estar ambiental e económico do planeta

GISP (Global Invasive Species Programme)

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Mas a maioria das plantas exóticas não revelam comportamento invasor…

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Plantas invasoras – SITUAÇÃO EM PORTUGAL

• Ca. 3300 espécies NATIVAS

• Ca. 670 espécies EXÓTICAS; destas, ca. 40 são INVASORAS

0

200

400

600

800

Exóticas(casuais +

naturalizadas +invasoras)

Potencialdesconhecido

Com potencialinvasor

(casuais +naturalizadas)

Invasoras

Marchante et al 2008, Almeida e Freitas 2012

?

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Legislação – Decreto-Lei n.º 565/99

Introdução intencional de espécies exóticas na natureza

Exceções “económicas” - agricultura, horticultura,interesse zootécnico

(DL n.º 28039, 14-09-1937

DL n.º165/74, 22 de abril

DL n.º 205/2003, 12 de setembro

Despacho 20194/2009; nº 4, artigo

19º, DL 16/2009, 14 janeiro)

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Sessão 2:Algumas das espécies de plantas invasoras mais

problemáticas em Portugal(mais informação em www.invasoras.pt – perfil

completo das espécies)

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mimosa (Acacia dealbata) – Austrália

Invade principalmente vales e zonas montanhosas, margens de cursos de água e vias de comunicação

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austrália (Acacia melanoxylon) – Austrália

Invade principalmente vales e zonas montanhosas, margens de cursos de água e vias de comunicação

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acácia-de-espigas (Acacia longifolia) – Austrália

Invade principalmente dunas costeiras, cabos e margens de linhas de água

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espanta-lobos (Ailanthus altissima) – China

Invade principalmente junto a vias de comunicação, áreas perturbadas, espaços urbanos; tem aumentado em florestas ribeirinhas

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háquea-picante (Hakea sericea) – Austrália

Invade principalmente áreas perturbadas ou semi-naturais, junto a áreas onde foi plantada (e.g., sebes)

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falsa-acácia (Robinia pseudoacacia) – Amér.do Norte

Invade áreas perturbadas, margens de vias de comunicação e linhas de água, sub-coberto de comunidades arbóreas degradadas,…

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penachos (Cortaderia selloana) –América doSul

Invade principalmente dunas costeiras, margens de vias de comunicação e áreas perturbadas

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bons-dias (Ipomoea acuminata) – regiões tropicais do mundoInvade principalmente áreas perturbadas (e.g., edifícios

abandonados) e taludes onde foi plantada

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chorão-das-praias (Carpobrotus edulis) – África do Sul

Invade principalmente dunas costeiras, cabos e taludes onde foi plantado

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azedas (Oxalis pes-caprae) – África do Sul

Invade principalmente áreas de cultivo e abandonadas

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erva-da-fortuna (Tradescantia fluminensis) –América do SulInvade principalmente sítios sombrios e húmidos, comum

no sub-coberto de matas geridas, bosques naturais, áreas perturbadas, etc

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jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) – rio Amazonas

Invade principalmente canais de irrigação, lagoas e lagoachos

Lísia Lopes

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etc. … plantas potencialmente invasoras…

polígono-de-jardim

lantana

Qual o problema de uma planta sozinha?• mimosa - árvores isoladas• erva-das-pampas - milhares de sementes transportadas pelo vento• árvore-do-céu - muitas sementes e propagação vegetativa

•Espécies com comportamento invasor esporádico/começam a dispersar

•Espécies Invasoras noutros locais com clima semelhante ao nosso

•Espécies de géneros com plantas invasoras

•… tempo e estímulos…

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Sessão 3:Principais etapas da gestão de plantas

invasoras

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Como perder a guerra contra as invasoras em 5 simples passos

• Ter mais olhos que barriga• Subestimar o inimigo• Virar costas ao inimigo• Acreditar em receitas milagrosas• Ignorar o regime de fogo

adaptado de Caetano 2011

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção

Estratégia de “controlo” mais eficiente!

