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1 projeto Fundação cooperativa solidária G.E.N.sT.E. [logo antigo, atualizar: Deméter, Atena, Eros&Oxumaré] - “Gestação de estudos ‘novas traquinagens de eros’” - São Paulo, 11 11 2018. G.E.N.T.E

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1

projeto

Fundação cooperativa

solidária G.E.N.sT.E.

[logo antigo, atualizar: Deméter, Atena, Eros&Oxumaré]

- “Gestação de estudos ‘novas traquinagens

de eros’” -

São Paulo, 11 11 2018.

G.E.N.T.E

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MISTÉRIOS ... Incógnitas

indecifráveis!??

O Agir rigA O O Sentir ritneS O

O Desejar rajeseD O O Imaginar ranigamI O O Querer rereuQ O

O Pensar rasneP O O Ser reS O.

Nas cenas, nas telas,

nos poemas, nas músicas,

... nas páginas e nas falas ... Existir, resistir, insistir,

a nossa sina. Dilemas:

o modo de agir X o modo de sentir, o modo de pensar X o modo de imaginar,

o querer X o desejar. Tornar inteligível

a totalidade do ser. Apreender e expressar,

compreender e interpretar (profundamente)

o agir, o sentir e o pensar. Os Sentidos

imaginar: unir o diverso,

as diversas partes, as múltiplas faces,

em concretas fantasias. “eu” sou Parte, O Todo é arte.

Apenas compomos e assinamos

as cenas, as telas, os poemas, as músicas, as falas e as páginas ...

Todas as formas de apreender e expressar,

compreender e interpretar todos os mistérios ...

Marco Antônio Dib

São Paulo, 02 de maio de 2002.

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3

Fundação cooperativa

solidária G.E.N.sT.E.

[logo antigo, atualizar:Deméter, Atena, Eros&Oxumaré]1

– “Gestação de estudos ‘novas traquinagens

de eros’” -

1-Proposta para novo logotipo: símbolos de Deméter, Atena, Eros & Oxumaré, num círculo - arco-íris e ou

ouroboros preenchido com trigo, uva, gente e livros-lápis – a esboçar, em anexo I...

G.E.N.T.E

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CREDENCIAIS

AGENTES

(modelo:)

Aline..., administradora: ...

Marco Antônio Dib, mestre em educação, pedagogo e professor:

Professor de História da rede municipal de ensino público do Município de

São Paulo / SP desde 13 10 1994; graduado em licenciatura plena em

História pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita” –

Campos de Franca / SP - UNESP, em 1989; especialista em Organização

de Acervos Documentais pelo IEB-ECA-USP, mestrado em Educação na

área “Organização, Cultura e Imaginário” pela Pós-Graduação da

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo / SP - FEUSP, em

2002; licenciatura plena em Pedagogia também pela FEUSP, em 2007.

Rubens Fagner Silva..., mestre em educação, especialista em...,

professor...: ...

Taís..., assistente social: ...

..., educadores: ...

..., psicólogo-a: ...

..., advogado-a: ...

..., psicanalista: ...

..., produtor cultural: ...

..., comunicação e marketing: ...

..., pesquisadores: ...

etc. (voluntários, estagiários, pessoas e profissionais associados, residentes,

convidados, visitantes, prestadores etc.)

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ROTEIRO GERAL DE TRABALHO

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL - PDI

.INTRODUÇÃO

I. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP - E CULTURAL DA INSTITUIÇÃO

II. PROJETO PEDAGÓGICO

III. PLANO ESTRATÉGICO DE GESTÃO

IV. PERFIL DO CORPO DE PROFISSIONAIS

V. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA

VI. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA, VIRTUAL E INSTALAÇÕES

VII. CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO GERAL DE GESTÃO PARTICIPATIVA SOLIDÁRIA

VIII. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PDI E DESENVOLVIMENTO DA INSTITUIÇÃO

. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA E GERAL

. ANEXOS

[.DINÂMICA DE TRABALHO E CRONOGRAMA:

1-encontros bimestrais com a direção, coordenação e corpo técnico, para discussão,

reflexão, elaboração e redação do PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL, do

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO e PROJETO PEDAGÓGICO DA INSTITUIÇÃO e

DEMAIS DOCUMENTOS-PARTES;

2-cada membro da equipe coordenando 2-3 itens do roteiro de trabalho, realiza

levantamentos, pesquisas, leituras e esboços-rascunhos iniciais de seus itens, que

seguirão o seguinte fluxo de elaboração e revisões: coordenador do item (elaboração

inicial) – Pré-projeto Marco Dib (1ª revisão) – [a definir...] (2ª revisão) – Equipe (3ª revisão,

final);

3-constituir e organizar acervo físico e virtual de toda documentação e bibliografia referida

e necessária à elaboração do(s) projeto(s)- e depois, programas, projetos e ações;

4-cronograma dos trabalhos: 27 meses – out. 2018 – dez. 2020 – jan. 2021:]

2-Com pré-esboço do projeto, elaboração do pré-projeto...

PREVISÃO

27 MESES

1-OUT.-

DEZ

2018

2-JAN-

JUN.

2019

3-JUL.-

DEZ

2019

4-JAN-

JUN.

2020

5-JUL.-

DEZ

2020

6-JAN.

2021

OBS. [vermelho,

em execução:]

Levantamentos de idéias2 – Estudos e Pesquisas - Encontros de

elaboração e redação - Revisão final – Registros oficiais –

Abertura e funcionamento oficial.

.enviar suas ideias

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.INTRODUÇÃO

“Existir. A que será que se destina¿” (Cajuína -

Caetano Veloso)

“Perguntar por si mesmo – o que faz no mundo, de

onde vem, qual sua missão, para onde vai – sem

sombra de dúvida estabelece o ponto de partida de

todo filosofar e, quiçá, de toda construção filosófica.

Não existe ninguém que, pelo menos uma vez na

vida, não se tenha formulado tais perguntas e que,

bem ou mal, explícita ou implicitamente, não as tenha

respondido ou acreditado responder. A resposta é

necessária, porque encerra em si a significação da

própria existência. Não responder é o mesmo que ter

a vida suspensa numa incógnita. Suprimir ou evitar a

pergunta é impossível, porque quem vive por viver,

sem querer pensar sobre o significado disso, não

pode suprimir a vida mesma e o problema imanente

contido nela, a sua existência.” (Melloni, 1998: 17-18)

Existir

Existir... Resistir... (re)existir...

Insistir... Pressentir... a substância, e não desistir.

E sentir...

a essência, a angústia.

O não gosto, o não quero,

a dor, em ânsia.

E viver..., a dor e o prazer, de ser humano.

Marco Antônio Dib

São Paulo, 09 de outubro de 1994.

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Gente

Gente olha p’ro céu Gente quer saber o um

Gente é o lugar De se perguntar o um

Das estrelas se perguntarem se tantas são

Cada, estrela se espanta à própria explosão Gente é muito bom

Gente deve ser o bom Tem de se cuidar

De se respeitar o bom Está certo dizer que estrelas

estão no olhar De alguém que o amor te elegeu

pra amar Marina, Bethânia, Dolores,

Renata, Leilinha, Suzana, Dedé

Gente viva, brilhando estrelas na noite

Gente quer comer Gente que ser feliz

Gente quer respirar ar pelo nariz Não, meu nego, não traia nunca

essa força não Essa força que mora em seu

coração Gente lavando roupa

amassando pão Gente pobre arrancando a vida

com a mão No coração da mata gente quer

prosseguir Quer durar, quer crescer,

gente quer luzir Rodrigo, Roberto, Caetano,

Moreno, Francisco, Gilberto, João

Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome

Gente deste planeta do céu de anil

Gente, não entendo gente nada nos viu

Gente espelho de estrelas, reflexo do esplendor

Se as estrelas são tantas, só mesmo o amor

Maurício, Lucila, Gildásio, Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé

Gente espelho da vida, doce mistério3

3-“Gente”, de Caetano Veloso. Disponível em https://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/gente.html.

Acesso em 17 04 18. [ver ano de lançamento da música]

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Gente, etimológica e filologicamente, procede do vocábulo latino gens, gentis; a

primeira definição do termo gente no dicionário é, de modo geral, a designação de uma

pluralidade de pessoas. [pesquisa etimológica detalhada, a ser reescrita e sintetizada:]

“Gens é um termo que, na Roma Antiga, representava a identidade familiar de um

determinado conjunto de famílias, largamente inscritas na aristocracia romana. Os membros da

gens encontravam-se ligados pela concepção do genus, de uma linhagem definida pela

ancestralidade e feitos militares dos seus antepassados.[1]

Conceito

O conceito de gens baseava-se numa noção de "solidariedade aristocrática", emanada

da relação da gens com os seus antepassados, surgindo como elemento de distinção e mérito

pessoal na obtenção de um posto destacado da administração imperial romana.[2]

A sociedade política romana constituia-se de várias gentes - nominativo plural de gens -

participando activamente da sua vida política, exercendo funções e magistraturas de relevo na

administração republicana e imperial de Roma. A pluralização de gens a gentes é, de certo modo,

reveladora da actuação de um número considerável de grupos familiares no seio da sociedade

política romana, tanto na acção prática, como colaborando na elaboração de construções

teóricas que contribuíam para a constituição de identidades de cariz simultaneamente particular,

pelo seu formato, e colectivo, uma vez que representavam grupos sociais mais abrangentes no

seio da sociedade romana. Tentava-se assim estabelecer, por um lado, uma hierarquização

desses grupos sociais com base nas suas origens ancestrais, indicadoras da sua inserção

primordial no universo aristocrático.[3]

O conjunto de famílias que se encontravam ligadas politicamente a uma autoridade em

comum, usando o mesmo nome por se julgarem descendentes de um antepassado comum, o

"pai da gens", pater gentis. A gens tinha seu equivalente na Grécia Antiga com o nome (geno),

que se formava a partir de uma grande família consanguínea com um antepassado em comum.

O geno é a unidade. Várias gens constituem uma fratria e várias fratrias uma tribo. Além de tudo

são pessoas que se juntam para um objetivo em comum.

Por exemplo,a gens Cornélia incluía os Cornélios Cipiões, Cornélios Balbos e Cornélios

Lêntulos.[4]

O sippen bárbaro, com o significado de grupo ou clã, estava directamente relacionado

com a gens romana.[5]

Evolução do conceito inicial

Após o século II, outros grupos sociais de menor relevância, ao adquirirem projecção

social e política, passam a participar ao lado das gentes nas tarefas administrativas, levando a

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uma confluência terminológica do termo com a nobilitas, definida pelo conjunto específico

daqueles que exerciam cargos e funções civis e militares no aparelho burocrático do mundo

romano nas épocas do Principado, e do Império Romano tardio. Gentes e nobilitas acabam por

se fundir em termos conceptuais, revelando o surgimento de uma identidade nobiliárquica

colectiva superior.[3] A partir de finais do século VI, e do VII, as fontes hispano-visigóticas

mostram uma efectiva vinculação entre os termos gens/gentes e nobilitas, representando uma

perspectiva de conjunto do grupo nobiliárquico hispano-visigodo, com a definição de uma

identidade nobiliárquica colectiva assente em virtudes morais e militares, como a fidelitas e a

fortitudo. Após a conversão ao catolicismo do Reino Visigótico da Hispânia, esta identidade

passaria a abranger tanto as grandes famílias de origem visigoda, como as famílias hispano-

romanas.[6]

São Juliano de Toledo, historiador da Hispânia visigoda dos finais do século VII, transpõe

a noção de uma gens gothorum para uma gens spanorum, caracterizada pelas mesmas virtudes

e valores positivos usados para definir a primeira desde os tempos de Isidoro de Sevilha. Juliano

aponta, no entanto, mesmo que indirectamente, a presença de diversas gentes no reino hispano-

visigodo de Toledo, constituíndo-se como grupos nobiliárquicos por vezes aliados ao poder régio,

por vezes disputando o poder com este.[7]

Evolução etimológica

O substantivo "gente", presente na língua portuguesa, origina-se do substantivo latino

gĕns, gĕntis, com o significado de raça, família, tribo, ou ainda “o povo de um país, comarca ou

cidade”. Encontram-se exemplos do uso do termo, tanto no singular como no plural, em textos

desde o século XIII ao XV, de que é exemplo estes trechos das "Cantigas de Santa Maria", do

século XIII:[8]

‘No que o moço cantava / o judeu meteu mentes, e levó-o a ssa casa, / poi se foram as

gentes.

mas o monge lla cuidou fillar, mas disse-ll’ a gente'

A partir do século XVI, a forma singular torna-se predominante, entrando a forma plural

gradualmente em desuso, embora ainda se encontrem exemplos até ao século XIX.[8]

Na língua castelhana, o filólogo Joan Coromines documenta abonações desde o século

XIII até ao XV, sendo predominante o uso do plural, como em "las yentes",[8] afirmando que

nessa língua a forma plural fica relegada ao estilo eclesiástico.[9] 4

4- Referências e Bibliografia:

[1] Frighetto 2011, p. 53-54.

[2] Frighetto 2011, p. 54.

[3] Frighetto 2011, p. 55.

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Houaiss e Villar (2008), no minidicionário da Língua Portuguesa, reconhecem

como significados do vocábulo gente: multidão de pessoas, povo; o conjunto de

habitantes de uma região, país etc.; o ser humano; grupo de pessoas com mesmo

interesse, profissão, trabalho etc.; a família; número indeterminado de pessoas (p. 375).

Em um dicionário mais antigo (Ferreira ,1986) os possíveis significados atribuídos de

sentido relacionadas para ao mesmo vocábulo são: quantidade maior ou menor de

pessoas indeterminadas, povo; determinado número de pessoas que têm em comum

certas características, ou profissão, ou interesse; pessoal; número indeterminado de

pessoas, ou mesmo uma só pessoa, alguém; o gênero humano, a humanidade; o ser

humano; homem, pessoa; habitantes de determinada localidade, região ou país,

população, povo; partidários ou sequazes de uma idéia, de uma facção ou causa

política, companheiro, camarada; família ou empregados. Buscamos então organizá-

los, primeiro, todos, eliminando as repetições, seguida, por bloco de sentidos:

A)Ordem alfabética

- o conjunto de habitantes de uma região, país etc.

- o gênero humano

- a família

- a humanidade

-o ser humano

- alguém

- grupo de pessoas com mesmo interesse, profissão, trabalho etc.

- homem

[4] Fredouille 1986, Jean-Claude, Dictionnaire de la civilisation romaine, Larousse, Parigi 1986, p.118.

[5] Frighetto 2011, p. 53.

[6] Frighetto 2011, p. 56.

[7] Frighetto 2011, p. 63.

[8] Lopes 2003, p. 9.

[9] Lopes 2003, p. 10.

Bibliografia: .FREDOUILLE Jean-Claude (1986). Dictionnaire de la civilisation romaine. Parigi: Larousse.

.FRIGHETTO, Renan (2011). «História, memória e identidades: considerações a partir da Historia Wambae

de Juliano de Toledo (século VII)». Revista de História Comparada, 5 (2). Rio de Janeiro: PPGHC/UFRJ.

.LOPES, Célia Regina dos Santos (2003). A inserção de ´a gente´ no quadro pronominal do português.

(PDF). ISBN 84-8489-061-9, 18, Frankfurt am Main/Madrid: Vervuert/Iberoamericana, 2003, v.18. p.174.

.https://docplayer.com.br/31819115-A-insercao-de-a-gente-no-quadro-pronominal-do-portugues.html e

https://br.pinterest.com/pin/574701602428750508/.

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- multidão de pessoas

-camarada

-companheiro

-determinado número de pessoas que têm em comum certas características, ou

profissão, ou interesse

-empregados

-família

-habitantes de determinada localidade, região ou país

-número indeterminado de pessoas

-partidários ou sequazes de uma ideia, de uma facção ou causa política

-pessoa

-pessoal

-povo

-população

-quantidade maior ou menor de pessoas indeterminadas

-uma só pessoa

B)Blocos de sentido

- o conjunto de habitantes de

uma região, país etc.

-habitantes de determinada

localidade, região ou país

-povo

- população

Os habitantes de um lugar

- o gênero humano

- a humanidade

- o ser humano

- homem

A espécie humana

- a família

-família

O grupo familiar

- multidão de pessoas

-quantidade maior ou menor

de pessoas indeterminadas

Um conjunto indeterminado

de pessoas

-camarada

-companheiro

Os vínculos entre

as pessoas

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-partidários ou sequazes de

uma ideia, de uma facção ou

causa política

-empregados

Pessoas próximas

- alguém

-pessoa

- uma só pessoa

Uma pessoa

-pessoal

-grupo de pessoas com

mesmo interesse, profissão,

trabalho etc.

-determinado número de

pessoas que têm em comum

certas características, ou

profissão, ou interesse

Um conjunto de pessoas

Como vimos, “O vocábulo gente é abrangente, pode significar desde quantidade

de pessoas, população [e] até para definir o caráter (quando dizemos, por exemplo,

“fulano é gente!”; neste sentido exprimimos admiração e referindo-nos a um ser humano

autêntico, naquilo que nossa espécie tem de melhor; alguém que prazerosamente

consideramos nosso próximo, nosso irmão (a língua inglesa possui um vocábulo que

bem define essa condição: gentleman). Por outro lado, também pode ocorrer o contrário:

há pessoas que se comprometem num comportamento tão irregular, em atitudes tão

indignas, que somos levados a dizer “Não é gente”; situam-se assim os que cometem

crimes hediondos, os tiranos, os estupradores, os vândalos, os que se comprazem na

maldade, causam-nos horror, pois parecem ter perdido a humanidade e comportam-se

como feras.

A expressão também é usada por grupos radicais que, numa visão estreita e

preconceituosa, tendem a aceitar como seus iguais – a sua gente – apenas os que têm

a mesma cor, a mesma crença, a mesma concepção política, o mesmo time de futebol,

a mesma preferência, de modo que o “outro” não é gente, não é considerado gente.

Assim, por exemplo, gente, para os antigos judeus, eram os filhos da raça – o povo

escolhido. Os demais, meros gentios, estrangeiros sem expressão. Enfim quem é

gente? Quem é nossa gente?

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Evidentemente, destaca-se o fato de o vocábulo gente referir-se à coletividade

(“o gênero humano”, “a humanidade”, “o ser humano” etc.). E, por outro lado, também “

a uma só pessoa” e “alguém”, individualizando o referente de natureza coletiva. Gente

como “partidários ou sequazes de uma ideia, de uma facção ou causa política”, indica

crença comum, “companheiro” e “camarada” de ideias e causas, em interação e

familiaridade - “família ou empregados”. O vocábulo gente tem valor coletivo [e afetivo!],

valendo pelos pronomes eu e tu ou ele, nos casos em que a língua culta usa nós,

[inscrevendo-se no universo simbólico da pessoa, pessoalidade, intimidade,

cumplicidade, proximidade, com laços / vínculos / ligações.5”

(...)

111S... tais HumanuS...

1 SER ÚNICO,

EM VERTICALIDADE.

1SER UNO,

EM TOTALIDADE.

HUMANIDADE.

5-.HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles (2008). Minidicionário Houaiss da língua portuguesa.

3ª ed., Rio de Janeiro: Objetiva. .FERREIRA, A.B.H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª

ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

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ASSIM SOMOS,

HOMOS

SAPIENS SAPIENS

E DEMENS.

O SUMO

E O

HÚMUS.

1SER

EM FERTILIDADE.

HUMANIDADE.

MANA

E

MANÁ,

ASSIM SOMOS, APENAS HUMANOS...

Marco Antônio Dib

São Paulo, ... de ..... de ....

Assim somos6, gente, seres humanos, pessoas, estudantes, trabalhadores e

profissionais, intelectuais e militantes, em nosso agir e fazer cotidiano, na vivência

constante da emoção7, e-labor-ação e re-flexão que podem resultar, que resultam em

produções culturais. Cada um, cada qual, com suas próprias histórias de vidas, cujo

(auto)conhecimento permite revelar-nos o que que somos, as crenças e a cosmovisão

das quais participamos (Penso aqui na história também como estória, um processo de

6-ver poesia... 7-ver etimologia...

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perlaboração, isto é, o trabalho de apreensão e de apropriação reflexiva, de

“reconstrução” do vivido na formação singular - no processo de individuação - da

pessoa, do grupo ou da sociedade)” (Dib: 2002: 8).

O que pode levar-nos a entender um pouco das motivações profundas que

orientam nosso modo de sentir, imaginar, pensar e agir, particularmente, de querer

buscar e atribuir sentido a tudo para .... Possibilitam-nos “reconhecer, entre outras

coisas, em especial, o poder do imaginário, que, por meio dos mitos, dá sentido

(significado e direção) ao curso da história, à cultura, à sociedade, aos grupos e às

pessoas; ou seja, a força das imagens e dos mitos coletivos, que são apropriados e

reinterpretados de modo singular em imagens e mitos pessoais que nos conduzem pela

existência” (op. cit.). Mergulhar para voar, pois conhecimento é autoconhecimento: cada

um, mergulhando em si mesmo, para sentir que a vida lhe fez e o que cada um faz de

sua minha vida, existencialmente marcados pelas suas crenças, concepções, valores e

visões de mundo, ... bem como nos poderes da razão, dos conhecimentos, da educação

e da busca de sentido e significado. Enfim, ..., elucidar um pouco os nossos próprios

“mistérios”, o mito pessoal de cada um, e os mitos coletivos dos quais somos partes,

participamos, como modo de praticarmos o princípio de que conhecimento é

autoconhecimento. Pois, somos parte e desdobramento de um percurso de vida

singular, de um trajeto de vida, em um país, também reconhecidamente, bastante

singular, cada qual com seu “trajeto antropológico” (Durand,1997: 43 e 48)8.

(...)

