i__pvÉ^ij - coleção digital de jornais e revistas da

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S?\ fi A i n ¦ • aa u .. »

¦^~v£yrA/

OÁLBUM N. 3

ptópiio nòmi \i indica « finalidade deiteÚtil álbum , . .

Em suai paginai, colondei, exAte uma in*ttr«is*riti«im* coleção dc dcitnhoi ao «Icanctdas míoi femininas, i «uIia de *ugeitão, para« execução dot maii variados trabalhos.

São pequenos enfeitai... figura* variada*.. .monoerames .. . enfim encantadores motivo», d*fácil execução, paia uio Dciioal < Adorno do Lar.

PREÇO: Cr $ 15.0*

VõaMa4

\ \ \ \ 1 l ^Jití li

Jkàâ "ir

r^T* a

ÁLBUM N." '2

Toalha» ... peças que co«-

tribuem para adorno doU!

Na dimensão da exe-cuçeo, elegantíssimos riico»para bordar toalhas d* finojôsto! São 40 paginai, colo-ridas, que formam um conjunto admira-vel dc sujestões praticas e artísticas!

Os desenhos são, todos, acom-panhadoi d* explicações claras, d* lá-cil execução!

PREÇO: CrS25.M

ÁLBUM N." 7

OenxqvBl de rec«m-n«»cldo

rrvakreic*» d«t metia um cuida»do todo e»e.p**>clal t "O Inxovtl

do BAfc»*" resolvo maglalrilmanleo problAma I

Ê»ta* álbum eofiiem \r\\mrmm%\mr\-tl»e>lrrto« «ug«*to*l, qua» orlentaimfaotlmenta a confecção do um•nxovBl boatortto prAtleo o. elomdo m«l«, algo gracloao, »4o «n-corttodoros «ao os motivo» dodeaenhof d* rltee* qua nuas* pA-aJnos apra*entem.

PREÇO. Cr* 29,00

9-'êUéC cta4r<HOÚ/tt4ÁLBUM N.

A final.. . Noive ! fere aqueles

que em breve concratlterÃOleu* ideeil de emór, «preienUmoiéite ilbum que é um completomanual de tugeítòei « conselhos,um verdadeiro colaborador deinoivei na confecção das pecai dtum emoval ptetico, elefante •-«ncanledof I

São 44 páeine» contendo OI¦ialav' orlclnelt desenho» • »uaei-tõet, com euplicacòei minunclotast completa* pAii * execução do»trabalho*.

Gtntil noive, com ét-le álbume ptoklaml de K» tfi»o»al ailwileioMdo 1

PREÇO: CrS2S.N

®

•SotcCctAc ÁLBUM N." 4

Interessantíssima

variedadede riscos e modelos detrabalhos na meríida da

execução ! Sugestões admi-ráveis, próprias para cama emesa, enfeites, e de uso pes-soa). Adornos graciotsos pa-ra o Lar.

Álbum, em gr; ride for-inato, com 40 pág nas quetodas as donas de c»a apre-ciam imensamente ! Suges-toes maravilhosas I

PREÇOí CrS 20,00

li AJAA

|

ÁLBUM N. 2

Contém

uma rica e va-riada coleção demotivos para bar-

ras de toalhas de jantar,panos para móveis, cen-tros de mesa, paninhos,barras para toalhas dealtar etc, podendo osmodelos ser execu-tados também emcroché.

PREÇO: Cr S 15.00

li U7 ÁLBUM N.» í

Q-ÁLBUM N.° 3

uem não precisa, da quando em quandodc um monogrem»? Este álbum rtune

*m suas inúmeras páginas os mais interessai*-tes tipos dc monogramas.

Um desfile dc letras, nos mais variadosestilos, com possibilidade* dc centenas decaprichosas combinações! O mais completoálbum que existe no gênero !

44 pagines úteis e bem feitas.PREÇO: CrS 15.00

3oldcuxUtfÁLBUM N." 2

A-nove edição, muito mclhoiade, teime *m

*UA* paginai bonito* tiabelrioj. na* coreiprópria v cipecielmentt deienhedoi pare omundo infeni>l.

Ot desenho*. Iodos muito gracioso*, »àodt lACtl execução « forem preparadoi justa*mente no ;entido de desenvolvei entre a jen*te miude o bom coito peío bordado.

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PREÇO: Cri 1*,**

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0/totObdtctoú

ÁLBUM. N.° 1

A final êp»t4€» o álbum de trAlhes da ponto 6* crus, tio de

i«do ! Os mais baios desenhos,UmanKo de eiecucão, em CÒrpiópria* I

Os babilfioi dê*te álbum,d» colorido, nas sucastda» mais orin»ii a encantadora», tetiilaiepn intei«anta !"

Guami<;6e*, "p*neau«", apliCOcs .,. Grande variedade d* traitkos 5racio»oi !

1 |peEÇO: Cr 5 2*.**

T O D O 9¦*¦ ^^ *-^ \-S \J estes álbuns são editacpela biblioteca de "Arte de Bordar" Procure nas li\rias e jornaleiros. Faça seu pedido acompanhada respectiva importância, ou pelo serviço deembolso postal. Pedidos á S. A..O MALHO—Rua Senador Dantas, 15-5" and. Caixa Postal, 880 Ri

ÁLBUM N.' 3

^3 M_\s^js_s_[*~~** \ ,^C ^9mT\

V"/"erdadeir* maravilha cm dcienhoi magnífico» ! Oi trabalhosque a( 44 paginai deite álbum apresentam, latiifaiem ao

maii apurado 30».o <m beleu • distinção !

Oi dcienhos doi riscos, de «jrende originalidade, jão «pre-itnUdoi em grande formato, com mlnunciom explieaçõei, ter*nando a execução do trabalho muito fácil.

Este álbum é o mais perfeito que existe no «j entro I

PREÇO: Ctl25,0«

COPA E

COSINHAÁlbum N 3

f~\ nome revela bem o valor deite ilbum: muitoi e>-' muitos desenhos, modernos e originais, para obom aspecto das copas e coilnlia». Com capa < core».dois esplendidos suplementos em grande formato.

üooo/wntò

ALIUf H. 3

Em fascinante colorido,

ètte álbum oferece,em detenhoi lingüista»,com a» cote» próprli»,uma variedade imensa detrabalho» — tapetei, aplj-caço»,

"paneauK '.

gwrnições, «te — na me-dida da execução. Umverdadeiro encanto I

Para os que apreciambonito» trabalho! em pon-to de crui, élte álbum éindispensável 1

PRCCO: Cr$20.a*'m____m______fl

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*jMr>\mm1 i///]^\ 7iotMÍmíai

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£'< ¦« .N>.™ d. r.J rtllo.<»/n N^cPÇ/í TtTi^^JimW

^«rdíd.*,. ccl^ío d» ».b.ll»oi «ijln.iiMotivo, p.-\ \_\\ *¦ ¦¦•''* [^HS'* toalha», rrofihài, lençol t, panoi de mata. As ie»ho- \mf W^T-J >»aW'•¦ encontram mi 44 peetnas dê»U álbum devenho» jJU Ij Vi >tf X /|H"•••vilhmo., com a» «ai» ampla» «.pltca<oa»S\paia tW V j V/ _W'«'I execução doi trabalho»' M~ T S \ÂwkAtiuntoi _% " iHifeeie ", e»»im como modelos de roupmhat para ^L t / ,,_f^mm_t«ri..,., {„, libu„ 4 „„ «..nml d. Iíikím i.j.ilo.i i» dou.» d. 9k l_^A_^ ^f

PREÇO: Cr J J5,H WjíHtW-^ÍVs

0 ÁLBUM N'7

A mulher elegante e-neontia nesteálbum, primorosamente orga-

nizàdo, inúmero» desenho» de mo-delos de "peignoirs", "soutiens",

blusas, combinações, camisolas, apli-cações todos na medida da execu-.çâo, e muiios outros trabalhos quecompõem a graça • * distinção damulher moderna I

As paginas dêsle álbum, degrande formato, foram eniequecidascom oa mais belos riscos, desenha-do» para o encanto do belo mxo '

PREÇO Cr» 25,0»

Ai Mie. dedkam, com ma|p,wna etpocl»! «tenelo i cor»-

feccio do etiioval do rectm • ett-eido I O alowa» " ftowpMha» doN*m«" i«iofv« perfeilamanta oproblema ¦

Quanta* lyeeitõe» %% tu-cont/am p>»i»te delicado álbum!Belo» desenho», tendo em viste oeonfÕs-to, sento pfátko e e*aeIotl-dade na xon/eccio das peças doeneoval do bebe.

Os desenhos lio aeompa-nhados de amplas eaplleaçdes pa-re licil exececio dos «abalkoi I

Álbum de Indlicutível utili-¦'

PRIÇO: Crt 25.M

\ \ Aspí ãíW^)

MMrCguAutto JhJLhSÍ

W ÁLBUM N.' 7

Üste álbum Io' pteperado exclusivamente para tetolver o problema de*-¦ indumentária dei crianças I Em iuei 40 p.jinn as ss.ieaul.ai encon*trerio grande variedade de modeloi de «ettldoi e rowplnhai.

As denai de cai* etse coituram para os teui fllhinhai, meimosem frandei conhecimentos do asiunto. poderio eiecutar oi modelo»,tado» »..oo,o, i praticai, ta viiluda da» tipllaattti clarai qut oálbum oferece

Um .Itum-li,«,,„<, d< iiandi .tllldada nn L«tt IPREÇO: Cr»2õ,00

\^-__^^^mmiemtímtmL_\j \\ »L«UM

N. 7

conforto do Lerdevetwiem motte] do bom - jostorlno. fct*e i "

t álbum COSOCS i Islçio das mios lesninlnes, modelo* nsieperaveti em aptVaçAet de -pon-to cheio, ponto tosete* e crivo. Gtsmltftet de Impecável baleia emdeianho* de rtseoa oripinali, na medida de exectrceo.

tua alaaai I dt ml atlMad» aa Laf IPREÇO: CrS2ã,M

ÁLBUM N.-S

El* • álbum feito exetusiva-

monto poro •driontor t dorluOott&oi òs noivos, no tOr*.fo da conlocciOfior as p»Kosdo um onk-ovol moderno, pfã*tico e muito gracioso I

Os dosonhos, boseodossm motivos modernos - todosno medido da evecuçoo —sao acompanhados de enpli-COCOOS detalhados, tornandoo trabolho fôcil.

Soo 44 paginai contendoDecai do como o mesa, "lin.gerio ", enfoitos encanta do rei,«números tuge>st6sn> e conte-lhot poro odôrna e confortodo futuro Lar, que fazem dos-te álbum um índiipenicWel co-loborodor dot noivos.

PRIÇO: CrSta.lt

mli II

TODOSA V-/ JL-p* \.y KJ estes álbuns são editadospela biblioteca de "Arte de Bordar" Procure nas livra-rias e jornaleiros. Faça seu pedido acompanhadoda respectiva importância, ou pelo serviço de re-embolso postal. Pedidos á S A O MAI.HO—Rua Senador Dantas, 15 - 5V anH Caixa Postal, 880 Rio

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

CURIOSIDADES HISTÓRICASmundo conhecido no século I depois deCristo era o seguinte: os romanos co-

nheciam o norte da Europa até a Dinamarca eo litoral sul da Escandinávia; a leste, as mar-gens do rio Ural, que chamavam Citia; naÁsia, sabiam que a índia tinha sido percorridaaté o Ganges; na África, seus conhecimentosgeográficos se detinham no Saara e nas nas-centes do Nilo.

Antes deles, os. chineses conheceram todoo Pacífico; os noruegueses tinham descobertoa Islândia, chegando até as plagas americanas.Anteriormente — segundo se afirma hoje —os fenícios haviam contornado a África e es-tiveram no México e no Brasil.

\ x ^ x N x x*ih - ff -^ «/A ik/T * // \l/) \

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Ah! Eu não perco um banho demar, mesmo que chova

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LABORATÓRIO: Roa Sousa Dantas, 23 — Rio.

AS TESOURAS

A tesoura, esse objeto que as mulheres consideram

de primeira necessidade, tem origem muito remo-ta. Seu nome vem do laim "coetus" que significa "cor-tado", apesar de que se chamavam, primitivamente,"forces" e, depois, "cisei".

Na antigüidade a tesoura era feita de dentes deanimais, muito aguçados, ou de pedras de jasjpe e cris-tal de rocha, finamente polidas. Mais tarde começa-ram a ser utilizadas as folhas de bronze, mais afiadase cortantes. Reunidas aos pares, deram forma defini-tiva às tesouras.

Sob este feitio, por volta do século XVI, se tor-naram conhecidas no mundo todo, datando dessa épo-ca magníficos exemplares de ouro e prata, artisticamen-te trabalhados e incrustados de pedras preciosas.

No meio do século XVI certo italiano teve a. idéiade cruzar as lâminas e de acrescentar anéis nas extre-midades. E, com esse feitio, Cornadas populares na Eu-ropa, graças a presente feito à rainha da França peloDuque de Veneza, chegaram as tesouras aos nossosdias.

O SAPATO TODOS

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esquina de Dias da Rocha

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

CuriosidadesNo mundo inteiro, so existe um

farol náo assinalado naa cartas geo-cas; ca no deserto do Arizona,

iSstactas Unidos, e serve para m-dicar o local do poço de água pata-vcl, à disposição dos viajaniea.

• :O pr;mein> exército permanente

composto de guardas e tropas regu-lares foi criado por Saul, rei de Is-rael, no ano 1093 antes de

"cristo.

O fragmento de manuscrito maisgo que se conhece é o rolo de

papiro descoberto em Saggarah, em*1893, o qual data da 5.* dinastiaegípcia e fala ,dP teinado de Tat-Ka-Ra.

•Uma gota de sangue humano, do

tamanho da cabeça do alfinete, con-Sérn cerca de 5 milhões de células.

•Existem crês lugares no mundo

3 se encontra estranha neve deoação verde: nos arredores do

Monte Hekla, na Islanda; nas pro-ximidades da émbocadura do rio Obi,

Sibéria; e próximo a Quito, no' Kquador.

«àk. '^^*fts*samrvn"Mâl %W~

-AO VALSA.faz dos fracos fortes.infalível nos casos osesgotamento

ANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSONIA

FALTA DE APETOTBjB OUTROS SINTOMAS DSFRAQUEZA ORGÂNICA DKCRIANÇAS & DE ADULTOS.

Lei. "TIQUINHO"

Nomes coloridosReconhece-se que, muitas veses, os

nomes geográficos são muito impro-prios ou apenas ligados a minúciasde menor significação. "Mar Ver-melho , por exemplo. Trata-se, naverdade, de mar azul ou verde comoqualquer outro. Nas costas da Ara-bia, entretanto, os rochedos que o bor-dam são vermelhos — de um verme-iho-òca — e isso foi o bastante paradar nome a todo o mar. A mesmarazão encontramos para o "Mar Ne-gro", que, principalmente no litoralturco, banha rochas basalticas detom negro azulado. Por que "Flores-ta Negra ?" Simplesmente porque secompõe de pinheiros, cuja cor, emconjunto, não é clara, noas tambémestá longe de ser negra. O "Rio Ama-relo", que se chama Huang-fio e vaido Tibé ao golfo Petchill, é de fatoamarelo devido às areias tibetanasque carrega em suas águas. O "RioAzul", chamado lang-Tsé-Kiang, temaquele nome porque é artéria comer-ciai importante e, na China, o azulé simboio da riqueza

lyv ^-"-^^ Que bom! \fò -%> ^ Mamãe agora só vai nos dar JV ^'s^Tâ MANITOL! M

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^J Um laxante saboroso, qne os crianças tomam ^F^^^ {*[ com prazer. Ndo produz efeitos violentos jW

\ ^J^^y /' podo ser dado aos pequeninos com inteire ^^\ ^"^ ^x confiança. Todos os distúrbios intestinais, into ^j<r\x ^0W**r xicações e prisão de ventre infantil, tratam se ^^

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* 5 I

ALMANAQUE 0*0 TICO-TICO

A LENDA DE TESEUA lenda de Teseu assemelha-se à de Hercules.

Este foi o herói de toda a Grécia. Aquele o foi apenasde Atenas. Era filho de Ageu. rei da principal ei-

dade da Atica e de Eletra, filha do rei de Treren.

Distinguiu-se principalmente pela força e pela bra-

vura. Muito criança, voltava certo dia para sua casa

quando divisou uma pele de leão que Hércules ha-

via abandonado. Julgando que se tratava de fera

viva, lançou-se a ela de machado em punho.

Ao chegar à idade viril, aventurou-se a muitos

perigos. Afrontou as mais temíveis situações. Suas

façanhas são notáveis. Dentre elas se destaca o com-

bate com o Minotauro. Naquela época, Minos rei de

Creta, para vingar a morte de seu filho, exigia dos'atenienses que lhe entregassem, anualmente, sete jo-

vens. üssas vitimas deatinavam-se ao Minotauro,

monstro que habitava um inextricável subterrâneo,

constrido por Dedalo, chamado Labirinto.

Dicidido a livrar sua pátria de tributo tão humi-

lhante, Teseu se fez enviar por Atenas como uma das

vitimas. Em Creta, Ariadne, filha de Minos, o viu

e por êle se apaixonou. Ensinou-lhe por isso o

meio de se desfazer do monstro e deu-lhe um fio

para guiá-lo através do Labirinto. Graças a esse

auxilio, Teseu matou o Minotauro a golpes de maça,

libertou-se da intrincada teia e, unindo-se à prin-

cesa. voltou triunfante a Atenas.

Nem tudo na vida, porém, são flores. Teve a

desgraça de atrair a inimizade de Plutdo, que o con-

denou a viver eternamente sentado no inferno. Mas

Hércules o libertou.

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ESTRATÉGIA -A nlbal, o grande general cartaginês, descobriu

**• que, ao cair da noite, o inimigo estava acam-pado em um profundo vale, à volta de grandes fo-gueiras flamejantes. Ele sabia que o inimigo nãotemia um assalto noturno, porque mesmo o anda-cioso Aníbal não tentaria atacar na escuridão umaposição desconhecida.

Deu então ordem aos seus homens para quereunissem 200 bois na cabeça do vale, colocandograndes tochas de madeira resinosa nos seus chi-"res. A um dado sinal, as tochas foram acendidase o gado despencou morro abaixo. Os animais, comsuas 400 tochas a arder, romperam desabalada-mente pelo acampamento a dentro, causando pâ-nico e destruindo tudo, incendiando a área inteira.

Então, Aníbal carregou com as suas tropas,desbaratando um inimigo já completamente des-moralizado.

Rica em vitaminas, cálcio e fósforo

EMULSÃQoESCOTtTÔNICO DAS GERAÇÕE S

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

MM?®5} **-S^^

<7<cToa-^-r -'diga*que eu lhe disse:-Uso enao mudoJUVENTUDE

ALEXANDREPARA A BELLEZA DOSCABELLOS E CONTRACABELLOS BRANCOS

A DIVISÃO DO TEMPOA divisão do tempo em semanas

é muito antiga; e isso é bem com-preensivel porque corresponde às ia-ses da Lua, o corpo celeste que maisfacilmente pode ser observado peloshomens e lhes oferece medidas re-gulares do tempo.

Encontra-se a divisão das sema-nas nos mais remotos documentoscaldeus. egípcios, indianos e chine-ses. Na Europa, entretanto, sá foiadotado com o advento do Criscia-nismo

Não diga nada amamãe!

Saber* AJiciah* -jnatdat o tf todo«K toa D* «t» ceabsodo t

I* afohccx saca o logst«—<k —«»¦** sturtto «h, «o -««ta, p,-*OSM.

"«o»* Sto )cto. p*ra «usm*.

•°Pr S. |oso alw cjaç,, , ^i,,,, _^¦sai coa gaa

fDEAL

DA CRIANÇA

SO' E" SEGUNDO PARA OLEITE MATERNO

^ COLOMBO j^

Curiosidades sobre o numero 9Fontenelle descobriu curiosa pro-

priedades do algarismo 9. Por exem-pio: os múltiplos de 9 dão sempre9 — quando se somam os algaris-mos que os compõem. Assim, 2 ve-zes 9 são 18; em

"18 os algarismos 1

e 8 somam 9; 6 vezes 9 são 54 — 4mais 5 igual a 9. Até os múltiplosmtermináveis se enquadram n_ re-gra. Tomemos o número 123.946.789,formado pelos nove algarismos sig-nificativos. O seu total é 45 — 4

l 9 & i

mais 5 igual a 9. Multiplicado por9, o produto é 1.111.111.101, cujasoma é 9.

Mairande, em 1770, verificou ou-tro fato curioso com o número 9.Toma-se qualquer número e inver-te-se. A diferença da constantemen-te 9 ou múltiplo de 9. Tomemos onúmero 321. Invertido, dá 123. Fei-ta a subtração, obtem-.se 198. queé múltiplo de 9. Isto acontece coirTqualquer número que se escolher.

9

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

n ___I_______íb^Pv^^M-^ -asar

UjT / íí\ /W í i I /

C... /^ /m^^

UM SEGURO OE SAÚDE PARA SEU FILHO

1 l¦l¦r_^^^ri^^ffJI,'^^l^

/

Um seguro de soúde poro seu filho Ctiodo especial-

mente poro purificar o sangue das crianças, Loctargyl¦ composto de hidrargyno iodado e vitaminado

Seu eleito imediato - estimular o opetite •auxiliar o diges-

tão-faz-se sentir dentro de poucos dios. £ o indicação es-

.pecifico - purificar o sangue - valerá poro seu filho como

um seguro de saúde para a vido Inteiro.

toicitit iuiuíii »» miimii 01 siitiis iiiiiiii

CÜJ IDADES

N ita-

->t>Cmc><>c>c>C><><><><><><X><><>0 J><>0<>0<>0<><>c><><><><x><><><>0

l O ANJO DE TAMANQUINHOS>

O anjo, imitando os pobresinhots,? deixou, de leve, a Catedral\ • e foi andar de tamanquínhos,

pois desejava ser mortal.

Tudo era um sonho matinal . . .Ingenuamente, seus pésinhos ,

em ressonância.de cristal,iam seguindo, nos, caminhos . . .

Vagou . . . vagou . . . Olhando os ninhos) perdeu-se, a noite, entre os espinhos . . .

de uma floresta quase irreal, \Mas, Deus, sorrindo, paterna!,iluminou seus tamanquínhos ....e êle voltou à CatedraL

vercaneta.

• uma cidadezinhaliana vivia um garo-

to que costumava con-templar as estrelas e fi-cava a cismar horas in-reiras. Uma noite êle viuuma estréla^cair e ficouadmiradissimo excla-mando para o pai que es-tava sentado:

Papai, onde foi quecaiu aquela estrela?

Não foi estréia, meufilho. As estréias estãotodas no seu lugar; O queparece que caiu foi ummeteoríto, um pedaço deastro fragmentado, que,percorrendo o espaço agrande velocidade, incen-dk>u->e ao entrar em con-taty> com a atmosferaterrestre, devido ao atri-to. Ou consumiu-se in-teiramente, ou voltou aoespaço desprovido de oxi-gênio.

Esse garoto ficou comtanta curiosidade de co-nhecer os astros que seentregou ao estudo daastronomia. Mais tardetornou-se o famoso as-tronomo Schiapareili.

O escritcr Alíred De Vig-ny serviu-se durante vin-te anos da mesma canetapara escrever seus livros." Cm dia, em que não a en-controu no respectivo lu-gar, nâo conseguiu escre-

uma sé palavra com outra

P A D U A DE ALMEIDA

0<XK><><K><X><>0<>«<><>0 OOOO <>00<><><X><X><X><><><X'0<><><

1.0

Ò famoso escritor Júlio Verrié,quando escrevia seus romancesde aventuras cientificas, tinhalivros e mapas sobre a mesa, ascadeiras, pelo chão, em desor-dem aparente, mas êle sabiaonde encontrar o que precisava,cabendo que uma cadeira repre-sentava a Europa, outra a Airi-ca. outra a Austrália. E cos-tumava dizer qüe viajava pelomundo inteiro sentado na suapoltrona.

Mcolau Testa, o famoso ele-tricista, captava uma carga elé-trlca na mão e a descarregavapobre os acumuladores com oestrondo de um raio.

I 9 5 I

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O MELHOR

K''X'| srfj\) pAftA-AS CRIANÇAS

™>^ C 0 L ET! 0DOS LIVROSINFANTIS DE

*Mrmo&BAro24 OBRAS PRIMASEM 17 VOLUMES ENCADERNADOSMAIS DE 500 PAGINASCOM 750 ILUSTRAÇÕES

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REINAÇÕES DE NARIZINHO.

3 CAÇADAS DE PEDRINHO £ HANS

STADEN.

5 MEMÓRIAS DA EMILIA E PETER

PAN.

7 3E0GRAFIA DE DONA BENTA.

9 D. 0UIX0TE DAS CRIANÇAS.

II HISTORIA DA TIA NASTACIA.

13 0 MINOTAURO.

15 FÁBULAS.

PEÇAM CATÁLOGOS E INFORMAÇÕES SEM COMPROMISSO

2 VIAGEM AO CÉU E 0 SAC4.

A HISTORIA DO MUNOO PARA AS

CRIANÇAS.

6 EMILIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA EARITMÉTICA DA EMILIA.

8 SERÕES DE DONA BENTA.

io poço do Visconde.

12 O PICA-PAU AMARELO E A RE-

FORMA DA NATUREZA.

14 A CHAVE DO TMANHO.

16-17 OS DOZE TRABALHOS OEHERCULES, em 2 tornos)

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I 9 5 | 1!

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

EIS A VELOCIDADE DESTES

Olince era, em tempos antigos, um

animal doméstico como o cão oucomo o gato.' Atualmente vive emestado selvagem, destróe as manadase é constantemente perseguido.

TIGRE:112 km.

ANTÍLOPE:96 .km.

KANGURÚ:72 km.ZEBRA:64 km.

GIRAFA:51 km.

ELEFANTE:40 km.

CAMELO:24 km.COBRA:

9 km.ESCORPIÃO:

48 m.

ESPADARTE:96 km.ATUM:70 km.PEIXE

VOADOR:56 km.

TUBARÃO:42 kmTRUTA:37 km.

BALEIA:16 km. -

ENGUIA:12 km.

POLVO:6 km.

CAMAR&O:400 m.

Apegada do camelo é a única que X LGUNS rinocerontes de uma es-

se não pôde confundir com a de ** pecie chamada branca — e énenhum outro animal, porque os de- preta — têm chifres que chegamdor. t,o> seus pés estão unidos por um a alcançar cerca de dois me-calo. troa.

(j^O^S^IJ^ ' 7!!^^^^^^^^^^^Úiih^-^ÍÉ^'^^& ^ ^^>

12 19 5»

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

ANIMAIS (QUILÔMETROS POR HORA)

üaã § fi ^"* Pzs jtfTs* ***& j- W . ^_ _Ja^ 9 ^^^^ ^^¦^¦iBBB^^^^W** ^w 1 f T\ II lll, 4^HH_P

A carne do alce africano — animal parecido comum boi, de chifres mais desenvolvidos — é a

melhor que existe. Segundo a opinião de algunscaçadores, sua carne pare .v » de vaca, mas muitomais delicada e a par+-^ d,. r,eito. é um manjardigno de um rei.

I 9 5^1

FRAGATA:417 km.

ANDORINHÃO:350 km.FALCÃO:322 km.

ÁGUIA:193 km.

ALB ATROS:165 km.POMBO:144 km.CISNE:88 km.

CORUJA:64 km.

ANDORINHA:51 km.

PELICANO:41 km.

GAVIÃO:40 km.

MELHARUCO:33 km.PATO:12 km.

•LIBÉLULA:

88 km.BORBOLETA:

53 km.TABANO:

48 km.ABELHA:

24 km.GAFANHOTO:

16 km.MOSCA:

8 km.MOSQUITO:

5 km.ARANHA:

2 km.CARACOL:

112 metros.MINHOCA:20 metros.

As leões com abundantes e imponentes cabelei-^ ras, só se vêem no circo. Os leões que vivem emliberdade, entre matagais e matas espinhosas, têmpouca eu quase nenhuma juba e, quase sempre,pouco maior do que a das fêmeas.

(3

ALMANAQUE DO TICO-TICO

NA BAHIA TEModerai o

i. Na Ba-h,-a . tem TEM. TEM.•t*

TEM NA Ba-H»-A TEM. 0 Ba-HMNA¦¦ j>, t; 4, . —¦—

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CÔ-CO DA Ba- Hl -A MEU BEM, CO-CO DE VIN-TEM.3=©

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Na Bahia tem,tem, tem, tem. . .na Bahia £em,

oh! Bahiana,coco de vintém.

Na Bahia tem,tem, tem, tem. . .coco da Bahia,

meu bem,coco de vintém.

Na Bahia tem,vou mandar buscar,lampeão de vidro,

oh! bahiana,ferro de engomar.

Na Bahia tem,vou mandar buscar,machina de costura,

meu bem,fole de soprar.

IvEJA NA PAG. SEGUINTE A EXPLICAÇÃO DE COMO SE DANSAESTA DANSA FOLCLÓRICA.

14 I 9 5 i

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

NA BAHIA TEM...^¦»A>W^^V>^^^»*^^^^^^^^^^>v

(EXPLICAÇÃO DA PAGINA ANTERIOR)

AS críançass dispõem-se em duas fileiras — uma de meninos, ou-

tra das meninas — cada cavalheiro em frente à sua dama edistanciados entre si uns sete palmos.

A. — Enquanto entoam o canto do compasso n.° 1 ao a* 2 damúsica, dão três passos à frente, batendo palmas três vezes, umaem. cada passo (as palmas vão assinaladas na música por umacruzinha); do compasso n.° 3 ao n.° 4, cantando e batendo palmas,dão três passos para trás. Durante «>s compassos 5 e 6 avançamnovamente, e rtc 7 e 8 recuam, sempre cantando e batendo palmas.

B. — Por um instante o canto se interrompe, as crianças cum-primentam-se e trocam de lugar entre si, isto é, atravessam todas ocampo da dança, passando a fileira dos meninos para o lugar emque estava a das meninas e vice-versa.

cp> ¦+— — — — — «h»

Meninas c2? ¦*¦¦"¦»«¦•—«¦»«¦•¦¦ <*s^ Meninos^^ r-s t—t r—-\. t ¦ —e i—r -» *"— • a0a)

<=0 oocaacacsss» •»»

C. — Reinicia-se o canto, exeeutando-se os mesmos passos jádescritos na parte A.D. — Segue-se a polca. As crianças, agora em pares, cada uma

cem o parceiro que lhe estava à frente durante a primeira parte,dançam livremente até o fim do trecho cantarolado.Segue, então, o canto com as duas quadras restantes, poden-âo-sé; para variar, executar os seguintes passos: as crianças em

frente de seus parceiros, mas agora dispostas em dois círculos con-cêntricos, prepararnose para a "chames de dames". No primeirotempo do primeiro compasso cada parceiro estende a mão direitaao seu corapanheiro em frente; no momento em que as mãos seapertam a dama deve passar para o lugar do ¦ cavalheiro e vice-versa. No primeiro tempo do segundo compasso a troca já foi feita! cada parceiro passa para o lugar anteriormente ocupado peloCompanheiro. Repete-se o mesmo no 3.° e 4.° compassos, sendo quedesta vez o aperto de mãos é feito com a mão-esquerda e com oparceiro seguinte. Compassos 5 e 6 novamente com a direita e 7 e3 com a esquerda e assim por diante, repetindo-se o canto até que°s pares retomem a posição inicial. Recomeça então a polca emPares, para terminar a dança.

Pode-se variar o canto fazendo ora a fileira das damas, ora a«os cavalheiros, entear a quadra, ou ainda uma cantando os doisprimeiros versos e a outra os dois últimos, seguindo-se em corogeral a quadra seguinte.

19 5 1

Depois da operação

ÈÉi<&£> <mmmm^ <*&

— Não precisava costurar tanto,mas quando éle voltar a si,já ficará sabendo quanto me

deve . . .

Êtd, Maestro!!

Y j} X m

V *L ->' J !-,*

J-j V ? X.^

HA.av«-y.

15

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

A TORRE EIFFELA

Torre Eiffel, que é, por assimdizer, o distintivo de Paris, a

sua singularidade mais univer-sàlmente conhecida, tem já-cer-ca de sessenta anos de existên-cia. pois foi inaugurada a 31 deMarço de 1889.

Quando a bandeira tricolor tri-untou no alto dessa Torre, queglória para o seu construtor!Era uma autentica vitória. Êleteve de vencer resistência de to.da espécie, resistência de técni-cos e resistência principalmentedos que amavam a beleza de Pa.ris, e achavam que o monstro deaço iria maculá-la.

Nada menos d& que trezentos"apaixonados amante* e defen-sores da beleza ameaçada de Pa-ris' peticionaram ao governo

contra a sua contração. Entreos signatários figuravam o com-positor Cdarles Gounod (quemais tarde se confessou venci-do), o poeta e autor dramáticoFrançois Coppée e AlexandreDumas, filho.

Verlaine dizia: '"Nunca vi nadatão horroroso !". Guy de Maupas-sant fugiu para não ter sob osolhos aquele fantasma torturan-te e inevitável" João Karl Huys-mans achava-a uma "desonra pa-ra Paris7'

Estes juizos, hoje quase nãopodemos compreende los. A-

Torre tornou-se um dos elemen-tos da paisagem de Paris.

Alexandre Gustavo Eiffel nãose deixou intimidar por nada.,Engenheiro brilhante, com um"record" de feitos técnicos deprimeira ordem, já tinha estadono Japão e na Rússia Os rios daIndo-China, da Bolívia, da Hun-gria, o rio Douro, no Porto, sãoatravessados por pontes audacio-eas como concepção e perfeitasentrada de Nova York, e foi ofe-tecida pela França.

Em 1861. com 29 anos de idadeapenas, construiu o notável via-duto sobre o rio Oarona, em Bor-deus, e, em 1879. a famosa ponteGarabit, na França central,

Eiffel foi, também, quem cal.culou o esqueleto de aço da está-tua da Liberdade, que se ergue àentrada de Nova York, e foi ofe-recida pela França.

Tinha o engenheiro 53 anos,quando se iniciaram os trabalhosda Torre. Os primeiros doisanos consumiram-se completamente nos desenhos e nos cál-culos matemáticos. Durante todoesse período, quarenta desenhado-res e calculistas trabalharam nosplanos da estrutura. Todos os de-senhos como os cálculos foramtão perfeitos que não sofreramdepois a menor alteração no cur-so das obras. Tudo se previra comabsoluto rigor científico. Bastadizer que os pormenores do planoocuparam cinco mil folhas de pa-pel, cada folha com 40 polegadas-por 30.

Em Janeiro de 1887 , as funda-ções começaram. Para cada umdos quatro grandes pilares foi fei.

â

ta de uma base de oitenta e seispés quadrados. As fundações des-eeram a 51 pés e repousavam emchaves em forma de "T", muitoabaixo do leito do Sena. Em Ju-nho, terminadas as fundações aTorre começou a subir e, dois a-nos depois, estava completa.

Tem, como se sabe, três plata-fôrmas colocadas: a primeira, a57 metros ; a segunda, a 115 me-tros; a terceira, a 276 metros dealtura. Sobe.se para elas por meiode escadas e ascensores. Por cimada terceira plataforma, há umacúpula contendo um farol, enci-mado, por sua vez, por uma quar-ta plataforma situada a 300 me-tros acima do solo.

Foi batisada com o nome doconstrutor. Trouxe-lhe. além dis-so, honra e dinheiro. Logo rece-beu o grau de oficial da Legião deHonra Como o maior acionista,não tardou a receber dividendos,cada vez mais elevados. O finan.ciamento da construção importouem 7.800 000 francos. Em doisanos, a importância estava paga.

Alexandre Eiffel, porém, depoisdesse feito glorioso, não ficou ina-tivo. Tornando-se um homem ri-co. interessou-se pela aerodinâ-mica. Em resultado dos seus estu-dos, recebeu, em 1913, a medalhado Instituto Langley, como pré.mio dos seus esforços pelo des-envolvimento da aviação.

Ajudou Marconi e Brandleynas suas experiências de telegra-fia sem fios A sua própria custa,'instalou

a primeira estação ofi-ciai de rádio da França, no altoda Torre. A sede dos serviços derádio na França ainda lá se en-contra.

Eiffel morreu aos 91 anos, em1923. Era um velho bondoso,,mo-desto, que nem a glória nem afortuna desvairaram.

I 9 í> I

ALMANAOUE D*0 TLCO.TJCO

O ENGENHEIRO NAMORADOR...

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.,.E O RESULTADO«95 1 J7

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

__nganam-se os que supõemSerem coisa^ inventadas.Fantasias de poetas,Os belos contos de fadas.

Ocnrreu, faz pouco tempo-,ym fato bem assombroso.Vou narrá-lo. Pouco importaMe taxem de mentiroso.Linda história! Terezinha,Uma formosa menina,Era bóa e ia vivendoSob a proteção divina.A mão de Deus a amparavaTodo g instante. Dir-se-iaQue tinha sempre a seu ladoJ<_sus e a Virgem Maria.

Ao completar os vinte anos,Disse a seus pais Terezmha:"O casamento é um perigo. ..Prefiro ficar sòsinha"."Não, minha filha! Não tenhasReceiq do casamento.Inda existe neste mundoHcmens de bom .sentimento".

Respondeu-lhe assim, os olhosS_ren;s presos na Altura,Sua genitora, que eraUma santa criatura.Terezinha ouviu atentaO bom conselho maternoE, tal como 0 sol radiosoDestrói os gelos do inverno

Nasceu-lhe na alma medrosaUma doirada esperança.Voz interior a animava:"Deus te proteje, criartça!"Não se passara inda um anoE eis que um dia TerezinhaVê entrar pela janelaUma mimosa avezinha.Chama todos para vê-la.

Minha mãe, é um penquito !,Exclama. Que olhar ! que penas !Nunca vi um tão bonito!"O bichinho vôa em tomoDa sala e pousa, contente.No ombro da jovem, que o tomaNas mães, beija-o ternamente .

Nisto t— assombro ! maravilha.!Diz êle: "Muito obrigadoPor tão, gentil acolhida.Sou um príncipe encantaiNasci num rico palácio.Ò meu berço era um tesouro.Meus sapatinho. e vestesEram bordados a ouro.

LI

DRH

I5TOR

Ifi

Davam -me como brinquedosOs mais preciosos brilhantes.Derramavam-me no corpoEssências inebriantes.Uma velha feiticeiraMe pós, cruel, neste estado.Não duvideis de que eu sejaMesmo um príncipe encantado.

Eff longo tempo que vivoPelas florestas. Entanto,Si me casasse, veriaTerminado o meu encanto.

A feiticeira me disse',Apontando o firmamento:"Só deixar ás de aveSi encontrares casament* ". /

Um príncii>e !. .. TerezinhaEstá suspensa, extasiada,Tem ela nas mãos um príncipe ?'Que ventura inesperada !

Pede aos.país conseRtirnentoPara casar-se compele.E acrescenta: "Estranha'força

A fazer isto me impele !"Concorda a família inteira.Tôüa a cerimônia do atoSerá em casa, evitando-seMuito reclamo e aparato.

Segredo é coisa que vóa...No dia do casamento,A Casa e a rua se encheram!Chega, afinal, o momentoDa cerimônia SilêncioProfundo. Quando, risonho,O juiz declara feitoO que lhe parece um sonho.

Dá-se um milagre estupendo:As penas do periquitoVão caindo, vão caindo...De repente, ouve-se um grito."Que estará acontecendo?".Pergunta, ancioso o povo.Dando mostras de alegria,Surge um homem belo e novo !Suas maneiras distintasE o seu traje luxuosoSão incontestável provaDe um passado grandioso.A multidão bate palmas,Vibram, estrugem louvor *O príncipe e TerezinhaFicam cobertos de flores !..,

PAULOALBERTO

Também estive na festa.Comi doces, uvas, figos...Trouxe de tudo um pouquinhoPara os leitores amigos.

I 9 5

(

«1.o

w^}

O Almanaque d'0 Tico-Tico, ao surgir mais estasua edição, esperada, co-mo sempre, com interêsee alegria pelas criançasde nossa terra, congratu-Ia-se com os seus leitores

pela entrada do ano no-vo, e a todos envia osseus melhores votos defeliz Natal e grandes ven

turas em 1951.

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-AtMANAQUE D'0 TICO-TICO

l__ V(k _B _*f

HISTORIA DE PEZEMBROA HISTORIA QUE VAMOS CONTARREMONTA A MUITÍSSIMOS SÉ-CULOS ATRAZ, QUANDO OS DOZEMESES DO ANO, GUIADOS PELOPAI TEMPO, DESCIAM A TERRA,PARA ASSINALAR OS DIAS DEVIDA DOS HOMENS. PRESTEMTODA ATENÇÃO QUE É UMA HIS-TÔRIA MUITO BONITA.

TTRA nas longínqua*, terr-ís do Egito.

^"^ Janeiro já havia chegado, com» sempre frio. nu-

blado, tempestuoso; depois viera Fevereiro, mês e.smirnido

que, antes de desaparecer, disseminava sobre as margens

do Nilo os primeiros tons violáceos; a seguir Março, alegree turbulento, umas vezes mal-humorado, fazendo com asnuvens coisas caprichosas, pelo céu; Abril sereno e gra-cioso, que de vez em quando — entretanto — começava achorar sem motivo, e a chuva não acabava mais... Maio,

saturado de perfumes e com frescor de orvalho; Junho,

coroado de rosas, e em seguida Julho, forte e vigoroso, e

Agosto, sufocante e suarento, Setembro, com as vinhas pen-dentes de cachos tentadores e suas tardes suaves como cà-

ricias; Outubro, levando sempre sua paleta de pintor, pondo

seus toques avermelhados e amarelos nos bosques e naseiras; Novembro, triste e desolado, cuja presença só por si

causava arrepios, e Dezembro, finalmente...Como vocês viram os meses do ano manifestam seu

caráter conforme as regiões onde a gente se encontre.

Lá, nas terras d0 Egito, eles eram assim.Dezembro tinha vindo também, e ao descer à terra o

pobre mês se sentiu com profundo desalento e tristeza:A sua volta nào havia mais que desolação e frio.

