mateus justino da silva - reciclos.ufop.br · mateus justino da silva elementos de concreto para...

130
Mateus Justino da Silva ELEMENTOS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO PRODUZIDOS COM AGREGADOS DE ESCÓRIA DE ACIARIA Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil do CEFET-MG como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Dr. Ricardo André Fiorotti Peixoto Co-orientador: Prof. Dr. Flávio Renato de Góes Padula Belo Horizonte, 08 de agosto de 2011

Upload: phungkhuong

Post on 23-Jan-2019

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Mateus Justino da Silva

ELEMENTOS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO PRODUZIDOS COM

AGREGADOS DE ESCÓRIA DE ACIARIA

Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil do CEFET-MG como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo André Fiorotti Peixoto

Co-orientador: Prof. Dr. Flávio Renato de Góes Padula

Belo Horizonte, 08 de agosto de 2011

ii

Silva, Mateus Justino da

S586e Elementos de concreto para pavimentação produzidos com agregados de escória de aciaria / Mateus Justino da Silva. – – Belo Horizonte, 2011.

105 f. : il. Dissertação (mestrado) – Centro Federal de Educação

Tecnológica de Minas Gerais . Orientador: Ricardo André Fiorotti Peixoto. Bibliografia

1. Construção civil. 2.Pavimentos de concreto. 3. Resíduos –

Siderurgia. I. Peixoto, Ricardo André Fiorotti. II. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. III. Título

CDD 691.3

Elaboração da ficha catalográfica pela Biblioteca-Campus II / CEFET-MG

iii

iv

Dedico este trabalho a minha

companheira, parceira, amiga

e esposa, Janaína Aparecida

Barbosa.

v

“A maior recompensa para o

trabalho do homem não é o

que se ganha, mas o que ele

nos torna”.

John Ruskin

vi

Agradecimentos

Ao nosso Senhor Jesus Cristo, por tudo que eu tenho na vida. “O Senhor é

minha luz, esperança, fé e proteção da minha vida”.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Ricardo André Fiorotti Peixoto, por suas valiosas

contribuições, pela amizade, profissionalismo que tanto contribuiu para a

minha formação.

Aos meus pais, que são meus eternos ídolos, que tanto lutaram para que eu

pudesse buscar novos horizontes, ensinando-me que na vida somos como

as águas, para todos os obstáculos existentes, sempre há um jeito de

contorná-los.

À minha esposa Janaína Aparecida Barbosa pelos 10 anos que estamos

caminhando e lutando juntos por dias melhores, a cada dia é mais um

desafio que encontramos, e graças a Deus sempre conseguimos unir forças

para nos dedicar, lutar e vencer. Esta é mais uma vitória que dedico a você

por tudo que tem feito por mim, e ter você a meu lado é meu maior orgulho e

dizer que você é minha esposa, sempre com novos olhares para o futuro,

sempre querendo dar mais um passo a frente.

Aos professores do Departamento de Engenharia Civil (DEC) e da pós-

graduação, de uma forma direta ou indiretamente, todos contribuíram para a

concretização desta pesquisa, fico muito grato de poder fazer parte deste

departamento.

Ao colega de trabalho e amigo, Técnico do laboratório do Departamento de

Engenharia Civil (DEC), Leandro da Silva de Souza pela amizade, apoio

técnico, companheirismo, profissionalismo e inestimável ajuda sem a qual

este trabalho não seria concretizado.

Aos meus colegas de trabalho, Servidores do Departamento de Engenharia

Civil (DEC), Rodrigo, Fernanda, Luciano e José Mário, por todo esse tempo

vii

de convivência e trabalho, por tudo que colaboram para a concretização

deste trabalho.

À minha amiga e colega de trabalho, professora M. Sc. Suzana Maria Zatti

Lima pelo companheirismo e amizade nesse período de longa caminhada, na

qual lutamos juntos para que chegássemos até o fim, alcançando os nossos

objetivos.

À minha amiga, Dra. Adriana Zatti Lima pelo companheirismo, amizade e

conselhos no qual contribuíram muito para a minha vida e por tudo que

conversamos minha eterna gratidão.

Ao professor M. Sc. Eduardo de Oliveira do Departamento de Engenharia

Civil (DEC), pela nossa amizade e convivência do dia a dia e contribuição

para o meu trabalho.

Aos meus amigos Ronaldo, Tatá, Reinaldo, Carlos Augusto, Eduardo

Nakaniski, Denise Urashima, Suelly Helena, Ana Lucia, Ivan, Alfredo e

Geraldo, que mesmo distante contribuíram para a minha pesquisa.

Ao professor Augusto Cesar da Silva Bezerra do CEFET-MG - Campus

Araxá, que mesmo distante sempre deu as suas valiosas contribuições, pelo

apoio companheirismo, profissionalismo, que tanto contribuiu para a minha

pesquisa.

Ao Grupo de Pesquisa Reciclos/CNPQ, especialmente aos integrantes,

Kerry, Thiago, Douglas e Igor, as suas importantes contribuições, apoio

técnico, companheirismo e profissionalismo.

Aos colegas de mestrado Júnia, Dayse, João Maurício, Mariana, Hugo,

Viviane, Tatiana, Luiz Delgado, Gelmo, Sandro, Samir e Vidigal.

Ao professor Joel Romano e toda a sua equipe técnica do Departamento de

Engenharia de Materiais (DEM) do CEFET-MG, que se dedicaram na

viii

fabricação de alguns acessórios para a realização dos experimentos.

Ao Engenheiro Sandro Almada da empresa Arcelor Mittal, pelo fornecimento

das escórias de aciaria para realização da minha pesquisa.

Aos Engenheiros Bráulio e Cláudio da empresa Ciclometal da cidade de

Itaúna, pelo apoio no processamento dos agregados que foram utilizados na

produção dos elementos para realização de toda a pesquisa.

Ao Engenheiro José Eli e toda a sua equipe, da empresa Unistein da cidade

de Pedro Leopoldo, pelo apoio técnico na produção dos elementos para

realização dos meus experimentos.

ix

Resumo

Neste trabalho foi estudado o uso de escória de aciaria como agregado para

a produção de elementos de concreto para pavimentação. Para isso, foram

coletadas quatro amostras de escória de aciaria em quatro usinas

siderúrgicas situadas na região sudeste do Brasil. As escórias foram

processadas através de separação magnética, estabilizadas e inertização em

pátio de estocagem. Após a estabilização e inertização das escórias, estas

foram separadas e classificadas por peneiramento. Após a separação em

faixas granulométricas, as escórias foram caracterizadas por determinação

da umidade, do teor de material ferroso, da granulométrica, da massa

específica, da massa unitária e do teor de material pulverulento. Com a

escória caracterizada foram fabricados elementos de concreto para

pavimentação (EPC) com a substituição total dos agregados graúdos

convencionais por agregados graúdos produzidos com a escória de aciaria,

com dosagem para obter a resistência à compressão de 35 MPa. Os

elementos moldados foram ensaiados a resistência à compressão e à tração

na flexão e os resultados encontrados foram compatíveis e superiores aos

resultados dos elementos de referência e mostram a viabilidade de utilização

de escória de aciaria como agregados graúdos. Os elementos também foram

caracterizados físico-químico e ambientalmente pelos ensaios de absorção

de água, índice de vazios, massa específica, lixiviação e solubilização. Os

resultados encontrados da análise física, química e ambiental foram

satisfatórios e quando comparados com os resultados obtidos para os

elementos produzidos com agregados naturais foram equivalentes ou

superiores. O presente trabalho concluiu que a utilização de escória de

aciaria para a produção de agregado para elementos de concreto para

pavimentação é viável e de interesse técnico e ambiental.

Palavras Chave

Construção civil, pavimentos de concreto, escória de aciaria, construção de

estradas, reciclagem, sustentabilidade.

x

Abstract

This study investigated the use of steel slag as aggregate for the production

of parts for concrete paving. For this, four samples were collected from steel

slag in four steel mills located in southeastern Brazil. The steel slag were

processed through magnetic separation, stabilization and inertization in

storage yard. After stabilization and inertization, the steel slag were separated

and classified by sieving. After the separation by particle sizes, the slag was

characterized by determining the moisture content of ferrous material, the

particle size, the density, the content of powdery material. The slag pieces

were made of concrete paving (CFP) with the partial replacement of fine

aggregates and coarse aggregates produced by conventional with steel slag,

a dosage to obtain the compressive strength of 35 MPa. The molded parts

were tested at compressive strength and tensile strength in bending and the

results were consistent and superior results to the reference blocks and show

the feasibility of using steel slag as aggregates. The pieces were also

characterized physical-chemical and environmentally for the tests of water

absorption, void ratio, density, solubility and leaching. The results of physical

analysis, chemical and environmental safety were satisfactory and compared

the results obtained for the parts produced with natural aggregates were

equivalent or higher. This study concluded that the use of steel slag for

production of aggregate for concrete paving parts is feasible and interesting

technical, financial, economic and environmental.

Keywords

Construction, concrete pavement, steel slag, road construction, recycling,

sustainability.

xi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................... xv

LISTA DE TABELAS ...................................................................................... xix

LISTA DE SÍMBOLOS .................................................................................... xxi

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................ xxiv

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

1.1. Objetivo ................................................................................................. 3

1.1.1. Objetivo geral ................................................................................. 3

1.1.3. Objetivos específicos ...................................................................... 3

1.1.3. Justificativa ..................................................................................... 5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 6

2.1 Pavimentos ................................................................................................ 6

2.1.1. Pavimentos flexíveis .......................................................................... 8

2.1.2. Pavimentos rígidos ............................................................................. 8

2.1.3. Pavimentos semi-rígidos ou semi-flexíveis ....................................... 10

2.2. Elementos de concreto para pavimentação ......................................... 10

2.2.1. Propriedades dos elementos de concreto para pavimentação ......... 14

xii

2.3. Escória de Aciaria ................................................................................ 15

2.3.1. Expansibilidade da escória de aciaria .............................................. 20

2.3.2. Aplicações em engenharia ............................................................... 23

2.3.2.1. Agregados de escória de aciaria .................................................. 26

2.4. Classificação de resíduos sólidos ........................................................ 29

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................... 31

3.1. Aquisição dos materiais ....................................................................... 32

3.2. Métodos............................................................................................... 35

3.2.1. Caracterização da escória ............................................................ 36

3.2.1.1. Determinação do teor de constituintes metálicos ferrosos ........ 36

3.2.1.2. Determinação do teor de umidade ............................................ 37

3.2.1.3. Análise granulométrica .............................................................. 38

3.2.1.4. Determinação da massa unitária ............................................... 39

3.2.1.5. Determinação de massa especifica ........................................... 40

3.2.1.6. Determinação do teor de material pulverulento ......................... 41

3.2.2. Dosagem do traço dos elementos para pavimentação ................. 42

3.2.3. Moldagem e cura dos elementos para pavimentação ................... 43

3.2.3.1. Determinação das propriedades físicas e mecânicas dos

xiii

elementos de concreto para pavimentação ................................................ 45

3.2.3.2. Determinação da absorção de água ......................................... 45

3.2.3.3. Determinação dos índices de vazios ......................................... 46

3.2.3.4. Determinação das massas especificas ..................................... 47

3.2.3.5. Determinação da expansibilidade ............................................. 48

3.2.3.6. Determinação da uniformidade ................................................. 50

3.2.3.7. Determinação da resistência à compressão .............................. 50

3.2.3.8. Determinação da resistência à tração na flexão ........................ 53

3.2.3.9. Determinação da lixiviação e solubilização ............................... 55

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................... 58

4.1. Caracterização dos materiais .............................................................. 58

4.2. Caracterização dos elementos de concreto para pavimentação .......... 65

5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 77

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 81

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 82

8 ANEXOS .................................................................................................... 89

8.1 Relatórios dos ensaios de lixiviação e de solubilização dos elementos

de concreto para pavimentação. .................................................................... 89

xiv

9 APÊNDICE ................................................................................................. 98

9.1 Caracterização das amostras e resultados dos elementos de concreto

para pavimentação. ........................................................................................ 98

xv

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Cargas aplicadas em um pavimento (SANTANA, 1993) ................... 7

Figura 2.2 - Seção transversal típica de um pavimento flexível (Adaptado de

MARQUES, 2002) ............................................................................................... 8

Figura 2.3 - Seção transversal típica de um pavimento rígido (Adaptado de

MARQUES, 2002) ............................................................................................... 9

Figura 2.4 - Elementos de concreto para pavimentação (MAKIS, 2010) ............ 11

Figura 2.5 - Estruturas típicas de um pavimento de ECP (HALLACK, 1998) ...... 12

Figura 2.6 - Pavimento pré-moldado de concreto, em São José dos Campos -

SP. .................................................................................................................... 14

Figura 2.7 - Esquema da produção de ferro-gusa e processos de produção

do aço, com suas respectivas etapas de geração de escória (Adaptado de

MASUERO, 2001) ............................................................................................. 18

Figura 3.1 - Fluxograma do programa experimental .......................................... 31

Figura 3.2 - Armazenagem das amostras de escória de aciaria. ........................ 33

Figura 3.3 - Ensaio de Teor de metais da escória de aciaria.............................. 37

Figura 3.4 - Ensaio de massa unitária da escória de aciaria. ............................. 40

Figura 3.5 - Ensaio de massa específica de escória de aciaria .......................... 41

Figura 3.6 - Ensaio de material pulverulento da escória de aciaria. ................... 42

xvi

Figura 3.7 - Limites ideais para fabricação de elementos de concreto para

pavimentação. ................................................................................................... 43

Figura 3.8 - Abastecimento de materiais na vibroprensa utilizada na

fabricação de elementos para pavimentação, Pedro Leopoldo (MG). ................ 44

Figura 3.9 - Vibroprensa utilizada na fabricação de elementos para

pavimentação, Pedro Leopoldo (MG) ................................................................ 44

Figura 3.10 - Elementos de concreto para pavimentação com idade zero foi

acondicionados sobre paletes no pátio da empresa Unistein Pedro Leopoldo

(MG). ................................................................................................................. 45

Figura 3.11 - Aparato de pesagem hidrostática ................................................. 48

Figura 3.12 - Elementos preparada para o ensaio de expansibilidade ............... 49

Figura 3.13 - Realização das medidas de expansibilidade ................................. 50

Figura 3.14 - Ensaio de resistência à compressão das elementos de concreto

para pavimentação ............................................................................................ 52

Figura 3.15 - Equipamento e dispositivo de ensaio de resistência à tração na

flexão ................................................................................................................. 55

Figura 4.1 - Resultado do teor de umidade dos agregados naturais e

reciclados da escória de aciaria. ........................................................................ 59

Figura 4.2 - Resultados do teor de materiais metálicos ferrosos dos

agregados reciclados escória de aciaria. ........................................................... 60

Figura 4.3 - Análise granulométrica dos agregados utilizadas. .......................... 60

Figura 4.4 - Resultado da massa unitária dos agregados naturais e reciclados

xvii

da escória de aciaria. ......................................................................................... 61

Figura 4.5 - Variação da massa unitária dos agregados de aciaria em relação

aos agregados naturais ..................................................................................... 62

Figura 4.6 - Resultado da massa específica do agregado natural e reciclado

de escória de aciaria. ......................................................................................... 63

Figura 4.7 - Variação da massa específica dos agregados de aciaria em

relação aos agregados naturais ......................................................................... 63

Figura 4.8 - Resultado do material pulverulento do agregado natural e

reciclado de escória de aciaria. .......................................................................... 64

Figura 4.9 - Percentual do material pulverulento dos agregados de aciaria em

relação aos agregados naturais ......................................................................... 65

Figura 4.10 - Absorção de água dos elementos de concreto para

pavimentação .................................................................................................... 66

Figura 4.11 - Absorção da água dos ECP com agregados de aciaria em

relação aos EPC com agregados naturais ......................................................... 66

Figura 4.12 - Índices de vazios dos elementos de concreto para

pavimentação .................................................................................................... 67

Figura 4.13 - Índices de vazios dos ECP com agregados de aciaria em

relação aos ECP com agregados naturais ......................................................... 68

Figura 4.14 - Massa especifica seca dos elementos de concreto para

pavimentação .................................................................................................... 68

Figura 4.15 - Massas especificas secas dos ECP com agregados de aciaria

em relação às ECP com agregados naturais ..................................................... 69

xviii

Figura 4.16 - Massa especifica saturada das elementos de concreto para

pavimentação .................................................................................................... 70

Figura 4.17 - Massas especificas saturadas das EPC com agregados de

aciaria em relação às EPC com agregados naturais .......................................... 70

Figura 4.18 - Resultado da expansibilidade dos elementos de concreto para

pavimentação .................................................................................................... 71

Figura 4.19 - Resultados de resistência à compressão dos elementos de

concreto para pavimentação .............................................................................. 72

Figura 4.20 - Resultados da resistência à flexão dos elementos de concreto

para pavimentação ............................................................................................ 73

Figura 4.21 - Resultados da resistência à tração x compressão simples dos

elementos de concreto para pavimentação........................................................ 74

xix

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Composição química das escórias de aciaria de conversores LD

no Brasil (CASTELO BRANCO, 2004). .............................................................. 16

Tabela 2.2 - Composição química das escórias de aciaria elétrica (GEYER et

al., 1994). .......................................................................................................... 17

Tabela 2.3 - Produção de aço bruto por processo de refino, no Brasil (IBS,

2009 apud DINIZ 2009). .................................................................................... 17

Tabela 2.4 - Características dos elementos e compostos químicos das

escórias de aciaria antes e após a hidratação (WEAST, 1971). ......................... 21

Tabela 2.5 - Parâmetros que influenciam na expansão das escórias de

aciaria (MACHADO, 2000). ................................................................................ 22

Tabela 2.6 - Composição química do cimento portland e de agregados

convencionais (TASONG et al., 1998) ............................................................... 26

Tabela 2.7 - Composição química de três amostras de calcário (TSIVILIS et

al., 1999) ........................................................................................................... 27

Tabela 2.8 - Composição química de escória de aciaria (WANG e YAN,

2010) ................................................................................................................. 27

Tabela 2.9 - Composição química de escória de aciaria (QUARAWI et al.,

2009) ................................................................................................................. 28

Tabela 2.10 - Propriedades físicas e químicas da brita calcária e da escoria

de aciaria ........................................................................................................... 28

Tabela 2.11 - Propriedades físicas de agregados graúdos e miúdos de

escória de aciaria (MANSO et al., 2006) ............................................................ 29

xx

Tabela 2.12 - Propriedades físicas de agregados graúdos e miúdos de

escória de aciaria (MANSO et al., 2006) ............................................................ 29

Tabela 2.13 - Codificação de alguns resíduos classificados como não

perigosos (ABNT, 2004) .................................................................................... 30

Tabela 3.1 - Origem e tipos de escórias utilizadas no estudo ............................ 32

Tabela 3.2 - Proporções de materiais utilizados para a moldagem de EPC ....... 34

Tabela 3.3 - Peneiras utilizadas no ensaio de granulometria. ............................ 38

Tabela 3.4 - Fator multiplicativo “p” (ABNT, 1987). ............................................ 51

Tabela 3.5 - Coeficiente de Student: intervalo de confiança i=95% (ABNT,

1987). ................................................................................................................ 53

Tabela 4.1 - Caracterização do cimento portland ARI (CPV) utilizado ............... 58

Tabela 4.2 - Resultados da analise química para as amostras brutas ............... 74

Tabela 4.3 - Resultados da analise química para as amostras lixiviadas ........... 75

Tabela 4.4 - Resultados da analise química para as amostras solubilizadas ..... 76

xxi

LISTA DE SÍMBOLOS

% Percentual

” Polegadas

σ0 Tensão inicial

AI2O3 Óxido de alumínio

°C Graus Celsius

C Carbono

CaO Óxido de cálcio

CO2 Dióxido de carbono

e Espaçamento entre os pinos de expansibilidade

e0 Espaçamento inicial entre os pinos de expansibilidade

e3 Espaçamento entre os pinos de expansibilidade com 3 dias de

idade

e7 Espaçamento entre os pinos de expansibilidade com 7 dias de

idade

e14 Espaçamento entre os pinos de expansibilidade com 14 dias

de idade

e56 Espaçamento entre os pinos de expansibilidade com 56 dias

de idade

xxii

FeO Óxido de ferro

FeO3 Tri-óxido de ferro

fp Resistência média dos elementos ensaiados à Ruptura

fpi Resistência individual dos elementos ensaiados à Ruptura

fpk Resistência característica à compressão

g Grama

km Quilômetros

kg Quilograma

m2 Metros quadrados

m3 Metros cúbicos

MgO Óxido de magnésio

MnO Óxido de manganês

mm Milímetro

MPa Megapascal

n Número de elementos da amostra

Pa/s Pascal por segundo

s Desvio padrão da amostra

S Enxofre

xxiii

SiO2 Dióxido de silício

t Coeficiente de Student em função do tamanho da amostra

xxiv

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

AC Acre

BOF Blast Oxygen Furnace

CBR California Bearing Ratio

CEFET-MG Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais S.A.

