odonto magazine nº 28 - maio/2013

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www.odontomagazine.com.br Ano 3 - N° 28 - Maio de 2013 Disfagia e Odontologia Entrevista A nova Odontologia empresarial Odontologia na rede Gestão e Marketing Reportagem

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Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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Disfagia e OdontologiaEntrevista

A nova Odontologia empresarial

Odontologia na rede

Gestão e Marketing

Reportagem

Untitled-1 1 04/03/2013 10:23:31

3Maio de 2013

Editorial

Prezado leitor,É com muito prazer que escrevo o editorial da Odonto Magazine, e gostaria de compartilhar um aspecto fundamental para que qualquer profissional se sinta

realizado e feliz: a prática da empatia nas relações com nossos clientes.Inicialmente cabe uma pergunta: que empresa não gostaria de ter colaboradores que se relacionassem bem e que tornassem o ambiente mais acolhedor e sinérgico?Pois bem, para conseguir isso e ter empatia, ou seja, para se colocar no lugar do pró-ximo, o primeiro passo é ouvir, com a intenção de compreender as necessidades e expectativas do cliente.Em uma consulta, quem nos procura quer ser tratado com cuidado e atenção e as dúvidas, geralmente, são muitas por parte do paciente e do núcleo familiar. Atual-mente, ainda temos o agravante daqueles que chegam aos consultórios já com seus diagnósticos e tratamentos estabelecidos por conta de informações disponibilizadas em apenas um clique nos sites de busca da Internet.Nós, profissionais da área da saúde e equipe auxiliar, precisamos ter em mente o papel fundamental do olho no olho e no cuidado das necessidades de quem nos procura.De nada adianta todos os instrumentos vinculados ao bom atendimento através de nossos colaboradores, tais como gentileza, cortesias e respeito, entre outros, sem se ter a capacidade de compreender o sentimento ou a reação da outra pessoa, imagi-nando-se nas mesmas circunstâncias durante os procedimentos.Exemplo de péssima comunicação envolve aquele profissional que ao transmitir o diagnóstico o faz por meio de termos técnicos, e o cliente sai da consulta com dúvi-das e a certeza de que realmente não sabe o que tem ou o que deverá seguir como tratamento. Enquanto alguns profissionais não estiverem interessados em ouvir ou abrir canais para perceber o que o cliente quer ou precisa, estarão perdendo a oportu-nidade de cumprir uma missão que extrapola o lado profissional, ou seja, uma missão de vida que deveria reger a trajetória profissional de toda equipe da área da saúde.Só assim, serão desenvolvidas relações muito mais sinceras, prósperas e de confiança. Só assim é estabelecido o chamado relacionamento e, porque não dizer, um vínculo afetivo com os clientes, conquistado porque se respeita as fragilidades e receios de quem coloca em mãos confiáveis o que possui de mais precioso: a sua saúde e a de seus familiares.A importância do conceito de empatia está mudando a Medicina e áreas afins, de forma dinâmica. Na relação profissional cliente, a empatia é algo maior do que se fazer a consulta em si, os questionamentos, exames físicos ou prescrever medicamentos ou condutas clíni-cas. Empatia, no contexto médico e odontológico, remete à sensibilização do profissional pela insegurança, conflito e medo frente aos diagnósticos e tratamentos apresentados.Portanto, é fundamental não deixar na correria diária, espaço para a desumanização do atendimento.As faculdades têm a necessidade constante de treinar sistematicamente qualidades humanísticas em seus alunos para que sejam capazes de criar vínculos com os pa-cientes. Respeitar e tentar minimizar os sentimentos ruins e maximizar os bons são atos de amor e deveres na prática clínica.Um filme bastante recomendado para todos da área da saúde é Patch Adams - O Amor Contagioso, de 1998, em que um médico se veste de palhaço para atender crianças in-ternadas. O filme, estrelado pelo ator Robin Williams, interpretando um estudante de medicina engraçado e afetuoso, que queria humanizar o exercício da profissão dando atenção ao paciente e não à doença, cuidando do enfermo como um todo, retrata o espa-ço hospitalar, com as fragilidades dos pacientes, dos profissionais e do núcleo familiar.Neste contexto e referindo-me a nossa realidade diária, a ver-dade é que não podem faltar em nossa vida: amor a profissão, humor para lidar com as adversidades, empatia nas relações pessoais e profissionais e, sobretudo, a capacidade de nunca esquecer de que cada paciente é único e especial!Saúde e sucesso!

A empatia e o ouvir no dia a dia da área da saúde

Débora FerrariniMembro do Conselho Científico

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

Gerência GeralMarcela Petty

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7502

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7761

Assistente AdministrativoMichelle Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7765

MarketingIronete Soares

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7500

Designer e Diretor de ArteBob Nogueira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7521

MobileCláudia Mardegan

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7520

Analista de SistemasFernanda Perdigão

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7507

SistemasWander Martins

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7762

Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7760

Publicidade - Gerente de ContasVictorio Rosa

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7768

Conselho CientíficoAlice Granthon de Souza, Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, no-vas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comerciais e even-tos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de Odontologia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 3 • N° 28 • Maio de 2013

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Reportagem Odontologia na rede

EntrevistaDisfagia e OdontologiaMarcia A. P. Maahs

Espaço EquipeIntegração da clínica odontológica à sustentabilidadeDanielle Ramos

RelacionamentoColgate: mais de dois séculos de sucesso

Ponto de vistaEspecialização em Odontologia no exteriorRodrigo Souza

ColunistasOdontogeriatriaAugusto Roque NetoOdontologia do TrabalhoMarcos Renato dos SantosGestão e MarketingLetícia Mello Bezinelli, Marcelo Ramos e Zilson Magalhães Malheiros

Casos ClínicosRestaurações em dentes posteriores com incremento únicoFabiano Carlos Marson e Luís Guilherme Sensi

Reabilitação fixa da arcada inferior através de prótese implantossuportada após exodontiaRonaldo José da Silva, Fabrício Petersen Quintino da Silva, Jessica Pires de Carvalho e Camilo Ferreira Filho

Implante imediato com a utilização do BENEX para exodontia minimamente traumáticaMilton Raposo Jr. e Mauricio Gargiulo Santiago

Normas para publicação

pág. 10

pág. 34

Editorial

Programe-se

Notícias

Odontologia Segura

Produtos e Serviços

SumárioMaio de 2013 • Edição: 28

4 Maio de 2013

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.

6 Maio de 2013

Programe-se

Maio16º Congresso Internacional de Odontologia do Litoral Paulista – CIOLP23 a 25 de maio de 2013O evento conta com simpósios, cursos teóri-cos e workshops com procedimentos e cirur-gias ao vivo e com transmissão simultânea.

Santos – SPwww.ciolp.com.br

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Encontro Internacional de Ortodontia23 a 25 de maio de 2013O 1º Meeting Internacional de Ortodon-tia, que acontece no Rio de Janeiro, é um evento científico que reunirá os maiores nomes da Ortodontia mundial. Baseados em novas tecnologias e avanços da ciência os professores apresentarão o que há de mais moderno e eficiente na Ortodontia.

Rio de Janeiro – RJwww.meetingortodontiaiom.com.br

***

Junho3rd Neodent International Congress13 a 15 de junho de 2013Com o tema central “História, Ciência e Ino-vação”, o congresso faz parte da progra-mação alusiva aos 20 anos de fundação da Neodent.

Curitiba – PRwww.neodentcongress.com.br

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XXI Congresso Internacional de Odontologia do Pará27 a 29 de junho de 2013Renomados profissionais discutem sobre o futuro da Odontologia no Brasil e no mundo.

Belém – PAwww.abopa.org.br

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Julho21º Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro - CIORJ10 a 13 de julho de 2013

O  CIORJ- Congresso  Internacional  de Odontologia  do Rio de Janeiro  é o pon-to de encontro  dos dentistas e profissio-nais da saúde bucal no Rio de Janeiro. O evento traz  os  últimos trabalhos de pes-quisa, novidades tecnológicas e produtos para  cuidados com a saúde  bucal, orto-dontia e estética.

Rio de Janeiro - RJwww.ciorj.org.br

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I Encontro Carioca de Odontologia para Pacientes Especiais 12 de julho de 2013O encontro, que acontece no Congresso Internacional de Odontologia Rio de Janei-ro (CIORJ), abordará temas atuais, como o uso da toxina botulínica. Outro assunto de grande interesse, como a palestra sobre sedação oral, será abordado pelo Profes-sor Eduardo Dias de Andrade.O evento contará com a presença do ilus-tre presidente da Associação Brasileira de Odontologia para Pacientes Especiais, Dr. João Ferreira.

Rio de Janeiro – RJwww.ciorj.org.br

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XXI Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia17 a 20 de julho de 2013Em julho de 2013, a SOBEP realizará seu congresso anual na acolhedora cidade de Salvador. Com sua característica iti-nerante, passando por todas as regiões do país, o evento anual acontecerá, des-ta vez, na capital do estado da Bahia, co-nhecida por sua importância histórica e cultural. A tradição de elevada qualidade acadêmica associada ao clima agradável e profícuo das discussões científicas e à descontração nos momentos de confra-ternização, característicos dos eventos da nossa sociedade, farão parte do XXI Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia Oral. 

Salvador – BAwww.estomatologiabahia.com.br

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Agosto Jornada Odontológica Sul Rio-grandense – JOS16 a 18 de agosto de 2013Um número muito grande de  associa-dos e de colegas manifestou-se favora-

velmente a nova fórmula para a Jorna-da.  Grande também é a satisfação das autoridades da Serra Gaúcha com a rea-lização do evento.  Estão sendo progra-madas  reuniões paralelas  tratando do Ensino e da Pesquisa no nosso País.

Serra Gaúcha – RSwww.abors.org.br

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XXII Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – COBRAC20 a 24 de agosto de 2013O evento contará com renomados cirurgi-ões brasileiros e estrangeiros, de riquís-sima contribuição científica mundial, dis-cutindo sobre o que há de mais novo na especialidade.Serão abordados os temas: cirurgia dento-alveolar, trauma maxilofacial, en-xertos ósseos, distracção osteogênica, cirurgia ortognática e estética facial, pa-tologia oral e maxilofacial, ronco e ap-neia do sono, cirurgia da ATM, cirurgia endoscópica, navegação e novas tecno-logias. Ainda será oferecido um pré-congresso com o objetivo de treinar cirurgiões inte-ressados nos mais recentes avanços da especialidade.

Rio de Janeiro – RJwww.cobrac2013rio.com.br

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SetembroXII Congresso Internacional de Odontologia do Paraná – CIOPAR19 a 21 de setembro de 2013O evento contará com palestras nacionais e internacionais ministradas pelos mais re-nomados profissionais de saúde bucal.

Curitiba - PRwww.ciopar.com.br

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IN - Latin American Osseointegration Congress 25 a 28 de setembro de 2013Sob a presidência de honra de Per Ingvar Brånemark, o IN 2013 deverá reunir cerca de 5.000 especialistas de todo o Brasil e dos demais países latino-americanos. 

São Paulo – SP(11) 3566-6205 

Programe-se

8 Maio de 2013

A Divisão de Produtos Ortodônticos da 3M lança loja virtual para profissionais da área. O objetivo do portal é ampliar a visibilidade de mais de 2 mil itens do portfólio e contemplar localidades de difícil acesso.Com uma linha de mais de dois mil itens, a divisão de Produ-tos Ortodônticos da 3M apresenta ao mercado o “Portal Loja Or-todônticos 3M”, voltado aos profissionais da área que buscam qualidade, inovação e agilidade na hora de adquirir seu material de trabalho. O site conta com o suporte do PayPal, líder mundial

de pagamentos on-line, para as transações financeiras.“A 3M trabalha constantemente tanto para desenvolver produ-tos e tecnologias inovadoras que ajudem o dia a dia do profis-sional da área odontológica, quanto para facilitar a vida desse profissional. Pensando nisso, a divisão da empresa voltada para este segmento, apresenta um portal completo, o qual acelerará o processo de aquisição da linha de produtos 3M Unitek e da linha Abzil. Dessa forma, todos os profissionais terão acesso ao que há de mais moderno no mercado de ortodontia”, comenta Flávia Vendramini, gerente de Marketing e Vendas da 3M Unitek.O novo canal virtual de compras contará com oito subdivisões divididas por áreas, como: braquetes, bandas, tubos, adesi-vos, fios, elásticos e acessórios, além de promoções. Todos os segmentos possuirão a linha completa de produtos oferecida pela 3M Unitek e possibilitarão que os profissionais tenham acesso a todos os itens voltados à área ortodôntica, o que antes, por alguma razão, poderia não acontecer.Além das subdivisões, os profissionais da área poderão realizar buscas por marca ou prescrição, o que possibilitará uma visão ampla, de até 30 itens por página, de todos os produtos da cate-goria. Outra novidade do site é a comodidade de realizar as com-pras com apenas um clique, por meio da forma de pagamento PayPal e ainda obter frete gratuito em compras acima de R$200.A loja virtual “Ortodônticos 3M” permitirá a venda dos produ-tos apenas aos dentistas credenciados ao Conselho Regional de Odontologia (CRO). “Ao realizar a compra no site, o profis-sional deverá informar o seu registro (CRO), uma vez que os produtos são registrados pela Anvisa e só podem ser vendi-dos para pessoas habilitadas a utilizá-los”, finaliza a executiva.www.lojaortodonticos3m.com.br

