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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Caderno PedagógicoVilma Rinaldi Bisconsini (Autora)
Renata Camacho Bezerra (Orientadora)
A transição dos educandos da quarta para a quinta série do ensino fundamental:
implicações para o processo ensino e aprendizagem da matemática
1/5 Geo 0,20
PDE 2009Assis Chateaubriand, PR
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
VILMA RINALDI BISCONSINI
CADERNO PEDAGÓGICO:A TRANSIÇÃO DOS EDUCANDOS DA QUARTA PARA A QUINTA
SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL: IMPLICAÇÕES PARA O
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE
ORIENTADORA: PROFa. Ms. RENATA CAMACHO BEZERRA
ÁREA CURRICULAR: MATEMÁTICA
ASSIS CHATEAUBRIAND2010
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE
Vilma Rinaldi Bisconsini
A Transição dos Educandos da Quarta para a Quinta Série do Ensino Fundamental:
implicações para o processo de ensino e aprendizagem da matemática
Caderno Pedagógico apresentado ao
PDE - Programa de Desenvolvimento
Educacional do Estado do Paraná.
Orientadora: Profa. Ms. Renata Camacho
Bezerra.
ASSIS CHATEAUBRIAND2010
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
IDENTIFICAÇAO
Área: Matemática
Professor PDE: Vilma Rinaldi Bisconsini
NRE: Núcleo Regional da Educação de Assis Chateaubriand
Orientadora: Profa. Ms. Renata Camacho Bezerra
IES: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
Público: Professores atuantes nas quartas séries do ensino fundamental (séries
iniciais) da rede municipal e professores de matemática atuantes nas quintas séries
e no Programa Sala de Apoio a Aprendizagem da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná.
Título: A transição dos educandos da quarta para a quinta série do ensino
fundamental: implicações para o processo de ensino e aprendizagem da matemática
Conteúdo: Discussão sobre a elaboração dos conceitos fundamentais de números
fracionários, números decimais e de geometria (área e perímetro do quadrado,
retângulo e triângulo).
Objetivo: Analisar os problemas que ocorrem no processo de ensino e
aprendizagem de matemática, decorrentes da transição dos educandos da quarta
para a quinta série e desenvolver estratégias didático-metodológicas visando
alterações dessa problemática no contexto do grupo de sujeitos envolvidos.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
APRESENTAÇÃO
Caro Colega Professor de Matemática
A produção deste caderno pedagógico foi possível graças ao
acompanhamento e observação, durante vários anos, do trabalho de professores
atuantes nas quintas séries e no Programa Sala de Apoio a Aprendizagem. Esta
atividade de acompanhamento possibilitou participar das discussões sobre a
defasagem de conteúdos que os alunos traziam e ainda trazem do ensino
fundamental - séries iniciais - bem como, possibilitou perceber, ainda, muitos dos
problemas decorrentes da transição da quarta para a quinta série.
Diante desse contexto, este trabalho volta-se para ao processo de elaboração
de conceitos matemáticos pelos educandos e as dificuldades ocorridas nessa
elaboração, decorrentes, dentre outros, dos problemas de comunicação e linguagem
entre professor e educando. Essa situação é agravada em função da transição de
série, quarta para a quinta, isso porque os professores, por pertencerem a sistemas
educacionais distintos, têm formação, cultura, experiências e saberes diversos, o
que traz consequências para o processo de ensino e aprendizagem.
Os fundamentos teórico-metodológicos estão pautados na concepção sócio-
cultural de educação, a qual defende o ensino e aprendizagem como processo
social e histórico, onde o professor é considerado o mediador na construção do
conhecimento científico. A ênfase deste trabalho, portanto, está na atuação do
professor em sala de aula, nos modos dele interagir com os educandos e na
percepção de como eles elaboram os conceitos em matemática, a partir da
linguagem adotada pelos professores de ambas as séries.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Nessa perspectiva, este Caderno Pedagógico foi organizado em atividades
e respectivas reflexões. Nestas, revelam-se as intencionalidades didático-
pedagógicas e os fundamentos que orientam o trabalho como um todo.
Espera-se, com isso, contribuir com o trabalho dos professores atuantes
nessas séries fornecendo-lhes alguns subsídios que auxiliem e contribuíam para que
os alunos elaborem conceitos fundamentais em números fracionários, números
decimais e geometria – perímetro e área do quadrado, retângulo e triângulo.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
UNIDADES DIDÁTICA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
UNIDADE 1: NÚMEROS FRACIONÁRIOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
ATIVIDADES: NÚMEROS FRACIONÁRIOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
UNIDADE 2: NÚMEROS DECIMAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
ATIVIDADES: NÚMEROS DECIMAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
UNIDADE 3: GEOMETRIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
ATIVIDADES: GEOMETRIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
APÊNDICE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
INTRODUÇÃO
Ensinar e aprender matemática são atividades humanas que exigem
conhecimentos, saberes, condições materiais e interações sociais.
Trabalhar a partir de uma visão sócio-cultutal pressupõe reconhecer que os
conhecimentos matemáticos são produzidos, em diferentes períodos, de acordo com
as necessidades humanas, em que os sujeitos interagem em sua cultura
especialmente pela linguagem. Portanto, o pensamento do sujeito que vai à escola
para aprender está impregnado de saberes do seu contexto social e cultural.
Esses são os pressupostos que devem orientar teórica e didaticamente o
trabalho em sala de aula, ou seja, o ponto de partida para o ensino da matemática
deve ser o conhecimento que o educando já possui e não aquele saber escolar em
processo de elaboração, portanto, ainda com a compreensão parcial de seus
conceitos fundamentais. Assim, o professor deve partir daqueles saberes que têm
significado para o educando. De que adianta, por exemplo, iniciar o conteúdo de
geometria plana sem que o educando saiba o significado de área e superfície?
Esses conceitos poderão não ter significado para ele e isso poderá dificultar o
avanço no trabalho com o ensino de geometria.
A elaboração das atividades desse caderno orienta-se pela abordagem
histórico-cultural, considerando alguns princípios como a apropriação da significação
de conceitos matemáticos; o processo de internalização; o desenvolvimento da
consciência; instrumentos de mediação (instrumentos e signos - em especial a
linguagem - palavra)1; interação (professor e educando; educando e educando);
1 “O instrumento é um elemento interposto entre trabalho e o objeto de trabalho [...]”. Já o signo é um instrumento psicológico, uma marca externa. A palavra óculos é o signo que representa um objeto para melhorar a visão. O desenho de um cubo remete a um objeto tridimensional com todas as faces congruentes. As palavras Óculos e Cubo são signos que remete à memória ou a atenção.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
abstração, formalização e generalização - conceitos cotidianos e científicos; papel
do professor como mediador na Zona de Desenvolvimento Proximal (BATTISTI,
2007, 2009). Os recursos didáticos, alguns manipuláveis, instrumentos para o
trabalho com as atividades em sala de aula, são aqui concebidos com a consciência
de que o concreto é o ponto de partida e de chegada, apenas mediatizado pelo
abstrato. (JARDINETTI, 1996).
Mas, didaticamente, como o professor pode encaminhar seu trabalho em sala
de aula orientado pelos fundamentos histórico-cultural? Reconhece-se que não há “o
caminho”, “o método”, “a direção”. O trabalho do professor é um complexo de
saberes que se funde com as circunstâncias de sala de aula. O que se pode
conceber é que o professor conheça e oriente suas ações pedagógicas a partir
desses fundamentos. Buscando coerência com os pressupostos teóricos que
fundamentam esse trabalho, entende-se que, ao iniciar e dar continuidade a um
conteúdo em sala de aula, o professor possa adotar e articular diferentes tendências
metodológicas2, mas ao planejar suas aulas, deve fazer algumas questões ao
elaborar as atividades:
1. Que significado e sentido têm cada termo matemático usado na fala do
professor ao abordar o conteúdo? Segundo Battisti (2007, p. 79), “[...] a
linguagem matemática, como organizadora do pensamento matemático,
possibilita aos alunos elaborar uma forma particular de pensar [...]”.
(OLIVEIRA, 1997, p. 29-30). Neste trabalho, os materiais didáticos serão tratados nesses dois sentidos.
2 Destacam-se as tendências metodológicas: resolução de problemas, investigação matemática,
etnomatemática, história da matemática, modelagem matemática e ainda, mídias e tecnologias
apontadas pelas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Paraná – disciplina de
Matemática (2008).
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
2. Quais os conceitos fundamentais envolvidos? Quais os alunos dominam? Em
que nível de elaboração os alunos estão: conceitos espontâneos ou conceitos
científicos?
3. O aluno consegue fazer a análise e a síntese (do abstrato ao concreto)?
Para Battisti (2007, p. 80), nesse sentido, citando (SCHWANTES, 2004), a “[...]
sala de aula torna-se um fórum permanente de debate e negociação de concepções e
representações da realidade”. A autora conclui afirmando que
A intervenção docente ou discente é um ‘elemento’ fundamental na interação do aluno com o saber matemático. As intervenções são determinantes no processo de apropriação de significações dos conceitos matemáticos pelos alunos, cabendo ao professor orientar, estimular, desvelar os significados que precisam ser negociados e, de certa forma, controlar os sentidos produzidos pelos alunos. Assim, o próximo capítulo se desenvolve em torno desta temática. (BATTISTI, 2009, p. 80).
Ao trabalhar nessa perspectiva, pode-se pensar na organização de
atividades tendo como parâmetro orientações como:
Atividade Significado e Sentidos Conceitos
Os 25 alunos representam 1/4 do número de alunos da 8a série. Quantos alunos têm ao todo nessa escola?
Ao ler 1/4, o aluno relaciona com outras situações e com a ideia divisão de certa quantidade dividida em quatro partes. Ele relaciona 1/4 de hora, 1/4 do lanche, ou a palavra quarto é o local de dormir?
Conceito espontâneo: a fração 1/4 representa para o aluno a ideia de dividir em quatro partes. Conceito científico: 25 é a quantidade representativa da quarta parte de certa quantidade. Ou 1/4 de um número que é igual a 25.
A organização e a dinâmica em sala de aula na perspectiva histórico-cultural
pressupõem:
1. Trabalho em grupos;
2. Socialização de questões;
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
3. Mediação: intervenção do professor com proposição de questões, diálogos,
indagações, perguntas que levem os alunos a avançarem no entendimento e
que promova a ajuda de um aluno para com outros, ou seja, o professor
interfere na zona de desenvolvimento potencial que envolve os alunos;
4. O ensino deve orientar-se em prospecção, ou seja, para fazer avançar o
processo de aprendizagem;
5. O trabalho de intervenção do professor considerando que a coletividade
proporciona a intersubjetividade e a intrasubjetividade;
6. Espaço de intervenção do professor: estabelecer relação com um aluno, um
grupo de alunos e com a turma toda;
7. Para o trabalho com o conteúdo, de início, a preocupação deve ser a de
propor atividades que se aproximem do conhecimento que se quer alcançar e
não abordar diretamente, por exemplo, a definição, as palavras definidoras e
explícitas (fração, equação, inequação, álgebra, etc.);
8. O princípio orientador da prática pedagógica nessa concepção é que “[...] a
sala de aula é o lugar onde a intervenção pedagógica é intencional e possui a
tarefa explícita de promover e/ou consolidar processos de ensino e
aprendizagem”. Esses apontamentos de Battisti (2007, p. 95-98), indicam
procedimentos didáticos que tornam a sala de aula um ambiente de
aprendizagem coerente com os pressupostos teóricos histórico-cultural.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
UNIDADES DIDÁTICA
As três unidades que seguem, abordam alguns conceitos fundamentais de
números fracionários, números decimais e geometria (perímetro e área do quadrado,
retângulo e triângulo) com aprofundamento conceitual, considerado essencial para
introdução desses conteúdos na quarta e quinta séries do ensino fundamental. A
cada atividade ou um grupo de atividades, faz-se uma reflexão teórica e didática
sobre as diferentes maneiras de como o professor poderá encaminhar tais
atividades.
UNIDADE 1: NÚMEROS FRACIONÁRIOS
A metade da minha turma tem celular e uns 10% tem computador, também queria ter celular e computador!
Por que quando multiplicamos 1/2 por 1/2 resulta em 1/4?
Hoje é menos comum a linguagem fracionária em que a criança usa o termo
um décimo, por exemplo. Neste caso, se considerarmos uma turma de 5ª série com
vinte e cinco alunos, é conveniente o professor usar a palavra e a idéia de fração?
Que tipo de problemas são de fato problemas significativos para iniciar o conteúdo
de frações? Que situações fazem sentido para as crianças? Iniciar por grandezas
discretas ou contínuas? Abordar quais conceitos: fração com o significado de
número, fração com o significado de parte-todo, fração com o significado de
quociente, fração com o significado de medida, fração com o significado de operador
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
multiplicativo? Segundo Lima e Brito (2005, p. 115), “Para desenvolver corretamente
o conceito de fração, a criança precisa ser solicitada a refletir sobre as seguintes
questões: qual é o todo? Quantos pedaços há no todo? São pedaços do mesmo
tamanho?”. Acrescentamos que as crianças precisam, também, relacionar os nomes
dessas partes, identificando-as como meios, terços, quartos, quintos, etc.
