odonto magazine #03

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Ponto de Vista www.odontomagazine.com.br Ano 1 - N° 3 - Abril de 2011 Entrevista Emergências médicas na prática odontológica Reportagem Práticas integrativas e complementares à saúde bucal Especial Móveis odontológicos A saúde bucal infantil 03 9 772179 879008 ISSN 2179-8796

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Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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Ponto de Vista

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EntrevistaEmergências médicas na

prática odontológica

ReportagemPráticas integrativas e

complementares à saúde bucal

EspecialMóveis odontológicos

A saúde bucal infantil

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9772179879008

ISSN 2179-8796

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4 abril de 2011

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

Gerência GeralMarcela Petty

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7502

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7511

Atendimento GeralNatalia Piedade

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7500

ArteChristian Visval

e. [email protected] Costa

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Pacca

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7508

Diretora CientíficaDra. Lusiane Borges

e. [email protected]

Conselho CientíficoAugusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Maria Salete Nahás Pi-res Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Rodolfo Candia Alba Jr., Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Ca-milo e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal infor-mações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importan-tes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de odonto-logia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribui-ção gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, con-sultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 1 • N° 3 • Abril de 2011

Editorial

Nossa terceira edição está recheada com informações inovadoras que abre um universo completamente novo para a odontologia atual. A Reportagem com o Dr. Hélio Sampaio Filho aborda práticas alternativas e com-

plementares à saúde bucal, como homeopatia, acupuntura, hipnose, terapêutica floral e fitoterapia. Em Entrevista abordamos um assunto de extrema relevância: “As emergências médi-cas na prática odontológica”. A Dra. Solange Vergani esclarece os pontos principais do assunto, muitas vezes ignorado pela maioria de nossos colegas.Na seção Espaço Equipe desta edição, a Profª. Marina Montenegro faz um retrospecto interessante da odontologia na humanidade, bem como a importante atuação dos auxiliares desde tempos remotos.Em Relacionamento temos a Profa. Daniele Palacio, interlocutora de saúde bucal do ESF – Einstein, explicando o maravilhoso trabalho que a entidade faz nas UBS da re-gião sul da cidade de São Paulo.Em Ponto de Vista contamos com a participação da Profª. Helenice Biancalana abor-dando o assunto de sua especialidade – Saúde Bucal Infantil.A seção Especial deste mês aborda Móveis Odontológicos e Ergonomia na Prática Odontológica. Nesta, apresentamos opções de móveis do mercado para que o cirur-gião-dentista possa associar beleza e ergonomia à sua clínica.Nesta edição temos três colunistas abordando assuntos atuais e de extrema relevân-cia. Em Gestão, o Dr. Plínio Tomaz fala sobre o mercado odontológico atual e a ne-cessidade de inovar e “renascer” para uma nova odontologia. Em Ortodontia, o Prof. Wilson Murata aborda novos conceitos, tecnologia e conforto; e em Saúde Pública a Dra. Regina Brizolara explica com propriedade acerca da Política Nacional de Saúde e o governo Lula.Os Casos Clínicos apresentam assuntos de última geração, como o Sistema Cone More Friccional Kopp com o Dr. Antonio Maciel de Oliveira, Prótese Flexíveis Termo-plásticas com a Dra. Vanessa Malucelli Andersen e também um outro tema muito importante: o Clareamento Caseiro com Dra. Letícia C. A. G. de Almeida, Dr. Paulo H. dos Santos e Dr. André Luís F. Brito.

Agradecemos novamente a confiança de nossos patrocinadores e nosso impecável corpo científico, que se supera a cada edição.

Desejamos uma leitura enriquecedora a todos!

Interdisciplinaridade e Saúde Bucal para todos

Dra. Lusiane BorgesDiretora Científica

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ReportagemPráticas integrativas e complementares à saúde bucal

EntrevistaEmergências médicas na prática odontológica

Espaço EquipeUm pouco sobre nossas origens, nossos Tiradentes...Marina Montenegro Rojas

RelacionamentoO Einstein na saúde bucal

Ponto de VistaA saúde bucal infantilHelenice Biancalana

ColunistasGestão Odontológica Plínio Tomaz

Ortodontia Wilson H. Murata

Saúde Pública Regina Vianna Brizolara

Casos ClínicosResolução estética com Coroa Implantossuportada Munhão Integrada: Sistema Cone Morse Friccional KoppAlex Antônio Maciel de Oliveira

Clareamento dental caseiroLetícia Cunha Amaral Gonzaga de Almeida, Paulo Henrique dos Santos e André Luiz Fraga Briso

Próteses � exíveis termoplásticasVanessa Malucelli Andersen

Normas para publicação

pág. 26

pág. 32

Editorial

Programe-se

Notícias

Produtos e Serviços

Especial: móveis odontológicos

SumárioAbril de 2011 • Edição: 03

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6 abril de 2011

Abril

Agosto

Maio

Junho

Julho

Congresso Odontológico da Paraíba

04 a 06 de agosto de 2011O evento contará com conteúdo cientí�-co ministrado por renomados pro�ssio-nais das mais diversas especialidades da odontologia.

João Pessoa – PBwww.abopb.com.br

***

V Congresso de Ortopedia da CBOFM

21 a 24 de agosto de 2011 O evento contará com uma programa-ção cientí�ca impecável, e será palco da comemoração dos 10 anos da Ortopedia Funcional dos Maxilares como especia-lidade odontológica.

Termas do Rio Quente - GOwww.cbofm.com.br

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23º Congresso Brasileiro de Odontopediatria

27 a 30 de abril de 2011As atividades cientí�cas do 23º CBO estão subdivididas em: ‘Opinião de quem en-tende’, ‘Simpósios’, ‘Cursos Integrados’, ‘Cursos Master em Foco’, ‘Cursos de curta duração’ e  ‘Conferências’.

Goiania – GOwww.23cbo.com.br

***

6º Congresso Odontológico do Mato Grosso

02 a 04 de junho de 2011Com o tema central: “Conhecimento: va-lorização pro�ssional”, o evento contará com uma programação cientí�ca especia-lizada, devidamente preparada e desenvol-vida por grandes pro�ssionais das áreas especí�cas (cursos, palestras e simpósios).

Cuiabá – MTwww.abomt.com.br

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2º Neodent International Congress

16 a 18 de junho de 2011O evento contará com nomes da odon-tologia mundial na área da implanto-

20º Congresso Internacional de Odon-tologia do Rio de Janeiro - CIORJ

20 a 23 de julho de 2011Com um público estimado de 55.000 par-ticipantes, o CIORJ apresentará riquíssimo conteúdo cientí�co, além de grandes opor-tunidades de negócios.

Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJwww.ciorj.org.br

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OdontoBrasil 2011

24 a 27 de maio de 2011A 7ª Feira Internacional de Produtos, Equi-pamentos, Serviços e Tecnologia para Odontologia - oferece uma diversi�cada amostragem do que existe de mais novo em produtos, equipamentos e serviços para clínicas, consultórios odontológicos e laboratórios de prótese. É uma excelente oportunidade para que a indústria fornecedora contate direta-mente os pro�ssionais da área odon-tológica e distribuidores, promovendo negócios e relacionamentos. O evento permite que os pro�ssionais de odon-tologia possam vivenciar novas experi-ências. Juntas, Hospitalar e OdontoBra-sil formam o maior evento de saúde da América Latina.

São Paulo - SPwww.hospitalar.com.br

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3º Congresso de Odontologiado Estado do Tocantins

Saúde Bucal na Conquistada Dignidade Humana

25 a 28 de maio de 2011O evento tem como objetivo contribuir com a política de promoção de saúde bucal da população tocantinense, valorizar a atuali-zação dos cirurgiões-dentistas no contexto técnico-cientí�co, colaborar com a integra-ção sociocultural, auxiliar na integração da classe odontológica em seus diversos setores, permitir acesso aos cursos e a no-vos conceitos teóricos e práticos, promover palestras de diversas especialidades odon-tológicas e fórum sobre saúde pública, de-

Programe-se

senvolver ação comunitária com crianças da rede pública de ensino de Palmas e dar visibilidade ao serviço de saúde odonto-lógico, destacando sua importância na comunidade.

Palmas - TO(63) 3214-2246

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XXIV Congresso Brasileiro de Peridontologia

25 a 28 de maio de 2011O evento promovido bianualmente pela SOBRAPE – Sociedade Brasileira de Pe-riodontologia contará com especialistas, clínicos e estudantes interessados nas áreas de periodontia e implantodontia, e suas relações com as demais áreas da saúde. Trata-se de oportunidade ímpar para a veiculação e discussão da pesqui-sa mundial sobre temas que compõem a literatura cientí�ca desta área do co-nhecimento, asseguradas pelo nível de excelência dos ministradores convida-dos, nacionais e internacionais. Permite, também, efetuar intensa divulgação dos avanços tecnológicos do setor, criando oportunidades para que a indústria e o comércio odontológicos, do Brasil e exterior, possam mostrar o desenvolvi-mento de novos produtos e serviços.

Salvador – BAhttp://periodontologia.com.br

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dontia, e será uma grande oportunidade para a troca de informações e experiên-cias entre palestrantes, congressistas, estudantes, pro�ssionais e demais inte-ressados na área. Serão realizadas mais de 150 atividades cientí�cas nacionais e internacionais, entre elas: conferências, simpósios, fóruns cientí�cos, painéis cientí�cos, mesas-redondas, empresas expositoras, conferências sequenciais, fórum de tecnologia aplicada e cursos de imersão nacionais e internacionais.

Curitiba – PR(45) 3025-2121

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8 abril de 2011

Estão abertas as inscrições para o I SIN Ex-pert Meeting. O encontro é promovido pela SIN – Sistema Nacional de Implantes e acon-tecerá no próximo dia 20 de maio, das 8 às 19h00, no auditório Vila Noah, em São Pau-lo. A abertura estará a cargo da Dra. Martha Penna, presidente da SIN. Já estão con�rmadas as presenças de dois palestrantes internacionais, os especialistas Dr. Georgios Romanos, da Universidade de Rochester (NY, EUA) e Dr. Paulo G. Coelho, da Universidade de Nova York (NY, EUA), que

falarão, respectivamente, sobre “Carga Ime-diata: Uso de Implantes do tipo Cone Morse” e “A Interface da Macro e Micro Estrutura no Processo de Cicatrização e Recuperação Ós-sea”. Também estão con�rmadas as presen-ças de renomados especialistas brasileiros. As inscrições são gratuitas para dentistas e especialistas, e devem ser feitas antecipa-damente pelo site www.sinexpertmeeting.com.br, por telefone 08007702941, ou pelo e--mail [email protected]. As vagas são limitadas.

Novas tendências e tecnologias em implantes dentários

Notícias

Reunindo marcas líderes do setor, OdontoBrasil 2011 - 7ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Odontologia - oferece uma diversi�cada amostragem do que existe de mais novo em produtos, equipamen-tos e serviços para clínicas, consultórios odontológicos e laboratórios de prótese. A feira acontece entre os dias 24 e 27 de maio de 2011, no Expo Center Norte, em São Paulo, simultaneamente à Hospitalar. É uma excelente oportunidade para que a indústria fornece-dora contate diretamente os pro�ssionais da área odontológica e distribuidores, promovendo negócios e relacionamentos. O evento permite que os pro�ssionais de odontologia possam vivenciar novas experiências. Juntas, Hospitalar e OdontoBrasil formam o maior evento de saúde da América Latina. www.hospitalar.com.br

Negócios e relacionamentos em odontologia

Os brasileiros vão ganhar um reforço na assistência odontológica com a liberação de R$ 1,37 milhão do Ministério da Saúde para a construção de mais 29 Centros de Especialidades Odonto-lógicas (CEOs) em diferentes municípios. A medida consta da Portaria 87/11, que prevê o repasse dos recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos de saúde dos 29 municípios bene�cia-dos em 10 diferentes estados.Nos CEO’s, a população tem acesso gratuito a tratamentos de canal, gengiva, cirurgias mais sim-ples e outros serviços especializados, que passaram a ser oferecidos de forma mais estruturada no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2004. Os CEOs integram o Programa Brasil Sorridente, que já conta com 853 Centros em todo país. Essa estratégia já proporcionou um crescimento de seis para 25 milhões no número de atendimentos odontológicos na rede pública entre 2002 e 2010.  www.saude.gov.br

Ministério da Saúde libera recursos para saúde bucal

A Faculdade Ingá Santo Amaro

está com inscrições abertas para os

cursos de especialização e aper fei-

çoamento dierecionados aos pro-

�ssionais de saúde bucal.

Especialização em Implantodontia - Uningá - Registro MEC e CFOCoordenação: Dr. Reginaldo Migliorança e Equipe

Início: maio de 2011, com duração de 24 meses.

Aperfeiçoamento em Implantodontia – Módulos - Full TimeCoordenação: Dr. Reginaldo Migliorança e equipe

Início: maio de 2011, com duração de nove meses.

Especialização em Ortodontia - Uningá - Registro MEC e CFOCoordenação: Equipe do Dr. Miguel Neil Benvenga - Dr. Sylvio

Gonçalves Filho e Dra. Regina Rossi Gonçalves

Início: maio de 2011, com duração de 36 meses.

Curso para Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) – Registro CFO/CROCoordenação: Dra. Lusiane Borges e Equipe

Início: maio de 2011, com duração de seis meses.

Intensivo Teórico-Prático de Biossegurança e Esterilização para CDs e Equipe Auxiliar (ASB e TSB)Ministradora: Dra. Lusiane Borges

Data: 07 de maio de 2011 - sábado

Carga horária: 8 horas - material didático incluído

*** Descontos especiais para alunos e ex-alunos***

A instituição é localizada na Rua Izabel Schimidt, 118 (esquina com

a Av. Adolfo Pinheiro, 220), em Santo Amaro, SP. Mais informações

sobre a grade curricular e o investimento podem ser obtidas por meio

dos telefones: (11) 2619-5390, 2361-2342 ou 2361-2145.

