1 setembro 4 0 n . 56 - coleção digital de jornais e

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1 SETEMBRO 4 0 N . 56

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1

SETEMBRO

4 0

N . 56

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da "Garage

Diana" seguem a nossa

experiencia e estão satisfeitos...

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- diz o Sr. M. J. Machado Rebelo, da

Garagc Diana", do Rio de Janeiro.

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N

USE OS TRES

PARA

melhorar o traba-

lho de seus carros, aquitem o Sr. o testemunho doSr. M. J. Machado Rebelo,

proprietário da "Garage

Diana", tida como uma dasmais completas e modernas

do Rio. 0 Sr. Rebel o, comoantigo industrial e profundoconhecedor do ramo Trans-

portes, é um grande amantedo automobilismo e nuncadispensa a cooperação dosTres nas suas excursões e via-

gens. Aos proprietários dos

) 50 carros, caminhões e omni-

bus que se utilisam da "Gara-

pe Diana" o Sr. Rebelo sem-

pre recommenda o uso dos

Tres — Gazolina Atlantic,

Atlantic Motor Oi 1 e a Lu-

brificação Atlantic, adopta-

dos com absoluto exilo na sua

grande e bem equipada gara-

ge. Porque o Sr. fino usa Os

Tres em seus carros para ga-nhar a mesma satisfaçao cie

um serviço mais fff fiei ente e

economico ? Faça uma provade 3 mezes e depois resolva!

GAZOLINA

MOTOR OI

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LUBRIFlCAcÀnl

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"ALI VAI UM BUICK!" é o que

se exclama quando um Buick passa

por nós e não simplesmente "Ali

vai um carro". Isso porque o Buick,

como a mais perfeita realização da

moderna engenharia automobilística

é, por excelência, um carro digno

de um rei. Equilibrado elétricamente,

equipado com o famoso motor 44Di-

naflash"', oito em linha, macio, es-

paçoso, com interiores finos e lu^

xuosos e linhas elegantes, o Buick

impera absoluto entre todos os au-

tomóveis de classe. Experimente um

Buick, hoje mesmo, e nunca mais

pensará em outro carro#

wuick

PRODUCTO DA GENERAL MOTORS

Agentes nas Principaes Cidades .do Brasil

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0 OBSERVADOR — LVi

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CONTROLADOR DE MAO DE OBRA

INTERNATIONAL

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STlml^MHi^^^*— "~MLH^3^^^_®^^^B|lli>:^B 'I-; '^1

distribuidores exclusivos

I Agentes nos demais Estados da Uniao

omo consum

Quanto tempo gasta um mensageiro para entregar uma encomenda?

Qual a percentagem de "horas

nao produtivas" na sua Organizagao?

O controlador de mao de obra "INTERNATIONAL/*

responde a todas essas perguntas

0 OBSERVADOR — LVi

CONTROLADOR DE MAO DE OBRA

OF DELAWARE

Divisão "I

T R"

distribuidores exclusivos :

Dolabella, Coelho Ltda.

Avenida Rio Branco, 43 -- Loja

TEL. 23-1391 — C. P. 1.937

RIO DE JANEIRO

Cia. Nacional de Maquinas Comerciais

SÃO PAULO PORTO ALEGRE

Agentes nos demais Estados da União

Como sio consumidas as horas do

operário na oficina?

Quanto tempo gasta um mensageiro para entregar uma encomenda

Qual a percentagem de "horas

não produtivas" na sua Organização

O controlador de mão de obra "INTERNATIONAL/

responde a todas essas perguntas

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c

o OBSERVADOR

ECONÔMICO E FINANCEIRO

REDAÇAO:

Rua México, 168 — 4 ° and.

Tis - Ger. 42-5519 - Red. 42-6995

VALENTIM F. BOUÇAS

DIRETOR

CAIXA POSTAL, 3.114End. Telegr.

"OBSERVADOR"

RIO DE JANEIRO

ÍIOTAS 8DIT0RIMS

N D C E

NOTAS EDITORIAIS 3

0 Nosso Futuro Econdmico 9

Instantaneos do Recenseamerito 16

(Humberto Bastos)

A Marinha Brasileira 27

Problemas Ferroviirios 39

0 Problema dos Tdcnicos 57

Zonas Ecologicas de Sao Paulo 66(Renato Pars de Barros)

Vidro de Seguran^a 79

Exp!cra$ao dos Seringals 81(firico R. Nobre)

A Situa^ao do Caf6 85(Theophllo de Andrade)

Fibras do Brasil 88

A Propriedade Liter^ria 89

0 Censo Demogrifico 94

Plantas Medicinais 100(William W. Coelho de Souza)

OBSERVANCES ECON6MICAS 102

OBSERVANCES FINANCE IRAS 108

PRODIJTOS Cx MERCADOS Ill

VIAS DE COMUN1CACAO 117

OBSERVANCES CENSITARIAS 120

LE,S & ATOS ECON6MICOS 124

BANTCOS & MOEDAS 133

BOLSAS & TfTULOS 136

QS RESULTADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR

no primeiro semestre do corrente ano acabam dc

ser publicados pelo Serviço de Estatística Econômica

e Financeira do Ministério da Fazenda. Estas infor-

inações que são sempre de grande importância em

relação com o progresso econômico nacional, adqui-

rem especial significação no presente momento.

O nosso comércio exterior em .tempos normais

concorre com uma proporção substancial da renda

nacional. Nas circunstâncias difíceis que o mundo

atravessa atualmente, a nossa capacidade de manter

um comércio exterior satisfatório é questão de capital

importância para a Nação. Os algarismos do mês^de

Junho parecem indicar um ponto de desvio na tendên-

cia relativamente favorável que se manifestava nos

primeiros cinco meses do ano. Tanto as expoitaçÕes

como as importações declinaram em valor. Mas o mo-

vimento decrescente foi muito mais pronunciado no

caso das exportações. Contudo, é interessante notar

que, comparando os valores absolutos do primeiro se-

mestre com o período correspondente dos anos ante-

riores, tanto as importações como as exportações são

bem superiores às dos quatro anos precedentes. O

ponto de maior importância é a balança comercial.

Computada em moeda nacional, o mês de Junho mos-

tra um excesso de importação no valor de 13.461 con-

tos, que, adicionados ao "déficit"

já existente no fim

de Maio dá um "déficit" líquido de 83.551 contos

para a primeira metade do ano.

Voltando a olhar para os anos anteriores a partir

de 1936, para fins de comparação, vemos que em cada

caso, exceto em 1938, o comércio do primeiro semes-

tre nos deu um considerável saldo favorável. Em

1938, o "déficit" foi muito maior do que no

corrente ano e atingiu 241.606 contos. Estas com-

parações são úteis e realmente necessárias para um

exame do modo pelo qual desenvolveu-se o nosso co-

mércio exterior, mas não devemos incorrer no erro de

supor que elas nos permitem formar sequer uma idéia

aproximada de qual será a nossa posição no fim dêste

ano. Isto é coisa que depende de grande número de

fatores que são presentemente de todo em todo des-

conhecidos. Felizmente, porém, sabemos que muito do

que já foi e está sendo feito através da ação do Go-

vêrno chegará a desviar a nosso favor a tendência co-

mercial.

E

O OBSERVADOR — LVl

Se examinarmos agora, os resultados do comercio

até o fim de Junho, expressos em libras esterlinas, a

conclusão é incomparavelmente mais animadora, t

óbvio que as diferenças de avaliações, de taxas de con-

versão e de taxas de câmbio tornam impossível uma

estrita correspondência das balanças comerciais, Em

certo sentido, o resultado expresso em libras ou do-

lares é de grande importância para nós,^uma vez que

a nossa situação na prática depende do câmbio estian-

geiro que obtemos em pagamento de nossas exporta-

ções, comparado com os pagamentos em câmbio es-

trangeiro que temos de fazer pelas mercadorias por

nós importadas. Em têrmos de libras esterlinas, o

nosso comércio exterior na primeira metade do ano

mostra um saldo a nosso favor de £ 1.067.036, de que

£ 147.605 constituem o aumento do mês de Junho.

Quando observamos que o saldo em esterlinos para o

mês de Maio foi mais do que o décuplo do de Junho,

fazemos idéia da magnitude das rápidas contrações a

que está sujeito o nosso comércio de mês a mês. Dou-

tra parte, convém lembrar que um único mês é perío-

do muito breve para firís de comparação estatística, e,

consequentemente, não devemos atribuir demasiada si-

gnificação a movimentos mensais. Os valores de nossa

importação e exportação, por unidade física, são as

bases sobre que podemos discernir se as condições do

comércio se estão movendo a nosso favor ou não, isto

é, se temos de,exportar maior ou menor volume físico

a fim de pagar uma dada unidade física de importação.

Tomando os valores por unidade expressos em libras

papel, achamos que o valor duma unidade de exporta-

ção se acha muito acima do nível de 1939 em compara-

ção com uma unidade de importação. Isto é, sem dú-

vida, uma vantagem para nós.

O aumento percentual no valor da exportação é

de 72,5%, ao passo que o da importação é somente de

38,5%. Mas devemos também constatar que esta mar-

gem a nosso favor mostra sinais de declínio, e é jámenor do que a computada para o nosso comércio ex-

terior até o fim de Maio. Outro ângulo sob o qual

podemos examinar eficazmente o desenvolvimento de

nossa situação, é verificar a tendência do seu volume

físico. Isto exerce uma influência direta em muitos de

nossos problemas práticos, e possue a vantagem de

que, sob o ponto de vista estatístico, os dados estãolivres de muitas outras complicações que entram numacomputação de valores.

Com respeito às nossas principais exportações, a

primeira metade do corrente ano mostra uma quédade mais de 1.400.000 sacas de café. O total da expor-tação de algodão foi de 98.596 toneladas, o que repre-senta 65.000 toneladas menos do qüe no período cor-respondente de 1939. A diminuição da exportação delaranjas é muito séria, de vez que no primeiro semes-tre de 1939 foram embarcadas 2.207.432 caixas, ao

passo que os algarismos para 1940 são apenas 640.378.Doutro lado, houve alguns aumentos espetaculares. Aexportação de carnes frigorificadas que no ano passa-do alcançou 28.696 toneladas até o fim de Junho, re-

gista para este ano 71.036 toneladas. Esta e outrasrubricas constituem boa indicação da rápida adapta-

ção a que está* sendo solicitado o nosso comércio deexportação.

AS QUESTÕES DE POLÍTICA FINANCEIRA

publicadas hoje em dia, chamam a atenção do ci-

dadão comum em muito maior escala do que há vinte

ou mesmo dez anos atrás. Isto se dá porque a ativi-

dade do Estado, atualmente, estende-se em muito mais

ampla esfera, e porque esta atividade rífecessariamen-

te abrange a provisão de fundos. Para o homem de

negócios ou o técnico em negócios financeiros, os

acontecimentos dos últimos anos teem interesse não

só prático, como também teórico. O que sabemos acèr-

ca de finanças públicas foi aprendido quase inteiramen-

te de experiências. Isto pelo menos é verdade

com respeito às considerações fundamentais, conforme

as quais se tem norteado a política financeira pública.

Se desejamos saber a distribuição ideal de dado encar-

go tributário, só podemos julgá-lo por experiência,

e o mesmo se dá com relação ao efeito sôbre o siste-

ma econômico que uma grande e rápida alteração do

encargo tributário pode trazer.

De interesse geral é a questão da resistência de

que é capaz o sistema econômico em face de pesados

aumentos da tributação. Devemos admitir que essa re-

sistência é muito mais forte do que estamos habitua-

dos a acreditar. Isto se prova com experiências re-

centes, dentre as quais é bom exemplo o orçamento

recentemente apresentado pelo Govêrno do Canada.

As comparações internacionais em matéria de tribu-

tacão jamais são bastante satisfatórias, mas dum modo

geral podemos concluir indubitavelmente que o nosso

encargo é consideravelmente menos oneroso do que

o daquele país. A previsão da receita do govêrno fe-

deral do Canadá sobre a base da legislação preexisten-

te atinge 650.000.000 de dólares. Os aumentos de

tributação introduzidos pelo orrnmento são caVula-

dos para dar um acréscimo de 280.100.000 de dólares

durante o ano todo. o que representa um aumento de

43%. Isso naturalmente há de ser obtido da renda

tributária, embora evitando escrupulosamente quais-

quer medidas que possam prejudicar as fontes de que

deve ser obtida a renda nacional no futuro. Até certo

ponto, o sistema tributário federal canadense é serné-

lhante ao nosso; por exemplo, os direitos aduaneiros e

o^&impostos de consumo representam rubricas impor-

tantes na receita tributária total. Mas em virtude de

manifestas diferenças de condições, o imposto de ren-

da é relativamente muito mais importante no Canada

do que aqui, e o imposto de vendas que em nosso Pais

se acha sob jurisdição estadual, no Canadá é imposto

federal. Entretanto, o ponto de capital interêsse é que

o total da renda tributária é suscetível de ser tão gran-

demente aumentado num período de tempo relativa-

mente tão curto. A distribuição do aumento mostra

que perto de 70% provirão da tributação direta. Em

certos detalhes, as novas medidas introduzidas mos-

tram certa relação com um de nossos problemas co-

muns, a saber, a conservação duma situação satisfato-

ria no comércio exterior.

O novo orçamento canadense impõe aumentos em

certos direitos de importação, o que se julga sen n ao

não só para o fim já referido, como também propoi-

cionarão ao mesmo tempo, uma importante rema.

Isto não implica, de modo algum, que uma certa po

lítica, que provou ser útil nas condições especiais e

algum outro país, possa ser automaticamente boa e

se adotar, e isso pela simples e boa razão de que &

. nossa ^política.,, em seus detalhes práticos, depende

Lt

o OBSERVADOR — LV1 5

s próprias circunstâncias peculiares. Mas uma110 S

chi são geral pode ser tirada com segurança. NaCOniidri

em que somos capazes de conservar um nível"Nativamente

baixo de tributação, deveremos bem re-

nhecer que como indivíduos e como comunidade go-C7nmos

duma vantagem de grande importância. Num

nticlo diferente, o nosso baixo nível de tributaçao e

de grande auxílio para nos permitir assegurar um

maior volume de comércio exterior do que seria pos-

sível noutras circunstâncias, e consequentemente as

nossas esperanças de alcançar um substancial restabe-

lecimento econômico são inquestionavelmente bem

fundadas.

A SITUAÇÃO ECONAMTCA E FINANCETR A

do Brasil vem apresentando, notadàmente de 1937

para cá. um rí*mo seeuro e constante de progresso e es-

tahilidade. Espelham bem a melhoria dessa situação ns

ótimos resultados dos bafmçòs financeiros apresentados

por alguns Estados da Federação.

Em todos eles vem a administração colhendo os mais

auspiciosos resultados.

O Estado de Minas, por exemplo, apresentava há

anos atrás uma stiuação deveras aneústiosa em sua vida

econômica e financeira. Grande déficit absorvia-lhe com-

pletamente a receita anual. Pesados compromissos haviam

sido tomados pelos seus dirigentes sem um controle exa-

to das suas possibilidades no momento, ocasonando-lhe,

com isso, o esgotamento econômico e o esfacelamento de

energias.

Foi precisamente nes^a fase de incertezas o1"* assu-

miu o compromisso de dirigir os destinos do Estado a

atual administração. Os resultados dos balanços anuais

de sua economia e finanças falam melhor oue outros quais-

quer argumentos. Representam em algarismos expressi-

vos "a

diminuição do déficit, o aumento constante do va-

lor oatrmònial do Esfado, o processo de amortização da

dívida flutuante e fundada, as economias realizadas na

execução orçamentária, a correlaqão entre o aumento da

receita e a recuperação econômica".

E' verdade ntie é brande o esforço para conter o dc-

firit e entrlibrar o movimento orçamentado, s^ndo de no-

tnrj porém. que tudo i^so se faz sem prejuízo da vida ad-

mimVrativa e diminuição do rí^mo normal de todas as

atividades do importante Estado. O problema de amor-

tizacão da dívida flutuante tem merecido, também, as

maiores atenções do atual Governo no sentido de Uniu-

dar as responsabilidades existentes. E. forca é convir, o

esforço nesse sentido tem logrado completo êxito.

Medidas seguras e desassombradas para debelarem a

crise foram tomadas, procedendo-se à amortização dos

compromissos, ao mesmo tempo que foi feita uma renova-

Ção em muitos deles — para dilatar-lhes os prazos e di-

minuir os juros, conseguindo-se assim livrar o Estado dosônus deixados pelas administrações passadas.

Outro fato de grande relevo da gestão do atual Go-^erno mineiro é assinalado no aumento progressivo da re-ceita e exportação do Estado. A administração adotou umcritério seguro e acertado: promover o intercâmbio comer-Clal e mantendo sempre com firmeza a receita arrecada-

A circulação dos produtos e.a movimentação do di-nieiro constituem um dos motivos do grande progressoeconômico

que se vem desenvolvendo em todos os setoresas at^vidades do Estado. A reforma salutar procedida

no aparelhamento arrecadador .tem trazido aos cofres do

Estado os melhores resultados, sem aumento de grandes

encargos para o contribuinte. Em verdade, não houve ele-

vacão ou criação exagerada de impostos, apenas a arre-

cadacão fornou-se mais eficiente em virtude dos métodos

introduzidos j Houve, pelo contrário, redução do imposto

de exportação, supressão do imposto de consumo de com-

busHveis, além da grande diminuição dos impostos sôbre

o café e outros produtos, principalmente sôbre os da ex-

portarão do Estado.

Ora, as conseqüências dêsse saneamento financeiro

levado a efeito com decisão pelo govêrno mineiro tem tra-

z:do sensíveis melhorias às finanças do Estado, ao mes-

mo tempo oue a situação patrimonial vai-se tornando fir- ,

me e aumentando gradativamente. Assim, o valor dos pró-

prios estaduais, que era. em 1937, de 572.000 contos, em

1938 elevou-se a 709.000 contos; o ativo, que se estima-

va, em 1938. em 1 .199.673:5163200. atingira, em 1939,

a ll246.726:073$600. Por outro lado, vem também au-

mentanclo anualmente a capacidade produtiva do Estado,

como se infere dos resultados de sua produção agrícola,

pecuária e industrial.

Não cabe num simples regisfro um estudo aprecia-

tivo completo e mais profundo sôbre a atual administra-

ção mineira, mas. o rápido confronto que fizemos da si-

tuação passada com a presente basta para mostrar-nos os

excelentes resultados obtidos com a nova orientação po-

lítica, financeira e administrativa que vem sendo adota-

da pelos dirigentes do grande Estado.

Outro importante Estado que vem apresentando ín-

dices firmes e constantes de progrelso em todos os seto-

res é o Rio Grande do Sul. O atual govêrno encontrou,

também, a situação geral do Estado em pronunciado de-

créscimo. Contudo, o esrôrço, a dedicação e a clarividên-

c;-x na gestão dos nególios públicos, conseguiram, em

curto prazo, debelar a crise que se esboçava e erguer a

economia e a finança, dando um real e eficiente impulso

ao progresso e desenvolvimento de todas as atividades do

Estado. O reWóno referente ao balanço financeiro do

exercício de 1939 fornece resultados positivos sôbre a si-

tuação em que se encontra hoje aquela importante uni-

dade da Federação.

Daremos a seguir alguns aspectos daquele relatório:

A receita nara 1939, que fôra orçada em

349 167 *237^000, acusou uma diferença, para menos, de

21 .101 -625.^280. de vez que o Estado teve uma renda de

328.065:661?270. ten^o a arrecada cã o dêsse ano ultra-

passado em 40.988:402$660 à de 1938.

No total da despesa apurou-se uma economia,de ...

38.219:316S750 do seguinte modo: da despesa prevista

e mais os créditos adicionais e os especiais, que atingiram

à imnortânei* de 361 .058:631$950. foram eastos anenas

323.365 :3ll$200. e daí aquela diferença a menos. No en-

cerramento do exercício financeiro de 1939, foi anresen-

tado um saldo de 4 700:346$520. superávit que d:spensa

comentários. O patrimônio do F.s'ado acusou um aumen-

to de 1938 a 1939 de 7.891:812$272. Também as Dívidas

Pública, Fundada e Flutuante veem sendo objeto de aten-

cão. O Tesouro do Estado adquiriu e tem em seu poder

títulos da Dívida Externa no valor de US$ 13.221.000,00,

que reduzem para um têrço aquela dívida.

A arrecadação dos impostos vem sendo feita de modo

regular e uniforme. Entre outros tributos, cita-se o de

vendas e consignações, que tem dado ao Estado uma das

maiores parcelas da sua renda anual. Por outro lado. di-

minue-se, rapidamente, o imposto de exportação, de modo

<5O OBSERVADOR — LVi

a facilitar a expansão comercial do Estado, não só com o

estrangeiro, como com os demais Estados do País.

São esses, em traços ligeiros, os principais aspectos

da situação econômica e financeira do Rio Grande do

Sul, com suas finanças equilibradas e um saldo apreciavel.

E, se a situação dos Estados, sobretudo daqueles de

maior expressão, reflete a do Brasil, pode-se, pois, con-

cluir, à vista dos resultados que nos deram os balanços

finaceiros de Minas e Rio Grande, que o Pais caminha

para uma situação de equilíbrio, prosperidade e seguran-

ça econômica, financeira e industrial.

GASOGÊNIO DEVERA' SER O SUCEDÂNEO

llgll dos combustíveis que importamos -em alta escala

com pesados ônus para os cofres públicos. O aperfeiçoa-

mento de seu fabrico poderá chegar a produzir combus-

tível capaz de concorrer com os melhores no gênero,

e sô-

bre todos oferece uma vantagem extraordinária: o seu

pouco custo.

Diversos países iá se preocupam com a produção do

gasogênio, sobressaindo, dentre eles, a Alemanha, onde foi

recentemente fundada uma companhia "destinada

a cons-

truir e fornecer motores movidos a lenha e, além disso,

ter a seu cargo estabelecer depósitos de lenha necessários

ao fornecimento do combustível de que carecem os apa-

relhos geradores do gás pobre".

A indústria do gasogênio traria uma grande econo-

mia a todas as atividades nacionais e particulares, iá pelo

seu menor custo, já pela diminuição da colossal verba que

o Estado despende, anualmente, com a compra de com-

bustíveis.

O transporte, aue é, ainda, entre nós,- um grave pro-

blema e cuja solução é de absoluta importância econômi-

ca, social, agrícola, comercial e industrial para todo o

País, encontraria no gasogênio o veículo natural e fácil

para o seu desenvolvimento.

As grandes e pequenas indústrias, cuja maquinaria

absorve com o seu funcionamento grande parte do esfôr-

ço aí empregado, viriam a ter no gasogênio o elemento ca-

paz de lhes proporcionar apreciáveis resultados sem gas-

tos impressionantes.

Felizmente, vem já o Ministério da Agricultura pro-movendo uma campanha salutar e eficiente a favor da in-

dústria do gasogênio entre nós. Nesse sentido, podemoscitar, entre outras, as medidas constantes do ofício n.° 554,

de 25 de Junho deste ano, dirigido pelo sr. Ministro da

Agricultura ao sr. Presidente da República solicitando

, autorização para a compra de "aparelhos

gasógenos, do

tipo nacional", mediante aprovação da Comissão Nacional

de Gasogênio, para o fim de serem revendidos, pelo custo,

aos interessados.

Antes disso já fora aberto para o mesmo Ministé-

rio o crédito de 500:000$000 destinado à aquisição do

material necessário àquela Comissão.

Entrementes, vários estudos veem sendo feitos poriniciativa daquele Ministério, com o objetivo de serem fi-

;xados os diversos tipos de gasogênios importados, bem

como dos que aqui se fabricam, de modo a estabelecer um

tipo padrão.

A expedição do decreto-lei n.° 1.125, de 28 de Fe-vereiro de 1939, criando a Comissão Nacional do Gasogê-nio, que acaba de sofrer alterações e nova redação em mui-tos de seus dispositivos pelo decreto-lei n.° 2.526, de 23de Agosto último, foi a medida mais positiva sôbre o as-sunto.

Cumpre à Comissão, em primeiro plano, incentivar o

plantio, em grande escala, das essências florestais que fo-

rem mais indispensáveis e úteis ao preparo da lenha e car-

vão próprios à produção do combustível, mandando, para

isso, submeter-se a estudos técnicos a imensa variedade de

especimens vegetais existentes em vastas regiões do ter-

ritório nacional.

A selçao das espécies florestais apropriadas à produ-

ção gasógena deve ocupar o primeiro lugar no programa

encetado pelo Ministério da Agricultura a favor dessa

nova indústria. Deve seguir-se-lhe uma constante propa-

ganda nos meios produtores, e, de uma maneira geral, em

todos os círculos interessados, de modo a ressaltar a uti-

lidade do gasogênio nos motores de explosão, tratores

agrícolas, veículos automóveis,-instalações fixas e semi-

fixas, bem como para incentivar a fabricação e o estudo

técnico e econômico daquele gás, com o fim de torná-lo

conhecido não só como ótimo combustvel, senão, também,

nas vantagens econômicas que o mesmo poderá oferecer

com o seu consumo na indústria, no comércio e no trans-

porte.

Vale considerar, também, a conveniência de serem

intensificadas as medidas de proteção às florestas em todo

o território nacional, de vez que serão elas a fonte prima-

ciai do novo combustível, as quais infelizmente veem so-

frendo as mais impiedosas devastações.

Convenientemente orientada, entre nós, poderá a in-

dústria do gasogênio vir constituir, em futuro próximo,

um dos maiores fatores para o nosso progresso econômi-

co e financeiro. Sua aplicação, no Brasil, abrangerá os

mais extensos setores das nossas atividades: o comércio,

a indústria e os transportes. A exportação para o estran-

geiro é outra face importante do problema.

Por todos êsses motvios, apontados em traços ligei-

ros, o gasogênio oferecè promissoras perspectivas ao País,

já como sucedâneo dos combustíveis importados, já como

produto de especulação comercial "e|§

que poderá vir a

transformar-se, de acordo com o incremento que tiver a

sua produção.

Por outro lado, deve ser preocupação constante e in-

transigente da Comissão Nacional do Gasogênio que o

combustível a ser produzido apresente sempre tipos fixos

de qualidade, ao contrário geralmente do que acontece

com outros produtos da indústria nacional. Para segu-

rança dêsse critério contém já o recente decreto-lei nu

mero* 2.526 referido, em seu art. 3.°, prescrições rigo-

rosas em benefício da qualidade e do valor do combusti-

vel, pois que nenhum tipo de gasogênio — determina —

e seus acessórios, assim como aparelhos de carbonizaçao,

poderão ser expostos à venda sem o competente certifica-

do de registro e aprovação concedido pela mencionada

Comissão.

E' de esperar, pois, que a iniciativa do Governo em

produzir, com recursos nacionais, combustível capaz de

prover às necessidades de nossa indústria, comercio e

transporte, encontre dos meios interessados a melhor aco

lhida e deles receba os mais decididos e reais auxílios para

o desenvolvimento rápido e seguro de mais essa extraoi ¦

dinária possibilidade do nosso País.

"D ELO MOVIMENTO DO COMÉRCIO DE IM-

portaçao e exportação efetuado pelo Porto de San-

tos, pode-se bem avaliar a situação geral do comércio de

todo o País, no tocante às suas relações com o estrangei

• ro e cdm os próprios Estados da Federação.

O OBSERVADOR — LV*

7

O Porto de Santos sempre foi o maior escoadouro dos

produtos brasileiros, aquele que maior volume de expor-

tação tem apresentado no balanço do nosso comércio in-

ternacional. Muito há contribuído para isso o extraordi-

nário desenvolvimento industrial do Estado que, por si

só, produz mais que todos os centros industriais do resto

do País.

O comércio do Porto de Santos pode ser considerado

sob dois grandes aspectos: um, referente ao intercâmbio

comercial com .o estrangeiro; outro, concernente às rela-

ções comerciais com os demais Estados do País.

Seu comércio com as nações estrangeiras, como é

evidente, está sujeito a contínuas oscilações, ora variando

para mais a exportação e diminuindo a importação, ora

aumentando esta e decrescendo aquela. São fenômenos ês-

ses inevitáveis, mas que podem ser grandemente atenua-

dos, a não ser que a causa que os provoque não esteja ao

alcance das possibilidades humanas. Citemos, por exem-

pio, a guerra atual. Sua influência nas relações comer-

ciais, industriais, sociais e econômicas dos povos atinge ao

extremo. Muitos de seus efeitos podem ser removidos,

outros não. A guerra é, porém, um fato anormal. Outros

fatores influem, também, no maior ou menor progressocomercial dos povos, como a concorrência e a má orien-

tação política de propaganda e de desenvolvimento das re-

lações internacionais que os povos manteem entre si parao intercâmbio recíproco.

Nesse sentido, precisamos de um movimento intensi-vo a favor de nossas relações comercias e industriais como estrangeiro. Já salientamos em editorial passado que omomento presente, devido à guerra, é de procura de novosmercados abastecedores e que essa é a ocasião oportuna

para atrairmos os países importadores. Precisamos esta-belecer novas bases para o nosso comércio exterior.

Tomamos o comércio do Pôrto de Santos para essasligeiras considerações por ser êle o que poderá mostrar,

pelo seu movimento, as condições atuais da nossa situa-

ção comercial com o estrangeiro. De 1935 a 1939 o mo-vimento comercial daquele Pôrto com o exterior, com ex-ceção das Américas, apresentou resultados bem compensadores, como se pode ver pelos dados seguintes, toman-do-se o valor das mercadorias em contos de réis: a ex-

portação para 1935, 1936, 1937, 1938 e 1939 foi, respec-tivamente, de 950.010, 1.399.556, 1.425.184, 2.050.420e 1-699.697, e a importação, também, para os referidosanos assim se distribuiu: 875.480, 839.364, 1.065.306,1.011.929 e 886.619.

Aqueles dados, diremos, se referem aos países do ve-mo mundo.

Com relação às Américas, não há, com efeito, umaexplicação

plausível para o decréscimo que o nosso comér-cio tem apresentado ultimamente com algumas das naçõesto continente. Com as conseqüências do conflito europeumais amad decresce o nosso comércio de exportação com°s países americanos, chegando tal fato a ser notado mes-mo com relação à Argentina e as Estados Unidos. As-smi,

por exemplo, se exportamos no primeiro trimestreeste an°, para o Canadá, Perú, Uruguai, México, Esta-

sio nrn^os' Chile e Argentina mercadorias num total de

importamos dêsses países

tad ' ^§000. Não é, com efeito, auspicioso o resul-

não°' maS' n^° n°S ^eve desanimar. E' necessário que se

< esqueça, porém, que o momento atual de anormalida-

^por que passa o mundo há de forçosamente influir, co-

em verdade está influindo, nas relações não só comer-

ciais, como, também, industriais, políticas, sociais e eco-nômicas de todos os povos.

Também o cataclisma de 1914 trouxe os mais pesa-dos tributos a todas as nações e, na realidade, não tinha-mos ainda saido das malhas em que êle nos enredou e jáoutro, —

quem sabe? — talvez, pior, nos colhe em cheio.O que nos cumpre nessas emergências, nessas horas

angustiosas e incertas é a reunião de todos os nossos re-cursos, o aproveitamento seguro e eficiente de todas asnossas possibilidades para não só resistirmos aos efeitosfunestos do momento, senão também tomarmos posição só-lida e proveitoa nas futuras relações entre os povos. Umareforma nos acordos comerciais, bem como a conclusão denovos, auxiliados por uma política devotada nesse senti-do, são condições que se impõem e sem tardança.

O outro aspecto por que pode ser visto o comérciodo Pôrto de Santos consiste no intercâmbio que o Esta-

do de São Paulo mantém com os demais Estados do País.Nesse particular registra-se um movimento animador, con-seqüência talvez do decréscimo comercial com o exterior.

O grande Estado sulino é, com efeito, o mais forte centroindustrial, comercial e agrícola do Brasil, e por isso mes-

mo o único que pode apresentar maior movimento deexportação. O comércio de cabotagem pelo Pôrto de San-tos desde longos anos obedece sempre a um ritmo acele-

rado. A compra intensiva de seus produtos pelos demais

Estados não dá lugar ao estagnamento de sua extraordi-

nária produção anual, compensando, desse modo, a dimi-

nuição do comércio com o estrangeiro.

O movimento comercial paulista com as unidades daFederação pode ser assim resumido: Estados que mais

importam, tomando-se por base o ano passado: 1) — Rio

Grande do Sul — 33% ; 2) — Pernambuco — 19%; 3)Baía — 14%; 4) — Ceará — 7%; 5) — Santa Ca-

tarina — 5%, num total de 78%: Estados que mais lhe

vendem: 1) — Rio Grande do Sul — 35%; 2) — Per-

nambuco — 22%; 3) — Alagoas — 9% ;4 ) — Paraíba

8%; 5) — Distrito Federal — 6%, num total de

80%.

Como vemos, por êsses dados ligeiros,, grande e ani-

mador é o movimento comercial que apresenta o Pôrto de

Santos com os Estados do País, quer em exportação, querem importação. Êsse comércio tende sempre a aumentar

cada vez mais, porquanto se sabe que as indústrias pau-listas fazem já concorrência, em igualdade de condições,

e muitas vezes em melhores qualidades, com a grandemaioria dos produtos manufacturados estrangeiros.

As rápidas considerações que aqui fizemos do mo-

vimento comercial do Pôrto de Santos não tiveram o ob-

jetivo de mostrar, em toda a extensão, o seu extraordiná-

rio relêvo na vida econômica e financeira do País, assun-

to por demais relevante para um simples registro, mas, re-

alçar, nesse momento de apreensões e retraimento para to-

das as atividades, sua capital importância como primeiro

pôrto do Brasil, não só pelo intercâmbio que mantém com

as nações estrangeiras, senão, também, pelas relações co-

merciais com os demais Estados da Federação.

Em seu último número

"o observa-

DOR" voltou a focalizar as questões ferroviárias,

assunto que já tem ocupado muitas de suas páginas, pelasua estreita ligação com todos, ou quase todos os proble-mas da economia nacional.

Em tal tecla nunca é demais bater, motivo por quecontinuamos, neste número, a lhe dedicar algumas de nos-

sas colunas.

E

8

País de enorme vastidão territorial, com uma peque-

na densidade de população, as nossas questões econom.-

cas prendem-se, quase sempre, à solução de problemas

de transportes. ¦

Os recursos naturais mais variados abundam em nos-

so solo, porém, de tal maneira afastados uns dos outros,

que as zonas geográficas brasileiras não se podem dizer,

senão raramente, que sejam, num conceito lato, zonas ri-

cas. Serão ricas de tal ou qual produto, vivendo, entretan-

to, com escassez de outros. ,

Só o transporte constante, rápido e barato resolvera

o problema, transformando estas riquezas esparsas na

grande riqueza nacional, a apurar-se.

Produtos que se devem casar nas modernas necessi-

dades industriais, coexistem, porém a tal distância entre

si, que por pouco impossibilitam, ou pelo menos ^dificultam

sobremaneira a sua exploração racional. O carvão e o mi-

nério de ferro são convincentes exemplos desta face da

questão.

Por outro lado, o comércio interno, que o atual con-

ceito de economia e a instabilidade da política internacio

nal tornam uma necessidade, encontra, no Biasil, dificul-

dades quase Intransponíveis, que lhe impossibilitam a so-

lução de questões como as que nos trouxe a guerra, com

a diminuição do tráfego internacional.

Produtos há, de uma zona do Brasil, que encontra-

riam consumidores ávidos e mercado fácil em outras zo-

nas, caso lhes fosse permitido, senão o transporte barato,

pelo menos constante e rápido.

Mas, diante da dificuldade encontrada, cria-se a cri-

se (e a laranja é um exemplo) solapando os alicerces da

economia nacional.

A autarquia que, se não deve ter um emprego nor-

mal, faz-se necessária, entretanto, nos momentos de crise,

encontra um obstáculo irremovível na dificuldade de

transporte.

Na conquista de mercados externos, que exigem data

certa de entrega e preço baixo, o produtor precisa ter a

sua mercadoria transportada em curto período e a baixo

custo.

As rodovias, conquanto de grande necessidade para

certa classe de transportes, não resolvem a questão quan-

to às mercadorias pesadas, ao transporte em massa e a

grandes distâncias.

Como se salientava no artigo do nosso último núme-

ro, as emprêsas de transportes rodoviários, além de não

terem despesas com a conservação do leito em que trafe-

gam, só fazem realizar viagens quando a carga é com-

pensadora, enquanto as estradas de> ferro teem que man-

ter os leitos das estradas e tazer correr seus trens, haja ou

não carga para os encher, seja ou não lucrativa a viagem.

Com estas vantagens, a concorrência rodoviária junto

à constante mobilidade do agricultor brasileiro, inimigo

de instalações definitivas e sempre em busca de terras

que, por mais descansadas, sejam mais férteis, dificultam

a economia das emprêsas ferroviárias, diminuindo a taxa

de lucros, que é o que atrai os capitais e cria emprêsas

que estendam cada vez mais longe os seus trilhos.

Além dessa concorrência desvantajosa, as estradas de

ferro dependem do estrangeiro,'no aparelhamento custoso

de suas linhas e suas viaturas, já que o problema do car-

vão vai a caminho dè solução.

Resta a questão siderúrgica, que está a requerer toda

atenção dos poderes públicos, pois que dela dependem êste

e muitos outros problemas da nossa economia.

O OBSERVADOR — LVi

E' de tal importância a dificuldade e o alto custo do

aparelhamento das estradas de ferro, que o III Congres-

so de Engenharia e Legislação Ferroviária, a instalar-se a

12 de Outubro, em Belo Horizonte, volverá sua atenção

principalmente para esta face da questão, confonne resol-

veu a Associação Brasileira de Engenheiros.

. yy Ltda.

O OBSERVADOR

ECONÔMICO E FINANCEIRO

VALENTIM F. BOUÇAS

DIRETOR

EPAMINONDAS M. DO VALE

Redator-Chefe

VICTOR COELHO BOUÇAS

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JORGE COELHO BOUÇAS

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propriedade da

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EXTERIORAno £ 10.0

As opiniões expendidas em artigos assinados

são de exclusiva responsabilidade de seus auto-

res. Todos os artigos publicados são inéditos e es-

critos especialmente para esta Revista *

201

acional, e a ^

e economica,

simples por-de prosperi- ;

idos no pas- Jial. Mas nao

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Cercado por uma serie de perigos — nao so a<

jf acarretados pelas mujangas rapidas — como ta

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lher entre duas grandes alternativas : 011 aceita

sivamente o que quer que se origine das novas

q(5es mundiais, ou assumir 11111 papel definido e

tivo, formulando uma politica destinada a mitij

males e acrescer os bens que sejam possiveis <

das novas condiqoes. De nossa parte, nao liesi

em optar pela segunda alternativa.

Nao e nosso objetivo sugirir que politica sej;

e tao pouco tentar profetizar quanto a nature:

condigoes futuras; apenas preoegpamo-nos pi

mente com a tendencia dos fatos economicos tan

cionais como internacionais. A profecia e a esco

politica sao coisas que se encontram fora do nos

minio. Nossa fungao e examinar o sistema ecor

tal como existe, e estudar e elaborar explicate;

ca das complexidades desse sistema. Essa taref;

vezes limitada, mesmo assim podera ser cxe

imperfeitamente. Mas se em condiqoes dificeis

as da atualidade podemos esclarecer principios 1

que se confundiram, e podemos dar uma contri

real para o diagnostico das principals enferrr

economicas de que padecemos, nossa existencia

do que justificada e podemos reclamar nosso dir

sermos ouvidos com atenqao.

Nao procuramos oferecer nenhuma formu

gica por que venha a ser garantida a prosp*

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110 caminho que julgamos ser o unico seguro par

gurar do melhor modo o nosso futuro econ

Noutras palavras, e uma tentativa de apresent;

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xa e de distinguir o fundamental do meramente

t 1. Tendo em mira esse objetivo, sera de grar

K'fio lembrar sempre uma verdade simples, quefrequentemente esquecida. Em nossa tarefa de

cer a tendencia dos acontecimentos futuros, na<

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detalhado do presente, e, por sua vez, o nosso c

mento do presente depende da extensao do no

nhecimento do passado. E' natural que o no

teresse se concentre 011 seja inteiramente mc

zado pelo futuro imediato. Mas isto conduz a

nientavel erro e nos arruina a perspectiva.coisas acerca de que temos a convic^ao de serei

pletamente novas 110 atual estado de negocios,r^o a um exame mais aprofundado, que tiver

inicio a consideravel distancia no passado.quanto mais alcance tiver a nossa vista, tantc

R exato e equilibrado sera o nosso julgamento.

<%''¦« °>£?rr'X™rV:

O ój;SER\'ADOK

O Nosso Futuro Econômico

ESTAMOS

vivendo unia época 11a verdade sem

' precedentes

em toda a história. As condições do

mundo são extremamente anormais c mudam com ra-

pidez até hoje desconhecida. Não é de estranhar, pois,

ciue o traço principal dos escritos atuais seja de apreen-

são e dúvida. E isto se reflete inevitavelmente na es-

fera econômica. Um período como o atual acha-se

cercado por uma série de perigos — não só aqueles

acarretados pelas mudanças rápidas — como também

os perigos oriundos diretamente da situação de dú-

vida e confusão. Toda nação se vê obrigada a esco-

lher entre duas grandes alternativas : ou aceitar pas-

sivamente o que quer que se origine das novas condi-

ções mundiais, ou assumir 11111 papel definido e posi-

Ivjf formulando uma politica destinada a mitigar os

males e acrescer os bens que sejam possíveis dentro

das novas condições. De nossa parte, não hesitamos

em optar pela segunda alternativa.

Não é nosso objetivo sugerir que política seja essa,

e tão pouco tentar profetizar quanto à natureza das

condições futuras; apenas preocupamo-nos própria-

mente com a tendência dos fatos econômicos tanto na-

cionais como internacionais. A profecia e a escolha da

política são coisas que se encontram fóra do nosso do-

mínio. Nossa função é examinar o sistema econômico

tal como existe, e estudar e elaborar explicações acêr-

ca das complexidades desse sistema. Essa tarefa, por

vezes limitada, mesmo assim poderá ser executada

imperfeitamente. Mas se em condições difíceis como

as da atualidade podemos esclarecer princípios básicos

que se confundiram, e podemos dar uma contribuição

real para o diagnóstico das principais enfermidades

econômicas de que padecemos, nossa existência é mais

do que justificada e podemos reclamar nosso direito de

sermos ouvidos com atenção.

Não procuramos oferecer nenhuma fórmula má-

gica por que venha a ser garantida a prosperidade

econômica nacional, mas indicamos os primeiros passos

no caminho que julgamos ser o único seguro para asse-

gurar do melhor modo o nosso futuro econômico.

Noutras palavras, é uma tentativa de apresentar 11111a

visão definida duma situação extremamente comple-

xa e de distinguir o fundamental do meramente aciden-

ti:;. Tendo em mira êsse objetivo, será de grande au-

k !io lembrar sempre uma verdade simples, que é mui

ínquentemente esquecida. Em nossa tarefa de conhe-

ecr a tendência dos acontecimentos futuros, não pode-

r os ter guia mais valioso do que um conhecimento

detalhado do presente, e, por sua vez, o nosso conheci-

mento do presente depende da extensão do nosso co-

nhecimento do passado. E' natural que o nosso in-

terêsse se concentre ou seja inteiramente monopoli-

zado pelo futuro imediato. Mas isto conduz a um la-

nientável erro e nos arruina a perspectiva. Muitas

coisas acerca de que temos a convicção de serem com-

pletamente novas 110 atual estado de negócios, pio\a-

yãq a um exame mais aprofundado, que tiveram seu

início a considerável distância no passado. Assim,

quanto mais alcance tiver a nossa vista, tanto mais

exato e equilibrado será o nosso julgamento.

A PROSPERIDADE ECONÔMICA

E' ponto sôbre que todos concordam o de que o

objetivo em vista, quer individual ou nacional, é a

consecução dum máximo de prosperidade econômica,

e nossa preocupação do futuro é muito simples por-

que existe a possibilidade de que o grau de prosperi-dade econômica a que estamos acostumados no pas-

sado possa sofrer uma redução substancial. Mas não

é satisfatório falar em têrmos de prosperidade eco-

nômica sem uma explicação mais detalhada do que en-

tendemos achar-se implícito nessa idéia.

Dito em poucas palavras, a atividade econômica

pode ser descrita como o prover à satisfação daqueles

desejos humanos que são mitigados pela compra. Em

têrmos fundamentais, a sociedade mundial é compos-

ta de indivíduos cujas atividades apresentam duas

faces, e teem êles necessidades que nos tempos 1110-

dernos são satisfeitas mediante a compra. Estas ne-

cessidades se estendem por amplos horizontes, desde

as necessidades primárias de alimentação, roupa e ha-

bitaçãoj até os vários graus do luxo que os recursos

do homem rico lhe permitem gozar. Êste é o aspecto

do indivíduo como consumidor. Ao mesmo tempo,

deve êle adquirir uma contínua provisão dos meios

para comprar, e isto o faz pela execução de sua fun-

ção como produtor. E pode chegar a isso quer ^ pelo

trabalho, quer pelo emprêgo da riqueza de que é pos-

suidor. Dêste modo, a atividade econômica consiste

em prover uma corrente contínua de produtos^ e ser-

viços que solicitamos em nosso viver quotidiano.

Seja qual fôr o nosso lugar na sociedade, o as-

pecto econômico de nossas atividades consiste em

dar alguma contribuição para o fundo comum de pro-

dutos e serviços, e, em troca, é-nos permitido obtei

aquelas coisas precisas as nossas necessidades indivi-

duais. Quando nos lembramos de que gozamos de ex-

trema liberdade de escolha, tanto no que produzimos

coiyio no que consumimos, foimamos icleia da eficien

cia de que e capaz o sistema economico. Em certos pe

ríodos de tempo, êste sistema econômico sofie consi-

deráveis alterações. Por exemplo, são introduzidos

novos métodos de produção, e novos1 produtos e servi-

ços se tornam disponíveis mediante o progresso técni-

co. Mas o objetivo econômico continua a ser o mes

mo. Desde os tempos primitivos, a satisfação de nos-

sos desejos demandou um dispêndio de esforço, e a

origem fundamental donde proveem todas as nossas

provisões consistem nos dons da natuieza. dizei,

o nosso esforço econômico é a adaptação dêsses dons

naturais à satisfação de nossas necessidades, e o obje-

tivo permanente tem sido e é o de assegurar um má-

ximo de satisfação com um mínimo de esforço.

Isto é precisamente o que queremos dizer com um

máximo de prosperidade econômica. Podemos agora

ver claramente os principais fatoies que determinam

o grau de prosperidade econômica que somos capazes

de alcançar. Se os recursos naturais a nossa disposi-

ção são abundantes e fartos, e se nossa oiganização

produtora é eficiente, então por uma dada quantidade

10O OBSERVADOR — i.I/I

de esforço podemos realizar uma prosperidade eco-

nômica muito maior do que seria o caso se os nossos

recursos naturais fossem escassos e^ de má qualida de

e se nossa organização produtora fosse de baixa efi-

ciência. Esta, na verdade, é a distinção existente quan-

do contrapomos os países ricos aos países pobres, e

aqui encontramos a primeira justificação importante

para uma grande confiança no futuro econômico de

nosso País, porque os nossos recursos naturais são

fartos e abundantes, e porque a nossa organizaçao

produtora — embora se ache numa etapa relativamen-

te inicial de desenvolvimento — é incontestávelmente

eficiente. Isto não quer dizer que não nos devemos

preocupar grandemente com o nosso futuro econômi-

co, (em verdade, deparam-se-nos muitos problemas

urgentes para os quais devemos encontrar solução),

mas sim que, em quanto diz respeito aos elementos

fundamentais de nossa situação, temos a nosso favor

um fator extremamente importante.

A UNIDADE ECONÔMICA NACIONAL

Observar-se-á que passamos quase imperceptível-

mente de considerações sobre base individual a consi-

derações sobre base nacional — e o próprio título deste

artigo implica o estudo de nossa situação econômica

do ponto de vista nacional. Êsse fato requer um co-

mentário e uma explicação. Para fins práticos, neste

momento, a maioria dos problemas econômicos devem

ser considerados sobre uma base nacional. Uma das

razoes é que as próprias condições mundiais reclamam

a atenção para a unidade nacional, não só no que se

refere a questões econômicas, senão também em do-

mínio muito mais amplo.

Mas, à parte as circunstâncias especiais do pre-

sente momento, a unidade nacional sempre tem tido

significação econômica especial. O território nacio-

nal é uma área em que a soberania política e completa,

e as diferentes unidades nacionais possuem diferentes

condições econômicas. Uma vez que as questões eco-

nômicas chegaram a constituir um importantíssimo

elemento da política nacional, tanto interna como ex-

terna, a significação econômica da unidade nacional

aumentou proporcionalmente. A importância dada,

hoje em dia, à unidade nacional em assuntos econômi-

cos, é provávelmente muito maior do que a justifica-

da, quer pelas atuais condições econômicas ou pelo ra-

ciocínio abstrato. Chegamos quase a convencer-nos de

que os interesses econômicos duma unidade nacional

devem ser "necessariamente"

antagônicos aos de ou-

tras. Contudo, basta um momento de reflexão paramostrar que isso é absolutamente falso. A estrutura

econômica de cada país importante do mundo mostra,

por sua natureza, que os interesses econômicos desse

país são complementares dos interesses doutros. Em

nosso próprio caso, estamos aparelhados para vulto-

sos fornecimentos de café, algodão e grande quanti-dade de diferentes produtos a outros países. Assim

acontece porque achamos ser de nosso interesse ven-

der esses produtos, ao passo que igualmente é do in-

terêsse de nossos clientes comprar de nós. Eis aí um

ponto importante que devemos sempre ter presente, e

embora atualmente as transaçõs do comércio inter-

nacional estejam sujeitas a tão sérias e numerosas di-

ficuldades, não deixa de ser razoável esperar que re-

torne breve o tempo em que seremos de novo mais

concientes dos mútuos interesses econômicos entre

uma unidade nacional e as demais. Voltando os olhos

ao passado, encontramos novas justificações para essa

esperança. Houve outros períodos em que se deu

grande importância à unidade nacional na considera-

ção das questões econômicas. Os fundamentos <b

Economia Política moderna repousam num período st

melhante. A "Riqueza das Nações" de Adam Smitii

é conhecida em todo o mundo. O que é menos conhe-

cido é o título completo dessa obra, ou seja, "Um

In

quérito sôbre a Natureza e as Causas da Riqueza Ias

Nações". O assunto tratado é idêntico àquele a qiuautores posteriores

* trouxeram sua contribuição sob

certos títulos como o de "Princípios

de Economia Po-

lítica". Aconteceu, assim, ter Adam Smith escrito

numa época em que as condições eram tais que justi-ficavam a adoção do ponto de vista nacional. À medi

da que se desenvolveu a ciência econômica, decresceu

até certo ponto a importância da unidade nacional,

porém a maioria dos escritores procurou dar uma ex-

plicação do funcionamento do sistema econômico em

têrmos das condições que prevaleciam no país em queviveram; consequentemente, seus escritos tendem a

refletir as políticas econômicas então aceitas e ado-

tadas. Somente em data relativamente recente encon

tramos uma tentativa de análise econômica sob o

ponto de vista mundial. Contudo, tivemos pelo menos

uma breve experiência das condições mundiais em que

a política econômica nacional era antes cooperativa

do que restritiva. Mas sejam quais forem as condições

particulares da época, o fim do esforço econômico per-

manece o mesmo, a maximização da prosperidade eco-

nômica. E em nossos dias isso depende de tal modo

da política do Estado, que o ponto de vista nacional é

o que logicamente se deve adotar. Insista-se, entre-

tanto, em que isto não implica que tal política deva

necessáriamente ser exclusiva e hostil a outros países,

nem que os interesses econômicos de diferentes países

devam ser antagônicos numa ampla esfera.

Mas o exame da situação econômica sob o ângulo

nacional tem outra conseqüência muito diversa. A rá

pida extensão da atividade econômica e do controle th>

Estado representam a substituição da atividade indi

vidual pela atividade coletiva. Envolve também

provisão coletiva de produtos e serviços, que são m

teiramente novo em natureza. Portanto, a vida eco-

nômica duma comunidade nacional compreende agora

dois elementos: a iniciativa particular e a pública. Esta

última é composta de duas partes diferentes. A prime

ra é o fornecimento pelo Estado, aos membros indivi-

duais da sociedade, de produtos e serviços de que pre

cisam, em troca dos quais efetuam pagamento sob

forma de tributação. Isto inclue a defesa nacional,

manutenção da lei e da ordem, educação, serviços <i

saúde, e grande número doutras coisas, que é útil (

econômico para nós recebermos antes como forneci

mento coletivo do que como individual. A segunda pai

te da iniciativa pública consiste na regulação da ativi

dade econômica pela autoridade do Estado. A legisla

ção existente interessando o café, o cacau, o fumo.

algodão e outros produtos são exemplos claros.

Da existência desta classe de iniciativa públic;

adveem certas conseqüências importantes. Prirneiro

quanto à tributação e aos serviços fornecidos em troca

A forma e a distribuição da tributação teem óbviamen

te efeito direto sôbre o sucesso com que os negocio-

particulares podem ser conduzidos. Daí o ser a formu-

lação da política tributária um fator extremamente

O OBSERVADOR — W 11

imr.0rtante na determinação da rapidez e sucesso com

geremos capazes de encontrar a solução de muitos

(jr- nossos problemas econômicos. E o mesmo se apli-

ca àquela parte da política do Estado que assume a

foi ma da regulação da iniciativa particular. Conse-

ciucntemente, o nosso futuro econômico dependerá em

grande! escala dos limites dentro dos quais os negócios

particulares devem ser conduzidos. Noutras palavras,

a política econômica do Estado será de primeira im-

portância na formação do nosso futuro. Embora exis-

ta extrema diferença entre a forma da atividade pú-

blica e a particular, na esfera econômica, um exame

mais acurado revela que ambas são complementares e

que teem um objetivo comum. Isto se tornará mais

claro se examinarmos os principais elementos que con-

tribuem para o bem-estar econômico nacional.

A RIQUEZA NACIONAL E A RENDA NACIONAL

Já vimos que a satisfação de nossas necessidades

econômicas é assegurada pela adaptação dos dons na-

turais de que dispomos. Os dois principais elementos,

portanto, da nossa riqueza nacional são os nossos re-

cursos naturais e a capacidade de nosso povo como pro-dutor. Uma descrição adequada de nossas condições

modernas requerem a inclusão dum terceiro elemento— o capital acumulado. Consiste êle do complicado e

vário equipamento que usamos na transformação dos

produtos naturais para prover a nossas necessidades.

E' a isto que nos referimos freqüentemente como nosso"stoclc"

de produtos instrumentais, produtos que não

são destinados a consumo direto no sentido comum,

mas que são precisos porque tornam possível um

fornecimento muito maior de produtos de consumo

do que seria possível sem êles. Um exame deste equi-

pamento em capital, de vários países, mostrará grandesdiferenças em sua composição. Alguns possuem um

extenso equipamento industrial, e outros pequeno ou

nenhum. Em qualquer dos casos este equipamento

em capital, juntamente com os recursos naturais e a

mão de obra, constituem a fonte de que deriva a reri-

da nacional. O desenvolvimento de organização eco-

nômica desde o tempo em que Adam Smith escre-

veu, no século XVIII, constitue uma corroboração

das verdades essenciais que estabeleceu. A base

em que melhor poderia ser construída a riqueza das

nações consiste, na opinião de Adam Smith, no reco-

nhecimento de três princípios principais. A produçãodeve ser organizada de acordo com a sua concepçãode especialização e de divisão do trabalho. Isto im-

püca autòmáticamente uma extensão do processo de

troca. Em segundo lugar, afirmou, que a preocupaçãoprincipal da atividade econômica deve ser o interessedo consumidor, uma vez que a satisfação das necessi-dades do consumidor é a verdadeira razão de ser do1 lôrço econômico. Finalmente, asseverou, que os me-libres resultados poderiam ser obtidos se fosse con-cedida aos indivíduos a mais ampla liberdade possível,1 ^conhecendo que sua conduta seria ditada pelos inte-

'esses próprios. Na época atual, as novas aplicações

d° princípio de especialização estão ainda se proces-sandò, e, dentro de certos limites, salienta-se, princi-P<dmente| na atividade econômica o interesse do con-sumi dor. Isto se dá porque o consumidor exerce sua

1 verdade de escolha e é êle que com efeito dita a es-pecie de produtos e serviços a serem fornecidos. Acompleta liberdade de ação da parte dos produtores,

a como Adam Smith a encarou, não sobreviveu. Fo-

ram feitas restrições a esta liberdade, mas quase sem-

pre por motivos não econômicos. Hoje em dia muitas

das mais recentes restrições existentes possuem uma

justificação econômica, tais como medidas governa-mentais introduzidas na defesa de algum produto bá-

sico. Mas a despeito da complicação das condições

atuais, o nosso futuro econômico depende ainda cio

vulto de nossos recursos naturais e adquiridos, queconstituem em conjunto a riqueza nacional, e de nossa

habilidade no uso desta riqueza para prover a corren-

te de produtos e serviços de que necessitamos, isto é,

nossa renda nacional. Podemos agora reunir estas

considerações bastante gerais aos fatos concretos do

presente momento. Podemos expressar numa simples

frase a essência de nossa preocupação do futuro, di-

zendo que precisamos saber de que modo, e por que

causas, nossa renda nacional está em perigo de sofrer

um declínio. Esta é claramente a única base satisfató-

ria em que pode ser construída uma política eficaz.

Mas primeiro devemos definir o nosso objetivo com

maiores detalhes. Conquanto seja verdade que o nosso

fim é conseguir ganhar um máximo de renda nacional

com um mínimo de custo, alguma coisa além disso

também está incluída, a saber, a distribuição dessa

renda. Uma renda nacional crescente será pouco sa-

tisfatória se estiver encaminhando-se inteiramente a

uma pequena parte da comunidade, ao passo que ou-

tras partes ou regiões são capazes de alcançar sómen-

te um padrão de vida muito baixo. Qualquer renda

nacional dada, portanto, representará um grau dife-

rente de prosperidade econômica, de acordo com a sua

distribuição. O objetivo, por isso, é assegurar uma

renda nacional total, tão elevada quanto possível, e

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RIO DE JANEIRO

12

distribuir essa renda de modo que dê os melhores re-

sultados econômicos, ou em palavras mais familiares,

proporcione o padrão de vida mais alto possível. Ago-

ra, a fim de saber a natureza dos perigos que corre a

nossa renda nacional, precisamos conhecer-lhe as fon-

tes e o modo porqúe é ganha. Os benefícios oferecidos

pela especialização foram a causa da adoção deste

princípio em larga escala, de modo que há já muito

tempo estamos acostumados a ganhar uma grande

parte de nossa renda nacional por meios antes indire-

tos do que diretos. Isto quer dizer que nós, e igual-

mente outros países, achamos vantajoso concentrar

nossos esforços de produção, e obter, mediante a troca

com o exterior, muitos produtos e serviços, que nós

mesmos não poderíamos produzir. Entramos aqui no

ponto nevrálgico das dificuldades da presente situação,

porque foi êste processo da troca internacional de pro-dutos e serviços que sofreu a mais séria deslocação.

Mas, a gravidade das conseqüências não devem levar-

nos a desconhecer que enquanto as trocas internado-

nais foram possíveis em escala normal, trouxeram-nos

vantagens reais. Na verdade, não há exagêro em dizer

que sem êle o nosso ritmo de progresso econômico

teria sido muito mais lento, e assim o nosso padrão de

vida também teria sido muito mais baixo. E isto cons-

titue uma útil advertência contra a aceitação imedia-

ta da idéia de que a nossa salvação repousa num movi-

mento para a auto-suficiência ou atarquia econômica.

Pode haver muitas vantagens no reduzir a dependên-

cia do comércio exterior, mas sob o ponto de vista

puramente econômico, é perfeitamente claro que o

nosso maior interêsse é o de permitirmo-nos as má-

ximas possibilidades de trocas internacionais, mesmo

em face de dificuldades. Há outro elemento em nossa

presente situação que é de grande importância e quese relaciona estreitamente com a nossa posição no co-mércio exterior. Somos o que se chama tecnicamenteum país devedor. Significa isto que economicamentesomos um País novo e que o rápido desenvolvimentode nossos recursos econômicos não pode realizar-sesem a cooperação do capital estrangeiro. Noutras pa-lavras, os empréstimos estrangeiros, públicos ou par-ticulares, dão-nos imediata capacidade aquisitiva com

que adquirir equipamento que acelere a nossa produ-cão. Em tempos normais, a produção adicional assimconseguida deve permitir-nos liquidar os empréstimos,e, em acréscimo, deixar-nos uma margem de lucroextra.^ Infelizmente, êsses tempos normais não foram

P

experimentados, e o advento de serias deslocaçÕesmundiais, especialmente desde 1929, nos trouxe umencargo adicional que não era esperado, e, ademais,multiplicou a vantagem do aumento da capacidade deprodução de que nos tornamos capazes. Ao mesmotempo, duma íenda nacional reduzida, ganha mediáíí-te as trocas internacionais, uma crescente proporçãose devia como pagamento por conta de nossas obriga-çÕes externas. Mas parece haver base segura para as-sumir a posição filosófica de que enquanto nossas di-ficuldades foram gTandes por alguns anos, adquirimosvaliosa experiência no descobrir os métodos de fazerface a essas dificuldades, e que a experiência nos seráproveitosa para focalizar os problemas do futuro. Po-demos vei, agoia, que a maior ameaça à nossa rendanacional surge em virtude das condições mundiaissobre as quais não temos controle. Desde o rompi-mento das hostilidades, o número de nossos mercados

O OBSERVADOR — /

estrangeiros que se nos fecharam aumentou, e isttem dupla significação. Primeiro, 110 que respeita

exportação, as quantidade que podemos agora embarcar diminuíram, e, consequentemente, há uma comp<tição concentrada naqueles mercados ainda clsponí-veis. A nossa capacidade de produção para as expor-taçoes básicas foi adquirida em considerável períodde tempo, e, consoante a verdadeira natureza das coisas, não poderia fazer-se prontamente adáptavel

uma rápida mudança da procura. O capital investiuna produção de café somente começa a mostrar unirendimento após um lapso de vários anos, e o mesmase dá em maior ou menor grau com todos os nossos

principais produtos de exportação. Portanto, como só

podemos, atualmente, vender quantidades considerável-mente reduzidas, diminuindo em proporção a fossarenda nacional, obteremos também menos em troca donossas exportações. Mas isso mesmo afeta indireta-mente aquela parte de nossa renda nacional que se de-riva do comércio interno. O produtor para exporta

ção, com o resultado de suas vendas, compra grandenúmero de produtos e serviços nacionais, e se^o seupoder aquisitivo foi sériamente restringido, o reflexonos negócios internos será imediato. Então há as con-seqüências para o nosso comércio de importação, oaqui devemos notar especialmente que os mercados

que perdemos para as nossas exportações compreendem quase inteiramente, países industriais cujas expor-tações normais são produtos manufaturados. E |ãoos produtos manufaturados que constituem uma ele-vada proporção de nossa importação total. As fontesnormais de fornecimento se acham presentementemuito restringidas, e nos é vedada a faculdade de be-neficiar-nos da concorrência de vendedores e comprarem melhoies condições. A nossa tarefa no momento óassegurar fontes alternativas de fornecimento, fre-quentemente só disponíveis com maior custo, ao qualoeve sei acrescentado o mais alto custo de transporteH111 breve, somos exportadores duma classe de produ

tos de que o fornecimento efetivo mundial não é graudemente afetado pela presente situação, mas de que osconsumidoies efetivos se reduzem fortemente em 1111meio. Doutra parte, importamos mercadorias dumc asse era que o fornecimento normal do mundo diminuiu seiiamente, mas sem uma correspondente redúção na procura efetiva.

CONCLUSÕES

Estamos agora em condição de recapitular brevemente as^ principais características da presente situação econômica nacional, a qual pode ser inteiramenteexpiessa em têrmos de renda nacional:

a) O objetivo de nosso esforço econômico nacio-1

^ ganhar a mais elevada renda possível, e assegu

1 ai -lhe a distribuição dum modo que proporcione omais alto padrão de vida.

b) A nossa renda nacional é necessáriamente umaiunção da importância e da forma de nossa riquezanacional.

c) Um aumento em nossa riqueza nacional ou umatransformação de sua forma pode ser assegurada sómente pela aplicação de parte de nossa renda ordiná-11a aquele fim, ou pela obtenção de facilidades do cxteuoi. A aplicação de parte de nossa renda ordináriae ependehte da poupança e não da despesa, e emborapossa parecer a primeira vista que o resultado inevi-tave deva ser reduzir a procura de produtos do con-

MAIS DM GRANDE APERFEI CO

AMENTO DA GOODYEAR

J

|gpneu que taz com que os pneus Gigantes sejam immunes ao exces-

sivo calor interno", tao prejudicial a duragao dos pneus. O novo

Gigante G-3 e um Pneu Maior - zona de flexao Mais alta - area

das paredes lateraes Maior * mais borracha em contacto com o solo.

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E' o novo Gigante G-3 de Baixa Pressão. O primeiro e único

pneu que faz com que os pneus Gigantes sejam immunes ao "exces-

sivo calor interno", tão prejudicial á duração dos pneus. O novo

Gigante G-3 é um Pneu Maior - zona de flexão Mais alta - area

das paredes lateraes Maior - mais borracha em contacto com o sólo.

11 ID

sequentemente, como medida temporaria fora mais sabilidade de cada membro da comunidade. Com uma

que justificado estudar alguma forma de restriqao as vontade geral de compreender e de prestar coopera-

importaqoes. Se assim procedendo, conseguissemos <^ao ativa no esfor<;o nacional, pouco havera que

desviar recursos para a adaptaqao de nossa organiza- temer.

Aumente o conforto de seus auxiliares, instalando, em gp ^seu estabelecimento, um Bebedouro General Electric.Dois excelentes modelos a sua escolha: RM-44, com

com capacidade para 35 litros. Funcionamento automa-

MODiLO RM-54

sumo, a poupança permite a expansão do crédito, o

qual por sua vez pode ser aplicado à adaptação do

equipamento industrial existente, a uma forma mais

adequada às presentes condições. Esta nova iniciativa

dará acidentalmente um novo estímulo à procura cie

produtos de consumo. Isto não constitue um remédio

rápido ou espetacular às nossas dificuldades, nem

possue escopo ilimitado, mas como um fator subsidia-

rio, é de grande importância.

d) Aquela parte de nossa renda nacional prove-

niente do comércio! exterior foi já prejudicada e tal-

vez ainda sofra mais. As nossas exportações básicas

terão que se adaptar às novas condições, e isto em todo

caso será um longo e doloroso processo. Mas a diver-

sidade de nossos recursos pode bem vir em nosso au-

xílio, e na medida em que possamos rápidamente de-

senvolver aqueles para os quais há procura do exterior,

chegaremos até certo ponto a compensar o prejuizo

da nossa renda nacional.

e) A questão de nossas importações não pode ser

negligenciada. Tentar simultâneamente estimular as

exportações e restringir as importações traria muitas

dificuldades práticas, se levada a cabo em grande ex-

tensão. Mas a nossa posição é antes a de que a nossa

capacidade de exportar se acha já prejudicada, e, con-

sequentemente, como medida temporária fôra mais

que justificado estudar alguma forma de restrição às

importações. Se assim procedendo, conseguissemos

desviar recursos para a adaptação de nossa organiza-

ção produtora, então seria isto muito de recomendar,

sôbre a base econômica. Noutras palavras, significaria

isso a aplicação duma parte do dinheiro atualmente

gasto em importações na provisão de produtos de ori-

gem nacional.

f) Finalmente devemos mencionar a influência

psicológica nas questões econômicas. Ela se faz sen-

tir forte e indiscutível, como o prova o simples fato de

ser a confiança a base essencial de todos os negócios

que alcançam sucesso. E tal coisa se dá especialmente

nas presentes condições, pois uma vez que as relações

entre a iniciativa pública e particular são agora tão

estreitas, é de vital importância uma grande confiaii-

ça na economia pública e na política financeira. Não

será de modo algum exagero, salientar o valor de uma

sólida política financeira como garantia da resistên

cia nacional contra as dificuldades econômicas quetraz a situação mundial.

0 quadro aqui traçado da nossa atual situação é

a muitos respeitos inadequado e incompleto. Contudo,

mesmo assim, serve ao seu principal objetivo que é o

de apresentar um esboço dos pontos fundamentais.

Não procuramos de modo nenhum subestimar as difi-

culdacles existentes e aquelas que o futuro poderá tra-

zer. Contudo, uma apreciação imparcial inspira jus-tificada confiança. E' uma questão que toca à respon-

sabilidade de cada membro da comunidade. Com uma

vontade geral de compreender e de prestar coopera-

ção ativa no esforço nacional, pouco haverá quetemer.

Aumente o conforto de seus auxiliares, instalando, emseu estabelecimento, um Bebedouro General Electric.Dois excelentes modêlos à sua escolha: RM-44, comcapacidade para 25 litros de água por hora, ou RM-54,com capacidade para 35 litros. Funcionamento automá-tico, eficiente e econômico. Água gelada a qualquer mo-mento. Um Bebedouro General Electric modernizará assuas instalações, contribuindo para a higiene e o bemestar de seus colaboradores.

MODÊLO RM-44

.s®b

©SWERAL fà

EIECTRltMODELO RM-54

O OBSERVADOR / / /

o OBSERVADOR — L.VI 15 I

CAFETERIA BRASILEIRA LTPA.

Diretor Geral: H. DELIMA 11

l|| AVENIDA RIO BRANCO, 125-Loja I

|| TELEFONE 23-6275 RTO DE JANEIRO I I

I

¦ A

"CAFETERIA BRASILEIRA LTDA." acha-se em contrato de I I

cooperagao na propaCanda da campanha da boa bebida feita pelos I

atuais dirigentes do DEPARTAMENTO [NACIONAL DO CAFE. I

AVENIDA RIO BRANCO, 125-Loj

A "CAFETERIA BRASILEIRA LTDA. acha-se em contrato de

cooperação na propaCanda da campanha da boa bebida feita pelos

atuais dirigentes do DEPARTAMENTO [NACIONAL DO CAFÊ.

RIO DE TANEIRO

16 O OBSERVADOR — lvi

Instantâneos do Recenseament 3

koutros acompa-

freguês.

A MENINADA do morro saltita

e brinca sob o sol meio dúbio

de início de verão. Uns carregam

água, outros enchem ruas e becos com

as suas caras alegres e ingênuas e mais

nham a velha mãe engomadeira à casa de um

Tudo é sombrio no morro. Nem mesmo, agora, o sol, li

bertando-se das nuvens cinzentas que lhe tiravam o brilho

e esplendor, consegue emprestar aspecto de vida a essas

paragens tristes da cidade, da cidade que ficou lá em bai-xo com os seus arranha-céus, suas avenidas e seus cine-mas. No morro, no velho morro esquecido, parece quetudo é beco. As casas aos pedaços, umas por cima das ou-tras, numa desarrumação desconcertante; as cordas deroupas alongando-se no espaço, acenando como bandeirasestranhas; as ladeiras de pedras brutas e os buracos enor-mes feitos na terra, como se houvesse passado ali um ter-remoto - tudo forma um ambiente cheio de curiosidade,de pitoresco e de lamentos.

Pode não ouvir-se o lamento da gente do morro.Mas o visitante sente a súplica nos olhos, naqueles olhosenrugados que passam horas e horas debruçados sobreinúmeras peças de íottpas a tirar manchas e a lhes daruma alvura admirável; naqueles olhos tristes e cansadosque não teem tempo de olhar a paisagem que existe. Sim,poique também existe paisagem no morro. A paisagemhumana, o homem que vive é triste e pessimista, descon-fiado e arisco, mas a paisagem que os nossos olhos desço-brem tem a sua alegria, e a paisagem brasileira, de árvorese árvores, verdes, muito verdes e frondosas. A paisagemque nos atrai e encanta e que mesmo nesse local, onde tudofala de pobreza e de necessidade, onde tudo é anseio re-calcado e desejos irrealizados, envolve-nos de certo encan-tamento, de um prazer que se tenta afastar e que se nãopode.

Procurei várias vezes livrar-me da tentação de umapalmeiia que crescia. Ao passar por ela mudei a vista.Mas, quando voltei, a minha mão inconscientemente, semquerer estendeu-se para a palmeira e acariciou-a.

'

Nãoia nenhuma literatura nesse gesto. As mãos que afa°*a-

ram cabeças sujas de garotos mal alimentados, que afa^a-ram intencionalmente

para obter informes e fotografiasforam as que num gesto automático, instintivo, se alonga-ram ate a palmeira... No morro há também palmeiras'Nao sao bem tratadas como as das praças das cidades, nempalmeiras que recebem ao amanhecer e ao entardecer a vi-sita pontual^ do jardineiro para banhá-las. São palmeirasíusticas, até meio sujas de poeira, que o vento esqueceude levar Mas, são palmeiras. Como os que ali habitamsao também criaturas humanas.

SO' O MAU SENSO NEGARIA A OPOR-TUNIDADE...

_ Nada pode negar a oportunidade de um bom censo

So o mau senso. O que vai revelar o território do Dis-tnto Federal aos administradores brasileiros, empenhados

ar

na obra de reconstrução do Brasil, érealmente extraordinário. Ruas es-

quecidas, casas anônimas perdidas eilbecos que não existiriam para a ima-

0inação mais pessimista, ao par de grandes reservas natu-rais, de fortunas poderosas, de ambientes confortáveis,

enfim, completo retrato da vida brasileira — todos êsscsaspectos constituirão uma gigantesca fotografia do Bra-sil fotografia que não foi deturpada pela lente côr-de-rosa

nem pela lente escura. Instantâneo — é bem o termo paraa operação censitária que se iniciou no nosso País em 1.°de Setembro de 1940, na qual o povo brasileiro não fez

pôse para aparecer.

A amplitude e profundeza da tarefa nos deixam ver-dadeiramente maravilhados com a sua realização, se naverdade ela se efetuar, como tudo indica, com a precisãocalculada pelos seus responsáveis mais diretos. Trata-se,como já teve esta Revista de lembrar várias vezes, de ani-pia investigação, abrangendo sete censos distintos, que in-dagarão do comércio, da indústria, da agricultura, etc.

Parcialmente, quanto ao Censo Demográfico (o objéltivo piincipal desta íeportagem) os questionários vão per-querii sôbie: nome, sexo, idade, condição no domicílio,cor, defeitos

Jisicos, estado civil, número de filhos, natu-

1 ahdade, nacionalidade, língua, religião, instrução recebida,ocupação principal ou suplementar e vários outros quesi-tos, que compõem 45 perguntas em torno da situação decada brasileiro em território nacional, ou estrangeiro emtransito ou naturalizado.

As afirmativas que se teem feito a respeito da gran-diosidade dêsse empreendimento, que marcará, conformeacentuei, o inicio da formação de uma 'mentalidade cens -tá) ia em nosso País, não é feita para iludir a boa vontade do público nem para despertar o entusiasmo patriota-co. Essas afirmativas teem uma base histórica. Bastapoi exemplo, que os leitores tomem conhecimento do decreto 797, de 18 de Junho de 1851, que mandava executa'.-

Regulamento para a organização do Censo Geral (!• •

Império e compare o referido documento com o atual d*cieto-lei número 2.141, de 15 de Abril p. passado, qi

¦¦

regulamenta a execução do Recenseamento Geral de 194'

Estabelecida rápida comparação, esta servirá para dcmonstiar como evoluíram os trabalhos censitários no Brsil e como a emprêsa levada a efeito pelo Serviço Nacinal de Recenseamento servirá para fornecer aos brasileíos um íepositório perfeito de nosso desenvolvimento.Simples ar rolamento da população, que foi o Censo Geraido Império, decretado em 1851, é um ponto de partidapaia salientar a significação altamente valiosa da tarefapresente.

As indagações nos questionários eram apenas feitas,nessa época, com o fim dc apurar o estado civil, a naciona

ade, sexo, profissão, livre ou escravo e lugar de nasci-

m^ (~enso demográfico, um dos sete censos de

40, apresenta 45 itens a respeito de cada indivíduo. Outro detalhe interessante,

que deve aparecer nesta compa-

I ^^n^p^3k, *'"¦'"1 .<^|^^^^^|BjH||||j^^^RnEj|

os QUESTIONÁRIOS. OS A. R. E O PÚBLICO

Como todos sabem, o Distrito Federal conta com

uma Delegacia executora do Recenseamento. Êsse órgão,

no sentido de abranger as quinze circunscijçÕes em que

está dividido atualmente o território desta unidade federa-

da, se desdobrou em 12 Inspetor ias Censitárias e estas,

por sua vez, se sub-dividiram em 53 Postos. Essas me-

didas administrativas visaram emprestar maior eficiência

aos serviços, desde que esses Postos ficariam controlan-

do determinados setores, com um fixado número de domi-

cílios a recensear.

Os Boletins e Questionários demográficos, depois de

impressos nas oficinas gráficas do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, vão à secção cie expedição que,depois de arrumá-los em pacotes de 50 ( Boletins de Famí-

lia — C. D. I. 0 1) ; 50 (Boletins Individuais — C. D.

I. 0 3); 25 (Listas de Domicílio Coletivo — C. D. 1.

0 4); 100 (Miniaturas do Boletim de Família — C. D.

I. 0 5); 50 (Miniaturas do Boletim Individual — C. D.

I. 0 6) e Cadernetas |C. D. I. 2 0) remete-os para a

O CARTAZ E O RECENSEADOR

o Recenseamento, a

Os QUESTIONÁRIOS SAO EMPACOTADOS NA SKCÇAO DE .ÊXPEDIÇA.g

islfel

I BIR - ' ^ifWHHiT^ onde

NA INSPETORIA OS QUESTIONARIOS SAO DISTRIBUIDOS AOS AGENTES...,fjl J/-"

|) -. ¦•

Na Delegacia, a secqao encarregada do controle de

remessa satisfaz aos pedidos das Inspetorias. E vao sen-

do distribuidos milhares e milhares de instrumentos decoleta que passam as maos dos Agentes Recenseadores.Distribuido o material censitario, depois de devidamenteanotado, em cada Inspetoria, da-se initio entao ao traba-

'¦'! Iho do Recenseador. Foi ele obrigado a preparar-se ante-

num curso de para

e das classes en-ferentes. Para evitar conflitos, para realizar o Recensea-

IS mento com o apoio espontaneo de todos os agregados hu- O agente reckxskador se d:I

manos e que eles tiveram aulas especiais e se credencia-

^ ^

¦

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O AG ENT E R EC E X S !¦: A DOR SE D

' •:¦•-• '.< 'v:

::> 'íítíwOÍúi m

obra imortal que lhe custou dez anos; os nossos homens

de letras, de indiscutível talento, constroem trabalhos dc

moda, que passam como passaram a calça tabica e o paie.tó saco.

Pois é esta paciência que foi exercitada no trabalho

do Recenseamento, exercício que continuará com os ou-

tros censos. Obra educativa para mais de quinhentos bra-

fileiros jovens, que se dispuzeram a colaborar em um tra-

pilho de largo interesse para a Nação. Nas infpetorias,

onde recebem o material censitário, eles partem à procurado seu setor de atividades. Aí entram em contato com o

povo, para obter dele respostas para as seguintes pentas: 1) Nome e sobrenome; Sexo; Data do nascimento

{dia, mês e ano) ; Se o recenseado não souber a data donascimento, declarar a idade que presume ter; 5) Qual ccond:ção do recenseado no domicílio? 6) Cor; 7) VJ surdo-mndo? E' cego: De nascença? Por doença? Por aci-dente? 8) E} solteiro? Casado? D esqui todo? Viuvo? 9)Se teve filhos nascidos vivos, declarar quantos; 10) Scteve filhos nascidos mortos| declarar quantos; 11) Idade

cm anos completos na data do nascimento do primeiro f/lho; 12) Número dc filhos vivos na data do recenseamcn-

to; 13) Se o recenseado nasceu no Brasil, declarar o Es-tado; se no estrangeiro, o País; 14) Se o pai do |ecensea¦do nasceu no Brasil, declarar o Estado; se no estrangeiro,

o País; 15) Se a mãe do recenseado nasceu no Brasil, dc-clarar o Estado; se no estrangeiro, o País; 16) Na dona-lidade: Brasileiro nato? Naturalizado brasileiro? Sc es-trangeiro, de que Nação? 17) Se c estrangeiro naturali-zado, em que ano fixou residência no Brasil? 18) Falacorrentemente o português?; 19) Oue língua fala habi-tualmente no lar?; 20) Religião; 21) Sabe ler e èscrc-ver?; 22) Está recebendo instrução?; 23) De que grauou espécie é a instrução que recebe?; 24) Onde recebe ins-trução: no lar? Em estabelecimento público? Em estabe-

O OBSERVADOR

Na inspetoria os questionários são distribuídos aos AGENTES...

Na Delegacia, a secção encarregada do controle deremessa satisfaz aos pedidos das Inspetorias. E vão sen-

do distribuídos milhares e milhares de instrumentos decoleta que passam às mãos dos Agentes Recenseadores.Distribuído o material censitário, depois de devidamenteanotado, em cada Inspetoria, dá-se início então ao traba-lho do Recenseador. Foi ele obrigado a preparar-se ante-riormente, num curso de aperfeiçoamento, para responderàs perguntas e às insinuações dos temperamentos mais di-versos, das educações mais variadas e das classes mais ai-ferentes. Para evitar conflitos, para realizar o Recensea-mento com o apoio espontâneo de todos os agregados hu-manos é que eles tiveram aulas especiais e se credencia-ram como soldados de uma campanha que possue tambémsentido educacional para o Brasil.

Em contato com o seu semelhante, depois de devida-mente compromissados com o Serviço Nacional de Re-censeamento para guardarem o indispensável sigilo, essesmoços lucrarão grande quota de experiência, ouvindo um.ouvindo outro, explicando a todos o que é Recensea-mento. O que tem faltado, sobretudo, ao brasileiro é pa-ciência. Paciência na ação, explico-me melhor. Na con-templação, ninguém mais paciente. Mas a serenidade e pa-ciência na execução de qualquer tarefa são sempre postasà margem por falta de educação social. Nós vemos, porexemplo, como se prepaiam os grandes povos, como seorganizam perseverantemente, como realizam as suas ci~\ ilizaçoes a custa de enormes sacrifícios que duram anos eanos. O brasileiro, não. Ou faz logo, ou se põe para unilado a maldizer de tudo e cai na anedota. Quando nãofinda na pilhéria de mau gôsto.

Não será inoportuno lembrar aqui, nesse capítulo de-dicado a impaciência, como alguns dos nossos escritoreselaboram os seus romances. Livros de 300 e 400 pági-nas, que um Flaubeit levaria 3 ou 4 anos para fazer, ês-ses homens os escrevem em 4 meses e há os casos daque-les que os fazem em 15 dias! Resultado, Flaubert deixou

TZA

BEssas

qualiclades revelaram, na sua maioria, os recensea- \ 1

(lores do Distrito Federal, ao ajudar o preenchimento I

DETALHES PITORESCOS NO MORRO SB

I

DETALHES PITORESCOS NO MORRO

0 OBSERVADOR

lecimrato particular?; 25) Possua algum curso completo

'

diploma dc estudos? Qual?; 26) Se não terminou os

UidoS cm que gráu os interrompeu?; 27) Habilitou-se

frrati*'amente em alguma arte ou ofício? Qual?; 28) Qual

a profissão, ofício, emprego, cargo ou- junção principal que

• T-Ya- 29) Em que ramo de atividade exerce essa ocupa-e'ão

jrincipal?; 30) Em que local de trabalho (estabeleci-

menío, serviço, repartição, etc.) exerce a ocupação prin-'boi?''

31) a ocupação principal é direta ou indiretamen-Cfè

remunerada?; 32) Na ocupação principal c empregado,

empregador ou trabalha por conta própria33) Se tem

alguma ocupação suplementar, qual ét; 34) Em que ramt

de atividade exerce a ocupação suplementar/; 35) Ení que

local de trabalho (estabelecimento, serviço, repartição,

etc.) exerce a ocupação suplementar?; 36) A ocupação

suplementar I direta ou indiretamente remunerada?; 37)

Na ocupação suplementar é empregado, empregador ou

trabalha por conta própria?; 38) Pertence a algum sindi-

cato?; 39?) ê proprietário dc imóvel: Urbano? Rural?;

40) Percebe algum benefício de previdência social?; 41)

Em que qualidade: Aposentado? Jubilado? Reformado?

Pensionista?; 42) Contribuo, pessoalmente, para institui

cão oficial de montepio ou previdência?; 43) Está segu-

rado, em companhia particular, sobre a vida ou contra ris-

ca de acidente pessoal?; 44) Se é morador do domicílio, e

está ausente, em que Estado do Brasil ou País estrangei-

ro se encontra? 45) Se não c morador do domicílio, e está

presente, em que Estado do Brasil ou País estrangeiro

reside?

Como qualquer um [de nós poderá calcular, nao é fa-

cil responder a essas interrogações. Erros, stugem. Aca-

nhamento em mencionar certos detalhes da vida e outras

particularidades. Entre um povo como o norte-americano,

habituado aos recenseamentos periódicos, nao se torna di-

fícil obter essas respostas. Mas o brasileiro, em geral, é

tímido e não está certo anula das finalidades absoluta-

|GE A UM SETOR CENSITAUIO

E COMEÇAM AS PRIMEIRAS DIFICULDADES NO MÔRRO

Um índice expressivo para avaliai-se ate onde atin-

giu a propaganda do Recenseamento e o gráu de recepti-

vidade da população diante das tarefas censitárias reinicia-

das no Brasil depois de 20 anos de silêncio seria acompa-

nhar as respostas do povo ao recenseador. Foi o que ten-

tei fazer. E constatei, senão uma absoluta solidariedade,

pelo menos acessibilidade da parte de todos. Isio moiio a

meninada fez roda em torno do moço alto, de pemeiras c

pasta ao lado. Risos alegres e caras trancadas surgiam ri

cada momento. "Seu

moço, como é que respondo isto?"

Ou outra voz desconfiada: "Seu

doutor, não sei ler! . O

Agente Recenseador, calmamente, abre o Boletim de^ Fa-

mília, explica quesito por quesito, mostra a importância

do Recenseamento e promove uma verdadeira preleção

para os garotos que o rodeiam e para o casal envelhecido

que o ouve atenciosamente. Salienta a necessidade do Go-

verto saber como vive a sua população, lembra o exemplo

de Moisés que foi o animador do primeiro Censo.

Depois de longas explicações, de lápis em punho, o

recenseador recebe um muchocho, com as palavras Ah,

meu senhor, tudo muito bom, mas hoje não tenho dinhei-

ro para comprar Censo. Volte outro dia..." Longe de

insistir para não contrariar, o Agente Recenseador vai

adiante e consegue uma resposta satisfatória com o íeee-

bimento do questionário. Aquele qu| ficou atrás será re-

censeado na volta, depois de ter visto outros companlfi-

ros de rua serem recenseados ao receber o Boletim de Fa

mília para preencher.

120 O

OBSERVADOR -

No morro cleram-se fatos engra^adissimos. Houve Agente Recenseadoi 1 espondeu calniamente: h

garoto que correu atras do Agente Recenseador com uma Reccusectuiculo. Ao teiminai a palavia, o homem

papeleta escrita — 0 Censo nao fas vial a mnguein e be- na carreira. Mais taide o lecenseadoi o encontrou

nejicia a todos — e queria a for^a comprar 200 reis de oportunidade de explicai o que eia Recenseaniento

Censo... Em outra residencia b Agente! Recenseador per- paz palido e de olheiias paiecendo autoi de samba

! deu vinte minutos para convencer urn surdo-mudo que de sou o seu engano, poi§ pensaia que cia Reciutamj"

I - veria responder lealmente ao quesito i|° 7. O represen- Inumeros oUtJJ fatos Lderiam ser menc:•|

I tante do S. N. R.,^ gritara varias vezes se o homem eui aqUj

para salientar a tarefa delicada do Agente Resurdo-mudo, para ajuda-lo a pieencliei o questional io,e e

0 seu esfoggo em levar adiante com sucesso-1 I ^le balaiigava calmamente com a cabeca, lespondenc melindrar

o povo a tarefa do Recenseaniento, que

| que liao. . . E, dificilmente, concordou. hem,

popular e eminentemente educativa. Houve i

IO

morro tristc teve alguns dias de movimento com as que se toma opoituno contai e que serve para ilu

visitas dos Agentes Recenseadores. As casas se movimen- aspecto instrutivo do Recenseaniento. Eneontrou-s

taram, portas se fecliaram e janelas se abriam. Uns curio- censeador, desta vez, com um desses liomens eh

sos esperavam fa sabendo de que se tratava; outros pro- meias letias. Ao pegar no questionaipo, deu prin

| curavam 4esconder-se. O rapaz pciliclo e de olheiras, pa- uma critica cerrada: O recenseaniento deveria s<"l| recendo autor de sambas, aguardou na esquina a aproxi- coisa popular, contendo perguntas a que todos

Jw• I magao do Agente Recenseador. Quando o auxiliar censi- responder. Isto, sim. Que fizeram os senhores, ]

. H tario aproximou-se, ele ficou de {Te. O Agente perguntou inicio do questionario ? Escreveram pRENOME.

{se

era solteiro on casado (para distribuir um Boletim de mem da rua nao sabe o (jue e prcnome."

Familia on uma Folha Indmdual) ; o rapaz palido e de c % , T) , . ,,, - mk ¦:>¦> . ( TV - • i. -j>> r, 0 Agente Recenseador contranasse aciuele

olheiras assustou-se e pere'ultoui r ra que e isto t v) , • 1m 1 estana com um caso a resolver no morro, o que n;

la muito agradavel. Concordou com o cidadao e «

I

I

Uma figura tipica dos morros cariocas

um garoto:

" Men i no, v: sabe o que e prenome?"

este 111090,

^ ipois

ju

tambem^ nao

^sei".

E o cidadac

de favor. A tarefa do Recenseaniento e tambem

W" ou

educar o povo. Aquele garoto foi o primeiro ;

¦ ,.*> \com 0 Recenseaniento, pois aprendeu o significado

f.'flHp. nome. Oue acha?" O cidadao sorriu, recebeu o 1

n^rio sat^s^t0 • ^ra ma^s llllia tmidade censitaria

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brasileira conseguida inteligentemente.

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O CENSO E AS MULHERES

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O CENSO E AS ML LHERES

O OBSERVADOR - - ,<;///

Agente Recenseador respondeu calmamente: IV parj QRecenseamcnto. Ao terminar a palavra, o homem

partiu!na carreira. Mais tarde o recenseador o encontrou e í-ycoportunidade de explicar o que era Recenseamento e o ra-

paz pálido e de olheiras parecendo autor de samba cm í s.sou o seu engano, pois pensara que era Recrutamento.

