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Boletim Regional do Banco Central do Brasil Brasília v. 5 n. 1 jan. 2011 p. 1-100

ISSN 2175-9278CGC 00.038.166/0001-05

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Janeiro 2011

Volume 5 | Número 1

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Boletim Regional do Banco Central do BrasilPublicação trimestral do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.

Os textos, as tabelas e os gráficos são de responsabilidade dos seguintes componentes do Departamento Econômico (Depec) (e-mail: [email protected]):

Região Norte – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Belém (e-mail: [email protected]);

Região Nordeste – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Fortaleza (e-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico no Recife (e-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico em Salvador (e-mail: [email protected]);

Região Centro-Oeste – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]);

Região Sudeste – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico no Rio de Janeiro (e-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo (e-mail: [email protected]);

Região Sul – Núcleo Regional do Departamento Econômico em Curitiba (e-mail: [email protected]), Núcleo Regional do Departamento Econômico em Porto Alegre (e-mail: [email protected]).

Informações sobre o BoletimTelefone: (61) 3414-1009;Fax: (61) 3414-2036.

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim Regional do Banco Central do Brasil, volume 5, n. 1.

Controle Geral de Publicações

Banco Central do BrasilSecre/Surel/CogivSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 1º andarCaixa Postal 8.67070074-900 Brasília – DFTelefones: (61) 3414-3710 e 3414-3565Fax: (61) 3414-3626E-mail: [email protected]

Tiragem: 630 exemplares

Convenções estatísticas

... dados desconhecidos. - dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente. 0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado. * dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (2004-2006) indica o total de anos, incluindo o primeiro e o último.A barra (/) utilizada entre anos (2004/2006) indica a média anual dos anos assinalados, incluindo o primeiro e o último, ou, se especificado no texto, ano-safra, ou ano-convênio.

Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.

Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

Central de Atendimento ao Público

Banco Central do BrasilSecre/Surel/DiateSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 2º subsolo70074-900 Brasília – DFDDG: 0800 9792345Fax: (61) 3414-2553Internet: http://www.bcb.gov.br

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Sumário

Apresentação 5

Sumário executivo 7

1 Região Norte 9

2 Região Nordeste 15

Bahia __________________________________________________________________19 Ceará __________________________________________________________________23 Pernambuco ____________________________________________________________27

3 Região Centro-Oeste 31

4 Região Sudeste 37

Minas Gerais ____________________________________________________________43 Rio de Janeiro ___________________________________________________________47 São Paulo_______________________________________________________________51

5 Região Sul 55

Paraná _________________________________________________________________61 Rio Grande do Sul _______________________________________________________67

6 Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais 73

Boxes

Distribuição Geográfi ca do PIB per Capita ___________________________________77 Evolução Regional do Valor Bruto da Produção Agrícola _______________________81 Rotatividade do Emprego no Brasil _________________________________________85 Sincronização dos Ciclos Econômicos Regionais ______________________________88

Apêndice 95

Siglas 99

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Apresentação

O Boletim Regional é uma publicação trimestral do Banco Central do Brasil que apresenta as condições da economia por regiões e alguns estados do país. Sob o enfoque regional, enfatiza-se a evolução de indicadores que refl etem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros. Nesse contexto, a publicação contribui para a avaliação do impacto das políticas da autoridade monetária sobre os diferentes entes da Federação, à luz das características econômicas locais e das gestões políticas regionais.

As análises e informações do Boletim Regional buscam oferecer à sociedade – em particular, gestores de política econômica nas esferas subnacionais, pesquisadores e integrantes do meio acadêmico, empresários, investidores e profi ssionais de imprensa – elementos que contribuam para identifi car a forma e, especialmente, a magnitude de alcance, no âmbito regional, das políticas implementadas. Ao mesmo tempo, a publicação contribui para dar à sociedade conhecimento dos critérios analíticos da instituição.

O Boletim Regional analisa as economias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e dos estados da Bahia, do Ceará, de Pernambuco, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná e do Rio Grande do Sul. A disponibilidade de estatísticas econômicas, bem como a distribuição geográfi ca das representações do Banco Central, infl uenciou a escolha dos estados. Assim, para as regiões que possuem apenas uma representação institucional – Norte e Centro-Oeste –, optou-se pela análise agregada regionalmente. Para as regiões nas quais existem mais de uma representação, são apresentadas, além da análise regional, as análises dos estados nos quais se encontram as representações.

Homogeneidade, abrangência e regularidade foram os principais critérios de escolha das estatísticas e das fontes. Dessa forma, em sua maior parte, os dados têm como origem os órgãos e os institutos de âmbito nacional, destacadamente

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o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) e os entes da administração direta. Em alguns casos, foram utilizadas, complementarmente, informações de entidades regionais. Dados sem tratamento das fontes foram dessazonalizados pelo Departamento Econômico do Banco Central.

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Sumário executivo

A evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre do ano e os resultados recentes da atividade industrial sugerem que a economia tem se deslocado para uma trajetória de crescimento a taxas tidas como sustentáveis. De fato, embora mantendo-se em nível elevado, esses indicadores passaram a apresentar, a partir de abril, variações interanuais positivas menos acentuadas e relativa estabilidade quando considerada a análise na margem.

Nesse cenário, em que persistiu o crescimento robusto das vendas do comércio, impulsionadas pelo nível de confi ança dos consumidores, pelo vigor do mercado de trabalho e pela ampliação do crédito, a elevação da infl ação se manifestou a partir de setembro, em grande parte devido a choques de oferta interno e externo.

A trajetória dos indicadores econômicos da região Norte vem sendo impactada pelas retrações na atividade industrial e nos fl uxos do comércio externo, em oposição ao desempenho favorável do comércio varejista – vale ressaltar que o aquecimento das vendas, favorecido pelos programas de transferência de renda e pela expansão das operações de crédito às famílias, é acompanhado pelo aumento das pressões infl acionárias. Nesse cenário, o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-N) recuou 0,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao finalizado em agosto, quando aumentara 0,1%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados.

A evolução recente da economia do Nordeste, evidenciando o desempenho do setor industrial – o setor experimentou recuos respectivos de 3,2% e de 2,4% nos trimestres fi nalizados em novembro e em agosto de 2010–, registrou relativo arrefecimento no decorrer do segundo semestre do ano, com ênfase nos desempenhos modestos, na margem, dos PIBs de Pernambuco e da Bahia. A redução do dinamismo da economia da região se expressa na evolução do IBCR-NE que, considerados dados dessazonalizados, registrou crescimentos respectivos de 1% e de 0,8% nos

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trimestres encerrados em novembro e em agosto, ante expansões de 3,1% e de 3,2% nos trimestres fi nalizados em maio e em fevereiro.

Contrastando com o padrão assinalado nas regiões Norte e Nordeste, a economia da região Centro-Oeste voltou a apresentar crescimento vigoroso no trimestre encerrado em novembro, após a desaceleração registrada em meses anteriores, com ênfase no desempenho das vendas do comércio e da indústria de transformação, em especial de alimentos e bebidas, e na contribuição do aumento das cotações das commodities agrícolas sobre a renda agropecuária. Nesse cenário, o IBCR-CO aumentou 1,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando crescera 0,3%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. O indicador cresceu 7% no período de doze meses encerrado em novembro.

A atividade econômica no Sudeste manteve tendência de crescimento no quarto trimestre do ano, ressaltando-se a reaceleração, na margem, do ritmo de expansão da indústria, estimulada pela robustez da demanda interna e pelo crescimento das exportações. Nesse contexto, o IBCR-SE cresceu 1,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia aumentado 0,9%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados.

A relativa acomodação registrada na economia da região Sul nos meses recentes refl etiu, fundamentalmente, o impacto da retração da indústria, neutralizado, em parte, pela evolução favorável do setor varejista. Ressalte-se que esse movimento foi captado pela trajetória do IBCR-S, que apresentou variação de 0,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia aumentado 1,1%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Evidenciando o dinamismo da economia da região no decorrer de 2010, o IBCR-S acumulou aumento anual de 8,6%.

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1Região Norte

Os principais indicadores da atividade econômica da região evidenciaram, nos meses recentes, o impacto das retrações na atividade industrial e nos fl uxos do comércio externo, neutralizado, em parte, pelo desempenho favorável do comércio varejista e dos mercados de trabalho e de crédito. Nesse ambiente, o IBCR-N recuou 0,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando aumentara 0,1%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados.

O comércio varejista da região registrou crescimento de 3,7% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando expandira 2,5%, nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). Vale ressaltar que esse desempenho, favorecido pelos programas de transferência de renda e pela expansão das operações de crédito às famílias, foi acompanhado pelo aumento de pressões infl acionárias. Ocorreu aumento generalizado nas vendas em todos os estados da região, destacando-se os registrados em Rondônia, 6,3%, em Tocantins, 5,6%, e em Roraima, 4,6%. Incorporadas as vendas de automóveis, de motocicletas e de materiais de construção, o comércio ampliado, que crescera 2% no trimestre encerrado em agosto, registrou expansão de 3,5%, no período.

As vendas acumuladas em doze meses elevaram-se 16,5% em novembro, em relação a igual período de 2009, ante 13,6% em agosto, registrando-se desempenhos favoráveis em todos os estados, com ênfase nos relativos ao Tocantins, 47,5%, a Rondônia, 28,9%, e a Roraima, 19,7%. O comércio ampliado da região registrou crescimentos de 14,9% e de 12,6%, nas mesmas bases de comparação.

A produção industrial da região recuou 1,8% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando registrara retração idêntica, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados

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Gráfico 1.1 – Índice de Atividade Econômica Regional –Norte (IBCR-N)Dados dessazonalizados2002 = 100

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Comércio varejista Comércio ampliadoFonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados.

Gráfico 1.2 – Comércio varejista – NorteDados dessazonalizados2003 = 100

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Norte Pará Amazonas Brasil

Gráfico 1.3 – Índice de volume de vendas no varejoDados dessazonalizados2006 = 100

Fonte: IBGE

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da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE, compreendendo a expansão de 9,7% na indústria extrativa e a redução de 4% na de transformação. Ressalte-se que o recuo de 4,1% registrado na indústria de transformação do Amazonas, que representa cerca de 80% da indústria da região, decorreu de retrações em seis das dez atividades pesquisadas, com ênfase nos observados em material eletrônico, 13,8%, em refi no de petróleo e álcool, 13,6%, e em alimentos e bebidas, 2,8%. No Pará, ocorreu aumento de 10,6% na atividade extrativa, responsável por 55% da produção industrial no estado, e recuo de 4,9% na indústria de transformação, resultando em expansão de 2,9% na produção da indústria paraense, no trimestre.

Considerados períodos de doze meses, a indústria da região cresceu 14% em novembro, em relação a igual intervalo de 2009, ante 10,8% em agosto, resultado de aumentos de 16,3% na indústria extrativa e de 13,3% na de transformação, este último evidenciando elevações, no Amazonas, nos segmentos material eletrônico, 20,7%, alimentos e bebidas, 16,3%, e equipamentos de transportes, 13,5%, e recuos, no Pará, nas indústrias de madeira, 14,1%, e de metalurgia básica, 3,9%.

Considerada a mesma base de comparação, estatísticas da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) revelam que as vendas da indústria amazonense aumentaram 29% no período de doze meses encerrado em outubro, em relação a igual intervalo de 2009, ante 22,1% em julho. Adicionalmente, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria de transformação atingiu 80,7% em outubro, ante 80,9% em julho e 83,4% em igual mês de 2009.

As operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas na região, condizente com o dinamismo da demanda interna, totalizaram R$56,3 bilhões em novembro, aumentando 6,9% no trimestre e 26,1% em doze meses. A carteira de pessoas físicas, refl etindo o desempenho das modalidades crédito consignado e fi nanciamentos de automóveis e imobiliários, registrou aumentos respectivos de 6,2% e de 23,7%, nas bases de comparação mencionadas, totalizando R$28,4 bilhões. Os empréstimos relativos ao segmento de pessoas jurídicas atingiram R$27,8 bilhões, com ênfase na expansão das operações contratadas pelas indústrias de informática, eletrônicos e ótica, aumentando 7,6% no trimestre e 28,5% em doze meses.

A inadimplência na região Norte situou-se em 3,9% em novembro, ante 4,2% em agosto, evolução

Tabela 1.1 – Produção industrial – AmazonasGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100.0 -3.9 -4.0 16.2

Indústria extrativa 2.7 0.6 -6.6 5.1

Indústria de transformação 97.4 -3.8 -4.1 16.5

Material eletrônico 26.1 -1.1 -13.8 20.7

Alimentos e bebidas 22.7 -5.6 -2.8 16.3

Equipamentos de transporte 14.0 13.6 7.4 13.5

Edição e impressão 9.9 -4.1 -4.0 -6.4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

51015202530354045

Ago 2008

Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 1.5 – Evolução do saldo das operações de crédito – Norte1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$ 5 mil.

Tabela 1.2 – Produção industrial – ParáGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,7 2,9 8,3

Indústria extrativa 44,8 -0,4 10,6 17,5

Indústria de transformação 55,3 -1,8 -4,9 0,9

Metalurgia básica 32,8 -2,9 -7,8 -3,9

Alimentos e bebidas 9,2 2,5 2,9 12,7

Celulose e papel 5,4 -1,6 -8,2 0,5

Madeira 4,0 0,0 5,8 -14,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil Norte

Fonte: IBGE

Gráfico 1.4 – Produção industrial – NorteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

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decorrente de retrações respectivas de 0,4 p.p e de 0,14 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais a taxa atingiu, na ordem, 5% e 2,8%.

A safra de grãos da região Norte totalizou 4 milhões de toneladas em 2010, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de dezembro, do IBGE, registrando aumento anual de 6%, com ênfase nos acréscimos respectivos de 12,7% e de 6,8% nas culturas de soja e de arroz em casca.

Em relação às demais culturas, ressaltem-se os aumentos respectivos de 9,7%, de 3% e de 1,9% nas relativas a banana, abacaxi e cana de açúcar, contrastando com a retração de 6,2% na produção de mandioca, importante item da cesta de consumo regional.

Os abates de bovinos realizados em estabelecimentos fi scalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), representando aproximadamente 20% dos realizados no país, aumentaram 2,7% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2009, de acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O superávit comercial da região totalizou US$2,4 bilhões em 2010, de acordo com estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O acréscimo anual de 16,6% traduziu os aumentos respectivos de 49,4% e de 57,7% nas vendas e nas compras externas, que totalizaram, na ordem, US$15,1 bilhões e US$12,7 bilhões.

O aumento das exportações, evidenciando variações de 1,4% no quantum e de 43,8% nos preços, refl etiu as expansões nas vendas em todas as categorias de fator agregado, destacando-se o aumento de 67,4% nas relativas a produtos básicos, responsáveis por 68,7% do total exportado pela região no ano. China, Japão, Estados Unidos da América (EUA) e Alemanha adquiriram, em conjunto, 47,4% das vendas externas da região, no período.

A evolução das importações, decorrente de variações de 52,1% no quantum e de 3,7% nos preços, resultou de elevações nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para os registrados nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, 222,1%, e de bens de consumo duráveis, 122,4%. Vale mencionar que 68% das compras da região originaram-se da China, da Coreia do Sul, dos EUA e do Japão.

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Nov2007

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Jul Nov Mar2010

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Fonte: Mapa

Gráfico 1.6 – Abate de bovinos – NorteMédia móvel trimestralÍndice 2005 = 100

Tabela 1.4 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhõesDiscriminação Norte Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 10 112 15 111 49,4 32,0Básicos 6 198 10 378 67,4 45,0Industrializados 3 914 4 733 20,9 22,7 Semimanufaturados 1 474 1 848 25,4 37,7

Manufaturados1/ 2 440 2 885 18,2 18,8

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 1.5 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Norte Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 8 082 12 744 57,7 42,2

Bens de consumo 1 809 3 853 113,0 41,8

Duráveis 1 612 3 585 122,4 54,0

Não duráveis 197 268 36,0 33,3

Bens intermediários 3 507 4 860 38,6 38,2

Bens de capital 2 638 3 619 37,2 41,0

Combustíveis e lubrificantes 128 412 222,1 56,6

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 1.3 – Produção agrícola – NorteItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Produção Variação %

2009 20101/ 2010/2009

Grãos 3 788 4 014 6,0 Arroz (em casca) 959 1023 6,8 Milho 1 280 1 296 1,2 Soja 1 430 1 612 12,7Outras lavouras Mandioca 7 790 7 305 -6,2 Banana 771 846 9,7 Abacaxi 293 302 3,0

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

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O mercado de trabalho da região registrou, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a criação de 23,4 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro, ante 38,6 mil naquele fi nalizado em agosto e 37,3 mil em igual período de 2009, dos quais 12,2 mil no comércio, 7,9 mil no setor de serviços e 3,9 mil na indústria de transformação. Vale ressaltar que foram gerados 110 mil empregos formais nos onze primeiros meses de 2010, resultado recorde para o período, ante 56,8 mil em igual intervalo do ano anterior, dos quais 41 mil no Pará, 28 mil no Amazonas, e 25 mil em Rondônia.

Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal aumentou 0,8% no trimestre fi nalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando crescera 1,1%, no mesmo tipo de comparação.

A infl ação na Região Metropolitana de Belém (RMB), medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 2,77% no trimestre encerrado em dezembro, ante 0,12% naquele fi nalizado em setembro, refl exo da reversão, de -0,23% para 3,50%, na variação dos preços livres, e de recuo, de 1,11% para 0,72%, na dos monitorados, esta infl uenciada, em especial, pela redução, de 10,12% para 0,45%, no reajuste das tarifas de energia residencial.

A elevação dos preços livres traduziu os impactos das reversões observadas nas variações dos preços dos itens comercializáveis, de -0,24% para 4,46%, destacando-se as elevações nos preços dos itens carnes, 16,30%, e açúcares e derivados, 13,45%, e dos não comercializáveis, de -0,19% para 2,34%, esta decorrente, principalmente, dos aumentos nos preços dos itens feijão preto, 19,34%, e pescados, 17,40%. Refl etindo maior disseminação dos reajustes de preços, o índice de difusão atingiu média de 61,8% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 50,9% naquele encerrado em setembro.

O IPCA da RMB cresceu 6,85% em 2010, ante 4,46% no ano anterior, maior taxa entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O aumento dos preços na RMB traduziu as acelerações nos preços livres, pressionados pelas elevações anuais nos grupos alimentação, 10,38%, e habitação, 9,14%, bem como nos monitorados, impulsionada pelos reajustes nas tarifas de energia elétrica, 17,59%, e de ônibus intermunicipal, 17,45%.

O crescimento da renda e do emprego, a evolução moderada das operações de crédito e o dinamismo das

Tabela 1.6 – Evolução do emprego formal – NorteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 37,3 -1,4 30,0 38,6 23,4

Extrativa mineral 0,3 0,9 0,9 0,7 0,7

Indústria de transformação 7,1 -0,3 3,3 7,5 3,9

Comércio 11,3 -1,0 3,7 6,2 12,2

Serviços 9,0 -0,4 10,8 10,6 7,9

Construção civil 9,4 -0,6 11,5 11,5 -2,3

Agropecuária 0,0 -0,4 -0,6 1,3 1,2

Outros2/ 0,2 0,4 0,3 0,8 -0,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui serviços industriais, administração pública e outras.

Tabela 1.7 – Evolução do emprego formal – NorteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

UF 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Região Norte 37,3 -1,4 30,0 38,6 23,4

Acre 0,5 -0,9 1,0 1,8 -0,7

Amapá 0,5 0,7 0,2 0,6 0,7

Amazonas 11,4 -4,3 7,4 9,1 7,8

Pará 14,1 0,9 7,9 15,9 11,3

Rondônia 7,7 1,6 9,7 6,6 3,8

Roraima 1,0 0,5 0,2 0,5 1,1

Tocantins 1,9 0,0 3,4 4,1 -0,8

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

Tabela 1.8 – IPCA – BelémVariação %

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,46 0,12 2,77 6,85

Livres 74,1 4,54 -0,23 3,50 7,29

Comercializáveis 40,8 3,45 -0,24 4,46 7,12

Não comercializáveis 33,3 5,94 -0,19 2,34 7,53

Monitorados 25,9 4,24 1,11 0,72 5,60

Principais itens

Alimentação 33,1 3,20 -1,75 6,32 10,38

Habitação 9,7 1,84 3,91 1,23 9,14

Artigos de residência 4,5 2,94 0,45 0,28 0,54

Vestuário 8,8 8,13 1,03 3,50 6,97

Transportes 12,9 5,01 0,13 0,30 4,72

Saúde 12,3 6,37 0,32 0,64 3,80

Despesas pessoais 9,7 7,12 1,67 1,46 6,39

Educação 5,0 5,63 0,70 0,19 6,06

Comunicação 4,0 0,35 -0,79 0,69 -0,09

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 13

vendas varejistas sugerem que a economia nortista deverá seguir apresentando resultados positivos em 2011, mas menos acentuados do que os registrados no decorrer de 2010. Uma eventual recuperação da demanda externa poderá exercer desdobramentos importantes sobre o nível de atividade da região, ao favorecer a balança comercial, enquanto o impacto das medidas macroprudenciais e de política monetária adotadas recentemente poderá arrefecer o ritmo de expansão.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 15

2Região Nordeste

A taxa de crescimento da economia nordestina, evidenciando em grande parte o desempenho do setor industrial, registrou relativo arrefecimento no decorrer do segundo semestre do ano. Nesse sentido, considerando dados dessazonalizados, o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco e da Bahia apresentaram variações respectivas de 0,9% e -0,3% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao fi nalizado em junho, quando haviam aumentado 3% e 1,6%, respectivamente, no mesmo tipo de análise. O menor dinamismo registrado na margem, em linha com a evolução dos indicadores nacionais, é corroborado pelo desempenho do IBCR-NE, que, considerados dados dessazonalizados, registrou crescimentos respectivos de 1% e de 0,8% nos trimestres encerrados em novembro e em agosto, ante expansões de 3,1% e 3,2% nos trimestres fi nalizados em maio e fevereiro.

No que se refere à demanda, também em linha com o desempenho nacional, as vendas varejistas no Nordeste1 mostram dinamismo e cresceram 3,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando haviam aumentado 1,2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Destacaram-se os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 11,8%, e livros, jornais, revistas e papelaria, 6,2%. O comércio ampliado, apesar da estabilidade nas vendas de material de construção, cresceu 5,2% no trimestre, refl exo da elevação de 10,7% nas relacionadas a veículos, motos, partes e peças.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista da região cresceu 12,5% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 11,2% em agosto, com ênfase no desempenho dos segmentos móveis e eletrodomésticos, 20,1%, e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 15,6%. Incorporadas as elevações de 16,8% nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de 14% nas

1/ Os dados relativos à região foram obtidos a partir da agregação do índice do volume de vendas de cada unidade da Federação, ponderados pelas respectivas participações na receita bruta de revenda total da região, constante da Pesquisa Anual de Comércio, do IBGE.

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215

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Nov 2007

Mar 2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar 2010

Jul Nov

Fonte: IBGE

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.2 – Comércio varejista – NordesteDados dessazonalizados2003 = 100

Tabela 2.1 – Comércio varejista – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 6.8 1.2 3.4 12.5 Combustíveis e lubrificantes 5.8 -1.8 2.4 6.1 Hiper e supermercados 9.5 1.9 1.6 11.3 Móveis e eletrodomésticos 5.1 -0.6 11.8 20.1 Eq. e mat. p/ esc., inf. e com. 1.8 -3.8 -5.7 15.6

Comércio ampliado 8.3 -0.4 5.2 13.3 Automóveis e motocicletas 12.4 -0.7 10.7 16.8 Material de construção -3.4 -3.2 0.0 14.0

Fonte: IBGE1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Nov 2007

Mar 2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar 2010

Jul Nov

Gráfico 2.1 – Índice de Atividade Econômica Regional – Nordeste (IBCR-NE)Dados dessazonalizados2002 = 100

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16 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

relativas a material de construção, o comércio ampliado cresceu 13,3%, na mesma base de comparação.

A atividade industrial do Nordeste decresceu 3,2% no trimestre fi nalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando recuara 2,4%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE. Ocorreram retrações em oito das onze atividades pesquisadas, destacando-se as relativas às indústrias de vestuário, 9,6%, calçados e artigos de couro, 7,3%, e refi no de petróleo e álcool, 2,6%.

Em doze meses, a produção industrial nordestina cresceu 9,7% em novembro, em relação ao período de doze meses encerrado em novembro de 2009, ante 9,3% em agosto, resultado de expansões de 10,4% na indústria de transformação e de 0,4% na extrativa.

O saldo das operações de crédito com valor superior a R$5 mil reais atingiu R$181 bilhões em novembro, elevando-se 7,1% no trimestre e 28,3% nos últimos doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas totalizaram R$81 bilhões, aumentando 7% no trimestre e 28,8% em doze meses, com destaque para o desempenho das modalidades crédito consignado e fi nanciamentos de veículos e habitacionais. No âmbito das pessoas jurídicas, os empréstimos totalizaram R$100 bilhões, elevando-se 7,2% no trimestre e 27,9% em doze meses, ressaltando-se o dinamismo das modalidades capital de giro e outros fi nanciamentos. A inadimplência regional atingiu 3,4% em novembro, recuando 0,2 p.p. no trimestre e 1 p.p. em doze meses.

A produção de grãos do Nordeste cresceu 0,9% em 2010, segundo o LSPA de dezembro, do IBGE, atingindo 11,9 milhões de toneladas e passando a representar 7,9% da safra nacional. As culturas de feijão e milho, sensibilizadas pela escassez de chuvas na região, assinalaram retrações anuais respectivas de 24,3% e 12,5%, enquanto a produção de soja – concentrada no cerrado, região menos afetada pela seca – aumentou 26,9%. Com relação às demais lavouras, estimam-se recuos respectivos de 12,8% e 51,2% para as culturas de mandioca e de castanha de caju e elevação de 0,7% para a de cana-de-açúcar.

A balança comercial do Nordeste apresentou défi cit de US$1,6 bilhão em 2010, ante superávit de US$0,8 bilhão no ano anterior, de acordo com estatísticas do MDIC. As exportações, traduzindo expansões de 12,9% na quantidade exportada e de 21% nos preços, aumentaram

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Nov 2007

Mar 2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar 2010

Jul Nov

Brasil Nordeste

Gráfico 2.3 – Produção industrial – NordesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 2.2 – Produção industrial – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,4 -3,2 9,7Indústria extrativa 6,4 -1,9 0,1 0,4Indústria de transformação 93,6 -2,5 -3,6 10,4 Alimentação e bebidas 27,2 -2,1 -1,6 8,5 Química 20,2 -2,0 1,0 7,4 Refino de petróleo e álcool 12,2 -1,3 -2,6 17,0 Têxtil 7,9 -6,1 -6,1 7,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

0

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40

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Nov 2008

Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 2.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Nordeste1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 2.3 – Produção agrícola – NordesteItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

(%) 2009 2010 2010/2009

Produção de grãos 11 748 11 855 0,9

Soja 13,8 4 183 5 309 26,9

Milho 7,6 4 777 4 181 -12,5

Feijão 4,5 847 641 -24,3

Outras lavouras selecionadas

Cana-de-açúcar 17,1 71 379 71 867 0,7

Mandioca 6,7 9 158 7 983 -12,8

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 17

36,6%, atingindo US$15,9 bilhões, enquanto a elevação de 62% registrada nas importações, que totalizaram US$17,5 bilhões, decorreu de aumentos de 49,7% no quantum e de 8,2% nos preços.

A trajetória das exportações decorreu de crescimentos nas vendas em todas as categorias de fator agregado, destacando-se o acréscimo de 52,3% nas relativas a produtos básicos, com ênfase no aumento de 657,6% nos embarques de minérios de ferro, aglomerados e seus concentrados. A evolução das importações resultou, igualmente, de acréscimos nas compras em todas as categorias de uso, ressaltando-se os relativos a combustíveis e lubrifi cantes, 128,4%, e a bens de consumo duráveis, 62,7%.

De acordo com o Caged/MTE, foram gerados 196,4 mil postos de trabalho na região Nordeste, no trimestre encerrado em novembro de 2010, dos quais 76,8 milna indústria de transformação e 48 mil no comércio, ante 204,9 mil em igual período do ano anterior. A redução registrada nas contratações líquidas refl etiu, em especial, o desempenho das atividades construção civil e indústria de transformação. De janeiro a novembro de 2010, foram criados 419,8 mil empregos formais na economia nordestina, ante 242,9 mil em igual período do ano anterior.

Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal da região cresceu 1,6% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao terminado em agosto. Ocorreram aumentos do nível de emprego nas oito atividades pesquisadas, com ênfase no assinalado na construção civil, 3,6%.

A infl ação, medida pelo IPCA,2 atingiu 5,86% na região Nordeste em 2010, ante 4,26% no ano anterior, situando-se 0,05 p.p. abaixo da média nacional. A mudança de patamar refl etiu, em especial, o impacto da maior variação dos preços livres, de 3,74% para 7,05%, em oposição à menor variação, de 5,57% para 3,00%, nos preços administrados. Ressalte-se que as maiores variações de preços nos grupos alimentação e bebidas, de 2,56% para 9,57%, e vestuário, de 6,35% para 10,21%, constituíram os principais determinantes do comportamento dos preços livres no ano.

Na margem, a infl ação da região Nordeste atingiu 2,49% no trimestre encerrado em dezembro, ante 0,01% naquele fi nalizado em setembro, movimento proveniente

2/ Consideram-se as variações e os respectivos pesos das três regiões metropolitanas abrangidas pelo IPCA: Fortaleza, Recife e Salvador.

