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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA
DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL - PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: CADERNO TEMÁTICO
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM OS ALUNOS COM
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
SILVANA LUCIA RAZABONI PIVA
BORRAZÓPOLIS
2013
SILVANA LUCIA RAZABONI PIVA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM OS ALUNOS COM
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Caderno Temático, elaborado como etapa obrigatória na implementação do PDE - 2013, sob orientação da Professora Cleide Vitor Mussini Batista, do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina - UEL.
BORRAZÓPOLIS 2013
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -
DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
1 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: Educação Inclusiva: A teoria das Inteligências Múltiplas na prática
pedagógica com os alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Autora Silvana Lucia Razaboni Piva
Disciplina/Área Educação Especial
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização.
Escola Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco - Ensino Fundamental e Colégio Estadual José de Anchieta - Ensino Fundamental, Médio e Normal.
Município da escola Borrazópolis
Núcleo Regional de Educação Apucarana
Professor Orientador Cleide Vitor Mussini Batista
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina.
Relação Interdisciplinar
Resumo
A presente produção didática pedagógica destina aos profissionais da educação, e apresenta-se como parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional. Tem o objetivo de analisar as contribuições da teoria das Inteligências Múltiplas para que os professores diversifiquem sua prática pedagógica, auxiliando na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos com necessidades educacionais especiais. Este estudo será desenvolvido com os profissionais que atuam na escola estadual, justificando que é cada vez mais significativo o número de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas, e a garantia apenas de acesso escolar pela lei não está subsidiando os professores no
sentido de suprir toda essa diversidade. Entretanto, não é suficiente apenas a aceitação e acolhimento, é necessário valorizar as peculiaridades de cada aluno. E como metodologia de grupo de estudo abordará oito encontros por meio da Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, onde os professores poderão fazer uso desse conhecimento no contexto de uma educação inclusiva. Neste direcionamento, nos remete uma reestruturação do sistema educacional, em que a escola tem que caminhar para um espaço democrático e conveniente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção. A teoria em estudo demonstra que todos requerem um tipo de inteligência, mas não necessariamente o mesmo tipo de inteligência, cabendo no contexto escolar a oportunidade de explorar e realizar atividades diferenciadas que interfere no desenvolvimento e manifestação dessas inteligências. Nesse sentido, cabe repensar o papel do professor, pensando que devemos centrar uma educação que leve a sério as inclinações, os interesses e os objetivos de cada aluno e, em referencial, os alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Palavras-chave
Diversidade; Educação Inclusiva; Inteligências Múltiplas.
Formato do Material Didático Caderno Temático
Público Alvo
Professores, Pedagogos e Diretores das Escolas Estaduais do Município de Borrazópolis.
2 APRESENTAÇÃO
O presente material refere-se à proposta de um caderno temático
de ensino, a qual se destina aos professores, pedagogos e diretores que
trabalham nas escolas que ocorrerá a implementação do projeto de intervenção
pedagógica. Este caderno temático apresenta-se como parte integrante do
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná. Este material está voltado aos profissionais que
interessem pela temática, sem se limitar a uma disciplina específica, tendo
como objetivo analisar as contribuições da teoria das Inteligências Múltiplas
para que os professores tenham novas possibilidades para diversificarem sua
prática pedagógica, auxiliando-os na aprendizagem e desenvolvimento dos
alunos com necessidades educacionais especiais, em uma educação inclusiva.
É sabido, que os alunos com NEE, geralmente tem maiores
limitações, dessa forma, é importante que o professor possa estar preparado
para situações e atividades em que estes possam se desenvolver, valorizando
as possibilidades de cada um, lembrando que a escola tem seu papel social e
deve ser coresponsável por todos que nela passam, inserindo-os como
cidadãos autônomos e conscientes, bem como é responsável pela
democratização do acesso aos conteúdos culturais historicamente construídos.
Portanto, uma educação inclusiva remete atender a todos sem exceção, ou
seja, a escola é um espaço privilegiado para todos.
O Caderno Temático elaborado está previsto para ser utilizado no
decorrer do processo de Implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica, que propõe em grupo de estudo com os profissionais da
educação, para aprofundamento de estudos, análises, pesquisas relacionadas
a teoria das Inteligências Múltiplas, com algumas orientações básicas para
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino
regular.
3 INTRODUÇÃO
A educação atual explicita a perspectiva democrática na defesa do
direito de todos os alunos ao acesso e permanência na escola, neste
entendimento, as políticas públicas a respeito da educação inclusiva propõem
combater o preconceito, discriminação, entre indivíduos e requer da educação
uma ação ampla, de qualidade a todos. Este Caderno Temático pretende
partilhar com os professores da rede regular de ensino, conhecimento para que
possam desenvolver ações em sua prática pedagógica que valorizam a
interação social, a aprendizagem por cooperação e um novo olhar sobre as
diferenças, direcionando todo esse trabalho aos alunos com necessidades
educacionais especiais. Com isso, pretendemos provocar reflexões e a
construção de possibilidades de estratégias para sustentação pedagógica de
uma escola de qualidade para todos.
Diante dos novos direcionamentos feitos à educação em prol da
socialização do conhecimento de todos os alunos com necessidades
educacionais especiais, que nos remete a pensar não só na identificação dos
mesmos, como também em suas características, potencialidades, habilidades e
interesses específicos de realizações pessoais e de aprendizagem.
Assim, o envolvimento dos profissionais da escola e a participação
dos professores são imprescindíveis para o acompanhamento desses alunos e
na busca de diferentes práticas pedagógicas para o atendimento mais
específico aos mesmos. Neste direcionamento, a teoria das Inteligências
Múltiplas a qual foi desenvolvida por Howard Gardner nos afirma que nós
possuímos capacidades diferentes ou várias inteligências, as quais utilizamos
para criar, resolver problemas e contribuir para o entendimento do nosso
contexto cultural. Dessa forma, o aprofundamento por parte do professor dessa
teoria e a possibilidade da utilização e identificação dessas inteligências nos
alunos poderá contribuir e lhe dar subsídios para melhor direcionamento de sua
prática e, consequentemente, mais entendimento das necessidades e
potencialidades implícitas nos alunos com necessidades educacionais
especiais.