- maior eficácia em termos de custos/benefícios- mais desejável em termos ambientais

Sucesso mede-se em termos de invasões impedidas, mas nem sempre é fácil deslocar verbas para prevenção…

Prevenir: - introduções acidentais - introduções intencionais

COMO ?- controlos de fronteira e medidas de quarentena – MUITO DISPENDIOSO manter um “esquema de exclusão”: regras de conduta, listas de espécies, pessoal especializado, câmaras quarentena, fumigação, etc.

- novas introduções intencionais sujeitas a análise de risco – lista negra vs. lista branca (Dec.-Lei nº 565/99)

Mais vale prevenir que remediar!

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção

COMO? (cont.)

- estratégias de prevenção que detectem sementes/propágulos em locais/ actividades várias (+ introduções acidentais)

- intercepção – regulamentos e legislação (Dec.-Lei nº 565/99), inspecções, descontaminações, multas

- proibição de comércio – proibições internacionais – OMC

- redes de bases de dados para troca de informação (essencial identificação correcta!)

- minimizar potenciais “facilitações” de espécies já introduzidas

- educação ambiental, sensibilização do público em geral e de públicos-alvo particulares

... a prevenção ainda não funciona bem em Portugal... Nova Legislação sobre Espécies Exóticas Invasoras em discussão na CE...

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção 0.2 Detecção precoce e

resposta rápida

Monitorizações regulares (vários intervenientes)- técnicos/especialistas (turismo de natureza/científico)- público-geral (muito importante a sensibilização!)- diferentes actores

Estabelecer prioridades: - espécies invasoras em condições semelhantes - espécies previamente erradicadas- locais de particular interesse de conservação, etc.

Resposta rápida crucial para a erradicação- plano de contingência pronto a ser posto em acção (dar a conhecer aos diferentes actores e ter kits/protocolos prontos a usar)- monitorizar áreas onde se erradicou/controlou invasoras/pontos de entrada

... Instrumento Legislativo da CE & projecto piloto de detecção precoce em planeamento...

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção 0.2 Detecção precoce e

resposta rápida

Localizar e cartografar plantas invasoras (conhecer o ponto de partida) definir espécies e áreas prioritárias

1. Definir alvos e objectivos de conservação/produção para local invadido (orçamento disponível!)

2. Identificar e prioritizar áreas a controlar e espécies que ameacem os objectivos propostos

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Controlo de Plantas Invasoras nos Perímetros Florestais das Serras da Mó e Viso e Serra da Freita

Critérios para priorização das intervenções

LINHA DE ÁGUA (LA) PONTOS CAMINHOS (C) PONTOS

Linha água permanente 2 Caminho com perturbação 2

Linha água temporária 1 Caminho sem perturbação 1

Sem linha de água 0 Sem caminho 0

POSIÇÃO (P) PONTOSFACTORES FACILITAÇÃO (FF) (viveiros)

PONTOS

Topo encosta (>650m) 2 Sim 2

Base encosta (<650m) 1 Não 1

TIPOLOGIA (T) PONTOSFACTORES PERTURBAÇÃO (FP)(corte, fogo, mov. terras)

PONTOS

Individuo isolado 3

Núcleo em expansão 2 Sim 10

Núcleo consolidado 1 Não 0

Rainha e Moça 2011

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção 0.2 Detecção precoce e

resposta rápida

1. Definir alvos e objectivos de conservação/produção para local invadido (orçamento disponível!)

2. Identificar e prioritizar áreas a controlar e espécies que ameacem os objectivos propostos

3. Avaliar técnicas de controlo disponíveis

Tipos de controlos – riscos vs. benefícios de cada tipo– teve sucesso em situação semelhante? – análise custos/ benefícios– praticabilidade e exequibilidade – probabilidade de sucesso

Controlo apropriado para cada espécie:– qual a melhor época do ano para aplicar– qual o estágio da planta mais vulnerável a

controlo

Controlo total, perimetral ou por secções (ex. de montante para jusante)

Testar métodos quando necessário/ possível (solução de compromisso entre rapidez e eficiência; bases de dados, conhecimento local, fontes publicadas ou não)

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção 0.2 Detecção precoce e

resposta rápida

1. Definir alvos e objectivos de conservação/produção para local invadido (orçamento disponível!)

2. Identificar e prioritizar áreas a controlar e espécies que ameacem os objectivos propostos

3. Avaliar técnicas de controlo disponíveis

4. Desenvolver e implementar plano de gestão das invasoras (erradicação, controlo de contenção, controlo (...) e mitigação)

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Definir à partida se o objectivo é:

Erradicação – eliminação completa da espécie de uma determinada área ou território - não só o que se vê! Prevenir novas introduções!

