revista de 154 anos de lençóis paulista

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Lençóis Paulista, 28 de abril de 2012 - Edição Especial Luiz Carlos Trecenti, vice-prefeito municipal REGIÃO DO MÉDIO TIETÊ PERSPECTIVAS PARA LENÇÓIS PAULISTA COM Onde precisamos atuar no presente para que a cidade cresça sem comprometer a qualidade de vida? 100 MIL HABITANTES

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Edição especial do jornal O ECO

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PERSPECTIVAS PARA LENÇÓIS PAULISTA COM

Onde precisamos atuar no presente para que a cidade cresça sem comprometer a qualidade de vida?

100 MILHABITANTES

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Desenvolvimento econômico deve atrair migrantes em

busca de uma vida melhor

Editorial5Vamos pensar a Lençóis de 100 mil habitantes

Perfil10O peito aberto do líderLuiz Carlos Trecenti

Demografia11Quando chegaremos a 100 mil lençoenses?

Integração14Pontes para interligar todas as regiões da cidade

Gestão pública21Crescendo e buscando o equilíbrio perfeito

Orçamento22Como fazer render o dinheiro que entra no caixa

Atrativos34O que leva o empresário a investir seu capital

Impacto40Planejar é o caminho para antecipar soluções

Artigo80Reflexões para não se perder no caminho

Social56Retratos de uma economia em expansão

Incentivo60O dever de casa está todo feito

Moradia70Mercado vive um novo tempo do setor imobiliário

Entre os gigantes do mercado

Sumário

A Revista LENÇÓIS PAULISTA 154 ANOS é uma publicação do Jornal O ECO, editado pela Editora e Jornal Folha Popular Ltda-ME.CNPJ: 03.433.116/0001-02 - IE: 416.043.125.113-MERua: Geraldo Pereira de Barros, 948, Centro, Lençóis Paulista, SP, CEP 18680-020Fone/Fax: (14) 3269-3311 - e-mail: [email protected]

IMPRESSãO: Power Graph, Bauru - Fone: (14) 3281-8566

IdEALIzAÇãO: Moisés RochadIRETORA dE REdAÇãO: Conceição Giglioli Carpanezi - Mtb: 23.102

REdAÇãO: Saulo Adriano - MTB 25.605FOTOS: Fernanda Benedetti, Saulo Adriano, Arquivo O ECO FOTO dA CAPA: Propagare Propaganda e Marketing PROjETO GRáFICO E dIAGRAMAÇãO: Vinicius Humberto de Castro

COMERCIAL: Thiago Pini, Maria Terezinha Ramos, Lierson, Wilson, Manoel dos Santos Silva e Tiago Francisco MorenoPROdUÇãO dE ANúNCIOS: Paulo Duarte, Beto GalassiCOLABORAÇãO: Marta Rocha, Cristiano Guirado, Vitor Godinho, Carlos Alberto Duarte, Angelo Neto, Maíra Belasco, Wanderley Placidelli, Jerusa Moreli, Maria Pinheiro de Freitas

REGIÃO DO MÉDIO TIETÊ

Expediente

4 • O ECO Lençóis pauLista 154 anos

Page 5: Revista de 154 anos de Lençóis Paulista

Editorial

Vislumbre o cenário em que a economia e os negócios de sua cidade estejam consolida-dos em um desenvolvimento sustentável. Em que a gestão

pública se aproxime cada vez mais dos níveis de excelência no serviço que presta ao cidadão. Em que haja educação formal e profissional sintonizada com as neces-sidades de empregados e empregadores. Em que a população economicamente ativa tenha saúde financeira para manter o comércio dinâmico e autossuficiente. Ima-gine, agora, que essa cidade seja Lençóis Paulista daqui a algumas décadas, quando sua população chegar a 100 mil habitantes.

Foi com o olhar para esse cenário pos-sível e com boas chances de se concreti-zar que iniciamos a produção desta revis-ta comemorativa aos 154 anos de Lençóis Paulista. Ancorada em estatísticas sérias, indicadores confiáveis e na opinião de

personalidades respeitadas, este trabalho projeta uma perspectiva do que pode ser-nossa cidade no futuro próximo, resulta-do de decisões que estão sendo tomadas no presente.

Convidamos o leitor a navegar nos prognósticos aqui reunidos e a pensar, junto com nossa equipe editorial e os en-trevistados, na Lençóis Paulista que está em construção no agora. O convite se estende a todos os interessados em pla-nejar os rumos para os anos vindouros. Claro, ainda não retiramos do caminho do desenvolvimento social, humano e econômico todos os obstáculos que nos espreitam e nos esperam nesta caminha-da. Olhando para o histórico do nosso desenvolvimento até aqui, temos a cer-teza firme de que as dificuldades a serem encontradas na caminhada só farão valo-rizar as conquistas que estão por vir.

Quem pretende ser partícipe na cons-

trução da nova história e quem registra os melhores momentos da trajetória deste povo vocacionado para o crescimento têm um prazer especial ao sondar o que nos reserva o futuro. Não há o que temer, porque a coragem do lençoense não en-contra limites nas adversidades que en-frenta. Não há o que impeça a cidade de ser grande, de pensar grande e de liderar um processo desenvolvimentista que é bom para todos: cidadãos locais, da re-gião, do Estado e da Nação.

Parabéns Lençóis Paulista e seu povo pelos passos dados até aqui. São 154 anos de memorável progresso. Felicida-des ainda maiores esperamos do tempo novo, que estamos a construir. Vamos juntos e confiantes à Lençóis Paulista dos nossos planos, cada vez mais justa, solidária e desenvolvida.

jORNAL O ECO

Mais e melhor para todos

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Perfil

Na linha de frente do progresso lençoense!

POr MOisés rOcha

Luiz Carlos Trecenti completa 62 anos em setembro. É vice--prefeito, lençoense nato e de convicção, empreendedor apaixonado pela cidade, em-

presário extremamente bem sucedido. Ativo nas entidades sociais do Município e apaixonado por esportes – foi o arti-culador da campeã equipe de basquete montada e patrocinada pelo Grupo Lwart nos anos 80 –, tem admiradores em todas as classes sociais. É referência em muitas ações promovidas em Lençóis Paulista.

Mas, nada disso é mais importante para sua cidade natal do que a articulação que Luiz Carlos Trecenti faz para Lençóis Paulista chegar aos 100 mil habitantes como referência em qualidade de vida, desenvolvimento e oferta de oportunida-des no Estado de São Paulo.

Se precisamos de uma vicinal que liga

o Município a Macatuba e facilita o esco-amento da produção de importantes em-presas da região, lá está Luiz Carlos bus-cando os caminhos. Se Lençóis Paulista precisa de força política para trazer uma escola, lá está ele à frente, usando suas relações, seus amigos influentes, seus par-ceiros construídos ao longo de uma vida de árduo trabalho.

Não tem não na boca de Luiz Carlos Trecenti quando se trata do desenvolvi-mento de Lençóis Paulista. Se você olha para a Educação, vê a mão dele na vinda da escola do Sesi, no crescimento do Senai a ponto de virar referência no Brasil inteiro.

Se você olha para a promoção social, vê a presença forte – seja através das ações do grupo econômico que tem participação acionária, seja como homem público – em todas as entidades de serviços do Município.

Se você olha para o esporte, enxerga a coluna que sustenta o crescimento de ati-vidades esportivas que funcionam como

lazer, promovem bem-estar e servem de ponte para garotos e garotas que desejam o esporte como profissão.

Ao olharmos para a geração de em-pregos, renda e oportunidades no Muni-cípio, veremos um incansável Luiz Carlos Trecenti. Seja estimulando o desenvol-vimento do seu negócio, seja atuando forte na articulação da infraestrutura que permita a vinda breve de outras empresas para a cidade.

Aposte: tem muitos grandes empresá-rios de olho na alta qualificação da nossa mão de obra, na cidade 100% asfaltada, com água limpa e esgoto tratado com o funcionamento breve da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) e na Lençóis Paulista formadora de mão de obra altis-simamente qualificada.

Não há uma única área da cidade que não tenha a presença forte, humilde, mar-cante no cotidiano, no fortalecimento e na consolidação de muitos projetos em gestação no Município. Lá estará Luiz Carlos Trecenti. Seja como motivador, seja como conselheiro, seja como ponte que junta muitos interesses.

Luiz Carlos Trecenti foge dos holofo-tes! Sempre procura a discrição, a presen-ça quase imperceptível, de quem respeita a todos os protagonistas desta história e prefere os bastidores, onde pode mostrar força, sem parecer arrogante.

Qualquer pessoa que olhe para Lençóis Paulista e enxergue uma cidade cada vez mais promissora, cheia de possibilidades, com um futuro brilhante pela frente verá a presença marcante, discreta, do empresá-rio e líder político Luiz Carlos Trecenti. É ele o grande motivador desse desenvolvi-mento. Desenvolvimento que enche todos os lençoenses daquele orgulho patriota de quem sai por ai gritando Viva Lençóis!

O empresário e líder político Luiz Carlos Trecenti

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Demografia

Rumo à população 100 milRitmo de desenvolvimento acelera o passo que leva Lençóis Paulista a chegar aos 100 mil habitantes

O crescimento geométrico da população lençoense foi de 1,11% em 2010, medido pela Fundação Se-ade/IBGE. Neste ritmo, Lençóis Paulista atingiria 100 mil habitantes em 2069, segundo estimativas do Instituto Factual Pesquisas, de São Carlos,

calculadas a pedido de O ECO. O cálculo toma como base os padrões de fecundidade e de mortalidade no município em 2010, considera a estabilidade nas taxas brutas de mortalidade e de natalidade e desconsidera o efeito migratório.

Somos, atualmente, perto de 63 mil lençoenses, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e ca-minhamos para atingir nos próximos dez anos o marco histórico de 70 mil moradores vivendo em 809 quilômetros quadrados de extensão territorial. Levamos pouco mais de um século e meio para sair da condição de um pequeno povoado – em meados do século XIX - para atingir uma cidade de médio porte, encravada no centro-oeste do Estado de São Paulo.

Para se reter apenas aos números arredondados, a popula-ção local atingiu 10 mil habitantes nos primeiros anos da década de 1890, segundo o estudo São Paulo do Passado: Dados De-mográficos, do Núcleo de Estudos de População da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O IBGE registra que chegamos aos 50 mil em 1996.

A caminho dos 100 mil lençoenses, a pergunta que o jornal O ECO leva para lideranças locais é se a cidade se prepara para crescer a esses níveis populacionais sem perder a qualidade de vida. O jornal quis saber o que seria necessário para não dei-xar se perder, ao longo das décadas, as conquistas que fazem a população se declarar plenamente satisfeita por viver nesta cidade. E por que essa preocupação?

Lençóis Paulista lidera sua microrregião e cresce a olhos vis-tos. Atrai investimentos para a cadeia produtiva local e para as ci-dades em seu entorno. Nesta revista em comemoração aos 154 anos de Lençóis, festejados no dia 28 de abril, o Jornal O ECO reflete sobre as perspectivas de crescimento que novidades como a chegada do gasoduto e a produção de hidrogênio vão trazer, agregados à atividade econômica que clama por expansão. Com a economia aquecida, a qualificação de mão de obra se torna uma obrigatoriedade. Com investimentos na qualificação de seu traba-lhador, a cidade fica mais atraente para a diversidade de negócios e o ciclo virtuoso tende a alimentar o crescimento sustentado.

EMPrEgabilidadEOs planos para a empregabilidade

do trabalhador lençoense no cenário futuro não se resumem a ter onde tra-balhar e receber seu salário mensal. Bom emprego, no conceito de quem está preocupado com o futuro do tema, inclui requisitos e ganhos de qualidade para trabalhadores e empregadores.

Com a população na casa dos 63 mil lençoenses em 2012, as estatísticas proje-tam que somam perto de 23,5 mil os tra-balhadores com vínculo empregatício em atividade, ou seja, aqueles com carteira assinada e amparados pelos direitos previ-denciários. São números em evolução. No ano 2000, conforme os registros oficiais, eram menos de 13 mil os empregados for-mais no município, para uma população de 55 mil habitantes. A empregabilidade que era de 22% da população saltou para 37% no espaço entre 2000 e 2010.

São dados estatísticos baseados em registros oficiais e que comprovam que, mesmo com a população crescendo, a oferta de emprego formal para receber novos trabalhadores e manter as vagas existentes cresceu mais rápido. Em outra análise, esse quadro pode ser traduzido como economia aquecida e dinâmica. Mas como esses números vão se com-portar no futuro?

