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Julho 2010 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45 4 Região Sudeste A atividade econômica no Sudeste manteve tendência de crescimento, no segundo trimestre do ano, registrando, entretanto, arrefecimento no ritmo de expansão comparativamente ao observado nos dois trimestres anteriores. O dinamismo do setor industrial seguiu se destacando no desempenho da economia regional, contribuindo de modo determinante para a ampliação de postos de trabalho no período. Nesse cenário, o IBCR-SE cresceu 1,3% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando se elevara 3%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. As vendas varejistas na região Sudeste cresceram 2,2% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando haviam aumentado 3%, nessa base de comparação, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse desempenho, favorecido pela continuidade da expansão da massa salarial e das operações de crédito às famílias, refletiu, em grande parte, os aumentos registrados nas vendas de tecidos, vestuário e calçados, 6,4%, e de combustíveis e lubrificantes, 2,5%. O comércio ampliado registrou crescimentos respectivos de 3,3% e 2,7% nos trimestres mencionados, aceleração decorrente das expansões observadas nas vendas de material de construção, 6,4%, e de veículos, 6,5%. Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo aumentaram 8,8% em maio, em relação a igual intervalo de 2009, ante 6,9% em fevereiro, com ênfase nas expansões respectivas de 11,7% e 9,8% assinaladas nos segmentos móveis e eletrodomésticos, e supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O comércio ampliado, incorporando os impactos das variações nas vendas de veículos, 19,7%, e de material de construção, 4,1%, cresceu 11,6% no período. A produção industrial da região aumentou 2,4% no trimestre encerrado em maio, ante 2,5% naquele finalizado em fevereiro. A indústria de transformação cresceu 1,7%, 110 115 120 125 130 135 140 145 150 Mai 2007 Ago Nov Fev 2008 Mai Ago Nov Fev 2009 Mai Ago Nov Fev 2010 Mai Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica Regional – Sudeste (IBCR-SE) Dados dessazonalizados 2002 = 100 Tabela 4.1 – Comércio varejista – Sudeste Geral e setores selecionados Variação % no período Setores 2009 2010 Fev 1/ Mai 1/ 12 meses Comércio varejista 6,1 3,0 2,2 8,8 Combustíveis e lubrificantes 1,0 2,6 2,5 2,2 Hiper e supermercados 8,8 2,6 1,2 9,8 Tecidos, vestuário e calçados -4,3 2,6 6,4 3,1 Móveis e eletrodomésticos 1,9 5,8 0,9 11,7 Comércio ampliado 7,2 2,7 3,3 11,6 Automóveis e motocicletas 11,7 -0,9 6,5 19,7 Material de construção -4,9 5,2 6,4 4,1 Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados. 100 115 130 145 160 175 Mai 2007 Ago Nov Fev 2008 Mai Ago Nov Fev 2009 Mai Ago Nov Fev 2010 Mai Fonte: IBGE Comércio varejista Comércio ampliado Gráfico 4.2 – Comércio varejista – Sudeste Dados dessazonalizados 2004 = 100

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Julho 2010 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45

4Região Sudeste

A atividade econômica no Sudeste manteve tendência de crescimento, no segundo trimestre do ano, registrando, entretanto, arrefecimento no ritmo de expansão comparativamente ao observado nos dois trimestres anteriores. O dinamismo do setor industrial seguiu se destacando no desempenho da economia regional, contribuindo de modo determinante para a ampliação de postos de trabalho no período. Nesse cenário, o IBCR-SE cresceu 1,3% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando se elevara 3%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

As vendas varejistas na região Sudeste cresceram 2,2% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando haviam aumentado 3%, nessa base de comparação, considerados dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse desempenho, favorecido pela continuidade da expansão da massa salarial e das operações de crédito às famílias, refletiu, em grande parte, os aumentos registrados nas vendas de tecidos, vestuário e calçados, 6,4%, e de combustíveis e lubrificantes, 2,5%. O comércio ampliado registrou crescimentos respectivos de 3,3% e 2,7% nos trimestres mencionados, aceleração decorrente das expansões observadas nas vendas de material de construção, 6,4%, e de veículos, 6,5%.

Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo aumentaram 8,8% em maio, em relação a igual intervalo de 2009, ante 6,9% em fevereiro, com ênfase nas expansões respectivas de 11,7% e 9,8% assinaladas nos segmentos móveis e eletrodomésticos, e supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O comércio ampliado, incorporando os impactos das variações nas vendas de veículos, 19,7%, e de material de construção, 4,1%, cresceu 11,6% no período.

A produção industrial da região aumentou 2,4% no trimestre encerrado em maio, ante 2,5% naquele finalizado em fevereiro. A indústria de transformação cresceu 1,7%,

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Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica Regional – Sudeste (IBCR-SE) Dados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 4.1 – Comércio varejista – SudesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 6,1 3,0 2,2 8,8

Combustíveis e lubrificantes 1,0 2,6 2,5 2,2

Hiper e supermercados 8,8 2,6 1,2 9,8

Tecidos, vestuário e calçados -4,3 2,6 6,4 3,1

Móveis e eletrodomésticos 1,9 5,8 0,9 11,7

Comércio ampliado 7,2 2,7 3,3 11,6

Automóveis e motocicletas 11,7 -0,9 6,5 19,7

Material de construção -4,9 5,2 6,4 4,1

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Fonte: IBGE

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.2 – Comércio varejista – SudesteDados dessazonalizados2004 = 100

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enquanto a extrativa, 2,3%, ressaltando-se que dezessete das vinte e três atividades pesquisadas registraram expansão no período, com ênfase no dinamismo das indústrias de veículos automotores, 8,3%; metalúrgica, 4,3%; e alimentos, 3%. O segmento refino de petróleo e produção de álcool registrou recuo de 7,6%, no período.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do Sudeste cresceu 3,9% em maio. Os segmentos industriais relativos a veículos automotores e outros produtos químicos experimentaram aumentos respectivos de 11,9% e 8,8%, no período, contrastando com os recuos observados nas produções de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, 33,1%, e refino de petróleo e álcool, 2,7%.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas na região totalizou R$760,7 bilhões em maio, aumentando 3,7% no trimestre e 19,3% em doze meses, com ênfase nos acréscimos assinalados nas modalidades capital de giro para pessoas jurídicas; e empréstimos consignados, financiamentos de veículos e crédito habitacional, para pessoas físicas. O saldo dos empréstimos a pessoas físicas somou R$270,5 bilhões, expandindo-se 5,5% no trimestre e 22,4% em doze meses, enquanto o relativo ao segmento de pessoas jurídicas atingiu R$490,2 bilhões, elevando-se 2,7% e 17,7%, respectivamente.

A inadimplência dos empréstimos concedidos pelo sistema financeiro na região situou-se em 2,9% em maio, atingindo 4,7% no segmento de pessoas físicas e 2% no relativo a pessoas jurídicas, ante 3,2%, 5% e 2,3%, respectivamente, em fevereiro.

Os desembolsos do BNDES destinados a financiar investimentos na região, responsáveis por 53,8% das operações correspondentes contratadas no país, cresceram 64,7% no período de doze meses finalizado em maio, em relação a igual período do ano anterior.

A safra de grãos do Sudeste deverá recuar 4,1% em 2010, ao totalizar 16,5 milhões de toneladas, passando a representar 11,3% da produção nacional, de acordo com o LSPA de junho do IBGE. Essa projeção incorpora estimativas de retrações nas colheitas de feijão, 2,1%; arroz, 10,2%; e milho, 7,6%, decorrentes de reduções na área plantada e na produtividade. Com preços favoráveis e ampla liquidez no mercado, a produção de soja deverá expandir 4% no ano, alcançando 4,2 milhões de toneladas, com ênfase no crescimento de 6,2% na área plantada, que passou a ocupar

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PF PJ Total

Gráfico 4.4 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – Sudeste Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 4.2 – Produção industrial – Sudeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 2,5 2,4 3,9

Indústria extrativa 6,8 3,9 2,3 5,2

Indústria da transformação 93,2 3,1 1,7 3,9

Veículos automotores 11,2 -1,4 8,3 11,9

Alimentos 9,6 3,0 3,0 2,6

Refino de petróleo e álcool 8,0 2,0 -7,6 -2,7

Outros produtos químicos 6,9 6,1 -0,5 8,8

Metalurgia básica 6,7 5,5 4,3 8,8

Fonte: IBGE

1/ Ponderação das atividades na indústria conforme a PIM-PF/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Discriminação

2006 2007 2008 2009 R$ milhões Part.( %)

Sudeste 16,8 39,9 10,4 49,8 81 089 53,8

Brasil 14,9 37,4 28,8 49,3 150 767 100

Fonte: BNDES

1/ Valores acumulados em doze meses até maio.