Tabela 2.4 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 11 616 15 868 36,6 32,0

Básicos 2 934 4 467 52,3 45,3

Industrializados1/ 8 683 11 401 31,3 22,9

Semimanufaturados 3 743 4 622 23,5 37,6

Manufaturados1/ 4 940 6 780 37,2 18,7

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.5 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 10 796 17 487 62,0 42,2

Bens de consumo 1 149 1 782 55,1 46,0

Duráveis 808 1 314 62,7 60,0

Não duráveis 342 468 37,0 29,6

Bens intermediários 5 562 8 178 47,0 40,4

Bens de capital 2 132 3 068 43,9 38,0

Combustíveis e lubrificantes 1 952 4 460 128,4 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.6 – Evolução do emprego formal – NordesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 204.9 5.0 55.3 147.6 196.4

Indústria de transformação 93.8 -19.5 -34.4 37.1 76.8

Serv. ind. de utilidade pública -1.7 0.2 0.1 0.9 0.5

Construção civil 31.8 18.6 34.5 31.2 23.5

Comércio 42.2 8.7 13.9 15.3 48.0

Serviços 38.5 17.2 37.2 39.0 42.3

Agropecuária -0.9 -20.5 3.3 21.7 4.2

Outros2/ 1.1 0.4 0.7 2.4 1.0

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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18 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

do deslocamento, de 0,05% para 3,08%, na variação dos preços livres e da reversão, de -0,10% para 1,04%, na relativa aos monitorados, esta evidenciando, em parte, os aumentos nos preços dos itens gasolina, 3,94%, e passagens aéreas, 13,52%.

O comportamento dos preços livres refl etiu a maior variação dos preços dos bens comercializáveis, de 0,59% para 3,97%, e a reversão, de -0,52% para 2,11%, na relativa aos não comercializáveis. No primeiro segmento, ressaltem-se os aumentos respectivos de 18,25% e de 15,39% nos preços dos itens carnes e açúcares e derivados e, no segmento de bens não comercializáveis, a aceleração de preços de itens do subgrupo alimentação no domicílio. O índice de difusão, evidenciando maior disseminação dos reajustes de preços na região, atingiu, em média, 48,26% no trimestre encerrado em dezembro, ante 40,19% naquele fi nalizado em setembro.

A economia nordestina deverá seguir apresentando, em 2011, crescimento acima da média nacional, segundo expectativas do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste/Banco do Nordeste do Brasil S.A. (Etene/BNB) e dos governos estaduais da região. Essa trajetória, favorecida pelo dinamismo do mercado interno, com ênfase no impacto dos programas sociais e da expansão do mercado de trabalho sobre a renda disponível, e da construção civil, ressaltando-se as contribuições dos fi nanciamentos imobiliários e dos investimentos públicos e privados previstos para a região, poderá ser arrefecido, no entanto, pelo impacto de ações contracionistas de política econômica.

Tabela 2.7 – IPCA – NordesteVariação %

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,26 0,01 2,49 5,86

Livres 71,3 3,74 0,05 3,08 7,05

Comercializáveis 37,5 2,53 0,59 3,97 6,80

Não comercializáveis 33,8 5,13 -0,52 2,11 7,34

Monitorados 28,7 5,57 -0,10 1,04 3,00

Principais itens

Alimentação 25,8 2,56 -0,93 6,00 9,57

Habitação 12,0 6,23 0,18 1,18 3,55

Artigos de residência 3,8 2,70 0,60 0,79 2,61

Vestuário 8,2 6,35 1,72 4,13 10,21

Transportes 16,5 3,18 -0,64 0,96 2,43

Saúde 12,5 5,34 1,01 0,99 4,93

Despesas pessoais 9,2 7,63 0,06 1,74 5,77

Educação 6,6 5,83 0,41 -0,02 7,75

Comunicação 5,3 0,52 -0,05 0,75 0,64

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2009.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 19

Bahia

A expansão registrada pela economia baiana no primeiro semestre deste ano, a despeito do arrefecimento no terceiro trimestre,3 também se manifestou no trimestre encerrado em novembro. Nesse cenário, o IBCR-BA, calculado pelo Banco Central, aumentou 2,2% no trimestre fi nalizado em novembro, em relação ao terminado em agosto, quando crescera 0,7%, nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

O comércio varejista do estado cresceu 4,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia registrado elevação de 0,7%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Ressaltem-se, no período, os aumentos nos segmentos móveis e eletrodomésticos, 14,3%, e livros, jornais, revistas e papelaria, 12,7%. O comércio ampliado, refl etindo os acréscimos trimestrais respectivos de 12,2% e 0,1% nas vendas de veículos, motos, partes e peças, e de material de construção, cresceu 5,9% no período.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista baiano, evidenciando o ambiente de expansão do crédito, do rendimento dos consumidores e do emprego, cresceu 10,6% em novembro, em relação a igual mês de 2009. Todos os setores que integram a pesquisa registraram desempenhos positivos, com ênfase nos relativos a móveis e eletrodomésticos, 21,6%, e a tecidos, vestuários e calçados, 9,6%. Incorporados os aumentos respectivos de 14,7% e 13,8% nas vendas de material de construção e de veículos, o comércio ampliado elevou-se 11,6% no período.

A atividade industrial baiana apresenta sinais de recuperação e registrou crescimento de 0,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando recuara 2,3%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. A indústria de alimentos e bebidas cresceu 4,9% e a de produtos químicos, principal atividade industrial do estado, 0,2%, apesar da paralisação para manutenção, em novembro, de duas unidades do Complexo de Camaçari. Em sentido inverso, registraram-se recuos importantes nos segmentos metalurgia básica, 5,6%, e refi no de petróleo e produção de álcool, 2,2%.

Considerados períodos de doze meses, a produção

3/ De acordo com estimativas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, o PIB do estado recuou 0,3% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao trimestre fi nalizado em junho, quando havia crescido 1,6%, no mesmo tipo de comparação.

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Jul Nov Mar2009

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Gráfico 2.5 – Índice de Atividade Econômica Regional – Bahia (IBCR-BA)Dados dessazonalizados2002 = 100

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Mar2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.6 – Comércio varejista – BahiaDados dessazonalizados2003 = 100

Tabela 2.8 – Comércio varejista – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 7.0 0.7 4.3 10.6

Combustíveis e lubrificantes 1.2 -0.6 2.8 5.6

Hiper, supermercados 8.5 0.9 1.2 7.9

Tecidos, vestuário e calçados 2.2 3.0 0.6 9.6

Móveis e eletrodomésticos 5.6 -2.2 14.3 21.6

Livros, jornais, revistas e papelaria 15.8 4.4 12.7 6.5

Comércio ampliado 7.3 -0.7 5.9 11.6

Automóveis e motocicletas 10.0 -2.1 12.2 13.8

Material de construção -3.2 -4.5 0.1 14.7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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20 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

industrial baiana cresceu 10,1% em novembro, em relação a igual mês do ano anterior, ante 9,8% em agosto, com ênfase no desempenho das indústrias de refi no de petróleo e produção de álcool, 22,4%, e de metalurgia básica, 11,7%.

O Indicador de Confi ança do Empresariado Baiano (Iceb),4 calculado pela Sei, atingiu 136,6 pontos em novembro, recuando 91,1 pontos em relação a agosto, mas situando-se no patamar defi nido como otimismo moderado.

O estoque das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas no estado somou R$50,5 bilhões em novembro, elevando-se 6,6% no trimestre e 22,8% em doze meses. Os empréstimos no segmento de pessoas físicas, evidenciando o dinamismo das modalidades fi nanciamentos de veículos, crédito consignado e fi nanciamentos imobiliários, totalizaram R$22 bilhões, crescendo 6,3% no trimestre e 25,2% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas, impulsionada pelas modalidades empréstimos de capital de giro, aquisição de bens e outros fi nanciamentos, totalizou R$28,5 bilhões, elevando-se 6,9% e 21%, respectivamente, nos períodos considerados.

A inadimplência nas operações de crédito no estado atingiu 3,7% em novembro. A retração de 0,3 p.p., em relação a agosto, refl etiu os recuos nas taxas relativas a pessoas físicas, 0,4 p.p., e a pessoas jurídicas, 0,2 p.p., que atingiram, na ordem, 6,2% e 1,9%.

A produção de grãos baiana registrou aumento anual de 11,8% em 2010, de acordo com a LSPA de dezembro, do IBGE, totalizando 6,8 milhões de toneladas e equivalendo a 55,8% da produção nordestina. Esse desempenho refl etiu, principalmente, o crescimento recorde de 28,3% na safra de soja, impulsionado pela elevação de 19,9% no rendimento médio da cultura. A produção de milho cresceu 3% no ano.

A projeção de expansão anual de 11,4% para a safra de grãos do estado em 2011, divulgada no terceiro prognóstico do IBGE, incorpora perspectivas de aumentos nas safras de algodão herbáceo, 25,7%, e de feijão primeira safra, 164,9%, e de retração de 28,4% na produção de arroz.

O superávit comercial da Bahia totalizou US$2,3 bilhões em 2010, recuando 2,7% em relação ao ano anterior, compreendendo exportações de US$8,9 bilhões e importações de US$6,6 bilhões. As vendas externas do estado elevaram-se 26,7% no ano, resultado de aumentos de 5,3% no quantum e de 20,3% nos preços, enquanto

4/ O Indicador de Confi ança do Empresariado Baiano varia de -1000 (cenário mais pessimista) a 1000 (cenário mais otimista).

5101520253035404550

Ago 2008

Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 2.8 – Evolução do saldo das operações de crédito – Bahia1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

105

110

115

120

125

130

135

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil Bahia

Gráfico 2.7 – Produção industrial – BahiaDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 2.10 – Produção agrícola – BahiaItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Peso1/ Variação %

2009 20102/ 2010/2009

Grãos Soja 16,6 2 426 3 113 28,3 Algodão herbáceo 9,1 962 996 3,6 Milho 7,0 2 158 2 223 3,0Outras lavouras Cacau 6,9 143 149 4,2 Café 6,2 177 185 4,8

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.

2/ Segundo o LSPA de dezembro de 2010.

Produção

Tabela 2.9 – Produção industrial – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2010 Acumulado

Ago2/ Nov2/ em 12 meses

Indústria geral 100.0 -2.3 0.4 10.1 Indústria extrativa 5.0 -0.2 1.3 6.9 Indústria de transformação 95.0 -2.5 -1.2 10.3 Produtos químicos 32.6 -0.7 0.2 5.5 Ref. petróleo e prod. álcool 20.9 -3.5 -2.2 22.4 Alimentos e bebidas 14.3 -5.6 4.9 8.1 Celulose e papel 11.7 -3.1 -0.1 1.6 Metalurgia básica 8.1 10.0 -5.6 11.7

Fonte: IBGE1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 21

as aquisições externas cresceram 41,5%, impulsionadas por expansões de 26,1% nas quantidades importadas e de 12,2% nos preços.

A trajetória das exportações baianas resultou de aumentos nas vendas em todas as categorias de fator agregado, ressaltando-se a expansão de 32,7% nas relativas a produtos industrializados, que representaram 80% da pauta do estado. O desempenho anual das importações refl etiu, igualmente, elevações nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para o crescimento de 37,9% nas referentes a matérias-primas e produtos intermediários, que corresponderam a 60% das aquisições externas anuais baianas.

O mercado formal de trabalho do estado registrou, de acordo com o Caged/MTE, a criação de 108,7 mil postos nos primeiros onze meses de 2010, resultado 44,1% superior ao assinalado em igual período de 2009, dos quais 34,2 mil no setor de serviços e 29,6 mil na construção civil. A indústria de transformação e a agricultura foram responsáveis pela geração respectiva de 18,8 mil e de 7,3 mil vagas, no período, ante 8,5 mil e 1,1 mil em igual intervalo do ano anterior.

A economia baiana gerou 28 mil empregos formais no trimestre fi nalizado em novembro, ante 31,4 mil em igual trimestre do ano anterior, recuo associado, em especial, à retração de 59,2% nas contratações da construção civil. Em sentido inverso, o número de empregos formais gerado no comércio aumentou 12,3%, no período. Na margem, o nível do emprego formal cresceu 1,6% no trimestre encerrado em novembro, após expansão de 1,5% naquele fi nalizado em agosto, considerados dados dessazonalizados.

De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, a taxa média de desemprego na Região Metropolitana de Salvador (RMS) atingiu 9,9% no trimestre terminado em novembro, ante 6% no país, taxa mais reduzida da série, iniciada em 2002. Refl etindo elevações de 2,6% na população ocupada e de 1,5% na PEA, a taxa de desemprego baiana recuou 0,9 p.p. em relação a igual período em 2009, enquanto o rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados aumentou 6,6%, atingindo o maior patamar histórico. Na margem, a taxa de desemprego recuou 1,2 p.p. em relação ao trimestre fi nalizado em agosto, considerados dados dessazonalizados.

A variação anual do IPCA na RMS atingiu 6,22%

Tabela 2.11 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 7 011 8 886 26,7 32,0

Básicos 1 633 1 749 7,1 45,3

Industrializados 5 378 7 137 32,7 22,7

Semimanufaturados 2 198 2 605 18,5 37,6

Manufaturados1/ 3 181 4 532 42,5 18,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

9

10

11

12

13

14

15

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: IBGE2007 2008 2009 2010

Gráfico 2.9 – Taxa de desemprego aberto – RMS%

Tabela 2.12 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 4 673 6 610 41,5 42,2

Bens de capital 832 1 129 35,7 38,0

Bens intermediários 2 876 3 966 37,9 40,4

Bens de consumo 726 1 082 49,1 46,0

Duráveis 669 1 007 50,5 60,0

Não duráveis 56 75 33,1 29,6

Combustíveis 239 432 80,6 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.13 – Evolução do emprego formal – BahiaNovos postos de trabalho

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 31,4 16,3 37,1 23,0 28,0

Indústria de transformação 4,5 2,7 8,2 3,1 3,6

Comércio 10,0 3,9 1,5 1,0 11,2

Serviços 12,3 6,3 7,3 9,7 12,0

Construção civil 10,0 5,3 9,6 9,2 4,1

Agropecuária -6,3 -2,1 10,0 -0,6 -3,6

Serviço industrial de utilidade pública 0,3 -0,1 0,1 0,2 0,2

Outros2/ 0,7 0,3 0,5 0,5 0,5

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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22 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

em 2010, ante 3,98% em 2009, situando-se 0,30 p.p. acima da média nacional. Esse comportamento refl etiu, em especial, a maior variação dos preços livres, que se deslocou de 3,20% para 6,75%, com ênfase nos aumentos de preços dos itens açúcar cristal, 45,70%, empregado doméstico, 15,54%, e refeição, 11,87%. A variação dos preços monitorados atingiu 4,95% em 2010, ante 5,88% no ano anterior.

Na margem, a variação do IPCA atingiu 2,34% no trimestre encerrado em dezembro, ante -0,16% naquele encerrado em setembro. Essa trajetória refl etiu, em especial, a reversão, de -0,09% para 2,71%, registrada na variação dos preços livres, refl exo de elevações respectivas de 3,67% e 1,73% nos segmentos de bens comercializáveis e não comercializáveis. Os preços monitorados cresceram 1,45%, ante retração de 0,34% no trimestre encerrado em setembro, com ênfase nos aumentos nos itens tarifas aeroviárias, 14,03%, gasolina, 7,44%, e planos de saúde 1,83%.

A economia do estado deverá seguir registrando dinamismo em 2011. Essa perspectiva, seguindo-se à estimativa da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) de crescimento anual de 7,5%, em 2010, para o PIB baiano, refl ete impactos estimados de investimentos previstos nos setores de energia, bebidas, mineração e automobilístico, bem como de projetos de construção de um polo naval e de um complexo logístico intermodal. Adicionalmente, o processo de preparação para a Copa do Mundo, incorporando obras de infraestrutura e investimentos para a modernização e requalifi cação da rede hoteleira, deverá contribuir para o dinamismo da atividade econômica do estado em 2011.

Tabela 2.14 – IPCA – SalvadorVariação %

Discriminação Pesos1/ 2009

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 3,98 -0,16 2,34 6,22

Livres 70,9 3,20 -0,09 2,71 6,75

Comercializáveis 33,3 2,25 0,58 3,67 6,66

Não comercializáveis 37,6 4,22 -0,78 1,73 6,84

Monitorados 29,1 5,88 -0,34 1,45 4,95

Principais itens

Alimentação 23,0 2,08 -1,06 5,69 9,28

Habitação 13,3 6,18 0,21 1,19 5,11

Artigos de residência 4,2 1,60 0,68 0,41 2,15

Vestuário 6,8 6,03 1,96 2,84 10,02

Transportes 18,9 3,63 -0,72 1,64 4,09

Saúde 10,8 5,55 0,70 0,70 4,78

Despesas pessoais 10,4 5,36 -0,57 1,55 6,03

Educação 7,2 5,10 -0,21 -0,15 7,88

Comunicação 5,5 1,41 -0,13 0,64 0,24

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

2010

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 23

Ceará

O PIB da economia cearense manteve trajetória de crescimento acima da média nacional e aumentou 8,4% no terceiro trimestre do ano, em relação a igual período do ano anterior, com ênfase no desempenho da indústria, 14,7%, e do setor de serviços, 8,1%. No trimestre encerrado em novembro, embora os indicadores relativos ao comércio varejista e ao mercado de trabalho ratifi cassem, com relativo arrefecimento, a evolução favorável da economia do estado, o IBCR-CE recuou 0,1% em relação ao trimestre encerrado em agosto, evidenciando a retração da produção industrial. Vale ressaltar que o IBCR-CE aumentou 11,2% nos últimos doze meses.

A atividade varejista do estado cresceu 3,1% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se elevara 0,7%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Ressaltem-se, no período, a elevação de 10% nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria e o decréscimo de 3,5% nas relativas a equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. Incorporados os crescimentos nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 9,9%, e de material de construção, 1,7%, o comércio ampliado cearense cresceu 5,2%. Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas do estado cresceram 14,2% em novembro, em relação a igual mês de 2009, resultado 2,5 p.p. inferior ao registrado no comércio ampliado.

A produção industrial do Ceará decresceu 7,3% no trimestre fi nalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando recuara 1%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Esse comportamento refl etiu retrações em nove das dez atividades pesquisadas, destacando-se as relativas a refi no de petróleo e álcool, 18,1%, e a alimentos e bebidas, 6,2%.

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial cearense cresceu 11% em novembro, em relação a igual período do ano anterior. Esse resultado refl etiu, em parte, o dinamismo registrado nos segmentos alimentos e bebidas, 11,4%, calçados e artigos de couro, 10,5%, e refi no de petróleo e álcool, 9,8%.

O faturamento real da indústria de transformação cearense, considerado como defl ator o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), da Fundação Getulio Vargas (FGV),

140

160

180

200

220

240

260

Nov 2007

Mar 2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar 2010

Jul Nov

Comércio varejista Comércio ampliadoFonte: IBGE

Gráfico 2.11 – Comércio varejista – CearáDados dessazonalizados2003 = 100

Tabela 2.15 – Comércio varejista – CearáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 9,5 0,7 3,1 14,2

Combustíveis e lubrificantes 10,0 -4,0 1,2 3,7

Hiper e supermercados 14,4 3,6 3,1 19,2

Móveis e eletrodomésticos 9,8 -2,9 4,9 17,0

Livros, jornais, revistas e papelaria 7,7 20,4 10,0 28,3

Comércio ampliado 10,2 -1,3 5,2 16,7

Automóveis e motocicletas 14,7 -2,5 9,9 22,3

Material de construção -4,6 -2,0 1,7 12,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

105

110

115

120

125

130

135

Nov 2007

Mar 2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar 2010

Jul Nov

Brasil Ceará

Gráfico 2.12 – Produção industrial – CearáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

110

115

120

125

130

135

140

145

150

Nov 2007

Mar 2008

Jul Nov Mar 2009

Jul Nov Mar 2010

Jul Nov

Gráfico 2.10 – Índice de Atividade Econômica Regional – Ceará (IBCR-CE)Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

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24 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

cresceu 12,2% no período de doze meses encerrado em novembro, ante 19,4% no terminado em agosto, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Na mesma base de comparação, ocorreram elevações na remuneração real, 10,3%, no pessoal empregado, 7,5%, e nas horas trabalhadas, 4%. O Nuci médio atingiu 88,4% em novembro, ante 88,3% em agosto, e 84,4% no mesmo período do ano anterior.

O saldo das operações de crédito com valor superior a R$5 mil reais realizadas no estado totalizou R$27 bilhões em novembro, aumentando 8,5% no trimestre e 35,8% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas somaram R$11 bilhões, crescendo 6,6% no trimestre e 30,6% em doze meses, com destaque para as modalidades crédito consignado, fi nanciamentos imobiliário e de veículos. No âmbito das pessoas jurídicas, os empréstimos atingiram R$16 bilhões, aumentando 9,8% no trimestre e 39,6% em doze meses, com ênfase no dinamismo das modalidades capital de giro e outros fi nanciamentos. A inadimplência do crédito concedido pelo sistema fi nanceiro no estado atingiu 3,1% em novembro, recuando 0,18 p.p. no trimestre.

De acordo com o LSPA de dezembro, divulgado pelo IBGE, a safra de grãos do Ceará registrou recuo anual de 56,9% em 2010, totalizando 335 mil toneladas e passando a representar 2,8% da produção de grãos da região Nordeste, ante 6,6% no ano anterior. O desempenho negativo da agricultura cearense, decorrente de seca registrada no estado, refl ete, em especial, as retrações respectivas de 67,3% e de 35,9% nas safras de milho e feijão, principais lavouras do estado. Adicionalmente, ressaltem-se os recuos anuais nas produções de castanha de caju, 62,1%, e de abacaxi, 34,9%.

O défi cit comercial do estado aumentou de US$150,3 milhões, em 2009, para US$898,1 milhões, em 2010, de acordo com estatísticas do MDIC. As exportações totalizaram US$1,3 bilhão, e as importações, US$2,2 bilhões, registrando aumentos anuais respectivos de 17,5% e de 76,2%.

O acréscimo das vendas externas, decorrente de elevações de 16,9% nos preços e de 0,5% no quantum exportado, foi favorecido pelo crescimento de 37,3% nos embarques de produtos semimanufaturados, enquanto o aumento das importações, refl etindo crescimentos respectivos de 64,4% e de 7,2% no quantum e nos preços,

Tabela 2.16 – Produção industrial – CearáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,8 -6,6 11,6

Alimentação e bebidas 31,7 2,2 -8,0 10,6

Têxtil 22,3 -3,8 -2,8 3,4

Calçados e artigos de couro 15,6 -1,7 -4,8 12,2

Química 8,9 -12,1 3,4 20,2

Refino de petróleo e álcool 5,0 13,5 -9,9 11,0

Vestuário e acessórios 5,8 -0,4 -6,4 -1,6

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

5

15

25

35

45

55

Nov 2008

Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 2.13 – Evolução do saldo das operações de crédito – Ceará1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 2.17 – Produção agrícola – CearáItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

(%) 2009 2010 2010/2009

Produção de grãos 778 335 -56,9

Feijão 11,83 130 83 -35,9

Milho 14,00 534 175 -67,3

Arroz (em casca) 3,83 93 64 -31,6

Outras lavouras selecionadas

Banana 12,31 430 445 3,6

Mandioca 7,23 686 621 -9,5

Abacaxi (mil frutos) 1,38 18 11 -34,9

Castanha de caju 6,03 104 40 -62,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 25

foi impactado, em especial, pelas elevações nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, 251,5%, e de bens intermediários, 75,7%.

O mercado de trabalho formal cearense gerou, de acordo com o Caged/MTE, 22,8 mil empregos no trimestre encerrado em novembro, dos quais 8,6 mil no comércio e 8,3 mil no setor de serviços, ante 36,3 mil em igual período do ano anterior. A redução no número de vagas criadas refl etiu, especialmente, o menor dinamismo na construção civil e na indústria de transformação, responsáveis, em conjunto, pela criação de 4,6 mil empregos, ante 16,6 mil no trimestre encerrado em novembro de 2009. Nos onze primeiros meses do ano, foram gerados 73,1 mil empregos formais no estado, ante 64,8 mil em igual período do ano anterior.

Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal no Ceará cresceu 1,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, com ênfase nos crescimentos de 2,5% na construção civil e no setor de serviços industriais de utilidade pública.

A variação anual do IPCA na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) atingiu 6,53% em 2010, ante 4,43% em 2009, com a variação dos preços livres passando de 4,04% para 8,31%, e a relativa aos monitorados, de 5,44% para 2,16%. Ressalte-se que a evolução dos preços livres esteve associada, em especial, à aceleração dos preços de alimentação e bebidas, que aumentaram 11,31%, ante 2,82% em 2009, enquanto o desempenho dos monitorados refl etiu, em grande parte, a redução de 6,1% para 1,8% na variação anual do preço da gasolina.

A variação do IPCA da RMF atingiu 2,98% no trimestre encerrado em dezembro, ante 0,49% naquele fi nalizado em setembro, registrando-se aceleração dos preços livres e estabilidade dos monitorados.

A evolução dos preços livres na margem refl etiu as acelerações nas variações dos preços dos itens comercializáveis, de 0,77% para 4,89%, com ênfase nos aumentos nos itens carnes, 22,69%, açúcares e derivados, 6,37%, e álcool, 4,53%, e dos não comercializáveis, de 0,22% para 3,00%, esta evidenciando a elevação de componentes do subgrupo alimentação no domicílio. Refl etindo maior disseminação dos reajustes de preços, o índice de difusão atingiu a média de 33,94% no trimestre encerrado em dezembro, ante 32,90% naquele fi nalizado em setembro.

Tabela 2.18 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 1 080 1 269 17,5 32,0

Básicos 362 374 3,2 45,3

Industrializados1/ 718 896 24,7 22,9

Semimanufaturados 165 227 37,3 37,6

Manufaturados1/ 553 669 21,0 18,7

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.19 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 1 230 2 168 76,2 42,2

Bens de consumo 92 107 16,8 46,0

Duráveis 41 55 33,9 60,0

Não duráveis 50 52 2,9 29,6

Bens intermediários 742 1 304 75,7 40,4

Bens de capital 306 437 42,8 38,0

Combustíveis e lubrificantes 91 320 251,5 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.20 – Evolução do emprego formal – CearáNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 36,3 3,1 20,3 26,6 22,8

Indústria de transformação 11,4 -0,5 3,8 6,8 3,4

Serv. ind. de utilidade pública 0,0 0,0 -0,1 0,1 0,1

Construção civil 5,2 4,0 5,0 4,7 1,2

Comércio 7,8 2,9 2,9 3,3 8,6

Serviços 9,1 1,2 9,4 8,4 8,3

Agropecuária 2,6 -4,5 -0,7 2,1 1,1

Outros2/ 0,2 -0,1 0,0 1,2 0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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26 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

A trajetória da economia cearense no decorrer de 2010 deverá apresentar, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), crescimento do PIB superior ao do país, destacando-se o desempenho do setor de serviços, com ênfase no dinamismo do comércio varejista e das atividades relacionadas ao turismo. Ressaltem-se, ainda, o impacto favorável das obras públicas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dos projetos do governo estadual, objetivando a melhora da malha viária, portuária e turística, dos investimentos relacionados à copa do mundo de 2014 e dos projetos privados na área de energia eólica.

Tabela 2.21 – IPCA – FortalezaVariação %

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100.0 4.43 0.49 2.98 6.53

Livres 72.0 4.04 0.51 4.00 8.31

Comercializáveis 38.5 2.30 0.77 4.89 7.89

Não comercializáveis 33.5 6.10 0.22 3.00 8.81

Monitorados 28.0 5.44 0.44 0.43 2.16

Principais itens

Alimentação 25.8 2.82 -0.34 7.59 11.31

Habitação 13.8 6.04 -0.03 1.43 4.94

Artigos de residência 3.5 3.09 0.20 -0.11 2.72

Vestuário 8.2 9.84 2.98 6.99 14.32

Transportes 15.8 2.67 -0.35 0.32 0.52

Saúde 12.1 4.08 0.71 0.92 4.04

Despesas pessoais 8.6 9.24 1.87 1.66 6.69

Educação 6.9 5.88 0.49 0.09 7.83

Comunicação 5.3 -0.82 -0.08 0.24 0.55

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 27

Pernambuco

O PIB do estado cresceu 0,9% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao terminado em junho, quando, no mesmo tipo de análise, expandira 3%, de acordo com dados dessazonalizados da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). Vale ressaltar que a redução observada no período resultou de arrefecimento nas taxas de crescimento de todos os componentes do agregado. Considerando-se período mais recente, o IBCR-PE aumentou 1,8% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se elevara 0,3%, no mesmo tipo de comparação, com ênfase na contribuição do maior dinamismo do comércio varejista.

As vendas varejistas do estado cresceram 2,5% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando haviam aumentado 1,7%, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Ocorreram elevações nas vendas em todos os segmentos englobados na pesquisa, ressaltando-se os relacionados a móveis e eletrodomésticos, 11,7%, e vestuários e calçados, 4,3%. Incluídos os aumentos nas vendas de veículos e motocicletas, 9,2%, e de materiais de construção, 1,3%, o comércio ampliado registrou expansão de 4,3% no trimestre.

A produção da indústria pernambucana recuou 3,8% no trimestre encerrado em novembro, comparativamente ao fi nalizado em agosto, período em que havia decrescido 4,6%, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF,do IBGE. Essa dinâmica, em linha com a tendência nacional, refl ete, em especial, o comportamento da indústria de alimentos e bebidas, que registrou recuos respectivos de 6,8% e 4,8% nos trimestres mencionados. Considerados períodos de doze meses, a indústria estadual cresceu 10,8% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 10,9% em agosto, com ênfase no desempenho da indústria de borracha e plástico, 21,9%, e da indústria química, 21,1%.