Neste enfoque, este caderno temático visa subsidiar as discussões a
respeito do tema em grupo de estudo, por meio de oito encontros presenciais,
procurando ampliar as possibilidades reais de uma educação inclusiva, voltada
para uma prática pedagógica que desperte e valorize a potencialidade de cada
um, tornando a escola regular em um espaço de exercício da cidadania e da
produção do conhecimento.
4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM OS ALUNOS COM NECESSIDADES
EDUCACIONAIS ESPECIAIS.
4.1 Educação Inclusiva
A escola é uma instituição social e, como tal, está agregada de
diversos fatos sociais, sendo assim, a educação inclusiva se torna um fato
social, a qual tem suas características que a distingue como tal e,
independentemente da Necessidade Educacional Especial do aluno, esse tem
direito igual ao desenvolvimento máximo de suas potencialidades.
Conforme Mantoan (2007), a maioria das escolas ainda está longe
de ter uma educação inclusiva. O que temos de maneira generalizada são
escolas que desenvolve trabalhos de inclusão parcial, sem mudanças
significativas em sua base e continuam atendendo os alunos com
necessidades educacionais especiais em espaços escolares semi ou
totalmente segregados, ou seja, fora da sala de aula do ensino regular.
A autora, ainda, coloca que “a inclusão é um desafio que, ao ser
devidamente enfrentado pela escola regular, provoca a melhoria da educação
básica e superior”, sendo que os alunos para exercerem à educação em sua
plenitude é fundamental que a escola aprimore, reorganize suas práticas a fim
de atender às diferenças.(p.45).
Neste posicionamento, reforçamos que o discurso político que se
espera para a escola século XXI é de não ter apenas seu papel com o saber
construído e científico, mas com a formação do cidadão crítico, participativo e
criativo para atuar como transformador desta sociedade a qual está e estará
inserido.
A resolução nº 2, do Conselho Nacional de
Educação/CNE/CEB/2001, no Art. 1² “(...) institui as Diretrizes Nacionais para a
educação de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na
educação Básica, em todas as suas etapas e modalidades”. E nossa
Constituição Federal enfatiza e elegeu como fundamentos da república a
cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1², inc. II e III), sendo um dos
seus objetivos fundamentais a promoção do bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação
(art. 3º, inc. IV).
Nesta perspectiva, a Educação Inclusiva impõe uma reestruturação
do sistema educacional que encaminha a transformação da escola em um
espaço democrático e conveniente para trabalhar com todos os educandos,
sem distinção de etnia, classe social, gênero ou condições pessoais.
O marco para o início de um olhar social se deu no Ano Internacional
das Pessoas Deficientes 1981, seguindo-se a chamada Década das Nações
Unidas para Pessoas Portadoras de Deficiência de 1983 a 1992, fase em que
se estabilizaram os princípios da construção da cidadania dos deficientes.
Mas foi por meio da Conferência Mundial 1990, na cidade de
Jontien, na Tailândia, que se consolidou os compromissos éticos e políticos,
assegurando uma educação básica de qualidade para todas as crianças,
adolescentes, jovens e adultos. Nesta conferência, as Nações Unidas,
representadas pela UNESCO, garantiam a democratização da educação,
independentemente às diferenças particulares dos alunos.
Em decorrência da Conferência Mundial sobre Necessidades
Educacionais Especiais, a Declaração de Salamanca de 7 a 10 de junho de
1994 na Espanha, mostra a necessidade de realmente dar condições às
escolas para atender a todas as crianças, sobretudo às que têm necessidades
educativas especiais, expressando o princípio de integração e a preocupação
com a garantia de escolas para todos conforme está enfatizado na Conferência
Mundial de Educação para Todos. Desta forma, o conteúdo do Art. 3º, MEC
(1999) salienta que compete os governos a determinadas ações, como:
dar prioridade política e orçamentária à melhoria dos sistemas educativos, de forma que estes abranjam, cada vez mais, todas as crianças;
adotar o princípio da educação integrada com força de lei ou como política;
desenvolver projetos demonstrativos e incentivar a troca de experiências integradoras;
criar mecanismos de descentralização e participação em planejamentos, supervisão e avaliação do ensino de alunos com necessidades educacionais especiais, incluindo a participação de pais e entidades representativas de pessoas portadoras de deficiência;
dedicar esforços à identificação e às estratégias de intervenção;
cuidar para que a formação de professores esteja voltada para o entendimento às necessidades educacionais especiais.(p.24).
Nesse aspecto, o material de Declaração de Salamanca, o qual
delimita sobre as ações das Necessidades Educacionais Especiais, para que
as escolas acolham a todos, tanto crianças com deficiência, as bem-dotadas,
como também, aquelas com as mais variadas origens e situações. O presente
material do MEC (1999) respalda o que o texto da Declaração solicitou a todos
os países signatários considerassem os seguintes aspectos:
o princípio da igualdade de oportunidades:
adoção de medidas paralelas e complementares às educacionais, nos outros campos de ação social (saúde, bem-estar social, trabalho, etc.);
inclusão das crianças com deficiência nos planos nacionais de Educação para Todos;
especial atenção às necessidades de crianças com deficiências graves ou múltiplas;
consideração da importância da linguagem de sinais como meio de comunicação dos surdos, de modo a lhes assegurar acesso à linguagem de sinais de seus países;
reabilitação baseada na comunidade;
ação coordenada entre os responsáveis pelo ensino e os responsáveis pela saúde e assistência social de organizações tanto governamentais como não-governamentais.(p.25).
Nesta perspectiva, nossa atual Constituição Federal (1988) e a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) regulamentam
que a educação é direito de todos, garantindo atendimento educacional
especializado as pessoas com deficiência.
No âmbito dessa perspectiva inclusiva da educação (MEC 1999)
ressalta:
Assim, precisamos entender que democratizar a educação significa propiciar a todos o acesso e a permanência na escola. Dessa forma, nosso sistema educacional precisa saber não só lidar com as desigualdades sociais, como também com as diferenças. Precisamos saber, então, associar o acesso à permanência com qualidade e equidade.(p.29).
A nova proposta de Educação Inclusiva volta-se para que todos os
indivíduos com necessidade educacionais especiais sejam matriculados em
turma regular, o que se fundamenta no princípio de educação para todos.
Sendo uma escola que deva-ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade.