Como me arranjarei eu agora? —- perguntou a si

mesmo, sobressaltado.Arruma-te como puderes — re-pondeu Novembro,

enquanto se afastava, mal-humorado. — Já estou cansado

e me vou!

20

E se foi mesmo, deixando o irmão, desorientado e te-meroso.

Vagou Dezembro um pouco pelos arredores, tratandode adaptar-se um tanto ao ambiente, e com a esperança deencontrar alguma boa alma que o reconíortasse e lhe dessecoragem.

Sua busca, entretanto, foi vã.Os orme irmãos, chegados antes, tinham, cada qual,

aproveitado a oportunidade que se lhe oferecia, desfrutando,uns mais e'outros menos, os frutos e vantagens da esuȍa<j.

Mas o inverno ali estava, mais terrivel e cruel quenunca, e as esperanças de passá-lo mais ou menos bemeram muito remotas. Fazia frio, muito frio!

A Terra estava coberta por uma crôsta dura. As ár-vores, os bosques e moitas pareciam mendigos que ii.iplo-rassem à margem dos caminhos. E as noites eram intermi-náveis, longas, enormes, ao passo que os dias cinzentosduravam como uni sopro.

E começou a nevar.— Coragem ! — disse a si mesmo Dezembro. — Tens

que pedir auxilio...Mas todos aqueles que encontrava em seu caminho se

afastavam indiferentes.Tratara Ue entabolar conversa com o primeiro que en-

contrcu, mas como reposta recebeu apenas monossilabos;

parecia que as palavras gelavam nos lábios das pessoas.Experimentou bater à porta dos ricos. Com casas tão

grandes, deveriam ter um lugar para êle... Vão empenho !Pouco faltou para que o jogassem, sem misericórdia, nocaminho cheio de neve.

E foi bater, então, à porta* de uma choça humilde: os

pobres o tratariam melhor, sem dúvida, mesmo porque êleera pobre também...

Sofreu, porém, um amargo desengano: bateram-lhe coma pi Tta no nariz!

Vamos, vamos! Nada de desanimar com o infortú-nio! dizia o pequeno Dezembro, cansado e faminto, va-

gando de povoado em povoado, de comarca em comarca,

arrastando sua extenuação e sua miséria.Ia-se aproximando o momento de abandonar o mundo,

e era esse o único pensamento que o confortava...

19 5 1

.ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

wA^^^^^W

Até que uma tarde, ao cair do crepúsculo, aoentrar numa cidade da Pale>tina. encontrou doi-,viano ites que — cousa estranha! — nao seafastaram quando 0 viram.

Eram um homem e uma mulher. Tinha elea barba longa e branca e um rosto sereno; ela.uma expressão dulcissima, da qual emanava tan-ta ternura que, embora sofrendo, caminhava comlentidão, mas sem proferir uma queixa.

E Dezembro os seguiu pa>so a passo, atraídocomo que por um secreto feitiço, e viu que, aoentrar na cidade, os caminhantes bateram à porta de uma cabana, com a intenção de passar alia noite; mas a porta se fechou bruscamente, talÇUül como ocorrera com êle, dias antes.

Bateram numa segunda casa, mas náo lhesresponderam. Noutra lhes foi gritado que não ha-via lugar disponível para os acolher, dadii a enor-me afluência de gente que havia acudido de to-dos os lados, para o recenseamento que ia serfeito aquele ano.

Bateram a outra ainda, igualmente em vão.E o ancião se sentiu extenuado e a mulher vaci-lava a cada passo!

Era possível que aquela gente fosse tão in-sensível à dor humana ?

E então o pequeno Dezembro se atreveu alevar a cabo o que pensara momentos antes...Sem ser visto, abriu a porta de um estábulo, lu-&ar onde êle costumava descançar. sabendo queos donos estavam ausentes...

E o ancião, que se chamava José, avistou aPorta aberta e disse à mulher, que outra não erasenão a Virgem:

— Vem, Maria, que aqui há um refúgio, ao•nenos para esta noite !

E entraram ali, recebendo nas faces o cálidoalento de um asno e de um boi, que comiam jun-to à mangedoura.

A porta se fechou suavemente e Dezembro,contente, ficou pelas cercanias do estábulo.

Parecia que uma força misteriosa o obrigava11 permanecer ali. Afinal, estendeu-se ao chão eacabou por dormir.

L>e repente, mais ou menos à meia-noite, foi"espertado por um cântico divino.

Meio sonolento esfregou os olhos para vermelhor, a uma exclamação de estupor lhe saiu•ábios

A porta do estábulo estava aberta, e junto aela alguns pastores estavam ajoelhados diante daVirgem,

que sustinha nos braços um menino en-cantador: o Menino Jesus, o Deus-menino, queoln*va com olhinhos sorridentes e cheios de ter-

,,ra. todo» os seres que o rodeavam!

1 v 5 I

E, os anjos entoaram:"Hosanna! Hosanna! Paz na terra aos homens de boa vontade!"E outras mil vozes, pelo espaço, vozes de bocas invisíveis, mur-

muraram:— Nasceu o nosso Redentor !E Dezembro compreendeu então o significado daquele aconteci-

mento extraordinário, e se prosternou trêmulo em adoração, e deugraças a Deus por ter descido à Terra e por lhe ter dado a maravi-lhosa sorte de ter sido êle quem ofereceu à Humanidade, durantesua curta vida, tão divino acontecimento...

r^ ^^.J^, ^^ ^^ ^^ r^ ^^

41

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

>

1^ AEL voltava da feira muito aborrecido e fatigado.Lá passara três dias e nada ganhara: Os comprado-

res, muito exigentes, depois de examinarem o gado, re-

jeitavamno porque o achavam magro e de pêlo ralo.Outros ofereciam pouco pelos seus animais porque

cs achavam fracos e doentes.Por mais que Rael dissesse que os animais que ven-

dia eram os melhores do mundo, não consequia converrcer os compradores. E assim, em discussões e regateiospassaram-se os três dias, regressando Rael a Belém, mui-to zangado e com muito menos dinheiro do que imagina-ra trazer.

^nutnUil •~^zr^Aj^\d£Ail jca'vjr"-'--

TRADUÇÃO DEMARIA MATILDE

E, maldizendo-se e blasfemando contra Deus, ia emgrandes passadas já quase àsportas do povoado, quando vi-eram ao seu encontro Acab eEnoé, dois meninos, filhos daviuva que morava perto deBelém.

Rael estranhou os meninosvirem ao seu encontro, por-que cs dois irmãos o temiam.

Costumavam fugir quando êle se aproximava, pois ti-nham certeza de que levariamalguma paulada com o bastãocom que Rael costumava afu-gentar as crianças pobres quelhe pediam esmolas, grãos detrigo ou pão de mel.

Então Rael estava ali paraisto ? Dar pão de mel ?. . Eao ver os dois pequenitos lan-

çou-lhes um olhar de ira, aomesmo tempo que gritava:

— Fora daqui seus malan~dros ! Nada trago, se não este

pau !. . . E acenava com o bas-

22

tão, como que desejando ba-ter nos meninos.

Mas, Enoé não se afastoue, sorrindo, disse a Rael, entreadmirado e brincalhão.

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-

_^aM (j c ^*^^n___2' / ¦ Lx_^És^

^__t_íL) íí^a^^__I^_&

Ainda não sabes ? No estábuloonde guardas a mula je o boi, há gente©stranha- . Estão lá dormindo comoem casa !

Rael estacou, como se sobre êleitivesse caido o céu.

Que ?! No meu estábulo ? —balbuciou, não dando muito crédito aoque lhe contavam.

E\ sim 1 -—- afirmou Acab, omenor. — Um homem idoso, que dizem*er carpinteiro, sua mulher e um meni-no que acaba de nascer. E .

Rael não quis ouvir mais, pondo-seâ correr ccrno louco, tal e.ra a iva que odominava, tropeçando aqui e ali e cam-baleando, porque já estava ficando escuro. A noite vinha chegando.

Já bem perto do estábulo, ao le-v-ntar a cabeça, uma estrela muito linda e brilhante lhe chamou a atenção.Nunca a tinha visto. Tão poucas vezesolhava para o céu !

Viu também que uns pastores es-¦"âvam saindo do estábulo e gKOou cc'^rico:

¦— Que estavam vocês fazendo no^eu estábulo ? Quem está lá ?

E vociferava e gesticulava fora des,t quando assomou a porta um ancião,9Ue suplicou:

1 9 5 |

Por favor, escuta-me e não te aborre-ças. Maria, minha esposa . . Não tínhamosonde dormir Era noite, fazia muito frio.O menino . . nosso filho. . .

Mas Rael afastou-o bruscamente e en-trou no estábulo. Nossa Senhora levantou-se,assustada, apanhou o menino Jesus que esta-va entre as palhas do presépio, e, apertando-o contra o peito, pediu humildemente:

Não o maltrates ! Nós sairemos agoramesmo. •

Então Jesus abçiu os olhos e fitou Rael;,que não poude desviar os olhos dos do Me-nino Deus, sentindo que se enchiam de lágrimas. Éle, que nunca tinha chorado-!

E virando-se para S. José, que o obser-vava ansioso, disse, com voz comovida:

Fiquem aqui, todo o tempo que qui-serem . . . Podem descançar tranqüilamente aMãè e menino.

Baixou a cabeça e saiu, sentindo na aima um bem estar como nunca sentira.

O menino, nos braços sagrados de suaMãe, sorria. .

ei -rvA - \XÍ\Â, íí/th^—-jÈÊxí yv Lv\l M\V/j

23

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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T^^^n^^sr ^S^£Jtt*£&ofw I~& fero e op/e/nar/oPO MEX/CO E E'oMA PASF/CORAS POE ADORNAM

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MA/ORQOEATER&A

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°rA PROFUND/DADEMEP/A DO MAR E DEõ. 962 METROSlSF SR

fDLOEASSEM 05 ALPES, AMA/OR MONTANRA,EM UMA

FERTA PARTE PO ATL ANT/EO,O MA/OR NAV/O PASSARIAP&PE/MA PELES SFM BATER.

/f&t~OS AA/T/tfOS ESTO -PAI/AM ASTRONOM/A

P&/NE/PALMENTE PARAO COA///EE/MEA/TP PPSASSUN7&SAER/CTOLAS _

E PARA PETERM/A/AÇAOPtfS FESTAS^

REL/E/OSASJ>

24

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RE<EEA/TEJ>

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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19 5 1 25

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

)r__ \\ ^S NASCEU ANTES DO /"S^xHK^vRA r H0MEM voar W

0 primeiro¦paraqwdas

A conquista do espaço pelo homem teve,na sua mente, uma preparação lenta de

muitos anos. No primeiro dia, talvez, em queo homem reparou no vôo de um pássaro, eviu como êle deslizava mansamente, feliz,como quem esta muito cômodo — sentiuvontade de fazer a mesma cousa. Começoua pensar no problema, invejando as aves.

Sabemos todos que as primeiras idéiassérias, baseadas em princípios científicos, arespeito do vôo human >, nasceram nOcérebro "privilegiado de Leonardo de Vinci,apesar di já ser muito antiga a lenda.deícaro, que é.mais um simbolo.

Naqueles recuados dias de Leonardode Vinci, tudo se resumia em planoscálculos, desenhos. Nada mais. Mas houveum visionário que chegou a pensar em que,se o homem viesse, mesmo a conquistar oespaço, e a voar algum dia, os aparelhos oumáquinas de voar não poderiam ser coisasperfeitas, teriam lalhas, ofereceriam riscos.E então tratou de achar um jeito de escaparao risco de um trambolhão lá dos espaços.

Esse visionário íoi o engenheiro mecà-nico veneziano Fausto Venanzio, que deixousuas idéias num livro escrito no ano de 1595,e que tinha o titulo "Macchinae Novae."

Embora tivesse imaginado como "pularde um aparelho de voar que sofresse acidenteno espaço" Venanzio não chegou a constru rnenhum paraquedas. Mas entregou ao estudjdos técnicos a idéia de um mecanismo con-sistente em uma espécie de vela mantida

26

tensa por quatro armações triangulares, formando umapirâmide de base quadrangular, á qual o homem erasujeito por quatro cordas. Dessa maneira os tripulan-tes de um aparelho de voar poderiam lançar-se ao es-paço, no caso de perderem o governo dá máquina voa-dora (que ninguém sabia, ainda,... como poderia vir aser). A descida seria lenta e nada perigosa.

Era, realmente, assombrosa, a visão deste enge-nheiro, dois séculos antes de que os irmães Montgol-fier fizessem sua ascenção no célebre balão.

Depois de estabelecido, pelos fatos comprovados,que o homem podia realmente voar, muitos foram ossonhadores que cogitaram de desenvolver a idéia de Ve-nanzio. Entre eles citamos o alfaiate Reichelt, austriá-co, residente em Paris, que perdeu a vida fazendo aprova de um paraquedas complicadissimo de sua in-venção. Pulando do alto da torre Eiffel, em Paris, oarrojado alfaiate se atrapalhou na montoeira de fazen-da de que constava seu paraquedas, e este não funcio-nou. indo êle esborrachar se no chão. Mas a idéia esta-va de pé. O fisico francês Lenormand e os aeronautasBlanchard e Garnerin, franceses, realizaram, aindano século XVIII, interessantes experiências que puse-ram em evidência as grandes-possibilidades do para-quedas. Mas, apesar disso, essa idéia foi abandonadapor longo periodo de tempo. Passou a ser o paraque-das usado apenas por pessoas que queriam arranjardinheiro, exibindo-se em saltos do alto de torres, pon-tes, edifícios e globos aerostáticos. A coisa era arçis-cada e o povo gostava de ver.

Enquanto isso, os anos iam passando e com oinvento maravilhoso de nosso patricio Santos Dumonta aviação propriamente dita nasceu e começou a sedesenvolver. O motor dos aviõe^ começou a rugir nocéu. Os acrobatas começaran*»a saltar dos aviões, uti-usando os paraquedas.- E isso veio alertar os espíritos.Infelizmente só depois de perdidas muitas vidas foi queo homem "acordou" e viu que aquilo de que se serviamos acrobatas para suas proezas, poderia realmente vira ser meio de salvação, para os que voavam.

Hoje em dia, os paraquedas são aperfeiçoadissimos,têm dispositivos de segurança, e graças é eles têm sidosalvas vidas preciosas. Tornou-se eficiente arma decombate. Mostrou sua utilidade na salvação de vidasem perigo nas regiões árticas e antárticas, fazendo des-

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

cer viveria e medicamentos as expedições polares. Em

pleno oceano é usado para salvar náufragos, levando-lhes mantimentose água. deixados cair de aviões desocorro que não podem pousar. Em resumo, não há

quem não conheci as diversas e sempre providen-ciais utilidades que têm os paraquedas. O cinema nos _,mostra os desembarques de tropas de infantaria-aér ae os men-nos residentes no Rio já terão visto as de-monstrações excelentes de nossos corpos de paraque-dislas militares.

Com o aparecimento dos super-aviões a jato,velocíssimos, houve necessidade de se idealísar umanova espécie de paraquedas apropriado a eles. Dadaa alta velocidade dus modernos aparelhos desse tipo,tornou-se impossível o paraquedisla, em caso de

necessidade, pular de sua cabina, ou assent". para se

lançar no espaço A força do ar o manlém preso aoseu posto de comando, se êle é quem pilota o apare-lho. Então os técnicos inventaram uma "nacelle"

destacável do avião pelo movimento de uma alavanca.

Em pleno vôo, se há necessidade de abandonar oaparelho, o piloto move a alavanca e a parteem que êle está sentado deixa de fazer parte doavião, solta-se deste, e, um paraquedas se abre,impedindo que nacele e piloto caiam vertiginosa-mente no espaço. Depois que a nacele fica Hutu-ando, o piloto se- desamarra e salta dela, e fazentão funcionar o paraquedas comum que trazatado ás costas, como qualquer aviador.

Os paraquedas são feitos de seda e devem serenrolados cuidadosamente por pessoas experimen-tildas. Eles se abrem quando o aviador puxa umacerta mola. Há paiaquédistas que pulam do apa-relh.í e só muitos segundos depois é que puxam amola para o paraquedas se abrir. Há quemafirme que a sensação é boa. Questão de gostosnão se discute.

O que nos interessa focalisar nestas linhas écomo o paraquedas nasceu dois séculos antes depoder o homem voai-, e isso vocês já viram, po-dendu, agora, contar essa história verídica e in-teressante a qualquer pessoa que não a conheça. E

^Êff^^^^íím 1 JOSÉ i\'Tfl,\'[Q MM 1 /jffjnão são muitas, as que a conhe- lll fa

to com a iníençào premeditada IB

19 5 1 27

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

__T_r_rn71 fáTr H»] Cl¦_¦___> /4I fÁ _]__/ J_É_l_____J

¦ ^F ENHOR, seus sapatos estão muito velhos — disse o

sapateiro a um estrangeiro que passava pela sua

M_rBr porta — Deixe-me consertá-los

— E" que fiz uma longa caminhada e ainda tenho

que percorrer grande distância até chegar ao meu destino.

E tens razão, meu amigo. E" isso I

Acho melhor repará-los agora, porque talvez não resis-

tam ao muito que tenho que andar — respondeu o homem.

Ssntouse, atirou os sapatos e entregou-os ao sapateiro.

Este, sem perda de tempo, iniciou o trabalho é pouco

depois restituia ao dono os sapatos, quase como novos.

Quanto é o serviço, mestre ? — perguntou o es-

tranho. f

Oh ! nada, nada ! — respondeu o sapateiro, pois a

julgar pelas roupas com que se trajava seu cliente, não de-

via ser um homem rico.

Na realidade, rico elenão era, mas era poderoso,porque as fadas lhe tinhamdado estranhos poderes nodia em que nascera.

Sorrindo, o estrangeirometeu a mão num dos bolsose tirou uma caixinha que en-tregou ao remendão, dizendo:

— Pega I Isto servirá

para" que te paguem,i Basta passares esta po-

mada nos sapatos dos que tedevem, e eles te pagarão.

Quem mais devia ao ve-lho sapateiro era o rei, mas êlenão tinha coragem de cobrara conta real, com medo de

que o soberano o mandasse

prender.Então, teve uma idéia.Entre os pagens do pala-

cio havia dois de quem o sa-

pateJro era muito amigo.Pedir-lhes-ia que levas-

sem o rei para passaar num lu"

gar onde sujasse os sapatos delama e, depois, o aconselhas-

sem a n.andar limpálos e lus-

trá-los por êle.

28 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

E assim foi feito.

Depois de caminharem um bocado, um dos serviçais,olhando para os pés do monarca, disse:

Oh ! majestade I Vosso calçado está todo sujo !Desta maneira não podereis entrar no palácio !

Ali está justamente um engraxate — disss o

outro pagem, acenando ao sapateiro, que se tinha dis~

farçado em lustrador de calçados. <

Imediatamente se aproximou do rei o remendão e,

depois de trabalhar com capricho, deixou os sapatos

reais brilhantes e lustrosos como um espelho.

Não será demais dizer-lhes que o rei não fez o me-

nor gesto para pagar o trabalho que tinha dado ao

pobre homem, e foi andando sem mesmo agradecer . .

Mas, mal tinha dado três passos, os sapatos come-

çaram a ranger tão alto que de longe se ouvia dizerem:

— "O rei nos comprou e ainda não nos pagou !"

E assim contiuaram, primeiro um pé, depois o outro,

a cada passo que o rei dava.

O pior é que ficaram tão apertados, tão justos nos

pés do soberano, que quando êle os quis tirar não con"

seguiu.

Ao chegar ao palácio chamou os seus Ministros,

afim de descobrir uma solução para aquele fenomenal

caso.

Nada havia, porém, que fizesse os sa-

patos saíremAntes de mais nada — disse o

Chanceler. — a primeira coisa que Vossa

Majesvade tem que fazer é mandar chamar

o sapateiro e pagar-lhe o que lhe deve.

E o rei, que não queria passar pela ver-

gonha de que todos soubessem de suas divi-

das, mandou chamar o fabricante de calça-

dos, e, em, reluzentes moedas de ouro, pa-

gou-lhe sua conta, que importava em cem

pares de sapatos.

No mesmo instante sentiu que os sapa-

tos começaram a afrouxar e \oqo depois os

poude tirar sem dificuldade.

Desde esse dia o rei decidiu nunca mais

ficar devendo a ninguém.

Mas, não era só o rei que devia ao sapa-

teiro e sim também um rico comerciante,

muito sovina. E com esse aconteceu a mes-

ma coisa.

O sapateiro ofereceu-se para lustrar os

seus saDatos, passou-lhes a pomada mág.ca

e quando êle saiu saiu andando o calçado co-

meçou a gritar:"Este homem nos comprou e ainda

não nos pagou"!E como também este mau pagador não

os podia tirar dos pés, para não se envergo-

nhar, achou melhor pagar o que devia? ao

sapateiro.

\W i /

19 5 1 29

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

\ KATIiNíffO /

30 -

OE-ROE é um ratinho que possui um espírito aven-tureiro. Ele mora num moinho situado no campo,onde nada lhe falta: trigo, milho, arroa, centeio ecevada existem em profusão no depósito, permitindo-

lhe passar uma vida regalada.Mas Roe-Roe resolve viajar para conhecer o mundo.

Sua cabeça está cheia das histórias que a mamãe conta,dos ratos da cidade, que comem queijos, doces e fru-tas secas, e só bebem vinhos e licores finos.

Roe-Roe então foge de casa e vai para a cidade,onde ó recebido com falsa amlsade pelos ratos de lá,que, notando a sua origem provinciana, resolvem sedivertir à sua custa. Eles lhe dizem que tudo j ontopossuem é presente de Loló, um lindo gato angorá,de coração muito bom, que adora os ratos. E mandamque êle vá pedir um pedaço de queijo a Loló.

Roe-Roe, coitado, ingênuo como é, vai falar com ogato e quase é comido, tendo escapado somente porque

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

miiiiiiiti'ii"i"">'j>mniu\\lt.l.i.iiii«..l'rt..:iiVniliitii:ul

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apareceu no instante exato Totó, um cachorro de caça,inimigo dos gatos. Roe-Roe, porém, foi infeliz. Ao fugirde Loló, não reparou numa ratoeira que. estava no meiodo caminho, e o resultado foi ficar preso.

Pouco depois chegam os outros ratos e, vendo Roe-Roe preso, começam a rir. Roe-Roe, no entanto, não sedá por achado, e ri mais do que todos eles. Os ratos,é claro, ficam admirados, e perguntam-lhe porque estárindo, uma vez que está preso na ratoeira.

Roe-Roe, resolvendo tirar partido da situação, res-

ponde que ouviu o dono da casa dizer que precisavapegar um rato para experimentar um novo tipo de

queijo, por isso resolveu deixar-se prender na ratoeira, de

propósito.Ouvindo aquela história de experimentar um novo

tipo de queijo, os ratos ficam com água na boca, e pe-dem a Roe-Roe que Enes ceda o lugar. Roe-Roe primeirofinge que não quer, depois hesita, e, finalmente, comocada um dos ratos lhe oferece um presente, consenteem trocar de lugar com eles. Todos juntos levantam amola da ratoeira, Roe-Roe sai, e eles tornam a arriar amola, ficando presos pelas caudas.

Roe-Roe fez uma trouxa com os presentes recebidos,e disse aos outros ratos:

"Essa história de provar queijo é tão verdadeira,quanto Loló adorar os ratos. Passem bem!" E foi-seembora, deixando os tratantes presos, danados da vida.Daí a pouco chegou a empregada, que, vendo tantosratos presos, exclamou:

"Que rataria IVou afoga-los,Um a um,Em água fria!"

Quanto a Roe-Roe, chegou emcasa poucos dias depois, encontrando ospais tristes, pois já o julgavam morto.Depois de distribuir os presentes quetrouxera, Roe-Roe lhes cái nos braços,arrependido, e diz que nunca maisabandonará a casa paterna em busca deaventuras, pois havia compreendido quemais vale a pobreza tranqüila que ariqueza cheia de perigos.

E daquele dia em diante foi sempremuito feliz mesmo.

I ° 5 I 3!

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O BOM^4fâlUN»0

\y//

32

'(/dramatização em 3 quadros por

VERA MILWARD de CARVALHOPERSONAGENS:

JOSÉ MARIA .8 anosLÜCIO .:-•> 9 •••RENATO 8 "AUGUSTO 7 "PAULO 9 "LUIZ . . .'. 8 "D. ALBERTINA (mãe de José Maria)

Outros meninos.

PRIMEIRO QUADRO

(A cena representa um dormitório de residência confortável.A um canto, a cama, onde se vê José Maria, adormecido. Próxi-ino mi leito, no chão, há profusão de brinquedos, caixas, livros eetc. Aos poucos, o meninn abre os olhilj. Senta-se. Debruça-separa olhar seus sapatos. Um sorriso de satisfação aflora-lhe aoslábios. Com um pulo. acha-se no cháo. Começa a abrir as caixase contemplar, embevecido, os presentes que recebeu na noitede Natal.

JOSÉ MARIA: — Mamãe ! Mamãe! Venha ver o que ganhei!D. ALBERTINA (que o espreitava por detrás da porta, entra) — Quefi ii meu filho ?JOSÉ MARIA (atirando-se-lhe aos braços <t briiande-a com certo

espii^hafato) Como r?tou contente, Mamãe! 01he'r>meu tremzinho ! De tudo foi o que mais gostei. Há qúaito tempo desejavater um assim... ter um brinquedo dêsjses !• (José Maria tira otremzinho da caixa, ponde-o para funcionar. Enquanto a oeouenalocomotiva percorre o trilho, puxando os carros, o menino batepalmas e dá gritinhos de alegria. D. Albertina afaga-lhe a cabe-cinha e sorri, satisfeita, diante de tal expansão).

JOSÉ MARIA — Amanhã, na praça, mostrarei o meu tremzinho aoRenato, que vai ficar de boca liberta, tenho certeza!

D. ALBERTINA — Renato é aquele seu colega pobrezinho ?JOSÉ MARIA — E' aquele mesmo.D. ALBERTINA — E' o seu maior amigo, não e, José Maria?JOSÉ MARIA — Se ò! Renato é um ótimo menino. E me tem dado

provas de grande amizade. (Após uma pausa. Pegando novamen-te o brinquedo). Como havemos de nos divertir com o meu trem-zinho !

(D. Albertina sai devagarinho. deixando o filho entregue ao seuencantamento).

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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SEGUNDO QUADRO

(A cena representa um jardim público onde os meninos

se acham brincando. José Maria, no meio de um grupe, mos-tra, entusiasmado, o brinquedo. Dirige-se a Renato).

JOSÉ MARIA: — Veja, Renato, o meu tremzinho! Olhe, comoé lindo!

<P5e o brinquedo para funcionar. Há grande animação

por parte dos garotos.)RENATO (com vivacidade) — Que maravilha! Nunca vi brin-

quedo mais bonito !PAULO — S' presente de Papai Noel?JOSÉ MARIA (orgulhoso) Claro! (Dirigindo-se aos companhei

ros). Es vocês, que ganharam?PAULO — Eu ganhei um cavalinho.AUGUSTO — Eu, uma bola e um pacote de bombons.

LUIZ — O meu presente foi um jogo de armar.LüCIO — O meu, foi um velocipede.JOSÉ MARIA — E você, Renato, que recebeu de Papni Noel?

RENATO — (que se conservara triste, a um canto, enquanto os

outros meninos enumeraram seus presentes) Nada. (suspira)JOSÉ MARIA — Não é possivel!VÁRIOS GAROTOS — (a um tempo) E* mesmo verdade ?

RENATO — (com voz grave) E' verdade.

(Espanto de todos).JOSÉ MARIA (pasmo) E' inacreditável!

TERCEIRO QUADRO

(A cena representa a saia de estar da residência de JoséMaria. D. Aibertina, sentada, faz um trabalho de agulha).

JOSÉ MARIA — (entra sério e cablsbalxo Todo » seu contenta-mento foi substituído por estranha melancolia).: Mamãe,estou muito triste.D. ALBERTINA (deixando o trabalho): — Triste ?! Quandofoi para a Praça estava tão alegre! Que houve com você, meufilho?

JOSÉ MARIA — Ah ! Mamãe ! Preciso muito falar com a senhoraD. ALBERTINA — Sou toda ouvidos, meu bem. (Senta-o sobre

seus joelhos e beija-o). Diga logo o que há.JOSÉ MARIA Ah ! Mamãezinha! Estou tão aborrecido com

Papai Noel! Dis**5_dido. me*»»! (Savroira..D. ALBERTWK | urprésa) José Maria, não 0 compreendo ! Hoje,

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pela manhã, estava vccê radiante e encantado com PapaiNcel per lhe ter trazido presentes! Agora, vem dizer-me queestá desiludido?!

JOSÉ MARIA _ Sim. Mamãe. A senhora tem razão de ficar ad-mirada, porque não sabe o que aconteceu. Imagine que...êle não trouxe um brinquedo pura o Renato, um m.linomuito melhor do que eu. ..

D. ALBERTINA — Então, é por isso que vccê está maguado?JOSÉ MARIA — Não é mesmo uma injustiça ?D. ALBERTINA (após alguns minutos de meditação). E-cute,

José Maria. Vccê tem. na realidade motivos para e-tranharo que sucedeu. No entanto, já se têm dado fatos semelhan-tes em outras ocasiões isto é, alguns meninos ficarem sembrinauedos.. Quando i-so acontece, não é porquê a criançaFeia robre, em ahrohito. Panai Noel -ó deixa de contemplaro menino com presentes, ouando c-te teve máu rroredi-

mento. ou em certas circunstância-- confiando em algum?m amiG-o. Por exemplo: no ca*o de Renato, visto ser êle umbom menino, ouem sabe se deixou a sen cargo, meu filho,dar-lhe um dos «eus brinquedos? Paçai Noel não ignora aGrande amizade aue os une...

JOSÉ MARIA — (com a fisionomia já desanuviada) Acha en-tão., que é isso. Mamãe?

D. ALBERTINA — Acho. sim. (Nota-se intensa alegria estanrpada no semblante do goroto). Agora, você e-colha 0 brinquedo que quer dar ao seu amigo e pôde ir à «ua casa. levá-lo.

JOSÉ MARIA (depois de refletir um pouco) Mamãe! Já sei uoue vou dar ao Renato. O meu tremzinho! Se a -enhofavisse o quanto êle apreciou esse brinquedo! Ficou deslum-brado ! Vai fienr radiante !

D. ALBERTINA (admirada) Mas... o tremzinho?! Não nreferèlevar outro? E' desnecessário que você se prive justamentedaquilo de que mais gostou!

JOSÉ MARIA — Renato, porém, gostou ainda mais do que eu !Está decidido! E' esse, o meu presente. Sei que êle sentiráa maior ,-ilegria de toda a sua vida !

D. ALBERTINA (abraçando-o) — Estou orgulhosa do meu fi-lho! Papai Noel, então, vai ficar contentis^imo ! Parece-meque estou a vê-lo, com suas longar barba- brancas, a sorrirdemonstrando grande satisfação pelo seu nobre ge-to !

JOSÉ MARIA (beijando a Mãe) Vcu já à casa de Renato. Mamãelevar-lhe o tremzinho (Sái correndo; enquanto S>. Aibertina ocontempla comovida, ate que ele desaparwe i

33

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

AVENTURAS DE ZE MACACO\ ,']f Jtàà r^b) \\*[ "^P ]_/

Sempre que Zé Macaco ia ao barbeirodeixava-se ficar a matutar no problenuda raspagem automática das cabeçashumanas.

Até que, há dias, resol-veu solucionar definitiva-mente o assunto.

O resultado de milhares de martela-das foi um aparelho aparentemente com-plicado, mas de fácil manejo, que é o quese vê aí em cima.

Pronto o novo invento, convidou a examiná-lo o presidente do Sindi-cato des Peladores de Cabeças, que, alüás, se interessou vivamente pelageringonça, tanto que, sem maiores discussões, levou-o . . . '

... êle próprio, às costas» paraa sua residência, em > Jacarepà-guá.

5JTm-MI-iq.-Q 1_ JS____±^—Ti

No domingo seguinte, indo o casalMacaco passeiar na Freguezia, ao passfctrpor certa casa, teve uma surpresa.

34

Lá estava, no seu jardim, o comprador do aparelho, êle mesmo,o Presidente do Sindicato, aparando a grama dos, seus canteiros como maravilhoso invento de Zé Macaco... Pelo menos, desta vez o in-v«nto serviu para alguma coisa! !

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O ESTRATAGEMAvwwwvwwvwwwwwmw

TRADUÇÃODE

ZAMARA

NUM último e supremo esfor-

ço, Paulo conseguiu ficai'em pé na praia e arrastar consi-go o corpo inerte do homem cujavida tinha salvado.

Cansado pela luta que acabarade ter com as onda_ furiosas,cambaleou e caiu de joelhos.Entreabriu a camisa do outronáufrago, colocou-lhe a mão sô-bre o coração e sentiu que êleainda vivia.

As batidas, porém, eram muitofracas e quase imperceptíveis.Precisava fazer alguma coisapara salvar aquele homem. Em.bora tendo que apelar para todasua força de vontade, emboracada movimento que fizesse maislhe dilacerasse as feridas quetinha pelo encontro com um ban-co de coral, começou a ensaiaros primeiros movimentos de res-piração artificial naquele corpoimpressionantemente imóvel. Eteve êxito. Somente quando umrápido pertanejar e uma respira-ção mais regular e forte lhe mos-traram que o outro estava forade perigo, Paulo interrompeu seutrabalho e se deixou cair na areiapara descançar.

Entretanto, pouco tempo este-ve nesta posição. Tornou a ficarde pé e olhou novamente para ocompanheiro.

Um triste sorriso surgiu emseus lábios.

— Querias levar-me outra vezpara a Penitenciária, hein? —murmurou. — Ah! mas o fura-cão desmanchou os teus planos.

vil J_H HL* ______ __f< '* y^^

i /_/___ T^hmslr w *IV I /Êr*r* *' «Uni

Paulo tornou a sorrir e depois,lentamente, caminhou até apraia. Percorreu os arredorescom um olhar. De um lado aabundante vegetação, as suavesondulações da ilha de coralperdida no imenso Oceano Paci-fico eram um providencial refú-gio, para onde tinham sido joga-dos pelas ondas. De outro, o marimenso, intenninável, sem uma

vela, sem uma linha de fumo, oumontanha longínqua, que indi-dicasse a proximidade de qual-quer navio ou terra firme. Po-diam passar anos, talvez o restoda vida ali. sem que uma embar-

cação passasse à vista da ilha aque a sorte os havia atirado.

Paulo encolheu os ombros. ___tava novamente livre. Não volta-lana mais para a prisão de ondetinha fugido. Nestor o havia ca-pturado, mas agora... nada po-dera fazer.

Acercou-se do policial, tirou-lhe o revolver, e atirou-o no mar.

Isto já não me dará trabalhodisse consigo — Depois, pro-

curou o distintivo do detetive,que estava preso debaixo da la-pela do casaco, tirou-o e guar-dou-o dizendo: — Não precisarámais disto. — E encaminhou —<à praia.f\ detetive Nestor despertou e

sentou-se na areia. Sentia

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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klNEIft^LmWmW^^ ^^

AQUÁRIOAPARÊNCIA QUE ENGANA. — A pequena mancha avermelhada(•inflamação") que nos três primeiros dias aparece no ponto emque o indivíduo foi vacinado, não significa que a vacina tenha"pegado"; é, apenas, uma reação de intensidade variável com ascondições orgânicas de cada um e pode manifestar-se até quandoa vacina não vai "pegar".Procure o médico para ter certeza de que suas vacinas "peg«wam"

———

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Segunda-feira . . FRAT. UNIVERSALTerça-feira ... Sto. IzidroQuarta-feira . . Sta. GenovevaQuintajeira . . S. CaioSexta-feira . . S. SimãoSábado SANTOS REISDomingo . .... S. LucianoSegunda-feira . . S. SeverinoTerça-feira . . S. VitalQuarta-feira . . S. Ni«canorQuinta-feira . . Sta. HortênciaSe*ta_feira ... Sto. ErnestoSábado Sta. VerônicaDomingo ..... S. MalaquiasSegunda-feira . . S. Mauro

16 — Terça-feira . . . S. Marcelo17 — Quarta-feira . . Sto. Antão18 — Quinta-feira . . Sia. Beatriz19 — Sexta-feira ... S. Mário20 — Sábado S. SEBASTIÃO21 — Domingo ..... Sta. Inês22 — Segunda_feira . . S. Vicente23 — Terça-feira . ... S. Bernardo24- — Quarta-feira . . N. S.a DA PAZ25 — Quinta-feira . . CONV. DE S. PAULO26 — Sexta-feira . . S. Policàrpo27 — Sábado S. João Crisóstomo28 — Domingo ..... S. Leônidas29 — Segunda-feira . . S. Francisco de Sales30 — Terça.feira . . Sta. Martinha31 — Quarta-feira . . S. João Bosco

dures na cabeça e no corpo todo.O sol desaparecia através o mar,no qual nenhum vestígio existiada tremenda tempestade que a-cabara de desabar. Nestor aindanão compreendia o que havia a-contecido. Por que não se acha-va a bordo do navio ? Depois,pouco a pouco, foi principiando ose recordar e a primeira pergun-ta que fez a si mesmo foi esta:

— Onde está Paulo ? Que te.ria acontecido com aquele pati-fe?

Nestor julgava estar sendo vi-tima de terrível pesadelo. Dozehoras antes achava-se cômoda-mente sentado no refeitório donavia mercante que, juntamen-te com o seu prisioneiro, o leva-ria a Saint Quintin. E, de repente,o temporal desencadeia-se, des-truindo com fúria tremenda onavio, matando e afogando ostripulantes

Envolvido pelas ondas, com oseu companheiro, de nada maisse lembrava desde àquele instan-te. Agora, ao despertar, sentiaque podia respirar tranquilamen-te. Estava são e salvo. Ali. fome,não passaria. Havia muitas árvo-res frutíferas e também maris-cos.

Sim, estava até ótimo tudo,em comparação ao que lhe po-

CONHECIMENTOS ÚTEIS

Se quer limpar bem uma pc-dra preciosa, pegue num papelde seda, machuque-o entre osdedos e friccione a jóia. Veráque facilmente adquire o bri-Üio próprio.

Em casos de sincope, bas-tam, muitas vezes, inhalaçõesde vinagre e fricções leves nospulsos com o mesmo liquido,para fazer recuperar os. senti,dos ao doente.

dia ter sucedido. Mas, onde an-daria o Paulo? Teria morridoafogado com outros tripulantes ?Eis que um ruído de passos naareia 0 fez virar a cabeça. EraPaulo que se aproximava.

Oh ! Como estás ? — inda-gcu cordialmente, o prisioneiro.-r- Sentes-te melhor?

Paulo vinha carregado de cô-cos, e com os bolsos cheios demariscos. Deixou as provisõesperto de uma árvore, junto àqual havia feito fogo, e sentou-se perto do homem que o haviareduzido novamente à'triste con-dição de prisioneiro.

Por causa da alimentaçãonão te deves preocupar, aindaque tenhamos que viver nestailha até o dia do Juízo Final —disse. — Creio que a sorte nospoupou alguma coisa que pode-ríamce ter perdido, amigo.

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ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

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"£^aJ ^^^N !¦ |ETEUEM-CI

PEIXESREFEIÇÕES SEM HORÁRIO. — Quando náo intervém fatores jestranhos, as funções do organismo realizam-se com regulanoa- jde. Por isso é que, por ex^-.iplo, sentimos fome e sono em deter |minadas horas do dia. A falta de horário nas refeições è uma das |causas de mal-estar geral e de várias perturbações digestivas, jcomo falta de apetite, peso no estômago e outras.

Evite a má digestão e a indisposição geral, fazendo refeiçõe*?a horas certas.

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¦ Quinta-feiraSexta-feira .Sábado . .Domingo . .Segunda-feiraTerça-feira .Quarta-feira .Quinta-feira ¦Sexta-feira .Sábado . . .Domingo ¦Segunda-feiraTerça-feira .Quarta-feira .

Sto. Inácio 15PÜR. DE N.a SENHORA 16S. Braz 17CARNAVAL 18CARNAVAL 19CARNAVAL 20CINZAS 21S. João da Mata 22.Sta. Apolônia 23S. Guilherme 24N. S.a de Lourdes 25Sta. Eulália 26Sta. Catarina 27S. Valentim 28

Quinta-feira .Sexta-feira .Sábado ...Domingo .Segunda-feiraTerça-feira '. .Quarta-feira .

. Quinta-feira .Sexta-feira . .Sábado ...Domingo . ,Segunda-feiraTerça-feira . .Quarta-feira

S. FaustinoSta. JulianaS. DonatoS. CláudioSto. HonoratoS. EuleutérpoS. MaxiniianoSta. AguedaS. BibianoS. MatiasSta. CéliaS. NestórS. ProcópioSta. Hennmia

O policia se pôs dè pé e o fi-tou com insistência.

Fico satisfeito em ver quevocê também está salvo — disse,embora sem grande entusiasmo.— Mas queru deixar bem esc) a-recido que em nada mudou anossa situação» compreendeu ?Você continuará sendo meu pri.sioneiro.

Paulo sorriu e respondeu, en-quanto apontava os arredores dailha:

E em que prisão destapróspera cidade eu serei encer-rado?

Nestor. sem resposta para estapergunta, ficou rubro. Depoisdisse em voz baixa.

Vamos comer. Amanhãpensarei nisto com mais calma.

Deixe de frioleiras — retru-cou o outro, aborrecido. —Quantas vezes terei que lhe con-tar a minha história? Agora,que estamos nesta ilha, longe do

mundo, sem probabilidades ddsalvação, repito-lhe; —r..Sou ino-cente. Ernesto me envolveu noroubo do Banco para se inoeen-tar, mas nada tenho que ver comisso.

O detetive o olhou com sim-patia e nada respondeu.

As coisas que aconteceram du-rante os dias seguintes ao destaconversa, muito irritaram Paulo,pois o seu companheiro parecia

Pelo pé...Na Roma antiga os homsns

só usavam calçado preto, aopasso que.o das mulheres erabranco. Os senadores levavamno seu calçado uma pequenameia lua de prata que repre-sentava a letra C, isto é, cem,o número dos senadores

Os "cônsules", ou edis, usa-vam uma espécie de "boti-nas", de côr de ouro e os im-peradores, de côr vermelha.

não querer esquecer a sua situa-—ção de antes do naufrágio.

