odonto magazine 18 - julho 2012

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www.odontomagazine.com.br O uso indiscriminado de medicamentos na Odontologia Ponto de Vista Ano 2 - N° 18 - Julho de 2012 772179 879602 9 18 ISSN 2179-8796 Entrevista Atendimento diferenciado aos nefropatas Caso Clínico Previsibilidade na transformação do sorriso

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Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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www.odontomagazine.com.br

O uso indiscriminado de medicamentos na Odontologia

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4 julho de 2012

A quantas anda a nossa Odontologia?

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

Gerência GeralMarcela Petty

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7502

MarketingIronete Soares

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7500

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7761

Designer GráficaDébora Becker

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

Web DesignerRobson Moulin

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

SistemasWander Martins

e. [email protected]. +55 (11) 4197.7762

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Pacca

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7769

Conselho CientíficoAlice Granthon de Souza, Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Mar-ques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Rodolfo Candia Alba Jr., Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Ca-milo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre .

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal infor-mações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importan-tes feiras comerciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de odontologia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais insti-tuições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 2 • N° 18• Julho de 2012

Editorial

Somos, por natureza, um povo otimista e ufanista. Temos as praias mais bonitas, as mulheres mais belas, o melhor futebol do mundo, o maior piloto de F1 de todos os tempos. E, por aí vai...

Em relação a nossa pro�ssão, este sentimento é compartilhado. Orgulhamo-nos de aten-der muitos pacientes estrangeiros em nossos consultórios, tendo a referência de melhor tratamento, adestramento, qualidade e um fator estético inigualável.Nestes últimos anos, a Odontologia passou por uma importante transformação, de um incremento de escolas e pro�ssionais nos anos 1980 e 1990 para hoje uma realidade bem mais modesta. Temos escolas com poucos alunos e algumas não estão abrindo novas turmas.Com menos alunos, a maioria das escolas diminui a quantidade de horas curriculares, tendo como consequência um menor número de professores. Com a diminuição da carga horária, as disciplinas são condensadas, com menor conteúdo programático ministrado. Como sabemos, a “nossa” Odontologia sempre se pautou por uma formação básica bas-tante completa, com as áreas básicas tendo um peso importante na formação pro�ssio-nal, fator atualmente não muito observado.Hoje, com a rapidez que as informações acontecem, o pro�ssional �ca tentado a fazer seu dia a dia mais rápido e se entrega, muitas vezes, às técnicas não tão ortodóxicas. É muito frequente em cursos, palestras e hands on, o cirurgião-dentista se preocupar com o material, instrumental que foi utilizado, sendo um prato cheio para as empresas. Estamos nos preocupando muito com o “know how” e nos esquecendo, principalmente, do “know why”! Como sempre falamos, veja em um congresso as palestras de técnicas de qualquer especialidade, quantos participantes estão presentes e quantos estão em uma sala com palestras sobre assuntos básicos. Geralmente, estes cursos são ofereci-dos, mas não acontecem por um número muito pequeno de interessados.Com certeza, sempre teremos pro�ssionais que se destacarão, não só no Brasil, como internacionalmente, porém, o diferencial de nossa pro�ssão foi a qualidade não só das “estrelas”, mas sim da atuação e da qualidade de serviços dos dentistas em seu dia a dia. A�nal, sabemos que as batalhas são ganhas pela ação dos soldados de frente, e não só pela ação de seus comandantes.Daí poderemos novamente falar do “Estado da Arte de nossa Odontologia”.Um grande abraço e bom segundo semestre!

Augusto Roque NetoMembro do Conselho Científico

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5março de 2012

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Reportagem Odontologia Veterinária: competência do médico ou do dentista?

EntrevistaAtendimento diferenciado aos nefropatasNathalie P. M. de Rezende 

Espaço equipeEquipe interdisciplinar: qualidade no tratamento das DTMs e da dor orofacialMarina Montenegro Rojas

RelacionamentoOperação Sorriso

Ponto de vistaO uso racional de medicamentos Alice Granthon de Souza

ColunistasGestãoPlínio Augusto Rehse TomazOdontologia do EsporteHsu Shao Feng, Luiz Carlos Magno Filho e Paulo Sergio Kozara

Casos ClínicosPasso a passo do protocolo clínico de retentores reforçados com �bra de vidroPaulo Vinícius Soares, Fabrícia Araújo Pereira, Lorraine Vilela de Souza, Giovana Milito, Bruno Rodrigues Reis, João Vitor Soares e Michelle Pereira Costa Mundim

Reconstrução óssea de maxila atró�ca utilizando a técnica de enxerto ósseo homólogo particulado modi�cadaGino Kopp

Previsibilidade na transformação do sorrisoWeider Silva, Lêndiel Olímpio de Sousa, Gil Montenegro e Tarcisio Pinto

Normas para publicação

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Editorial

Programe-se

Notícias

Odontologia Segura

Produtos e Serviços

SumárioJulho de 2012 • Edição: 18

6 julho de 2012

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não re�etem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.

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7julho de 2011

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8 julho de 2012

Programe-se

Julho19° Congresso Odontológico Riograndense

11 a 15 de julho de 2012O evento é um dos maiores encontros cientí�cos e educacionais da Odontolo-gia na América Latina. Seu público tem uma média de 7.000 pro�ssionais do segmento odontológico, especialistas ou não, com interesse em trocar experiências, discutir o mercado de trabalho, tendências e se atualizar com as novas técnicas e produtos odontológicos.

Porto Alegre - RSwww.abors.org.br

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Agosto4° Congresso Internacional da So-ciedade Brasileira de Endodontia - SBENDO

02 a 04 de agostoAs inscrições já estão abertas e a pro-gramação da grade cientí�ca já pode ser consultada. No dia 01 de agosto de 2012 irá acontecer uma reunião para discus-são sobre Graduação e Pós-graduação do Brasil, com a presença de grandes au-toridades do ensino. 

***

Salvador – BAwww.sbendobahia.com.br

12º Congresso de Odontologia do Rio Grande do Norte

23 a 26 de agosto de 2012Com o tema “Impacto da Tecnologia na Prática Odontológica” rompem-se as fronteiras entre campos científicos, buscando necessidades de reorientação da atenção à saúde através da am-pliação da promoção e prevenção, articulando-as com as ações curativas e reabilitadoras.

Natal – RNwww.aborn.org.br

***

FDI Annual World Dental Congress

29 de agosto a 01 de setembro de 2012A programação aborda os principais temas e preocupações dos cirurgiões-dentistas. Al-guns dos mais renomados pro�ssionais de saúde bucal do mundo estarão reunidos du-rante o congresso.

Hong Kong – Chinawww.fdicongress.org

Programe-se

Setembro VII Congresso Alagoano de Odontologia

06 a 08 de setembro de 2012O evento visa diversi�car a Odontologia através do marketing.

Maceió - ALwww.aboal.org.br

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IV Congresso Internacional de Odontologia de Fortaleza - Ceará

12 a 15 de setembro de 2012 A comissão cientí�ca está se esmerando na montagem da grade com temas inovadores e palestrantes de renome. Serão cursos na-cionais e internacionais das diversas espe-cialidades focados no tema central. Os even-tos contarão também com fóruns, módulos, workshops, conferências, temas livres e a novidade dos e-pôsteres, todos abertos aos congressistas.

Fortaleza – CEwww.abo-ce.org.br

***

Congresso Internacional de Implantologia

13 a 15 de setembro de 2012O terceiro evento é organizado pela Faculda-de de Odontologia, Faculdade de Odontolo-gia de Bauru e Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, todas da USP.

Bauru – SPwww.fob.usp.br

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1º Congresso Brasileiro de Halitose

14 e 15 de setembro de 2012Pela primeira vez os grandes de nomes da Halitose reunidos em um só Congresso. O evento é promovido pela ABHA.

Fortaleza – CEwww.abha.org.br

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3º Congresso Internacional de Odon-tologia do Mato Grosso do Sul

18 a 21 de setembro de 2012A 3° edição do Congresso Internacional de Odontologia de Mato Grosso do Sul promo-vido pela ABO – Associação Brasileira de Odontologia -, integra, desde a primeira edi-ção, o calendário o�cial dos mais importan-tes eventos Odontológicos do País.

Campo Grande - MSwww.aboms.org.br

18º Congresso Brasileiro de Ortodontia

27 a 29 de setembro de 2012Desde 1970, com 17 edições já realizadas, o Congresso Brasileiro de Ortodontia da SPO congregou mais de 27 mil participantes, so-mados cerca de 600 empresas expositoras e milhares de visitantes ao longo desses mais de 40 anos de existência.

São Paulo - SPwww.ortociencia.com.br/orto2012/

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Outubro16º Congresso Internacional de Odontologia da Bahia

27 a 30 de outubro de 2012Renomados professores nacionais e estran-geiros farão parte do conclave, sem descui-dar da parte referente à indústria e comér-cio especializados, mostrando a tecnologia de ponta para uso clínico e cirúrgico.

Salvador - BAwww.cioba2012.com.br

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NovembroII Congresso Internacional de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal

03 e 04 de novembro de 2012O evento é totalmente dedicado à equipe auxiliar.

São Paulo – SPwww.ciatesb.com.br

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5º Congresso Internacional de Odontologia de Santa Catarina

22 a 26 de novembro de 2012 O evento reunirá renomados pro�ssionais da Odontologia que apresentarão as técnicas mais recentes.

Florianópolis - SCwww.abosc.com.br

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10 julho de 2012

O Odontomóvel Camaçari, consultório odontológico móvel mon-tado sobre uma van Ford Transit, completou um ano de funciona-mento na cidade baiana. O projeto, uma parceria da Ford com a Prefeitura Municipal de Camaçari, atendeu aproximadamente 400 crianças em escolas públicas das áreas urbanas, rurais e da orla da cidade, onde a marca mantém seu complexo industrial e centro de desenvolvimento do produto no Nordeste. Nesse período, o Ford Odontomóvel Camaçari realizou mais de 700 restaurações, contribuindo para preservar a saúde e a autoes-tima das crianças. “Muitas crianças têm vergonha de sorrir porque perderam os dentes devido a cáries. Esse é um trabalho surpreen-dente porque o resultado é imediato”, diz Francisco Júnior, dentis-ta responsável pelo programa. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010, a cárie den-tária continua sendo o principal problema de saúde bucal dos brasileiros. A situação melhorou entre 2003 e 2010. Na idade de 12 anos, utilizada mundialmente para avaliar a situação em crianças, a doença atingia 69% da população em 2003 e dimi-nuiu para 56% em 2010. Em Camaçari, ações inovadoras estão sendo desenvolvidas para enfrentar esse problema, o que levou a cidade a �gurar como o único município baiano premiado pelo Conselho Fede-ral de Odontologia. A cidade recebeu o Prêmio Brasil Sorridente 2011, em virtude do CEO – Centro de Especialidades Odontológicas, do consultório Odontomóvel da Ford e da expansão dos serviços odontológicos nas Unidades de Saúde da Família. A cidade �cou em 11º lugar entre os municípios brasileiros com população entre 50.001 e 300 mil habitantes que tiveram melhor desempenho na área de saúde bucal em 2011.

Saúde e educação O Odontomóvel Camaçari é um consultório odontológico moder-no, montado sobre uma van Ford Transit modelo furgão e com equipe formada por um dentista, uma auxiliar e um motorista. Ele percorre as escolas da rede municipal e, além de consultas, pro-move ações preventivas e educativas de saúde bucal para crianças de quatro a oito anos de idade.

A unidade está preparada para realizar procedimentos, como pro-�laxia, curetagem, raspagem, aplicação de �úor, restaurações, evidenciação de placa bacteriana e palestras educativas. Os estu-dantes atendidos também recebem um kit de higiene com escova, pasta e �o dental. “É uma experiência nova. Eu nunca tinha trabalhado com crianças nessas condições e tenho muita satisfação de fazer parte desse processo de mudança. Aqui a gente não restaura só dentes, mas a autoestima das crianças também”, diz Francisco Júnior. O Odonto-móvel Camaçari atua exclusivamente no município. A iniciativa nasceu do projeto Sorrindo com a Ford, patrocinado pela Ford Caminhões, que criou o primeiro Odontomóvel no ano 2000 para atendimento gratuito de caminhoneiros e pessoas da comunidade nas estradas do Brasil. Nesses 12 anos, o consultório odontológico montado sobre um ca-minhão Ford Cargo 815 já atendeu mais de 40.000 caminhoneiros e 11.000 pessoas da comunidade em 270 municípios brasileiros. Ele percorreu cerca de 420.000 km e também realizou ações educati-vas e palestras para mais de 82.000 crianças e distribuiu mais de 135.000 kits de higiene bucal em todo o Brasil.

O Odontomóvel Camaçari, consultório odontológico móvel mon

Odontomóvel Camaçari completa um ano

Notícias

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12 julho de 2012

Notícias

SIN investe em equipamento inédito no mundo

Mais recursos para a saúde bucal

Há nove anos no mercado, a empresa acaba de investir na compra de um equipamento inédito, o Torno Shütte NC7-32. Fabricado na Alemanha, o super Torno é capaz de produzir o equivalente ao que cinco equipamentos comuns produzem. “O Torno produz um im-plante a cada 40 segundos, o que corresponderá a um aumento de 10% na nossa produção”, explica Roger Miyake, diretor comercial e de marketing da SIN.O equipamento, que pesa 12 toneladas, possui 3 metros de altura e 1,70 de largura, e é o único no mundo destinado à implantodon-tia. “Escolhemos esse equipamento após a demanda de vendas aumentar consideravelmente. Com este investimento poderemos atender esta demanda crescente”, completa Miyake.A SIN integrou-se ao fundo Southern Cross Group em 2010 e com isso ampliou a capacidade de investimentos. Agora a empresa pas-sa por um processo de reestruturação comercial, visando manter o ritmo de crescimento em relação a 2011, com 30% para este ano.www.sinimplante.com.br

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou a portaria que re-ajusta o repasse de recursos para implantação e custeio de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Com o reajuste, os recursos para custeio terão impacto �nanceiro de R$ 35 milhões ao ano. Atu-almente, o Ministério da Saúde repassa R$ 92 milhões ao ano para o custeio dos CEOs. Com a assinatura da portaria, estes recursos serão de R$ 132 milhões ao ano.Para a implantação dos CEOs, o reajuste é de 50%. O objetivo é �nan-ciar a adequação das unidades e a compra de equipamentos. De acor-do com a tabela da Coordenação Geral de Saúde Bucal, do Ministério da Saúde, para os CEOs com até três cadeiras odontológicas (tipo I), o recurso aumentará de R$ 40 mil para R$ 60 mil. Já os centros com quatro e seis cadeiras (tipo II) passarão a receber R$ 75 mil, sendo que hoje o valor é de R$ 50 mil. Para os CEOs com mais de sete cadeiras (tipo III), o incentivo, que é de R$ 80 mil, chegará a R$ 120 mil.Além do incentivo para a implantação das unidades, o Ministério da Saúde de�niu um aumento de 25% para o custeio dos CEOs. Com a nova regra, o recurso repassado mensalmente para unidades do tipo I passará de R$ 6,6 mil para R$ 8,2 mil, enquanto que o incentivo para o CEO tipo II aumentará de R$ 8,8 mil para R$ 11 mil. O �nan-ciamento das unidades do tipo III será elevado dos atuais R$ 15,4 mil para R$ 19,2 mil. Estes recursos são repassados mensalmente para

manutenção e compra de materiais necessários ao funcionamento de cada centro.O ministro assinou a portaria durante sua participação na cerimônia de abertura do 28º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e do 9º Congresso Brasileiro de Saúde, Cul-tura de Paz e Não Violência, em Maceió (AL). A medida entrará em vigor quando o texto for publicado no Diário O�cial da União. “O aumento dos recursos para o custeio dos CEOs garante aos brasi-leiros o direito a uma dentição adequada e acesso aos tratamentos bucais”, a�rmou Padilha ao assinar a portaria.