Lençóis Paulistadeve atingir

100 milhabitantes em

2069

A empregabilidade no município que era de

22%da população no ano

2000saltou para

37%da população em

2010

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SÁBADO – 05/05 09h - Julgamento Mini-horses (pôneis)09h - Julgamento dos ovinos09h - Início das provas oficiais de 3 tambores e 6 balizas, maneabilidade e velocidade pela ACT-Bauru (Associação de Cavalos de Trabalho) - Premiação: rateio21h - Circuito Top Team Cup de Rodeio - semifinais 23h - Show com Thiaguinho

DOMINGO – 06/05 08h30 - 16ª Exposição e Julgamento de cães puros, mestiços e vira-latas. 09h - Tira-teima nota 1000 – ACT – Bauru – Premiação R$ 16 mil14h - Saída e encerramento da Exposição de Ovinos 21h - Grande Final do Circuito Top Team Cup de Rodeios. Premiação dos grandes campeões de montaria em Touros e da campeã na prova dos 3 tambores.23h - Show com Leonardo - entrada: ingresso solidário - R$ 5,00 em prol a Rede de Combate ao Câncer de Lençóis Paulista24h - Sensacional queima de fogos

SÁBADO – 21/049h - Calvalgada com a participação do cantor Edu Lencioni Saída: Caixa D´água Núcleo Luiz Zillo Chegada: Recinto de Exposições “José Oliveira Prado” - entrada pelo portão 4

QUINTA-FEIRA – 26/04 9h - Entrada e vistoria dos equinos da raça Mangalarga20h30 - Shows com Suicidal Dog, Alpharock e Renovados

SEXTA-FEIRA – 27/04 09h - Entrada e vistoria dos eqüinos da raça Mangalarga20h30 - Inicio do Rodeio SelectionCup e Solenidade de abertura da 35ª FACILPA, na arena, no Recinto de Exposições “José Oliveira Prado”, com a presença da Prefeita Izabel Cristina Campanari Lorenzetti, e demais autoridades que estiverem presentes.23h - Show com João Bosco & Vinícius

SÁBADO – 28/04 08h - Desfile Cívico comemorativo aos 154 anos de Lençóis Paulista na Av. Padre Salústio Rodrigues Machado09h - Julgamento dos animais da raça Mangalarga21h - Rodeio Selection Cup - Semifinal23h - Show com Milionário & José Rico

DOMINGO – 29/04 20h30 - Final do Rodeio Selection Cup 22h - Show com Edu Lencioni

SEGUNDA-FEIRA – 30/04 22h30 - Show com Michel Teló

TERÇA-FEIRA – 01/05 17h - Missa dos Trabalhadores e em comemoração ao aniversário de Lençóis Paulista18h30 - Apresentação da Orquestra Municipal sob regência do Maestro Marcelo Maganha20h - Show com Anjos de Resgate22h - Show com André e Matheus, apresentação no Trio Elétrico

QUARTA-FEIRA – 02/05 08h - Entrada dos ovinos de todas as raças20h - Shows com Aquebrantados, Ministério Mensagem Lençóis Paulista, Cefas Costa (lançamento do CD)22h - Show com Cassiane (gospel)

QUINTA-FEIRA – 03/05 08h - Admissão e pesagem dos ovinos09h - Entrada dos equinos Mini-horses (pôneis)21h - Início do Circuito Top Team Cup de Rodeios em Touros 23h - Show com Munhoz e Mariano

SEXTA-FEIRA – 04/0509h - Início do julgamento dos Mini-horses (pôneis) 09h - Entrada dos animais das provas da ACT de 3 tambores e 6 balizas 14h - Início do julgamento dos ovinos Juiz: Dr. Marcio de Oliveira21h - Circuito Top Team cup de Rodeio em Touros e início da prova 3 tambores feminino23h - Show com Paula Fernandes

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Integração

De leste a oeste,de norte a sulQuero que a Lençóis com 100 mil habitantes possa contar com pontes e ligações, diz a prefeita Bel Lorenzetti

Com a responsabilidade de plantar hoje as bases da Len-çóis Paulista de 100 mil ha-bitantes, a prefeita Bel Lo-renzetti avalia que a cidade

do futuro precisa de mais comunicação entre todas as suas regiões. “Quero que a Lençóis com 100 mil habitantes possa contar com pontes e ligações entre o leste e o oeste, o norte e o sul da nossa cidade. Penso em vias de ligação que facilitem o trânsito de pessoas e de veículos, que pro-movam a mobilidade e a integração dos diversos pontos urbanos. São aspectos que precisam ser planejados agora, quan-do a gente olha para frente e vê essa cida-de crescendo”, anuncia.

É consenso entre os analistas do crescimento que cabe, principalmente, a quem conduz o município politica-mente a missão de planejar as soluções para vencer os problemas atuais e evitá--los no futuro, de modo que a cidade cresça organizadamente. Uma cidade desejável do ponto de vista humano e administrativo proporciona a seus 100 mil habitantes um ambiente melhor do

que o que já temos hoje em termos de equipamentos culturais e de educação, de saúde pública, de atenção social às pessoas que precisam desse suporte do poder público. Se a Lençóis Paulista dos próximos anos falhar nesses aspectos sociais básicos, se não proporcionar à sua população os serviços de que ela precisa, pode até ser uma cidade maior, mas não será mais desenvolvida.

Por outro aspecto, a prefeita de Len-çóis pensa corretamente quando vislum-bra ampliar a infraestrutura viária que facilite a mobilidade das pessoas entre os diversos pontos urbanos. Aos 63 mil habitantes, o trânsito já está entre os pro-blemas urbanos que mais incomodam a população lençoense. Há vias no Centro comercial de Lençóis que contabilizam a circulação de até 1,2 mil veículos por hora, segundo dados do Demutran (De-partamento Municipal de Trânsito).

Essa realidade gera gargalos desde a atualidade, quando a frota municipal está na casa dos 34 mil veículos, confor-me o banco de dados de O ECO. Outros números jogam luz e alertam para a gra-

vidade do problema trânsito na Lençóis do futuro, caso o assunto não entre na lista de prioridades dos próximos gover-nantes. Pesquisas que norteiam as de-cisões administrativas indicam que três em cada quatro famílias locais possuem pelo menos um veículo em casa. Em pa-íses desenvolvidos, a proporção chega a um veículo para cada dois habitantes, realidade que demanda grandes investi-mentos em obras viárias para assegurar a vazão desse trânsito.

Na contagem dos veículos em circu-lação em Lençóis Paulista, pesquisa en-comendada pela própria administração revela que 75% das famílias locais têm seu automóvel (ou até mais de um) e 28% têm pelo menos uma motocicleta na re-sidência. Apenas 19% das famílias decla-ram não ter veículo próprio.

Agora pense a cidade de Lençóis da-qui a dez anos, com uma malha viária acanhada e antiga. Acomodar uma frota de veículos que cresce na proporção que cresceu nos últimos anos já é um proble-ma. A tendência, porém, é crescer mais do que isso. Qual a solução? Uma delas é

14 • O ECO Lençóis pauLista 154 anos

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induzir a ocupação em áreas da cidade que permitam sustentar essa realidade. Se for preciso, até adotar medidas administrati-vas que contrariem a tendência das pessoas quererem se insta-lar nos locais de maior densidade populacional.

Observe que o que é um indicador de bom poder aquisiti-vo também serve de alerta para a saturação das vias públicas. A estrutura viária deverá acompanhar proporcionalmente o cresci-mento da frota e da população. Ou algumas regiões estarão satu-radas em breve, o que compromete a qualidade de vida desejável.

Esses são aspectos que precisam ser planejados agora, en-quanto a cidade cresce para se consolidar em seu porte médio. Mas o planejamento e a execução de obras necessárias não são desafios fáceis de serem vencidos. Só para exemplificar, o rio Lençóis e o córrego da Prata cortam o Centro e os bairros da cidade. Cruzam o perímetro urbano e determinam que somen-te pontes podem viabilizar a transposição desses obstáculos naturais. São obras de custo alto, a serem bancadas pelo erário.

O trajeto dos dois rios, em certos pontos, se apresenta como empecilho superável para a integração urbana que a prefeita Bel Lorenzetti avalia como ponto importante. Solucionar esse

entrave demandará uma atenção maior do gestor público que está preocupado com a locomoção das pessoas. É uma situação que gera gargalos e que não se pode resolver de outras formas, que não seja com a execução de obras caras para vencer o obstáculo.

A construção de pontes se faz ne-cessária porque as ruas da cidade – que já têm um século e meio de uso - são estreitas e não há como, tecni-camente, mexer nesta situação, alar-gando as vias que servem ao Centro antigo. No outro lado, vimos duplicar o número de carros e motocicletas em circulação à medida que o tempo passa e que as pessoas melhoram suas condições de vida, possibilitando comprar seu veículo próprio.

acEssO rOdOviáriOOutra situação ligada ao trânsito

que deve ser enfrentada para preparar a cidade para o crescimento popula-cional é o acesso da rodovia Marechal Rondon (SP-300) ao perímetro urba-no. Algumas obras importantes já fo-ram realizadas e outras estão em uso, regularizando o acesso de veículos en-tre a rodovia e a cidade. Porém, o trá-fego demonstra que é preciso viabilizar a construção do viaduto ligando o Jar-dim América à Vila Cruzeiro, passando sobre a rodovia Osny Matheus (SP-261) e implantando uma via marginal à Marechal Rondon que se estenda por toda a extensão da cidade.

A prefeita Bel revela que já pen-sa no assunto e busca alternativas. “É uma obra pública que possibilitará de-safogar o fluxo de veículos em outras passagens, uma obra que vai fazer com que os veículos da cidade transitem por outros trajetos da malha viária urbana. Vejo que esse viaduto vai tra-zer maior fluidez. Quando penso em mobilidade urbana, vejo a cidade mais interligada também nesses pontos que são estratégicos para melhorar o trân-sito em Lençóis Paulista agora e quan-do tiver com 70 mil, 80 mil ou 100 mil habitantes”, analisa.

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 201118.787 19.742 20.786 21.863 23.487 25.763 27.636 29.747 31.971 34.305

(Fundação Seade)

Olhares para o futuro“Penso em vias de

ligação que facilitem o trânsito de pessoas e de veículos, que promovam

a mobilidade e a integração dos diversos

pontos urbanos.”Bel Lorenzetti,

prefeita de Lençóis

EvOluçãO da FrOta dE vEículOs EM lEnçóis Paulista

15Lençóis pauLista 154 anos O ECO •

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Gestão pública

Busca do equilíbrio perfeitoCom 40 mil habitantes a mais, cidade precisa investir em equipamentos públicos

Ninguém discute que é impor-tante Lençóis Paulista cres-cer mantendo, no mínimo, o equilíbrio que tem hoje em termos de equipamentos pú-

blicos em cada bairro. A expectativa é que a cidade com 40 mil pessoas a mais possa garantir à sua população acesso a escolas e creches, a uma boa rede de saúde e a todo o aparato que a população precisa para viver bem, independente da faixa etária.

A luta é árdua, mas não impossível de ser vencida. O grande desafio que se co-loca para o poder público é, também em nível de gestão, acompanhar o desenvol-vimento populacional e responder com eficiência às demandas que mais gente nas ruas, escolas e postos de saúde exigem.

O mínimo desejável é que todos esses pontos sejam olhados com cautela e com-promisso dos próximos administradores públicos em manter o padrão de quali-dade conquistado ao longo dos últimos tempos e oferecido atualmente. É preciso cuidar para que os novos bairros que ve-nham a surgir para abrigar os milhares de lençoenses natos ou migrantes de outras cidades sejam dotados desses equipa-mentos. Isso é cuidar para que haja equi-líbrio entre aquilo que a cidade já possui e o que deverá possuir quando tiver com 100 mil moradores.

O governo atual busca esse equilíbrio, garante a prefeita Bel Lorenzetti. “O Cen-tro da cidade não tem alunos para ensino infantil, porque a região tem uma popula-ção que vai envelhecendo. Não tínhamos alunos para o ensino infantil, mas tínha-mos demanda para creche no Centro. Transformamos uma escola infantil em creche, o que é a ação do poder público para atender a uma demanda nova que an-tes estava resolvida”, exemplifica.

Ainda na área da educação, só que volta-

dESAFIO - Acompanhar o desenvolvimento populacional da cidade e responder com eficiência às demandas que mais gente nas ruas, escolas e postos de saúde exigem

da para a formação de mão de obra, alguns equipamentos públicos novos se somam aos mais antigos. A cidade sabe que preci-sa intensificar a oferta de qualificação para jovens e adultos, pensando na preparação dessas pessoas para uma atividade profis-sional que lhes assegure a empregabilidade.

A ampliação de cursos no Centro Mu-nicipal de Formação Profissional Prefeito Ideval Paccola foi uma delas. A escola tem 25 anos e contabiliza 15 mil diplomas emitidos nesse quarto de século de atuação. Instalada em sede própria, movimenta-se para diversi-ficar o perfil de profissionais que disponibi-liza para o mercado.

Entre as novidades recentes, em 2011, a cidade inaugurou sua escola técnica vin-culada ao Centro Paula Souza, a Etec Ci-dade do Livro. São seis cursos em nível médio oferecidos desde já e um projeto

de expansão para novas áreas, planejando atender a demandas futuras. São passos em uma caminhada que não pode parar.

A caminhada segue, por exemplo com a escola do Sesi, com previsão de come-çar a funcionar em 2013 para oferecer um ensino formal mais associado à profissio-nalização de seus alunos. Agregado a ela pode vir, no futuro, uma faculdade de tec-nologia que atenda mais especificamente às demandas locais. Todas as iniciativas do setor público somadas às escolas pri-vadas – Instituto Ana Nery, Efac Escola Formação de Profissionais da Beleza, escolas de informática, de idiomas e de aperfeiçoamento, por exemplo – sinali-zam com uma crescente oferta de opor-tunidades para as pessoas se prepararem para ocupar espaço no mercado de traba-lho cada vez mais qualificado.

21Lençóis pauLista 154 anos O ECO •

Page 22: Revista de 154 anos de Lençóis Paulista

Orçamento

Qualquer administração mu-nicipal se depara com uma equação da qual não tem como escapar, quando admi-te que o orçamento público

tem limites bem abaixo das necessidades de sua população. Vem a pergunta: quais são as alternativas para engordar o orça-mento que hoje é investido em seis ha-bitantes para, no futuro próximo, ter re-

cursos para atender a dez cidadãos, sem perder autonomia e sem negar-lhes a ca-pacidade de se desenvolver? Ou, ainda, com que ferramentas enfrentar o desafio de inventar novas receitas para financiar

Fazer mais exige mais

dINHEIROCom quais ferramentas é possível melhorar a receita que financia o progresso?

22 • O ECO Lençóis pauLista 154 anos

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os projetos de desenvolvimento sem criar novos impostos, taxas e tributos?

“É preciso olhar com criatividade para o que é a receita própria do muni-cípio”, responde Bel Lorenzetti, prefeita de Lençóis Paulista, que emenda: “nesse sentido, precisamos ser muito criativos”.

Ser criativo, na linguagem de gestor público, é otimizar os recursos que tem, é valorizar suas fontes de receita para que ela também cresça e gere mais re-cursos a partir de uma economia local aquecida. Também é criativo, do pon-to de vista governamental, manter uma equipe eficiente na área de finanças pú-blicas, garantir uma boa gestão fiscal do município e evitar sonegação ou desvios de recursos.