Também Paulo, por sua vez, já-mais lembrou ao detetive que lhesalvara a vida, nem lhe contoucom que dificuldade o tinhaarrancado das ondas furiosas livrando-o dos famintos tubarões.Nem também que guardava con-sigo a sua insignígnia de repre-sentante da lei

Vários meses se passaram des-de a chegada dos náufragos àilha. Um belo dia um rolo defumaça negra se elevou até océu. Nestor fez angustiosos si-nais ao navio que passava longe,e minutos depois um bote veio ailha apanhar os náufragos e le-vá-los para o transatlântico,que, por casualidade, se deviárada sua rota, fugindo a um tem-poral.

O capitão, um francês simpá-tico, os recebeu a bordo.

— Viva! exclamou. — Foi

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ALMANAQUE D'Q TICO-TICO

ARIES

TAO NECESSÁRIO QUANTO O CAFÉ DA MANHA. — O banhofrio, de chuveiro, representa excelente exercício para a pele. Ativa a circulação do sangue proporciona agradável sensação debem-estar, prmcipalmente se fôr precedido de ginástica e segui-do de fricção com toalha grossa e felpuda.

Diariamente, ao levantar-se, faça um pouco de ginástica vi-gorosa. Em seguida, tome um banho de chuveiro e, ao enxugar-se, friccione o corpo com a toalha.

— Quinta-feira . . S. Rosendo— Sexta-feira ... S. Simplicio— Sábado ..... Sta. Luciola— Domingo ..... Sta. Francisca— Segunda-feira . . S. Frederico— Terça-feira .... Sta. Felicidade— Quarta-feira . . S. Tomai de Aquino— Quinta-feira . . S. João de Deus— Sexta-feira . . . S. Gregório

10 — Sábado S. Gustavo11 _ Domingo DOMINGO da PAIXÃO12 — Segunda-feira . . Sta. Josefina13 — Terça-feora . . . S. Rodrigo14 — Quarta-feira . . Sta Matilde15 — Quinta-feira . . Sto. Henrique

16 — Sexta-feira . . . S. Julião17 — Sábado ...... S. Patrício18 — Domingo .... DOMINGO de RAMOS19 — Segunda-feira . . S. José20 — Terça-feira .... Sta- Ralbina21 — Quarta-feira . . S. Bento22.—.Quinta-feira . . S. Benvindo23—.Sexta-feira . . . S. Vitorino24 — Sábado S. Gabriel Arcanjo25 — Domingo ...... PÁSCOA26 — Segunda-feira . . S. Bráuüo27 — Terça-feira .... Sto. \le*_míre28 — Quinta-feira . . S. Rufo29 — Quinta-feira . . Sto. Eustáquío30 — Sexta-feira . . . S. João Climáco31 — Sábado S. Guido

uma felicidade termos visco osseus sinais, senhores. E estendeua mão. Nestor apertou fortemen-te e, quando ia abrir a boca paraexplicar que era um detetive, eseu companheiro um detento,que devia cumprir dez anos deprisão e que precisava ser en-carcerado sem demora, Paulo seadiantou e disse:

— Nós é que lhe ficamos sin-cerameríte agradecidos, capitão.E agora, quer o senhor fazer-memais um favor ? Este homem,com quem naufraguei há mui-tos meses, é um perigoso delin-quente que se tinha escapado dopresidio. Quer dar ordens paraque êle seja encerrado imediata-mente?

E exibiu, para provar o quedizia, a insígnia de polieial, queNestor imaginava ter perdido.

Com aquela saída, Paulo sa-bia que jogava uma última car-tada. Há muito tempo planejara

aquele estratagema para o casode alguém aparecer na ilha de-seita. Agora tinha lançado mãedele como único recurso. Erainocente, acreditasse ou não odetetive.

Não estava disposto a voltarpara a Penitenciária, sacrifican-do sua vida por causa do inflexi-vèl e insensividl mecanismo dalei.

Modéstia.

O poeta Oliver Herford e umgeneral, famoso membro dasforças armadas, foram a umbanquete, como convivas dehonra. De repente, a anfitriãanunciou:

E agora, Mr. Oliver vaiimprovisar um poema em ho-menagem à ocasião.

Herford. modesto e retraído,protestou:

Oh! Não... Peça antes aogeneral para dar um tiro decanhão.

A princípio o capitão ficousurpreso, mas depois, ordenou aum dos seus homens que levasseo prisioneiro.

— Não acredite no que lhedisse este mentiroso, capitão! —

gritou o verdadeiro polícia. —Sou o detetive Nestor e êle é queé o prisioneiro. Roubou-me a in-signía I

O capitão ficou um instanteem dúvida, depois olhou novu-mente o distintivo e se conven-ceu.

Bastava o fato do emblema seachar em poder de Paulo paranão deixar a menor suspeita.

Além disso, Paulo falava francêsmuito bem e a história que con-tou ao capitão bastou para con-vencê-lo de que êle era, realmen-te, um policial

E foi assim que Nestor, condu.zido por dois marinheiros, pas-sou para a prisão de bordo, quesua imaginação tinha reservado

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

**& Síf

Sbril ^^a^Wt.

TOURO

A LIMPEZA DOS DENTES. — A limpeza dos dentes deve ser íeita várias vezes ao dia. Convém usar escovas de cerdas resistentes,capazes de retirar de entre os dentes os resíduos alimentares.

Escove os dentes, friccionando-os com uma escova, durante ai-guns minutos, em todas as direções.

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Domingo . .Segunda-feiraTerça-feira . .Quarta-feira .Quinta-feira .Sexta-feira . .

Sábado . . ¦Domingo . .

Segunda-feiraTerça-feiraQuarta-feira .Quinta-feira .

Sexta-feira .Sábado . . .Domingo .

Sto. HugoS. FranciscoS. RicardoS. PlatãoS. VicenteS. MarcelinoS. GermanoS. AmâncioS. CristianoSto. EzequielSto. IsaacSta. AlaideSta. IdaS. JustinoS. Lúcio

16 — Segunda-feira . . S. Frutuoso17 — Terça-feira .... Sto. Elia.s18 — Quarta-feira . S. Galdino19 — Quinta-feira . Sta. Ema20 — Sexta-feira . . . S. Cesário21 — Sábado TIRADENTES22 — Domingo ..... DESC. DO BRASIL23 — Segunda-feira S. Jorge24 — Terça-feira . . . S. Marcos25 — Quarta-feira . S Cleto26 — Quinta-feira . . Sta. Zita27 — Sexta-feira ... S. Paulo da Cruz28 — Sábado ...... S. Roberto29 — Domingo ....*. Sto. Emiliano30 — Segunda-feira . . S. Mariano

para Paulo. Quanto a este, con-tinuou em palestra com o capi-tão perguntando-lhe:

Qual é o primeiro porto emque o navio faz escala ?

Sidney, Austrália — infor-mou o capitão

ótimo! Esta escala coinci-de perfeitamente com os meusplanos. — comentou Paulo.

Duas semanas depois, rasgan-do espessa cerração, o navio en-trava no porto de Sidney e an-corava a pouca distância do cais.-Nessa mesma noite Paulo des-

lisou por um dos cabos que pen-diam da borda e, com rápidas;braçadas, chegou em terra.

Na Austrália, começaria umavida nova, honrada, usaria ou.tro nome, procurando esquecer

aquele desagradável incidenteque o levara ao Presidiu.

Graças ao seu estratagema ti-nha conquistado a liberdade.

Certamente Nestor deveria estaipassando agora maus bocados,no calabouço do navio, se Paulo,antes de fugir não tivesse tido ocuidado de, enquanto os guar-das dormiam, prender nos bar-rotes da cela o distintivo de poli-ciai que tão bom serviço lhe ha-via prestado.

E na manhã seguinte, quandoNestor despertou e encontrou ainsígnia compreendeu que suasituação estava esclarecida. Po-dia voltar aos Estados Unidos, esorriu. Estava satisfeito com oque tinha acontecido. Ele acre-ditara na inocência de Paulo,desde o primeiro momento. Mas,que podia fazer? O jovem,fugindo, resolvera tudo satisfa-tortamente,

Estava contente com a liber-dade do outro, liberdade queêle não lhe podia dar sem trairos sagrados deveres de sua pro-fissão. '

Contou então o sucedido aocapitão, que compreendeu tudo,e ambos ficaram a pensar, silen-ciosamente.

Depois, Nestor disse:Eu lhe devia a vida, Capi-

tão. Desejava que êle pudesseprovar sua inocência. Mas tinhaque o conservar prisioneiro: era

, meu dever !Ainda bem que êle usou

esse estratagema — disse o ca.pitão. — Agora o senhor nãotem mais que comunicar aosseus superiores a sua fuga .. Euatestarei, como capitão do na-vio, que êle, servindo-se de umestratagema, evadiu-se...

E ambos sorriram, um sorrisode compreensão e de simpatiapelo homem que tivera o gestosuperior de salvar a vida do pró-prio perseguidor, daquele que oqueria, por dever de profissão,reconduair à prisão onde foraencerrado injustamente.

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O TESOURO

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JA' sem forças para lidar nos

campos com os pesados fer-ros de lavragem, prevendo a mi-séria próxima, Serapião saía tô-das as manhãs de casa firmadoao bordão, e vagarosamente per-corria os caminhos do sítio, che-gando até onde lhe permitiam aspernas fracas.

Repousava nas barrancas, àbeira da água ou à sombra de ai-guina árvore, e ficava esquecidashoras, relembrando o tempo dasua mocidade, quando, brandin-do uma foice, roçava o mato bra-

vio, fazendo êle só a tarefa quedois homens de hoje não seriamcapazes de levar a termo.

E como vivia feliz! A casa farta,a família contente, porque a ter-ra correspondia com abundânciade flores e de frutos aos cuidadosdo lavrador!

Agora, entretanto, as laranjei-ras morriam carregadas de "er-va de passarinho'', os cafeeirosdesapareciam abafados pelo ma-to; nem uma raiz de mandioca,nem um pé de milho; o vassou-ral invadia as terras, e as có-

bras, sentindo o abandono, cru-zavam os caminhos ou dormiamao sol, enrascadas à beira do an-tigo açude, seco.

Todavia aquelas terras podiamlevar vantagem às outras da re-dondeza não só por serem maisférteis, como porque nelas viviamseis robustos rapazes, o mais ve-lho contando trinta anos, o maisnovo tendo apenas dezoito.

Filhos de Serapião, órfãos demãe, levavam vida ociosa, unsàs portas das vendas fumando,conversando, outros em casa es-

UM CONTO DE COELHO NETTO40 19 5 1

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

atfaaatkT^ ITlHftl wtiíw^ AIO—^BBBBÍ^L

VESTIMENTA E CLIMA. — O excesso de roupa ou agasalho di-ficulta a benéfica reação da pele às variações da temperatura am-biente. Do mesmo modo, o organismo se ressentirá dessas varia-ções quando a pele não estiver convenientemente protegida. Umae outra coisa podem favorecer o ataque das doenças infecciosas.

U&e roupas adequadas ao clima e às estações: não se ag&sa-lhe de mais, no verão, nem de menos, no inverno.

— Terça-feira .... DIA DO TRABALHO— Quarta-feira . . Sta. Mafalda— QuintíMeJa . ASCENÇÃO— Sexta.feira . . . S. Floriano— Sábado ...... Sta. Irene— Domingo S. João Damaceno— Segunda-feira . . Sto. Estanislau— Terça-feira .... Aparição de S. Miguel— Quarta-feira . . S. Jerónimo

10 — QuinCa-feira N. S.a "da Misericórdia11 — Sexta-feira . . . S. Florencio12 — Sábado S. Nereu13 — Domingo ESPIRITO SANTO14 — Segunda-feira . . Sta. Gema Galgani15 — Terça-feira .... Sto. Izidoro

16 — Quarta-feira . . S. João Nepomuceno17 — Quinta-feira . . S. Pascoal18 — Sexta-feira . Sta. Zuila19 — Sábado Sto. lvo20 — Domingo .... SANTÍSSIMA TRIND.21 — Segunda-feira . . Sta. Virgina22 — Terça-feira .... Sta. Rita de Cássia23 — Quarta-feira . . Sto. Epitácio24 — Quinta-feira . CORPO DE DEUS25 — Sexta-feira . . . S. Basálio26 — Sábado . . . S. Felipe Neri27 — Domingo ..... Sto. Ildebrando28 — Segunda-feira . . S. Ranulfo29 — Terça-feira . . . S. Máximo30 — Quarta-feira . Sta. Joana d'Arc31 — Quinta-feira . . Sta. PetronUa

tirados nag redes, afinando vio-Ias, sem pena do velho pai, semcuidados no futuro. Indolentes,para não saírem em busca detrabalho, contentavam-se com amagra ração de farinha de mi-lho que lhes dava uma negra,antiga escrava da família, quehão : 3 quisera apartar do serta-nejo.

De vez em quando, a muitainstância, um saia a caçar, e. en-quanto durava a carne no fumei-ro, zangarreavam e dormiam.

Serapião suspirava; mas,como era meigo para os filhos,não lhes dirigia uma palavraásperja, lembrava-lhes apenas afome, nos dias futuros, o frio,as moléstias: mostrava-lhes osapé da palhoça apodrecido, oadobe esburacado, os curraisvazios, e, nos poleiros, nem umgalo sequer para anunciar asmadrugadas.

Eles, porém, sempre estira-dos, respondiam com a resigna-ção dos fracos e dos preguiço-sos:

— Deus é grande, meu pai...Sucedeu, porém, uma grande

seca, e todo o sertão foi lasti-mosamente devastado pelo sol.

Os que tinham bens acumu-lados puderam fazer fuce aoflagelo; as pobrezinhos, piorem,esses caminhavam ncite e dia pe-Ias estradas secas e poentas, ba-tendo os matos, chafurdando nospântanos lodosos em busca defrutos e raízes. Tudo, porém osol devastador levara. Os pás-saros eram raros e no camponem uma preá saltava à vista do

Çnfiar uma agulha

Para enfiar sem dificuldadeuma agulha, projeta-se oburaco desta sobre um fundoclaro, de modo que tanto aque-le como a linha se possam verdistintamente. Isto dá especi-almente bom resultado quan-do nos estamos servindo de li-nha escura.

O mesmo processo pode seraplicado, tratando-se de enfiaruma máquina de costura, se secolocar um pedaço de papelbranco por trás da agulha

caçador faminto. O gado, se-dento, mugia angustiadamente;e à noite, nos casebres, junta-vam-se bandos de infelizes re-zando, em coro aflito, ladainhasde misericórdia. Serapião e osfilhos sofreram como os mai^desgraçados.

Porque nada possuiam, nadalhes fiavam; de sorte que, en-quanto duraram os dias tremen-dos, os infelizes erraram pelastrilhas, catando ervas, procuran-do raízes. Às vezes caíam ex-haus&>s na poeira das estradas,gemendo, de fadiga e de fome;emagreceram tanto que os osscsapareciam à flor da pele.

O velho sofria calado, e menostormento lhe causava a fome doque a miséria em que viviam o*filhos desalentados, pedindo amorte, preferível a tão duro elongo .sofrimento Afortunada-mente, chegaram as águas ben-ditas.

Chuvas torrenciais alagaramos campos, e com tal abundân-cia que os rios, assoberbados, es-praiaram; e as terras, fecunaa-das, entraram a produzir, fazer

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

0& ^*% mmoCÂNCER

ALIMENTAÇÃO DEFEITUOSA E DENTES ESTRAGADOS. —A principal causa dos dentes estragados ou cariados é a alixoen-tação pobre em cálcio, fósforo vitamina D. Corrigir a alimenta-ção defeituosa é o primeiro passo para evitar a cárie dos dentes.

Proteja seus dentes incluindo na alimentação leite, ovos, ver-duras e trutas.

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Sexta-feiraSábado . .Domingo ¦Segunda-feira

. S. Juvêncio 16Sto. Erasmo 17

. Sta. Clotildes 18. S. Norberto 19

Terça-feira ;.-... S. Fernando 20Quarta-feira . . . Sta. Pauiina 21Quinta-feira . • . S. Gilberto 22Sexta-feira . . . . S. Romualdo 33Sábado ...... S. Feliciano 34Domingo S. Getulio 25Segunda-feira . . . S. Barnabé 26Terça-feira .... Sta. Josefa Rosselo 27Quarta-feira • . . Sto.ANT. DE PADUA 28Quinta-feira . . . S. Basilio Magno 29Sexta-feira . . . . S. Modesto 30

Sábado ...... Sto. AurelianoDomingo S. ManuelSegunda-feira . . Sta. JulianaTerça-feira . . . S. SilvérioQuarta-feira . . S. Luiz GonzagaQuinta-feira . . S. PaulinoSexta-feira . S. JaimeSábado Sta. MarinaDomingo . • . . S. JOÃO BATISTASegunda-feira . . Sta. LúciaTerça-feira . . . S. VirgílioQuarta-feira . . S. LadisláuQuinta-feira . . S. BenignoSexta-feira . . S. Pedro e S. PauloSábado ...... Sta. Lucina

do brotar a sementeira, exjplo-dindo em verdura. No sítio, po-rém, só a erva brava ganhoucom as grandes águas; dilata-ram-se os vassourais, o sapéalastrou exuberantemente, e,como aparecessem aves e das to-cas saíssem ariscamente as pa-cas, os rapazes, esquecidos doflagelo, voltaram à vida pregui-cosa, buscando os alpendres dasvendas, ou estirando-se nas es-teiras, na varanda da palhoçaesboroada pelo tempo.

Serapião, porém, quis incita-los ao trabalho, lembrando-lheso que haviam sofrido durante omês árido de soalheira e penú-ria; mas, como antes, todos, auma, responderam-lhe: — "Deus

é grande !" — E um deles deslei-xadamente ajuntou: — "E paraque nos havemos de estafar, sénunca chegaremos a ser ricos ?Os que menos trabalham sãojustamente os mais favorecidos.Se alguma cousa nos tiver de viràs mãos, não é preciso que a va-mos procurar: a porta está sem-pre escancarada, entra por ela osoi, entra \x>r ela a noite; a for-tuna pode entrar também..."

Ouvindo palavras tais, o velhoergueu-se lentamente, tomou ocajado e partiu: era ao cair datarde, as juritís gemiam. A noi-te veio: a preta, para afugentaros morcegos, fez um fogo degravetos; e, em torno da chama,acocorados, reuniram-se os rapa-zes, até que um deles, o maismoço, vendo a lua alta, no céu,e dando pela ausência do pai.perguntou: — Que é feito donosso pai ? Que andará fazendo,a horas tais, lá fora, ao relentoda noite fria?

Coisas de gente grande

Os dois franceses que foramenterrados de pé, atendendo apedidos expressos em testa-mentto, foram Foch. o Maré-chal da Vitória de 1918, e Cie-menceau, o famoso "Tigre'* dogabinete que ganhou a pri-meira guerra mundial. Coinci-dência interessante é que osdois eram inimigos figadais oque talvez tenha influenciadoesse estranho pedido de enter-ramento.

E outro, com um frêmito pres-sago, disse, baixinho e a medo:— Quem sabe se não lhe suce-deu algum desastre? E' tão ve-lho, mal vê e anda com tantadificuldade... Quem sabe se nãorolou alguma ribanceira?

Ficaram algium tempo Mlert-ciosos, os olhos fitos na lenhaque crepitava; um deles, porémo mais velho, ergueu-se resoluta-mente; e foi mais forte do que apreguiça o amor no coração domoço:

— Vamos! Não podemos ficaraqui agazalhados quando o nossovelho pai treme de frio, e geme,talvez, estropiado no fundo dealguma grota. Vamos ! — E to-dos, levantando-se, travaram doscajados e disseram: — Vamos !

Saíram). A noite, de um es-plêndido luar, era luminosa epura: as estradas alvas branque-avam por entre a verdura e asárvores pareciam galvanizadas

de prata.Grande era ,o silêncio, apenas

interrompido aqui e ali pelo tri-lhar dos grilos e pelo chilro dealgum, pássaro aninhado; longe

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

C^lí^r»-—jftJXHO jífl fr^K^TWy£>

MASTIGAÇÃO CORRETA. — A mastigação correta e demoradae necessária à fase bucal da digestão, além de ativar a circula-ção do sangue nas gengivas, e, pelo atrito, contribuir para a lim-peza dos dentes.

Nào coma apressadamente. Mastigue bem os alimentos, orade um lado da boca, ora de outro.

— Domingo .— Segunda-feira— Terça-feira . .— Quarta-feira .— Quinta-feira .— Sexta-feira . .— Sábado . .— Domingo . . .— Segunda-feira

10 — Terça-feira .11 — Quarta-feira .12 — Quinta-feira .13 — Sexta-feira .14 — Sábado . . . .15 — Domingo .

Sta. LeonorVISITAÇÃO DE N. S.Sto. IzidoroSta. BertaSta. Filomena

Sta. DomingasS. CiriloSta. IzabelSta. VerônicaS. JanuárioS. SabinoS. João GualbertoSto. AnacletoS. BoaventuraSto. Henrique

16 — Segunda-feira .17 — Terça-feira . .18 — Quarta-feira .19 — QuintaJeira .20 —. Sexta-feira . .21 — Sábado . . . .22 — Domingo . . .23 — Segunda-feira .24 — Terça-feira . .25 — Quarta-feira .26 — Quinta-feira .27 — Sexta-feira -28 — Sábado ....29 — Domingo . . .30 — Segunda-feira .31 — Terça-feira .

N. S.« DO CARMOSto. ArnaldoS. Camilo de LelisS. Vicente de PaulaSta. MargaridaSta. AngelinaSta. Maria MadalenaS. LibórioSta. CristinaS. TiagoSANTA ANA

Sto. OlavoS. VitorSta. Marta

Sta. JulietaSto. Inácio de Loiola

rolavam águas com um perenemurmúrio.

Eles seguiam, ora pelos pe-drouços dos caminhos, ora mer-gulhados no sapezal ondulante,bradando sempre: — Meu pai I

O éco, apenas respondia.Já os rapazes faziam estra-

nhàs e terríveis conjeturas acêr-.ca do velho sertanejo, quandoum deles que se avantajara empassos gritou de longe:

— Aqui! Aqui ! — Correramtodos para o sítio de onde saíraa voz.- e lá, com alvoroto, foramencontrar Serapião sentado soba galhada protetora de uma ve-neranda mangueira, sorrindocontente.

Os rapazes, reunindo-se em cír-culo, puseram-se a falar da im-prudência do pai, e levantaram-no carinhosamente, insistindocom êle para que os acompa-nhasse à casa.

Serapião, porém, sorrindo sem-pre, apenas dizia, num grandecontentamento: — Ah ! se vo-cês soubessem... se vocês sou-bessemi — Os rapazes, intriga-dos cem as palavras do velho,

cercavam-no, perguntando: —Mas que é? Mas que é ? Porquenão dizes ? Que segredo podester para teus filhos?

— Deus me dê forças paraguardá-lo sempre ! Para que hei-de eu contar-vos tal segredo?Não haverá amanhã um homemque o não conheça, e quando oconhecerem os homens... po-*

bre de mim! Se eu vos julgassecapaz de guardá-lo, de certo quea outros não o confiaria, — mas

Curiosidade

A assembléia nacional fran.cèsa, ao decretar a divisão ter-ritorial da França, deu o no-me de Finisterre a um rincãoencravado na Bretanha, queentra pelo mar de forma idên-tica ao promontório espanholda Corunha, a que o?, antigos

deram o mesmo nome "Finisterrae" porque os primeiros na-

vegantes julgaram por muitotempo ser ali o fim do mun-do.

de que me servrá saberdes o queme disse a Iara ?Ouvindo isso, os rapazes arre-

meteram curiosamente, e, aper-tando o velho, interrogaram-nocurioso:

Iara! E tu falaste a umaiára, pai?Sim, — disse o velho comfingida tristeza, — já que meescapou parte do segredo, sabeique aqui, debaixo desta manguei-ra velha, veio ter comigo umaiára do rio.

Uma iára do rio!...Uma iára do rio. Toda nua

tinha apenas para cobrir-lhe òcolo os cabelos, verdes como olimo das pedras; era brancacomo a espuma das cachoeiras, eos olhos, tinham mais brilho doque a estrela d'alva.,.

Tu sonhaste, pai — disse omais moço dos filhos.

Por Deus, que não sonhei!Vi uma iára do rio, afirmo e juro.Ainda podeis ver o caminho ú-mido, da água que gotejava dosseus cabelos verdes.

Sim! estão úmidos os ca-

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICC

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JíSSailiFAt t JJfy______ápS-'-Hfitç~~___W5£

2%EXAME PERIÓDICO DOS DENTES. — Bons dentes são indís-

pensáveis à saúde. E' aconselhável mandar examiná-los, por umbom dentista, de 6 em 6 meses. E' imprescindível o exame dos den-tes aos 6 anos, quando surgem os primeiros molares permanentes

Cuide dos dentes, se quiser defender a saúde.

— Quarta-feira .— Quinta-feira .— Sexta-feira .— Sábado . . .— Domingo . .— Segunda-feira—¦ Terça-feira •— Quarta-feira— Quinta-feira

10 — Sexta-feira11 — Sábado . . .12 — Domingo . .13 — Segunda-feira14 — Terça-feira .15 — Quarta-feira .

S. LeôncioSta. LidiaS. DomingosN. S.a DAS NEVESS. CaetanoS. CiríacoS. RomãoS, LourençoSta. RosaSta. ClaraS. GregórioSta. AuroraSto. EuzébioSto. HipólitoASSUNÇÃO de N. SRA.

16 — Quinta-feira . . S. Joaquim17 — Sexta-feira . . . S. Roque18 — Sábado S. Lauro e Sta. Helena19 — Domingo .... S. Xisto20 — Segunda-feira . . S. Felisberto21 — Terça-feira . . . S. Sidonio22 — Quarta-feira . . S. Timóteo23 — Quinta-feira . . . S. Bartolomeu24 — Sexta-feira .... Sta. Lucilia25 — Sábado . . . . S. Zeferino26 — Domingo Sta. Eulália27 — Segunda-feira . . Sto. Agostinho28 — Terça-feira ... Sto. Adolfo29 — Quarta-feira . . Sta. Rosa de Lima30 — Quinta-feira . . S. Raimundo Nonato31 — Sexta-feira . . S. Aristides

minhos, porque o relento da noi-te os umedece.

Por Deus ! estão úmidosdas gotas que rolaram dos cabe-los verdes da íára.^ E mais: nâovos fica bem essa dúvida, meusfilhos, quando é vosso pai quemvos fala Já vos menti algumavez0

Nunca ! — disseram todos.Então chegai-vos bem para

mim, bem perto; que eu vos fale,mas que o vento da noite não le-ve além uma só das palavrasque eu vds disser, uma só daspalavras que me disse a iára.Chegai-vos bem para mim, bemperto !

E os rapazes apertaram-se emvolta de Serapião. — Agora, —continuou o bom velho, — juraipor Deus que nem uma só daspalavras que ides ouvir passarádos vossos lábios para os ouvidosde ou trem.

Juramos \Prestai atenção, para que

eu não me canse em repetir-vos.Esta terra que a luz do céu alu-mia, — disse com mistério o ve-lho, — esta terra que nós pisa-

mos guarda um velhissimo te-souro. Quem o escondeu foi ovelho pagé de uma tribu forte,quando a nossa terra foi invadi-da pelos descobridores. Escon-deu-o e partiu, internado-se nasselvas não desbravadas, certo,porém, de que não fora visto en-quanto cavava o esconderijopara o seu tesouro. Se homemnão havia à espreita, — a iára,por entre as tabúas, espiava, e

Saiba, que .. .

Os bolbos de que nascem astulipas são muito - parecidoscom a ¦cebola. Certo cidtivadorde tulipas da mais rara quaü_dade deixou por descuido osbolbos sobre a mesa, enquantoia trocar de roupa. Passou acozinheira por perto, agarrouas "cebolas" e temperou a co-mida. O jantar nesse dia saiupor perto de um milhão deflorins — e não prestou paranada, pois, o bolbo da tulipanão tem qualquer sabor...

conhece ò sítio em que se con-serva a riqueza maravilhosa.

E disse-o? E indicou-o,meu pai ? — acudiram todos osrapazes com ambição

O velho, porém, moderando aspalavras, continuou: — Não.mas prometeu fazê-lo no dia emque os cafeeiros, em vez de floresde prata, desabrochassem emflores de ouro.

Os rapazes entreolharam-sc;pasmados.

Vejo que não acreditais nasminhas palavras, filhos; é natu-ral: eu, mais velho do que vós,também sorri das expressões daiára, e foi preciso que ela, paraque eu acreditasse, me dissesse:— Velho, nada é impossível!Para que os cafeeiros, em vez dasflores alvas que costumam tou-car a sua ramia, dêem flores dacôr de ouro, basta que os não es-queçais, que os não deixeis aba-fados pela erva perniciosa; bas-ta que se lhes chegue a terra, queque se lhes dê o adubo, que selhes faça a limpeza em redor dotronco a fim de que os aqueça o*oí e as ch'it " fe entranhem

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ALMANAQUE 0*0 TICO-TICO

^ 1 JX.^trSETE/MBRS

BALANÇAFEBRE T1FICA E LEITE'. — O leite pode ser contaminado pelogerme da febre tífica. Mãos do ordenhador, vasilhame, adjunçãodágua, moscas etc. são as causas mais comuns dessa poluição. Afervura destrói os micróbios que se encontram no leite.

Só beba leite que tenha sido fervido.

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,101112131415

— SábadoDomingo . . •Segunaa-feiraTerça-feira .Quarta-feira .Quinta-feira .Sexta-feira . .Sábado . . .Domingo ¦ . .Segunda-feiraTerça-feira . .Quarta-feira .Quinta-feira .Sexta-feira . .Sábado ...

S. ConStâncioSto. Elpidio

N. S. DA PENASta. RosáliaS. GentilS. LiberatoINDEP. DO BRASILNA*. DE N. SENHORAS. JacintoS. Nicoláu TolentinoS. DeodoroSS. NOME DE MARIASto. AmadoEXALT. da Sta. CRUZN. S.a DAS DORES

161718192021222324252627282930

Domingo Sta. EditeSegunda-feira . . S. SátiroTerça-feira . . . S. José Cupertino

• Quarta-feira . . S. Nil©Quinta-feira . . Sta. FaustaSexta-feira S. MateusSábado S. MaurícioDomingo ..... S. LinoSegunda-feira ... N. S. das MerceüsTerça-feira . . S. FirminoQuarta-feira . . Sta JustinaQuinta-feira . ¦ Stos. Cosme e Damião

¦ Sexta-feira . . . S. BernardoSábado S. Miguel ArcanjoDomingo S. Jerõnimo

até as suas raízes; isto feito, empouco vereis_os cafeeiros doura-dos, e, nesse dia, eu virei mos-trar-vos o sítio onde o pagé guar-dou, numa enorme igaçaba, o1tesouro da tribu!

Os rapazes, entendendo-teecem os olhos, suspiraram, e umdeles, cjferecendo arrimo ao po-bre velho, disse-lhe:

— Vamos, meu pai; faz frio,a noite vai alta e em casa ardeum lume cjue vos há-de fazerbem!

E havemos de o deixar aosol?

Melhor é que o vamos bus-car ao campo e que o tenhamossempre junto de nós. vigiadocomo uma criança.

Sim, vamos buscá-lo aocampo.

E foram. Não andaram mui-to, porque logo ouviram a voz deSerapião que cantava, e a pança-da seca de uma enxada batendoa terra.

disse comVamos ! —brandura o velho.

E caminharam vagarosos a-través dos campos iluminados

pelo luar silencioso.Ao amanhecer, porém, os ra-

pazes, despertando, viram de-serto o catre do velho pai, e logo,tomados de apreensões, ergue-ram-se.

Onde terá ido tão cedo?Que terá ido fazer?

E' a loucura da velhice queassim o faz andar desatinamen-te, — respondeu o mais velho àpergunta do mais moço.

Saiba que .. .

O sono em abudância é in-dispensável ao desenvolvimen-to. Às crianças é muito útilque durmam durante o tempoque quiserem, sobretudo se vi-vem nas cidades.

O número minímo de horasque a criança deve dormir éde 12 por dia, até aos 4 anos;de 11 entre os 4 e os 7 anos;de 10 e meia, entre 7 e 10anos; de 10, até aos 15.

Trabalha! — exclamoumaravilhado um dos rapazes.

Trabalha! — disseram to-dos; e embrenharam-se.

Efetivamente o velho trabalha-va, capinando, eito acima, umarua de café.

O suor escorria-lhe da fronte,onde os cabelos brancos forma-vam pastas, o suor pingava-lheda barba; e o peito, que a ca-misa entreaberta desnudava, re-luzia húmido. Vendo-o, os filhosbradaram:_.'— Oh ! que fazes aí, pai ?

O velho, risonho, com os pe-queninos olhos iluminados deum fulgor estranho, voltou-seesfregando as mãos, com o caboda enxada encostado ao peito:

Que faço ? Pois não vedes ?Luto, a ver se consigo despir dosmatos e das parasitas os cafeei-ros para que se cumpra a pro-messa da íára do rio. Ao menosmorrerei tranqüilo, se vos deixaro necessário para que não te-nhais uma velhice triste como aque eu arrasto !

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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ESCORPIÃOA SAODE ALHEIA — A tosse e o espirro propagam a gripe, lan-çando contra os circunstantes mucosidades do nariz e üa garganta, as quais contém germes da doença.

Quando tossir ou espirar, proteja o nariz e a boca com umlenço.

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Segunda-feiraTerça-feira •Quarta-feira .Quinta-feira .Sexta-feira .Sábado . . .Domingo . . ,Segunda-feiraTerça-feira . ,Quarta_feiraQuinta-feira .Sexta-feira .Sábado . . .Domingo .Segunda-feira

S. VeríssimoStos. Anjos da GuardaSta. Tereza do M. JesusS. Francisco de Borgia

Sta. Flaviaa. BrunoN. S. do RosárioSta. BrigidaS. EleutérioS. CerbônioFund d'0 "TICO-TICO'DESC. DA AMÉRICAS. EduardoS OalixtoS. Fortunato

16 — Terça-feira . . . S. Geraldo Majela17 — Quarta-feira . ._. Sta. Edwiges18 — Quinta-feira - . S. Lucas19 — Sexta-feira . . . S. Pedro de Alcântara20 — Sábado ...... S. João Cancio21 — Domingo . . . . Sta. Ursula22 — Segunda-feira . . S. Vereando23 — Terçajeira . . . S. Severino24 — Quarta-feira . S. Rafael Arcanjo25 — Quinta-feira . . .. S. Crispim26 — Sexta-feira . . . S. Evarísto27 — Sábado ...... S. Felipe28 — Domingo .... S. Judas Tadêu29 — Segunda-feira . . S. Lúciano30 — Terça-feira . . . S. Marcelo31 — Quarta.feira . . S. Quintino

E tu, só, queres dar cabo detanto?.

Eu só, já que deixais só.Mais depressa viria o tesouro àsnossas mãos, se fôssemos todosa trabalhar; mais depressa vi-riam a fartura e a paz; assimvirá mais vagarosamente, ma<que me dê forças o Senhor e saú-de. e eu não dormirei contenteenquanto não tiver da iára o me-lhor da promessa.

Ouvindo-o falar assim, comtão segura convicção, um dosrapazes disse ao outro, em se-grêdo:

Quem sabe se o que julga-mas alucinação de velhice, nãoé verdade? Não é mais prudentenem mais avisado do que êle omais notável dos nossos homensconterrâneos; ninguém o apa-nhou jamais em falsidade; todoslhe pedem conselhos, todos oquerem ouvir; e tal não aconte-ceria, se lhe percebessem desa-tinos, vindos da razão enfraque-cida. Quem sabe se não é ver-dade?

Sim, quem sabe ?Falam tanto de encanta-

mentos ! Melhor seria tentar-mos. Juntos, em pouco tempodaremos conta da tarefa, e* talvezapareçam nos cafeeiros as anun-ciadas flores de ouro. E que re-galo. se encontrarmos a riquezada tribu!

Melhor do que o fazendeiromais rico...

Muito melhor por certo!Já o velho tornara à terra, can-

tandó, quando os rapazes, con-

CURIOSIDADES

O primeiro poço de minaque se abriu, foi na idade dapedra, isto é, desde qüe o ho-mem primitivo precisou de pe-dras ou de metais para construir abrigos ou fabricar ar-mas.

A pessoa de mais peso deque há memória nos anais dahistória médica, foi um ho-mem da Nova Carolina, do sé-culo passado, que pesava maisde mil libras (435 quilos).

certados, desceram à casa. re-buscando entre os ferros esque-cidos os melhores; e, tomandodeles, meteram-se pelos matosdensos. À tarde, caía o crepús-culo nevoento, e o velho desciao caminho da casa, quando viu.com alegre surpresa, os filhos emturma, trabalhando. Deteve-see a emoção foi tão forte em suaalma, que as lágrimas saltaramviolentas dos olhas do sertanejo;e quem por perto dele passasseouviria o que disse comovida-mente: — "Bendita iára ! Ben-dita iára!" E foi-se cantarolando, risonho e feliz, com a enxadaao ombro.

No dia seguinte, ao luzir d'al-va, Serapião erguia-se do catre.quando o mais velho dos filhorprocurou-o.:

— Fica! — lhe disse: — Nãoé preciso que venhas ao campo.Se fôr verdade o que te disse aiára, dentro em pouco verás lim-pos de toda a erva os cafeeiros.•Somos mais robustos do que tu:fica e descansa.

E o velho disse:

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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SAGITÁRIO

OS "TRÊS OITO". A "formula dos três oito" regula a divisão ra-ciunal do dia, compatível com a saúde: oito horas de sono, oitonoras de trabalho, oito horas de recreação. As oito horas do sonopermitem ao organismo recuperar as energias gastas com o tra-balho e resistir melhor às infecções.

Durma oito horas por dia, para recuperar as energias gastasno trabalho.

— Quinta-feira . . . Todos os Santos 16— Sexta-feira ... FINADOS 17— Sábado ...... Sta. Silvia 18— Domingo ..... S. Clarindo 19— Segunda-feira . . . S. Silvano 20— Terça-feira . . . . S. Leonardo 21— Quarta-feira . • . S. Florentino 22— Quinta-feira • . . S. Godofredo 23— Sexta-feira . . . . S. «restes 24

10 — Sábado S. André Avelino 2511 — Domingo S. Nemo 2612 — Segunda-feira . . . S. Martinho 2713 — Terça Jeira . . .. S. Nicolau 2814 — Quarta-feira . . . S. Jcsafat 2915 — Quinta-feira : . . PROC. DA REPÚBLICA 30

Sexta-feira . S. EdmundoSábado S. GregorioDomingo . . . Sta. SaloméSegunda-feira . . S. AbdiasTerça-feira . . . S. Otávio

' Quarta-feira . . Apresentação de MariaQuinta-feira . . Sta. CecíliaSexta-feira . . . S. ClementinoSábado ...... Sta. FirminaDomingo S. GonçaloSegunda-feira . . S. ConradoTerça-feira . , . S. VirginioQuarta-feira . . Sta. LucreciaQuinta-feira . . S. SaturninoSexta-feira ... S. André

— Ide, e que Deus abençoe ovosso trabalho; eu fico, e, paraque a inércia não me amolente ocorpo e ò espírito, trazendo-mea preguiça e os pensamentostristes, vou dlistrair-me repa-rando os estragos que o tem-po tem feito na cabana que nosabriga. De volta, à tarde, trazeio sapé para substituir o colmoque mal nos resguarda das chu-vas e eu mesmo cobrirei a caba-na. B" justo que quem trabalhadurma tranqüilamente, sem queas goteiras o façam andar com oleito dum para outro sítio. Ide!e que Deus abençoe 0 vosso tra-balho!

E os rapazes partiram.O velho ficou, e, conforme a

promessa que fizera, pôs-se a re-tocar os muros abertos em frin-chás; e à noitinha, quando os fi-lhos entraram, mostraram-lhes

o trabalho que havia feito, e elesentregaram-lhes os feixes.de sa-pé que haviam cortado; e senta-ram-se à mesa, comendo com a-petite e satisfação. O velho,sempre ao fim do respasto, diziaà maneira de oração: A iára deve

estar satisfeita; dentro em poucoterá perdido o seu encanto".

E assim passou um ano.Os rapazes, por vezes, desani-

mavam; mas sempre havia um,mais ambicioso, que acoroçoavaos outros:

— Que! pois agora que vai emtão bom seguimento o trabalho,é que vocês querem deixá-lo ?Vamos ! Quem sabe se já não es-tão abotoando as flôrrs de ouro?

Curiosidades

O veneno que as abelhassegregam e que expelem peloferrão, é formado pela mis-tura de dois líquidos, umácido e outro alcalino, inofen-sivos separadamente, porémaltamente venenosos uma vezmisturados.

Os espectros, coloridos quepor vezes se vêem em redor daLua são causados por peque-nos cristais de neve existentesnas nuvens altas.

E, assim excitados, tornavamtodos à terra.

E veio o tempo das colheitas.Os milhos e as canas faziam

um extenso mar dourado, ao sol;os arrozais alastravam os alaga-diços com um fino tapete de ve-ludo verde; o mandiocal cobriacom a sua rama as encostas ou-trora secas; o feijão, enroscande-se nos pés de milho, subia tan-to, que se confundia com as es-trigas louras; e tudo prometiauma colheita abundante.

Os rapazes suspiravam: "Esta-vam carregados de flores os ca-feeiros... ah ! mas não eram deouro as flores. De que lhes ser-vira tanto esforço, ao sol?"

— Perseverança, meus filhos!perseverança! — As flores deouro hão-de vir, as iáras nãomentem Vamos tratar de reco-lher os primeiros presentes daterra. E começaram a óolher;mas eram, em tal abundância osprodutos, que os rapazes tiveramnecessidade de recorrer aos vizi-nhos, alugando carros e gadopara transportar os frutos; e,como todos viam a prosperidade

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ALMANAQUE D'0 TICO-TiCO

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líZEMBR^

CAPRICÓRNIO

GELADOS E CORRENTES DE AR. — Os gelados e as correntesde ar, por si, não determinam a gripe, ma* irritam as mucosas doaparelho respiratório e facilitam a ação do germe.