CP Corpo de prova

CRCP Continuous Reinforced Concrete Pavement

EAF Eletric Arc Furnace

EAPP Escória de Aciaria Pós-processada

ES Espírito Santo

EUA Estados Unidos da América

FunTAC Fundação de Tecnologia do Estado do Acre

IAB Instituto Aço Brasil

IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia

xxv

IPR Instituto de Pesquisas Rodoviárias

JEPC Jointed Plain Concrete Pavement

LD Linz-Donawitz

MG Minas Gerais

NBR Norma Brasileira de Regulamentação

nd Não determinado

OH Open Heart

Pn Peso natural

Ps Peso Seco

Paver Pavimento intertravado

EPC Elementos de concreto para pavimentação

PPC Peças Pré-moldadas de Concreto

PVC Polyvinyl Chloride

RJ Rio de Janeiro

S Sul

SE Sudeste

SP São Paulo

1

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é responsável por 50% do consumo dos recursos

naturais do planeta (JOHN, 2000). A aplicação de resíduos na construção civil é

um fato consagrado, tendo em vista as tendências de sustentabilidade idealizada

mundialmente (HENDRIKS et al., 2000).

Conforme NETINGER et al. (2011) por séculos escórias de alto forno e de

aciaria foram usados para as mais variadas finalidades. Os primeiros relatos

referem-se a Aristóteles, que notou que escórias tinha sido usado como um

medicamento em 350 aC (GEISELER e VAITTINEN, 2002). Hoje em dia, no

entanto, elas são na sua maioria usadas na construção; como agente aglutinante

(MOTZ, 2002; HRN EN 197-1, 2005), como um ligante independente (COLLINS

e SANJAYAN, 1998; COLLINS e SANJAYAN, 1999; LECOMTE et al., 2006;

MELO NETO et al., 2008; BAKHAREV et al., 2002), como material de construção

para estruturas hidráulicas (JOOST, 2002), como um material para estabilização

de solo na construção de estradas, como um material para leitos de estradas ou

como um agregado em misturas asfálticas (GEISELER e VAITTINEN, 2002;

DUNSTER, 2002; EMERY, 1984 apud NETINGER et al., 2011).

O emprego da escória de alto-forno na indústria cimenteira existe a mais de 100

anos, onde os primeiros relatos publicados foram a partir do ano de 1862,

quando Eugene Langen demonstrou que escórias básicas moídas e misturadas

com a cal hidratada davam lugar a um material, que não alcançava as

qualidades do cimento Portland, mas que superava os sistemas que utilizavam

somente cal como ligante. Esta descoberta foi de fundamental importância e

contribuição para a reciclagem desse co-produto, pois só no Brasil 93,3% da

produção total das escórias de alto-forno são empregadas pela indústria

cimenteira para obtenção do cimento portland tipo-II composto com escória CP II

E - 32 (LIMA, 1999 apud BALTAZAR 2001).

Segundo LEITE (1997) apud BALTAZAR (2001), a escória de aciaria é resultante

da transformação do ferro gusa líquido e/ou sucata em aço. Em essência, trata-

2

se de uma oxidação seletiva de várias impurezas. Essa transformação é

resultante de fundentes, principalmente óxido de cálcio e fluorita, à carga

metálica (gusa liquido e/ou sucata) para a formação da escória. A fusão e o

refino da carga se processam através das reações de oxidação das impurezas

do aço, tais como silício, fósforo, enxofre, manganês e através da redução do

teor de carbono.

Segundo DINIZ (2009), no Brasil a geração de escória de aciaria foi de 3,2

milhões de toneladas no ano de 2007, sendo 68% deste total provenientes do

processo LD e 32% oriundos do processo das aciarias elétricas.

Os dados apresentados não incluem os programas de expansão das

siderúrgicas brasileiras, iniciados em 2008, e caso fossem considerados este

valor estimado seria de 6,8 milhões de toneladas em 2009, de acordo com o

Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS, 2007).

Atualmente, parte dessa produção é utilizada na construção civil, mas, para isso

ocorrer à escória de aciaria precisa passar por um processo de estabilização de

no mínimo seis meses, com o objetivo de transformá-la menos reativa

quimicamente.

BALTAZAR (2001) ressalta que 44% da geração de escória de aciaria são

estabilizadas nos pátios de disposição das siderúrgicas e são aplicadas como

agregados na construção de infra-estrutura rodoviária, estabilização

granulométrica de bases e sub-bases e como lastro em vias de transporte

ferroviário; e 56% de toda a geração são estocadas, formando um passivo

ambiental de 1,8 milhões de toneladas a cada ano.

O estudo da viabilidade para utilização do resíduo sólido de siderurgia, em

especial, a escória de aciaria, como agregados para construção civil ou ainda

como matéria prima em processos de engenharia, está condicionada à qualidade

do material, à suas características físicas, químicas e ambientais, além do custo

de reciclagem, que deve ser igual ou inferior ao passivo total para descartá-lo

adequadamente.

3

Na concepção de SILVA e MENDONÇA (2001), desde 1979, a escória de aciaria

é utilizada na infraestrutura de estradas em países como Estados Unidos da

América (EUA), Inglaterra, Japão e Canadá. BALTAZAR (2001) complementou

que no Brasil este uso teve início em 1986 com a execução de 100 km de base e

sub-base no Estado do Espírito Santo (ES).

Países como Grã-Bretanha, Alemanha, Polônia, França, Japão, EUA e Rússia

utilizam escória de aciaria, sozinha ou combinada, como agregado em

revestimentos asfálticos. SILVA e MENDONÇA (2001) relatam que pavimentos

construídos com este material suportaram tráfego pesado.

O estudo da viabilidade técnico-econômica da reciclagem de um determinado

resíduo pressupõe, basicamente, as etapas de levantamento de dados sobre a

disponibilidade do resíduo; caracterização quanto à composição química;

identificação das propriedades físicas, químicas e mecânicas, microestrutura e

reatividade ambiental; seleção de possíveis aplicações; e identificação das

propriedades do produto final, informações de grande relevância, que pode

indicar aspectos de interesse tanto para geradores quanto para consumidores.

1.1. Objetivo

1.1.1. Objetivo geral

Este trabalho teve como objetivo geral a produção de elementos de concreto

para pavimentação a partir da substituição total do agregado graúdo natural por

escória de aciaria.

1.1.3. Objetivos específicos

Entre os objetivos específicos deste trabalho destacamos:

4

- caracterização física dos agregados naturais para produção de elementos de

concreto para pavimentação;

- produção de agregados artificiais a partir do pós processamento de escórias de

aciaria nas misturas de diferentes siderúrgicas;

- caracterização física, química e ambiental dos agregados artificiais para

produção de elementos de concreto para pavimentação comparativamente os

agregados naturais;

- determinação de dosagens otimizadas para produção de elementos de

concreto para pavimentação a partir da substituição parcial de agregados

naturais por agregados artificiais (escória de aciaria).

- avaliação do comportamento mecânico dos elementos de concreto para

pavimentação produzidos com substituição parcial de agregados naturais por

agregados artificiais (escória de aciaria), comparativamente com aqueles

produzidos com agregados naturais.

- avaliação dos parâmetros relacionados a geometria estabilidade dimensional ,

absorção e porosidade de elementos de concreto para pavimentação produzidos

com substituição parcial de agregados naturais por agregados artificiais (escória

de aciaria), comparativamente com aqueles produzidos com agregados naturais.

- determinação do potencial contaminante ambiental das elementos de concreto

para pavimentação produzidas integralmente com agregados artificiais (escória

de aciaria) comparativamente elementos produzidas com agregados naturais.

- classificar ambientalmente as elementos produzidas com agregados de escória

de aciaria e agregados naturais.

5

1.1.3. Justificativa

A sociedade brasileira tem sofrido grandes transformações nos últimos tempos,

investimentos públicos e privados tem impulsionado a indústria e o comércio, e

contribuído para o desenvolvimento social. Tendo esse panorama favorável

podemos citar o aumento na produção de aço no Brasil em 2011 de 7,4% em

relação a 2010 e distribuição de renda ocorrida devido aos programas

governamentais para habitação e infra-estrutura. Todo esse crescimento das

demandas relacionadas à geração de resíduos pela siderurgia e dos impactos na

obras de infra-estrutura e construção civil, aliado a crescente necessidade de

ações que estimulam o crescimento econômico de forma sustentável é que se

propõe a produção de elementos de concreto para pavimentação quais possam

incorporar resíduos sólidos de siderurgias em sua matriz, evitando exploração de

recursos naturais e aumento de rejeitos. Acredita-se que esse produto ainda

contribuirá para a produção de vias de acesso modulares de alta durabilidade,

segurança e baixo custo de manutenção.

6

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Pavimentos

MEDINA (1997) define pavimento como sendo uma estrutura de múltiplas

camadas de espessuras finitas, construída sobre a superfície final de

terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos esforços

oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos usuários melhoria

nas condições de rolamento, com conforto, economia e segurança.

Na concepção de SANTANA (1993), pavimento é uma estrutura sobre a

superfície obtida pelos serviços de terraplanagem com a função principal de

fornecer ao usuário segurança e conforto, obtidos sob o ponto de vista da

engenharia, com a máxima qualidade e o mínimo custo.

Enquanto, SOUZA (1980) entende por pavimento uma estrutura construída após

a terraplanagem por meio de camadas de vários materiais de diferentes

características de resistência e deformabilidade. Esta estrutura, assim

constituída, apresenta um elevado grau de complexidade no que se refere ao

cálculo das tensões e das deformações.

Nesse sentido, adota-se para este estudo a conceitualização de SOUZA (1980)

visto que há uma descrição minuciosa do assentamento dos elementos pré-

moldados em diferentes dimensões.

Em consonância com a NBR 7207 (ABNT, 2002), defini dentre as principais

funções de um pavimento:

resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais;

melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e à

segurança;

7

resistir aos esforços horizontais tornando, mais durável possível, a

superfície de rolamento.

Quando um pavimento é solicitado por uma carga de veículo Q, que se desloca

sobre o revestimento com uma velocidade V, fica sujeito a uma tensão normal na

direção vertical σ0 (de compressão) e uma tensão cisalhante na direção

horizontal τ0 (de cisalhamento), como apontado na Figura 2.1.

Figura 2.1- Cargas aplicadas em um pavimento (SANTANA, 1993)

As variadas camadas componentes da estrutura do pavimento possuem a

função de diluir a tensão vertical aplicada na superfície para que o subleito

receba uma parcela muito inferior desta tensão vertical. A tensão horizontal

aplicada na superfície exige que o revestimento possua uma coesão mínima

para suportar a parcela do esforço de cisalhamento (SANTANA, 1993).

Tradicionalmente, os pavimentos são classificados em Pavimentos flexíveis,

pavimentos rígidos, pavimentos semi rígidos ou semi flexíveis. A seguir são

apresentados os tipos de pavimentos.

8

2.1.1. Pavimentos flexíveis

Os pavimentos flexíveis são constituídos por camadas que trabalham muito ruim

à tração, quando comparadas às dos pavimentos rígidos (MARQUES, 2002).

Todas as camadas sofrem deformações elásticas significativas, sob um

carregamento aplicado e a carga é distribuída em parcelas equivalentes entre

suas camadas (PINTO e PREUSSLER, 2002). Na Figura 2.2 é apresentada uma

seção transversal típica de um pavimento flexível.

Figura 2.2- Seção transversal típica de um pavimento flexível (Adaptado de MARQUES,

2002)

Segundo SHACKEL (1990), os pavimentos intertravados constituídos de

elementos de concreto podem ser considerados pavimentos flexíveis, devido às

características que se assemelham às dos pavimentos asfálticos, como:

distribuição de cargas, deflexão, entre outras.

2.1.2. Pavimentos rígidos

Para PEIXOTO e PADULA (2008), o pavimento rígido é constituído por uma

placa de concreto de cimento Portland que desempenha papel de revestimento e

9

base ao mesmo tempo e sub-base que é a camada empregada com o objetivo

de melhorar a capacidade de suporte do subleito. Muitas vezes a sub-base é

chamada de base, e não se menciona a sub-base para o pavimento.

Ainda segundo os autores, que por causa da alta rigidez do concreto, a placa

distribui o carregamento para uma maior área de solo, quando comparado ao

pavimento flexível. Portanto, a maior parte da capacidade estrutural é provida

pela própria placa de concreto, ao contrário de pavimentos flexíveis, em que a

capacidade estrutural é atingida por camadas de sub-base, base e revestimento.

Mediante a importância da placa de concreto no pavimento rígido, a resistência

do concreto é o fator mais importante no projeto, principalmente a resistência à

tração. Pequenas variações na sub-base ou subleito têm pouca influência na

capacidade estrutural do pavimento. As sub-bases podem ser flexíveis –

estabilizadas granulometricamente ou utilizando-se macadame hidráulico – ou

semi-rígidas – estabilizadas com cimento, cal ou betume (PEIXOTO e PADULA,

2008). Um exemplo de seção característica de pavimento de concreto pode ser

visto na Figura 2.3.

Figura 2.3 - Seção transversal típica de um pavimento rígido (Adaptado de MARQUES,

2002)

10

2.1.3. Pavimentos semi-rígidos ou semi-flexíveis

MARQUES (2002) sustenta que os pavimentos semi-rígidos podem ser

considerados uma situação intermediária entre os pavimentos rígidos e flexíveis.

É o caso dos pavimentos constituídos, nas camadas de base e ou sub-base, por

misturas de solo-cimento, solo-cal, solo-betume, entre outras, que venham a

apresentar uma razoável resistência à tração.

2.2. Elementos de concreto para pavimentação

Blocos intertravados de concreto, também chamados de elementos pré-

moldadas de concreto, foram desenvolvidos, na Holanda, como um substituto

para blocos de tijolo de barro. Em 1980, a produção anual ultrapassava 45

milhões de metros quadrados, sendo 66% desse total aplicado em vias de

tráfego urbano. No final da década de 1990 chegou à impressionante marca de

produção de 100m² por segundo durante os dias úteis de trabalho (SMITH,

2003).

Os pavimentos intertravados são aqueles em que a camada de revestimento é

constituída por elementos pré-moldados de concreto (PPC). Uma técnica

moderna que resulta de uma evolução de procedimentos dos quais se

encontram relatos há 25 séculos, com a colocação de pedras justapostas em

seu estado natural. As primeiras pré-moldadas de concreto foram fabricadas no

final do século XIX e algumas patentes foram registradas antes da primeira

guerra mundial (MÜLLER, 2005).

Também são chamadas de Pavers ou elementos pré-moldadas de concreto

(PPC), chamada neste trabalho de elementos de concreto para pavimentação

(EPC) segundo nomenclatura usada pela NBR 9780 (ABNT, 1987), ilustradas na

Figura 2.4. Esse pavimento é bastante utilizado em: ciclovias, calçadas,

estacionamentos, jardins, parques, praças, vias urbanas, pátios, depósitos,

galpões industriais, estradas, acostamentos entre outros (FIORITI, 2010).

11

Figura 2.4- Elementos de concreto para pavimentação (MAKIS, 2010)

MÜLLER (2005) observa que as EPC foram reconhecidas pela melhor

uniformidade, visto que os elementos aparados e por, obviamente, não

necessitarem de reapareamento antes do assentamento final como acontecia

com as pedras naturais.

Na ótica de HALLACK (1998), a camada de revestimento composta por EPC é a

superfície de desgaste e cumpre, ainda, uma importante função estrutural.

Estabelece a condição de rolamento (conforto ao usuário), a durabilidade do

pavimento e contribui decisivamente para a função estrutural do pavimento

(distribuição de tensões) por meio de suas características de intertravamento,

além de suportar as tensões cisalhantes superficiais de contato das rodas dos

veículos.

Complementa o autor, dizendo que a capacidade de distribuição dos esforços da

camada de revestimento depende essencialmente de sua espessura, formato e

arranjo. Assim, compreende-se que a resistência à compressão individual dos

elementos possui pouca influência neste aspecto.

12

Desde a década de 1980, com a disponibilidade de equipamentos de grande

produtividade, a indústria de pavimentos intertravados de concreto cresce em

grandes proporções em todo o mundo. O que era material utilizado apenas em

áreas para proporcionar melhores efeitos arquitetônicos ou paisagísticos,

começou a dar lugar a um material versátil que possibilita a harmonização com

qualquer tipo de ambiente, inclusive o rodoviário e o industrial, estética e

estruturalmente (SMITH, 2003).

O mesmo autor citado anteriormente expõe que a cada cinco anos nos EUA

dobra-se a quantidade em metros quadrados de pavimentos que aplicam esta

técnica e afirmou que em 2005 foram utilizados mais de sessenta milhões de

metros quadrados nesse país.

A estrutura típica de um pavimento formada pelas camadas constituintes de um

pavimento de EPC é apresentada na Figura 2.5.