Os empréstimos superiores a R$5 mil concedidos em Pernambuco totalizaram R$43,4 bilhões em novembro, registrando elevação de 6,1% em relação a agosto e de 26,4% em doze meses. A evolução trimestral refl etiu aumentos na carteira das pessoas físicas, 7,2%, destacando-se as modalidades fi nanciamentos de veículos e fi nanciamentos habitacionais do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), e das pessoas jurídicas, 5,5%, este impulsionado pelos empréstimos para capital de giro. A inadimplência atingiu

Tabela 2.23 – Produção industrial – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Acum.12 meses

Indústria geral 100.0 -4.6 -3.8 10.8 Alimentação e bebidas 39.0 -4.8 -6.8 3.4 Metalurgia básica 16.7 -5.2 -3.9 15.0 Química 13.7 -7.6 5.3 21.1 Minerais não metálicos 7.4 1.8 -3.9 16.0 Produtos de metal 5.5 1.2 -1.1 7.0 Borracha e plástico 5.2 -4.7 6.2 21.9

Fonte: IBGE1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

110

115

120

125

130

135

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 2.14 – Índice de Atividade EconômicaRegional – Pernambuco (IBCR-PE)Dados dessazonalizados2004 = 100

100

106

112

118

124

130

136

1

Brasil

Sul

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados

Comércio Varejista – Sul

130

140

150

160

170

180

190

200

210

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Comércio varejista Comércio ampliado

Fonte: IBGE

Gráfico 2.15 – Comércio varejista – PernambucoDados dessazonalizados2003 = 100

Tabela 2.22 – Comércio varejista – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores 2010

mai1/ ago1/ nov1/ 12 meses

Comércio varejista 2,9 1,7 2,5 12,0 Combustíveis e lubrificantes 5,0 -1,2 3,2 8,6 Hiper e supermercados 1,1 1,2 0,3 9,7 Tecidos, vestuário e calçados 4,8 1,9 4,3 14,5 Móveis e eletrodomésticos 3,7 1,9 11,7 18,7

Comércio ampliado 5,5 0,9 4,3 13,0 Automóveis e motocicletas 3,6 2,7 9,2 14,6 Material de construção 7,3 0,4 1,3 14,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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28 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

2,3% em novembro, ante 2,5% em agosto, resultado de recuos respectivos de 0,1 p.p. e de 0,3 p.p. nas taxas relativas aos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que se situaram, na ordem, em 1,1% e 5%.

A produção de grãos do estado retraiu 35% em 2010, de acordo com o LSPA de dezembro, do IBGE, projeção condizente com os impactos das adversidades meteorológicas registradas na região agreste do estado sobre as safras de feijão e milho, que deverão decrescer 21% e 45%, respectivamente, no ano. Em relação às demais culturas do estado, destaquem-se as perspectivas de crescimento relacionadas às colheitas de banana, 24,1%, cana-de-açúcar, 18,6%, mandioca, 16,5%, e uva, 6,1%.

O terceiro levantamento anual da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta aumento anual de 30% para a safra de grãos do estado em 2011, perspectiva fundamentada, em especial, nas estimativas de aumentos nas produções de milho, 39%; feijão, 17%; e de cana-de-açúcar, 5,5%, esta refl etindo variações de 7,9% na área plantada e de -2,2% na produtividade.

O défi cit comercial do estado atingiu US$2,2 bilhões em 2010, aumentando 87% em relação ao ano anterior, com as exportações totalizando US$1,1 bilhão, e as importações, US$3,3 bilhões. A elevação de 35% nas vendas externas refl etiu aumentos de 27% nos preços e de 6% no quantum, enquanto o acréscimo de 65% nas compras externas decorreu de crescimentos respectivos de 3% e de 61%.

O desempenho das exportações decorreu de elevações nas vendas em todas as categorias de fator agregado, com ênfase no crescimento de 88% nas relativas a produtos semimanufaturados, favorecidas pelo desempenho das vendas de açúcar de cana em bruto.

O crescimento das importações, registrado em todas as categorias de uso, refl etiu, em especial, as expansões nas compras de bens de consumo, 96%, e de bens de capital, 89%, estas sensibilizadas pelas aquisições de trilhos para a construção da Ferrovia Transnordestina e de maquinaria industrial.

A economia do estado gerou, de acordo com o Caged/MTE, 61,4 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro, ante 45,9 mil em igual intervalo de 2009, dos quais 28 mil na indústria de transformação, 12,4 mil no setor de serviços e 10,8 mil na construção civil.

10

30

50

70

90

110

130

Ago 2008

Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 2.16 – Evolução do saldo das operações de crédito – Pernambuco1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 2.25 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 824 1 112 35,0 32,0

Básicos 117 158 34,8 45,3

Industrializados 707 954 35,0 22,7

Semimanufaturados 192 360 87,6 37,6

Manufaturados1/ 515 595 15,5 18,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.26 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 1 978 3 272 65,4 42,2

Bens de consumo 220 432 96,5 45,8

Duráveis 67 199 195,5 59,9

Não duráveis 152 233 52,7 29,3

Bens intermediários 1 083 1 630 50,5 40,5

Bens de capital 375 710 89,6 38,0

Combustíveis e lubrificantes 300 499 66,1 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.24 – Produção agrícola – PernambucoItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Peso1/ Produção Variação %

2009 20102/ 2010/2009

Grãos Feijão 6.9 130 102 -21.2 Milho 3.1 193 107 -44.6Outras lavouras Cana-de-açúcar 40.7 19 445 23 053 18.6 Uva 16.0 159 168 6.1 Cebola 5.8 143 91 -36.5

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 29

Considerados dados dessazonalizados, o índice de emprego formal cresceu 2,6% no trimestre.

A taxa de desemprego na Região Metropolitana do Recife (RMR) atingiu 8,4% no trimestre fi nalizado em novembro, recuando 1,4 p.p. em relação a igual período de 2009, de acordo com a PME, do IBGE, enquanto o rendimento médio aumentou 19,9%, no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego recuou 0,4 p.p. em relação ao trimestre encerrado em agosto, registrando-seaumentos de 2,9% na população ocupada e de 2,5% na População Economicamente Ativa (PEA).

A variação do IPCA atingiu 2,33% no trimestre encerrado em dezembro, ante -0,20% naquele encerrado em setembro. Essa trajetória refl etiu, em especial, a reversão, de -0,21% para 2,87%, registrada na variação dos preços livres, refl exo de elevações respectivas de 3,55% e de 2,09% nos segmentos de bens comercializáveis e não comercializáveis. Os preços monitorados cresceram 0,91%, ante retração de 0,17% no trimestre encerrado em setembro, com ênfase nos aumentos nos itens tarifas aeroviárias, 12,80%, telefone celular, 2,24%, e telefone público, 2,00%.

No ano, a infl ação no Recife situou-se em 4,61%, comparativamente aos 4,64% observados em 2009. A estabilidade na variação anual do indicador refl etiu o impacto da desaceleração dos preços monitorados, de 5,10% para 0,50% na variação, com ênfase na retração na tarifa de energia elétrica, 9,16%, e no preço do gás de botijão, 8,98%, neutralizado, em parte, pela aceleração dos preços livres de 4,5% para 6,3%.

A evolução recente dos indicadores econômicos de Pernambuco revela aceleração da atividade, enquanto as perspectivas para um horizonte mais amplo incorporam a manutenção da trajetória de crescimento acima da média nacional. Esse cenário foi reforçado com o anúncio da instalação de uma fábrica e um centro de pesquisa e desenvolvimento da Fiat, que, dada a extensão de sua cadeia produtiva, favorecerão a sustentação do ciclo de desenvolvimento e modernização no estado.

7

8

9

10

11

12

13

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

Gráfico 2.17 – Taxa de desemprego aberto – Recife%

Fonte: IBGE

Tabela 2.28 – IPCA – RecifeVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2010

I Tri II Tri III Tri IVTri

IPCA 100,0 1,60 0,83 -0,20 2,33

Livres 72,4 2,44 1,07 -0,21 2,87

Comercializáveis 39,2 1,22 0,68 0,40 3,55

Não comercializáveis 33,2 3,89 1,53 -0,90 2,09

Monitorados 27,6 -0,49 0,22 -0,17 0,91

Principais itens

Alimentação 26,6 3,21 1,44 -1,36 5,06

Habitação 12,6 -0,05 -1,20 -0,06 0,91

Artigos de residência 4,2 0,67 -0,32 -0,29 2,09

Vestuário 7,7 1,09 1,65 0,25 3,75

Transportes 15,0 0,16 1,43 -0,55 0,24

Saúde 12,7 0,68 1,83 1,30 1,54

Despesas pessoais 9,3 2,12 0,61 -0,05 2,09

Educação 6,3 5,70 0,05 1,50 0,11

Comunicação 5,7 0,07 -0,24 -0,02 1,35

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

Tabela 2.27 – Evolução do emprego formal – PernambucoNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 45,9 -17,4 -3,8 44,3 61,4

Indústria de transformação 25,9 -5,5 -20,4 11,2 28,8

Comércio 5,8 -2,5 3,0 2,6 10,0

Serviços 8,4 -0,7 9,1 9,9 12,4

Construção civil 5,7 -0,5 4,2 9,9 10,8

Agropecuária -0,2 -8,3 -0,3 10,4 -0,7

Serv. ind. de util. pública 0,1 0,3 0,7 0,3 0,2

Outros2/ 0,2 -0,2 -0,1 0,1 0,0

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 31

3Região Centro-Oeste

A economia da região Centro-Oeste apresentou crescimento vigoroso no trimestre encerrado em novembro, após desaceleração registrada em meses anteriores, com ênfase no desempenho das vendas do comércio e da indústria de transformação, em especial de alimentos e bebidas, e na contribuição do aumento das cotações das commodities agrícolas sobre a renda agropecuária. Nesse cenário, o IBCR-CO aumentou 1,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando crescera 0,3%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. O indicador cresceu 7% no período de doze meses encerrado em novembro.

As vendas varejistas da região Centro-Oeste aumentaram 1,8% no trimestre fi nalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando haviam crescido 1,7%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Ocorreram expansões de 4% em Goiás e de 1,9% no Mato Grosso, e retrações no Mato Grosso do Sul, 0,2%, e no Distrito Federal, 1,3%. O comércio ampliado, que incorpora vendas de veículos e de material de construção, cresceu 6% no trimestre, resultado de expansões de 8,2% no Mato Grosso, de 6,4% em Goiás, de 5,2% no Mato Grosso do Sul e de 3,9% no Distrito Federal.

Estatísticas agregadas de Goiás e Distrito Federal, entes federados da região para os quais são divulgadas estatísticas por ramo de atividade, revelam crescimentos importantes nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 8,7%, de veículos, motos, partes e peças, 7,9%, de tecidos, vestuário e calçados, 3,7%, e de combustíveis e lubrifi cantes, 2,8%, opondo-se à retração de 27,5% em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista da região cresceu 13,5% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 12,4% em agosto, enquanto no conceito ampliado ocorreram aumentos respectivos de 15,1% e de 14,3%, nas bases de comparação mencionadas.

Tabela 3.1 – Índice de vendas no varejo – Agregaçãopara GO e DF1/

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2009 2010

Set2/ Nov2/ 12 meses

Comércio varejista 3,7 1,7 2,2 11,2 Combustíveis e lubrificantes -1,8 0,4 2,8 4,8 Hiper e supermercados 5,9 1,9 0,1 8,5 Tecidos, vestuário e calçados 2,0 1,6 3,7 11,3 Móveis e eletrodomésticos 0,3 -0,1 8,7 21,1

Comércio varejista ampliado 5,4 1,2 4,0 12,4 Veículos e motos, partes e peças 10,6 3,6 7,9 13,6 Material de construção -8,1 -3,4 3,5 15,8

Fonte: IBGE

1/ Goiás e DF são os únicos entes federados da região com dados estratificados pelo IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

125

135

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165

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185

195

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 3.2 – Comércio varejista – Centro-OesteDados dessazonalizados2004 = 100

Fonte: IBGE

115

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125

130

135

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica Regional –Centro-Oeste (IBCR-CO)Dados dessazonalizados2002 = 100

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32 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

A produção industrial de Goiás, único estado da região incluído na PIM-PF, do IBGE, expandiu-se 2,9% no trimestre finalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando decrescera 3,2%, no mesmo tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados. A indústria de transformação cresceu 3,1%, com destaque para o aumento de 10,7% na produção de alimentos e bebidas, enquanto a extrativa cresceu 4,8%.

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial do estado elevou-se 16,2% em novembro, em relação a igual mês do ano anterior, ante 13,8% em agosto. A indústria extrativa mineral e a indústria de transformação apresentaram expansões respectivas de 5,6% e de 17,2%, a última infl uenciada, em grande parte, pelo desempenho do segmento produtos químicos, 73,5%, no qual se destacaram a produção de medicamentos e a de adubos e fertilizantes. O setor de alimentos e bebidas, principal segmento da indústria do estado, cresceu 8%, impulsionado pela produção de refrigerantes e maionese, enquanto metalurgia básica foi o único segmento a apresentar resultado negativo, sensibilizado por retrações nas produções de ferroníquel, ouro em barra e ferronióbio.

O Índice de Confi ança do Empresário Industrial de Goiás (Icei/GO), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), atingiu 65 pontos em novembro, recuando 2,2 p.p. no trimestre, mas permanecendo na área de otimismo. O indicador de expectativas, que avalia o sentimento dos empresários em relação aos próximos seis meses, decresceu três pontos, e o indicador de condições, que considera a situação atual, 0,6 ponto.

As operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas na região Centro-Oeste totalizaram R$136,5 bilhões em novembro, aumentando 6,4% no trimestre e 18,1% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas somaram R$76,9 bilhões, registrando elevações respectivas de 6,2% − com destaque para as modalidades de fi nanciamento de veículos e de imóveis − e de 19,5% nas bases de comparação mencionadas. O estoque de crédito no segmento de pessoas jurídicas totalizou R$59,5 bilhões, elevando-se 6,7% no trimestre – com ênfase nas contratações dos segmentos comércio atacadista, exceto veículos, e de construção − e 16,2% em doze meses.

A taxa de inadimplência das operações de crédito na região Centro-Oeste atingiu 3,2% em novembro, ante 3,6% em agosto, registrando-se reduções de 0,3 p.p. no segmento

Tabela 3.2 – Produção industrial – Centro-OesteGeral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -3,2 2,9 16,2

Indústria extrativa 8,4 0,6 4,8 5,6

Indústria de transformação 91,6 -4,7 3,2 17,2

Alimentos e bebidas 64,3 -6,1 10,7 8,0

Produtos químicos 14,4 -6,3 -23,0 73,5

Metalurgia básica 6,8 7,5 -13,6 -9,9

Minerais não metálicos 6,1 -0,6 5,3 14,8

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

05

1015202530354045

Ago 2008

Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 3.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

100

110

120

130

140

150

160

170

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil Goiás

Gráfico 3.3 – Produção industrial – Centro-OesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 33

de pessoas jurídicas e de 0,4 p.p. no de pessoas físicas. A redução mais acentuada ocorreu em Goiás, 0,5 p.p.

A safra de grãos da região totalizou 52,5 milhões de toneladas em 2010, de acordo com o LSPA de dezembro, do IBGE. O aumento anual de 7,4% refl etiu, em especial, as expansões nas colheitas de milho, 9,6%, e de soja, 9%, com ênfase no desempenho do Mato Grosso do Sul, que havia experimentado quebra da safra anterior, em função de condições climáticas adversas. A produção de cana-de-açúcar aumentou 10%, refl etindo expansão de 8,5% da área plantada e de 1,4% na produtividade.

A produção de grãos do Centro-Oeste deverá permanecer estável em 2011, de acordo com o terceiro prognóstico realizado pelo IBGE, em dezembro, que projeta aumento de 31,9% para a safra de caroço de algodão e retrações respectivas de 2,1% e de 0,1% para as de milho e de soja.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF, equivalentes a aproximadamente 96% dos realizados na região, cresceram 1,8% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2009, registrando-se elevações de 2,7% em Mato Grosso e de 2% no Mato Grosso do Sul, estados responsáveis, em conjunto, por 75% do abates na região. Vale destacar que, evidenciando o fi nal da entressafra, os preços do boi gordo cederam a partir da segunda quinzena de novembro. Em 2010, os abates de suínos aumentaram 15,2%, e os de aves, 9,4%.

O superávit comercial do Centro-Oeste totalizou US$5,5 bilhões em 2010, retraindo-se 16,8% no ano. As exportações atingiram US$15,6 bilhões, e as importações, US$10,1 bilhões, elevando-se, na ordem, 11,3% e 36,2%, no período.

O desempenho das exportações, refl etindo elevações de 6,4% nos preços e de 4,6% no quantum, foi infl uenciado pelo crescimento de 7,7% nas vendas de produtos básicos, categoria responsável por 83% da pauta da região, destacando-se os aumentos nos embarques de milho, carne bovina e celulose. As vendas destinadas à China, à Holanda, ao Irã, à Rússia, à Espanha e à Tailândia representaram 50% das exportações da região em 2010.

A expansão das importações, evidenciando variações de 29,7% no quantum e de 5% nos preços, concentradas em Goiás e em Mato Grosso do Sul, esteve associada, em especial, às elevações nas compras de bens de consumo duráveis, 62,5%, ressaltando-se as relativas a automóveis, e

707580859095

100105110115120

Jul 2008

Set Dez Mar 2009

Jun Set Dez Mar 2010

Jun Set Nov

Fonte: Cepea/ESALQ

Gráfico 3.6 – Indicador boi gordoESALQ/BM&FBovespaR$/arroba- Valor à vista

Tabela 3.4 – Exportação por fator agregadoJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 14 026 15 611 11,3 32,0

Básicos 12 059 12 991 7,7 45,3

Industrializados 1 967 2 620 33,2 22,7

Semimanufaturados 1 520 2 017 32,7 37,6

Manufaturados1/ 447 603 34,9 18,1

Fontes: MDIC/Secex e BCB/Depec-MG

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 3.3 – Produção agrícola – Centro-OesteItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2009 20101/ 2010/2009

Grãos 83,6 48 852 52 480 7,4 Algodão (caroço) 7,7 1 091 1 087 -0,4 Arroz (em casca) 2,2 1 229 1 077 -12,4 Feijão 1,9 514 504 -2,1 Milho 12,2 15 536 17 035 9,6 Soja 58,5 28 973 31 592 9,0 Sorgo 0,7 1 254 938 -25,2Outras lavouras Banana 0,6 243 288 18,4 Cana-de-açúcar 10,0 89 544 98 476 10,0 Mandioca 1,8 1 351 1 383 2,4 Tomate 1,4 1 470 1 154 -21,5

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

70

85

100

115

130

145

160

175

190

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 3.5 – Abates de animais – Centro-OesteMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

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34 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

de bens intermediários, 53,3%, destacando-se as relativas a produtos químicos e farmacêuticos, e a produtos minerais. As aquisições provenientes da Bolívia, Coreia do Sul, Estados Unidos, do Japão, da China e do Canadá representaram, em conjunto, 64% do total adquirido pela região em 2010.

A economia da região gerou, segundo o Caged/MTE, 7,8 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro, ante 20,2 mil em igual período de 2009, ressaltando-se a geração de 19 mil postos no comércio e a eliminação de 11,9 mil na indústria de transformação. Foram criados 9,8 mil empregos no Distrito Federal, em especial nos setores de serviços e no comércio, e 4,3 mil no Mato Grosso do Sul, contrastando com os desligamentos líquidos registrados em Goiás, 4,1 mil, com ênfase no impacto sazonal do complexo sucroalcooleiro, e no Mato Grosso, 2,1 mil. O nível de emprego formal, considerados dados dessazonalizados, aumentou 0,8% na região, no trimestre finalizado em novembro, ante o encerrado em agosto, destacando-se a expansão de 1,3% no comércio e a retração de 0,9% na agropecuária.

A variação do IPCA da região Centro-Oeste, abrangendo Brasília e Goiânia, atingiu 2,48% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 0,88% naquele encerrado em setembro, maior taxa registrada desde o trimestre terminado em janeiro de 2006. A trajetória do indicador refl etiu as acelerações observadas nos preços livres e nos monitorados, esta associada, em especial, aos aumentos nos preços da gasolina e das passagens aéreas.

O desempenho dos preços livres resultou de acelerações nos segmentos de bens comercializáveis, esta impulsionada principalmente pelos aumentos de preços nos grupos de carnes e pescados, vestuário e açúcares e doces, e no relativo a bens não comercializáveis. Neste segmento destacaram-se as elevações nos preços de itens do grupo alimentação fora do domicílio e nas despesas pessoais. O índice de difusão, refl etindo maior disseminação dos aumentos de preços, atingiu 58,9%, ante 57% no trimestre encerrado em setembro.

A infl ação da região, acompanhando a evolução, mas situando-se em patamar inferior à media nacional, atingiu 5,41% em 2010, ante 4,16% no ano anterior. O aumento refl etiu o aumento na variação dos preços livres e a desaceleração registrada no âmbito dos monitorados.

As perspectivas relacionadas à evolução da economia da região permanecem positivas, ancoradas

Tabela 3.5 – Importação por categoria de usoJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 7 425 10 116 36,2 42,2

Bens de consumo 2286 3215 40,7 45,9

Duráveis 1046 1701 62,5 60,0

Não duráveis 1239 1514 22,2 29,5

Bens intermediários 2457 3 767 53,3 40,4

Bens de capital 1043 966 -7,4 38,0

Combustíveis e lubrificantes 1639 2168 32,3 51,3

Fontes: MDIC/Secex e BCB/Depec-MG

Tabela 3.7 – IPCA – Centro-OesteVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,16 0,88 2,48 5,41

Livres 70,2 3,65 0,92 2,77 7,08

Comercializáveis 31,4 1,41 0,95 3,62 6,66

Não comercializáveis 38,9 5,54 0,89 2,10 7,43

Monitorados 29,8 5,33 0,80 1,78 1,65

Principais itens

Alimentos e bebidas 20,0 1,53 1,29 5,76 11,49

Habitação 14,4 5,57 0,86 0,90 5,47

Artigos de residência 3,5 2,06 -0,25 -0,50 1,32

Vestuário 7,2 4,52 0,00 3,08 5,99

Transportes 20,9 3,22 0,86 2,96 0,84

Saúde 10,7 5,95 1,23 0,84 5,27

Despesas pessoais 10,0 8,33 1,34 2,54 7,75

Educação 8,0 6,47 0,89 0,18 4,97

Comunicação 5,4 0,67 -0,02 0,81 1,03

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

Tabela 3.6 – Evolução do emprego formal – Centro-OesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 20,2 -4,1 68,4 41,0 7,8

Indústria de transformação 0,9 -5,3 23,3 10,3 -11,9

Comércio 14,5 2,8 6,3 6,7 19,0

Serviços 11,8 6,3 22,1 12,5 12,9

Construção civil -0,5 -3,6 9,6 7,6 -2,7

Agropecuária -6,0 -4,1 5,9 3,6 -10,1

Indústria extrativa mineral -0,3 -0,1 0,7 0,4 -0,1

Outros2/ -0,3 -0,0 0,8 0,4 -0,0

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outras.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 35

no aumento dos preços dos produtos agropecuários, que devem contribuir para o desempenho do setor exportador em 2011. Nesse cenário, em que o crescimento da renda do setor agropecuário tende a fortalecer a demanda interna, as importações de bens duráveis e de matérias-primas para a indústria farmacêutica deverão seguir em trajetória crescente. É relevante considerar, no entanto, que esse cenário deve ser impactado, no decorrer do ano, pelas medidas macroprudenciais e de política monetária adotadas recentemente.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 37

4Região Sudeste

A atividade econômica no Sudeste manteve tendência de crescimento no quarto trimestre do ano, ressaltando-se a aceleração, na margem, do ritmo de expansão da indústria, estimulada pela robustez da demanda interna e pelo crescimento das exportações. Nesse contexto, o IBCR-SE cresceu 1,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao finalizado em agosto, quando havia aumentado 0,9%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados.

As vendas varejistas da região cresceram 1,9% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando haviam aumentado 2,2%, nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Esse desempenho, favorecido pela continuidade da expansão da massa salarial e das operações de crédito às famílias, refl etiu, em grande parte, os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 6,1%, e de tecidos, vestuário e calçados, 1,4%. O comércio ampliado, incluídas as elevações nas vendas de veículos, 9%, e de material de construção, 1,8%, registrou alta de 3,8% no período.

Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo cresceram 10,4% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 10% em agosto, enquanto o comércio ampliado, incorporando os impactos das variações nas vendas de veículos, 15,6%, e de material de construção, 14,3%, cresceu 11,8%.

A produção industrial da região aumentou 1,2% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia registrado aumento de 0,1%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da PIM, do IBGE. A indústria extrativa cresceu 1,9%, e a de transformação, 1,1%, ressaltando-se que doze das 23 atividades pesquisadas registraram resultados positivos no período, com ênfase nos observados nas indústrias farmacêutica, 13,3%, de outros produtos químicos, 11,4%, e de veículos automotores, 3,3%. Em

110

125

140

155

170

Ago 2007

Nov Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

Fonte: IBGE

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.2 – Comércio varejista – SudesteDados dessazonalizados2004 = 100

Tabela 4.1 – Comércio varejista – SudesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 6,1 2,2 1,9 10,4

Combustíveis e lubrificantes 1,0 -0,6 1,3 7,0

Hiper e supermercados 8,8 2,0 0,2 9,1

Tecidos, vestuário e calçados -4,3 1,1 1,4 9,7

Móveis e eletrodomésticos 1,9 2,2 6,1 18,2

Comércio ampliado 7,2 0,8 3,8 11,8

Automóveis e motocicletas 11,7 -2,6 9,0 15,6

Material de construção -4,9 0,7 1,8 14,3

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

110

115

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135

140

145

150

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica Regional – Sudeste (IBCR-SE) Dados dessazonalizados2002 = 100

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38 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

oposição, as indústrias de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações e de alimentos registraram recuos respectivos de 17,7% e de 6,9%, no período.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do Sudeste cresceu 12,6% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 9,9% em agosto. Ocorreram, no período, aumentos acentuados nos segmentos metalurgia básica, 26,2%, e veículos automotores, 25,7%, contrastando com os recuos nas produções de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, 7,4%, e de outros equipamentos de transporte, 6,6%.

O estoque das operações de crédito superiores a R$5 mil contratadas na região totalizou R$859,5 bilhões em novembro, crescendo 5,9% no trimestre e 21,2% em doze meses. Os empréstimos a pessoas físicas, impulsionados pelas modalidades crédito pessoal, financiamento de veículos e crédito habitacional, somaram R$302,5 bilhões, aumentando 6,2% no trimestre e 23,2% em doze meses. A carteira do segmento de pessoas jurídicas, concentrada na modalidade capital de giro, somou R$557 bilhões, elevando-se 5,8% e 20,1%, respectivamente, nos períodos considerados.

A inadimplência das operações de crédito contratadas na região atingiu 2,4% em novembro. O recuo de 0,2 p.p. registrado em relação a agosto traduziu retrações respectivas de 0,3 p.p. e de 0,2 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, que registraram taxas de 4% e de 1,6%, respectivamente.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a região aumentaram 47,3% no período de doze meses fi nalizado em novembro, em relação a igual mês de 2009, alcançando participação de 59% no total das operações realizadas no país.

A safra de grãos do Sudeste deverá, de acordo com o LSPA de dezembro, do IBGE, apresentar retração anual de 0,7% em 2010, totalizando 17,1 milhões de toneladas e representando 11,4% da produção nacional. Estão projetadas reduções respectivas de 2% e de 2,1% para as culturas de milho e de feijão, e aumento de 5,8% para a safra de soja. Destaque-se, no ano, a transferência de áreas utilizadas para o plantio de milho, refl exo das cotações reduzidas da commoditie, para a cultura de soja, que foi favorecida, adicionalmente, pela ocorrência de condições meteorológicas favoráveis. Em relação às demais lavouras,

Tabela 4.2 – Produção industrial – SudesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 0,1 1,2 12,6

Indústria extrativa 7,3 1,4 1,9 17,9

Indústria da transformação 92,7 -0,2 1,1 12,2

Veículos automotores 11,8 1,1 3,3 25,7

Alimentos 10,3 0,8 -6,9 4,1

Refino de petróleo e álcool 7,9 9,1 -0,3 0,6

Metalurgia básica 7,5 -1,3 -3,2 26,2

Outros produtos químicos 7,0 -0,9 11,4 14,7

Fonte: IBGE

1/ Ponderação das atividades na indústria conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Discriminação

2007 2008 2009 20101/ R$ milhões Part.( %)

Sudeste 19,6 35,7 40,5 47,3 101 435 59

Brasil 26,4 40,0 50,0 32,9 172 514 100

Fonte: BNDES

1/ Valores acumulados em doze meses até novembro.

20101/Var. % acum. 12 meses

Tabela 4.3 – Desembolsos do BNDES – Sudeste

Tabela 4.4 – Produção agrícola – SudesteItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

2009 2010 2010/2009

Grãos 17 174 17 057 -0,7 Arroz (em casca) 0,3 216 214 -1,0 Feijão 3,2 952 932 -2,1 Milho 8,4 10 934 10 717 -2,0 Soja 6,9 4 058 4 294 5,8

Outras lavouras Café 17,3 2 025 2 355 16,3 Banana 2,4 2 211 2 262 2,3 Cana-de-açúcar 35,8 470 655 500 639 6,4 Laranja 8,7 15 210 15 790 3,8

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

0

10

20

30

40

Nov 2007

Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 4.3 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – Sudeste Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 39

ressaltem-se as estimativas de aumentos para as produções de café, 16,3%, em ciclo bianual de alta produtividade, de cana-de-açúcar, 6,4%, e de laranja, 3,8%. O IBGE divulgou, adicionalmente, prognóstico de retração anual de 0,6% para a produção de grãos em 2011.

Os abates de bovinos, aves e suínos realizados em estabelecimentos inspecionados pelo SIF registraram variações respectivas de -10,2%, de 3% e de 10,7% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009, de acordo com estatísticas do Mapa. O crescimento dos abates de suínos refletiu a expansão da demanda doméstica, impulsionada pelo aumento da renda, bem como pelo efeito substituição gerado pela menor oferta de carne bovina. As exportações de carnes bovinas e de aves cresceram, respectivamente, 6,8% e 3,6% no mesmo período, enquanto as de suínos, afetadas pela retração das vendas para a Rússia, principal destino das exportações do produto, recuaram 32,4%.

O superávit comercial do Sudeste totalizou US$12,7 bilhões em 2010, ante US$7 bilhões no ano anterior, registrando-se aumentos de 40,1% nas exportações e de 36,1% nas importações, que somaram US$114,7 bilhões e US$102 bilhões, respectivamente.

O crescimento das exportações, refl etindo variações de 12,5% no quantum e de 24,6% nos preços, retratou as expansões observadas nas vendas em todas as categorias de fator agregado, destacando-se as relativas a produtos básicos, 74,2%, e a semimanufaturados, 45,8%. China, EUA, Argentina, Holanda e Alemanha adquiriram, em conjunto, 44,5% das vendas externas da região, no período.

O comportamento das importações, resultante de variações de 35,2% no quantum e de 0,7% nos preços, decorreu de aumentos nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para os referentes a combustíveis e lubrificantes, 48,9%, e a bens de consumo duráveis, 47,5%. As importações originárias dos EUA, da China, da Alemanha, da Argentina e do Japão representaram, em conjunto, 50,4% do total adquirido pela região, no período.