O Ministério da Saúde liberou recursos para o credenciamen-to de 84 novos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) e reajusta o valor repassado a outros 32 laboratórios implantados em todo o país. Ao todo, 21 Estados estão sendo contemplados com a destinação de R$ 9,4 milhões, por ano, para o financiamento da confecção de próteses odontológi-cas. A produção desses 84 novos LRPD pode chegar a 4,3 mil próteses mensais. Com estes novos credenciamentos, pas-sam a contar com 1.481 laboratórios.No ano passado, foram produzidas 413.275 unidades de pró-teses em todo o País. Por conta da grande demanda por pró-teses dentárias, o Ministério da Saúde aumentou, no último ano, os recursos de incentivo para a confecção dos produtos de R$ 100 para R$ 150 por unidade.Os recursos são repassados diretamente ao Fundo Municipal de Saúde (para os municípios com gestão plena da média e alta complexidade) ou ao Fundo Estadual de Saúde (para os municípios sem gestão plena), de acordo com sua capacidade de produção. A Portaria nº 680, que estabelece os recursos, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).Os laboratórios fazem parte do Programa Brasil Sorridente, uma iniciativa inédita do Governo Federal para oferecer saúde bucal de qualidade para a população. Até 2003, praticamente

não havia oferta de próteses odontológicas no Sistema Úni-co de Saúde (SUS). Com a criação destes laboratórios, a rede pública de saúde passou a ofertar o serviço reabilitador, uma das principais necessidades relacionadas à saúde bucal.Fonte: Agência Saúde

Mais laboratórios de prótese dentária

Novidade em Ortodontia

Notícias

10 Maio de 2013

Serviços de atenção básica de todo o país terão recursos adi-cionais disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O valor total previsto é de R$ 1,7 bilhão no Programa Nacio-nal de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). No Brasil inteiro, 5.213 municípios (o equivalente a 93,6%) aderiram ao segundo ciclo do programa, relativo ao período 2013/2014, e estão aptos a receber os valores adicio-nais para ampliar e qualificar a atenção à saúde. No Brasil, os municípios que aderiram têm 38.390 Equipes de Atenção Básica, 27.159 Equipes de Saúde Bucal, 3.802 Núcle-os de Atenção à Saúde da Família (Nasf) e 1.276 Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Todas essas equipes e serviços poderão ser habilitados para participar do programa e a receber os recursos.O prazo de adesão encerrou-se em 05 de abril. A portaria que homologa os municípios e equipes que aderiram ao PMAQ foi publicada, recentemente, no Diário Oficial da União (DOU).Neste ano, o PMAQ foi ampliado para todas as Equipes de Atenção Básica (incluindo as de Saúde da Família, de Atenção Básica organizadas em outras modalidades e de Saúde Bucal) dos municípios. Além disso, o programa incluiu os Nasf e os CEO, que antes não faziam parte do programa.“Com este programa, damos a oportunidade para que cada prefeito cadastre suas equipes de médicos, enfermeiros, nu-tricionistas e outros profissionais de saúde, que são acompa-nhadas pelo Ministério da Saúde mensalmente e depois são

avaliadas em parceria com as universidades locais”, afirmou o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Com as equipes que melhorarem o atendimento, o Ministério pode até dobrar o recurso que passa para o município”.

Sobre o PMAQLançado em 2011, contemplou 4 mil municípios em seu pri-meiro ciclo (2011/2012). Um total de 17,5 mil Equipes de Aten-ção Básica foi avaliada e 16.938 foram certificadas em mais de 70% dos municípios brasileiros habilitados a receber incenti-vos naquele período.A partir da adesão ao programa, passam a receber 20% do re-curso total designado a cada equipe participante. Após a avalia-ção externa, as equipes poderão perder o incentivo, mantê-lo ou ampliar para 60% ou 100%, de acordo com o desempenho. O programa está organizado em quatro fases complementares, que funcionam como um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica: adesão e contratualização, desenvolvimento, avaliação externa e pactuação.As equipes de Atenção Básica que recebem conceito muito acima da média na avaliação externa recebem adicional de R$ 8,5 mil por mês; conceito acima da média recebe um adicional de R$ 5,1 mil; e conceito mediano ou abaixo da média recebe um adicional de R$ 1,7 mil. As equipes que não cumprem os re-quisitos mínimos – conceito insatisfatório - perderão recurso.Fonte: Secom

Recursos para a saúde

Notícias

11Maio de 2013

Notícias

12 Maio de 2013

A campanha nacional de vacinação contra a gripe teve iní-cio em 15 de abril e oferecerá imunização gratuita em 65 mil postos de saúde de todo o país, segundo o Ministé-

rio da Saúde.A campanha tem como público-alvo gestantes, indígenas, presidi-ários, profissionais de saúde, idosos com 60 anos ou mais e crian-ças de seis meses a dois anos. Doentes crônicos e mulheres no pe-ríodo de até 45 dias após o parto também devem receber a vacina.Serão distribuídas 43 milhões de doses da vacina, que protegem contra três subtipos do vírus influenza: A (H1N1) – conhecido, po-pularmente, como gripe suína –, A (H3N2) e B. Estes são os sub-tipos que mais circularam no inverno passado, segundo o MS.O objetivo do Governo Federal, este ano, é vacinar cerca de 32 milhões de pessoas pertencentes ao público-alvo. Em 2012, 26 milhões de pessoas foram imunizadas, o que representou 86,3% do público previsto no ano passado.

É importante ressaltar que a vacinação é segura e feita com o objetivo de diminuir o risco de ter doença grave e evitar o óbito e, para os profissionais de saúde é imprescindível a vacinação contra a gripe.Com a inclusão de novos grupos na campanha de vacinação, o número de pessoas consideradas público-alvo deve aumentar em 30%, saltando de 30 milhões para 39,2 milhões, neste ano. O Governo Federal quer estimular estados e municípios a te-rem uma estratégia de busca ativa das pessoas que pertencem ao grupo que pode ser vacinado. A novidade de 2013 é que os doentes crônicos terão aces-so ampliado a todos os postos de saúde, e não apenas aos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries). Para isso, é preciso apresentar apenas a prescrição médica no ato da vacinação.Pacientes já cadastrados em Programas de Controle de Doen-ças Crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) devem pro-curar os postos em que estão inscritos. Caso a unidade de saúde, que oferece atendimento regular, não tenha um posto de vacinação, a pessoa deve solicitar uma prescrição médica.Os pacientes da rede privada ou conveniada também devem ter prescrição médica e apresentá-la nos postos.É importante ressaltar a importância da vacinação da Equipe Odontológica e funcionários de limpeza. A clínica odontológica é um foco importante de disseminação de gripe e outras doen-ças. Temos o dever de nos proteger e dar proteção biológica aos nossos pacientes.Vacinação é prevenção!

Campanha nacional de vacinação contra gripe

Lusiane BorgesBiomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização - FAMESP. Pós-Graduanda em  Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autora-coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www.portalbiologica.com.br.

Odontologia Segura

13Maio de 2013

Produtos e Serviços

Contra a placa bacterianaO Gel Dental Maxi Control Bitufo tem como princípio ativo o Glucona-to de Clorexidina a 0,12%, que permanece nas superfícies dos tecidos bucais, inclusive nos dentes, por até oito horas.Auxilia no combate aos germes causadores da placa bacteriana, da gengivite e do mau hálito. O Gel Dental Maxi Control Bitufo possui re-frescante sabor de menta.SAC: 0800 011 1145

Condor repagina escova dental MaxilPara manter o sucesso de vendas que a consagrou, a escova den-tal Condor Maxil acaba de receber uma repaginação total. “Segui-mos as tendências e os hábitos dos consumidores para elabora-ção de um produto completamente renovado, porém mantendo as características que sempre agradaram ao público”, afirma Gerson Grohskopf, coordenador da Área de Higiene Bucal da Condor.A nova Condor Maxil tem cerdas em zigzag para limpeza profunda entre os dentes e auxílio no combate da placa bacteriana. Além disso, ganhou cabo mais encorpado e emborrachado com curva-tura que se encaixa perfeitamente na mão, de modo a transmitir mais segurança à escovação.Eficaz no combate ao mau hálito, o lançamento da Condor con-ta com limpador de língua, que permite uma higienização suave, contudo, eficiente, da saburra lingual.Dotado de cores vibrantes e atraentes – laranja, roxo, azul e verde -, o novo produto mantém a praticidade e a higiene com o estojo flip top, onde a escova fica completamente protegida.www.condor.ind.br

Diferenciais em diagnóstico por imagemA família Eagle de equipamentos de diagnóstico por imagem da Dabi Atlante consolidou uma série de diferenciais e vem, assim, conquistan-do fatias importantes no mercado. Entre as principais vantagens estão a possibilidade de upgrade, o menor custo de manutenção, a qualidade

de imagem e as facilidades de financiamento.A linha Eagle é a única no mercado brasileiro que possibilita ao cliente o up-

grade do modelo analógico para o digital e, posteriormente, para tomógrafo, permitindo um menor investimento inicial e a incorporação de novas tecnologias

no decorrer do tempo. Isto não acontece nos equipamentos de outras marcas, onde é necessária a venda do modelo atual, com deságio, e a aquisição de um novo aparelho.

Outra vantagem competitiva do Eagle se refere à manutenção. Por ser o único fabricado no Brasil, a reposição de peças e o atendimento custam menos e são bem mais rápidos. O

cliente não corre o risco de ficar semanas com o equipamento parado em função da espera por uma peça importada, fato muito comum entre os modelos importados. A Dabi também criou o Eagle Team, uma equipe de 22 especialistas que atende prontamente e consegue, em cerca de 80% dos casos, resolver dúvidas e auxiliar o cliente remotamente.Outro diferencial dos aparelhos Dabi é o FOV (campo de visão) de 12 x 7,5 cm, o maior do mer-cado entre os tomógrafos de médio volume e que permite, em uma única tomada, capturar na mesma imagem e com grande nitidez toda a mandíbula.Vale ainda registrar que, por ser nacional, a compra de qualquer panorâmico Eagle pode ser feita através de FINAME, agência governamental que disponibiliza linhas de crédito com juros atraentes (8,5% ao ano) para financiar até 80% do valor do equipamento. E, principalmente, com até seis meses de carência para começar a pagar, período que permite ao cirurgião-dentista ou clínica ganhar até 60% do valor necessário para a quitação do empréstimo.www.dabiatlante.com.br

16 Maio de 2013

Produtos e Serviços

Saúde bucal para crianças e adolescentesO livro de Dean, McDonald e Avery direciona-se para dentistas, estudantes de graduação e pós-graduação em Odontologia e para clínicos gerais. Abrange conhecimento na área sobre bebês, crianças e adolescentes, inclusive os cha-mados pacientes especiais, através de imagens e casos clínicos e indicações de sites para consultas permanentes.Os 31 capítulos de “Odontopediatria para crianças e adolescentes” abordam, entre outros assuntos, prótese, dentística, ortodontia, endodontia, cariologia, pacien-tes especiais, patologia, periodontia, radiologia, implante, ATM e oclusão e psico-logia infantil, relacionando diagnóstico e tratamento. A experiência dos autores aumenta a credibilidade de cada assunto discutido com informação atualizada para consulta rápida, graças também a um índice remissivo.As novidades desta nona edição ficam por conta das ilustrações coloridas ao longo de todo o texto, e de capítulos sobre cirurgia oral em pediatria, cuida-do em pacientes especiais, e foco clínico em técnicas radiográficas, materiais dentários, estética, tratamento protéticos, problemas periodontais, pacientes com fendas labiais e palatinas, erupções dos primeiros dentes e cáries. A obra traz também discussões práticas acerca de como lidar com crianças que sofreram abusos e negligência e os melhores resultados de tratamen-tos pediátricos em prótese, cirurgias restauradoras, manejo do trauma, oclusão, gengivites e estética facial e discute o que há de mais atual em cirurgia bucal, junto com infecções de cabeça e pescoço e condições médi-cas no paciente pediátrico. A edição conta ainda com novos colaboradores que ajudam a tornar este livro referência na literatura mundial, galgando--se no tripé pesquisa, experiência e literatura.www.elsevier.com.br

Contra a hipersensibilidade dentináriaSensodyne® apresenta mais uma novidade em sua linha de cremes dentais dessensibilizantes: Sensodyne® Extra Fresh.A nova formulação aprimorada possui os benefícios já oferecidos pela linha Sensodyne® à base de potássio, como baixa abrasividade, alívio clinicamente comprovado e proteção 24 horas por dia contra a hipersensibilidade dentinária (com es-covação diária duas vezes ao dia) e um incrível sa-bor refrescante de menta. Sensodyne® Extra Fresh veio para ajudar ainda mais o paciente na adesão ao tratamento da hipersensibilidade dentinária, por meio de um creme dental de uso diário com sabor refrescante de menta.www.gsk.com

Sistema de braquetesA Morelli coloca à disposição dos ortodontistas o Sistema de Braquetes Autoligados Interativos SLI (Self Ligating Interactive).Esse sistema reúne, em um mesmo braquete, as funções passi-va e ativa de movimentações dentárias por meio de arcos orto-dônticos aplicados com um clip de Níquel e Titânio, exclusivida-de Morelli entre os braquetes autoligados do mercado.A vantagem de utilizar um clip em NiTi é que ele não deforma du-rante a abertura e o fechamento, favorecendo uma leitura de tor-que suavizada pela flexibilidade do material e pode ser utilizado por meio de um simples aplicador de amarrilho ou explorador.O design do slot possui cantos em ângulo para menor ação de binding e notching. O novo sistema está disponível na técnica de Roth, com slot de .022”.www.morelli.com.br

17Maio de 2013

Produtos e Serviços

SGS1750_Anuncio.ai 1 23/04/2013 13:45:24

18 Maio de 2013

Reportagem

Odontologia na redePor: Viviam Santos

Como sites, blogs e mídias sociais podem auxiliar no marketing e comunicação dos cirurgiões-dentistas.

Nos últimos tempos, a web vem fornecendo diversas fer-ramentas, diferentes mídias sociais e possibilidades de comunicação às pessoas - e, portanto, aos profissionais.