Figura 2.5- Estruturas típicas de um pavimento de ECP (HALLACK, 1998)

A capa de rolamento é formada por ECP, que compõem um revestimento de

grande durabilidade e resistência, assentadas sobre uma camada delgada de

areia. Este revestimento deve ser capaz de suportar as cargas e as tensões

provocadas pelo tráfego protegendo a camada de base do desgaste por abrasão

13

e a mantendo com baixos níveis de umidade permitindo melhor estabilidade do

material constituinte, em consonância com a Associação Brasileira de Cimento

Portland (ABCP, 1999) e HALLACK (1998).

A camada de base recebe as tensões distribuídas pela camada de revestimento.

Sua principal função é a de resistir e distribuir os esforços ao subleito, evitando

as deformações permanentes e a consequente deterioração do pavimento. Os

estudos, realizados por KNAPTON (1976), demonstram que a camada de base

deve ser uma camada pouco permeável, ou impermeável, para evitar a

penetração da água e a prematura deterioração do subleito.

Nesse sentido, as camadas constituintes da estrutura de um pavimento

intertravado possuem a função de distribuir a tensão normal vertical aplicada na

superfície, de tal maneira que o subleito receba uma parcela muito inferior desta

tensão o que caracteriza um pavimento flexível.

Segundo CRUZ (2003), alguns outros materiais começam a serem empregados

no projeto e na execução de pavimentos de EPC, como os geotêxteis. Eles

possuem a finalidade de proteger as camadas inferiores da infiltração de água,

evitar o bombeamento de finos e conter a fuga de materiais em áreas próximas

às contenções laterais, como: meio fios, drenos, caixas de serventia, entre

outros.

Os elementos de concreto para pavimentação são utilizados na pavimentação

das ruas do campus universitário da Universidade do Vale do Paraíba (Univap),

localizado no bairro Urbanova na cidade de São José dos campos (SP), ilustrada

na Figura 2.6. Estão sendo utilizadas desde o ano de 1992, por pedestres,

carros de passeio e ônibus escolares, com aproximadamente 22000 m2 foi

utilizadas (EPC), de 8 cm de altura com resistência à compressão de 35 MPa, o

pavimento com 19 anos de utilização se encontra com ótimo aspecto visual e

estado de conservação, fácil manutenção, menor redução no escoamento da

água superficial.

14

Figura 2.6- Pavimento pré-moldado de concreto, em São José dos Campos - SP.

2.2.1. Propriedades dos elementos de concreto para

pavimentação

Para CRUZ (2003), no que se refere às especificações de resistências

mecânicas é a interpretação dos resultados, não existe consenso sobre os

métodos de ensaios utilizados, tipos de equipamentos, corpos de prova (peça

inteira, cilindros, cubos serrados), condições de umidade da amostra a ser

ensaiada (saturada com superfície seca, seca em ambiente natural, seca em

estufa), idade de ensaio e número de corpos de prova que deve ter cada

amostra. Para que os pavimentos tenham durabilidade é necessário o controle

tecnológico dos EPC esteja relacionado com a resistência à abrasão e à

capacidade de suportar ciclos de gelo e degelo nos países de clima frio. Assim,

as especificações internacionais de durabilidade são norteadas pelas condições

climáticas, incluindo ou não resistência aos ciclos de gelo/degelo (CRUZ, 2003).

15

Evidencia SIMIELI et al. (2007), com o passar do tempo, mediante a utilização e

a distribuição das cargas, o pavimento foi adquirindo e melhorando a sua forma

estrutural com o travamento dos EPC, elementos pré-moldadas de concreto

chamadas de intertravamento (lock up).

A resistência é calculada de acordo com a NBR 9781 (ABNT, 1987b) e é

estimada à compressão dos elementos conforme NBR 9780 (ABNT, 1987a) que

deve ser de 35 MPa para as solicitações de veículos comerciais de linha ou 50

MPa, quando houver tráfego de veículos especiais ou solicitações capazes de

produzir acentuados efeitos de abrasão (SIMIELI, 2007).

Foi relatado por SHACKEL (1990 apud CRUZ, 2003), que entre as décadas de

1970 e 1980, independentemente do tipo de clima do país, ou mesmo da

resistência das EPC, será indispensável realizar os ensaios de abrasão, para

garantir a qualidade do pavimento que será executado.

2.3. Escória de Aciaria

A escória de aciaria é um subproduto siderúrgico formado por óxidos básicos,

resultantes da oxidação de elementos presentes na carga metálica decide no

sopro ou adição de fundentes e fluentes, que não estarão presentes na

composição do aço. Os tipos e quantidades dos óxidos presentes na escória de

aciaria dependem do tipo de matéria prima utilizada, do tipo do aço que se

pretende obter, e até mesmo do tipo de forno e de seu revestimento

(NASCIMENTO, 2007).

Na Europa, cerca de 12 milhões de toneladas de escória de aciaria é produzido

anualmente (MOTZ e GEISELER, 2000). Este material tem sido considerado um

excelente material artificial prima para a produção de agregado para diversas

aplicações em engenharia civil.

A escória de aciaria é resultante da transformação do ferro gusa líquido e/ou

sucata em aço. Em essência, trata-se de uma oxidação seletiva de várias

impurezas. Essa transformação é obtida pela oxidação de alguns elementos no

16

banho com oxigênio, mediante a adição de fundentes, principalmente, óxido de

cálcio e fluorita, à carga metálica (gusa líquido e/ou sucata) para a formação da

escória. A fusão e o refino da carga se processam por reações de oxidação das

impurezas do aço, como: silício, fósforo, enxofre, manganês, Blast Oxygen

Furnace (BOF) e Eletric Arc Furnace (EAF).

A função da escória siderúrgica são agregar as impurezas do processo

separando-as do banho. As escórias podem ser resultantes de diversos

processos metalúrgicos, por exemplo, de ferro, aço, níquel, manganês, cromo,

cobre, entre outros. Os diversos tipos de escória têm funções semelhantes,

porém, variam extremamente nas suas propriedades químicas e físicas

(BALTAZAR, 2001).

A Tabela 2.1 e a Tabela 2.2 apresentam a composição química básica das

escórias de aciaria produzidas pelos conversores LD no Brasil e escórias de

aciaria elétrica em alguns países do mundo, respectivamente.

Tabela 2.1- Composição química das escórias de aciaria de conversores LD no Brasil

(IBS, 1998 apud CASTELO BRANCO, 2004).

Composto Brasil (%)

CaO 6-45

SiO2 7-16

Al2O3 1-4

FeO 8-30

MgO 1-9

MnO 3-7

S -

17

Tabela 2.2 - Composição química das escórias de aciaria elétrica (GEYER et al., 1994).

Composto Brasil (%) EUA (%) Japão (%) Itália (%) Alemanha (%)

CaO 33 41 40 41 32

SiO2 18 17 25 14 15

Al2O3 6 8 5 7 4

FeO 30 18 19 20 31

MgO 10 10 4 8 10

MnO 5 4 7 6 4

S - 0,2 0,06 0,1 0,1

P2O5 - 0,6 - 0,9 1,4

Quanto ao processo de refino, a fabricação do aço pode ser dividida em 3

grandes grupos: LD (Linz-Donawitz) ou BOF (Blast Oxygen Furnace) que utiliza

o conversor a oxigênio, elétrico, EAF (Eletric Arc Furnace) que utiliza o forno de

arco elétrico e OH (Open Heart) que utiliza o forno Siemens-Martin. A produção

do aço no Brasil, é cerca de 80% pelo processo LD e cerca de 20% pelo

processo que utiliza forno arco elétrico e apenas 1,9% pelo forno Siemens-

Martin. A Tabela 2.3, extraída do Instituto Brasileiro de Siderurgia, apresenta a

produção do aço bruto no Brasil dividido pelo processo de refino.

Tabela 2.3 - Produção de aço bruto por processo de refino, no Brasil (IBS, 2009 apud DINIZ 2009).

Processo de Aciaria 10 6 toneladas Forno de Refino

Oxigênio (LD / BOF) 43,8 Conversor a Oxigênio

Elétrico (EAF) 29,8 Forno de Arco Elétrico

As escórias de aciaria, tanto de alto forno quanto elétrica, depois de beneficiadas

tornam-se agregados siderúrgicos. Estes agregados são definidos, pelo IBS

(1998), como material não metálico e podem ser classificados como agregado

bruto, graduado de alto forno – oriundo da escória de alto forno – ou como

agregado graduado de aciaria – derivado da escória de aciaria elétrica.

Representa-se, na Figura 2.7, o circuito da geração de resíduos na aciaria

elétrica (EAF) e na aciaria a oxigênio (LD).

18

Figura 2.7- Esquema da produção de ferro-gusa e processos de produção do aço, com

suas respectivas etapas de geração de escória (Adaptado de MASUERO, 2001)

Após a saída do forno a escória é resfriada e britada. Posterior a britagem, por

meio de correias rolantes, a escória é separada por bitolas. No processo este

resíduo passa por um eletroímã que separa a escória rica em ferro que poderá

voltar para o forno (POLESE, 2007).

Como descrito pelo autor, existem basicamente três métodos de resfriamento da

escória: ao ar, controlado com água e brusco com água ou ar. O primeiro é mais

utilizado em escórias de aciaria, e o último para escórias de alto forno. Ao ser

resfriada, a escória sofre um choque térmico, uma fragmentação dos seus

blocos, gerando um material denominado escória bruta de aciaria, cuja

granulometria varia entre 0 (zero) e 500mm.

A Companhia Siderúrgica de Tubarão experimenta vários processos de

resfriamento, como: ultralento, lento, rápido e ultrarápido. A escória separada por

Minério + Fundente + Carvão

++carv ~ccccarv cacccccrvão

Escória de

alto = forno

FERRO-GUSA

CONVERSOR LD

Gusa Líquido + Sucata*

Carga Q

Escória de

Aciaria LD

FORNO PANELA

AÇO PARA LINGOTAMENTO

FORNO ELÉTRICO A ARCO

Sucata + Gusa Líquido*

SUCATA

Escória oxidante de

aciaria elétrica

Escória redutora de

aciaria elétrica

19

bitolas tem outras utilizações, como a indústria da construção civil ou fertilizante

e corretivo de solo (POLESE, 2007).

Em 2009, das 27 usinas produtoras de aço das empresas associadas, 23 já

tinham obtido a certificação de seus sistemas de gestão ambiental pela norma

ISO14001 e outras duas estavam em processo de certificação. Essas usinas

foram responsáveis por mais de 99% da produção de aço bruto do setor no

período (IAB, 2010).

As empresas do setor investiram mais de R$ 778 milhões, ao longo de 2009, em

melhoria ambiental de processos relacionados com a produção e operação das

suas usinas. Esse investimento foi feito em ações de modernização e

manutenção de sistemas de controle e tratamento ambiental dos processos

produtivos, como sistemas de ‘desempoeiramento’, monitores para chaminés e

gestão de resíduos, efluentes, entre outros (IAB, 2010).

Além do valor investido em ações relacionadas com a produção e operação, as

empresas do setor destinaram, no ano, mais R$ 389,4 milhões para ações

externas voltadas ao meio ambiente, como programas de educação ambiental,

gestão de áreas verdes e preservação e recuperação ambiental de áreas

externas (IAB, 2010).

Há um esforço contínuo das empresas para reduzir o consumo das diferentes

matérias-primas e estabelecer processos cada vez mais eficientes. Tais

iniciativas costumam trazer resultados significativos, tanto do ponto de vista

econômico, reduzindo custos, quanto ambiental, minimizando o uso de recursos

naturais não renováveis e os impactos sobre a natureza (IAB, 2010).

Conforme IAB (2010), dentre as iniciativas para melhor aproveitamento de

materiais estão:

reciclagem da sucata gerada interna e externamente - sucatas de

retorno, de processo e de obsolescência.

20

reutilização de resíduos e co-produtos gerados no processo - escórias,

carepas, finos, pós, lamas das estações de tratamento de efluentes, entre

outros.

reaproveitamento dos gases do alto forno, aciaria e coqueria, para

geração de energia.

Um dos mais importantes campos de aplicação da escória de aciaria é o seu

emprego como agregado na pavimentação rodoviária. Neste contexto, a escória

de aciaria é utilizada como infraestrutura de pavimentos, porém, problemas

relacionados com a sua expansão e a sua estabilização, além de práticas

inadequadas de uso que implicam em restrições quanto à sua utilização

(RAPOSO, 2005).

A adoção do reuso por parte de uma empresa ajuda a preservar os recursos

naturais, reduz a destruição da paisagem, contribui para a melhoria da saúde e

segurança da população em geral e de seus trabalhadores, prolonga o ciclo de

vida dos materiais e, com isso, diminui o consumo de recursos naturais não

renováveis, conservando o meio ambiente e evitando a exaustão de certas

reservas naturais (ALVES, 2007).

2.3.1. Expansibilidade da escória de aciaria

A hidratação do óxido de cálcio de livre (CaO) e do óxido de magnésio livre /

periclásio (MgO) é o principal responsável pelas características expansivas das

escórias de aciaria. Contudo, a porcentagem dos elementos e compostos

presentes na composição química das escórias de aciaria varia em virtude do

processo que foram submetidas: conversores de oxigênio LD e fornos elétricos a

arco (MACHADO, 2000).

A Tabela 2.4 apresenta as variações ocorridas nas escórias de aciaria antes e

após a hidratação dos seus principais elementos e compostos constituintes.

21

Tabela 2.4 - Características dos elementos e compostos químicos das escórias de aciaria antes e após a hidratação (WEAST, 1971).

Fórmula Nome Densidade

(g/cm³) Massa Molar

(g/mol) Volume Molar

(cm³/mol) Variação de volume (%)

MgO Perciclásio 3,58 40,31 11,26 Em relação

ao MgO

Mg(OH)2 Brucita 2,36 58,33 24,72 119,5

CaO Cal 3,38 56,08 16,59 Em relação

ao CaO

Ca(OH)2 Portlandita 2,24 74,09 33,08 99,40

CaCO3 Calcita

Argonita

2,93

2,71

100,09

100,09

34,16

36,93

105,90

122,60

CaCO3.

MgCO3 Dolomita 2,87 184,41 64,25 287,30

Fe0 Ferro

(metálico) 7,86 55,85 7,11

Em relação ao Fe

FeO Wustita 5,70 71,85 12,61 77,40

Fe2O3 Hematita 5,24 159,69 30,48 328,70

Fe(OH)2 Hidróxido de

Ferro 3,40 89,86 26,43 271,17

FeO(OH) Goetita 4,28 88,85 20,76 192,00

O aumento considerável de volume dos elementos em relação às dimensões

originais seja por meio de hidratação, carbonatação (CaCO3 e CaCO3.MgCO3)

ou oxidação (FeO e Fe2O3) acarreta a expansão destrutiva das escórias de

aciaria.

Uma forma indireta de avaliar a presença de Fe0 é por meio do ensaio de teor de

metais ferrosos, que consiste em passar o material em um separador magnético

e avaliar o percentual de material que ficou retido no separador. Os metais

ferrosos são aqueles que contêm elevados percentuais de ferro na forma

metálica, esses materiais são magnetizáveis, sendo atraídos por imas. Os

principais representantes dos metais ferrosos são os aços e os ferros fundidos.

22

A expansibilidade das escórias de aciaria representa um agravante para sua

aplicação em razão da variação volumétrica dos elementos e compostos

constituintes, entretanto, estudiosos acreditam que a adoção de critérios que

estipulam valores limite destes poderiam ser usados como parâmetro de

classificação, visto que experimentos práticos demonstram instabilidade

dimensional apenas para determinados teores (MACHADO, 2000).

A Tabela 2.5 apresenta os principais parâmetros que influenciam na expansão

das escórias de aciaria.

Tabela 2.5 - Parâmetros que influenciam na expansão das escórias de aciaria (MACHADO, 2000).

Elementos e Compostos químicos

Parâmetros que influenciam na expansão

Mecanismos

Cão e MgO

Teor dos elementos no estado livre; Umidade; Temperatura; Teor de CO2; Tamanho dos grãos de escória.

Hidratação

Fe0

Teor de Fe0; Umidade; Tempo de exposição ao ar; Teor de oxigênio no resfriamento; Tamanho dos grãos de escória.

Oxidação

C2S

Velocidade de resfriamento; Impurezas iônicas; Temperatura de resfriamento; Basicidade das escórias.

Transformação alotrópica

Sabe-se que estabilização da escória de aciaria está diretamente associada à

formação de produtos estáveis. Ademais, os compostos formados são

volumetricamente estáveis, em razão do tempo de estocagem, do grau de

exposição do material à umidade, da temperatura e do teor de CO2. Deste modo,

para minimizar a expansibilidade das escórias de aciaria é importante que o

material esteja sujeito às condições que permitam, no decorrer do tempo, a

hidratação ou carbonatação completa de todos os elementos e compostos

químicos constituintes (MACHADO, 2000). Segundo SEKI et al. (1986) citado por

MACHADO (2000) as escórias de aciaria quando expostas à ação das

intempéries, estabilizam-se num período mínimo de 3 meses.

23

2.3.2. Aplicações em engenharia

Para HENDRIKS et al. (2007), reutilização e não é fenômeno novo. Os rejeitos

de materiais começaram a ser usados em construções na Holanda, em 1920.

Durante esse período, entulho e escória eram processados como agregados, no

então, chamado de concreto de brita, usado para a construção de edifícios

residenciais, embora em escala limitada. Rejeitos de materiais eram também

reutilizados em outros países. Em Avesta (Suécia), por exemplo, ainda há um

forno de rocha de escória de aço que data de 1874.

Salienta o autor que, uma das aplicações mais comuns das escórias de refino,

após a estabilização da expansão, é como agregado em obras de engenharia

civil podendo-se citar, do ponto de vista de estradas, o seu emprego em

ferrovias, como lastro e sublastro, em rodovias, como serviços de pavimentação

e infraestrutura. Pode-se referir, também, ao seu uso na contenção de encostas,

na forma de gabiões, na indústria do cimento e como fonte de ferro na

agricultura.

JOHN (1995) considerou que a natureza expansiva da escória de aciaria e a

inexistência de critério técnico de execução simples para que se possa detectar

a sua estabilização têm sido os principais fatores que influenciam na

durabilidade das obras de engenharia realizadas com este material. Por outro

lado, poucos resultados têm sido publicados em periódicos nacionais e

internacionais, nesta área, sendo este um campo aberto a investigações.

GEYER (1996) verifica que o fator limitante da reutilização das escórias de

aciaria é exatamente o cal livre que permanece como parte de sua matéria prima

que ainda não reagiu. Neutralizar a ação deste cal ou ainda eliminá-lo da escória

de forma econômica, bem como identificar um método de ensaio expedito que

permita avaliar o aspecto estabilidade volumétrica das escória é um desafio a ser

vencido para o melhor aproveitamento deste resíduo industrial.

Em um estudo realizado na Espanha, por LIMA (1999), sobre a utilização da

escória de aciaria de forno elétrico como agregado miúdo e graúdo para

concreto, os resultados indicaram melhor desempenho quanto às resistências

24

mecânicas e aos concretos de escória em relação aos agregados convencionais.