O significado de fração está associado ao papel de transformação, isto é,
uma ação que se deve imprimir sobre um número, transformando o seu valor nesse
processo. Exemplo: Em uma sala de aula com 30 alunos, 2/3 deles não elaboram
significativamente o conceito de fração. Quantos alunos têm entendimento desse
conceito?
Os números fracionários são pouco usados na sociedade atual,
especialmente no Brasil. Apesar disso, o sentido deste conteúdo ainda ser
ensinando na escola se justifica porque, embora escasso, ainda há uma cultura de
reconhecimento desse conhecimento, sem contar também que, no contexto da
matemática escolar em determinadas situações, ainda se recorre aos seus
conceitos, como é o caso da introdução da álgebra na sétima série do ensino
fundamental. Desse modo, ainda não se pode abandonar seu ensino, mas não se
justifica desenvolver em sala de aula atividades incompreensíveis para os alunos,
ressaltando-se, porém, o ensino de seus conceitos e operações fundamentais.
ATIVIDADES: NÚMEROS FRACIONÁRIOS
Repartindo o lanche: A metade do lanche é minha, a metade da metade é do
Júnior e a outra metade da metade é da Lívia!.
Primeiro momento: a turma deve combinar previamente para que todos tragam
lanche para a próxima aula de matemática. Em grupos de três membros, realizar a 13
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
repartição do lanche como propõe a atividade, mas antes disso os grupos devem
seguir as orientações do professor para realizarem cada passo dessa repartição:
• O que significa dividir na metade?
• Como saber se a divisão foi feita na metade?
• Como achar a metade da metade?
• Qual metade é maior? Por quê?
• Quando falamos em metade, em que ideias vocês pensam?
• Onde se usa a ideia de metade?
• E se a divisão fosse feito em três partes, como chamaria cada parte?
• Todas as partes têm exatamente o mesmo tamanho?
• As pessoas são justas ao dividir as “coisas”?
Segundo momento: representar por meio de ilustração as repartições do lanche
feitas pelo grupo. Em seguida, representá-las de forma escrita.
Ao organizar essa atividade com lanches em grupo, orientar e discutir
as ideias antes dos procedimentos de repartição. Dialogar com os alunos para
perceber que sentidos têm as palavras metade, terço, quarto. Esse processo deve
ser conduzido atentamente pela mediação do professor, trabalhando sempre com
questionamentos e diálogos, provocando os educandos para a expressão oral e
para os registros no caderno e no quadro de giz, como estratégia de trabalhar da
ação concreta ao registro escrito.
Questões teóricas:
- A palavra fração deve aparecer nesse momento? Em um dos episódios de
pesquisa realizada por Battisti (2007, p. 45-47) sobre a elaboração do conceito de 14
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
superfície, somente a partir do “turno 52”, ou seja, depois de algum tempo de
trabalho é que a professora provoca as discussões até que aparece a palavra
superfície, em um processo de forte mediação da professora-pesquisadora;
- O significado e o conceito de fração estarão elaborados ao final de algumas
aulas? Para Vygotsky (1991), esse processo estaria apenas começando. Nesse
sentido, o professor precisa ter a paciência pedagógica, dar voz ao aluno e estar
atento às suas expressões. Desse modo, para Battisti (2007), o tempo é requisito
indispensável para que o processo de formação do conceito se dê.
- Memorização de definições não garante a formação do conceito, apenas dá a
falsa impressão de aprendizagem.
- O ponto de partida para a elaboração dos conceitos são os conceitos cotidianos,
sendo que esta elaboração se dá pela mediação das sucessivas significações e um
processo analítico.
- A discussão em cada etapa é fundamental, garantindo que o educando participe,
pois será por intermédio dessas diversas oportunidades de interação que o
professor poderá observar, por meio da expressão oral e escrita do aluno, o
entendimento do conceito e seu processo de elaboração.
3 Fazendo dobraduras!
a) Dobre uma folha de papel sulfite4 em duas partes iguais. Em seguida recorte-as
pela linha da dobradura e sobreponha às duas metades.
• Ao colocar uma parte sobre a outra, o que aconteceu?• Será que há outros modos de se chegar exatamente na metade?• Quais foram as dificuldades para se chegar à metade?
3 Atividades a até d adaptadas de: Toledo e Toledo (1997, p. 170-171)
4 Por uma questão de consciência ambiental, recomenda-se a utilização de folhas de sulfite reutilizável.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Uma das estratégias didáticas é orientar o aluno para que recorte a
metade conseguida por ele pela linha que ele traçou para determinar essa metade.
Oriente-o para sobrepor essas duas metades. Nesse procedimento, novamente o
professor deve ir questionando os alunos sobre o porquê as duas partes têm o
mesmo tamanho; é necessário levá-los a analisar que as duas metades têm
exatamente o mesmo tamanho. Deve-se igualmente ficar atento às seguintes
questões: Quais as possíveis tentativas que os alunos farão? Como discutir com
eles que todas as formas se tratam de metades exatamente do mesmo tamanho?
b) A partir do molde em forma de hexágono feito em cartolina, desenhe duas figuras
conforme o molde e pinte-as de cores diferentes; recorte-as e em seguida dobre-as
na metade e recorte novamente as metades. Importante: cada figura deve ser
dividida na metade, de forma diferente. Pergunta-se:
• As metades que tem formatos diferentes têm o mesmo tamanho? Por quê?
• Representam as mesmas metades? Por quê?
Oriente os alunos para sobreporem as metades com formatos
diferentes, levando-os a perceberem que as metades de um todo do mesmo
tamanho tem metades iguais, mesmo que suas formas sejam diferentes. O conceito
matemático aqui discutido é de que as metades de um todo devem ter exatamente
o mesmo tamanho, ainda que não tenham a mesma forma. Ao realizar a
sobreposição de metades de uma figura de tamanho igual, mesmo com formas
diferentes, com essa estratégia de compensação onde S1 = S2, o aluno poderá
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
perceber que as metades têm o mesmo tamanho, ou seja, elas se equivalem.
O professor poderá solicitar que os alunos, em grupos, representem as soluções no
quadro de giz, explicando e comentando a solução. Em concomitância, o professor
deverá fazer questionamentos, de modo que os alunos possam ir se aproximando e
se apropriando do conceito científico de metade e de fração. Outro aspecto a se
considerar é que a palavra hexágono não tem significado para a maioria dos
estudantes. Sugere-se, então, ao professor tratar esse objeto como forma ou molde
e discutir com os alunos o nome que poderia ser dado a este. Nesse processo, o
professor deverá passar pela discussão de alguns conceitos geométricos como, por
exemplo, a relação entre o número de lados de uma figura e a sua denominação,
para finalmente, chegar ao nome do molde em pauta como hexágono.
c) Dobre uma folha de papel sulfite em três partes iguais, em seguida reflita sobre:
de quantos modos é possível fazer isso? Quais as dificuldades para realizar essa
tarefa? Agora desenhe um retângulo e, usando a régua, divida-o em três partes
iguais. Ao desenhar, as dificuldades foram as mesmas de dobrar a folha em três
partes iguais? Por quê? Por último, represente numericamente cada uma dessas
partes.
Quais dificuldades se apresentam na realização dessa atividade? A
primeira será a de dobrar a folha em três partes iguais. Essa é uma dificuldade que
não aparece nas divisões sucessivas pares. O professor deverá incentivar o aluno
a fazer tentativas, fazendo com que cada terço tenha o mais aproximadamente
possível o mesmo tamanho. Pode ser que o aluno tente desenvolver a atividade
usando a régua o que poderá trazer outro desafio, pois nem sempre a folha terá
uma medida divisível exatamente por 3, como é o caso da folha tipo A4. Ainda
assim, é necessário comentar com o aluno sobre a importância de se chegar à
medida de 1/3 o mais aproximado possível. Essas dificuldades devem ser
discutidas com o aluno, porque implicam na formação do conceito de fração como
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
divisão em partes iguais.
Outros conceitos podem ser suscitados nas reflexões feitas com o grupo ao
realizarem as atividades, como por exemplo, quantos 1/3 cabem dentro da folha
usada? Quais as dificuldades de se chegar a 1/3? Nesse momento, o professor
deverá estar atento a outras situações propostas pelos alunos quando expressam a
idéia de terços; que significados têm a palavra terço para eles?
Importante: até esse momento o professor não usou ainda a “palavra fração”,
expressa intencionalmente, a menos que os alunos a tenham expressado o que
deve ser discutido nesse mesmo momento o significado dessa palavra, propondo
outros exemplos e idéias de fração, fracionamento, ...
d) Divida duas folhas de papel sulfite entre cinco pessoas. Fazer essa atividade em
grupos de três membros para discutirem as estratégias de resolução.
As possíveis soluções dadas pelos alunos serão a de dividir cada folha
em cinco partes iguais e depois contar quantas partes caberá a cada pessoa, ou
seja, trabalha-se, nessa atividade, o conceito de fração como divisão.
Uma das estratégias didáticas poderá ser a de solicitar aos alunos que comparem
as soluções dadas, fazendo a sobreposição dos quintos a que cada equipe chegou.
Outra estratégia é a de fazer o registro por meio de desenho e pela escrita da
representação matemática, levando os alunos a perceberem que esse tipo de
divisão, em razão do resultado não ser um número natural, poderá ser
representado na forma de fração: 2/5. Nesse momento, é necessário iniciar a
discussão de como poderá ser denominado esse número, haja vista não se tratar
de um número representável da forma como os alunos já conhecem: números
como forma de representar quantidades ou coisas que podem ser contadas, trata-
se sim, da ideia de dividir um todo, sendo esta divisão de um todo como uma
grandeza de natureza contínua. Outro aspecto importante nesse momento é
conversar sobre o significado da palavra “fração”, pois este é pressuposto para a
formação do conceito matemático de fração.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Dobre uma folha de papel sulfite em duas partes sucessivamente. Ou seja, a
cada metade, dobrá-la na metade novamente e registrar na tabela as seguintes
observações:
Escreva 1ª dobra 2ª dobra 3ª dobra 4ª dobra 5ª dobra
Número de partes da folha
Uma parte do todo
Duas partes do todo
Todas as partes do todo
Como se lê cada parte do todo?
Quais valores representam o mesmo tamanho da folha?
a) Ao dobrar a folha, como é representada esta operação em matemática?
b) Ao dobrar a folha e considerar apenas uma dessas partes, como denominamos
essa parte em matemática?
c) Na questão “como se lê cada parte do todo?”, o que significa a palavra
“denominador”? Por que damos nomes especiais a ele? Em matemática, o que
ele representa?
Nessa atividade, possivelmente os alunos comecem a usar o termo
“fração”, momento em que o professor deve discutir o significado da palavra
relacionando-o com o conceito matemático.
Essa atividade deve ser debatida e refletida com os alunos para que elaborarem o
conceito de meios, quartos, oitavos..., ou seja, discutir em quantas partes foi divido
o todo e como são nominadas essas partes. “A palavra ‘denominador’ quer dizer
‘indicar o nome de’, e, de fato, o denominador de uma fração indica o seu ‘nome’,
que ‘tipo’ de partes são, [...]” (Brasil, 2007, fasc. 4, p. 8).
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Discutir quantos desses meios, quartos, oitavos..., cabem na folha toda (fração com
o conceito de medida). Discutir também, quais os significados da palavra “meios,
quartos, oitavos...”. É possível, que muitos deles, entendam á palavra quarto, por
exemplo, como o nome do local onde se dorme e, para cada um deles, ela ainda
poderá ter sentido pessoal (para uns poderá ser um lugar aconchegante, para
outros, um lugar escuro, etc.). Nessa mesma atividade, o professor pode solicitar
que o aluno pinte 1/4 da folha, depois 2/4, 3/4, 4/4 e explorar, com isso, outros
conceitos matemáticos, fazendo questionamentos como: que outros conceitos
estão relacionados nessa atividade? Que outras estratégias didáticas podem ser
exploradas?
Usando o computador, no programa Excel (Windows) ou Calc (Linux), criar uma
tabela com duas linhas e cinco colunas. Destas, pintar alternadamente, a metade da
tabela.
Tabela 1
a) Que fração da tabela foi pintada?
b) Que fração da tabela foi pintada de azul? E de amarelo?
c) A partir da tabela 1, reproduza e divida cada célula na metade: como ficam as
frações das questões a e b? Reproduza sempre a última tabela criada e repita o
processo.
Tabela 2 - 1ª divisão
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Tabela 3 - 2ª divisão
d) Na tabela abaixo, represente por escrito as frações da questão c.
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3
Escrita da fração
d1) O que se pode observar comparando as frações das tabelas 1, 2 e 3?
d2) E se continuasse a divisão em mais partes, tornando proporcionalmente
as mesmas partes anteriores, o que aconteceria?
d3) Usando tabela ou outros recursos do computador para representar
figuras, crie figuras com diferentes representações de frações (figuras e
escrita);
d4) O que acontece com 3/4 de uma fruta, se esta tiver que ser repartida em
oito partes?
e) Usando tabela ou outros recursos do computador para representar figuras,
crie figuras com diferentes representações de frações (figuras e escrita);
A partir da leitura interpretativa e reflexão do texto Aritmética da Emília5, repartir
uma melancia entre os participantes da sala. Nesse processo, questionar:
• Que fração dessa melancia cada participante comerá?