Os cirurgiões-dentistas não ficam fora dessa realidade, e alguns deles têm utilizado a rede on-line como o principal meio de publi-cação de seus conhecimentos. Este é o caso do cirurgião-dentista George Bueno*, especialista e mestrando em Ortodontia e mem-bro da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial – Seção Espírito Santo (ABOR-ES), que mantém o blog “Bueno Ortodontia” (www.buenoortodontia.blogspot.com). O dentista também alimenta suas mídias sociais, como o Facebook e Twitter, destinadas ao público do blog, para divulgar informações sobre Odontologia e trocar experiências com outros profissionais.Os números que mostram a influência de Bueno na rede vêm de seus perfis no Facebook e Twitter: cada um com mais de mil segui-dores. Em seu blog, especificamente, ele aborda questões relacio-nadas à Ortodontia, onde traduz alguns artigos internacionais e faz alguns comentários sobre a importância do conteúdo apresenta-do. O dentista também mantém áudios de podcast - disponibiliza-dos em seu blog, onde fala sobre assuntos diversos de Ortodontia -, e a seção de videocast – vídeos gravados por ele, também co-mentando os assuntos, por meio de seu canal no YouTube. Bueno revela que a maioria das visitações e interações em seu blog é originada de buscadores, como o Google: “Acredito que os clientes em potencial são a maioria desses visitantes, porém, também aprendo muito com outros colegas de profissão que acessam o blog e gostam de estarem presentes no meio on-line”. Segundo ele, a presença dos profissionais de Odontologia na web é “mais do que necessária, é imprescindível, frente à mo-dernização dos meios de comunicação até então consagrados”. Nas mídias on-line, o cirurgião afirma que todos podem colaborar com o conhecimento, para que outras pessoas tenham acesso e, desta forma, adquirir mais informações e também fornecer – mes-mo que em comentários. “É preciso sempre ter muita cautela e segurança sobre o que se faz na web. Por exemplo, costumo refe-renciar todas as informações que divulgo, dando o devido crédito ao autor de determinado artigo”, alerta, sobre os direitos autorais. Apesar de o blog poder ser direcionado aos profissionais de Odontologia, os visitantes podem se tornar pacientes – fazendo com que a ferramenta seja um meio de divulgação e interação com os clientes. “Mesmo que se determine o perfil de um blog, não é possível limitar o acesso, pois todos com acesso à internet terão o conhecimento das informações divulgadas”, lembra. Com isso, é preciso dar atenção também a este público. “Ouvir o que o cliente tem a dizer, num momento em que existe uma grande con-corrência no mercado, pode fazer toda a diferença”, acrescenta. Para ele, não há regras ao iniciar a comunicação neste meio virtual, mas há fatores a serem levados em consideração. “Primeiramente é preciso aceitar que as mídias sociais são utilizadas por muitas pessoas e em vários lugares. Alguns amigos que também trabalham com mídias sociais apenas mantêm uma regra que pouco se modifica com o tempo,

que é decidir qual será o público-alvo”, sugere. “Antes de se aventurar nas mídias sociais e divulgar informações so-bre o consultório ou profissional, é preciso planejamento para que os objetivos possam ser alcançados”, indica. Bue-no aconselha ainda que o cirurgião-dentista interessado em aprender mais leia sobre o assunto, tenha conhecimento so-bre seus clientes e, se necessário, procure por pessoas mais experientes que o auxiliem neste início.O Facebook é a mídia social que o cirurgião-dentista indica como o primeiro passo da comunicação profissional na rede: “Creio que seja a melhor rede social para iniciar o diálogo com seus clientes, expor sua marca, divulgar seus serviços, enfim, huma-nizar a sua empresa. Estes passos o auxiliarão na transmissão da essência de sua marca aos seus clientes em potencial”.A exposição do cirurgião-dentista possui mais vantagens do que desvantagens, na opinião de Bueno: “A valorização da Odontolo-gia é uma das grandes vantagens possíveis por meio do uso da plataforma digital de interatividade. Um exemplo importante de como a Odontologia pode ser melhorada por meio da internet é a campanha eleitoral para o CRO-SP. Por meio da internet ocor-reu o debate e a possibilidade de trocas de ideias, bem como a conversa sobre propostas das chapas concorrentes”. Uma desvantagem, para ele, seria o tempo despendido no es-forço em saber mais sobre tais mídias e a atualização dessas mídias pelo dentista. “O que menos gosto em atualizar esses meios é do tempo que me consome, porque fiz a escolha de atualizar minhas páginas sem ajuda profissional, buscando no-vos artigos e material acessível, atual e de qualidade para blo-gs, Facebook e outras mídias. Também me aventurei na edição de áudio e vídeos para meu videocast e postcast. Esta escolha acabou por me instruir neste meio digital, fez-me buscar infor-mações e capacitação necessárias para conseguir harmonizar as mídias sociais e a Odontologia”, justifica.Por outro lado, a rede trouxe a Bueno vantagens factíveis, pois desde 2011 – quando iniciou seu blog -, foram feitos a eles con-vites para falar sobre sua experiência profissional em eventos e em meios de comunicação. “Entre minhas conquistas, por meio do meu blog, estão as diversas palestras, conferências, inclusive para esta revista conceituada. Tenho feito muitos amigos entusiastas como eu nas mídias sociais, que acredi-tam também que o futuro da Odontologia, da comunicação e do acesso à informação pode, literalmente, estar em nossas mãos”, lembra, fazendo referência aos celulares e tablets.Entretanto, para Bueno, a principal barreira entre os dentistas e as mídias digitais é a “falta de informação”, já que existe um re-ceio por parte dos profissionais em se expor na rede. Se o pro-fissional tem as informações necessárias para se sentir seguro em se comunicar na internet, ele poderá enxergar as possibi-lidades. “A única barreira que temos para o avanço, em qual-quer área que exista, é o nosso medo de que algo possa dar errado. Em mídias sociais não é diferente, pois o medo de se expor é uma constante para muitos colegas. Mas, afinal, não é

* George Bueno é cirurgião-dentista, especialista em Ortodontia, mestrando em Ortodontia, staff do Curso de Especialização em Ortodontia (ABO-ES), membro da ABOR-ES (Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial – Seção ES), Diretor de Marketing (ABO-ES-RVV) e especializando em Comunicação em Mídias Digitais pela Estácio de Sá.

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Reportagem

a exposição que tornará o cirurgião-dentista mais conhecido e mais facilmente encontrado por um possível cliente?”, pergunta retoricamente Bueno, que finaliza com uma frase de Charles Chaplin: “A vida é maravilhosa se não se tem medo dela”.

Ética e barreirasO Conselho Regional de Odontologia (CRO) e o Conselho Fede-ral de Odontologia (CFO) não se mostram claramente a favor ou contra a divulgação dos dentistas nas mídias online, entretanto, tais organizações também estão presentes nas mídias sociais - por exemplo, o Facebook, Twitter e até a rede de vídeos YouTube. Quanto ao código de ética odontológico válido para 2013, esta-belecido pelo CFO, há o Capítulo XVI, “Do anúncio, da propa-ganda e da publicidade” do dentista, que define como infração ética “fazer publicidade e propaganda enganosa, abusiva, inclu-

sive com expressões ou imagens de antes e depois, com pre-ços, serviços gratuitos, modalidades de pagamento, ou outras formas que impliquem comercialização da Odontologia (...)”. Portanto, é preciso que o dentista também tenha conhecimento das informações do documento - disponibilizado no site do CFO (www.cfo.org.br) -, ao planejar sua comunicação na web.

“Antes de se aventurar nas mídias sociais é preciso planejamento para que

os objetivos possam ser alcançados”,George Bueno

Sites para criar blogs e mídias sociaisQuando atualizados frequentemente, os blogs e mídias so-ciais podem divulgar o cirurgião-dentista, seus conhecimen-tos e experiências. Para isso, é preciso divulgação dessas mídias, mesmo que no cartão de visita do profissional – o que é muito comum atualmente.Confira abaixo as ferramentas mais populares no Brasil para criação de blogs e perfis em mídias sociais.

BlogsBlogger.comFerramenta de blog do Google, o Blogger também pode ser chamado de Blogspot – já que, quando criado, o blog tem em sua terminação “.blogspot.com”. Por meio deste site é possível atrelar a ferramenta à conta Google pesso-al – a mesma do e-mail Gmail. Se o usuário não tem conta no Google, é preciso criar uma conta para poder criar seu blog no Blogspot.Nele, é possível pode personalizar o “layout” (visual do blog) e adicionar “plug-ins” - ferramentas diversas, como integrar mídias sociais ao blog, adicionar vídeos do YouTube, entre outras funções.

Wordpress.comTambém disponível em português (através do endereço http://pt-br.wordpress.com), o Wordpress é a segunda ferramenta mais utilizada, depois do Blogger.com, pois tem mais recursos para quem deseja que o blog tenha aparência mais profissional – já que o serviço fornece diversos tipos de “layout” (visual do blog), todos perso-nalizáveis e, alguns mais elaborados, são pagos à parte através do sistema. Há a possibilidade, ainda, de o usuário pagar um valor anual para ter seu próprio domínio (o endereço do blog) – sem o “wordpress.com” em sua terminação, e sim ape-nas “.com”. Nele também se pode instalar “plug-ins” para o blog ter inúmeras funções, desde as mais simples até as mais sofisticadas.

Mídias sociaisFacebook.comÉ uma mídia social muito utilizada pelas empresas e o número de páginas corporativas na rede social aumenta gradativamen-te, conforme a ferramenta torna-se mais conhecida e visitada pelos brasileiros. É possível criar uma página para que as pes-soas possam “curtir” e, assim, acompanhar as atualizações fei-tas na página – além de poderem compartilhar em seus perfis tais publicações, o que pode gerar mais “seguidores” à página.Para criar uma página é necessário ter uma conta pessoal no Facebook. Através do link www.facebook.com/pages/create/ a página pode ser criada, especificando o tipo de negócio, nome da página, etc. Depois, o endereço web será www.facebook.com/NomedaPagina - para que o usuário possa divulgá-la.

Twitter.comO Twitter foi a primeira ferramenta mais utilizada por empre-sas, para divulgar informações, links, e até como meio de fa-zer promoções. Atualmente ainda é muito utilizada, podendo ser usada em conjunto com o Facebook. Porém, é possível criar publicações de até 140 caracteres com espaço, para que tais postagens sejam curtas e objetivas. Com uma página, é possível criar um usuário que será identifi-cado com um “@”. Exemplo: @seunome. O usuário pode curtir outros “@s” para visualizar suas atualizações e, tais usuários, receberão o comunicado que tal pessoa começou a segui-lo – é desta forma que se cria a rede e é um modo de conseguir novos seguidores, além da divulgação convencional.

YouTube.comCaso o usuário queira criar um videocast, onde fale sobre assuntos que queira, ou criar os vídeos que quiser, o YouTu-be é a ferramenta mais indicada para isso. Também como o Blogger.com, é preciso ter uma conta Google para ser atre-lada ao canal – que recebe o nome que o usuário quiser. Um vídeo bem feito e divulgado pode gerar muitas visualizações dentro da rede, possibilitando mais seguidores ao usuário.

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Reportagem

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Entrevista

Marcia A. P. MaahsEspecialista em Ortodontia e Ortopedia Facial - UFRGS. Doutora em Odontologia (Estomatologia Clínica) - PUCRS. Pós-Doutoranda do PPG Patologia - UFCSPA. Professora Substituta de Ortodontia Aplicada a Fonoaudiologia- UFCSPA. [email protected]

Por: Vanessa Navarro

Aproximadamente 20% da população acima de 50 anos apresenta disfagia, alcançando índices de 70% a 90% de distúrbios de deglutição nas populações mais idosas. A entrevista com a ortodontista Dra. Marcia A. P. Maahs apresenta a relação entre disfagia e saúde bucal.

Odonto Magazine - O que o cirurgião-dentista precisa saber sobre essa dificuldade de deglutir apresentada por uma parte considerável dos pacientes? Marcia A. P. Maahs - A disfagia é qualquer dificuldade de deglutição, decorrente de processo agudo ou crônico, que interfere no transporte do bolo alimentar da boca ao es-tômago. Dentre as estruturas anatômicas da cavidade oral responsáveis pela deglutição estão os lábios, dentes, bo-chechas, palato duro, palato mole, úvula, mandíbula, asso-alho da boca, língua e pilares amigdalianos. A mastigação acontece na primeira fase da deglutição, que corresponde à fase preparatória do alimento; e, quando é prejudicada, passa a fazer parte dos fatores odontológicos relacionados à disfagia. A mastigação pode ser inadequada apenas pela falta de um dente ou mais de um, assim como por proble-mas periodontais, próteses mal-adaptadas e más-oclusões; e, ainda, pela higiene oral precária, que tanto pode levar a ocorrência de alguns dos fatores já mencionados, como também por si só contribuir para a ocorrência de disfagia, em razão do acúmulo de restos alimentares e placa bac-teriana na cavidade oral. Também existe a influência dos hábitos alimentares inadequados. Importante salientar que a disfagia não é uma doença, mas sim o sintoma de uma patologia neurológica, mecânica adquirida ou congênita. Dessa forma, torna-se necessária à investigação interdisci-plinar da causa para que sejam determinados o tratamento e a orientação adequados ao paciente. Para tanto, é impres-cindível que o paciente seja avaliado pelo cirurgião-dentis-ta, além das outras especialidades envolvidas. A preocupação do cirurgião-dentista com a disfagia não é recente, principalmente para o estomatologista, em rela-ção aos pacientes em tratamento radioterápico para cân-cer de cabeça e pescoço, que podem apresentar dificuldade de mastigação e deglutição em razão da xerostomia, bem como da fibrose e atrofia dos músculos da faringe, que dificultam a deglutição. Embora se saiba que a dificuldade de deglutir possa ocorrer em qualquer idade, ela é mais

comum nos idosos; e, com o aumento da expectativa de vida, os problemas odontológicos relacionados à disfagia têm aumentado, despertando um maior interesse da classe odontológica. Além disso, no Brasil o incentivo a interdisci-plinaridade, que envolve a Odontologia, tomou rumos mais consistentes desde 1993, com a II Conferência Nacional de Saúde Bucal, que enfatizou a indissociabilidade da saúde bucal e da saúde geral a partir de uma visão holística do indivíduo. As alterações bucais têm sido vistas como pos-síveis causas de comprometimento e funcionamento de outros órgãos do corpo, principalmente por ser a boca a porta de entrada de alimentos e líquidos no organismo. Já existem programas, como o da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que incluem o cirurgião-den-tista na equipe de tratamento da disfagia. Também existe, em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei nº 2.776/2008, ao qual foi apensado o Projeto de Lei 363/2011, os quais visam garantir a obrigatoriedade da presença do cirurgião-dentista para promover assistência odontológica a todos os pacientes internados em hospitais públicos e privados, em Unidades de Tratamento Intensivo - UTIs ou não, bem como aos que recebem tratamento em regime de home care, e, ainda, aos doentes crônicos que necessitam de assistência mesmo que não estejam internados. Desta forma, a alta do paciente poderá ser acelerada e os cuida-dos odontológicos com a disfagia poderão fazer parte da rotina diária.

