universidade de sÃo paulo -...

95
0 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho Locomotor MARIANA MALOSTE BUTEZLOFF CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA APÓS FRATURA DIAFISÁRIA DO FÊMUR EM RATAS COM E SEM OSTEOPOROSE, E TRATADAS COM TERAPIA POR VIBRAÇÃO Ribeirão Preto 2015

Upload: buidieu

Post on 02-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

0

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho Locomotor

MARIANA MALOSTE BUTEZLOFF

CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA APÓS FRATURA DIAFISÁRIA DO FÊMUR EM RATAS

COM E SEM OSTEOPOROSE, E TRATADAS COM TERAPIA POR VIBRAÇÃO

Ribeirão Preto

2015

1

MARIANA MALOSTE BUTEZLOFF

Consolidação óssea após fratura diafisária do fêmur em ratas com e sem osteoporose, e

tratadas com terapia por vibração.

VERSÃO CORRIGIDA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Saúde Aplicadas ao

Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, para

obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de concentração: Reabilitação do Aparelho

Locomotor

Orientador: Prof. Dr. José Batista Volpon

Ribeirão Preto

2015

2

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA

Butezloff, Mariana Maloste

Consolidação óssea após fratura diafisária do fêmur em

ratas com e sem osteoporose, e tratadas com terapia por

vibração. Ribeirão Preto, 2015.

94 f.: Il. ; 30 cm

Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto/USP. Área de concentração:

Reabilitação.

Orientador: Volpon, José B.

1. Fratura. 2. Osteoporose. 3. Terapia por vibração.

4. Ovariectomia. 5. Biomecânica

3

FOLHA DE APROVAÇÃO

Mariana Maloste Butezloff

Consolidação óssea após fratura diafisária do fêmur em ratas com e sem osteoporose, e

tratadas com terapia por vibração.

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho

Locomotor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da

Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em

Ciências Médicas.

Área de Concentração: Reabilitação do Aparelho Locomotor

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof. Dr. ____________________________________________________________________

Instituição: __________________________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________________

Instituição: __________________________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________________

Instituição: __________________________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________________

Instituição: __________________________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________________

Instituição: __________________________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________________________

4

Dedicatória

5

A Deus por ter me encaminhado nas escolhas corretas, e pela força concedida para trilhar o meu caminho e chegar onde estou.

Aos meus Pais Carlos e Roseli, por sempre terem me encorajado nas escolhas e por me criarem e me ensinarem a ser o que sou.

Ao meu irmão Thiago, por sempre estar ao meu lado e me mostrar que a irmandade é uma amizade acima de tudo.

Dedico este trabalho

6

Agradecimentos

7

Ao Prof. Dr. José Batista Volpon, meu orientador, por todo apoio durante o processo de

preparação da dissertação, por todos os ensinamentos e aprendizado ao longo da pesquisa e

pela paciência em todo o período de pós-graduação.

À Dra. Ariane Zamarioli, especialista do laboratório, pela ajuda na pesquisa, desde o ensino da

cirurgia experimental até as análises do projeto, por me auxiliar durante todo o mestrado, sem

poupar esforços para a conclusão da pesquisa.

À amiga Ariane Zamarioli que não poupou ajuda nesse período final, mostrando como tudo

pode ser mais bem feito. Pelos ensinamentos que, como amiga e pesquisadora, fizeram-me

crescer durante esse pequeno período de tempo. Por estar ao meu lado, nesta e em muitas

outras fases da minha vida. Obrigada, pela amizade que começou juntamente com a pesquisa e

que permanecerá além dela.

Ao Prof. Dr. Marcelo Riberto, Coordenador do Programa de Pós-graduação e Professor que,

ao me abordar no corredor durante o estágio, ajudou-me a fazer a melhor escolha que eu

poderia ter feito: continuar minha dedicação à pesquisa e permanecer no programa que me

acolheu.

Ao Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto, pela disponibilidade do Laboratório de

Morfologia do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto (FORP-USP) para realização das análises microtomográficas e à Pós-Graduanda

Graziela Bianchi Leoni pelo auxílio durante as análises.

Às amigas Lele, Elisa, Nat e Ale, por toda amizade que cresceu durante toda a faculdade e pela

irmandade que será para sempre, por me ouvirem e estarem ao meu lado sempre.

Aos amigos da XXIX de Fevereiro, pela toda força que sempre me foi ensinada e pelo

companheirismo que sempre existiu. E, principalmente, pelos colegas de seguiram a área

acadêmica que sempre me aconselham e me ajudam a ver a pesquisa com outros olhos.

8

Às amigas do Laboratório, Maysa, Paulinha, Paty, Lari, pela parceria e aúxilio durante todos os

dias. Obrigada por tornarem meu dia a dia mais animado e quebrarem a rotina.

À amiga Roberta Shimano, por sempre estar disposta a me ajudar e pelo ensinamento desde a

técnica da cirurgia de ovariectomia, até todo o apoio em vários momentos.

Aos funcionários do laboratório Teresinha, Luís Henrique, Moro, Reginaldo e Lu, por toda

ajuda durante o período da pós-graduação.

Ao funcionário e amigo Francisco, por sempre me ajudar em tudo que precisei e pela amizade.

À secretária do Programa de Pós-graduação, Rita, pela paciência e pela ajuda com toda a

burocracia para que eu concluísse meu projeto.

Aos colegas de programa, que, de uma forma ou outra, estiveram presentes durante esse

período.

À CAPES, pela concessão da bolsa de mestrado e pelo auxílio congresso.

E, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

9

Resumo

10

RESUMO

BUTEZLOFF, M. M. Consolidação óssea após fratura diafisária do fêmur em ratas com e

sem osteoporose, e tratadas com terapia por vibração. 2015. Dissertação (Mestrado) –

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.

As fraturas secundárias à osteoporose são frequentes na população idosa e constituem problema de

saúde pública em virtude das complicações a elas associadas e à dificuldade na consolidação. O alto

índice de osteoporose e suas consequências estimulam o estudo sobre diversos recursos físicos,

mecânicos e medicamentosos que possam ser utilizados na prevenção e recuperação da perda de massa

óssea. Entre esses tratamentos há a reposição hormonal, o aumento na ingestão de cálcio, o uso de

agentes farmacológicos como os bisfosfonatos, a prática de atividade física, além do uso de recursos

mecânicos, como a plataforma vibratória. Embora a aplicação da vibração parece ter efeito benéfico

no osso osteoporótico, seus efeitos na consolidação de fratura de ossos osteoporóticos ainda não estão

suficientemente esclarecidos. Neste estudo, a qualidade do tecido e do calo ósseo foi analisada em

fêmures de ratas com osteoporose submetidas à terapia por vibração. Foram utilizadas 41 ratas Wistar,

aleatoriamente divididas em quatro grupos experimentais: (1) CON+FRAT: ratas normais, com fratura

do fêmur direito; (2) OVX+FRAT: ratas ovariectomizadas e com fratura do fêmur direito; (3)

CON+FRAT+TV: ratas normais, com fratura do fêmur direito e submetidas à terapia por vibração e;

(4) OVX+FRAT+TV: ratas ovariectomizadas, com fratura do fêmur direito e submetidas à terapia por

vibração. As ratas dos grupos OVX, OVX+FRAT e OVX+FRAT+TV foram submetidas ao

procedimento cirúrgico de ovariectomia e os animais dos outros grupos foram expostos ao mesmo

procedimento cirúrgico em que os ovários foram expostos, mas não removidos. Três meses após a

extração dos ovários (ou cirurgia simulada), os animais dos grupos CON+FRAT, OVX+FRAT,

CON+FRAT+TV e OVX+FRAT+TV foram submetidos à fratura mediodiafisária do fêmur direito

pelo método fechado. Em seguida, a fratura foi estabilizada cirurgicamente com a colocação de um fio

de Kirschner implantado intramedularmente por meio da exposição da fratura por uma mini-incisão

realizada na face lateral da coxa, sobre a fratura. Para a avaliação do calo ósseo, cada grupo

experimental foi dividido em dois subgrupos, conforme o tempo de acompanhamento pós-fratura: 14 e

28 dias. A terapia por vibração foi iniciada três dias após a produção da fratura, na frequência de

60Hz, três vezes por semana, por 20 minutos. A análise da qualidade óssea foi realizada tanto no

fêmur não fraturado (esquerdo), como no calo ósseo, pela análise da densidade e conteúdo mineral

ósseo (DXA), microtomografia (avaliação qualitativa e quantitativa da microestrutura óssea), e pela

resistência mecânica (ensaio mecânico). De acordo com os achados, as ratas ovariectomizadas

apresentaram importante perda de massa óssea, diminuição da resistência óssea e grave deterioração

da microarquitetura do osso trabecular e cortical, além da redução da densidade e do volume do calo

ósseo. Por outro lado, a terapia por vibração representou importante papel na recuperação, tanto no

osso intacto osteoporótico, como no não osteoporótico, com ou sem fratura. No osso intacto, a terapia

por vibração causou aumento da massa óssea, da resistência mecânica à fratura e significante melhora

na microarquitetura óssea trabecular e cortical. Além disso, o uso da plataforma vibratória exerceu

efeito positivo significativo na consolidação óssea das ratas ovariectomizadas, proporcionando

aumento no volume e densidade do calo. A terapia por vibração melhorou tanto a qualidade do tecido

ósseo, como do calo ósseo nas ratas ovariectomizadas.

Palavras-chave: fratura, osteoporose, terapia por vibração, ovariectomia, biomecânica.

11

Abstract

12

ABSTRACT

BUTEZLOFF, M. M. Bone healing after femoral fracture of rats with and without

osteoporosis and treated with vibration therapy. 2015. Thesis (Master Degree) – Faculty

of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo.

Secondary fractures due to osteoporosis have been commonly found in the elderly population

and may be accompanied by severe complications of bone healing. Thus, several treatments

have been proposed in order to ameliorate and treat bone loss, such as hormonal reposition,

calcium ingestion, bisphosphonate administration, physical activities, among other

mechanical modalities such as the vibration therapy. Although the effects of vibration therapy

on bone quality have been previously published, their effects on bone healing have not been

completely elucidated. Thus, in this study we assessed the effects of vibration on bone and

callus quality in ovariectomized and in intact female rats. Forty-one female Wistar rats were

randomly divided into four experimental groups: (1) CON+FRAT: rats with bone fracture; (2)

OVX+FRAT: ovariectomized rats with bone fracture; (3) CON+FRAT+TV: rats with bone

fracture, submitted to vibration therapy; (4) OVX+FRAT+TV: ovariectomized rats with bone

fracture, submitted to vibration therapy. All rats underwent either ovariectomy or sham

operation. Three months later, a fracture was created in the femoral diaphysis by the closed

method and immediately fixed with intramedullary nail. Vibration therapy began Three days

after fracture at a frequency of 60Hz, three times per week for 20 minutes. Each experimental

group was divided into two subgroups according to the period of post-fracture follow-up: 14

and 28 days. Bone quality was assessed in the non-fractured femur at the metaphyseal

junction and at the bone callus by bone mineral content and bone density (DXA), micro

tomography (qualitative and quantitative evaluation of bone microstructure), and mechanical

resistance (mechanical test). According to our findings, the ovariectomized rats exhibited a

substantial loss of bone mass and severe impairment in bone microarchitecture, both on the

intact bone tissue and on the bone callus. Conversely, whole-body vibration therapy exerted

an important role at ameliorating bone mass, bone strength and at improving trabecular and

cortical bone microstructure in the estrogen-deficient rats. Furthermore, vibration therapy

improved bone callus formation in the ovariectomized rats, where bone callus density,

strength and callus volume were increased.

Key-words: fracture, osteoporosis, vibration therapy, ovariectomy, biomechanics.

13

Lista de Figuras

14

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Desenho esquemático da guilhotina utilizada para produzir a fratura fechada na

diáfise femoral. A coxa do animal (aqui representada pelo fêmur) é colocada no centro

dos apoios metálicos e a guilhotina com a extremidade romba e baixada pela alavanca

acionada manualmente......................................................................................................39

Figura 2. Figura ilustrando aplataforma vibratória, onde o animal fica alojado durante o

tratamento, composta de uma caixa de acrílico, uma mesa de suporte para plataforma

vibratória, e acoplamento externo do motor que produz a energia

mecânica............................................................................................................................41

Figura 3. Figura ilustrando a radiografia realizada após o procedimento de fixação da fratura

óssea, para comprovação da adequação da redução dos fragmentos e posicionamento do

fio de Kishner de posicionamento do fio de Kishner........................................................42

Figura 4. Figura ilustrativa a região trabecular de interesse analisada pelo micro-

CT.....................................................................................................................................43

Figura 5. Figura ilustrativa a região cortical de interesse analisada pelo morto-CT................43

Figura 6. Figura ilustrativa a região do calo ósseo analisada pelo micro-CT..........................44

Figura 7. Posicionamento dos ossos (A) e (B) para realização da análise da DMO, CMO e

área do calo ósseo (C).......................................................................................................45

Figura 8. Ilustrações do ensaio mecânico de três pontos realizado na metáfise distal do fêmur

esquerdo (não fraturado) (A), e na região central do calo ósseo do fêmur direito (B).....46

Figura 9. Média e desvio padrão da massa corpórea dos animais, no início do experimento

(dia 0), após 90 dias da cirurgia de ovariectomia ou simulação (sham) para os grupos

controles e, após 14 dias de tratamento (dia 104) ou 28 dias de tratamento (dia 118) com

terapia por vibração. Os asteriscos indicam presença de diferença

significativa.......................................................................................................................48

Figura 10: Comparação entre útero de rata não-ovariectomizada (A) e ovariectomizada (B),

evidenciando a atrofia uterina dos animais submetidos à ovariectomia...........................49

Figura 11: Média e desvio-padrão da massa uterina dos animais experimentais. A diferença

significativa entre os grupos ovariectomizados e não-ovariectomizados confirma a

correta extração dos ovários e a consequente atrofia uterina causada pela ovariectomia.

Os asteriscos indicam presença de diferença significativa...............................................50

15

Figura 12: Média da densidade mineral óssea das metáfises distais dos fêmures esquerdo e

direito dos animais experimentais. É possível observar perda de massa óssea nos animais

ovariectomizados. Além disso, a terapia por vibração proporcionou aumento da DMO

nos animais submetidos à ovariectomia prévia. Os asteriscos indicam presença de

diferença significativa.......................................................................................................52

Figura 13: Média do conteúdo mineral óssea das metáfises distais dos fêmures esquerdo e

direito dos animais experimentais. É possível observar perda de massa óssea nos animais

ovariectomizados. Os asteriscos indicam presença de diferença significativa.................53

Figura 14: Média e desvio-padrão da DMO do calo ósseo. A terapia por vibração

proporcionou aumento da DMO dos animais ovariectomizados submetidos ao

tratamento. O asterisco indica presença de diferença significativa..................................53

Figura 15: Média e desvio-padrão do CMO do calo ósseo......................................................53

Figura 16: Média da área do calo analisada, comparativa entre os grupos de 104 e 118

dias....................................................................................................................................53

Figura 17: Média e desvio padrão da força máxima do fêmur. A resistência mecânica foi

menor nos animais ovariectomizados, enquanto que a terapia por vibração exerceu efeito

protetor sobre essa perda de resistência mecânica. O asterisco indica presença de

diferença significativa.......................................................................................................54

Figura 18: Microarquitetura trabecular da metáfise femoral mostrando redução expressiva de

tecido trabecular nas ratas ovariectomizadas (OVX) em comparação com animais

controle (CON). Essas alterações foram amenizadas pelo tratamento por terapia por

vibração.............................................................................................................................55

Figura 19: Média do volume ósseo total (BV), da porcentagem de tecido ósseo (BV/TV), da

quantidade de trabéculas ósseas (TbN), da espessura das trabéculas ósseas (TbTh), do

espaçamento entre as trabéculas ósseas (TbSp) e da densidade de conexão entre

múltiplas trabéculas ósseas (ConnD) dos fêmures sem fratura entre os grupos

experimentais....................................................................................................................56

Figura 20: Microestrutura óssea cortical da diáfise femoral mostrando redução de tecido

cortical nas ratas ovariectomizadas (OVX) em comparação aos animais controle (CON).