• Se duas pessoas do grupo não gostam de melancia e por isso não querem
comer, como devo, então, dividir a melancia?
5 Monteiro Lobato. Aritmética da Emília. São Paulo: Brasiliense, 1973, p. 91-92.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
• Se a parte de cada um for divida em duas partes, que fração da melancia
você comerá?
• E se comparecessem mais três pessoas no grupo após a divisão da
melancia, o que poderia ser feito para que essas pessoas também
comessem melancia e para que todas as partes fossem dividas do mesmo
tamanho?
Ao desenvolver essa atividade, fazendo uso de uma melancia como
instrumento, o professor deverá planejar as questões que irá propondo aos alunos
à medida que for fazendo a repartição literal da fruta, pois nesse momento,
provavelmente, as crianças ficarão eufóricas, oportunidade ideal para fazer
diversas indagações. Ou seja, o professor deve atuar na criação de uma zona de
desenvolvimento proximal. Por exemplo: em quantas partes devo dividir a melancia
considerando o número de alunos da sala? Que fração da melancia receberá a
cada um? E se em vez de dividir pelo número de alunos, dividir por um número de
partes que seja o dobro do número de alunos, o que acontecerá? Que fração da
melancia caberá a cada aluno? Importante: como um dos principais objetivos dessa
atividade é a formação do conceito de fração equivalente, com essa estratégia, a
ideia é que os alunos percebam as frações equivalentes. É imprescindível, ainda,
que o professor oriente os alunos a fazerem os registros em forma de desenho e
escrita das atividades realizadas com a melancia. Ao trabalhar com essas
atividades, por exemplo, no quadro de giz, o professor deverá desenvolver
questionamentos do tipo: quem recebeu 1/15 da melancia, recebeu a mesma
quantidade de quem recebeu 2/30 dessa mesma melancia? Será que equivale a
mesma coisa, ou seja, será que 1/15 é igual a 2/30?
22
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Considerando uma régua de 12 cm.
a) Dividir a régua em três partes;
b) Represente 2/3 da régua;
c) Represente 4/6 da régua;
Uma das dificuldades que pode se apresentar nessa atividade é a
divisão de 12 por 3, porque, segundo (DAMAZIO, 2007), pode ser difícil para o
aluno transportar esse pensamento para a divisão na régua em três partes. Outro
aspecto relevante é levar o aluno a estabelecer relação da fração 2/3 com o
segmento de reta. Qual a relação do 2 com o segmento? E do 3? Em relação à
questão c será necessário que o professor leve o aluno a perceber a relação com a
questão a, discutindo, indagando-o sobre o conceito de equivalência, ou seja, o
aluno precisa perceber que existe relação na multiplicação de 2/3 x 2/2.
Outra questão a ser observada nessa atividade é que se trata de uma grandeza de
natureza discreta. Ou seja, agora o aluno não dividirá um todo contínuo, mas 12
unidades divididas em três partes, bem como, o resultado não será um número
fracionário. Essa operação trabalha com a fração como operador multiplicativo (2/3
de 12 = 2/3 x 12 = 8).
Importante: embora a ideia seja de multiplicação, nesse momento não se propõe
trabalhar essa operação.
Em uma sala de aula, dos 24 alunos, 2/3 são meninos; 1/3 usa calça jeans; 1/4
gosta de vídeo-game; 7/8 gostam muito de ler e 8/8 gostam de matemática.
Descobrir o número de alunos que representa cada uma das frações citadas.
23
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Analise a sua sala e crie mais três tipos de frações relacionadas com outras
questões que envolva sua turma.
Em sala de aula, na ação didática, o professor deve estar atento às
seguintes questões: os alunos têm formado o conceito de fração? Qual o significado
do conceito de fração exigido nessa atividade? Que outros conceitos matemáticos
estão envolvidos? Que dificuldades os alunos apresentaram? Que estratégias
didáticas usar? Como perceber os significados e os sentidos produzidos pelos
alunos? Eles avançaram dos conceitos espontâneos para os científicos? Abstraíram,
formalizaram e generalizaram o conceito de fração? Nessa situação, realizam a
multiplicação de forma significativa? Percebem que estão realizando a operação de
multiplicação?
Importante: essa atividade também aborda o conceito de fração com o significado de
operador multiplicador, ou seja, novamente aqui, a proposta é trabalhar frações com
valores discretos e com os valores resultantes de parte destes. Exemplo: 2/3 de 24 =
16. Mas, essa operação o aluno fará, neste momento, com a idéia de encontrar o
valor da fração de 24 e não com a operação formal de multiplicar 2/3 x 24.
Importante: O professor poderá adaptar essa atividade de acordo com o número de
alunos da sala e criar as circunstâncias que desencadeiem em atividades com
frações.
Um tesouro em moedas antigas foi encontrado enterrado nos fundos da escola.
Esse tesouro foi vendido por certo valor. O juiz decidiu que esse dinheiro seria
repartido entre todos os alunos, professores e funcionários da escola. Desse modo,
coube à nossa sala R$ 4.320,00. Que fração desse valor caberá às meninas e aos
meninos? Que valor corresponderá à fração de cada um? Como história é história!
Na verdade, a turma da sala ganhou R$ 432,00 referentes a um trabalho
24
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
desenvolvido pela turma na festa junina da escola. Que valor caberá a cada aluno?
Que fração representa esse valor?
Nessa atividade explora-se o conceito de divisão e sua representação
fracionária e aritmética. Ou seja, trabalha-se com o significado de fração a partir de
uma grandeza discreta. A validade da proposição dessa variação está em os alunos
vivenciarem atividades que envolvem diferentes ideias e significados. O fato de os
alunos dividirem 432 / 26 (divisão de grandeza de natureza discreta), por exemplo, é
diferente de eles lidarem com a divisão de uma folha ou um bolo para a turma
(divisão de grandeza de natureza contínua). Outro aspecto que poderá aparecer
como complicador é o fato de se ter que dividir 432 pelo número de alunos da sala.
A sugestão é que o “resto”, que poderia chegar a decimais, seja destinado ao “caixa”
da turma. Pode-se, contudo, optar por trabalhar com a divisão chegando ao decimal,
isso dependerá do nível de conhecimento da turma.
Represente 2/6 na figura.
Nessa atividade volta-se com o conceito de parte do todo buscando
explorar os diversos significados de fração. Nessa atividade, dá para trabalhar com
aspectos da geometria como classificação de polígonos. Para que as seis partes
sejam do mesmo tamanho (congruentes), traçar um segmento de reta de um vértice
ao seu oposto e, ao ligar todos esses vértices, o ponto de intersecção entre os
segmento é o ponto central do polígono (hexágono). Esta estratégia garante
encontrar seis triângulos congruentes e ainda com uma particularidade – triângulos
de lados com a mesma medida (triângulo equilátero).
25
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Com um pacote de preparo sólido para refresco (pó para suco) com 36
gramas, se faz um litro de suco (ou quatro copos do tipo americano). Em uma festa
de aniversário há 60 crianças e, considerando que cada uma toma dois copos de
suco, pergunta-se:
a) Quantos litros de suco serão necessários? E, quantos pacotes de preparo?
b) Um copo de suco corresponde a que fração do litro?
c) Qual é a quantidade de pó para suco, necessária a cada copo de suco?
d) Se chegassem mais 12 crianças, como ficaria essa mistura?
Nessa atividade é possível explorar duas operações: medir e contar.
Temos que contar quando se trata do número de crianças, números de copos,
número de litros de suco. Temos que medir quando se relaciona, por meio da fração,
a razão, a equivalência. Ou seja, é necessário fazer comparações entre grandezas
para saber quanto de uma determinada quantia cabe em outra. Nesse sentido, essa
atividade proporciona envolve o significado: medida, razão, equivalência. CARAÇA
(2005, p. 29-34).
Um grupo de amigos (duas meninas e quatro meninos) ganhou, por
vencerem uma gincana na escola, um lanche gigante.
a) Que fração do lanche as meninas receberão? E os meninos?
b) Se um dos meninos não quiser comer, que fração do lanche caberá a cada
um?
Nessa atividade explora-se fração com significado de quociente.
Retorna-se também ao conceito de divisão contínua.
Usando uma régua de 12 cm, como posso representar, nessa régua, a
metade da metade? Que fração esta divisão representa? Quantas vezes o meio
26
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
desta régua cabe nela mesma? E 1/4, quantas vezes cabe? E a metade dividido por
2, que fração representa da régua?
Aqui a fração é trabalhada com o significado de multiplicação, quando
propõe encontrar 1/2 de 1/2; de divisão, quando interroga quantas vezes o 2 cabe
dentro de 1/2? Quando questionamos quantas vezes cabe, para Caraça (2005, p.
30), “este número chama-se a medida da grandeza em relação a essa unidade”, ou
seja, medida é o resultado da comparação de medidas de mesma unidade.
Na tabela abaixo, em cada figura, pinte a fração indicada por números e
depois escreva a ideia da fração representada na figura.
Figura Fração Escreva a ideia da fração representada na figura
1/1 Um inteiro
½Da figura dividida em duas partes, foi considera a metade.
2/4
8/16
27
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
2/3
4/6
O objetivo dessa atividade é um retorno à representação figurativa da
fração e a descrição do conceito. Espera-se que o aluno seja capaz de pensar a
representação figurativa, numérica e saiba descrever o conceito dessa fração.
Outro aspecto possível de se trabalhar é o conceito de fração equivalente, porque o
aluno percebe facilmente as partes que equivalem ao mesmo tamanho/valor, o que
pode facilitar e avançar para o trabalho de operações com frações. Destaca-se que
o registro numérico e a discussão do conceito, como propõe a atividade, é
imprescindível para que o aluno avance para o conceito científico de fração.
Iniciação às operações por meio da dobradura da folha de papel sulfite.
N. de dobras Operação Resulta em:
6 1/6 + 1/6
8 5/8 – 3/8
4 2 x 1/2
5 2/5 x 2
3 1/3 : 3
4 2 : 1/4
28
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Ao iniciar formalmente as operações, trabalhar com valores pequenos
de modo que o aluno possa realizá-lo de modo informal, pela percepção, com uso
de materiais didáticos concretos. Nesse processo de introdução das operações, o
mais importante é a mediação do professor, especialmente usando linguagem de
modo que o aluno passe do conceito espontâneo para o conceito científico, embora
na 4ª e 5ª séries, a formalização dos algoritmos com frações não se completa, ou
seja, está apenas começando. Dentre as inúmeras formas de falar sobre a
operação, por exemplo, de multiplicação por ser: para 2 x 1/2 (duas vezes a metade
do papel; ou duas vezes o meio); 1/3 : 3 (o 1/3 da folha dividida em três partes,
quanto essa parte representa da folha toda?); 2 : 1/4 (aqui a pergunta deve ser feita
a partir do significado de medida: quantas vezes o 1/4 de folha cabem dentro de
duas folhas?).
Repartindo a maçã.
Cortando a maçã
em três partes,
quanto dá?
1/3 + 1/3
3/3 – 1/3
1/3 x 3
1/3 : 2
Ao desenvolver essa atividade fazendo a manipulação da fruta, com
cada grupo de alunos executando, sob a orientação do professor, cada etapa da
atividade, o professor deve usar palavras e expressões, bem como ficar atento às
expressões dos alunos, que explicitem a formação do conceito de fração e de suas
operações. Exemplo: um terço da maçã divido em três partes, que fração da maçã
representa essa nova parte? Se tenho a maçã dividida em três parte e tiro uma das
partes que corresponde a um terço, com quantos terços permaneço?
Importante: ao manipular alimentos, o professor precisa tomar os cuidados com as
normas de higiene, bem como com o objeto utilizado pelos alunos para cortar a
maçã. 29
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Encontre:
1/4 2/3 2/5 2/6
Folha de sulfite R$ 75,00 60 minutos Uma pizza
Páginas de um livro com 200
páginas.
Uma sala 24 alunos.
R$ 125,00População de 3600 pessoas que não
votaram.
O objetivo desta atividade é trabalhar com frações de grandezas
contínuas e discretas, levando o aluno a perceber que o todo, a ser fracionado, pode
ser uma unidade a ser fragmentada, ou ainda, que quantidades com mais de uma
unidade, podem ter suas partes encontradas, fragmentadas do todo.
30
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
UNIDADE 2: NÚMEROS DECIMAIS
Por que quando multiplicamos 0,5 por 0,5 resulta
em 0,25?
Será que essa questão para alunos do ensino fundamental - séries finais e
ensino médio - é compreendida? É conceitualmente significativa? Como um aluno
da 5ª série do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio responderia a essa
indagação? Segundo Imenes (TV Escola, DVD Escola, Vol. II), estamos vivendo em
uma sociedade em que os números decimais são mais importantes. Sendo assim, a
escola deve estar em sintonia com a sociedade que estamos vivendo. No entanto,
na escola ainda prevalece à ênfase no ensino das frações, o que é uma contradição
porque, além dos aspectos sociais, o progresso dos alunos na sequência dos
estudos, depende muito mais do entendimento dos números decimais.