Evite os gelados e as correntes de ar, principalmente quandoestiver cansado ou suado.

— Sábado S. Elói— Domingo ..... l.° Domingo do Advt.— Segunda-feira . . S. Francisco Xavier— Terça-feira .... Sta. Barbara— Quarta-feira . . S. Sabás— Quinta-feira . . Sta. Leoncia— Sexta-feira . . . S. Ambrosio— Sábado . . . . Imaculada Conceição— Domingo ... Sta. Leocádia

10 — Segunda-feira . . S. Melquiades11 — Terça-feira . . . S. Damas*12 — Quarta-feira . . N. Sa. de Guadalupe13 — Quinta-feira . Sta. Luzia14 — Sexta-feira .... S. Agnelo15 — Sábado . . Sta. Cristiana

16 — Domingo ..... Sta. Adelaide17 — Segusuta-fei_a . . S. Lázaro18 — lerça-feira . . S. Graciano19 — Quarta-feira . . Sta. Fausta20 — Quinta-feira . . S. Maçam21 — Sexta-feira S. Tome (Apóstolo)22 — Sábado ...... S. Flaviano23 — Domingo .... Sta. Vitória24 — Segunda-feira . . Sta. Tarsila25 — Terça-feira .... NATAL26 — Quarta-feira . . Sto. Estevão27 — Quinta-feira . . S. João Evangelista28 — Sexta-feira .... Stos. Inocentes29 — Sábado ...... S. Marcelo30 — Domingo Sta. Anesia31 — Segunda-feira ... S. Silvestre

do sitio, ninguém recusou o quepediam os rapazes, e mais aindalhes ofereciam.

Gente supersticiosa, porquedesconhecia o caso do tesouro,começou a murmurar: — queali andava a mão do diabo 1 ter-ras, ontem tomadas jDelo mato,como podiam estar assim flores-centes ? !

E fugiam do sítio os supersti-ciosos, inventanido lendas tene-brosas.

Vendida grande parte da co-lheita. com o produto os rapazesdesceram à feira, e comprandogado, ave>, e novos instrumen-tos, sortiram a despensa,. enche-ram os paióis, e tiveram abun-dância e alegria. O velho, con-tente, saía a tarde para o terrei-ro, e chorava lágrimas de ale-gria, vendo que se ia lentamenterealizando a promessa da "mãed'água". Já se ouvia o mugidodos bois nos campos dantes tãosilenciosos; e, todas as manhãs,a preta saía com uma grandemalga para ordenhar as vacas;ovelhas balavam, galinhas caca-rejavam; nas cevas, grandes por-cop roncavam, e já as manhãs

não passavam sem o canto ale-gre dos gaios: agora eram seisa cantar no poleiro.

Mais outro ano passou, maisfarto do que o primeiro; os fi-lhos, porém, a-pesar-de verem asárvores vergadas ao peso dosfrutos, suspiravam: "porque nãovinham aos cafesais as flores deouro ? !"

Perseverança, meus filhos;perseverança — dizia * o ve-lho. — As flores de ouro hão-de-vir, as iáras não mentem".

E recolhia à grande arca oque os filhos traziam do merca-

Conhecimentos úteis

Os seres vivos têm necessi-dade do oxigênio. Sem êlenão póde-haver vida. Na espé-cie humana, o oxigênio é leva-do aos pulmões pelo ar quese respira.

Trate cuidadosamente dasafecções do nariz, da gargantae dos dentes, a fim de evitarcomplicações para o lado davista.

do, onde haviam ido vender osprodutos do sítio.<-

Seis anos depois, já os rapazestinham desesperado da promessada iára; mas, como se haviamhabituado ao trabalho, saíam to-das as manhãs para os camposque eram então os mais belos eos mais férteis da redondeza. Ovelho enfermou gravemei.U;, sen-do levado em braços para o leito.

Os filhos, tristes, cercavam-'no; e já a vista se lhe turbava,quando êle acenou tremulamente, chamando para bem pertotodos os rapazes, e, sentindo-osjunto ao leito, disse:

— Meus filhos, já agora poss°íalar, dizendo-vos o melhor de se-

gredo da iára. Habituaste-vos notrabalho, e certo estou de que onão trocarei s mais nunca pelavida inerte que leváveis. A ale-gria está conosco, temes a a-bundancia e a paz, nada nos fal-ta. Já não mendigamos o pãocom que nos alimentamos, nema lã com que nos cobrimos; ' ovento já não zumbe nos quartosda cabana de muros orancos; láfora o gado procria; já não bas-ta um curral para conter as crias

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

estão carregadas de frutos, e jánão andais descalços nem cober-tos de andrajos; tendes tudo,e mais ainda: a conside-ração dos homens, que já nãovos apontam como freqüentado-res de estradas, desconfiando devós se lhes faltava uma ovelhadu um fruto no galho... Bemvedes que não vos menti!

O mais moço, porém, que tudoouvira em silêncio, não se con-teve, vendo que ó pai, cansado,emudecera:

Mas, os frutos dê"ouro, meupai... a promessa da iára ?

— Os frutos de ouro? Ah! Osfrutos de ouro... eu os fui ajun-tando, para fazer-vos a surpresa,e tenho-os ali, naquela velhaarca. Ide ver! a chave está co-mígo, procurai-a debaixo do meutravesseiro!

E o mais mcço dos filhos, ou-vindo as palavras do moribundo,procurou a chave; e, achando-a,correu com ela para a grande ar-ca, cercado de todos os irmãos;e, quando abriu, um grande gri-to saiu de todos os peitos:

Oh!Estava atopetada de ouro! E

cs rapazes, mal contendo a emo-ção, precipitaram-se para juntodo leito do moribundo:

Que fortuna é essa, pai ?E o velho, com a voz enfraque-

sida, disse:E" o tesouro da iára que es-

tava escondido na terra!E foste tu que o descobris-

te?Eu, não, meus filhos. Apon-

tei-vos apenas o caminho!Quem o desccbriu fostes vós,

com o vosso trabalho perseve-rante; eu acumulei com eco-)nomia, e agora entrego-vos oque vos pertence. E sabei, filhosmeus! Em todo e qualquer pon-to da terra há um tesouro escon-ciido, cuja descoberta só é possi-vel fazer-se com o trabalho. Ten-des agora abundância e paz; e,-.e quiserdes aumentar a vossafortuna, voltai à terra, — queainda e sempre achareis o queextrair de suas entranhas. Lem-brai-vos da iáiia, lembrai-vos daiára!

E, sem mais dizer, cerrou osolhos docemente, repousando acabeça no travesseiro.

Estava morto, e" sorria.

19 5 1

MUSIQUINHA DO ALFABETO

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_fj K _£z 1 f ^=k.

AQUI está uma cousa que você não tinha imaginado: que o ai-*

fabeto pudesse ser cantado... Pois aqui lhe oferecemos a mú-siquinha do alfabeto, com a respectiva melodia e acompanhamento,para piano. Peça à mamãe ou a outra pessoa que toque a músicae aprenda a cantar a bonita canção. Bonita pela sua harmonia mu-sical e pelo seu ritmo, porém, mais bonita ainda pela letra, que éa que todos aprendemos em criança, e que representa a chave ma-ravilhosa com que todos, abrimos a porta larga que nos conduz atodas as vitórias na vida: o alfabeto. Esta música, tão simples, de-via ser adotada como hino nas escolas, pela sua beleza e pela suaalta significação. Não espere m*is, pequeno leitor: vá pedir a ai-guém para tocar a melodia ao piano, e cante com entusiasmo ecom carinho a expressiva canção.frm-i/\l\f\f\r}S\S\J\S*J,*S*S\S*S\/\*>S\S*S^ '¦|'*l,l*a*.-t*-*i*M*n*W*W-V"|—•<-<

49

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

SiiiSO peüxe-espada

OS gregos chamavam as es-padas de xiphos (sifos).

Daí pertencer o peixe espada àfamília dos sifos. Este espada-chim vive nas costas do Meditei-ráneo e do Atlântico, procurandoluta com os demais peixes, por-e não há no mar bicho mais va-lentão.

A adaga de que se serve parabater-se contra seus inimigos oucontra seres humanos é feita deuma matéria celular (cheia in_teriormente de orifícios) muitoforte, recoberta por uma camadaóssea. As bordas são mais afia-das, porém em fôrma de serraisto é, cheia de dentes; a pontaé muito aguda. Com esta arma,que é a terminação do lábio mi-perior do peixe espada, chega éle

a perfurar o casco das pe-quenias embarcações se-gundo diz Plínio, o natu-ralista romano, informa-ção essa a que não se da-va crédito até há poucotempo. Mas, ultimamente,diversos casos têm acon-tecido, os quais justificama afirmativa de Plínio.Carnide fala de uma em-barcação espanhola quequase naufragou nas cos-tas cantábricas por tersido espetada por um pei-*kSj£^/ xe espada. Às vezes na qui-lha de grandes veleiros

são encontrados pedaços das es.padas cravadas por-estes temi-veis peixes.

Como os guerreiros antigos, opeixe espada anda vestido comuma couraça áspera e de côr azule prata. Seu tamanho varia en-tre dois metros e meio e cincometros e é também conhecidosob o nome de "diphias gla-dius" (gladius significa, em Ia.tim espada). Lembre-se da pa-lavra gladiador, que é precisa-mente a que estamos descreven.do aqui e que é a mais impor-tante.

Esta fera do mar existe, emgrande quantidade, nas costas

da Sicília. •Sua carne,

5VOT équando se trata de

peixe novd? é branca e nutritiva.Antigamente, os pescadores da

Sicília acreditavam que o peixe

espada aparecia quando se di-ziam determinadas palavras.

Este peixe é pescado com ar-pão. E' muito difícil de morrere resiste muito tempo antes deser içado a bordo." Quando acon-tece ser pescado em rede, quasesempre a estraçalha com seuformidável facão.

Este esgrimista não é visto emcardumes, como os outros pei

xes. Vai pelos mares acompa.nhado de sua esposa, que tam-bém tem no lábio superior umaespada.

De vez em quando a fêmea des-ova nas costas marítimas e daípartem os pequenos peixes-espa-da, que desde tenra idade dão osseus passeios.

O peixe espada é muito pare-cido com o atum, na côr da pelee qualidade da carne.

Há no mar uma espécie de pa_rasita que atormenta os atuns eos peixes-e_5pada durante o ve-rão.

Aristóteles, que foi um grandesábio, observou a existência do"estro" — assim se chamavaesse inseto

Em Provença e Gênova esteparasita tinha o nome de "Impe-rador".

Existe uma lenda que diz queo peixe-espada puxa para apraia ais pessoas que se estão a-fogandò, como se quiesse salvã_Ias, e por isso *le tem recebido onome de Cavalheiro do Mar.

A Ç3 M « T_LJ «Om, BJ Ç Jêl O I

*=*** 11 jg, *; I *:i&o—— Meu Deifs! Meu Deus! Que

prcjscnte daremos ao nosso afi-Ihadinho Pepéca, este Natal ? Jádemos tanta coisa ! !

50

— Temos que arranjar um

presente bonito, que agrade aoPepéca, pois êle é muito esperti-nho e só gosta do que é bom...

— Pronto, Genolino! Achei l!Vamos dar o lindo "Almanaquede Tiquinho"! E' um presenteencantador para qualquer cri.anca!!

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

V t^\_x *

Ti, Bi, Xi, as três ratinhasestão em casa sozinhas.

Ti, Bi, Xi, as três ratinhasestão dando uma festinha.

Ti, Bi, Xi vão passar bempois até presunto têm !

__^ \i^ __*#Ti, Bi, Xi, as três ratinhastêm ja cheia a barriguinha.

Ti, Bi, Xi, as três ratinhas,como final da festinha

cantam, dansando em rodinha,a "Ciranda Cirandinha..."

Vêem uma linda casinha,de grade, tão bonitinha

que é mesmo uma tentação...Ti quer entrar. Xi diz : — não !

Bi diz : — Deixem de bobagem !Eu entro ! Tenho coragem !

Mal meteu a cabecinha,fez soltar uma molinha

e pronto ! Ficou fechada !Tremeu, chorando, assustada,

enquanto as duas ratinhasretorciam as mãosinhas.

Pobre maninha querida ! .Agora, estarás perdida ?

Mas Bi decidiu agirpara tratar de fugir

e a grade tanto roeuque um buraco apareceu.

# |L-_f

Ti, Bi, Xi, as três ratinhasestão outra vez juntinhas.Que susto ! Quanta emoção IMas agora... que alegrão !Fazem, dz. novo, a rodinha,com a «'Ciranda, cirandinha...

51

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

TLMA era uma menina boa e bo-nita, por isso era querida por to-

dos, principalmente pelos seus pais.Tinha apenas oito anos e já ajudavasua mãe nos serviços da casa. Lim-pava o pó dos móveis, enxugavapratos e ainda tomava conta do ir-mãozinho de três anos. Esse irmãode Uma chamava-se Aloisio e eramuito traquinas.

Todas as manhas, depois do café,a menina ia para um jardim públicoque havia próximo á sua casa, ouviro canto dos pássaros, que eram seusamigos. Levava sempre pedacinhosde pão e grãos de trigo para os pas-sarinhos. Havia um pardal gordinhoe saltitante que era o mais amigode Uma. Logo que a menina chega-va vinha êle dar-lhe as boas-vindas,pulando e pipilando.

N

Embora todos os pássaros do jar-dim fossem queridos por llminha, ha-via um por quem a menina demons-trava medo e antipatia. Era a coruja.

Era uma coruja pequena quevivia na torre da igreia do bairro eque ás vezes ia ao jardim parapairar com os passarinhos.

Quando Uma encontrava o mochoficava muito assustada e saía a cor-rer, porque lhe tinham dito que estepássaro anunciava desgraças.

Certa manhã, em que llminha sedirigia ao jardim, muito contenteporque arranjara grande quantidadede grãos de trigo e migalhas de pão,para os seus amigúinhos, começou a

í52 19 5 1

ALMANAQUE D _ ii_0-ii_0-

cair uma chuva fria, parecendo queia aumentar. Então, Ilminha abriu asombrinha que levava» e sentou-seem baixo de uma arvore para espe-rar que a chuva parasse.

Já estava ali a algum tempoquando ouviu um pássaro falando,isto é, conversando á~moda dos pas-sarinhos : pin-piripin... pih...

Por que você vem para aqui ?perguntava o pardal á coruja

Este lugar não é seu. Por quenão fica lá na torre da igreja?

Venho aqui — respondeu acoruja — porque não faço mal a nin-guém e gosto de viver entre os outros.

Não é verdade. Você é uma avee mau agouro. Está sempre anun~

ciando infeliciuades. Você é inútil esó vive assustando os outros com assuas gargalhadas durante a noite.

E uma calúnia isto que dizeni_.de mim. Eu não faço mal a ninguém.

T

Só vôo á noite porque de dia nãoveio bem. Foram os ignorantes queespalharam estas invehcionices a meurespeito. As pessoas inteligentes e queestudaram um pouco sabem que istonão é verdade; sabem até, pelo con-trário, que sou muito útil á agricul-tura, porque como os ratos e muitosoutros bichinhos que tanto prejudi-cam as plantações. Você, sim, é quenão serve para nada. Estraga o queeu defendo. Você come o trigo, rou-bando o produto do trabalho dosagricultores. Você pode ser mais bo-nito do que eu, mas é muito preju-dicial ao homem, enquanto que eusou feia mas sou mais amiga dele.

Naquela manhã Ilminha voltoupara casa com outra opinião a res-peito da coruja e depois daquele diapassou a olhar aquela com simpatiae carinho.

we. W~tâ, ^A\rIa9v5,l 53

P^XJALBERTO estava sempre queixoso daprópria sorte. Desde criança, até se fazer

homem, tivera sempre aquele mau costume dèachar ,tudo ruim dJe se queixar, de viver re-clamando.

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

pernas eram curtas demais e quepor isso não alcançara a bola

A O entardecer de um dia deprimavera, Gualberto, que na

ocasião era pagem do refoi passear no bosque(enquanto seu lobo não

vinha...) perto do palácio, ondehavia lindos pés de maçã, carregai-dinhos.

4'-

Se estava jogando futebol, e em lugar dedar o ponta-pé na bola, errava o cálculo elevava um tombo, machucado e furioso co-meçava a queixar-se e a reclamar que suas

/*/ Pi

m\ l

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54

Aproximou-se de uma das maciei-ras e, como era preguiçoso — não quisse dar ao trabalho de procurar as ma-çãs maduras, que estavam mais altas, epegou mesmo uma verde. Antes demorder o fruto, quis aspirar seu per-fume. Cheirou, cheirou, mas comoa maçã estava verde, não tinhacheiro. Então Gualberto começou ase^queixar, aborrecido, dizendo:

— A culpa é do meu nariz quede tão cuito não consegue pegaro cheiro da maçã.

Mal disse isto, uma grande tolicemesmo, seu nariz começou a crescer'a crescer, e cinco minutos depoismedia mais de dois metros, pare-cendo uma serpente.

Quando Gualberto se viu comaquele narigão, começou a chorardesesperadameníe.

Foi aí que do alto da macieira,m desceu um anãozinho barbudo,- feiticeiro afamado, que lhe disse:

19 5'

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

— Agora, seu reclamador, nãopodes dizer que ie falia nariz-E, já que tens nariz até demais, • '

vai-ie pòr aí a cheirar tudo,vai-ie! .

Gualberío íanio chorou, ianíoPediu, que o anão já estava

. ficando com pena.-Seu Anão, tenha pena de

mim! Meu nariz vai andar arras-tando no chão, toda a gente vaipisar nele... As galinhas vão darbicadas no coitado, vai doer...Quando eu fôr dormir, acabodeitando em cima dele,- e voume embaraçar todo...

Vá lá, vá lá! Mas precisasaprender, antes, que a coisa maisfeia que há é a pessoa andarreclamando contra tudo! Amaçã que pegasie não temcheiro, porque estava verde. Queculpa tem o teu nariz disso?

Antes de te queixares, devesé procurar saber a causa dascoisas, a razão delas. Só se queixaquem tem falia de vontade detriunfar.

Gualberío compreen-deu que o anãozinho tinharazão e nunca mais es-.ueceu a lição recebida.

?eu nariz voltou a ser*- o que era

f olhem lá que não era nadaPequeno, como vocês podem verPelas ilustrações desta* história...

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A r-\bJAQUE D'0 TICO-TICO

REGIÕES POLARES

Os habitantes das terras árticas, isto f^ próximos ao Polo-Norte lapônios, esquimós, etc. utilizam como meio de loco.moção, o trenó puxado por cães; estes ¦ animais são de umaespécie nativa dessas regiões e têm uma constituição forte evigorosa.

Os esquimós vivem simplesmente e têm costumes primitivos.Dedicam-se à caça e ã pesca, pois as regiões em que moramnão têm campos nem terras para cultivar. Na navegação elesempregam um pequeno barco em que só cabe uma pessoa, ao•Hial dão o nome de "kayak".

Os habitantes do Polo Norte são de baixa estatura, mas muitofortes e de muita resistência física, suportando perfeitamenteas baixas temperaturas das terras em qu i vivem. Sua casa noinverno é o -'iglú", construída de pequenos blocos de gelo. Noverão eles vivem em choças de madeira, cobertas com pelesde animais.

Aspecto da grande barreira de Ross, gigantesca montanha degelo, medindo cerca de 50 quilômetros de extensão, situada nasterras antárticas eu seja no Polo Sul. Estas regiões são me-nos conhecidas, pois não tem sido tão exploradas como asárticas, pertencentes ao Polo Norte.

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Os exploradores polares fazem suas viagens em barcos especi-almente preparados para resistir ã viagem entre os g ê I o s .Quando não lhes é mais possível navegar, desembarcam efazem acampamentos. Terminam suas expedições viajando emtrenós, puxados por cães.

56

Roberto E. Peary, exploradoinorte-americano que realizouviagens às terras árticas e em1909 foi o primeiro a chegarao Polo Norte.

Roald Amundscn, famoso na-vegador norueguês. Efetuouimportantes expedições pola-res e no ano de 1911 desço-briu o Polo Sul.

19 5 1

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

REGIÕES POLARES_______^________________________________________________^

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POLO NORTE e terras próximas ao mesmo. As mais próximas se denominam Terras Árticas e são banhadas pelo OceanoGlacial Ártico

POLO SUL Como se poda ver, acha-se mais isolado dos continentes e as terras que o rodeiam formam o que se chamaa "Antártida".

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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CMAxuro.

ONTEM EU ESTAVA COM "CEM" CHÜ2E/-

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ÍOhlr TZOCÃP/LHO/)

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rS-í í23*C em/M A/AD $£ TERAJA PA QUE FAZER. VOU PASSA?

\loôopa*a ooureo quaprinhoj*

(SUE ESTAÇÃO PE PAP/O^A/PERMAL"^CHI//.*MAO POPE SER." 5 QUE HOMEM PARECIPO COM/<SOS

PEVE SER MEU SÓS/A* E PARECEQUE ESTA' PE /UAL"COM O

BARBEIRO.*

UFA.ORLAAJPO ^ /SELVA.'PEAlSE/(SÜE VOC£ A/AOV/ESSE, JAESTA'

ATRAZAPOJ

VOU-MEEMBORA .EHS

LAJ?6U£M'/H6!

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ALMANAQUE DO TICO-TICO

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19 5 1 61

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^0-yangPor PEDRO CARAUTA

VIVIA outrora na cidade de

Hu-Keú, nas margens dolago Po-Yang, um ambiciosomandarim chamado Taí-Tong.Acumulava tesouros sobre te-souros, despojando, com os seusimpcsto?, até os miseráves ca-sebres dos camponeses que ha-bitavam suas terras.

Certa manhã cheia de sol,correu o boato pela cidade, deque no fundo do lago havia gi-gantesca serpente marnha re-pousando sobre um tesouromisterioso. Não se sabia aocerto o que era, mas fosse o quefosse, brilhava tanto como osol.

Ao saber da noticia, Tai-Tong mandou colocar .guardasnas margens do lag \ para im-pedir que furtarsem aquelamaravilha. Vestindo-se com es-mero, saiu de casa para ver deperto o fabuloso tesouro.

No alto de uma psdra, em-borá repelida pelo3 guardas,uma grande multidão se amou-toara. Chegando o mandarim,todos curvavam a cabeça, mascontrariados pois eram obriga-dos a fazê-lo. Subindo na rocha,Tai-Tong pôae ver deslumbra-do, no fundo do lago, um bri-lhante maior do que uma me-lancia.

A côr variava, ficando ver-melha, laranja, ou amarelo-es-verdeada. Entretanto, havia

uma sombra negra movendo-sevagarosamente sobre o bri-lhante, ora enroscando-se napedra, ora afastando-se,* ssm

62 i

^

abandonar porém a guarda dotesouro. Não se via a cauda nua cabeça da serpente; pareciaoculta nas algas das proximi-dsdes.

O povo fitava o fundo do lagonum mixto de admiração e ter-ror. Tai-Tong depois de algunsmomentcs de estupefação, gri-tou para os guardes:

Que esperam ? Ordsnoque mergulhem e appnhem otesouro !

Os guardas entreolharam-se.O mais ousado atreveu-se a di-zsr:

Mas a serpente márinhr...Não poude terminar a frase,

pois o mandarim furioso o em-purrou pedra abaixo. Coii-tudo, o infeliz, antes de mergu-lhar no lago, raspou violenta-mente na rocha, ocasionandolhe um grande ferimento nacabeça, que entretanto pasmoudespercebido de todos. Para

maior infelicidade, o pobre ho-raem foi cair exatamente srbr3a terrível serpen e marinha,mas seu pavor foi tal, que aotocar no réptil, recobrou asforças e subiu à tcna. Vendo-o ensangüentado, a multidãoapavorada, começou a mui mu-rar contra Tai-Tong. Este furio-so continuou a gritar:

Covardes! mil vezes co-vardes ! Filhos de ratos !

Por que não vais busca-Io ? observou o guarda ferido.

O mandarim não soube res-ponder. Irrediatamente entrouna carruagem, ordenando queo levassem.

* * *Durante a noite, o tesouro

desapareceu misteriosamente,

para reaparecer na manhã ss-guinte, sempre guardado p-iaserpente. Com esta milagremais se amedrontou o povo deHu-Keú. Muitcs dias se passa-

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ALMANAQUE DO TICO-TICO

^gif" ' freccOTÍp-nsaí

ram e pessoas dss cidades visi-nhas vieram dejkmge para vera "Pedra do Sol" (como o povoa denominou) .

Tai-Tung oferecia üma gran-de recompensa ao que apanhas-se o tesouro, mas ninguém seapresentava. Certa manhã, de-pois de uma noite tempestuosa,a multidão veio como habitu-almente-fazia, admirar o mara-vilhoso brilhante. Logo a ale-

gria se apoderou ds todos: aserpente havia desaparecido.Sabendo do ccorrido, o manda-rim veio às pressas para pre-senciar a retirada da "Pedra doSol". Toda a cHade S3 aglo-merou nas margens do lago.

Um camponês chamado Hu-Pe, ofereceu-se para apanha-

Io, pois o recaio ainda pairavasobre muitas cabeças. Os olhesda assistência estavam fixos na"Pedra do Sol". Entretanto,assim que Hu-Pe segurou o te-souro, como por encanto o bri-lho desaparíceu.

Ao chegar à tona, trazia nasmãos nada mais que um gran-de espelho oval A surpreza foital, que muitos n'ão acredita-vam no que viam. Os que esta-vam mais perto, iam dizendoaos de traz e em poucos instan-tes o povo sabia da verdade.

Tai-Tong boquiaberto, balbu-ciou fracamente:

Mas... isto é o... tesou-ro ?

Hu-pe entregando o objeto aomandarim, respondeu:

Sim, meu senhor. O espe-

(lho no fundo do lago apenasrefletia a imagem do sol e nis-to consistia toda a sua beleza.

E' verdade, disse o man-darim; a serpente, porém...

A serpente marinha quetanto nos atemorizou, é umavelha corda recoberta de limo,que está sob algumas pedrasali adiante. A tempestade destanoite afastou-a um pouco.Quanto ao espelho, ou foi colo-cado por alguém, ou então umIradrão resolveu escondê-lo,

mas depois acovardou-se e nãorevelou a verdade. A cordatalvez fosse de alguma embar-

cação afundada, isto eu nãoposso dizer com segurança.

Tai-Tong perdeu a fala.— O meu senhor recebeu

uma grande l'ção. Os maiorestesouros não estão nos cofres fe-chados a sete chaves, mas simem toda a natureza !

De hoje em diante esperoque olhes com mais admiraçúopara o sol, que ilumina tantoos ricos como os pobres.

Uma velha cheia de rugasdeu uma risadinha, e logo fize-ram-lhe coro outras risadas.

Em breve, num barulho in-fernal, todo o povo de Hu-Keú,ria de Tai-Tong, agora curadode sua desmedida av-^a.

1 J ^

/9 5 I 63

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Bons-trON&lffOS* for.^*°*>M&^n W áSF%\ \ TOM/?*? S4A///0 \fiTr' \ $\F^ ' Y fhW^V^í Af'*ww£ // ú \\ \ \\/ /

Ms £ frotas. \ V) \^4g^^s/ã2rs /v/zeJ^ yj Jpuf ^

^ /tfí? cox/é&ç A/£#FtJiA/z _ ^Tr ¦^Çá^ü^J/JJ|/?/2?.S «<? ALMOÇO £ O JANTAI £ A/AO **^^, \___T^<I-J-Jl«5/F CAA/SAG P£MAS/APAM£A/r£, ^^^fc^íl^jí

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ALMANAQUE D"0 TICO-TICO

CXmü—^

/ma m\ tOi*h! mãezinha, como você

está abatida! Está doente?E' isto que eu quero

saber, Tom — respondeu aratinha a seu filho

Posso fazer algumacoisa para- ajuda-la ?

Sim, vá buscar, omais rápido que puder,um médico.

Tom apressou-se em obe-decer à sua" mãe e trouxe odoutor em casa. Depoisque o médico examinou aratinha disse :

Isto é um resfriadoe só há um remédio capaz de curá-lo.Qual é o remédio ? — perguntou inte-ressada a ratinha.

Um fio de bigode de gato. Ponha umfio de bigode, acabado de cortar, no peito,e deite-se.

Parecia dificil conseguir este medica-

mento, mas Tom garantiu que o con-seguiria de qualquer forma. Pensou noPríncipe, um gato enorme que vivia na casae decidiu apoderar-se, usando astúcia e inte-ligencia, de um fio do bigode do Principe. s

Contou a sua mãe o que tencionava fazere ela, muito assustada, pediu para o filho nãose arriscar porque o gato era o pior inimigoque eles tinham nos buracos da casa. MasTom, sem dar tempo a que a doente pudesseimpedir o seu plano, saiu correndo dispostoa pôr em pratica o seu propósito.

Percorreu rapidamente o labirinto for-

mado pelos diversos túneis excavadospor seus antepassados durante dias e dias de

traba

II ^M^*\ i^*\ ^r*k

Bem perto dali estava Prin-cipe, o enorme gato, com ofocinho a menos de vinte cen-tímetros de distancia dele.

Tom, sem se aproximarmuito, disse :

Por favor, senhor Prin-cipe, quer chegar aqui umpouco? Tenho uma coisamuito importante paradizer-lhe.

O qi>e? — perguntou ogato afiando as unhas.

Vou ensinar-lhe uma maneira boa parapegar ratos — respondeu Tom. — Só que tenhoque dizer-lhe ao ouvido, para que ninguémescute. Chegue bem sua orelha aqui no bu-raco, por iavor.

O gato assim fez e então os três fios doseu bigode entraram no buraco e Tom nãoperdeu tempo, e, rápido, segurou um deles,depois disse bem dentro da orelha do gato :

Cuidado com o seu rabo que podempisá-lo... O gato deu um pulo ao ver que ca-coavam com êk* e ao mesmo tempo deixou ofio do bigode na patinha de Tom. E foi assimque a mãe de Tom teve o remédio de que preci-sava e no outro dia se leva/ntou completamen-te curada. Ficou muito agradecida ao médicoe ao seu filho que com sacrifício e perigo con-seguira o remédio. Enquanto isto, o gatopersa, com o susto que levou, sumiu daquelelugar para sempre, deixando os ratinhosviverem tranqüilos o resto dos seus dias.

E' por isso que nunca mais os gatos mete-ram a cabeça em buracos para pegar ratos.

ElesEles ficam TÍ1A Jm\\á espreita, / ^V/*#» ^ü\ / \ lhos; estes per- esperando f> fK \A ^ \ mitiam aos ratos que os ratos \f £^ £\ 'V

1^ ^^ \ percorrer livre- saiam para N^jJ^^T1 -ú\ m\. \ mente todo o po- passear. ' 1 ~lÊ^^7Y^*'—

A \Wf)m n j{ rão da casa . V'^Z~L-r^mL

^\w -V r\ '~^/A\^ \mWA\m\ \W\C-T'

i __^mW ^^^^ ^^^B ^^^^ mmmm\mm^m\m^Ammw-. ... ¦ ¦ ¦ ¦- ¦ ¦-¦¦¦!

659* I

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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UM I.FflO COMEU 0 MEUTOrt__rx)RDoai2_o-ON0EARi3_.MJ-_Qei

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y-y^\UftPOMADOR.

NO CICICOeixAfc&ocK-.\—

ífc —J JS>

ESTOU MORRENDO DETOME .VOU A»T-»_-HJ-^-^--ESTE EMPRESO-OU COMEG

OU SERCOMIDO

SOU JARAfcU ,0 QQAHPEPOHADOR^VEKMO f__RA IT,*•«_» ^__/-HiirO_^y...... NUNCA FUI DOADOR-,MAS

COR_V_fEM NÂO KE FALTA.SOUT-SOHA&CO &UENAD_BXÕm&m~LÒ& FERAS

PAt>ACOME^

^r^OLC

! ESTE LÍÃ0 ESTA COM INDi<3__ST_Í0| I AMIC50 LEO .ANTES DE COrIBÇAR A FUNÇÃO VOU LEUCOMEU ALC5UEH,C0K CEfiteXA ^<£T. UM WSOIRSO E A-ÉrUrAS VERSOS~fâ>rrrT1 WP* ng~È$&

E A SRAT^G-RE .ESTA' COM FOtt«_= ?JnQue. s-m_se_ndo aue. ou^r/

TEM MA\S FQ_te SOU EL).'/IT/í.-t-tP^^?

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FORA CAQUI j MISERAVEL - YOCE «SçUAS EHE MATA AS FERAS ,T>£SUSTOV"

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19 5 1

ALMANAQUE Dü TICO-TICO '

A MULA € AIMPRENSO

.*É» /^&ll*\ !

\A U I T O S acontecimentos im-*"¦*¦ portantes da História da Hu-manidade, que tiveram o méritode ser ponto de partida para con-quisias do homem, tiveram comoorigem o que alguns chamam o""acaso" e que outros, mais acer-tedamente, dizem ter sido o fruto

, de agudo espírito de observação.Todos sabemos, por exemplo,

que foi observando o vôo dos pa-tos que o nosso Santos Dumontchegou a certas conclusões que o-tornaram capaz de solucionar obroblema do mais pesado que oar em aeronáutica

Citam-se, para exemplificarainda, os casos de Marconi, queolhando as ondas formadas numlago, pelas pedrinhas que estava ajogar na água, por brincadeira,teve a inspiração acerca da apli-cação a dar às ondas hertzianas;e o caso de Benjamin Franklin,' com o papagaio, no invento dospara-raios; e o caso de Galileu,com a lâmpada, na catedral dePisa, cuja oscilação êle observoue de onde, após cincoenta anos deestudos, conseguiu recolher asleis do isocronismo das oscila-cões do pêndulo; e o caso de Sa-

*muel Brown, que observando asteias de aranha, nelas se baseou.para inventar as pontes penseis

¦ corno a de S. Vicente, em SãoPaulo c a de Golden Gate.. nos Es-tados Unidos); e Newton, desço-brindo a lei de gravidade ao ou-servar a queda de uma simplesmaçã. . .

São casos conhecidos, que revê-Iam como as coisas impprtantesestão aí; ao alcance da inteligênciado homem, faltando só quem te-nha espirito observador para per-ceber a existéncis delas

Caso semelhante ocorreu — epouca gente sabe disso — com oinventor da Imprensa, João Gu-tenb:

Assim é contada a historiar umdia, viajava Gutenberg de Mogun-cia para Estraburgo, cavalgando

como era uso então se viajar paralongas distancia.-

à sua frente, carregando seuspertences, ia um animal de carga,velha mula muito mansa e áfei-ta a tais viagens. '

Já nessa oportunidade Guten-berg trazia na cabeça um emara-nhado de idéias a respeito daquiloque o deveria tornar nome imortal.Mas a solução para os problema:que a "si mesmo apresentava, nãolhe aparecia. Cabisbaixc, ensi-mesmado ia êle acompanhando ospassos da alimária que marchavaritmadamente à sua frente. Desúbito, prestou mais atenção. Viuque as ferraduras da besta deixa-vam, na terra molhada da esira-da a sua marca, perfeita, visi-

Aquilo, para êie, teve o valorde uma reveiação. Algo que bus-cava, que estava em nebulosa emseu cérebro, tora encontrado!!'

Hoje é quase impossivei dizeralguém o que era esse "algo'" que

faltava, mas a verdade — se-gundo afirma J . Selgas — é queas marcas daquelas ferradurasno barro da estrada de Mogunciaa Estrasburgo, foram o ponto departida, para João Gutenberg, doqu<- séria o seu genial ihvenl

No dia 14 de Agosto de 1831,mais de cinqüenta mil pessoas

presenciaram, na grande praçacentral da cidade de Mogunciainauguração do monumento aogrande homem inventor da im-prensa, ou. precisando melhor,dos caracteres móveis, das letrassoltas. Gutenberg morrera a 24de Fevereiro de 1468, de maneiraque essa glorificação só lhe viera'cerca

de quatrocentos anos de-pois, sem dúvida porque os ho-mens precisaram de quatro sé-culos para se convencer de querealmente a sua descoberta da-quele dia chuvoso era, realmenteum fato notável, digno de ser lou-vado no bronze de uma estátua.

Na verdade, todos devemosrrqfunda gratidão ao inventor daimprensa, tanto os sábios como os __ignorantes, os bons e os maus.

Os sábios, porque têm na im-prensa um meio de como aumen-tar e disseminar sua sapiência..

Os ignorantes, porque através euVtra impressa, das páginas doslivros, dos jornais, podem dissiparas sombras da sua ignorância,cousa lamentável e triste.

Os bons, porque através da boaimprensa podem espalhar idéiassadias, e pregar a Bondade, pelapalavra como pelo exemplo.

Os perversos, porque por meiode certa- imprensa, condenável,podem ter a alegria demoníacaae fazer o mal...

O que não se compreende è quehomens de boa formação, usem aimprensa como elemento destina-do a espalhar o mal, quando oMundo tanto precisa do contra-rio, isto é, de Bondade e de Reti-dão.

Se algum dos leitores sentependor para a vida de imprensa,deve cultivar em si mesmo todasas virtudes comuns e mais algu-mas, que são necessárias no jor-naiista, porque o jornalista é umguia para as massas, um exemplopara os que o lêem. O jornalistapensa por muitos, dá orientaçãoao pensamento de uma coletivi-

¦ (Conclui no fim do Almanaque)

9 5 I 67

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

UM joven princi-

pe caçava umdia num bosque daAlemanha, • quandoouviu uma menina

' que cantava doce etristemente na soli-dão. Seguiu o some encontrou umatorre na qual nãohavia porta nem es-cada alguma. En-ouanto êle procura-va a entrada por en-tre as árvores, che-gou coxeando umabruxa e ao aproxi-xnar-se da torre can-tou:

Rapunzel!Rapunzel!Solta, solta as

louras trancas !"

Apareceu uma me-nina à janela no a.to da torre, soltotas suas dourad;;-trancas, tão longa*que chegavam hocrjão, e a bruxa foitrepando lei t a-mente oor elas.

"Ah! disse o prin-cipe "vou servir-medesta escada doura-da!"

Quando a bruxadesapareceu, ê I etambém cantou:

"RapumeZ"¦!"Rapunzel!

Solta, solta as lou-. ras tTa"-ças ! "

Rapunzel soltou-ase o principe subiu;mas, como ficou ad-mirada quando êlelhe apareceu! Amenina nunca tinhavisto um homem,pois a bruxa levara-¦•• de casa de seuspais quando ela eramuda um bébé, e fe-

"EMEMP y_y s^MML

68 195 1

ALMANAQUE DO TICO-TICO

chara-a na torre, onde ela crês-cera sempre, sozinha. O piincipefalou-lhe de tal maneira que elaficou logo encantada e prometeucasar com êle. . -

"Agora, minha querida", diss?-lhe o principe quando escurec U"tenho que arranjar uma escadade seda para que possa, descer;trago-a amanhã quando a feiti-ceira cá não estiver".

Por desgraça,, Ranpunzel eramuito simples, e quando a bruxachegou e lhe trepou pela cabe-leira ela lhe disse:

"Que tempo que levas a subir..avó ! O principe sobe num ins-tante".

"Como?" disse a bruxa cegade ira. "Depois de tanto trabalho

para te conservar separada domundo, soltas a cabeleira paraum homem subir ? Vais morrer !"

Agarrou numa tesoura e cortouo cabelo de Rapunzel. Depois le-vou-a para o deserto e abando-nou-a ali à morte. A bruxa voitoulogo para a torre e subiu por meiodas douradas trancas que tinhadeixado atadas na janela.

* * *" Rapunzel!" Rapunzel!

Solta, solta as louras trancas!'cantou o principe quando chegoutrazendo a escada de seda. Aover as trancas, subiu alegrementee entrou no quarto.

"Ah! ah " grunhiu a bruxavendo-o procurar Rapunzel. "O

lindo passarinho não está no ni-nho; matou-o o gato; e o mesmo

gato te vai tirar os olhos !".Arremeteu contra o principe e

este caiu pela janela sobre unsespinhos que lhe atravessaramos olhos.

Depois ce andar às apalpadelaspelo bosque, chegou ao deserto eouviu a voz de Rapunzel qu<; c*n-tava docemente.

Seguiu o som, e ela, vendo-o,correu a lançar-se-lhe ao pesco-ço, chorando. Duas lágrimas ca-

A palavra " livro" |em diversos idiomas

Livro.. .. .. em português e galego.Livre em francês.Llibre em catalão, valenciano

e marroquino.Libro. ..... em espanhol, italiano e

esperanto.Libru.. em vasconço.Liber em latim.Carte em romaicoCodex em romanche (idioma

do cantão de Vaiois \na Suíça)

Book.. .. em inglês.Buek em holandês.Buch em alemãoBog em dinamarquês.Bok. .. .. .. em sueco e norueguês..Buk. .. em volapuk.Knika em russo.Knjiga. .... em sérvio.Kni'ra. ... em búlgaro.Ksiazka.. em polaco.Kirja em finlandêsKetab.. em turco.Quetab.. .. em árabe.Sefer em hebraico.Biblion. em grego.Deftar. .... em egípcio.Su em chinês.Hon em japonês.Armensalle.. em cigano.

iram nos olhos do principe e e'te pQf-Q dôSÔPlhctrrecuperou a vista.

A malvada bruxa, que da ja-nela da torre observava tudo, viuos noivos encontrarem-se e a fe-licidade destes enfureceu-a tan-

to que, desesperada, comeeçou abater com a cabeça pelas paredese assim acabou com a vida.

O principe levou imsdiatamen-te Rapunzel para o reino do seu

pai e ali casaram com grandepompa e esplendor e foram mui-to felizes.

I —' í.LU

19 5 1

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

n M empregado foi pedir ao pa-w irão aumento de ordenado,

isso que esta moda ;«;

v alegou, a seu favor, que iraba-

va por dois.

patrão depois de * ouvir as

ponderações tôdas, apanhou lápis

e papel e conseguiu provar, comhabilidade, que o moço não tra-

balhava para casa senà^

dias, por ano.Assim fêz èle:

— "O senhor trabalha oito horasdiárias o que eqüivale a uma ter-ca parte do dia. Ktrabalha só a terça parte de umano. Portanto. 36ti dias divididospor 3 dão com', quocientê 122levando" a seu favor uma peque-na fração'. . 322 diasDescontando os 52 do-

. mirgcs 52. dias

temos 70 "

Menos 52 meios dias; quesao os sábados da "se-

mana inglesa", ou se-jam 26 dias 26 "

t eremos. então 44—-—

SEIS DIASAPENAS?

yá^Q ^

menos 15 dias de férias 15 "

darámanos 15 dias, entre feri-

ados" e di£s sar-.tífica-dos .....,.]

nos ...a mencs 8 dias de doen-

ÍORA voçés vão pensar um¦

c«ilculos do patrão.Onde está o truque ?Em' que cálculo erradi

b?S20u para.chegar a tão absurda

O leão não quis trabalhar

n^sra it^i*? rfTSF^p

!

conclusão,, que aenttestá certa ?

