documento protegido pela lei de direito autoralgrau de especialista em psicopedagogia institucional...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
UMA ESTRATÉGIA PSICOPEDAGÓGICA DA INCLUSÃO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA VISÃO PARA O PROFESSOR
Por: Aila Carneiro Santos
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2013
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
UMA ESTRATÉGIA PSICOPEDAGÓGICA DA INCLUSÃO NA
ESDUCAÇÃO INFANTIL: UMA VISÃO PARA O PROFESSOR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia Institucional
Por: . Aila Carneiro Santos
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus e à
minha família que estão sempre
comigo me apoiando e dando forças
nas adversidades.
Agradeço também às mães dos alunos
mediados por mim que contribuem
muito, me dando tempo disponível para
cursar esta pós graduação.
E principalmente aos meus alunos,
Arthur e Guilherme, que despertaram
em mim a paixão pela educação
especial e o desejo de estudar e me
aprofundar mais.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa especialmente a
Arthur Leite e Guilherme César, meus
amados alunos que me dão força a cada
dia para seguir em frente com meu
trabalho e com os estudos sobre
educação, bem como às suas famílias
que acreditam no que eu faço e confiam
suas jóias raras aos meus cuidados
diários.
Se não fosse por eles não estaria aqui
hoje, terminando minha pós graduação e
sedenta por mais conhecimentos.
5
RESUMO
Foi estudado nessa pesquisa uma estratégia Psicopedagógica para a
Inclusão na Educação Infantil, onde o termo “inclusão” possa ser aplicado em
diversas situações do cotidiano, com cuidado especial que se faz necessário
para que o verdadeiro sentido da Educação Infantil seja posto em prática.
Identificamos a necessidade de envolver toda a equipe pedagógica:
educadores, diretores, funcionários, família e sociedade para que seja feito um
esforço conjunto a fim de que possa ser desenvolvido um trabalho
especializado visando minimizar e resolver a problemática da inclusão.
6
7
METODOLOGIA
A metodologia utilizada será a coleta de dados e a busca de
informações através pesquisas bibliográficas que tratem do assunto a ser
desenvolvido, analisando material suficiente que permita maior esclarecimento
do tema a fim de tornar possível o entendimento de novas práticas
psicopedagógicas frente ao problema em questão.
8
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 11 CAPÍTULO II - FALANDO DE INCLUSÃO 18
CAPÍTULO III – REFLETINDO SOBRE INCLUSÃO 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS 29
CONCLUSÃO 28
ANEXOS 31
BIBLIOGRAFIA 35
10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo envolver os Educadores,
diretores, funcionários e familiares em uma educação para todos, inclusive no
sentido real do termo.
A inclusão na Educação Infantil percorre vários caminhos, assim como
preconceitos, sendo necessária a orientação aos profissionais envolvidos, bem
como as famílias, auxiliando-os a lidarem melhor com as diferenças desses
indivíduos, sendo elas: físicas, mentais, afetivas, psicológicas, e até mesmo
sócio-culturais.
O despreparo dos profissionais é uma das barreiras mostrada através
desta pesquisa.
Será apresentado um levantamento sobre: inclusão infantil a integração
da criança portadora de necessidade especial, se fazendo necessária a
investigação das práticas educativas e do preparo do corpo docente frente a
esses individuas que necessitam de uma atenção especial de toda equipe
envolvida neste processo.
Para incluir, é preciso destacar uma ação imediata que é a
compreensão dessas necessidades a fim de entender qual o ponto de partida
para se incluir estes indivíduos de forma efetiva no ambiente escolar, como é
de direito de todos.
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, Art.205, “a
educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”
Esta pesquisa foi dividida em três capítulos, assim distribuída: no
primeiro capitulo será abordada a questão da inclusão na Educação Infantil, no
segundo será abordado o papel do educador e no terceiro a função da escola
na inclusão.
11
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1.1 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação é responsável pela socialização que possibilita o indivíduo
a conviver em sociedade, assumindo, portanto um caráter cultural e social de
integrar o indivíduo ao meio.
A inclusão é um processo educacional através do qual os alunos com
necessidades especiais devem ser educados com apoio necessário, na idade
adequada e em escola de ensino regular.
Ao falar de educação inclusiva nos remetemos diretamente à educação
especial e sua origem. As escolas especiais são as principais responsáveis
pelos avanços da inclusão.
No Brasil, até a década de 50, não se falava em Educação Especial, a
partir de 1970 a educação especial passou a ser discutida, tornando-se uma
preocupação dos governos, assim surgindo instituições publicas e privadas,
órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais que foram
criados para educar os portadores de deficiência.
A educação especial surgiu a partir de muitas lutas. As organizações e
leis favoráveis aos deficientes e a educação inclusiva começaram a ganhar
força a partir da declaração de Salamanca (1994), que foi um marco para a
educação inclusiva e que apesar de não ter o efeito de uma lei efetiva nos diz
que também devem ser atendimento especializado, crianças excluídas da
escola por motivos como trabalho infantil e abuso sexual assim como as
portadoras de deficiências graves, devem ser atendidas no mesmo ambiente
de ensino que todas as demais.
A partir da aprovação da Constituição de 1988 e a LDB (lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a redação do parágrafo 2º do artigo
59 provocou confusão, dando a entender que, dependendo da deficiência, a
12
criança só poderia ser atendida em escola especial, quando na verdade o texto
diz que o atendimento especializado pode ocorrer em classes ou em escolas
especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum.
O papel dos educadores frente à inclusão reside em buscar e acreditar
no avanço acadêmico desses indivíduos, integrando-os de forma que haja
conscientização da importância da solidariedade e do acolhimento aos
indivíduos portadores de necessidades especiais.
A nova política educacional é constituída segundo o principio da
igualdade de todos perante a República (1988), que prevê o pleno
desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação; garantindo o direito à escola
para todos e coloca como principio para educação o acesso aos níveis mais
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
de cada um.
A educação vem nos mostrando que necessita de mudança, pois é
visível o número de alunos com problemas na aprendizagem, fazendo-se
necessário acolher e manter todos na escola, garantindo seu
desenvolvimento.
A educação é responsável pela socialização que possibilita o indivíduo
a conviver em sociedade, assumindo, portanto um caráter cultural e social
de integrar o indivíduo ao meio.
É um processo educacional através do qual os alunos com deficiência
devem ser educados com apoio necessário, na idade adequada e em escola
de ensino regular.