Sobre esse novo paradigma de escola, Mader 1997 (apud MEC, 1999) diz: “Um
novo paradigma está nascendo, um paradigma que considera a diferença como
algo inerente na relação entre os seres humanos, cada vez mais a diversidade
está sendo visto como algo natural”.(p.32).
Sob este enfoque temos a visão de que estar junto no cotidiano vai
ensinando a todos o respeito às diferenças e a aceitação das limitações. Para
esse direcionamento as autoras (Fávero; Pantoja e Mantoan, 2007) afirmam
ser fundamental e indispensável que as escolas eliminem suas barreiras,
adotando práticas de ensino escolar adequadas às diferenças dos alunos em
geral, oportunizando alternativas que contemplem a todos os alunos, que
atendam às necessidades educacionais destes, com e sem deficiências, mas
sem discriminação.
As autoras retratam, ainda, que os alunos com e sem deficiência são
únicos, suas necessidades específicas não são generalizáveis. Nesse enfoque,
espera-se que a escola, esteja aberta e tenha conhecimento necessário sobre
as especificidades e materiais adequados para que todo aluno encontre na
mesma um ambiente adequado, sem discriminação e que lhe proporcione seu
desenvolvimento da melhor forma possível frente às suas necessidades
educacionais especiais.
E, nós professores que estamos à frente de todo esse trabalho com
os alunos devemos desempenhar adequadamente nossa função tanto no
aspecto pedagógico como político, para tanto, precisamos ter conhecimento de
todos esses documentos e dos conteúdos que os mesmos retratam,
proporcionando a todos os alunos o melhor aprendizado possível, com
ambiente adequado e sem discriminação.
4.1.1 O ALUNO COM NECESSIDADE EDUCACIONAL ESPECIAL
Podemos notar sob a visão legal, educacional, política e filosófica, o
direito das pessoas com necessidade educacionais especiais nas instituições
escolares demonstra estar assegurado. Nesta perspectiva, sobre o aluno que
apresenta Necessidades Educacionais Especiais temos a Resolução nº 2, do
Conselho Nacional de Educação/CNE/CEB/2001, em seu Art. 1º (...) “ institui
as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentem
necessidades educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas
etapas e modalidades", assegurando a todos condições necessárias para uma
educação de qualidade.
De acordo com a Deliberação nº 02/03 a definição sobre o aluno
com necessidades educacionais especiais sendo aqueles, “em caráter
temporário ou permanente, bem como pelos recursos e apoios que a escola
deverá proporcionar objetivando a remoção de barreiras para a
aprendizagem.". Caracterizando aquele que demonstre dificuldades
acentuadas ou limitações no processo de aprendizagem; comunicação; tenham
condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos neurológicos ou
psiquiátricos; superdotação ou altas habilidades. Em suma, referem-se a todas
as crianças, jovens ou adultos cujas necessidades decorrem de sua
capacidade ou dificuldades de aprendizagem.
A premissa apresentada pelo material Saberes e práticas da
inclusão - MEC (2006) sobre as necessidades educacionais especiais
incorporam:
Os princípios já aprovados de uma pedagogia equilibrada que beneficia a todas as crianças. Parte do princípio de que todas as diferenças humanas são normais e de que o ensino deve, portanto, ajustar-se às necessidade de cada criança, em vez de cada criança se adaptar aos supostos princípios quanto ao ritmo e à natureza do processo educativo.(p.19)
Em outras letras, é preciso um trabalho educacional centrado no
aluno com necessidade educacional especial e sendo positiva voltada para
todos os alunos, consequentemente, tornando-se positiva para toda a
sociedade. Voltada para uma sociedade centrada nas pessoas, que respeite as
diferenças, como decorridas de condições individuais, econômicas ou
socioculturais de cada um.
Visto que, as ditas necessidades educacionais especiais podem ser
delimitadas para referirem-se as pessoas cujas necessidades decorrem de sua
elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está direcionada,
portanto, a dificuldade de aprendizagem, não especificamente a deficiência,
com o direcionamento do aluno para as respostas educacionais que eles
requerem, evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que
podem interferir na sua aprendizagem e escolarização, como expressa o
material do MEC.
Neste contexto, devemos pensar uma escola que promova o
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, moral e social dos alunos com
necessidades educacionais especiais e, também proporcionar-lhes a
integração na sociedade como cidadão ativo como aborda o material do MEC,
no mesmo documento (1999) reforça. "Mas, para que isto aconteça, é
importante que o indivíduo portador de necessidades educativas seja visto
como um sujeito eficiente, capaz produtivo e, principalmente, apto a aprender a
aprender”. (p.32).
Diante desse aspecto, muitos direcionamentos pedagógicos e
prática em sala de aula nortearão o desenvolvimento e a valorização de cada
aluno podendo progredir no espaço educativo, para tanto o trabalho poderá ser
direcionado através das inteligências múltiplas, priorizando o potencial de cada
um e por meio deste trabalhar seu desenvolvimento.
4.2 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Foi desenvolvida por Howard Gardner sendo psicólogo e
pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o qual propôs a
Teoria das Inteligências Múltiplas que questiona a concepção ainda vigente de
inteligência. Ele se baseou nos estudos cognitivos de Piaget e Vygotsky, em
que afirma que nós possuímos capacidades diferentes ou várias inteligências,
as quais são utilizadas para criar algo, resolver problemas, criar projetos e
contribuir para o entendimento do nosso contexto cultural. Nesse enfoque
Gardner (1994, apud Silva, 2004) retrata que: “A teoria das inteligências
múltiplas sugere abordagens de ensino que se adaptam às potencialidades
individuais de cada aluno, assim como à modalidade pela qual cada um pode
aprender melhor”. (p.55).
A escola deve valorizar as diferentes habilidades dos alunos e não
dar ênfase somente a lógico-matemática e a linguística, como é mais
abordado. Para Gardner (2004), o sucesso do aluno na escola está em o
professor descobrir alternativas que direcionam para o desenvolvimento das
diversas competências do indivíduo.
A teoria das Inteligências Múltiplas foi apresentada na década de 80,
sustentando a idéia de que as pessoas manifestam as mais distintas
habilidades e que todas requerem um tipo de inteligência, mas não
necessariamente o mesmo tipo de inteligência.
Na abordagem da Teoria das Inteligências Múltiplas, Smole (1999)
em seu contexto pressupõe que:
Há mais de uma inteligência: ele inicialmente propôs sete, mas é possível que existam outras.