Vejam se descobrem sem recorrer à ;otução qwe vai publí-cada-neste mesmo Almanaque, àpágina.140.

j CANÇÃO PO SOLDADOsomos da Pátria a guarda

ddadosPor- eia amados.Nas cores da nossa fardaRebrilha a glória,Fulçjt iria!Em nosso valor se encerra,Toda a -esperançaQue o ,!.¦• "iça.

jeito em que ela imperaRebrilha a glória,Fulge a vitór

ESTR1BILHOA paz queremos com fervor,A guerra só nos causa, dôr,Porém se a Pátria amadaFòr ti i7i • rajada,Lutaremos com valor.Como é sublimeSaber amar,Com a alma, adorar

rra onde se nasce;Amor febrilPelo BrasilNos coraçõesNão há quem pas

t

Quem sente no peito invictoArdor intensoAmor imensoVeste a farda convictoQue brilha à glóriaFulge à vitória!E' dotado de alma forteQuem orgulhosoVem, desejosoAfrontar a própria morteQue brilha à glóriaFulge,.à vitória!

Quando morre um camaradaNa .luta ingente,Valentemente,

Trilha pela grande estradaQue brilha à gíóriaFulge à vitória!A ma alma de arminho

Ipita inteiraà Bandeira

os segreda baixinhoVisões da glóriaFulge a ritória!

70 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

PARA RECORTAR E F AZ E RFIGURAS

IHBh -iilhü 9B I I aaf^aaaaa\a\\ aaWjá

¦sulIttS6Ea

ITT

COL.E

cuidadosamente esta meia página em cartolina

grossa ou papelão. Deixe secar convenientemente e re

corte uma por uma as 36 figuras. , /

Com habilidade, você poderá, então, arran|ar tiquras de

animais e outras construções engraçadas, algumas das quais

aparecem ai, como modelo. E' um brinquedo interessante e

que só lhe custará um pouco de paciência.

yfoj

CAPRICHOS DO CALENDAR

0 ano abre e íecha sempre pelomesmo dia. Os meses de Janeiroe Outubro, Abril e Julho, Setem-

e Dezembro, começam sem-

pre por idêntico dia da semana.

Fevereiro Março e Novembro

também começam pelo mesmo dia

da semana.

Os séculos nunca começam em

domingo, quarta-feira ou sexta-

feira e os calendários repetem-se

de vinte e oito em vinte oito anos.

(I

¦

9 5 I

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

Quem queresclarecer

o mistério?

Í% ' .53/! • •

X *•' *7 - «tf20* •2«.2Í>« -30 #

l7 *51«o. y16 aí

UMA <palmeira, vários inúmeros e alguns rabiscos...

Que haverá aqui ? Mistério ! ! Mas você pode, comhabilidade, resolver isso num abrir e fechar de olhos...Tome o seu lápis e vá ligando os números, por ordem,do 1 ao mais alto (86), e o mistério ficará esclarecido...

84» lf .V*

S3- TB** ,?

í-«»-

•66

5? •feto

Vale a p%na saberEm 7 de Agosto de 1809 apareceu em

Carpentas o primeiro velocipede com rodas

guarnecidas de borracha. O velocipede forainventado em 1355, por um rapaz de 14 anos,Ernest Michaux.

A regata teve a sua origem nos primi-tivos tempos da Republica veneziana. Era usonos dias festivos, o passear no Lido a umahora certa. A regata ou carreira de gôndolas,era uma das mais luzidas festas nacionais ea Republica ordenava que o espetáculo se fi-zesse com toda a solenidade, e juntamentecom outros jogos de força e destreza. Os bar-cos estavam enfileirados e não partiam antesdo sinal convencionado. Dai veio o nome derega, fileira, que pelo correr do tempo semudou para o de regata.

Em porcelanas holandesas do período1600-1700 há desenhos que parecem do jogo do"golf" como hoje se espalhou pelo Mundo, sa-fdo da Escócia. A Holanda que inventou o"gòlf", recebeu, de fora, mais de duzentosanos depois, o seu invento.

Baobab é o nome de uma árvore gi-gante que, segundo os cientistas atuais, atingea idade de 5.500 anos, vindo logo após o "cé-

dro do Libano", com 860 anos; o platano doOriente, 720 anos; o cipreste, 370 anos; e oolmc 335 anos.

A cobra pode ver, quando está a dor-mir. Os seus olhos sem pálpebras distinguemperfeitamente qualquer objeto que se mova.

O mar é infinitamente mais produtivoque a terra. Um hectare de extensão de mardedicado à pesca, dá numa semana mais ali-mento, do que dá igual extensão de terra numano.

Entre Madagascar e a índia há maisde dezesseis mil ilhas, das quais só seiscentasse sabe ao certo que estão habitadas.

72 I 9 5 I

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

€^^&M INC AS"ÍS

AMAVAM OS SEUS SÚDITOSa fórmula usada pelos índios

peruanos, para se cumpri-mentar uns. aos outros, era

• obrigatória, e tinha sido imposta

por um ínca reinante. Condensa-va o que hoje entendemos porhonradez e retidão de conduta,isto é, o que entre a gente cultase considera patriotismo.

Ao se cumprimentarem os ind:-

genas diziam assim."Ama sua" (Não sejas la-

drão).Ao que o outro respondia:

"Ama llulla" (Não sejas

mentiroso) .

E então o prime ro retrucava:/ — "Ama kella" (Não sejas pre-

guiçoso).O soberano que por tal fôrma

obrigava seus súditos a lembrar,

uns aos outros, continuàdamente,

virtudes tão importamos como

a honestidade, a verdade e a dili-

gêncía, é fora de dúvida que amou

verdadeiramente o seu povo.Mas, ainda há mais cousas in-

teressantes. As leis gerais dos In-

cas ordenavam aos súditos:"Que sejam moderados no co-

mer e muito mais no beber; e se

algum se embriagar, cie maneira a

ficar fora do seu juizo, na pri-meira vez será cfstigado confor-me o juiz achar acertado; na se-

gur.da vez será .desterrado, e naterceira, privado do seu oficio elançado às minas".

"Quem furtar cousas de comer

ou de vestir, ou prata, ou ainda

ouro, seja ouvido para explicar sefurtcu forçado por necessidade e

pobreza, caso em que não será

ca«t:gado, e sim o que tem o car-

go de Provedor, o qual perderá o

oficio, porque não teve o cuidado

de prover àquele do que éle ne-

cessitava.

A mendicidade era proibida em

absoluto. O governo garantia tra-balho a todos os súditos.

Séculos depois, em plena civi-

lização européi.i, a mendicidade

continua sendo uma praga soci.il.

No antigo império dos incas, oEstado se mostrava irexorável

para com o ladrão; mas também

era severamente castigado o fun-

cionário público que__ consentisse

que a algum súdito faltasse tra-

balho.

As autoridades tinham a obri-

gação de dar trabalho a todos os

homens rapazes que,o pedissem.Pensavam os incas que todos

têm direito à vida, e o Governei

só podia proibir o roubo se pi

porcionasss a todos os homens os

meios deles garantirem a sua sub-sisténcia, isto é, o modo de arran-

jar o que comer e o que vestir,sem precisar roubar.

Daí se deduz que os reis incas

amavam seus súditos, cousa lou-vável e que deve ser praticada-portodos os' governantes.

&yfo"''

9 5 73

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

BRINQUEDOS PARA VOCÊS

V O BOXEADOR

Jv '^^?_

?*

Ê

Vocês verão quanta coisa se faz, com os lenços, a pa-ciência e a habilidade. Querem ver ? Vamos fazei'

um camarada lutando box.Faz-se assim:

— Junta-se o lenço como vai indicado na figur;:,deixando as pontas como estão, assinaladas com os nu-meros 1, 2, 3, 4.

— Toma-se A (o centro) e com um barbante sep.iarca a cabeça. Dá-se duas ou três voltas com o bar-bante.

— Em 1 e 4 se farão nós, para formar os ombros doboneco o os punhos, metendo para dentro as pontas quesobram.

— Dão-se nós em 2 e 3, separadamente, para for-mar os joelhos., puxando as pontas para a frente, paradarem a idéia de pés.

— Com um barbante, forma-se a cintura. Querendoestragar o lenço, é só desenhar o cara do boxeur.

¦1 odos podemos ser mágicos, realizar proezas e receber aplausos.Nessa questão, tudo depende de paciência, habilidade e muito treino,

porque sem praticar, nada se fará.Vejam, por exemplo, os truques que lhqs vamos ensinar. Todos

muito fáceis. De uma facilidade que até faz raiva! Basta tomar um

lenço...

2/ O ESQUILO

Para fazer o esquilo da Zuzu,- uma garota que gos-

tava muito desses bichinhos — o processo é simples.

— Primeiro, dobra-se o lenço ao meio, 1-2 sobre

3-4, formando um retângulo.

— Faz-se um nó com as duas pontas D, para a ca-

beca, deixando as duas pontinhas para fora, para com elas

-'formar as orelhas. Dá-se um nó em cada uma das outras

pontas C, separadamentêe, para formar as patinhas di-

.-•inteiras.

— Puxam-se estes dois nós para cima e passa-se

~" l

74 195 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

-"">l»S«*,*»»*«««,»<»-«.«_,V !***•

FAZEREM COM SEUS LENÇOS__-<_^J'Nll'V,*",*«'V''—V»_"S<*>W*_'\ *¦_¦">•«¦*•*•—»* - — i»<*<VWV«•_¦ »a-_l^-_HM^»_^,«^'^^^¦_¦*.^' —_¦

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urn cordão por baixo, para que as patinhas dianteiras.doesquilo fiquem erguidas.

— Com õ barbante, ergue-se também a outra pon-ia, para erguer a cauda do esquilo.

- idem, idem, para conseguir as patinhas poste-riores.

3.° O H I P O P Ó T A M O

O) R

¦—' ^*

E m primeiro lugar, da-séum nó frouxo em cada uma das

pontas do lenço (1, 2, 3, 4), em-

purrando as pontas para dentro.

Toma-se, depois, a partede fazenda que íiaa entre os nós2 e 4 (que se juntam para fazer as

patas dianteiras) e forma-se a ca-beca, separando-a do tronco com um cordão, que não se apertará muito

para que o pescoço fique grosso.

De cada lado da cabeça assim arranjada, faz-se uma orelha.

Juntam-se as pontos 1 e 3 (patas posteriores) utilizando umapequena parte do lenço, para fazer o rabinho, amarrando um pouco defazenrla como se procedeu para formar a cabeça e as orelhas.

Frases lapidar es

3 rY^

'—My

-rf¦>•*_*^í'*W\^'^lr^¦v¦%•_•VN¦,^•«%•^'V%•**V¦—¦^¦W,_'V,N*W'^^ ¦#s^^„- »-¦. - - ^^--—TaniMi_itirir"~i«_r« in

As pulsaçõesVale mil vezes ser corrigido

pelas advertências de um sábio,do que ser enganado pela lisonjade cem tolos.

São igualmente censuráveis oshomens que acham tudo bem, oshomens que acham tudo mal e oshomens que se mostram indife-rentes a tudo.

Não há montanha sem nevoeiro,nem méritos sem calúnias.

E' tão raro ver um rico tornar-se sábio como ver um sábio adqui-rir iortuna.

E pós estudos feitos, chegou-se àconclusão de que quanto mais

pequeno é o animal, mais' nume-rosas e precipitadas são as suascontrações cardiacas. Para exem-plificar diremos que: no elefantese contam trinta pulsações, no ca-valo quarenta, no touro cinquen-ta, no homem setenta, no cãonoventa e no coelho duzentas,por minuto. Considerando esta leirigorosa e aceitando-se, apesarde estranha e inexplicável, teria-mos de calcular que o "pulso" dorato deveria bater umas quinhen-tas vezes por minuto, aproxima-mente. Durante algum tempo nãofoi possível confirmar a exatidão

do cálculo pela impossibilidaded% registo das pulsações em ani-mais tão pequenos. Os instrumen-tos vulgares não apanhavam ascontrações.

Hoje, entretanto, já isso é possi-vel. Há um instrumento que reg\s-ta as variações elétricas produzi-das no rato, pelas pulsaçõesmedindo a curva obtida. Assim,pode verificar-se o número exatodas pulsações destes roedores:elas são setecentas e setenta ,mrminuto! Desta forma se.averig-portanto que o coração de umrato normal bate quatro vezesmais depressa do que o do coe-lho e quase dez vezes mais que odo homem.

19 5 1 75

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

ARISTÓTELESE-sse bom

professor passeador (quebeleza se asaulas lá do cur-so de vocês fo&-sem dadas a*,sim, passeando,

VTTM filósofo grego afirmou^ que "o movimento se de-

monstra andando".Disse isso para responder a

outro filósofo grego, que negava

a existência do movimento.Aristóteles, também filósofo e

também grego, ensinava aos

seus discípulos, passeando; porisso, a escola filosófica fundada

por êle se chama peripatética.A palavra vem da lingua grega,na qual "peripatos" significa

passeio.Aristóteles, a que chamare-

mos familiar e carinhosamenteo passeador, sustentava que nen

todos os conhecimentos do homem

provém dos 'sentidos que é o me.s

mo que dizer: vendo, ouvin.

do, cheirando, provando e apal-

pando é que aprendemos tudo.

mW _*t-*" -_fl_« v\\___H W?i

mm ''-^tÊÊÊÊmmm^m\/rW __F

hein?) fez umdia uma demonstração curiosacom um grão de bico

Querem vocês repeti-la ?Pois bem: cruzem o dedo mé-

dio da mão esquerda — ou da di-reita, querendo — sobre o indi-

cador, e coloquem um grão de

bico, ou outro grãozinho redon-do, uma conta mesmo, entre as

duas pontinhas dos dedos, to-

cando ao mesmo tempo nasduas.

Se vocês girarem o grão, mo-

vendo a mão de leve, terão a im_

pressão de que existem DOIS,em vez de um Serão iludidos

pelo tato.Essa ilusão tátil (ajssim se cha-

mam as ilusões do tato, sabi-aro ?) não se limita aos dedosmédio e indicador. Cruzando ou-tros dedos, e fazendo a mesmacoisa com o grão de bico ou acontinha, ou grão de feijão, asensação será a mesma. Sente-seo objeto sempre em duplo.

Se vocês, fiserem correr o objè-to para a base dos dedos, nota-rào a que curiosa sensação deduplicidade irá aos poucos desa.

p"arecendo.Terminará aí a série de expe-

riências ?Não. Pondo dois, feijões, em vez

de um. há quem sinta três, e há

quem sinta quatro. E' fácil expe-rimentar. Depende só do graude sensibilidade de cada pessoa.

AN EDOTA"O cavalo e a vaca estão no

prado". Esta frase escreveu-ao professor no quadro e per-guntou aos alunos:

Onde está a incorreção dafrase ?

Um silêncio e.uma voz tími-da responde:

O que está Incorreto é es-tar o homem antes da senho-ra...

ÊTA PINTORTRABALHADOR

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ALMANAQUE 0'O TICO-TICOm

!

VOCÊ É ESPERTO?

SE

não e, pensa, pelo menos... Pois aqtRtá am desafio à sua esperteza!

Estão-à volta destas linhas nada menos de10 retratos do rei Queixinho l. Dois deles, ape-nas, são absolutamente iguais. E apostamos

'um doce de coco como você vai levar mais deõ minutos para dizer quais são... Marque norelógio e, sem trapaça, verifique o tempo

que gastar... (Para confirmação, damos osnúmeros iguais à página 140).

PÁSSARO VENENOSO

A única ave venenosa que se co-

nhece, é a chamada "ave damorte", originária da Nova Gui-né. A sua bicada profunda causad'res violentas em todo o corpo,perda repentina de vista, convul-soes intensas, e, finalmente, amort3, conclusão inevitável.

CRUZ FAMOSA

N_n dos grandes parques situa-

dos próximo de S. Franciscodá Califórnia, o "Golden GatéPark " (Parque da £orta deOuro), existe, erguida com impo-

\ nènci3, uma enorme cruz de pe-dfa, que comemora o primeiro

I oficio religioso celebrado nos Es-tados Unidos, no ano de 15"9.

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'BILHETES COLORIDOS

/"N costume de enviar bilhetes^"¦^ com ilustrações coloridas,pelo Ano Novo e Natal, nasceu e-xatamente no vasto império doMikado, há mais de duzentos anos.Depressa esse costume, a principiorestrito, se tornou moda, indo atéa simples troca de cumprimentos,em qualquer data. Alguns desses,primeiros bilhetes são hoje consi-derados verdadeiras obras de arte,pelas suas finíssimas iluminuras.

AS CINCO VOGAIS

As cinco vogais, que, cumo se

sabe, formavam a abòboda doantigo palácip dos imperadoresda Áustria, em Viena, significa-vam, segundo afirmações, de sa-bios de eníjão, esta inscrição deve-ras "modesta":

"Austriacorum est imperare or-bi Universo.

Ou ainda esta:Aquila Electa Inste Omnia,

Uincit.Esta ultima afirmação, menos

correta que a primeira, é de Ma-teus Trympíns. As cinco vogais

foram, também, a divisa do impe-rador Frederico III. Diz-se mes-mo que, durante o seu reinado —1439-1443 — êle fez edificar. esse-palácio, com a. chave da abób :â:>formada por A-E-I-O-U.

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

A vida de Morse não íoi, comoa de outros tantos inventores,

agitada e acidentada, com altos ebaixos. Póde-se dizer que decor-reu tranqüilamente Novo ainda,Morse encontrou na vida artisti-ca os recursos necessários paraviver sem preocupações. Só com

p que êle teve de deirontrar-sr,lutando corajosamente, foi com a

pouca honestidade de várias e)#i-

presas, que se serviram do seu

grande invento e com as quaisentrou, em litigio.

¦ O pai de Samuel, pastor pro-testante, tinha já numerosa prolequando êle veio ao Mundo.

Depois de dar-lhe uma sólidaeducação, mandou-o aos 14 anos

para a Universidade de Yale, emNewhaven, onde êle recebeu os

primeiros ensinamentos de ele-tricidade. Apesar disso, dedicou-se à pintura, na qual julgou^ terencontrado a sua profissão, vistoi..'i um pxtor apreciáveis

Com 22 anos, partiu para a In-

giaterra. juntamente com o seu

professor o celebre pintor Allston,entrando para a Academia Realde Londres, sfim de completar asua educação artística.

Foi nessa época que pintou osseus dois quadros mais conheci--dos: "O Hercules moribundo" e"O julgamento de Júpiter".

Voltando à América ali cirr.en-tou a sua fama de pintor, o quelhe valeu que o Conselho Muni-crpal de , Nova York lhe enco-mandasse o retrato de Lafayette, o

que cor correu para qufi o gran-de paladino da liberdade tr.w£s-se, com êle, as mais intirm-s re-

SAMUELMORSEisções de amizade, que só termí-naram em 1834, quando Liíayeitefa.eceu.

Em 1829, Samuel Mor e fezuma viagem de estudo ao VelhoMundo, percorrendo as princi-pais cidades européias, onde, porencargo de vários colecionadores

t

americanos, íez cópias de alguns

quadros celebres, Ao que parece.,foi nessa altura que surgiu na

sua mente a idéia de um telé-

grafo elétrico. Tanto £s>-m,é que

quando assistiu em Paris, na Sor-

bpnne, à conferência sobre eletro-

magn;ti<-mo. adquiriu en<re ou-

trás peças um magnéta elétrico e

uma bateria galvanica. , ¦

O regressar à America, em1832, no "Sully"'. travou co-

nhecimento, a bordo deste paqu€-te, com o dr. Charles T. Jackson,

da Universidade de Boston, con;

quem conversou algumas vezes,

sobre eletricidade, atribuindo-se-Ahe estas palavras

"Se a presença da eletricidade

pode ser perceptivel em qualauerpbnto do ctcuíío. não vojo por-que nâo hão-de poder-se trans-mitir também noticiai. • •

Levado por essa idéia, Morsefez vários desenhos e esboços ncseu livro de apontamentos acom-

panhados de notas explicativas.

Quando, em 1835, foi nomeado'"professor of the literature of theart of designes-" da Universidadede Mova York, construiu o pri-meiro modelo do seu aparelhocujo magneto elétrico não 'pesa-

va mais de 135 libras e estava

fixado a um cavalete de pintura.

Quando o circuito estava fecha-

do, a pequena alavanca do indu-

zido era atraída pelo magnetó e

solta a cada interrupção ia tra-

çando por meio de um lápis sô-bre uma tira de papel em movi-mento linhas, em zig-za;'

Nessa altura, Samuel Morseconheceu Alfred BaBs, que *íez

consTuh uni aparelho melhor eque mais tarde foi seu sócio. A

78 I 9 5 i

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

E SEU INVENTO-0 TELÉGRAFO

• i a experiência, de resulta-í tisfatôrios, realizou-se a 4

de Setembro de 1837, enviando-sesinsis através de um cabo de....

10 pés de comprimento. Esseo deu motivo ao registo da pa-;te de invenção, em 28.de Se-

lembra de 1837. Mas, rezam ascrônicas que o conhecido fisicoei: mão Steinhel estudava também

iltura u mesmo problema,apr sentando ao rei Luis I, daBaviera, uma informação porme-norizada do seu apareino de asíu-lha, que só íoi tornado publicotm-25 de Agosto de 18:J8. Sejacomo fôr, não resta dúvida de queSamuel Morse trabalhou afinca-damente durante doze anos, pararealizar a sua idéia. Apezar dosadmiráveis r;sultados obtidos emelhoramentos introduzidos, cq-

q o manipuiador de transmis-e a transmissão das currentes

das íiniias por meio dò relevador,os delegadas do governo ame ri-cano pareciam não estar conven-ei rias da grandeza do invento, di-facultando, fssm, um crédito su-fic:ente para cobrir es despesas afazer com uma linha de ensaiomais comprida.

Não obstante, Morse não deses-prrrou e, ao cabo de inúmeros es-forços e • tentativas, conseguiuque o. Congresso," em 3 de Marçode 1843, aprovasse um credito de30.000 dólares, para a construçãoda linha experimental Washin-ton - Baltimore. Quando essa li-nha foi inaugurada — diz um seubiógrafo — "talvez Samuel Fin-ley Breese Morse se sentisse pos-suido dos mesmos sentimentos de

Wheastone, quando este em 25 deJulho 'ie 1837, num quarto estrei-to e sombrio da estação de Eus-ton Square, em Londres, se sen-tava com o coração a bater apres-sadamente, diante do telégrafode atulha e escrevia. mais tarde,; efer ndo-se a esse momento.

" Até então nunca sentira tãoavassaladora excitação como sentiquando, completamente so naque-le silencioso aposento, percebi otjq;_;e-taque da agulha e. ao sole-ti ar as palavras, avaliei a gran-deza do invento, que demonstra-va a sua utilidade prática, apesarda legião de cepticos e trocistas.

/"OM efeito, assim era. Pouco^-* tempo depois, começaram asurgir nos Estados Unidos muitascompanhias particulares, que to-maram a seu cargo a construçãoe oN funcionamento dos tele-gráfos, sobre grandes regiões dopaís. \

Em 185o >exístiam já 30 socieda-des Morse e o comprimento totaldas linhas nos Estados Unidos eno Canadá ascendeu em 1852 a12 000 milhas, o que repre.entavaum capitai de fundação superiora três rnilhees de dólares. O po-deroso impulso que a telegrafiarecebeu na América do Norteconcorreu para que muitas com-panhias levassem as patente* deSamuel Morse, que teve de sus-tentar diversos litígios, os quaisterminaram com sentença mais oumenos favoráveis para êle. Essacircunstancia fez com que todasas companhias se unificassem,

formando a "Western Uniõn"titíodúção da telegrafia .,:.

Velho Mundo foi um fato quandi!5 de Julho de 1850,

nos da Prússia, da Baviera, ,!jSaxoma e Áustria formaram a

ao Telegrafia austro-germa-rica o concordaram nas formaspara o desenvolvimento ao novo>er.n;o de comunicações Na Sui-ça o telégrafo foi introJuz do co na lei federal de 23 de Dezembrode 1851. E sem se olhar a .-acníi-cios, foi confiada ao eminente to-cnico alemão C. A. Steinhel, aconstrução das linhas e a instala-ção das estações telegráficas .se-gundo o sistema Morse. E a pouco

ico, todos os outros países fo-ram adotando o telégrafo, quecom o decorrer do tempo, sofreualguns melhoramentos e altera-

ções sem contudo, perder os prin-cipios fundamentais. Para coroaro seu invento em reconhecimento

ua utilidade, quando da Ex-posição Mundial de Paris, em1867, Samuel Morse, que foi, natnesma, comissário do governoamericano, recebeu de dez go-vernos europeus, por inicialiFrança, a oferta de 4C0 mil fran-cos. Só dos ingleses é que o in-ventor recebeu ataques diversos.

Depois de lhe terem sido erí-gidos dois monumentos em NovaYork, Samuel Finley Breese Mor-se faleceu a 2 de Abril de J872,com 81 anos incompletos, emPoughkeepsie. perto da cidade

dos arranha-céus.

i 9 S I 79

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

Os primeiros selos pe existiram1) 6 de maio de 1840. Inglaterra.'£> Março de 1843. Zurich.

3) 1.° de julho de 1843. (Brasil.4) 1.° de julho de 1847. EU

5) Setembro 1847. Inglaterra.6) Setembro 1847. Ilha Maurício

,0 M«T rA»TOW»L Cnd

7) Outubro 1843. Duplo, Genebra.

RI a Inglaterra, um belo dia, ha110 anos. a população de

Londres poude contemplar, pelaprimeira vez, a imagem de suarainha reproduzida em um selode correio. Foi a 6 de Maio de1840. O selo, como todos sabem,foi ideado por um inglês, sir Row-land Hill. O exemplo da Ingla-terra Seria imitado, anos depois,por todos os países do mundo.

Na reconstrução dos dez pri-me res anos de emissões postais,a Inglaterra ocupa o primeiro lu-gar, com a emissão do seu "one

penny" negro, cuja reproduçãovocês podem ver no alto da nossacoluna.

Coube a um cantão da Suiça,Zurich, a honra de ser o segundoEstado emissor de selos, que fo-ram postos em circulação no mêsde março de 1843. Da primeiraemissão, o "4 rappen" é o maisraro; foi o primeiro selo f?ito emlitografia. O desenho mostra umgrande algarismo 4, sobre um fun-do de diamantes. Sua côr é negra,

sendo muitos deles cruzados porlinhas verticais ou horizontais,vermelhas.

O terceiro país, no mundo, aadotar o selo postal, foi o Brasil.A 1." de Julho de 1843 aparecia oprimeiro famoso "olho de boi"',nome com que ficaram conheci-dos até hoje os nossos, primeirosselos, pela sua brutalidade e pelotormato que tiveram.

No período que vai de 1843 a1850, nosso país emitiu cerca de.meia dúzia de selos postais, todosdo tipo "olho. de boi", nos valoresentre trinta réis e 600 réis.

Vdltemos novamente à Suiça,para contemplar sja segundaemissão, desta vez corresponden-do ao cantião de Genebra, que nasúa primeira produção emite o"duplo Genebra", uma das rari-dad.s mais cotadas e interessan-teS.

O cantão de Basiléa segue oexemplo des anteriores, emitindo,em Julho de 1845, o primeiro seloimpresso em três cores: azul, ne- /pro e carmim.

Do outro lado do Atlântico, compoucos dias de diferença da emis-são de cantão de Basiléa, commaior exatidão, no dia 12 de Ju-lho de 1845, o "Post-master" deNova York põe em circulação um"selo provisório" de cinco centa-vos, que precede as emissões re-guiai es des Estados Unidos, cujaararição oficial se faz a 1." de Ju-lho de 1847.

Foi a ilha Maurício a primeiracolôn'a inglesa que fez' circular

. selos po:tais, dando lugar, com op: itneiro erro conhecido em fila-t ?lía, à aparição dos exemplaresmais valiosos e considerados corneverdadeiras raridades no mundodos colecionadores.

Continuamos para nos deter naBélgica e admirar um lindo de-senho com a efigie do rei Leopol-do I, nos primeiros selos, emitidosem Julho de 1849.

Passamos depois aos estadosalemães, com a emissão de Bavie-ra, de 1." de Novembro de 1849,composta de selos desprovidas dequalquer beleza.

Prosseguindo em nosso afã de

descobrir as primeiras emissões,voltamos à Suiça, para ver outraemissão de Genebra, aparecidaem dezembro de 1849, esta vezcom dois valores, o de 2 e meio"rappen e o de 4 centimos. per-'tencentes ao período de transição.O de 4 centimos é, particularmen-te, o mais raro; e com o de dois emeio "rappen". iniciam-se asemissões da federação suiça. Asprimeiras emissões de selos èspa-nhóis apareceram em 1." de Ja-neiro de 1850 esíão completando;agora seu centenário. Aqui mos-tramos um desses selos, do valorde "seis quartos" da peseta.

A Austrália, com as emissõesda Nova Gales do Sul, e de Vito-ria, fecha o ciclo dos primeirosdez anos, durante os quais os maisdiversos países puseram em cir-culacão seus primeiros selos' pos-tais, dando lugar, assim, ao nas-cimento de uma nova ciência, afilatelia.

ST? \*>úa t& ti

8) Julho 1844. Brasil.9) Julho 1845. Basiléa.

10) Janeiro 1849. França.11) Julho 1849. Bélgica

12) Novembro 1849. IBaviera.13) Dezembro 1849 Genebra.

M^VíYI [SjSSss*

14) Janeiro 1850. Espanha.15) Abril 1850. Suiça.

80 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^H AMAM-SE impressões^" digitais as marcas deixa-

das pelos nossos dedos, nosobjetos em que pegamos.

Vocês estão sempre a ou-vir referências às impressõesdigitais, nos filmes, nas notí-cias de perseguição a supôs-tos criminosos, nas históriasem quadrinhos, etc.

Essas impressões não sãovistas assim no mais. E' preci-so o auxilio da lupa, isto é,uma lente, possante, e o es-peciaiista na busca de taismarcas tem de espalhar umacamada suave de pó, no ob-jeto ou na superfície em queprocura a impressão digital.

Nossa pele está semprecoberta de uma leve camadade substancias gordurosas e

crever com os dedos (na má-quina).

minha. Ninguém é dono deoutra igual. Se eu cortar, ar-rançar a pele do meu dedo,a pele que nascer terá o mes-mo desenho, mas só eu tereiaquele traçado de círculos.

Sendo assim, e possuindo aPolicia um arquivo com as irrpressões dos dedos de todosos homens e mulheres, é fácilcomparar a impressão encon-trada no local do crime — nocabo do revólver, de punha*,etc — com a dos suspeitos.

Antes de Vucetich, o dou-for Bertillon estudou o mesmoproblema, mas não se apro-fundou nele. Hoje em dia, to-das as policias o mundo têmfichários, que procuram au-mentar sempre. As impres-

Vejamos, porém: se todos soes digitais servem para vá

HISTORIAquando você pega num copo,numa colher, no prato, numespelho, numa folha de papel,numa régua de ebonite ou demadeira, lá ficam as marcasde seus dedos, que você nãovê, mas que o técnico em da-tiloscopia encontrará com fa-cilidade, usando o seu pó e asua lente.

Chamase datiloscopia aciência que estuda essas mar-cas datiloscópicas. Esta pa-lavra, que parece complica"da, deriva-se de "dactylos",

que significa dedos, no gre-go.

Daí impressão "datilescó"

pica", como também d_-Jo-grafia, que é a ciência de es-,

19 5 1

deixamos marcas com os de-dos, no que pegamos, comoé que a Policia consegueprender os criminosos porcausa das suas impres-soes digitais, ou datiloscópi-cas, que significa a mesmacoisa ? Como é que sabequem é o dono da impressãodeixada pelo dedo ?

E'simples: João Vucetich,um dálmata, dedicou-se aprofundos estudos das mar-cas digitais e descobriu quenãc há, no mundo, duas pes-soas que tenham impressõessemelhantes. Cada um tem oseu "desenho", vamos dizerassim, para facilitar a com-

preensão de vocês.A marca do meu dedo é

rios fins. Se morrem, num de-sastre, por exemplo, váriaspessoas que ficam irreconhe-eiveis, elas auxiliam a identifi-cação.

. Q descobridor desse siste-ma, como todos os invento-res e inovadores, sofreu aincompreensão e a má von-tade dos homens. Mas comoêle estava certo de que a rrzão estava do seu lado, te!-mou e venceu. Vucetich via-jou pelo mundo, fei conferên-cias. escreveu livros, até quetodos se convenceram derque sua descoberta era real'!mente importante para a hu-humanidade. Este parece ser,

(Conclui no jim dp Almanaque)

81

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

NO dia 27 de Dezembro de

1822, na cidade de Dole. naFrança, nascia ama criança queestava destinada a ser um dos no-mes mais famosos do mundo: LuisPastí

Depois de fazer os ssus es tu-dos no Liceu de -São Luis, e naEscola Normal Superior, e de ob-ter o título de doutor em Ciicias, foi Pasteur nomeado proles-sor da Universidade de Estrasbur-go, partindo depois para Paris,

onde foi nomeado diretor de es-tudos cientificos na Escola Nor-mal. Começou aí, então, seus tra-balhos de laboratório, que havé-riarjí de levá-io a sensacionaisdescobertas, e seu labor foi tãovasto que é impossível condensa-Io em poucas linhas.

O excesso de trabalho lhe cau-sou uma paralisia, que' o forçou a

permanecer O» cama. Feliz-

mente nada sofreu o cérebro

do grande sábio. Pouco depois

do ataque, já ditava a um dis-

cipulo uma nota cientifica.

Recuperando quase"" total-

mente a saúde, Pasteur não

abandonou seus trabalhos. Seu

primitivo .Laboratório, na Es-

cola Normal Superior de Paris,era modestíssimo. Sempre que pe-dia auxilio do governo, respondi-am*que.não havia verba, não ha-via dinheiro para aquèie. fim

Longas e pacientes investiga-çôes, centenas de ensaios, leva-ram Luis Pasteur a descobrir umsoro anti-rábico, isto é, o remedio capaz de salvar da morte as

i pessoas mordidas por cães hidró-fobos (danados).

Os médicos do seu tempo, en-tretanto, não aceitavam comple-tamente as idéias do sábio. Che-gavam mesmo a combatê-las.Com isso êle sofria imensamente,mas não desanimava

O primeiro doente em que Pas-teur fez aplicação do soro por êle

PB'descobqrto, foi um menino que,tendo sido mordido por um cãoraivoso (hidróíobo) foi levado àcasa do mestre, pela própria mãe.

Pasteur. não era médico, e nãopodia, por lei, tratar do doente, emuito menos fazer experiências.Mas, tratando-se de salvar umavida, tudo arriscou. Teve êxito.0 menino foi salvo. Estava, assim,provada a eficácia do soro contraa raiva, que ainda hoje e usado

mm? ^^ "iiiiii-i|iM|r{

todas as. vezes que uma pessoa é"atacada por um animal, raivoso *ou não, como preventivo

No dia 26 de Outubro de 1885,Pasteur fez o comunicado oficial tà Academia de Ciências da Fran-ça, da sua descoberta

Lutou ainüa o grande francêscontra a ma vontade dos colegasinvejosos, por muito tempo. Mastm 1892 seus méritos foram afi-nal reconhecidos e proclamadosEle foi recebido na Sorbonne,pelo então presidente '•adi Car-not e foi áivo de delirantes ova-

çÕes. O ilustre^ cirurgião inglêsLord Lister abraçou-o em nomedos homens de ciência de todo ¦ omundo. Nessa ocasião,-então, Pas-teur pronunciou as seguintes pa-lavras:

"Vós, me proporcionais a ale-gria mais profunda que pode sen-tir um homem que crê firmemen-te que a ciência e- a paz triunfarão

sobre a ignorância e a guerra, eque os povos se ..unirão não paradestruir, mas para edificar."

Foi Pasteur o descobridor domeio de salvar os grandes parreí-rais franceses de uma praga queos matava. Fez a mesma cousacom as criações do bicho-da-sedá,que estavarrí se acabando, stninguém saber porque.

Demonstrou o que ninguémqueria acreditar, isto é. que e>tem micróbios no ar, e que e*.

micróbios causavasc muitasíermidades, pela falta de cuidae de higiene dos mépocs.

O processo hoje usado pàconservação do leite em estadode pureza, chamado 'pasteurisa-

ção, tem seu nome derivado d*descobridor, que foi Pastem

Luis Pasteur, embora grandenome da história, grande sábio,grande herói da ciência, era ho-mera simples, bom marido, mui-to carinhoso, e extremoso pafamília.

» 9 & i

ALMANAOUE DO TICO-TICO 4

ã®&Mm MAT MUS\Q.

Estava sendo comentado, no Escrito;

rio, o mau humor constante do sr. Mateus."E' chegar o verão, não sei porque —

explicava aos outros um velho empregadoo patrão fica assim: irritado, impa-

ciente. Todo ano é isso . .

Em casa era a mesma coisa. Por "dá-

cá-aquela-palha", como se diz, o sr. Ma-teus dava o der.sspêro, aplicando socos namesa, mostrando claramente que estava

fora de si, pois a pessoa educada nuncafaz essas coisas feias.

Ora, aconteceu que naquele domiiiguveio à casa do sr. Mateus sua sobrinhaIvone, menina inteligente, esperta, e ob-servadora, que teve ocasião de assistir auma cena desagradável causada pelo mauhumor do tio.

raras ^

¦Pouco depois, estando a ler na bibliu

teca, o sr. Mateus começou a cocar o rosto

escanhcado, e, pensando que estava sòzi-

nho — poU não vira Ivone entrar — pôs-se a se lamentar — "Maldita barba !

Como arde! Como coca ¦ ¦

com este calor! Que coisa bti.tante!" Tendo ouvido isso, Ivone lhe foiao encontro. E falou brandamente ao tir.:"Meu tiozinho, o senhor anda infeliz, zan-

gado, de mau humor, por causa dessabarba, não é mesmo?"

^^^^^^^^B Z_2, /J "^) /

"Papai andou uns tempos assim,

mas resolveu o seu problema com toda

a faculdade e o maior sucesso. Se o se-

nhor usar, depois de barbear-se, o "Leite

de Colônia", verá que isso passa e que ti

acabará esse ardor e passará a coctirá".

— "isso^r coisa para mulher!" —

disse o sr. Mateus. — "Não, não, meu tio!

O atamado "Leite de Colônia" tem inúme.

ras utilidades! E' nvcrobicida, parasiticida.cura erupções, brotoejas, coceiraõ, fileiras,

dartros. tir» anchas da pele. .."

impressionado com as palavras da

menina, o sr. Mateus decidiu fazer uma

experiência. E deu certo ectá claro:

Também para usar após a barba o 'Leite

de Colônia" foi achado excelente! Aca-

baram-se as tangas e brigas diárias . ¦. .

e mais algumas centenas de pessoas, naFábrica do sr. Mateus, passaram a louvaro maravilhoso "Leite de Colônia", dos Ls-boratórios, Studart, que, além, de muitousado pelas senhoras e senhoritas, tem ou-trás aplicaçõc.--, notáveis, como a que fe-a alegria do sr. Mateus.

19 5 1 83

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

JtatiriORfcsN UM longínquo país, cujo nome os his-

toriadores não guardaram, viveu ou-tro'ra um rei chamado Canuto que eramuito bom, mas ignorante.

Tinha subido ao trono por ser o únicoherdeiro da coroa.

Nada sabia, porém, da arte de gover-nar uma nação.

Como, todavia, desejava aprender e"sabia

que tudo se aprende nos livros, en-carregou três sábios do reino de formaremuma biblioteca com grande numero de li-vros, a fim de ficar conhecendo aquilo queignorava.

O primeiro, de nome Rod, comproulivros bem encadernados que falavam decampanhas guerreiras, conquistas de ter-ras, grandes exérc.Hos que tudo derrota-vam à sua passagem.

Tradução deMARIA MATILDE

I

E Canuto os leu interessado e enten*

deu que para o engrandecimento do seu

povo, para fazê-lo poderoso e temido

eram necessários combates e lutas.

E assim procedeu.Entretanto, seu povo, apesar de bem

armado e corajoso, nem sempre voltava vi-

torioso" e, em cosequência, a miséria e a

fome dominaram o país.Os homens iam para as frentes ds

combate e deiwavam os campos sem cul-

tivar.

Não havia mais trigo para fazer o pão

nem pastos para os animais.

Tudo se transformou em completa

ruína.

84

^^À

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Ui/gOSComo o rei era bom e amava

seu povo acima de tudo, mandou

queimar os livros que lhe haviamensinado coisas tão desastrosas,

passando a ler os que tinham sidocomprados pelo segundo sábio,

chamado SaeJ.

Este escolhera livros de enca-

dernações luxuosas, comencrustações dei ouro e

pedras preciosas.Era uma coleção dig-

na de um rei.

Eles falavam de poe-mas famosos, de fadas,coisas sobrenaturais, de

gigantes e bruxas, de se-reias, anões, enfim, tudo

que a fantasia mais ar-

dente pode criar.

E neles Canuto a

prendeu a iludir o povocom falsas promessas, comcrendices fora das leis na-

turais da vida.

A princípio o povo fi-

cou entusiasmado, mas de-

pois se tornou medroso, preguiço-so, indiferente, acreditando emcampos malditos onde só brotavamervas daninhas, em maldição, emrios que secavam como que porartes, de magia.

E o povo foi tão infeliz duran-te essa época, como quando luta-va nos c-smpos de batalha

Canuto atirou também aque-

les livros ao fogo.

Foi a biblioteca onde se en-centravam os livros aquiridos peloterceiro

f ^MLf < /(li,. /^An/>_SH WÊ^AA x

Eram poucos e de encadernações singelas.

