educação de jovens e adultos
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Educação de joves e Adultos e o uso da Internet na educação.TRANSCRIPT
SONIA AUGUSTA DE MORAES
CLICANDO A INTERNET: UM PROJETO COM JOVENS E ADULTOS
MARECHAL CÂNDIDO RONDONSETEMBRO-2003
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SONIA AUGUSTA DE MORAES
CLICANDO A INTERNET: UM PROJETO COM JOVENS E ADULTOS
Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação em Organização do Trabalho Pedagógico da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste.
Orientador: Prof. Ms. Marco Antonio B. Carvalho.
MARECHAL CÂNDIDO RONDONSETEMBRO-2003
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Dedicado a uma pessoa Divina: minha mãe (in memoriam)
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos colegas de turma pelos bons momentos que passamos juntos.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
Meu especial agradecimento a todos os Jovens e Adultos do CEEBJA que
colaboraram como sujeitos da pesquisa.
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“A tecnologia é maravilhosa, mas é preciso que ela chegue à escola pública, senão as diferenças sociais vão se aprofundar”.
Paulo Freire
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 07
2 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS CIÊNCIAS.......................................... 09
2.1 As grandes descobertas.......................................................................... 10
3 A MÁQUINA CHAMADA COMPUTADOR............................................. 14
3.1 A Internet: uma trajetória revolucionária................................................. 16
3.2 O uso dos recursos tecnológicos na educação....................................... 18
4 A INTERNET NA EDUCAÇÃO................................................................ 22
4.1 As novas tecnologias e a sua aplicação no processo educacional......... 22
4.2 Alguns dados estatísticos da população excluída da era digital............. 25
4.3 Minhas primeiras experiências com o computador e a Internet............... 28
5 UMA EXPERIÊNCIA ESTIMULADORA................................................... 43
5.1 Descrevendo o projeto “Clicando a Internet”............................................ 45
5.2 Os objetivos e estratégias do projeto Clicando a Internet....................... 48
5.3 As dinâmicas usadas em sala de aula..................................................... 54
5.4 Atividades desenvolvidas com os alunos no laboratório de informática.. 57
5.5 Algumas falas sobre o projeto................................................................. 69
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 73
REFERÊNCIAS................................................................................................. 77
ANEXOS............................................................................................................. 79
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1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da tecnologia tem acarretado inúmeras transformações na
nossa sociedade, entre elas o surgimento de uma nova linguagem que inclui o uso
de recursos tecnológicos, que disponibiliza dados e informações o que permite
novas formas de comunicação. Fala-se aqui do computador e da Internet.
A aprendizagem intermediada pelo uso do computador tem gerado discussões
sobre as mudanças no processo de ensino bem como no processo de
aprendizagem. Se antes as únicas vias eram a sala de aula, o professor e os livros
didáticos, hoje este conceito se amplia e ao aluno é permitido “navegar” pelo
oceano de informações disponibilizadas pela Internet.
Para isto torna-se condição essencial refletir sobre a utilização desses recursos: o
computador e a Internet no sistema educacional. Na tentativa de estabelecer este
diálogo, este texto está dividido em quatro partes:
A primeira apresenta um relato breve sobre a evolução histórica das ciências,
destacando as principais descobertas a partir dos séculos XV e XVI e enfatizando
que estas, como as anteriores já continham o germe do desenvolvimento
tecnológico que vivenciamos na contemporaneidade.
A segunda comenta-se sobre as etapas de desenvolvimento de novas técnicas
para a criação do computador eletrônico. Destacando a revolução ocorrida com a
Internet e como o uso desses novos recursos: o computador e a Internet passam a
influenciar na vida das pessoas e conseqüentemente na educação.
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Na seqüência do trabalho apresentamos uma proposta de análise referente ao
papel da Internet na educação. Para fazer um estudo desta temática acreditamos
que ela pode ser aplicada no processo educacional e apresentamos o que já
mudou e os indicativos do que ainda tem que mudar para que a mesma se torne
mais eficiente e eficaz em sua aplicação na educação. Também apresentamos
alguns dados estatísticos da população excluída da era digital. Finalizando esse
capítulo apresento minhas primeiras experiências com o computador e a Internet.
A quarta parte ira abordar sobre a Internet no processo ensino aprendizagem e os
possíveis inconvenientes dessa utilização, passando pela questão do processo
ensino aprendizagem, pelo novo perfil do professor e o que se espera deste “novo
aluno” nesta “nova sociedade”.
Com a chegada da Internet na escola um novo mundo com inúmeras
possibilidades abre-se diante de alunos e professores. O paradigma tradicional do
ensino baseado em aulas expositivas, consultas a enciclopédias e livros didáticos
dá espaço a uma nova realidade. Fala-se aqui de livros, sites, bibliotecas virtuais
que tanto o aluno quanto o professor podem visitar e consultar bastando para isto
um computador conectado a Internet.
Acredita-se que os grandes questionamentos seriam: como utilizar tais recursos
em sala de aula. E na tentativa de responder esta questão apresento como parte
final deste trabalho um projeto realizado com alunos de Educação de Jovens e
Adultos de uma escola Pública do Estado do Paraná. O projeto Clicando a Internet,
onde destaco os principais objetivos e estratégias, dinâmicas utilizadas em sala de
aula e no laboratório de informática, bem como depoimento dos alunos que
participaram do referido projeto.
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2. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS CIÊNCIAS
Ao longo da história do homem muitas foram as transformações ocorridas nas
sociedades. O ser humano desde o início procurou desenvolver instrumentos e
ferramentas para satisfazer suas necessidades. Com a evolução do tempo, a
ciência foi tomando um papel cada vez mais importante nas sociedades.
Em especial na época em que vivemos, ela tornou-se integrante indispensável para
o nosso cotidiano. Mas os avanços da ciência e da tecnologia são tantos que
muitas sociedades não conseguem acompanhar essas transformações.
A cada dia que passa o homem apresenta novas descobertas em diferentes áreas
como no campo da genética, da química, da informática, e em muitas outras áreas
do conhecimento. Para nós talvez, muitas invenções feitas no passado, não são
tão valorizadas e às vezes até consideradas simples, mas para o homem que viveu
naquela época suas descobertas foram fundamentais para sua sobrevivência e não
eram tão simples como imaginamos.
No sentido de pontuar como o desenvolvimento da ciência e da tecnologia em
tempos remotos foi mola mestra para o desencadear de nossa evolução científica e
tecnológica, vamos recordar algumas das descobertas feitas pelo homem e
verificar como isso influenciou no seu modo de vida à época.
Os nossos antepassados, de acordo com suas necessidades foram criando
instrumentos para o seu trabalho. Os instrumentos eram feitos de pedras, ossos e,
principalmente madeira. Através de experimentos conseguiu fazer objetos que
serviam para cavar, cortar, descascar, produziu machados, facas, e cada vez mais
iam melhorando seus instrumentos de trabalho. E quando o homem aprendeu a
usar os metais, ele pode aperfeiçoar ainda mais suas ferramentas e armas,
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combinando instrumentos simples e bem cedo inventou as primeiras máquinas.
Para Gay (1996)
Com o aprimoramento de técnicas mais complexas o ser humano passou por grandes revoluções. A primeira grande revolução foi a do neolítico, nesse período as técnicas desenvolvidas foram fundamentais para a sobrevivência do homem, a começar pela prática da agricultura e também pela fabricação de objetos e ferramentas, que nesse período histórico, essas descobertas representaram grandes invenções, pois facilitaram a vida cotidiana do homem. (p. 34)1
Mas, todo esse processo demorou milhares e milhares de anos. Nos últimos
trezentos anos, as invenções se multiplicaram rapidamente e continuam se
aperfeiçoando cada vez mais. As máquinas e aparelhos que hoje conhecemos e
utilizamos são fruto do trabalho de milhões de pessoas, acumulado durante o
passar do tempo.
2.1 As grandes descobertas
Já vivemos muitas eras ou ciclos: era dos descobrimentos, a do renascimento, da
revolução científica, da revolução industrial e vivemos hoje a era da tecnologia com
o uso intensivo da informatização. Vivendo na atualidade às vezes nem da para
acreditar que existiram épocas na história em que o homem só conhecia o seu
território, e não imaginava que além do oceano existissem outros continentes e
outros povos.
Na história das descobertas encontramos interessantes e importantes fatos que
marcaram nosso desenvolvimento. A invenção da bússola, assim como o
aprimoramento das técnicas de navegação, facilitou a expansão marítima européia,
resultando na nova rota marítima para as Índias, realizadas por Vasco da Gama.
Os avanços da tecnologia de navegação da época foram notáveis, não tardando
assim o descobrimento da "nova terra", a América, realizada por Cristóvão
1 Esta citação e outras que ocorrerem do referido autor estão no texto original em espanhol. Tradução minha.
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Colombo. Por outro lado, a pólvora, outrora utilizada meramente para a fabricação
de fogos de artifício, passou a ser utilizada para fins militares.
Percebemos que a partir dessa nova realidade, as novas descobertas vinham de
encontro com as necessidades da época, pois para explorar novas terras os
homens tinham que aprimorar e aperfeiçoar as técnicas de navegação, pois caso
contrário seria impossível a conquista de novos territórios. Os séculos XV e XVI
marcaram o início das grandes descobertas onde para muitos escritores foi o
renascer das artes, da literatura e das ciências. Esse período ficou conhecido como
o Renascimento.
O Renascimento manifestou-se primeiramente nas cidades italianas e depois se
difundiu por toda a Europa. Sobre esse período Harman (1995) diz:
Os historiadores da Renascença se referem muitas vezes a três grandes desenvolvimentos importantes nas artes mecânica, a invenção da imprensa, da pólvora e da bússola que contribuíram de forma notável para o rápido desenvolvimento das sociedades européias nesse período. (p. 17)
Muitos foram os representantes do renascimento italiano, dentre eles destacamos
Leonardo Da Vinci (1452-1519): foi pintor, arquiteto, escultor, físico, engenheiro, se
destacou na arte e nas ciências. Arruda (1986) em relação a Leonardo da Vinci diz
que “já no século XVI ele tinha imaginado uma máquina a vapor, mas foi apenas no
século XVIII que ela teve aplicação efetiva”. (p. 109)
Com isso percebemos que as invenções são feitas a partir das necessidades do
homem e da sociedade com o passar dos tempos, cada vez mais o homem
necessita de novos métodos e técnicas para o seu trabalho e para sua vida
cotidiana. Muitas foram às descobertas importantes feitas nesse período como
registra Harman (1995):
A publicação de Sobre a Revolução das esferas celestes (1543) pelo astrônomo polonês Nicolau Copérnico deu início a uma transformação na
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concepção do universo.Copérnico argumentava que o Sol era o Centro dos cosmos e não a Terra. [...] Essa publicação deu início a um processo que transformava a concepção do lugar do homem na natureza. (p. 26)
Outra personalidade importante do renascimento foi Galileu Galilei (1564-1642)
matemático, físico e astrônomo. Ele trouxe a teoria de Copérnico para o foco de um
debate intelectual, demonstrou que o centro do Universo é o Sol e não a Terra foi
perseguido pela Igreja que defendia a teoria de que a Terra era o centro do
Universo.
Galileu Galilei desmontou todo uma teoria criada pela igreja que através de suas
idéias, tinham o objetivo de reforçar o seu poder. Os grandes avanços da ciência
ocorridos graças às descobertas de Galileu e Copérnico, deram um impulso para
as pesquisas de Isaac Newton. Ele foi matemático, físico e astrônomo, descobriu
as leis da gravitação universal e da decomposição da luz. A respeito de Newton
Chassot (2000), faz o seguinte comentário:
Newton não desconheceu as contribuições dos que o antecederam, (...) deixou claro em sua frase: “se vi mais longe do que os outros homens, foi porque me coloquei sobre os ombros de gigantes”, [...] Newton tornou-se, um século mais tarde, o símbolo da revolução científica européia. (p. 109)
Podemos dizer que a cada nova idéia, a cada novo instrumento criado pelo
homem, muitas foram e muitas serão as transformações ocorridas nas sociedades,
pois cada vez mais a ciências avança de uma forma rápida, mas tudo isso se deve
ao fato de já existir invenções importantíssimas feitas pelos homens no passado e
hoje essas invenções são fundamentais para outras grandes descobertas.
Também não podemos deixar de destacar que a cultura renascentista foi divulgada
graças à invenção da imprensa pelo alemão Gutemberg (1397-1468). De acordo
com os dizeres de Lobato (1972) “até o aparecimento da prensa [...] não existia no
Ocidente um só livro impresso, um só jornal, uma só revista”. (p. 152)
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Hoje temos uma variedade de materiais impressos, e por isso fica até difícil
imaginar como seria a nossa vida sem livros, revistas e jornais, mas só que nem
sempre foi assim como comenta Kalinke (1999):
Os avanços tecnológicos começam a ser utilizados, praticamente, por todos os ramos do conhecimento. As.descobertas são extremamente rápidas e estão à nossa disposição com uma velocidade nunca antes imaginada. O advento do chip, que deu origem aos computadores atuais, talvez tenha sido o grande achado deste milênio. (p. 13)
Verificamos que na atualidade os avanços tecnológicos são tão rápidos que muitos
produtos tornam-se obsoletos, ficando até difícil acompanhar tantas
transformações.
Em relação à época atual Aquiles Gay (1996), destaca a importância do surgimento
de novas tecnologias no campo da microeletrônica, na biotecnologia e na
informática. Essa nova revolução é chamada pelo autor de Revolução científico
Tecnológica.
Nessa revolução ele cita o exemplo do computador, que realiza em poucos
segundos, operações complexas que com métodos tradicionais levariam dias de
trabalhos. O autor caracteriza bem essa grande revolução quando diz que
“Estamos passando de um esquema em que preponderante era a energia, e o
outro em que a supremacia passa pela informação; dos Cavalos a Vapor aos
Megabytes”. (p. 42)
A seguir vamos fazer um breve histórico da evolução do computador e analisar
algumas idéias em torno de seu uso e, em especial, discutir a sua aplicabilidade
enquanto recurso na educação.