Ao falar de educação inclusiva nos remetemos diretamente à educação
especial e sua origem. As escolas especiais são as principais responsáveis
pelos avanços da inclusão.
Historicamente a educação especial tem sido considerada como
educação de pessoas com deficiência, seja ela mental, auditiva, visual,
motora, física múltipla ou decorrente de distúrbios evasivos do
13
desenvolvimento, além dos indivíduos com altas habilidades, que também
estão incluídos neste grupo, pois de certa maneia também precisam de
atendimento especializado.
No Brasil, até a década de 50, não se falava em Educação Especial, a
partir de 1970 a educação especial passou a ser discutida, tornando-se uma
preocupação dos governos, assim surgindo instituições públicas e privadas,
órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais que foram
criados para educar os portadores de deficiência.
A educação especial surgiu a partir de muitas lutas. As organizações e
leis favoráveis aos deficientes e a educação inclusiva começaram a ganhar
força a partir da declaração de Salamanca (1994), que foi um marco para a
educação inclusiva e que apesar de não ter o efeito de uma lei efetiva nos
diz que também devem ter atendimento especializado, crianças excluídas da
escola por motivos como trabalho infantil e abuso sexual, assim como as
portadoras de deficiências graves, devem ser atendidas no mesmo ambiente
de ensino que todas as demais.
A nova política educacional é constituída segundo o principio da
igualdade de todos perante a República (1988), que prevê o pleno
desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação, garantindo o direito à
escola para todos e coloca como principio para educação o acesso aos
níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um.
A partir de 1954, a sociedade começou a se preocupar com o problema
da deficiência, foram então criadas pelo governo, escolas junto a hospitais
que teriam como objetivo o incentivo ao atendimento pedagógico em
ambiente hospitalar e domiciliar, de forma a assegurar a educação básica de
alunos que por motivos de internação ou doença, precisassem permanecer
por período longo no hospital ou em casa, sendo assim impedidos de
frequentar a rede regular de ensino. Neste período foram também criadas
14
outras entidades filantrópicas especializadas em diferentes formas de
atendimento em clinicas ou institutos psicopedagógicos e outros, como por
exemplos, clinicas de reabilitação. (MEC, SEESP, 2002, p.13)
A partir da aprovação da Constituição de 1988 e a LDB (lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a redação do parágrafo 2º do
artigo 59 provocou confusão, dando a entender que, dependendo da
deficiência, a criança só poderia ser atendida em escola especial, quando na
verdade o texto diz que o atendimento especializado pode ocorrer em
classes ou em escolas especiais, quando não for possível oferecê-lo na
escola comum.
Caberia às classes hospitalares e ao atendimento pedagógico
domiciliar elaborar as estratégias para que fosse possível o
acompanhamento pedagógico desses indivíduos em seu processo de
desenvolvimento e construção do conhecimento de crianças, jovens e
adultos matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no âmbito da
educação básica e que se encontravam impossibilitados de frequentar a
escola temporária ou permanente e, garantir a manutenção do vínculo com
essas escolas por meio de um currículo flexível e/ou adaptado, favorecendo
e facilitando o ingresso ou retornos desses indivíduos de forma que sua
integração ao grupo escolar correspondente, como parte do direito de
atenção integral.
Este documento está fortemente embasado na política de inclusão e
contribui para a humanização da assistência hospitalar. Além disso,
esclarece todas as questões, que de acordo com autor Januzzi, 2004 p.34°,
o governo não assume esse tipo de educação como responsabilidade,
porém contribuiu parcialmente com essas entidades filantrópicas. Temos
como exemplo o Instituto Padre Chico, em São Paulo, para portadores de
deficiência visual, que recebe auxílio do governo e também a fundação para
o Livro de cegos no Brasil, fundada por Darina Nowwil e Adelaide Peis
Guimarães, em 1946, decretada como utilidade pública em 1954.
15
Em 1930, surge o movimento das associações dos pais e amigos dos
Excepcionais (APAE) e aumenta o número de escolas especiais, utilizando
como referencia os parâmetros da organização National Association for
Retarded Children dos Estados Unidos da America (associação de
assistência à crianças excepcionais)
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa aprofundou a área da
saúde para esse tipo de atendimento, no Brasil os deficientes já eram
atendidos, porém neste período começaram a surgir clinicas com
especializações mais profundas em serviços de reabilitação
psicopedagógicas.
Na década de 50, na Dinamarca, as associações de pais começaram a
rejeitar as escolas especiais e receber apoio administrativo, incluindo em sua
legislação o conceito de normalização, o qual consiste em ajudar o deficiente
a adquirir condições e os padrões de vida melhores possíveis para incluí-los
na sociedade. Neta mesma época já se ouvia falar em inclusão nos Estados
Unidos.
Segundo Romanelli (2003), destaca-se que o período entre 1960 4
1968 foi marcado pela crise da nova pedagogia e pela tendência tecnicista
assumida pelo grupo militar e tecnocrata. A Educação Nacional passou a se
destacar com o desenvolvimento econômico e após o período de 1968/71 a
educação e a escola começaram a serem vista como investimento para o
país.
Kassar (1999) começa a explicar o interesse pelo deficiente, tendo em
vista que, na sociedade como um todo, “fala-se em ingresso à escola de
parte da população economicamente menos favorecida à escolarização,
[...]”. a partir desse momento, notamos a preocupação dos poderes públicos
com os problemas de aprendizagem e com a educação especial
propriamente dita.
A lei 5.692/71, com criação no Centro Nacional de Educação Especial
(CENESP) e, posteriormente, a estruturação da Secretaria de Estado de
16
Educação e do serviço de educação excepcionais, passa a denominar-se
Departamento de Ensino Especial.
Na realidade, na época, a expressão Educacional foi se firmando
desde o governo Médici (1969-1974). Na comunidade acadêmica isso se
manifestou com a criação (em 1978) do programa de mestrado em
Educação Especial da Universidade de São Carlos (UFSCAR) e do Curso de
Mestrado em educação, em 1979 e na Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UFRJ)
De acordo com Sassaki (2002), no início da década de 70, o
movimento de integração social passou a ter a discussão após propor inserir
os deficientes na sociedade de uma forma geral, pois a integração teve
maior impulso a partir da década de 80, com o surgimento da luta pelos
direitos das pessoas portadoras de deficiência.