Essas alterações foram amenizadas pelo tratamento por terapia por vibração.................57

Figura 21: Média das variáveis relacionadas à microarquitetura cortical; volume cortical

(Ct.V e Ct.BV/TV), espessura cortical (Ct.Th) dos fêmures sem fratura entre os grupos

experimentais....................................................................................................................58

16

Figura 22: Imagens do calo ósseo obtidas pelo microCT, tanto no plano sagital como

transversal, mostrando que a ovariectomia (OVX) induz à redução da neoformação

óssea, com menor calo ósseo que nos grupos controle (CON) e a terapia por vibração

aumenta essa neoformação...............................................................................................59

17

Lista de Quadros

18

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Grupos experimentais............................................................................................37

19

Lista de Tabelas

20

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Média e desvio padrão do comprimento do fêmur D das ratas dos grupos de 14 e 28

dias............................................................................................................................................50

Tabela 2 - Média e desvio padrão da massa do fêmur D das ratas dos grupos de 14 e 28

dias............................................................................................................................................50

Tabela 3. Média e desvio padrão do comprimento do fêmur E das ratas dos grupos de 14 e 28

dias ......………………………………………………………………………………….......51

Tabela 4. Média e desvio padrão da massa do fêmur E das ratas dos grupos de 14 e 28

dias.….....................................................................................................................................51

21

Lista de Abreviaturas,

Siglas, Símbolos e

Unidades

22

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS, SÍMBOLOS E UNIDADES

FMRP/USP Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade

de São Paulo

OVX Ovariectomia

OVX+FRAT Ovariectomia com fratura óssea

CON Controle

CON+FRAT Controle com fratura óssea

FRAT Fratura

TV Terapia por vibração

OVX+FRAT+TV Ovariectomia com fratura óssea tratado com terapia por

vibração

CON+FRAT+TV Controle com fratura óssea tratado com terapia por vibração

DMO Densidade mineral óssea

CMO Conteúdo mineral ósseo

TV Volume total

BV/TV Volume ocupado pelo osso trabecular, mineralizado ou não,

expresso como porcentagem do volume ocupado pela medula

e trabéculas ósseas

TbN Número de trabéculas ósseas por milímetro de tecido ósseo

TbTh Espessuras das trabéculas ósseas

TbSp Espaçamento entre as trabéculas ósseas

ConnD Densidade de conexão entre múltiplas trabéculas ósseas

Ct.V Volume total do osso cortical

Ct.BV/TV Volume ocupado pelo osso cortical, mineralizado ou não,

expresso como porcentagem do volume total

Ct.Th Espessura da cortical

D Direito

E Esquerdo

Micro-CT Microtomografia computadorizada

RPM Rotação por minuto

23

FM Força Máxima

R Resistência

L Microlitro

m Micrometro

N Newton

Hz Hertz

kV Quilovolt

24

Sumário

25

SUMÁRIO1

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 28

1.1 Tecido ósseo .............................................................................................................. 28

1.2 Remodelação óssea ................................................................................................... 29

1.3 Osteopenia e osteoporose ......................................................................................... 30

1.4 Reparo ósseo normal ............................................................................................... 31

1.5 Consolidação da fratura em ossos osteopênicos .................................................... 32

1.6 Indução de perda de massa óssea em animais experimentais .............................. 32

1.7 Efeitos osteogênicos da consolidação óssea na terapia por vibração .................. 32

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 35

3 MATERIAL .................................................................................................................... 37

3.1 Animais experimentais ............................................................................................ 37

3.2 Grupos experimentais .............................................................................................. 38

3.3 Os animais foram aleatoriamente divididos em quatro grupos experimentais e,

cada grupo experimental foi subdividido em dois subgrupos (Quadro 1). ................... 38

3.4 Procedimento experimental – indução cirúrgica da osteoporose ........................ 39

3.5 Procedimento experimental – fratura óssea .......................................................... 39

3.6 Procedimento experimental – tratamento com terapia por vibração ................. 41

3.7 Análise da estrutura óssea ....................................................................................... 42

3.7.1 Análise macroscópica ........................................................................................ 42

3.7.2 Microtomografia computadorizada (micro-CT) ............................................... 43

3.7.3 Densitometria óssea ........................................................................................... 45

3.7.4 Análise mecânica ............................................................................................... 46

3.8 Análise estatística dos resultados ............................................................................ 47

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 49

4.1 Massa corpórea dos animais ................................................................................... 49

4.2 Massa uterina ........................................................................................................... 50

4.3 Análise macroscópica .............................................................................................. 51

4.4 Análise densitométrica ............................................................................................ 52

1 Normas de acordo com as diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento

eletrônico impresso São Paulo, 2009.

26

4.4.1 Análise densitométrica na metáfise distal do fêmur ......................................... 52

4.4.2 Análise densitométrica no calo ósseo................................................................ 53

4.4.3 Análise mecânica ............................................................................................... 55

4.5 Análise microscópica ............................................................................................... 56

4.5.1 Análise da microarquitetura trabecular do fêmur sem fratura ....................... 56

4.5.2 Análise da microarquitetura do osso cortical ................................................... 58

4.5.3 Análise da microarquitetura do calo ósseo ....................................................... 59

5 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 62

5.1 Alterações decorrentes da ovariectomia na estrutura de ossos não fraturados . 62

5.2 Alterações na consolidação óssea decorrentes da ovariectomia .......................... 64

5.3 Efeitos da terapia por vibração no tecido ósseo e na consolidação pós-fratura . 65

6 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 71

27

Introdução

28

1 INTRODUÇÃO

Apesar dos avanços ortopédicos, as fraturas ainda apresentam anomalias de

consolidação em número crescente. Em um país desenvolvido como os Estados Unidos da

América do Norte, em que o número anual de fraturas ósseas chega a oito milhões, o impacto

clínico e financeiro das alterações da consolidação óssea no sistema de saúde é significante

(ASSIOTIS et al., 2012). Diversos fatores podem ser considerados como de risco para o

reparo ósseo normal, como idade avançada, tabagismo, doenças osteometabólicas, agentes

farmacológicos e algumas condições sistêmicas como a diabetes (DINIZ et al., 2008;

OGASAWARA et al., 2008; URABE et al., 2003).

A osteoporose está relacionada com o aumento da mortalidade secundária às fraturas,

principalmente quando afeta vértebras ou ossos do quadril (KANIS, 2001; COOPER, 1993).

Essas fraturas e as comorbidades que acompanham a osteoporose levam ao gasto anual de

13,8 bilhões de dólares nos Estados Unidos (RAY, 1997). Desta forma, têm sido

desenvolvidos esforços na tentativa de melhorar a consolidação óssea por meio de recursos

técnicos, físicos ou medicamentosos. Neste cenário, o uso da plataforma vibratória, tem se

mostrado promissor na melhora da qualidade óssea e, possivelmente, na consolidação do calo

ósseo (LEUNG et al., 2009; SHI et al., 2010).

1.1 Tecido ósseo

O tecido ósseo é o principal constituinte do esqueleto, servindo de suporte para os

tecidos moles e proteção para os órgãos vitais. A matriz óssea é composta por células e

material extracelular calcificado. Os osteócitos são células localizadas em cavidades ou

lacunas no interior da matriz. Os osteoblastos são produtores da parte orgânica da matriz, e os

osteoclastos são células gigantes, móveis e multinucleadas que reabsorvem o tecido ósseo.

Juntos, esses tipos celulares realizam o processo de remodelação e manutenção do

metabolismo ósseo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). A reparação óssea consiste na

formação de osso novo, associado à reabsorção de osso antigo e ocorre permanentemente no

esqueleto. Entretanto, a ocorrência de uma fratura faz com que haja uma proliferação óssea

localizada, chamada calo ósseo, cujo objetivo é restabelecer a continuidade física entre os

fragmentos fraturados e, assim, recuperar a integridade mecânica da região.

A arquitetura óssea é composta de ossos do tipo trabecular e do tipo cortical

29

(MUNDY, 2000). No primeiro, as trabéculas estão dispersas em várias direções e se

interconectam formando espaços entre elas e constituindo uma resistente rede aos esforços

mecânicos. As lacunas existentes entre as trabéculas ósseas são preenchidas pela medula

óssea (KALFAS, 2001). Este tipo de osso predomina nas extremidades do osso longo e em

alguns ossos curtos ou irregulares como aqueles das mãos, pés e coluna vertebral. O osso

cortical é compacto e atua na manutenção da integridade estrutural, com predomínio na região

central do osso longo (diáfise). É formado por lamelas sobrepostas, relativamente paralelas,

com mínimo espaço entre elas. Microscopicamente, cada trabécula apresenta uma estrutura

peculiar formada pela sobreposição de vários anéis concêntricos que contêm os osteócitos

(Este sistema é chamado haversiano (CORONHO et al., 2001)).

A microestrutura óssea trabecular e cortical apresentam uma formação em escala

microscópica e tridimensional da estrutura óssea, caracterizada pela microgeometria e pela

densidade mineral óssea. Assim, um dos métodos atualmente mais utilizados para essa

quantificação é a microtomografia computadorizada que permite a análise independente do

osso trabecular e do cortical, além da análise quantitativa do calo ósseo formado pós-fratura

(BURGHARDT et al., 2011).

1.2 Remodelação óssea

É contínuo o processo de remodelação óssea (RIGGS, 2000), explicado pela

deposição e reabsorção de material na estrutura óssea, em taxas relativamente baixas,

ocorrendo tanto no osso cortical, como no trabecular (SARAIVA; LAZARETTI-CASTRO,

2002). Neste processo a formação óssea ocorre em ciclos orquestrados pelas células

osteoprogenitoras, em resposta a estímulos mecânicos e bioquímicos. Em situações

fisiológicas, a reabsorção e a formação são fenômenos acoplados e dependentes, e o

predomínio de um sobre o outro pode acarretar ganho ou perda de massa óssea (HANLEY,

2000; KONG et al., 1999).

Segundo Aires (2008), até a idade aproximada de quarenta anos, o equilíbrio entre

neoformação e reabsorção óssea é mantido. A partir dessa idade há discreto predomínio da

reabsorção sobre a formação óssea caracterizando, ao longo dos anos, um estado osteopênico

fisiológico. Nas mulheres este estado é acentuado após a menopausa, principalmente pela

redução dos níveis de estrógeno. O estrógeno modifica as expressões de genes de substâncias

30

como colágeno tipo I, fosfatase alcalina, osteopontina, osteocalcina e osteonectina

(OKAZAKI et al., 2002). Além disso, este hormônio promove a diferenciação osteoblástica,

aumentando a síntese e a mineralização da matriz óssea (TOMKINSON et al., 1998; BLAND,

2000); estimula a apoptose dos osteoclastos e mantém os osteócitos viáveis (TOMKINSON et

al., 1997; D’AMELIO et al., 2008). Nas mulheres após a menopausa os osteoblastos estão

ativos, porém, não são capazes de reconstruir completamente as cavidades ósseas

reabsorvidas pelos osteoclastos; com isso, é acentuada a perda óssea (NECO, 1994).

Os fatores que controlam a reabsorção óssea não estão totalmente esclarecidos.

Acredita-se que a ativação do reparo ósseo seja um processo controlado por fatores locais

bioquímicos e físicos) e sistêmicos (atividade física, hormônio paratireoideo, calcitonina e

hormônios sexuais, etc) (FERNANDES, WHEBA, MELO, 1996). Considera-se que a

deficiência do hormônio estrogênio seja o principal fator de risco para a osteoporose em

mulheres no período pós-menopausa. Além disso, esse tipo de osteoporose está associado à

má absorção intestinal de cálcio, à redução da síntese de vitamina D ativa e ao desequilíbrio

com perda de cálcio (KOBAYASHI, HARA, AKIYAMA, 2002; ZHANG et al., 2008).

1.3 Osteopenia e osteoporose

A osteoporose é definida como doença esquelética sistêmica que tem como

consequência a redução de massa e deterioração microarquitetural do tecido ósseo,

caracterizada pelo aumento da fragilidade óssea e susceptibilidade a fraturas (FERNANDES,

WHEBA, MELO, 1996).

É grande a atenção dada à osteoporose na mulher, por atingir grande parte da

população feminina após a menopausa (FERNANDES, WHEBA, MELO, 1996). Em

mulheres acima de quarenta anos, a osteoporose é decorrente da privação hormonal, alteração

do metabolismo geral, perda de massa óssea com aumento da reabsorção sobre a formação e,

perda de massa muscular, juntamente com a diminuição da atividade física (SMITH,

GILLIGAN, 1989; ZAKI, 2014). Após a menopausa, a perda óssea é predominantemente de

osso trabecular, seguindo-se de osso cortical (BANDEIRA et al., 2000).

A função principal do estrógeno no esqueleto humano, é diminuir o processo de

remodelação e reabsorção óssea enquanto mantém a formação óssea (CAULEY, 2015. Riggs

e colaboradores (1986) demonstraram que mulheres no período da menopausa, o processo de

31

formação óssea é alterado, gerando diminuição na formação óssea e aumento na reabsorção,

acarretando perda de massa óssea. Essa perda integral é de seis por cento no primeiro ano e de

2,5% no segundo ano (RIGGS et al. 1986). Cauley (2015) observou que no período de dois a

cinco anos pós menopausa a perda de massa óssea na coluna lombar e no colo do fêmur em

mulheres é respectivamente 10,6% e 9,1%, predispondo à fratura.

1.4 Reparo ósseo normal

A fratura de um osso longo apresenta duas principais consequências: perda da

continuidade do osso e incapacidade funcional (MERLOZ,2011), que deverão ser recuperadas

com o reparo da fratura. Este processo é considerado complexo e multifásico, envolvendo a

atividade coordenada de diversos tipos de células (DINIZ et al., 2008; KAYAL et al., 2009;

FAZZALARI, 2011)

O processo de reparo da fratura inicia-se pelo hematoma formado em resposta à lesão

dos tecidos. O periósteo é ativado, por um mecanismo de formação óssea intramembranosa

que delimita e isola o meio da fratura, conhecido como foco de fratura. Células

osteoprogenitoras são recrutadas e chegam ao local da lesão, onde proliferam e diferenciam-se

em condrócitos e osteoblastos. Os condrócitos produzem cartilagem, formam o calo ósseo

mole que, em seguida, sofre calcificação, tornando-se mais resistente e protegendo o local

fraturado. Segue-se a apoptose dos condrócitos e, simultaneamente, os condroclastos

começam a absorver tecido cartilaginoso mineralizado que é, depois, substituído por osso

jovem ou entrelaçado (woven bone). A partir do periósteo surgem fibroblastos que vão se

ossificar por mecanismo intramembranoso. Por último, e em longo prazo, o tecido ósseo sofre

remodelação cujo objetivo é recuperar a anatomia e as funções originais do osso fraturado

(KAYAL et al., 2009; FAZZALARI, 2011)

Em termos mecânicos, esse sistema em cascata que é desencadeado após a fratura

contribui para a união das extremidades da fraura, que ocorre pela combinação da ossificação

endocondral e intramembranosa (FAZZALARI, 2011), garantindo a formação do calo ósseo,

que consiste de tecido regenerado, que preenche o espaço entre dois fragmentos ósseos

(MERLOZ, 2011) e recupera a integridade mecânica desfeita pela fratura.

Aceita-se que haja três tipos diferentes de calos ósseos: o calo externo ou periférico, o

calo medular e o calo trabecular primário (MCKIBBIN, 1978; MERLOZ,2011).

32

1.5 Consolidação da fratura em ossos osteopênicos

A fratura é uma das principais complicações da osteoporose, resultando, entre outros

aspectos, em incapacidade e dependência física (GIANNOTTI et al., 2013). Há estudos que

sugerem que a idade avançada dificulta a consolidação de fraturas (GRUBER et al., 2006), e a

má qualidade óssea presente em pacientes com osteoporose acarreta atraso na consolidação

(CHAO et al., 2004).

A restauração da propriedade mecânica óssea, com base na carga máxima e na energia

absorvida, é significativamente menor nas ratas pós ovariectomizadas (HE et al., 2011).

1.6 Indução de perda de massa óssea em animais experimentais

A ovariectomia é o método mais utilizado para induzir os efeitos da menopausa em

animais. Por reduzir a secreção estrogênica (BONNET et al., 2007; FUCHS et al., 2007) esse

modelo animal reproduz, em ratas, alguns efeitos similares encontrados nas mulheres pós-

menopausa (KALU, 1991; THOMPSON et al., 1995).

Thompson e colaboradores (1995) observaram que, após duas semanas de

ovariectomia, foi possível verificar diminuição significativa do volume do osso trabecular da

região proximal da tíbia de ratas, em virtude da perda e adelgaçamento das trabéculas. Essas

modificações induzidas pela ovariectomia, assemelham-se às alterações em mulheres como

enfraquecimento e fragilidade óssea (WHO, 1998). No entanto, a osteopenia pós-ovariectomia

é mais comumente estudada em torno do segundo ou terceiro mês pós-operatório (KEILER,

2012; SIMÕES et al., 2008), sendo que após este tempo a perda de massa óssea se estabiliza.

1.7 Efeitos osteogênicos da consolidação óssea na terapia por vibração

A terapia por vibração é recurso que mostra que a vibração de baixa magnitude e alta

frequência proporciona estímulos mecânicos positivos no combate à osteopenia instalada

(GILSANZ et al., 2006; RUBIN et al., 2004).

Segundo Gilsanz e colaboradores (2006) e Rubin e colaboradores (2004), a vibração

exerce efeito osteogênico sobre a qualidade óssea, como observado por Novak e

33

colaboradores (2014), em ratos adultos. Outros efeitos positivos também são obtidos em

pacientes, como aumento na circulação sanguínea dos membros e aumento na área transversal

das fibras musculares (XIE, RUBIN e JUDEX, 2008), além do aumento na resistência óssea

(ZAKI, 2014).

Atualmente reconhece-se uma propriedade existente em vários tecidos, e entre eles o

ósseo, genericamente chamada de mecanotransdução, que consiste em transformar estímulos

mecânicos em respostas biológicas positivas, contribuindo para o trofismo dos tecidos (XIE,

RUBIN e JUDEX, 2008). Em verdade, o reconhecimento do efeito do estímulo mecânico na

qualidade óssea foi reconhecida há muitos anos pela lei de Wolff, em 1870 (RUBIN et al.,

2001), que diz que o osso adapta sua estrutura às condições de carregamento a ele submetidos

(RUFF, HOLT e TRINKAUS, 2006).