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3. A MÁQUINA CHAMADA COMPUTADOR
Já dissemos que o homem durante toda a sua existência vem desenvolvendo e
aperfeiçoando seus instrumentos de trabalho e que com o passar do tempo ele
criou a necessidade de fazer cálculos mais complexos e de armazenar informações
cada vez mais volumosas. Sobre as formas utilizadas pelo homem para
representar quantidades, Silva (1980) diz que
O primeiro sistema que o homem utilizou para representar quantidades foram os seus próprios dedos, posteriormente utilizou pedras, gravetos, nós em barbantes. [...] Essa representação não era a ideal para os comerciantes e mercadores. E passaram a usar placas de argila para a representação gráfica dos seus cálculos. Mais tarde, os egípcios trouxeram uma grande vantagem com o uso do pergaminho, e com os romanos começaram a escrever suas leis. (p. 18)
Mas foi na Antiguidade que surgiu o primeiro sistema de cálculo manual, há 3000
anos. Sua origem se deu na China e depois difundido por outros países orientais,
era o ábaco. Estes métodos se mostraram lentos e inexatos e não foram capazes
de atender as necessidades do homem com o passar dos tempos.
Mas foi a partir dos séculos XVII e XVIII que temos o desenvolvimento das técnicas
de cálculo. Temos a máquina de somar de Blaise Pascal, surgida em 1642. O Tear
de Jacquard antecede as modernas máquinas de cartões perfurados. Idealizada
por Leibnitz, foi criado em 1671 uma máquina de multiplicações, por volta de 1833,
Charles Babbage, continuou as invenções de Pascal e Jacquard, para conceber a
sua máquina analítica, mas não continuou por falta de recurso técnicos, conforme
revelou Silva (Ibidem).
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Podemos Perceber como eram lentas as etapas de desenvolvimento de novas
técnicas nesse período e muitas vezes por falta de recursos não havia a
possibilidade de se continuar com um projeto. Se compararmos com a atualidade
as descobertas de hoje são muito mais rápidas, obviamente quando existe
interesse político ou econômico envolvido, mas é bom relembrar que estas
descobertas muito devem ao fato de já existir todo um rol de conhecimentos
anteriores.
Silva (Ibidem) revela que por volta de 1880, o Dr. Hermenn Hollerith, construiu o
primeiro conjunto mecanográfico de gestão com cartões perfurados. Em 1866,
William S. Burroughs produziu em escala industrial, máquinas de somar que
imprimiam o resultado.
As máquinas precedentes ainda eram relativamente lentas, para as necessidades
do homem nesse período em que desencadeava a guerra na Europa e que depois
se alastraria pelo mundo. Em 1871, uma equipe de engenheiros e estudantes da
Universidade de Harward, liderada pelo Prof. Howard Aiken, retomaram os estudos
de Charles Babbage, e por volta de 1944 eles concluíram com êxito um projeto de
computador, que ficou conhecido por Harward Mark I. As operações eram
controladas automaticamente com relés eletromagnéticos e os cálculos aritméticos
eram feitos mecanicamente.
Dois anos mais tarde, na Universidade de Pensilvânia, os Profs Eckert e John W.
Mauchly constroem para o exército norte–americano, um computador capaz de
efetuar 30 multiplicações por segundo. Foi o primeiro computador a usar
internamente componentes totalmente eletrônicos. A esse computador deu-se o
nome de E.N.I.A.C. (Eletronic Numerical Integrator And Computer).
Após isso foi feita a evolucão para a máquina E.D.V.A.C. (Eletronic Discrete
Variable Automatic Computer), e posteriormente em 1952 a partir do E.D.V.A.C
atingiu-se o primeiro computador comercial do mundo: o Univac Nos seis anos que
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compreendem o período de implantação, muitas firmas passam a comercializar os
computadores. E a partir de 1950, as máquinas não são unicamente destinadas
aos cálculos científicos, mas a toda a espécie de processamentos lógicos das
informações.
Com este relato histórico apresentado por Marco Antonio F. da Silva fica claro
afirmar que ao longo da trajetória de vida dos seres humanos eles foram criando
ferramentas para facilitar o seu trabalho e sua vida cotidiana, e que o computador
foi mais uma das ferramentas inventadas para auxiliá-lo na sua vida profissional e
também no seu dia a dia.
Assim, neste contexto de desenvolvimento o computador propiciou muitos outros
recursos que foram criados a partir das mais variadas aplicações que foram dando
para esta nova ferramenta que passou a revolucionar o mundo moderno. Dentre
estas variadas aplicações o que mais vem impressionando os pesquisadores é a
Internet.
3.1 A Internet: uma trajetória revolucionária
Esse recurso também teve suas etapas de evolução, pois as pessoas que criaram
a Internet não fizeram isto da noite para o dia. O registro de criação nos leva ao
governo dos Estados Unidos nos anos sessenta, mais especificamente, ao
Departamento de Defesa dos EUA (Advanced Research Projects Agency).
Neste período, foi criada uma rede de computadores cuja finalidade era pesquisar
novas formas de comunicação. É bom lembrar que este período Histórico era os
tempos da chamada Guerra Fria, e os EUA tinham que mostrar sua supremacia
junto à extinta União Soviética. O objetivo desse departamento era desenvolver um
sistema que resistisse aos possíveis ataques inimigos.
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Assim, com este cenário, surgiu a Arpanet. Além da arquitetura inteligente, a
Arpanet adotou uma linguagem de comunicação bastante polivalente, capaz de
fazer com que computadores de diferentes modelos e fabricantes se
comunicassem entre si.
Posteriormente esta forma de comunicação chegou à universidade. Sobre este
encaminhamento dado aos primeiros trabalhos com a informática interligando as
comunicações, Bauer (1997) revela que
Em 21 de novembro de 1969, foi trocada a primeira mensagem eletrônica pela Arpanet, entre a Universidade da Califórnia e o Instituto de Pesquisas de Stanford. Reservada no início a poucos acadêmicos e pesquisadores americanos ligados à indústria militar, a Internet começou a se popularizar nos anos 80. Diversas outras redes começaram a se ligar à antiga Arpanet, dando-lhe um caráter de “rede das redes” daí o nome Internet (net, em inglês, significa rede).(p.21)
Muito mais do que novas ferramentas, todas essas descobertas serviram para que
o homem pudesse abrir caminhos, em busca da expansão do lugar físico e de
melhorar sua vida. Hoje, com a Internet, o homem pode viajar por muitos lugares,
bibliotecas, conversar com pessoas do mundo inteiro.
O computador e os recursos da Internet são usados para vários fins, e a sua
utilização chegou também a área da educação e isto tem gerado muitas
discussões. Para alguns autores o uso do computador e de seus recursos na
educação pode ampliar o mundo daqueles que a utilizam, abrindo novas
possibilidades tanto para professores como para alunos. Outros até apóiam o uso
do computador na educação, mas consideram que se deve ter cautela ao trabalhar
com esse recurso e há ainda aqueles que não vêem com bons olhos a utilização
do computador na sala de aula, ou podemos dizer, no processo educativo do
aluno.
Assim, parece oportuno discorrermos sobre a utilização desta máquina, com seus
diferentes recursos que podem ser trabalhados na educação, e, apresentar
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também, como o trabalho efetivo com a tecnologia é apresentado no discurso
oficial da educação brasileira.
3.2 O uso dos recursos tecnológicos na educação
A informática faz parte do dia a dia do cidadão, quando usa o telefone, a agência
bancária, são inúmeras as coisas em que esta tecnologia esta presente.
Na educação a informática utiliza-se principalmente do computador, através dessa
ferramenta o aluno poderá construir objetos virtuais, realizar cálculos complexos
editar textos, criar páginas e muitas outras coisas. Mas anteriormente, outras
tecnologias foram introduzidas na educação.
A primeira revolução tecnológica no aprendizado foi provocada por Comenius (1592-1670), quando transformou o livro impresso em ferramenta de ensino e de aprendizagem, com a invenção da cartilha e do livro texto. (Proinfo: Informática e formação de professores, SEED, 2000, p. 13)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) em sua versão preliminar destaca a
importância dos recursos tecnológicos na educação quando afirma que “o uso do
computador na escola irá proporcionar, uma melhora da atividade de ensino e da
qualidade da aprendizagem”. (p.151)
Porém, o documento enfatiza que
A incorporação de recursos tecnológicos não é por si só, garantia de maior qualidade na Educação, a utilização dos microcomputadores na escola não é sinônimo de transformação da prática pedagógica. É preciso levar em conta qual é a Educação que queremos oferecer aos nossos alunos e que a utilização das novas tecnologias seja amplamente discutida e elaborada conjuntamente com os professores, alunos equipe técnica e comunidade escola. (p.151)
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Nas escolas atualmente o que se percebe e que alguns professores não tem muito
interesse em desenvolver projetos utilizando o computador, muitos menos de ler
novas propostas, novas idéias, sobre como trabalhar com essa novas tecnologias
na educação.
Também temos presenciado que muitas escola possuem ótimos laboratórios, mas
seus professores passam a utilizar o computador sem propostas, sem amarrar com
os conteúdos e utilizando-se das máquinas apenas como mera executora de
tarefas, onde o aluno passa a realizar atividades mecânicas.
Consideramos que para aprender a trabalhar com word, planilhas, power point,
excel, pode-se aprender tranqüilamente lendo manuais. O mais interessante seria
aprender o que fazer com todos esses recursos que o computador oferece, onde o
aluno possa desenvolver sua criatividade e que esta esteja voltada para a melhor
compreensão dos demais conteúdos escolares. Pois caso contrário usar a nova
tecnologia poderá representar apenas a troca de um recurso, pois poderemos estar
produzindo uma aula memorística, desconectada da realidade social dos alunos
mesmo estando em um sofisticado laboratório.
Essa realidade não é apenas no ensino fundamental ou médio, recentemente
ficamos observando uma aula no laboratório de uma instituição de Ensino Superior.
Nesse laboratório de informática tinha em torno de vinte computadores, em cada
computador tinha dois alunos em alguns casos até três, e a aula era sobre excel, o
professor ficava “ensinando” as diversas funções das barras de ferramentas, como
tinha apenas um aluno por computador um fazia, o outro apenas olhava.
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O professor poderia usar essa aula para mostrar ao aluno que com o excel, ele
poderá criar, desenvolver, programas, tabelas históricas, que sejam interessantes
para as empresas ou até para suas atividades pessoais, seria uma forma de
mostrar para o aluno que ele tem condições de criar idéias novas e não sempre
reproduzir o que os outros já produziram. Paulo Freire (1995) faz um comentário
interessante sobre o uso de computadores na educação:
A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem ela. Utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Dependendo de quem o usa, a favor de que e de quem e para quê. O homem concreto deve se instrumentar com o recurso da ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua humanização e de sua libertação. (p. 22)
Entendemos que os professores são fundamentais nesse processo de expandir a
capacidade crítica do aluno, mas se esse professor não tiver propostas de ensino,
poderá usar o computador apenas para executar tarefas repetitivas e mesmo que
possa produzir alguma atratividade ao aluno, seu lado aplicativo deixaria a desejar,
pois poderia estar estimulando a passividade ao invés do espírito crítico.
Ao usar o computador, o professor deve proporcionar condições aos alunos de
criar, questionar, buscar novos conhecimentos, interpretar os textos, errar, acertar
e ao utilizar mais esse recurso, que é o computador, isso não irá prejudicar o aluno
em nada, irá possibilitar mais conhecimentos, onde o aluno poderá através da
Internet até consultar textos, periódicos, em uma biblioteca da Espanha, sem
precisar ir até lá, e se não fosse o computador nada disso seria possível.
O aluno deixa de ser passivo, de ser o receptáculo das informações para ser ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento. Portanto, a ênfase da educação deixa de ser a memorização da informação transmitida pelo professor e passa a ser a construção do conhecimento realizado pelo aluno de maneira significativa sendo o professor o facilitador desse processo de construção.2
2 José Armando VALENTE, Fernando José de ALMEIDA, Visão Analítica da Informática
na Educação no Brasil: a questão da formação do professor, disponível em http://www.inf.ufsc.br/sbc_ie/revista/nr1/valente.htm acesso em: 04 março de 2003
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Para alguns professores essas propostas de ensino que visam romper
radicalmente com o ensino tradicional ainda muito presente em escolas e até
universidades não passam de um exercício de retórica. Mas nós enquanto
professores da rede Estadual de Ensino acreditamos que inovar na educação é
preciso. E se o computador e a Internet possibilita essa mudança temos não só
que acreditar, mas acompanhar essas inovações, para possibilitar aos nossos
alunos o acesso a mais essa nova forma de comunicação e conhecimento, que
com certeza poderá auxiliar em seu processo de escolarização.
Assim, com este pano de fundo, ou seja, afirmando que a tecnologia da informação
já adentrou ao espaço escolar vamos nos deter de forma mais direcionada a
discutir como a Internet pode ser utilizada no espaço escolar.
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4. A INTERNET NA EDUCAÇÃO
4.1 As novas tecnologias e a sua aplicação no processo educacional
O uso de novas tecnologias tornou-se uma necessidade no mundo em que
vivemos, conforme já destacamos no capítulo anterior, e a descoberta de novas
tecnologias tem nos afetado de todas as formas.
Sobre o conceito de novas tecnologias, Marques (1999) afirma que:
Por novas tecnologias entendemos hoje, o surgimento de uma outra articulação de linguagem encarnada em novos suportes que são as máquinas com que os homens se comunicam, dotando-as da capacidade de processarem e intercambiarem informações. (p. 45)
Das tecnologias atuais, o computador e os seus recursos são amplamente
utilizados em nosso dia a dia. Com essa máquina muita coisa mudou, hoje a maior
parte da sociedade convive com as praticidades criadas por suas diferentes
aplicabilidades. Entre seus recursos destacamos a informática.