Foram realizados ensaios de durabilidade, ataque por sulfatos, carbonatação,

ataques da água do mar e reação álcali-agregado. A escória de aciaria

apresentou bom desempenho frente aos ensaios.

SILVA (2001) investigou o desempenho do concreto produzido com agregado

graúdo de escória de ferro-cromo e verificou que a relação água-cimento e a

idade exercem efeitos significativos na resistência do concreto à compressão.

MACHADO et al. (2002) pesquisaram o emprego das escórias de aciaria como

agregados na construção civil e verificou que a expansibilidade da escória está

diretamente ligada ao tamanho dos grãos. O tempo de estabilização relacionado

com o tamanho das partes de escória expostas à umidade e ao CO2 na pilha de

estocagem.

O sucesso do uso de escória de aciaria em concreto tem sido relatada por

MASLEHUDDIN et al. (2003), que descobriu que as propriedades físicas do

agregado de escória de aciaria foram superiores aos dos agregados de calcário

moído, e que o concreto preparado com escória de aciaria apresentou

desempenho melhor do que o concreto preparado com agregados de calcário,

especialmente em relação à resistência e durabilidade.

Algumas tentativas foram feitas para uso de escória de aço na produção de

tijolos de argila (SHIH et al, 2004). No caso mencionado, verificou-se que,

quando até 10% de argila foi substituído por escória, as propriedades finais dos

tijolos ainda atenderam aos requisitos da norma pertinente.

Verificaram MANSO et al. (2006) que, durabilidade do concreto com escória é

aceitável e menor que a durabilidade do concreto convencional. O estudo do

desempenho ambiental foi realizado por meio do ensaio de lixiviação e

comprovado que os efeitos de alguns elementos tóxicos presentes ficaram

encapsulados no concreto.

NASCIMENTO (2007) examinou o potencial para uso da escória proveniente da

reciclagem do aço em concreto de cimento Portland, em substituição total aos

25

agregados convencionais (areia e brita) em concretos não estruturais e conclui

que, estatisticamente, o desempenho dos dois concretos foi igual.

STIEF (2009) pesquisou produção viga de concreto armado convencional e viga

de concreto armado com escória de aciaria por extensometria, verificando a

viabilidade da utilização de rejeitos da indústria siderúrgica como agregado para

o concreto armado estrutural em substituição ao agregado natural, sendo

comparada a deformação entre as vigas.

Recentemente NETINGER et at. (2011) investigou a possibilidade de se utilizar

escórias de aciaria como um agregado de concreto. Os resultados obtidos

mostraram que as frações grosseiras escória são adequadas para aplicação em

concreto e concluiu que as escórias podem ser um bom substituto para os

agregados naturais.

BASSETO e BALDO (2011) apresentaram os resultados, em substituição dos

agregados naturais por agregados de escória de aciaria, na composição do

concreto asfáltico para pavimentos flexíveis. A pesquisa experimental contou

com composição química, a lixiviação e propriedades mecânicas das escórias, e

caracterização e desempenho dos conglomerados betuminosos. Todas as

misturas com a escória de aciaria satisfizeram os requisitos.

DUCMAN e MLADENOVIC (2011) estudaram a possível utilização de escória de

aciaria de forno elétrico a arco em concretos refratários. Os autores verificaram

que escória passa por uma transformação mineralógica de wustite em magnetita

quando aquecido a temperaturas superiores a 800°C, essa transformação é

acompanhado pela expansão volumétrica, que apresenta fissuras no concreto o

refratário e piora drasticamente suas propriedades mecânicas. Esta

transformação é irreversível, de modo que quando escória é aquecida a uma

temperatura de 1000°C antes de seu uso para o concreto refratário, os produtos

finais apresentam propriedades mecânicas que são comparáveis aos de

concreto com agregado refratário convencional, por exemplo, bauxita.

26

WANG et al. (2011) estudos a influência da escória de aciaria na hidratação do

cimento. Os resultados mostraram que a escória de aciaria promove o grau de

hidratação do cimento em idades posteriores.

WANG (2010) estudou a expansibilidade de agregados graúdos de escória de

aciaria com a utilização de autoclave. Com base nos resultados, o uso de

escória de aciaria em condições de confinamento pode ser desenvolvido.

Com base nas diversas publicações recentes sobre a utilização de escória de

aciaria como agregados, o presente trabalho corrobora com o desenvolvimento

cientifico e tecnológico sobre o tema abordado.

2.3.2.1. Agregados de escória de aciaria

Agregados utilizados em concretos comumente apresentam composições

químicas distintas. TASONG et al. (1998) em seus estudos apresentou

resultados de agregados comumente utilizados em concretos (Tabela 2.6).

Tabela 2.6 - Composição química do cimento portland e de agregados convencionais (TASONG et al., 1998)

Composição Cimento portland

Basalto Areia natural

Calcário Quartzito

SiO2 20,78 50,14 97,36 2,10 96,28

Fe2O3 3,74 10,56 0,04 0,03 0,26

AL2O3 4,52 14,64 0,56 0,05 0,65

CaO 63,53 8,60 0,03 54,07 0,05

MgO 1,19 7,49 0,05 0,33 0,05

SO3 2,81 0,05 0,05 0,58 0,06

Na2O 0,47 2,95 0,23 0,24 0,16

K2O 0,78 0,47 0,02 0,02 0,19

P2O5 0,13 0,16 0,02 0,01 0,02

TiO2 0,21 1,71 0,10 0,01 0,10

MnO 1,10 0,15 0,01 0,01 0,01

Perda ao fogo em 800°C

1,13 2,16 0,17 42,22 1,04

Total 99,39 99,11 98,60 99,14 98,86

27

Segundo TSIVILIS et al. (1999) as rochas calcarias para utilização precisam

atender os parâmetros da prEN 197-1,e em seus estudos eles classificaram 3

amostras de calcário sendo o que primeiro (Ll) tem um maior teor de calcita,

enquanto a segunda e terceira amostras contêm quantidades significativas de

dolomita (L2) e de quartzo / argila (L3), respectivamente. Os valores da

composição química realizada são apresentados na Tabela 2.7.

Tabela 2.7 - Composição química de três amostras de calcário (TSIVILIS et al., 1999)

Constituintes L1 L2 L3

SiO2 0,61 0,10 8,25

AL2O3 0,15 0,16 1,52

Fe2O3 0,17 0,02 0,62

CaO 53,36 49,51 47,09

MgO 1,47 4,99 1,45

K2O 0,02 0,01 0,30

Na2O 0,00 0,02 0,06

Perda ao fogo 43,54 44,35 37,50

WANG e YAN (2010) determinaram a composição química da escoria de aciaria

(Tabela 2.8) que apresentaram resultados bem distintos em relação aos

resultados encontrados para rochas calcárias (Tabela 2.7) apresentados por

TSIVILIS et al. (1999)

Tabela 2.8 - Composição química de escória de aciaria (WANG e YAN, 2010)

SiO2 Al2O3 FeO * Fe2O3

CaO MgO Na2O Perda ao fogo

17,09 4,53 23,86 40,46 10,46 0,42 0,91

QUARAWI et al. (2009) apresentou resultados da composição química da

escoria de aciaria (Tabela 2.9 ) que também apresentaram resultados bem

distintos em relação aos resultados encontrados para rochas calcárias (Tabela

2.7) apresentados por TSIVILIS et al. (1999).

28

Tabela 2.9 - Composição química de escória de aciaria (QUARAWI et al., 2009)

Óxidos (%)

Fe2O3 97,05

MnO 1,01

TiO2 0,8

SiO2 0,4

MgO 0,4

CaO 0,4

C 0,23

S 0,21

Solubilização da água 0,009

MASLEHUDDIN et al. (2003) comparou propriedades físicas e químicas de

agregados graúdos de calcário e de escória de aciaria. Nos resultados

apresentados por MASLEHUDDIN et al. (2003) percebe-se que o agregado de

escória de aciaria apresentou-se superior à brita calcária nos parâmetros de

propriedades físicas e composição química distinta (Tabela 2.10).

Tabela 2.10 - Propriedades físicas e químicas da brita calcária e da escoria de aciaria.

Propriedades físicas e químicas Brita calcária Agregados de escória de aciaria

Massa especifica (g/cm3) 2,54 3,51

Absorção de água (%) 2,20 0,85

Material friável e torrões de argila (%)

0,66 0,12

Perda na abração (%) 24,2 11,6

CaCO3 95,0 10,0

SiO2 5,0 1,0

Fe2O3 0,0 89,0

MANSO et al. (2006) apresentaram em seu trabalho as propriedades físicas e

químicas de agregados graúdos e miúdos de escória de aciaria (Tabela 2.11 e

Tabela12).

29

Tabela 2.11 - Propriedades físicas de agregados graúdos e miúdos de escória de aciaria (MANSO et al., 2006)

Propriedades físicas Agregado graúdo Agregado miúdo

Tamanho das partículas (mm) 4-20 0-4

Massa especifica aparente (Mg/m3) 3,35 3,70

Absorção de água (%) 10,5 -

Perda na abrasão Los Angeles (%) <20 -

Expansão média (ASTM D-4792) 0,25% 0,25%

Tabela 2.12 - Propriedades físicas de agregados graúdos e miúdos de escória de aciaria (MANSO et al., 2006)

Composição química Porcentagem da massa

EAF Slag Cimento portland

Ʃ Óxidos de ferro 42,5 3,7

SiO2 15,3 21,9

CaO 23,9 64,2

AL2O3 7,4 5,1

MgO 5,1 0,9

MnO 4,5 0,01

SO3 0,1 3,3

Outros (P2O5+TiO2+Na2O+K2O) 1,0 0,9

CaO livre 0,45 Não mensurado

MgO livre ~ 1,0 Não mensurado

Fase vítrea <5,0 Não mensurado

Em todos os trabalhos apresentados anteriormente percebe-se que os valores

de óxidos de ferro nas escórias de aciaria estudadas foram superiores aos

valores comumente encontrados para agregados naturais.

2.4. Classificação de resíduos sólidos

A NBR 10004 (ABNT, 2004) define os resíduos sólidos como sendo os resíduos

no estado sólido e semi-sólido, que resultem de atividades da comunidade de

origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de

varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de

tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de

30

controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades

tornem inviáveis o seu lançamento em rede pública e de esgotos ou de corpos

de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em

face à melhor tecnologia disponível.

A ABNT (2004) define que a classificação de resíduos envolve a identificação do

processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e

características e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e

substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.

Os resíduos são classificados em resíduos classe I – Perigosos e resíduos

classe II – Não perigosos. Os resíduos classe II são divididos em resíduos classe

II A – Não inertes e os resíduos classe II B – Inertes (ABNT, 2004).

Os Resíduos classe II A - Não inertes são aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B -

Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais

como: biodegradabilidade, ‘combustibilidade’ ou solubilidade em água. Na

Tabela 2.13 é apresentado alguns resíduos classe II.

Tabela 2.13 - Codificação de alguns resíduos classificados como não perigosos (ABNT, 2004)

31

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho teve um programa experimental para o atendimento aos

objetivos geral e específico. Na Figura 3. é apresentado um fluxograma sucinto

do programa experimental desenvolvido.

Figura 3.1- Fluxograma do programa experimental.

32

3.1. Aquisição dos materiais

Neste trabalho foi estudado o uso de escória de aciaria na produção de

elementos de concreto para pavimentação, para isso foram utilizados materiais

provenientes de quatro usinas siderúrgicas. Coletou-se uma tonelada de amostra

em cada uma das quatro indústrias, todas localizadas na região Sudeste do

Brasil, como indicado no Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Origem e tipos de escórias utilizadas no estudo.

USINA MUNICÍPIO TIPOS DE ESCÓRIA

ESTADO REGIÃO

Arcelor Mittal Piracicaba AE1 SP SE

Arcelor Mittal Juiz de Fora AE MG SE

Arcelor Mittal João Monlevade LD2 MG SE

Usiminas Nipon Steel Ipatinga LD MG SE

As escórias utilizadas foram encaminhadas para a empresa Ciclo Metal,

especializada em operação de pós-processamento e recuperação de materiais

metálicos de escórias de aciaria, situada no Município de Itaúna (MG). Estas

escórias passaram por processo de reciclagem, segregação e classificação, com

o objetivo de retirada dos constituintes metálicos.

Na Figura 3.2 apresenta-se a estocagem das amostras de escória de aciaria, em

sacos de lona com capacidade de 500 litros, sobre paletes, no galpão onde

também foram moldados as elementos para pavimentação, mostrando as

matérias prima: areia (AR-EAPP 1), pedrisco (AR-EAPP 2 A) e brita 0 (AR-EAPP

2 B).

1 AE - Aciaria elétrica;

2 LD – Linz Donawitz

33

Figura 3.2 - Armazenagem das amostras de escória de aciaria.

Estas amostras passaram por um método de segregação magnética

especializada e foram submetidas aos processos de estabilização e inertização,

que tem por finalidade neutralizar os efeitos prejudiciais da expansão de

elementos como o óxido de cálcio (CaO) e o óxido de magnésio (MgO).

A empresa ciclometal tem como objetivo o desenvolvimento da separação dos

constituintes metálicos, principalmente no que diz respeito a materiais ferrosos

das escorias de aciaria. A empresa em questão utiliza-se de processos de

separação magnética, separando o aço e o ferro metálico do material cerâmico o

residual metálico não ferroso com o objetivo de comercialização dos metais

ferrosos como sucata. Sendo assim os constituintes da escoria de aciaria,

sobram ao final do processo como resíduo do processo que a empresa

desenvolve. Com isso, a escória utilizada neste trabalho não possui nenhum

custo associado, uma vez que o processo em questão foi desenvolvido e pago,

pela venda do resíduo metálico como sucata.

A escória obtida após este processo recebeu o nome de escória de aciaria pós-

processada (EAPP), a qual foi encaminhada para a empresa para a fabricação

34

de elementos de concreto para pavimentação (ECP), situada no Município de

Pedro Leopoldo (MG).

Para a produção de ECP foram utilizadas duas proporções de materiais. A

primeira mistura foi utilizada para fabricar ECP, chamada neste trabalho de ECP

de referência. Esta mistura foi realizada para parâmetro de comparação, sendo

confeccionada com cimento, água e agregados naturais, comumente utilizados

pela empresa Unistein. Na segunda mistura, os agregados naturais graúdos

foram substituídos parcialmente por agregados reciclados de EAPP. Estes

agregados foram classificados segundo a sua distribuição granulométrica. O

agregado reciclado de EAPP na faixa granulométrica passante na peneira com

abertura 4,8mm e retida na peneira com abertura 2,0mm foi denominado AR-

EAPP 1 e o agregado reciclado de EAPP na faixa granulométrica passante na

peneira com abertura 6,3mm e retida na peneira com abertura 4,8mm foi

denominado AR-EAPP 2.

O AR-EAPP 2 foi obtido através de uma mistura entre os agregados

classificados com a denominação de pedrisco (AR-EAPP 2 A) e brita 0 (AR-

EAPP 2 B).

As proporções utilizadas (traços) nas moldagens podem ser observadas na

Tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Proporções de materiais utilizados para a moldagem de ECP

Materiais Quantidades (kg)

Proporção de referência Proporção com EAPP

Cimento 78,00 78,00

Agregado miúdo convencional

295,00 295,00

Agregado graúdo convencional

135,00 -

AR-EAPP 1 - 88,00

AR-EAPP 2 - 88,00

Água 32,76 32,76

35

O cimento utilizado nas misturas foi caracterizado pelos ensaios de perda ao

fogo, pela massa específica e pelo módulo de finura.

A água utilizada na pesquisa foi a que abastece o laboratório de materiais e os

demais laboratórios do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas

Gerais (CEFET-MG), proveniente da Companhia de Saneamento de Minas

Gerais S.A. (COPASA), responsável pelo tratamento e distribuição de água

potável da cidade de Belo Horizonte.

3.2. Métodos

As escórias de aciaria coletadas nas usinas foram transportadas em caminhões

para a empresa especializada. “Onde, fora descarregada, britada e separada em

faixas granulométricas, com material passante na peneira malha 3/8” e abertura

de 9,5mm.

Após o peneiramento, a escória passou por um processo de retirada das

partículas metálicas por meio de sistema gravimétrico-magnético. Para

estabilização e inertização, a escória foi espalhada em pátio, onde foi virada e

revirada durante dez dias. A posteriori, a escória recebeu o nome de Escória de

Aciaria de Pós Processada (EAPP).

Coletaram-se amostras em tambores de Polyvinyl Chloride (PVC) com

capacidade volumétrica de duzentos litros para as diferentes faixas

granulométricas produzidas. Estas amostras foram transportadas para o CEFET-

MG/Campus II, onde foi realizada a caracterização.

36

3.2.1. Caracterização da escória

3.2.1.1. Determinação do teor de constituintes metálicos

ferrosos

A caracterização da EAPP contou com diversos procedimentos. A primeira

análise realizada foi a determinação do teor de constituintes metálicos ferrosos.

Para esta análise, o material foi secado em estufa na temperatura de (105°C -

110°C), até constância de massa. Foi medida a massa de 2.500g do material e

passado três vezes até a constância de massa por um cone magnético com o

objetivo de reter as partículas ferrosas. Após a passagem de todo material, as

partículas retidas no cone tiveram a massa medida, essa massa do material

metálico retido (PMS) foi pesada e utilizando a equação 1, foi possível calcular o

teor de metálicos ferrosos (TM).

1002500

PMS

TM (1)

O equipamento utilizado para a determinação do teor de metálicos ferrosos nas

amostras foi de intensidade magnética permanente de 2600 Gauss fabricado

pela empresa de PROMAC. O sistema de recuperação consiste de processo

ciclone, com chicanas helicoidais em fluxo descendente. Na Figura 3.3 é

possível observar o equipamento após as passagens de uma amostra até três

vezes.

37

Figura 3.3 - Ensaio de Teor de metais da escória de aciaria.

3.2.1.2. Determinação do teor de umidade

O ensaio para a determinação do teor de umidade das amostras foi realizado de

acordo com a NBR 9939 (ABNT, 1987), por secagem, em agregados miúdos e

graúdos. As amostras foram secas em estufa (105°C - 110°C), até constância de

massa. Com os dados obtidos foi feito o cálculo de umidade do material

conforme a equação 2.

100

Mf

MfMih 2

Onde,

h teor de umidade total, em %;

Mi massa inicial da amostra, em g;

Mf massa final da amostra seca, em g;

38

3.2.1.3. Análise granulométrica

A análise granulométrica foi realizada para definir o tamanho das partículas do

material, esta definição foi realizada através do peneiramento a seco de uma

amostra da escória e da pesagem dos grãos retidos em cada uma das peneiras

da série normal de peneiras NBR 7217 (ABNT, 1987). Na Tabela 3.3 são

apresentadas as peneiras utilizadas com suas respectivas aberturas de malha.