20101/Var. % acum. 12 meses

Tabela 4.3 – Desembolsos do BNDES – Sudeste

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áreas utilizadas anteriormente pelas culturas de milho e, em menor escala, de algodão e arroz.

A safra de café deverá aumentar 10,9%, para 2,2 milhões de toneladas, favorecida pelo ciclo bianual de alta, contrastando com o recuo anual de 0,8% projetado para a produção de cana de açúcar, impactada pela retração de 1,3% na produtividade.

Os abates de bovinos, aves e suínos registraram variações de -8,2%, 4,7% e 6,8%, respectivamente, nos cinco primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009, conforme estatísticas do Mapa, que abrangem estabelecimentos inspecionados pelo SIF. O aumento dos abates de aves e suínos reflete, em parte, o crescimento da demanda interna, enquanto o menor dinamismo no segmento de bovinos traduz a retração da oferta de boi gordo. As exportações de carnes bovinas, de aves e de suíno registraram variações respectivas de 10,6%, -9,4% e -20%, no período.

A balança comercial do Sudeste registrou superávit de US$3,2 bilhões no primeiro semestre de 2010, ante US$2,1 bilhões em igual período do ano anterior, reflexo de aumentos de 36,4% nas exportações e de 35,1% nas importações, que somaram US$49 bilhões e US$45,8 bilhões, respectivamente.

A evolução das exportações, traduzindo as variações registradas no quantum, 13,7%, e nos preços, 20,2%, decorreu de aumentos das vendas em todas as categorias de fator agregado, destacando-se a elevação de 69,2% nos embarques de produtos básicos, influenciada, sobretudo, pelos aumentos nos relativos a petróleo bruto e minério de ferro. As exportações de produtos semimanufaturados cresceram 52,3%, com ênfase nas expansões dos embarques de ferro-ligas e açúcar em bruto, enquanto as relativas a produtos manufaturados elevaram-se 15,5%, impulsionadas pelos aumentos nas vendas externas de veículos de carga e automóveis. China, EUA, Argentina, Holanda e Alemanha adquiriram, em conjunto, 43,4% das vendas externas da região no período.

A elevação das importações, resultante de variações de 34,2% no quantum e de 0,7% nos preços, refletiu o crescimento das aquisições em todas as categorias de uso, com destaque para a expansão de 62,2% nas aquisições de bens de consumo duráveis, influenciada pelos aumentos nas relativas a lâmpadas e automóveis. As compras de bens intermediários cresceram 36,3%, impactadas pelos

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Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.5 – Abates de animais – SudesteMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.5 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 35 941 49 029 36,4 27,5

Básicos 10 794 18 263 69,2 31,6

Industrializados 25 146 30 766 22,3 24,5

Semimanufaturados 4 667 7 107 52,3 40,0

Manufaturados1/ 20 480 23 660 15,5 20,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.4 – Produção agrícola – Sudeste

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

2009 2010 2010/2009

Grãos 17 174 16 467 -4,1

Feijão 4,8 952 932 -2,1

Milho 9,8 10 934 10 107 -7,6

Soja 6,4 4 058 4 219 4,0

Outras lavouras

Café 20,2 2 025 2 245 10,9

Cana-de-açúcar 30,1 470 617 466 958 -0,8

Laranja 9,9 15 211 14 898 -2,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2008.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2010.

Tabela 4.6 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 33 889 45 790 35,1 45,1

Bens de consumo 5 240 7 375 40,7 50,6

Duráveis 2 218 3 598 62,2 70,9

Não duráveis 3 022 3 777 25,0 29,9

Bens intermediários 15 542 21 179 36,3 47,0

Bens de capital 8 893 11 021 23,9 27,1

Combustíveis e lubrificantes 4 214 6 215 47,5 66,3

Fonte: MDIC/Secex

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aumentos nas referentes a vacinas e naftas, enquanto as relativas a combustíveis e lubrificantes elevaram-se 47,5%, distinguindo-se os aumentos nas aquisições de óleo diesel e hulha betuminosa. As importações de bens de capital cresceram 23,9%, com ênfase nas compras de litorinas automotoras, sem correspondência no mesmo período de 2009, e nos aumentos das importações de partes de máquinas de terraplanagem. As importações de bens de consumo não duráveis aumentaram 25% no período, ressaltando-se os aumentos nas relativas a alho e a medicamentos com compostos heterocíclicos. As importações provenientes dos EUA, China, Alemanha, Argentina e Japão representaram, em conjunto, 50,8% do total.

A evolução dos indicadores do mercado de trabalho segue refletindo o maior dinamismo da atividade econômica. Nesse sentido, considerados dados do Caged/MTE, foram criados 570 mil empregos formais no trimestre encerrado em maio, ante 249,4 mil em igual período do ano anterior, com ênfase nas contratações registradas nas atividades serviços, 179,1 mil; indústria de transformação, 153,1 mil; e agropecuária, 116,1 mil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 1,9% no trimestre terminado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, maior expansão trimestral desde junho de 2008.

A taxa média de desemprego das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte situou-se, de acordo com a PME do IBGE, em 7,1% no trimestre encerrado em maio, ante 8,6% em igual período de 2009, refletindo os aumentos registrados no pessoal ocupado, 3,8%, e na PEA, 1,9%. O rendimento médio e a massa salarial apresentaram aumentos reais respectivos de 1,4% e 5,2%, e de 0,1% e 2,5%, nos trimestres mencionados. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego atingiu 6,6% no trimestre encerrado em maio, ante 7,1% naquele finalizado em fevereiro.

A inflação na região Sudeste, considerada a média ponderada das variações do IPCA nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, atingiu 0,98% no segundo trimestre de 2010, ante 2,21% no trimestre anterior. Esse comportamento refletiu desacelerações respectivas de 1,27 p.p. e 1,19 p.p. na evolução dos preços livres e monitorados, cujas variações alcançaram 1,19% e 0,52%, na ordem. No primeiro segmento, os preços dos bens não comercializáveis elevaram-se 1,51% no período, ante 3,36% no trimestre anterior, com ênfase no arrefecimento nas taxas de serviços, alimentos in natura e alimentação fora do domicílio. A variação de preços relativa aos produtos

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Gráfico 4.6 – Taxa de desemprego aberto – Sudeste%

Fonte: IBGE

Tabela 4.7 – Evolução do emprego formal – Sudeste

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Mai Ago Nov Fev Mai

Total 249,4 243,4 318,3 -53,2 570,0

Ind. de transformação 19,3 22,2 90,2 -20,0 153,1

Comércio 0,2 58,4 120,6 4,1 62,6

Serviços 91,3 78,3 126,4 37,6 179,1

Construção civil 27,5 38,0 26,5 17,7 43,7

Agropecuária 101,4 42,2 -51,0 -84,3 116,1

Serv. ind. de util. pública 0,3 0,6 0,7 2,5 2,8

Outros2/ 9,4 3,8 4,9 -10,8 12,5

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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comercializáveis também foi menor no segundo trimestre, 0,81% ante 1,51% assinalados nos primeiros três meses do ano, repercutindo principalmente os recuos nos preços do álcool combustível e de açúcares e a desaceleração nos preços de itens da alimentação no domicílio. O arrefecimento na evolução dos preços monitorados decorreu, sobretudo, da influência da queda nos preços da gasolina. O segmento exerceu impacto de 0,16 p.p. para o crescimento do IPCA da região no trimestre, assinalando-se maiores contribuições como efeitos dos reajustes nos preços dos produtos farmacêuticos, planos de saúde e nas tarifas de energia elétrica.

Considerados períodos de doze meses, a variação do IPCA atingiu 5,07% em junho, ante 4,4% em dezembro de 2009, aumento decorrente das acelerações observadas tanto no comportamento dos preços livres, de 4,38% para 5,08%, como dos monitorados, de 4,46% para 5,11%. O desempenho dos preços livres refletiu a aceleração da variação dos preços dos bens não comercializáveis, de 5,63% para 6,98%, superando o impacto do arrefecimento, de 2,94% para 2,87%, relativo ao grupo dos bens comercializáveis. Destacaram-se, no período, as acelerações das variações dos preços dos grupos transportes e alimentação e bebidas.