Novos cursos: especialização para CD e capacitação para ASB

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9abril de 2011

Ministrado pelo administrador de empresas e consultor empresarial, Fernando Schiavetto, o treinamento visa oferecer aos pro�ssionais da área de saúde uma visão completa do planeja-mento estratégico de serviços voltados para o consultório odontológico, com análise do com-portamento do consumidor e a relação com o mercado.O curso que será realizado no período de 20 de abril a 11 de maio de 2011, envolve temas, como entendendo serviços, consumidores e mercados, principais elementos do planejamento estratégico de serviços, gerenciando o processo de entrega de serviços e implementando es-tratégias de serviços.Mais informações sobre o curso e sobre o investimento podem ser obtidas por meio do site www.cetao.com.br

Estratégia de serviços voltados para resultados

Notícias

O CETO, tradicional Centro de Estudos e Técnicas Odontológicas, inaugurou mais duas unida-des de atendimento odontológico nas regiões de Guarulhos e Mogi das Cruzes. Agora os mo-radores destas regiões poderão contar com 24 anos de experiência em serviços odontológicos focados em qualidade tanto no atendimento quanto nas instalações e pro�ssionais da área. “Sempre buscamos nos diferenciar pela excelência de nossos pro�ssionais e pela qualidade de nossos serviços prestados. Quem é atendido em uma de nossas unidades, não apenas sai satisfeito como comenta com parentes e amigos o que acaba sendo nossa melhor fonte de publicidade”, a�rma Rogério Velasco, diretor do Ceto. “Pretendemos estender este conceito de qualidade para outras cidades de São Paulo gradativamente, adquirindo a con�ança do público local ao proporcionar a eles um bom atendimento com um custo acessível”, �naliza.O CETO prevê a inauguração de mais três unidades de atendimento ainda para 2011.www.ceto.com.br

O portfólio de produtos Instrumentarium no Brasi conta com o Sistema de placas Intra-orais Ex-press, o Raio X Focus, o tomógrafo panorâmico OP200 e o Sensor Intra-oral Snapshot.A distribuição e o suporte técnico dos produtos é de responsabilidade da KaVo. Além de todo o suporte técnico dado aos tomógrafos i-CAT e Gendex GCB-500, a KaVo do Brasil possui mais uma linha de produtos para distribuição: a Instrumentarium. Referência na área de radiologia odontológica e de origem �nlandesa, a Instrumentarium foi a primeira a desenvolver um Raio-X Panorâmico. Muitos clientes que possuem produtos da Instrumentarium tinham di�culdades na manutenção ou reposição de peças, por não haver assistência adequada no Brasil. Agora, a KaVo fornecerá todo e qual-quer tipo de suporte, como já feito com as outras marcas distribuídas e supervisionadas pela empresa.www.kavo.com

Instrumentarium agora no Brasil

CETO inaugura mais duas unidades de atendimento odontológico

A empresa passou a promover, ao lado dos Recursos Humanos, ações que propiciem a educação de todos os pro�ssionais de cada organização, instruindo-os sobre a importância da saúde bucal.Esta preocupação com a qualidade de vida dos bene�ciários, aliada a redução da sinistralidade, faz a operadora oferecer gratuitamente palestras de higiene oral durante as SIPATs – Semanas In-ternas de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Na última semana de fevereiro, a Prodent esteve presente em uma das �liais da Tivit, empresa especializada em TI, promovendo quatro palestras sobre prevenção aos seus 1.400 funcionários.“Entendemos que a prevenção começa com a informação, por isso consideramos esses eventos importantíssimos para a conscientização dos empregados sobre saúde bucal e qualidade de vida”, a�rma Julio Cesar Felipe, diretor de Relacionamento da Prodent. Só para se ter uma ideia da importância desse trabalho, de dezembro para cá já foram 14 SIPATs realizadas, média supe-rior a uma palestra por semana.www.prodent.com.br

Prodent realiza ações em parceria com os RH

Julio Cesar FelipeDiretor de Relacionamento da Prodent

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10 abril de 2011

A Curaprox, empresa especializada em higiene oral, desenvolveu uma escova especi� camente para a Ortodontia, a CURAPROX 5460 Ortho. O Especialista Mestre e Doutor pela USP e Professor de Odontologia da Uniban, Dr. Hugo Lewgoy explica que essa escova possui uma canaleta central de cerdas rebaixadas, permitindo que a escova encaixe sobre o aparelho ortodôntico, favorecendo a higienização. Com 5460 cerdas ultramacias, ela realiza uma escovação efetiva e atraumática, além de favorecer a limpeza dos braquetes e do arco dos aparelhos ortodônticos, evitando o desgaste prematuro do produto. Ela pode ser utilizada em conjunto com as escovas interdentais CPS Prime e Unitufo CS1009.www.curaprox.com.br

Escova dental para quem usa aparelho ortodôntico

Estabelecer um Glide Path (uma via de acesso) suave e bem feito é um passo essencial na fase inicial de um tratamento endodôntico. É necessário entender e avaliar a anatomia do canal a ser tratado e reduzir o risco de fratura do instrumento rotatório. Até agora, essa fase inicial do tratamento é convencionalmente realizada com instrumentos manuais, tais como Limas K 008, 010 ou 015.Visando reduzir risco e garantir qualidade nesta fase do tratamento, a Maillefer lança no mercado, o PathFile, um novo sistema rotatório de níquel-titânio para um rápido e seguro pré-preparo na fase inicial do tratamento endodôntico. PathFile é extremamente � exível (adaptadas a todos os tipos de canais) e muito resistente à fratura e à fadiga, trazendo melhores resultados do que as técnicas manuais para preparo do canal radicular. www.dentsply.com.br

Nascida nos Estados Unidos, a New Smile chegou ao Brasil, no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. Com a direção da dentista Isabella Haiat e do diretor comercial Dany Haiat, a empresa traz ao mercado o moderno sistema de clareamento utilizando LED (Light Emitting Diodo) que oferece resultados imediatos a um preço acessível. Com clínica estética localizada no Shopping Downtown, Barra da Tijuca, a New Smile Express oferece os tratamentos Express 30’, indicado para quem já fez clareamento e quer realizar uma manutenção ou não tem a coloração dental muito escurecida; e o Premium 60’, indicado para quem nunca fez o clareamento ou tem dentição mais escura. Além disso, a empresa oferece manutenção por até seis meses após o procedimento. Os dois tratamentos são realizados com LED de luz azul sem emissão de raios ultravioletas, ou seja, totalmente seguros para dentes e gengivas. As únicas restrições ao clareamento são para pessoas grávidas e quem tem algum problema dentário, por exemplo, uma cárie, pois deixa o dente hipersensível. Uma das grandes inovações da empresa é usar em seus pacientes óculos 3D que exibem � lme, desenhos e shows durante o as sessões de clareamento dentário. Durante os 45 minutos o cliente � ca, literalmente, de boca aberta com as novidades projetadas na cadeira do dentista. Contato: (21) 3258-3612

Moderno sistema de clareamento

Solução em instrumentos rotatórios de níquel-titânio

Produtos e Serviços

prematuro do produto. Ela pode ser utilizada em conjunto com as escovas

Moderno sistema de clareamentoModerno sistema de clareamentoModerno sistema de clareamentoModerno sistema de clareamentoModerno sistema de clareamentoModerno sistema de clareamento

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11abril de 2011

Produtos e Serviços

A J Morita lança no mercado  brasileiro o novo localiza-dor apical, Root ZX mini. Mais compacto (60 mm x 57 mm x 103 mm) e leve (110g), o Root ZX mini foi desenvolvi-do com a mesma tecnologia do renomado Root ZX. Seu display digital mostra de forma clara a posição da lima a partir de 3 mm aquém do forame. Acompanham o equi-pamento: cinco clipes labiais, três suportes de lima e três pilhas AAA. O produto conta com a garantia de um ano. Para mais informações e aquisição entre em contato por meio do telefone 0800-888-5060.www.jmoritabrasil.com

Localizador Apical Root ZX mini

A Editora Santos, integrante do Grupo GEN, lança o “Atlas de Tomogra� a Compu-tadorizada por Feixe Cônico para o Cirurgião-Dentista”. O livro orienta o cirurgião-den tista no uso da tecnologia computadorizada, que teve grande in� uência no avanço do diagnóstico em odontologia.Segundo os autores Elio Papaiz, Luiz Roberto Capella e Reinaldo de Oliveira, este atlas é, na realidade, um guia muito bem ilustrado com imagens obtidas por to-mógrafo computadorizado por feixe cônico, também denominado de Tomogra� a Volumétrica. Direcionada ao cirurgião-dentista clínico geral, a obra tem por objetivo orientar e familiarizar o pro� ssional com essa tecnologia, a qual, na última década, possibi-litou um enorme avanço na melhoria do diagnóstico. Ao dispor desse recurso de ponta, as diversas especialidades da odontologia poderão ter acesso a uma visua-lização tridimensional das estruturas anatômicas do complexo maxilomandibular.Tal ação favorece condutas clínicas muito mais seguras.www.grupogen.com.br

Obra sobre tomogra  a computadorizada para cirurgião-dentista

Fabricada pela Erwin Guth, a pinça Beyer é especialmente desenvolvida para cortar micro fragmentos em estruturas ósseas. Com 19 centímetros de comprimento, o instrumento facilita o corte preciso do cirurgião-dentista. A ponta de 2mm de espessura, com dupla articulação da extremidade, permite um esforço muito menor do CD e uma pressão maior de corte. Os processos de produção são certificados pela NBR ISO 13485 e possuem as Boas Práticas de Fabricação concedidas pela ANVISA. O produto pode ser adquirido por meio do portal: www.tudoparaodontologia.com.br

Novidade em pinça odontológica

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12 abril de 2011

Reportagem

As práticas alternativas na odontologia são recém-reconhecidas e regulamentadas para o uso dos profi ssionais, mas despertam o interesse de muitos profi ssionais e contam com a aprovação dos pacientes.

Por: Célia Gennari

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A Resolução CFO-82/2008 “reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista de práticas integrativas e complementares à saúde bucal”. A Decisão CFO-

45/2008 baixa normas complementares para habilitação para as seguintes práticas: acupuntura, homeopatia, � toterapia, terapia � oral, hipnose e laserterapia. Não menos importante, mas que � cou de fora dessa contemplação foi a odontologia integral antroposó� ca, muito bem lembrada pelo Dr. Helio Sampaio Filho, reconhecido pro� ssional que trabalha e lecio-na cursos dessas práticas.Para entender como e quando essas terapias começaram a ser utilizadas pela equipe de odontologia, Dr. Helio lembrou que na década de 1970 o Dr. Álvaro Badra, eminente cirurgião--dentista, fez um alerta para uma nova abordagem ao paciente odontológico voltada para uma visão integral, humanista, para valorizar o que deve ser o foco da atenção do pro� ssional, mui-to além da frieza da técnica e do mecanicismo vigente – o ser humano. “Este visionário publicou artigos, ministrou cursos e editou apostilas e livros sobre hipnose e psicossomática em odontologia, acupuntura e homeopatia, em uma época em que a odontologia tinha sua atenção voltada exclusivamente para técnicas e medicamentos convencionais”, comentou Dr. Hélio Sampaio Filho.A partir de 2002, as discussões tomam novo rumo, apesar de muitos dentistas utilizarem ou recomendarem o uso de práticas integrativas e complementares há décadas. Nessa época foi re-alizada a Assembleia Nacional de Especialidades Odontológi-cas – ANEO, na qual acupuntura e homeopatia pleiteavam o re-conhecimento, o que lhes foi negado. Por essas e outras, � cou clara a necessidade de união e organização. E, assim, em 2006, Conselhos Regionais de Odontologia – inicialmente MG, SP, RJ e RS, nomearam Comissões de Terapêuticas Complementares para a Odontologia.Em 2007, o Conselho Federal de Odontologia – CFO convocou

Práticas integrativas e complementares à saúde bucal

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uma Assembleia em Bonito (MS) para uma ampla discussão sobre quais seriam as terapêuticas a serem avaliadas e discu-tidas e normas para a realização de um Fórum, que aconteceu em junho de 2008, denominado já de Fórum para a Regulamen-tação das Práticas Integrativas e Complementares. Segundo Dr. Hélio, a pesquisa de opinião realizada por meio do site do CFO mostra uma aprovação expressiva para que a normatização e regulamentação fossem discutidas em caráter o� cial.No entanto, o dentista recorda que a odontologia é a única área da saúde que ainda não reconhece a acupuntura e a homeo-patia como especialidades. O Conselho Regional de Medicina – CRM, o Conselho Regional de Medicina Veterinária – CRMV, além do Conselho Regional de Farmácia – CRF já reconhecem. Sem contar os não prescritores, como exemplo, a � sioterapia.O mais curioso é que, desde maio de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementa-res – PNPIC no Sistema Único de Saúde pela Portaria nº 971, que disponibiliza vagas para atendimento nas áreas de acu-puntura, homeopatia e � toterapia para o cirurgião-dentista. “Porém”, ressaltou Dr. Hélio, “como não foram ainda reconhe-

Reportagem

cidas como especialidades, perdese mercado de trabalho de maneira incompreensível”.

BenefíciosCom uma parcela muito expressiva dos pro� ssionais que uti-lizam práticas integrativas e complementares à saúde bucal, a prática clínica diária mostra que os benefícios são reais. “Ob-servo, tanto na minha prática clínica como em conversas com outros pro� ssionais, que a aceitação por parte do paciente ao tratamento complementar, assim como a resposta ao mesmo são, na maioria das vezes, muito positivas”, a� rmou Dr. Helio.Existe uma reprovação velada, não expressa e não mensu-rável entre alguns profissionais que não aceitam o reconhe-cimento dessas práticas, porém aos poucos a tendência é de mudança positiva. “Hoje conseguimos adentrar em mui-tas áreas do saber em odontologia. Vemos grupos atuando clinicamente em diversos setores dentro da Universidade de São Paulo e em outras faculdades, mas em número bem modesto. Em termos de Brasil, isso é diluído e acaba fican-do meio sem expressão”.

O ambiente clínico natural ao cirurgião-dentista é perfeitamente compatível com a aplicabilidade das técnicas terapêuticas. O consultório de um dentista homeopata ou que pratica hipnose, em nada difere do de um dentista clínico ou especialista

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CursosA Decisão CFO-45/2008 estabelece normas tanto para a habili-tação quanto para o funcionamento dos cursos, porém a pro-cura tem sido muito pequena para os cursos, provavelmente porque os pro�ssionais aguardam o prometido reconhecimento da especialidade que despertaria um maior interesse. De qual-quer forma, o Dr. Hélio informou que na maioria dos congressos importantes que ocorrem no Brasil ministram palestras e confe-rências sobre o tema.