Odonto Magazine - Quais são os fatores que podem ocasionar a disfagia? Como a disfagia pode interferir na saúde bucal?Marcia A. P. Maahs - A disfagia pode ser de origem neuro-gênica, mecânica, decorrente da idade, psicogênica, e/ou induzida por drogas. A neurogênica é causada por trauma cranioencefálico ou doenças neurológicas, como o acidente vascular cerebral, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson e paralisia cerebral. Na mecânica, ocorre perda do controle do bolo alimentar devido a alterações das es-

Disfagia e Odontologia

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Entrevista

truturas anatômicas responsáveis pela deglutição, como na falta de dentes, nas fissuras labiopalatinas e nas ressecções oncológicas de tumores da cabeça e pescoço, dentre ou-tras. A decorrente da idade ocorre por diminuição do peris-taltismo e a psicogênica resulta de alterações emocionais e psíquicas, cuja queixa frequente é de “sensação de bola” na garganta (globus faríngeo). Medicamentos como anti-depressivos podem gerar xerostomia, causando disfagia. A xerostomia também pode ser decorrente de tratamento radioterápico ou ainda inerente ao próprio envelhecimento. Também existem fatores odontológicos associados à dis-fagia, como patologias orais, as quais podem gerar dor ao deglutir, dificuldade de vedamento labial, má-higiene oral e fatores que levam a dificuldades mastigatórias, como cáries dentárias, doença periodontal, próteses mal-adaptadas, más-oclusões e falta de dentes. A disfagia pode interferir na saúde bucal dos pacientes que necessitam de sonda para se alimentar, os quais encontram sérias dificuldades de higie-nização oral, gerando o acúmulo de alimentos e placa bac-teriana, que podem ocasionar cáries dentárias, problemas periodontais e halitose.

Odonto Magazine - Quais são os passos que devem ser segui-dos pelo profissional de saúde bucal ao perceber os possíveis sintomas de disfagia? Marcia A. P. Maahs - Assim que perceber os sintomas, o cirurgião-dentista deve avaliar os fatores odontológicos, anteriormente citados, relacionados à disfagia, recomen-dando aos pacientes os devidos tratamentos, conforme a necessidade. Deve orientar alguns cuidados básicos para

que não haja acúmulo de resíduos alimentares e placa bac-teriana, como a imprescindível rotina de escovação dentá-ria e/ou das próteses dentárias, sempre após as refeições; bem como a limpeza da gengiva, da língua, do assoalho da boca, do palato e das bochechas com gaze umedecida. Os pacientes idosos que não conseguem expelir a saliva, não devem utilizar pasta de dente. Para os pacientes portado-res de xerostomia, o odontólogo deve orientar a ingestão de bastante líquido e/ou a utilização de saliva artificial. Os pacientes devem ser orientandos a seguir todos estes pro-cedimentos durante a rotina diária, feita por eles mesmos ou por seus cuidadores, em caso de idosos ou incapazes. Além disso, alguns cuidados são necessários durante o atendimento odontológico, pois a disfagia pode dificultá-lo. Deve-se retirar restos alimentares e outros resíduos, como secreções ou excesso de saliva instalados na cavi-dade oral, para melhorar a propiocepção bucal, o paladar, a temperatura e o tato, e diminuir o risco de proliferação de bactérias. Devem ser adotadas medidas que minimizem o risco de aspiração, tanto da saliva quanto da água, por meio do posicionamento adequado do paciente na cadeira e, sempre que possível, fazer o uso de sugadores de alta potência e baixa rotação. Nos pacientes traqueostomiza-dos, recomenda-se manter a traqueostomia protegida para evitar a entrada de eventuais partículas ou fragmentos, como poeira, tártaro, medicamentos de uso odontológico e instrumentais de pequeno calibre. Por fim, o cirurgião--dentista deve encaminhar o paciente para o fonoaudiólo-go, que irá conduzir para as demais especialidades, confor-me a necessidade.

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Entrevista

Odonto Magazine - Existe algum tipo de treinamento para o cirurgião-dentista responsável pelo tratamento bucal de pesso-as vítimas da disfagia? Marcia A. P. Maahs - O estudo da disfagia no período de gra-duação em Odontologia ainda não é uma rotina em todas as Universidades, ficando o seu estudo geralmente reservado aos casos clínicos que possam apresentar sintomas durante o atendimento. Porém, existem escolas de educação continua-da que têm em seu programa o que o cirurgião-dentista deve saber sobre disfagia, como por exemplo, o Curso de Aperfei-çoamento Clínico da Uni ABO (Associação Brasileira de Odon-tologia), chamado Odontologia em Terapia Intensiva.

Odonto Magazine - O conhecimento do diagnóstico e das pos-sibilidades de reabilitação das disfagias pode interferir no tra-tamento interdisciplinar? Marcia A. P. Maahs - Sim, pois embora cada especialidade tenha sua função específica na identificação das causas para auxiliar no diagnóstico, e a partir daí planejar o trata-mento, os profissionais precisam ter uma noção das demais causas e possibilidades de reabilitação ao encargo das de-mais especialidades, para que a comunicação seja eficaz e o plano a ser seguido durante o tratamento contemple to-dos os fatores que estejam ocasionando a disfagia. O su-cesso do tratamento está na dependência de que o paciente seja conduzido a realizar todo planejamento proposto pelas diferentes especialidades. Por isso, o ideal é que um dos profissionais monitore todas as ações do paciente, sendo o fonoaudiólogo o mais indicado, por ser o responsável pela reeducação da deglutição.

Odonto Magazine – Como o cirurgião-dentista deve agir para realizar um atendimento de qualidade junto aos outros profis-sionais de saúde? Marcia A. P. Maahs - Deve visar um atendimento em conjunto com outros profissionais da saúde, sendo que a disfagia é de etiologia multifatorial, podendo inclusive ser causada por algu-ma alteração fisiológica. Nenhuma área pode avaliar em deta-lhes por si só todas as fases da deglutição, e já que o sucesso do tratamento do disfágico depende diretamente do trabalho em conjunto das várias especialidades, estas devem manter um bom relacionamento entre si. As especialidades envolvidas no atendimento ao paciente disfágico, além da fonoaudiologia que está envolvida tanto no diagnóstico como na reabilitação, podem ser a geriatria, a qual, além de avaliar o paciente, é responsável por solicitar por escrito todos os exames e atendimentos necessários; a ra-diologia, realizando o exame cintilográfico, radiológico e vio-deofluoroscópico, quando necessários; a neurologia, respon-sável pelo diagnóstico primário diferenciando entre disfagias neurogênica, mecânica ou psicogênica; a gastroenterologia como consultora dos pacientes com suspeita de disfagia re-lacionada ao esôfago ou trato gastrintestinal; a otorrinolarin-gologia, responsável pelas alterações mecânicas, avaliando

através do exame clínico e nasofibroscópico; a nutrição, que monitora o estado nutricional do paciente, elaborando um programa de nutrição adequado para que o fonoaudiólogo possa reeducar a deglutição; a enfermagem, que é direta-mente responsável pela administração e cuidados não orais; a odontologia, responsável pela saúde oral; a terapia ocupacio-nal, que trabalha em relação às atividades diárias do paciente e ajuda na execução da alimentação e a pneumologia, que passa informações sobre as desordens respiratórias.

Odonto Magazine - Existe tratamento odontológico diferencia-do aos portadores de disfagia? Marcia A. P. Maahs - Na realidade, o tratamento odontológico do paciente disfágico é realizado contemplando os diferentes fatores que estejam contribuindo com o problema, sendo as-sim, mais de uma especialidade odontológica pode estar en-volvida. Porém, existem cirurgiões-dentistas que possuem co-nhecimento teórico e empírico para atuarem junto ao paciente disfágico, tratando, orientando e conduzindo aos tratamentos odontológicos específicos, conforme a necessidade. O impor-tante é o paciente ou o profissional que estará monitorando o conjunto das ações, informar-se a respeito do odontólogo mais qualificado para atuar na condução odontológica do tratamen-to do disfágico.

Odonto Magazine - A disfagia pode provocar sérios problemas de origem emocional e até o isolamento social. Como o cirur-gião-dentista pode auxiliar nas questões psicológicas apresen-tadas pelos pacientes disfágicos? Marcia A. P. Maahs - Como alimentar-se não é só uma ne-cessidade biológica, desde a amamentação, mas também um ato de prazer e de socialização, incluindo, por exem-plo, refeições para confraternização de familiares, almoços de negócios, happy hours com amigos, comemorações em datas festivas e até mesmo encontros com fins amorosos, tornam-se necessárias condições fisiológicas adequadas para sua realização. E, sabe-se que alterações na dinâmica da deglutição proporcionam respostas psicossociais, como ansiedade, medo, insegurança e redução da autoestima, em decorrência do aspecto social relacionado com as ativida-des de comer e beber. O cirurgião-dentista pode auxiliar devolvendo as condições anátomo-funcionais da cavidade oral para que o paciente realize uma boa mastigação e de-glutição, além de orientar alguns aspectos a serem segui-dos durante a alimentação, como manter a postura reta e confortável, nunca comer quando estiver deitado, salvo em caso de orientações específicas, comer devagar, manter a prótese dentária bem adaptada, caso necessário, comer ali-mentos mais pastosos e tomar líquidos mais grossos, pois o engasgo com alimento líquido é mais frequente, comer as consistências diferentes separadamente, somente levar mais alimento à boca após ter engolido a porção anterior. Também é importante que o paciente saiba que, em caso de acúmulo de resíduo na garganta, praticar a ação de engolir

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Entrevista

sem nenhuma porção de alimento nem líquido, o que é cha-mado de “colherada vazia”, estimulará e ajudará na degluti-ção do alimento acumulado.Com esses conhecimentos, o paciente se sentirá mais segu-ro em seus compromissos sociais e momentos de lazer na companhia de outras pessoas, pois saberá que, em situa-ções em que a disfagia poderá se manifestar, estará apto para exercer as ações que tornarão os sintomas mais discre-tos e até imperceptíveis.

Odonto Magazine - Como a má-higiene oral pode ser conside-rada uma das causas da disfagia em fase oral da deglutição? Marcia A. P. Maahs - Quando a disfagia ocorre na fase oral provoca engasgos e tosse no paciente, que pode, em decor-rência, broncoaspirar antes da deglutição. Isto ocorre devido a alterações na motricidade oral e/ou atraso ou ausência do reflexo da deglutição. Como as alterações mais encontradas na fase oral da deglutição são a falta de vedamento labial, mobilidade de língua não funcional, incompetência velo-fa-ríngea, interferência dos reflexos orais exacerbados e alte-ração da sensibilidade oral, a má-higiene oral pode ser uma

das causas de disfagia nesta fase, pois restos alimentares e outros resíduos instalados na cavidade oral podem interferir na propiocepção bucal, no paladar, na temperatura e no tato.

Odonto Magazine - Existem estudos científicos que compro-vem a relação da disfagia com a Odontologia? Marcia A. P. Maahs - Existe um aumento gradual de estudos científicos que prescrevem a intervenção da Odontologia no tratamento interdisciplinar do paciente disfágico, em especial no idoso; bem como a atuação do cirurgião-dentista em equi-pes multidisciplinares nos hospitais, inclusive nas Unidades de Terapia Intensiva, contemplando, desta forma, o estudo e o tra-tamento adequados da disfagia. A maioria dos relatos oriundos desses estudos científicos que re-lacionam a disfagia com a Odontologia provém de estudos empí-ricos sob a forma de análise e acompanhamento de casos clínicos.Os resultados até então obtidos nos estudo científicos, apesar de escassos, são positivos no sentido de comprovarem esta relação direta entre a disfagia e a Odontologia, ressaltando a imprescindibilidade de que novos estudos sejam realizados em prol da melhor recuperação dos pacientes disfágicos.

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26 Maio de 2013

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Danielle RamosCirurgiã-Dentista. Especialista em Programas Governamentais - Saúde Bucal da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cruzeiro do Sul.

