joão miramar

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Author: douglas-kengo-uehara

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  • Publicado em 1924 Desejo de explorar o mundo junto a seus amigos. Se apaixona por Celia, casa-se com ela, e tem uma filha. Reunies com seus amigos(Dr. Pilatos, Dr. Mandarim Pedroso, De. Machado Penumbra, Britinho, o poeta Fileas entre outras personalidades.) O cortejo a madame Rolah.

  • Investimento na industria cinematogrfica. A falncia de Joo Miramar, e o divorcio com Clia. A perda da guarda de sua filha. Falecimento de Celia, e a retomada de sua filha. o fim de suas memrias, pela viuvez

  • Memrias Sentimentais de Joo Miramar uma obra at certo ponto catica. Em virtude disso, a anlise de categorias como tempo, espao e personagens quase impossvel. A poca o local em que os fatos ocorreram no tem importncia. O que importa a maneira pela qual o narrador filtrou aquelas experincias e, principalmente, a linguagem que emprega para cont-las ao leitor. A obra parece seguir uma ordem vagamente cronolgica.

  • Os espaos no existem para alm das sugestes, das emoes que provocaram no narrador. Por isso, ele no se d ao trabalho de fazer descries, remetendo o leitor aos locais onde os fatos ocorreram pela simples meno de seus nomes (So Paulo, Paris, etc.). Cada personagem tem sua vida prpria, mas sua interferncia na narrativa s existe sob a perspectiva do narrador. Por isso, com exceo de algumas caractersticas muitos gerais, nenhuma delas (nem mesmo o narrador) foi delineada, descrita fsica e psicologicamente. Tem um nome, isto basta. Contudo, h um trao que une-as:- seu apego excessivo ao dinheiro. a partir deste ponto que a narrativa foi construda com o intuito de desmascarar, de satirizar suas relaes sociais (ou devemos dizer econmicas?)

  • Joo Miramar: filho de fazendeiro do interior paulista (famlia proprietria da Fazenda dos Bambus e Nova-Lombardia, na regio de Aradpolis, comarca de Pindobaville); Tia Gabriela: viva, que se casou novamente, irm de Miramar e sogra dele;Nair, Clia, Candoca ou Cotita (Maria dos Anjos) e Pantico (Jos Eleso da Cunha): filhos do primeiro casamento de tia Gabriela;

  • CLIA: PRIMA DE Miramar;CELINHA: filha de Miramar e Clia.GUSTAVO DALBERT;JOS CHELININI (que veio a se casar com tia Gabriela, exibindo o ttulo de conde, e se tornou scio de Miramar;DR. PNCIO PILATOS: primo de Clia; agigantada figura moral; defensor dos interesses da famlia;MACHADO PENUMBRA: autor do prlogo do livro e de textos parnasianos, sobretudo como orador;

  • DR. MANDARIM PEDROSO: figura de projeo na sociedade, poeta e orador festejado;SR. FLEAS:poeta apreciador de floreios parnasianos (um cosmtico de sonetos );DR. PEPE ESBORRACHA: medico da famlia; BRITINHO:respeitado homem de negcios , scio de Miramar;BRITINHAS:vizinhas e amigas de Clia;MINO DA SILVA: sem instruo, mas atrado pela literatura, escrevia cartas cheias de erros gramaticais;

  • MLLE ROLAH: atriz sem talento de cinema, ligou-se a Miramar por interesses financeiros, largou-o quando soube que ele faliu;MADAMA ROCAMBOLA:me de Rolah, que sobrevivia praticando ocultismo de falcatruas e que apoiou o caso da filha com Miramar;MAD: moa filha de um comerciante francs que Miramar namorou ocasionalmente em sua viagem Europa.