As inteligências podem ser estimuladas: o contexto social, a escola, a oportunidade de explorar a realizar atividades diferentes são fatores que podem interferir no desenvolvimento das inteligências.
As inteligências se combinam de forma única em cada pessoa: cada pessoa nasce com todas as inteligências que se desenvolverão durante sua vida, de modo único.
Não há como padronizar: as combinações das inteligências são únicas, tal como as impressões digitais. (p.9).
Em relação a teoria das inteligências múltiplas seu propositor, coloca
que esta teoria não foi originada de uma descoberta particular, mas sim na
convergência das ciências como a psicologia, a pedagogia, a sociologia, a
medicina e zoologia entre outras.
Considerando a teoria de Gardner (1999), destacaremos e
classificaremos as inteligências múltiplas descobertas:
Inteligência linguística: habilidade para lidar criativamente
com as palavras, em diferentes níveis de linguagem, na
expressão oral e na escrita.
Inteligência lógico-matemática: característica de pessoas
que são boas em lógica, matemática e ciências, tendo
habilidade para o raciocínio lógico-dedutivo, sendo a
competência mais diretamente associada ao pensamento
científico e, portanto, à idéia tradicional da inteligência.
Inteligência musical: capacidade em termos musicais,
reconhecer temas melódicos, como são transformados,
habilidade em produzir música. Inteligência que permite
organizar sons de maneira criativa a partir da discriminação
de elementos como tons, timbres e temas.
Inteligência espacial: habilidade de relacionar padrões,
perceber similaridades nas formas espaciais. Capacidade de
visualização no espaço tridimensional e a construção de
modelos que auxiliam na orientação espacial ou na
transformação de um espaço.
Inteligência corporal cinestésica: Se refere à habilidade de
usar o corpo todo, ou partes dele, para resolver problemas ou
moldar produtos. Envolvendo tanto o autocontrole corporal
quanto a destreza para manipular objetos.
Inteligência interpessoal: habilidade de compreender as
outras pessoas. Demonstra facilidade para o relacionamento
com os outros.
Inteligência intrapessoal: Competência da pessoa para se
autoconhecer e estar bem consigo mesma, administrando
seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos.
Reconhecendo seus próprios limites, aspirações e medos e
utilizar esse conhecimento para ser eficiente no mundo.
Inteligência naturalista: está relacionada com a
sensibilidade da pessoa para com o meio ambiente. Sendo
sensível ao mundo natural.
Em 1995 o pesquisador brasileiro Machado propôs a Inteligência
pictórica, correspondente a capacidade de reproduzir ou criar, pelo desenho,
objetos, situações reais ou imaginárias e sentimentos. Inteligência responsável
pela organização de elementos visuais de forma harmônica, direcionando
relações estéticas entre eles. (SMOLE, 1999, p.14).
Vale ressaltar que de modo geral, todos nós temos parcelas
expressivas de cada uma das inteligências apontadas, mas o que nos
diferencia é a forma como elas se destacam em relação nossas habilidades e
ações. Assim, cabe destacar que o principal desafio da educação é entender
as diferenças no perfil intelectual dos alunos e formar uma idéia de como
desenvolvê-lo.
Para Gardner (2004), uma escola deve ter o propósito de educar
para compreensão e para ajudar os alunos à encontrar seu próprio equilíbrio.
Neste direcionamento, a pessoa se sente mais estimulada e competente,
consequentemente servir de maneira construtiva a sociedade em que está
inserido. Na sua pesquisa, Gardner (2004) também desenvolveu outros
estudos como Silva (2004) salienta:
a) O desenvolvimento de diferentes competências em crianças normais e crianças superdotadas. b) Adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas competências, sem que outras competências sejam sequer atingidas.
c) Crianças autistas apresentam ausências nas suas competências intelectuais. d) Desenvolvimento dos estudos sobre o cérebro. (p.55)
Frente a todas essas pesquisas Gardner (2004), coloca que todos os
indivíduos possuem como parte de sua bagagem genética, certas habilidades
básicas em todas as inteligências. Mas, o direcionamento de desenvolvimento
de cada inteligência, será determinado tanto por fatores genéticos e
neurológicos quanto por condições ambientais culturais.
Pensando no trabalho da escola inclusiva e na prática pedagógica
do professor de alunos com Necessidades Educacionais Especiais, podemos
pensar em adotar o referencial das Inteligências Múltiplas como uma das bases
teóricas do trabalho na escola. Partindo da premissa de uma educação para
todos, e de que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e
habilidades, nem todas aprendem da mesma maneira.
Nessa perspectiva Smole (1999, p.19) enfatiza “que devemos nos
permitir olhar para os alunos de modo mais amplo e descobrir que eles podem
ser inteligentes”, como tradicionalmente enfocamos em línguas e matemática,
mas ser inteligente em outras áreas, destacando suas habilidade e
competência através do corpo, relacionamentos, na música, na natureza, entre
outras.
Refletindo sobre o pensamento de Gardner de que a escola deveria
ser direcionada de forma a atender às diferenças entre os alunos, em vez de
desconsiderá-las e, consequentemente, garantir para cada aluno a
possibilidade de uma educação que aproveite ao máximo seu potencial
intelectual e suas habilidades.
Nesse sentido, devemos repensar sobre nosso papel enquanto
professor, pensando que devemos centrar uma educação que levasse a sério
as inclinações, os interesses e os objetivos de cada aluno e, em referencial os
alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
4.3 COMO O CONHECIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS PODE
COLABORAR PARA UM FAZER PEDAGÓGICO DO PROFESSOR NESTE
CONTEXTO
Pensando no trabalho pedagógico do professor e sobre os
documentos já abordados para uma escola inclusiva e, consequentemente,
para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, onde
devemos criar condições apropriadas ao desenvolvimento das suas
potencialidades. Para esse direcionamento abordamos segundo Gardner a
teoria das inteligências múltiplas.
O desafio é seguir e entender que o desenvolvimento humano se
estabelece, desde o nascimento, na relação com outras pessoas, se
constituindo em qualquer circunstância em que as formas de relações sociais e
o uso de signos se encontrem presentes. Sendo importante destacar que cada
aluno faz parte de um grupo social e que cada grupo é regulamentado por
segmentos de sua cultura e normas sociais que precisam ser observadas pelos
profissionais da educação no momento de trabalhar com os alunos.