Com os movimentos internacionais surge a Educação Inclusiva.
Werneck (1999) enfatiza a construção de uma sociedade inclusiva que
estabeleça um compromisso com as minorias, dentre as quais de inserem os
alunos que apresentam necessidades especiais.
Na concepção de Sassaki (2002) é fundamental equipararmos as
oportunidades para que todas as pessoas, incluindo portadores de
deficiência possam ter acesso a todos os serviços, bens e ambientes
construídos em busca da realização de seus sonhos e objetivos.
Faz-se necessário reconhecer que a proposta de Educação inclusiva
foi deflagrada pela Declaração de Salamanca, que proclamou que, entre
outros princípios, o direito da educação é para todos, independente de suas
diferenças.
A educação inclusiva se caracteriza com uma política de justiça social
que alcança alunos com necessidades especiais de todos os segmentos.
Necessita de um cuidado todo especial, pois estamos falando do futuro de
pessoas com necessidades educacionais que necessitam de muita atenção.
17
Antes de incluir, é importante nos certificarmos dos objetivos dessa inclusão
para o aluno. Faz-se necessário avaliar quais os benefícios e avanços que
esse aluno poderá alcançar junto ao restante da classe dentro do contexto
vivido.
A finalidade da educação é o pleno desenvolvimento da pessoa e seu
preparo para a cidadania e sua qualificação, como podemos ver na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB – 9394/96) e o papel dos educadores
frente à inclusão reside em buscar e acreditar no avanço acadêmico desses
indivíduos, integrando-os de forma que haja conscientização da importância
da solidariedade e do acolhimento aos indivíduos portadores de
necessidades especiais.
Abordaremos no próximo capítulo os fatores que interferem no
processo de inclusão e que norteiam o papel da escola.
18
CAPÍTULO II
FALANDO DE INCLUSÃO
2.1 O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Em nosso trabalho como educadores devemos oportunizar aos alunos
o acesso a construção do conhecimento coletivo, buscando a motivação do
aluno e o comprometimento do mesmo com a aprendizagem individual e a
do grupo ao qual está inserido.
Para falar sobre educação inclusiva na educação infantil, é necessário
entender o desenvolvimento físico e intelectual da criança. De acordo com
Piaget (1978) o desenvolvimento da criança está dividido em fases que
devem ser respeitadas por todos aqueles que terão influencia nesse
desenvolvimento (pais, familiares, professores e funcionários da escola em
que a criança esteja matriculada).
O desenvolvimento infantil se apóia em alguns fatores importantes que
são divididos entre os períodos do devolvi mento infantil, baseado na teoria
de Jean Piaget. Tais períodos estão divididos nos seguintes períodos:
sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e pro fim o período
operatório-formal
No período Sensório-motor (0 a 2 anos) a partir de reflexos
neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para
assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática, as noções de tempo
e espaço são construídas pela ação. O contato com o meio é imediato, sem
representação ou pensamento, nesse período a criança é egocêntrica,
centrada em si mesma e não consegue de colocar abstratamente no lugar
do outro.
O período pré-operatório (2 a 7 anos) é a fase em que surge a
capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma
representação, neste estagio a criança já não depende unicamente de suas
19
Sensações, dos movimentos, mas já distingue um significado como imagem,
palavras ou símbolo. O caráter lúdico do pensamento simbólico é também
muito conhecido como estágio da inteligência simbólica, porém mesmo
nesta fase o período sensório-motor não está esquecido e com mais
aprimorado, pois ocorre uma melhoria na sua aprendizagem, permitindo que
a criança explore melhor seu ambiente, fazendo uso de suas percepções.
No período operatório concreto (7 a 12 anos) a criança já desenvolve
noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade e já é capaz de
relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. A criança não
se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo
concreto para chegar à abstração.
Por fim, no período operatório-formal (12 anos até o fim da
adolescência) a capacidade de pensar, o pensamento não se restringe
apenas ao saber, isto acontece quando é compreendido e faz parte do
pensamento. Há uma evolução no uso da lógica dedutiva e indutiva.
Lógica indutiva é aquela em que se parte de alguns exemplos para se
formular uma teoria.
Lógica dedutiva é o contrário: algo que se deduz a partir de uma que
consequência existirá baseada na verificação de algumas premissas.
O pensamento formal passa do objeto material para as idéias lógicas,
nesse caso o período fundamental a ser estudado é o pré-operatório. Porém é
necessário considerar que o desenvolvimento infantil envolve diversos
aspectos como: motor, emocional, cognitivo e social e faz-se necessário um
equilíbrio para que todos esses aspectos sejam desenvolvidos da melhor forma
possível e com muito carinho a fim de não deixar nenhum tipo de deficiência ou
trauma no desenvolvimento da criança.
Nessa perspectiva, as crianças constroem conhecimento a partir das
interações que estabelecem com as pessoas e com o meio em que vivem.
20
2.2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva é atualmente, um dos maiores desafios do sistema
educacional. Criado na década de 70, os pressupostos da Educação Inclusiva
fundamentam vários programas e projetos da educação, buscando atender as
necessidades educativas especiais de todos os alunos em sala de aula, em um
sistema de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento
pessoal de todos os alunos, contando com uma proposta pedagógica coletiva,
uma dinâmica mais flexível e significativa na estrutura e no funcionamento
escolar, na formação dos professores e nas relações família e escola,
transformando a educação inclusiva para uma sociedade.
2.3 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Primeiramente precisamos aqui definir o conceito da palavra inclusão. De
acordo com o dicionário da língua portuguesa inclusão vem do verbo incluir (do
latim includere), no sentido etimológico, significa conter em, compreender, fazer
parte de, ou participar de.
Beste caso, falar em inclusão escolar é falar do aluno portador de
necessidades especiais que precisa estar incluindo na comunidade escolar de
forma ampla, acompanhando todos os momentos e atividades propostas para
as crianças da sua idade.
Incluir não é simplesmente adequar o aluno ao meio ou encaixar na turma
e sim, respeitar suas diferenças. É saber conviver com elas, deixar que faça
parte, proporcionando uma educação voltada para todos e buscar qualidade de
ensino para todas as crianças com ou sem necessidades especiais, de forma
que qualquer criança faça parte da comunidade escolar de forma efetiva,
independente de suas diferenças e/ou limitações, tendo garantido o direito de
conhecer aprender, viver num ambiente livre de preconceitos, que seja
estimulante e valorize a criança em sua aprendizagem e na sua auto estima,
tendo papel de aproximar diversas culturas com desafio de articular a
21
igualdade, a fim de transformar a realidade que hoje se instala na Educação
Brasileira, quando falamos em inclusão.