As amostras foram quarteadas e pesadas em balança de precisão com

capacidade mínima de 2 kg e sensibilidade de 1 g. A amostra de 500g foi

homogeneizada e previamente seca em estufa na temperatura de (105°C -

110°C), até constância de massa. O material seco foi colocado no conjunto de

peneiras de 4,8mm a 0,075mm sob agitador, e o material retido foi pesado.

Tabela 3.3 - Peneiras utilizadas no ensaio de granulometria.

Série Normal Série Intermediária

76 mm

-

-

38 mm

-

-

19 mm

-

9,5 mm

-

4,8 mm

2,4 mm

1,2 mm

0,6 mm

0,3 mm

0,15 mm

-

64 mm

50 mm

-

32 mm

25 mm

-

12,5 mm

-

6,3 mm

-

-

-

-

-

-

Em função das porcentagens retidas e acumuladas foi calculado o módulo de

finura e a dimensão máxima dos agregados. O módulo de finura é a soma das

porcentagens acumuladas nas peneiras da série normal, dividida por 100, não

sendo considerado o fundo e as peneiras intermediárias. Já a dimensão máxima

39

característica foi definida pela abertura da peneira, em mm, que retém uma

porcentagem acumulada igual ou imediatamente inferior a 5%.

3.2.1.4. Determinação da massa unitária

Para a determinação da massa unitária (MU) foi realizado de acordo com NBR

7251 (ABNT, 1982). Foi utilizado um recipiente previamente limpo, seco e de

volume conhecido, tamanho de largura 316 mm, comprimento 316 mm e altura

200 mm. Foi quarteado e homogeneizado foi colocado no recipiente, em seguida

a superfície foi alisada com uma régua, conforme ilustra a Figura 3.4. Após esse

procedimento foi pesado o recipiente contendo o resíduo e calculada a massa

unitária. Para o cálculo foi utilizada a equação 3.

V

MMU (3)

Onde,

M massa do material;

V volume interno do recipiente;

Na Figura 3.4 é possível observar uma imagem da realização do ensaio de

massa unitária.

40

Figura 3.4 - Ensaio de massa unitária da escória de aciaria.

Para a determinação da massa específica dos agregados miúdos foi realizado o

ensaio de acordo com a NBR 9776 (ABNT, 1987), para isso foi utilizado o frasco

Chapman e balança de precisão com capacidade mínima de 1 kg e sensibilidade

de 1 g.

3.2.1.5. Determinação de massa especifica

Para o ensaio de massa especifica a amostra foi previamente secada em estufa

na temperatura de (105°C - 110°C), até constância de massa. Para a realização

do ensaio foi colocada a água no frasco até marca de 200 cm3, deixando-o em

repouso, para que a água aderida às faces internas escorra totalmente. Em

seguida foi introduzido, cuidadosamente, 500g de agregado miúdo seco no

frasco o qual foi devidamente agitado para eliminação das bolhas de ar. A leitura

do nível atingido pela água no gargalo do frasco indicou o volume, em cm3,

ocupado pelo conjunto água-agregado miúdo, sendo verificado que as faces

internas estavam completamente secas e sem grãos aderentes, conforme Figura

3.5. Com a equação 4 é possível calcula a massa específica.

200

500

L

(4)

41

onde,

massa específica do agregado miúdo, deve ser expressa em g/cm3;

L leitura do frasco (volume ocupado pelo conjunto água-agregado miúdo).

Figura 3.5 - Ensaio de massa específica de escória de aciaria

3.2.1.6. Determinação do teor de material pulverulento

Para a determinação do teor de material pulverulento foi coletado do lote uma

amostra foi previamente seca em estufa. A amostra foi coberta com água e

vertida em peneiras superpostas, sendo lavada até a completa limpeza, com a

eliminação das partículas passantes. O material retido foi recolhido, seco e

depois pesado. O cálculo foi efetuado conforme equação 5.

100

Mi

MfMiMP 5

onde,

MP teor de material pulverulento;

42

Mi massa inicial;

Mf massa final.

Na Figura 3.6 é apresentada a realização do ensaio de material pulverulento.

Figura 3.6 - Ensaio de material pulverulento da escória de aciaria.

3.2.2. Dosagem do traço dos elementos para pavimentação

Os agregados naturais utilizados nas dosagens que serviram como testemunhos

ao modelo experimental foram adquiridos no mercado local, frente às faixas

granulométricas indicadas pela NBR 7211 (ABNT, 1983) para agregados

graúdos e miúdos.

A partir dos dados da caracterização física obtidos para os agregados artificiais e

naturais, foi produzida uma mistura graduada de acordo com a faixa apresentada

na Figura 3.7. Estas faixas granulométricas com limites superiores e inferiores

são as faixas utilizadas pela indústria de pré-moldados Unistain. Neste trabalho

foi utilizada a faixa granulométrica para Pavers, chamado neste trabalho de

elementos de concreto para pavimentação. O dimensionamento do traço foi

conduzido conforme método estabelecido pela ABCP com auxílio de software

43

especializado para dimensionamento de misturas cimentícias (SALES e

PEIXOTO, 2009).

Figura 3.7- Limites ideais para fabricação de elementos de concreto para pavimentação.

Os traços dimensionados foram realizados com base nas demandas do

processo produtivo e de aplicação dos elementos para pavimentação. Serão

considerados como parâmetros de dosagem as tensões normativas de 35 MPa

para vias com tráfego de veículos comerciais e de linha e 50 MPa para vias com

tráfego de veículos especiais ou com significativas solicitações à abrasão, em

conformidade com a NBR 9781 (ABNT, 1987).

Devido ao fato do programa experimental ser realizado na indústria localizada na

cidade de Pedro Leopoldo (MG), os materiais utilizados nos testes foram os

mesmos materiais utilizados pelo fabricante rotineiramente.

3.2.3. Moldagem e cura dos elementos para pavimentação

Os elementos de concreto para pavimentação foram produzidos da mistura

cimentícia em processo industrial. A adição de materiais foi realizada conforme

ilustra a Figura 3.8 foi conduzida por processo gravimétrico e os elementos

moldados em uma vibroprensa. A vibroprensa utilizada nesta pesquisa é

44

ilustrada na Figura 3.9 do tipo de desforma automática sobre paletes, usadas

atualmente pela grande maioria dos fabricantes no Brasil, o equipamento é da

empresa Unistein especializada na fabricação de blocos intertravados.

Figura 3.8 - Abastecimento de materiais na vibroprensa utilizada na fabricação de

elementos para pavimentação, Pedro Leopoldo (MG).

Figura 3.9 - Vibroprensa utilizada na fabricação de elementos para pavimentação, Pedro Leopoldo (MG).

Os elementos com idade zero foram acondicionados sobre paletes, envelopados

por lonas de PVC e transportados para o pátio da empresa Unistein, como

ilustrado na Figura 3.10, onde permaneceram ate a data para a realização dos

ensaios mecânicos de compressão e flexão, nas idades de 3, 7 14, 56 dias. No

45

laboratório de materiais do CEFET-MG, onde passaram por processamento e

análise.

Figura 3.10 - Elementos de concreto para pavimentação com idade zero foi acondicionados sobre paletes no pátio da empresa Unistein Pedro Leopoldo (MG).

3.2.3.1. Determinação das propriedades físicas e mecânicas

dos elementos de concreto para pavimentação

Para a caracterização dos elementos de concreto para pavimentação foram

ensaiados quatro corpos de prova de cada composição para cálculo da absorção

de água por imersão, índices de vazios, massa específica da amostra seca e da

amostra saturada de acordo com NBR 9778 (ABNT, 1987).

3.2.3.2. Determinação da absorção de água

Para realização dos ensaios foram medidas as massas das amostras secas ao

ar e as massas secas dos compósitos foram medidas após os corpos de prova

permaneceram na estufa até atingirem constância de massa. Para determinar a

constância de massa, a amostra permaneceu em estufa à temperatura de 105 ±

5°C, as amostras foram pesadas após permanência na estufa de 24 h, 48 h e 72

46

h. As amostras foram resfriadas ao ar seco à temperatura ambiente. Após 72 h

de permanência na estufa foi verificado se a massa não diferiu mais de 0,5% da

massa medida às 48 h.

Completada a secagem em estufa e determinada a massa seca, foi procedida à

imersão da amostra em água, durante 72 h, sendo que a amostra foi mantida

com 1/3 de seu volume imerso nas primeiras 4 h e 2/3 nas 4 h subseqüentes,

sendo completamente imersa nas 64 h restantes. A massa imersa foi

determinada decorrido 24 h, 48 h e 72 h de imersão. As determinações foram

efetuadas após enxugar-se a superfície da amostra com toalha absorvente. Após

72 h de permanência na imersão foi verificado se a massa não diferiu mais de

0,5% da massa medida às 48 h. Após completar a saturação foi procedida à

pesagem em balança hidrostática, anotando as massas das amostras imersas

em água.

A absorção de água por imersão (Abs) foi definida pela equação 6.

100

s

ssat

M

MMAbs (6)

Onde:

Msat = massa do corpo-de-prova saturado;

Ms = massa do corpo-de-prova seco em estufa.

3.2.3.3. Determinação dos índices de vazios

O índice de vazios foi determinado pela relação entre os volumes de poros

permeáveis e o volume total, sendo calculada pela equação 7.

100

isat

ssat

VMM

MMI (7)

47

Onde:

Mi = massa do corpo-de-prova saturado, imerso em água.

3.2.3.4. Determinação das massas especificas

A massa especifica seca (ɣs) foi determinada pela equação 8.

100

isat

s

sMM

M (8)

A massa especifica seca (ɣsat) foi determinada pela equação 8.

100

isat

sat

satMM

M (9)

Na Figura 3.11 é possível ver o aparato para pesagem hidrostática constituído

de balança, mesa de suporte, balde e cesto.

48

Figura 3.11 - Aparato de pesagem hidrostática

3.2.3.5. Determinação da expansibilidade

A determinação da expansibilidade dos elementos foram procedidas a partir da

análise da estabilidade dimensional para os elementos fabricados em concreto

convencional e escória de aciaria, segundo ciclos de molhagem e secagem. A

peça foi seccionada em três partes e no centro geométrico dos terços exteriores

foram fixados, com graute, pinos de referência. Na Figura 3.12 é possível

observar uma peça preparada para o ensaio de expansibilidade.

49

Figura 3.12 - Elementos preparada para o ensaio de expansibilidade.

A colocação dos pinos serviu como orientação para as tomadas de medidas

durante o processo de ensaio. Utilizaram-se para cada uma das determinações

três corpos de prova. Após fixação dos pinos de referência (72 horas) foram

determinadas as medidas iniciais (e0). Todos os pinos dos elementos de

concreto para pavimentação foram fixados com pasta de cimento CP V ARI.

Determinada a medida inicial, os CP foram colocados em estufa à temperatura

de 105ºC por um período de 24 horas. Após o período de aquecimento na estufa

(24 horas), os CP foram retirados e depositados sobre a bancada para a

determinação da medida (e1).

Depois da estabilização da temperatura do CP e a determinação das medidas

entre os pinos de referência, os CP foram colocados em um tanque sob a

condição de submersão por um período de 24 horas. Esse procedimento foi

repetido para os intervalos de tempo relativo aos três dias (e3 – 72 horas), sete

dias (e7 – 168 horas), 14 dias (e14 – 336 horas) e 56 dias (e56 – 1.344 horas)

após a medida inicial realizada na fixação dos pinos (e0). Na Figura 3.13 é

possível observar uma medida de expansibilidade sendo realizada com o uso de

um paquímetro.

50

Figura 3.13 - Realização das medidas de expansibilidade.

3.2.3.6. Determinação da uniformidade

O ensaio de uniformidade foi realizado de acordo com a NBR 6136 (ABNT,

2006). As amostras foram extraídas de forma representativa, sendo coletados

seis elementos para cada 300m2 do lote, e adicionada mais uma peça à amostra

a cada 50m2, até o limite máximo de 32 elementos. Cada lote tinha que conter

no máximo 1600m2, em conformidade com a NBR 9781 (ABNT, 1987).

Para a determinação da uniformidade dos elementos foram medidas as massas

e as dimensões externas dos elementos.

3.2.3.7. Determinação da resistência à compressão

A resistência à compressão simples (σC) foi determinada individualmente para

cada corpo-de-prova e expressa pela média de suas repetições. Sua

determinação foi especificada pela NBR 9780 (ABNT, 1987) que descreve o

51

procedimento de ensaio de determinação da resistência à compressão de

elementos pré-moldados de concreto destinados à pavimentação de vias

urbanas, pátios de estacionamento ou similares. O carregamento foi conduzido

continuamente, com velocidade de aplicação entre 300 kPa/s e 800 kPa/s.

Nenhum ajustamento foi feito nos controles da máquina de ensaio quando a

peça aproximou-se da ruptura e o carregamento deve prosseguiu até a ruptura

completa da peça. A resistência à compressão (em MPa) da peça foi obtida

dividindo-se a carga de ruptura (em N) pela área de carregamento (em mm2),

multiplicando o resultado pelo fator “p”, função da altura da peça, conforme

ilustrado na Tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Fator multiplicativo “p” (ABNT, 1987).

Altura nominal da peça (mm) Fator Multiplicativo “p”

60

80

100

0,95

1,00

1,05

O equipamento foi equipado com dois pratos de aço, sendo fixo o inferior e

articulado o superior, com espessuras suficientes para evitar deformação

durante o ensaio e capaz de transmitir a carga de modo progressivo e sem

choques, contendo duas placas auxiliares, que foram circulares, com diâmetro

de 90 mm, confeccionadas de aço, com dureza superficial maior que 60 RC.

Suas superfícies não apresentavam afastamento com relação a uma superfície

plana de contato, tomada como referência, de mais de 0,01 mm em 90.

As placas auxiliares foram acopladas à máquina de ensaio de compressão, uma

fixa no prato inferior e outra articulada no superior, de maneira que seus eixos

verticais centrais ficaram perfeitamente alinhados. Na Figura 3.14 é possível ver

uma imagem da realização do ensaio de resistência à compressão das

elementos de concreto para pavimentação.

52

Figura 3.14 - Ensaio de resistência à compressão dos elementos de concreto para pavimentação

Para a realização do ensaio as superfície de carregamento dos elementos foram

capeadas com enxofre fundido, com espessura inferior a 3 mm.

Os valores característicos ou de projeto para as resistências mecânicas obtidos

pelo programa experimental foram determinados de acordo com planejamento

estatístico experimental que considerou uma distribuição normal dos resultados,

descrita pela equação 10.

stff ppk (10)

pkf resistência característica à compressão (MPa);

pf resistência média das elementos ensaiadas à ruptura (MPa);

s desvio padrão da amostra;

t coeficiente de Student em função do tamanho da amostra, conforme

ilustrado na Tabela 3.5 ..

53

Para o cálculo do desvio padrão da amostra (s) foi utilizada a equação 11.

1

2

n

ffs

pip (11)

Onde:

s desvio padrão da amostra

pf resistência média das elementos ensaiadas à ruptura (MPa)

pif resistência individual das elementos ensaiadas à ruptura (MPa)

n número de elementos da amostra

Na Tabela 3.5 são apresentados os coeficientes de Student.

Tabela 3.5 - Coeficiente de Student: intervalo de confiança i=95% (ABNT, 1987).

N t n T

6 0,920 18 0,863

7 0,906 20 0,861

8 0,896 22 0,859

9 0,889 24 0,858

10 0,883 26 0.856

12 0,876 28 0,855

14 0,870 30 0,854

16 0,866 32 0,842

3.2.3.8. Determinação da resistência à tração na flexão

O ensaio de resistência à tração na flexão foi realizado segundo especificações

da NBR 13279 (ABNT, 2005). Os corpos-de-prova foram posicionados nos

dispositivos de apoio do equipamento de ensaio que estão distantes entre si

54

(120,0 ± 0,5) mm e a carga foi aplicada centralizadamente entre os apoios, de

modo que a face rasada não entrou em contato com os dispositivos de apoio,

nem com o dispositivo de carga. Aplicou-se então uma carga na velocidade de

(50 ± 10) N/s até a ruptura do corpo-de-prova. A resistência à tração na flexão é

calculada de acordo com a equação.

360

5,1 LFR

f

f

(12)

Onde:

Rf = resistência à tração na flexão, em MPa;

Ff = carga aplicada verticalmente no centro do EPC em N;

L = distância entre os suportes, em mm.

Na Figura 3.15 é apresentado o dispositivo e o equipamento de ensaio utilizado

na determinação da resistência à tração na flexão dos elementos de concreto

para pavimentação.

55

Figura 3.15 - Equipamento e dispositivo de ensaio de resistência à tração na flexão

3.2.3.9. Determinação da lixiviação e solubilização

Para determinação das propriedades relacionadas com as interações ambientais

produzidas pelos elementos de concreto para pavimentação com agregados

artificiais de escória de aciaria e agregados naturais foram realizados os ensaios

de lixiviação e solubilização. As amostras para análises ambientais foram

produzidas de acordo com prescrição normativa estabelecida pela NBR 10.007

(ABNT, 2004) e as análises de caracterização da amostra bruta definidas pela

NBR 10.004 (ABNT, 2004), de lixiviação da NBR 10.005 (ABNT, 2004) e de

solubilização da NBR 10.006 (ABNT, 2004). Sendo as amostras processadas em

laboratório externo certificado.

Foram determinadas as propriedades relacionadas com as interações

ambientais produzidas pela utilização de agregados artificiais de escória de

aciaria e agregados naturais elementos de concreto para pavimentação,

comparativamente. As análises ambientais foram conduzidas em amostras de

corpos de prova (CP) produzidos em concreto com agregados de escória de

56

aciaria e em amostras de concreto com agregados naturais, coletadas de forma

aleatória, conforme respectivos lotes. As amostras para análises ambientais

foram produzidas de acordo com prescrição normativa estabelecida pela NBR

10.007 (ABNT, 2004) e as análises de caracterização da amostra bruta definidas

pela NBR 10.004 (ABNT, 2004), de lixiviação da NBR 10.005 (ABNT, 2004) e de

solubilização da NBR 10.006 (ABNT, 2004). Sendo as amostras processadas em

laboratório externo certificado.

A lixiviação é o processo para determinação da capacidade de transferência de

substâncias orgânicas e inorgânicas presentes no resíduo sólido, por meio de

dissolução no meio extrator. É válido ressaltar que este ensaio foi contratado

devido o seu grau de complexidade de realização e pela ausência de

equipamentos na estrutura laboratorial utilizada na pesquisa, mas o

procedimento descrito pela a norma em questão foi seguido, conforme relatório

apresentado no anexo 1.

O ensaio de solubilização é realizado para obtenção de extrato solubilizado de

resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados na NBR 10004

(ABNT, 2004) como classe II A - não inertes – e classe II B – inertes. A NBR

10.007 (ABNT, 2004) prescreve o procedimento para a realização deste ensaio.