Inúmeros outros fatos poderiam ser inenciola<!<v>

aqui para salientar a tarefa delicada do Agente Refbnsea-dor e o seu esforço em levar adiante com sucesso e S(M11melindrar o povo a tarefa do Recenseamento,

que é t<iui-bém, popular e eminentemente educativa. Houve uin fato

que se torna oportuno contar e que serve para ilustrar oaspecto instrutivo do Recenseanieihto. Encontrou-se o reicenseador, desta vez, com ura desses homens cheios ciomeias letras. Ao pegar 110 questionário, deu princípio auma crítica cerrada:

"O recenseamento deveria ser uma

coisa popular, contendo perguntas a que todos Jnidessemresponder. Isto, sim. Que fizeram os senhores, lo^o noinício do questionário? Escreveram

J:\RENOME. O lio-mem da rua não sabe o que é prenome."

Se o Agente Recenseador contrariasse aquele homem,estaria com 11111 caso a resolver no morro, o que iião serialá muito agradável. Concordou cora o cidadão e chamou

um garoto: "Menino,

v: sabe o que 6. prenome?" O me-nino, assustado:

"Não senhor''. Então pergunte aqui a

este moço, pois eu também não sei". E o cidadão expli-

cou ao menino o que era prenome, etc. Depois da lição,

o Recenseador lhe disse: "O

senhor me prestou 11111 grau-de favor. A tarefa do Recenseamento é também ensinar

ou educar o povo. Aquele garoto foi o primeiro a lucrar

com o Recenseamento, pois aprendeu o significado de prenome. Que acha?" O cidadão sorriu, recebeu o questionário satisfeito. Era mais unia unidade censitária para a

população brasileira conseguida inteligentemente.

No morro deram-se fatos engraçadíssimos. Houve o

garoto que correu atrás do Agente Recenseador com uma

papeleta escrita — O Censo não faz mal a ninguém e be-

|teficia a todos — e queria à força comprar 200 réis de

Censo... Em outra residência o Agente Recenseador per-

deu vinte minutos para convencer um surdo-mudo que de -

veria responder lealmente ao quesito n.° 7. O' represen-

tante do S. N. R., gritara várias vezes se o homem era

surdo-mudo, para ajudá-lo a preencher o questionário, e

ele balançava calmamente com a cabeça, respondendo

que não. . . E, dificilmente, concordou.

O morro triste teve alguns dias de movimento com as

visitas dos Agentes Recenseadores. As casas se movimen-

taram, portas se fecharam e janelas se abriam. Uns curió-

sos esperavam já sabendo de que se tratava; outros pro-

curavam .esconder-se. O rapaz pálido e de olheiras, pa-

recendo autor de sambas, aguardou 11a esquina a aproxi-

mação do Agente Recenseador. Quando o auxiliar censi-

tário aproximou-se, ele ficou de pé. Ò Agente perguntouse era solteiro ou casado (para distribuir um Boletim de

Família ou uma Folha Individual) ; o rapaz pálido e de

olheiras assustou-se e perguntou: "P'ra

que é isto?" O

Uma figura típica dos morros cariocas

Observei que há muita mulher 110 morro. Mais mu

llieres do que homens. Pode ter sido erro de observar

o que é possível, dada a hora da visita dos agentes ce

tários. Naquele momento, naturalmente, grande parte r< <

habitantes masculinos estariam nos seus trabalhos. Ma-

verdade é que vi muita sajfl nas ruas exquisitas do m

1*0, sáias sujas e rasgadas,, chitas desbotadas e roupas 11

cerzidas. Esta aí nova interrogação a responder. Ha

ra mesmo mais mulher nos morros? Ou por outra:verá 110 Brasil mais mulheres do que homens J.

Conheci 110 Norte um velho amigo que tinha o ha

to (paciente habito) de dar conselhos. A mim dizia se;

pre: "Cuidado

com as sáias! Aqui nestes Brasis são ti

mulheres para um homem. . . "

Ficava muitas vezes nu

laudo nessa observação do velho Amâncio, querendo t

vir dele a voz da experiência, de sessenta anos bem viv

dos como taifeiro de um navio do Lóide. Teria tra/a

aquele homem nas suas travessias pelo mar o algarismcerto das mulheres brasileiras? Ou seria uma decepc^

sentimental o motivo daqueles avisos constantes que icv

lavam, afinal, por vezes, certa malícia e outras vezestravo de amargor e de desprêso ? Para que tanto cuidai' >

com as mulheres? São elas a que se costuma dizer o /<!/

mótif da existência do homem, desde o jovem elegante,

que expõe o corte moderno do seu sinocking, ao pacalo

0 OJiSERVADOK 'VI 21 I

Uma fisionomia que REV El. a DUVIDA If''

climaticas influinclo nos torn- II

pertence aos cientistas) jlfi

orte e Nordeste ofere- .ml

•*;'. jj I

' ^

l'

: I !

raÉwjfefSM^»

pfííS»^

(JiMA FISIONOMIA QUE UEVEI.A DUVIDA

funcionário público, que chegou da repartiçao, tomou o

seu aperitivo e vai deglutir o seu bife com arroz.

As mulheres. . . Desde as de Londres, simples e só-

briãs, no traje e 110 gesto, á norte-americana, ri sonha, fran-

ca ' cheia de scx-apfieal, com escala (sem rigorismo geo-

gráfico) pelas exóticas de Hawai ou pelas morenas quei-

ma das de Miami ou Copacabana — todas ellas... Ora,

meu caro leitor, todas elas são muito boas e são a nossa

preocupação. Agora, eu não quero concordar é com a ge-

neralijiação do meu inesquecível e velho amigo Amancio.

k a simples observação dos cinemas, das praias, dos bai-

lcs, etc., nos deixa esta certeza. Talvez esta afirmativa

car.se decepção a muita gente, mas é o que nos mostra um

rápido passeio retrospectivo pelos algarismos dos diversos

censos de população já levados a efeito 110 País.

Em 1872 a diferença proporcional entre os dois se

:V0S> cm 1.000 habitantes, era de 517 homens e 483 mu-

therrs; 505 homens e 490 mulheres em 1890; 510 homens

c_490 mulheres em 1920. Constatamos, pois, que os alga-

1isrnos num sentido geral são mais expressivos quando se

ligam as calçcM. Há Estados, porém, que servem de sóli-

do argumento para o meu amigo Amancio. Esquecidos

Estados do Norte e do Nordeste, onde a população ferni-

nina loi maior nos diversos censos citados acima. Ou pela^ida

patriarcal que ali se sente com aquele sedentarismo

evidente ou pelas condições climáticas influindo nos tem-

peramentos (este último' detalhe pertence aos cientistas)

a verdade é que os Estados do Norte e Nordeste ofere-

cem- maiores coeficientes femininos.

Coeficientes sexuais do censo demográfico de 1920:

Alagoas, 490 homens c 510 mulheres; Baia, 494 homens

c 506 mulheres; Ceará, 483 homens e 517 mulheres; Ma-

ranhão, 490 homens e 510 mulheres; Paraíba, 488 homens

e 512 mulheres; e assim por diante. Enquanto isto, as

coitas Sul c Centro apresentam panoramas diferentes e co-

eficiente masculino mais signijicativo. .St1 englobadamente

os números da densidade demográfica brasileira se apre-

sentam favoráveis ao homem, deconipondo-se esses uics-

mos números pelas varias regiões do 1 ais, va ifica-se uma

quota bem animadora para a mulher.

Será essa, porém, a mesma situaçao de 1940." Temos

que saber se o elemento feminino continuará sobrepondo-

se ao elemento masculino nos quadros demográficos do

próximo censo a realizar-se no 1 >i asil ou se essa vitona se

limitará apenas aqueles Estados do Noite e do Noideste.

Não sei se será notícia agradável o aumento da popula-

cão feminina 110 País, mas o certo é que, evidenciando-se

isto, levarei muito a sério o conselho daquele tímido e ve-

lho'Amancio, judeu errante dos nossos portos, que con-

tava o povo brasileiro nos dedos e que confiava na sua

mm

a necessidade que o Brasil ^ ;";'?J|^|

mais minucioso que nos fornecesse material para uma ver- _ ,, I

dadeira sociografia dos predios e domicilios nas varias re-

gioes brasileiras. Apurar-se nao somente a quantidade dos ,s .JitfSI

predios existentes como tambem a quahdade deles. Nao

demente nesse ponto como noutros — a significaqao da ' ^pife^ ' _

casa edificada mais ainda a sua independencia com a eco-

A ENGOMADEIRA OUER SABER COMO VAI APARECER NO RETRATO...

experiência para fazer uma afirmativa que muita gente

hoje repete sem bases estatísticas.

Pode ser que a impressão que o morro me deixou seja

a mesma que teve o velho Amâncio nas suas viagens pelo

Brasil. Êle não viu bem a população brasileira, êle jjiaoconhecia estatisticamente a população do nosso País c

aventurava aqueles comentários em torno da quota femi-

nina na formação demográfica do povo brasileiro. Estou

certo de que me enganei. Pode ser que o morro naquela

hora tenha apresentado mais figuras femininas nas suas

fainas domésticas, a cantarolar sambas e a imaginar ro-

mances. Mas, somente mesmo o Censo Demográfico po-

derá nos oferecer a verdade sobre os morros, sobre todo

o Brasil.

OUTRAS IMPRESSÕES E A SOCIOGRlFIA

PREDIAL E DOMICILIARIA

Na Baía, quando estive em 1938, aproximadamente,

senti a necessidade que o Brasil tinha de um inquérito

mais minucioso que nos fornecesse material para uma ver-

dadeira sociografia dos prédios e domicílios nas várias re~

giÕes brasileiras. Apurar-se não somente a quantidade dos

prédios existentes como também a qualidade deles. Não

se trata mais hoje de saber — e a estatística evoluiu gran-demente nesse ponto como noutros — a significação da

casa edificada mais ainda a sua independência com a eco-

A ENGOMADEIRA OUER SABER COMO VAI APARECER NO RETRATO

Uma FAMÍLIA PRESTA INFORMi

f f mm (por ignorancia ou por desleixo) pelas constru^oes est ran- 11

fc.^'*',: *f Se*ras |nconipati|[eis com a regiao. Casas em estilo sueco jj

K&;.,* w* ou finlandes, bangalos de cores berrantes e acachapados |J

mM, . ^mandados construir por pessoas que temem uma imagina- H

| ' §111 ria neve finlandesa, se erguem diariamente em Pernambu- j||

Wml *' "

«'*« *co'

Alagoas, Paraiba. E' esta expressao arquitetonica do • jli

Pais que o Censo Demografico vai tambem fornecer. Nao j

H .J; significa apenas contar predios e contar populaqao. Deixa- |9

¦ r~ 'fSiii r^a a esta^stica de ser o que e realmente: uma ciencia ser- |»-

m, vindo a todos os ramos do saber humano, se se limitasse I

if .' m ^WPj^jj a essa contagem pura e simples que findaria por se tornar

i i ¦ ^BBBr monotona

e cair no esquecimento. ! |

Sabcmos que i//z tfos dngulos Jiojc mais interessantcs ill

.• ? v flBr r fundamentals para os estudos |ociologicos c a fain ilia, f j|

: mW P ambiente domeStico com os sens problemas. Os socio- |||

lvy°s amcricanos costumam dizer que os sens estudos co- IN

I 1,le(am nos rcspectivos quartewoes residenciais. E send! |H

§• :j^WsiHWyHWy ... assim, os brasileiros terao brevemente um repositorio for- |'| j

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trabalho de documcntagdo estatistica neste j'h

S> ponto prende-se a um duplo problema: dcterminar o ge- Hi

»••' /¦ -:%&'$ ¦rlW^^M "cro (*r rcl(!(vcs <'llfrc os elcmcntos de que se com poe !•:

pKBpj^ fam ilia e o chefe da famUia c definir cm scguida as com- ,•

BgBflHBHBB^B .4 aUr^i posigocs homogeneas e as familias de elcmcntos mistos. I';

d csc r ever as for mas das composigocs mist as e mcdir o (/ran ;

beterofjeiieidade. 0 ponto de vista sociogrdfico retje ;

CONSRGUR DIRIGIR-SE A UMA MORADORA. . j'

¦)F.S COM CRRTO DOM HUMOR j9

I ajudar o Uecenseaniento. As classes compreendem que, -V ;j|

I coutando numericamenle. sem personali/.ar o cidadao X ou '***-?:' ' .j|t

I Z, as suas necessidades, translonnando em si'nteses esta- j||

I tisticas as suas ([uestoes -— entrando cientiiicamente em j|(

1 cotitato com os governos — e ([lie os governos podem re- , #• 1

;I solver os^seus problemas. Mais vale uma tabela estatistica ^

l (?6gico ja baistante conliecido pela coletividade. sv\

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I mando conhecimento da experiencia dos outros povos, pro ^jS|^ ^f A

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com o cliiiui anieno^ cia cuUulc (1<> Sai I

"* * a

O OHSKKA AIK)I-

(por ignorância ou por desleixo) pelas construções estran-

geiras incompatíveis com a região. Casas em estilo suéco

ou finlandês, bangalôs de cores berrantes e acachapados

mandados construir por pessoas que temem uma imagina-

ria neve finlandesa, se erguem diariamente em Pernambu-

co, Alagoas, Paraíba. E' esta expressão arquitetônica doPaís que o Censo Demográfico vai também fornecer. Nãosignifica apenas contar prédios e contar população. Deixa-ria a estatística de ser o que é realmente: uma ciência ser-vindo a todos os ramos do saber humano, se se limitasse

a essa contagem pura e simples que findaria por se tornar

monótona e cair no esquecimento.

Sabemos que um dos ângulos hoje mais interessantes

c fundamentais para os estudos sociológicos c a família,o ambiente doméstico com os seus problemas. Os soció-

logos americanos costumam dizer que os seus estudos co

meçam nos respectivos quarteirões residenciais. E sendn

assim, os brasileiros terão brevemente um repositório for-

midável de informações com o término do Censo Demo-

gráfico. "O

trabalho de documentação estatística neste

ponto prende-se a um duplo problema: determinar o gc-nero de relações entre os elementos de que se compõe a

família e o chcfc da família e definir em seguida as com-

posições homogêneas e as famílias de elementos mistos,

descrever as formas das composições mistas e medir o graude heterof/eneidade. 0 ponto de vista socioorájico rege a

CoXSRGUB DIRIGIR-SE A UMA MORADORA...

|)RS COM CRRTO DOM HUMOR

ajudar o Recenseamento. As classes compreendem que.

coutando numericamente, sem personalizar o cidadao X ou

Z, as suas necessidades, transformando et|J sínteses esta-

tísticas as suas questões -— entrando cientificamente em

contato com os governos — é que os governos podem re-

solver os seus problemas. Mais vale uma tabela estatística

ou a nota interpretativa dessa tabela do que uni discurso

no qual a palavra escrita ou falada tenha o travo demj-

gógico já bastante conhecido pela' coletividade.

Dessa maneira, espera-se que o povo brasileiro, t

mando conhecimento da experiência dos outros povos, pre

cure acostumar-se a essas indagações que não teem outra

tinahdade que a de contar ao Brasil as suas necessidades

e suas riquezas. Na Baía — conforme ia dizendo no iní

ci<> desta nota — senti pela primeira vez a necessidade

dc um niquérito com essa amplitude. Comparava a velha

paia de Todos os Santos, pitoresca e acessível ao viajan-

te, as cidades nordestinas e me impressionava com as suas

construções. Observem que a cidade de Salvador deixa

uma forte impressão de grandeza. Tudo ali é casarão com

paredes sólidas e janelas amplas. A casinha de duas por-tas e uma janela, habitação comum ao nordestino, quasen;m é encontrada na capital baiana. Usse sentido como

dista do lar, essa concepção inglesa do domicílio que se

observa na Baía, permanece e rara é a construção moderna

com o único andar térreo.

Contrastando com o clima ameno da cidade do Sai

vador temos o clima quente cie cidades nordestinas onde

°s seus habitantes paradoxalmente se deixam influenciar

I0/1 0

nnSERVADOR II,Z4.

-jl ^ ../' "'^--v-

¦ .IVV^;'s ' ;- y V' <v */^;*-:'<V%/ • • :^4SSStB ¦ *•

• "III 1 -§il .

NUMA RESIDENCIA A DEMONSTRAR AS FINAL1DADES DO RECENSEAMENTO. . .

,|| cxecugao desse cstudo sob a rubric a das camadas sociais c a respeito dc profissao, situaqao social, etc., caracteriza <

das categorias c

camada social aI • '

camada superior,

higienicas c dc cc

I ralj o trcm dc vie

J ji tes de dcscrever

| distingdo nitida e

J iS vera se has ear sc

mm casa, p or que procaracteriza toda

de que a famUia.... cam a toda uma

fissao inteirmentc

locatdrios de quocompletamente a

se na categoria c

|| do, na re alidade,

J| (GUSTAVO T1

ternacional de E

Lendo-se es<

dade com que os

cluiram no Bolet:*

numero 5 que m

qao ao Chefe da

m-" 81

-1

l**® si.

Numa residencm a demonstrar as finalidades do recenseamento

O observador n,

execução desse estudo sob a rubrica das camadas sociais c

das categorias c ramos de profissão. E} claro que de uma

camada social a outra, de uma camada inferior a u'ma

camada superior, a composição da famíliaas instalações

higiênicas e de conforto c densidade de habitação e, em ge-

raly o trem de vida apresentam importantes variações. An-

tes de descrever essas variações'• convém estabelecer uma

distinção nítida entre as camadas sociais. Tal distinção de-

verá se basear somente sobre a posição social do chefe cm

casa•, porque profissão ou a exposição social deste é que

caracteriza toda a família. Contudoy não nos esqueçamos

de que a família pode comprccndcr pessoas que perten-cam a toda uma outra classe social ou exerçam urna pro-

fissão inteirmente diversa da do chefe de família. Os sub-

locatários de quartos ou de leitos, se existem, deformam

completamente a imagem social da família ao computar-

se na categoria da posição social do dono da casa, quan-do, na realidadeI cies fazem parte de outras categorias

(GUSTAVO THIRRING — Membro do Instituto In-

ternacional de Estatística.)

Lendo-se êsse último período verifica-se a oportuni-

dade com que os técnicos do Recenseamento brasileiro in-

cluiram no Boletim de Família (C. D. I. 01) o quesitonúmero 5 que indaga da posição do recenseado em rela-

ção ao Chefe da Família, que, completado com os outros

Escrevi em número anterior do O OBSERVADORECONÔMICO E FINANCEIRO que o atual Governo

a respeito de profissão, situação social, etc., caracteriza <

cidadão; identificando-o como um membro da família ou

como agregado, hóspede, inquilino ou pensionista.

Na viagem que fiz com alguns recenseadores pa,'

que esta reportagem fosse um reflexo da observação n

tive oportunidade de ouvir algumas respostas desconce

tantes, de pessoas que declaravam que "não

tinham </

dar satisfação da sua vida" (sic), que o governo nao p' '

cisava saber se ali havia rádio ou criações domésticas

outras tantas evasivas que, longe de refletirem má vont

de, são apenas um índice de desconhecimento das altas ;

nalidades de uma operação censitária. Nos morros, cor

nas avenidas, os moradores apresentaram algumas duvida

sôbre o Recenseamento, ligando-o a finalidades fiscais. 1

sas suspeitas, felizmente, foram esclarecidas pelos Age:

tes Recenseadores, c^ue procuraram explicar claramente

em linguagem acessível o objetivo do Recenseanienb

Não fôra isto, e muitas informações teriam sido ocult

das por medo ou por incompreensão.

m

[ido. por um e|timulo constante e en- por em, conhecer a historia completa desses numeros; que | j

as culturais e cientilicas. Entre es- de interessante haja acontecido para a sua presen<;a na |

incluidos todos os inqueritso ate follfa de papel que examinarem. Nao saberao das sensa- |j|

ais, jcoitio o do Institute de Aposen- coes dos que consegtiiram esses numeros, nem daqueles ||j;j|

is. Empregados de Transportes em que os forneceram. E sensaqoes houve, e de vario aspecto, j jfj

irios, o do Salario Mininfb e outras como, por exemplo, a sofrida por aquele Rioeo palido e de I A

am investigar a vida brasileira. Jesses olheiras, parecendo autor de sambas, que nao desejava ;

> ser agora completados pelo Recen- trocar a sua liberdade de homem do morro pela vida pa- H,(U0,

que e a visao panoramica do triotica, mas reclusa, da caserna. m

Nem sentirao a alegria que aquela crian^a demons-

mos, aproximadamente, e poderemos trava pela possibilidade de adquirir uma coisa nova, ao in

a esijiiuQar, numeros sedutores a in- insistir pela compra de duzentos reis de Censo... jib

itisticaS que falam, podemos assim di- His o resultadf do Recenseamento, friamente expres- If

^ fuacao como se

jfosse fotogra- SQS

na tdboa numerica, pelos beneficios que forcosamente ,j

fia. O que hoje ainda se faz tendo como base o kecen- trarao aos que tiveram com o Censo as mais diversas sen- ||

seamento Geral de 1920 pode-se fazei amanha com o au- sagoes, para aqueles, mesmo, que, fieis a tradiqao brasilei- 1]

xilio de smteses numericas que cxpiimiiao \eidades des- ra para qualquer assunto criar uma anedota, para to- M

I conliecidas para a maioiia dos biasikiios. dos, enfim, o Recenseamento de 1.° de Setembro sera de ij

Os nossos sociologos, honiens de gabinetes, donos de efeilos os mais interessantes.111Tn cultura em eeral bem orientada, mas sem a nocao ob- ^ . nMIuma

i• i i i *1 • .i o- Com seu resultado, o Poder Publico que, ja em o eie-

ietiva da realidade brasileira, c todos os outios nossos es- . I?1 ,i~i-i 4 i 11 1 tuando demonstrou uma deliberaqao mdisfarcavel de co-

tiirl osos Doderao divukrar trabalhos cxcelentes a respeito L, i-, • • . - .

JUdiobub puu^itiv. a nhecer as necessidades e realidades nacionais, estara apto

do Bras 1 com a aiuda dos numeros e com uma base se- r{l(

1)lclbU' ™ J , a entrentar e resolver, com conhecimento mmucioso, osgui-a, resultado do maior mquento censntano realizado na , , rln 1Ma ' ]i* pl ODlCuIclS CIO X cll^> •

America do Sul, nestes ultnnos tempos. 1

files terao nos sens gabinetes o ([lie os recenseado- Sao, agorM de gratidao e confianQa os sentimentos que

res foram buscar nas ruas. deveremos dedicar aos nossos administradores, pelo que

files terao friamente representados os numeros indi- de beneficios seguramente propoicionaiao, com os tesul-

cativos de pessoas, coisas, objetos, Nao llies sera dado, tados obtidos, ao Io\o e a Na^ao. |i

^

^

^

^

^

^

^

PARA EM SEGUÍDA EX,PlJ$CAR-LHE O QUESTIONÁRIO

O OBSERVADOR

r-tís vem se definindo por um estímulo constante e en--,-ico

às iniciativas culturais e científicas. Entre es-

tls

'K)

naturalmente incluídos todos os inquéritso até

realizado! no País, como o do Instituto de Aposen-

tadoria e Pensões dos. Empregac|)s de Transportes em

Qiru-as dos Industriários. o do Salário Mínimo e outras

nn; ' restritas que visam investigar a vida brasileira, fisses

trabalho! parciais vão ser agora completados pelo Recen-

lealientj Geral de 1(H0, que é a visão panorâmica do

Brasil.Mais uns dois anos, aproximadamente, e poderemos

ter material precioso a esmiuçar, números sedutores a in-

terpretar, tabelas estatísticas que falam, podemos assim di-

zer. e que exprimem uma situação como se fosse fotogra-

fia. O que hoje ainda se faz tendo como base o Recen-

seamento Geral de 1920 pode-se fazer amanhã com o au-

xílio de sínteses numéricas que exprimirão verdades des-

conhecidas para a maioria dos brasileiros.

Os nossos sociólogos, homens de gabinetes, donos de

uma cultura em geral bem orientada, mas sem a noção ob-

jetiva da realidade brasileira, e todos os outros nossos es-

tudiosos poderão divulgar trabalhos excelentes a respeito

do Brasil, com a ajuda dos números e com uma base se-

oura. resultado do maior inquérito cens-itário realizado na

América do Sul, nestes últimos tempos.

files terão nos seus gabinetes o que os recenseado-

res foram buscar nas ruas.

files terão friamente representados os números indi-

cativos de pessoas, coisas, objetos, Não lhes será dado,

porém, conhecer a história completa desses números; que

de interessante haja acontecido para a sua presença na

folha de papel que examinarem. Não saberão das sensa-

ções dos que conseguiram esses números, nem daqueles

que os forneceram. E sensações houve, e de vário aspecto,

como, por exemplo, a sofrida por aquele moço pálido e de

olheiras, parecendo autor de sambas, que hão desejava

trocar a sua liberdade de homem do morro pela vida pa-

triótica, mas reclusa, da caserna.

Nem sentirão a alegria que aquela criança demons-

trava pela possibilidade de adquirir uma coisa nova, ao

insistir pela compra de duzentos réis de Censo...

Mas o resultado do Recenseamento, friamente expres-

sos na táboa numérica, pelos benefícios que forçosamente

trarão aos que tiveram com o Censo as mais diversas sen-

sações, para aqueles, mesmo, que, fiéis à tradição brasilei-

ra de para qualquer assunto criar uma anedota, para to-

dos, enfim, o Recenseamento de 1.° de Setembro será de

efeitos os mais interessantes.

Com seu resultado, o Poder Público que, já em o efe-

tuafdo, demonstrou uma deliberação indisfarçável de co-

nhecer as necessidades e realidades nacionais, estará apto

a enfrentar e resolver, com conhecimento minucioso, os

problemas do País.

São, agora, de gratidão e confiança os sentimentos que

deveremos dedicar aos nossos administradores, pelo que

de benefícios seguramente proporcionarão, com os resul-

tados obtidos, ao Povo e à Nação.

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SJ. PADAUrTO -<336

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BA-

MAR... Águas mansas e águas agitadas que ba-

nham terras de países desconhecidos; correntes trai-

coeiras que revelaram nações hoje poderosas; águas ver-

cies e inquietas que foram a preocupação de grandes impé-

rios e que desafiam a potência guerreira de alguns po-

V0S. o mar. Atlântico. . . Pacífico.. . Mediterrâneo. . .

E a luta se processa violentamente e a visão trágica dos

tremendos conflitos armados se repete com outras figu-

ras com outros instrumentos, com novos e temíveis meto-

dos de destruição. Dir-se-ia que os povos, afastados de

sua missão natural de realizar uma vida útil, estariam ven-

dói no mar tesouros inconcebíveis, maravilhas de história

de mil e uma noites, e se empenhavam, assim, na conquis-

ta dessas preciosíssimas jazidas. Mas os egípcios foram

os culpados de tudo: revelaram à humanidade a força de

uma embarcação, o prestígio de uma tripulação audaz e

forte para o desenvolvimento do comércio ou para uma ba-

talha. Depois dos egípcios, fenícios e gregos, impulsiona-

dos pelos mesmos desejos imperialistas, levados por esse

extraordinário ideal de conquista, desenvolveram os meios

de navegação, estabeleceram colônias, dominaram povos,

instalaram governos, tiveram uma arte, uma literatura, uma

civilização.. . Isto tudo, três mil anos antes de Jesus

Cristo.

Não se pode mais negar a influência do mar na civi-

Ijzação dos povos. Com exceção de poucos países, todos

eles, antigos e modernos, tiveram que se voltar para o

mar. Aí, na imensidão e na força gigantesca e inconcien-

te das águas, encontraram êles o caminho próprio de es-

coamento para as suas riquezas e conquista de outras.

Não era sem razão que os cartaginezes, romanos e depois

arabes, se sucederam sempre no desenvolvimento das suas

forças navais, criando impé-

lios que tinham como base

(detalhe paradoxal) o mar

Talvez mesmo por isso, ba-

seando os seus domínios nas

águas inquietas e sempre vo-

jviveis do mar, esses impérios

ienham se desmoronado, a

êles tenham se sucedido ou-

tros com a mesma sorte, com

o mesmo destino, com a mes-

ma trajetória histórica. O

mar inspirava alegorias e as

proas dos navios tinham de-

cor :enes de sereias, peixes e

símbolos copiados das ondas.

Não foi senão com o domí-

nio do Mediterrâneo qvie a

ambição atingiu o sevi climax.As suas esquadras, temíveis,

cruzaram as águas maciasdurante

quase um milênio,cm todas as direções, en-frentando todos os ventos,ameaçando todas as terras,carregando exércitos paravários

pontos onde o domí-ráQ de Roma se fazia sentir.

No MOMENTO EXATO DO TIRO, FOI BATIDA A FOTOGRAFIA

Mas, se o mar tem sido favorável a certos homens de

gênio, se o mar tem sido o caminho certo para o surgi-

mento de outros povos e de outras nações, tem todavia

aplicado derrotas desconcertantes e escapado aos cálculos

cuidadosos dos estrategistas mais perspicazes. E' que,

para utilizar-se o mar, se torna necessária muita fôrça ou

nenhuma, para deixar-se a flutuar, sobre as águas, à mer-

cê cios seus desejos, ou dominá-lo nos pontos fundamentais

E aí está a história sempre marcante de Napoleão I, um

dos maiores estrategistas qvie o mundo conheceu, pelaenergia pessoal e pelo gênio guerreiro» O sevi objetivo de

dominar o mundo, a sua crise de submeter vários povos ao

seu cetro, crise que teve como hospital de cura uma ilha

sossegada e até romântica, foi por terra, ruiu, porque fal-

tovi ao caudilho o domínio dos mares. A derrota franco-

espanhola abriu — não havia duvida nenhuma — novos

horizontes para a Inglaterra e lhe assegurou o prestígio

no Atlântico e no Mediterrâneo.

Outros fatos poderiam ser lembrados. A derrota dos

russos 110 mar Negro, o domínio do Báltico pelos ingleses

e franceses, o bombardeamento de Odessa, o domínio da

Coréa, as lutas entre Japão e China, entre Japão e Rússia,

etc., não mais são do que tentativas de domínio dos ma-

res para a solução dos desejos expansionistas dêsses po-

vos. O Brasil também possue o seu exemplo de prestí-

gio marítimo. Não fossem as manobras da esquadra bra-

sileira contra o Paraguai, facilitando o controle das águas

com o paralelo avanço do exercícito brasileiro, bravo e

cheio de coragem para a luta, talvez a insensatez de Lopez

o tivesse levado a uma vitória. E as lutas continuam, cada

dia mais cruentas, cada vez mais aniquiladoras. Os do-

mmaiores do mar se sucedem ! Uns usaram arpoador; ou-

tros usam canhão; as minas

substituíram as tochas incen-

diárias; o submarino, perigo-

so e destruidor, segue a sua

rota de assassínios em mas-

sa; mas o mar atravessa a ci-

vilização, atravessa séculos e

continua o . mesmo, indife-

rente na sua fôrça às am-

bições humanas e contei-

ouindo, sem querer, para que

a humanidade se destrua na

cegueira injustificável de uma

Serra terrível.

1 OUANDO A MÁQUINA"SUBSTITUE O REMO

Interessante obs ervar-se

como evoluíram os proces-

sos de navegação utiliza-

los pelo homem. E coube a

Van Loon traçar-nos a his-

tória extraordinária das em-

barcaçõesf desde as suas éras

mais remotas, ao tempo de

hoje, dos grandes cruzadores

e rápidos submarinos. Com

a evolução dos meios de na-

vegar destinados puramente

O observador -

Marinha

*&.'¦ - . .. .... -, I i'i>Miii i*

I 28

O OBSERVADOR — lvi I

"~~'T'''i||' Informa-nos ainda Teotonio Meircles, na sua CM l isi^ ia I

'•• que os navios de guerra traziam maior numero de rem >s. I

"A maior velocidade era ja naquele tempo consider;-d| I

como primeira necessidade aos navios de guerra e, , i( I•j 1

%""C isso, todos eles tinham diversas ordens on carrciras de I

£wmam "Jto

wK remos superpostos; crescendo debaixo para cima, o com- I

-! WKttmm^rf' Ifg jpiLg||primento dos remos". I

JHEPIp ^As celebres Guerras Persicas para o doim'nio do mar I

fas/f Egeu e as vitorias dos cartaginezes no est re i to de Messina I

^'x^ e na §lc^ ^oraS BJanQadas nessas complicadas embarc a- I

..! qoes, de remos tao pesados que por vezes necessitavam

|e I

I'i dois homens para move-los. Mesmo assim, esses povos I

M'\ ^> -#jl^^H realizavam guerras tremendas, guerras que duravam com I

j|i anos... Ja no reinado de Ramses ITT apareeeram tribim I

I I ^SHSflnX cjiamadas

"povos dos paises do mar" e provinham dos I

territorios que os fenicios tinham posto em contato com I'J&- iivilizatao

do Oriente, os sens habitantes, atraidos pefas I

|| riquezas

que conheciam, desejavani visitar a patria dos 1

I mercadores estrangeiros, com quem troeavam preciosas I

I fe me

Oricken — Vol. I — pag. 251). E (jtiando em 450 I

||fc; Cimon empreendeu a ultima expedijao armada contra I

Chipre, e que enviou sessenta navios contra Amiijeo, I

sis embircaqoei de guerra tinham o ja citado espigao de I

i||].

que II O espigao bronze foi, I

I peri go sa das guerras man ti mas, ate que os romanos desco- I

I o arpeo. Essa I

I ^barcaqao

adversaria, foi o fator fundamental I

alcanqada pelos romanos contra os cartagineses. Depois I

surgiu a invenQao de Arquimedes, de atirar lortes I

a grande distancia por meio de engenhos dificeis e lrruito I

JI :trabalhosos.

Dessa mesma epoca, aproximadamegte, I

giu a polvora, que muito auxiliou o arremesso desses I

cos incendiarios. A proporqao que as guerras iani se I'ft cedendo

e que o dominio dos mares ia se tornando 1

11$ l vez mais necessario, os diversos paises foram aperfeicoan- I

ill do as suas maquinas de guerra. Com a polvora surgia I

~|$ Popa da Galera Imperial... novo elemento de destruiqao. E ingleses e franceses, que I

relutaram um pouco em aplica-la, tiveram que, aperfei I

te ao comercio veio, tambem, o desenvolvimento das qoando-a, utiliza-la tambem. Depois surgiram os navios

iniciativas guerreiras. Para a expansao economic! so- vela, com a intenqag da bussola para o aproveitamcnto dos

bre o mar se tornava imprescindivel a frota de guerra. ventos, e com essas novidades os liolandeses, primeiro,

E a frota de guerra tambem foi sofrendo modifieaqoes. depois os ingleses, conseguiram apresentar as mais efic;

As informaqoes mais autorizadas dizem, por exemplo, entes esquadras do mundo.

11^1 ci116 as embarcaqoes de guerra, as mais antigas, do tem- Depois dos navios a vela, como uma etapa super

P® ^os fenicios, nao acomodavam mais do que cincoenta das embarcaqoes a remo, dos antigos dominadores do m:tripulantes ou lemadores. Largas chapas de metal lhes surgiram os modernos cruzadores, rapidos e solidos, q1asseguravam certa solidez na^ popa e um longo esporao constituem hoje a maquina de guerra mais moderna i:

11^1 a ornava a P^a- -^ss<^ espoiao^ todo foi i ado de ferro, era lizada

pelas potencias. A evolucao de certo modo nao i

II como que 0 sim 00 a agressao. muito

rapida, mas verificamos que a humanidade dia a di

11^1 Discutia-se tambem a questao dos numeros de remos. se aperfeiqoa na arte de destruir. A maquina, desein

O OBSERVADOR

Informa-nos ainda Teotônio Meireles, na sua ^HistóriaNaval Brasileira", (pag. 2 — Prólogo — Ecl. de Ir-

que os navios de guerra traziam maior número de ren- »s.

|A maior velocidade era já naquele tempo considei ida

como primeira necessidade aos navios de guerra e, , mr

isso, todos eles tinham diversas ordens ou carreiras de

remos superpostos; crescendo debaixo para cima, o com-

Irimento dos remos".

As célebres Guerras Pérsicas para o domínio do mar

Egeu e as vitórias dos cartaginezes no estreito de Messina

e na Sicília foram alcançadas nessas complicadas embarca-

ções, de remos tão pesados que por vezes necessitavam de

dois homens para movê-los. Mesmo assim, esses povosrealizavam guerras tremendas, guerras que duravam cem

anos... Já no reinado de Ramsés ITÍ apareceram Irihm

chamadas "povos

dos países do mar" e provinham dos

territórios que os fenícios tinham posto em contato com a

civilizacão do Oriente, os seus habitantes, atraídos pelasriquezas que conheciam, desejavam visitar a pátria dos

mercadores estrangeiros, com quem trocavam preciosas

mercadorias". (HIST§)RIA UNI\ ERSÂL — Guilher-

me Oncken — Vol. I — pag. 251). E quando em 450

Cimon empreendeu a última expedição armada contra

Chipre, e que enviou sessenta navios contra Amirteo, es-

sas embarcações de guerra tinham o já citado espigão de

bronze, arma que caracterizava a embarcação guerreira.

O espigão de bronze foi, durante muito tempo, a arma

perigosa das guerras marítimas, até que os romanos desço-

briram o arpéo. Essa outra, atirada de longe, de uma em-

barcação à adversária, foi o fator fundamental da vitória

alcançada pelos romanos contra os cartagineses. Depois

surgiu a invenção de Arquimcdes, de atirar fortes massas

a grande distância por meio de engenhos dilíceis e muito

trabalhosos. Dessa mesma época, aproximadamente, sur

giu a pólvora, que muito auxiliou o arremesso desses hlo

cos incendiários. À proporção que as guerras iam se sit-

cedendo e que o domínio dos mares ia se tornando cad;i

vez mais necessário, os diversos países foram aperfeiçoai!-

do as suas máquinas de guerra. Com a pólvora surgia

novo elemento de destruição. E ingleses e franceses, que

relutaram um pouco em aplicá-la, tiveram que, aperíei-

çoando-a, utilizá-la também. Depois surgiram os nafios 1

vela, com a intenção da bússola para o aproveitamento do:-

ventos, e com essas novidades os holandeses, primeiro,depois os ingleses, conseguiram apresentar as mais efic;

entes esquadras do mundo.

Depois dos navios a vela, como uma etapa superi-.

das embarcações a remo, dos antigos dominadores do m:

surgiram os modernos cruzadores, rápidos e sólidos, cr

constituem hoje a máquina de guerra mais moderna ir

lizada pelas potências. A evolução de certo modo não I

muito rápida, mas verificamos que a humanidade dia a cli

se aperfeiçoa na arte de destruir. A máquina, desenvi

Popa da Galera Imperial

QUE, EM 1808, CONDUZIU D. JOÃO VI DE BORDO AO CAIS

'Mi

mm

I

I

^

^^ ^

I O mar tambem trouxe a Portugal todas as vantagens, nhuma, conio precursora (las conquistas mais audaciosas^ 11

I constituido conio Estado costeiro, com interesses mariti- E| conseguida.a iota man una. paia. admirado das I

E mos definidos e claros. Depois, as lutas constantes con- trole do trafico meditenaneo, o munc mialidades de I!

i t|a niuc^ulmanos, tendo a frente o caratcr combativo do in- vitorias portuguesas^ acanQacas gi 1

tantc D. Henrique, e o ideal mistico de converter os in- estrategista de Afonso c e t uquerque.g p ? !

| iieislf foriiaram poderoso comple.xo que atirou a pequena M.as as vitonas piecisavam serm '

, .Q e'tam- I'l

¦ heroica nacao para o mar, cqlocando-a, sem duvida ne- tava ao pequeno pais 0 elemento hiunano necessano e, tai M

1 H

mm-: ¦ ™n

%ÍÉÍÉ£iÈ

H5W

0 OBSERVADOR — LVl

7 ulo vários quilômetros por hora, movendo essas forta-

i^íaV marítima! substituiu os braços tatuados dos egípcios

t" mãos calosas dos escravos romanos, que serviam

? ^Kiuisti dos seus imperadores, insaciáveis de glórias e

de riquezas.

o DOM ÍX IO DO MAR E O BRASÍL

Foram as conquistas que trouxeram os portugueses

nr t o Brasil. Por essa época a nação lusitana queria

aproveitar) a todo custo o resto da fôrç| marítima para

manteri o seu império. A desorganização interna que se

evidenciava, a anarquia reinante de um governo que mal-

baratava o seu tempo cm luxos e apresentações suntuosas,

concorriam para essas tentativas de Portugal, na época

possuidor de uma das mais belas e bem equipadas frotas.

E foi com o impulso para a ampliação do seu poder, com

o" desejo de fundar novas colônias, que Portugal desço-

Iriu o Brasil. Herdeiros, talvez, das ambições mercantis

dos Íenícios, com uma noção pi<it.ica e imediatista da \ida,

os dirigentes portugueses guiavam-se sempre em busca de

lantagens e com a força naval garantiam a subsistência

de uma nação meio parasitária, vivendo do que a pilha-

ocm marítima poderia facilitr.

Aliás, essa política do mar, como se pode dizer, é an-

tiga desde os fenícios, que encontraram nela sua base eco-

nômica. "O

povo mais antigo que achou 11a industria e 110

comércio seu principal interesse econômico foram os tem-

cios. Sua pátria educou-os para a navegação e o comércio

marítimo. Sobre a estreita franja do litoral da Síria, inié-

diatamente atrás da qual se elevam escarpadas montanhas,

e mais para o interior o desolado deserto sírio-arabico,

oferece a agricultura uni rendimento mísero, pela escassa

fecundidadj do sólo. Compreende-se, deste modo. que os

habitantes considerassem desde época muito remota o mai

como fonte cio seu sustento : o mar toi o elemento étnico

dos fenícios." (T1ISTÓR1A DO COMÉRCIO MUN-

DTAL — Max* Georg Scbmidt — pags. 10-11 — Athe-

na Editora — Rio).

O mar também trouxe a Portugal todas as vantagens,

constituído como Estado costeiro, com interesses maríti-

ínos definidos e claros. Depois, as lutas constantes con-

tra muçulmanos, tendo à frente o carater combativo do in-

lante D. Henrique, e o ideal místico de converter os in-

iieisj formaram poderoso complexo que atirou a pequenav heróica nação para o mar, colocando-a, sem dúvida ne-

As PEÇAS DOS NOSSOS NAVIOS SÃO DESENHADAS, E DEPOIS

Jhuma, como, precursora das conquistas mais audaciosas.

E, conseguida a rota marítima para as índias, com o con-

trôle do tráfico mediterrâneo, o mundo ficou admirado das

vitórias portuguesas, alcançadas graças às qualidades de

estrategista de Afonso de Albuquerque. ^

Mas as vitórias precisavam ser mantidas. Como.' fal-

tava ao pequeno país o elemento humano necessáiio e, tam-

. . , REPRODUZIDAS EM TAMANHO NATURAL NA SALA DE MOLDES

I¦ ¦

I 3Q O OESERVADOR — 11J I

to uma B

teve corn B

As B

com B

uma B

B— B

da B

de uma B

em B

B

de em tempo B

o da e B

— em de B

nova dominadora". Em B

lutas na B

de que nem todos os B

de modo B

ag) fracasso na Qaia), os B

as suas vistas para aquela capitania que era tida pela ma is B

Um dos fornos da Sec<?ao de Fundi^ao produtiva e futurosa do pais, para Pernambuco." (O DO- B

Laboratorio de analises DA FUNDI^AO B

O OBSERVADO!

Um dos fornos da Secção de Fundição

Laboratório de análises da fundição

gffi&v

JBL .'¦ - SSz - --¦

Oficina de torneagem

¦v>. :-¦;ÜÜ

O OBSERVADOR — LVI

MlflO COLONIAL HOLANDÊS NO BRASIL —

Hermami Wâtjen — pag. 96 — CiaEditora Nacional).

Mas, por meio de tratados e concessões a outros países,

conseguiu Portugal, ainda auxiliado pelos sentimentos pu-

ramente brasileiros que nasciam no povo em formaçao,

afastar o dominio holandês. (Verifique-se então que nas

guerras contra os holandeses os elementos brasileiros mais

se destacaram). Pernambuco, sem as foiti ícaçoes que

Baía possuia para defender sua costa, poude, porem, auxi-

liado por esta, libertar-se dos bátavos.^ Foi, como tuc o m

dica, a primeira derrota de uma potência marítima em

águas brasileiras.

MUDANÇA DE GOVÊRNÓ fif ESTABELECIMEN-

TOS NAVAIS

"Um fraco rei faz fraca a forte gente". O verso é de

amoes. E a verdade é que de declínio em c ec mio

igal foi se desarticulando como potência e a an

Leal portuguesa veio para o Brasil. Fratava-se, pois, ¦<

istalação de uma corte, necessitando essa mucança, c a c

situação de Portugal, de segurança militai capaz ce p

iej|er os dirigentes em terras brasileiras.

Informa-nos um dos maiores histoiiadoies navais

Brasil, Teotônio Meireles da Silva (ob. cit.) que o es

tabelecimento da séde da Monarquia no Biasi , c a nec

sidadè da conservação, fabrico e custeio de n2^lt0^. na^1(^.

de guerra que de Portugal acompanharam a anuía e

para o Brasil, fizeram com que de pronto se cuicasbe

regularizar e aumentar os estaleiros de C0111^1 J-^a0

.na^ '

que já existiam em pequena escala desde 1/ , e c tU

a organização e título de Arsenal de- Mann ia, no me

lugar que ainda hoje existe e que naquele tempo se c

tnava praia de S. Bento". Foram então toma as^a *

medidas como: organização de uma Intendencia e

dor ia de Marinha; alvará de 13 de Maio de 1808; ciia-

ção de uma Secretaria de Estado dos Negócios da Maii-

nha, decreto de 13 de Março de 1808; um Quartel-Gene-

ral, decreto de Maio do mesmo ano; criar-se a Academia

de Guarda-Marinhas, o Conselho Supremo Militai, uma

Fábrica de Pólvora, um Hospital de Marinha, o cargo

de Auditor Geral da Marinha. A todos esses novos or-

ganismos, criados num jrisson de entusiasmo administra-

tivo 110 ano de 1808, foram dados regulamentos,| supenn-

tendidos pelo Visconde de Anádia, "primeira

pessoa que

no Brasil excrccu o cargo de Ministro da Marinha .

Na sua admirável síntese da História Naval do Lra-

sil o Comandante Dídio Costa esclarece que os^ navios

portugueses chegados a águas brasileiras constituíam a

maior esquadra que demandara as águas_ da Guanabara,

desde o descobrimento do Brasil. Mas aí justamente e que

se precisa colocar o problema nos seus justos termos. Os

navios de guerra do governo monárquico brasileiro nao

eram absolutamente brasileiros e sim portugueses legiti-

mos, com a bandeira imperial auri-verde tremulando ao

vento. Depois da criação dos órgãos acima citados, depois

de ser dado desenvolvimento e trabalho aos nossos esta-

leiros, é que começou a surgir a Armada ^

Brasileira, que

desempenharia mais tarde importante missão na defesa cia

Independência e dos destinos do Brasil. As medidas cori-

cretas em favor do nosso Arsenal de Marinha começa-

ram pelo alargamento de sua área na Praia de S. Bento,

o mesmo Arsenal que dera, em 1767, a Náo S. be-

bastião.

Para alcançar a área ocupada o governo mandou

desapropriar 8 casas particulares, pertencentes ao nego-

ONDE, DEPOIS DE PRONTAS, AS PEÇAS RECEBEM OS ÚLTIMOS

RETOQUES

cad

Ml¦

32 O OBSERVADOR — iy> I

^^' y' '^

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j * ^^

II

fllV^ J^Hkt- ' iW» >

Iis .IIPgjI .. J

O OBSERVADOR

(< Querendo dar uma autêntica demonstração do /- r-

ticular apreço, que Faço do Meu Muito Amado e Presoâo

Sobrinho o Infante D. Pedro Carlos, pela indelével af ;,

ção e exemplar acatamento| </w<? Jm constantemente nu s-

tramo à Minha Real Pessoa; e tendo outrossim presc v

os seus naturais talentos, aplicação e conhecimentos: Hei

por bem e Me Praz de o Nomear Ahmrante General da

Marinha, e de criar este Posto, privativa e mi^amente

pelo declarado motivo, e ocasião, sem que possa jamaiJ

servir de acesso a qualquer pessoa, sejam quais forem os

seus serviços; ao qual Posto Eu Sou Servido unir ti '

?

a Jurisdição e Autoridade ate agora atribui d as aos Ca ri-

tães Generais dos Galiões da Armada Real de Alto Bar-

do do Mar Oceano, e aos Inspetores da Marinha, de ma-

neira que além da Jurisdição Militar em toda esta Re par

Iição, tenha também uma inteira inspeção e mando nos

Arsenais Reais da Marinha, e seus pertcnccs já estabelc-

cidos, ou que houverem de estabelecer-se para o futuro em

todo o continente do Brasil, Ilhas adjacentes, e Domínios

ultramarinos; nos cortes, e conduções de madeiras, assim

para as construções navais como para outros quaisquerusos da Marinha Real; e finalmente em tudo quanto forconcernente, e possa concorrer para o melhor desempenho

das sobremencionadas incumbências: Determinando igual-

mente, que deverá exercer este Posto junto à Minha Real

SAO FEITAS TODAS AS

No novo Arsenal

ciante sargento-mór Tomás Gonçalves. Iniciou-se uma

intensa fase de trabalho, tão intensa que precisavam os

operários trabalhar nos domingos e dias santificados. E

então o bispo do Rio de Janeiro baixou a seguinte dis-

pensa:

0 OHSERVADOR 33 1

o observador

nente da dita Armada Real João Jiistiniano Gomes da

Silva.

Quartel General da Marinha, 3 de Dezembro de

1809 — Infante, Almirante General

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A evolução política do Brasil vai se processando lo-

gicamente, insensível aos entraves que se tentam levar a

efeito. Não são desconhecidos dos brasileiros todos os ía-

tos marcantes do desenvolvimento do País e do proces-

sus que assinalou sua posição rio círculo das demais na-

cões. Somos de opinião que, com ou sem D. Pedro I, a

Independência do Brasil se faria porque já existia em

terras brasileiras um Exército nacional, em águas brasilei-

ras uma Esquadra brasileira, e no Povo uma conciência

nacionalista. O príncipe não foi mais do que um leader

hábil e inteligente que interpretou os sentimentos da co-

letividade e procurou permanecer 110 governo, extendendo

a influência da Família Real Portuguesa a nação jovem

que se inquietava com a lortnação da sua personalidade.

Declarada 8 emancipação política do Brasil, foi, por

decreto de 28 de Outubro de 1822, nomeado ministro da

Marinha o capitão de Mar e Guerra Luís da Cunha M°-

reiraj conforme ainda nos informa o comandante Dídio

QUE NECESSITA A NOSSA ESQUADRA

. . . PEÇAS E UTENSÍLIOS DE . . .

Pessoa; e imediatamente, sem interporão de outra qual-

quer autoridade.

O Conselho Supremo Militar o lenha assim entendi-

do. e mande passar os despachos necessários.

Palácio do Rio de Janeiro, 13 de -Maio de 1808."

Nomeado e empossado o Almirante Geneial da Ma

rinhaj organizou êle a lua Secretaria, e dirigiu ao Mims-

tro da Marinha o seguinte ofício:

¦¦Conde de Anádia, Amigo. — Em observância das

Ordens Soberanas do Príncipe Regente meu muito amado

rezado Senhor e Tio, mandar eis lavrar o Diploma p)c-

para que o Vice-Iutendente da Real Marinha ton-

'•]iple como embarcados o Oficial Maior e Oficiais ca

ecretária de meu, Quartcl-Gcncral desde o tempo que

principiarani a ter exercício na dita Secretaria, com a

quantia mensal de nove mil c seiscentos reis para quaitci

a cada um delesI c. fazendo-se a conta à ração e c liados.

c >'<-ição para os ditos, que deveria competir-lhe se cmbai-

cados estivessem: vem a ser o nome dos mencionados Ofi-

ciais, Oficial Maior o Tenente Coronel agregado ao Es-

tado Maior da Brigada Real da Marinha José Corrêa Pi-

canço, os Primeiros Tenentes da f irmada Real Rodrigo

Martins da LuZj e José Maria de Abreu, e o Segundo Tc-

psok

S

¦boio;

da tomada dos transportes tropa destinada N. H

I . a continuar a guerra nas Provincias do Maranhao e Para; '

rSs. rlM

da chegada desta Nao ao Maranhao; da entrega das for-

gas navais e militares; de ter deitado abaixo o g over no ''*>'1

portugues em ambus as provincias; da liber tag do dos pa- ¦ ¦¦'¦

JiJ ; t riot as brasileiros que estavam presos pelas autoridades I

portuguesas, da declaragdo da Independencia pelas Provin- ^'iSSk

|; cias libertadas, da uniao delas ao Imperio do Brasil, da ^ ',

f '*} *

V*<* *

l| eleigao de governos temporaries, do embarque e satda de SPJP®- ¦•-1™ ^

jj tropa portuguesa para a Europa e do entusiasmo com que um navio mineiro construido no Brasil, equipado com ¦

|j o povo, aliviado do terror da opressao, aceitdra e procla- muni|ao nacional I

|jl mar a em toda parte Vossa Majestade Imperial, Impera- I

i dor Constitucional do Brasil. 0 , , . , , • x . A %* to- ¦¦I rr, r , ., , , . , Sctcmbro, e aqiu me aclio Jioie cm frente a bar)a do Kio U1: 1 endo feito todos os arranjos que me pareceram pre- , T %¦ , 7 . nt. ¦•If J* ? ;• y t o« jl *7" r> j r 7- '-»/£ ; ^ Janeiro, certo de que sc acham expitlsos todos os mam- ¦

I cisos, larguei daquele Porto na Nao Pedro I no dm 20 de , r J . ^ •1 , D ;, //; », cj ¦|li.n mi

1 gos da Independencia do Brasil, c que a autondade de .Y/ttj ¦

Majestade o Imperador felizmcutc se estende sent eminim- ¦

ifflp" 0 "Greenhal.g"

ainda no estaleiro go ate os ultimos mmites do Imperio. I

Itj ^

Deiis guard^e^ a I

Brasil tiveram de enfrentar para con- I

solidar a Independencia do Pais, ||- I(as que apresentaram ao mundo

' I

quota expressiva de batallradore || Imais corajosos, cujos nomes sal I

da hoje lembrados com vibraqao. I

Depois de concretizadas as P1*'"1" I

do norte, o Brasil nao entrou em ><1>C I

Seguiram-se outras lutas con^ pair's I

vizinhos. Certas incompreensoes i'as-

te entefidimento diplomatico provoga-

ram serios conflitos que obrigaram <>

Brasil a por a prova mais uma vez o

espirito combativo da sua gente.

J

O OBSERVADOR — LVI

Costa. E' claro que a Independência trouxe várias agita-

çoes e a Marinha desempenhou papel importante. 5 de

Dezembro de 1822, e>achando D. Pedro que conviuha dai

à Marinha aquele impulso que as circunstâncias permiti-

rem, para que., chegue em o mais breve tempo possível ao

estado respeitável em que deve um dia ficar e conservai-

se, para segurança e defesa da extensão das costas do mes-

mo Impériomandou criar uma Comissão, especialmen-

te composta para tratar de todos os negócios relativos à

Marinha. Logo tomadas essas providências de carater po-

li tico, propriamente, foram Iniciadas outras de ordem pia-

tica e militar e delas surgiu a Esquadra, que se dirigiu para

o norte do Brasil, sob o comando do 1.° almirante Lord

Cochrane, que valiosos serviços prestou à causa da Inde-

pendência. Os resultados dessa expedição, Cochrane os

oferece na carta seguinte, dirigida ao Imperador:

f(Majestade: As cartas que tive a honra de dirigir a

V. M. pelos vários navios despachados do Maranhão já

terão informado a V. M. que seguimos a força naval do

inimigo para além da Linha; do desbarato do seu com-

bôio; da tomada dos seus transportes com tropa destinada

a continuar a guerra nas Províncias do Maranhão e Pará;

da chegada desta Náo ao Maranhão; da entrega das for-

gas navais e militares; de ter deitado abaixo o governo

português em ambas as províncias; da libertação dos pa-

triótas brasileiros que estavam presos pelas autoridades

portuguesas, da declaração da Independência pelas Prgvín-

cias libertadas, da união delas ao Império do Brasil, da

eleição de governos temporários, do embarque e saída de

tropa portuguesa para a Europa e do, entusiasmo com queo povo, aliviado do terror da opressão, aceitára e procla-mar a em toda parte Vossa Majestade Imperial, Impera-

dor Constitucional do Brasil.

Tendo jeito todos os arranjos que me pareceram pre-cisos, larguei daquele Porto na Náo Pedro I no dia 20 de

O ''Greenhal.g"

ainda no estaleiro

Um navio mineiro construído no Brasil, equipado com

MUNIÇÃO NACIONAL

Setembro, e aqui me acho hoje cm frente à Barra do Rio

de Janeiro, certo de que se acham expulsos todos os innni-

gos da Independcncia do Brasil, e que a autoridade de 6 /í|

Majestade o Imperador felizmente se estende sem embara-

ço até os últimos limites do Império.

Deus guarde a Vossa Majestade —¦

Bordo da Náo Pedro I, na Barra do

Rio de Janeiro, cm 9 de Novembro

di1 1823 — Cochrane

Êsse relato de Cochrane é bem o re-

flexo das lutas que os marinheira do

Brasil tiveram de enfrentar para con-

solidar a Independência do País.

(as que apresentaram ao mundo ' 1

quota expressiva de batalhadon.

mais corajosos, cujos nomes são i-

da hoje lembrados com vibraçao.

OUTRAS LUTAS

Depois de concretizadas as pi*'1,

dências da pacificação das Provim

do norte, o Brasil não entrou em

de calma e serenidade construi '•

Seguiram-se outras lutas com pa ^

vizinhos. Certas incompreensões i:--

cidas talvez por falta de um inteligen-

te entendimento diplomático prjvoca-

ram sérios conflitos que obrigaram o

Brasil a por à prova mais uma vez o

espírito combativo da sua gente.

¦

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ervador

i ' ' x 'l¦. "í?-f-. '4^'

tí* . ,'¦9k

: Sl .!

JÀ NO DIQUE, RECgBENDO AS INSTALAÇÕES

FINAIS0

"MIrcílio Dias

Prontos tara a excursão ao Ceará

1ÍÍMÇ

I!

O OBSERVE

ob

Outros feitos heroicos e inumeros outros marinhei- No governo Campos Sales, um Ministi

ros, como Barroso, poderiam ser citados aqui. Mas o Almirante Julio Cesai de Noionia, tia^ou

| nosso piano de trabalho nesta primeira reportagem de mogeneo para a refoima^das foi^as navais d

uma serie, que agora iniciamos, e tratjar uma visao de con- tendia ele, com uma visao objetiva da^ situa

junto do desenvolvimento da Marinha Brasileira e nao a construQao de: 3 encouia^ados de ceica c

dos seus sucessos. A historia da Marinha que estamos ladas, 3 cruzadores encoui aQados de cei ca c

I tentando esboqar tenciona deixar aos brasileiros, em rapi- ladas, 6 contra-torpedeiros de 400 toneladc

|h|| das linhas, como surgiu a nossa Armada, de que se cons- ros de 50 toneladas, 3 submeisiveis e um lie

tituia, o que realizou, o que e realmente hoje e o que sera N0 piano do Ministro Julio de Noronha ei

amanha. a construQao de um Ai senal completo, coi

| !j tJLTIMOS ANOS forma um dos biografos do ilustre militar.

" O primeiro navio que se denominou — navio de a0 Almirante Julio Cesar de Noronha" -

I|i

querra brasileiro — como adiante se vera, wxidtt metis ei ct Mar e Guerra Afonso I . dc Caniai go ]

5 do que um navio de guerra portugues, com a bandeira im- Infelizmente. o piano do Ministro na

j perial auri-verde igada no Penol da carangueja: a sua oft- mente levado a efeito e a Marinha Brasile

1 cialidade, a sua guarnigdo, os usos e costumes de bordo, a (|espertar as criticas daqueles que compr

tudo tinha vindo de Portugal, tudo era portugues. cessidade de uma defesa naval solida, daqu<

O navio de guerra brasileiro, propriamente dito, apa- vavam as yitorias dos povos maritimos be

receu depois que se criaram novos oficiais, e os costumes daqueles que compreendiam que o prestigic

e usos de bordo se modificaram on reformaram. pende muito tambem da organizaqao de si

O mesmo que se dei com o navio de guerra, deu-se Querra#

com todos os Estabelecimentos, Repartigocs, Lets\ Regit

; i , 7 • „,;'m mn Webnhirnn da Neni podena ser de outro modo. Nclamentos e Ordens, que ho ie viqoi am na Kepat tigao aa"' '

7 , i j j

|> 7 . a nossa civ,Tlizacao comeQou pelo litoral, peMarinha: tudo veto da autoridade pot tug tie sa, e so aepois r

j .r. tnfr Pc+nhpTprmMn<; to bem, atraves do nosso mapa geograficomm cue se modihcaram ou reformat am tais hstaoetecimenios, ^ \ .

1 Lets e RegulamentosI e que apareceu a Repar tigao da Ma- Jlas "°.ssas r.e^loe.s geo-economicas, como

1 rinha Brasileira, ProPriamente dM" (Apontamentos para brasileira veio beirando a praia, como se p

a historia da Marinha Brasileira - pag. 10 - Teotonio como o mar, mais de uma vez, teve a sua

f Meireles da Silva). Slva lia forfaqao

de um pais. Desde a si

A Marinha Brasileira, da sua fase de esplendor, dei- fp toi consequencia das mvestidas de um;

xou-se ficar numa situaqao como que de indiferentismo. da #<¦ ate a sua colqmzgqao, o

Parece que impressionados com a propria gloria, que era jado pek brisa marinha e o seu progresso

verdadeiramente extraordinaria, os seus lideres se quedaf colaboia^ao do mai. As vezes, piejuizos

4 j| ram nessa posi^ao comoda de contemplaqao das yitorias sempre yitorias admiraveis. Mesmo aquile

alcancadas. A Esquadra Brasileira nao demonstrava v'i- r'a considerar uma derrota, como a ocupaq

|| I braqao, atividade, movimento, contrastando com as nos- outra potencia maritima da epoca, nao

J j|—^ sas necessidades de povo maritimo. A nossa costa Imensa, derrota na acep^ao pura do termo. Coloca

a precisar de uma Marinha treinada e eficiente, era guar- tao imparcialmente, vamos encontrar bene I

necida por alguns velhos encouraqados, que so desperta- ve^s dos eolonizadores flamengos. !^les

II vam entusiasmo civico porque relembravam a bravura dos povo em forma^ao certo entusiasmo pelas i

-|| ; seus avos. largas. Arrancou o nordeste da rotina eir

J com a monocultura aqucareira para traqar

III trabalho.

Nassau, no

dominio como foi um

a nossa a c

ondas,

posiqaO do Brasil, como Naqa

endendo significa^ao Go

ill

com o

teve

assitimos aquele esquecimento desconcertai-II%f

ml :' ¦!P* Hs;.¦ :¦ , ;¦; .; ¦ - !"¦¦: \

O OBSERVADOR — m

No governo Campos Sales, um Ministro da Marinha

o Almirante Júlio César de Noronha, traçou um plano ho-

mogêneo para a reforma das forças navais do Brasil. p|L

tendia ele, com uma visão objetiva da situação do Brasil,

a construção de: 3 jencouraçados

de cerca de 3.000 tone'

ladas, 3 cruzadores encouraçados de cerca de 9.700 tone-

ladas, 6 contra-torpedeiros de 400 toneladas, 6 torpe,lei-

ros de 50 toneladas, 3 submersíveis e um navio carvoeirS

No plano do Ministro Júlio de Noronha entrava também

a construção de um Arsenal completo, conforme nos j-

forma um dos biógrafos do ilustre militar. ("lAmenagem

ao Almirante Júlio César de Noronha" — Capitão de

Mar e Guerra Afonso P| de Camargo — pag. 35).

Infelizmente, o plano do Ministro não foi integral-

mente levado a efeito e a Marinha Brasileira continuava

a despertar as críticas daqueles que compreendiam a ne-

cessidade de uma defesa naval sólida, daqueles que obser-

vivam as vitórias dos povos marítimos bem fortificados,

daqueles que compreendiam que o prestígio do Brasil de-

pende muito também da organização de sua Marinha d|

Guerra.

Nem poderia ser de outro modo. Nós vemos como

a nossa civilização começou pelo litoral, percebemos mui-

to bem, através do nosso mapa geográfico e pelo estudo

das nossas regiões geo-econômicas, como a civilização

brasileira veio beirando a praia, como se poderia dizer, e

como o mar, mais de uma vez, teve a sua influência deci-

siva na formação de um país. Desde a sua descoberta,

que foi conseqüência das investidas de uma potência ma-

rítima da época, até a sua colonização, o Brasil foi are-

jado pela brisa marinha e o seu progresso teve sempre a

colaboração do mar. Às vezes, prejuízos grandes, mas

sempre vitórias admiráveis. Mesmo aquilo que se pode-

ria considerar uma derrota, como a ocupação pela Holan-

da, outra potência marítima da época, não constituiu uma

derrota na acepção pura do termo. Colocando-se a ques-tão imparcialmente, vamos encontrar benefícios incalcnlá-

veis dos colonizadores flamengos. Êles inoeularam no

povo em formação certo entusiasmo pelas realizações mais

largas. Arrancou o nordeste da rotina em que ia caindo

com a monocultura açucareira para traçar novos planosde trabalho. Nassau, colocado no seu tempo, com a liber-

dade de domíniò como havia, foi um anjo diante dos ;iisur-

padores do século NX. De qualquer modo foi mais ;;m

benefício que o mar nos trouxe: a ocupação holandeza.

E sendo assim, vivendo, como nós vivemos, na be va

da praia, com toda a nossa civilização a ouvir o baru !

das ondas, não seria justo que andassemos a perder t -

po com discussões acadêmicas em torno de um Brobl<

vital para a posição do Brasil, como Nação. Foi com

endendo essa significação que o atual Govêrno brasil'

procurou, de par com outras medidas enérgicas em 1;

do desenvolvimento harmônico das forças nacionais, k

a efeito um programa de remodelação de nossa Arma :i

para que o País tenha uma base militar sólida. Paradox

por exemplo, como aqueles fortes da Baía ficaram ai

donados, constituindo apenas lembranças de uma civili.

ção que se foi, fazendo lembrar apenas o brilho das i<

ças nacionais em surgimento contra a invasão holahdí oi

que tentou apossar-se da envolvente terra baiana. Ade Todos os Santos e de Todos os Pecados, como di. <'

um escritor, que recebe o viajante com o melhor dos sot

lisos, o mais franco dos sorrisos, teve que expelir grossa-camadas de fogo para repelir o estrangeiro invasor. H<>je

• assitimos àquele esquecimento desconcertante e àquele de-

Outros feitos heróicos e inúmeros outros marinhei-

ros, como Barroso, poderiam ser citados aqui. Mas o

nosso plano de trabalho nesta primeira reportagem de

uma série, que agora iniciamos, é traçar uma visão de con-

junto do desenvolvimento da Marinha Brasileira e não

dos seus sucessos. A história da Marinha que estamos

tentando esboçar tenciona deixar aos brasileiros, em rápi-

das linhas, como surgiu a nossa Armada, de que se cons-

tituia, o que realizou, o que é realmente hoje e o que será

amanhã.

ÚLTIMOS ANOS _<c

O primeiro navio que se denominou navio de

guerra brasileiro — como adiante se vera, nada mais et a

do que um navio de guerra português, com a bandeira im-

perial auri-verde içada no Penol da carangueja: a sua ofi-

cialidade, a. sua guarnição, os usos e costumes de bordo,

tudo tinha vindo de Portugal, tudo era português.

O navio de guerra brasileiro, propriamente dito, apa-

receu depois que se criaram novos oficiais, e os costumes

e usos de bordo se modificaram ou reformaram.

O mesmo que se deu com o navio de guerra, deu-se

com todos os Estabelecimentos} Repartições, Leis, Regu

lamentos e Ordens, que hoje vigoram na Re pai tição da

Marinha: tudo veto da autoridade portuguesa, e so depois

que se modificaram ou reformaram tais Estabelecimentos,

Leis e Regulamentos, é que apareceu a Repartição da Ma-

rinha Brasileira, propriamente dita." (Apontamentos para

a história da Marinha Brasileira — pag. 10 — Teotônio

Meireles da Silva).

A Marinha Brasileira, da sua fase de esplendor, dei-

xou-se ficar numa situação como que de indiferentismo.

Parece que impressionados com a própria glória, que era

verdadeiramente extraordinária, os seus líderes se queda-

ram nessa posição cômoda de contemplação das vitórias

alcançadas. A Esquadra Brasileira não demonstrava vi-

bração, atividade, movimento, contrastando com as nos-

sas necessidades de povo marítimo. A nossa costa imensa,

a precisar de uma Marinha treinada e eficiente, era güar-necida por alguns velhos encouraçados, que só desperta-

vam entusiasmo cívico porque relembravam a bravura dos

seus avós.

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|

I .38 '

talhe incrivel de unicl costa extensissuna, reclamando segu-

ran^a.

Felizmente, porem, entra lias cogita^oes e no piogia-

ma de realiza^oes do atual Governo o reerguimento da

Marinha do Brasil. E entao vamos vendo surgirem as

novas unidades que colaborarao para a defesa da nossa

integridade como povo e como na^ao. Atualmente exis¬

tent no Brasil as seguintes unidades que compoem a Ma¬

rinha Brasileira: encouragados: Minas Gerais e Sao Pau¬

lo ; cruzadores: Baia e Rio Grande do Sul; contra-torpc-

deiros : Piaui, Rio Grande do Norte, Paraiba, Alagoas,

Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso, Maranhao; subtna-

!| rinos: Humaita, Tupi, Tamoio, Timbira; tenders: Ceaia,Belmonte;

monitores: Parnaiba, Pernambuco, Paraguas-

su; mineiro: Maria do Couto, Sales de Carvalho, Rio

[ Pardo, Carioca, Cananeia, Cabedelo, Caravelas, Camo-

cim; avisos: Amapa, Oiapoc, Voluntario da Patria, Mario

Alves; escola: Almirante Saldanha; hidrogrdficos: Jace-

guai, Rio Branco, Lahmeyer; mixiliares: Vital de Olivei-

ra, Jose Bonifacio ; tahque: Marajo; dique flutuante:

Afonso Pena; Hiate Presidential: Tenente Rosa; sem in-

cluir aqui rebocadores, barcas dagua, etc.

Alem desses, foi comprado mais o tanque-Potengi

para a flotilha de Mato Grosso. Acha-se em construqao no

novo Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras os contra¬

ry torpedeiros: Maris e Barros, Greenhalgh e Marcilio Dias,

I; tendo este ultimo si do langado ao mar ha pouco tempo.

Na Inglaterra: os contra-torpedeiros: Jutai, Javari, Japu-ra, Jurua, Juruema e Jaguaribe.

jj Sao barcos modernos, construidos, e, reconstruidos

outros, sob a tecnica mais moderna, send© em alguns em- ,

|, pregado material absolutamente brasileiro, o que aumen-r'| ta a nossa vitoria e lhe empresta mais significa<;ao.

ISHi

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0 OBSERVADOR - /.ri

talhe incrível de uma costa extensissima, reclamando segu

rança.

Felizmente, porém, entra nas cogitações e no piogia-

ma de realizações do atual Governo o reerguimento da

Marinha do Brasil. E então vamos vendo surgirem as

novas unidades que colaborarão para a defesa da nossa

integridade como povo e como nação. Atualmente exis-

tem no Brasil as seguintes unidades que compõem a Ma-

rinha Brasileira: encouraçados: Minas Gerais e São Pau-

lo; cruzadores: Baía e Rio Grande do Sul; contra-torpc-

deivos; Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas,

Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso, Maranhão; súbiua-

rinos: Humaitá, Tupi, Tamoio, Timbira; tenders: Ceaiá,

Belmonte; monitores: Parnaíba, Pernambuco, Paraguas-

sú; mineiro: Maria do Couto, Sales de Carvalho, Rio

Pardo, Carioca, Cananéia, Cabedelo, Caravelas, Camo-

cim; avisos: Amapá, Oiapoc, Voluntário da Pátria, Mário

Alves; escola: Almirante Saldanha; hidrográficos: Jace-

guái, Rio Branco, Lahmeyer; auxiliar es: Vital de Olivei-

ra, José Bonifácio; tanque: Marajó; dique flutuante:

Afonso Pena; Hiate Presidencial: Tenente Rosa; sem in-

cluir aqui rebocadores, barcas dágua, etc.

Além desses, foi comprado mais o tanque-Potengí

para a flotilha de Mato Grosso. Acha-se em construção no

novo Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras os contra-

torpedeiros: Maris e Barros, Greenhalgh e Marcílio Dias,

tendo este último sido lançado ao mar há pouco tempo.

Na Inglaterra: os contra-torpedeiros: Jutaí, Javarí, Japu-rá, Juruá, Juruema e Jaguaribe.

São barcos modernos, construídos, e, reconstruídos

outros, sob a técnica mais moderna, sendo em alguns em-

pregado material absolutamente brasileiro, o que aumen-

ta a nossa vitória e lhe empresta mais significação.

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A ORGANIZAÇÃO ATIJAL DA MARINHA

Obedecendo a métodos racionais, a organização da

Marinha não foge ao interesse de sistematização ;lie

existe em todo o mundo. Afastando-se das normas roti-

rieiras que caracterizaram, durante muito tempo, vários

setores da administração brasileira, a Marinha reencon-

tra também o seu ritmo moderno de trabalho. De uma

magnífica síntese organizada pelo Tte. prof. Carlos Gar-

rido podemos deduzir muito bem o que constitue hoje a

organização, já em vigor, da administração naval, todos

os órgãos entrosados e seguindo com emoção a trajeto-

ria de ressurgimento do País.

Da sua organização constam os seguintes ©tabele-

cimentos principais, que irradiam suas normas de Iniba-

Jho e executam por sua vez: Ministério da Marinha, Novo

Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras, Antigo Arsenal

de Marinha do Rio de Janeiro, Escola de Guerra Naval,

Escola de Aviação Naval, Escola Almirante Wandelkok,

Escola de Educação Física, Escola Técnica Profissional

do Arsenal de Marinha, Base de Aviação Naval (Ilha do

Governador), Oficinas de Aviação Naval (idern), Depó-

sito da Aviação Naval (idem), Oficinas da Diretoria de

Armamento (Niterói), Oficinas de Precisão da D. de Na-

vegação (Ilha Fiscal), Estação Central Rádio Telegráfi-

ca da Marinha, Laboratório e Depósito de Material Rádio

Telegráfico, Serviço Meteorológico da Marinha (Ilha do

Rijo), Depósito Naval do Rio de Janeiro (Ilhas das Co-

bras), Depósito de Material Bélico (ilha do Boqueirão),

Quartel Central do Corpo de Fuzileiros Navais, Quartel

do Corpo do Pessoal Subalterno da Armada, Hospital

Central da Marinha, Pronto Socorro Naval, Instituto de

Biologia, Enfermaria Auxiliar de Copacabana, Odontoeli-

nica Central da Marinha, Laboratório Farmacêutico e De-

pósito do Material Sanitário da Marinha, Imprensa Naval.

Auditório da Marinha, Bibliotéca da Marinha, Arquivo

da Marinha, Gabinete de Identificação da Marinha, Sede

do Correio Naval para o Sul da República. Em seguida

veem as Capitanias dos Portos em todos os Estados bra-

sileiros onde se fazem necessárias.

Com esses departamentos administrativos e técnicos a

situação da Marinha pouco a pouco se modifica para me

lhor, apresentando sintomas sensíveis de progresso, |omas sucessivas .construções que se concluem e se iniciam

Não queremos dizer que tudo esteja resolvido. Mui.

existe ainda por fazer. Em discurso pronunciado na cei

mônia de batimento da quilha do monitor Parnaíba, e

1936, disse o sr. Ministro da Marinha: "O

problemaconstrução naval do País sempre foi entre nós, com to

fundamento, um problema absorvente, por isso que num

foi possível obter, como convinha, ao imperativo da n<

sa emancipação industrial nesse sentido. Aproveitam!

por necessidade, a produção estrangeira, como, aliás, ta

tos outros países, tem sido preocupação constante dos eh

rigentes do Brasil realizar no País o cometimento de sua

emancipação nesse particular. Estando sempre 0¦ proble ¦

ma, entretanto, no primeiro plano, ainda não conseguimo

resolvê-lo, em virtude de causas complexas e conhecidas.

Hoje, porém, quatro anos depois, as declarações d

sr. Ministro da Marinha já refletem sentimentos divei

sos. Êle sente como todos os outros brasileiros a rèniocle

lação crescente das nossas forças navais. E isto não deixa

de ser uma demonstração de alta compreensão dos problemas do Brasil, ligados — intimamente ligados — a sua se-

gurança nacional.

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uma clarividencia incomum, demonstrada lifornia, elimmando praticamente a distancia que separa- j

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0 OBSERVADOR - LVI ^

Problemas Ferroviários '

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VXDO as administrações públicas dos Estados

Unidos da América do Norte, em um período gifí-•i

da -ida do grande país, período cheio de impecilhos e

C1 •

lentas de toda ordem, naturais numa época em que se

Amassavam os elementos necessários à construção de

o-nmde povo, persistiram na política de desenvolvi-

mrnto sistemático de uma rede ferroviária de grandes pro-

nnreões para atender às necessidades de um largo tem-

revelaram uma clarividência incomum. demonstrada'osteriormente

pelos resultados obtidos. A construção

ininterrupta de vias férreas, afiontando todas as dificul-

dades consumindo dinheiro, energias e, mesmo, vidas, sa-

nificadas ora à insalubridade de regiões ainda selvagens,

n Ms ataques dos índios, ora à crueldade dos bandidos,

constituiu verdadeira epopéia, ainda hoje utilizada como

motivo de obras literárias e de romances cinematográficos,

que o celulóide leva ao conhecimento das platéias de cine-

ma de todo o mundo. Êsse esforço não foi baldado. À

margem dos trilhos iam nascendo as povoações, o traba-

lho se organizava, o comércio encontrava novas e inexplo-

radas possibilidades. A ligação do Atlântico ao Pacífi-

co, através dos trilhos transcontinentais, levou a mensa-

geji de progresso de Nova York a S. Francisco da Ca-

lifórnia, eliminando praticamente a distância que separa-

va os dois oceanos. E essa mensagem se multiplicou em

todas as direções, desbravando matas, povoando desertos,

saneando zonas inóspitas, criando a aproximação entre

os homens, permitindo a formação de uma mentalidade di-

riglda num sentido único. A manutenção dessa política foi

seguida sem interrupções e, em fins do século XIX va-

Paraopaài

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40O OBSERVADOR lA

mos encontrar os Estados Unidos da América a frente de

todas as outras nações do mundo, no que se refere "ao

nu-

mero de quilômetros de estradas de ferro, possuindo . . ,

296.986 quilômetros, quando a Inglaterra possuia 34.486;

a Rússia, 41.704; a Alemanha, 45.638; a França, 34.524,

e o Brasil, com um território mais ou menos igual ao dos

Estados Unidos e uma diferença de descobrimento de ape-

nas oito anos, possuia somente 14.609 quilômetros de

trilhos dentro de suas fronteiras. E' que apenas 35 anos

antes, isto é, em 1854, se inauguraram no Brasil os pri-

meiros 14 e meio quilômetros de estrada de ferro, com o

percurso de 23 minutos, feito em 30 de Abril pela histó-

rica BARONEZA. Apesar de tardia, essa iniciativa pro-

vinda do dinamismo construtor de Irineu Evangelista de

Souza, depois Barão de Mauá, aparecia ainda prematuraaos olhos da maioria dos elementos responsáveis pelaeconomia nacional. Diz Alberto de Faria, no seu livro"Mauá",

página 163: "Nessa

época, o transporte sobre

trilhos não tinha ainda vencido a desconfiança dos capi-

tais e a incredulidade dos espíritos, mesmo em países mais

adiantados. Thiers, o assombroso homem de ação, dissera,

poucos anos antes, que não via necessidade de construir

em França mais de 5 quilômetros por ano e receiava quea linha de Paris a Bruxelas parasse em St. Ouentin porfalta de tráfego. O sábio Arago combatia a idéia, pelos

perigos dos defluxos apanhados à saída dos túneis e pelorisco de efeminar os soldados, poupando-lhes as grandesmarchas! No Brasil, um espírito lúcido, Bernardo Perei-

ra de Vasconcelos, tinha medo de que no segundo dia de

cada mês os trens parassem, por estarem esgotadas as car-

gas no interior. Mauá pensou que era chegado o momen-

to dos caminhos de ferro no Brasil. Não pensou apenas

fez; e fê-lo com o seu dinheiro e o de seus amigos, sem

subvenção, sem garantia de juros, contentando-se com

uma concessão provincial que assegurava o privilegio dezona de cinco léguas por trinta anos."

O exemplo não foi, porém, seguido com a necc sária

presteza. Quatorze anos depois possuia o Brasil a-enas

685 quilômetros de estradas de ferro. Em comparaçã.' conl

o que existia já em outros países, o nosso aspecto era ver-

dadeiramente desolador. Nesse ano de 1868, a Bélgica,

país de território minúsculo, dispunha de quatro vezes esse

total, só o Estado de Nova York sete vezes mais, a In-

glaterra quarenta e três vezes e os Estados Unidos cem

vezes mais trilhos do que o Brasil.

No livro do sr. Vasco de Castro Lima, intitulado:aA

Estrada de Ferro Sul de Minas", vamos encontrar osseguintes elementos, que dão lima idéia da morosidade com

que avançamos, através dos anos seguintes, na constru-

cão de estradas de ferro: "Em

1884 (ano em que foi inau-

gurada a E. de F. Minai e Rio), o total geral das li-ilhas em tráfego no Brasil era de 5.750.650 quilômetros.A lei n.° 3.397, de 24 de Novembro de 1888, que orça-va a receita e despesa do Império, limitou a Rs

30:000$000 o capital por quilômetro, e reduziu os jurosa 6%, para futuras construções; e o decreto n.° 862, de16 de Outubro de 1890, veio consolidar esse dispositivo.

"Em 1889, quando foi proclamada a nossa República,

tínhamos em tráfego 9.973,000 quilômetros de linhasférreas; e a responsabilidade de juros, provincial e JeJtl,era sôbre o capital de 259.093 :471 $601.

QUPDR0 DE DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS DA R.ÍT1.V.

REPRESENT A £00 SERV1CO Iwo QlO oe JANEIRO SAmTPRiO GABinETE DIRETORIAmSECRETARIA

SERVIÇO*JURÍDICOS

DIREÇÃO CERML.

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TESOURARIA SERVIÇO DOPESSOAL COnTABILIDADE flJUDAnTL DA

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EXECUÇÃO 003 iM-VlÇOS AUX!UflRE':> 'IA

FinAUlOADE

EXECU1A OS SERVIÇComPLEniEnTflRE.da PinOLiO«Ot:

Comenta, dai Uvka.smfxleriayi rodanlf.Ordeno, a. c*ecu(Aí ¦

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O OBSERVADOR — LVI

Viaduto da Rosada na Serra do Mar

"Já nessa época, o Governo Imperial tentava a mo-

dificação da nossa política ferroviária, para instituir o re-

gime de arrendamento, mas só em 1896 é que foi lealiza-

do esse plano."Nesse

ano de 1896, eram de administração e pro-

priedade do Estado as seguintes estradas: Central do

Brasil, Sobral, Porto Alegre a Urnguaiana, Central de

Pernambuco e São Francisco a Paulo Afonso. As ce-

mais eram de administração privada, com fiscalização do

Governo."A

lei n.l 427, de 9 de Dezembro de 1896, que regu-

lou o resgate do papel moeda, autorizou o Governo a ar-

rendar as estradas de sua propriedade e administiação,

mediante concorrência pública. Êsse foi o primeiro passo

da fase atual da nossa evolução ferroviária. Em 1897 foi

arrendada a E. de Ferro de Sobral; em 1898, a de Porto

Alegre a Uruguaiana e a de Baturité; e, em 1900, a de

Francisco.

O decreto n.° 4.111, de 31 de Julho de 1901, apro-

ou a compra da "Grea!

Western of Brazil Railway .

"Em 1901 foram arrendadas a E. I'. Baía a São

rancisco e Ramal de Timbó; e em 1902, a Central da

Baía e a E. F. Minas-Rio."Dessa

data para cá, o nosso progresso tem-se acen-

tuado mais, embora ainda o seja com relativa morosida-

de. Os nossos estadistas do século atual compreendem

melhor o alcance estupendo e a eficiência redentora do

transporte facilitado."

MINAS GERAIS E O PROBLEMA

FERROVIÁRIO

E' no Estado de Minas Gerais que vamos encontrar,

dentre as 55 estradas de ferro do País, o sistema ferro-

viário de maior extensão quilométrica, com 3.891,219 qui-

lômetros em tráfego. Trata-se da Rede Mineira de Via-

ção, de propriedade da União e servindo a quatro Esta-

dos brasileiros: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Pau~

lo e Goiáz, servindo, além disso, a múltiplos interêsses

econômicos do Distrito Federal, contribuindo, dêsse mo-

do, com uma grande parcela para o engrandecimento do

País. O caso da Rede Mineira de Viação, exibindo um

imenso sistema ferroviário, que não se cinge a servir uma

só região, mas que, ao contrário, extende os seus ser-

viços a cinco dos mais ricos Estados da Federação, não

é comum na história de nossas ferrovias. Um dos fato-

res principais para a obtenção dêsse resultado foi a com-

preensão demonstrada pelo Estado de Minas Gerais,

de que, dos transportes depende diretamente a ascensão

do seu próprio progresso econômico. Embora já milhões

de vezes se tenha insistido em que um dos maiores pro-

blemas nacionais é o problema dos transportes, nunca é

demais repetir que são múltiplas e complexas as causas

dessa enorme carência que nos acorrenta os pés e entra-

va o nosso progresso. O assunto é dos mais vastos e, para

a sua solução necessita-se de muito espírito de coopera-

ção, entendimento sincero e desprendido entre os interes-

sados, sejam êles particulares, sejam poderes públicos re-

gionais. E, neste particular, é de justiça deixar patente

que o Govêrno de Minas Gerais não se tem descuidado

dêsse elemento de progresso, mesmo à custa de hercúleos

sacrifícios e enormes dificuldades, como se patenteia so-

bejamente, através de um estudo da vida da Rede Mi-

neira de Viação. Sera, então, fácil constatar que o gran-

de Estado central, desde 1922, vem procurando solucio-

nar satisfatoriamente o problema do transporte fenoviá-

rio no seu setor. Realmente, nesse ano, arrendou a Rede

de Viação Sul Mineira uma estrada praticamente falida,

num gesto que parecera temerário, se não fosse a visão

atilada de quem previa o futuro. A estrada foi remodela-

da com o maior carinho, dotada de faito material rodan

te, fixo e de tração, reconstruída, enfim, com preocupa-

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pm desses esforqos, conseguir-se apresentar tuna das me- I

lhores ferrovias brasileiras, segundo opiniao abalisada deI M^M diversos tecnicos no assunto.

Naquela ocasiao o Estado de Minas enfrentou a pre-H cariedade da vida financeira de uma empresa decadente,

aceitou um contrato bastante oneroso, dispendeu uma so-

II elevadissima, tudo com o fim de torna-la um iristru- 'HiSitt

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agao posta em pratica, vejamos como se "ponstituiu

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des ferrovias: a E. F. Oeste de Minas e a E. ^Stride r-Sl IfiB Bp (SgHv Minas.

Cada uma delas, porem, se constituia de outras Iff BHque, depois de serem exploradas separadamente, se unifi-

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II caram^para^forma-las^ Assim, a E. F. Oeste-de Minas era

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j| \l racatu que, adquirida pelo Governo Federal em 1031 foi i' MBBfe fiHj

|||| anexada a essa; e a E. F. Sul de Minas se havia cons- J B

j|; tituido das estradas "Minas

e Rio" e "Vipao

Ferrea Sa-

| |[ pucai", administrando ainda as estradas "Trespontana",

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"Machadense" e

"S. Gonqalo", construidas pelo Estado ^BS^^^BIlll^fl

j e hoje pertencentes tamhem ao Governo Federal.

1 . ° primeiro trecho da antiga "Oeste

de Minas", cons-truido de Sitio a S. Joao del-Rei, foi aberto trafego em28 de Agosto de 1881. Chama-se "Cia.

Estrada de Ferro Oeste de Minas". Em

|j, construidos trechos: de S. Joao del-Rei

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O OBSERVADORm »™. . « • : •:. ' ' : .''

I ¦'• í^' v' AS ^••§VwʧM§S ba; ramais de Itapecerica e Pitanguí. Em 13 de Ju|hn de

1903 foi a Companhia adquirida pelo Governo Federal,

contando ¦então com 51 estações inauguradas e 939,5 qui-

lômetros em tráfego. Sob a administração federal foram

construídos os demais trechos, sendo que o último, de São

Pedro a Uberaba, foi entregue ao público em 13 de Ho-

vembro de 1936. Em 1931, pela importância de 46.000

contos de réis, o Governo Federal adquiriu a E. de Ferro

Paracatú, antiga Cia. Norte de Minas, e anexou-a à Oes-

te de Minas. Nesse mesmo ano o Estado de Minas arfcn-

dou a "Oeste"

para formar, juntamente com a E. F. Sul

de Minas, a Rede Mineira de Viação.

As três ferrovias que formavam a antiga "Sul

de

Minas" foram inauguradas nas seguintes datas: a "I\li-

nas Rio", em 14 de Junho de 1884; a "Sapucaí",

em

Março de 1891, e a "Muzambinho",

em 1892.

Essas três estradas tiveram vida independente até

1910, quando, depois de encampadas pelo Govêrno Fe-

deral, formaram a Cia. Estradas de Ferro Federais Bra-

sileiras — Rede Sul Mineira. Essa Companhia foi ins-

tituida com o arrendamento da Minas e Rio e Muzam-

binho a Sapucaí.

Quando, em 6 de Abril de 1922, foi arrendada peloEstado de Minas, possuia a estrada 1.142 quilômetros de

extensão. No período da administração estadual, vultosos

capitais foram empregados no aparelhamento da estrada.