IntegraçãoSegundo a Coordenação Geral de Saúde Bucal, os CEOs poderão fa-zer parte da Rede de Cuidados da Pessoa com De�ciência, que está sendo criada dentro do Plano Viver Sem Limite, do Governo Federal. As unidades, que formarem parte da rede, receberão 25% a mais de incentivos de custeio para atuarem como referência no atendimento odontológico aos portadores de de�ciência e pacientes com neces-sidades especiais. Cerca de 420 centros podem ser incorporados nesta rede até o �nal de 2013, de acordo com previsão da Coordena-ção de Saúde Bucal. Atualmente, existem 890 CEOs no país.Fonte: Agência Saúde

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14 julho de 2012

Odontologia Segura

Gripe A: um assunto atual

Até o mês passado, mais de 16 milhões de brasileiros fo-ram vacinados, o equivalente a 65,5% da meta da cam-panha, que pretende atingir 24,2 milhões de pessoas

com mais de 60 anos, trabalhadores da saúde, crianças que tenham entre seis meses de vida e dois anos, além de gestan-tes e indígenas.Dos que já receberam a vacina, os idosos são maioria (10,7 mi-lhões). A dose trivalente imuniza contra gripes sazonais e a in-�uenza A (H1N1), popularmente conhecida como “gripe suína”.A mesma vacina também pode ser encontrada em laboratórios particulares, onde podem recorrer as pessoas fora do grupo priorizado pela campanha. Nestes locais, a vacina pode ter gran-de variação de preço, de R$ 50 a R$ 120,00.

Contra quais gripes a vacina protege?Para 2012, a vacina in�uenza é trivalente. Isto é, composta por três vírus inativados: vírus similar ao vírus in�uenza A (H1N1), vírus similar ao vírus in�uenza A (H3N2) e vírus similar ao vírus in�uenza B/Brisbane. Ela protege contra as formas mais comuns da gripe nesta temporada e contra o vírus da gripe A (conhecida popularmente como “gripe suína”).

O que é in�uenza?A “in�uenza” é o nome cientí�co do vírus da gripe. É uma infec-ção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de alta trans-missão, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais, comuns no outono e inverno.

Gripe e resfriado é a mesma coisa?Não. A gripe é uma doença grave, contagiosa, causada pelos ví-rus In�uenza (tipos A, B e C). O resfriado é menos agressivo e de menor duração, causado pelo Rhinovírus (com seus vários tipos), sendo que a transmissão entre as pessoas se dá por meio das vias respiratórias.Os sintomas da gripe muitas vezes são semelhantes aos do res-friado, que se caracterizam pelo comprometimento das vias aé-reas superiores, congestão nasal, coriza, tosse, rouquidão, febre variável, mal-estar, dor no corpo e na cabeça. Mas, enquanto a gripe deixa a pessoa de cama, geralmente o resfriado não passa de tosse e coriza. A vacina não protege contra resfriados.

Quais são os meios de transmissão dos vírus da gripe e do resfriado?A transmissão ocorre quando as secreções das vias respirató-

Lusiane BorgesCirurgiã-Dentista pela UMESP. Formada em Biomedicina pela UNISA/UNIFESP. Especialização em Microbiologia pela Faculdade Oswaldo Cruz, São Paulo. Especialista Doutoranda em Controle de Infecção em Saúde pela UNIFESP. Coordenadora de Cursos para ASB/TSB (APCD, ABO e ALAPOS). Autora-Coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”, Editora Santos, 2012. Diretora-Presidente da Biológica Consultoria em Saúde. Diretora Cientí�ca da ALAPOS. Membro da OSAP (Organization for Safety and Asepsis Procedures). Consultora Cientí�ca da Oral-B, Sercon/Steris e Fórmula e Ação. Membro do Conselho Cientí�co da Odonto Magazine. [email protected]

rias de uma pessoa contaminada são transmitidas para outra por meio da fala, da tosse, do espirro ou pelo toque, levando o agen-te infeccioso direto à boca, olhos e nariz do receptor.

A vacina tem alguma contraindicação?A vacina não é recomendada para quem tem alergia à pro-teína do ovo, isto é, entre aqueles que já apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo. Esse tipo de alergia é bastante rara. A vacina também é con-traindicada para quem já teve reações adversas à doses ante-riores a um dos componentes da vacina. Nestas situações, re-comenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não tomar a vacina.

Posso �car gripado (a) depois de me vacinar?Não, isso é um mito. A vacina contra a influenza contém ví-rus mortos ou apenas pedaços dele que não conseguem cau-sar gripe.Na época em que a vacina é aplicada, circulam diversos vírus respiratórios diferentes, que podem não ser o da gripe em ques-tão, e as pessoas podem acabar infectadas por não estarem ain-da imunizadas.A pessoa pode também pegar um resfriado, já que a vacina não protege contra resfriados.

Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a três semanas após a vacinação e apresenta, geral-mente, duração de seis a 12 meses.

Fora do período da campanha é possível me vacinar?Sim, mas a vacinação não poderá ser feita pelo SUS. Após a campanha só serão vacinadas a população prisional e pessoas que apresentem condições clínicas especí�cas.

Pessoas com doenças crônicas podem se vacinar?Sim, mas com apresentação de receita médica. Em alguns casos, como os de pacientes com doenças neurológicas, é aconselhá-vel a busca de avaliação médica antes de efetuar a vacinação.

Quanto tempo após a vacinação eu posso doar sangue?O doador de sangue �ca inapto para fazer a doação pelo período de um mês, a partir da data que foi vacinado contra a In�uenza. Depois do prazo, pode fazê-la.

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16 julho de 2012

Produtos e Serviços

Sorriso apresenta a nova linha Sorriso Xtreme White, que chega para atender aos anseios dos consumidores mais jovens da marca. O lançamento é composto por duas variantes de gel dental em sabores refrescantes – hortelã e menta fresca – que contém uma fórmula exclusiva que atua desde a primeira escovação. O uso regular do gel dental remove as manchas e previne o amarelamento, além de devolver o brilho e o branco natural aos dentes.A nova linha também disponibiliza a escova de dentes, que possui cerdas de borracha de diferentes tamanhos, alcançando os cantos mais difíceis da boca e ajudando a remover as manchas dos dentes, maximizando o efeito do gel dental. Dados divulgados pela Nielsen revelam que para os brasileiros, a segunda maior preocupação com a estética é ter dentes mais brancos. Segundo o diretor de Marketing de Sorriso, Bruno Siqueira, “a marca identi�cou uma nova oportunidade de mercado e investe em produtos voltados para o segmento cosmético, com foco em uma comunicação diferenciada para consumidores mais jovens, que estão cada vez mais preocupados com a aparência”.O lançamento da linha aposta ainda em embalagens inovadoras e metalizadas, com um novo formato de bisnaga que permite que o gel dental seja colocado na vertical.www.colgate.com.br

Dentes mais brancos

Barra Articulada Dento ex Visando uma solução prática e rápida para confecção de uma barra para protocolo, onde o pro�ssional possa obter uma solução con�ável e diminuir o tempo de entrega da prótese, a Dento�ex apresenta a mais nova opção para confecção de barra para protocolo: a Barra Articulada Dento�ex.Fabricada em titânio ASTM F136 comercialmente puro, a barra articulada é totalmente ajustável nos seus três eixos de movimento (horizontal, vertical e lateral), de acordo com a distância entre os implantes instalados.A barra possui extensores com êmbolos na sua parte interna, e estes se movimentam no sentido horizontal, permitindo assim que esta barra obtenha um tamanho maior ou menor em extensão, conforme, uma vez mais, a distância apresentada entre os implantes instalados. Os êmbolos podem ser facilmente curvados para obter um melhor direcionamento sobre a curvatura do arco da mandíbula e/ou maxila.O fato de a barra articulada ser montada sobre miruscones (minipilar) permite uma adaptação passiva na inserção da prótese do tipo protocolo.www.dento�ex.com.br

A MM Optics lançou no mercado o Evince, aparelho com tecnologia 100% nacional capaz de diagnosticar em tempo real contaminações e lesões, como o câncer e outras doenças do aparelho bucal.Atualmente, o câncer bucal é o quinto tipo com maior incidência na população brasileira, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em 2010, a entidade registrou 14 mil novos casos da doença no País, dos quais 71% foram detectados em homens. Até a chegada do Evince ao mercado, o diagnóstico deste tipo de câncer era feito através de biopsia, método invasivo e que muitas vezes provoca dores aos pacientes.“Conseguimos desenvolver um equipamento que detecta o câncer bucal e outras patologias odontológicas de

maneira não invasiva e bastante seletiva. O Evince utiliza-se de luz LED ultravioleta para reconhecer lesões por �uorescência óptica. Isso ocorre em tempo real, então, a avaliação e o diagnóstico tornam-

se extremamente rápidos e precisos”, comenta o diretor industrial da MM Optics, Fernando Mendonça Ribeiro.Conforme explica Ribeiro, a principal inovação do equipamento está na detecção de doenças bucais impossíveis de serem vistas a olho nu. “Atualmente a maior parte do diagnóstico dessas

patologias, com exceção do câncer, é feito a olho nu, o que abre espaço para possíveis equívocos”, completa o diretor industrial da MM Optics.

Além do câncer bucal, o número de doenças e infecções odontológicas detectadas pelo Evince é extenso. Cáries incipientes, placa bacteriana, herpes labial, mucosite, aftas, existência de microtrincas nos dentes, retração gengival e desmineralização do esmalte dental estão entre as patologias detectadas com precisão pelo equipamento da MM Optics.www.mmo.com.br

Diagnóstico do câncer bucal

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Produtos e Serviços

No Brasil é comum o serviço odontológico ser separado do serviço médico. Os locais de atendimento são diferentes e até mesmo os convênios são diferenciados. Mas, esse quadro está mudando. Em abril deste ano foi aprovado, por unanimidade no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 2776/08, que torna obrigatória a presença de cirurgiões-dentistas nas UTIs. Mas para que essa ação seja e�caz, o pro�ssional da Odontologia precisa conhecer a rotina do hospital.Atenta a este cenário, a editora Santos, integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, lança o primeiro livro atualizado que capacita os pro�ssionais odontológicos no ambiente hospitalar. A última obra sobre este assunto foi lançada, no Brasil, há aproximadamente 30 anos.Medicina Bucal: A Prática na Odontologia Hospitalar foi escrito pelo mestre e doutor em Patologia Bucal, Paulo Sérgio da Silva Santos, e pelo cirurgião-dentista, Luiz Alberto Valente Soares Junior. A obra aborda questões centrais sobre medicina bucal e de que forma melhorar o atendimento em ambientes hospitalares.O autor Paulo Sérgio ressalta que o principal objetivo do livro é aproximar o cirurgião-dentista da realidade no ambiente hospitalar. “Esta obra é uma importante fonte de estudo para capacitar residentes e pro�ssionais do segmento e, consequentemente, dar um passo importante na melhoria desse atendimento”, a�rma o especialista.

Estudos mostram que a pneumonia hospitalar, que se instala após 48 horas da internação do paciente, é responsável por 10% a 15% de todas as infecções adquiridas em hospitais, e de 20% a 50% dos óbitos dos pacientes. Ainda de acordo com a pesquisa, essa infecção é decorrente de higiene bucal de�ciente em pacientes hospitalizados, especialmente os internados em UTIs.“É importante que a responsabilidade pela prestação de cuidados de saúde bucal seja compartilhada com todos os pro�ssionais de saúde – médicos e cirurgiões-dentistas – em um processo cuidadosamente organizado. Os cuidados com a saúde bucal podem melhorar a saúde geral e a qualidade de vida de pacientes internados”, a�rma Paulo Sérgio.www.grupogen.com.br

Medicina bucal

Esterilização em foco

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012 11:15:46

A Tiny Mini-incubadora Tempel foi desenvolvida para a importante função da observação dos ciclos de esterilização em autoclaves a vapor, com a utilização de indicadores biológicos.A mini-incubadora conta com características de funcionamento e previne quanto aos cuidados que devem ser realizados para que obtenham resultados satisfatórios no processo de incubação, bem como obter o aumento da vida útil do seu equipamento.Diferenciais apresentados pelo equipamento

» Capacidade: cinco indicadores biológicos simultâneos para monitorar ciclos de esterilização a vapor.» Alta precisão de temperatura.» Abertura para aplicação de termômetro (conferência de temperatura de incubação).» Ciclo: 48 horas.» Temperatura de incubação: 57ºC.» Garantia de 12 meses.

O equipamento conta com abertura central para inserção de termômetro para monitoramento da temperatura e led indicador de temperatura de incubação, que alterna entre períodos de ligado e desligado, indicando ao usuário que a Tiny Mini Incubadora atingiu 57ºC. Este processo visa o controle da infecção feita com os indicadores biológicos para esterilização a vapor. Caso o indicador controle não dê positivo, é possível que possa existir algum problema com o lote de fabricação dos indicadores, com o seu armazenamento, com sua autoclave ou ainda com a incubadora.www.tempel.ind.br

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Reportagem

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Reportagem

Odontologia Veterinária: competência do médico ou do dentista?A Odontologia Veterinária é área de competência do médico veterinário ou do dentista?

Com um pouco de informação essa polêmica pode acabar.