Controlo de contenção – restringir a expansão e manter a espécie dentro de um determinado limite geográfico

Controlo – reduzir a abundância e densidade de uma espécie abaixo de limites aceitáveis (custos e compromisso a longo-prazo)

• controlo inicial

• controlo de continuidade

• controlo de manutenção

Mitigação dos impactes das invasoras nos ecossistemas e espécies nativas -“viver com as invasoras” da melhor forma

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Gestão de Plantas Invasoras0.1 Prevenção 0.2 Detecção precoce e

resposta rápida

1. Definir alvos e objectivos de conservação/produção para local invadido (orçamento disponível!)

2. Identificar e prioritizar áreas a controlar e espécies que ameacem os objectivos propostos

3. Avaliar técnicas de controlo disponíveis

4. Desenvolver e implementar plano de gestão das invasoras (erradicação, controlo de contenção, controlo (...) e mitigação)

5. Monitorizar e avaliar impacte das acções de gestão/registar /publicitar

6. Rever e modificar plano se necessário

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Prevenção + Detecção precoce & Resposta Rápida erradicação…

– Educação e sensibilização ambiental são essenciais

– Não usar espécies invasoras

– Não introduzir novas sem avaliar potencial invasor

Estabelecer PRIORIDADES (espécies, áreas, objectivos, etc.)

áreas em início de invasão, árvores isoladas e pequenos núcleos... devem ser prioridade para controlo

Gestão deve considerar SEMPRE controlos de CONTINUIDADE! (sementes numerosas ou com grande longevidade, exemplares que rebentam de touça

ou raiz, etc.) Gestão de áreas invadidas deve ser a médio/longo prazo. PERSISTÊNCIA!

Identificação correcta da espécie metodologias de controlo adequadas aplicação correcta das metodologias de controlo.

Muito importante: monitorizar, avaliar, registar, publicitar!

Rever e modificar plano de gestão se necessário!

Gestão de Plantas Invasoras (muito resumido!)

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Sessão 4:Metodologias de

controlo, incluindo exemplos para

algumas espécies

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Principais Metodologias de Controlo de Plantas Invasoras

• Arranque manual

• Descasque

• Corte simples

• Corte com aplicação de fitocidas

• Injecção de fitocidas

• Aplicação foliar de fitocidas

• Outras...

Vídeos e informação detalhada em http://invasoras.uc.pt/controlo/

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Arranque manual

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Vantagens

• Simples

• Selectivo

• Eficaz

• Fácil operacionalização com grupos grandes e variados

• Pode ser potenciado com uso de ferramentas manuais

• Eco-Friendly

Vídeo1

Vídeo2

Desvantagens

• Moroso

• Esforço elevado / más posturas

• Dependente as condições de humidade do solo e do tipo de solo

• Dependente da espécie, do tamanho da planta e da sua origem

• Oneroso se realizado extensivamente (elevada mão de obra)

Arranque manual

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Descasque

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Vantagens

• Eficaz (na espécie e época certa)

• Fácil operacionalização com grupos grandes e variados

• Não exige ferramentas difíceis de operar

• Aplicável em árvores de quase todos os diâmetros

• Geralmente não estimula a emissão de rebentos radiculares

• Eco-Friendly

Desvantagens

• Moroso

• Minucioso

• Dependente da espécie e da época do ano

• Obriga a duas intervenções espaçadas a meses

• Impacte visual/opinião pública

• Bastante oneroso se realizado extensivamente (elevada mão de obra)

Descasque

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Corte simples

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Vantagens

• Pouco dispendioso (mas SÓ na intervenção inicial!!)