Algumas das práticas integrativas e complementaresHomeopatiaA homeopatia é uma terapêutica que se desenvolveu por meio da história, desde Hipócrates até Hahnemann, médico alemão que a propôs, no �nal do século XVIII. É um sistema cientí�co-�losó�co bem determinado, com meto-dologia de pesquisa própria, apoiada na experimentação clínica de medicamentos homeopáticos. Tal processo de experimenta-ção é realizado em indivíduos sadios, para depois, por meio do Princípio da Semelhança, utilizá-los em indivíduos adoecidos. É uma terapêutica denominada de vitalista, em que o denomina-do princípio vital é estimulado para obtermos a homeostase, ou seja, o equilíbrio geral do indivíduo. Os medicamentos utiliza-dos vêem do reino vegetal, mineral ou animal e são submetidos a uma farmacotécnica homeopática, em que se utilizam ultradi-luições e agitações (sucussões) que se corretamente prescritos e administrados trarão inúmeros benefícios ao paciente. Sua aplicação é ampla dentro da odontologia.A homeopatia em odontologia não substitui os procedimentos técnico-operacionais convencionais, mas como as possibilida-des da terapêutica homeopática são bastante diversi�cadas. Ela poderá ser aplicada na clínica geral e em todas as suas especia-lidades. Por vezes, acompanhando as técnicas especí�cas e em outras oportunidades, como a terapêutica de eleição.

AcupunturaÉ uma técnica que tem como origem a medicina tradicional chi-nesa e que se baseia na inserção de agulhas ou qualquer outro meio de estímulo sensorial, aplicados em áreas determinadas e escolhidas para prevenir ou tratar diversas afecções do sistema estomatognático, além de poder proporcionar analgesia, efeitos ansiolíticos e miorelaxantes, melhora na função imunológica, controle de estresse e tantas outras aplicações nas diversas áre-as de atuação do dentista.

HipnosePelo uso da palavra, o cirurgião-dentista consegue promover um estado alterado de consciência do indivíduo de modo rá-pido e seguro, para que o mesmo possa ter um comportamen-to adequado e positivo controlando fobias, medo, traumas e tantos outros comportamentos que limitam o tratamento con-vencional. A Hipnose é citada e recomendada na Lei nº 5.081, de 24 de agosto de 1966 [publicada no D.O.U. de 26.8.66, re-ti�cada em 1º.9.66 e 16.6.67] que regulamenta a pro�ssão de cirurgião-dentista.

Terapêutica FloralIdealizada em suas bases por um médico inglês, Dr. Edward Bach, que catalogou 38 medicamentos principais extraídos de �ores e suas aplicações com o intuito de promover o reequilíbrio geral do doente. Os �orais atuam sobre a desarmonia profunda que afeta o paciente, promovendo o seu reequilíbrio, preparan-do o caminho para a recuperação física. Atuam também como preventivos, impedindo o aparecimento de novas doenças.

FitoterapiaÉ a terapêutica mais utilizada pelos diversos povos de todo o mundo, desde a mais antiga idade. As matérias-primas dos �to-terápicos são plantas (folhas, caule, �ores, raízes ou frutos) com efeitos farmacológicos medicinais, alimentícios, coadjuvantes técnicos ou cosméticos. Em odontologia existe uma condição de sua aplicação complementarmente a outras práticas e com possibilidade de pesquisa, aplicação e desenvolvimento nas in-dústrias farmacêuticas especializadas. De certa maneira pode haver a comparação da �toterapia com o tratamento com fár-macos, porém com o estudo das plantas medicinais, amplia-se o leque de aplicações que não �cariam restritas aos produtos padronizados pela indústria farmacêutica e com maior diversi-dade de emprego.

Dr. Helio Sampaio Filho

“Hoje conseguimos adentrar em muitas áreas do saber em odontologia. Vemos grupos atuando clinicamente em diversos setores dentro da Universidade de São Paulo e em outras faculdades, mas em número bem modesto”

Há carência de dados estatísticos bem como de trabalhos cientí�cos nas áreas relacionadas. O número de pro�ssionais interes-sados é reduzido, não deve chegar a 1.500 em todo o Brasil, o que diminui o número de trabalhos na área. Além, disso, segundo o Dr. Hélio Sampaio Filho, existe um crivo pelas editoras quando o assunto abordado é a prática integrativa de modo geral.A Homeopatia possui a Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas Homeopatas – ABCDH (abcdhnac.blogspot.com) que ten-ta agregar os pro�ssionais atuantes. No entanto, essa não é a realidade das outras áreas, sendo a desunião, na opinião do Dr. Hélio, o ponto crítico para que dados estatísticos sejam produzidos e destacados.

Carência de dados estatísticos

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Emergências médicas na prática odontológica

Dra. Solange VerganiEspecialista em Periodontia pela AORP. Mestre e Doutora em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Professora da disciplina de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia da Universidade de Franca – UNIFRAN.

Não é incomum o profissional de saúde bucal se deparar com situações de emergências médicas no consultório odontológico. A entrevista com a Dra. Solange Vergani, uma das autoras do livro “Emergências Médicas na Prática Dental: prevenção, reconhecimento e condutas”, aponta as principais ocorrências presenciadas em ambientes odontológicos e apresenta algumas das medidas que devem ser tomadas pelo profissional de odontologia.

Por: Vanessa Navarro

Odonto Magazine - Quais são as causas de emergências médi-cas mais frequentes nos consultórios odontológicos?Dra. Solange Vergani - As emergências podem ocorrer devido diferentes fatores desencadeantes, porém, sem dúvida alguma, as mais comuns são aquelas desencadeadas pelo medo e pela ansiedade gerados pelo próprio tratamento odontológico. Na maioria das vezes, estão relacionadas com experiências anterio-res que foram desagradáveis ou traumáticas para o paciente, mas podem derivar também de informações depressivas passadas por outros, tais como, relatos de pacientes que passaram por tra-tamentos mais complexos, como extração de dentes inclusos ou cirurgias para a colocação de implantes. Outro fator a ser consi-derado é o local de atendimento, que pode se tornar pouco agra-dável devido às condições físicas das instalações, tempo muito prolongado de espera para o atendimento, estado de conserva-ção e/ou de higiene dos equipamentos, pela exposição ostensiva do instrumental e, ainda, pela conduta do pro�ssional, que pode algumas vezes subestimar os temores do paciente ou demonstrar insegurança. No entanto, a principal causa de estresse é a dor, e suas consequên-cias podem ser ligeiras, fazendo com que o paciente sinta dor antes mesmo que esta possa ser provocada pelo tratamento. Outras vezes as consequências são mais pronunciadas, principalmente em casos cirúrgicos, manifestando-se como tensão muscular excessiva, lipo-tímias, aumento dos batimentos cardíacos, da pressão arterial, da glicemia, das secreções salivar e gástrica, entre outros.Esses fenômenos podem desencadear acidentes, principalmente naqueles pacientes que não se acham em condições físicas ideais. Por exemplo, o aumento da pressão arterial, principalmente se for brusco, pode levar a acidentes vasculares cerebrais em pacientes

hipertensos ou com arteriosclerose. O aumento da glicemia pode provocar uma crise em um paciente diabético; a elevação do me-tabolismo pode predispor o aparecimento de crises em pacientes epiléticos ou portadores de hipotireoidismo. O procedimento bási-co no controle da ansiedade e do medo se baseia nas atitudes do cirurgião-dentista, que deve ser persuasivo, bondoso, atencioso e demonstrar possuir um alto grau de paciência, segurança e poder de decisão no tratamento dispensado a todos os seus clientes. Odonto Magazine - Como o pro�ssional de saúde bucal deve agir ao se deparar com algum tipo de emergência médica?Dra. Solange Vergani - A primeira coisa a fazer é não entrar em pânico, ou não será capaz de ajudar. Depois deve realizar as me-didas  propostas para o chamado Suporte Básico de Vida (SBV) ou ABC da Vida (A = abertura das vias aéreas; B = boa ventilação; e C = circulação). A abertura das vias aéreas é conseguida pela extensão da cabeça e pescoço, inclinando a testa para trás com uma das mãos e elevando a parte posterior do pescoço com a ou-tra mão. Puxar a mandíbula para frente fazendo pressão anterior no ângulo da mandíbula e tracionando-a pela sua porção anterior. Puxar a língua para frente, utilizando material de sutura ou instru-mento apropriado (pinças). A respiração pode ser proporcionada por um dos seguintes métodos: ventilação boca a boca (ou boca a mascara) ou bolsa de ventilação para ressuscitação. A circulação é proporcionada por compressões cardíacas externas. Os princípios básicos dos primeiros socorros na prática da odontologia são: sal-var vidas, evitar danos maiores e procurar ajuda quali�cada.       Odonto Magazine - Quais são os equipamentos, drogas e insumos necessários no consultório odontológico  em uma

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situa ção emergencial?Dra. Solange Vergani - Uma peça básica do equipamento é a cadeira odontológica, que deve permitir ao paciente ser posicio-nado na horizontal ou em posição o mais horizontal possível, co-locando a cabeça do paciente mais baixa e os pés mais elevados. A sala deve ter espaço su� ciente para que seja possível colocar o paciente no chão, para a realização do SBV. Se o espaço físico for insu� ciente, deve estar disponível uma placa de metal rígido, para ser usada sob o tórax do paciente, a � m de administrar o SBV na própria cadeira odontológica. Quando estamos frente a uma emergência, é preciso aumentar imediatamente a capacida-de respiratória do paciente. Sendo assim, o equipamento para a administração de oxigênio é fundamental para um atendimento odontológico seguro. Usualmente administra-se 5 a 10 litros por minuto, controlando-se a respiração, a coloração e o pulso do pa-ciente. A estimativa do pulso não requer equipamentos e pode ser realizada colocando-se os dedos indicador e médio, em uma das três regiões: no sulco radial do punho, no pescoço ou próximo da orelha, adiante do trago. Em adultos, os valores normais encon-tram-se entre 60 e 90 batimentos por minuto. A pressão arterial pode ser determinada usando estetoscópio e es� gmomanôme-tro ou monitores digitais de pressão. Uma vantagem considerá-vel desse aparelho frente a emergências está no fato de que ele é adaptado ao pulso por uma cinta de tecido e é acionado pelo simples toque em um botão, o que libera as mãos do operador que, no caso do es� gmomanômetro precisa usá-las para manter o estetoscópio em posição e, ao mesmo tempo, pressionar a pêra de borracha para insu� ar o aparelho.Em relação às drogas, embora sejam comercializados kits de pro-dutos, o dentista deve preferir montar o seu próprio conjunto, que devem incluir: ansiolíticos, adrenalina, nitroglicerina, anti-histamí-nicos e corticoides; além de seringas, agulhas e garrotes de látex. Seus componentes devem ser rotulados e conferidos regularmen-te, para assegurar que esteja completo e seus produtos dentro do prazo de validade. O rótulo deve apresentar, além do nome, a indicação da droga, ou seja, a situação na qual deve ser utilizada. Odonto Magazine - Quais são as medidas que devem ser toma-das pelo pro� ssional de odontologia em casos onde a prescrição e a administração de medicamentos se tornam indispensáveis para o bem-estar do paciente vítima de mal súbito?Dra. Solange Vergani - O cirurgião-dentista é perfeitamente ca-paz de prescrever medicamentos quando julgar necessário; quer seja para aliviar a dor, tratar infecções ou até reduzir a ansiedade e o estado de apreensão frente ao tratamento. Para o caso de pa-cientes temerosos, os fármacos mais indicados são os ansiolíticos de uso oral, considerados como primeira escolha tanto pela sua e� cácia como por sua segurança clínica. Os ansiolíticos mais indi-cados são os do grupo dos benzodiazepínicos, do qual fazem parte o diazepam (Valium), o lorazepam (Lorax) e o bromazepam (Lexo-tan). Outra droga importante deste grupo é o midazolam (Dormo-nid), que além de ansiolítico também possui ação hipnótica, sendo muito usado para a realização de alguns procedimentos médicos, como a endoscopia e a indução da anestesia geral.

Quando indicado o uso de ansiolíticos, além da dose que prece-de a sessão clínica, deve ser prescrita ainda uma outra dose na noite anterior à consulta, a � m de induzir o sono e proporcionar descanso adequado ao paciente que deve, preferencialmente, ser atendido logo pela manhã, com o intuito de diminuir o estresse. Os ansiolíticos têm como principal efeito colateral a indução da so-nolência, podendo ocorrer também confusão mental, visão dupla, depressão, cefaleia, perda de coordenação motora e dependência química, porém esses efeitos geralmente ocorrem em casos de tratamentos prolongados. Devido à possibilidade de retardamento dos re� exos, o paciente deverá vir ao consultório acompanhado de um adulto responsável para auxiliá-lo em tarefas como atravessar a rua, uma vez que este pode não ser capaz de avaliar corretamente a velocidade ou a distan-cia dos automóveis. Por esta mesma razão, estão contraindicadas também outras atividades, como dirigir veículos e utilizar máquinas ou equipamentos que ofereçam risco a ele próprio ou aos terceiros. Em cerca de 5% dos casos, especialmente em crianças e idosos, essa medicação pode induzir o chamado efeito paradoxal, isto é, sinais de excitação ou euforia, ao invés da sedação esperada, efeito esse que desaparecerá após a metabolização da droga. Odonto Magazine - Quais são os aspectos éticos e legais em relação às emergências médicas na prática odontológica?Dra. Solange Vergani - Nesse aspecto, a legislação não é muito clara, mas sabe-se que, em um caso de urgência ou emergência, se a atuação do pro� ssional causar algum dano ao paciente ele poderá ser legalmente responsabilizado. Da mesma maneira, isso pode ocorrer se for estabelecido dano ao paciente devido a omis-são de socorro por parte do pro� ssional. Sendo assim, o ideal é cercar-se de todos os cuidados possíveis e de conhecimento pró-prio para a prevenção, o reconhecimento e o tratamento das emer-gências, se necessário. Odonto Magazine - Existe algum treinamento especí� co direcio-nado às emergências médicas na prática dental? Como e onde o pro� ssional de odontologia pode se preparar para tais situações?Dra. Solange Vergani - O pro� ssional deve começar a receber conhecimentos e treinamento em emergências médicas já no cur-so de graduação, procurando, a partir daí, não só manter esses conhecimentos como também atualizar-se constantemente por meio de cursos de educação continuada nessa área. Hoje em dia, por meio da internet, é possível encontrar facilmente esses cursos, entre eles o BLS (Basic Life Support), que é oferecido por institui-ções credenciadas pela American Heart Association (AHA), como o Instituto do Coração (InCor) e o Hospital Sírio Libanês, entre ou-tros tantos. Nesses cursos, o aluno aprende como proceder em situações de emergências cardíacas, de as� xia (por obstrução ou engasgamento) e até a utilizar um des� brilador automático. Esses cursos oferecem um certi� cado para o aluno, que é válido por dois anos, e é concedido após treinamento de dois dias com aula prá-tica e teórica. O aluno que não atingir sete pontos - no mínimo - precisa fazer reciclagem para receber o certi� cado. O certi� cado é emitido pela AHA.