Para transformar essa realidade é preciso diagnosticar, interpretar,
identificar e conhecer a fundo os mecanismos criadores dessa inclusão,
propondo uma política publica que dê atenção às necessidades especiais dos
indivíduos e de suas famílias, com mais dignidade, fazendo da escola
verdadeiramente um direito de todos, respeitando toda e qualquer limitação,
bem como o tempo de desenvolvimento de cada um dentro do ambiente
escolar.
2.4 A FUNÇÃO DA ESCOLA NA INCLUSÃO
Pensar em inclusão escolar não é somente pensar em adaptar a estrutura
física de uma escola com aparatos como rampa, elevadores, corrimões, entre
outros. É principalmente, pensar em um projeto que possa dar suporte
pedagógico a toda escola, desde o diretor até os funcionários que fazem a
manutenção do ambiente escolar, e principalmente ao professor que está em
sala de aula com aquele aluno que requer atendimento especializado.
Para que o educador tenha confiança e não se sinta sozinho nessa
trajetória, é necessário valorizar e estimular seu trabalho, tendo em vista as
dificuldades diárias que esse profissional enfrenta diariamente, e
principalmente por entendermos que cada indivíduo tem seu tempo e em sala
de aula surgirão as mais diferentes necessidades em tempos distintos.
A escola precisa se adaptar para garantir um atendimento eficaz nesta
inclusão, tanto na rede publica de ensino, quanto na privada, pois ainda hoje
encontramos muitas dificuldades para efetuar a matrícula de uma criança
portadora de necessidade especial na rede publica de ensino, que ainda nos
apresenta tantas deficiências em suas gestões. Este mesmo problema ocorre
em instituições privadas, por não estarem qualificadas para receberem este
publico, e assim acabam por rejeitarem a matricula de alunos portadores de
necessidades especiais.
22
Durante entrevistas pude constatar o quanto os professores se sentem
impotentes diante das dificuldades que encontram no dia a dia. Pude encontrar
relatos como: “Ainda não sei me adaptar nas normas da inclusão. Trabalho em
uma escola pública e tenho 32 anos, com quatro inclusões, sendo um deles
surdo sem especialista em libras, três alunos com deficiência auditiva e não há
especialista da área na escola, dizem que temos três especialistas, mas ainda
não fomos agraciados pela presença de nenhum deles que prestam serviços
na rede pública.
Segundo o jornal AME. O autista pode desenvolver comunicação verbal,
interação social, alfabetização e outras habilidades, dependendo do grau e das
ações de inclusão que sejam oferecidas ao mesmo. Essas ações pedagógicas
são apresentadas em cartilha.
Sobre o direito à educação e o que é necessário para que esse direito
seja efetivamente garantido, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão
(PFDC), órgão ligado ao Ministério Público Federal, distribuiu a cartilha “Acesso
de Pessoas com Deficiência às classes e Escolas comuns da Rede Regular de
Ensino”, em comemoração aos seus dez anos de fundação. Foi responsável
por sua concepção uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da
área jurídica, da educação e profissionais ligados a ONGs.
Essa cartilha tem como objetivo divulgar os conceitos mais atuais e
convergentes com diretrizes mundiais de inclusão da pessoa portadora de
necessidades especiais na área educacional. No capitulo “Orientações
Pedagógicas”, aborda-se não só a viabilidade e benefícios de se receber na
mesma sala de aula todas as crianças e jovens, indiscriminadamente, mas
como uma escola, que adote princípios inclusivos.
Pode oferecer educação escolar e uma melhor qualidade para todos os
alunos, que necessitem ou não de atendimento especial. Destaca ainda, que
quanto à Constituição Federal, garante educação para todos, significa que o
ensino deve ser ministrado a todos os alunos, indistintamente, num mesmo
ambiente, sendo este possível de adaptação, conforme a necessidade, como
forma de atingir o pleno desenvolvimento do aluno e seu preparo para o
exercício da cidadania.
23
Trata também, da necessidade de se redefinir e de colocar em ação,
novas alternativas e praticas pedagógicas que favoreçam a todos, o que
implica na atualização e desenvolvimento de conceitos e em aplicações
educacionais compatíveis com esse grande desafio. E nesse sentido aponta
caminhos para que se possa transformar a escola visando um ensino de
qualidade e, em consequência, inclusivo.
Para a professora da Faculdade de Educação da Unicamp/SP, Maria
Teresa Egler Mantoan, a cartilha quis reunir em um documento enxuto e
atualizado, conceitos jurídicos e pedagógicos que esclareçam o leitor sobre o
direito à educação e o que é necessário para que este direito seja garantido.
A função da escola na inclusão é avaliar o seu desempenho, questionar o
resultado de sua atuação e repensar que tipo de cidadão é dever da escolar
formar, e para que isso possa acontecer é necessário agir para que todos
tenham seus direitos respeitados, visando uma educação de qualidade e
comprometida.
Haverá diversidade sim, porém será preciso ter um olhar para realidade,
pois a diversidade que irá conduzir o processo de ensino-aprendizagem, e
essas diferenças farão o com que o profissional da educação cresça e
amadureça em seu trabalho.
Cada educador aprende e se relaciona com seus alunos de maneira
única. Segundo Giangreco (2003), a inclusão é uma visão, uma estrada a ser
viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os tipos de barreiras e
obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações.
Somos diferentes em nossas diferenças, em nossas crenças e valores,
desta maneira, não podemos olhar apenas para as crianças portadoras de
necessidades especiais como um problema que venha a prejudicar o
funcionamento da escola e ao desenvolvimento dos outros alunos, este olhar
não mudará o nosso sistema de ensino e as necessidades de inclusão que são
apresentadas na atualidade.
É preciso vivenciar a inclusão em uma experiência concreta para que a
mesma se dê de forma eficaz e efetiva. O profissional da educação precisa
buscar em sua pratica pedagógica meios de diversificar seu trabalho e adaptar
24
o currículo, em trabalho conjunto com a coordenação, a fim de implementar em
sua sala de aula a inclusão propriamente dita. E se faz necessário lembrar que
cada profissional da escola tem sua parte de responsabilidade na melhoria do
ensino e na verdadeira inclusão que ainda hoje é tão deficiente.