Com todas essas novas possibilidades do uso do computador, muita coisa passa a
ser feita de forma diferente, antes, por exemplo, comprávamos em lojas e
pagávamos com dinheiro, cheque ou cartão, hoje também compramos nas
mesmas lojas, mas sem precisar ir até elas, pagamos por débito eletrônico direto,
ou por meio do cartão, dispondo assim de certa comodidade.
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Nesse novo processo de compras, utilizam-se os computadores para trocarem não
somente as informações necessárias para efetuar e pagar uma compra, mas
também as empresas, no mesmo instante em que executam esta operação, já
controlam seus estoques e toda a sua contabilidade. Além desse exemplo, muitos
outros podem ser citados, em que o computador se apresentará como sendo a
ferramenta principal, contribuindo assim de forma direta e indireta para
significativas mudanças comportamentais.
No bojo destas mudanças, uma pessoa hoje pode conhecer outra, namorar e
ultimamente até casar-se usando o computador, coisa que em tempos passados,
jamais poderíamos acreditar, que alguém pudesse casar com outra pessoa usando
o computador como o mediador de um contrato interpessoal.
Um outro exemplo de aplicabilidade está nos serviços diversos que o computador
pode oferecer, que vai desde uma receita de bolo que pode ser encontrada nas
páginas da Net até diferentes e sofisticadas operações bancárias.
Cabe destacar como este equipamento também tem auxiliado em áreas que
mantinham uma tradição histórica de funcionamento como é o caso da medicina,
pois na atualidade, já estamos sendo surpreendidos com os sofisticados
procedimentos cirúrgicos sendo comandados pelo cirurgião que às vezes, se
encontra em outro continente, ou seja, um procedimento médico sendo executado
com o auxilio imediato da máquina.
Outra aplicação do computador na área da saúde é que através dele, podemos
achar com maior rapidez, doadores de órgãos que tenham compatibilidade com
aqueles que dependem, muitas vezes em caráter de urgência deste serviço.
Uma área importante que na atualidade tem se apropriado deste recurso é a área
do direito. Já vivemos em tempos de interrogatórios via on-line e da utilização de
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julgamentos que são monitorados e transmitidos para as salas de diferentes
universidades como material de estudo.
Neste contexto, certamente podemos afirmar que o computador tem facilitado a
vida de muitas pessoas. Assim, é próprio que pensemos que esta tecnologia não
poderia deixar de influenciar o sistema educacional.
Sobre esta apropriação do computador no campo da educação, que ganha a
nomenclatura de “novas tecnologias em educação”, Masetto (2003) argumenta
que:
O uso da informática, do computador, da Internet, do Cd-Rom, da hipermídia, da multimídia, de ferramentas para a educação à distância – como chats, grupos ou listas de discussões, correio eletrônico etc, - e de outros recursos e linguagem digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente e mais eficaz. (p. 152)
O uso do computador na escola trouxe novas formas de ensinar assim como cria
novas perspectivas de aprendizado. Exemplo disto pode ser encontrado no
comentário de Masetto (Ibidem, p. 152), quando diz que “essas novas tecnologias
cooperam para o desenvolvimento da educação em sua forma presencial
(fisicamente), [...] e principalmente para o processo de aprendizagem à distância
(virtual)”.
Essas novas formas de ensinar e aprender vem gerando entre os especialistas e
educadores, muitos questionamentos, dúvidas, ansiedades, em que todos estão
tentando, de uma forma ou de outra, buscar respostas para essas mudanças
pedagógicas advindas com a introdução dos computadores no ambiente escolar, e
com ênfase na aplicabilidade da Internet nas escolas, que é objeto desta
discussão.
Sinalizando para a potencialidade destas mudanças, já podemos verificar
alterações até na estrutura física da escola, pois o modelo presencial de ensino
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que marcou toda a história da educação, hoje já abre espaço para o que
chamamos de “escola virtual”.
Essa escola tem muitas características que a diferem da escola presencial, a
começar que esta não tem um endereço fixo, mas vários endereços. Tampouco
possui uma hora especifica para dela fazer uso, é a escola mediada pelo
computador, onde parecer não haver limites para o conhecimento.
Sobre esse tipo de escola, Marques (1999) comenta:
A Escola Virtual envolve contatos múltiplos e freqüentes de alunos com alunos, de alunos com professores, de alunos e professores com interlocutores externo, com grupos e listas de discussão sobre assuntos diversos. E envolve escolas interligadas, participantes de projetos comuns. (p. 146)
Essa escola virtual, já é realidade, embora para um número ainda pequeno de
alunos, que através de comunidades também virtuais, passam a estabelecer novas
formas de aprendizagem, intercambiando conhecimentos e informações.
Quando ouvimos o discurso sobre todos esses recursos tecnológicos aplicados a
escola virtual, dá-se a impressão que a maioria das escolas, e dos alunos já tem ou
terão, em pouco tempo, acesso a todos esses recursos, principalmente ao
computador e a Internet, no entanto, é importante registrar nesse momento alguns
dados estatísticos sobre o que se pode chamar de a “exclusão digital”.
4.2 Alguns dados estatísticos da população excluída da era digital
Recente pesquisa feita pela Unesco e divulgada pela jornalista Luciana
Constantino, revelou que:
Mais da metade dos alunos do ensino médio que estão se preparando para prestar vestibular ou ingressar no mercado de trabalho, não tem acesso a computador em casa. [...] E 40% dos estudantes de escolas privadas não possuem computador, enquanto esse dado passa para 80%
25
quando se fala em escolas públicas. Por outro lado, uma parcela dos professores também admite não dominar a informática. [...] Dos docentes de escolas públicas, de 7,2% a 24,6% dizem não ter domínio do equipamento.3
Em outro momento, também no jornal Folha de São Paulo, Marijô Zilveti publicou
um artigo sobre a inclusão digital, e ações de setores que visam aumentar a essa
população excluída da era digital, o acesso à informação. Segundo esse artigo:
A população mundial ultrapassa a casa dos 6 bilhões. Desse total, 605,6 milhões estão conectados na Internet. Essa última estimativa é baseada em vários parâmetros, de acordo com o NUA Internet Surveys (www.nua.com) , revelando que os computadores ainda estão restritos a universidades, empresas e lares de alta renda. (p. F4)4
É possível uma melhor analise destes dados quando observamos o gráfico
apresentado na reportagem e que apresenta o “EUA, Canadá, Europa, Ásia e
Pacífico como sendo responsáveis por mais de 560 milhões de usuários que
utilizam a rede em casa ou no trabalho”. A jornalista revelou ainda que “um em
cada três europeus usa a internet, de acordo com o site www. analysys.com “.
Gráfico 01
3 Folha de São Paulo, 29 / 04/ 2003. Caderno 4. Computador é luxo para pré-vestibulando. 4 Folha de São Paulo, 26 / 03 / 2003. Caderno F4. Tecnologia vira meio para inserir cidadão no mundo.
26
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 26 de março de 2003.
Na seqüência de seu artigo ela comenta que “especialistas acreditam que a guerra
contra a exclusão digital depende dos esforços do governo (em várias instâncias),
parcerias com empresas e investimentos em projetos que contemplem as
inovações tecnológicas”. (F4)
Algumas organizações não governamentais e comunidades têm tomado iniciativas
para incluir a população carente em projetos usando o computador e seus
recursos.
Em relação à guerra contra a exclusão digital o jornalista e educador Gilberto
Dimenstein, é citado no mesmo artigo de Marijô Zilveti, porque afirma que o mais
importante, segundo ele, é usar o computador como forma de se expressar “para
habilitar o jovem a poder mudar sua comunidade”. (p. F4)
27
Alguns projetos são indicativos de um olhar e de uma prática, já em funcionamento,
de oferecer condições de acesso à população de menor renda à informática, como
é o caso da cidade de Curitiba que segundo Behrens (2000) “existem os Faróis do
Saber, que oferecem à população de baixa renda e à comunidade em geral o
acesso à rede de informação via Internet”. (p. 118)
Sabemos que o número de pessoas excluídas do acesso ao computador e a
Internet é considerável, mas nós enquanto profissionais da educação devemos
incentivar e desenvolver projetos, que possibilite aos chamados “excluídos digitais”,
o acesso às novas tecnologias de informações. Sobre essa realidade, Behrens
(Ibidem ) diz :
A realidade brasileira não tem permitido o acesso aos recursos tecnológicos a todos os cidadãos com igualdade, mas este fator não deve servir como desculpa para isentar o professor de oferecer a melhor possibilidade metodológica que puder disponibilizar para seus alunos. (p. 118)
Muitos são os projetos desenvolvidos para a inclusão digital, em anexo,
apresentamos uma lista com endereços eletrônicos de algumas instituições que se
dedicam a essa parcela da população que não tem acesso aos recursos
tecnológicos. Atualmente, enquanto professora, não faço parte dessa parcela da
população excluída da era digital, mas nem sempre foi assim.
4.3 Minhas primeiras experiências com o computador e a Internet
28
Acredito ser oportuno o testemunho de meu envolvimento com esta temática, em
especial com o uso do computador, pois durante muito tempo ignorei sua aplicação
na minha prática educacional. Via outras pessoas digitando, fazendo tabelas e
desenhos, no computador. Também usavam uma nomenclatura desconhecida para
mim, como é o caso de “navegar na rede” isto me fazia sentir como uma
“analfabeta digital" diante da linguagem destes colegas.
Minha experiência profissional como professora iniciou-se no ano de 1990 com
alunos do curso de Magistério. Nesse curso ministrava aulas da disciplina de
História e Geografia. Atualmente trabalho como professora de História e Geografia
na rede pública de ensino para Jovens e Adultos e também coordeno projetos em
educação à distância na secretaria Municipal de Educação do Município de
Marechal Cândido Rondon no estado do Paraná.
O computador passou a fazer parte da minha vida pessoal e profissional há muito
pouco tempo, a partir do segundo semestre do ano de 1999. Até essa data, muitos
dos trabalhos que precisava para minhas atividades de sala de aula eram feitos por
outras pessoas que já trabalhavam com o computador.
Outras atividades eram realizadas com a minha máquina de escrever. Neste
período é interessante revelar que não tinha muito interesse em trocar a máquina
de escrever pelo computador. E que somente a partir do segundo semestre do ano
de 1999, esse cenário começou a mudar em minha vida não só de docente, mas
também de pessoa inserida no mundo tecnológico. Nesse ano trabalhava com a
Educação de Jovens e Adultos, em uma escola pública, quando um folder chamou-
me a atenção, por anunciar um curso de Lato Sensu, em Educação a Distância,
para habilitar professores na formação de tutores, que iriam atuar em cursos
presenciais e a distância. O curso estava oferecendo cem vagas para os
professores da Universidade Federal de Paraná, e trinta vagas para professores
externos, embora a probabilidade de ingresso fosse pequena para minhas
pretensões à época, elaborei um projeto e consegui ingressar no curso.
29
No primeiro dia de aula, já senti os impactos das tecnologias, muitos professores
ao invés de anotar as atividades em seus cadernos, possuíam notebook e na lista
com os nomes dos cursistas, tínhamos de anotar nosso e-mail, a maioria já
possuía seu endereço eletrônico, mas eu não tinha nem e-mail, e nem computador.
Para não “fazer feio” liguei para o meu primo e pedi o seu e-mail, e passei como se
fosse o meu.
Esse curso tratou sobre a Educação à Distância e seus recursos, o que mais me
impressionou foi uma aula onde o professor estava na Espanha e através dos
recursos da videoconferência, foi possível manter um diálogo entre o professor e a
turma em tempo real. Esta dinâmica de aula foi fundamental para entendermos que
a diferença, do tipo de aula, não era pelo fato do professor estar presente, ou
ausente, e sim a diferença estava na metodologia usada pelo professor.
Nesta experiência vivenciada pela turma, observamos que ele utilizou-se dos
novos recursos oferecidos pelo avanço das tecnologias que possibilitaram, neste
caso, uma outra forma de comunicação e interação, essa realidade não prejudicou
em nada o processo de aprendizagem, ao contrário, houve uma grande
interatividade, entre os alunos, e o resultando foi uma aula interessante e dinâmica
para todos os participantes.
O curso também, disponibilizou um laboratório de informática e no último dia
tivemos uma aula prática. Não existia nenhuma atividade programada, era apenas
para matar nossa curiosidade, acessar a Internet e perguntar as dúvidas ao
professor. Eu como nunca se quer tinha ligado um computador, fiquei apenas
observando os meus colegas, claro, não queria deixar transparecer que não sabia
nada, por isso optei por ficar só olhando, senti nesse momento, até um pouco de
vergonha, por não saber lidar com o computador, a maioria dos cursistas já
demonstravam uma certa intimidade com a máquina. Mas tudo bem passou essa
30
aula e ao final do curso tínhamos que desenvolver as atividades propostas pelos
guias didáticos.
A disciplina de Comunicação e Informação em Educação a Distância, propôs uma
atividade no qual era usado o computador. Como não tinha ainda computador, fui
fazer a atividade no computador do meu primo, que estava no escritório onde ele
trabalhava.
A atividade proposta era a seguinte: entrar num programa de site de busca, e
buscar a expressão Educação a Distância, na resposta virão várias possibilidades.
Clique uma. Na resposta virão várias opções: clique uma e assim por diante. Essa
atividade era para demonstrar que em cada processo era construído um texto
diferente. E ao clicar em outros, tínhamos vários textos.