Por: Célia Gennari

Segundo Dr. Marco Antonio Gioso, professor da Faculda-de de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ-USP, é natural que ocorra certa discussão, pois a área de Odon-

tologia ainda é nova. Os veterinários, que praticamente ne-gligenciaram os procedimentos odontológicos até a década de 1990, começaram a contar com a ajuda de dentistas para a resolução de casos clínicos ou experimentação. Os den-tistas, como pro�ssionais solidários, auxiliaram de maneira ética nesse desenvolvimento. Mas, hoje, os veterinários es-tão capacitados a atuarem na área. Pois, para ele, entre as especialidades em expansão apontadas como as áreas mais promissoras na Medicina Veterinária, estão os segmentos de Fisioterapia, Oncologia, Docência, Marketing e Odontologia.O professor citou a Faculdade de Medicina Veterinária da Uni-versidade da Pensilvânia (EUA), como exemplo, onde existe, há muitos anos, residência em Odontologia para médicos ve-terinários, na qual ele teve a oportunidade de exercer a ativi-dade por quase dois anos. Ele lembrou que outros hospitais, incluindo particulares, possuem esse tipo de programa para veterinários. Para se ter uma ideia, em 2013, acontecerá a 22ª edição do Congresso Europeu de Odontologia Veterinária (22 nd Euro-pean Congress of Veterinary Dentistry) em Praga, na Repúbli-ca Checa. Trata-se de um encontro educativo e cientí�co de médicos veterinários e outros pro�ssionais que têm interesse em Odontologia animal, Medicina oral e cirurgia oral. O even-to vai combinar com o 12 º Congresso Mundial de Veterinária Dental (12 th World Veterinary Dental Congress).Dr. Gioso percebe que há grande procura pelos veterinários e estudantes de todo o Brasil, por cursos de Extensão Univer-sitária em Odontologia, incluindo dentistas da área humana. “Mensalmente recebo a visita de dentistas interessados em lidar com animais”, comentou. Entre as razões principais, a de cunho cientí�co, vem de pro�ssionais que são professores ou

pós-graduandos e que querem proceder a experimentos com animais. A outra é de interesse �nanceiro.Segundo Dr. Gioso, no entanto, é ilusão acreditar que a Odon-tologia Veterinária possa render grandes lucros aos dentistas da área humana. Ele exempli�cou a seguinte situação: um proprietário, caso tivesse seu animal operado por um dentis-ta, teria também que arcar com os custos do anestesista: o veterinário. Os custos seriam altos e o retorno pequeno. “Essa foi uma das razões que fez os dentistas americanos abandona-rem a área”, argumentou.

Aprendizado e competênciasA lei que regulamenta a pro�ssão do médico veterinário é a Lei Federal de nº 5.517, a qual deixa claro que “...é de compe-tência privativa do médico veterinário o exercício da clínica dos animais”, porque tal pro�ssional sabe, como veterinário, proceder a uma enterotomia em equino, cão, gato etc.. “Pode-ríamos fazê-la na espécie humana, mesmo estando em uma cidade em que não houvesse médico habilitado? As interven-ções oftálmicas em animais deveriam, então, ser feitas por médicos oftalmologistas?”, questionou. Para isso, ressaltou que existem leis regulamentando as pro�ssões e protegendo a sociedade. Para quem fez o curso de Odontologia (Humana) da Faculdade de Odontologia da USP, terminado em 1999, nos idos de 1989, quando não havia professores veterinários debruçando-se so-bre o assunto, Dr. Gioso vivenciou que o aluno aprende os procedimentos totalmente voltados ao ser humano, sendo in-competentes a exercê-los em animais. “Para que o veterinário pudesse entender o manejo de um animal, teve que aprender anatomia das várias espécies, �siologia, farmacologia, parasi-tologia, nutrição, semiologia, clínica, cirurgia, etc, que muito diferem do homem”, argumentou. Por volta de 70% do curso de Odontologia humana não tem

* Dr. Marco Antonio Gioso é médico veterinário especializado em Odontologia Veterinária pelo AVDC dos EUA, formado pela FIA em Marketing, coach de executivos, palestrante e professor doutor livre docente do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ-USP e conselheiro da ABOV – Associação Brasileira de Odontologia Veterinária.

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aplicação prática em veterinária. Como exemplo, grande par-te das matérias baseia-se nas lesões cariosas (e consequente tratamento restaurador ou pro�lático), as quais são pouco fre-quentes nas espécies domésticas. Também as próteses, orto-dontia, cirurgias maiores e patologia bucal, são de pouca valia em Odontologia veterinária, ao menos na experiência do Dr. Gioso e na daqueles veterinários especialistas com os quais conviveu nos EUA.Uma boa medida, segundo ele, são as residências, estágios de longa duração em hospitais, escolas e clínicas, no Brasil ou exterior. “Precisamos dos dentistas? Indubitavelmente, sim. No entanto, esse relacionamento interpro�ssional deve alicer-çar-se na lei e principalmente na ética”, explicou. Hoje conta-mos com curso de especialização, como o da USP, quando o pro�ssional médico veterinário terá todo conteúdo necessário para sua especialidade. “Há 10 anos, estes cursos não exis-tiam”, lembra o Prof. Gioso, criador do primeiro curso.O veterinário pode solicitar o dentista para alguma interven-ção, mas no intuito de adquirir determinados conhecimentos que, por questões de evolução da pro�ssão, ele não obteve na escola. E o dentista deve saber seu papel relevante do pon-to de vista de externar seu conhecimento ao veterinário, que

adaptará ao animal e procurará aperfeiçoá-lo por meio de cur-sos especí�cos que existem por todo o país e por meio da atual e crescente literatura da especialidade. Como exemplo, citou o “Journal of Veterinary Dentistry”. Para ele, no entanto, esse encontro não deve se tornar rotineiro, pois o fato de o ve-terinário servir meramente como anestesista de um médico, dentista ou outro pro�ssional, o desagrada.Em São Paulo, o Centro Odontológico Veterinário – Odonto-vet realiza exclusivamente intervenções odontológicas e per-tence a dois veterinários. O PROVET realiza atendimento de casos odontológicos, desde sua formação, há quase 20 anos, e foi inclusive a primeira no hemisfério sul do planeta, e a segunda clínica exclusiva em Odontologia do mundo, sendo fundada em 1994, na Capital de São Paulo. “Temos vários profissionais atuando na área que militam na clínica parti-cular, desenvolvendo trabalhos na especialidade, em vários estados brasileiros”, disse.Na Europa existe uma associação que congrega especialistas, assim como na Espanha, Austrália, Canadá, França, Inglater-ra, Japão, Áustria e outros. No Brasil, em 2002, foi fundada a Associação Brasileira de Odontologia Veterinária – ABOV, do qual o Dr. Marco Antonio Gioso, de São Paulo/SP, foi o primei-ro presidente e hoje, em sua quarta gestão, é membro consul-tivo. Entre outras �nalidades ela quer estimular o treinamento odontológico adequado de estudantes, pesquisadores e do-centes em faculdades ou instituições de pesquisa; organizar e promover reuniões, seminários, encontros, cursos, congres-sos de âmbitos regional, nacional ou internacional, visando o aprimoramento técnico-cientí�co de seus associados, além da campanha de saúde oral anual.O modelo americano para se conseguir um título de especia-lista na área funciona da seguinte forma: o veterinário ameri-cano recebe o título de especialista em cirurgia geral, odon-tologia, cardiologia, anestesiologia, etc, dados pelos Colégios destas especialidades. Com algumas variações, conforme o caso, exige-se um tempo mínimo de graduação (em Odon-tologia, são cinco anos), fotogra�as, �lmes e tudo que prove que a clínica/hospital é equipada com os mais modernos apa-relhos, um mínimo de casos atendidos nos últimos anos (500 para Odontologia), currículo e um orientador que já tenha o título. Não se exige mestrado ou doutorado. Toda documenta-ção e centenas de dólares são enviados ao Colégio, que após alguns meses de análise envia a resposta ao interessado in-formando se o mesmo está ou não apto a realizar os exames que variam de dois a três dias. Podem ser escritos, orais e práticos. O interessado arca com todas as despesas inclusas e, no de Odontologia, ainda, leva consigo todos os materiais e instrumentais, como fotopolimerizador, amalgamador, resi-nas, instrumentos cirúrgicos, canetas. Eles fornecem apenas o aparelho de radiogra�a e os animais. A taxa de repetência é alta, chegando a 70% no de Odonto-logia. Há três chances em cinco anos nesta especialidade. O veterinário que é aprovado pode, a partir de então, utilizar o termo “especialista”. Hoje há uma demanda enorme por eles nos Hospitais Veterinários. Segundo Dr. Gioso, nos EUA não existe o receio de perder um cliente ao encaminhar um caso, pelo contrário, “muitos clientes já sabe o que signi�ca ter seu animal atendido por um veterinário especialista, inclusive buscando hospitais que os contratam”.No Brasil, há os que querem dar o título aos veterinários que têm apenas o Mestrado ou Doutorado. Será que esse título

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Reportagem

Em 1976, foi criada nos EUA, a “American Veterinary Dental Society”, na cidade de Michigan. Em 1987 e 1988, foram criados a “Academy of Veterinary Dentistry” e o “American Veterinary Dental College” – AVDC. Esse úl-timo outorga o título de especialista em Odontologia Veterinária, após uma série de requisitos e exames teó-ricos e práticos, inclusive para brasileiros. O início das especialidades ocorreu nos EUA na década de 1960 e, no Brasil, desde os anos de 1980.

A ABOV tem por �nalidade congregar os médicos vete-rinários e acadêmicos de Medicina Veterinária interes-sados pela especialidade, visando ao estudo, ao ensino e à pesquisa da Odontologia Veterinária e de domínios a�ns; estimular o treinamento odontológico adequado de estudantes, pesquisadores e docentes em faculda-des ou instituições de pesquisa; organizar e promover reuniões, seminários, encontros, cursos, congressos de âmbitos regional, nacional ou internacional, visan-do ao aprimoramento técnico-cientí�co de seus asso-ciados; estimular o intercâmbio de informações com entidades congêneres, nacionais ou estrangeiras, de âmbito médico-veterinário, médico, de estomatologia e Odontologia ou correlato, e com a sociedade em ge-ral (público leigo), especialmente visando à progres-são da Odontologia Veterinária ou desta comparada; promover a defesa dos interesses de seus associados, isolada ou conjuntamente com outras entidades, espe-cialmente a Associação Nacional de Clínicos Veteriná-rios de Pequenos Animais, a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, o Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Associação Brasileira de Dermatologia Veterinária e o Conselho Federal de Me-dicina Veterinária, por suas regionais; conceder, segun-do a legislação pertinente e vigente, o título de espe-cialista na área afeta; e representar e prestar serviços técnico-cientí�cos e periciais, remunerados ou gratui-tos, junto a órgãos públicos e privados em assuntos ligados à Odontologia Veterinária.

Histórico da Odontologia Animal

Associação Brasileira de Odontologia Veterinária Animal

permite caracterizar o conhecimento do veterinário como es-pecialista? Dr. Gioso não acredita nisso.

Posição das Associações quanto às funções A Associação Americana de Medicina Veterinária (American Veterinary Medical Association – AVMA), análoga ao Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV, já abordou o tema em plenária e reportou o seguinte: a limpeza, ajuste, grosa-mento, extração ou reparo dos dentes de animais é função de um médico veterinário, pois requer diagnóstico e tratamento, e demanda conhecimentos de anatomia, �siologia, compor-tamento, medicina interna, neurologia, patologia, cirurgia, anestesiologia, matérias que fazem parte do treinamento de um aluno de medicina veterinária. A Associação Americana de Clínicos de Equinos – AACE posi-cionou-se quanto ao tema, após plenária em 1995, reportando que: a Odontologia Veterinária é prática da medicina veteriná-ria e não deve ser realizada por ninguém mais que um médi-co veterinário licenciado (com um número do CRMV análogo, aqui nos EUA) ou um technician (técnico ou enfermeiro que também é licenciado, e fez curso especí�co de três a quatro anos em escola o�cialmente reconhecida pela AVMA; escolas essas que não existem de maneira análoga no Brasil), desde que esse esteja sob supervisão de um médico veterinário. A Associação Britânica de Medicina Veterinária (British Asso-ciation of Veterinary Medicine ), análoga ao AVMA, ou CFMV, também, a�rma que é ilegal a qualquer pessoa que não um médico veterinário, realizar qualquer ato cirúrgico no Reino Unido. Mas, a Associação Britânica de Médicos Veterinários de Equinos (British Association of Equine Veterinarians) sugeriu que o grosamento de pontas dentais não é um ato cirúrgico e que pode ser efetuado por um leigo, desde que tenha rece-bido treinamento adequado. Todavia, a extração ou qualquer outro tratamento bucal é ato ilegal. Essa resolução remonta, no entanto, de 1966, quando não existiam práticos com o inte-resse que hoje ocorre. De qualquer forma é difícil, de acordo com Dr. Gioso, acu-mular provas concretas e cabíveis contra quem segue ou não as leis, uma vez que os proprietários não têm a intenção de denunciar aos conselhos, pois o preço cobrado pelo prático é inferior ao do veterinário e mesmo quando há erros, deparam com a questão dos contratos de seguro de animais de grande valor. O fato é que, se um procedimento resultar em danos ou morte do animal, as empresas de seguro não cobrirão qual-

quer valor se esse prejuízo tiver sido realizado por pessoa não quali�cada, podendo assim, comprometer o contrato efetua-do por toda a vida do animal. No Brasil, já existem esses práticos atuando, embora em nú-mero ainda pequeno. Por lei, é vetada a atuação de tais práti-cos, mesmo que sejam dentistas ou outros pro�ssionais. “É, de minha opinião, inaceitável o fato de alguém alcunhar-se de dentista de equinos, uma vez que esse título deve ter cará-ter o�cial, e não é de meu conhecimento que exista qualquer entidade o�cial, do tipo CFMV, CFO, MEC, que o forneça na atualidade”, disse Dr. Gioso, que desenvolve estudos e atende casos na área odontológica também de grandes animais.Dr. J. Geoffrey Lane, veterinário do Reino Unido e da Univer-sidade de Bristol, lembra que deverá existir cooperação entre o pro�ssional e o prático, para o melhor bem-estar do animal. Dr. Gioso compartilha da ideia do Dr. Lane, mas que o práti-co tenha o treinamento adequado e seja supervisionado por um médico veterinário. “A�nal, se estudamos a vida toda para poder receber o título de médico veterinário e temos nossa competência vigiada pelos órgãos o�ciais e respondemos pe-los nossos atos pro�ssionais, é justo que alguém, após alguns meses de curso e uma prova, obtenha um título de especialis-ta?”, questionou.

