oswald de andrade – 1890 / 1954 pau-brasil memórias sentimentais de joão miramar e serafim ponte...
TRANSCRIPT
Oswald de Andrade – 1890 / 1954
Pau-Brasil“Memórias Sentimentais de João Miramar” e “Serafim Ponte Grande” (Romances-Invenção)O Rei da Vela (teatro)
Manifestos:
Da Poesia Pau-Brasil (1924)
Antropófago (1928)
Oswald de Andrade
Canibalismo ou Antropofagia?
“Só a Antropofagia nos une. Socialmente.
Economicamente. Filosoficamente”.
Oswald de Andrade, 1928.
Transformações sociais:
Pós-guerraVanguardas européiasIndustrializaçãoBrasil e sua industrialização (incipiente)
Influências de suas viagens e do contato com artistas e manifestos, na Europa
O Cosmopolitismo oswaldiano:
Antropofagia:
O combate ao parnasianismo (na estética) e o combate às instituições (na política e na cultura).
Uso do humor: “A alegria é a prova dos nove”.
Antropofagia:
Criação de uma poética de transformação:
a) teoria da cultura brasileirab) teoria estética
Novo modo de percepção de nossa realidade
Reelaboração dos materiais encontrados na culturaDesapego às formas tradicionais de artePostura crítica diante de fórmulas (o que não impediria seu aproveitamento por meio da sátira)
Antropofagia
Oposição entre o arcabouço intelectual de origem européia e o amálgama de culturas primitivas, como a do índio e a do escravo negro.
Antropofagia:
Junção do primitivo / tecnizadoMetáfora da devoraçãoExercício de tolerânciaExercício crítico e auto-analítico
Antropofagia:
Crença numa espécie de mobilidade permanente, que aqueceria a cultura.
Crítica das instituições.
“O pater familias e a criação da Moral da
Cegonha:
Ignorância real das coisas + fala de imaginação +
sentimento de autoridade ante a prole curiosa”.
Estética da paródia / colagem
Descontextualização criativa.
“Tupi or not tupi, that is the question”.
Escapulário
No Pão de AçúcarDe cada diaDai-nos SenhorA poesiaDe cada dia
As meninas da gareEram três ou quatro moças bem
moças e bem gentisCom cabelos mui pretos pelas
espáduasE suas vergonhas tão altas e tão
saradinhasQue de nós as muito bem olharmosNão tínhamos nenhuma vergonha
O capoeira
- Qué apanhá sordado?- O Quê?- Qué apanhá?Pernas e cabeças na calçada
Aceitação crítica de nossos mitos:
“O instinto Caraíba”.
Devoração crítica das instituições e
da cultura alienígena:“Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama”.
“Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do Antropófago”.
“Contra todos os importadores de consciência enlatada”.
O corpo como um lugar redentor e de prazer
“O espírito recusa-se a conceber o espírito sem corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões do meridiano. E as inquisições exteriores”.
A descoberta:“Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz”.
“Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema”.
Um diagnóstico:
“Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil”.
Aproveitamento crítico de nossa religiosidade / crítica da religiosidade imposta:
“Contra todas as catequeses”.
“Nunca fomos catequizados. Fizemos foi carnaval”.
A verdade:
“Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: - É mentira muitas vezes repetida”.
Aproximação entre elementos distantes /
díspares:
“Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas”.
Resultados posteriores:
Poesia concretaTropicalismoCinema novoPoesia marginal dos anos 70Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Holanda
Gilberto Gil / Caetano Veloso: assimilação da
antropofagia