ATIVIDADES: NÚMEROS FRACIONÁRIOS
Observe a relação de objetos presentes no cotidiano, com a comunicação
escrita usando o sistema de numeração.
Uma bola de futebol custa R$ 69,90
O valor da mochila é de:
R$ 25,90
O valor do litro de leite é de:
R$ 2,67
31
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
a) Quanto mede a sua braçada?
b) Qual é a história da braça?
c) 2,33 m é a braçada do nadador.
Ao calcular 5% do número 428, chegou-se ao número 21,4.
O preço do litro de álcool combustível custa R$ 1,679
Lapiseira 0.5
Carro 1.8
a) Por que aparece a vírgula em todos os números acima?
b) O que eles têm em comum?
c) Como explicar que uma pessoa que mede 1,8m seja maior do que uma com
1,75m?
d) Por que o nosso dinheiro é sempre escrito com duas casas após a vírgula?
e) Por que a expressão “zero a esquerda” significa algo que não tem valor?
f) Por que alguns números são representados com a intercalação de um “ponto”
entre dois números. Por exemplo: carro 1.8 ou lapiseira 0.5?
O propósito desta atividade é discutir a presença dos números decimais
na sociedade e o modo de representar quantidades menores que uma unidade.
Dialogar com os alunos os contextos em que comparecem esses números e,
observar atentamente as expressões orais dos alunos observando o nível de
entendimento deles à medida que o professor faz outras indagações a partir das
colocações dos alunos.
32
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Com o uso de panfletos de propaganda de produtos de supermercado, em
grupos, recorte e monte na tabela abaixo uma lista de compra considerando, para
isso, que você tem um limite de R$ 128,27 para gastar.
Produto Quantidade Valor por Unidade Valor total
Valor total da compra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) Por que o valor dos produtos está representado com dois números após uma
vírgula?
b) Os valores entre R$ 1,00 e R$ 2,00 podem ser encontrados em que tipos de
moedas (dinheiro)?
c) Com quantas notas e moedas o grupo pagará sua conta? Receberá troco?
De quanto? Quantas moedas serão dadas de troco?
d) Por que determinados produtos são mais caros que outros?
Situações que envolvem valores monetários são atividades
importantes para se iniciar o trabalho com números com vírgula, porque são
significativas para os alunos. São situações em que normalmente os alunos fazem
operações mentais que fazem sentido para eles. Será que o aluno de quarta e
quinta séries tem os conceitos básicos a respeito da base dez, quando lida com
valores que envolvem centavos?
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Usando uma fita métrica (de costureira), medir a altura dos alunos e registrar
na tabela:
Aluno Altura
a) Quanto falta, na medida da sua altura, para ter a mesma altura de um dos
homens mais altos do mundo que mede 2,4m?
b) Qual a diferença entre a medida do aluno mais alto e o mais baixo da turma?
c) Pode-se medir inteligência de uma pessoa?
d) Por que se usa a vírgula para representar alguns números?
e) Como localizar e explicar a localização dos números das questões a e b na
fita métrica?
Nessa atividade, o objetivo é a identificação, localização e significação
dos números com vírgula a partir de um contexto de conhecimento dos alunos que é
medir a altura de uma pessoa usando o instrumento fita métrica.
Usando material que represente notas e moedas, fazer a distribuição conforme
indicado na tabela.
ValoresRepresentação Monetária
Notas de 100 reais
Notas de 10 reais
Notas de 1 real , Moedas de
10 centavos Moedas de 1 centavo
R$ 10,25 ,R$ 115,30 ,R$ 158,49 ,R$ 149,99 ,R$ 50,00 ,Soma.......... ,
34
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Nesta atividade se objetiva que o aluno passe do conceito espontâneo que possui a respeito da parte decimal, para a sua representação formal com significado. Para encaminhamento desta atividade o professor deverá providenciar um QVL (quadro, valor, lugar) em cartolina com os mesmos dados do quadro da tabela acima, de modo a possibilitar aos alunos fazerem a manipulação das notas e moedas neste quadro e ir representando os valores, por escrito, na tabela.
Usando material dourado, represente os seguintes números:
NúmeroRepresentação com material dourado
M C D U5612813471009109
Com o uso do material dourado e um QVL, levar os alunos a
relembrarem as características fundamentais do SND: possuir dez símbolos; ter
base decimal; ter valor posicional; a ausência de quantidades de qualquer ordem é
indicada pelo algarismo zero (zero como guardador de lugar). O objetivo dessa
atividade é a de avaliar os conceitos que os alunos já têm elaborado a respeito do
SND para que o professor possa avançar para a representação, usando o material
dourado, dos números com vírgula.
Usando material dourado para representar números com vírgula.
Unidade , décimos centésimos milésimos
1 cubo 1/10 do cubo 1/100 do cubo 1/1000 do cubo
35
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Usando o material dourado, levar os alunos a reconhecerem o cubo
grande desse material, como inteiro; a placa como sua décima parte; a barra como a
centésima parte e o cubinho como sua milésima parte. Discutir amplamente esses
conceitos baseados na estrutura desse material, para representação do sistema de
numeração de base dez.
a) Pergunta-se: qual a relação dos números com vírgula e a sua representação
usando esse material?
Unidade , décimos centésimos milésimos
2 inteiros ,3 décimos do
inteiro4 centésimos do
inteiro8 milésimos do
inteiro
2 , 3 4 8
a) Usando esse mesmo recurso, represente outros cinco números e realize a adição dos mesmos.
Unidade, décimos centésimos milésimos
Soma:
Para essa atividade é importante usar um formulário QVL feito em
cartolina para os alunos trabalharem em grupos representando, com material dourado,
36
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
os números propostos por eles mesmos ou pelo professor. É importante que cada
aluno produza o mesmo quadro em seu caderno, para que possa ir registrando, por
escrito, os números representados em grupo com uso do referido material. Na questão
(b), a ideia é trabalhar as operações envolvendo trocas.
Usando material que represente notas e moedas (reais), realize os seguintes
cálculos:
a) R$ 34,25 + R$ 149,85 =
b) R$ 23,45 + R$ 49,99 =
c) R$ 100,00 – R$ 89,98 =
d) R$ 50,00 – R$ 1,68 =
Ao fazer as operações manipulando de fato representação de “notas e
moedas”, os alunos estarão simulando atividades do cotidiano. Desse modo, o
professor poderá perceber os conceitos espontâneos que os alunos têm construído
de números decimais. Observar como eles operam esses valores e, a partir daí
sistematizar essas operações por escrito no caderno e, ao corrigir no quadro de giz,
as operações feitas pelos alunos, discutir cada passo da operação sempre se
reportando ao modo como foi realizada a operação na prática, com o uso das notas.
Esse procedimento é importante para que o aluno vá estabelecendo relação de
significados entre a operação prática e a formalizada.
Usando uma fita métrica, localize os seguintes números: 3,5 – 2,6 – 7,8 – 1,3 –
12,3 – 2,8 – 78,4 – 59,9. Pergunta-se:
a) O que significa as dez marcações (risquinhos) entre um número e outro?
b) Por que são usadas essas marcações?
c) Qual a diferença em se escrever 3,5 e 3,50? Qual é o maior número: 3,5 ou
3,50? Por quê?
d) Por que, para escrever um número da fita métrica, usamos apenas uma casa
após a vírgula e quando escrevemos o valor de uma nota de dinheiro usamos
duas casas após a vírgula?
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Considerando que os números com vírgula ou números decimais estão
mais presentes no cotidiano das pessoas do que os números fracionários, como o
professor pode facilitar e até enriquecer o processo de ensino dos números com
vírgula? Trabalhando a partir de situações que tenha significado para o aluno,
ressaltando que a elaboração do conceito e a sistematização dos números se darão
à medida que consigam desenvolver atividades relacionadas a diferentes contextos.
A compreensão de que a parte decimal é a unidade incompleta, ou seja, representa
sempre parte menor do que a unidade e, por isso, localizada entre uma e a próxima
unidade e, ainda, que essa fragmentação é feita na base 10, é o conceito
fundamental para a compreensão dos números com vírgula.
Quando estudamos em matemática números como:
8
0,8
0,08
0,008
a) Como podemos explicar que 8 diferente de 0,8?
b) Como podemos explicar que 0,08 é maior que 0,008?
c) Em que situações nós encontramos números apresentados dessa forma?
d) Por que temos que representar, em algumas situações, números com vírgula?
Essa atividade deve ser trabalhada, nesse momento, como diagnóstico
da compreensão que os alunos têm a respeito da representação de números com
vírgula, diferenciando e comparando esses números. Será que eles compreendem
por que 0,8 é maior que 0,08? O professor deve trabalhar a partir de indagações,
instigando os alunos a fazerem conjecturas, a registrarem no quadro de giz o que
sabem, representando por escrito ou em forma de desenhos tais números.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
6 Estruturando para entender o número com vírgula ou número decimal.
Considerando como unidade a barra, cada cubinho será sua décima parte.
1 unidade
101
ou 0,1 da unidade
a) Com o uso do material, represente 1,7:
Considerando como unidade a placa, cada barra será sua décima parte, e cada cubinho, sua centésima parte:
1 unidade
101
ou 0,1 da unidade
1001
ou 0,01 da unidade
b) Com o uso do material, represente 2,54:
6 Adaptação de TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da matemática: como dois e dois: a construção da
matemática. São Paulo: FTD, 1997, p. 198.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Considerando como unidade o cubo grande, a placa será sua décima parte, a barra será a centésima, e cada cubinho corresponderá à sua milésima parte:
1 unidade
101
ou 0,1 da unidade
1001
ou 0,01 da unidade
10001
ou 0,001 da unidade
c) Com o uso do material, represente:
. 1,6
. 2,49
. 2,452
d) Represente os números fracionários na forma de número decimal
Representação fracionária
Parte Inteira , Parte Decimal
C D U , Décimo Centésimo Milésimo
10009 ,
1009 ,
109 ,
100115 ,
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Preencha a tabela e depois analise:
Fração
decimal
Número decimal
Como se fala
102
10023
2,3
Dois inteiros e quatro milésimos
100015
3,415
1000105
a) Por que dois números após a vírgula chamam-se centésimos?
b) Por que três números após a vírgula chamam-se milésimos?
c) Qual a função da vírgula em um número decimal?
d) Explique qual a diferença entre 1,3; 1,03 e 1,003.
As atividades A10 e A11 têm o objetivo de ajudar a responder a A9.
Nessas três atividades espera-se que o aluno diferencie conceitualmente os
décimos, centésimos e milésimos, bem como, diferencie a representação fracionária
da decimal. Para essas atividades, o professor deve disponibilizar e usar
constantemente o material dourado e orientar para o registro escrito,
concomitantemente.
Acrescente mais alguns números decimais entre o 0 e 8.
a) O que seria necessário fazer para localizar o número 2,35?
41
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
b) Qual número é maior 1,5 ou 0,5? Por quê?
c) Localize o número 5,3. O que será necessário fazer para localizar um número
entre 5,2 e 5,3?
Jogo: Troca-se 107
Material usado: material dourado, quatro dados, notas de 1, de 10 e de 100 reais e
moedas de 1 e 10 centavos e uma tabela para registros.
Centena Dezena Unidade , Décimos Centésimos
,,
Soma. . . . . ,
Objetivos: Formação do conceito científico de números decimais.
Procedimentos: joga-se em duas duplas de alunos.1º) uma dupla joga dois dados e soma o número de pontos. Um membro da dupla
representa o número de pontos com material dourado e outro representa o mesmo
número com moeda. Sempre que o acumulado do número de pontos soma dez
unidades, troca-se pela unidade posterior (dez vezes a unidade anterior), ao mesmo
tempo em que se registra os mesmos números na tabela.
2º) a segunda dupla repete o mesmo procedimento.
3º) a dupla que somar primeiro 100 pontos ganha o jogo.
4º) em uma possível continuação de jogos, trocam-se os membros entre as equipes.
O trabalho com esse jogo visa memorizar a posição e trocas dos
valores decimais (décimos, centésimos e milésimos). Ao mesmo tempo,
oportunizará ao professor avaliar o nível de compreensão desses conceitos quando
deve provocar os alunos com indagações e observar como expressam a
compreensão do conteúdo.
7 Adaptação do jogo “Dez não pode”. PROMAT: projeto oficina de matemática. Vol. 5ª série, p. 127.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Em grupo de três alunos, como atividade extraclasse, fazer uma pesquisa em
três postos de combustíveis e anotar o preço por litro de cada combustível:
Posto Álcool Gasolina ÓleoA R$ R$ R$
B R$ R$ R$
C R$ R$ R$
a) Há diferença de preço dos combustíveis de um posto para o outro? De quanto
é a diferença entre cada combustível? Por que os postos, às vezes, têm
preços diferentes?
b) Quantas casas após a vírgula têm o preço de cada combustível pesquisado?