Entrevista

Todas as informações contidas nessa entrevista são derivadas da obra “Emergências Médicas na Prática Dental”, cujo princi-pal autor foi meu pai, Prof. Dr. Regis Alonso Verri, que, infelizmente, não está mais entre nós para poder divulgar a impor-

tância do seu trabalho. Sendo assim, valho-me dessa entrevista para fazer minhas as palavras dele, para continuar a divulgar seu trabalho, que muito colaborou com o engrandecimento da nossa classe.

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Um pouco sobre nossas origens, nossos Tiradentes...

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Segundo os antigos, o sol curava todas as enfermidades, inclusive as afecções dentárias. Assim como os gregos adoravam Apolo, o deus Sol, da juventude e da cura das

enfermidades, na Alexandria do século IIId.C., os cristãos cano-nizaram uma santa: Apolônia, que perseguida pelos pagãos, teve dentes e ossos fraturados, além de ser queimada até a morte. Há uma analogia entre Apolo e Santa Apolônia: os dias instituidos para o culto foram 11/02 e 09/02 respectivamente. Além disso, Apolônia é igualmente venerada por ser guerreira e protetora dos enfermos, considerada padroeira dos dentistas e dos que sofrem de dores ou problemas bucais. Assim, acredi-ta ser a representação de Apolo para os cristãos.Na busca pelas origens da odontologia há achados arqueoló-gicos que apontam perdas dentais e seus mais diversos repa-ros: um texto sumério de 5000 a.C. descreve vermes do dente como causa da cárie. A arte dentária foi relatada nos escritos de Hipócrates e Aristóteles, nos papiros egípcios e no compên-dio romano de medicina, incluindo restaurações, exodontias e métodos para � rmar dentes perdidos e maxilares fraturados.Durante a Idade Média, na Europa, a medicina, a cirurgia e a odontologia eram praticadas por monges, substituídos pelos barbeiros, divididos entre os treinados para cirurgias comple-xas e os de serviços rotineiros, como barbear, cortar e pentear, além de curativos, sangria e cirurgias simples, como as chama-das extrações dentárias.A odontologia do século XVI restringia-se basicamente às exo-dontias com técnicas rudimentares e, instrumental inadequa-do sem qualquer higiene ou anestesia. Os médicos (físicos) e cirurgiões a evitavam alegando perderem a destreza manual, além dos riscos de hemorragias e infecções, podendo levar o

paciente a óbito. Barbeiros e sangradores eram geralmente fortes, impiedosos, impassíveis, ignorantes e tinham um baixo conceito, aprendendo a atividade sem qualquer teoria com os mais experientes, os mestres de ofício. Por volta do ano de 1500 chegaram ao Brasil mestres de ofí-cio de diversas pro� ssões: artesãos de grande habilidade ma-nual, entre eles, barbeiros e sangradores. Uma pro� ssão sem prestígio social, realizada normalmente por escravos ou forros com pouco conhecimento, muitas vezes analfabetos com ins-trumentos enferrujados e infectados, sem técnica e recursos � nanceiros, além de traumatizar dentes, lábios, ossos e língua com manobras intempestivas. Em 1629 a pro� ssão foi regulamentada pela Carta Régia de Portugal, por meio de ofícios e licenças após comprovação de prática de dois anos e aprovação no exame, sendo multa-dos e presos os que “tirassem dentes” sem licença. Em 1782 houve melhora da � scalização das mesmas e estabeleceu-se princípios cientí� cos, tornando a odontologia uma verdadeira pro� ssão, daí o termo dentista. Nessa época, Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, entre seus múltiplos ofícios praticou com grande habilidade a pro� ssão ensinada por seu padrinho, tornando-se “Patrono da Odontologia”.Em 1839 é criada em Baltimore, Estados Unidos, a primeira Escola de Odontologia do mundo: Colégio de Cirurgia Dentá-ria, além da Sociedade Americana de Cirurgiões-Dentistas e o American Journal of Dental Science. Muitos dentistas america-nos vieram para o Brasil suplantando franceses e com os Esta-dos Unidos liderando a evolução técnica e cientí� ca mundial. Muitos brasileiros lá se aperfeiçoaram.Em 1850 é criada a Junta de Higiene Pública, reforçando medi-

Cirurgiã-Dentista. Membro da Diretoria da APCD Pinheiros e da Coordenação do Projeto Odontocomunidade – CIOSP. Cirurgiã- Dentista do PSF Albert Einstein. Docente dos cursos de ASB/TSB – Biológica – APCD e ABO. Consultora em Odontopediatria do site “multiplos.com.br”[email protected]

Marina Montenegro Rojas

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das saneadoras e regularizando profissionais de universidades estrangeiras. Em 25 de outubro de 1884, o ensino de odonto-logia foi instituído no Brasil e era vinculado às Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, já que deveriam anexar uma escola de farmácia, um curso de obstetrícia e ginecologia e outro de cirurgia dentária. Os auxiliares sempre estiveram presentes, mas a profissão não era organizada como tal; sem escolas de formação e regula-mentação, os serviços eram realizados por profissionais varia-dos e o aprendizado era entre o dentista e o assistente ou quem quisesse aprender o ofício, assim qualquer um poderia exercê-lo. Em 1885 foi empregada a primeira assistente de odontolo-gia, que “auxiliava o dentista, limpava os instrumentos, fazia o inventário, apontamentos, a contabilidade e a recepção”.Por volta de 1890, descobriu-se que cárie era causada por bacté-rias, havendo mundialmente grande interesse pela higiene oral. Em São Paulo, em 1899, foi inaugurada a Escola Livre de Farmácia e Odontologia. Com o avanço tecnológico surgiram novas catego-rias ocupacionais sendo delegadas funções a indivíduos de nível intermediário, qualificados ou não para o trabalho no consultó-rio. Assim, foi criado, em 1910, o primeiro curso para auxiliares na Faculdade de Odontologia de Ohio (USA). Em 1913, Alfred C. Fones, “Pai da Higiene Dental”, incentivou a prevenção fundando a primeira Escola de Higiene Oral. Em 1958, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou os auxiliares de acordo com suas fun-ções: assistente clínico, técnico em laboratório dentário, higienista dental e enfermeira dental escolar. A regulamentação do exercício profissional limitava seu trabalho e instituia a supervisão pelo pró-prio cirurgiãodentista (Lei 5.081, Brasil 1966). Com isso, investiu--se mais no preparo dos auxiliares, melhorando a qualidade no

atendimento e suprindo necessidades dos sistemas de saúde nos países das Américas. Era uma mão-de-obra mais barata, liberando médicos e cirurgiões-dentistas para trabalhos de conhecimentos e habilidades superiores.Nos anos 1970, o atendente de consultório dentário, técnico em higiene dental e técnico em prótese dentária tiveram seu per-fil, funções e currículos mínimos estabelecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e Conselho Federal de Educação. Além disso, a regulamentação no Conselho Federal de Odonto-logia (CFO) e a inscrição no Conselho Regional de Odontologia (CRO) fez-se obrigatória. A incorporação desses profissionais nas equipes de saúde foi incentivada a partir de 1976, com a ampliação da rede ambulatorial do setor público. A formação do ASB e do TSB é normatizada pela lei federal 5.962/71 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Em 1980 houve aumento de especialistas, clínicas e profissionais liberais prestadores de serviços odontológicos além do desen-volvimento do conceito de saúde bucal coletiva. O novo cirur-gião-dentista deveria estar apto tanto para a área clínica como para complementar equipes de saúde, promovendo a saúde bucal individual ou coletivamente. Desde então, a necessidade do pessoal auxiliar vem crescendo na área clínica e educativa, sendo, atualmente, quatro as ocupações auxiliares em reconhe-cidas e regulamentadas no Brasil (Resolução CFO – 63/2005). O trabalho em equipe, a delegação de funções é uma forma inteligente de distribuição e realização de tarefas, trazendo ga-nhos qualitativos e quantitativos em vários aspectos. A orga-nização de um de trabalho em equipe com cooperação e visão integrada do paciente, constitui-se em uma tarefa diária de su-peração de desafios. E quantas mudanças ainda virão...

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O Einstein na saúde bucal

Dra. Danielle PalacioCirurgiã-Dentista. Interlocutora de Saúde Bucal do Instituto Israelita de Responsabilidade Social da Sociedade Bene� cente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde Coletiva. Mestranda em Saúde Coletiva. Coordenadora do módulo de Saúde Bucal da Especialização em Saúde da Família e Comunidade do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. Docente da Equipe Biológica.

Odonto Magazine - Como foi a inserção da Equipe de Saúde Bu-cal em Parceria do Hospital Israelita Albert Einstein com a Secre-taria Municipal de Saúde?Dra. Danielle Palacio - A Estratégia Saúde da Família surgiu em 1994, como plano do Ministério da Saúde para reorganização da atenção básica e mudança do modelo assistencial. No município de São Paulo, essa estratégia foi escolhida como uma das ferra-mentas para a estruturação do SUS, sendo articulada parceria entre a Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura do Município de São Paulo (SMS/PMSP) e Instituições de Ensino e de Serviços em Saúde de respeito e legitimidade nacional e internacional. Desde agosto de 2001, a Sociedade Bene� cente Israelita Brasilei-ra Albert Einstein (SBIBAE) foi uma das Instituições que � rmou, por meio do Instituto Israelita de Responsabilidade Social (IIRS), o convênio de parceria com a SMS/PMSP para auxiliar na coorde-nação, implantação e desenvolvimento do Programa Saúde da Família (PSF) no município de São Paulo, que, desde 2006, o Minis-tério da Saúde passou a denominar Estratégia Saúde da Família. A SBIBAE atua especi� camente na região da Supervisão Técnica de Saúde de Campo Limpo, zona Sul de São Paulo, atualmente em 12 Unidades Básicas de Saúde, com 75 equipes de saúde da família, que prestam atendimento a uma população de mais de 315 mil habitantes. Em 2008, foram implantadas equipes Ação educativa realizada em instituição de ensino.

As Equipes de Saúde Bucal do Albert Einstein em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde atuam na Estratégia Saúde da Família prestando assistência odontológica aos usuários das regiões do Campo Limpo e Vila Andrade. Supervisionado pela Dra. Danielle Palacio, o programa conta com 62 profi ssionais.

Por: Vanessa Navarro

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de saúde bucal (ESB) como parte integrante dessa estratégia. Atual mente são 22 ESB na região. 

Odonto Magazine - Quais são os pro� ssionais de saúde bu-cal que compõem o quadro de atendimento do projeto?Dra. Danielle Palacio - Contamos atualmente com 62 pro� s-sionais de saúde bucal, sendo 22 cirurgiões-dentistas (CD), 17 técnicos de saúde bucal (TSB) e 22 auxiliares de saúde bucal (ASB), além de mim, que sou responsável pelo planejamento e implantação das equipes de saúde bucal, pelo acompanha-mento das atividades (dinâmica de trabalho e diretrizes técni-cas, em conformidade com as diretrizes propostas e estabe-lecidas pela SMS/PMSP) e pela interlocução com as equipes, unidades e instâncias públicas, relacionados à saúde bucal. Todos os nossos CD’s têm especialização em alguma área clíni-ca, sendo que, a maioria, também possui especialização em saú-de pública. Na Estratégia Saúde da Família a principal atuação da Equipe de Saúde Bucal é na área de clínica geral, e para isso, nossos pro� ssionais precisam ter visão integral do paciente e conhecimento em todas as áreas de atuação da saúde bucal para poder intervir ou encaminhar corretamente os usuários. Nossos pro� ssionais trabalham de maneira multidisciplinar, a equidade e a universalidade também fazem parte de nossa atuação.

Odonto Magazine - Como foi a implantação, neste período de parceria entre a SBIBAE e a SMS/PMSP, das ESB’s?Dra. Danielle Palacio - Inicialmente, em 2007, houve a inserção de apenas uma ESB modalidade I (CD +ASB) como “projeto piloto”. No � nal de 2008 houve a implantação efetiva, sen-do contratadas mais 12 ESB, ampliando nosso quadro para 13 ESB modalidade I. Em 2009 algumas equipes passaram à modalidade II (CD + TSB + ASB) e ampliamos para 18 ESB. Em 2010 chegamos a 21 equipes e agora, em 2011, já temos 22 ESB (17 modalidade II e 5 modalidade I), estando previstas 24 ESB até o � m de 2011.

Odonto Magazine - Quais são as expectativas de realização de atendimentos para os próximos anos?Dra. Danielle Palacio - Nosso trabalho é baseado pelas diretri-zes estabelecidas pelo Documento Norteador “Crescendo e Vi-vendo com Saúde Bucal” da Secretaria Municipal de Saúde. A expectativa é que nossa atuação cada vez mais se consolide no território e que possamos dar acesso a um número maior

de pacientes, disseminando ações de saúde que proporcio-nem promoção e prevenção. Nosso maior objetivo é melhorar a qualidade de vida da população, tendo consciência de que, como pro� ssionais de saúde, podemos atuar conjuntamente para a melhoria dos indicadores de saúde na região.