A evolução dos indicadores do mercado de trabalho continua favorável. Nesse sentido, de acordo com o Caged/MTE, foram criados 230,9 mil empregos formais na região no trimestre encerrado em novembro, ante 364 mil naquele fi nalizado em agosto e 318,3 mil em igual período do ano anterior, dos quais, 158 mil no setor de serviços, 131,2 mil no comércio e 38,4 mil na indústria de transformação.

Tabela 4.5 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 81 929 114 743 40,1 32,0

Básicos 25 984 45 275 74,2 45,3

Industrializados 55 944 69 469 24,2 22,9

Semimanufaturados 11 316 16 495 45,8 37,6

Manufaturados1/ 44 628 52 974 18,7 18,7

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.6 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 74 967 101 994 36,1 42,2

Bens de consumo 11 845 16 089 35,8 46,0

Duráveis 5 380 7 937 47,5 60,0

Não duráveis 6 465 8 152 26,1 29,6

Bens intermediários 35 085 46 578 32,8 40,4

Bens de capital 19 062 25 964 36,2 38,0

Combustíveis e lubrificantes 8 975 13 364 48,9 51,3

Fonte: MDIC/Secex

60

90

120

150

180

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.4 – Abates de animais – SudesteMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.7 – Evolução do emprego formal – SudesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 318,3 -53,2 570,0 364,0 230,9

Indústria de transformação 90,2 -20,0 153,1 72,6 38,4

Comércio 120,6 4,1 62,6 72,1 131,2

Serviços 126,4 37,6 179,1 149,4 158,0

Construção civil 26,5 17,7 43,7 36,5 3,7

Agropecuária -51,0 -84,3 116,1 24,7 -107,7

Serviços ind. de utilidade pública 0,7 2,5 2,8 3,1 2,3

Outros2/ 4,9 -10,8 12,5 5,5 5,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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40 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

Em sentido inverso, foram eliminados 107,7 mil postos de trabalho no setor agropecuário. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 1,3% no trimestre terminado em novembro, em relação ao encerrado em agosto.

A taxa média de desemprego do Sudeste, compreendendo as regiões metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, atingiu 5,6% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com a PME, do IBGE, ante 7,2% em igual período de 2009, registrando-se elevações de 3,2% no pessoal ocupado e de 1,4% na PEA. O rendimento médio habitual e a massa salarial apresentaram aumentos reais respectivos de 5,5% e de 8,8% no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego atingiu 5,9% no trimestre encerrado em novembro, ante 6,3% naquele fi nalizado em agosto.

A infl ação na região Sudeste, considerada a média ponderada das variações do IPCA nas regiões metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, atingiu 2,13% no trimestre encerrado em dezembro, ante 0,49% naquele fi nalizado em setembro.

A elevação observada no período evidenciou a aceleração de preços livres e de monitorados, esta associada, em especial, aos aumentos nos itens passagens aéreas, 11,52%, telefones públicos, 3,1%, planos de saúde, 1,77%, e gasolina, 1,75%. A evolução dos preços livres refl etiu maiores variações dos preços dos bens comercializáveis, de 0,93% para 3,31%, ressaltando-se as elevações respectivas de 17,14% e de 13% nos preços dos itens carnes e açúcares e derivados, e dos não comercializáveis, de 0,29% para 2,17%, com ênfase nos aumentos nos itens hortaliças e verduras, 5,06%, tubérculos, 3,88%, e em alguns itens do grupo alimentação fora do domicílio. O índice de difusão médio, evidenciando maior disseminação dos reajustes de preços na região SE, aumentou 5,9 p.p., para 57,4%, no trimestre encerrado em dezembro.

Em 2010, a variação do IPCA atingiu 5,94% no Sudeste, ante 4,4% em 2009, evolução decorrente do impacto da variação, de 4,38% para 7,07%, dos preços livres, em relação à desaceleração, de 4,46% para 3,42%, na relativa aos monitorados.

As perspectivas de expansão da atividade econômica no Sudeste permanecem favoráveis, fundamentadas na continuidade do crescimento da massa salarial, das operações de crédito e das exportações de commodities minerais e

Tabela 4.8 – IPCA – SudesteVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,40 0,49 2,13 5,94

Livres 70,2 4,38 0,58 2,68 7,07

Comercializáveis 31,8 2,94 0,93 3,31 6,70

Não comercializáveis 38,4 5,63 0,29 2,17 7,40

Monitorados 29,8 4,46 0,28 0,86 3,42

Principais itens

Alimentação 22,6 3,74 0,47 5,41 10,66

Habitação 13,5 5,69 1,16 1,68 5,04

Artigos de residência 4,2 3,93 0,49 0,21 3,92

Vestuário 6,0 6,67 0,07 3,04 6,44

Transportes 19,4 2,05 -0,09 0,58 2,77

Saúde 10,4 5,47 0,84 1,09 5,16

Despesas pessoais 10,5 7,89 1,04 2,16 7,59

Educação 7,5 5,99 0,41 0,17 6,08

Comunicação 5,9 1,04 0,03 0,84 0,92

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

5

6

7

8

9

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

Gráfico 4.5 – Taxa de desemprego aberto – Sudeste%

Fonte: IBGE

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 41

metálicas. As expectativas de consumidores e empresários mantêm-se em níveis elevados, contribuindo para a expansão da demanda por bens de consumo e para o aumento dos investimentos privados. É relevante considerar, no entanto, que esse cenário poderá ser sensibilizado, no decorrer de 2011, pelos impactos das medidas prudenciais adotadas recentemente e da nova dinâmica das taxas de juros.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 43

Minas Gerais

A economia mineira voltou a registrar crescimento vigoroso no trimestre encerrado em novembro, com ênfase na recuperação da indústria de transformação e das vendas do comércio ampliado. Nesse cenário, o IBCR-MG aumentou 1,4%, em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando havia crescido 0,9%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-MG cresceu 9,6% em novembro, ante 7,7% em agosto.

As vendas varejistas cresceram 2,5% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se elevaram 2,6%, nesse tipo de análise, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE, com ênfase no aumento de 8,5% no segmento móveis e eletrodomésticos. Incluídas as expansões respectivas de 5,8% e de 1,8% nas vendas de veículos e de materiais de construção, o comércio ampliado do estado cresceu 3,1% no trimestre.

Em doze meses, as vendas varejistas registraram elevação de 11,2% em novembro, ante o mesmo mês do ano anterior, mantendo a trajetória de crescimento iniciada em novembro de 2009. O comércio ampliado apresentou expansão de 14,3%, no período.

O Índice de Confi ança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) e pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), atingiu 51,5 pontos em dezembro. O aumento de 0,9 p.p. observado em relação a setembro refl etiu as variações respectivas de 1,9 p.p. e de 0,2 p.p. registradas nos componentes expectativa de econômica e expectativa fi nanceira.

A produção industrial de Minas Gerais aumentou 1% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia recuado 1,9%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. A evolução trimestral refletiu os crescimentos assinalados na indústria extrativa, 0,8%, com destaque para o desempenho do segmento extração de minério de ferro, e na indústria de transformação, 1,7%, com ênfase para o aumento de 5,2% no segmento veículos automotores.

Considerados períodos de doze meses, a produção da indústria mineira aumentou 16,7% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 12,7% em agosto, resultado de

Tabela 4.9 – Índice de vendas no varejo – Minas GeraisGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 4,8 2,6 2,5 11,2 Combustíveis e lubrificantes 2,2 -1,4 1,5 9,7 Hiper e supermercados 6,2 3,2 0,5 7,7 Tecidos, vestuário e calçados 0,3 2,0 0,2 9,6 Móveis e eletrodomésticos -2,0 3,5 8,5 23,9

Comércio ampliado 6,8 1,2 3,1 14,3 Veículos e motos, partes e peças 11,6 1,4 5,8 20,6 Material de construção 3,4 -2,6 1,8 15,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.10 – Produção industrial – Minas GeraisGeral e setores selecionados

Variação % trimestralSetores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -1,9 1,0 16,7 Indústria extrativa 13,0 3,3 0,8 34,4 Indústria de transformação 87,0 -3,3 1,7 14,1 Metalurgia básica 15,5 -0,1 -0,5 30,3 Veículos automotores 17,9 -3,8 5,2 7,9 Alimentos 16,1 -2,3 -1,5 4,4 Minerais não metálicos 7,2 -3,5 -1,1 12,3 Refino de petróleo e álcool 6,8 -6,8 0,9 6,7

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE referente ao último mês disponível.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

35

40

45

50

55

60

65

Set 2008

Dez Mar 2009

Jun Set Dez Mar 2010

Jun Set Dez

ICC geral Expectativa financeira

Expectativa econômica

Gráfico 4.7 – Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH)

Fontes: Fecomércio Minas e Ipead/UFMG

110

115

120

125

130

135

140

145

Nov2007

Fev2008

Mai Ago Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov

Gráfico 4.6 – Índice de Atividade Econômica Regional –Minas Gerais (IBCR-MG)Dados dessazonalizados2002 = 100

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acréscimos de 34,4% na indústria extrativa e de 14,1% na de transformação, ressaltando-se as elevações respectivas de 30,3% e de 7,9% nos segmentos metalurgia básica e veículos automotores.

O Índice de Confi ança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei/MG), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), atingiu 61,5 pontos em dezembro, recuando 2,5 p.p. em relação a setembro. Os componentes que avaliam as condições atuais e as expectativas para os próximos seis meses decresceram 4,9 p.p. e 1,5 p.p., respectivamente, no período.

O saldo das operações de crédito com valor superior a R$5 mil reais realizadas no estado atingiu R$139,5 bilhões em novembro, aumentando 6,1% no trimestre e 33,2% em doze meses. A carteira de crédito das pessoas jurídicas somou R$82,1 bilhões, crescendo 5,9% no trimestre, com destaque para os segmentos comércio atacadista, exceto veículos e construção, e 39,2% em doze meses. Os empréstimos contratados pelas pessoas físicas, impulsionados pelas modalidades fi nanciamento de veículos e crédito consignado, totalizaram R$57,4 bilhões, elevando-se 6,3% no trimestre e 25,4% em doze meses. A inadimplência relativa às operações de crédito atingiu 2,4% em novembro, ante 2,6% em agosto, refl exo de recuos de 0,2 p.p. no segmento de pessoas jurídicas e de 0,3 p.p. no de pessoas físicas.

A safra de grãos do estado deverá totalizar 10,1 milhões de toneladas em 2010, decrescendo 2,9% em relação ao ano anterior, de acordo com o LSPA de dezembro, do IBGE. Esse desempenho refl ete a projeção de contração de 6,8% na safra de milho, principal grão cultivado no estado, decorrente da redução na área plantada, em função dos elevados estoques e dos baixos preços na época do plantio. Em sentido inverso, a produção de soja, que ocupou parte da área destinada ao milho, deverá crescer 3,8% no ano. Em relação às demais culturas, ressaltem-se os aumentos respectivos de 18,8% e de 3,2% projetados para as safras de café, em ciclo bianual de alta produtividade, e de cana-de-açúcar.

De acordo com o terceiro prognóstico para a safra de 2011, divulgado pelo IBGE, a produção mineira de grãos deverá aumentar 4,3% no ano, ressaltando-se as estimativas de crescimento para a produção de soja, 5,8%, e de milho primeira safra, 2,9%. Vale enfatizar que esses aumentos estão relacionados a ganhos de produtividade decorrentes do estímulo a investimentos no plantio, associado à recuperação dos preços desses produtos no segundo semestre de 2010. Em oposição, está estimada retração de 12,4% para a safra de café.

Tabela 4.11 – Produção agrícola – Minas GeraisItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2009 20101/ 2010/2009

Grãos 35,0 10 446 10 139 -2,9

Feijão 5,2 602 620 2,9

Milho 14,8 6 537 6 095 -6,8

Soja 13,0 2 751 2 857 3,8

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 12,1 58 384 60 260 3,2

Café 30,9 1 195 1 420 18,8

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

95

105

115

125

135

145

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil Minas Gerais

Gráfico 4.8 – Produção industrial – Minas GeraisDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

0

10

20

30

40

50

Ago 2008

Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 4.9 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45

Os abates de bovinos em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF, que abrangem cerca de 70% dos realizados no estado, decresceram 21,2% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009, enquanto os relacionados a aves e suínos elevaram-se, respectivamente, 2% e 10,2%. Vale ressaltar que o aumento recente de 27% nas cotações do boi gordo, consideradas as médias das cotações de novembro e de agosto, tende a estimular os investimentos nesse segmento.

A balança comercial de Minas Gerais registrou superávit de U$20,5 bilhões em 2010, resultado 68,6% superior ao do ano precedente, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC. As exportações, ultrapassando o nível pré-crise, totalizaram US$30,5 bilhões, e as importações, US$10 bilhões, registrando aumentos anuais respectivos de 56,1% e de 35,5%.

A evolução das exportações, que registraram aumentos em todas as categorias de fator agregado, decorreu de elevações de 39,7% nos preços e de 11,8% no quantum, ressaltando-se as elevações nas vendas de produtos básicos, 69%, e de semimanufaturados, 59,2%. O aumento nas importações, generalizado em todas as categorias de uso, com ênfase nos relativos a combustíveis e lubrifi cantes, 57,2%, e a bens intermediários, 40,5%, refl etiu a variação de 35,5% assinalada no quantum e a estabilidade observada nos preços.

A trajetória favorável da economia mineira proporcionou, segundo o Caged/MTE, a criação de 35,1 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro, ante 48,3 mil em igual período em 2009, dos quais 32,8 mil no comércio, 29,3 mil no setor de serviços e 10,9 mil na indústria de transformação. Em sentido inverso, ocorreu a eliminação de 44,6 mil vagas na agropecuária. O nível de emprego formal cresceu 2% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se elevara 1,1%, no mesmo tipo de comparação, ressaltando-se as variações nos segmentos serviços, 2,2%, construção civil, 2,1%, e comércio, 1,9%.

A taxa média de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) atingiu, segundo a PME, do IBGE, 5,2% no trimestre fi nalizado em novembro, ante 5,1% naquele encerrado em agosto, e 6,1% em igual período de 2009. A massa de rendimento real habitual média registrou aumento trimestral de 1,6%, resultado de variações de 0,7% no rendimento médio real habitual e de 0,9% na população ocupada remunerada.

Tabela 4.12 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 19 519 30 474 56,1 32,0

Básicos 10 896 18 418 69,0 45,3

Industrializados 8 623 12 055 39,8 22,7

Semimanufaturados 3 999 6 367 59,2 37,6

Manufaturados1/ 4 624 5 689 23,0 18,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.13 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 7 350 9 963 35,5 42,2

Bens de consumo 1 204 1 544 28,3 45,9

Duráveis 1 027 1 339 30,4 60,0

Não duráveis 177 205 16,0 29,5

Bens intermediários 3 301 4 637 40,5 40,4

Bens de capital 2 180 2 735 25,5 38,0

Combustíveis e lubrificantes 666 1 046 57,2 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.14 – Evolução do emprego formal – Minas GeraisNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 48,3 -1,8 145,7 81,5 35,1

Indústria de transformação 24,6 1,6 35,3 15,9 10,9

Comércio 28,8 2,4 10,5 11,5 32,8

Serviços 23,9 5,0 33,9 35,2 29,3

Construção civil 8,9 -0,4 15,2 15,4 4,7

Agropecuária -39,5 -10,2 48,7 1,9 -44,6

Indústria extrativa mineral 1,6 0,3 1,5 1,3 1,0

Outros2/ 0,2 -0,4 0,6 0,2 0,9

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outras.

110

130

150

170

190

210

230

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.10 – Abates de animais – Minas GeraisMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

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46 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

O IPCA da RMBH cresceu 2,11% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 0,40% naquele encerrado em setembro, movimento decorrente de acelerações nas variações dos preços livres, de 0,51% para 2,67%, e dos monitorados, de 0,15% para 0,87%, esta associada à elevação de 2,49% no preço da gasolina.

A trajetória dos preços livres traduziu as elevações dos preços dos itens comercializáveis, 3,07%, em especial dos itens carnes e pescados, 12,40%, e açúcares e doces, 21,17%, e dos não comercializáveis, 2,32% no período, com ênfase nas expansões dos preços de itens dos grupos alimentação fora do domicílio e produtos in natura. O índice de difusão, mostrando maior disseminação da infl ação na RMBH, atingiu 47,2% no último trimestre do ano, ante 43,4% naquele encerrado em setembro.

A infl ação na RMBH, acompanhando a tendência do indicador nacional, atingiu 5,84% em 2010, ante 4,68% no ano anterior. Esse resultado refl etiu o impacto mais acentuado da aceleração, de 4,63% para 7,36%, na variação dos preços livres, em relação ao associado à desaceleração, de 4,80% para 2,59%, na relativa aos monitorados, favorecida pelo recuo na tarifa de energia elétrica residencial. A evolução dos preços livres decorreu de variações de 5,85% nos itens comercializáveis, com ênfase na expansão de 10,03% no grupo alimentação e bebidas, e de 8,75% na relativa aos itens não comercializáveis, com destaque para os aumentos nos grupos alimentação fora do domicílio, 10,79%, e alimento in natura, 10,19%.

A retomada do crescimento econômico do estado refl etiu, em especial, o dinamismo do mercado interno, impulsionado pelo impacto da trajetória favorável do mercado de trabalho sobre a renda disponível, pelo aumento sazonal da demanda no fi nal de ano e pelo patamar elevado dos indicadores de intenção de compras do consumidor. Nesse cenário, a indústria de transformação voltou a registrar crescimento, impulsionada pelos setores automotivos e metalúrgicos. Adicionalmente, o aumento nas cotações do minério de ferro, ao longo do ano, foi determinante para a manutenção do crescimento vigoroso da indústria extrativa no trimestre, contribuindo para a ampliação da rentabilidade do setor e para o aumento do saldo da balança comercial do estado.

Tabela 4.15 – IPCA – Belo HorizonteVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,68 0,40 2,11 5,84

Livres 69,2 4,63 0,51 2,67 7,36

Comercializáveis 32,7 2,49 0,85 3,07 5,85

Não comercializáveis 36,5 6,68 0,21 2,32 8,75

Monitorados 30,8 4,80 0,15 0,87 2,59

Principais itens

Alimentos e bebidas 23,6 2,07 0,05 5,08 10,03

Habitação 13,2 6,64 0,38 1,40 3,57

Artigos de residência 3,9 4,18 0,72 0,33 2,60

Vestuário 6,7 6,46 0,30 3,07 8,55

Transportes 18,7 4,26 0,04 0,57 1,64

Saúde 10,3 5,46 1,01 1,13 5,66

Despesas pessoais 10,9 7,82 1,12 2,34 9,44

Educação 7,0 6,94 0,87 0,25 6,54

Comunicação 5,8 1,01 0,07 0,94 1,29

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

4

5

6

7

8

9

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

Gráfico 4.11 – Taxa de desemprego aberto –Belo Horizonte%

Fonte: IBGE

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 47

Rio de Janeiro

O nível de atividade do estado do Rio de Janeiro segue em patamar elevado, salientando-se o impacto da evolução do emprego, da renda e do crédito sobre os resultados do comércio varejista. Nesse ambiente, o IBCR-RJ aumentou 1,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação a igual período precedente, quando assinalara expansão de 1,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. A infl ação da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), evidenciando a trajetória dos preços dos alimentos, registrou aceleração na margem.

As vendas do comércio varejista registraram aumento de 3,6% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se elevaram 2,8%, nesse tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Ressaltem-se, no período, os desempenhos dos segmentos outros artigos de uso pessoal e doméstico, 11%, e móveis e eletrodomésticos, 6,1%, favorecidos pela continuidade da expansão do emprego e pelo crescimento da massa salarial e do volume de crédito a pessoas físicas. O comércio ampliado, refl etindo as expansões assinaladas nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 12%, e de material de construção, 6,7%, registrou crescimento de 4,8% no trimestre. Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista do estado cresceu 9,8% em novembro, em relação a igual mês de 2009, e o comércio ampliado, 9,1%, ante elevações respectivas de 9% e de 9,2% em agosto.

A produção industrial fl uminense aumentou 1,5% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, período em que se elevou 1,9%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. A indústria extrativa, favorecida pela extração petrolífera, aumentou 1,1%, enquanto a indústria de transformação, refl etindo resultados positivos em oito das doze atividades pesquisadas, especialmente veículos automotores, 6,5%, e minerais não metálicos, 6,3%, cresceu 1,1% no período.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do estado cresceu 9,2% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 7,4% em agosto, registrando-se aumento de 12,7% na indústria de transformação e retração de 2,7% na extrativa.

Os indicadores industriais da Firjan, excetuando-se o recuo de 3,8% registrado nas vendas reais, apresentaram elevações no trimestre encerrado em novembro, em relação

90

100

110

120

130

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Indústria geral Indústria extrativa

Indústria de transformação

Gráfico 4.13 – Produção industrial – Rio de JaneiroDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 4.17 – Produção industrial – Rio de JaneiroGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 1,9 1,5 9,2 Indústria extrativa 22,0 -2,6 1,1 -2,7 Indústria de transformação 78,0 4,3 1,1 12,7 Refino de petróleo e álcool 12,7 14,4 0,7 4,1 Metalurgia básica 10,2 1,5 -8,7 30,2 Edição, imp. e rep. de grav. 8,2 3,8 -1,2 1,2 Outros produtos químicos 7,6 6,8 2,4 6,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.16 – Índice de vendas no varejo – Rio de JaneiroGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 5,7 2,8 3,6 9,8 Combustíveis e lubrificantes -1,8 1,5 -0,4 3,3 Hiper e supermercados 6,8 2,6 1,4 10,8 Tecidos, vestuário e calçados -11,8 1,7 2,4 10,4 Móveis e eletrodomésticos 6,8 2,0 6,1 18,7

Comércio ampliado 6,1 0,1 4,8 9,1 Veículos e motos, partes e peças 8,1 -6,3 12,0 5,9 Material de construção 0,4 13,0 6,7 17,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

110

113

116

119

122

125

128

131

134

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 4.12 – Índice de Atividade Econômica Regional– Rio de Janeiro (IBCR-RJ)Dados dessazonalizados2002 = 100

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48 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

ao fi nalizado em agosto. Nesse sentido, o pessoal ocupado, registrando o décimo sexto resultado positivo nesse tipo de comparação, aumentou 2,1%, seguindo-se as elevações de 2,3% tanto na massa salarial como nas horas trabalhadas. O Nuci médio atingiu 83,9% no trimestre, patamar 0,2 p.p. superior ao registrado no trimestre terminado em agosto e 4,2 p.p. acima da média da série histórica, ajustada sazonalmente.

O Icei divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) atingiu 63,2 pontos em outubro, mantendo-se estável em relação ao índice de julho e recuando 2,4 pontos ante igual período de 2009. Os componentes das condições atuais e expectativas registraram, na ordem, 57,4 e 66,1 pontos, recuando 0,4 e 0,3 ponto, respectivamente, no trimestre.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil atingiu R$194,3 bilhões em novembro, dos quais R$54,4 bilhões no segmento de pessoas físicas e R$140 bilhões no de pessoas jurídicas, expandindo 4,2% no trimestre e 16,2% em doze meses. A evolução trimestral refl etiu crescimentos de 7% no segmento de pessoas físicas e de 3,2% no relativo a pessoas jurídicas, enquanto a expansão em doze meses decorreu de aumentos respectivos de 24,7% e 13,2%. A inadimplência relativa a essas operações de crédito atingiu 2,07% em novembro, ante 2,13% em agosto, registrando-se retração de 0,34 p.p. no segmento de pessoas físicas e estabilidade no de pessoas jurídicas.

A produção de cana-de-açúcar, cultura mais representativa no estado, deverá recuar 1,3% em 2010, de acordo com o LSPA de dezembro, resultado decorrente da redução de 1,4% na área colhida. Em sentido oposto, a produção de mandioca, única cultura a registrar evolução favorável no ano, deverá aumentar 58,3%, totalizando 207 mil toneladas.

A balança comercial do estado acumulou superávit de US$3,3 bilhões em 2010, ante US$1,9 bilhão em 2009, de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$20 bilhões e as importações, US$16,7 bilhões, registrando crescimentos respectivos de 48,1% e de 43,1%. As vendas e as compras externas de óleos brutos de petróleo, representando, na ordem, 74,6% e 15,5% dos respectivos fl uxos totais, cresceram 65% e 18,9% no período e proporcionaram superávit de US$12,3 bilhões, contrastando com o défi cit de US$9 bilhões resultante das demais transações comerciais do estado.

Tabela 4.18 – Produção agrícola – Rio de JaneiroItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção Variação %

2009 20102/ 2010/2009

Grãos Feijão 1,8 5 4 -9,4 Milho 1,4 20 18 -9,4

Outras lavouras Cana-de-açúcar 46,8 6 482 6 395 -1,3 Mandioca 9,9 131 207 58,3 Tomate 33,9 216 205 -5,2

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 2009.

2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

Tabela 4.19 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 13 519 20 022 48,1 32,0

Básicos 9 066 14 953 64,9 45,3

Industrializados 4 453 5 070 13,8 22,9

Semimanufaturados 161 272 68,9 37,6

Manufaturados1/ 4 292 4 797 11,8 18,7

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

30354045505560657075

Out 2007

Jan 2008

Abr Jul Out Jan 2009

Abr Jul Out Jan 2010

Abr Jul Out

Geral Expectativas Condições atuais

Fonte: Firjan

Gráfico 4.14 – Índice de Confiança do Empresário Industrial – Rio de JaneiroPontos

10

20

30

40

50

60

Nov 2008

Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 4.15 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio de Janeiro1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 49

A elevação das exportações, em patamar superior à assinalada no país, traduziu os crescimentos respectivos de 34,7% e de 9,9% assinalados nos preços e no quantum exportado, ressaltando-se o aumento de 64,9% nas vendas de produtos básicos. O crescimento das importações, impulsionado por aumentos de 35% no quantum e de 6% nos preços, decorreu de expansões nas aquisições em todas as categorias de uso, ressaltando-se as referentes a combustíveis e lubrifi cantes, 60,7% e a bens de capital, 61,7%.

De acordo com o Caged/MTE, foram gerados 73,2 mil postos de trabalho no estado, no trimestre encerrado em novembro, dos quais 39,1 mil no setor de serviços, 26,3 mil no comércio e 7,6 mil na indústria de transformação, ante a criação de 56 mil empregos formais no período correspondente de 2009. No ano, foram criadas 200,8 mil vagas, melhor resultado para o período desde o início da série, em janeiro de 1997. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do estado cresceu 1,5% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto.

A taxa média de desemprego na RMRJ atingiu, de acordo com a PME, do IBGE, 5,3% no trimestre encerrado em novembro, ante 5,5% em igual período de 2009, resultado de crescimentos de 2% na população ocupada e de 1,8% na PEA, enquanto o rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa de rendimentos reais elevaram-se 11,1% e 12,7%, respectivamente. A análise na margem, considerados dados dessazonalizados, revelou que a taxa de desemprego manteve-se estável em relação ao trimestre fi nalizado em agosto.

O IPCA da RMRJ elevou-se 2,14% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 0,13% naquele encerrado em setembro, movimento decorrente de acelerações nas variações dos preços livres, de 0,05% para 2,71%, e dos monitorados, de 0,29% para 1,00%, esta impactada pelas elevações de 2,13% no item ônibus urbano e de 1,67% nas tarifas de energia elétrica. O desempenho dos preços livres refl etiu as elevações registradas nos segmentos de itens comercializáveis, 3,05%, e não comercializáveis, 2,43%, ressaltando-se o acréscimo de 23,61% no preço do item carnes. O índice de difusão médio, traduzindo maior disseminação dos reajustes de preços, cresceu 6,1 p.p. no trimestre, situando-se em 56%. O IPCA da RMRJ aumentou 6,4% no ano, ante 3,85% em 2009, resultado de elevações respectivas de 3,9% e de 7,67% nos preços monitorados e nos livres.

Tabela 4.21 – Evolução do emprego formal – Rio de JaneiroNovos postos

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 56,0 5,0 59,5 55,3 73,2 Indústria de transformação 9,0 -0,6 10,8 9,9 7,6 Comércio 21,4 -1,2 10,7 9,6 26,3 Serviços 25,4 9,2 29,7 27,2 39,1 Construção civil 0,4 2,3 5,0 7,7 -1,0 Agropecuária -1,0 -1,8 2,2 0,5 -0,7 Serviços ind. utilidade pública 0,2 2,1 0,8 0,6 0,9

Outros2/ 0,4 -4,9 0,2 -0,2 1,0

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

4

5

6

7

8

9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

%

Gráfico 4.16 – Taxa de desemprego aberto –Rio de Janeiro

Fonte: IBGE

Tabela 4.20 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 11 645 16 664 43,1 42,2

Bens de consumo 1 948 2 888 48,3 46,0

Duráveis 951 1 389 46,0 60,0

Não duráveis 997 1 499 50,4 29,6

Bens intermediários 4 617 5 592 21,1 40,4

Bens de capital 2 148 3 473 61,7 38,0

Combustíveis e lubrificantes 2 932 4 712 60,7 51,3

Fonte: MDIC/Secex

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50 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

A expansão registrada pela economia do Rio de Janeiro em 2010 está evidenciada na trajetória dos indicadores de emprego, comércio, indústria, crédito e preços. A atividade extração de petróleo segue capitaneando a trajetória econômica do estado, com ênfase nos investimentos mobilizados pelo setor e nos recursos de royalties destinados ao estado e aos municípios. Adicionalmente, os investimentos relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016 deverão favorecer o desenvolvimento da economia do estado nos próximos anos.