Os ramais de Lavras, Delfim Moreira, Três Pontas, Ma-

chado e São Gonçalo de Sapucaí, foram, sucessivamente,

inaugurados. Em 1931, essa estrada e a "Oeste",

quetambém ficou arrendada ao Estado de Minas, formaram

a Rede Mineira de Viação. Quando arrendara a Rede Sul

Mineira de Viação, não encontrara o Estado diante de si

uma tarefa das mais fáceis. Aquela ferrovia, que a custo

se arrastava, principalmente após a Grande Guerra, vlio

a ser a Rede de Viação Sul Mineira, depois Estrada de

Ferro Sul de Minas, que venceu no quadro ferroviário do

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de^nas' Gerais" Vai mais aleni, estendendo-os a qua- ||i

tr0 Estados da lederaqao, tais como:_ Mimas Gerais. «

!Rio de Janaro, Sao P^ulo e_

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^J~ I

sultados excepcionais. 1

Atualmente a Rede Mineira

^^Visig^po^ie

28(5 |

274^15 no Estado do Rio" de Janeiro e 24,200 no Estado 1

181,330 quilometros, serve 87 dos 215 municipios minei- |

ros' Seus serviqfs, sob a diregaf e controle geral de um I

diretor, se distribuem por cinco departamentos: Trans- J

TOTAL 0£l/f)IAJT&AOAS mi

70°/>

fer^wi!

0 OBSERVADOR -

r, - O sul do Estado estava, pois, bem servido de trans-

mas se achava quase isolado do resto do terntó-

P- Xiro pela falta de ligação eficiente e satisfatória.

U°Jn a Estrada de Ferro Oeste de Minas, mas sob o re-

federal sendo, além de tudo, uma estrada altamente

f T-tária

'

Foi quando o Governo Estadual planejou a

f 1,'õn de um sistema com as duas ferrovias, pondo-o.

PTdéoois em prática. Se a formação da Rede não tives-

mzido

'outras vantagens, poderíamos citar a que per-

mitiu a ligação direta de Belo Horizonte com o sul de Mi-

« Aauela vasta e rica região sempre vivera isolada do"est'o

do Estado, principalmente da capital, e a razão d,s-

tn era a falta de comunicações rapidas e duetas. Pro-

blema constantemente agitado e debatido, teve por muitos

anos a sua solução adiada, com graves e sensíveis prejui-

70s para o desenvolvimento da grande unidade central da

Federação. Além do interesse que essa ligação trouxe ao

nrosrresso estadual, foi ela financeiramente proveitosa para

a estrada e veio dar utilidade prática às despesas que o

Govêrno Federal fez com a construção do Ramal de 1 res

Corações a Lavras. , . •

O Govêrno do Estado, ja sendo arrendatano da gs-

trada de Ferro Sul de Minas, assumiu, ao arrendar a Es-

tilda de Ferro Oeste de Minas, o compromisso de cobrir,

com'os recursos do Tesouro estadual, os deficits desta fer-

rovia e, se assim o fez, foi justamente para criar uma rede

de viação férrea única, rede que tivesse unidade de tan-

fas e fosse explorada em conjunto, para corresponder aos

interêsses das zonas que atravessa. Realmente essa fina-

lidade foi alcançada, pois os benefícios advindos a eco-

nomia estadual e ao conforto de pessoas interessadas nc

intercâmbio das zonas em apreço, apesar das dificuldades

acarretadas com a quebra de bitola em Ribeirão Verme-

lho e Divinópolis, foram enormes. O tráfego era feito atra-

vés do percurso de Belo Horizont^Divinopolis-RibfraoVermelho-Três Corações, obrigando a duas baldeações em

Divinópolis e Ribeirão Vermelho, pois entre estas duas ui-

timas estações a bitola é de Om.76. Para ^evitar

os mcon-

venientes de tais baldeações, veio a solução provisona de

se mudar o percurso para Belo Horizonte-DivmopAs-

Garças-Ribeirão Vermelho-Três Corações, sendo a viagem

feita boje exclusivamente pela bitola de lm.OO, com a vol-

ta por Garças. A solução definitiva do problema sera,

entretanto, o alargamento para lm.OO do trecho da bi o a

de Om,76, que vai de Divinópolis a Ribeirão Vermelho.

Essa medida proporcionará maior rapidez ia ligaçao ja

existente, encurtando a distância de 140 quilômetros e so-

lucionando de vez o problema.

Como já frisamos, a Rede Mineira de Viação nao

distribue os benefícios de seus trilhos apenas ao Estado

de Minas Gerais. Vai mais além, estendendo-os a qua-

tro Estados da Federação, tais como: Minas Gerais.

Rio de Taneiro, São Paulo e Goiáz. Vejamos agora, exi-

hindo, sempre que íôr necessário, dados estatísticos, o que

é hoje a Estrada, o que foi feito e o que é necessário fa-

"ier, para poder-se contar, num futuro próximo, com re-

sultados excepcionais.

Atualmente a Rede Sineira de Viação possue 286

estações abertas ao público, tem em tráfego 3.891,219 qui-

lômetros, dos quais 3.592,704 no Estado de Minas Geiais,

274.315 no Estado do Rio de Janeiro e 24,200 110 Estado

de São Paulo. Dispõe de uma extensão eletrificada de

181,330 quilômetros, serve 87 dos 215 municípios minei-

ris.' Seus serviços, sob a direção e controle geral de um

diretor, se distribuem por cinco departamentos: Trans-

mnwusiL

232

I

II portes,

Financeiro, Trafego, Locomoqao e Linha, alem das A linha de Patrocinio a Ouvidor, ja em adiantado pas- Iseguintes repartigoes auxiliares: Gabinete do Diretor, Se- so, e destinada a ligar Goiaz com o porto de Angra los Icretaria da Estrada, Serviqos Juridicos, Serviqo Sanita- Reis. O initio de sua construgao data de 1912, mas, ape- I

no e Representaqao da Estrada no Rio. Ao Departamen- nas decorridos alguns anos de trabalho, ficou paralizada Ito de Transportes cabem os servicos mais importantes da ate a drganizagao da Rede Mineira de Via^ao, em 1931, I

Estrada, pois tem o mesmo a seu cargo a funqao dos trans- quando foram reiniciados os servicos. Iportes e a conserva^ao ordinaria da linha e edificios. Di- E de tal forma teem corrido os trabalhos que, dentro I

I'. ietamente suboidinada a sua chefia existem tres Divisoes de pouco tempo, a velha aspira^ao dos mineiros e goianos, Icom sedes em Belo Horizonte, Lavras, Tres Coracles. de verem o Estado de Goiaz ligado ao Porto de Angra| I

|| Conta com 286 esta^oes, 16 lesidencias e 10 depositos. tornar-se-a uma realidade. Esta liga^ao esta iucluida no I

Ap Departamento Financeiro se subordinam a Contabi- Piano Geral de Via^ao do Brasil e a sua efetiva^ao sera I

I Wadp» Tesouraria, Almoxarifados, Sec^o de Compras. de grande relevancia para a economia do Pais. O trecho IServicos

do Pessoal e Oficinas Graficas. Ao Trafego, de Patrocinio a Ouvidor, que e de 179,130 quilometros, ja IJij Lontadoria,

Estatistica, Ajudancia Comercial e Servigo de tem em trafego, desde 24 de Abril de 1937 93290 quilo- I

|| Redamaqoes.^ A Locomoqao, cinco oficinas e a Linha, metros. A ponta dos trilhos ja atingiu as' barrancas do I

|| SecQao de Tecmca, os Servigos de Construqao e Eletrifi- Rio Paranaiba, quilometro 1.056, nos limites de Minas I

| j! ca<;ao. I

fflfe Como se ve, apesar de es- Rotunda

de Crwzeirq I¦¦BP tar sob a orientaqao oficial, I

-;J a organiza^ao da Estrada I

jji inteiramente industrial, o que I

|: Ihe tem permitido aprovei- I

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^cia, as suas diversas possil)i . ^k\**1 .... ..~—-r-v, ¦

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portes, Financeiro, Tráfego, Locomoçtão e Linha, além das

seguintes repartições auxiliares: Gabinete do Diretor, Se-cretaria da Estrada, Serviços Jurídicos, Serviço Sanitá-

rio e Representação da Estrada no Rio. Ao Departamen-

to de Transportes cabem os serviços mais importantes daEstrada, pois tem o mesmo a seu cargo a função dos trans-

portes e a conservação ordinária da linha e edifícios. Di-retamente subordinada à sua chefia existem três Divisõescom sedes em Belo Horizonte, Lavras, Três Corações.Conta com 286 estações, 16 residências e 10 depósitos.Ao Departamento Financeiro se subordinam a Contabi-lidade, Tesouraria, Almoxarifados, Secção de Compras,Serviços do Pessoal e Oficinas Gráficas. Ao Tráfego, aContadoria, Estatística, Ajudância Comercial e Serviço'deReclamações. À Locomoção, cinco oficinas e à Linha, aSecção de Técnica, os Serviços de Construção e Eletrifi-cação.

Como se vê, apesar de es -

tar sob a orientação oficial,

a organização da Estrada é

inteiramente industrial, o quelhe tem permitido aprovei-

tar, com a máxima eficiên-

cia, as suas diversas possibi-lidades. Conta a Estrada

com 286 locomotivas e 2.262

veículos. Atualmente o va-

lor total dos bens patrimo-niais da Rede é aproxima-

damente o seguinte: própriosn a cionais, 26.806:251$000;

via permanente, 408.381:526$000; ins tala-

ções telegráficas, 5.444:817$;

usinas e oficinas,

14.941$467$; material rodan-

te e de tração, 87.598:920$,

O OBSERVADOR — lvi

e outros valores, 17.853:398$, tudo 110 valor total de ...

261.026:379$000. Mais de meio milhão de contos repré-

senta, portanto, o acervo patrimonial da Estrada. Êsse re-

suítado foi alcançado graças à valorização progressiva, re-

sultante dos melhoramentos ininterruptos introduzido^ n0

decorrer da atual concessão. O lastramento de linhas, por

exemplo, com pedra britada e cascalho, tem merecido es-

pecial cuidado, desde que as estradas que compõem a Reli

Mineira, passaram para o regime de arrendamento ao Es-

tado de Minas. Anteriormente à organização da Rede, a

extensão das linhas com pedra britada e cascalho era de

1.181.565 quilômetros, ao passo que, atualmente, é de

2.601,896 quilômetros, estando assim a Rede com 66,8%

de suas linhas lastradas. O total das linhas lastradas, ano

por ano, é o seguinte: anterior a 1931, 1.181,565 quilo-

metros ; em 1931, 206,307 quilômetros; em 1932, 284,585

quilômetros; em 1933, 300,910 quilômetros; 1934, 151,609

quilômetros; 1935, 131,288 quilômetros; 1936, 82,724 qui-lômetros; 1937, 80.791 quilômetros; 1938, 90,045 quilo-metros; 1939, 92,072 quilômetros, somando 2.601:896 qui-lômetros. Dentro do programa de melhoramentos e am-

pliação de serviços, de 1931 até à presente data, proce-deram-se a inúmeros trabalhos, prosseguindo-se outros jáiniciados. Citemos alguns dêsses trabalhos.

CONSTRUÇÃO DA LINHA PATROCÍNIO-

OUVIDOR

A linha de Patrocínio a Ouvidor, já em adiantado pas-so, é destinada a ligar Goiáz com o pôrto de Angra dosReis. O início de sua construção data de 1912, mas, ape-nas decorridos alguns anos de trabalho, ficou paralizadaaté à organização da Rede Mineira de Viação, em 1931,

quando foram reiniciados os serviços.

E de tal forma teem corrido os trabalhos que, dentrode pouco tempo, a velha aspiração dos mineiros e goianos,de verem o Estado de Goiáz ligado ao Pôrto de Angra,tornar-se-á uma realidade. Esta ligação está incluída noPlano Geral de Viação do Brasil e a sua efetivação seráde grande relevancia para a economia do País. O trechode Patrocínio a Ouvidor, que é de 179,130 quilômetros, játem em tráfego, desde 24 de Abril de 1937, 93,290 quilo-metros. A ponta dos trilhos já atingiu as barrancas doRio Paranaíba, quilômetro 1.056, nos limites de Minas

Rotunda de Críuz.eiro

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Pôrto de Angra dos Reis

com Goiáz onde está sendo construída uma grande pon-

te de concreto armado, cie 160 metros de comprimento, no-

tável obra de engenharia. A estrutura dessa ponte sera

clistituida de dois arcos, em abóbada plena, de 52 me-

tros; sóbre esses dois arcos e sens encontros, passara o

estrado cbeio, apoiando-se sobre pilares pouco distancia-

dos entre si, por meio de longarinas de vãos pequenos.

Dessa ponte à estação de Ouvidor, na E. F. Goiaz, o

percurso é de 23,328 quilômetros.

A TRAÇÃO ELÉTRICA

Em fins do ano passado, a tração elétrica da Red|

Mineira de Viáção completou onze anos de tráfego.

E' sabido que a eletrificação do trecho de 73 quilo-

metros de Barra Mansa a Augusto Pestana, em 1929, ini-

ciou no nosso País aquele melhoramento em linhas de bi

tola de um metro e de tráfego relativamente leduzido.

Podemos dividir os serviços de Eletrificação da Rede em

três etapas: l.a etapa — Barra Mansa a Augusto Pesta-

na (administração federal) — Extensão: 73,025 quilôme-

tros. A Estrada de Ferro Oeste de Minas possuía o tte-

cho eletrificado, concluído em 1928, de Marra Mansa a

Augusto Pestana. A eletrificação dêsse trecho, com a

montagem da Usina de Carlos Euler, instalação das li-

nhas de transmissão, sub-estaçÕes transformadoras, aquisi-

cão de cinco locomotivas elétricas, etc., importou no total

de 7.541:998$958.

2.a etapa — Augusto Pestana a Andradina (admims-

tração estadual) — Extensão: 108,305 quilômetros. Em

1('31, o Estado assumiu a administração da E. F . Oeste

de Minas, com a organização da Rede Mineira de v ia-

cão. Foram realizadas, em 1934, concorrências públicas

para aquisição de materiais para o prosseguimento da ele-

trificação. Em Dezembro de 1936 era inaugurada a tia-

cão elétrica nesse trecho. A eletrificação dessa 2.a etapa

importou em 9.7S8:941$963. inclusive a aquisição de oito

locomotivas elétricas, que custaram 6.208:6p2$l74.

3.a etapa — Barra Mansa a Angra dos Reis (admi-

nistração estadual) — Extensão: 107,917 quilômetros.Presentemente, encontram-se em andamento os trabalhos

para a realização da 3.a etapa e, atualmente, está em tia-

fego a extensão de 181,330 quilômetros de Barra Mansa

a Andradina, alimentada por seis sub-estações transfotma

doras. As três primeiras são

de comutadores e instaladas

em Glicério e Afra, com 500

Kw., e Euler, com 1.000

Kw. de potência em regime

contínuo; as três mais recen-

tes ficam em Rutilo, André-

lândia e Andradina, com 750

Kw. A particularidade des-

tas últimas é que são de reti-

ficadores de mercúrio em

bulbos de vidro, os primeiros

de potência mais elevada ins-

talados na América do Sul.

Todas as sub-estações são

alimentadas pela Usina hi-

dro-elétrica de Euler, cons-

t ruída para atender ao pri-

meiro trecho. E' outro fato

conhecido que a Rede poi

enquanto é a única estrada

eletrificada do País que possue usina própria. A cadi»'

ra aproveitada fica situada sobre o Ribeirão Bananal, aflu-

ente do Rio Preto, com 213 mts. de altura. A usina tem

anualmente três grupos geradores cada um de 800 KV

de capacidade. A transmissão e feita a 33J-0""V/ ®s .

do as linhas em serviço com a extensão de IZô,oò„ qu -

lômetros. , ,

Na alta tensão das sub-estações, a usma suporta a de-

manda de duração igual 011 superior a 10 minutos de 1.0UU

Kw.; a soma das pontas registradas nas sub-estaçoes atu-

almente é de 5.500 Kw., sendo assim de 3,06 o fator de

diversidade. A energia é medida com precisão na alta ten-

são das sub-estações (33.000 V), como, aliás, se verifica

na grande maioria das estradas eletrificadas.

Admitindo-se que fosse conseguido o fator de diversi-

|l —

ivi

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I Posto Med'dor kWH••'¦

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1932.... 1.870 462:995$ 100 $1651933.... 1.870 466:795$400 $ 156 tj^1MiM^MBMgitiM1i^i-t|M^^ ^.^li^M

459:455$4241935.... 2 470 612:594$324 $163

.. 11 1936.... 3.070 772:656$ 189 $048'|f 1937.... 3 670 935:193$786 $138 ^ — m1938.... 3 670 938:770$317 $135 ^

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41' Total... 6.922:710$404 $158 /;v ^'::

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OFICINAS DE LOCOMOQAO P°NTK Pai,N4™'

I

., J ^ reparaqoes em locomotivas eletricas, 57; carros constru- IPossue o Departamento de Locomoqao as oficinas de 2; carros reconstruidos, 42; reparaqoes de carros, I

Cruzeiro, Divinopolis, Lavras, Sao Joao del-Rei e Barra 996; vagoes construidos, 77; vagoes reconstruidos, 165; I

ill Mansa, encarregadas de construir, reconstruir e reparar reparatives de vag5es, 3.517. I

||j locomotivas, carros e vagoes. Para maior eficiencia des-

I

Jj| ses servi^os foram remodeladas as oficinas de Divinopo- FUNDO DE MELHORAMENTO I

111 lis e Lavras. Tambem a de Barra Mansa foi adaptada I

IPelo

contrato de arrendamento, de 24 de Janeiro de I

1931, entre o Governo Federal e o Governo de Minas Ge- I

rais, para o arrendamento da Estrada de Ferro Oeste de I

Minas e explora^ao tecnica e financeira em comum com I

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^^^ est ada

¦O OBSERVADOR — W1

dade 1,5, as despesas realizadas nos onze anos seriam as

seguintes:

Custo médio dokWH

437:048$ 130446:683$413450:491$364462:995$ 100466:795$400459:455$424612:594$324772:656$ 189935:193$786938:770$317940.026$957

6.922:710$404

Ponte Parnaíba,

reparações em locomotivas elétricas, 57; carros constru-

dos, 2; carros reconstruidos, 42; reparações de carros,

996; vagões construídos, 77; vagões reconstruidos, 165;

reparações de vagões, 3.517.

OFICINAS DE LOCOMOÇÃO

FUNDO DE MELHORAMENTO

Pelo contrato de arrendamento, de 24 de Janeiro de

1931, entre o Govêrno Federal e o Governo de Minas Ge-

rais, para o arrendamento da Estrada de Ferro Oeste de

Minas e exploração técnica e financeira em comum com a

Estrada de Ferro Paracatú e a Rede de Viação Sul Mi-

neira, sob a denominação da Rede Mineira de Viação, fi-

cou estabelecido, de acordo com a cláusula nona do con-trato, que:

"A taxa de dez por cento (10%) para o fundo

de melhoramentos, prevista no decreto número dezeseismil oitocentos e quarenta e dois, de vinte e quatro de

Março de mil novecentos e vinte e cinco, é incorporada,diretamente, para todos os efeitos, à renda da estrada des--tinada ao fundo de melhoramentos, ficando nesta parte al-terado o referido decreto."

Ora, vejamos qual foi a renda produzida por essataxa, nos anos de administração da estrada pelo Estado deMinas. Os algarismos de receita que encontrámos são osseguintes: saldo em 28 de Fevereiro de 1931, 4.118:273$493; renda em 1931, 2.979:002$500; em 1932.6.580:821$980; 1933, 3.085:527$450; 1934, 3.124:136$950; 1935, 3.348:580$000; 1936, 3.785 :907$150; 1937, 4.292:227$400; 1938, 4.623:180$600; 1939, 4.402:197$402. O total arrecada-do de 1931 a 1939 ascendeu a 36.221:581$432, quaitia

que, somada ao saldo encontrado de 4.118:273$493. ofe-

rece o total de que dispunha a estrada, pela receita "Fun~

do de Melhoramentos". Entretanto, examinando as des-

pesas referentes à mesma rubrica, encontramos, a partirde 1928, os seguintes algarismos: 1928, 1.290:030$514 .

1929, 2.538:509$240; 1930, 2.754:326$640; 1931,

5.275:664$068; 1932, 6.034:572$025; 1933, 6.242:430$739; 1934, 5.545 :430$914; 1935, 5.180:762$438; 1936, 4.515:313$905; 1937, 5.034:469$633 ; 1938, 5.452:223$929; 1939, 4.999:681$155, atingindo a despesa o total de 54.863 :415$200 despesa que, comparada com a receita de40.339:854$925, demonstra um emprego de 14.523:560$275, além do que foi arrecadado. Os resul-

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O OBSERVADOR — LVI

RAZÕES DO DÉFICIT

todos desses melhoramentos, como era de esperar fize-

ram-se sentir, refletindo-se na renda da Estrada. A ic-

ceita de passagens, por exemplo, que em 1933 ei a de

• aumentando gradativamente

ate

19391 quand^se elevou

"a

13.477:460$400; o transporte

!„<tl, em 1933, 21.701 ;39SS<150, =, *«%¦££

?9 237-800S200; â renda do trafego, de 3o.ol4:/M^o,

em" 1933, subiu a 48.205 :892$900, em 1939 . E' verdade

que a receita diminuiu um pouco, contribuindo paia isto,

em parte, a baixa da safra do café, embora, comparada

com a dos primeiros anos da constituição da Rede, apie-

sente para mais uma diferença considerável. A íeceita ca^

estações, de 1933 a 1939, foi a seguinte: 1933

40.393:509$900; 1934, 38.424:586S900;. 1935,

41.666:038$350; 1936, 46.195:779$800; 1937

52.514:146$600; 1938, 56.632:980S900; 1939, :>..^ .

S4 810-799|400, sendo que a Rede conta com 27 estações

de renda anual superior a 500:000$000. A lista dessas es-

tações com as suas receitas em 1939 é a seguinte: Belo

Horizonte — 3.943 :950$650; Varginha — 1.755:8U^>30:

Tuiuti — 1.581:098$100; Barra Mansa — 1.545 :506?4UÜ;

Cruzeiro — 1.510:571$350; Angra dos Reis — •• — •_•

1.369:245S900; Amoroso Costa — 1.060:907$550; Tres

Corações — 1.056:861$950; Sapucaí — 1'045:7^f^®;

Uberaba — 1.025 :309$450 ; Itajubá — 1 • °°2:900$250;

São Lourenço — 971:363$600; Lavras — 965:185^000;

São João del-Rei — 926:893$400; Formiga

886:519$250; Campo Belo — 823:390$950; Catiara —

775 :103$100; Pouso Alegre — 773:867$800; Divmopohs

— 736:822$000; Machado — 734:939$350; Santana

do Sapucaí — 721:308$300 ; Três Pontas — 608:881S250;

Lagoa da Prata — 581:132$300; Araxá <-> '

Oliveira — 559:331$100; Caxambú — 547:482i?o00; üu-

ro Fino — 533:550$700.

Entretanto, apesar dos aumentos verificados na íe

ceita, o movimento da estrada não tem podido apresen ar

saldo financeiro. Ao contrário, deficits teem sido

.trados. Em 1936 o déficit foi de 5.977 :227$800: em 1937,

de 9.250:827$500; em 1938, de 9.548:515?200, e, em

1939, de 11.240:027§500. Como se vê, o déficit aumen-

tou no último ano, justamente quando a lenda diminuiu,

o que demonstra que a despesa permaneceu e stacionac a

em 1939.

Uma das razões principais do déficit registrado pio-

ém do fato de ser a Rede uma estrada de penetração paia

Oeste do Brasil, atravessando grande extensão do Pia-

Central, escassamente povoado. Outras causas con-

íbuem, também, para a situação deficitária, causas essas

apontadas claramente no Relatório apresentado em 1938,

com as seguintes explicações: "Após o contrato de anen-

damento, a Rede se tem visto a braços com despesas com

as quais não contava naquela ocasião. Nao existissem elas

e a Rede, ao invés dos deficits que tem enfrentado, pode-

ria apresentar saldos, ou, pelo menos, teria alguns íecur-

sos para atender às grandes necessidades da Estiada, prin-

ci pai mente 110 que se refere à aquisição de material fixo e

rodante. Abalizaremos, a seguir, cada um dos principais

fatores que concorreram e continuam a concorrer para

êsse aumento de despesas.

"1, — Alimento de vencimentos do pessoal O

Governo Federal, pelos decretos ns. 24.440, de 21 cie Ju-

lio de 1934, e 24.348, de 6 de Junho de 1934,_aumentou

os vencimentos do pessoal das estradas da União por e e

administradas (Central do Brasil, Noroeste, etc.). Sendo

a Rede uma ferrovia federal arrendada ao Estado, viu-se

na contingência de aumentar também os vencimentos do

seu pessoal. A . 1cn.''O primeiro aumento, feito em Agosto de lJo+,

trouxe um acréscimo de 4.320 contos na despesa. O se-

gundl concedido em Agõsto de 1937, redundou num au-

jjento de 4.322 contos. Assim, as despesas da Rede, so

com a melhoria de vencimentos do pesosal, ficaram one-

radas com mais 8.642 contos poi ano.

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48 O OBSERVADOR — lvi

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Um carro em constru^ao nas^ oficinas de Lavras

"2. — Duragao do trabalho fcrrovidrio — O Gover- 1935, estabeleceu novas normas para a duraqao do traba-

n0 Federal, pelo decreto n.° 279, de 27 de Agosto de lho ferroviario, fixando peri'odos de tempo de trabalho dia-

11 Retificador de vapor de Mercurio de 750 kw r^° e ciclos de duraqao de trabalho para diversas catego-

ri'as em v^r^os dias, criando modelos para controle e fis-~*~|

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Um carro em construção

"2. — Duração do trabalho ferroviário — O Govêr-no Federal, pelo decreto n.° 279, de 27 de Agosto de

Retificador de vapor de Mercúrio de 750 kw

AS^ OFICINAS DE LAVRAS

1935, estabeleceu novas normas para a duração do traba-

lho ferroviário, fixando períodos de tempo de trabalho diá-

rio e ciclos de duração de trabalho para diversas catego-

rias em vários dias, criando modelos para controle e fis-

calização do serviço. Em conseqüência desse decreto fe-

deral, o Estado de Minas tem dispendido cerca de 1.400contos por ano, com pagamento de sôbre-tempo ao pessoai da Rede.

159.360 homens-clias X 10.914 = 1.739:255$040.! v >

4. Nova lei sobre acidentes no trabalho — Pelalei antiga, anterior ao contrato de arrendamento, os em-

piegados que tivessem direito à aposentadoria ou pensão,em caso de acidente no trabalho, não teriam direito a

qualquer indenização pela Estrada. O decreto n.° 24.637,de 10 de Julho de 1934, do Governo Federal, estabeleceudo novas normas para liquidação dos processos de acidentes. modificou o critério anterior e estabeleceu que a in-denização é sempre devida. Se o empregado tiver direi-to à aposentadoria ou pensão, à Caixa de Aposentadorialespectiva reverterão dois terços da indenização a ser paga,cabendo um terço ao empregado acidentado ou seus be-

O OBSERVADOR — lvi

"3. — Lei de férias — Depois do arrendamento daRede, foi expedido o decreto n.° 23.768, estabelecendo aobrijaworiedade da concessão de 15 dias úteis de fériasa todo o pessoal das linhas arrendadas. Tendo a Rede10.624 empregados e sendo de 10$914 o salário médiodiário de um ferroviário, ficou aumentada em mais dc1.700 contos a despesa da Estrada, com a aplicação des-sa lei de férias:

10.624 X 15 = 159.360 homens-dias.

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"Alem desses fatores ha outros como, por exemplo,

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Dosentadoria e Pensoes. Ulti]» uc t|| |:

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Dezembro de 1950

88$7585$980

20$742$462$602

50$ 1002$434

10$250$404$285

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1ZA

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50

decisivo, para dificultar a reação econômica da Estrada,apesar cia ascensão vitoriosa da sua renda e dos abnega-dos esforços de suas administrações, rio sentido de com-primir os gastos."

De tudo o que acima ficou dito se verifica que a RedeMineira de Viação, sendo uma estrada em plena ascensão,não encontrou ainda possibilidade de equilibrar a sua re-ceita com a despesa. Entretanto, as possibilidades que seoferecem à empresa, de, ampliando ainda mais os seus ser-viços, prestar benefícios inestimáveis a uma vasta zona dohinterland brasileiro, são inúmeras. Vejamos algumasdelas

POSSIBILIDADES ECONÔMICAS

A preocupação máxima das administrações da RedeMineira de Viação tem sido orientada no sentido de se-rem encontrados os meios capazes de neutralizar ou, pelomenos, diminuir os seus déficit s. A reunião das estradasOeste de Minas, Sul de Minas e Paracatú, para serem ex-pioradas em comum, técnica e financeiramente, como jávimos, conta com empreendimentos de alto interesse paraa economia da Estrada. Existem projetos que até hojenão puderam ser executados, com evidente prejuízo paraas suas rendas. "Esse retardamento, porém, não desanimouos arrendatários. Enquanto se estudam planos de melho-ramentos, volve-se as vistas para o problema das tarifas,para a compressão das despesas e para os transportes pormeio de ajustes comerciais. Angra dos Reis, porto ex-ceiente para o intercâmbio comercial de Minas com os de-mais Estados brasileiros; Uberaba, chave de ligação deMinas e São Paulo com Goiáz; e Belo Horizonte, gran-de centro consumidor e praça de enormes possibilidades•distribuidoras, são os vértices do grande triângulo ferro-viário da Rede Mineira de Viação, de que um dos lados— Uberaba — Angra dos Reis — atinge a mais de 1.000quilômetros. A Rede não deve apenas contar com os trans-portes de produtos vindos cie além-fronteiras. Dentro dês-se triângulo deve-se concentrar todo o esforço realizador.

O' que interessa mais de perto à administração é con-correr para o desenvolvimento econômico da zona através-sada pela Rede, de modo a não haver necessidade de criartarifas de concorrência para mercadorias ausentes de suazona de influência. O objetivo principal é fomentar o des-envolvimento da zona tributária da estrada, afim de au-mentar. o volume de transportes e poder, assim, suavizaras tarifas., -1

E' mais do que sabido que, no Brasil, o maior entravepara a sua expansão econômica é a falta de vias de co-múnicação. Apesar da abundância e da boa qualidade dosprodutos nacionais, tem vivido o País num empirismo eco-nômico que assume, .por vezes, contrastes desoladores.E essa situação ainda não foi vencida porque o nosso sis-tema ferroviário e rodoviário é precário em relação àsnossas possibilidades e, mais ainda, às nossas reais neces-sidades. Compreende-se, facilmente, que o elemento es-sencial para qualquer passo civilizador é o da comunica-ção. Pois bem, é este um dos problemas que assoberbama Rede Mineira de Viação. Torna-se necessário cons-

. truir algumas ligações ferroviárias e algumas rodovias deconvergência que capacitem um transporte auxiliar efi-ciente. E, para completar esse plano de comunicações, nè-cessitá a estrada, sobretudo, de um aparelhamento amplo''¦cío seu material. Outros problemas de capital importânciaainda aí estão a desafiar o tino administrativo dos seus di-

^; rjgentes. Sabem eles onde se encontram e os apontam, naCerteza de um dia poder realizá-los, alguns com os seus

O OBSERVADO!V - IV l

próprios recursos, outros com o auxílio dos governos deMinas e do País.

Transformar o Porto de Angra dos Reis em escoa-douro eficiente e vantajoso dos produtos mineiros e o0ja_nos; facilitar a construção -de, pelo menos, um frigoríficona zona de influência da Estrada; promover o povoamen-to' e a colonização de terrenos rurais próximos às esta-ções desertas; estancar a sangria da emigração, interessai!-do os colonos na exploração do seu solo; fomentar as di-versas indústrias com a matéria prima de suas áreas; in-centivar a exploração de jazidas; facilitar as diversas cul-turas no hinterland atravessado pelos trilhos da Rede;atrair o Triângulo Mineiro para a órbita econômica daEstrada: são estes alguns dos problemas da ferrovia, quepassamos a abordar em rápidas linhas.

O PORTO DE ANGRA DOS REIS E A LIGAÇÃODE GETULÂNDIA A BELÉM

As estradas de ferro Central do Brasil e Mogiana,auxiliadas em pequeno trecho pela Paulista e pela Ingle-sa, formam uma grande cinta ferroviária que, tendo iní-cio em Araguarí e passando por Uberaba, São Paulo.Barra do Piraí e Belo Horizonte, vai terminar em Pira-porá. Esta cinta envolve quase que completamente toda azona de influência da Rede Mineira de Viação e é gran-de coletora das mercadorias transportadas por essa ferro-via que, forçosamente, tem de lh'as entregar nas dez es-tações de entroncamentos situados em Belo Horizonte,Barbacena, Sítio, Barra do Piraí, Santa Rita, BarraMansa e Cruzeiro, na Central do Brasil, e em Sapucaí,Tuiutí e Amoroso Costa (Uberaba), na Mogiana. Emdois pontos apenas essa fita envolvente, é rompida pelaslinhas da Rede: em Barra Mansa, pela linha de Angra dosReis, e em Barra do Piraí, pelo Ramal de Passa Três.Os pontos terminais dessas duas linhas avançadas são,respectivamente, o Porto de Angra dos Reis e a estaçãode Passa Três. E não exageramos afirmando que, se essespontos terminais fossem bem explorados pela Rede, esta-ria ela em situação privilegiada, com reflexo na sua vidafinanceira, que poderia passar ao regime de saldos. Aocontrário, enquanto não for solucionado pelo menos umdesses dois problemas, que resolveria o escoamento fácildireto da produção dos Estados de Minas e Goiáz, a Ledenecessariamente continuará como tributária forçada daCentral do Brasil.

O primeiro problema se resolveria com o aparelha-mento do Porto de Angra; e o segundo com a ligação deGetulândia a Belém, passando por Passa Três. Com estaligação, a Rede teria comunicação direta com o Rio, poruma só bitola (l,m00).

Examinemos separadamente cada um dos problemasexpostos:

PORTO DE ANGRA DOS REISA melhor solução para o problema econômico-finan-

ceiro da Rede reside no desenvolvimento do Porto deAngra dos Reis, cujo defeito está em não se achar con-venientemente aparelhado. A exportação do café, porexemplo, o produto n.ü 1, se fará com grande facilidade, eenormes vantagens, pelo referido porto, alcançando bommercado em qualquer tempo e em qualquer praça. O Es-tado de Minas lucrará e lucrará, igualmente, o lavradormineiro. E não é somente ao café que interessa o refe-rido porto. O plano de frigoríficos em Minas seria com-pleto se tivesse o Estado um escoadouro direto e própriopara a sua produção. As frutas, que, no sul de Minas, en-

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IA- SOUZA CRUZ

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152

contram todas as condiqoes de clima e solo, poderiam

ser, assim, mais facilmente exportadas. Sob qualquer as-

pecto que se encare essa questao do Porto de Angra dos

Reis, ressalta a conveniencia de se lhe dar a capacidade

comercial indispensavel para servir aos interesses de uma

regiao mineira, vasta e progressista, e de Goiaz, que es-

pera a sua oportunidade de desenvolvimento. Como estra-

da de penetraqao, a Rede precisa libertar-se da dependen-

cia de ferrovias estranhas ao seu sistema. E, concluida a

ligaqao Patrocinio-Ouvidor, com a possivel incorporaqao

economica da E. F. Goiaz, mais urgente. se tornara, den-

tro em breve, o aparelhamento de Angra que, sendo um

porto fluminense, •tornar-se-a, simultaneamente, um porto

mineiro e goiano. Para isto, porem, e necessario ampliar

as suas instalaqoes, dando-lhe uma aparelhagem mais com-

pleta e moderna. A exportacao de Angra ja atinge a

650.000 sacas de cafe e aumenta todo ano e a importaqao

principal e de sal, madeiras e aqucar. Angra, como se

j sabe, e ponto de convergencia de mais de 5.000 quilome-

tros de estradas de ferro (R. Ml V., Mogiana e Goiaz).

Entre outras deficiencias, porem, podemos citar, nesse

porto, a falta de energia eletrica para os guindastes; e, em

-*» 11 consequencia, nao poderem os navios receber carga com-

pleta atracados. Necessario se torna captar-se forqa hi-

draulica, prolongar o cais de estacas de a<;o ate 10 mts.

de calado e construir uma estaqao terminal da Rede, para

cargas e passageiros. Urge, tambem, a construqao de ar-

(mazens

reclassificadores de cafes das companhias parti-

culares.

O orqamento existente para os melhoramentos do

Porto de Angra e o se^uinte: prolongamento de cais e

draeagem — 8.000:000$000; usina de forqa —

2.000:000$; estaqao terminal — 2.000:000$. Total —

12.000:000$.

LIGAQAO GETULANDIA-BEL£M

Na recente conferencia de Petropolis, o governadorde Minas Gerais se referiu ao traqado ferroviario de Ge-

tulandia (na Rede Mineira de Viaqao) a Belem (na Li-

nha Auxiliar da E. F. Central do Brasil). Para se aqui-

latar da extraordinaria conveniencia dessa ligaqao, basta

considerar-se que a Linha Auxiliar e de bitola de um me¬

tro, igual a da Rede Mineira de Viaqao, o que possibili-taria a ida direta dos vagoes da Rede ao Rio de Janeiro,suprimidas as baldeacoes em Barra Mansa, Barra do Pi-

rai e Cruzeiro. Carros frigorificos ate o Rio abasteceriam

a Capital Federal de legumes, frutas, etc. Trens de gado

procedentes das zonas Sul de Minas, Triangulo Mineiro

e Estado de Goiaz nao sofreriam as baldea^Ses incomodas

de Barra Mansa e Cruzeiro, sendo que essa ligaqao deve-

ria ser eletrificada ate Belem. A Rede poderia ter, em

consequencia, sua estaqao propria no Rio, desafogando a

Central do Brasil, especialmente no Ramal de Sao Paulo,

cuja capacidade se acha esgotada. O trecho teria apenas29 quilometros de percurso e o custo de sua construgao,

inclusive eletrificacao, ficaria, aproximadamente, em ....15.000 contos de reis. Isto sem confer a conveniencia es-trategica, no caso evidente.

LIGACAO FERROVIARIA LAFAIETE-

ANDRELANDIA

Na mesma Conferencia de Petropolis, o governadorde Minas lembrou a conveniencia de uma ligaqao de alto

, j! sentido economico, nao so para a Rede Mineira de Via-

qao, como para a regiao que abrange os Estados de Minas

|[ Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal: trata-se do tra-

f

O OBSERVADOR — ivj

çado ferroviário que, partindo de Lâfaiète ou João Ri hei-

ro, no Vale do Paraopeba, vá alcançar Andrelândia, na

Rede Mineira de Viação. Com essa ligação, os grandes

depósitos de ferro e manganez do Valle do Paraopeba fi-

cariam em comunicação mais rapida com o Porto de

Angra dos Reis, através de, apenas, 427 quilômetros,

contra 512 pela Central do Brasil. Além de desafogar a

Central do Brasil do volume de transporte de minério, per-

mitiria, principalmente, a sua exportação por Angra dos

Reis, com tarifas reduzidas, não só devido ao encurta-

niento da distância, como à eletrificação da Rede. Pòssi-

bilitaria ainda o desenvolvimento da siderurgia em Laíaie-

te ou João Ribeiro. Não seria necessário para essa cons-

trução um capital superior a 161.034 contos de réis,

abrangendo a construção de 186 quilômetros, a eletrifi-

cação desse percurso, o material rodante e de tração,

os melhoramentos entre Andrelândia e Angra dos Reis,

o aparelhamento de Angra para minérios. Note-se, de

passagem, que na zona a ser atravessada há superabun-

dância de força hidráulica. Para um transporte diário de

10.000 toneladas, a $020 a tonelada-quilômetro, a renda

bruta, por dia, seria de 91:400$000, e a despesa de

35 :400$, de onde resultaria um saldo diário de

56:000$000. Deduz-se daí que a renda líquida anual se-

ria de 20.440 contos, que cobriria o capital de 161.034

contos em menos de 10 anos. Pode ser demonstrada a via-

bilidade de sua construção por meio de operações finan-

ceiras baseadas na renda líquida proveniente da exporta-

ção de minérios de ferro e manganez, ou mediante finan-

ciamento na base da redução das tarifas para a exportação

desses minérios. Além das vantagens econômicas apon-

tadas, junte-se a da supressão da carga e descarga ma-

nuais, pois a linha aborda as jazidas de forma a possibili-tar o carregamento mecânico, e, em Angra dos Reis, abor-

da o mar, no morro do Tatu, 60 metros acima do nível

dágua, permitindo o carregamento por gravidade, do va-

gão ao navio.

LIGAÇAO GARÇAS-PASSOS

Outra ligação que diz muito de perto com os interês-

ses do Estado é a de Garças-Passos, que permitiria a dis-

tribuição do cimento da Fábrica Itau, além do intercàm-

bio entre o interior de Minas e o de São Paulo, e da ex-

ploração das grandes jazidas de ferro cromado do muni-

cípio de Piú-i (200 quilômetros) .

MATADOUROS FRIGORÍFICOS

Inegavelmente, ainda é diminuto o consumo de canie

no Brasil. Não é fácil a sua colocação, que se efetua qtnse

que exclusivamente nos centros mais populosos. Acresce.!--

tando-se que o consumidor nacional é pouco exigente, cri'1-

preende-se a razão do pouco interesse pelo desenvolvinv -

to da indústria. Parece, pois, que o meio natural de e

sair dessa situação é a conquista dos mercados externos,

com a fundação e exploração de grandes frigoríficos. -

nas, apesar de ser um dos Estados líderes do País, no quese refere à produção pecuária, tem-se mantido em planoinferior quanto à indústria de carnes. Salvo uma pequ

-

na parcela industrial trabalhada nas charqueadas, quase

que se tem limitado a fornecer a matéria prima aos Esta-

dos vizinhos. Na pecuária nacional ocupa o Estado nu-

neiro um lugar de destaque, com os seus 9.500.000 boví-

nos e os seus 8.000.000 de suinos; e, no entanto, não

tem sabido apreciar devidamente o valor dessa riqueza

extraordinária. Sabe-se que é imenso o esforço dos fri-

goríficos de São Paulo e Rio Grande, no sentido de enca-

contram todas as condições de clima e solo, poderiam

ser, assim, mais facilmente exportadas. Sob qualquer as-

pecto que se encare essa questão do Pôrto de Angra dos

Reis, ressalta a conveniência de se lhe dar a capacidade

comercial indispensável para servir aos interesses de uma

região mineira, vasta e progressista, e de Goiáz, que es-

pera a sua oportunidade de desenvolvimento. Como estra-

da de penetração, a Rede precisa libertar-se da dependên-

cia de ferrovias estranhas ao seu sistema. E, concluída a

ligação Patrocínio-Ouvidor, com a possível incorporação

econômica da E. F. Goiáz, mais urgente se tornará, den-

tro em breve, o aparelhamento de Angra que, sendo um

pôrto fluminense, -tornar-se-á, simultaneamente, um pôrto

mineiro, e goiano. Para isto, porém, é necessário ampliar

as suas instalações, dando-lhe uma aparelhagem mais com-

pleta e moderna. A exportação de Angra já atinge a

650.000 sacas de café e aumenta todo ano e a importação

principal é de sal, madeiras e açúcar. Angra, como se

sabe, é ponto de convergência de mais de 5.000 quilôme-

tros de estradas de ferro (R. M. V., Mogiana e Goiáz).

Entre outras deficiências, porém, podemos citar, nesse

pôrto, a falta de energia elétrica para os guindastes; e, em

conseqüência, não poderem os navios receber carga com-

pleta atracados. Necessário se torna captar-se fôrça hi-

dráulica, prolongar o cais de estacas de aço até 10 mtsj

de calado e construir uma estação terminal da Rede. para

cargas e passageiros. Urge, também, a construção de ar-

mazens reclassificadores de cafés das companhias parti-

culares.

O orçamento existente para os melhoramentos do

Pôrto de Angra é o seguinte: prolongamento de cais e

draeagem — 8.000:000$000; usina de fôrça —

2.000:000$; estação terminal — 2.000:000$. Total —

12.000:000$.

LIGAÇÃO GETULÂNDIA-BELÉM

Na recente conferência de Petrópolis, o governadorde Minas Gerais se referiu ao traçado ferroviário de Ge-

tulândia (na Rede Mineira de Viação) a Belém (na Li-

hha Auxiliar da E. F. Central do Brasil). Para se aqui-

latar da extraordinária conveniência dessa ligação, basta

considerar-se que a Linha Auxiliar é de bitola de um me-

tro, igual à da Rede Mineira de Viação, o que possibili-taria a ida direta dos vagões da Rede ao Rio de Janeiro,suprimidas as baldeações em Barra Mansa, Barra do Pi-

raí e Cruzeiro. Carros frigoríficos até o Rio abasteceriam

a Capital Federal de legumes, frutas, etc. Trens de gado

procedentes das zonas Sul de Minas, Triângulo Mineiro

e Estado de Goiáz não sofreriam as baldeações incômodas

de Barra Mansa e Cruzeiro, sendo que essa ligação deve-

ria ser eletrificada até Belém. A Rede poderia ter, em

conseqüência, sua estação própria no Rio, desafogando a

Central do Brasil, especialmente no Ramal de São Paulo,

cuja capacidade se acha esgotada. O trecho teria apenas29 quilômetros de percurso e o custo de sua construção,

inclusive eletrificação, ficaria, aproximadamente, em ....15.000 contos de réis. Isto sem contar a conveniência es-tratégica, no caso evidente.

LIGAÇAO FERROVIÁRIA LAFAIETE-

ANDRELÂNDIA

Na mesma Conferência de Petrópolis, o governadoide Minas lembrou a conveniência de uma ligação de altosentido econômico, não só para a Rede Mineira de Via-

ção, como para a região que abrange os Estados de Minas

Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal: trata-se do tra-

OBSERVADOR

- ™

. . ara o estrangeiro o excesso da produção na-

miiinai i< ^ Unici0s, que por muito tempo exporta-

01 ¦„« são. hoje, importadores dêsse artigo, que la

mm °j!llo orilcipálnfete do Canadá, da Argentina, do

V60"1; da Nova Zelândia e do México, sendo que deste

m!'US" Vr-rebe o gado em pé. Outros países ricos impor-

^ mibém, deixando ver as possibilidades de melhorar

talB,-,Vil cada vez mais êsse comércio.

° ^

Sem citarmos os frigoríficos do Distrito federal Es-

In do Rio e Paraná, podemos lembrar que São Paulo

cie 6 e o Rio Grande do Sul pelo menos 3, todos com

Kuçè elevada, proporcionando notável importância

econômica aos Estados em que funcionam. Em Minas

não existe nenhum, a não ser o Matadouro Modelo da ca-

't 1 F é fácil prever-se

uma modificação na situaçao

atual sé forem fundados ali também alguns frigoríficos

nue todas as zonas do Estado reclamam, sem que, entie-

tanto, surjam os capitais para custeá-los. As grandes so-

bras de gado do Triângulo Mineiro são disputadas pela

oraca de& Barretos, devido à sua proximidade; a zona da

Mata encontra fácil colocação no frigorífico de Mendes

e no Matadouro de Santa Cruz; o Sul de Mmas vai bus-

car nos frigoríficos paulistas o escoadouro preferido para

o sei gado; entretanto, na zona "Oeste" continua na pe-

núria de tal melhoramento, afastada dos recuisos dessa

natureza, com a sua pecuária em plena atividade e pelo me-

nos, um frigorífico é necessário instalar-se na zona de m-

fluência da Rede Mineira de \' iaçao.

Tem o Estado um vasto território onde sao^ inverna-

das manadas excelentes que, com dificuldades ^

inauditas,

são obrigadas a procurar os frigoríficos de São Paulo

quando, na verdade, possue o Estado no mínimo tres lo-

cais que se prestam notavelmente para comportar um es-

tabelecimento dessa especialidade: Ribeirão Vermelho e

Lavras, centros de convergência de cinco linhas léneas que

servem a zonas de criação de gado e porcos; e Bambuí,

onde existem grandes pastagens para engorda, e todas as

outras condições para abater gado do triângulo Mineiio

e Goiáz. Desses três lugares, todos excelentes, talvez o

melhor seja Ribeirão Vermelho. Ponto de irradiação de

linhas férreas, porto fluvial da navegação do lvio Grande,

parece ser o local talhado para sede de um frigorífico na

zona da Rede. As comunicações fáceis que possue para

todos os pontos que interessam à referida indústria, isto

é, pòrto de Angra, centros de consumo e regiões em que

mais intenso é o comércio de bois e de porcos, sem baldea-

ção e sem viagens extenuantes; o Rio Grande, caudaloso

e conhecido pelas suas esplêndidas invernadas; a facilidade

de lòrça elétrica derivada das cachoeiras próximas, de

Santo Amorno de Ponte Nova, do rio Capivarí e do rio

Cervo; o depósito de locomotivas da Rede, onde, com a

maior presteza, poderão ser tomadas providências relati-

vas à organização dos trens; são um conjunto de parti-

cularidades providenciais que não ocorrem em qualquet

local.

Com um serviço de transporte regular organizado

péla Rede Mineira de Viação, um frigorífico em qualqueidos pontos citados trará um grande desenvolvimento a

toda a zona e ciará, indubitavelmente, vultoso lucro pe-cuniário a empresa que se propuser explorar uma indús-

tna tao promissora.

POVOAMENTO li COLONIZAÇÃO

Quem percorre as linhas da Rede, principalmente na

zona atravessada pela antiga

"Oeste de Minas , verifi-ca' desolado,

que muitas das suas estações foram construí-

53

das em pleno campo, em lugares absolutamente desertos,

ou então junto de fazendas, onde não existe manifestação

de vida comercial. Os trilhos avançaram há dezenas de

anos e, no entanto, as suas rendas, ao invés de crescerem,

diminuem, sendo necessário o seu fechamento, não raras

vezes. Na parte lia antiga "Oeste",

a Rede tem 145 esta-

çoes, das quais 24 em vilas ou cidades, 37 em povoados e

84 em localidades quase ou totalmente deshabitadas. Há

estações de entroncamentos da estrada, que teem todos os

requisitos necessários para serem sedes de distritos ou

mesmo de cidades, e, no entanto, decorrem anos e anos

sem que se veja o mais rudimentar progresso. Os cons-

trutores das estradas parece que não visavam outra coisa

senão atingir determinados pontos do enigmático sertão,

preferindo mesmo construir as estações dentro dos terre-

nos dos grandes senhores de terras, sem exigir deles com-

pehsações de qualquer espécie. Acontece que esses fazen-

deiros não vendem as terras, não permitem concorrentes

nas suas vizinhanças e a estrada, assim, ein numerosos

pontos, só serve a esses egoístas e seus herdeiros. A nos-

so ver. a Rede, para solucionar êsse problema, terá que

entrar'em entendimentos com os municípios, no sentido

de se promover o povoamento das localidades que se pres-

tarem para êsse fim. Existem muitas estações localizadas

em terrenos ótimos para cultura e melhores ainda para

sedes de prósperos povoados, em virtude da salubi idade

do seu clima, da beleza de sua topografia e da quantidade

de água potável existente, algumas delas situadas até em

pontos de entroncamento de linhas e ramais da estrada.

Terão, decerto, que ser desapropriados alguns alqueires de

terreno, ao redor dessas estações, para serem divididos em

lotes rurais. Êsses lotes serão cedidos a quem quizer aí

estabelecer-se; com isenção, durante certo tempo, de to-

dos os impostos municipais, mas, realizado o plano, fatal-

mente terão de aparecer os núcleos de colonização, os es-

tabelecimentos comerciais e industriais surgirão, o Esta-

do facilitará a imigração de nacionais e estrangeiros e a

Rede, por seu turno, fará transportes reduzidos ou mes-

mo °ratuitos dos materiais de construção e maqumário

das novas fábricas. E nesses horizontes desertos, nessas

paragens deshabitadas, surgirá, sem dúvida, o progresso

com "todo

o seu cortejo de vantagens, para o bem da eco-

nomia da estrada e para o desenvolvimento das suas zo-

nas de influência.

ESTRADAS DE RODAGEM

Não temos, absolutamente, o intúito de combater as

rodovias construídas paralelamente às estradas cie ferro.

O problema dos transportes, principalmente no Brasil, e

por demais complexo, e não cabe no limite destas Jnhas

rápidas. Ouando apareceu a locomotiva, em lò~y as de-

mais vias de comunicações (rodoviárias e fluviais) so re-

ram tremendo golpe, mas nem por isso os administrado-

res daquela época tentaram asfixiar, com impostos, o mo-

clerno sistema de transporte que surgia. E verdade que

eles não acreditavam na vitória da ferrovia, que era olha-

da como qualquer coisa de espantoso e inacessível. Mas,

de qualquer sorte, não hostilizaram o novo evento. O re-

suiado lógico foi a morte do velho sistema. Entretanto,

passados os tempos, ressurgem as rodovias, que ameaçam

vencer a sua concorrente com a mesma arma que deu a

vitória a esta* a velocidade. Convenhamos, porém, que a

concorrência das estradas de rodagem só prevalece no

Brasil, para os pequenos trechos e nas estações sem chu-

va Mas, nem por isso devem descansar os administrado-

res de ferrovias. Se aquelas continuai em no seu aceleia

do

passo e estas estacarem inertes, sem olhar

progresso, entao, sim, os papeis serao invert

E' fato sabido que o custo do trafego

muito mais oneroso do que o rodoviario, m;

lado, este tem desvantagens sob varios aspc

e preciso e haver coopera^ao, evitando, tantc

sivel, a construqao de estradas paralelas, qimais rodoviarios constituiriam otimos auxili

"5 rovias. Em Minas, por exemplo, ha vastas

lhadas de nucleos de populagao e mesmo <

Iagricola

e industrial, que poderiam auxiliar

maiores, mas que ficam a margem do progr(dos e ilhados, por falta de estradas de roda

dovias devem ser langadas nesse rumo; e e c

zendo o Governo Mineiro.

As proprias estradas de ferro devem coo

governos na construQao de estradas de roda,

sejam tributarias, pois a industria do trans

ser explorada com inteligencia, para que an

mas se completem. Facilitar a coloniza<;ao;

Ienvolver

as industrias das localidades man

nhas ferreas; construir estradas de rodagen

jam para as suas estates; aperfeigoar as

substituindo-as por automotrizes nos trechos

fic.it: sao estes os problemas e questoes mais

para a ciencia financeira do transporte. Ferrc

precisam trabalhar de comum acordo e com

eficiencia, pois, se continuarem a marcar pa;esterilmente, terao de enfrentar, dentro de un

-I j

tivamente proximo, com terrivel desvantagc

rencia do transporte pelos ares, que progrid! notavel, em todas as partes do mundo.

1 FABRICAS DE CIMENTO EM L/

LA

cidade de Lavras, que desfruta um p

javel, pela salubridade de seu clima e pela sttrategica como centro ferroviario da RedeVia^ao, e tambem um lugar magmficamente

comportar uma grande fabrica de cimento.Macaia, que dista 8 quilometros da referidatem ricas jazidas de calcareo proprio, em

qualidade suficientes para alimentar umamentog Trata-se de um material barato e d

NIOUEL

Os maiores depositos de niquel de A*"

I estao localizados em Liberdade, a 214 q-porto de Angra dos Reis, Barro Branco e

| ! j sendo

que o primeiro desses lugares fica si

jjf nhas da Rede Mineira de Via^ao. Tambem

Serra das Garqas, municipio de Aiuruoca; e

Imunicipio

de Lavras; e em Aureliano Mou:de Bom Sucesso, todas as margens da Estrs

delas, como as de Livramento (Liberdade)Gargas, podem ser consideradas jazidas, emt

^oes ate hoje tenham sido diminutas, poisde exploragao sao muito primarios.

I1

JAZIDAS DE CROMITA

Existem jazidas de cromita no municipsua exploragao depende somente do transpi

j!< para Garqas.

m *

O OBSERVADOR —

do passo e estas estacarem inertes, sem olhar a marcha do

progresso, então, sim, os papeis serão invertidos.

E' fato sabido que o custo do tráfego ferroviário é

muito mais oneroso do que o rodoviário, mas, por outro

lado, êste tem desvantagens sob vários aspectos. O que

é preciso é haver cooperação, evitando, tanto quanto pos-

sível, a construção de estradas paralelas, quando os ra-

mais rodoviários constituiriam ótimos auxiliares das fer-

rovias. Em Minas, por exemplo, há vastas áreas ponti-lhadas de núcleos de população e mesmo de produçãoagrícola e industrial, que poderiam auxiliar os centros

maiores, mas que ficam à margem do progresso, estagna-

dos e ilhados, por falta de estradas de rodagem. As ro-

dovias devem ser lançadas nesse rumo; e é o que está fa-

zendo o Governo Mineiro.

As próprias estradas de ferro devem cooperar com os

governos na construção de estradas de rodagem que lhes

sejam tributárias, pois a indústria do transporte precisaser explorada com inteligência, para que ambos os siste-

mas se completem. Facilitar a colonização; procurar des-

envolver as indústrias das localidades marginais das li-

nhas férreas; construir estradas de rodagem que convir-

jam para as suas estações; aperfeiçoar as locomotivas

substituindo-as por automotrizes nos trechos de maior de-

fic.it: são estes os problemas e questões mais interessantes

para a ciência financeira do transporte. Ferrovia e rodovia

precisam trabalhar de comum acordo e com o máximo deeficiência, pois, se continuarem a marcar passo e discutiresterilmente, terão de enfrentar, dentro de um futuro rela-tivamente próximo, com terrível desvantagem, a concor-rência do transporte pelos ares, que progride de maneiranotável, em todas as partes do mundo.

FÁBRICAS DE CIMENTO EM LAVRAS

A cidade de Lavras, que desfruta um prestígio inve-

jável, pela salubridade de seu clima e pela sua posição es-tratégica como centro ferroviário da Rede Mineira deViação, é também um lugar magníficamente indicado paracomportar uma grande fábrica de cimento. Na serra deMacaia, que dista 8 quilômetros da referida cidade, exis-tem ricas jazidas de calcáreo próprio, em quantidade e

qualidade suficientes para alimentar uma fábrica de ci-mento. Trata-se de um material barato e de fácil trans-

porte.

NÍQUEL

^ Os maiores depósitos de niquel de Minas Gerais

estão localizados em Liberdade, a 214 quilômetros do

porto de Angra dos Reis, Barro Branco e Santa Cruz,sendo que o primeiro dêsses lugares fica situado nas li-nhas da Rede Mineira de Viação. Também há niquel 11aSerra das Garças, município de Aiuruoca; em Carrancas,município de Lavras; e em Aureliano Mourão, niunicpiode Bom Sucesso, todas às margens da Estrada. Algumasdelas, como as de Livramento (Liberdade) e Serra dasGarças, podem ser consideradas jazidas, embora as extra-

çÕes até hoje tenham sido diminutas, pois os processosde exploração são muito primários.

JAZIDAS DE CROMITA

Existem jazidas de cromita no município de Piú-i esua exploração depende somente do transporte de Piú-i

para Garças.

CÔCO BABASSU'

O Vale do Paranaíba possue grandes riqlezas emcôco babassú à margem das linhas da Rede.

APARELHAMENTO DA ESTRADA

Após a guerra atual, qualquer que seja o seu resulta-

do, os tratados comerciais hão de se impôr necessária-

mente e, nesse terreno, o Brasil poderá negociar os me-

lhores planos de compensação. Temos riquezas imensas

para explorar, temos possibilidades econômicas ines»otá-

veis, e o capital poderá aparecer diante de tão ri sonhas

perspectivas. Minas Gerais ocupa, graças ao seu desen-

volvimento, um lugar de destaque para a consecução dês-

se plano e as zonas da Rede poderão contribuir para o

levantamento econômico e financeiro do Estado, colafo-

rando na solução de problema de relevância incontestável.

Entretanto, para corresponder à sua finalidade, que é pro-

porcionar os transportes com presteza, segurança e eco-

nomia, a R. M. V. tem que solucionar o grave problemado seu aparelhamento que, como o de quase todas as fer-

rovias do País, é deficiente. Não possue a Estrada um

parque de material rodante à altura de atender, com a

pontualidade exigida, aos transportes que lhe são ofereci-

dos. Na impossibilidade atual de fazer aquisição de mate-

rial no exterior, a Rede resolveu enfrentar a questão,

procurando solucioná-la com os seus próprios recursos e,

aumentando a capacidade de seus veículos, construindo va-

gões, pranchas e carros de passageiros. Êsse esforço, po-rém, não pode, é claro, corresponder às reais necessidades

da Estrada.

Esta, para melhorar as condições do patrimônio na-

cional, tem empregado todos os recursos que vão muito

além das suas possibilidades orçamentárias e, só na áiiti-

ga Rede Sul Mineira, foi dispendicla, com obras novas, a

quantia de Rs. 51.860:000$000. Não se computando as

importâncias arrecadadas pelas taxas de 10% sôbre as

tarifas e que são destinadas exclusivamente a êsses meljo-

ramentos e que, como já vimos, montam a 40.339:854S(>25.

já foi adiantada a êsse Fundo a quantia de 14.523 :560$275.

Embora se tenha empregado toda essa elevada impor-

tância nas obras da Rede, verifica-se, pelos estudos feitos

ultimamente, que ainda é necessário, para o seu aparei' ia-

mento completo, seja empregada a quantia de 220 mil coii-

tos, conforme discriminação que segue. Êsse aparei ;-

mento não só satisfará as suas necessidades dentro de um

período de 10 anos, mas ainda provocará o desenvo;mento de uma extensa zona central brasileira.

a) TRILHOS E ACESSÓRIOS — Há grande > -

tensão de linhas com trilhos que estão com mais de

anos de uso. Existem cêrca de 6.700 trilhos quebrao .

que estão emendados com talas e não podem ser sub- i

tuidos por falta de trilhos novos. Esta situação é de en<

me gravidade para a circulação dos trens. A aquisição dos

trilhos e acessórios importa: 3.107,90 toneladas de trilhos

e acessórios tipo 34,k720 para 40 quilômetros de linha ;

69,820 toneladas de trilhos e acessórios tipo 32k,240 paot1.000 quilômetros de linha; 13.712,38 toneladas de selas

de fixação; preço estimado da aquisição, 88.000:000S;mão de obra para a substituição dos trilhos e acessórios,

1.400:000$. Total: 89.400:000$.

b) DORMENTE! ~~ Não sendo possível adquirir a

quilometragem de trilhos novos para todas as linhas da

0BSERVADOR - M 55

quanpo vendipo a va^^Jo ^

^

^

6 11H DEFEND AO I

I <cCOW"*#^

"""PP^mI

JW 1. VerlfJque c

'//ESSO/nT^

J

^narCa;

Ve'Q I

I 2. Verifique ill II lata; certifique- \jyn I

se de que J II aberta em sua II presen<;a. ;||;; I

I 3. Verifique J ~M\

II conteudo; ob- / /^Kil

serve se ell a ;I esvasiada em I

fill Iseu carro, ate ///s$®-

llllf illI a ultima gotta. ;j||I

°-9SO IITVO

DEFENDA O

SEU DINHEIRO

1. Verifique amarca; vejase a lata érealmente deEssolube.

GUANDO vendido a varejo

Essolube

"-r

Abasteça-se onde vir o oval (^5^

STANDARD OIL COMPANY OF BRAZIL

3. Verifique oconteúdo; ob-serve se ella é

esvasiada emseu carro, atéa ultima gotta.

T?SSOLUBE criou novos

J—J padrões de qualidade em

lubrificantes para automovel.

Lubrificantes que pareciam

perfeitos, passaram a segun-

do plano, quando appare-

ceu Essolube. Hoje, Essolube

continua sendo o melhor

oleo para automovel. Em suas

latas invioláveis, Essolube

representa a maior protec-

ção e economia que pode

offerecer um lubrificante.

Experimente-o em seu car-

ro. E não se esqueça:

quando vendido a vare-

jo, não sendo em latas

não é Essolube.

2. Verifique alata; certifique-se de que éaberta em sua

presença.

I

Estrada,

sarios

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Uma das

te da Red

¦1

||1 de

0,76,

7| g) MUDANQA DA ESTAQAO E

|j RIZONTE — Em consequencia do rapidc

to da capital mineira, as instalaqoes das~ i' sageiros, de carga, dependencias do patio

j; Belo Horizonte, estao extremamente aca:

;||JJ: cientes para o movimento de mercadorias

Idestinados

ou procedentes das zonas da Iso, as linhas da estrada, correndo dentrcmentadas da cidade, trazem grandes pertifego urbano, devendo, por isso, ser rem*chos da cidade menos povoados. Execu<construgao dos edificios das estaqoes decarga, de abrigos de carros, dos escritor

[j tos de linhas, etc., etc. — 26.200:000$.

dos predios, instala^oes, dependencias do p

|f escritorio, estates, etc., da R. M. V. a

a Central do Brasil — 11.000:000$. Tot

jjli 15.200:000$.

M'*111

O OBSERVADOR — LVl

Estrada, torna-se indispensável reforçar a linha com

maior número de dormentes por quilômetro, empregan- |

do-se 1.850 por quilômetro, ao invés de 1.450, afim de

poder se empregar locomotivas mais pesadas. São neces-

sários 1.600.000 dormentes. 1.600.000 dormentes a 8$

— 12.800:000$.

h) ESTAÇÃO DE AMOROSO COSTA - Em

Uberaba, a Rede entronca com a Mogiana e, dada a gran-de importância comercial do Triângulo Mineiro, torna-se

necessário aparelhar as instalações que são ali atualínerí-

te precárias. Construção da estação de Amoroso Costa e

mudança das linhas — 900:000$000.

i) EDIFÍCIOS — Para dar mais conforto aos trai

balhadores de turmas de conserva, tornando-os mais efi-

cientes, há necessidade de se construir uns 150 grupos de

casas e, bem assim, de se construir edifícios para as esta-

ções de Angra, Soledade, etc. Construção destas estações

e 150 grupos de casas de turma — 9.450:000$000.

j) PONTES — Construção de pontes definitivas

sôbre os rios Lambari e São Francisco — 650:0008000.

k) HORTOS FLORESTAIS — Com o elevado

preço de carvão e a diminuição sensível das florestas, é

indispensável que as Estradas cuidem do reflorestamento

dos terrenos marginais às suas linhas e, para isso, há ne-

cessidade de serem criados hortos florestais, adquirindo

terrenos, etc. Aquisição de terrenos, máquinas e plantio

de árvores — 3.000:000$000.

1) ENSINO PROFISSIONAL — A escassez do

pessoal competente é alarmante, urge que a Rede adote

os mais dignos e elevados princípios da legislação brasi-

leira atual, criando escolas profissionais. O número de

crianças, filhos de empregados da Estrada, orça por15.000. Construção de edifícios e aquisição de máquinas,

etc. — 1.000:000$.

m) ELETRIFICAÇÃO — Os resultados colhidos

pela Rede com o tráfego dos seus 181 quilômetros de li-

nhas eletrificadas, aconselham que seja prosseguido o pro-

grama da eletrificação de outros trechos da Estrada, tais

como: Eletrificação do trecho de Andradina a Ribeirão

Vermelho — 4.350:000$000; idem, de Rutilo a Soleda-

de — 8.250:000$000; idem, de B. Horizonte a Divino-

polis, inclusive aquisição de material de tração para esse

trecho — 13.000:000$; construção da Usina de Itutin-

ga — 6.100:000$; reforço da Usina de Carlos Euler —

1.700:000$. Total: 33.400:000$.

n) OFICINAS PARA REPARAÇÃO DE LOCO-

MOTIVAS ELÉTRICAS — Prosseguindo-se com a

eletrificação, decorre a necessidade de ser instalada em

Lavras uma oficina para a reparação de locomotivas elé-

tricas e do aparelhamento das Usinas, sub-estações e li-

nhas de transmissão e de contato. As oficinas de ca|ro|

serão transferidas de Lavras para Divinópolis. Adaptarão

das oficinas de Lavras para a reparação das locomotivaselétricas e transferência das oficinas de carros para Divi-

nópolis — 10.000:000$. Total geral para o aparec i-

mento da Rede — 220 .000:000$000.

Desse modo, como ficou amplamente demonstrai^,

para que a Rede possa levar a efeito esse aparelhamento.seria de toda a justiça e de real interêsse para a vida eco-

nômica do País que o Govêrno Federal oferecesse à Estra-da o auxílio desses 220 mil contos, à semelhança do cite

já tem feito com a Viação Férrea do Rio Grande do Sul,

com a Leopoldina Railway e com a Great Western,

quais o Govêrno Federal fez vultosos empréstimos paraêsse fim. Êsse capital seria resarcido com juros incalculá-veis, pelo desenvolvimento

que iria possibilitar a urna das

maiores, mais ricas e mais promissoras regiões do Brasil.

c) LASTRAMENTO DAS LINHAS — A Rede

ainda tem 1.200 quilômetros, ou sejam 30% da extensão

de suas linhas com lastro de terra, tornando-se necessário

empedrá-los para melhor conservação da linha e do mate-

rial rodante e segurança do tráfego. Lastramento com

pedra de 1.200 quilômetros de linhas, a 8:000$ por qui-

lômetro — 9.600:000$.

d) VAGÕES E CARROS — O número de vagões

e de carros da Rede é insuficiente para atender às neces-

sidades do tráfego, prejudicando as fontes produtoras do

Estado, por não poder atender ao transporte requisitado.

Como as suas oficinas estão bem aparelhadas, é mais eco-

nômico importar o material que não há no País e construir

os vagões e carros nas suas oficinas, do que aclquirí-los já

prontos. Aquisição de materiais para a construção de 180

vagões fechados, 100 vagões de diversos tipos, 80 gônl

dolas, 50 carros de Ia classe, 10 dormitórios e 10 res-

taurantes — 10.600:000$.

e).LOCOMOTIVAS — Em coordenação com a

substituição de trilhos mais pesados, torna-se necessário

empregar locomotivas também mais pesadas. Aquisição de

6 locomotivas a vapor super-aquecido, de 14 toneladas poreixo, tipo

"Mikado", de 3 cilindros independentes e de

4 locomotivas elétricas — 9.000:000$.

f) ALARGAMENTO DA BITOLA DE Om,76 —

Uma das causas que prejudicam os serviços de transpor-

te da Rede é a existência de um trecho de linha da bitola

de 0,76, ligando duas grandes zonas da Estrada servidas

por bitola de 1,00. Trata-se do trecho situado entre Di-

vinópolis e Ribeirão Vermelho, na extensão de 200 qui-lômetros. Fazendo-se o alargamento da bitola nesse tre-

cho, a diferença a percorrerem entre Belo Horizonte e o

Sul de Minas, em uma mesma bitola, ficará reduzida de

140 quilômetros, o que importa em ganhar-se cinco ho|

ras de tempo de viagem. Alargamento de 200 quilômetrosde linha de 0,76 por 1,00 — 15.000:000$.

g) MUDANÇA DA ESTAÇÃO DE BELO HO-RIZONTE — Em conseqüência do rápido desenvolvimen-

to da capital mineira, as instalações das estações de pas-sageiros, de carga, dependências do pátio da estação deBelo Horizonte, estão extremamente acanhadas e insufi-cientes para o movimento de mercadorias e passageirosdestinados ou procedentes das zonas da Rede. Além dis-so, as linhas da estrada, correndo dentro de ruas movi-mentadas da cidade, trazem grandes perturbações ao trá-fego urbano, devendo, por isso, ser removidas para tre-chos da cidade menos povoados. Execução das obras»construção dos edifícios das estações de passageiros, decarga, de abrigos de carros, dos escritórios, assentamen-tos de linhas, etc., etc. — 26.200:000$. Deduz-se valordos prédios, instalações, dependências do pátio, edifícios doescritório, estações, etc., da R. M. V. a serem entreguesà Central do Brasil — 11.000:000$. Total —

15.200:000$.

I o OI'.SERVADOR

I

I O Problema dos T^cnicos 1

0 foi em 1919, com a invenqao da palavra tecno- diarias, quatro dias por semana, dez meses por ano, nas ||

termo criado por Wiliam H. Smith, para dar idades de 25 a 45 anos."

urn novo sistema de govern® para os norte-ame- Opinioes das mais abalizadas existem que, se nao i'|

I nom- d

tema -ste

^^ea(j0 numa nova filosofia, que aceitaram totalmente as teorias expostas, reconheceram h

I rlCao;-I

^ problema dos tecnicos. Segundo diversos estu- possibilidade de sua aplicaqao, desde que fosse possivel 1 .

I pensamento tecnocratico existia ja nos fins do modificar-se determinadas condiqoes existentes na organi-

1 ' b XIX Entretanto, nao e possivel negar que, so- zaqao social vigente. N. M. Bultler, nome que conquis- 1

I SeCl\e

em 1932, foi a palavra adotada para denominar as tou ate a laurea do premio Nobel, legitimo representante I

I !men- c|e um grupo de homens do centro da boemia de da cultura americana, nao esitou em afirmar:

I M°l\l York fisses homens, cujos principais foram Ve- "O ponto essencial e que duas partes do nosso me-

I hl°Vf Ackerman, Scott, Chase, Jones, Tolman, Steinmentz. canismo, a tecnica da produqao e a tecnica da troca, nao

I -am protfssolel, engenheiros, economistas, b.ologos, |u- progreijram

em dependencia; o resultado e que hoje nao 1

K

G'Ys e militant Jl de varias outras atividades especializa- podem funcionar harmonicamente, como seria necessario I

1 das

S

A aspiracao desses homens era substituir o meca- para o servi(;o da sociedade. O problema mais urgente 1

I nismo politico dos pre<;os existente, por um sistema origi- que cumpre enfrentar e, pois, o da "pobreza

em meio da

I nal a quJ|cti«ram Estado de Energia, |ara a execuqao] abundancia." _ , ,

I do anal seria mister confiar os destinos do Estado aos tec- Essa affirmaqao, que foi por alguns classificada de

1 niros Sobre esse programa dos tecnocratas surgiram os indulgente, baseava-se na crenqa de que os vanguai distas ^

1 romentarios mais opostos. Uma sintese feita por Cesar da teoria em questao estavam compilando elementos va- :¦

I Kino- em seu estudo: "A

Tecnocracia e a Crise". da uma liosos sobre a organizacao moderna da p|oduqao, nao exis-

I ideia'iusta do que pretendiam os tecnocratas: tindo, portanto, motivo para que os seus metodos viessem I

1 "Afirmam os tecnocratas que se lhes concedesse a di- a ser desprezados no futuro por todos os que se vissem na

I recao absoluta do mecanismo economico, garantiriam contingencia de enfrentar tais problemas. I

I toda pessoa adulta um salario equivalente a vinte mil do- As soluqoes apresentadas em 1932 pelo grupo |

lares por ano, em troca de um trabalho de quatro boras ward Scott, foram acusadas de simpkstas, quando nao

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OBSERVADOR

O Problema dos Técnicos

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foi em 1919, com a invelção da palavra tecno-

-veia, termo criado por WiHam H. Smith, para dar

a um novo sistema de governo para os norte-ame-11011

>r)s sistema este baseado numa nova filosofia, que

woW'o problema dos técnicos. Segundo diversos estu-

di0soS o pensamento tecnocrático existia já nos fms do

século'XIX. Entretanto, não é possível negar que, so-

mente em 1932, foi a palavra adotada para denominar as

teorias de um grupo de homens do centro da boêmia de

Nova York. Êsses homens, cujos principais

foram \ c

blen Ackerman, Scott, Chase, Jones, lolman, Steinmentz,

eraní professores, engenheiros, economistas, b.ólogos,

|u-

ristas e militantes de várias outras atividades especializa-

das A aspiração desses homens era substituir o meca-

ni|no político dos preços existente, por um sistema origi-

nal, a que chamaram Estado de Energia, para a execução

do qual seria mistér confiar os destinos do Estado aos téc-

nicos. Sobre êsse programa dos tecnocratas surgiram os

comentários mais opostos. Uma síntese feita por César

Klug, em seu estudo: "A

Tecnocracia e a Crise", dá unia

idéia'justa do que pretendiam os tecnocratas:"Afirmam os tecnocratas que se lhes concedesse a di-

reção absoluta do mecanismo econômico, garantiriam a

toda pessoa adulta um salário equivalente a vinte mil dó-

lares por ano, em troca de um trabalho de quatro horas

diárias, quatro dias por semana, dez meses por ano, nas

idades de 25 a 45 anos."

Opiniões das mais abalizadas existem que, se não

aceitaram totalmente as teorias expostas, reconheceram a

possibilidade de sua aplicação, desde que fosse possível

modificar-se determinadas condições existentes na organi-

zação social vigente. N. M. Bultler, nome que conquis-

tou até a láurea do prêmio Nobel, legítimo representante

da cultura americana, não esitou em afirmar:"O

ponto essencial é que duas partes do nosso me-

canismo, a técnica da produção e a técnica da troca, não

progrediram em dependência; o resultado é que hoje não

podem funcionar harmonicamente, como seria necessário

para o serviço da sociedade. O problema mais urgente

que cumpre enfrentar é, pois, o da "pobreza

em meio da

abundância."

Essa affirmação, que foi por alguns classificada de

indulgente, baseava-se na crença de que os vanguardistas

da teoria em questão estavam compilando elementos va-

liosos sôbre a organização moderna da produção, não exis-

tindo, portanto, motivo para que os seus métodos^ viessem

a ser desprezados no futuro por todos os que se vissem na

contingência de enfrentar tais problemas.

As soluções apresentadas em 1932, pelo grupo de Ho-

ward Scott, foram acusadas de simplistas, quando não

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sem nenhuma duvida, o da atuagao do tecnico na so

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.. f;j• v>If:- Foi exatamente visando obter uma iiformapio fide

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Ora, se ainda boje o técnico não chegou à direção ab~soma do mecanismo econômico, como pleiteavam os pioneiros do movimento tecnocrático, tornaram-se, sem ue-nhuma sombra de dúvida, elemento vital e impresci|u!ível

para as organizações sociais de qualquer natureza. \:n

hora em que a máquina, produto exclusivo da técnica, de-

cide as guerras, revela os segredos da vida humana, lavra

os campos mais áridos, perfura em grandes profundidu-

des o seio da terra, conduz os navios através dos mares c

os aviões através dos céos, calcula os algarismos nos cs-

critérios ou aprofunda os segredos astronômicos dos espa-

ços interestelares, executando com precisão matemática as

tarefas mais humildes ou os trabalhos mais complicados,

o especialista que contrói o mecanismo, ou aquele que se

dedica ao seu manejo, torna-se elemento insubstituível,

sem o qual a vida seria totalmente impossível.

Por essa simples afirmativa se verifica que seria erro

dos mais insustentáveis pretender classificar a tecnocracin

como causa, quando ela é efeito sintomático, expressão de

necessidades inerentes à vida moderna, marchando, sejam

quais forem os caminhos por onde se dirija, para influir,

cada vez mais poderosamente, no próprio futuro do

mundo.

Logicamente, em uma época em que o homem não

dá um passo na vida, nem as sociedades avançam um grau

no progresso sem a colaboração imediata da técnica, não

é possível, de nenhum modo, imaginar esse homem e essa

sociedade prescindindo da ação do técnico, obrigado esse

cada vez mais, a se especializar, para atender às necessi-

dades cada vez mais multiformes que sente o mundo de sua

colaboração.

Problema que hoje transpoz todas as fronteiras, por-

que se encontra em todos os caminhos da vida do homem

moderno, a expansão infinita da técnica trás, em si pró-

pria, uma série de outros problemas. Entre estes avulta,

sem nenhuma dúvida, o da atuação do técnico na socieda

de em que vive e a sua situação dentro dessa sociedade.

Foi exatamente visando obter uma informação fidedigna

da situação do técnico brasileiro e da sua atuação dentro

da organização do País, que O OBSERVADOR distri-

buiu cerca de duzentos questionários pelos diversos depar

tamentos técnicos nacionais. E é o resultado desse inqué-

rito que se exibe no presente trabalho.

Quatorze perguntas constituíram o questionário d'-

tribuido pelo O OBSERVADOR, alinhadas na seguiu:,ordem:

" 1. — Encontram os técnicos ambiente favorável a

desenvolvimento de sua capacidade de trabalho nos Depar

tamentos Públicos? 2. — Em que condições seria pos:vel desenvolver ao máximo a capacidade dos técnicos br

sileiros? 3. — Produzem os técnicos brasileiros mais, c

condições idênticas de trabalho, que os té<»nicos estrangeros contratados pelo Governo? 4. — Oual o mais eticie

*****te: contratar técnicos estrangeiros especializados ou niai:dar os nossos a um estágio de especialização no exterior.5 - —

Qual o maior entrave ao desenvolvimento dos tée

nicos no Brasil? 6. — Terão os técnicos brasileiros <

indústria particular maior eficiência que os do G|fvêrn<No caso afirmativo, por que? 7. — Os nossos depar.:mentos essencialmente técnicos são dirigidos por técncos? 8. O que seria mais produtivo para o Brasil. <M

plomados adaptados ou técnicos especializados ? 9. -— '

burocracia dificulta os técnicos? 10. — O que pensa do

nosso ensino técnico, qual o resultado da sua compara-

ção com os similares estrangeiros? 11. — Há vantagem

deixavam de fundamentar-se num elemento de orientaçãoextraordinariamente útil, em meio à confusão que envol-vera a ciência dos economistas da época. Realmente, nãose pode mais conceber que pudessem os homens continuaraceitando teorias que afirmavam ser inevitável o ciclo si-nistro das crises e das depressões, opondo-se teimosamen-te a qualquer idéia que sugerisse soluções radicais. Daí o

grito de Howard Scott:'*

Devemos colocar-nos ante o fato de que o mundoestá atravessando uma crise que é essencialmente tecno-lógica e para a qual nenhuma solução é possível se nãofôr concebida de um ponto de vista tecnológico."

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et-alização no Brasil de cursos de especialização téc-

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rses) à semelhança dos existentes nos pai-nica (ítbi-v^ ^_„ _ —:-

ses estrangeiros r 12. — Êstes cursos devem ter a assis-

4Anrh cio Governo, quais as condições? 13. Deve-selt.;;V

r a juventude brasileira para os problemas de or-

Si'técnica? 14- — Qual 0 PaPel do técnic0 na economia

Jfitndial de hoje. . . .

Vejamos, quesito por quesito, as respostas obtidas

. >ntrevistados. Na impossibilidade absoluta de publi-

."• todas as respostas recebidas, tal o seu grande núrne-

. {oi Necessário escolher as que mais diretamente se cin-

l°ssef aos problemas propostos.

\ pergunta número um,

"Encontram os técnicos ara-

biente favorável ao desenvolvimento de sua capacidade de •

trabalho nos Departamentos Públicos?", a maioria res-

pondeu pela negativa, embora apresentando motivos di-

versos. Vejamos o que pensa um técnico em eletricidade:

"Não, porque

seus chefes nem sempre são técnicos

e nao compreendem o esforço do jovem técnico, cuja ini-

ciativa para melhorar a situação é muitas vezes treiadaV

Um chefe de divisão do Instituto i\acionai de lec-

nologia foi mais explicitc».

S^Não. A falta de ambiente de que nos ressentimos,

pojcm, é geral. Nos departamentos públicos lutamos, ade-

mais, contra a incompreensão que cerca nossas atividades,

ccrceando-as muitas vezes e contundindo-as sempre com as

dc simples burocracia.

Já a resposta de um professor dc química contem um

otimismo divergente da maioria:

"Sim. Basta considerar os diversos serviços de

ciuímica cie administração pública no Rio de Janeiro e nos

Estados, cada um deles com seus problemas priprios. A

maioria dos técnicos da química se adapta, com facilida-

de, aos trabalhos destes serviços, na sua maioria de ana-

lises químicas. Os poucos técnicos que não se adaptam sao

criaturas xle acentuado pendor vocacional para outia ordem

de serviços. Há químicos que deviam ter qualquer outra

atividade e não a de qiúmica, porque pira ela lhes falta

vneacão; como há químicos que nao lograram colocação

nu justo ambiente de sua vocaçao.

Uns seriam ótimos professores, outros pesquisadores^

uns com vocação para os trabalhos de química orgânica,

outros para os problemas ou indústrias, etc. IV claro que,

para êstes, o ambiente não é favorável.'

Solicitando quase uma profecia, a segunda pergunta:"Em

que condições seria possível desenvolver ao máximo

ri. capacidade dos técnicos brasileiros.-'" — obteve respostas

cautelosas e pouco concretas:"O

desenvolvimento da nossa capacidade esta subor-

dínado ao desenvolvimento industrial do Pais.'

Ou então:"a)

Padronização material; b) Obrigando o jovem

tccnico a freqüentar um curso prático. (Nossos técnicos

ao sair de uma escola superior são teóricos).

E mais:"a)

Desenvolvendo o ensino técnico (de laboiatório)"'\s escolas, com o máximo de horas de trabalhos piati-

; b) atendendo ao pendor vocacional; c) remuneiar

convenientemente; d) fazer, para cada serviço, horários

roprios que não tenham analogia com os serviços buio-

aticos. Em grande número de casos o regime cio tem-

integral, mormente para os professores do ensino su-

perior ou universitário, e) Criar o serviço nacional cie

pesquisas, f) Criando cursos de aperfeiçoamento periódi-co para os que trabalham nos serviços de rotina.

A maioria demonstrou ser também contra a importa-

ção de técnicos estrangeiros, respondendo ao terceiro que-

sito: "Produzem

os técnicos brasileiros mais em condições

idênticas de trabalho, que os técnicos estrangeiros contra-

tados pelo Governo?"| de forma a não deixar dúvidas:"Não

há razão nenhuma para admitir que, postos nas

mesmas condições, sob a influência de fatores iguais, pro-

duzam os técnicos brasileiros menos do que são capazes

os estrangeiros."

Ou afirmando:"O

técnico estrangeiro chega-nos sempre, justa ou in-

justamente, aureolado de um prestígio que não nos cer-

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ca. De início, então, êle é mais produtivo. Com o tern-po, porém, sua atividade termina no mesmo nível da dobrasileiro. Note-se que, via de regra, o técnico estrangd-ro é mais bem remunerado que o nacional, muito mais con-ceituado no nosso meio, e nele se deposita muito maisconfiança — fatores de estímulo, que também afastammuitas das dificuldades ante que o nacional tem que ce-der e até mesmo parar."

Apesar da opinião da maioria, há, porém, quemhesite:

"E' difícil responder, principalmente porque os téc-nicos de química, estrangeiros, nos serviços do Governo,são em muito pequeno número."

Um problema que tem sido ventilado assiduamenteé o da especialização do técnico nacional no estrangeiro.Ao quesito quarto do inquérito do O OBSERVADOR,"qual o mais eficiente, contratar técnicos estrangeiros es-pecializados ou mandar os nossos a um estágio de espe-cialização no exterior?", as respostas foram quase una-nimes:

"Sem dúvida, sou pela segunda alternativa. Ganha-mos de qualquer modo um bom técnico, e ficamos comêle para sempre. E esse é ainda o único que poderá tra-balhar para a formação de ambiente próprio aos técni-cos nacionais."

Enquanto outro afirma:"Entendemos

que mais eficiente é mandar os nossostécnicos a um estágio de especialização onde fôr indicado.'

E outro reitera, ainda:"Mandar os nossos a um estágio de especialização

no exterior, porém: a) eles deverão conhecer a língua, dopaís; b) deverão receber um preparo preliminar antes departirem; c) deverão ser fiscalizados para realmente estu-ciarem enquanto estão fora."

Mas há, também, quem prefria as duas alternativas:"Deve o Brasil adotar os dois processos, contratando,

no estrangeiro, homens sábios e jovens e enviando ao es-trangeiro, em particular aos Estados Unidos, numerososjovens diplomados que obtiveram, nas escolas, as melho-res classificações e as que, nos serviços técnicos da administração, se mostrarem verdadeiramente capazes no tra-balho científico."

Existindo sérios iinpecilhos para o desenvolvimentodo técnico no país, era necessária a quinta pergunta cioquestionário, "Qual o maior entrave ao desenvolvimen-to dos técnicos no Brasil?". As respostas, apesar de sin-téticas, vieram bastante expressivas. Duas palavras quedizem muito:"A burocracia."

Ou frases como esta:"O nosso atrazo industrial. Entenda-se por isso a or-ganização falha de nossa economia industrial."

Outra causa é encontrada em outra resposta:"O maior entrave, ao meu ver, ao desenvolvimento

dos técnicos no Brasil, reside na exiguidade dos salários,em constante e acentuada desproporção com as necessida-des da vida. "

Para outros a resposta se apresenta fácil:"O sistema geral, ainda pouco desenvolvido, de nos-sa vida de trabalho."

Divergiram as opiniões ao responder o sexto que-sito, que inqueria: "Terão os técnicos brasileiros da in-dústria particular maior eficiência do que os do Governo'No caso afirmativo, por que?"

e .*¦""¦¦' JBSMLl tt

9BB

0 OBSERVADOR -

V jamos algumas respostas, acentuando parecer a pri-

eiTa de um espírito prático e profundo conhecedor da

cuestao 9 f

Sim. O técnico também é humano, e olha para o

futuro. 0 técnico do governo c mal pago; assina ponto,

hericnM a um quadro, perde tempo na espera de vagas

paro promoção, e isso não obstante ser sua produção exce-

lente e abundante. Nada disso se passa na indústria par-

ticuJar, onde seu valor é apreciado pelo lucro que permite

aos capitalistas seus patrões. Pensando no futuro da famí|

lia c na conta do vendeiro não se pode fazer boa técnica."

Concorda outro:

"Sim, porque a indústria particular exige que cie

trabalhe."

Ao passo que outro encontra dificuldade em compa-

rar atividades que julga heterogêneas:

"Os técnicos brasileiros trabalham: a) nos serviços

do Governo; b) nas indústrias particulares; c) nas indús-

trias que eles próprios criaram. E' difícil comparar ati-

vidades tão heterogêneas como as especificadas nas letras

a) e b) . Mas é fácil compreender que magnífica eficiên-

cia teeni, nas industrias, os que as ciiaram, desenvolvem e

dirigem."

Ao mesmo tempo que há quem seja contra as gene-

ralizaçÕes: , ."Não se pode generalizar. Freqüentemente técnicos

da indústria particular recorrem a técnicos do Governo,

muitas vezes técnicos do Governo procuram orientação ou

esclarecimentos junto de estabelecimentos industriais."

Poder-se-á compreender departamentos essencialmen-

te técnicos não dirigidos por técnicos? Entretanto, as res

postas dadas à sétima pergunta, "Os

nossos departamen-

tos essencialmente técnicos, são dirigidos por técnicos. ,

na sua diversidade, vieram provar que a questão merecia

ser ventilada. Ei-las:"São.