... O CICE - “CENTRO DE ESTUDOS DO IMAGINÁRIO, CULTURANÁLISE DE GRUPOS E

EDUCAÇÃO – CICE/FEUSP “foi criado em 1994, junto à Área Temática da Pós-Graduação: "Cultura,

Organização e Educação" e ao Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação (EDA)

da Faculdade de Educação da USP. Vincula-se ao GRECO-CRI - Groupement de Recherches

Européennes Coordonnées – Centres de Recherches sur l’Imaginaire cujo fundador foi o Prof. Gilbert

Durand em 1966, e atual diretor, Prof. Michel Maffesoli, pertencendo ao CNRS – Centre National de la

Recherche Scientifique/France. As atividades do CICE começaram, informalmente, sem enquadramento

institucional, por decisão de um grupo de pesquisadores da FEUSP, seus atuais membros fundadores. A

equipe em formação pretendia explorar o domínio do imaginário de modo mais circunstanciado, pluralista

e livre. Entretanto, esse "estudo exploratório" acabou por se desenvolver em quadros institucionais,

principalmente, devido à atuação da maioria de seus membros na Pós-graduação da FEUSP.

Atualmente, a área de estudos que esse grupo desenvolve já tem um perfil epistemológico definido

em termos de linhas de pesquisa e uma expressiva produção de livros, artigos, teses e dissertações, que

vêm estudando, a partir de temáticas diversas, as complexas relações existentes entre Imaginário, Cultura

e Organizações Educativas. O que caracteriza os trabalhos é o fato de, a partir de um solo paradigmático

8 -Conceito durandiano... [colocar o conceito, que aqui ampliamos e amplificamos no sentido de...]

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comum – a "Escola de Grenoble", cujas raízes se fincam na Teoria do Imaginário de Gilbert Durand,

tratarem de temáticas diversas de acordo com o olhar e a escuta específica de cada pesquisador. Entre as

linhas de pesquisa, estão:

• ANTROPOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DAS ORGANIZAÇÕES

Investigação das aplicações, em termos de métodos e heurísticas de pesquisa, das teorias

antropológicas clássicas e modernas, às organizações educativas. Compreensão da dimensão

antropológica na relação pedagógica, apreciação e crítica estética bem como na produção artística.

• ANTROPOLOGIA DO IMAGINÁRIO E CULTURANÁLISE DE GRUPOS

Investigação do imaginário como fator de organização do real através das práticas simbólicas dos

grupos sócio-culturais.

• SÓCIO-ANTROPOLOGIA DO COTIDIANO E EDUCAÇÃO

Análise do cotidiano escolar a partir das práticas simbólicas e educacionais da escola, articuladas

ao imaginário social.

• CULTURA ESCOLAR BRASILEIRA

Estudo de algumas dimensões analíticas envolvendo a cultura escolar brasileira e as relações

entre o campo educacional, discursos e práticas escolares.

O CICE tem por objetivo criar um espaço de pesquisa, estudos, circulação e trocas disciplinares

de temas relacionados ao imaginário e à cultura. Atualmente, os pesquisadores a ele vinculados vem

desenvolvendo as seguintes atividades: realização de projetos de pesquisa, seminários de estudo, cursos

de atualização para professores da rede de ensino fundamental e médio e de universidades, orientação de

estágios de formação, iniciações científicas, dissertações de mestrado e teses de doutorado.

Relativamente à pesquisa, já foram completados três Projetos Integrados de Pesquisa, financiados

pelo CNPq, a saber: O Estudo do Imaginário de Alunos de Escolas de 1º e 2º Graus (1991-1995) e

Imaginário e Cultura Escolar Brasileira: a Produção de Textos na e sobre a Escola (1995-1997). No

momento, está em andamento mais um Projeto Integrado do CICE, sobre o tema: Violência, Imaginário e

Educação: raízes histórico-hermenêuticas, da problemática, formas simbólicas de manifestação,

tematologia e paisagens mentais na escola, sob a coordenação do Prof. Dr. José Carlos de Paula Carvalho.

Quanto aos seminários de estudo, o CICE os tem realizado anualmente, com o objetivo de oferecer

um espaço de apresentação e reflexão do conteúdo temático tanto aos alunos da Pós-graduação, como a

todos os interessados nestas linhas de pesquisa. Atualmente estamos desenvolvendo o VI CICLO DE

ESTUDOS: SEMINÁRIOS SOBRE CULTURA & IMAGINÁRIO, cuja programação anual pode ser

consultada a partir de seu site: www.cice.pro.br: espaço virtual de divulgação das atividades e produção do

CICE.

O CICE é constituído por um grupo de pesquisadores que compreende docentes, graduandos e

pós-graduandos ligados a várias universidades brasileiras, entre elas: USP, UNICAMP, UNESP, UNB,

UFSCar, UFMT, UFMA, UFPI, PUC/SP, etc...

Atualmente é coordenado por:

• Prof. Dr. José Carlos de Paula Carvalho (FEUSP)

• Profa. Dra. Maria Cecilia Sanchez Teixeira (FEUSP & UNIP)

• Profa. Dra. Maria do Rosário Silveira Porto (FEUSP)

• Profa. Dra. Helenir Suano (FEUSP)

• Prof. Dr. Marcos Ferreira Santos (FEUSP)”

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(...) questões estudadas e discutidas também no Grupo de Estudos Mitos e

Imaginário - GEMsI9], que iniciou suas atividades em 04/11/2010 e ainda encontra-se

em atividade (nov. 2018), fundado e coordenado pelos Professores Maria do Rosário S.

Porto e Marco Antônio Dib10, seus idealizadores iniciais. Com uma agenda de 01

encontro mensal, evento gratuito e aberto que dispensa inscrição prévia, de frequência

facultativa e gratuita, recomendando-se apenas a leitura prévia dos textos selecionados.

Sediado e sempre realizados em locais-espaços cedidos pela Faculdade de Educação

(FE) da USP11. Com um encontro mensal, de duração de 3 hs., seu público alvo são

pesquisadores, estudantes e demais interessados pela temática.

Com o objetivo de estudar e debater “as principais obras que norteiam as

temáticas do mito e sua implicação no imaginário”, a dinâmica de funcionamento do

grupo baseia-se no estudo de livros-bibliografia definida previamente (a partir do

segundo livro, com consulta ao grupo: leitura prévia-estudo verticalizado do livro

escolhido, apresentação de resumos e questões para discussão por participantes do

grupo. As vivências: oficinas, vinculadas às temáticas estudadas, a cada três encontros

de estudo. -O café coletivo. Encaminhamentos. Ao final do encontro realizamos alguns

encaminhamentos e definimos algumas vivências ao longo do ano. Perfil do grupo:

alunos de graduação e pós-graduação, professores, coordenadores e técnicos da

SM/PMSP ou outras instituições / e outros interessados, vinculados à Educação

A bibliografia de referência básica inicial, composta por principais obras de:

DURAND, Gilbert (1982, 1983, 1988, 1997 e s/d ). Os .1s. Livros estudados/ em estudo:

CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990. [já encerrado];

.ELIADE, Mircea. O sagrado e oprofano. São Paulo: Martins Fontes, 1992. [em estudo].

A sugestão de livro para início de estudos foi “O poder do mito”, de Joseph Campbell

(Editora Palas Athena, 1990, 1ª parte), apontado pelos coordenadores. Em 05 de

dezembro de ...., agora no horário das 13h30 às 16h30 já estávamos estudando e

discutindo o livro: “As estruturas antropológicas do imaginário, de Gilbert Durand”, em

continuidade aos encontros anteriores.”.12 ...outra obra ... estudada foi “O imaginário”,

de Durand, G. -), já em 02/08/12, cuja pauta do dia foi : “a)Continuação/ finalização da

9 -Dib (...). [breve histórico] 10- Professora Doutora do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da USP e membro do Centro de Estudos de Imaginário, Cultura e Educação – CICE/FEUSP – ver anexo V – rever nº de todos os anexos... citar caderno CICE na bibliografia **-Mestre em Educação e membro do Centro de Estudos de Imaginário, Cultura e Educação CICE/FEUSP. 11-Pois o grupo encontra-se vinculado ao CICE... 12-Fonte: Disponível em http://www.usp.br/agen/?p=39819 e http://www.usp.br/agen/?p=162066. Acesso

em 07 11 18.

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apresentação do livro em estudo - Durand, G. - O imaginário -, pela Marisa Farah (de

"BALANÇO CONCEITUAL E NOVO MÉTODO DE ABORDAGEM DO MITO" até o final)

b)Café coletivo c)Discussões e encaminhamentos Ao final do encontro realizamos

alguns encaminhamentos e definimos algumas vivências ao longo do ano. A próxima

vivência é o 1º Sarau Mitos & Imaginário.”13

Vinculado, filiado ao CICE - Centro de Estudos sobre Imaginário, Cultura e

Educação – CICE/FEUSP14, e procurando dar continuidade a ele, o GEMsI assim foi

formado com o intuito de promover estudos, discussões e oficinas sobre os temas em

questão. Para tanto, mitólogos como Joseph Campbell e Mircea Eliade, teóricos do

imaginário, em especial Gilbert Durand e seus seguidores, bem como autores

convergentes com esses campos de estudo vêm se constituindo nas escolhas dos

membros do GEMsI para esse fim. Os membros atuais, as obras estudadas e as oficinas

promovidas devem ter espaço próprio, para serem completadas/revisadas

periodicamente. Membros tem no site. Acho que tem que abrir uma peige pra estudos

e oficinas, não acha?

Tendo por eixo basilar de reflexão a temática “IMAGINÁRIO, CULTURA E

EDUCAÇÃO”, “Desde meados da década de 80, um grupo de pesquisadores – docentes

e alunos – na Faculdade de Educação da USP vêm se interessando em desenvolver

estudos e práticas na intersecção “imaginário, cultura e educação”, sob inspiração do

prof. José Carlos de Paula Carvalho, seu iniciador. Foi na linha de pesquisa da pós-

graduação dessa Faculdade - “Cultura, Organização e Educação” – que esse grupo se

concentrou, desenvolvendo um considerável acervo de dissertações e teses

defendidas, de artigo e livros, e de encontros, colóquios e cursos. O imaginário, numa

perspectiva durandiana, é aqui considerado como um sistema dinâmico organizador de

imagens e de símbolos, cuja função é colocar o homem em relação de significado com

o mundo, com o outro e consigo mesmo. A cultura, enquanto universo das mediações

simbólicas, perimetra e organiza os grupos, sendo, pois, concebida como o conjunto de

sistemas simbólicos e práticas sociais, essas entendidas como práticas simbólico-

educativas. Transversando ambos, a educação é, segundo J.C. de Paula Carvalho, a

13-Fonte: Disponível em http://gemitoseimaginariofeusp.blogspot.com/.Acesso em 07 11 18. “Este blog

destina-se a registrar os encontros do grupo de estudos sobre a temática ‘Mitos e Imaginário’, coordenados pelos professores Marco Antonio Dib e Rosinha. O blog foi criado em 2011 por Marcelo Costa Sena, membro-fundador participante do referido grupo, com o apoio de Dib e Porto, com o objetivo de divulgar e fortalecer as ações do GEMsIe CICE na FEUSP. 14 -[breve histórico....] E: “o trabalho investigativo do CICE, ao tentar conciliar a Razão e a Sensibilidade, numa razão sensível, através das pesquisas sobre o Imaginário e a sua organização do real, bem como sobre suas relações poéticas com o mundo da Cultura e da Educação.” Ver: (Ferreira Santos, 1998 e Roger, 1991).

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prática simbólica de base que realiza a sutura entre as demais práticas simbólicas, de

modo que as organizações sociais constituem grupos reais e relacionais que vivenciam

códigos e sistemas de ações, e aos quais correspondem práticas sociais que, por serem

simbólicas, são necessariamente organizacionais e educativas, na medida em que

criam vínculos de solidariedade e de contato. Daí a propriedade de examinar esses

aspectos tanto na escola, como num universo de organizações e práticas simbólico-

culturais mais amplo.”15

Seus encontros tem por instituições presentes (desde a formação até o último

encontro realizado): FEUSP, PMSP / SME, ECA / USP, FMU, UNICSUL, UNISA,

FATEC, STILO-PRIV, SESC, entre outros,sem vínculo explicitado, as instituições

presentes nos últimos 05 encontros (considerando a presença, em pelo menos três

deles): FEUSP, PMSP / SME, FMU, SESC, vínculo não explicitado

No decorrer do GEMsI, por iniciativa de Marco Dib e apoio da Prf Maria do

Rosário, o grupo desdobou-se na (re)formação e continuidade de outro grupo,pois já

em uma sua segunda fase, o Grupo de Estudos ‘Novas Traquinagens de Eros’ -

G.E.N.T.E. [breve histórico]16, direcionado à prática de pesquisa, utilizando-se do

referencial teórico metolológico .... e na perspectiva .... ver anexo... . data de fund. e

funcionamento A PARTIR DE 08/11/2011; propositura de pesquisas e ... publicação de

“A saga de \lyra.... e Harry potter....”. ... Tb .... contatos e trocas com o grupo de estudos

da Fund. Campbell17....

(...)

O grupo GENTE, em sua primeira formação e fase:

“GRUPO DESENVOLVE PROJETOS VOLTADOS A EDUCACAO PARA UMA CONSCIENCIA

ESTETICA

Para possibilitar maiores reflexões, vivencias e práticas em direção a uma “Educação humana (!)

para a consciência estética”, em busca do desenvolvimento do ser humano através da arte, ou seja, das

próprias experimentações do ser humano, um grupo de profissionais da educação (composto por elementos

de diversas áreas de conhecimento) vem se constituindo desde dezembro de 2008. Em sua maior parte

são professores da rede pública de ensino da cidade de São Paulo, atuantes em sala de aulas no

Fundamental I, Fundamental II e Educação Média - nas áreas de Educação Física, História e Ciências e

Biologia. Esses educadores se uniram ainda a outros profissionais das áreas de filosofia e psicanálise, cujos

interesses são voltados para a educação. De acordo com um dos idealizadores do Grupo G.E.N.T.E –

Grupo de Estudos Novas Traquinagens de Eros, o Pedagogo Marco Antonio Dib, “o grupo é formado por

pessoas que convivem com a dura realidade educacional e escolar brasileira. Pessoas que já se conheciam

porque trabalharam juntos e mais algumas que foram conhecendo no processo de formação da equipe.

15-Conf. Profª Rosinha, em ... descrição para projeto de site do grupo... 16 -Dib (...). Ver anexo III e VII [o 1º grupo GENTE...]... 17-Fund. Campebbell ... tb ver...

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Todos eles têm em comum uma inquietude quanto a sua vivencia educacional, uma inquietude

característica daqueles que querem mudar / transformar. Decidiram se encontrar periodicamente para

estudar, vivenciar, experenciar, sonhar e agir juntos e, com isso, trabalhar uma nova concepção de

educação”, explicou o pedagogo.

O Grupo GENTE visiona a educação com uma proposta que percorre a contramão da visão da

educação vigente, formadora de mão de obra para a máquina de guerra que são nossas sociedades. Para

o grupo é preciso conceber a educação como Arte, entende-la como ação de revolta e de subversão criativa.

Tal compreensão nega a ordem estabelecida, o estático, a manutenção da exploração e da alienação,

apontando um fôlego para a utopia, para o outro lugar, para o que não existe, para o outro mundo, no qual

a criação não seja sufocada pelo cerceamento da máquina social empenhada em administrar vidas, em

impor sentidos que não criamos e tampouco escolhemos. Com esse intuito os membros do Grupo GENTE

procuram orientar suas atividades para o desenvolvimento do ser humano através da arte, ou seja, das

próprias experimentações do ser humano. Com o propósito de contribuir para a transformação desse

sistema repressor e opressor em que vivemos, considerando-se toda a racionalidade que acaba por

bloquear as ações mais humanizadoras e que transforma o ser humano apenas em uma peça a mais que

compõe a sociedade capitalista, partindo assim para a prática de outra referencia educacional que leve em

consideração o ser humano na sua inteireza, de modo que reconduza a razão aos seus limites.

Além disso, para os membros do grupo caberia a todo educador disponibilizar meios ou

ferramentas artísticas pautadas em vivências e experimentações para que as pessoas aprendam

autenticamente os conceitos e sentidos que se quer desenvolver. Pois, é necessário criar no vivenciar os

novos conceitos e mescla-los à ação construtiva do próprio ser humano, ao dar livre vazão a sua fantasia

desinteressada, criando novos sentidos para si e para a vida. “É hora de abandonarmos a caduca idéia de

que só se aprende olhando e escutando, e acolhermos a idéia de que apre(e)nder é fundamentalmente

viver os novos sentidos e conceitos em profunda ligação com a nossa existência, assentando-os no solo

fértil de nossa imaginação, sonhos e devaneios. Nesta perspectiva, espacialidade e temporalidade,

corporeidade e linguagem, entre outras categorias essenciais que condicionam a existência humana e o

próprio mundo, precisam ser experienciadas e vivenciadas de outro modo, muito mais perceptivo, sensível

e estético, no qual razão e sensibilidade se façam outro, em con-fusão e em tensão vital, ou seja,equilíbrio

tensional”, concluiu o pedagogo Marco Antonio.

Para o desenvolvimento das propostas de trabalho do grupo são desenvolvidas oficinas de

Sensibilização e Mobilização voltadas para educadores e educandos, atendendo as redes públicas e

particulares de ensino, bem como Organizações não Governamentais -ONGs, entidades culturais e órgãos

afins. Maiores informações sobre o assunto podem ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou ainda

pelo telefone (11) 3542-4123 ou 86381435.”

(...)

A) CAPITALISMO, CONDIÇÃO HUMANA, DIGNIDADE E INDIGÊNCIA

A todo instante o capitalismo quer nos reduzir, todos, a coisas e mercadorias, e

os poucos, mas significativos resistentes, tornam-se símbolos do oposto, pela

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expressão: de seu desejo consciente de vida, da sua força engajada em atos de criação

e resistência, de suas lutas cotidianas e extraordinárias etc. (...)

E, assim nós, a gente, luta por uma sociedade em que os seres humanos-

transformados-em-coisas-mercadorias possam ser (re)consideradas e se (re)conhece-

rem como gente, pessoas, seres humanos, plenas da dignidade da nossa condição

existencial.

Neste sentido, ressaltamos que, etimologicamente, a origem da palavra digno

vem do latim dignus.a.um., que tem o sentido de ‘ser apropriado ou merecedor de

alguma coisa’. Dignus vem da raiz decet [decente], que significa ‘ser correto,

conveniente ou apropriado’; “honesto; que expressa decência, merecedor; apropriado;

que é conveniente; que tem bom caráter; de boa conduta; que demonstra dignidade. ...

a expressão fide dignus significa literalmente “digno de fé” ou “merecedor de

confiança”. Sinônimos de Digno é sinônimo de: apropriado, honesto, honrado, íntegro,

correto, decente, merecedor; seus antônimos (contrário) são: indigno, ignóbil” .

....indig..., como in-digno, indignidade .gênc ... como derivado de gens

Significados de Dignidade, substantivo feminino:

Característica ou particularidade de quem é digno; atributo moral que incita

respeito; autoridade.

Maneira de se comportar que incita respeito; majestade.

Atributo do que é grande; nobre.

Ofício, trabalho ou cargo de alta graduação: dignidade de juiz.

Ação de respeitar os próprios valores; amor-próprio ou decência.

Uso Antigo. Religião. Tipo de vantagem ou benefício que está atrelado a um cargo eclesiástico.

Uso Antigo. Religião. A pessoa que detinha o benefício acima citado.

Etimologia (origem da palavra dignidade). Do latim dignitas.atis.

Sinônimos de Dignidade

Dignidade é sinônimo de: pudicícia, respeitabilidade, integridade, honradez, honestidade,

decência, decoro, honra, distinção, probidade, pundonor, seriedade

Antônimos de Dignidade

Dignidade é o contrário de: imoralidade, indignidade, indecência

Fonte https://www.dicionarioetimologico.com.br/fidedigno/ e

https://www.dicio.com.br/digno/ 18 11 18

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B)A influência do capitalismo na educação e o capitalismo cultural em vigor18

A professora Olgária Matos, do Departamento de Filosofia da Faculdade de

Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, por exemplo, discute a

influência do capitalismo na educação – cada vez mais submetida a avaliações de

produtividade e à privatização. No artigo “Cultura capitalista e humanismo: educação,

antipólis e incivilidade”, ela define o “capitalismo cultural” em vigor hoje: o modo de

produção que integra as realizações espirituais no mercado consumidor segundo as

determinações do custo-benefício e de amortizações rápidas de investimento. “A cultura

capitalista é a da simbiose entre economia e cultura e se constitui pela dessublimação

repressiva de desejos, pela ilimitação do consumo e pela produção permanente de

carências e falta, determinando uma cultura do excesso, de tal forma que a sociedade

de mercado atual conduz à incivilidade.” (...)19

.A cultura capitalista, cultura da Falta e do Excesso20

“O capitalismo pode colocar um rosto

alegre em um pedaço de merda e vendê-

lo, porém a merda continuará sendo

merda e continuará fedendo.” (...ver...)

“... os jovens em protesto. É a vida

deles que está em jogo e, se não a deles,

pelo menos a saúde mental e capacidade

de funcionamento deles como seres

humanos livres de mutilações. O protesto

dos jovens continuará porque é uma

necessidade ‘biológica.’ ‘Por natureza’, a

juventude está na primeira linha dos que

vivem e lutam por Eros contra a Morte e

contra uma civilização que se esforça por

encurtar o ‘atalho para a morte’, embora

controlando os meios capazes de alongar

esse percurso. Mas na sociedade

administrativa, a necessidade biológica

18-Ver anexo VII: “Educar é resistir”, de autoria coletiva do grupo, em sua primeira formação e fase... 19- Fonte: Disponível em http://www.usp.br/feamais2/leitura.php?i=75. Acessado em 28/12/08. 20-Ver a versão do mito, no qual os pais de Eros são Penúria-Parcimônia e ...-Expediente ...

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não redunda imediatamente em ação; a

organização exige contra-organização [a

cultura estabelecida, a cultura capitalista,

exige contra-cultura]. [Ainda] Hoje, a luta

pela vida, a luta por Eros, é a luta política.”

(Marcuse, 1999: 23)

O capitalismo é um modo de vida e como tal gerador de cultura, a cultura capitalista, que

incorporada ao nosso modus vivendis cotidiano - o modo de vida capitalista contemporâneo -, é a realização, a concretização, de uma cosmovisão cujos elementos básicos fundantes, plenamente articulados entre si, identificamos como sendo: - o egoísmo / o egocentrismo, - o individualismo, - a competição, - a monetarização ou economicismo, - a mercantilização, - o possessismo, - o consumismo, - o imediatismo, - o superficialismo, - o utilitarismo, - o pragmatismo, - o realismo, - o materialismo, - a alienação, - o fetichismo, - o narcisismo, - o hedonismo.