Tabela 4.22 – IPCA – Rio de JaneiroVariação %

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 3,85 0,13 2,14 6,40

Livres 67,1 4,06 0,05 2,71 7,67

Comercializáveis 31,1 3,03 0,53 3,05 7,33

Não comercializáveis 35,9 4,98 -0,36 2,43 7,97

Monitorados 32,9 3,42 0,29 1,00 3,90

Principais itens

Alimentação 23,2 2,95 -0,35 5,12 10,22

Habitação 14,4 4,29 0,38 1,82 6,21

Artigos de residência 4,0 3,51 -0,60 -0,17 4,41

Vestuário 5,5 7,64 1,31 3,03 7,04

Transportes 19,6 1,45 -0,51 0,70 3,69

Saúde 11,0 4,94 1,22 1,20 5,82

Despesas pessoais 8,9 7,32 0,38 2,65 7,34

Educação 7,1 6,43 0,56 0,20 7,97

Comunicação 6,3 1,66 0,01 0,60 0,89

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 51

São Paulo

A atividade econômica em São Paulo continuou em expansão no quarto trimestre do ano, com ênfase na recuperação do setor industrial. Esse movimento, estimulado pelos desdobramentos do crescimento da renda e do crédito sobre a demanda interna, expressou-se na expansão de 1% experimentada pelo IBCR-SP no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia aumentado 0,5%, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados.

As vendas do comércio varejista de São Paulo aumentaram 1,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando haviam crescido 2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Destacaram-se as elevações nas vendas de 5,6% no setor móveis e eletrodomésticos e de 2% nos setores tecidos, vestuário e calçados e combustíveis e lubrificantes. O comércio ampliado, incorporadas as expansões de 8,7% nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de 1,1% nas relativas a materiais de construção, registrou elevação de 3,9%, ante 0,6% no trimestre encerrado em agosto.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista do estado aumentou 10,5% em novembro, em relação a igual mês de 2009, e o comércio ampliado, 11%.

A produção da indústria paulista aumentou 1,1% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao terminado em agosto, quando recuou 0,5%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Ocorreram elevações em onze dos vinte setores considerados na pesquisa, ressaltando-se as relativas às indústrias farmacêutica, 13,3%, e de edição, impressão e reprodução de gravações, 10,8%. Em contraste, as indústrias de alimentos e de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações registraram recuos respectivos de 9,6% e de 17,7%, no período.

A análise em doze meses revela que a indústria do estado cresceu 11,6% em novembro, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante expansão de 8,9% em agosto. Ressaltem-se os aumentos assinalados nas produções de veículos automotores, 29,7%, e de máquinas e equipamentos, 28,6%, contrastando com os recuos observados nas indústrias de outros equipamentos de transporte, 6,6%, e farmacêutica, 4,2%.

Tabela 4.23 – Comércio varejista – São PauloGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 7,2 2,0 1,3 10,5

Combustíveis e lubrificantes 1,6 0,3 2,0 7,7

Hiper e supermercados 11,3 1,3 0,1 9,1

Tecidos, vestuário e calçados -3,3 0,5 2,0 9,7

Móveis e eletrodomésticos 1,7 2,7 5,6 16,8

Comércio ampliado 7,7 0,6 3,9 11,0

Automóveis e motocicletas 11,9 -1,5 8,7 11,9

Material de construção -8,3 -0,6 1,1 12,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.24 – Produção industrial – São PauloGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,5 1,1 11,6 Veículos automotores 12,1 2,0 1,8 29,7 Alimentos 10,2 -0,4 -9,6 5,2 Farmacêutica 8,0 -9,9 13,3 -4,2 Refino de petróleo e álcool 7,7 17,3 1,0 -2,9 Outros produtos químicos 7,7 -2,6 9,7 14,4 Máquinas e equipamentos 7,5 -1,6 1,6 28,6

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

110

115

120

125

130

135

140

145

150

Dez2007

Abr Ago Dez2008

Abr Ago Dez2009

Abr Ago Dez2010

Gráfico 4.17 – Índice de Atividade Econômica Regional – São Paulo (IBCR-SP) Dados dessazonalizados2002 = 100

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52 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

Estatísticas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) confi rmam a expansão da atividade da indústria paulista. Nesse sentido, considerados dados dessazonalizados pelo Banco Central, as vendas reais do setor cresceram 2,3% no trimestre fi nalizado em outubro, em relação ao encerrado em julho, enquanto as horas trabalhadas na produção aumentaram 2,2%. O Nuci passou de 81,8%, em julho, para 82,9%, em outubro.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), recuou 0,1% no trimestre encerrado em dezembro, em relação ao fi nalizado em setembro, refl exo da retração de 0,3% no componente associado às expectativas e do aumento de 0,2% naquele que considera as condições econômicas atuais. O ICC cresceu 3,3% em relação a igual trimestre de 2009, resultado de aumentos de 8,3% no componente que avalia as condições econômicas atuais e de 0,3% no associado às expectativas.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas em São Paulo atingiu R$499,5 bilhões em novembro, aumentando 6,4% no trimestre e 19,8% em doze meses. A carteira do segmento de pessoas físicas, destacando-se as modalidades crédito pessoal, fi nanciamento de veículos e crédito habitacional, totalizou R$179,5 bilhões, com expansões de 5,9% no trimestre e de 22% em doze meses. O estoque dos créditos para pessoas jurídicas, impulsionado pelo desempenho das modalidades capital de giro, aquisições de bens e conta garantida, registrou aumentos respectivos de 6,7% e de 18,7%, nas mesmas bases de comparação, totalizando R$320 bilhões.

A inadimplência das operações de crédito em São Paulo atingiu 2,6% em novembro. O recuo trimestral de 0,3 p.p. resultou de retrações de 0,3 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,3 p.p. no relativo a pessoas jurídicas.

De acordo com o LSPA de dezembro, do IBGE, a safra de grãos do estado deverá crescer 2,9% no ano, totalizando 6,8 milhões de toneladas, ressaltando-se as expansões respectivas de 15,3%, de 6,8% e de 6% projetadas para as produções de arroz, de soja e de milho. O aumento na produção de milho deveu-se à recuperação da área plantada e à elevação do rendimento da segunda safra, enquanto a expansão das culturas de soja e arroz refl etiu o aumento da área plantada. Dentre as demais lavouras, assinale-se o aumento de 52% na safra de café, em ciclo bianual de alta produtividade, e as elevações nas relativas à cana de açúcar, 6,8%, e à laranja, 3,6%. O IBGE divulgou, adicionalmente,

Tabela 4.25 – Produção agrícola – São PauloItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

2009 2010 2010/2009

Produção de grãos 6 575 6 769 2,9

Arroz (em casca) 0,2 75 87 15,3

Feijão 2,3 326 288 -11,6

Milho 5,1 4 281 4 539 6,0

Soja 3,9 1 306 1 396 6,8

Outras lavouras selecionadas

Café 3,0 194 295 52,0

Cana-de-açúcar 55,5 400 539 427 946 6,8

Laranja 14,0 14 385 14 898 3,6

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro 2010.

100

110

120

130

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

São Paulo BrasilFonte: IBGE

Gráfico 4.18 – Produção industrial – São Paulo Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

0

10

20

30

40

Nov 2007

Fev 2008

Mai Ago Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 4.19 – Evolução do saldo das operações de crédito – São Paulo1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 53

prognóstico para a produção de alguns produtos em 2011, destacando-se os acréscimos respectivos de 26,9% e de 1,4% previstos para as produções de arroz e de soja.

Os abates de bovinos, de aves e de suínos em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF, que representam 95% dos abates no estado no primeiro segmento e 90% nos dois últimos, apresentaram, segundo o Mapa, variações respectivas de -4,6%, de 1,9% e de 11,5% no período de janeiro a novembro de 2010, em relação a igual período do ano anterior. A menor oferta de boi gordo para abate, decorrente das pastagens secas, tem encarecido o produto para consumo doméstico, ensejando sua substituição pelas carnes de frango e suína.

O déficit comercial de São Paulo somou US$15,5 bilhões em 2010, crescendo 90,9% em relação a 2009. As exportações aumentaram 23,4%, e as importações, 34,2%, atingindo US$52,3 bilhões e US$67,8 bilhões, respectivamente.

O desempenho das exportações, refl etindo elevações de 9,6% no quantum e de 12,6% nos preços, decorreu de crescimentos nas vendas em todas as categorias de fator agregado, com ênfase no registrado nas relativas a produtos semimanufaturados, 42%. O aumento das importações, evidenciando variações de 34,6% no quantum e queda de 0,3% nos preços, foi impulsionado, em especial, pela expansão de 33,3% nas aquisições de bens intermediários.

O mercado de trabalho de São Paulo registrou a criação de 113,9 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro, de acordo com o Caged/MTE, ante 223,4 mil naquele fi nalizado em agosto e 198,4 mil em igual período de 2009. Foram gerados 85,7 mil postos no setor de serviços, 66,2 mil no comércio e 19 mil na indústria de transformação, enquanto na agropecuária foram eliminadas 60,4 mil vagas. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 1,1% no trimestre terminado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se elevou 1,3%, nesse tipo de comparação.

A taxa de desemprego da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) atingiu 5,9% no trimestre encerrado em novembro, ante 8,5% em igual período de 2009, segundo a PME, do IBGE, refl etindo altas de 3,5% no pessoal ocupado e de 0,7% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido cresceu 1,7%, e a massa salarial, 5,3%, no período. A análise na margem registrou recuo de 0,9 p.p. na taxa de desemprego no trimestre finalizado em novembro,

Tabela 4.26 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 42 381 52 293 23,4 32,0

Básicos 2 944 3 971 34,9 45,3

Industrializados 39 436 48 322 22,5 22,9

Semimanufaturados 5 318 7 554 42,0 37,6

Manufaturados1/ 34 118 40 768 19,5 18,7

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.27 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 50 488 67 773 34,2 42,2

Bens de consumo 7 514 9 726 29,5 46,0

Duráveis 2 788 3 867 38,7 60,0

Não duráveis 4 726 5 859 24,0 29,6

Bens intermediários 25 361 33 794 33,3 40,4

Bens de capital 13 000 17 655 35,8 38,0

Combustíveis e lubrificantes 4 614 6 597 43,0 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.28 – Evolução do emprego formal – São PauloNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 198,4 -59,4 343,7 223,4 113,9

Indústria de transformação 52,7 -22,5 104,9 45,1 19,0

Comércio 64,3 3,4 40,8 49,5 66,2

Serviços 72,9 21,1 109,6 82,6 85,7

Construção civil 15,0 16,0 20,8 11,0 0,1

Agropecuária -9,4 -71,9 56,0 28,9 -60,4

Serviços ind. de utilidade pública 0,3 0,1 2,1 2,5 1,0

Outros2/ 2,7 -5,5 9,4 3,7 2,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

60

80

100

120

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.20 – Abates de animais – São PauloMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

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54 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

em relação ao encerrado em agosto, considerados dados dessazonalizados.

O IPCA da RMSP cresceu 2,12% no trimestre encerrado em dezembro, ante 0,67% naquele fi nalizado em setembro, refl exo de acelerações nas variações dos preços livres, de 0,81% para 2,67%, e dos monitorados, de 0,31% para 0,78%, esta impactada, em especial, pelas elevações nos preços dos itens passagens aéreas, 13,64%, e telefones públicos, 4,92%. A evolução dos preços livres refl etiu o efeito de acelerações nas variações dos preços dos itens comercializáveis, de 1,12% para 3,5%, ressaltando-se o aumento de 16,04% no preço das carnes, e dos não comercializáveis, de 0,57% para 2,01%, com ênfase nos aumentos nos preços dos tubérculos, 5,1%, e de componentes do grupo alimentação fora do domicílio. O índice de difusão médio, evidenciando maior disseminação dos reajustes de preços na RMSP, aumentou 6,1 p.p. no trimestre, atingindo 58,6%.

A variação do IPCA na RMSP atingiu 5,78% em 2010, ante 4,53% no ano anterior, evolução decorrente do impacto mais intenso da aceleração, de 4,43% para 6,72%, na variação dos preços livres, em relação ao associado à desaceleração, de 4,81% para 3,47%, na referente aos monitorados.

As perspectivas para a economia paulista seguem favoráveis, amparadas na robustez do mercado de trabalho e na continuidade da expansão do crédito. As expectativas dos consumidores para os próximos meses permanecem em níveis elevados, a despeito de registrarem relativa acomodação na margem. Os estoques inferiores aos planejados estimulam a produção, mas a reduzida ociosidade dos fatores impõe limites ao crescimento da oferta doméstica no curto prazo, favorecendo a ampliação das importações.

Tabela 4.29 – IPCA – São PauloVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,53 0,67 2,12 5,78

Livres 71,8 4,43 0,81 2,67 6,72

Comercializáveis 31,8 3,04 1,12 3,5 6,72

Não comercializáveis 40,0 5,57 0,57 2,01 6,72

Monitorados 28,2 4,81 0,31 0,78 3,47

Principais itens

Alimentação 22,0 4,60 0,95 5,63 11,04

Habitação 13,1 5,95 1,74 1,71 5,03

Artigos residência 4,3 3,97 0,87 0,33 4,13

Vestuário 6,2 6,32 -0,52 3,04 5,49

Transportes 19,5 1,57 0,04 0,54 2,75

Saúde 10,2 5,69 0,63 1,03 4,73

Despesas pessoais 11,1 8,13 1,28 1,89 7,07

Educação 7,8 5,50 0,20 0,13 5,16

Comunicação 5,8 0,80 0,02 0,9 0,81

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

5

6

7

8

9

10

11

12

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

Gráfico 4.21 – Taxa de desemprego aberto –São Paulo%

Fonte: IBGE

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 55

A relativa acomodação registrada na atividade econômica da região em meses recentes refletiu, fundamentalmente, o impacto da retração da indústria, neutralizado, em parte, pela evolução favorável do setor varejista. Ressalte-se que esse movimento foi captado pela trajetória do IBCR-S, que apresentou variação de 0,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia aumentado 1,1% no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Em 2010, o IBCR-S acumulou aumento de 8,6% até novembro.

O comércio varejista da região cresceu 2,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se expandira 2,7% nesse tipo de comparação, de acordo com dados agregados e dessazonalizados da PMC, do IBGE. Sete das nove atividades pesquisadas registraram aumentos nas vendas no período, com destaque para o observado no segmento equipamentos e materiais de escritório, 14,9%. O comércio ampliado, incorporadas as variações assinaladas nas vendas de automóveis e motocicletas, 7,7%, e de materiais de construção, 3,2%, cresceu 4% no trimestre.

Refl etindo resultados positivos em todas as atividades pesquisadas, o comércio varejista da região cresceu 9,7% no intervalo de doze meses encerrado em novembro, em relação ao mês correspondente de 2009. Na mesma base de comparação, as vendas do comércio ampliado, incorporadas as elevações nas relativas a automóveis e motocicletas, 16,1%, e a materiais de construção, 20,7%, cresceu 12,6%.

O Índice Nacional de Confi ança (INC) do Sul, divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), indicando maior otimismo dos consumidores da região, atingiu 181 pontos em dezembro, ante 166 pontos em igual período do ano anterior, enquanto o indicador nacional assinalou índices respectivos de 163 e de 146 pontos.

5Região Sul

Tabela 5.1 – Comércio varejista – SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 4,8 2,7 2,3 9,7

Combustíveis e lubrificantes -1,6 2,3 1,8 4,4

Hiper e supermercados 4,3 3,9 1,1 7,2

Tecidos, vestuário e calçados 0,9 -0,7 0,1 9,6

Móveis e eletrodomésticos 3,1 1,7 4,6 13,7

Comércio varejista ampliado 5,5 1,7 4,0 12,6

Automóveis e motocicletas 10,3 1,3 7,7 16,1

Material de construção -11,0 3,3 3,2 20,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

115

120

125

130

135

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica Regional – Sul (IBCR-S)Dados dessazonalizados2002 = 100

120

130

140

150

160

170

180

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Restrito AmpliadoFonte: IBGE

Gráfico 5.2 – Comércio varejista – SulDados dessazonalizados2003 = 100

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56 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

A produção industrial da região recuou 1,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando decrescera 1,4%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados da PIM-PF Regional, do IBGE, agregados e dessazonalizados pelo Banco Central. Essa retração evidenciou o impacto de resultados negativos assinalados em onze das dezenove atividades consideradas na pesquisa, com ênfase nos relativos às indústrias de edição, impressão e reprodução de gravações, 19,7%, e de bebidas, 9,1%. A análise em doze meses revelou que a indústria da região cresceu 11,7% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 9,7% em agosto, no mesmo tipo de comparação.

O desempenho negativo da indústria se traduziu em arrefecimento da evolução dos indicadores de emprego do setor. As horas trabalhadas e o número de pessoas ocupadas na atividade registraram recuos respectivos de 1,7% e de 0,2% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, enquanto a folha real de pagamentos assinalou expansão de 0,4%, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salário (Pimes), do IBGE.

A produtividade do trabalho na indústria da Região Sul, defi nida como a relação entre a produção física e o número de horas pagas, ambos divulgados pelo IBGE, cresceu 0,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao finalizado em agosto, considerados dados dessazonalizados pelo Banco Central. O indicador cresceu 11% no período de doze meses fi nalizado em novembro, em relação a igual mês de 2009.

As vendas de cimento cresceram 4,3% no trimestre encerrado em dezembro, em relação ao fi ndo em setembro, quando haviam expandido 2,8%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), dessazonalizados pelo Banco Central. O indicador regional cresceu 12,5% no ano, ante expansão de 15,5% em âmbito nacional. A velocidade das vendas de imóveis na região,5 que corresponde à relação entre a quantidade comercializada e a de lançamentos de imóveis novos, passou de 11,8% em agosto, para 10,8% em novembro.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas na região Sul atingiu R$275,6 bilhões em novembro, crescendo 6,9% no trimestre e 21,4%

5/ Para o indicador regional, foram considerados os cálculos realizados pelos sindicatos da indústria da construção do Rio Grande do Sul e do Paraná, ponderados pelo consumo de cimento dos respectivos estados, divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento.

95

105

115

125

135

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil Sul Fonte: IBGE

Gráfico 5.3 – Produção industrial – Sul Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Tabela 5.2 – Produção industrial – SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ Acum.

12 meses

Indústria geral 100,0 -1,4 -1,3 11,7

Alimentos 20,6 2,6 0,3 2,7

Máquinas e equipamentos 10,3 0,3 -0,1 27,6

Veículos automotores 10,2 10,0 -1,7 46,6

Refino de petróleo e álcool 9,0 -13,3 -0,2 -7,7

Celulose, papel e produtos de papel 6,9 -4,7 2,8 6,6

Edição e impressão 6,1 -6,7 -19,7 10,3

Outros produtos químicos 6,2 -7,4 1,2 2,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação das atividades na indústria conforme a PIM-PF/IBGE de novembro.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 57

em doze meses. A carteira das pessoas físicas totalizou R$126,3 bilhões, elevando-se 7,5% e 22,5%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação, com ênfase no dinamismo das modalidades financiamentos imobiliários e de automóveis e crédito rural e para a agroindústria. A carteira de pessoas jurídicas somou R$149,3 bilhões, ampliando-se 6,3% no trimestre e 20,5% em doze meses, ressaltando-se a evolução das operações contratadas por indústria de alimentos e bebidas, exceto açúcar em bruto, comércio atacadista, exceto veículos automotores e motocicletas, e comércio de outros produtos.

A taxa de inadimplência relativa a essas operações atingiu 2,6% em novembro, ante 2,7% em agosto, refl exo dos recuos respectivos de 0,2 p.p. e de 0,1 p.p. registrados nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas.

A safra de grãos da região Sul atingiu 64,1milhões de toneladas em 2010, de acordo com o LSPA de dezembro, do IBGE. O crescimento anual de 22,3% refl etiu, em especial, o impacto das expansões nas colheitas de soja, 40,2%, milho, 22,1%, e trigo, 22,3%, contrastando com a retração de 10,8% na produção de arroz. Entre as demais culturas, ressaltam-se as retrações estimadas para as referentes a fumo, 11,4%, e a uva, 5,1%.

As cotações médias dos principais grãos da região situaram-se, em 2010, em patamar inferior ao registrado no ano anterior, de acordo com estatísticas da Associação Riograndense de Empreendimentos e de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). A cotação média do milho decresceu 16,2% em 2010, seguindo-se os recuos nas relativas à soja, 9,5%, ao trigo, 9,2%, e ao feijão, 3,1%. Na margem, porém, refl etindo o aumento da demanda mundial e as expectativas de menor safra no país, as cotações médias do milho, do feijão e da soja experimentaram aumentos respectivos de 29,2%, de 15,9%, e de 15,4% no trimestre encerrado em dezembro, em relação ao fi nalizado em setembro.

Os abates de bovinos, de aves e de suínos registraram, de acordo com o Mapa, variações respectivas de 32,5%, de 5% e de -1,1% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009, enquanto seus preços oscilaram, na ordem, 6,7%, -1,1%, e 21,5%. As exportações desses produtos registraram, segundo estatísticas do MDIC, elevações respectivas de 25,5%, de 18% e de 11,7%, na mesma base de comparação.

Tabela 5.3 – Produção agrícola – SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2009 2010 2010/2009

Grãos 67,4 52 420 64 098 22,3

Soja 32,9 18 316 25 673 40,2

Milho 13,8 18 705 22 832 22,1

Arroz (em casca) 12,3 9 114 8 131 -10,8

Trigo 4,5 4 564 5 582 22,3

Outras lavouras

Fumo 10,5 843 747 -11,4

Cana-de-açúcar 4,8 56 586 56 817 0,4

Mandioca 3,7 5 505 5 849 6,2

Maçã 2,3 1 219 1 273 4,5

Uva 1,6 907 861 -5,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

40

60

80

100

120

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.5 – Abates de animais – SulMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

0

10

20

30

40

Ago 2008

Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 5.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Sul1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$ 5mil.

Tabela 5.4 – Indicadores da pecuária – SulNovembro de 2010.

Variação % no ano

Discriminação Abates Exportações Preços

(nº de animais) (kg) (R$)

Bovinos 32.5 25.5 6.7

Suínos -1.1 11.7 21.5

Aves 5.0 18.0 -1.1

Fontes: Mapa, Emater/RS, Iepe, Seab/PR e MDIC

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58 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

O saldo comercial da região Sul assinalou défi cit de US$1,9 bilhão em 2010, ante superávit de US$6,5 bilhões no ano anterior, de acordo com estatísticas do MDIC. As exportações, refletindo variações de 3,1% no quantum e de 10% nos preços, aumentaram 13,3%, para US$37,3 bilhões, enquanto a expansão de 48,6% das importações, que somaram US$39,2 bilhões, decorreu de elevações de 36,9% na quantidade e de 8,5% nos preços.

O desempenho das exportações traduziu, em especial, a elevação de 13,3% nas vendas de produtos manufaturados, ressaltando-se a expansão de 48,2% nos embarques de automóveis de passageiros. No âmbito das importações, ressaltem-se as ampliações nas aquisições de matérias-primas e produtos intermediários, 56%, e de bens de capital, 53,7%, com aumentos respectivos de 172,5% nas compras de naftas e de 45,6% nas relativas a veículos de carga. China e Argentina constituíram-se nos principais parceiros comerciais da região Sul em 2010, respondendo, em conjunto, por 23,7% das exportações e por 31,4% das importações.

A economia da região gerou, de acordo com o Caged/MTE, 131,5 mil empregos formais no trimestre encerrado em novembro, ante 149,6 mil em igual período do ano anterior, dos quais 57,3 mil no comércio e 38,5 mil no setor de serviços. No ano, foram criados 482,1 mil empregos formais, dos quais 170,2 mil na indústria de transformação e 141,7 mil no setor de serviços.

O nível de emprego cresceu 1,5% no trimestre fi nalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando se elevara 1,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados do Caged/MTE, com destaque para o aumento de 2% na construção civil.

O IPCA da região Sul6 aumentou 2,09% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 0,93% naquele encerrado em setembro, com maior variação de preços livres, 2,68% ante 0,63%, e menor de preços monitorados, 0,54% ante 1,75%. Nesse segmento, destaquem-se o recuo de 2,21% nos preços de emplacamento e licença e as menores variações nos preços da gasolina e da tarifa de energia elétrica residencial.

A trajetória dos preços livres traduziu as pressões exercidas pelo aumento, de 0,86% para 3,58%, na variação dos preços dos itens comercializáveis, associada, especialmente, às elevações nos preços dos itens carnes e

Tabela 5.5 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Sul Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 32 887 37 259 13,3 32,0

Básicos 14 701 16 111 9,6 45,3

Industrializados 18 186 21 148 16,3 22,7

Semimanufaturados 2 359 3 223 36,6 37,6

Manufaturados1/ 15 827 17 924 13,3 18,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.6 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Sul Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 26 375 39 205 48,6 42,2

Bens de capital 4 779 7 346 53,7 38,0

Matérias-primas 13 125 20 476 56,0 40,4

Bens de consumo 4 419 6 443 45,8 46,0

Duráveis 2 752 4 003 45,6 60,0

Não duráveis 1 667 2 440 46,4 29,6

Combustíveis e lubrificantes 4 053 4 941 21,9 51,3

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.7– Evolução do emprego formal – SulNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 149,6 29,4 145,9 103,1 131,5

Indústria de transformação 45,4 11,0 72,3 28,9 24,7

Comércio 46,8 -0,2 27,1 19,7 57,3

Serviços 33,8 14,8 39,9 35,8 38,5

Construção civil 9,5 6,0 16,9 16,5 3,0

Agropecuária 12,7 0,2 -13,2 0,6 7,2

Serviços ind. de utilidade pública 0,6 0,8 0,8 0,7 0,2

Outros2/ 0,9 -3,2 2,2 0,8 0,7

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

6/ Calculado com base nos pesos e variações dos subitens que compõem o IPCA das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Curitiba, ponderados pelos pesos destas regiões na composição do IPCA nacional.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 59

vestuário, que exerceram impacto conjunto de 0,67 p.p., e dos não comercializáveis, de 0,42% para 1,86%, infl uenciada pelos aumentos nos preços de itens do grupo alimentação fora de domicílio e condomínio. Refletindo a maior disseminação dos reajustes de preços na região, o índice de difusão atingiu média de 61,4% no trimestre encerrado em dezembro, ante 54,5% no trimestre encerrado em setembro.

A infl ação da região Sul atingiu 5,84% em 2010, ante 4,15% no ano anterior. No âmbito dos preços livres, a variação anual dos preços dos itens comercializáveis atingiu 7,86%, ante 2,03% em 2009, ressaltando-se o impacto dos aumentos em vestuário e itens de alimentação, especialmente carnes e leites e derivados. A variação dos preços dos itens não comercializáveis, traduzindo a pressão dos aumentos em componentes do grupo alimentação fora do domicílio, passou de 5,77% para 6,49%, no período.

A trajetória da atividade econômica da região Sul nos próximos meses deverá continuar refl etindo a evolução positiva da renda e do emprego, a expansão moderada do crédito e o resultado favorável da safra de grãos. Esse cenário poderá, entretanto, ser sensibilizado tanto pelas incertezas relacionadas à retomada mais consistente da demanda externa nas áreas do euro e da economia norte-americana, ainda que amenizadas pelo crescimento consistente das economias emergentes, quanto pelas recentes medidas macro prudenciais e de política monetária.

Tabela 5.8 – IPCA – SulVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2010

I Tri II Tri III Tri IV Tri

IPCA 100,0 1,95 0,74 0,93 2,09

Livres 73,0 2,64 1,03 0,63 2,68

Comercializáveis 34,8 1,89 1,32 0,86 3,58

Não comercializáveis 38,2 3,32 0,76 0,42 1,86

Monitorados 27,0 0,17 -0,02 1,75 0,54

Principais itens

Alimentação 22,6 4,50 0,20 -0,03 5,15

Habitação 14,0 0,89 0,48 1,84 1,77

Artigos de residência 4,5 1,86 1,52 0,36 0,76

Vestuário 7,1 -0,07 3,11 1,24 4,63

Transportes 19,2 0,46 -0,35 1,12 0,41

Saúde 10,2 0,97 1,92 1,23 0,95

Despesas pessoais 11,2 2,61 2,02 1,71 1,46

Educação 6,5 5,25 0,17 0,72 0,06

Comunicação 4,7 0,10 0,21 0,27 0,55

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

52,8% 52,6%

40,0

45,0

50,0

55,0

60,0

65,0

70,0

Dez2007

Abr2008

Ago Dez Abr2009

Ago Dez Abr2010

Ago Dez

%

Gráfico 5.6 – IPCA – Índice de difusão – SulMédia móvel trimestral

Fonte: IBGE

61,4%

54,5%

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 61

Paraná

Após apresentar dinamismo acentuado nos dois primeiros trimestres do ano, sustentado pelo desempenho das atividades agrícola, industrial e varejista, em ambiente de crescimento signifi cativo dos rendimentos, a atividade econômica paranaense registrou relativa desaceleração a partir de julho, decorrente de retração no ritmo de crescimento da produção da indústria de transformação. Nesse cenário, o IBCR-PR recuou 0,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando se expandira 0,8%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, ressalte-se que, embora o indicador registrasse evolução desfavorável na margem, alcançou crescimento de 11,3% em novembro, em relação a igual mês de 2009. A variação do IPCA da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), evidenciando o comportamento dos preços do grupo alimentação, apresentou, no último trimestre do ano, variação superior à registrada no país.

O volume de vendas do comércio varejista paranaense aumentou 1,3% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando havia crescido 1,6%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Ressaltaram-se, no trimestre, as elevações nas vendas relativas a artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e a equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, ambas de 4,5%; e a móveis e eletrodomésticos, 3,8%. Incorporados os aumentos observados nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 11,4%, e de material de construção, 1,7%, o comércio ampliado cresceu 4,3%, no período.

As vendas acumuladas em doze meses registraram elevação de 9,6% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 9% em agosto, registrando-se resultados positivos em todos os segmentos analisados, com ênfase nos relativos a equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação, 40,9%, e a artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 20,4%. Evidenciando as variações assinaladas nos segmentos veículos, 18,3%, e material de construção, 16,6%, o comércio ampliado cresceu 13,3% no período.

As vendas de veículos novos no trimestre encerrado em novembro cresceram 6,7% em relação ao trimestre encerrado em agosto e 9,1% em relação a igual período de 2009, de acordo com estatísticas da Federação Nacional

Tabela 5.9 – Índice de vendas no varejo – ParanáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 5,2 1,6 1,3 9,6

Combustíveis e lubrificantes -1,1 0,6 1,8 0,9

Hiper e supermercados 4,5 4,3 -0,4 6,1

Tecidos, vestuário e calçados -0,6 -2,4 -0,7 6,4

Móveis e eletrodomésticos 0,4 -0,9 3,8 15,0

Comércio ampliado 6,0 0,9 4,3 13,3

Automóveis e motocicletas 11,1 0,5 11,4 18,3

Material de construção -14,0 3,9 1,7 16,6

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

115

120

125

130

135

140

145

150

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 5.7 – Índice de Atividade Econômica Regional– Paraná (IBCR-PR)Dados dessazonalizados2002 = 100

110

120

130

140

150

160

170

180

190

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 5.8 – Comércio varejista – ParanáDados dessazonalizados2003 = 100

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62 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná (Sincodiv PR).