25
CAPÍTULO III
REFLETINDO SOBRE INCLUSÃO
3.1 O PROFESSOR DIANTE DA INCLUSÃO
O processo de aprendizagem tem assegurado cada vez mais um papel
essencial em nossa sociedade. A importância do aprender envolve todos
dentro de uma Instituição Escolar.
O professor é a figura principal deste contexto é necessita buscar cada
vez mais se atualizar e reciclar seus conhecimentos, buscando cursos,
palestras e eventos que lhe possibilitem adquirir novos conhecimentos a fim de
renovar sempre sua prática.
A postura do professor frente à aprendizagem é essencial e necessária
para que haja participação e a atenção na aprendizagem, pois esses processos
estão ligados diretamente ao professor e sua interação com os alunos, bem
como suas técnicas de motivação.
No processo inclusivo é necessário ter um olhar minucioso para detectar
as diferenças e as necessidades especiais de um aluno, que em sua maioria
são detectados na escola, tendo em vista que a escola é o primeiro ambiente
de socialização da criança com outras crianças, sendo assim, o professor
muitas vezes é o primeiro profissional a detectar comportamentos diferentes e
necessidade de atenção especial.
Na educação infantil, crianças entre três e seis anos de idade não se
importam com as diferenças entre si, o importante para elas é aprender e se
desenvolverem brincando, pulando, cantando, gritando, em fim, fazendo todas
as coisas típicas de sua idade e maturidade, sendo criança.
Algumas famílias com intenção de proteger seus filhos acabam
transmitindo a eles certos preconceitos que acabam por distanciá-los daquele
amigo que se diferencia por um comportamento ou outro, neste caso a criança
em questão acaba sendo rotulada com “a diferente”.
É de extrema importância que nessa fase o professor trabalhe com sua
turma a aceitação das diferenças, tendo em vista que crianças reproduzem o
26
comportamento dos adultos, fica muito mais fácil incutir essa inclusão desde a
educação infantil.
O profissional da educação que acredita no processo de inclusão e
abraça essa causa deve cultivar e trabalhar com seus alunos em conjunto com
a família, valores como: respeito, amor. Cidadania, cuidado com o próximo,
aceitação das diferenças, companheirismo, entre outros. Esses valores são
necessários para a formação de um cidadão justo e preparado para uma nova
sociedade inclusiva.
3.2 MEDIAÇÃO ESCOLAR
A Mediação Escolar foi um meio encontrado para que os indivíduos
portadores de necessidades especiais não fossem excluídos e segregados
dentro da escola regular. Muitos ainda não têm conhecimento, mas existe hoje
no mercado um novo profissional, o mediador escolar.
Apesar de ainda não ser uma profissão reconhecida, o mediador escolar
contribui muito para a vida social da criança na escola, acompanha a criança e
adolescente na escola, atuando de forma global nos aspectos que abrangem o
desenvolvimento. É um profissional capacitado que tem o papel de auxiliar
escola, professor e a criança portadora de necessidade especial dentro do
ambiente escolar, pode atuar como intermediário nas questões sociais e de
comportamento, na comunicação e linguagem, nas atividades e/ou brincadeiras
escolares, e nas atividades pedagógicas, nas limitações motoras ou da leitura,
nos diversos níveis escolares.
Este profissional deve seguir orientações de uma equipe capacitada
(médicos, terapeutas como fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos,
psiquiatras, psicomotricistas, terapeutas ocupacionais, bem como outros
profissionais que possam fazer parte de maneira positiva da vida de uma
criança portadora de necessidades especiais). Essa equipe deve conhecer as
necessidades da criança mediada a fim de criarem uma relação de troca de
informações que favorecerá o trabalho de ambos no intuito de auxiliar o
desenvolvimento da criança em sua vida escolar.
27
Seu trabalho consiste também em auxiliar a escola nas adaptações das
atividades propostas, a fim de que a criança consiga acompanhar sua turma,
dentro de suas limitações, desta maneira não sendo excluída e não se
tornando o “amiguinho diferente da sala”.
O mediador escolar é o profissional que dará a família tranquilidade de
saber que a criança está sendo bem assistida dentro da escola, tendo em vista
que apenas o professor em sala de aula não consegue dar conta de toda turma
e dessa criança ao mesmo tempo, então o mediador escolar estará ali
disponível a fazer com que esse trabalho se dê de maneira mais natural
possível.
3.3O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA
A psicopedagogia é uma área de estudo e de atuação, responsável pela
aprendizagem e suas dificuldades, sua função Institucional é atuar na inclusão
com as crianças que apresentam dificuldades com a aprendizagem, porém a
dificuldade nem sempre é o motivo da exclusão escolar.
A base de todo o processo de aprendizagem é a relação professor-aluno,
que pode ser caracterizada como relação entre ser que ensina e ser que
aprende e que deve ser constituída como relação de troca de conteúdos de
conhecimento e de afeto.
Nosso objetivo enquanto profissional atuante da psicopedagogia
institucional é auxiliar na superação de conflitos presentes nas dificuldades de
aprendizagem, considerando o aluno, sujeito aprendente em todos os
aspectos: cognitivo, afetivo, social e corporal e que possui valores, hábitos e
uma bagagem cultural que deve ser respeitada a fim de incluí-los no meio.
Na música “Olhos profundos, de Renato Teixeira” (anexo I) o autor está
nos pedindo para não olhar diferente, com preconceito e rejeição para aquele
aluno que possui alguma necessidade de aprendizagem especial, e sim dar
amor, carinho e acreditar no potencial daquele individuo que é capaz de
aprender, de acordo com suas limitações.
28
O primeiro passo é identificar os sintomas que os levam a inibição do
processo ensino-aprendizagem, mas para isso é necessário organizar projetos
de prevenções nas escolas, trabalhando para que o professor ensine com
satisfação a fim de seus alunos aprendam com prazer. Criar estratégias para o
exercício da autonomia, mediar grupos envolvidos na relação ensino-
aprendizagem, assim como família, corpo docente e comunidade escolar,
transformando as queixas em reflexões. Observar e estabelecer vínculo para
acompanhar o desenvolvimento do processo, onde a construção de regras seja
aceita e respeitada por todos.