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Nathalie P. M. de RezendeMestre e Doutora em Patologia Bucal pela FOUSP. Pós-Doutoranda em Patologia Bucal. Professora do Curso de Especialização em Odontologia para Pacientes Especiais da FUNDECTO.

Odonto Magazine - Como o pro�ssional de saúde bucal pode reconhecer o paciente nefropata?Nathalie P. M. de Rezende - O pro�ssional de saúde bucal deve ter em mente que existem diversos tipos de pacientes ne-fropatas, e que estas patologias de base são muito diferentes entre si. Entre as nefropatias, podemos citar as nefropatias con-gênitas e as adquiridas, que muitas vezes levam à insu�ciência renal, que pode ser aguda ou crônica. A insu�ciência renal pos-sui diversos métodos de tratamento, que incluem tratamento medicamentoso, diálise, hemodiálise e, como última opção, o transplante renal, que melhora bastante a qualidade de vida do paciente, mas não a sobrevida. O cirurgião-dentista deve, atra-vés de uma anamnese detalhada, colher toda a história médica do paciente, com dados sobre a evolução da doença, medica-ções em uso, e presença de comorbidades, sendo as duas mais comuns nestes pacientes a hipertensão arterial e o diabetes. Du-rante o exame físico devemos identi�car manifestações ligadas a estas alterações como edema das extremidades, de pálpebras, presença de fístula artério-venosa, hálito urêmico, coloração pá-lida de pele e mucosa. Exames complementares como hemo-grama, ureia e creatinina ajudam na identi�cação de anemias e na avaliação da função renal.

Odonto Magazine - Quais são as alterações bucais apresenta-das pelos pacientes nefropatas? Nathalie P. M. de Rezende - Os pacientes portadores de insu-�ciência renal crônica possuem uma restrição de ingesta de lí-

quidos. Este fato geralmente está relacionado à xerostomia, que acaba levando ao aumento no número de cáries, principalmente cervicais e radiculares. Outra manifestação que pode acometer estes pacientes é a estomatite urêmica. Pacientes pediátricos e com insu�ciência renal crônica apresentam um maior número de dentes com hipoplasia de esmalte. Já pacientes transplanta-dos renais e que fazem uso de drogas imunossupressoras como a ciclosporina e de anti-hipertensivos, como bloqueadores de canais de cálcio, podem apresentar hiperplasia gengival medi-camentosa.

Odonto Magazine - Existe um protocolo de atendimento odon-tológico para esses pacientes?Nathalie P. M. de Rezende - Não há um protocolo odontológi-co para estes pacientes, principalmente porque a maioria deles apresenta mais de uma doença de base. Entretanto, alguns cui-dados devem ser tomados em determinados casos. Em pacien-tes com Insu�ciência Renal Crônica e que realizam hemodiálise, devemos realizar o tratamento odontológico em dias alternados aos da hemodiálise, por três fatores: risco de sangramento au-mentado após a hemodiálise (devido à veiculação de heparina durante a mesma), desequilíbrios eletrolíticos e cansaço do pa-ciente (a hemodiálise dura aproximadamente quatro horas). Se estes pacientes possuem fístula arteriovenosa para a hemodiá-lise, deve-se considerar a realização de pro�laxia antibiótica prévia aos tratamentos odontológicos invasivos. Nestes casos, opta-se pela veiculação de vancomicina, um antibiótico não dia-

Entrevista

Por: Vanessa Navarro

Atendimento diferenciado aos nefropatasSegundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 5%  da população brasileira sofrem com alguma disfunção renal, ou seja, 10 milhões de pessoas no Brasil. Esses pacientes precisam de atenção redobrada, e essa atenção inclui o tratamento bucal diferenciado.

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lizável, na hemodiálise do dia anterior ao procedimento odonto-lógico. Nestes pacientes nunca devemos aferir a pressão arterial no braço com a fístula arteriovenosa, pois podemos dani�cá-la. Quanto à terapêutica, devemos evitar o uso de anti-in�amató-rios não esteroidais, salicilatos e tetraciclina. Caso os pacientes possuam outras comorbidades como a hipertensão arterial e o diabetes, devemos também aferir a pressão arterial e a glicemia capilar previamente aos procedimentos odontológicos.

Odonto Magazine - Como é possível evitar infecções odontoló-gicas no decorrer do tratamento dentário do paciente nefropata? Nathalie P. M. de Rezende - As infecções odontológicas po-dem ser evitadas, em primeiro plano, através de exames dentá-rios de rotina e tratamento odontológico que vise à remoção de focos infecciosos e a manutenção da qualidade da saúde bucal. Em pacientes que apresentam quadros de xerostomia, a utiliza-ção de saliva arti�cial auxilia na umidi�cação da mucosa, impe-dindo que restos alimentares �xem-se sobre os dentes, auxilian-do na autolimpeza, e mantendo o pH bucal, fato este que auxilia também na prevenção de infecções fúngicas, como a candidí-ase. Pacientes transplantados renais tendem a apresentar um maior número de infecções, principalmente fúngicas e virais, que devem ser diagnosticadas o mais precocemente, por meio de exames físicos minuciosos e tratadas de maneira e�caz. O uso de drogas sistêmicas nestes casos, principalmente o de an-tifúngicos, pode provocar interações medicamentosas com imu-nossupressores, como a ciclosporina e a azatioprina, e, portanto, devem ser prescritas em conjunto com a avaliação médica.

Odonto Magazine - O bom relacionamento com o nefrologis-ta que atende este paciente é imprescindível para realizar um tratamento odontológico seguro e e�caz. Quais são os passos a serem seguidos pelo cirurgião-dentista?Nathalie P. M. de Rezende - O contato com o médico res-ponsável é imprescindível para o tratamento odontológico de todo paciente portador de doenças sistêmicas crônicas. É im-portante que o cirurgião-dentista solicite, por escrito, o histórico médico do paciente, com o diagnóstico correto da nefropatia em questão, as comorbidades presentes no paciente, medicações em uso e estado atual do paciente. Com estas informações em mãos, o cirurgião-dentista poderá realizar o plano de tratamento adequado a cada paciente.

Odonto Magazine - Como o pro�ssional de saúde bucal pode auxiliar na programação de atendimento odontológico alterna-do com as possíveis sessões de hemodiálise? Nathalie P. M. de Rezende - Pacientes realizam hemodiálise as terças, quintas e sábados, ou às segundas, quartas e sextas. O atendimento odontológico aos pacientes que fazem hemodiálise deve ser realizado em dias alternados aos da hemodiálise. As cirurgias devem ser evitadas as segundas (no primeiro grupo de pacientes) e aos domingos (segundo grupo), pois nestes dias a uremia tende a estar bastante elevada, aumentando o risco de sangramento transoperatório. Caso haja necessidade da pres-crição de um antibiótico (para cirurgia, tratamento endodôntico ou periodontal), solicitamos ao médico que veicule vancomicina durante a hemodiálise. Este antibiótico não é dializável e pos-sui efeito por cerca de cinco dias. O tratamento odontológico que necessite de cobertura antibiótica deve ser programado e realizado neste período, a �m de aproveitarmos a cobertura an-tibiótica e evitarmos a prescrição de outro ciclo de antibióticos.

Odonto Magazine - Como avaliar a necessidade de interven-ção medicamentosa durante o atendimento odontológico?Nathalie P. M. de Rezende - O tratamento medicamentoso durante o tratamento odontológico varia de acordo com a situ-ação sistêmica do paciente. De modo geral, em pacientes com insu�ciência renal crônica não prescrevemos anti-in�amatórios não esteroidais e tetraciclinas, por serem drogas de metaboliza-ção e excreção renal. Também não prescrevemos salicilatos ou outras drogas antiagregantes plaquetárias, pois a uremia que estes pacientes apresentam também possui efeito antiagregante plaquetário. No caso de dor, podemos optar pela prescrição de paracetamol, e caso seja necessário o uso de uma droga anti-in-�amatória, optamos pelo uso de corticoide, em baixa dosagem, em dose única diária pela menor quantidade de tempo possível. Já nos pacientes transplantados renais, poucos são os relatos de dor, fato explicado pelo uso contínuo de corticoides pela grande maioria dos pacientes. Especial atenção deve ser dada à pres-crição de drogas que interagem com os imunossupressores, avaliando-se a dose e duração do tratamento.

Odonto Magazine - O paciente nefropata pode se apresentar debilitado física e emocionalmente. Como o cirurgião-dentista pode auxiliar nas questões psicológicas?Nathalie P. M. de Rezende - Quando falamos de pacientes especiais, muitas pessoas dizem: “para tratar estes pacientes é preciso muita paciência”. Este fato é verdade, mas não isolado. Além de paciência e tempo disponível para consultas mais lon-gas, precisamos também de conhecimentos. A principal arma que temos dentro do tratamento odontológico, além dos conhe-cimentos especí�cos, é a capacidade de criarmos um vínculo de con�ança com o paciente, para que o tratamento transcorra da maneira mais tranquila possível. Nestes pacientes isso se dá através de consultas sem pressa, onde o principal foco é a saú-de. O cirurgião-dentista que sabe perguntar, identi�car, e con-versar sobre a doença de base do paciente, assim como explicar a ele o que é necessário para o correto tratamento odontoló-gico nestes casos, com certeza consegue um vínculo com este paciente, auxiliando não só no tratamento odontológico, mas na saúde geral. Mas, vale ressaltar que não somos psicólogos, nem pro�ssionais habilitados para tratar psicologicamente estes pacientes. Cabe a nós identi�car alterações de comportamento nestes pacientes e encaminhá-los aos psicólogos, terapeutas e psiquiatras para o tratamento em questão.

Odonto Magazine - Como o cirurgião-dentista deve proce-der caso haja a necessidade de uma intervenção odontológica mais invasiva? Nathalie P. M. de Rezende - No caso de tratamentos cirúrgi-cos, devemos solicitar a estes pacientes exames complemen-tares, como hemograma completo, coagulograma completo, ureia e creatinina. No caso de pacientes que também apresen-tam diabetes, solicitamos também glicemia em jejum e hemo-globina glicada. Os exames solicitados devem ser então ava-liados, principalmente no que diz respeito à anemia, alterações de tempo de sangramento e funções renais. Nos pacientes com insu�ciência renal crônica, optamos por fazer a cirurgia sempre no dia após a diálise, quando o paciente, em teoria, encontra -se mais estável. Para pacientes transplantados renais, a obser-vação de neutropenia nos exames de sangue é importante, e é um fator a ser levado em conta para a realização de terapia e/ou pro�laxia antibiótica.

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Bem, nas outras edições sempre abordamos questões re-ferentes à equipe auxiliar, ao comportamento e postura pro�ssionais, à atualização e capacitação constantes, re-

lacionamento interpessoal, mas não podemos nos esquecer de ampliar nosso olhar em relação aos pacientes e, portanto, ampliar nossa equipe, interagir com outras áreas.Cada vez mais se fala e se estuda sobre alterações na ATM (articulação temporomandibular) e dor orofacial. A disfunção temporomandibular (DTM) afeta ligamentos, ossos e mús-culos da face, dentes e estruturas de suporte dentário. Tem origem multifatorial, relacionada aos hábitos parafuncionais, como bruxismo, morder lábios e objetos, roer unhas, masti-gar chicletes, alterações posturais, maloclusão ou pode apre-sentar fatores emocionais, como estresse, depressão e ansie-dade ou fatores físicos, como trauma.Alguns medicamentos podem induzir ou agravar essa situa-ção. Pode ser assintomática ou não, causando dor e descon-forto na região da boca, face, cabeça, ouvido, pescoço ou ainda artrite, artrose, deslocamentos de disco, limitação de abertura de boca. O paciente muitas vezes não associa um problema oclusal e/ou postural com suas cefaleias, DTM ou dores faciais e, geralmente, a coluna cervical é fator desenca-deante para tais.Infelizmente os pacientes procuram atendimento quando a dor ou outro sintoma já interfere na sua vida, muitas vezes com estágio avançado do problema. Submetem-se a avalia-ção médica de várias especialidades e exames diversos de alto custo, sem chegar a um diagnóstico preciso. O correto diagnóstico é fundamental para um adequado pla-no de tratamento, de modo integral, visando redução da dor, restabelecimento da função muscular e articular, além de res-gatar qualidade de vida ao paciente. Assim, história médica e dentária completa, exame clínico detalhado intra e extrabucal e radiogra�as adequadas ou outros exames complementares são necessários. É interessante visualizar os episódios mais

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marcantes em sua vida, a �m de estadiar o momento em que se desencadeou a dor ou problema.Há sinais clássicos, como desgastes dentais, lesões de abfra-ção (desgaste na cervical), língua e mucosa jugal edentadas. Cabe ao cirurgião-dentista especializado o controle das dores orofaciais, identi�cando fatores contribuintes, desencadean-tes e perpetuantes. Tratamentos conservadores e pouco invasivos são sempre a primeira escolha. Embora não exista cura para a DTM, há diversos métodos para reduzir consideravelmente os sinto-mas: educação/ conscientização do paciente e autocuidado, relaxamento e controle do estresse, redução ou remoção de hábitos parafuncionais e interferências oclusais, restaura-ções, anti-in�amatórios e miorrelaxantes, placas de mordi-da/bruxismo para alívio da dor, relaxamento, equilíbrio neu-romuscular, ortodontia, reabilitação oral e, em casos raros e especí�cos, cirurgia.Eletroestimulação transcutânea (TENS), ultrassom, laser, massagens, frio, calor, analgésicos, antidepressivos, ansiolíti-cos, �toterápicos e in�ltrações musculares podem ser realiza-das para alívio inicial da sintomatologia dolorosa.Os múltiplos fatores etiológicos ainda podem interagir entre si, apresentando diferentes formas e manifestações, sendo imprescindível a atuação inter/multidisciplinar, com �siote-rapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, cirurgião-dentista espe-cialista em DTM e dor orofacial, ortodontia, prótese, cirurgia bucomaxilofacial ou acupuntura, médico clínico, �siatra, psi-quiatra, entre outros.Muitos pacientes com cefaleias apresentam sinais e sintomas de DTM, que podem estar presentes ou não em outros pro-blemas. Algumas doenças reumatológicas, como artrite reu-matoide, �bromialgia, entre outras, apresentam repercussões na ATM, assim como muitas “dores de ouvido” não são de origem otorrinolaringológicas, e sim devido a problemas ar-ticulares. Em algumas cefaleias, principalmente as tensionais,

