Èmile durkheim

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ÈMILE DURKHEIM Durkheim foi um sociólogo francês (1858-1917), uns dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da sociologia como ciência e para sua instauração no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. Para este autor a sociedade prevalece sobre o indivíduo assim como ocorreu com ele em acontecimentos contemporâneos a ele, como as guerras, a industrialização, capitalismo e a revolução francesa, estes fatos sociais foram refletidos em suas obras em conjunto com ideais positivistas. Tanto para Durkheim quanto para os pensadores do século XIX, a humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, regida pela lei do progresso, mas a revolução de 1789, fez surgir à necessidade de um novo sistema cientifico moral, que se harmonizasse com a ordem social moderna, baseado na divisão do trabalho trazido pela industrialização, o que modificou a concepção de sociedade, modificando-se o objeto de estudo da sociologia, pois o individuo não era mais um retrato social e sim as normas que governavam estes indivíduos em quanto sociedade. Então o estudo da sociedade só se tornava viável pela utilização do método positivo, apoiado na observação, indução e experimentação, tal como vinham fazendo os cientistas naturais.

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Page 1: ÈMILE DURKHEIM

ÈMILE DURKHEIM

Durkheim foi um sociólogo francês (1858-1917), uns dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da sociologia como ciência e para sua instauração no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. Para este autor a sociedade prevalece sobre o indivíduo assim como ocorreu com ele em acontecimentos contemporâneos a ele, como as guerras, a industrialização, capitalismo e a revolução francesa, estes fatos sociais foram refletidos em suas obras em conjunto com ideais positivistas.

Tanto para Durkheim quanto para os pensadores do século XIX, a humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, regida pela lei do progresso, mas a revolução de 1789, fez surgir à necessidade de um novo sistema cientifico moral, que se harmonizasse com a ordem social moderna, baseado na divisão do trabalho trazido pela industrialização, o que modificou a concepção de sociedade, modificando-se o objeto de estudo da sociologia, pois o individuo não era mais um retrato social e sim as normas que governavam estes indivíduos em quanto sociedade. Então o estudo da sociedade só se tornava viável pela utilização do método positivo, apoiado na observação, indução e experimentação, tal como vinham fazendo os cientistas naturais.

Page 2: ÈMILE DURKHEIM

A ESPECIFICIDADE DO OBJETO SOCIOLÓGICO

A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a ciência “das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento”, ou seja, de “toda crença, todo comportamento instituído pela coletividade”.

Neste contexto Émile afirmava que a sociedade é um conjunto de normas de ações, pensamentos e sentimentos que não existem apenas na consciência dos indivíduos, mas que é construído exteriormente a eles, isto é fora das consciências individuais, é um ser distinto, mais complexo, e irredutível às partes que o formam (indivíduos). Dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem ou ainda maneiras de fazer ou de pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem suscetíveis de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares. Então no ideal Durkheimiano o que forma a sociedade é o objeto de estudo da sociologia, o fato social que são justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade.

Para Durkheim a sociologia tem como preocupação intelectual o estudo dos fatos sociais e não os estudos dos indivíduos como estudavam os seus antecessores, pois a sociedade não é o resultado

de um somatório dos indivíduos que a compõem. São Ações e sentimentos particulares, que fundidos dão origem a algo externo aos seus membros que os rege e pode modificá-los, ou seja, a sociedade são indivíduos associados que se guiam por valores externos a eles, sendo governado pela coletividade de ações. Por isso os sociólogos devem examinar os fatos sociais como coisas de forma empírica e imparcial, isto é, analisados como objetos e independente de nossas idéias e vontades, com neutralidade, sem deixar que suas idéias e opiniões interfiram na observação dos fatos.

Os fotos sociais podem ser cristalizados, mais ou menos cristalizados ou não, os fatos cristalizados dizem respeito aos modos de ser de uma sociedade, como dogmas, leis, economia etc., os fatos mais ou menos cristalizados são os que perduram numa sociedade, mas que aos poucos vão sendo mudados são as chamadas tendências de geração, como roupas, forma de construir casas e etc., já os fatos mais fluidos são as maneiras de agir, são fatos que ocorrem em média e grande escala, segundo as épocas e países, como por exemplo, os suicídios, os casamentos, o índice de natalidade e outros. Esses fatos sociais são exteriores e coercitivos.

Exteriores, por que consiste em idéias, normas ou regras que de conduta que não são criadas isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela coletividade e já existem fora de nós quando nascemos.

Coercitivos, porque essas idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros dessa sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas é punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.

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Durkheim comprovar o caráter externo desses modos de agir, de pensar ou de senti que eles têm que ser internalizados por meio de um processo educativo. O individuo segundo ele não nasce sabendo previamente as normas de conduta necessária para viver em sociedade. Por isso todas as sociedades têm de educar seus membros fazendo que aprendam as regeras necessárias à organização da vida social. As gerações adultas transmitem as crianças e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo de sua vida em sociedade. Com isso o grupo social é perpetuado, apesar das mortes dos indivíduos.

Para o processo educativo é necessário as representações coletivas que são umas das expressões do fato social. Elas compreendem os modos como a sociedade vê a si mesma e ao mundo que a rodeia como, por exemplo, a massa de indivíduos que a compõem, as coisas de que se utilizam e o solo que ocupam, representando-os através de suas lendas, mitos, concepções religiosas, ideais de bondade ou de beleza, crenças morais etc.

Por serem mais estáveis do que as representações individuais são a base em que se originam os conceitos, traduzidos nas palavras do vocabulário de uma comunidade, de um grupo ou de uma nação.

Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição. Para ele uma instituição é um conjunto de normas e regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e que as gerações transmitem umas as outras.

Assim para Émile Durkheim é sociedade a coletividade que organiza controla as ações individuais. O indivíduo aprende a seguir normas e regras que lhes são exteriores e coercitivas. As instituições fazem com que os indivíduos assimilem as regres e normas a vida comum.