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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45 4 Região Sudeste A atividade econômica no Sudeste, embora se mantivesse em trajetória de crescimento no primeiro trimestre do ano, registrou arrefecimento na margem. Nesse sentido, refletindo a manutenção no ritmo de expansão das vendas varejistas e o recuo na produção industrial, o IBCR- SE cresceu 0,9% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia aumentado 1,2%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados. As vendas varejistas da região, mantendo o ritmo de expansão na margem, cresceram 1,6% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse desempenho, favorecido pela continuidade da expansão da massa salarial e das operações de crédito às famílias, refletiu, em grande parte, os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 6,3%, e de tecidos, vestuário e calçados, 2,1%. O comércio ampliado, incluídas as elevações nas vendas de material de construção, 6%, e de veículos, 4%, cresceu 4,4% no período, ante 4% no trimestre encerrado em novembro. Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo cresceram 10,2% em fevereiro, ante 10,4% em novembro, enquanto o comércio ampliado, incorporando os impactos das variações nas vendas de veículos, 17,3%, e de material de construção, 15,8%, cresceu 12,1%. A produção industrial da região recuou 0,6% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia registrado aumento de 1,0%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. A indústria extrativa cresceu 1,7% e a de transformação registrou estabilidade, ressaltando-se que dez das vinte e três atividades pesquisadas registraram resultados negativos no período, com ênfase nos observados nas atividades metalurgia básica, 3,5%, e alimentos, 0,7%. Em oposição, 120 125 130 135 140 145 Fev 2008 Mai Ago Nov Fev 2009 Mai Ago Nov Fev 2010 Mai Ago Nov Fev 2011 IBCR-SE IBC-Br Fonte: Banco Central Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica – Brasil e Sudeste Dados dessazonalizados 2002 = 100 100 120 140 160 180 Fev 2008 Mai Ago Nov Fev 2009 Mai Ago Nov Fev 2010 Mai Ago Nov Fev 2011 Fonte: IBGE Comércio varejista Comércio ampliado Gráfico 4.2 – Comércio varejista – Sudeste Dados dessazonalizados 2004 = 100 Tabela 4.1 – Comércio varejista – Sudeste Geral e setores selecionados Variação % no período Setores 2010 2011 Ano Nov 1/ Fev 1/ 12 meses Comércio varejista 10,7 1,6 1,6 10,2 Combustíveis e lubrificantes 6,8 1,3 1,9 6,8 Hiper e supermercados 8,8 0,3 0,0 7,7 Tecidos, vestuário e calçados 11,0 1,5 2,1 12,3 Móveis e eletrodomésticos 18,4 5,5 6,3 18,5 Comércio ampliado 12,0 4,0 4,4 12,1 Automóveis e motocicletas 16,0 8,3 4,0 17,3 Material de construção 15,0 2,6 6,0 15,8 Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45

4Região Sudeste

A atividade econômica no Sudeste, embora se mantivesse em trajetória de crescimento no primeiro trimestre do ano, registrou arrefecimento na margem. Nesse sentido, refletindo a manutenção no ritmo de expansão das vendas varejistas e o recuo na produção industrial, o IBCR-SE cresceu 0,9% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia aumentado 1,2%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados.

As vendas varejistas da região, mantendo o ritmo de expansão na margem, cresceram 1,6% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse desempenho, favorecido pela continuidade da expansão da massa salarial e das operações de crédito às famílias, refletiu, em grande parte, os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 6,3%, e de tecidos, vestuário e calçados, 2,1%. O comércio ampliado, incluídas as elevações nas vendas de material de construção, 6%, e de veículos, 4%, cresceu 4,4% no período, ante 4% no trimestre encerrado em novembro.

Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo cresceram 10,2% em fevereiro, ante 10,4% em novembro, enquanto o comércio ampliado, incorporando os impactos das variações nas vendas de veículos, 17,3%, e de material de construção, 15,8%, cresceu 12,1%.

A produção industrial da região recuou 0,6% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia registrado aumento de 1,0%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. A indústria extrativa cresceu 1,7% e a de transformação registrou estabilidade, ressaltando-se que dez das vinte e três atividades pesquisadas registraram resultados negativos no período, com ênfase nos observados nas atividades metalurgia básica, 3,5%, e alimentos, 0,7%. Em oposição,

120

125

130

135

140

145

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

IBCR-SE IBC-BrFonte: Banco Central

Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica – Brasil e SudesteDados dessazonalizados 2002 = 100

100

120

140

160

180

Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.2 – Comércio varejista – SudesteDados dessazonalizados2004 = 100

Tabela 4.1 – Comércio varejista – SudesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2010 2011

Ano Nov1/ Fev1/ 12 meses

Comércio varejista 10,7 1,6 1,6 10,2

Combustíveis e lubrificantes 6,8 1,3 1,9 6,8

Hiper e supermercados 8,8 0,3 0,0 7,7

Tecidos, vestuário e calçados 11,0 1,5 2,1 12,3

Móveis e eletrodomésticos 18,4 5,5 6,3 18,5

Comércio ampliado 12,0 4,0 4,4 12,1

Automóveis e motocicletas 16,0 8,3 4,0 17,3

Material de construção 15,0 2,6 6,0 15,8

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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as indústrias de outros produtos químicos e farmacêutica registraram aumentos respectivos de 1,1% e 0,2% no período.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do Sudeste cresceu 9,0% em fevereiro, ante 12,6% em novembro. Ocorreram aumentos acentuados nos segmentos máquinas e equipamentos, 25,1%, e veículos automotores, 19,8%, contrastando com os recuos nas atividades farmacêutica, 6,5%, e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, 5,5%.

O estoque das operações de crédito superiores a R$5 mil contratadas na região totalizou R$900,3 bilhões em fevereiro, crescendo 4,7% no trimestre e 22,7% em doze meses. Os empréstimos a pessoas físicas, evidenciando o desempenho das modalidades crédito pessoal, financiamento de veículos e crédito imobiliário, somaram R$327,7 bilhões, aumentando 8,2% no trimestre e 28% em doze meses. A carteira do segmento de pessoas jurídicas, com destaque para a modalidade capital de giro, somou R$572,6 bilhões, elevando-se 2,8% e 19,9%, respectivamente, nos períodos considerados.

A inadimplência das operações de crédito contratadas na região atingiu 2,3% em fevereiro, recuando 0,1 p.p. em relação a novembro de 2010. As taxas relativas aos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas situaram-se em 3,8% e 1,6%, respectivamente, registrando, na ordem, retrações de 0,2 p.p. e 0,1 p.p.no período.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a região aumentaram 27% no período de doze meses finalizado em fevereiro e representaram 58% das operações realizadas no país.

O superávit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste somou R$18,4 bilhões em 2010. O aumento de 24,8% em relação a 2009 retratou, em especial, o efeito do crescimento da atividade econômica sobre a receita do ICMS. O superávit primário dos demais municípios aumentou 184,2% no ano, seguindo-se as expansões relativas às esferas das capitais, 27,7% e dos governos estaduais da região, 17,5%.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$53,3 bilhões, ante R$14,9 bilhões no ano anterior, elevação associada à maior variação do IGP-DI no período, constituindo-se em fator preponderante para o

Tabela 4.2 – Produção industrial – Sudeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010 2011

Nov2/ Fev2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 1,0 -0,6 9,0

Indústria extrativa 7,6 1,9 1,7 15,1

Indústria da transformação 92,4 1,1 0,0 8,7

Veículos automotores 11,9 2,7 -1,4 19,8

Alimentos 8,9 -7,1 -0,7 3,0

Metalurgia Básica 8,4 -2,8 -3,5 14,1

Refino de petróleo e álcool 7,2 0,2 1,7 1,4

Outros produtos químicos 7,1 11,2 1,1 13,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação das atividades na indústria conforme a PIM-PF/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

0

10

20

30

40

Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

PF PJ Total

Gráfico 4.3 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – Sudeste Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Discriminação

2008 2009 2010 20111/ R$ milhões Part.( %)

Sudeste 35,7 40,5 36,7 27,0 96 540 58

Brasil 40,0 50,0 23,5 19,0 169 587 100

Fonte: BNDES

1/ Valores acumulados em doze meses até fevereiro.

20111/Var. % acum. 12 meses

Tabela 4.3 – Desembolsos do BNDES – Sudeste

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crescimento do déficit nominal que atingiu R$34,9 bilhões em 2010.