A Profª Olgária Matos, que atua no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, tem estudado, a partir de uma visão humanista, a influência e o impacto da cultura capitalista no processo de (de)formação humana, em especial na educação. Em seu artigo “Cultura capitalista e humanismo: educação, antipólis e incivilidade” a pesquisadora define o “capitalismo cultural” contemporâneo como “o modo de produção que integra as realizações espirituais no mercado consumidor segundo as determinações do custo-benefício e de amortizações rápidas de investimento". [Afirma, ainda, que] “a cultura capitalista é a da simbiose entre economia e cultura e se constitui pela dessublimação repressiva de desejos [ ], pela ilimitação do consumo e pela produção permanente de carências e falta, determinando uma cultura do excesso, de tal forma que a sociedade de mercado atual conduz à incivilidade” (Revista USP, número 74, dossiê Pensando o futuro Humanidades).

Ou seja, segundo nossa perspectiva, a cultura capitalista é a Cultura da Falta e do Excesso, portanto, em um constante e paradoxal desequilibro, e que nos conduz à barbárie.

Neste sentido, a flagrante incompatibilidade entre os princípios fundamentais da cultura capitalista e o princípio do Amor é inequívoca e irrefutável. Pois os princípios basilares da cultura capitalista atuam, como veremos, de tal modo articulados, que acabam por induzir e estimular modos de relações humanas e comportamentos que desprezam o amor, a solidariedade, a compaixão etc., enfim, qualquer valor que não seja útil para o bom desempenho da máquina capitalista em seu processo de mercantilização da vida e das criações humanas.

Como já amplamente estudado e afirmado no capitalismo tudo é visto como mercadoria e como tal pode ser mercantilizado, tudo pode ser posto no mercado e comercializado, para ser comprado e vendido, basta apenas calcular e colocar um preço, um valor monetário, porque há mercado até mesmo para a vida humana (inteira ou “em pedaços”), para o erotismo e a sensualidade, utilizando-se, ainda, dos sentimentos e das afeições, dos desejos e sonhos também como ingredientes para obtenção do lucro. Assim, o princípio do Amor não está apenas ausente da engrenagem social do capitalismo; este modo de vida prescinde totalmente dele para se expandir e tornar-se hegemônico no mundo, visto que é precisamente no estímulo ao egoísmo, a antítese do amor, que ele tem lubrificado suas engrenagens [fazer ref.].

Conforme ressalta ... há um terrível e fatal ciclo vicioso do egoísmo na sociedade capitalista. E, para melhor compreende-lo, é bom lembramos que no capitalismo o principal modo de inserção social ocorre por meio da relação de troca no mercado de trabalho que, de modo geral, tornar-se-á parâmetro para as demais relações sociais. Ainda, curiosamente, mas não por mera coincidência, a sociedade capitalista baseia-se na convicção de que os “vícios privados” [individuais] geram as “virtudes públicas”, ou seja, “graças à “Mão Invisível” a busca de cada um por sua própria realização permite que todos se realizem “[fazer ref.]. A competição, resultante da livre concorrência, ao possibilitar o ótimo desempenho das leis de oferta e procura o faz de modo que o sistema de preços sinaliza “as boas e acertadas” escolhas que cada um dos agentes nela inserido, os indivíduos, realizarão, tendo por objetivo maximizar a consecução de seus propósitos, prazeres, enfim, de seu bem-estar, da sua satisfação e felicidade.

Como vimos, trata-se, portanto, de uma engrenagem social e uma cultura que se nutrem da competitividade, do individualismo e do egoísmo, introjetando e estimulando esses valores no ser humano.

Também, para adentrar ao mundo social e satisfazer suas necessidades e desejos, o homo aeconomicus rende-se ao trabalho rotineiro e alienado, tornando-se peça de uma engrenagem cujos fins,

num primeiro momento, não lhe importa se sejam “flores ou canhões” (fazer referência) -, já que seu objetivo principal é o salário, isto é, obter dinheiro e, por meio dele, mercadorias, bens, serviços, propriedades etc.

Em decorrência desta forma de inserção no mundo social e de satisfação de necessidade e desejos, os indivíduos desenvolvem uma visão monetarista ou economicista, na qual o dinheiro, o capital, o lucro, são tomados “como medida de tudo e de todos, de modo que a aceitação das pessoas depende do que consomem e possuem; a cultura capitalista nos ensina a aplicar todo o tempo na obtenção de lucro”,

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vantagens e facilidade (obter o máximo, com o mínimo de esforço; fazer o mais fácil e não o melhor etc.) e o estímulo ao modo de viver preocupando-se somente com o aqui e o agora.

Como no mercado de trabalho ou no mercado de bens e serviços, as relações são construídas a base de troca e passam a ser parâmetros para as relações humanas. Assim, a própria vida social acaba por constituir-se em uma “imensa rede de trocas cujo resultado é uma ”imensa acumulação de mercadorias” “ onde cada membro, individualmente e em atitude de rivalidade e competição no sistema capitalista, acredita que tem a liberdade de realizar solitariamente (e não solidariamente) seus projetos de vida.

O resultado final é “uma sensação de vazio, de incompletude, uma insatisfação com o sentido da própria existência, um certo sentimento de hostilidade contra o mundo, as pessoas, a vida e uma igual sensação de que tudo lhe é hostil; e ainda uma indignação ao perceber que as promessas de um mundo de abundância e desenvolvimento para todos não se cumprem. Nem todos podem ter acesso aos mercados e a acumulação sem limites põe em risco a capacidade do Planeta fornecer seus recursos e suportar os dejetos do materialismo. A perda de sentido da vida é decorrência do fato de que, entregue à rotina de trabalho, as pessoas tem suas potencialidades humanas subutilizadas e estagnadas e assim, a única busca de prazer passa a ser o consumo do superficial, do divertimento que nada mais é que entretenimento fugaz, consumo daquilo que está pronto e não precisa gastar mais tempo ainda para produzi-lo” e, acrescentamos, do prazer relativamente fácil, obtido também através do consumo de drogas, de sexo e outras mercadorias. [parei reescrita e revisão a partir daqui, continuar....]

“Homens autômatos, estagnados, alimentam uma máquina social, cuja lógica é determinada por valores não humanos e se há progresso tecnológico ou material, ele se dá às custas da coisificação dos homens que se tornam mais alienados de si mesmos, dos outros e da natureza. O trabalho rotineiro subutiliza as potencialidades humanas, as suas energias criativas, seus anseios éticos e estéticos. Surge inevitavelmente uma sensação de incompletude, de vazio e a saída, neste sistema, tem sido a busca por consumo retro-alimentando a engrenagem social. Quanto mais consumo, mais trabalho, mais prosperidade, melhores os indicadores econômicos, maior apoio político “E la Nave Va”.

Assim, realimenta um ciclo vicioso que tende a aprofundar a crise moral sistêmica e a impossibilidade de busca de alternativas. Eis o ciclo vicioso do egoísmo na atualidade:

O egoísmo impele o homem a buscar a consumir o máximo e imediatamente para satisfazer seus apetites ilimitados, e uma vez que nada, nem ninguém, é capaz de saciá-lo ele sente-se ainda mais vazio e entrega-se cada vez mais a essa busca irracional e a tendência é sentir-se cada vez menos completo, mais faminto de algo que ele não sabe definir bem o que é.

Na sociedade do consumo, da compulsão e do culto ao consumo, as ansiedades em superar a separação existencial, são amenizadas pelo consumir, pelo possessimo do ter, pelo comer, engolfar algo externo que nos complete, pelo ocupar os sentidos com sensações, como o cigarro, exemplo típico, que ocupa o olfato, o paladar, a visão e o tato.

Em momentos de ansiedade, ao invés de olharmos para dentro do ser e descobrir de que estamos correndo, simplificamos a busca através da aquisição de uma mercadoria, de um sonho de consumo, ou mesmo de um entretenimento fugaz. Os casos extremos, que combinam o ato de engolfar algo externo e o propiciar de uma fuga da realidade por demais insatisfatória, encontram-se no consumo de drogas e entorpecentes e na promiscuidade sexual.

O vício de drogas no contexto da sociedade contemporânea, por mais que estas tenham se popularizado num contexto de contestação político-social (décadas de 1960 e 70), a partir dos anos neoliberais assumiu um (não)sentido relacionado à depressão, ao pânico, à fuga de uma realidade sem finalidade enobrecedora, à incapacidade de encontro de uma causa pela qual viver. O vício de drogas (inclusive álcool e outros mecanismos de alteração da consciência), na atualidade, é uma forma mais sofisticada de negar-se a participar, negar a ação, uma vez que a crise do idealismo, somada à necessidade de adequação à máquina capitalista, aprofunda ainda mais o vazio de sentido experimentado pelas sociedades.

A consequência deste progresso é o aumento da separação do homem dele mesmo, de sua humanidade. Maior a abundância material, maior a miséria moral, neste sistema, e não é por acaso que o crescimento do abismo social, da indiferença social, da violência urbana, tem-se feito acompanhar ao longo da história da expansão do capitalismo. Especialmente na medida em que é a própria competitividade estimulada pelo sistema de mercado quem engendra a separação entre “vencedores” e “perdedores” na sociedade humana.

Só há uma saída autêntica neste momento. Só um sonho não é ilusório: O desenvolvimento maduro e consciente da capacidade de amar. E a revolução espiritual ora em curso deve apostar no Amor, amor que dói nas entranhas mas que vence o egoísmo em si mesmo.

Assim, ao responder a questão "por que os jovens usam drogas?" tornou-se comum para psicólogos e psiquiatras acreditarem que há uma relação causal entre o uso de drogas e a desestrutura familiar ou a problemas financeiros, mas isso não é uma verdade. Os dados nos mostram que é cada vez maior o uso de drogas em famílias abastadas, aparentemente estruturadas, com diálogo, compreensão e afeto. Os dados derrubam a tese de que um problema desta ordem pode acometer apenas famílias desorganizadas, pobres e amorais, sendo comumente associada à classe de baixa renda, em particular, associada a menores abandonados, prostitutas e mendigos (UCHÔA, 1996, p.133).

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Se as drogas não estão associadas apenas a desestrutura familiar ou à carência material e intelectual, então, por que os jovens usam drogas? O problema das drogas não é somente um problema familiar, uma vez que ela atinge famílias bem estruturadas, com afeto e boa educação. O uso de drogas são os meios que os indivíduos usam para buscar mais prazer do que a sociedade oferece e para aliviarem suas frustrações e insatisfações com uma sociedade que perdeu seus valores, que se tornou relativista e fragmentária. Os ritmos de mudança na sociedade contemporânea são muito rápidos, deixando os indivíduos desorientados e pressionados pelas exigências do dia-a-dia. Vivemos uma época onde a família como formadora da individualidade se fragmentou, onde não há mais valores pré-estabelecidos, onde a ética individualista do lucro tornou-se a moral social, onde a racionalidade do capital transformou o consumo em necessidade orgânica e onde valores religiosos se tornaram mercadoria barata. Os jovens usam drogas porque não há mais rumos pré-estabelecidos, não há mais valores [?], não há mais limites, somente o que importa é a busca do prazer imediato. A sociedade criou um mundo consumista onde os jovens vivem de prazeres imediatos e são criados sem frustrações diferentemente de seus pais. Eles estão desorientados, não têm limites e sofrem a pressão do mundo externo com suas regras e normas. As drogas são os meios que o indivíduo busca para aumentar o nível de prazer que as coisas não podem oferecer e para se livrar das tensões dos estímulos causados por uma realidade repressiva, que desumanizou o homem e humanizou o dinheiro e os bens materiais. O homem se tornou apenas uma coisa, um objeto, um parafuso em uma engrenagem. Ele é apenas um número: um número de RG, um número de CPF, um número na escola, um número na empresa, um número na guerra. É algo substituível, o puro nada. Dessa forma, as drogas se proliferam como narcóticos que aliviam as tensões, causam prazer e fornecem um “mundo melhor” para se viver. Elas produzem um alívio momentâneo, mas potente, que altera o funcionamento bioquímico do cérebro, possibilitando a sensação de prazer, mas que as vezes tem se tornado um caminho sem volta.

Quanto à relação da cultura capitalista e o exercício da sexualidade, do sexo, é bom lembrar que o capitalismo é um sistema regido pelos interesses do capital e pela lei de mercado. O centro é o dinheiro e o restante é relegado para os planos inferiores.

Para Reich, nos primórdios do capitalismo, a moral repressiva deveria facilitar a formação de novos contingentes de trabalhadores, e assim, o sexo "normal" era aquele restrito à procriação.

De acordo com Marcuse, a cultura capitalista sacrifica o prazer humano ao deus do lucro máximo e, portanto, ao princípio do desempenho econômico. Para isso, o corpo humano deve ser deserotizado, deixando a sexualidade restrita às zonas genitais, isto é, às áreas de procriação.

O indivíduo deserotizado, incapacitado de manifestar os seus sentimentos mais profundos, passa a intensificar seus "exercícios" sexuais. Para usar uma imagem pretensamente lírica, é um corpo amando sem alma. O corpo torna-se pouco para dar prazer, é necessário um componente a mais: uma máscara, um véu, um chicote..., pois isso, também, interessa à indústria.

Para Freud, a repressão e a sublimação dos instintos sexuais corresponde a uma condição necessária para a vida em sociedade; para Reich, a reprodução da sexualidade está a serviço das sociedades autoritárias; e Foucault sustenta que o capitalismo avançado espalha o sexo e aumenta o seu poder por meio dele.

O sistema capitalista lança seus produtos e cria a necessidade no consumidor para adquiri-los. Ele cria também, o sexo que lhe convém, exerce-se assim um poder que é muito mais eficiente e mais sutil do que o da repressão aberta e do autoritarismo explícito. Um exemplo disso é que em 1997 os Estados Unidos movimentou oito bilhões de dólares com o mercado do sexo, somente os "Sex-shooping" vendem mais de 2.000 produtos.

As pessoas no sistema capitalista vivem a vida como estando numa "feira de vaidades": são competitivas, individualistas, egocêntricas, consumidoras, desconfiadas dos outros e de si próprios, esta somatória de características impede as pessoas de serem solidárias e essencialmente humanas. O prazer é mecanizado e atrelado ao poder de compra. O sexo se torna artigo de consumo e é fragmentado. Isso elucida bem a solidão e a alienação da sexualidade contemporânea.

As exibições do corpo de homens e mulheres têm sido usadas como instrumentos de propaganda para todo tipo de produtos - de carros a bebidas. Há muito, comunicadores, feministas e filósofos denunciam a mercantilização do que já foi tabu. O psiquiatra Jurandir Freire Costa vê um fenômeno mais amplo em curso e relata que ''O próprio sexo, hoje, é a mercadoria''. Isto é uma forma de articular o prazer sexual na lógica do mercado. Ou seja, não estamos mais, como antes, utilizando o sexo para vender mercadorias; o próprio sexo, hoje, é a mercadoria.

O sexo que deveria ser uma experiência da vida privada, da intimidade, do segredo pessoal torna-se atualmente, artigo público. E isso é explorado pela mídia com muita eficiência. Ele tornou-se um símbolo de status que deve ser imitado pelos que ainda não chegaram lá. No fundo, o sexo não vende um produto qualquer; ele vende ''tipos humanos'', ''figurinos de indivíduos'' que são os que mais se adaptam e ajudam a manter o modo de vida das sociedades ocidentais contemporâneas e das sociedades culturalmente colonizadas, como a brasileira, conforme ilustra o psiquiatra Jurandir Freire Costa.

O sexo tornou-se uma fonte de renda que chega a ser mais lucrativa do que o tráfico de drogas e armas, como reporta a revista carta capital de dez/2002. O artigo "Os negócios do Sexo" informa que na classe média norte-americana, cerca de 300 mil menores de 18 anos estão se prostituindo. Isso para

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satisfazer a compulsão de comprar roupas e acessórios de marcas famosas. Cada programa sexual com esses adolescentes sai por volta de US$ 80.

Conforme o especialista Manuel Finellis, membro da End Child Prostitution in Ásia Tourism (ECPAT), uma organização que se dedica a pesquisas e publicações de denúncias voltadas a combater o tráfico de pessoas entre outras, informa que a questão fundamental do problema acima mencionado, diz respeito à diminuição da auto-estima da menor, uma vez que um objeto posto no comércio chega a valer mais do que o próprio corpo.

A pedofilia é uma das vertentes de exploração, com ela a criminalidade organizada internacional (COI) fatura US$ 5 bilhões por ano, sem contar o lucro obtido com fotos, internet e revistas.

A América do Sul contribui em 15% com o universo de prostitutas integradas ao mercado internacional da prostituição. A Indochina é o maior pólo de turismo sexual do planeta na atualidade. Atende por ano, 18 milhões de turistas do sexo, incluídos pedófilos.

Pessoas transformaram-se em mercadorias, o tráfico de mulheres e crianças vem sendo considerado mais lucrativo do que o de armas ou drogas. A explicação é que elas podem ser vendidas e revendidas por várias vezes, durante até 20 anos. Para o COI o tráfico de pessoas gera até US$ 7 bilhões, isto em apenas numa parte da Ásia.

No início da hegemonia capitalista no Ocidente, de acordo com psiquiatra Jurandir Freire Costa, "a adesão aos valores hegemônicos era imposta em nome do trabalho, da ética religiosa, da tradição familiar, do amor à pátria etc. Quanto mais disciplinados e reprimidos fôssemos no corpo e na alma, melhores trabalhadores, pais de família, religiosos e cidadãos seríamos. Hoje nos pedem que esqueçamos tudo isso. Não existe trabalho para todos, a família foi posta de lado, a ideia de pátria ou nação tornou-se arcaica e obsoleta. Restou a competição feroz, a indiferença em relação aos miseráveis, a exploração cruel dos que ainda trabalham, a violência urbana, a epidemia de drogadições, a degradação do meio ambiente e outras tragédias que todos conhecemos. Como, então, seduzir, conquistar, convencer os indivíduos de que, mesmo com tudo isso, esse sistema em que vivemos ''é o melhor, o mais avançado, o mais moderno, o mais desejável''? A solução foi persuadir os indivíduos de que nesse sistema, temos possibilidades de ter ''mais prazer, mais excitação, mais êxtases cotidianos'' do que em qualquer outro conhecido! O sexo passou, assim, a ser uma espécie de ''vitrine'' dourada fabricada para ocultar a sarjeta moral que temos diante dos nossos olhos e narizes. Antes o sexo reprimido era utilizado para mostrar as ''virtudes angelicais'' da ética do capitalismo, como disse Max Weber; hoje o sexo é manipulado para exaltar a ''liberdade do prazer'' que só podemos ter se abrirmos mão de qualquer crença contrária ao modo dominante de vida. Não é por acaso que grande parte da propaganda ocidental contra o obscurantismo dos chamados ''fundamentalismos fanáticos'' se escora nos casos de opressão da sexualidade. Ele chama a atenção para o papel do sexo como ''garoto-propaganda'' do capitalismo global" .

Evidentemente que o sexo é um valor importante e precisa ser valorizado em todos os âmbitos, estando integrado à pessoa humana e vale mais do que qualquer objeto ou dinheiro. A pessoa e se corpo precisa ser resgatada e colocada no seu devido lugar, ou seja, inserida e elevada no lugar de ser humano, recusando-se ao superficialismo que se manifesta desde o cuidado extremado com “as aparências” até a recusa em exercer faculdades humanas elementares (refletir, criar, decidir etc). O poder precisa estar sintonizado com a razão humanizante e ser percebido e compreendido por todas as pessoas. Já paramos para pensar se quem vale mais somos nós ou o dinheiro? Oportunizamos em sua vida esse tipo de discussão e reflexão?

Conforme Marcuse (1999: 22), “... a energia erótica dos Instintos de Vida não pode ser libertada sob as condições desumanizantes da afluência lucrativa”; portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de necessidades não-econômicas, a abolição do trabalho alienante e a consideração da vida como um fim em si mesmo indicando, ainda, a necessária junção das dimensões erótica e política.

Quanto aos relacionamentos e vínculos afetivos-emocionais na lógica consumista da atualidade PAULO VICTOR BEZERRA (UNESP-CAMPUS DE ASSIS, JOSÉ STERZA JUSTO - UNESP - CAMPUS DE ASSIS), demonstra que a A cultura capitalista atual enfatiza sobremaneira o consumismo apoiado em uma lógica que se dissemina e incute na subjetividade dos sujeitos de maneira tal que atinja as mais variadas esferas da vida. O referido pesquisador examinou diversos conflitos acerca dos relacionamentos amorosos, tentando compreendê-los como expressão da chamada cultura pós-moderna no que diz respeito ao modo como tal cultura estrutura as relações e os vínculos emocionais e afetivos entre os indivíduos. Utilizou-se de uma metodologia de análise fundamentada no referencial psicanalítico, tomando como base a proposta de Mezan, denominada de categoria extramuros (MEZAN, 2002), e nas propostas metodológicas de análise de conteúdo apresentadas por BARDIN (1979). Analisou, assim, setenta e quatro consultas apresentadas pelos usuários de sites da Internet especializados em consultas e aconselhamentos amorosos. E concluiu que os modos de subjetivação predominantes na atualidade, presente nas mais diversas esferas da vida, são também constatáveis e apreensíveis na esfera da vida amorosa dos sujeitos e são os agentes responsáveis por grande parte, senão a maior, dos conflitos amorosos relatados pelos sujeitos que buscam aconselhamento amorosos. As pessoas se buscam e vivenciam o amor tal como o fazem com qualquer mercadoria disponível para o consumo, estabelecendo entre si relacionamentos efêmeros, fugazes e centrados em satisfações imediatas. As agruras sentimentais dos consulentes, traduzidas por suas queixas, denunciam as mazelas da contemporaneidade .

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De acordo com o Professor Marcos Spagnuolo Souza, em "Capitalismo: cultura panótica e cultura líquida", que faz uma reflexão fundamentada em Zugmunt Bauman, a cultura capitalista iniciou sua formação a partir do século XVIII e o primeiro momento da referida cultura foi caracterizado pelo panoticismo e o segundo momento é determinado pela cultura líquida.