O esqueleto é submetido constantemente a cargas mecânicas em virtude da força

gravitacional (peso-rolamento) e da contração muscular, o que estimula a remodelação óssea

através da mecanotransdução. Neste processo há respostas bioquímicas, resultando em

alterações na expressão gênica, função e morfologia celular, e na formação da matriz

extracelular (LUU et al., 2009). Os osteócitos são células ósseas que detectam esses sinais

mecânicos e modulam as taxas de formação e de reabsorção óssea, por meio da estimulação

da atividade dos osteoblastos e osteoclastos (LUU et al., 2009). Assim, a atividade física

resulta em estimulação mecânica que fortalece o tecido ósseo (BURR et al., 2002;

SHIGUEMOTO et al., 2012).

Stuermer e colaboradores (2010), Komrakova e colaboradores (2013) e Wehrle e

colaboradores (2015) observaram que a terapia por vibração apresentou melhora na

consolidação de defeitos ósseos provocados em ratas osteoporóticas. No entanto, os autores

utilizaram o modelo de perfuração óssea, em que não há a formação de calo ósseo por

ossificações endocondral e sim intramembranosa. Leung e colaboradores (2009) e Shi e

colaboradores (2010) concluíram que a terapia por vibração acelera o processo de

consolidação óssea, formação do calo ósseo, remodelação, mineralização e restauração

mecânica. Por outro lado, Wolf e colaboradores (2001) não observaram resultados positivos

da terapia por vibração na consolidação de defeito ósseo.

34

Objetivos

35

2 OBJETIVOS

Avaliar as alterações do tecido e do calo ósseo pós fratura de fêmures osteoporóticos

de ratas ovariectomizadas.

Investigar os efeitos da terapia por vibração tanto no tecido ósseo normal como no

calo ósseo desses animais no reparo da fratura.

Material e Métodos

37

3 MATERIAL

3.1 Animais experimentais

Todos os procedimentos experimentais envolvidos nesse estudo foram aprovados pela

Comissão de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo (processo nº 013/2014).

Foram utilizadas ratas (Rattus Norvegicus albinus), variedade Wistar, com idade de

sete semanas, nulíparas, com a massa corporal variando entre 220g e 270g, fornecidas pelo

Biotério Central da Prefeitura do Campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e

alojada no Biotério do Laboratório de Bioengenharia da FMRP/USP. Os animais passaram

por adaptação durante uma semana e permaneceram em gaiolas coletivas, sem restrição de

acesso à água e ração. A temperatura ambiente foi controlada entre 22ºC e 24oC, controle de

claro/escuro (12 x 12 horas) e controle da umidade relativa do ar em 55%±10. Diariamente

foram avaliadas as condições de estresse do animal pela presença ou não de pigmentos de

porfirina ao redor dos olhos e mucosas faciais, além de observação do comportamento animal

(autolimpeza, atividade espontânea, reatividade e sono).

Os cuidados diários foram de acordo com o guia para cuidados e uso de animais de

laboratório (Animal models as tools in ethical biomedical research, edição 2010).

38

3.2 Grupos experimentais

3.3 Os animais foram aleatoriamente divididos em quatro grupos experimentais e,

cada grupo experimental foi subdividido em dois subgrupos (Quadro 1).

Quadro 1 - Grupos experimentais.

Grupos Subgrupos

CON+FRAT

Grupo controle com

fratura óssea

Ratas normais, com fratura

óssea

CON+FRAT1 (n=6) – ratas normais com

fratura óssea observadas por 14 dias, pós-

fratura óssea

CON+FRAT2 (n=5) – ratas normais com

fratura óssea observadas por 28 dias, pós-

fratura óssea

OVX+FRAT

Grupo ovariectomia e

fratura óssea

Ratas ovariectomizadas com

fratura óssea

OVX+FRAT1 (n=5) – ratas

ovariectomizadas com fratura óssea

observadas por 14 dias, pós-fratura óssea

OVX+FRAT2 (n=5) – ratas

ovariectomizadas com fratura óssea

observadas por 28 dias, pós-fratura óssea

CON+FRAT+TV

Grupo controle com

fratura óssea e

tratamento com terapia

por vibração

Ratas normais, com fratura

óssea e tratamento com terapia

por vibração

CON+FRAT+TV1 (n=5) – ratas normais,

com fratura óssea e tratamento com terapia

por vibração e observadas por 14 dias, pós-

fratura óssea

CON+FRAT+TV2 (n=4) – ratas normais,

com fratura óssea e tratamento com terapia

por vibração e observadas por 28 dias, pós-

fratura óssea

OVX+FRAT+TV

Grupo ovariectomia

com fratura óssea e

tratamento com terapia

por vibração

Ratas ovariectomizadas, com

fratura óssea e tratamento com

terapia por vibração

OVX+FRAT+TV1 (n=6) – ratas

ovariectomizadas, com fratura óssea e

tratamento com terapia por vibração e

observadas por 14 dias, pós-fratura óssea

OVX+FRAT+TV2 (n=5) – ratas

ovariectomizadas, com fratura óssea e

tratamento com terapia por vibração e

observadas por 28 dias, pós-fratura óssea

O período experimental consistiu em 104 dias ou 118 dias. Composto da seguinte

maneira: dia 0 os animais foram submetidos ao procedimento de ovariectomia ou cirurgia

simulada, após 90 dias os animais foram submetidos ao procedimento de fratura óssea. Após

o procedimento de fratura os animais foram observados ou tratados por 14 ou 28 dias,

totalizando 104 ou 118 dias de acordo com os subgrupos do experimento.

39

3.4 Procedimento experimental – indução cirúrgica da osteoporose

Os animais foram anestesiados por meio da combinação 1:1 de xilazina (6 mg/kg) e

quetamina (60 mg/kg), aplicada por via intramuscular na região glútea (0,1mg/100g). O

procedimento cirúrgico foi de acordo com as técnicas rotineiras de assepsia e antissepsia. A

técnica cirúrgica para a retirada de ambos ovários foi realizada segundo Zarrow e

colaboradores (1964). Inicialmente foi feita a tricotomia na região dorso-ventral do animal

entre o rebordo costal inferior e o início da pelve, seguida da antissepsia dessa região com

solução alcoólica 1% de polivinil-pirrolidona-iodo. Foi realizada uma incisão retilínea,

transversal, de aproximadamente 1,0 cm de comprimento na pele e tecido subcutâneo, cerca

de 1,0 cm da linha mediana entre o rebordo costal inferior e o início da pelve. A parede

muscular composta pela fáscia aponeurótica e músculo abdominal oblíquo foi divulsionada

até ser obtido acesso à cavidade retroperitoneal e identificado o ovário. Em seguida, foi

realizada a evisceração do corno uterino. A extremidade da tuba uterina foi ligada com fio

cirúrgico multifilamento reabsorvível sintético – ácido poliglicólico (4-0) e os ovários foram

retirados. A evisceração foi desfeita e realizada a sutura da parede muscular e pele com fios

não-absorvíveis de náilon (3-0). Todo o procedimento foi repetido para o lado oposto

(SIMÕES et al., 2008). Para analgesia os animais receberam dipirona (80µL de uma diluição

1:5 em solução estéril de 0,9% de NaCl, subcutâneamente, na região dorsal) a cada oito horas

por cinco dias após a cirurgia. A primeira dose de dipirona foi administrada 15 minutos antes

de ser iniciado o procedimento cirúrgico. Nos animais com operação simulada foram

realizados todos os passos cirúrgicos, exceto a ressecção dos ovários.

3.5 Procedimento experimental – fratura óssea

Após 90 dias da ovariectomia foi provocada uma fratura na região diafisária do fêmur

direito, pelo método fechado e realizada a fixação dos fragmentos ósseos com um fio de aço

flexível colocado intramedularmente.

Para isso, os animais foram anestesiados por meio da combinação (1:1; 0,1mg/100g)

de xilazina (6 mg/kg) e quetamina (60 mg/kg), aplicada por via intramuscular na região

glútea. Todo o membro pélvico direito foi tricotomizado e recebeu a aplicação de solução

alcoólica 1% de polivinil-pirrolidona-iodo.

40

A fratura foi realizada pelo método da guilhotina de lâmina romba, especialmente

confeccionada para este propósito (Figura 1). A coxa do animal foi apoiada nas extremidades

de suporte da guilhotina e tracionada, de modo a posicionar seu terço médio sob a porção

romba da guilhotina que, por acionamento manual foi baixada, até perda da resistência

(geralmente acompanhada de um estalido).

Figura 1. Desenho esquemático da guilhotina utilizada para produzir a fratura fechada na diáfise femoral. A

coxa do animal (aqui representada pelo fêmur) é colocada no centro dos apoios metálicos e a guilhotina com a

extremidade romba e baixada pela alavanca acionada manualmente.

Em seguida, o animal foi retirado da guilhotina e colocado em mesa cirúrgica em

decúbito lateral esquerdo, sendo feita antissepsia de todo o membro pélvico direito com

solução alcoólica 1% de polivinil-pirrolidona-iodo.

Foi feito um mini acesso cirúrgico na face lateral na coxa, sobre fratura, realizada a

dissecção pelo septo intermuscular até o foco da fratura, que foi minimamente exposta. A

ocorrência e adequação da fratura foi confirmada sob visão direta. Em seguida, um fio de

Kirschner de 1,0 mm de espessura foi introduzido pelo canal medular do fragmento proximal,

até sair pela pele na face lateral da raiz da coxa, onde foi feita uma incisão de mais ou menos

1,0 cm. A fratura foi reduzida por observação direta e o fio de Kirschner foi avançado em

sentido contrário pelo canal medular do fragmento distal até ser sentido pela palpação da pele

entre os côndilos do joelho. Após isso, o fio foi recuado até que a saliência desaparecesse. A

adequação da redução da fratura, bem como sua estabilidade foi conferida, e o excesso do fio

de Kirschner que saiu pela região pélvica foi cortado, sua extremidade dobrada em forma de

gancho e introduzida sob a musculatura, junto do trocanter maior. Ainda com o animal

anestesiado, foi feita uma radiografia digital da coxa (incidência anteroposterior e perfil, com

distância de 115cm entre foco e o chassis (cassete) digital (Kodak-View 24x30 cm), com

41

parâmetros de 5 mA e 44 kV em aparelho portátil de radiografias (Siemens- Unimax 2B,- Rio

de Janeiro- Brasil), com o objetivo de comprovar as adequações da fratura e da fixação. As

incisões na região pélvica e lateral da coxa foram suturadas por planos, até a pele, com pontos

separados de náilon três zeros. Na região operada foi aplicada uma substância antimutilante

(Adestro, SP, Brazil2) para impedir a autofagia.

Os animais recuperaram-se da anestesia em ambiente aquecido e receberam dipirona

(80µL de uma diluição 1:5 em solução estéril de 0,9% de NaCl), por via subcutânea

administrada a cada oito horas por cinco dias pós-fratura, sendo que a primeira dose foi

aplicada 15 minutos antes da realização da fratura. Uma vez recuperadas, as ratas foram

mantidas em gaiolas individuais, de acordo com as normas técnicas do biotério.

Foram excluídos os animais que apresentaram fraturas cominutivas (mais de três

fragmentos), com localização inadequada, incompletas, oblíquas longas ou fixadas

inadequadamente. Da mesma forma, foram excluídos animais que apresentaram infecção,

perda da redução da fatura, qualquer alteração da saúde geral, ou alterações permanentes da

marcha no membro operado.

Tanto os animais ovariectomizados, como os controles (operação simulada) foram

mantidos por um período de 90 dias para o início da fase seguinte que corresponde à produção

da fratura. Depois disso foram mantidos por 14 ou 28 dias, conforme o subgrupo.

3.6 Procedimento experimental – tratamento com terapia por vibração

Os animais foram posicionados em compartimentos individuais da plataforma

vibratória (Figura 2) e submetidos aos efeitos mecânicos da vibração, com frequência de

60Hz e amplitude de deslocamento vertical de 1,0 mm (ZAMARIOLI et al., 2012). A terapia

foi iniciada três dias após a fratura e aplicada durante 20 minutos, três vezes por semana, por

14 ou 28 dias, de acordo com o subgrupo experimental.

2 Composto de água deionizada, propilenoglicol, benzoato de denatônio e metilparabeno

42

Figura 2. Figura ilustrando a aplataforma vibratória, formada por uma mesa de suporte que tem na sua parte

inferior o motor e o mecanismo de produção da vibração que é transmitido à gaiola onde os animais são

mantidos.

3.7 Análise da estrutura óssea

A eutanásia ocorreu com dose excessiva do anestésico Tiopental® aplicada por via

intraperitoneal. Depois, ambos os fêmures foram dissecados e mantidos em etanol 70% para

análises macroscópica, densitométrica, microtomográfica e de resistência mecânica.

Atravé de uma laparotomia o útero das ratas foi exposto, removido, limpo das partes

moles aderentes e pesado.

3.7.1 Análise macroscópica

Após a dissecção do fêmur, o fio de Kirschner foi retirado, os ossos foram pesados e o

comprimento longitudinal foi medido com paquímetro digital (Mitutoyo®,

). Os pares de

fêmures de cada animal foram radiografados, imediatamente após a cirugia de fixação da

fratura ainda sob anestesia, por técnica digital em incidências póstero-anterior e perfil (com

uma distância de 115cm entre foco e o chassis (cassete) digital, marca Kodak-View 24x30cm,

com parâmetros de 5 mA e 44 kV em aparelho portátil de radiografias, marca Siemens-

Unimax 2B,-Rio de Janeiro- Brasil)

43

Figura 3. Figura ilustrando a radiografia realizada imediatamente após o procedimento de fixação da fratura óssea,

para comprovação da adequação da redução dos fragmentos e posicionamento do fio de Kishner.

3.7.2 Microtomografia computadorizada (micro-CT)

A microtomografia computadorizada (micro-CT) foi realizada em microtomógrafo

SkyScanTM

(modelo 40, Brüttisellen, Suíça), do Laboratório de Endodontologia da Faculdade

de Odontologia de Ribeirão Preto-USP, Brasil.

Este método é caracterizado pela análise tridimensional da estrutura óssea,

evidenciando a microgeometria e a densidade mineral óssea. Permite a análise independente

do osso trabecular e do cortical (BURGHARDT et al., 2011), além da análise quantitativa do

calo ósseo formado pós-fratura.

A microtomografia foi feita com a utilização do microtomógrafo composto por um

tubo de raios-X de microfoco com fonte de alta tensão (100kV), um porta amostras, onde o

osso foi posicionado e um detector baseado em uma câmera CCD de 11Mp conectado a um

computador para controle da aquisição de dados com software para reconstrução, visualização

e análise quantitativa de imagens em 2D e em 3D.

O tecido trabecular da metáfise distal do fêmur sem fratura foi analisado por uma

extensão de 3,0 mm proximal apartir da cartilagem de crescimento distal do fêmur. Os

parâmetros analisados foram: volume ósseo total (BV), em mm3; volume ocupado pelo osso

trabecular, mineralizado ou não, expresso como porcentagem do volume ocupado pela medula

e trabéculas ósseas (BV/TV), em %; número de trabéculas ósseas por milímetro de tecido

(TbN), em no/mm; espessuras das trabéculas ósseas (TbTh), em m; espaçamento entre as

trabéculas ósseas (TbSp), em m; e densidade de conexão entre múltiplas trabéculas ósseas

44

(ConnD), em mm3. Quanto maior os valores de BV, BV/TV, TbN, TbTh e ConnD, melhor a

qualidade da estrutura do tecido ósseo. Por outro lado, quanto maior o valor de TbSp, pior a

qualidade óssea.

Figura 4. Figura ilustrativa da região trabecular de interesse na extremidade distal do fêmur analisada pelo

micro-CT.

A microarquitetura cortical foi analisada na diáfise do fêmur, 8,0 mm proximalmente à

placa de crescimento distal, em uma extensão de 2,0 mm. Os parâmetros avaliados foram

volume cortical (Ct.V, em mm3, Ct.BV/TV, em %) e espessura cortical (Ct.Th, em m).

Figura 5. Figura ilustrativa da região cortical de interesse analisada pelo micro-CT.

45

O volume do calo foi analisado com o software CTAn, sendo que a área total do calo

ósseo foi selecionada como região de interesse para cálculo do volume, em

mm3.

Figura 6. Figura ilustrativa da região de interesse correspondente ao calo ósseo analisada pelo

micro-CT.

3.7.3 Densitometria óssea

A densitometria mineral óssea foi realizada com dupla emissão de raios-X (DXA) e

realizada no Laboratório de Bioengenharia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com

o densitômetro Lunar DPX-IQ (Lunar; software version 4.7e, GE Healthcare, Chalfont St.

Giles, United Kingdom), pelo método de absorciometria bifotônica de raios-X (DXA,

abreviação em inglês: Dual-energy X-ray Absorptiometry). Os ossos foram posicionados no

equipamento e escaneados em todo o comprimento.