O estoque da dívida líquida dos estados, da capital e dos principais municípios da região totalizou R$340,5 bilhões em dezembro de 2010, patamar 12% superior ao registrado no final do ano anterior e correspondente a 72,2% da dívida de todos os estados e principais municípios do país.

A produção de grãos no Sudeste deverá recuar 3,5% no ano, totalizando 16,5 milhões de toneladas em 2011 e passando a representar 10,6% da produção nacional, ante 11,4% no ano anterior, de acordo com o LSPA de março do IBGE. A retração projetada para o ano decorre de estimativas de reduções de 1,7% da área e no rendimento médio das principais culturas da região, sensibilizadas pelo excesso de chuvas ocorrido no início deste ano. Nesse cenário, as safras de feijão, milho e soja deverão registrar recuos anuais de 15,3%, 4,2% e 1,7%,respectivamente, enquanto em relação às demais lavouras, ressaltem-se as estimativas de retração para as colheitas de café, 8,3%, em ciclo bianual de baixa produtividade, cana-de-açúcar, 13,5%, e laranja, 2,9%.

Os abates de bovinos, aves e suínos realizados em estabelecimentos inspecionados pelo SIF registraram variações respectivas -15,4%, 3,6% e 1,9% nos dois primeiros meses de 2011, em relação a igual período de 2010, de acordo com estatísticas do Mapa. A redução dos abates de bovinos está associada à reduzida oferta de boi magro, que provocou redução de 17% das exportações e forte aumento dos preços internos, no período. Este movimento estimulou a demanda doméstica por carne suína, aumentando os ganhos dos produtores e desestimulando as respectivas exportações, que recuaram 66,7% no período, contrastando com a expansão de 33,5% assinalada nos embarques de carnes de frango, impulsionada pelo dinamismo das vendas para o Egito e outros países da África.

A balança comercial da região registrou superávit de US$2,4 bilhões no primeiro trimestre de 2011, ante US$938 milhões em igual período do ano anterior, registrando-se aumentos de 33,1% nas exportações e de 28% nas importações, que somaram, na ordem, US$29,8 bilhões e US$27,4 bilhões.

O crescimento das exportações, refletindo variações de 4% no quantum e de 28% nos preços, decorreu de expansões nas vendas em todas as categorias de fator agregado, com ênfase nas relativas a produtos básicos,

Tabela 4.6 – Necessidades de financiamento –

Região Sudeste1/

R$ milhões

UF

2009 2010 2009 2010

Jan-dez Jan-dez Jan-dez Jan-dez

Total -14 775 -18 440 14 876 53 349

Governos Estaduais -9 900 -11 628 9 989 42 859

Capitais -4 502 -5 751 4 324 9 704

Demais Municípios -373 -1 061 563 787

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.4 – Dívida líquida – Região Sudeste1/

Composição

R$ milhões

Região Sudeste 2008 2009 2010

Dez Dez Dez

Dívida bancária 4 581 6 647 7 994

Renegociação2/ 286 222 283 864 315 998

Dívida externa 7 629 7 179 12 752

Outras dívidas junto à União 19 209 17 593 17 677

Dívida reestruturada 1 841 931 810

Disponibilidades líquidas -13 030 -12 315 -14 726

Total (A) 306 453 303 900 340 504

Brasil (B) 425 010 419 081 471 503

(A/B) (%) 72,1 72,5 72,2

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados

preliminares.

2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP n° 2185/2000.

Tabela 4.5 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Região Sudeste1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2009 Nominal Outros4/ 2010

Dez Primário Juros Total3/ Dez

Total 303 900 -18 440 53 349 34 909 1 696 340 504

Governos estaduais 248 883 -11 628 42 859 31 231 166 280 281

Capitais 54 427 -5 751 9 704 3 952 1 547 59 926

Demais municípios 590 -1 061 787 -275 -17 298

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

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54,5%, e a semimanufaturados, 25,4%. China, EUA, Argentina, Holanda e Alemanha absorveram, em conjunto, 46,9% das vendas externas da região no período.

O comportamento das importações, resultante de variações de 16,5% no quantum e de 9,9% nos preços, refletiu os aumentos assinalados nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para os referentes a combustíveis e lubrificantes, 55%, e a bens de consumo duráveis, 37,5%. As importações originárias dos EUA, China, Alemanha, Argentina e Japão representaram, em conjunto, 50,3% do total adquirido pela região, no período.

A evolução dos indicadores do mercado de trabalho continua favorável. Nesse sentido, de acordo com o Caged/MTE, foram criados 8,5 mil empregos formais na região no trimestre encerrado em fevereiro, ante 230,9 mil naquele finalizado em novembro e extinção de 53,2 mil postos em igual período de 2010, destacando-se a criação de 79,6 mil vagas no setor de serviços e as demissões líquidas assinaladas na agropecuária, 48,5 mil, e na indústria de transformação, 22,1 mil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 1,7% no trimestre terminado em fevereiro, em relação ao encerrado em novembro, quando havia aumentado 1,4%.

A taxa média de desemprego do Sudeste, compreendendo as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, atingiu 5,5% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com a PME do IBGE, ante 6,8% em igual período de 2010, registrando-se elevações de 2,1% no pessoal ocupado e de 0,7% na PEA. O rendimento médio habitual e a massa salarial apresentaram aumentos reais respectivos de 4,5% e 6,7%, no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego atingiu 5,8% no trimestre encerrado em fevereiro, ante 5,9% naquele finalizado em novembro.

A inflação na região Sudeste, considerada a média ponderada das variações do IPCA nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, atingiu 2,61% no trimestre encerrado em março, ante 2,13% naquele finalizado em dezembro. A elevação observada refletiu a variação mais acentuada nos preços monitorados, cuja taxa passou de 0,86% para 2,74% no período, em relação à referente aos preços livres, com percentuais correspondentes de 2,68% e 2,55%.

No âmbito dos preços monitorados destacaram-se os aumentos nos itens passagens aéreas, 20,76%; jogos de

Tabela 4.7 – Produção agrícola – Sudeste

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

2010 2011 2011/2010

Grãos 17 057 16 454 -3,5

Arroz (em casca) 0,3 214 187 -12,4

Feijão 3,2 932 789 -15,3

Milho 8,4 10 717 10 263 -4,2

Soja 6,9 4 298 4 227 -1,7

Outras lavouras

Café 17,3 2 355 2 159 -8,3

Banana 2,4 2 262 2 235 -1,2

Cana-de-açúcar 35,8 499 899 432 455 -13,5

Laranja 8,7 15 790 15 328 -2,9

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.

2/ Estimativa segundo o LSPA de março de 2011.

Jan 2005

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

60

90

120

150

180

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.4 – Abates de animais – SudesteMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.8 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 22 360 29 762 33,1 30,6

Básicos 8 153 12 594 54,5 47,5

Industrializados 14 207 17 169 20,8 19,6

Semimanufaturados 3 080 3 860 25,4 31,0

Manufaturados1/ 11 128 13 308 19,6 16,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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azar, 10,66%; e nas tarifas de transportes públicos: táxis, 10,56%; trens, 8,27%; ônibus urbanos, 7,58%; ônibus intermunicipais, 6,40%; e metrô, 5,46. No segmento dos preços livres, a variação dos preços dos produtos não comercializáveis passou de 2,17% para 4,18%, aumento associado, principalmente, às elevações nos preços dos tubérculos, 34,03%, hortaliças e verduras, 30,99%, frutas 8,5%, e cursos, 8,06%. A menor variação nos preços dos produtos comercializáveis, de 3,31% para 0,59%, refletiu, em parte, as retrações respectivas de 7,24% e 1,76% nas variações dos preços dos itens carnes e açúcares e derivados, bem como a redução, de 3,04% para 0,24%, na relativa aos preços do vestuário. O índice de difusão médio, evidenciando maior disseminação dos reajustes de preços na região Sudeste, aumentou 3,5 p.p., para 60,9%, no trimestre encerrado em março.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da região variou 6,34% em março, ante 5,26% no intervalo correspondente de 2010. Esta alta refletiu o impacto mais intenso do aumento da variação dos preços livres, de 5,36% para 7,16%, em relação ao proporcionado pela redução, de 5,06% para 4,46%, na variação dos preços monitorados.