As perspectivas em relação à evolução da atividade econômica na região Sudeste permanecem favoráveis, sustentadas pelas melhoras apresentadas no mercado de trabalho e pela expansão das operações de crédito. A adequação da oferta ao dinamismo exacerbado da demanda interna deverá ocorrer por intermédio de três canais complementares: o esgotamento dos efeitos das medidas de isenção fiscal, o efeito defasado da expansão dos investimentos sobre a capacidade produtiva, e o cenário mais restritivo no âmbito da política monetária.

Tabela 4.8 – IPCA – SudesteVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,0 4,40 2,21 0,98 5,07

Livres 69,9 4,38 2,46 1,19 5,08

Comercializáveis 31,4 2,94 1,51 0,81 2,87

Não comercializáveis 38,5 5,63 3,26 1,51 6,98

Monitorados 30,1 4,46 1,71 0,52 5,11

Principais itens

Alimentação 22,24 3,74 3,57 0,88 5,27

Habitação 13,36 5,69 0,77 1,34 5,58

Artigos de residência 4,20 3,93 2,23 5,10 5,38

Vestuário 6,13 6,67 0,38 2,83 5,67

Transportes 19,72 2,05 2,65 -0,37 4,48

Saúde 10,39 5,47 0,93 2,20 4,69

Despesas pessoais 10,41 7,89 1,81 2,38 6,46

Educação 7,56 5,99 5,31 0,15 6,83

Comunicação 6,00 1,04 0,16 -0,11 0,90

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2010.

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Minas Gerais

A trajetória, ao longo do ano, dos indicadores relacionados à indústria, construção civil, comércio, bem como ao mercado de trabalho, evidencia a recuperação da economia mineira, processo que, sustentado inicialmente pelo mercado interno, vem sendo beneficiado nos últimos meses pela retomada das exportações. Nesse cenário, o IBCR-MG registrou aumento de 2% no trimestre finalizado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, se constituindo no quinto aumento consecutivo do indicador nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

As vendas varejistas em Minas Gerais cresceram 2,1% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, período em que aumentaram 3,8%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Destacaram-se no desempenho, os aumentos observados nos segmentos de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 16,1%, e combustíveis e lubrificantes, 4,2%. O comércio ampliado, refletindo as expansões assinaladas nas vendas de veículos, 7,3%, e de material de construção, 7,1%, registrou crescimento de 4,4%, ante 2,7% no trimestre finalizado em fevereiro.

Considerando períodos de doze meses, as vendas varejistas, em aceleração desde novembro de 2009, elevaram-se 8% em maio, ante 6% em fevereiro, impulsionadas pelos aumentos observados em móveis e eletrodomésticos, 9,9%, e em hipermercados e supermercados, 7,9%. O comércio ampliado, evidenciando os crescimentos respectivos de 20,9% e 13,4% assinalados nas vendas de veículos e de material de construção, cresceu 12,1% no período de doze meses finalizado em maio.

O faturamento real do comércio varejista na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) registrou expansão de 2,9% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando havia recuado 1,5%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). Destacaram-se, no período, as elevações registradas em móveis e decorações, 17,6%; farmácias, drogarias e perfumarias, 9,2%; lojas de departamento, 6,8%; e material de construção, 2,2%.

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis

115

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Fev 2007

Mai Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Gráfico 4.7 – Índice de Atividade Econômica Regional – Minas Gerais (IBCR-MG)Dados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 4.9 – Índice de vendas no varejo – Minas Gerais

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 4,8 3,8 2,1 8,0

Combustíveis e lubrificantes 2,2 4,9 4,2 4,6

Hiper e supermercados 6,2 2,4 -0,1 7,9

Tecidos, vestuário e calçados 0,3 2,7 4,0 5,9

Móveis e eletrodomésticos -2,0 12,2 3,4 9,9

Comércio ampliado 6,8 2,7 4,4 12,1

Veículos e motos, partes e peças 11,6 0,3 7,3 20,9

Material de construção 3,4 5,1 7,1 13,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

2004 = 100Jan 2006

Fev

Mar

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Fev 2007

Mai Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.8 – Comércio varejista – MGDados dessazonalizados2004 = 100

Fonte: IBGE

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52 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Julho 2010

de Minas Gerais (Ipead) e Fecomércio Minas, atingiu 52 pontos em junho, 1,7 p.p. superior ao registrado em março. A evolução do indicador refletiu os acréscimos registrados nos componentes associados à expectativa econômica, 1,9 p.p., com destaque para os quesitos emprego e inflação, e à expectativa financeira, 1,6 p.p., evidenciando a melhora nos itens pretensão de compras e disponibilidade de recursos.

A produção industrial de Minas Gerais aumentou 5,8% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando havia crescido 3,4%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A evolução trimestral refletiu os crescimentos das indústrias extrativa, 6,4%, impulsionado pela extração de minério de ferro, e de transformação, 5,2%, essa favorecida pelo desempenho dos segmentos relativos a veículos automotores, 7%, e a metalurgia básica, 5,7%. A indústria do estado registrou crescimento mensal de 1,1% em maio, sexto resultado positivo neste tipo de comparação.

Considerados períodos de doze meses, a produção da indústria mineira aumentou 4,6% em maio, ante recuo de 5,8% em fevereiro, traduzindo acréscimos de 4,2% na indústria extrativa e de 4,7% na indústria de transformação, esse evidenciando, em especial, os aumentos registrados nos segmentos veículos automotores, 10,7%, e alimentos, 6,7%.

O faturamento real da indústria, considerado o IPA-OG da FGV como deflator, aumentou 3,6% no trimestre finalizado em maio, em relação ao terminado em fevereiro, quando havia crescido 1,1%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). As horas trabalhadas na produção e o emprego industrial aumentaram, igualmente, 3,9% no trimestre, ante expansão de 4,6% para ambos no trimestre finalizado em fevereiro. O Nuci atingiu 86,4%, em maio, aumentando 1,5 p.p. no trimestre e 4,4 p.p. em relação a maio de 2009.

O Icei/MG, divulgado pela Fiemg, atingiu 65,7 pontos em junho, recuando 2,7 pontos em relação ao nível de março, mas mantendo-se acima de sua média histórica. O resultado evidencia a confiança elevada dos industriais mineiros, ao mesmo tempo em que sinaliza o arrefecimento no ritmo de expansão industrial nos próximos meses. Os componentes do Icei/MG registraram retração no período, com o Índice de Condições Atuais, que reflete a conjuntura dos últimos seis meses, recuando 1,6 ponto, para 59,6 pontos, e o Índice de Expectativas para os próximos seis meses passando de 71,8 pontos para 68,8 pontos.

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Fev 2007

Mai Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Brasil Minas Gerais

Gráfico 4.10 – Produção industrial – MGDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Jan 2006

Fev

Mar

Abr

Mai 2006

Jun

Jul

Ago 2006

Set

Out

Nov 2006

35

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45

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65

Jun 2008

Set Dez Mar2009

Jun Set Dez Mar2010

Jun

ICC geral Expectativa financeira

Expectativa econômica

Gráfico 4.9 – Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH)

Fonte: Fecomércio Minas e Ipead/UFMG

Tabela 4.10 – Produção industrial – Minas Gerais

Geral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos1/ 2010

Fev2/ Mai2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 3,4 5,8 4,6

Indústria extrativa 12,4 11,5 6,4 4,2

Indústria de transformação 87,6 2,4 5,2 4,7

Metalurgia básica 14,5 5,7 5,7 4,7

Veículos automotores 18,0 -10,5 7,0 10,7

Alimentos 17,3 0,8 3,7 6,7

Minerais não metálicos 7,5 6,6 7,4 2,6

Refino de petróleo e álcool 6,7 3,0 8,6 2,8

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE

referente ao último mês disponível.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Julho 2010 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 53

O saldo das operações de crédito com valor superior a R$5 mil reais realizadas no estado atingiu R$120 bilhões em maio, elevando-se 9,4% no trimestre e 23,9% nos últimos doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas totalizaram R$51 bilhões, aumentando 5,9% no trimestre, com destaque para as operações relativas a financiamentos habitacionais, crédito consignado e crédito pessoal; e 24% em doze meses. No âmbito das pessoas jurídicas, os empréstimos somaram R$69 bilhões, aumentando 12,1% no trimestre, com ênfase para os créditos destinados aos setores de mineração, siderurgia, construção e energia elétrica; e 23,8% em doze meses. A inadimplência do crédito concedido pelo sistema financeiro no estado atingiu 3,1% em maio, recuando 0,4 p.p. no trimestre, tanto no segmento de pessoas físicas como no de pessoas jurídicas.