Em termos concretos, essa fórmula já demonstra que funciona. A cada ano, cresce a previsão orçamentária lençoen-se, estimada em lei municipal enviada à Câmara de Vereadores a cada mês de outubro. Em 1999, por exemplo, a Pre-

feitura de Lençóis Paulista traçava como meta orçamentária para o ano 2000 uma arrecadação de R$ 26,5 milhões. Dez anos depois, em 2009, a lei orçamentária para o ano de 2010 já previa receita de R$ 95,1 milhões, ou seja, um crescimen-to exponencial de 259% no período.

Essa expectativa de arrecadação maior tem se repetido ano a ano. Em 2012, a Prefeitura espera ver entrar em seu caixa pelo menos R$ 126 milhões. São R$ 100 milhões a mais do que há 12 anos. Detalhe importante: a previsão orçamentária é uma estimativa da recei-ta da Prefeitura. Na prática, o orçamento executado chega a 10% a mais do que a previsão por conta de repasses estaduais ou federais e de outras estratégias de ge-ração de receita.

Não há mágica para explicar o cresci-mento do orçamento municipal ao longo dos últimos anos. É matemática pura. A administração municipal aumentou seu rigor fiscal, combateu a inadimplência

de tributos e viu a movimentação eco-nômica da cidade se aquecer, além de outros pontos de menor impacto indivi-dual no orçamento, mas que, somados, também geram resultado positivo.

“Tivemos crescimento na opção pelo pagamento em dia dos impostos e tri-butos municipais, somado a ações que potencializaram a geração de receita”, resume Júlio Antonio Gonçalves, dire-tor de Finanças da Prefeitura local por quase todo esse período. Segundo ele, a inadimplência do contribuinte chegava a 50% no início do plano de recuperação, há uma década. Hoje, está na faixa dos 17%, após a Prefeitura adotar medidas de desestímulo ao calote ou sonegação.

No que diz respeito ao rigor fiscal, a revisão do código tributário estancou um calote que era comum entre as em-presas de fora que prestavam serviços na cidade e depois iam embora sem ajustar as contas com o fisco municipal. “Isso não acontece mais, porque criamos me-canismos para evitar que as empresas prestadoras de serviço fossem embora sem antes recolher o que deviam à Pre-feitura”, reforça Gonçalves.

Na outra ponta, a economia local mais ativa reforçou a participação do município na redistribuição do ICMS (Imposto Sobre Circulação Mercadorias e Serviços), que é estadual, mas que tem grande peso no orçamento municipal. Por fim, o aumento populacional reclas-sificou Lençóis Paulista entre as faixas de distribuição do FPM (Fundo de Par-ticipação dos Municípios), que é federal.

Há que se imaginar que uma cidade maior, com mais habitantes e outro rit-mo de atividade econômica, gere receita maior do que gera na atualidade. O cres-cimento tende a ser proporcional em to-das as frentes. Nesse sentido, a equipe da área de finanças deve ter seu olhar para o futuro, sem descuidar do presente.

O que é feito hoje para incentivar as campanhas de pagamento de impostos e tributos municipais em dia tem uma in-tenção: é manter as contas equilibradas, ter recursos e condições para oferecer à cidade e aos seus cidadãos aquilo que é

EstimativasPara o ano 2000, a Prefeitura de Lençóis Paulista tinha

como meta orçamentária arrecadar

R$ 26,5 milhões.Dez anos depois, em 2010, a lei orçamentária previa

R$ 95,1 milhõesde receita, um crescimento de

259%.Em 2012, o orçamento está previsto em

R$ 126 milhões.

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Orçamento

vindicar verba. “E nós respondemos: já temos, o projeto está aqui. Abro a pasta e apresento uma proposta bem elaborada, consonante com a ação que pretendemos desenvolver”.

Às vezes, diz a prefeita, o agente insiste que é preciso apresentar o levantamento de custos, dados complementa-res. “Mas estamos prontos para isso também e dizemos: tam-bém está aqui o levantamento completo do que precisamos, já o fizemos.” Daí, segundo ela, a conversa muda e isso acelera a liberação da verba, encurtando o caminho entre o problema e sua solução.

Esse é um caminho para engordar o orçamento do mu-nicípio. Outro é incitar o envolvimento das pessoas, de em-presários, servidores, trabalhadores, voluntários na vida da cidade e na solução de seus problemas. Isso, segundo Bel, ajuda Lençóis a agregar valores que somam positivamente no caminho do desenvolvimento que é de interesse de todos.

Para ilustrar, a prefeita recorre ao exemplo da constru-ção do Teatro Municipal, que está sendo erguido mais com doações vindas da iniciativa privada do que com recursos próprios do município. O que foi necessário? “Criatividade e muita disciplina”, responde ela.

Bel conta que, desde o projeto – “que queríamos o melhor que conhecíamos nesta área” - até as etapas seguintes, sempre se buscou o envolvimento da sociedade nesta conquista. “Na hora de pedir na comunidade a verba de que precisávamos, não queríamos chegar sem oferecer nada. Por isso, enfrenta-mos todo o processo para atender à Lei Rouanet, que tornou possível vencer todas as etapas iniciais e dar um andamento grande à obra”, conta.

Após ter o projeto inicial aprovado nos ministérios do Governo Federal, passando pelo Iphan (Instituto do Patri-mônio Histórico e Artístico Nacional) e todas as comissões necessárias, a estratégia foi sensibilizar as pessoas da cida-de sobre a importância do teatro. Tudo isso é trabalho que exige determinação, criatividade e disciplina. Para Bel, isso ilustra bem a importância de se ter um projeto bem elabo-rado na hora de buscar alternativas para atrair recursos para as obras que o município necessita e atender às ansiedades da população.

O Teatro Municipal é um exemplo do que acontece em outras áreas da administração municipal, garante a prefeita lençoense. “Quando a gente olha para a Adefilp (Associa-ção dos Deficientes Físicos de Lençóis Paulista), vemos isso de novo. Como a entidade está chegando ao nível que está, em suas instalações, serviços, em seus projetos e no seu re-conhecimento estadual e nacional? Por conta da seriedade do trabalho e essa questão de querer fazer o melhor, o mais bem feito possível. E quando o recurso vem, executamos o projeto com responsabilidade e seriedade, prestando contas à sociedade e aos agentes financiadores, tudo dentro do que determina a legislação do nosso País. Isso nos dá credibilida-de para fazer de novo e fazer mais e mais”, completa.

A inadimplência

do contribuinte local chegava

a 50% e foi reduzida a 17%.“Tivemos crescimento na opção pelo pagamento em dia dos impostos e tributos municipais, somado a ações que

potencializaram a geração de receita.”

Júlio Antonio Gonçalves, diretor de

Finanças da Prefeitura

preciso para viver bem. Esse é um tra-balho sério e muito árido, segundo a prefeita Bel. Está a cargo de um setor que trabalha essencialmente com nú-meros, que se atenta a detalhes que vão refletir diretamente na vida da po-pulação. “É um trabalho importante na medida em que dá base financeira para o gestor cuidar do restante e exe-cutar os projetos necessários”, com-plementa a prefeita lençoense.

Além disso, é fundamental manter um olhar inteligente para as possibi-lidades de captar recursos fora, como nos orçamentos do Estado, da União e da iniciativa privada. De acordo com Bel, esse é um exercício cotidiano de quem administra uma cidade como Lençóis Paulista, com a responsabi-lidade de promover as melhorias que a população almeja. “Estamos diaria-mente atentos às oportunidades para descobrir que ministério do governo federal ou secretaria de Estado ofere-ce uma possibilidade de se apresentar um projeto que reverta em benefícios para a cidade”, anota.

Outra frente, diz a prefeita lenço-ense, exige criatividade da equipe para desenvolver projetos e se antecipar aos movimentos das outras instâncias de governo. Trata-se da estratégia de aproveitar as ocasiões de última hora ou até mesmo abrir novas possibili-dades de captar repasses do Estado e da União para investir no Município. “Isso exige do governo municipal es-tar sempre muito bem preparado e informado sobre essas possibilidades. Essa é uma lição de casa que Lençóis aprendeu e tem feito bem”, elogia.

De acordo com a prefeita Bel, quando ela vai em busca de apoio fi-nanceiro ou para reivindicar verbas em São Paulo ou Brasília, leva proje-tos inovadores praticamente prontos. Às vezes, leva documentos até além do que pede o órgão do governo que tem competência para disponibilizar aquele recurso. A prefeita diz que, ge-ralmente, ouve do agente do governo que é preciso ter um projeto para rei-

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Desenvolvimento sustentável

Crescer com

Além dos lençoense nativos, o desenvolvimento deve atrair migrantes em busca de melhores oportunidades e acelerar os passos para a Lençóis de 100 mil habitantes

Secretário de Governança Cor-porativa do Grupo Lwart e ex-diretor de Planejamento da Prefeitura de Lençóis Pau-lista, Luís Antonio Paccola

Coneglian é uma das pessoas da iniciativa privada que mantém o olhar atento para o futuro. Sua experiência na Prefeitura de Lençóis Paulista oferece uma leitura privi-legiada da Lençóis com 100 mil habitantes.

Foi Coneglian que comandou a ela-boração do Plano Diretor do Município, concluído em 2006. “Fizemos um Plano Diretor para a cidade com ampla partici-pação da população e dos seus represen-tantes. Esse é um instrumento que serve como base, porque reúne as diretrizes para o crescimento no futuro”, conta.

A série de audiências públicas co-mandadas por Coneglian e outros dire-tores da Prefeitura à época resultou na lei complementar 35/2006. Trata-se de uma lista de ações estratégicas, da definição de sistemas e processos de planejamento visando ao desenvolvimento urbano de Lençóis Paulista.

Antes de definir as diretrizes, foram ouvidas as reivindicações da população em todas as regiões da cidade. O objeti-vo era conhecer o desejo dos lençoenses. “Chegamos a uma boa síntese para elabo-rar uma relação de diretrizes daquilo que se tem como expectativa de como deve ser esse crescimento. Os primeiros capítulos do Plano Diretor já enfocam como a cida-de deve crescer e se desenvolver”, lembra.

Coneglian destaca que Lençóis está na faixa de 60 mil a 65 mil habitantes e que levaria várias décadas para chegar aos 100 mil moradores, considerando apenas o crescimento vegetativo da população. Ele alerta, no entanto, que há decisões sendo tomadas pela cidade nos últimos anos, tanto no ambiente público quanto no setor privado, que vão acelerar esse crescimento. Ou seja, além dos lençoense nativos, Co-neglian prevê uma onda de migração para município de pessoas atrás de novas ou melhores oportunidades de vida.

“Vemos investimentos de grande porte anunciados pela iniciativa privada, além de base e de preparação da cidade em termos de infraestrutura para esse futuro próximo. Em termos de infraes-

PLANEjAMENTO

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AtraenteLençóis tem entre 60 mil e 65 mil habitantes e levaria ldécadas para chegar aos 100 mil

moradores, considerando o crescimento vegetativo da população. Decisões que estão sendo tomadas pela cidade nos últimos anos, no ambiente público e no setor privado, vão

acelerar esse crescimento.Luís Antonio Paccola Coneglian,

secretário de Governança Corporativa do Grupo Lwart e ex-diretor de Planejamento

da Prefeitura de Lençóis Paulista

trutura, Lençóis Paulista é uma cidade que não tem carências em seus bairros. É uma cidade que vem se preparando para o desenvolvimento das pessoas, com en-sino profissionalizante e com a educação necessária. Esse passo vai ser acelerado e, no curto prazo, teremos um crescimento significativo na população local”, arrisca.

Um desses investimentos de grande impacto na economia e na vida local foi anunciado ao público no final de março. A Lwarcel Celulose – empresa do Gru-po Lwart, do qual Luís Antonio Paccola Coneglian é secretário de Governança Corporativa – convocou audiência pú-blica para apresentar à comunidade dois documentos. Um deles é o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e outro é o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental), am-bos necessários para dar início a um pro-jeto de mega-ampliação da Lwarcel, que levará três anos para ser executado e deve entrar em operação em 2016.

O evento de lançamento do projeto foi coordenado pelo Condema (Con-selho Estadual de Meio Ambiente) e é parte obrigatória para o licenciamento ambiental de projetos de grande impacto

Projeto HR$ 230 milhões em investimentos

alimentam a inovação da Lwart Lubrificantes em sua planta para produzir óleo de melhor qualidade e ganhar mais competitividade no

mercado mundial

Enquanto planeja investir R$ 2 bilhões para ampliar os negócios da Lwarcel, o Grupo Lwart concretiza outro aporte financeiro vultoso em suas instalações. Trata-se do Projeto H, uma obra cujo orçamento estimado é de R$ 230 milhões. Com essa ação, a Lwart - uma empresa lençoense, fundada e dirigida por empresários locais – trabalha para ser pioneira na produção de óleo básico Grupo II no Brasil. A modernização no processo de rerrefino de lubrificantes, que é a síntese do Projeto H, vai garantir que a empresa produza o óleo básico com menos enxofre em uma planta industrial que vai produzir hidrogênio, elemento usado também em indústrias de alimentação, além de outras aplicações. É o hidrogênio que vai possibilitar esse ganho de qualidade na produção de óleo básico. Mais que isso, o hidrogênio será produzido em Lençóis Paulista pela empresa americana Chemical Engineering Partners, o que representa não só um acréscimo na economia local, mas também a diversificação da atividade fabril e a presença de novas tecnologias no Distrito Empresarial lençoense.

Lwart investe mais R$ 230 milhões

nas comunidades onde estão instalados. Quatrocentas e cinquenta pessoas entre diretores da empresa, autoridades locais e estaduais, integrantes de clubes de servi-ço e da população em geral acompanha-ram a audiência pública.

Diretor-presidente do Grupo Lwart, Carlos Renato Trecenti anunciou na au-diência que o licenciamento ambiental é o primeiro passo para viabilizar o projeto de quadruplicar a capacidade de produção da Lwarcel. Hoje, a produção da empresa está em 250 milhões de toneladas de celu-lose ao ano e o plano é chegar a 1 bilhão de toneladas ao ano. Audacioso, o plano colo-cará a empresa lençoense entre os maiores produtores de celulose do mundo.

Claro, um projeto dessa magnitude pre-vê etapas a serem vencidas e prazos dilatados para ser implantado. Superadas as exigências de impacto ambiental – que é a fase número um e está prevista para ocorrer até o final de 2012–, começa o esforço da empresa para captar os recursos financeiros necessários.