Ter consciência das práticas com vistas à sustentabi-lidade, muitas vezes, parece algo extremamente difí-cil. Todos sabem que os recursos naturais do nosso

planeta são finitos e por isso, devemos nos preocupar em preservá-los, agindo de forma sustentável.O termo “sustentável” provém do latim Sustentare (sus-tentar; defender; favorecer; apoiar; conservar; cuidar). Sus-tentabilidade pode ser definida como a capacidade do ser

humano interagir com o mundo, preservando o meio am-biente para não comprometer os recursos naturais das ge-rações futuras. Esta preocupação se faz presente nas escolas, as quais pre-param as crianças para cuidar e preservar o meio ambien-te. Incluem exemplos diários de práticas sustentáveis que levam os alunos participarem ativamente desse processo, não só no ambiente escolar como em suas casas e na socie-

Integração da clínica odontológica à sustentabilidade

Espaço Equipe

dade. Quem ainda não foi repreendido pelo filho por estar jogando algum material no lixo, que poderia ser reciclado? Pois é, isso nos leva a refletir e questionar como aliar o desenvolvimento, usando os recursos de forma inteligente sem agredir o meio ambiente e a sociedade? E nosso papel como profissionais da saúde em tudo isso? As ações em Odontologia, preventivas ou terapêuticas, re-alizadas em consultórios e clínicas dentárias contribuem para a manutenção e recuperação da saúde da população. Porém, tais estabelecimentos podem apresentar riscos ao meio ambiente e à saúde pública, devido aos resíduos re-sultantes da assistência odontológica. Vamos relembrar quais são os principais resíduos produzidos nos estabelecimentos de saúde: Grupo A (resíduo infectante); Grupo B (resíduo químico); Grupo C (resíduo radioativo); Gru-po D (resíduo comum); Grupo E (resíduo perfurocortante). No caso de clínicas e consultórios odontológicos, são gerados os resíduos do grupo A (biológicos: contaminados com sangue), grupo B (medicamentos vencidos, resíduos radiográficos), grupo D (papéis, plásticos, orgânicos) e grupo E (agulhas, lâ-minas de bisturi). A destinação dos resíduos recicláveis ocor-rerá por meio de serviços de cooperativas de catadores de

materiais recicláveis. Os não recicláveis serão encaminhados para aterro sanitário, já os compostáveis para a produção de adubo. Os resíduos perigosos, sob responsabilidade dos ge-radores, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos deverão ser segregados e destinados às empresas licencia-das pelo órgão ambiental competente.Segundo a RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004, no am-biente de trabalho, é de responsabilidade dos profissionais a implantação de um Plano de Gerenciamento dos Resíduos produzidos. Tal gerenciamento abrange um conjunto de pro-cedimentos de gestão, planejados e implementados com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.As atitudes sustentáveis se iniciam em nossas casas, a partir da redução do consumo de materiais, da coleta seletiva e da reciclagem. Mas, devemos lembrar que também se esten-dem para nosso ambiente de trabalho. Com certeza, se cada um de nós nos preocuparmos em dar um destino correto aos resíduos que produzimos, a natureza irá agradecer e as futuras gerações também!

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A Colgate foi fundada em 1806 por Willian Colgate, um jo-vem imigrante inglês que iniciou seu pequeno negócio de sabonetes, gomas e velas, em Nova Iorque (EUA). Decidi-

do a fabricar e a comercializar produtos até então tradicionalmen-te feitos em casa, o empreendedor apostou fortemente na alta qualidade, baixo preço e fórmula certa para conquistar as con-sumidoras americanas, vendendo sabão em barra de tamanho padronizado e realizando entregas em domicílio. Seu primeiro anúncio publicitário foi estampado nos jornais da cidade em 1817.Poucos anos depois, ele e seu cunhado, John Gilbert, construí-ram uma fábrica de cola nos arredores da cidade de Jersey. Os principais produtos fabricados na época eram os sabonetes da marca Windsor Toilet Soaps e as gomas Pearl Strach. Nos anos que se seguiram, a empresa iniciou um período de expansão internacional e, em diversos países, surgiram filiais que desenvolviam as principais atividades de comercialização e industrialização na conquista dos mercados emergentes.Com grande demanda de vendas, a Colgate & Company abriu uma nova fábrica que começou a produzir essências de perfu-mes e sabonetes perfumados. Um dos primeiros grandes su-cessos globais da companhia foi o sabonete cosmético perfu-mado: Cashemere Bouquet, que, até finais dos anos de 1980, encontrava-se ainda na preferência de muitos consumidores

americanos, o que significa que o seu sucesso se estendeu durante cerca de 120 anos. Ainda nas últimas décadas do século XIX, o interesse da com-panhia pelo segmento de higiene pessoal cresceu. Foi então que a Colgate começou a desenvolver o produto que iria revo-lucionar sua imagem. Inicialmente, foi o pó para limpeza dos dentes e, em seguida, o creme dental Colgate. No começo, o produto era comercializado em vidros, com uma textura cremo-sa e aromática. Somente em 1896, sua apresentação passou a ser em tubos flexíveis de estanho, muito parecidos aos comer-cializados atual mente. Indo a fundo na inovação, a Colgate, no mesmo ano, estabeleceu seu primeiro laboratório de pesquisa. Em 1900, a Colgate já possuía 800 produtos em seu portfólio, entre eles 160 sabonetes, sabão para lavar roupas, fragrâncias e diversos produtos perfumados para higiene pessoal. Em seu centenário, em 1906, a empresa já era um grande sucesso no mercado norte-americano. Em 1908, a Colgate, até então uma empresa familiar, abriu seu capital. Dessa forma, a partir da fusão com a Palmolive-Peet – que se de-dicava à fabricação de sabonetes desde 1864 –, a nova empresa aumentou consideravelmente suas vendas e teve sua primeira subsidiária localizada no Canadá. Após a fusão, a companhia começou a ter operações no Pacífico Sul, Ásia, Europa, Amé-rica Latina e África. Dessa forma, todos os produtos da marca passaram a ser conhecidos e comercializados mundialmente. Em 1953, a companhia passou então a adotar seu nome atual: Colgate-Palmolive. Na mesma época, a empresa entrou na era de produtos de consumo modernos e da publicidade, sendo reconhecida pelos consumidores pela sua criatividade e inova-ção também na forma de comunicar seus lançamentos. Daí por diante, o portfólio de produtos só aumentou com o lançamento de amaciante de roupas, do creme dental Colgate para preven-ção de cáries, da linha de cuidados para os cabelos, além do sabonete antibacteriano Protex.Em 1995, a sede da Colgate, em Nova Iorque, anunciou a compra das operações da Kolynos em 14 países, inclusive Brasil, onde era líder na época. Desta forma, mudou o pa-

Mais de dois séculos de sucesso

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29Maio de 2013

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Atualmente, com 581 co-laboradores diretos, a Dabi Atlante é uma empresa ge-nuinamente brasileira, com investimentos constantes em P&D

norama do mercado de cremes dentais, lançando a marca popular Sorriso. Desde o anúncio, milhões de dólares foram investidos no Brasil, na modernização de fábricas, novas tecnologias e treinamento de funcionários. Em pouco tem-po, a Colgate-Palmolive do Brasil tornou-se um polo expor-tador para mais de 55 países. Em 1998, a Colgate se tornou líder do mercado norte-ameri-cano de cremes dentais, com o lançamento de Colgate Total. Nos anos seguintes, com base em diversas pesquisas, a em-presa lançou produtos inovadores, especialmente na linha de enxaguantes bucais e cremes branqueadores. A sua linha para higiene oral também inclui escovas e fios dentais.

Atuação em terras brasileirasA empresa chegou ao Brasil no dia 1 de fevereiro de 1927, como Colgate & Company of Brazil Limited. A companhia foi pioneira ao introduzir uma empresa do segmento no país com comer-cialização em escala. Logo no início, a Colgate focou seus esfor-ços no conhecimento do mercado local, dos hábitos de higiene da população e, consequentemente, no estudo de fórmulas de produtos que atendessem às necessidades deste novo consu-midor, respeitando o clima e condições locais. Atualmente, a Colgate-Palmolive é tida como uma das líderes de mercado em todos os mais de 200 países onde atua, com vendas que ultrapassam US$ 9 bilhões ao ano. Seu portfolio conta com produtos de higiene oral, cuidados para os cabelos e pele, cuidados com o lar e ração animal.

Responsabilidade socialA partir da mudança administrativa trazida pela abertura de capital no começo do século XX, a companhia deu início ao seu marcante trabalho de responsabilidade social, começando um programa de manutenção da saúde bucal nas escolas americanas, com a distri-buição gratuita de cremes dentais, com a ajuda de profissionais da área que ensinavam como escovar os dentes corretamente.

Essa iniciativa originou a plataforma global de responsabilida-de social da Colgate, que está entre os projetos de maior alcan-ce e mais bem-sucedidos em prol da saúde bucal infantil no mundo. Por meio de parcerias com governos, profissionais de Odontologia, escolas e grupos comunitários, o programa “Sor-riso Saudável, Futuro Brilhante” promove a educação em saúde bucal e o desenvolvimento de hábitos saudáveis de higiene dental. O projeto atendeu, até o momento, mais de 500 milhões de crianças em 80 países.

Inovações em higiene bucal no BrasilPara os diversos produtos do portfolio de creme dental da Col-gate são trabalhados perfis de consumidores e campanhas di-ferenciadas. Para as linhas voltadas para profissionais, como Colgate Total 12, que ajuda no combate da gengivite, existe uma campanha consistente de conscientização e informação da população com o auxílio deste público. Ainda com foco em dentistas, a Colgate possui uma área espe-cífica, que desenvolve ações educacionais consistentes, tanto para eles, quanto para seus pacientes. Além disso, esses profis-sionais têm um papel fundamental para a companhia, na pes-quisa e desenvolvimento de produtos. Esta união forma uma plataforma importante para Colgate para a elaboração das me-lhores tecnologias para todos os tipos de problemas bucais e disseminação de informações sobre a boa higiene oral. No ano passado, destacou-se, na área de enxaguantes bucais, com a campanha digital do Mr. Colgate Plax, o conselheiro de confiança vivido por Maurício Meirelles em situações do dia a dia. O projeto ganhou uma nova missão: colocar em prática as dicas de confiança para o público jovem. A ação foi realizada in-tegrada via site, Fan Page e pelo canal da Colgate no Facebook. A Colgate mantém forte investimento em pesquisa com con-sumidores de todas as suas marcas para melhor atender as necessidades e tendências de mercado, com inovação e a qua-lidade de seus produtos.

30 Maio de 2013

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31Maio de 2013

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Especialização em Odontologia no exterior

Rodrigo SouzaVice-diretor e professor assistente do programa de Advanced Education in General Dentistry da Universidade da Florida em Miami. Formado pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo - FOUSP. Pós-graduado em Advanced Education in General Dentistry pela Universidade de Connecticut e em General Practice Residency pela Yale School of Medicine Affiliated Hospital.

[email protected]

Com o privilégio de receber o título de cirurgião-dentista vem a necessidade de encontrar seu espaço no competi-tivo mercado odontológico brasileiro.

As mudanças do perfil sociodemográfico do dentista nos últi-mos 20 anos, a explosão do número de cursos de graduação, a má distribuição geográfica e os desafios de um novo mer-cado de trabalho fazem com que a formação técnico-científica da pós-graduação seja um grande fator de diferenciação, um fator capaz de propiciar aos colegas com sólida formação educacional mais oportunidades de se destacarem. O mercado brasileiro chegou a ter 197 faculdades e pode for-mar nove mil dentistas por ano, um mercado absurdo, es-pecialmente se comparado com o mercado americano, que possui 100 milhões a mais de habitantes, 64 faculdades de Odontologia e forma cerca de 5 mil dentistas anualmente. Nos EUA, há somente nove especialidades e, no Brasil, exis-tem 19 especialidades reconhecidas.A grande maioria dos cursos de pós-graduação no Brasil re-quer dedicação em tempo parcial com regimes de pouco con-tato de ensino direto e diluídos em parcelas semanais, quinze-nais e, até mesmo, mensais. Essa flexibilidade é conveniente e permite que se trabalhe concomitantemente à especialização. Entretanto, essa flexibilidade ocorre em detrimento a uma só-lida formação com dedicação exclusiva, onde se vive e respira somente o que é pertinente à área de formação. Uma pós-graduação no exterior produz a oportunidade de interagir com profissionais de diferentes partes do mundo, a oportunidade de muitas vezes aprender com os profissionais que escreveram os livros ou artigos que pelos quais estuda-mos, dando acesso às últimas tecnologias e equipamentos que ainda não chegaram ao Brasil, traz o status e renome de ins-tituições reconhecidas mundialmente e a oportunidade de se especializar por anos com dedicação exclusiva. Um programa com maior densidade acadêmica e em uma sociedade litigiosa como os EUA, produz um profissional sério e com um compas-so moral bem calibrado.Nesse aspecto, as pós-graduações nos EUA são, em meu ver, o modelo a ser seguido em qualidade de ensino. Os cursos

são em tempo integral e podem ter de um a seis anos de duração. Os treinamentos são puxados e demandam muito estudo, preparo e atendimento clínico exaustivo. Todos os programas acreditados pela Associação Dentária Americana (ADA), levando ao título de especialista ou não, vão ser de excelente qualidade. Esses cursos podem ser em: Educação Avançada em Clínica Integrada, Residência Hospitalar em Clí-nica Geral, Anestesia, Medicina Oral, Dor Orofacial, Saúde Pú-blica, Endodontia, Patologia, Cirurgia, Radiologia, Ortodontia e Ortopedia, Prótese Dentária, Periodontia e Odontopediatria.Existem também outros programas, como fellowships, in-ternships, mini-residências e até programas não acredita-dos desenhados para dentistas estrangeiros abastados que buscam um diploma no estrangeiro. Estes últimos, com al-gumas exceções, não gozam do prestígio e qualidade dos programas acreditados, que são obrigados a operar sob normas rígidas da ADA. Outra grande vantagem dos pro-gramas acreditados é que a maioria deles torna seu conclu-dente elegível para obter a licença de dentista em alguns estados americanos. A conquista da habilitação profissio-nal em ambos os países é uma porta aberta para o futuro e traz muitas possibilidades.

Educação Avançada em Clínica Integrada Comumente chamado de AEGD, este programa oferece forma-ção avançada em Odontologia clínica e ciências básicas aplica-das. É um programa bem pensado, sequenciado e com treina-mento projetado especificamente para atender as demandas da clínica integrada.