A safra de grãos do estado para 2010 está estimada em 10,1 milhões de toneladas, resultado 3,2% inferior ao registrado no ano anterior, de acordo com o LSPA de junho, do IBGE. A estimativa reflete projeções de retração de 6,8% para a safra de milho, principal grão da região, decorrente da diminuição na área de plantio, e de aumento de 3,9% para a cultura de soja, que ocupou parte da área destinada anteriormente à plantação de milho. Em relação às demais culturas, destacam-se os aumentos estimados para as safras de café, 18,8%, em ciclo bianual de alta produtividade, e de cana-de-açúcar, 3,2%.

O Valor Bruto da Produção (VBP) do estado, divulgado pelo Mapa em junho, a partir das projeções do LSPA e das estimativas da FGV sobre os preços recebidos pelo produtor, deverá registrar aumento anual de 10,4% em 2010, ressaltando-se as expansões relativas às culturas de café, 25,5%, e cana-de-açúcar, 12,9%. Em oposição, o VBP da lavoura de milho deverá recuar 19,4% no ano, reflexo de retrações na produção física e nas cotações do produto.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, que compreendem cerca de 70% dos abates no estado, recuaram 8,5% nos cinco primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009, enquanto os relativos a aves e a suínos apresentaram variações respectivas de 2,2% e 5,2%. O aumento na oferta de boi gordo está limitado pelas condições adversas no mercado de reposição, notadamente bezerro e boi magro, decorrente da evolução desfavorável dos preços ao longo de 2009. A recuperação das cotações do boi gordo em meses recentes, evidenciada pelo indicador para boi gordo da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ)/ BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa),

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Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

PF PJ Total

Gráfico 4.11 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 4.11 – Produção agrícola – Minas Gerais

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2009 20101/ 2010/2009

Grãos 37,3 10 446 10 112 -3,2

Arroz (em casca) 0,6 128 116 -9,9

Feijão 8,5 602 604 0,3

Milho 15,8 6 537 6 095 -6,8

Soja 10,9 2 751 2 858 3,9

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 9,6 58 384 60 260 3,2

Café 35,3 1 195 1 420 18,8

Banana 2,3 621 655 5,5

Batata inglesa 4,2 1 134 1 150 1,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2008.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2010.

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Fev 2007

Mai Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.12 – Abates de animais – Minas GeraisMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

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54 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Julho 2010

deve estimular a cadeia produtiva do setor, revertendo as perspectivas negativas.

O superávit comercial de Minas Gerais atingiu U$7,2 bilhões no primeiro semestre de 2010, conforme estatísticas da Secex/MDIC, elevando-se 22,2% em relação a igual período de 2009. As exportações totalizaram US$11,6 bilhões e as importações, US$4,4 bilhões, aumentando, na ordem, 28,6% e 40,6%, no período. Assinale-se que estes fluxos ultrapassaram os registrados em igual período de 2008, confirmando a recuperação do comércio exterior do estado, após a desaceleração provocada pela crise financeira mundial.

O crescimento das exportações traduziu as variações registradas nos preços, 17,6%, e no quantum, 9,4%. Os embarques de produtos básicos, representando 53% das vendas externas, ante 59% no primeiro semestre de 2009, aumentaram 14,7%, com ênfase nos acréscimos relativos a café em grão e minérios de ferro. As exportações de produtos semimanufaturados cresceram 72,9%, sensibilizadas pelos aumentos nas relacionadas a produtos semimanufaturados de ferro ou aço e celulose. As vendas de produtos manufaturados elevaram-se 29,3%, com destaque para veículos de carga, silício e automóveis. China, Alemanha, EUA, Argentina, Japão e Holanda adquiriram, em conjunto, 60% das exportações do estado no período.

A expansão das importações, generalizada em todas as categorias de uso, refletiu as variações registradas no quantum, 54%, e nos preços, -8,7%. As aquisições de bens de consumo cresceram 57,4%, sensibilizadas pelo aumento nas relativas a automóveis, enquanto as compras de bens intermediários elevaram-se 50,8%, com ênfase nos crescimentos referentes a produtos intermediários – partes e peças e acessórios de equipamentos de transporte. As importações de bens de capital elevaram-se 19,2%, impulsionadas pelos aumentos nas compras de partes e peças para bens de capital para indústria e acessórios de maquinaria industrial, enquanto as aquisições de combustíveis e lubrificantes aumentaram 36,9%. As compras de produtos originários da Argentina, EUA, China, Alemanha, Itália e Austrália representaram, em conjunto, 66% das aquisições do estado no semestre.

Segundo o Caged/MTE, foram criados 145,7 mil novos empregos no estado no trimestre encerrado em maio, ante 62,5 mil no mesmo período de 2009, recorde para o período desde o início da série, em 1996. A agropecuária foi responsável pela geração de 48,7 mil postos de trabalho, dos

Tabela 4.12 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 9 003 11 582 28,6 27,5

Básicos 5 326 6 111 14,7 31,6

Industrializados 3 678 5 472 48,8 24,0

Semimanufaturados 1 641 2 837 72,9 40,0

Manufaturados1/ 2 037 2 635 29,3 19,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.13 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 3 138 4 412 40,6 45,1

Bens de consumo 457 720 57,4 50,4

Duráveis 384 619 61,2 70,6

Não duráveis 73 101 37,0 29,9

Bens intermediários 1 354 2 042 50,8 47,0

Bens de capital 931 1 110 19,2 27,2

Combustíveis e lubrificantes 395 540 36,9 66,3

Fonte: MDIC/Secex

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Julho 2010 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 55

quais 37,2 mil associados à demanda sazonal da cultura do café, seguindo-se a indústria de transformação, 35,3 mil, o setor de serviços, 33,9 mil, a construção civil, 15,2 mil, e o comércio, 10,5 mil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego aumentou 2,1% no trimestre encerrado em maio, ante 2,4% no trimestre anterior, com ênfase nas expansões assinaladas na indústria de transformação, 3,4%; na construção civil, 2,8%; e na indústria extrativa mineral, 2,1%.

A taxa média de desemprego na RMBH atingiu, de acordo com a PME do IBGE, 6% no trimestre encerrado em maio, 0,1 p.p. acima da registrada no trimestre finalizado em fevereiro, e 0,7 p.p. inferior à observada em igual período de 2009. A massa de rendimento real habitual média registrou elevação de 1,5% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, resultado das variações -0,1% no rendimento real médio habitualmente recebido e de 2% na ocupação.

O IPCA da RMBH cresceu 1,09% no trimestre finalizado em junho, ante 2,12% naquele encerrado em março, movimento decorrente da desaceleração, de 2,76% para 1,24%, assinalada na variação dos preços livres, em relação à estabilidade na taxa dos preços monitorados, 0,77%. O comportamento dos preços livres resultou das desacelerações registradas nas variações dos preços nos segmentos dos itens não comercializáveis, de 3,66% para 2,32%, influenciada pela queda nos preços de alimentos in natura; e dos comercializáveis, de 1,78% para 0,05%, com destaque para a queda nos preços do açúcar cristal. As principais contribuições individuais para a evolução trimestral da inflação foram exercidas pelos grupos saúde, 1,12 p.p.; e vestuário, 1,03 p.p., enquanto os grupos alimentação e bebidas e educação influenciaram negativamente, com -3,44 p.p. e -5,04 p.p., respectivamente. O índice de difusão atingiu 46,7%, ante 49% no trimestre finalizado em março.

Considerados períodos de doze meses, a variação do IPCA da RMBH atingiu 4,97% em junho, ante 4,86% em março. Os preços livres registraram variações respectivas 5,74% e 5,58% nos períodos considerados, resultado da aceleração, de 6,93% para 9,09%, na variação dos preços dos itens não comercializáveis, e da desaceleração, de 4,13% para 2,19%, na relativa aos comercializáveis. A variação em doze meses dos preços dos itens monitorados situou-se em 3,30% em junho, ante 3,31% em março.