Aqui veio a outra boa notícia trazida na audiência do final de março. A estima-tiva inicial da Lwarcel Celulose é liderar um investimento que pode somar R$ 2

Entre os grandes - A Lwarcel Celulose produz 250 milhões de toneladas de celulose ao ano e anuncia plano de chegar a 1 bilhão de toneladas ano. O investimento estimado, segundo o diretor-presidente do Grupo Lwart, Carlos Renato Trecenti, pode chegar a R$ 2 bilhões, 15 vezes o orçamento da Prefeitura de Lençóis Paulista para este ano. O plano de expansão coloca a empresa lençoense entre os maiores produtores de celulose do mundo.

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Desenvolvimento sustentável

bilhões e levar três anos para ser execu-tado. A geração de emprego estimada na fase de implantação é de 1,5 mil a 5 mil postos de trabalho. Quando a área expan-dida entrar em operação, outros 1 mil tra-balhadores deverão ocupar as vagas defi-nitivas na nova planta industrial.

Só para ter uma dimensão do mon-tante em que a empresa está falando, o orçamento da Prefeitura de Lençóis Paulista para todo o ano de 2012 é de R$ 126 milhões. A Lwarcel espera investir na ampliação de seu negócio e no espa-ço de três anos um valor 15 vezes maior que o orçamento da Prefeitura para ad-ministrar uma cidade de praticamente 65 mil habitantes.

Sabedora dos efeitos desses números e dessas informações na economia da cidade, a diretoria da Lwarcel Celulose é cautelosa ao detalhar o projeto. Tudo que foi anunciado em março de 2012 é considerado um projeto básico que reve-la uma intenção de investimento. “Neste momento, trabalhamos com estimativas baseadas em outros projetos semelhan-tes. Para um projeto desse porte, o valor que trabalhamos hoje é de R$ 2 bilhões”, anunciou o diretor-presidente do Grupo Lwart na audiência pública.

O próprio Carlos Renato Trecenti faz uma ressalva: “neste momento, o projeto não está aprovado pelo Grupo Lwart. O que está aprovado é o licenciamento ambiental.

Após o licenciamento, temos outras fases para ultrapassar, especialmente a fase de busca de recursos financeiros para viabilizar um empreendimento desse porte”.

De qualquer forma, a intenção de in-vestimento anunciada por uma empresa fundamental na cadeia econômica do município não deixa de ter seu impacto nas expectativas de crescimento da ci-dade. Mais que isso, a movimentação de tanto dinheiro em espaço curto de tempo atrai para a órbita desse investimento ou-tros negócios que vão ajudar a movimen-tar economicamente Lençóis Paulista. Como se sabe, onde tem dinheiro circu-lando tem desenvolvimento e mais gente buscando oportunidades de negócios.

Boa parte da base econômica do município de Lençóis Paulista está ligada à potência em que se transformou outro negócio lençoense, a Zilor, fundada há 65 anos pelas famílias Zillo e Lorenzetti. E não é ao acaso. Trata-se de um grupo empresarial que desponta com seus indicadores econômicos entre os grandes conglomerados.A Zilor está entre as cinco maiores organizações brasileiras no desempenho de lucratividade. Relatórios da movimentação financeira apontam crescimento do lucro da Zilor em 405% entre 2009 e 2010. Com esse desempenho, a empresa se posiciona à frente de outros grupos consolidados entre os gigantes do mercado.Em sua rota de crescimento, a Zilor adotou como estratégia diversificar atividade para conquistar novos campos em todos os

segmentos em que atua, o que inclui o setores agrícola, industrial (açúcar, etanol e bioenergia) e de alimentos (Biorigin). No seu foco principal, o processamento de alimentos e energia a partir da cana-de-açúcar, os resultados positivos são consequência do forte aporte financeiro em todas as etapas do processo produtivo, desde o preparo do solo no campo até o embarque do produto final. “Nas unidades industriais, concluímos um grande projeto de modernização, que incluiu a eletrificação das unidades industriais, a centralização dos projetos em uma estrutura única de tecnologia industrial e 100% de crescimento da capacidade produtiva unidade de Quatá,” anota o relatório de sustentabilidade do Grupo Zilor.O documento dá conta que foram investidos R$ 600 milhões para proporcionar a

autossuficiência energética nas unidades produtivas da Zilor e que aumentaram o volume comercializado de bioenergia em 19%. Com isso, a participação do produto energia no faturamento da empresa chegou a 7%.Ainda de acordo com o relatório de sustentabilidade, o desempenho econômico do grupo registra que, nas três unidades industriais (Usinas Barra Grande, São José e Quatá), foram processadas 10,8 milhões de toneladas de cana na safra de 2010/2011, um aumento de 7,5% em relação à safra anterior. Recentemente, a empresa concluiu um ciclo de investimentos que somou R$ 600 milhões e que começou em 2006. Em todas essas frentes de atuação, influencia positivamente a economia local e ajuda a puxar a locomotiva do desenvolvimento da região em que está instalada.

Zilor desponta entre os gigantes do mercado

Giganteno mundoA Zilor está entre as cinco

maiores organizações brasileiras no desempenho de mercado,

registrando crescimento de 405% do lucro entre 2009 e 2010

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Atrativos

Check list do

Todo investidor tem na valise um check list para eliminar da concorrência os municípios que oferecem menos vantagens para seu negócio

Qualquer empresa que procure um município ou região para se instalar sabe que há uma fila de concorrentes ávidos por atrair seus investimentos.

O assédio é tão intenso que há agências de desenvolvimento (incluindo as do se-tor público) que transformaram a capta-ção e o direcionamento de investimentos produtivos em um negócio profissional.

Independente do assédio a que está exposto, todo empresário investidor tem na valise um check list para eliminar a maior parte dos concorrentes, a começar pelos municípios que oferecem menos vantagens. É a qualidade da resposta a cada uma das perguntas essenciais que

determina a decisão de levar ou não a em-presa para determinada cidade ou região. Qual o check list obrigatório na hora de escolher onde investir dinheiro para im-plantar uma empresa?

Não se trata de resposta simples. Há uma série de aspectos de infraestrutura relacionada ao tipo de negócio que esse empresário tenha ou queira montar. In-fraestrutura, neste caso, se traduz pelo coletivo de condições básicas para a ca-racterística de cada negócio, o que vai possibilitar seu sucesso ou conduzir a empresa ao fracasso.

No campo empresarial, a palavra in-fraestrutura representa um guarda-chuva grande. Sob ele cabe muita coisa. Em ter-

mos gerais, o empresário olha primeiro para as facilidades da parte logística, por-que está pensando na forma mais econô-mica e rápida de escoar a produção de sua empresa e no menor custo para receber insumos para seu negócio.

Outro aspecto fundamental para a grande maioria das empresas é a dis-ponibilidade de energia para abastecer aquele tipo de atividade, além de ou-tros recursos que podem ser essenciais, como a disponibilidade de água, por exemplo. A oferta de mão de obra que atenda àquele perfil de negócio também está entre os itens mais importantes. Es-ses são alguns aspectos principais que o empresário investidor procura primeiro

EMPREENdEdOR

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e que não deixa de considerar quando busca local para investir seu capital e montar sua empresa.

No modelo atual de negociação com as comunidades locais, os empresários mais modernos ainda levam em conta a prestação de serviços públicos adequa-dos. O empresário não deixa de analisar a disponibilidade de serviços públicos porque ele sabe que onde está seu ne-gócio está também seu patrimônio hu-mano. Muitas vezes, a própria família do investidor passa a morar onde está se-diada a empresa. Quando não vem com a família, são os funcionários daquela empresa que vão precisar de certos equi-pamentos públicos.

O último item da lista básica, princi-palmente para os grandes investidores, são os projetos locais de incentivo fiscal para novos negócios. Incentivo fiscal, do-ação de área, facilidades para instalação são aspectos considerados relevantes, mas não são os mais importantes. Estão na lista básica, mas vêm depois dos aspec-tos infraestururais permanentes.

Os outros aspectos são mais impor-tantes para os grandes investidores por-que, se esse tipo de serviço ou condição não for oferecido pelo município, a em-presa terá que arcar com eles, o que re-presenta custo adicional para o negócio. Se a empresa será onerada - para dar con-dições de habitação, formação escolar e de mão de obra, por exemplo, além de atendimento médico para seus funcioná-rios e, ainda, instalar por conta própria as vias de acesso, rede de energia, sistemas de abastecimento - as chances de atração daquele capital de investimento ficam re-duzidas a quase zero.

O que coloca Lençóis Paulista em posição privilegiada na rota do desen-volvimento é que cada um dos itens do check list básico do empresário está atendido. O município conta com uma rede de escolas públicas e privadas for-mando mão de obra e ampliando a ofer-ta de qualificação de pessoal. Ainda tem algum limite na oferta de cursos de nível superior no território municipal, mas a cidade está bem próxima polos regionais de formação universitária, como Bauru, Jaú e Botucatu, com suas universidades públicas e privadas.

Há abundância de áreas em oferta no Distrito Empresarial, hoje regularizado nos aspectos legais e aprovado pelos ór-gãos ambientais. O Distrito Empresarial está bem localizado e oferece capacida-de de expansão. Tem-se oferta de água e acesso privilegiado ao aquífero Guarani. Conta com rede de coleta de esgotos do-mésticos e industriais.

De volta à parte logística, uma das principais, o Distrito Empresarial está às margens da rodovia Marechal Rondon (SP-300), duplicada em toda sua exten-são e a 300 quilômetros da Capital São

Paulo. A cidade está à distância de 50 ou 60 quilômetros de um porto intermodal rodo-ferro-hidroviário (em Pederneiras) e de um aeroporto de médio porte (em Bauru/Iacanga). A rede ferroviária cruza o município, as estradas da região aten-dem à demanda de acesso a outras rodo-vias importantes - como Castelo Branco (SP-280), Transbrasiliana (BR-153) e Washington Luiz (SP-310). A malha ro-doviária que serve ao Estado de São Paulo tem ligação direta com Lençóis Paulista.

Em termos de energia elétrica para movimentar máquinas e equipamentos, o Distrito Empresarial é muito bem ser-vido pela eletricidade de alta voltagem. O gás natural é uma matriz energética em oferta para breve, devendo chegar ao município ainda em 2012 (há um contra-to prevendo prazo de fornecimento para empresas que já estão instadas no Distri-to Empresarial). Soma-se a essa oferta de matrizes para a indústria duas empresas co-geradoras de energia, que usam para seu consumo e disponibilizam excedente para o operador do sistema.

Em todos esses aspectos, o municí-pio de Lençóis Paulista está bem posi-cionado. Até por isso, pode ostentar a perspectiva de desenvolvimento acele-rado para os próximos anos. Na parte em que a cidade é carente em termos de atrativos não se pode fazer muito. Trata--se do distanciamento da Capital. Tem--se uma logística de transporte privile-giada, mas não se pode aproximar mais fisicamente da Capital ou das cidades da Grande São Paulo.

A posição geográfica separa Lençóis Paulista e a região metropolitana em 300 quilômetros. Do ponto de vista do empresário, essa ainda é uma distância grande a ser percorrida. São três horas de viagem, muito tempo e custo de transpor-te para algumas atividades produtivas. O peso desse limite físico se revela na leitura de que o desenvolvimento maior se dá, primeiro, nas regiões mais próximas de São Paulo, distantes cerca de 100 quilô-metros da Capital, onde se tem uma den-sidade demográfica bem maior que na nossa região.

PrivilegiadaOs principais requisitos colocam

Lençóis Paulista privilegiada na oferta de atrativos para

investidores, mas a distância da Capital ainda é um limitador difícil

de ser transposto

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Impactos do desenvolvimento

Todo crescimento acelerado gera impactos e consequên-cias que precisam ser olhados pelos municípios, especial-mente pelos gestores públicos.

Alguns impactos são positivos, como a expectativa de maior volume de recursos circulando na cidade. Mas vêm junto os efeitos negativos de um crescimento que seja desordenado, rápido demais ou que esteja fora do planejamento.

O ideal para assegurar qualidade de vida e desenvolvimento sustentável é an-tever que impactos negativos são esses e atuar para resolvê-los preventivamente. Já é previsível que mais dinheiro vai circu-lar na economia lençoense nos próximos anos, o que tende a atrair mais famílias para a cidade. Essas pessoas vão consumir mais, vão gerar mais detritos, vão usar mais a infraestrutura urbana e os equipamentos públicos de saúde, educação e cultura.

Tudo isso empurra o raciocínio de quem está preocupado com a cidade do futuro para o planejamento de ações pre-ventivas. Esse é o momento adequado para a cidade e seus cidadãos pensarem seriamente nisso. Lençóis Paulista está pronta para entrar nesse ritmo de desen-volvimento e crescimento acelerados? Em partes, sim. Em partes, não. Que ci-dade comportaria o desembargue de mi-lhares de pessoas, de uma hora para outra, quase dobrando a sua população?

Felizmente, a previsão é que a chega-da de mais pessoas seja dosada, embora

Toda ação

Momento é adequado para planejar como se antecipar aos efeitos negativos do desenvolvimento

mais acelerada do que atualmente. Para tratar disso com responsabilidade, os ges-tores públicos devem manter seu Plano Diretor bem elaborado e atualizado.

Ex-diretor de Planejamento da Pre-feitura e coordenador na elaboração do Plano Diretor, Luís Antonio Paccola Co-neglian concorda com essa visão. O traba-lho de pesquisa e definição de diretrizes feito em 2006 ainda está vigente. Foi de-senhado para ter alcance de longo prazo, mas também prevê que seja revisado em 2016. “Foram estabelecidas diretrizes de política urbana que não se desatualizam em pouco tempo. Entendo que as pessoas devam ler o Plano Diretor, especialmente nos capítulos iniciais, para conhecer que

diretrizes são essas para o crescimento da cidade e para que isso seja validado. Há uma obrigação legal para que, dez anos após sua sanção, o plano seja revisado e atualizado”, recorda.