Com raras exceções, os serviços da administra-

ção pública. São dirigidos por técnicos não diplomados,

mas que fizeram sua instrução autodidática nesses P*ó-

prios serviços. Êles são os que se chamam, no n.° 8 deste

questionário, diplomados adaptados."

Há, porém, quem não encontre inconveniente na di-

recão entregue a homens apenas esclarecidos:"Quase

todos, ao que saiba. Não vejo, porém, gian-

d«. s inconvenientes na direção desses departamentos poi

homens simplesmente inteligentes e esclarecidos, embora

não técnicos."

Outros não afirmam nada:"Não

posso afirmá-lo." E, ainda: "Nem todos, ao

: .e parece."

De todo o questionário, a pergunta menos compreen-

1 via foi a oitava: "Seria

produtivo, para o Brasil diplo-

m idos adaptados ou técnicos especializados?". Entretan-

t a interpretação das duas categorias não é difícil. En-

tende-se por diplomado adaptado o homem possuidor do

d'ploma universitário de uma carreira, com largos conhe-

cimentes práticos de uma determinada especialidade, en-

quanto que por técnico especializado deve ser compreen-

elido o não diplomado, com estudo teórico e prática de

determinada especialidade, estudo e prática que, se não lhe

facultam os conhecimentos gerais que possue o diplomado,fornecem-lhe, entretanto, o conhecimento profundo dessa

especialidade. Vejamos as respostas recebidas:"Quanto

a saber o que mais conviria aos interesses

do Brasil — se diplomados adaptados, se técnicos especia-

lizados — a minha resposta seria: diplomados especializa-

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62 O OBSERVADOK - wi

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dos, visto que na formaqao destes se subentende 0 aper- na escola que tinha capacidade para dirigir e foi preciso

feiqoamento tecnico." um trabalho obscuro para revelar essa capacidade."

. _. Resposta laconica e direta: Assunto eterno 110 Brasil tem sido a burocracia, na"Em

nosso grande progresso, e um crime impedir que acusaqao de entravadora de todas as iniciativas. Estaria

o d'plomalo adaptado coopere." ela, ainda hoje, impossibilitando o desenvolvimento tecni-

Ha quern discorde: co do Pais? Era o que pretendia saber o 110110 quesito:"Nao

ha duvida que devem ser os tecnicos especia- "A burocracia dificulta os tecnicos?" E as respostas fo-

lizados." ram quase unanimes, umas laconicas e francas, algumas

Mas a maioria e pelo diplomadc adaptado, embora disfar^adas em imagens literarias:

resposta que segue adote uma forma um tanto restritiva: Tres de uma so palavra: "Dificulta", <fSim", "Di

"Para responder a esta pergunta, damos a expressao ficulta".

"diplomado adaptado" o sentido do diplomado com soli- Uma mais longa e muito expHcita:

dos conhecimentos cientificos, forrado de senso comum "E' infinitamente mais facil manejar uma maquiiui

de cultura geral, mas dedicado ao estudo de determine quando ela e composta de uma grande quantidade de pe-— do assunto; compreendemos como

"tecnico especializa- Qas — sendo todas de ferro ou de gfco, mais obedientes l«

do", no caso, aquele que, dispensando os problemas de das a um so impulso, tendendo a um fiiri determinado, cl

ordem geral, se interessa particularmente por determina- que formada de homens, como e a maquina burocratic;

da materia. Assim, julgamos ser mais util para o Bra- em que cada pe<;a tem a veleidade de supor que e a 111

sil o "diplomado

adaptado". quina toda. De cada um perisar desse modo resulta qu

Mais ainda, talvez sob a influencia de Carrel: a m^(l1ina funciona mal e para realizar qualquer traball"Diplomados

adaptados. Sou, em principio, favora- desPend.e uma^ soma de tempo infinitamente superior

vel a especializaqao. Mas ela tras comsigo o tecnicismo qUG Seria PrecJs0-

exagerado, o especializado restrito, incapaz de relacionar .°ra' os.tecnicos, cujos movimentos sao precisos e si

seus conhecimentos com os de outros. Dessas relaqoes, fei- cessiv°s; cujas operaqoes, uma vez iniciadas, nao devem

tas.com sabedoria, e que resulta o progresso pela tecnica P°r nenhum motivo, ser interrompidas, sao, muitas vezc

' A ti'tulo de curiosidade, cabe transcrever aqui um ^^|ados

Pelas paradas, pelos enguigos, pelos capn-

trecho de resposta dada pelo artista cinematografico Ro- ^unianos verificados na maquina burocratica. . .

bert Taylor a uma pergunta semelhante: sua ^jetfv'idad^

& 6 fr"8

exphc m ' "

classe'SvaT Ti^Ulgam Pertencei: a unf WS'Mmito..

Quern, no decorrer de um estudo de

sua di^MaS' Ma« hi trabajhos que dizem abaixo de laboratorio, na faina construtiva de uma ofieina, jd tevc

desesnJro arptVn« um 1> o- xc.e?oe? ' conieS° um que, em que crusar os bragos, por falta de material ou pessoal.,

nao

foT hTdois anos w ? T i

"tT, lavanclena fomecidos por demoras burocrdticas, sente bem o porque

verdade P?L™fc" g76 6, d°

ftabeleciment°¦ desta resposta. Quern, no entusiasmo do trabalho, jd en--

se um honiem in nar»„, ? i'U .mante,®eus quatro anos Iron pela- voite a dentro com um ensaio, uma operagaoj p e eu deslocado foi ele. Isso, porem. deinnrarfa 'Yin. 14 C7/17/7 P 11/1 r1<irt on sir.1/44/1 f- n Jin vrJo JlM Yf)r Vfl tlCQ*'

na escola que tinha capacidade para dirigir e foi precisoum trabalho obscuro para revelar essa capacidade."

Assunto eterno 110 Brasil tem sido a burocracia, na

acusação de entravadora de todas as iniciativas. Estaria

ela, ainda hoje, impossibilitando o desenvolvimento técni-

co do País? Era o que pretendia saber o nono quesito:"A

burocracia dificulta os técnicos?" E as respostas fo-

ram quase unânimes, umas lacônicas e francas, algumas

disfarçadas em imagens literárias:

Três de uma só palavra: "Dificulta", "Sim", "Di

ficulta".

Uma mais longa e muito explícita:"E'

infinitamente mais fácil manejar uma máquina

quando ela é composta de uma grande quantidade de pe-

ças — sendo todas de ferro ou de aço, mais obedientes to

das a um só impulso, tendendo a um fim determinado, d

que formada de homens, como é a máquina burocrátie;

em que cada peça tem a veleidade de supor que é a 111

quina toda. De cada um pensar dêsse modo resulta qua máquina funciona mal e para realizar qualquer trabalh

despende uma soma de tempo infinitamente Superior

que séria preciso.

Ora, os técnicos, cujos movimentos são precisos e su

cessivos; cujas operações, uma vez iniciadas, não devem

por nenhum motivo, ser interrompidas, são, muitas vezes,

embaraçados pelas paradas, pelos enguiços, pelos capri-

chos humanos verificados na máquina burocrática...'E outra, igualmente longa e mais explícita ainda, 11

sua objetividade:"Sim,

e muito . Quem, no decorrer de um estudo de

laboratório, na faina, construtiva de uma oficina, já teve

que cruzar os braços, por falta de material ou pessoal, não

fornecidos por demoras burocráticas, sente bem o porquedesta resposta. Quem, no entusiasmo do trabalho, já eu-

trou pela noite a dentro com um ensaio, uma operação

demorada na usina, e no dia seguinte perde burocrático-

O OBSERVADOR - /j /

dos, visto que na formação destes se subentende o aper-

feiçoamento técnico."

Resposta lacônica e direta:"Em

nosso grande progresso, é um crime impedir que

o d.plomado adaptado coopere."

Há quem discorde:"Não

há dúvida que devem ser os técnicos especia-

lizados."

Mas a maioria é pelo diplomado adaptado, embora a

resposta que segue adote uma forma um tanto restritiva:"Para

responder a esta pergunta, damos à expressão"diplomado

adaptado" o sentido do diplomado com sóli-

dos conhecimentos científicos, forrado de senso comum e

de cultura geral, mas dedicado ao estudo de determina-

do assunto; compreendemos como "técnico

especializa-

do", no ¦ caso, aquele que, dispensando os problemas de

ordem geral, se interessa particularmente por determina-

da matéria. Assim, julgamos ser mais útil para o Bra-sil o

"diplomado adaptado".

Mais ainda, talvez sob a influência de Carrel:"Diplomados

adaptados. Sou, em princípio, favorá-vel à especialização. Mas ela trás comsigo o tecnicismoexagerado, o especializado restrito, incapaz de relacionarseus conhecimentos com os de outros. Dessas relações, fei-tas.com sabedoria, é que resulta o progresso pela técnica."

A título de curiosidade, cabe transcrever aqui umtrecho de resposta dada pelo artista cinematográfico Ro-bert Taylor a uma pergunta semelhante:

"Conheço diplomados que julgam pertencer a uma

classe elevada, recusando trabalhos que dizem abaixo desua dignidade. Mas há exceções; conheço um que, emdesespero* aceitou um lugar humilde numa lavanderia efoi há dois anos; hoje é gerente do estabelecimento. Averdade é que nem êle descobriu durante seus quatro anosse um homem já pareceu deslocado foi êle. Isso, porém,

p

!

'

! () OBSERVADOR

- LVI 63 j ..

; mettle o ponto, ccrto desantiiiard, arrefeccra no sen en- tecnica nacional, algumas iniciativas deveriam ser toma- I

tusiasino —¦ & fatal." das, no sentido de minorar essa deficiencia. Dai o quesi- J

Em ul inquerito da natureza do presente nao seria to: "Ha

vantagem na generaliza^ao 110 Brasil de cursos

I nossivel omitir o aspecto referente ao ensino tecnico no de especializaqao tecnica (Test-Courses) a semelhanqa dos 1

Brasil. em compara^ao com o que existe no estrangeiro. existentes nos paises estrangeiros?" A proporqao foi de

I ^ pen unta: "O

que pensa do nosso ensino tecnico, qual duas respostas favoraveis para uma contraria. 1

o resiiitado de sua comparaqao com os similares estran- Duas favoraveis: "Ha", "Sim". 1

geiros?", as respostas nao foram coincidences:

ula contraria: L -

II

<l'A minha impressao e que o ensino tecnico esta em "Nao vejo grandes vantagens na cria^ao destes semi- j

I '

evolucao no Pais, ainda que lentamente. / compaiaqao tecnicos especializados. Criam-se homens com calosidades

I com o ensino similai dos giandes centios de cultura (Eu- mentais, a semelhan^a dos trabalhadores que, por deforma-

I ropa Central, Estados Unidos e Japao) e muito desfa\o- qqqs profissionais, tornam-se apenas capazes de empunhar j

I ravel ao nosso. uma unica ferramenta."

I Exprime opiniao difeiente uma outra resposta. Considerada necessaria a criaqap; dos cursos, restava j

I "0

nosso ensino tecnico superior, pelo que sabemos, averiguar de que modo deveriam ser eles mantidos. Isso jj

I e satisfatorio. O resultado de sua comparaqao com simi- procurou saber o quesito doze: "fistes

cursos devem ter j

I lares estrangeiros, de um modo geral, mostra-se anl| assistencia do Governo, quais as condi^oes ?"¦. E as res-

^ ^

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I

' 5 •" p - ,

).}?'*; ~ . ;|P

rm

k,*>^4.

|

II

64

"Sim. A assistência do Governo seria no sentido de

torná-los técnico-científicos. Toda técnica sem ciência é

enipirismo."

Ninguém duvida de que, no futuro, terá o técnico um

papel ainda mais importante na vida nacional. Procuran-

do saber a opinião dos próprios técnicos de hoje, inqueriu

o quesito treze: "Deve-se

orientar a juventude brasileira

para os problemas de ordem técnica?". Houve apenas

uma resposta discordante:"Não.

O desenvolvimento da indústria fará essa ori-

entação naturalmente. E assim se evitarão inúmeros pro-

blenias secundários — os dos técnicos chomeurs, por

exemplo."

As demais foram pela afirmativa:"Sim.

Técnica científica."

Ou então:"Sim;

mais técnica e menos latim."

E, mais:"Os

jovens brasileiros, que apresentarem qualidades

para a compreensão dos problemas de ordem técnica, de-

vem ser encaminhados para os estudos técnicos; outros

deverão ser dirigidos, por exemplo, para as escolas He

belas-artes; outros para o magistério primário, etc., etc."

Para terminar, era necessário inquerir Ho técnico bra-

sileiro se estava êle conciente de seu papel no panormm

do mundo moderno. Houve respostas diárias §e nnf1 r>or

mo+ivos diversos. Uims pelo pess1'nrcmo. outras tHa sn<

briedade e outras, ainda, pelo seu acerto:"O

mundo de hoje é o resultado Ho desenvnlvim^n-

to da ciência. A ciência é útil pelas suas criações np? br-

neficiam a vida dos povos. A economia mundial não fo^e

à dependência, mas está estritamente ligaria à evoluçãoicientífica.

A síntese e a industrialização da p'zarina Herarfi for-

midáveis prejuízos à França; a do indico, à Inglaterra.

Os perfumes naturais desapareceram pela concorrência

dos sintéticos, melhores e mais baratos. Os corantes sin-

téticos dominaram os naturais, bem assim os meHicamen-

tos. Os nitratos naturais, a sêda, a borracha e quantasmais, estão em luta com os similares artificiais.

Até parece que só os elementos químicos hão de re-

siVir, por longos anos, às transmutações de ordem utili-

tária na economia do mundo."

Pessimismo negro:"O

mais triste e nefando: — Criadores de um des-virtuamento do sentido da vida. O técnico dá aos povosa idéia, de felicidade fornecendo-lhe apenas conformo.Substitue a inquietação de cultura pela satisfação estáti-ca e contemplativa do progresso material. Faz com que seconfunda civilização com êsse progresso e cria os homensescravos da máquina fazedores de guerras, sacerdotes davelocidade, do automático, da explosão..."

Três palavras apenas :"De

grande importância."

Ou uma imagem sutil, tirada da realidade dos fatos

presentes:''Infelizmente,

a Polônia, a Noruega, a Holanda, aBélgica e a França conhecem hoje o papel do técnico naeconomia mundial."

Atiavés das significativas respostas acima transcri-tas tem-se o resultado do inquérito. Entretanto, procuran-do ainda maior documentação, não se limitou a elas O OB-SERVADOR; sindicou diretamente em vários Departa-mentos do Govêrno e em outros tantos particulares, ondeos técnicos se dedicam às mais variadas tarefas, em be-

O OBSERVADOR —

nefício do progresso do País. Nos departamentos parti-

culares, incontestavelmente, a atividade do técnico toma

maior realce, porque todos estão convencidos de que doseu trabalho depende a situação econômica da empr

Nos Departamentos do Govêrno essa convicção não está

presente no pensamento de todos, notadamente no pe iSa-

mento dos que não são técnicos, o que concorre grandel

mente para a ineficiência de grande número dos mesmos.

Em uni contato direto com os técnicos brasileiros sente-

se que os mesmos se encontram apavorados com a atua-

cão de determinado departamento de controle, que, no en-

tanto, também é brasileiro. Um dêsses técnicos teve uma

imagem curiosa para figurar o caso do aludido departa-

mento: "E'

como um médico milionário, possuidor de pre-ciosa biblioteca, dono de conhecimentos enciclopédicos,

estudante de cursos brilhantíssimos (primeiro lugar em to-

das as matérias) que, no entanto, fracassa sistematica-

mente diante de uni enfêrmo, porque se habituou a só

dar consultas por correspondência."

Há quem recorra a um fato que diz verídico, paraestabelecer paralelos:

"Uma figura de destaque da poli-

tica nacional pensou em transformar um serviçal de sua

conf:ança, que nunca tinha visto serviço culinário, em

perfeito cozinheiro. Fez com que o mesmo tomasse cur-

sos práticos em cozinhas dos melhores hotéis do Distri-

to Federal. O resultado foi, porém, um verdadeiro fra-

casso E' que o cozinheiro improvizado aprendeu tudo de

cozinha: as receitas mais complicadas, os guisados mais

estranhos, as sobremesas mais requintadas. Só não apren-

deu. mesmo, foi a cozinhar. E' que faltava-lhe a práticaelementar."

Outros criticam, ainda a forma de direção dos nos-

sos departamentos técnicos. Se os mesmos se encontram

entregues a técnicos, os conhecimentos dêstes não abran-

gém a multiplicidade das secções sob sua orientação, fa-

zendo com que cheguem os mesmos a resumir sua ativida-

de a funções meramente burocráticas, enquanto que a téc-

nica nacional perde a colaboração de um elemento mui-

tas vezes valiosíssimo. Por outro lado, quando o depar-

tamento fica entregue a um leigo, por mais experiência

que êste possua, luta sempre com muito maior dificuldadedo que o técnico para conseguir alcançar o discernimen-to preciso para resolver com acêrto os problemas de o ¦-

dem técnica que diariamente se apresentam à sua solução.Como conseqüência, pòdejse encontrar inúmeras pubíic

-

ções feitas por departamentos técnicos, as quais, si éxarrii|

nadas à luz de conhecimentos especializados, exibem n

meros êrros técnicos, fato que não se daria se os vero-

deiros especialistas fossem sempre consultados e as su;

opiniões devidamente acatadas. Afirmam diversos técnic -

que a solução seria, talvez, entregar a direção de cada ck

partamento técnico, não a indivíduos, especializados t

não, mas, ao contrário, a conselhos técnicos organizacl

com funcionários do próprio departamento, dando-se preferência aos chefes de serviços, sem nenhuma dúvida <

mais indicados para oferecer soluções acertadas aos pr<blemas que se apresentam no próprio transcurso de su

atividades diárias. Com êste sistema a direção do depar

tamento poderia ser confiada indiferentemente a um téc-

nico ou a um leigo, desde que ao diretor caberiam apenas

funções meramente administrativas e de ligação entre >

departamento e a administração pública.Êsse foi, em síntese, o resultado do inquérito realiza-

do pelo O OBSERVADOR. Êle reflete a opinião da

maioria dos técnicos do Brasil.

C on sfruirTioje^?^.

/f PARA AMANHA N\

// A garantia de renda no presente e, principalmente, no futuro, exige que \\ I

/ um predio a ser construido hoje, seja mais do que simplesmente moderno \\ I

para que nao sofra uma depreciacao inevitavel com o aparecimento de

outros que se venham a construir dentro de normas mais modernas e do-

tadas de aparelhamento mais perfeito e eficiente. Deve-se construir hoje

sB ^ |h l /.< li-fiVi

Construir hoje.Tr^

/f PARA AMANHÃ

A garantia de renda no presente e, principalmente, no futuro, exige que

um prédio a ser construído hoje, seja mais do que simplesmente moderno

para que não sofra uma depreciação inevitável com o aparecimento de

outros que se venham a construir dentro de normas mais modernas e do-

tadas de aparelhamento mais perfeito e eficiente. Deve-se construir hoje

prevendo as exigências de amanhã.

Os engenheiros da SERVIX teem longa experiência e profundos conhecimen-

tos em matéria de instalações de eletricidade hidráulica, refrigeração e

ventilação de edifícios. Estão aptos, por isso, a projetar, especificar e insta-

lar em qualquer prédio o que fôr mais conveniente, moderno e seguro.

.•

SERVIX ELECTFICA LIMITADA

engenheiros

I

0

la. Entramos, de feito, prematuramente no ciclo industrial. Do ponto de vista mais restnto, designana, porem, o ra-

o que alias nao deixou de produzir as consequencias ineren- mo da fisiologia botanica, que estuda as relates dos ve-

- ¦» - —• ,,, ¦ w~-¦ 1 ——

Zonas Ecologicas de S

VIII Zorí

O OBSERVADOR lvi

f~\ CONTEÚDO da tese

subordina-se ao concei-

to de Ecologia. O objetivo

por êle visado outro não é se-

não a propulsão agrícola, fon-

te primacial da riqueza do

País e fator decisivo da sua

prosperidade. No desenvol-

vimento agro-pecuário encontrará o Brasil, dada a vasti-

dão do seu território, inexplorado na mór parte, os meios

de que necessita para atingir a sua emancipação econômica.

A divisão territorial do Estado em zonas ecológicas

colima traçar rumos, que deverão orientar a legislação ten-

dente ao fomento da produção agrícola. A terra é, e sem-

pre será, com efeito, o reservatório inesgotável das utilida-

des de que o homem necessita para a satisfação das suas

necessidades. Tinham razão os fisiocratas e salutar fora

a reação oposta por Quesnay —

grande médico e grande

economista — ao sistema mercantil, então em voga.

O "produto

puro", isto é, o valor extremo de quais-

quer acrescentamentos extrínsecos e oriundos das circuns-

tâncias, só se encontra no que nos vem da terra. Ademais,

São Paulo será ainda por largo tempo um Estado agríco-

la. Entramos, de feito, prematuramente no ciclo industrial,

o que aliás não deixou de produzir as conseqüências ineren-

tes a todo processo discor-

dante das leis Sjatufais da

evolução.

Para balisarmos o campo

com acerto, parece-nos indis-

pensável fixarmos o concei-

to e a definição da Ecolo-

gia. O vocábulo fôra criado

por Haeckel, em 1889, em substituição à palavra Etholo-

gia, proposta por St. Hilaire, compreendendo o estudo

dos hábitos dos animais e suas condições de vida. A Ale-

manha adotou a expressão ecologia, hoje consagrada ge-ralmente. O seu conceito, como é natural, a princípio flu-

tuante, fixou-se alfim em uma fórmula definitiva. Ecolo-

gia — de oicos, casa, e Jogos, discurso — significaria, eti-

mologicamente, "discurso

sôbre a casa". Tal vocábulo,

fundiou-o Haeckel segundo os moldes da palavra Econo-

mia, de oicos e nornos, administração da casa, que passou

a designar definitivamente a ciência do valor."Discurso

sôbre a casa", isto é, o estudo do "ambi-

ente" em que vive o homem, passou a denominar a ciên-

cia "das

relações dos organismos (seres vivos) entre si

e com o meio em que vivem". Êste é o seu conceito geral.Do ponto de vista mais restrito, designaria, porém, o ra-

mo da fisiologia botânica, que estuda as relações dos ve-

. Paulo

ChuvaDe 50 a 500mm.

„ 500a 1000 „1000a 1500

„ 1500 a 2000 „.. 2000 a 2500 „

Acima de 2500 ,,

1rejzios

I

I OBSERVADORl VI

ambiente e com a variedade dos fatores cir-

"undantes — solo, água, clima, fauna — que simultanea-getais

com o

67

ção dos seres vivos em função do meio. E', em suma, a

ciência da vida e do habitáculo

dfe«L^l5tSl VSZ GEOI^GIA E RELEVO - HIDROGRAE1A

liam a

n«cib vAju* .

Mia distribuição sóbre a terra. O ilustre cientista

^ b

gr# cjr< Roquette Pinto, em "Seixos

Rolados",

PatlK275 esegs., define esta parte da moderna Biologia

'5!lno sendo

"o estudo do organismo no seu meio".

Ecologia em consonância com a conceituarão geral-

mente seguida, é, a nosso ver a parte da Biologia que es-

tiida a vida dos animais e dos vegetais em suas relações

como meio em que vivem

V agricultura —

qne e a finalidade que nos norteia

estú com efeito, em função do habitai, isto é, em função

do'solo do clima, dos acidentes geográficos, posição as-

tronômica e da fauna, onde se encontram os seus inimigos

naturais, as pragas. As leis da harmonia presidem à evo-

lução da natureza. Os seres vivos adaptam-se ao respecti-

vo ambiente. A tendência dos animais a tomarem a côr

e a'configuração do ambiente em que vivem — mimetis-

m0 é uma das suas provas eloqüentes.

Os vegetais dos nossos campos e cerrados, subme-

tidos ao fogo periódico das queimadas, na ância de viver,

mergulham no solo os rizomas revestidos de espesso cor-

tex. Verde é a plumagem dos passaros da floresta; cin-

zentas e alvadias são as aves marinhas. A bio-geografia

estuda a distribuição dos seres vivos sobre a terra. A eco-

logia desvenda os segredos que dominam a vida e evolui-

O Arqueano, que se alteia a partir das margens do

S. Francisco, formando o sublevamento da Chapada Dia-

mantina, atinge o território paulista aos 21.°, 15', e abran-

ge a área delimitada pelo litoral e por um arco de círculo

que vai de Mocóca a Faxina, passando por Campinas,

Itu e Sorocaba. A sua altitude geral é de 1.000 metros.

No bloco eruptivo abre-se, entretanto, uma fenda por on-

de surde o tcrciário, em que o Paraíba cavou o seu talve-

gue. Seguem-no também, dispostos em arco, o Glacial, o

Permiano e o Triássico. A oeste, contornadas pelo Jurás-sico, surdem as grandes

"ilhas" do Cretáceo. O Devo-

jjiano aflora, em estreita nesga, entre Itararé e Faxina.

E, pois, não são das mais risonhas as perspectivas do pe-

tróleo dentro do território paulista. A antemural de mais

de 800 metros de altitude, vista do mar, desenha o perfil

da Cordilheira Marítima e assinala as mais altas terras

paulistas.As cotas hipsométricas cáem a 532 em Porto Feliz,

425 em Barra Bonita, 329 em Araçatuba e abaixo de 300

junto às barrancas do Paraná. E' o declive seguido pelo

Tietê.

A mesma direção — L. W. — é a que obedecem os

principais cursos dágua: o Paranapanema, o Rio do Pei-

Derrubada ao longo da E. F. Sorocabana em P. Venceslau

ijppp? ^ 4a& 7 ¦'< && " *•- HB 1 1i " >- . » $ HE ¦ mmaRSaa . 'JWWAui ¦ ^M^iMSSsS^SstSMmiyf. w-

K . '¦£*

Si

ESSiS

iii^HFloresta halophila-hydrophila. .. reza

hig^fila. A abundancia da folhagem, o

sub-niata e a conforma^ao das folhas com as

xe, o Aguapei, o Dourados e o Rio-Grande. Formam ^ guisjl de goteiras estao, de feito, a denunciar a

rede paulista da bacia do Parana. Na bacia oriental so ha ar As bromelias, as begonias e as orquideas^^^^^H

um grande coletor: o Ribeira. Na extensa rede hidrogra- ao 0bservador 6 carater higrofilo desta zona.

fica conjugada ao regime das chuvas encontra-se a causa que admiramos ao galgarmos os degraus da serra,^^^^^H

da fertilidade das terras argilo-silico-humosas de S. Pau- saguera ate a "Borda

do Campo" (Santo Andi^^^^^H

lo. A terra roxa — diabases, que sao veios de rochas erup- vicejam os ipes dourados, o jequitiba excelso,

tivas — (dioritos) e o torrao magnifico para a cultura do maSj 0 tamburi em que os selvagens talhavam

cafe. O massape e o salmourao sao otimos para o cafe jgaras. . .

para a cultura de cereais e do algodao, que se desenvolve Vingada a encosta abruta — por onde serpe^^^^^^B

muito bem nos terrenos silicosos. lho caminho de Sao Vicente, o peior do mundo,^^^^^^H

O que caracteriza as nossas terras de cultura e a es- cj0 padre Anchieta — atinge-se, finalmente, a

pessa camada aravel. Na Europa, que vai alem de 0,60;

entre nos e de lm,00 a 3m,00. A terra roxa apresenta nao E SEU ASPECTO INTERIOR

raro um manto de humus de cerca de 20c,0 de profun-

Floresta halophila-hydrophila. ..*

xe, o Aguapei, o Dourados e o Rio-Grande. Formam a

rede paulista da bacia do Paraná. Na bacia oriental só há

um grande coletor: o Ribeira. Na extensa rede hidrogiá-

fica conjugada ao regime das chuvas encontra-se a causa

da fertilidade das terras argilo-silico-humosas de S. Pau-

lo. A terra roxa — diabases, que são veios de rochas erup-

tivas — (dioritos) é o torrão magnífico para a cultura do

café. O massapé e o salmourão são ótimos para o café e

para a cultura de cereais e do algodão, que se desenvolve

muito bem nos terrenos silicosos.

O que caracteriza as nossas terras de cultura é a es-

pessa camada arável. Na Europa, que vai além de 0,60;

entre nós é de lm,00 a 3m,00. A terra roxa apresenta não

raro um manto de humus de cerca de 20c,0 de profun-

didade.

O solo, a temperatura, o regime de chuvas e o coefi-

ciente higrométrico são os agentes que operam a diferen-

ciação da distribuição vegetal. Esta diferenciação caracte-

riza as diversas zonas ecológicas. A paisagem fitofisionô-

mica do Estado é, pois, o que tentaremos esboçar adiante.

OUADRO FITOFISIONÔMICOrv

São Paulo ainda não possue a sua carta fitofisionô-

mica. Ao que nos consta, só Mato Grosso a levantou em

todo o Brasil. Os serviços tendentes a dotar o Estado

deste indispensável guia de sua atividade agrícola, a car-

go do Departamento de Botânica, ainda não se completa-

máu grado os esforços do seu diretor, o eminente na-

patrício dr. F. C. Hoehne, a quem deve a ter-

ra matogrossense o notável documento, a que aludimos.

Ante a escassez de dados técnicos diretamente colhi-

dos nas diversas zonas do Estado, fomos forçados a nos

limitar a um rápido bosquejo e a pintar a largas pincela-das a nossa paisagem botânica, recorrendo a elementos de

informação de vária ordem. Êstes foram: a pequena, mas

preciosa contribuição do Departamento de Botânica do Es-

tado; fotografias aéreas do Instituto Geográfico e Geo-lógico; depoimentos registrados em nossa literatura deviagens; relato dos que escreveram acerca de nossa co-rografia, e, finalmente, noções oriundas do nosso próprioconhecimento.

O quadro fitofisionômico do Estado poderá, de ummodo geral, dividir-se em três zonas. Esta divisão com-

porta, entretanto, notáveis exceções. Wappoeus divide oBrasil em três zonas botânico-geográficas: a equatorial ;a litoral e a do sertão.

A primeira, a littorânea, halófilo-hidrófila, é . onsti-

tuida pela estreita faixa marinha compreendida . ntre o

oceano e a Serra do Mar. Está sujeita à imediata influ-

ência do oceano e se estende até a altitude de 0-100 me-

tros sobre o nível do mar. Caracteriza-se a ausência abso-

luta de campos. Suas matas são densas. Nelas Eif^oiúratii-

se o feto arborescente, as impomeias, as jissaras esveltas,

os suinãs floridos em Agosto, as bronfegas variegadas. A

terra e o ar impregnados de sal tornam esta zona pouco

apropriada à agricultura. A cana de açúcar e algumas es-

pécies frutíferas, como a bananeira, o mamoeiro, a fruta

pão, etc., poderão, entretanto, aí ser cultivadas com pro-

veito.

A partir da cota de 0,100 metros, serra acima, deparai

se-nos a zona da encostaj pega

e meseo-térmica higrófila.

E' a zona da floresta por excelência. As matas, de verde

intenso, cobrem-na inteiramente. O aspecto silvestre e

morfológico das espécies vegetais proclamam a sua natu-

reza higrófila. A abundância da folhagem, o enreado da

sub-mata e a conformação das folhas com as suas pontes

à guisa de goteiras estão, de feito, a denunciar a humidade

do ar. As bromélias, as begônias e as orquídeas afirmam

ao observador o caráter higrófilo desta zona. E' a mata

que admiramos ao galgarmos os degraus da serra, de Pias-

saguera até a "Borda

do Campo" (Santo André), onde

vicejam os ipês dourados, o jequitibá excelso, as quares-

másj o tamburi em que os selvagens talhavam as suas

igaras...

Vingada a encosta abruta — por onde serpeava o ve-

lho caminho de São Vicente, o peior do mundo, no dizer

do padre Anchieta — atinge-se, finalmente, a zona supM

e seu aspecto interior

1 W "U*

O OBSERVADOR — lvi

ao armazenamento de agua, que os tornara aptos a re sis-

tir a seca e as queimaclas.Sao herois clesta fa^anha a Carobiuha, a Sucupira, os

Babcijlos de Nossa Scnhora e o Paratudo. Sao especimem

Attalea humilis em Mogi-Mirim tltl,

I

I

69

...classificaqao do ci-

gumas "ilhas" hi- 1

pi ofundidade do "Styrax camporum e Tecoma caraibaumidade, devido J

Q observador l] 1

•entrai sub-xerófila, consoante a classificação do ci-

ll°L dl Hoehne.

r,\'n vastíssima região apresenta algumas "ilhas"

I11-

Abrange o terraço de serra-acima e compreende

i V' , ; terras altas de São Paulo, como ainda aquelast0

4tem em suave declive para as barrancas do Para-

q"eò "ande

coletor das águas paulistas. O sigmim spe-

^ificttiii desta derradeira zona encontra-se nos campos na-

tlV0S<\ciui bem se revela o tino seguro de João Ramalho

nome de "Borda do Campo" ao primeiro burgo

ao ciei» v iiyj *

mi civilizado de serra-acima: as suas pousadas assina-

lavam com efeito, o fim da encosta e "borda

do campo".

Plantara o, patriarca, sem o saber, um marco entre ;du|s

regiões naturais. _ f

O imenso trecho sub-xerofilo e descontínuo. Compre-

ende extensas manchas hidrófilas — nunca maiores de W

quilômetros quadrados — caracterizadas pela presença das

mais nobres essências. Nelas se alteiam o cedro, a cabre-

ú® os palmitos, o páu dalho, a jangada. As matas da

Mantiqueira são hidrófilas em grande parte. Nos alti-pla-

nos sub-xeróíilos, à ilharga dos Campos de Jordão, dese-

nham-se os perfis simétricos dos pinheiros. A Avançaria

angustijolia aparece em outras paragens, como em Bra-

gança, Espírito Santo do Pinhal, nas cercanias de São

Paulo, São Roque e Itú.

Os cerradões sub-xerófilos da Noroeste são verdadei-

ras matas e talvez houvessem inspirado aos Bandeirantes

de Cuiabá a denominação de Mato-Grosso conservada

pelo grande Estado vizinho, que não apresentava grandes

florestas à vista dos caminhos percorridos pelos descobri-

dores.

A formação campestre é, como vimos, a característi-

ca da zona que estudamos. Os campos nativos, segundo

o dr. Hoehne, teem origem na maior profundidade do

lençol dágua. A maior distância da humidade, devido a

maior profundidade da rocha impermeável sub-jacente e

detentora da água, imprime nos vegetais da superfície, quese contorcem na âncía de viver, aquele aspecto angustio-

so, que lhes é característico. Além de padecer da falta

de humidade, a vegetação dos campos tem que lutar con-

tra o fogo ateado pelo homem| Mergulha os caules na ter-

ra e os rizomas se armam na espessura notável destinada

ao armazenamento de água, que os tornará aptos a resis-

tir à seca e às queimadas.São heróis desta façanha a Carobin/ia, a Sucupira, os

Babados de Nossa Senhora e o Paratudo. São especimem

Attaléa humilis em Mogi-Mirim

Styrax camporum e Tecoma caraiba

característicos das formações campestres: a barba dc bode

(Aristida pallens) ; o sassafrqzinho (Ocotea pretiosa) ; a

fruta dc lobo (Solanum grandiflorum) ; a corticeira do

campo (Kielmeyera coriacea) ; o indaiá (Attalea humi-

lis) ; o vinháticÁ (Enterolobium ellipticum) ; a perobinha

do campo (Aspidosperma tometosum) ; bolsa dc pastor

(Zevhera montana) ; o muricy (Byrsonima verbassifolia) ;

o ipê (Tecoma caraiba) ; a quina do campo (Strychnos

pseudoquma) ; o aranbá do campo (Conaius subeiosus) .

Os capões — caa-paü —, ilhas florestais em campo

limpo, crescem nos sítios em que o lençol dágua se encon-

tra menos profundo em razao da maior proximidade cLi

rocha impermeável.

Outra, porém, é a gênesis dos campos, segundo ot.

Hilaire. O sábio autor das Viagens formulara esta hipóte-

se: uma revolução geológica teria operado a deslocação

das rochas de tal modo que a superfície humosa e cobeita

de vestimenta vegetal teria substituído as camadas mine-

jrais profundas e estas ocupariam o lugar da primeira.

Dai a vegetação enfesada e pobre dos campos . Lund, ao

contrário, entendia que tudo foi como ainda é, salvo as

modiícações operadas pela evolução por que passa mces-

santemente o globo.CLIMA

Segundo o dr. Henrique Morize, divide-se o territó-

rio brasileiro em três zonas climáticas principais: a) a

fona tropical: b) — a zona sub-tropical; c) — a zona tem-

perada doce. A primeira se estende por todo o norte cio

ÍPais até Paraíba do Norte. A segunda compreende o cen-

iWmi

" •1 "m-'+c*-.- • «*«**.• ^.4*0*11 |gff|

7Q O OBSERVIDOR _ iVl I

tro, de Pernambuco a S. Paulo . E,. finalmente, a ultima, ^ ^ I

sa^'' irequ^ ^ I

do Mar, anteparo aos ventos de S. E. Cerrados tipicos em Tatui ¦

Em Campos do Jordao (Vila Jaguaribe), a 1.580 I

metros de altitude, a temperatura e de 13.°, e as extremas nica e a pobreza de fertilizantes em que anula se encontia I

variam entre 19.° e 7.°. A minima observada e de 6.°. a nossa agricultura. Os seus altos pieqos nao so impedem I

E' a regiao propria para sanatorios e para as culturas da a sua importa^ao, como ainda seiia esta niais um dieno

zona temperada. de escoamento do ouio paia foia do Pais.

7nNAQ nF rTTT TTTp Entre as mais urgentes preocupaqoes dos primeiros

# colonizadores estaria, sem duvida, a produqao de cereais

Esboqada a divisao ecologica, passamos a delimitar as destinada a propria mantenqa. A exportaqacg entretanto,

zonas de cultura. Tal delimitaqao esta, sem duvida, subor- 'recaj[a em outras atividades. O primeiro genero de ex-

dinada ao quadro fitofisionomico ja bosquejado. A ecolo- p0rtaQao brasileira, em dias da nossa pre-liistoria, fora o

gia sera a nossa bussola. Algo teremos de dizer tambem resgate

acerca da Pecuaria, dada a excelencia da kdubaqao orga- Em |poca pre-afonsina, com efeito, os antigos Portu¬

gueses do "pueblo

de San Bicente", entre os quais o ba-Strychnos pseuooquina e Didymopanax em Mogi-Mirim jjjrigue|

o anfador Gonqalo da Costa,- - - - Mestre Cosme, Duarte Pires e Duarte Coelho, trocayam

com a gente das naus traficantes, em transito, indios por

mercadorias diversas trazidas do Reino. (Artigo no "Es-

' < tado de S. Paulo", de 9 de Fevereiro de 1932;

"Diano deNavegaqao

de Pero Lopes de Souza", pelo com. Eugcnio

. . , , de

Castro, Rio de Ja^nd^ .)

O OBSERYADOI

m

^^^HhIMP^ MINUTO

a máquina de escrever completamente elétrico, um

produto da INTERNACIONAL BUSINESS MACHI-

NES, que a Companhia Nacional de Máquinas Com-

merciais lançou à venda com absoluto êxito.

PEÇA UMA DEMONSTRAÇÃO SEM COMPROMISSO

Escreva com a ELECTROMATIC

160

PALAVRAS

72O OBSERVADOR - iy

A'Europa dista do Equador 35 gráus (Ilha de Cân-

dia), enquanto S. Paulo, no hemisfério meridional, dele

se afasta apenas 20 gráus. Há, pois, em seu desfavor uma

diferença de 15 gráus. A primeira está toda compreendi-

da na zona temperada e o nosso Estado situa-se na zona

sub-tropical. A diversidade de latitude importaria na im-

possibilidade de se conseguirem aqui os produtos da cul-

tura européia, se a altitude não viesse em nosso auxílio,

corrigindo a fatalidade da nossa posição geográfica. A vi-

nha e o trigo— alimentos clássicos do homem — poderão

ser economicamente produzidos em S. Paulo. Piratinin-

ga, com efeito, já cultivara o pão e célebres eram os vi-

nhos produzidos pelo dr. Guilherme Pompeu de Almeida,

o Creso americano, na sua fazenda de S. Roque.

A cultura da nogueira tem sido ensaiada com resul-

tados animadores; quanto à oliveira, não estará talvez

longe o dia em que os tons verde-cinza dos olivais, em

pingues terras de azeite, virço colorir a nossa paizagem.

Cunha, as terras altas da Bocaina, S. Bento do Sapucaí,

São Roque, Jundiaí, Itú, Atibaia, Piracaia, S. José do

Rio do Peixe (Sapecado), Cascata, etc., oferecem terras

e climas adequados à produção da zona temperada.

Em S. Paulo (capital) apesar do seu alto coeficiente

higrométrico, conseguira Luís Pereira Barreto as extraor-

clinárias uvas enviadas a Paris em empoulas de vidro, fe-

chadas à lâmpada, sucesso que tivera como resultado des-

aparecer o preconceito que afastava homens e capitais da

nossa Pátria. Acreditam, com efeito, os franceses que o

homo aeuropeus só poderá viver onde se cultivar a vide.

No croquis anexo, gizamos as diversas zonas de cul-

tura, delimitando-as em função dos dados ecológicos. Para

atingir a êsse escopo, tracejamos o esboço fitofisionômico

do Estado, que ilustra também este trabalho, informado,

igualmente,1 pelos subsídios da climatologia e geologia

paulistas.Não nos apartamos dos nossos precedentes agríco-

Ias. A experiência dos que nos precederam são ensinamen-

tos dignos, a nosso ver, do maior apreço. A lição de qua-se quatro séculos de experiência não pode ser posta á mar-

gem. A visão da nossa gente, com efeito, conduziu a ex-

portação paulista da época em que a única mercadoria en-

viada de Piratininga para a metrópole era a marmelada

para a eminência da exportação cafeeira — que produ-

ziu para a economia brasileira, mais ouro do que todo o

produto dos veios do Estado de Minas Gerais.

Não podemos deixar de focalizar nestas linhas o querespeita à indústria agro-pecuária, tais as atinências exis-

tentes entre ela e a agricultura. Não só poderá a cria-

ção fornecer abundantes recursos para a nossa receita,

como já observara Cincinato Braga em discurso perantea antiga Câmara dos Deputados, como ainda só ela nosdará, o instrumento de utilização dos nossos extensos cam-

pos e cerrados, impróprios para qualquer exploração agrí-cola.

S. Paulo deve, a nosso ver, preferir o gado de proce-dência indiana, único adaptável aos nossos campos duros e

pobres. As raças européias — Bos taurus — não se acli-matam com facilidade entre nós! O clima, as pastagens eos parasitos lhe são hostis. Passam de um habitat me-lhor para um peior. Daí o degenerarem rapidamente com

prejuízo das qualidades que os valorizam.

Com o zebú — Bos indicus — ocorre a situação in-versa. Do seu ambiente paupérrimo, a índia, passam parao nosso, superior aquele. Dai o seu maior desenvolvimen-to, sem maior pêso e precocidade. As suas qualidades en-tre nós se acentuam, como se verifica com o tipo Indu-

brasil, destinado a alta percentagem da produção dc lrne

de primeira qualidade, consoante a classificação cfes \ jo-0_

ríficos (chilled de primeira, própria para o consumo dosmercados da Inglaterra, os mais exigentes do nfundo -1

Smithfields) . Para a produção de leite, há o Gyr, orJL-

dente do Kathiawar, de notável capacidade leiteira e man-

si dão.

O gado Caracú não oferece vantagens. Fraco, de

crescimento tardio, degenera com facilidade e exige ótima

pastagem, — elemento de que não dispomos. A campa-

nha Pereira Barreto, em seu favor, e contra o |ebú. oca-

sionara um prejuízo a S. Paulo, segundo afirmação do

então deputado Sampaio Vidal, superior a uni milhão de

contos!

Seria de aconselhar-se a importação de reprodutores

Gyr, Guserate e Nellore, que são as raças nobres da ín-

dia, já superiormente provadas entre nós. Em Àraxá e

Uberaba poderão ser adquiridos ótimos exemplares Indu-

brasil. Fazendas de seleção do gado indiano viriam resol-

ver o nosso problema pecuário, proporcionando aos criado-

res a aquisição econômica dos exemplares de que carecem.

(No triângulo mineiro os atuais preços são proibitivos.)

O' zebú é o boi por excelência dos países tropicais.

E' a tese vencedora e defendida pelos ingleses, que jamais

pretenderam enviar para as índias os seus Hcrefords, De-

vons c Jcrseys.

No vale do Paraíba, em que a criação sucedeu à la-

voura cafeeira, e onde por isso se encontram bons pastos

artificiais, poderão desenvolver-se as raças de produção de

leite européias mediante cruzamento com a variedade Gyr,

notavelmente leiteira e mansa. Ficariam dess arte abaste-

cidas as duas grandes capitais: S. Paulo e Rio de Janeiro.

Não finalizaremos estas linhas sem algumas relerem

cias dedicadas à Silvicultura. O desnudamento do nosso

território assume proporções impressionantes. A floresta

evanescente vai cedendo espaço às culturas. Já bem pou-

co nos resta da selva primitiva. Da mata-virgem. dentro

em pouco, só nos ficará a lembrança. As fornalhas riflp

locomotivas são os seus inimigos implacáveis. Não há,

como, em parte, transigir com o imperativo econômico.

Cumpre ao Poder Público, entretanto, prevenir e atenuar

os males decorrentes da prática, que vem dos nossos maio-

res. O remédio está na silvicultura em grande escala. I na

legislação adequada, de^que trataremos em outro pa sqj

poderá estimular o plantio de florestas. O regime de c u-

vas entre nós apresenta sensível transformação, ao i>ual

não será estranha a diminuição da área protegida p la

vestimenta vegetal.

E' o que se vem observando neste Estado, sem t n-

bargo da atenuação da responsabilidade dos "fazedores

desertos", de que falara Euclides da Cunha, ante as no: is

teoiras referentes às sêcas, pelas quais é responsar a

trajetória seguida pelos anticiclones, fenômeno geral e I

local: Se passam por latitudes baixas, verificam-se c -

vas; se, ao contrario, faltam de todo ou se passam m n-

to ao sul do continente, verifica-se a seca. Aí está a c; n-

sa das sêcas do Nordeste, segundo o dr. J. de Sampaio

Ferraz. (Conferência realizada no. Clube cie Engenha

a 20 de Dezembro de 1924.)

LEGISLAÇÃO

Não nos parece acertado decretar-se um Código Ru-

ral para os Estados, menos ainda para todo o Brasil. Os

códigos são obras legislativas destinadas, em regra, à vida

longa ? Nessa longevidade está, com efeito, a própria iá-

o oliSERVADOR — LVI

73

| je ser da sua existência. Eis aí porque contra eles

Slisurgira Savigny, na célebre polêmica com Thibaut.

Preferia aquele grande mestre a legislação costumeira,

. plástica e adaptável às novas necessidades, que, a

todo instante, as manifestam no organismo social. Ne-

nhuiu quadro mais cambiante do que o da vida agrícola e

jos seus reclamos ante o Poder Público, coordenador e

orientador de todas as atividades sociais dentro do regi-

ge instituído pelo Estado Novo.

\ legislação agrária, a nosso ver, deve ser extrava-

o-mte. A agricultura obedece a circunstâncias sociais, eco-

nômicas e meteorológicas. E', pois, evidente a variabili-

dade dos fatores de que dependem os seus resultados. E

com aqueles deve também variar a legislação, que não é

senão'o instrumento destinado a reger a atividade agrico-

ia cuja finalidade é alcançar o maior rendimento niedian-

te um minimum de esforços. No desenvolvimento do pre-

sente capítulo, alinharemos os princípios, a que deverá

obedecer a legislação rural de S. Paulo.

IMIGRAÇÃO- TRANSPORTE

CIAMENTO

FM AN

A agricultura de S. Paulo não pode prosperar sem

o concurso do operário estrangeiro. Uma das causas que

atormentam a lavoura cafeeira, na atualidade, nasce cia

concorrência na conquista de braços entre as diversas cul-

Juras e entre as diversas zonas. O surto algodoeiro veio

tornar aflitiva a situação do café em relação ao recruta-

•lento do pessoal indispensável ao trabalho agrícola. As

maiores vantagens oferecidas despovoam as velhas íazen-

das em benefício dos algodoais. O mesmo ocorre em re-

laçãa às novas zonas cafeeiras. A diferença de salário,

dados os baixos preços do café, são a bomba de sucção

que determina o êxodo dos operários agrícolas da zona

velha, onde, aliás, são produzidos os cafés finos. O bara-

teamento do trabalho agrícola nao é, entretanto, o reme-

pio adequado à cura do mal. O standard cie vida cio ope-

rário rural é o mínimo. Não pode ser rebaixado. O custo

das utilidades —- instrumentos agrícolas, medicamentos,

etc. — tende a elevar-se, dado o fraco poder aquisitivo

da liíossa moeda e as causas oriundas da política interna-

cional, o que dificulta as indispensáveis importações.

A legislação recomendável, pois, terá que atender ao

restabelecimento e incremento cia corrente imigratória,

úmcl fonte a que poderemos recorrer para o aumento ime-

cliato de braços, e à defesa comercial cio café, produto em

que assenta a economia brasileira. A imigração bem ori-

entada e fiscalizada não se opõe o ideal nacionalista. Po-

demos, no exame deste problema, jogar com a nossa pró-

pna experiência.

O primeiro afluxo imigratório, entre nós, clata de

18!.). Fôra, com efeito, D. João VI, grande estadista, in-

justamente julgado pelos pósteros, que, em primeiro lugar

lançou rnão da imigração, visando a colonização do Pais

e o seu incremento econômico. Dera o Príncipe Regen-

te o primeiro passo no caminho da abolição do regime es-

cravo. Nas necessidades agrícolas encontra-se o gênesisdo fator econômico da extinção do elemento servil. Fo-iam

pioneiros dos movimentos imigratórios: o visconde

kio Branco, Antonio Prado e conde de Parnaíba. De88ü a 1905 entraram no País mais de 403.000 imigran-

*es- O ano mais abundante fôra o de 1012: 180.172 es-trangeiros.

Dessa política não nos aclviera nenhum mal. E a sua

contribuição, não só em homens, como em resultados eu-

gênicos e econômicos, pelo seu brilho, se evidencia a to-dos os olhares. O que se passa no estrangeiro não nega,antes confirma a nossa tese.

Os Estados Unidos e a República Argentina, onde acorrente imigratória assumira grandes proporções, colhe-

ram dessa política os melhores frutos, não se conhecendo

nenhum inconveniente relativo à sua formação cívica. O

capital humano é fundamental. Sem ele qualquer adminis-

tração terá que se agitar no vácuo. O que nos cumpre é

escolher os melhores elementos alienígenas. E disciplinar

e fiscalizar os serviços atinentes ao serviço imigratório.

Portugueses e italianos são os melhores elementos

raciais a que devemos recorrer. Os primeiros são nossos

antigos concidadãos. Até 1822 formávamos uma só pá-

tria. A êles estamos ligados pelo sangue, pela religião e

pela língua. Os italianos, latinos como nós, veem demons-

trando as melhores qualidades de adaptação, operosidade

e inteligência. Teem siclo grandes colaboradores da nos-

sa riqueza e cio nosso progresso em todos os setores. O

seu amor e a sua lealdade para conosco teem sido repe-

ticlamente comprovados, em todas as oportunidades. Estão

à frente das maiores atividades: da Indústria e da Agri-

cultura.

Devemos evitar o Japonês. Não se deixa absorver

pelo elemento nacional. Não se funde em nossa civitas.

A sua mentalidade modelada em princípios morais e re-

ligiosof diversos não se harmoniza com a nossa. E' um

povo conquistador. O excesso de população, dada a exi-

guidacle do seu arquipélago, provoca os movimentos es-

pansionistas, que agora encontraram na fórmula do espa-

ç0 vital" — a sua consagração política. Além de tudo,

não apresentam os japoneses as qualidades eugênicas in-

dispensáveis na formação cie um povo tropical como o

nosso.

P1XANCIAMENTO AGR1COLA

Depois cio "capital humano", é o financiamento a pri-

meira condição de êxito no desenvolvimento e piosperi

dade agrícolas. A lentidão! o empirismo, a anemia, que,

clesde éras coloniais, vem caracterizando a vida da nossa

produção agricola — excetuando o surto brilhante do

café explicam-se, em sua mór parte, pela falta absolu-

ta do crédito agrícola, até há bem pouco tempo. Os go-

vernos da República e do Estado, ultimamente,, veem diri-

gindo as suas vistas e os seus esforços para este proble-

ma fundamental da nossa economia.

E' entretanto, fora de dúvida que muito ha a cons-

truir neste setor da administração. O próprio Conselho

Técnico de Economia e Finanças, em várias sessões do

ano passado, tratou da matéria, tendo sido designada uma

comissão composta dos seus mais eminentes membros para

estudar, em definitivo, o assunto. O Conselho, certamen-

te proporá as medidas adequadas à realização do magno

objetivo, sugerindo aos poderes públicos os diplomas le

rislativos em que se corporificarão as medidas a serem

postas em prática. Tal legislação obedecerá, evidentemen-

te, às peculiaridades do nosso Estado olhadas do ponto

de vista que ora nos preocupa.

Urge que. os poderes públicos proporcionem as van-

tap-ens indispensáveis do crédito ao pequeno e ao grande

lavrador. A matéria prima fundamental — o numerário

— existe : as Caixas Econômicas, a carteira do Banco do

Estado estão, felizmente, providas de recursos sobejos para

o financiamento agrícola. O essencial de que depende a

solução cio problema central da questão, e a jonna de fi-

nanciamento. E' preciso trazer o financiamento paia perto

74 O OBSERVADOR .

———————_—___ pequeno lavrador. O sitiante, g clan>, nao pllle

mais, lor circunstancias obvias, aproximar-se do

diets dos'Bancos, nesta rumorejante capital. For^a esi bem, eliminar as

pnumeras formalidades e exigencias

1/ ^fj tas das quais descabidas e que conduzem ao fracass

\r—J ^ yf sllj poucos negocios legitimos. A burocracia deve ser

liada. Tudo sera comercialmente tratado.

1 Vl fJA A efetividade das garantias, de que devem cei

as operaQoes, nao e inconipativel com a simplicidacf* A cilidade e celeridade, que devem presidir a toda ati

Jf Y * v /1

mercagtii Os Gregos punharl asas nos tornozelos dc

yX|/ y | \ VJ i curio, deus do comercio, que tambem, alado tinha o <

Y* II Os prazos dos emprestimos e a taxa de juros sao ]

jlA/U \^/ essenciais, a que devera atender a lei da organizaq

credito agricola.

CJJL. /y Os prazos deverao coincidir com os intervalos d

/lii tr% 17/n/Jrryrin Jj/ri/Ui/'/l lheitas. A epoca do arroteamento e aquela em que o

^uLLi/L /U/i^iLlrtO^dor mais carece de recursos financeiros. O tern

Vi contratos devera permitir ao agricultor a venda f

dos seus produtos, para que nao seja escravizadc":s,

mmm ,-r:-r11^^ -

Mpj comprador. As liquidates deverao fazer-se apos anormal das vendas.

£ ;< ' A taxa de juros devera ser a mais modica po:

I A terra nao suporta a uzura. Na propria nobreza <

¦¦¥1 vidade agraria — a unica, em Roma, depois das /

.........JL— >4a que se poderiam dedicar os palrlcios, de que e

11."

""""" M a biografia cle Cincinatus — encontra-se a sua inco

'* bilidade com a usura. Ch. Gide, o grande mestre d<

J nomia Politica, afirma, — tratando da agricultura

peia, — que a agricultura nao pode pagar mais de /

S. Paulo

das em Franca; a escassez do capital obriga o mia tnaior remunera^ao. A nosso ver, nao podera alavoura pagar mais do que 5 ou 6%. E' for^oso, ]n^° SC Pei*c^er c^e v^s^a 0 ^ado pratico do problema: r

fcS xas Economicas, pagando 5%, terao de exigir umr

- --- -'-•*'— pensaqao. Nao podem perder no negocio. Dai, <

I trarmos os juros de 6% para o financiamento a^ricolml J_ C_ .. j . 1 • , ®

O OBSERVADOR

do pequeno lavrador. O sitiante, c claro, não polirá j;i-mais, por circunstâncias ólwias, aproximar-se cios ,////-chets dos'Bancos, nesta rumorejante capital. Fôrça é, : nvbem, eliminar as inúmeras formalidades e exigências, mui-tas das quais descabidas e que conduzem ao fracasso não

poucos negócios legítimos. A burocracia deve ser elimi-nada. Tudo será comercialmente tratado.

A efetividade das garantias, de que devem cercar-se

as operações, não é incompatível com a simplicidade, fa-cilidade e celeridade, que devem presidir a toda atividade

mercantil. Os Gregos punham asas nos tornozelos de IVíer-cúrio, deus do comércio, que também, alado tinha o elmofOs prazos dos empréstimos e a taxa de juros são pontosessenciais, a que deverá atender a lei da organização docrédito agrícola.

Os prazos deverão coincidir com os intervalos das co-lheitas. A época do arroteamento é aquela em que o lavra-

dor mais carece de recursos financeiros. O termo doscontratos deverá permitir ao agricultor a venda folgada

dos seus produtos, para que não seja escravizado pelocomprador. As liquidações deverão fazer-se após a épocanormal das vendas.

A taxa de juros deverá ser a mais módica possível.A terra não suporta a uzura. Na própria nobreza da ati-vidade agrária — a única, em Roma, depois das Armas,a que se poderiam dedicar os patrícios, de que é provaa biografia cie Cincinatus — encontra-se a sua inconipati-bilidade com a usura. Ch. Gide, o grande mestre de Eco-nomia Política, afirma, — tratando da agricultura euro-

péia, — que a agricultura não pode pagar mais de 2c/c.

S. Paulo não dispõe, é claro, das economias amealha-das em França; a escassez do capital obriga o mutuárioa maior remuneraçao. A nosso ver, não poderá a nossalavoura pagar mais do que 5 ou 6%. E' forçoso, porém,não se perder de vista o lado prático do problema: as Cai-xas Econômicas, pagando 5%, terão de exigir uma com-

pensação. Não podem perder no negócio. Daí, o alvi-trarmos os juros de 6% para o financiamento agrícola. Na

praça de Santos há comissários de café que emprestam a8%, a determinados clientes.

E', também, a nosso ver, digna de exame, a possibil i-

dade da variação da taxa conforme a zona do Estado.Cumpre atentar para a diversidade profunda do poten saleconômico entre as zoncis novas e as zonas velhas. S. Luísdo Paraitinga, Areias, Mogí-Mirim não podem pagar os-mesmos juros que Marília, Tupã, Cedral e Ipaussú. B

ça é, pois, que a lei adote uma tabela móvel de taxas

juros. Estas e outras considerações, que a sabedoriadouta Comissão deste Conselho, sem dúvida, vai sugeiinfoimarao a lei relativa à organização do Crédito -Vcola entre nós. 4

O que é certo é, entretanto, que pelo estado de inai

çao em que se encontra a lavoura, grande e pequena,em grande parte, responsável a falta de crédito agrícola.As chamadas "crises",

que a atormentam, não signiticai'outia coisa senão a carência de numerário nos intervalos:das colheitas.

A ausência de um aparelho racionalizado, inteligente,e patiioticamente organizado, conduziu-nos ao empirismodos fornecimentos de custeio pelos comissários de café da

piaça de Santos, verdadeiros banqueiros da lavoura, du-rante laiga fase, que se prolongou até data recente. A par-tir de 1929, ano fatal para a agricultura cafeeira, o comis-sano deixou de ser banqueiro para se tornar exportadore com prado í de café

"na porta". E meio desarvorada ficou

N/M HOKOKU MARÚ

Sairá em viagem inaugural em 22 de Setembro

E' o primeiro dos 3 novos navios do ServiçoAfricano, e fará escalas no Sul e Este da Áfri-ca, no Próximo Oriente e no Japão. O regres-so poderá ser feito num dos luxuosos e moder-nos transatlânticos N/M Buenos Aires Maru'ou no N/M Rio de Janeiro Maru'. Durante opróximo ano de 1941 estrearão os dois outrosnovos navios, o N/M Kõkoku Marú e Aikoku

Maru*.

OS N/Ms BRASIL MARU* E ÀRCENTINA MARU' CON-TINUARÃO FAZENDO NORMALMENTE OS CRUZEIROSEM VOLTA DO MUNDO, COM ESCALAS EM TRINIDAD,PANAMA', LOS ANGELES, JAPÃO, PRÓXIMO ORIENTE E

ÁFRICA DO SUL.

Osaak SyosenKaSsya

RI° SANTOS • S. PAULO

WILSON, SONS & Co. SOC. NAVEGAÇÃO OSAKA DO BRASIL

flv. Rio Branco, 37 R. Cidade de Toledo, 31 R. da Quitanda, 82

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3ES ACERTAiÂS

0 osSERVADOR — LVl

(INSTITUTO BRASILEIRO DE MECHANIZAÇÃO)

SERVIÇOS HOLLERITH, S.

NA

rapidez da vida moderna, o homem de negocios tem

sempre a preoccupaçao de nao tomar decisões opres-

sadas, pois elle sabe que o êxito de sua actividade depende

da analyse acurada de todas as faces do problema. Dei-

xe-me primeiro estudar estes números" — diz o gerente pre-

vidente. . .

St*VlÇ0S HOLLERITH S.A.

Os Serviços Hollerith S. A. (Instituto Brasileiro de Me-

chanizaçâo) não tornam apenas possível esse cuidadoso exame,

mas fornecem, em tempo, todo o material indispensável para

que os seus clientes possam tomar criteriosas decisões.

msm

76

a lavoura, sem o financiamento que lhe proporcionava San-

tos. Na atualidade, à falta de mais seguro apoio, os ne-

gociantes retalhistas do interior procuram arrimar òs seus

clientes, dentro de suas possibilidades. O financiamento

encerra o problema vital da lavoura: é questão de vida

e morte.

O TRANSPORTE

Outra questão igualmente vital é a que diz respeito

ao transporte. A circulação da riqueza é complemento na-

tural e necessário da sua produção. A mercadoria vale

não só por aquilo que é, mas principalmente pelo lugar em

que se encontra. O valor, com efeito, a qualidade mais

extrínseca das utilidades, conforme doutrina vencedora em

Economia Política, está subordinado à situação daquelas.

O fator transporte é, pois, decisivo e dominante. O valor

de uma tonelada de cristal da rocha (quartzo), em Goiáz,

é bem diverso do seu valor junto às portas dos estabeleci-

mentos Zeiss...

Houve, entre nós, municípios da baixa Sorocabana,

em que se deitou fora arroz por falta de transporte.

Regular é a rede viatória de S * Paulo; todavia, longe

estamos da quilometragem exigida pelas zonas de produ-

ção. A zona litorânea está atrazada cem anos das de ser-

ra-acima por falta de transporte. O atual governo do Es-

tado tem em vista o problema viatório da marinha e já

inaugurou a estrada de rodagem de Carguatatuba.

A estrada deve preceder a exploração agrícola. Nin-

guem trabalha na incerteza de poder exportar os seus pro-

dutos. Esta é, com efeito, a lição dos fatos. Entre nós

tem sido assim. Nos EE, UU. o caminho de ferro foi

o grande desbravador das imensas regiões daquele gran-de país.

A atualidade, porém, parece aconselhar a abertura de

estradas de rodagem de preferência às de ferro. O custo

elevadíssimo destas e as dificuldades de importação levan-

tam obstáculos quase invencíveis. A estrada de rodagem

será a nossa salvação. E' o sucedâneo natural da via fer-

rea. O caminhão já vai, entre nós, fazendo séria coricor-

rência à estrada de ferro. Mas, não basta abrir estradas

de rodagem. Do material rodante depende a circulação.

A sua tonelagem, entretanto, está em função dos respecti-

vos preços de aquisição e estes dependem dos direitos de

importação.

As nossas alfândegas deverão abrir de par em par as

suas portas aos veículos motorizados: o caminhão e o auto

de passageiros. A legislação aduaneira deverá respeitar ocaminhão. Mínimos ou nulos deverão ser os impostos deimportação a serem cobrados sobre êle. Os automóveisde passageiros deverão gozar dos mesmos favores. Só oauto de luxo — de 50:000$000 para cima — deverá pagarpesados impostos. Os acessórios —

pneus, peças, etc. —

devem ser igualmente beneficiados. As "licenças",

esta-duais e municipais, acompanharão a mesma modicidade. Ocombustível, igualmente, deverá ser taxado no mínimo.,Felizmente o petróleo já é uma realidade no Brasil. Lo-bato anuncia a nossa libertação em tão importante setor.A legislação sobre transporte deverá atender a este im-

perativo econômico. Nem se argumente com o obstáculoda diminuição das rendas alfandegárias com a quéda dastaxas de importação sôbre veículos e acessórios.

Os 01 çamentos que são fenômenos financeiros —tei ao que se rendei ante o imperativo econômico preva-lente e avassalador. A não ser assim, ficaríamos num cír-culo vicioso: não progredimos economicamente porque le-vantamos muralhas alfandegárias intransponíveis; não te-

O OBSERVADOR — ,r,

mos rendas fiscais porque não desenvolvemos a nossa pro-

dução, fonte primacial da riqueza pública e privada. .. Es-

tradas e veículos é o que está a exigir o nosso progres-

so econômico. Ademais, nas vias de comunicação reside

o fator da maior preponderância da consolidação da uni-

dade nacional.

A legislação agrícola deverá atender às necessidades

invencíveis de viaçao e transporte, oiicntada pelos pm c.í-

pios econômicos a que aludimos. Tonelagem e banftea-

mérito deverá ser a sua fórmula de orientação. Adminis-

tral- já o disse alguém — é abrir estradas.

As normas legislativas deverão também atender ao

problema do consumo. Prevenir o consumo é assegurar

o êxito da produção. Já, com efeito, a economia dirigi-

da medieval, traçara regras nesse sentido. A legislação

em perspectiva deverá instituir órgãos de propaganda e

defesa comercial do café. Dilatar o consumo do nosso prin-

cipal produto de exportação é fazer sábia política finan-

ceira. Não devemos deixar o café cair em segundo plano.

E' o único produto de que o Brasil tem quase o monopó-

lio natural. Tudo o mais, como o algodão, é produzido em

outros países. E' na diversidade de produção que reside o

segredo da engrenagem do comércio internacional. Pou-

co vale produzir o que outros produzem. A concorrência

é um dos grandes obstáculos comerciais.

CONCLUSÕES

— De um modo geral, poder-se-á dividir o territó-

rio do Estado, em função da Ecologia, em duas grandes

zonas: a da MARINHA, úmida e quente, e a do PLA-

NALTO, semi-sêca, de clima temperado, adequada em

parte às culturas européias.

II — Poderão, em suma, ser duas as zonas de cultu-

ra do Estado: a) — A primeira, a litorânea, apropriada

à cultura da cana de açúcar, arroz, cereais, e de detenni-

nadas frutas. Anseia por vias de comunicação. Os go-

vernos anteriores ao atual relegaram a completo abando-

no o nosso litoral. Vivera a sua população reclusa e iso-

lada do planalto, quase como nos tempos coloniais. A atual

administração, entretanto, já inaugurou a excelente estra-

da de rodagem, que parte de S. José dos Campos em do-

manda de Caraguatatuba. E não é o primeiro passo da >>

nessa direção. O plano rodoviário do litoral já foi traça-

do. Mairink-Santos — o mais sábio empreendimento fe

roviário dos últimos tempos — em tráfego franco, trai;

porta passageiros e mercadorias de Santos a Corumbá-

A Sorocabana já é uma via férrea transcontinetal. O po-'-

to de S. Sebastião está em véspera de movimentar-se. d-"-

vidamente aparelhado. A zona do sul, onde se encontrai

as fertilíssimas terras regadas pelo Ribeira, em breve

rão ligadas à rede econômica do planalto. Para ela volra

o govêrno as suas vistas.

b) —¦ A zona do planalto é o extenso campo em (j •

se agita o indefeso trabalhador paulista. O café, o alg<.

dão, o tabaco, as plantas oleaginosas (Mamona, Tung. (

rasol, Côcos), a cana de açúcar, a citricultura, a pomietura, os vinhos, o trigo, a oliva, as fibras têxteis, são pndutos, de cuja cultura bem orientada dependem o bem es-

tar e a prosperidade de S. Paulo. Para o seu incremeu-to não lhe faltam diretrizes técnicas.

S. Paulo possue para isso Institutos científicos !)

Biológico e Agronômico — e escolas de agricultura, desde

a "Luís

de Queiroz", de Piracicaba, onde se ministramcom raro brilho e eficiência o ensino superior e especial'zado, até os estabelecimentos de gráu médio, como as es*-

o OBSERVADORLVl

te prffissionais, agrícolas e industriais de Pinhal, Ja-

C vi' e S. Manoel, e o Educandário

"D. Duarte", na ca-

- p0 ensino técnico, da formação especializada do ope-

-iri') agrícola e do condutor de trabalho depende o futt-

{]e São Paulo, neste importantíssimo setor de sua ati-

viclade. Uma legislação tendo em vista desenvolver esse

aparelliamento, será a mola impulsora da nossa grandeza

econômica.

Hl Os meios de transporte exigem ampliação pro-

porcional à capacidade da nossa produção agrícola. Não

basta produzir. E' preciso exportar. As tarifas aduaneiras

deverão favorecer a importação de veículos a motor de

explosão e respectivos acessórios. S. Paulo devera en-

frentar e atacar a resolução do seu problema viatório, em

articulação com as vias de comunicação dos Estados liijjí-

troíes, a bem do Brasil. Em Economia Política, o valor

é uma função da circulação.

A produção é função do trabalho e do capital.

A atuação deste se traduz no financiamento. Não há agri-

cultura próspera, máxime em país novo, — sem hábitos

populares de economia, hábitos de amealhar, como na

França, na Bélgica, na Holanda, na Suiça — sem custeio

a prazo longo e juros módicos. Urge criar-se, em bases

práticas, o aparelliamento destinado a financiar o peque-

no e o grande lavrador. Uma legislação sábia, organizan-

do e disciplinando as cooperativas agrícolas, será um po-

deroso instrumento de prosperidade entre nós.

— O problema do reflorestamento é de suma im-

portância e gravidade. Dele depende não só o nosso cli-

ma, a fertilidade das terras, o regime das chuvas e o vo-

lume líquido da nossa rede hidrográfica, como ainda este

outro problema de importância capital, o da EROSÃO.

77

O desnudamento do solo favorece o desgaste conti-nental. Os nossos rios são anti-patrióticos, como observaraEuclides da Cunha. O Amazonas carrêa incessantemente,

para o sul dos Estados "Unidos,

biliões de metros cúbicosde sedimentos arrancados ao solo pátrio. Os rios paulis-tas conduzem terras de S. Paulo para a República Argen-tina. O nateiro da planície de Buenos Aires, em que de-mora a melhor pastagem sul-americana, é formado do hu-

mus brasileiro levado pelas águas do Paraná. A ausência

da floresta favorece a erosão. Nesta há mais do que a

perda de luinnis. O nosso próprio território se dilue e nos

loge. O reflorestamento é um corretivo dessa fatalidade

geográfica. Cumpre-nos atenuar, senão impedir a contínua

migração da terra.

Uma. legislação fiscal bem inspirada poderá estimular

o desenvolvimento da Silvicultura. No imposto territo-

rial, progressivãmente menor, concedido aos proprietários

que apresentarem áreas reflorestadas, está uma arma pode-

rosa a ser empregada neste setor. A atenuação do tributo

será proporcionar ao numero de hectares reflorestados e

à área total da propriedade. Por outro lado, a mesma le-

gislação combaterá de frente a grande propriedade. O la-

tifúndio é anti-econômico e anti-democrático. Outra não

foi a causa da guerra lia Secessão. O Massachussetts era

democrático e a Virgínia imperialista. Boston era a antí-

tese de Richmond: ao norte dominavam a pequena proprie-

dade e o comércio; e ao sul gampeava a aristocracia ru-

ral. . . Um regime fiscal bem orientado será a arma eficaz

no combate aos derradeiros remanescentes da sesmaria e

do feudalismo colonial, incompatíveis com os ideais ven-

cedores na atualidade.

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de Organização", expressamen-

te equipado para estudar todas as possibilidades de metodização de serviço nos

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ção, sem a exigência de compromissos ulteriores.

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de no seu manuseio e rapidez na localização de qualquer

elemento.

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ciente.

UM MODELO "ADDRESSOGRAPH"

BSelwtiEBm

o observador - um

79

Vidro de Segurança

AINICIATIVA industrial paulista bem merece de

uma especial atenção por parte do O OBSERVA-

DOR que, nestas páginas, informará aos interessados, só-

ire as novas indústrias criadas na terra bandeirante, com o

fim de substituir artigos de procedência estrangeira.

O desenvolvimento gigantesco e ininterrupto das in-

dústrias paulistas — concretizado com o dinamismo pe-

culiar do povo bandeirante — revelou ultimamente certas

tendências bem características e animadoras. O critério

anterior, de ampliar o parque industrial a todo custo, sem

exame prévio da utilidade de fabricação em espécie, foi

suplantado pelo sistema novo e racional que visa, em pri-

meiro lugar, em vez do lucro comercial imediato e volu-

m|so, a seleção dos artigos

para respectiva fabricação.

A nova "estrategia" indus-

trial paulista procura suprir

o comércio nacional de maior

número de artigos novos em

substituição aos importados.

Não há necessidade de tecer

comentários sobre o grandebenefício que esta orientação

trará à economia da Nação,

principalmente nestes tempos

difíceis para o nosso inter-

câmbio comercial com o Ve-

lho Mundo. Êste benefício jáse sente em vários setores do

comércio interno brasileiro,

bem como no intercâmbio co-

mercial com os países vizi-

nhos i

A primeira fábrica que vi-sitámos foi a Sociedade Vi-dro

"Protector" Ltda., ins-

talada à rua Vitória, 325,bem no centro da cidade. E'uma indústria que conta pou-co mais de 18 meses de ativi-dade e já atinge volume de

pioduçao bem apreciável. O artigo que fabrica é de gran-utilidade por suas inúmeras aplicações. Trata-se de

y <10 de segurança

que também pode ser denominado: vi-mestilhaçáyel. Percorremos todas as instalações da

l- mele fábrica, guiados pelo seu diretor-superintendente,

' com solicitude, forneceu todos os esclarecimentos re---i.'nados á fabricação e aplicação do artigo em apreço.

Quanto à qualidade do Vidro de Segurança, a res-

l1 a Poc^~se ir encontrar nos meios oficiais, ou seja, no

•• JOiatóno de Polícia Técnica de São Paulo, no parecer

t(r T^f111 s—re ° material que a Sociedade Vidro Prote-

Di! 1 Sllbnieteu a seu exame. Dêste parecer se de-

coM^- ^UC ° mater*al fabriclllo em São Paulo está em

naKlfes c*e P%|ncher todas as finalidades a que se desti-

°iiiVí , °

f?ole.Cer se encontra entre outros itens, o se-

yÍ^i e' Objeto de exame: — As amostras de vidro enf

ladosS d CXailie sao c°nsti|tjfidas de dois vidros duplos co-

suas P°r me^° de uma placa de celulóide, apresentando

nin]^ ai(js afs c^an^radas. Em todas as amostras se vê a

(e icaçao, c|ue é constituída pelo ''fac-simile"

de um carimbo de forma circular, de 20 milímetros dediâmetro, com os seguintes dizeres: "Vidro-Segurança"- O final do exame termina da seguinte maneira: "Pa-

ie?er. "Baseando-se nos resultados obtidos nas expe-

i íencias levadas a efeito, e que estão acima transcritas11a tabela II, são os peritos de opinião que os vidros demarca Vidro-Segurança ',

com os mesmos característi-cos das amostras submetidas a exame, evitam danos pro-duzidos por tal material às pessoas dos passageiros em ca-sos de acidentes de veículos, pois que, na fratura dêssesvidros, os estilhaços produzidos, que poderiam oferecerpeiigo, permanecem aderidos à placa nuclear da peça fra-turada."

O vidro de segurança tem

aspecto comum, sua espessu-

ra mínima é de 5 m/m, sen-

do que a maior parte da pro-

dução é destinada às vidraças

de automóveis, tanto que o

stock é totalmente composto

de vidros para êste fim, A

maior parte é destinada aos

carros "Ford," e

"Chevro-

let'\ cujos tamanhos padro-

nizados facilitam gra nde-

mente a manutenção de um

depósito, bem volumoso, do

artigo.

Chegámos no momento em

que nas dependências da fá-

brica dezenas de operários

especializados manipulavam

grandes placas de vidro. As

formas e tamanhos nada ti-

nliam de comum com o ar-

tilo destinado aos automó-CÜ">veis. Esclareceram-nos que

êstes vidros foram encomen-

dados pela Companhia Pau-

lista de Estradas de Ferro

para colocá-los nas locomoti-

vas elétricas e nos carros de passageiros. Também a Es-

trada de Ferro Sorocabana encommendou vidros de se-

gfjfança, para o trem chamado ouro branco, assim como

a Estrada de Ferro Central do Brasil, para as suas lito-

rinas.

Além dos veículos de grande- velocidade, que necessi-

tam de vidros de segurança, existem outras aplicações

para o mesmo como, por exemplo: vitrinas de lojas, so-

bretudo de ourivesarias que com êle — o vidro de seguran-

ça, — não correm o perigo de um assalto, pois e iiiipossi-

vel cortar ou quebrar um vidro dêstes. Outra aplicação,

muito familiar nas edificações prediais: as claraboias; nos

faróis, tanto de veículos como de sinalização; nas másca-

Ias para os escáfandristas, etc.

A exploração comercial dêste artigo é bem remune-

radora, embora o preço do mesmo seja inferior ao impor-

tado dos Estados nidos da America do Noite. Peicoi-

rendo diversas casas comerciais do gênero verificamos que

o vidro de segurança, de procedência estrangeira, destina-

do aos automóveis, custa, em média, 48% mais do que os

r'v:

fj|

O OBSERVADOR — / n80

j

e £ lanqado ao mercado do Pais com pre^o exorbitance

ao passo que o

bricaqao do mesmo 0fe.

recer' uma

razao de

artigo, em prazo de

consumidor com em

. renca de de

national na sua

muito

talmente do

direqao do

poderia

^^SjjS dos

em ao ao no

trangeiro pelo

^H pois,

garias:

se uma

lanqasse no

de da quali-

dade . Este particular, impor- ibSj^9^^^^^HHesclarecido por diversos do

automobilismo, autorizada nao pode ser pos- |Kfl^^N^B|!^|^|

ta em duvida. Disseram eles que inestilhaqavel,

de procedencia estrangeira, tem a mesma

que em os quaisapresentam tempo

i| manchas,

principalmente os en-

quanto os de marca "Protector" de

preqoinferior, garantia por dois as provaveis man-

chas. comprometendo-se durante o prazo estipulado sub-

o vidro manchado por onus para com-

prador. O caso de substituigao, desde a undaqao da H

brical ainda registrado. Essa circunstancia bem

elucida a perfeiqao que industriais patricios conseguem

fabricaqao de seus artigos. Uma industria dirigida lies-

|V| tes moldes pode tranquilamente encarar o

|gj§ alem da prosperidaderecompensa em forma de do

sobre manufaturado I

Desde fundaqao, "Protector"

vendeu de 20.000 mts. quadrados de de se-

guranca, em menos de 2 anos. A capacidade media

produ^ao e de 14.400 metros quadrados avez, pode ser aumentada

"pari-passus" necessidade

do mercado |J

O vidro de seguran^a fabricado no estrangeiro, quan- fJrlo importado, de 1 $300 por quilo

e é lançado ao mercado do País com preço exorbitante ;

ao passo que o material importado do estrangeiro para fa-

bricação do mesmo vidro dentro do País, com o fim de ofe-

recer uma grande margem -de lucro para o consumido,-

nacional, obriga o importador a pagar taxa alfandegária à

razão de 9$100 por quilo. Entrementes, a fabricação drsj

artigo, em curto prazo de sua existência, já beneficiou ao

consumidor com centenas de contos de réis só em dife-

rença de preço, além de empregar o elemento operário

nacional na sua industria, pagando ao mesmo uma reinu-

neração que, em media, e de 35% acima do salano mi-

nimo" estabelecido recentemente pelo Governo da União.

Temos assinalado a diferença de preços entre o vidro

"Protector" e o de procedência estrangeira, diferença essa

muito sensível para um artigo cuja fabricação depende to-

talmente do material importado. Fomos informados pela

direção da fábrica do "Protector",

que o preço de vidro

poderia ser mais baixo ainda, se os direitos alfandegários

dos portos nacionais taxassem a matéria prima importada,

em base, ao menos, equitativa ao artigo já fabricado no es-

trangeiro e importado pelo comércio do País. Verifica-se.

pois, paradoxo inexplicável no critério das taxas alfande-

gárias: proteção à produção estrangeira em detrimento da

nacional.

Ainda se fosse uma indústria contraproducente, que

lançasse no mercado interno do País artigos de qual ida-

de inferior por preços elevados, encontrar-se-ia justiíieati-

va plausível à adoção de semelhante orientação da legis-

lação aduaneira, o que, absolutamente, não acontece.

de produção da Sociedade "Protector"

e oferecem quali-

dade muito inferior. Êste particular, áliás muito impor-

tante, foi-nos esclarecido por diversos profissionais do

automobilismo, cuja opinião autorizada não pode ser pos-

ta em dúvida. Disseram êles que o vidro inestilhaçável,

de procedência estrangeira, tem a mesma resistência, mas

que em seus veículos, os quais estão sempre expostos às

influências atmosféricas, apresentam em pouco tempo

manchas, principalmente os de maiores dimensões, en-

quanto os de marca "Protector"

oferecem, além de preçoinferior, garantia por dois anos contra as prováveis man-

chas, comprometendo-se durante o prazo estipulado a sub-

stituir o vidro manchado por novo, sem ônus para o com-

prador.O caso de substituição, desde a fundação da fá-

brica, ainda não foi registrado. Essa circunstância bem

elucida a perfeição que os industriais patrícios conseguem

na fabricação de seus artigos. Uma indústria dirigida nes-

tes moldes pode tranqüilamente encarar o futuro, que,além da prosperidade econômica, oferecer-lhe-á, ainda,

recompensa moral, em forma de opinião lisonjeira do

consumidor sôbre o artigo manufaturado.

Desde sua fundação, a fábrica "Protector"

produziue vendeu mais de 20.000 mts. quadrados de vidro de se-

gurança, em menos de 2 anos. A capacidade média da

produção é de 14.400 metros quadrados anuais, a qual, porsua vez, pode ser aumentada

"pari-passus" à necessidade

do mercado.

O vidro de segurança fabricado no estrangeiro, quan-do importado, está sujeito a uma taxa de 1 $300 por quilo

O OBSERVADOR

O OBSERVADOR — LVI 81

Exploração dos Seringais

AS

múltiplas aplicações

que, já no século pas-

sado, a borracha logrou

fcncontrlr nos países civili-

zados, dando, assim, nasci-

melto a uma ampla indús-

tria de artefatos, a cuja ver-

tiginosa ascensão nunca fal-

tou em nossos dias, o eficiente amparo do capital iliguta-

do da Inglaterra e dos Estados Unidos, determinaram o

conhecido" ciclo dos altos preços dessa importante matéria

prima que, inicialmente, encontrava suas mais valiosas

fontes de suprimento nos extensos seringais silvestres da

América do Sul.

A incidência desses preços e <le outros fatores, entre

os quais releva notar o imperdoável desinteresse de certas

administrações públicas da Amazônia e da própria l niao,

gerou, no ânimo das populações amazônicas a obsedantc

preocupação da fortuna fácil e a febricitante sede do licro

rápido, que as arrastaram à deplorável orientação de um

inoportuno imediatismo, tudo arrazando c destruindo, sem

a mínima diligência por sistematizar o trabalho de extra-

ps e preparo do ''látex", racionalizando-o mediante a

estabilidade que a exploração agrícola intensiva do produ-

to asseguraria fatalmente.

Assim, o acesso à exploração econômica da Amazo-

nia processou-se através das maiores depredações das ri-

Rezas naturais de suas gigantescas selvas. Já ninguém

mais ignora que toda a aparente vitalidade daqueles dias

áureos, que a economia amazônica conheceu nos princípios

desta centúria, baseou-se em rudimentares processos de

trabalho, adstritos a uma exploração extrativa extensiva,

que foi, na realidade, espantoso saque de preciosos tesou-

ros florestais, sem que em nenhum instante se fizesse sen-

tir a intervenção salvadora das autoridades, para coibir

esse arrazamento sem precedentes das nossas matas peloIpmadismo devastador do nosso bravo seringueiro.

Já conhecemos e sentimos os desastrosos efeitos des-

sa irrefreável psicose, que atentou gravemente contra os

mais legítimos interêsses do nosso próprio patriotismo.Ao passo que a Amazônia, com seus 300 milhões de ar-

votes nativas, disseminadas em uma área que se mede

por milhões de quilômetros quadrados, mal concorre com

pouco mais de 1% da produção mundial, as plantaçõesasiáticas, com mais de 1 bilião de seringueiras, mobiliza-

da:- em uma área de apenas 33.500 quilômetros quadra-do,,, fornecem aos mercados da economia mundial mais

de 1 bilião de toneladas de borracha.

E' concordante o sentir dos brasileiros de que a ime-

diatáj exploração racional da borracha constituiria uma

das indústrias-chaves da nossa anêmica economia agrá-

ria, com a qual poderia ainda o nosso País, em futuro não

muito distante, usufruir largos benefícios de seu ingentetrabalho nacional, fortalecendo, destarte, o eixo da nossaeconomia — o café — tão comprometido, há decênios,

pela influência de elementos negativos.A época dos proventos fáceis já passou para a bor-

racha silvestre, mesmo porque a isto se foi impelido pelosmodernos

processos técnicos da produção capitalista, im-

postos; pela ciência e pela experiência a toda orgauizaçao

geral da atividade econômi-

ca e da vida social dos po-vos. Os altos interêsses da

economia mundial neste sé-

culo de racionalização, não:> J

poderiam permanecer à dis-

crição da demagogia dos

nossos métodos de traba-

lho, ainda pouco acessível a tudo o que diz respeito à co-

ordenação e adaptação metódicas.

Daí o dilema que se nos apresenta: — ou restaura-

mos o antigo esplendor da Amazônia,-que só num ano, o

de 190f| contribuiu, para a riqueza nacional, com perto de

15 milhões de esterlinos, ou então se consumará defini-

tivamente a atual ameaça de ruína integral que pesa inti-

midadlra sobre aquela desventurada região, que, assim,

permanecerá cerrada aos fecundos benefícios da civil}-

/.ação.

Trata-se, por conseguinte, de fazer ou não jazer algu-

ma coisa era proveito dos interêsses daquela planície. Ora,

tudo nos está aconselhando a não adiarmos a concretiza-

cão de providências bem inspiradas, que visem sanar nos-

sa negligência em face dos justos clamores da Amazô-

nia, que, depauperando-se precocemente, pela profunda

desorganização lie sua economia, vê comprometidos os

fundamentos de sua própria existência com parcela ati-

va, na carta econômica da Nação.

Essas providências deverão ter, como marco zero de

sua realização no terreno prático, o apoio decidido de uma

política de fomlntação do povoamento em larga escala,

quer protegendo, por adequadas medidas de assistência

médico-hospitájar, o crescimento vegetativo da população

atual, quer, sobretudo, estimulando a localização de coi-

rentes imigratórias que melhor se adaptem às condições

fisiográficas da região e aos interêsses do nosso País. A

formação dos futuros núcleos coloniais deverá encaiai.

precipuamente, o aproveitamento agrícola imediato das ex-

tensas áreas situadas nas proximidades dos principais pon-

tos de escoamento, especialmente Belém e Manaus. / s

razões dl semelhante critério são quase que evidentes por

si próprias. Com efeito, não só propiciarão u'a melhor

distribuição da população rural — decorrência do papel,

que forçosamente exercerão, de principais^ centios de gia

vidade na sistematização. a surgir, das forças que opera-

rão no campo da economia agrária da Amazônia — como,

ainda, facilitarão extraordinariamente a tarefa dos orgaos

da administração pública que se encarregarem de supenn-

tender a organização da produção e o aperfeiçoamento do

produto. , ,

Sem população numerosa, nada e possível espeiai-

mos da prosperidade agrícola da bacia amazônica. Alias,

é fartamente sabido que a boa orgamzaçao e o funciona-

mérito da produção exigem elevado adensamento demo-

oráfico, o que é tanto mais verdadeiro quando estamos eu-

carando aqui países novos, de civilizaçao europeia, em que

predófnina a lei do rendimento crescente, pelo menos em

natura. Ouem aprecia o vertiginoso surto de prospenda-

e das grandes nações, no século XIX, logo fica conven-

Cl

(1

e (ias yiclinavo ~ , <¦ •

ido de que õ principal fator dele foi o acentuaco t tapi

„ crescimento da população. Xeste particular, tornou-se

82 O OBSERVADOR

correndo o apontar-se o exemplo da federação norte-

americana que, si não fôra o impetuoso afluxo das cor-

rentes imigratórias (mais de vinte milhões de pessoas),não teria certamente conseguido empregar, com tão es-

plêndido sucesso, os eficientes meios da técnica d produ-

ção capitalista, que exigem grandes concentrações hu-

manas.

Ora, não seria difícil profetizar, para a Amazônia,

onde é palpável a abundância de matérias primas vege*

tais, que a concentração demográfica surtiria os mesmo»

efeitos, como estimulante primordial de todas as formas

de atividade econômica e como fornecedora dos meios de

produção e dos mercados de consumo, que passariam a

absorver não desprezível percentagem dos produtos sub-

ministrados por uma agricultura intensiva.

Sem o concurso dessa preconizada política de povoa-mento sistemático —

ponto de partida para elaboração e

execução de um programa de política econômica que se

passe a aplicar na bacia do Amazonas — não conseguire-

mos nunca plasmar uma forma orgânica que se adapte às

necessidades e aos interesses da região, mormente nos dias

atuais, quando a borracha brasileira vê, abertas auspício-

samente diante de si, incontestáveis possibilidades de abas-

tecimento dos mercados internacionais.

Um dos seguros meios de fixação econômica das cor-

rentes imigratórias que demandarem as terras do discuti-

do vale, reside na plantação intensiva da seringueira e da

castanheira, afora a exploração racional dos recursos daflora, sobretudo 110 que diz respeito às madeiras e às plan-tas oleaginosas e fibras texteis. Mas, será o seringal de

plantação que desempenhará, seguramente, importantíssi-

ma função como fator precípuo de responsabilidade nosdestinos econômicos e sociais da Amazônia.