A produção industrial do estado, evidenciando reduções nos segmentos edição e impressão, 22,6%, máquinas e equipamentos, 5,1%, e veículos automotores, 1,9%, recuou 3,9% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando decrescera 2,7%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do estado, em trajetória ascendente desde março, cresceu 16,5% em novembro, em relação a igual mês do ano anterior, com ênfase nas expansões assinaladas nos setores veículos automotores, 62,2%, e máquinas e equipamentos, 29,1%.

As vendas reais da indústria paranaense, defl acionadas pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo – Oferta Global (IPA-OG), da FGV, aumentaram 1,2% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando haviam crescido 3,8% no mesmo tipo de análise, atingindo o patamar mais elevado da série histórica, iniciada em 2002, consideradas estatísticas dessazonalizadas da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Em sentido inverso, o Nuci da indústria do estado recuou 0,6 p.p. no trimestre. Em intervalos de doze meses, as vendas reais cresceram 8,1% em novembro, em relação a igual mês do ano anterior.

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil realizadas no Paraná totalizou R$98,5 bilhões em novembro, elevando-se 7% em relação a agosto e 18,4% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas somaram R$45,5 bilhões, aumentando 7,5% no trimestre e 20,1% em doze meses, com ênfase no dinamismo das modalidades veículos automotores e fi nanciamento imobiliário. A carteira de pessoas jurídicas atingiu R$52,9 bilhões, registrando variações respectivas de 6,6% e de 16,9% nos períodos mencionados, ressaltando-se o desempenho dos empréstimos para capital de giro.

A taxa de inadimplência atingiu 2,8% em novembro, recuando 0,2 p.p. no trimestre e 1,1 p.p. em doze meses. A evolução trimestral traduziu as retrações de 0,3 p.p. assinaladas nos segmentos de pessoas físicas e de 0,2 p.p. no de pessoas jurídicas, nos quais a taxa atingiu, na ordem, 3,5% e 2,2%.

0

10

20

30

40

50

Ago 2008

Nov Fev2009

Mai Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 5.10 – Evolução do saldo das operações de crédito – Paraná1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

100

110

120

130

140

150

160

170

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil Paraná

Gráfico 5.9 – Produção industrial – ParanáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.10 – Produção industrial – ParanáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010 Acum.

Ago2/ Nov2/ 12 meses

Indústria geral 100.0 -2.7 -3.9 16.5

Produtos alimentícios 20.2 8.1 -0.3 8.7

Veículos automotores 14.5 12.1 -1.9 62.2

Edição e impressão 14.3 1.0 -22.6 12.2

Refino de petróleo e álcool 9.8 -28.6 28.0 -7.9

Máquinas e equipamentos 8.8 2.4 -5.1 29.1

Celulose e papel 8.1 -9.1 5.1 6.0

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 63

A safra de grãos do Paraná totalizou 32,5 milhões de toneladas em 2010, de acordo com o LSPA de dezembro do IBGE, registrando crescimento anual de 32,9% e retomando a posição de principal produtor nacional de grãos, com participação de 21,6% na safra do país. O desempenho favorável do setor refl etiu o aumento da produtividade média das principais lavouras, motivado pela distinção entre as condições climáticas da safra atual e da anterior. O aumento de 49,7% registrado na produção do soja foi condicionado pelo patamar de suas cotações à época do plantio, pela maior liquidez na comercialização do grão, pela melhor estrutura de escoamento da produção, em relação a outras lavouras, e pela base de comparação deprimida. Nesse cenário, incorporando terras antes destinadas ao plantio do milho e, em menor escala, do feijão, a produção de soja totalizou 14,1 milhões de toneladas em 2010, patamar recorde para o estado.

O valor bruto da produção (VBP) agrícola do estado, considerando o LSPA de dezembro de 2010 e os preços médios recebidos pelos produtores paranaenses no ano, comparativamente a 2009, registrou aumento anual de 23,2%. O resultado relativamente modesto, em relação à intensidade da recuperação da safra agrícola do estado, traduziu a trajetória desfavorável das cotações dos principais grãos. Nesse sentido, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná/ Departamento de Economia Rural (Seab/Deral), os preços médios do soja, trigo e milho, produtos que representam, em conjunto, 95,4% da produção de grãos prevista para o estado no ano, recuaram 16,8%, 11,6% e 3,9%, respectivamente, em relação às cotações médias assinaladas em 2009.7 Vale mencionar que a trajetória das cotações das principais commodities agrícolas registrou reversão a partir do fi nal de agosto, em resposta às condições meteorológicas adversas experimentadas em importantes países produtores.

Estimativa da Seab/Deral para a safra de 2011, divulgada em dezembro, revela que a produção de grãos relativa à primeira safra de verão deverá recuar 7,1% no ano, totalizando 19,9 milhões de toneladas. Esse decréscimo evidencia, em especial, o declínio no rendimento das lavouras, decorrente das condições climáticas excepcionais registradas na safra anterior, ressaltando-se a projeção de redução de 1% para a safra de soja, cujo plantio deverá ocupar área 3% maior do que a de 2010. No mesmo sentido, o quarto levantamento de intenção de plantio da Conab para a safra de 2011 indica produção de grãos do estado em

7/ Esse comportamento foi condicionado tanto pelo aumento dos estoques internacionais e pelas estimativas de crescimentos para as safras de milho e de soja no Brasil, na Argentina e no Paraguai, quanto pelas difi culdades de armazenagem da safra atual, devido ao comprometimento da capacidade armazenadora do estado com produtos das safras anteriores.

Tabela 5.11 – Produção agrícola – ParanáItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Variação %

2009 20101/ 2010/2009

Grãos 73,9 24 430 32 474 32,9

Feijão 5,4 787 779 -1,0

Milho 19 11 191 13 542 21,0

Soja 40,3 9 409 14 081 49,7

Trigo 5,9 2 483 3 366 35,6

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 10,2 55 332 55 307 -0,0

Fumo 3,4 152 160 5,8

Mandioca 3,9 3 655 3 994 9,3

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 20092/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

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patamar 5,2% inferior ao assinalado em 2010, com ênfase nas perspectivas de recuos respectivos de 17,5% e de 1,5% nas colheitas de milho e de soja.

Os abates de bovinos, de suínos e de frangos realizados em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF registraram variações respectivas de 24,8%, de 3,6% e de 3,1% nos onze primeiros meses de 2010, em relação a igual período do ano anterior. A participação do Paraná no total dos abates realizados no país atingiu, na ordem, 4,7%, 17,5% e 26,9%, enquanto os preços médios recebidos pelos produtores do estado registraram, de acordo com a Seab, aumentos respectivos de 22,2% e de 7,7% nos segmentos de suínos e bovinos e recuo de 6,2% no relativo a aves. Conforme a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o impacto do aumento no consumo interno mostrou-se mais relevante do que o recuo das exportações do produto, motivado pela perda de competitividade em relação a outros exportadores no mercado da Rússia.

O superávit comercial do estado totalizou US$223 milhões em 2010, ante US$1,6 bilhão no ano anterior, retração decorrente de elevações respectivas de 26,3% e de 45% nas exportações e nas importações, que atingiram, na ordem, US$14,2 bilhões e US$14 bilhões.

O comportamento das vendas externas decorreu de aumentos respectivos de 10,8% e de 14% nos preços e no quantum exportado, ressaltando-se a expansão de 29,6% nas exportações de produtos manufaturados, que, evidenciando o aumento de 48,2% nos embarques de automóveis de passageiros, em especial para a Argentina e a Alemanha, representaram 45,1% do total exportado no ano. A participação das exportações direcionadas à China atingiu 16,1% do total, com ênfase nas vendas do complexo soja e de açúcar em bruto.

A trajetória das importações traduziu as variações assinaladas no quantum, 68,2%, e nos preços, -13,8%, registrando-se aumentos nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para as relacionadas a bens de capital, 73,9%, e a bens intermediários, 34,1%. As aquisições do estado foram provenientes, em grande parte, da China, 15,2%, e da Argentina, 12,1%.

De acordo com o Caged/MTE, foram criados 39,2 mil empregos formais no Paraná no trimestre encerrado em novembro, ante 44,6 mil naquele fi nalizado em agosto e 43,2 mil em igual período de 2009, dos quais 19,5 mil no comércio, 12,4 mil no setor de serviços e 9,8 mil na

Tabela 5.13 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 11 223 14 176 26,3 32,0

Básicos 4 985 5 983 20,0 45,3

Industrializados 6 238 8 193 31,3 22,9

Semimanufaturados 1 304 1 800 38,0 37,6

Manufaturados1/ 4 933 6 392 29,6 18,7

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

2005 = 100

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.11 – Abates de animais – ParanáMédia móvel trimestral

Fonte: Mapa

Tabela 5.12 – Balança comercial – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Exportação 11 223 14 176 26,3 32,0

Importação 9 621 13 953 45,0 42,2

Saldo 1 602 223 -86,1 -19,8

Corrente de comércio 20 844 28 129 35,0 36,6

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.14 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 9 621 13 953 45,0 42,2

Bens de consumo 1 766 2 534 43,5 46,0

Duráveis 1 253 1 686 34,6 60,0

Não duráveis 513 848 65,3 29,6

Bens intermediários 4 826 6 471 34,1 40,4

Bens de capital 1 688 2 936 73,9 38,0

Combustíveis e lubrificantes 1 341 2 012 50,1 51,3

Fonte: MDIC/Secex

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 65

indústria. O nível de emprego formal elevou-se 1,6% em relação ao trimestre fi nalizado em agosto, considerados dados dessazonalizados. No âmbito da RMC, foram gerados 18,5 mil vagas, destacando-se o desempenho do setor de serviços, 7 mil, do comércio, 6,4 mil, e da indústria, 5,2 mil.

A taxa de desemprego na RMC, considerada a Pesquisa Mensal de Emprego realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) em convênio com o IBGE, atingiu 3,4% em novembro, ante 4,5% em agosto e em novembro de 2009. A evolução trimestral decorreu de variações de 0,9% na população ocupada e de -0,2% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido aumentou 3,1% no trimestre e 6,4% no período de doze meses encerrado em novembro.

O IPCA da RMC cresceu 2,38% no trimestre encerrado em dezembro, ante 1,32% naquele fi nalizado em setembro, resultado da aceleração, de 0,83% para 3,06%, na variação dos preços livres e da desaceleração, de 2,58% para 0,64%, na relativa aos monitorados. A trajetória dos preços livres traduziu as elevações registradas nos segmentos de itens comercializáveis, 4,39%, e não comercializáveis, 1,91%, com ênfase nos acréscimos nos preços dos itens carnes, 17,77%, açúcares e derivados, 13,54%, e alimentação fora do domicílio, 4,64%. O índice de difusão, revelando maior disseminação dos aumentos de preços, atingiu 58,3%, em média, no trimestre encerrado em dezembro, ante 53,4% naquele fi nalizado em setembro.

A infl ação da RMC atingiu 6,71% em 2010, ante 4,67% no ano anterior, aumento associado ao impacto mais intenso da aceleração, de 4,13% para 8,56%, na variação dos preços livres, em relação ao derivado da desaceleração, de 6,07% para 2,14%, na relativa aos monitorados. O desempenho dos preços livres resultou de expansões nas variações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,79% para 9,44%, e dos não comercializáveis, de 5,33% para 7,78%, com destaque para os aumentos nos subitens leite pasteurizado, 25,51%, e açúcar, 38,2%, no primeiro grupo, e refeição, 13,71%, e empregado doméstico, 11,14%, no segundo.

As perspectivas favoráveis em relação à trajetória da economia paranaense fundamentam-se na evolução do mercado de trabalho e do crédito, que segue impulsionando o consumo das famílias, e na trajetória recente das cotações das principais commodities agrícolas, que tende a infl uenciar as decisões de plantio e favorecer o aumento da renda agrícola e das exportações.

3

4

5

6

7

8

9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez2006 2007 20082009 2010

%

Gráfico 5.12 – Taxa de desemprego aberto – Curitiba

Fonte: Ipardes/IBGE

Tabela 5.16 – IPCA – RMCVariação %

Discriminação Pesos1/ 2009 2010

Ano III Tri IV Tri Ano

IPCA 100,0 4,67 1,32 2,38 6,71

Livres 72,1 4,13 0,83 3,06 8,56

Comercializáveis 33,8 2,79 1,24 4,39 9,44

Não comercializáveis 38,2 5,33 0,47 1,91 7,78

Monitorados 27,9 6,07 2,58 0,64 2,14

Principais itens

Alimentação 21,6 2,07 0,19 6,07 13,14

Habitação 13,8 7,28 3,64 2,17 7,42

Artigos de residência 4,4 4,81 1,15 1,12 5,31

Vestuário 6,6 4,30 1,48 5,81 12,35

Transportes 21,3 3,51 1,11 0,42 -0,71

Saúde 9,9 4,90 1,46 1,22 6,26

Despesas pessoais 11,0 8,52 1,99 1,15 9,12

Educação 6,6 6,40 0,58 0,09 7,10

Comunicação 4,9 3,73 -0,11 0,61 1,13

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

Tabela 5.15 – Evolução do emprego formal – ParanáNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 43,2 -8,4 62,9 44,6 39,2

Indústria de transformação 15,2 -4,7 22,2 12,3 9,8

Comércio 15,1 -0,7 9,7 7,8 19,5

Serviços 9,3 3,2 17,7 15,0 12,4

Construção civil 3,6 1,5 9,0 6,8 0,5

Agropecuária -0,1 -7,7 3,9 2,6 -3,0

Serviços ind. de utilidade pública 0,2 0,1 0,2 0,1 0,0

Outros2/ 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

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Rio Grande do Sul

O nível de atividade da economia gaúcha refl etiu, no trimestre encerrado em novembro, os impactos da retração da indústria e da desaceleração da taxa de crescimento do comércio e do emprego. Nesse cenário, o IBCR-RScresceu 0,6%, em relação ao trimestre terminado em agosto, quando havia aumentado 1,9%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. A análise em doze meses revela expansão de 7,5% do indicador em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 6,3% em agosto. Em linha com a trajetória do IBCR, a Federação das Indústrias do Estado Rio Grande do Sul (Fiergs) estimou crescimento de 8,9% para o PIB do estado em 2010, resultado de aumentos de 12,5% na indústria, de 7,6% no setor de serviços e de 6,8% na agropecuária.

As vendas varejistas do estado aumentaram 2,8% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando haviam crescido 3,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da PMC, do IBGE, com ênfase no desempenho dos segmentos equipamentos e materiais para escritório, 6,8%, e artigos farmacêuticos, 6,1%. Incorporadas as variações de 5,5% nas vendas de materiais de construção e de 6,6% nas relativas a veículos, motos, partes e peças, o comércio ampliado cresceu 3,6% no período, ante 2,9% no trimestre fi nalizado em agosto.

Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas aumentaram 10,9% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante 9% em agosto, ressaltando-se o aumento de 16,9% no comércio de móveis e eletrodomésticos. As elevações respectivas de 15,1% e de 31,7% registradas nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de materiais de construção contribuíram para que o comércio ampliado crescesse 13,4% no período.

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (Peif), divulgada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviço do Estado do RS (Fecomércio-RS) para Porto Alegre indicou que 30% das famílias possuíam dívidas em atraso em dezembro, ante 24% em outubro.

A produção da indústria gaúcha recuou 1,8% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao terminado em agosto, período em que se elevara 1,8%, em igual tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional, do IBGE. Oito das catorze atividades pesquisadas apresentaram resultados negativos, com ênfase no recuo de

105

110

115

120

125

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Gráfico 5.13 – Índice de Atividade Econômica Regional – Rio Grande do Sul (IBCR-RS)Dados dessazonalizados2002 = 100

110

120

130

140

150

160

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Restrito Ampliado

Gráfico 5.14 – Comércio varejista – RSDados dessazonalizados2003 = 100

Fonte: IBGE

90

100

110

120

130

140

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Brasil RS

Gráfico 5.15 – Produção industrial – RSDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.17 – Comércio varejista – RSGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação 2009 2010

Ago1/ Nov1/ 12 meses

Comércio varejista 4,8 3,7 2,8 10,9

Combustíveis e lubrificantes -1,6 3,6 2,2 6,0

Hiper e supermercados 4,3 2,9 1,5 7,8

Tecidos, vestuário e calçados 0,9 1,1 0,3 13,8

Móveis e eletrodomésticos 3,1 5,3 6,9 16,9

Comércio varejista ampliado 5,5 2,9 3,6 13,4

Automóveis e motocicletas 10,3 0,6 6,6 15,1

Material de construção -11,0 11,8 5,5 31,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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68 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

18,8% no segmento refi no de petróleo e álcool, decorrente de paradas técnicas para manutenção de unidades produtivas em setembro e outubro. A indústria do estado cresceu 8,7% no período de doze meses encerrado em novembro, em relação a igual mês de 2009, registrando-se resultados positivos em onze das catorze atividades pesquisadas.

O Índice de Desempenho Industrial (IDI) da Fiergs recuou 0,2% no trimestre fi nalizado em novembro, em comparação ao encerrado em agosto, quando aumentara 0,9%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IDI cresceu 8,5% em novembro, em relação a igual mês de 2009, ante elevação de 3,6% em agosto, com ênfase na alta de 19,8% nas compras industriais.

Segundo sondagem industrial realizada pela Fiergs, o nível de estoques atingiu 52,3 pontos em novembro, mantendo-se em patamar superior ao planejado desde julho. As expectativas para os próximos seis meses indicam otimismo moderado, com as empresas planejando destinar sua produção, em especial, ao mercado doméstico, em cenário pessimista quanto à trajetória das exportações.

O Icei, divulgado pela Fiergs, atingiu 58,6 pontos em novembro. O recuo de 1,4 ponto registrado em relação a agosto decorreu de retrações respectivas de um ponto e de 1,7 ponto nos componentes que avaliam as condições atuais e as expectativas para os próximos seis meses.

A produtividade do trabalho na indústria, defi nida como a relação entre a produção física e o número de horas pagas, ambos divulgados pelo IBGE, recuou 1,9% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando crescera 2,5%, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados. O indicador cresceu 5,4% no período de doze meses fi nalizado em novembro, em relação a igual mês de 2009.

A taxa de velocidade das vendas de imóveis novos em Porto Alegre atingiu 10,3% em novembro de 2010, ante 11,8% em agosto e 21,6% em novembro de 2009, de acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Porto Alegre, realizada pelo Sindicato da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). Foram comercializadas 367 unidades no mês e 5.513 nos últimos doze meses, representando, nessa base de comparação, variação de 25,4%, em relação ao período terminado em novembro de 2009.

Tabela 5.18 – Produção industrial – Rio Grande do SulGeral e atividades selecionadas

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2010

Ago2/ Nov2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 1,8 -1,8 8,7

Alimentos 17,7 -3,8 2,4 -1,2

Refino de petróleo e álcool 13,3 1,9 -18,8 -7,6

Outros produtos químicos 11,2 -3,4 -0,9 8,6

Veículos automotores 9,5 1,7 2,3 31,4

Máquinas e equipamentos 9,0 4,5 0,9 28,1

Calçados e artigos de couro 8,2 0,5 -7,3 6,2

Fumo 6,1 9,7 4,8 -11,7

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade conforme a PIM-PF/IBGE de novembro.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 5.19 – Indicadores da produção industrial – Rio Grande do Sul

Variação %

Discriminação 2010

Ago2/ Nov2/ 12 meses

IDI 0,9 -0,2 8,5

Compras industriais 4,8 -0,9 19,8

Vendas industriais -3,4 1,3 9,3

Pessoal ocupado 1,5 -0,2 3,4

Horas trabalhadas 1,7 -1,5 5,6

Nuci1/ 83,6 82,8 83,3

Fonte: Fiergs

1/ Percentual médio de utilização.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados pelo Banco Central.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 69

O saldo das operações de crédito superiores a R$5 mil contratadas no estado totalizou R$103 bilhões em novembro, crescendo 5,8% no trimestre e 22,8% em doze meses. A carteira de pessoas físicas atingiu R$50,9 bilhões, elevando-se 7,7% e 23,2%, nas bases de comparação mencionadas, com ênfase na evolução das modalidades financiamentos rurais e agroindustriais – custeio e pré-custeio, imobiliários e de veículos. O saldo das operações contratadas no segmento de pessoas jurídicas somou R$52,1 bilhões em novembro, aumentando 3,9% no trimestre e 22,5% em doze meses, ressaltando-se as expansões nos empréstimos à indústria de alimentos e bebidas, exceto açúcar em bruto, comércio de outros produtos e comércio atacadista, exceto veículos automotores e motocicletas.

A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 2,5% em novembro, ante 2,6% em agosto, registrando-se recuos de 0,1 p.p. nas taxas dos segmentos de pessoas físicas e jurídicas.

A safra de grãos do estado deverá atingir 25,2 milhões de toneladas em 2010, de acordo com o LSPA realizado pelo IBGE em dezembro, elevando-se 12,9% no ano e representando 17% da produção nacional. Essa projeção refl ete, em especial, aumentos nas colheitas de soja, 29,1%, milho, 31,7%, e trigo, 9,4%, em contraste com os recuos observados nas relativas a arroz, 12,5%, e a feijão, 7,9%.

Os preços médios dos principais grãos mantiveram-se, ao longo do ano, em patamar inferior aos praticados em 2009, de acordo com a Associação Riograndense de Epreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS). Nesse sentido, as cotações médias do milho, da soja, do feijão e do trigo relativas aos onze primeiros meses do ano registraram recuos respectivos de 15,2%, de 6,4%, de 2,5% e de 0,6% em relação a igual período de 2009. Na margem, entretanto, as cotações médias do milho, do feijão e da soja registraram recuperação, elevando-se, na ordem, 26,9%, 16,5% e 13,9% no trimestre encerrado em dezembro, em relação ao fi nalizado em setembro. As elevações dos preços da soja e do milho refletiram, principalmente, os atrasos no plantio da safra de 2011, causados pelas baixas precipitações no período, que deverão prejudicar o desenvolvimento dessas culturas.

Os abates de bovinos e de aves realizados nos onze primeiros meses do ano, evidenciando maior dinamismo das demandas interna e externa, cresceram 32,9% e 3%, respectivamente, em relação a igual período 2009, enquanto

Tabela 5.20 – Produção agrícola – Rio Grande do SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2009 2010 2010/2009

Grãos 69,2 22 328 25 213 12,9

Soja 32,4 7 913 10 219 29,1

Arroz (em casca) 22,8 7 913 6 920 -12,5

Milho 7,2 4 249 5 596 31,7

Trigo 3,9 1 806 1 975 9,4

Outras lavouras

Fumo 12,2 444 343 -22,7

Mandioca 4,1 1 282 1 314 2,5

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2009.2/ Estimativa segundo o LSPA de dezembro de 2010.

20

60

100

140

10

20

30

40

50

Dez2007

Abr2008

Ago Dez Abr2009

Ago Dez Abr2010

Ago Dez

Arroz Soja TrigoMilho Feijão

Arroz, soja, trigo e milho Feijão

Gráfico 5.17 – Preços médios mensais pagos ao produtor – RS (R$/saca)

Fonte: Emater

Tabela 5.21 – Indicadores da pecuária – RSNovembro de 2010

Variação % no ano

Discriminação Produção Exportações Preços

(kg) (R$)

Abates1/

Bovinos 32.9 18.9 2.8

Suínos -2.3 14.5 18.3

Aves2/ 3.0 17.4 2.8

Leite3/ 5.1 - 2.4

Fontes: AGL, Emater/RS, IBGE, Iepe, Mapa e MDIC

1/ Número de animais.2/ Os preços correspondem aos praticados no varejo.3/ Litros.

0

5

10

15

20

25

30

35

Ago 2008

Nov Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

PF PJ Total

Gráfico 5.16 – Evolução do saldo das operações de crédito – RS 1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

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os de suínos retraíram-se 1,3%, de acordo com estatísticas do Mapa. As exportações de carnes de bovinos, de aves e de suínos registraram elevações respectivas de 18,9%, de 17,4% e de 14,5%, na base de comparação mencionada.

A cotação média da carne suína aumentou 18,3% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009, enquanto as relativas a carnes bovina e de frango elevaram-se, igualmente, 2,8%, de acordo com estatísticas da Emater/RS e do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

Os preços médios do leite aumentaram 2,4% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2009, ante 4,1% até agosto, no mesmo tipo de comparação, conforme a Emater/RS. Em novembro, revertendo a trajetória de cinco recuos mensais consecutivos, os preços elevaram-se 2,4%, enquanto a cotação média relativa ao trimestre encerrado no mês decresceu 5,7% ante a observada no trimestre fi nalizado em agosto. A produção gaúcha de leite, que, de acordo com o IBGE, representa cerca de 14% da produção nacional, cresceu 5,1% nos onze primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2009.

A balança comercial do estado acumulou superávit de US$2,1 bilhões em 2010, ante US$5,8 bilhões em 2009, de acordo com o MDIC. As exportações somaram US$15,4 bilhões e as importações, US$13,3 bilhões, registrando variações respectivas de 0,9% e 40,2% no ano.

A trajetória anual das vendas externas refletiu variações de 11,2% nos preços e -9,3% no quantum, ressaltando-se que as exportações de produtos manufaturados e de básicos, representando, na ordem, 47% e 44,6% da pauta do estado no ano, experimentaram variações de -2,4% e -0,3%. Os principais destinos dos produtos gaúchos foram China, 15,6%, e Argentina, 10,9%.

O desempenho das importações, decorrente de aumentos de 22,8% no quantum e de 14,1% nos preços, foi impulsionado, em parte, pelo crescimento de 69,9% nas aquisições de matérias-primas e produtos intermediários, ressaltando-se a elevação de 175,1% nas compras de naftas para petroquímica, procedentes, em especial, da Argélia e da Argentina.

De acordo com o Caged/MTE, foram criados 51,5 mil empregos formais no estado, no trimestre encerrado em novembro, ante 33,2 mil naquele fi nalizado em agosto e 59,7

Tabela 5.22 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Rio Grande do Sul Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 15 236 15 380 0,9 32,0

Básicos 6 884 6 862 -0,3 45,3

Industrializados 8 352 8 518 2,0 22,7

Semimanufaturados 949 1290 35,9 37,6

Manufaturados1/ 7 403 7 228 -2,4 18,1

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.23 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-dezembro

US$ milhões

Discriminação Rio Grande do Sul Brasil

2009 2010 Var. % Var. %

Total 9 471 13 278 40,2 42,2

Bens de capital 1 782 2 175 22,1 38,0

Matérias-primas 3 720 6 320 69,9 40,4

Bens de consumo 1 276 1 882 47,5 46,0

Duráveis 962 1482 54,1 60,0

Não duráveis 314 400 27,4 29,6

Combustíveis e lubrificantes 2 693 2 903 7,8 51,3

Fonte: MDIC/Secex

30

60

90

120

150

Nov2007

Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.18 – Abates de animais – RSMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 71

mil no intervalo correspondente de 2009, ressaltando-se que os setores comércio e serviços, favorecidos pela sazonalidade do período, registraram, na ordem, 21,8 mil e 15,5 mil contratações líquidas. A economia do estado gerou 181,5 mil postos de trabalho nos onze primeiros meses do ano, ante 75,9 mil no período correspondente de 2009, refl etindo, especialmente, a criação de vagas formais na indústria de transformação, 64,9 mil, e no setor de serviços, 53,4 mil.

O nível de emprego formal cresceu 1,2% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, quando aumentara 1,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados do MTE, com ênfase nas expansões respectivas de 2% e de 1,6% assinaladas no comércio e no setor de serviços.

A taxa de desemprego aberto atingiu 3,7% na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), em novembro de 2010, de acordo com a PME, do IBGE, ante 4,6% em agosto e 5,3% em igual período de 2009, situando-se 2 p.p. abaixo da média relativa ao total das áreas pesquisadas. Vale ressaltar que a evolução interanual resultou de aumentos na população ocupada, 5%, e na PEA, 3,3%. Considerados dados dessazonalizados, a taxa atingiu 3,9% em novembro, ante 4,5% em agosto, traduzindo variações respectivas de 1,6% e de 1,3% na população ocupada e na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido e a massa salarial real registraram crescimentos respectivos de 1% e 4,4% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao fi nalizado em agosto, acumulando, considerado o período de doze meses fi nalizado em novembro, variações de 6,5% e de 10,1%.

O IPCA da RMPA aumentou 1,86% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 0,61% naquele encerrado em setembro, refl etindo aceleração, de 0,48% para 2,36%, na variação dos preços livres, e desaceleração, de 0,97% para 0,47%, na relativa aos monitorados, esta evidenciando o recuo nos preços dos produtos farmacêuticos e da gasolina.

A evolução dos preços livres evidenciou as acelerações registradas nas variações dos preços dos itens comercializáveis, de 0,49% para 2,80%, ressaltando-se as elevações nos itens açúcares e derivados, 10,25%, carnes, 9,17%, e vestuário, 3,64%; e dos não comercializáveis, de 0,47% para 1,95%, sensibilizada pela elevação nos preços de componentes do grupo alimentação fora do domicílio, 3,97%. O índice de difusão, indicando maior disseminação dos reajustes de preços, atingiu 56,4% no trimestre fi nalizado em dezembro, ante 51,6% naquele encerrado em setembro.

Tabela 5.24 – Evolução do emprego formal – Rio Grande do SulNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Total 59,7 26,9 58,2 33,2 51,5

Indústria de transformação 17,8 11,5 30,1 7,1 7,7

Comércio 17,3 0,6 11,6 6,7 21,8

Serviços 12,4 7,6 15,6 14,0 15,5

Construção civil 5,1 3,3 7,2 5,8 0,7

Agropecuária 6,6 3,9 -7,5 -1,1 5,4

Serviços ind. de utilidade pública 0,2 0,5 0,7 0,3 0,1

Outros2/ 0,2 -0,5 0,5 0,3 0,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

3

4

5

6

7

8

9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez2007 2008 2009 2010

%

Fonte: IBGE

Gráfico 5.19 – Taxa de desemprego aberto –Porto Alegre

700

800

900

1 000

1 100

1 200

1 300

1 400

1 500

Nov 2008

Fev 2009

Mai Ago Nov Fev 2010

Mai Ago Nov

Total Com carteiraConta própria Sem carteira (eixo dir.)