Se a revisão deve acontecer em 2016, será no último ano de mandato do pró-ximo governo municipal. Um ano com a agenda comprometida pelas eleições mu-nicipais, é bom lembrar. Portanto, os mo-vimentos para que o Plano Diretor seja ajustado devem entrar na agenda do pró-ximo prefeito ou prefeita já nos primeiros anos de seu mandato. O calendário de re-visão das diretrizes do desenvolvimento de Lençóis Paulista deve ser estabelecido já a partir de 2013, primeiro ano de man-

provoca reação

Planejamento“O próximo prefeito ou prefeita de Lençóis

deve se planejar para promover a atualização necessária ao Plano Diretor da cidade,

agendada para 2016.”Luís Antonio

Paccola Coneglian, coordenador do Plano

Diretor de 2006

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dato dos próximos gestores municipais.Coneglian avaliza o raciocínio. “Real-

mente, esse é um aspecto para ser pensado desde já. O próximo prefeito ou prefeita de Lençóis deve se planejar para promo-ver a atualização necessária ao Plano Dire-tor da cidade, agendada para 2016”, refe-renda. E o coordenador do plano de 2006 (que definiu as diretrizes para a cidade seguir em sua rota de desenvolvimento) sentencia: nem tudo que foi pensado no Plano Diretor de 2006 foi regulamentado. Logo, o trabalho de planejamento ou ajus-tes necessários pode começar pela regula-mentação do que está pendente.

O Plano Diretor contempla as linhas gerais para orientar o crescimento do

município de modo sustentável entre 2006 e 2016. Nesse aspecto prático, a próxima gestão municipal deve ativar as ferramentas que o Plano Diretor indica para serem aplicadas ainda durante sua vigência. Outra recomendação válida é instituir um grupo de pessoas para pen-sar o desenvolvimento nos dez anos se-guintes, ainda que persiga basicamente a mesma linha de raciocínio colocada pela população em 2006. Isso para que, ao chegar em 2016 (ano da revisão do Plano Diretor e ano de eleições municipais), a administração esteja pronta para promo-ver os ajustes necessários e assegurar que a cidade não se perca em seu caminho de crescimento ordenado.

Neste momento em que a cidade se prepara para definir quem serão seus pró-ximos mandatários, já que a eleição muni-cipal ocorre em outubro deste ano, o tema desenvolvimento não pode ficar de fora das plataformas dos candidatos a prefeito ou prefeita. Depois de eleito, o administra-dor público deve incluir esse compromis-so em sua agenda, sem deixar para pensar a definição dos critérios de desenvolvimen-to urbano para seu último ano de manda-to. Os agentes públicos que estiverem no próximo mandato têm o dever de pensar isso pelo bem da cidade, porque Lençóis Paulista tende a experimentar um cresci-mento mais acelerado e isso nem sempre é um processo fácil de conduzir.

Principais diretrizes do Plano Diretor» implantação gradual do processo de governança municipal, promovendo a redução das fases sequenciais dos processos administrativos e a integração dos diversos órgãos públicos, priorizando o atendimento adequado aos cidadãos» implementação do sistema de informações geográficas – SIG, garantindo o processo permanente de planejamento e gestão urbana» manutenção atualizada do mapeamento do uso do solo do município, com identificação e delimitação das áreas ambientalmente frágeis e daquelas dotadas de potencial agrícola para os fins de desencadear e manter o processo permanente de planejamento ambiental» promoção da preservação do patrimônio cultural, paisagístico e arquitetônico do município» priorização e implantação de programas, projetos e ações estratégicas que atribuam qualidade e modernidade à cidade, com o

consequente aumento da oferta de trabalho, emprego e renda» fortalecimento da identidade do município, sua cultura, história e paisagem, incentivando a atratividade turística» aplicação dos instrumentos de gestão da política urbana do Estatuto da Cidade para os fins de implantar as políticas fundiárias, os programas, projetos e ações estratégicas» revisão, atualização e aperfeiçoamento das leis que tratam do uso e ocupação do solo, adequando-as à cidade que se deseja construir em conformidade com o disposto nesta lei (LC 35/2006)» priorização e dinamização das atividades econômicas, estimulando e apoiando o surgimento de novos negócios» ampliação da oferta de espaços públicos qualificados de uso comum da população, integrados ao ambiente natural, adequados

à circulação de pedestres e ao convívio, ao lazer e à cultura da comunidade local, buscando a inserção e o uso mais qualificado do solo urbano» ampliação da oferta de equipamentos urbanos e comunitários, dos transportes e dos serviços públicos adequados aos interesses e às necessidades da população, respeitadas as peculiaridades locais» promoção da justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de desenvolvimento urbano» recuperação dos investimentos do poder público dos quais tenha resultado a valorização dos imóveis urbanos» divulgação permanente dos objetivos e das diretrizes do Plano Diretor Participativo a fim de torná-lo efetivo instrumento de política urbana

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Cidade

Círculo virtuosoA cidade tem porte pequeno ou médio e já sente os reflexos negativos e positivos do desenvolvimento que já experimentou

O crescimento que se projeta para Lençóis Paulista nos próximos tem que vir em todas as áreas, abrangendo economia, demografia, qua-

lidade de vida, educação, saúde, deman-das habitacionais e orçamento público, entre outros aspectos da vida em socie-dade. Todos os setores devem estar con-templados no bônus do desenvolvimen-to, porque uma coisa está ligada à outra e é a sua dinâmica que movimenta o círculo virtuoso da economia. Se falhar uma engrenagem no complexo sistema social, todo o conjunto sente os efeitos daquela carência.

É o movimentar sincronizado do con-junto social que gera as condições ideais para a cidade se desenvolver de maneira homogênea. A visão geral é a de que o crescimento virtuoso é um processo que se autoalimenta. A partir do momento em que se estabelecem as condições bási-cas de sustentabilidade, o próprio círculo se retroalimenta e se mantém fortalecido.

Até já temos alguns exemplos que são resultado disso. Basta olhar para a expectativa de crescimento de algumas empresas em razão dos investimentos anunciados ou projetados por outras. São investimentos que têm potencial para impulsionar muito o crescimento

de quem orbita próximo aos grandes conglomerados. A correlação de expec-tativas de otimismo decorre de condi-ções que são favoráveis a todos os atores neste processo por conta de ações con-cretas ou mesmo das intenções colo-cadas pelas empresas líderes ou atores principais do desenvolvimento.

Para que o crescimento homogêneo venha sem maiores dores ou custos so-ciais, é preciso ter em mente que Lençóis Paulista conta com estrutura física antiga. Estamos diante de uma cidade sesqui-centenária, com malha viária em regiões estratégicas, por exemplo, que preservam sua estrutura também sesquicentenária.

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Não é preciso ser especialista em planejamento urbano para constatar que o Centro da cidade está bastante onerado pelo cres-cimento registrado até agora. Um crescimento em ritmo mais in-tenso vai implicar em consequências e em efeitos colaterais que o cidadão mais atento já começa a ver, sentir e cobrar melhorias.

Fluxo excessivo de veículos em certas vias e momentos de pico, dificuldade para estacionar no horário comercial, trânsito complicado e, muitas vezes, confuso ou até violento, mercado imobiliário inflacionado, fragilidades no sistema de segurança pública. A cidade tem porte pequeno e caminha para o mé-dio já sentindo alguns dos efeitos colaterais como reflexo do desenvolvimento que já experimentou. Se essa realidade de crescimento se acelerar, se se intensificar nos próximos anos – como é a tendência -, quem estiver à frente do governo tem que pensar soluções preventivas para vencer todos os gargalos. Do contrário, toda a sociedade pagará o ônus por algum de seu aspecto que tenha sido alijado no andar do desenvolvimento.

De acordo com Luís Antonio Paccola Coneglian, o Plano Diretor criou instrumentos de política urbana que possibili-tam ao Poder Público direcionar o crescimento para algumas regiões da cidade e evitar a saturação de outras já oneradas. Outra medida ao alcance imediato é o melhor aproveitamento de áreas disponíveis em regiões com potencial maior de cres-cimento. São instrumentos que já existem, podem e devem ser utilizados, antevendo o processo de crescimento mais intenso.

A pergunta pertinente é: quem deve acionar os mecanismos do Plano Diretor? Trata-se de uma lei municipal, cuja execução

cabe ao Poder Executivo. Essas ferra-mentas de indução do crescimento para determinadas áreas e limitação em outras devem ser acionadas pelo gestor público. Cabe à administração coordenar o pro-cesso de expansão do município, é seu papel principal na engrenagem social.

Como prefeita atual, Bel Lorenzetti demonstra que está atenta a esse deta-lhe importante. Ela mesma diz que vê como necessidade a definição de novos espaços para alguns tipos de atividades comerciais ou profissionais na ocupa-ção da planta urbana. Há atividades - como marcenarias e funilarias, por exemplo - que, pelo Plano Diretor, não podem ser atendidas na região central da cidade. “Nosso trabalho é para que, ao passar do tempo, ir conseguindo novas áreas, dentro do Plano Diretor de desenvolvimento, que possam dar oportunidade para essas atividades se instalarem, de essas profissões estarem se desenvolvendo em consonância com o crescimento da cidade”, pontua Bel.

Seria o caso de propor a criação de se-tores físicos na cidade para receber tipos de empresas cuja atividade seja incompa-tível com o funcionamento da região cen-tral? Sim, setores urbanos em que essas empresas estejam instaladas em confor-midade com a legislação vigente. Setores físicos em que determinadas atividades possam ser exercidas dentro do rigor le-gal, evitando dano ambiental ou transtor-nos à população vizinha a essas empresas. “A cidade deve ser pensada sempre assim. Entendo que uma característica de Len-çóis é ser uma cidade organizada. É fun-ção de quem administrar a cidade atuar e aperfeiçoar essa organização como um dos nossos valores”, defende.

É óbvio que quanto mais participa-tiva for a definição de diretrizes de de-senvolvimento, quanto maior o envol-vimento dos setores da sociedade que representam interesses legítimos para assumir as consequências desse pro-gresso, tanto melhor. Mas a coordena-ção geral do processo não pode ser de outro agente, que não o setor público, o Poder Executivo.

A caminho

do médio

porte, Lençóis

Paulista já

sente os efeitos

colaterais do

desenvolvimento

e deve agir para

eliminar os

gargalos

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Agudos

Borebi

Macatuba

Areiópolis

São Manuel

Pratânia

Avaré

PederneirasCidade

Fatores e fatoresPensamento regional deve imperar para promover o crescimento de todos os municípios vizinhos

Quando se pensa o desenvolvi-mento de uma comunidade, alguns fatores contribuem no processo e outros podem emperrar as perspectivas mais

otimistas. Quem assumir a missão de projetar a Lençóis Paulista do futuro não pode descuidar de nenhum dos fatores previsíveis e nem da participação coletiva na definição de prioridades e metas para o crescimento.

Está evidente que a posição geográfi-ca do município e a estrutura logística são propulsores do crescimento econômico que se avizinha e que o movimento finan-ceiro que dele decorre atua como motor que movimenta as demais formas de cres-cimento – nas áreas educacional, social, habitacional, humana, etc. Localização estratégica e logística privilegiada podem ser muito bem aproveitadas para estimu-lar o desenvolvimento, atrair investimen-tos e novos negócios. No caso lençoense, seu limite está longe do esgotamento. Mas cidade deve oferecer muito mais que isso, se quiser crescer com qualidade.

Da posição privilegiada, ainda há potencial para ser mais bem aproveitada para induzir o crescimento. Vendendo a ideia de qualidade de vida, por exemplo. A avaliação é de que ainda não esgotamos as vantagens de estarmos no centro do Estado de São Paulo. Sobre a logística de transporte - rodovias, ferrovias, aeropor-tos e hidrovia combinados - que serve à cidade e região está subutilizada, avaliam os especialistas. Ou seja, o quesito trans-portes é um fator que permite traçar pers-pectivas para aproveitar melhor o que já temos como vias de acesso e comunica-ção com centros maiores. Isso, claro, sem

desconsiderar o desafio que pesa sobre as lideranças locais para tonificar essa qua-lidade, como a pavimentação da rodovia Osny Matheus (SP-261) no trecho que leva ao acesso mais rápido e facilitado à rodovia Castello Branco (SP-300).

Para Luís Antonio Paccola Coneglian, secretário de Governança Corporativa do Grupo Lwart e ex-diretor de Planeja-mento da Prefeitura de Lençóis Paulista, é questão de tempo para que essas van-tagens sejam mais bem utilizadas. “Aos poucos, nossas capacidades de atrair investidores serão exploradas em suas potencialidades, pelo bem do desenvolvi-mento”, acredita.

Na outra vertente, defende ele, Len-çóis se preparou para crescer e eliminou carências básicas de infraestrutura nos úl-timos anos. “É um município que se des-taca por ter um serviço público de quali-dade. Onde o serviço público não tem qualidade, sobra um ônus à iniciativa pri-vada, que tem que investir para suprir s de-ficiências. Ter estrutura básica bem mon-tada é importante para qualquer atividade da iniciativa privada. Mas Lençóis pensou bastante nisso. Pela sua própria vocação agroindustrial, se preparou na capacida-de de formar mão de obra, que é um dos grandes gargalos para o desenvolvimento. Lençóis tem boa base de escolas formado-ras de profissionais que alimentam setor produtivo. Os gargalos infraestrutura e bom serviço público, além de formação de mão de obra, estão bem resolvidos. No caso de Lençóis, são pontos fortes para o plano de desenvolvimento”, avalia.

O que sobra de grande desafio a su-perar é fazer com que a potencialidade da logística seja melhor aproveitada

não apenas por Lençóis, mas por todas as cidades da região. A macrorregião precisa trabalhar bem esse aspecto para crescer em conjunto, sem que um município fique à sombra do outro que cresce mais rapidamente. Em resu-mo, é preciso pensar em conjunto para crescer em conjunto, orientam os analis-tas do desenvolvimento.