O poema sobre o autismo (anexo II) nos mostra a importância que o
carinho e o afeto têm na vida das pessoas que precisam de um olhar e de
atenção especiais.
Faz-nos refletir que pequenos gestos podem fazer muita diferença nessas
vidas, e dentro do cotidiano escolar, esse amor é imprescindível para que esse
aluno se sinta acolhido e amparado pelas pessoas que o rodeiam naquele
ambiente.
Faz-se necessário lembrar que todos nós podemos aprender, cada um no
seu tempo e no seu ritmo. Ninguém aprende igual, e no caso de crianças
portadoras de necessidades especiais, deve-se levar em consideração que são
capazes de aprender de diversas maneiras, basta que a pessoa que ensina
tenha cuidado, dedicação e paciência para levar a frente esse trabalho que não
é fácil, mas que trás ótimos frutos e é impagável.
Nem sempre o psicopedagogo encontrará respostas para todas as
angustias que norteiam as dificuldades do processo de ensino-aprendizagem,
mas deve seguir confiante e buscar sempre novas estratégias a fim de
minimizar ao máximo os problemas encontrados no cotidiano escolar e superar
a exclusão, que ainda é um dos maiores problemas enfrentados pelos
profissionais da educação.
No documento “O Papel do Mediador” temos a descrição de como
funciona a função desse profissional dentro da escola, suas atribuições e
comportamento, bem como o papel da escola e da família diante do auxílio
deste profissional.
29
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo principal, uma reflexão sobre a realidade
dos professores em relação à inclusão. Os dados obtidos demonstram que a
educação inclusiva é um “estudo de caso” e isso que dizer que cada caso, é
particular e deve ser tratado especificamente. Percebemos nesta pesquisa o
quanto o professor ainda está despreparado e que necessita de apoio para
enfrentar as dificuldades de trabalhar com uma criança especial. Vimos
também que não se faz inclusão sozinho, que este trabalho é de todos (pais,
profissionais, mediadores e terapeutas) e que cada um tem um papel
importante dentro da inclusão.
É fundamental que todos os envolvidos no processo tenham
conhecimento e sensibilidade para identificar o que é específico para cada
aprendiz.
O encerramento desta pesquisa não significa que o tema tenha se
esgotado, pois a inclusão é um assunto de reflexão e ação para que seja
alcançado com eficiência seu objetivo principal, o ato de incluir propriamente
dito.
Foi possível lembrar que mesmo sabendo de toda complexidade das
relações humanas, a Educação Especial é insubstituível e para que este
trabalho tão importante aconteça de forma eficaz é necessário tranqüilidade,
eficiência, competência, diálogo, afetividade, e abraçar a causa, acreditando
que as mudanças podem acontecer.
Conclui-se que a escola inclusiva é aquela que se modifica e faz as
adaptações necessárias para atender seus alunos portadores de necessidades
especiais atendendo-os de maneira eficaz. Incluir requer pensar sempre em
novas estratégias e métodos, sendo um processo dinâmico no qual
acontecerão erros e acertos. Não há formula nem receitas milagrosas, na
prática do dia-a-dia vão surgindo novas maneiras, novos pensarem e a
inclusão acaba por acontecer de forma natural.
30
BIBLIOGRAFIA
DEMO, Pedro. 1941 A educação pelo avesso: assistência como direito e
como problema / São Paulo: Cortez, 2000.
FERNÉNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada / tradução Iara Rodrigues.
Porto Alegre: Artmed, 1991.
KASSAR, Mônica de Carvalho. Ciência e Senso comum no Cotidiano das
Classes Especiais: Papirrus, 1999
MONTESSORI, Maria. A criança. São Paulo: Circulo do Livro, 1989, A
Educação e a Paz: Papirrus,2004.
PORTO, Olivia: Psicopedagogia Institucional: teoria, prática e
assessoramento psicopedagógico / Rio de Janeiro: WAK Ed. 2006.
ROMANELLI, Otaíza: Oliveira História da Educação no Brasil. Vozes,
Petrópolis, 1978.
SASSAKI, Romeu Kazumi: Construindo uma Sociedade para Todos / Rio de
Janeiro: WVA Ed. 1997
SILVA, Ana beatriz B. Bullyng: Mentes perigosas nas escolas / Rio de
Janeiro: Objetiva, 2010.
SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: TDAH: Desertação. Hiperatividade
e Impulsividade / Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
TEIXEIRA, Gustavo: Transtornos Comportamentais na Infância e
Adolescência: Copyright, 2006 Ed. Rubio LTDA
WEISS, Maria Lucia Lemme: Vencendo as dificuldades de aprendizagem
escolar / Rj: Wak Ed, 2009
WERNWCK, Claudia. Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu TODOS? /
WVA, 1999.
WILLIAMS,Chris. Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperg:
Estratégias Práticas para Pais e Profissionais / São Paulo 2008.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 1982.
JANUZZI, G. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao
início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004.
31
WEBGRAFIA
Brasil. Constituição 1988. Constituição da República federativa do Brasil.
Brasil. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial.
Brasília Mec/ Susp, 1994.
Brasil. Educação Especial: deficiência mental. Org. Erenice Nathalia Soares
de Carvalho, Brasília: MEC/SEESP, 1997 (Série Atualidades Pedagógicas).
MEC/SEESP, Política nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva: documento elaborado pelo grupo de trabalho pela
Portaria Minesterial nº555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº
948, de 9 de oubrubro de 2007
GIANGRECO. MF, Carter, EW, Doyle, MB, e Suter, JC (2010). Apoiar os
alunos com deficiência nas salas de aula inclusivas: Pessoal e colegas. Em R.
Rosa (Ed.), Enfrentando obstáculos à inclusão:. Respostas internacionais para
o desenvolvimento de escolas inclusivas (pp. 247-263) Abingdon, Oxfordshire,
Reino Unido: Routledge.
32
ANEXOS
Anexo 1 >> Música: Olhos Profundos, Renato Teixeira
Anexo 2 >> Poema para o dia Mundial da Causa Autista
Anexo 3 >> O Papel do Mediador
33
ANEXO I
A música de Renato Teixeira é uma reflexão sobre a inclusão. Perceba:
Olhos Profundos
(Renato Teixeira)
Feito um menino que permite ao coração
Sair correndo sem destino ou direção
Que vire vento e sopre feito um furacão
Que nesse fogo por amor ponho a mão
E até permito as categorias da paixão
O velho barco toda vez que vê o mar
Fica confuso, com vontade de zarpar
E ver o mar às vezes bem que é preciso
Pra ter certeza de ainda estar-se vivo
Mesmo que o casco esteja velho e corroído
Como uma estrada que vai não sei aonde
Por meu destino o coração é quem responde
Braços abertos pra se ver a luz do peito
Com grande amor que seja puro amor refeito
Olhos profundos não me olhem desse jeito.