A escola deve proporcionar um ambiente positivo, que incentive o
aluno. Gardner (2003) sugere, então, que o professor faça um trabalho
interdisciplinar, como enfatiza Lakomy (2003) usando os segmentos:
trabalhos em grupo;
jogos pedagógicos;
dramatizações;
leitura e interpretação de livros;
produção e leitura de textos;
a comunidade, para que os alunos realizem atividades extracurriculares;
incentivos a sua participação em projetos individuais ou coletivos;
encorajamento para a utilização de conhecimentos adquiridos na realização de tarefas fora da escola;
orientação para que os alunos sejam capazes de documentar seu trabalho e, assim, compreender seu processo de aprendizagem.(p.69).
Nesse ambiente escolar, o trabalho do professor precisa encaminhar
seus projetos e sua forma de ensinar, buscando compreender a existência de
diferenças entre os alunos, proporcionar muitas e variadas oportunidades para
o aluno aprender os conteúdos escolares e reconsiderar os métodos de
avaliação.
A possibilidade de mudanças no âmbito escolar sobre a concepção
de inteligências múltiplas, a que se mudar a prática escolar sobre a premissa
de que valorizavam apenas as inteligências linguísticas e lógico-matemática e
também na crença de que a inteligência humana é totalmente determinada por
fatores hereditários.
Sobre esse direcionamento Smole (1999), aborda que as escolas,
bem como o trabalho do professor com base na concepção de inteligências
múltiplas, vislumbram-se a possibilidade de pensar uma educação bem
diferente, saindo de uma concepção unidimensional de inteligência, para uma
visão pluralista da mente que reconhece muitas facetas diversas da cognição e
reconhece também que as pessoas têm forças cognitivas diferenciadas e estilo
de aprendizagem contrastante.
Uma escola que tem sua visão na concepção da teoria de Gardner,
deve ter como meta desenvolver as inteligências e auxiliar o aluno a atingir sua
harmonia e desenvolver suas competências. Essa perspectiva nos permite
olhar para os alunos de modo mais amplo e descobrir que eles podem ter e ser
inteligentes, pois conhecer as inteligências dos alunos pode favorecer não só o
processo de aprendizagem, mas também as relações e a forma como o
professor abordam o aluno.
Sobre as implicações da teoria das inteligências múltiplas para
educação é claras, sobre a análise de Silva (2004), quando se analisa a
importância dada às diversas formas de pensamento, a aquisição de
conhecimento e da cultura. As autoras apontam algumas práticas educacionais
como:
a) O desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas competências do ser humano. b) Uma educação centrada na criança, com currículos abertos. c) Um ambiente criativo educacional. d) A avaliação deve favorecer métodos de levantamento de informações durante atividades do dia-a-dia escolar, rompendo com o modelo testista e classificatório. É importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais. A avaliação deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar materiais conhecidos das crianças que estão sendo avaliadas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, em vez de ser medida através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em situações, como: a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos. Em vez de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, deve-se observar as crianças durante uma atividade
de desenho ou enquanto montam ou desmontam objetos. (2004, p.58)
Nesse contexto, devemos pensar uma escola inclusiva voltada para
diversidade que encontra em sala de aula. Gardner (2004) retrata que o
primeiro propósito da escola é educar para cidadania, e assim pensar sobre os
direitos humanos, vale pensar que o aluno que não aprende o que a escola tem
para ensinar está tendo seu direito de cidadania negado.
Uma instituição educacional firmada dentro do paradigma inclusivo
necessita compreender, que não é a quantidade de conteúdos que garante
uma boa formação, mas sim, todo um conjunto de fatores pedagógicos,
culturais e sociais. Concretizando esse enfoque, a instituição passa a
contemplar em sua proposta educacional, uma flexibilidade que abarque
diferentes ritmos e habilidades em sala de aula, como também, na cultura da
instituição educacional como um todo.
5 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Toda a elaboração deste material de implementação pedagógica
teve como base as orientações recebidas durante os encontros de orientação,
nos estudos e reflexões possibilitados pelos cursos gerais e específicos
oferecidos pelo plano de desenvolvimento educacional em parceria com a
universidade estadual de Londrina.
O encaminhamento metodológico para o desenvolvimento desta
Unidade Temática será realizada por meio de grupo de estudo com
profissionais da educação. Realizando oito encontros presenciais, onde serão
centradas em diversas atividades: textos, vídeos, relatos, filmes, seguindo um
roteiro de leituras, estudos, debates, reflexões sobre a temática.
5.1 INTERVENÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
1º Encontro
Neste encontro apresentaremos o Projeto de Intervenção
Pedagógica - Educação Inclusiva: A teoria das Inteligências Múltiplas na prática
pedagógica com os alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Após faremos uma dinâmica: As partes do corpo Humano, onde
buscaremos socializar a todos e atentar para o tema educação inclusiva.
Para dar o desfecho deste primeiro encontro passaremos: A lenda
da Águia que terá o objetivo de instigar os profissionais que participarão deste
grupo de estudo para que façam essa escolha de estarem abertos para novos
paradigmas, assim, voltarem renovados, ou seja, com um novo olhar sobre
seus alunos e sua prática pedagógica. Material retirado do endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=_Gn961Sh2Hg.
2º Encontro
Abordaremos uma leitura e reflexão do texto: Um sapato perdido.
GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na Esperança em Tempos de
Desencanto. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. p.27-31.
Leitura em grupos e discussões dos textos: O olhar normalizador; A
escola das muitas exclusões; A exclusão educacional como relação social; A
exclusão e o silêncio. As presentes leituras remetem a uma reflexão sobre a
diversidade, a exclusão e inclusão, nos direcionando a um aprofundamento
teórico e metodológico, proporcionado a apropriação de novos conhecimentos
e experiências sobre o tema trabalhado.
3º Encontro
Leitura e análise dos textos que se encontram no caderno temático:
educação inclusiva; o aluno com necessidade educacional especial.
Utilizaremos também o material: Declaração de Salamanca - sobre
princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais.
Instituída pela Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais,
de junho de 1994, a qual reafirma em seu conteúdo o compromisso com a
Educação para Todos.