As perspectivas relacionadas à expansão da atividade econômica no Sudeste permanecem favoráveis, amparadas na continuidade do crescimento da massa salarial, das operações de crédito e das exportações de commodities minerais e metálicas. O ritmo do processo de crescimento em curso na região deverá refletir, nos próximos meses, os impactos das medidas prudenciais e das elevações das taxas de juros, adotadas recentemente para assegurar os ganhos inerentes ao cenário de estabilidade de preços.

Tabela 4.9 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 21 422 27 430 28,0 25,3

Bens de consumo 3 520 4 668 32,6 33,1

Duráveis 1 666 2 292 37,5 39,3

Não duráveis 1 853 2 376 28,2 25,3

Bens intermediários 10 114 11 853 17,2 18,9

Bens de capital 5 185 6 874 32,6 29,4

Combustíveis e lubrificantes 2 604 4 035 55,0 32,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.10 – Evolução do emprego formal – Sudeste

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2010 2011

Fev Mai Ago Nov Fev

Total -53,2 570,0 364,0 230,9 8,5

Indústria de transformação -20,0 153,1 72,6 38,4 -22,1

Comércio 4,1 62,6 72,1 131,2 -1,9

Serviços 37,6 179,1 149,4 158,0 79,6

Construção civil 17,7 43,7 36,5 3,7 1,9

Agropecuária -84,3 116,1 24,7 -107,7 -48,5

Serviços ind. de utilidade pública 2,5 2,8 3,1 2,3 3,1

Outros2/ -10,8 12,5 5,5 5,1 -3,6

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Jan 2005

Fev

4

5

6

7

8

9

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 2009 2010 2011

Gráfico 4.5 – Taxa de desemprego aberto – Sudeste%

Fonte: IBGE

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Tabela 4.11 – IPCA – SudesteVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2010 2011

Ano IV Tri I Tri 12 meses

IPCA 100,0 5,94 2,13 2,61 6,34

Livres 70,3 7,07 2,68 2,55 7,16

Comercializáveis 31,4 6,70 3,31 0,59 5,74

Não comercializáveis 38,9 7,40 2,17 4,18 8,36

Monitorados 29,7 3,42 0,86 2,74 4,46

Principais itens

Alimentação 22,7 10,66 5,41 2,19 9,18

Habitação 13,3 5,04 1,68 1,24 5,53

Artigos de residência 4,1 3,92 0,21 1,23 2,90

Vestuário 6,1 6,44 3,04 0,24 6,29

Transportes 19,4 2,77 0,58 4,06 4,19

Saúde 10,3 5,16 1,09 1,25 5,50

Despesas pessoais 10,6 7,59 2,16 3,14 9,00

Educação 7,7 6,08 0,17 7,54 8,33

Comunicação 5,8 0,92 0,84 1,08 1,85

Fonte: IBGE

1/ Referentes a março de 2011.

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 51

Minas Gerais

A economia mineira manteve ritmo de crescimento robusto no trimestre encerrado em fevereiro, ancorado nas vendas do comércio e no desempenho da indústria extrativa e do setor serviços. Nesse cenário, o IBCR-MG aumentou 1,6% em relação ao trimestre encerrado em novembro, quando havia crescido 1,4%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses o IBCR-MG cresceu 8,4% em fevereiro, ante 9,6% em novembro.

As vendas varejistas elevaram-se 4,7% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro de 2010, quando cresceram 2,6%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE, destacando-se as elevações registradas nos segmentos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 21,1%, e móveis e eletrodomésticos, 11,2%. Incluídos os aumentos assinalados nas vendas de veículos, 6,9%, e de materiais de construção, 2,2%, o comércio ampliado cresceu 5,9% no trimestre.

Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas aumentaram 11,9% em fevereiro, em relação a igual intervalo de 2010, ante 11,2% em novembro. O comércio ampliado registrou variações respectivas de 15,7% e 14,3% nas bases de comparação mencionadas.

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) e pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), atingiu 53,3 pontos em março, ante 51,5 pontos em dezembro e 50,3 pontos em igual mês de 2010. A variação trimestral refletiu as expansões registradas nos componentes expectativa econômica, 2,1 p.p., com destaque para a evolução do item emprego, e expectativa financeira, 1,6 p.p., impulsionada pela variação positiva nos itens pontualidade no pagamento e disponibilidade de recursos.

A produção industrial de Minas Gerais cresceu 0,3% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia apresentado aumento de 1,3%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. O desempenho trimestral refletiu as expansões assinaladas na indústria de transformação, 0,6%, estimulada pela evolução das atividades minerais não metálicos e refino de petróleo

110

115

120

125

130

135

140

145

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Gráfico 4.6 – Índice de Atividade Econômica Regional – Minas Gerais (IBCR-MG)Dados dessazonalizados2002 = 100

Jan 2006

Fev

Mar

Abr

Mai 2006

Jun

Jul

Ago 2006

Set

Out

Nov 2006

35

40

45

50

55

60

65

Dez 2008

Mar 2009

Jun Set Dez Mar 2010

Jun Set Dez Mar 2011

ICC geral Expectativa econômica

Expectativa financeira

Gráfico 4.7 – Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH)

Fonte: Fecomércio Minas e Ipead/UFMG

Tabela 4.12 – Índice de vendas no varejo – Minas Gerais

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2010 2011

Ano Nov1/ Fev1/ 12 meses

Comércio varejista 11,4 2,6 4,7 11,9

Combustíveis e lubrificantes 9,4 1,7 5,1 9,9

Hiper e supermercados 7,7 0,7 2,4 7,1

Tecidos, vestuário e calçados 9,8 -0,6 3,5 10,0

Móveis e eletrodomésticos 25,3 8,8 11,2 28,6

Eq. e mat. p/esc., inf. e com. 36,9 6,7 21,1 37,6

Comércio ampliado 15,0 3,2 5,9 15,7

Veículos e motos, partes e peças 22,4 4,2 6,9 23,3

Material de construção 15,2 1,3 2,2 14,9

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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52 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2011

e álcool, e na indústria extrativa, 3%, com ênfase no dinamismo da atividade extração de minério de ferro4.

Considerados períodos de doze meses, a produção da indústria mineira, que havia crescido 16,7% em novembro, registrou de expansão 12% em fevereiro, traduzindo acréscimos de 25,8% na indústria extrativa e de 9,9% na indústria de transformação, ressaltando-se o aumento de 19,1% no segmento metalurgia básica.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei/MG), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), atingiu 61,2 pontos em fevereiro, ante 62,3 pontos em novembro e 68,8 pontos em igual mês de 2010. O Índice de Condições Atuais, que reflete a conjuntura dos últimos seis meses, decresceu 3,2 p.p. no trimestre, enquanto o Índice de Expectativas para os próximos seis meses aumentou 0,3 p.p.

As operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas no estado totalizaram R$146,3 bilhões em fevereiro, com expansão de 4,8% no trimestre e de 33,4% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas, com destaque para as modalidades financiamento de imóveis e crédito pessoal, atingiram R$63,2 bilhões, registrando elevações respectivas de 9,9% e 31,4% nas bases de comparação mencionadas. Os financiamentos no segmento de pessoas jurídicas somaram R$83,1 bilhões, elevando-se 1,2% no trimestre, com ênfase nas contratações dos setores de siderurgia e construção, e 35% em doze meses. A taxa de inadimplência situou-se em 2,3% em fevereiro, reduzindo-se 0,1 p.p. em relação a novembro.

O superávit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de Minas Gerais atingiu R$1,6 bilhão em 2010, elevando-se 53,6% em relação ao ano anterior. Essa evolução refletiu o impacto mais acentuado da expansão de 67,3% no superávit do governo estadual e da reversão, de déficit de R$154 milhões para superávit de R$67 milhões, no resultado da capital, em relação ao decorrente da inversão, de superávit de R$64 milhões para déficit de R$360 milhões, registrada no âmbito dos demais municípios considerados.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$9,7 bilhões em 2010, registrando expansão de 245% em relação a 2009. Esse movimento refletiu, fundamentalmente, a reversão de -1,44% para 11,31%

Tabela 4.13 – Produção industrial – Minas Gerais

Geral e setores selecionadosVariação % trimestral

Setores Pesos1/ 2010 2011

Nov2/ Fev2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 1,3 0,3 12,0

Indústria extrativa 14,3 0,6 3,0 25,8

Indústria de transformação 85,7 1,8 0,6 9,9

Metalurgia básica 18,3 0,3 0,1 19,1

Veículos automotores 15,1 5,2 -4,2 4,1

Alimentos 17,7 -1,6 -0,4 2,9

Minerais não metálicos 7,0 -1,1 3,3 11,3

Refino de petróleo e álcool 5,7 0,6 2,2 5,8

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE

referente ao último mês disponível.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

95

105

115

125

135

145

Fev 2008

Jun Out Fev 2009

Jun Out Fev 2010

Jun Out Fev 2011

Brasil Minas Gerais

Gráfico 4.8 – Produção industrial – Minas GeraisDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

0

10

20

30

40

50

Nov 2008

Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

PF PJ Total

Gráfico 4.9 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

4/ Embora a PIM da indústria extrativa não disponibilize abertura regional por produtos, a trajetória das exportações da commoditie e a representatividade do estado na indústria extrativa de minério de ferro evidenciam o aumento de sua extração em Minas Gerais.