Odonto Magazine - Qual a população atendida pelas ESF e ESB e sua média de atendimentos? Qual a principal porta de entra-da para o atendimento odontológico?Dra. Danielle Palacio - Nossas Equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal atuam na Região de Campo Limpo e Vila An-drade, que se localizam na Zona Sul de São Paulo. Segundo a estimativa do ano de 2010 (Fundação SEADE), as regiões do Campo Limpo e Vila Andrade possuem 315.372 habitantes. Dessa população, de acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), as Equipes de Saúde da Família (ESF) da SBIBAE são responsáveis por 76.516 famílias cadastradas, resultando em 268.434 pessoas. Ao ano, nossas ESF realizam mais de 170 mil atendimentos por mês, resultando em cerca de 2 milhões de atendimentos. Essa população tem uma leve predominância de mulheres (52,7%). Já as ESB, que atendem a população cadastrada pelas ESF, realizaram os atendimen-tos descritos no quadro 1.A principal porta de entrada para o atendimento odontológico se dá por meio da triagem de risco familiar e biológico: a cada ciclo de triagem as famílias convocadas são examinadas e têm a sua consulta marcada. Cada paciente recebe o atendimento e agenda-mento de acordo com o risco biológico que apresenta, ou seja, os pacientes de alto risco são atendidos prioritariamente com aten-dimento curativo imediato e ações de prevenção e educação em saúde concomitantemente. Já os pacientes de médio e baixo risco recebem ações focadas na prevenção. As ações curativas também são realizadas após o período de prevenção.

Odonto Magazine - Quais são as principais ações das ESB? Dra. Danielle Palacio - Nossas ESB fazem atividades dentro e fora da Unidade Básica de Saúde (UBS), onde atendem pacien-tes agendados e demanda espontânea diária (urgências). Nas urgências são realizados procedimentos para alívio da dor e abscesso, já nos pacientes agendados são feitos procedimentos preventivos e curativos da atenção primária: escovação super-visionada, evidenciação de placa, pro� laxia, raspagem, � uor-terapia, restaurações diretas, cirurgias básicas, pulpotomias e

Relacionamento

Atendimentos

Procedimentos clínicos

Total de atendimentos (clínicos + urgências)

2009

73.440 135.493 208.933

5.002 6.247 11.249

18.460 29.353 47.813

2.141 2.205 4.346

7.673 10.841 18.514

2.659 2.520 5.179

29.682 37.829 67.511

2010 Total

Atendimentos de urgência

Visitas/atendimentos domiciliares

Casos novos

Grupos realizados

Convocados para triagem

Quadro 1: Atendimentos em 2009 e em 2010

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Relacionamento

pulpectomias. Além disso, os pacientes acamados, restritos ao lar, recém-nascidos e em situações de risco e vulnerabilidade social recebem a visita da ESB em suas residências. Outras ativi-dades também são desenvolvidas na UBS: reuniões de equipe, integrada às ESF, grupos educativos, interconsultas e consultas compartilhadas. São realizadas ações coletivas em espaços es-colares: triagem de risco, atividades educativas, escovação su-pervisionada, � uorterapia e Tratamento Restaurador Atraumáti-co (ART) e cada ESB é responsável por 900 a 1900 crianças. Na comunidade, são realizadas atividades de educação em saúde e ART em espaços, como garagens, igrejas e galpões. As ações desenvolvidas pelos nossos pro� ssionais sempre têm como foco a humanização e o vínculo com a população.

Odonto Magazine - Os CD, TSB e ASB da SBIBAE contam com programas de capacitação e/ou treinamento? Existe algum apoio de desenvolvimento cientí� co?Dra. Danielle Palacio - Todos os nossos pro� ssionais recebem diversas capacitações e treinamentos oferecidos durante o ano. Alguns desses treinamentos são oferecidos pela SMS e outros pela própria SBIBAE, que busca a atualização contínua dos pro� ssionais, assim como o seu desenvolvimento cientí-� co. Contamos com o apoio do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) que desenvolve e oferece treina-mentos customizados para os nossos pro� ssionais, de acordo

com necessidades apontadas e/ou percebidas durante o desen-volvimento das atividades rotineiras. Há também a Simulação Realística, que é uma metodologia educacional inovadora que por meio de situações da vida real e utilização de atores, ro-bôs e tecnologia de áudio e vídeo, permite a capacitação de pro� ssionais, seja em competências técnicas ou competências comportamentais. Em 2010 todos os pro� ssionais de saúde bu-cal foram capacitados para atuar em situações de urgências e emergências por meio da simulação realística. Com o intuito de incentivar e orientar o desenvolvimento cientí� co, o IIRS, desde 2008 organizou um Comitê de Desenvolvimento Cientí-� co (CDC). Em 2010 tivemos 12 trabalhos de saúde bucal apre-sentados em eventos cientí� cos, dentro e fora do Brasil. Além disso,  todos os nossos CD’s fazem parte de grupos de estudos (visita domiciliar, processo de trabalho, recém-nascido e ges-tante), onde artigos cientí� cos são discutidos e as diretrizes são reforçadas, havendo troca de experiências entre as equipes.

Odonto Magazine - Como deve agir o pro� ssional de saúde bu-cal interessado em fazer parte das Equipes de Saúde Bucal?Dra. Danielle Palacio - Para ser funcionário da SBIBAE, o candidato deve se inscrever no site do Einstein: www.einstein.br e cadastrar seu currículo no ícone “Trabalhe Conosco”. Os processos seletivos são realizados por nossa equipe de Recursos Humanos em parce-ria com a equipe técnica e representantes das instâncias públicas.

Quadro 1: Atendimentos em 2009 e em 2010

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Ponto de Vista

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A saúde bucal infantilHelenice BiancalanaEspecialista em Odontopediatria. Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela FCM – UNICAMP. Diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas – Central. Diretora da Associação Paulista de Odontopediatria – APO. Coordenadora dos Projetos de Educação e Prevenção desenvolvidos pela APCD em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADs e com as Faculdades de Odontologia - Ação SOS Sorriso Saudável.

Ponto de Vista

No final do ano passado foram divulgados os resulta-dos da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010, reali-zada pelo Ministério da Saúde – SB 2010, que indicou

a melhoria da condição de Saúde Bucal entre 2003 e 2010. Na idade de 12 anos, utilizada mundialmente para avaliar a situação em crianças, a doença atingia 69% da população em 2003. Essa porcentagem diminuiu para 56% em 2010. Um declínio de 13 pontos percentuais, o que corresponde a uma diminuição de 19% na prevalência da enfermidade. O número médio de dentes atacados por cárie também dimi-nuiu nas crianças: era 2,8 em 2003 e caiu para 2,1 em 2010 – uma redução de 25%. Em termos absolutos, e considerando a população brasileira estimada para 2010, essas reduções indicam que, no período considerado, cerca de um milhão e 600 mil dentes permanentes deixaram de ser afetados pela cárie em crianças de 12 anos em todo o país.Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, a média de dentes afetados é de 4,2, exatamente o dobro do número médio encontrado aos 12 anos. Essa evolução do CPO entre 12 e 15-19 anos tem sido um achado comum em outros estudos no Brasil e no mundo. Comparando-se com 2003, contudo, a redução no componente “cariado” foi de 39% (de 2,8 den-tes em 2003 para 1,7 em 2010). Em termos absolutos, isso corresponde aos mais de 18 milhões de dentes livres da do-ença. (Pesquisa Nacional da Saúde Bucal – 2010, Ministério da Saúde).Cabe ressaltar, também, que atenção especial deve ser dada à dentição decídua, pois o ataque de cárie em crianças de cinco anos foi em média de 2,3 dentes. Desses, menos de 20% estavam tratados no momento em que os exames epi-demiológicos foram realizados. Em 2003 a média nessa ida-de era de 2,8 dentes afetados – uma redução, portanto, de apenas 18% em sete anos. Além disso, a proporção de den-tes não tratados se manteve no mesmo patamar de 80%.Ao se tratar de atenção odontológica infantil estamos ainda longe de atingirmos o considerado ideal. Crianças com até três anos de idade não são conduzidas ao cirurgião-dentista. É fundamental considerar que a família é um setor impor-tante na educação e prevenção, uma vez que nela se de-

senvolvem hábitos e comportamentos relacionados à saúde, que em geral, são capazes de influenciar os seus membros. Os valores culturais também se encontram associados às percepções sociais em relação à saúde bucal, incluindo o fator socioeconômico. Ainda neste contexto, a complexida-de que envolve a cárie dentária, doença que mais acomete a saúde bucal infantil, requer métodos mais abrangentes para o diagnóstico e tratamento, melhor estruturados e, multi-disciplinares envolvendo o especialista da odontologia, associado e integrado a outros profissionais da saúde e à sociedade organizada. Deve-se ainda acrescentar que, o de-senvolvimento de habilidades pessoais cognitivas e sociais viabiliza a acessibilidade, o entendimento e a utilização das informações em saúde podem favorecer a promoção e a ma-nutenção da saúde.Houve um avanço em todas as regiões, exceto na região norte, devido a características particulares e peculiaridades no que se refere à constatação de que tecnologias com por-tabilidade mais adequadas - aparelhos menores para serem usados em nas unidades móveis - deverão ser levadas em consideração nas próximas ações (Pucca Jr, G A – Coordena-dor da área Técnica de Saúde Bucal do Ministério da Saúde).É imperioso ao se falar de saúde bucal infantil que se co-nheça exatamente a condição dessa população, para diag-nosticar e estabelecer parâmetros para a implementação de Programas e maior clareza dos assuntos. Assim, foi neces-sário esclarecer pontos importantes na epidemiologia para reconhecermos as necessidades de cada grupo e região.Atualmente, o Brasil tem uma política de saúde bucal bem estruturada, conduzida pela Coordenação Nacional de Saú-de Bucal do Ministério da Saúde, porém é preciso estimular a valorização do profissional e nos conscientizarmos que so-mos profissionais da saúde e devemos estar aptos para pro-mover saúde e praticar a odontopediatria social e coletiva diante das necessidades tão evidentes da nossa população, o que exige mudança em nossas atitudes e maior participa-ção dos cirurgiões-dentistas nas questões políticas e sociais com o objetivo de vislumbrar um futuro melhor para os jo-vens profissionais e para a nossa sociedade.

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O renascimento da odontologia

Coluna - Gestão Odontológica

Plínio TomazCirurgião-Dentista. Master em Empreendedorismo e Inovação (B.I International). Pós-graduação em Marketing (ESPM), com especialização em Saúde Pública (Unaerp) e Administração Hospitalar (IPH). Conferencista internacional. Articulista de jornais e revistas voltados aos pro� ssionais de saúde. Professor de diversas instituições de ensino. Diretor da Tomaz Gestão e [email protected]

Como alguém dedicado e aplicado em estudar o mercado odontológico e suas relações, posso dizer que a odonto-logia está passando (e irá passar) por grandes mudanças.

O título deste artigo dá a exata ideia do que realmente quero aqui mencionar. A odontologia, tal como a conhecemos, está morrendo ou talvez até já tenha morrido. Forte esta frase? Mas � que tranquilo: uma nova e gloriosa odontologia começa a nascer. É um renascimento sendo produzido e visto para todo aquele que já aprendeu a ver com a lente correta: a do empreendedor.Poderia gastar muitas linhas mostrando e provando o quão caó-tica está nossa pro� ssão: uma quantidade exorbitante de pro� s-sionais mal distribuídos pelo país e com lacunas importantes na formação acadêmica. Ganhos médios (que não passam de US$ 1,3 mil) e imagem caricaturada se unem às di� culdades que nos são impostas ora pelos governos ora pelos próprios colegas, em diversos níveis. Há muitos pro� ssionais fechando suas portas e mudando de pro� ssão, frustrados por não conseguirem – nem de longe – alcançar os seus lindos sonhos de estudante.O que de fato parece ocorrer é que o problema está na insistência de um modelo de negócios (esta é a questão!!!) que já caducou! Re� ro-me ao modelo de negócio onde um dentista monta seu consultório (ou quando muito uma pequena clínica com um ou dois sócios), contrata sua secretária e abre as portas esperando que os pacientes entrem. Isso morreu. Isso não funciona mais na grande maioria dos casos.Por outro lado, tenho � cado espantado com a velocidade com que a odontologia renasce das cinzas, só que agora com uma visão mais madura, atualizada, contextualizada e, consequentemente,

mais lucrativa e profícua.O novo modelo de negócio, o que funciona, nasce de uma visão mais empresarial, ainda que isso soe estranho para alguns cole-gas mais saudosistas e presos ao paradigma da velha odontolo-gia. Neste novo modelo, o dentista dá lugar ao empresário, que vê uma oportunidade de ganhos � nanceiros interessantes ao en-xergar a odontologia em seu potencial mercadológico. Enquanto muitos do velho paradigma têm medo deste assunto, os da nova ganham dinheiro e nos mostram (e provam) que isso pode ser eti-camente saudável para todos.O novo modelo tem várias caras. Uma delas é a formatação de grandes centros clínicos segmentados (com foco), montados por um grupo de 10 ou mais pro� ssionais, que investem signi� cati-va importância � nanceira e montam negócio de alto nível técnico em amplo sentido. Contratam gestores e executivos pro� ssionais para tocarem a empresa e dedicam-se integralmente ao que gos-tam e sabem fazer: odontologia. Em assembleias ou reuniões, fa-zem a macro gestão do negócio, porém mais como um conselho consultivo ou deliberativo do que como alguém preocupado em ver os detalhes do dia-a-dia do negócio. O executivo contratado é quem se preocupa com estas coisas…De modo semelhante, há empresas que são capitaneadas por um ou dois pro� ssionais da odontologia, mas há por trás um ou mais investidores importantes. Falo de investimentos na casa dos sete dígitos ou quase isso. O produto � nal é bem produzido, bem “embalado”, vem vendido por meio de linhas de crédito amplas (a perder de vista; “carnê”). Todas que te-nho visto e acompanhado estão dando certo. Algumas delas, já com duas, três ou mais unidades, faturam alguns milhões por

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Coluna - Gestão Odontológica

mês (isso mesmo: milhões!!!) pagando os pro�ssionais corre-tamente e com altos padrões de biossegurança, provando que a odontologia pode dar certo quando se vê produtividade e se tem um controle administrativo e�caz.Outra forma possível, embora com força variável e às vezes du-vidosa (dependendo da “proposta”) são as franquias. Este é um negócio que cresce exatamente por perceber a falha principal sobre a qual venho falando e pregando há anos: a falta de ensi-no sobre gestão e marketing na graduação somado à ausência de campanhas nacionais estratégicas de fomento da demanda, levaram os dentistas a não saber lidar com as questões admi-nistrativas e comerciais de seu negócio, �cando reféns de toda sorte de aproveitadores.Neste contexto, as franquias se apresentam como um modelo de negócio intermediário entre o novo e o velho paradigma (mais para o novo), em que dão todo o suporte e orientação ao franque-ado para que estabeleça seu negócio com maior probabilidade de sucesso. Neste caso, a consultoria e o know-how recebidos pelo franqueador são mais importantes do que o nome ou marca que está sendo adquirida, pelo menos enquanto não houver marcas odontológicas clínicas consagradas pelo grande público no Brasil.Tenho quase certeza que muitos dos que me lêem agora se cho-cam em algum grau quanto a estas a�rmações, mas acreditem em mim: o fato de não gostarmos de um ou outro fato não irá mudá-lo. Precisamos aprender imediatamente a lidar com esta nova odontologia, cheia de inovações tecnológicas e cuidados especiais ao cliente. E, obviamente, parar de chorar pela quebra daquele velho modelo. Bons tempos aqueles… mas, assim como nossa adolescência, não voltarão mais.