Marina Montenegro RojasCirurgiã-dentista. Membro da Diretoria da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD Pinheiros) e da Coordenação do Projeto Odontocomunidade – CIOSP. Cirurgiã- Dentista do Programa Saúde da Família da Sociedade Bene�cente Israelita Brasileira Albert Einstein. Docente da Equipe  Biológica nos Cursos para Auxiliares - APCD e ABO. Consultora em Odontopediatria do site “multiplos.com.br”. [email protected]

Equipe interdisciplinar: qualidade no tratamento das DTMs e da dor orofacial

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o tratamento conjunto do neurologista com um especialista em DTM e dor orofacial é mais e�caz. Há casos em que um otorrino ou reumatologista complementam a equipe. A fonoaudiologia avalia postura, tonicidade, mobilidade, fun-cionalidade da língua e musculatura orofacial no repouso e na respiração, mastigação, deglutição e fala, além de dores ou sintomas e alterações vocais e auditivas. A psicologia identi�ca possíveis fatores psíquicos e compor-tamentais, como estresse, ansiedade e traumas, que podem aumentar a atividade muscular, gerando espasmo e fadiga, prejudicando a harmonia do sistema. Além disso, muitos pa-cientes apresentam depressão e baixa autoestima, di�cultan-do o convívio social, familiar e pro�ssional. A �sioterapia examina possíveis alterações posturais e sinto-matologia que acarretam distúrbios de tônus muscular e motri-cidade cervical e facial, assim como dores articulares. Associa-da ao tratamento odontológico, traz resultados positivos, utili-zando técnicas de relaxamento da musculatura facial e cervical, mobilizações articulares e teciduais e correção postural.A acupuntura promove o alívio rápido da dor e o relaxamen-to muscular, trazendo bem-estar e conforto, além da função mandibular. É tão efetiva quanto às placas oclusais, principal-

mente se associada a outras formas de tratamento.A terapia ocupacional busca recuperar a função humana, me-lhorar ações motoras e mentais, reabilitar através de ativida-des especí�cas, restabelecer o indivíduo em sua totalidade, seja no aspecto físico, mental ou social, para que alcance o nível máximo de funcionalidade e independência.A DTM é uma condição e não uma doença, e deve ser con-trolada mais do que curada. Qualquer tratamento deve ter sempre um caráter funcional, por isso é importante entender os vários tipos de alterações e a variedade de fatores etioló-gicos. A equipe precisa perceber que, para cada diagnóstico há um tratamento apropriado, com diversas atuações, e não uma única solução.Além disso, é de suma importância o paciente acreditar, con-�ar e cooperar com o tratamento, independente do tipo e dos pro�ssionais envolvidos. Cabe à equipe auxiliar, seja de qual-quer área, interagir com os demais pro�ssionais, ter consci-ência da complexidade de cada indivíduo, de cada paciente e saber o quanto são importantes em uma equipe, tanto no vínculo com o paciente como na organização, no atendimento em si e no próprio relacionamento interpessoal com os de-mais colegas de trabalho.

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Diógenes RochaCirurgião-Plástico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Membro do Conselho Multidisciplinar de Saúde da Operação Sorriso.

Odonto Magazine - Como e quando surgiu a Operação Sorriso? Diógenes Rocha - Em 1982, o cirurgião norte-americano Dr. Bill Magee e sua esposa, Kathy Magee viajaram para as Fi-lipinas com um grupo de médicos voluntários para reparar lá-bios e palatos das crianças com �ssura. Quando chegaram lá, descobriram centenas de crianças devastadas pelas deformi-dades  e, embora  tenham ajudado muitas delas, os voluntá-rios  foram obrigados a dizer não para a maioria  dos que os tinham esperança para transformar suas vidas. Assim, o casal Magee viu a necessidade de oferecer um suporte para essas pessoas, e fundaram a Operação Sorriso com esse intuito, de reunir corações generosos do mundo inteiro dispostos a trans-formar vidas.

Odonto Magazine - A ONG realiza programas humanitários por todo o Brasil e em mais 59 países. Quais são as medidas utiliza-das para determinar a prioridade de ação do projeto? Diógenes Rocha - Baseamo-nos em três pilares, ainda que �exíveis, para determinar os locais onde levaremos a equipe médica. Essencialmente, priorizamos regiões carentes, com atendimento geralmente precário para �ssurados, onde haja pacientes ainda não operados em número signi�cante, que a maioria necessite de atendimento primário e com de�ciência de pro�ssionais locais habilitados para este atendimento. Procuramos não apenas atender as demandas dos locais aon-de vamos, mas aproveitar a força de trabalho especializada que levamos para fornecer treinamento educacional aos pro�ssio-nais locais e estimular a autossustentabilidade no atendimento aos �ssurados da região. Mais do que fazer a cirurgia, quere-mos ver as crianças reinseridas na sociedade, estudando, arru-mando emprego, dando o primeiro beijo e com a autoestima recuperada. A meta da Operação Sorriso é de sempre desen-volver parcerias para gerar essa capacidade de atendimento na região.

Um número incalculável de pessoas no mundo são acometidas pela fissura labiopalatal. Somente no Brasil, estima-se que cerca de 280 mil pessoas apresentam a deformidade. A Operação Sorriso visa re-verter esse triste quadro, oferecendo cirurgias corretivas gratuitas para crianças em mais de 50 países.

Por: Vanessa NavarroE

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Devolvendo sorrisos

Odonto Magazine - Quais são os pro�ssionais envolvidos nas ações da Operação Sorriso? Diógenes Rocha - Todos são voluntários, e no programa de atendimento participam: cirurgiões-plásticos, anestesistas, pediatras, clínicos gerais, intensivistas, dentistas, fonoaudiólo-gos, psicólogos, geneticistas, enfermeiros, assistentes sociais, fotógrafos, biotécnicos e a equipe de coordenação e suporte. Além destes, existem os pro�ssionais e voluntários locais que participam dos cuidados de logística para o agendamento, transporte, alojamento e cuidados gerais com os pacientes e com os acompanhantes.

Odonto Magazine - A ONG já realizou mais de 200 mil cirurgias para corrigir �ssuras labiopalatinas. Quais são as outras ações do projeto direcionadas para as crianças que sofrem com lábio �ssurado?Diógenes Rocha - Além do tratamento em si, existem os pro-gramas educacionais, onde são ministrados cursos e treinados pro�ssionais das diferentes áreas no atendimento aos pacien-tes �ssurados. Trabalhamos com grupos estudantis, formando voluntariado e interesse pela causa em diversas universidades do Brasil. Orientamos famílias e reencaminhamos para os hos-pitais que tratam �ssura ao longo do ano, para que tenham acesso ao tratamento o quanto antes. Fazemos advocacy, levando a causa para a sociedade, conse-guindo espaços para mobilizar a população e o setor público na luta para que nenhuma pessoa viva com uma deformidade facial que é plenamente corrigível. Em muitos casos, uma vida é transformada em cerca de 50 minutos de cirurgia. Como a �ssura aparentemente não causa morte física, tende a ser dei-xada como secundária nos atendimentos e planos da saúde pública. Mas não faz sentido ainda não termos capacidade de atendimento para todas essas pessoas, hoje estimadas em cer-ca de 280 mil no país.

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Odonto Magazine - Quais problemas psicossociais podem ser apresentados por uma criança portadora de �ssura labiopala-tina? Diógenes Rocha - São muitos. Desde o nascimento, o fato de o �lho ser portador de deformidade facial já causa grande im-pacto nos familiares, gerando constrangimento e sentimento de culpa, mesmo não sendo os familiares responsáveis pelo aparecimento da �ssura. Sem tratamento, a presença da de-formidade facial visível, as alterações na fala, na maioria das vezes ininteligível, geram graves repercussões para o desen-volvimento e integração da criança na sociedade, interferindo, principalmente, no seu desenvolvimento escolar. Mesmo quando operada, porém com resultados insatisfató-rios, os estigmas da �ssura labiopalatina, como cicatrizes la-biais visíveis, deformidades do nariz, fala fanhosa, por vezes redução da audição, dentes e arcadas dentárias comprometi-das, face retruída são fatores que geram sérios problemas para o desenvolvimento e integração social desta criança junto à so-ciedade. Os problemas psicossociais gerados pela �ssura são relevantes e devem ser alvo de atenção, desde o nascimento, junto aos pais, e principalmente durante toda a fase de desen-volvimento da criança.

Odonto Magazine - É possível apresentar a redução no índice de crianças portadoras de �ssura labiopalatina no Brasil após 15 anos de atuação da ONG?Diógenes Rocha - O aparecimento da �ssura labiopalatina é de natureza não bem conhecida, sendo considerada como de cau-

sas multifatoriais, onde vários fatores podem interferir no pro-cesso de formação da face nas primeiras semanas de gestação, desde os genéticos e, principalmente, os ambientais.Não tendo uma causa bem de�nida, é difícil uma atuação pre-ventiva. Entretanto, nos programas assistenciais da Operação Sorriso, além do tratamento em si da deformidade, a participa-ção de geneticistas, colhendo amostras genéticas dos pacien-tes e familiares, e dos demais pro�ssionais, levantando conjun-tamente dados das condições nutricionais e das doenças nas famílias e comunidades atendidas, contribui, com toda certeza, para um melhor entendimento da formação da deformidade, bem como na redução do índice de aparecimento da mesma.Através da parceria com o Projeto Genoma Humano, da USP, geneticistas viajam conosco para todos os programas humani-tários do Brasil e colhem material genético para estudo. Assim, ampliamos o conhecimento das causas e trabalhamos em bus-ca da informação cientí�ca. Até então, o tema era pouco estu-dado, essas estatísticas sequer são conhecidas no nosso país. Os números que temos são de uma estimativa da Organização Mundial de Saúde.

Odonto Magazine - O projeto conta com o auxílio de volun-tários. Quais são as exigências apresentadas para fazer parte dessa corrente do bem? Diógenes Rocha - O projeto é essencialmente desenvolvido com a participação de voluntários vindos de diversas partes do país, como também de voluntários das comunidades locais.No mundo, temos hoje, mais de 5 mil pro�ssionais cadastra-

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dos para viajar, ajudando a transformar sorrisos. No Brasil nos-sa base de voluntários contém cerca de 200 pro�ssionais. Para se cadastrar, basta entrar no site www.operacaosorriso.org.br e seguir as recomendações. O processo de cadastra-mento inclui o envio de documentos, treinamento e a aprova-ção para garantir a qualidade do atendimento dentro dos pro-tocolos internacionais da organização.

Odonto Magazine - Todos os envolvidos, seja pro�ssional de saúde ou voluntário, recebem treinamentos periódicos? Diógenes Rocha - Sim. Os pro�ssionais de saúde principalmente. Precisam possuir certi�cações adequadas e participar dos cursos ministrados pela Operação Sorriso. Começam como observado-res, para conhecer protocolos, técnicas e o funcionamento de um programa humanitário, passam por uma avaliação e, só então, podem viajar para participar integralmente. Parece muito, mas todo cuidado é pouco para garantir a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes. Não se pode brincar com a vida das pessoas, e segurança é nosso protocolo número 1. Além disso, não queremos apenas oferecer atendimento/técni-co, mas atendimento humanitário, com amor, atenção, alegria, otimismo. Os voluntários se enfeitam, colocam antenas, asas, penduram bolas pelo hospital. Queremos tornar a experiência da transformação em algo positivo, para que o paciente seja o primeiro a acreditar que ele merece ter um sorriso perfeito, como todos nós.

Odonto Magazine - A ONG conta com o auxílio �nanceiro de órgãos públicos e/ou privados? Diógenes Rocha - Dependemos sempre de auxílio �nanceiro. Sem dinheiro ninguém faz nada. A Operação Sorriso tem cus-tos com passagens, hospedagem, materiais utilizados no pro-grama, logística de carga, alojamento para famílias, alimenta-ção para a equipe, etc. Nosso dinheiro provém majoritariamente de empresas social-mente responsáveis, como Fnazca, Abbott, Ethicon Johnson & Johnson, Colgate, entre tantas outras. Além disso, recebemos doações de cidadãos que também desejam transformar a realidade em que vivemos e colabo-ram da melhor forma que podem como investimento nessa transformação. Nossa parceria com governos se restringe à permissão da Secretaria de Saúde para atuação nos estados

e apoio para realizar logisticamente o projeto. Até o momen-to, não envolve nenhum tipo de repasse �nanceiro.O mais importante é ressaltar que temos extrema consciên-cia da responsabilidade do controle �nanceiro e prestação de contas para a sociedade como um todo e, principalmente, para nossos doadores, pessoas que acreditam no nosso trabalho. Por isso apresentamos nossos balanços e contas no site e faze-mos questão de trabalhar com transparência e pro�ssionalis-mo. Somos auditados todos os anos pela Terco Grant Thorton e publicamos os resultados para consulta pública.

Odonto Magazine - Como deve agir o pro�ssional de saúde bucal interessado em ingressar no programa médico-humani-tário? Diógenes Rocha - Nos programas assistenciais sempre há a participação de um cirurgião-dentista, de preferência com for-mação em Ortodontia. Na triagem todos os pacientes passam por seu exame e avaliação. Este pro�ssional avalia as condi-ções gerais da saúde bucal do paciente, orienta tratamentos odontológicos e ortodônticos para serem feitos no domicílio por pro�ssionais locais - às vezes não familiarizados com os problemas dos �ssurados- desenvolvendo, portanto, uma fun-ção também educacional regional. Nos pacientes que vão ser operados o cirurgião-dentista apro-veita a anestesia geral, entra em campo cirúrgico e executa as exodontias que ele indicou na triagem. Infelizmente, devido à exiguidade de tempo do programa, não há possibilidade de ou-tros tratamentos odontológicos. Está em andamento um pla-nejamento para que, aproveitando a vinda destes pacientes e, principalmente, familiares de regiões carentes (onde se sabe da carência de cuidados odontológicos locais), aproveite-se a estadia durante o programa cirúrgico e desenvolva um progra-ma de orientação aos cuidados gerais com a saúde bucal e, quem sabe mesmo, tratamentos odontológicos mais simples para bene�ciar pacientes e familiares.O pro�ssional de saúde bucal interessado em participar deve se inscrever no site www.operacaosorriso.org.br, em “como ajudar” e, em seguida, receberá as recomendações para as próximas etapas.Quem não puder ajudar viajando, pode ajudar como doador, como voluntário arrecadador ou como multiplicador, ajudando a divulgar os programas e encaminhando pacientes.

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Ponto de Vista

32 julho de 2012

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33julho de 2012

Ponto de Vista

O uso racional de medicamentos

Alice Granthon de SouzaCirurgiã-Dentista. Implantodontista.