Por que, às vezes, os preços trazem duas casas e outras vezes, três casas
após a vírgula?
c) Considerando que o preço do álcool em um posto esteja R$ 1,499 e o cliente
compre 10,5 litros. Quanto terá que pagar? Como será feito o cálculo?
d) Suponhamos que na primeira hora do dia, um Posto A venda 120 litros de
álcool, 110 litros de gasolina e 32 litros de óleo. Registre na tabela abaixo
essa venda e calcule os valores. Quanto foi vendido (em valores) nessa
primeira hora?
Combustível Quant. litrosPreço por litro Valor total
U Dec Cent Mil C D U Dec Cent
, ,
, ,
, ,
Valor total da venda . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ ,
e) Por que, o preço de alguns combustíveis, em determinados períodos, é dado em milésimos, isto é, com três casas após a vírgula e por que na hora de pagar a conta, o valor é dado em reais e centavos de reais, ou seja, com duas casas após a vírgula?
43
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Como esse contexto dos preços dos combustíveis está muito presente
nos dias atuais, é possível que as crianças observem-nos nas placas de preço e na
máquina de abastecimento, situações que podem ser trazidas para a sala de aula ao
trabalhar com números decimais. Ao trabalhar com os preços por litro de
combustível em milésimos de real é importante discutir o porquê desse fato,
considerando que em nossa moeda trabalhamos apenas com centavos (centésimos
do real)8. No entanto, o uso de milésimos se justifica porque, a margem de lucro por
litro é, às vezes, muito pequena, cerca de R$ 0,1129 por litro de gasolina. Essas
questões de margem de lucro e intenções da indústria e do comércio são
importantes para a formação crítica dos alunos, além de ser também, um bom
contexto para o ensino dos decimais.
8 Para maiores informações acesse o site: <http://www.procon.sp.gov.br/pdf/revista_procon_14.pdf>.
Acesso em: 10 maio 2010.
9 Pesquisado em: <http://forum.autohoje.com/forum-geral/55986-margem-de-lucro-dos-postos-de-
abastecimento.html
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
INIDADE 3: GEOMETRIA
O piso da minha sala de aula é branco e as paredes são claras, por isso sujam muito. Se essas superfícies fossem cor do sol se pareceriam mais com a nossa terra e talvez não mostrassem as marcas como sujeira.
O ponto de partida para o ensino da geometria plana no ensino fundamental,
nas 4ª e 5ª séries, deve centrar-se no início da elaboração dos conceitos de
perímetro e área. Um dos primeiros conceitos fundamentais é a percepção de que
medir é comparar grandezas da mesma natureza. As experiências vivenciadas no
cotidiano e no processo de ensino e aprendizagem mostram que nem todos os
educandos tiveram a oportunidade de fazer observação orientada, de experimentar,
desenhar, registrar atividades envolvendo perímetro e área. Até a 4ª série o
educando tem contato com a geometria da visualização e localização no espaço, a
observação das formas presentes no contexto em que vive; faz registros escritos e
por desenho das relações percebidas; tem contato com a ideia de área e perímetro,
mas não formaliza esses conceitos. Assim, a elaboração dos conceitos
fundamentais em geometria, sua representação algébrica, abstração e
generalização é um processo a ser completado na educação básica.
Para o desenvolvimento desse trabalho, é importante que o professor faça
os encaminhamentos metodológicos, problematizando as situações, de modo que
garanta a esses educandos experimentar, explorando a manipulação de recursos
didáticos como recortes em cartolina, montagem e desmontagem de embalagens,
manipulação e comparação de diferentes unidades de medidas (padrão e não
padrão), oportunizando registrarem em forma de desenho (figurativo) dos objetos e,
registrando de modo sistematizado, levando-os a abstrair e generalizar tais 45
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
conceitos.
Para o trabalho inicial com geometria é interessante que se faça discussões
a partir das necessidades históricas que levaram os homens a construírem
conhecimentos no campo da geometria. Nesse sentido, mesmos os alunos de 4ª e
5ª séries, dependendo das estratégias utilizadas pelo professor, são capazes de
relacionar o espaço e as formas às necessidades humanas.
Nesse trabalho, o objetivo é discutir os conceitos de perímetro e área.
Destaca-se a importância, no início dos trabalhos, em torno do que é medir. Que
conceito de medida o aluno tem? Ou seja, o que é para ele, medir. Para Caraça
(2005, p. 29), medir é “[...] comparar duas grandezas de mesma espécie”. Porém, é
importante ter claras algumas questões: Que grandeza será medida? Que unidade
será usada? É a unidade mais viável? Quantas unidades de medida cabem na
grandeza a ser medida? Que instrumento será utilizado? Por onde iniciar o ensino
de geometria nas 4ª e 5a séries?
Como a abordagem desse trabalho se limita aos conteúdos de perímetro e
área e, considerando os pressupostos teóricos de que a aprendizagem se dá a partir
de situações que fazem sentido e têm significado para o estudante, levando-o à
formação de conceitos científicos, o ponto de partida para o ensino de perímetro e
área será o uso de medidas não convencionais e do cotidiano dos educandos, como
copos, ladrilhos, palmos, a demarcação de tempos, de notas musicais; medidas
padrão como o metro e metro quadrado e a história das necessidades humanas que
levaram à determinação do metro como medida padrão.
Enfim, a proposta de atividades que segue é orientada pelos fundamentos já
citados, tendo como princípio orientador o professor como mediador do processo
ensino aprendizagem.
46
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
ATIVIDADES: GEOMETRIA
Em grupos de três membros, observar a escola e seu pátio quanto ao espaço,
tamanho e formas. Cada grupo deverá fazer registros, por exemplo, registrar o
tamanho e forma do pátio, cancha, sala de aula, biblioteca, carteira, utensílios como
lixeira, televisor, computador. Enfim, espaços e objetos que chamem a atenção do
grupo. Em sala de aula:
a) Discutir as diferentes formas encontradas, desenhando-as no quadro de giz e
nominando-as pelo termo popular e pela denominação em geometria;
b) Quanto aos tamanhos, como saber as medidas exatas de cada espaço? Que
instrumentos usar?
c) Será que se usa a mesma estratégia para se medir a carteira e o pátio da
escola?
d) Como diferenciar o modo de medir todo o espaço ocupado pela escola e a
distância da rua que passa em frente à escola?
e) Qual a diferença de medir o “tampo” da carteira e o contorno que faz o
acabamento do quadro de giz?
Nessa primeira discussão com os alunos, o professor deve agir fazendo
indagações e, a partir das colocações dos alunos, elaborar outras indagações
levando-os a se aproximarem das diferenças conceituais entre medida de
comprimento e de área. Ir, aos poucos, fazendo a transição dos termos comuns
usados pelos alunos, intercalando termos de uso da geometria. Por exemplo, para
achar a medida do “tampo” da carteira, eles poderão usar vários termos e o
professor vai instigando-os até que cheguem ao conceito de “superfície” e sua
delimitação como conceito de “área”. Também, termo como “contorno” deverá, aos
poucos e pela mediação do professor, ser chamado de “perímetro”, pelos alunos.
47
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Em duplas, medir e fazer anotações por escrito do contorno da carteira, do
quadro de giz, da sala de aula, do pátio, usando medidas que acharem mais
convenientes (palmos, pés, passos, polegadas, palitos, canudos, fita métrica, etc.).
Transcrever as anotações na tabela no quadro de giz:
Carteira Quadro de giz Sala de Aula Pátio da escola
Dupla ADupla BDupla C...
a) Quais as diferentes unidades de medidas usadas para fazer as referidas
medições? Elas são práticas? São recomendáveis?
b) Qual a unidade de medida mais indicada para medir cada espaço solicitado?
Por quê?
c) Qual a diferença na forma de fazer a medida da distância em volta (contorno)
e medir o tamanho todo de cada espaço?
Em duplas, construir um quadrado de um metro de cada lado, usando papel
bobina ou jornal.
a) No pátio da escola, estender esses metros de modo que cubram uma de
determinada “área”. Que tamanho ficou essa “área”? Como informar a alguém
o tamanho desse espaço usando o metro quadrado?
b) Quantos desses metros quadrados cabem na sala de aula? E nas paredes da
sala?
c) Como fazer para determinar o tamanho da sala de aula em metros
quadrados?
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
d) Por que chamamos de metro quadrado? Qual a diferença para o metro
corrido?
e) Se quisermos cobrir o chão, o teto e as paredes da sala de aula, como e
porque fazer uso m2?
f) O teto, o chão e as paredes nos dão a mesma ideia de distância do quadro
até os fundos da sala? Justifique.
Usando folhas de papel sulfite, cobrir o quadro de giz.
a) Quantas folhas foram necessárias para cobrir o quadro todo?
b) E se tivesse que trocar o quadro de giz, como informar à oficina de reformas a
quantidade de material necessário para reformá-lo?
c) Será que o papel sulfite é a melhor forma de informar o tamanho, “área”, do
quadro de giz?
Usando quadradinhos de 10 cm de cada lado feitos de cartolina, cubra o
“tampo” ou “área”, ou “superfície” da carteira.
a) Qual é o tamanho da carteira dado em cm2?
b) Qual a distância, em cm, que contorna a carteira?
c) Por que essas medidas resultam em resultados diferentes?
Usando o metro quadrado, construído de papel bobina ou jornal, determine:
a) a área do piso da sala de aula;
b) a área das paredes da sala de aula;
c) Escreva o “modelo” ou “fórmula” de como calcular a área de espaços que tem
o formato da sala de aula? Como denominamos figuras com esse formato?
49
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
d) Em matemática, como definimos figuras com esse formato e como
recomendamos o cálculo de área para outras figuras ou espaços que tenham
essa mesma forma?
No quadriculado, desenhe um “quadrado” e um “retângulo”
a) Como determinar a área desse e de outros infinitos quadrados?
b) Como determinar a área desse e de outros infinitos retângulos?
c) Em matemática, como podemos representar esse modo de calcular?
d) E o “contorno” ou “perímetro” dessas figuras, como ficam na matemática?
Quando se tem um quadrado ou um retângulo de qualquer tamanho:
a) Como se define o cálculo da área e
do perímetro de cada um?
b) Como se define o que é um
quadrado e o que é um retângulo?
c) Como se diferencia
matematicamente um quadrado de
um retângulo?
d) Que função tem as letras na
representação dessas figuras?
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Medir, utilizando uma régua, os lados dos quadrados e do retângulo e calcular
a área e perímetro de cada um.
Resumo das ideias
Observe que o QUADRADO tem:
A: área do quadrado l : medida do lado P: perímetro
P = 4 x l A = l x l A = l 2
Quadrado é uma figura geométrica de quatro lados de
mesma medida e quatro ângulos de 90º.
Observe que o RETÂNGULO tem:
A: área a e b: medidas dos lados P: perímetro
P = a + a + b + b isso significa que P = 2xa + 2xb
A = a x b
Retângulo é uma figura geométrica com quatro lados, sendo os
lados paralelos de mesma medida e com os quatro ângulos de 90º.
Nessa atividade busca-se fazer uma síntese, mesmo que provisória, a
respeito dos conceitos científicos sobre área e perímetro de quadrado e retângulo.
Ao se propor a representação algébrica do quadrado e do retângulo, espera-se que
o aluno generalize e abstraia os conceitos de área e perímetro, bem como,
diferencie esses quadriláteros e se familiarize com a linguagem matemática. O papel
do professor é o de mediar as questões e articular estratégias didáticas para levar o
aluno, do conhecimento espontâneo que tem de unidade de medidas e de cálculo de
comprimento e área, de quadro e retângulo, para se aproximar do conteúdo escolar.
51
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Ou seja, que o aluno compreenda a unidade de medida fundamental para o cálculo
de área e perímetro e que perceba que medir é comparar medidas. Além disso, da
A2 a A8, há uma sequência de estratégias didáticas para levar o aluno à elaboração
dos conceitos científicos de unidade de medida, área e perímetro. Outros aspectos
relevantes, nesse processo, é a condução de questionamentos para se aproximar do
conceito de medida de comprimento e unidimisionalidade, o conceito de área e bi-
dimensionalidade e o conceito de superfície. Importante, também, é discutir qual a
função do m2 como unidade de medida, levando o educando a pensar quantos m2
cabem, por exemplo, dentro do espaço do seu quarto. Desafie-os, em seguida, a
pensar sobre a medida de distância, solicitando que os alunos meçam com passos o
contorno interno da sala. Discuta com eles se o passo é uma unidade de medida
viável, levando-os a perceber a necessidade de unidade de medida de comprimento
padrão, o metro. Porém, é importante levar os estudantes a pensarem sobre outras
unidades de medidas de áreas de sítios e fazendas, terras de um estado, campos de
futebol, etc., bem como, as distâncias entre ruas, cidades, estados, etc. e as
unidades de medidas utilizadas para sua representação.
Observe este painel!
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
a) O que essas imagens têm em comum?
b) Observando o ambiente da sua escola, aponte três espaços que tem as
características das imagens do painel. Por que essas formas comparecem nessas
diferentes imagens?
c) Desenhe, em um papel quadriculado, algumas dessas imagens. Como saber o
tamanho dessas figuras?
Usando uma folha de papel sulfite:
a) Que forma tem a folha de sulfite? Como calcular a sua área?
b) Faça apenas uma dobra na folha de um canto “ângulo” ao outro. Que forma tem
cada uma das partes da folha? Como calcular a área de cada parte?