A análise foi realizada na metáfise distal dos fêmures direito e esquerdo e no calo

ósseo. Para isso, foram utilizados como região de interesse quadrados de 0,90cm2 nas

metáfises distais, posicionados imediatamente proximal à cartilagem de crescimento distal.

Na região diafisária dos fêmures fraturados foram utilizados como região de interesse figuras

geométricas de tamanhos e formas variáveis que pudessem conter todo o calo ósseo. Os

46

valores de DMO (densidade mineral ósseo), CMO (conteúdo mineral ósseo) e área do calo

ósseo foram analisados com base nas regiões de interesse avaliadas.

Figura 7. Ilustração do posicionamento dos ossos para realização do exame de densitometria.

3.7.4 Análise mecânica

Após a determinação da densidade óssea e da realização da microtomografia

computadorizada, os fêmures foram submetidos ao ensaio mecânico na máquina universal de

ensaios (EMIC®

- 10000N, Equipamentos e Sistemas de Ensaio LTDA, São José dos Pinhais-

PR) no Laboratório de Bioengenharia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP.

Em ambos os fêmures, o ensaio mecânico realizado foi o de flexão em três pontos. No

fêmur esquerdo (sem fratura) a região analisada foi sobre a metáfise distal e no fêmur direito

(com fratura) o teste mecânico foi realizado sobre a região central do calo ósseo. Para

realização dos testes mecânicos, os ossos foram posicionados sobre suporte com dois apoios

(com vão livre de 7,0 mm), posicionados na base fixa da máquina de ensaio e a carga

mecânica aplicada na face anterior do fêmur por meio de acessório com ponta romba afixada

à base móvel da máquina (Figura 8). Durante os ensaios foi utilizada célula de carga de 500

N, com aplicação de carga no sentido vertical até a falência mecânica do osso, utilizando

velocidade de aplicação de 1,mm/min. O parâmetro estudado foi força máxima, calculada a

partir da curva carga x deslocamento, obtida em tempo real durante o ensaio (software TESC,

versão 13.4).

47

Figura 8. Ilustrações do ensaio mecânico de três pontos realizado na metáfise distal do fêmur esquerdo

(não fraturado) (A), e na região central do calo ósseo do fêmur direito (B).

3.8 Análise estatística dos resultados

Inicialmente, os valores dos parâmetros foram submetidos ao teste de normalidade

para verificar se apresentavam distribuição paramétrica. O modelo linear generalizado

(General Linear Models (PROC GLM) foi utilizado para comparar os dados entre os grupos

experimentais. O pós-teste de Tukey foi aplicado para a múltipla comparação entre os grupos.

O nível de significância foi de 5% (p0,05).

Resultados

49

4 RESULTADOS

As complicações pós-operatórias foram comuns nos grupos experimentais e

resultaram na exclusão de 29 animais (34%): 14 animais morreram durante a indução

anestésica e 15 animais foram submetidos à eutanásia. Das 14 mortes, seis (43%) ocorreram

por indução anestésica durante a cirurgia de ovariectomia e oito (57%) durante o

procedimento cirúrgico de fratura e fixação. Das quinze eutanásias, onze (73%) foram devido

à fratura excessivamente cominutivas e quatro (27%) pela migração excessiva do fio de

Kirschner. Não houve caso de infecção ou deiscência da ferida operatória ou casos de fixação

indadequada. Os resultados apresentados foram baseados nos 41 animais sobreviventes.

4.1 Massa corpórea dos animais

As médias e os desvios padrão da massa corpórea dos animais, por grupo

experimental, estão apresentados na Figura 9. Os animais foram pesados semanalmente desde

o início do experimento até a eutanásia.

Figura 9: Média e desvio padrão da massa corpórea dos animais, no início do experimento (dia 0), após 90 dias

da cirurgia de ovariectomia ou simulação (sham) para os grupos controles e, após 14 dias de tratamento (dia 104)

ou 28 dias de tratamento (dia 118) com terapia por vibração. Os asteriscos indicam presença de diferença significativa.

Não foi observada diferença estatística entre a massa corpórea dos animais no início

do experimento (261,0±21,1g no grupo CON+FRAT; 246,0±13,7g no grupo OVX+FRAT;

266,6±21,6g no grupo CON+FRAT+TV e 252,5±29,6g no grupo OVX+FRAT+TV; p>0.05).

Três meses após o procedimento cirúrgico de ovariectomia (para os grupos OVX e

cirurgia simulada para os grupos CON) os animais dos grupos ovariectomizados apresentaram

um aumento de 15% na massa corpórea em comparação aos animais dos grupos controles

50

(386,0±34,6g no grupo CON+FRAT; 442,6±30,7g no grupo OVX+FRAT; 382,2±56,9g no

grupo CON+FRAT+TV e 474,0±61,6g no grupo OVX+FRAT+TV; p<0,05). Com relação ao

ganho de massa corpórea, na comparação entre o dia zero e 90, os animais dos grupos

controle apresentaram ganho de 48% na massa corpórea enquanto que para os animais

ovariectomizados o aumento foi de 80%.

Com relação ao período pós-fratura, foi observada diminuição na massa corporal. No

entanto, o ganho de massa corpórea das ratas ovariectomizadas manteve-se maior que o das

ratas controle.

4.2 Massa uterina

Pela inspeção visual durante a dissecção foi possível observar a atrofia uterina nas

ratas ovariectomizadas.

Figura 10. Comparação entre útero de rata não-ovariectomizada (A) e ovariectomizada (B), ilustrando a atrofia

uterina causada pela ovariectomia.

As médias e os desvios padrão das massas dos úteros estão apresentados na figura 11.

É possível observar que a massa uterina é significativamente inferior nos grupos submetidos à

ovariectomia (p<0,05), confirmando a atrofia uterina após a ovariectomia.

51

Figura 11. Média e desvio-padrão da massa uterina dos animais experimentais. A diferença significativa entre os

grupos ovariectomizados e não-ovariectomizados confirma a extração dos ovários e a consequente atrofia uterina

causada por ela. Os asteriscos indicam presença de diferença estatisticamente significativa.

4.3 Análise macroscópica

As médias e os desvios padrão das medidas dos fêmures direito e esquerdo dos

animais estão apresentados nas Tabelas 1, 2, 3 e 4.

Tabela 1. Média e desvio padrão do comprimento do fêmur direito das ratas dos grupos de 104 e 118 dias.

Grupo

OVX

CON+FRAT

OVX+FRAT

CON+FRAT+TV

OVX+FRAT+TV

104

dias 39.75±1.36mm 35.70±2.16mm 34.24±1.72mm 33.97±2.68mm 36.19±1.94mm

118

dias 38.87±1.79mm 33.78±1.57mm 33.75±2.18mm 37.02±1.22mm 34.97±1.81mm

Tabela 2. Média e desvio padrão da massa do fêmur direito das ratas dos grupos de 104 e 118 dias.

Grupo

OVX

CON+FRAT

OVX+FRAT

CON+FRAT+TV

OVX+FRAT+TV

104

dias 1.54±0.14g 1.64±0.21g 2.01±0.44g 1.85±0.16g 1.88±0.39g

118

dias 1.30±0.09g 1.70±036g 1.65±0.27g 2.04±0.15g 1.78±0.35g

52

Tabela 3: Média e desvio padrão do comprimento do fêmur esquerdo das ratas dos grupos de 104 e 118 dias.

Grupo

OVX

CON+FRAT

OVX+FRAT

CON+FRAT+TV

OVX+FRAT+TV

104

dias 39.73±1.36mm 38.60±1.40mm 38.16±1.62mm 37.23±2.91mm 39.13±1.42mm

118

dias 39.01±1.24mm 35.45±2.79mm 37.08±3.09mm 39.54±1.04mm 39.31±0.95mm

Tabela 4. Média e desvio padrão da massa do fêmur esquerdo das ratas dos grupos de 104 e 118 dias.

Grupo

OVX

CON+FRAT

OVX+FRAT

CON+FRAT+TV

OVX+FRAT+TV

104

dias 1.51±0.19g 1.30±0.06g 1.42±0.09g 1.39±0.13g 1.42±0.15g

118

dias 1.28±0.11g 1.25±0.08g 1.29±0.22g 1.33±0.19g 1.46±0.21g

Com relação à massa óssea e comprimento dos fêmures, não foi possível observar

diferença significativa entre os grupos experimentais, tanto no fêmur direito como no fêmur

esquerdo.

4.4 Análise densitométrica

4.4.1 Análise densitométrica na metáfise distal do fêmur

Houve redução de 39% e 34% na densidade mineral óssea analisada nas metáfises

distais dos fêmures esquerdos e direito, respectivamente nos grupos 14 e 28 dias (Figura 12).

Quanto ao conteúdo mineral ósseo essa redução foi de 35% e 31%, respectivamente (Figura

13). Ambas as comparações foram entre os grupos OVX+FRAT e CON+FRAT.

A terapia por vibração levou ao aumento na densidade mineral óssea de 27% no fêmur

esquerdo e de 21% no fêmur direito, após 14 dias da ovariectomia (Figura 12). Com relação

ao conteúdo mineral ósseo, houve aumento de 28% na metáfise distal do fêmur esquerdo dos

animais do grupo OVX+FRAT+TV (14 dias pós-fratura, Figura 13).

A terapia por vibração não apresentou efeito positivo significativo nos animais não-

ovariectomizados e no grupo ovariecomizado de vinte e oito dias (Figura 12 e 13).

53

Figura 12. Média da densidade mineral óssea das metáfises distais dos fêmures esquerdo e direito dos animais

experimentais. É possível observar diminuição de massa óssea nos animais ovariectomizados. Além disso, a

terapia por vibração causou aumento da DMO nos animais submetidos à ovariectomia prévia. Os asteriscos

indicam presença de diferença estatisticamente significativa.

Figura 13. Média do conteúdo mineral óssea das metáfises distais dos fêmures esquerdo e direito dos animais

experimentais. Houve diminuição da massa óssea nos animais ovariectomizados. Os asteriscos indicam presença

de diferença estatisticamente significativa.

4.4.2 Análise densitométrica no calo ósseo

A comparação da DMO, CMO e área do calo ósseo entre os grupos experimentais está

apresentada nas figuras 14, 15 e 16, respectivamente. Foi possível observar que no grupo

ovariectomizado houve redução de 20% do conteúdo mineral ósseo em relação ao grupo

controle (Figura 15), além de redução de 6% na área do calo (Figura 16). A terapia por

vibração causou aumento estatisticamente significativo de 20% (p<0,05) em relação à

densidade mineral ósseo do grupo OVX+FRAT+TV, comparadas com o grupo

CON+FRAT+TV em relação aos grupos não tratados (Figura 14).

54

A terapia por vibração não causou aumento estatisticamente significativo nos animais não-

ovariectomizados (Figuras 14, 15 e 16).

Figura 14. Média e desvio-padrão da DMO do calo ósseo. A terapia por vibração causou aumento da DMO dos

animais ovariectomizados tratados. O asterisco indica presença de diferença estatisticamente significativa.

Figura 15. Valores médios e desvio-padrão do CMO do calo ósseo.

Figura 16. Valores médios da área do calo analisada, comparativa entre os grupos de 104 e 118 dias.

55

4.4.3 Análise mecânica

A média e o desvio padrão da força máxima estão apresentados na figura 17. Houve

redução da força máxima nos animais submetidos à ovariectomia e, embora não significativa,

a terapia por vibração parece ter exercido efeito osteogênico tanto, no osso osteoporótico

intacto (fêmur esquerdo), como no calo ósseo (fêmur direito).

Figura 17. Média e desvio padrão da força máxima do fêmur. A resistência mecânica foi menor nos animais

ovariectomizados, enquanto que a terapia por vibração exerceu efeito protetor sobre essa perda de resistência

mecânica. O asterisco indica presença de diferença estatisticamente significativa.

Por meio do ensaio mecânico a força máxima mensurada na metáfise distal dos

fêmures esquerdos foi significativamente menor (16%, p>0,05) entre os grupos OVX +FRAT

e CON+FRAT 14 dias. A diferença entre o grupo OVX tratado e o grupo OVX não tratado

não foi estatisticamente significante, mas o grupo OVX+FRAT+TV apresentou aumento de

13% na força máxima em relação ao grupo OVX+FRAT.

Esse aumento também pôde ser notado com relação ao calo ósseo (fêmur direito): a

terapia por vibração proporcionou melhora na força máxima do calo ósseo entre os grupos

OVX+FRAT+TV e OVX+FRAT 14 e 28 dias com aumento de 27% e de 38%,

respectivamente. Nos grupos controle o efeito positivo da terapia por vibração no calo ósseo

não foi observado.

56

4.5 Análise microscópica

Com a tomografia computadorizada foi possível observar toda a estrutura do osso

trabecular e do osso cortical dos fêmures esquerdos (sem fratura), bem como dos calos ósseos

dos fêmures direitos.

4.5.1 Análise da microarquitetura trabecular do fêmur sem fratura

A figura 18 apresenta as imagens tridimensionais das trabéculas ósseas e a figura 19

apresenta as comparações dos resultados quantitativos da microestrutura trabecular (BV,

BV/TV, Tb.N, Tb.Th, Tb.Sp e Conn.D).

A ovariectomia causou deterioração da microarquitetura trabecular das metáfises

femorais, com redução expressiva do número e espessura das trabéculas ósseas, além de

maior espaçamento entre elas. Adicionalmente, a terapia por vibração parece ter minimizado a

perda de tecido trabecular nos animais ovariectomizados (OVX+FRAT+TV), mas não nos

animais do grupo controle (CON+FRAT+TV).

Figura 18. Microarquitetura trabecular da metáfise femoral distal mostrando redução expressiva do osso

trabecular nas ratas ovariectomizadas com fratura (OVX+FRAT), em comparação com animais controle com

fratura (CON+FRAT). Essas alterações foram amenizadas pelo tratamento por terapia por vibração

(OVX+FRAT+TV).

A deterioração trabecular em decorrência da deficiência estrogênica pode ser

confirmada pela quantificação da microarquitetura trabecular nos gráficos da Figura 19. No

período de 14 dias pós-fratura óssea, a ovariectomia reduziu significativamente a

microarquitetura trabecular (redução de 98% no BV, 98% no BV/TV, 96% no Tb.N, 33% na

Tb.Th e 97% na Conn.D, além do aumento de 150% no Tb.Sp) em comparação ao grupo de

57

animais não-ovariectomizados. No período experimental de 28 dias, pós-fratura óssea, as

alterações da microarquitetura trabecular decorrentes da supressão estrogênica persistiram

(redução de 97% no BV, 97% no BV/TV, 96% no Tb.N, 23% na Tb.Th e 97% na Conn.D,

além de aumentar o Tb.Sp em 155%).

Com relação aos grupos ovariectomizados tratados (OVX+FRAT+TV) houve melhora

na microarquitetura trabecular em relação aos grupos não tratados (OVX+FRAT). Este

aumento ocorreu tanto nos grupos de 14 dias pós-fratura (aumento de 158% no BV, 144% no

BV/TV, 116% no Tb.N, 13% na Tb.Th e 69% na Conn.D, além da redução de 11% no

Tb.Sp), como nos grupos de 28 dias pós-fratura (aumento de 113% no BV, 73% no BV/TV,

52% no Tb.N, 13% na Tb.Th e redução de 50% na Conn.D, Figura 15).

Figura 19. Média do volume ósseo total (BV), da porcentagem de tecido ósseo (BV/TV), da quantidade de

trabéculas ósseas (TbN), da espessura das trabéculas ósseas (TbTh), do espaçamento entre as trabéculas ósseas

(TbSp) e da densidade de conexão entre múltiplas trabéculas ósseas (ConnD) dos fêmures sem fratura entre os

grupos experimentais.

58

4.5.2 Análise da microarquitetura do osso cortical

A figura 20 apresenta as imagens tridimensionais do osso cortical não fraturado. A

ovariectomia causou diminuição do volume no córtex diafisário do fêmur esquerdo, porém

essa redução não foi tão notável quanto na região trabecular.

Figura 20. Microestrutura óssea cortical da diáfise femoral mostrando redução de tecido cortical nas ratas

ovariectomizadas (OVX) em comparação aos animais controle (CON). Essas alterações foram amenizadas pelo

tratamento por terapia por vibração.

As alterações da estrutura cortical em decorrência da diminuição estrogênica podem

ser confirmadas pela análise quantitativa dos parâmetros microtomográficos, ilustrados na

Figura 21. Após 104 dias da ovariectomia houve redução de 13% no Ct.V, 23% no Ct.BV/TV

e 13% na Ct.Th, em comparação aos animais controle. Estas alterações não ocorreram no

período de 118 dias pós-ovariectomia.

A figura 21 ilustra o efeito osteogênico da terapia por vibração no aumento do tecido

ósseo cortical nos animais ovariectomizados (OVX+FRAT+TV). No grupo tratado por 14

dias pós-fratura, a terapia por vibração aumentou em 25% o Ct.V e em 7% a Ct.Th. No

período de 28 dias, esse aumento foi de 24% no Ct.V e de 10% no Ct.BV/TV (OVX+FRAT

versus OVX+FRAT+TV).