Começou a lê-los com certa desconfiança mas a

medida que ia se adiantando na leitura, seu rosto ia se trans-

formando e se tornando alegre.

Estes ultimes livros falavam de Deus, do trabalho nos

campos, do aproveitamento das colheitas, da economia, do¦

culto à verdade, à justiça, à paciência e tolerância, da honra-

dez, do lar, da salisfaçãc do dever cumprido . . .

E graças àqueles livros, tão insignificantes na aparência,

aprendeu Canuto a governar seu povo e este, com paz e ver-

dade, daí em diante foi tão feliz como nunca o havia sido nos

períodos de guerras e das fantasias e ilusões.

85

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

V I àf àf ^-W ^*-"*^ _r^ / àf Jl f _f •'"'# m / *-•'¦'"¦¦ / _F âff''ár 1 # i^. L _r ' ._r

¦— ra um espantalho como qualquerjB— outro.

Parecia-se com os demais porque es-tava cheio de palha e tinha um chapéutodo estragado, e uma roupa cujos fai-rapos formavam bandeirolas no vento.Mas agora vem 0 detalhe original: seusbraços, em cruz, como é costume entreo's espantalhos sustentavam dois pratosde alumínio, cheios de trigo em grão,aveia e alpiste para as aves, e avelãs,nozes e amêndoas, para esquilos.

Onde já se viu espantalho quealimente os pássaros, em vez de os es-

phntar? — comentavam as mulheresda aldeia, olhando com assombro a altae rígida figura de palha. i

_ Foi idéia de um fazendeiro, seuThomaz, um velinho exquisito — dl-ziam os camponeses.

Durante dez anos o espantalho Mar-tim tinha vivido no meio do campo,com os braços estendidos. Embora fosse

grande amigo das aves qüe pousavamem cima dos seus farrapos, e dos esqui-los que lhe contavam mil novidades, en-quanto quebravam nozes e avelãs, Mar-tim começou a se sentir aborrecido davida.

Estou farto de viver a-qui, dia e noite, sem me me-xer — disse uma tarde a umtico-tico que viera comer noprato do braço direito. Gos-taria de voar, como tu.

Que barbaridade ! —trinou o passarinho. — Quemdisse que alguma vez um es-pantalho pode voar? Não tesentes feliz aqui, em frente aum bosque tão bonito, rodeadode campos verdes, que pelamanhã brilham com o orva-lho e à noite ficam alvos deluar ? Tens sobre a tua cabeçao céu e o sol. Eu não pedi-ria maior felicidade!

E' muito fácil dizerassim quando não se estáobrigado a estar dia e noitecem os braços em cruz. dandode comer aos estúpidos pas-sarinhos e aos esquilos falas-trões — replicou Martim. zan-gado. — Se eu pudesse, dariao fora daqui.

O tico-tico, surpreso como furor do espantalho, <|uasese engasgou com um alpiste.Quando conseguiu que o (piolhe descesse pela garganta,respondeu, com raiva:

Sabe que mais? Estúpido é você.Se algum dia você conseguiu sair dai, vádireto a uma escola, pura aprender a termodos de gente educada, sabe ?

E se afastou voando, indignado. Suasasinhas, que habitualmeite tinham ummovimento compassado, agitavam-se a-gora furiosamente.

Momentos depois chegou um esquilo,que subiu ao braç0 esquerdo de Martim.Apanhando uma nóz, começou a desças-cá-la. e. entre dentadas e dentadas, mur-murou:

Agradeço-te muito estas nozes,avelãs e amêndoas que me dás. Com elasposso abastecer minha despensa. Desdeque cortaram a nogueira grande, tenhotido pouco alimento.

Nada tens que me agradecer —grunhiu o espantalho — Se dependessede mim. eu não estaria aqui tão paradoe amolado da vida. Embora fosse ape-nas para variar, gostaria de ir embora efazer alguma coisa mais interessante.

Acreditas que podes fazer algomelhor que promover a felicidade dospássaros, das crianças e dos esquilos ?— perguntou o roedor. No mundo nada

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há que se possa comparar à felicidade desocorrer o próximo. v.

Disseste uma bobagem — resmun-gou Martim. — Estou amolado e desejeir embora daqui. E' porque não posso,senão. ..

O esquilo também se espantou como mau humor do velho camarada, mas,como era mais prudente que o tico-tico,murmurou; s

E-*tá bem, está bem... Não pre-cisa zangar-se, amigo. De qualquermaneira eu estou agradecido pelo quetenho recebido das suas mãos.

E fugiu, levando três nozes, quatroavelãs e cinco amêndoas, para a des-pensa vazia. Durante longo tempo Mnr-tim permaneceu sozinho. De repente,ouviu um rumor aos seus pés, e umsvozinha murmurou:

Muito obrigado pelas cenours-. emaçãs que guardas na tua carrocinha.

Era um coelhinho que havia paradojunto ão pequenino carro colocado atrazdo espantalho.

Carrocinha? perguntou este. -Está ai ! Eu nâ*a, sabia disso! Agorscompreendo para cjue serve esta in.ee-

moda corda que tenho no pes-coco. Como tenft-a u corpo ri-gido, não me posse, mover,para olhar atraz. Más pãome agradeças, pois se depen-desse dé mim, não teria aomeu lado uma cousa tão ab-surda com uma carrocinha;heia de frutas e verduras.

Está bem, está bem...não te amolarei mais — con-cordou ii coelho. — Mas sem-pre quero que saibas que sougrato. Há dias que eu nãocomia nada...

E a mim, que importa,se passaste fome? — respon-deu Martim.

És um grosseirão — a-firmou ii coelho, saindo a cor-rer com três cenouras para amulher e os filhos. Era noite,já'o vento frio começara a so-prar com força.

E' noite de ano-bom --suspirou Martim. — Se oupudesse mudar de vida, comd ano que vai começar I

O céu estava azul e todo'recamado de estréias. Faziafrio.

Brrr! — estremeceu u

86

ALMANAQUE D'0 TICO-TICOi

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espantalho. — Não sei quanto dariapara não sentir tanto frio. Estou fartode me sentir gelado.

Olá! — saudou uma voz. - Felizanu-nuvo. homem de palha!

Não poderá ser feliz se fôr igualaos outrus anteriores — queixou-seMartim, vendo aparecer um anãozinhoverde, vestido de vermelho, de barbas ebigodes louros.

— Que coisa curiosa! — disse u anão-zinho. — Chamo-me Espiga e te conhe-ço há muito tempo. Pensava que erasum sujeito feliz. As crianças brincamcontigo, os pássaros comem o grão quelhes ofereces, os esquilos se alimentamcom as tuas nozes e avelãs, e oscoelhos vêm saciar a fome com as ce-nouras e maçãs que tens na carrociniia.Que mais podes desejar?

Quer ser como os demais viventes—respondeu Martim. — Os pássarosvcam e os esquilos pulam, as criançascorrem e os coelhos saltam. Eu, entre-tanto, tenjio que quedar parado, comos braços em cruz. Mas ainda suporta-ria tudo isso se não fosse o frio quesinto. Quisera ser o sol queimasse mui-to e que o seu calor ficasse durandotoda a noite. Se ti sol ardesse como euquero, eu imaginaria estar num paístropical, e meu anseio de viajar seriasatisfeito.

És um louco — disse espiga, sor-rido. — Cada qual. neste mundo, temsua sorte, e deve resignar-se com ela.Não compreendes que um homem depalhü não pôde viajar ?

Mas tem direito à ilusão... —teimou Martim. — Se ii sol...

Está bem — acedeu o anãoznho.— Falarei com o vento Sul. para queêle não sopre neste campo e conversareicom o Sol. para que te dê a ilusão quesonhas. Será u meu presente de Ano-Bom.

Obrigado — murmurou o esjwn-talho, sentindo que o corpo de ps lhatodo rangia de felicidade.

Esperou que amanhecesse e. quandoo sol apareceu no horizonte, aprontou-separa receber seus mios. Quando o as-tro subiu pelo céu. o espantalho sentiuque um calor intenso lhe penetrava atéo coração.

Ao meio dia o espantalho estava tãoquente que começou a temer pela pró-pria saúde.

Devo ter febre — murmuravacompungido. — o anãozinho Espiga

' 19 5 1

exagerou as coisas. Este calor é da Aíri-ca e dos países do equador. Se por lie équente assim, prefiro ficar por aquimesmo.

O sol continuava darramando seufogo e Martim sentiu que a palha de seubraço direito começava a incendiar-se.Foi tal seu pavor que, por um supremoesforço, pôde voltar a cabeça. Voltcu-see viu que um anel de fogo lhe envolviao braço direito. Minutos depois o lira-ço caia ao chão. O prato de alumínioque continha as rações de alpiste eaveia, ressoou no solo e o alpiste e aaveia se misturaram com a areia.

Oh! gemeu o espantalho. —Caiu a comidinha dos passarinhos ! Oscoitados vão passar fome esta noite!

A seguir caiu o outro braço.Pobres esquilos — gemeu Martim.

Duas gotinhas de água lhe rolarampela face. Eram as primeiras lágrimasque derramava em toda a sua vida.Oxalá aparecesse Espiga, antes que fosseincendiado por completo. Não se preo-cupava com a própria sorte, mas com ados seus amiguinhos.

Irei chamar o anão Espiga — tri-n«u um tico-tico. — Ele chamará logoo vento Sul.

Ao ouvir isto, o vento Norte tratoude se afastar. Tinha estado toda a ma-nhã atiçando o sol, como quem soprauma brasa. Mas não queria encontrar-se com o vento Sul. cujo sopro é tãoforte que enregela tudo e esfria os ou-tios ventos. Sabe-se que mais de umvento cálido tem morrido de pneumonia,depois de esbarrar com n vento Sul...As tímidas brisas fogem dele como dapeste!

Indo-se embora o vento Norte, o ca-lor arrefeceu um pouco. Entretanto, oespantalho continuava ardendo.

Salva o pobre Martim! — pediamos pássaros em coro. E os animais gii-tavam também: — Salva o nosso amigoespantalho! Não queremos que' êlemorra!

— Tragam água — ordenou Espiga.Correram todos ao rio — alguns não

correram, voaram ! — e dentro de pou-co tempo Martim recebia um aluviâode água. Apagou-se o incêndio e depoisEspiga procurou palha nova para tornaia encher os braços, e colocá-los de novono espantalho.

Estás bem, agora ? — perguntoudepois.

Uma enorme multidão de avesinhase de bichos do mato esperava ansiosa aresposta de Martim. Êle, sorrindo comseus lábios de cordão vermelho, respon-deu:

Muito bem! Feliz ano-novo, ami-

gos! Minha vida continuará tranqüila editoslr Já não serei mais um espanta-lho que sonha coisas impossíveis, masum bom boneco de palha que continua-rá a dar alpiste e aveia, avelãs e cenou-ras, nozes e maçãs a todos vocês !

E. realmente, para êle, depois daquelalição, começou um novo ano, muitomais feliz porque agora estava conten-te com sua sorte, sem revoltas, semanhelos impossíveis, como todos deve-mos viver, para gozar um pouco de fe-licidade. Pois que felicidade maior po-dera haver, que saber-se útil, saber-sejuerido e apreciado pelos que fazemosfelizes ?

87

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

© GRILHA'

cousas que no princípio deleitam, no meioenfastiam, e nu fim supliciam.

Não digo que este pensamento profundo sejameu. porque ninguém lhe acharia graça; é me-Dior atribuí-lo a um pensador grego, Sócrates, porexemplo.

Uma nuite destas, acabara eu de mergulharno vale dos lençóis, pronto a ferrar n0 sono dojusto, quando num canto do meu quarto vibrouo canto de um grilo.

Com perigo de passar por um sentimental ca-duco, direi que não me desagradou a modinha doinseto, que me parecia estrídular maviosamente,se bem que um tanto monótono.

Quem canta seus males espanta. Pensei quen silvo do meu solista podia ter alguma significa-

- _^_í_^^^__»^_) H

88

ção, e lembrei-me de Romeu a tocar debaixo dajanela de Julieta. O bichinho exprimia talvez oprazer de viver, ou saudava quiçá a noite, ou en-toava loas às estrelas que brilhavam pela ausen-cia. Seria por ventura um canto de amor desfe-rido de uma toca com vistas a uma toca vizinha,onde embevecida escutaria a eleita do bardo or-tóptero.

Parafusando sobre o caso, à mingua de umao.upação mais séria, pedia a Deus me desse umaforça de perscrutação capaz de adivinhar os mo-tivos que impeliam o músico a suspirar, sem som-bra de fadiga, durante horas e horas, em cristali-nas modulações: a voz do tiple escondido reper-curtia ora em compasso bem cadenciado, ora num

cascatear de colcheias, ora emnotas precipitadas mas, a eapa-ços, eortadas de silêncios.

Um verdadeiro concerto'com programa variadissimo.

O que iria na alma do me-lodioso artista? ímpetos deamor ou assomos de poesia? Anoite que se adensava não ins-piraria o noturno cantor, assimcomo a aurora a despontar ex-cita a vocalisação das aves ma-drugadoras ? Aqueles gritinhostão claros, tão meigos, tão per-cucientes não constituiriam umaendeixa saudosa, um trenó lu-tuoso ou uma queixa amarga ?

I 9 5

ALMANAQUE D

Quem sabe ?Na solução do indecifrável enigma, embre

nhei-me em considerações metafísicas tão profun-das que me acontecia cair em cochilos muito na-turais em quem, à força de fixar os mistérios,acaba por chegar, através da subconciência sopo-riiica, na região do sonho, onde os roncos pare-cem verdadts sublimadas. Muito filósofo ga-nhou fama de genial pela quantidade de sonoque seus escritos encerram ou provocam.

Giande coisa é o espírito humano! Ele, quenão adivinha as cogitações de um mesquinho gri-Io, pretende interpretar a multíssona harmoniadas cousas e dos seres, dos mundos e das origens.Melhor empregariam o tempo os pensadores secorressem a piantar batatas ou lamber sabão.

Enquanto estas parvoices bailavam no meucérebro ôco, o valente grilo continuava a desferirsua ária metálica. Não me foi dado pregar osolhos. De cada vez que o tentasse, feria-me otímpano a sonância perfurante do inseto.

As estridulações eram, por vezes, como quemais premidas e resoavam como o clangor de pe-queno clarim, tocado a golpes rápidos de lingua.Seria sinal de guerra? Estaria o músico a desa-fiar algum rival oculto em longínquo esconde-rijo, e cujo estribilho provocador era só percepti-vel em ouças de colegas ? Assim de terreiro a ter-reiro se reptam os gaios, com insolências e bra-vatas, à laia dos antigos heróis de Homero. Assimtambém, de países a países, os povos selvagensém geral, e os civilizados em particular, se ati-ram a luva.

O meu sentimentalismo me impeliu a fazervotos pela vitória do meu grilo.

Aí tendes mais uma prova da impossibilida- *de de ficarmos imparciais em qualquer contenda.Que tinha eu com a briga de dois insetos, paratorcer por este contra aquele? O' vaidade dosprogramas sociológicos e políticos! A neutrali-dade é uma palavra sonorosa, e nada mais. Osque se julgam mais indiferentes são. crebas vezes,os mais assanhados dentre os setários.

Pela sexta ou sétima vez, cai em leve dor-midela. Quanto tempo toscanejei não o sei: ofato é que acordei ao som da fanfarra bélica domeu teimoso grilo.

Foi aí que comecei a achar pouca graça nainsistência do isolado cantor. Precisava de sono,porque me era mister levantar cedo, na manhãseguinte. O inseto começava a abusar da tole-rancia minha. E' sempre a mesma coisa: se ne-gais tudo, sois um tirano; se concedeis algumaliberdade sois uma vítima. O diacho do ortó-iptero, como o chamam os' sábios, faltava da maiselementar delicadeza. Devia compreender que háregulamentos policiais que severamente conde-nam os rumores noturnos, e que o direito de re-pousar não pode ser sonegado ao cidadão de umpaís adiantado.

Em vez de se entregar a estas salutares re-'flexões, o bicho persistia em soltar a nota, coma mais evidente satisfação pessoal, num requinte -^de egoísmo feroz.

Adeus, visões artísticas e filosóficas ! Tenhoo temperamento burguês, e não admito serenatasfora da hora. A ordem antes dé tudo! Com tãomassante musicata^ árduo seria confabular com

O TICO-TICO

Morfeu, segundo dizia um amigo doutor, comgrande espanto da preta velha que perguntava:— Mas quem é esse senhor Moríeu comquem o doutor vai conversar cada noite? Senunca o vi entrar em casa, este senhor Morfeu!

Afinal, recalquei o meu mau humor, fiz umsupremo ato de resignação e virei-me do outrolado, tapando os ouvidos para pôr uma surdinaaos clangores grilescos. Tentei conciliar o sono.

Que sono, que nada! O canalha, encorajadopela minha anterior benevolência, continuou aazucrinar-me seriamente.

Tive que perder a paciência, e passei do en-fado ao-furor, à raiva, ao frenesi. Cresceu-meuma alma de Nero.

Não pude mais me conter. Saltei da cama eabri a luz. O demônio calou-se, como que porencanto. Esperei, pois conheço as manhas dês-tes saltadores. Passando um minuto, que me pa-receu meia hora, o idiota recomeçou sua canti-lena. Apurei o ouvido e calculei o lugar dondevinha o grito.. Devia ser um pequeno interstício,aberto entre o rodapé e o soalho, e bastantegrande para deixar passar a ponta do chinelo.

Como o árabe que no deserto se agacha norastro do leão, cheguei cauteloso, pé ante pé, dejoelhos mesmo, sem despertar as justas descon-fianças do melômano.

Avistá-lo na sua toca e assentar-lhe uma chi-nelada mortífera foi uma cousa só.

O silencio das noites criminosas encheu oambiente do meu quarto e, com esta morte naconciência, atirei-me à cama, onde um sono bem-aventurado me levou, até a madrugada, ao paísdos sonhos.

No dia seguinte, fixando o local do assassi-nato, vi a vítima rodeada de um bando de formi-gas que, arrastando-a sobre o soalho, parecia fa-zer-lhe um enterro de primeira classe, com acom-panhamento numeroso.

Meus amigos, se quiserdes agradar, não imi-teis a insistência cabulosa dos grilos: pouco ébom; muito é fastidioso; demais é horrendo.

19 5 1 89-

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

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90 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

A SENSAÇÃO DO NATALDESTE ANO

- /7) (Olte I-

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*^\—^k^ Cr$ 25,00 ^fcç^r^hfcenir An ha c a r> hüai un bmb

LEDIÇÃO DA S. A. O MALHO

RUA SENADOR DANTAS, 15 - 5.» andar RIOATENDEMOS A PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL

I 9 5 I 91

ALMANAQUE D'Q TICO-TICO

\ evMçéa/Sintome

muito fraco hoje ! — disse o

coelho ao porquinho seu amigo. —

Esta manhã só comi um pouco de ce-

noura. E' tão pouco ! Sinto fome ... — conti-

nuava o coelho se queixando.Não te aflijas — disse-lhe o porquinho,

seu amigo ... — Eu sei onde há por aqui uma

chácara, com grande plantação de cenouras

macias e muito gostosas. Vamos lá ?

Ccmo descobriste isso ?

Um amigo me contou. E também me

contou que o dono dessa horta levantou uma pa-

rede muito «ilta, a fim de que nenhum estranho

entre lá .

f^/° Li

<4 ^nw &

92

—E então ? Como é que vamos tazer ?perguntou o coelho já preocupado, e dese-joso de saborear as cenouras.

Não sejas tolo I — disse o autor daidéia. — Meu amigo ensinou-me a maneirapela qual se pôde entrar lá: é só dar a voltapela horta e, no muro que dá para oeste, háuma pequena passagem.

Tu pássaras perfeiítamente por aquelaabertura ...

Então vamos ! Que maravilha, hein ?— exclamou o coelho — Não percamostempo, amigo !

Chegaram à tal parede do lado do oeste,mas tiveram uma surpresa desagradável:estava tapado o buraco por onde pensavamentrar I !

E agora ? Que faremos ? — disse ocoelho guloso.

Torno a dizer que és um tolo — re-trucou o porco, um tanto aborrecido. —Com este páu, dou um empurrão e o que es-tiver tapando a abertura do cutro lado temque cair.

Dá, então, o primeiro empurrão.Nada!

Dá o segundo com mais violência' etambém desta vez nada consegue.

Qual! Hoje estamos com poucasorte. E devem estar apetitosas, as cenou-ras! ',

Mas como o porco não desanima como primeiro fracasso, ordena ao coelho quelhe traga outro páu, mais grosso. Os dois,empurrando juntos, talvez logrem o sucessodesejado.

— Anda depressa ! — grita para o coe-lho. Traze um pau bem comprido e bem

grosso !

Em seguida surge o coelhinho com um

pedaço de pau tão grande e tão pesadoque mal o pode carregar.

Mas, pensando no banquete que iasaborear, consegue chegar até onde o es-

perava o porco.

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

.^mmAm *^ x^ ' ""^^"*^ "^ ^^^^^. -Aw5-

Ótimo ! disse o porquinho. — Seguras aqui e eu aqui

Vamos empurrar com toda a força que puderes. Está bem ?do

Está — respondeu o coelho.Pronto ?Vamos !

Já ! — gritou o porco. — Força !

Empurra com força ! Já está se movendo

a tapagem . . . Ih ! estou vendo as cenou-

ras ! — exclama entusiasmado.

De repente ouvem algo que faz:

Gurrrr-ssss, gurrs . . .

O que quer que fosse que tapava o bu-

desaparece e surge a cabeça

do proprietário da chácara,

que grita indignado:— Patifes I Malandros !

„ Que estão pensando ?

rV/7^^Amm^^Kf/J

Vejam se me dei-xam dormir a sésta !

Aí, então, o coe-lho e o porco larga-ram em desabalada

carreira.Que pena !

disse um.Que susto

— disse o outro.

A verdado é quJtinham escapado dajbom castigo, aliás metrecido, pcrque o que

iam fazer era muitofeio, e todos devemrespeitar a proprieda-de alheia.

Ninguém deve'tirar frutas, nem plan-tas dos quintais dos

vizinhos.

E' um costume

muito feio este, e ai-

guns meninos esque-

cem o que seus pais e

mestres lhes ensinam

e agem como o coe-

Ihinho e o porco.Ainda bem que,

ne caso que estamos

contando, o homem,

dono da horta, foi dor-

mir encostado na a-

bertura do muro poronde eles pensavamentrar, o que os impe

diu de praticar umaf^

feia ação.

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19 5 1 93

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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94 19 5 1

YjudcrJyTAM as três. Três negrinhas,- descalças, sujas, um saco atiracolo, um pano encardido es-condendo-lhes a gaforina des-penteada...

Nos rostos escuros brilhavam-lties os olhos vivos como estrelas.De vez em quando juntavam-senum bloco, cochichavam qualquercoisa, e riam...

Depois, uma ra frente, outraem seguida, andando a esmo, láse iam pela grande rua do no-puloso bairro.

Ei-lbs que param em frentea uma vitrina. Era a de umasapatr.ria.

Iluminadas já pelo cair datarde, rada divisão era mais ten-tadora, desde a dos leves sapa-tii lios de criança a tios modernose pesadíssimos calçados parahomens.

Pararam as três. Os olhos gu-osos, num relance, abrangeram

todu o mostruário.A mais velhinha, adiantando-

;e, abriu os braços e. dirigindo-se às companheiras, exclamou

nm tom que não admitiaéplir

"Tudo isto é meu!"I -nostrou a linda vitrina de

-apatos femininos, olhando-oscom superioridade, com ares derainha.,

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

Imeiiatamente, a segundaapossou-se da outra divido domostruário, justamente a queapresentava os graciosos mode-los de sapatinhos infantis.

E__como sua companheira,montou guarda à sua pro-priedode.

Coube à menor, e era deprever, a seção dos calçadosmasculinos, grandes, pesados,onde cabiam dois ou três de seuspèsinhos leves...

Sairam. Pararam agora diantede um mostruário de jóias.

A mais velha, mais expedita,ma's sagaz, tomou a vanguardae se apos°ou dos braceletes, dosbrincos que falseavam linda-mente; a imediata ficou dona,dos anéis tentadores; quis amenor os grandes relógios-des-pei tadores, de prata ou metal,desgraciosos, enfim...

Sempre a parte do leão paraos outros...

Entraram numa confeitaria:o mesmo gesto de nnsse da pri-meira; o avanço da segunda eos restos para a terceira.. Da

• e l

confeitaria passaram à loja &efazendas e, as sedas para amaior; as lãs e veludos para ado meio; o algodão e as chitaspara a última...

E se havia um ar de vitórianas duas primeiras, a pequenitatinha um quê de desânimo nosolhos negro*,...'

Depois, desapareceram. Fo-ram-se para o morro ou para ccortiço, onde, numa esteira; de-sabrigadas, dormiriam e sonbô-riam, umas, com as suas rique-zas conquistadas sem esforçooutras, com a derrota de todosos seus desejos...

E eu me pus a considerar.Até na mais tola das quimeras'sempre há quem colha as so-bras.. Até o direito de sonharnão é permitido a qualquer!

Ah! a pobre pequenita, amais nova das três... Para ela,calçados de homens, relógios-despertadores, chitas, pão-duro...que sei eu!

Mas não te aflijas, garotinha domorro! Na vida há tanta genteparecida contigo... Tanta gente!

I

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

JBanfona.rT L

a^AOsMál«Wa)M s__| ^KSt*"'*"S8_N__ ^^^*^»aÜw '^*t*a —

96

UIZINHO estava tocando suasanfona com grande entusiasmo:"Fim... fim... firim-fim... fim-

fom... fim..."— Você não sabe fazer mais nada,

a não ser tocar esta sanfona?!disse alguém por trás dos seusombros.

Luizinho deixou de tocar, virou-separa ver quem lhe falava e deu como Manduca, um menino muito mauque gostava de estragar as brinca-deiras dos companheiros.

— Pois eu gosto bem de tocar

P

minha sanfona — disse o meninocom voz firme.— Mas eu não deixarei você tocarmais nada, ouviu? — replicou o

Manduca.E quem é você para me mandar?

Tocarei quanto tempo quiser! E se nãolhe agrada, não ouça.

E continuou com a música :"Fim-fom-firim-fum..."

Manduca ficou muito aborrecidopor não ser obedecido

Fingiu que ia embora, mas voltoue deu um trambolhão na sanfonade Luizinho, rasgando-lhe o fole.

Coitado do menino! E quemau é o Manduca! Depois dessatravessura saiu correndo e rindopela perversidade que praticara.

Agora, pensava êle, Luizinhonão tocará mais! Luizinho, porém,não ficou triste por muito tempo,e como é inteligente logo imagi-nou um meio de se servir dasanfona para outra brincadeira.

Agora ela jà não serve para oslindos concertos, mas servirápara outra coisa. Tudo pode ser

19 5 1

ALMANAQUEaproveitado. E' só ter um poucode boa vontade e inteligência.

Luizinho apanhou a sanfona eprendeu as alças, uma em cadaramo de arvore, fazendo dela umbalanço.

Manduca voltou e veio espiar,muito intrigado, o trabalho domenino. Que estaria fazendo Man-duca ? Seria um alçapão para pe-gar passarinho? Estava quase aperguntar o que era aquilo, masse contentou em ficar apreciando,admirado.

Assim que Luizinho terminou aarrumação do balanço, experimen:tou se sentar nele. Chamou seumelhor companheiro, o Nequinho,e os dois começaram a se balançare a dizer :

— Como é gostoso ! Que beleza !

ej balançavam :

DO TICO-TICO

Bão, ba-balãoBão-bãoLuizinho e NequinhoNão andam no chão.

E cada vez mais invejoso ficavao Manduca. Ele, que tinha feitotudo para estragar a distração dooutro, agora via que nada tinhaarranjado. Tinha proporcionadoao companheiro-uma brincadeiramais atraente ainda !

Mas nada podia fazer, porque opai de Luizinho era homem muitoforte. Por isso, nem sequer seaproximou do balanço...Bem castigado foi Manduca por sermau. E a todos os meninos quegostam de fazer maldade com osoutros, quase sempre acontece omesmo.

/ \mS^^ t * r ^7v / TI

^^Via _^L_>—^~ã>^) \yV719 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

AVENTURAS DE CHIQUINHO Textode GIQ

— Vamos construir Tim carro — deci-diu Chiquinho. — Este caixote vai sero material. E começaram as martela-das, no quintal da chácara que o pa-pai alugou na Boca do Mato.

gyl /w ^|j

W=ÊÊÊL \ 10

Benjamim olhava e cumpria ordens.Êle é o tipo do bom ajudante, que nãofala, não faz perguntas e obedece li-geiro às ordens do "mestre de obras".Já tinham até as rodas prontas!

Depois do almoço as rodas do carrofcram colocadas. Chiquinho estavacansado como só ele, mas estava tam-bém .contente, porque o trabalho es-tava para ser concluido com êxito.

Lá dentro, o papai estava intrigado»com aquela pancadaria. O bondosohomem já tem medo quando Chiqui-nho se mete a fazer inventos e desço-berras que dão sempre em encrenca.

^.

_¦^~-='v>a-,A.<">i / __\ Wt _Cta(Ifò-^_^_|B^2_É:f\^yj/l/(f\ \fr K

í___4________—"Você quase não fez foca, e não

está cansado... Eu martelei todo odia..." Embora danado da Vida, Benja-mim, que é camarada, obedeceu. Maso carrd estava pesado de veras I

Pronto o carrinho, êle gritou por Lili.~ — 1 —"— ^- '• — — fr~*< —.lie

Queria que ela visse o seu trabalho e oexperimentasse, pois acreditava ter re-alizado uma verdadeira obra-prima,para êlee^. ._j^ prima. _

Lili veio e os dois tomaram luqar nocarro. Aí é que foi triste para o Ben-jamim, pois Chiquinho lhe deu instru-ções cruéis... — "Nós vamos aqui evocê puxa, sabe, Benja ?"

Já iam lonqe, quando, de repente,Benjamim começou a gritar, dizendoque estava machucado. Dera uma bru-ta toDada ! "Ai ! Ai'! Ai!" — gritavaêle... Foi, então, eclocado dentro do...

...carro e aí tocou a Chiquinho puxara carga... Tudo fora um plano de Ben-jamim. E, agora, carregado "em triun"fo", o neçrinho ria a bom rir..." —"E' bom, andar de carro ! Ih!" . . .

98 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

VOCÊ CONHECE OS NOMES DESTES GIGANTES DO PASSADO?

A ansiedade do homem por ampliar seus horizontes físicos e mentais nunca tem fim. O futuro estácheio de esperança, porque haverá sempre descobridores, buscadores da verdade, para apontar o ro-teiro a seguir. Aqui estão alguns dos gigantes, do passado. Trate de recordar o_ seus nomes, depoisde lidos os pequenos resumos, de sua atuação em prol da coletividade. Faça um esforço para iden-tificar cada um deles e depois confira com as respostas que damos à página n.° 140,

ISeus inventos militares impediram, du-

rante anos, a queda de sua cidade natal,Siracusa, mas este gênio dos tempos clás-sicos vive na História como filósofo e ma-temático. Sua importância para ,0. mundoreside no descobrimento que fez, da lei dagravidade espocífica. Foi o precursor daciência física moderna. Quando você falaem "alavanca", logo se recorda dele.

2 Este homem representa o espírito mes-mo do descobrimento, em todos os tem-

pos. Em ciência, mecânica, fisiologia, astro-nomia e arte, previu muitos adiantamen-ítos que estão sendo postos em prática só •agora, e seus vastos conhecimento aumen-taram os próprios limites do mundo. Des^cobriu o princípio da levitação, base daaeronáutica moderna.

3 Gastou uma vida inteira para aperfei-coar seu descobrimento, mas quando

o conseguiu, sua teoria do sistema solarderribou todas as anteriores crenças místi-cas sobre astronomia. Demonstrou que aTer«r era apenas um planeta a mais, en-tre muitos que se movem em torno do sol.e produziu com isso uma revolução nomundo do penscmento :uma apreciação in-teiramente nova do Universo.

¦"£'-•£': ¦ *- -a C*?^>}^a»__r^^/^6yf I lll^^^fij. **I_B _l a=""TWI*y_a__? _j_r_T \1 _-TT-HBÍ aATJHfHaW»

4Aperfeiçoador do telescópio, discer-

niu o princípio do pêndulo, construiuo primeiro termômetro e sen maior desço-brimento foi a lei que governa a aceleraçãodos corpos que caem. Devemos-lhe os fun-damentos da ciência da dinâmica. Ouemfoi que deixou cair dois pesos de diferen-tes tamanhos do alto da torre da Pisa, edemonstrou que ambos chegavam juntosao solo?

5 Este inglês, descobriu a lei de que todoobjeto, M universo, é atraído por outro

com uma força inversamente proporcionalao quadrado das distâncias que os sepa-ram ('A matéria atrai o a maféria... etcm,lembram-set). Ao formular suas três leisdo movimento, estabeleceu uma teoria mate-mática completa das forças físicas do uni-verso, e inventou uma nova espécie dematemática que chamamos " Cálculo".

6 Os homens não conheciam s;iáo seisplanetas: inclusive a Terra, em que vi-

vemos, até que este músico alemão assom-brou os círculos científicos ao descobrirum sétimo planeta, ainda mais distante dosol que os • outros seis. Tinha emigradopara a Inglaterra, onde construirá seu pró-prio telescópio, e utilizando-o foi o prkr.ieiro a formular uma ^concepção " modtr-na" dos espaços estelares.

a___a>Jn9 ___L.^__S '^__3_D__ ___S_tT at li _H___BP^_V ¦ ¦ ^V*~-<^^^^* ' 1^b^XY'*V__________r_A_' WWM

' Tt.'V >¦' ^M WU^S^Jm -a_F_B _P^ ^^fia^^j|___Í^J|ayy^aa_a? *' »_T^J_3g___________P^ ^^j _H JjH ___P^___________-3Ha_y^

7 A obra deste homem deu nascimentoao vasto desenvolvimento industrial,

porque êle descobriu o princípio de todaa eletricidade que corre pelas instalaçõesdo mundo. Este homem, literalmente, ilu->minou a Terra. Pode dize-se que sem êleter existido, Edison não teria sido- quemfoi, e que nós ainda hoje estaríamos a nosalumíar com. limpada de queroseie.

(Respottas a página 140)

8 A teoria de^ste homem, contrariamenteà moderna crença popular, não sus-

tenta que o homem é>um descendente domacaco, mas siní que ambos derivam deum comum antepassado antropóide. Masos pontos de vista deste ex-est<Hante deTeologia continuam sendo tema de diver-gènci» nos círculos religiosos e intílectuais.porcpje é difícil a muita gente aceitá-los.

9 Na introdução ao -processo de des-truir as bactérias (micróbios) nos ali-

mentos; no estabelecimento da teoria dosgermas das enfermidades; na sua práticade desinfecção nas operações cirúrgicas ena sua descoberta de um soro que cura araiva, ou hidrofobia. este homem exempll-fica a devoção à Humanidade que deve.cm quajquer momento de sua função, sera primeira preocupação da ciência.

9 5 I *

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

li nci HHif] --l_ J !

COMÉDIA EM1 ATO

(A cena representa a sala de spera de um'Co-légio. Móveis habituais nela)

PERSONAGENS:

O Diretor — 50 anosJoaquim — JL8 anofcPedro — 19 anosFéüx — 18 anos

(Ao ser levantado o pano, Joaquim está len-do uma revista.)

PEDRO (entrando) — Joa-quim ! Você por aqui ?! Que pra-zer ! Há cinco anos...

JOAQUIM (acolhedor) — Vi-va, Pedro ! Cinco anos, sim...Que é feito de ti?

PEDRO — Vai-se vivendo, gra-ças a Deus ! Mas... que foi quete trouxe até cá ?

JOAQUIM — Saudades donosso professor... e vim pedir-lhe uma recomendação para mi-nha irmã Silvia, que quer entrarcomo costureira na loja de donaRosalinda.

PEDRO — ótimo! E tu? Estástrabalhando ?

JOAQUIM — Claro, rapaz ! Hádois anos que estou na íábrica delósforos de São Gonçalo.

PEDRO, — Muito bem ! Eutambém estou trabalhando, háum ano na Caixa Econômica. Fizo curso ginasial até quase o fim,entrei num concurso e saí ben-;,fui nomeado, e embora trabalheum bocado, estou com o meu fu-turo garantido

JOAQUIM — Eu, infelizmente,não pude estudar mais, depoisque saímos da escola. Meu paimorreu e ficámos muito nial devida e tive logo de me empregarpara ajudar Mamãe e as meni-r.às.

PEDRO: — E como te arran-jaste „

JOAQUIM — Comecei comoestafeta no Correio, .graças auma recomendação de um amigode meu pai. Depois, mais tarde,consegui o lugar na fábrica defósforos.

PEDRO (pehsativo) — Tantoque a gente ria, quando o pro-fessor nos falava do futuro...Lembra-se ?

JOAQUIM — Pois é. Equando a gente menos espera,

esbarra com a vida e seus proble-más... mais difíceis que os dematemática...

PEDRO — Bem... Mas nós,pejo menos, não nos podemosqueixar... Quantos dos nossoscompanheiros da escola não te-rão, talvez, fracassado ?...

JOAQUIM — Lembras.te doAcíriano ? O professor sempre lhedizia: Menino, cuida-te', ou nãoserás nada na vida ! E's um dis-plicênte e não sabes cumprir osteus deveres. Pois bem: soube,há dias, que é um vagabundo,que anda por aí, cheio de vícios,sem querer nada com o traba-

' lho... Até num routx) andoucomplicado.

PEDRO — As profecias do pro-fessor !... Se os meninos, não secorrigem quando são meninos,serão sempre infelizes* quandocrescerem.

JOAQUIM — E' mesmo! De.vemos dar graças a Deus por nostermos mantido no bom cami-nho, ganhando honradamente avida! -

PEDRO — Os conselhos da es-cola influíram sobre nós...

JOAQUIM — Cousa muito ver-dadeira é isso de que a pessoa de-

. ve acostumar-se, desde cedo. achegar o tempo, começando pelaescola, para mais tarde não viverchegando atrasado no trabalho.

PEDRO — Uma grande ver.dade!

JOAQUIM — Para ter êxito étambém preciso possuir certo es-pirito de trabalho e sacrifido. Euentrei para a fábrica como var-redor. Passei depois pára a secçãode embalagem. Hoje melhorei.Estou no escritório .E tenho pro-messa de melhorar mais. Maspego firme, sem achar "nadaruim...

Achou tãocheirosas...!

Jj^^^^^

HAftvíy

100 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

PEDRO — Assim é que deveser, meu amigo (pausa) Mas.. .parece que ai vem o Professor,..

, (Entram o professor e Felix,mal vestido e com um certo "jei-tão).

DIRETOR (sem os reconhe-cer) — Bom dia senhores. Quedesejam ?

PEDRO — Não nos reconhece,Professor «

DÍRETOR — Ora, ora vejamsó ! Meus antigos alunos, Pedro

MMMMMMMMtidões e dores são esquecidas,quando o destino nos proporcio-na momentos como este. Todosos meus alunos deveriam ser co-mo vocês. Todos receberam igualinstrução, os mesmos - conselhos,mas alguns, infelizmente, nãosouberam aproveitar bem unsnem outros, e se desviaram para

e Joaquim ! Foram-lhe daqui há caminho errado... (Lembrandocinco anos... nao è isto? ' Sim.sim... Cinco anos ! Lembro-mebem ! Estão uns homens e eu mesinto ainda mais ve-lho... Hoje foi um belodia para mim... Trêsantigos alunos me pro-curaram ! Então ?. Nãose recordam do nossoFélix ? Foi do tempo devocês...

JOAQUIM — Claro !Eu me lembro, sim !Como vai, Félix ?

PEDRO — O apelidodele era "Lagarto"..Um abraço, Felix ! (a-braçam-se).

DIRETOR — E a quedevo esta visita de vo-cês ?

PEDRO — EU' estouem férias^ e vim fazer7lhe uma visita...

JOAQUIM — Quan-to a mim, professor,vim pedir-lhe um obsé-quio mais. Desejo queSilvia, minha irmãr co-mece a trabalhar numaoficina de' modista, epreciso de uma cartade recomendação. Lem.brei-me, então, do se-nhor, que nos conhece...

DIRETOR — Pois não. meu fi-lho! Com o maior prazer. Mas,sentem-se e contem-me o que fa-zem. qual a vida de vocês...

PEDRO — Eu trabalho há umano na Caixa Econômica, e ga.nho mil e seiseentos cruzeiros.

DIRETOR — Muito bem! E tu,Joaquim continuas na fábrica?

JOAQUIM — Continuo, pro-fessor. Estou agora* ganhandosessenta cruzeiros por dia, mascom promessa de melhorar.

DIRETOR — Que alegria sesente quando se vê os filhos —porque eu considero vocês meusfilhos, bem o sabem — encarni-nhados na vida. Todas as ingra-

se de Felix) Ah ! desculpa. Fé-lix...

FÉLLX (emocionado) Estou

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tão envergonhado, professor ! Os ^conselhos que me deu lá dentro,nada são diante desta lição .queacabo de receber. Enquanto osmet"? companheiros, bem vesti,dos e com a fronte erguida, aquivêm cumprimentar o professo • eproporcionar-lhe alegria, eu, tãoindigno, vim amargar-lhs a vidae. . pedir-lhe dinheiro... Tome!professor, o dinheiro que medeu; não o quero assim. Quexoganhá-lo honradamente, traba-

lhando. Não serei mais um ócio- -so, e algum dia hei de me àpre.

05MMMMMMMi%

.-entar aqui, como fizeram agoraPedro e Joaquim, meus colegas,que souberam aproveitar os seusensinamentos.

DIRETOR — A vida e cheiadestes exemplos.Aquele que cruzaos braços à margem do caminho,nunca será nada. E' preciso lu-tar, fazer frente à vida, com co-ragem. Quando se é moço, o fu-turo está aberto a todos e é então quando se faz necessáriotrabalhar, para preparar uma ve-Ihice tranqüila... Já pensaramno que haverá de tristeza em sechegar à velhice e não ter sequerum lugar onde esperar a morte ?