Pesa-nos dizer, entretanto, que nossa deplorável dis-

plicência em protelarmos a obra de aproveitamento dessasriquezas, norteando-lhes a evolução no sentido objetivoda exploração agrícola de suas terras e de suas inegualá-veis essências florestais, tem dado margem aos mais dis-

paratados e contraditórios julgamentos de suas efetivas

possibilidades de progresso, disto originando-se juizos queoscilam entre a severa classificação de um Inferno Verdee os inflamados ditirambos a um Paraizo Verde.

. Essa displicência, fruto da evidente deficiência de ca-

pacidade^ organizadora do nosso povo, quer responsabilizara Amazônia, a sua potamografia e o seu clima, sobretudo,pelo inesperado e decepcionante desfecho que teve todoaquele devassamento de sua natureza pelo caboclo nordes-

0 Que significou, afinal, pelo seu temeroso acêrvo dedificuldades e sofrimentos incomputáveis acarretados aoseringueiro, um repentino recuo de todo aquele processainicial de colonização.

Com o si. Araújo Lima, podemos compreender, tam-bem, que a pedra angular de toda a organização da eco-norma da goma elástica esteiou-se ali, desde seu inicio nadesvalorização e conseqüente aniquilamento orgânico' dohomem a quem [amais

se deram instrução primária e nro-iissional, habitação confortável, no ambiente môrno e si-ente das majestosas matas da planície, e, acima de tudo

assistência med.co-hospitalar, o que agravou sobremanei-ra aquele lugubre cenário que estadeava, pela prolonga-da dieta suprida de carne e conserva alimentícias, o qua-di o infernal do beri-beri galoparite.

.• Fo1' "^g^me^e, o horror, que inspiraram todos

esses quadros de impressionante abastardamento físico cde mortificante decadência econômica da incipiente vida

social que se esboçava, que malsinou a função comercial

e civilizadora da borracha 110 sertão amazônico. F0; £Sgehorror, também, que foi despontar, na conciência das eli~tes brasileiras, a impressão, totalmente errônea, de lute ^Amazônia será absolutamente insubmissa a quaisquer cs-forços de colonização.

A predominar semelhante critério, que cm muitos es*

píritos pretende mesmo basear-se era argumentos índeclU

háveis, renunciaríamos a uni grande ato de coragem é defé, que está exigindo, antes de mais nada, que empreen-

damos, sem cômodas protelações, um exame honesto e ob-

jetivo da situação da bacia amazônica. Estamos certos de

que, se de antemão assumíssemos a atitude mental de fu-

girmos às tendenciosas interpretações de seus fatores o-eo-

físicos, iríamos colher, dessa cruzada de estudos e obser-

vações, fartos depoimentos inteiramente favoráveis à nos-sa tése de que, efetivamente, ali é exeqüível um progra-ma de trabalho, que se disponha a agir imediatamente,

não só para acudir ao desmantelamento das atividades re-

gionais, como para abrir novos roteiros de diretrizes prá-ticas à obra de aproveitamento de uma das mais férteis

circunscrições geográficas do continente americano.

Seria altamente instrutivo o conhecer-se de perto o

círculo de dificuldades de toda espécie que imobilizam a

ação do homem, naquelas remotas fronteiras da economia

nacional. Desde logo ficaríamos convencidos de que, sem

o amparo dos poderes públicos da Nação, não é possível,à iniciativa particular, alterar por si só a dêsoladora dis-

crepância das atuais perspectivas de estagnação e de depe-recimento da Amazônia, cuja economia se agrava dia a

dia pelos fatores exôgenos e endôgenos, que lhe ameaçam

BANCO ITALO-BELGA

SOCIEDADE ANôNiMA

Capital : 100.000,000 — de francosReserva : 100.000.000 — de francos

CAPITAL PARA O BRASIL: 12.000 contos

liüüli

séde social: ANVERS

sucursais e agenciasLONDRES — PARIS — LE HAVREBUENOS AIRES — MONTEVIDÉO

RIO DE JANEIRO - SÃOPAUL

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OREALIZA TODAS AS OPERAÇÕES BANCARIAS

COBRANÇAS EM MOEDA NACIONALE EM MOEDAS ESTRANGEIRAS.

DEPOSITOS E C/C Á VISTA,A PRAZO E COM PRÉAVISO.

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DEPARTAMENTO ESPECIALPARA VENDA DE APÓLICES ESTADOAIS

E MUNICIPAIS

A VISTA E A PRAZO

PARA PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES MENSAISMEDIANTE CERTIFICADO DA EMISSÃO

PI RÉ TA DO BANCO ITALO-BELGA

127, RUA DA QUITANDA, RIO

O 013SI-KVADOK — /J7

t-ul-.ra e lhe quebram o ritmo, originando pausas pro-

J mesmo regressões letais, como se verifica pre-

Ir1Cnte agora, quando o conflito europeu, obrigando a

f ^latèrra

'a

proibir a entrada, em seus portos, da casta-

1 do Brasil, acarretou a paralização quase completa do

romércio de exportação do produto.

Mas voltemos nossas vistas apenas para a questão

ruciame da falta de braços. O viveiro de braços para o',„fa

,-u winea a Amazônia encontrou-o sempre na zonacói te Vi d s „

lordesima, principalmente no Ceara, lemos em mãos

"óoia do

"Memorial" apresentado ao sr. Presidente da

República, em Junho de 1939, pelo sr. Francisco das Cha-

eras Leopoldo de Menezes, "solicitando medidas de ampa-

ro ao seringalista e ao seringueiro do Amazonas".

Secundo o citado "Memorial", eis o cálculo aproxi-

mado da conta de um emigrante do Ceará, mandado bus-

car pelo patrão do seringal:

Dinheiro adiantado para deixar à família . . . lOOfjOOO

Idem para preparo da viagem, rede e roupa . 100$000

Pago pela passagem de trem ou de auto-ca-

minhão ate o pôr to 65|>000

Pa°-o hotel, estadia de 5 a 10 dias, antes do

embarque 50$000

Pago passagem de 3.a classe, de Fortaleza a

Manaus 192$000

Pago hotel em Manaus, estadia de 10 a 20 dias 80S000

Passagem de Manaus ao porto do seringal . 143$000

Total 700$000

A essa importância de 700$000 acrescentam-se ainda

20%, correspondentes ao juro de mora, "para

recebimen-

to qnando tem a felicidade de o fazer, de dois, três e mais

anos... quase sempre o patrão há pago ao aviador, co-

merciante fornecedor do seringalista, 10% do dinheiro

levantado. Seja a comissão cento e cincoenta mil réis, ele-

vando-se o débito a 850$000, no dia da chegada ao bar-ração (seringal)."

Mas, esse emigrante, para instalar-se no "centro"

einiciar suas atividades do corte da seringueira nas

"es-

tradas" que lhe são designadas, precisará ainda dos uterjjsilios indispensáveis a essa operação, os quais lhe são for-necidos pelo proprietário do barracão, o que,

"na me-

lhor das hipóteses", faz ascender seu débito a 1:500$000,no dia em que parte para o

"ponto", seguido do mateiro

e do toqueiro", que o ajudarão a fazer a barraca, mos-tiarulo-lhe também as estradas e ensinando-o a cortar aseringueira, etc.

Preparadas que sejam as estradas, o emigrante retor-

na ao barracão, para fazer novo

"aviamento", com que

ap ira dar início ao córte das suas árvores. Já a esta

i!-ov.SUa con*-a com 0 patrão se eleva a mais de ....

- "wOOO, sem que, até êste momento, haja produzido al-gun]<1 para diminuir o credor de parte de tão vulto-Sa o.i\ida. Lembra-nos ainda o sr. Francisco Menezes

o homem se aclimata — e, na maioria das

rieZ~°? a^oece> "por

extravagância, pois não há recomen-açao

que o iniba de praticá-la" — o seu débito chega a

(||C (; cjm mais de 2:000$000. Aí está o preço aproxima-

tada° nac*°' 110 ^nngal da Amazônia. Não estão compu-

f-p;,.1 Sj.» °Utlas c^esPesas, como sejam os serviços do

"ma-CeilO O fln <cir^ >>

tári i • clueiroclue correm por conta do proprie-

| o o seiifígal, os gastos com a estada do emigrante no•jarracao,

etc.

83

As insuportáveis condições econômicas, que presidema organizaçao da atividade extratora da seringa, devemarticular-se, originariamente, com as vigentes no chama-do comércio aviador'', estabelecido nas praças de Ma-naus e Belém. Só assim é que poderemos fazer idéia dainsofreável especulação, — intermediário entre os com-

pradores dos centros manufatnreiros e os recebedores deborracha ou

"aviadores ' dos seringueiros — especula-

çao que sempre onerou de tal forma o custo de produçãoda matéria prima, que só mesmo a ação dos preços altos

permitiram aquela fase efêmera, que culminou em 1910,

quando o valor da nossa exportação de borracha ascendeua 376.972:000$000, quando a do café era de 385.494:000S000.

Contra os malefícios da especulação dos agentes com-

pradores, que trabalhavam por conta das firmas inglesas,americanas ou alemãs de Londres, Liverpool, Nova York,Hamburgo, etc., de nada valeram os ininterruptos clamo-res das classes interessadas da Amazônia, que, já naque-la época, apelavam para o Governo Federal, pedindo-lhea criação de um banco, que mobilizasse capital suficiente

para amparar o comércio da região e libertá-lo, assim, dostentáculos dessa ação espoliadfra.

Em trabalho apresentado ao 2.° Congresso Nacionalde Agricultura, realizado no Rio de Janeiro, em 1908, o

representante do Estado do Amazonas, o sr. Antonio

Monteiro de Souza, ao aludir àquela especulação, assimse exprimia, cm sua tese sobre

"Valorização, melhora-

mento e proteção à indústria extrativa da borracha": —"For

aqui se pensa que é o patrão que escraviza o extra-

tor. Engano. Aquele também é escravo e o verdadeiro

senhor é o exportador que tem direta e indiretamente pre-sos em seu cofre o aviador, o patrão seringueiro e o ex-

trator".

O congressista amazonense explicava, então, como al-

gumas casas em Manaus e Belém, que se dedicam à còm-

pra dos produtos do extremo norte, por conta de emprê-

sas comerciais de Londres, Liverpool, Nova York, Ham-

burgo, etc., subministram o numerário necessário às ca-

sas a vi adoras, para a aquisição de gêneros alimentícios e

bens voluptuários, tais como a farinha, os pães e biscoi-

tos, a carne sêca, o bacalhau, o pirarucu seco, as conser-

vas, o leite condensado, o café, 'o

chá, as bebidas alcooli-

cas, as fazendas, as roupas feitas, as armas e munições,

os medicamentos, etc., etc. Demos, porém, a palavra ao

sr. Monteiro de Souza: — "Toda a vez que vai princi-

piar a safra, o seringueiro faz a lista do seu pedido, o ne-

cessário para custear o serviço de extração da borracha,

manutenção do pessoal: centenas, milhares de pessoas,empregadas nos respectivos seringais. E' por êsse tempo

que os fretes sobem escandalosamente, e disso adiante fa-

laremos. Tendo o aviador, pois, necessidade de numerário

para satisfazer os pedidos do interior, não havendo ca-

sas bancárias a que recorrer, senão às do comprador ex-

portador, de que falamos, que, ao mesmo tempo, se intitu-

Iam casas bancárias, toma o dinheiro necessário por adi-

antamento, comprometendo-se, muitas vezes, a vender o

gênero que vier a receber 110 fim da safra, por preço,

desde então, já estipulado pelo comprador-credor! Fica

assim o seringueiro amarrado ao balcão do aviador e o

aviador à gaveta do exportador, enquanto que êste, sem

grande capital, pois que tem o dinheiro dos comprado-

res consumidores de Londres, Liverpool ou Nova York,

força o preço a seu talante e acumula pilhas e pilhas de

libras esterlinas, que representam a essência da seiva 11a-

cional". Ainda com a palavra mais adiante, diz, textual-

84O OBSERVADOR ,;Vl

mente, o seguinte: — "Parece que a cotação nas praças

de Belém e Manaus deveria estar de acordo com a cotação

nos mercados consumidores. Pois não há tal, e isso é uma

prova de que a especulação campeia livremente, como va-

mos demonstrar. O corretor da praça de Manaus, Ph.

Schlee, publicou, há pouco, um quadro sinótico do qual

vamos tomar três exemplos a esmo: — 1.°) — No dia

16 de Novembro de 1907, ao câmbio de 15 1/4, a borracha

era cotada em Liverpool a 0-3-7 1/2 cada libra e, em Ma-

naus, as compras se faziam a 4$700 o quilo; no dia 6 de

Maio deste ano, ao câmbio de 15 11/64, em que a cota-

cão de Liverpool era a mesma de 16 de Novembro, isto

é, libra 0-3-7 1/2, em Manaus a cotação era de 5$200! No

primeiro caso, 0-3-7 1/2 valiam 2$845, no segundo, 2$860:

para uma diferença a mais de 15 réis por libra, em

virtude da taxa cambial, correspondia em Manaus uma

diferença de 500 réis por quilo! 2.°) — No dia 2 de De-

lembro de 1907, ao câmbio de 15 1/4, a cotação em Li-

verpool era de 0-3-6 e o preço em Manaus era de 4$500;

no dia 4 de Maio último, para a taxa cambial de 15 1/8

à mesma cotação de 0-3-6, em Liverpool, correspondia o

preço de 5$000, isto é, para uma diferença de 27 réis a

mais em Liverpool, cabia a de 500 réis em Manaus! 3o)A 24 de Dezembro, ao câmbio de 15 1/4, em Liver-

pool vigorava o preço de 0-3-5 1/2 e, em Manaus, 4S550;

a 1.° de Maio, ao câmbio de 15 1/8, em Liverpool, o pre-

ço era o mesmo 0-3-5 1/2 e, em Manaus, 4$950 ; para 27

réis a mais pela taxa cambial, correspondia I diferença de

400 réis!"

Disso tudo concluia o sr. Monteiro de Souza que.

para a mesma cotação de Liverpool, com uma pequena al-

teração proveniente da taxa cambial, havia em Manaus

uma diferença de preço de 400 a 550 réis por quilo, em

duas épocas diferentes: — Maio e Novembro-Dezembro.

Multiplicando-se dita diferença de preço por alguns mi-

lhÕes de quilos, faremos idéia dos lucros auferidos pelafirma do comprador-exportador.

"Mas-, pergunta ainda o autor acima, por que o com-

prador cota em Maio mais alto do que em Novembro e

Dezembro? Porque em Outubro começam a chegar do in-

terior as grandes remessas do produto, remessas que vão

aumentando até Fevereiro, quando principia a decrescer

atingindo o mínimo justamente entre Maio e Julho. E'

também naquela época que se fazem os contratos entre osaviadores e os exportadores para a primeira remessa dos

gêneros que teem de ser consumidos no fabrico seguinte.Há, portanto, todo o interêsse do exportador em fazeibaixar o preço para garantir fabulosos lucros na safrvvindoura."

Meditando sôbre êsses aspectos do problema, não nos.

podemos furtar à transcrição destas palavras, escritas po.Alberto Torres, em Junho de 1914, em seu livro

"O Pn>

blema Nacional Brasileiro": — "Nesta terra, assim sa-

aueada, o comércio, o trabalho estrangeiro e o crédito deusura que possuímos, drenam, em capital, para o estran-

geiro, quase todo o produto dessa inconsciente e brutaldestruição, dando-nos, em troco, gêneros e objetos, quemuitíssimo longe de representar o preço da mina de queresultam, não deixam, entre nós, em obras e bens volup-tuários, senão fração mínima de seu valor.

Toda a nossa fictícia "circulação" econômica é obra,

assim, de uma fedeiaçao de feitorias, que, desde as vendasdo interior até as casas de importação e de exportação, asestradas de ferro, as fábricas, o comércio intermediário eos bancos — em mãos, quase totalmente, cie estrangeiros

não fazem senão remeter, em produtos, lucros comer-

ciais, industriais e bancários, rendas de várias naturezas

a quase totalidade dos frutos da nossa terra."

Diga-se de passagem que, não só a organizai .fio d0comércio da borracha, como também a da castanha c de-mais produtos locais, sempre se eivaram de vícios profun-dos, que nunca foram sanados pela intervenção reparado-

ra dos governos, não obstante estarem perfeitamente cien-tes deles. Houve tempo, então, que êsse estado de coisas

continuou na mais tranqüila impunidade, dando oportfni-

dade a que certas firmas compradoras e exportadoras decastanha, em plena capital do Amazonas, sol) as vistas dlretas das autoridades dos fiscos federal e estadual, se aba

lançassem à incrível ousadia de alterar discricionariamen-

te o próprio sistema decimal, estabelecendo que o hectoli-

tro (unidade comercial adotada para as compras desse nro-

duto) não teria mais a medida universalmente estabeleci-

da de 100 litros, mas, sim, de 110. O abuso mereceu afi

nal repressão enérgica, na administração do sr. Alfredo

Sá, que, em 2 de Dezembro de 1924, chegava a Manaus,

investido das funções de Interventor Federal no Ama-

zonas.

Se a essa série de dificuldades, já por si desalentado-

ras, pois conspirariam contra o êxito das iniciativas dl lio-

mem em qualquer canto do mundo, aditarmos este outrodo transporte, que ali sempre foi precário e caríssimo, des-vendaremos o mistério de se viver, na Amazônia, sob oambiente opressor de uma depressão econômica que vem

deformando seu ambiente social e comprometendo grave-mente seu futuro.

Tirante o aspecto artificial de Belém e Manaus, quea superficialidade e a imprudência de uma política, que se

deixou empolgar pela fama transitória de decoradora de

praças, avenidas e.jardins, fazem contrastar com o inieh-

so e primitivo sertão da Amazônia, onde vilas e cidadesapodrecem, desfazendo-se e transformando-se em

"portos

de lenha", que nos restou ali daqueles 2.736.000:0008000.

que foi a quanto importaram nossas vendas de borracha,entre 1901 e 1912? Se a restauração econômica da Ama-zônia deve ser largamente tributária do esforço e da ca-

pacidade de iniciativa do particular, nem por isto ela po-derá ser levada a um fim útil se em seu auxílio não vier

o apôio oficial.

Cabe aos dirigentes atuais a tarefa de iitensiiic u* e

superexcitar as energias coletivas, promovendo uma poli-tica de povoamento, que dará ao vale do Amazonas a es-são demográfica que ali se está requerendo e form ra.outrossim, os poderosos instrumentos de seleção soe : de

que necessita a civilização brasileira para realizar a brade colonização agrária do extremo norte.

Povoamento e plantio da seringueira são, ao ' 1

Aei, as coordenadas primordiais do rejuvenesciment. da

Amazônia. Nunca é demasiado o insistir-se sobre '5t(j

ponto, mormente agora que o Brasil cpgita de a|u(í*r à

economia da goma elástica e já surgiram, por todos os

quadrantes da imprensa indígena, a valiosíssima conti ui-

cão de técnicos e de estudiosos do palpitante assunto, ora

í ecomendando a criação de um Instituto da Borracha, ora

um punhado de medidas outras de caráter purain iite

técnico e industrial.

Não é, também, contraproducente a nossa atitude em

teimar sôbre a transparente oportunidade clêsse tema.bietudo quando o aproveitamento da Amazônia consnuiemedida básica e imperiosa de articulação da economiabiasileira em face das recentíssimas teses fundamentais tia

autarquia, que se vai generalizando.

gBiíRVADORtví 85

O

A Situação do Café

Ujví

oomèhtador de assuntos

gçonômicos, da

^ A m é rica

fentrai, ao estudar a situação que

; iria criar para a lavoura e o

Smércíi cafeeiro do mundo, em°

è da guerra européia, afirmou que estavamos nos pro-

homos da "crise das crises" do produto. E tu,ha razão

Se aquelas palavras são verdadeiras para o cate emgeia .

,,nis verdadeiras ainda são §a§a o cate brasileiro. E huc.

- de 1929, vínhamos sofrendo do mal da superprodução,

representada, naquela época, por milhões de sacas inyenda-

veis financiadas e acumuladas nos grandes eem.tenos .

Lffl eram os armazéns reguladores. Depois, esta sufier-

produção foi agravada pelo crescimento assustador das

safras, que atingiram níveis nunca sonhados sequer, pelo

fato de haverem entrado em produtividade os catezais

plantados na época dos preços mirabolantes da valor 1-

lição. 1 .

Êste fenômeno tem perdurado ate hoje. A supei-

produção só tem podido ser combatida por meio de reti-

radas compulsórias do mercado, seja através de compias

diretas, ou através da "quota de sacritício .

Após dez anos de retiradas forçadas, a situação pa-

recia, enfim, clarear. A exportaçao havia aumentado mui-

to, desde fins de 1937, quando foi instituída a política de

concorrência. E o Brasil marchava para o equilíbrio na-

furai entre a produção e a exportação. Mas, eis que sur-

ge a guerra européia, tirando-nos compradores que, em

1939, nos importaram nada menos de seis milhões de

sacas.

O fechamento do mercado europeu representa, pois,

pára nós e para os nossos competidores, a ''crise

das

crises".

As medidas tomadas pelo governo brasileiro e queveeni sendo postas em execução, com muita firmeza, peloDepartamento Nacional do Café, para a presente safra, e

de que já demos conhecimento detalhado aos leitores, em

nossas crônicas dos meses anteriores, tiveram a finalida-

de de contornar esta situação grave.Acontece, porém, que a exportação, nos primeiros

meses da colheita atual, tem sido má. Já se previra a sua

quecki. Tanto assim que a exportação brasileira, no pe-ríodo d| presente safra, foi estimada em apenas 11 mi-Ihõe de sacas, quando, se não tivessemos que contar coma guerra, poderíamos exportar 16 a 17 milhões. Mas a re-

_uçcu das nossas vendas para o exterior tem sido maiorainciii ío que a princípio se pensou. Em Junho, expor-tamos 36.981 sacas. Em Julho, 688.510. È, no mês pas-sado. em Agôsto, 778.712.

a se<

v discriminação, por portos, desta última parcela, é

seguinte, sujeitos os números ainda a ligeiras retifi-caçoes:

cintos 579.664 sacas; Rio de Janeiro — 137.342

acds, Vitória — 26.325 sacas; Paranaguá — 25.853acasJ Angra dos Reis — 9.528 sacas.

"

milh-~ 01110 Se»-V^' tantos mal ultrapassou a casa do meio

lcl<)- O Rio, que, em épocas normais, exporta de

250.000 a 300.000 sacas, não

chegou a 150.000. Vitória, que,em épocas normais, exporta de

80.000 a 100.000, ficou em um

quarto desta parcela. Paranaguá

e Angra, (pie, antes, exportavam em média, por mês,

50.000 sacas, cairam da maneira acima registrada. E os

dois últimos portos cafeeiros, Baía e Recife, nada envia-

iram para o exterior.

Esta falta de negócios provocou a conseqüente reclu-

ção das liberações, nos portos de embarque, causando a

paralização dos negócios também no interior.

Esta paralização deu motivo a que determinados cír-

culos da lavoura de São Paulo houvessem convocado re-

uniões, no interior do Estado, que terminaram por uma

maior, na capital, realizada a 31 de Agosto, em que esti-

veram representados, se não a lavoura, pelo menos lavra-

dores de muitos pontos da terra paulista.

Aquele movimento não se diferenciou muito dos si-

milares, feitos em outras épocas. Tanto assim que foi di-

rígido por um grupo muito conhecido, sempre pronto a se

agitar e fazer ruido, todas as vezes que uma situação de

crise oferece oportunidade a certos manejos. Nao repre-

sentam a economia caleeira do País, tanto assim que o co-

mércio de Santos e do Rio de Janeuo, pelas diretorias

das suas tradicionais e conceituadas associações de classe,

discordando das exigências que estão sendo feitas pelos

tais congressistas, telegrafaram ao piesidente do Depai-

tamento Nacional do Café. apresentando as suas felicita-

ções pela maneira sábia, prudente e discreta, como o Go-

vêrno tem procurado valer o produto, nesta bota gia\e.

E' evidente que, estando a exportação cada vez mais

reduzida e os stocks cada vez maiores, com a paralização

crescente das atividades comerciais, o Govêrno está no

dever de tomar medidas extraordinaiias, em benefício não

apenas da lavoura, mas também do comércio e em favor

não apenas do café, mas também de outros produtos na-

cionais de exportação que também se encontram em crise.

Estas medidas podem ser postas em pratica_ através^ do

Banco do Brasil e cios estabelecimentos de crédito, pois o

crédito, a capacidade de resistência, o juro barato, para

uma resistência a longo prazo (ninguém sabe quando ter-

minará a guerra) é o que importam, neste momento.

Êste é o bom caminho. O que se não justifica é que,

determinados e conhecidos elementos, desmoralizados pelas

desgraças que, no passado, trouxeram para o café e para

o Brasil, com a política de valorização, ponham-se em mo-

vimento' para repetir as suas_ velhas e personalíssimas

exigências, de valorização, café a quatro libras, compia

total da colheita pelo Govêrno, abolição da "quota

de

equilíbrio", financiamento acima do mercado e coisas que-

janelas.

O momento é demasiado sério para que as dificulda-

des da lavoura sejam transformadas em escudo para uma

ofensiva em torno de pretensões absurdas que, a seiein sa-

tisfeitas, constituiriam nada menos do que a escra\ização

do País com todos os seus recursos, o seu meio circulan-

86 O OBSERVADOR in

te, o seu crédito, a sua riqueza, tudo, enfim, a uma deter-

minada classe, em sacrifício de todas as outras. Porque,

se analizarmos bem, não é outra coisa o que se tem pe-

dido, em altos brados, aos poderes públicos.E' verdadeiramente de espantar como é fraca a me-

mória dos homens e como a esperança é capaz de defor-

mar os acontecimentos, fazendo esmaecer as tintas ne-

gras e sobressair as tonalidades alegres. Parece que a

retentiva se deixa impressionar pelas vibrações do cora-

ção e pelos anseios do desejo. Os acontecimentos maus

são esquecidos e os bons, ainda que só superficialmente

mereçam êsse nome, realçam, como se representassem pe-ríodos de felicidade.

E' o que se verifica, contudo, mais uma vez, agora

que vozes "saudosistas"

se levantam, para pedir ao Go-vêrno o restabelecimento da tantas vezes condenada poli-tica de valorização.

Se o País fez, com êxito, na guerra passada, dizem,a valorização, porque não fazê-la agora, que a economiamundial esta, outra vez, abalada por uma guerra ?

Os que hoje falam em valorização, em intervenção

do Govêrno no mercado cafeeiro, são pessoas simplistas

que se recordam apenas do lado bom, do brilho passagei-ro dos preços altos. Esquecem-se, porém, de que foi a

valorização a causa remota e também a mais direta de

todas as mazelas que atribulam a economia do País. Foi

a valorização que reteve milhões e milhões de sacas inven-

dáveis, nos reguladores, as quais, depois tiveram de ser

entregues às pilhas de incineração. Foi a valorização queprovocou a super-produção, criando o problema das

"so-

br as" permanentes, que só através da "quota

de sacrifí-cio" tem podido ser solucionado. E foi a valorização —

e isto é o mais grave — que incentivou a produção no es-

trangeiro, permitindo, assim, que viessemos a perder ahegemonia cafeeira do mundo.

Pois, apesar disto tudo, apesar da valorização tersido reconhecida, urbi et orbi, como o maior dos crimes

já cometidos contra a economia do Brasil, ainda há cria-turas, suficientemente desavisadas, para solicitá-las, maisuma vez, ao Govêrno da República.

Desconhecendo, deliberaclamente, aqueles aspectos da

questão, os velhos falansterios do "bando

da lua" recor-dam apenas que, na guerra passada, o Govêrno interveiono mercado, fez uma valorização e que tal valorizaçãoterminou de uma maneira feliz. Esquecem-se,

porém, defazer um pequeno estudo comparativo, pelo qual se pode-lá provar ser a situação de hoje inteiramente diferente dada guerra passada.

A valorização então feita foi uma operação feliz masfeliz como as sortes grandes, tiradas na loteria. Realiza-da em um ano, teve, no seguinte, a auxiliar a sua liquida-çao, uma geada, que reduziu a safra cafeeira a menos demetade, e o termino da guerra, que reabriu os mercadospor ela fechados, e fez com que se desviassem para o co-mercio as energias e capitais antes imobilizados nas ope-rações bélicas. 1

Mas nao foi tudo. Na guerra passada, só estavambloqueados e fechados ao comércio internacional os mer-cados dos Impérios Centrais. Desta vez, o bloqueio atin-

ES?7 r°Pa 6 ° N°rte da África' 0 q»e toma a si-tuaçao do cafe mais angustiosa.

Mais ainda. Naquela época, tínhamos a hegemoniada produção cafeeira no mundo, coisa que já não acon-

tece no presente, e isto porque aquela valoriza^;,, c as

que se sucederam permitiram o crescimento das ci^Uiras

fora das fronteiras do Brasil.

Esta diferença de situação deveria ser, só por ?i su_ficiente para evitar o

"saudosismo" econômico,

que ex-

pressa no desejo, que podemos chamar de crimine. , ^euma nova valorização.

Há vinte anos, dado o volume da nossa produção e o

predomínio que tínhamos sôbre os mercados consumido-

res, podíamos jogar com os preços e determinar por quan-íto queríamos vender o nosso café. As cotações, no mer-cado interno, encontravam perfeita equivalência, no mer-cado externo. Hoje, a situação é inteiramente diferente

Em primeiro lugar, o bloqueio total da Europa redii-ziu, extraordinariamente, os mercados consumidores. Poroutro lado, a produção estrangeira elevou-se por tal for-ma, nos últimos anos, que, hoje, já é quase suficiente

para supri-los. Se viéssemos a cometer a insânia de fazeruma nova valorização, e intervir nos mercados internoselevando, artificialmente, o preço da mercadoria, deixaria-mos de exportar.

E' sabido que, na época da valorização, o Brasil en-viava para o exterior apenas as

"sobras" de consumo, dei-

xadas pelos concorrentes.

Hoje, tais "sobras"

quase não existem. E' que a pro-dução estrangeira subiu e o consumo mundial baixou, coma guerra, de sorte a ficarem quase no mesmo nível.

Os mercados que temos precisam ser defendidos emluta cerrada de concorrência. Se esta política for aban-doriáda, os outros produtores nos expulsarão, fatalmente,dos mercados em que, somente o fator preço garante anossa posição.

A situação de 191/ não pode, de forma alguma, ser-vir de modelo para 1940.

Em meiados de Junho, reuniu-se, em Nova Yorjg'uma Conferência em que estiveram representados os uai-ses americanos produtores de café, que fazem pari do"Bureau

Pan-Americano". Os representantes proem am

a cooperação dos países cafeicultores do continente. [iieainda não fazem parte do Bureau, com a finalida de

chegar-se a um entendimento em torno da |xpoflaçã< !>a-

seado em quotas a serem fixadas de acordo com a i dia

dos últimos anos.

Tal acordo apresentou-se como necessário, no e n-

der de alguns dos membros daquele "Bureau", em u-

de do fechamento dos mercados do Velho Mundo 'la

guerra européia. O bloqueio do Velho Mundo subira io

consumo do café mercados de primeira ordem, que in

tavam, anualmente, só do Brasil, mais de 6.(XX "00

de sacas.

O único mercado verdadeiramente grande que i

aberto foi o norte-americano. A prosseguir-se na pom ca

adotada nos dois últimos anos, irá verificar-se uma oii-i

corrência feroz, porque todos os produtores quererá» < <>'

locar ali a mercadoria que antes era destinada à Eun' pa.A conseqüência será, como está sendo, uma queda vi: n-

ta de preços, queda esta que está atingindo de ma mini

muito mais radical aos nossos competidores, do que a nós

mesmos. E esta, aliás, a causa do interêsse deles peloacordo.

Acham conveniente reatar-se a linha da política de

Bogotá, que deixaram interromper-se em Havana.

o Í3SERVAIX® -| IA 1

¦I , [ulho, soube-se que o acfrdo havi| sido firmadp,

;V»in enl tôrno dal quotas seguintes, para os prin-em prmupio.

cipais países. 9.300.000 SACAS

Brasil.. 3.200.000Colombo 500.000

Gu atem ai.' 450.000

| 500.OOOVenezuela

T-i temos manifestado a nossa aversão, do ponto de

;sta teórico, a tais acordos, por estarem os mesmos em

roíit radica o com a politica de concorrência que vimos pra-

ticando. desde Novembro de 1937. Temos, contudo, que

tomar em coita a situação de absoluta anormalidade,

criada pel| conflito europeu. Como a "quota"

reservada

ao Brasil é superior ã mais alta exportação que já fize-

mos para os Estados Unidos, nos últimos anos — mesmo

OS da política de concorrência — achamo-la razoável.

Mas precisamos ver as garantias da boa execução do

acordo.

Não reputamos possível um controle direto por par-

te dos países exportadores. Mesmo que estes se ofereces-

sem a pô-lo em prática, a fiscalização seria quase impôs-

sívet, Um funcionamento correto e honesto, só será viá-

vel se o governo dos Estados Unidos se dispuzer a co-

operar com os países produtores, fiscalizando as suas im-

portações de café e restringindo-as aos limites das "quo-.

tas" adotadas para cada país.

O acordo foi votado pelos delegados, ad-rcferendnm

dos respectivos governos.Recentemente, um telegrama da

"United Press" in-

formou que o representante do Brasil no "Burèau

Pan-

Americano" notificou, oficialmente, ao referido organis-

mo, que o Brasil considera que o acordo sobre as quotasde exportação, elaborado em Junho, na Conferência Pan-

Americana de Café, só será aceitável, se fôr considerado

efetivo, a partir de 1.° de Julho último, qualquer que seja

a data da sua ratificação final. Acrescenta o despacho

que a razão dessa notificação está baseada nos persistem-tes rumores de que os exportadores de café de alguns pai-ses teem consignado grandes quantidades do produto, paraos Estados Unidos, de forma que a maior parte de suas

colheitas, normalmente exportáveis, cheguem aos Estados

Unidos antes que o acordo seja finalmente ratificado.

Esta notícia deve ser verdadeira, de vez que as cota-

ções dos cafés dos nossos concorrentes teem caido muito,no meroad(J de Nova York, nos últimos tempos. E vemdemonstrar falta de boa fé, por parte dos países cafeicul-tores,

jue assim procedem. Mostram-se na disposição devender tudo, de exportar o máximo possível, mesmo com

Pieju: > de preços. Estão remetendo os seus cafés emconsi: iaçao, na esperança de se beneficiarem, posterior-mente, da elevação de preços que, naturalmente, o acordoem í" no das quotas possa trazer. Antecipam-se, na su-posu , de que o acordo entre em vigor depois da sua ra-

troC ! i0 ^nciuanto isto, o excesso de produção que, den-

11 uma execução honesta do convênio, deveria ficar

piodutor, vai sendo colocado no país consumidor.

«r> uotificaçao feita pelo representante do Brasil, ao

si l.lre'111 } an~Americano", veio evitar que tal manobra

ls'~c efejto,j Somente se o acôrclo fôr considerado efe-

sua v ^a~^r C^G *'° C^e Ju^°» *sto ^°S° após a data da

pela Conferência Pau-Americana, poderá in-teressar-nos.

do ^ tuc^°- Será necessária, ainda, a colaboração

°^erno americano. Porque, sem controle efetivo das

87

quantidades importadas, correremos o risco de manobrado jaez da primeira, que venha desvirtuar, em

[prejuízodo Brasil, o acordo firmado em princípio.

O Serviço de Estatística Econômica e Financeira doMinistério da Fazenda divulgou as cifras referentes aocomércio exterior do Brasil, durante os cinco primeirosmeses do ano, em comparação com idêntico período dosanos anteriores.

A despeito das imensas dificuldades que o conflito

europeu tem criado ao desenvolvimento da exportação,

ainda assim, a balança comercial apresenta saldo, o que é

um sintoma lisonjeiro da vitalidade de nossa economia.

O mercado europeu, que antes absorvia grande par-te da nossa exportação, está fechado, e nós não temos

possibilidade de colocar em outros mercados os produtos

que antigamente para ali se dirigiam.

Enquanto isto, se bem que o mercado europeu tam-

bém esteja fechado para a nossa importação, podemos ad-

quirir, alhures, os produtos que ali comprafamos.

Registrou-se, porém, um aumento de preços, de cara-

ter geral, para os produtos de importação, e de carater

restrito, para os de exportação, pois se alguns, como as

carnes frigorifiçadas, subiram extraordinariamente de pre-

ço, outros, como o café, sofreram sensível declínio.

Nos cinco primeiros meses do ano, importamos ....

14.519.332 libras-ouro e exportamos 14.819.103, obten-

do, assim, um saldo de 299.770 libras. E' menor do que

o obtido em igual período do ano passado, que foi de ape-

nas 587.940 libras, e muitíssimo inferior aos saldos de

1936 e 1937, que foram, respectivamente, de 2.239.951 li-

bras e de 2.118.605. Ainda assim, foi melhor do que o

verificado nos cinco primeiros meses de 1938, quando a

balança comercial acusou um dejic.it de 2.376.036. A

comparação da posição atual com a dos anos anteriores

poderá ser feita através do quadro abaixo:

I

AN OS I nportacao Experfac^ao ; Saldo

1936. .. : 11.670.330 13.910.281 + 2.239.951

1937 14.803.564 16.992.169 + 2.118.605

193 16.097.699 13.721.663 — 2.376.036

1939. 13.543.075 14.131.015: + 587.940

1940. 14.519.332 14.819.102 +

299.770

tOl.LlV.UJ V.LCIO HOCII. --->

sensível recuo dos produtos principais de exportação e

um aumento daqueles que até aqui representavam uma

percentagem relativamente reduzida, no volume do nosso

comércio exportador. Assim é que vimos o cale cau paia

4 974.770 libras-ouro, contra 5.926.667, nos cinco pri-

meiros meses de 1939 e 6.700.423, em igual período de

1938. O algodão em rama ficou reduzido a 2.088.000

libras, contra 2.602.000, em 1939; 1.721.000 em 1938;

e 2.435.000, em 1937. Em compensação, as carnes fri-

°"orificadas em conserva e charque deiam 1.6o2.000 li-

bras-ouro, contra 672.000, nos cinco primeiros meses de

1939, e 531.000, em 1938. Os couros e peles renderam

761.000 libras, contra 599.000, era 1939, e 607.000, em

1938. A cera de carnaúba deu 620.000 libras-ouro, nos

cinco primeiros meses do corrente ano, contia 33^.000,

em 1939, e 367.000, em 193S. '

Contudo, o café desceu mais um degrau na coloca-

cão percentual que tem entre os produtos de expoitação

do Brasil.

t,6rias P,nmas/s industrias, bem como pro- fabrico do , H;i dele nde quantidade em tod,.

duz" van0S dof tecldos q«e importamos. E| geral- 0 Brasil. Tambem os Estados Unidos da America

mente empregada na produqao de cordas e cabos, etc. u|jzaILf na produ<;ao de papel e de fibras.|; A ramie, das urticaceas (boehmeria nivea) pro- ~ ..u 11

duz fibra excelente, cle grande resistencia, empregada . O mi ho e o auoz se prestam com reai| vantage -

B|: na industria dos tecidos. Substitue, pelo sen alto valor Pala 0 fabrico dp papel. Da pallia ou col mo do an-

gfe; e utilidade, numerosas fibras de importacto. A bana- Dtem> Pe*° men°s, 35% de fibras. O colmo do rmlliv)

Ipr neira convertida em polpa presta-se, otimamente, para ornece aqucai, pastas, alcool e 25 a 50% de celuloM

ft o fabrico do papel. Das fibras da bananeira obtem-se Muitos outros especimens de nossa flora podia :

cordas grossas, linhas, etc. ainda ser citados como capazes de fornecer os nielli

J" A guaxima, conhecida, tambem, por malva roxa, res P^odutos fibrosos para a industria textil nao

ft guaxima roxa, aramina, da familia das malvaceas, ^a*s como do estrangeiro. Noticias recem c|ega

nativa em diversas regioes litoraneas do Pais, sobre- ^as ^os Estados Unidos pelo "

Brazilian Informati<

tudo nos Estados do Rio de Janeiro, Sao Paulo e Para, Bureau", nos informam ser consideravel all a pro-

Bp; bem como em Goiaz e Mato Grosso. Seu emprego cura de fibras do nosso Pais, adiantando ainda podeR;: dos mais variados. Substitue a juta indiana e o ca- essa industria tornar-se de extraordinario proveitoK"- nhamo. E' largamente empregada na confec^ao de economico para o Brasil.

K" sacos para transposes de cereais e, em outros tecidos Essa afirmaqao do referido "Bureau"

e ilustladn

de aniagem e na produqao de cordas, barbantes, cor- com o sugestivo exemplo de que so os Estados Unido-

pi deis, etc. E excelente sucedaneo do canhani") pel a sua importaram, ultimamente, 35.293 toneladas de jut a,

m resistencia. Tem grande emprego na cobertura de no valor de 3.547.096 dolares e, de outras fibras, entre

|L tetos das habitaqoes rusticas. Outra propriedade da as quais o canhamo, a ramie e o linho, etc., elevou-se

guaxima e conter grande percentagem de celulose com a importa^ao a 52.000.000 de dolares.

O OBSERVADOR — IV,

Fibras do Brasil

|| Brasil, pela rica flora que possue, está fadado

^ a ser um dos maiores empórios da indústria

têxtil. A natureza, extraordináriamente pródiga, tem

inatos os melhores especimens vegetais própriosàquela indústria, o que, geralmente não acontece

com outros países que os teem de plantar para suprir

a sua deficiência natural.

Desse modo, a recente medida tomada pela Co-

missão de Defesa da Economia Nacional, com a apro-

vação do Snr. Presidente da República, no sentido de

serem empregadas algumas das fibras nacionais na

indústria têxtil com o fim de não só incrementar a

sua produção, como também de assegurar o seu apro-

veitamento industrial, reveste-se da maior importân-

cia.

Com efeito, não é possível que continuemos inde-

finidamente a suprir nossas necessidades econômicas,

industriais e materiais valendo-nos de recursos es-

trangeiros quando o nosso País, melhor, na grandemaioria das vezes, pode abastecer-nos de produtos e

matérias primas que vimos importando.

Uma rápida enumeração de algumas das fibras

brasileiras será suficiente para comprovar a nossa

afirmativa. Entre outras, podemos citar as seguintes

variedades de fibras que aqui se encontram em esta

do nativo: o tabuá, o caroá, a piteira, a ramie, a gua-xima, o assa-peixe, o abacaxi, o sorga, o arroz, o milho,

o pinho, etc., etc.

A juta, o cânhamo e o Jiriho são cultivados entre

nós, mas a produção é ainda insuficiente, sendo neces-

sário importá-los em grande escala para proverem as

necessidades da nossa indústria.

A piteira, também chamada agave americana, ou"alves

pitta", da família das amarilidáceas, fornece de

suas folhas, fibras de largo emprêgo na cordoalha,

além de conter alta percentagem de celulose. Sua

existência no País, notadamente, no Estado do Rio, étão grande que seria suficiente para abastecer de ma-

térias primas as maiores indústrias, bem como pro-duzir vários dos tecidos que importamos. E' geral-mente empregada na produção de cordas e cabos, etc.

A ramie, das urticáceas (boehmeria nívea) pro-duz fibra excelente, de grande resistência, empregadana indústria dos tecidos. Substitue, pelo seu alto valore utilidade, numerosas fibras de importação. A bana-neira convertida em polpa presta-se, ótimamente, parao fabrico do papel. Das fibras da bananeira obtem-secordas grossas, linhas, etc.

A guaxima, conhecida, também, por malva roxa,

guaxima roxa, aramina, da família das malváceas, énativa em diversas regiões litorâneas do País, sobre-tudo nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Pará,bem como em Goiáz e Mato Grosso. Seu emprêgo édos mais variados. Substitue a juta indiana e o câ-nhamo. E' largamente empregada na confecção desacos para transportes de cereais e, em outros tecidosde aniagem e na produção de cordas, barbantes, cor-déis, etc. E' excelente sucedâneo do cânham") pela suaresistência. Tem grande emprêgo na cobertura detetos das habitações rústicas. Outra propriedade da

guaxima é conter grande percentagem de celulose com

a qual se obtém ótimo papel.

O lírio do brejo, da família das zgigiberáceas.

considerada comumente como praga, fornece exceieu-

tes matérias primas para a indústria do papel. En-

contra-se em profusãó em toda a zona litorânea da

Baía a Santa Catarina. As várias propriedades quenele se encontram, colocam-no como vegetal destaca-

do entre os melhores para a produção da celulose.

Entre as moráceãs, cita-se a umbauba, ou em-

bauba, de grande utilidade quer na indústria do papel,

quer na produção de fibras excelentes para feltro,

etc. Vegetal nativo, dificilmente se pode apontar

uma região em que o mesmo não figure em grande

quantidade.

A taquara e o bambú dão fibras consideradas

como uma das melhores na espécie, não só pelo com-

primento, como pela resistência. De ambos, há grandevariedade e quantidade em todo o território nacional.

O caroá, do nordeste do Brasil, entre o Piauí e

Baía, é excelente e de alto valor na produção de pasta

para papel e de fibras para tecidos, cordas, etc.

O abacaxi, da família das bromelácias, é outro ve-

getal cujos estudos recentes vieram demonstrar a sua

grande utilidade na produção de fibras. No Estado da

Paraíba desenvolve-se uma grande cultura de abacaxi,

chegando a produção dêste ano a atingir ali milhões

de frutos, contra 3 milhões dos últimos t-rês anos. O

aproveitamento das fibras dessa bromelácea tem dado

logar a grandes instalações de máquinas apropriadas

ao desfibramento das folhas do abacaxi, sendo eleva-

das já não só a produção, como a procura, tanto no

País, como no estrangeiro.

O pinho, "araucária

brasiliana", nativo em mui-

tas regiões do País, pode produzir "sob

pressão hi-

dráulica 50% de celulose com relação ao peso do íiia-

terial sêco" .

O sorgo e suas variedades dão de 30 a 40%fibras e a sua polpa presta-se excelentemente parafabrico do papel. Há dele grande quantidade em tod|

o Brasil/Também os Estados Unidos da /fSmérica

utilizam-no na produção de papel e de fibras.

O milho e o arroz se prestam com reais vantage

para o fabrico do papel. Da palha ou colmo do arn

se obtém, pelo menos, 35% de fibras. O colmo do miíU

fornece açúcar, pastas, álcool e 25 a 50% de celulose

Muitos outros especimens de nossa flora podiaainda ser citados como capazes de fornecer os melli

res produtos fibrosos para a indústria têxtil não

do País como do estrangeiro. Notícias recem cheg"

das dos Estados Unidos pelo "Brazilian

Informati»Bureau", nos informam ser considerável ali a pro-cura de fibras do nosso País, adiantando ainda podeessa indústria tornar-se de extraordinário proveitoeconômico para o Brasil.

Essa afirmação do referido "Bureau''

é ilustrada

com o sugestivo exemplo de que só os Estados Unidos

importaram, ultimamente, 35.293 toneladas de juta,no valor de 3.547.096 dólares e, de outras fibras, entus

as quais o cânhamo, a ramie e o linho, etc., elevou-se

a importação a 52.000.000 de dólares.

Essas cifras são eloqüentes.

o OBSERVADOR

— LVÍ 89

A Propriedade

Literária

p

. p a tião fugir à regra, façamos um pouco de tas-

? , Será interessante saber* que o reconhecimen-

, to;, "eltos

de autor é uma conquista advinda apos a

t0 dos direitos ^ ^ {oi realmente 0 prirSiro

revolução •

jt de <jar disposições ao assun-

pa\f >raisiSSi p°rém-

-mos enconrem

to. Mffltoa éncias a esta coisa que mais tarde veio

MarC1chamàda de

"direito de autor" ou "propriedade li-

3> sei

terárr i«y» na França, foi reconhecido ao autor o di-

Em 1506, de suas obraS) tend0 porem a

r<pt0 eX-C Uje

obter a concessão de um privilégio real afim

otagaçao de de ^ fo. determinado que,

de Pu,;hca"'a®vr^s |fossem publicados,

antes de serem

de todos os r .. entrega de dois exempla-

L1 de». & vres a Biblioteca d^ g

tornaratn a assegurar o

direito perpétuo do autor e dos seus herdeiros sobre a sua

Irf no caso porém, de um autor vender a um livreiro

o direito exclusivo da mesma, cessava para ele todo o pn-

vilégio caindo a obra em domínio público, podendo, os li-

víeiros que o desejassem, editá-la sem outra qualquer au-

torização â não ser a da própria vonÃde.

Em 1789 os privilégios foram abolidos e os autore

puderam então dispor à sua vontade de suas obras. Em

1793, dando curso a uma legislação especial, ficava es

belecido que o autor desfrutava dos proventos de sua obra

durante toda a vida e os seus herdeiros durante 10 anos

após a sua morte. Outras leis vieram atualizando esta,

até que hoje, na França, após a morte do autor, os herdei-

ros administram a sua obra literária, artística ou cienti-

fica, durante 50 anos; decorrido este tempo, cai a mes-

ma em domínio público.

AS OBRAS DE RUI BARBOSA E UM PARECER

Um parecer recentemente emitido pelo Consultor Ge

ral da República, faz pouco tempo, quando exercido este

cargo ainda pelo professor Anibal Freire, atualmente Mi-

nistro do Supremo Tribunal Federal, veio introduzir na

nossa legislação sôbre propriedade literária uma reforma

pode-se dizer que radical, uma vez que a attingiu num dos

seus pontos estruturais, o que serve para evidenciar a ne-

cessidade de que sofre esta legislação de uma moderniza-

ção em suas linhas gerais, no que toca ao direito do escri-

tor, afim de que seja posta em dia com as que mais mo-

dernas sejam pelas suas disposições.

O parecer em caso veio de uma vez esclarecer a in-

eficiência de uma obrigação que fôra criada pela chama-

da Lei Medeiros e Albuquerque, de 1 de Agosto de 1898,

que estatuía a ilecessidade do registro de uma obra na Bi-

blioteca Nacional, afim de que a mesma pudesse usufruir

as vantagens e garantias da propriedade literária. (Arti-

go 13 daquela lei, que reza: "E*

formalidade indispensá-

vel

na

^ daquela lei, que reza: h, tormanaaae ínuibpcuaa-

para entrar no gôso dos direitos de autor o registro

Biblioteca Nacional...)

Vejamos, numa rápida exposição, o caso que origi-

nou o recente parecer. Uma empresa editora pediu per-missão ao diretor da Casa de Rui Barbosa para reeditarduas conferências do grande jurisconsulto brasileiro, e

que presentemente se acham esgotadas. O dr. Américo

Lacombe, diretor daquela instituição, dirigiu uma cônsul-

ta ao Ministro da Educação, acompanhada de longa eX-

posição; a propriedade literária das obras de Rui Barbosa,

por escritura lavrada em cartório, é atualmente de domi-

nio do Governo da União, que tem determinado realizar

uma edição completa das mesmas, em carater definitivo,

já estando alguns dos volumes no prélo. Sucede, porém,

que vários dos livros de Rui não se achavam registrados

na Biblioteca Nacional e, por conseguinte, ante o espírito

da Lei Medeiros e Albuquerque, não estão em condições

de receber a garantia legal. Foi sugerida a possibilida-

de de uma contestação. Examinando, porém, semelhante

dispositivo em face da Constituição Federal de 1891, re-

gistrou-se um choque do artigo 13 daquela lei com o pará-

grafo 26 do artigo 72 daquela carta, que assegurava o di-

reito de "propriedade" literária e artística nos seguintes

termos: — "Aos autores de obras literárias e artísticas é

garantido o direito exclusivo de reproduzi-las pela impren-

sa ou por qualquer outro processo mecânico. Os herdei-

ros dos autores gosarão dêsse direito pelo tempo que a lei

determinar." Além disto, havia, também, mais a circuns-

tância da irretroatividade das leis no tocante às obras an-

teriores à Lei n.° 490 (Medeiros e Albuquerque) .

O parecer do consultor geral da República concluiu

pelo fato de que é "incontestável

que o direito autoral das

obras de Rui Barbosa pertence hoje à União". Analizan-

do a falta de registro das mesmas na Biblioteca Nacional,

examinou a legislação e concluiu pela ineficiência do re-

eistro como garantia de propriedade, em face da força

maior da Constituição, que foi proclamada, posteriormen-

te, no artigo e parágrafo já citados, escrevendo textual- .

mente: "...

ultrapassou as lindes que a doutrina assina-

la em relação não só aos prazos de direito do proprio au-

tor como à necessidade de regisro para firmar o direito

autoral." , , . ,,r

A falta de registro não faz cair em dommio publico

o direito de autor, informa o professor Aníbal Freire: e

cita o recurso extraordinário n.° 2.545, julgado em 24 de

Maio de 1938, no qual o "Supremo Tribunal Federal sen-

tenciou que o registro não é essencial para assegurar o 1-

reito de autor de propriedade literária ou artística, visto

que a formalidade do registro serve apenas para

ca do direito, para induzir a propriedade, para facilita

prova para dispensar novos e mais difíceis elementos

certeza, que, aliás, uma vez oferecidos, podem ate destruir

a força do registro." .. ,. ./

Em todos os países em cuja legislaçao sobre direitos

de autor há cláusulas de registro, está patente que este

processo tem função de mera facilidade para prova. Na

própria Convenção de Berna não esta asegurado outra

coisa quando, no seu artigo 15, afirma que o nome do

autor na obra basta para a sua proteção Nao ha forma

dades para o gôso dos direitos; os direitos estão garant

dos desde que exista a obra. Reza o artigo 15 da Con-

vencão de Berna: "Para

que os autores das obras prote-

gidas pela presente Convenção sejam, ate prova em con-

frário considerados como tais e possam, em consequen-

cia comparecer perante os Tribunais dos diversos países

da União para reclamar a punição dos contrafatores, as

Íque seúLme esteja indicado na obra. da maneira

90

usual. Ao editor das obras anônimas ou pseudônimas,

nas quais seu nome figurar, caberá a salvaguarda dos di-

reitos do autor. E, sem outras provas, será considerado

cessionário do., autor anônimo ou pseudônimo.

Eliminando a necessidade de registro estipulada na

Lei Medeiros e Albuquerque, tornou-se reconhecida tacita-

mente a divisão feita pelo espírito francês do droitdau-

teur que reconhece um "direito

pecuniário" e um direi-

to moral", O primeiro, é o direito que cabe ao autor de

receber remuneração pelo seu trabalho; o segunc o, que

lhe permite reivindicar a paternidade da sua obra, bem

como zelar pela sua integridade. Para êste último é justo

que baste a publicação ou exibição da obra com a,assi-

natura ou responsabilidade do autor com o editor ou o ím-

pressor, em face de um contrato ou * autorização, afim ae

que seja feita a reserva dos seus direitos.

LIGEIRO HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO DE

PROPRIEDADE LITERÁRIA NO BRASIL

O lançador do direito autoral no Brasil, da garantia

da propriedade literária, foi Medeiros e Albuquerque, que

apresentou à Câmara dos Deputados um projeto que se

tornou lei e passou a ser conhecido pelo nome do seu

autor, e à qual já aludimos no capítulo anterior: Lei Me-

deiros e Albuquerque. Foi promulgada em 1 de Agosto

de 1898, e, de entrada, define assim os direitos autorais :

"Os direitos de autor de qualquer obra literária, científi-

ca ou artística consistem na faculdade que só êle tem, de

reproduzir ou autorizar a reprodução do seu trabalho pela

^publicação, tradução, representação, execução ou de qual-""

quer outro modo."

Em 1856, porém, já uma tentativa havia sido feita

de regular o assunto, sendo apresentado um projeto à Câ-

mara, não logrando, no entanto, despertar maior interês-

se, passando logo ao esquecimento. Pouco antes de Me-

deiros e Albuquerque, em Recife, ao fazer concurso para

a Faculdade de Direito, Tobias Barreto apresentou, den-

tre vários temas para arguição de direito civil, êste: direi-

to autoral, expressão por êle julgada melhor e mais com-

pleta que a de propriedade literária, em virtude de expri-

mir na sua totalidade não somente a propriedade literária,

mas também a artística. Mais tarde, em 1916, por ocasião

da elaboração do Código Civil, Clovis Bevilaqua optou

por esta fórmula dando, ao direito de autor, entre nós, um

carater de privilégio, assimilando as garantias dadas au au-

tor às concedidas asseguradas aos inventores. Usualmen-

te, nas legislações de outros países, os direitos autorais

eram tidos como meio propriedade, meio privilégio. A ex-

pressão "propriedade

literária" foi sempre objeto de de-

bates. Poucos países realmente inscreveram-na; Medeiros

e Albuquerque, que até o fim dos seus dias foi entre nós

um dos maiores estudiosos do assunto, informa que na

América assim o fizeram, apenas, México, Guatemala e

Venezuela.

Nenhum dos competidores de Tobias Barreto, porém,animou-se a abordar o assünto.

"Ninguém — diz Tobias

depois — se lembrou de -combater a minha extravagância,

sendo digno de nota que a coisa não deixara de causar es-

panto e motivar mais de uma interpelação particular sôbre

o sentido e o alcance daquela espécie de corvo branco, pormim qualificado de direito autoral." No Código Crimi-

nal então vigente já eram previstas penas para garantir a

propriedade literária, no artigo 261.

As Constituições da República promulgadas em 1891

é em 1934, apenas, fazem referência, especificadamente, ao

O OBSERVADOR — lvi

direito autoral. A primeira diz, em parágrafo ao artigo

72: "Aos

autores de obras literárias e artísticas é garanti-

do o direito exclusivo de reproduzi-las pela imprensa ou

por qualquer outro processo mecânico. Os herdeiros dos

autores gozarão desse direito pelo tempo que a lei deter-

minar." A segunda, no artigo 13, número 20, preceitua:"Aos autores de obras literárias, artísticas e científicas é

assegurado o direito exclusivo de reproduzi-las. Êsse di-

reito transmitir-se-á aos seus herdeiros pelo tempo que a

lei determinar." A de 1937 não faz referência especial ao

direito de autor.

DURAÇÃO DO DIREITO E DOMÍNIO PÚBLICO

O prazo de duração do privilégio do autor e herdei -

ros sôbre a obra é de toda a vida para o primeiro, e de 50

anos para os segundos. Transcorrido os 50 anós após a

morte do autor, cai a obra em domínio público. A sua pu-

blicação independe de autorização e, ao que parece, não

existe mesmo uma obrigação de obediência de texto ou

disposição." O ano passado houve na França um movi-

mento no sentido de modificar certas disposições dos di-

reitos autorais; uma delas era suprimir praticamente o do-

mínio público; depois de um determinado número de anos

após a morte do autor, a obra passaria à tutela do Esta-

do; teria uns direitos limitados de tantos por cento, impor-

tância que iria constituir uma caixa destinada à organi -

zação de serviços de assistência ao escritor. Num país co-

mo a França é de imaginar que vulto tomaria esta caixa

dentro de pouco tempo. A maioria dos escritores cujas

obras hoje em dia se acham em domínio público e que no

entanto são atualmente mais vendidas, talvez, que em vida

dos autores, pertence à França. Flaubert, Balzac, Daudet,

os Dumas, Vitor Hugo, Lamartine... Quanta gente!

Entre nós uma semelhante caixa produziria quase

nada. Lemos muito pouco os nossos antigos; êles mes-

mo não chegaram a se popularizar.

Por ocasião daquele movimento, na França, falando

em nome da Societé des Gens de Lettres, Fernan Laurent

afirma que é depois do desaparecimento do autor que a

obra literária goza de maior difusão; e cita exemplos:

Baudelaire recebeu em vida, por todos os seus escritos,

a soma de 4.000 francos; depois da sua morte, somente

uma edição de "Fleurs

du Mal" rendeu 42.000 francos.

Numa véspera de Natal Gustavo Flaubert entregou os ori-

HOULDER UNE

Serviço regular para Londres e

Liverpool com navios especial-

mente aparelhados para o

transporte de carnes, frutas,

Ovos, etc.

AGENTES:

Houlder Brothers & Co. (Brazil) Ltd-

Santos & Rio de Janeiro

H

o observador

. , "Madame Bovary", com direitos absolutos e ex-

ginais de ata apenas

800 francos. Atualmen-"1USÍV0-'n7mmange

detentor dos direitos da obra de Flau-

te Rene Dom S a haver caído em domínio publi-

bert' aPnuasre todo o mundo, somente de alguns paises on-

co em quase suieita à propriedade hteraria, ar-

* 300.0» francos!

recatnh e nós haveria de ser interessante enumerar quan-

m receberam em vida os nossos maiores escritores. Entre

to receijera exempl0, quanto renderam e rendem

05 T'Tobras' de Machado de Assis, José de Alencar,

ainda as et0? As do primeiro creio que se torna-

do livreiro Garni.r « dele pa,-ram

T firma que hoje as explora. Obras de outros auto-

Testão bloqueiadas por divergências entre herdeiros. De

Olavo Bilar. por «f*.

..tni-nid do seu primeiro livro, — i oesias poi owuo,

tá neste primeiro livro estavam incluídas algumas das poe-

fede mais repercussão de Bilac: Vui Latea, Panopha,

Sertões" de Euclides da Cunha, de todas as nos-

sas obras de fundo, é, sem dúvida, aquela que mais se ven-

de' a primeira edição do livro rendeu ao autor de um a

dois contos de réis; três dias apos o lançamento da 2. edi-

' cão o editor Laemert vira no livro um tão bom negocio,

que' proguzera a compra dos direitos desta segunda edição

por 1:600$000.

Diz-se que os direitos de outra grande obra de tundo,

nacional — "Casa grande e senzala", de Gilberto Freyre

— foram vendidos, definitivamente, por cinco contos de

réis! Até agora devem ter sido impressos no minimo 5.000

exemplares dêste livro, o qual é vendido a 20$000 por vo-

lume; na base comum de direito *de

autor, entre nós, \0%,

o autor teve, até agora, um prejuízo de 5:000$000!

Esta seria uma outra questão a regular. Deveria ser

vetado ao autor vender definitivamente o direito de ex-

ploração de sua obra. Quando outro efeito não tivesse

uma semelhante medida, eqüivaleria pelo menos à defesa

cie um patrimônio, que, quando não desse rendimento pe

cuniário, seria um patrimônio moral, zelado com muito

maior carinho, se feito o zêlo pelos hejdeiros diretos do

autor. Na falta do herdeiro direto, que passasse a ser pro-

priedade exclusiva da Nação, até serem decorridos os 50

anos do direito post-mortem.

CONVENÇÃO DE BERNA

O texto internacional mais importante que regula a

proteção dos direitos autorais em países estrangeiros é, in-

dubitavelmente, a Convenção de Berna, à qual o Brasil

aderiu em 9 de Fevereiro de 1922, sem reservas cie qual-

quer espécie. A finalidade desta convenção, por intermé-

dio da qual se acham ligados quase todos os países do uni-

verso, é a garantia, ou melhor, uma proteção dos direitos

do escritor em todas as nações signatárias. O texto fir-

mado em Berna tem sofrido revisões, posteriormente, das

quais a última verificou-se em Roma, sendo reconhecida e

aceita pelo nosso Governo em 24 de Outubro de 1933.

Assim, de acordo com esta convenção, uma obra de

autor brasileiro terá, em qualquer dos países aderentes ao

instrumento, as mesmas garantias que nesse país se conce-de aos nacionais, do mesmo modo que no Brasil as obrasde todos os autores estrangeiros, juridicionado em qual-quer país filiado à União, teem as mesmas garantias queab ü^ras de autores brasileiros.

91

Além desta convenção, está o Brasil ligado a outros

países por protocolos à parte, bem como também aderiu

a outras uniões, de menos importância pelo seu raio de

ação ou pelas obrigações estipuladas.

A Convenção cie Berna protege num sentido geral as

obras literárias e artísticas, definidas cia seguinte maneira:"

. . . compreendem todas as produções no domínio literá-

rio, científico e artístico, qualquer que seja a sua maneira

ou forma de expressão, tais como: livros, brochuras e ou-

tros escritos; conferências, alocuções, sermões e outras

obras da mesma natureza; obras dramáticas ou dramático-

musicais; obras coreográficas e pantomimas, cuja repre-

sentação é anunciada por escrito ou de outro modo; as

composições musicais, com ou sem letra; os trabalhos de

desenho, pintura, arquitetura, escultura, gravura e litogra-

fia; as ilustrações e cartas geográficas; as plantas, esboços

e trabalhos plásticos relativos â geografia, fotografia, ar-

quitetura e ciências."

São protegidos não somente os trabalhos originais,

mas também as traduções, adaptações, arranjos musicais e

outras reproduções, protegidas sem prejuízo dos direitos

cio autor, como se fossem trabalhos originais.

Para dar uma icléia do efeito da Convenção de Ber-

na, sobre as garantias, citemos um caso ligado a um livio

americano recentemente traduzido e editado no Brasil com

grande sucesso. Data de 1936, o que vamos narrar.

Os Estados Unidos não fazem parte da Convenção.

Uma grande empresa editorial holandesa, em 1936, ini-

ciou a publicação do romance de Margaret Mitchell —

"Gone With the Wind" 0 vento levou", na edi-

ção brasileira) tenclo dividido a obra em três volumes. Em

virtude, porém, de não terem os Estados unidos aderido

àquele convênio, os editores holandeses se recusaram a pa-

gar os direitos autorais. Os editores americanos do livro.

Mae-Millan anel Co., alegam que o livro foi publicado no

Canadá no mesmo dia em que o fôra nos Estados Unidos

30 de Junho de 1936 — e como o Canadá pertence a

convenção, pretendiam que os direitos da autora estives-

sem devidamente assegurados. Miss Mitchell entrou com

a ação na Corte do distrito, reclamando o impedimento

de futuras publicações e distribuições do seu livro; os edi- *

tores holandeses provaram então que vários exemplai es

da edição americana daquele livro datavam de Nova York,

Maio de 1936. E Margaret Mitchell perdeu a ação e ficou

mesmo sem os direitos.. .

COMO FAZER PARA PUBLICAR UM LIVRO

Supondo que a pessoa que deseja publicar um livro

tenha o mesmo escrito e mais o editor, bem pouco lhe resta

fazer; bastará cuidar do contrato ou autorizaçao que re-

gula a edição a ser feita.

Para que um editor lance um livro de autor estran-

geiro, porém, desde que êste livro não esteja em domínio

público, terá êle que negociar os direitos do livro para a

língua portuguesa, no Brasil, ou para Brasil e Portugal,

estabelecendo, de antemão, a devida exclusividade. Con-

cluido o contrato, de acordo com as clausulas do mesmo,

será feita a tradução e publicado o livro.

_

No caso da edição de livro de autor nacional os di-

reitos são, geralmente, negociados a base de tanto? por

cento sôbre o preço de capa, , indo esta percentagem de 10

-i 15 Para os livros estrangeiros usa-se mais comumen-

te estabelecer um preço X pelos direitos exclusivos e de-

finitivos ou exclusivos e limitados.

.TggBWHWW- -TA-'^HMiWUWICWB' II illl1rfflitfMilft««!S^iBI^^ '" ""v> ¦ T," ?(7 sf ttBHj(ljtoBM..'I^H•¦,¦¦•.

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92 O OBSERVADOR — LVl 1

A SITUACAO ECONOMICA DO DIREITO DE se faz esperar, tambem, que o pobre -profissional das le- I

AUTOR ATUALMENTE, NO BRASIL tras seja classificado e apontado como "cavador",

se re- Ialmente

vive da sua literatura. Literato, vivendo de li- I

Sao Irequentes na imprensa os inqueritos feitos no teratura, e avis rara. E, vem logo para um caso destes I

¦ sentido de fixar perante o leitor o grau medio de vida que um paralelo; fala-se em Humberto de Campos, que gum I

leva o escritor no Brasil; atreve-se, aqui e acola, a se ar- so ano recebeu; de direitos autorais, soma supeiior a cem I

riscar uma insinuaqao sobre viver de literatura, rendas de contos de reis. Por outro lado nao se costuma evocar, por I

direitos de autor. Examinando o problema nao sob o seu exemplo, o drama final de Medeiros e Albuquerque, assi- I

aspecto total mas sobre determinados raios, vamos en- nando, nos ultimos dias de vida, por algumas centenas de 1

S contrar uma serie de contrastes em face de um piano de mil reis, tradu<;6es de que ignorava ate o original, e que 1

comparaqao que se estabelece entre a nossa literatura por um cuiioso contraste da vida fora entie nos o cria- I

a de outros povos. A profissao literaria no Brasil, no en- dor oficial da prote^ao, do diieito de autor!

tanto, esta realmente longe de poder usufruir as prerroga- Na Argentina cita-se o caso de Ricardo Giiiraldes

tivas de uma maioridade economica. E' uma aventura fa- que, nas vesperas da morte,^ viu se multiplicarem edi^oes

zer-se pianos de vida com o simples produto que se au- clandestinas do seu notavel Dom Segitndo Sombra .

fira da propriedade literaria, ja pelo pequeno volume da E ja que falamos na Argentina, convem salientar os

mesma, ja pela irregularidade natural oriunda das possi- grandes progressos verificados neste pais no que toca a

bilidades do mercado, onde, efetivamente, o ntimero de au- legisla^ao sobre a propriedade literaria. Houve epoca em

tores que deseja publicar livros vai muito acima das pos- que se sucederam de tal maneira as'ediqoes clandestinas de

sibilidades dos editores que possam faze-lo, bem como livros de autores vivos, de grande cartaz, que se organi-

muito limitado o ambito dos sucessos comerciais dos li- zou um movimento de que e espelho a campanha desen-

vros publicados de autores nacionais por um retraimen- volvida pela imprensa mais autorizada de Buenos Aires,

to do publico em face da mercadoria. « como La Prensa e La Nacion} de 1928 a 1932, numa mul-

Num meio onde geralmente os fatos, por mais sigilo- tiplicaqao de artigos que tiveram, por fim, o seu bom re-

sos que sejam, se tornam logo de dominio publico, a no- sultado. Valdo Frank, Gregorio Maranon, Emil Ludwig,

ticia de que um autor esta realizando a aventura de viver dentre outros, sentiram-se compelidos a participar desta

do que escreve torna-se logo do conhecimento de todos, campanha, como grandes prejudicados que eram. No

e o pobre intelectual passa a ser, com o seu metier, alvo Brasil, felizmente, esta especie de pirataria literaria nao

da curiosidade da' reportagem bisonha, que nao demora existe. O autor ou o tradutor sao mal pagos, mas rece

muito a ir perguntar como escreve, a que horas prefere bem sempre alguma coisa e as ediqoes sao ordinariamen-

Ijgf escrever e que estimulantes usa para a inteligencia. Nao te autorizadas. Pelo menos naquilo que chamamos de gran-

11 THE CALORIC COMPANY I

MATRIX: RIO OE JANEIRO-AV. PRES. WILSON 118

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DIESEL lw*m n ¦

COMBUSTIVEL

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FILIAES: S.PAULO, SAMTOS,S.SALVADOR,RECIFE E BELEM

AGENCIAS EM TODAS AS CIDADES DO PAIZ- ¦. ' '

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THE CALORIC COMPAMY

MATRIZ: RIO OE JANEIRO-AV. PRES. WILSON 118

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COMBUSTÍVEL

FUEL OIL

LUBRIFICANTES

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MOTOR 01LS

92

A SITUAÇAO ECONÔMICA DO DIREITO DE

AUTOR, ATUALMENTE, NO BRASIL

W» 9

São freqüentes na imprensa os inquéritos feitos no

sentido de fixar perante o leitor o gráu médio de vida que

leva o escritor no Brasil; atreve-se, aqui e acolá, a se ar-

riscar uma insinuação sôbre viver de literatura, rendas de

direitos de autor. Examinando o problema não sob o seu

aspecto tòtal mas sôbre determinados ráios, vamos en-

çontrar uma série de contrastes em face de um plano de

comparação que se estabelece entre a nossa literatura e

a de outros povos. A profissão literária no Brasil, no en-

tanto, está realmente longe de poder usufruir as prerroga-

tivas de uma maioridade econômica. E' uma aventura fa-

zer-se planos de vida com o simples produto que se au-

fira da propriedade literária, já pelo pequeno volume da

mesma, já pela irregularidade natural oriunda das possi-

bilidades do mercado, onde, efetivamente, o número de au-

tores que deseja publicar livros vai muito acima das pos-

sibilidades dos editores que possam fazê-lo, bem como é

muito limitado o âmbito dos sucessos comerciais dos li-

vros publicados de autores nacionais por um retraimen-

to do público em face da mercadoria.

Num meio onde geralmente os fatos, por mais sigilo-

sos que sejam, se tornam logo de domínio público, a no-

tícia de que um autor está realizando a aventura de viver

do ¦ que escreve torna-se logo do conhecimento de todos,

e o pobre intelectual passa a ser, com o seu metier, alvo

da curiosidade daA reportagem bisonha, que não demora

muito a ir perguntar como escreve, a que horas prefere

escrever e que estimulantes usa para a inteligência. Não

FILIAES: S.PAULO, SANTOS, S. SALVADOR, RECIFE e BELEM

AGENCIAS EM TODAS AS CIPADES DO PAIZ

se faz esperar, também, que o pobre -profissional das le-

tras seja classificado e apontado como "cavador",

se re-

almente vive da sua literatura. Literato, vivendo de li-

teratura, é avis rara. E, vem logo para um caso destes

um paralelo; fala-se em Humberto de Campos, que num

só ano recebeu, de direitos autorais, soma superior a cem

contos de réis. Por outro lado não se costuma evocar, por

exemplo, o drama final de Medeiros e Albuquerque, assi-

liando, nos últimos dias de vida, por algumas centenas de

mil réis, traduções de que ignorava até o original, e que

por um curioso contraste da vida fora entre nós o cria-

dor oficial da proteção, do direito de autor!

Na Argentina cita-se o caso de Ricardo Giiiraldes

que, nas vésperas da morte, viu se multiplicarem edições

clandestinas do seu notável "Dom

Segundo Sombra".

E já que falamos na Argentina, convém salientar os

grandes progressos verificados neste país no que toca à

legislação sôbre a propriedade literária. Houve época em

que se sucederam de tal maneira as'edições clandestinas de

livros de autores vivos, de grande cartaz, que se organi-

zou um movimento de que é espêlho a campanha desen-

volvida pela imprensa mais autorizada de Buenos Aires,

. como La Prensa e La Nacion, de 1928 a 1932, numa mui-

tiplicação de artigos que tiveram, por fim, o seu bom re-

sultado. Valdo Frank, Gregorio Maranón, Emil Ludwig,

dentre outros, sentiram-se compelidos a participar desta

campanha, como grandes prejudicados que eram. No

Brasil, felizmente, esta espécie de' pirataria literária não

existe. O autor ou o tradutor são mal pagos, mas rece

bem sempre alguma coisa e as edições são ordinariamen-

te autorizadas. Pelo menos naquilo que chamamos de gran-

Tf

O OBSERVADOR — ivi

0 OBSERVADOR - LVI

•„ „„ neaueno direito o autor como o tradutor são

fVrios à grande Veremos, depois, porém, o caso dos pe-

quenos momellto a Imprensa divulga a notícia

itor brasileiro vem de ver um livro seu lan-

ediçâo de 20.000 exemplares. Trata-

Ç - rpsta dúvida, de um recorde.S6' '

n 1 escritores teem conseguido razoavel sucesso

rom a sua obra; sucesso, porém, de oportum-

Tf Atravessamos uma fase em que entre a obra tra-

du ida e a original, aquela ocupa pm_ lugar cem vezes aci-

,,n resultado e como divulgaçao.^ "ouase

sempre, quando se trata* de direitos de autor,

cogita-se somente da obra hteraria, por que e o

Herato que Ãe mai sem foco com o assunto ; o autor do

I n técnico do livro didático, ganha razoavelmente bem .

Escrevem-se' e editam-se no Brasil obras de grande yul-

to que atingem grande preço; alem do mais, os direitos

¦He autor para os que escrevem obras técnicas ou didatica»

são mais elevados, bem como estas obras teem uma saída

previamente estabelecida.

Num sentido geral, desconhecendo os casos espora-

dicos que afirmam, pode-se assegurar a existência da pro-

fissão de escritor no Brasil? Não. Mesmo a maioria da-

aneles que são considerados autores de sucesso, infe iz-

mente não atinge soma compensadora, com o seu tra m-

lho, que baste para a sua manutenção. Fazer um roman-

ce, por exemplo, para que dele sejam impressos 2 000

exemplares, afim de receber menos de 1:500$, quando a

edição estiver esgotada, ou mesmo contra a entrega dos

originais ao editor, compensa, financeiramente ? Esta visto

que não. ,

Quem se dedica ao livro de cultura, por exemplo,

tem diante de si um destino menos lisonjeiros ainda; o ro-

mance, suponhamos, é ficção; o livro de cultura, um livro

de fundo, exige despesas; livros, material, documentação

que, na melhor das hipóteses estando a mão, custa sem-

pre alguma coisa. Gasta-se as vezes dois anos e mais para

fazer um livro destes; consegue-se editor para 2.000 exem-

plares; o livro é vendido a 12$000 o volume; ò autor ga-

nha 2:400$000.

O PEQUENO DIREITO

Quando se fala em pequeno direito é até lógico que

se omita o pequeno direito literário, isto é, aquele que deve

proceder de artigos, contos, crônicas, pequenos ensaios.

Literatura para jornais e revistas, enfim. O autor rara-

mente consegue enxergar alguma coisa dêste. E , por

exemplo, o caso de uma revista, um jornal, que lhe com-

pra uma colaboração por 50$000. Um mês depois o autor

vê aquele seu trabalho publicado num jornal do nordes-

te, com a rubrica de "especial

para..."; depois vem um

outro do extremo norte, depois em vários do centro, em

outros tantos do sul sempre nas mesmas condições, se-

guido do "especial

para..."De todas estas publicações o autor não recebe um ni-

quel. Um artigo que é publicado e republicado durante

vários meses em todos os Estados, rendeu apenas 50$000,

há no caso duas partes lesadas: o autor e a revista ou o

jornal que pagou aquela quantia; o primeiro sofre dois

prejuizos: o de não receber remuneração alguma e mais

a desconfiança do segundo.Êste direito é tão'garantido, no entanto, quanto o

chamado grande direito; falta, porém, o meio de contro-

la-lo. Popularizou-se, numa certa época, o sistema de co-

93

pyrights.; ordinariamente o jornal do interior não pode pa-

gar colaborarão, mas deseja publicar artigos de figuras de

relevo nas letras; o copyright ou a linha facilitam isto;

ela compra um artigo por 100$000; distribue aquele ar-

tigo a tantos jornais que deverão publicá-lo em tal data,

contra um crédito em espaço; êste espaço é utilizado em

anúncios que dão a renda ao copyright. Êste sistema di-

minuiu üm pouco o contrabando; se o jornal tinha a co-

laboraçãõ por um meio legal, isto é, se êle pagava a cola-

boração com espaço, prescindia do recurso da tesoura e da

goma. Entre nós, porém, há uma facilidade muito gran-

de para desvirtuar tudo isto; atrás de três ou quatro ini-

ciativas boas, surgem dez e vinte visando "aproveitar

;

se falta às boas recurso financeiro para concorrer com as

outras que lançam mão de "meios",

elas fracassam. Qua-

se sempre fracassam. Das boas iniciativas dos copyrights

sobraram umas duas que ainda hoje vivem.

O outro recurso destinado a pôr termo ao uscwrlo tra-

balho intelectual sem qualquer recompensa, seria a orga-

nização de uma sociedade similar da Sociedade Btasíleira

de Autores Teatrais, como esta destinada a arrecadar e

controlar os "direitos

de autor . O autor de teatio, como

os musicistas, possuem hoje em dia no Brasil socieda-

des modelares que muito pouco deixam escapar. Uma so-

ciedade de escritores não teria a prosperidade rápida da

S. B. A. T. ou da Sociedade Brasileira de Composi-

•tores e Autores; seria uma confraria bem mais pobre, mas

de tanta utilidade. .

Há um número grande de escritores de jornal, espi-

ritos brilhantíssimos, homens que fazem crônicas, aitigos,

ensaios, contos, e que disto vivem. Há os que escrevem

menos freqüentemente, mas que também estimariam rece-

ber alguma coisa em troca das publicações nao-autoriza-

das que fazem por aí dos seus trabalhos. E, num pais como

o nosso, de poucos recursos, tudo serviria; dana para li-

vros, para papel, ou talvez para pagar a prestação de uma

máquina de escrever, objeto indispensável, hoje em dia, ao

homem que escreve.

A PROFISSÃO QUE NÃO EXISTE

Tempos atrás esteve em moda um assunto: a criação

de uma corporação dos profissionais da pena, isto e sem

ser a Associação Brasileira de Imprensa ou o Sindica

dos Jornalistas Profissionais. Uma qualquer coisa como

um Instituto de Literatura, destinado a normalizar a con-

dição do escritor. O assunto morreu pouco tempo depois

após memoriais, entrevistas e discuisos. ^ m ecn

_

questões trabalhistas declarou mesmo a inexistência desta

categoria profissional, entre nós. E os escritores, passado

aquele tempo, continuam a sua luta; somente aque es qu

S:,m o milagre * viver do

mente saber que meio de morte, e esta vida. E sao talvez

os que menos pensam em instituto, sindicato ou coisa que

o valha. Num país de cultura em formaçao, como o nos

so, e também de leitores em formação, o escritor ainda nao

oode rigorosamente ser um profissional.P

e4—> cheg. o .empo <!« regol.m.mooproft.s»

,„o « contentem o, ^ i„, St

cimento e o comentário dos gêxitos _

^- frades de outros Pa>ses .

E"

^ 0Pproduto estrangeiro,

público ,u.

apesar d_e que acl"e^ 1 jtores de qualidade

inferior ao

:S°lÍ- não faltam; faltem autores que consi-

gam agradar aos leitores que existem po

, mi ||p^R "

"' 'W"-' v. y "V.*;Wr»* . ¦ '-«;.•

•\ - , ¦ . .«# ¦

.94 O OBSERVADOR — L VI

O censo Demografico

T A' por diversas vezes tem O OBSERVADOR in-

J sistido na explicação dos objetivos e processos do

quinto Recenseamento Geral que se realiza no Brasil. Ao

estudar em separado cada aspecto do inquérito da vida

nacional, visou-se conseguir a maior divulgação, para al-

cançar-se os melhores resultados . O Censo dos Transpor-

tes, o Censo dos Serviços, o Censo Comercial, o Censo

Agrícola, o Censo Industrial, o Censo Demográfico e o

Censo Social, to'dos os censos, são parcelas consideradas

igualmente importantes na formação do todo que é o

grande empreendimento. E é exatamente pelo fato de

merecerem todos os censos a mesma atenção que se tem

procurado atender às necessidades de divulgação de cada

um em separado, depois de um trabalho inicial onde o in-

quérito foi apresentado em suas linhas gerais.

Mesmo encarado isoladamente, o Censo Demográfi-

co constitue uma tarefa de proporções antes não alcan-

çadas no País. Registrando o fato, teve O OBSERVA-

DOR oportunidade de estabelecer o paralelo entre o quena matéria havia antes sido feito e o que agora se realiza,

afirmando:"Acentuou,

certa vez, um escritor brasileiro o quan-

to há de surpreendente no fato de um país ter consegui-

do avançar na sua evolução econômica, até o ponto a que

chegou, sem que as forças criadoras da riqueza e o Esta-

do, ao qual em escala progressivamente maior foi caben-

do uma ação interventora na esfera econômica, dispuzes-

sem dos elementos seguros de orientação que somente

as estatísticas podem suprir."Constitue,

aliás, velho truismo a afirmativa de que

sempre fomos pessimamente servidos, em matéria de da-

dos estatísticos, que, por uma série de circunstâncias ne-

gativas, entre as quais não será demasiado encarecer a

vastidão do nosso território, o seu insignificante conteú-

do demográfico e as dificuldades dos meios de comunica-

ção, mediaram sempre irrisórias aproximações e estima-

tivas mais ou menos audaciosas."

E, mais além, insistindo no assunto, referindo-se es-

pecificadamente aos censos demográficos:"Si

ajuntarmos às quatro grandes operações verifi-

cadas, respectivamente, nos anos de 1872, 1890, 1900 e

1920, o inquérito demográfico levado a efeito no Distrito

Federal, em 1906, teremos uma idéia geral do que se fez

entre nós no tocante a assunto de tão grande relevância,

como é a determinação dos valores humanos de que dis-

pomos, num largo período da vida nacional, abrangendo

dois regimens."Fora

disso, tivemos desde os tempos coloniais umaestatística demográfica meramente conjetural, não passan-do de estimativas mais ou menos felizes os cálculos até

então realizados para determinar o "quantum"

da nossa

população.

Já agora, porém, o panorama apresentado pelo Re-

censeamento de 1940, desde as medidas iniciais, em sua

fase preparatória, até os momentos finais de sua apura-

ção, se apresenta totalmente diverso. Baseado sob uma

regulamentação racionalmente organizada, obedecendo a

um plano de ação sistematizada dentro da mais moderna

orientação técnica, empregando pessoal selecionado, seja*nas* repartições de serviço interno, seja nos serviços exte-

riores de arrecadação dos questionários minuciosos e bem

orientados, tudo foi previsto, de forma a se alcançar o re-sultado mais completo possível. E, demonstrando o queestá acima, preceitua o decreto-lei n.° 2.141, de 15 deAbril de 1940, no seu artigo nono e parágrafos:

"Am.. 9.° — Na coleta dos dados primários do Cen-

so Demográfico, serão usados quatro instrumentos funda-mentais: o boletim de família, o boletim individual, a listade domicílio coletivo e uma caderneta destinada ao censo

predial e domiciliário. § 1.° — Relativamente a cada in-divíduo se indagará, no' que lhe for aplicável: nome,sexo, idade, condição no domicílio, se se acha presente nodomicílio, ou ausente do mesmo, eventual ou temporaria-

mente; côr, defeitos físicos, limitados à surdo-mudez e ce-

gueira; estado civil; número de filhos havidos; naturali-dade e nacionalidade, extensiva a indicação aos ascendeu-tes do primeiro grau; tempo de residência no Brasil, senascido no estrangeiro; língua; religião; instrução rece-bida; ocupação principal e suplementar; e, finalmente, seé proprietário de imóvel, contribuinte ou beneficiário deinstituição de previdência social ou individual. § 2.° — Os

questionários relativos aos edifícios públicos e habitações

particulares conterão quesitos principais sobre os seguiu-tes caracteres: situação natureza da construção; númerode pavimentos, respectivas dependências e aplicações; con-diçÕes de higiene e conforto; e quesitos suplementaressobre a existência de veículos, aparelhos de rádio, plan-tação e criação domésticas. § 3.° — Serão recenseadosem cada domicílio, além de todos os indivíduos, seus mo-radores ou não, que aí passarem a noite de 31 de Agosto

para 1.° de Setembro, os residentes efetivos ausentes nareferida noite, inclusive os menores internados em estabe-lecimentos de ensino de qualquer espécie. § 4.° — Serãoigualmente recenseados, em cada domicílio, as criançascujo nascimento ocorrer na noite de 31 de Agosto para1.° de Setembro. § 5.° — Não serão recenseadas, emnenhum caso, as pessoas (inclusive recem-nascidos) quefalecerem durante o curso da referida noite. § 6.° — Asinformações referentes a brasileiros residentes no estran-

geiro, ou temporariamente ausentes no País, serão coligi-das por intermédio das autoridades consulares competen-tes, segundo instruções da Comissão Censitária Nacional,

que solicitará, para êsse fim, a cooperação do Ministériodas Relações Exteriores."

Como se verifica pela transcrição acima, quatro ins-trumentos fundamentais são usados na coleta dos dadosprimáiios do Censo Demográfico: o Boletim de Família,o Boletim Individual, a Lista de Domicílio Coletivo euma caderneta destinada ao censo predial e domiciliário.Vejamos o emprêgo de cada questionário e a finalidadevisada pelos seus múltiplos que*sitos.

Antes de qualquer referência ao preenchimento doBoletim de Família é necessário deixar patente o quesignifica para o Recenseamento a palavra família. Dizemas instruções

para preenchimento do Boletim: "A

palavraami ia, para os efeitos do Recenseamento, tem uma acep-

çao diferente da que lhe é vulgarmente atribuída e poderáesignar, tanto a pessoa que vive" só, em uma habitação

ou parte de habitação, como um conjunto de pessoas que,,em vntude de parentesco, subordinação, hospedagem ousimples dependência, vivem sob o poder, a direção ou a

proteção de um chefe, dono ou locatário de toda ou de

#•

o OBSERVADOR

LVl

* ,h habitação. O lugar onde moram,

^ toff-»br?

iril,

sob o mesmo

ti comum, cons-

teto, pessoas °.^

Êst® p0derá ser particular ou coleti-

titue um dom c .

^ ^ yma só {amilia censitária, forma-

v0- ° PXoas ligadas ao Chefe da família

- homem ou

da por Pess0 | asa — por laços de parentesco ou

ÍrdinSÒ1 doméstica. Exemplo^: uma casa de famlia

- iü oãcole°dvo é o que serve de moradia a pessoas ou

comum. U ou

n-o estar ligadas, por laços de pa-

famílias que ..MM a com 0 chefe do domicilio

à disciplina d» coletividade

SeàfiaSão dos seus fins não domésticos. Exemplos:

6 hotel um orfanato, uma penitenciaria,

etc.

Ul «Os boletins de família serão recebidos pelos çhefes

i o rerensear ou por quem suas vezes fizer,

das famílias 'res Q chefe da família é o chefe

Nos domicíliosU\ coletivos, porém, há que distinguir

e os chefes de família. O che-

(1, domicílio é o responsável pela habitaçao, compre

ÍJo todos os seus moradores. Os chefes de fam.Ua

etidendl toaos us, g Qas que vivem

respondem, ca

^ q n0 domíc§io coletivo e que eles

representam, social e economicamente, perante o chefe da

rasa do estabelecimento ou da instituição.

"Todos os chefes de família devem receber um bo-

letim de família para preencher, mesmo quando residir

1 ,s pessoas a seu cargo, em domicilio coletivo. Os

chefes de domicílio coletivo sempre que, com sua família

narticular residirem no domicílio de que torern propnc

tários gerentes, administradores, diretores, etc., devera

nreendier, por sua vez, um boletim de família, alem

outro modelo censitárip destinado ao recenseamento da

instituição ou estabelecimento sob sua responsabihda .