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 53

na variação do IGP-DI, principal indexador dos passivos regionais renegociados com a União, e contribuiu para que o déficit nominal totalizasse R$8,1 bilhões.

A dívida líquida do estado somou R$59,7 bilhões em dezembro de 2010, elevando-se 17,2% em relação a igual período do ano anterior. O aumento da dívida líquida no governo estadual respondeu por 94% do crescimento mencionado.

A safra de grãos do estado deverá atingir 10,1 milhões de toneladas em 2011, de acordo com o LSPA de março, do IBGE. O recuo anual de 0,5% reflete as retrações respectivas de 6,4% e 2,1% projetadas para as safras feijão e de soja, contrastando com a estimativa de aumento de 0,5% para a colheita de milho, principal grão cultivado no estado. Em relação às demais culturas, ressaltam-se as perspectivas de redução de 11,1% para a safra de café, em ciclo bienal de baixa produtividade, e de acréscimo de 1,3% para a de cana-de-açúcar.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, que abrangem cerca de 70% dos realizados no estado, decresceram 11,3% no primeiro bimestre do ano, em relação a igual período de 2010, enquanto os relacionados a aves e suínos elevaram-se, respectivamente, 8% e 6,5%. As cotações da carne bovina, embora recuassem 8% no trimestre encerrado em fevereiro, seguem em patamar elevado, e deverão estimular os investimentos neste segmento.

A balança comercial de Minas Gerais registrou superávit de U$5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2011, resultado 83,8% superior ao assinalado em igual período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior-Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC). As exportações totalizaram US$8,5 bilhões e as importações, US$2,6 bilhões, registrando aumentos respectivos de 64,1% e 32,3%, no período.

O desempenho favorável das exportações, refletindo aumentos de 54,2% nos preços e de 6,4% no quantum embarcado, decorreu de expansões nas vendas em todas as categorias de fator agregado, ressaltando-se o crescimento de 95,8% nas relativas a produtos básicos, estimulado pela elevação de 128% nos embarques de minérios de ferro. China, Japão, EUA, Alemanha, Argentina e Holanda absorveram 63% das exportações do estado, no período.

Tabela 4.16 – Produção agrícola – Minas Gerais

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2010 20111/ 2011/2010

Grãos 35,0 10 169 10 116 -0,5

Feijão 5,2 624 584 -6,4

Milho 14,8 6 090 6 120 0,5

Soja 13,0 2 898 2 838 -2,1

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 12,1 61 343 62 136 1,3

Café 30,9 1 506 1 339 -11,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.

2/ Estimativa segundo o LSPA de março de 2011.

Tabela 4.14 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento do Estado de Minas Gerais e seus

principais municípios1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2009 Nominal Outros4/ 2010

Dez Primário Juros Total3/ Dez

Estado de Minas Gerais 50 967 -1 596 9 734 8 138 644 59 750

Governo estadual 50 073 -1 888 9 478 7 589 652 58 315

Capital 868 -67 101 34 -6 896

Demais municípios 26 360 156 515 -2 539

1/ Inclui inform. do Estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 4.15 – Necessidades de financiamento do Estado

de Minas Gerais e seus principais municípios1/

R$ milhões

UF

2009 2010 2009 2010

Jan-Dez Jan-Dez Jan-Dez Jan-Dez

Estado de Minas Gerais -1 039 -1 596 2 820 9 734

Governo estadual -1 129 -1 888 2 677 9 478

Capital 154 -67 62 101

Demais municípios -64 360 81 156

1/ Inclui informações do Estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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54 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2011

110

130

150

170

190

210

230

Fev2008

Jun Out Fev2009

Jun Out Fev2010

Jun Out Fev2011

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.10 – Abates de animais – Minas GeraisMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.17 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 5 190 8 515 64,1 30,6

Básicos 2 709 5 303 95,8 47,5

Industrializados 2 481 3 212 29,5 19,6

Semimanufaturados 1 289 1 860 44,2 31,0

Manufaturados1/ 1 191 1 352 13,5 16,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

A evolução das importações resultou de variações de 9,4% nos preços e de 21% no quantum. Ocorreram elevações nas aquisições em todas as categorias de uso, com ênfase no aumento de 44% nas relativas a combustíveis e lubrificantes. As importações de bens de consumo foram impulsionadas pelas relacionadas a veículos; as de bens de capital, pelas compras de maquinaria industrial; e as de bens intermediários, pelos ingressos de produtos minerais, insumos agrícolas e produtos químicos e farmacêuticos. As aquisições de produtos originários dos EUA, Argentina, China, Itália, Alemanha e Japão corresponderam a 63% das importações do estado.

A economia do estado, refletindo o impacto das demissões líquidas sazonais ocorridas em dezembro, registrou, de acordo com o Caged/MTE, a eliminação de 0,9 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em fevereiro, ante geração de 35,1 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro de 2010 e corte de 1,8 mil vagas no mesmo período em 2010. O desempenho negativo registrado no trimestre refletiu o impacto das demissões observadas na indústria de transformação, 6,9 mil; na construção civil, 5,7 mil; e na agropecuária, 5,1 mil, neutralizado, em parte, pela criação de 15,6 mil vagas no setor de serviços.

A taxa média de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), divulgada pela PME do IBGE, atingiu 5,3% no trimestre finalizado em fevereiro, ante 5,2% no trimestre encerrado em novembro de 2010 e 5,9% em igual período do ano anterior. A massa de rendimento real habitual média recuou 2,7% no trimestre, registrando-se reduções de 1,7% no rendimento médio real habitual e de 1% na população ocupada remunerada.

O IPCA da RMBH cresceu 2,76% no trimestre finalizado em março, ante 2,11% naquele encerrado em dezembro de 2010, refletindo, em especial, o aumento na variação dos preços monitorados, 2,85% ante 0,87%, impulsionada por elevações nos itens passagens de avião, 27,38%; gasolina, 7,04%; e ônibus urbano, 6,52%.

Os preços livres cresceram 2,73% no trimestre encerrado em março, ante 2,67% naquele finalizado em dezembro, resultado da aceleração, de 2,32% para 4,46%, no âmbito dos itens não comercializáveis, com ênfase no aumento de 23,93% no grupo alimentos in natura, e da desaceleração, de 3,07% para 0,80%, na variação dos preços dos bens comercializáveis.

Tabela 4.18 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 1 987 2 629 32,3 25,3

Bens de consumo 317 453 42,7 32,7

Duráveis 271 382 41,0 39,2

Não duráveis 47 72 53,0 24,5

Bens intermediários 916 1 171 27,8 19,0

Bens de capital 528 680 28,8 29,4

Combustíveis e lubrificantes 226 325 44,0 32,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.19 – Evolução do emprego formal – Minas Gerais

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2010 2011

Fev Mai Ago Nov Fev

Total -1,8 145,7 81,5 35,1 -0,9

Indústria de transformação 1,6 35,3 15,9 10,9 -6,9

Comércio 2,4 10,5 11,5 32,8 -0,1

Serviços 5,0 33,9 35,2 29,3 15,6

Construção civil -0,4 15,2 15,4 4,7 -5,7

Agropecuária -10,2 48,7 1,9 -44,6 -5,1

Indústria extrativa mineral 0,3 1,5 1,3 1,0 0,9

Outros2/ -0,4 0,6 0,2 0,9 0,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outras.

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 55

O índice de difusão, mostrando maior disseminação da inflação na RMBH, atingiu 52,3% no primeiro trimestre do ano, ante 47,2% naquele encerrado em dezembro.