Na cultura panótica predomina a eliminação de qualquer comportamento desviante. Todas as atitudes desviantes são prontamente identificadas, isoladas antes de produzirem alguns danos irreparáveis. O panoticismo possui por base o comportamento regulado e submetido a uma rotina, monótona e inflexível.

O segundo momento do capitalismo é denominado de cultura líquida que teve seu início com o neoliberalismo cujas características são as seguintes: cultura comprometida com o desengajamento, descontinuidade e esquecimento do passado; eliminação das restrições e desmontagem dos conceitos de transgressão, onde tudo é permitido; ausência de objetivo predominando a incerteza difusa e uma quebra de rotinas incessantes, evitando qualquer cristalização de hábitos e normas; não estabelece objetivo nem traça uma linha terminal; há mudança, sempre mudança, nova mudança, mas sem destino, sem ponto de chegada e sem a previsão de uma missão cumprida; todos os lares são apenas hospedarias no meio do caminho; predomina a pálida evidência da futilidade, nada nascendo para viver muito; perda da autoconfiança e com ela a coragem de imaginar e esboçar modelos de perfeição; a vida sendo presidida por um mercado de consumo calcado na rápida substituição; o paradigma para avaliar, auditar, monitorar, julgar, censurar, recompensar e punir são critérios do mercado de consumo, satisfação e o lucro instantâneo; um mercado de consumo propagando a substituição imediata dos bens que não são mais lucrativos; o consumismo destronando a duração, promovendo a transitoriedade e colocando o valor da novidade acima do valor da permanência; a avaliação para um bom produto sendo determinada pelas vendas e resultados de bilheteria; os planejadores deixam de fora de seus cálculos às preocupações de longo prazo, planejando o máximo impacto e a obsolescência instantânea.

Em síntese podemos dizer que o homem e a mulher gerados pela cultura líquida são seres “humanos” fúteis, onde todas as ações são permitidas, predominância da ausência de objetivos, quebras constantes de rotina, constantes mudanças sem ponto de chegada, vida precedida pelo consumismo, pelo lucro e satisfação rápida .

Assim, a cultura capitalista, a cultura da Falta e do Excesso... [a desenvolver] [A saída: politização/movimentos/ação - o ser humano como ser político, agindo / atuando

politicamente contra a cultura capitalista, em movimentos de contra-cultura e de arte-educação ... [ desenvolver]

Romper com a lógica desta cultura capitalista baseada na obtenção de ganância ao máximo, na transformação da vida em mercadoria. Pois, nossa humanização requer a desmercantilização das relações sociais, a democratização dos vínculos, a descolonização cultural do ser / do indivíduo. E isto significa, uma vez mais, uma alfabetização política, que permita “desnaturalizar” acultura capitalista em seus elementos de base.

Resistir a esta visão que coloca a vida e como mercadoria e a cultura da posse, do ter no lugar do ser. Recuperar a vida humana, como vida política, implica desafiar também as marcas e cicatrizes que a colonização cultural deixa e recria em nossas subjetividades, como o racismo, o culto às autoridades, a dependência ideológica das idéias do chamado Primeiro Mundo, a fetichização da propriedade que nos foi alienada historicamente em sucessivos saques, todos amparados pela impunidade dos antigos e dos novos genocidas.

O “homem novo”, como tentou criar o Che com sua própria vida, ou a “nova mulher”, encarnam os valores e atitudes opostos ao tipo de homens e de mulheres que reproduzem a cultura capitalista: egoístas, consumistas, individualistas.

Nascer homens novos e mulheres novas, não como algo pronto, acabado, mas como revolução permanente, é um desafio atual da “pedagogia da esperança e da autonomia”, como nomeara Paulo Freire a educação popular. Nascer sem apuros, mas de maneira sustentável, novas organizações e novas sociedades, é uma tarefa deste tempo. Os Povos criarão, nesse caminho, uma política, uma maneira de ser humanos e humanas, em que se enamorem as palavras e os atos, os valores e as condutas, os desejos e as relações, as esperanças e a dura batalha cotidiana da sobrevivência, a teoria e a prática, as ciências e as paixões.

“Deixe-me dizer-lhe, a risco de parecer ridículo, que o revolucionário verdadeiro está guiado por grandes sentimentos de amor”, escreveu Che em 1965. Talvez, desse encontro do amor e a política, nasçam novos homens e mulheres... que tenham maior capacidade subversiva frente às opressões, uma curiosidade sem limites no conhecimento, uma indignação mais sincera frente a cada injustiça, e uma entrega solidária que convite a que, muitos outros homens e mulheres, se atrevam a nascer, não no mundo pré-estabelecido, mas no mundo novo que estaremos inventando]

“A cultura capitalista é narcisista,

hedonista e sem qualquer freio é- tico; [é] a fuga da morte” (...ver....)

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B)Cultura, transgressão, (a)normalidade, marginalidade e educação – complexidade e imaginário na compreensão das (des)razões de ser homo demens21

1-Homo sapiens sapiens e demens [conforme Edgar Morin] [a desenvolver, correlata à leitura arquetípica e simbólica abaixo]

2-O universo imaginário da (in)completude / (não)plenitude do ser humano - o ciclo mítico

do desejo22

O grupo GENTE, em sua segunda fase...

(...)

A CONDIÇÃO HUMANA

A grande saga da humanidade, da existência e condição humanas (individual e-ou

coletiva)

21-Ver anexo IV.... 22-A origem etimológica da palavra desejo e muito importante e significativa para nosso estudo e reflexões;

vem do latim DESIDERE, a forca da atração entre todos os elementos do cosmo, para a composição de um todo em perfeita harmonia em seus movimentos ... [a desenvolver]. Ver tb Dib, M. A. Antropologia do

Imaginário, mitodologia e ed. fática d]

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A grande saga (a jornada, a aventura, a travessia, a viagem, a bliss etc.) da

humanidade, da existência e condição humanas (individual e-ou coletiva);

a)a partir do “Humanismo aberto” (G. Durand), da “Antropolítica” (E. Morin) e da

“Educação Fática (J. C. de Paula Carvalho)

Para pensar e pesquisar

b) as questões fundamentais da existência e condição humanas, os grandes temas-

temáticas-problemáticas, em suas dimensões míticas e-ou arquetipais, que todas as

sociedades e pessoas se colocam: de onde viemos, onde estamos, e para onde vamos

– a inteligibilidade – o(s) sentido(s)

(melhor) expressas nas produções culturais, em especial nas Artes, particularmente

c)na Literatura

d)no Cinema

e)e outras (na Dança, no Teatro, etc etc etc).

Enfim, nas produções culturais em geral e-ou:

1- “ literatura de ficção, ou melhor, aventuras fantásticas”. Como possibilidades: Harry

Potter, Crepúsculo, Crônica de Nárnia, Senhor dos Anéis, Percy Jack, O avatar e os

quatro elementos, Lenda de Beouwf, Crônicas de Gelo e Fogo, O labirinto do fauno,

Guerra nas Estrelas entre outros [conf. interesse e decisão do grupo]

2-na literatura clássica brasileira. Como possibilidade: obras de Guimarães Rosa,

Machado de Assis etc.

B-Base teórico-metodológica: estudos, pesquisas e produção escrita sobre

.Imaginário, Cultura

.e a condição humana (o ser humano) e a condição supra-

humana (o herói)

.e o humanismo aberto (G. Durand), a antropolítica (E. Morin) e a

educação fática

(Teoria Geral do Imaginário - Teoria da Complexidade – Teoria Holonômica

e outras, com afinidades e convergências)

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.e a Literatura

.e o Cinema

.e outros

.e a Educação

C) Metodologias:

a)Metodologias de investigação do Imaginário (incluindo a mitocrítica, mas não só)

.Filosofia Antropológica [base, pressupostos]

.Ciência do Homem – Ciência da Unidade do Homem [propostas

paradigmáticas convergentes – referências teórico metodológicas -metodologias]-

Ciência do Mito

.Mitodologia

.Mitocrítica e .Mitanálise

e outras .Mitohermenêutica

(...)

Assim, para brilharmos em constelação.... a propositura de uma fundação

cooperativa solidária23 “fundada” sob as bases:

1-da dignidade da condição existencial humana,

2-dos direitos e deveres humanos e

3-dos princípios da solidariedade e fraternidade, liberdade (*) e igualdade (**)...,

atualizados ao humanismo durandiano e moriano24, a ter sua funcionalidade e

operacionalidade nos moldes e configurações – estruturação – de fundação e

cooperativa solidária [fazer junção], conforme o ideário, a ideologia, anarco-socialista

[desenvolver pesquisar].

(...)

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL – PDI

23-Singer, Paul (...) 24-Apreendidos, compreendidos e interpretados a partir da aceitação do “demasiadamente humano” e da teoria da complexidade, incluindo a complexidade da condição humana na sua inteireza, portanto da ética proposta por E. Morin (...).

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[consiste no documento em que se define o escopo, a missão da instituição e as

estratégias-meios para atingir suas metas e objetivos]

.PERFIL INSTITUCIONAL25

Breve Histórico

Missão

Objetivos e Metas (...);

Área (s) de atuação

Enfim, (...) porquê a FUNDAÇÃO COOPERATIVA SOLIDÁRIA .....

.Estatuto Jurídico: Fundação e Cooperativa de Economia Solidária (em junção)

[desenvolver...]

.ESCOPO MAIOR

... gestar e gestionar-gesticionar-“gerenciar”26 estudos, pesquisas e produções

culturais27, individuais e coletivas, de pessoas e grupos, de modo solidário, nos moldes

da economia solidária.

.MISSÃO

....da fundação cooperativa solidária, suas finalidades, o escopo maior e objetivos ...

.ESTRATÉGIA:

... - Meios - Os meios para se atingir o escopo, os objetivos e finalidades – as armas,

os instrumentos

-Metas, Objetivos e Ações

(...)

.POLÍTICAS DE RELACIONAMENTO, PARCERIA E ATENDIMENTO AO PÚBLICO-ALVO

Programas de apoio pedagógico e financeiro (bolsas).

Estímulos à permanência (programa de nivelamento, atendimento psico-pedagógico).

Organização estudantil (espaço para participação e convivência estudantil).

Acompanhamento dos egressos.

25-[Orientações para o desenvolvimento dos Eixos Temáticos Essenciais do PDI: a partir daqui breves orientação para elaboração escrita de cada item do PDI] 26-[fazer pesquisa etimológica detalhada....] 27 -Curadoria, direção, produção edição - editoração, patrocínio, financiamento etc – [ver área de produção cultural]

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(...)

- Membros:

-sócio fundadores cotistas

-sócio fundadores contribuintes

- sócio contribuintes

-associados contribuintes....

-associados beneficiários...

(...)

- Público-alvo bolsistas (para estímulo – incentivo ao estudo e pesquisa*, formação

pessoal e profissional, e produção cultural28), na seguinte ordem de prioridade: crianças,

adolescentes e adultos, todos com direitos de se tornarem sócios e associados [ver se

há diferenciação]

1-círculo familiar: “primeiro nossa gente”... nossas crianças, adolescentes e adultos,

respectivamente em ordem de prioridade –família DIB e aparentados, em vários graus...;

2- círculo relacional das famílias, da gente: agregados, amigos e conhecidos;

3-pessoas em situação de vunerabilidade e risco, indicadas nos níveis anteriores;

4-pessoas com necessidades de apoio e suporte, indicadas nos níveis anteriores;

5-todas as pessoas, indicadas pelos níveis anteriores.

(...)

I.PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP - E CULTURAL DA INSTITUIÇÃO

Inserção internacional-nacional e regional;

[Reafirmação dos] Princípios filosóficos e referenciais técnico-metodológicos gerais que norteiam as

práticas (...) da instituição;

Organização didático-pedagógica da instituição, seus programas, projetos e ações29

o Plano para atendimento às diretrizes pedagógicos, estabelecendo os critérios gerais para definição de:

1. 1) Inovações consideradas significativas, especialmente quanto à flexibilidade [dos programas, projetos e

ações dos “currículos“- “componentes curriculares”, “conteúdos];

2. 2) Oportunidades diferenciadas de integralização curricular dos programas, projetos e ações;

28-A definir criteriosa e conceitualmente o que consideramos como: estudo, formação pessoal e profissional, e produção cultural. 29-Também a definir criteriosa e conceitualmente o que consideramos como: estudo, formação pessoal e

profissional, e produção cultural

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3. 3) Atividades práticas, estágio e outras modalidades;

4. 4) Desenvolvimento de materiais pedagógicos;

5. 5) Incorporação de avanços tecnológicos.

Políticas de Ensino;

Políticas de Extensão;

Políticas de Pesquisa (para as IES que propõem desenvolver essas atividades acadêmicas);

Políticas de Gestão;

Responsabilidade Social da IES (enfatizar a contribuição à inclusão social e ao desenvolvimento econômico

e social da região).

1.BASES SOCIAIS, POLÍTICAS, ECONÔMICAS E CULTURAIS

(a desenvolver ...: “diagnóstico”-contexto-conjuntura social, político e econômico e os desafios (im)postos

que demanda-justifica a fundação cooperativa solidária, seus programas, projetos e ações)

2.BASES FILOSÓFICAS E IDEOLÓGICAS – IDEÁRIO E IMAGINÁRIO30:

(a desenvolver ...: toda a fundamentação teórica e o referencial teórico metodológico....)

O “NOVO ESPÍRITO CIENTÍFICO E ANTROPOLÓGICO”31

Aqui “procuramos explicitar o sentido do “novo espírito científico e

antropológico”, bem como a teoria geral do imaginário em seus fundamentos, como um

referencial teórico-metodológico que, diante da crise do racionalismo clássico e das

contundentes críticas à razão prática, instrumental e fechada, procura reconduzi-la a

seus limites, através da proposição de uma outra razão, aberta e plural. Referencial

esse que se assenta em uma proposta de reparadigmatização, centrada na recuperação

e valorização da razão simbólica e cultural - portanto, do imaginário - buscando a sutura

epistemológica entre natureza e cultura e a apreensão, compreensão e interpretação

dos trajetos antropológicos em sua singularidade.

.A teoria geral do imaginário como referencial teórico-metodológico

30-Conceituar e explicar, pois trata-se da linha epistemológica adotada pela instituição.... [A partir de uma formação básica comum podemos nos inscrever e filiar a fundação cooperativa e seus membros-pesquisadores aos centros de estudos do imaginário na França: vinculado ao Centre d'Études sur l'Imaginaire / Maison des Sciences de l'Homme (CRI-MSH - Paris) e ao Centre d'Études sur l'Actuel et le Quotidien (CEAQ - Sorbonne)....., entre outros; ver também para contatos e trocas...: https://www.fclar.unesp.br/#!/departamentos/ciencias-da-educacao/centro-interdisciplinar/] 31-Capítulo de minha dissert. mestrado...

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Já há um bom tempo, a partir principalmente do último quartel do século XX, as

pesquisas científicas de ponta e as teorias críticas frankfurtianas e pós-modernas , com

as decorrentes rupturas epistêmicas que provocaram, têm fragilizado a antiga e,

aparentemente, inabalável confiança epistemológica no paradigma cultural e científico

aristotélico-cartesiano, no racionalismo clássico (Morin, 1984; s/da: 186-209 e s/db: 31-

2), deixando perplexo o mundo ocidental.

Com as recorrentes reformulações teóricas, algumas delas verdadeiras

revoluções, o aprofundamento e a ampliação dos conhecimentos científicos até então

vigentes tornaram-se imprescindíveis para a maior e melhor compreensão do problema

epistemológico da complexidade (Morin, s/db) dos fenômenos e da própria realidade

como totalidade sistêmica, dinâmica e aberta. As rupturas epistemológicas decorrentes

dessas reformulações e revoluções possibilitaram a um número significativo de

estudiosos e pesquisadores, das mais diversas ciências, o desvelamento e a denúncia

da fragilidade dos pilares em que os conhecimentos científicos clássicos se sustentam.

Desse modo, muito contribuíram para um adequado entendimento da crise e

esboroamento das bases fundamentais do racionalismo aristotélico-cartesiano, da

epistemologia e das ciências clássicas (Morin,1984 e s/db: 14-8; Durand, 1982: 23-4 e

44-52). Conseqüentemente, para uma melhor compreensão da perda da confiança

epistemológica (Santos, 1988: 47), da crescente deslegitimação do saber (Coelho,

1993: 85-6) e, também, do poder da racionalidade tecno-instrumental, que se verificam

na contemporaneidade. Mostrou-se, claramente, que os pilares da ciência e do

racionalismo clássicos, ao assentarem-se em uma ontologia dualista, dicotômica, estão

fundamentados nas lógicas da simplificação, da redução, da disjunção e da exclusão,

tendo por base epistemológica a lógica cartesiana, a análise explicativa e o causalismo

determinista (Morin, 1984). Vislumbrou-se, a partir daí, que “... em face da razão

clássica, há outras razões possíveis e outras formas de fazer ciência...” (Durand, 1982:

32).

Assim, intensificou-se o desvelamento da forte articulação entre ciência e

técnica, bem como a enorme cisão existente entre “o que fazer” - a razão técnica - e “o

por que fazer” - a razão política -, separação sempre afirmada em nome da utilidade

social ou da produtividade do trabalho - a razão prática, como se elas fossem

mutuamente excludentes. Evidenciaram-se a ”colonização” e manipulação dos

conhecimentos científicos por projetos de dominação e exploração do homem.

Percebeu-se, portanto, o quanto a razão se converteu “... no grande mito

unificador do saber, da ética e da política” (Morin, 1984: 295) e tem sido mistificada nas

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ideologias da objetividade e neutralidade científica (Chauí, 1989: 31-5) e da condução

metódico-racional da vida (Paula Carvalho, 1989: 83), do “viver segundo a razão”, em

particular a razão econômica e administrativa. Isto é, o quanto a razão moderna tem

estado, ideologicamente, em consonância com os princípios utilitários, pragmáticos da

economia política e da administração, daí decorrendo, por exemplo, a prioridade dada

ao enfoque das dinâmicas e fatores macro-estruturais, que toma o domínio político-

econômico como a causalidade sobredeterminante, em detrimento das dimensões

microestruturais da vida cotidiana, na perspectiva sócio-cultural, antropológica.

Produziram-se, deste modo, discursos de legitimação dos saberes e poderes, que,

assentados na regra da competência, da autoridade do “falar sobre”, enfim, no discurso

competente (Chauí, 1980: 27-29 e 1989: 3-38), cujos reais fundamentos são

dissimulados pela autoridade tecno-científica aliada à tecnoburocracia estatal. Pois,

baseia-se na univocidade de uma razão que reduz e exclui tudo que for incompatível

com seu universo de ação, o praxeológico.

Por isso, a razão clássica, solidária ao racionalismo industrial, tornou-se

instrumento de poder, de dominação – manipulação e controle – e exploração, ao

instaurar uma lógica da ordem social, racionalizada e racionalizadora, na qual tudo que

a perturba precisa ser eliminado, visto que se configura como demência ou criminalidade

(Morin, 1984: 301). É a Modernidade contemporânea expressão do domínio dessa

lógica, “... à medida que privilegia a implantação de macro-sistemas econômicos e

políticos e, ao mesmo tempo, a adaptação do indivíduo a normas, modelos sociais e

ideais de produtivismo e progresso.” (Porto,1999: 91).

Contudo, como vimos, a consciência da solidariedade ideológica existente entre

ciência, técnica e poder, reforçada ainda pela contundente denúncia da desrazão, da

irracionalidade, repressão e violência do totalitarismo da razão tecno-instrumental

(Deleuze apud Hansen, 1994: 43-4) e pela constatação da própria saturação dos

sistemas de interpretação (Maffesoli, 1988: 57-61 e Teixeira,1990: 17 e 98), pelo

vislumbramento da inoperância e falência dos modelos explicativos vigentes trouxeram

à tona muitos questionamentos fundamentados em críticas bastante incisivas e

apropriadas. Em especial, sobre os motivos pelos quais, no mundo ocidental, privilegia-

se um determinado modo de conhecer, assentado na previsibilidade e no controle - na

manipulação - dos fenômenos e um certo modo de agir (Sahlins, 1979) orientado pela

racionalidade tecno-formal. Pois, o domínio desta lógica tem determinado a

racionalização generalizada da cultura e da sociedade, da existência humana, em

consonância com um espírito economicista, produtivista e pragmático. Assim, tais

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críticas à razão prática (op. cit.), alimentadas por uma profunda renovação da psicologia

e da antropologia , trouxeram à tona muitos questionamentos sobre a lógica moderna

da ordem social racionalizante, o que possibilitou a formulação de efetivos ”contra-

discursos críticos”, que procuram reconduzir a razão aos seus limites, como por

exemplo, as propostas de reparadigmatização - o paradigma da complexidade de Edgar

Morin (1984), a ciência do homem de Gilbert Durand (1982: 55-64) e, na convergência

desses, o paradigma holonômico, conforme José Carlos de Paula Carvalho (1990) -,

que buscam a sutura epistemológica entre natureza e cultura e centram-se na dimensão

das mediações simbólicas.

Para Durand (1997), a guinada paradigmática e civilizacional, cultural, que

vivenciamos, encontra-se fortemente enraizada em um “novo espírito científico”. Isso

porque a derrocada gradual do (neo)positivismo, sempre unidimensional e totalitário,

mutilador do ser humano, de seus saberes e capacidades, viabilizou o surgimento das

várias epistemologias de vanguarda. Essas acabaram convergindo para um “novo

espírito antropológico”, para um novo modo de pensar, que recoloca ao mundo ocidental

a possibilidade de revalorizar as imagens significativas da representação humana,

permitindo à Antropologia a recuperação da razão simbólica e cultural, isto é, “... o poder

das imagens e a própria realidade dos símbolos” (Durand: 1982: 26) e, portanto, do

imaginário.

Esse novo espírito científico e antropológico, ao radicalizar a problematização da

condição humana, do sentido da existência e dos conhecimentos, criou as condições

para se colocar em questão o paradigma clássico dominante, baseado em uma

racionalidade científica totalitária “... que nega o caráter racional a todas as formas de

conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas

regras metodológicas.” (Santos, 1988: 48).