"Consta o formulário de uma parte superior, com c a

ros destinados às informações relativas à situaçao do do-

micílio e à caracterização do boletim, com disposit .

legislação censitária e uma instrução preliminar e de ou-

tra parte constituída por um questionário, contend

quesitos e 9 colunas verticais, em cada pagina, para o re-

censeamento das pessoas que, por laços de parentesco ou

outra relação doméstica, formam a fanmha do responsa-

vel pelo boletim. . j ,"A

parte superior do formulário sera preenchida pelo

Agente recenseador e o questionário propriamente c íto

pelo chefe da família, a quem incumbirá também preen-

cher, na parte superior do tnodêlo, os claros le ativos a

restituição deste. Se o chefe da família não pucer, por

qualquer motivo justificado, a juízo do Agente recensea

dor, escrever pessoalmente as respostas referentes a cac a

um dos 45 quesitos do questionário, outra pessoa da a

mília se desempenhará da tarefa assinando, a rogo, o do

letim e, se não houver na família alguém em conc íçoes

de assumir essa responsabilidade, o próprio Agente recen

seador avocará êsse encargo, procedendo às inquirições

necessárias e usando de todos os meios precisos para co

lher informes verídicos sôbre os característicos individuais

dos moradores e hóspedes do domicílio

45 quesitos compõem o Boletim de Família, na se-

guinte ordem, com as devidas explicações:

QUESITO 1: — Prenome — Bastará escrever o

primeiro nome, ou nome de batismo, de cada pessoa a ser

recenseada. O chefe da família, por exceção, deverá de-

clarar o seu nome completo. QUESITO 2: —- Sexo

Declara-se, conforme o caso, "masculino" ou

"feminino .

QUESITO 3; —- Data do nascimento (diã, vnês e ano)

95

— Sempre que for possível obter a informação prevista

neste quesito, ela deve ser registrada no questionário,

visto ter grande importância para a estatística social.

QUESITO 4: — Se o recenseado não souber a data do

nascimento, declarar a idade que presume ter — Dias para

as pessoas de menos de um mês, meses para as de menos

de um ano; anos para as de um ano ou mais. OUESI-

TO 5: — Condição no domicilio em relação ao chefe da

família —- Tratando-se de parentes do chefe da família,

declare-se qual é êsse parentesco (pai, mãe, filho, neto,

avô, sogro, irmão, tio, sobrinho, primo, etc.). Escreva-

se "cônjuge"

para a esposa do chefe da família, se for coni

êle casada civilmente, "consorte se não foi casada civil-

mente, acrescentando-se a letra (E) entre parêntesis, no

caso de casamento contraído segundo lei estrangeira e

(R) para indicar o casamento religioso. As pessoas que_ ri:*. cpínm nnrenf-es. emoresa-

{l\) para muicai u ujamvuiu *Yv.b*v»ígg| — 1

vivem com a família, sem que sejam parentes, emprega-

das ou hóspedes, serão consideradas "agregadas"; no caso

de entrar o agregado com qualquer contribuição para as

despesas da casa, será declarado "pensionista". Em re-

lação ao pessoal doméstico ou aos empregados da fami-

lia, cleclare-se. como condição em relação ao chefe cia ta-

mília, o emprego que exercem na casa! coim por exern-

pio* cozinheiro, arrumadeiraf chauffeur, ama seca etc. As

pessoas que se encontrarem na residência a titulo provi-

sório, tendo residência permanente em outro ugar, serão

consideradas "hóspedes", condição que sera declarada co-

mo resposta ao quesito 5. QUESITO 6: Coi

nonda-se "preta", "branca", "amarela

, sempre que for

possível qualificar o recenseado segundo o cara^e,.,st*c°

previsto no quesito 6. No caso de nao

qualificação, lance-se um traço horizontal no lugar resercllia s , nT TF mito 7 • — E surdo-mudo fvaclo para a resposta. QULbl

• r , ce

E' ceno: Dc nascença? Por doença? Po> acidente. be

o recenseado fôr surdo-mudo, declarar esse defeito. Se fo

t0'

Tia OUESÍTO 86 - ? W?

« Debita-

seado escrevendo solteiro , casa semndS lei

"viuvo". Com referencia asa rJ osta ao

estcangeica . KjSSft « *

'"dedicado".

^TT09- - S

"2

filhos nascidos vivos, declarar

QUESITO 9.tg j

compreender todos os filhos

quantos - A resposta só

do cônjuge ou con-

que tiver tido o recensea' contraído mais

sorte atual, como dos an ^ ms_

de um casamento, yunw "

Responda-se segundo o

Hdos mortos, declarar quantos- togj*

^ an.

mesmo "itw.o recomen f(|( anos completos na

terior. QUEbliU n •

__ A informaçao cor-

data do m"a'^

quesito deve ser tanto quanto possívelrespondente a esse investigações do maior ín-

exata pela sua importância ®"asil"J^a

qxJESITO 12: -

terêsse para a demogra rCccnscaniento — A

Número de filhos vivos, }l^ ^ do recenseado,

eeepo». deverí abranger• .<,. «

^11,.^ ^

embora P™v'nJ°s não se encontrarem em sua com-

que na época do cei Se 0 reCenseado nasceu no

panhia. QUESITO|13. estrangeiro, o País - De-

Brasil, declarar o Estado, Estado natal,

clare-se, quanto aos nascidos no Brasão ^

se o recenseado for natural, de algum

96O OBSERVADOR — lvi

Federação; escreva-se "Território

do Acre", para os nas-

cidos no Acre, e "Distrito

Federal" para os naturais da

Capital da República. Em referência aos estrangeiros,

cumpre reportar-se à informação relativa ao país de nasci-

mento à condição da terra natal no ano em que nasceu

o* recenseado, o que é importante, 110 caso de países que

tenham desaparecido do mapa como nações independén-

tes em virtude de guerras ou outras quaisquer vicissitudes

políticas. QUESITOS 14 e 15: — Respondam-se, de

acordo com os critérios indicados em relação à naturali-

dade do recenseado, esses quesitos concernentes à natura-

lidade dos seus pais. QUESITO 16: — Nacionalidade:

Brasileiro nato? Naturalizado brasileiro? Se estrangeiro,

de que nação? — Brasileiros natos são os brasileiros que,

ao nascer, já teem essa qualidade, mesmo que sejam na-

turais de países estrangeiros. Naturalizados,brasileiros são

os que, tendo nascido estrangeiros, obtiveram a naciona-

lidade brasileira • por meio de título de naturalização ou

prevalecendo-se de outras facilidades oferecidas pela lei

brasileira para a aquisição da qualidade de cidadão^ bra-

sileiro. Com referência aos estrangeiros deve ser decla-

rada a nação de que são eles cidadãos na ocasião do re-

censeamento. QUESITO 17: — Se é estrangeiro ou bra-

sileiro naturalizado, em que ano fixou residência no Bra-

sii? — A indagação constante deste quesito tem por fim

o estudo da influência do fator alienígena na composição

e crescimento populacionais do Brasil. QUESITOS 18 e

19: — Êstes quesitos são complementares das indagações

relativas à instrução e à integração dos elementos estran-

geiros na vida cultural do país.. QUESITO 20: — Re-

ligião — Declare-se precisamente a religião professada,

não bastando, por exemplo, responder ao quesito com a

palavra católico, ou protestante, mas especificar "católi-

co romano", "luterano", "presbiteriano",

de modo a

indicar claramente o credo professado. QUESITO 21:— Sabe ler e escrever? — Responder

"sim", sè o recen-

seado souber ler e escrever, e "não"

se for analfabeto.

QUESITO 22: — Está recebendo instrução? — Respon-

der "sim",

em se tratando de pessoas que estejam rece-

bendo ensino de qualquer espécie, em casa com professo-res particulares ou em qualquer curso ou escola. Respon-

der "não"

no caso de não se verificar qualquer dessas

hipóteses. QUESITO 23: De que grau ou espécie é a

instrução que recebe? — Informar se o recenseado está re-

cebendo instrução do grau elementar (primário), médio

(secundário) ou superior. Nos casos em que houver dú-

vida sobre o grau da instrução recebida, assinale-se ao me-

nos a sua espécie: artes e ofícios, enfermagem, comercial,

regimental, militar, etc. QUESITO 24: — Onde recebeinstrução: No lar? Em estabelecimento público? estabele-

cimento particular? — Responder, conforme o caso,

"no

lar", "est.

púb. federal", "est.

púb. estad.", ""est.

púb. municipal", "est.

particular". QUESITO 25: —

Possue algum curso completo, ou diploma de estudos?

Qual? — Declarar o curso que tiver completado o recen-seado ou o diploma de estudos, se houver, que tiver obti-do. Exemplo: Primário, secundário, normal, militar, sa-cerdotal; ou professor primário, professor de música, pe-rito-contador, agrimensor, bacharel em direito, engenhei-ro civil, médico, etc. QUESITO 26: — Se não terminou

os estudos, em que grau os interrompeu? — Responder:

Primário, secundário, superior, respectivamente, para oscasos de pessoas que hajam abandonado os estudos quan-"do

os seguiam nos cursos de qualquer dos graus indica-

dos. QUESITO 27: — Habilitou-se praticamente em al-

guma arte ou ofício? Qual? — Se o recenseado tiver, feito

aprendizagem em alguma arte ou ofício, deverá ser decla-

rada a natureza dessa preparação, como resposta ao que-sito, ainda que não utilize ele efetivamente os conheci-

mentos adquiridos. QUESITO 28: — Qual a profissão,ofício, emprego; cargo ou função principal que exerce? -i

Para os fins do recenseamento, todo o trabalho útil cons-

titue uma ocupação registável, desde que tenha alcance so-

ciai, seja em benefício da coletividade, seja no da família,

seja no do próprio indivíduo. Os quesitos relativos àocupação principal subentendem a que o recenseado exer-

cer exclusivamente, se tiver uma só, ou, se êle tiver mais

de uma, a que considerar mais importante, levando em

conta a sua posição na sociedade, os seus interêsses eco-

nômicos ou outro qualquer motivo, no seu entender, rele-

vante. Â declaração em resposta ao quesito será, conse-

quentemente, a profissão ou função única que o recensea-

do exercer, se não tiver outra, ou a principal, se se de-

dicar a mais de uma ocupação. Cogita-se de obter, peloregistro do quesito 28, uma primeira indicação do traba-

lho executado através da declaração do cargo exercido, da

função ou do serviço prestado no ramo de atividade a

que se dedicar a pessoa referida na informação. De acôr-

do com êsse critério, uma pessoa que trabalhar na agri-

cultura será recenseada como administrador, retireiro,

campeiro, trabalhador de enxada, proprietário arrendai!-

rio, etc. ; o indivíduo que trabalhar na indústria de teci-

dos, será recenseado como tecelão, cardador, tintureiro,

etc. ; o que exercer a sua atividade na indústria de madei-

ras poderá ser um marceneiro, um carpinteiro, um serra-

dor, etc. ; o metalúrgico figurará no boletim com a sua

função de ferreiro, caldeireiro, fundidor, laminador, etc. ;as pessoas que exercem profissões liberais serão recensea-

das segundo essas profissões — magistrado, tabelião, mé-

dico, advogado, sacerdote, etc. ; os militares serão recen-

seados, segundo os seus postos, e assim por diante. A ca-

racterização completa da atividade profissional será dada

pela combinação dos registros do quesito 28 com os dos

seguintes, de ns. 29 a 32. QUESITO 29: — Em queramo de atividade exerce x a ocupação principal?

— Um

determinado cargo ou função poderá ser exercido em ra-

mos de atividades diferentes, de modo que a declaraçím

do quesito 28 não basta para classificar o recenseado.

Responda-se, pois, neste quesito, o ramo de atividade em

que êle exerce a sua função ou cargo como, por exemplo:

agricultura, criação, caça e pesca, indústria extrativa mi-

neral, indústria têxtil, couros e peles, madeiras, metalur-

gia, cerâmica, produtos químicos, produtos alimentícios.,

vestuário, mobiliário, produção e transmissão de energia,

indústrias gráficas, transportes marítimos, transportes flu-

viais, transportes terrestres, transportes aéreos, correios,telégrafos, telefones, comércio de. títulos, comércio de moe-

das, corretagem e comissões, comércio de mercadorias,exército, armada, polícia, bombeiros, administração pú-blica federal, administração pública estadual, administra-

ção pública municipal, administração particular, profissõesliberais (religiosas, judiciárias, médicas, magisteriais, de

ciências, letras e artes), serviço doméstico, etc. Os exem-

pios apresentados visam sugerir um critério sumário de

classificação para os casos porventura ocorrentes, deven-

do, porém, o responsável pelo preenchimento do questio-nário procurar definir o ramo de atividade do recenseadode acordo com os elementos objetivos que lhe proporcio-nar o conhecimento direto das suas condições de trabalho.

QUESITO 30: — Em que local de trabalho (estabeleci-mento, serviço ou repartição, etc.) exerce a ocupação

principal? — Deciarè-se de maneira precisa o local onde

o OBSERVADOR

LVI

An trabalha como, por exemplo: "fazenda

de

- reCv-Sácara de flores", "mina de carvão de pedra

criaçao , cuf * „ „ {icina automóveis", fabrica de

"üsina findaria"

"farmácia", "casa de saúde , esta-

rlaSdé construção' naval",

"escritório comercial" "arma-

leiro de consu construçoes civts , con

>Tíe 3S-' "«+•

*

sultonome ' "estabelecimento de ensino , tea-

í° 1 etc QUESITO 31: - A ocupaçaoprincipal e dt-

d ' WMamute remunerada?

— Entende-se porreta °'í'n ,'trzáa

aquela mediante a qual a pessoaocupada cebe

uma remuneração pelo trabalho

qUe tnHn oodendo essa remuneração ser em moeda ou

'^utilidade equivalente. O termo remuneração nao e

611 ,i emoreçado no sentido de vencimento ou salano, mas

Tdíuma compensação pelo trabalho executado. A remu-

' -n direta é a que o trabalhador recebe como paga

1161 lucro imediato da ocupação exercida; remuneração m-

diret^e a que beneficia o trabalhador, aumentando a

S do chefe da família de que êle az parte, a cujas

fpensas vive e a quem auxilia no trabalho de que provem

a aludida renda, sem receber salário pelos serviços pres-

tados. De acordo com êsse conceito, os filhos do agricul-

tor ou do industrial, que o auxiliam gratuitamente na em-

presa de que provém a renda do lar, devem^ser consice-

rados como pessoas exercendo uma ocupaçao indireta-

mente remunerada. Idêntico critério se aplica as esposas

eme auxiliam o marido na exploração economica de esta-

belecimentos agrícolas ou industriais. Não se verifica o

mesmo, entretanto, em relação aos serviços inerentes a

condição de donas de casa que são, por sua natureza, gra-

tuitos e .não serão levados em consideração no calculo cia

população ativa. Nessas condições, as esposas que auxi-

liam o marido na ocupação de que este aufere a renda

para sustento da íamília, serão registradas no boletim de

família como tendo duas ocupações: uma, gratuita, a de

dona de casa, e outra, indiretamente remunerada, a que

exercem como elementos integrantes da população ativa

do estabelecimento. QUESITO 32: — Na ocupação

principal é empregado, empregador ou trabalha por conta

própria? — A resposta a este quesito será empregado

se o recenseado exercer a sua ocupação em benefício de

oútrem, ou a serviço de instituições, como os funciona-

rios públicos, mediante salário fixo ou por tarefa. Em-

pregadores" são as pessoas que exercem a sua profissão

por conta própria, mas com auxílio de empregados assa-

lariados. Como trabalhador por conta própria serão con-

siderados os profissionais que exercem a sua ocupaçao

isoladamente ou com a ajuda, não diretamente remune-

rada, de pessoas de sua família. Em relação a estas pes-

soas, a resposta ao quesito 32 será "Membro da famí-

lia". QUESITO 33: — Se tem alguma ocupação suple-

mentarJ qual éf — O critério para os lançamentos nesta

coluna é análogo ao recomendado nas instruções relativas

ao quesito 28. QUESITOS 34 a 37: — Aplicam-se aos

demais quesitos concernentes à ocupação suplementar os

critérios recomendados com referência à ocupação princi-

pai, constantes dos esclarecimentos sôbre os quesitos 29

a 32. QUESITO 38: — Responder "sim" ou

"não .

PlT TT? C TTA Oi-v 1QUESITO 39: — Se o recenseado possuir imóveis, de-

clarar a espécie; responder "não"

no caso contrário. QUE"SIT040: — Percebe algum benefício de previdênciasocialf — Por benefício de previdência social entende-sea renda

que o recenseado perceber proveniente dos cofres

públicos, para amparo aos servidores* do Estado retira-

97

#

dos da vida ativa por invalidez ou outros motivos previs-

tos na lei, ou que receber de fundos especiais mantidos

por contribuições obrigatórias em favor dos próprios con-

tribuintes ou de sua família. Exemplo: o montepio dos

funcionários públicos civis, os vencimentos dos aposen-

tados, reformados, etc., os auxílios pagos aos operários

pelas caixas de pensões e aposentadorias e outros benefí-

cios desse gênero. QUESITO 41: — Em que qualida-

de? Aposentado? Jubiladof Reformadof Pensionista? —

A resposta a êste quesito ficará prejudicada se for nega-

tiva a do precedente. No caso afirmativo, esclareça-se a

exata qualidade do recenseado de acordo com os casos

previstos no quesito. QUESITO 42: Contribue, pes-

soalmente, para instituição oficial de montepio ou previ-

dência? — Declarar, no caso afirmativo, de qual das ins-

tituigões mencionadas no quesito é o recenseado contri-

buinte. QUESITO 43: — Está segurado, em companhia

particular, sôbre a vida ou contra risco dc acidente pes-

soal? — A resposta não deverá incluir os seguros de pre-

vidência social, referidos no quesito anteiioi. QUESI

YO 44: Se c morador da casa, e está ausente, em que

Estado do Brasil ou País estrangeiro se encontra? — A

pergunta refere-se somente às pessoas que moram na casa

e se acham ausentes, a título temporário, em visita em

negócio, em viagem, doentes no hospital, etc. Em relaçao

aos moradores ausentes em viagem declare-se como res-

posta ao quesito 44, o Estado ou o País estrangeiro a que

se destinem, acrescentando-se, entre parentesis, um ( ).

Não incluir, como morador da casa ausente, as pessoas

que, pela sua ocupação, emprego ou por qualquer outro

motivo, são obrigadas a dormir habitualmente fora de

casa como se dá com os soldados, residentes no quartel,

os enfermeiros residentes no hospital, os sentenciados rei

Mentes na prisão, etc. Tais pessoas, embora pertençam a

família, não serão recenseadas nef* 1

nor não serem moradores do domicilio a que ele se retere

e sim do domicílio onde dormem habitualmente Os filhos

d0 cheje da família que, às suas c.rpensas, estiverem m-

tentados em colcgio, devem ser, por exceção, recenseado

como moradores ausentes, acrescentando-se a ««tagifld

lunar onde estiverem, a palavra colégio . Se qua q

morador da casa estiver ausente, sera declarado o lugai

onde estiver a título provisório, isto e, o nome do Pais on

2° L ê"».™, se estive, no estrange.ro a ungad. d.

°d^s£abrod!'S Os quesitos do

£&v«ssKfct' aar-ÊS

quesitos, afim de censitárl0S. A

vemr .erros,de encJr sob o título

"Pessoas recen-

pH.ue.ra co una a preen ,

q ^ da £amüia j

- *r.

* 1$ W 'v%r?i

ft 11 I v III : lli§ ifS 1 IS* ft

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¦"' • v'• • r'-:- •• • .'•• ''•

• ¦ • ; M

98 O OBSERVADOR — lvi¦Jp.

•* •

(f tos; idade em anos completos da data do nascimento do

m)M jrL xL primeiro filho; numero de filhos vivos na data do Re-

MUk&wM^ censeamento; declaraqao do Estado de nascimento, no caso

haver nascido no Brasil e do pais de origem, no caso de

ml nascido no estrangeiro; o mesmo para com os pais do re-

# 4| Qfy censeado; se brasileiro nato, e de que pais, no caso de*1r

estrangeiro naturalizado; se estrangeiro ou brasileiro na-

mZmMflL turalizado, a data em que fixou residencia no Brasil; se

*a*a corretamente o portugues; a lingua que fala habitu-

almente no lar; a religiao; se sabe ler e escrever; se esta

W*** recebendo instru^ao; no caso afirmativo, de que grau ou

especie e a instruqao que recebe; local onde recebe instru-

qao, se no lar, em estabelecimento publico ou em estabele-

MENOR CONSUMO E MAIOR ECONOMIA SAO cimento particular ; no caso de possuir diploma de estu-

OS DOIS PONTOS VITAIS PARA 0 AUTOMOBILIS- ^os completos, qual o diploma; no caso de interrupt

dos estudos, o grau em que os mesmos toram mterrompi-

TA NA MANUTENQAO DO SEU CARRO. ^os • se ^eve hs^bilita^ao pratica em alguma arte ou of 1-

KV- cio

e qual; profissao, oficio, emprego, cargo ou funqao

principal que exerce; o ramo de atividade em que exerce

NAO BASTA QUE O OLEO LUBRIFICANTE SATIS- essa ocupa<;ao principal; local de trabalho (estabelecimen¬to, servi(;o, repartiqao, etc.) se a ocupaqao principal e

FA£A AS EXIClNCIAS DO MOTOR DO SEU direta ou indiretamente remunerada; se na ocupaqao prin-

CARRO. E' NECESSARIO QUE ELE PROPORCIONE cipal e empregado, empregador ou trabalha por conta

TAMBEM O MAXIMO DE ECONOMIA. ' Pr6Pri^ se tenj alguma ocupaqao suplementar e qual: o

ramo de atividade em que exerce essa ocupa^ao supie-

mentar; o local de trabalho (estabelecimento, serviQO, re-

partiqao, etc.) em que e exercida a ocupa^ao suplemen-

COM ENERCINA, O OLEO REFINADO SOB OS tar; se a ocupajqao suplementar e direta ou indiretamente

MAIS ADEANTADOS PROCESSOS, V. S. ESTARA' remunerada; se na ociipaqao suplementar e empregado,

empregador ou se trabalha por conta propria; se per ten -

r PROTECENDO TODAS AS PE^AS DO SEU MOTOR ce a aigUm sindicato; se e proprietario de imovel e, no

E OBTENDO O MAXIMO RENDIMENTO POSSfVEL. caso afirmativo, se urbano ou rural ; se percebe algum be-

neficio de previdencia social; no caso afirmativo, em que

qualidade (aposentado, jubilado, reformado ou pensionis-ta; se contribue pessoalmente, para instituiqao oficial de

I montepio ou previdencia; se estci segurado, em compa-

I nhia particular, sobre a vida ou contra o risco de aciden-

PARA PARTI DAS RAPIDAS E FACEIS te pessoal; se e morador do domicilio e esta ausente, em

USE TAMBEM A CAZOLINA ENERCINA. que Estado do Brasil ou em que pais estrangeiro se en-

li^^T contra; se, nao sendo morador do domicilio e estancio

presente, em que Estado do Brasil ou pais estrangeiro

| ^

1^5^ reside.

S ^s^"a ^°fflcili° Coletivo destina-se ao registro

^0S nomes ^as pessoas encontradas ou residentes em ha-

GASO I SNA OLEO LUBRIFICANTE bita^oes coletivas (asilos, penitenciarias, quarteis, interna-

^os' conven^os> hospitais, casas de saude, embarca^oes, ho-

JB"* W 7 JPS ^e^S, casas Pensao» casas de comodos, hospedarias,

Jetc.) onde vive ou se abriga em carater permanente ou

H W awd1 provisorio, gratuitamente ou mediante pagamento de dia-

OLEO LUBRIFICANTE

O OBSERVADOR IVI

MENOR CONSUMO E MAIOR ECONOMIA SÃO

OS DOIS PONTOS VITAIS PARA O AUTOMOBILIS-

TA NA MANUTENÇÃO DO SEU CARRO.

NÃO BASTA QUE O OLEO LUBRIFICANTE SATIS-

FAÇA ÀS EXIGÊNCIAS DO MOTOR DO SEU

CARRO. E' NECESSÁRIO QUE ELE PROPORCIONE

TAMBÉM O MÁXIMO DE ECONOMIA.

COM ENERGINA, O OLEO REFINADO SOB OS

MAIS ADEANTADOS PROCESSOS, V. S. ESTARA'

PROTEGENDO TODAS AS PEÇAS DO SEU MOTOR

E OBTENDO O MÁXIMO RENDIMENTO POSSÍVEL.

PARA PARTIDAS RÁPIDAS E FÁCEIS

USE TAMBÉM A GAZOLINA ENERGINA.

GASOlINA

dos relativos aos membros da família, a começar pelo còn-

juge, passando aos descendentes, ascendentes e colaterais

aos agregados, empregados e hóspedes.

Observe-se ainda, no preenchimento do boletim, que

todos os quesitos devem ser respondidos, assinalando-se

com um traço horizontal o que tiver sido prejudicado em

virtude de resposta anterior, ou cuja indicação não sc apli-

car ao recenseado.

O Boletim Individual contém, igualmente, 45 quesi-tos que indagarão: nome e sobrenome do recenseado, sexo,

data do nascimento (dia, mês e ano), idade presumível,

no caso de ignorar a data do nascimento; condição do ri-

censeado no domicílio; côr; se surdo-mudo ou cego, ex-

plicando se o defeito é de nascença, por acidente ou por

moléstia; se solteiro, casado ou viuvo ou desquitado; se

teve filhos nascidos vivos, declarando o número; o mesmo

para o caso em que tenha havido filhos nascidos mor-

tos; idade em anos completos da data do nascimento do

primeiro filho; número de filhos vivos na data do Re-

censeamento; declaração do Estado de nascimento, no caso

de haver nascido no Brasil e do país de origem, no caso de

nascido no estrangeiro; o mesmo para com os pais do re-

censeado; se brasileiro nato, e de que país, no caso de

estrangeiro naturalizado; se estrangeiro ou brasileiro na-

turalizado, a data em que fixou residência no Brasil; se

fala corretamente o português; a língua que fala habitu-

almente no lar; a religião; se sabe ler e escrever; se está

recebendo instrução; no caso afirmativo, de que grau ou

espécie é a instrução que recebe; local onde recebe instru-

ção, se no lar, em estabelecimento público ou em estabele-

cimento particular; no caso de possuir diploma de estu-

dos completos, qual o diploma; no caso de interrupção

dos estudos, o grau em que os mesmos foram interrompi-

dos; se teve habilitação prática em alguma arte ou ofí-

cio e qual; profissão, ofício, emprego, cargo ou função

principal que exerce; o ramo de atividade em que exerce

essa ocupação principal; local de trabalho (estabelecimen-to, serviço, repartição, etc.) se a ocupação principal é

direta ou indiretamente remunerada; se na ocupação prin-

cipal é empregado, empregador ou trabalha por conta-

própria; se tem alguma ocupação suplementar e qual; o

ramo de atividade em que exerce essa ocupação suple-

mentar; o local de trabalho (estabelecimento, serviço, re-

partição, etc.) em que é exercida a ocupação suplemen-

tar; se a ocupação suplementar é direta ou indiretamente

remunerada; se na ocupação suplementar é empregado,

empregador ou se trabalha por conta própria; se perten-

ce a algum sindicato; se é proprietário de imóvel e, no

caso afirmativo, se urbano ou rural; se percebe algum be-

nefício de previdência social; no caso afirmativo, em que

qualidade (aposentado, jubilado, reformado ou pensionis-ta; se contribue pessoalmente, para instituição oficial de

montepio ou previdência; se está segurado, em compa-

nhia particular, sobre a vida ou contra o risco de aciden-

te pessoal; se é morador do domicílio e está ausente, em

que Estado, do Brasil ou em que país estrangeiro se en-

contra; se, não sendo morador do domicílio e estando

presente, em que Estado do Brasil ou país estrangeiro

reside.

A Lista de Domicílio Coletivo destina-se ao registro

dos nomes das pessoas encontradas ou residentes em ha-

bitações coletivas (asilos, penitenciárias, quartéis, interna-

tos, conventos, hospitais, casas de saúde, embarcações, ho-

teis, casas de pensão, casas de cômodos, hospedariam,

etc.) onde vive ou se abriga em carater permanente ou

provisório, gratuitamente ou mediante pagamento de dia-

o observador

- LVI

niírlafles uma população, em geral numerosa,

rias ou mensa ^ Qu avulsos. No caso das chamadas

fnT!ts\inicionais, (estabelecimentos militares, con-

4 os, colégios, cadeias, etc.), onde vigora um re-

lentos, as ,ina especial e os característicos individuais

gime 'Ires

do domicílio constam em parte de registros

dos morac do estabelecimento (comandante, dire-

regalares, te etc.) é quem preenche a lista, as-

t0'" a"como responsável, promovendo, também, adrni-

S ivàmente o preenchimento dos Boletins Individuais

r hivos à população avulsa do estabelecimento, recor-

ido aos registros existentes e mandando proceder as in-

ilações complementares julgadas necessanas. Ainda ao

i,!fe do domicílio coletivo cabe providenciar para a dis-

ribuicão, às pessoas responsáveis no estabelecimento por

famílias aí existentes, dos Boletins de Família, velando

para que os referidos impressos sejam restituidos ao Agen-

té recenseador com as informações a que se destinam.

Em se tratando de habitações coletivas do gênero ho-

tel casa de pensão ou outras de natureza analoga, caberá

n responsável pelo estabelecimento prover com auxilio

do Agente recenseador, a distribuição dos Boletins de Fa-

muia às pessoas que tiverem outras a seu cargo na habi-

tacão e à distribuição dos avulsos dos Boletins Individuais

nos envólucros destinados a esse fim.

Em cada domicílio serão distribuídas tantas listas de

Domicílio Coletivo quantas forem necessárias, levando-se

em conta o número a recensear de pessoas avulsas e de

chefes de família. As Listas de Domicilio Coletivo terão

o seu preenchimento sob a responsabilidade do chete do

domicílio, com o auxílio do Agente recenseador.

Na caderneta especialmente destinada para o fim, seta

Escritórios

A Fábrica de Móveis "Lama»", em seu grande

Mostruário anexo às oficinas, à rua Melo e Souza

100/8 — (próximo à Estação principal da Leopoldi-

na), expõe inúmeros modelos de conjuntos para Es-

critórios, em estilo moderno e antigo, próprios para

% *Residência ou Empresas comerciais, tipos mais ricos

para Gabinetes e simples para^ funcionários, com ga-

rantia não somente quanto às matérias primas empre-

gadas, como respectivos funcionamentos, que sao,

aliás, os m.iis práticos e resistentes.

A Fábrica de Móveis "Lamas" executa também

Divisões, Vitrines, Balcões, apresentando Desenhos e

orçamentos sem compromisso, facilitando em alguns

casos o pagamento.

Pelos tels. 48-8211 e 28-4478, poderão os interes-

sadcs solicitar a ida de um representante com Catálo-

gos e outras orientações.

O* móvei» "Lamas" são vendidos exclusivamen-

te no mostruário junto à fábrica.

99

feito o registro minucioso do montante predial e domici-

liário do Pais, especificando, para os prédios, o logradou-

ro, numeração, propriedade, caracterização, número de

pavimentos, número de dependências e suas diversas apli-

cações, se o logradouro tem calçamento, água, iluminação,

transporte, gás, esgoto, investigando-se, ainda, quanto aos

domicílios, as condições de ocupação do morador, o alu-

guel mensal, o número de peças em geral e servindo de

dormitório, se tem água encanada, aparelhos sanitários

iluminação, telefone, rádio receptor, etc.

Como se verifica, o Censo Demográfico, tanto como

as outras espécies de censo, entre os sete que se realizam

em 1940, representa uma perquerição minuciosa, sistema-

tizada e lógica, de forma a atender á multiplicidade de in-

formações que se necessita. Realizada como vem sendo

essa tarefa, estará apto o País a responder às inúmeras

questões que são diariamente apresentadas em sua vida de

nação em franco desenvolvimento. E então poder-se-á

avaliar como eram justas as seguintes palavras, impres-

sas em um dos folhetos distribuídos pelo Instituto Biasi-

leiro de Geografia e Estatística, juntamente com o decreto-

lei n.° 2.141:"O

Brasil é um país na unidade política mas e um

continente na extensão territorial. País jovem e vigoroso,

sem vulcões, sem desertos, sem tremores de terra, o Bra-

sil está destinado a ser uma nação decisiva no panorama

internacional. Só a imaginação seria capaz de prefigurar

a importância do papel que o nosso país está apto a re-

presentar no mundo que vai emergir do tremendo reajus-

tamento contemporâneo. O Brasil possue inúmeras nque-

7.as, dentre as quais, a mais preciosa é o povo brasileiro.

Em 1872, a população do Brasil atingiu a 10.11/I.U6L;

em 1890, 14.333.915 indivíduos habitavam o Brasil; em

1900 nós éramos 17.318.556 habitantes, em 1920

30.655.605 foi o número que respondeu ao famoso estri-

hiiho "Quantos somos? dolorosa interrogação.

"Quantos somos agora, em 1940? Qual o montante

da DODulação dêste país continental?

"O Serviço Nacional de Recenseamento vai respon-

der a essa pergunta, isto é, vai contar, para o rasi, a

maior riqueza nacional. vontade

Um fato digno de ser assinalado foi a boa vontaa

aÚfe dominou a grande maioria, senão totalidade da popu-

lição brasileira, em atender à investigação censitana rea-

lizada em todo o País, no dia 1° de Setembro.

E' um indício veemente de nosso progresso cultura.

oois iá se compreende e colabora-se nos empreendimento

que visam o beneficiamento da comunhão )nacional, que,

consequentemente, redunda em beneficio d todos.

Se os demais censos fornecerão matei íal que possa m

dicar novos rumos a seguir nos vários setores especializa-

dos a que se referem, não menos importante sera o resu

tado final do Censo Demográfico. „

Efetivamente, o Brasil é "País

jovem e vigoroso e

necessário se torna saber que papel lhe esta reservado no

"mundo que vai emergir do tremendo «ajustamento con-

Cporãneo". Indiscutivelmente, saber o quantum dos ha-

bitantes com que poderá contar para enfrentar as v.cissitu-

des decorrentes das transformações profundas poi que d

ções outras que esta população c.evera executai em bene

ftVin nroorio e da nacionalidade. r

Entre ele e os outros existe uma conexão

vel oorque "conta" as pessoas que provocam

as diver

íiviSta para a, quais (oi feito -a

lizado.

O

100O OBSERVADOR LVJ

Plantas Medicinais

xaí-*^©S

nossos índios já co-

nheciam desde longo

tempo o valor terapêutico de

certas plantas da flora brasileira com as quais preparavam

beberagens, cozimentos e extraiam os sucos para o trata-

mento de suas enfermidades. Também é certo que à custa

de tais elementos conseguiam a cura de muitas moléstias.

Sabe-se, pelas crônicas em tôrno de seus rituais e costu-

mes, que o tratamento dos males que os acometiam assu-

mia por "vezes

aspecto místico.

Os europeus aprenderam com os índios a conhecer e

apreciar o valor medicamentoso de um grande número de

plantas de nossas matas, em épopas remotas e ainda em

nossos dias.

Do primeiro período colonial em que se fez conheci-

mento com • o vasto repositório de plantas medicinais, queapresenta a rica flora brasileira, seguiu-se o estudo dos

cientistas que pesquisaram a fundo a matéria.

Dentre eles destacam-se : Martins, Freire Allemão,

Caminhoa, Melo Oliveira, Rodolfo Albino, Osvaldo Cos-

ta, Osvaldo Peckolt, Valdemar Peckolt, Vellozos, Teodo-

ro Peckolt, Gustavo Peckolt, Monteiro da Silva, F. C.

Hoehne, Frederico Freisse, C. H. Liberalli, Mario Fal-

leiros, Jaime Cruz e Luís Vaz.

A aplicação dos produtos farmacêuticos oriundos de

certas plantas medicinais é objeto de um comércio entre

nacionais e organizações estrangeiras que disputam o pri-vilégio de obter tais produtos. E' pena que tudo isso

seja feito em escala reduzida, não haja uma exploração

de larga envergadura e racional. Colhem-se produtos quea natureza fornece. E' uma indústria puramente extrativa

e precária.

Apesar dos resultados brilhantes a que os estudos do

passado e do presente conduziram, a indústria de prepa-rados medicinais de nossa flora, os trabalhos de pesquisae de exploração continuam sendo feitos apenas pela ini-

çiativa particular. Os poderes públicos até aqui se teem

mantido alheios a tais iniciativas; entretanto, elas com-

portam imenso campo de ação, quer puramente de in-

vestigação, quer de aplicação.

O Brasil, que possue um dos importantes repositó-rios florestais do mundo, onde se contam inúmeras essên-cias de alto valor terapêutico, tem visto cada vez mais osseus mercados internos invadidos e dominados pela indús-tria de produtos farmacêuticos sintéticos.

E assim o conhecimento e o uso *

destes, divulgadosamplamente, fazem com que o público, sempre ávido denovidades e das coisas mirabolantes, prefira- aquilo que seapresenta vestido com a roupagem de uma larga publici-dade, ao em vez de aceitar os preparados simples, postosà sua disposição, pela indústria nacional dos produtos danossa flora.

E ainda aqui, no setor da saúde, o homem segue ocaminho errado na vida, despreza os produtos naturais,simples e inofensivos e se utiliza de outros por vezes no-civos ou inoperantes.

Há, na maioria das criaturas, uma crença quase fe-tiche nos medicàmentos. Para muitas pessoas, só estescuram; esquecem-se da lei estabelecida pelo bom senso da

ciência médica, segundo a

IfT qual os medicamentos não

curam propriamente os malesdo nosso organismo. A sua função é de estimular neste areação curativa que êle próprio exerce sôbre si.

Ocorre todavia, entre os produtos medicamentosos

naturais extraídos das plantas medicinais e os derivados

da indústria sintética, um fato notável.

No mercado existem como adubo para as plantaso nitrato de sódio, ou salitre do Chile, proveniente dosdepósitos salitreiros do país irmão. E' o mesmo produtoextraído do ar atmosférico-.

No primeiro caso sabe-se que o salitre que se encontra

nas salitreiras do Chile originou-se de uma acumulacão

do produto no seio da terra. Houve uma época na histó-

ria do continente em que êste esteve submerso. Mais

tarde êle emefgiu. Na primeira fase os sais que se decan-

tavam no fundo do mar, iam-se misturando com a terra e

com os produtos orgânicos e minerais contidos nas águas.

Na segunda, quando se deu a emersão já o salitre se ha-

via incorporado ao solo então formado. E assim, êle se

beneficiou e se enriqueceu, dos elementos que encontrou

primitivamente nas águas e posteriormente no seio do solo

em que se acumulou. De tal sorte que, hoje, a ciência, pe-Ias pesquisas empreendidas pela química agrícola, já iso-

lou 32 sais que se encontram associados ao salitre do

Chile.

A mistura dêstes entre si, empresta ao salitre do Chi-

le uma ação no sólo e junto às plantas pultivadas, que se

pretende beneficiar com a adubação, diferente, do produ-to similar, sintético obtido nas retortas.

O primeiro teve sua origem nas águas do mar e de-

pois no solo, enriqueceu-se nessas passagens; o outro pro-veniente do ar, embora na atmosfera se encontrem mui-

tos gazes, não possue a mesma constituição.

Verificou-se, pelas pesquisas da química agrícola, queos 32 produtos que acompanham o salitre, emprestam-

lhe um poder e ação semelhantes aos das vitaminas quese encontram nos vários produtos de que nos servimos

na alimentação do homem e dos animais. .

Os grãos dos cereais, do trigo, do arroz, do milho, da

cevada, da aveia, do centeio, etc., beneficiados sem a cutí-

cuia, deixam nesta os sais de fósforo e as vitaminas. E

sabido que a farinha branca do trigo não tem o mesmo po-

der nutritivo da farinha trigueira, onde se encontram frag-

mentos da cutícula.

O mesmo se dá com a casca de certos frutos, juntoda qual se encontram as vitaminas.

Fato semelhante se passa com as folhas dos vegetais.

A seiva das plantas é rica de produtos os mais diversos.

Nas suas folhas o fenômeno clorifiliano realiza maravi-

lhas de transformações dos produtos que a seiva arrasta.

. Nesse admirável laboratório formam-se o amido, a fécula,

os açúcares, a celulose e todos os produtos que as plantasfornecem nos seus frutos, caule, raízes e tubérculos.

E' justo, pois, que na preparação dos medicamentosse tomem integralmente as folhas e partes de pecíolos,

para que, juntamente com o produto medicamentoso que

I i

t

O OBSERVADOR

LVI

a

. Jt nos beneficiemos dos elementos encon-

¦planta c0"te 'do vegetal, apenas dissecadas; mas, se

trados Qs produtos que se contenham na sei-

Perder 3

firaram' na estrutura da folha irão agir no orga-

va 6 qUe spmelhança das vitaminas; ajudam a açao cura-

nism°' Elemento medicamentoso contido nas plantas.

O símile deste fenômeno com o do salitre a que me

nprfeito A aplicação do nitrato de sod.o, do

referi, e perfe .

^ j pQr J

só> como pela coadjuva-

Ch,le; 11 °,2 c;rpos que o acompanham e mais pela açao

çã0 dos 32 P> nutritivos

existentes no solo.

c0Jibinadados ^ ^ |de

se

Desta T o salitre do Chile, recebem uma influência

SS55* «use 0 íe •in,ético'

a mesma coisa ocorre com os produtos retirados sm-

teticamente pela indústria dos medicamentos e aqueles que

a natlVeza fornece ao homem nas folhas e outras partes

do vegetal, tomados naturalmente, sem os artifícios m-

trifis A ação de ambos no organismo e diferente;

H contar os riscos das intoxicações aos quais esca-

pâlTIOS. 1 í' *

Parece que, com o acima exposto, explicamos sufici-

entemente a importância terapêutica dos produtos natu-

rais contidos nas plantas medicinais. Passemos a outra 01 -

dem cie considerações.

E' digno de nota que o campo de estudos sobre as

plantas medicinais, seus produtos, sub-produtos e deriva-

dos é enorme. Além da grande quantidade de essencias

medicamentosas existentes na nossa flora, muitas das

quais bastante estudadas, ao passo que outras jazem mal

pesquisadas ou desconhecidas, ainda se oferece outio

tor valioso de estudos, com a importação de plantas exó-

ticas.

Cabe agora ao Governo tomar a sua posição no estu-

do deste valioso asunto, fundando um órgão de pesquisas

sôbre a matéria.

Trata-se de um problema econômico relevante. De

11111 lado se oferece a oportunidade de imediato aprovei-

tamento das riquezas naturais do País, que se acham no

seio de nossas matas, e de outro, o fomento da indústria

de produtos medicamentosos, nativos ou exóticos, evitará

o êxodo de nosso ouro para o estrangeiro, pela impor-

tação.

O Ministério da Agricultura pensa em encaminhar a

solução do problema, promovendo a criação de uma Esta-

cão Experimental para o estudo das plantas medicinais.

O estabelecimento contará com as instalações pró-

prias, onde figurem um Museu tão completo quanto pos-sível, onde se possam manter exemplares das partes de

plantas medicinais; herbáreo e biblioteca. Laboratório on-

de se realizem análises de frutas, folhas, raízes, caules,

de plantas detentoras de propriedades medicinais. Gani-

pos de cultura onde se mantenham essências florestais,

frutíferas e ornamentais.

Out ras instalações deverão completar o estabeleci-niento, como sejam: estufas, estufins, ripados, câmaras de

repicagenf depósitos, estábulo, etc.

No estudo das essências florestais, basta lembrar comoexemplo digno de estudo o tomate a esmo, o cumaru, lindaárvore do Amazonas,- de grande porte, cujo fruto contémuma fava rica em óleo, precioso para ser ministrado aosdoentes fracos do pulmão. A sapucainha, empregada notratamento da lepra. E assim uma infinidade de plantasde variadas aplicações.

101

Entre as plantas frutíferas, quase todos os seus frutos

teem propriedades medicinais preciosas, entre os citrus o

limão é anti-febril, redutor do ácido úrico, diurético e de

outras muitas propriedades; as laranjas e tangerinas são

ricas de sais, açúcares e vitaminas; a lima é diurética, nu-

tritiva e estimulante das reservas do organismo. O geni-

papo, fruto da árvore do mesmo nome, tem um caldo rico

em ferro e a polpa contém sais e açúcares; é um excelen-

te fortificante, bebida refrigerante agradável, de alto po~

der diurético, recomendável nos casos de edema generali-

zado em conseqüência de distúrbios renais ou cardíacos.

O abacateiro apresenta nas suas folhas e frutos importan-

tes propriedades medicamentosas; o fruto é nutritivo,

rico de sais, açúcar, óleo e amido, o chá preparado com

as folhas tem um forte poder diurético. O abacaxi é rico

de produtos nutritivos, sais, açúcar; o seu caldo contém

vitaminas.

Nas folhas da pitangueira, há um anti-febril precio-

so. E assim os frutos e folhas, de diversas frutas, pos-

suetn valiosa contribuição para a cura da humanidade so-

freclora.

Igualmente, entre as plantas ornamentais há muitas

possuidora| de propriedades medicinais, tais como: o fe-

degoso, canafístula, manacá e muitas outras.

Desta maneira, o estudo das propriedades das plan-

tas medicinais é um vasto campo que se abre à iniciativa

oficial, reunindo o maior número delas e pesquisando os

seus- produtos, de modo completo, afim de determinar to-

das as suas aplicações.

E' preciso pesquisar no campo e no laboratório até

conhecer todos os elementos que as plantas podem ofeiecer

em benefício do homem, do duplo ponto de vista alimen-

tar e medicamentoso.

NA INTIMIDADE

DO LAR

|

ARTIGOS FINOS'®. I

PARA CAVALHEIROS I,

Ouvidor - Gongalves

Dias I

dasajMlmj

S

102 Ò OBSERVADOR — lvi

oBSÊRUflcõeseconõmicflr

A CRISE CAFEEIRA

GUERRA européia, ou melhor, a per-da dos mercados europeus, produziu

uma nova crise da rubiácea, que se verificaexatamente no momento em que, após tan-tos e tantos sacrifícios,, se estava marchan-do para a solução racional do problema.

Desta vez, não cabe aos brasileiros, nemaos dirigentes da sua política cafeeira, aresponsabilidade pela situação, criada ànossa revelia e que não é um problema pu-ramente cafeeiro, mas que envolve todos os

produtos agrícolas de exportação, para osquais o Reino Unido não tenha interesse.Porque da Europa só ficou a Inglaterracom ligação direta com o resta do mundo.Todos os demais países, beligerantes ounão, estão bloqueados pela

" Great Fleet |.Esta situação nova, de verdadeira crise

ninguém poderá sequer pô-la em dúvi-da — serviu de pretexto a certos elemen-tos para porem em cena e apresentar aoGoverno projetos fantasmagóricos, em tôr-no do café.

E' curioso que estes planos sejam feitossomente em favor dos lavradores, como seo mundo cafezista fosse somente a lavourae não existisse esta coisa chamada o comér-cio de café, que, desde os primórdios davida do produto no Brasil, tem sido o seufinanciador e o seu defensor natural. Êstenão tem dado o seu apoio a tais pedidos.Pelo contrário, em demonstrações explícitase inequívocas das suas associações de cias-se, tem vindo a público dizer que as me-didas até aqui tomadas teem sido boas; e so-mente dentro de tal linha — a nova linhade conduta adotada, desde Novembro de1937, quando se inaugurou a política de con-corrência — pode o produto ser ajudado pe-los poderes públicos.

O comércio tem um sentido muito acura-do do bem público e sabe que não seria pa-triótico, nem honesto, solicitar medidas queviessem beneficiar uma só classe, em detri-mento da coletividade.

Sabe que a "

quota de sacrifício " é uma

medida antipática, mas que foi criada pararetirar do mercado excessos invendáveis eque não pode ser abolida exatamente nomomento em que estes excessos se duplica-ram, em virtude da perda dos mercados eu-ropeus. Sabe que a missão sem lastro e semcomedimento é um atentado contra a rique-za geral, contra o bem estar do povo, con-tra o standard de vida da população brasi-leira, e que não seria equitativo, portanto,emitir para comprar café.

Sabe que a modalidade da emissão comlastro de café é coisa tão infantil que sómesmo muita ingenuidade ou muito desço-nhecimento das coisas poderia explicar.

Sabe que seria de conseqüências desas-trosas para a economia do produto pensarem valorizá-lo e levantar-lhe artificialmen-te os preços, neste momento, porque setal fizessemos, as cotações externas nãoacompanhariam as internas, que viessemosa impor, e deixaríamos de exportar o que,na realidade, ainda podemos vender aos fre-

* guezes que sobram no mercado internacio-nal.

Sabe ainda que o Governo não tem de on-

de»tirar quatro milhões de contos, paraatender a planos fantasistas, feitos com a

finalidade única, qüiçá, de produzir agita-

ção, tão absurdos são, logo ao primeiroexame.

Porque tudo isto tem sido pedido ao Go-

vêrno. Longe de solicitar tais coisas, o co-

mércio tem se limitado a pedir dos pode-res públicos apenas facilidades de crédito e

financiamento.

A crise cafeeira existe, como existe a cri-

se da madeira, a crise da laranja, a crise do

cacau e a crise de quase todos os nossos

produtos agrícolas. Novas medidas por par-te do Governo tornam-se necessárias, afim

de que a tempestade seja enfrentada, sem

perigo de ruina para os produtores e paraos comerciantes. Mas estas medidas teem

que ser tomadas dentro da linha já tra-

çada, com antecipação, antes do início danova safra, depois de maduro estudo, feitocom a colaboração do Conselho Coiisulti-vo do Departamento Nacional do Café,das associações de classe e do> comércio eda lavoura em geral.

Já foram mobilizados, para a safra atual,recursos extraordinários no montante de400.000 contos, conseguidos sem emissãode papel-moeda. Estão sendo retirados domercado, além dk "quota

de equilíbrio",imposta a toda a produção cafeeira do Bra-sil, 30% da safra paulista, através de uma"

quota suplementar", paga a preços demercado. Estão sendo compradas pelo D.N. C., nos mercados de S. Paulo, 400.000sacas, na praça de Santos, de cafés bai-xos, e mais 1.500.000 sacas, de conheci-mentos das quotas

"direta" e

" retida " da

safra passada, paulis'ta, também à preçosde mercado. Estão sendo trocadas, da safravelha por cafés da safra nova, de S. Pau-lo, mais 1.500.000 sacas.

É' muito.Não basta, porém? Então, que novas me-

didas sejam postas em prática, através debonificações de exportação, de financiamen-to a juros baixos e de medidas similares,dentro das leis econômicas e dos hábitos docomércio. Tudo o que sáia disso é aber-ração. E a maior das aberrações é, sem dú-vida, o pedido, alhures formulado, da sus-pensão do atuaL "

Regulamento de Embar-ques , porque sôbre êste Regulamento, re-cebido com aplausos pelas classes interes-sadas, quando de sua expedição, foi que oscomerciantes basearam os seus negócios efizeram os seus cálculos para todo o decur-so da colheita.

Pedidos desta ordem, longe de melhora-íem a situação, a agravam sobremaneira,porque criam o desassocego, a falta de con-fiança e deprimem o mercado, pelo medodo cáos, que suscitam.

?

IMPRESSÕES DE PERNAMBUCO

p ROCEDENTE de Pernambuco, acaba

r regressar a esta capital o '$r.

secre-tário do Ministro da Agricultura.

Nesse Estado, o representante do titularda Agricultura — integrando a comitiva dointerventor federal que excursionou pelo

sertão — tomou parte nas solenidades inau-gurais de vários melhoramentos executa-dos pelo Ministério, em cooperação com ogoverno pernambucano.

Por intermédio do Serviço de InformaçãoAgrícola, o secretário do

'sr. Ministro de-

clarou estar satisfeito em conhecer, agoraa região sertaneja de Pernambuco, cujodesenvolvimento agrícola é um fato eviclen-te é promissor.

Em Serra Talhada, além de assistir àsfestas da inauguração da Usina de Benefi-ciamento de Algodão "Fernando

Costa",com capacidade para 8 toneladas diárias!

presenciou, ainda, a inauguração do pri-meiro grupo de casas da Vila Operária aliconstruída.

No alto sertão — acrescentou — são vis-tas obras de assistência social semelhantesàs realizadas; no Recife pela campanha con-tra o primitivo mocambo. As casas dessaVila são idênticas às da Vila das Lavadei-ras na capital pernambucana.

Assistiu, ainda, no mesmo município, aolançamento da pedra fundamental do edificio da Escola Rural " Braz Magalhães".

A seguir, o auxiliar do titular da Agri-cultura ressaltou o espírito de colaboraçãodo govêrno de Pernambuco posto em prá-tica em relação ao Ministério, na execuçãodos serviços de fomento agrícola e animal.Êsse fato explica a razão pela qual o Mi-nistério está levando a efeito, em Peruam-buco, grandes empreendimentos.

Do próspero município de Serra Talha-da viajou para Correntes, visitando aí a Es-tação Experimental, onde predomina o al-

godão herbáceo, variedade H-105, enquan-to o

"mocó" se destaca em Serra Talhada,

diferenciando assim as duas zonas serta-

nejas.Logo após, visitou o município de Gara-

nhuns, que está cultivando o trigo, com re-sultados animadores, rumando depois paraGlória do Goitá. Ai inspecionou a EstaçãoExperimental, apreciando, com entusiasmo,a sua organização e funcionamento.

Prds,seguindo, disSe de sua visita às Fá-

bricas " Pçixeem Pesqueira, e às de in-

dustrialização do caroá, em Caruaru'. Nes-te tocafite, já teve ocasião de fazer um re-latório ao Ministro sôbre a necessidade da

instalação de campos de cooperação de ca-

roá, para distribuição aos lavradores de se-

mentes selecionadas das melhorés varieda-des, afim de oferecer maiores facilidadesà industrialização da fibra, encontrando da

parte de S. Ex. o maior interesse em au-

xiliar os agricultores.A rede cooperativista se estende por todo

o território pernambucano^ facilitando gran-demente o levantamento do nível econômi-co do Estado e que ora repousa em base

sólida.Sôbre os 'serviços do Ministério da Agri-

cultura sediados em Pernambuco trouxe

boa impressão, já transmitida ao titular da

pasta.Finalmente, destaca o êxito da campanha

contra o mocambo, tendo notado extraorcn-

nária diferença, estabelecida em menos de

um ano, nas habitações populares, na pro-

gressista e importante unidade do Nordeste

Brasileiro.

m

O OBSERVADOR

LVI

PALMEIRAS

A SE há dias nesta capital o

^ consult°r"ie . . i "Roía

de Fomento Economco inúmeras 0bras

Êsse técnico onomia nacional, tendo

de ^"^especialmente

à bibliografia

se dedicado e?p ^ _ ;1 occ1intn em QUe se- de, í ras do Brasil, assunto em que se

SaPc<Ju como autoridade de real merea-

ment0' *A\n do Serviço de Informa-P°!' 0

agrônomo Gregório Bondar

«o ° Estado da Baía, sendo um

P iaiores da União, possue grande va-

dos maiores oa recursos naturais.35 maiores u* recursos naturais

riedade de chma, problemas múltiPor estes razoes

orientaçã0 do apro-

pios e c°mp£ [01ltes de produção. Para

veitamento Governo criou di-

simplificar a s"a as maiores

versos institutos, { ir pecuária e,

ÍOnnarte°geràl, o Instituto Central de Fo-

na ^ Fclnóm eo da Baía. Cada um desses

£&

C<queOrientam

SÍ u°Sa1 siT ccS"® ^ssas

atividades e, diretamente ^tua para est,

lar a produção das múltiplas riqueza* g

rn1 O C

A riaueza potencial da Baía é grande.

Infelizmente múltiplos fatores na historia

do Estado deixaram esses recursos ¦inexplo-

rados O momento economico atual poe ei

evidência o problema das fibras, dos óleos,

da celulose, dos produtos alimentícios lo-

cais. Essas atividades se acham ser^amente

encaradas pela Secretaria da Agricultura do

Estado, que age de acordo e em articulaçao

com o Ministério da Agricultura .

Para incentivar a produção, o Governo

atua diretamente sôbre os agricultores, cri-

ando numerosos campos de cooperação, es-

tações e campos experimentais, núcleos co-

loniais, etc. O problema e complexo, exige

muitos recursos, que nas emergências eco»-

nômicas atuais nem sempre são fáceis.

No cenário econômico do momento, um

dos magnos problemas do Brasil é a ques-

tão de fibras de aniagem. A solução dêsse

problema está sendo procurada tanto pelos

poderes públicos, como pelos particulares,com perspectivas econômicas animadoras.Pelas condições do clima e do solo, a Baía

se destaca no panorama econômico brasilei-ro por inúmeras fontes de riqueza, entreas quais é justo indicar as múltiplas espé-cies de palmeiras úteis, palmeiras produto-ras de óleos, ceras, fibras, etc. O aprotvei-tamento da enorme riqueza nativa se achaem devida evolução.

A exploração das sementes oleaginosasdas palmeiras, principalmente das do licurí,necessita de maquinário, para racionalizar,baratear a produção. Problema de fácil so-lução, porém ainda não resolvido em defi-nitivo. A exploração da cera do licurí en-controu também suas dificuldades. Não ob-stante estas, às duas atividades se acham emfranco e rápido progresso.

Em três anos apenas, a exportação dacera do licurí subiu de algumas dezenasde contos para mais de mil.

Calculamos que o número de licurizeirosno Estado da Baía atinge um algarismoastronômico de cêrca de cinco biliões. Ra-cionalmente explorados, constituem êles umpotencial econômico de imensa envergadura.'eníicou-se

que a mesma palmeira, além

%

de produzir óleo e cera, fornece pelas suas

folhas boas fibras industriais.

O Ministério da Agricultura, pela Secção

de Fomento Agrícola na Baía, está estudan-

do detidamente a situação dêsse preciosovegetal, afim de adotar as medidas necessá-

rias ao incremento de sua exploração ra-

cional. Diversas outras palmeiras nativas

esperam o seu devido aproveitamento. Das

palmeiras cultivadas, o coqueiro e o dende-

zeiro são objeto de cuidados do Govêrno.

De acordo com as diretrizes estabelecidas

pelos poderes públicos, o Instituto Central

de Fomento Econômico da Baía. pelo seu

departamento técnico-agrícola, publicou oito

boletins, dedicados principalmente ao e$tu-

do das palmeiras: licurizeiro e outras na-

tivas e o coqueiro, boletins que tiveram

grande repercussão e procura.Esta atividade, contínua, visando para um

futuro próximo investigações sôbre outras

palmeiras, tais como a piassaveira, o den-

dezeiro, etc.

TOMATE

103

se totalidade de pirita que o mesmo en-cerrava, seguindo-se a distilação em for-nos da companhia proprietária.

Resultou um coque de bom aspecto, bri-lhante, resistente e que, remetido ao dire-tor do D. N . P. M., foi mandado analisarno Laboratório Central dêsse Departa-mento, apresentando os seguintes resulta-dos; Umidade — 1,37%; Matéria volátil,0,44%; Carbono fixo, 78,57% ; Cinzas, ...19,62%, e ainda 0,51% cie enxofre e 6.410

calorias.Êsses resultados, obtidos com aquela

amostra, permitem cálculos bastante otimis-tas para o coque de Cresciuma, que apre-

senta teores de impurezas (cinzas e enxo-fres) bem suportáveis para a siderurgiacom minério nacional muito puro do centrode Minas Gerais.

O fato cresce em importância numa épo-

ca como a atual, em que a questão da si-

derurgia vem interessando grandemente o

Govêrno do País.

O ocorrido constituiu motivo de satisfa-

ção para o Ministro Fernando Costa, quedeterminou sua comunicação ao público.

'TODOS os anos realiza-se em Pesqueira,

Pernambuco, no mês de Agosto, a fes-

ta do tomate. E' uma oportunidade que se

oferece aos interessados de observar os

progressos que, anualmente, apresentam a

cultura do tomateiro e a indústria do ex-

trato do respectivo fruto.

Numa área superior a mil hectares é, em

pleno agreste, praticado o plantio do toma-

te. Para que lhe seja assegurada uma pro-

dução econômica, o Govêrno, em cooperação

com a firma Carlos de Brito, vem proceden-

do a experimentos tendentes à consecução

de variedades adaptáveis ao meio e resisten-

tes a pragas e moléstias.

Nessa ampla cultura, feita com o fim de

atender às necessidades de consumo, aplicam

a sua atividade várias centenas de operá-

rios que obedecem, nas diferentes operações

agrícolas que lhes são atribuídas, a normas

racionais de trabalho, estabelecidas pelos

técnicos que orientam a referida cultura^

Como se vê, é bastante que nas regiões

mais remotas e de condições aparentemen-

te hostis, apareça um espírito empreende-

dor para transformá-las em uma base de ri-

queza florescente. O que fizeram os pro-

dutores Carlos de Brito, com o tomate, c

José de Vasconcelos, com o caroá, no Esta-

do de Pernambuco, deve animar a que se

apresentem, nas zonas nordestinas da

caatinga e sertão, pessoas que os imitem

com o aproveitamento industrial da fibra

de carrapicho e abacaxi, cuidando, simul-

taneamente, de uma exploração agrícola ra-

cional dessas plantas, cujos prestimos se

desenham tão promissores.

CHARQUEADAS

A PECUÁRIA está tendo um grande des-

envolvimento em todo o País e o Mi-

nistério da Agricultura tem intensificado a

sua ação no sentido de facilitar aos cria-

dores o que estiver ao seu alcance.

O desenvolvimento das charqueadas é a

prova de que a pecuária está em grande

progresso. , _No Rio Grande do Sul e no Parana sao

importantes esses serviços. Agora, no Es-

tado de Minas, as. charqueadas teem tomado

um notável impulso. Haja visto que em

1935 existiam ali apenas 12 charqueadas

com 3.330 contos de capital e 514 pessoas

em seus trabalhos; em 1936 o número» subiu

a 18, com 6.548 contos de capital; em 1937

ê^se número se elevou a 30, com 7.940

contos de capital; no ano seguinte passou

a ser de 23 o número de charqueadas, mas

o capital subiu a 8.527 contos.

A produção delas foi assim estimada.

8.926 tons., no valor de 10.860 contos em

1935- 13 992 tons., valendo 22.040 contos,

em 1936; 21.332 tons. 110 valor des 331.194

contos em 1937, e 16.618 tons. em 1938, no

valor de 27.884 contos de réis.

Vê-se, por êsses cálculos, que a produ-

ção tem aumentado sensivelmente, tendo

nara isso muito concorrido a açao patnoti-

ca e enérgica do Govêrno Federal pelos seus

órgãos competentes.

COQUE PARA SIDERURGIA

C\ SERVIÇO de Publicidade do Ministé-^

rio da Agricultura informa que no ul-

timo despacho que teve com o Ministro da

Agricultura, o Diretor Geral do Departa

mento Nacional da Produção Mineral co-

municou-lhe os resultados promissores j a

obtidos com a fabricação de coque meta-

lúrgico, partindo do carvão de Santa ca-

"O carvão foi extraído da mina Herciho

Luz, em Cresciuma, naquele Estado, e o

beneíiciamento constou de escolha e de

vagem em "jigs"

para eliminaçao da qua-

fibras nacionais

C* DNSIDERANDO ser de imprescindível

Tt as nacona^a indústria detec.dos

Economia'Nacional resolveu_ que: as3 fáb>n-

cas de tecidos de aniagem sao obrigadas a

empregar, na manufatura de seus produ-

tos em mistura com juta indiana, uma per-

centrem mínima de 10% de fibras nac.o-

na Ficam obrigadas todas as cordoanas

a empregar, no fabrico dos produtos abaixoa empicfca -

tes fibras nacionaismencionados, as seguintes nui

nas proporções indicadas: a) — 1UU P°r

cento de fibra de caroá em todos os barba -

-- <::: :• ;f; j

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;'''#U' v 1' it, Hi v " '£ *tl1 .v H '' " /¦. s. ' 1 '<V 1 ~f jl$§ j J WitM WPP - - , '' j-J" jf *,"*, ' r, )••'¦,. , "*/ ^A- Jev |«, | Hjf| g _ { / 'S' M *¦• , f$ ? | .

104 OBSERVADOR — lf/ I* •* ,*«'•'~'' T'' !' X.VJ, f* - ' >' '"' «;Jfy H.1,' _*• '" ';>£

J \ *j U/s<( ji „ - y' ~

H v tes engomados ate agora fabricados com CASULOS -. H

jutas de importagao; b) — 100 por cento de H

fibra de caroa ou outra qualquer fibra na- A PRODU£AO de casulos no Espirito I

cional em todos os demais produtos ate Santo, se bem que represente apenas H

agora fabricados com juta de importagao; uma parcela minima na produgao nacional, ^

^ ^ ¦

c) — 25 por cento de fibra de caroa in- constitue, no entanto, para o Estado, um in- A J% ¦

clusivamente em todos os fios, cordeis, cor- dice auspicioso do desenvolvimento de sua M w Mm l\T Mm w\* l\\J I

das de cabo, ate fcagora fabricados com fi- agricultura. A produgao de casulos apre- M H

bra de sisal nacional ou importada. senta-se em linha ascensional, e se con ^ I

prego das aludidas fibras, cujo em- nuar assim, muito em breve o Estado tera M ¦

prego ficou acima estipulado, nao devera uma produgao intensa, atestado eloquen e fl

exceder o prego das fibras similares impor- do trabalho e dos esforgos dos nossos fJl fl

tadas. agricultores, que encontram o melhor esti- lH I

Deliberou, tambem, a Comissao de Defesa mulo por parte do Governo Federal. I

da Economia Nacional que carece de sua O progresso da especie pode se verifi- MSM I

expressa autorizagao a importa^ao de todos car se compararmoa a produgao de 1933, /Ms/ JJ fl

os produtos manufaturados de juta e sisal. 53 qiiilos de casulos, com a de 1938,^que

JH (j

^ll/

iSK^^I

MOCAMBOS de amoreira e 24 quilos de ovos para cria- I ! I l

y NCONTRA eco nas classes mais repre- ^ ^ I

riha encetada pelo Governo do Estado contra jAL . Ios mocambos. Os usineiros do Estado, por ¦exemplo, que representam um potencial fi- p

RESUME„SE que a produSao do sal "•>' Inanceiro dos "jaiores, na regiao, estao dan- em

Cabo Frio atingira um total supe- PONVENCA-SE Dor si Ido seu apoio decid.do a xmc.ativa governa- Qr um dfi ;los a mais do que ~

O GiMette Lu Imental. Assim e que em suas propneda- anterior. Esta conclusao resulta dos se- - , Ides agncolas no interior ja construiram 1939

sairam do mullici. uma vez e verfi como e fa- ¦

2 692 casas de alvenar.a Algumas teem se yias maritimas e terrestre cil

fazer uma barba Perfe.ta, Isahentado como e o caso da Usma Catende ^.692.480

quilos, enquanto que s6 no pri- com a melhor das laminas! I

cujas construgoes da espece np semestre de 1940 a e:.porta?ao ja Inumero de 1.072 casas para seus morado- . 01 OAA QiQ ;1 I

res. Outra, a Fabrica Pirapame, construk. at,n«,u a 21-266.819 qu.los. I

91. A Fabrica Moreno merece, tambem, ^ Idestaque, visto como seus habitantes vivem ¦¦ Aem modestas porem graciosas residencias, dii^ikia um 111 311 ^VlVJ 11 Bdesfrutando de lindas paisagens. E' talvez AUBUM NA

unico exemplo no Norte, onde nao existe „ r , , , ~uma unica palho?a ou mocambo na zona ur- P EL,0 Professor Josue de Castro da Fa-

bana, d os alugueis das mesmas sao de pre- culdade Nacional de e icina 01 ana- L—— 1

?os ao alcance de todos, variando entre 15 Ifada em laboratono a castanha do Para. WHiMftliJ

I ic -.a;c a decomposigao quimica do produto denun- CULTURA DO COQUEIROC VV XI111 1 vlS • • . A • 4 11 • If *ciou

a existencia de uma albumina especifi-ca — a excelsina — contendo todos os aci-

M ANTEM o Ministerio da Agricultura, I

I CAROA* ^os

amina^os indispensaveis ao crescimento no Estado de Sergipe, um Campo clee ao equilibrio organico do individuo, ou se- Sementes de Coqueiro, dispondo de 40.000

A' de ha muito explorada e empregada ia' °,qfUeos fisiologistaschamam albumina mudas para distribuiSao, originarias de se-

> na fabricagao de barbantes e sacarias de ~mpleta de

f? vta or b»olog.co. E d.gno mentes escolh.das E como uma prova do

m aniagem, substituindo o algodao ou o pro- <?e se.r ?ssmalado tal acontecimeiito porque mteresse que esta despertando essa arvore

W:- prio linho, 6 caroa ja vem ate satisfazendo e ° u.n,c0 caso. ate

,ho)e ,conhecido de uma de mestimavel valor econom.co, e bastan-

o gosto mais exigente em materia de tra- albumlna comPleta de orl8em ve«etal ¦ te adiantar que os ped.dos excedem de mui-

—je. Nao sera pouco que se propague o va- A to aquela quantidade de mudas.

lor desta fibra que, alem de suas vantagens Esses pedidos| nao partem soinentc < o

intriiisecas de emprego, apresenta uma bem .A__ Estado onde esta localizado o Campo em

If? importante, qual seja o seu aparecimento, COCO ^ aprego. Da Baia, de Alagoas, de Pernam-

em grandes areas do nordeste brasileiro, em * audttapiaj • ^uco e *amb®m Estado do Rio sao em

^ estado nativo. Surge o caroa nas caatingas, A AM^LfAvAO das nossas perspectivas numero avultado as requisites das cita-

r\ nos lugares mais distantes, espontaneamen- , economicas teem sido objeto de conse- das mudas.

P" te. O seu aproveitamento na industria, cer- ?os, .ec"lcof e, apdio por parte do Mi- Aquele Campo, para que os interessadostamente, vira favorecer a economia nacional "lst^ri° da Agricultura aos lavradores, den- ng0 testemunhem o malogro de seus esior-

J; em geral e aos brasileiros em particular. tro de suas possibihdades, as mdustrias cor-

gOS nas cujturas dessa palmacea, esta di-" s A sistematizagao do uso do caroa importa r™ys Agricultura, dentre as quais, em vulgando instrucoes relativas ao seu plan-

medida do maior alcance para o desenvol- ®sta.y rascente, uma existe, ate agora nao tio e trat^mento. E' um engano supor-se

B vimento da cultura, por isso que as quali- devidamente explorada — a industria do

qUe 0 COqUeiro desenvolve-se bem em qual-? dacjes naturais de aparecimento concorrerao aproveitamento do coco para obtengao de

quer terreno. E' necessario que este seja

para maior facilidade de seu progresso. ilbras do seu pericarpo. ao menos de media fertilidade, pois se tia-

Ha que serem obedecidas as regras cien- Como o industrial Alberto Tourinho in- ta de uma planta das mais exigentes.— tificas e nunca deixar a natureza a respon- ventou e fabrica uma maquina que opera E' ainda necessario dar-se a plantagao

| sabilidade exclusiva da floragao da fibra. com bons resultados o desfibramento do uma distancia minima de 8 metros e traze-laComo substitute da juta e indiscutivel seu pericarpo do coco, de cujo processo resul- constantemente livre de larvas. Inteira-

valor, nao so material como economico> uma tam tre's produtos: o coco desfibrado, a fi- mente condenavel a pratica de se aplicaremvez que cerca de cem mil contos emprega bra e a cortiga — o Ministro Fernando 100 grs. de sal e 10 de verde pans no olhoo BrasiL na importagao de juta, para satis- Costa solicitou ao Presidente Getulio Var- da planta para ataque a pragas. E' de maisfagao das diversas necessidades que ela gas permissao para adquirir do aludido fa- de 40% o numero de plantas que deixam de

resolve. bricante, pelo pre^o de 1:500$000 cada uma, resistir a violencia desse tratamento.Felizmente, podemoa dizer, ja os poderes 50 maquinas para revenda, pelo custo, aos No combate as pragas e doengas do co-

ptiblicos resolveram determinar o uso obri- agricultores registrados em seu Ministerio, queiro devem ser utilizados os metodos

gat6rio de uma percentagem elogiavel, no no que concordou o cbefe do Governo, au- aconselhados para as outras plantas. O que> fabrico de tecidos, fios, etc., de caroa. torizando a compr;a. £ indispensavel e proceder-se a uma fiscah-

a mm a

O OBSERVADOR

tes engomados até agora fabricados com

jütas de importação; b) — 100 por cento de

fibra de caroá ou outra qualquer fibra na-

cional em todos os demais produtos até

agora fabricados com juta de importação;

c) — 25 por cento de fibra de caroá in-

clusivamente em todos os fios, cordéis, cor-

das de cabo, até fcagora fabricados com fi-

bra de sisal nacional ou importada.

O preço das aludidas fibras, cujo em-

prego ficou acima estipulado, não deverá

exceder o preço das fibras similares impor-

tadas.V Deliberou, também, a Comissão de Defesa

da Economia Nacional que carece de sua

expressa autorização a importação de todos

os produtos manufaturados de juta e sisal.

MOCAMBOS

U N CONTRA eco nas classes mais repre-

sentativas de Pernambuco a campanha

riba encetada pelo Governo do Estado contra

os mocambos. Os usineiros do Estado, porexemplo, que representam um potencial fi-

nanceiro dos maiores, na região, estão dan-

do seu apôio decidido â iniciativa governa-mental. Assim é que em suas proprieda-des agrícolas no interior já construíram2.692 casas de alvenaria. Algumas teem se

salientado, como é o caso da Usina Catende,

cujas construções da espécie alcançaram o

número de 1.072 casas para seus morado-res. Outra, a Fábrica Pirapame, construiu91. A Fábrica Moreno merece, também,destaque, visto como seus habitantes vivemem modestas porém graciosas residências,desfrutando de lindas paisagens. E' talvez oúnico exemplo no Norte, onde não existe

uma única palhoça ou mocambo na zona ur-

bana, è os alugueis das mesmás são de pre-

ços ao alcance de todos, variando entre 15

e 35 mil réis.

p RESUME-SE que a produção do sal

em Cabo Frio atingirá um total supe-

rior a um milhão de quilos a mais do quea anterior. Esta conclusão resulta dos se-

guintes dados: em 1939, sairam do municí-

pio, por vias marítimas e terrestre,

41.692.480 quilos, enquanto que só no pri-meiro semestre de 1940 a exportação jáatingiu a 21.266.819 quilos.

pONVENÇA-SE por si

|g| proprio. Use Gillette Azuluma vez e verá como é fa-cil fazer uma barba perfeita,com a melhor das laminas!

p ELO professor Josué de Castro, da Fa-culdade Nacional de Medicina foi ana-

lisada em laboratório a castanha do Pará.A decomposição química do produto denun-ciou a existência de uma albumina específi-ca — a excelsina — contendo todos os áci-dos aminados indispensáveis ao crescimentoe ao equilíbrio orgânico do indivíduo, ou se-

ja, o que os fisiologistas chamam albuminacompleta de alto valor biológico. E' dignode ser assinalado tal acontecimento, porqueé o único caso até hoje conhecido de umaalbumina completa de origem vegetal.

CULTURA DO COQUEIRO

CAROA

INDÚSTRIA DO CÔCO

o observador

- LVI

, „rmanente dos coqueiros, principal-

zaçâ° o mio novos, afim de se surpreende-

mente quando no 'manifestações

de qual-

d! p«g" d°ença e m°ver-ihes com"

êsses cuidados, a produção mediaCom esses atualmente, de 25

dc cada coqueiro, ^

apassará a de

frUt0S ^constituindo, então, uma das

piores e seguras fontes de riqueza de nos-

sa economia.?

SAFRA DE TRICÔ DO PARANA'

nnMcTITUIU, no Estado do Parana,

C notávei acontecimento, a festa da co-

"'setundo^infòrmações recebidas pelo Mi-

nistro da Agricultura, apesar da seca exis-

tente desde Abril último, a variedade de

riso denominada "Puzza 4" esta se por-

"fdo adrairavelmente bem, razão por que

espera-se no norte do Paraná, uma safra

êste ano de setenta mil sacos, ou seja, tres

vezes maior do que a do ano de 1939.

O sr. Gastão Faria, em comunicação ao

Ministro Fernando Costa,^ adeanta ainda

nue ao percorrer os Mumcipios_ de Camba-

rá Cornélio Procópio, São Jeronimo, Lon-

drina, Sertanópolis e Jacarezinho, pode

constatar o interesse, cada vez mais crescen-

te, pela cultura do trigo, ja disseminada

nas pequenas lavouras paranaenses, enquan-

to que os triticultores, cada vez mais sa-

tisfeitos com o auxílio do governo, prome-

tem aumentar suas culturas.

Acredita o sr. Gastão de Faria que, den-

tro de mais alguns anos, poderá o norte

do Paraná suprir uma quarta parte do trigo

necessário ao consumo do Brasil.*

O mencionado chefe de serviço, para aten-

der à recomendação do Ministro Fernando

Costa, inspecionará os municípios triticulto-

res do sul do Estado.

PREVISÕES

Q Brasilian Information Burcau diz que a

situação européia continua a preocuparseriamente a imprensa norte-americana e as

publicações técnicas das indústrias e do

comércio importador. O receio de que os

Estados Unidos se vejam privados de cer-

tas fontes de produção natural continua a

provocar conjeturas a respeito das capaci-

dades de produção dos principais fornece-

dores latino-americanos. E* interessante

destacar-se o artigo editorial do " THE

COSHOCTON TRIBUNE", diário dc

Cleveland, Ohio — o Estado da Indústria

da borracha — no qual se nota a preocupa-

ção das indústrias acerca de outros produ-tos naturais. O referido jornal declara quecertos artigos — como a seda e a própriaborracha — já encontraram solução nas ma-

térias sintéticas, de fabricação nacional nor-

te-americana. Mas, quanto ao manganez,

indicam o Brasil como o fornecedor lógi-

co, em caso de mais graves emergências.

COOPERATIVISMO EM SANTA

CATARINA

SUBSTITUIÇÃO DA |UTA

Q MINISTRO Fernando Costa acaba de

remeter ofício a todos os secretários de

Agricultura dos Estadds, solicitando, de

acordo com as sugestões que serão enviadas,sejam aplicados os sacos confeccionados comalgodão nos envólucros de mercadorias, co-mo o algodão, cereais e outros produtos*geralmente ensacados com tecidos de juta.

E' interessante lembrar que o referido ti-tular, quando secretário da Agricultura deS. Paulo, fez estudos a esse respeito, che-gando à conclusão de que os sacos de algo-dão são tão bons ou melhores do que os dejuta, não tendo sido então aconselhados de-vido ao preço elevado do algodão.

Atualmente, porém, devido às dificulda-aes de exportação desse produto, bem co-mo da importação da fibra indiana, alémdo incremento que vem tomando a produ-Çao de fibras nacionais, é oportuna a utili-zação do algodão na sacaria e na tecelagem

e panos grosseiros, sendo talvez possívelenta-la no ensacamento do café.O inconveniente da furagem para prova

P, C0IJteúdo já está hoje resolvido com te-ciüos iortes, de forma a permitir essa ope-ração.

r| INTERVENTOR federal em Santa #

Catarina criou há pouco tempo, nesse

Estado, a Diretoria de Economia c Assis-

tência ao Cooperativismo, subordinada a

Secretaria de Viação, Obras Públicas e

Agricultura.Naquele mesmo mês fundaram-sc no dis-

trito de Pedreira, município de Joinvile,

duas importantes cooperativas de produ-

ção, sendo uma de açúcar, álcool e aguar-

dente e outra de laticínios.

O número dc associados eleva-se a 200,

em cada uma, estando ambas com as suas

usinas já instaladas.

A D. E. A. C. tem por finalidade ín-

centivar, orientar, controlar e fiscalizar a

organização e o funcionamento das socieda-

des cooperativas, de acordo com a legis-

lação federal, bem como exercer igual ação

sobre a padronização, classificação e fisca-

lizaçao de matérias primas e produtos ágri-

colas e pecuários destinados à exportação

para o interior e exterior do País.

Com essa deliberação do interventor N_e-

teu Ramos, o Estado de Santa Catarina

está aliado à Campanha do Cooperativismo

encetada pelo Ministério da Agricultura,

de acordo com o plano aprovado pelo Pre-

sidente da República. . .Assim, dentro em pouco, o cooperativis-

mo será apontado pelos catarinenses como

um dos fatores mais. importantes do pi o-

gresso econômico de seu Estado.

105

fixar a melhor época de plantio, o tipo desolo mais aconselhável, etc.

No referido campo serão plantadas nu-merosas carnaubeiras, com o objetivo dedistribuir gratuitamente boas sementes paraos lavradores e assim disseminar a práticado cultivo racional da preciosa palmeira, o

qual permitirá densificar os carnaubais

piauienses.O interventor — que se fazia acompa-

nhar pelo representante do Piauí junto aoGovêrno Federal — agradecendo a colabo-ração eficiente e rápida do Ministro daAgricultura, teve ocasião de declarar que oPiauí deverá produzir êste ano cerca de 3milhões de quilos de cêra de carnaúba, novalor aproximado de 100 mil contos deréis, sendo que o maior importador são os

Estados Unidos.

ESTAÇÃO EXPERIMENTAL

Q CORRESPONDENTE do Serviço deInformação Agrícola em Fortaleza co-

municou que é pensamento do sr. secretá-

rio da Agricultura do Ceará inaugurar, no

próximo dia 7 de Setembro, a Estação Ex-

perimental de Sericicultura do Nordeste,

construída nos arredores daquela capital

pelo govêrno cearense, com a colaboração

do Ministério da Agricultura.

O novo órgão sericícola, que foi organi-

zado pelo agrônomo J. Nogueira de Car-

valho, técnico em sericicultura do referido

Ministério, obedece às mais recentes con-

quistas e tendências da ciência sericícola,

constituindo, por isso, um estabelecimento

modelar para os demais Estados nordesti-

r.os interessados no fomento da indústria

sericícola sob diretrizes agronômicas.

Além da Estação, em Fortaleza, o Servi-

ço de Sericicultura do Estado disporá de

três postos séricos, sediados nas zonas tí-

picas do Estado, os quais possuirão vivei-

ros de amoreiras sirgárias para criações ex-

perimentais e a maquinaria suficiente para

atender às necessidades dos criadores lo-

cais.

Quando esteve no norte, o Ministro Fer-

nando Costa examinou os planos de traba-

lho e as instalações do Serviço de Seriei-

cultura do Ceará, aprovando-os e oferecen-

do novos auxílios do Ministério da Agricul-

tura para que o programa de ação seriei-

cola do interventor tenha cabal cumpri-

mento.

CARNAÚBA

I? M vista da grande procura que vem ten-

do a cêra de carnaúba, o interventor

federal no Piauí acaba de-concertar com

o Ministro da Agricultura importantes me-

didas tendentes a racionalizar a exploração

da carnaubeira, que vegeta em abundancia

no referido Estado, sem contudo apresentar

densos carnaubais.

Após estudar o assunto, o^ titular da

Agricultura resolveu colocar a disposição

do Piauí um agrônomo para «tpmarw

um campo de sementes, onde sera ver i *

o comportamento da carnaubeira,

FIBRAS ESPANHOLAS

o CONSULADO do Brasil em Cadi_z,

Espanha, informa que: "A importação

de fibras artificiais, inclusive a seda, ascen-

de a 8.000 toneladas anuais, no valor de IV

milhões de pesetas ouro, mas o Departamen-

to Agrícola pensa anular totalmente, e em

breve prazo, essa importação. Trata-se ja

de incrementar a produção nacional em pio-

porções consideráveis para cobrir o déficit

de algodão e de lã, não existindo íicu

dade alguma de ordem técnica e economica

que se oponha a êsse fomento industrial. O

desenvolvimento da produção nacional des-

sas fibras está previsto no programa da

"celulose têxtil", já ^ ' c\ 14 000nado A sua produção passara de 14.UUU

toneladas, no segundo ano do programa, a

56.000 até o décimo ano da etetivaçao

ir esmo ficando assim cobertas nao _so a

necessidades correspondentes à situaçao^dos

33% do algodao importado, os %

106

estrangeira e dos 100% das fibras artifi-

ciais, como também as necessidades suple-

mentares derivadas do aumento do consu-

mo, como um efeito lógico do ressurgimen-

to econômico da Espanha. As fábricas in-

cluidas no programa, em número de qua-tro, com uma capacidade inicial de 7.000

toneladas cada uma, ampliável a 14.000, sé-

rão instaladas em Santander, Huelva, Cas-

tilla e Andaluzia, para aproveitarem como

matérias primas celulósicas o " eucalipto

as duas primeiras, a "palha de cereais", a

terceira, e a "cana comum", a última, tra-

balhando todas elaá em completo ciclo pro-dutivo, integralmente nacional. A economia

de divisas eqüivaleria a 55 ou 60 milhões

de pesetas ouro, ficando o rendimento na-

cional aumentado em mais de 200 milhões

de pesetas por salários, juros e outros be-

nefícios econômicos., A primeira das pro-jetadas fábricas será construída na provín-cia de Santander, dentro de brevje prazo, e

produzirá, no primeiro período do seu fun-cionamento, de 7.000 a 8.000 toneladas defibras artificiais, cobrindo assim, na sua to-talidade, o atual déficit desses produtos. Asdemais fábricas serão instáladas dentro dos

prazos previstos no programa. "

?

FUMO NA INGLATERRA

jVjERECEM atenção as informações en-viadas pelo cônsul do Brasil em Lon-

dres, sobre os diversos aspectos do comer-cio do fumo na Inglaterra, e que foram pu-blicadas no Boletim do Ministério do Ex-terior.

E' o seguinte o texto das referidas infor-mações:

" O fumo constitue uma matéria prima

imprescindível à vida do povo inglês.

Depois do ano de 1914, o consumo deste

produto aumentou sensivelmente, ascenden-

do de 900 para 1.500 gramas per capita.

A Grã-Bretanha é o maior comprador de

tabaco no mercado mundial,^ indo o valor

da sua importação anual além de 23 mi-

lhões de libras esterlinas, ou sejam cerca

de 180 mil contos de réis da nossa moeda.

Estima-se em 7.350.000 acres a área se-

meada com esta solanácea no mundo. Dês-

te total, 1.500.000 pertencem à índia Ingle-

sa, 1.400.000 aos Estados Unidos e 1.350.000

à China.Ao Brasil cabe a superfície de 350.00

acres, cabendo-lhe, entretanto, o 5o lugar

entre os grandes produtores, com 3,5% da

safra mundial.A primeira impressão é a de que a Ingla-

tôrra vai procurar o fumo necessário ao seuconsumo nos domínios; entretanto, apenas20% do total das suas compras provêm doImpério; os 80% restantes procedem de ou-tros países, principalmente dos Estados Uni-dos (73%).

Em 1926, quando foi assinado o Tratadcde Ottawa, cogitou-se seriamente do estí-muío da cultura dêste produto na índia, Rodésia, Canadá, Niassa, Austrália e Nov:"Zelândia.

O progresso verificado com tais medida

protecionistas foi apreciável, houve verd--deiramente incremento nas plantações doImpério, mas ainda insuficiente para aten-der às necessidades do mercado britânico,

que tem outras exigências além da quanti-dado e do preço.

E' notável a preferência do consumidor in-

glês pelos fumos claros.

Para uma importação valendo cerca de22.770.000 esterlinas (1938), apenas 1.425.000 foram destinados aos fumos es-curos.

A obtenção das variedades louras é difí-cil e caprichosa, sendo mesmo dependente

O OBSERVADOR —

de uma série de fatores naturais e téenícos, entre" os quais destacam-se o clima Io solo.

Os próprios domínios, reconhecendo serimpossível aumentar as suas vendas semprévia transformação da qualidade da pro-duçãò, reálizam trabalhos neste sentidosendo já apreciável o conseguido pela "

ín-dia Leaf Tobaco Developmentque, alémda aclimatação dos tipos "

Virgíniaestádivulgando entre os plantadores o processo"Flue

Curing", no beneficiamento das Inlhas.

E' possível que, futuramente, -com pro-

dução mais valorizada e selecionada, maiorpercentagem da colheita indiana seja enca-minhada para o mercado britânico, desviãn-do-se do asiático, que é menos exigente epaga pouco.

Outro fator que corrobora para o au-mento do consumo do fumo louro, é a pre-ferência que os fumantes vão dando peloscigarros em detrimento do cachimbo e docharuto.

A importação de tabaco para cigarros au-mentou na Inglaterra cerca de 9 milhõesde libras (pêso) em 10 anos, enquanto quea do fumo para cachimbo declinou em 2 mi-lhões.

Por sua vez, o uso do charuto diminueconstantemente: 2.250.000 quilos em 1907

para 675.000 quilos em 1936. O valor daimportação caiu de 1.267.407 libras em1936, para 440.227 em 1938.

Do fumo importado, na Grã-Bretanha,para ser queimado em cachimbos, 73% pro-cedentes do Império, sendo os 27% restamtes procedentes de outros países. Para ci-garros, os domínios cooperam apenas com4%.

Algumas tentativas teem sido feitas paraa venda do tabaco brasileiro nos mercadosbritânicos, não alcançando entretanto, lie-nhuma delas, resultados positivos.

O nosso fumo em folha é difícil, para nãodizermos impossível, ser vendido na Grã-Bretanha, enquanto prevalecer a tarifa al-fandegária de 2s. por lb. para um produtocujo valor oscila entre 4 d. e 8 d. porlb. (453 grms.).

Os maiores fornecedores da Inglaterrasão os Estados Unidos que, para a importa-

ção global de 1938 — 347.110.756 libras— cooperaram com 257 milhões, cabendo orestante aos países do domínio (cerca do30%).

Para o total do fumo importado no anocitado, cerca de 314.702.000 libras foram gefumos claros (light) e 31.117.000 de fu-mos escuros (dark).

Como vemos, para conseguirmos venderfumo à Grã-Bretanha, teremos de produzirtabacos semelhantes aos do nosso maior con-corrente, a América do Norte.

Os resultados apreciáveis já alcançadospelas culturas selecionadas do município de

Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, sãoanimadores e constituem prova das nossas

possibilidades.Existem firmas inglesas que compram o

nosso fumo, principalmente da Baía, Rio

Grande do Sul e Santa Catarina, mas paraser colocado diretamente no ContinenteEuropeu, principalmente na Holanda, Bél-

gica e França.Indiretamente, tem sido introduzido neste

país algum fumo brasileiro. E' que exis-

tem certos detalhes neste negócio, que re~

querem, por sua vez, defesas dos importa-dores, sendo interessantes os que se rela-

danam com a percentagem da umi-dade e &

grossura dcfc talos do fumo em folha.

BANCO DO BRASIL

O MAIOR ESTABELECIMENTO DE CRÉDITO DO ÇAfS

Agências em todas as capitais e cidades mais importantes do país e correspon-dentes nas demais cidades e em todos os países do mundo.