Mas o mais importante da atividade era que o próprio aluno clicasse nos links,
como ainda não sabia navegar na Internet, meu primo, fez as atividades e imprimiu
os textos para que pudesse apresentar para o professor. De certa forma senti
frustrada, por não poder realizar a tarefa usando o computador. A partir dessa
atividade comecei a perceber que estava motivada a usar o computador, e seus
recursos. Enquanto aluna do curso, senti que a motivação foi impulsionada pelas
atividades propostas, no qual o computador foi o elemento principal para realizá-
las. Sobre essa situação onde a motivação é fator fundamental para a
aprendizagem, Andrade (2003) comenta:
[...] O fato é que sem motivação não ocorre aprendizagem. Não adianta insistir para que uma pessoa aprenda se ela não estiver motivada. [...] Motivar ou produzir motivos significa predispor a pessoa para a aprendizagem. O aluno estará motivado para aprender quando está disposto a iniciar e continuar o processo de aprendizagem, ou quando está interessado em aprender um certo assunto ou resolver um dado problema. Daí a importância em motivá-lo, tendo em vista seus interesses, sua bagagem cultural. (p. 71)
Após esse curso, como já relatei, passei a me interessar mais pela Educação a
Distância. No ano de 2000 adquiri meu primeiro computador e logo instalei a
Internet. A partir daí comecei a manusear o computador com o auxílio de minha
31
filha de doze anos que já sabia lidar com o computador e com a Internet. Logo
criei meu primeiro e-mail que foi [email protected], atualmente é
[email protected], troquei, em função dos vírus.
Na Internet, comecei a acessar os endereço que foram repassados para nós no
curso. Lembro-me como se fosse hoje, da primeira página que acessei, foi do site
www.ead.ufms.br. Nesse mesmo site fiz meu primeiro curso on-line que era sobre
Criação de página na Internet para professores. Mas não tive muita sorte, porque o
curso ficou apenas uma semana on-line.
O ambiente virtual das aulas eram interessantes, mas não sei porque motivo, o
criador do curso, mandou uma mensagem via e-mail, dizendo da impossibilidade
de continuar o curso, recebi apenas um e-mail do professor, mas como estava no
início do curso, apenas li e ficou por isso mesmo.
Esse início frustrante de curso on-line, não foi suficiente para me desanimar, logo
me inscrevi noutro curso on-line do portal www.klickeducacao.com.br o curso era
Sala de Aula e Internet, esse sim valeu a pena, o curso possibilitou vários
momentos de interação entre a Tutora Flávia Amaral Rezende e os cursistas.
Nesse curso aprendi a anexar as primeiras mensagens no e-mail, algumas
técnicas de navegar, fiz leituras de textos interessantes e serviu também para
melhorar um projeto que vinha elaborando em sala de aula, e o mais importante é
que perdi aquele medo de trabalhar com o computador e a vergonha foi superada
pela vontade de aprender. Meu primeiro e-mail foi destinado à Tutora Flávia
Rezende, pois estava com problemas para acessar o curso:
Olá professora Flávia estou sem poder acessar ao curso pois, aparece à mensagem que a página não está disponível ou quando aparece, aparece em código. Gostaria que verificasse.AbraçoSonia Moraes
E a resposta da professora foi:
32
Sonia!
Ola! Bom você estar conosco embora pareça que ainda persistam alguns problemas. Se você acessa o sistema via Home da Escola de Professores e por algum motivo o sistema cai, sua senha fica presa por 15 minutos. Se o problema ainda persiste são 20h35 de domingo me avise. Tente me contar se aparece erro 404. Qualquer dúvida a mais me ligue apesar de estar em São Paulo. (011) 4418154.
Depois de solucionado o problema passei a acessar, o curso e a trocar e-mails
entre os cursistas, inicialmente foram para as apresentações, enviei um e-mail aos
colegas, onde fiz um breve histórico sobre minhas funções e anexei a primeira
imagem no e-mail!
Olá amigos sou a professora Sonia Moraes esta foto é do Departamento de Educação a Distância da Secretaria de Educação de Marechal Cândido Rondon, atualmente estou coordenando o curso de tutoria da Universidade Federal do Paraná, este curso não é totalmente on-line, existem momento presenciais e a distância posteriormente o nosso Município implantará o Centro Associado com cursos à distância da UFPR (especialização, técnico e graduação), futuramente mestrado (em Educação a Distância pela UFPR), apenas está aguardando parecer do MEC.
Um abraço!
Nesse curso on-line, através da troca de e-mails percebi que a maioria dos
professores estavam tentando aos poucos introduzir o computador e a Internet em
33
sala de aula, podemos verificar essa realidade em alguns e-mails enviados pelos
colegas de curso.
Sou Mônica, professora de Ensino Fundamental e de História da rede pública municipal, trabalhei quatro anos como professora orientadora de informática educativa e atualmente estou trabalhando no Núcleo de Ação Educativa da PMSP na equipe pedagógica. É um prazer poder compartilhar esse espaço com vocês. Sou marinheira de primeira viagem em curso on-line. Minhas expectativas com relação ao curso são: pesquisar na internet com maior agilidade, refletir sobre o uso pedagógico desse recurso no desenvolvimento de projetos e pensar sobre formas de viabilização de troca de conhecimentos e informações através da criação de sites. Até breve: Mônica
Essa professora mostra a sua preocupação, sobre como usar a Internet no
desenvolvimento de projetos. Muitos professores pensam em usar esse recurso em
sala de aula, mas a realidade muitas vezes impossibilita a realização de projetos
que utilizam o computador e seus recursos. Para preparar os professores para a
utilização do computador e da Internet, Moran (2000) destaca alguns passos:
O primeiro passo é procurar de todas as formas tornar viável o acesso freqüente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, notadamente à Internet. [...] A sociedade precisa ter como projeto político à procura de formas de diminuir a distância que separa os que podem os que não podem pagar pelo acesso à informação. (p. 50)
Ele acrescenta ainda que
O segundo passo é ajudar na familiarização com o computador, com seus aplicativos e com a Internet. Aprender a utilizá-lo no nível básico, como ferramenta. No nível mais avançado: dominar a ferramenta da Web, do e-mail. Aprender a pesquisar nos search, a participar de listas de discussões, a construir páginas. O nível seguinte é auxiliar os professores na utilização pedagógica da Internet e dos programas multimídia. (p. 51)
Também a minha principal preocupação, era como usar o recurso da Internet, num
projeto que estava começando a ser desenvolvido, com Jovens e Adultos de uma
escola pública do Município de Marechal Cândido Rondon, no estado do Paraná. E
enviei o seguinte e-mail:
34
Desejo utilizar os recursos de internet porque a educação não pode excluir os alunos desses avanços tecnológicos, negar esses recursos ao aluno que nunca viu ou usou a Internet é contribuir para a discriminação ou exclusão daqueles que talvez só terão oportunidade de utilizar esse recurso na escola, através de um projeto bem elaborado. A faixa etária dos alunos é entre14 a 45 são Jovens e adultos que já foram excluídos do ensino regular.
Possuo o planejamento dos objetivos, justificativas metodologias e avaliação, enfim da dinâmica em relação aos conteúdos, que será montado a partir da construção do aluno através das atividades proposta. Usaria a Internet para que o aluno pudesse visualizar e acessar os principais recursos da Internet, bem como conhecer sites, traduzir termos, enviar e-mail enfim na realidade mesmo o principal objetivo e desmistificar o termo Internet.
Ao invés dos alunos escreverem o que é a Internet irão praticar. Tenho um aluno que trabalha de bóia fria quando convidei ele e outros alunos para acessar a Internet o mesmo disse: “Essa coisa não vai explodir não?” E percebe-se o brilho nos olhos desses alunos que pela primeira vez entraram em contato com o computador e que ainda infelizmente são excluídos desses recursos tecnológicos.
Muitos professores atualmente se empenham no desenvolvimento de projetos que
envolvem as novas tecnologias educacionais, principalmente o computador e a
Internet. Muitos especialistas e educadores questionam como esse recurso, o da
Internet, vem sendo conduzido nas escolas, quem tem acesso, como ter acesso,
podemos controlar o acesso, em suma, discute-se como o professor vem
trabalhando esse recurso, como está sendo aplicado e como se dá o conhecimento
significativo produzido através desse recurso.
Todos esses questionamentos são pertinentes, não podemos também endeusar a
Internet, como se ela fosse resolver todos os problemas da educação, mas
também não podemos menosprezar todos esses avanços tecnológicos, a escola
não deve ficar alheia a todas essas inovações. Sobre a aplicabilidade do recurso
da Internet Moran (2000) enfatiza que
A Internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor cria um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de
35
comunicação autêntica do professor de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, pela competência e pela simpatia com que atua. (p. 53)
Só o fato de você dizer ao aluno que hoje a aula será realizada com pesquisa na
Internet, já percebemos a alegria deles, coisa que em muitos casos não ocorre
normalmente nas salas de aula. No meu caso o que mais motivou o uso do
computador, foi o recurso da Internet, o computador sem Internet, representa muito
pouco, para aquilo a que me disponho a fazer. Moran (Ibidem) também diz que na
Internet desenvolvemos formas novas de comunicação, principalmente na escrita.
Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, conectada, multilingüística, aproximando texto e imagem. Agora começamos a incorporar sons e imagens em movimento. A possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais na Internet gera uma grande motivação visibilidade, responsabilidade para professores e alunos. (p. 53)
Sem dúvida, a Internet deixa a pessoa “mais a vontade” para escrever, para dar
sua opinião, tanto que uma pessoa passa a conversar com a outra como se já
conhecesse há muito tempo, criando muitas vezes laços de amizade, que, em
alguns casos chega ao extremo de um casamento.
Contudo, Moran (Ibidem) também faz um alerta para alguns problemas no uso da
Internet na educação. Ele aponta que
Alunos não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender. Estão acostumados a receber tudo pronto do professor, e esperam que ele continue “dando aula”.[...] Alguns professores também criticam essa nova forma, porque parece um modo de não dar aula, de ficar “brincando” de aula...
Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. [...] deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal.
Percebemos também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro.[...] Os alunos, principalmente os mais jovens, “passeiam” pelas páginas da Internet, deixando de lado coisas importantes.
36
Há grupos mais ativos, outros menos, grupos de alunos mais motivados e maduros, outros menos. Com cada grupo, é preciso procurar encontrar a proposta mais adequada [...] O mais importante é a credibilidade do professor, sua capacidade de estabelecer laços de empatia, de afeto, de colaboração, de incentivo. (p. 54-55)
Como podemos observar, ao desenvolvermos projetos com Internet temos de ter
claro, quais são os propósitos, aonde queremos chegar, o que queremos que o
aluno desenvolva, acessar a Internet por acessar não irá acrescentar muita coisa
aos alunos. Pela quantidade de informações que possui, a Internet, o aluno poderá
facilmente não saber o que fazer com tantas novidades, e passe a navegar, só pelo
fato de achar legal, interessante, bonito, deixando de lado os verdadeiros motivos
que o levaram a pesquisar. Em relação a todo esse encantamento, que a Internet
provoca no aluno, Moran (2000), faz um alerta interessante:
Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação [...] que pode nos ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender. (p. 63)
Além da Internet, outros recursos interessantes, podem ser usados, alguns
professores, consideram a troca de e-mail importante, para aumentar a
comunicação entre professores e alunos.
Em outra mensagem enviada via e-mail, a colega do curso Sala de Aula e Internet,
Zoraia diz que seu objetivo é o de vivenciar conhecimentos pela rede, via e-mail e
através do chat:
Olá Professora e colegas,
Sou Zoraia, moro em Natal e trabalho com o recurso da Informática na Educação desde 1995 na escola Auxiliadora de Natal da Educação Infantil ao Ensino Médio. Venho trabalhando com projetos que se desenvolvem na sala de aula e o laboratório, mas o conteúdo curricular é orientado pelo professor da disciplina, ou disciplinas quando é um trabalho interdisciplinar. A minha busca é vivenciar esta troca de conhecimento pela rede, via e-mails e através do chat e posteriormente, proporcionar aos alunos experiências semelhantes com outros colégios e possibilitar o "diálogo” sobre um conteúdo curricular proposto em
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projetos, visando a utilização de nova metodologia para ampliar a aprendizagem. Um abraço. :-)Zoraia.
Em relação a esse e-mail da aluna Zoraia do Curso Sala de Aula e Internet, ela
busca vivenciar conhecimentos pela rede, via e-mail e através do Chat. O Chat são
salas de visita na Internet onde as pessoas podem dialogar uns com os outros. É
bastante usado principalmente pelos jovens. Para Masetto (2000)
Essa técnica possibilita-nos as manifestações espontâneas dos participantes sobre determinado assunto. [...] Possibilita-nos também preparar uma discussão mais consistente, motivar um grupo para um assunto, incentivar o grupo quando o sentimos apático, criar ambiente de grande liberdade de expressão. (p.156-157)
A primeira vez que tive experiência de participar de um Chat foi nesse curso Sala
de Aula e Internet, para poder participar o aluno deveria ler os textos propostos,
cujo tema era sobre a Interatividade. Foi muito interessante, eram muitos alunos na
sala, e ficamos discutindo basicamente sobre o Tema proposto, eram muitas
informações e rápidas ao mesmo tempo, mas foi possível acompanhar e concluir
mais essa etapa do curso.
Outro depoimento foi da cursista professora Lílian:
Eu sou Lílian Luchiari Baraldi Ninin, sou professora da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo há 12 anos; sou do interior do Estado da cidade de Garça. Leciono na área de Ciências e Matemática e minha Escola atende o ensino fundamental e Médio. Minha escola recebeu um laboratório de informática que intitulamos de Sala Ambiente de Informática (SAI) nós recebemos alguns cursos em nível de softwares educacionais mas em relação à internet temos livre acesso porém cabe a cada professor desenvolver a melhor maneira em utilizá-la. Eu já desenvolvo algum trabalho, mas, sempre com aquele receio em saber se o que estou fazendo está correto ou até mesmo o quanto mais isso poderia ser explorado. É por isso que me aventurei pela primeira vez nesse curso on-line pois tenho esperança que a troca de vivências visa me enriquecer e aos meus colegas também. Um abraço, Lílian.