Abre parênteses: segundo meus estudos particulares, a Odonto-logia precisaria de cerca de 14-16 anos para voltar a um equilíbrio econômico �nanceiro, e isso se todas as condições atuais e as ten-dências se mantiverem nesses níveis. Será? Vai querer esperar? Fecha parênteses.Não sei se percebeu, mas neste novo contexto, o grande mercado de trabalho odontológico deixará de ser o do “dono do próprio consultório” e passará a ser predominantemente o do pro�ssional assalariado, comissionado ou ainda com pequenas cotas associa-tivas. Remuneração por hora já é o que mais impera neste novo modelo. Isso é bom, mas muitos, de modo infantil, sentem-se in-feriorizados por não terem seus próprios consultórios. Conheço colegas comissionados que faturam mais de R$ 30 mil mensais e conheço donos de consultório que não faturam R$ 1 mil.  Só para dizer que é “dono” do próprio consultório? Essa miopia precisa-rá ser corrigida. Bons pro�ssionais terão lugar no mercado e boa remuneração, mas não montando seu consultório na esquina de casa, mas exercendo sua atividade para um grande projeto em-presarial como mencionei.Por �m, ressalto que dentro deste novo modelo de negócio que chega para dar uma nova cara à odontologia brasileira, há um pon-to sempre comum nos cases de sucesso: todos eles têm foco!!O foco, ou seja, a segmentação, pode ser na especialidade (ex.: clínica só de ortodontia ou somente de implantodontia, etc.), nas características sociodemográ�cas (ex.: clínica só para mulheres, só para adolescentes, só para classe AA, etc.) ou em uma pa-tologia (ex.: policlínica multidisciplinar especializada em dor ou em respiração bucal; clínica de halitose; medicina/odontologia do esporte;  etc.).

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Coluna - Ortodontia

Novos conceitos, tecnologia, conforto e estética

Wilson H. MurataMestre em Ortodontia pela CPO São Leopoldo Mandic. Especialista em DTM e Dor Orofacial pela UNIFESP. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia SENAC. Professor Coordenador do Curso de Atualização em Ortodontia ABENO. Professor Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia UNICSUL. Professor Coordenador da Disciplina de Ortodontia UNISA. Diretor Clínico da Policlínica Espaço Odontoló[email protected]

Relacionando a qualidade de vida com a saúde bucal, pode-se a�rmar que indivíduos com problemas estéticos, como dentes cariados, manchados, fraturados, mal posicionados

ou ausentes tendem a reduzir o contato social, perdendo, então, qualidade de vida. Dados recentes apontam em terceiro lugar, dentre os vários pro-blemas odontológicos, os problemas ortodônticos (má oclusão), perdendo apenas para a doença cárie e a doença periodontal.É notória uma crescente demanda por tratamentos ortodônticos, justi�cada pela melhoria do poder aquisitivo de boa parte da popu-lação, somado à divulgação pelos meios de comunicação. Deve o pro�ssional, portanto, estar preparado para atender esse mercado.Para os ortodontistas, o desenvolvimento de novos conceitos e tec-nologias, a integração com outras especialidades odontológicas, o tratamento ortodôntico no paciente adulto e o retratamento mos-tram o universo de possibilidades de atuação nesta especialidade.Várias especialidades odontológicas são de�nidas pelas suas técnicas particulares, mas a Ortodontia é de�nida pelos pro-blemas clínicos criados pela variabilidade de desenvolvimento craniofacial, e o pro�ssional deve estar apto para identi�cá-los.Alguns indivíduos portadores de desvios morfológicos impor-tantes associados à função inadequada necessitam de trata-mento integrado multidisciplinar, podendo envolver fonoau-diólogo, �sioterapeuta, médico otorrinolaringologista, psicó-logo, cirurgião bucomaxilofacial, anestesista e equipe de en-fermagem, quando em casos cirúrgicos que exijam internação hospitalar, en�m, o que se �zer necessário para a correção do problema em questão.Em casos onde o paciente apresenta bases ósseas equilibradas e discrepâncias dentárias de pequena monta, o tratamento per-mitirá alcançar os principais objetivos de um tratamento orto-dôntico, tais como atender as expectativas do paciente, estética dentária, oclusão funcional, saúde periodontal e estabilidade.

Porém, em algumas situações envolvendo discrepâncias es-queléticas acentuadas, pode-se optar por um tratamento orto-dôntico compensatório de resultado aceitável ou limitado. Se a opção for pela correção por meio de cirurgia ortognática reali-zamos um preparo ortodôntico prévio, com compensação das posições dentárias e concluímos após o normoposionamento das bases ósseas. As várias técnicas para um tratamento ortodôntico corretivo, utilizando aparelho �xo, decorrem de fatores inerentes ao pro-�ssional, e atualmente é mais frequente a utilização da técnica ”Straight Wire“, de vários autores.Atualmente a preferência por braquetes autoligados e utiliza-ção de �os especiais com memória de forma são justi�cados pelo consistente ganho de tempo, tanto nas consultas quanto nos resultados. Importante frisar que são apenas dispositivos especialmente concebidos para a otimização de tempo e con-forto e que, de maneira alguma, o resultado obtido será melhor que o do tratamento convencional. São imprescindíveis os co-nhecimentos técnicos e cientí�cos necessários para a condu-ção do tratamento.Outra possibilidade de tratamento seria por meio de aparelhos removíveis tipo ”clear aligner“. Novamente reforço a necessida-de desse conhecimento, pois os aparelhos são meros “agentes” para promover a movimentação dentária. O que realmente impor-ta para a correção de um problema ortodôntico é o preciso diag-nóstico, que permitirá então as diversas formas de tratamento.Percebo, às vezes, certa banalização da Ortodontia, o que me deixa apreensivo com seu futuro. Quero ressaltar a importân-cia e a necessidade de constante aprimoramento dos pro�s-sionais que a ela se dedicam, pois conforme supracitado, a demanda por tratamentos continuará crescente. Cabe somente ao responsável pela área manter o atendimento em elevado nível pro�ssional e cientí�co.

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Coluna - Saúde Pública

O governo Lula e a Política Nacional de Saúde Bucal

Regina Vianna BrizolaraCirurgiã-Dentista. Técnica especializada do Ministério da Saúde / Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde / Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde. Aprimoramento em Odontologia Hospitalar. Especialista em Saúde Coletiva.

Caros leitores e leitoras, na primeira edição conversa-mos um pouco sobre a posse da Presidente e do Mi-nistro da Saúde, assim como os desa�os colocados

para a saúde pelo novo governo. Terminei o texto lembran-do que Dilma se compromete com a continuidade da Polí-tica Nacional de Saúde Bucal – PNSB. Nesta edição, trata-remos do balanço das ações do governo federal na área da saúde bucal no período 2002-2010 e da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – Projeto SB 2010, divulgados à imprensa pelo Ministério da Saúde em 28 de dezembro de 2010. Antes de trazer informações sobre o balanço e a pesquisa, faço a vocês um questionamento: como avaliam a PNSB proposta no governo do Presidente Lula? Imaginam que a saúde bucal do brasileiro melhorou ou piorou? Como pro�ssionais da área e cidadãos, devemos nos interessar pela resposta a essas perguntas. Espero que o texto cola-bore para que tirem suas próprias conclusões.Durante o governo Lula, esteve à frente da Coordenação Na-cional de Saúde Bucal - CNSB o cirurgião-dentista Gilberto Alfredo Pucca Júnior. Em 2004, a PNSB, popularmente co-nhecida como Brasil Sorridente, foi apresentada à sociedade. Ela propunha a organização da atenção à saúde bucal e a reorien-tação das práticas da área. Estiveram dentre suas prioridades: a atenção básica em saúde bucal, a ampliação e quali�cação da atenção especia-lizada, a �uoretação das águas de abastecimento público e o aprimora-mento da vigilância em saúde aplica-da à saúde bucal.Com o objetivo de reorganizar a atenção básica em saúde bucal, a CNSB estimulou a ampliação das Equipes de Saúde Bucal - ESB na Estratégia Saúde da

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Família. Hoje, as ESB estão presentes em 85% dos municípios brasileiros; o número de equipes, que era de aproximadamente 4.000 em 2002, passou para mais de 20.000 em 2010. Os cirurgiões-dentistas - CD engrossaram a força de trabalho do Sistema Único de Saúde. Estima-se que 30% dos CD do país tra-balham no programa atualmente; os postos de trabalho passaram de 40.205 para aproximadamente 59.258.Para ampliar e quali�car a atenção especializada, foram implantados Centros de Especialidades Odontológicas - CEO e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias - LRPD. Os CEOs somam 853 unidades, presentes em todos os es-tados brasileiros. O número de atendimentos especializados passou de 6 mi-lhões para 25 milhões: quadriplicou! Já os 664 LRPD produzem anualmente cerca de 480 mil próteses.Pensando em viabilizar a adição de �úor nas estações de tratamento de águas de abastecimento público, foram �nanciados 600 sistemas de �uoretação, que passaram a bene�ciar mais de 5 milhões de brasileiros. Já os investimentos em saúde bucal acompanharam a expansão dos serviços e das ações, passando de R$ 56 milhões para R$ 600 milhões. Segundo PNAD/IBGE, 17,5 milhões de brasileiros passaram a ir ao dentista entre 2003 e 2010, com maior impacto nas famílias com renda de até dois salários mínimos.A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010 – SB Brasil 2010, ação de vigilância em saúde bucal, pesquisou condição socioeconômica, cárie dentária, condi-ção periodontal, traumatismo dentário, oclusão dentária, �uorose dentária, edentulismo, utilização de serviços odontológicos e autopercepção de saúde bucal dos brasileiros. Foram entrevistadas e examinadas 38 mil pessoas, de 177 municípios, de cinco grupos etários: cinco anos; 12 anos; 15 a 19 anos; 35 a 44 anos e 65 a 74 anos. Para a cárie, foi utilizado o índice preconizado pela Organização Mundial de Saúde: o CPO-D médio (dentição permanente) e o ceo-d (dentição decídua).Os resultados são positivos e mostram a melhoria da saúde bucal do brasi-leiro. Por exemplo, a média do CPO para as crianças aos 12 anos de idade, padrão para comparação internacional, passou de 2,8 (2003) para 2,1 (2010). Com esse resultado, o Brasil passa a integrar o grupo de países com baixa pre-valência de cárie. Na próxima edição, abordaremos com maiores detalhes os resultados do Projeto SB 2010 e também os desa�os desta Política. Até breve!Quer comentar ou sugerir novos temas? Escreva! [email protected]

Os CEOs somam 853 unidades, presentes em todos os estados brasileiros. O número de atendimentos especializados passou de 6 milhões para 25 milhões. Quadriplicou! Já os 664 LRPD produzem anualmente cerca de 480 mil próteses.