A inflação na RMBH acumulada em doze meses atingiu 6,51% em março, ante 5,84% em dezembro de 2010. Esta trajetória refletiu a aceleração, de 2,59% para 4,71% nos preços monitorados, com destaque para os aumentos das passagens de avião, 65,05%, ônibus urbano, 6,52% e gasolina, 6,99%, e a desaceleração, de 7,36% para 7,33%, nos preços livres. Nesse segmento, a variação nos preços dos itens comercializáveis recuou de 5,85% para 4,83%, e a relativa aos itens não comercializáveis aumentou de 8,75% para 9,59%.

A economia mineira tem encontrado, no mercado externo, sustentação para a manutenção do ritmo de crescimento da atividade, ancorada principalmente nas exportações de minério de ferro e de café. No mercado doméstico, a dinâmica do mercado de trabalho tem contribuído para a manutenção da demanda, ainda que de forma atenuada pela perda de poder aquisitivo decorrente do aumento da inflação. Para os próximos meses, efeitos das medidas macroprudenciais adotadas a partir de dezembro deverão seguir repercutindo sobre a atividade, por intermédio da desaceleração no ritmo de expansão do crédito às pessoas físicas, principalmente nas operações de financiamentos de prazos mais longos, em especial de veículos.

4

5

6

7

8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 2009 2010 2011

Gráfico 4.11 – Taxa de desemprego aberto –Belo Horizonte%

Fonte: IBGE

%

Tabela 4.20 – IPCA – Belo HorizonteVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/2010 2011

II Tri III Tri IVTri I Tri

IPCA 100,0 1,09 0,40 2,11 2,76

Livres 69,3 1,24 0,51 2,67 2,73

Comercializáveis 32,2 0,05 0,85 3,07 0,80

Não comercializáveis 37,0 2,32 0,21 2,32 4,46

Monitorados 30,7 0,77 0,15 0,87 2,85

Principais itens

Alimentos e bebidas 23,6 0,60 0,05 5,08 3,15

Habitação 13,1 1,07 0,38 1,40 0,97

Artigos de residência 3,9 0,73 0,72 0,33 1,30

Vestuário 6,6 2,99 0,30 3,07 -0,55

Transportes 18,9 0,21 0,04 0,57 4,86

Saúde 10,1 2,26 1,01 1,13 1,28

Despesas pessoais 10,9 2,77 1,12 2,34 3,07

Educação 7,3 0,15 0,87 0,25 6,53

Comunicação 5,7 0,17 0,07 0,94 0,76

Fonte: IBGE

1/ Referentes a março de 2011.

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 57

Rio de Janeiro

A economia do estado do Rio de Janeiro vem registrando relativa desaceleração na margem, expressa em recuos da produção industrial e nas taxas de crescimento do comércio varejista. Nesse cenário, o IBCR-RJ cresceu 0,8% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando registrara crescimento de 1,4%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Os preços na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) persistiram em trajetória ascendente, em grande parte refletindo reajustes estacionais.

As vendas do comércio varejista registraram crescimento de 0,6% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando se elevaram 3,5%, nesse tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Destacaram-se, no período, os desempenhos dos segmentos móveis e eletrodomésticos, 6,7%, e tecidos, vestuário e calçados, 1,2%, favorecidos pela expansão do emprego, da massa salarial e do volume de crédito a pessoas físicas, e a elevação de 3,2% nas vendas de combustíveis e lubrificantes. O comércio ampliado, refletindo as expansões assinaladas nas vendas de material de construção, 3,9%, e de veículos, motos, partes e peças, 1,2%, cresceu 2,3% no trimestre. Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista do estado expandiu 10,5% em fevereiro, em relação a igual mês de 2010, e o comércio ampliado, 10,4%, ante elevações respectivas de 9,8% e 9,2% em novembro.

A produção industrial fluminense recuou 1,3% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, período em que se elevou 1,4%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A indústria extrativa, impactada pela redução na extração petrolífera, e a indústria de transformação, refletindo recuos nas atividades metalurgia, 6,6%, e veículos automotores, 3,4%, apresentaram variações negativas de 2,5% e 1,1%, respectivamente, no período. Considerados intervalos de doze meses, a indústria do estado cresceu 6,9% em fevereiro, ante 9,6% em novembro, registrando-se aumento de 10,2% na indústria de transformação e retração de 4,6% na extrativa.

Os indicadores industriais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), excetuando-se a estabilidade no número de horas trabalhadas, apresentaram elevações no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, considerando dados

105

115

125

135

145

Fev2008

Jun Out Fev2009

Jun Out Fev2010

Jun Out Fev2011

IBC-Br IBCR-RJ

Gráfico 4.12 – Índice de Atividade EconômicaBrasil e Rio de JaneiroDados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 4.21 – Índice de vendas no varejo – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2010 2010 2011

Nov1/ Fev1/ 12 meses

Comércio varejista 10,4 3,5 0,6 10,5

Combustíveis e lubrificantes 3,3 0,0 3,2 2,2

Hiper e supermercados 10,2 1,3 -0,5 9,0

Tecidos, vestuário e calçados 14,5 2,2 1,2 16,8

Móveis e eletrodomésticos 20,3 6,5 6,7 21,1

Comércio ampliado 9,7 4,3 2,3 10,4

Veículos e motos, partes e peças 6,1 12,0 1,2 8,0

Material de construção 20,4 7,7 3,9 25,2

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

90

100

110

120

130

140

Nov2007

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Indústria geral Indústria extrativa

Indústria de transformação

Gráfico 4.13 – Produção industrial – Rio de Janeiro

Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

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58 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2011

dessazonalizados. As vendas reais aumentaram 7,2%; o pessoal ocupado, 1,7%; e a massa salarial, 0,5%, ante variações respectivas de -3,1%, 2,0% e 1,9% no trimestre finalizado em novembro de 2010.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) médio atingiu 83,5%, ante 84,1% no trimestre terminado em novembro, situando-se em patamar 3,7 p.p. superior à média da série histórica, ajustada sazonalmente. O Icei, divulgado pela Firjan, atingiu 62,3 pontos em janeiro, ante 63,2 pontos em outubro e 66,6 pontos em igual período de 2010. A evolução trimestral refletiu as variações respectivas de -3,3 e de 0,3 pontos registradas nos componentes condições atuais e expectativas.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas no estado totalizou R$202,1 bilhões em fevereiro, dos quais R$59,7 bilhões no segmento de pessoas físicas e R$142,4 bilhões no de pessoas jurídicas, expandindo 3,9% no trimestre e 14,8% em doze meses. A evolução trimestral refletiu acréscimos de 9,6% no segmento de pessoas físicas e de 1,7% no relativo a pessoas jurídicas, enquanto a expansão em doze meses decorreu de aumentos respectivos de 31,3% e 9,1%. A inadimplência relativa a essas operações de crédito atingiu 2,05% em fevereiro, ante 2,08% em novembro, registrando-se retração de 0,29 p.p. no segmento de pessoas físicas e estabilidade no de pessoas jurídicas.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio de Janeiro registraram superávit primário de R$2,3 bilhão em 2010. A retração anual de 51,6% refletiu a deterioração assinalada nos resultados dos demais municípios, 123,5%; do estado, 52,2%; e da capital, 43%.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$8,1 bilhões no ano, ressaltando-se que o aumento de 301% registrado em relação a 2009 refletiu, fundamentalmente, a elevação da variação do IGP-DI, principal indexador dos passivos estaduais, no período. O resultado nominal registrou déficit de R$5,8 bilhões, ante superávit de R$2,7 bilhões em 2009.

A dívida líquida atingiu R$58,8 bilhões em dezembro de 2010, elevando-se 16% em relação a dezembro de 2009 e passando a representar 12,5% da dívida total dos estados e municípios brasileiros. Registraram-se, no período, crescimento de 20,1% na dívida do governo do estado e recuos respectivos de 21,7% e 36,2% nas esferas dos demais municípios e da capital.