JOAQUIM -—Bem, professor,mas não falemos maisnissu. Félix recebeuuma boa lição, que mu-dará de rumo sua vidapor completo. Eu lheofereço, lá na fábrica,olugar em que comecei.Está vago e o chefe meincumbiu de arranjarum ocupante dispostoa trabalhar. Ganharásua vida decentementeÉ um começo. Deixará

o ambiente onde temvivido, que é ruim. Por-tando-se bem e traba-lhando com boa vonta-de, logo melliorará...

PEDRO — Eu tenho,para o Félix algo quelhe será de muita uti-lidade. Creio que nãose vai ofender pelo in-significante presente

. que lhe faço, comocompanheiro, e comtoda a sinceridade.

DIRETOR — O queacaba de se passar a-

qui, meus filhos, me tira 0 pe-so de "muitos anos das cos-tas. A alegria que estou sen-tindo me rejuvenesceu, nunca aesquecerei. E" o melhor prêmiüque um professor poderá dese-jar.

PEDRO — Agora, senhor Di-retor. um favor... '

DIRETOR — O que quiseres,meu filho!

PEDRO — Para festejar estedia feliz, proponho que vamosjantar juntos, os quatro. Eu osconvido.

JOAQUIM — E eu os convidopara um' teatro, depois do jan-tãr.

(Continua no fim do numero)

I 9 S lOi

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^"¦"¦^¦—adSSr

CONSTANCIO C. VIGIL

UMA ALUNA AGRADECIDA

ESTAVAM na aula de Geo-

grafia quando o portei-ro da escola entrou na salae anunciou à mestra que umamenina desejava falar-lhe.

A professora deu ordempara que fizesse entrar a vi-sita.

Assim que a menina en-trou disse:

— Bom dia, dona Luzia.A mestra respondeu à sau-

dação e dirigindo-se às alu-nas, disse:—Esta menina foi minha a-

luna e chama-se Irene Mar-tins. Foi obrigada a deixar aescola porque teve que via-

jar com os seus país. Esíevena Europa, não foJ, Irene ?Disse estas últimas palavrase esperou a afirmativa damenina.

E', dona Luzia, e tere-mos que voltar lá outra vez.E com modos de uma pessoaadulta, continuou:

Não quis ir emborasem dizer-lhe adeus e agra-decer-lhe tudo que me ensi-nou. Nunca esqueci a boamestra que a senhora é.

Dizendo estas palavras o-fereceu à professora um lin-

çlo ramo de rosas. Esta pe-gou nas flores et muito como-v*da, disse:

Muito agradecida, Ire-ne ! Você foi sempre uma a-luna exemplar. Só tenho boasrecordações de você.

Neste momento entra nasala a diretora, acompanha-da de um cavalheiro.

Dona Luzia, — disse a

diretora — este senhor é opai de Irene.

Deseja dizer-lhe que sua fi-lha veio cumprimentá-la semque ninguém mandasse.

Nem o pai, nem a mãe de-Ia mandaram que ela viesseaqui, assim como não lhe de-ram dinheiro para comprarflores. Irene espontânea-mente foi guardando as moe-das que ganhava para com-prar guloseimas e adquiriuas flores. Depois pediu aopai que a acompanhasse atéaqui.

A professora, muito emo-cionada e com os olhos ma-rejados, abraçou e beijou asua ex-aluna.

Um bonito ^gesto teve essamenina. Todos nós devemosser reconhecidos aos nossosmestre, principalmente, à-queles que nos tiraram da ?g-norancia, como as nossasprofessoras das primeiras le-trás.

Desenhos com linhasretas

N A página ao lado oferecemosaos leitores um bom passa-

tempo: jazer desenhos com linhasretas. ,

Reproduzindo os desenh°s queali aparecem, e criando outros, osnossos amiguinhos se exercita-rãp num brinquedo útil, ao mesihôtempo agradável e construtivo.

102 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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19 5 103

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

A TARTARUGA "JICOTEA

^— Pelos modos ela esta-^m va ouvindo algum ruido

suspeito, pois ao se quebrarum galho ali adiante, moveu

o pescoço para a direção do

ruido e, vendo surgir uma fr

gura de menino, tratou de v>rar-se, maJs depressa do quese poderia esperar de uma

«f — Nos dias claros as tar

taruga chamadas v*Jico-

teas", que vivem nos rios, sá-em da água e, subindo a umtronco ou raiz, ou a uma pe'dra, ficam a se aquecer aosol, durante horas. A tartaru-

ga que nos mostra a gravuranão está dormindo, emboranão preste nenhuma atençãoao MartimPescador que seatirou duas ou três vezes àágua, para pegar peixinhos,pois está habituada a vidaselvagem que a rodeia namargem de rio, onde passa amaior parte de seu tempo.

tartaruga, e meteu-se dentroda água. Ela sabe quem sãoseus inimigos, e foge deles.Se o menino lhe atirasse umapedra no casco, doeria nelacomo uma pancada em nos-sa unha.

^— Essa história de "vaga-

roso como uma tartaru*

ga" só vale quando ela estaem terra firme. Porque den-tro dágua com apenas unspoucos movimentos de suaslargas patas, alcança um ban-do de pequenos peixes e, es-tirando o pescoço com rapi-dez, apanha o mais próximo.A tartaruga "jicotea"

geral-mente se alimenta de minho-cas e outros animais seme-lhantes, que encontra ao searrastar no fundo do rio, outrepando às hastes das plan-tas aquáticas.

Horas locais correspondentesAçores 13.4Adelaide 0.22Aden 17.52Argélia 15.2Atenas .. -16.26Auckland, N. 2.22Baía 12.00Bangkok 21.33Barbados 10.54Batávia 21.59Belize 8.58Berlim 15.52Bermuda 10.53

104

Bombaim 20.22Brisbane 0.52.Buenos Aires 10.36Cabo Verde 13.12Cairo 16.52Calcutá 20.22Ceilão 10.6Chicago 9.2Cidade do Cabo 16.52Colombo 20.22Dunedin 2.22Durban 16.52Georgetown .. 10.59

Greenwich 14.52Halifax 10.37Havana 9.23Hobart 0.52Hongkong 22.52Honolulu 4.21Istambul ... .. .. .. ,. .. 16.52Leningrado 16.53Lima 10.6Lisboa 14.16Londres 14.52Madeira 13.45Madri 14.52

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

E SUA VIDA CURIOSA/k — Ao findar a primavera

¦ esta "jicotea" se arras-tou até a margem arenosa ecavou unrrburacc, no qual de"

pôs vários ovos, que cobriucom areia, para que o calordo sol os irjcubasse, eu checasse, como se costuma di-

zer. Enquanto se ocupavanessa tarefa, aquele corvoastuto a observava, esperan-do só que ela se afastasse,para então descer, escavaronde estavam ocultos os o-vos, parti-los e comêHos.Dentro da Natureza, é assim.Chama-se isso a luta pela vi"da, que entre os irracionaisnão tem leis, nem as reco-nhece.

t ~'Sl_H____ ^"-:--S_ass

Wíi/f-—>-^ ^^PP^-p?

B"— Enquanto a fêmea pu"*^ nha os ovos, c macho vr

ajou. Foi para outro rio, lagu-

na ou charco, vencendo dis-

tâncJa nunca maior de uma

milha, para ver se encontrava

i*^____-_t_N-____ __r * •'• '* T___OrTI ^^H ___________Effi__^

melhor alimento. Para issoteve que ir j5or terra, arras-

tando-se pelo monte. De re-

pente uma raposa se atirou

em cima dele. Ele escondeu

a cabeça, a cauda e as per-nas, em babeo da carapeça. A

raposa fez o que poude, mas

não conseguiu verlhe acara. Acabou desistindo.

— A "jicotea" vive nas

regiões onde os nos

congelam no inverno. Quan

do isso se dá, não pôde sair à

superfície para respirar, e em

íerra morreria de frio; mas a

Natureza lhe deu meios de

dormir sem respirar e durante

o Inverno ela dorme enterra-

aa no iodo do fundo dágua.

Só quando a primavera vem,

e derrete o gelo, e a água se

aquece de novo, .acorda do

seu sono hibernai e volta a

vida ativa de novo.

ao meio-dia no Rio de JaneiroMalta 15.50Mauritius 18.42Melbourne 0.52México 8.16Montreal ,.. .. ©.58Moscou 16.53Nova Orleans 3.52Nova-York 9.56Oslo ... 15.52Panam:. 9.34Pará .--.. 12.00Paris 15.2

Peiping (Peking) 22.38 Stockolmo .Perth W. 22.52 Suakim ..Filadélfia 9.51 Tanger .. ..Pretória f6.52 Teheran ..Quebec 10.10 Tókio .. ..Rangoon 21.17 Toronto ..Rio de Janeiro 12-00 Trindade ..Roma 15.52 Vai paraíso .São Francisco 6.44 VancoüverShangai 22.52 Viena .. ..Sidney ... 0.52 WashingtonSingapura .... 21.47 Zanzibar ..

:

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

ESTAMPASDO NATAL

A ESTRELA

A A astrologia babilônica — mais adianta-

da da época — não conhecia astro ai-gumque se movesse no espaço e de súbitose detivesse. Por isso o sacerdote da lei, no-mem dado ao estudo da ciência e religião, tãopoderoso como César, conhecedor do azuleterno do céu, embora tudo, prevendo ficoudeslumbrado com o. aparecimento. No suavecenário, a estrela" emitiu facho de luz afugen-tando o negrume da noite. E a estrela cami-nhava lenta, enorme, sobrenatural, encan-tada, cheia de todas as radiações como um sol.

bBs^B^^BbB^¦BBBBBB ^^P '^^iBBjl ibBBbJbTb^^^bI

OS MAGOS

Caravanas vindas do Irã, de homensbrancos, "de

junto de Bassora c homens deerigem asiática,, e outrajs compostas de ne-gros das regiões banhadas pelo Nilo e MarVermelho, trouxeram até junto da manje-doura <« reis Melquior,- Gaspar e ^Baltazar.Sobre os arcais quentes entre loureiros, pai-meiras, figueiras, roseiras bravas, ao passft tar-do de longas caminhadas pelos desertos, che-gou a caravana dos poderosos para adorar omenino, filho dum carpinteiro de Nazaretheduma mulher de Cana. Uma estrela mostravaaquela criança como um ser divino.

PASTORES

Foram os mais humildeis pastores das co_Unas de Samaria e Judá que avistaram a es-trêla deríumbrante e compreenderam a sig-nificação do aviso celeste. Também os pau-pérrimos pescadores do lago Genesareth foramos primeiros escolhidos para ouvir as lições

-do divino mestre.Parque são os que sofrem, os pobres, os

desgraçado, o humildes, que mais depressacompreendem os caminhos da verdade e es_tão mais próximo do céu.

Porque é no sofrimento que mais preci-Fornos confiar em alguém.

I

106 19 5 1

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

O PRESÉPIO

fio lugar onde os animais descansam dotrabalho e onde comem e dormem; no lugar

que não tem enfeites como erradamente fize.ram os pintores da Renascença, foi ali quenasceu o filho de Deus. Foi afinal uma liçãoque ninguém segue, um exemplo sempre esv-quecido, esse da estrebaria em que apareceupara o mundo Aquele que ob homens havi-hm de matar; um velho estabulo

'onde fal-

tava todo o conforto para o ente que nasceunuma noite fria.

K—^jP^BJf^H ^Sífc—^ y * J ^L^ jiy. tis^K ^m * ffs^** i' ^. t-Al\Jyff!'

lèú M ( B^xsTOmI t/a

5^ JaÁJÊas^^*

\wya\ aanr&r

O BURRO

Em Betlem, junto do berço, na noite fria,assim como mais tarde na fuga para o Egito,na areia escaldante, era você, meu irmão bur-ro, que estava sempre junto do carpinteiro,

da Virgem e do filho de David. Ainda podiaser lembrada a cena daquela manhã de ouro

na entrada triunfal do domingo de Ramos.

Alas os homens são ingratos, e hoje usam chi-

cote contra o corpo que levou Deus.

L

O INVASOR

Nos muros de Nazareth estavam os per-gamiiihos com a proclamação de .Cé^ar, queordenara o recenseamento. Era a orgulhoraRoma — conquistando e depredando — quehavia usurpado o governo da Judéia e no-meara Herodes governador, tendo por sobe-rano um estrangeiro imposto ao povo deIsrael

SEBASTIÃOFERNANDES

Desenhos de GOULART

5 I

1 tMKSbpiS

107

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

m v iMUIUMA GRANDE FIGURA DA ARTE

_fj_^_fle JkmJr -Jbfer^-i

SEMPRE que nos referimos

à pintura, um nome nosvem à mente: Murillo. Quemfoi esse artista 1 Vale a penaconhecer-lhe a biografia, em-bora resumida. ' -

Bartolomeu Estevão Muril-Io nasceu em Sevilha, na Es-panha, em 1618, e era filhode um casal de modestos te-celões, pelo que teve uma in-fância pobre e sem relevo.

_^L T^_t_J ^_5««Í_F^ í _t/^o s' 11

líi fe_v '^ubPvÇjI'"'

Mortos seus pais,Juan Del Castillo, seutio, vendo que o rapa-zinho demonstravavocação artística, fê-Io estudar pintura.

Mais tarde Murillose fez amigo de Moyae de um grande pin-tor, Velásquez, -

po-dendo dedicar-se acestude de tojias asobras famosas, cole-ções públicas e particulares,de Madrid. w

Regressando a SevMha, Mu-rillo começou-a trabalhar, ereproduziu quadros dos mes-ires que havia estudado nacapital, mas nãc demorou ase íibertar da influênc/a dosseus modelos, revelando, en-tão, sua prodigiosa origina-lidade.

Trabalhando dia e noite,produziu muitas e famosasobras.

A "Imaculada Con-ceição" foi um dosseus quadros mais no-faveis.

Existe ainda hoje,no afamado Museudo Louvre, em Paris efaz parte da coleçãode obras-primas der,'ie se orgulha a Hu-manidade, deixa-d a pelos verdadei-ros gênios da arte,que viveram em ou-tros séculos.

Outros assuntos re-ligiosos foram admi-rávelmente tratados

pelo artista, entre eles a mor-te de Santa Clara, cs êxtasesde São Francisco, a vida ca-ritativa e abnegada de SãoTiago, a fuga da Sagrada FamiLa para o Egito, a vida deSanta Isabel da Hungria, ejc.

DEFINIÇÕES SEMI-LOUCAS

Um CANIBAL é um senhorque gosta mais de ter gentena sua mesa, do que à suamesa.

Um CONVERSADOR é umsenhor que em lugar de pres-tar atenção a quem lhe estáfalando, está pensando no quevai dizer quando o outro calara boca.

Um GÊNIO é um homemsimplesmente inteligente, masque já morreu.

As GAVETAS são os bolsosdos moveis.

O LÁPIS TINTA é um lápisque deixou tio sta lápis semchegar a ser tinta.

As ROSCAS são os salva-ví-das da fome.

I 9 I

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Vrn dos quadros de Murillo

Murillo estava pintando, em Cádiz, umquadro intitulado "As bodas de Santa Cata-rira", quando o andaime sobre o qual traba-lhava se quebrou, jogando-o violentamenteao solo.

Em conseqüência dessa queda, Murillocveio a falecer, em 1682.

Morto embora, porém, sua obra genialainda perdura, para recordar o seu nome deeleito da verdadeira arte.

Dia de

chuva

— Buenos dias,

amigo ! Tem aí ir>n

modelo de chapéu

com calhaT

Que é umGaliçismo?

G ALIA era o antigo nome da França.

O emprego de palavras ou expressões fran-cesas chama-se galiçismo. Você não deve empregargálicismo. Procure a palavra portuguesa correspon-dente. Aí vão alguns gaticismos que você deveevitar:

Abat-jour — quebra-luz, sombreira, pantalha.Vitrine — mostruário.Chie — elegante.Manteau — capote, sobretudo.Bouquê — ramo, ramalhete.Gafe — deslize, engano, tolice.Maillot — roupa de banho.Kermesse — feira de caridade.Lorgnon — luneta.Madame — senhoraMassacre — matança.Mademoiselle '— senhorinha, senhorita.Assassinato — assassínioNuance — gràdação, cambiante.Ouverture — protofonia.Etiqueta — letreiro, rótulo, formalidades.Eventualidade — acaso.Fanado — murcho.Panfleto — livrinho, folheto.Pince-nez — luneta.Placard — edital, cartaz.Pleurisia — pleuriz, pleurite.Banal — vulgar, corriqueiro.Elite — escol.

-WAMWflAÍSWVW.WVW^' ™~

"Sêo" Juvencio vai para casa. Mas parece queestá perdido. Se você partir daquela bolinha pertodo pé dele, c seguir pela linha preta, é capaz de ircom éle até em casa ?

19 5 1 109

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

APESAR de em tempos remo-

tos terem existido na índia,ro Egipto, Babilônia, Judéia eGrécia instrumentos de corda pa-recidos com o atual violino, pode-se dizer, contudo, que sua criação,na Itália, data de um par de. se-culos.

E quando se fala ou escrevesobre esse fidalgo instrumento —

que os nossos avós chamavam dè"rabeca" — logo nos vemy à mente

um nome: Stra-divarius, quefoi o maior de.todos 'os fabri-cantes de víoli-nos, há mais deduzentos anos,

v fiã üf\vl _§^_#*£?*WÍiÍf^__^Vv *- «_F,__^vVvn5tl|_i5_«!.x\^_H_%^_«_«k~N %x «*k___B-N''7_l¦'%^R_i___n95__\lv° ^^___o____ft^lS^___-3v____l___- ____É___>V XaVpBP^

<__i8 -'^Í^Sr^R____^lll^JO SEANTÔNIODURA

e o mais célebre de todos eles.Hoje, um violino Stradivarius —pois o instrumento tomou o nomedo fabricante, como sinal de ex-celêncra e qualidade — vale for-tunas.

Por mais que se investigasse,até hoje não se conseguiu desço-brir o segredo* da fabricação dosviolinos de alta classe, segredoque os grandes mestres italianoslevaram para o túmulo.. Stradi-várius passou 94 anos trabalhan-do na fabricação desses instru-mentos e ao morrer não deixoucontinuadores.

Não se sabe quem descobriu oprimeiro violino. O instrumentomais parecido com êssejera a vio-Ia, feita em vários tamanhos, ca-paz de produzir as notas de alto,tenor e baixo. Nos séiulos XIV eXV começaram a ser usados paraacompanhamentos dos cantos

polifônicòs, en-tão introduzidosnas igrejas.

Entre os con-temporaneos deStradivarius de-dicados à arte defabricar tais irts-trumentos, des-tacam-se Gaspa-ro da Saio e Ma-gini e ainda Za-netti, Guarneri,

Nicolas Amato.Eram homens

trabalhadores, a-

paixonados pelasua arte, mas

lio

nenhum sobrepujou Stradivarius.Conta-se de Magini que demora-va cerca de. 18 mesv-s — ^ano emeio! — trabalhando num ins-^trumento, e tanto era assim queem toda a sua carreira não cons-truiu mais de cinqüenta violinos.E morreu com 51 anos de idade.

Antônio Stradivarius nasceu em1644 e morreu em 1737. Vinteanos de sua vida quase centena-ria, passou-os êle na oficina deAmati, de que já falámos, ondeconstruiu os mais delicados ins-trumentos, com o nome do mes-tre. Foi um jovem terrivelmenteromântico. Aos 18 anos enamorou-se perdidamente de uma viuvadez anos mais velha que êle. Ca-saram-se e foram muito felizessempre. Quando o artista contava49 anos a esposa morreu, e êle _ãomais se casou.

Vale a pena, entretanto, recor-dar dois grandes pioneiros, nas-cidos fora da Itália, pois aquelesde que falámos eram todos italia-nos.

Trata-<se de Gaspar Tifenbru-ker#e Jacob Steiner. Ambos pos-suiram almas profundamente po-éticas. Viveram em um mundo demúsica e de sonhos, ou melhor,em um mundo que se resumianum único e grande sonho: o doviolino perfeito. Para conseguirum instrumento que produzisse

o suave som hoje conseguido pe-los fabricados por Stradivarius,eles teriam dado tudo. Melhordizendo, tudo deram mesmo,pois que suas vidas foram dedica-das a esse objetivo. Não o pude-ram. entretanto, ver realizado.

19 5 1

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

Coube a outro homem, nascido de-pois, a Antônio Stradivarius, co-lher as glórias que eles desejavam.

Gaspar nasceu no Tirol. Descen-dia de uma velha familia de fabri-cantes de violas, de Insbruck. Se-parou-se dela muito cedo. Vagavadias/inteiros pelas florestas, diziaêle que "ouvindo a música das ár-vores, o soar da madeira, o cantodo ábeto". Num dos violinos quefabricou, encontraram esta inseri-ção: "Passei minha vida^ no bos-que. Enquando vivi, fui mudo. Sóagora, que estou morto, posso can-tar com tanta doçura.

AS QUATRO OPERAÇÕES

Stradivarius/

Esse artista mereceu a proteçãode Francisco I, que o chamou paraseu palácio, em Paris. Mas não a-preciava a corte e vivia encerradono seu quarto, trabalhando e dedi-cado ao ao seu grande sonho. Fran-cisco I, além de o sobrecarregar detrabalho, era mau pagador e umdia êle alegou motivos de saúde ese foi embora para Lião, onde ins-talou oficina, ali residindo atémorrer em 1521.

Ha quem afirme que só existemno mundo, atualmente, três violi-nos fabricados por Tifenbrucker,construídos, em 1511, 1517 e 1519.

Um século depois dele, nasceu,também no Tirol, Jacob Steiner.Estava animado por uma paixãotalvez mais forte e dominadora.Também êle vagava pelos bosquesdos arredores de Insbruck, atenteao som das madeiras. Chegava agolpear as árvores com um marte-Io, para conseguir suas notas. Seupai e irmãos, simples carpinteiros,achavam que fabricar instrumen-tos era coisa sem importância era

•— ^_-, 1 ——

Olá,^ amigo Sibiringa ! Pelo que vejo.você tem ai dois pacotes de figos...Vamos brincar de escolinha? Eu souo professor. Você é um aluno. Poisbem ! Agora me dtga: Você pagou descruzeiros por um pacote e des pelo ou-tro... Total, vinte cruzeiros. Que vema ser issotEu sabia, professor...

Sabia... sabia... Dez e des são !¦»¦»-¦ te l Chama-se isso uma adição !¦ Ago-

ra, vejamos: ev lhe tomo um dessespacotes, e fico com êle Para mim...Você fica com o outro, c ainda ficacom figo demais... Então? Como'sechama essa operação tUm roubo, professor...

Xada disso. Olhe para mim e apren-da: i unia subtração... AgoVa, presteatenção. Eu dou quatro pulinhos as-sim. Cada pulinho é acompanhado detrês voltinlias no ar. Então? Que foiaue eu fiz? Quatro vezes três sãodoze... Não sabetFez papel de bobo, fnâando e rodando.Não, senhor, seu Sibiringa ! Fiz umamultiplicação ! ._

perder- tempo. Chamavam-no lou-co. E, na realidade, Jacob acabou avida louco, mas naquela épocaainda não' era. O que havia neleera gênio, e um dom todo especial.

Um dia fugiu de casa. Tra-balhou dois anos como aprendizna oficina do grande NicolasAmati e o mestre logo percebeua extraordinária habilidade deque o moço era portador. Amatipensou em casá-lo com uma fi-lha, para ser êle o seu sucessor,mas a primeira insinuação feitasobre isso, o rapaz, sem dizer umapalavra, arrumou o que era seu efugiu da casa do mestre. Devi:»ser um bocado feia a tal' filha deNicolas. x

Houve outro grande nome. V-gado à história do violino: Giu-

Muito bem ! Agora, cornos fazer <Mpazes, pujs ainda falta a última ope-ração. Dois parotes de figos estão aqui.E nós simos àois. Você fica com o seu,e fica ate com figo demais, e eu ficocom o outro, em paga da aula.. .seu marreco? Fiz unui divisão ! Hein?Que tal? Ainda acha que fiz papel debobo? E até logo, que roU comer osmeus figos !

sepe Guarneri de que falámos nocomeço. Este, construiu grandese potentes violinos. Fabricou umque tinha o apelido de "canhão",no qual Paganini gostava muitode tocar. A facilidade que êle à-chava em construir os mais de-licados instrumentos, fazia comque não desse valor nenhum àsobras primas que fabricava. E nãoligava, mesmo, muita importância"à sua arte, embora fosse genial.

De todos os grandes nomes,todavia, Stradivarius, como jáficou dito, passou á posteridadecomo sendo o máximo. Dizer-sede um instrumento que é umStradivarius, é dizer tudo. Tem-se vendido violinos "atribuídos aomestre, por verdadeiras fortu-nas.

9 5 I lll

ALMANAQUE D'0 TICO-TICOm^^UMA

vez um poeta repentistafez estes versbs, sobre o

nariz enorme- de outro:

Nariz, nariz e nariz,

nariz qúe' nunca se acaba.

Nariz que, se êle desaba,

faria o mundo infeliz ...

O dono do narigão não devia ter

gostado, pois ninguém gosta deser troçado assim. Mas a verda-ié é que tem havido narizes cé_lebres, pertencentes a homens

que passaram á história...

Entre os narigudos famosos,figura, como um dos mais fala-dos e conhecidos, Cirarfb de Ber-

gerac, o protagonista do conhe-cido drama de Edmond Ros-.

i tand, que tem o seu nome.

Mas Ciilano de Bergéírac erauma figura de ficção.

Gente que existiu mesmo, cé-lebre pelo tamanho m do nariz,hcuve também.

m/ -ma IL V ft **'

Por exemplo: o duque de Ro.

quelaure que dizem ter um na-

rigão parecido a uma tromba de

elefante; o rei Francisco I, da

França; o rei Christiano "TV daDinamarca; o célebre Carlos XII

da Suécia; o famoso poeta íran-

cês Pierre Comeille, cujo apên-

S. Bailly, fidalgo francês,tinha um nariz de ponta, apontan-do para baixo.

Um dos irmãos Grimm, autores delivros de histórias infantis afarnn-dos, era narigudo como aqui se vê.

dice nasal tinha a forma do ti-

mão de um navio; Voltaire, os

papas Gregório "o Grande", Bo-nifácio IV, Leão III, Bonifácio

VI, Alexandre IV, João XVI, Pio

III, Inocêncio XI e Paulo III.

Foram também - homens derespeitável nariz, Fenehm, o

abade Dubois, o bispo Dupan-loup e o abade Genest, que mere-

ceu por este motivo, uns versi-nhos parecido;, com aqueles docomeço desta nota, feitos poruma fidalga, a duqueza de Mai-no;.

Mas entre todos esses narizessobressaíram o do inglês Tho-mas Wedders, verdadeiro fenô-meno do ?eu tempo, e o do viga.rio de Fresno de Torote, na Es-,

panha. que inspirou ao afamado

poeta Quevedo aquele famososoneto que começa assim

— Era um homem grudado numnariz ...

Houve também, é claro, mu-lheres narigudas.

Uma delas inspirou curiososversos a um humorista espa-nhol (parece que os poetas es-panhóis adoram fazer versos aosnarizes, não?), versos que, paraos que não entendem espanhol,aqui vão em tradução, mais oumenos:

"Teu nariz em qualidadeé, por sua natureza,símbolo do cumprimento,

_ e cifra da imensidade.

___£ - r -*j_«ék9

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Wnfwí'

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O famoso Ariosto possuía um narizbem respeitável . . .

9 5

Sái sempre de tua casaantes" de ti, Beatriz,e vai sempre tão na frente •

que já nem é mais nariz."

Lembra-nos, agora, a continu.ação daqueles versos com que>

principiamos esta nota.O poeta, depois de dizer coi-

sas e coisas do nariz do outro,termina dizendo que o tal nari-gão

"Posto entre o Sol e a Terra' faria eclipse total."

Hans Cristian Andersen outro au-tor de livros para meninos, e seunariz avantajado.

Pobres narigudos! Como deveser desagradável ouvir uma zom-baria dessas!

Mesmo porque não fica "bem

uma pessoa zombar de qualquerdefeito físico de outra.

Deus deu a cada um de nós oseu aspecto, suas qualidades eseus defeitos.

E' falta de bons sentimentos,de caridade, zombar-se dos defei-tos alheios

Isso é coisa que nenhum dosnossos leitores deverá fazer ja-

jiiais, sob pena de cometer feiopecado, perante Deus.

19 5 1

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ALMANAQUE D"0 TICO-TICO

O TALHER

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A primeira colher deve ter sido alguma concha de molusco

encontrada a be'_íi-mar pelo homem primitivo faminto,

por lhe haver escasseado a caça.

Em ruínas do período neolttico já se encontram colheres de

barro redondas ou ovaladas, com cabo curto, em forma de lin-

gueta ou com cabo longo e ponteagudo, de certo para servir

de espeto ou garfo ao homem primitivo. Com essa forma en-

contraram-se diversas nas ruínas da segundfe cidade de Tróia,

procedentes da idade do cobre.

Na antigüidade .clássica faziam-se garfos de pedra, de ma-

deira, de osso, de marfim e de todos os materiais. Seu tamanho-

variava muito.

Em ruínas, no Egito, encontraram-se colheres com cabos

retos, curvos, redondos, chatos, em fôrma de cruz e alguns es-

culpidos, representando diversos animais. As qolheres gregaseram menos variadas e ornadas; as romanas tinham sempre o

cabo semi-curvo. Os romanos tinham duas espécies de co-

lher — as ovaladas (ligulas), para uso ccmum, e as redondas

(cochleas) para comer ovos cosidos e moluscos.

A faca foi também usada desde tempos remotos, mas não

figurava na mesa, porque cada qual tinha sua faca individual.

O garfo é de invenção mais recente e começou por ter também

o cabo ponteagudo. Ao que parece, o garfo —tal como é usa-

ást até hoje — foi1 inventado há cerca de mil anos.

Pelo menos só o encontramos em pinturas e desenhos no

ano 1060, quando o cardial Pietro Damiani pregou contra o sa-

crílego uso desse utensílio, dizendo que era atentar contra a

divindade, que concedeu ao homem cinco dedos para comer

com eles. Desdenhá-los para comer com tridentes, semelhantes

ao de Belzebú, era vaidade, imodéstia abominável. Mas a des

peito desse "anátema fulminante", o garfo entrou em uso cor-

rente e ninguém julga pecar contra a "modéstia" quando o em-

punha com apetite; e já tem havido e ainda há muito1 «-lesiásti-

co famoso como~"bom garfo ."

tf»

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1.14 19 5 1

ALMANAQUE D'Q TICO-TICO

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19 5 1 115

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

^^i^^p^^ r*^^^ _^^i^B ij^h ______E ____r /'^hbHij^H íír Ásf

pOUCOS dentes lhe restavam. Isto, porém, era de

menos importância comparado com a sua velhice.

Achava-se sem torças. Completamente sem forças. E

para que lhe serviriam os dentes, se não podia agarrar

uma presa ?

Sabem vocês de quem falo ?

Do leão, o rei dos animais! Aquele que em outros

tempos fora temido e soberbo animal, hoje se arrasta

tristemente, abatido e vencido sob o peso dos anos.

Sente fome e não tem ânimo para conseguir o que

comer. E' inútil Vê os animais e nem sequer tenta

persegui-los. A mais nova e inexperiente cabra foge

com facilidade de suas garras. Os coelhos brincam i

poucos metros do lugar em que se encontra o abatido

116

eão. O veado, quando ouve seu fraco rugido, que mais

se parece com um acesso de tosse do que com o grilo

forte que o distinguia entre os animais da floresta, só faz

esticar o pescoço.

Ninguém reconhecerá o imponente rei das selvas

nesse pobre e esquálido carnívoro que, cheio de fome,

murmura tristemente:

— Nem siquer um inseto !. . .

Eis que um leve ruido na mata interrompe o triste

cismar do leão. Providencialmente, ali por perto anda ai"

guma caça. Levanta a cabeça, sacode a juba e .ergue as

orelhas. A dois passos vê apenas um gafanhoto. Os

tempos, porém, mudaram muito . . . Estica uma das pa-

tas e deixa-a cair sobre o inseto. Mas este, mais ligeiro

19 5 1

\LMANAOUE

que o leão, consegue escapulir, levantando vôo e indo

pousar num galho de árvore. No mesmo instante um

pássaro, que se achava perto, dá um pulo e o devora.

i— Ah ! miserável — ruge o leão. — Roubaste o

meu almoço ! Mas vais me pagar I Espera !!

Em outros tempos esta ameaça do leão seria sufi-

ciente para afugentar todos os animais da floresta,

mas desta vez, o passarinho nem deu importância.

Olhando calmamente para o leão, disse:

— Esqueceste, pobre avôzinho, aquele antigo pro

verbio: "O bom bocado não é para quem o faz e sim

para quem o merece ?" Preparaste o gafanhoto para

mim. Com a pancada que lhe deste, êle fugiu para mim,

para onde eu estou . . . Que culpa tenho ?

Trêmulo de raiva o leão se encaminhou até onde

estava o insolente passarinho. Tentou erguer a cabeça,

mas a fome o obrigou a baixá-la. Cravou as unhas no

tronco da árvore para sacudi-la, e a árvore nem balan-

çou. O passarinho também nem se moveu.

Só então o Leão, ludibriado pelo gafanhoto e pelo

D'0 TICO-TICO

pássaro, compreendeu que a realeza e a soberania não

são mais que palavras ocas, quando não existem as

aptidões.

E ainda aprendeu mais com o passarinho: que umbom bocado deve sempre ser merecido, e só se con-segue isso sendo bom e não usando a força e a arrogan-cia, para consequí-lo.

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19 5 1117

ALMANAOUE D'0 TICO-TICO

118 I 9 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

OI em tempos que já lá vão, em quetodo o desejo se cumpria, e que pordesgraça já passaram .Havia um rei que tinha muitas filhas

| e todas muito formosas, porém a mais- nova era tão bela que até o próprio solficava encantado quendo lhe iluminava o rosto. '

Perto do castelo havia uma grande selva commuito arvoredo e muita sombra e debaixo de umavelha tilia, um poço. Nos dias de muito calor, afilha do rei sentava-se à borda do poço e quandoqueria brincar, agarrava numa bola de ouro e ati.rava-a varias vezes ao ar. Este jogo era 0 que maisa divertia

Uma vez, em que estava assim brincando,a bola em lugar de lhe cair nas mãos, foi à terra erodou para a água.

A princesa seguiu-a com os olhos mas a boladesapareceu e como o poço era muito fundo, inutiiéra tentar agarrá-la.

Então começou a chorar perdidamente.De repente ouviu uma voz que lhe dizia:"Que tens, filha de rei ? Por que choras assim

dessa maneira que até fazes entristecer as pedras ?Olhou em redor para ver de onde vinha a voz

e viu uma rã pondo a sua feia cabeça fora daágua

. "Ah! E's tu, velha rã? --disse.lhe a menina "Choro porcausa da irúnha bola de ouroque me caiu ao poço"."Calã-te", respondeu a rã,"eu vou ajudar-te, mas o queme dás em paga se eu te trou.xer o teu brinquedo ?""O que quiseres, queridarã: os meus vestidos, as mi-nhas pérolas e pedras precio-sas, até, mesmo a coroa de ouroque tenho na cabeça, tudo tedarei com gosto".

A rã respondeu:"Não quero os teus vestidos, nem as tuas pérolas, nem as tuas pedras preciosas nem a tua co-roa de ouro; mas se quiseres levar-me contigo,como amiga e companheira nos teus jogos, sentarme à tua mesa, dares.me de comer no teu prato deouro, de beber no teu copo e deitares-me no teuleito, então irei ao fundo do poço e trarei a bola deouro"."Ah!" disse ela. "Prometo tudo o que quiseresse me trouxeres a minha bola".

Mas dizia conjsigo:"Que cousas que pede esta pobre rã! Ela podecantar na água entre as suas semelhantes, masnunca poderá ser companheira de um ser hu-mano".

A rã, depois da menina lhe ter prometido o queela pedia, meteu a cabeça na água foi ao fundo dopoço e pouco depois tornou a aparecer, trazendo naboca a bola de ouro, que lançou para a erva.

A filha do rei, cheia de alegria ao ver o seulindo brinquedo, apanhou-o e desatou a correr."Espera, espera!" gritou-lhe a rã. "Leva-mecontigo; não posso correr tanto como tu!"

Mas de nada lhe serviu gritar, porque a prin-cesa não fazia caso; correu para casa e logo esque.ceu a infeliz rã, que se viu obrigada a voltar paraa sua morada19 5 1

WmmamfÈ^- ~^À >'faa^CaSSsS&ÈEaayW&M ^

¦"ííl %aU V^xCpStPl^mT ^7 * f] VMÍ -' nSSsf'rmisiimtP^ ^",©4Tlfesaifliwmw

No dia seguinte, quando a menina estava sen-tada à mesa com o rei seu pai e 03 cortezãos, co-mendo no seu prato de ouro, ouviu quaquer baru-lho na escada de mármore do palácio. Nisto ai.guém bateu à porta e disse:"Filha mais nova do rei, abre-me!"

A princesa levantou-se e foi ver quem batia:era a ra! Assim que a viu, fechou a porta e correu a&entar.se de novo à mesa, cheia de medo.

O rei notou a perturbação da sua filha e per-guntou-lhe:"Que tens, minha filha ? Está à porta algumgigante que te venha buscar ?""Ah! não", respondeu ela, "não é um gigante,mas sim uma rã muito feia"."Mas que te quer a rã ?"¦"Ai, meu querido pai! Ontem, quando eu es-tava no bosque brincando junto ao poço, caiu àágua a minha bola de ouro. Comecei a chorar e ará a trouxe depois de me ter feito prometer qué se-ria minha companheira; mas nunca pensei que elapudesse deixar a água; afinal veio até aqui e querentrar no palácio."

Entretanto a rã chamava pela segunda vez, di-zendo:"Filha mais nova do rei, abre-me! Não ]em-bras o que ontem me disseste junto ao poço ? Filha

mais nova do rei, abre-me.Então o rei disse:"Deves cumprir o que pio-meteste; levanta-te e vai abrir

a porta".Foi, abriu a porta e a rã

entrou acompanhando a me-nina até à sua cadeira. Sen-tou.se no chão e disse:"Levanta-me!"

A menina hesitou até queo pai a mandou. A rã saltouda cadeira para a mesa e disse:"Agora chega para bem

perto de mim o teu prato de ouro para comermosjuntas".

A princesa cedeu, mas muito contrariada. A rãcomeu muito mas a princesa não podia engulirnem um bocado.

Por fim a rã disse:"Já estou farta e cansada; leva-me para o teuquarto, arranja a tua cama de seda para dormir-mos!"

A filha do rei começou a chorar; tinha medodaquela rã que queria dormir na süa cama tão bo-nita e tão limpinha

Mas o rei observou-lhe:!'Nâo deves despresar quem quiseste que teajudasse quando te era preciso."

Então ela agarrou na rã, com dois dedos, levou-a e pô.la num canto, e depois deitou-se.

Daí a pouco a rã saltou para cima da cama.dizendo:"Estou cansada. Quero dormir tão bem comotu: deita-me, senão vou dizer ao teu pai.

A linda princesa ficou desesperada; agarrou arã e atirou-a com toda a força à parede dizendo: "Agora descansarás, nojenta rã!

Mas a rã, ao cair no chão, converteu-se numprincipe, e desde logo, pela vontade do rei, foi tido

(Conclue no fim do Almanaque)

119

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/ LMANAQUE D'0 TICO-TICO

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FELIZMENTE NlNSUEh VIU. ViVOU VlRAfèjsP CASACO -| y

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~ual ! Que embrulhapa: como

HEI-DE ME LIVRAft?¦ ut:. c&oa

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QUE BICHO E 'AQUELE QUE

SE REVOLVE N0 6ALH0DAQUELA ARVORE.?—T:

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120 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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/f£//APO £/W M/A/AS6££A/S O MA/O/Ç

P/AMAA/r£PO/VüA/PÚ-.aõBfgABA,

COAtO />£&& P£488Ô /p/J/lAT£S.

9 5 I 121

LMANAQUE D'0 TICO-TICO:—

_it r-\-_nmBaGbacaK

j_i_ TANTO TROCAR PEP.NAS POR ESSE'MUNDO DE DEUS, JOXÚNIN&UÉM t_/-5_ UM

DIA 'AS

PORTAS DE BAGDACAH, MISTERIOSACIDADE ORIENTAL COM SEUS PA0UIRES E EN-CANTADORES DE SERPENTES, SULTÕES E OPALISCAS, CIDADE ESTRANHA 5AIDA DAS "MIL

EUMA NOITES':..

^1 VÍL/» sísvi

Hicakpo roare^

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. SENHOR XÕbÕÍüADOIPABABENSl I ESTA EMPREUADO/ PELOS PÊSAMES/

/ EMTÂO VOU SEU famb,hem?\.f FAQUIB E'UM CABA SUE VIVE )l SEMPQE DEITADO. Ml/M... J^-.EMPBÊCrO DE FUTUBO. /

DE TA/VüAyCAVANHAQUE E TUBBAfi/TE,

JOÃO NING-UEM E A CÓPIA FIEL DEMUSTALFACE-BEN-GHALLA, 0 FA0UIQ.

122 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

)|/<W_H AP9ENDEQ uns FM R$\yffl ^_f_B_c_Í -^^^ *

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CASA MaI POSSO í ORA 'JA' \ £Wr7Õ '" ^í _-* _v *«/ COUtMDO LA' DE &AGDACAH

^CX 'i' Y^V~^\A^7/y 7C~y ]}-' AM'' A. OND£ OS BANCOS*DAS PRAÇASQC -.--WjL ^^^--- Vf^^^' '^(S^SS^O íll 5*0 Att«--> *t« USOS.

12319 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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LENM-JoémiüarAfANHOTO

OCÊS nunca tiveram ocasião de perguntar a simesmos porque será que os gafanhotos não fazemoutra cousa, na vida, senão cortar e comer flores efolhas das plantas, estragando estas e causando ver-dadeiras catástrofes entre cs agricultores ? .E' uma história longa. .. Mas vamos resumi-la aqui,para conhecimento dos nossos amiguinhos e leitores.Mesmo porque, ela encerra uma bela lição para osmeninos preguiçosos. ..

Havia, uma vez, num remoto país, uma pobreviuva que ganhava penosamente a vida costurandopara a gente do povoado em que vivia. Com o pou-co que a coitada conseguia ganhar com tal trabalho,tinha que atender às despesas com a manutenção deuma filha, linda menina de dez anos, saudável, com unsbonitos olhos e lindos cabelos louros.