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Ela comenta sobre alguns cursos que sua escola ofereceu para “capacitar” o
professor. Mas em relação ao uso da Internet em sala de aula, segundo relato da
professora Lílian, compete ao professor, desenvolver uma melhor maneira para
utilizá-la. Ela escreve que já vem desenvolvendo alguns trabalhos mas tem dúvidas
se o que ela está fazendo está correto, ou o que poderia ser feito para melhorar.
Saber como utilizar o computador e seus recursos em sala de aula, é a grande
dificuldade apontada pela maioria dos professores. Andrade (2000) destaca em
seu artigo que
Apesar da formação que vem recebendo em informática na Educação esses profissionais ainda revelam que não estão compreendendo como podem desenvolver, [...] projetos pedagógicos com as novas tecnologias, principalmente, como podem possibilitar a realização de projetos de aprendizagem na utilização do computador pelos seus alunos. (p. 68)
Essa falta de preparo e conhecimento sobre como trabalhar em sala de aula com
todos esses recursos tecnológicos faz parte da realidade de uma grande maioria
de professores. Apesar de existir uma política educacional de preparar os
professores para utilizarem esses recursos, nem todos usufruem deles. No meu
caso, por exemplo, o único curso que fiz ofertado pelo Núcleo de Tecnologia
Educacional (NTE)2 foi no ano de 2002, foram apenas 20 horas, onde as aulas
eram bastantes técnicas, como trabalhar, com planilhas, Word, banco de dados,
coisa que já dominava, meu interesse maior era ter algumas idéias para melhorar o
que já vinha fazendo com meus alunos, mas isso não ocorreu, considero o curso
uma espécie de “treinamento” rápido.
Comentando sobre esses programas de treinamentos de professores Pretto (2001)
diz:
A falta das condições de acesso e as dificuldades em preparar professores e alunos para o trabalho com essas tecnologias não podem ser um estímulo para a implantação de programas de formação aligeirada, sejam eles presenciais ou à distância. A formação dos professores é essencialmente um ato político de formação de cidadania e
2 NTEs- são núcleos criados pelo ProInfo para treinamento de professores em informática.
39
não um simples oferecimento de conteúdos para serem assimilados [...] Mais do que tudo, a formação dos professores no mundo contemporâneo tem que se dar de forma continuada e permanente e, para tal, nada melhor do que termos todos professores, alunos e escolas conectados através desses modernos recursos tecnológicos de informação e comunicação. (p. 51)
Reforçando o comentário sobre a formação do professor para que ele aproprie-se
desses modernos recursos, Valente (2002) afirma que
A formação do professor deve prover condições para que ele construa conhecimento sobre as técnicas computacionais, entenda que e como integrar o computador na sua prática [...] Deve-se criar condições para que o professor saiba recontextualizar o aprendizado e a experiência vivida durante a sua formação, para a sua realidade de sala de aula compatibilizando as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir. (p. 26)
Mas enquanto essa formação não oferece condições para o professor construir
conhecimento sobre as técnicas computacionais e enquanto todas as escolas não
usufruem desses recursos tecnológicos de informação e comunicação o professor
vai desenvolvendo projetos conforme suas condições, fica difícil generalizar essa
situação, cada professor e cada escola têm a sua realidade.
Temos muitos professores que não possuíram nenhuma formação para trabalhar
com a informática, no entanto nos dão grandes lições de dedicação e estudo,
realizando projetos que servem até de exemplos. Por isso considero importantes
as palavras de Moran, (2000) que comenta um pouco sobre essa realidade.
Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar varias tecnologias e muitos procedimentos metodológicos.[...] Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante que cada docente encontre, sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem, ensinar bem, ajudar os alunos a aprender melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar. (p. 32)
40
Como não podemos pensar que vamos encontrar uma receita “pronta” sobre
projetos e como aplicá-los temos que analisar a realidade de cada escola, de cada
turma e o melhor seria se pudéssemos analisar cada aluno.
Nesse curso Sala de Aula e Internet uma das atividades propostas era elaborar um
projeto usando a Internet como recurso principal. Os professores que estavam
fazendo o curso apresentaram suas idéias e propostas, a troca de e-mail
possibilitou uma dinâmica interativa entre todos os participantes.
O correio eletrônico foi à ferramenta mais usada no curso, e sobre esse recurso
importantíssimo da Internet Masetto (2000) comenta que
Pensando no processo de aprendizagem e na interação entre aluno e professor para o encaminhamento desse processo, o recurso do correio eletrônico apresenta-se como muito forte, em virtude de alguns fatores como a facilitação de encontros entre aluno e professor. [...] Esse recurso é muito importante para a aprendizagem dos alunos, porque os coloca em contato imediato, favorecendo a interaprendizagem2, a troca de materiais, a produção de texto em conjunto. Incentiva o aprendiz a assumir a responsabilidade por seu processo de aprendizagem. (p. 158)
Das lições que aprendi em relação as minhas experiências, com o computador e a
Internet, é que a curiosidade e a vontade de aprender, foi me levando a descobrir
outros caminhos, que me levaram a outros novos caminhos, e através deles hoje
posso dizer que o computador é meu aliado naquilo que disponho a fazer, quer
seja em casa ou na escola.
2 É a forma de se apresentar e tratar um conteúdo ou tema que ajuda o aprendiz a coletar informações, relacioná-las, organizá-las, manipulá-las, discuti-las e debatê-las com seus colegas, com o professor e com outras pessoas.
41
Meu envolvimento com o computador produziu até um site, com todas essas
experiências vividas por uma professora que desmistificou a idéia de que o
computador é um bicho de sete cabeças, para quem há pouco tempo se quer sabia
ligar um computador, considero que o avanço em relação ao domínio dessa
máquina e de seus recursos foi considerável. Caso queira acessar o site construído
a partir de todas essas experiências o endereço é www.clicandoainternet.com.br
Atualmente o computador faz parte do meu cotidiano, descobri, entre tantas coisas,
que para o conhecimento não há limites, o limite quem estabelece é o ser humano,
mas ao descobrir que podemos ampliar nossas possibilidades e, com isso ampliar
nossos limites, não paramos mais, e a cada dia queremos mais e mais o
desconhecido que passa a nos fascinar.
Este fascínio e em meio de angústias e ansiedades levou-me a pensar sobre a
parcela da população excluída da era digital. E desenvolvi numa escola pública do
Município de Marechal Cândido Rondon, no estado do Paraná, um projeto que
possibilitasse aos alunos o acesso ao computador e aos recursos da Internet que
será abordado no próximo capítulo.
42
5. UMA EXPERIÊNCIA ESTIMULADORA
Os novos paradigmas educacionais contemplam a inserção de novas tecnologias
de informação e comunicação em ambientes educacionais. A informática na
educação é um assunto bastante polêmico, marcado por mudanças que precisam
ser incorporadas ao processo ensino aprendizagem.
Muitas escolas já estão aderindo à nova ferramenta e estão levando seus alunos
para o computador. Com essas mudanças na educação, surge uma outra maneira
de pensar e realizar o aprendizado, mudando o papel dos professores e dos alunos
no processo ensino-aprendizagem. Qual o papel dos professores e dos alunos,
nessa nova perspectiva de ensino? Para Valente (2002)
O papel do professor deixará de ser o de total entregador da informação para ser o de facilitador, supervisor, consultor do aluno no processo de resolver o seu problema [...] Caberá ao professor saber desempenhar um papel de desafiador, mantendo vivo o interesse do aluno, e incentivando
43
relações sociais, de modo que os alunos possam aprender uns com os outros, e saber trabalhar em grupo. (p. 43)
Corroborando com a idéia de que existe uma necessidade de mudança, Andrade
(2002) apresenta um novo papel a ser assumido pelo professor:
Ele deve criar espaços de aprendizagem e atividades, como a aprendizagem por projetos. Colocando-se como aprendiz, como um indivíduo com mais experiência e que tem maiores condições de aprender, o professor pode desempenhar muitas funções novas, ou seja, mediador, ativador, articulador, orientador e especialista da aprendizagem. (p. 80)
Com isso percebemos que o professor não pode mais compartilhar um ensino a
base de repassar os conteúdos de um livro ou pedir aos alunos para fazerem
atividades, que para eles não tenham sentido algum, esse tipo de “ensino” reflete
naquilo que a maioria dos alunos pensam sobre determinadas disciplinas, quando
perguntamos, por exemplo, para que serve a História, muitos respondem, para
nada, outros, para decorar para a prova. Assim como muda o papel do professor
nesse novo paradigma, a do aluno também passa por mudanças. Para Valente
(2002) o aluno:
deverá estar constantemente interessado no aprimoramento de suas idéias e habilidades e solicitar do sistema educacional a criação de situações que permitam esse aprimoramento [...] Deve ser ativo: sair da passividade, de quem só recebe [...] deve desenvolver habilidades, como ter autonomia, saber pensar, criar, aprender a aprender [...] Ele deve ter claro que aprender é fundamental para sobreviver na sociedade do conhecimento. (p. 44)
Nessa nova visão de professor e aluno, Behrens (2000) comenta:
Em parceria, professores e alunos precisam buscar um processo de auto-organização para acessar a informação, analisar, refletir e elaborar com autonomia o conhecimento. (p. 71)
Acreditamos também que o aprender “é fundamental para sobreviver na sociedade
do conhecimento’’ e saber lidar com o computador e seus recursos neste contexto
também se torna fundamental em uma sociedade que passa por constantes
44
transformações e que exigem que a escola desenvolva projetos incluindo estas
novas tecnologias de informações.
Não podemos deixar que nossos jovens e adolescentes façam parte desse grande
número de excluídos da era digital, não queremos ser utópico em achar que a
informática na educação ira resolver o problema da exclusão social, mas ao
menos, ao desenvolvermos projetos utilizando a Web estamos possibilitando ao
nosso aluno a capacidade de encontrar e associar informações, de trabalhar em
grupo de se comunicar, fazer pesquisas, interpretar dados desenvolvendo a
capacidade crítica. Sobre o uso de computadores na educação Valente (2002) faz
o seguinte comentário:
A possibilidade que o computador oferece como ferramenta para ajudar o aprendiz a construir conhecimento e a compreender o que faz, constitui uma verdadeira revolução do processo de aprendizagem e uma chance de transformar a escola. (p. 107)
5.1 Descrevendo o projeto “Clicando a Internet”
A idéia de um projeto que utilizasse o computador e seus recursos começou a ser
“alimentada” numa aula de geografia, quando estávamos estudando o conteúdo
que falava sobre a Internet e a Globalização.
Após a leitura do texto os alunos passaram a responder um questionário da
apostila sobre o assunto, e uma das perguntas era: o que é Internet? Então um
aluno dirigiu-se até a minha mesa e perguntou: em que linha eu acho essa
45
resposta? Essa atitude do aluno fez com que houvesse uma mudança nas
estratégias de trabalho em sala de aula. Ao invés do aluno escrever sobre o que é
a Internet, seria melhor se ele pudesse acessar a Internet e conhecer os principais
recursos dessa ferramenta.
O fato do aluno simplesmente responder a questão na apostila, não iria contribuir
para nenhuma aprendizagem significativa. No entanto um projeto que utilizasse o
computador poderia contribuir para facilitar e aumentar seus conhecimentos, e de
certa forma desmistificar aquela idéia de que o computador é um bicho de sete
cabeças. Essa mudança no método do trabalho escolar é comentada por Andrade
(2003)
Em primeiro lugar, o trabalho escolar hoje deve ser um trabalho de conhecimento contextualizado, de modo a ser facilitador da aprendizagem significativa. Esta só ocorre quando os conteúdos das diversas áreas de conhecimento podem ser associados com os saberes da realidade autêntica do educando, implicando numa multiplicidade de uso de linguagens e de integração desses saberes.
Em segundo lugar, o trabalho na escola deve superar a perspectiva disciplinar. As diversas disciplinas do currículo precisam ser utilizadas para solucionar um problema concreto, concorrendo para uma concepção interdisciplinar. (p. 61 p.62)
Atualmente nas escolas, a maioria dos alunos trabalham com aprendizagens que
significam muito pouco, ao usarem o livro didático ficam resolvendo tarefas de
forma mecânica, muitas vezes até para preencher o tempo em sala de aula e como
se isso ainda não bastasse, muitos professores exigem que os alunos decorem os
conteúdos, para no final realizarem uma prova, achando com isso que o aluno
aprendeu o conteúdo.
46
Para Valente (2002) “a educação não pode ser mais baseada em um fazer
descompromissado, de realizar tarefas e chegar num resultado igual à resposta
que se encontra no final do livro texto, mas do fazer que leva ao compreender” (p.
31)
Para não realizar esse tipo de educação de “realizar tarefas”, pensei num projeto
que utilizasse o computador e a Internet, parecia ser impossível de se realizar, pois
a escola não possuía computador para os alunos, muito menos acesso a Internet.
Para Andrade (2002) “a atividade de realizar projetos é própria do ser humano. O
homem é um ser que planeja, não aceitando simplesmente o que a natureza lhe
impõe”. (p.73)
Enquanto professora, do ensino de Educação de Jovens e Adultos, não podia
aceitar o fato de que a maioria dos meus alunos nunca tinham acessado a Internet,
talvez para muitas pessoas, isso seja insignificante, para quem tem computador e
acesso a Internet, realmente não pode se quer imaginar como se sente um aluno
que tem a oportunidade de acessar pela primeira vez a Internet e que se talvez não
fosse esse projeto, não teria essa oportunidade.