30354045505560657075

Out 2007

Jan 2008

Abr Jul Out Jan 2009

Abr Jul Out Jan 2010

Abr Jul Out Jan 2011

Geral Expectativas Condições atuais

Fonte: Firjan

Gráfico 4.14 – Índice de Confiança do Empresário Industrial – Rio de JaneiroPontos

0

10

20

30

40

50

60

Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

PF PJ Total

Gráfico 4.15 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio de Janeiro1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 4.22 – Produção industrial – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores Pesos1/ 2010 2011

Nov2/ Fev2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 1,4 -1,3 6,9

Indústria extrativa 21,4 0,7 -2,5 -4,6

Indústria de transformação 78,6 1,6 -1,1 10,2

Refino de petróleo e álcool 13,2 2,2 3,4 7,7

Metalurgia básica 12,5 -8,9 -6,6 13,9

Edição, imp. e rep. de grav. 8,2 -1,2 -1,7 1,0

Veículos automotores 7,8 5,7 -3,4 39,7

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.23 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Rio de Janeiro1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2009 Nominal Outros4/ 2010

Dez Primário Juros Total3/ Dez

Est. do R. de Janeiro 50 723 -2 286 8 101 5 815 2 299 58 836

Governo estadual 47 102 -1 112 8 216 7 104 2 375 56 581

Capital 3 985 -1 230 -139 -1 369 -75 2 541

Demais municípios -364 57 24 81 -2 -285

1/ Inclui inform. do Estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 59

A produção de cana-de-açúcar, cultura mais importante do estado, deverá recuar 5,4% em 2011, de acordo com o LSPA divulgado pelo IBGE em março, resultado decorrente da redução de 7,8% na área colhida e aumento de 2,6% na produtividade média. Dentre as demais culturas, estão projetadas elevação de 5,5% para a produção de mandioca e retrações respectivas de 5,0% e 6,3% para as culturas de tomate e feijão.

A balança comercial do estado acumulou superávit de US$1,5 bilhão nos três primeiros meses de 2011, ante US$1,1 bilhão em igual período de 2010, de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$5,6 bilhões e as importações, US$4,1 bilhões, registrando crescimentos respectivos de 32,3% e 29,2%. As vendas e as compras externas de óleos brutos de petróleo, representando, na ordem, 64,4% e 19,1% dos respectivos fluxos totais, cresceram 14,1% e 31% no período e proporcionaram superávit de US$2,8 bilhões, contrastando com o déficit de US$1,3 bilhão resultante das demais transações comerciais do estado.

A elevação das exportações decorreu de aumentos respectivos de 19,7% e 10,5% nos preços e no quantum exportado, ressaltando-se o aumento de 51,8% nas vendas de produtos manufaturados. O crescimento das importações, impulsionado por aumentos de 15,1% no quantum e de 12,2% nos preços, traduziu as expansões registradas nas aquisições em todas as categorias de uso, ressaltando-se as referentes a combustíveis e lubrificantes, 53,1%, e a bens de capital, 32,6%.

A economia fluminense gerou, de acordo com o Caged/MTE, 10,9 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em fevereiro de 2011, ante 73,2 mil no trimestre finalizado em novembro e 5 mil no período correspondente de 2010, resultado determinado, fundamentalmente, pela criação de 18,3 mil vagas no setor de serviços. Em oposição, ressaltem-se as demissões líquidas ocorridas no comércio, 4,8 mil, e na agropecuária, 3,5 mil. No ano, foram criados 21 mil empregos formais no estado, melhor resultado anual desde o início da série, em 1997. Considerando dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do estado cresceu 1,4% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro de 2010.

A taxa média de desemprego na RMRJ atingiu, de acordo com a PME do IBGE, 5% no trimestre encerrado em fevereiro, ante 5,5% em igual período de 2010, evolução decorrente de crescimentos de 1,4% na população ocupada e de 1,1% na PEA, enquanto o rendimento médio

Tabela 4.25 – Produção agrícola – Rio de Janeiro

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção Variação %

2010 20112/ 2011/2010

Grãos

Feijão 1,8 4 4 -6,3

Milho 1,4 18 19 4,8

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 46,8 6 395 6 051 -5,4

Mandioca 9,9 207 218 5,5

Tomate 33,9 205 195 -5,0

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.

2/ Estimativa segundo o LSPA de março de 2011.

Tabela 4.27 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 3 183 4 111 29,2 25,3

Bens de consumo 609 757 24,4 33,1

Duráveis 297 356 20,0 39,3

Não duráveis 312 401 28,5 25,3

Bens intermediários 1 207 1 363 13,0 18,9

Bens de capital 502 666 32,6 29,4

Combustíveis e lubrificantes 865 1 325 53,1 32,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.26 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 4 257 5 630 32,3 30,6

Básicos 3 187 3 630 13,9 47,5

Industrializados 1 070 2 000 86,9 19,6

Semimanufaturados 26 415 1508,3 31,0

Manufaturados1/ 1 044 1 585 51,8 16,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.24 – Necessidades de financiamento –

Rio de Janeiro1/

R$ milhões

UF

2009 2010 2009 2010

Jan-dez Jan-dez Jan-dez Jan-dez

Estado do Rio de Janeiro -4 726 -2 286 2 020 8 101

Governo estadual -2 326 -1 112 1 155 8 216

Capital -2 159 -1 230 849 -139

Demais municípios -241 57 17 24

1/ Inclui informações do Estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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60 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2011

Tabela 4.28 – Evolução do emprego formal –

Rio de Janeiro

Novos postos

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2010 2011

Fev Mai Ago Nov Fev

Total 5,0 59,5 55,3 73,2 10,9

Indústria de transformação -0,6 10,8 9,9 7,6 0,4

Comércio -1,2 10,7 9,6 26,3 -4,8

Serviços 9,2 29,7 27,2 39,1 18,3

Construção civil 2,3 5,0 7,7 -1,0 -1,3

Agropecuária -1,8 2,2 0,5 -0,7 -3,5

Serviços ind. utilidade pública 2,1 0,8 0,6 0,9 1,7

Outros2/ -4,9 0,2 -0,2 1,0 0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa de rendimento elevaram-se 12% e 14,6%, respectivamente. A análise na margem, considerados dados dessazonalizados, revelou que a taxa de desemprego recuou 0,2 p.p. em relação ao trimestre finalizado em novembro.

O IPCA da RMRJ cresceu 2,32% no trimestre encerrado em março, ante 2,14% naquele finalizado em dezembro de 2010, resultado do arrefecimento nos preços livres, de 2,71% para 2,42%, e de aceleração, de 1% para 2,11%, nos monitorados, impactados pelos reajustes nos itens ônibus intermunicipais, passagens aéreas, gasolina e jogos de azar.

No segmento de preços livres, a variação dos preços dos itens comercializáveis, influenciada pelo recuo de 9,39% nos preços das carnes, desacelerou de 3,05% para 0,39%, e a relativa aos não comercializáveis acelerou de 2,43% para 4,17%, com ênfase no impacto dos aumentos nos produtos in natura, 27,23%, cujo abastecimento foi prejudicado pelas fortes chuvas na Região Serrana do estado, e da variação sazonal dos preços no grupo educação, 6,38%. O índice de difusão médio, refletindo maior abrangência dos aumentos de preços, atingiu 62%, ante 56% no trimestre encerrado em dezembro. Considerados períodos de doze meses, o IPCA-RMRJ registrou acréscimo de 6,09% em março, ante 6,4% em dezembro.

O ritmo de crescimento da economia fluminense registrou arrefecimento no início de 2011, trajetória evidenciada, sobretudo, pela desaceleração, na margem, de indicadores relativos ao comércio e às operações de crédito, e pelo recuo da produção industrial. Nesse cenário, a manutenção do crescimento da economia fluminense nos próximos meses deverá ser sustentada pelo efeito do desempenho favorável do mercado de trabalho sobre a atividade varejista e pelos impactos associados aos investimentos relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016.

4

5

6

7

8

9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 2009 2010 2011

%

Gráfico 4.16 – Taxa de desemprego aberto –Rio de Janeiro

Fonte: IBGE

Tabela 4.29 – IPCA – Rio de JaneiroVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2010 2011

II Tri III Tri IV Tri I Tri

IPCA 100,0 1,37 0,13 2,14 2,32

Livres 67,3 1,61 0,05 2,71 2,42

Comercializáveis 30,8 1,77 0,53 3,05 0,39

Não comercializáveis 36,6 1,48 -0,36 2,43 4,17

Monitorados 32,7 0,91 0,29 1,00 2,11

Principais itens

Alimentação 23,4 1,00 -0,35 5,12 2,50

Habitação 14,4 2,15 0,38 1,82 1,93

Artigos de residência 3,9 2,87 -0,60 -0,17 0,01

Vestuário 5,5 2,85 1,31 3,03 -0,13

Transportes 19,4 0,12 -0,51 0,70 2,31

Saúde 11,0 2,47 1,22 1,20 2,03

Despesas pessoais 8,9 3,12 0,38 2,65 2,86

Educação 7,3 0,11 0,56 0,20 6,38

Comunicação 6,2 0,02 0,01 0,60 1,37

Fonte: IBGE

1/ Referentes a março de 2011.