Analise as imagens:
a) Produza um retângulo em
papel cartolina que tenha 13
cm de comprimento por 9
cm de largura e quadriculo-
o com 1 cm por 1 cm;
b) Qual é a área desse
retângulo? Ou seja, quantos
cm2 cabem nesse retângulo
de 13 cm x 9 cm?
c) Recorte esse retângulo ao meio, de um canto a outro. Que figuras formaram? Como
calcular a área de cada um?
d) Qual a diferença de calcular a área do retângulo e a área do triângulo?
53
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Nas atividades A10, A11 e A12 busca-se levar o aluno ao entendimento
das características do triângulo e o cálculo da sua área, sem estratégias didáticas de
muita formalização. Isto é, a ideia é levar o aluno à elaboração dos conceitos que
envolvem o triângulo como, sua forma, número de lados, a possibilidade de cálculo
de área, a partir da área do retângulo. O importante nessa fase de atividades é a
intensa discussão com a mediação do professor que estará sempre levantando
novas indagações a partir das proposições dos alunos.
Observe esse triângulo
a) Qual a sua área?
b) Explique como calculou essa área?
c) É possível saber a área de um triângulo se
não aparecessem os quadradinhos?
Observe atentamente os triângulos abaixo:
a) Que aspectos diferenciam um triângulo do outro?
b) Como calcular a área desses triângulos?
c) Como posso pensar no tamanho da sua área, a partir de um retângulo?
54
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Desenhe dois triângulos em cada quadrilátero
a) Qual a área do retângulo? Qual a área de cada triângulo desenhado no
retângulo?
b) Qual a área do quadrado? Qual a área de cada triângulo desenhado no
quadrado?
c) Qual a diferença entre os triângulos desenhados no quadrado e no retângulo?
Observe o painel feito de papel colorido!
55
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
a) Quantos cm2 foram gastos com os triângulos: rosa, verde e branco?
b) Qual é o tamanho total do painel?
c) E se esse painel fosse do tamanho da sua carteira, quantos triângulos
caberiam?
Em grupos, criar um painel em folha de papel sulfite (21 x 29), quadriculando-
a em cm2. Critérios para criação: ter quadrados, retângulos e triângulos e ter quatro
cores.
a) Quais foram às dificuldades para essa criação?
b) Quantos quadrados, retângulos e triângulos foram possíveis criar?
c) Qual a área ocupada pelos quadrados, pelos triângulos e pelos retângulos?
Nas atividades de A13 a A17, busca-se levar o aluno a perceber a
necessidade da unidade de medida para determinação de qualquer área, bem como,
levá-los à elaboração do conceito de área do triângulo como metade da área de um
retângulo ou de um quadrado. Nessa perspectiva, o importante é que o aluno, aos
poucos, vá percebendo que a metade da área desses quadriláteros corresponderá à
área do triângulo. Objetiva-se, não concluir nesse momento a fórmula para o cálculo
da área do triângulo, mas que se aproxime da formalização e abstração da área do
triângulo. A não formalização, nesse momento, se deve ao fato de que teria vários
outros conceitos que implicariam nessa síntese, como por exemplo, o entendimento
do conceito de altura de um triângulo; o fato de o triângulo ter três alturas; o fato da
identificação da base de um triângulo e a relação com a sua posição. Outro aspecto
também a ser considerado para o cálculo da área do triângulo é que, nem sempre,
isso é possível de ser feito a partir da contagem de unidade de medidas, como no
caso do quadrado e do retângulo. Determinados triângulos têm forma de difícil
enquadramento de unidades, de modo que dificulta desenhá-los em um papel
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
quadriculado e que permita ao aluno de 4ª ou 5ª série, chegar à sua área pela
contagem, ou seja, que possa chegar ao cálculo da área a partir da metade da área
de um quadrado ou de um triângulo. Veja o exemplo:
Considerando o triângulo ao lado:
a) Qual a sua área?
b) Qual a sua base?
c) Qual a sua altura?
d) Que lado considerar como
base?
Observe a figura abaixo
a) Que figuras geométricas aparecem dentro do quadriculado?
b) Qual a área de P1 e P2?c) Qual a área P6 e P7?d) Qual a área de P4?e) Qual a área de P3?f) Qual a área de P5?g) Qual a área de P1 + P2 + P3 +
P4 + P5 + P6 + P7?h) Qual a área do quadrado grande?
Em todo o trabalho deste caderno pedagógico a ênfase foi na
elaboração dos conceitos fundamentais dos conteúdos de números fracionários,
números decimais e geometria, envolvendo área e perímetro de quadrado, retângulo
e triângulo. Especificamente para a geometria, a ênfase está na elaboração do
conceito de unidade de medida, pois, sem este conceito a aprendizagem destes 57
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
conteúdos pode ficar comprometida. Assim, a proposição dessa atividade com
tangran visa á revisão dos conceitos de área e perímetro do quadrado, retângulo e
triângulo, tendo como princípio a compreensão da unidade de medida. Por isso a
atividade deverá necessariamente ser desenvolvida a partir do papel quadriculado,
para que o aluno não perca de vista a essência da unidade de medida para o cálculo
de área e perímetro do quadrado, retângulo e triângulo. Porém, para o cálculo do
paralelogramo (P5), recomenda-se que não precisa se chegar ao cálculo de sua
área formalmente, este pode ser decomposto em três figuras (um quadrado e dois
triângulos) o que permitirá naturalmente o cálculo dessa figura.
Outro aspecto que não pode deixar de ser observado é que o aluno deverá avançar
para a generalização e abstração do cálculo de área e perímetro do quadrado,
retângulo e triângulo. Embora, devam ser consideradas as reflexões que orientam a
atividade 18, da página 57, isso não impede que o professor avance para a
formalização das fórmulas para o cálculo de área e perímetro do quadrado e
retângulo, como é proposto nas páginas 50 e 51, no “resumo das ideias”, a partir do
uso do recurso didático manipulável produzido, por exemplo, em EVA e identificando
os lados da figura com letras como mostra a imagem abaixo:
Recomenda-se, no entanto,
que esse avanço depende da
avaliação do professor em
relação ao nível de
entendimento da turma, a
respeito do conteúdo tratado,
especialmente da compreensão
de unidade de medida e do
cálculo de área e perímetro. Se
o aluno não tem bem elaborado 58
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
esses conceitos, não avançará para a generalização, ou seja, para o conceito
científico.
Os parâmetros, para esse encaminhamento, talvez seja mais recomendado que na
4a série, o professor trabalhe o tangram como unidade de medidas fazendo os
cálculos a partir da contagem ou multiplicação dos lados e, já na 5a série, retome
essa mesma estratégia, mas avançando para o trabalho com o tangran identificando
algebricamente os lados das figuras, levando o aluno ao início da idéia de
generalização de área e perímetro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração deste Caderno Pedagógico teve como fundamentação a linha
teórica histórico-cultural de Vygotsky e em pesquisadores dessa linha. Portanto, todo
o encadeamento das atividades e suas respectivas reflexões foram construídos
cuidadosamente para que fossem coerentes com essa teoria.
A proposta de atividades não está vinculada diretamente a uma das
tendências metodológicas para o ensino da matemática, mas procura trabalhar na
perspectiva de problematizar as situações seja do cotidiano ou do contexto
matemático de modo que o aluno reflita com a mediação ativa do professor, que
interaja e questiona. As reflexões que seguem às atividades buscam subsidiar
didática e teoricamente o encaminhamento dessas atividades porque, em
determinadas produções didáticas, às vezes, a proposta de trabalho com o aluno é
interessante, mas nem sempre o professor consegue captar a intencionalidade do
autor.
Destaca-se que o trabalho do professor atuante na 4ª ou 5ª séries e na Sala
de Apoio à Aprendizagem fazendo uso deste Caderno poderá ser mais produtivo se
as atividades foram orientadas suas respectivas reflexões porque são nessas que se 59
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
revelam as intenções e perspectiva didático-metodológica para o trabalho em sala
de aula.
Espera-se que este caderno contribua para o trabalho pedagógico do
professor de matemática, atuante nas 4ª e 5ª séries do ensino fundamental e no
Programa Sala de Apoio à Aprendizagem, como subsídio teórico e prático, no
sentido de levar os alunos a elaborarem conceitos científicos, a partir dos conceitos
espontâneos em situações significativas. Neste material, considera-se o professor
como aquele que age como mediador do conhecimento entre o que o aluno já
conhece e o que tem potencial para aprender. Essa visão está pautada na
concepção histórico-cultural de Vygotsky e nas suas contribuições para o processo
ensino e aprendizagem da matemática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
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62
Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
APÊNDICE
Neste espaço, apresentamos as respostas de algumas atividades e, em
alguns casos, tecemos breves comentários com objetivo de deixar explícita a
intencionalidade do autor quando produziu essas atividades. Já para outras
atividades não serão apresentadas respostas porque estas são subjetivas e
dependerá dos questionamentos que o professor fará e das respostas dadas pelos
alunos.
ATIVIDADES DA UNIDADE 1: NÚMEROS FRACIONÁRIOS
Fazendo dobraduras!a) Dobre uma folha de papel sulfite10 em duas partes iguais. Em seguida recorte-as
pela linha da dobradura e sobreponha às duas metades.
Importante: Para esta atividade há inúmeras outras possibilidades de divisão na metade.
Dobrar uma folha de papel sulfite em duas partes, sucessivamente. Ou seja, a
cada metade, dobrá-la na metade novamente e registre na tabela as seguintes
observações:Escreva 1ª dobra 2ª dobra 3ª dobra 4ª dobra 5ª dobra
Número de partes da folha? 2 4 8 16 32
Uma parte do todo 1/2 1/4 1/8 1/16 1/32
Duas partes do todo 2/2 2/4 2/8 2/16 2/32
Todas as partes do todo 2/2 4/4 8/8 16/16 32/32
Como se lê cada parte do todo? Meio Quarto OitavoDezesseis
avosTrinta e
dois avos
10 Por uma questão de consciência ambiental, recomenda-se a utilização de folhas de sulfite reutilizável.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
a) Quais valores representam o mesmo tamanho da folha?
1/2, 2/4, 2/2, 4/4, 8/8, 16/16, 32/32.
b) Ao dobrar a folha, como é representada esta operação em matemática?
Divisão.
c) Ao dobrar a folha e considerar apenas uma dessas partes, como
denominamos essa parte em matemática? Fração.
d) Na questão “como se lê cada parte do todo?”, o que significa a palavra
“denominador”? Por que damos nomes especiais a ele? Em matemática, o
que ele representa?
O número superior da fração, chamado de numerador, corresponde à quantidade que foi considerada “tomada” do todo e o número da parte inferior da fração chamada de “denominador” representa em quantas partes foi dividido o todo, além disso, o denominador corresponde ao nome do tipo de fração, por exemplo, em 1/5, a palavra “quinto” significa o número de partes do todo e o nome/tipo da fração “quinto”.
Usando o computador, no programa Excel (Windows) ou Calc (Linux), criar uma
tabela com duas linhas e cinco colunas. Destas, pintar alternadamente, a metade da
tabela.
Tabela 1
f) Que fração da tabela foi pintada?
g) Que fração da tabela foi pintada de azul? E de amarelo?
h) A partir da tabela 1, reproduza e divida cada célula na metade: como ficam as
frações das questões a e b? Reproduza sempre a última tabela criada e repita
o processo.
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Tabela 2 - 1ª divisão
Tabela 3 - 2ª divisão
i) Na tabela abaixo, represente por escrito as frações da questão c.
Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3Escrita da fração
d1) O que se pode observar comparando as frações das tabelas 1, 2 e 3? A tabela 1 foi dividida inicialmente em 10 partes, tomadas 5 partes = 5/10; na tabela 2 cada parte foi dividida novamente ao meio de modo que o todo ficou dividido em 20 partes, porém manteve-se a metade da tabela pintada, ou seja, 10/20 e, a tabela 3 foi novamente dividida ao meio a partir da tabela 2, ficando o todo dividido em 40 partes, mas como manteve-se as mesmas partes pintadas, isso significa que do todo em 40 partes, manteve-se pintadas 20 partes. Em síntese, isso significa que 5/10 = 10/20 = 20/40 equivalem, e nesses casos chamamos de frações equivalentes.
d2) E se continuasse a divisão em mais partes, tornando-as proporcionalmente as mesmas partes anteriores, o que aconteceria?
Poderia continuar dividindo indefinidamente. Se mantidas sempre as mesmas partes pintadas, teria sempre um mesmo todo dividido em n partes, mas estaria sempre trabalhando com a sua metade, ou seja, com frações equivalentes.
d4) O que acontece com 3/4 de uma fruta, se esta tiver que ser repartida em oito partes?
Como a fruta toda passa a ter oito partes, as suas três partes passam a representar 6 partes. Ou seja, 6/8 e isso significa que 3/4 = 6/8, portanto são frações equivalentes.
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Considerando uma régua de 12 cm.
a) Dividir a régua em três partes.
b) Represente 2/3 da régua = 8, ou seja, 2/3 de 12 = 8.
c) Represente 4/6 da régua = 8, ou seja, 4/6 de 12 = 8
Em uma sala de aula, dos 24 alunos, 2/3 são meninos; 1/3 usa calça jeans; 1/4
gosta de vídeo-game; 7/8 gostam muito de ler e 8/8 gostam de matemática.