59

Figura 21. Média e desvio-padrão das variáveis relacionadas à microarquitetura cortical; volume cortical (Ct.V e

Ct.BV/TV), espessura cortical (Ct.Th) dos fêmures sem fratura entre os grupos experimentais.

4.5.3 Análise da microarquitetura do calo ósseo

Na figura 22 estão representadas imagens microtomográficas representativas do calo

ósseo nos diferentes grupos experimentais. Após 14 dias da fratura, a ovariectomia reduziu

em 56% o volume do calo ósseo dos animais do grupo OVX+FRAT, em relação ao grupo

CON+FRAT. No entanto, a terapia por vibração aumentou em mais de três vezes o volume

ósseo das ratas ovariectomizadas (OVX+FRAT+TV), em comparação com o grupo

OVX+FRAT. No período de 28 dias pós-fratura a redução do volume do calo ósseo nos

animais ovariectomizados persistiu (13%), mas a diferença entre os grupos CON+FRAT e

OVX+FRAT foi menor. A terapia por vibração aumentou em 128% o volume do calo ósseo

nos animais do grupo OVX+FRAT+TV em comparação com os animais do grupo

OVX+FRAT. A terapia por vibração não exerceu o mesmo efeito osteogênico nos animais do

grupo controle, em que houve aumento discreto de 17% no volume do calo apenas no grupo

tratado por 14 dias.

60

Figura 22. Imagens do calo ósseo obtidas pelo micro-CT nos diferentes grupos, tanto no plano sagital (figuras

superiores), como transversal (figuras inferiores), mostrando que a ovariectomia (OVX) induziu à redução da

neoformação óssea, com produção de menor calo ósseo que nos grupos controle (CON). A terapia por vibração

aumentou essa neoformação.

Discussão

62

5 DISCUSSÃO

O estrógeno é o principal hormônio regulador do metabolismo ósseo, com atuação

direta nas células ósseas, o que resulta em diminuição na reabsorção e aumento na formação

óssea (CAULEY, 2014). A menopausa é acompanhada de supressão de estrógeno, que por

sua vez está associada à osteoporose (GEUSENS et al.,1986; RIGGS et al., 1986;

FINKELSTEIN et al., 2008). Em virtude da diminuição do estrógeno há grande perda de

massa óssea, com alterações na microarquitetura do osso trabecular e cortical, resistência

óssea, densidade mineral óssea, além de alterações sistêmicas e hormonais. Muitos modelos

experimentais foram desenvolvidos para simular as condições da osteoporose pós-supressão

estrogênica. A ovariectomia tem sido o modelo mais empregado para essa finalidade há

muitos anos (ZARROW et al., 1964) e descrito por Kalu e colaboradores (1989).

A ovariectomia em ratas está bem estabelecida como modelo animal de deficiência de

estrógeno, levando à osteopenia acentuada e, segundo alguns autores, à osteoporose (JEE e

YAO, 2001; MOSEKILDE, 1995). Este procedimento cirúrgico induz à rápida perda de

massa óssea, deterioração trabecular óssea e diminuição da resistência à fratura, simulando as

alterações ósseas observadas em mulheres no período pós-menopausa (KHOSLA, OURSLER

e MONROE, 2012).

Neste estudo utilizamos a ovariectomia como modelo experimental de indução de

osteoporose decorrente da supressão estrogênica. A confirmação da remoção dos ovários

ocorreu na necropsia dos animais (CARBONEL et al., 2011). Além disso, nas ratas

ovariectomizadas foi constatada grande atrofia uterina, com redução da massa uterina em 80

por cento. Aumento na massa corpórea também é um achado relevante com relação aos

animais submetidos à ovariectomia (KOMRAKOVA et al., 2013; STUERMER et al., 2010;

ZHAO et al., 2013). Nossa investigação mostrou que as ratas ovariectomizadas apresentaram

aumento de 80% na massa corpórea após três meses de deficiência estrogênica, enquanto os

animais do grupo controle apresentaram ganho de 48% de massa corporal, no mesmo período.

5.1 Alterações decorrentes da ovariectomia na estrutura de ossos não fraturados

Este estudo mostrou que a ovariectomia provocou alterações significativas no tecido

ósseo íntegro (sem fratura), com redução significativa de 16% na massa óssea, de 4% na

resistência mecânica, além de importante deterioração da microarquitetura óssea. Embora

63

essas alterações tenham sido mais expressivas no osso trabecular (osso esponjoso), a

ovariectomia também induziu alterações no osso lamelar (cortical). No osso esponjoso houve

redução do volume trabecular, do número e espessura das trabéculas, da densidade de

conexão entre elas, além do aumento no espaçamento intertrabecular. No osso cortical houve

redução do volume e da espessura. Estes achados estão de acordo com aqueles descritos por

outros autores que mostraram as mudanças deletérias causadas no tecido ósseo de mulheres

pós-menopausa (CAULEY, 2014; KHOSLA, OURSLER e MONROE, 2012), bem como a

osteoporose induzida através da redução do estrógeno em modelos animais (JEE e YAO,

2001; RUBIN et al., 2001).

No presente estudo o período de 104 dias (90 dias pós-ovariectomia + 14 dias de

seguimento pós-fratura fratura) e 118 dias (90 dias pós-ovariectomia + 28 dias de seguimento

pós-fratura) acarretaram perda de 39% e 16%, respectivamente na densidade mineral óssea. O

conteúdo mineral ósseo também apresentou redução expressiva de 36% após 104 dias de

ovariectomia. Nossos resultados estão em acordo com estudos prévios, que também

mostraram os efeitos deletérios da ovariectomia no tecido ósseo (NOVAK et al., 2014;

WEHRLE et al., 2015).

Os achados microscópicos deste estudo estão de acordo com evidências

densitométricas de perda de massa óssea induzida pela ovariectomia, concordando com

Wherle colaboradores (2015), Komrakova e colaboradores (2013), Stuermer e colaboradores

(2010) e He e claboradores (2011). De fato, a ovariectomia acarretou redução significativa da

microarquitetura óssea, tanto nas trabéculas do osso esponjoso, como nas trabéculas do osso

cortical. Segundo Stuermer e colaboradores (2010) há perda óssea nos dois tipos de osso após

70 dias de ovariectomia. He e colaboradores (2011) avaliaram a perda de massa óssea em

menor período de tempo de ovariectomia, e concluíram que 30 dias de supressão estrogênica

são suficientes para gerar alterações estruturais do tecido ósseo trabecular e cortical.

Nossos resultados mostram que, em comparação com o osso normal, 104 dias pós-

ovariectomia houve redução de 98% no volume trabecular, 96% no número de trabéculas,

33% na espessura trabecular e 97% na densidade de conexão intertrabecular, além do

aumento de 150% no espaçamento entre as trabéculas. Resultados similares, mas em menores

proporções foram observados no osso cortical, no mesmo período de supressão estrogênica:

redução de 23% no volume cortical e 13% na espessura do córtex. No período de 118 dias

pós-ovariectomia a deterioração trabecular persistiu, com redução de 97% no volume

trabecular, 96% no número de trabéculas, 23% na espessura trabecular e 97% na densidade de

conexão intertrabecular, além do aumento de 155% no espaçamento entre as trabéculas.

64

Curiosamente, não foi observada alteração cortical após 118 dias de ovariectomia, o

que pode estar relacionado com o aumento de 3% na massa corpórea das ratas

ovariectomizadas nos períodos subsequentes à ovariectomia. O ganho da massa corpórea do

animal com consequente maior solicitação óssea pode justificar os achados da resistência

mecânica óssea em relação à fratura durante o ensaio mecânico. Enquanto que, no período de

104 dias pós-ovariectomia houve redução de 16% na força máxima, no período de 118 dias

essa diferença não foi observada.

5.2 Alterações na consolidação óssea decorrentes da ovariectomia

A supressão estrogênica não atua somente na qualidade óssea de ossos intactos, sem

fratura mas também age sobre a consolidação óssea que é negativamente afetada em mulheres

pós-menopáusicas (SCHILCHER et al., 2014; SINGER et al., 2015; ZOFKOVA,

NEMCIKOVA e KUKLIK, 2015) e em animais submetidos à ovariectomia (HE et al., 2011;

KOMRAKOVA et al., 2013; STUERMER et al., 2010; WEHRLE et al., 2015). Muitos

fatores influenciam a alteração do reparo ósseo normal, como idade avançada, alterações

hormonais, tabagismo, doenças osteometabólicas, agentes farmacológicos e algumas

condições sistêmicas como a diabetes (URABE et al., 2003; DINIZ et al., 2008;

OGASAWARA et al., 2008)

Diversos estudos experimentais foram desenvolvidos para investigar os efeitos da

supressão estrogênica na consolidação do tecido ósseo pós-lesão. No entanto, esses métodos

utilizaram modelos como pequenas osteotomias (KOMRAKOVA et al., 2013; STUERMER

et al., 2010; WEHRLE et al., 2015) ou perfurações ósseas (HE et al., 2011), que podem não

simular todos os eventos fisiológicos comumente observados em uma fratura completa.

Em nosso estudo produzimos fratura óssea pelo método fechado por meio de trauma

mecânico. Esse tipo de fratura, assim como os eventos fisiológicos envolvidos para o reparo

ósseo, provavelmente são mais semelhantes às fraturas observadas clinicamente.

Leung e colaboradores (2009) utilizaram modelo semelhante ao nosso para produção

da fratura fechada e posterior estudo da consolidação óssea, no entanto, avaliaram ratos

controle sem perda de massa óssea.

Em nosso estudo a ovariectomia reduziu a formação do calo ósseo em 19% e a área do

calo em 6%, mostrando o atraso na formação e mineralização óssea do calo. No período de

duas semanas pós-fratura, houve redução de 19% na densidade do calo ósseo nos animais

65

ovariectomizados e, essa redução aumentou para 34% no período de quatro semanas pós-

fratura. No período de duas semanas pós-fratura, houve redução de 16% no conteúdo mineral

do calo ósseo nos animais ovariectomizados. Estes achados estão de acordo com Shi e

colaboradores (2010) que concluíram que a deficiência de estrógeno está relacionada a

alterações na consolidação óssea. Wehrle e colaboradores (2015) comprovaram redução de

91% na densidade do calo ósseo de animais submetidos à osteotomia.

5.3 Efeitos da terapia por vibração no tecido ósseo e na consolidação pós-fratura

Conhecendo os efeitos deletérios da supressão estrogênica na qualidade óssea, sabe-se

que a osteoporose é um dos fatores relacionados com o risco de fratura, o que reduz

significativamente a qualidade de vida e aumenta a taxa de morbidade e mortalidade

(GAUMET et al., 1996).

Desta forma, há esforços na tentativa de melhorar a consolidação óssea por meio de

recursos não farmacológicos, sendo um desses recursos a aplicação da vibração. O efeito

osteogênico da terapia por vibração no tecido ósseo parece estar bem definido na literatura,

embora ainda haja grande divergência de resultados em decorrência da grande variação entre

os programas de treinamento; frequência e amplitude da plataforma vibratória, além da

duração e frequência do tratamento (NOWAK et al., 2014; RUBIN et al., 2001; VANLEENE

e SHEFELBINE, 2013; ZHOU et al., 2015).

Neste estudo a terapia por vibração aplicada após a fratura proporcionou aumento de

27% na densidade e no conteúdo mineral óssea do fêmur esquerdo (não fraturado) dos

animais ovariectomizados. Em relação à microarquitetura do calo ósseo, a terapia por

vibração mostrou-se eficaz em minimizar as alterações decorrentes da ovariectomia; a

vibração proporcionou aumento significativo de 158% no volume trabecular, 116% no

número de trabéculas, 13% na espessura das trabéculas, 69% na densidade de conexões

intertrabeculares, além de redução de 11% no espaçamento entre as lamelas. Alterações

positivas no mesmo período também foram observadas no osso cortical, porém em menor

intensidade, sendo que a vibração aumentou o volume cortical em 25%. No período de 28 dias

pós-fratura, a vibração proporcionou aumento significativo de 113% no volume trabecular,

52% no número de trabéculas e 13% na espessura das trabéculas. Alterações positivas no

mesmo período também foram observadas no osso cortical, porém em menor escala, sendo

que a vibração aumentou seu volume em 24%.

66

Além das alterações densitométricas e microestruturais, a terapia por vibração

aumentou em 13% a resistência mecânica do osso.

Embora a terapia por vibração tenha desempenhado melhora expressiva na qualidade

de ossos osteoporóticos de ratas ovariectomizadas, resultados semelhantes não foram

observados nos grupos controles. Ou seja, a importante atuação da terapia por vibração como

recurso osteogênico parece ocorrer em situações onde a perda de massa óssea está instalada.

Assim, nos ossos normais seu efeito osteogênico não foi significativo. Reforçando este

achado, Stuermer e colaboradores (2010) concluíram que a terapia por vibração exerceu maior

efeito em ossos osteoporóticos de ratas ovariectomizadas que em ratas não-ovariectomizadas.

Diante dos resultados positivos da terapia por vibração no tecido ósseo osteoporótico

íntegro, diversos autores também investigaram os efeitos da vibração na consolidação de

fraturas. Embora haja divergências de resultados em virtude da variação metodológica,

estudos apontam resultado benéfico da vibração na consolidação óssea (KOMRAKOVA et

al., 2013; LEUNG et al., 2009; SHI et al., 2010; STUERMER et al., 2010; WEHRLE et al.,

2015). Em nosso estudo a terapia por vibração aplicada 14 dias após a fratura proporcionou

aumento de 21% na densidade e 28% no conteúdo mineral do calo ósseo das ratas

ovariectomizadas. Além disso, houve aumento de 317% no volume do calo. Quando aplicada

28 dias pós-fratura, a terapia por vibração causou aumento de 7% na densidade e 10% no

conteúdo mineral do calo ósseo das ratas ovariectomizadas. Além disso, houve aumento de

128% no volume do calo.

Komrakova e colaboradores (2013) e Wehrle e colaboradores (2015) observaram que a

terapia por vibração apresentou melhora na consolidação de defeitos ósseos provocados em

ratas osteoporóticas. Stuermer e colaboradores (2010) estudaram o efeito da terapia por

vibração em ossos de ratas ovariectomizadas, encontrando aumento significativo na densidade

mineral óssea. No entanto, esses autores utilizaram o modelo de perfuração óssea, em que não

há a formação de calo ósseo por ossificações endocondral e sim intramembranosa. Leung e

colaboradores (2009) e Shi e colaboradores (2010) concluíram que a terapia por vibração

acelerou o processo de consolidação óssea, a formação do calo ósseo, remodelação,

mineralização e restauração mecânica. Entretanto, Shi e colaboradores aplicaram a terapia por

vibração cinco vezes por semana, o que não é muito realista na realidade clínica.

Embora a terapia por vibração tenha desempenhado melhoras expressivas na qualidade

dos calos ósseos de ratas ovariectomizadas os resultados obtidos nos grupos controles não

foram relevantes, ou seja, a terapia por vibração não apresentou papel relevante como

67

acelerador da consolidação de fraturas em ossos normais, quando comparados com ossos

osteoporóticos.

Com base em nossos resultados, a terapia por vibração exerceu importante papel na

melhora da qualidade do tecido e do calo ósseo em situações em que a perda de massa óssea

já esteja instalada. Estes resultados sugerem que este recurso possa ser incorporado nos

programas de reabilitação para estimular a formação óssea, nas condições estudadas nesta

investigação.

Conclusões

6 CONCLUSÕES

A aplicação da vibração foi eficaz em minimizar as deteriorações causadas pela

deficiência estrogênica, tanto no osso íntegro, como no calo ósseo, acelerando o processo de

consolidação e mineralização do calo ósseo na fase mais precoce. Este processo ocorreu de

maneira bastante evidente na fase de reparação óssea de calo mole, mas não na fase de calo

duro.

Referências

71

REFERÊNCIAS

AIRES, M. M. Fisiologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2008.

ASSIOTIS, A., SACHINIS, N.P, CHALIDIS, B.E. Pulsed electromagnetic fields for the

treatment of tibial delayed unions and nonunions. A prospective clinical study and review of

the literature. J Orthop Surg Res., v. 7, p. 24, 2012.BANDEIRA F., MACEDO G., CALDAS

G., GRIZ L., FARIA M. Osteoporose. Rio de Janeiro: Medsi. 390p. Cap 3, p.31-49, 2000.

BLAND, R. Steroid hormone receptor expression and action in bone. Clin Sci, London, v.98,

p.217-240, Feb. 2000.

BONNET, N., LAROCHE, N., BEAUPIED, H., VICO, L., DOLLEANS, E., BENHAMOU,

C. L., COURTEIX, D. Doping dose of salbutamol and exercise training: impact on the

skeleton of ovariectomized rats. J Appl Physiol, v.103, n.2, p.524-533, Aug. 2007.

BURGHARDT, A. J., T. M. LINK, et al. High-resolution computed tomography for clinical

imaging of bone microarchitecture. Clin Orthop Relat Res, v. 469, n. 8, p. 2179-2193. 2011

BURR, D. B., ROBLING, A. G., TURNER, C. H. Effects of biomechanical stress on bones

in animals. Bone, v.30,n.5, p.781-786.2002.