Programas de Residência Hospitalar em Clínica Geral O programa de Residência Hospitalar em Clínica Geral (GPR) é projetado para o treinamento avançado em Odontologia geral com experiência hospitalar intensiva em nível de pós-gradua-ção. Programas de GPR fornecem instrução e experiência na prestação de cuidados aos pacientes ambulatoriais e hospitali-zados. Essa formação e exposição preparam dentistas para ob-ter privilégios em hospitais locais, uma vez na prática privada.

32 Maio de 2013

Ponto de VistaPonto de Vista

33Maio de 2013

Ponto de Vista

Residentes estagiam em uma variedade de departamentos, como medicina geral, cirurgia geral e anestesia oral. A maioria da experiência do residente é adquirida na prestação direta de cuidados de saúde oral para pacientes ambulatoriais. O tempo restante pode ser gasto no centro cirúrgico.

Anestesia dental Esses programas educacionais são projetados para treinar o residente na utilização de métodos farmacológicos para con-trolar a ansiedade e a dor de pacientes, bem como no trata-mento da dor orofacial aguda e crônica.

Programas em Medicina Oral Estes são programas educacionais destinados a proporcionar formação além do nível de graduação em saúde bucal, utili-zando ciências básicas e comportamentais. A educação nestes programas é baseada no conceito de que a saúde bucal é parte integrante da saúde total.Já que sabemos um pouco mais sobre a especialização nos EUA, qual é a chance de entrar em um programa desses?Vejamos o perfil dos candidatos que são aprovados para alguns desses cursos. Tomemos o programa de educação avançada em clínica integrada (AEGD) como exemplo. Em 2010, 4.990 pessoas tentaram conseguir uma vaga em um dos 87 programas espalhados pelo país, no entanto, somen-te 688 ingressaram nesse tipo de pós. Dentre esses 688, 553 americanos, 105 canadenses e 30 estrangeiros de toda parte do mundo. O que acontece é que somente uma fração dos cursos aceita estrangeiros, pois algumas instituições rece-bem fundos do governo federal que subsidiam a educação de um graduando americano. Outro fator é o status migra-tório, algumas instituições não estão preparadas ou optam não lidar com o moroso e complicado sistema migratório americano e não aceitam estrangeiros. Dentre os cursos que cobram anuidade, um empecilho é a capacidade do estran-geiro em comprovar a autossuficiência de fundos para pa-gar pelo programa e o custo de vida. Apesar disso, muitos dentistas americanos, 80% pra ser mais exato, não querem,

não conseguem ou não podem fazer pós-graduação. O re-cém-formado médio americano se gradua com 26, 27 anos e devendo, em média, $260.000 de auxílio estudantil. Ele tem que trabalhar, não pode ficar mais 2,3 anos estudando e aumentando sua dívida em até $500.000. Surreal, não?Há oportunidade, então, para os dentistas estrangeiros. Os cur-sos mais difíceis de conseguir uma vaga são: Residência Hospi-talar em Clínica Geral, Cirurgia e Odontopediatria.Entre os que mais aceitam estrangeiros, estão: Radiologia, Pe-riodontia, Prótese e Saúde Pública.Praticamente todos os cursos têm grande demanda e sempre fica gente de fora ou na fila de espera, entretanto, há alguns segredos para aumentar a sua chance de conseguir uma vaga:

» Sonhe alto: não se detenha pelas estatísticas. Apesar de haver poucas vagas disponíveis, você só precisa de uma vaga, só uma.» Planejamento: a seleção é feita geralmente com um ano de antecedência.» Persistência: prestar por mais de um ano, se necessário.» Preparação: obtenha proficiência em inglês, você não será aceito se não obtiver um mínimo no TOEFL e não for capaz de se comunicar com colegas e pacientes em inglês.» Objetividade: estabeleça o seu objetivo profissional e os passos necessários para atingi-los. É mais fácil alcançar pe-quenos objetivos intermediários que levarão a um grande objetivo final. » Verifique os obstáculos: identifique os seus obstáculos in-dividuais e os recursos necessários. Seja realista em relação a eles e busque alternativas viáveis.» Pense positivo: aqueles que se concentram no negativo têm tanto medo de falhar que se abstêm de ações e acabam não fazendo nada.

Eu tenho certeza que fazer uma pós-graduação no exterior é difícil, mas sei também que vale a pena e, acima de tudo, que é tangível.Eu termino este texto com uma frase favorita brilhantemente escrita por Thomas Edison. “Opportunity is missed by most people because it is dressed in overalls and looks like work”.

Ponto de Vista

34 Maio de 2013

Coluna - Odontogeriatria

Cuidados diferenciados com os idosos

Já estamos no outono, o inverno vem chegando e, com ele, uma realidade que muitos de nós não nos aperce-bemos. O ambiente começa a se tornar mais seco e,

com isso, grandes alterações de mucosa em nosso paciente idoso acontecem e deveriam ser mais bem estudadas e ava-liadas pelo profissional.Com o envelhecimento, a mucosa bucal apresenta modifica-ções, tornando-se mais vulnerável a traumas e ceratoses. A hi-dratação e elasticidade dos tecidos, os capilares periféricos e as trocas metabólicas são alterados, de maneira significativa, no envelhecimento, segundo o professor doutor Carlos Douglas.Quando da realização do exame clínico ou de uma sessão de maior duração, a mucosa do paciente, que já é mais seca e sen-sível pela idade, torna-se mais frágil, então, deveríamos usar qualquer substância que mantenha ou aumente a umidade de pele, principalmente dos lábios, algo como manteiga de cacau, glicerina ou, na falta das duas, até vaselina, aumentando o con-forto e diminuindo rachaduras e sangramentos.O exame clínico deve dar maior atenção aos tecidos moles do paciente, lembre-se que a geração destes é a da “terra de Marl-boro”, onde tudo tinha como ponto final um cigarro, que dava “um prazer merecido pela atividade realizada e era relaxante”.Outro fator: a bebida era socialmente estimulada, dava mais status, era “in” (como se dizia na época), fora alguns hábi-tos, diremos... menos publicáveis atualmente. Imagine que este paciente, com idade entre 60 e 70 anos, com muitas drogas, hoje proibidas, sendo utilizadas como contracultu-ra. Não é incomum achar um nosso “velhinho” que gosta de usar (algumas vezes) a “Maria Joana”, sem contar sobre as outras coisas mais pesadas. Temos que conhecer o efeito das mesmas sobre os dentes e mucosas.Em um estudo realizado na Faculdade de Odontologia da Uni-versidade Metodista de São Paulo pelo professor Haroldo Arid Soares, nos anos 2000, em 712 pacientes avaliados, 41,99% de-les relataram etilismo e 55,61% relatavam tabagismo, sendo que 103 destes relatavam tabagismo e etilismo concomitante.A lesão com maior incidência foi “Hiperplasia Fibrosa Infla-matória” com 18,39%, candidíase e leuplasia vinham logo a seguir. O que mais chama atenção é que foram encontrados 47 pacientes ou 6,60% que apresentavam diagnóstico final de Carcinoma Espinocelular. A área mais atingida era a lín-gua, com 11 casos.

Salientamos que, geralmente, estas lesões em sua fase inicial são de difícil identificação, o que vai necessitar de um maior cuidado na observação e análise das lesões encontradas.A relação dos efeitos carcinogênicos das substâncias químicas encontradas no cigarro e no álcool e o sinergismo destes fato-res de risco para o aparecimento de lesões de mucosa bucal são apresentados em diversos trabalhos, entre eles Soares, Araujo Filho et AL. e Torres. Fora alguns componentes de dro-gas não legais que não são referidos nas pesquisas.Então, o cuidado no exame clínico não deve se limitar apenas aos dentes, cáries, próteses ou oclusão que o paciente geriátri-co apresenta.Os tecidos moles são e devem ser a maior preocupação, assim como a anamnese cuidadosa e bem realizada em um exame clínico bem feito.Um grande abraço e até a próxima coluna! Referências1. Araujo Filho, V.J.F; et. al.; Perfil de incidência do câncer oral em um hospital geral em São Paulo, Rev. Hosp. Clin Fac Med Univ São Paulo, v.53, n.3, 110-3, jun 1998.2. Douglas, C.R.; Patofisologia oral, V.2, 1ª Ed. Pancast, 1998.3. Soares H.A., Estomatologia na odontogeriatria, Rev. Odonto, n. 21, p. 31-40, ano 11, 2003.

Augusto Roque NetoFormado pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – FO – USP. Especialista em Dentística Restauradora. Mestre em Clínicas Odontológicas pela FOUSP. Professor adjunto das disciplinas de Oclusão e Anatomia Dentária; Odontologia Restauradora I e II da Universidade Metodista de São Paulo – UMESP.

35Maio de 2013

Coluna - Odontopediatria

SureFil SDR flow

36 Maio de 2013

Coluna - Odontologia do Trabalho

A Odontologia do Trabalho e os custos do absenteísmo para as organizações

O projeto de lei - PL 422/2007 que insere a Odontologia do Trabalho nas empresas e se “arrasta” nas Comissões da Câmara dos Deputados e, posteriormente, terá que passar

pelo crivo do Senado Federal completa seis anos de tramitação sob o olhar no, mínimo, “desatento” dos parlamentares e autoridades.A falta de entendimento da redação do PL, bem como a pressão da bancada que defende os interesses financeiros das grandes empre-sas, deixa a classe trabalhadora mutilada, ou seja, a cavidade bucal continua não fazendo parte da saúde do trabalhador brasileiro.A falta de uma visão holística da saúde, que trate o ser humano de forma integral, gera consequências graves e atinge direta-mente a qualidade de vida do trabalhador, o desempenho das empresas e da economia como um todo.Vamos traçar a seguir, algumas considerações sobre o absen-teísmo e suas consequências para os trabalhadores, empresas e sociedade, demonstrando a importância da Odontologia do Trabalho e dos programas de promoção de saúde e qualidade de vida nas empresas.O índice de absenteísmo tem como objetivo controlar as ausên-cias nos momentos em que os trabalhadores deveriam estar em seu tempo programado de jornada de trabalho. O conceito pode ser mais bem compreendido pelo somatório dos períodos em que os empregados de determinada empresa ausentam-se do trabalho, incluindo atrasos, dentro de sua jornada normal.A falta de capacidade para planejar estas ausências inesperadas tem obrigado as empresas a contratar trabalhadores temporários de última hora ou pagar horas extraordinárias aos seus trabalha-dores regulares, para cobrir os déficits de pessoal, exigindo inclusi-ve, por vezes, a contratação de excedente de pessoal regulamentar para suprir preventivamente as faltas não programadas no local de trabalho. Estas medidas geram alto custo para as empresas. Abaixo, enumeramos os principais custos associados com o absenteísmo:

» Perda de produtividade do trabalhador ausente.» Horas extras para outros empregados.» Diminuição da produtividade total dos empregados.» Custos incorridos para garantir ajuda temporária, possível perda de negócios e/ou clientes insatisfeitos.

As organizações precisam criar dados estatísticos sólidos em relação ao absenteísmo para poder instituir estratégias espe-cíficas de redução e necessitam quantificar o quanto dele se

origina pela ocorrência de patologias e determinar as causas de outra natureza. Quanto às causas decorrentes de doença deve-se identificar se são decorrentes da atividade laboral ou não. As que forem atribuídas à atividade laboral devem ser mi-nuciosamente investigadas para evitar o adoecimento coletivo dos empregados que labutam nas mesmas condições.Quando menos se espera, surgem casos em nossa clínica de trabalhadores que sofrem acidentes e acabam mutilando seus dentes. Tal fato é mais comum do que se imagina.Por falta de atenção, orientação e cuidado, estes colaboradores se acidentam e tem como sequela a fratura ou luxação de um elemento dentário, causada por objetos dos mais diferentes ti-pos que se possa imaginar.Os ferimentos, além de atingirem os elementos dentários, mui-tas vezes se estendem pelos lábios, tanto nos maxilares supe-rior quanto no inferior, podendo tanto atingir os tecidos duros quanto os tecidos moles, sendo necessária a intervenção mul-tidisciplinar para sanar o problema.É mais comum do que se imagina o trabalhador efetuar um ofício sem o devido uso do EPI (Equipamento de Proteção Indi-vidual) e nos casos citados anteriormente, recomenda-se o uso de um protetor facial que seja capaz de absorver os impactos ou parte significativa deles para que não venham afetar, de for-ma traumática, a face e seus anexos, principalmente os dentes.O caso relatado a seguir aconteceu recentemente. Um mecâni-co que trabalha no setor de máquinas pesadas estava fazendo uso de uma chave de boca comprida e pesada para poder re-mover um parafuso de uma máquina agrícola e teve o incisivo central (11) fraturado (classe IV) e com exposição pulpar.Quantos casos como este ou similares acontecem nas empresas? Quais as repercussões que trazem ao ambiente produtivo e labo-ral? Quais são os principais fatores que levam ao absenteísmo por causas bucais, e que custos representam para a organiza-ção? Que consequências acarretam na qualidade de vida dos trabalhadores?Sabemos que a Odontologia do Trabalho é a especialidade da Odontologia que pode nos trazer respostas precisas a estas e outras questões pertinentes.A implantação da Odontologia do Trabalho nas empresas a cargo do cirurgião-dentista do trabalho, bem como a implan-tação do Programa de Monitoramento e Promoção de Saúde Bucal com a plenitude das atribuições - que são descritas no Art. 3° da Resolução CFO 25/2002, complementa a atuação dos demais profissionais descritas na NR4 (Médico do Trabalho, En-genheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Técnico de Segurança do Trabalho) e constitui um papel funda-mental para o retorno financeiro de programas de promoção da saúde e qualidade de vida nas empresas.Odontologia do Trabalho é investimento, garantia de retorno financeiro, por meio do aumento da produtividade proporcio-nado pela melhoria da qualidade de vida e a diminuição do absenteísmo nas organizações.Pensem nisso!