Os principais indicadores econômicos do estado seguiram registrando evolução favorável no decorrer do

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

Gráfico 4.13 – Taxa de desemprego aberto –Belo Horizonte%

Fonte: IBGE

Tabela 4.14 – Evolução do emprego formal – Minas Gerais

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Mai Ago Nov Fev Mai

Total 62,5 57,2 48,3 -1,8 145,7

Indústria de transformação 0,0 10,5 24,6 1,6 35,3

Comércio 1,6 8,6 28,8 2,4 10,5

Serviços 16,6 14,1 23,9 5,0 33,9

Construção civil 5,9 12,4 8,9 -0,4 15,2

Agropecuária 37,6 11,1 -39,5 -10,2 48,7

Serv. ind. de util. pública 0,1 -0,2 0,2 0,2 -0,3

Outros2/ 0,8 0,7 1,5 -0,3 2,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Tabela 4.15 – IPCA – Belo HorizonteVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,45 1,21 2,12 1,09

Livres 68,9 0,55 1,08 2,76 1,24

Comercializáveis 32,4 0,12 0,23 1,78 0,05

Não comercializáveis 36,5 0,96 1,88 3,66 2,32

Monitorados 31,1 0,23 1,50 0,77 0,77

Principais itens

Alimentos e bebidas 23,2 -0,20 0,96 4,04 0,60

Habitação 13,3 0,77 1,24 0,67 1,07

Artigos de residência 4,0 0,34 1,14 0,79 0,73

Vestuário 6,7 1,21 1,44 1,96 2,99

Transportes 19,0 -0,04 2,17 0,82 0,21

Saúde 10,2 1,43 0,83 1,14 2,26

Despesas pessoais 10,7 1,29 1,48 2,90 2,77

Educação 7,1 0,43 0,01 5,19 0,15

Comunicação 5,8 -0,10 0,56 0,10 0,17

Fonte: IBGE

1/ Referentes a março de 2010.

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primeiro semestre do ano, registrando-se recuperação dos fluxos comerciais externos, criação de postos de trabalho em ritmo intenso e crescimento robusto da indústria. O aumento na demanda interna e externa reflete-se em significativa expansão das operações de crédito para as áreas de siderurgia e mineração. Nesse cenário, os indicadores de confiança mantêm-se em patamar elevado, configurando perspectivas favoráveis à consolidação do crescimento econômico no estado.

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Rio de Janeiro

Os principais indicadores econômicos do estado seguiram apresentando evolução positiva ao longo do segundo trimestre de 2010, embora em ritmo menos intenso que o observado nos dois trimestres anteriores, ressaltando-se o impacto exercido pelo dinamismo da demanda interna sobre as vendas varejistas e sobre a expansão industrial. O IBCR-RJ registrou variação de 0,1% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, após haver assinalado quatro expansões consecutivas, no mesmo tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados. A variação do IPCA da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), embora registrasse desaceleração no segundo trimestre deste ano, permaneceu em patamar superior à média nacional.

As vendas do comércio varejista aumentaram 1,1% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando haviam crescido 2,4%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Ressaltem-se, no período, os desempenhos dos segmentos tecidos, vestuário e calçados, 9,1%, impulsionado pelos aumentos da oferta de crédito e do emprego; móveis e eletrodomésticos, 1%, estimulado, em grande parte, pelo impacto da proximidade da Copa do Mundo sobre a demanda por aparelhos de TV; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 1,5%. Incorporadas as elevações nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 1,7%, e de material de construção, 5,3%, segmento beneficiado pela redução do IPI e por programas governamentais de incentivo à habitação, o comércio ampliado registrou expansão de 2,4% no trimestre encerrado em maio.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista do estado cresceu 7,7% em maio, em relação a igual intervalo de 2009, ante 6% em fevereiro, com ênfase no crescimento das vendas de móveis e eletrodomésticos, 14,1%; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 9,7%; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 9,6%. O comércio ampliado, evidenciando os aumentos observados nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 15,1%, e de material de construção, 4,7%, assinalou expansão de 9,3% no período de doze meses finalizado em maio,

A produção industrial fluminense aumentou 1,1% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando havia crescido 1,8%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da

Tabela 4.16 – Índice de vendas no varejo – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 5,7 2,4 1,1 7,7

Combustíveis e lubrificantes -1,8 5,4 -4,8 -2,5

Hiper e supermercados 6,8 2,8 1,5 9,6

Tecidos, vestuário e calçados -11,8 3,4 9,1 -4,0

Móveis e eletrodomésticos 6,8 6,0 1,0 14,1

Comércio ampliado 6,1 1,7 2,4 9,3

Veículos e motos, partes e peças 8,1 -0,9 1,7 15,1

Material de construção 0,4 0,6 5,3 4,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Mai 2007

Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Gráfico 4.14 – Índice de Atividade Econômica Regional – Rio de Janeiro (IBCR-RJ)Dados dessazonalizados2002 = 100

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Mai 2007

Set Jan2008

Mai Set Jan2009

Mai Set Jan2010

Mai

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.15 – Comércio varejista – Rio de Janeiro Dados dessazonalizados2003 = 100

Fonte: IBGE

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PIM-PF do IBGE. Essa desaceleração refletiu os recuos de 0,5% na indústria extrativa e de 2,1% na indústria de transformação, decorrente de retrações em sete das doze atividades pesquisadas, com destaque para as registradas nas indústrias farmacêutica, 8,3%, e de refino de petróleo e álcool, 12,4%, esta evidenciando a redução da atividade em uma refinaria do estado, após incêndio ocorrido no final de fevereiro. Em sentido oposto, ressaltem-se as variações positivas nos segmento veículos automotores, 9,5%, e metalurgia básica, 6,7%.

Considerados períodos de doze meses, a produção aumentou 4,1% em maio, em relação a igual intervalo de 2009, após crescer 0,3% em fevereiro, no mesmo tipo de comparação. A indústria extrativa elevou-se 4,7% e a de transformação, 4%, assinalando recuperação após retração de 1,8% observada em fevereiro. O desempenho positivo deste segmento refletiu, em especial, os aumentos nas atividades metalurgia básica, 17,6%, e veículos automotores, 13,9%, contrastando com os recuos respectivos de 15,2% e 5,2% registrados em minerais não metálicos e outros produtos químicos.

Não obstante o recuo de 10,5% nas vendas industriais reais no trimestre finalizado em maio, ante o mesmo período terminado em fevereiro, os demais indicadores industriais pesquisados pela Firjan apresentaram elevação no período, de acordo com dados dessazonalizados. Nesse sentido, o Nuci alcançou 82,5% em maio, nível máximo da série, aumentando 0,8 p.p. no trimestre; e o pessoal ocupado, a massa salarial e as horas trabalhadas assinalaram expansões respectivas de 2,2%, 2,9% e 5,8%.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas no estado totalizou R$174,6 bilhões em maio, dos quais R$48,5 bilhões no segmento de pessoas físicas e R$126,1 bilhões no de pessoas jurídicas, registrando recuo de 0,9% no trimestre e crescimento de 27% em doze meses. A evolução trimestral refletiu as variações assinaladas nos segmentos de pessoas físicas, 6,4%, e de pessoas jurídicas, -3,4%, enquanto a variação em doze meses traduziu aumentos respectivos de 25,4% e 27,6%. A inadimplência relativa a estas operações de crédito atingiu 2,2% em maio, ressaltando-se que o recuo trimestral de 0,16 p.p. refletiu os decréscimos observados nos segmentos de pessoas físicas, 0,27 p.p., e de pessoas jurídicas, 0,24 p.p.