  • Composto de 163 episdios numerados, tem por personagem principal Joo Miramar. A montagem fragmentria do romance impossibilita uma leitura tradicional e linear da histria. Uma srie de inventivos traos de estilo e um agudo senso crtico da sociedade da poca fazem desse texto uma grande obra de vanguarda. De fato, o estilo fragmentrio e sinttico do texto revolucionrio na nossa prosa, assim como seu carter cinematogrfico. Os episdios assemelham-se mais a seqncias de um filme do que a captulos de romance. H uma nfase muito grande no elemento visual e muitas das descries adotam uma linha geomtrica e sinttica, bastante prximas dos princpios cubistas, que visa a apresentar fragmentos justapostos da realidade, numa tentativa de capt-la na sua totalidade.

  • O foco narrativo na obra predominantemente de 1 pessoa. Joo Miramar relata os principais momentos de sua trajetria. "Entrei para a escola mista de D. Matilde." (Cap. 5) "No disse nada do que queria dizer a Mad." (Cap. 10) "Molhei secas pestanas para o rinco corcunda que vira nascer meu pai." (Cap. 58) Em alguns momentos, o narrador de 1 pessoa cede espao a outros narradores tambm de 1 pessoa. Isto ocorre quando so transcritas cartas e bilhetes:

  • Carta administradora "Ilmo. Sr. Dr. Cordeais saudaes Junto com esta um jac de 15 frango que para a criancinha se no morr. Confirmo a minha de 11 prximo passado que aqui vai tudo em ordem e a lavoura vai bem j estou dando a segunda carpa.

  • H momentos, ainda, em que foco narrativo de 1 pessoa deixa de existir. Isto acontece quando a narrativa cede espao poesia. Recreio Pingue-Pongue Miramar a vida relativa O acontecimento no teria sido Se nascesses s Sem a me que te deixou virtudes caladas O acontecimento te ofertou A filhinha de olhos claros Abertos para os dias a vir s o ele de uma cadeia infinita Abraa o Dr. Mandarim E soma ele o azul desta manh Lou

  • Em alguns captulos a narrativa impessoal, como se o narrador fosse de 3 pessoa. Atravs deste artifcio o autor d a impresso que a narrativa vai se construindo por si mesma sem a interferncia do narrador de 1 pessoa que predomina na obra. Costeleta milanesa "Mas na limpidez da manh mendiga cornamusas vieram sob janelas de grandes sobrados. Milo estendia os Alpes imveis no orvalho."

  • A linguagem empregada nesta obra telegrfica. O autor no narra, mas sugere atravs de captulos curtos uma histria com comeo meio e fim. Contudo, cada captulo uma unidade que at pode ser lida independente das demais. O sentido de cada parte no se perde fora do contexto geral da obra. Mas, isto no quer dizer que a prosa de Oswald de Andrade seja fcil. Ao contrrio, cada um dos captulos, apesar de extremamente curto, uma charada, um enigma a ser desvendado. Oswald no facilita o trabalho do leitor.

  • Seu estilo ope-se de um lado aos exageros cientfico-detalhistas da escola Realista e passionalidade-emotiva da narrativa da escola Romntica. Em cada um dos captulos o trabalho essencial do autor foi com a linguagem. No se deixou envolver nem pela cincia nem pela emoo, filtrou a ambas procurando dar uma nova conformao a literatura. No incio, a linguagem fragmentada lembra muito a maneira de falar das crianas. Miramar (o narrador), relata sua infncia.

  • Recursos expressivos Ao longo da obra Oswald abusa de recursos de linguagem, muitas vezes misturando-os com um poder de sntese invejvel. METONMIA - "... de geografia aberta sobre a mesa..." (Cap. 79) = mapa ONOMATOPIA - "...No silncio tique-taque..." (Cap. 8) (Anttese:- silncio/barulho) "Dez horas da noite, o relgio farto batia do! do! do! do! do! do! do! do! do! do! HIPRBATO - "... mapas do secreto Mundo." (Cap. 9) ao invs de "...mapas do Mundo secreto."