“Quando observo esse aspecto, vejo que estamos em uma região de grande potencial, mas que pouco aproveita suas características e vantagens para alavancar o próprio desenvolvimento. Acho funda-mental pensar regionalmente, porque já somos uma comunidade regional, que tem valores e problemas em comum. Tem muita gente de Lençóis, Macatuba, Pederneiras, Agudos, Areiópolis, São Manuel que se desloca regionalmente para estudar ou trabalhar. É um deslo-camento diário daqui para ali e dali para cá. Mora aqui e estuda ali ou trabalha ali”, anota Coneglian.

O raciocínio de Altair Aparecido To-niolo, o Rocinha, diretor de Desenvolvi-mento de Lençóis Paulista segue na mes-

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Agudos

Borebi

Macatuba

Areiópolis

São Manuel

Pratânia

Avaré

Pederneiras

LençóisPaulista tem

11 creches21 escolas de ensino fundamental

10 escolas de ensino médio2 instituições de ensino superiorConstrói unidade escolar do Sesi

Unidade do SenaiUnidade da Etec Paula Souza

Centro Municipal de Formação ProfissionalDezenas de escolas privadas ligadas à formação

de profissionais em diversas áreas

ROdOVIASRod. Castelo BrancoRod. Marechal RondonRod. Osny Matheus

ma linha. “Do ponto de vista de quem planeja o fortalecimento econômico e social, não dá para olhar só uma cidade, sem olhar a região em que se está localiza-dos. Acredito muito na interiorização do desenvolvimento, mas pela via da regio-nalização das conquistas”, sentencia.

Aproveitar a mobilidade regional não é um pensamento que pode ficar isola-do em uma cidade que lidere iniciativas de desenvolvimento coletivo. Nenhuma liderança – do setor público ou priva-do, em todas as cidades próximas - deve brigar sozinha, imaginando que o de-senvolvimento da região não atende a todos ou que é possível fazer só pela sua comunidade.

bém cresce. Ganham todas as cidades e suas populações quando a região prospe-ra. Caminhando nessa proposta, é preci-so incentivar a atuação política decisiva dos agentes locais e a liderança firme de todos para fortalecer os laços de interesse da região, juntando forças para superar as demandas pelo bem de todos.

A realidade expõe que construímos o Estado mais rico da Nação e que somos uma região com forte potencial para cres-cer. Não somos a região mais pobre do Es-tado, mas também não somos a mais rica. Somos uma região classe média, com po-tencial para ascender no desenvolvimen-to. Mas isso é uma questão que precisa ser reforçada na visão de comunidade regio-nal que avança unida e igualitária.

Vale a lição de casa de que não adianta ser uma cidade desenvolvida ou rica em uma região pobre ou uma ilha de prospe-ridade em meio à miséria dos vizinhos. O ideal de desenvolvimento é o crescimen-to equilibrado de toda a cidade e de to-das as cidades na vizinhança, explorando com inteligência a vocação de cada muni-cípio. Porque cada cidade tem sua voca-ção, seja na área de serviços, no setor in-dustrial, no comércio, turismo, enfim, em cada atividade econômica. Sem deixar de lutar conjuntamente por melhorias que atendam a todos.

Além disso, unir forças para buscar o desenvolvimento é mais inteligente, em-bora não seja um processo simples como pode parecer na teoria. Até porque há uma tendência dos agentes políticos de olhar para o problema local e buscar solu-ções, primeiro, para as deficiências da sua comunidade. Tem, ainda, a concorrência pela conquista dos melhores investimen-tos para sua cidade, pois cada empresa que chega a uma cidade implica em gera-ção de receitas futuras fundamentais para sua manutenção. Nesse viés, todos apre-sentam fortes argumentos para defender que seja sua a cidade contemplada, que atraia para seu município o maior volume de investimentos possível.

Vencer o individualismo e a concor-rência predatória é pensar macro. É preci-so cultivar a visão de que se Bauru ganha, Lençóis também ganha. E reciprocamen-te, envolvendo todos os municípios vizi-nhos. Se Agudos ganha, Lençóis também ganha e se Lençóis ganha, Agudos tam-

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Desenvolvimento humano

Retratos de umaECONOMIA AQUECIdAPIB per capita lençoense contabiliza avanço de praticamente 196% e quase triplicou entre os anos de 1999 e 2009

A caminho dos 100 mil habitantes, Lençóis Paulista já contabiliza um perfil de município bem desenvol-vido em vários indicadores econômicos e sociais. A renda média do trabalhador lençoense, por exem-plo, mais que dobrou nos últimos anos. A Fundação

Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos), ór-gão da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, apura que, entre 2000 e 2010, o cresci-mento no rendimento médio do trabalhador local foi de 137%.

O retrato do desenvolvimento econômico fotografa tam-bém quem ainda não está no mercado de trabalho. O PIB per capita lençoense contabiliza avanço de praticamente 196% (quase triplicou) entre os anos de 1999 e 2009, segundo os últimos dados disponibilizados pelas estatísticas da Seade. Juntos, os lençoenses produziram R$ 1,86 milhão em riquezas no decorrer de 2009. Com a economia no ritmo que está, mes-mo em meio a crises internacionais e dificuldades internas, a tendência é que esses números sejam ainda maiores quando estiverem aferidos os dados de 2010 e 2011.

PIB per capita e remuneração do trabalhador se somam a outros requisitos – como acesso à educação e saúde, longevi-dade e expectativa de vida – para definir o IDH (Índice de De-senvolvimento Humano) municipal. Trata-se de um indicador comparativo entre as cidades para classificá-las por seu grau de desenvolvimento. É com base no IDH medido pela ONU (Or-ganização das Nações Unidas), por exemplo, que se estabelece a classificação mundial dos países em desenvolvidos, em de-senvolvimento ou subdesenvolvidos.

O IDH lençoense já alcança 0,813 ponto, atingindo o nível 1. É neste grupo que estão classificados todos os municípios brasileiros que atingiram nível elevado de riqueza aliado a bons indicadores sociais.

O bom desempenho lençoense nos indicadores econô-micos e sociais é resultado de sua economia diversificada e ativa. O município tem em seus registros o cadastro de 2,4

IDH-M

IDH-M

0,786

IDH-M 0,780

Agudos

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Areiópolis

São Manuel

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IDH-M

IDH-M

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0,745

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0,746

0,745

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Indicadores Econômicos

GRAU dE URBANIzAÇãO

97,76%Fundação seade - 2010

IdH-M

0,813Nível 1 - cidade com nível elevado de riqueza e bons

níveis nos indicadores sociais

IdH-M (Índice dedesenvolvimento Humano Municipal)O Índice de Desenvolvimento Humano foi

criado originalmente para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e

taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O

ROdOVIASRod. Castelo BrancoRod. Marechal RondonRod. Osni Matheus

IDH-M

IDH-M

0,786

IDH-M 0,780

Agudos

Borebi

Macatuba

Pederneiras

Areiópolis

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IDH-M

IDH-M

IDH-M

IDH-M

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0,777

0,809

0,745

0,806

0,746

0,745

mil empresas do setor de serviços, que empregam 14,7 mil trabalhadores for-mais. São mais 2 mil estabelecimentos comerciais divididos entre pequenos, médios e grandes negócios, que geram empregos e absorvem 4,3 mil trabalha-dores. Seu parque fabril conta com 100 empresas cadastradas, ocupando cerca de 5 mil profissionais. Tudo somado, tem-se uma população de trabalhado-res em torno de 23,5 mil pessoas, o que representa algo próximo a 37% do total de sua população. Os dados são da Di-retoria de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda.

Todos são indicadores importantes das condições de vida no município na atualidade, mas nenhum deles está no seu limite. É um IDH que destaca aspectos como educação, longevidade, saúde e economia? Sim, mas deixa em aberto forte potencial para crescer e melhorar. Até porque, quando se trata de desenvolvimento, sempre se espera um pouco mais. Além disso, o cenário da Lençóis Paulista com 100 mil habi-tantes vai exigir a geração de riquezas e qualidade de vida compatível com uma população 60% maior que a atual. Ou seja, se ficar parada no tempo e as-sentada sobre o que já possui, as novas demandas populacionais vão empurrar para baixo todos os indicadores. Junto, afunda o sonho de ser uma cidade me-lhor para todos seus habitantes.

Lençóis PaulistaPib PEr caPitar$ 29.470,12Fundação seade - 2009

Pib1.865,87em milhões de reais

índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano

considerado baixo; os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano; países com IDH maior que

0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.

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Incentivo

Ventos do crescimento

A Prefeitura de Lençóis Paulis-ta conta com uma diretoria específica para planejar e promover o desenvolvimen-to, especialmente voltada

para o aspecto econômico. Trata-se da Diretoria de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda, cujo titular é o ex--vereador e ex-diretor do Centro Munici-pal de Formação Profissional, Altair Apa-recido Toniolo, o Rocinha.

Sobre as bases lançadas por sua pasta para alicerçar o crescimento da Lençóis Paulista que caminha para ter 100 mil ha-bitantes, Rocinha diz que diversas ações estão implementadas para preparar a ci-dade para essa nova fase em sua história. O que deve acontecer nesse sentido, se-gundo ele, já está acontecendo para que a cidade busque e alcance um novo pata-mar de desenvolvimento.

“Acredito muito na interiorização do

desenvolvimento. As empresas que estão nos grandes centros enfrentam um proble-ma de Capital e região metropolitana pra-ticamente saturadas. É só olhar para São Paulo, para a região de Sorocaba, de Limei-ra e de Americana, para o Grande ABC. São regiões que estão próximas de seu limi-te de ocupação. O que vier de investimento daqui para frente, tende a vir para nossa re-gião. Por isso é preciso pensar a região em seus interesses comuns”, antecipa.

Diretoria específica adota ações para fomentar o desenvolvimento econômico

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“Não tenho medo de errar: muito em breve, Lençóis Paulista será

a bola da vez para captação de recursos para investimento e

desenvolvimento. Para ter sucesso nisso, tem que estar preparada.”

Altair Aparecido Toniolo, o Rocinha,

diretor de Desenvolvimento de

Lençóis Paulista

Os programas de incentivo implantados pela Diretoria de Desenvolvimento estão formatados para o cenário atual, atendendo à demanda de uma cidade com 60 mil habitantes. Mas, como atender às demandas da população diante de um crescimento exponencial em seu número de habitantes?Todos os programas e projetos no município podem ser potencializados,

Na avaliação do diretor de Desen-volvimento, depois dos primeiros 100 ou 150 quilômetros da Capital, há um raio de regiões na direção do Interior Paulista em que a topografia não favo-rece as atividades econômicas da indús-tria. São terrenos com morros e monta-nhas, compondo uma paisagem extensa que serve à captação de águas e abastece o aquífero Guarani.

Rocinha entende que se trata de uma faixa extensa de terra em que os municí-pios terão dificuldades para obter licen-ças dos órgãos ambientais para aprova-ção de projetos de industrialização. “As condições do terreno restringem algumas atividades de exploração industrial. Essa característica de captação de água e abas-tecimento do aquífero Guarani é outro limitador difícil de ser transposto. Temos uma situação que força a opção pelos in-vestimentos no sentido da nossa região. Não tenho medo de errar: muito em bre-ve, Lençóis Paulista será a bola da vez para captação de recursos para investimento e desenvolvimento. Para ter sucesso nisso, tem que estar preparada”, analisa.

Os fatores que o diretor aponta têm peso nas decisões dos empresários e na indicação de agentes de desenvolvimen-to. Podem, sim, influenciar positivamente no ritmo de crescimento econômico (até acima do normal) que caminha no senti-do da região geográfica em que está posi-cionada Lençóis Paulista.

“Estamos muito atentos a isso”, diz o diretor, que reafirma que a cidade tem se preparado de todas as formas para rece-ber a onda desenvolvimentista que vem de fora. “Até para pleitear as maiores e melhores possibilidades de investimen-tos que surgem”, reforça.

Segundo ele, os investimentos que vêm de longe se somam aos das em-presas locais, já instaladas em Lençóis Paulista. “Além da expansão de atividade projetada ou anunciada por empresas como o Grupo Lwart e Grupo Zilor, as demais empresas locais sinalizam a todo momento que estão em fase de expan-são, de olho no bom momento da nossa cidade”, justifica.

Tudo pode ser potencializado

defende Altair Aparecido Toniolo, o Rocinha. O Banco do Povo faz, em média, vinte contratos de empréstimos por mês, direcionados para o crédito produtivo de microempreendedores. “Ele pode ser potencializado, passar para quarenta ou sessenta empréstimos por mês. Há recurso para isso”, garante Rocinha.Ele ressalta que todos os projetos da sua diretoria - que Rocinha chama de Centro do Empreendedor - podem ser potencializados para absorver mais pessoas. “Se olharmos para os programas, todos eles atendem às necessidades que a cidade tem, independente do número de habitantes: o acesso ao crédito, o apoio ao empreendedor para abrir ou expandir seu negócio, ações para o trabalhador desempregado e para jovens em entrada no mercado. Resta equalizar o programa ao tamanho de seu público”, afirma.É lógico que o mercado é muito dinâmico e não se pode prescindir das alternativas criativas. O diretor cita um exemplo que ilustra como os programas podem vencer desafios específicos. “Estamos para implantar a Sala do Empreendedor Móvel, uma unidade móvel que vai levar para os bairros e para dentro das empresas todos os programas que temos no Centro do Empreendedor. A ideia é aproximar as oportunidades da pessoa que, por alguma razão, não pode chegar até a sede dos projetos”, avisa.E se surgir novas necessidades no meio do caminho? “Vamos responder com nosso papel de desenvolvedores de ideias e de ações para suprir demandas que impeçam o desenvolvimento. Exatamente por isso, estamos antenados a todos os fatores desse cenário de desenvolvimento. Se houver a necessidade de planejar e implantar novos produtos, há à disposição em se antecipar ao que pede o mercado de trabalho local”, garante.

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Mão de obra

Bases para umBOM EMPREGOPolítica de empregabilidade privilegia a formação deprofissionais em diversas áreas para suprir à demanda do mercado

Os desenvolvimentos endóge-no e exógeno cobram da cida-de que ela suporte a carga de demandas que deles decor-rem. Mais gente trabalhando

e maior volume financeiro fazendo girar a economia não anulam necessidades da

população que chega ou já está no merca-do de trabalho. Uma dessas necessidades é a oferta de mão de obra qualificada para atender a tantos e tão diversificados tipos de negócios que estão por surgir.

