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Recombinação Gênica Luciana Souto Mofatto [email protected] BG282 Genética I

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Recombinação Gênica

Luciana Souto Mofatto [email protected]

BG282 – Genética I

Resumo da aula

1) Recombinação homóloga:

- Crossing-over

2) Recombinação sítio-específica:

- Transposição replicativa

- Transposição não replicativa

Recombinação Homóloga

Recombinação homóloga

Definição:

- Troca de informação genética entre moléculas de DNA homólogas.

- Moléculas de DNA são clivadas e os fragmentos ligados em novas combinações.

Crossing-over

Recombinação Homóloga

Crossing-over:

- Troca de material entre sequências localizadas em cromossomos homólogos.

- Quiasma: regiões de ligação entre cromossomos.

Frequência de recombinação

- Não é constante ao longo do genoma

- Efeitos locais e globais.

- Diferenças entre espécies e indivíduos:

- Humanos: ocorre em ovócitos 2X mais que em espermatozóides.

- Dependente da estrutura cromossômica:

- Suprimida em regiões condensadas.

Importância da recombinação homóloga

1) Benefício evolucionário:

- Variabilidade genética:

O rearranjo por recombinação é largamente disseminado em organismos multi e unicelulares.

2) Reparo:

Durante a replicação geralmente ocorre quebras das fitas de DNA e há a necessidade da busca por sequências homólogas para reparo.

Importância da recombinação homóloga

3) Segregação dos cromossomos:

Metáfase I: os pólos do fuso arrastam os homólogos duplicados para direções opostas e os quiasmas resistem a esta distensão e mantém os homólogos unidos até o fuso separá-los na anáfase I.

Importância da recombinação homóloga

Mecanismos

1) DNA homólogos de diferentes cromossomos.

2) O sítio de troca pode ocorrer em qualquer lugar das sequências homólogas participantes.

3) Moléculas de DNA clivadas.

4) No local da permuta, a fita de DNA de uma molécula é pareada com outra de uma segunda molécula

Mecanismos

Entrecruzamento (crossover):

- Extremidades unidas às fitas opostas.

- Formação de hélices intactas com informações das duas moléculas iniciais (heteroduplex).

Mecanismos

Precisão do evento: nenhum nucleotídeo é perdido ou adicionado.

Um pequeno número de bases pareadas incorretamente.

Mecanismos

As duas moléculas (sequências) que são ligadas podem não ser as mesmas nos dois lados da junção.

Como resultado, novas moléculas de DNA recombinante são formadas (cromossomos recombinantes).

Recombinação meiótica

Junção Heteroduplex

Formação do heteroduplex

1- Clivagem do DNA (dois modelos).

2- Reconhecimento de homologia.

3- Pareamento das sequências.

4- Invasão das fitas.

5- Extensão do fragmento.

6- Resolução da junção.

Formação do heteroduplex

A alça move-se livremente pelo cromossomo, aumentando a região pareada.

A alça é estendida com DNA polimerase I usando a extremidade 3’ livre como iniciador, e como molde uma fita do cromossomo homólogo.

O mesmo ocorre na cromátide de onde a fita saiu. Essa troca de moldes origina uma molécula heteroduplex de DNA.

Proteína RecA e homólogas

Ligam-se fortemente e em extensos grupos cooperativos em segmentos de fita simples de DNA.

RecA – E. coli

Rad51 – Leveduras, camundongos e humanos.

Presença de outros sítios de ligação permite interação com DNA fita dupla.

Sinapse de DNA

Após invadir o cromossomo homólogo, a fita simples causa a formação de uma alça, e um pareamento triplo, auxiliado pela RecA.

Sinapse de DNA

Causa ou consequência da recombinação?

Consequência!

Sua formação é resultado do início da recombinação pela quebra das moléculas de DNA.

Clivagem do DNA

Dois modelos:

1 – Modelo de quebra da fita única.

2 – Modelo de quebra das duas fitas.

Modelo da fita única

Robin Holliday (1964).

Clivagem ocorre em posições correspondentes das fitas homólogas pareadas.

Permite a movimentação das fitas.

Junção de Holliday

Migração por ramificação

Junção de Holliday

Junção de Holliday

Resolução do modelo

Modelo da quebra das duas fitas

Endonuclease cliva as duas

fitas da hélice.