  • ALITERAO - "...punha patetismos pretos..." (Cap. 22) PARADOXO - "...Companhia Industrial e Segurista de Imveis Mveis..." (Cap. 119) PROSOPOPIA - "... Depois casas baixas desanimaram a plancie cansada." (Cap. 113) SINESTESIA - "...de janelas cerradas e acesos silncios." (Cap. 153) O emprego de trocadilhos comum na obra:- "... stiras sociedade de stiros..." (Cap. 72)

  • A exemplo de outros escritores, Oswald tambm realiza dilogos intertextuais, fazendo referncia aos seguintes autores, personagens e obras:- O primo Baslio (Ea de Queiroz) Cap. 100 -Herodes (Bblia) Cap. 98 -Lord Byron (poeta romntico) Cap. 155 -Virglio (poeta latino) Cap. 163 Faz referncia vanguarda artstica europia (Picasso, Satie e Joo Cocteau - Cap. 51, Isadora Duncan - Cap. 47).

  • Tambm marcante o emprego de vocbulos e expresses em lnguas estrangeiras:- Ingls Francs Espanhol Italiano: dancing habitu encuentro de ustedes si sinhore / It is very beautiful! Mademoiselle / board-house tour du monde / Albany Street goudron-citron / Latim / Res non verba!A obra registra tambm uma variante do portugus resultante da influncia da migrao rabe:- "- Aqui nong teng acordo. Teng pagamento! (Cap. 148)

  • A obra apresenta uma crtica ao casamento como instituio burguesa (unio por interesse). "Separao precavida de bens" (Cap. 62) O motivo da separao do casal Joo Miramar/Clia falncia financeira dele: "A margem disso o caso financeiro negreja no horizonte. O Senhor adquiriu rapidamente uma reputao de dilapidador." (Cap. 142) O interesse do pai pela filha s ocorre aps a morte da mulher: "Foi ele que corri na aflita busca de minha Celiazinha, feita milionria e s pelo Deus das revises do processo." (Cap. 157)

  • Atravs do livro, Oswald ressalta e satiriza o carter patrimonial das relaes sociais burguesas: "E Rolah trazia ao cu do cinema um destino de letra de cmbio." (Cap. 32) Em duas oportunidades Oswald registra a utilizao de dinheiro pblico para viagens de artistas ao exterior: "Dalbert de subsdio e trombone ia partir para a conquista da Europa." (Cap. 26) "Joo Jordo que no era artista nem nada parecida magro e uma tarde arranjou subsdio governamental para estudar pintura em Paris." (Cap. 22) A linguagem tambm reflete uma escolha ideolgica. Oswad quebra a forma usual de narrar, rompendo definitivamente com as escolas literrias que o antecederam, e com uma determinada concepo da lngua portuguesa (abusa de neologismo, cria verbos, adjetivos, etc.).

  • Nesta obra Oswald de Andrade aproveitou as tcnicas do vanguardismo europeu e as adaptou a transmisso literria de um pas em transio: primeiras dcadas do sculo XX, contexto social e mental da realidade urbana em processo inicial de industrializao, mas culturalmente presa a um passado parnasiano, econmica e politicamente contaminada pela guerra europia

  • Tendo ou no lido Ulysses obra publicada em 1922 com edio restrita do irlands James Joyce, citado mundialmente como o grande revolucionrio da linguagem literrio, Oswald de Andrade fez essa mesma revoluo no Brasil. Oswald foi o primeiro importador do Futurismo em nossa literatura, movimento lanado por Marinetti em seu manifesto de 1.909, publicado no jornal Fgaro de Paris: Queremos exaltar o movimento agressivo, a insnia febril, a corrida, o salto mortal, a bofetada e o soco declarava o italiano na Frana, por onde andava Oswald na poca.

  • O prefcio da obra, na verdade um pseudoprefcio, intitulado A Guisa de Prefcio e assinado por Machado Penumbra, faz a apresentao do livro em estilo empolado e arrebicado, recheado de clichs acadmicos, num contraste gritante com o estilo do prprio autor, Joo Miramar-Oswald.