Estudo sobre o documento: Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva. Documento este que contextualiza a
inclusão como um movimento mundial que se intensifica a partir de sua
elaboração em 2007. Para este estudo utilizaremos um artigo: MEC. Inclusão:
Rev. Educação Especial. Edição especial, SEED. v.4, n.1, Brasília, jan./jun.
2008. p.7-17.
4º Encontro
Apresentação e discussão do filme: O Homem Elefante, a partir de
reflexões do ponto de vista histórico-social, estético e bioético - baseado na
verdadeira história de vida de John Merrick, conhecido como homem elefante.
Toma-se como base a história do cidadão inglês Joseph Merrick, que viveu na
segunda metade do século XIX, portador de grave síndrome deformante, que o
levou a enfrentar forte rejeição e preconceito, a ponto de ser explorado nos
chamados “show de aberrações”. Apesar da aparência “monstruosa”, Merrick
era um homem extremamente dócil, inteligente e sensível. O relato desse
drama, que serviria para sensibilizar e conscientizar as pessoas quanto aos
malefícios do preconceito e julgamento pela aparência, vindo a público,
mundialmente, por meio de uma impactante obra prima cinematográfica, gerou,
também, em contrapartida, um traumatizante fenômeno de “homem-
elefantização” para um grande número de portadores dessa síndrome
(diagnosticada como caso raro e extremo de neurofibromatose). Por fim, ao se
questionar a exploração das deformações humanas em “programas de
entretenimento”, bem como a venda sensacionalista e inescrupulosa da dor
humana pela mídia em geral, identifica-se, sob a ótica bioética, como
necessidade urgente, a proposição de ações pontuais em respeito à
vulnerabilidade humana.
5º Encontro
Leitura e estudo dos textos que traz a Teoria das Inteligências
Múltiplas desenvolvida por Howard Gardner, bem como a caracterização que
classifica cada uma das oito inteligências propostas por este. Paralelo a estas
leituras analisaremos como este conhecimento pode colaborar para um fazer
pedagógico do professor no contexto de sua prática em sala de aula.
6º Encontro
Leitura do texto: Os fundamentos da Teoria das Inteligências
Múltiplas e análise do quadro que demonstra o resumo da Teoria que retrata os
componentes centrais; os sistemas simbólicos; sistemas neurológicos; fatores
desenvolvimentais; formas valorizadas pelas culturas; origens evolutivas; a
presenças das inteligências em outras espécies; as profissões que se
manifesta e os fatores históricos como pode influenciar; dando ênfase a cada
uma das oito inteligências discorridas por Gardner.
Material retirado do livro: ARMSTRONG, Thomas. Inteligências
Múltiplas na Sala de Aula. Trad. Maria Adriana Veríssiomo Veronese. Porto
Alegre: Artmed, 2001. p.13-23.
Estudo do Texto: Aproveitando os Recursos das Inteligências
Múltiplas. E, após o estudo aplicar um quadro para cada profissional
participante no qual se encontra os Inventários das Inteligências Múltiplas para
Adultos, que terá o propósito de começar envolver os profissionais com suas
experiências de vida com as oito inteligências. Com o objetivo de responder:
Que tipos de memórias, sentimentos, conhecimentos e ideias manifestam
desse processo?
7º Encontro
Neste encontro abordaremos materiais para estudo sobre:
procedimentos didáticos, ou seja, formas de ensinar na perspectiva da Teoria
das Inteligências Múltiplas.
Materiais retirados dos livros: ARMSTRONG, Thomas. Inteligências
Múltiplas na Sala de Aula. Trad. Maria Adriana Veríssiomo Veronese. Porto
Alegre: Artmed, 2001. p. 61-92. Os livros: ALVES, Solange Vitória.
Trabalhando as Inteligências Múltiplas em sala de aula. Brasília: Plano,
2003. p.51-81. ANTUNES, Celso. Como Desenvolver os Conteúdos
Explorando as Inteligências Múltiplas. Petrópolis, RJ: vozes, 2001. p. 22-47.
Todo este material será explorado em grupo, onde cada um fará o
estudo e explanação de uma das oito inteligências múltiplas.
8º Encontro
Texto para reflexão: O Luizinho da segunda fila. Retrata a avaliação
que um professor realizou após a explanação com diversos recursos de uma
aula, da qual acreditava que tenha realizado um bom trabalho, mas no
momento da redação sobre o tema da aula o aluno nada escreveu. Após muito
pensar desenhou com detalhes sobre o tema que era o Pantanal, local este
que nunca tinha conhecido. Mas não era o que o professor esperava de uma
redação. Repensando todo o grupo de estudo realizado até o momento
respondam: Como proceder?
Este texto encontra-se no livro: ANTUNES, Celso. Como
Desenvolver os Conteúdos Explorando as Inteligências Múltiplas.
Petrópolis, RJ: vozes, 2001. p. 9-11..
Palestra com psicóloga, abordando a importância da valorização
pessoal de cada um, para sua autoestima, construção pessoal e
aprendizagem.
Avaliação geral dos grupos de estudo realizados nestes oito
encontros e a contribuição deste para o crescimento pessoal e profissional.
Todo esse encaminhamento de intervenção com os profissionais,
em primeiro momento se deu por meio de uma entrevista semi estruturada com
intuito de alcançar nossos objetivos sobre a abordagem teórica e prática dos
profissionais em relação ao seu tempo de serviço, formação, educação
inclusiva, prática pedagógica no trabalho com os alunos com necessidades
educacionais especiais e seu conhecimento ou mesmo aplicabilidade deste na
utilização da Teoria das Inteligências Múltiplas no trabalho com os alunos em
sala de aula.
Com o estudo da fundamentação teórica e demais atividades a
serem realizadas durante a implementação deste material, os professores
serão pesquisadores e colaboradores desta temática focando sua disciplina de
atuação para desenvolver e aplicar este novo direcionamento do uso das
Inteligências Múltiplas em sua prática pedagógica, a fim de avaliar sua
aplicabilidade e, assim oportunizar uma educação para todos os envolvidos no
processo de aprendizagem, ou seja, o aluno.
6 ANÁLISE E INFORMAÇÕES DO ROTEIRO DE PESQUISA
O roteiro de entrevista (Anexo1) teve como objetivo investigar o
conhecimento dos profissionais da educação das escolas estaduais e que
serão alvos do trabalho de intervenção do curso PDE, face a escola inclusiva
de alunos com necessidades educacionais especiais e o trabalho com os
mesmos por meio da aplicabilidade das inteligências múltiplas na prática
pedagógica do professor.