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Especial Móveis Odontológicos

Ergonomia na prática odontológica

O número de doenças osteomusculares relacionadas ao tra-balho cresce aceleradamente entre os pro� ssionais de saú-de. Tais doenças são normalmente ocasionadas por movi-

mentos repetitivos, postura inadequada, estresse ou até mesmo excesso de trabalho. A má postura adotada, em qualquer que seja a atividade, pode ser o pivô para o surgimento desse conjunto de desordens neuro-múscu-lo-tendinosas - de origem ocupacional - que atingem, principalmen-te, membros superiores, pernas, coluna cervical, dorsal e lombar.Há poucos anos, o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Federation Dentaire Internacionale (FDI) homologa-ram normas e diretrizes o� ciais sobre a ergonomia na atuação do pro� ssional de saúde bucal. Mas, mesmo após a validação das informações, os cirurgiões-dentistas enfrentam di� culdade para incorporar as orientações ergonômicas em seu dia-a-dia, isso se deve, principalmente, pela falta de informação, pois é fato que ao longo da formação deste pro� ssional existe uma escassez de conteúdos e de disciplinas que abordam o assunto.“É de suma importância que os cirurgiões-dentistas sejam instruídos  a  adotar  práticas saudáveis para  otimizar sua ‘per-formance’ durante o exercício de suas funções. Um posiciona-mento corporal correto, a disposição correta dos equipamentos utilizados e,  principalmente, a adoção de um protocolo de exer-cícios laborais especí� co para ser aplicado antes, durante e após os atendimentos são fundamentais para garantir a longevidade destes pro� ssionais”, a� rma Alexandre Menoncello Ballerine, � -sioterapeuta, especialista em estabilização segmentar, especia-lista em � sioterapia esportiva, especialista em � siologia do exer-cício e membro da Associação Latino Americana de Pesquisas em Odontologia e Saúde – ALAPOS.O cirurgião-dentista não está livre de ser surpreendido pelas lesões por trauma cumulativo, pois normalmente têm problemas por traba-lhar com posturas inadequadas, organização do trabalho ine� ciente e estresse cognitivo. “Considerando que a atividade do cirurgião-dentista exige a frequente manutenção de posturas inadequadas, como braços em contrações estáticas durante longos períodos de

tempo, rotação do corpo com inclinação, movimentos de precisão, trabalho em local de difícil acesso e o uso de ferramentas em movi-mento de pinça, muitas lesões podem vir a acometer esses pro� s-sionais devido ao esforço repetitivo desses movimentos”, esclarece a Teresa Elias Chacur de Miranda, professora adjunta da Faculdade de Odontologia da UFRJ e especialista em endodontia.Algumas medidas simples podem reverter esse quadro. Optar por projetos ergonômicos de consultórios odontológicos já é um passo muito importante no quesito prevenção.Segundo o Dr. Ballerine é fundamental respeitar um esquema ergonômico durante a compra de móveis odontológicos. “Atual-mente existem empresas no mercado que auxiliam nesse tipo de planejamento, inclusive os projetos às normas preconizadas pela vigilância sanitária e por outros órgãos competentes. Nes-ses projetos especí� cos devem ser observados detalhes, como alturas e distâncias corretas, iluminação do ambiente e área de trabalho, disposição dos móveis e estação de trabalho, ruídos - não só os produzidos pela aparelhagem especí� ca como exter-nos ao consultório”.Durante a aquisição dos móveis para compor o consultório odon-tológico, o pro� ssional de saúde bucal deve procurar sempre unir o útil ao agradável, ou seja, a beleza à ergonomia. “Como trabalho com estética, costumo avaliar o design e se os móveis vão passar para o cliente a minha marca e o meu estilo. Por outro lado, só ad-quiro tal produto se for ergonômico e se o mesmo se adapta a minha concepção de trabalho. Já tive grandes problemas em comprar uma cadeira odontológica sem avaliar os detalhes que são realmente im-portantes”, destaca o cirurgião-dentista Wanderley de Almeida Cesar Jr., especialista em dentística restauradora.A escolha da cadeira odontológica para o bem-estar do pacien-te também é um fator extremamente importante. O cliente que se sente plenamente satisfeito com as práticas odontológicas e com o conforto oferecido durante as mesmas, � deliza o atendimento e o divulga entre os amigos e os conhecidos.O mercado apresenta inúmeras opções para que o cirurgião-dentista possa aliar a beleza à ergonomia no consultório odontológico.

Muitas vezes a beleza é um artifício considerado muito importante no momento da escolha do consultório odontológico, porém, tal virtude não deve ser a principal característica no momento de ‘bater o martelo’. O ideal é que a beleza e a ergonomia andem sempre de braços dados.

Por: Vanessa Navarro

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Novo mocho ‘sela de cavalo’A Salli oferece o único mocho do mercado que dá sustenta-ção ao dentista por meio do esqueleto ósseo. O formato de sela de cavalo proporciona um suporte ideal para a região da pélvis por meio dos ísquios, proporcionando natural-mente a fixação da boa postura. Na Salli, não há nenhuma pressão em articulação, inervação e nem mesmo na musculatura, o que garante um altíssimo nível de conforto e agilidade durante o dia de atendimento. Além dis-so, o conceito trás inovações condizentes com as atuais regras ergonômicas, o ângulo ideal para os joelhos, por exemplo, é de 135º, retirando assim, a tensão do joelho e economizando espaço dentro do consultório. A empresa também oferece uma série de acessórios para di-ferentes áreas da odontologia, como: apoio de braço giratório, articulados ou � xos, suporte para alongamento, regulagem de altura com os pés, entre outros. São produtos � nlandeses de alta qualidade com até 10 anos de garantia.www.sallibrasil.com

Especial Móveis Odontológicos

Mais segurança e confortoConsiderada a solução inteligente do Grupo Alta Mogiana, a D700 é ideal para pro� ssionais que buscam versatilidade, du-rabilidade e visual moderno ao alcance de seus bolsos. Ago-ra traz ao mercado equipamentos mais confortáveis para que você tenha mais praticidade e segurança ao utilizá-los.A cadeira e o mocho da D700 oferecem aos pro� ssionais inú-meros itens de segurança e conforto, o que auxilia e facilita seu trabalho no dia-a-dia. A cadeira possui características que ressaltam sua ergonomia, como: estofamento extramacio, assento e encosto com movi-mentos de subida e descida, linhas arredondadas, curvatura anatômica e apoio lombar, entre outros itens que dão mais se-gurança ao pro� ssional e ao paciente. O mocho tem sistema de elevação a gás pressurizado, que amortece os movimentos e permite posicionamento adequado ao pro� ssional.A marca possui ampla rede de Assistência Técnica em todo o Brasil, loja online e rapidez na entrega. Complete seu consultó-rio com soluções inteligentes!www.d700.com.br

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Especial Móveis Odontológicos

Bem-estar para o dentista e para o pacienteAs unidades odontológicas da Ravagnanidental-Brasil são equipamentos pensados em nível de ergonomia, design e ro-bustez, fabricados segundo as normas europeias CE para equi-pamentos odontológicos.Todos os equipamentos apresentam praticidade, proporcio-nando conforto tanto para o pro� ssional dentista quanto para o paciente. A cuspideira inteiramente rebatível com duas articu-lações (movimentando a cuspideira e o grupo hídrico) facilita muito em caso de cirurgia para trabalhar de ambos os lados, bem como a quatro mãos, aumentando o campo operatório de dos lados Os braços da cadeira são rebatíveis de fácil manu-seio, permitindo que o paciente se sinta com mais segurança e conforto.Os equipamentos são completos de fábrica com todo comando de movimento da cadeira e acendimento do re� etor no equi-po e no braço auxiliar da cuspideira, além de comando de pé. O equipo apresenta cinco terminais (foto de LED e ultrassom) para facilitar a praticidade ergonômica. www.ravagnanidental-brasil.com

Consultórios e mochos ajudam a prevenir doenças no consultório odontológicoCada detalhe dos equipamentos Gnatus é pensado com o ob-jetivo de eliminar posições e manobras improdutivas, aumen-tar a produção do pro� ssional, diminuir seu esforço físico e proporcionar conforto e segurança aos seus pacientes.Os consultórios da linha Syncrus, por exemplo, possuem en-costo com apoio lombar, apoio de cabeça ajustável à altura do paciente, comandos elétricos que podem ser acionados tanto pelos botões localizados no equipo quanto por meio do pedal de comando integrado e unidade de água com braço alcance, o que exige menos esforço do pro� ssional para alcançar as ferramentas durante os procedimentos.A cadeira também possui apoio de braços e posição de cuspir, permitindo que o paciente se levante sem esforço para alcan-çar a cuspideira.Os mochos são projetados para manter a correta postura dos pro� ssionais. O modelo Syncrus Top possui encosto anatômi-co com regulagem de inclinação e altura, assento impulsiona-do a gás com ajuste de altura entre 50 e 70 cm, apoio ajustável para os pés e rebaixamento das bordas anteriores do assento, que facilitam a hemonidâmica (circulação sanguínea).www.gnatus.com.br

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Especial Móveis Odontológicos

Projeto ergonomicamente corretoOs mobiliários Odontics são projetados individualmente a cada necessidade por especialidade de cada dentista, propor-cionando ao cliente as condições ideais de ambientação e de integração ao trabalho, melhorando a qualidade de seu traba-lho e sua produtividade. Projetados com a distância máxima de 1 metro da cabeça do paciente a borda do tampo, facilita a ergonomia e faz com que o pro� ssional tenha tudo ao seu alcance em um menor esforço físico possível. Em um consultório tudo deve ser analisado, a posição do pro-� ssional, a posição da cadeira, como paciente entra e senta para ser atendido e onde situar os periféricos. A Odontics de-senvolve seus armários nessa � loso� a, oferecendo aos seus clientes não só armários, mas uma consultoria com um proje-to ergonomicamente correto.www.odontics.com.br

Revolucionário conceito de mocho odontológico Um novo e revolucionário conceito de mocho odontológi-co – SeatBall - foi desenvolvido pela Coraldent. O produto é composto por uma esfera in� ável que suporta até 200 quilos, apoiada em uma base metálica com rodízios. Tem por objetivo principal manter o usuário sempre ativo, trabalhando a muscu-latura abdominal e de suporte da coluna vertebral. O impacto ao se sentar é reduzido a quase zero e a sensação de cansaço, ao � nal de um dia de trabalho se torna prazerosa como se tives-se praticado uma sessão de ginástica relaxante. A e� ciência é comprovada cienti� camente em estudos � sio-terapêuticos que podem ser acessados pelo site da empresa. O SeatBall é ideal para os pro� ssionais da odontologia porta-dores de problemas de coluna, bem como para os adeptos da ideia de que o trabalho mais produtivo está associado à saúde e à ergonomia.www.coraldent.com.br

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Caso Clínico

Resolução estética com Coroa Implantossuportada Munhão Integrada: Sistema Cone Morse Friccional Kopp

Alex Antônio Maciel de OliveiraEspecialista em Implantodontia. Consultor cientí�co do Sistema Friccional de Implantes – [email protected]

Será apresentado um caso clínico de reabilitação de um pré-molar superior por meio de implante do Sistema Fric-cional Biológico (Kopp – Curitiba – Brasil) e prótese CMI

(coroa munhão integrada) em Ceramage – (SHOFU – Japão). A CMI é uma restauração (coroa unitária) de compósito sem parafuso e sem cimento, que pode ser usada somente com um sistema que utiliza conexão por meio de cone Morse (reten-ção friccional), onde a inserção do componente não depende da posição de um parafuso ou de uma faceta antirrotacional. Ceramage é o único sistema de compósitos indiretos com 73% de carga de zircônia, indicado para uso em dentes anteriores e posteriores, transmissão natural de luz como o dente natural, com alta resistência à abrasão e à �exão e que apresenta forte união com qualquer tipo de metal.

Caso clínicoA paciente D.V.C., 64 anos, compareceu à clínica odonto-lógica particular com queixa de dor na região gengival do dente 24. Após avaliação clínica e radiográfica e remoção da

coroa metalocerâmica, observou-se quadro clínico compa-tível com fratura radicular longitudinal e foi proposta a sua substituição por um implante.O planejamento cirúrgico envolveu a extração minimamente traumática da raiz, instalação imediata do implante (Friccional Kopp II 4,3x13 mm, Curitiba, Brasil) e adaptação de prótese re-movível provisória em acrílico durante o período de osseointe-gração (�guras 1 a 5).A paciente foi acompanhada, após cinco dias, para remoção de sutura e após 30, 60 e 90 dias para controle clínico. Após quatro meses, foi realizada a reabertura do implante com ins-talação do formador de per�l em polímero. Na mesma sessão, procedeu-se a moldagem de transferência com munhão perso-nalizáve II 4,5x13mm (�guras 6 a 12).Após a execução das etapas laboratoriais (vazamento do mo-delo, preparo do munhão e aplicação de cerômero Ceramage – Shofu diretamente sobre o munhão), a coroa munhão inte-grada foi instalada na boca (�guras 13 a 17). A paciente se en-contra em manutenção preventiva.

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Caso Clínico

Figura 2Prótese parcial removível provisória em acrílico.

Figura 4Após exodontia sem retalho.

Figura 6Pós-operatório de 30 dias.

Figura 8Pós-operatório de 60 dias.

Figura 1Aspecto inicial.

Figura 3Raiz fraturada longitudinalmente.

Figura 5Sutura após instalação do implante.

Figura 7Pós-operatório de 30 dias (vista oclusal).

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Caso Clínico

Figura 10Reabertura do implante e instalação do formador de per�l.

Figura 12Molde de transferência com conjunto análogo munhão reposicionado e gengiva arti�cial.

Figura 14Vista oclusal da peça protética no modelo de trabalho.

Figura 16Aspecto �nal.

Figura 9Pós-operatório de 90 dias.

Figura 11Reabertura do implante e instalação do formador de per�l (vista oclusal).

Figura 13Peça protética no modelo de trabalho (Ceramage – Shofu aplicada diretamente sobre o munhão).

Figura 15Coroa munhão integrada.

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Figura 17Aspecto �nal em oclusão.

Figura 18Aspecto radiográ�co inicial dente 24 (apesar da raiz fraturada, não são observados sinais radiográ�cos de infecção).

Figura 19Aspecto radiográ�co após remoção da raiz fraturada e instalação imediata do implante friccional Kopp.

Figura 20Aspecto radiográ�co após instalação da coroa implantossuportada.

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Caso Clínico

Clareamento dental caseiro

Letícia Cunha Amaral Gonzaga de AlmeidaMestre em Odontologia, área de Dentística da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP, Brasil.

Paulo Henrique dos SantosProfessor Assistente Doutor. Docente da disciplina de Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP, Brasil.

André Luiz Fraga BrisoProfessor Adjunto. Responsável pela disciplina de Dentística I da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP, Brasil.

O clareamento dental tem sido empregado com suces-so nos casos em que o tecido dentinário é natural-mente escuro ou apresenta alterações cromáticas

que comprometem a estética e, portanto, a saúde do pa-ciente. Nestas condições clínicas, a exposição dos dentes a agentes oxidantes, à base de peróxidos, tem sido a primeira opção de tratamento.O tratamento clareador pode ser realizado com a técnica ca-seira ou de consultório. A técnica caseira é realizada com o uso de produtos à base de baixas concentrações de peróxidos (hidrogênio ou carbamida), aplicados em moldeiras que deve-rão ser utilizadas diariamente pelo paciente. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico em que uma paciente com dentes naturalmente amarelados recebeu tratamento clareador com o produto Whiteness Perfect a 10%.