  • Torna-se lgico que o estilo dos escritores acompanhe a evoluo emocional dos surtos humanos. Se no meu foro interior um velho sentimentalismo racial vibra ainda nas doces cordas alexandrinas de Bilac e Vicente de Carvalho, no posso deixar de reconhecer o direito sagrado das inovaes, mesmo quando elas ameaam nas suas mos hercleas o ouro argamassado pela idade parnasiana. Esperemos com calma os frutos dessa nova revoluo que nos apresenta pela primeira vez o estilo telegrfico e a metfora lancinante. O fato que o trabalho de plasma de uma lngua modernista, nascida da mistura do portugus com as contribuies das outras lnguas imigradas entre ns e contudo tendendo paradoxalmente para uma construo de simplicidade latina, no deixa de ser interessante e original. A uma coisa apenas oponho legtimos embargos a violao das regras comuns da pontuao. Isso resulta em lamentveis confuses, apesar de, sem dvida, fazer sentir a grande forma da frase.

  • Nesses fragmentos do prefcio de Machado Penumbra j podemos notar as intenes da obra: uma pardia lingustica e estilstica; mostrar artificialismo de uma linguagem anacrnica( So Paulo de 1912, poca em que se passa o Miramar, era uma provncia, o que no retira a atualidade da stira, pois at hoje, a linguagem culta-acadmica vista como forma de status e intelectualidade) atravs episdios que assemelham-se mais a sequncia de um filme do que a captulos de romance. Alm da pardia, Miramar apresenta uma crtica social, ao pedantismo de uma burguesia endinheirada que circulava pelos sales literrios, cafs e livrarias nas ruas de So Paulo. De caracterstica acaciana, as personagens de Miramar so movidas dentro de um mesmo crculo vicioso de alienao. Memrias sentimentais de Joo Miramar uma stira social que mistura vrios estilos e uma forte crtica sociedade, fazendo dessa obra um grito de vanguarda. Oswald em viagem Europa (1912) empolgou-se com o Futurismo de Marinetti. O Manifesto anunciava as palavras em liberdade, a destruio da sintaxe, a imaginao sem fios, a demolio de museus e bibliotecas etc, e no prefcio de Miramar, Machado Penumbra afirma que: H alm disso, nesse livro novo, um srio trabalho em torno da volta ao material tendncia muito de nossa poca como se pode ver no Salo de Outono em Paris, referindo-se a primeira exposio coletiva dos pintores cubistas (1911), ao simultanesmo (apresentao de fragmentos justapostos da realidade, numa tentativa de capt-la na sua totalidade; a nfase no estilo fragmentrio e sinttico do texto; a imagstica sonoro-visual; as descries em linha geomtrica e o cubo-futurismo plstico-estilstico dos trechos da obra.

  • Haroldo de Campos, Metalinguagem (Estilstica Miramarina), Editora Vozes, Petrpolis, 1967, apresenta duas fases da evoluo modernista de Oswald nas artes visuais: 1., a deformao atravs do impressionismo, a fragmentao, o caos voluntrio. De Czanne e Mallarm, Rodin e Debussy at agora; 2., o lirismo, a apresentao no templo, os materiais, a inocncia construtiva...O trabalho contra o detalhe naturalista pela sntese; contra a morbidez romntica pelo equilbrio gemetra e pelo acabamento tcnico; contra a cpia, pela inveno e pela surpresa...Substituir a perspectiva visual e naturalista, por uma perspectiva de outra ordem: sentimental, intelectual, irnica, ingnua...Nossa poca anuncia a volta ao sentido puro. Um quadro so linhas e cores. A estaturia so volumes sob a luz...Nenhuma frmula para a contempornea expresso do mundo. Ver com olhos livres.