O procedimento é descrito da seguinte forma, deve-se secar a amostra a

temperatura de até 42°C, utilizando uma estufa com circulação forçada de ar e

exaustão ou estufa a vácuo, e determinar a percentagem de umidade. Deve-se

colocar uma amostra representativa de 250 g (base seca) do resíduo em frasco

de 1 500 mL, sendo que a operação deve ser realizada em duplicata e o resíduo

pode ser utilizado não seco, desde que ele represente 250 g de material seco,

para isto, fazer a compensação de massa e volume. Se a amostra passar em

peneira de malha 9,5 mm, ela estará pronta para a etapa de extração; caso

contrário, ela deve ser triturada.

Adiciona-se 1000 mL de água destilada, desionizada e isenta de orgânicos, se a

amostra foi submetida ao processo de secagem, e agitar a amostra em baixa

velocidade por 5 min, ou adicionar o volume necessário de água destilada,

desionizada e isenta de orgânicos para completar 1 000 mL, se a amostra não

foi submetida ao processo de secagem, e agitar a amostra em baixa velocidade,

57

por 5 min. Deve-se cobrir o frasco com filme de PVC e deixar em repouso por 7

dias, em temperatura até 25°C e filtrar a solução com aparelho de filtração

guarnecido com membrana filtrante com 0,45 μm de porosidade. Deve-se definir

o filtrado obtido como sendo o extrato solubilizado e determinar o pH após a

obtenção do extrato solubilizado. Devem-se retirar alíquotas e preservá-las de

acordo com os parâmetros a analisar, conforme estabelecido no Standard

methods for the examination of water and wastewater ou USEPA - SW 846 - Test

methods for evaluating solid waste; Physical/Chemical methods. É válido

ressaltar que este ensaio foi contratado devido o seu grau de complexidade de

realização e pela ausência de equipamentos na estrutura laboratorial utilizada na

pesquisa, mas o procedimento descrito pela a norma em questão foi seguido,

conforme relatório apresentado no anexo 1.

58

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Caracterização dos materiais

As características do cimento utilizado na pesquisa são apresentadas na Tabela

4.1.

Tabela 4.1 - Caracterização do cimento portland ARI (CPV) utilizado

Exigências Físicas e Mecânicas

Exigências Químicas Finura

Massa E

sp

ecífic

a (

g/c

m³)

Tempo de Pega

(min)

Expansibilidade (mm)

Resistência à Compressão

(MPa)

#200

(75m

m)

#325

(45m

m)

Bla

ine (

cm

2/g

)

Iníc

io

Fim

Frio

Quente

1 D

ia

3 D

ias

7 D

ias

28 D

ias

Resíd

uo

Inso

lúvel (%

)

Perd

a a

o F

ogo

(%

)

MgO

(%

)

SO

3 (

%)

0,3

2,8

9

5.1

20

3,1

10

130

165

-

0,5

26,2

35,9

40,5

47,8

0,7

4

3,8

7

2,8

8

3,8

8

Na Figura 4.1 e Apêndice A são apresentados os resultados de umidade dos

agregados naturais e artificiais de escórias de aciaria utilizadas nas distintas

granulometrias. No eixo da abcissas são apresentadas as três granulometrias do

agregado reciclado e as duas dos agregados naturais. Os dados apresentados

para os agregados reciclados de escória de aciaria para uma mesma

granulometria são subdivididos em quatro grupos, onde cada grupo representa a

média dos resultados da umidade de cada usina estudada, sendo Usiminas –

Unidade Ipatinga (Ip), Arcelor Mittal – Unidade João Monlevade (JM), Unidade

Juiz de Fora (JF) e Unidade Piracicaba (Pi). O AR-EAPP1, que apresenta

granulometria entre 2,0 e 4,8mm, caracterizado como agregado miúdo

apresentou umidade variando de 1,15 a 1,20%. Já o agregado miúdo natural

59

(areia) apresentou umidade de 1,25%, o que pode indicar uma menor

porosidade aberta e com isso um melhor comportamento do AR-EAPP1, uma

vez que espera-se menores teores de umidade em agregados miúdos. A mesma

análise pode ser realizada para AR-EAPP2 A e B que apresentaram umidade

variando de 0,97 a 1,25%. O agregado graúdo natural (brita 0) apresentou a

média 1,25% de umidade, isso demonstra um comportamento igual ou superior

do agregado reciclado. Percebe-se que os agregados originados das usinas de

Ipatinga e João Monlevade apresentaram teor de umidade ligeiramente superior

que as escorias de aciaria das usinas de Juiz de Fora e Piracicaba. As escórias

de Ipatinga e João Monlevade foram obtidas pelo processo de AE,

diferentemente das escórias de Juiz de Fora e Piracicaba que foram obtidos pelo

processo LD, isso podem ser uma das causas desses resultados.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Bri

ta 0

Are

ia

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2B Naturais

Te

or

de

um

ida

de

(%

)

Figura 4.1 - Resultado do teor de umidade dos agregados naturais e reciclados da escória de aciaria.

Na Figura 4.2 e Apêndice B são apresentados os resultados do teor de materiais

metálicos ferrosos das amostras de escórias de aciaria utilizadas, das quatro

usinas. Os resultados apresentados estão dentro dos parâmetros aceitáveis para

os agregados reciclados utilizados na produção de elementos para

pavimentação que são estimadas em no máximo de 5% de metais. A amostra

que apresentou menor teor de metais foi a de Juiz de Fora com 2%, e o máximo

foi a de Ipatinga com 2,5%, portanto todos estão aceitáveis para utilização.

60

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Agregados reciclados

Te

or

de

me

tais

fe

rro

so

s (

%)

Figura 4.2 - Resultados do teor de materiais metálicos ferrosos dos agregados reciclados escória de aciaria.

A Figura 4.3 apresenta as curvas granulométricas das escórias de aciaria da

proveniente das quatro usinas, do agregado natural convencional utilizado e a

faixa granulométrica ideal para confecção dos elementos de concretos. Observa-

se que os agregados reciclados apresentaram granulometria similares entre eles

e próximas a do agregado natural.

Figura 4.3 - Análise granulométrica dos agregados utilizadas.

61

Na Figura 4.4 são apresentados os resultados da massa unitária dos agregados

naturais e reciclados de escória. Observa-se que os valores encontrados estão

acima dos valores típicos de agregados naturais comumente utilizados na

fabricação das elementos para pavimentação. Segundo MEHTA e MONTEIRO

(1994), os agregados reciclados são classificados como agregados de massa

unitária normal.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Bri

ta 0

Are

ia

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2B Natural

Ma

ss

a u

nit

ári

a (

kg

/dm

3)

Figura 4.4 - Resultado da massa unitária dos agregados naturais e reciclados da escória de aciaria.

Na Figura4.5 é possível observa a variação de massa unitária dos agregados

reciclados de escória de aciaria em relação aos agregados naturais da mesma

faixa granulométrica. Percebe-se que os agregados reciclados de escória de

aciaria apresentaram massa unitária de 32 a 52% maiores que os agregados

naturais.

62

0

50

100

150

200

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2BVa

ria

çã

o d

a m

as

sa

un

itá

ria

em

re

laç

ão

ao

ag

reg

ad

o n

atu

ral (%

)

Figura 4.5 - Variação da massa unitária dos agregados de aciaria em relação aos agregados naturais

Na Figura4.6 são apresentados os resultados da massa especifica dos

agregados naturais e reciclados de escória de aciaria. A massa específica dos

agregados de escória de aciaria é em geral maior do que a dos agregados

convencionais, devido em grande parte a maior porosidade do resíduo, um

exemplo é o resíduo de construção e demolição. Segundo ALTHEMAN (2002), o

agregado natural tem massa específica aparente entre 2,60 a 2,70 kg/dm³ e o

agregado reciclado variando muito em função da composição e do tipo de

resíduo. Observa-se que os valores encontrados para os agregados reciclados

de escória apresentaram-se superiores que os agregados naturais. Acredita-se

que essa maior massa especifica se deve a menor porosidade dos agregados

reciclados de escória e essa pode contribuir para um melhor comportamento

mecânico dos elementos de concreto para pavimentação, principalmente no que

diz respeito a resistência ao desgaste superficial.

63

0

40

80

120

160

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2BVa

ria

çã

o d

a m

as

sa

es

pe

cíf

ica

em

re

laç

ão

ao

ag

reg

ad

o n

atu

ral (%

)

Figura 4.6 - Resultado da massa específica do agregado natural e reciclado de escória de aciaria.

Na Figura4.7 é possível observa a variação de massa unitária dos agregados

reciclados de escória de aciaria em relação aos agregados naturais da mesma

faixa granulométrica. Percebe-se que os agregados reciclados de escória de

aciaria apresentaram massa especifica de 26 a 40% maiores que os agregados

naturais.

0

40

80

120

160

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2BVa

ria

çã

o d

a m

as

sa

es

pe

cíf

ica

em

re

laç

ão

ao

ag

reg

ad

o n

atu

ral (%

)

Figura 4.7 - Variação da massa específica dos agregados de aciaria em relação aos agregados naturais

64

Na Figura 4.8 e Apêndice C estão apresentados os resultados do material

pulverulento dos agregados naturais e reciclados de escória. A NBR 7211

(ABNT, 2011) define o percentual máximo de material fino que passa através da

peneira 75 µm por lavagem (material pulverulento) para agregados miúdos a

serem utilizados em concretos submetidos à desgaste superficial e concretos

protegidos do desgate superficial nos valores de 3 e 5%, respectivamente. Para

agregados produzidos a partir de rochas com absorção de água inferior a 1%,

determinados conforme a NBR NM 53 (ABNT, 2003), o limite de material fino

pode ser alterado de 1% para 2%.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Bri

ta 0

Are

ia

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2B Naturais

Ma

teri

al p

ulv

eru

len

to (

%)

Figura 4.8 - Resultado do material pulverulento do agregado natural e reciclado

de escória de aciaria.

Na Figura 4.9 é possível observa que os agregados reciclados de escória de

aciaria apresentaram teores de material pulverulento menores em relação aos

agregados naturais da mesma faixa granulométrica. Percebe-se que os

agregados reciclados de escória de aciaria apresentaram teores de material

pulverulento de 39 a 50% do teor dos agregados naturais.

65

0

20

40

60

80

100

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

Ipa

tin

ga

Jo

ão

Mo

nle

va

de

Ju

iz d

e

Fo

ra

Pir

acic

ab

a

AR-EAPP1 AR-EAPP2A AR-EAPP2B

Ma

teri

al p

ulv

eru

len

to e

m r

ela

çã

o a

o

ag

reg

ad

o n

atu

ral (%

)

Figura 4.9 - Percentual do material pulverulento dos agregados de aciaria em

relação aos agregados naturais

4.2. Caracterização dos elementos de concreto para

pavimentação

Na Figura 4.10 e Apêndice D são apresentados os resultados de absorção de

água dos elementos de concreto para pavimentação produzidas com agregados

naturais e reciclados. Na figura são indicadas as médias, as medianas e os

valores máximos e mínimos dos resultados obtidos, sendo a média representada

pela barra retangular, a mediana pelo quadrado, e o maior e menor resultado

obtido pelos traços posicionados acima e abaixo da mediana. Analisando os

resultados percebe-se as elementos confeccionadas com os agregados

reciclados alcançaram menores valores de absorção de água.

66

0

1

2

3

4

5

Natural Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Ab

so

rção

de á

gu

a (

%)

Figura 4.10 - Absorção de água dos elementos de concreto para pavimentação

Na Figura 4.11 é possível observar que os elementos de concreto para

pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria apresentaram

teores de absorção de água menores em relação às elementos de concreto para

pavimentação com agregados naturais. Percebe-se que os elementos de

concreto para pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria

apresentaram absorção de água de 61 a 92% da absorção dos elementos com

agregados naturais. Notou-se que elementos produzidos com escória de aciaria

AE, das usinas de Ipatinga e João Monlevade apresentaram-se maiores

resultados de absorção de água, isso indica que elementos de concretos

produzidos com escória de aciaria LD, podem produzir elementos com menor

porosidade.

0

20

40

60

80

100

Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora PiracicabaAb

so

rçã

o d

e á

gu

a d

os

EC

P c

om

ag

reg

ad

os

de

ac

iari

a e

m r

ela

çã

o a

os

EC

P c

om

ag

reg

ad

os

na

tura

is (

%)

Figura 4.11 - Absorção da água dos ECP com agregados de aciaria em relação

aos EPC com agregados naturais

67

Na Figura 4.12 são apresentados os resultados de índice de vazios dos

elementos de concreto para pavimentação produzidas com agregados naturais e

reciclados. Analisando os resultados percebe-se as elementos confeccionadas

com os agregados reciclados alcançaram menores valores de índice de vazios, o

que indica concretos menos porosos no que diz respeito a poros abertos e esses

resultados contribuem para a durabilidade dos elementos.

0

2

4

6

8

10

12

Natural Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Ind

ice d

e v

azio

s (

%)

Figura 4.12 - Índices de vazios dos elementos de concreto para pavimentação

Na Figura 4.13 é possível observa que os elementos de concreto para

pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria apresentaram

índices de vazios menores em relação às elementos de concreto para

pavimentação com agregados naturais. Percebe-se que os elementos de

concreto para pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria

apresentaram índices de vazios de 68 a 99% dos índices de vazios dos

elementos com agregados naturais. Notou-se que elementos produzidos com

escória de aciaria AE, das usinas de Ipatinga e João Monlevade apresentaram-

se maiores resultados de índice de vazios em relação aos elementos produzidos

com escória LD, isso indica que concretos produzidos com escória de aciaria

LD, podem produzem elementos com menor porosidade.

68

0

20

40

60

80

100

Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora PiracicabaInd

ices d

e v

azio

s d

os E

CP

co

m a

gre

gad

os

de a

cia

ria e

m r

ela

ção

ao

s E

CP

co

m

ag

reg

ad

os n

atu

rais

(%

)

Figura 4.13 - Índices de vazios dos ECP com agregados de aciaria em relação

aos ECP com agregados naturais

Na Figura 4.14 são apresentados os resultados da massa especifica seca dos

elementos de concreto para pavimentação produzidas com agregados naturais e

reciclados. Analisando os resultados percebe-se os elementos confeccionados

com os agregados reciclados alcançaram maiores valores de massa especifica

seca. Os resultados de massa especifica seca corroboram com os resultados de

absorção de água e de índices de vazios das elementos, uma vez que as

elementos que apresentaram menores absorção e índices de vazios,

apresentaram maiores massas especificas.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Natural Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Massa e

sp

ecíf

ica s

eca (

g/c

m³)

Figura 4.14 - Massa especifica seca dos elementos de concreto para

pavimentação

69

Na Figura 4.15 é possível observar que os elementos de concreto para

pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria apresentaram

massas especificas secas maiores em relação às elementos de concreto para

pavimentação com agregados naturais. Percebe-se que os elementos de

concreto para pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria

apresentaram massas especificas secas maiores de entre 8 a 11% das massas

especificas secas maiores dos elementos com agregados naturais.

0

20

40

60

80

100

120

Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Ma

ss

a e

sp

ec

ífic

a s

ec

a d

os

EC

P c

om

ag

reg

ad

os

de

ac

iari

a e

m r

ela

çã

o a

os

EC

P c

om

ag

reg

ad

os

na

tura

is

(%)

Figura 4.15 - Massas especificas secas dos ECP com agregados de aciaria em

relação às ECP com agregados naturais

Na Figura 4.16 são apresentados os resultados da massa especifica saturada

dos elementos de concreto para pavimentação produzidos com agregados

naturais e reciclados. Analisando os resultados percebe-se as elementos

confeccionadas com os agregados reciclados alcançaram maiores valores de

massa especifica saturada.

70

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Natural Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Massa e

sp

ecíf

ica s

atu

rad

a (

g/c

m³)

Figura 4.16 - Massa especifica saturada dos elementos de concreto para

pavimentação.

Na Figura 4.17 é possível observa que os elementos de concreto para

pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria apresentaram

massas especificas saturadas maiores em relação às elementos de concreto

para pavimentação com agregados naturais. Percebe-se que os elementos de

concreto para pavimentação com agregados reciclados de escória de aciaria

apresentaram massas especificas saturadas maiores de entre 7 a 10% das

massas especificas secas maiores dos elementos com agregados naturais.

0

20

40

60

80

100

120

Ipatinga João Monlevade Juiz de Fora Piracicaba

Ma

ss

a e

sp

ec

ífic

a s

atu

rad

a d

os

EC

P c

om

ag

reg

ad

os

de

ac

iari

a e

m r

ela

çã

o a

os

EC

P c

om

ag

reg

ad

os

na

tura

is (

%)

Figura 4.17 - Massas especificas saturadas das EPC com agregados de aciaria

em relação às EPC com agregados naturais

71

Na Figura 4.18 e Apêndice E são apresentados todos os valores de

expansibilidade realizada nos elementos de concreto para pavimentação

produzidas com agregados naturais e reciclados de escória de aciaria. Foram

realizadas medidas nas amostras nas idades de 3, 7, 14 e 56 dias e todas

amostras não apresentaram expansibilidade para estas datas.

100

103

106

109

112

115

3 7 14 56

Idade (Dias)

Dis

tân

cia

en

tre p

ino

s d

e

exp

asib

ilid

ad

e (

mm

)

Natural

Ipatinga

João Monlevade

Piracicaba

Juiz de Fora

Figura 4.18 - Resultado da expansibilidade dos elementos de concreto para

pavimentação

Na Figura 4.19 e Apêndice F são apresentados os resultados de resistências à

compressão dos elementos de concretos para pavimentação nas idades de 3, 7,

14 e 56 dias. Avaliando os resultados percebe-se que os valores de resistência à

compressão encontrados para os elementos de concreto para pavimentação

com escoria de aciaria apresentaram resultados de resistência aos 56 dias

próximos dos elementos com agregados naturais, com a vantagem de ter

ganhado resistência superior nas idades menores.

72

Figura 4.19 - Resultados de resistência à compressão dos elementos de

concreto para pavimentação

Na Figura 4.20 e Apêndice G são apresentados os resultados das resistências à

flexão dos elementos de concretos para pavimentação nas idades de 3, 7, 14 e

56 dias. Avaliando os resultados percebe-se que os valores de resistência à

tração encontrados para os elementos de concreto para pavimentação com

escoria de aciaria apresentaram resultados de resistência superiores às

elementos com agregados naturais em todas idades.

73

Figura 4.20 - Resultados da resistência à flexão dos elementos de concreto para

pavimentação

Na Figura 4.21 e Apêndice H são apresentados os resultados das resistências

médias à tração na flexão correlacionados com os valores de compressão

simples, dos elementos de concretos para pavimentação nas idades de 3, 7, 14

e 56 dias. Os resultados indicam uma relação linear entre tração na flexão e

compressão simples, com o coeficiente de determinação da reta (R2) igual 0,95.

salienta-se que o coeficiente de variação dos resultados de compressão,

considerando-se as amostras, de diferentes origens, foi igual 9% na idade de 7

dias e 2% na idade de 56 dias. Nos resultados de tração na flexão, variando de 3

% na idade de 7 dias e 8% na idade de 14 dias. Estes resultados indicam uma

homogeneidade entre os resultados.