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 61

São Paulo

A atividade econômica em São Paulo continuou em expansão no primeiro trimestre do ano. Nesse cenário, embora o setor industrial registrasse arrefecimento na margem, o IBCR-SP aumentou 1,4% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia se elevado 1,2%, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados.

O comércio varejista de São Paulo cresceu 0,7% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia expandido 1%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE, com ênfase no impacto da expansão de 3,3% nas vendas de móveis e eletrodomésticos. O comércio ampliado, incorporadas a expansão de 4% nas vendas de materiais de construção e o recuo de 1% nas relativas a veículos, motos, partes e peças, registrou elevação de 2,7%, ante 4% no trimestre encerrado em novembro de 2010.

Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio varejista do estado aumentaram 9,7% em fevereiro, em relação a igual período de 2010. As principais elevações ocorreram nos setores móveis e eletrodomésticos, 15,7% e tecidos, vestuário e calçados, 11,9%. O comércio ampliado, evidenciando os aumentos respectivos de 13,4% e 11,6% nas vendas de materiais de construção e de veículos, motos, partes e peças, expandiu 10,6% nesta base comparação.

A produção da indústria paulista aumentou 0,2% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro de 2010, quando crescera 1,1%, neste tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Ocorreram elevações em doze dos vinte setores considerados na pesquisa, ressaltando-se as relativas a produtos de metal, 8,3%, e a máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 4,5%. Em oposição, as indústrias de edição, impressão e reprodução de gravações, e farmacêutica registraram recuos respectivos de 5,8% e 3,8%, no período.

A análise em doze meses revela que a indústria do estado cresceu 8,2% em fevereiro, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante 11,6% em novembro. Ressaltem-se os aumentos assinalados nas produções de máquinas e equipamentos, 22,5%, e de veículos automotores, 21,4%, contrastando com os recuos observados na indústria farmacêutica, 8%, e refino de petróleo e produção de álcool, 3,4%.

115

125

135

145

155

Mar2008

Jun Set Dez Mar2009

Jun Set Dez Mar2010

Jun Set Dez Mar2011

IBCR-SP IBC-Br

Fonte: Banco Central

Gráfico 4.17 – Índice de Atividade Econômica – Brasil e Estado de São Paulo Dados dessazonalizados 2002 = 100

Tabela 4.30 – Comércio varejista – São Paulo

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2010 2011

Ano Nov1/ Fev1/ 12 meses

Comércio varejista 10,6 1,0 0,7 9,7

Combustíveis e lubrificantes 7,5 1,6 1,2 7,5

Hiper e supermercados 8,8 0,1 0,0 7,5

Tecidos, vestuário e calçados 10,7 2,3 3,2 11,9

Móveis e eletrodomésticos 16,6 4,7 3,3 15,7

Comércio ampliado 11,0 4,0 2,7 10,6

Automóveis e motocicletas 11,3 8,2 -1,0 11,6

Material de construção 13,1 1,2 4,0 13,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

115

130

145

160

175

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Fonte: IBGE

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.18 – Comércio varejista – São PauloDados dessazonalizados2004 = 100

100

110

120

130

140

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev 2011

São Paulo BrasilFonte: IBGE

Gráfico 4.19 – Produção industrial – São Paulo Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

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62 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2011

Estatísticas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) confirmam a expansão mais lenta da atividade da indústria paulista. Nesse sentido, considerados dados dessazonalizados pelo Banco Central, as vendas reais do setor cresceram 0,3% no trimestre finalizado em fevereiro, em relação ao encerrado em novembro, quando haviam aumentado 3%, neste tipo de análise, e as horas trabalhadas na produção assinalaram variações respectivas de -0,1% e 2,1%. Em contraste, o Nuci passou de 82,8%, em novembro, para 83,5% em fevereiro.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), cresceu 0,5% no trimestre encerrado em março, em relação ao finalizado em dezembro, reflexo de aumento de 1,8% no componente associado às expectativas e de recuo de 1,5% naquele que considera as condições econômicas atuais. O ICC aumentou 1,2% em relação a igual trimestre de 2010, resultado de aumentos respectivos de 2% e 0,1% nos componentes mencionados.

As operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas em São Paulo totalizaram R$524,1 bilhões em fevereiro, elevando-se 4,8% no trimestre e 22,8% em doze meses. O saldo relativo ao segmento de pessoas físicas, concentrado nas modalidades crédito imobiliário, financiamento de veículos e crédito pessoal, totalizou R$192,7 bilhões, aumentando 7,2% no trimestre e 25,8% em doze meses. As operações contratadas com pessoas jurídicas somaram R$331,5 bilhões, registrando aumentos respectivos de 3,5% e 21,1%, nas mesmas bases de comparação, com ênfase no desempenho da modalidade capital de giro.

A inadimplência das operações de crédito em São Paulo atingiu 2,5% em fevereiro. A variação trimestral de -0,1 p.p. resultou dos recuos de 0,3 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,1 p.p. no referente a pessoas jurídicas.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios de São Paulo registraram superávit primário de R$14,9 bilhões em 2010, resultado 71,4% superior ao assinalado em 2009 e favorecido pelo aumento anual de 17,2% na arrecadação do ICMS. Ocorreram aumentos nos superávits dos governos da capital, 75,8%, e do estado, 45,6%, e reversão, de déficit de R$27 milhões para superávit de R$1,437 bilhão, na esfera dos demais municípios.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$35,3 bilhões no período, ante R$10 bilhões em 2009, crescimento associado, em parte, ao aumento da

Tabela 4.31 – Produção industrial – São Paulo

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010 2011

Nov2/ Fev2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 1,1 0,2 8,2

Veículos automotores 13,2 1,8 1,0 21,4

Máquinas e equipamentos 9,1 1,3 -0,6 22,5

Outros produtos químicos 8,2 7,9 2,1 11,7

Alimentos 7,8 -9,5 -2,6 4,1

Farmacêutica 6,5 12,9 -3,8 -8,0

Refino de petróleo e álcool 6,5 0,4 0,9 -3,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

0

10

20

30

40

Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

PF PJ Total

Gráfico 4.20 – Evolução do saldo das operações de crédito – São Paulo1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 4.32 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – São Paulo1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2009 Nominal Outros4/ 2010

Dez Primário Juros Total3/ Dez

Est. de São Paulo 202 186 -14 928 35 287 20 358 -1 317 221 228

Governo estadual 151 458 -9 000 24 957 15 958 -2 928 164 488

Capital 49 637 -4 492 9 736 5 244 1 625 56 506

Demais municípios 1 092 -1 437 593 -844 -13 235

1/ Inclui inform. do Estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

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Abril 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 63

variação do IGP-DI, indicador utilizado para a atualização de parte expressiva dos passivos regionais. O déficit nominal somou R$20,4 bilhões, ante R$1,3 bilhão em 2009.

A dívida líquida do estado e dos principais municípios atingiu R$221,2 bilhões em dezembro de 2010, aumentando 9,4% em relação ao saldo do final do ano anterior e passando a representar 65% no estoque da dívida da região Sudeste.

A safra de grãos no estado deverá atingir 6,2 milhões de toneladas em 2011, de acordo com o LSPA de março do IBGE. A retração anual, projetada em 7,9%, reflete as perspectivas de redução generalizada nas principais culturas, em ambiente de retrações na área a ser colhida e no rendimento médio, em resposta às condições meteorológicas desfavoráveis observadas neste início de ano. Dentre as demais lavouras com maior importância econômica para o estado, assinalem-se as estimativas de recuos nas safras de café, 27,4%, em ciclo bienal de baixa produtividade e sensibilizada pelo pronunciado período de estiagem; cana-de-açúcar, 16,1%, e laranja, 3,4%, estas evidenciando reduções de produtividade.

Os abates de bovinos, suínos e aves em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF5, registraram recuos respectivos de 16,2%, 5,7% e 0,6% no primeiro bimestre de 2011, em relação a igual período do ano anterior. A redução no abate de bovinos reflete o impacto do abate de fêmeas realizado entre 2005 e 2007 sobre a criação de bezerros, garrotes e boi magro, e a redução do rebanho confinado no estado.