O uso indiscriminado de medicamentos em Odontologia é uma realidade. Muitos fármacos são prescritos sem indicação especí�ca, tanto por um hábito cultural de

prescrição medicamentosa quanto por desconhecimento dos cirurgiões-dentistas em farmacologia. Inseridos nesta cultura, os pacientes não aceitam comparecer a uma consulta odontológica ou médica sem receber uma pres-crição, por acreditar que não foram diagnosticados de forma correta ou tratados de acordo com esse diagnóstico. Assim, muitos pro�ssionais acabam sendo induzidos pelos pacientes a prescrever desnecessariamente. É notório que pouca relevância é dada à farmacologia durante a formação do cirurgião-dentista. Se, por um lado, anamnese e exames bem feitos levam a um diagnóstico exato de uma de-terminada patologia, por outro, tal dado não terá signi�cância alguma sobre a prescrição se o pro�ssional não tiver conhe-cimento sobre a função, posologia e indicação dos fármacos.Estudos mostram que as classes de medicamentos mais prescri-tas pelos cirurgiões-dentistas são os antibióticos, anti-in�ama-tórios não-esteroidais e analgésicos, em ordem de frequência. O maior desa�o, atualmente, em relação à prescrição indiscri-minada de medicamentos na Odontologia é combater o uso equivocado de antimicrobianos. Calcula-se que entre 10 e 50% das prescrições de antimicrobianos ambulatoriais sejam equi-vocadas, sejam elas por erro de diagnóstico ou erro na escolha do antibiótico. Sabe-se que os antibióticos devem ser prescri-tos com indicação, seleção e posologia corretas, pois seu uso abusivo tem efeitos adversos, tais como a resistência micro-biana. Esta resistência refere-se às cepas de micro-organismos que conseguem se multiplicar em presença de concentrações de antimicrobianos mais altas do que as ingeridas pelos pa-cientes. O uso indevido dessas medicações acaba selecionan-do bactérias resistentes ao antibiótico, trazendo um problema de proporções elevadas não só para o paciente envolvido, mas também para o meio em que ele é inserido. As taxas de resis-tência variam de acordo com a dependência do consumo local de antimicrobianos.O uso apropriado de antimicrobianos signi�ca utilizá-los com

indicação correta, dose, tempo ou intervalo e, principalmente, duração total, corretos. É consenso que antimicrobianos sistêmi-cos só devem ser selecionados caso o paciente apresente sinais e sintomas infecciosos e não apresentando somente edema, vermelhidão e calor local, que são sinais de in�amação. Ou caso o paciente aponte alguma condição que indique o uso de pro�-laxia antibiótica, de forma a evitar endocardite bacteriana, como exemplo, próteses valvares, endocardite prévia ou cardiopatias congênitas. Outro equívoco que acontece na hora de prescrever, é a seleção de antimicrobianos para infecções de etiologia viral, pois é de conhecimento geral que antibióticos não têm atuação em patógenos de origem viral ou fúngica, apenas bacteriana.Outra realidade a que estamos inseridos é a automedicação por parte dos pacientes. Visto que as próprias farmácias e in-dústrias farmacêuticas incentivam esse comportamento por questões, obviamente, �nanceiras, não podemos controlar o acesso dos pacientes a estas medicações. Cabe a nós informá-los de que, ao se automedicarem, podem gerar gastos sem re-compensas e, assumir, muitas vezes, a responsabilidade por uma intoxicação, ou por selecionar drogas sem efetividade para o problema em questão.No que diz respeito ao nosso papel, como pro�ssionais de saú-de e atuantes diretos na modi�cação dessa realidade, cabe res-saltar a nossa importância nesta mudança de comportamen-to: não nos deixar inserir num ciclo vicioso que se inicia com pacientes ávidos por uma medicação milagrosa (que resolva todos os sinais e sintomas de maneira rápida, barata e indolor), gerando prescrições equivocadas por parte dos cirurgiões-den-tistas que acabam resultando em pacientes multirresistentes. Tivemos ajuda para modi�car esse quadro em 2011, quando a ANVISA decretou que antimicrobianos só devem ser pres-critos com receita controlada. Essa medida nos auxilia a focar nossa atenção cada vez mais na necessidade e importância de controlar essas medicações. Caso não haja mudança nesse pa-radigma, a conta desse problema será paga por nós mesmos, enfrentando casos que seriam de solução simples, mas que começam a apresentar complicações, pois a medicação de es-colha não pode ser administrada.

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34 julho de 2012

Coluna - Gestão

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35julho de 2012

Coluna - Gestão

Gerenciar pessoas, a arte esquecida

Plínio Augusto Rehse TomazCirurgião-Dentista. Master em Empreendedorismo e Inovação (B.I International). Pós-graduação em Marketing (ESPM), com especialização em Saúde Pública (Unaerp) e Administração Hospitalar (IPH). Conferencista internacional. Articulista de jornais e revistas voltados aos pro�ssionais de saúde. Professor de diversas instituições de ensino. Diretor da Tomaz Gestão e [email protected]

» Aumentar a satisfação de todos com o trabalho. Pode soar estranho para alguns, mas resultados extraordinários só acontecem quando (e se) os empregados estão felizes. Eles devem sentir que estão na função certa e que estão sendo tratados equitativamente. Trabalho é boa parte de nossa (e deles) identidade pessoal. As pessoas despendem a maior parte de suas vidas no trabalho, e isto requer uma estreita identidade com o trabalho que fazem. Empregados insatis-feitos tendem a pedir demissão, faltar com frequência e ren-der pouco no trabalho. » Manter ótimo ambiente e experiência no trabalho, ou seja, conferir um estilo de gerência adequado e dar algum grau de autonomia para que possam tomar decisões. Além disso, elementos, como clima organizacional, temperatura agradá-vel, estabilidade de emprego, carga horária decente fazem parte desta experiência. » Manter regras de funcionamento interno e políticas éti-cas. Por motivos que deveriam ser óbvios, as pessoas não devem ser discriminadas e seus direitos básicos devem ser garantidos, tanto como pessoas quanto como funcionários. » Trabalho em equipe. Lembre-se que seus funcionários são seres humanos diferentes entre si, com personalidades dis-tintas e possuidores de conhecimentos, habilidades e capa-cidades diferentes. É a soma de talentos que leva uma em-presa ao sucesso, e isso requer a capacidade destas pessoas trabalharem juntas.

As pessoas podem ampliar ou reduzir sua dedicação e compro-metimento com você e com os resultados que espera, depen-dendo da maneira como elas são tratadas em termos de respei-to e de estímulos. Somente poderemos crescer e prosperar se formos capazes de envolver e motivar a equipe. Quando estamos verdadeiramente voltados às pessoas isso, se transforma em cultura organizacional, ou seja, na forma como esse valor se re�ete em ações práticas no dia a dia. Como você tem feito sua Gestão de Pessoas? Pense nisso!

Algumas coisas são, de fato, mais críticas e determinan-tes para o sucesso ou insucesso de uma empresa do que para outras. Uma destas coisas essenciais, muitas

vezes negligenciadas, é a equipe de trabalho, isto é, seus fun-cionários. Segundo pesquisas, cerca de 47% dos dentistas bra-sileiros trabalham sozinhos, acumulando tarefas, como abrir porta, atender telefone, lavar instrumentais, etc. Aos cuidados com este assunto vamos aqui chamar de Gestão de Pessoas.A inabilidade em recrutar, selecionar e manter uma boa equipe pode ser fatal para os resultados. Pessoas constituem o princi-pal ativo da empresa, daí a necessidade de nos tornarmos mais atentos a elas. Todos os funcionários (coloque-se neste papel, e comprovará que o que digo é verdade) fazem investimentos nas empresas para as quais trabalham, dedicando a elas esforço, responsa-bilidade, comprometimento, compartilhando riscos, etc, na ex-pectativa de receberem retorno desses investimentos, isto é, salários, incentivos �nanceiros, crescimento pro�ssional, de-senvolvimento de uma carreira, reconhecimento público, etc. Na medida em que o retorno é bom, a tendência é manutenção (ou aumento) do investimento. Simples assim.A Gestão de Pessoas de uma empresa pode ser feita por um departamento ou, no caso de consultórios e clínicas, apenas por um conjunto de coisas importantes para se pensar, de�nir e atuar. De qualquer forma, os objetivos desta área podem ser assim resumidos:

» Ajudar a empresa/pro�ssional a alcançar seus objetivos e re-alizar sua missão, ou seja, cumprir seu papel e atingir metas.» Reconhecer e premiar as pessoas por tarefas bem reali-zadas e metas alcançadas. As pessoas melhoram seu de-sempenho ao perceberem justiça nas recompensas que re-cebem. Torne claros os objetivos e o modo como eles são medidos. » Aumentar a competitividade da empresa, ao ampliar a pro-dutividade e e�ciência da equipe, empregando melhor suas habilidades e competências.

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36 julho de 2012

Coluna - Odontologia Esportiva

Importância dos protetores bucais na prática das artes marciais

Hsu Shao FengEspecialista, Mestre e Doutor em  Periodontia. Professor Doutor do Curso de Atualização e Especialização em Implantodontia Unip.

Luiz Carlos Magno FilhoEspecialista em Estomatologia. Especialista em Implantodontia. Mestrando em Periodontia pela Unip.

Paulo Sergio KozaraEspecialista em Endodontia. Participante do Programa de Pós-Graduação da UNIFESP. Coordenador da Pós-Graduação em Odontologia da FMU. Cirurgião-Dentista em UTI.

» Facilidade de reprodução, se perdido ou dani�cado.» Ser grande o su�ciente para não ser ingerido.

Além disso, autores3 ressaltaram que a espessura ideal do protetor na região anterior deve ser de 3 mm, já na porção oclusal (parte de baixo do protetor) espessura de 2 mm e na região apoiada no palato (céu da boca) de 1 mm. Ainda, a �an-ge vestibular deve se estender 2 mm para superior (acima) da gengiva vestibular. Nossa intensão, por meio deste artigo, será apenas informar os princípios básicos para a escolha do melhor protetor bucal, vantagens e desvantagens de cada um dos tipos, independen-temente de fabricantes ou centros especializados na confec-ção dos produtos.Hoje, podemos encontrar três tipos de protetores bucais dis-poníveis no mercado: protetores de stock, protetores termo-plásticos pré-fabricados, protetores customizados4. Os protetores de stock são aqueles confeccionados em tama-nhos pré-determinados, ou seja, existem certos padrões de medidas que são seguidos para fabricação do protetor. Os materiais utilizados para sua confecção podem variar de acor-do com o fabricante, mas, no geral podem ser utilizados o po-liuretano ou um copolímero de acetato de vinil ou até etileno. Uma grande desvantagem deste tipo de protetor é que ele não oferece proteção efetiva em esportes de grande contato, por exemplo, o MMA (mix martial arts) e o muay thai. Desta maneira, os atletas podem �car muito expostos aos traumas, que podem gerar consequências mais grave5.

Atualmente, tem-se observado um aumento no número de praticantes de artes marciais no país. Isso se deve muito a um aumento expressivo na divulgação, atra-

vés da mídia, de eventos relacionados às artes marciais, por exemplo, o Ultimate Fighting Championship (UFC). Além dis-so, o Brasil, historicamente, é considerado um território muito fértil para o nascimento de grandes mestres de diversas mo-dalidades das artes marciais. Com o aumento na prática dos esportes de luta, surge tam-bém um aumento no número de lesões que podem acometer a região maxilofacial. Para a prevenção de tais acidentes, a utilização de protetores bucais torna-se indispensável para praticantes de qualquer tipo de arte marcial, visto que impre-vistos podem acorrer até mesmo em um treinamento leve. A função básica do protetor bucal é a proteção contra im-pactos frontais, prevenindo lesões que possam acometer a cavidade bucal, por exemplo, lacerações gengivais, fraturas dos ossos maxilares e fraturas dentais. Além disso, um estu-do mostrou que indivíduos que utilizavam protetores bucais durante a prática esportiva apresentavam um menor risco de concussão cerebral após um choque1.Para podermos entender melhor quais são os tipos de prote-tores, vantagens e desvantagens de cada um deles, daremos um panorama geral sobre este tema até certo ponto polêmico.Vocês podem estar me perguntando: “Então, qual seria o me-lhor tipo protetor bucal?”Para responder esta pergunta, temos que saber, primeira-mente, quais são os pré-requisitos básicos na escolha de um protetor bucal que proporcione realmente a manutenção da integridade física do atleta2.

» O protetor deve permitir a capacidade de o atleta respirar pela boca.» Ser estável em atividade que exija alto vigor físico.» Proteção dos dentes anteriores e posteriores.» Proteção contra forças transmitidas aos ossos maxilares (maxila e mandíbula) e o crânio.» Interferência mínima com a fala.» Custo acessível ao usuário.

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Coluna - Odontologia Esportiva

Outro tipo de protetor bucal muito comercializado é o protetor termoplástico. Este modelo de protetor bucal também é conhe-cido como “boil and bite”; traduzindo para o português, ferver e morder. Ou seja, o protetor é aquecido em água quente e ime-diatamente colocado na boca, em seguida o atleta faz movimen-tos de sucção com os lábios para modelar o protetor de acordo com a anatomia dos dentes. Por esse motivo, este tipo de prote-tor bucal não possui espessura de material su�ciente para pro-porcionar uma efetiva proteção contra golpes mais potentes4. Por �m, podemos encontrar no mercado, os protetores bucais customizados (feitos sobre medida para cada atleta). Estes protetores são confeccionados através de uma moldagem re-alizada por um cirurgião-dentista, onde é obtido um modelo de gesso com uma cópia �el, tanto dos tecidos duros (dentes e rebordo alveolar) como dos tecidos moles (mucosa e gen-giva). A partir daí, o modelo é enviado para um laboratório de prótese e, então, será confeccionado o protetor, seguindo a anatomia bucal do atleta. Dentre os modelos de protetores bucais apresentados, os customizados são os que apresen-tam melhor adaptação, �cando mais estáveis durante a práti-ca esportiva e com melhor grau de proteção contra impactos6. Para entendermos melhor a importância do uso de protetores bu-cais, temos que entender o mecanismo pelo qual ele nos protege. Quando o atleta sofre um impacto na região frontal da face, as forças resultantes deste impacto devem ser dissipadas atra-vés dos protetores bucais. No entanto, o quanto dessa ener-gia resultante do golpe será dissipada irá depender de alguns

fatores, como a intensidade do golpe, o tipo de protetor e o material em que o mesmo foi confeccionado7. Estudos demostraram que protetores confeccionados a base de etileno de acetato de vinila, mais conhecido como EVA, apresentaram propriedades físicas superiores a outros mate-riais utilizados na confecção de protetores. Pela sua conforma-ção não rígida e disposição em camadas, o EVA proporcionou uma melhor absorção e dissipação de forças geradas durante o trauma, diminuindo o risco de lesões mais graves8,9. No entanto, mesmo com protetores bucais e�cazes confeccio-nados com materiais de alta resistência e durabilidade utiliza-dos nos dias de hoje, a busca por materiais mais modernos é sempre constante. Pesquisas vêm sendo realizadas na busca de um material que possa dar maior conforto, segurança e durabilidade para os protetores bucais4. Portanto, para a prevenção de lesões que possam acometer praticantes de artes marciais, tanto na região maxilofacial como em outras partes do corpo, é importante que o atleta esteja sendo acompanhado por uma equipe de mestres res-ponsáveis. Além disso, é fundamental que o atleta esteja utili-zando, mesmo em treinamentos, um protetor bucal adequado para a atividade física realizada naquele momento.Com este breve relato, esperamos ter contribuído para escla-recer algumas dúvidas sobre a importância na utilização de protetores bucais durante a prática de esportes de contato, como as artes marciais. Caso sujam outras dúvidas, estare-mos à disposição para esclarecê-las.