74

y = 0,6097x0,811

R2 = 0,9591

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 10 20 30 40 50 60

Resistência à compressão simples (MPa)

Resis

tên

cia

à t

ração

na f

lexão

(M

Pa)

Figura 4.21 - Resultados da resistência à tração x compressão simples dos elementos de concreto para pavimentação

Na Tabela 4.2 são apresentados os resultados da análise química realizada para

os ensaios de lixiviação e solubilização dos elementos de concreto para

pavimentação com agregados naturais e de escória de aciaria.

Tabela 4.2 - Resultados da analise química para as amostras brutas.

Item UNIDADE LQ LD LM (1)

Natu

ral

Ipatin

ga

João

Mo

nle

vade

Juiz

de F

ora

Piracic

aba

Antimônio mg Sb/kg 2,2 0,7 --- 1,2 * nd 9,4 11

Arsênio mg As/kg 3,7 1,2 --- 39 * 30 27 39

Bário mg Ba/kg 2,1 0,7 --- 8,6 * 6,6 45 3,7

Berílio mg Be/kg 0,4 0,1 --- nd * nd nd nd

Cádmio mg Cd/kg 2,5 0,1 --- nd * nd nd nd

Chumbo mg Pb/kg 2,5 0,8 --- nd * nd 3,6 nd

Cianeto mg CN/kg 0,6 0,2 250 n.d * n.d n.d n.d

Cobalto mg Co/kg 1,1 0,08 --- 2,19 * 3,63 4,41 2,94

Cobre mg Cu/kg 1,1 0,4 --- 4 * 9,2 26 7,7

Cromo mg Cr/kg 1,7 0,5 --- 8,8 * 109 312 450

Cromo VI mg Cr/kg 0,8 0,4 --- nd * 0,8 2,4 2,2

Fenóis (baixa conc.)

mg C6H50H/k

g 0,2 0,1 --- 0,9 * nd n.d n.d

Fluoretos mg F/kg 120 40 --- 298 * 229 323 310

Mercúrio mg Hg/kg 0,038 0,012 --- nd * Nd nd nd

Molibdênio mg Mo/kg 0,5 0,2 --- nd * 58 nd nd

Níquel mg Ni/kg 1,0 0,3 --- 8,4 * 11 14 8,92

Óleos e Graxas

% 0,5 0,2 --- n.d * n.d n.d n.d

pH - resíduo

--- --- --- <2,0->12,5

11,56 * 11,81 11,48 11,54

Potássio mg K/kg 31,2 10,4 --- 1060 * 1270 1110 1130

75

Prata mg Ag/kg 3,0 0,9 --- nd * nd nd nd

Selênio mg Se/kg 0,23 0,07 --- nd * Nd nd nd

Sílica mg/kg 0,6 0,2 --- 37 * 40 31 43

Sódio mg Na/kg 184 58 --- 132 * 187 163 198

Tálio mg Ti/kg 12,8 4,0 --- nd * nd nd nd

Umidade a 80ºC

% 0,3 0,1 --- 2,0 * 2,5 2,4 1,9

Vanádio mg/ V/kg 0,5 0,1 --- 19 * 68 82 53

Zinco mg/ Zn/kg 1,0 0,3 --- 72 * 112 183 80

1 - LD: Limite de detecção do método

2 - LQ.: Limite Quantificação do Método.

3 - LM (1) - Amostra Bruta - Limites máximos da ABNT NBR 10004:2004 Lixiviado - Limites máximos segundo anexo F da ABNT NBR 10004:2004. Solubilizado - Limites máximos segundo anexo G da ABNT NBR 10004:2004.

4 - n.d.: - não detectado

5 - * O ensaio da amostra da peça de concreto para pavimentação com a escória de aciaria da Usiminas – Unidade Ipatinga não foi realizado.

Na Tabela 4.3 são apresentados os resultados da lixiviação dos elementos de

concreto para pavimentação com agregados naturais e de escória de aciaria.

Tabela 4.3 - Resultados da analise química para as amostras lixiviadas

Item UNIDADE LQ LD LM (1)

Natu

ral

Ipatin

ga

João

Mo

nle

vade

Juiz

de

Fo

ra

Piracic

aba

Arsênio mg As/L 0,005 0,002 1,0 nd * 0,003 nd 0,006

Bário mg Ba/L 0,006 0,002 70 0,409 * 0,749 0,788 0,538

Cádmio mg Cd/L 0,0020 0,006 0,5 nd * nd nd nd

Chumbo mg Pb/kg 0,003 0,001 1,0 nd * nd nd nd

Cromo mg Cr/kg 0,006 0,002 5,0 0,038 * 0,045 0,043 0,011

Fluoretos mg F/L 0,3 0,1 150 0,3 * 0,5 0,4 0,7

Mercúrio mg Hg/L 0,008 0,0002 0,1 nd * nd nd nd

pH do extrato lixiviado obtido

--- --- --- --- 7,00 * 5,31 5,63 5,01

Prata mg Ag/L 0,004 0,001 5,0 nd * nd nd nd

Selênio mg Se/L 0,005 0,002 1,0 nd * nd nd nd

Teor de sódio secos, %

% 0,3 0,1 0,1 98 * 98 98 98

Tempo Total de Lixiviação

h --- --- --- 18 * 18 18 18

Volume de Líquidos obtidos

mL --- --- --- 1000 * 1000 1000 1000

1 - LD: Limite de detecção do método

2 - LQ.: Limite Quantificação do Método.

3 - LM (1) - Amostra Bruta - Limites máximos da ABNT NBR 10004:2004 Lixiviado - Limites máximos segundo anexo F da ABNT NBR 10004:2004. Solubilizado - Limites máximos segundo anexo G da ABNT NBR 10004:2004.

4 - n.d.: - não detectado

5 - * O ensaio da amostra do elemento de concreto para pavimentação com a escória de aciaria da Usiminas –

Unidade Ipatinga não foi realizado

76

Na Tabela 4.4 são apresentados os resultados da solubilização dos elementos

de concreto para pavimentação com agregados naturais e de escória de aciaria.

Tabela 4.4 - Resultados da analise química para as amostras solubilizadas.

Item UNIDADE LQ LD LM (1)

Natu

ral

Ipatin

ga

João M

onle

vade

Juiz

de F

ora

Piracic

aba

Alumínio mg Al/L 0,059 0,019 0,2 1,43 * 1,57 1,31 0,978

Arsênio mg As/L 0,05 0,002 0,01 nd * nd nd nd

Bário Mg Ba/L 0,006 0,002 0,7 0,602 * 0,813 0,754 0,742

Cádmio mg Cd/L 0,0020 0,0006 0,005 nd * nd nd nd

Chumbo mg Pb/L 0,003 0,001 0,01 nd * nd nd nd

Cianeto mg CN/L 0,001 0,0003 0,07 0,0016 * 0,0026 0,0008 0,0013

Cloretos mg CI/L 1,5 0,5 250 20 * 2,0 3,5 13

Cobre mg Cu/L 0,0029 0,0009 2,0 0,0043 * 0,0329 0,0038 0,0036

Cromo mg Cr/L 0,006 0,002 0,05 nd * 0,015 0,003 0,004

Fenóis (baixa conc.)

mg C6H50H/L

0,005 0,002 0,01 0,003 * 0,003 0,002 0,002

Ferro Total mg Fe/L 0,062 0,019 0,3 nd * 0,019 nd nd

Fluoretos mg F/L 0,014 0,004 1,5 7,29 * 0,390 0,3 0,290

Manganês mg Mn/L 0,0021 0,0007 0,1 nd * nd nd nd

Mercúrio mg Hg/L 0,0008 0,0002 0,001 nd * nd nd nd

Nitratos mg N/L 0,3 0,1 10 n.d * N.d n.d n.d

pH do Extrato Solubilizado

--- --- --- --- 12,19 * 11,73 11,97 12,07

Prata mg Ag/L 0,004 0,001 0,05 nd * nd nd nd Selênio mg Se/L 0,005 0,002 0,01 nd * nd nd 5,46

Sódio mg Na/L 0,15 0,05 200,0 4,45 * 7,47 6.38 10

Sulfatos mg SO4/L 3 1 250 9 * 54 8 n.d

Surfactante mg LAS/L 0,011 0,003 0,5 N.D * n.d n.d n.d

Zinco mg Zn/L 0,012 0,004 5,0 ND * Nd nd nd

1 - LD: Limite de detecção do método

2 - LQ.: Limite Quantificação do Método.

3 - LM (1) - Amostra Bruta - Limites máximos da ABNT NBR 10004:2004 Lixiviado - Limites máximos segundo anexo F da ABNT NBR 10004:2004. Solubilizado - Limites máximos segundo anexo G da ABNT NBR 10004:2004.

4 - n.d.: - não detectado

5 - * O ensaio da amostra do elemento de concreto para pavimentação com a escória de aciaria da Usiminas –

Unidade Ipatinga não foi realizado

De acordo com os ensaios de lixiviação e solubilização realizados, os elementos

de concreto para pavimentação produzidos com agregados naturais e reciclados

de escória de aciaria foram caracterizadas como resíduo como Classe IIA

(resíduo não inerte).

77

5 CONCLUSÃO

A análise dos resultados desenvolvido neste trabalho conduz as seguintes

conclusões:

1- sobre os agregados de escória de aciaria:

Os teores de umidade dos agregados de escória de aciaria apresentaram

valores inferiores aos agregados naturais, o que induz a um comportamento

igual ou superior.

O teor de materiais metálicos ferrosos dos agregados reciclados de

escórias de aciaria estão aceitáveis para utilização, por apresentarem

resultados inferiores a 2,5%, enquanto os parâmetros aceitáveis é de no

máximo de 5% de metais.

A granulometria dos agregados reciclados de escórias de aciaria apresenta-

se próxima e similar ao agregado natural, dentro da faixa granulométrica

ideal para produção de elementos de concreto para pavimentação.

A massa unitária dos agregados reciclados de escória apresentam valores

superiores aos valores típicos de agregados naturais comumente utilizados

na fabricação dos elementos para pavimentação.

A massa específica dos agregados reciclados de escória de aciaria

apresentaram-se superiores que os agregados naturais.

O material pulverulento dos agregados reciclados de escória de aciaria

apresentaram valores inferiores ao máximo estipulado pela norma.

Todos os resultados da caracterização física dos agregados de escória de

aciaria apresentaram propriedades de interesse para produção de

elementos de concreto para pavimentação equivalente ou superior aos

agregados comumente utilizados para esse fim.

2 – Sobre os elementos de concreto produzidos com agregados de escória de

aciaria:

78

A absorção de água dos elementos de concreto confeccionados com

agregados reciclados de escória de aciaria alcançaram valores menores

que os confeccionados com agregados convencionais.

O de índice de vazios dos elementos de concreto confeccionados com

agregados de escória de aciaria alcançaram menores valores de índice de

vazios, indicando concretos menos porosos o que induz a elementos de

maior durabilidade.

A massa especifica seca dos elementos de concreto confeccionados com

agregados de escória de aciaria alcançaram maiores valores de massa

especifica seca, corroborando com os resultados de absorção de água e de

índices de vazios. Apresentam massas especificas secas no mínimo 8%

maior que a massa especifica seca dos elementos confeccionados com

agregados naturais.

A massa especifica saturada dos elementos de concreto confeccionados

com agregados de escória de aciaria apresentaram valores maiores em

relação aos elementos confeccionados com agregados naturais.

A expansibilidade realizada nos elementos de concreto confeccionados

com agregados de escória de aciaria não apresentou expansão

significativa.

Os parâmetros relacionados à geometria, estabilidade dimensional,

absorção e porosidade de elementos de concreto produzidos com

substituição parcial de agregados naturais por agregados artificiais de

escória de aciaria, igualam-se ou superam aos apresentados pelos

produzidos com agregados naturais.

A resistências à compressão simples do concreto confeccionado com

agregados reciclados de escória de aciaria apresentou valores de

resistência nas idades de 56 dias, próxima à resistência dos elementos de

concreto confeccionados com agregado natural com a vantagem de ter

apresentados valores bem superiores nas idades iniciais.

As resistências à flexão do concreto confeccionado com agregados

reciclados de escória de aciaria apresentaram resultados de resistência

superiores aos elementos confeccionados com agregados naturais em

todas as idades.

79

Os resultados das resistências médias à tração na flexão correlacionados

com os valores de compressão simples, dos elementos de concretos para

pavimentação nas idades de 3, 7, 14 e 56 dias. Os resultados indicam uma

relação linear entre tração na flexão e compressão simples, com o

coeficiente de determinação da reta (R2) igual 0,95. Salienta-se que o

coeficiente de variação dos resultados de compressão, considerando-se as

amostras, de diferentes origens, foi igual 9% na idade de 7 dias e 2% na

idade de 56 dias. Nos resultados de tração na flexão, variando de 3 % na

idade de 7 dias e 8% na idade de 14 dias. Estes resultados indicam uma

homogeneidade entre os resultados.

O desempenho mecânico dos elementos de concreto produzidos a partir da

substituição parcial de agregados naturais por agregados artificiais de

escória de aciaria, apresentam parâmetros que atendem as normas

nacionais e ainda superam algumas propriedades dos elementos de

concreto para pavimentação produzidos com agregados naturais.

A análise química realizada para os elementos de concreto confeccionado

com agregados de escória de aciaria, de lixiviação e solubilização

apresentou como resultado resíduo como Classe IIA (resíduo não inerte).

Os resultados da caracterização física, química e ambiental do concreto

confeccionado com substituição do agregado natural por agregado

reciclado de escória de aciaria possuem propriedades de interesse para

produção de elementos de concreto para pavimentação equivalente ou

superior aos agregados comumente utilizados para esse fim.

O potencial contaminante ambiental dos elementos de concreto produzidos

com agregados reciclados de escória de aciaria mostram que não existe

nenhum impedimento ao uso da substituição proposta pois foi classificada

como Classe IIA – não inerte.

O agregado de escória de aciaria apresentou-se capaz de substituir

parcialmente os agregados naturais em misturas concretos para fabricação

de elementos para pavimentação.

O comportamento do agregado de escória de aciaria estudado indica

grande potencial de uso na produção de elementos para pavimentação.

80

A extrapolação destes resultados pode sugerir o potencial de uso deste

material como agregado de camadas de pavimentos em concreto de

cimento Portland.

O presente trabalho, por fim, conclui que a utilização de agregado de escória de

aciaria para a produção de elementos de concreto para pavimentação é viável e

de interesse técnico, ambiental e sustentável.

81

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

O presente trabalho sugere como propostas para trabalhos futuros:

avaliação do desempenho de uso das elementos de concreto para

pavimentação produzidas em simulação experimental para carregamento

em condição de utilização em pista de rodagem em escala reduzida;

avaliação do comportamento das elementos de concreto para

pavimentação aplicadas em ambientes agressivos;

avaliação da expansibilidade das elementos de concreto para

pavimentação sujeitas à condições extremas de utilização de

carregamento, temperatura e umidade.

82

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7211 - Agregado para concreto, 1983.

______. NBR 10004 - Classificação de resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 10005 - Ensaio de Lixiviação. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 10006 - Ensaio de solubilização. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 10007 - Amostragem de resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 12118 – Bloco de concreto – Determinação da absorção de água, área líquida e umidade, 2006.

______. NBR 13279 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão, 2006.

______. NBR 5733 - Cimento Portland de alta resistência inicial, 1991.

______. NBR 7207 - Terminologia e classificação de pavimentação, 1982.

______. NBR 7221 - Qualidade do agregado miúdo, 1987.

______. NBR 7251 – Agregado em estado solto – Determinação da massa unitária – Método de ensaio, 1982.

______. NBR 9776 – Agregados: determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco Chapmann, 1987.

______. NBR 9780 – Peça de concreto para pavimentação – Determinação da resistência à compressão, 1987.

______. NBR 9781 – Peça de concreto para pavimentação – Especificação, 1987.

______. NBR 9939 – Agregados – Determinação do teor de umidade total, por secagem, em agregados graúdos – Método de ensaio, 1987.

______. NBR NM 248 – Agregados – Determinação da composição granulométrica, 2003.

83

______. NBR NM 52 – Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa específica aparente, 2003.

______. NBR NM 53 – Agregado graúdo – Determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água, 2003.

ALVES, O. J. Processo de reciclagem da escória de aciaria e do resíduo do granito visando à produção de lã mineral. 2007. 100f. Dissertação (mestrado) – Engenharia de Materiais, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2007.

BAKHAREV, T; SANJAYAN, J. G.; CHENG, Y. B (2002) Sulfate attack on alkali-activated slag concrete. Cem Concr Res 32: 211–216

BALTAZAR, R. P. Caracterização do fator expansão de uma escória de aciaria em diferentes processos de cura para uso em pavimentação. 2001. 93f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2001.

COLLINS, F. G.; SANJAYAN, J. G. (1998) Early age and workability of slag pastes activated by NaOH and Na2CO3. Cem Concr Res 28:655–664

COLLINS, F. G; SANJAYAN, J. G. (1999) Workability and mechanical properties of alkali activated slag concrete. Cem Concr Res 29:455–458

CRUZ, L. O. M. Pavimento Intertravado de Concreto: Estudo dos Elementos e Métodos de Dimensionamento. 2003. 281f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2003.

DINIZ, D. H. A influencia dos finos de escória de aciaria como estabilizante para uso em pavimentos. 2009. 121f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Universidade Federal de Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2009.

DINIZ, D. H.; PEIXOTO, R. A. F; PADULA, F. R. G. O emprego de agregados de escória de aciaria na fabricação de blocos intertravados para pavimentação. 2008. 39ª RAPv/13.º ENACOR. Recife/PE, Brasil, 16 a 19 de setembro 2008.

DUCMAN, V. and MLADENOVIC, A. The potential use of steel slag in refractory concrete Materials Characterization, v 62, n 7, p 716-723, July 2011.

DUNSTER, A. M. (2002) Blast furnace slag and steel slag as aggregates: a review of their uses and applications in UK construction. In: 3rd European slag conference—proceedings ‘‘manufacturing and processing of iron and steel slags’’. Euroslag Publication, UK, pp 21–29

EMERY, J (1984) Steel slag utilization in asphalt mixes. National Slag Association Report MF 186-1, Canadian Technical Asphalt Association

84

Proceedings. www.nationalslag.org/archive/legacy/nsa_186_steel_slag_ utilization_in_asphalt_mixes.pdf

EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. prEN 197-1, Draft, September 1996

FIORITI, C. F. et al. PAVERS de concreto com adição de resíduos da recauchutagem de pneus. Universidade do Estado de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 13 jan. 2010.

FUNTAC. “Relatório Técnico – Setor Cerâmico do Vale do Acre”. Rio Branco – AC, 1999.