Caso clínicoPaciente com 23 anos, do sexo feminino, encontrava-se insa-tisfeita com a tonalidade amarelada de seus dentes, principal-mente dos dentes posteriores e caninos. Inicialmente foi rea-lizado exame clínico (�gura 1) e radiográ�co para veri�car a saúde periodontal e a eventual presença de lesões cariosas ou áreas de dentina exposta. Observou-se, então, a presença de áreas de recessão gengival, que receberam tratamento prévio antes da realização do procedimento clareador. As áreas dentinárias expostas, sem perda de tecido dental, receberam condicionamento ácido com ácido fosfórico por 30 segundos e aplicação de três camadas de adesivo sob isolamento relativo com afastador labial, roletes de algo-dão e sugador. As regiões que apresentavam alguma ca-vitação foram devidamente restauradas com ionômero de vidro modificado por resina.Posteriormente, optou-se pela realização de clareamento caseiro utilizando o produto a base de peróxido de carba-mida a 10%, Whiteness Perfect (FGM – Produtos Odontoló-gicos). A decisão sobre a opção de tratamento e a posolo-gia empregada baseouse na idade da paciente, na grande

amplitude da câmara pulpar e no padrão de cor favorável à terapia clareadora. Antes de iniciar o tratamento foi realizado o registro inicial da cor dos dentes, sendo constatada cor A2 da escala Vita para os incisivos centrais superiores (figura 2), e cor A3,5 para caninos e pré molares (figura 3).Logo após, as arcadas da paciente foram moldadas com alginato e, após a obtenção do modelo de gesso pedra, fo-ram confeccionadas as moldeiras com as placas de silicone contidas no Kit Whiteness Perfect (figura 4). As moldeiras foram recortadas 1 mm além do limite gengival e em uma segunda sessão clínica, foi realizada a sua prova, verifican-do a adaptação e o relato de desconforto ou dor. A paciente foi então orientada a aplicar uma pequena por-ção do produto na região da moldeira correspondente à face vestibular dos dentes a serem clareados. A terapia cla-readora constituiu do uso da moldeira com o produto clare-ador por três horas diárias, durante três semanas (figura 5), momento em que os centrais apresentaram cor A1 (figura 6) e os premolares e caninos cor A2 (figura 7). Durante e após o tratamento, a paciente relatou ausência de sensibilidade dental ou irritação gengival e declarou estar satisfeita com o resultado obtido. Após seis meses (�guras 8 e 9), a paciente retornou para as reavaliações, e relatou que gostaria de continuar o clareamento dos caninos que perma-necia mais escuro que os incisivos. A moldeira voltou a ser utilizada pela paciente por mais uma semana - momento em que se pode observar um mesmo tom de cor entre todos os dentes. Uma nova avaliação foi realizada após 26 meses (�-guras 10 e 11), sendo constatada manutenção da coloração, uniforme e brilhante da superfície dental (�guras 12 e13), assim como a estabilidade de cor e a satisfação da paciente mesmo após tanto tempo do término do tratamento. Nesse momento a escala correspondente a cor inicial dos dentes foi comparada com o aspecto obtido após 26 me-ses (�guras 14 e 15), �cando evidente a alteração cromática ocorrida e a melhoria na estética do sorriso (�guras 16 e 17).

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Figura 3Inicial canino A3,5.

Figura 5Adaptação da moldeira.

Figura 4Kit Whiteness perfect.

Figura 2Inicial incisivos A2.

Figura 1Exame clínico.

Figura 6Final incisivos A1.

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Caso Clínico

Figura 11Após 26 meses canino A1.

Figura 9Após seis meses canino A2.

Figura 7Final canino A2.

Figura 10Após 26 meses incisivos A1.

Figura 8Após seis meses incisivos A1.

Figura 12Aspecto uniforme após 26 meses.

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Figura 16Sorriso inicial

Figura 13Aspecto uniforme após 26 meses.

Figura 17Sorriso após 26 meses.

Figura 15Aspecto final - canino comparado com escala inicial.

Figura 14Aspecto final - incisivos comparados com escala inicial.

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DiscussãoSegundo a Organização Mundial da Saúde (OMS- 1948), não é apenas a ausência de doença, mas a situação de perfeito bem-es tar físico, mental e social de um indivíduo. Sendo assim, todas as ações que melhoram a autoestima e a autoconfiança das pessoas são colaboradoras da promoção de saúde dos indivíduos. Atualmente, o clareamento dental é um dos procedimentos estéticos mais procurados pelos pacientes que buscam uma melhora na aparência do sorriso. O clareamento com a técni-ca caseira utilizando peróxido de carbamida a 10% aplicado em moldeiras foi proposto por Haywood e Hayman em 19891, e a partir daí vem sendo amplamente pesquisado2-8, sendo considerado um tratamento não invasivo, seguro, eficaz e duradouro, quando bem indicado e supervisionado por um cirurgião dentista. No presente relato, o material eleito para o tratamento, Whi-teness Perfect, tem como principal componente o peróxido de carbamida a 10%, que é usado como padrão ouro para com-paração com outros produtos, devido à vasta literatura encon-trada sobre o mesmo1-11. Este agente, quando em contato com os tecidos dentais se dissocia em ureia e peróxido de hidro-gênio que, por sua vez, libera radicais livres de oxigênio, que por serem extremamente reativos, quebram as moléculas pig-mentadas da estrutura dental, tornando-as menores e mais claras. Esse fenômeno oxidante é a explicação atualmente aceita para o complexo mecanismo envolvido no clareamento dos dentes12,13. Porém, antes da realização do tratamento clareador é neces-sário um criterioso exame clínico e radiográfico para verificar a presença de cárie, dentina exposta, trincas e restaurações desadaptadas, que são fatores que podem influenciar na sen-sibilidade dental durante e após o tratamento. A sensibilidade é o efeito colateral mais comum decorrente do clareamento dental, porém quando a terapia clareadora é realizada com produtos à base de peróxido de carbamida a 10%, a sintoma-tologia é inexistente ou ocorre de forma branda e transitória. Mas, com a presença dos fatores acima citados ela pode se exacerbar, por isso, vale salientar a importância da indicação correta, e principalmente, do monitoramento do cirurgião dentista. Sendo assim, após constatar a presença de dentina exposta, foi realizada a impermeabilização dessa dentina para evitar uma penetração exagerada do produto. Dentre as técnicas clareadoras, segundo Patel, Louca e Millar o clareamento caseiro é a que oferece melhor relação entre sensibilidade e eficácia clareadora, além de apresen-tar menor custo para o paciente2. Neste caso clínico, o tra-tamento realizado não gerou nenhum tipo de sensibilidade ou desconforto e possibilitou a obtenção da alteração de cor desejada pela paciente. O sucesso clareador também foi observado após 18 e 26 meses de avaliação, confirmando as constatações de Diets-chi e colaboradores9, que afirmam que esta terapia propor-ciona resultados duradouros por atuar na profundidade da estrutura dental.

ConclusãoA técnica do clareamento caseiro, utilizando o produto Whiteness Perfect 10%, é efetiva em clarear dentes naturalmente amarelados, produzindo resultados satisfatórios e duradouros.

Referências1. Haywood VB, Heymann HO. Nightguard vital bleaching Quintes-sence Int 1989; 20:173-176.

2. Patel A, Louca C, Millar BJ. An in vitro comparison of tooth whi-tening techniques on natural tooth colour. Br Dent J 2008;204:E15.

3. Haywood VB, Leonard RH, Nelson CF, Brunson WD. Effectiveness, side effects and long-term status of nightguard vital bleaching. J Am Dent Assoc 1994;125:1219–1226.

4. Dahl JE, Pallesen U. Tooth bleaching--a critical review of the bio-logical aspects Critical reviews in oral biology and medicine : an official publication of the American Association of Oral Biologists 2003; 14(4) 292-304.

5. Riehl H. Considerações clínicas sobre terapias de clareamento dental. Scientific-A 2007; 1(1):68-78.

6. Santos Medeiros MC, de Lima KC. Effectiveness of nigthguard vital bleaching with 10% carbamide peroxide a clinical study. J Ca-nadian Dent Assoc 2008; 74(2):163-163.

7. Zeknois R, Matis BA, Cochran MA, Al Shetri SE, Eckert GJ, Carl-son TJ. Clinical evaluation of in-office and at-home bleaching treat-ments. Oper Dent 2003;28(2): 114-121.

8. Gonzaga LCA. Análise do efeito clareador e da sensibilidade pós operatória utilizando diferentes materiais clareadores e fontes de luz. 2009. Dissertação de mestrado - Universidade Estadual Paulis-ta Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, 2009.

9. Dietschi D, Rossier S, Krejci I. In vitro colorimetric evaluation of the efficacy of various bleaching methods and products. Quintes-sence Int 2006;37:515-26.

10. Leonard RH Jr, Haywood VB, Phillips C. Risk factors for develo-ping tooth sensitivity and gingival irritation associated with night-guard vital bleaching. Quintessence Int 1997;28:527-34.

11. Jorgensen MG, Carroll WB. Incidence of tooth sensitivity after home whitening treatment. J Am Dent Assoc 2002;133:1176-82.

12. Li Y. Biological Properties of peroxide-containing tooth white-ners. Food and Chemical toxicology 1996; 34: 887-904.

13. Kawamoto K & Tsujimoto Y (2004) Effects of the hydroxyl radical and hydrogen peroxide on tooth bleaching Journal of Endodontics 30(1) 45-50ching treatments. Oper Dent 2003;28(2): 114-121.

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Caso Clínico

Próteses �exíveis termoplásticas

Vanessa Malucelli AndersenCirurgiã-Dentista - CRO-3909. Referência nacional em informação cientí�ca sobre próteses �exíveis. Coordenadora do curso intensivo - Próteses Flexíveis na EAP-UNI [email protected]

A opção pelas próteses flexíveis termoplásticas pode se transformar em solução diante da realidade so-cioeconômica do país quando aumenta a preocupa-

ção, inclusive entre autoridades, de oferecer à população um tratamento que não seja oneroso e, ao mesmo tempo, corresponda às expectativas de saúde e de estética. Muitas vezes, deparamo-nos com a situação constrange-dora de uma pessoa, que por não ter recursos financeiros para se submeter a um implante dentário, apresenta fa-lhas na dentição, fica com a saúde bucal comprometida e com a autoestima prejudicada. As próteses flexíveis termoplásticas são recomendadas não apenas para pacientes com baixa renda, mas também para quem apresenta problemas ósseos, idade mais avan-çada, próteses imediatas, pacientes especiais, pós-orto-dontia, provisório  em diagnósticos de implante, mobilida-de dentária,  odontopediatria, entre outras indicações do dia-a-dia clínico.Acredito que compartilhamos da mesma responsabilida-de, inerente à nossa pro�ssão, de oferecer ao paciente que nos procura todas as possibilidades para que ele tenha retorno de perdas sofridas. Para que isso aconteça é ne-cessário ter conhecimento, com capacitação técnica, so-bre este tipo de tratamento que lhe possibilite recuperar a qualidade do sorriso. É importante termos respostas origi-nadas no próprio conhecimento e não apenas no que ou-vimos falar – muitas vezes, sem fundamentação cientí�ca. O paciente chega ao consultório com uma perda. Sim, a fal-ta involuntária de um ou mais dentes. Traz consigo também tristeza, fragilidade, insegurança e até estado depressivo.Além do aspecto Saúde, como o resgate, por exemplo, da função de mastigação, um tratamento especializado en-volve também o aspecto psicológico. Recupera-se uma perda de dente com o foco também no “sentir-se bem tan-

to estética quanto emocionalmente”. E isso é possível se o profissional estiver ciente da importância do seu papel nesta dupla “recuperação” – a física e a emocional. Ele deve estar aberto ao diálogo com o seu paciente – ou fu-turo paciente – para entender as suas dificuldades de fa-zer um tratamento, tanto as de fundo psicológico como as que podem surgir devido a uma situação socioeconômica desfavorável ou a imprevistos domésticos.Desde a introdução, em 1954, próteses parciais removí-veis termoplásticas mantiveram escolha entre dentistas.Estas próteses, parciais ou totais, atendem a todas as es-pecificações da ADA e são aceitas em todo o mundo por sua excelente biocompatibilidade e propriedades. Como resultado: um paciente clinicamente atendido em suas ne-cessidades gerais.Planejamento e diagnóstico adequado, caso a caso, den-tro da realidade de cada um é o objetivo de uma proposta da odontologia voltada à recuperação de um sorriso sau-dável e bonito. E quem não quer ter um?

Caso clínicoPaciente M. F, 39 anos,  apresentou-se ao consultório sem dentes, com autoestima muito comprometida e choran-do. Iniciou tratamento  de implantes dentários com outro profissional especialista, na trajetória interrompeu  por motivo financeiro.Sem condições para evoluir e concluir este diagnóstico e pla-nejamento, o seu tratamento inicialmente programado �cou sem solução por um período de quase dois anos sem dentes.A paciente era jovem, vaidosa  e não conhecia uma solução para  sua atual condição dentária. O tratamento proposto foi confecção das próteses superior e inferior �exíveis.No período de um ano e sem perspectivas de dar continui-dade ao seu tratamento - e concluir os implantes (o moti-

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vo ainda é o financeiro) e sem pressa, uma vez que está muito satisfeita com o resultado das  próteses flexíveis. Porém, com outro quadro dentário, com a autoestima re-cuperada e com tranquilidade. Lamentando não ter rece-bido este trabalho como opção e ficado tanto tempo sem um sorriso possível.Prontificou-se a colaborar no que fosse necessário para que outras pessoas como ela pudessem ser beneficiadas com a indicação deste trabalho.

Caso Clínico

Figura 3Intraoral lateral direita.

Figura 1Situação inicial. Paciente chegou ao consultório com este sorriso.

Figura 4Intraoral lado esquerdo. Visualizar o pino de implante e dente com preparo para coroa total no molar.

Figura 2Com detalhes intraoral.

Planejamento e diagnóstico adequado, caso a caso, dentro da realidade de cada um é o objetivo de uma proposta da odontologia voltada à recuperação de um sorriso saudável e bonito. E quem não quer ter um?

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Caso Clínico

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para:Vanessa Navarro ou Vivian Pacca – ODONTO MAGAZINEAlameda Amazonas, 686 – G1Alphaville Industrial – Barueri-SPCEP 06460-100

11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail.

12) Informações:

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente de ContasVivian Ceribelli Paccae. [email protected]. + 55 (11) 4197.7508

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

Figura 5O sorriso inicial

Figura 6Intraoral com as próteses superior e inferior.

Figura 7Resultado �nal.

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