Essa é uma situação típica que cobra respostas das escolas que preparam pro-

fissionais para o mercado de agora e do futuro. “A lição de casa está feita”, anteci-pa Altair Aparecido Toniolo, o Rocinha, diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda. Ele cita a parceria estreita com o Senai e anuncia que será ampliada. “Temos o Centro Municipal de

Bases da educação profissional, as escolas

do município diversificam nas áreas de formação do trabalhador e na oferta de

cursos técnicos

66 • O ECO Lençóis pauLista 154 anos

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Formação Profissional, que está em pro-cesso de ampliação e diversificação dos cursos que oferece. Temos uma Escola Técnica do Centro Paula Souza, a ETEC Cidade do Livro, recém inaugurada, com previsão de expansão. São várias ações em diversas frentes que contemplam a

formação de mão de obra de qualidade e diversificada para atender às novas de-mandas que o desenvolvimento cria, que propiciam o aceso ao conhecimento téc-nico”, responde.

Esses instrumentos de formação de mão de obra qualificada são muito

importantes neste cenário. Se vêm o desenvolvimento, novas empresas, cres-cimento das empresas locais, a cidade tem que oferecer gente especializada e capacitada para ocupar esses postos de trabalho que surgem.

Fora da área de ação do setor público,

Estudantes lençoenses são estimulados ao

empreendedorismo desde os primeiros anos da vida

escolar

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Page 68: Revista de 154 anos de Lençóis Paulista

Mão de obra

as escolas da iniciativa privada suprem uma demanda não atendida e formam profissionais para diversos setores, da in-formática à alimentação, da indústria da beleza à saúde e prestação de serviços. São muitas dessas escolas na cidade.

Em outra vertente, Rocinha diz que a administração pública entende que oferecer condições e apoio às micro e pequenas empresas ajuda no processo de formação de profissionais. Através da Diretoria de Desenvolvimento, diversos programas atuam neste campo. Desde o acesso ao crédito rápido e barato do Banco do Povo, ao apoio direto ao tra-balhador e o empreendedor através de programas como o PAT (Programa de Atendimento ao Trabalhador) e do PAE (Programa de Apoio ao Empreendedor).

A lista inclui o projeto Negócio Rá-pido - que desburocratiza o processo de abertura de novos negócios no município – e o posto do Sebrae, que dá orientação e capacita os empreendedores que dese-jam iniciar o negócio próprio ou já têm o pequeno negócio. A Incubadora de Em-presas é mais um item que abre a possi-bilidade para surgimento de novos negó-cios. No mesmo sentido, vêm projetos de fomento ao turismo e ao artesanato como atividade de negócio.

Para quem já conquistou seu espa-ço no mercado e tem porte médio ou grande, o foco da ação da diretoria é o Distrito Empresarial. Ali foram feitos in-vestimentos pesados em infraestrutura de iluminação e malha viária, energia e abastecimento de água, e ações diretas como sua regularização junto aos órgãos ambientais e a criação de leis para incen-tivo e atração de novas empresas.

Com 26 alqueires, o Distrito Empre-sarial passou por ampliações e em breve deve ser ampliado novamente. Ao crescer em área, cresce também na infraestrutura para a empresa se instalar, se fortalecer e crescer. “A cidade oferece uma rede de educação pública que se destaca pela qua-lidade e pela inovação, com a disciplina de empreendedorismo agregada à grade curricular desde os primeiros anos esco-lares”, complementa Rocinha.

Quando o assunto é empreendedorismo, Lençóis Paulista escolheu a missão de criar e disseminar essa cultura entre sua população. Há um forte argumento que norteia essa estratégia. Na tradição de um século e meio, a economia da cidade gira em torno dos negócios que famílias lençoenses construíram ao longo dos anos.Lençóis ainda não tem empresas de médio porte ou de grande porte que vieram de fora. Não porque a cidade não quis, mas é que o povo lençoense demonstrou seu espírito empreendedor e deu certo. Incrementar esse perfil da cidade e de seus cidadãos pode ser uma boa estratégia, oferecendo quantidade maior de informações e de conhecimentos para explorar mais e melhor essa característica local. A história da economia local prova o que está colocado: o lençoense é empreendedor, trabalhador e muito atinado às oportunidades de bons negócios.E quando se constata que as empresas estão crescendo, que a cidade está se desenvolvendo e que as perspectivas indicam que novos negócios virão, é fundamental ter em mente que toda essa atividade vai precisar de mais prestadores de serviços e de comércio para alimentar essa cadeia. Daí, a importância de incentivar desde os berços escolares aqueles que sinalizam o desejo de montar seu negócio próprio.Neste cenário entra a aplicação, na rede de educação pública, de aulas de empreendedorismo. Estudantes do 6º ao 9º anos estão empreendendo dentro do ambiente escolar. A partir de 2012, outras séries passam a receber aulas de empreendedorismo, incluindo as turmas do 1º ao 5º anos no programa.“Para o público que está fora das escolas, montamos nossa Escola de Negócios, onde preparamos tecnicamente as pessoas empreendedoras que querem montar seu pequeno negócio. Tudo isso visa à disseminação da cultura empreendedora que, no futuro próximo, fará uma grande diferença na cidade. Porque o município cresce e se desenvolve, as empresas vêm, os negócios locais se multiplicam e se fortalecem. A população precisa reter os conhecimentos para identificar as oportunidades e explorar negócio próprio dentro dessa nova economia que está à nossa porta”, emenda Rocinha.

Cultura do empreendedorismo chega à escola

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Moradia

O mercado imobiliário cresceu muito nos últimos anos e a tendência é que siga crescendo, porque a atividade econô-mica do município está acelerada. A análise é da empresá-ria do setor imobiliário Gisele Toledo, delegada local do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis).

Com vinte anos de experiência no ramo imobiliário, Gisele não esconde a surpresa positiva que vivenciou nos últimos anos quando observa o crescimento de seu mercado. “Quem conheceu a região entre a Cecap e o Jardim Itamaraty de alguns atrás, já não a reconhece mais. Muitos bairros nasceram, se formaram e estão quase totalmente ocupados entre a Cecap e o Jardim Itamaraty. Esse crescimento grande foi experimentado por todas as regiões de Lençóis Paulista”, avalia.

A tendência de crescimento do mercado imobiliário Gisele enxerga na sua rotina de profissional. “Porque permanece grande, já há algum tempo, a procura de imóveis para compra, locação e construção”, resume. Em sua atividade, Gisele percorre bairros e o Centro, de norte a sul, de leste a oeste. Segundo ela, é surpreen-dente observar o número de construções comerciais e residenciais na cidade. “Olha a quantidade de lojas que vieram para a cidade nos últimos anos e se instalaram no Centro. Isso dá uma dimensão mais próxima de que o mercado imobiliário vive um de seus me-lhores momentos”, completa.

Outra unidade de medida para quem atua no ramo é o valor dos contratos de locação. Segundo Gisele Toledo, antes parecia absur-do falar em prédios no Centro alugados por R$ 15 mil, R$ 20 mil. “Hoje, isso é comum. Tem imóvel alugado por R$ 10 mil, por R$ 20 mil e até R$ 25 mil por mês. Esses contratos retratam bem o que estou falando, que a cidade cresceu muito financeiramente”, revela.

No que diz respeito à sua atividade empresarial, Gisele Toledo não poupa elogios à forma como Lençóis avança. Ela usa compa-ração com outras localidades em que atua para dizer que Lençóis cresce de maneira organizada, o que a diferencia de outras cidades. “Converso bastante com profissionais e políticos de outras cidades. Quando a gente compara, percebe que Lençóis cresce de um jeito organizado, o que é muito positivo para sua população”, elogia.

A delegada local do Creci usa sua empresa para exemplificar a di-

Boom

Setor contabiliza novos empreendimentos e valorização dos imóveis

IMOBILIáRIO

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“Lençóis é uma cidade que está sendo bem

administrada, firme em seu projeto de crescimento e

que oferece tudo que sua população precisa.”

Gisele Toledo, delegada local do Creci

nâmica da economia. Gisele revela que sua empresa, a Toledo Imóveis, contabilizou um incremento de 27% na carteira de clientes no ano pas-sado e se viu obrigada a ampliar a estrutura de atendimento, inclusive aumentando o número de funcionários. “É grande o volume de pes-soas que nos procuram para comprar ou alugar imóveis porque vêm para trabalhar em Lençóis. Isso é consequência da economia da cida-de, que vai muito bem e que está gerando novos empregos. Lençóis é uma cidade que está sendo bem administrada, firme em seu projeto de crescimento e que oferece tudo que sua população precisa”, afirma.

Com base em sua empresa e no conhecimento que tem dos movimentos das demais corretoras imobiliárias de Lençóis, a de-legada do Creci ainda vê potencial de crescimento populacional e econômico ocupando os imóveis que o município disponibiliza. “Não está saturado para o momento, mas não pode parar de cons-truir, porque a demanda vai crescer”, recomenda.

Na linha residencial, ela cita os novos bairros populares que surgiram recentemente, a aquecida autoconstrução de casas em bairros antigos e mais quatro edifícios residenciais que estão em obra. Gisele enxerga neste cenário que não falta imóvel para rece-ber novos moradores, mas faz a ressalva. “Minha empresa, e acre-dito que as demais também, têm vários imóveis para oferecer. Mas o preço, devido à procura, está mais alto. Se chegarem milhares de pessoas de fora para morar em Lençóis de uma hora para outra, vai faltar imóvel para locação nas condições que o cliente exige.”

Outro dado para o qual Gisele Toledo chama a atenção é para a especulação imobiliária, já antevendo a valorização de imóveis em áreas com maior potencial de crescimento. “Tem proprietário segurando imóvel, na expectativa de maior valorização da área, e isso gera alguns vazios em regiões urbanizadas. Segura porque viu que imóvel valorizou demais nos últimos anos”, constata.

Pelas contas da delegada do Creci, o metro quadrado de um ter-reno que custava R$ 125 há dois anos está sendo vendido a R$ 250, como preço de mercado. “Dobrou o preço do terreno e, quando há construção em cima, o crescimento chega a muito mais que 100%. E não apenas no Centro, mas também nos bairros”, comenta.

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Abastecimento

Cristalino, como áGUAPara José Antonio Marise, cidade tem que planejar já investimentos de até R$ 20 milhões para garantir abastecimento de água

Nenhuma cidade alcança bom nível de desenvolvimento sustentável sem uma administração pública pautada na seriedade. O poder público não pode atrapalhar a ini-

ciativa privada. Deve criar condições para que o empreendedor invista e no desenvolvimento. O pensamento é do diretor do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos), José Antonio Marise, ex-prefeito por dois mandatos.

Ele está entre os atores principais do desen-volvimento que Lençóis Paulista experimentou nos últimos anos, o que privilegia seu olhar para o município com 100 mil habitantes. “Vamos chegar lá a 100 mil habitantes antes do que se espera, mas teremos tempo para planejar como queremos ser, quando chegarmos a esse tamanho”, analisa. Marise alerta: não se pode deixar de tomar hoje as medidas para garantir qua-lidade de vida à população do futuro. “Isso vale para abastecimento de água e sa-neamento ambiental, como vale para todos os setores do serviço público”, emenda.

Alguns dos itens coloca-dos como fundamentais para assegurar vida com qualidade na Lençóis de 100 mil habi-tantes dependem só da administração pública municipal. Daí a importância de ter agentes polí-ticos qualificados para conduzir o processo. Ou-tros itens dependem menos da atividade política. “Isso tem sido feito em Lençóis. Como cidadãos, temos tomado as medidas para que a cidade não perca as rédeas do crescimento”, sentencia.

À frente da implantação da ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) desde que isso era um projeto sobre sua mesa de prefeito, Marise diz que o equipamento público foi superdi-mensionado para os dias atuais e projetado para a Lençóis do futuro. A ETE está dimen-sionada para atender à carga de esgoto de uma

cidade com 97 mil habitantes. “Pelos próximos 20 anos, estaremos tranquilos para planejar e executar obras que se façam necessárias para ajustar a ETE à cidade com 100 mil habitantes ou mais. Há prazo para isso”, afirma.

A situação é diferente para o abastecimen-to de água. Marise vê prazo de cinco a seis anos para esgotar a capacidade atual da ETA (Estação de Tratamento de Água). A partir dos próximos anos, será necessário um plano de investimen-tos para que o volume de água tratada e distri-buída atenda à demanda por consumo maior.

O SAAE de Lençóis Paulista capta, trata e distribui à população 20 milhões de litros de

água por dia. De 55% a 60% desse volume é produzido na ETA. O restante é colhido em poços profundos. “Nossa ETA ainda tem capacidade para chegar a 22 milhões ou 24 milhões de litros de água tratada diariamente”, garante Marise. É tranquilo para os próximos anos, mas insuficiente para a popula-ção muito acima dos 65 mil consumidores.

A solução para produzir e distribuir água suficiente, acredita Marise, viria com um plano de investimentos entre R$ 15 milhões e R$ 20

milhões - escalonado para que as obras sejam implantadas de 10 a 15 anos -, atendendo às necessidades de consumo imediato e diluindo o prazo para que o montante financeiro saia do orçamento municipal sem comprometer ou-tros serviços essenciais à população.

Na conta de Marise, Lençóis precisa cons-truir duas novas ETAs, uma no rio Lençóis e outra no córrego da Prata. Também é preciso perfurar poços em regiões estratégicas da cida-de para captar água do aquífero Guarani. São obras, de acordo com Marise, que precisam ser planejadas logo e incluídas no próximo Plano Plurianual do município.

O ex-prefeito José Antonio Marise diz que Lençóis produz água suficiente para sua população atual, mas precisa investir para evitar desabastecimento em uma cidade com população maior

O SAAE de Lençóis Paulista produz

20 mide litros de água

diariamente e tem capacidade instalada

para chegar a

24 mide litros por dia.