As abordagens epistemológicas contemporâneas já reconhecem que a

intervenção do imaginário e de uma outra racionalidade - figurativa e metafórica - não

só é essencial para a existência humana, mas para a própria produção científica. E,

apesar, ainda, da forte hegemonia do paradigma clássico, cada vez mais estudiosos e

cientistas das mais diversas áreas de conhecimento buscam re-conhecer o homem por

inteiro, recuperá-lo na integridade de seu ser, de seus diversos saberes e capacidades,

particularmente no que tange às (des)articulações entre razão e imaginação e à

necessidade vital de um equilíbrio entre as mesmas. É nesse sentido que têm se

desenvolvido as pesquisas do Centre de Recherche sur l’Imaginaire, na França -

particularmente de um de seus membros-fundadores, Gilbert Durand, um antropólogo,

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discípulo de Gaston Bachelard -, situadas nas novas perspectivas de análise “pós-

estruturalismo”, no estruturalismo figurativo.

Durand, buscando atribuir um sentido maior para a vida e para o homem, procura

desenvolver, por meio da articulação meta e pluridisciplinar dos vários ramos do saber,

um projeto de unidade das ciências do homem e uma epistemologia que toma o

imaginário, a razão simbólica, como dinâmica subjacente à cultura e, portanto, instância

primordial de todas as produções do homem, as quais têm o mito como forma

privilegiada de manifestação discursiva. Seus estudos indicam-nos que em todas as

sociedades existem, subjacentes, mitos que orientam e modulam, dirigem o curso da

história, da sociedade e da cultura, servindo de estruturas dinâmicas orientadoras às

atividades humanas significativas. Portanto, se considerarmos os fundamentos míticos

do pensamento, bem como os esquemas simbólicos coletivos que se encontram

implícitos nas várias criações do homem, veremos que, efetivamente, o pensamento

humano move-se de acordo com estruturas míticas do imaginário. Deste modo,

conceitos filosóficos e científicos têm uma origem comum, pois emergem de uma

mesma fonte que, desde sempre, tem nutrido todas as formas de pensamentos e

devaneios humanos: a imaginação.

Segundo Bachelard (1989), imaginação e vontade são as principais funções

psíquicas que se manifestam no homem. Mas, a imaginação propriamente criadora

possui funções totalmente diversas da imaginação reprodutora; sendo portadora da

função do irreal, é psiquicamente tão importante e útil quanto à função do real.

Ultrapassar a realidade indo além do já pensado, aí reside à originalidade, a força e o

ilimitado poder da imaginação. Pois, compreendendo-a em seu sentido maior, pleno, é

possível perceber que a imaginação

... não é, como o sugere a etimologia, a faculdade de formar imagens da

realidade, ela é a faculdade de formar imagens que ultrapassam a realidade, que

cantam a realidade. É uma faculdade de sobre-humanidade. (op. cit.: 17-8).

Ao tomar a imaginação como um jogo criador basilar também atuante na criação

científica, Bachelard (1985) pôde evidenciá-la no cerne das idéias e dos conceitos. Face

à hegemonia positivista, à unidimensionalidade e às desrazões vivenciadas pela

humanidade, ele passou a assinalar o quanto um novo espírito científico e antropológico

estava a exigir do mundo ocidental uma nova razão, um outro racionalismo, aberto,

setorial, dinâmico, militante, em equilíbrio vital com a capacidade imaginante. Tornou-

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se ele, a partir da defesa da imaginação criadora, um dos primeiros a perceber, mesmo

que, ainda, sob uma poética da matéria de Empédocles, os sinais da interação entre o

humano e o cósmico na formação das imagens, entre as pulsões humanas e as

intimações do meio ambiente material (Melloni,1998: 74).

Para Bachelard, somente a revitalização da vontade de poder e de criar poderia

conduzir o mundo ocidental à necessária crítica de uma racionalidade firmada num

modo de compreensão, que alija do conhecimento o espírito humano em sua inteireza.

Visando à expansão do horizonte intelectual-científico da civilização ocidental,

vislumbrou ele a necessidade do alargamento das vias, das matrizes, do pensar humano

e, portanto, de “... reformular o paradigma racional, positivo, preciso, mas estreito

demais para concluir o ‘fato bruto’ da natureza e do homem.” (op. cit.: 91). Quem sabe,

então, possa o homem ocidental reconduzir a razão a seus limites e, assim, reequilibrar

razão e imaginação, conquistando lugar para o exercício de um pensamento inquieto e

aberto, que reencante o mundo e a vida, o homem e seus saberes.

Gilbert Durand, um dos pesquisadores a aceitar tal desafio, concebeu e produziu

sua obra maior, “As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia

geral”, publicada pela primeira vez em 1960 , com o objetivo de dar continuidade, de

uma perspectiva antropológica, às investigações inauguradas por Bachelard. Nessa

obra é por ele tecido, (re)definido, pois criticamente ampliado e aprofundado, em

consonância com uma antropologia profunda, o conceito de imaginário como

... o conjunto das imagens e das relações de imagens que constitui o capital

pensado do homo sapiens - (...) o grande denominador fundamental onde se vêm

encontrar todas as criações do pensamento humano. (Durand, 1997: 18).

Nessa pesquisa, além de reelaborar o conceito de imaginário, ele realizou um

inventário imagético e uma classificação dos dinamismos intrínsecos ao imaginário,

preocupando-se em organizá-los sem a necessidade de utilizar-se de qualquer critério

que lhes fossem extrínsecos. Também identificou o que denominou de regimes de

imagens (diurno e noturno) e estruturas (heróica, sintética e mística) do imaginário. Para

isso, considerou, principalmente, o isoformismo e a homologia existente entre o

biológico, o psíquico, o social e o cósmico, como também as interações entres estes na

dinâmica de formação das imagens, chamado por ele de

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... trajeto antropológico, ou seja, a incessante troca que existe ao nível do

imaginário entre as pulsões subjetivas e assimiladoras e as intimações objetivas que

emanam do meio cósmico e social. (op. cit.: 41).

Desse modo, Durand afirmou e aprofundou, em seus estudos, a concepção de

um imaginário composto por estruturas dinâmicas globalizantes não-lineares,

complexas e constelares, organizadoras do processo de formação e transformação das

imagens, dos símbolos, dos mitos, mostrando, ainda, o primado material do figurativo

ou do imaginário sobre a infraestrutura - a base econômica. Para pesquisá-lo propôs,

no desenvolvimento de suas pesquisas, uma mitodologia como hermenêutica

instauradora, não redutiva, que permite realizar uma leitura em profundidade, pois

arquetipal, dos percursos e trajetos de construção de identidades dos Indivíduos e da

Cidade (socialidade), isto é, de conquista da individuação e do sentido de cada cultura

e sociedade, grupo e indivíduo.

Como podemos observar, estamos hoje para além das teses clássicas sobre o

imaginário, que consideravam a imaginação, segundo Durand (op. cit.), como “o modo

‘primitivo’ do conhecimento científico”, “a infância da consciência”, “a louca da casa”,

“fomentadora de erros e falsidades”. Como bem ele nos mostrou, devido à constante

desconsideração das especificidades de suas dinâmicas próprias, imaginação e

imaginário foram, na civilização ocidental, fortemente reduzidos e desvalorizados.

Temos, portanto, como pesada herança um intenso processo histórico de

desvalorização racionalista do imaginário, de desvalorização ontológica da imagem e

de esvaziamento psicológico da função da imaginação, ainda marcando profundamente

o pensamento ocidental. Desvalorização reducionista “... que não corresponde, de modo

nenhum, ao papel efetivo que a imagem desempenha no campo das motivações

psicológicas e culturais” (op. cit.: 24), como manifestação original e essencial de uma

função bio-psico-social.

Há, portanto, uma essência que é própria do imaginário e da imaginação, esta

faculdade do possível (op. cit.: 22), e é necessário reconsiderá-la e reconhecê-la. No

dinamismo da consciência, ou melhor, no continuum dos modos de consciência, há uma

consciência imaginante: a imaginação. Libertar essa capacidade imaginante da prisão

e do colonialismo em que vive relativamente à razão instrumental, à razão técnica,

passa por reavaliar e revalorizar “... as conclusões lógicas da negatividade constitutiva

da imagem...” (op. cit.: 24) - visto que sua função principal é conhecer, e não meramente

definir o ser -, bem como por saber o que as imagens “realmente” representam,

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reapropriando-nos, assim, da imaginação e do patrimônio imaginário da humanidade na

sua integridade.

Como vemos, as imagens e a imaginação já não podem mais ser encaradas

como um empecilho para o processo ideativo, pois, pelo contrário, são sua própria pré-

condição. Um pensamento que nem sequer fosse acompanhado por imagens seria

incapaz de se exercer, já que ele, por mais racional e racionalizado que se encontre, “...

não tem outro conteúdo que não seja a ordem das imagens.” (Pradines apud op. cit.:

29). Há nelas um dinamismo organizador intrinsecamente motivado. E, mesmo

degradada, a imagem ainda é portadora de um sentido que não pode ser encontrado

para além da significação imaginária. Conforme Durand (op. cit.: 29), só se pode estudar

a imagem pelo sentido que lhe é próprio, visto que o sentido figurado é o único realmente

significativo.

Ainda, segundo ele, Piaget, em seus trabalhos, já propusera que há uma certa

coerência funcional entre o pensamento simbólico e o sentido conceptual, mostrando a

unidade solidária de qualquer forma de representação (op. cit.: 30). Do mesmo modo,

para Jung, todo pensamento tem suas raízes em arquétipos, em esquemas ou

potencialidades funcionais, em imagens gerais, determinando inconscientemente o

pensamento (op.cit.: 30). Nesse sentido, fazendo sua uma das intuições de Bachelard,

Durand concluiu que,

... muito longe de ser faculdade de “formar imagens”, a imaginação é potência

dinâmica que “deforma” as cópias pragmáticas fornecidas pela percepção, e esse

dinamismo reformador das sensações torna-se o fundamento de toda a vida psíquica

“porque as leis da representação são homogêneas”, a representação sendo metafórica

a todos os seus níveis, e, uma vez que tudo é metafórico, “ao nível da representação

todas as metáforas se equivalem”. (op. cit.: 30).

Ele esclarece-nos, ainda, que o que dispõe a estruturação simbólica e os

próprios símbolos na raiz de qualquer pensamento são os vínculos afetivo-

representativos impregnados nas imagens, de modo que a estrutura fundamental

arquetípica terá sempre como base os materiais axiomáticos - as forças - do imaginário,

pois:

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Por detrás das formas estruturadas, que são estruturas extintas ou arrefecidas,

transparecem, fundamentalmente, as estruturas que são, como Bachelard ou Jung já o

sabiam, arquétipos dinâmicos, “sujeitos” criadores. (op. cit.: 15).

Nesta perspectiva, Durand, invertendo o clássico esquema sartriano que procura

explicar o empobrecimento do pensamento pela imagem, pôde compreender

... a passagem da vida mental da criança ou do primitivo para o “adultocentrismo”

como um estreitamento, um recalcamento progressivo do sentido das metáforas.

[Percebendo que] É esse “sentido” das metáforas, esse grande semantismo do

imaginário, que é a matriz original a partir da qual todo o pensamento racionalizado e o

seu cortejo semiológico se desenvolvem. (op. cit.: 31).

Em relação à força elementar dos símbolos (Sinn-Bild, em alemão; Sinn: sentido

- a variável na singularidade de cada cultura; Bild: forma – o universal e invariável,

porque arquetipal no ser humano) e, por conseguinte, do imaginário, Durand mostra-

nos que esta força encontra-se em realizar a ligação, para além das contradições

naturais, de elementos inconciliáveis, a partir de uma lógica que não seja explicativa,

linear e cartesiana, mas compreensiva e complexa. Desse modo, para o estudo dos

arquétipos fundamentais da imaginação humana e das motivações simbólicas, já não

faz mais sentido - e nem são mais suficientes – simples (simplificadoras e redutoras)

explicações lineares, derivadas de deduções lógicas ou narrativas introspectivas.

Temos, sim, que buscar um método compreensivo das motivações imaginárias,

encontrar as categorias motivantes dos símbolos nos comportamentos elementares do

psiquismo humano, para, então, fazermos a classificação dos grandes símbolos da

imaginação em categorias motivantes distintas (op. cit.: 32-8); um método que viabilize

a apreensão, compreensão e interpretação dos motivos simbólicos em sua

complexidade, de modo que um conjunto simbólico não seja desvalorizado a priori em

relação a outro e nem ocorra a desvalorização racionalista do imaginário, da consciência

e da capacidade imaginantes.

Para tanto, é necessário, conforme ele orienta, que nos libertemos do

imperialismo da idéia, da obsessão do recalcamento herdadas da psicanálise freudiana,

“... que reduz sempre o conteúdo imaginário a uma tentativa envergonhada de enganar

a censura” (op. cit.: 39), como também já percebera Piaget. Se, de acordo com os

psicanalistas, a imaginação é produto dos conflitos entre as pulsões e o seu

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recalcamento social, para Durand, ao contrário, ela surge, na maioria das vezes, em seu

próprio movimento, “... como resultando de um acordo entre os desejos do ambiente

social e natural.” (op. cit: 39). Há, portanto, uma produção simbólica que é independente

do recalcamento, pois, mais do que ser um produto desse, a imaginação é, pelo

contrário, a origem de uma libertação. Como bem apreendeu Bachelard, segundo

Durand, as imagens “... não valem pelas raízes libidinosas que escondem mas pelas

flores poéticas e míticas que revelam.” (op. cit.: 39).

É nesse sentido que as epistemologias de vanguarda e os projetos de

reparadigmatização, ao mostrarem que o imaginário é muito mais do que a

epifenomenal “louca da casa” e ao afirmarem-no como o fundamento basilar de toda a

produção humana, trouxeram à tona um novo espírito antropológico que põe em relevo,

no centro das preocupações fundamentais do mundo ocidental, a frágil grandeza do

homo sapiens (op. cit.: 19) e uma outra perspectiva antropológica, em que “’... nada de

humano deve ser estranho...’” (op. cit.: 40). Foi, assim, que se constituiu a necessidade

de uma Antropologia, no sentido mais amplo e atual do termo, isto é, um conjunto de

conhecimentos do homem resultante da associação de diversos métodos e disciplinas,

que articulem o conjunto das diversas ciências que estudam a espécie homo sapiens,

buscando apreender, compreender e interpretar a inteireza da dinâmica e a

complexidade do animal simbólico que é o homem.

Considerando o imaginário como o fundamental denominador, no qual se

entrecruzam todas as criações do pensamento humano, uma encruzilhada

antropológica dos saberes, Durand contesta as divisões acadêmicas das ciências do

homem, pois tal parcelização dos saberes humanos é mutiladora da necessária

complexidade compreensiva dos diversos problemas que são postos pelo

comportamento singular do homo sapiens, mas, também, homo symbolicus. Alerta-nos,

portanto, que as questões relativas à significação e, conseqüentemente, ao símbolo e

ao imaginário, não podem ser devidamente consideradas unicamente por uma das

ciências humanas, mas, sim, numa perspectiva inter e transdisciplinar, pois é o

imaginário “... esta encruzilhada antropológica que permite esclarecer um aspecto de

uma determinada ciência humana por um outro aspecto de uma outra.” (op. cit.: 18).

Ainda, a partir da afirmação do trajeto antropológico e, correlativamente, do

reconhecimento de que há uma “... gênese recíproca que oscila do gesto pulsional ao

meio material e social e vice-versa.” (op. cit.: 41), ele assinala que, como bem

demonstrou Piaget, é nesse intervalo de percurso reversível que se localiza a

investigação antropológica. Porque, afinal,

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... o imaginário não é mais que esse trajeto no qual a representação do objeto

se deixa assimilar e modelar pelos imperativos pulsionais do sujeito, e no qual,

reciprocamente (...) as representações subjetivas se explicam “pelas acomodações

anteriores do sujeito” ao meio objetivo. (op. cit.: 41).

Assim, símbolo e imaginário são sempre produtos de imperativos biopsíquicos

conjugados com as intimações do meio. A esse percurso, Durand denomina, como visto

anteriormente, trajeto antropológico, no qual é característica tanto do produto como do

próprio trajeto a reversibilidade dos termos. Segundo ele, estas idéias estavam também,

de algum modo, implícitas no pensamento de Bachelard, para quem

... os eixos das intenções fundamentais da imaginação são os trajetos dos gestos

principais do animal humano em direção ao seu meio natural, prolongado diretamente

pelas instituições primitivas tanto tecnológicas como sociais do homo faber. (op. cit.: 41).

Em relação aos símbolos, que constituem os trajetos antropológicos, Durand

esclarece-nos que estes, por serem isomorfos e homólogos, acabam por convergir em

grandes eixos, em constelações de imagens, com semelhanças pontuais nos diversos

domínios do pensamento (ciência, arte, religião, técnica). De acordo com o autor, é o

caráter de semanticidade basilar dos símbolos que faz com que estes convirjam e se

constelem, pois correspondem a desenvolvimentos de um mesmo tema arquetipal, a

variações de um mesmo arquétipo. Configuram-se, assim, grandes constelações, em

que as imagens convergem, grandes conjuntos simbólicos denominados por ele

estruturas do imaginário, “... em torno de núcleos organizadores que a arquetipologia

antropológica deve esforçar-se por distinguir através de todas as manifestações

humanas da imaginação.” (op. cit.: 43-4).

Percebe, como o etnólogo Levi-Strauss, que

... a psicologia da criança pequena constitui “o fundo universal infinitamente mais

rico que aquele de que cada sociedade particular dispõe”. [E, portanto,] Cada criança

“traz, ao nascer, e sob forma de estruturas mentais esboçadas, a integralidade dos

meios de que a humanidade dispõe desde toda a eternidade para definir as suas

relações com o mundo...” (op. cit.: 46).

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Durand conclui ser aí, no domínio psicológico - partindo do psíquico para o

cultural -, que podemos encontrar os grandes eixos que indicam a constância e direção

dos arquétipos, essas realidades dinâmicas em movimento que possibilitam a

convergência e a integração das diversas metáforas axiomáticas de base, as imagens

motrizes, as grandes categorias vitais da representação (op. cit.: 46-7).

Para estabelecer o princípio fundamental de classificação das constelações de

imagens e estruturas do imaginário, Durand utiliza-se das noções de gestos dominantes,

dominantes reflexas ou, ainda, de reflexos primordiais, oriundas da reflexologia do

recém-nascido. A reflexologia, ao levar em consideração os mais arcaicos conjuntos

sensório-motores, constitutivos dos sistemas de “acomodações” mais elementares e

originários, e a ontogênese da espécie humana, acaba por fornecer-nos algumas pistas

sobre como as dominantes reflexas atuam e intervêm na constituição do simbolismo,

podendo auxiliar-nos na compreensão do “polimorfismo” infantil, tanto pulsional como

social. Estas dominantes agem sempre com um certo imperialismo, podendo já ser

considerada como um princípio de organização, como uma estrutura sensório-motora

(op. cit.: 50-1).

Assim, evidencia-se cada vez mais, pela psicologia contemporânea, a profunda

vinculação entre as representações simbólicas, os centros nervosos e os gestos do

corpo; e, portanto, uma estreita vinculação entre a motricidade primária, o inconsciente

e a representação. Ou seja,

... esta ligação genética de fenômenos sensórios motores elementares encontra-

se ao nível de grandes símbolos (...). (...) [O que evidencia] o caráter normativo para o

conteúdo global da psique das grandes propriedades biológicas primordiais, tais como

a nutrição, a geração e a motilidade... (op. cit.: 50).

Durand propõe três dominantes reflexas - postural, digestiva e copulativa - que,

configurando grandes matrizes sensório-motoras integradoras naturais das

representações, dirigem e orientam a dinâmica da representação simbólica; e é neste

nível que os grandes símbolos vão se formar (op. cit.: 51). Tal dinâmica está centrada

na busca de equilíbrio entre as aspirações biopsicológicas e as intimações sociais; são

essas as forças constituintes das dominantes reflexas, que se encontram na raiz da

organização das representações. Portanto, “... ‘o corpo inteiro colabora na constituição

da imagem’” (Piéron apud op. cit.: 50), no sentido de que determinados esquemas

perceptivos enquadram-se e se assimilam aos esquemas motores primitivos.

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Como vemos, os reflexos humanos possuem uma capacidade enorme e

bastante variada de sofrer condicionamentos culturais; é o ambiente humano o primeiro

condicionador das dominantes reflexas sensório-motoras. Nele, os reflexos dominantes

materializam-se culturalmente, de forma que a cultura sobredetermina o projeto natural

fornecido pelos reflexos primordiais, por uma certa finalidade, ocorrendo, então, a sutura

entre natureza e cultura. Porém, nessa dinâmica que motiva a imagem e dá vigor ao

símbolo, é necessário que haja um mínimo de adequação e equilíbrio entre a dominante

reflexa e o ambiente cultural, pois, conforme Durand, é no acordo, no equilíbrio, entre

as pulsões reflexas do sujeito e o meio em que vive que se enraízam, de modo bastante

imperativo, as grandes imagens na representação, e não, como se pensava, na censura

ou recalcamento (op. cit.: 52). Temos, pois, que buscar equilibrar os objetos simbólicos

pela obscura motivação dos movimentos dominantes primordiais, considerando,

particularmente, que os objetos simbólicos nunca são puros,

... mas constituem tecidos onde várias dominantes podem imbricar-se (...). Mais:

verificamos que o objeto simbólico está muitas vezes sujeito a inversões do sentido, ou,

pelo menos, a redobramentos que conduzem a processos de dupla negação... (op. cit.:

54).

É nessa complexidade de base do objeto simbólico que Durand justifica o seu

método, isto é, por que, a partir dos grandes gestos reflexológicos, desenlear os tecidos

e os nós constituídos pelas fixações e projeções sobre os objetos do ambiente

perceptivo (op. cit.: 54).

É importante ressaltar, também, que, de acordo com Durand, a isoformia entre

os esquemas, os arquétipos e os símbolos presentes no âmago de sistemas míticos ou

constelações estáticas permite-nos confirmar a existência de certos protocolos

normativos das representações imaginárias, claramente definidos e com relativa

estabilidade, que se agrupam em torno dos esquemas originais a que denomina

estruturas, as quais, por sua vez, agrupadas quanto à sua proximidade, definem o que

ele chama de Regime do imaginário (op. cit.: 63-4).