Ao elaborarmos um projeto usando o computador devemos romper com modelos
de ensinos tradicionais, caso contrário, estaremos, apenas, acrescentando um
recurso a mais em sala de aula, o computador por si só não é sinônimo de
mudança devemos arriscar naquilo que propomos, tendo consciência dessa
mudança do papel do professor e do aluno em sala de aula, considero que pior do
47
que não arriscar, é ficar com está. E como não queria ficar como estava,
juntamente com os alunos desenvolvemos o projeto Clicando a Internet.
5.2 Os objetivos e estratégias do projeto Clicando a Internet
Uma pesquisa realizada com os estudantes do CEEBJA - Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos (600 alunos com idade entre 25 e 55
anos) demonstrou que quase 90% dos alunos nunca tiveram contato com um
computador antes da implantação do projeto.
A escola não pode ficar alheia a esses avanços tecnológicos. Através de projetos
bem planejados as disciplinas poderão contar com outros recursos em sala de aula
como o computador e a Internet possibilitando uma maior interatividade entre os
envolvidos no processo ensino aprendizagem. Em relação ao uso da Internet na
Educação Valente (2000) comenta:
48
O uso da Internet, representa o ponto mais avançado da aplicação das novas tecnologias, para fins educativos, não apenas no sentido de hardware e software. Ela pode ser vista como um enorme supermercado de informações, onde o que se procura pode ser “puxado” no momento que se deseja. (p. 76)
A Internet possibilita hoje um oceano de informações. Os intercâmbios científicos,
comerciais, culturais são cada vez mais freqüentes e exige conhecimento em
línguas estrangeiras e principalmente o domínio das novas tecnologias.
Os professores deverão se atualizar constantemente e se preparar para lidar com
essa nova realidade. Dependendo do trabalho do professor a Internet poderá
possibilitar uma interação na prática, onde os alunos participam de ambientes
virtuais de aprendizagem, através de debates, fóruns, discussão por e-mail. Cada
professor dependendo de sua realidade poderá viabilizar momentos onde os
alunos poderão ter o contato com as novas tecnologias.
O projeto Clicando a Internet foi desenvolvido com os alunos de Educação de
Jovens e Adultos do ensino fundamental de 5ª a 8ª série, a faixa etária destes
alunos são de 25 a 55 anos, a maioria são trabalhadores, donas de casa, jovens
desempregados que nunca acessaram a Internet. A foto abaixo é da turma que
participou do projeto:
Foto 01
49
Alunos de Educação de Jovens e Adultos que pela primeira vez clicaram na Internet.
Este projeto foi desenvolvido pelas disciplinas de Geografia, Informática e Inglês. A
geografia é uma ciência que tem relacionamento com uma série de outras ciências.
Com relação ao impacto da tecnologia da informática é necessário atentar para o
acesso as redes de informações, com a Internet o aluno aumenta as conexões
lingüísticas, as geográficas e as interpessoais.
As lingüísticas porque interage com inúmeros textos e imagens, muitos textos em
vários idiomas, daí a necessidade de se dominar pelo menos os principais termos
da Internet, geográficas porque se desloca continuamente em diferentes espaços,
culturas, tempos, adquirindo uma visão mais abrangente do mundo em que
vivemos e outros mundos.
Em relação às relações interpessoais porque o referido projeto pretende despertar
o aluno para a importância da pesquisa, da solidariedade do trabalho voluntário do
50
sentimento humanitário e de que principalmente temos muito por fazer e contribuir
para a construção de uma sociedade mais justa mais humana.
A Web poderá oportunizar de uma forma mais rápida e eficiente o despertar do
sentimento humanitário que muitas vezes passa despercebido em nosso dia a dia.
Através da Web podemos incentivar os alunos a visitarem sites de trabalhos
voluntários de combate a fome a pobreza, enfim despertar no aluno o sentimento
de amor ao próximo.
Acreditamos que a Internet é uma força poderosa para ajudar os alunos a
desenvolverem um senso de responsabilidade pessoal com seu próprio
aprendizado, com a Internet eles poderão expandir seus horizontes.
O objetivo principal deste projeto é o de aproximar os alunos com os termos e os
recursos da Internet, para que os alunos sintam-se motivados e curiosos pelas
novas possibilidades que elas representam, dentre os principais objetivos podemos
citar:
Ler Planejar e direcionar atividades que envolvam os alunos ativamente no
processo ensino aprendizagem (teoria e prática da Internet).
Ler textos sobre a importância e uso da Internet nos dias atuais (pontos
positivos e negativos).
Criar um glossário (inglês/português dos principais termos da informática).
Clicar em alguns sites para entender alguns recurso da Internet.
Criar uma rede de comunicação ente alunos e professores via e-mail para
troca de informações e pesquisa.
51
Montar uma agenda com os principais endereços de sites sobre: educação,
saúde, recreação e trabalhos voluntários.
Acessar sites de interesses do aluno, fazendo uma análise posterior de
pontos positivos e negativos, incentivando uma análise crítica dos sites
visitados.
Produzir um guia didático a partir dos resultados dos trabalhos dos alunos.
Estimular um relacionamento mais humano, solidário, fortalecendo laços de
amizade entre os envolvidos no projeto.
Identificar as principais partes de um computador e seu funcionamento.
Produzir um site com as principais experiências deste projeto.
Cada projeto tem seus objetivos a serem atingidos e para que isso ocorra é
necessário criar metodologias de trabalho, as principais metodologias são:
Trabalhar aula prática sobre o computador e sistema operacional (hardware
e software).
Fazer pesquisa de campo com alunos de Educação de Jovens e adultos
sobre quem tem acesso aos recursos de Internet e e-mail bem como
conhecimentos de informática.
Aulas teóricas e práticas sobre como acessar a Internet e sobre principais
recursos da Web no laboratório de informática da Unioeste.
Selecionar textos de sites sobre recursos tecnológicos e sua relação com a
educação.
Pesquisar sites sobre a questão ambiental (degradação, preservação e
projetos).
Selecionar sites de trabalhos voluntários de combate à fome e a pobreza no
mundo.
Convidar alunos voluntários para ajudar no projeto ensinando os alunos que
nunca tiveram acesso ao computador.
52
Elaborar um glossário português e inglês dos principais termos utilizados na
Internet.
Visitar o provedor www.oel.com.br, para conhecer o sistema de conexão da
Internet.
Criar agendas com endereços eletrônicos e principais sites pesquisados.
Cadastrar alunos que não possuem e-mail no site www.bol.com.br para que
os mesmos possam acessar em instituições públicas que acessam
Internet(caso eles não possuam).
Buscar parcerias com empresas de informática e outras empresas para
auxiliar no desenvolvimento do projeto.
Os recursos materiais usados foram computadores em rede, livros revistas, jornais,
xerox de textos, pastas para a organização do material, agendas para anotar sites
de interesse do aluno, camisetas e outros.
O projeto iniciou em outubro de 2001 e as principais etapas do projeto foram:
Seleção de textos em revistas sobre Internet e informática.
Estudo de termos inglês/português para criação de um glossário de
informática.
Aula prática em laboratório para conhecer os recursos da Internet e e-mail.
Seleção dos principais sites para criar uma agenda referencial.
Publicação de material impresso, material on-line sobre o trabalho.
Divulgação em jornais revistas e registro através de fotos.
Toda aprendizagem é um processo dinâmico de construção de conhecimento, por
isso a avaliação não deverá servir para medir o grau de conhecimento do aluno,
mas para auxiliá-lo no decorrer do desenvolvimento do projeto. Bem como para
avaliar os envolvidos no projeto, pontos positivos e negativos para que possamos
atingir os objetivos propostos.
53
Ao destacarmos as principais etapas do projeto, nem tudo foi como o esperado,
todo projeto, é apenas um plano, e conforme as dificuldades iam aparecendo
íamos criando outras situações que possibilitassem dar continuidade ao projeto. O
principal problema foi o fato da escola possuir apenas três computadores, que
eram utilizados pelos funcionários da secretaria. Mas isso não foi suficiente para
desistir do projeto, buscamos parceria com a Unioeste e ela nos cedeu o
laboratório de informática para as aulas práticas.
5.3 As dinâmicas usadas em sala de aula
O projeto tem como objetivo possibilitar ao aluno o aceso aos recursos
tecnológicos: do computador e da Internet, além daqueles que vinham sendo
utilizados em sala de aula, vídeo, apostila, trabalho em equipe e outras dinâmicas.
O principal o objetivo é o de desmistificar a idéia que o computador é coisa de
outro mundo. Pelo fato da maioria dos alunos serem adultos, muitos se sentiam
“incapazes” de manusear um computador.
54
Os alunos tiveram o contato inicial com a tecnologia através de revistas levadas
para sala de aula. Inicialmente fizemos várias pesquisas em revistas
especializadas em informática e Internet, para que os alunos conhecessem alguns
termos da Internet, começando pelo bem simples, no qual eles deveriam relacionar
sites e e-mails de alguns temas como saúde, educação, trabalho voluntário,
esportes e outros, conforme sua curiosidade, também deveriam anotar palavras
relacionadas à Internet e pesquisar o seu significado.
Durante essa aula, a curiosidade foi tomando conta dos alunos. Muitos tinham
dificuldades em relação a pronuncia dos termos em inglês usados na Internet.
Fizemos uma relação das principais palavras em inglês, e a professora Sueli
Fritzem que auxiliou no projeto, trabalhou a pronuncia de algumas palavras em
inglês, como por exemplo, download, chat , hardware, software e outras.
Nessa atividade, percebeu-se de certa forma um pouco da timidez dos alunos ao
pronunciarem as palavras em inglês, mas aos poucos foram se soltando e logo
passaram a falar fluentemente as palavras. Em seguida, elaboraram um glossário
com os principais termos da informática, como software, website e off-line.
Conforme a dificuldade iam aparecendo, os alunos consultavam o glossário, isso
ajudou na compreensão desses termos, que antes eram totalmente desconhecido
para eles.
Na outra etapa do projeto o professor Carlos Alberto Erich de informática trouxe
um computador para sala de aula e desmontou, mostrando aos alunos a
composição do hardware e software do computador, a importância de cada um e o
seu funcionamento. Nessa atividade os alunos mataram todas as suas
curiosidades.
55
Percebeu-se com essa atividade que o aluno passou a compreender melhor o
funcionamento do computador e da Internet. Um exemplo disso foi o caso da aluna
Geni Tereza W. Maders ao perguntar a ela, qual era o componente do computador
que segurava, ela respondeu que era a placa mãe, essencial para o funcionamento
do computador e que nessa placa ia a placa da Internet. De um jeito bem simples,
ela explicou o que aprendeu nessa aula. Sobre esse tipo de aprendizagem
Andrade (2003) comenta:
A aprendizagem é um processo pessoal, ninguém aprende por outra pessoa, aprender depende do envolvimento de cada um, do esforço próprio e capacidade de cada pessoa. Ninguém pode colocar na mente do outro um conhecimento, ou nem mesmo um simples conteúdo ou informação que não decorra do interesse e do esforço pessoal. O interesse é relevante à aprendizagem. (p. 63)
A seguir o registro desse momento tão importante para a aluna Geni e demais
alunos que passaram a conhecer melhor os componentes de um computador.
Foto 02
56
Nesta aula os alunos conheceram os principais componentes de um computador
Posteriormente fomos visitar um provedor próximo à escola para conhecer como é
feita a comunicação de um computador para o provedor e demais computadores
do mundo. Nessa atividade os alunos compreenderam a forma como se dá a
comunicação em rede, e que o provedor é importante para se ter acesso a Internet.
Após o desenvolvimento destas atividades em sala da aula, o próximo passo foi às
aulas no laboratório de Informática.
5.4 Atividades desenvolvidas com os alunos no laboratório de informática
57
A última etapa do projeto foi realizada num laboratório de informática, lá os alunos
aprenderam desde o ato mais simples, como ligar um computador, segurar o
mouse e posteriormente clicar na Internet para navegar em alguns sites e para
conhecer os seus recursos.
O laboratório que usamos para o projeto era da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (Unioeste), conforme já mencionamos, a escola onde os alunos estudavam
possuía apenas três computadores, que eram usados pelos funcionários da
secretaria.
Para as aulas de laboratório contei com a ajuda do professor Carlos Alberto Erich.
O laboratório era composto por vinte computadores, participaram do projeto 60
alunos, fizemos duas turmas de trinta alunos. Inicialmente os alunos tiveram
algumas noções gerais, sobre como ligar o computador, conhecer alguns
programas, como Word, Excel, Outlook e da Internet Explorer.
Alguns alunos não tinham coordenação motora, para segurar e manusear o mouse.
Um fator que dificulta essa falta de “intimidade com o computador” segundo os
alunos é o fato de uma grande maioria não possuir computador, de acordo com a
pesquisa realizada no Ceebja, 87% dos alunos não tem computador. Veja os
dados da pesquisa:
Gráfico 02
58
Podemos verificar que o percentual de alunos que não possui computador é
altíssimo, ficando assim difícil para a maioria manusear o computador, pois quando
temos um em casa, vamos aprendendo ao lidar com ele. E quando não temos fica
mais difícil. Para superar esse momento inicial, de contato com o computador,
fiquei bem “à vontade” com eles, ao perceberem que o fato deles terem dificuldade
de manusear o mouse não os impedia de prosseguir as aulas, aos poucos foram
se entrosando, percebi que estava mais aprendendo do que ensinando, e a
vergonha foi sendo substituída pela vontade de aprender.
Nesse ato de aprender e ensinar, Behrens (2000) comenta que o grande encontro
dialógico entre professores e alunos leva a entender a reflexão de Freire (1993, p.
12) quando afirma: “Uns ensinam e, ao fazê-lo, aprendem. Outros aprendem e, ao
fazê-lo ensinam”. (p. 124)
E foi nesse processo recíproco de troca de conhecimentos que o projeto foi se
desenvolvendo. Portanto é imprescindível que a escola ofereça projetos, usando o
computador, melhor ainda se esse recurso, fosse sempre incorporado ao processo
ensino aprendizagem. Mas em função, das dificuldades que a escola possui, já
citadas anteriormente, o professor acaba optando por projetos.