A produção de cana-de-açúcar, cultura mais representativa no estado, deverá registrar recuo anual de 0,9% em 2010, de acordo com o LSPA de junho, do

95

100

105

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Mai 2007

Set Jan 2008

Mai Set Jan 2009

Mai Set Jan 2010

Mai

Brasil Rio de Janeiro

Fonte: IBGE

Gráfico 4.16 – Produção industrial – TotalDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

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110

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140

Mai 2007

Set Jan 2008

Mai Set Jan 2009

Mai Set Jan 2010

Mai

Indústria geral Indústria extrativa

Indústria de transformação

Gráfico 4.17 – Produção industrial – Rio de Janeiro

Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 4.17– Produção industrial – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Fev2/ Mai2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 1,8 1,1 4,1

Indústria extrativa 23,6 -3,2 -0,5 4,7

Indústria de transformação 76,4 5,1 -2,1 4,0

Refino de petróleo e álcool 14,3 5,9 -12,4 -2,2

Metalurgia básica 9,2 9,6 6,7 17,6

Edição, imp. e rep. gravações 8,6 4,0 -3,0 -4,5

Alimentos 7,6 -1,5 -4,4 -4,2

Bebidas 7,0 0,9 1,0 15,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

10

20

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40

50

60

Mai 2008

Ago Nov Fev Mai 2009

Ago Nov Fev Mai 2010

PF PJ Total

Gráfico 4.18 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio de Janeiro1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

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IBGE, projetando-se redução de mesma magnitude na área colhida. Adicionalmente, estão estimados recuos para as lavouras de tomate, 5,6%, e banana, 1,5%, contrastando com a perspectiva de elevação de 3,4% na produção de mandioca.

A balança comercial do estado acumulou superávit de US$2,4 bilhões nos seis primeiros meses do ano, ante déficit de US$479,1 milhões em igual período de 2009, de acordo com dados da Secex/MDIC. As exportações totalizaram US$9,4 bilhões e as importações, US$6,9 bilhões, registrando crescimentos respectivos de 95,8% e 31,9%. As vendas e as compras externas de óleos brutos de petróleo, representando, na ordem, 76,4% e 17,7% dos respectivos fluxos totais, cresceram 167,3% e 25,8% no período e proporcionaram superávit semestral de US$5,9 bilhões, contrastando com o déficit de US$3,5 bilhões resultante das demais transações comerciais do estado.

A elevação das exportações, em patamar superior à assinalada no país, traduziu os crescimentos respectivos de 13,8% e 72,3% assinalados no quantum exportado e nos preços. Por fator agregado, as vendas de produtos básicos, dos quais 99,8% relativos a óleos brutos de petróleo, cresceram 167,1% no semestre, se constituindo no principal determinante do aumento das exportações no período. Os embarques de produtos manufaturados aumentaram 4,8% em relação ao primeiro semestre e 2009, com ênfase no crescimento nos referentes a fuel-oil, enquanto as exportações de produtos semimanufaturados recuaram 6,7%. China, EUA e Santa Lúcia mantiveram-se como os principais destinos das exportações fluminenses, com participações respectivas de 23,1%, 17,3% e 16,4%, enquanto a Índia se tornou o quarto mercado mais importante do estado.

A expansão das importações, refletindo aumentos de 7,6% nos preços e de 22,4% no quantum, decorreu de aumentos nas aquisições em todas as categorias de uso. As compras de bens de consumo duráveis, impulsionadas pelo acréscimo nas relativas a veículos, cresceram 93%, enquanto as referentes a bens de consumo não duráveis elevaram-se 41,1%, com destaque para o crescimento nas associadas a alhos frescos ou refrigerados. As importações de combustíveis e lubrificantes aumentaram 38,8% e as de bens de capital, 17,1%, ressaltando-se a expansão nas relativas a outras máquinas e aparelhos de impressão. As importações do estado originaram-se, em especial, dos EUA, Arábia Saudita, Argentina e China, responsáveis, em conjunto, por 58,8% do total.

Tabela 4.18 – Produção agrícola – Rio de Janeiro

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2009 20101/ 2010/2009

Grãos

Arroz (em casca) 0,8 8 8 2,0

Feijão 1,3 5 5 -5,9

Milho 1,4 20 18 -10,3

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 19,3 6 482 6 422 -0,9

Mandioca 8,1 131 135 3,4

Tomate 30,1 216 204 -5,6

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2008.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho de 2010.

Tabela 4.19 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 4 784 9 365 95,8 27,5

Básicos 2 685 7 172 167,1 31,6

Industrializados 2 098 2 193 4,5 24,5

Semimanufaturados 52 49 -6,7 40,0

Manufaturados1/ 2 046 2 145 4,8 20,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.20– Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 5 263 6 941 31,9 45,1

Bens de consumo 804 1 311 63,1 50,6

Duráveis 342 659 93,0 70,9

Não duráveis 462 652 41,1 29,9

Bens intermediários 2 073 2 526 21,9 47,0

Bens de capital 961 1 125 17,1 27,1

Combustíveis e lubrificantes 1 425 1 978 38,8 66,3

Fonte: MDIC/Secex

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O mercado de trabalho segue registrando evolução favorável no estado. De acordo com o Caged/MTE, foram gerados 59,5 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em maio, ante 20,8 mil em igual período de 2009, dos quais 29,7 mil no setor de serviços, 10,8 mil na indústria de transformação e 10,7 mil no comércio. No ano, foram criados 72,3 mil empregos formais no estado, melhor resultado para o período desde o início da série. Considerando dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do estado cresceu 0,3% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, ante expansão de 0,6% em âmbito nacional.

A taxa média de desemprego na RMRJ atingiu 6,2% no trimestre encerrado em maio, ante 6,8% em igual período de 2009, de acordo com a PME do IBGE, resultado de aumentos de 3,6% na população ocupada e de 2,9% na PEA. Ressalte-se que a taxa de desemprego atingiu 6,3% em maio, melhor resultado da série histórica para o mês. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas na RMRJ aumentou 3,8% no trimestre encerrado em maio, em relação a igual período de 2009 e a massa de rendimento, 7,5%. A análise na margem, considerados dados dessazonalizados, revelou que a taxa de desemprego cresceu 0,1 p.p. no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro de 2010.

O IPCA da RMRJ registrou variação de 1,37% no trimestre encerrado em junho, ante 2,62% naquele finalizado em março. Esse movimento refletiu as desacelerações assinaladas nas variações dos preços monitorados, de 1,66% para 0,91%, evidenciando o impacto mais acentuado do esgotamento do efeito do aumento das tarifas de ônibus, em relação ao inerente aos reajustes nos itens medicamentos e energia elétrica, e dos preços livres, de 3,11% para 1,61%. Neste segmento, a variação dos preços dos itens não comercializáveis registrou desaceleração de 4,25% para 1,48%, em razão, em larga medida, da inversão de preços de produtos in natura, enquanto a relativa aos bens comercializáveis passou de 1,81% para 1,77%, diante das menores variações de produtos como açúcar refinado, leite pasteurizado e álcool.

Não obstante a desaceleração na margem, a análise de períodos mais longos evidencia a permanência da inflação em patamar elevado. Nesse sentido, considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMRJ cresceu 5,05% em junho, ante 5,08% em março, refletindo os aumentos observados nos preços monitorados, de 4,14% para 4,73%, e nos livres, de 5,56% para 5,23%.

5

6

7

8

9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 2007 20082009 2010

%

Gráfico 4.19 – Taxa de desemprego aberto –Rio de Janeiro

Fonte: IBGE

Tabela 4.22 – IPCA – Rio de JaneiroVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

III Tri IV Tri I Tri II Tri

IPCA 100,0 0,05 0,92 2,62 1,37

Livres 66,9 -0,20 0,63 3,11 1,61

Comercializáveis 30,8 -0,49 0,52 1,81 1,77

Não comercializáveis 36,1 0,05 0,73 4,25 1,48

Monitorados 33,1 0,56 1,52 1,66 0,91

Principais itens

Alimentação 23,1 -1,32 0,95 4,17 1,00

Habitação 14,4 1,17 0,69 1,73 2,15

Artigos de residência 4,1 1,16 2,11 2,29 2,87

Vestuário 5,4 -0,37 2,47 -0,29 2,85

Transportes 19,9 0,00 1,33 3,38 0,12

Saúde 10,9 1,04 0,72 0,80 2,47

Despesas pessoais 8,7 0,12 0,05 1,02 3,12

Educação 7,1 0,22 0,26 7,04 0,11

Comunicação 6,3 0,34 0,43 0,26 0,02

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2010.