CONDIÇÕES PARA AS CONTAS DE DEPÓSITOS:

COM JUROS (sem limite) 2% a. a. (retiradas livres)POPULARES (limite de rs. 10:0Q0$000) 4% a. a. ( " "

)LIMITADOS (limite de rs. 50:000$000) 3% a. a. ( " "

)PRAZO FIXO — de 6 mêses 4% a. a.

de 12 mêses 5% a. a.

PRAZO FIXO COM RENDA MENSAL —

de 6 mêses.... 3,1/2% a. a.de 12 mêses.... 4, Vi % a. a.

NOTA — Nesta conta, o depositante retira a renda, mensalmente,por meio de cheque.

DE AVISO — Para retiradas (de quaisquer quantias) mediante

x prévio aviso.

de 30 dias.... 3,1/2% a. a.de 60 dias 4 a. a.de 90 dias 4,!/2% a. a.

LETRAS A PRÊMIO (sujeitas a' sêlo proporcional)de 6 mêses 4% a. a.de 12 mêses. . ... 5% a. a.

Nesta capital, além da Agência Central, sita na rua 1.° de Março, n.° 66 estãoem pleno funcionamento as seguintes Metropolitanas:

GLÓRIA — Largo do Machado (Edifício Rosa) — BANDEIRA— Rua do Matoson-° 12 — MADUREIRA — Rua. Carvalho de Souza, n.° 299 ¦— MÉIER Avenida

Amaro Cavalcanti, n.° 27

sm 1Ng| jfffi um I | - "

o OBSERVADOR — LVI

De acordo com as exigências locais, o fu-

deverá proporcionar no maxi-

|| loV' de umidade," <^nd° ,°~r?uto

ico sujeito a um aumento de taxa

3,wária — o que sobrecarrega o im-

nrtàdor numa eventual evaporação duran-

To transporte marítimo mais ou menos de-

""oiabaco procedente do Rio Grande do

Sul assemelha-se com o de Kentucky, mas

Lm o grande inconveniente da espessura

exagerada dos talos. Importadores holande-

ses teem conseguido reexportar para o mer-

rado inglês algum fumo brasile.ro previa-

mente preparado, diminuindo ou extraindo

as nervuras. '

LINHO

POMO é sabido, a Carteira de Crédito

Agrícola e Industrial do Banco do Bra-

sil nas bases de seu Regulamento, concede

financiamento à agricultura e a industria

nacionais. Consoante o que estipula esse

seu regulamento, atendeu, no ano proximo

passado, a pedidos de plantadores de linho,

finaciando suas culturas. Os fenômenos at-

mosféricos havidos no período da cultura

impuzeram um insucesso às safras financia-

das. Assim, aquela organização providen-

ciou no 'sentido de que o penhor fosse es-

tendido às colheitas imediatas, para q^ue o

resultado das novas plantações viesse fazer

com que os plantadores se refizessem dos

prejuízos sofridos.

Desta forma, a venda da safra anterior

elstá seguindo um curso normal, imune de

qualquer exigência que force os lavradores

a dispor de seu produto por preço pouco

remunerador.A assistência a êste produto e umlj das

medidas que o Conselho Federal do Comer-

cio Exterior havia proposto ao sr. Presi-

dente da República.

manufaturados às casas retalhistas norte-

americanas. A emprêsa KRESGE, cuja fi-

liação de magazins do gênero "lojas de

2$" é uma das grandes potências do mer-

cado consumidor dos Estados Unidos, está

cogitando de importar certos artigos da

América do Sul, e para êsse fim enviará

um agente comprador aos vários países ca-

pazes de produzir as miudezas de interêsse

para o público americano.

Acha-se em organização o programa de

publicidade turística dos Estados Unidos,

para a divulgação das belezas naturais dês-

te país no estrangeiro, principalmente na

América do Sul. Para detalhes e impressos

descritivos, dirigir-se à UNITED STA-

TES TRAVEL BUREAU, 45, Broad,-

way, Nova York.

DE INTERÊSSE PARA OS EE. UU.

A Brcizilian Information Bureau diz que

a Mcrchanfs Associcition of Nezv York

enviou a cerca de 650 comerciantes, norte-

americanos um questionário para fazer uma

averiguação sôbre quais os produtos que

mais interessam aos mesmos. Relativamen-

te ao Brasil a lista de preferência e a se-

^"piassava — Cera de Carnaúba — Cera

de Abelha — Fibras — Mandioca (tapio-

ca) — Minérios vários — Plantas mediei-

nais — Timbó —¦ Couros e Peles — Casta-

nhas do Pará — Camurú — Óleos essen-

ciais — Óleos vegetais — Babassu g-

Oy

ticica — Mamona — Óleo de Algodão

Ossos e seus sub-produtos Inseticidas

_ Caseina - Ouricurí - Sub-produtos de

gado — Matérias para adubos — Ervilhas

e outros produtos alimentícios conge-

neres.

CERÂMICAS E OLARIAS

NOVA RAÇA DE SUÍNOS

I-¥V alguns anos o Ministério da Agri-

cultura importou da Inglaterra suinos

da raça W-essex Saddle Back, os quais fo-

ram distribuídos a várias de suas Estações

Experimentais, para efeito de estudos e ob-

servações de capacidade de adaptaçao cies-

se porcino à exploração de nossas fazen-

das. . | .A Fazenda Experimental de Criaçao de

Santa Mônica, em Juparanã, _ Estado do

Rio, conduziu observações em torno aos re-

feridos suinos, comparando-o com as raças

Duroc-Jersey, Polland-China, Hampshire

outras, mediante as quais foi apurada a ex

traordinária adaptação da raça vvessex

Saddle Back, que se provou rústica pro u-

fera, pouco exigente em matéria de ali-

mentação. E' ainda um suino. mixto de tacil

engorda e grande rendimento de banha.

A referida Fazenda, em Juparanã, está

vendendo leitões desta raça destinados a re-

produção, pondo assim ao alcance dos nos-

sos criadores mais um valioso elemento pa-

ra a riqueza de nossas fazendas-

OPORTUNIDADE

C ONTINUA a despertar interêsse a pos-

sibilidade do Brasil e outros países la-

tino-americanos fornecerem certes artigos

O SER VIÇO de Estatística da Produção,

do Ministério da Agricultura, antes de

proceder ao inquérito sôbre a industria ce-

râmica e oleira, procurou relacionar os.pro-

dutores dêsses artigos, nos vários munici-

pios do Pais. /

Há tempos foi dado a conhecer o nume-

rò de cerâmicas e olarias existentes em al-

guns Estados. Hoje, o Serviço de Infor-

mação Agrícola noticia que no Estedo de

Sta. Catarina, foram arroladas 495 este

belecimentos dêsse gênero, as8unju*£to

dos por municípios: Ararangua 49, Biguas

SÜ 7, Blumenau 19, Bom Retiro 5, Brus-

que 14, Caçador 1, Camboriu 3, Jampo

Alegre 1, Campos Novos 2, Canomhas 8,

Chapecó 7, Concórdia 5, Cresciuma 17, Cr -

zeiro 4° Curitibanos 1, Flor.anopolis 2^

Gaspar 4, Harmonia 15, Imarui 6, Indaia

14 Itajaí 21, Itaiópolis 3,

Taraguá 25, Lages 6, Joinvite 25, ^guna

6, Mafra 2, Nova Trento 4, Orleans ,

107

lhoça 30, Parati 2, Porto Belo 2, Pôrto

União 4, Rio do Sul 30, Rodeio 6, São

Bento 6, São Francisco 10, São Joaquim 1,.

São José 4, Tijucas 13, Timbó 12, Tuba-

rão 39, e Urussanga 17.

No Território do,Acre foram relaciona-

dos 9 estabelecimentos: Rio Branco 4, sen-

do um explorado pelo Governo do Territo-

rio; Cruzeiro do Sul l,.Feijó 1, explorado

pela Prefeitura; Sena Madureira 1, e 1 em

Xapuri.? i

FINANCIAMENTO PARA O CACAU

A S CLASSES conservadoras reuniram-se

na Baía, em Ilhéos, para tratar do as-

sunto relacionado com a grave crise do

cacáu. Nela ficou aprovado o cartel de ex-

portação assim como sua sugestão afim de

financiar a lavoura sob o controle do Ins-

tituto do Cacáu, por- um empréstimo de 40

mil contos com o Govêrno Central. r

O plano delibera que o empréstimo será

assim dividido i 25 mil contos de empresti-

inos com penhores dos depositos wat-

rants diretamente para o produtor; 10 mil

contos para firma'a exportadoras e 5 mil

contos para as cooperativas regionais. Nes-

sa reunião estiveram presentes, por seus re-

presentantes respectivos, dez associações de

classe.

A Associação dos Agricultores declarou

que só apoiará o plano após a aprovação

da Assembléia Geral.

MADEIREIROS DO PARANA' E SANTA

CATARINA

A COMISSÃO de Defesa da Economia

Nacional está em entendimentos com a

direção geral do Banco do Brasil, no seu-

tido de ser levado a efeito um financiamen-

to de emergência aos madeireiros dos üs-

tados do Paraná e Santa Catarina, com ba&e

110 recente decreto-lei que ampliou as atri-

buições da Carteira de Redescontos.

Os stocks nos portos dos aludidos Esta-

dos se elevam a 116.000 m3., sendo sufi-

dente a importância de 5.000 contos de.reis

para atender aos produtores que precisam

de adiantamento.

A produção, já um tanto reduzida cof

forme a portaria n. 64, e de 128.000 m3.

mensais. A exportação atualmente atinge a

uma média de 43.000 m3., e o consumo in-

temo já se eleva a 70.000 m3„ perfazen-

do exportação e consumo o volume mensal

de 113.000 m3.

Verifica-se, portanto, um excesso de ...

15.000 m3. mensais, o qual determinara e

será levada a efeito pela C. u. ü. cm.,

maior redução no limite do pinho a pro-

duzir, se não se der aumento previsto na

' exportação.

CASPA-QUÉDA DOS CABELOS

- CALVICIE

JUVENTUDE ALEXANDRE

c/v r-/xSRA EVITA A CALVICIE,

L_l rvi I rsl A A o A5KA, —_

108O OBSERVADOR — lvi

jhíiíüíi

RENDAS ADUANEIRAS

O Boletim do Conselho Federal do Co-

mércio Exterior dos últimos dias^ de Ju-

lho p. p. encontra-se uma nota sobre os

embaraços que a guerra trouxe ao nosso

comércio exterior, que' consequentemente

não poderiam deixar de influir^ sobre a ar-

recadação das alfândegas do Pais. Para me-

lhor esclarecimento do assunto transcreve-

mos a seguir a referida nota do> órgão es-

pecializado nos assuntos de comercio inter-

nacional:•

"Os direitos sobre as mercadorias ale-

mãs, que representavam, em 1939, a soma

de 26.223:810$, caíram em 1940 para ....

2.923:098$; sobre os da Polônia, notou-se

um acréscimo de 1.016:753$ para 1:391$;"e

da Tchecoslováquia, de 1.297:340$ para

34:030$.Se é verdade que a Alemanha se serviu

dos países limítrofes para enviar suas mer-

cadorias, a compensação pode ser procura-

da na Holanda, cujas mercadorias pagaram

de direitos 11.442:243$ em 1940 contra

4.075:025$ em 1939; e, na Itália, cujos di-

reitos foram de 2.813:847$ contra

2.044:492$; na Suécia, cujo aumento de di-

reitos foi de 711:702$; na Suiça, passando

de 2.024:055$ para 2.859:641$ os direitos

que percebemos.Outros países aumentaram sua importa-

ção e, assim, os respectivos direitos. A

maior importação coube aos Estados Uni-

dos, cujas mercadorias pagaram 57.030:447$ em 1940, contra 32.314:123$

^em 1939. Outros países fora do campo da

guerra também aumentaram suas exporta-

ções: o Japão, de cujas mercadorias per-

cebemos mais 1.942:302$; Portugal, com

um aumento de 433:532$; o Canada, com

24:646$.Dos outros países beligerantes vemos que

os produtos vindos da Inglaterra pagaram

14.116:024$, em 1940, contra 13.010:062$;

e a França, cujos direitos passaram de

6.581:091$ para 7.343:221$.

A importação de outros países| diminuiu,

pois arrecadámos menos, de direitos sôbre

produtos argentinos, réis 3.169:857$; Perú,

1.588:965$ Bélgica, 56.643$ Dinamarca,

480:383$; México, 6.125:431$.

As informações acima referem-se sómen-

te à importação pelo pôrto do Rio de Ja-

neiro.Pela Alfândega de Santos, cujos direitos

de importação foram superiores aos perce-480:383$; México, 6.125:431.

bidos pela do Rio de Janeiro —

201.165:395$, contra 158.174:403$ —as

importâncias de direitos a menos cobrados

em 1940, comparativamente em 1939, foram

estas, segundo os países de procedência:Alemanha, 20.782:638$; Argentina,

3.767:617$; Bélgica, 3 .-207:994$; Finlândia,

716:453$; Holanda, 2.181:247$; Perú, ...

6.671:596$; Polônia, 633:851$; Uruguai,

430:075$.Em compensação, assinalaram-se os.se-

guintes aumentos de direitos sôbre merca-

dorias provindas: dos Estados Unidos,

30.296:422$; França, 916:235$; Inglaterra,

Curso do câmbio da libra, do dólar e do franco fran

MÉDIAS DE COTAÇÕES DIÁRIAS

Em réis por unidade de moeda estrangeira

cês

MÊSES

LIBRA

Mercadolivre

Mercadooficial

DÓLAR

Mercadolivre

Mercadooficial

FRANCO

Mercadolivre

Mercadooficial

1938:

Março

J unhoSetembro. .

Dezembro..

1939:

Janeiro. . . .Fevereiro. .

MarçoAbrilMaio

JunhoJulhoAgosto. . . .Setembro. .Outub ro. . .Novembro.Dezembro.

1940:

J anei ro. . .Fevereiro.Março. . . .AbrilMaio

Junho.. . .

Julho

87.866 17,521 —87.414 17.602 —

85.427 17.655 —

82.836 17.719 —

82.678 17.671 —• 83.178 17.697 —

83.091 — 17.720 —

86.980 77.850 18.715 16.614 49588.696 78.107 18.444 16.624 50391.067 78.095 19.140

* 16.675 522

93.479 78.034 19.959 16.696 53192.303 77.835 19.933 16.717 52980.748 65.377 19.969 16.577 46680.012 66.829 19.893 16.584 45878.688 65.882 19.867 16.591 45078.098 65.194 19.870 16.594 446

78.722 65.801 19.862 16.574 45078.601 65.850 19.843 16.560 44976.230 62.833 19.814 16.568 42970.245 59.040 19.aP7 16.634 4'0365.628 55.101 19.797 16.634 37871.868 61.433 19.779 16.620 40175.93.0 60.600 19.776 16.627

554494486472

474473476

375

1.644:765$; Itália, 763:728$; Japão2.814:568$; Noruega, 55:329$; Portugal,339:210$; Canadá, 1.092:499$; índia, ...1.482:032$; possessões holandesas na Amé-rica do Sul, 16.393:681$; Grécia, 891:318$; Suiça, 354:842$."

SOLUÇÃO DE EMERGÊNCIA

ÇONSOANTE normas aprovadas pelosr. Presidente da República, "os

casosde falta de fatura consular e comercial eoutros documentos de embarque das merca-dorias e materiais de importação, bem co-mo os de legalização desses documentos pe-Ias autoridades consulares, depois da entra-da dos navios nos portos brasileiros de des-tino ou de ausência dessa legalização, serãodevidamente apreciados e solucionados pe-Ias repartições aduaneiras respectivas, emcarater de exceção e enquanto perduraremas dificuldades atuais decorrentes cia con-flagração européia"

Além das providências determinadas pelo

decreto n.° 1.596, de 1939, e posteriores ms-

truções do Ministério da Fazenda, as nor-

mas aprovadas pelo Presidente determinam

mais o seguinte:

«a) — Na falta das faturas consular ou

comercial, será permitido o desembaraço

das mercadorias e materiais, mediante er

mo de responsabilidade com o prazo

135 dias para apresentação desses documen-

tos, quer se trate de importação com a,c01*

signação direta ou nominativa, quer a o

dem, cabendo, neste último caso, aos

de importadores das mercadorias e 111

riais, fazer a prova de propriedad ,

forma prevista da lei;

b) — Apresentando o interessado,

do prazo a que se obrigou, a fatura l

sular ou certidão em conformidade co

artigo 49 do decreto n.° 22.717, de

Maio de 1933, a fatura comercial serap

cessada a baixa do termo, que a n

ria da Alfândega mandará, ^ em «SP '

tornar efetiva, desde que não haja ^ -

*

i ]§gm

mt&aÊti&t

O OBSERVADOR — LVI

para outras diligências, de acordo com as

lels ^ ir]teressad dado en-

L na repartição, do seu pedido de bai-tr!'

até 8 dfas após a terminação do pra-'

1 funcionário encarregado do serviço

T JZs de responsabilidade levara obri-

friamente o fato ao conhecimento da Ins-

Ê ?nrf que mandará intimar o responsa-

pectoria, delira de 8 dias, sob pena

] oa^amento de multa igual à importância

dos feitos das mercadorias e matena.s

constantes do termo;

a\ __ Se, findo o prazo de 135 dias de

„uc trata o inciso a), o dono ou consigna-

tírb das mercadorias ou materiais nao boa-

ver obtido os documentos pelos quais se

responsabilizou, nem as certidões menciona-

das ,,o inciso b), dará disso conhecimen-

to à repartição aduaneira, mediante reque-

rimento, comprovando a alegaçao e justi-

ficando a falta.

Apreciado o pedido pela Alfandega, sera

autorizada a baixa do termo, na ausência

de motivos para qualquer dúvida, providen-

ciando a Inspecforia, caso contrario, de mo-

do a serem sanadas as faltas porventura

verificadas, para ressalva dos interesses

Fazenda; ,

e\ As faturas legalizadas em data

posterior à entrada do vapor condutor das

mercadorias ao porto brasileiro de destino

109

das mesmas» serão igualmente aceitas, des-

de que os interessados o requeiram à re-

partição aduaneira e se verifique que a de-

mora na legalização proveiu das dificulda-

des oriundas da situação atual da Europa.

Do mesmo modo se procederá relativa-

mente às faturas que não tenham sido lega-

lizadas pelas autoridades consulares, não só

sob a alegação acima, como por outra qual-

quer circunstância que não envolva fraude

ou má fé;

f) — Tratando-se de importação à or-

dem, cumpre aos interessados fazer Proya

da propriedade dos volumes com a exibição

dos respectivos conhecimentos de carga ou

outro qualquer meio legal, exigindo-se, nes-

te caso* a assinatura de um termo de res-

ponsabilidade por dúvidas futuras,

g) — Nos casos de falta de faturas ou

quando não tenham sido êsses documentos

legalizados pelas autoridades consulares, se

procederá na conformidade dos parágrafos

1 a 5, do artigo 7o do decreto n.° 22./17,

cie 1933, citado;

h) Os casos omissos nestas instruções

serão resolvidos pelas inspetorias das Alfân-

degas, de modo a harmonizar os interesses

do fisco, com os dos importadores, vindo a

êste Ministério para conhecer e resolver as

questões que as autoridades ^aduaneiras jul-

guem escapar da sua competência a respecti-

^ va decisão. "

RECEITA CAPICHABA

("^ " Diário Oficial" do Estado do Espíri-

to Santo consigna que a receita arre-

cadada no primeiro semestre deste ano foi

de 16.057:000$, incluindo a receita extraor-

dinária, que somou 6.014:000$.

Incluídos nessa arrecadação estão o au-

xílio do Governo Federal para as obras do

Porto e a contribuição do Departamento

Nacional do Café. A arrecadação deste se-

mestre foi superior à do mesmo período do

ano transato.

A totalidade da receita estadual para o

corrente ano está orçada em 42 mil contos

de réis.

JUROS DE APÓLICES

o MINISTÉRIO da Fazenda, na confor-W

midade de decreto-lei do sr. Presidente

da República, feve suas reservas aumenta-

das de 242:581^100, crédito especial para

ocorrer, neste exercício, ao pagamento dos

juros das apólices da? dívida pública federal

interna, emitidas ex-vi, do disposto no arti-

go 2.° do decreto-lei n.° 1.732, de 3 de No-

vembro de 1939.

Curso do Câmbio

MÉDIAS DE COTAÇÕES DIÁRIAS

EM RÉIS POR UNIDADE DE MOEDA ESTRANGEIRA

MÊSES

Alemanha

Reichs- Verrech" Argen- I

mark nUn8?' tinamark

~~ , D'na-

Holan- B£lgica It&lia Uruguai Suecia Portugal marcada

r~

' I

1938: ooa 4 007

7.100 5.843 4.724 9.667 2.975 929 8.f 4.536 819 3.903

7.145 5.899 4.737 9.758 2.991 ^ g ol8 4 500 818 3.820

7.130 5.979 4.626 9.543 2.999 43ig 80s 3.956

£ 7.112 5.989 4.178 9.666 2.99/'

J apão Suiça

Março

J unhoSetembroDezembro

1939:

JaneiroFevereiro.. .MarçoAbrilMaio

J unho

JulhoAgôstoSetembro. . .Outubro.. . .Novembro. .Dezembro..

1940:

JaneiroFevereiro. .MarçoAbrilMaio. .Junho.Julho.

7. 1277. 1247. 1377.3247.6128.0218.034

7.970

8.000

7.4587.9767.728

7.9808. 125.

6.0006.0006.0306. 1006.0966. 1006.0996.0996.0986.0896.048

6.0816.0806.0526.0516.0816.0826.077

4.2294.2714.2104.3604.3984.5424.6414.6124.7464.7364.6944.597

4.5584.6374.6824.6124.5254.4224.309

9.6509.4879.439

10.00010.2009.659

10.65810.72210.73810.56110.55610.553

10.58410.55710.52610.52110.510

3.0042.9992.9943. 1623.2293.2543.4013.4063.4463.3423.2913.304

3.3573.3583.3693.3673.3313.320

942935938980

1.0041.0151.0561.0521.0451.0101.0061.006

1.0061.0051.0031.0011.0021.0031.003

6.6566.7456.6706.7776.8906.9097. 1917. 1597.9077.7857.4637.307

7.3407.7067.8327.7347.6247.4777.043

4.2494.3004.3004.4844.5804.7244.8444.8464.8514.7974.7174.713

4.7364.7274.7304.7374.7384.7374.742

803795799804814808851846731741739735

3.8373.8923.7783.9523.960

4. 1903.9174.2003.9573.950

732 3.880732 3.850709 3.850691 —

669 3.850715 —

773 —

5. 1585.2005.0314.884

4.8744.8964.6935. 1175. 1855.2585.4585.4274.8614.7474.7254.716

4.7104.7024.6834.6664.6644.6644.664

4.0684.0334.0284.023

4.0104.0354.0284. 1954.2634.3334.5114.5134.5724.4734.4664.465

4.4634.4554.4484.4504.4454.4534.492

j m7o marrado livre a partir de Abril de 1939.

Mercado olicial de Janeiro de 1938 a Março de 19o9 e

110O OBSERVADOR LVl

OBRIGAÇÕES DO TESOURO

O TESOURO Nacional foi autorizado a

emitir obrigações, pelo sr. Presidente

dá República, consoante decreto-lei pelo

mesmo assinado, em o qual da, também, ou-

tras providências.

Pelo mesmo o Ministério da Fazenda fica

autorizado a emitir até um milhão de contos

de réis,' em obrigações do Tesouro Nacio-

nal, no valor nominal de 1:000§ cada uma,

ao juro de 6% ao ano, pagos semestralmen-

te em Janeiro e Julho, sendo os títulos emi-

tidos entregues ao Banco do Brasil, ao

par, em pagamento de promissórias do Te-

souro Nacional, descontadas neste estabele-

cimento bancário. Quando forem resgatadas

estas promissórias, serão restituidas ao Te-

souro Nacional, com reversão dos juros cor-

respondentes à antecipação do pagamento.

Esta emissão será resgatada ao par e por

sorteio, no período de um a dez anos, a par-

tir de 1941, mediante uma conta anual de

cem mil contos de réis, consignada nos or-

çamentos da XJnião, e os sorteios se realiza-

rao em Outubro de cada ano, perante a Jun-

ta Administrativa da Caixa de Amortiza-

ção, cessando em 30 de Setembro anterior

^ fluência dos juros dos títulos que foram

sorteados, os quais gozarão das mesmas re-

galias e isenção de impostos que cabem aos

demais títulos da divida pública interna.

O Ministro da Fazenda esta autorizado a

celebrar com o Banco do Brasil o contrato

necessário à execução do disposto no refe-

rido decreto-lei.

PNEUS E CÂMARAS DE AR

|7 M 1938 a produção de pneus e câmaras

de ar no Distrito Federal foi represen-

tada por 19.290:743$900 em dinheiro, equi-

valentes a 64.773 pneus e 49.985 câmaras de

ar, ou 1.289.963 quilos de borracha prove-niente da Amazônia.

* Relativamente a 1939, o Serviço de Esta-

tística da Produção do Ministério da Agri-

cultura informa que o valor da produção foi

de 24.132:309S700, provenientes de 74.792

pneus e 64.745 câmaras de ar, representando

1.673.610 quilos de borracha nacional.

CAPITAIS INGLESES

no Boletim do Consulado Brasileiro em

Londres se verifica que na America La-

tina se encontram invertidos capitaismgl<>

ses no valor de cerca de 1.100.000.000 de

libras (um bilião e cem milhões de libras

esterlinas), divididos entre os dezesete prm-

cipais países latino-americanos •

Nesse montante não estão incluídos os ca-

pitais- particulares e dívidas de stocks es-

trangeiros pertencentes a súditos ingleses.

Em 1939 o capital acima referido deu uma

renda de 20.000.000 de libras (vinte milhões

de libras) de acordo com estimativas ra-

zoáveis.

NOVOS CAPITAIS

A CONFEDERAÇÃO das Indústrias

Brasileiras deu à publicidade dados em

que se veem os estabelecimentos indu*tr*ais

montando a uma cifra animadora: 65.000,

sendo que São Paulo e Rio representam,

respectivamente, 40 e 20%, Minas 12% e

Rio Grande do Sul 10%, apresentando o to-

tal dás indústrias brasileiras, em 1938, um

valor de produção superior á 12 milhões de

contos de ré?s. .

No mesmo ano o consumo de matérias

primas nacionais foi de 5 milhões de con-

tos, e de matérias primas importadas os

gastos foram de 850 mil contos de réis.

A indústria do cimento, com uma produ-

ção de 650 mil toneladas, representou, em

dinheiro, 130 mil contos, sendo apreciável a

baixa da importação com tendência ao des-

aparecimento. A industrialização da carne

rendeu cêrca de 700 mil contos. O valor

da produção da indústria têxtil ascendeu a

3 milhões de contos, consumidas na quasetotalidade no País. '

O parque industrial brasileiro não apre-

senta, por êsses dados, desenvolvimento re-

lativo ao potencial de "matérias

primas «a-

cionais e a capacidade de absorção da po-

pulação. Tudo, porém, depende da utiliza-

ção de novos capitais em somas elevadas

que possam encaminhar o País para uma

posição em que já poderia se encontrar.

Conclue-se que a atração d« novos capitaisexternos, com a garantia <àe lucros razoá-

veis, é uma solução interessante para a in-"tensificação

da produção do parque indus-trial do Brasil.

os seus efeitos deprimentes. A escassezcrescente das importações européias não lo-grará compensar-se ao menos dentro de umfuturo próximo, com as mercadorias proce-dentes dos Estados Unidos e de outros pon-tos. A tonelagem de exportação foi de277.667, com uma ligeira diferença paramais de 6.838 toneladas em relação a 1938.

Durante o ano de 1939 recebeu a Com-panhia as tomadas de contas relativas aosexercícios de 1936 a 1938 no total de .6.296:016$500.

"

FINANÇA SERGIPANA

PEQUENA, porém progressista unida-de da Federação que é o Estado de

Sergipe, acaba de ser mostrada aos olhosda Nação em todo o seu potencial de vita-lidade através do parecer do Departamento

Administrativo do Estado sobre as contas

do exercício de 1939. E' um documento

digno de toda atenção, pois focaliza aspectos

expressivos da vida financeira daquele Esta-

do. Dele se depreende que, apesar de sua

reduzida ^superfície, os esforços dispendidos

no sentido de ser alcançado um nível capaz

de o colocar em boa situação entre as de-

mais regiões do País, na sua maioria com

maiores probabilidades nos vários setores

da atividade econômico-financeira, foram

compensados.

A atividade produtora estadual se traduz

pelas cifras consignadas no referido parecer,uma vez que a Receita de Sergipe, estima-

da originariamente em 15.473:000$, ascen-

deu, na arrecadação, a 16.689:027$107. O

superávit de 1.216:027^107 advindo é, efe-

tivamente, um acréscimo de renda pondera-vel, e que demonstra o desenvolvimento ecô-

nomico do Estado, única razão plausível

para a existência de tal elevação das previ-

sões da arrecadação, pois, como se nota, os

principais fatores do aumento da escrita

orçamentária estão na cobrança dos im-

postos de exportação, vendas e consignações

e produção.

Há a considerar ainda que 45% das ren-

das sergipanas são empregadas nos serviços

de educação, instrução, segurança e justiça,

e a situação de desafogo das finanças es-

taduais se pode perceber através da verba

de 133:760$080 destinada a socorros às vi-

timas do Chile.

72 MIL CONTOS

|7 OI de 72.464 contos de réis a cifra al-

cançada pela exportação de sub-produ-

tos de algodão pelo porto de Santos, de Ja-

neiro a Junho do corrente""ano, segundo in-

formações do Serviço de Economia Ru-

ral.

Representa esta importância um acréscimo

de 18.623 contos sobre a exportação reali-

zada pelo mesmo porto em igual período de

1939, quando atingiu 53.841 contos.

Somente 140 contos advieram do merca-

do interno, representando, todavia, um au-

mento bastante elevado em relação ao ano

passado, em que 16 contos apenas foi o

concurso do mercado interno.

Dois novos produtos entraram para a re-

lação no corrente ano, ou sejam, a gordu-ra de caroço, com 5 contos para 2 tonela-

das, e a esterealina, com 2 contos parauma tonelada.

DÓCAS DA BAÍA

DIRETORIA da Companhia Cessioná-ria das Dôcas do Porto da Baía apre-

sentou aos respectivos acionistas o relatóriodas atividades da Companhia relativamenteao exercício de 1939.

Dele se vê que "a renda bruta da expio-

ração foi de 9.342:967$910, verificando-se,portanto, um aumento de 215:664$059 $ô-bre a do exercício anterior; as despesas decusteio por seu lado se reduziram para ....5.588:460$245, ou seja 477:380$174 menosque em 1938. Mas do outro lado, o produ-to do imposto adicional de 10% sobre as im-portações teve uma diminuição de 261:691$200, se bem que a tonelagem deimportação (351.885) acusasse um aumentode 24.736 em 1939.

Os terríveis e deploráveis acontecimentosque se desenrolam presentemente na Europae repercutem no mundo inteiro não deixarãoinfelizmente de fazer sentir cada vez mais

IMPOSTO DE RENDA

A ARRECADAÇÃO do Imposto de Ren-

da em Pôrto Alegre tem aumentado cie

ano para ano. Segundo dados estatístico.-

fornecidos pela repartição competen e,

total das quantias pagas pelos contribum

desta capital é bastante superior a de nr

tos Estados da União, como, alilas, se \ | j

ficou há tempos, em 1931, quando a arrec*.

dação daquele imposto em Pôrto Alegre

de 2.427:000$, passando em 1932 a

3.738:000$. Dêsse ano em diante os totai»

subiram consideravelmente. Assim,

1933, a arrecadação foi de 4.466:000$,

1934, de 5.117:000?, em 1935, de 7.011:000í>,

em 1936, de 8.972:000$, em 1937, de ;••••••

9.381:000$, em 1938, de 11.542:000$, en

1939, de 13.445:000$. Estabelecido o cot

fronto entre as arrecadações de 193 e; ^

nota-se que houve um aumento de nn *s

três vezes.

"¦¦ml

l

111 11

| ° obserya£,or ~m

4

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(l.°sem.): ^

T?,.T^^T-fo^ar» Cearense saijm 5.260§000Siuilos, valendo,vB|- §§

jlyXpOri&£clO V^CciL 22.422:000$, adquiridos pela America, Bel- ||

0 Exterior durante o semestre passado, '

assim se gica, Dinamarca, Finlandia, Franca, Ingla- |

O^lfcu lo e 05 *"*?*» aPUrad0S ^Tcabra

- Em 1940, foram ex- I

polosTrgaos ententes. 1

r\ -i \r i„„ Pomprcial los valendo 7.425 contos, para Alemanha |,|j

PRODUTOS Volumes Quilos Va e Estados Unidos da America do Norte. ||

_____ —======================= " ~

~ ~

.. Prlr.c de carneim — Em 1940, somente |||

39.318 7.470.587 28.198:285$000 os Estados Unidos, assim corao era M

Algodao em pluma 60 19.402 ,5o'™oinnn 1939 (1.° sem.) a quantidade de 183 mil |,|

Aparasde couro... • • • ¦ 867 74.775 8^2

U4$000 quilos, valendo 2.420 contos de reis. W

till l'757:m 35. 142;480$000 Mamona — Em 1940, foi vendida aos Es ,

piCera de carnauba

' 1.226 21452$000 ta(jos Unidos, Italia e Japao. Durante o ||

Crina animal. 46.500 425.749 fnAfitntoOO sem. de 1939 sairam 9.900.000 quilos,, no M

Couros 6.349 380.763 ^4:610$0|| valor de 6.927 contos, para os Estados Uni- gj

Farinha de maridioca 13.077 792.977 63*381*000 dos' Fl'an?a' Ho!anda e l"8'v,n #

Goma de 13 736 1472$00 Carofo de algodao - Em Jf1' $i

Mica.. 8.394 3.694.446 1.477.778$000 ^ Inglaterra e ao Uruguai. Durante „

45.982 2.899.638 3.564:759$000 j o sem.. de 1939 o volume de vendasjoi y;|

Mamona........ 16.877 4.360.276 3°. 634^74$000 de 22 698 000 quilos, valendo 6 809 con- |

Oleo de oiticica....... - 2.402 132. 080

53:294$000 tos' adquiridos pela Alemanha e Inglaterra. 1

72 1.444 colliq?looO

T&to de. algodao —" Em 1940, ym unico |

Pegasdeauto 2.046 387.429 6¦ |oi!iloSOOO mercado

comprador: o da Ins'aterra. Em I

Peles de cabra 861 155.202 2.989.18 1939 (1® sem.) exportaram 1.955.000, v

Pelesdecarne.ro 82 16.272 oinrfimc) lendo 782 contos, para Alemanha, Bel0ic ,1

Peles silvestres., j5 180 lonnlnOO Dinamarca e Inglaterra. g

Radios e accessories 8 400 o^mOOO - I

Raises medicmais 110 20.311 n^o'AAqlnnO ¦'44 232 2.734.610 1.073:4435000

Torta de algodao ——— . 4fi(WOOo AMENDOIM287 368 28.380.010 113.211:4605000

TOTAIS A PRODUCA0 mundial.dp amendoim

A segundo estatisticas, foi de 8.280.UUU

Foram compradores: 20-2205000 toneladas, sendo a India Inglesa-fornece- j

.. 11 40:0405000 dora de 3.088.000 e-o Brasil de 25.000.

Argentina. 22 2.002 lqo.lfiOSOOO Ae-ora em virtude da diticuldade d

Belgica 2.000 18 880 ^2

1605000 ^3nsequente a g«er?, a Ing^a-

Bulgaria 876 164.688 cci.79ft<mnO \ nnr seus quimicos, resolveu adotar

Espanha.. . 67.985 8.155.888 3'2,49-182$000 a%ubstituiqao do oleo de figado de baca-

Estados Unidos 5.223 338,93,1 208*495$000 niau oelo oleo de amendoim. Todavia, c -

fTf 138-88^ 16

442 820 786:5985000 - portador de alto teo*. de

Inglaterra -iq 552 442. ozu . • a « n a Comissao Inglesa de

V-« ills 1 009 039 ,5p«S»"»!'»-

tea.,:.-:.::.:::::::::.:::::.:: »•»» IjW?

g&JsrtffSiSSS

rfc:::::::

:::::::: 'S3

a tt * Jrjr Inglater a

Fa?amos agora uma analise, embora su- Bel:Portugal |

Em igual periodo de

cinta, dos produtos cearense? de maior mi- ^

'QS mesm0s paises ^ [mViO? .

TIM BO

portancia, cuja aceitaqao no estrangeiro 2.203.000 quilos, valendo d

qualidades dese acentuando cada vez mais. _

Compraran,j em A|ESAR^ »|grants quabd^^

^

Algodao em pluma - Vendido, em 1940, Estados Unidos, Fran?a, el„ 1933 come?cm a ser^ex-

^ .

II | WSt1

HolU

' Vf 6nia e

^|^da^P^tos, destinados a Alemanha, Belgica, Chi

Portugal. ra o bo.ne.n e violentamente toxica pa

na Fran?a, Holanda, Inglaterra, Japao e Fortug ra ^ . Expenencuu,d«•

K.„v_ Mi//m-E1940, apena Pa^rajjng^ .^de.rm|traram que e

^0%^Borracha (de mani?oba e manga ei terra. Em 1939 t j

200 contos. lor no comba e a

Foi exportada, em 1940, para: Estados Ui 100,000 qu,los'.^alf, Belgica e Ho- bicheiras, etc. _

existem „0 Para, quedos, Franoa e Inglaterra. Em 1939 (1. Compradores| Alemanha, Belg J

a v4nas fabneas existem ^ ^ ^

sem.) sairam '62

mil quilos, valendo,^... ^ produziram Pa/%a e0xSdas de rates

124:000$, destinados a Belgica, Inglaterra pticica - M ^ mais de 3.000 i&4;358t000.

Tapao. 1, iMo-ar de grande destaque, jAmArica pulveriza-das,

no vaio.r}hra

de carnatba - Foram ^omprad,- ^ cm W: Estados Umdos da Amer

res no 1°- semestre de 1940. Arge ,

OBSERVADOR

Valor ComercialVolumes

PRODUTOS

28.198:285$00038:804$000

162:0825000812:1145000

35.142:48050002:452$000

2.980:2435000304:6105000634:3815000

1:472 $000

477:778$0003 564-.759S000

30.634:074500052:832$000

3:294$00014:440$000

6.814:5335000989:1805000285:993$000

2:700$0001:2005000

20:311$000

1.073:443$000

115.211:460$000

20:220500040:040$000

132:1605000494:064$000

66 661:72850003 249:1825000

40.208:4955000786:598$000907:5775000

2 308:482$000402:9 145000

nF. 211:4605000

ArgentinaBélgicaBulgária .

EspanhaEstados UnidosF rançaInglaterra ....Itália . •

J apãoPortugalUruguai.......

TOTAIS

Sfe;'3; *' ¦ * • ' ' .. • t .fcC£ * fw *$5® ' •'"iv"' If '" v" '• '¦< ^ 1 t'"t ' ""'-V - (-»

¦ ' ' • , •

|; 112 O OBSERVADOR — / ?•,

''-- ''J"'•• '*• 'k .¦HSggV */,: •

ex port a? ao de ovos Departamento Nacional do Caf6. >* v- ¦; *- ,

Q SERVICO de Informagao Agricola do ESTATISTICA

Ministerio da Agricultura publicou uma COMUNICADO N. 4U/99

monografia de autoria d° sr\Jul^ Poet^ CAFE ELIMINADO NO BRASIL

scher, a qual e de grande interesse para ^

os pequenos lavradores, porquanto assina- Unidade : saca de 60 quilos

la as possibilidades que aos mesmos estao

reservadas no comercio mundial de ovos,

cuja exportagao atingiu, em todo o mundo, U-Uantidade

no ano de 1938, a 5.731.744.000 ovos com —,casca e 57.986.000 quilos de ovos sem cas-

ca, num valor superior a dois milhoes de 1931 2.825.784

contos de reis. 1932 RR7

[ Tendo em mira a comunicagao feita pelo 1933 • • '12

| Ministro da Agricultura, ao qual o sr. Mi- 1 691 11?

nistro do Exterior transmitiu uma comuni- 7Qi iq/

cagao da Embaixada do Brasil em Londres 17' 196 428

relatando a enorme escassez de ovos exis- jqqo 8 004 000

i tente naquele pais como consequencia da J9Jo 3 519 874

situagao internacional — em situagao iderg j ' ' "

j •¦¦¦¦¦.-• •

V '

V' V Y:\ 1' 4nQ' 7«nm tica a atual, a China criou, em 1914 a 1940 (de 1 de Janeiro a 15 de Agosto) L409.760

1918, sua industria de ovos sem casca, cujo fiq RRo n4Rmercado ainda hoje e controlado pelo refe- oial c

rido pais. No ano de 1938, a China ex- __ ¦¦

' IWt0W1 D°

Val°r ^ " CAFE ELIMINADO NO BRASIL NO ANO DE 1940, COM DETALHE

jl Z59.5UJ contos de reis. QUINZENAL,

SEGUNDO A QUANTIDADE' Ainda outros dados tiradosi da mencio- =-=¦¦

nada monografia indicam como maiores

possuidores de galinhas os Estados Unidos \\fiS Primeira Segunda "

Total doe a China, com cerca de 350 milhoes de ca- Quinzena Quinzena mesbegas cada um, tendo o primeiro pais pro-

\\ * duzido 36.998.000.000 de ovos e o segun-

do cerca de 26 a 29 bilioes. Janeiro 79.358 123.411 202.769A Holanda e o pais que obtem, com um Fevereiro 58.686 51.686 110.372

total de 160 ovos por galinha, o maior ren- Margo 49.811 54.629 104.440dimento anual em postura, seguindo-se na Abril 71.741 52.839 124.580

lista o Japao, com 135 e a Dinamarca com Maio 20.-978 10.347 31.325132 ovos por galinha e em igual periodo. Jimho 53.996 127.965 181.961

Em nosso meio anualmente ja teem sido Julho 230.133 258.165 488.298alcangados, por alguns produtores, 148, 149 Agosto 166.015 —e 162 ovos por galinha — portanto, ci-fras iguais aos paises mais adiantados nes- ... . ., "~~"

J'l te importante ramo de comercio. Agosto

sujeito a pequenas retificaqioes.

|! Comercio de Cabotagem

PEIXE EM SAQUAREMA P0R

GRUP0S DE PRODUTOS

IP (A) — VOLUME FISICO, EM TONELADAS

I INDUSTRIA do peixe esta apresen- ——

Itando grandes perspectivas no munici-

. ® pio de Saquarema. No ano de 1940 foram GRUPOS 1935 1936 1937 1938 1939exportadas pela Estrada de Ferro Marica,

|f v para o mercado do Distrito Federal, 603 ~~~ "" "

Caixas de.Peixes e camaroes, num total de Animais vivos 911 737 722 485 62348-240 quilos. A^ produgao rendeu 3:618$, Materias primas 934.644 990.131 1:089.353 1.216.617 1.284.487atingindo cada caixa 100$000. Produtos alimentares 950.683 1.052.532 l!079.335 1.085.556 1.300 172

f "

Produtos manufaturados. . 293.414 321.922 353.874 304.037 307.268

Todos OS grupos 2.179.652 2.365.322 2.523.284 2.606.695 2.892.530EXPORTACAO DO RIO GRANDE DO SUL«9B :r"A-

fi O MUNICIPIO de Alegrete, no Rio .(B) VALOR, EM CONTOS DE RETS

J Grande do Sul, exportou durante todo ——^: o ano de 1939, 29.458 bois, 11.781 vacas, . „nrTT,An

V" 4.159 torneiros, 11.300 ovelhas, 1.272 cor- GRUPOS 1935 1936 1937 1938 1939

deiros, 366 cavalos, 3.565 rezes de cria,

IIS'

1.173 mulas e 139 touros, tudo num tota? I ~~

T "

I ~ "

ide 62.043 animais, acusando um valor de Animais vivos 2.415 2 2 IS 1 770 1 401 1.99612.594:5371000. Ma^rias primas 655*092 771!483 855'.616 900'.802 1.030.168

ill Produtos alimentares 977.647 1.164.996 1.373.622 1.304.103 1.437^030

I; Produtos manufaturados. . 1.662.377 1.855.756 2.024.153 1.894. 121 2.059.223

CAFE' EXPORTADO PELO PoRTO Todos os grupos 3.297.531 3.794 450 4 255 161 4 100.427 4.528.417DE VIT6RIA

O NAVIO cargueiro "Del

Norte", no LARANJAS PARA A INCLATERRA do, quase a altura da linha de seguro, se-

. P°rto de-Yitona, recebeu 2.850 sacas guiu

para a Europa. Na Argentina, o car-

de cafe com destino a Nova Orleans, e o £)E Buenos Aires chegou a Guanabara o gueiro ingles recebeu grande quantidade

f"™.6 '. d° ^-0lde Brasile.ro, carregou cargueiro britanico "Nagara", da Ma- de came congelada e generos alimehticios.

4.000, destinados aos portos do Norte. la Real. O "Nagara",

que veio carrega- No Rio de Janeiro, pela primeira vez, de-•¦fv'Vv • —

o OBSERVADOR

Departamento Nacional do Café

ESTATÍSTICA

Comunicado N. 4U/99

CAFÉ ELIMINADO NO BRASIL

Unidade : saca de 60 quilos

EXPORTAÇÃO DE OVOS

Ç\ SERVIÇO de Informação Agrícola do

Ministério da Agricultura publicou uma

monografia de autoria do sr. Júlio Poetz-

scher, a qual é de grande interêsse para

os pequenos lavradores, porquanto assina-

la as possibilidades que aos mesmos estão

reservadas no comércio mundial de ovos,

cuj a exportação atingiu, em todo o mundo,

no ano de 1938, a 5.731.744.000 ovos com

casca e 57.986.000 quilos de ovos sem cas-

ca, num valor superior a dois milhões de

contos de réis.

Tendo em mira a comunicação feita peloMinistro da Agricultura, ao qual o sr. Mi-

nistro do Exterior transmitiu uma comuni-

cação da Embaixada do Brasil em Londres

relatando a enorme escassez de ovos exis-

tente naquele país como conseqüência ^dasituação internacional — em situação idên-

tica à atual, a China criou, em 1914 a

1918, sua indústria de ovos sem casca, cujo

mercado ainda hoje é controlado pelo refe-

rido país. No ano de 1938, a China ex-

portou 46.085 toneladas, no valor de ...

259.503 contos de réis.'

Ainda outros dados tirado^ da mencio-nada monografia indicam como maiores

possuidores de galinhas os Estados Unidose a China, com cerca de 350 milhões de ca-beças cada um, tendo o primeiro país pro-duzido 36.998.000.000 de ovos e o segun-do cerca de 26 a 29 biliões.

A Holanda é o país que obtém, com umtotal de 160 ovos por galinha, o maior ren-dimento anual em postura, seguindo-se nalista o Japão, com 135 e a Dinamarca com132 ovos por galinha e em igual período.

Em nosso meio anualmente já teem sidoalcançados, por alguns produtores, 148, 149e 162 ovos por galinha — portanto, ci-fras iguais aos países mais adiantados nes-te importante ramo de comércio.

Quantidade

aneiro a 15 de Agosto)

CAFÉ ELIMINADO NO BRASIL NO ANO DE 1940, COM DETALHI

QUINZENAL, SEGUNDO A QUANTIDADE

Primeira

Quinzena

òegunda

Quinzena

J aneiro..FevereiroMarço. . .Abril. . . .Maio. . . .

Junho. . .

Julho. . . .Agosto. .

Agôsto —• sujeito a pequenas retificações.

Comércio de Cabotagem

POR GRUPOS DE PRODUTOS

(A) — VOLUME FÍSICO, EM TONELADAS

PEIXE EM SAQUAREMA

A INDÚSTRIA do peixe está apresen-tando grandes perspectivas no municí-

pio de Saquarema. No ano de 1940 foramexportadas pela Estrada de Ferro Maricá,para o mercado do Distrito Federal, 603Caixas de peixes e camarões, num total de48.240 quilos. A produção rendeu 3:618$,atingindo cada caixa 100$000.

GRUPOS

Animais vivosMatérias primasProdutos alimentares. ...Produtos manufaturados

Todos os gruposEXPORTAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

Q MUNICÍPIO de Alegrete, no RioGrande do Sul, exportou durante todo

o ano de 1939, 29.458 bois, 11.781 vacas,4.159 torneiros, 11.300 ovelhas, 1.272 cor-deiros, 366 cavalos, 3.565 rezes de cria,1.173 mulas e 139 touros, tudo num tota?de 62.043 animais, acusando um valor de12.594:537$000.

(B) — VALOR, EM CONTOS DE RÉIS

GRUPOS

Animais vivos^ • • • • »Matérias primasProdutos alimentares... .Produtos manufaturados

Todos os grupos. .CAFÉ* EXPORTADO PELO PÔRTODE VITÓRIA

O NAVIO cargueiro "Del

Norte", noPorto de Vitória, recebeu 2.850 sacas

de café, com destino a Nova Orleans, e o"Poconé", do JLoide Brasileiro, carregou4.000, destinados aos portos do Norte.

LARANJAS PARA A INGLATERRA

De Buenos Aires chegou à Guanabara ocargueiro britânico "Nagara",

da Ma-la Real. O Nagara", que veio carrega-

o observador

- LVI

Comércio de Cabotagem

nTAÇ nK procedência e de destino, grupados

POR PORTOS DEP(5£UNIDADES

FEDERATIVAS

Valor, em milhares de contos de réis

A) — EXPORTAÇÃO

113

ARROZ EM PÔRTO ALEGRE

O

1 1935 1936 1937 1938 1939

" 17 ! 28 2227 35 34

91 10948

Unidades Federativas

Território do Acre. . • •

AmazonasParáMaranhãoPiauíCeará • * •' ' * '

Rio Grande do Norte.

ParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBaíaEspírito Santo

Rio de JaneiroDistrito Federal

São Paulo

ParanáSanta Catarina

Rio Grande do Sul. .

Mato Grosso

BRASIL

o

10157046

1526381

35012448

13325

7

1.023590

51115485

3.297

17278447

6076

11638811050

1502013

142633

65135650

3.794

28359148

36683

11338612956

168,3325

1.303664

71152789

4 255

2234

10942

6417894

43410557

1273422

.230698

73165719

4.100

1

1733

11341

65465

11550413457

1563618

h 303818

77178792

1

4 528

IMPORTAÇÃOB)

1935 1936 1937 1938 1939

5 10 16 ^90 1R7 178145 183 167 1

'8 1! «

2S 2ll

QS 89 94 82'89 92 77 8

375 402 375 44179 §! 6960 65 65 W

390 467 452

19 29 30

653 782 839 833 939494 96 95 98

132 148 157 160526 624 654 721

4

3~297 3 794 " 4 255 4.100 4.528

Unidades Federativas

Território do Acre. . ..

Amazonas. . ..'ParáMaranhãoPiauí.CearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBaíaEspírito SantoRio de JaneiroDistrito Federal. . . .São PauloParanáSanta CatarinaRio G rande do Sul..Mato Grosso

BRASIL

pois do irrompimcnto da guerra, foram em-barcadas nada menos de 27.000 caixas de

.laranjas brasileiras.O "

Nagara" esteve atracado no Arma-zem 2 do Cáis do Porto, não tendo condu-zido nenhum passageiro.

?

MICA

MICA constitue produto de valor naeconomia do Espírito Santo. Em 1939

o valor de suas vendas atingiu 1.193 con-tos de réis contra 761 contos de réis em1938; por sua vez, o volume de 56 tonela-das em 1938 subiu a 116 em 1939. O au-mento registrado de um ano para outro

INSTITUTO do Arroz e muitos im-

portadores estão vivamente interessa-

dos na colocação do vitorioso produto do

Rio Grande do Sul nos mercados estran-

geiros. Vários negócios já foram realiza-

dos, estando em vias de embarcar mil to-

neladas de arroz para a Bolívia, mil para

Canadá e Estados Unidos da América

do Norte. Também são bem animadores os

negócios de arroz com a Argentina, em

cuja praça, na atual safra, deverão ser co-

locados cerca de cento e cincoenta mil sa-

cas.

ARROZ PARA OS ESTADOS UNIDOS

T)EIXARAM o Porto do^io de Janeiro

quatro chatas carregadas com 1.000.000

de quilos de arroz beneficiado, a serem

baldeados no Rio Grande para o vapor"Santos",

que seguirá viagem para os Es-

tados Unidos da América do Norte.

Esta partida de arroz, que se destina

a Nova York, é o primeiro grande carre-

gamcnto feito àquele país, na presente

safra.

CEREAIS DO BRASIL

CEGUNDO informa o Foreign Crops

and Markcts, de conformidade com os

dados fornecidos pelo vgce-consul americano

em Porto Alegre, a atual safra de arroz e

inferior à normal." As pesadas chuvas de Março retardaram

a colheita e danificaram a produção. Não

temos recebido dados da safra de arroz do

Brasil "desde

1937, ano em que a P^ução

atingiu 61.260.000 bushels. ^os últimos

10 anos a produção tem crescido constante-

assim a área cultivada, que pas

sou dè 1.000.000 de acres em 1937. para

2.500.000 em 1940. As safras de: 1938! e

1939 foram bem maiores do que ^

Os embarques de arroz pelo

Porto Alegre durante o ano comercial de

f939 40 (Abril a Maio), foram os maiores

até então - cêrca de 2.519.000 sacos de

10 Ubras, contra 2.466.000 na estaçao P ;

«dente As fumen-

consumidores do Bra . XM2m sa.taram de 15%, consistindo de 1.(

cas, oAs

«-7 ntinVca/^'contra 1.019.000 na estação857.000 sacas, cuuu redução

„nnt„ 1 '446

000 na estação anterior,cas, contra i.h^u.uuv , •

r M;famAs exportações para o exterior caíram

'™T5%,Alcançando um total de

, contra 1.019.000 na estaçao

Verificou-se grande redução

foi, pois, de 57% no valor e de 107% no

V°EmeÍ935 a mica figurou no valor da ex-

portação com 0,02% em relação ao total ex-

portado; a percentagem subiu, no aIl0 £

euinte á 0,13 e em 1937 alcançou 0,1/. Em

1938 a contribuição da mica duplicou em1 r

lacão ao ano anterior, pois atingiu 0.34%

Sa chegar a 0,58% em 1939. Como se: ve

o aumento de contribuição da mica para

pauta exportadora se vem fazendo com se-

miranca e proveito economico.

A mica tem sido explorada em diversos

* ' • rírt Pitado destacadamente emmunicípios do Estado, aesia^

Santa Leopoldina, em Santa Cruz, em se

ra e em Domingos Martins.

precedente ve|~-- que ad-

nas exportaçots^p^ 7^ no

quiriu s<

anterior, r\» * wam* relativamente pe

sul-americanos foram rela

ou,riu ^ómXf:4ortaçTesVp1rfos7 oÍt^s

™ena5 A BoU;ía reduziu a sua importação,quenas, o

aumentou.

países europeusenquanto que o Chile a

cipalmente para ^ |jtim05 me-

Bélgica, Itália e - ^nmc5es cairam con-

porém, essas exportaçoesses,sideravelmente. Brasil, em 31 de

O excesso de arroz 10 tendo-o o

Março, era de 1-50'0.^.^ ^ 700.0q0,

excluindo-se cerca de ^

e"Sportanto! facilmente vendâ-

Pfgpp&

HS

114

vel sem prejuízo. O stock retido pelos pro-

dutores e comerciantes é de inferior quali-

dade e geralmente é vendido de mistura

com o arroz da safra nova.

A super-produção de arroz e os preços

baixos criaram para o Brásil um sério pro-

blema nos dois últimos anos. O Governo

tem, algumas vezes, entrado 110 mercado ad-

quirindo limitadas quantidades de arroz.

Uma grande reunião de produtores foi rea-

lizada em Março último, no Rio Grande

do Sul, com o fim de assentar as bases pa-

ra a defesa do produto. Nessa reunião fo-

ram tomadas duas medida1? muito importan-

tes: 1) compra, por parte do Governo IHe-

deral, dos- excessos de 1939; 2) reorgani-"zação do Instituto do Arroz. O objetivo

dessa reorganização foi a substituição dos

três diretores, que eram negociantes de ar-

roz, por sete diretores exclusivamente pro-

dutores e pre'sí(iidos por um elemento apon-

tado pelo Govêrno do Estado.

PRODUÇÃO DE VINHOS

r^ONFORME determina o art. 14 do re-

gulamento aprovado pelo decreto nume-

ro 2.499, de 16 de Março de 1938, nos ter-

mos da lei número 5.494, de 20 de Outubro

de 1937, na elaboração dos vinhos de [qual-

quer natureza, bem como na elaboração de

quaisquer outros derivados líquidos da uva

e de outras fermentações, não podem ser

empregados, sob qualquer pretexto, sub-

tâncias ou produtos estranhos aola coristi-

tutivos naturais do vinho ou do mosto. ^E' a seguinte a relação das substân-

cias proibidas:

a) — edulcorantes, tais como açúcar

mascavo, mascavinho, sacarina, su-

cramina, dulcite e outros;

b) — substâncias antisséticas e agentes

conservadores;c) — glicerina;d) — ácidos minerais, salvo os previs-

tos no referido regulamento;

e) — corantes e essências de qualquer na-

tureza;f) — sais minerais e orgânicos, salvo os

expressamente permitidos no aludi-do Regulamento.

As infrações acarretarão aos infratores

uma multa que variará entre um e vinte con-

tos de réis, de acordo com a gavidade do

caso.

ESTANHO

ATA Bolsa de Mercadorias e Valores da

Baía acaba de ser realizada a primei-ra exposição de estanho estadual, assinalan-

do-se dessa forma mais uma conquista_ da

economia daquele Estado de solo fertilís-

simo.Sobre êste produto do solo baiano a opi-

niãò dos técnicos é a mais lisonjeira possí-

vel, opinando os mesmos que a qualidade

do minério exposto é rivalizável com a do

melhor do mundo, sobretudo com o da Bo-

lívia. aA exposição constou de cerca de cem

barras de estanho, todas preparadas com

minério das jazidas de Brumadinho. A ca-

pácidade de produção dessas jazidas é, por

enquanto, de apenas 2.000 quilos mensais,

porém, em breve, deverá ser aumentada de

muito.

O OBSERVADO!A. Ll'l

CIMENTO

P ONSIDERANDO que em todos os anos

anteriores a produção de cimento, no

segundo semestre, é sempre maior que no

primeiro, e analisada, por outi o lado, a

marcha da produção nacional, o Serviço de

Estatística do Ministério da Agricultura

estima em 800 mil toneladas a quantidade

que o Brasil deverá produzir no corrente

ano, avaliando a mesma em cêrca de 200

mil contos de réis.

Com referência à importação de cimento

em 1940, ela será insignificante. Dos

34 833.565 quilos de cimento comum impor-

tados em 1939, apenas 715.415 quilos, ou

sejam 2% do total adquirido, foram pro-

cedentes dos Estados Unidos, enquanto que

os restantes 34.118.150 quilos representa-

ram a contribuição dos países europeus,

agora impossibilitados de exportar.

O Serviço de Informaçao Agrícola apres-

sa-se em divulgar os recentes dados elabo-

rados pelo Serviço de Estatística, segundo

os quais o nosso Pais produziu, nos seis

primeiros meses deste ano, 371.352 tonela-

das, no valor de 80.302 contos, contra ...

327.895 tons. e 75.325 contos, em igual pe-

rio do de 1939.

relatório sôbre o ótimo comportamento qleo trigo dos trópicos vem tendo na regiãomogiana e paulista.

Espera que o Estado aprésente unia pro-dução de mais de dez mil quilos, por issoque em que pese a sêca reinante há maisde quatro meses, o cereal (CAdlay"

seapresenta bem desenvolvido, prometendoboas safras.

MERCADO

O

CEREAL "ADLAY"

AO diretor da Divisão de Fomento da

Produção Vegetal o encarregado da

adaptação e divulgação do cereal "Adlay"

no Estado de São Paulo apresentou um

CONSELHEIRO comercial do Bra-sil em Pretória, África do Sul, comu-

nicou que existe, atualmente, naquele mer-ca do, grande procura de botões de clco,

pincéis, vassouras, còrtiça para tampas de

garrafa e para pontas de cigarro, devendo

os interessados dirigir-se diretamente aoreferido conselheiro que dará mais amplasinformações, estabelecendo o contato dire-

to entre o exportador brasileiro e as firmas

importadoras * da África do Sul.

CARVÃO PAULISTA

P ROCEDENTES de São Paulo chegaram

ao sr. Ministro da Agricultura infor-

inações de que no próspero município de

Caçapava, naquele Estado, foi iniciada, êste

ano, a exploração de carvão. Esta explora-

ção resultou numa produção de cêrca de 35

toneladas para o primeiro trimestre do cor-

rente ano.

Comércio de Cabotagem

POR PRINCIPAIS PRODUTOS

Valor, em milhares de contos.de réis

PRODUTOS 1935 1936 1937 1938 1939

Tecidos e outras manuf. de algodão (a).AçúcarProdutos químicos e farmacêuticos (b)..CharqueAlgodão em rama Farinha de trigo.ArrozPeles e courosBanhaAutomóveis.Gasolina.Cigarros e charutosPapelArtigos de armarinhoFumo em folhaTecidos de rayon, viscose e semelhantesMadeiras em brutoFio de algodãoFeijãoToneis de ferro.'CervejaCafé... Máquinas para eletricidadeTecidos de lãCalçados de couro

QuerozeneBorrachaCebolasDemais produtos

TODOS OS PRODUTOS...

(a)—Exclusive fios de algodão

(b)—Inclusive perfumarias e fósforos

657 672 692 613273 241 251 293177 199 224 215158 151 180 166156 173 174 127100 107

" 139 129

33 126 164 13760 • 76 89 8375 105 119 8849 51 69 6664 64 68 7944 ' 49 53 6152 52 54 5634 37 40 3844 51 53 49

16

53 52 57 6046 44 45 4415 35 41 2131 31 32 3625 29 37 4039 41 48 4618 26 30 3120 32 33 4138 39 39 3510 11 14 2413 27 35 2519 26 27 28

994 1.247 1.447 1.463^

3.297' 3.794 4.255 4.100

644380240179142124121929181736761£8585o52

A Q4y43464343363636353531

1.572

4.528

EXPORTAÇÃO DE BAGAS DE MAMONA

(Em toneladas métricas)

ANOS Totalmundial

Média nos 8 anos

0 OBSERVADOR

— LVI

RASPA de mandioca

^ CURVICO dc Fiscalização do Comer-

0 SE

,/Farinhas readotou o sistema de

C1° a o comércio de farinhas suceda-

quoíafpara °

cC0A(çôsto em diante cada moi-

KeferiX 1927/31 (média) 156 400

s -Si

:iT41tv sgsu iii !S

;!: produção OU movimento de nnportaçao 1933

dc farnilia cie tngo.^ quc couber a 1935

Ca r li consumir num prazo deter mina-

uma fu™C01: ., diversas' firmasdo, sera c t>

farinhas sucedâneas, ins-

fornecedoras das

grm {ixaIldo o Servi-critas no a. 1 •

j r0moete a cada uma

«o a '"f"-sfm ficarão uniformemente dis-

fornecei ^ sucedâneas aprovadas

M 'Intitulo

Nacional de Tecnologia, o

pelo Institut dmcnto de farinhas de ma

""Vinde assim como provoca alto interes-

qr t;rtóçaamento das indústrias.

Pode-se deduzir que as percentagcns de

misturl e^tão estritamente ligadas a quaiiti

de rada farinha de mistura d.spon -

vel observando-se que as mesmas 3 a per

tX total de 21% das farinhas, pam-

ckèis consumidas no país, proporciona.!- _

do uma redução de mais de uma quinta pai-

te da nossa vultosa importação de trigo.

115

I ndiaInglesa Tb Brasil C'

7o

1936.1937.

160.300150.600179.700

173.300208.100

115.07082.20090.36069.73063.030

41.68050.970

LARANJAS

ü M 1927 o Brasil não exportava senão

159.837 caixas dc laranjas; em lVMy

ê^te movimento atingiu 5.631.943 caixas,

com um valor de 120.186:963$ sendo que

3 202 000 caixas foram expedidas pelo Ku

|le Janeiro e 2.394.000 pelo porto de San-

tos. Os maiores importadores dessas laran-

jas foram a Inglaterra e a Argentina.

O MAIOR PARQUE INDUSTRIAL DO

NORDESTE

C OMUNICAÇÃO transmitida ao Minis-

tro da Agricultura informa que o Re-

jeife,,. sendo o mais populoso centro do nor-

deste, com uma população estimada em mais

de 550 mil habitantes, é também, nessa re-

gião, o primeiro do ponto de vista indus-

trial. . ,O clima do Recife é um dos mais es^"

veis do mundo, constantemente refrescado

pelas brisas marinhas.São numerosas as suas indústrias, cuja

produção sobe, em média anual, às seguin-

tes cifras: tecidos — 50 mil contos; farinha

de trigo e farelo — 52 mil; óleos vegetais

e sub-produtos — 18 mil; dòce e estrato de

tomate — 12 mil; sabão — 10 mil; cígar-ros — 19 mil; produtos farmacêuticos —

2 mil e quinhentos ; bebidas — 4 mil, e açú-car e álcool, a 2 mil contos.

?

MAMONA

^TE' bem pouco era a índia Inglesa amaior exportadora da mamona no mun-

do. Entretanto., sua exportação de bagastem caido na mesma proporção em que oBrasil aumenta sua produção e exportação,como se conclue pelo exame dos algaris-

gjòs abaixo, extraídos do

" Annuaire Inter-national de Statistique Agricole", de 1938:

Média do biênio

Para o restante do total mundial contri-

buirarn alguns países pequenos produtores.

O Brasil conseguiu derrotar a índia co-

mo mercado fornecedor dessa oleaginosa

provam-no os algarismos acima.

As possibilidades dc expansão da cultu-

rado rícino, quando sua procura cresce em

linha asccnsional, são absolutamente ía\o-

ráveis. .Para isto se concluir é bastante consicle-

rar que, em 1937, conseguiu a mamona

colocar-se cm 8° lugar e nos 8 primeiros

meses de 1938 manter-se cm 9°, contribuiu-

do para nossa balança comercial com ....

91.299 e 42.075 contos de réis, respectiva-

mente, como demonstra o quadro abaixo,

que registra, em ordem decrescente, a per-

centagem e o valor atribuído aos principais

produtos exportados no referido período:

73,51 17.380 11,163,9 12.350 9,656.4 35.560 22,246,3 42.790 28,435,1 71.570 40,0

, 54,2 23,2

24,1 102.060 58,9

24.5 119.920 57,61

24,3 I 58,2

matéria graxa; 0,85 dc celulose; 2,10 de

cinzas; 0,92 de sectina; 0,09 de protopecti-

na; 0,11 de fósforo total; 0,94 de magnésio;

1.290 de potássio; 0,620 de sódio, 0.008 de

ferro; 39,20 de açúcares redutores, em gli-

cose, e 38,99 dc açúcares não redutores,

em sacarose.\ banana

" Makes' é igtial a que se ta-

lírica na América Central e largamente

consumida nos Estados Unidos.

Em um mês de funcionamento, a iirma

que está explorando oessa indústria colo-

cou mais de 20 mil latas dc 250 grs do

mencionado produto nos mercados de bao

Paulo. . , LOutros frutos serão aproveitados negsa

indústria, bem como o mamão, a goia-

ba, etc. ...Utilizando somente a matéria prima na-

(Em contos de -reis)1937

(Contos -cie réis) j

CaféAlgodão em rama.

Cacau em grãoCourosLaranjas. • • • •

Carnes frigorificadas

Cera de carnaúba.

Baga de mamona

Fumo

159.431944.363229.015222.474123.289106.44796.82291.29987.881

42.418.54,54,42,42,12,01,81,7

'c(Contos de reislj

1.324. Ill 45,4

531.425 18,1124.899 4,299.003 3,474.809 2,561 ¦ 997 2,151.513 1,842.075 1,4

49.339 1,7

| 1

DESIDRATAÇÃO DE FRUTAS

O SERVIÇO de Fiscalização do Comer-U

cebeu do diretor do Serviço de Eco-

nomia Rural, interessantes _^^r^^ na-nova indústria de desidratação dc frtas na

cionais instalada, pela primeira ver em nos

so País, na cidade de Santos.

Essa promissora indústria¦ ;J™nsiste

m

farinhas e

mesmo em pó, sem

'contudo prejudicar as

suas qualidades alimentícias e a sua riq

za em vitaminas. ,

A fábrica consome diariamente mais <

50 mil quilos de frutos, P^

cíonal a firma dá um exemplo digno de

ser imitado, pois que apresenta um pro-

duto de alto valor e e, no continente sul

t o iiníra aue explora eses ramoamericano, a umea que 1

de tão largas perspectivas entre no..

?

exportação de bananas

eliminarTrãnde parte da umidade^do^íru.

to, apresentando-o em iioeos,

' e 106.-0/ a Ingla-quais o

653.287 ao Uruguai

"Segundo ainda a ~^o q^o sr.

hora, de 70 a 80

nana.

quilos de

o produto contém, em cem par ,

gramas de açúcares totais,,2. _ B

^umidade a 100 graus ^ntl8rados -

|«| de•miido 3.94 de matéria azotada, >

dÍr M^itoSFe1nando

CoT^no período

de 29 de Julho a 3 de Af0^

ram ex

cachoscaxís.

xportados, pelo aludidojorto

rle bananas e 31 > caixas de aba

amido,

116O OBSERVADOR — lvi

Departamento Nacional do Cafe

ESTATÍSTICA

COMUMICADO N.° 40/98

EXISTÊNCIA DE CAFÉ NOS ARMAZÉNS REGULADORES

CAFÉS PERTENCENTES A PARTICULARES

Safras de 1939/39 e 1939/40 — Em 30 de Junho de 1940

UniDADE : SAC\ DE 60 QUILOS

DO ESTADO DE S. PAULO (1)

Destinado a'Santos (inclusive Estações e Vagões) 5.933. 118

DO ESTADO DE MINAS GERAIS (2):

Destinado ao porto de Santos 134.206

DeLtinado ao porto do Rio. . 20. 190

Destinado ao porto de Angra 451

Destinado ao porto de Vitória —

Destinado ao porto de Caravelas 300 155. 147

VDO ESTADO DE ESPIRITO SANTO (3) :

Destinado ao porto de Vitória 76Destinado ao porto do Rio 76

DO ESTADO DO RIO (3):

Destinado ao porto do Rio 583

DO ESTADO DO PARANA 3):

Destinado ao porto de Paranaguá 20.225

Total 6.109.149

Estações, vagões e armazéns das Estradas no Rio (3) 99.414

Total Geral 6.208.563

(1) Cifras do Instituto de Café

^ (2) Cifras da Inspetoria Fiscal do E. de Minas—Secção de CaféOBSERVAÇOES: (2) Cifras da Inspetoria Fiscal do E. de Minas—Secção de Café

(3) Cifras do Departamento Nacional do Café

CARVÃO CATARINENSE

O Estado de Santa Catarina, trinta euma sociedades e pequenos proprietá-

rios exploram minas de carvão. De 1930a 1934 a produção anual passou de 46.400toneladas a 134.378 toneladas, para atingir171.010 toneladas em 1938, e 144.951 paraos nove primeiros meses de 1939.

?

EXPORTAÇÃO DE CARNES

yEM crescendo, num ritmo auspicioso,

nossa exportação de carnes frigorifi-cadas e em conserva, nos últimos cincoanos. .Segundo os dados apurados, essa ex-portação, que em 1939 atingiu a 83.210 to-neladas, no valor de 219.795 contos, em1935 foi de 63.019 toneladas, no valor de94.764 contos. Em 1936, 74.149 tons., novalor de 125.245 contos; em 1937, 89.363tons. e 147.059 contos, e, em 1938, 69.545tons., no valor de 151.025 contos.

Houve, portanto, entre 1935 e 1939, umadiferença de 20.191 toneladas, equivalentes amais de 125 mil contos de réis.

RAMI

trabalho recente, o agrônomo IrvinoW. Tibiriçá, da Secção de Fomento da

Produção Vegetal de São Paulo, revela queá rami é uma planta perene, pertencente àfamília das urtigas, mas suas folhas nãosão ofensivas à pele humana. As duas va-riedades principais são a nívea e a utilis.A primeira cresce bem nas zonas sub-tro-pitais e delas se obtém o melhor produto.Preparada por processos químicos e alveja-da, produz os mais» finos tecidos como li-nho. Acresce que a sua • resistência é supe-rior à de outras fibras existentes. E' a se-guinte, em comparação com fibras conhe-cidàs: rami — 100 unidades; cânhamo —36; linho — 25; seda animal — 13; algo-dão — 12. E', pois, quatro vezes mais for-te do que o linho e quase nove mais doque o algodão.

" Rami é a fibra do futuro, é a fibra nú-

mero 1", proclamou o sr. Dewey, técnicode fibras do Departamento da Agriculturados Estados Unidos. Por isso mesmo é quealguns industriais em São Paulo estão cui-dando da montagem de fábrica para fiaçãoe tecelagem da Rami.

A MAMONA E A OITICICA NOCEARA'

|JMA das grandes indústrias que sc estádesenvolvendo com real proveito no

Brasil é, sem dúvida, a de óleos vegetaisA mamona e a oiticica, por exemplo

teem tido um amplo cultivo, principalmenteem todo o Norte.

O Estado do Ceará, conforme informa-ções recentes, está plantando com a maioreficiência essas oleaginosas, sendo os resul-tados compensadores.

Êste ano as safras, de mamona e de oiti-cica, no Ceará, foram acima das do anopassado, e, de mamona, o Japão já comprouum milhão e duzentos mil quilos.

O Ministério da Agricultura tem provi-denciado no sentido de ser dada toda a ia-cilidade aos plantadores, não só na distri-buição de sementes, como em toda a espé-cie de informações técnicas, pelos seus ór-gãos competentes.

Assim, erri breve, seremos, sem dúvida,um dos maiores produtores de óleo vege-tal do mundo.

?

CONSUMO E EXPORTAÇÃO DEALGODÃO

(Em Pernambuco)

AS fábricas do Estado de Pernambucoconsumiram 13.872.425 quilos de algo-

dão, no valor de 46.571:292$276, na safrade 1939-40, contra 13.175.416 quilos, cor-respondentes a 36.459:931 $357 na safra an-terior.

Dos 13.872.425 quilos consumidos, —29.81% foi de algodão de fibra longa 30/32mm.; 20,43% de tamanho 32/34; 21.20%

de 28/30; 13,79% de 26/28; 13,32%, 24/26:

1,11% de 34/36 e 0,34% de algodão com fi-

bra de 22/24 mm.Segundo, ainda informa o chefe do Ser-

viço de Classificação de Algodão para Ne-

gócios Internos de Pernambuco, na safra

1939/40, o referido Estado exportou —

7.357.722 quilos de algodão, no valor de

25.531:552$884, contra 10.227.718 quilos,

na importância de 27.817:467$208, expor-

tados durante a safra de 1938-39.

?

LINTER

A GUERRA na Noruega e o virtual blo-

queio do Báltico muito influenciaram

o mercado de polpa de madeira, principalfonte de celulose das indústrias químicas.

inevitável encarecimento do papel e do

rayon" traz novas possibilidades ao lintei

do algodão como matéria prima para pro-

dução não somente dêsses dois artigos, mas

também de pólvora.No ano passado, nos. Estados Unidos a

industria do "rayon" consumiu 226.001

fardos de linter de 500 libras peso, o QI1Ç

representa 27% da quantidade total de ce-

lulose refinada utilizada pela mencionada

indústria. Em 1934 essa percentagem for»

de 44%, o que indica a preferência dos ia-

bricantes de " rayon" para a polpa de ma-

deira. ,Essa preferência, no entanto, não podei a

ser mantida em face dos atuais preços ca

pôlpa de madeira e, assim, tudo indica, para

o corrente ano um aumento no mínimo dt

100.-000 fardos de linter na quota utiliza'

da no ano passado pelos industriais < o"

rayon ".

o OBSERVADORLVI

117

COMPETIÇÃO E TRANSPORTE

A S vias de comunicação, em todos os

A seus setores, constituem um dos gran-

4pq oroblemas nacionais, debatidamente es-

? inLs e no que é possível solucionados,'"as

quase sempre de maneira incompleta.

A vastidão territorial do Brasil, porem, ex

mie não se deixe de insistir sobre tao®ag„o

assunto para seu desenvolvimento e

rnvrésso. Um economista americano ja

disse que'"as comunicações facilitam o ín-

tèrcâmbio de idéias da mesma maneira por

aue os transportes facilitam o intercâmbio

de mercadoria. Desde que idéias «

dorias estão intimamente relacionadas, ha, e

«empre houve, estreita conexão entre a me-

lhoria dos meios de comunicaçao e a dos

meios de transporte .

Quanto à intensidade dos meios de trans-

porte nos mais adiantados países do mundo,

é desnecessário falar, visto como, pelo me-

nos aproximadamente, tem-se uma noção

de como seja. Nem só, porem, devemos nos

ater ao conhecimento de númerds, de saber

a quantidade dos diversos meios de comu-

nicação; interessante e, sem duvida,

bém, conhecer como nesses países se admi-

nistra, dirigem-se esses serviços.

Numa publicação mexicana Econo-

mia — encontrámos dados queijos permi-

tem divulgar aqui tais circunstancias, alem

de comentários emitidos e que bem podem

ser estudados e examinados entre nos.

"Durante muito tempo a livre competen-

cia em matéria de transportes imperou em

todos os países. Os ferrocarris, em prin-

cípio, não guerreavam seus competidores, e

os governos estendiam ao campo dos trans-

portes a amável política do laissez Wire'

Mas à medida que o número de quilome-

tros de estradas ia crescendo; que o veiculo

de motor se aperfeiçoava, os trens come-

çaram a sentir os efeito'» da competencia:

as toneiagens transportadas eram reduzidas,

e a renda minguava. Os ferrocarris reacio-

naram e começou então a guerra entre e es

e os auto-transportes. A arma principal que

os competidores esgrimiram foi a das tari-

fas 1. A luta estabelecida não trazia van-

tagens importantes aos competidores, En-

tão os governos julgaram conveniente in

tervir, estabelecendo regulamentações para

o trânsito de veículos por estradas. ^01?

estas regulamentações se pretende: a) eli-

minar as competências injustas e rumosas,

b) procurar a estabilidade das tarifas, para

que a competência deixe de fazer-se por

meio delas, a contínua flutuação das qu°-

tas origina sérios transtornos nas transações

comerciais; c) conseguir a estabilidade fi-

nanceira dos proprietários de autos-trans-

portes para inspirar confiança aos embarca-

dores, e d) lograr uma coordenação entre

os transportes por via férrea e por auto-

estradas ".

Portanto, vários países estabeleceram suas

regulamentações, e dentre êles convém apre-

ciar as dos seguintes:

Estadas Unidos — Foram os Estados da

União Americana os que, antes do Governo

Federal, legislaram em matéria de transpor-

tes por estradas de rodagem, e isto se ex-

plica porque os primeiros caminhos eram

locais; mas quando êles extenderam suas

linhas asfaltadas através de territórios de

outros Estados, quando os veículos a motor

se aperfeiçoaram e lograram percorrer gran-

des distâncias, os Estados foram impotentes

para conter a anarquia que começava a as-

senhorear-se dos caminhote. Então se fez

necessária a intervenção do Governo Fe-

deral, e em 9 de Agosto de 1935 expediu-

se a Lei de Transportes para veículos de

motor, a Motor carrier Act. À Interstate

Commerce Commission foram concedidos po-

deres para administrar e fazer cumprir a

lei. Os transportadores foram classificados

em transportador público, transportador por

contrato e transportador privado. Os dois

primeiros precisam que a Commission lhes

outorgue um certificado ou uma permissão,

para poderem funcionar, além do que ela

estipular quanto ao valor dos bônus de se-

gurança e apólices de seguros em qüantida-

de que garanta as vidas das pessoas, ou

pague os danos sofridos pelos bens trans-

portados, por negligência ou mal uso dos

veículos. Os transportadores públicos, üe

mercadorias ou de passageiros.^ podem entre

. si estabelecer itinerários contínuos e quo-

tas únicas. A sua contabilidade deve ser

uniforme, para a satisfação de informações

anuais à comissão.

Inglaterra — A construção da rede de

grandes caminhos na Inglaterra data de

1920; neste ano foi expedida a RO AL

ACT criando um imposto sobre os veículos

a motor, para a formação de urr. fundo desti-

nado à construção de novas gradas.

Em

1930 foi votada a Road Traffic Act. buas

principais características são as

divisão do território inglês em 13 rjg ,

criação, para cada região, de um comitê de

três comissários.

giu a lei de coordenação de transporte de

mercadorias. Por ela, para ser efetuado um

transporte de mercadôria a uma distância

maior de 50 quilômetros, é necessário per-missão especial da autoridade do lugar em

que a empresa tem domicílio. Em distância

menor, os transportes privados s,ão livres.

Existe uma Associação Nacional de Trans-

portes por estrada de rodagem, a qual tem ^obrigação de filiar-se toddst os transporta-

dores.. Criou-se uma oficina de carga regu-

ladora dos transportes. Os transportadores

são obrigados a levar um livro que nela é

selado à chegada e à saída. Os transporta-

dores por estradas de rodagem somente po-

dem distribuir sua carga a domicílio quan-

do se trate de lotes maiores de duas e meia

toneladas cada ano. A Alemanha é o país

que com maior rigor regulamentou a com-

potência dos auto-transportes para com as

estradas de ferro, entendendo-se tal fato

uma vez que a maioria delas é de proprie-

dade do Estado. "

Estes comitês teem faculdade para•>conc^'

der licença para os transportes Publ'c°®á

passageiros e para regulamentar o trafeg;"Rr-n

1933 expediu-se a Road and Rail 1 iaj

I ic/ PorPela é obrigatória a licença para

os transportadores designados em

tegorias: públicos propriamente drtg pubh-

ms ocasionais, e privados. Os Tratiic Uon

nússioner°s da' lef de 1930 continuam a

existir.

Alemanha - Primitivamente não existia

lei escrita, e sim acordos entre os fe

rarris e os auto-transportes. Em J11"1?0 c!e

1933 foi criado um órgão_que se cledican

exclusivamente a construção de um ..st

Ho estradas de rodagem. Os que as usa

Í934nfoinèxpedida para a

serviços de automóveis regulares e se c

de automóveis ocasionaus^Rwa os

res a concessão e de 10 anos e p

sionais de 2. Em 26 de Junho de 1935 sur

MATERIAL FERROVIÁRIO

TNFORMAÇÕES dos Estados Unidos

dizem que o chefe do Gabinete do Mi-

iirstro da Viação doBrasil, que ali fora para

comprar material ferroviário para as estra-

das nacionais, já terminára os trabalhos de-

terminantes de sua viagem com a compra

de trilhos e material de sinalização destina-

da a preencher as exigências do programa

de expansão ferroviária do governo brasi-

leiro.

Segundo declarações do mesmo enviado,

foi contratado com a United States Seel

Corporation o fornecimento de um milhão

de dólares de trilhos, adquirido^ ainda a

Signal Campa,Ã e à Union Swxtch Com-

panv o material destinado ao controle auto

mático da sinalização, num montante

800.000 dólares.

Ouanto a locomotivas e vagons, os estu-

dos para as compras já foram fotos, espe-

rando-se as ofertas _ e propostas dos tab

cantes, para sua ultimaçao. _

Pelas declarações do referido enviado do

Ministro da Viação, conclue-se qüt o rt-

rial adquirido será assim empregado . o de

sinalização a ser todo empregado na ^E.^ra"

da de Ferro Central do Brasil; os trilhos,

nas várias linhas ferroviárias

principalmente da zona norte. O Pr°Sr*™*

ferroviário brasileiro preve a ligação vital

do ™rte com o sul, fazendo o entroncamen-

to de várias ferrovias que atualmente se d

rigem do litoral para o interior.. A no

ferrovia, correndo paralelamente a costa,

através do interior, auxiliara grandemente

O escoamento das exportações sem afeta

diretamente os carregamentos de manganez

destinados aos Estados Unidos, garantidos

nela compra efetuada no ano passado de

locomotivas e 1.000 vagons para c- sistema

ferroviário central, para o transporte des

Se0mprese°nte programa prevê ainda umpe-

riodo adicional de construçoes que se deve-

rá prolongar por mais 5 anos.

118O OBSERVADOR ~ i.n

CALÇAMENTO DE CAROA

O S poderes públicos do Estado de Per-

nambuco continuam "a

manter dire-triz patriótica de incentivo a tudo o quefor nacional. Não só sob o aspecto so-ciai, co ma intensificação de uma cam-

pànha de seguros rumos nacionalistas,mas; também, esforçando-se para o des-envolvimento de todas as fontes eco-nômicas nativas, vem a administração

pernambucana prestando relevantes ser-

viços ao Estado e ao País.Notícias chegadas da capital daquele

Estado informam que um produto genui-namente nacional, e particularmente nor-

destino, tem sofrido uma campanha de

fomento digna dos maiores encômios, o

caroá. Não só à aplicação na indústria

de tecidos e similares tem sido circuns-

crito o seu emprêgo. Essas recentes no-

tícias dão ciência de um uso revolucio-

nário, mas que, afirmam, está dando re-

sultados interessantes. Assim é que a

pavimentação da Avenida Joaquim Na-

buco, na histórica cidade de Olinda, es-

tá sendo feita com a utilização de fibras

cie caroá, e que o trecho assim prepara-do vem suportando um tráfego intenso,

com resultado satisfatório.

?£ ¦},t. :: .. '¦/ - / .

PROLONGAMENTOS FERROVIÁRIOS

1VESPACHANDO com o titular da Via-

ção e Obras Públicas, o sr. Presiden-

te da República ordenou que se désse inicio

a os estudos necessários para | que fossem

efetuadas as construções rápidas de dois

prolongamentos ferroviários.

Essa decisão já é fruto da recente visi-

ta feita pelo Chefe da Nação ao extremo

oéste brasileiro, onde teve ocasião de obser-

var diretamente as necessidades do desen-

volvimento daquela rica região brasileira,

onde os meios de transporte s'ao parcos e

acanhados.O*primeiro prolongamento desejado leva-

rá a linha férrea até à capital do Estado

de Goiaz, sendo a sua extensão de 50 qui-lómetros.

O outro será de maior vulto, visto como

o trechol a 'ser construído será de 600 quilo-metros, servindo à região goiana onde se

encontram as riquíssimas jazidas de níquel

Além do desenvolvimento lógico que trará

a região que * servirá êsse trecho feroviá-

rio, imediatamente já se tem conhecimento

do benefício da possibilidade de exploraçãodaquela riqueza mineral, que muito pode con-correr para o desenvolvimento da economia

goiana, e quiçá, do País.

?

RODOVIA MINEIRA

longos e .acurados estudos ficouconstruída e foi inaugurada a grande

estrada de rodagem, com uma extensão de600 quilômetros, ligando Belo Horizonte aoTriângulo Mineiro. -

E' pensamento dos poderes públicos* fa-zer o prolongamento da mesma, de futuro,até o Estado de Goiaz, sendo que ela jáserve a um. encadeamento de prósperas e fu-turosas cidades mineiras como sejam: Paráde Minas,' Divinópolis, Luz, Dores do In-daiá, Contagem, _Ibiá, Araxá, Bom Despa-cho, etc.

O valor econômico desta estrada é im-

portante, porque ela se acha conjugada a ou-

tras que servem a importantes zonas do

Estado, inclusive a que desce para Poços

de Caldas e a que sobe para Paracatu.

Possue aspectos interessantes, inclusive

uma ponte sobre o Rio São Francisco,, com

120 metros de vão.

O percurso entre Belo Horizonte e o

Triângulo, que era feito em 27 horas de

estrada de ferro, passou a ser feito em veí-

culo automóvel em 12 horas apenas.

?

ESTUDOS FERROVIÁRIOS

O OBSERVADOR, em seu último nú-

mero, e neste, estuda o Problema Fer-

roviário do Brasil, em reportagens feitas

com o especial fim de mostrar ao públicoos diferentes aspectos de tão relevante pro-hlema para o País.

A série de artigos que pretendemos pu-blicar sôbre o assunto, com o objetivo pa-triótico de conhecer de todas as dificulda-des que assoberbam os que pretendem resol-ver a questão, não pretendemos sofra inter-rupção. Felizmente, contamos com a altavisão dos responsáveis diretos e indiretosdo assunto, de maneira que, em nosso pró-ximò número, esperamos poder apresentarum trabalho sôbre uma das mais importan-tes ferrovias do Brasil: a Estrada de FerroSorocabana.

?

DIFICULDADES

pARA a melhoria do material da Via-ção Férrea Rio Grandense do Sul, es-

tavam os órgão'si responsáveis pela boamarcha dos serviços daquela ferrovia delibe-rados a efetuar a compra de material fer-roviário que importaria na importância, dequarenta mil contos de réis.

Os Estados Unidos eram o mercado ondedeveria ser feita a aquisição, sendo a (CIs-

land Steel" empresa americana especializa-da no assundo, a indicada para o forneci-mérito. Todavia, dificuldades 'surgidas como decorrer das demarches para a assinatu-ra do contrato, parecem indicar não maisser efetuada a referida aquisição de mate-rial.

?

AUTOMÓVEIS E RODOVIAS

O DEPARTAMENTO de Comércio dosEstados Unidos divulgou a estatística

dos automóveis existentes no mundo. Emprimeiro lugar encontra-se o próprio Es-tados Unidos, como, aliás, era de prever,com 31.104.118 veículos, ou seja 68,3% dototal mundial.

Em numero absoluto de automóveis se-gue aos Estados Unidos a Grã-Bretanhacom 2.429.580; a França ocupa o terceiroposto, apresentando 2.358.500; seguem a

^ ' C0,l

? •9.59 •200' ° Canadá

1.420.924, a Rússia com 801.000r a Itáliacom 498.5°° e, em oitavo lugar, a UniãoSul-Africana, com 370.641 automóveis.

Fora dos Estados Unidos, o número dês-ses veículos soma 14.318.293. Da totalida-de desses veículos, 36,5% são de fabricação

Acionados por motores Diesel há, n0mundo, 179.534 automóveis, sendo 5.000nos Estados Unidos.

O Instituto do Açúcar e do Álcool feza estatística dos automóveis no BrasilDela se vê que possuímos 202.812, sendo122.061 de passageiros, 74.186 de caroa c5.965 ônibus.