Mas, ai! essa menina tão linda e tão cheia de sau-de, tinha um dos piores defeitos que se podem ima-ginar. Era preguiçosa; e tão preguiçosa era que, em-bora vendo a mãe Inclinada horas e horas sobre acostura, cheia de cansaço, nunca se importava deajudá-la, quer alinhavando uma bainha, quer pregan-do um botão ou rematando uma costura.

Em vão a mãe a aconselhava e repreendiapor sua preguiça. Mariquita, a vadia, ouvia-a distraída, sem ligar muito, e repetindo,para não ficar calada:

— Sim... sim... A senhora tem razão...Mas, de nada serviam as palavras da

boa senhora, que entravam por um ouvidode menina e pareciam sair pelo outro. Alémde preguiçosa ela era fingida e egoísta, trêscousas horrendas numa menina.

O único trabalho — se a«sim sepôde- dizer — a que Mariquita se dedi-cava, era este: apanhava uma tesourae ia para o jardim, entretendo-se a!i emcortar flores e flores (e, ainda por cima,estragando a tesoura de costura da

12419 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

^uAmK

mãe-! Vejam só!), mas não para fazer ramos, ou enfeMar a casamas apenas pelo gostinho de estragar, de picar as folhas todi-nhas, flores, falos e tudo.

Mariquita, não faças isso — pedia a mãe. — Para quedestruir as pobres flores, e causar esse sofrimento as plantas ?Elas também sofrem, sentem dor, a cada golpe de tesoura querecebem. Vê que rosas bonitas iriam desabrochar destes bo-toes que tu, por perversidade, cortaste do pé, antes de abrir.Não dçves ser ruim assim... As plantas foram feitas por Deusporque têm utilidade. Além de enfeitar as paisagens, elas ale-gram a vista, e colaboram cem o sol na purificação quimica doar que respiramos. Destruir uma planta, por menor que seja, écometer um crime. Devemos destruir as ervas daninhas, issosim, para que as outras plantas cresçam e vicejem. Não é issoo que tu fazes... Por que procedes assim ?

Sim... sim.:. A senhora tem razão -7— dizia Mariquita.Mas, não se emendava.

Uma tarde, já perto do anoitecer, estava Mariquita en-tretida na sua tarefa daninha, quando avistou ao seu lado umavelhinha que nunca tinha visto no povoado, e que nem sabiapor onde entrara. A anciã olhou-a por uns instantes e depoisdisse, com voz muito suave:

Minha filha, não tens cousa mais útil que fazer, senãoestragar essas pobres flores ?

Mariquita olhou-a com um arzinho impertinente e respomdeu: — E quem é você, velha, para me fazer perguntas ?

Sou uma fada — respondeu a anciã. — Ando peiomundo a observar o que fazem as crianças.

Ora ! Já não ha mais fadas ! Isso é conversa... — dis-se Mariquita, rindo muito.

Não tenho medo de bobagens. . . Faço o que bem en-tendo, e ninguém tem nada que achar ruim... Você não é mi"nha mãe !.. .

Bem. .. E' assim ? — respondeu a fada. — Pois eu tedarei um castigo exemplar, menina má.

E tocou de leve a menina com o seu bastão. Mariquitaquis gritar, mas não teve voz. Sentiu que ia ficando pequenina,pequenina, e que tomava formas exquisitas, formasparecidas com as de um grilo

Estava feito o milagre. A linda menina foratransformada em gafanhoto. Desde aquele dia seudestino foi voar pelo mundo, acompanhando outrastantas criaturas com o mesmo fadário,a cortar, podar, destruir plantas, amai-diçoada por todos, temida pelos jar-neiros, chacareiros e agricultores.

Um bom destino para criatura tãoruim, pois não há pior castigo que a geri-te se sentir detestado e malquisto ondechega.

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

SINALIZAÇÃO URBANAÉ RODOVIÁRIA

DE ACORDO COM O CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO

Siga em frente

Estacionamentoproibido

Lombada

Curvaesquerda

Siga em ireniaou à direita Dobre à direita Direção única Contra mao Tráfego proibido Parada proibida

((^(v^^§) ^§)((Í) \ÊÈ) \Ej)Veloc. máxima

permitidaTráfego proibido

a automóveisTiáfego proibido

a caminhõesTrafego proibido

a motocicletasTráfego proibido

a caminhões ecarroças

Tonelagemmax. permitida

r— v 7 [¦ —I mffiiiiVia preferencial Parada Devagar Hòspilal-Silêncio Devagar. Escola Ponto de

obrigatória • atenção estacionar

/L\ /x\ /?\ /»\ /jgfe\ /y"\Cruzamento Curva reversa paisagem de

nível fechadaPassagem denível aberta

Sinal geral deperigo

/^\ /r\- /y\ /<\ /^\ /*\Curva à direita Curva à esquerda

*m acliveCurva a diieiici

* em acliveCurvo, à esquerda

em decíiveCurva a direita

em declive

E* sempre útil conhecer os sinais convencionais adotados nas ruas e estradas, em-Lora não se tenha ou guie automóvel. Lá vem o dia em que se tem necessi-

dade de interpretar, de "ler"

o que um desses sinais significa, e disso, muitas

vezes, pôde depender até a vida da gente.Nesta página estão todos os sinais convencionais e suas significações.

São, aliás, bem fáceis de se guardar na memória. Se o seu papai tem automóvel,

dê-lhe esta página.

126 19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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19 5 1 127

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O ,fi_. LEÃO HA1 OUASB UM A SSMAMA QUE AIAO COMIA / O COlTAPO *_.'ESTAVA FlCANPO t/ZLHO BNAO POPIA CORRER ATRAS PA CACA/

j A demo-nos e eacemos\ ÇOüT^^L^^r* f O lima, irmáos/ ISSO sara em bene.- )i junfos> meus amigos.' \ h ^ t GrfS. 7âÉ&- í f''ao de todos nos. Vamos,/rmdòs, )Depois, repartiremos a l í)' jY ___É_íl_- V Cao^mos / SCaça,fguafmer7fe,de \ J>W ^ m íW&X ^>^^-^^J^ZJ ^^\

"otíossols / )W^k!_/A^ (Rasgue

borôês/) ^*

Tanto comeram atrás pe caça ? que \ Finalmente, chegou a hora de repartir oalmôcoIafinal pe/taram as unhas em ü/u n—-, ¦

POBRE PATO. 11/ L

-28 19 5 1

ALMANAQUE DO TICO-TICO

rEl/TAOiO LEÃO COMEÇOU COM O SEU </DSO .

Ij^^j Como ffEf dos anímaís\ **^É

| Jtíf^r *a \ as três panfes,mas\ ___H^ #>% \ o quarto pedaço , JL

'^¦IT

I^***"" s^ *?

Esta' bem yíeao. >/3eiB,sen6ores.'\ / ^é** i^»? a&/*»S_7/ este segando m*z ( ^'^í^ezaymas...

\ Cabe porque me \ e a

ff^e.ra /\ chama. / >^^_r/et^/

K^í ordens.1 AgaTesta o c,aarto pedalo as

f _W<sws «ate <?^ ¦'•^ coraqen, de agarra-lo.A víso,porém, que quem fizer issoydepois se

vera 'comigo. Ouem vem<

ólUEM IRIA? ELES SABIAM Ú>UE AS GARRAS POLEAO,)APESAR PE l/EL»AS,AMPA ERAM AF/APAS. E PER PE-

RAM a fe=r/sao...

DlZENPO ISSO, O CARMCE/RcD RE/ dOS ANIMAIS * \ ^- \ kt *"*—"~pos os três am/<sc>s co&RAPos "p'ra"correr./

( /'Zis-isl/T/PP/lf I jJ" /üf^V^-T~×^7P^7^TTÍ7 \?om /ÃE ® I

*; C < J_T ¦( Vao sumindo \\ / S^ » a"~~"^\ W^/i\, °s ^R^<- I

129

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

CARLOS DE BRITO & CIA. - Fabricas em Recife-Bezerros-Areias-Pesquelra-Rio-S. Paulo130 'I

9 5 I *'

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

aatal aÈwtíffl \^^^^^^^^C'^^mm^BMMBBBBBBBBBBBBM W

¦jVTum triçjal belo e dourado

Com a brisa |á bailei.

Minha espiga foi ceifada,

Essa espiga que habitei;

Uma vez livre da palhô,Este grão pequenininhoFoi, passeando em lindo cesto,

Para dentro do moinho

Sempre ao som de lindas vozes,

A cantarem meu valor,

Foi a espiga debulhada

E surgiu meu esplendor.

Pelo meu tamanhozinho

Não devia ser vaidoso,

Mas não ha quem, ao provar-me,

Não me julgue saboroso ...

Amassado na moende

En fiquei tão fino e leve ,! . . ?

Parecia pó-de-arroxTodo alvura — côr de neve 1 . .

Pois agora aqui estou eu.

Vulgarmente sou "farinha"

Elemento necessário

Hoje, e sempre, na cozinha.

^

19 5 1

Nutritivo, indispensável,

Eu me dou de coração

Em calor e energia

No bom Pão e Macarrão í

131

ALMANAOUE 0'O TICO-TICO

QUAIS SÃO AS GÊMEAS?

AQUI

estão as meninas daE>cola de Dona Zuzú. Tô-das são bonitinhas. Todas

saí) aplicadas. Todas usam um Zbordado no avental.

Olhando o grupo de repente, agente não sabe se são todas

iguais ou se sã< • todas diferentes.Faz até confusão na vista. Masacontece que duas são gêmeas, eestão vestidas igualzinho...

O leitor observador logo desço-brirá quais são. Mas acontece

Nossa Senhora Aparecida(PADROEIRA DO BRASIL)

Querem salnr como foi encontrada a imagem de Nosa Senhora Aparecida?ria o i"" de 1717. Passaria por Guaratinguetá. em São Paulo, o Conde de As-

somar. O president< da Câmara mandou três homens pescarem no rio Paraíbapara o visitante. Foram. A principio não pescaram nada. Depois de muito traba-lhar. consegue o pescador João Alves apanhar alguma coisa. O que er.r? O corpoda estátua de Nos^a Senhora, st-m a cabeça. Lançaram a rede mais abaixo. E. oh !maravilha ! Apanharam, a cabeça da imagem. Envolvem a imagem em um pano.

iáflte era tanto peixe que quase a canoa virou. O pescador F *lipe levoua xnag m para casa. Sucedem-se ali as orações e os prodígios. Aumentam os de-vofes. E hoje, no Brasil inteiro todos veneram Xosa Senhora Aparecida.. O Con-

Plenário \ aciona', de Í939, r volveu mudar a lesta de 11 de Maio. para 0 71 Setembro, o Dia da Pátria, o Dia da Independência. I.igou-se dessa fôrma o

:'t;io cívico ao religioso e os r rólicos têm a alegria de aos pés do alta r da Vir-gtm Aparecida, Rainha e Padroeira do lirasil. cantar-lhe os louvores filiais, jun-

os votos para a felicidade da nossa Pátria.

(outra vez) que nem todos osleitores são bons observadores...Aí é que está o negócio...

Apostamos como haverá mui-tos que não descobrirão quais-ao, sem ir olhar a solução napágina 140 !

O prêmio Nobel.¦llfred Sobel. a instituidor do prêmio

era químico e industrial, fabricante de ,\v-ploswos. Nasceu na Suécia em 1833 e mor-mt em 18%. Sua fortuna foi destinadapor testamento à fundação que tem o seunume, para ser distribuída àqueles que.mais se distinguirem nos seguintes seto-res: na literatura, na medicina, na físicac química t finaltnente, nos trabalhas pelapreservação da paz no mundo. Eis algunsdos e.'i?ritors.t agraciados nos anos passa.-dos: S. Prudhomme (1901).. Sienkiewics(1905), Kipling (1907). R. Tagare(1931). -K. Roland (1914), G. B. Shaur(1925), Fiergson {1923), Sigrid Uudset(1925), Sinclair Lewis (1930), Pearl' Buck {I93X), Gai>rieta Mistrat (1943).'llertnann Ilesse (1946).

3Xv^-__ ®*^^^.

l'.h '. Ainda i cedo ! Eu ainda não acabei a ponte !

A origem do caféO café originou-se da província de Kaffa, na

Etiópia, onde se notava abundância dessa rubiá-cea. No século XV os árabes ò transplantarampara o seu país, posto que alguns historiadoressejam de opinião que o café já era conhecido dosPersas, desde o ano 850 da nossa era.

Constantinopla foi a primeira cidade que teveum Café. em 1551; em 1652, inaugurou-se outroem Londres, o segundo que se abriu na Europa.

O terceiro se abriu em Marselha, em 1602. Porfim toornou.se moda o estabelecimento de caféspelas capitais, onde se pudesse ingeri-lo.

É da história o célebre Café da Regência, emParis, na época de Luiz XV, onde era notória afreqüência de literatos, entre outros VcAtaire eMarmontel.

132 19 5 1

ALMANAOUE D'0 TICO-TICC

j\

PORQUE combate rapidamentea tosse, fazendo cessar, comopor milagre, os acessos, quetanto afligem o doentinho, comoaos seus pais. É de sabor tãoagradável, que as crianças otomam sem repugnância e atémesmo com prazer.

ÜNTRNOLÚNICOS

v_ DEPOSITÁRIOSS. A. LAMEIRO—RIO ^JJ

PARA SABIDO.. SABIDO E MEIODURANTE

muitos anos, uma senhora de nome Nanc>Harrington, habitou uma suntuosa casa na Quinta

Avenida, em Nova York Há cerca de dez anos. preten-dendo passar o verão fora, ia fechar a casa. quando re.cebeu a vista de um francês, Henn La Roche, que se di-zia representante da Companhia que segurava a precio-sa coleção de objetos de arte da sra. Harrington. "Es-tam os interessados em saber como a senhora costumaproteger Jse contra os ladrões, enquanto a casa esta fe~chada." disse êle

O leitor já deve ter adivinhado que La Roche naipassava de um gatuno Tendo por cúmplice um funcionario da companhia de seguros, conseguia ser admitido na.»casas dos segurados, que lhe mostravam as fechaduras,portas falsas e campainhas de alarme, chegando mesmo aindicar quais os objetos mais dignos de serem roubadosDepois de percorrer a casa da sra. Harrington La Rochefez-lhe várias sugestões Em primeiro lugar, deveria elaprovidenciar afim de que fossem suspensas as entregaidiárias de leite e dos jornais "Essas coisas", explicou,"acumuladas na entrada das casas, constituem um verda-deiro convite ao primeiro ladrão que passar. Recomendo-lhe também que não baixe as venezianas, para não revê-lar que a casa está deshabitada".

Na tarde seguinte à da partida dela La Roch •>•

trou na casa baixou as venezianas e empacouni eu'da imente meia dúzia dos principais objeto* ae aru Ao sair.pela porta principal, topou com dois policiais.

"Vou acompanhá-los calmamente' observou Lr Roí"Tenho horror a conflitos, Mas os senhores pode-" ipelo menos, explicar-mr como souberam que eu mcontrava dentre da case "

Um dos policiais apontou para as venezianas br;das. Em cada uma delas, em letras garrafais, liam. •palavras: "Há ladrões aqui".**m*#m*^^^^^^^*^j*^^^****+i*m**+** a^a^aaiaan» Wm0m0m0&m0m0^f s»aVMWMW«aa*a^»a*»a<

Depois da gripe..

EMULSÃOnSCOTTTÔNICO DAS GEHAÇÔES

ÀJJAiUQüE D'0 TICO-TICliEdição e propriedade da

SOCIEDADE ANÔNIMA "O MALHO

44 " ano de publicação

DIRETORANTÔNIO A. DE SOUZA E SILVA

Redação: R. Senador Dantas, 15 - 5.° andar

Telefone 22-9675 — Rio de Janeir» PREÇO CrS 15.00

V 5 1 133

ALMANAQUE 0'O TICO-TICO

0 ZERO E A MATEMÁTICAO

zero, símbolo matemático de vaiôr convenci»-nal, foi usado, pela primeira vez, na índia,

tinco séculos depois, de Cristo, como algarismo,para indicar ausência de uma certa ordem de uni-dade no número.

Na numeração primitivla dos gregos não seempregava o zero, que era desconhecido na mate-mática.

E qual a origem do zero ? Não está bem escla-recida a questão, como, também, não se sabe, aocerto, quem teria sido o inventor da palavra ma-temática.

Afirmam, no entanto, alguns historiadores queo nome da ciência de Lagrange foi,empregado, pelaprimeira vez na Grécia, pelos pitágoriecs, isto é,peles discípulos de Pitágoras, o sábio e filósofoimortal, tão esclarecido na ciência dos númeroscomo nos conhecimentos de astronomia pois já noseu tempo afirmava ser a Terra redonda e mover-se à roda do Sol e ensinava a lei da rotação do pia-neta, que Galileu, nos tempos modernos, enunci-ou e estabeleceu como definitiva

Nâo os deixe sofrer...A» mães teem, no Xarope

São Joáo, o melhor remédiopara combater as tosses, asbronqultes t os catarros deseus filhinhos, sem fazê-los so-frer. O XaropeSão João agra-tia sobremaneiraàs crianças»pôde ser adqui-rido tacilmenteem qualquer íar-macia, por preçomódico. Os re- p,sultados destaproduto se no-tam imediata-mente, pois com

j@mà\ hji_^jByii____íêle os acessos de tosse de dissi-pam; as mucosas se descon-gestionam e o mal estar pró-prio dos resfriados ou da bron-quite desaparece rapidamente.

Atua de igual modo nu in-fecções gripais, rouquidão e (r*>ritacão das vias respiratórias.'Médicos notáveis teem se pro-nunciado com elogios sobre aa

propriedades doXarope SãoJoão O Dr.Orlando Marquesescreve: " Tenhoempregado esteproduto paraacalmar toda aclase de tosse everifiquei queproduz efeitosrápidos e dura-

— veis que os deprodutos similares. O XaropeSão João é diferente dos demaisprodutos que sf oferecem nomercado, porque não contémelementos vulgares ou infelizes.

XAROPE SÃO JOÃO

Recorte a figura. Dobre pelas linhas pontilhadas horizontais, de modoque fiquem juntas as letras C e D, dos lados. Depois dobre vertical-mente, de modo a unir A e B. Terá uma surpreza . . .

Fortifique-se com

ÍEMULSÃOuSCOTTTÔNICO OAS GER AÇÕES

COMPRHAlmanaque

d."TIQUINHO"

WÊF^WÊÈ______b^'_HPf|| kÍ^^^^^K *

IXU/t.PREVIDENTE

* Ê preferível prevenir, a terque corrigir os defeitos da pe!»le, que tanto enfeiam o rosto.Rugó!, usado diariamente emmassagens, evita o apparecimentode cravos, espinhas, sardas, man-chás e rugas. Rugól penetra atéás camadas sub-cutaneas e fona-iecc os tecidos, impedindo quea pelle se torne flacida, sem vi-ço, e que se formem rugas e pésde gallinha. Rugól t a garan.tia da sua mocidade e da conser-vação da belleza de tua cutis.

•RUGOL134 19 5 1

ALMANAOUE 0'O TICO-TICO

•_* _____^_à\ l_____H ^M ^Blv v a* \_>"___í^^____B_f

nete DORLYR PREÇO É O MELHOR'

I 9 5 I I35

ALMANAQUE D'C* TICO-TICO

Dois labirintospara você

r} AMOS aqui dois labirintos fá-ceis. No primeiro, você tem

de partir da boca do tigre e che-gar àquela cruz que êle tem no

VOCÊ E

(yszfy li ^oí

meio da testa. Vá devagar, senãoo tigre come você . . .

Se conseguir escapar da fome do felino, entre pela gola dotibetano (lado direito) e procure

chegar à cruzinha que êle temna ponta do nariz.

Não é difícil, pode estar certodisso.

Quando no arco-iris a côrverde predomina, considera-se como sinal de que vai ha-ver chuva e tempo frio; se é overmelho que domina, haveráchuva e vento.

-~---**w~f*-rm

Aqui estão algumas perguntascuriosas, para pôr à prova suaesperteza.

— Cite dez peças e acesso-rios da roupa de homem, come-çando pela letra "c". E' capaz defazê-lo ?

— Quantas teclas tem umpiano? 66? 77? 88? 99? Queacha você?

— Qual a fruta cujas se-mentes estão do lado de fora?Não se trata de caju, vamos logoavisando. E' uma que tem se-mentes, no plural.

— Se você entrasse numquarto escuro, e só tivesseum fósforo, dispondo de umalâmpada de querozene, um foga-reiro e um cigarro, qual é queacenderia primeiro?

— A zebra é um animal pre-to com listas brancas ou um ani-mal branco com listas pretas ?

— Comprei uma vaca e umbezerro por Cr$ 850,00. A vacacustou Cr$ 550,00 mais do queo bezerro. Quanto paguei pelobezerro ?

— Duas moedas, juntas, per-fazem um cruzeiro e cinqüentacentavos, mas uma não é de umcruzeiro. Que moedas são?

— E por falar em dinheiro:como é que se pode receber umaconta de treze cruzeiros, sem re-ceber nenhuma nota de um cru-zeiro, nem moedas ?

9 — Por que motivo um dete-tive não aceitaria a seguinte ex-plicação: "Certa senhora, ao so-nhar que se afogava, assustou-setanto que morreu de síncope car.liaca em pleno sono?"

10 — Cinco automóveis estãoalinhados, pára-choque contrapára-choque. Quantos para-cho-quês se tocam, na realidade ?

11 — E, para finalizar: noseu armário de livros há três vo-lumes, que chamaremos livros X.Y e Z. colocados de pé lado a

ZUZUE BOA

ARQUIVISTA

/7^j> SAHDWICH t

136

lado, na ordem X, Y, Z, da es.querda para direita. O livro Xtem 200 páginas. O livro Y tem310 e o livro Z tem 380, (contan-do as capas).

Muito bem: quantas páginashá entre à primeira página dolivro X e a última do livro Z ?

(Respostas na .página 140)

19 5 1

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Bompara

O crescimento, os folguedos:próprios da idade, as preocupações

com os estudos, exigem muitaenergia ao organismo das crianças

em idade escolar. Dê a seus filhosa garantia de uma constam»

renovação de forças, dando-lhes oBIOTONÍCO FONTOURA,

consagrado por geraçõescomo o tônico complete

eficiente e ideaL

ímè wsr ^9 ->"::í *

LflB *'í> -'¦¦& *

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Inurnaiianai

19 5 1 137

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

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Não -oja do 'Contra"! Faça o ngim» ENO - Sàl d* Frusto"F.NO, laxanto • antiácido idtal, ao deitar» ao Uvantar, paragarantir o .«u bom humor diário • a taud* do toda sua vidal

"SAL DE FRUCTA"

ENOMH-l-l-*-*-<---H_<_K_K_<_«><_*_<W_<_<»<_«_^

><>0<><>0<>C>0<><><><><><><>0<><>C^^

dferra de Sania @ruzRendilhada de luar, para a gloria da vida,

X Num fausto sem igual, abria o sejo em flor,De tesouros pejada, ante o descobridorUma ignota região adormecida...

0

E o estrangeiro indagava, em sua alma atrevida,Que força arrancaria a riqueza e o esplendorDessa presa opulenta ao ínclito valorDe sua- raça, em mil conquistas aguerrida...

Mas dos mastros heris a rijeza se erguiaPara o espaço, onde. em láteas luzes de alabastros, ^A pompa mile.nar das estrelas fulgia.

£ o olhar do herói seguira a indicação dos mastros:— Pátria, no alto, abençoando esta terra bravia,Deus velava, na cruz de Cristo aberta em astros !...

ROSALINA COELHO LISBOAo

Na convalescença

Antes o cárcere do queelogiar o rei vaidoso

r~^\ ionisio, o Tirano, tinha, entre outros habi-•—*^ tos dignos de acerba critica, o de poetar egostava mais que lhe elogiassem os versos do queas proezas guerreiras. Claro que alguns vates seusprotegidos lhe incensavam a veia poética — atroco de vantagens.

Sucedeu, certa vez, que o celebre poeta diti-râmbico Filoxeno, sempre tão acrimonioso comoinimigo da lisenja, disse, ousadamente , na frentedo déspota, que as suas poesias não prestavam.

Foi logo atirado para a masmorra, mas, comoalguns íntimos do rei solicitassem o seu perdão,Dionisio mandou que lhe dessem a liberdade econvidou-o para um banquete.

A meio do repasto, o tirano começou a decla-mar os seus versos enfadonhos, solicitando, com.dcçuras e sorrisos, a opinião de Filoxeno.

Ante o pasmo dos convivas, o caustácante poe-ta e temível critico, sem lhe responder, ergueu-sealtivo e desdenhoso e chamou os guardas, orde-nando-lhes:

— Levem-me outra vez ao cárcere !

EMULSAQuSCOTTTÔNICO DAS GERAÇÕES

f AI./MEU oeusJ... ^^LA\ um bicho enorme . Alt

Ml ESTA'AT&AZ OE MIM.' ^|J_kMm estou seht/ajdo a /?es - VM\

JÈ ngAÇ/fo Pele , ISSmvao meu reQCOCo/y^LWLK

j&Sj mmw _rf__t_. _i_tv^S" t0^ ¦ * / \ HB Wm\

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138 19 5 1

J

ALMANAQUE D'0 TICO-TICODISPARATES

O mar abrasado em íogo r.SH5252SHSZSZ5Z525152SZ5H52SE5HS25Z5H5252^'m cego via com magua.<<>rre logo um entrevadoA buscar um balde dágua.

Fala um mudo e chama[gente

Porque 0 fogo mergulha;Vai boiando um prego

[ acesaEnfiado numa agulha.

Fugindo a esse sarilhoNadam os peixes em terra,Enquanto a água dos riosVai subindo pela serra.

Semana do vadio,No domingo nada façoPorque sou fiel cristão;Na segunda porque abraçoDa preguiça a profissão;Na terça porque o cansaçoMe obriga a ser mandrião;Na quarta não dou um

(passoPorque temo dá-lo em vão;Na quinta porque adoeçoCom medo de trabalhar;Na sexta porque padeçoü'uma afecção pulmonar;Sábado porque conheçoQue é preciso descançar.

CURIOSIDADEA chamada rã ver-

melha, abundantenas regiões panta-uosas da Itália e daFrança, não é co-mestivel. Sua carnetem sabor suma-mente desagradável:-endo, além disso,gelatinosa. E' em-pregada ünicamen-te em experiênciascientíficas.

9

O MEL

-m^juit*.- MmW ¦"¦£& \J

Que *» seuadvogado

enftnhtir•médica ou ... ?

Sov fvtwo dopondo do »*o»o<ifo - «o "» capaodado poro dodicorio

ooi «ihidos Dopoodo da, ««orgia» ou* o lõoico Inronhl lornoco

oo orgomimo da criaoco CoohMido am tua (omwla loitoro. cálcio,

anonico. ooo, nn.no o »i»aoMi«a» - o. iImMM do qoo oi

criança, mai< nocomlooi r«o idodo ..colar loiuco Inronhl

p.nmt.ro 0 lOU litko «Of. rKHO. »•» coUqial ...mplo. . .

imoníio Kowi dm »**dodo.

T Ò XIC O IXFAXTIt

O mel que come-mos não se encon-tra, sob essa forma,nas flores; o que seencontra nestas é a sacarose ouaçúcar de cana, que é de difícilassimilação para o homem.

O maravilhoso trabalho dasabelhas consiste em transfor-mar a sacarotre em glucose ouaçúcar de uva. Este açúcar éperfeitamente digerivel e possuigrande valor nutritivo.

A abelha vai armazenando asacarose das flores num reserva-tório onde se transforma em glu-cose pela ação das secreções decertas glândulas. Depois desta"fabricação", fica o mel prontopara o consumo.19 5 1

^H52SHS2S2525ESH5H5E525Z52SZ5E£i^^

f TONICOlI.f INfAMTIliP: |

v^^»>»^^S<^d^d^d^d^<>^d^d»d^d^^^^»^»^v»^^^^»^»^^^^<%dS<»d^d%<»d%d*^»^^»^VV^tVV» v

OS MAIORES LAGOSOs lagos que medem mais de 50.000 K2 são:1) o Superior 83.300 K22) o Vitória .. .. .. 68.500 K23) o Arai .. 63.270 K24) o Huron .. .. .. ., 57.850 K2O mar Cáspio, com mais de 440.000 K2, a notável de-

pressão da Europa, a rigor, é um lago residual — testemunhode antigo mar que cobria a região e que, como este, com o per-passar dos tempos tende a desaparecer.

139

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

Seis deis dias

S»-*1Você é esperto?

(Solução da página 77)

Os retratos iguais são os denúmeros 1 e 6.

* * SÍA

(Respostas das perguntas dapágina 136).

1 Chapéu, colarinho, camisa,colete, casaco, capa, cinto,cueca (ou ceroula) calças ecapote.— Tem 88 teclas.— O morango.— O fósforo, naturalmente...— Animal branco com listaspretas_ Custou Cr$ 150,00. A vacacustou Cr$ 700.00 TotaJ:Cr$ 850,00.— Uma de um cruzeiro e ou-tra de cinqüenta centavos.Uma não é de um cruzeiroembora a outra seja.— Recebendo quatro notas de2 cruzeiros e uma de cinco.— Porque se a dama morreude síncope durante o sono,quem contou o que ela esta-va sonhando ?

10 — Quatro pára-choques ape-na-

li — Apenas 310 páginas. Veri-fique que o livro Y está co-locado precisamente entre aprimeira página do livro X(à sua esquerda) e a últimapágina do livro Z (à sua di-reita).

Quais são as gêmeas?(Resposta da página 132)

As gêmea** são as meninas nú-mero*- H <• 14.

apenas(Solução da página 70)

?

f\ truque empregado está na

primeira das operações efe-tuadas, porque ao assinalar 122dias de trabalho no ano, são, narealidade, 122 dias de 24 horas,ou seja que, para isso, o empre-

gado teve de permanecer contí-nuamente esse número de diasno escritório, trabalhando semcomer e sem dormir. De modoque para que a conta pudessedar um resultado exato, verda-deirn, seria preciso levar em con-ta, para descontar, apenas 8 ho-ras de trabalho diário de cadaum dos dias deduzidos do totalde dias do ano. Assim:

52 domingos26 dias correspondentes aos

sábados15 feriados e santif içados15 dias de férias regulamen-

tares8 dias de doença

116 dias, ao todo, que à razão deoito horas de trabalho não

prestado, representam sua terçaparte que se deve deduzir da ter-ça parte dos dias de trabalho doano.

Assim: *•

Terça parte de 365 dias ... 122Menos terça parte de 116dias 39

Total 83

Lego, o empregado traba-Ihára 83 dias, de 24 horas cadaum, e não apenas 6 dias.

Você conheceos nomes...?

(Resposta da página 99)— "Eureka!" (Achei!) —gritou um dia. Frase que fi-cou sendo usada por todosos descobridores, desde en-tão. O homem foi Arquime-des. (287 — 212 A C.)

— Foi chamado, com justi-ça, o "Homem Universal"Chamou-se Leonardo deVinci. (1452 — 1519).

— Seu único erro: calculoumal a duração do ano... em28 segundos dse diferença !Foi êle Nicolau Copérnico(1473 — 1543). .

— Morreu na prisão, porcausa de suas crenças No-me: Galileu Galilei. (1564— 1642).

— Lembra-se da maçã quecaiu ? Uma história muitodiscutida. Chamava-se êleSir Isaac Newton (1642 —1727).

— Descobridor do planetaUrano. William Herschel .(1738 — 1822).

— "Anódío", "catódio" "ele-trodo" e "farádio" fazemparte do novo vocabulárioque êle deu ao mundo. Mi-guel Faraday (1791 - 186».

— "A sobrevivência dosmais capazes" — frase nemsempre bem empregada —'resume sua teoria. Foi Charles Darwin (IS09 — 1882).

— "Estender as fronteirasda vida" foi o seu propósito.E êle o seguiu «som sucesso.Luiz Pasteur — (1822-1895;.

140 I 9 „

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

O General OSÓRIOMianoel Luiz Osório, o "Centauro dos Pam-

Ipas", a "Lança do Império", como ficouccnhecido na História, nasceu no dia 10 de Maiode I0O8, na Vila-Nossa Seníiora da Conceição doArrôio, no Rio Grande do Sul.

Pilho do Coronel Manoel Luiz da Silva Bor-ges e dona Ana Joaquina Luiza Osório, desdemuito jovem demonstrou a sua intrepidez, a suavaronilidade, campeando sobre o dorso nú dospctros bravos, na vastidão das campinas gaú-chás. Ele próprio organizava batalhões de ga-rotos de sua idade, conduzindo-os à luta, for-mando grupos adversos para batalhar.

Bom nadador, de excelente pontaria, mane-java com invejável habilidade as baladeiras elaços, obrando prodígios de destreza.-

Era comum, dizem os seus biógrafos, vê-loretornar, quando menino, a casa todo rasgado,cheio de talhos, com a cabeça repleta de "gaios",mas ufano a apregoar vitórias, que obtivera nassuas batalhas".

Assentou praça aos 14 anos, na Legião deSão Paulo. Teve o seu batismo de fogo às mar-gens do arrôio Miguelete, perto de Montevidéo,ás ordens do general Lecor.

Osório era, ainda praça de pret, já o mane-jador intrépido da sua lança. Pouco tempo de-pois, ainda nas campanhas do Uruguai, bate-secom denodo na batalha, de Catalan. Já é capi-tão. Recebe pelos seus grandes feitos, promoção

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VEL.PREFERIDO PKLOS MÉDICOSPOR SER DE EFEITO SEOURO.PREFERIDO POR TODOS PORSER O REMÉDIO QUE ALIVIA

ACALMA E CURA.Infalível contra resíriados, asma

• brorjqultes.

a major. Em Monte Caseros já era tenente-coronel. Em 1865, entãomarechal de Campo, é nomeado comandante em chefe do exércitobrasileiro contra as hostes de Francisco Solano Lopez, o ditador doParaguai.

Dá-se o l.° ato da Campanha homérica: a passagem do Paraná.Osório, figura altamente simpática, idolo da tropa, que tinha paraêle os olhos sempre fitos, fala aos seus bravos, na sua •proclamaçãoadmirável: "Soldados! Fácil é a missão de comandar homens livres:basta-lhes mostrar o caminho do dever". E lhes apontando a mar-gem esquerda do rio caudal, diz, ainda, à -tropa: "O nosso caminhoestá ali na frente". Debalde os paraguaios se opuseram à investidaOsório foi o primeiro a pisar, de lança em riste, a terra ifümiga. E oParaguai foi, assim, vadeado, apesar do fogo terrível do forte de Ita-pirú. Depois é um rosário de vitórias, a sua ação de comando emPasso da Pátria, Estero Belaco, Tuiutí. Cai a fortaleza de Humaitáe Osório fei o primeiro a lhe galgar as muralhas. Fez a travessia doChaco e foi ferido na batalha do A vai. Senador e Ministro do Ga-binete Sinimbú, demonstrou-se um patriota às direitas .

COMPRE 0ILIIHQDE

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EMULSÃOuSCOTTTÔNICO DAS GERAÇÕES

19 5 1 141

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

NOS DIAS DA CRIAÇÃO CALENDÁRIO REPUBLICANO

7%/ j®e<aP?/t—nW nasceu //cza\

UT vy MORCEGO t/ ^J- Padre Eterno, êle copiou meu rato!Padre Eterno, êle copiou meu passarinho !

O calendário republicano, saido da revoluçãofrancesa de 1793, e organizado pela Convenção Na-cional, não é muito conhecido de todos, de modoque quem ler qualquer referência a um fato ocorrido durante um período em que a revolução terminou, ficará ignorando a data a que correspondi*pelo calendário romano. Segundo este calendã.rio, o ano começava no equinóxio do Outono (2?de Setembro) e era dividido em 12 meses de 31*dias, havendo 5 dias complementares consagrado-à celebração das festas republicanas. O célebrepoeta Fabre d'Eglantine, que morreu no cadaiaix-como tantos outros colaboradores da revolução,deu aos meses os seguintes nomes:

OUTONO — Vendêmiare — Setembro mês. dasvindimas. Brumaire — Outubro — més das bru-mas. Frimaire — Novembro — mês das geada.*--

INVERNO ~ Nivóse — Dezembro mês das neves.Pluviôse — Janeiro — mês das chuvas. Ventôse— Fevereiro — mês. dos ventos.

PRIMAVERA — Germinal — Março — mês dosgemes. Floreal — Abril — mês das flores. Prai-rial — Mai« — mês dos prados.

VERÃO — Messidor — Junho — mês das co-lheitias. Termidor — Julho — més dos calores.Frutidor — Agosto — mês dos frutos

PELO NARIZi

RESPIRAÇÃO

O NARIZ filtra, aquece e umedece o ar que se destina aos pulmões. A respiração pela boca leva,à garganta e aos pulmões, ar frio e carregado de poeiras prejudiciais ao organisimo. Ao contrário.

passando pelo nariz, o ar chega aos pulmões aquecido e isento de 'tais impurezas.

Procure respirar pelo nariz, e, sentindo dificuldade, consulte imediatamente o especialista.

ANACREONTE viveu oitenta

anos; Platão oitenta e uni;Democrito cento e nove; e Moiséscento e vinte anos! Bons tem-pos, caro leitor...

OS greges chamavam "nancra-

tes" ao peixe, curioso eao mesmo tempo terrível, pois"que conseguia deter e até afun-dar as naus, a que os latinos dãoo nome "remora".

AS folhas das árvores, especi-

almente aquelas que pos-suem chanfros nos eixos, são osmelhores condutores de eíetrici-dade. Cada um desses chanfrosou pontos é poderoso elementode atração.

UMA bala de espingarda só

adquire a sua máxima velo-cidade quando se encontra a trêsmetros de distância da boca dorespectivo cano...

P E C A N D O

Cada pessoa escolhe um pescador e aposta como foi êle que pes-

cou a botina, ou a lata, ou o peixe (o que lhe der palpite). Do_pois, seguem-se as linhas de cada um. até ver que foi que éle real-mente pescou.

142 19 5!

ALMANAQUE D'Q TICO-TICO

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ífê|>\insinuante^LaJ^\ ^^ /^ ~CARI0CA,46-48- 7«£ SETEMBRO, 199-201

I95l 143

ALMANAQUE D'0 TICO-TICO

jrjiIf n

CONCLUSÕESdos CONTOS e

artigos desteALMANAQUE

A RÁ ENCANTADA(Vem da página 119)

como futuro companheiro e esposo da princesa. O príncipe con-tou que tinha sido encontrado poruma feiticeira muito má, e quesó a menina o pedia ter tiradodo poço e que o seu desejo eracasar-se no dia seguinte e parti-rem juntos para o seu pais.

De manhã, esperava-os umamagnífica carruagem tirada poroito cavalos brancos, enfeitadoscom plumas na cabeça, e as rédeas eram correntes de ouro.

Atrás -ia o jovem criado dopríncipe, o fiel Henrique. Este ti-nha se apoquentado tanto quan-do o seu senhor se converteraem ra, que pós três barras deferro em cima do coração paraque este, com a dor, não saltasseíóra. Instalaram-se na magnífi-ca carruagem do jovem príncipee o fiel Henrique colccou-se pordetrás dos noivos. Ia cheio dealegria, por ver o seu ame já sal-

— A senhora possuindo i<«i tapete tãom,.' não pddc deixar de comprar este as-firador di pó '

fim,-. Mas não tenho o dinheiro »«'-/ èisái io..,

Muito -simples! Venda o tapetei...

vo. Já timham percorrido bas-tante caminho quando o filho dorei ouviu qualquer barulho, pa-recendo-lhe que alguma cousase tinha quebrado

O príncipe voltou-se e disse:"Henrique, aconteceu alguma

cousa á carruagem ?""Não, senhor, á carruagem não

aconteceu cousa alguma, masquebrou-se uma das barras queeu tinha posto sobre o coraçãoquando Vossa Alteza se conver-teu em rã".

Mais duas vezes, se ouvâu omesmo barulho. O príncipe peri-sava sempre que era a carrua-gem que estalava, mas afinaleram as barras de ferro que seiam quebrando sobre o coraçãodo fiel Henrique, pois o seu se-nhr.r era agora completamentefeliz.

A MULA E AIMPRENSA

(Vem da página 67)

dade Se êle é mau hemem, sópoderá conduzir para o Mal.

A obra monumental de Guter>berg deve ser um orgulho para aHumanidade, e não se compreen-de que a Humanidade não sf devaorgulhar também dos homensque se destinam a ser os continu-adores do sábio de Moguncia^ queinventou essa cousa maravilhosaque é a imprensa, sonhando comalgo superior e digno

Se você, leitor, quer ser jornalis-ta, tem que ser, antes de tudo, umhomem decente correto, digno eincorruptível.

AS IMPRESSÕESDIGITAIS E SUAHISTORIA

íVero da página 101)

aliás, o destino dos sábiosque Deus ilumina para fazerdescobertas de grande vaior.Todos são mal compreenddos, são ridicularizados, perseguidos mas por fim a maioria acaba vendo que não ti-nha razão, e acolhe a novedescoberta e dá ao descobridor o seu pedestal no penteon da Glória.

João Vucetich morreu naRepública Argentina, ondevivia, pois estava naturaliza-do argentino, no dia lb deJaneiro de Í925.

A MELHOR LIÇÃODIRETOR Com todo o pra-

zer!FÉLIX (contrafeitM) —Êu, .

por mam. agradeça mas nr, p:*ô aceitar. Não estou em conci;--ções. como vocês estão vetid'Minha roupa . . Não pose airecer num restaurante e nuriatro com vocês...

PEDRO — Vais Haqu; com..ao meu quarto. Lá eu te faatrega do que disse que vou te c.Aceitarás a oferta e. . . sacras olá completamenu' nove...

JOAQUIM — Quí prazer < —tarmos todos ao lado do bommestre que nos soube guia* yestrada à<> bem, ensinando-!com o seu exemplo, o cumpri-mento do dever t

PEDRO — Bem: então àsto, à porta do restaurante...Ali no esquina...

DIRETOR — Combinado!Vou me arranjar. Vão com Deus,meninos, e obrigado, muit/. obri-gado !

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