Tabela 4.21 – Evolução do emprego formal –

Rio de Janeiro

Novos postos

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Mai Ago Nov Fev Mai

Total 20,8 30,9 56,0 5,0 59,5

Indústria de transformação 0,4 4,5 9,0 -0,6 10,8

Comércio -1,9 9,5 21,4 -1,2 10,7

Serviços 12,7 13,9 25,4 9,2 29,7

Construção civil 7,9 1,4 0,6 2,3 5,0

Agropecuária 0,9 1,5 -1,1 -1,8 2,2

Serv. ind. de util. pública 0,3 0,0 -0,0 2,1 0,8

Outros2/ 0,5 0,1 0,1 -4,9 0,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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As perspectivas em relação à economia fluminense continuam favoráveis, sustentadas pela evolução positiva dos indicadores do mercado de trabalho e do comércio. Vale mencionar que a desaceleração da indústria e o recuo do crédito à pessoa jurídica, registrados na margem, bem como o término dos incentivos fiscais em setores específicos da economia podem se traduzir em relativa acomodação da atividade nos próximos meses, processo que, em ambiente de maior restritividade da política monetária, deve contribuir para a desaceleração dos preços.

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São Paulo

A atividade econômica do estado manteve-se em trajetória crescente no início de 2010, evolução sustentada, em grande parte, pelo dinamismo da demanda interna, favorecido pelos aumentos da massa salarial e das operações de crédito. Nesse ambiente, o IBCR-SP aumentou 1,5% no trimestre encerrado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, quando crescera 3,1%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados, ressaltando-se o impacto das decisões de investimento dos empresários sobre o crescimento generalizado registrado na indústria do estado.

As vendas do comércio varejista de São Paulo aumentaram 2,8% no trimestre encerrado em maio, ante 2,6% naquele finalizado em fevereiro, de acordo com dados dessazonalizadas da PMC do IBGE, com ênfase nas elevações observadas nos setores tecidos, vestuário e calçados, 6%, e supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 3,4%. O comércio ampliado registrou crescimentos respectivos de 3% e 2,4% nos trimestres considerados, aceleração decorrente de movimentos similares nas vendas de veículos, motos, partes e peças, de 0,6% para 2,2%, e de materiais de construção, de 5% para 7,3%.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista do estado aumentou 9,6% em maio, em relação a igual período de 2009, ante 7,9% em fevereiro, com ênfase nos aumentos assinalados nos segmentos móveis e eletrodomésticos, 11,5%, e supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 11%. Incorporadas as variações observadas nos segmentos veículos, 17,1%, e material de construção, 1,1%, o comércio ampliado cresceu 11,6%, no período.

A indústria paulista registrou expansão de 1,7% no trimestre encerrado em maio, em relação ao terminado em fevereiro, quando crescera 3,3%, neste tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Ocorreram aumentos em dezesseis dos vinte setores considerados na pesquisa, ressaltando-se os relativos a alimentos, 6,6%, e a máquinas e equipamentos, 4,9%, indústrias que haviam registrado expansões respectivas de 3,7% e 10% no trimestre encerrado em fevereiro. A indústria automobilística, que detém maior participação na estrutura industrial do estado, registrou aumentos respectivos de 7,9% e 2% nos trimestres mencionados. A indústria de refino de petróleo e produção de álcool recuou 16%, no período.

Tabela 4.23 – Comércio varejista – São PauloGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Fev1/ Mai1/ 12 meses

Comércio varejista 7,2 2,6 2,8 9,6

Combustíveis e lubrificantes 1,6 0,8 2,7 3,3

Hiper e supermercados 11,3 1,5 3,4 11,0

Tecidos, vestuário e calçados -3,3 1,7 6,0 4,6

Móveis e eletrodomésticos 1,7 4,6 0,5 11,5

Comércio ampliado 7,7 2,4 3,0 11,6

Automóveis e motocicletas 11,9 0,6 2,2 17,1

Material de construção -8,3 5,0 7,3 1,1

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Mai 2007

Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Gráfico 4.20– Índice Regional de Atividade Econômica – São Paulo (IBCR-SP) Dados dessazonalizados2002 = 100

100

115

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145

160

175

Mai 2007

Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Fonte: IBGE

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.21 – Comércio varejista – São PauloDados dessazonalizados2004 = 100

105

110

115

120

125

130

135

140

Mai 2007

Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Fonte: IBGE

Gráfico 4.22 – Produção industrial – São Paulo Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

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A análise em doze meses revela que a indústria do estado cresceu 3,3% em maio, em relação a igual intervalo do ano anterior. Ressaltem-se os aumentos assinalados nas produções de outros produtos químicos, 12,7%, e veículos automotores, 12%, contrastando com os recuos observados nos segmentos material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, 33,1%, e refino de petróleo e álcool, 4,6%.

A continuidade da recuperação da atividade industrial no estado foi confirmada pelo desempenho dos indicadores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nesse sentido, considerados dados dessazonalizados, as vendas reais do setor cresceram 5% no trimestre finalizado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, enquanto as horas trabalhadas na produção aumentaram 2,4%. O Nuci passou de 78,4%, em fevereiro, para 81,9%, em maio.

O ICC, medido pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), recuou 3,4% no trimestre encerrado em junho, em relação ao finalizado em março, reflexo das retrações assinaladas nos componentes associados às condições econômicas atuais, 5,4%, e às expectativas, 2,1%. O ICC cresceu 18,7% em relação a igual trimestre de 2009, resultado de aumentos respectivos de 22,8% e 13,9% nos componentes mencionados.

O estoque das operações de crédito acima de R$5 mil realizadas no estado somou R$443,9 bilhões em maio, crescendo 4% no trimestre e 15,7% em doze meses. O saldo das operações realizadas com pessoas físicas totalizou R$161 bilhões, com acréscimos de 5,1% no trimestre e de 20,8% em doze meses. Esse desempenho reflete os estímulos à aquisição da casa própria e a elevação dos financiamentos para aquisição de veículos. A carteira de crédito concedido para pessoas jurídicas atingiu R$282,8 bilhões, com aumentos respectivos de 3,4% e 13,1%, nos períodos considerados.

A inadimplência nas carteiras de crédito em São Paulo alcançou 3,1% em maio. O recuo trimestral de 0,3 p.p. traduziu as reduções assinaladas nas carteiras das pessoas físicas, 0,3 p.p., e jurídicas, 0,4 p.p., que atingiram 4,6% e 2,3%, respectivamente.

A safra de grãos do estado deverá registrar recuo anual de 5,3% em 2010, de acordo com o LSPA de junho, do IBGE. Esse resultado reflete as reduções estimadas para as produções de arroz, 11,9%; feijão, 6,1%; e milho, 8,5%, e a projeção de crescimento de 4,2% para a colheita de soja,

Tabela 4.24 – Produção industrial – São Paulo

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Fev2/ Mai2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 3,3 1,7 3,3

Veículos automotores 11,8 2,0 7,9 12,0

Alimentos 9,2 3,7 6,6 1,3

Máquinas e equipamentos 7,8 10,0 4,9 -1,0

Refino de petróleo e álcool 7,8 1,4 -16,0 -4,6

Outros produtos químicos 7,5 5,5 1,2 12,7

Farmacêutica 7,5 -3,1 -1,5 6,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

0

10

20

30

40

Mai 2007

Ago Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

PF PJ Total

Gráfico 4.23 – Evolução do saldo das operações de crédito – São Paulo1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 4.25 – Produção agrícola – São Paulo

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

2009 2010 2010/2009

Produção de grãos 6 575 6 228 -5,3

Arroz (em casca) 0,2 75 66 -11,9

Feijão 2,7 326 306 -6,1

Milho 7,0 4 281 3 919 -8,5

Soja 4,3 1 306 1 362 4,2

Outras lavouras selecionadas

Café 3,8 194 219 13,0

Cana-de-açúcar 48,5 400 539 395 729 -1,2

Laranja 17,2 14 385 14 898 3,6

Tomate 2,5 672 643 -4,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2008.

2/ Estimativa segundo o LSPA de junho 2010.

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favorecida pela ocorrência de condições meteorológicas adequadas. Em relação às demais lavouras, ressalte-se a estimativa de aumento de 13% para a safra de café, em ciclo bianual de alta.

Os abates de bovinos, aves e suínos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, que representam 95% dos abates no estado no primeiro segmento e 90% nos dois últimos, registraram, segundo o Mapa, variações respectivas de -6,7%, 4,2% e 9,9% nos primeiros cinco meses de 2010, em comparação a igual período do ano anterior. O aumento dos abates de aves e suínos evidencia, em parte, o recuo nos preços internos, propiciado pela redução no custo da ração, enquanto a retração registrada no segmento de bovinos reflete o prolongamento do tempo de permanência do rebanho no pasto.