CARBONEL, A. A. F., SIMÕES, R.S., RABELO, R.H.B., BARACAT, M.C.P, SIMÕES,

M.J., BARACAT,E.C. Efeitos das isoflavonas em altas doses sobre o útero da rata. Revista da

Associação Médica Brasileira, v. 57, n. 5, p. 534-539, 2011.

CAULEY, J. A. Estrogen and bone health in men and women. Steroids, v., n., p. 2014.

CHAO, E.Y.S., INOUE, N., KOO,T.K.K., KIM,Y.H. Biomechanical considerations of

fracture treatment and bone quality maintenance in elderly patients and patients with

osteoporosis. Clinical orthopaedics and related research, v. 425, p. 12-25, 2004.

COOPER C., ATKINSON E.J., JACOBSEN S.J., O'FALLON W.M., MELTON L.J.

Population based study of survival after osteoporotic fractures. Am J Epidemiol, v.137,

p.1001–5. 1993.

CORONHO V., PETROIANU A., SANTANA E.M., PIMENTA L.G. Tratado de

endocrinologia e cirurgia endócrina. Guanabara-Koogan:Rio de Janeiro, 1 ed, 2001.

D'AMELIO, P., GRIMALDI, A., DI BELLA, S., BRIANZA, S. Z., CRISTOFARO, M. A.,

TAMONE, C., GIRIBALDI, G., ULLIERS, D., PESCARMONA, G. P., ISAIA, G. Estrogen

deficiency increases osteoclastogenesis up-regulating T cells activity: a key mechanism in

osteoporosis. Bone, v.43, n.1, p.92-100, Jul. 2008.

DINIZ, S. F., AMORIM F.P., et al. Alloxan-induced diabetes delays repair in a rat model of

closed tibial fracture. Braz J Med Biol Res, v. 41, n. 5, p. 373-379. 2008.

FAZZALARI, N. L. Bone fracture and bone fracture repair. Osteoporos Int, v. 22, n. 6, p.

2003-2006. 2011.

72

FERNANDES C.E., MELO N.R., WEBHA S. Osteoporose pós-menopáusica. Climatério

feminino. Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. São Paulo: Lemos Editorial; 1999. p. 93-

139.

FINKELSTEIN, J. S., S. E. BROCKWELL, et al. Bone mineral density changes during the

menopause transition in a multiethnic cohort of women. J Clin Endocrinol Metab, 2266953, v.

93, n. 3, p. 861-868. 2008.

FUCHS, R. K., SHEA, M., DURSKI, S. L., WINTERS-STONE, K. M., WIDRICK, J.,

SNOW, C. M. Individual and combined effects of exercise and alendronate on bone mass and

strength in ovariectomized rats. Bone, v.41, n.2, p.290-296, Aug. 2007.

GEUSENS, P., J. DEQUEKER, et al. Age-, sex-, and menopause-related changes of vertebral

and peripheral bone: population study using dual and single photon absorptiometry and

radiogrammetry. J Nucl Med, v. 27, n. 10, p. 1540-1549. 1986.

GIANNOTTI S, BOTTAI V, PINI E, DELL’OSSO G, DE PAOLA G, GUIDO G. Clinical

and surgical approach of severe bone fragility fracture: clinical case of 4 fragility fracture in

patient with heavy osteoporosis. Clin Cases Miner Bone Metab, v.10, n.1, p.52-55. 2013.

GILSANZ V., WREN T.A., SANCHEZ M., DOREY F., JUDEX S., RUBIN C. Low-level,

high-frequency mechanical signals enhance musculoskeletal development of Young women

with low BMD. J Bone Miner Res. v.21, p.1464–74. 2006.

GRUBER R., KOCH H., DOLL B.A., TEGTMEIER F., EINHORN T.A, HOLLINGER J.O.

Fracture healing in the elderly patient. Exp Gerontol, v.41, n.11, p.1080-93. Nov. 2006.

HANLEY, D.A. Biochemical markers of bone turnover. The osteoporosis primer, 1st ed.

Cambridge: University Press, p.239-252, 2000.

HE, Y.X., ZHANG G., PAN X.H., LIU Z., ZHENG L.Z., CHAN C.W., LEE K.M., CAO

Y.P., LI G., WEI L., HUNG L.K., LEUNG K.S., QIN L. Impaired bone healing pattern in

mice with ovariectomy-induced osteoporosis: A drill-hole defect model. Bone. v.48, n.6,

p.1388-400. Jun. 2011.

JEE, W. S.; YAO, W. Overview: animal models of osteopenia and osteoporosis. J

Musculoskelet Neuronal Interact, v. 1, n. 3, p. 193-207, 2001.

JUNQUEIRA, L.C., CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10a ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2004.

KALFAS, I.H. Principles of bone healing. Neurosurg Focus, 2001.

KALU, D.N. The ovariectomized rat model of postmenopausal bone loss. Endocrinol, v.124,

n.1, p.7-16, 1991.

KANIS J.A., ODEN A., JOHNELL O., JONSSON B., DE LAET C., DAWSON A. The

burden of osteoporotic fractures: a method for setting intervention thresholds. Osteoporos Int,

v.12, p.417–27. 2001.

73

KAYAL, R. A., J. Alblowi, et al. Diabetes causes the accelerated loss of cartilage during

fracture repair which is reversed by insulin treatment. Bone, v. 44, n. 2, p. 357-363. 2009.

KEILER, A. M., ZIERAU, O., VOLLMER, G., SCHARNWEBER, D., BERNHARDT, R.

Estimation of an early meaningful time point of bone parameter changes in application to an

osteoporotic rat model with in vivo microcomputed tomography measurements. Lab Anim,

v.46, n.3, p.237-244. 2012.

KHOSLA, Sundeep; OURSLER, Merry Jo; MONROE, David G. Estrogen and the skeleton.

Trends in Endocrinology & Metabolism, v. 23, n. 11, p. 576-581, 2012.

KOBAYASHI, M., HARA, K., AKIYAMA, Y. Effects of vitamin K2 (menatetrenone) on

calcium balance in ovariectomized rats. Jpn J Pharmacol., v.88, n.1, p.55-61, Jan. 2002.

KONG, Y.Y., YOSHIDA, H., SAROSI, I., TAN, H.L., et al. OPGL is a key regulator of

ostoclastogenesis, lymphocyte development and lymph-node organogenesis. Nature, v.397,

n.28, p.315-323, 1999.

KOMRAKOVA M., SEHMISCH S., TEZVAL M., AMMON J., LIEBERWIRTH P.,

SAUERHOFF C., TRAUTMANN L., WICKE M., DULLIN C., STUERMER K.M.,

STUERMER E.K. Identification of a vibration regime favorable for bone healing and muscle

in estrogen-deficient rats. Calcif Tissue Int, v.92, n.6, p. 509-20. Jun. 2013.

LEUNG K.S., SHI H.F., CHEUNG W.H., QIN L., NG W.K., TAM K.F., ET AL. Low-

magnitude high-frequency vibration accelerates callus formation, mineralization, and fracture

healing in rats. J Orthop Res, v.27, p.458–65. 2009.

LUU, Y. K., PESSIN, J. E., JUDEX, S., RUBIN, J., RUBIN, C. T. Mechanical signals as a

non-invasive means to influence mesenchymal stem cell fate, promoting bone and

suppressing the fat phenotype. Bonekey Osteovision, v.6,n.4, p.132-149. 2009.

MCKIBBIN, B. The biology of fracture healing in long bones. J Bone Joint Surg Br, v. 60-B,

n. 2, p. 150-162. 1978.

MERLOZ, P. Macroscopic and microscopic process of long bone fracture healing.

Osteoporos Int, v. 22, n. 6, p. 1999-2001. 2011.

MOSEKILDE, L. Assessing bone quality—animal models in preclinical osteoporosis

research. Bone. v.17, n.4, p.S343-S352. 1995.

MUNDY, G. R. Pathogenesis of osteoporosis and challenges for drug delivery. Adv Drug

Deliv Rev, n.42, p.165–173, 2000.

NECO, G.P.B. Proposta cinesioterápica no tratamento da mulher climatérica. Fisioter Mov,

v.7, n.1, p.30-48, 1994.

NOWAK, A., LOCHYŃSKI, D., PAWLAK, M., ROMANOWSKI, W., KRUTKI, P. High-

Magnitude Whole-Body Vibration Effects on Bone Resorption in Adult Rats. Aviation, space,

and environmental medicine., v.85, n.5, p.518-521. 2014.

74

OGASAWARA, A., A. NAKAJIMA, et al. Molecular basis for affected cartilage formation

and bone union in fracture healing of the streptozotocin-induced diabetic rat. Bone, v. 43, n. 5,

p. 832-839. 2008.

OKAZAKI, R., INOUE, D., SHIBATA, M., SAIKA, M., KIDO, S., OOKA, H.,

TOMIYAMA, H., SAKAMOTO, Y., MATSUMOTO, T. Estrogen promotes early osteoblast

differentiation and inhibits adipocyte differentiation in mouse bone marrow stromal cell lines

that express estrogen receptor (ER) alpha or beta. Endocrinology, v.143, n.6, p.2349-2356,

Jun. 2002.

RAY N.F., CHAN J.K., THAMER M., MELTON L.J. Medical expenditures for the treatment

of osteoporotic fractures in the United States in 1995: report from the National Osteoporosis

Foundation. J Bone Miner Res. v.12, p.24–35. 1997.

RIGGS, B. L., H. W. WAHNER, et al. Rates of bone loss in the appendicular and axial

skeletons of women. Evidence of substantial vertebral bone loss before menopause. J Clin

Invest, 424550, v. 77, n. 5, p. 1487-1491. 1986.

RIGGS, B.L. The mechanisms of estrogen regulation of bone resorption. J Clin Invest, v. 106,

n.10, p. 1203-04, Nov. 2000.

RUBIN C.T., RECKER R.., CULLEN D., RYABY J., MCCABE J., MCLEOD K. Prevention

of postmenopausal bone loss by a low-magnitude, high-frequency mechanical stimuli: a

clinical trial assessing compliance, efficacy, and safety. J Bone Miner Res. V.19, p.343–5.

2004.

RUBIN, C. T., SOMMERFELDT, D. W., JUDEX, S., QIN, Y. X. Inhibition of osteopenia by

low magnitude, high-frequency mechanical stimuli. Drug Discov Today, v.6, n.16, p.848-858.

2001.

RUFF, C., HOLT, B., TRINKAUS, E. Who's afraid of the big bad Wolff ?:“Wolff's law” and

bone functional adaptation. Am J Phys Anthropol, v.129, n.4, p.484-498. 2006.

SARAIVA G.L., LAZARETTI-CASTRO M. Marcadores Bioquímicos da Remodelação

Óssea na Prática Clínica. Arq Bras Endocrinol Metab, v.46, n.1, p.72-78, Fev. 2002.

SCHILCHER, J., KOEPPEN, V., ASPENBERG, P., MICHAËLSSON, K. Risk of atypical

femoral fracture during and after bisphosphonate use. New England Journal of Medicine.

v.371, n.10, p.974-976. 2014.

SINGER, A., EXUZIDES, A., SPANGLER, L., O’MALLEY, C., COLBY, C., JOHNSTON,

K., KAGAN, R. Burden of Illness for Osteoporotic Fractures Compared With Other Serious

Diseases Among Postmenopausal Women in the United States. In Mayo Clinic Proceedings.

v. 90, n.1, p. 53-62, Jan. 2015.

SIMÕES, P. A., ZAMARIOLI, A., BLOES, P., MAZZOCATO, F. C., PEREIRA, L. H.,

VOLPON, J. B., SHIMANO, A. C. Effect of treadmill exercise on lumbar vertebrae in

ovariectomized rats: anthropometrical and mechanical analyses. Acta Bioeng Biomech, v.10,

n.2, p.39-41, 2008.

75

SHI H.F., CHEUNG W.H., QIN L., LEUNG H.C.A., LEUN K.S. Low-magnitude high-

frequency vibration treatment augments fracture healing in ovariectomy-induced osteoporotic

boné. Bone,v.46, p.1299–130. 2010.

SHIGUEMOTO, G. E., PRESTES, J., LEITE, R. D., PEREIRA, G. B., PONTES, C. L. S.,

D'ÁVILA, F. V., PEREZ, S. E. A. Effects of resistance training on matrix

metalloproteinase‐ 2 activity and biomechanical and physical properties of bone in

ovariectomized and intact rats. Scand J Med Sci Sports, v.22,n.5, p.607-617. 2012.

SMITH, E.L., GILLIGAN, C. Mechanical forces and bone. J Bone Miner Res, v.6, p.139-173,

1989.

STUERMER E.K., KOMRAKOVA M., WERNER C., WICKE M., KOLIOS L.,

SEHMISCH S., TEZVAL M., UTESCH C., MANGAL O., ZIMMER S., DULLIN C.,

STUERMER K.M. Musculoskeletal Response To Whole-Body Vibration During Fracture

Healing In Intact And Ovariectomized Rats. Calcif Tissue Int., v.87, n.2 p.168-80. Aug. 2010

THOMPSON, D. D.; SIMMONS, H. A.; PIRIE, C. M.; KE, H. Z. FDA Guidelines and

animal models for osteoporosis. Bone, v.17, n.4, p.125S-133S, 1995.

TOMKINSON, A., GEVERS, E. F., WIT, J. M., REEVE, J., NOBLE, B. S. The role of

estrogen in the control of rat osteocyte apoptosis. J Bone Miner Res, v.13, n.8, p.1243-50,

Aug. 1998.

TOMKINSON, A., REEVE, J., SHAW, R. W., NOBLE, B. S. The death of osteocytes via

apoptosis accompanies estrogen withdrawal in human bone. J Clin Endocrinol Metab, v.82,

n.9, p.3128-35, Sep. 1997.

TURNER, A.S. Animal models of osteoporosis: necessity and limitations. Eur Cells Mater,

v.1, n.1, p.66-81, 2001.

URABE, K., H. J. KIM, et al. Determination of the complete cDNA sequence of rat type II

collagen and evaluation of distinct expression patterns of types IIA and IIB procollagen

mRNAs during fracture repair in rats. J Orthop Sci, v. 8, n. 4, p. 585-590. 2003.

VANLEENE, M., SHEFELBINE, J.S. Therapeutic impact of low amplitude high frequency

whole body vibrations on the osteogenesis imperfecta mouse bone. Bone, v. 53, n. 2, p. 507-

514, 2013.

WEHRLE, E., LIEDERT, A., HEILMANN, A., WEHNER, T., BINDL, R., FISCHER, L.,

IGNATIUS, A. The impact of low-magnitude high-frequency vibration on fracture healing is

profoundly influenced by the oestrogen status in mice. Disease models & mechanisms, v.8,

n.1, p.93-104. 2015.

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for preclinical avaluation and

clinical trials in osteoporosis. WHO Library Cataloguing in Publication Data. Geneva, p. 68,

1998.

76

WOLF S., AUGAT P., ECKERT-HÜBNER K., LAULE A., KRISCHAK G.D., CLAES L.E.;

Effects of high-frequency, low-magnitude mechanical stimulus on bone healing. Clin Orthop

Relat Res, v.385, p.192-8. Apr. 2001.

XIE L., RUBIN C., JUDEX S. Enhancement of the adolescent murine musculoskeletal system

using low-level mechanical vibrations. J Appl Physiol, v.104, p.1056–62. 2008.

ZAKI, M. E. Effects of Whole Body Vibration and Resistance Training on Bone Mineral

Density and Anthropometry in Obese Postmenopausal Women. Journal of osteoporosis,

v.2014, 2014.

ZARROW, M.X., YOCHIM. J.M., MCCARTHY, J.L., SANBORN. R.C. Experimental

endocrinology: a sourcebook of basic techniques. New York: Academic Press; 1964.

ZAMARIOLI, ARIANE. Estudo Da Estrutura Óssea De Ratos Após Lesão Medular: Análise

Da Intervenção De Técnicas Fisioterapêuticas. 2012.

ZHANG, Y., DONG, X.L., LEUNG, P.C.; CHE, C.T.; WONG, M.S. Fructus ligustri lucidi

extract improves calcium balance and modulates the calciotropic hormone level and vitamin

D-dependent gene expression in aged ovariectomized rats. Menopause, v.5, n.3, p.1-8, 2008.

ZHAO, Q., LIU, X., ZHANG, L., SHEN, X., QI, J., WANG, J., DENG, L. Bone selective

protective effect of a novel bone-seeking estrogen on trabecular bone in ovariectomized rats.

Calcified tissue international, v.93, n.2, p.172-183. 2013.

ZHOU, Y., GUAN, X., LIU, T., WANG, X., YU, M., YANG, G., & WANG, H. Whole body

vibration improves osseointegration by up-regulating osteoblastic activity but down-

regulating osteoblast-mediated osteoclastogenesis via ERK1/2 pathway. Bone, v.71, p.17-24.

2015.

ZOFKOVA, I., NEMCIKOVA, P., KUKLIK, M. Polymorphisms associated with low bone

mass and high risk of atraumatic fracture. Physiological research/Academia Scientiarum

Bohemoslovaca, 2015.