O presente roteiro de entrevista conta com treze questões sobre o
tema e a formação dos profissionais da educação. Foram entrevistados 20
profissionais de ambas as escolas, lembrando que em sua maioria estes
trabalham nas duas escolas em que ocorrerá o trabalho de intervenção.
Relatando os resultados da pesquisa, constatamos que todos os
profissionais têm graduação e especialização. Em relação ao tempo de
atuação profissional, dois somente tem até cinco anos de atuação, onze tem de
seis a dez anos, dois tem entre dezesseis a vinte anos e cinco tem mais de
vinte e um ano de atuação como profissional da educação.
Com relação ao nível em que atuam nas escolas, treze profissionais
trabalham no ensino fundamental (séries finais) e ensino médio, sendo também
EJA nos mesmos níveis, os demais se dividem entre os níveis já citados e um
professor da sala multifuncional no ensino fundamental (séries finais).
Nas questões quatro, cinco e seis, percebemos a necessidade de se
fazer uma reflexão da prática pedagógica e dessa forma buscar novos
direcionamentos por meio do uso das inteligências múltiplas de Gardner.
Sendo que dos vinte profissionais entrevistados dezessete já realizaram cursos
de aperfeiçoamento, atualização, extensão na área da educação especial e,
ainda que, em sua maioria tem formação em especialização. Dezesseis
profissionais responderam que tem conhecimento da legislação sobre a escola
inclusiva. Somente um optou por não responder relatando que possui pouco
conhecimento, mas em contraponto com esses dados, dezesseis profissionais,
afirmaram que de acordo com sua condição profissional, não se sentem
preparados para atuar na docência atendendo às características de uma
educação inclusiva.
Refletindo sobre esses resultados Golfredo (apud MEC 1999) nos
remete ao apontamento para que uma escola possa ser considerada um
espaço inclusivo, necessita deixar de ser uma instituição burocrática, devendo
se tornar em um espaço de decisão, apropriando-se ao contexto real e
respondendo aos desafios que se apresentam. Sendo que, o espaço escolar
hoje deve ser visto como espaço de todos e para todos. Neste direcionamento,
necessitamos de uma nova escola, ou seja, em que seus profissionais
aprendam a refletir criticamente e a pesquisar, que não tenham medo de
arriscar, em busca ações inovadoras, em resposta às necessidades de
inclusão.
A inclusão é um desafio que, ao ser devidamente enfrentado pela
escola comum, provoca a melhoria da qualidade da educação [...], é
indispensável que essa escola aprimore suas práticas, a fim de atender às
diferenças. (MANTOAN, 2007, p.45).
Sobre a presente realidade da existência de alunos com
necessidades educacionais especiais em sala de aula, ou mesmo, nas escolas
todos os profissionais afirmaram que sim. E todos também reforçaram na
credibilidade do potencial desses alunos, considerando como indivíduos
capazes de aprender, mas salientam a real necessidade destes em tempo
diferenciado, adaptação de metodologias e materiais didáticos, profissionais
capacitados, atendimento individualizado e especializado, adequação
curricular, linguagem acessível, avaliação diferenciada, sala de apoio, incentivo
verbal, ter conhecimento sobre as limitações do aluno, entre outras
considerações. O que se percebe é diversos pontos de vista entre todos os
profissionais das escolas e assim fica claro o não planejamento e orientação de
todo o contexto da escola, visto que cada um tem seu ponto de vista de
maneira individualizado frente a uma escola inclusiva e, principalmente, na
prática pedagógica.
Neste enfoque, a nona questão evidencia este olhar e fazer dos
profissionais quando indaga sobre sua prática pedagógica, se esta procura
valorizar o potencial de cada aluno frente as suas competências, bem como na
décima se os professores usam metodologias e recursos diversificados para
suprir as necessidades e garantir a aprendizagem dos alunos com
necessidades educacionais especiais. Em relação às duas questões todos
responderam que sim, mas seus apontamentos sobre como se procede, cada
um o faz de maneira diferente entre estes se destaca adaptação do conteúdo,
realização de capacitação, ter conhecimento das necessidades dos alunos,
diversificar metodologia, recursos e avaliação, atendimento individual, apoio do
professor da sala multifuncional, atividades em grupos e individual, sala com
número reduzido de alunos, professor de apoio, entre outros apontamentos.
Na abordagem em relação as mudanças na organização pedagógica
das escolas Mantoan (2007, p.47) destaca que: "Uma das mais importantes
mudanças visa estimular a escola para que elabore com autonomia e de forma
participativa o seu Projeto Político Pedagógico, diagnosticando a demanda".
Isto implica em um estudo e planejamento de trabalho que envolve a todos os
que fazem parte da comunidade escolar, tendo todos uma ação comum, onde
a aprendizagem como sendo o núcleo das atividades escolares e o
desempenho dos alunos como meta da escola, independentemente, do nível
em que cada um consiga atingir.
Quando os profissionais são questionados se tem conhecimento
sobre as inteligências múltiplas desenvolvidas por Gardner, a maioria responde
que sim, mas quando são indagados da profundidade desse conhecimento
todos responde que tem pouco conhecimento e, também, que nunca
trabalharam com a detecção das Inteligências Múltiplas, somente um
profissional afirmou que já trabalhou durante cursos específicos do tema
abordado.
Diante destas ultimas indagações e o resultado das mesmas,
percebemos a necessidade desta proposta pedagógica de intervenção sobre a
teoria das inteligências múltiplas, com sendo um novo direcionamento para o
trabalho dos profissionais da educação frente aos alunos com necessidades
educacionais especiais, nesta abordagem Smole (1999) reforça:
Para quem deseja aplicar essa teoria, o primeiro passo consiste em mergulhar no estudo e na reflexão, compreendendo que o centro do trabalho de Gardner para a escola é a crença na pluralidade da mente e na capacidade de todos os indivíduos se desenvolverem e serem capazes de aprender. (p.77).
Mediante as amostras obtidas pelas informações do roteiro de
entrevista realizado com os profissionais da educação e análise deste,
percebemos a importância de uma intervenção para maiores reflexões sobre as
escolas inclusivas e o trabalho com alunos com necessidades educacionais
especiais, para que ambos percebam que a verdadeira inclusão, é aquela que
atende a todos sem exceção, com sucesso, para esse direcionamento, faz-se
necessários melhores ajustes, com implementação e desenvolvimento de
novas ações capazes de ultrapassar os níveis atuais dos recursos
institucionais, dos sistemas convencionais de ensino e dos currículos.