A balança comercial de São Paulo registrou déficit de US$7,8 bilhões no primeiro semestre de 2010. O aumento de 131,8% em relação a igual período de 2009 refletiu os crescimentos observados nas exportações, 20,4%, e nas importações, 36,9%, que atingiram US$23,3 bilhões e US$31,1 bilhões, respectivamente.

A trajetória das exportações traduziu as elevações registradas no quantum, 5,9%, e nos preços, 13,5%, ressaltando-se que o crescimento das vendas externas do estado, inferior aos observados no Sudeste, 36,4%, e no país, 27,5%, decorreu, em parte, do aumento de 15,3% registrado nas exportações de manufaturados, que detém maior participação na pauta do estado. Em relação às exportações dessa categoria, ressaltem-se as elevações nas referentes a veículos de carga e automóveis. As vendas externas de semimanufaturados cresceram 47,3% no primeiro semestre de 2010, com ênfase nos aumentos assinalados nas relativas a couros e peles e açúcar em bruto. Os embarques de produtos básicos elevaram-se 34%, estimulados, principalmente, pelos crescimentos nas vendas de petróleo bruto, carne bovina e café cru. Argentina, Estados Unidos da América (EUA), Chile, México e Holanda, adquiriram, em conjunto, 36,3% das exportações do estado no semestre.

A evolução semestral das importações paulistas, resultante de variações de 36,3% no quantum e de 0,6% nos preços, traduziu, em especial, o impacto da retomada da atividade econômica sobre a demanda por bens intermediários e matérias-primas e por bens de capital, que representaram conjuntamente 75,2% das aquisições externas no período. As compras de bens intermediários aumentaram 38,6%, com destaque para os crescimentos nas referentes a vacinas e

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Ago Nov Fev2008

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Mai Ago Nov Fev 2010

Mai

Bovinos Suínos Aves

Gráfico 4.25 – Abates de animais – São PauloMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.26 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 19 332 23 267 20,4 27,5

Básicos 1 526 2 045 34,0 31,6

Industrializados 17 806 21 222 19,2 24,5

Semimanufaturados 2 148 3 164 47,3 40,0

Manufaturados1/ 15 658 18 058 15,3 20,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.27 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-junho

US$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 22 714 31 104 36,9 45,1

Bens de consumo 3 423 4 471 30,6 50,6

Duráveis 1 222 1 723 41,0 70,9

Não duráveis 2 201 2 748 24,8 29,9

Bens intermediários 11 184 15 505 38,6 47,0

Bens de capital 6 074 7 881 29,7 27,1

Combustíveis e lubrificantes 2 033 3 248 59,7 66,3

Fonte: MDIC/Secex

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naftas, enquanto as aquisições de bens de capital elevaram-se 29,7%, impactadas, sobretudo, pelas importações de litorinas automotoras elétricas, sem contrapartida no mesmo período do ano anterior, e pelas expansões nas relacionadas a partes de máquinas de terraplanagem. As importações de bens de consumo duráveis cresceram 41% e as de bens de consumo não duráveis, 24,8%. As importações de combustíveis e lubrificantes cresceram 59,7% no semestre, destacando-se as expansões nas relativas a óleo diesel e querosene de aviação. As aquisições provenientes dos EUA, China, Alemanha, Japão e Argentina representaram, em conjunto, 52% das importações do estado no período.

O mercado de trabalho de São Paulo registrou a criação de 343,7 mil empregos formais no trimestre encerrado em maio, segundo o Caged/MTE, ante 150,8 mil em igual período em 2009, ressaltando-se os postos gerados em serviços, 109,6 mil, e na indústria de transformação, 104,9 mil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 1,7% no trimestre terminado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando se elevara 1,9%, neste tipo de comparação.

A taxa de desemprego da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) situou-se em 7,9% no trimestre encerrado em maio, ante 10,3% em igual período de 2009, segundo a PME do IBGE, refletindo aumentos de 3,3% no pessoal ocupado e de 0,5% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido recuou 0,3% e a massa salarial cresceu 3% no período. A análise na margem, evidenciando o processo de retomada da atividade econômica, registrou recuo de 0,9 p.p. na taxa de desemprego no trimestre finalizado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, considerados dados dessazonalizados.

A variação do IPCA relativo à RMSP atingiu 0,79% no segundo trimestre de 2010, ante 2,08% no trimestre anterior, refletindo as desacelerações observadas no âmbito dos preços livres, de 2,09% para 1%, e dos monitorados, de 2,1% para 0,25%. Em relação aos preços livres, a contribuição de 0,51 p.p. associada ao segmento de bens não comercializáveis refletiu, em especial, o impacto associado ao subgrupo serviços, enquanto a contribuição de 0,21 p.p. inerente ao desempenho dos preços dos bens comercializáveis evidenciou os impactos das variações dos preços dos itens vestuário e leite e derivados, parcialmente compensados pelas contribuições negativas do álcool combustível e dos açúcares e derivados. A variação dos preços monitorados exerceu impacto de 0,07 p.p. no índice geral, ressaltando-se as contribuições associadas aos itens

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

Gráfico 4.25 – Taxa de desemprego aberto –São Paulo%

Fonte: IBGE

Tabela 4.28 – Evolução do emprego formal – São Paulo

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Mai Ago Nov Fev Mai

Total 150,8 158,4 198,4 -59,4 343,7

Indústria de transformação 19,5 6,6 52,7 -22,5 104,9

Comércio 1,8 39,3 64,3 3,4 40,8

Serviços 58,2 47,2 72,9 21,1 109,6

Construção civil 12,7 21,9 15,0 16,0 20,8

Agropecuária 50,4 39,7 -9,4 -71,9 56,0

Serv. ind. de util. pública -0,2 0,7 0,3 0,1 2,1

Outros2/ 8,3 3,0 2,7 -5,5 9,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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produtos farmacêuticos, planos de saúde e gasolina. O índice de difusão do IPCA, evidenciando menor disseminação dos reajustes de preços na RMSP, recuou 5,8 p.p. no trimestre, para 50,9%.

Considerados períodos de doze meses, a variação do IPCA atingiu 5,11% em junho, ante 4,53% em dezembro de 2009, aumento decorrente das acelerações observadas nas variações dos preços livres, de 4,43% para 4,80%, e dos monitorados, de 4,81% para 5,95%. O desempenho dos preços livres refletiu a aceleração da variação dos preços não comercializáveis, de 5,57% para 6,44%, com impacto superior ao arrefecimento na alta de preços dos bens comercializáveis, de 3,04% para 2,76%. Entre os principais grupos, destacaram-se os crescimento nas variações dos preços de transportes, educação e alimentação e bebidas.

As perspectivas em relação à economia paulista continuam favoráveis, fundamentadas no dinamismo do mercado de trabalho e na expansão das operações de crédito. Ressalte-se que o esgotamento dos efeitos das medidas de estímulo fiscal à atividade produtiva deve acomodar o ritmo de crescimento em setores específicos, perspectiva que, associada ao impacto do aumento dos investimentos sobre a capacidade instalada, tende a contribuir para a adequação dos níveis da oferta e da demanda agregadas.

Tabela 4.29 – IPCA – São PauloVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano I Tri II Tri 12 meses

IPCA 100,0 4,53 2,08 0,79 5,11

Livres 71,5 4,43 2,09 1,00 4,80

Comercializáveis 31,4 3,04 1,29 0,67 2,76

Não comercializáveis 40,1 5,57 2,72 1,26 6,44

Monitorados 28,5 4,81 2,10 0,25 5,95

Principais itens

Alimentação 21,6 4,60 3,17 0,92 5,38

Habitação 12,9 5,95 0,40 1,09 6,02

Artigos residência 4,3 3,97 2,67 0,21 4,28

Vestuário 6,3 6,32 0,15 2,77 5,38

Transportes 19,9 1,57 2,94 -0,76 4,73

Saúde 10,2 5,69 0,91 2,07 4,16

Despesas pessoais 11,0 8,13 1,78 1,94 6,59

Educação 7,9 5,50 4,64 0,16 6,80

Comunicação 5,9 0,80 0,14 -0,25 0,89

Fonte: IBGE

1/ Referentes a junho de 2010.