Foram as evidenciáveis convergências entre uma determinada organização

social, a tecnologia aí utilizada e a reflexologia que possibilitaram a Durand a proposição

de dois grandes regimes de imagens ou simbólicos, não agrupados rígida e

estaticamente: o Regime Diurno e o Regime Noturno (op.cit.: 57-8). Ao conjunto

simbólico originário da reflexiva dominante postural que remete à elevação tanto do

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corpo como do olhar, com suas implicações manuais e visuais, inspirando imagens de

luz, de luta, de altivez, ele chamou de Regime Diurno. Percebendo a vinculação

profunda entre as dominantes digestiva e sexual, e que ambas compõem um único

conjunto simbólico formado por imagens que inspiram as trevas, o descanso, a queda,

Durand denominou-o Regime Noturno.

Essas duas grandes matrizes simbólicas, constelações de imagens ou regimes

simbólicos, organizados por Durand, buscam dar conta das diferentes motivações

antropológicas, levando em conta as convergências dos múltiplos semantismos

contidos nas imagens, a partir da contraposição e da comparação de isoformismos e

polaridades dos regimes e de suas respectivas estruturas. Compondo internamente os

regimes de imagens, encontramos a dinâmica das estruturas antropológicas,

expressando, principalmente, situações actanciais dominantes (esquemas da ação),

que encarnam e polarizam as atitudes imaginativas básicas, pelas quais o ser humano

enfrenta a angústia provocada pelo fluir do tempo e o aproximar da morte, a saber: no

Regime Diurno, estrutura esquizomorfa ou heróica (separar); no Regime Noturno,

estrutura sintética (ligar) e estrutura mística (confundir).

Constelados em dois pólos antagonistas, em torno dos quais gravitam os mitos,

os devaneios, os poemas, as imagens e os símbolos, os dois grandes regimes de

imagens são comparados por Durand, nas suas polaridades, quanto à presença das

‘‘estruturas’’, dos ‘‘princípios de explicação e de justificação ou lógicos’’, dos ‘‘reflexos

dominantes’’, dos ‘‘esquemas ‘verbais’’’, dos ‘‘arquétipos ‘atributos’’’, da “situações das

‘categorias’” e “dos símbolos aos sistemas” (nos quais são utilizadas as diversas

categorias dos jogos do Tarot), dos ‘’arquétipos ‘substantivos’’’. Durand faz uma

classificação isotópica das imagens e organiza com todo esses elementos uma tabela

de dupla entrada (op. cit.: 443), que apresenta uma enorme abertura e amplitude,

mostrando nitidamente a possibilidade da Antropologia do Imaginário de concretizar a

aproximação, a convergência, entre as várias ciências do homem.

Também, procurando nos orientar mais detalhadamente sobre as singularidades

e particularidades da dinâmica intrínseca ao Imaginário, Durand especifica a idéia de

esquema - schème - como a generalização dinâmica e afetiva da imagem, que forma o

esqueleto dinâmico, o esboço funcional da imaginação, a consubstanciar-se nos

diversos trajetos encarnados em representações concretas e precisas,

presentificadoras dos gestos e das pulsões inconscientes (op. cit.: 60), realizando a

junção dos gestos inconscientes da sensório-motricidade, das dominantes reflexas e

das representações. Conforme assinala ele, os gestos reflexos, quando diferenciados

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em esquemas no contato com o ambiente natural e social, determinam grandes

arquétipos, mais ou menos como os definidos por Jung, que constituem a

substantificações dos esquemas: as “imagens primordiais”, de caráter coletivo e inato,

que se constituem em substantivos simbólicos, estágios preliminares e zonas matriciais

das idéias. Daí afirmar que, muito aquém de ser anterior à imagem, a idéia é apenas

um comprometimento pragmático do arquétipo imaginário em um dado contexto

histórico e epistemológico (op. cit.: 61). Pois, o valor elementar e basal dos arquétipos

reside, precisamente, em se constituírem no ponto de junção entre o imaginário e o

processos racionais. Segundo Durand, apoiando-se ainda em Jung, as imagens nas

quais se assentam as teorias científicas estão nos mesmos limites daquelas que

inspiram os contos e as lendas (op.cit.: 61). Nesse sentido, segundo ele, o que é dado

ante rem na idéia

... seria o seu molde afetivo-representativo, o seu motivo arquetipal, e é isso que

explica igualmente que os racionalismos e os esforços pragmáticos das ciências nunca

se libertem completamente do halo imaginário, e que todo racionalismo, todo o sistema

de razões traga nele seus fantasmas próprios. (op. cit.: 61).

Alerta-nos, ainda, que a organização dinâmica do mito freqüentemente

corresponde à organização estática que denomina constelação de imagens. E assinala,

também, que é no prolongamento constelar e dinâmico dos esquemas, arquétipos e

símbolos que nos encontramos com o mito, o qual, na sua acepção, toma o sentido

amplo de

... um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico

que, sob o impulso de um esquema, tende a compor-se em narrativa. O mito é já um

esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se

resolvem em palavras e os arquétipos em idéias. O mito explicita um esquema ou um

grupo de esquemas. Do mesmo modo que o arquétipo promovia a idéia e que o símbolo

engendrava o nome, podemos dizer que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema

filosófico ou (...) a narrativa histórica e lendária. (op. cit.: 62-3).

Para verificar e mostrar como isso ocorre, Durand investigou amplamente a

dinâmica do mito em sua circulação pela sociedade, desenvolvendo e aprimorando sua

proposta metodológica – mitodológica - para o estudo do imaginário. Elaborou, então, a

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concepção de Tópica Social, levando em conta as interações circularizantes,

continuamente recursivas, entre mito, sociedade e racionalização, a qual representou

diagramaticamente (Durand,1983: 8), colocando-os em movimento nas conhecidas

tópicas freudianas e ampliada em consonância com Jung para criar uma metáfora que

melhor expressasse o funcionamento da psique coletiva. A esse diagrama ele chamou

de Tópico Diagramático do Social, tomando o cuidado de destacar que “... o englobante

[dos diferentes níveis da tópica], a base fundamental, é a circulação do mito que define

e descreve um conjunto social...” (op. cit.: 7).

A partir do movimento circular globalizante do mito pela sociedade, ele assinala

como, nessa dinâmica, o imaginário sobredetermina e circunscreve o momento sócio-

cultural de um dado conjunto social, sendo, portanto, a matriz de toda sua produção

cultural, inclusive dos sistemas filosóficos, lógicos e conceituais. Mostra, também, que

existe um conflito entre os mitos latentes que habitam o inconsciente de uma sociedade

e os mitos em vias de desmistificação racional, a tornarem-se manifestações patentes,

de modo que “... no fundo, uma sociedade vive sobre dois mitos: um mito ascendente e

que se esgota e, ao contrário, uma corrente mitológica que vai beber às profundezas do

isso , do inconsciente social.” (op. cit.: 21).

Através da tópica social, Durand analisa o processo de racionalização,

acompanhando a circulação do mito pela sociedade em três níveis, distinguindo as

superfícies conscientes do social (patente) e as suas profundezas míticas (latente), a

saber:

. o “isso” - o id - psicóide, nível fundador, caracterizado por uma forte implicação

mítica, um máximo de não racionalidade e um máximo de "discurso dilemático" ; é o

nível de fundação basal da sociabilidade/sociedade e aí se situam em camadas,

primeiro, o inconsciente coletivo específico, com o qual se relacionam os arquétipos e

as imagens primordiais, e, acima, o inconsciente coletivo cultural, com o qual se

relacionam os mitos;

. o “ego” societal, nível actancial, caracterizado pela atuação dos “esquemas de

ações sociais”; nele se conforma a diferenciação, a discriminação das representações

conscientes de funções e papéis sociais dos

diversos atores do jogo social, polarizados em torno de funções positivas (de

recuperação e de desmistificação), confortadas pela ideologia do poder, e de funções

negativas (de dissidências e de desmitificação), socialmente marginalizadas pela ordem

vigente;

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. o “superego” institucional, nível racional, caracterizado por uma máxima

racionalização e um mínimo de espessura e pregnância mítica; nele se conformam as

conceituações, sistematizações e classificações, aí se situando os discursos racionais

e unívocos ( op. cit.: 7-12).

O movimento circular englobante, partindo da base da tópica para o cimo, vai da

progressiva racionalização do mito até o máximo de racionalização; a partir dessa,

continuando a circulação para a base, ocorre a progressiva desqualificação das

conceitualizações. Assim, o discurso racional, em sua univocidade e espessura, situa-

se no nível do superego, sendo que, no nível patente, temos a dimensão ideológica, de

pregnância mítica diminuída e, no latente, a dimensão mítica, sempre ancorada em

profundidade no imaginário (Teixeira,1998: 104-5).

A um conjunto formado pela presença histórico-social de um mito em um certo

tempo e espaço cultural, em um “momento sócio-cultural” discernido, definido e descrito

de acordo com a tópica social, em que há uma notável homologia entre as diversas

representações que se manifestam no imaginário sócio-cultural de uma época, Durand

(s/d: 162-9) chama-o, a partir de uma metáfora dos movimentos de um rio, de bacia

semântica. Essa seria uma grande constelação de imaginário que instaura e faz ressoar

pela sociedade uma nova sensibilidade e uma outra visão de mundo, como um

segmento semântico-estilístico de longa duração, uma paisagem cultural definida por

uma longa duração mítica, discernidos por regimes imaginários específicos e mitos

privilegiados, diretores. Considerando-se a bacia semântica como uma estrutura

dinâmica, cobrindo da gênese ao eclipse do mito, sua duração é de aproximadamente

150-170 anos, aproximadamente 4 gerações de 30 anos mais uma certa margem de

variação - entre 30 a 50 anos - (op. cit.: 257).

Tratando-se da dinâmica do imaginário global de uma sociedade num

determinado período de tempo, não sendo, assim, uma estrutura fechada, rígida ou

“instantânea” e fixa, a bacia semântica está escalonada em 6 fases, cronologicamente

irregulares, englobadas pela tópica social e, portanto, não segmentadas e isoladas em

seis setores:

... escoamento, separação das águas (e é nesta fase que se esboçam as

exclusões e, por isso, as marginalizações), confluências (isto é, reforço da corrente

dominante), nome do rio (a escolha de uma personalidade que se mitifica e tipifica

nomeadamente toda a bacia semântica) ordenamento das margens (isto é,

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institucionalização intelectual, filosófica e jurídica) e, finalmente, o abrandamento, onde

despontam escoamentos novos [chamados] meandros e deltas. (op. cit.: 181-2).

... [a] primeira e [a] última fases podem praticamente sobrepor-se a uma bacia

semântica futura. É nesta “sobreposição” que se verifica a tensão “tópica” (entre o mito

manifesto [patente] e mito latente ou reprimido ... (op. cit.: 257).

(...)

PARADIGMA

IMAGINÁRIO IDEÁRIO

AXIALIDADE DISCURSIVIDADE NARRATIVIDADE

IDEOLOGIA(S)

IDEIAS-FORÇA(S)

IDEOLOGEMA(S)

MATRIZ

REFERENCIAIS DE BASE

C) NÚCLEOS DOS REFERENCIAIS DE BASE

-FILOSÓFICO (AXIOLÓGICO E EPISTEMOLÓGICO):

.VISÃO DE MUNDO

.VISÃO DE HOMEM

.VISÃO DE SOCIEDADE

.VISÃO DE CULTURA E EDUCAÇÃO

A ANTROPOLÍTICA [do Humanismo Clássico à Antropolítica]

- PRINCÍPIOS GERAIS E PEDAGÓGICOS

.antropolítica - ética

.cidadania

.comprometimento

.cooperação - colaborativismo

.criatividade

.dialogicidade

.engajamento

.filantropia – humanismo crítico

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.interdisciplaridade

.pluralidade

.relatividade

.responsabilidade

.solidariedade

.transversalidade

.liberdade acadêmica

(...)

O filósofo e a filosofia, etimológica e filologicamente, de philos sophia32,....:

FILOSOFIA

EXISTENCIALISMO ESTÉTICA33 HUMANISMO

ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA E SIMBÓLICA

TEORIA GERAL DO IMAGINÁRIO TEORIA DA COMPLEXIDADE

(Gilbert Durand) (Edgar Morin)

AXIOLOGIA EPISTEMOLOGIA PRAXEOLOGIA

ÉTICA, SABERES & AÇÕES, CONHECIMENTOS & PRODUÇÕES [ver anexo III]

SERES HUMANOS, GENSTE

-A ATRIBUIÇÃO DE SENTIDOS E SIGNIFICADOS, AS BUSCAS E ESCOLHAS

A-Gestação e Gestão (sob a égide de Deméter)

32-[fazer pesquisa etimológica detalhada....] 33-Estética como fundamento axiológico – os valores - capacidade de apreciar, julgar, decidir e escolher valores – ver vocábulo mais adequado ou criar...

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B-Estudos, Pesquisas e Ações (sob a égide de Atena)

C-“Novas Traquinagens de Eros” (sob a égide de Eros)

3. DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS, COMPROMISSOS E GARANTIAS DEMOCRÁTICAS

.antropolítica - ética

.cidadania

.comprometimento

.cooperação - colaborativismo

.criatividade

.dialogicidade

.engajamento

.filantropia - humanismo

.interdisciplaridade

.pluralidade

.relatividade

.responsabilidade

.solidariedade

.transversalidade

.liberdade acadêmica

II.PROJETO PEDAGÓGICO

III.PLANO ESTRATÉGICO DE GESTÃO

(...)

-Metodologia de administração para fundação e cooperativa (em junção) ....

IV.PERFIL DO CORPO DE MEMBROS E PROFISSIONAIS

Composição (titulação, regime de trabalho, experiências profissionais acadêmicas e não acadêmica);

Plano de Carreira;

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Critérios de seleção e contratação;

Procedimentos para substituição (definitiva e eventual, reposição e ampliação) dos profissionais da

instituição;

Cronograma e plano de expansão do corpo de profissionais, com titulação e regime de trabalho, detalhando

perfil do quadro existente e pretendido para o período de vigência do PDI.

(...)

.Agentes

(...)

.Política de formação contínua e permanente

(...)

...formação contínua e permanente, interna e externa, em serviço e fora dele, com

certificação oficial a ser validada e valorizada, até mesmo pela fundação cooperativa.

V.ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA

Estrutura Organizacional, Instâncias de Decisão e Organograma Institucional e Acadêmico.

Órgãos Colegiados: competências e composição.

Órgãos de apoio às atividades.

(...)

. ASPECTOS FINANCEIROS E ORÇAMENTÁRIOS

Demonstração da sustentabilidade financeira, incluindo os programas de expansão previstos no PDI:

o Estratégia de gestão econômico-financeira;

o Planos de investimentos;

o Previsão orçamentária e cronograma de execução (5 anos).

(...)

.POLÍTICA DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA

(...)

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54

.Captação de recurso financeiros:

1-produção e comercialização, de forma solidária, de produtos culturais, e estratégia de

divulgação e formação de membros e ou associados. Para a captação de recursos para

a Fundação Cooperativa Solidária GENsTE, cada membro fundador, cooperados e

associados etc. apresentará para editoração e comercialização “um produto cultural34”(

livros, publicações, oficinas, mini-cursos, dvds, álbuns, camisetas com silverscrenn,

entre outras produções culturais, etc.) de qualidade, com apoio e patrocínio institucional

e profissional. [Por exemplo, eu produzirei um livro de poesias e ou um album de ensaio

fotográfico, a ser custeado em sua produção pelos recursos financeiros da Fundação

Cooperativa e comercializado solidariamente por nós, patrocinadores, apoiadores etc..

Toda e qualquer produção cultural deverá ser registrada oficialmente, por conta dos

direitos autorais, ISB...,,, patentes de ideias, patentes em geral, taxas e impostos legais,

entre outros; sua venda reverterá parte para o autor, parte para custeio e parte para

fundação – a ver como seria no sistema de cooperativa solidária. E você o que

produziria¿ Você conhece alguém que tem uma produção cultural para ser editada,

produzida, comercializada (por exemplo conheço um artesão escultor em situação de

rua que valeria a pena apoiar....”. 2-contribuição mensal, ainda que de valor meramente

simbólica e contribuições eventuais (por ação, por projeto, por produto cultural etc.)

3-patrocínio...

4-financiamento público, empresarial e particular...

5-prêmios-premiações...

6-doações...

7-comercialização solidária de produtos e serviços: assessorias, cursos, materiais

pedagógicos produções culturais etc....

(...)

VI.INFRA-ESTRUTURA FÍSICA, VIRTUAL35 E INSTALAÇÕES

Infra-estrutura física (Sede - detalhar salas de aula, biblioteca, laboratórios, instalações administrativas, sala

de docentes, coordenações, área de lazer e outros);

Biblioteca:

o Quantificar acervo por área de conhecimento (livros e periódicos, assinatura de revistas e jornais, obras

clássicas, dicionários, enciclopédias, vídeos, DVD, CD Rom’s e assinaturas eletrônicas);

34-Defini, conceituar, caracterizar ... e fazer formação dos agentes como produtores culturais... 35-WEBSITE, web-comerce e e-comerce ...[ver...desenvolver...] ...explorar-utilizar a internet, as mídias e redes sociais: lojinha virtual, catálogo de produtos etc.

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o Espaço físico para estudos;

o Horário de funcionamento;

o Pessoal técnico-administrativo;

o Serviços oferecidos;

o Formas de atualização e cronograma de expansão do acervo.

Laboratórios:

o Instalações e equipamentos existentes e a serem adquiridos, indicando sua correlação pedagógica com os

cursos e programas previstos;

o Recursos de informática disponíveis;

o Relação equipamento/aluno;

o Descrição de inovações tecnológicas significativas.

Recursos tecnológicos e de áudio visual.

Plano de promoção de acessibilidade e de atendimento diferenciado a portadores de necessidades

especiais

Cronograma de expansão da infra-estrutura para o período de vigência do PDI.

VII.CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO GERAL DE GESTÃO PARTICIPATIVA

SOLIDÁRIA

VIII.CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO PDI E DE DESENVOLVIMENTO DA

INSTITUIÇÃO

(..)

. AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

(..)

-Procedimentos de auto-avaliação institucional em conformidade com o projeto – o PDI

(..)

.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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.YUNG, Carl Gustav (...). O homem e seus símbolos. ....

.ANEXOS

.Obs.:

Projetos pedagógicos do (s) programas, projetos e ações (s) para os primeiros anos de vigência deste PDI.

Nota: Os projetos aqui elencados, embora integrando o PDI, deverão constituir arquivos

específicos anexados em local apropriado, nas Pastas Eletrônicas da Instituição, no sistema –

website da instituição

[Sugestões, possibilidades a serem pensadas e projetadas de:]

-Programas:

(...)

-Projetos:

.”Pintando o sete”: para estímulo e formação”: .... Artes...

.”Menino maluquinho”: para estímulo e formação”: ....Ciências e Filosofia

.”Amo estudar”...

.Amo fazer ...

.Amo escrever ...

.etc.,

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(...)

-Ações:

-cursos

-palestras

-oficinas

-etc.

(...)

(...)

-Produções culturais:

.livros, dvd’s, revistas etc.

Anexo I – Proposta para novo logotipo: símbolos de Deméter, Atena, Eros & Oxumaré, num círculo -

arco-íris e ou ouroboros preenchido com trigo, uva, gente e livros-lápis – a esboçar, em anexo I...

[a partir das pesquisas do universo mitológico remissivo, simbólico e arquetipal envolto:]

.Eros

Na mitologia grega Eros (Ἔρως, em grego), um dos Erotes, é o deus do amor e do erotismo, ou

seja, da atração espiritual e carnal (ver também, repulsão), sexual e ou afetiva. Inicialmente foi considerado

como um deus do Olimpo, filho de Afrodite com Ares, ou apenas de Afrodite, conforme as diferentes

versões desse mito. Outra versão, a de Platão, no Banquete, descreve assim o nascimento de Eros:

“Quando nasceu Afrodite, os deuses banquetearam, e entre eles estava Poros (o Expoente, o

Expediente), filho de Métis. Depois de terem comido, chegou Pínia (a Pobreza, a Penúria) para mendigar,

porque tinha sido um grande banquete, e ela estava perto da porta. Aconteceu que Poros, embriagado de

néctar, dado que ainda não havia vinho, entrou nos jardins de Saturno e, pesado como estava, adormeceu.

Pínia, então, pela carência em que se encontrava de tudo o que tem Poros, e cogitando ter um filho de

Poros, teve relações sexuais com ele e concebeu Eros. Por isso, Eros tornou-se seguidor e ministro de

Afrodite, porque foi gerado durante as suas festas natalícias; e também era por natureza amante da beleza,

porque Afrodite também era bela.

Pois que Eros é filho de Penúria e Expediente, eis qual é a sua condição. É sempre pobre não é

de maneira alguma delicado e belo como geralmente se crê; mas sujo, hirsuto, descalço, sem teto. Deita-

se sempre por terra e não possui nada para cobrir-se, descansa dormindo ao ar livre sob as estrelas, nos

caminhos e junto às portas. Enfim, mostra claramente a natureza da sua mãe, andando sempre

acompanhado da pobreza. Ao invés, da parte do pai, Eros está sempre à espreita dos belos de corpo e de

alma, com sagazes ardis. É corajoso, audaz e constante.

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Eros é um caçador temível, astucioso, sempre armando intrigas. Gosta de invenções e é cheio de

expediente para consegui-las. É filósofo o tempo todo, encantador poderoso, fazedor de filtros, sofista. Sua

natureza não é nem mortal nem imortal; no mesmo dia, em um momento, quando tudo lhe sucede bem,

floresce bem vivo e, no momento seguinte, morre; mas depois retorna à vida, graças à natureza paterna.

Mas tudo o que consegue pouco a pouco sempre lhe foge das mãos. Em suma, 'Eros nunca é totalmente

pobre nem totalmente rico'.

Hesíodo, em sua Teogonia, considera-o filho de Caos, portanto um deus primordial. Além de o

descrever como sendo muito belo e irresistível, ao ponto dele ignorar o bom senso. Hesíodo atribui-lhe

também um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao

cosmos. (...) Em uma parte do mito, Afrodite faz um desabafo a Métis (ou Têmis), queixando-se que seu

filho continuava sempre criança. Métis lhe explica que Eros era muito solitário e, por isso, mimado. Haveria

de crescer se tivesse um irmão, Anteros que nasceu pouco depois; e assim Eros começou a crescer e

tornar-se ainda mais belo e robusto.