7 REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação: Secretaria de Educação Especial. Saberes e Práticas da Inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. 2 ed. Coordenação Geral SEESP/MEC. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília DF, 14 de setembro de 2001. BRASIL, MEC. Salto para Futuro: Educação Especial: Tendências Atuais. Secretaria de Educação a Distância. Série de Estudos, ISSN 1516-2079; v.9. Brasília; Ministério da Educação, SEED, 1999. DIEZ, Carmem Lúcia; HORN, Geraldo Balduino. Metodologia da Pesquisa. Curitiba: IESDE. Brasil, 2003. p. 72-88. FÁVERO, Eugênia Augusta; MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PANTOJA, Luísa de Marillac P. Atendimento Educacional Especializado: Aspectos Legais e Orientação Pedagógica. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. p. 45-60. LAKOMY, Ana Maria. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. ed. Ibpex Ltda. Curitiba: FACINTER, (Faculdade Internacional de Curitiba), 2003. p. 63-72. SMOLE, Kátia Cristina Stocco. Múltiplas Inteligências na Prática Escolar. Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância. Cadernos da TV Escola. ISSN 1517-2341 n.1. Brasília, DF. 1999. p. 5-31. PARANÁ. Deliberação Nº 02/03, de 06 de junho de 2003. Normas para a Educação Especial, modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paraná. Processo nº 730/03, comissão temporária de educação especial e o conselho estadual de educação do Paraná; sendo aprovada em 02 de junho de 2003. SILVA, Maria de Fátima Minetto Caldeira. Diversidade na aprendizagem das pessoas com necessidades especiais. Curitiba: IESDE, 2004. p.55-67. REFERÊNCIAS DOS MATERIAIS DE IMPLEMENTAÇÃO:
ALVES, Solange Vitória. Trabalhando as Inteligências Múltiplas em sala de
aula. Brasília. Plano, 2003. p51-81.
ANTUNES, Celso. Como Desenvolver os Conteúdos Explorando as Inteligências Múltiplas. Petrópolis, RJ, Vozes, 3ª edição, 2001. p. 22-47. ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na Sala de Aula. Trad. Maria Adriana Veríssiomo Veronese. Porto Alegre. Artmed, 2001. p.13-23.
FILME. O Homem Elefante. Diretor: David Lynch. Estúdios: Brooksfilms. Distribuição: Paramount. Roteiro: Christopher De Vore, Eric Bergren e David Lynch. Lançado (EUA) 1980, duração 124 min. GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na Esperança em Tempos de Desencanto. Petrópolis RJ, vozes 2001. p.27-31. MEEC. Inclusão: Rev. Educação Especial. Edição especial, SEED v.4, n.1, Brasília, jan./jun. 2008. p.7-17. http://www.youtube.com/watch?v=_Gn961Sh2Hg.
8 ANEXO
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Projeto de Intervenção Pedagógica - Educação Inclusiva: A teoria das Inteligências Múltiplas na prática pedagógica com os alunos com necessidades educacionais especiais. Professor PDE: Silvana Lucia Razaboni Piva. Área/Disciplina PDE: Educação Especial. Professor Orientador IES: Cleide Vitor Mussini Batista
ROTEIRO DE PESQUISA
O presente roteiro de entrevista tem como objetivo investigar o conhecimento do profissionais da educação das escolas estaduais do município de Borrazópolis, face a escola inclusiva de alunos com necessidades educacionais e o trabalho com os mesmos por meio da aplicabilidade das inteligências múltiplas na prática pedagógica do professor. O estudo só será possível com sua preciosa colaboração. Muito obrigada.
1) Formação profissional: ( ) Graduação. Qual?___________________________________________________ ( ) Especialização. Qual?________________________________________________ ( ) Mestrado. Qual?_____________________________________________________ 2) Tempo de atuação profissional: ( ) De 0 a 5 anos. ( ) De 6 a 10 anos. ( ) De 11 a 15 anos. ( ) De 16 a 20 anos. ( ) Mais de 21 anos. 3) Nível de ensino que atua nas escolas estaduais: ( ) Ensino Fundamental (séries finais). ( ) Ensino Médio. ( ) EJA - Ensino Fundamental (séries finais). ( ) EJA - Ensino Médio. ( ) Outros. Qual?_______________________________________________________ 4) Já realizou cursos de aperfeiçoamento, atualização, extensão na área da educação especial? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso afirmativo indique qual(is):________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Você tem conhecimento da legislação sobre as escolas inclusiva? ( ) Sim. ( ) Não. 6) De acordo com sua condição profissional (experiência, formação, etc.), sente-se preparado (a) para atuar na docência atendendo às características de uma educação inclusiva? ( ) Sim. ( ) Não. 7) Em sua sala de aula ou escola existem alunos com necessidades educacionais especiais ? ( ) Sim. ( ) Não. 8) Você acredita no potencial do aluno com NEE, considerando indivíduos capazes, para a aprendizagem e desenvolvimento? ( ) Sim. ( ) Não. Comente:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9) Em sua prática pedagógica procura valorizar o potencial de cada aluno frente as suas competências? ( ) Sim. ( ) Não. Como?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10) Os professores da escola onde você trabalha usam metodologias e recursos diversificados para suprir as necessidades e garantir a aprendizagem dos alunos com NEE? ( ) Sim. ( ) Não. Quais?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11) Você tem conhecimento sobre as inteligências múltiplas desenvolvida por Gardner? ( ) Sim. ( ) Não. 12) Qual o seu conhecimento sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas? ( ) Desconhece. ( ) Pouco conhecimento. ( ) Conhece totalmente. ( ) Tem dúvidas.
13) Você já trabalhou com detecção das Inteligências Múltiplas? Onde? ( ) Nunca trabalhei. ( ) Atendimentos individuais. ( ) Cursos específicos. ( ) Na prática escolar. ( ) Projeto ( ) Outro. Qual?________________________________________________________ _____________________________________________________________________
Nome do Entrevistado:__________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Cargo que exerce:_____________________________________________________________
Disciplina que atua:____________________________________________________________