  • Outra tendncia observada em Memrias sentimentais de Joo Miramar o uso de expresses estrangeiras incorporadas a lngua portuguesa, forma encontrada por Oswald de Andrade para criticar as influncias estrangeiras em nosso pas. Contudo, como observou o prprio Oswald, no se trata de uma crtica de todo negativa. A proposta antropofgica trazida no manifesto veio mostrar que se poderia aproveitar as influncias, mas digerindoas, repensando-as e devolvendo-as de forma crtica, reflexiva, como uma civilizao que estamos comendo .

  • No prefcio da obra, a personagem Machado Penumbra, um parnasiano declarado, observa que: (...) o fato que o trabalho de plasma de uma lngua modernista nascida da mistura do portugus com as contribuies de outras lnguas imigradas entre ns e contudo tendo para uma construo de simplicidade latina, no deixa de ser interessante e original (...) Assim, Penumbra valoriza esta tendncia, ressaltando sua originalidade. Na obra, pode-se visualizar este recurso em vrios fragmentos, entretanto, escolheram-se alguns considerados maisrelevantes ao presente trabalho. No captulo 46, intitulado Anglomania, observa-se a crtica ao uso de estrangeirismos, exaustivamente utilizados pelo narrador para relatar parte de suas frias: Tomamos board-house francesa em Albany Street no longe do Hyde Park. Durante o dia almovamos a cidadevisitando entre jardins mmias do British Museum. Chegava a noite pontual e policemen corriam pesados estores do cu para alexandrinais poetas compatriotas percorrerem de tube o famoso astro da metrpole cor-decinza. 50 Fechvamos-lhe a porta cara branca e alugvamos com Muset e Murger aconchego derendas em cortinas insones. No texto acima, percebe-se a ironia na descrio das atividades realizadas no perodo de frias na Europa atravs do uso de termos estrangeiros que demonstram o quanto o narradorest permeado desta influncia. Palavras como board-house, street, park, Museum e policemen possuem correspondentes diretos na lngua portuguesa, entretanto, o narrador as utiliza no idioma ingls justamente para mostrar o processo da aculturao por estrangeirismos, j sugerido pelo

  • ttulo do captulo. No fragmento 63. Idiotismo tem-se a crtica quanto falta de objetivo das viagens realizadas. Miramar expe um sonho irnico da viagem idlica com Clia: Iramos em tourne Europa. E pela tarde lils do Bois, ela guiaria a nossa Packard 120 HP. Sairamos nas frias pelos caminhos sem mata-burros nem mamangavas nem taturanas e faramos caridade e ouviramos a missa dos bons curas nas catedrais da Mdia Idade. E prosseguiramos por hotis e hotis, olhos nos olhos etc. Neste fragmento, observa-se o uso de palavras estrangeiras como tourne, Packard 120 HP e Bois, as quais se encontram mescladas com expresses tipicamente brasileiras como mata-burros, mamangavas e taturanas. Assim, obtm-se um efeito de lngua modernista, ao mesmo tempo em que se faz uma crtica importao da cultura estrangeira vista de forma supervalorizada em relao culturanacional. No fragmento 78. A sabida tem-se a carta de Nair, irm de Clia, relatando irm a adaptao de sua me no novo mundo: Ela j sabe falar quelque chose, eau chaude e beaucoup dargent . O episdio, alm de mostrar a assimilao da cultura importada, aponta uma crtica quela burguesia, sendo a palavra argent o expoente dessa crtica - dentre as primeiras 51 expresses aprendidas est o dinheiro, smbolo dessa classe social. Pode-se dizer que as viagens de Joo Mirarmar aparecemna obra como um recurso de contraste entre o Brasil e a Europa. Apesar da aparente valorizao estrangeira explicitada a partir do uso das expresses importadas, percebe-se sempre a sobreposiodos valores nacionais sobre os estrangeiros, sendo esta uma inteno da obra. O uso de termos e expresses estrangeiras configuram a linguagem modernista, refletindo a viso antropofgica na lngua brasileira.

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