• Rápido

• Uso de equipamentos moto-manuais => economia de mão de obra.

• Árvores de todos os Ø

• Eco-Friendly

Corte simplesDesvantagens

• Pouco eficaz (dependendo da espécie), excepto em alturas estivais e em plântulas

• Obriga uso de EPI’s e conhecimento técnico ( equipamentos moto-manuais)

• Para muitas espécies, implica sucessivas intervenções

• Em algumas situações, o seu sucesso é ZERO …

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Corte com aplicação de fitocidas

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Vantagens

• Razoável eficácia no controlo de touças (dependendo de vários factores)

• Redução de custos nas intervenção subsequentes

• Possibilita a utilização de equipamentos moto-manuais economia de mão de obra.

• Aplicável em árvores de todos os diâmetros

Corte com aplicação de fitocidasDesvantagens

• Resultados muito variáveis (e.g., rebentos radiculares).

• Complexo e perigoso.

• Obriga ao uso de EPI’s e conhecimento técnico avançado

• Condicionado por condições cli-matéricas, mobilidade no terre-no e restrições ao uso fitocidas.

• Eficácia afectada pelas condi-ções do local, inconsistência nas técnicas e conservação dos fitocida. Vídeo

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Injecção de fitocidas

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Vantagens

• Geralmente, elevada eficácia em termos de mortalidade de toiças e sistemas radiculares (dependendo da espécie e época do ano)

• Aplicação relativamente fácil (com sistemas de infusão artesanais)

• Fitocida não contacta com o exterior e é aplicado em quantidades muito reduzidas

Vídeo

Desvantagens

• Moroso

• Exige equipamento perfura-ção com grande autonomia

• Obriga a 2 intervenções espaçadas a meses para remover 1 mesma árvore

• Bastante oneroso se realizado extensivamente (elevada mão de obra)

Injecção de fitocidas

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Outros tipos de controlo...

Aplicação foliar de fitocida

Controlo biológico

Fogo controlado

Solarização; Ensombramento; Inundação

Controlo integrado

...

Quais os tipos de controlo para algumas das plantas Invasoras

mais problemáticas?

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Mimosa (Acacia dealbata)

- Descasque ou corte combinado com aplicação de fitocida- Dependendo dos locais, pulverização com fitocidas para controlo de continuidade

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Austrália (Acacia melanoxylon)

Controlo semelhante a mimosa, mas:

- Descasques mais difíceis

- Pulverizações menos eficientes

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acácia-de-espigas (Acacia longifolia)

CTC 2003 – Reserva Natural

Dunas S.Jacinto

Controlo biológico ? – Trichilogaster acaciaelongifoliae

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háquea-picante (Hakea sericea)

Corte + fogo controlado ou destroçamento

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chorão-das-praias (Carpobrotus edulis)

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erva-das-pampas (Cortaderia selloana)

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jacinto-de-água (Eichhornia crassipes)

“Pato-Bravo” – ceifeiria aquática da CM Águeda (foto do site da CMÁgueda)

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espanta-lobos (Ailanthus altissima)

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Sessão 5:Plataforma de mapeamento de plantas

invasoras – em www.invasoras.pt

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Todos somos intervenientes neste processo. Todos podemos ajudar! “PREVENÇÃO É A MELHOR OPÇÃO”1. Aprender a identificar as plantas invasoras e NÃO as UTILIZAR2. Ao comprar plantas, preferir as nativas; se optar por exóticas informar-se sobre o seu caráter invasor3. Ao passear no campo, verificar que as roupas e sapatos não trazem sementes ou outros propágulos de plantas invasoras4. Ao limpar os jardins/espaços verdes/terrenos de cultivo, não deitar restos de exóticas na natureza

O que podemos fazer?