Eros casou-se com Psiquê, com a condição de que ela nunca pudesse ver o seu rosto, pois isso

significaria perdê-lo. Mas Psiquê, induzida por suas invejosas irmãs, observa o rosto de Eros à noite sob a

luz de uma vela. Encantada com tamanha beleza do deus, se distrai e deixa cair uma gota de cera sobre o

peito de seu marido, que acorda. Irritado com a traição de Psiquê, Eros a abandona. Esta, ficando

perturbada, passa a vagar pelo mundo até se entregar à morte. Eros, que também sofria pela separação,

implora para que Zeus tenha compaixão deles. Zeus o atende e Eros resgata sua esposa e passam a viver

no Olimpo, isso após ela tomar um pouco de ambrosia tornando-a imortal. Com Psiquê, teve Hedonê, o

prazer. (...) Eros é sempre representado, retratado, como um garotinho alado, de cabelos louros, com

aparência de inocente e travesso que jamais cresceu (simbolizando a eterna juventude do amor profundo).

Portando, sempre com um arco e flecha, e até mesmo com uma tocha acesa. Sempre pronto a atingir, de

forma certeira, suas flechas "envenenadas" com amor e paixão. Os alvos sempre sendo a região do coração

e do fígado. Ele é, normalmente, retratado em pinturas acompanhado da mãe.

Consorte: Psiquê

Pais: Afrodite com Ares ou Caos (segundo Hesíodo), Penúria e Expediente (segundo Platão)

Irmão(s): Gaia, Tártaro

Filho(s): Hedonê

Romano equivalente: Cupido

(Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Eros. Acesso em 27 10 18.)

.Eros e Psique

Desde a Antiguidade Eros é reconhecido como “um dos grandes princípios do universo” (o

ordenador do Kosmos) sendo até mesmo considerado como “o mais antigo dos deuses”. Ele representa “a

força poderosa que faz com que todos os seres sejam atraídos uns pelos outros [36], e pela qual nascem e

36-Empatia, empatia, antipatia etc. [a desenvolver..]. O vocábulo SIDERAL, que nos remete `a ordem, `a organização cósmica, em que diversos elementos (partes) se unem, se juntam, pela forca da atração gravitacional (observar a metafora: “girar em torno de ...”; “estar capturado” - , também como metáforas do deejo e do amor), em uma fusão, em um todo, em uma totalidade: o kosmo, o universo. [chegar a

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se perpetuam todas as raças [37]” (René, 1991:1, v. III).

Como filho de Vênus e de Marte38, em algumas tradições míticas, e, portanto filho da beleza /

harmonia e do conflito / desarmonia, Eros “era frequentemente considerado um [deus] civilizador que soube

mitigar a rudeza dos costumes primitivos”. Animais ferozes, símbolos dos instintos, são “submetidos ao

irresistível poder do filho de Vênus” (op. cit.: 2). Eros representa, assim, a força que sublima os instintos

mais selvagens voltando-as para a produção do mundo da cultura, o que remete seu ciclo mítico também

ao processo civilizatório. Menino e adolescente malicioso39, malandro e cruel, que ainda não atingiu a idade

da razão e grandes males ira causar com o sofrimento que provoca naqueles que forem atingidos pelas

suas setas40. Espanto dos homens e dos deuses, vencendo-os em várias contendas, monta em leões, os

quais enfeitiça com seus acordes e outras vezes atrela animais ferozes ao seu carro, após domestica-los,

ou ainda, transgride41 as ordens divinas (“quebrando os atributos dos deuses”), porque o universo inteiro

lhe está submetido, incluindo os deuses42. “Não obstante o seu poder, jamais ousou atacar Minerva (Atena,

Diana) e sempre respeitou as Musas” 43. (op. cit.:2-14).

Segundo uma certa tradição mítica, a educação de Eros foi dada principalmente por Vênus. A

deusa, observando que ele não crescia, permanecendo sempre menino, perguntou a Temis qual o

motivo.”A resposta foi que o menino cresceria quando tivesse um companheiro que o amasse. Vênus deu-

lhe, então, por amigo Anteros (o amor partilhado). Quando estão juntos, Eros cresce, mas volta a ser menino

quando Anteros o deixa.” (op. cit.: 2)

Seus principais atributos sempre são as asas, o arco e as setas; possui também atributos

dionisíacos (op. cit.: 5) , pelo seu amor ao vinho. Ele “fere muitas vezes sem ver, e da origem a sentimentos

que nem o mérito, nem a beleza explicam o suficientemente, produzindo naqueles aos quais fere efeitos

surpreendentes que se traduzem sempre por metamorfoses (op. cit.: 7-14) [as metamorfoses operadas por

Eros]. Às vezes sua “crueldade aparece sob luz mais brutal” nas “dores que ele causa, as tortura que inflige

a alma” (op. cit.: 35).

Psique, símbolo da alma, de beleza e perfeição tão raras, maravilhosas (op. cit.: 19), indizíveis que

não havia termos que a exprimissem [pois, excessiva?], que encontra [atrai] por toda parte adoradores [mas

não esposo, parceiro, que jamais poderá ser um mortal]. E, por isso, foi exposta a um cerimonial, um

himeneu de morte44, da qual escapara ao ser raptada a mando de Eros que, posteriormente, a desposara45.

Após suas venturas e desventuras46, desposada por Eros, foi admitida no seio dos imortais e tornou-se

desenvolver a idéia de amor como expressão do nosso desejo de CONSIDERACAO, explicitando o sentido deste vocábulo,a partir da perspectiva aqui colocada e parâmetro fundamental das relações humanas, e também como desejo de RECONHECIMENTO) ... 37-A atração entre os seres vivos e o sexo/sexualidade e a reproducao dos seres; ... sexo /sexualidade (vide o mito do Andrógino em Platão – “ O banquete” ...) [desenvolver, inclusive articulando com notas ...] 38-Venus e Marte: [desenvolver -caracterizá-los sinteticamente; deusa do amor e da guerra respectivamente...] 39 -[pesquisar como arquétipo e explicitar o sentido do malicioso, malandro, esperto, astuto, audaz etc., recorrentes no universo mítico [ver Yung – o universo heroico) 40 -Lembrar e desenvolver que tem também as setas que causam a repulsão ...] 41-[pesquisar a transgressão como arquétipo / mitema fundamental em diversos ciclos míticos] 42-Pois um dos grandes princípios do universo... [a desenvolver para reafirmar] 43-[pesquisar porque .... muito interessante essa “imunidade” ...] 44- himeneu de morte: pesquisar para descrever e explicitar o sentido...] 45-ver primeiro livro pesquisado p. 22 46 -Pesquisar / contar como Vênus, mãe de Eros, submete Psique a várias provas e porquê….Marcada por uma indiscreta curiosidade que a impele a certos atos, devido a eles sofreu espantosas torturas [impostas por Vênus].Porem, purificada por uma série de provas das quais sai vitoriosa, encontra a felicidade casando-se com Eros e ganhando a imortalidade.

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inseparável de Eros. Os tormentos do amor, os sofrimentos da alma, as dores e as alegrias das

(des)(a)venturas, são representados por Psique em suas relações com Eros (op. cit.: 20-31) .

Não por acaso “psique” em grego significa alma e borboleta [observar vínculos com

metamorfoses]. A borboleta para os antigos era considerada como a forma visível da alma humana, símbolo

da alma humana, e e por isso que as asas de borboletas constituem o atributo de Psique.

A alma humana, “que são atraídas para a vida pela volúpia 47 [explorar sentidos/ significados do

termo]... e sofrem a tentação de beber na taça da vida, taça de Dionísio [observar vínculos dos ciclos

míticos] e, mal tocam com os lábios o licor sagrado [inebriante], se encarnam num corpo, realizando a união

das almas com os corpos mortais, um entre os diversos motivos que impelem as almas para as esferas

inferiores, cedendo voluntariamente a sua inclinação pela Terra”. “(Tal inclinação) provem de haverem elas

contemplado o espelho, o mesmo espelho em que se vira Dionísio [ pesquisar - ver vínculos com ciclo

míticos de Narciso e Dionísio], antes de criar as existências individuais48. Mal vem a própria imagem [

pesquisar - ver vínculos com ciclo míticos de Narciso], um desejo violento se apodera de todas elas, e o

que almejam e descer e viver individualmente. As almas, na sua sede de existência individual abandonam

a morada celeste e partem em busca de novos destinos ... (René, 1991: 34-38, v. III, pois fundamental)

Psique e Tanatos

[pesquisa mitológica detalhada, a ser reescrita e sintetizada:]

Eros e Tanatos

[pesquisa etimológica detalhada, a ser reescrita e sintetizada:]

.Deméter - Ceres

Deméter (em grego: Δημήτηρ, transl.: Dēmétēr) ou Demetra (em grego: Δήμητρα, transl.:

Démētra), na mitologia grega é a deusa dos campos dourados, que trabalhava incessantemente junto aos

homens, ensinando-lhes o plantio e a colheita de trigo [o cultivo, o cutivar, ver], é a deusa da agricultura, da

colheita, dos grãos, da terra cultivada, da natureza e das estações do ano, [do ciclo e do cíclico,

principalmente morte-renascimento-vida e, portanto, fertilidade]; é a propiciadora do trigo, a planta símbolo

da civilização. Ela é uma olímpica, filha de Cronos e Reia, conforme Hesíodo, em Teogonia (Filhos de

Cronos, 453). Na qualidade de deusa da agricultura fez várias e longas viagens com Dionisío, ensinando

os homens a cuidarem da terra e das plantações. Em Roma, onde se chamava Ceres, seu festival era

chamado Cereália, sendo celebrado na primavera. Está vinculada aos Mistérios de Elêusis, celebrados no

culto à deusa; na Grécia, interpretam seu mito como um símbolo contínuo de morte e ressurreição; ela, a

Deusa, pode ser representada: sentada, com tochas ou com uma serpente. Seus atributos são a espiga e

47-Grande prazer dos sentidos, grande prazer sexual (conf . Rocha, Ruth. Minidicionario. São Paulo: Scipione, 1996.) 48 -[pesquisar formação da individualidade / subjetividade… e trajeto antropológico]

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o narciso, seu pássaro é a grou.; ou tendo em uma das mãos uma foice e na outra um punhado de espigas

e papoulas, trazendo na cabeça, uma coroa com esses mesmos elementos.

Morada: Monte Olimpo

Arma(s): Foice

Símbolos: trigo, maçã, foice e grãos

Pais: Cronos e Reia

Irmão(s):Zeus, Poseídon, Hades, Hera e Héstia

Filho(s):Perséfone, Despina, Árion, Pluto e Filomelo.

Romano equivalente: Ceres

(Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Deméter. Acesso em 27 01018.)

.Atena - Minerva

Atena (em grego: Αθηνά, transl.: Athēná,...), também conhecida como Palas Atena (em grego:

Παλλάς Αθηνά, transl.: Pallás Athēná) é, na mitologia grega, a deusa da civilização, da sabedoria, da

estratégia em batalha, das artes, da justiça e da habilidade; deusa das estratégias de batalha, civilização,

sabedoria, artes, justiça, habilidade, inspiração, força e matemática. Uma das principais divindades do

panteão grego e um dos doze deuses olímpicos, Atena recebeu culto em toda a Grécia Antiga e em toda a

sua área de influência, desde as colônias gregas da Ásia Menor até as da Península Ibérica e norte da

África. Sua presença é atestada até nas proximidades da Índia. Por isso seu culto assumiu muitas formas,

além de sua figura ter sido sincretizada com várias outras divindades das regiões em torno do Mediterrâneo,

ampliando a variedade das formas de culto.

A versão mais corrente de seu mito a dá como filha partenogênica de Zeus, nascendo de sua

cabeça plenamente armada. Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma virgindade perpétua. Era

imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe fazia páreo. Foi padroeira de várias cidades, mas se tornou mais

conhecida como a protetora de Atenas e de toda a Ática. Também protegeu vários heróis e outras figuras

míticas, aparecendo em uma grande quantidade de episódios da mitologia.

Foi uma das deusas mais representadas na arte grega e sua simbologia exerceu profunda influência sobre

o pensamento grego, em especial nos conceitos relativos à justiça, à sabedoria e à função civilizadora da

cultura e das artes, cujos reflexos são perceptíveis até nos dias de hoje em todo o ocidente. Sua imagem

sofreu várias transformações ao longo dos séculos, incorporando novos atributos, interagindo com novos

contextos e influenciando outras figuras simbólicas; foi usada por vários regimes políticos para legitimação

de seus princípios, e penetrou inclusive na cultura popular. Sua intrigante identidade de gênero tem sido de

especial apelo para os escritores ligados ao feminismo e à psicologia e algumas correntes religiosas

contemporâneas voltaram a lhe prestar verdadeiro culto. [Ver também sobre o cultivo como cultura, o

aspecto civilizacional do ser humano [vínculos de Atena com Deméter e Oxumaré]

Nome nativo: Athēnā, Athēnaia, Palas Atena

Morada: Monte Olimpo

Símbolo: Coruja de Atena, oliveiras, serpentes, égide, armaduras, elmos , lanças e gorgonião

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Pais: Zeus e Métis

Irmão(s): Ártemis, Musa, Cárites, Ares, Apolo, Dioniso, Hebe, Hermes, Héracles, Helena, Hefesto, Minos,

Perseu, Poro

Filho(s): Erictónio de Atenas

Romano equivalente: Minerva

(Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Atena. Acesso em 27 10 18.) continuar a ver muita coisa

importante...

.Ares - Marte49

Ares (em grego: Ἄρης, transl.: Árēs), é um deus grego, filho do rei e rainha dos deuses, Zeus e

Hera[1][2][3] na antiga religião grega. O culto de Ares não foi muito grande, sendo centrado na região norte

da Grécia e em Esparta, uma das mais importantes cidades-estados da Grécia Antiga. Embora muitas

vezes tratado como o deus olímpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, sede de

sangue, ou matança personificada.[4] Os romanos identificaram-no como Marte, o deus romano da guerra

e da agricultura (que eles tinham herdado dos etruscos).

Entre os helenos sempre houve desconfiança de Ares e ele era detestado por Zeus.[5] Ares foi

geralmente diminuído em nome da sua meio-irmã, Atena, que embora fosse deusa da guerra, a posição de

Atena era de guerra estratégica, enquanto Ares tendia a ser a violência imprevisível da guerra. O seu lugar

de nascimento e sua casa verdadeira foram colocados muito longe, entre os bárbaros e trácios belicosos

(Ilíada 13.301; Ovídio, Ars Amatoria, II.10;), de onde ele se retirou depois que o seu caso com Afrodite foi

revelado.[6] Embora Afrodite seja mais conhecida como esposa de Hefesto em mitos tardios, ela foi mais

retratada com Ares, que por representar virilidade e seu amante ideal no imaginário clássico.[7] O

49- Referências:

1.Hesíodo, Teogonia, 921

2.Higino, Fabulae, Prefácio

3.Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.3.1

4.Apesar de ser um soldado valente, ele é frequentemente descrito como sedento por sangue. A leitura

muitas vezes permanece ambígua, como até na inscrição funerária de Attica no final do sexto século:.

"Fique e lamente no túmulo de Kroisos/morto Que enfurecendo Ares destruiu um dia, lutando nas filas

dianteiras" (Atenas, NM 3851) citado em Andrew Stewart, "Cem Escultores Gregos: As suas Carreiras e

Trabalhos Existentes", Introdução: I. "As Fontes" "

5. ""Para mim, você é o mais detestável dos deuses que mantêm o Olimpo," Zeus diz-lhe na Ilíada (5.890);

"para sempre a luta é mais querida para você, e guerras e matança".

6.Homero. viii. 361; para Ares/Marte e Trácia, ver Ovídio. A Arte de Amar, livro ii. part xi. 585, diz o mesmo

conto: "os seus corpos presos são, com dificuldade, libertados, no seu argumento, Netuno: Vênus corre a

Paphos: Marte dirige-se a Trácia."; para Ares/Marte e Trácia, ver também Estácio, "Tebaide" vii. 42;

Heródoto, iv. 59, 62.

7.Barba, Miguel Ángel Elvira. Arte y mito: manual de iconografía clásica. Silex Ediciones, 2008. p.226

8.Burkert (1985). Greek Religion. [S.l.: s.n.] 169 páginas

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casamento de Afrodite com Hefesto teria chegado ao fim após a exposição da traição dela com Ares e na

Guerra de Troia, Homero diz que Afrodite é consorte de Ares. A paixão de ambos representa o dualismo

entre amor e ódio, sendo constantemente representados juntos em obras de arte.

"Ares" permaneceu um adjetivo e epíteto em tempos clássicos: Zeus Areios, Atena Areia, até

Afrodite Areia.[8] Em tempos micênicos, as inscrições mencionavam Eniálios, um nome que sobreviveu em

tempos clássicos como um epíteto de Ares. Corvos e cães, animais que se alimentam dos cadáveres nos

campos de batalha, são sagrados para ele.

Deus da guerra e da violência

Morada: Monte Olimpo, Trácia, Macedônia, Esparta

Cônjuge: Afrodite

Pais: Zeus e Hera

Irmãos: Ênio, Hebe, Ilítia, Hefesto, e Éris

Filhos: Eros, Anteros, Fobos, Deimos, Flégias, Harmonia e Adrestia

Romano equivalente: Marte

(Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Ares.Acesso em 09 11 18.)

.Dionísio - Baco50

Dioniso (em grego: Διόνυσος, transl.: Dionysos)[1][2] – não confundir com Dionísio,[3] nome de

homem que significa «dedicado a Dioniso» – é na antiga religião grega o deus dos ciclos vitais, das festas,

do vinho, da insânia, do teatro, dos ritos religiosos mas, sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor

com a deidade. Equivalente ao romano Baco. Foi o último deus aceito no Olimpo, filho de Zeus e da princesa

Sêmele, também foi o único olimpiano filho de uma mortal, o que faz dele uma divindade grega atípica.

Dioniso era representado nas cidades gregas como o protetor dos que não pertencem à sociedade

convencional e, portanto, simboliza tudo o que é caótico, perigoso e inesperado, tudo que escapa da razão

humana e que só pode ser atribuída à ação imprevisível dos deuses.[4]

(...)

Dioniso era um deus de muitos nomes. Além da versão romana Baco (Baccus) também era

chamado: Dendrites ("aquele das árvores", referente a fertilidade atribuída a ele), Bromios ( "aquele que faz

trovejar" ou "aquele que grita alto"), Lesbos Enorches ou apenas Enorches ("nos testículos", em referência

ao mito de que Dioniso, após a morte de sua mãe ainda grávida dele, terminou de ser gerado nas coxas de

seu pai Zeus, ou seja, próximo aos seus testículos), Eleutherios ( "o libertador", epíteto tanto para Dioniso

50- Referências:

1. «Dionisíaco». Michaelis On-Line. Consultado em 18 de julho de 2017.

2. «Artigo de apoio Infopédia - Dioniso». www.infopedia.pt. Consultado em 18 de julho de 2017.

3.«Definição ou significado de Dionísio no Dicionário Infopédia de Antroponímia». Infopédia - Dicionários

Porto Editora. Consultado em 18 de julho de 2017.

4.Deuses do Amor e Ecstasy, Alain Daniélou p.15

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quanto para Eros). Nos rituais de iniciação de Dioniso, os futuros bacantes gritavam um mantra invocando

todos os nomes de Dioniso : Io! Io! Bromios!, Io! Io! Dendrites!

Deus dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da loucura, do teatro, dos ritos religiosos e intoxicação (nota

minha51)

Nome nativo Διόνυσος, Dionysos

Morada: Monte Olimpo

Clã; Olimpianos

Símbolo: TirsoVideira

Consorte: Ariadne

Pais: Zeus e Sêmele, Zeus e Perséfone (orfismo)

Filho(s):Priapo,Himeneu,Toas,Estáfilo, Enopião, Como Ftono Graças Dejanira

Romano equivalente: Baco, Líber

Etrusco equivalente: Fufluns

Portal:Grécia Antiga

(Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Dioniso. Acesso em 09 11 18.)

.Oxumaré52

51-[Dionísio como força ctônica:] Interessante observar que períodos de “Idade(s) de Ouro”, podem iniciar-

se com o renascimento de um deus grego, retornando a viver entre os homens: Dionísio.” In PATER,

Walter. “Denis de Auxerre”. In: Portraits Imaginaires. Paris, Ch. Bourgois, 1985. Trad. Livre para fins

didáticos, de J. C. Paula Carvalho. 55-99; e DIB, M. A. (1999). Antropologia do Imaginário, mitodologia

e ed. fática d. p. 14-21

52- Referências:

[1] –[ recuperar, conferir –ver lá]

[2].CARYBÉ (1979). Mural dos orixás. Salvador. Banco da Bahia Investimentos S/A.. p. 46.

[5].CHURCH MISSIONARY SOCIETY (2012). A Dictionary of Yoruba Langange. [S.l.: s.n.]

.COSSARD, Gisele - Awô, O mistério dos Orixás. Editora Pallas. ...

[1].FERREIRA, A. B. H (1986). Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p.

1 242.

.PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras. ....

.VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos Orixás. Salvador: Corrupio, 1997. [PIERRE FATUMBI

VERGER.PDF – Disponível em https://asdfiles.com/6lm. p.52-5].

.__________. Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo. ...: Fundação Pierre Verger: 2018.

.Sites:

[3].https://www.nossas-raizes.com/oxumarê-o-senhor-do-arco-iris/

[4].http://www.oduduwa.com.br/?cont=centro-exumare

[6].http://www.ggb.org.br/esquina_do_arco_iris.html - Luiz Mott: Esquina do arco-íris

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Oxumarê[3], Oxumaré ou Exumarê[4] é originário do vocábulo "Oṣùmàrè", cuja tradução é "arco-

íris", em língua yorubá[1][5]. Assim, ele é o orixá do arco-íris dentro da mitologia yorubá, que liga o céu à

terra.[1] Corresponde ao Vodun Dan da cultura jeje.[2]. É a cobra-arco-íris.[6] Em nagô, é a mobilidade, a

atividade. Uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. De múltiplas funções, diz-

se que é um servidor de Xangô, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvens

através do arco-íris.

Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical que está sob o seu controle, é

enterrado, geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja

saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.

Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos

iorubás. Em alguns pontos, se confunde com o vodun Dan da região dos Mahi.

É o símbolo da continuidade e da permanência. Algumas vezes, é representado por uma serpente

que morde a própria cauda [orubós]. Enrola-se em volta da terra para impedi-la de se desagregar. Rege o

princípio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.

Oxumarê é um orixá completamente masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja

macho e fêmea. Porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá, sua irmã gêmea, que tem domínios

parecidos com o dele.

É o segundo filho de Nanã, irmão de Osanyin, Ewá e Obaluayê, que são vinculados ao mistério da

morte e do renascimento. Seus filhos usam colares de búzios entrelaçados formando as escamas de uma

serpente que têm o nome de brajá. Usam, também, o lagdigbá, como Nanã e Omolu.

No Brasil, as pessoas dedicadas a Oxumarê usam colares (fio de contas) de miçangas ou contas

de vidro amarelas e verdes; a terça-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. Seus iniciados usam

brajá - longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de serpente. Quando dançam,

levam, nas mãos, pequenas serpentes de metal e apontam o dedo indicador para o céu e para a terra num

movimento alternado. As suas oferendas são feitas de patos, feijão, milho e camarões cozidos no azeite de

dendê. Na Bahia, Oxumarê é sincretizado com São Bartolomeu e festejado no dia 24 de agosto.

Certa lenda conta que ele era, outrora, um babalaô adivinho, "filho de proprietário da estola de

cores brilhantes". Em outra lenda, o mesmo tema aparece: "este mesmo Babalawo Oxumarê vivia explorado

por Olofin-Odudua, o rei de Ifé, seu principal cliente". Oxumarê consultava-lhe a sorte de quatro em quatro

dias.

Sua nação é a jeje, onde é chamado Dan e tido como rei dos povos Djedje. É uma palavra de

origem iorubá que significa estrangeiro, forasteiro e estranho e que recebeu uma conotação pejorativa como

"inimigo" por parte dos povos conquistados pelos reis de Daomé e seu exército. Na nação jeje, sua cor é o

amarelo e preto de miçangas rajadas. Já no candomblé queto, suas cores são o verde e amarelo

intercaladas. Porém essas cores definem apenas o fio de contas, pois todas as cores do arco-íris lhe

pertencem.

Seus filhos, assim como conta a lenda de Oxumarê, em sua maioria no início passam por muitas

dificuldades, sendo quase miseráveis, porém, mais tarde, dão a grande volta em seu caminho, se tornando

ricos, poderosos e, muitas vezes, orgulhosos. Porém, nunca se negam a ajudar quando alguém realmente

precisa deles. E não raro é ver um filho de Oxumarê se desfazer de algo seu em favor dos necessitados

com a maior facilidade, contrapondo seu estado de orgulho e ostentação a exibir sua riqueza. Nessa fase,

estão no arco-íris, a fase mais doce e sincera que possuem.

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São pessoas de temperamento fácil de se lidar estando calmas, porém se tornam terríveis quando

com raiva, representando, nesse estado, a serpente, que vem trazendo o lado negativo de Oxumarê, o seu

lado mais perigoso, que é a falsidade e a perversidade.

Tudo muda em suas vidas: os amigos, os romances, as cidades em que moram. Gostam de

mudanças e, quando as fazem, se tornam radicais. Podem desenvolver a bissexualidade, pois esta faz

parte da característica deste orixá, que é 6 meses homem e 6 meses mulher. Não que seus filhos tenham

os dois sexos, mas podem gostar e sentir atração por homem e mulher de forma natural.

Duas fases de Oxumarê: Oxumarê, dentro do candomblé, se divide em duas qualidades: Oxumarê

macho, representado pelo arco-íris; Oxumarê fêmea, chamado de Frekuem e representado pela serpente.

Identificado no jogo do merindilogun pelo odu iká e representado material e imaterialmente no candomblé

através do assentamento sagrado denominado igba oxumare. A entidade é 6 meses homem e 6 meses

mulher, mas é considerado pai de cabeça e não mãe.

Dan: deus do arco-íris

Símbolo: serpente de duas cabeças[1] ou duas serpentes de ferro[2]

Sincretismo:São Bartolomeu[2]

(Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxumarê. Acesso em 31 10 18)

Ouroboros53

53- Referências:

1-Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Robert Laffont, 11ª impressão, Paris, 1990, pág. 716 2-BRONDINO, Gustavo. O Yoga Hiperbóreo. OCTIRODAE, 2011. p. 56.) 3-cfr. Abraham Eleazar, “Uractes chymisches werk”, Leipzig, 1760, in “Alquimia & Misticismo”, Alexander Roob, Taschen, Lisboa, 1997, pág. 403. 4-cf. O esoterismo da Quinta da Regaleira, Vitor Mendanha entrevista José Manuel Anes, Hugin, Lisboa, 1998, g. 23

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A serpente Ouroboros em um antigo manuscrito alquímico grego

Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um conceito representado pelo símbolo de

uma serpente, ou um dragão, que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo: οὐρά

(oura) significa "cauda" e βόρος (boros), que significa "devora". Assim, a palavra designa "aquele

que devora a própria cauda".

Segundo o Dictionnaire des symboles [1] o ouroboros simboliza o ciclo da evolução

voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto

fecundação e, em consequência, eterno retorno.

Albert Pike, em seu livro, Morals and Dogma [p. 496], explica: "A serpente, enrolada em

um ovo, era um símbolo comum para os egípcios, os druidas e os indianos. É uma referência à

criação do universo".

Para o gnosticismo hiperbóreo "as serpentes, representadas no caduceu de Mercúrio

(entrelaçadas em um bastão) e no OUROBOROS (devorando a própria cauda), simbolizam a

alma elevada, extasiada no nirvana, luminosamente entelequiada".[2]

A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o

mundo infernal, enquanto o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.

Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao

morder a cauda, marcando uma mudança, pelo que parece emergir num outro nível de

existência, simbolizado pelo círculo.

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Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o

próprio ciclo, evoca a roda da existência. A roda da existência é um símbolo solar, na maior parte

das tradições. Ao contrário do círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se

ao mundo do futuro, da criação contínua, da contingência, do perecível.

O Ouroboros costuma ser representado pelo círculo. O que parece indicar, além do

perpétuo retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.

Pode-se referir que o ouroboros, ou símbolos semelhantes, constam de obras

alquímicas, nas quais significa “alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa

mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”.

Isto, após uma fase em que pela separação se divide o um em dois, que contém em si mesmo o

três e o quatro, “... é um fogo que consome tudo, que abre e fecha todas as coisas”. [3]

Registre-se ainda, na tentativa de avançar pistas para a raiz etimológica da palavra

“ouroboros”, que em copta “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.

Se o segundo símbolo constante da nossa imagem for uma alcachofra, diga-se que esta

é tida por alguns [4] o análogo vegetal da fénix, pois após ser submetida ao calor a sua flor perde

o colorido e fica totalmente branca, posto o que renasce.

Geralmente, nos livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão "Hen to pan"

(o um, o todo). Remete-se assim, mais uma vez, ao tema da ressurreição, que pode simbolizar

o “novo” nascimento do iniciado.

Em relação a certos ensinamentos do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra),

pode-se esboçar uma maneira específica para vivenciar (em estado meditativo) este ato de

"morder a própria cauda". Por exemplo, ao perceber-se num estado mental atípico (além das

formas habituais) procurar olhar a si mesmo. O Ouroboros é a representação gráfica de uma

serpente ou um dragão, em forma circular, engolindo a própria cauda. Este símbolo é encontrado

na antiga literatura esotérica (alguma vezes, associado à frase Hen to pan – O Todo ou O um) e

em diversas tradições ocultistas e escolas iniciáticas em forma de amuleto.

A origem etimológica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no

idioma hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei, e ob em hebreu, significa serpente. Mas,

precisar sua origem e significado primitivo, torna-se uma tarefa praticamente impossível. Mesmo

que de certa forma estejam interligados mas, paralelamente, trazem interpretações distintas.

Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados entre os egípcios, chineses e

povos do norte europeu (associado a serpente folclórica Jörmungandr) há mais de 3000 anos.

Na civilização egípcia, é uma representação da ressurreição da divindade egípcia Rá, sob a

forma do Sol. Também é encontrado entre os fenícios e gregos.

Símbolos e Signos

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Entre tantos símbolos relacionados, o Ouroboros é um dos que apresentam maior

hipótese de significados. Isto porque há outras representações iconográficas contidas e

associadas ao próprio Ouroboros.

A serpente, que nos textos canônicos está associada às aspectos maléficos, como no

livro Gênesis 3:13, (Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a

mulher: A Serpente enganou-me, e eu comi.), na maior parte das culturas pré-cristãs, é um

símbolo de sabedoria. Partindo do princípio que o Ouroboros é um símbolo pré-cristão, pode-se

supor que este conceito de sabedoria é predominante.

Mas, pode-se também interpretar que o ato de engolir a si mesma, é uma interrupção do

ciclo humano em uma busca evolutiva do espírito noutros planos. Por outro lado, pode significar

a auto-destruição através do ato de consumir a própria carne e até mesmo a auto-fecundação.

Ainda, o fato de encontrar-se na forma circular é um arquétipo representativo de movimentos

ininterruptos e pode representar também o Universo. Além da interpretação de que a serpente

atua nas esferas inferiores (Inferno), enquanto o círculo representa o Reino Divino. Em outras

situações, o animal tem duas cores distintas. Neste caso, provavelmente, uma referência a Yin

e Yang, ou pólos masculino e feminino, dia e noite, bem e mal, e outros paradoxos da natureza.

Sob uma perspectiva alquímica, o Ouroboros é representado na figura de dois animais

míticos engolindo um a cauda do outro; não sendo, neste caso, necessariamente, uma serpente.

Segundo o Uractes Chymisches Werk (Leipzig – 1760), "alimenta este fogo com fogo, até que

se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o

outro, e emerge esta imagem". Esta descrição alquímica é uma alusão ao processo de separação

do material em dois elementos distintos.

Porém, de uma forma mais ampla, o Ouroboros é uma representação dos ciclos

reencarnatórios da alma humana. Ainda, segundo o Dictionnaire des Symboles, simboliza o "ciclo

da evolução fechado sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade,

autofecundação e, em consequência, o eterno retorno". Na obra Magic Symbols de Frederick

Goodman é citado "serpente... [seja] o símbolo da sabedoria dos verdadeiros filósofos" e "O

Tempo, do qual apenas a sabedoria brota".

Atualmente, o Ouroboros é comumente encontrado em amuletos esotéricos, na

simbologia maçônica e na teosofia. Ainda, é muito comum encontrá-lo em monumentos

funerários, fazendo alusão, mais uma vez, aos ciclos da vida.

[pesquisa mítica, simbólica e arquetipal detalhada, a ser reescrita e sintetizada:]

Fonte: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouroboros . Acesso em 11 11 18

[pesquisas mitológicas, simbólicas e arquetipais detalhadas, a serem reescritas e sintetizadas]

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(...)

Anexo II- Fundamentos e legislações

1)DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS [a ver-levantar-estudar na íntegra]

CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família

humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,

[...] (Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948)

(...)

2) CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL e demais legislações federais

pertinentes [a ver-levantar-estudar...]

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para

instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a

liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos

de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na

ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de

Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

(Preâmbulo à Constituição Brasileira de 1988).

(...)

3) Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente) A Carlos Heitor Cony

Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade.

agora vale a vida, e de mãos dadas,

marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana,

inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III

Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas,

que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra;

e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV

Fica decretado que o homem não precisará nunca mais

duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento,

como o vento confia no ar,

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como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único: O homem, confiará no homem

como um menino confia em outro menino.

Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar

a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa

com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida

antes da sobremesa.

Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos

e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido

o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa

para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII Fica decretado que a maior dor

sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama

e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX

Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor.

Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X

Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida,

uso do traje branco.

Artigo XI Fica decretado, por definição,

que o homem é um animal que ama e que por isso é belo,

muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado

nem proibido, tudo será permitido,

inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes

com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida:

amar sem amor.

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Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar

o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo,

o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar

e a festa do dia que chegou.

Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.

A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente

como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre

o coração do homem. Thiago de Mello

.Anexo III - Proposta (apenas proposta – esboço inicial - de layout para site do grupo na internet GENTE;

buscar informações, encaminhamentos e procedimentos para registro de domínio na internet). [fazer...]

.recuperando as propostas mais antiga:

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www.fcsgente.org.br [ou só GENTE]

FUNDAÇÃO

COOPERATIVA SOLIDÁRIA -

G.E.N.sT.E. - “NOVAS TRAQUINAGENS DE

EROS”

.APRESENTAÇÃO .MANIFESTO / PROGRAMA .AGENTES / CREDENCIAIS .PROGRAMS .PROJETOS .AÇÕES .PRODUÇÕES . AGENDA .CATÁLOGO DE PRODUTOS .BIBLIOGRAFIA .OUTROS

LINKS SUGERIDOS . . . . . . . . . . . .FALE CONOSCO .COMENTÁRIOS

.IMAGINÁRIO, CULTURA E EDUCAÇÃO .A EDUCAÇÃO CONCEBIDA COMO ARTE-EDUCAÇÃO

.ECONOMIA SOLIDÁRIA (textos, artigos, publicações, resenhas etc etc etc)

(Texto síntese da apresentação / manifesto / programa / projetos / ações)

G.E.N.T.E

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...

Lista de pendências:

1-esboçar o novo logo

2-colocar índice\sumário

3-organizar e aplicar dinâmicas nos membros-fundadores para que descubram seus deuses regentes

4-fazer referências tb para Eros, Demeter e Atena, conf. Fonte wikpedia – retornar lá e ver

5-todos os insighits importantes anteriores: hu-manos, sol-solo-terra-terráqueo-humus-homos etc, equilíbrio

não é meio-termo, média, etc etc etc, enfim, vasculhar todos meus esboços, todos os meus escritos-

esboços e trazer para o projeto, mitps, deuses, universos míticos etc, trabalhos em cursos e futuros, banco

de ideias para projetos, pesquisas, ações

6-fazer minha inscrição no grupo imaginalis

etc. ...

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Anexo IV - O UNIVERSO IMAGINÁRIO DA (IN)COMPLETUDE / (NÃO)PLENITUDE DO SER HUMANO - O CICLO MÍTICO DO DESEJO54:

54-Dib (...). Antropoliticum enciclopedium MMXII d.C. – as vicissitudes da condição humana: para uma cosmogonilogia. .... [arquivo em word]

DEUSES

MITO DO

ANDROGI-

NO

(O AMOR

EM SI)

MITO DE

NARCISO

(O AMOR

Á SI)

MITO DE

HERMES

(O AMOR

AOS

DEUSES,

A SI E Á

HUMANI-

DADE)

MITO DE

PROMETEU

(O AMOR Á

HUMANI-

DADE)

MITO DE

DIONISIO

(O AMOR EM

ÊXTASE

PELA VIDA)

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[(impul)PULSÕES / DESEJOS]

SERES HUMANOS

SERES HUMANOS

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O predomínio do esforço

(O MITO DO

ANDRÓGINO)

“o apaixonar-se”

A sublimação do esforço pelo desejo

(O MITO DE NARCISO)

“apaixonar-se por si mesmo”

O equilíbrio do esforço e do desejo

(O MITO DE HERMES)

“apaixonar-se pelos deuses, por si mesmo e pela humanidade”

A sublimação do desejo pelo esforço

(O MITO DE PROMETEU)

“apaixonar-se pela humanidade”

O predomínio do desejo

(O MITO DE DIONÍSIO)

“apaixonar-se, em êxtase, pela vida”

DA FALTA

EROS E PSIQUE

AO

[ a perda e a busca / o (des)encontro] [O CICLO MÍTICO DO VELO DE OURO]

[O CICLO MÍTICO DE EROS, PSIQUE E TANATOS]

EXCESSO

EROS E TANATOS

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.Anexo VIII - Educar... ...é Resistir

“Existir. A que será que se destina?” (Cajuína - Caetano Veloso)

Quais possíveis sentidos

envolvem a existência humana? Questão vital, impossível de ser respondida apenas pela via da racionalização, da razão. Educar para a vida é, de alguma forma, provocar tentativas de respostas à questão que Caetano Veloso nos apresenta, é afirmar a existência e resistir - “re-existir” - aos sentidos externos que a educação bancária nos impõe.

Uma educação que se queira minimamente humana e ética preza por respeitar a dimensão experiencial e existencial do educando, permitindo

que ele doe e escolha um significado para a sua existência.

A condição necessária para efetivar tal intento é aproximar a Arte e a Educação de modo a possibilitar uma educação sensível na qual o educando se veja a si em relação com sua comunidade, cultura e vida, como sinaliza, J.-F. Duarte Jr.

Ao falarmos da necessidade de se respeitar a dimensão vivida do ser humano queremos com isso assinalar que grande parte dos conceitos e sentidos a serem aprendidos estarão fortemente mesclados às experiências e vivências que eles trazem consigo, ainda que veladas.

É apenas percebendo que um novo conceito tem significado e valor para sua existência que o ser humano pode definitivamente acolhê-lo e apre(e)ndê-lo. Assim, só é possível que um ribeirinho, habitante do seio da mata amazônica, aprenda o que é a poluição de CO2 - tão comum as capitais nacionais - se lhe explicarem esse novo conceito mobilizando toda rede de

relações que ele mantem com seu meio, subsistência, família e comunidade.

Além disso, caberia a todo educador disponibilizar “meios ou ferramentas” artísticas pautadas em vivências e experimentações para que as pessoas aprendam autenticamente os conceitos e sentidos que se quer desenvolver.

Pois, é necessário criar no vivenciar os novos conceitos e mesclá-los à ação construtiva do próprio ser humano, ao dar livre vazão a sua fantasia desinteressada, criando novos sentidos para si e para a vida.

É hora de abandonarmos a caduca ideia de que só se aprende olhando e escutando, e acolhermos a ideia de que apre(e)nder é fundamentalmente viver os novos sentidos e conceitos em profunda ligação com a nossa existência, assentando-os no solo fértil de nossa imaginação, sonhos e devaneios.

É possibilitando essa educação que se faz por meio da sensibilidade

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que poderemos desenvolver a consciência estética.

Compreendemos por consciência estética uma atitude mais harmoniosa e equilibrada perante o mundo, em que os sentimentos, a razão, e a imaginação se integram; em que os sentidos e valores dados à vida são assumidos no agir cotidiano, em uma atitude na qual não exista distância entre intenção e gesto. Enfim, o desenvolvimento da capacidade íntima de discriminar e escolher e a busca de uma visão global do sentido pessoal da existência. É essa consciência estética que poderá reintegrar o homem que hoje está mutilado, para assim ser administrado e controlado de modo mais eficiente, visando à ampliação da exploração, da opressão e do lucro.

... é Arte

Assim, possíveis caminhos para outra educação apontam para os fundamentos estéticos da educação. É desejável e possível uma nova educação que reconduza a razão aos seus limites e priorize a ampla esfera do Sentimento humano (razão e Sentimento). Ou seja, considerar devidamente a dimensão estética do ato de educar e a capacidade de fundar novos sentidos no bojo da experiência, vida e existência das pessoas, de modo que possamos nos recompor por inteiro. Afinal, se somos como E. Morin diz homo demens-ludens-symbolicus-sapiens-faber, hoje nos encontramos cindidos e fragmentados, dilacerados e mutilados. Mais ainda, para H. Marcuse, reprimidos e “contidos”, administrados e controlados. Diríamos mais, violados e disciplinados, “inteirinhos em frangalhos”, pela razão instrumental hegemônica que caracteriza as

modernas e industriais sociedades do trabalho, de massas e de mídia.

Na contramão da visão da educação formadora de mão de obra para a máquina de guerra que são nossas sociedades, concebemos a educação como Arte, se a entendermos como ação de revolta e de subversão criativa.

Tal compreensão nega a ordem estabelecida, o estático, a manutenção da exploração e da alienação, apontando um fôlego para a utopia, para o outro lugar, para o que não existe, para o outro mundo. Mundo outro no qual a criação não seja sufocada pelo cerceamento da máquina social empenhada em administrar nossas vidas, em nos impor sentidos que não criamos e tampouco escolhemos.

E o primeiro passo para realização dessa proposta é a possibilidade do próprio educador se perceber e se ver no seu entorno de maneira que ele mesmo passe a buscar uma integralidade equilibrada entre

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seu agir, pensar e sentir, permitindo-lhe transportar essa harmonia para suas atividades educativas – escolares ou não -, tendo claro para si que é com a alteridade humana(!) que ele trabalha e que isso exige respeito, ética, liberdade e criação.

...é Doar sentido à existência humana

Atribuir, dar, doar sentido à existência é esta a tarefa maior de uma educação que se quer propriamente humana. E educar é diferente de treinar, domesticar: “não se educa cão”, educa-se “os manos”, humanos, irmãos de nossa condição existencial, de resistência, pertencimento e inclusão.

Educação humana(!) para a consciência

estética

Nesta perspectiva, espacialidade

e temporalidade, corporeidade e linguagem, entre outras categorias essenciais que condicionam a existência humana e o próprio mundo, precisam ser experienciadas e vivenciadas de outro modo, muito mais perceptivo, sensível e estético, no qual razão e sensibilidade se façam outro, em tensão vital (equilíbrio tensional) e “con-fusão”.

“Uma parte de mim é permanente. Outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem. Outra parte linguagem.

Traduzir uma parte na outra parte. Que

é uma questão de vida e morte. Será arte?” (Traduzir-se – Ferreira Gullar)

... é um Convite:

Queremos compartilhar um sonho. O que nos motiva? Uma utopia.

“Gente olha pro céu. Gente quer saber o um. Gente é o lugar. De se perguntar o um. Das estrelas se perguntarem se tantas são. Cada, estrela se espanta à própria explosão. (...) Gente viva, brilhando estrelas. Na noite. Gente quer comer. Gente que ser feliz. Gente quer respirar ar pelo nariz.(...).Gente espelho da vida.Doce mistério.” (Gente - Caetano Veloso).

Adaptação do texto de autoria do GRUPO DE

ESTUDOS “NOVAS TRAQUINAGENS DE

EROS” - GENTE