Depois dessa primeira fase de conhecimento do computador, passamos para o
momento tão esperado por eles, clicar a Internet! O maior interesse dos alunos era
59
navegar pela Internet, pois de todos os sessentas participantes, nenhum aluno
tinha acessado a Internet. A partir da pesquisa que realizamos com os alunos do
CEEBJA, dos seiscentos alunos entrevistados apenas 12% tinham acessado a
Internet, veja o gráfico:
Gráfico 03
Para que os alunos pudessem navegar, fizemos uma seleção de endereços de
sites. E os sites selecionados para clicar na Internet, inicialmente, foram:
www.pr.gov.br (site do governo do Estado do Paraná), www.ead.ufpr.br ( site de
educação a distância da Universidade Federal do Paraná), www.nasa.com.br ( site
da Nasa).
Ao escrever o endereço no browser, percebemos a curiosidade dos alunos, a cada
clicar, uma nova página, vários links, textos, hipertextos, muitas imagens! Uns
acharam a Internet semelhante à televisão, para outros as imagens eram bonitas.
Segundo Moran (2002)
A internet pode ajudar a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes. A Intuição porque as informações vão sendo descobertas por acerto e erro, por conexões “escondidas”. As conexões não são lineares, vão “linkando-se” por hipertextos interconectados, mas ocultos, com inúmeras possibilidades diferentes de navegação. Desenvolve a flexibilidade, porque a maior parte das
60
seqüências são imprevisíveis, abertas [...] Ajuda na adaptação a ritmos diferentes: a Internet permite a pesquisa individual, em que cada aluno trabalhe no seu próprio ritmo, e a pesquisa em grupo, em que se desenvolve a aprendizagem colaborativa. (p. 53)
Para mim foi uma enorme satisfação vivenciar esse momento tão importante, para
o aluno, e o que mais me deixou feliz foi o fato de poder ajudar os alunos a
vencerem a timidez. Foi preciso agir com eles como a professora que segura a
mão da criança para ajudá-la a desenhar as primeiras letras. O clima de confiança
tomou conta de todos, uns ajudavam aos outros. Percebia-se a motivação de todos
os participantes do projeto. Em relação a essa situação Moran (Ibidem) destaca:
A Internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor cria um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, pela competência e pela simpatia com que atua. (p. 53)
Só quem passou por uma experiência semelhante é que poderá descrever as
emoções sentidas, nesse ato tão maravilhoso, que é o de ensinar, seja no caderno,
ou no computador. A foto a seguir mostra esse momento tão importante para mim
enquanto professora.
Foto 03
61
"A emoção de ajudar os alunos a segurar o mouse foi como o de ensinar o aluno a desenhar as primeiras letras”.
As aulas no laboratório prosseguiram e os alunos aos poucos foram se “soltando”.
Veja a seguir, alguns desses momentos de descontração:
Foto 04
62
Para essa aluna navegar foi um sonho!
Foto 05
As aulas práticas integraram a rede internacional de computadores, a maioria dos alunos não sabiam sequer segurar o mouse e sentiam-se envergonhados.
Foto 06
63
As alunas Débora e Tatiana clicando pela primeira vez na Internet, para elas foi emocionante!
Ao clicar nos diversos links, até parecia, que eles já tinham uma certa intimidade
com o computador, uns alunos eram mais lentos, outros “ligeiros” até demais.
Alguns alunos tinham copiado em sala de aula, endereços de sites pornográficos e
estavam acessando, apesar de serem adultos, aproveitei essa oportunidade e
disse a todos, que o projeto tinha outros objetivos. Foi uma forma de dizer que não
estávamos, navegando sem propósitos, tínhamos atividades a serem
desenvolvidas. Para evitar essa dispersão típica da Internet, Moran (2002)
recomenda que:
O aluno deve ser alertado para o fato de que, para acessar a Internet, precisa ter criticidade, precisa saber o que está procurando, para não correr o risco de perder muito tempo navegando [...] Nem tudo que se apresenta na Internet tem uma qualidade apurada, mas a grande maioria das páginas e dos links possui informações relevantes e significativas. (p. 116)
Muitos ao navegarem sentiram-se importantes, por saber usar o computador e
aprender um pouco mais sobre a Internet. Valente (2002) explica sobre essa
64
sensação que os alunos sentem, ao lidar com coisas que antes para eles era
quase que impossível!
Quando é dado oportunidade para as pessoas compreenderem o que fazem, elas experienciam o sentimento do empowerment a sensação de que são capazes de produzir algo considerado impossível. Além disso, conseguem um produto que eles não só construíram, mas compreenderam com foi realizado. Eles podem falar sobre o que fizeram e mostrar esse produto para outras pessoas. É um produto da mente deles e isso acaba propiciando uma grande massagem no ego. (p. 106)
À medida que íamos consultando outros sites trabalhávamos simultaneamente as
funções dos botões da Internet. Após essa etapa, entramos no site www.bol.com.br
e participamos de uma sala de bate papo. Os alunos passaram a dialogar uns com
os outros, percebia que já havia um certo entrosamento dos alunos com os outros
alunos e com o computador, foi até difícil passarmos para a outra etapa do projeto.
Posteriormente cadastramos um endereço de e-mail para cada aluno no site.
www.bol.com.br, conforme a pesquisa realizada no CEEBJA, a maioria dos alunos
entrevistados sabiam o que era um e-mail, mas ao perguntar, se já haviam
enviando alguma mensagem, a maioria no entanto nunca tinham enviado. O
gráfico abaixo mostra o índice de alunos que sabem e os que não sabem o que é
um e-mail.
Gráfico 04
65
Após cadastrar um e-mail para cada aluno, eles enviaram mensagens para o
departamento de Educação de Jovens e Adultos no site www.pr.gov.br/ deja .
Os alunos ficaram muito felizes ao ler as respostas dos e-mails (em anexo) que
eles próprios escreveram, pois muitos tinham dificuldade de digitar, mas mesmo
assim mandaram seu e-mail pela primeira vez. Para valorizar o que os alunos
fizeram, divulguei o projeto no site www.pr.gov.br, onde os alunos acessaram
posteriormente e ficaram animados, com o fato de “estarem na Internet”. O
resultado desse projeto, também foi publicado em vários jornais e revista da região.
Atualmente foi produzido um guia didático, e um site, sobre todas essas
experiências realizadas no projeto Clicando a Internet.
Outro ponto alto de trabalho foi à filmagem pela TV globo regional de todas as
etapas do projeto. Geni Tereza W. Maders foi à aluna escolhida para fazer a
matéria, pelo fato de ser uma pessoa que estava muito tempo fora da escola e
morar na zona rural do Município. A seguir, algumas cenas feitas para a filmagem
da TV regional da Globo .
66
Essa é a aluna Geni Tereza W Maders. Ela foi escolhida pela
TV Globo local, para gravar cenas do seu cotidiano e dos
momentos que participou do projeto Clicando a Internet.
A jornalista da TV Globo Ana Brito fez a entrevista com a
aluna Geni T. W. Maders.
A aluna Geni mora na zona rural do município, leva uma vida
bem diferente daqueles que moram na cidade. Sua Rotina de
trabalho é:
Ordenhar as vacas.
67
Tratar os suínos.
Tratar do gado.
Agora vamos ver cenas da aluna Geni em sala de aula e no laboratório de
informática.
Na sala de aula, participando das dinâmicas das aulas do projeto Clicando
a Internet.
Clicando pela primeira vez na Internet!
68
A seguir outras fotos dos alunos participando do projeto Clicando a Internet.
Em sala de aula:
No laboratório de informática:
69
5.5 Algumas falas sobre o projeto
Ao participar do projeto Clicando a Internet, Geni Tereza W. Maders disse que
computador parecia um bicho de sete cabeças, mas depois segundo seu
depoimento ao conhecer o computador e seus recursos, viu que não era como ela
pensava:
Achei muito interessante a simplicidade da reportagem que fizeram comigo. Agradeço por tudo o que passou, pois é errando que a gente aprende. Achei interessante e importante às aulas de computação, as palavras em inglês, afinal agora posso falar que o computador não é aquele bicho de sete cabeça que falei na reportagem. É só praticar que a gente aprende, tudo aos poucos. E o computador é muito importante para viajar no mundo o fora. (Geni Tereza W. Maders)
O aluno Elemar Wass também após o projeto escreveu que não é difícil aprender
com o computador:
70
Gostei muito das aulas, pois deu para eu aprender mais do computador, os professores mostraram todas as peças e sua serventia, mostrando que não é difícil. As aulas nos ensinaram a acessar a Internet.
O computador também ajudou a elevar a auto-estima dos alunos, em alguns
depoimentos percebemos, o quanto foi importante para os alunos participarem do
projeto:
Gostei de participar desse projeto me senti mais valorizada, assim como o meu grupo. Foi uma pena que foi muito rápido, mais valei a pena. Acho também que a gente deveria ter mais aulas de computadores. Mas tudo bem fiquei feliz por minha turma, quero conhecer ainda mais a Internet, aquele dia através da Internet eu consegui chegar ao Afeganistão, foi uma grande emoção! (Eunice B. Araújo)
Outros até sentiram-se em outro mundo, pelo fato de poder navegar na Internet,
como se navegar na Internet, fosse algo impossível e na maioria dos depoimentos
eles escreveram sobre a vontade de poder navegar todos os dias na Internet.
Gostei muito do nosso trabalho, clicando a internet. Quando o professor explicou sobre as peças achei muito importante, nunca tinha mexido num computador, mas quando comecei a navegar me senti noutro mundo, bom, seria se todos os dias pudéssemos navegar na Internet. Também gostei de aparecer na televisão. (Tereza Diel)
A curiosidade, que tomou conta da maioria dos participantes, principalmente, para
aqueles que nunca tinham acessado a Internet. Esse sentimento, misturou-se ao
desejo de aprender mais sobre o computador e a Internet:
Eu nunca tinha mexido num computador foi a minha primeira vez, gostei muito, já aprendi alguma coisa. O acesso a Internet foi muito legal, pena que foi pouco. Mas valeu a pena, para quem estava com tanta
71
curiosidade. E gostaria que tivéssemos mais aulas para aprender mais algumas coisas ainda. (Nilva T.Rechziegel Schon)
Para revelar o resultado de um projeto, nada melhor do que expressar os
sentimentos, dos alunos e dos professores, enfim de todos os envolvidos, só o que
sentimos e que podemos dizer, por isso considero que os depoimentos são os
verdadeiros indicadores do sucesso de um projeto. E esse com certeza, atingiu
seus objetivos. É claro que é o começo de uma tentativa de mudar e para mudar,
temos que começar, com novas propostas de ensinar e aprender, onde o aluno é o
que constrói seus conhecimentos, a partir de suas dificuldades e limitações,
superando-as e buscando a cada dia superar mais e mais. Onde o fato dele não
saber, não o impossibilita de avançar na construção de novos conhecimentos.
Muitas serão as críticas, feitas por pessoas que não acreditam em mudanças na
educação, mas podem ter certeza que poucos são aqueles professores que tem a
ousadia de inovar. O resultado do que fizemos está naquilo que deixamos para
nossos alunos, que com certeza eles, só eles, são capazes de avaliar o nosso
trabalho.
O projeto Clicando a Internet contribui para aumentar os nossos conhecimentos,
que impulsionaram novas descobertas. A aprendizagem foi um processo
construído a partir das dificuldades, foi errando e acertando, que o aluno aprendeu,
e esse projeto ajudou principalmente a desmistificar aquela idéia de que o uso do
computador é um bicho de sete cabeças. Para Moran (2000) aprendemos
realmente:
Quando conseguimos transformar nossa vida em um processo permanente, paciente, confiante e afetuoso de aprendizagem. Processo
72
permanente, porque nunca acaba. Paciente, porque os resultados nem sempre aparecem imediatamente e sempre se modificam. Confiante, porque aprendemos mais se temos uma atitude confiante, positiva, diante da vida, do mundo de nós mesmo. Processo afetuoso, impregnado de carinho, de ternura, de compreensão, porque nos faz avançar muito mais. (p. 24)
Foi esse processo recíproco de afeto, carinho, ternura e de compreensão que foi
possível à realização desse projeto, para aqueles que nunca tinham acessado a
Internet. Muitas foram às lições aprendidas. Para mim a principal lição que ficou foi
a de que devemos sempre continuar e prosseguir buscando aprendizagens que
contribuam verdadeiramente para a realização pessoal daqueles que buscam na
escola o único meio de ser alguém na vida, ser mais feliz, ser tratado com
igualdade. Ser também um cidadão incluído na era digital.
Portanto, acredito que para que essa realização pessoal aconteça, todos, a escola,
a comunidade, os órgãos governamentais e não governamentais tem muito a
contribuir. A nossa contribuição foi dada, através do projeto Clicando a Internet que
começou com uma idéia, uma idéia que deu certo, e que virou realidade para
Jovens e Adultos que nunca haviam acessado a Internet.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao chegarmos a etapa final deste trabalho afirmamos que esta investigação tratou
de confirmar que a forma como as pessoas realizam suas atividades cotidianas
está sendo rapidamente alterada pelas novas ferramentas e sistemas de
informação disponíveis. Este final de século, em particular, está marcado pelo
surgimento da alta tecnologia. Nesse momento, o que mais se sobressai é a
evolução das redes computacionais, entre as quais a Internet se apresenta de
forma vigorosa e dinâmica.
A Internet é um recurso amplamente utilizado nos dias atuais por profissionais da
saúde, pesquisadores, jovens, cientistas e pessoas interessadas em procurar
informações em assuntos específicos. E também muitos professores e alunos já
aderiram a essa ferramenta que vem possibilitando muita interatividade entre os
participantes desta chamada “escola virtual”.