77

Manuscrito

WHOLE-BODY VIBRATION IMPROVES BONE HEALING STATUS AND BONE

QUALITY IN RATS WITH OVARIECTOMY-INDUCED OSTEOPOROSIS

Mariana M Butezloff, PT1, Ariane Zamarioli, PT, PhD

2; Graziela B Leoni, DDS

3, Manoel D

Sousa-Neto, DDS, PhD4; José B Volpon, MD, PhD

5

1Mariana Maloste Butezloff, PT, Fellow Master degree

2Ariane Zamarioli, PT, PhD. Research Fellow

3 Graziela Bianchi Leoni, DDS, Fellow PhD degree

4 Manoel Damião Sousa-Neto, DDS, PhD

5Jose Batista Volpon, MD, PhD. Full Professor

1,2,3Department of Biomechanics, Medicine and Rehabilitation, Faculty of Medicine of Ribeirao

Preto, University of Sao Paulo, Brazil

4,5Department of Endodontology, Faculty of Odontology of Ribeirao Preto, University of Sao

Paulo, Brazil

Corresponding author:

Ariane Zamarioli, PT, PhD

Laboratory of Bioengineering - Department of Biomechanics, Medicine and Rehabilitation

Faculty of Medicine of Ribeirao Preto, University of Sao Paulo

3900 Av Bandeirantes, Ribeirão Preto, SP 14049-900. Brazil

Tel/Fax: 55-16-36302-3272 / 36020225

Email: [email protected]

79

ABSTRACT

Purpose to investigate vibration therapy on femoral bone healing fractures both in intact and

ovariectomized rats.

Methods Twenty-eight seven-week-old ovariectomized Wistar rats and twenty-eight intact

age-matched control rats comprised four groups: [1] Control rats with femoral fracture (CON,

n=14), [2] Ovariectomized rats with femoral fracture (OVX, n=14), [3] Control rats with femoral

fracture, which underwent vibration therapy (CON+VT, n=14) and, [4] OVX rats with femoral

fracture, which underwent vibration therapy (OVX+VT, n=14). Three months after ovariectomy,

a closed complete fracture was produced at the mid-diaphysis of the right femur which was

stabilized with a 1-mm-diameter Kirschner wire was introduced into the medullary canal. X-ray

was taken to confirm the fracture alignment and fixation. Three days later the OVX+VT rats and

their age-matched controls (CON+VT) underwent whole-body vibration therapy (1mm vertical

displacement, 60Hz frequency for 20 minutes, three times per week for either 14 or 28 days). At

14 and 28 days post-fracture, seven rats from each group were killed and the femurs harvested to

be analyzed by tridimensional microstructure analysis (microCT), bone mineral density and

mechanical test. Results the ovariectomized rats exhibited a substantial loss of bone mass and

severe impairment in bone microarchitecture, both on the non fractured bone femur and on the

bone callus. Conversely, whole-body vibration therapy exerted an important role at ameliorating

bone mass, bone strength and at improving trabecular and cortical bone microstructure in the

estrogen-deficient rats. Conclusion vibration therapy improved bone callus formation in the

ovariectomized rats, where bone callus density, strength and callus volume were increased.

Keywords Ovariectomized rat · Osteoporosis · Bone · Bone healing · Physical and

rehabilitation medicine · Whole-body vibration

80

Introduction

It is well known that estrogen plays an important role as a bone metabolism regulator,

exerting direct effects on the bone cells, resulting decreased bone resorption while bone

formation is maintained (Cauley, 2014). Thus, several studies show that menopause

accompanying depletion of estrogen is associated with osteoporosis (Geusens et al., 1986;

Riggs et al., 1986; Finkelstein et al., 2008).

The rat ovariectomy is a well-established small animal model to study bone loss due to

estrogen deficiency (Mosekilde, 1995; Jee e Yao, 2001). The ovariectomy induces a rapid loss

of trabecular bone mass and strength, which mimics the bone changes following menopause

in humans (Khosla et al., 2012). Bone healing quality is also impaired with estrogen

suppression. Clinical and experimental studies have shown that bone healing is delayed or

impaired in both postmenopausal women and estrogen depletion-induced osteoporotic

animals (He et al., 2011). Bone healing is a specialized repair process, which involves a

cascade of events, including inflammation reaction, callus mineralization and callus

remodeling (Einhorn, 1998; 2005). Several mechanisms are responsible for these events in

post-menopausal women and in post-ovariectomized animals.

It has been recently demonstrated that the dysregulation of estrogen receptors expression

in ovariectomized animals (OVX) impairs bone healing (i.e. reduction of angiogenic factors;

reduction of bone formation marker and increased bone resorption) (He et al., 2011), leading

to a delayed bone healing or non-union. On the other hand, micromovements at the fracture

site seems to stimulate bone formation and fracture repair (Yamaji et al., 2001). Therefore,

controlled mechanical conditions may exert beneficial effects on bone fracture healing.

Several studies have demonstrated the osteogenic effect of vibration therapy on both

humans (Pang et al., 2013; Gomez-Cabello et al., 2014; Liphardt et al., 2015) and

experimental animals (Rubin et al., 2001; Vanleene e Shefelbine, 2013; Zhou et al., 2015).

However, literature has not been yet completely elucidated about the effects of vibration

therapy on the fracture healing. Previous authors have reported the effects of whole-body

vibration therapy on the bone osteotomy (Stuermer et al., 2010; Komrakova et al., 2013;

Wehrle et al., 2015), but none of them investigated its effects on bone secondary healing via

callus formation in complete fracture. Therefore, the purpose of this work was to assess the

effects of vibration therapy on the bone tissue and on the bone callus in both intact and

ovariectomized rats.

81

Methods

Animals

Fifty-six seven-week-old female Wistar rats (Rattus norvegicus albinus; body mass,

210±10 g) were used in this study and were kept under standard laboratory conditions (room

temperature 22±2ºC, humidity 55±5%, 12-h light-dark cycles). Young adult rats were fed

unrestrictedly with standard laboratory animal chow, containing 1.15% calcium and 0.88%

phosphorus; they were offered water ad libitum. The experimental protocol and all of the

animal care described herein were previously approved by the Animal Care and Use

Committee of our Institution. After one week of acclimatization, the animals were randomly

assigned to one of four groups: [1] Control rats with provoked femoral fracture (CON, n=14),

[2] Ovariectomized rats with provoked femoral fracture (OVX, n=14), [3] Control rats with

provoked femoral fracture, which underwent whole body vibration therapy (CON+VT, n=14)

and [4] OVX rats with provoked femoral fracture, which underwent whole body vibration

therapy (OVX+VT, n=14).

Ovariectomy and Post-operative Care

Rats were anesthetized with an intramuscular injection of xylazin (0.2 mL/kg) and

ketamine (0.4 mL/kg) mixture and submitted to bilateral extraction of ovaries through a

dorsolateral approach (Simoes et al., 2008). Age-matched control rats were submitted to a

sham surgery, where ovaries were only surgically exposed but not disturbed. After operation,

animals were housed in regular cages (four rats per cage) with o restriction to the access of

water and chow. All rats received intramuscular buprenorphine (0.03 mg/kg) twice a day for

five days for post-operative pain.

Closed Femoral Fracture, Surgery and Post-operative Care

Three months after ovariectomy (or sham surgery) animals were anesthetized and

underwent femoral fracture followed by surgical procedure for bone fragment stabilization.

Firstly, the right forelimb was shaved and then disinfected with 70% alcohol. Subsequently,

the rat was placed in a device especially manufactured to perform a closed fracture in the mid-

femur. For this, the animal right tight was firmly hold on two metallic supports and a lever

mechanism was lowered so that a blunt blade aimed at the mid-tight (third class lever). Then,

a force was applied until a lacking of resistance was felt and an abnormal movement was felt

at the fracture site. Next, the animal was removed from the device and a 10% polyvinyl

pyrrolidone-iodine was applied to the right pelvis and entire hindlimb. Under ordinary

82

surgical isolation a mini-incision was made on the lateral part of the tight, at the fracture level,

and through the intermuscular septum the fracture was carefully exposed and inspected. Then,

a 1-mm Kirschner wire was introduced into the medullary canal of the proximal fragment

until its tip protruded through the skin, just above the trochanteric region. The fracture was

reduced and the distal tip of the K wire was advanced until it reached the condylar region. The

exceeding portion of the K wire on the pelvic region was bent, cut and undermined close to

the major trochanter. A digital X-ray was taken to check for the fracture reduction and

fixation. The surgical incision was closed with absorbable suture and the incision was sprayed

with a solution (Adestro, SP, Brazil) to avoid self-mutilation.

Any fractures not consistent with standardized location criterion (mid-diaphyseal) or

grossly comminuted were excluded. The animals were then housed in individual cages and

were provided water and food ad libitum. Post-operation daily care consisted of skin

examination, range of motion assessment and edema inspection. All rats received

intramuscular buprenorphine (0.03 mg/kg) twice a day for five days for post-operative pain

and were weekly weighed.

Whole-body Vibration Therapy

Three days after surgery, the OVX+VT rats and their age-matched controls (CON+VT)

were submitted to whole-body vibration therapy, with vertical displacement of 1mm at a

frequency of 60Hz. Therapy was performed three days per week for 20 minutes per session

for either 14 or 28 days (Falcai et al., 2014).

Experimental Analysis

On days 14 and 28 following surgery, seven rats from each group were killed with

thiopental overdose and the femurs harvested in preparation for tridimensional microstructure

analysis, mechanical tests and bone mineral density assessment.

Assessment of Areal Bone Mineral Density (BMD) and Bone Mineral Content (BMC)

The femur was isolated and the BMD and BMC were assessed ex-vivo by dual energy x-

ray absorptiometry (DXA) using a Lunar DPX-IQ Densitometer (Lunar; software version

4.7e, GE Healthcare, Chalfont St. Giles, United Kingdom). Prior to DXA scanning the K-wire

nail was removed while taking great care to not disrupt the fracture site and callus. The

isolated bones were scanned with the anterior surface facing up. Regions of interest (14 x 16

pixels) were analyzed at the distal femoral metaphysis, both on the right and left forelimbs.

83

BMD at the callus was also assessed by varying ROI size, according to the callus volume.

Scanning reproducibility, assessed by root mean square coefficient of variation (RMS-CV)

was 4%.

Microarchitectural Analysis

A high-resolution desktop micro-CT system (SkyScan 1174v2; Bruker-microCT,

Kontich, Belgium) was used to quantify the BMD and the three-dimensional

microarchitecture parameters in the femur. The specimens were scanned using 50 kV and 800

mA, with the aid of a 0.5-mm-thick aluminum filter to optimize the contrast, a rotation step of

1°, three-frame averaging and an isotropic resolution of 26.7 µm. Images of each specimen

were reconstructed with dedicated software (NRecon version 1.6.3; Bruker-microCT),

providing axial cross-sections of the inner structures of the samples.

In the non-fractured bone, two regions of interest were made, one at the femoral distal

metaphysis, which mainly contains trabecular bone and, another at the mid-diaphysis, which

mainly contains cortical bone. The reconstruction of the metaphysis was selected manually

starting just proximally from the growth plate for an extension of 3 mm. The reconstruction of

the diaphysis was defined by a 2-mm region starting 8 mm proximally from the growth plate.

Cortical and trabecular bone were isolated using manually drawn contouring. CTAn software

(Bruker-microCT), version 2.2.1, was used for the determination of the optimal threshold

from the image histograms and was set to exclude soft tissue but to include poorly

mineralized bone. The same threshold was used in all of the samples, but differed between

trabecular and cortical bone. The thresholded image was used as a mask to measure the BMD

of the bone structures (trabecular). Trabecular architecture of the distal metaphysis was

characterized by determining trabecular bone volume (BV), trabecular bone volume fraction

(BV/TV), trabecular number (Tb.N), trabecular thickness (Tb.Th), trabecular separation

(Tb.Sp) and connectivity density (Conn.D) (Figure 5). Cortical architecture was assessed in

the diaphysis and was characterized by cortical volume (Ct.V and Ct.BV/TV) and cortical

thickness (Ct.Th). All bone morphometric measurements and nomenclature are in accordance

with recommendations of the ASBMR (Bouxsein et al., 2010).

The volume of callus was analyzed by using the CTAn software, where the entire callus

was selected as the ROI.

84

Mechanical Testing

The mechanical properties of the bones were determined by testing them to fracture using

a mechanical testing device (EMIC, PR, Brazil) equipped with a 500-N load cell. The isolated

femurs were submitted to a three-point bending test with the anterior surface facing up. The

bones were placed on two metallic supports 7.0 mm apart. The load was vertically applied at a

constant displacement rate of 0.5 mm/min at the distal femur (non-fractured bones) and callus

(center). For all tests the load-deflection curve was obtained in real time, and load at the yield

point was assessed (TESC software, version 13.4; EMIC, PR, Brazil) to represent bone

strength within the elastic phase (Turner, 2006). The bones were tested by the same technician

who was unaware of the identity of the bones.

Statistical Analysis

All of the data were expressed as the means ± standard deviations. All of the statistical

analyses were carried out with the IBM SPSS Statistics version 20 (Armonk, NY, USA).

Comparisons among the groups were statistically processed by non-parametric Kruskal-

Wallis (ANOVA), followed by Dunn’s post hoc analysis. The level of statistical significance

was set at p<0.05.

Results

Post-Operative Complications and Mortality

Post-operative complications were common in the groups and resulted in death (n=14) or

euthanasia (n=15) in twenty-nine rats prior to the end of the study. These 14 deaths were

likely due to anaesthesia induction, where six (43%) deaths occurred during the surgical

procedure of ovariectomy and, eight (57%) deaths were during the fracture production and

fixation. Of the 15 euthanasias, 11 (73%) were due to extensive fracture fragmentation and

four (27%) were due to K-wire migration. The 56 surviving rats (n=14 for each group) were

included in the final analyses.

Changes in Body Weight after OVX

At study entry, weight was similar among the groups (261.0±21.1g for Con, 246.0±13.7g

for OVX, 266.6±21.6g for CON+VT and 252.5±29.6g for OVX+VT; p>0.05, Table 1). Three

months after the OVX procedure, OVX rats were 15% heavier than the non-OVX rats

85

(386.0±34.6g for Con, 442.3±30.7g for OVX, 382.2±56.9g for CON+VT and 474.0±61.6g for

OVX+VT; p<0.05). All rats gained weight during the experimental period, however rats with

OVX gained more weight than the controls (80% versus 48%, respectively). We observed an

acutely loss of body mass following bone fracture (not shown in the graph), which decreased

the differences between OVX and control rats on days 104 and 118 post-fracture. However,

the OVX rats persisted with more gain in body mass than the controls. No changes were seen

in body mass due to whole-body vibration therapy.

Table 1. At study entry (day 0) no significant difference was found among the experimental groups. After three months

of ovaries extraction, OVX rats gained more weight than the controls, which persisted during the course of study.

CON OVX CON+VT OVX+VT

Baseline data 261.0±21.1g 246.0±13.7g 266.6±21.6g 252.5±29.6g

90 days after OVX 386.0±34.6g 442.6±30.7g 382.2±56.9g 474.0±61.6g

104 days after OVX 395.0±30.2g 441.4±33.3g 441.0±42.8g 419.0±40.2g

118 days after OVX 393.0±89.7g 453.5±49.2g 385.0±74.3g 488.0±58.6g

At the end of the experiment, the uterus of each animal was removed and weighed in

order to confirm its atrophy as occurs in OVX rats (0.194±0.08g in CON and 0.990±0.28 g in

OVX, p<0.001).

OVX Decreases Bone Quality, but is Ameliorated by Whole-Body Vibration Therapy

Compared with the controls, the ovariectomized rats had significantly (p<0.05) lower

bone density (Figure 1A) and bone content (Figure 1B) at the distal femur. Conversely,

whole-body vibration therapy was partially effective at protecting bone against bone loss in

the OVX rats, but not in the controls. Vibration therapy increased in 21% the BMD and in

28% the BMC in OVX rats (OVX+VT versus OVX, p<0.05).

Figure 1. Bone mineral density (A) and bone mineral content (B) at the distal metaphysis both in the non-fracture

femur (left femur) and fractured femur (right femur).

86

Figure 2A shows tridimensional images of non-fractured trabecular bones. The OVX rats

exhibited substantial changes in the trabecular microarchitecture of the distal metaphysis in left the

non-fractured femurs. After 104 days of OVX we observed a marked deterioration (Figure 2B) in the

parameters of trabecular architecture assessment in the distal metaphysis (reduction of -98% in BV

and BV/TV, -96% in Tb.N, -33% in Tb.Th and -97% Conn.D and, +150% in Tb.Sp). Within 118 days

of OVX, we observed a reduction of -96% in BV, BV/TV and Tb.N, -23% in Tb.Th and -97% in

Cozznn.D and, +155% in Tb.Sp). Conversely, whole-body vibration treatment mitigated bone quality

loss induced by OVX, when compared to the non-vibrated rats (OVX+VT vs OVX). Fourteen days

after the fracture the vibration therapy increased BV in +158%, BV/TV in +144%, Tb.Th in +13%,

Tb.N in +116%, Conn.D in +69% and, decreased Tb.Sp in -11%. Twenty days after the fracture the

vibration therapy increased BV in +113%, BV/TV in +73%, Tb.Th in +13%, Tb.N in +52% and

Conn.D in +50%.