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Todos somos intervenientes neste processo. Todos podemos ajudar! “PREVENÇÃO É A MELHOR OPÇÃO”

1. Aprender a identificar as plantas invasoras e NÃO as UTILIZAR

2. Ao comprar plantas, preferir as nativas; se optar por exóticas informar-se sobre o seu caráter invasor

3. Ao passear no campo, verificar que as roupas e sapatos não trazem sementes ou outros propágulos de plantas invasoras

4. Ao limpar os jardins/espaços verdes/terrenos de cultivo, não deitar restos de exóticas na natureza

O que podemos fazer?Alternativas nativas…

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5. Organizar ou participar em ações de controlo, palestras, atividades de sensibilização, ou outras, sobre plantas invasoras

O que podemos fazer?

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5. Mapa de avistamentos de plantas invasoras - projeto de Ciência Cidadã, disponível em http://invasoras.uc.pt/mapa-de-avistamentos/ Contribuições através de: 1) site; 2) aplicação para Android

O que podemos fazer?

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Registo de avistamentos para mapeamento

1. Registo do utilizador na base de dados –http://invasoras.uc.pt/mapa-de-avistamentos/

2. Registo de avistamentos no site

1. folhas de registo em PDF

3. Registo de avistamentos com smartphone Android

1. Envio dos avistamentos com net

4. Edição e consulta de avistamentos na área de utilizador em http://invasoras.uc.pt/mapa-de-avistamentos/

5. (Validação dos avistamentos – equipa do invasoras.pt)

6. Visualização dos avistamentos online

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Obrigada!

Mais informação: [email protected]

https://www.facebook.com/InvasorasPt

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Algumas referências (1)Almeida JD, Freitas H (2006) Exotic naturalized flora of continental Portugal - a reassessment. Botanica Complutensis

30:117-130

Caetano, F. 2011. Formação no âmbito do Campo de Trabalho Científico sobre Controlo de Plantas Invasoras. 25-31 Julho 2011, Mata do Desterro, Seia. Organização: CFE/UC, ESAC e CISE, Município de Seia.

Hulme, P.E., Pysek, P., Nentwig, W. & Vilà, M. (2009) Will Threat of Biological Invasions Unite the European Union? Science, 40-41.

Marchante, H.. 2011. Invasion of Portuguese dunes by Acacia longifolia: present status and perspectives for thefuture. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Universidade de Coimbra. Doutoramento em Biologia, especialidade em Ecologia. 184 pág.

Marchante E, Freitas H, Marchante H (2008a) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras de Portugal Continental. Natura Naturata. Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra

Ministério do Ambiente (1999) Decreto-lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro. In: Diário da República - I Série - A. 295: 9100-9114.

Pyšek P, Richardson DM, Rejmanek M, Webster GL, Williamson M, Kirschner J (2004) Alien plants in checklists andfloras: towards better communication between taxonomists and ecologists. Taxon 53 (1):131-143

Rainha, M. & Moça, R. 2011. “Controlo de Plantas Invasoras nos Perímetros Florestais das Serras da Mó e Viso e Serra da Freita - Estratégia da UGF da AMP e EDV”. No âmbito do Seminário sobre Plantas Invasoras. Organização: Fundação Mata do Buçaco, com colaboração do Centro de Ecologia Funcional, Escola Superior Agrária de Coimbra, Autoridade Florestal Nacional e Fundação Floresta Unida. 20 Maio.

Richardson DM, Pyšek P, Rejmánek M, Barbour MG, Panetta FD, West CJ (2000) Naturalization and invasion of alienplants: concepts and definitions. Divers Distrib 6:93-107

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Algumas referências (2)

Wittenberg, R., Cock, M.J.W. (eds.) 2001. Invasive Alien Species: A Toolkit of Best Prevention and Management Practices. CAB International, Wallingford, Oxon, UK, xvii - 228. (online em http://www.gisp.org/)

Tu, M., Hurd, C. & J.M. Randall. 2001. Weed Control Methods Handbook, The Nature Conservancy, http://tncweeds.ucdavis.edu, version: April 2001; http://www.invasive.org/gist/handbook.html

Vilà M, Espinar JL, Hejda M, Hulme PE, Jarošík V, Maron JL, Pergl J, Schaffner U, Sun Y, Pyšek P (2011) Ecologicalimpacts of invasive alien plants: a meta-analysis of their effects on species, communities and ecosystems. EcolLett 14:702-708