R$ R$

Fonte: IBGE1/ Média móvel trimestral, a preços de nov/2010 corrigidos pelo INPC.

Gráfico 5.20 – Rendimento habitual médio real1/ –Porto Alegre

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A infl ação da RMPA atingiu 5,14% no ano, ante 3,72% em 2009, evolução decorrente do impacto mais intenso da aceleração, de 3,66% para 6,11%, registrada na variação dos preços livres, em relação ao associado à desaceleração, de 3,83% para 2,45%, na relativa aos monitorados.

A atividade econômica no estado apresentou menor dinamismo ao fi nal do ano, principalmente em função do arrefecimento da produção da indústria. Essa tendência deverá permanecer nos próximos meses, em cenário de menor liquidez e de deterioração das expectativas em relação à evolução da demanda externa. A Fiergs, considerados cenários pessimista e otimista, estimou expansões respectivas de 1,2% e de 3,6% para o PIB do estado em 2011, projeções associadas tanto ao cenário mencionado quanto à perspectiva de recuo anual de 6% na safra de grãos.

Tabela 5.25 – IPCA – RMPAVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2010

I Tri II Tri III Tri IV Tri

IPCA 100,0 2,10 0,47 0,61 1,86

Livres 73,8 2,47 0,68 0,48 2,36

Comercializáveis 35,6 1,55 1,28 0,49 2,80

Não comercializáveis 38,2 3,34 0,12 0,47 1,95

Monitorados 26,2 1,09 -0,10 0,97 0,47

Principais itens

Alimentação 23,4 3,81 -0,55 -0,22 4,38

Habitação 14,2 1,16 0,15 0,34 1,44

Artigos de residência 4,5 2,14 1,60 -0,31 0,46

Vestuário 7,5 -0,60 2,35 1,04 3,64

Transportes 17,4 2,25 -0,20 1,11 0,41

Saúde 10,5 0,83 1,61 1,05 0,71

Despesas pessoais 11,3 2,21 1,57 1,47 1,71

Educação 6,5 4,37 0,23 0,83 0,05

Comunicação 4,6 -0,14 0,19 0,58 0,50

Fonte: IBGE

1/ Referentes a dezembro de 2010.

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6Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais

O comportamento da indústria auxilia a explicar o arrefecimento da atividade no segundo semestre de 2010, na comparação com o primeiro. Em oposição, impulsionadas pelo nível de confi ança dos consumidores, pelo desempenho do mercado de trabalho e pela ampliação do crédito, as vendas do comércio seguiram em ritmo de crescimento acentuado. Esse descasamento entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta, entre outros fatores, refl ete-se na dinâmica da infl ação. Ressalte-se que esse padrão ocorreu, em especial, nas regiões Norte, Nordeste e Sul.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) cresceu 1,1% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao terminado em agosto, período em que aumentara 0,3% no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados (tabela 6.1). Embora a taxa no trimestre represente aceleração na margem, o ritmo de crescimento do indicador segue em patamar inferior ao assinalado em trimestres anteriores. Ressaltem-se as expansões mais signifi cativas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, compatíveis com a recuperação das respectivas atividades industriais.

O dinamismo da demanda interna é avaliado a partir da análise da tabela 6.2, que evidencia a contribuição generalizada das vendas em todas as regiões para a expansão do comércio varejista no país. Nesse sentido, o crescimento trimestral de 2,2% registrado pelo setor em novembro, repetindo o patamar observado no trimestre encerrado em agosto, resultou de aumentos em todas as regiões, com ênfase nos relativos ao Norte, 3,7%, e ao Nordeste, 3,4%.

As operações de crédito superiores a R$5 mil, realizadas no país, apresentaram crescimento trimestral de 6,3% em novembro (tabela 6.3), aumento decorrente de elevações respectivas de 6,6% e de 6,1% nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas. Em doze meses, o crescimento do crédito em âmbito nacional atingiu 21,9%, refl exo de aumentos respectivos de 23,3% e de 21% nos segmentos mencionados.

Tabela 6.1 – Índice de Atividade Banco Central – IBC

Brasil e regiões1/

%Discriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Brasil 3,1 2,4 1,9 0,3 1,1 Norte 2,4 4,9 2,0 -0,6 -0,4 Nordeste 2,2 3,2 3,1 0,8 1,0 Sudeste 3,1 2,8 1,3 0,9 1,4 Sul 2,7 3,7 1,5 1,1 0,3 Centro-Oeste 1,3 3,2 1,5 0,3 1,4

Fonte: BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

Tabela 6.2 – Índice de volume de vendas

Brasil e regiões1/

Variação percentualDiscriminação 2010 2011

Jan Abr Jul Out Jan

Comércio varejistaBrasil 3.1 3.7 1.0 2.9 1.5 Norte 4.0 7.3 1.5 4.4 -66.2 Nordeste 3.1 5.0 0.4 3.9 1.1 Sudeste 2.9 3.7 1.0 2.1 1.2 Sul 3.5 2.4 1.2 3.3 -33.0 Centro-Oeste 5.1 3.4 1.6 2.3 2.7

Comércio ampliadoBrasil 0.1 6.6 -0.2 3.7 3.2 Norte 2.3 6.9 1.7 4.3 -66.2 Nordeste 0.5 7.2 -1.1 5.0 2.7 Sudeste 1.0 6.1 -2.1 4.7 2.5 Sul 2.4 4.0 0.7 4.5 -30.7 Centro-Oeste 0.7 7.3 -0.2 6.2 3.8

Fontes: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

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74 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

A análise regional revela as operações de crédito no Norte e no Nordeste com aumentos acima da média nacional, com destaque para o desempenho das modalidades crédito consignado e fi nanciamentos de veículos e habitacionais, no segmento de pessoas físicas, e dos empréstimos para capital de giro, no âmbito das pessoas jurídicas. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, responsáveis por 56,9%, por 18,3% e por 9,1% do total de crédito no país, ocorreram aumentos trimestrais respectivos de 5,9%, 6,9% e 6,4%, no período.

O crescimento das operações de crédito segue em ambiente de recuo na inadimplência, que atingiu 2,7% em novembro, ante 2,9% em agosto (tabela 6.4). As retrações mais acentuadas ocorreram no segmento de pessoas físicas, atingindo 0,4 p.p. no Centro-Oeste e no Norte.

A produção da indústria geral, após decrescer 1,3% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, registrou aumento trimestral de 0,3% no trimestre finalizado em novembro (tabela 6.5). A recuperação observada na margem foi sustentada pelos aumentos respectivos de 2,9% e de 1,2% assinalados nas indústrias do Centre-Oeste e do Sudeste, contrastando com as retrações trimestrais experimentadas pela atividade industrial no Nordeste, 3,2%, no Norte, 1,8%, e no Sul, 1,3%.

O mercado formal de trabalho (tabela 6.6) registrou a criação de 589,9 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro, de acordo com o Caged/MTE, ante 730,3 mil em igual período do ano anterior e 694,2 mil no trimestre fi nalizado em agosto. Evidenciando as alterações regionais no mercado de trabalho, as contratações efetuadas no Nordeste representaram 33,3% do total, ante 28,1% no trimestre encerrado em novembro de 2009, enquanto a representatividade das efetivadas no Sudeste recuou de 43,6% para 39,1%, no período.

A taxa média de desemprego do país, divulgada pela PME, do IBGE, atingiu 6% no trimestre encerrado em novembro, ante 6,9% naquele fi nalizado em agosto (tabela 6.7). Esse resultado decorreu de recuos nas regiões Nordeste, 1,5 p.p., Sudeste, 0,7 p.p.; e Sul, 0,6 p.p.

A trajetória da balança comercial segue condicionada pelo ritmo mais acentuado de crescimento das importações, em relação ao das exportações, registrando-se retração anual de 20,2% no superávit comercial médio diário de 2010 (tabela 6.8). Ressaltem-se, a reversão, de superávit médio diário de US$26 milhões em 2009 para défi cit médio diário de US$8,2 milhões em 2010, registrada no Sul, e o crescimento de 93,5% no superávit comercial do Sudeste.

Tabela 6.3 – Operações de crédito do SFN1/

Novembro de 2010R$ bilhões

Discriminação Saldo Variação percentual (%)PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 894 616 1.509 6,1 6,6 6,3 21,0 23,3 21,9 Norte 28 28 56 7,6 6,2 6,9 28,5 23,7 26,1 Nordeste 100 81 181 7,2 7,0 7,1 27,9 28,8 28,3 Sudeste 557 302 859 5,8 6,2 5,9 20,1 23,2 21,2 Sul 149 126 276 6,3 7,5 6,9 20,5 22,5 21,4 Centro-Oeste 60 77 137 6,7 6,2 6,4 16,2 19,5 18,1

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil.

Tabela 6.4 – Inadimplência do crédito do SFN1/

Novembro de 2010

Discriminação Inadimplência Variação em p.p.PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 1,8 4,1 2,7 -0,2 -0,3 -0,2 -1,1 -1,5 -1,2 Norte 2,8 5,0 3,9 -0,1 -0,4 -0,3 -1,3 -1,6 -1,5 Nordeste 1,9 5,2 3,4 -0,2 -0,3 -0,2 -0,9 -1,2 -1,0 Sudeste 1,6 4,0 2,4 -0,2 -0,3 -0,2 -1,1 -1,5 -1,2 Sul 1,9 3,3 2,6 -0,1 -0,2 -0,1 -0,8 -1,3 -1,0 Centro-Oeste 2,2 4,1 3,2 -0,3 -0,4 -0,4 -1,7 -2,0 -1,8

1/ Operações com saldo superior a R$5 mil com pelo menos uma parcela em

atraso superior a 90 dias.

Tabela 6.6 – Geração de postos de trabalho1/

MilDiscriminação 2009 2010

Nov Fev Mai Ago Nov

Brasil 730,3 -24,3 869,5 694,2 589,9 Norte 37,3 -1,4 30,0 38,6 23,4 Nordeste 204,9 5,0 55,3 147,6 196,4 Sudeste 318,3 -53,2 570,0 364,0 230,9 Sul 149,6 29,4 145,9 103,1 131,5 Centro-Oeste 20,2 -4,1 68,4 41,0 7,8

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

Tabela 6.5 – Produção física da indústria

Brasil e regiões1/

%Discriminação Peso2/ 2010 2011

Jan Abr Jul Out Jan

Brasil 100.0 2.6 4.1 -0.5 -0.2 -0.4 Norte 5.9 6.5 3.1 -1.0 -2.4 -65.9 Nordeste 9.5 5.3 2.7 0.1 -2.8 -5.1 Sudeste 62.7 3.2 3.0 0.0 1.3 -1.1 Sul 18.5 4.6 0.3 4.5 -4.8 4.6 Centro-Oeste 3.5 7.0 11.3 -5.2 4.3 -2.0

Fontes: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.2/ Participação no Valor da Transformação Industrial (VTI) em 2007.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 75

O IPCA, após registrar desacelerações consecutivas nos trimestres encerrados em junho e em setembro, variou 2,23% no trimestre fi nalizado em dezembro (tabela 6.9). Esse movimento, concentrado no segmento de preços livres, resultou de aumentos nas taxas em todas as regiões, com ênfase no observado no Nordeste, 2,48 p.p., e no Norte, 2,66 p.p., impactados, em especial, pelo crescimento de preços de itens do grupo alimentação, que, nessas regiões, têm peso na cesta de consumo superior ao das demais.

Tabela 6.7 – Taxa de desemprego%

Discriminação1/ 2009 2010Nov Fev Mai Ago Nov

Brasil 7,5 7,1 7,4 6,9 6,0 Nordeste 10,4 10,0 10,4 10,7 9,2 Sudeste 7,3 6,9 7,1 6,4 5,7 Sul 5,0 4,7 5,3 4,6 3,7

Fonte: IBGE

1/ Média do trimestre encerrado no mês.

Tabela 6.8 – Balança comercial regional – FOBMédia diária – Janeiro-dezembro

US$ milhões

Região

2009 2010 2009 2010 2009 2010

Total 612.0 804.4 510.9 723.7 101.1 80.7

Norte 40.4 60.2 32.2 50.7 8.3 9.5

Nordeste 46.5 63.2 43.2 69.7 3.3 -6.5

Sudeste 327.7 460.1 299.9 406.4 27.8 53.8

Sul 131.5 148.0 105.5 156.2 26.0 -8.2

Centro-Oeste 56.4 62.2 29.7 40.3 26.7 21.9

Outros1/ 9.4 10.7 0.3 0.4 8.9 10.3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Referem-se a operações não classificadas regionalmente.

Exportações Importações Saldo

Tabela 6.9 – IPCA

Variação trimestral1/

%Discriminação Peso 2010 2011

Fev Mai Ago Nov Fev

IPCA Brasil 100.0 1.91 1.53 0.05 2.04 2.28 Norte 4.2 2.55 1.50 -0.11 2.74 1.72 Nordeste 14.8 1.71 2.03 -0.31 2.08 2.08 Sudeste 57.6 2.11 1.48 -0.03 2.03 2.47 Sul 16.3 1.33 1.60 0.51 1.77 2.04 Centro-Oeste 7.1 1.70 0.75 0.43 2.38 2.08

Livres Brasil 1.97 2.03 -0.11 2.56 2.52 Norte 2.79 1.75 -0.51 3.25 0.57 Nordeste 1.79 2.51 -0.54 2.73 2.18 Sudeste 2.09 1.95 -0.14 2.55 2.64 Sul 1.57 2.26 0.20 2.23 2.40 Centro-Oeste 1.91 1.59 0.37 2.58 2.69

Monitorados Brasil 1.77 0.33 0.43 0.59 0.50 Norte 1.91 0.78 1.05 1.00 0.00 Nordeste 1.54 0.90 0.22 1.36 -0.10 Sudeste 2.18 0.44 0.22 0.52 0.28 Sul 0.68 -0.13 1.37 -0.02 1.76 Centro-Oeste 1.21 -1.13 0.56 0.53 0.80

Fontes: IBGE e BCB

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 77

Distribuição Geográfica do PIB per Capita

O Produto Interno Bruto (PIB) das regiões, embora tenha registrado aumento generalizado nos últimos anos, apresenta trajetórias distintas, em linha com as especifi cidades das respectivas economias. Nesse cenário, o objetivo deste boxe consiste em investigar a evolução e as alterações na distribuição do PIB per capita regional e, considerando o indicador de concentração T-Theil, identificar o grau de concentração da renda intrarregional (entre estados da mesma região) e inter-regional (entre as regiões). São utilizadas estatísticas da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios, do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), disponibilizadas para o período 1999-2008.

As trajetórias ascendentes dos PIBs per capita das regiões, expressas em reais de 2008 para o período de 1999 a 2008, encontram-se no gráfi co 1. As taxas de crescimento anuais médias mais acentuadas ocorreram no Norte, 3,4%, com ênfase na contribuição da Zona Franca de Manaus, e, a partir de 2003, no Sudeste, 3,9%, ressaltando-se a contribuição do desempenho do estado de São Paulo.

As razões entre os PIBs per capita de cada região e do país para o período de 1999 a 2008 estão no gráfi co 2. As elevações mais acentuadas ocorreram no Norte, de 0,58 para 0,64, e no Centro-Oeste, de 1,22 para 1,27, contrastando com o recuo de 1,17 para 1,14 registrado no Sul, e com a relativa estabilidade observada no Sudeste e no Nordeste.

O indicador T-Theil (T) foi utilizado para a mensuração da concentração da renda nas regiões e nos estados, tendo em vista que a

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

N NE SE S CO

Gráfico 2 – PIB per capita regional/PIB per capita nacional

0

5 000

10 000

15 000

20 000

25 000

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

N NE SE S CO

Gráfico 1 – PIB per capita regional – R$1.000 de 2008

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78 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

abertura da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios disponibiliza estatísticas relativas à esfera municipal.1

, (1)

Onde: Y = PIB; ypc = PIB per capita.

Uma característica do T-Theil é a possibilidade de sua decomposição em termos aditivos. Assim, a concentração territorial da renda de cada região pode ser analisada em seus componentes estadual (Te) e municipal (Tm), e a relativa ao país, nos componentes regional (Tr), estadual e municipal.

(2)

Os gráfi cos de 3 a 7 mostram os valores anuais dos componentes estaduais e municipais do T-Theil para as distribuições dos PIB per capita de cada região, no período de 1999 a 2008. Vale mencionar as contribuições para o movimento de desconcentração da renda, em termos nacional e regional, exercidas pelos crescimentos relativamente mais acentuados nas áreas com renda inicial abaixo da média em relação aos registrados nas áreas com renda inicial acima da média.

Os resultados para o Norte (gráfico 3) indicam desconcentração moderada da renda entre os estados, com principal contribuição do crescimento acima da média do Tocantins, e flutuação sem tendência defi nida entre os municípios.

A desconcentração do PIB per capita, tanto entre os estados quanto entre os municípios, registrada no Nordeste (gráfi co 4) foi determinada, em especial, pelos crescimentos acima da média no Maranhão e abaixo da média nas regiões metropolitanas de Salvador, do Recife e de Fortaleza.

1/ O indicador T-Theil satisfaz várias propriedades desejáveis, como independência da média e do tamanho da população e sensibilidade a transferências regressivas de renda. Quanto maior o seu valor, mais concentrada é a distribuição de renda.

0,040 0,0410,030 0,034 0,032 0,032 0,032 0,036 0,034 0,028

0,192

0,2280,208

0,189 0,1950,220 0,210 0,210

0,187

0,217

0,231

0,270

0,2380,223 0,226

0,252 0,242 0,2460,220

0,245

0,0

0,1

0,2

0,3

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Estados Municípios Total

Gráfico 3 – Norte – Concentração territorial da renda (T-Theil)

0,015 0,014 0,015 0,016 0,014 0,014 0,013 0,011 0,012 0,008

0,269 0,280 0,2810,266 0,269 0,274 0,285

0,259 0,256 0,263

0,284 0,294 0,296 0,282 0,282 0,288 0,2980,270 0,268 0,271

0

0,1

0,2

0,3

0,4

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Estados Municípios Total

Gráfico 4 – Nordeste – Concentração territorial da renda (T-Theil)

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 79

O gráfi co 5 revela que no Sudeste ocorreu desconcentração territorial da renda entre os estados e concentração entre os municípios e na região. A desconcentração decorreu do crescimento acima da média em Minas Gerais e no Espírito Santo e abaixo da média no Rio de Janeiro e em São Paulo. O aumento da concentração entre os municípios foi bastante disseminado, ainda que os crescimentos acima da média na Região Metropolitana de Belo Horizonte e da microrregião de Osasco possam ser ressaltados.

Os resultados para o Sul (gráfi co 6) não indicam alterações signifi cativas na concentração do PIB per capita da região, registrando-se crescimento abaixo da média nas regiões metropolitanas de Curitiba e de Porto Alegre e crescimento acima da média no vale do Itajaí e no Norte Catarinense. Em todo o período, na distribuição da região Sul, destaca-se a igualdade entre os estados.

A região Centro-Oeste (gráfi co 7) registra o processo mais acentuado de desconcentração, no período, ressaltando-se a contribuição do ritmo de crescimento do Distrito Federal, em patamar inferior à média regional. Apesar do aumento da concentração na esfera municipal, o efeito total que prevalecente na região é de desconcentração.

De modo geral, excetuando-se o Sudeste, o PIB per capita das grandes regiões metropolitanas, inclusive do Distrito Federal, cresceu abaixo da média regional no período considerado, como resultado da desconcentração espacial na geração de renda. Esse movimento foi estimulado, em especial, pelos aumentos reais do salário mínimo e das transferências, previdenciárias e assistenciais, que favoreceram principalmente os municípios mais pobres, bem como pelas elevações dos preços e do quantum exportado de importantes commodities agrícolas, principalmente soja e milho. No Sudeste, as expansões de preço e quantum das commodities minerais, sobretudo minério de ferro e petróleo, contribuíram para o aumento da concentração territorial da renda.

Em escala nacional, o gráfico 8 revela moderada desconcentração da renda, resultado

0,320

0,239 0,229

0,1860,160 0,152

0,177 0,1840,162 0,160

0,069 0,072 0,075 0,0890,107 0,117

0,096 0,081 0,086 0,093

0,3890,311 0,3050,275 0,267 0,269 0,273 0,265

0,248 0,254

0

0,1

0,2

0,3

0,4

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Estados Municípios Total

Gráfico 7 – Centro-Oeste – Concentração territorial da renda (T-Theil)

0,001 0,002 0,002 0,002 0,001 0,001 0,002 0,002 0,001 0,002

0,137 0,141 0,1440,130 0,126 0,133 0,137 0,132 0,140 0,145

0,138 0,142 0,1460,132 0,127 0,133 0,139 0,134 0,141 0,147

0,00

0,04

0,08

0,12

0,16

0,20

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Estados Municípios Total

Gráfico 6 – Sul – Concentração territorial da renda (T-Theil)

0,037 0,035 0,035 0,031 0,029 0,022 0,025 0,024 0,025 0,021

0,135 0,142 0,140 0,140 0,147 0,155 0,165 0,175 0,166 0,177

0,172 0,178 0,175 0,171 0,176 0,1770,190 0,198 0,191 0,198

0

0,1

0,2

0,3

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Estados Municípios Total

Gráfico 5 – Sudeste – Concentração territorial da renda (T-Theil)

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80 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

do impacto mais acentuado da desconcentração nos níveis regional e estadual, em relação ao decorrente da concentração na esfera municipal. Esses resultados podem ser comparados com os obtidos por Akita (2003),2 que utiliza metodologia idêntica para a China no período 1990-1997, obtendo aumento do T-Theil de 0,057 para 0,085. Assim, ao contrário do padrão chinês, o crescimento econômico no Brasil vem sendo territorialmente desconcentrador.

2/ AKITA, T. Decomposing Regional Income Inequality in China and Indonesia using Two-Stage, Nested Theil Decomposition Method. The annals of Regional Science, 2003.

0,052 0,044 0,042 0,037 0,033 0,029 0,033 0,032 0,031 0,029

0,151 0,159 0,158 0,154 0,160 0,168 0,174 0,174 0,169 0,178

0,093 0,090 0,088 0,081 0,081 0,080 0,078 0,077 0,080 0,079

0,296 0,293 0,2880,273 0,274 0,277 0,285 0,284 0,280 0,286

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Estados Municípios Regiões Total

Gráfico 8 – Brasil – Concentração territorial da renda (T-Theil)

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 81

Evolução Regional do Valor Bruto da Produção Agrícola

A produção do setor agrícola brasileiro, após registrar níveis relativamente reduzidos de 2004 a 2006, recuperação no biênio subsequente e nova retração em 2009, experimentou expansão robusta em 2010, apesar dos preços reduzidos da soja e do milho, principais produtos do setor. Nesse contexto, o objetivo deste boxe consiste em identifi car a distribuição inter-regional da variação da renda agrícola registrada em 2010, a partir da utilização de estimativas para o valor bruto da produção (VBP).1

Conforme evidenciado na tabela 1, o VBP nacional cresceu 6,7% em 2010, ressaltando-se a expansão de 18,4% assinalada no Sudeste e o recuo de 4,6% observado no Centro-Oeste (tabela 1). A segmentação do VBP nacional por produtos (tabela 2) revela expansões nos relativos à cana-de-açúcar, 21,2%, ao café, 39,2%, e à laranja, 31,5%,2 com participação conjunta de 34,7% no VBP do ano, ante 29,1% em 2009. Em oposição, ocorreram recuos nos VBPs referentes às safras de arroz, 18,3%, de feijão, 10%, de milho, 3,5%, e de soja, 0,6%.

A expansão no VBP da região Norte (tabela 3) esteve associada, em grande parte, ao aumento anual de 69,4% no VBP da cultura de café, que traduziu elevações de 18,3% no preço3

1/ As projeções relativas ao VBP consideram as produções físicas estimadas no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), e os preços médios recebidos pelos produtores rurais de janeiro a outubro de cada ano, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Embora existam restrições a esse exercício, tendo em vista possíveis discrepâncias tanto entre os níveis regionais dos preços praticados e da utilização de insumos e tecnologia, quanto dos volumes de comercialização ao longo do ano, os resultados se constituem indicativos da evolução da renda agrícola nas distintas regiões.

2/ Citados em ordem decrescente de participação no VBP total de 2010.3/ De acordo com o IBGE, o café arábica é a espécie predominante no país e, dada a descontinuidade da série de preços para o produto no site da

FGV, utilizou-se o preço do café arábica tipo 6, bebida dura, divulgado pelo Centro de Pesquisas em Economia Avançada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP), disponível em <www.cepea.esalq.usp.br>.

Tabela 1 – VBP por regiãoR$ milhões

Região 2009 2010 Var. %

Norte 5 609,1 5 906,3 5,3

Nordeste 18 470,8 18 809,0 1,8

Centro-Oeste 35 844,6 34 205,4 -4,6

Sudeste 47 111,8 55 797,6 18,4

Sul 43 699,2 46 156,9 5,6

Brasil 150 735,4 160 875,2 6,7

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

Tabela 2 – VBP por produtoR$ milhões

Culturas 2009 2010 Var. %

Soja 42 264,9 42 001,0 -0,6

Cana-de-açúcar 25 258,4 30 625,3 21,2

Milho 16 394,4 15 821,3 -3,5

Café 10 658,5 14 835,7 39,2

Laranja 7 881,8 10 366,1 31,5

Arroz 8 697,3 7 110,0 -18,3

Mandioca 5 520,5 5 522,1 0,0

Feijão 5 953,8 5 361,0 -10,0

Banana 3 474,5 3 862,3 11,2

Batata inglesa 3 135,8 3 811,2 21,5

Demais 21 495,4 21 559,2 0,3

Brasil 150 735,4 160 875,2 6,7

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

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e de 43,1% no quantum, este favorecido pelo crescimento de 41,3% na produtividade média. A mandioca, principal cultura da região, responsável por 27,5% do VBP regional em 2010, registrou recuo de 5,3% na área colhida e de 4,2% no quantum, enquanto a lavoura de soja, segundo item de maior representatividade na produção agrícola nortista, registrou expansão de 12,7% na quantidade produzida, com ênfase no crescimento de 13,7% na área colhida.

O crescimento do VBP do Nordeste atingiu 1,8% no ano, com ênfase nos aumentos respectivos de 34,1% e de 24% nos associados às culturas de laranja e de café. A produção de soja, responsável por 17,3% do VBP do Nordeste, registrou expansão anual de 26,9%, enquanto a relativa a cana-de-açúcar, segunda lavoura mais importante na geração de renda na agricultura nordestina em 2010, recuou 0,7%, apesar da expansão de 5,1% na área colhida. O desempenho modesto do VBP da região esteve associado, fundamentalmente, às quedas nas produções de feijão, 24,3%, de arroz, 18,9%, e de milho, 12,5%, expressas em reduções respectivas de 25,5%, de 26,3% e de 22,8% nos respectivos VBPs.

A retração anual no VBP da região Centro-Oeste, responsável por 35% da produção brasileira de grãos em 2010, refl etiu, em grande parte, as trajetórias das cotações da soja e do milho, expressas em recuos respectivos de 9,9% e de 3,3% nos VBPs correspondentes. Em sentido contrário, o VBP da lavoura de cana-de-açúcar, com produção 10% superior à da safra anterior, registrou crescimento de 26,1%. Ressalte-se que a produção agrícola predominante na região refere-se a soja e milho, com participação de 70,7% no VBP regional em 2010.

O VBP do Sudeste (tabela 6), região na qual não ocorre predomínio das lavouras de grãos, aumentou 18,4% em 2010, evolução associada aos crescimentos relacionados às culturas de café, 37,6%, de laranja, 31,1%, e de cana-de-açúcar, 22%, este decorrente de expansões de 6,4% na produção e de 14,7% no preço. Em sentido oposto, os VBPs do milho e da soja, evidenciando a trajetória declinante de suas cotações no decorrer da maior parte do ano, assinalaram recuos respectivos de 13,6% e de 12,5%.

Tabela 3 – VBP: Região Norte R$ milhões

Culturas 2009 2010 Var. %

Mandioca 1 617,3 1 624,5 0,4

Soja 1 061,4 988,8 -6,8

Café 474,9 804,3 69,4

Arroz 661,5 642,5 -2,9

Banana 394,2 462,0 17,2

Cacau 417,3 440,6 5,6

Milho 409,7 365,7 -10,7

Demais 572,7 577,9 0,9

Total 5 609,1 5 906,3 5,3

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

Tabela 4 – VBP: Região NordesteR$ milhões

Culturas 2009 2010 Var. %

Soja 3 103,9 3 256,1 4,9

Cana-de-açúcar 2 613,3 3 016,8 15,4

Mandioca 1 942,2 1 775,2 -8,6

Banana 1 423,8 1 463,6 2,8

Milho 1 528,6 1 179,9 -22,8

Algodão 1 047,8 1 067,0 1,8

Feijão 1 431,9 1 066,3 -25,5

Laranja 759,7 1 018,9 34,1

Café 797,4 989,1 24,0

Arroz 750,2 553,3 -26,3

Demais 3 072,0 3 422,8 11,4

Total 18 470,8 18 809,0 1,8

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

Tabela 5 – VBP: Região Centro-Oeste R$ milhões

Culturas 2009 2010 Var. %

Soja 21 498,2 19 376,3 -9,9

Milho 4 971,5 4 807,6 -3,3

Cana-de-açúcar 3 278,4 4 133,8 26,1

Algodão 1 796,4 1 782,0 -0,8

Demais 4 300,1 4 105,7 -4,5

Total 35 844,6 34 205,4 -4,6

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

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4/ O Índice de Preços Pagos (IPP) representa os preços médios mensais de insumos utilizados na produção agropecuária, agregados pelos seguintes grupos: agrotóxicos, combustíveis, fertilizantes, mão-de-obra, sementes e serviços. O IPP é apresentado também segundo unidades da federação. Dada a não disponibilidade da informação agregada por região, optou-se por utilizar o IPP – Produtos para o Brasil, com variação de -0,9% de 2009 para 2010, ante 7,6% de 2008 para 2009.