Descobrir o número de alunos que representa cada uma das frações citadas.
Analise a sua sala e crie mais três tipos de frações relacionadas com outras
questões que envolva sua turma.
Resolução: 2/3 de 24 é igual ao todo 24 divido por 3 e multiplicado por 2. Ou seja, 2/3 x 24 = 161/3 de 24 = 1/3 x 24 = 8 alunos usam calças jeans.1/4 de 24 = 1/4 x 24 = 6 alunos gostam de vídeo-game;7/8 de 24 = 7/8 x 24 = 21 alunos gostam de ler8/8 de 24 = 8/8 x 24 = 24 alunos gostam de matemática.
Um tesouro em moedas antigas foi encontrado enterrado nos fundos da escola.
Esse tesouro foi vendido por certo valor. O juiz decidiu que esse dinheiro seria
repartido entre todos os alunos, professores e funcionários da escola. Desse modo,
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coube à nossa sala R$ 4.320,00. Que fração desse valor caberá às meninas e aos
meninos? Que valor corresponderá à fração de cada um? Como história é história!
Na verdade, a turma da sala ganhou R$ 432,00 referentes a um trabalho
desenvolvido pela turma na festa junina da escola. Que valor caberá a cada aluno?
Que fração representa esse valor?
Como o significado dessa fração é o de quociente, o procedimento será o de dividir 432 pelo número de alunos da sala e isso corresponderá à fração de 1/24 se a sala tiver, por exemplo, 24 alunos.
Represente 2/6 na figura.
Significado: parte-todo.
Com um pacote de preparo sólido para refresco (pó para suco) com 36
gramas, se faz um litro de suco (ou quatro copos do tipo americano). Em uma festa
de aniversário há 60 crianças e, considerando que cada uma toma dois copos de
suco, pergunta-se:
a) Quantos litros de suco serão necessários? E quantos pacotes de preparo?
Número de copos de suco = 60x2 = 120 copos
Como cada pacote de preparo dá quatro litros, dividi-se 120 por 4 = 30, portanto serão
necessários 30 pacotes de preparo sólido para suco.
b) 1 copo de suco corresponde a que fração do litro?
1/4, porque cada litro corresponde a 4 copos.
c) Qual é a quantidade de pó para suco, necessária a cada copo de suco?
36 gramas divididos por 4 = 9 gramas por copo.
d) Se chegassem mais 12 crianças, como ficaria essa mistura?
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Como são inicialmente 60 + 12 = 72 crianças e sabendo que cada criança toma dois copos de
suco, então são 72 x 2 = 144;
Como a festa estava prevista para 60 crianças, então se supõe que havia 30 pacotes de suco e
esses 30 pacotes agora devem produzir não mais 120 copos, mas sim 144 copos de suco. Isso
significa que a proporção que era 30/120 agora é de 30/144, o que significa que agora um pacote
de suco tem que produzir quase cinco copos de suco. Ou seja, 1/4,8 (1 pacote de preparo para
produzir 4,8 copos de suco).
Um grupo de amigos (duas meninas e quatro meninos) ganhou, por
vencerem uma gincana na escola, um lanche gigante.
a) Que fração do lanche as meninas receberão? E os meninos?
Meninas = 2/6 e os Meninos = 4/6
b) Se um dos meninos não quiser comer, que fração do lanche caberá a cada um?
Como o grupo que dividirá o lanche se resume a 5, então caberá 1/5 a cada um.
Usando uma régua de 12 cm, como posso representar, nessa régua, a
metade da metade? Que fração esta divisão representa? Quantas vezes o meio
desta cabe nela mesma? E 1/4, quantas vezes cabe? E a metade dividido por 2, que
fração representa da régua?
Metade da metade = 1/2 de 1/2 = 1/2 de 12 = 6 e 1/2 de 6 = 3. Isso corresponde a 1/4 da régua. Então, 1/2 de 1/2 = 1/4
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Na tabela abaixo, em cada figura, pinte a fração indicada por números e
depois escreva a ideia da fração representada na figura.
Figura Fração Escreva a ideia da fração representada na figura
1/1 Um inteiro
1/2 Da figura dividida em duas partes, foi considera a metade.
2/4Da figura dividida em quatro partes, foram consideradas duas partes, o que significa que foi considera a metade, o que implica em 1/2 = 2/4 as quais são frações equivalentes.
8/16Da figura dividida em 16 partes, foram consideradas 8 partes, o que significa que foi considerada a metade, o que implica em 1/2 = 2/4 = 8/16 as quais são frações equivalentes.
2/3Da figura dividida em 3 partes, foram consideradas 2 partes, que é igual a 2/3.
4/6Da figura dividida em 6 partes, foram consideradas 4 partes, que é igual a 4/6. Isso significa que 2/3 = 4/6 as quais são frações equivalentes.
Iniciação às operações por meio da dobradura da folha de “papel sulfite”.
N. de dobras Operação Resulta em:6 1/6 + 1/6 2/6
8 5/8 – 3/8 2/8
4 2 x 1/2 2/2 = 1
5 2/5 x 2 4/5
3 1/3 : 3 1/9
4 2 : 1/4 8
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Repartindo a maçã
Cortando a maçã
em três partes,
quanto dá?
1/3 + 1/3 2/3
3/3 – 1/3 2/3
1/3 x 3 3/3
1/3 : 21/6
Encontre:
1/4 2/3 2/5 2/6
Folha de sulfite R$ 75,00R$ 50,00
60 minutos24 minutos
Uma pizza
Páginas de um livro com 200 páginas.
50 páginas
Uma sala 24 alunos.
16 alunos
R$ 125,00R$ 50,00
População de 3600 pessoas que não
votaram. 1.200 pessoas
ATIVIDADES DA UNIDADE 2: NÚMEROS DECIMAIS
Observe a relação de objetos presentes no cotidiano com a comunicação escrita usando o sistema de numeração.
Uma bola de futebol custa R$ 69,90O valor da Mochila:
R$ 25,90
O valor do litro de leite:R$ 2,67
a) Quanto mede a sua braçada?b) Qual é a história da braça?c) 2,33 m é a braçada do nadador.
Ao calcular 5% do número 428, chegou-se ao número 21,4.O preço do litro de álcool combustível custa R$ 1,679Lapiseira 0.5Carro 1.8
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a) Por que aparece a vírgula em todos os números acima? Porque todos eles têm quantidades que corresponde a inteiros e mais uma quantidade tomada dela apenas partes. De 10 partes ou 100 partes foram usadas apenas partes.
b) O que eles têm em comum? São todos números com inteiros e partes decimais.
c) Como explicar que uma pessoa que mede 1,8 m seja maior do que uma com
1,75 m?
No número 1,8 o 1 representa uma unidade de metro inteira e a parte 0,8 significa mais 1 unidade de metro dividida em 10 partes e tomadas 8 partes, ou dividida em 100 partes e tomadas 80 partes. (Relembrando fração equivalente 8/10 = 80/100). Já no caso de 1,75 o 1 representa uma unidade inteira de metro e a parte 0,75 significa mais 1 unidade de metro dividida em 100 partes e tomadas apenas 75 partes, ou seja, 75/100. Assim, 80/100 é maior que 75/100, logo 1,8 é maior 1,75 metros.
d) Por que o nosso dinheiro é sempre escrito com duas casas após a vírgula?Porque o nosso sistema monetário é organizado em inteiros e partes organizadas em décimos e centésimos.
e) Por que alguns números são representados com a intercalação de um “ponto” entre dois números. Por exemplo: carro 1.8 ou lapiseira 0.5?Porque é um “modismo” no Brasil “copiar” modelos americanos, pois nos Estados Unidos, no lugar de vírgula é usado o ponto.
f) Por que a expressão “zero a esquerda” significa algo que não tem valor? Porque em um número com parte decimal, o número que aparece à esquerda da vírgula representa a parte inteira. Assim, se essa parte é representada pelo 0 (zero), isso significa “nada, nenhuma” parte inteira.
Com o uso de panfletos de propaganda de produtos de supermercado, em
grupos, recorte e monte na tabela abaixo uma lista de compra considerando para
isso que você tem um limite de R$ 128,27 para gastar. Esses são apenas exemplos.
Produto Quantidade Valor por Unidade Valor totalSabão em pó 1 caixa 5,95 5,95Creme dental 2 unid. 3,25 6,50Carne 5 kg 11,90 59,50
Valor total da compra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 71,95
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a) Por que os valores dos produtos estão representados com dois números após uma vírgula? Porque os produtos são vendidos em valores do sistema monetário brasileiro e este é organizado em inteiros e centésimos.
b) Os valores entre R$ 1,00 e R$ 2,00 podem ser encontrados em que tipos de moedas (dinheiro)?
Em moeda de papel e metal (moedas de R$ 0,05, R$ 0,10, R$ 0,25, R$ 0,50 e R$ 1,00 juntando algumas podem somar R$ 1,00 e R$ 2,00).
c) Com quantas notas e moedas o grupo pagará sua conta? Receberá troco? De quanto? Quantas moedas serão dadas de troco?
Cada grupo apresentará resposta diferente.
d) Por que determinados produtos são mais caros que outros? Resposta resultante das discussões em grupo.
Usando material representando notas e moedas, fazer a distribuição conforme
indicado na tabela.
ValoresRepresentação Monetária
Notas de 100 reais
Notas de 10 reais
Notas de 1 real , Moedas de
10 centavos Moedas de 1 centavo
R$ 10,25 1 0 , 2 5
R$ 115,30 1 1 5 , 3 0
R$ 158,49 1 5 8 , 4 9
R$ 149,99 1 4 9 , 9 9
R$ 50,00 5 0 , 0 0
Soma.......... 4 8 4 , 0 3
Usando uma fita métrica, localize os seguintes números: 3,5 – 2,6 – 7,8 – 1,3 –
12,3 – 2,8 – 78,4 – 59,9. Pergunta-se:
a) O que significa as dez marcações (risquinhos) entre um número e outro? Significa que uma unidade entre um número e outro pode ser divida em dez partes.
b) Por que são usadas essas marcações?
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Para facilitar a medição quando se considera uma parte de uma unidade, as coisas a serem medidas no comprimento devem seguir um padrão, o metro e as partes decimais desse metro.
c) Qual a diferença em se escrever 3,5 e 3,50? Qual é o maior número: 3,5 ou 3,50? Por quê? Depende do que estiver sendo medido ou contado. No caso de metro, normalmente usa-se mais partes de um inteiro. No caso de 3,5, de um inteiro dividido em 10 partes, toma-se apenas 5 partes. Já no caso de 3,50, o 0,50 significa que a unidade inteira entre 3 e 4 foi divida em 100 partes e tomas 50. Ou seja, 50 centésimos.
d) Por que, para escrever um número da fita métrica usamos apenas uma casa após a vírgula e quando escrevemos o valor de uma nota de dinheiro usamos duas casas após a vírgula? Porque normalmente quando precisamos usar partes de um metro não necessitamos de valores tão pequenos que justifique a divisão dessa parte em 100 (centésimos), habitualmente precisamos apenas das partes decimais. No caso do dinheiro, precisamos usar centavos (centésimos), ou seja, de R$ 1,00 precisamos usá-lo divido em 100.
Quando estudamos em matemática números como:
80,80,080,008
a) Como podemos explicar que 8 é diferente de 0,8? O 8 significa 8 inteiros e 0,8 significa 1 inteiro dividido em 10 partes e tomadas apenas 8 partes. Ou seja, este valor é dez vezes menor que o 8 inteiros.
b) Como podemos explicar que 0,08 é maior 0,008? Porque 0,08 significa 1 dividido em 100 partes e tomadas 8 partes (8/100) e 0,008 significa 1 inteito dividido em 100 partes e tomadas 8 partes (8/1000). Então, 0,08 é maior que 0,008.
c) Em que situações encontramos números apresentados dessa forma? Em situações do cotidiano, por exemplo, em bulas de remédio em que um componente entra em milésimos de grama em relação ao todo de uma fórmula. Os produtos vendidos em Supermercados em gramas, e, grama é a milésima parte do quilo.
d) Por que temos que representar, em algumas situações, números com vírgula? Porque grande parte de produtos vendidos em supermercado, por exemplo, em quilos e gramas e calculados os valores em reais e centavos, ou seja, em quantidades e valores inteiros e partes de uma unidade inteira, as quais são organizadas em décimos ou centésimos ou milésimos e essas partes são escritas após o inteiro, separadas por vírgula.
Estruturando para entender o número com vírgula ou número decimal.
Represente os números fracionários na forma de número decimal
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Representação fracionária
Parte Inteira , Parte DecimalC D U , Décimo Centésimo Milésimo
10009
0 , 0 0 9
1009
0 , 0 9
109
0 , 9
100115
1 , 1 5
Preencha a tabela e depois analise:
Fração decimal
Número decimal
Como se fala
102
0,2 Dois décimos
10023
0,23 Vinte e três centésimos.