Este trabalho apresentou algumas discussões, tentando mostrar de que maneira o
computador, e a Internet passam a ser ferramentas indispensáveis no processo
educacional. Tivemos também a preocupação de apresentar algumas sugestões e
experiências de como poderemos incorporar essas novas tecnologias na sala de
aula.
Nossa experiência com esta temática constatou que é possível utilizar-se da
Internet como uma ferramenta a ser explorada pelo professor e pelo aluno, mesmo
que o computador e a Internet sejam ainda considerados para muitos algo distante
de sua realidade, como foi o meu caso, inicialmente até pouco tempo me sentia
74
uma pessoa totalmente excluída da era digital. Mas aos poucos fui mudando essa
realidade e a realidade de muitos jovens e adultos que nunca tinham acessado a
Internet.
Através de projetos bem elaborados, a Internet poderá significar muito,
principalmente para aqueles que nunca tiveram acesso a esse novo meio de
comunicação. Alunos e professores poderão vivenciar a troca de experiências via
e-mail, através os fóruns de debates, chats, novos textos, hipertextos, numa
combinação de mídia e multimídia onde o clicar é impulsionado pela vontade
inesgotável de se obter novos conhecimentos, nesse oceano de informações que é
a Internet.
Nessa nova realidade de ensino um novo papel é assumido pelos professores e
alunos. O aluno deve ser ativo, criativo, criar situações de desafios, buscar
soluções, ter prazer em conhecer. Enfim sair da passividade do aluno que só
recebe, mas daquele que busca todas as informações e a partir delas cria
alternativas para novas aprendizagens significativas para sua realização pessoal.
Já o professor precisa rever sua prática pedagógica e possibilitar aos alunos
aprendizagens mais significativas. Sobre esse novo perfil do professor Moran
(2000) faz o seguinte comentário: “o desafio imposto aos docentes é mudar o eixo
do ensinar para optar pelos caminhos levem ao aprender”. (p. 73)
Mas temos que ter uma certa cautela ao usar desses novos recursos, ter objetivos
e propostas bem definidas, para não cairmos no erro de achar que o computador e
a Internet por si só ira revolucionar o ensino. Muitas escolas contemplam propostas
de ensino voltadas a dotar os alunos de conhecimento de programação ou projetos
elaborados fora da realidade da escola: pacotes prontos que ditam as regras sem
permitir o desenvolvimento da criatividade dos alunos e professores.
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Ao falarmos de toda essas novas possibilidade da Internet até parece que todas as
escolas dispõem desses recursos tecnológicos. No entanto, podemos constatar
que nem todas as escolas e alunos têm incorporado esses avanços tecnológicos.
Muitas escolas não possuem computadores, ou quando tem não estão conectados
a Internet.
Os professores em sua grande maioria sentem ainda dificuldades de incorporar o
uso do computador e da Internet em sua pratica escolar. Como podemos perceber
existe sempre o discurso governamental sobre os projetos de implantação das
tecnologias da comunicação e informação especialmente a televisão e os
computadores no sistema educacional, mas esses discursos estão longe de atingir
a realidade concreta de nossa sociedade, principalmente no que diz respeito a sua
totalidade.
Nossa realidade evidencia que muitos professores nunca tiveram realmente um
curso ou preparação para possibilitar o desenvolvimento de projetos via Web.
Esses projetos muitas vezes quando acontece nas escolas são movidos pela
criatividade e dinamismo do professor motivados pela necessidade de incorporar
novos recursos: computador e a Internet no processo ensino aprendizagem. Mas,
muitos ainda são os excluídos da chamada era digital.
Apesar de todas essas dificuldades e limitações apontadas nesse trabalho em
relação ao uso do computador e da Internet na Educação, é imprescindível no
contexto atual que o professor tenha o conhecimento das multimídias, e que ele
tenha o computador e a Internet como mais um aliado no processo ensino
aprendizagem, pois muito de nossos alunos já detem um conhecimento de
informática que muitas vezes até supera a do professor.
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Portanto, enquanto profissionais da Educação devemos ter iniciativas e possibilitar
aos alunos ainda excluídos da era digital a sua inserção ao mundo tecnológico.
É claro que temos consciência que universalizar o acesso a Internet não é o grande
desafio da escola, mas é tarefa que cabe a todos os segmentos da sociedade, em
especial a classe governante, porém, quando todos fizeram sua parte, e neste meio
esta a participação do professor, com certeza estaremos contribuído para a busca
de uma sociedade mais democrática, onde um maior número de pessoas possam ter
acesso não só a Internet, mas a todos os recursos necessários a uma vida mais
digna e humana.
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REFERÊNCIAS
ARRUDA, José Jobson De A. História Moderna e Contemporânea. 19. ed. São
Paulo: Ätica, 1986.
ANDRADE, P. F. Aprender por projetos, formar educadores. In: VALENTE, J. A.
Formação de Educadores para o uso da informática na escola. Campinas-SP:
Unicamp/Nied, 2003.
BAUER, Marcelo. Informática a Revolução dos bytes. São Paulo: Ática, 1997.
BEATRIZ, Corso. Magdalena; Costa Íris Elisabeth Tempel. Internet em sala de
aula. Porto Alegre: Artmed, 2003.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais: primeiro e segundo ciclo do ensino fundamental. Rio de Janeiro: 2000.
CHASSOT, Attico. A ciência através dos Tempos. 10. ed. São Paulo: Moderna,
2000.
FREIRE, Fernanda Maria Pereira; PRADO, Maria E. B. Brito. O computador em
sala de aula: articulando saberes. Campinas, SP: Unicamp/Nied, 2000.
GAY, Aquiles. La Cultura tecnológica Y la escuela. 2. ed. Gordoba, Argentina:
Tec, 1996.
HARMAN, P. M. A revolução Científica. São Paulo: Ática, 1995.
KALINKE, Marco. Aurélio. Para não ser um professor do século passado.
Curitiba: Expoente, 1999.
LOBATO, Monteiro. História do mundo para as crianças. 19. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1972.
MARQUES, Maria Osório. A escola no computador. 1. ed. Ijuí: Unijuí, 1999
MORAN, José Manuel ; MASETTO, Marcos. T; BEHRENS, Marilda. Aparecida.
Novas Tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas- SP: Papirus,
2000.
PROINFO: Informática e formação de professores. Secretaria de Educação a
78
Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000.
SILVA, EzequielTheodoro da. et al. A leitura nos oceanos da Internet. São Paulo:
Cortez, 2003.
SILVA, Marco Antonio F. Da. Noções básicas de um computador. Rio de
Janeiro: Tecnoprint S.A, 1980.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Internet na educação: o professor na era digital. 7.
ed. São Paulo: Érica, 2002.
VALENTE, J. A. Análise dos diferentes tipos de software usados na educação. In:
Valente, J. A. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas-SP:
Nied, 2002.
VALENTE, J. A. Mudanças na sociedade, mudanças na educação: O fazer e o
compreender. In: VALENTE, J. A. O computador na sociedade do
conhecimento. Campinas-SP: Nied, 2002.
SITE CONSULTADO
VALENTE , José Armando; ALMEIDA José Fernando de, Visão Analítica da Informática na Educação no Brasil: a questão da formação do professor, disponível em http://www.inf.ufsc.br/sbc_ie/revista/nr1/valente.htm acesso em: 04 março de 2003.
ARTIGOS DE JORNAIS
CONSTANTINO, Luciana. Computador é luxo para pré-vestibulando. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 abr. 2003. p. C4.
ZILVETI, Marijô. Tecnologia vira meio para inserir cidadão no mundo. Folha de São Paulo, 26 mar. 2002. p.F4.
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ANEXOS
Lista de sites que desenvolvem projetos de inclusão digital
www.meninosdomorumbi.org.br
www.cdi.org.br
www.uol.com.br/designsocial
www.meninosdomorumbi.org.br/projetos/garagem.html
www.redemulher.org.br
www.redevivafavela.com.br
www.comunidade-brasil.net
www.senna.globo.com/institutoayrtonsenna
www.conexaoescola.futuro.usp.br
www.educarede.org.br/educa/index.cfm
www.redejovem.org.br
www.bibivirt.futuro.usp.br
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www.consuladodamulher.com.br
www.saopaulo.sp.gov.br/juventude/index.htm
www.telecentros.sp.gov.br
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Cópias de alguns e-mails enviados pelos alunos ao departamento de Educação de
Jovens e Adultos do Estado do Paraná.
Prezado Edson
Agradecemos seu e-mail e informamos que o governo só pode
investir os recursos que tem em caixa. Atualmente, existem 2.100
escolas no Estado, com aproximadamente 2 milhões de alunos.
Além da educação, também são prioridades do governo a saúde, a
segurança, o atendimento às crianças, etc, para os quais são
destinados recursos do Estado. Porém, tenha certeza que é presente
a preocupação em garantir condições cada vez melhores para nossos
educandos, tanto que você teve a oportunidade de acessar a internet
e entrar em contato conosco. Quando você puder acessar a internet
novamente, clique em www.pr.gov.br/deja para verificar quantas
ações em educação de jovens e adultos estão sendo realizadas.
Parabéns à sua professora!
Abraços da equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 20:55
Assunto: form
>TITULO - Fale Conosco;
82
>Nome: - Edson ;
>E-mail: - augusta@;
>Telefone: - 45-284-2382;
>Assunto: - Sr. Governador Jaime Lerner, precisamos urgentemente
comprar micro computadores para nossa escola.
>Estou participando do programa clicando a internet, com a
professora Sonia.;
>Data - 27/11/2001 – e-mail destino: email -s form
--------------------------------------------------------------------------------------
Caro Charles, não recebemos seu e-mail, mas ficamos felizes que
você está aprendendo acessar a internet.
Abraços da equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 20:57
Assunto: form
>TITULO - Fale Conosco;
>Nome: - charles igor hu;ner;
>E-mail: - ;
>Telefone: - ;
>Assunto: - ;
>Data - 27/11/2001 - email destino: mail -s form [email protected]
<
83
Silvana, recebemos seu e-mail e ficamos orgulhosos do grande passo
que alunos da educação de jovens e adultos estão tendo a
oportunidade de dar. Se quiser saber um pouco mais de EJA, pode
clicar em www.pr.gov.br/deja
Abraços da equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 21:08
Assunto: form
>TITULO - Fale Conosco;
>Nome: - silvanacleusaback;
>E-mail: - [email protected];
>Telefone: - 452842382;
>Assunto: - eu estou participando do projeto clicando a internet e
estou gostando muito e quero continuar mas pra isso precisamos de
sua ajuda se puder enviar computadores para nossa escola nos
agradecemos muito e espero que receba o meu e-mail muito
obrigada .
>data - 27/11/2001 – e-mail destino: mail -s form [email protected]
<
----------------------------------------------------------------------------------------
Caro Leandro
Agradecemos seu e-mail e ficamos felizes em saber que você está
84
aprendendo acessar a internet.
Abraços da equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 21:15
Assunto: form
>TITULO - Fale Conosco;
>Nome: - leandro;
>E-mail: - [email protected];
>Telefone: - 279 1347;
>Assunto: - estou participando do projeto e está muito legal;
>Data - 27/11/2001 - email destino: mail -s form [email protected]
--------------------------------------------------------------------------------------
Cara Maria
Agradecemos seu e-mail, que nos deixou orgulhosos de nossos
alunos da educação de jovens e adultos. Saber acessar a internet é
um passo importante para a busca de novos conhecimentos. Quando
você quiser saber mais sobre a educação de jovens e adultos,
também pode acessar nosso site: www.pr.gov.br/deja
Quanto ao seu pedido de computadores para a escola, repassaremos
ao setor responsável.
Abraços,
85
Equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 21:13
Assunto: form
>TITULO - Fale Conosco;
>Nome: - Maria Da C.Ferreira.;
>E-mail: - [email protected];
>Telefone: - 045.284.23.82;
>Assunto: - Estou participando do projeto Clicando a internet por isso
agradeço por ter dado essa oportunidade. E quero aproveitar a
oportunidade e peço uns computadores para a nossa escola.
Agradeço os professores.Carlos e Sonia.;
>Data - 27/11/2001 - email destino: mail -s form [email protected]
---------------------------------------------------------------------------------------
Prezada Rosangela
Agradecemos seu e-mail. Se quiser saber mais sobre EJA, clique
www.pr.gov.br/deja. Quanto aos computadores, repassaremos seu
pedido ao setor responsável.
Abraços da equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
86
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 21:10
Assunto: form
>TITULO - Fale Conosco;
>Nome: - Rosangela de santana;
>E-mail: - augusta@ Rondonet . com . br;
>Telefone: - 45 284 23 82;
>Assunto: - Senhor governador. continua apoiando o nosso curso
porque está nos ajudando muito e mande mais computadores para
Marechal.
>Data - 27/11/2001 - email destino: mail -s form [email protected]
<
----------------------------------------------------------------------------------------
Prezadas Reni e Inês, agradecemos seu e-mail, que muito nos
alegrou. Saber que jovens e adultos estão tendo a possibilidade de
acessar a internet por meio de um projeto.
Quanto ao seu pedido de computadores para a escola, repassaremos
ao setor responsável.
Abraços da equipe do DEJA/SEED
-----Mensagem original-----
De: [email protected] <[email protected]>
Para: [email protected] <[email protected]>
Data: Terça-feira, 27 de Novembro de 2001 20:58
Assunto: form
87
>TITULO - Fale Conosco;
>Nome: - reni-e-ines;
>E-mail: - aucusta@;
>Telefone: - 2841102-2541798;
>Assunto: - seu governador nos voltamos ao estudar sentimos grande
necessidade de nos atualizar principalmente em informática por isso
contamos com sua gentil colaboração para o nosso colégio enviando
computadores, foi agradável hoje participar pela primeira vez de uma
aula de informática com a professora Sonia agradecemos desde já
um abraço e obrigado.
>Data - 27/11/2001 - email destino: mail -s form [email protected]
<
88