Referências 1. Andreasen JO.Traumatic Injuries of the Teeth. 2nd ed. Cope-nhagen: Munksgaard, 1981.

2. Blonstein JL, Cutler R, Mason M. Mouth and jaw protection in contact sports. Brit J Sports Med 1977;11: 75-77.

3. Scott J, Burke FJT, Watts DC. A review of dental injuries and the use of mouthguards in contact team sports. Br Dent J 1994;176:310–4.

4. Patrick DG, van Noort R, Found MS. Scale of protection and the various types of sports mouthguard. Br J Sports Med 2005;39:278–281.

5. Widmer RP. The normal development of teeth. Aust Fam Physician 1992;21(9):1251–61.

6. DeYoung AK, Robinson E, Godwin WC. Comparing comfort and wearability: custom-made vs self-adapted mouthguards. J Am Dent Assoc 1994;125:1112–7.

7. Patrick DG, van Noort R, Found MS. Evaluation of laminated structures for sports mouthguards. Key Eng Mater 2002;221–222:133–44.

8. Bulsara YR, Matthew IR. Forces transmitted through a lami-nated mouthguard material with a Sorbothane insert. Endod Dent Traumatol 1998;14:45–7.

9. Westerman B, Stringfellow PM, Eccleston JA. Forces trans-mitted through EVA mouthguard materials of different types and thickness. Aust Dent J 1995;40(6):389–91.

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38 julho de 2012

Caso Clínico

Paulo Vinícius SoaresProfessor Adjunto II de Dentística e Materiais Odontológicos FOUFU. Professor Efetivo do Programa de Pós-graduação FOUFU. Coordenador de Graduação FOUFU. Especialista em Dentística. Mestre em Reabilitação Oral. Doutorado em Clínica Odontoló[email protected]

Fabrícia Araújo PereiraEspecialista em Dentística. Mestre em Reabilitação Oral.

Lorraine Vilela de SouzaEspecialista em Endodontia. Mestre em Reabilitação Oral.

Passo a passo do protocolo clínico de retentores reforçados com bra de vidro

Dentes tratados endodonticamente são mais enfraque-cidos quando comparados com dentes hígidos, prin-cipalmente pela destruição coronal da cárie dentária,

fraturas, restaurações anteriores e acesso endodôntico. A rea-bilitação de dentes tratados endodonticamente, com redução de 50% ou mais da altura total da coroa clínica, é requisitada por meio da indicação prévia de retentores intrarradiculares1.Dentre os retentores intrarradiculares, destaca-se a e�ciência de núcleos moldados e fundidos, por sua adaptação no inte-rior do canal radicular e simplicidade técnica de confecção e cimentação. Nas últimas décadas, os sistemas de retentores pré-fabricados têm sido desenvolvidos e tornaram-se opção clínica na reabilitação de dentes com extensas destruições da porção coronária do elemento dental. Nesta opção há ne-cessidade de reconstrução da porção coronária com material polimérico, e o uso de resinas compostas micro ou nano hí-bridas torna-se necessário. Estes retentores são divididos em pré-fabricados reforçados com �bra e pré-fabricados metáli-cos. Os últimos apresentam a desvantagem de não mimeti-zar mecanicamente a estrutura dentinária e não apresentam interação química com a interface adesiva e com o núcleo de preenchimento de resina composta. Estes fatores associados com a retenção mecânica rosqueável na dentina favorecem fraturas catastró�cas radiculares (�gura 1). O uso de retentores reforçados com �bra de vidro permite a reabilitação de raízes enfraquecidas estruturalmente, devido, principalmente, a formação de interface adesiva com a denti-na2, e comportamento biomecânico similar a dentina radicu-lar permitida pela interface polimérica pino/adesivo/cimento/dentina3,4. Devido à variedade de materiais poliméricos e cri-

ticidade da técnica adesiva, o protocolo de adesão destes re-tentores é diversi�cado na literatura. No entanto, a qualidade de hibridização da estrutura dentinária, veri�cação constante da qualidade de energia luminosa dos aparelhos fotoativado-res e tratamento correto da superfície do pino de �bra são fatores fundamentais para o sucesso da retenção adesiva e longevidade clínica da restauração4-6. Há diversas opções de agentes �xadores adesivos, divididos em fotoativáveis, qui-micamente ativáveis e duais. A intensidade de energia lumi-nosa mínima para fotoativação segura de cimentos resinosos fotodependentes é de aproximadamente 850 mW/cm2 4. Os aparelhos LED’s, de primeira e segunda geração, e lâmpadas hálógenas com longo período de uso não atingem esta inten-sidade luminosa. Nestes casos, a manutenção periódica dos aparelhos fotoativadores é necessária e a cimentação com agentes adesivos e cimentos resinosos totalmente químicos é opção clínica. O objetivo deste relato de caso é destacar as etapas principais da �xação de retentores pré-fabricados reforçados com �bra, enfatizando as etapas de cimentação química, independente de fotoativação e construção do núcleo de preenchimento com resina composta.

Caso clínicoPaciente M.A.S., gênero feminino, compareceu à clínica in-tegrada de graduação do Hospital Odontológico, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia, re-latando a queda do sistema de retentor metálico-fundido e coroa metalo-cerâmica do elemento 12. Na �gura 2 observa-se o aspecto inicial do elemento 12 com redução extensa da

Giovana Milito Mestranda em Reabilitação Oral – FOUFU.

Bruno Rodrigues ReisEspecialista em Dentística. Mestre em Reabilitação Oral. Doutorando em Materiais Dentários – FOUSP.

João Vitor Soares Graduado em Odontologia.

 

Michelle Pereira Costa Mundim Graduada em Odontologia. Mestre em Reabilitação Oral.

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Caso Clínico

porção coronária. Observa-se enfraquecimento das paredes proximais e manchamento radicular, consequências de múl-tiplas substituições empregando núcleos metálicos fundidos. Indicou-se a reabilitação deste elemento, empregando cimen-tação totalmente química de retentor reforçado com �bra de vidro e reconstrução coronária com resina composta para confecção de preparo para coroa total. Foi realizado preparo do conduto radicular para pino Exacto n. 2 (Angelus Ind., Lon-drina, Paraná, Brasil) translúcido, utilizando broca do Sistema Exacto em baixa rotação. Observe a manutenção de aproxi-madamente 5,0mm de guta-percha no terço apical. Prova clí-nica do pino após isolamento absoluto (�gura 3). Foi realizado condicionamento da estrutura dentinária com ácido fosfórico 37% (Angelus) por 15s. Injetar o ácido fosfó-rico, iniciando na porção mais profunda radicular, reduzindo as chances de bolhas (�gura 4). Posteriormente, foi aspirado o excesso de ácido fosfórico com sugador endodôntico, lavar interna e externamente com água empregando seringa endo-dôntica durante pelo menos 15s. Remover excesso de umida-de com cones de papel absorvente. Observe, com atenção, a extremidade dos cones para detectar remanescentes de ácido fosfórico (�gura 5). Na sequência, aplicou-se com mi-cro-brush o Primer do Sistema Adesivo Fusion Duralink (An-gelus). Aguardou-se 60s para evaporação do solvente, remo-vendo os excessos de primer com cone de papel absorvente. Em seguida, aplicou-se, com outro micro-brush, o Catalizador do Sistema Adesivo Fusion Duralink (Angelus). Os excessos foram removidos com cone de papel absorvente. Aguardou -se quatro minutos para reação de polimerização da camada adesiva (�gura 6). Neste intervalo de quatro minutos, realizou-se tratamento da superfície do pino de �bra de vidro com o protocolo descrito a seguir, objetivando a exposição super�-cial de maior quantidade de �bra de vidro sem o comprometi-mento estrutural do pino4.

» Imersão em Peróxido de Hidrogênio 24% por 60s. » Lavagem por 60s com spray ar/água.» Secagem.» Aplicação de Silano (Angelus) – aguardando 60s de vola-tilização total.» Aplicação de camada de Adesivo Fusion Duralink na por-ção coronária do pino – Fotoativação por 40s.

Figura 2Aspecto inicial da raiz do elemento 22. Observe a reduzida espessura das paredes proximais e a altura de 2,0mm do remanescente dental, importante para resistência do conjunto dente/pino/coroa.

Foi manipulado o cimento de presa química Cement-Post (An-gelus), seguida de inserção do cimento com lima, espalhando nas paredes do conduto radicular. Inserção do pino de �bra envolvido com cimento resinoso. Remoção dos excessos de cimento com micro-brush (�gura 7). Na �gura 8 observa-se a reconstrução da porção coronária com resina composta nano-híbrida Ice (SDI Ind., Austrália) cor OA2. Inserção incre-mental envolvendo o remanescente dental e retentor, plane-jando geometria do preparo para coroa total e opaci�cando a base escura da raiz. Fotoativação de cada incremento de resi-na composta por 40s. Na �gura 9 pode-se visualizar o aspecto inicial e o aspecto �nal do preparo para coroa total. Neste momento, cabe ao pro�ssional a adequação do preparo de acordo com o tipo de material constituinte da coroa total, ou seja, infraestrutura metálica, empregando pontas diamantadas 2214 e 2215, ou infraestrutura de cerâmica reforçada, empregando pontas diamantadas 2135 e 4138.

Figura 1Fratura catastró�ca de pré-molar restaurada com resina composta retida por retentro intrarradicular metalico pré-fabricado rosqueável. A - Região de interação de�ciente da interface metal/resina composta. B - Região da fratura radicular intensi�cada pelo tipo de pino.

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Caso Clínico

Figura 3Radiogra�a Periapical – 5,0mm guta-percha remanescente apical, adaptação da broca do sistema Exacto e prova do pino.

Figura 4Condicionamento da estrutura dental.

Figura 6Hibridização da estrutura dental, aplicação do Primer e Catalizador e remoção dos excessos.

Figura 7Aplicação do cimento resinoso químico.

Figura 5Remoção do excesso de ácido fosfórico, lavagem e controle da umidade.

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Caso Clínico

ConclusõesPode-se concluir que, a hibridização da estrutura dental e cimentação adesiva totalmente química são opções reabili-tadoras relevantes em situações clínicas, onde o fator pro-fundidade e qualidade da unidade ativadora in�uenciam negativamente na qualidade de união da interface pino/ci-mento/dentina radicular.

Referências1. Ross IF. Fracture susceptibility of endodontically treated te-eth. J Endod 1980; Mar,6(1):560-5.

2. Soares CJ, Soares PV, de Freitas Santos-Filho PC, Castro CG, Magalhaes D, Versluis A. The in�uence of cavity design and glass �ber posts on biomechanical behavior of endodon-tically treated premolars. J Endod. 2008 Aug;34(8):1015-9.

3. Menezes M, Queiroz EC, Soares PV, Faria-e-Silva AL, Soares

Figura 8Reconstrução da porção coronária – núcleo de preenchimento prévio ao preparo.

CJ, Martins LR. Fiber post etching with hydrogen peroxide: effect of concentration and application time. J Endod. 2011 Mar;37(3):398-402.

4. Schwartz RS, Robbins JW. Post placement and restoration of endodontically treated teeth: a literature review. J Endod 2004; Oct,30(2):289-301.

5. Faria e Silva AL, Casselli DS, Ambrosano GM, Martins LR. Effect of the adhesive application mode and �ber post trans-lucency on the push-out bond strength to dentin. J Endod 2007;Apr,33(3):1078-81.

6. Silva NR, Castro CG, Santos-Filho PC, Silva GR, Campos RE, Soares PV, Soares CJ. In�uence of different post design and composition on stress distribution in maxillary central incisor: Finite element analysis. Indian J Dent Res. 2009 Apr--Jun;20(2):153-8.

Figura 9Aspecto �nal da porção coronária e preparo.

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Caso Clínico

Gino KoppCirurgião-Dentista. Especialista em Implantodontia. Especialista em Periodontia. Coordenador dos cursos do Instituto Kopp. Diretor Cientí�co do Kopp. Criador da técnica de enxerto ósseo homógeno particulado modi�cada. Criador do Sistema Friccional de [email protected]

Reconstrução óssea de maxila atró�ca utilizando a técnica de enxerto ósseo homólogo particulado modi�cada

O surgimento do implante dental trouxe a necessidade de corrigir defeitos ósseos para sua instalação em po-sição mais adequada para confecção da prótese im-

planto suportada.Existem várias técnicas descritas na literatura para a correção destes defeitos. Os melhores resultados são obtidos com osso autógeno, porém, existem vários aspectos que di�cultam a sua aplicação, como: região doadora intra ou extrabucal, quantidade de osso, morbidade pós-operatória, habilidade técnica do opera-dor, tempo de procedimento, lesões vasculonervosas, etc. A técnica com osso homólogo em bloco também apresenta al-guns aspectos que trazem muitos questionamentos, apesar da disponibilidade de material e da ausência de necessidade de re-moção óssea de região doadora do paciente. Os questionamen-tos mais comuns se referem ao tempo de consolidação do enxer-to ao leito ósseo de 10 a 12 meses, a revascularização do enxerto e ao tempo de acomodação do enxerto na região receptora. No Brasil existe uma norma que regulamenta o funcionamen-to de banco de tecidos musculoesquelético, considerando a necessidade de garantir que, os tecidos musculoesqueléticos a serem utilizados em transplantes sejam captados, avaliados, processados, estocados e disponibilizados dentro de padrões técnicos e de qualidade que a complexidade do procedimento requer para sua distribuição1. Petrungaro e Amar2 demonstraram a e�cácia e segurança do enxerto ósseo alógeno, contornando importantes e limitações (tamanho e localização) inerentes aos enxertos autógenos, le-vando em consideração as complicações que possam existir com a coleta de osso autógeno e que podem ser evitadas.