Figure 2. Trabecular bone microstructures images of distal femoral metaphysis showing a dramatic reduction of

trabecular bone in the OVX rats, which was ameliorated by vibration therapy (2A). Quantitative analysis of trabecular bone

microstructure confirms the significant loss of trabecular volume and structure in the OVX rats, and the marked improvement

achieved by vibration therapy (2B).

Figure 3A shows tridimensional images of non-fractured cortical bones. The OVX rats

exhibited substantial changes in the cortical diaphyseal bone in left femurs, but to a lesser

degree than the changer seen in the trabecular bone. After 104 days of OVX we observed a

87

reduction of -13% in Ct.V, -23% in Ct.BV/TV and, -13% in Ct.Th (figure 3B). At 118 days of

OVX, no changes were found between CON and OVX. Whole-body vibration treatment

mitigated cortical bone deterioration induced by OVX, when compared to the non-vibrated

rats (OVX+VT vs OVX). Fourteen days post-fracture the vibration therapy slightly increased

the Ct.V in +25%. At 28 days post-fracture, the vibration therapy increased the Ct.V in +24%

and the Ct.BV/TV in +10%.

Figure 3. The tridimensional image of femoral diaphysis shows an important reduction in the cortical volume and

thickness in the OVX rats, which was slightly ameliorated by vibration therapy (3A). Quantitative analysis of cortical bone

microstructure confirms the impairment of cortical tissue due to OVX, and the discrete improvement achieved by vibration

therapy (3B).

In comparison with the controls, the ovariectomized rats had significantly (p<0.05,

-16%) lower bone strength at the distal femur (Table 2). Although non-significant difference

was found between OVX and OVX+VT, whole-body vibration therapy improved in +13% the

bone strength in OVX rats, but not in the controls.

Table 2. OVX decreased bone strength at the femoral distal metaphysis. Vibration therapy slightly ameliorated bone

strength at both distal metaphysis and at the bone callus.

CON OVX CON+VT OVX+VT

Non-fractured femur

(distal metaphysis)

104 days 79.03±15.4g 77.8±18.3g 86.0±10.5g 80.4±14.8g

118 days 80.6±13.2g 87.1±9.0g 75.5±23.7g 87.0±10.0g

Bone callus 104 days 43.1±5.6g 42.9±10.3g 45.2±19.5g 54.6±11.8g

118 days 78.0±12.5g 72.5±31.7g 94.8±38.9g 100.1±23.9g

88

Changes in Bone Healing due to OVX and the Osteogenic Effect of VT at Stimulating

Bone Callus Formation

In the early stage of bone healing (14 days post-fracture), OVX decreased bone callus

content in 20% (p<0.05, Figure 4A), which is in agreement with the 6% smaller callus area

formed in these rats (p<0.05, Figure 4B). Whole-body vibration therapy, on the other hand,

increased in 20% the bone callus density in the OVX rats, but not in the controls (p<0.05,

Figure 4C).

Figure 4. Assessment of bone mineral content (A), callus area (B) and bone mineral density (C) at the bone callus.

OVX decreases BMC and callus area, which are ameliorated by vibration therapy.

Regarding the bone callus microstructure, we observed a smaller callus volume in the

OVX rats, both at 14 and 28 days post-fracture (Figure 5). At 14 days post-fracture, callus

volume was 56% smaller in OVX rats in comparison with the control (OVX vs CON),

however the vibration therapy increased in 317% the callus volume at the 14 days and 128%

at the 28 days (OVX+VT vs OVX).

89

Figure 5. Micro-CT images of bone callus, both in sagittal and axial planes. OVX induces decreased bone healing,

where bone callus is smaller than in both the controls. Vibration therapy improves bone healing in the OVX rats, augmenting

bone callus and mineralization.

Vibration therapy enhanced bone callus strength as shown in table 2. At 14 days post-

fracture, whole-body vibration increased the callus strength in +27% in the OVX rats. At, 28

days post-fracture the increase was of +38% (OVX+VT vs OVX).

Discussion

In this study we confirmed the deleterious changes caused by the estrogen deficiency on

both trabecular and cortical bone tissue in the intact femur and, also on the bone callus in the

fractured femur.

In the non-fractured bones we showed expressive reduction, of 16% in bone mass, 4%

reduction in bone strength and extensive changes in bone microarchitecture, highlighting the -

97% decrease in trabecular bone volume, 96% in trabeculae number and thickness, as well as

the changes in cortical volume and thickness. Similarly, several authors have also

demonstrated the changes on bone tissue in both post-menopausal women (Khosla et al.,

2012; Cauley, 2014) and in estrogen-depletion induced osteoporotic animals (Jee e Yao,

2001; Rubin et al., 2001). These changes on the bone tissue may lead to increased bone

fracture risk, which in humans impairs life quality and may increase mortality rate.

Estrogen depletion does not only affect bone quality in intact bones, but also delays or

impairs bone fracture healing on both post-menopausal women (Schilcher et al., 2014; Singer

et al., 2015; Zofkova et al., 2015) and ovariectomized animals (Stuermer et al., 2010; He et

al., 2011; Komrakova et al., 2013; Wehrle et al., 2015). These authors have previously

studied the effects of estrogen depletion on the bone healing. However, differently than these

authors, who studied bone healing in an osteotomy (Stuermer et al., 2010; Komrakova et al.,

2013; Wehrle et al., 2015) or a drill-hole (He et al., 2011) model, we performed a closed

90

femoral fracture, which better mimics the osteoporotic fractures. The closed femoral shaft

fracture model was used by Leung et al., but they did not study the bone healing in a estrogen

deficiency status (Leung et al., 2009). Similarly to our study, Shi et al. also assessed the

effects of OVX on the bone secondary healing and concluded that bone healing was severely

damaged by estrogen deficiency (Shi et al., 2010). In our study we demonstrated that OVX

reduced bone callus content in -19% and callus area in -6%. Furthermore, we also

demonstrated changes in callus mineralization and volume.

Considering the well-documented effect of mechanical stimuli on the bone metabolism,

several authors have documented the osteogenic effects of whole-body vibration on the bone

tissue (Rubin et al., 2001; Vanleene e Shefelbine, 2013; Nowak et al., 2014; Zhou et al.,

2015) and on the bone callus of rats (Leung et al., 2009; Shi et al., 2010; Stuermer et al.,

2010; Komrakova et al., 2013; Wehrle et al., 2015) stimulating bone formation and healing.

Nowak et al. studied the effects of whole-body vibration therapy on the non-fractured

bone tissue in adult rats and found a decrease in the bone resorption marker levels. However,

the authors found no changes on bone formation markers and bone mass (Nowak et al., 2014).

In our study we did not find expressive changes in intact bone tissue in the control rats. On

the other hand, we demonstrated that whole-body vibration therapy was very effective at

enhancing intact bone quality in OVX rats. This finding was also observed by Stuermer et al.,

who also showed that vibration exerted more effect on the osteoporotic bone of OVX rats

than on the bone of control animals (Stuermer et al., 2010). We showed that vibration therapy

increased non-fractured bone density in 27%, bone strength in 13%, trabecular volume almost

twofold, trabecular thickness in 33% and cortical volume in 24%.

Stuermer et al. studied the effects of whole-body vibration therapy on the bone healing

post-osteotomy in ovariectomized rats. These authors found significant increase in the cortical

density and width of the vibrated OVX rats. Furthermore, osteocalcin expression (bone

formation marker) was higher in the vibrated OVX rats than in the non-vibrated OVX group.

Shi et al. also found osteogenic effects of whole-body vibration therapy at enhancing bone

healing in ovariectomized rats. The authors, however, employed the vibration therapy five

times per week, which may be not realistic to a regular rehabilitation program. Our findings

showed that vibration therapy three times per week increased bone mineral density and

content in 35% and 19%, respectively, and augmented bone callus volume in 317%. Thus, we

believe that whole-body vibration therapy may have potential effect at increasing bone and

callus formation in osteoporotic bones and may be part of rehabilitative programs to enhance

bone healing.

91

Conclusion

We concluded that the ovariectomized rats exhibited a substantial loss of bone mass and

severe impairment in bone microarchitecture, both on the intact bone tissue and on the bone

callus. Conversely, whole-body vibration therapy exerted an important role at ameliorating

bone mass, bone strength and at improving trabecular and cortical bone microstructure in the

estrogen-deficient rats. Moreover, vibration therapy improved bone callus formation in

ovariectomized rats indicated by the enhancement of bone callus density, strength and

volume.

ACKNOWLEDGMENTS

The authors are grateful to the Coordination for the Improvement of Higher Education

Personnel (CAPES), Brazil for the financial support.

AUTHOR DISCLOSURES

The authors declare no conflicts of interest.

Ethical approval: “All applicable international, national, and/or institutional guidelines

for the care and use of animals were followed.” “All procedures performed in studies

involving animals were in accordance with the ethical standards of the institution or practice

at which the studies were conducted.”

92

REFERENCES

BOUXSEIN, M. L. et al. Guidelines for assessment of bone microstructure in rodents using micro-computed tomography. J Bone Miner Res, v. 25, n. 7, p. 1468-86, Jul 2010. ISSN 1523-4681 (Electronic) 0884-0431 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20533309 >. CAULEY, J. A. Estrogen and bone health in men and women. Steroids, Dec 30 2014. ISSN 1878-5867 (Electronic) 0039-128X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25555470 >. EINHORN, T. A. The cell and molecular biology of fracture healing. Clin Orthop Relat Res, n. 355 Suppl, p. S7-21, Oct 1998. ISSN 0009-921X (Print) 0009-921X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9917622 >. ______. The science of fracture healing. J Orthop Trauma, v. 19, n. 10 Suppl, p. S4-6, Nov-Dec 2005. ISSN 0890-5339 (Print) 0890-5339 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16479221 >. FALCAI, M. J. et al. The osteogenic effects of swimming, jumping, and vibration on the protection of bone quality from disuse bone loss. Scand J Med Sci Sports, Apr 30 2014. ISSN 1600-0838 (Electronic) 0905-7188 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24779886 >. FINKELSTEIN, J. S. et al. Bone mineral density changes during the menopause transition in a multiethnic cohort of women. J Clin Endocrinol Metab, v. 93, n. 3, p. 861-8, Mar 2008. ISSN 0021-972X (Print) 0021-972X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18160467 >. GEUSENS, P. et al. Age-, sex-, and menopause-related changes of vertebral and peripheral bone: population study using dual and single photon absorptiometry and radiogrammetry. J Nucl Med, v. 27, n. 10, p. 1540-9, Oct 1986. ISSN 0161-5505 (Print) 0161-5505 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3760978 >. GOMEZ-CABELLO, A. et al. Effects of a short-term whole body vibration intervention on bone mass and structure in elderly people. J Sci Med Sport, v. 17, n. 2, p. 160-4, Mar 2014. ISSN 1878-1861 (Electronic). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23711620 >. HE, Y. X. et al. Impaired bone healing pattern in mice with ovariectomy-induced osteoporosis: A drill-hole defect model. Bone, v. 48, n. 6, p. 1388-400, Jun 1 2011. ISSN 1873-2763 (Electronic) 1873-2763 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21421090 >. JEE, W. S.; YAO, W. Overview: animal models of osteopenia and osteoporosis. J Musculoskelet Neuronal Interact, v. 1, n. 3, p. 193-207, Mar 2001. ISSN 1108-7161 (Print) 1108-7161 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15758493 >. KHOSLA, S.; OURSLER, M. J.; MONROE, D. G. Estrogen and the skeleton. Trends Endocrinol Metab, v. 23, n. 11, p. 576-81, Nov 2012. ISSN 1879-3061 (Electronic) 1043-2760 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22595550 >.

93

KOMRAKOVA, M. et al. Identification of a vibration regime favorable for bone healing and muscle in estrogen-deficient rats. Calcif Tissue Int, v. 92, n. 6, p. 509-20, Jun 2013. ISSN 1432-0827 (Electronic) 0171-967X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23416966 >. LEUNG, K. S. et al. Low-magnitude high-frequency vibration accelerates callus formation, mineralization, and fracture healing in rats. J Orthop Res, v. 27, n. 4, p. 458-65, Apr 2009. ISSN 1554-527X (Electronic) 0736-0266 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18924140 >. LIPHARDT, A. M. et al. Bone quality in osteopenic postmenopausal women is not improved after 12 months of whole-body vibration training. Osteoporos Int, v. 26, n. 3, p. 911-20, Mar 2015. ISSN 1433-2965 (Electronic) 0937-941X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25567775 >. MERLOZ, P. Macroscopic and microscopic process of long bone fracture healing. Osteoporos Int, v. 22, n. 6, p. 1999-2001, Jun 2011. ISSN 1433-2965 (Electronic) 0937-941X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citation&list_uids=21523401 >. MOSEKILDE, L. Assessing bone quality--animal models in preclinical osteoporosis research. Bone, v. 17, n. 4 Suppl, p. 343S-352S, Oct 1995. ISSN 8756-3282 (Print) 1873-2763 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8579937 >. NOWAK, A. et al. High-magnitude whole-body vibration effects on bone resorption in adult rats. Aviat Space Environ Med, v. 85, n. 5, p. 518-21, May 2014. ISSN 0095-6562 (Print) 0095-6562 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24834565 >. PANG, M. Y.; LAU, R. W.; YIP, S. P. The effects of whole-body vibration therapy on bone turnover, muscle strength, motor function, and spasticity in chronic stroke: a randomized controlled trial. Eur J Phys Rehabil Med, v. 49, n. 4, p. 439-50, Aug 2013. ISSN 1973-9095 (Electronic) 1973-9087 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23486302 >. RIGGS, B. L. et al. Rates of bone loss in the appendicular and axial skeletons of women. Evidence of substantial vertebral bone loss before menopause. J Clin Invest, v. 77, n. 5, p. 1487-91, May 1986. ISSN 0021-9738 (Print) 0021-9738 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3700651 >. RUBIN, C. T. et al. Inhibition of osteopenia by low magnitude, high-frequency mechanical stimuli. Drug Discov Today, v. 6, n. 16, p. 848-858, Aug 15 2001. ISSN 1878-5832 (Electronic) 1359-6446 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11495758 >. SCHILCHER, J. et al. Risk of atypical femoral fracture during and after bisphosphonate use. N Engl J Med, v. 371, n. 10, p. 974-6, Sep 4 2014. ISSN 1533-4406 (Electronic) 0028-4793 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25184886 >. SHI, H. F. et al. Low-magnitude high-frequency vibration treatment augments fracture healing in ovariectomy-induced osteoporotic bone. Bone, v. 46, n. 5, p. 1299-305, May 2010. ISSN 1873-2763 (Electronic) 1873-2763 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19961960 >.

94

SIMOES, P. A. et al. Effect of treadmill exercise on lumbar vertebrae in ovariectomized rats: anthropometrical and mechanical analyses. Acta Bioeng Biomech, v. 10, n. 2, p. 39-41, 2008. ISSN 1509-409X (Print) 1509-409X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19031996 >. SINGER, A. et al. Burden of illness for osteoporotic fractures compared with other serious diseases among postmenopausal women in the United States. Mayo Clin Proc, v. 90, n. 1, p. 53-62, Jan 2015. ISSN 1942-5546 (Electronic) 0025-6196 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25481833 >. STUERMER, E. K. et al. Musculoskeletal response to whole-body vibration during fracture healing in intact and ovariectomized rats. Calcif Tissue Int, v. 87, n. 2, p. 168-80, Aug 2010. ISSN 1432-0827 (Electronic) 0171-967X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20532877 >. TURNER, C. H. Bone strength: current concepts. Ann N Y Acad Sci, v. 1068, p. 429-46, Apr 2006. ISSN 0077-8923 (Print) 0077-8923 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt=Citation&list_uids=16831941 >. VANLEENE, M.; SHEFELBINE, S. J. Therapeutic impact of low amplitude high frequency whole body vibrations on the osteogenesis imperfecta mouse bone. Bone, v. 53, n. 2, p. 507-14, Apr 2013. ISSN 1873-2763 (Electronic) 1873-2763 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23352925 >. WEHRLE, E. et al. The impact of low-magnitude high-frequency vibration on fracture healing is profoundly influenced by the oestrogen status in mice. Dis Model Mech, v. 8, n. 1, p. 93-104, Jan 2015. ISSN 1754-8411 (Electronic) 1754-8403 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25381012 >. YAMAJI, T. et al. The effect of micromovement on callus formation. J Orthop Sci, v. 6, n. 6, p. 571-5, 2001. ISSN 0949-2658 (Print) 0949-2658 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11793181 >. ZHOU, Y. et al. Whole body vibration improves osseointegration by up-regulating osteoblastic activity but down-regulating osteoblast-mediated osteoclastogenesis via ERK1/2 pathway. Bone, v. 71, p. 17-24, Feb 2015. ISSN 1873-2763 (Electronic) 1873-2763 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25304090 >. ZOFKOVA, I.; NEMCIKOVA, P.; KUKLIK, M. Polymorphisms associated with low bone mass and high risk of atraumatic fracture. Physiol Res, Mar 24 2015. ISSN 1802-9973 (Electronic) 0862-8408 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25804099 >.