23/10 2,3 Dois inteiros e três décimos
2004/1000 2,004 Dois inteiros e quatro milésimos
100015
0,015 Quinze milésimos
3415/1000 3,415 Três inteiros e quatrocentos e quinze milésimos.
1000105
0,105 Cento e cinco milésimos
a) Por que dois números após a vírgula chamam-se centésimos? Porque estes dois números representam partes de uma unidade inteira dividida em 100 partes.
b) Por que três números após a vírgula chamam-se milésimos? Porque estes três números representam partes de uma unidade inteira dividida em 1000 partes.
c) Qual a função da vírgula em um número decimal? É a de separar a parte inteira de um número de sua parte decimal.
d) Explique qual a diferença entre 1,3; 1,03 e 1,003. Significa que em 1,3 a parte decimal são décimos (3/10); em 1,03 a parte decimal são centésimos (3/100) e em 1,003 a parte decimal são milésimos (3/1000).
Acrescente mais alguns números decimais entre o 0 e 8.
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a) O que seria necessário fazer para localizar o número 2,35? Significa que tenho que dividir o espaço entre 2,3 e 2,4 em 10 partes e considerar 5 partes.
b) Qual número é maior 1,5 ou 0,5? Por quê? O número 1,5 é maior que 0,5 porque em 1,5 temos um inteiro e mais 5 décimos, enquanto em 0,5 temos apenas 5 décimos.
c) Localize o número 5,3. O que será necessário fazer para localizar um número entre 5,2 e 5,3? Como o intervalo entre 5 e 6 foi dividido em 10 partes e já está localizado o 5,2 (5 e mais 2/10), é só localizar o próximo ponto que representa 5,3 (5 e mais 3/10).
Em grupo de três alunos, como atividade extraclasse, fazer uma pesquisa em
três postos de combustíveis e anotar o preço por litro de cada combustível:
Posto Álcool Gasolina Óleo
A R$ R$ R$
B R$ R$ R$
C R$ R$ R$
a) Quantas casas após a vírgula têm o preço de cada combustível pesquisado? Por que, às vezes, os preços trazem duas casas e outras vezes três casas após a vírgula? Isso ocorre quando os preços dos combustíveis variam muito e como a margem de lucro por litro de combustível é muito pequena, às vezes, o comércio precisa considerar até os milésimos do valor do litro para que fiquem assegurado esses pequenos fragmentos de valores que multiplicados por milhares de litros vendidos corresponde a valores significativos em termos de lucros.
b) Considerando que o preço do álcool em um posto esteja R$ 1,499 e o cliente compre 10,5 litros. Quanto terá que pagar? Como será feito o cálculo? O valor a pagar será de R$ 10,5 x 1,499 = 15,7395. Neste caso, é muito provável que será pago R$ 15,74 porque, pela regra de arredondamento em matemática, se o número a ser eliminado for acima de 5 o seu anterior é arredondado para cima.
c) Suponhamos que na primeira hora do dia um Posto A venda 120 litros de álcool, 110 litros de gasolina e 32 litros de óleo. Registre na tabela abaixo essa venda, calcule os valores. Quanto foi vendido (em valores) nessa primeira hora?
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Combustível Quant. litrosPreço por litro Valor total
U Dec Cent Mil C D U Dec Cent
, ,
, ,
, ,
Valor total vendido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ ,
d) Por que o preço de alguns combustíveis, em determinados períodos, é dado em milésimos, ou seja, com três casas após a vírgula e, por que, na hora de pagar a conta, o valor é dado em reais e centavos de reais, ou seja, com duas casas após a vírgula? Isso ocorre quando os preços dos combustíveis variam muito e como a margem de lucro por litro de combustível é muito pequena, às vezes, o comércio precisa considerar até os milésimos do valor do litro para que fiquem assegurados esses pequenos fragmentos de valores que multiplicados por milhares de litros vendidos correspondem a valores significativos em termos de lucro. Mas, como o nosso sistema monetário é organizado em inteiros e centésimos de inteiros (centavos), então o valor a ser pago deve seguir essa organização.
ATIDADES DA UNIDADE 3: GEOMETRIA
Em grupos de três membros, observar a escola e seu pátio quanto ao espaço:
tamanho e formas. Cada grupo deverá fazer registros, por exemplo, registrar o
tamanho e a forma do pátio, cancha, sala de aula, biblioteca, carteira, utensílios
como lixeira, televisor, computador. Enfim, espaços e objetos que chamem a
atenção do grupo. Em sala de aula:
a) Discutir as diferentes formas encontradas, desenhando-as no quadro de giz e
nominando-as pelo termo popular e pela denominação em geometria;
b) Quanto aos tamanhos, como saber as medidas exatas de cada espaço? Que
instrumentos usar?
Os instrumentos dependem do tamanho do espaço e do tipo de medida a ser feita. Se a medida for de grandes dimensões, usa-se unidade de medidas maiores. Por exemplo, usa-se
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medir o contorno da carteira em cm e o contorno de uma cidade em km. Já a área de uma carteira pode ser dada em cm2 e a área de uma cidade por ser dada em km2.
c) Será que se usa a mesma estratégia para se medir a carteira e o pátio da escola? Sim, apenas o ideal será usar unidades de medidas mais adequadas ao espaço a ser medido.
d) o diferenciar o modo de medir todo o espaço ocupado pela escola e a distância da rua que passa em frente à escola? O espaço usado pela escola é medido por unidade de área para medir sua superfície, já a rua é medida na sua extensão, ou seja, só no seu comprimento.
e) Qual a diferença de medir o “tampo” da carteira e o contorno que faz o acabamento do quadro de giz? É porque para medir a superfície da carteira é preciso uma unidade de medida de área e o seu contorno será necessário o uso de unidade de medidas de comprimento.
No quadriculado, desenhe um “quadrado” e um “retângulo”.
a) Como determinar a área desse e de outros infinitos quadrados?
Como temos na linha horizontal 3 unidades e essas se repetem na vertical tantas vezes na
sua altura, multiplica-se então lado por lado.
b) Como determinar a área desse e de outros infinitos retângulos?
Multiplica-se lado por lado.
c) Em matemática, como podemos representar esse modo de calcular?
L x L = L2 se for um quadrado, ou seja, uma figura que tem lados iguais.
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d) E o “contorno” ou “perímetro” dessas figuras, como ficam na matemática?
Para calcular a área, multiplica-se lado por lado. Para o perímetro somam-se os lados.
Quando se tem um quadrado ou um retângulo de qualquer tamanho:
a) Como se define o cálculo da área e
do perímetro de cada um?
b) Como se define o que é um
quadrado e o que é um retângulo?
c) Como se diferencia
matematicamente um quadrado de
um retângulo?
d) Que função tem as letras na
representação dessas figuras?
a) A área de um quadrado ou retângulo define-se multiplicando o número de unidades de medida da
base pelo número de vezes que essas se repetem na altura. Para o perímetro somam-se os lados
da figura.
b) O quadro é uma figura que tem quatro lados de mesma medida e quatro ângulos de 90º (ângulo
reto). O retângulo tem lados dois a dois (paralelos) de mesma medida e todos os ângulos de 90º
(ângulo reto).
c) O quadrado tem os quatros lados de mesma medida e o Retângulo pode ter lados dois a dois
(paralelos) de mesma medida. Ou seja, um par de lados paralelos tem medidas que podem ser
iguais ou diferentes do outro par.
d) As letras maiúsculas representam os vértices (cantos) e as minúsculas representam os lados.
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Observe este painel!
a) O que essas imagens têm em comum? Observa-se figuras de três lados às quais, em geometria denominam-se triângulos (porque têm
três ângulos).
Usando uma folha de papel sulfite:a) Que forma tem a folha de sulfite? Como calcular a sua área?
A folha de papel sulfite tipo A4 tem medidas com lados de 21 cm por 29,7 cm formando um
retângulo. Para saber quantos cm2 cabem nesse retângulo, multiplicam-se os 29,7 cm por 21 cm.
b) Faça apenas uma dobra na folha de um canto “ângulo” ao outro. Que forma tem cada uma das partes da folha? Como calcular a área de cada parte? Cada parte forma um triângulo. Para o cálculo da área de cada triângulo, multiplicam-se os lados das folhas para obter a área e depois, divide-se o resultado por dois porque formou-se dois triângulos, e cada um deles tem a metade da área da folha inteira.
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Analise as imagens
a) Produza um retângulo em papel
cartolina que tenha 13 cm de
comprimento por 9 cm de largura e
quadricule-o com 1 cm por 1 cm;
b) Qual é a área desse retângulo?
Ou seja, quantos cm2 cabem
nesse retângulo de 13 cm x 9 cm?
c) Recorte esse retângulo ao meio, de um canto a outro. Que figuras formaram? Como
calcular a área de cada um?
d) Qual a diferença de calcular a área do retângulo e a área do triângulo?
a) 13 cm x 9 cm = 117 cm2
b) Formaram dois triângulos. Como a área do retângulo foi dividida ao meio, formaram dois triângulos de mesma medida. Ou seja, 117 / 2 = 58,5 cm2.
Observe esse triângulo
Obs.: unidade de medida = u2 (quadrado u x u).
a) Qual a sua área? Observando o quadrado completo teríamos 4u x 4u = 16u2, porém como é um triângulo, temos apenas a metade desse quadrado, portanto 16/2 = 8u2.
b) Explique como calculou essa área? Multiplica-se lado x lado e divide-se por 2, (l x l)/2 u2.
c) É possível saber a área de um triângulo, se não aparecessem os quadradinhos?Sim, basta multiplicar o lado pela altura e dividir
por dois.
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Observe atentamente os triângulos abaixo:
a) Que aspectos diferenciam um triângulo do outro? As medidas dos lados e dos ângulos.
b) Como calcular a área desses triângulos? Multiplicando-se a medida de um lado pela sua altura. Fazendo isso, chega-se a um quadrado ou retângulo, porém divide-se esse valor por dois, por se tratar da metade dessa área que corresponde a um triângulo.
d) Como posso pensar no tamanho da sua área a partir de um retângulo? Porque um triângulo sempre tem a metade da área de um quadrado ou retângulo.
Desenhe dois triângulos em cada quadrilátero.
a) Qual a área do retângulo?
Qual a área de cada
triângulo desenhado no
retângulo?
b) Qual a área do quadrado?
Qual a área de cada
triângulo desenhado no
quadrado?
c) Qual a diferença entre os triângulos desenhados no quadrado e no retângulo?a) 4u x 7u = 28u2. (4 x 7) / 2 = 14u2.b) 4u x 4u = 16u. (4 x 4) / 2 = 8u2.
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Observe o painel feito de papel colorido.
Obs.: unidade de medida = u2 (quadrado u x u).
a) Quantos cm2 foram gastos com os triângulos: rosa, verde e branco?
Como cada quadrado de lado 2 foi dividido por 2 para dar o triângulo rosa, então (2 x 2) / 2 =
2u2. Como são 11 triângulos (11 x 2) = 22u2 ocupados pelos triângulos rosa. Quadrados
verdes 10 x 2 = 20u2 e quadrados brancos 21 x 2 = 4u2.
b) Qual é o tamanho total do painel? 16u x 8u = 128u2.
c) E se esse painel fosse do tamanho da sua carteira, quantos triângulos
caberiam?
Cada aluno vai determinar a área da carteira em cm2, desenhá-la no caderno, reproduzir o
modelo do painel. Provavelmente não dará as mesmas medidas do painel já que a área da
carteira será calculada em cm. Assim, uma carteira poderá ter 50 cm x 30 cm.
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Caderno Pedagógico – PDE 2009 Vilma Rinaldi Bisconsini
Observe a figura abaixo:
a) Que figuras geométricas aparecem
dentro do quadriculado?
b) Qual a área de P1 e P2?
c) Qual a área P6 e P7?
d) Qual a área de P4?
e) Qual a área de P3?
f) Qual a área de P5?
g) Qual a área de P1 + P2 + P3 + P4 +
P5 + P6 + P7?
h) Qual a área do quadrado grande?
a) Quadrado, paralelogramo e triângulos;
b) Dois triângulos que medem 8u de base x 4u de altura, então (8 x 4)/2 = 16u2 cada triângulo e,
como são dois temos então que P1 + P2 = 16 x 2 = 32u2.
c) P6 e P7 têm as mesmas medidas, então (4u x 2u) / 2 = 4u2. P6 = 4u2 + P7 = 4u2 = 8u2.
d) Como o quadrado é formado por dois triângulos de (4u x 2u) / 2 = 4u2. Ou seja, a soma das
áreas desses dois triângulos será 4u2 + 4u2 = 8u2.
e) Triângulo com (4u x 4u) / 2 = 8u2.
f) Como P5 é um Paralelogramo, com as seguintes medidas:
Podemos perceber um retângulo de 6u x 2u =
12u2. Mas, retira-se deste, dois triângulos de
(2u x 2u) / 2 = 2u2, porém são dois = 4u2. Então
temos que:
12u2 – 4u2 = 8u2 que é a área do paralelogramo.g) 16u2 + 16u2 + 4u2 + 4u2 + 4u2 + 4u2 + 8u2 + 8u2 = 64u2
h) O quadrado grande tem medidas: 8u x 8u = 64u2.
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