Del Valle e colaboradores3 ressaltaram que o osso mais indi-cado para enxertia é o autógeno, e uma alternativa para sua substituição é o osso homólogo. Suas características em lon-go prazo têm resultados semelhantes, embora a enxertia com osso homógeno tenha um índice de reabsorção maior.Rocha e colaboradores4 relataram que o emprego do osso ho-mógeno tornou as cirurgias mais rápidas e menos traumáti-cas do que quando utilizado o osso autógeno, pois não houve a necessidade de acesso cirúrgico para remoção do osso de uma área doadora.Levandowsky5 relatou que apesar da segurança proporciona-da pelo osso autógeno para a correção de defeitos alveolares é constante a busca de alternativas que eliminem ou diminu-am a morbidade de uma segunda região operada.Contar e colaboradores6 demonstraram que o osso fresco congelado pode ser um material de êxito como enxerto para o tratamento de defeitos maxilares. Técnicas cirúrgicas adequa-das favorecem para que esse osso seja utilizado com seguran-ça em regiões que serão implantadas, sendo uma alternativa adequada aos enxertos autógenos.Nossa prática clínica, superior a 20 anos de experiência com diferentes técnicas de enxertias, sendo 11 anos dedicados ao enxerto homólogo, demonstrou que a técnica de bloco com osso homógeno tem reabsorção maior, se comparada ao do osso autógeno, devendo-se usar volumes maiores e mais es-pessos para compensar essa reabsorção.Em 1996, preocupados com as di�culdades geradas por este tipo de intervenção, durante o processo de um enxerto em blo-co com osso homólogo na região do segundo pré na mandíbula

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Caso Clínico

- que para perfeita adaptação do bloco necessita de muita es-cultura e dispensa-se muito tempo - decidimos colocar em prá-tica a técnica do osso particulado modi�cado. O procedimento foi realizado sem o uso de parafusos de �xação e membrana. Esperamos seis meses para reabertura. Nesta oportunidade, ve-ri�camos o sucesso do enxerto. Ganhamos a largura necessária para instalar os dois implantes na região. Sequencialmente, pas-samos a aplicar a técnica em defeitos pequenos e, mais tarde, em casos mais extensos, como uma maxila completa. Considerando estes pressupostos, apresentamos um caso clí-nico onde a técnica de enxerto de osso homólogo particula-do modi�cado foi aplicada. As vantagens observadas foram: tempo de execução reduzido, facilidade técnica, ausência de morbidade, ótima adaptação do enxerto e volume su�ciente-mente obtido.

Caso clínicoExame clínicoPaciente ASA 1, sexo feminino, 50 anos de idade. Clinicamente apresentava maxila desdentada com reabsorção muito acen-tuada devido à pequena espessura óssea vestíbulo-palatina e �bromucosa �ácida à palpação. Portadora de prótese total superior (�gura 1).

Exame radiográ�coOs exames radiográ�cos constaram de radiogra�a panorâmi-ca, que evidenciaram translucidez pálato-vestibular do rebordo ósseo e acentuada pneumatização dos seios maxilares, que contraindicavam a instalação de implantes dentários (�gura 2).

TratamentoO paciente, após o planejamento, recebeu orientações pré e pós-operatória e as receitas com os medicamentos necessá-rios para proteção e conforto físico.O tratamento proposto foi o de enxertia óssea maxilar total com levantamento bilateral dos seis maxilares, com osso do tipo homógeno, obtido do Banco de Tecidos Músculo-Esque-léticos do Hospital de Clínicas da Universidade do Paraná. A característica morfo-histológica do anel ósseo era cortico-medular, retirado da tíbia (�gura 3). O bloco recebeu toalete ósseo, foi particulado com o particulador tipo pilão da KOPP, obtendo-se dois tamanhos de partículas que, posteriormente, receberam o antibiótico Garamicina (�guras 4a, 4b).A incisão no local, feita palatinamente à crista gengival, re-cebeu duas incisões relaxantes na região distal próximo ao tuber. Após o descolamento cuidadoso mucoperiostal do re-talho, distendemos o periósteo e iniciamos a condensação das partículas de osso sobre o leito receptor, de forma a aco-modar e dar o volume necessário ao enxerto (�gura 5 e 6). Acomodamos o retalho sobre o enxerto, suturamos com �o seda 4.0 (�gura7) e aliviamos a prótese total. Oito meses após a enxertia, pedimos exame tomográ�co para avaliação e marcamos a abertura para instalação dos implan-tes (�gura 8).Oito implantes 4.3x11mm Friccionais KOPP foram instalados com sucesso, e a rolha óssea foi removida com tre�na para exame histológico (�guras 9 e 10).Seis meses após, realizamos a abertura dos implantes e insta-lamos os Minipilares R Friccionais KOPP (�guras 11 e 12).Um mês após a reabertura, começamos a confeccionar a pró-tese de porcelana (�guras 13 e 14).

A prótese de porcelana foi parafusada sobre os Minipilares R KOPP, com aperto dos parafusos a 32 Newtos. Ajustes oclu-sais foram realizados (�gura 15). Passados seis meses de tratamento realizamos Rx panorâmi-co para veri�cação de resultados (�gura 16).A �gura 17 demonstra a espessura do rebordo durante o pro-cedimento de enxertia e a �gura 18 apresenta o estado clínico após a reabertura dos implantes osseointegrados.O paciente recebeu orientações de higiene e da necessidade de retornos periódicos para manutenção da prótese implanto suportada.

Figura 1Aspecto inicial.

Figura 2Radiogra�a inicial.

Figura 3Osso Homólogo.

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Caso Clínico

Figura 4aOsso Homólogo sendo particulado em moedor tipo pilão.

Figura 4bDois tipos de partículas obtidas.

Figura 5Rebatimento da �bromucosa com exposição do rebordo osso atrésico.

Figura 7Sutura.

Figura 6Acomodamento das partículas sobre o rebordo.

Figura 8Tomogra�a.

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Caso Clínico

Figura 9Remoção de rolha óssea para histológico.

Figura 15Aspecto �nal.

Figura 11Minipilares racionados no interior dos implantes friccionais KOPP.

Figura 13Cicatrização.

Figura 12Protetores de minipilares.

Figura 14Prótese metal cerâmica.

Figura 10Histológico.

Figura 16Radiogra�a - seis meses após o tratamento.

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Caso Clínico

mais bem avaliada, pois os resultados iniciais demonstram grande vantagem na aplicação.

Referências1. Brasil. Portaria n.º 2.600/GM. Regulamenta o funcionamento de banco de tecidos musculoesqueléticos. Brasília, Ministério da Saúde, 2009.

2. Petrungaro, P.S.; AMAR, S. Localized Rigde Augmentation with Allogenic Block Grafts Prior to Implant Placement: case reports and Histologic Evaluations. Implant Dentristry. V.14, n.2, p.139-148, 2005.

3. Dell Valle, R. A.; Carvalho M. L.; Gonzalez, M. R. Estudo do comportamento de enxerto ósseo com material obtido dos bancos de tecidos músculo-esqueléticos. Revista de Odonto-logia da USP. V.18, n.2, p.189-94, 2006.

4. Rocha, L.R.S.; Rocha, F.A.; Moraes, J. R. Homoenxerto Ósseo Con-gelado: Relatos de Casos Clínicos. Implante News. V.3, n.6, 2006.

5. Levandowski J.R. e col. Utilização do osso alógeno em blo-co para aumento de rebordo alveolar: revisão da literatura. Revista Implante News. V.5, n.1, p.51-57, 2008. 6. Contar, C. M. M. E col. Maxillary Ridge Augmentation With Fresh--Frozen Bone Allografts. J. Oral Maxillofac Surg. V.67, p.1280-1285, 2009.

7. Aracil, R.D.; Alonso, A.; Blanco, J.; Sanz, J.Utilização de osso con-gelado proveniente de bancos para enxertos prévios à colocação de implantes ósseo-integrados - estudo prospectivo de 3 anos (re-sultados clínicos e histológicos). Lisboa: Congresso Ibérico, 2003.

8. Renato Mazzonetto, Henrique Duque Netto, Frederico Felipe Nascimento, Enxertos Ósseos em Implantodontia. 1ª Edição/ 2012.

9. Scwartz Principios de Cirugía Autor/es: Brunicardi F. Año: 2005 - 5ta edicion Editorial: McGraw Hill Idioma: Español.

10. Soto C, Navas J. Banco de huesos y tejidos.Fundación. Cosme y Damián. Rev Colomb Ortop Traumatol. 1998 Ago; 12 (2): 124-28.

11. Garcia R.J.; Feo�llof E.T. Técnicas de obtenção, processa-mento, armazenamento e utilização de homoenxertos ósseos, protocolo do Banco de Ossos da Escola Paulista de Medicina. Rev Bras Ortop. V. 31(11), p 895-903, 1996.

DiscussãoA maxila, quando apresenta reabsorção severa, impossibilita a instalação de implantes convencionais sem antes realizar-mos a reconstrução com enxerto ósseo. Na região anterior da maxila desdentada é comum encontrar altura do rebordo alveolar preservada e reabsorção palato-vestibular. Na região posterior da maxilar desdentada temos a limitação da altura do rebordo devido à pneumatização dos seios maxilares. A reabsorção da maxila é acentuada com o uso de prótese total.Para restabelecer a arquitetura necessária à implantação, é comum recorrer aos enxertos ósseos nessa região7-10. O en-xerto homógeno conta com as vantagens de não apresentar morbidade na área doadora, quantidade ilimitada para uso, di-minuição do tempo operatório, ausência de cicatriz e diminui-ção das complicações relativas à cirurgia da área doadora11,12, os autores ainda indicam que as principais desvantagens do enxerto com osso homógeno são a maior imunogenicidade, menor capacidade de osteogênese e osteoindução, consoli-dação mais lenta, possibilidade de transmissão de doenças e maior taxa de infecção. A partir do caso apresentado, podemos veri�car que os enxer-tos homógenos particulados servem como um arcabouço com propriedades osteocondutoras. Após a reabsorção parcial e remodelação ocorre a neoformação óssea. Neste tipo de técni-ca acreditamos que a revascularização é mais rápida e a união entre o leito receptor e o enxerto é obtido de maneira uniforme. O próximo passo deve ser o desenvolvimento de pesquisas a partir de amostras para histológico, veri�cando a qualidade de formação óssea em diferentes tempos de reabertura. ConclusãoSabemos que o osso mais indicado para enxertia é o autógeno, e a alternativa para sua substituição é o osso homógeno. A cor-reta utilização do osso homógeno pode nos trazer resultados excelentes. Pela nossa experiência clínica, a proposta desta nova técnica de enxertia com osso homógeno particulado mo-di�cada traz muitos benefícios ao paciente e ao pro�ssional, devido a simplicidade de aplicação, diminuição de morbidade, redução de tempo e custo, ótima adaptação do enxerto e ne-cessário volume obtido. Existe necessidade de maiores estudos sobre este nova téc-nica para esclarecer os mecanismos envolvidos na consolida-ção do enxerto. Acreditamos que o processo envolvido na neoformação ós-sea desta técnica de enxerto é a osteocondução, que deve ser

Figura 17Rebordo ósseo atrésico inicial.

Figura 18Abertura dos implantes após a instalação.

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48 julho de 2012

Caso Clínico

Weider SilvaEspecialista em Dentística. Especialista em Implantodontia. Professor do curso de Especialização em Implantodontia (ABO/DF). Professor do curso de Especialização em Dentística e Prótese (ABO-TAG/DF)[email protected]

Previsibilidade na transformação do sorriso

Um belo sorriso tem sido o principal motivo pelo qual as pessoas procuram um tratamento odontológico, já que a estética vem adquirindo um papel cada vez mais

importante na sociedade.Nesse contexto, o paciente procura um pro�ssional para a modi-�cação de sua aparência bucal, e não apenas para tratar um dente e manter um padrão de sorriso já existente, motivo pelo qual ne-cessita de exame multidisciplinar de suas possíveis necessidades e, consequentemente, das alternativas de tratamento integrado.O planejamento interdisciplinar permite que as diversas áreas da Odontologia, dentro de uma mesma �loso�a, trabalhem e alcancem os objetivos desejados, proporcionando não só a estética almejada pelo paciente, mas, principalmente, função e longevidade do tratamento.

Atualmente, diversas situações clínicas que necessitavam de resistência e/ou estética, e que, antigamente, só eram resolvi-das com tratamentos protéticos invasivos, podem ser solucio-nados perfeitamente com materiais restauradores adesivos, com mínimo ou nenhum desgaste dentário.Outro recurso bastante utilizado nas reabilitações estéticas atuais é a cirurgia plástica periodontal prévia, onde é possí-vel a correção do contorno gengival. Esta cirurgia é indicada, principalmente, para pacientes com linha de sorriso elevada.O presente caso clínico demonstra que por meio de um diag-nostico multidisciplinar minucioso e de um planejamento pré-vio com fotogra�as, modelos de estudo, radiogra�as e guias cirúrgicos, é possível tornar as reabilitações complexas em procedimentos rápidos, previsíveis e seguros.

Lêndiel Olímpio de SousaEspecialista em Dentística. Especialista em Prótese. Especialista em Implantodontia.

Gil MontenegroMestre em Dentística.

Tarcisio PintoMestre em Dentística.

Figura 1Aspecto inicial.

Figura 2Avaliação da linha do sorriso.

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Caso Clínico

Figuras 3a e 3bPlanejamento reabilitador e cirúrgico periodontal.

Figura 5Preparos para facetas cerâmicas.

Figura 6Silicone por adição (Futura AD, nova DFL).

Figuras 7a e 7bMoldagem com �o afastador duplo.

Figuras 4a, 4b e 4cGengivoplastia realizada com guia cirúrgico periodontal.

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50 julho de 2012

Caso Clínico

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para:Vanessa Navarro ou Vivian Pacca – ODONTO MAGAZINEAlameda Amazonas, 686 – sala G1Alphaville Industrial – Barueri-SPCEP 06454-070

11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail.

12) Informações:

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Paccae. [email protected]. + 55 (11) 4197.7769

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

Figura 8Moldagem de alta �delidade.

Figuras 10a, 10b, 10c e 10dFacetas em cerâmica.

Figura 11Aspecto �nal.

Figura 9Condicionamento com Alpha Etch (Nova DFL) 15 s e aplicação de adesivo Acqua Bond (Nova DFL) nos preparos antes da cimentação.

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