Exonuclease degrada as

extremidades 5’, criando

extremidades 3’

desemparelhadas.

Modelo da quebra das duas fitas

Extremidades 3’ procuram

homologia com outra sequência.

Resolução

Diferentes maneiras para resolver estas junções.

Conversão gênica

Conversão gênica

Conversão gênica

Conversão gênica

Conversão gênica

Como parte do processo de recombinação, DNA heteroduplex é gerado.

O sistema de reparo de DNA reconhece as bases pareadas erradas e corrige (ou não) com a fita correspondente.

Esse evento pode converter a um alelo no alelo oposto.

Conversão gênica

O REPARO DE PAREAMENTO

INCORRETO REMOVE UM

SEGMENTO DA FITA VERDE

A SÍNTESE DE DNA PREENCHE

O INTERVALO E ORIGINA UMA

CÓPIA EXTRA DO ALELO

VERMELHO DO GENE X

replicação do DNA

cromossomo contendo

o alelo verde do gene X

cromossomo contendo

o alelo vermelho do gene X

ambos os cromossomo contêm

o alelo vermelho do gene X

replicação do DNA sem

reparo de pareamento

incorreto

a junção do heteroduplex cobre o

sítio de diferenciação dos alelos

vermelho e verde do gene X

Recombinação Sítio-Específica

Recombinação sítio-específica

Não requer similaridade extensa entre as sequências de DNA.

Pode ocorrer entre duas moléculas de DNA diferentes ou dentro de uma única molécula.

Recombinação sítio-específica

Elementos móveis:

- Transposons de DNA apenas.

- Retrotransposons semelhantes a retrovírus.

- Retrotransposons não-retrovirais.

Barbara McClintock

Primeira descrição dos elementos móveis

em 1948, utilizando milho.

Nos anos 60, foi demonstrado esses

elementos também em bactérias e

bacteriófagos.

Desenvolvimento das técnicas de DNA

recombinante (1970 - 80) demonstrou a

presença em todos os organismos.

1983 - Nobel de Medicina e Fisiologia.

Elementos móveis

Elementos móveis

Características:

• Curtas sequências repetidas (3 – 12) flanqueadoras.

• Repetições terminais invertidas.

Importância dos elementos móveis

Resistência a antibióticos. Genoma humano: Quase 50% é derivado de elementos móveis (inativos). Sequências repetitivas. Mutações por retrotransposons: Ratos: 10% Humanos: 0,2%

Transposição

Movimento do transposon de um local para outro.

Mecanismos gerais:

– Clivagem do DNA alvo;

– Ligação do transposon;

– Replicação dos gaps.

Mecanismos de transposição

• Replicativa:

O elemento é duplicado durante a reação, sendo o transposon uma cópia do elemento original.

• Não replicativa:

O elemento move-se como uma entidade física de um lugar para outro, e permanece conservado.

Transposição replicativa

Transposição replicativa via RNA (Retrotransposon semelhante a retrovírus)

Transposição replicativa via RNA (Retrotransposon semelhante a retrovírus)

cromossomo

alvo

Transposição replicativa via RNA (Retrotransposon não retroviral - LINE)

Transposição não replicativa

Modelo: recorta e cola. Necessita de uma pequena região de homologia.

Transposase cliva o transposon.

Integrase reconhece o sítio alvo do DNA e aproxima ao transposon.

DNA é clivado e ligado com o transposon.

- Transposição de recorte e colagem

Transposição não replicativa

Exemplo:

Bacteriófago Lambda.

Transposição não replicativa

Bibliografia

• Capítulo 5 - Biologia Molecular da Célula. 4ª Ed. Bruce Alberts.

- No site do NCBI - Book:

General Recombination https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK26898/

Site-Specific Recombination https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK26845/

• Genes X. Benjamin Lewin.

- Capítulo 15 – Recombinação Homóloga e Sítio-Específica.

Bibliografia

• Genética – Um Enfoque Conceitual. 2ª Ed. Pierce.

- Capítulo 11 – Transposição

- Capítulo 12 – Bases Moleculares da Recombinação

• Vídeos:

• Recombinação homóloga: https://youtu.be/BhJf9MHHmc4

• Transposição: https://youtu.be/CroyUMRpbxg

• Recombinação em bactéria: https://youtu.be/8rXizmLjegI