Marcos Renato dos SantosEspecialista em Odontologia do Trabalho. Presidente da Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho, seccional Mato Grosso – ABOT-MT.

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37Maio de 2013

Coluna - Odontologia do Trabalho

38 Maio de 2013

Coluna - Gestão e Marketing

A nova Odontologia empresarial

O dia a dia do dentista moderno o obriga a administrar de forma mais efetiva sua vida profissional e pes-soal. Cirurgias, visitas, emergências, consultas, exa-

mes, filhos, casa e ainda há o consultório para gerenciar. Em cada situação prática assume-se um papel diferente, com relacionamentos profissionais distintos, como clínico e como empresário.E o paciente, ou melhor, consumidor, através do uso da tec-nologia, tem cada vez mais acesso a informações, além de ser crítico e exigente quanto ao atendimento que recebe na clínica. Torna-se fundamental que a clínica esteja sempre em busca da diferenciação no mercado. Assim, para que se tenha sucesso empresarial, a concep-ção adequada da empresa, a organização de atividades e o aumento de produtividade passam a ser um desafio tão importante quanto o adequado procedimento clínico. Esta é a realidade do mercado: a excelência clínica não equivale diretamente ao bom desempenho empresarial.A função da empresa na área de saúde é, entre outras, for-necer uma série de atrativos (estacionamento, recepção confortável, bom atendimento, organização, rapidez e capa-cidade clínica) que façam o consumidor escolhe-la, ao invés dos concorrentes.Porém, o profissional está atendendo estas expectativas vitais para o sucesso? Vemos inúmeros casos onde o dentista não atende o paciente como cliente; chega com pressa na clínica ou ainda não possui quase nenhum contato com sua equipe.

Foco no consumidor Uma das grandes necessidades da empresa em Odontologia é orientar seus esforços para a prestação de serviços. O paciente precisa muitas vezes de soluções simples, baseadas em sinais pouco “tecnológicos”, como maior atenção, atendimento mais humanizado, seriedade e segurança.

Esta é a magia da prestação de serviço. Começamos a con-quistar nosso cliente a partir do momento em que ele entra em contato com nosso negócio. Mas, de nada adianta se você não estabelecer uma estratégia de comunicação que deve perdurar por muitos anos. Por isso, dê atenção aos detalhes que trans-mitem segurança e que têm grande impacto sobre o consu-midor: sorriso, atenção, cordialidade, segurança, conforto, etc.

Avalie-se! Este processo de mudança como empreendedor é gradativo e depende do envolvimento do líder (você) e de uma nova con-cepção do negócio. Qualquer clínica precisa das metas e da orientação diária de seus líderes para poder crescer de forma ordenada. Caso contrário, para onde as empresas iriam? Fica-riam à deriva, à mercê do mercado.

Organize-se! Para alterar sua forma de conduta é necessário avaliar e estru-turar suas necessidades e ações. Não faça muitas mudanças ao mesmo tempo e, neste caso, a palavra-chave é: priorizar. Avalie sua situação empresarial e, ao identificar pontos de melhoria, estabeleça uma sequência coerente de ações, tendo sempre em mente o que o consumidor mais precisa. Logica-mente, considere também o capital que pode usar.

Você é sua melhor ferramenta O marketing (ciência que aborda as relações de mercado) o aju-dará a avaliar, estruturar, programar e mensurar ações voltadas ao crescimento da clínica, mas sempre como suporte às suas ideias e ações. Utilize-o de forma consciente e objetiva e, desta forma, a evo-lução gradual será inevitavelmente percebida em sua empresa.

Até a próxima coluna!

Zilson Magalhães MalheirosGraduado em Odontologia - USP/SP. Mestre em Odontologia Social - Disciplina de Gestão de Consultório. Especialista em Marketing. Consultor em Marketing da ffo-fundecto/USP.

Letícia Mello BezinelliGraduada em Odontologia – USP/SP. Mestre em Odontologia Social - Disciplina de Gestão de Consultório. Especialista em Administração - FIA/USP. MBA Gestão Empresarial - FIA/USP. Consultora em marketing e relações empresariais – ffo-fundecto.

Marcelo RamosGraduado em Odontologia – USP/SP. Pós-graduado em Marketing e Comunicação – ESPM/SP. Atuação em consultoria e gerência em empresas do setor odontológico. Experiência de consultoria em gestão e comunicação.

39Maio de 2013

Coluna - Gestão e Marketing

40 Maio de 2013

Caso Clínico

Restaurações em dentes posteriores com incremento único

Fabiano Carlos MarsonCoordenador do Mestrado e Especialização em Prótese da Faculdade INGÁ – Maringá - PR. [email protected]

Luís Guilherme SensiProfessor da East Carolina University - EUA.

A evolução dos materiais e técnicas adesivas forneceu, aos clínicos, alternativas confiáveis e previsíveis para a restauração dos dentes posteriores e, atual-

mente, a resolução de situações clínicas através do uso de materiais restauradores estéticos diretos é uma realidade na prática diária da Odontologia restauradora.Desde o seu surgimento, na década de 1980, as resinas com-postas para restaurações diretas tiveram grande desenvol-vimento das propriedades físicas e químicas e melhoraram as características, em relação à contração, fotoativação, desgaste e resistência, mas a obtenção de um perfeito ve-damento marginal continua sendo uma das grandes aspi-rações da Odontologia restauradora1. Deparamo-nos com grandes problemas na interface dente/restauração, que é a formação de lacunas, gerando, assim, microinfiltrações2. A microinfiltração está diretamente relacionada com a lon-gevidade da restauração, sendo responsável pela recidiva de cárie, hipersensibilidade pós-operatória, fraturas mar-ginais e injúrias do complexo dentina/polpa3-6. Para suprir a necessidade de um vedamento perfeito, as restaurações em resinas compostas eram levadas até a cavidade em in-cremento de até 2 mm, com esta técnica, diminui-se a ten-são de contração da resina. Mas é um processo demorado, pois se leva tempo até preencher a cavidade por completo. A partir de 1996, surgiram as resinas “flow”, para suprir as características necessárias, evitando as microinfiltrações7,8.

De acordo com os fabricantes, as resinas compostas apre-sentam menor concentração de carga, ótimo escoamento pela cavidade e baixo módulo de elasticidade o que, teori-camente, suportaria e dissiparia melhor o estresse gerado por tensões térmicas e mastigatórias, diminuindo a forma-ção de fendas na linha de união cavidade/restauração, fa-vorecendo o vedamento marginal1. Recentemente, foi lan-çada no mercado a resina composta fluida Surefil SDR flow (smart dentin replacement), que alega poder ser distribuída na cavidade dentária em camada única de até 4 mm, sem sofrer grandes tensões de polimerização quando fotoativa-da. A Surefil SDR flow sofre menos contração, pois tem adi-cionado à sua formulação um modulador de polimerização, que ajuda os monômeros a formarem uma rede poliméri-ca mais flexível e de formação mais lenta, compensando o efeito de contração volumétrica, que, normalmente, ocorre durante a polimerização dos compósitos, diminuindo, as-sim, esta tensão.A vantagem em utilizar a resina Surefil SDR flow está no fato de que, dispensando a técnica incremental e adotan-do a técnica do incremento único tem-se reduzido o tempo clínico; contudo, ainda assim é obrigatória a cobertura com incrementos de 2 mm de resina composta, que substituirá o esmalte, devolvendo a anatomia e a estética do dente. Por ser uma tecnologia nova, este artigo tem o objetivo de dis-cutir e demonstrar a realização de uma restauração classe I.

41Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 1 Aspecto inicial das restaurações de amálgama na face oclusal e vestibular.

Figura 2Remoção do amálgama com broca carbide 245 (KG Sorensen).

Figura 3Aspecto da cavidade oclusal após remoção do amálgama. Notem a profundidade média da cavidade. Não foi realizado nenhum desgaste adicional ou bisel.

Figura 4Condicionamento ácido inicialmente do ângulo cavo superficial (esmalte) através de ácido fosfórico a 35% por 15 segundos e depois aplicado na dentina por mais 15 segundos, totalizando 30s no esmalte e 15s na dentina.

Caso clínicoPaciente TD, 21 anos, sexo feminino, apresentou-se com res-taurações oclusoproximais de amálgama presentes no den-te 36. Apesar de a restauração estar adequada, sob o ponto de vista da paciente era considerada esteticamente insatis-fatória e ela requisitou a substituição por restauração da cor do dente. Após exame clínico e radiográfico constatou-se que a restauração era de tamanho e profundidade média, estando bem indicada a realização de restaurações diretas com compósitos (figura 1).Após a anestesia da paciente, foi realizada uma profilaxia dos elementos dentais com taça de borracha e pedra-pomes e, em seguida, foram selecionadas as cores para a reprodução do es-malte através da inserção e fotopolimerização de incrementos de resina composta sobre a estrutura intacta do dente.

42 Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 5Lavagem para remoção do ácido com um jato de ar/água por período de 15 segundos e logo depois secagem e aplicação do sistema adesivo de passo único XP Bond (Dentsply).

Figura 6 Aplicação da camada de resina composta referente à dentina com a resina Surefil SDR flow em um único incremento, dispensado a técnica incremental, pois a resina tem características de autonivelamento e baixa contração. Este procedimento tem o benefício de facilitar a técnica operatória, diminuindo o tempo clínico, etapas da técnica e minimizando os erros durante sua confecção.

Realizou-se a colocação do isolamento absoluto, seguido de remoção do amálgama com broca carbide n°245 em alta ro-tação sob refrigeração água/ar constante, sem realizar des-gaste adicional ou bisel (figuras 2 e 3).A cavidade foi restaurada recebendo tratamento com aci-do fosfórico 35% inicialmente no esmalte, região do ângulo cavo superficial por 15 segundos, depois o ácido foi aplicado na dentina permanecendo por mais 15 segundos (figura 4) e, em seguida, o ácido foi removido com spray de água/ar, agin-do abundantemente por 15 segundos (figura 5). Logo após, a secagem das cavidades foi realizada com uma bolinha de algodão posicionada dentro da cavidade para a proteção da dentina, enquanto o esmalte foi levemente seco com um jato de ar. Um sistema adesivo para esmalte e dentina XP-Bond (Dentsply) foi aplicado com o auxílio de um pincel descartá-vel e fotopolimerizado por 20 segundos Radi (SDI).A cavidade foi preenchida com a resina Surefil SDR flow em um único incremento, dispensando a técnica incremental (figura 6). A resina tem características de autonivelamento e baixa contração, fotoativada por 20 segundos, o incremen-to vai até a junção esmalte dentina, deixando um espaço para a adaptação da camada de resina composta que irá substituir o esmalte dentário, dando a anatomia do dente com seus sulcos e cúspides (figura 7). A porção de resina de esmalte é colocada em dois incrementos, um vestibular e outro lingual, devolvendo a anatomia dentária, utilizou a resina A1 EsthetX (Dentsply) e fotoativada por 40 segundos. Após término da restauração oclusal foi realizada da mesma forma a cavidade da face vestibular (figura 8). Ainda foi re-alizado acabamento com discos abrasivos flexíveis, pontas abrasivas siliconizadas e o polimento da restauração foi fei-to com pastas abrasivas diamantadas com diferentes granu-lações aplicadas com feltros e escovas com cerdas finas. Foi realizada a tomada radiográfica final para observar adapta-ção e comparar com a inicial (figuras 9 e 10).

ConclusãoCom a utilização da resina de autonivelamento em cavida-des classe I de dentes posteriores, o cirurgião-dentista fica livre de ter de utilizar a técnica incremental na dentina e passa a usar a técnica de um incremento único de até 4 mm. O tempo clínico gasto na confecção de restaurações foi di-minuído. Foi apresentado um excelente resultado na sensi-bilidade pós-operatória e integridade marginal.

A microinfiltração está diretamente relacionada com a longevidade da restauração

43Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 7 Após polimerização por 20 segundos da resina Surefil SDR flow. Observe o espaço para adaptação da resina composta referente à camada de esmalte.

Figura 9Radiografia inicial

Figura 8 Depois da adaptação da resina de esmalte em dois incrementos (vestibular e após lingual). Observe que foi realizada a restauração da cavidade oclusal e vestibular. A cavidade vestibular seguiu os mesmos procedimentos: 1) camada referente à dentina com Surefil SDR flow em único incremento; 2) adaptação da resina composta referente ao esmalte.

Figura 10Acompanhamento radiográfico após seis meses da restauração. Observe a radiopacidade das resinas compostas utilizadas.

Referências1. Silva, C.H.V.; Correia, M. N.; Busato, A.L.S.; Araujo, A.C.; Novais, R.L.D.F.S.; Lima, R.B.R. Emprego de Resina Flow- Influên-

cia Sobre a Infiltração em Margens Cavitárias em Dentina. Faculdade de Odontologia de Lins. Vol. 14 n°01 Jan./jun. 2002.

2. Amaral, C.M., Castro, A.K.B.B., Pimenta, L.A.F., Ambrosano G.M.B. Influence of resin composit polymerization techniques on microhardness. QUINTESSENCE Int 2002;33:685-9.

3. Kidd, E.A.M.; Microleakage: a review. J.Dent. 1976; 4(5):199-206.

4. Brännström, Infection beneath composite resin restoration: can it be avoied? Oper Dent, v.12, p.158-163, 1997.

5. Retief, D.H. Dentin bonding agents: a deterrent to microleakage? In: Anusavice, K.J. (Ed). Quality evolution of dental res-toration. Chicago: Quintessence.

6. Brännström, Infection beneath composite resin restoration: can it be avoied? Oper Dent, v.12, p.158-163, 1997.

7. Ferrari M, Mannocci F, Vichi A. Simplification of restorativeprocedures: an overview. In: Internacional Symposium “Re-constructions With Carbon Fiber System And The Optimum Adhesive System”. Proceedings. 1998; 41-3.