O crescimento do VBP agrícola do Sul atingiu 5,6% em 2010, desempenho relativamente modesto em relação à intensidade da recuperação da safra agrícola da região, que foi favorecida pela base de comparação reduzida de 2009. A evolução anual refl etiu, principalmente, as expansões nas produções de soja, 40,2%, de trigo, 22,3%, e de milho, 22,1%, que favoreceram os aumentos respectivos de 15,9%, de 19,5% e de 7,7% registrados nos VBPs correspondentes. A lavoura de cana-de-açúcar cresceu 0,4% no ano, e o respectivo VBP, 15,1%, ressaltando-se que o VBP relativo aos quatro cultivos mencionados respondeu por 58,3% do VBP regional em 2010.

É importante ressaltar que a estimativa do VBP representa uma medida de renda nominal. Portanto, em cenário de variação nos custos de produção, torna-se relevante a avaliação do valor recebido pelos produtores em termos reais. Assim, utilizando-se como defl ator o Índice de Preços Pagos pelos Produtores Rurais – Produtos (IPP-P),4 da Fundação Getulio Vargas (FGV), simulou-se a evolução do VBP real em 2010 (tabela 8).

Em síntese, a recuperação na produção física das principais culturas temporárias de grãos, em conjuntura internacional desfavorável para os preços desses produtos, traduziu-se em ganhos reais modestos, ou negativos, para os produtores nas regiões com maior participação nessas lavouras, conforme o defl ator escolhido. Em sentido contrário, a valorização observada para café e para laranja, importantes culturas permanentes, bem como para a cana-de-açúcar, propiciou efetivo aumento de renda aos produtores nas regiões nas quais há predomínio desses cultivos.

A evolução do VBP agrícola do país em 2011 estará condicionada aos impactos da perspectiva favorável para a produção do setor e da evolução das cotações das principais commodities agrícolas. A demanda global por alimentos segue aquecida, impulsionada pelos países emergentes, liderados pela China e Índia, em contexto de

Tabela 6 – VBP: Região Sudeste R$ milhões

Culturas 2009 2010 Var. %

Cana-de-açúcar 17 231,6 21 015,7 22,0

Café 8 871,3 12 208,2 37,6

Laranja 6 536,8 8 571,8 31,1

Milho 3 499,0 3 024,5 -13,6

Soja 3 011,0 2 633,4 -12,5

Batata-inglesa 1 658,0 1 915,6 15,5

Feijão 1 609,1 1 550,2 -3,7

Demais 4 695,1 4 878,3 3,9

Total 47 111,8 55 797,6 18,4

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

Tabela 7 – VBP: Região Sul R$ milhões

Culturas 2009 2010 Var. %

Soja 13 590,5 15 746,4 15,9

Milho 5 985,7 6 443,6 7,7

Arroz 6 288,8 5 104,3 -18,8

Fumo 4 940,3 4 261,7 -13,7

Cana-de-açúcar 2 071,7 2 385,0 15,1

Trigo 1 966,9 2 350,8 19,5

Feijão 1 843,8 1 770,0 -4,0

Demais 7 011,5 8 095,2 15,5

Total 43 699,2 46 156,9 5,6

Fontes: IBGE – LSPA dezembro/2010 e FGV – Preços por produtos

Tabela 8 – VBP real por região 2010/2009 Variação %1/

Região IPP-Brasil

Norte 6,3

Nordeste 2,8

Centro-Oeste -3,7

Sudeste 19,5

Sul 6,6

Brasil 7,7

1/ Média jan-out de cada ano.

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razão estoque/demanda reduzida e condições meteorológicas adversas. O caráter contracionista das ações de política monetária na China e, por conseguinte, a perspectiva de desaceleração no ritmo de crescimento do país sugerem redução na taxa de crescimento da demanda pelas commodities alimentícias. Em oposição, os níveis extraordinários de liquidez nos mercados fi nanceiros globais impulsionam as cotações nos mercados de commodities.

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A taxa de rotatividade do emprego (RE) no Brasil, uma medida que identifi ca o ritmo da substituição dos empregados no mercado formal de trabalho, atingiu 46,7% no período de doze meses encerrado em novembro, situando-se no patamar mais elevado desde o início de 2000, conforme o gráfi co 1. Nesse ambiente, o objetivo deste boxe consiste em identifi car os setores de atividade e as regiões geográfi cas nos quais esse processo vem ocorrendo mais acentuadamente.

A RE quantifi ca o percentual de empregados substituídos no período considerado, e é defi nida a seguir:

RE (t) = mínimo ( A(t) , D(t) ) x 100, (1) E(t)

Onde:RE(t) = taxa de rotatividade do mês t;A(t) = total de admissões no mês t;D(t) = total de desligamentos no mês t; eE(t) = total de empregos no 1º dia do mês.1

A rotatividade do emprego no país traduz, em certa medida, substituição de trabalhadores de maior remuneração por outros com salários mais reduzidos, demanda por mão de obra mais qualifi cada e/ou maximização de remuneração por parte do trabalhador. Conforme o gráfi co 2, em doze meses até novembro de 2010, 41,6% dos empregados demitidos não tinham completado seis meses no emprego, percentual que atinge 63,7% se agregados os demitidos que permaneceram empregados entre

Rotatividade do Emprego no Brasil

1/ Para o total de empregos, considerou-se o estoque fi nal do mês anterior, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (Rais/MTE) de 2009, e atualizado mensalmente pelo saldo de admissões e demissões conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE).

20

25

30

35

40

45

50

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Gráfico 1 – Taxa de rotatividade do emprego – BrasilAcumulado em doze mesesAcumulado em doze meses

%

Fonte: Caged/MTE1/Dados acumulados até novembro de 2010.

1/

13

18

23

28

33

Mar2007

Jul Nov Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Até 2,9 meses De 3 a 5,9 mesesDe 6 a 11,9 meses

Gráfico 2 – Tempo médio no emprego dos demitidos

Fonte: Caged/MTE

%

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6 e 11,9 meses. Deve ter contribuído para esse processo o crescimento da remuneração média relacionada ao tempo de serviço, de modo que o desligamento de trabalhadores com menor tempo no emprego implica menores custos de demissão.

O gráfi co 4 evidencia que a RE mensal se manteve, em 2010, em níveis superiores aos observados nos três anos anteriores, com pequena desaceleração na margem. Em 2008, a RE superou os percentuais assinalados em 2007, tendo atingido seu auge em setembro daquele ano, período em que os impactos da crise fi nanceira mundial sobre o mercado de trabalho no país tornaram-se evidentes.

Apesar de a RE não permitir quantifi car a substituição dos trabalhadores com o mesmo perfi l ocupacional, pode-se inferir que o indicador apresentou níveis mais elevados em setores com menor qualifi cação de mão de obra, como se verifi ca no gráfi co 5. Esse comportamento é observado, principalmente, na construção civil e na agropecuária, setores nos quais a maior parte das vagas é ocupada por empregados com baixa qualificação.2 Por outro lado, os setores extrativa mineral e serviços industriais de utilidade pública (Siup), que empregam pessoal com maior qualifi cação, apresentam taxa de rotatividade abaixo da média. Destaca-se ainda a baixa rotatividade do funcionalismo público, associada à qualifi cação e, principalmente, à estabilidade no emprego garantida por lei. Comparando-se as trajetórias nos gráfi cos 5 e 6, observa-se correlação negativa entre salário médio de admissão e RE.

O exame do gráfico 7 e da tabela 1 possibilita a análise da evolução da RE por regiões geográfi cas. A RE relativa à região Sul se mantém em patamar superior às das demais regiões em todo o período analisado, trajetória infl uenciada pelas taxas registradas na indústria, serviços e comércio, setores responsáveis, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), por 75,8% do estoque de emprego da região em dezembro de 2009. Observe-se, inclusive, conforme a tabela 1, que a média móvel da RE da região, segregada por setor de atividade, situa-se em patamar superior às

2/ A esse respeito, ver boxe Emprego Formal Privado por Nível de Qualifi cação, Relatório de Infl ação de setembro de 2010.

700

1 200

1 700

2 200

2 700

3 200

Até 2,9 De 3,0 a 5,9

De 6,0 a 11,9

De 12,0 a 23,9

De 24,0 a 35,9

De 36,0 a 59,9

De 60,0 a 119,9

De 120 ou mais

Tempo de serviço em meses

Gráfico 3 – Remuneração média conforme o tempo de serviço – 2009R$

Fonte: Rais 2009/MTE

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2007 2008 2009 2010

%

Fonte: Caged/MTE

Gráfico 4 – Taxa de rotatividade do emprego – BrasilMédia mensal

012345678

Mar2007

Jul Nov Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Extrativa Indústria SiupConstrução Comércio ServiçosAdm. pública Agropecuária

Gráfico 5 – Taxa de rotatividade por setorMédia móvel trimestral%

Fonte: Caged/MTE

500

700

900

1 100

1 300

Mar2007

Jul Nov Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Extrativa Indústria SiupConstrução Comércio ServiçosAdm. pública Agropecuária

Gráfico 6 – Salário médio de admissão por setorMédia móvel trimestralR$

Fonte:Caged/MTE

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das demais regiões em todos os setores pesquisados, com exceção da agropecuária.

No Sudeste, a RE é alavancada pelo comportamento do emprego nos segmentos serviços e comércio, que, em dezembro de 2009, respondiam, na ordem, por 36,7% e por 16% do estoque de emprego da região. A RE relativa ao Centro-Oeste, em patamar 0,1 p.p. acima da do país, mostra-se relativamente mais acentuada nos setores extrativa mineral, comércio, Siup, indústria e construção, as duas últimas mais elevadas do que as relativas a todas as demais regiões do país.

O Nordeste registra a menor RE entre as regiões, desempenho infl uenciado pela baixa rotatividade e elevado tempo médio de serviço da administração pública, responsável por 32,9% do estoque de emprego da região, de acordo com a Rais 2009. Igualmente, o Norte apresenta taxa de rotatividade abaixo da média nacional, ressaltando-se que essa relação ocorre em seis dos oito setores pesquisados.

O tempo médio de serviço por setor e região encontra-se discriminado na tabela 2, registrando-se a menor permanência na construção civil, 19,5 meses, e a mais elevada na administração pública, 76,2 meses. Interessante observar que o segundo menor tempo de permanência ocorre no comércio, resultado influenciado, em grande parte, pelas contratações temporárias de fi nal de ano.

Em síntese, a RE mensal se manteve, em 2010, em patamar superior aos assinalados nos três anos anteriores. O indicador nacional e os relativos às regiões geográficas registram níveis mais elevados em setores com menor qualifi cação de mão de obra, como construção civil e agropecuária. Em sentido oposto, ressalte-se rotatividade abaixo da média na administração pública, extrativa mineral e Siup. Esse padrão setorial sugere que recuos consistentes na substituição de mão de obra, no longo prazo, estão relacionados à melhoria da qualidade dos empregados, com consequente elevação dos rendimentos.

1,5

2,5

3,5

4,5

Mar2007

Jul Nov Mar2008

Jul Nov Mar2009

Jul Nov Mar2010

Jul Nov

Norte Nordeste Sudeste

Sul Centro-Oeste

Gráfico 7 – Taxa de rotatividade por regiãoMédia móvel trimestral%

Fonte: Caged/MTE

Tabela 1 – Rotatividade média por setor e região1/

Média móvel doze meses%

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-

Oeste

Total 3.2 2.5 2.4 3.4 3.9 3.3

Extrativa 1.5 1.3 1.2 1.4 2.7 2.5

Indústria 3.5 3.6 2.9 3.1 4.1 4.5

Siup 1.5 1.7 1.4 1.4 1.8 1.6

Construção 7.6 7.0 7.1 7.5 8.0 8.2

Comércio 4.1 4.0 3.1 4.2 4.7 4.6

Serviços 3.6 3.3 2.7 3.7 4.1 3.5

Adm. pública 0.1 0.0 0.0 0.1 0.1 0.0

Agropecuária 5.9 5.2 5.8 5.3 5.7 5.8

Fonte: Caged/MTE

1/ Considerados dados até outubro de 2010.

Tabela 2 – Tempo médio de serviço por setor e regiãoDezembro de 2009

Em meses

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-

Oeste

Total 43.9 44.9 48.5 42.8 42.2 43.0

Extrativa 51.1 41.4 55.8 52.8 45.8 38.8

Indústria 39.2 32.2 35.8 42.4 37.7 27.7

Siup 65.9 54.4 66.1 69.0 62.6 62.4

Construção 19.5 15.9 17.3 20.4 20.6 19.3

Comércio 28.6 25.5 29.5 29.1 28.6 24.9

Serviços 38.2 36.5 40.7 37.7 39.4 35.9

Adm. pública 76.2 68.1 75.8 78.5 78.5 73.8

Agropecuária 33.5 28.0 31.8 35.0 37.0 28.9

Fonte: Rais/MTE

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Os efeitos da política monetária em regiões com padrões econômicos, sociais e demográfi cos distintos podem ser assimétricos, provocando mudanças expressivas na atividade econômica em algumas regiões, sem afetar signifi cativamente outras.

O objetivo deste boxe é, a partir da identificação dos padrões de evolução do co-movimento1 entre os componentes cíclicos dos Índices de Atividade Econômica Regional (IBCR), avaliar a simetria dos ciclos e aferir a parcela de seus determinantes que pode ser explicada por choques agregados considerados nas decisões de política monetária. Os dados empregados neste boxe são mensais e dessazonalizados, compreendendo o período de janeiro de 2002 a outubro de 2010.

Os componentes cíclicos das regiões, apresentados no gráfi co 1, foram obtidos das séries dos IBCRs pela aplicação do fi ltro HP (Hodrick e Prescott) ao logaritmo dessas séries. Com efeito, o fi ltro HP gera uma tendência de longo prazo para

Sincronização dos Ciclos Econômicos Regionais

1/ Defi niu-se co-movimento como uma associação entre variáveis, fazendo com que estas percorram trajetórias similares ao longo do tempo. Uma medida do grau de co-movimento é a magnitude do coefi ciente de correlação entre as variáveis.

-0,06-0,05-0,04-0,03-0,02-0,01

00,010,020,030,04

Jan2002

Jan2003

Jan2004

Jan2005

Jan2006

Jan2007

Jan2008

Jan2009

Jan2010

CO NE N SE S

Gráfico 1 – Componentes cíclicos regionais (MM3)

Out2010

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Janeiro 2011 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 89

a série de atividade econômica. A medida de ciclo adotada neste boxe considera a diferença entre o logaritmo do IBCR e essa tendência de longo prazo. Desse modo, trata-se de uma medida análoga ao hiato do produto, se considerada a tendência gerada pelo fi ltro como uma aproximação para o produto potencial regional.

A tabela 1 mostra as correlações entre os componentes cíclicos regionais para o período de análise. As correlações entre os pares de regiões são relativamente elevadas, situando-se em geral acima de 0,5, e são estatisticamente diferentes de zero. Esse resultado, por si, sugere relevância da infl uência de fatores de ordem comum sobre os ciclos regionais.

As correlações mais elevadas foram obtidas para as regiões Norte e Sudeste (0,739), Nordeste e Sudeste (0,738) e Sudeste e Sul (0,727), indicando maior integração econômica entre essas áreas, apesar da distância geográfi ca. Uma explicação plausível para esse padrão de co-movimento é a interligação entre as cadeias produtivas dessas regiões, dada a crescente industrialização tanto do Nordeste quanto do Norte. Em outra perspectiva, também seria plausível supor que a elevada correlação entre o Sudeste e as demais regiões refl ete a liderança em termos de atividade econômica que a região exerce, dada sua preponderância na formação do produto nacional. Adicionalmente, deve-se mencionar que as regiões Sul e Centro-Oeste se caracterizam pela participação expressiva do agrobusiness na composição do Produto Interno Bruto (PIB), segmento com evolução fortemente associada a aspectos sazonais e climáticos.

A partir dos resultados da tabela 1, é relevante caracterizar a evolução ao longo do tempo desse padrão de co-movimento para que seja identifi cada a existência de tendência de ampliação ou não das assimetrias. Assim, para se obter uma medida de correlação dinâmica, calcularam-se as correlações entre os ciclos econômicos regionais em janelas móveis de sessenta meses (gráfi co 2), nas quais as sequências de correlações são indexadas pela data fi nal de cada janela.

Tabela 1 – Correlação entre os ciclos regionais1/

Região Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Norte 1

Nordeste 0,714(10,405)

1

Centro-Oeste 0,554(6,792)

0,698(9,952)

1

Sudeste 0,739(11,189)

0,738(11,170)

0,652(8,783)

1

Sul 0,559(6,875)

0,452(5,171)

0,4584(5,260)

0,727(10,798)

1

1/ Estatística t entre parênteses.

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Observe-se que o aumento registrado ao longo do tempo no co-movimento dos ciclos econômicos regionais evidencia o crescimento da infl uência econômica de fatores comuns a todas as regiões, ou correlacionados. A partir da janela que termina em abril de 2009, as correlações dos ciclos regionais são maiores que 0,3 e apresentam tendência de elevação. Em resumo, o gráfi co 2 documenta o aumento da sincronização dos ciclos econômicos ao longo do tempo. Parte desse aumento pode ser refl exo de choques decorrentes da crise fi nanceira internacional de 2008/2009, que, tendo o crédito como principal canal de transmissão para a economia brasileira, atingiu todas as regiões simultaneamente, provocando contrações na atividade econômica regional com intensidades não muito distintas.

O elevado grau de co-movimento entre os ciclos regionais torna relevante a compreensão desse padrão. É possível que os ciclos regionais sejam explicados primordialmente por um componente comum, forjado por choques macroeconômicos que atingem todas as regiões simultaneamente. Uma explicação alternativa plausível é a de que os ciclos sejam o produto de choques idiossincráticos, específi cos de cada região, mas bastante correlacionados entre si. Para entender melhor a natureza do co-movimento dos ciclos regionais, procedeu-se à análise de componentes principais, decompondo o hiato do produto regional em duas parcelas. A primeira, decorrente

-0,2-0,1

00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

Dez 2006

Fev 2007

Abr 2007

Jun 2007

Ago 2007

Out 2007

Dez 2007

Fev 2008

Abr 2008

Jun 2008

Ago 2008

Out 2008

Dez 2008

Fev 2009

Abr 2009

Jun 2009

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Out 2009

Dez 2009

Fev 2010

Abr 2010

Jun 2010

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Out 2010

Final da janela

Gráfico 2 – Correlações regionais dinâmicas – Janela de 5 anosCorrelação

CO-NE CO-N CO-SE CO-S NE-N

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de um componente comum, medida pelo primeiro componente principal.2 A segunda parcela, chamada de componente idiossincrático, é específi ca a cada região. Assim, o hiato do produto para a região i, denotado por uit, pode ser decomposto da seguinte maneira: xit = i ft + uit , sendo uit o componente cíclico comum e uit são choques específicos a cada região i, chamado de componente cíclico idiossincrático.

A parcela comum dos hiatos do produto regionais é dada pelo primeiro componente principal, cuja importância para explicar os ciclos pode ser avaliada pelo coefi ciente de determinação (R2) da regressão. A terceira coluna da tabela 2 reporta o R2 para as regressões associadas a cada região brasileira.

O c o m p o n e n t e c o m u m e x p l i c a aproximadamente 85% da variação do hiato do produto para a região Sudeste, 75% para a região Nordeste e 73% para a região Norte. Mesmo para as regiões Centro-Oeste e Sul, nas quais o componente comum é menos importante, o R2 para as regressões dessas regiões é maior que 50%. Ou seja, uma parcela substancial dos ciclos regionais pode ser explicada por choques agregados comuns a todas as regiões.

A tabela 2 também mostra duas importantes características dos ciclos econômicos: a volatilidade, medida pelo desvio-padrão dos componentes cíclicos dos IBCRs, e a persistência, medida pela correlação serial de primeira ordem dos IBCRs. Nota-se que os ciclos da região Norte são mais voláteis em comparação aos de outras regiões, enquanto o Centro-Oeste apresenta flutuações cíclicas menos voláteis.

Todas as regiões apresentam ciclos bastante persistentes, ressaltando-se que o tempo necessário para que o efeito inicial de um choque se dissipe,

2/ A análise de componentes principais é um método estatístico multivariado que permite transformar um conjunto de variáveis iniciais que apresentem algum grau de correlação entre si em outro conjunto de variáveis não correlacionadas ou ortogonais. A esse último conjunto de variáveis dá-se o nome de componentes principais, sendo o conjunto que permite descrever o padrão de correlação entre variáveis de forma mais simples, com um menor número de elementos. Por exemplo, as correlações entre 10 variáveis podem ser explicadas por dois ou três componentes principais, sendo que o primeiro componente principal capta as fontes de co-movimento que são de natureza comum a todas as variáveis.

Tabela 2 – Características dos ciclos regionais

Região Desvio padrão Persistência R2 Comp Comum1/

Norte 2,284% 0,741 0,729

Nordeste 1,368% 0,833 0,747

Centro-Oeste 1,089% 0,707 0,638

Sudeste 1,703% 0,857 0,852

Sul 1,743% 0,830 0,566

1/ Variação do ciclo regional explicada pelo componente comum.

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calculado a partir dos resultados da tabela 2, atinge trinta meses na região Sudeste, 25 na Nordeste e na Sul, 15 na Norte e 13 na Centro-Oeste.

Dada a importância do componente comum dos ciclos regionais, documentada na tabela 2, é interessante descrever a evolução da relevância desse componente comum. Para tanto, a análise de componentes principais foi realizada em janelas móveis de cinco anos. Para uma dada janela de tempo especificada, é possível computar o percentual do co-movimento regional, medido pelas correlações entre os ciclos regionais, que pode ser explicado pelo componente comum. O gráfi co 2 mostra a evolução desse percentual.

M e s m o i n i c i a l m e n t e , q u a n d o o co-movimento regional era menos intenso, o componente comum respondia por cerca de 50% do co-movimento observado. A partir da janela que termina em maio de 2009, esse percentual atinge o patamar de 70% e registra trajetória crescente, aproximando-se de 80% em outubro de 2010. De fato, o padrão de correlação dos ciclos regionais pode ser explicado cada vez mais pela importância do componente comum, isto é, dos choques de natureza agregada, em detrimento dos componentes idiossincráticos, associados a fatores regionais específi cos. Assim, a evidência empírica mostra que os ciclos regionais estão cada vez mais sincronizados em virtude da crescente importância dos choques de natureza agregada que atingem todas as regiões simultaneamente. Vale ressaltar que essa convergência reflete, provavelmente, transformações estruturais nas economias regionais.

40

50

60

70

80

Dez 2006

Fev 2007

Abr 2007

Jun 2007

Ago 2007

Out 2007

Dez 2007

Fev 2008

Abr 2008

Jun 2008

Ago 2008

Out 2008

Dez 2008

Fev 2009

Abr 2009

Jun 2009

Ago 2009

Out 2009

Final da janela

Gráfico 3 – Percentual do co-movimento explicado pelo componente comum%

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Por exemplo, a industrialização das regiões Norte e Nordeste intensifi ca as relações comerciais com as regiões Sudeste e Sul, tanto em bens finais quanto em bens intermediários. Adicionalmente, a facilidade de acesso ao crédito em todas as regiões faz com que as medidas regionais de atividade econômica estejam cada vez mais correlacionadas, dependendo do volume de recursos existentes para empréstimo.

Este boxe discutiu o co-movimento entre os ciclos regionais no Brasil, utilizando os IBCRs como medida de produto regional. As correlações regionais são relativamente elevadas e o co-movimento aumenta ao longo do tempo. Adicionalmente, esse padrão de co-movimento é explicado pela presença de choques de natureza agregada e comum a todas as unidades regionais. O papel de choques regionais específi cos parece ser limitado. Esse resultado é condizente com as evidências apresentadas em Norman & Walker (2007), relativamente aos ciclos dos estados australianos.3 Desse modo, as decisões de política monetária que procuram responder a choques agregados para assegurar o cumprimento da meta de infl ação não tendem a induzir efeitos assimétricos na atividade econômica regional no Brasil.

3/ Norman, D. & Walker, T. (2007) Co-movement of Australian State Business Cycle. Australian Economic Papers, 46(4), p. 360-374.

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Banco Central do Brasil

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Apêndice

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Banco Central do Brasil

PresidenteAlexandre Antonio Tombini

Diretor de Política EconômicaCarlos Hamilton Vasconcelos Araujo

Chefe do Departamento EconômicoAltamir Lopes

Representações Regionais do Departamento Econômico

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belém

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Fortaleza

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica no Recife

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Salvador

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belo Horizonte

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica no Rio de Janeiro

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Curitiba

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Porto Alegre

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Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo Av. Paulista, 1804 – Bela VistaChefe: José Benedito de Zarzuela Maia Caixa Postal 8.984 01310-922 – São Paulo (SP) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belém Boulevard Castilhos França, 708 – CentroChefe de Equipe: Irene Guedes Paiva Caixa Postal 651 66010-020 – Belém (PA) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Fortaleza Av. Heráclito Graça, 273 – CentroChefe de Equipe: Henrique Jorge Medeiros Marinho Caixa Postal 891 60140-061 – Fortaleza (CE) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica no Recife Rua da Aurora, 1259 – Santo AmaroChefe de Equipe: Fernando de Aquino Fonseca Neto Caixa Postal 1.445 50040-090 – Recife (PE) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Salvador Av. Anita Garibaldi, 1.211 – OndinaChefe de Equipe: Itamar Marins da Silva Caixa Postal 44 40210-901 – Salvador (BA) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Belo Horizonte Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo AgostinhoChefe de Equipe: Rodrigo Lage de Araújo Caixa Postal 887 30170-001 – Belo Horizonte (MG) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica no Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 730 – CentroChefe de Equipe: Maurício Botelho Ribeiro Caixa Postal 495 20071-900 – Rio de Janeiro (RJ) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Curitiba Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro CívicoChefe de Equipe: Vanderléia Centenaro Caixa Postal 1.408 80530-914 – Curitiba (PR) E-mail: [email protected]

Núcleo Regional de Pesquisa Econômica em Porto Alegre Rua 7 de setembro, 586 – CentroChefe de Equipe: Vera Maria Schneider Caixa Postal 919 90010-190 – Porto Alegre (RS) E-mail: [email protected]

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Siglas

ABCS Associação Brasileira de Criadores de SuínosACSP Associação Comercial de São PauloBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialCaged Cadastro Geral de Empregados e DesempregadosConab Companhia Nacional de AbastecimentoCondepe/Fidem Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de PernambucoDeral Departamento de Economia RuralEmater/RS Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão RuralEUA Estados Unidos da AméricaFecomércio Minas Federação do Comércio do Estado de Minas GeraisFecomercio SP Federação do Comércio do Estado de São PauloFecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RSFenabrave Federação Nacional da Distribuição de Veículos AutomotoresFGV Fundação Getulio VargasFieam Federação das Indústrias do Estado do AmazonasFiec Federação das Indústrias do Estado do CearáFieg Federação das Indústrias do Estado de GoiásFiemg Federação das Indústrias do Estado de Minas GeraisFiep Federação das Indústrias do Estado do ParanáFiergs Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do SulFiesp Federação das Indústrias do Estado de São PauloFirjan Federação das Indústrias do Estado do Rio de JaneiroHP Rodrick e PrescottIBC-Br Índice de Atividade Econômica do Banco Central – BrasilIBCR-CO Índice de Atividade Econômica Regional – Centro-OesteIBCR-MG Índice de Atividade Econômica Regional – Minas GeraisIBCR-N Índice de Atividade Econômica Regional – NorteIBCR-PR Índice de Atividade Econômica Regional – ParanáIBCR-RJ Índice de Atividade Econômica Regional – Rio de JaneiroIBCR-RS Índice de Atividade Econômica Regional – Rio Grande do SulIBCR-SE Índice de Atividade Econômica Regional – SudesteIBCR-S Índice de Atividade Econômica Regional – SulIBGE Instituto Brasileiro de Geografi a e EstatísticaICC Índice de Confi ança do ConsumidorICCBH Índice de Confi ança do Consumidor de Belo HorizonteIcei Índice de Confi ança do Empresário Industrial Icei/GO Índice de Confi ança do Empresário Industrial de GoiásIcei/MG Índice de Confi ança do Empresário Industrial de Minas GeraisIcei/RJ Índice de Confi ança do Empresário Industrial do Rio de Janeiro

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100 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Janeiro 2011

IDI Índice de Desempenho IndustrialIepe Centro de Estudos e Pesquisas EconômicasINC Índice Nacional de Confi ançaIndi Instituto de Desenvolvimento Industrial do CearáIPA Índice de Preços ao Produtor AmploIPA-OG Índice de Preços ao Produtor Amplo – Oferta GlobalIpardes Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e SocialIPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor AmploIpead Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas GeraisIpece Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do CearáIPP-P Índice de Preços Pagos pelos Produtores Rurais – ProdutosLSPA Levantamento Sistemático da Produção AgrícolaMapa Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ExteriorMTE Ministério do Trabalho e EmpregoNuci Nível de Utilização da Capacidade Instaladap.p. Pontos percentuaisPAC Programa de Aceleração do CrescimentoPEA População Economicamente AtivaPeif Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das FamíliasPIB Produto Interno BrutoPIM Pesquisa Industrial MensalPimes Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e SalárioPIM-PF Pesquisa Industrial Mensal – Produção FísicaPMC Pesquisa Mensal do Comércio PME Pesquisa Mensal de EmpregoRE Relatividade de EmpregoRMB Região Metropolitana de BelémRMBH Região Metropolitana de Belo HorizonteRMC Região Metropolitana de CuritibaRMF Região Metropolitana de FortalezaRMPA Região Metropolitana de Porto AlegreRMR Região Metropolitana do RecifeRMRJ Região Metropolitana do Rio de JaneiroRMS Região Metropolitana de SalvadorRMSP Região Metropolitana de São PauloSeab Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do ParanáSecex Secretaria de Comércio ExteriorSEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da BahiaSFH Sistema Financeiro da HabitaçãoSIF Serviço de Inspeção FederalSincodiv PR Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do ParanáSiup Serviços Industriais de Utilidade PúblicaSNIC Sindicato Nacional da Indústria do CimentoUFRS Universidade Federal do Rio Grande do SulVBP Valor bruto da produção