O déficit comercial de São Paulo somou US$6,2 bilhões no primeiro trimestre de 2011, elevando-se 56% em relação a igual intervalo de 2010. As exportações aumentaram 13,2% e as importações, 24,8%, atingindo US$12,2 bilhões e US$18,4 bilhões, respectivamente.

O desempenho das exportações, refletindo variações de 14,9% nos preços e -1,4% no quantum, traduziu o impacto dos crescimentos nas vendas de produtos manufaturados, 18,4%, e de básicos, 3,2%, neutralizado, em parte, pela retração de 13% nos embarques de semimanufaturados. Argentina, EUA, Holanda, Alemanha e México adquiriram, em conjunto, 40% das vendas externas do estado, no período.

Tabela 4.34 – Produção agrícola – São Paulo

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

2010 2011 2011/2010

Produção de grãos 6 769 6 233 -7,9

Arroz (em casca) 0,2 87 83 -3,9

Feijão 2,3 288 195 -32,4

Milho 5,1 4 539 4 058 -10,6

Soja 3,9 1 396 1 389 -0,5

Outras lavouras selecionadas

Café 3,0 295 214 -27,4

Cana-de-açúcar 55,5 427 946 359 236 -16,1

Laranja 14,0 14 898 14 397 -3,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.

2/ Estimativa segundo o LSPA de março 2011.

Jan 2005

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

60

80

100

120

140

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.21 – Abates de animais – São PauloMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

5/ Os abates realizados no estado, nestes estabelecimentos, representam, em média, 95% dos abates de bovinos 90% dos relacionados a suínos e a aves..

Tabela 4.33 – Necessidades de financiamento –

São Paulo1/

R$ milhões

UF

2009 2010 2009 2010

Jan-dez Jan-dez Jan-dez Jan-dez

Estado de São Paulo -8 710 -14 928 9 999 35 287

Governo estadual -6 183 -9 000 6 128 24 957

Capital -2 555 -4 492 3 413 9 736

Demais municípios 27 -1 437 458 593

1/ Inclui informações do Estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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O aumento das importações, evidenciando variações de 16% no quantum e de 7,5% nos preços, foi impulsionado, em especial, pelas expansões respectivas de 53,5% e 32% nas aquisições de combustíveis e lubrificantes e de bens de capital. EUA, China, Alemanha, Nigéria e Japão representaram, em conjunto, 52,7% do total adquirido no estado, no período.

O mercado de trabalho de São Paulo registrou, de acordo com o Caged/MTE, a criação de 0,6 mil empregos formais no trimestre encerrado em fevereiro, ante 113,9 mil naquele finalizado em novembro e eliminação de 59,4 mil vagas em igual período de 2010. Foram gerados 42,6 mil postos no setor de serviços, 10 mil na construção civil e 3,5 mil no comércio, contrastando com as demissões líquidas registradas na agropecuária, 38,4 mil, e na indústria de transformação, 13,6 mil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 1,6% no trimestre terminado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando se elevou 1,5%, nesse tipo de comparação.

A taxa de desemprego da região metropolitana de São Paulo (RMSP) atingiu 6% no trimestre encerrado em fevereiro, ante 7,9% em igual período de 2010, segundo a PME do IBGE, reflexo de aumentos de 2,3% no pessoal ocupado e de 0,2% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido cresceu 0,2% e a massa salarial, 2,5%, no trimestre encerrado em fevereiro de 2011, comparativamente ao trimestre finalizado em fevereiro de 2010. A análise na margem registrou estabilidade na taxa de desemprego no trimestre finalizado em fevereiro, em relação ao encerrado em novembro, considerados dados dessazonalizados.

O IPCA da RMSP cresceu 2,68% no trimestre encerrado em março, ante 2,12% naquele finalizado em dezembro, reflexo do efeito mais pronunciado da aceleração, de 0,78% para 3%, na evolução dos preços monitorados, em relação ao decorrente da desaceleração, de 2,67% para 2,55%, registrada no âmbito dos preços livres.

O desempenho dos preços monitorados refletiu, em especial, os aumentos nas tarifas dos transportes públicos: táxis, 18,72%; passagens aéreas, 17,06%; ônibus urbano, 11,11%; trens e metrô, 9,43%; e ônibus intermunicipais, 6,96%, e dos itens jogos de azar, 10,66%, e gasolina, 3,49%. Em relação aos preços livres, a aceleração, de 2,01% para 4,10%, na evolução dos preços de produtos não comercializáveis refletiu as elevações nos preços dos

Tabela 4.36 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 14 720 18 365 24,8 25,3

Bens de consumo 2 177 2 750 26,3 33,1

Duráveis 810 1 028 26,9 39,3

Não duráveis 1 367 1 722 26,0 25,3

Bens intermediários 7 462 8 617 15,5 18,9

Bens de capital 3 732 4 928 32,0 29,4

Combustíveis e lubrificantes 1 348 2 070 53,5 32,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.37 – Evolução do emprego formal – São Paulo

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2010 2011

Fev Mai Ago Nov Fev

Total -59,4 343,7 223,4 113,9 0,6

Indústria de transformação -22,5 104,9 45,1 19,0 -13,6

Comércio 3,4 40,8 49,5 66,2 3,5

Serviços 21,1 109,6 82,6 85,7 42,6

Construção civil 16,0 20,8 11,0 0,1 10,0

Agropecuária -71,9 56,0 28,9 -60,4 -38,4

Serviços ind. de utilidade pública 0,1 2,1 2,5 1,0 1,2

Outros2/ -5,5 9,4 3,7 2,4 -4,7

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

4

5

6

7

8

9

10

11

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 2009 2010 2011

Gráfico 4.22 – Taxa de desemprego aberto –São Paulo%

Fonte: IBGE

Tabela 4.35 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2010 2011 Var. % Var. %

Total 10 742 12 160 13,2 30,6

Básicos 1 053 1 087 3,2 47,5

Industrializados 9 689 11 073 14,3 19,6

Semimanufaturados 1 263 1 098 -13,0 31,0

Manufaturados1/ 8 426 9 974 18,4 16,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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itens hortaliças e verduras, 30,56%, e tubérculos, 25,43% enquanto a desaceleração, de 3,50% para 0,61%, nos preços de produtos comercializáveis, foi favorecida pelos recuos nos preços dos itens açúcares e derivados, 3,96%, e carnes, 7,59%. O índice de difusão médio, evidenciando maior disseminação dos reajustes de preços na RMSP, aumentou 1,4 p.p. no trimestre, atingindo 60%.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMSP variou 6,39% em março, ante 5,46% no intervalo correspondente de 2010, evolução decorrente do impacto mais acentuado do aumento da variação dos preços livres, de 5,2% para 7,2%, em relação ao inerente ao recuo na variação, de 6,13% para 4,39%, dos preços monitorados.

As perspectivas em relação à expansão da economia paulista seguem favoráveis, amparadas na continuidade do crescimento do mercado interno, ainda que em ritmo menos intenso, compatível com o impacto do conjunto de medidas adotadas no âmbito das políticas monetária e creditícia para adequar o descompasso entre demanda e oferta agregadas. As expectativas dos consumidores para os próximos meses permanecem em níveis elevados, a despeito de registrarem relativa acomodação na margem, estimulando as vendas e a produção, mas a reduzida ociosidade dos fatores impõe limites ao crescimento da oferta doméstica no curto prazo, favorecendo a continuidade do crescimento das importações.

Tabela 4.38 – IPCA – São PauloVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2010 2011

Ano IV Tri I Tri 12 meses

IPCA 100,0 5,78 2,12 2,68 6,39

Livres 71,9 6,72 2,67 2,55 7,20

Comercializáveis 31,4 6,72 3,50 0,61 6,00

Não comercializáveis 40,5 6,72 2,01 4,10 8,15

Monitorados 28,1 3,47 0,78 3,00 4,39

Principais itens

Alimentação 22,1 11,04 5,63 1,75 9,50

Habitação 12,9 5,03 1,71 1,04 5,70

Artigos residência 4,2 4,13 0,33 1,70 3,15

Vestuário 6,1 5,49 3,04 0,66 6,03

Transportes 19,6 2,75 0,54 4,52 4,33

Saúde 10,0 4,73 1,03 0,92 4,74

Despesas pessoais 11,2 7,07 1,89 3,28 8,65

Educação 8,1 5,16 0,13 8,36 8,89

Comunicação 5,8 0,81 0,90 1,07 1,75

Fonte: IBGE

1/ Referentes a março de 2011.