34
ANEXO II
Poema para o dia Mundial da Causa Autista
2 de Abril !
Ame-me,
Por favor
Como eu sou...
Ame-me
Como você
Gostaria que eu fosse.
Quem me concebeu...
Não imaginou
Que seria assim tão duro...
Entender que vim autista.
Mas ame-me
Fale-me desse amor
Mesmo que eu não pareça entender
Mesmo que fuja e me refugie
Busque-me não deixe eu me perder...
Ame-me
Como se visse em mim
A imagem e semelhança de ti
No espelho das águas...
Ao se importe
Com minha falta de compreensão
Treine-me para entender o mundo
Mas acima de tudo
Ame-me...
35
Como se eu tudo entendesse
Como se eu não fosse um peso
Demonstre seu amor
Mesmo que eu não saiba
O significado da palavra...
Deus, eu posso sentir...
E creia que em meus sonhos
Eu te vejo e te amo...
Não me negue esse amor
Que enxerga além da matéria
Pois é dele que necessito...
E nas horas que de ti eu exijo demais
Mesmo nas dúvidas constantes
Aquelas que você às vezes tem vontade de desistir
Por favor, não desista, mas ame-me...
36
ANEXO III
O PAPEL DO MEDIADOR ESCOLAR
Ítens foram descritos pela mediadora escolar Vanessa de Freitas Schaffel e pela equipe responsável pelo PROGRAMA PRIORIT (Aline Kabarite – Fonoaudióloga e Roberta Marcello – Psicóloga).
É papel do mediador escolar:
• Atuar nos aspectos:
Sociais /comportamentais,
Comunicação /linguagem,
Atividades /brincadeiras e/ou
Tarefas /conteúdos pedagógicos.
• Atuar no ambiente escolar, dentro da sala e demais dependências da
escola, e também nos passeios extras (fora da escola) que ocorrerem
dentro do horário da mediação.
• Ser assíduo e pontual, respeitando os horários, as regras e normas da
instituição escolar onde faz a mediação.
• Ser discreto e profissional evitando envolver-se em assuntos que não
dizem respeito ao trabalho de mediação.
• Lembrar sempre que o que ocorre no ambiente escolar deve ser
compartilhado e discutido apenas com os profissionais envolvidos,
equipe pedagógica e terapeutas responsáveis pela orientação.
• Solicitar apoio e supervisão da equipe responsável sempre que sentir
necessidade, evitando passar problemas e dificuldades pertinentes à
mediação aos responsáveis.
• Avisar com antecedência, sempre que possível, caso precise faltar para
que a equipe terapêutica possa decidir junto à escola e aos
responsáveis qual o procedimento indicado.
37
• Vestir-se adequadamente, utilizando sempre roupas que possibilitem
uma fácil movimentação; evitar usar saias, shorts, blusas decotadas,
sandálias, sapatos com salto, relógio, anéis, brincos grandes, colares,
pulseiras e unhas grandes que possam vir a machucar a criança.
• Estabelecer um contato diário com o responsável (família), caso
necessário utilizar uma agenda ou um caderno “leva e trás”, para que
ambos possam trocar informações sobre o dia a dia da criança.
• Entregar os registros semanais e mensais pontualmente, participando
das supervisões, grupos de estudo e treinamentos com as terapeutas
responsáveis.
• Conversar com o professor explicando, sempre que necessário, os
porquês dos procedimentos e intervenções realizados no ambiente
escolar.
• Entrar em contato com os terapeutas responsáveis caso perceba a
necessidade de uma reunião extra com o professor ou equipe
pedagógica.
• Manter sempre a atenção da criança voltada para as ordens e
informações dadas pelo professor.
• Orientar o grupo de colegas da sala a não valorizar ou mesmo ignorar
as estereotipias e outros comportamentos inadequados.
• Atuar no momento da entrada ou saída escolar, direcionando a criança
ao grupo e ensinando-a como se comportar naquele momento,
estimulando o cumprimento da rotina e das ordens dadas pela
professora.
• Durante o recreio mediar à relação da criança com os seus colegas nas
brincadeiras e situações sociais.
• Dirigir-se com a criança ao banheiro, caso haja necessidade, auxiliando-
a em seus hábitos de higiene promovendo assim maior independência e
autonomia. Caso exista na escola um profissional específico para
38
auxiliar os alunos nesse momento, o mediador estará apenas por perto,
intervindo caso ocorra algum conflito ou dificuldade entre eles.
• Manter-se sempre junto ao grupo e ao professor de sala, cumprindo,
dentro do possível, toda a rotina e as atividades pedagógicas.
• Atuar em parceria com o professor dentro de sala de aula.
Situações de mediação:
Sociais / Comportamentais
1. Mediar às situações sociais ensinando a criança como participar,
compartilhar e interagir no grupo.
2. Minimizar a tendência da criança ao isolamento social, facilitando sua
interação.
3. Ensinar a criança a abordar o outro na tentativa de interação,
estimulando o contato visual e a utilização dos cumprimentos usuais.
4. Desviar a atenção da criança das manias, rituais e atividades repetitivas
e estereotipadas.
5. Intervir adequadamente nas reações comportamentais drásticas diante
de mudanças na rotina ou no ambiente escolar.
6. Ensinar a criança a olhar para o grupo e a observar o comportamento
das outras crianças estimulando a imitação. O mediador pode direcionar
o olhar da criança apenas falando ao seu ouvido ou mesmo virando seu
rosto e corpo delicadamente para onde estão os outros.
7. Observar detalhadamente cada situação, com o objetivo de prevenir
comportamentos inadequados, antecipando verbalmente ou através de
informações visuais o que vai acontecer.
8. Minimizar e intervir em situações que causam desconforto sensorial,
explicando o ocorrido.
9. Ensinar a criança a se acalmar, e, caso necessário, levá-la a um
ambiente mais tranqüilo.
39
10. Usar histórias ou representações para explicar soluções e
possibilidades de ações em situações sociais específicas.