8. Soares, C.G. Resinas Compostas Fluidas. Guia Dental Gaúcho, v. 5, n. 3, p 12, ago.-out./98.

44 Maio de 2013

Caso Clínico

Reabilitação fixa da arcada inferior através de prótese implantossuportada após exodontia

Ronaldo José da SilvaDoutor em Reabilitação Oral pela FORP/USP. Coordenador do Curso de Residência em Implantologia Oral do Instituto Ronaldo Silva. [email protected]

Fabrício Petersen Quintino da SilvaGraduado pela UNIUBE. Mestrando em Implantodontia - São Leopoldo Mandic - Campinas (SP).

A reabilitação de um edêntulo total era possível com prótese total convencional. O surgimento dos im-plantes osseointegrados possibilitou o uso de pró-

teses fixas implantossuportadas para usuários de próteses totais removíveis. Para melhor compreensão do paciente e elaboração do planejamento protético-cirúrgico, exames de imagem, como radiografias panorâmicas, telerradiografia, tomografias e planejamento reverso são indispensáveis. Para realização deste, moldagens anatômicas devem ser re-alizadas, confecção de planos de cera, montagem em articu-lador semiajustável e prova dos dentes.Pacientes com extensas perdas ósseas deverão ser submetidos a reconstruções ósseas para receberem a prótese fixa implan-tosuportada. Implantes curtos, nestes casos, podem ser utiliza-dos, porém, cuidados adicionais devem ser tomados quanto a sua indicação e utilização, para evitar acidentes.No caso de pacientes que apresentam dentes comprometi-dos, a cirurgia de implante imediato também pode ser re-alizada, desde que alguns procedimentos sejam seguidos, como a administração de antibióticos, a limpeza meticulosa e o debridamento1.O cirurgião-dentista deve estar ciente das condições do trata-mento, evitando situações que levem ao risco, já que alguns problemas podem acontecer, como desaperto do parafuso, fra-tura do parafuso, fratura da prótese, peri-implantites, perda da osseointegração e fratura do implante2.O enceramento diagnóstico através da montagem dos den-tes é um método auxiliar indispensável para orientar o paciente sobre a prótese implantossuportada, fornecer in-formações para o planejamento, analisar a necessidade de procedimentos cirúrgicos, número de implantes, definir a posição do implante, permitir a confecção de guias (tomo-

gráficos, cirúrgico e multifuncional)3 e, ainda, orientar o pa-ciente sobre os aspectos estéticos, tais como suporte labial e tamanho dos dentes.

Caso clínicoPaciente do sexo feminino, 54 anos, estava insatisfeita com prótese parcial removível inferior e relatou que não estava contente com a retenção da superior. Foi realizada radio-grafia panorâmica para utilização durante o procedimento cirúrgico (figura 1). Paciente compareceu para cirurgia. No pré-operatório foram utilizados um comprimido de amoxi-cilina 500mg, um comprimido diclofenaco potássico 50 mg, um comprimido de dexametasona 4 mg e um comprimido de diazepam 10 mg. Foi realizada assepsia com clorexidina extraoral a 4% e intraoral 0,4%.Foram realizados a exodontia dos elementos 31, 32, 33, 41,42 e 43 (figuras 2, 3 e 4), o nivelamento ósseo, a instala-ção de implantes Titamax Ti (Neodent) nas regiões 32, 34,42 e 44 e a utilização de paralelômetros (figura 5 e 6), para veri-ficar o posicionamento dos implantes que tiveram torque de 45N nas áreas 32 e 34 e de 60N nas áreas 42 e 44 (figura 7). Foi realizado enxerto ósseo em todas as regiões com GenOx Orgânico Cortical e instalação dos cicatrizadores (figura 8). Após remoção de sutura, foi realizado a escolha dos mini-pilares H.E de 1mm na região do 42 e 44 e H.E de 2 mm na região do 32 e 34 (figura 9) e moldagem de transferência (figura 10). Em uma próxima consulta foi feito o registro de mordida (figura 11) em cera e a cor dos dentes foi escolhida.Na próxima etapa foi realizada a prova dos dentes (figura 12), seguida de prova da barra (figura 13) e depois prova da barra com os dentes e instalação (figura 14). O resultado final con-sistiu na instalação das próteses superior e inferior (figura 15).

Jessica Pires de CarvalhoGraduada pela FORP/USP. Cursando Residência em Implantodontia no Instituto Ronaldo Silva.

Camilo Ferreira FilhoGraduado pela UNAERP. Cursando Especialização em Implantodontia pela AORP.

45Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 1Radiografia panorâmica inicial.

Figura 2Condição inicial, incisão intrasulcular para exodontias.

Figura 3Aspecto após a remoção dos elementos remanescentes.

Figura 4Extensão da incisão supracrestal para posterior e deslocamento de espessura total. Observação quanto à identificação do forame mentoniano.

Figura 6Posicionamento dos implantes em relação ao guia cirúrgico.

Figura 5Nivelamento ósseo, fresagem dos alvéolos e uso dos paralelômetros para conferir o posicionamento. Observação: inclinação para posterior dos implantes distais para diminuir o cantiléver da futura prótese.

46 Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 11Ajuste dos planos de cera e registro de mordida.

Figura 10Instalação dos tranferentes de moldagem para moldeira aberta. Um clipe é seccionado para obtenção das barrinhas que serão unidas aos transferentes com Duralay.

Figura 12Prova dos dentes.

Figura 7Implantes Titamax Cortical Ti (Neodent) com estabilidade primária de 45N/cm e 60N/cm.

Figura 9Aspecto clínico com os minipilares cônicos instalados.

Figura 8Instalação dos cicatrizadores e preenchimento dos gaps dos alvéolos com biomaterial (Baumer) e sutura.

47Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 13Prova das barras.

Figura 15Resultado obtido.

Figura 14Aspecto clínico das próteses instaladas.

DiscussãoA utilização da carga imediata em Implantodontia é amplamen-te discutida e evidenciada com sucesso na literatura4.Apesar das controvérsias sobre qual o melhor momento para a instalação de implantes. A instalação imediata apresenta van-tagens para a cicatrização dos tecidos, redução da perda óssea e redução do tempo para finalização protética, com a elimina-ção de mais um passo cirúrgico2.A manutenção é feita com escovas de cerdas macias, interden-tais, fio ou fita dental, passadores de fio e aparelhos de irriga-ção bucal. As consultas de manutenção e os intervalo variam individualmente. Deve-se neste momento, verificar o torque do parafuso, oclusão e realizar os controles radiográficos2.

ConclusãoTodo paciente edêntulo total ou com comprometimento dos elementos dentários pode ser candidato a uma prótese tipo protocolo. Às vezes são necessárias reconstruções ósseas, as-sim como utilização de implantes curtos.Os benefícios desse tipo de prótese são muito relevantes quan-do consideramos a força de mordida, estabilidade protética, autoestima, hábitos alimentares, estabilidade, evitando perda óssea, dor e insegurança.

Referências1. Novaes AB Jr, Novaes AB. Implantes imediatos colocados

em locais infectados: um relato clínico. Int J Oral Implantes Maxillofac 1995; 10:609-613.

2. (Adell, et al., 1990; Adell, et al., 1981; Albrektsson,et al. 1988; Goodacre, et al., 1999;Jemt, 1991; Jemt, et al., 1991; Jemt, 1992; Jemt & Lekholm, 1993; Jemt, & Petterson, 1993; Lekholm, 1994; Naert, 1992; Parein, 1997; Rodrigues, 1997; Scheller, 1998;Van Steenberghe, 1989; Zarb & Schimitt, 1990a; Zarb & Schimitt, 1990b; Zarb & Schimitt, 1990c; Zarb & Schimitt, 1993.

3. Silva RJ, Petersen FQ. Casebook- Reabilitação Osseointegrada Dicas e Considerações Clínicas- Editora: Napoleão 1ª Edição, 2012.

4. Barone A, Covani U, Cornelini R, Gherlone E. Radiographic bone density around immediately loaded oral implants. Clin Oral Impl Res. 2003; 14(5): 610-5.

Pacientes com extensas perdas ósseas deverão ser submetidos a reconstru ções ósseas

48 Maio de 2013

Caso Clínico

Implante imediato com a utilização do BENEX para exodontia minimamente traumática

A cada dia que passa, a nova Odontologia vem se apri-morando, trazendo bons resultados para a população. Recentemente, foram desenvolvidos novos dispositivos

direcionados a exodontia de remanescentes radiculares. Apesar de não haver dados científicos que comprovem suas vantagens sobre qualquer outro método, alguns relatos clínicos mostram a efetividade clínica. Entre as vantagens, podemos destacar a ma-nutenção da integridade do tecido ósseo e gengival, favorecendo a implantação imediata e a redução do edema pós-traumático.

Devemos considerar alguns passos:» Preparo do conduto radicular.» Seleção apropriada do diâmetro e altura do retentor intra-radicular.» Instalação do retentor.» Utilização da moldeira individual (quando necessário).» Apoio e estabilização do aparelho, para que ele possa trabalhar de forma correta, permitindo o rompimento das fibras do ligamento periodontal sem nenhuma transmissão de forças nas paredes dos alvéolos.

Caso clínicoApós analise tomográfica, foi possível verificar que a pacien-te apresentava uma boa quantidade óssea na região do dente 12 e que o mesmo encontrava-se fraturado em nível cervical. A partir desses dados, foi proposta a utilização do dispositivo para exodontias atraumáticas e colocação de um implante com provisório temporário para iniciar o procedimento cirúrgico.Primeiro foi infiltrado anestésico, cuidadosamente, nos tecidos moles ao redor do dente para romper as fibras do ligamento perio-dontal com auxílio de uma lâmina de bisturi 15c e um periótomo.O conduto radicular foi, então, preparado com auxílio de bro-cas escalonadas, aprofundando ao máximo, o que permitiu es-tabilizar o retentor intracanal. Com ajuda de um cabo de aço engatado ao dispositivo, esse dente foi tracionado lentamente até ser extraído completamente.Foi verificada a integridade das paredes do alvéolo e, então, rea lizado o preparo para instalação de um implante. O GAP en-tre o implante e a parede vestibular do alvéolo foi preenchido com hidroxiapatita bovina de lenta reabsorção e, por fim, foi confeccionado um provisório temporário.

Milton Raposo Jr.Especialista em Implantodontia pelo NEO. Especialista em Estética Dental e Reabilitação Oral. Mestrando em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial na São Leopoldo Mandic. [email protected]

Mauricio Gargiulo SantiagoPós-graduado em implantes e prótese sobre implantes.Especialista em implantes orais. Mestrando em periodontia – Ung. Professor dos cursos de especialização de implantes Neo – São Paulo e Indeo – São Carlos. [email protected]

Figura 1Tomografia computadorizada com medidas de altura e espessura.

Figura 2Aspecto inicial do dente 12.

49Maio de 2013

Caso Clínico

Figura 3Aparelho para extração de dentes atraumático.

Figura 5Preparo do conduto radicular com brocas escalonadas.

Figura 4Remoção da coroa do dente 12.

Figura 6Retentor intracanal sendo instalado.

Figura 8Raiz sendo removida.

Figura 7Com auxílio do cabo de aço preso ao dispositivo, a raiz vai sendo lentamente removida.

Discussão A colocação de implantes utilizando a carga imediata tem se tornado uma realidade clínica. O resultado foi bastante satis-fatório, tanto no aspecto clínico quanto no aspecto funcional, tendo em vista que a paciente se encontrava em um estado emocional abalado por se tratar de um dente anterior com uma fratura cujo mesmo seria primordial com relação à estética. As exodontias foram planejadas e executadas focando a manu-tenção da integridade óssea e dos tecidos moles; independente da técnica escolhida, é fundamental a utilização de instrumen-tos delicados e movimentos suaves. A utilização de recursos mais sofisticados facilita a execução dos procedimentos e contribui para a prevenção tecidual.Alguns fatores devem sempre ser lembrados para o sucesso do resultado final, tais como uma boa anamnese, exames clíni-cos e radiográficos, figuras e um bom planejamento.As inovações na Odontologia das técnicas e de materiais também são constantes e formam um conjunto no qual os profissionais de-vem sempre estar atentos para realizar trabalhos com excelência, visando sempre o melhor resultado para seus pacientes.

ConclusãoA correta seleção do caso e o treinamento técnico profissional, fez com que o resultado final chegasse em um nível satisfatório, trazendo conforto, sem dor ou inchaço. Além de estética e função, que são possíveis nos procedimentos com carga imediata.

50 Maio de 2013

Caso Clínico

Referências1. Andreassen JO, Andreassen FM. Fundamentos de traumatismo dental. 2.ed. São

Paulo: Artmed; 2001.2. Araujo MG, Lindhe J. Dimensional ridgealterationsfollowingtoothextraction. An ex-

perimental study in the dog. J ClinPeriodontol. 2005 Feb;32(2):212-18.3. Joly JC, Caralho PFM, Silva RC. Reconstrução tecidual estética procedimentos plás-

ticos e regenerativos periodontais e peri-implantares. Artes médicas 2010.4. Salama H, Salama M. The role oforthodonticextrusiveremodeling in theenhance-

mentof soft and hard tissue profiles prior toimplantplacement: a systematic approa-ch tothe management ofextraction site defects. Int J Periodontics Restorative Dent. 1993 Aug;13(4): 312-33.

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

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NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

Figura 9Raiz totalmente removida.

Figura 11Instalação do implante.

Figura 13Preenchimento do gap com hidroxiapatita bovina de lenta reabsorção.

Figura 10Alveolo totalmente preservado.

Figura 12Gap formado logo após a instalação do implante.

Figura 14Instalação do provisório temporário logo após o preenchimento.

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