GEISELER J, VAITTINEN I (2002) The status of processed slags from iron and steel making. In: 3rd European slag conference— proceedings ‘‘manufacturing and processing of iron and steel slags’’. Euroslag Publication, UK, pp 37–42

GEYER, R. M. T. et al. Escórias siderúrgicas: caracterização e aplicações para a indústria da construção civil. In: Anais do Seminário de Redução e matérias prima, resíduos na Siderurgia, 25 ed. Volta Redonda ABM, nov. 1996, p.363-81.

HALLACK, A. Dimensionamento de Pavimentos com Revestimento de Elementos Pré-Moldadas de Concreto para Áreas Portuárias e Industriais. 1998. 116f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998.

HENDRIKS, C. F.; NIJKERK, A. A.; O ciclo da construção. Brasília: UnB, 2007.

HRN EN 197-1 (2005) Cement. Part 1: composition, specifications and conformity criteria for common cements

INSTITUTO AÇO BRASIL (IAB). Relatório de Sustentabilidade 2010. Disponível em http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/sustentabilidade/ downloads/Relatorio_2010.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA (IBS). Produção de aço bruto por processo de refino. 2007. Disponível em:<http//:www.Ibs.org.br/estatísticas>. Acesso em: 20 maio 2010.

JARRA, O. Via Appia Antica. Disponível em: <http://orlandojarra.files. wordpress.com/2010/04/via-appia-antica-rome-ir1498.jpg>. Acesso em: 13 jan. 2011.

JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil – contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 102p. Tese (livre docência) – Escola Politécnica – USP.

85

JOHN, V. M.; CINCOTTO, M. A.; AGOPYAN, V. Novos mercados para as escórias de alto-forno. In: Anais do Encontro Regional sobre Meio Ambiente na Indústria Siderúrgica. 1995. Vitória, 1991. p.74-9.

JOOST, M (2002) The utilisation of steel slag in waterway construction. In: 3rd European slag conference—proceedings ‘‘manufacturing and processing of iron and steel slags’’. Euroslag Publication, UK, pp 107–117

JUAN M. MANSO, JUAN A. POLANCO, MILAGROS LOSANEZ, JAVIER J. GONZÁLEZ. Durability of concrete made with EAF slag as aggregate. Cement & Concrete Composites 28 (2006) 528–534

KNAPTON, J. The design of concrete block roads. Londres: CCA, 1976

LECOMTE, I; HENRIST, C; LIE´GEOIS, M; MASERI, F; RULMONT, A; CLOOTS, R. (2006) (Micro)-structural comparison between geopolymers, alkali-activated slag cement and Portland cement. J Eur Ceram Soc 26:3789–3797

LEITE, P.P.N., BUZATO, A., COSTA, L.R.T. Uma contribuição para pesquisa e desenvolvimento da escória de aciaria da Companhia Siderúrgica de Tubarão. 1997, Vitória, ES. p.12-70.

LIMA, L. Horminoges con escórias de horno eléctrico como aridos: propiedades, durabilidad y comportamiento ambiental. 1999. 243f.Tese (doutorado) –Engenharia, Universitat Politécnica de Catalunya. Barcelona, Espanha, 1999.

M. MASLEHUDDIN, ALFARABI M. SHARIF, M. SHAMEEM, M. IBRAHIM, M.S. BARRY. Comparison of properties of steel slag and crushed limestone aggregate concretes. Construction and Building Materials 17 (2003) 105–112

MACHADO, A. T. et al. O uso da escória de aciaria como agregado na construção civil. In: Anais do XI ENTAC. Foz do Iguaçu, 2002.

MARQUES, G. L. O. Terminologia e Classificação dos Pavimentos. Curso Básico Intensivo de Pavimentação Urbana – Módulo I. Juiz de Fora, 2002.

MASLEHUDDIN, M; SHARIF, A. M; SHAMEEM, M; IBRAHIM, M; BARRY, M. S. Comparison of properties of steel slag and crushed limestone aggregate concretes. Construction and Building Materials 2003;17:105–12.

MASUERO, A. B. Estabilização das escórias de aciaria elétrica com vistas a sua utilização como substituição ao cimento. 2001. 264f. Tese (doutorado) – Engenharia de Minas, Metalurgia e Materiais, Universidade Federal do Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001.

MEHTA, P. K; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Estrutura, Propriedades e Materiais. São Paulo: Pini, 1994.

86

MELO NETO, A. A.; ALBA CINCOTTO, M.; REPETTE, W. (2008) Drying and autogenous shrinkage of pastes and mortars with activated slag cement. Cem Concr Res 38:565–574

MOTZ, H (2002) Production and use of air-cooled blastfurnace and steel slags.In: 3rd European slag conference— proceedings ‘‘manufacturing and processing of iron and steel slags’’. Euroslag Publication, UK, pp 7–20

MOTZ, H and GEISELER, J. Products of steel slags, an opportunity to save natural resources. In: Woolley GR, Goumans JJM, Wainwright PJ, editors. Waste materials in construction. Elsevier Science Ltd; 2000. p. 207–20.

MÜLLER, R. M. Avaliação de transmissão de esforços em pavimentos intertravados de blocos de concreto. 2005. 256f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil curso, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2005.

NASCIMENTO, K. A. L .Utilização da escória proveniente da reciclagem do aço em concreto de cimento Portland. 2007. 110f. Dissertação (mestrado) – Ciências e Engenharia de Materiais, Escola Estadual de São Carlos, Instituto de Física, Instituto de Química, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2007.

NETINGER, IVANKA; BJEGOVIC, DUBRAVKA; VRHOVAC, GORAN. Utilisation of steel slag as an aggregate in concrete. Materials and Structures/Materiaux et Constructions, p 1-11, 2011

PADULA. F. R. G. et al. Contribuição para a sustentabilidade na confecção de betão de cimento Portland. In: CONGRESSO DE CONSTRUÇÃO – 3º Congresso Nacional, Coimbra, Portugal. 2007.

PASETTO, M. and BALDO, N. Mix design and performance analysis of asphalt concretes with electric arc furnace slag Construction and Building Materials, v 25, n 8, p 3458-3468, August 2011

PEIXOTO, R. A. F et al. Estudo da viabilidade técnica e econômica para utilização de escória de aciaria na fabricação argamassa para alvenarias. Revista Internacional Construlink, v.6, p.10-21, 2008.

PEIXOTO, R. A. F. et al. Estudo do comportamento das propriedades microestruturais, ambientais, físicas e mecânicas do concreto dosado a partir da reciclagem de resíduos sólidos de siderurgia e suas aplicações em Obras sociais e de arte corrente de engenharia. Revista DOXA, Coronel Fabriciano, v.7, 09 nov. 2005.

PEIXOTO, R. A. F. et al. Viability study for production of concrete using recycled siderurgy residue. ACI Materials Journal, v. 1, p. 1, 2008.

87

PEIXOTO, R. A. F. et. al . O uso de escória de aciaria como agregado de concreto de cimento Portland em pavimentação. In: 3º CONGRESSO NACIONAL DA CONSTRUÇÃO, 2007.

PINTO, S.; PREUSSLER, E. Pavimentação Rodoviária. Conceitos, Fundamentais Sobre Pavimentos Flexíveis. Rio de Janeiro: COPIART, 2002.

POLESE, M. Estudo da expansibilidade e da microestrutura da escória de aciaria LD e EAF. 2007. Aaf. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2007.

Q. WANG, P.Y. YAN, Hydration properties of basic oxygen furnace steel slag. Construction and Building Materials 24 (2010) 1134–1140

RAPOSO, C. O. L. Estudo experimental de compactação e expansão de uma escória de aciaria LD para uso em pavimentação. 2005. 163f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2005.

S. TSIVILIS, E. CHANIOTAKISB, G. BATIS, C. MELETIOUB, V. KASSELOURIA, G. KAKALI, A. SAKELLARIOU, G. PAVLAKIS, C. PSIMADAS. The effect of clinker and limestone quality on the gas permeability, water absorption and pore structure of limestone cement concrete. Cement and Concrete Composites 21 (1999) 139-146

SANTANA, H. A Filosofia dos Calçamentos na Pavimentação Urbana. In: Anais da 4a Reunião de Pavimentação Urbana. Maceió, AL,1993.

SANTOS NETO, P. F.; BARROSO, S. H. A.; VALE, L. I. A. Comparação do comportamento de misturas solo-brita e solo-escória para pavimentação da região metropolitana de Fortaleza. Rede de Asfalto. Disponível em: http://www.redeasfalto.org.br/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=246&Itemid=27>. Acesso em: 14 nov. 2010.

SHACKEL, B. Design and Construction of Interlocking Concrete Block Pavement. New York and London: Elsevier, 1990.

SHIH, P. H.; WU, Z. Z; CHIANG, H. L. Characteristics of bricks made from waste steel slag. Waste management 2004; 24:1043–7.

SILVA, E. A.; MENDONÇA, R. L. Utilização da escória de aciaria em todas as camadas do pavimento. Revista Engenharia Ciência e Tecnologia. v.4, n.2, p.7-20, 2001.

SIMIELI, D. et al. Utilização de agregados reciclados em pavimentos intertravados. Exacta. v.5, n.2, p.231-41, jul./dez. 2007.

88

SMITH, D. R., Grand Entrances. Interlocking Concrete Pavement Magazine. v.10, n.2, 2003.

SOCIEDADE EM FOCO. Mercado velho de Rio Branco (AC): em destaque pavimento de blocos em argila. Disponível em: <http://www.sociedadeemfoco.com/RBR03a.jpg>. Acesso em: 13 jan. 2010.

SOUZA, M. L. Pavimentação Rodoviária. Rio de Janeiro: LTC, 1980.

SOUZA, V. P. et al. Avaliação de gases poluentes oriundos da queima de argila com adição de escória de aciaria. Cerâmica. v.54, p.472-5, 2008.

STIEF, J. N. P. Análise das deformações, por extensometria, em concreto armado convencional e com agregados de escória de aciaria. 2009. 130f. Dissertação (mestrado) – Engenharia Civil, Centro Federal de Educação tecnológica de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009.

W.A. TASONG, J.C. CRIPPS, and C.J. LYNSDALE. Aggregate-cement chemical interactions. Cement and Concrete Research, Vol. 28, No. 7, pp.1037–1048, 1998.

WANG, G. Determination of the expansion force of coarse steel slag aggregate. Construction and Building Materials, v 24, n 10, p 1961-1966, October 2010.

WANG, QIANG; YAN, PEI YU; HAN, SONG. The influence of steel slag on the hydration of cement during the hydration process of complex binder. Science China Technological Sciences, v 54, n 2, p 388-394, February 2011.

89

8 ANEXOS

8.1 Relatórios dos ensaios de lixiviação e de solubilização

dos elementos de concreto para pavimentação.

90

91

92

93

94

95

96

97

98

9 APÊNDICE

9.1 Caracterização das amostras e resultados dos

elementos de concreto para pavimentação.

99

Apêndice A Tabela A.1 – Determinação da umidade das amostras.

Resultados dos ensaios de umidade das amostras (%)

Amostras Natural Brita 0

Natural areia

Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de Fora

1,16 1,25 1,2 1,2 1,15 1,19 AR-EAPP1

1,16 1,25 1,25 1,25 1,22 1,23 AR- EAPP2A

1,16 1,25 1,12 1,15 1,0 1,14 AR- EAPP2B

Apêndice B Tabela B.1 – Determinação do teor de metais das amostras.

Resultados dos teores de metais das amostras.

Ipatinga João Monlevade Juiz de fora Piracicaba

62,5 54,99 49,00 58,25

60,01 52,75 50,01 51,00

65,0 50,77 51,00 65,50

Apêndice C Tabela C.1 – Determinação do teor do material pulverulento das amostras.

Resultados dos ensaios de material pulverulento amostras (%)

Amostras Natural Brita 0

Natural areia

Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de Fora

2,9 2,8 1,1 1,1 1,2 1,3 AR-EAPP1

2,9 2,8 1,3 1,3 1,3 1,3 AR- EAPP2A

2,9 2,8 1,2 1,2 1,2 1,4 AR- EAPP2B

100

Apêndice D Tabela D.1 – Determinação da absorção de água das amostras.

Resultados dos ensaios da absorção de água das amostras (g).

Amostras

Peso natural Peso seco Peso saturado Peso submerso

2525 2584 2673 1531

2597 2562 2642 1510

2600 2566 2635 1507

Natural

2651 2603 2705 1525

2779 2756 2848 1702

2833 2817 2899 1734

2897 2874 2954 1787

Ipatinga

2838 2821 2904 1762

2850 2832 2899 1736

2824 2807 2866 1720

2871 2807 2866 1720

João Monlevade 2784 2759 2833 1688

2934 2921 2980 1829

2936 2921 2983 1800

2923 2904 2965 1782

Piracicaba

2932 2914 2969 1799

2815 2798 2861 1709

2889 2866 2934 1727

2995 2980 3039 1842

Juiz de fora

2959 2944 2997 1823

101

Apêndice E Tabela E.1 – Resultados da expansibilidade dos elementos de concreto para pavimentação.

Medidas de expansibilidade dos elementos de concreto em (mm).

Amostras 3 dias 7 dias 14 dias 56 dias

natural 104,62 104,67 104,86 104,86

Ipatinga 108,73 108,84 108,84 108,84

João Monlevade 111,69 111,86 111,83 111,85

Piracicaba 110,07 110,04 110,07 110,09

Juiz de Fora 101,55 101,59 101,55 101,55

102

Apêndice F Tabela F.1–Resultados de compressão simples dos elementos de concreto

para pavimentação.

Resultados dos ensaios de compressão simples (MPA) idade 3 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 34,64 33,55 38,11 35,26 33,56

CP 2 35,52 33,36 40,02 35,67 34,62

CP 3 37,08 34,73 43,06 37,72 34,50

CP 4 37,30 35,79 39,90 39,31 38,21

CP 5 38,36 37,67 39,41 39,65 33,47

CP 6 39,65 37,85 40,00 41,77 41,09

média 37,09 35,74 40,06 38,72 35,01

Resultados dos ensaios de compressão simples (MPA) idade 7 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 34,31 37,87 37,27 47,61 42,66

CP 2 34,31 45,07 37,78 49,08 37,36

CP 3 35,05 42,86 40,75 48,67 43,48

CP 4 42,10 40,12 42,85 48,98 43,28

CP 5 40,02 47,60 49,69 50,57 47,71

CP 6 47,61 49,06 50,26 49,37 47,60

média 38,11 43,12 43,21 49,23 43,11

Resultados dos ensaios de compressão simples (MPA) idade 14 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 31,29 44,87 38,86 47,74 42,97

CP 2 36,56 46,83 46,33 46,87 44,53

CP 3 40,12 45,91 42,02 50,56 42,30

CP 4 42,73 43,78 47,45 48,08 43,66

CP 5 43,04 46,55 42,85 51,08 45,27

CP 6 47,02 48,30 50,09 50,92 45,40

média 40,13 46,33 44,02 49,12 44,12

Resultados dos ensaios de compressão simples (MPA) idade 56 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 52,46 51,52 50,25 48,72 50,45

CP 2 52,55 52,23 50,26 46,76 50,94

CP 3 49,42 53,18 49,83 47,40 50,13

CP 4 52,14 51,20 49,95 46,74 50,06

CP 5 53,18 52,56 50,46 51,51 49,52

CP 6 52,55 53,18 49,71 53,60 49,67

média 52,01 52,23 50,01 49,11 50,21

103

Apêndice G Tabela G.1–Resultados de tração na flexão dos elementos de concreto para pavimentação.

Resultados dos ensaios de tração na flexão (MPA) idade 3 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 9,96 10,65 9,90 11,46 14,32

CP 2 12,14 12,14 10,46 12,33 13,01

CP 3 12,57 10,71 11,89 10,33 12,33

CP 4 9,28 11,89 12,45 13,32 11,45

CP 5 9,78 12,39 10,52 11,33 10,15

média 10,75 11,55 11,04 11,75 12,25

Resultados dos ensaios de tração na flexão (MPA) idade 7 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 10,83 11,21 12,82 9,77 11,27

CP 2 13,57 13,07 14,94 15,31 13,28

CP 3 13,20 11,39 13,82 13,01 14,75

CP 4 12,51 13,82 13,70 13,45 10,46

CP 5 12,45 12,79 12,51 13,20 12,08

média 12,51 12,46 13,56 12,95 12,37

Resultados dos ensaios de tração na flexão (MPA) idade 14 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 12,46 14,54 12,46 15,43 14,06

CP 2 14,26 15,95 13,97 16,11 11,50

CP 3 12,44 12,36 12,95 14,90 13,48

CP 4 12,77 15,25 13,94 14,94 11,21

CP 5 11,45 14,07 10,66 14,35 14,02

média 12,68 12,43 12,60 15,14 12,85

Resultados dos ensaios de tração na flexão (MPA) idade 56 dias

Numero de elementos

Natural Ipatinga João Monlevade

Piracicaba Juiz de fora

CP 1 14,32 15,94 14,90 11,53 15,86

CP 2 12,23 14,59 11,72 15,17 14,75

CP 3 10,86 15,86 16,59 14,92 14,21

CP 4 14,04 12,71 12,45 16,80 18,46

CP 5 11,88 15,13 16,02 13,41 12,64

média 12,67 14,85 14,34 14,37 15,19

104

Apêndice H Tabela H.1–Resultados das médias de tração na flexão dos elementos de concreto para pavimentação.

Resultados das médias dos ensaios de tração na flexão das amostras (Mpa).

Amostras 3 dias 7 dias 14 dias 56 dias

natural 10,75 12,51 12,68 13,12

Ipatinga 11,55 12,46 14,95 15,38

João Monlevade 11,04 13,21 13,08 14,34

Piracicaba 11,75 12,95 14,90 15,07

Juiz de Fora 12,25 12,34 12,85 15,19

Tabela H.2–Resultados das médias de compressão simples dos elementos de concreto para pavimentação. Resultados das médias dos ensaios de compressão simples das amostras (Mpa).

Amostras 3 dias 7 dias 14 dias 56 dias

natural 37,09 38,11 40,13 52,01

Ipatinga 35,74 43,12 46,33 52,23

João Monlevade 40,06 43,21 44,02 50,01

Piracicaba 38,72 49,23 49,12 49,11

Juiz de Fora 35,01 43,11 44,12 50,21

105

Apêndice I Tabela I.1 – medidas de comprimento, largura, altura e peso dos elementos de concreto para pavimentação.

Medidas (geometria) dos elementos de concreto em (mm).

Amostras comprimento largura altura Peso (g)

230,00 100,00 60,00 2525

230,01 100,02 60,03 2597

Natural

230,03 100,01 60,02 2600

230,02 100,01 60,06 2779

230,01 100,02 60,03 2833

Ipatinga

230,03 100,05 60,01 2897

230,00 100,02 60,06 2850

230,01 100,03 60,03 2824

João Monlevade

230,00 100,05 60,02 2871

230,02 100,02 60,05 2934

230,01 100,06 60,03 2936

Piracicaba

230,01 100,05 60,02 2923

230,03 100,06 60,04 2815

230,02 100,05 60,03 2889

Juiz de Fora

230,01 100,01 60,02 2995