11. Estimular a empatia, o vínculo e o prazer no convívio social.
12. Encorajar a criança a solicitar ajuda do professor ou dos próprios
colegas.
13. Evitar o acesso aos objetos ou materiais que fazem parte dos interesses
restritos da criança e que a afastam do grupo ou das atividades
propostas.
14. Aproveitar, dentro do possível, os interesses restritos da criança
tornando-os uma fonte motivadora de contato social.
15. Tornar a vida da criança previsível através da estruturação de rotinas,
reduzindo o imprevisível que muitas vezes geram birras e/ou
comportamentos inadequados.
16. Organizar, sempre que necessário, a seqüência das atividades diárias
através de informações visuais (cartões com fotos, desenhos ou
imagens) para reduzir o nível de ansiedade da criança.
17. Ensinar noção de tempo, utilizando um relógio, um calendário de fácil
compreensão ou a através da própria organização da rotina.
18. Sempre que possível, ensinar a criança a se colocar no lugar do outro,
refletindo também sobre o pensamento e os sentimentos das pessoas.
19. Estimular a criança, após uma situação de conflito, a refletir como o seu
comportamento ou atitude atingiu o grupo, um colega ou professor
especificamente, orientando-a a pedir desculpas, caso haja
necessidade.
20. Estimular a criança a refletir sempre sobre estratégias alternativas para
resolver determinada situação.
21. Ensinar as habilidades sociais de como se apresentar, como pedir algo
e como se expressar em determinadas situações sociais.
40
22. Oferecer o reforço positivo (verbal ou gestual) sempre que a criança
apresentar um comportamento correto e adequado.
23. Ignorar, corrigir ou redirecionar um comportamento incorreto ou
inadequado. Sempre que necessário dizer para a criança o que se
espera dela em cada situação.
24. Auxiliar a criança no desenvolvimento de sua autonomia, iniciativa e
compreensão daquilo que está fazendo ou do que precisa fazer.
Comunicação / Linguagem
1. Estimular o apontar e o olhar para o que o outro aponta ou fala.
2. Estimular a imitação dos movimentos, sons e atividades.
3. Estimular o “triangular do olhar”, ou seja, olhar para a pessoa e para o
objeto de que se fala, alternadamente.
4. Traduzir, caso necessário, as informações auditivas (ordens verbais) em
informações visuais, apontando ou mostrando figuras ou objetos
relacionados com que foi dito.
5. Partir as informações auditivas em pequenas informações.
6. Em mudança de rotina ou situações novas utilizar fotos e explicações
para ajudar a criança entender melhor o que irá acontecer.
7. Ajudar a criança a modificar em seu discurso o uso da terceira para a
primeira pessoa.
8. Organizar o discurso da criança de acordo com o contexto.
9. Direcionar a atenção da criança para quem fala ou para as atividades
que estão sendo realizadas.
10. Ensinar a perceber a linguagem corporal e as expressões faciais.
11. Utilizar recursos visuais para ensinar a perceber as emoções.
12. Ensinar marcadores para iniciar ou terminar uma conversação.
13. Fazer a criança perceber como seus comentários podem ser mal
interpretados pelo outro.
41
14. Explicar metáforas e expressões idiomáticas de acordo com o contexto.
15. Ensinar como modular seu discurso de acordo com ritmo, intensidade e
tom.
16. Fazer com que a criança perceba quando seu discurso se torna
pedante.
17. Facilitar a conversação aproveitando assuntos que fazem parte dos
interesses restritos da criança.
18. Explicar para os colegas e professores que, por vezes, o tempo de
resposta, aprendizagem ou de ação da criança é diferente, mas que
todos podem ajudar com paciência e persistência.
Atividades / Brincadeiras
1. Estimular o interesse por brinquedos ensinando à criança a brincar de
forma funcional e adequada.
2. Brincar falando o que está fazendo e o que pretende fazer.
3. Estimular os jogos do tipo “faz-de-conta”.
4. Estimular o brincar fazendo inicialmente, se possível, a mesma coisa
que a criança estiver fazendo e aos poucos direcionando ao grupo.
5. Ensinar a criança a ser flexível, aceitando novas situações e
brincadeiras.
6. Estimular a participação de jogos competitivos, ensinando-a a ganhar e
perder nas diferentes situações de disputa.
7. Explicar aos colegas que muitas vezes aquela criança quer brincar, mas
que não sabe como fazer.
8. Aproveitar as crianças que tem maior vínculo afetivo de sua turma para
estimular a interação, sempre com a participação do mediador.
Tarefas / Conteúdos pedagógicos.
1. Solicitar, logo no início do ano letivo, o calendário escolar e o
planejamento pedagógico.
42
2. Conhecer o projeto pedagógico e a metodologia da escola em questão.
3. Pedir ao professor o planejamento semanal das atividades e conteúdos
pedagógicos, para que o mediador possa adaptá-los às necessidades e
possibilidades da criança.
4. Dentro do possível, preparar com antecedência os recursos
pedagógicos que se fizerem necessários para uma melhor
compreensão por parte da criança, do que será trabalhado em sala de
aula.
5. Ajudá-lo a ter iniciativa solicitando ajuda do professor quando não
estiver entendendo um determinado exercício ou explicação.
6. Ser capaz de improvisar um recurso para um conteúdo ou tarefa que
estiver além da possibilidade de compreensão daquela criança.
7. Discutir com a equipe pedagógica e terapêutica responsável a
necessidade de adaptação dos conteúdos pedagógicos.
8. Buscar sempre estimular a criança diante das atividades pedagógicas
fazendo-a se sentir motivada para a aprendizagem.
9. Quando necessário, adaptar provas em relação ao conteúdo,
formatação ou quantidade de exercícios, com a participação da equipe
terapêutica e pedagógica.
10. Auxiliar nos exercícios e provas quando necessário.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 9
INTRODUÇÃO 10
CAPÍTULO I
O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 11
1.1 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 11
CAPÍTULO II
FALANDO DE INCLUSÃO 18
2.1 – O desenvolvimento da criança 18
2.2 –Educação Inclusiva 20
2.3 – A função da escola na inclusão 20
CAPÍTULO III
REFLETINDO SOBRE INCLUSÃO 25
3.1 – A função da escola na inclusão 25
3.2 – Mediação Escolar 26
3.3 – O papel do psicopedagogo na escola 27
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 30
ANEXOS 31
ÍNDICE 36