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Plano diretor

Seguindo os olhares da prefeita Bel Lorenzetti, do secretário de Governança Corporativa do Grupo Lwart, Luís Anto-nio Paccola Coneglian, e da

delegada do Creci, Gisele Toledo, os va-zios urbanos que ficaram mesmo com a cidade se expandido em sua região perifé-rica são áreas que precisam ser ocupadas.

Para Gisele Toledo, o esgotamen-to de oferta de imóveis comerciais no Centro antigo de Lençóis Paulista tem forçado um crescimento desse tipo de atividade em direção às avenidas Brasil e Padre Salústio Rodrigues Machado. “O centro comercial está se expandin-do para aquele lado, embora algumas

atividades encontrem dificuldades para se estabelecer longe das ruas Geraldo Pereira de Barros, 15 de Novembro e avenida 25 de Janeiro”, diz.

Por isso, a corretora de imóveis en-xerga como solução para o mercado que imóveis novos sejam construídos em ter-renos que ainda não foram ocupados no Centro ou na adaptação de prédios que têm outro uso, mas que estão bem posi-cionados na região comercial.

Coneglian recorre às ferramentas pre-vistas no Plano Diretor Participativo, cuja elaboração coordenou quando era dire-tor de Planejamento da Prefeitura, para aumentar a taxa de ocupação em regiões já urbanizadas e com potencial de aden-

samento populacional.Ele relembra que o Plano Diretor

prevê as ferramentas de indução para ocupação de determinadas áreas da ci-dade. “Poder Público pode induzir a ocupação para determinadas regiões su-baproveitas e não de outras, já oneradas. Se há áreas de urbanização restrita e que já estão oneradas, e se a cidade crescer naquele local, não haverá estrutura para comportar o crescimento com qualida-de. O plano é direcionar a ocupação e o adensamento para regiões que ofereçam características similares, mas que não es-tejam esgotadas em seus recursos. É uma medida válida para que o crescimento da cidade esteja adequadamente distribuí-

Vazios urbanosnão interessamPoder público dispõe de ferramentas para orientar a ocupação do solo urbano e evitar bolsões de pobreza

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do e que o desenvolvimento seja susten-tável”, argumenta.

Quais são as ferramentas? O parcela-mento e ocupação compulsória do solo são mecanismos à disposição para que o Poder Público possa atuar nesse sentido. Pode ser através da desapropriação de área de interesse ou, compulsoriamente, obrigar o proprietário a parcelar ou ocu-par aquela área.

Em outras palavras, a Prefeitura pode impor prazos para que o proprietário ocupe, loteie ou construa na área vazia. Se não o fizer (e ele não pode ser obriga-do a isso), então o município aumenta a tributação sobre o imóvel. O IPTU (Im-posto Predial e Territorial Urbano) pode

crescer exponencialmente para tornar desinteressante manter imóveis desocu-pados ou subutilizados em regiões com carência de expansão.

Esses mecanismos foram previstos no Plano Diretor já pensando no crescimen-to mais rápido, quando Lençóis deixa de ser uma cidade pequena para alcançar o porte médio. Em alguns casos, essas fer-ramentas já estão sendo utilizadas e em outros ainda carecem de regulamentação. Mas é preciso entender que a ferramenta pode ser bastante eficiente para planejar o crescimento ordenado, equilibrado e sustentável da cidade, sem abrir mão da qualidade de vida conquistada ao longo dos últimos tempos, sem o surgimento

áreas de segregação ou bolsões de pobre-za e miséria. “São aspectos que precisam ser melhor explorados, inclusive pelo agente político, pelo bem do desenvol-vimento da economia e das pessoas que vivem na cidade”, acrescenta Coneglian.

Para finalizar, o olhar da prefeita Bel complementa o que dizem Gisele e Co-neglian. “Quando olho para a Lençóis Paulista com 100 mil habitantes, vejo uma cidade que tenha resolvido alguns dos seus, ainda poucos, vazios urbanos. Uma cidade que tenha conseguido olhar para os vazios urbanos com racionalidade e otimização do espaço”, conclui a prefei-ta lençoense, reforçando que há vontade política para resolver a questão.

Plano diretor prevê ocupação compulsória dos vazios urbanos para assegurar

desenvolvimento com qualidade

de vida

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Política

Estabilidade institucional

Que recomendação você deixa para quem será o prefeito da Lençóis Paulista com 100 mil habitantes?

Lideranças locais revelam o que esperam do prefeito ou prefeita da Lençóis com 100 mil habitantes

Um ritmo de desenvolvimento econômico, social e humano mais acelerado desponta no horizonte lençoense, mas não há garantias reais para que ele

se concretize. Há condições para que o cenário otimista se confirme. Exatamen-te por isso, esta revista trata agora – ano de eleições municipais - das perspectivas para o crescimento homogêneo que leva-rá Lençóis Paulista a colher frutos quanto atingir seus 100 mil habitantes.

Os entrevistados ouvidos e os dados coletados sinalizam que as bases do de-senvolvimento estão colocadas de ma-neira sólida. O avanço experimentado até agora relaciona a disposição dos agentes políticos em governar para a cidade e a resposta da iniciativa privada ao clima de consonância entre o que pede a econo-mia e o que oferece o setor público.

Todos os entrevistados são unânimes

na assertiva de que cabe ao agente polí-tico, à administração municipal induzir o processo de crescimento. Se a instabi-lidade surgir neste campo, todos os de-mais sentem seu efeito. Alguns projetos podem ser revistos. Outros, abortados. Outros, nem serem colocados à mesa.

Sobre o componente político no pro-cesso de desenvolvimento, o diretor da pasta na Prefeitura, Altair Aparecido To-niolo, o Rocinha, resume que é evidente que a cidade precisa ter um clima políti-co-organizacional favorável, que dê esta-bilidade para que todos os investimentos positivos aconteçam. “A cidade que ofere-ce segurança política sai na frente na cor-rida para atrair investidores. E penso que cabe à população como um todo cuidar para não perder a estabilidade política alcançada, independente de quem seja o prefeito ou a prefeita, mesmo com am-biente de oposição. Um governo desas-

troso pode atrapalhar o crescimento do município em Lençóis ou em qualquer outra cidade, porque uma administração que não se preocupe em criar, planejar e seguir seu plano não ajuda sua população a se desenvolver”, afirma.

Gisele Toledo, delegada do Creci, complementa o pensamento. “Cabe ao meio político, principalmente, zelar para que o crescimento da cidade pros-siga ordenado, para não atropelar as exi-gências e comprometer a qualidade de vida que Lençóis tem hoje. Quem esti-ver no comando político da cidade deve ter como orientação a postura ética, res-ponsável e séria diante dos problemas da cidade. Olhando para o passado, a gente sabe na pele que crises políticas são ruins para todos os moradores. A parte política da cidade, se mal adminis-trada, pode comprometer o crescimento que a população deseja”, avalia.

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LUÍS ANTONIO PACCOLA CONEGLIAN, SECRETáRIO dE GOVERNANÇA CORPORATIVA dO GRUPO LwART E Ex-dIRETOR dE PLANEjAMENTO dA PREFEITURA dE LENÇÓIS PAULISTAQue siga os passos que já se começou a dar na cidade e que pense em gestão pública bem feita, limpa, com boa governança, com envolvimento entrosado de todos os agentes públicos – poderes Legislativo, Executivo e Judiciário -, e econômicos, população, segmentos empresariais. Que pense na ação conjunta dos agentes no desenvolvimento da cidade, sempre voltado ao interesse público. Que vise e busque sempre o desenvolvimento homogêneo. O que faz uma cidade melhor é o seu desenvolvimento. Primeiro, uma boa gestão pública, que esteja livre de corrupção, que tenha ética, que seja responsável do ponto de vista fiscal e comprometida com sua população. Que busque o desenvolvimento que alavanca a qualidade de vida. Não é paternalismo ou populismo, é o crescimento sustentado. A visão tem que ser essa, a gestão pública vista do ponto de vista ético e participativo e ter como linha mestra o pensamento no desenvolvimento econômico e social.

BEL LORENzETTI, PREFEITA dE LENÇÓIS PAULISTAQue esse jovem ou essa jovem ame profundamente esta cidade. Quem ama, cuida. Quem ama não desrespeita. Quem ama é justo e se entrega ao projeto de governar sua cidade. Que ele ou ela se prepare, busque o conhecimento disponível para assumir um posto tão importante para todos os lençoenses. E que olhe para a atividade política como algo que pode ser bom, que acrescenta coisas à sua vida e à vida das outras pessoas. Que a política não seja instrumento para tirar nada de ninguém. A atividade política é maior do que muitas pessoas enxergam. Por causa de alguns, a política pode parecer ser algo asqueroso, à qual as pessoas de bem devam dar as costas. Entenda e exerça a atividade política como um caminho para trabalhar pelo bem de muita gente. A política é um caminho que possibilita fazer diferença positiva no mundo em que vivemos. Virar as costas para essa possibilidade é se omitir diante da sua missão. Quanto se tem a possibilidade de fazer o bem, a omissão é o pior dos pecados.

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Política

GISELE TOLEdO, CORRETORA dE IMÓVEIS E dELEGAdA dO CRECIEssa pessoa que vai comandar a cidade no futuro, junto com uma equipe que ela terá que escolher, deve aproveitar cada oportunidade para aprender como cuidar bem do que é seu e do que é dos outros. Ela já tem exemplos para mirar e deve tirar o melhor aprendizado dessas experiências que foram bem sucedidas. Olhe para o bom político e para o mau político e saiba diferenciar o que faz uma pessoa de bom caráter, que ajuda sua cidade e do outro, da pessoa que atrapalha a vida de muitos. Os referenciais estão por todo lado. Seja honesto e ético, mesmo sabendo que no meio político – assim como em todas as áreas – há aqueles que são motivo de vergonha. Essa pessoa tem que ter consciência da responsabilidade que é trabalhar na administração pública. A educação e a formação técnica são importantes, mas ter caráter e boa índole é mais. O caráter e a índole norteiam quem quer fazer o bem às pessoas. Que nosso prefeito do futuro seja honesto, ético e seja capaz de amar o seu próximo, porque se não for capaz de amar o seu próximo também não será capaz de amar a sua cidade.

jOSé ANTONIO MARISE, Ex-PREFEITO E ATUAL dIRETOR dO SAAE dE LENÇÓISA democracia é um eterno aprendizado e não tem outra forma de aprender democracia que não seja praticando. Temos que trabalhar para que as futuras gerações não tenham a imagem ruim da classe política. É um caminho doloroso. Quem faz política com seriedade sente isso na pele, chega a ser angustiante e até frustrante, às vezes. Mas é o único caminho para construir uma grande cidade ou um grande país. Só vamos construir grandes sociedades, com justiça, quando a classe política estiver à altura da grandeza da Nação. Como agentes de um processo político, temos a responsabilidade de criar condições para que as pessoas que tenham aspiração e dom político não desistam antes de ingressar na vida pública. Esse jovem ou essa jovem deve encarar a vida pública como uma missão a ser cumprida e que se dedique a ela, apesar das dificuldades. Que faça isso com prazer e na certeza de que está prestando um serviço à sociedade, sentindo que o que ele ou ela conseguir dar de bom à sua comunidade é o pagamento pela sua atividade levada com seriedade.

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Artigo

Qual é a imprensa ideal para uma cidade que deve ba-ter na casa dos 100 mil habitantes em algumas déca-das? Lençóis Paulista acelera firme e forte em todas as áreas onde atua. Os grandes grupos econômicos investem, fazem planos de expansão ambiciosos. O

comércio local já exporta suas melhores marcas. São vários os lojistas lençoenses que abrem filiais na região. Tem empreende-dor investindo no comércio pela internet.

Na prestação de serviços, os nossos profissionais se esme-ram, buscam excelência. O consumidor está no centro de todas as atenções. É só passear pela rua 15 de Novembro, por exemplo. Agências bancárias entupidas de gente. Carrões cada dia mais sofisticados. A prosperidade do povo lençoense salta aos olhos de todos nós, que ficamos cada dia mais orgulhosos de nossos produtos.

Temos a primeira franquia da cidade, a Efac, começando a engatilhar. E sem fronteiras para chegar. Isso, porque enxerga no mercado da profissionalização da beleza e no crescimento do poder econômico da classe C uma enorme oportunidade.

Não bastasse nosso crescimento dentro das nossas fronteiras, Lençóis Paulista passa a ser uma referência cada vez mais sólida entre seus vizinhos, respeitadíssima, aliás. Se Bauru se consolida como grande polo de desenvolvimento na região central do Es-tado, nossa cidade mostra que tem protagonismo nesse desenho.

Mas uma cidade pujante, sólida, respeitada, que sirva de elo de ligação entre os muitos interesses da nossa região pode liderar essa mesma região sem força política? E Lençóis Paulista terá força política sem imprensa que fale com a região, que seja respeitada e que sirva de referência para outros veículos de co-municação maiores, mais influentes?

Para mim, Lençóis Paulista pode ser uma cidade de 100 mil habitantes mais rápido do que talvez estejamos esperando. Mas, temo que ela caia nas mãos de pessoas que não têm a responsabi-lidade de conduzi-la pelo melhor caminho, o caminho da justiça social, da busca do bem-estar comum, da defesa intransigente da oferta de oportunidades para o desenvolvimento de todos, indis-tintamente. Liderança política é a única garantia da construção de uma cidade justa, com empregos de qualidade, crescimento sólido e distribuído, sem misérias e cheia de oportunidades.

Para construirmos uma cidade de 100 mil habitantes que não tenha seu crescimento travado pela falta de liderança polí-tica, precisamos de imprensa vigilante, que cobre, estimule e fis-

Não podemosnos perder no caminho

calize os homens e mulheres que ocupam cargos públicos. Preci-samos de imprensa que seja guardiã do respeito ao consumidor, do respeito ao eleitor e do respeito à pluralidade.

Essa é a imprensa que eu entendo ideal para uma cidade que se pretenda líder e voz da região. Lençóis Paulista tem tamanho e força para esse papel. E a imprensa feita com seriedade é a única garantia de que esse caminho não será desviado.

MOISéS ROCHAé EMPRESáRIO dE COMUNICAÇãO E jORNALISTA

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