Os Estados brasileiros que mais possuemdesses veículos são: São Paulo, com 71.439-Distrito Federal, 43.677; Rio Grande d<>Sulp22.606, sendoi que o que apresenta me-nor número é o Território do Acre, com 31.

Do exposto se conclue que 83% dos au-tomóveis

* brasileiros estão concentrados noDistrito Federal, São Paulo, R. G. do Sul,Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo queos 17% restantes subdivididos entre os de-mais Estados da Federação, importando issoem que para as demais regiões do Brasil aproporção é de 1 automóvel para 610 habi-tantes.

Nossa situação não^é, pois, dás melhoresnesse particular, visto" como a Argentina senos avantaja com um automóvel para cada45 habitantes, emquanto que a média noBrasil é de 1 para 289.

O motivo determinante dêsse nosso atra-zo se encontra na deficiência de nossas es-tradas de rodagem, visto como dos 192.055

quilômetros de rodovias existentes no pais.somente uma é de primeira classe: a Rio-Petrópolis.

?

NAVIOS PARA LARANJAS

O GOVÉRNO acaba de conseguir da

"Lauritzen Line" dois ou mais na-

vios frigoríficos dessa emprêsa.O Diretor do Serviço de Economia Rn-

ral comunicou ao sr. Ministro da Ag ri-cultura que êsses navios são equipadoscom ventilação elétrica podendo, outros-sim, fazer o percurso entre o Rio e Bue-nos Aires em 3 dias e meio. Antigamen-te êsses navios eram empregados no

transporte de laranjas da Palestina e da

Espanha para a Suécia, sendo que opor-tunamente servirão pára o escoamentoda safra de abacaxi de Pernambuco e

Paráiba.

?

. TRANSPORTES PAULISTAS

QS dados publicados pelo Departamentode Estatística de São Paulo sôbre de-

nunciarem a rápida evolução dos transpor-

tes urbanos, veem também atestar que os

meios de transporte são um índice seguro

do progresso de qualquer região, como o é

sabidamente a capital paulista.De 1935 a 1938 o movimento de São Pau-

lo vem num crescendo contínuo; em 1935,

237.925.961 em bondes e 61.849.186 em

ônibus foram os totais de passageiros trans-

portados; em 1938,. em bondes 283.520.661,em ônibus 131.129.527, num total de ••

414.650.188 foram os passageiros que uti-

lizaram essas vias de transporte na capital

bandeirante.

Daí se pode concluir outro aspecto inte-

ressante: a grande atividade diária do pau-listano, pois que os referidos números dão

uma média diária de 1.136.000 passageiros,ou sejam quase 85% da população da ci-

dade, em movimento. Por outro lado, os

ônibus merecem preferência aos bondes por

o OBSERVADOR — LVI

t ria população, tendo em vista que a

Pf.1H primeiro aumentou em cerca

d 30%° enquanto que os últimos veem

gradativamenl sendo rejeitados.

?

S. PAULO-FILADÉLFIA

\ IMPRENSA americana divulgou am-

A piamente a organização da nova linha

de transportes marítimos Braahan

Lrtatio Company, que devera iniciar, em

Agosto, os serviços de cargueiros entre os

portos de Santos e o de Filadélfia.

A empresa manterá um escritório'central

em Santos e uma filial em Filadélfia, 1.150

South Broad Street. O serviço

verá ser com tres cargueiros, de 8.000 to

neladas, com tripulações brasileiras.

?

rede espiritosantense

\ EXTENSÃO da viação férrea no

Espírito Santo é de 773.363 quilo-

metros, dos quais 165.055, isto e, 2TM

pertencentes ao Estado. Segundo

sificação econômica essa quilometragem

assim se distribue: empresas de 1- cate

goria — 402.728; empresas de 2. cate-

teoria — 205.580; empresas de 3. cate-

goria — 165.055. As empresas de pro-

priedade do Estado são as seguintes com

as respectivas quilometragens: Estrada

de Ferro São Mateus H 63.000; Estrada

de Ferro Itapemirim — 52.740; Estrada

de Ferro Benevente a Alfredo Chaves —

35.710; Estrada de Ferro do Litoral —

13.605.

Segundo a bitola a extehsão da rede

cm tráfego é a seguinte: 98.710, de 0,76

- 0,66m. e 674,653 de l.OOm. Con-

sideradas as estradas de ferro de pro-

priedade do Estado seu patrimonio e o

seguinte: da Estrada de Ferro Itapemi-

rim — 7.508:745Ç000; da Estrada de Fer-

ro São Mateus - 3.157:709$000; da Es-

trada de Ferro Anquieta a Alfredo Cha-

ves e do Litoral — 506:700$000.

119

MARINHA MERCANTE E A

GUERRA

A S informações oficiais dos diversos

países, nos seis primeiros meses da

guerra atual, indicam que a marinha

mercante do mundo perdeu 1.357.000 to-

neladas, ou seja 2% do total estimado.

Os neutros declaram ter perdido

482.000 toneladas, emquanto que os beli-

gerantes dizem que suas perdas atingi-

ram 375.000.

Em ordem decrescente as perdas mais

avultadas se verificaram pela Inglaterra,

Alemanha, Noruega, França, Suécia, I o-

landa, Grécia e Dinamarca.

AUMENTO DE FRETES

HE VERIAM entrar em vigor, a 1.° de***

Estados Unidos divulgou a estatística

mas das linhas de navegação que servem

os portos dos Esrtados Unidos e do Brasil

c'Argentina. A nova tarifa estabelecida

nela Conferência das Linhas dos Estados

Untidos-Rio da Prata-Brasil, vem equiparar

os fretes para a Argentina aos fretes para

os portos brasileiros. Até então, as tarifas

favoreciam os embarques para os portos ar-

gentinos, com diferenças consideráveis Os

aumentos afetam todas as mercadorias das

quinze clas'ses previstas pela tarifa, seu

que o maior aumento, nos fietes para

Brasil, é de S2.50 (dois dólares e meio)

por tonelada.

ESTATÍSTICA

A DIVISÃO de Aviões e Automoveis

do Departamento de Comercio dos

Estados Unidos, informa que_ ••••

45.422.411 automóveis e o numero

ses veículos existentes 110 mundo.?

E' preciso salientar que em vários pai-

se, não foi possível utilizar estat.st.cas

recentes, baseando-se os dados sobre es-

timativas de 1.» de Janeiro de 193).

PÁDUA-MONTE ALEGRE

AE ser iniciada brevemente a constru-

ção de uma variante, ligando a séde do

município à localidade de Monte Alegre. Os

estudos para a construção dessa importante

rodovia já foram feitos pelo Departamen-

to das Municipalidades fluminenses, em co-

laboração com a Comissão de Estradas de

Rodagem do Estado.

IMPORTAÇÃO DE AUTOMÓVEIS ESTRADA PANAMERICANA

A PESAR da guerra não decresceu o

número de veículos-automóveis im-

portados pelo Brasil. As importações^ de

carros e caminhões nos cinco primeiros

meses deste ano superaram ^ por larga

margem as importações em igual P^ri°"

do de 1939. De 1.° de Janeiro a 31 de

Maio de 1940 foram importados 12.04^

contra 10.579 em os cinco primeiros me-

ses do ano passado.

KT OTÍCIAS vindas de Nova York a -

N nunciam que 250 representantes de

organizações comerciais e mdiistnais

Estados Unidos, deverão visitar ¦ no P

ximo outono 18 países ^

Amenca Cen

trai e da América do Sul, em excursão

automobilística, utilizando pela P"mena

vez a estrada panamericana que ja e tra-

fegável até o Canal do Panama.

AÉRO CLUB DE PERNAMBUCO

rj M crédito de quarenta e três contos

foi aberto pelo Interventor de Per-

tipo Pipercu Treinar, para ser doado ao

Aero Clube de Pernambuco. E' medida

digna de ser assinalada, porque represen-

ta maneira de incentivar o desenvolvi-

mento de uma atividade de grande valor

para as vias de comuncação brasileiras.

ARICA-SANTOS

A DELEGAÇÃO Boliviana à Conferên-

cia de Havana apresentou ao plenário

um projeto de construção de uma estrada

de ferro que faria a ligação entre os pai-

ses sul-americanos do Pacífico e os do

Atlântico. Seus pontos extremos seriam as

cidades de Arica, no Chile, e Santos, no

Brasil. , .

Esta estrada, levada, agora, ao^ conheci-

mento dos demais paíse.s da América, otici-

almente, como projeto, pelo menos quanto

ao Brasil já existe em um grande trecho,

praticamente, construída, sendo mesmo o to-

tal dêsse trecho compreendido entre Lo-

rumbá ç, Santa Cruz de La Sierra.

A comunicação feita pele Delegaçao Bo-

liviána deve sobremaneira deixar satisiei-

tos os países da América, visto' como re-

presenta um grande passo em prol do adian-

lamento econômico das Américas, e mais,

poder-se-ia dizer que, também, mteressana

aos demais países numa fase como a atual,

de completa identidade de anseios em to-

dos os setores da vida americana. Seria o

caso por exemplo, da apreciaçao da ferro-

vtà projetada, sob o ponto de vistai estra e-

crico-militar, pois, como e sabido, a Conte

rência de Havana há deliberado sob* a

completa união dos povos do Novo Conti"ente

num sentido de defesa a ntronussoes

de estranhos ao hemisfério^ Pctrada

Quanto ao valor econonuco da estrada

projetada, será pleonásjco qualquei cornen-

tário, uma vez que por ela seriam direta-

mente ligados entre si vanos países do

C°£' de se esperar que os governos mais

interessados na efetivação de tal obra, açor-

dem na efetivação do empreendimento

a rapidez que o assunto exige.

aciu. ~

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120 O OBSERVADOR — l.vi

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SÔBRE A SIDERURGIA

J^JÂO há quem, presentemente, ignore se-

rem as reservas de ferro de Minas Ge-rais as mais abundantes e as mais valio-sas do mundo. Tão formidável riqueza dosub-solo mineiro constitue um dos fatoressem dúvida mais poderosos de nosso futu-ro engrandecimento econômico político.Uma das preocupações dominantes de todosos bons brasileiros deve ser, portanto, a decontribuir para que a êsse respeito se for-me no Brasil uma compreensão coletiva bemnítida. E' preciso que; o maior número pos-sível de nossos patrícios tenha uma idéiaclara do que significa a posse de tamanhaopulência em relação ao mais importantedos recursos minerais.

A criação da indústria siderúrgica, fun-damento de todas as indústrias pesadas, jánão é, porém, um sonho, ou um ancêio vagoem nosso País. O Govêrno do atuál presi-dente, após um estudo cuidadoso e, por is-so mesmo, prolongado do assunto, prepara-se neste momento para dar início vigorosoà execução de um programa de larga enver-gadura com tal objetivo. Graças a isso,iremos produzir, em futuro próximo, ferroe aço não em pequena escala, ou de acordocom as conveniências financeiras individuais,mas principalmente em conformidade comos reclamos de nosso desenvolvimento eco-nômico.

Para evidenciar, todavia, o que já se vemfazendo no Brasil em matéria de produçãosiderúrgica, em conseqüência da ação con-jugada da iniciativa privada e do amparogovernamental, vejamos as cifras recente-mente publicadas pelo Departamento deEstatística de Minas Gerais e relativas aocrescimento da mesma nesse Estado, de1932 a 1939. Em 1932 existiam nesse Esta-do 8 usinas siderúrgica^ e apenas 4 emfuncionamento: com um capital de 30.752:347$; 1.438 operários; 159 moto-res de potência igual a 6.246 HP. Nessemesmo ano, a produção de ferro guza foide 28.809 toneladas, no valor de 6.483:000$; a de aço — 26.013 toneladase 11.706:000$; laminados — 21.576 tone-ladas e 17.261:000$; tubos — 3.200 tone-ladas e 3.200:000$; outros artefatos — 261toneladas e 505:855$, num total de 79.859toneladas, na importância de 39.155:855$.

TRABALHO AGRÍCOLA

"Revista do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística" sustenta, emum dos tópicos de seu segundo número, queo Censo Agrícola de 1940 nos permitirá afe-rir

"o progresso verificado na racionaliza-

ção de nossa agricultura" nos dois últimosdecênios. Com efeito, os resultados que fo-rem obtidos agora irão mostrar, depois desujeitos a um confronto com os referentesa 1920, a extensão do caminho percorridonesse sentido desde aquele ano. Poderemosassim, ficar sabendo até que ponto o des-envolvimento do trabalho rural no Brasilse beneficiou, no referido período, das van-

tagens decorrentes do emprêgo em escalacada vez maior de métodos mais modernos,isto é, mais produtivos.

O Censo Agrícola de 1920 revelou aexistência em nosso País de 648.153 esta-belecimentos rurais, sendo que dêsse totalapenas 97.301 — ou seja, pouco mais de15% — possuíam máquinas e instrumentosdestinados à lavoura. Consistíamos mesmoem 140.000 arados, menos de 60.000 grades,11.343 semeadeiras, 25.386 cultivadores,14.199 ceifadores e, finalmente, 1.706 tra-tores distribuídos por 1.398 estabelecimen-tos. Os Estados que se encontravam emmelhor situação a êsse respeito eram: RioGrande do Sul, que possuia mais da metadedo número de arados, ou exatamente 73.403;S. Paulo, com 27.922; Minas Gerais, com17.593; restando para o Distrito Federale os demais Estados 22.358. A média dearados por quilômetro quadrado de super-fície cultivada não ia além de 2,13. Várioseram os Estados em que havia unicamenteum só trator, enquanto que em outros asua utilização ainda não fôra tentada.

Os lavradores brasileiras cultivavam emem 1920 uma área de 6.442.057 hectares:sem dúvida, a cifra correspondente de 1940será consideravelmente superior. Terá, po-rém, o número de instrumentos agrícolaspor êles empregado crescido na mesma pro-porção? O arado, que já era, no tempo denosso quarto recenseamento geral, tido jus-tamente como "a

máquina mai'$ importan-te nos trabalhos do campo "f

aparecerá nastabelas do quinto recenseamento geral re-presentado por algarismos indicativos deuma evolução nítida na via do melhor ren-dimento? A passagem tão rápida quantopossível da fase extensiva para a inten-siva deve ser o principal escopo de uma po-lítica agrícola racionalmente orientada, noBrasil como em qualquer outra parte domundo. Para que impulsionemos a mecani-zação de nossa lavoura é previamente in-dispensável, entretanto, que conheçamosquantitativamente o seu estado atual} o quesó se poderá conseguir, de maneira comple-ta e precisa, mediante as respostas dos que-sitos do Cervso Agrícola.

NÚMEROS

TAREFA do 5.° Recenseamento Ge-ral do Brasil é de tal magnitude que

a simples enunciação de certos dados nu-méricos constitue qualquer coisa de espe-tacular.

Êsses números formam uma espécie desinfonia realmente bizarra e sensacional.

Os Censos Nacionais são sete, e, pararealizá-los, o Serviço Nacional de Recen-seamento haverá feito 4 biliões e 500 mi-í^8 Perguntas, distribuindo para isso2z milhões e 500 mil formulários, por in-ter médio de 45 mil agentes recenseadorcs,a um número de pessoas estimado em 45milhões, compondo 9 milhões de famílias,espalhadas pelos 8 milhões e 500 mil quilo-metros quadrados do território nacional.Essas famílias serão encontradas em 9 mi-

lhões de domicílios, trabalhando em — 2milhões de imóveis rurais (fazendas e sí-tios), 300 mil estabelecimentos iromçrciais80 mil estabelecimentos de prestação de ser-viço, 60 mil estabelecimentos industriais emilhares de outros centros de atividade, taiscomo escolas, hospitais, estações feroviá-rias, portos, ^repartições públicas, usinas elé-tricas, emprêsas de transportes urbanos, ho-teis, cinemas, etc., etc., tudo objeto dl in-vestigações censitárias.

POPULAÇÃO

Q BRASIL é um país na unidade políti-ca, mas é um continente na extensão

territorial. País jovem e vigoroso, sem vül-cões,

'sem desertos, sem tremores de terra,

a Brasil está destinado a ser uma naçãodecisiva no panorama internacional. Só aimaginação seria capaz de prefigurar a irn-portância do papel que o nosso País estáapto a representar no mundo que vai emer-gir do tremento reajustamento contempo-raneo.

O Brasil possue inúmeras riquezas, clen-tre as quafç a mais preciosa é o povo bra-sileiro.

Em 1872, a população do Brasil atingiua 10.112.061; em 1890, 14.333.915 indiví-duos habitavam o Brasil; em 1900, nós éra-mos 17.318.556 habitantes; em 1920 — ...30.655.605 foi o número que respondeu aofamoso estribilha — "

Quantos somos ? do-lorosa interrogação ".

Quantos somos agora, em 1940? Qual é

o montante da população dêste País conti-

nental ?

O Serviço Nacional do Recenseamentovai responder a essa pergunta, isto é, vai

contar, para o Brasil, a maior riqueza na-

cional.

ACIDENTES DO TRÁFEGO

1 A' teve início a publicação de resulta-*

dos parciais de vários censos compouen

tes do grande recenseamento geral levado

efeito há pouco nos Estados Unidos. Gra-

ças a isso, podem os norte-americanos sa-

ber agora, por exemplo, qual foi o cresci-

mento de suas principais cidades nos anos

de thristies, ou no decênio de 1930-1939, con-

forme diríamos nós. E, da mesma forma,

muitas outras cifras divulgadas nas últimas

semanas permitem que se tirem conclusões

de largo alcance e indiscutível oportuuida-

de para o solucionamento de certos proble-mas sociais do país de Tio Sam.

Em nenhum outro lugar do mundo as

questões do tráfego merecem por parte das

autoridades e da opinião pública cuidado

comparável ao que lhes é dispensado nos

Estados Unidos. Isso é, aliás, facilmente

compreensível, em vista do número foi nu

dável de veículos motorizados de toda soi-

te que percorrem as estradas e as ruas nor-

te-americanas. A atitude coletiva dos ci-

dadãos dessa poderosa democracia em face

dos dcisastres que se verificam nas vias pu-

a

o OBSERVADOR — LVI 121

Miras tais como atropelamentos, choques

de automóveis entre si ou com edifícios,

ti é muito diferente da indulgência com

Iiie'entre nós são os mesmos encarados.

T)aí a preocupação de quantos teem uma

nárcela d! responsabilidade, por mínima

que seja, no que diz respeito ao traíego, de

reduzir ao mínimo possível tais acidentes.

A publicidade educativa que se faz nos

Estados Unidos com essa finalidade é ver-

dadeiramente imensa. O cinema é um dos

meios mais empregados para isso: ao lado

de inúmeros shorts em que se dramatizam

os efeitos de negligência ou da imperícia

de chauffcitrs, profissionais ou amadores,

são também confeccionados em Hollywood

filmes de longa metragem nos quais a histó-

ria se desenrola em tôrno de um ou mais

desastres automobilísticos.

Na cidade de Washington- que, presen-

temente, ainda não possue uma população

de 700.00Ó habitantes, mas em cujas ruas

circulam diariamente nada menos do que

160.000 automóveis e caminhões, a pre-

ocupação de eliminar na medida das pos-

sibilidades humanas o número de acidentes

do tráfego alcança o seu máximo. E é justo

que se diga:,a capital dos Estados Unidos,

embora esteja longe ainda de ter atingido

esse desideratum, já logrou obter, entre-

tanto, resultados consideráveis. E tal coisa

constitue um motivo de orgulho, aliás le-

gítinio, tanto para as autoridades do trá-

fego do Distrito de Columbia, como paraas associações que aí existem e cujo pro-

grama se resume no combate aos acidentes

causados por automóms.

SÔBRE ESTATÍSTICA

A IMPORTÂNCIA do "quantos so-

mos " é bem maior do que parece à fá-

cil compreensão humana dos fenômenos so»-

ciais. Se cada um atentasse nos agentes

modernos de conforto que a civilização

lhe proporciona — telefone, a água corren-

te no interior das habitações, os veículos

de transporte coletivo, o teatro, o centro de

reuniões desportivas — teria de concordarem que tudo veio sendo criado em função

dêsse " quantos somos

" neste e naquele

bairro, do 1 quanto" podemos dispender,das ocupações que exercemos, enfim, da sín-

tese estatística da nossa vida.Um govêrno ou um milionário generoso

que derramasse benefícios públicos repre-

sentados em hospitais, creches, estabeleci-mentos de assistência médica, sem o senso

da medida, tumultuariamente, numa deter-

minada região, poderia correr o risco de

ser um perdulário em vez de ser um go-vêrno inteligente ou um benfeitor social,

porque talvez désse demais a um lugar e

deixasse de contemplar outros mais necessi-tádos. Seria necessário conhecer o efeti-vo demográfico local, a estatística das mo-léstias mais freqüentes, de maneira a apu-rar as necessidades atuais e as necessidades

prováveis no futuro próximo.O que ocorre na esfera da administração

pública, das grandes realizações para a co-letividade, se verifica igualmente na econo-mia privada. .Não há tuna indústria, umaatividade comercial, uma exploração agrí-cola, um negócio correlato à indústria, aocomércio ou à agricultura, não há um ofí-cio ou profissão cujo desenvolvimento não

possa ou não deva ser beneficamente influ-enciado pelas informações estatísticas, prin-cipalmente as recolhidas nos inquéritos cen-sitários gerais. Essas informações influem

para medidas ampliativas ou restritivas da

produção, como para a melhor localizaçãodos estabelecimentos segundo a revelação

das possibilidades aquisitivas; influem

igualmente para orientar a fixação de quais-quer profissionais de conformidade com as

perspectivas de maior ou menor clientela,apreciáveis, pelo conhecimento das cifrasde população, da existência atual dos produ-tos ou dos estabelecimentos, das oficinas

ou escritórios, etc.A coletividade brasileira, capacitada des-

sas verdades de clareza meridiana, trairiaos seus próprios e magnos interesses senão emprestasse à realização do Recensea-mento Geral de 1.° de Setembro o apóiosolicitado.

?

COMO SE VIVE?

Q CONHECIMENTO das condições derudimentar conforto, por um lado, e

dos índices elevados de luxo, por outro la-

do, virá auxiliar-nos poderosamente a for-

mar uma idéia bastante aproximada do pa-drão de vida de um País. Por meio de di-versas investigações, o Recenseamento Ge-ral de 1940 oferecerá, para êsse fim, opu-lenta documentação capaz de facultar umaidéia precisa das comodidades modernasde que dispõem todos os grupos mais oumenos consideráveis de habitantes do Bra-

sil.No arrolamento de todos os prédios exis-

tentes no País na data dos Censos — 1.°

de Setembro — será anotada, por exemplo,

a espécie de iluminação — a querozene, a

gaz, a acetilcno ou a eletricidade. Será es-sa sem dúvida uma da$ indicações mais se-

guras a respeito das condições de vida dos

habitantes de determinadas zonas. Iremos

ver a quanto sobe o número — que não é

pequeno — de casas onde ainda o que se

acende à noite é um tosco candieiro de luz

escasse e amarela.Será apontada também a existência de

instalações sanitárias e para banho com

água encanada, pesquisa da maior impor-

tância para o conhecimento do estado da

higiene domiciliária nas cidades brasilei-

ras.Passando para o estudo dos aspectos ur-

banos dos principais núcleos demográficos

do País, ter-se-á também o levantamento

estatístico das ruas calçadas e não calçadas

e mesmo da espécie de calçamento, se as-

falto, concreto, macadame, paralelepípedo ou

pedra irregular.Outra investigação de interêses é a re-

ferente aos logradouros públicos servidos

por transportes coletivos; bondes ou ôni-

bus.?

FUMO

rj CONSUMO anual per capita do ta-

baco tem aumentado, certamente, de

modo apreciável nos últimos vinte anos em

nosso País. Para isso tem contribuído bas-

tante a crescente disseminação entre as mu-

lheres do uso do cigarro. Por outro lado,

entre os indivíduos de sexo masculino se

tornou por assim dizer habitual a vista ae"menores" a soltar baforadas, coisa que

outrora seria motivo de grave escândalo pa-

ra n&ssos avós. ,,. .

Em tôrno do uso do fumo, médicos de

diversas especialidades teem emitido muitas

opiniões, que variam desde as que o con-

sideram inteiramente inofensivo ate as que

o declaram responsável por uma serie de

males.orgânicos. Em vista de tamanha di-

vergência é, consequentemente, impossível aadoçuo de qualquer medida higiênica de al-cance_ geral a êsse respeito. Apenas emrelação a determinados casos concretos serálícito afirmar-se a sua nocividade ou a suainocuidade.

Se o consumo per capita do tabaco vemascendendo entre nós, a sua produção temavultado de modo mais sensível ainda noBrasil. Somos hoje, com efeito, exportado-res de fumo em escala que está longe demerecer o qualificativo de reduzida. Dadosestatísticos publicados agora mostram queem 1938 enviámos para o exterior 26.822.165 quilos, no valor de 85.830 con-tos de réis. Em 1939 essas exportaçõesascenderam a 35.378.491 quilos, no valorde 97.755 contos. Tais cifras põem eni evi-dência o lugar importante que êsse produ-to ocupa, normalmente, em nossas vendaspara o estrangeiro. No ano corrente irá,entretanto, registrar-se uma queda sensívelnesse item das exportações brasileiras, co-mo resultado do presente conflito na Eurolpa. A maioria dos importadores de nossofumo é constituída, realmente, por paísesdessa parte do mundo, os quais se nc iamsujeitos desde Setembro de 1939 a um blo-

queio naval crescentemente rigoroso, porparte da Inglaterra. Entre êles se desta-cam: a Holanda, a Alemanha, a Espanha,a Suiça, a França e a Argélia. Na Améri-ca do Sul contamos apenas com dois com-

pradores importantes: a Argentina e o Uru-

guai.Terminada a guerra, devemos, porém,

não só esperar a recuperação dos merca-dos hoje temporariamente fechados, mastambém esforçarmo-nos para a conquista deoutros, cujas possibilidades veem sendo ob-

jeto de cuidadoso estudo.?

OPINIÕES

]yTANIFESTANDO-SE sobre o 5o Re-

censeamento Geral do Brasil, uma das

mais ilustres figuras das classes armadas do

País, o sr. vice-almirante chefe do Estado

Maior da Armada, salientou que "as or-

ganizações militares do País figuram en-

tre as que serão fortemente beneficiadas

com um perfeito serviço censitário" " Sô-

bre o recenseamento é que serão projetados

e organizado^ vários dos seus serviços, fi-

gurando entre êles alguns da mais alta im-

portância, como os referentes a logística.^

Declarou ainda que a Marinha, e princi-

palmente o Estado Maior da Armada te-

rão o maior empenho em cooperar e traba-

lhar ativamente para que o resultado do

esforço que já se vai corajosamente empre-

gando tenha como recompensa um Recen-

seamento que mostre a verdadeira situação

do Brasil em 1940".

O sr. diretor do Instituto Nacional de

Estudos Pedagógicos e técnico de reco-

nhecida autoridade em assuntos educacio-

nais, também a respeito do Censo Nacional

teve ocasiao de frisar o carater altamente

educativo da publicidade censitária, de cujo

concurso para a integração ^ do indivíduo

no espírito da Nação disse não duvidar.

Quanto aos problemas da instrução no

Brasil, declarou precisamente: ^" Situar bem um problema^ é resolve-lo

a meio. O recenseamento vira pôr em

equação clara o problema do analfabetismo

no País, concorrendo assim para a sua so-

lução. Por todos os aspectos, emfim, o re-

censeamento interessa a educação. E porque

os educadores teem esta compreensão, estou

O OBSERVADOR LI

122

certo de que serão os mais decididos pro-

pagandistas e cooperadores da importante

operação censitária de Setembro. "

Do sr. interventor federal no Estado da

Baía são estas palavras í)em expressivas:"O advento do Estado Novo, em que a

ação oficial deve fazer-'s;e sentir pela sua

ajuda, pela sua influência direta ou pela

sua simples presença em todas as manifes-

tações de atividade e de interêsse coleti-

vo, indica-nos naturalmente a necessidade de

um aparelhamento o mais eficaz possível,

em que se baseie o Estado no exercício desr

ga missão. A organização estatística ei a,

naturalmente, o ponto de partida de uma tal

ação. Daí, a importância do Censo Nacio-

nal de 1940, talhado para um grande êxito.

EM QUE TRABALHAM?

A TRAVÉS dos quesitos referentes á pro-• fissão, ao ofício, emprego, cargo, fun-

cão ou ocupação principal e suplementar

de cada indivíduo, o Censo Demográfico

do Brasil fará um importante levantamen-

to dos meios de vida da nossa população.

Será êsse, aliás, um dos aspectos que tor-' nará mais patente a diferença entre as .con-

dições existentes no Brasil em 1920, quan-

do se realizou o quarto Recenseamento, e as

que existem no Brasil de hoje. O vertigino-

so progrésso material e cultural da Nação

durante essas duas décadas deu lugar a

proliferação de novos ofícios, abi iu possi

bilidades novas à atividade humana, ao mes-

mo tempo que tornou obsoletas cei tas pro-

fissões, como a de cocheiro, por exemplo.

Considere-se, por outro lado, a profissão

de chauffeur: é fácil de prever a diferen-

.ça formidável entre o numero de pessoas

que conduziam os escassos automóveis então

existentes no Pais e a ^oma de váiias deze-

nas de milhares de indivíduos que hoje ga-

nham a vida guiando automóveis, ônibus e

caminhões em quase todo o ten itorio na-

cional. , . -

O aperfeiçoamento da máquina concorre¦* para a dispensa do trabalho humano e,

portanto, para a diminuição de empregos.

E' frisante o caso dos telefones automáti-

Ncos, que vão dando cabo da amável insti-

tuição do " Numero, faz favor ? . Ess<as

conquistas tecnológicas dão lugar certamen-

te a oscilações consideráveis no número de

determinados profissionais, como, por exem-

pio, deve acontecer com os ascensoristas:

a multiplicação dos edifícios de vários pa-

vimentolsi requer um número também cres-

ceiite de ascensoristas, mas o emprego, tam-

bem, cada vez maior, de elevadores auto-

máticos, dispensa, por outro lado, o concur-

so dos elevator-boys.Em 1920, na população de 1.157.873 al-

mas existente no Distrito Federal, exclui-

dos 638.669 indivíduos de profissão não de-

clara e sem profissão (compreendidos en-

tre êles 351.195 menores de 14 anos) ha-

via 5.910 pessoas que viviam de rendas.

Terá sido essa também uma profissão cujo

efetivo aumentou na mesma proporção do

crescimento demográfico? Eis uma questão

a que certamente não falta considerável iml

portância, e que, como tantas outras, terá a

devida resposta com os resultados dos Cen-

sOS Nacionais.O inquérito das profissões, compreendido

no Censo Demográfico, é, sem dúvida, uma

das partes do mais acentuado interêsse do

grande balanço a que vai ser submetida a

vida braisleira.

INTERROGAÇÕES

A POPULAÇAO do Brasil foi durante

mais de trfcs e meio séculos, objeto de

numerosos cálculos e outras tantas conjetu-

ras. Desde a carta de Caminha, com escala

pelos vários e ilustres viajantes estrangei-

ros que aqui residiram ou por aqui passa-

ram durante a fase colonial, pelos estadis-

tas do tempo de D. João VI, pelos globe-

trotters c[ue visitaram longamente o Brasil

Império, até a elite política de Pedi o 11,

cada um atribuía ao País um certo numero

de habitantes. De trabalhos censitarios liou-

ve apenas cogitações, às vezes tentativas

bem intencionadas nas Províncias, bo em

1872 tivemos, pela primeira vez, o que os''norte-americanos

já chamavam contagem

de narizes ".

E procedido o primeiro recenseamento ge-

ral do Império, verificou-se afinal que o

Brasil tinha 10.112.061 habitantes.

Dezoito anos mais tarde, efetuado o se-

gundo,censo nacional, já proclamada a Re-

pública, foi apurado um crescimento de mais

de quatro milhões de habitantes, pois o nu-

mero de pessoas então recenseadas ascen-

dia a 14.333.915.Os récenseamentos tinham, ao tempo, um

principal objetivo político, que era o de ser-

vir de base para fixação das representações

dos Estados na Câmara baixa do Parlamen-

to. Em 1900, levado a efeito o terceiro re-

censeamento, e recenseada uma população de

17.318.556 habitantes, tínhamos patenteado

um desenvolvimento demográfico, na média

de 298.464 unidades por ano, em vez de

234.547, como no período inter-censitário

anterior.Em 1920, o Brasil inteiro repetig:

" Quan-

tos somos ? Dolorosa interrogação ". Fez-'se

o quarto recenseamento. A interrogação foi

respondida. Éramos 30.655.605. Somava-

mos uma cifra duas vezes maior do que a

do primeiro recenseamento.

Os órgãos técnicos do sistema estatístico

nacional, utilizando métodos de experiência

universal, teem feito desde então as estima-

tivas anuais de nossa população. Para 31

de Dezembro de 1939, essa estimativa foi

de 45.002.176 habitantes, mas, como esti-

mativa que é, dela se faz uso sob reserva,

até que um censo geral atualize a resposta

à pergunta | quantos somos$ " ora' novamen-

te em circulação.?

FEIJÃO

pOUCAS são as culturas cuja importân-

cia para a economia brasileira pode ser

comparada à do feijão. Entretanto, a maio-

ria de nossos patrícios parece não avaliar

isso com justeza, por uma razão, aliás, fa-

cilmente discernível: porque êsse vegetal

não contribue para as nossas exportações.

Estamos habituados, em conseqüência de •um

preconceito econômico secular e, por isso

mesmo, fortemente enraizado, a só consi-

derar valiosos os artigos que habitualmen-

te vendemos em largas quantidades ao es-

trangeiro. Devemos., porém, levando em con-

ta as vastas e duradouras transformações

que se estão verificando na organização eco-

nômica mundial, encarar de outra maneira

a significação dos produtos nacionais queconsumimos em sua totalidade.

O feijão é, realmente, o alimento bási-

co da quase unanimidade da população bra-

sileira. São inúmeros os pequenos estabe-lecimentos rurais que o cultivam unicamen-

,te para o seu próprio gasto. Mas, ao ladodêsses, existem muitos outros que nele teemuma de suas principais fonte de renda. O

lugar ocupado pelo feijão em nosso merca-

do interno é, na» verdade, dos mafs, relevan-

tes, o que nada tem de estranhavel em vis-ta de sua posição na dieta costumeira doshabitantes de nossos campos e de nossascidades.

O fato de não figurar êle agora nas ta-belas de nos'sas exportações não quer di-zer que, futuramente, a situação continue aser a mesma a êsse respeito. Produzimos

oitenta variedades de feijões, sendo muito

possível que logremos ainda conquistar pa-ra algumas delas excelentes, não apenas porseu valor nutritivo, mas também por seuagradável sabor, mercados externos de

grande capacidade de absorção.

No que diz respeito, por exemplo, às va-riedades escuras, sobretudo o feijão pretoc o mulatinho, de primeira ordem sob todos

os pontos de vista, isso dependerá, antes

de outra qualquer coisa, da habilidade de

nossa propaganda comercial. E' necessário

que demonstremos não haver nada 'de

co-

mum entre elas e os feijões de côr, de

qualidade nociva, procedentes da África ou

da Oceania.O censo agrícola, parte integrante do

grande Recenseamento Geral de Io de Se-

tembro de 1940, mostrará com segurança

o tamanho da produção brasileira de feijão.

Os dados estatísticos assim obtidos serão

de imensa utilidade para a nossa políticaalimentar como para a nossa política co-

mercial. O feijão poderá vir a ser, com

efeito^ dentro de poucos anos, um dos itens

destacados no quadro de nos,sas exporta-

Ções.?

CIMENTO

nr RATÁMOS, há dias, da produção de

cimento em nosso País, salientando, en-

tão, a rapidez impressionante com que a

mesma se desenvolveu a partir de 19o2.

Conquanto essa matéria prima de constru-

ção, de fundamental importância presente-

mente, ainda figurasse nas tabelas das iin-

portações brasileiras relativas ao ano de

1939, afirmavamos que, de fato, ja nos

podíamos considerar auto-suficientes a essv.

respeito. O crescimento ininterrupto das

quantidades produzidas em nosso territoim

justificava plenamente, a nosso ver, ta

afirmação. _ , -

O Serviço de Estatística da Produção.

baseado no copioso material

de que dispõe, estima em cêrca de ouü.uuu

toneladas a nossa produção de l"»™™

corrente ano, calculando ainda em -

contos, aproximadamente, o valor da mes-

ma. Semelhante quantidade basta para s -

tisfazer a todas a's exigências de nossas. m-

dústrias, que, dessa forma, nao sentirão

falta do cimento que o conflito europeu

pediu de chegar aos nossos portos.

No primeiro semestre de 1939 produzm _

327.895 toneladas de cimento, no valor ~

72.325 contos de réis; no primeiro semes

dc 1940 ás cifras correspondentes fora •

371.352 toneladas e 80.302 cpntos. O

mento que se verificar no intervalo de um

ano merece, sem dúvida, o qua 1i ¦

apreciável. As nossas

produto básico em 1939 nao chegaram a

35.000 toneladas, das quais apenas a i

percentagem de 2% foi proceden e .

tados Unidos. Admitindo-se quePref,0 a

semos adquirir no estrangeiro e

mesma quantidade de cimento que

mos em 1939, ficaríamos, entretanto, "

possibilitados de fazê-lo, visto que Q

mesma deveriam vir da Europa.

LVlO OBSERVADOR

-icréscimo de 43.457 toneladas observado no

tirimeirq semestre do ano corrente já su-

Lra a referida quantidade, que assinalava.

L' assim dizer, o déficit de nossa auto-

suficiência, no tocante ao cimento.

Em relação a essa matéria-prima de pri-

roeíra ordem — e certamente a mesma coi

ca há de estar ocorrendo com referencia a

vários artigos industriais - a guerra euro-

„éia veio, pois, apressar o desenvolvimento,

aliás já acentuado, na via de noása comple-

ta'independência da produção estrangeira.¦p;

o que ficará certamente evidenciado,

«raças ao censo industrial, um dos compo-

nentes do grande Recenseamento Geral do

dia 1.° de Setembro.

agricultura e habitações

0 CENSO Agrícola, parte do Recensea-

mento Geral de 1940, procura obter cg-

uliecimentos, na verdade sem precedentes,

nela sua extensão e profundidade, sobre as

edndições em que se desenvolvem, no Brasil,

as atividades rurais.

Uma ligeira comparação entre o seu quês-

tionário geral e o que serviu ao realizado

em 1920, torna isso patente. Aquele, meri-

tório por ser o primeiro e pelo "ot^vel

esforço dispendido, e mesmo suficiente para

os conhecimentos de que na época sç preci-

sava, não descia a minúcias c omitia as-

pectos que são objeto de investigação no

corrente ano. .

Assim, por exemplo, quanto regn

da propriedade, o Censo de 19~0 limitava-

se a inquirir se o estabelecimento pertencia

a um só dono. No de Setembro, alem des-

sa pergunta, e no caso dela ser respondida

negativamente, ficará estabelecido se existe

condomínio, se a propriedade pertence a so-

ciedade ou, companhia ou se a cooperativa

ou sindicato. Mais ainda, sera estabelecida

a maneira de §|uisição, se por herança,

compra, doação, usocapião ou execução. Na

parte referente " ao arrendamento, foram

acrescentados dois quesitos, um referente

ao prazo e outro sôbre a taxa anual paga.

Também constituem objeto de averiguação

regime de trabalho (colonato, parceria

ou salariado), a demarcação do imóvel e os

compromissos que sôbre ele pesam, hipo-

teca ou anticrese. Quanto às dívidas hipote-

cárias, o de 1920 ia além do atual, inqui-

rindo também o valor, o que agora não se

clZÓs dados sôbre a pessoa responsável pela

exploração são, mais ou menos, os mesmos.

Já quanto à área, em 1920 fazia-se a dis-

criminação em total, cultivada e em matas,

ae passol que o questionário atual, mais mi-

uucioso, a distribue em total, das lavouras

anuais, das permanentes, coberta por matas

e florestas ou com pastagens comuns, de

terras incultas produtivas e de terras impro-

dutivas. A parte referente ao valor tam-

bém é objeto, atualmente, de investigaçõesmais minuciosas, discriminando-se o dos

prédios e construções, do maquinário, dos

veículos, animais e terras.Capítulos inteiramente novos são os de-

dicados ao pessoal, às construções rurais e

às instalações e construções especiais. O

primeiro procura apurar o número de pes-soas que trabalham no estabelecimento, com

especificação do sexo e idade, maior ou me-

nor de 15 anos, e também se fazem parteda família do responsável, se são colonose empregados ou se se trata de^ pessoaltemporário, em serviço extraordinário.

Mais interessantes ainda são os outrosdois: os resultados obtidos por seu inter-

médio revelarão o grau de cultura — essa

a expressão — existente nas diversas regiões

do País. E' sabido o valor que os moder-

nos estudos de Geografia Humana e de So-

ciologia atribuem à casa, que é precisamen-te o objeto principal dos quesitos desses

títulos. Não só a casa do proprietário e

as dos colonos e empregados, mas tam-

bém as outras construções onde se proces-sa a atividade rural — casas de máquinas,

celeiros, tulhas, galpões, depósitos, estábu-

los, banheiros carrapaticidas, sitos, etc. —

e. os prédios escolares e capelas. Instala-

ções geradoras de eletricidade, aparelhos

telefônicos, internos e ligados à rede geral,

água encalhada, esgoto ou fossa, aparelho

rádio-receptor e, o que é particularmenteinteressante, o processo de construção —

telha e tijolo, madeira ou outros tipos —

darão uma idéia das condições de higiene

e conforto existentes e dos materiais uti-

lizados.

ÓLEOS VEGETAIS

T A' vai longe o tempo em que se podiaJ dizer, com uma forte dóse de razão,

que o Bra'sil era um país de monocultura.

Na verdade, a nossa produção agrícola sem-

pre foi variada, porém não se deve esque-

cer de que no primeiro decênio deste se-

culo, ou, melhor, até o ano de 1914, ainda

importávamos alimentos em larga escala,

inclusive arroz de procedência indo-chine-

za. Hoje, com exceção do trigo, do baca-

Iháu, do azeite de oliveira e de certos tipos,

de bebidas, as nossas* aquisições no estran-

geiro de produtos dessa categoria sao pra-

ticamente negligenciáveis.

Conforme já tivemos ocasião de salien-

tar, o decênio iniciado em 1930 vai hcar,

sem dúvida, assinalado na história de nos-

so desenvolvimento econômico pela extra-

ordinária acentuação da tendência diversiti-

cadora nela observável, alias, desde os seus

primórdios. Produções novas surgiram e

cresceram com impressionante rapidez nes-

se período, emquanto que outras anterior-

mente existentes, mas diminutas foram mi-

pulsionadas de modo vigoroso. A compara-

cão de um quadro referente as nossas_ ex-

portações de produtos de origem agrícola

em 1939 com outro relativo as exportaçoes

de 1929 é bastante para mostrar como a

evolução que se verificou no intervalo entre

ambos repercutiu no domínio do comercio

exterior. Os efeitos, da mesma no mercado

interno são ainda mais sensíveis [>o.s nao

só nos tornámos auto-suficientes 110 que diz

respeito a várias utilidades que antes era-

mos obrigados a comprar no estrangeiro

como também pudemos acelerar o no?

progresso industrial com o auxilio de ma-

férias primas brasileiras.

Uma espécie de produtos cuja nnportau-

cia na economia nacional avulta de forma

considerável nesse mesmo período e a cons-

tituida pelos óleos vegetais. O emprego de-

les aumenta constantemente quer no tra

balho indüstrial| quer na alimentaçao.

guns merecem, indiscutivelmente, g >

agora, no grupo de artigos vulispensaveis,

na paz como na guerra, a todas as nações

equipadas em conformidade com as exige

cias da vida econômica contemporânea.

O Serviço de Informações Agrícolas do

Ministério da Agricultura acaba de divulgai

um certo número dc dados estatísticos con-

cernentes à quantidade e ao _valor

de nefcea

produção de óleos vegetais de 1932 a 193S;

Tais cifras abrangem, alias, unicamente os

óleos obtidos mediante operaçoes fabris, dei-

123

xando de lado os montantes extraídos por

processos rotineiros. Os algarismos publi-cados pela mencionada repartição são mui-

to eloqüentes: em 1932, com efeito, produ-zimos somente 19.396.540 quilos, no valor

de 26.270:000$, ao passo que, em 1938, os

números correspondentes foram:

102.739.046 quilos e 179.641:576$0001

O quinto Recenseamento Geral virá tra-

zer-nos informações quantitativas tão com-

pletas quanto possível sôbre o aproveita-

mento que vimos fazendo de nossa imensa

riqueza em vegetais oleaginosos. Sôbre a

base dêsse conhecimento numérico é que

poderemos formular e pôr em prática uma

política segura de racionalização dêsse ra|

mo de nossas atividades produtoras.

?

POPULAÇÃO ITINERANTE

QS recenseamentos gerais surpreendem

as populações numa data precisa, de mo-

do que os resultados apurados représen-

tam o estado dos habitantes nessa data. ^

A classe dos " estrategistas de café" é

bem maior do* que se pensa e se ocupa de

bem mais assuntos do que as guerras. Há,

entre eles, quem pretenda tornar dispensa-

veis as contagens censitárias periódicas mé-

diante a adoção de certas medidas aptas a

assegurar a perfeição dos registros dos cha-

mados movimentos natural e social das po-

pulações, ou sejam o resultante da natali-

dade, nupeialidade e mortalidade, e o das

emigrações.Entretanto, não só e bem tacil de ver

que, nas condições atuais do Brasil, sena

impossível atingir tal perfeição, como_ cabe

recordar que até hoje não a conseguiu igua

mente nenhum País no mundo, pois que um

índice de boa organização administrativa

ainda é vrbi et orbi, a realização de 11111

censo decenal.Para bem cumprir a finalidade de legis-

trar, com a exatidão a que podem aspirar

os objetivos humanos, o efetivo demografi-

eo do Brasil no dia Io de Setembro, o Ser-

viço Nacional de Recenseamento nao este-

ve presente apenas nas cidades densamente

povoadas, nm só nas vilas de todo o^ Pais,

nos barrancos amazonenses, nos sertões de

Mato Grosso, em terra firme, finalmente,

sôbre os oito e meio milhões de quilome-

tros da nossa superfície territorial, mas tam-

bém nas águas navegáveis que banham es-,

se território. Não também somente nas re-

sidências e domicílios, voluntários ou for-

çados, da população, m^st. igualmente nos

vagões itinerantes das ferrovias, na noite de

31&de Agosto para 1.° de Setembro. ^

Com efeito, está previsto nas instruções

referentes ao censo demográfico, que deve-

dam ser recenseados, além do pessoal em

serviço, todos ds passageiros em viagem

110 território nacional, 110 decurso daquela

noite, em trens pertencentes a quaisquer em-

prêsas, salvo aqueles que, antes do amanhe-

cer. saltassem em qualquer ponto do per-

Do mesmo modo seriam recenseados tam-

bém tripulantes e passageiros de todos os

navios, vapores e barcos mercantes de qua -

quer categoria que na referida noite esti

vessem fundeados ou navegando em aguas

territoriais da República, bem como nas

embarcações de qualquer tipo, na ocasiao,

estivessem fora dessas águas, mas sob a

bandeira brasileira. '

Os cômputos dêsses dois levantamentos

representarão a cifra da populaçao em tran-

sito no dia do Censo.

*fSPJSs

; slsip

mm

O OBSERVADOR — LVl

124

in

CLASSIFICAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO

ALGODÃO

PELO sr. Presidente da República foi

assinado o decreto n.°_6.186, de 28^de

Agôsto último, regulando as especificações

e tabelas para a classificação e fiscalizaçao

da exportação do algodão e seus sub-pro-

dutos e resíduos de valor econômico visan-

do a sua padronização, em virtude das -dis-

posições do decreto-lei n.° 334, de 15 de

Maio de 1938 e do regulamento aprovado

pelo decreto n.° 5.739, de 29 de Maio des-

te ano. «A classificação do algodão em caroço obe-

deçerá a cinco tipos, com as segun.tes de-

nominações: tipo 1 ou superior;^ tipo 2 ou

bom; tipo 3, ou regular; tipo 4 ou sojn-

víl; tipo 5, ou inferior. -O tipo 1 ou superior sera constituído de

algodão em perfeitas condições, com brilho, .

côr e resistência, características da varie-

dade ou espécie e isento de carimãs, de ca-

pulhosy- mal desenvolvimento e atacados de

pragas, manchas ou descoloraçÕes produzi-

das por agentes físicos, biológicos e,^ amda,

de impurezas. O tipo 2 ou bom sera cons-

tituído de algodão em perfeitas condicoes,

com brilho, côr e resistência próprias da va-

riedade ou espécie. Nesse tipo serão tolera-

dos: diminuta quantidade de carimas, ca-

beças sêcas" ou capulhos mal desenvolvi-

dos ou danificados; pequena quantidade de

fragmentos de folhas, sépalos e outros de-

tritos estranhos; ligeiras manchas isoladas

e levemente amareladas, produzidas por

agentes físicos ou biológicos. O^tipo 3 ou

regular será constituído de algodão em per-

feitas condições, com brilho, côr gjrèslsten-

cia próprias da variedade ou especie. be-

rão tolerados nesse tipo: regular quantida-

de de carimãs, "cabeças sêcas" ou capu-

lhos mal desenvolvidos e danificados, regu-

lar quantidade de fragmentos de folhas, se-

paios e outros detritos estranhos; pequena

quantidade de manchas amareladas produzi-

das por agentes físicos ou biologicos. O tipo

4 ou sofrível será constituído de algodão em

perfeitas condições, com brilho, côr e resis-

tência características da variedade ou espé-

cie. Serão tolerados nesse tipo: carimãs,"cabeças sêcas" òu capulhos mal desenvcl-

vidos e danificados, em maior quantidade

que no tipo regular; fragmentos de folhas,

sépalos e outros detritos estranhos em maior

quantidade no tipo 3; manchas amareladas

produzidas por agentes físicos ou biologicos,

em maior quantidade que no tipo anterior.

O tipo 5 ou inferior será constituído de al-

godão em perfeitas condições, com brilho,

cor e resistência próprias da variedade ou

espécie. Serão tolerados nesse tipo: cari-

mãs, "cabeças sêcas" ou capulhos mal des-

envolvidos e danificados ém maior quanti-

dade no tipo 4; fragmentos de folhas, sépa-

los, ramos ou outros detritos estranhos, em

maior quantidade que no algodão sofrível;

manchas amareladas produzidas por agentes

físicos ou biológicos.(J, algodão em caroço que não puder ser

classificado em nenhum dêsses tipos será

classificado com a denominação de "re-

fugo".' ,O algodão em pluma, segundo o compn-

mento das fibras, será classificado em três

classes, cada uma com nove tipos estabe.e-

cidos de acordo com a côr, brilho, resisten-

cia e grau de perfeição e limpeza das li-

bras. As classes serão denominadas: -fibra

curta; fibra média; fibra longa. A classe

fibra curta corresponde o algodão com libra

de 22 a 28 milíftietros de comprimento; a

classe fibra média, o algodão com 'fibra de

29 a 34 milímetros de comprimento; a classe

fibra longa, o algodão com fibra ae 35 mi-

límetros de comprimentos. Às tres classes

de fibras acima correspondem 9 tipos, be-

rá também classificado como "refugo o

algodão em pluma que não alcançar, pela

sua qualidade, qualquer dos nove tipos em

que o mesmo pode ser classificado.

O linter, que é um sub-produto ^ consti-

tuido, principalmente, de fibras ou pêlos, re-

lativamente curtos e separados^ da semente

do algodoeiro por meio de máquina apro-

priada, será classificado segundo o com-

primento, natureza dos seus pêlos ou fibras,

ou processos de extração em três classes

e cada uma destas em quatro tipos estabe-

lecidos de acordo com a côr, qualidade^e

gráu de pureza. As classes detiominar-se-ão

1.° corte, 2.° corte e 3.° corte, e os tipos

obedecerão, nas suas especificações, à se-

guinte ordem de valores : tipo 1, tipo 2,

tipo 3 e tipo 4.

O tipo 1 será constituído pelo Hnter de

coloração clara e sem impurezas, tais como

pedaços de cascas, gravetos ou paus e dé-

feitos de deslintamento. O tipo 2, pelo lin-

ter de coloração pardacenta ou acinzentada,

com maior quantidade de impurezas e de

defeitos que o anterior. O tipo 3, pelo lin-

ter de coloração mais escura, com impure-

zas e defeitos de deslintamento, # em maior

quantidade que o do tipo 2. O tipo 4, pelo

linter de coloração mais escura, com im-

purezas e defeitos de deslintamento, ^ em

maior quantidade que o do tipo anterior.

O linter que não alcançar qualquer dos ti-

pos '•acima,

pela sua qualidade, será classi-

fíradn com a denominação de "hup-fiber"|yUJ Clv^l 11 ICA.j w ui* 7

ficado com a denominação de "hup-fiber

ou borra de linter.

Os resíduos do algodão serão classifica-

dos segundo a procedência ou origem indus-

trial, com as seguintes denominações: de

beneficiamento; de fiação; de tecelagem.

Os resíduos de beneficiamento serão

classificados em dois tipos, chamados: "pio-

lho", e "algodão carimado, imaturo ou ca-

beça sêca". Os resíduos de fiação serão

classificados em 5 tipos: tipo 1, ou piolhodé abridor; tipo 2, ou strips de cardas; ti-

po 3, ou strips de penteadeiras; tipo 4, ou

massoróeas e anéis de rinks; tipo 5, ou es-

topa de algodão.

Os resíduos de tecelagem classificam-se

em dois tipos: tipo 1, ou Retalhos; tipo 2,

ou varreduras.O caroço de algodão, de acordo com a

sua apresentação, será distinguido em trêsclasses e cada uma dessas em dois tipos —

1 e 2. As classes terão as seguintes deno-minações: sementes vestidas ou hirsutas; se-mentes semi-véstidas ou mesclado; sêmen-tes nuas.

Os certificados de classificação serão vá-lidos pelo prazo de 120 dias para o caroço

de algodão, de seis meses para o algodão em

caroço e de um ano para o algodão em plu-

ma, para o linter e demais sub-produtos eresíduos.

As despesas relativas à classificação eà fiscalização da exportação serão cobra-

das de acordo com a seguinte tabela porquilo:

I) — Classificação, inclusive emissão decertificados: a) — algodão em pluma —

$010; b) — algodão etfl caroço — $005;c) — caroço de algodão — $001; d) —

linter e outros sub-produtos e resíduos —

$002. II) — Reclassificação, inclusive emis-

são de certificados: a) — algodão em plu-ma — $005; b) — algodão em caroço —

$003; c) — caroço de algodão — meio real;

d) — linter e outros produtos e resíduos$001. III) — Arbitragem: a) — algo-

dão em pluma — $030; b) — algodão em

caroço — $015;- c) — caroço de algodão

r— $003; d) — linter e outros sub-produ-

tos e resíduos — $006. IV) — Inspeções:

a) — algodão em pluma — $002; b) — al-

godão em caroço — $001; c) — caroço de

algodão — $001; d) — linter e outros sub-

produtos e resíduos — $001. V — Taxa de

fiscalização, inclusive emissão de certifica-

dos: a) — algodão em pluma — $005: b)linter e outros sub-produtos e resíduos$002. VI — Análises de amostras em

laboratório — 100$000. VIII — Forneci-

mento de padrões, preço da coleção: a) —

algodão em pluma — 400$000; b) — algo-

dão em caroço — 50$; c) — linter e outros

sub-pródutos e resíduos — 50$.

(Decreto n.° 6.186, de 28 de Agôsto de

1940, publicado no Diário Oficial de 30 do

mesmo mês e ano.)

CLASSIFICAÇÃO DO PINHO BRASILEIRO

pELO sr. Presidente da República foi

expedido o decreto n.° 6.187, de 28 de

Agôsto do corrente ano, aprovando as ta-

belas para a classificação do pinho brasi-

leiro, em virtude das disposições do decre-

to-lei n.° 334, de 15 de Março de 1938 e

dos regulamentos aprovados pelos decretos

ns. 5.714, e 5.739, de 27 e 29 de Maio des-

te ano.

As despesas, relativas à classificação do

pinho brasileirtfpbem como aquelas paia

trabalhos realizados a requerimento ou por

solicitação da parte ou partes interessadas,

serão cobradas de acordo com a seguin e

tabela por metro cúbico:

X — Classificação; a) medição e to-

maneio — $600; b) — classificação e enus-

são de certificado — $600. II Fisca iz

ção da padronização e defesa da produça

do pinho - $500. III - Rec]^Ac.a?a!:

a) — medição e romaneio — $6ÜU, )

classificação e emissão de certifica o

$600. IV — Arbitragem: a) — mediça

romaneio — 1$200; b) — dassAcaWO

emissão de certificado — 1$200. V

peções — $250. . .

Os certificados de classificação do

respeitadas as disposições do art. oo^

gulamento baixado com o decreto n. • »

de 29 de Maio do corrente ano, serão _

lidos pelo prazo de cento e_ vinte dias,

tados da data de sua emissão.

i

4M

O OBSERVADOR

-

. :1inta.mente com os demais

Êsse decre*°-ma vem completar as séries

que citamos acima, ^ ^ Gmèrno a

de prov^en^as uWS agricolas no sen-

favor dos "oss£sáP.los concorrendo, assim,

tido de padro ^ das fofe. qualidades

como^também para o incremento dessas nn-

portantes riquezas nacionais.

, n° 6 187, de 28-8-940, publica-

d0C&- ofol de 30 do mesmo mes

e ano.)

'CLASSIFICAÇÃO DA cera DE CAR-

NAÚBA

p ELO sr. Presidente da «f ^Uca

foi

* pxnedido o decreto n. 6.197, de ou

Aeôsto do corrente ano, aprovando as es-Agosto uu ,, classificaçao

TgXX tÜA * *

carnaúba, visando a sua padronizada . .

Conforme estabelece o presente decreto a

cera de carnaúba sera classificada em 4 ti

nos a saber: tipo 1 ou primeira; tipo 2 ou

mediana; tipo 3 ou gorda; tipo 4 ou gor-

dfrosa. .

A classificação obedecera as seguintes

especificações: o tipo 1 ou Pr,mera sera

constituído pela cera de

ou menos clara, proveniente do po extraído

de "olho"; o tipo 2 ou mediana, constitui

se-á pela cera de côr amarela, mais ou me-

nos acinzentada, proyeniente do po extraído

de " olho

"; o tipo 3 ou Gorda sera consti-

tuido pela cera gorda clara, de cor casta-

nha, mais ou menos carregada, amarelada

ou esverdinhada, proveniente do po cie paj

lha "; o tipo 4 ou Gordurosa, constituir-se-a

pela cera gorda ou gordurosa comum, de

coloração escura, tirante a negro, provenien-

te do pó extraído de "

palhas' .

A cera de carnaúba, que, pela sua qua-

lidade, não alcançar esses tipos,^ sera cias-

sificada com a denominação de "abaixo do

padrão" ou "refugo", sendo, porem, per-

mitido para essas ceras o rebeneficiamento

por processos físicos.

Qualquer que seja o tipo da cera. não

poderá ter uma densidade igual ou supe-

rior à unidade. O certificado de classifica-

ção da cera de carnaúba será valido por

um ano, contado da data de sua emissão.

Determina o presente decreto que, duran-

te a safra do corrente ano, será permitida

a classificação usual, não podendo, entre-

tanto, ser admitido mais de 1,5% de impu-

rezas, inclusive unidade para as ce^as e"

olho" e de 3% para as de "

palha .

As despesas relativas à classificação e -i

fiscalização da exportação da cera de car

naúba serão cobradas de acordo com a se-

guinte tabela :

a) — Classificação, inclusive emissão de

certificado, por quilo — $100; b)

sificação, inclusive emissão de certificado,

por quilo — $050; c) — Arbitragem, por

quilo — $150; d) — Inspeção por saco ou

volume — $200; e) — Análises de amos-

tras, em laboratório — 100^000; f) _ or~

necimento de padrões, preço de coleção

200$000; g) — Taxa de fiscalização e ex-

portação, inclusive análises e emissão e

certificados, por saco ou volume *

(Decreto n.° 6.197, de 30 de Agosto de

1940, publicado no Diário Oficial de

Setembro do mesmo ano.)

ESTATUTOS DOS SINDICATOS

PELO sr. Ministro do Trabalho foi ex-

pedida a Portaria n.° 354, de Agosto

do corrente ano, estabelecendo o modelo a

que devem obedecer os estatutos sindicais

na conformidade do que dispõe o art. 8.

do decreto-lei n.° 1.402, de 5 de Julho de

1939.A presente portaria ministerial vem aten-

der a constantes apelos dos interessados em

que fosse fixado, pelo Ministério do Traba-

lho, um padrão básico para as suas normas

estatutárias. .A portaria não é de cumprimento obriga-

tóio, de vez que, cm seu_ preâmbulo, ape-

nas se recomenda a adoção, pelos interes-

sados, dos modelos que ela estabelece, po-

rém, melhor fòra que sua observância se

tornasse obrigatória para que tivessem to-

dos os sindicatos um estatuto padrão, ape-

nas variável para atender a certas peculia-

ridades de cada um. Contudo, será de gran-

cie conveniência que todas as entidades sin-

dicais a observem e adotem os modêlos por

ela estabelecidos. .Ao redigirem seus estatutos de acordo

com as normas adotadas pela presente por-

taria, deverão os sindicatos mencionar a sua

denominação, sede, foro, sua finalidade, de-

clarando a categoria que representa se

econômica ou profissional — em sua base

territorial. ..Dos estatutos ficarão consignadas as di-

versas prerrogativas de que goze o sindica-

Io, fixando-se, desse modo, os direitos que

lhe assistem como órgão representativo de

classe e seus deveres como colaborador dos

poderes públicos no desenvolvimento da so-

lidariedade da classe que representa promo-

vendo e mantendo serviços que tenhampor

fim dar aos seus associados assistência e

demais benefícios assegurados pela legisla

ção protetota do trabalho.

Para o seu funcionamento deverão os

sindicatos atender às seguintes condições ^

__ observar rigorosamente a lei, os

princípios de moral e ter compre-

ensão dos deveres cívicos;

b) - abster-se de qualquer propaganda

de ideologias contrarias as institui-

cões e aos interesses nacionais,

c) _ não permitir a existência acumula-

tiva de cargos eletivos com O de

emprêgo remunerado pelo sind

cito *

d) — manter a gratuidade dos cargos

eletivos, ressalvadas as exceções da

lei.

^feo^arr^tí=tprofissionais

liberais. emprêsa que

Pfizer *as

prescrições da legisla# sindi-

cal tem direito de ser admitida no sindi-

^Dividem-se os associados em:

rcs. os que f"ãoad"^tato

;"f

«ri «- «3* «

rem^se

'se"1 tratar

"de" sindicato de emprega-

'

ièS

dores, o nome e sede da firma ou emprêça

a que pertence, prova de atividade, median-

te certificado do Registro do comércio ou

de repartição arrecadadora, o seu nome, ida-

de, estado civil, nacionalidade, residência,

número e data da carteira de identidade de

cada um dos sócios ou administradores da

firma ou emprêsa, e, se se tratar de sindi-

catos de empregados, trabalhadores autôno-

mos ou profissionais liberais, desde que

mencionem o nome por extenso, idade, es-

tado civil, nacionalidade, profissão, residên-

cia, estabelecimento ou local onde exerce

a profissão; beneméritos aqueles que tiverem

prestado relevantes serviços ao sindicato,

demonstrando alto espírito de colaboração

com o poder público, além de promoverem

a solidariedade das classes e concorrer para

desenvolvimento do patrimônio do sindica-

to, mediante doações e legados.

São direitos dos associados:

a) — tomar parte, votar e ser votado nas

assembléias gerais;. requerer, com motivo justificado, a

convocação da assembléia geral

extraordinária; .

c) — gozar dos «serviços do sindicato.^

j 1 r 1

Êsses direitos são pessoais e intransferí-

veis #Perderá seus direitos todo associado que,

por qualquer motivo, deixar o exercício da

profissão, excetuados os casos de aposen -

doria, falta de trabalho ou prestaçao do

serviço militar obrigatório.

Como deveres cumpre aos associadosi:

pagar pontualmente as mensalidades que

forem estipuladas; comparecer _as assem

bléias gerais e acatar suas decisões; desem-

penhar com eficiência o cargo para que o,

eleito e no qual tenha sido investido pres

tigiar o sindicato por todos os meios ao seu

alcance • comparecer as sessões cívicas co-

memorativas das datas e festas nae.onais

respeitar em tudo a lei e acatar as autor,-

dades constituídas e cumprir

t0Em seguida estabelece a portaria as di-

versas penalidades em que poderá incorrer

o associado desde a s^sPensa°

reitos de associado ate a sua el.m.naçao

dc quadro social do sindicato.

Para o exercício do direito do voto deve-

rão os estatutos conter as seguintes con 1-

ções:

__ ter o associado mais de seis mesesa)

de inscrição no quadro soca do

sindicato e mais de dois anos de

exercício da atividade na respectiva

base territorial;

1-a ser maior de dezoito anos;

C) _ estar no gôso de seus direitos sm-

dicais. i j

' vr-0 podem concorrer à eleição para car-

eofadmSativos ou de representação

profissional, além de outros, os que profes-

sarem ideologias inconciliáveis <:om as in

titnicões ou com os interesses da Nação , os

que houverem lesado o patnmonio de algu-

ma associação profissional; os que tivere

comprovada má conduta ou que forem em-

pregados do sindicato ou de assoeiaçao de

^rDe^erã^ainda os estatutos estabelecer o

processamento das eleições e as dlvers\3

^Sidas a serem tomadas para se assegurar re

suttado honesto e imparcial nos ptato., de-

terminando-se também a mane.radeserfe_

to o registro dos candidatos a cargos eieu

126

vos, de conformidade com o que dispõe a

respeito a portaria n.° 338, de 31 de Julho

do corrente ano. Com referência as assem-

bléias gerais determina a portaria que elas

são soberanas nas resoluções que nao con-

trariem as leis vigentes e aos estatutos que

forem adotados pelo sindicato; suas delibe-

rações deverão ser tomadas por maioria

absoluta de votos, em relação ao total dos

associados em primeira convocação, e em

segunda, por maioria dos votos dos associa-

dos presentes. As assembléias gerais extra-

ordinárias serão realizadas por convocação

do presidente ou da maioria da diretoria

ou do Conselho Fiscal, ou ainda a requeri-

mento de certo número de associados, jus-

tifiçado o motivo.

O sindicato será administrado por uma

Diretoria, composta de determinado numero

de membros eleitos pela assembleia geral.

Cabe à Diretoria eleger, j dentre os seus

membros, o presidente do sindicato.

Deverão os estatutos especificar a compe-

tência da Diretoria e do presidente, bem co-

mo as atribuições do secretário do sindi-

cato. . | ,Além da Diretoria, tera o sindicato um

Conselho Fiscal, composto de três mem-

bros, eleitos pela Assembléia Geral, e ín-

cumbido da fiscalização financeira.

Dos estatutos devem constar também os

casos determinantes de perda e suspensão

do mandato não só para os membros da Di-

retoria como para os do Conselho Fiscal,

determinando-se ainda o modo de se proces-

sarem as substituições dos referidos mem-

bros em caso de impedimento, renuncia ou

abandono do cargo.

A constituição do patrimônio dos sindica-

tos é matéria de grande importância e os

estatutos deverão estabelecer medidas ne-

cessárias à sua conservação e emprêgo, de

modo a não vir o çiesmo a ter finalidade di-

ferente da que for determinada em lei e

constar de suas normas. _ J . 1

Os estatutos só entrarão em vigor depois

de aprovados, por despacho, pelo sr. Minis-

tro do Trabalho, e a sua reforma far-se-á

apenas por uma assembléia geral para êsse

fim especialmente convocada.

(Portaria n.° 354, de 22-8-40; publicadano Diário Oficial de 23 de Agosto de 1940.)

DURAÇÃO DO TRABALHO

PELO sr. Presidente da República f°i

assinado o decreto-lei n.° 2.505. de 19

de Agosto do corrente ano, reformando dis-

positivos do decreto-lei n.° 2.308, de 13 de

Junho deste ano, que dispõe sôbre a duração

do trabalho nas atividades privadas.^Ao art. 12 do referido decreto-lei 2.308,

foi acrescentado um terceiro parágrafo es-

tabelecendo que o limite mínimo de uma

hora para repouso ou refeição poderá ser

reduzido por ato do sr. Ministro do Tra-

balho, desde que, ouvido o Serviço de Ali-

ínentação da Previdência Social, ficar

constatado que o estabelecimento satisfaz

integralmente às exigências do decreto-lei

n.° 1.238, de 2 de Maio de 1938. que dis-

põe sôbre a instalação de refeitórios e a

criação de. cursos de àperfeiçoamento pro-

fissional.Além disso, nova redação também foi

dáda aos parágrafos 1.° e 2.° do art. 13 do

mesmo decreto-lei 2.308 no sentido de de-

terminar que a hora do trabalho noturno se-

rá computada cq$q de 52 minuto» e 30 se-

gundos, e considerando-se como noturno o

trabalho que for executado entre as 22 no-

ras de um dia e as 5 horas do dia se-

gUAs alterações introduzidas pelo presente

decreto-lei entraram em vigor juntamente

com o de n.° 2.308, de 13 de Junho do cor-

rente ano, isto é, desde o dia 15 de Agos-

to próximo passado.

(Decreto-lei n.° 2.505. de 19 de Agosto

de 1940. publicado no Diário Oficial de

de Agosto de 1940.)

direitos aduaneiros

O ELO sr. Presidente da República foir

expedido o decreto-lei n.° 2.503, de 19

de Agosto do corrente ano. dando nova re-

daçüo ao art. 26 do decreto-lei n. 300. de

24 de Fevereiro de 1938, que regula a con-

cessão de redução e isenção de direitos

aduaneiros.O art. 26 do citado decreto-lei 300 trata

da concessão feita às empresas, compa-

nhias ou firmas que explorem a indústria

de extração do petroleo, do carvão mine-

ral, fabricação de cimento e de vidro plano.

O assunto pertinente àquele dispositivo

terá a seguinte regulamentação:

Às emprêsas, companhias ou firmas já

constituídas ou que se venham a constituir,

no País, para a indústria de extração de pe-

tróleo, de carvão mineral, fabricação de ci-

mento e de vidro plano, serão concedidas

isenções de direitos de importação paraconsumo e demais taxas aduaneiras aos ma-

quinismos, aparelhos, ferramentas, instru-

mentos e materiais importados para aquele

fim, bem como ao transporte marítimo, flu-

vial, por estrada de ferro de pequeno per-curso ou cabos aéreos, das matérias primas

para as fábricas ou depósitos, etc.

A concessão vigorará pelo prazo de cinco

anos e deverão ser satisfeitas, mediante con-

trato, além das obrigações de carater ge-ral, mais as seguintes:

a) — prova da existência legal da em-

prêsa, companhia ou firma, com certidão de

seu registro em documento hábil que o

supra;b) — prova de que tem capital realizado

de 10.000:000$ no mínimo, para as indús-

trias de extração de petróleo, de carvão

mineral e fabricação de cimento, e de ....

6.000:000$ para as de vidro plano;

c) — apresentar ao exame do Ministé-

rio da Agricultura, que depois de aprova-

dos, os remeterá ao Ministério da Fazenda,

todos os planos, orçamentos, especificaçõese demais detalhes referentes a construções,instalações e funcionamento das fábricas;

d) — vender ao Govêrno Federal, paraas suas necessidades, até 30% da produçãoanual das fábricas, a preços nunca supe-riores e condições também nunca inferioresàqueles pelos quais estejam veridendo aosatacadistas o produto de sua fabricação;

e) — sujeitar-se à fiscalização do Go-vêrno, facilitando todos os exames que, nes-se sentido, venham a ser feitos;

f) — empregar, nos seus serviços, pelomenos, 80% de operários brasileiros e man-ter nas fábricas até 10 menores aprendizes,bem como três técnicos que hajam obtidoas melhores notas na Escola Nacional deEngenharia, ou na Escola Nacional de Mi-nas e Metalurgia, ou ainda na Escola Na-cional de Química da Universidade do Bra-sil, ou em outras escolas legalmente reco-nhecidas;

O OBSERVADOR — LV1

g) — prestar caução, ao Tesouro Nacio^nal, antes da assinatura do contrato e paragarantia de sua execução, a quantia de ...100:000$, adiantando a quota anual de ...18:000$ para as despesas de fiscalização.

As companhias, emprêsas ou firmas queexplorem a indústria de fabricação de ci-mento, deverão ainda atender às seguintesexigências:

a) — instalar, no prazo de um ano, a co-meçar da data da assinatura do contrato, fá«bricas com capacidade mínima anual de ..,25.000 toneladas;

b) — empregar matéria prima exclusi-vãmente nacional;

c) — provar que dispõem de jazidas decalcáreo e argila para abastecerem as res-

pectivas fábricas, durante o período de 15anos;

d) — não fornecer ao consumo o cimen-to produzido, sem prévia autorização do en-

genheiro fiscal,, que certificará a composi-

ção, qualidade, densidade, grau de pulveri-zação, resistência e tração, deformação afrio e a quente.

As emprêsas, companhias ou firmas queexplorarem a indústria da fabricação do vi-

dro plano deverão instalar, dentro de dois

anos, a contar da data da assinatura do

contrato, a respectiva fábrica e somenteempregar, como matéria prima, areias ou si»licatos e calcáreos exclusivamente na-

cionais.

As emprêsas, companhias ou firmas quese organizarem para êsses fins, deverão ter-

minar as instalações e iniciar o funciona-

mento das fábricas dentro dos prazos mar-

cados nos contratos, sob pena de caducida-

de da concessão e pagamento dos direitos

integrais de todo o material que já houver

sido despachado com os favores conferi-

dos pelo presente decreto-lei.

A finalidade da nova redação dada a êsse

artigo do decreto-lei que concede isenção ou

redução de direitos aduaneiros é facilitar o

incremento das indústrias extrativas do pe-tróleo e do fcarvão mineral e da fabrica-

ção de cimento e de vidro plano, produtosda maior importância e necessidade para o

consumo interno do País.

Êsse ato do sr. Presidente da Republica

expressa bem a orientação atual do Govêr-

no em prestigiar e auxiliar, sempre que

possível, todas as iniciativas tendentes a

produzir, com os próprios recursos das nos-

sas matérias primas, tudo quanto costuma-

mos importar para as nossas atividades

industriais.

(Decreto-lei 2.503, de 19 de Agosto

de 1940, publicado no Diário Oficial de

21 de Agosto do mesmo ano. O decre-

to-lei n.° 300, de 24 de Fevereiro de

1938, publicado no Diário Oficial de 5

de Março do mesmo ano.)

FIBRAS NACIONAIS

PELA Comissão de Defesa da Economia

Nacional foi expedida a Resolução nu-

mero 4, de 20 de Agosto do corrente ano,

determinando que nas indústrias de ec1

e cordoalha sejam utilizadas fibras na

nais no sentido de incrementar a sua pr

dução e o seu aproveitamento industria .

As medidas tomadas pela referida

são merecem registro especial pela ínrp

tancia que as mesmas envolvem a

economia e indústrias têxteis do Pais»

O OBSERVADOR - LVl

_ ,-rmina a Comissão que as fábricas de

Çfap iniagem são obrigadas, de ora

'' diante a empregar na manufatura de

cm dia„,'tn, em mistura com juta índia-

SeUS ma wrcenUgem minima de 10% de fi-

na, uma per ^ ainda ponderar que a

iíta Sna um. entre nós. um sucedâneo

d^ímbS!°rasqcorUr^s^'obrigada, a

Iríar no fabrico de certos produtos,

a™ seguintes fibras nacionais nas propor-

ções de;

100% de caroá em todos os bar-

bantes engomados até agora_ fabri-

cados com juta de importaçao;

u\ _ 100% de fibra de caroa ou outra

qualquer fibra nacional em todos os

demais produtos, até agora_ fabrica-

dos com juta de importaçao;

c1 _ 25% de fibra de caroá, exclusiva-

mente, em todos os fios, cordéis,

cordas e cabos que tenham sido ate

o presente fabricados com fibra de

sisal nacional ou importado.

Como se vê. será o caroá nordestino a

fibra nacional de maior aproveitamento na

indústria de tecidos e cordoalha de que tra-

ta a aludida Resolução da Comissão de De-

fesa da Economia Nacional.

Certo, outras fibras brasileiras virão a

ser beneficiadas para o futuro. . mDetermina ainda a aludida Resolução qu

o preço de todas as fibras nacionais, cujo

emprego é agora obrigatório, isto é, o ca-

roá e o sisal. não poderá exceder o preço

das fibras similares importadas, dependen-

do também de expressa autorizaçao daquela

Comissão a importação de todos os produ-

tos manufaturados de juta e sisal.

A importância e o alcance economicos des-

sas providências tomadas pela Comissão

dc Defesa da Economia Nacional estão as-

sinaladas em editorial feito especialmente

sobre o assunto. ;Naquele registro procuramos mostrar o

interesse que deve ser dispensado ao incre-

mento das fibras brasileiras não só com re-

lação à nossa emancipação como pais im-

portador de tais produtos, senão também

para a possibilidade de nos tornarmos abas-

tecedores dos grandes centros industriais.

(Resolução n.° 4, de 20 de Agosto de

1940, publicada no Diário Oficial de 24 de

Agosto de 1940, pag. 16.289.)

EXPORTADORES E CLASSIFICA-

DORES AGRÍCOLAS

ri ANDO cumprimento ao disposto nosU

parágrafos 1.' e 2.° do art. 61 do

decreto n. S.739. de 29 de Maio deste

ano que aprovou o regulamento a p

dronização dos produtos agrícolas e P

cuários e das matérias primas, seu!J*.

produtos e resíduos de valor econo

foi expedido pelo Sr. Presidente a

pública o decreto-lei n. 2.527 de 23 de

Agosto do corrente ano criando taxas

para o registro de exportadores e c a

ficadores daqueles produtos agrico a

pecuários do País. crxtnnnAs taxas de registro serão de 5JWW

por exportadores e 10$000 por produtos,

e as da renovação dos registros de 5»

pelos primeiros e 5SOOO pelos segun os.

Ficam ainda estabelecidas as tax*|s

30$000 por çlasie « 5ÇOOO por produtos,

devidas para o registro de títulos de cias-

sificadores de produtos e matérias pri-

mas de origem animal, mineral e vege-

tal, de acordo com o que dispõe o arti-

go 40 do Regulamento aprovado pelo ci-

tado decreto n. 5.739.

O pagamento dessas taxas far-se-á por

meio de estampilhas, inutilizadas nos tí-

tulos, no ato do registro, pelo Serviço de

Economia Rural do Ministério da Agri-

cuhura, sem prejuizo do selo por verba

a que estiverem sujeitos aqueles títulos,

cuja quitação se devera provar antes da

concessão do registro.

O registro, de acordo com o presente

decreto-lei, tem carater obrigatório e

dele não se exime o exportador pelà ial-

ta de especificações e estabelecimento de

padrões para a classificação de um pro-

duto agrícola, pecuário ou matéria pri-

ma, bem como seus produtos e resíduos

de valor econômico.

A obrigatoriedade do registro contar-

se-á, porém, a partir de noventa dias

após a expedição dêsse decreto-lei, islo

é de 26 de Outubro do corrente ano,

quando, então, não será permitido a ne-

nhum exportador que nao esteja regis-

trado, exportar para o estrangeiro.

O presente decreto-lei vem completar

as recentes medidas que sòbre o assunto

estão sendo tomadas pelo S°""n0- s0~

hretudo a partir do mencionado decreto

n 5 739, de 29 de Maio último, nft sen-

tido de não só incrementar a produção

de nossas matérias primas c0™°

estabelecer um r^mepadromzadopa

os mesmos, de que ahas ja tratar^ ^

dPe°rjX dèste^ ancf," do Ministério da

Agricul.ura. 23-8-940, pu-(Decreto-lei n. 2.527, de a s . w

blicado no " Diário Oficiala, de 26

COMISSÃO NACIONAL DO

GASOGÊNIO

PELO Sr. Presidente - da RfP|b,*a

* expedido o decreto-lei n 2.52

23 de Agosto do corrente an

a redação do decreto-lei ti._l.ws, oe

de Fevereiro de 1939 que criou a Comis

Qão Nacional do Gasogenio.S

A referida Comissão funcionar^dire-

tamente subordinada ao ^ atribui.

Agricultura e tera as g

plost. tratores agrícolas, veic^os auto-

fabcflÇ1ncentivar0rpÍaní°o de essências

n ctoU mais convenientes ao preparo

de Tenha e carvão apropriado à produção

ção e consumo econômico de combusti-

Í^gSrÔr^nSn£c^ de

COnbontaçãdo e le'"mecá^ica^efpecializa-

Ha °ob

sua orientação tendo em vista a

uniformidade e difusão dos cursos em

todo o paisj

127

{) _ manter em dia estatística relati-

va à importação, fabrico é emprego do

gasogênio no pais, devendo para isso ser

organizado um serviço encarregado de

exame e registro dos gasogênios, apare-

lhos de carbonização e materiais acesso-

rios;

g) fazer propaganda nos meios

produtores da conveniência e utilidade da

construção de estradas ou caminhos ade-

quados ao "tráfego fácil de veículo au-

to-motor a gasogênio;h) propor aos governos federais, es-

taduais e municipais as providências ne-

cessárias à intensificação do uso dos vei-

culos à gasogênio.

Nenhum tipo de gasogênio, seus aces-

sórios e aparelhos de carborização pode-

rão ser expostos à venda sem o compe-

tente certificado de registro e aprovaçao

da Comissão Nacional do Gasogênio m-

correndo em multa de 500?000 a 10.000v,

além da apreensão daqueles produtos, os

que infringirem êsse dispositivo. ^A' Comissão do Gasogenio incumbe

fiscalizar e orientar toda e qualquer ati-

vidade relativa ao gasogênio no territo-

rio nacional.

Será composta de representantes dos

Ministérios da Agricultura, Viaçao,

Guerra e Trabalho, do Instituto de Tec-

nologia, do Departamento Nacional de

Estradas de Rodagem, da Inspetoria Fe-

deral de Obras Contra as Secas, da h.s-

cola Nacional de Agronomia, do Serviço

Florestal do Ministério da Agricultura,

da Sociedade Nacional de Agronomia, do

Automóvel Clube do Brasil, das empre-

sas de transportes e dos fabricantes

gasogênio, sendo um de cada entidade.g

(Decreto-lei n. 2.526 de 23 de Agosto

de 1940, publicado no Diário Oficial ,

deA2's"8re4plrtições federais, estaduais e

municipais cumpre prestar toda a. cola-

boração aos trabalhos da Comissão, fi

cando esta autorizada a requisitar, por

intermédio do Ministério da Agncultura,

técnicos e outros funcionários _

numerários federais que

rios ao bom andamento dos s

lhos Os créditos destinados a Comissão

serão distribuídos ao Tesouro Naooijl e

postos à disposição da Comissão _ no

aS^^^srr^ços

terá existência permanente devendo noa

orçamentos anuais da União, a Par^r

1941 ficarem abertos os créditos nec^ss^

rios"a sua manutenção. Determina desde

já o decreto-lei que todo propnetáno de

10 OU mais veículos automoveis tera de

possuir um a gasogenio em trafego, por

grupo de 10. Serão elaborados pelo »

listro da Agricultura o regulamento e O

regimento a que deve obedecer a exe

rucão do presente decreto-lei e dos ser

viços concernentes aos trabalhos da re-

ferida Comissão.

CiNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE

POMo objetivo de salvaguardar a eco-

^ nomia dos consumidores de generos de

nrimeira necessidade — o povo, própria-

mente dito — defender a produção nacional

m mercados interno», e garantir aos pro-

''

128

dutores um lucro razoável sem a especula-

ção de preços, o açambarcamento de pro-

dutos e a exploração do consumidor, baixou

a Comissão de Defesa da Economia Nado-

liai, pela Resolução n.° 3, de 1 de Agosto

do corrente ano, medidas tendentes a regu-

larizar "na emergência atual, a produção e

o abastecimento do Pais".

Determina aquela Comissão Que^ nenhum

comerciante, em grosso ou a varejo, P°de~

rá alterar os preços constantes do ultimo

tabelamento da Comissão de Abastecimento,

recentemente extinta, ou os que se vierem

a estabelecr sem motivo justificado.

São motivos justificáveis para alteração

de preços:

a) — a alta resultante de melhores pré-

ços pagos aos produtores ;

b) — os ônus decorrentes da alta de

transportes, combustíveis, matérias

primas importadas;

c) __ as secas, ou fenômenos climatoló-

gicos, inundações, pragas vegetais,

desde que afetem a colheita ou ren-

dimento, ou rareem os produtos;

d) —- a oscilação natural, resultante da

safra, de acordo com as verifica-

das nos anos anteriores.

Os contraventores, comerciantes ou indus-

triais, responderão, isoladamente, pelos seus

atos que são passíveis de multa de 1 a 100

contos de réis, sem prejuízo das penalidadesou responsabilidades em que porventura _seachem incursos, em virtude das disposições

do decréto-lei n.° 869, de 18 de Novembro

de 1939, que define os crimes contra a eco-

nomia popular, sua guarda e seu em-

prego.

Incorrem ainda nessa penalidade ias pes-

soas naturais ou jurídicas que jetiveremstocks com objetivo de especulação; prati-carèm manobras, com o propósito delibe-

rado de manter a alta dos preços nos cen-

tros consumidores, quando os artigos estive-

rem a preços baixos nos centros produto-res e formarem trusts no comércio em gros-so, com o fim de açambarcamento.

A Comissão de Defesa da Economia Na-

cional providenciará para colaborar com o

produtor e com o comércio, afim de equi-

librar os preços em um nível compatível

com o padrão de vida das populações.

As medidas propostas pela Comissão são

de grande importância e necessidade e cons-

tituem uma segurança para as classes pobrescontra a sanha dos seus exploradores.

(Resolução n.° 3, de Io de Agosto de

1940, publicada no Diário Oficial de

3-8-940, pag. 15.271.)

?

ELEIÇÕES SINDICAIS i

g STABELECÊNDO as condições quedevem ser observadas para o processo

das eleições sindicais, baixou o sr. Minis-

tro do Trabalho a Portaria n.° 338, de 31

de Julho do corrente, com ás seguintes ins-

truções a respeito:

Para o exercício do direito do voto em

eleição sindical, assim como para a investi-

dura em cargo de diretoria ou de Conse-

ího Fiscal do sindicato, ou de representa-

ção profissional, devem ser satisfeitas as

condições abaixo:

a) — estar o associado inscrito a mais

de seis meses no quadro social do

sindicato e ter mais de dois anos

de exercício da atividade ou profis-

são na respectiva base territorial;

b) — ser maior de 18 anos;

c) — estar no gozo de seus direitos sin-

dicais.

São motivos impeditivos para exercer

cargos administrativos ou de representação

profissional:

a) __ professar ideologias incompatíveis

com as instituições ou os interesses

nacionais;

b) — não ter aprovadas as suas contas

de exercício em cargos de admi-

nistração;

c) haver lesado o patrimônio de qual-

quer associação profissional; g|d) — não ter, pelo menos, desde dois

anos antes de exercício efetivo da

profissão ou em representação pro-fissional;

e) — ter provada má conduta;

f) — ser empregado de sindicato ou de

associação de gráu superior.

São de dois anos os mandatos da dire-

toria e do conselho fiscal, e vedada a re-

eleição para o período imediato. Êsses car-

gos serão conferidos a brasileiros, e o de

presidente de sindicato ou de associação, a

brasileiro nato.

E' assegurado a todo associado o direito

de concorrer a cargos de diretoria ou de

conselho fiscal do respectivo sindicato des-

de que o exerça por meio de chapas regis-tradas, mediante os dados seguintes:

a) — número de matrícula social;b) — número da carteira profissional e

respectiva série;c) — nome do estabelecimento onde

exerce a atividade ou profissão;d) — naturalidade;e) — idade;f) — estado civil;

g) — o tempo de exercício da atividadeou profissão.

O registro dos candidatos será feito nosindicato, por meio de chapa entregue, emtrês vias, sob recibo, à respectiva secreta-ria, por qualquer associado, sete dias antesde se realizarem as eleições.

Para as eleições, observar-se-á o seguin-te: o presidente do sindicato convocará aassembléia geral, indicando o local, dia ehora mediante edital, avisos ou boletins comantecedência de três dias.

Havendo número legal de associados, o

presidente abrirá a sessão, passando a pre-sidência ao membro mais idoso do conse-lho fiscal. Em seguida, o presidente damesa fará a leitura do edital de convocaçãoe explicará a finalidade da assembléia,nomeando os seus secretários e escrutina-dores. Iniciados os trabalhos, a ordem dodia constará do seguinte: a) — leitura dosnomes dos presidentes das mesas eleitorais;b) — leitura dos nomes dos candidatos

que concorrem ao pleito, constantes daschapas previamente registradas na secreta-ria do sindicato; c) — leitura dos nomesdos fiscais dos candidatos que encabeçaremas chapas registradas.

A votação processar-se-á da forma se-

guinte: '.Ml d.LLÜ

O OBSERVADOR — LVl

a) — o presidente da mesa abrirá a ur-na, examinando-a e mostrando quea mesma está vazia e perfeita, para,depois, fechá-la, garantindo a in-violabilidade com lacre;

b) — em seguida, proceder-se-á à cha-mada de cada eleitor, o qual, de-pois de receber das mãos do presi-dente da mesa uma sobrecarta, di-rigir-se-á ao gabinete indevassável,onde colocará a chapa de seu votona sobrecarta, fechando-a, e vindodepositá-la, depois, na urna;

c) — terminada a primeira chamada,

proceder-se-á, imediatamente, auma segunda chamada, e se hou-ver, pelo livro de votantes, o com-

parecimento da maioria absoluta,

dar-se-á lojjo inicio à apuração,

podendo, porém, se conveniente,

adiar a apuração para o dia ime-

diato, e, nesse caso, serão devida-

mente vedadas, lacradas e rubrica-

das as urnasr Se não houver vota-

ção da maioria absoluta, ficará sem

efeito a eleição, fazendo-se nova

convocação, dentro de oito dias,

para outra eleição. Serão considc-

rados eleitos os candidatos que ob-

tiverem maioria dos eleitores pre-sentes. Em caso de empate, será

considerado eleito o associado mais

antigo do quadro social do sindi-

cato. Todas as eleições dependem

de aprovação do Ministro do Tra-

balho.

Proceder-se-á do mesmo modo para as

eleições nas associações sindicais de gráu

superior e na escolha dos delegados dos sin-

dicatos junto às respectivas federações e

destas junto às confederações.

(Portaria n.c 338, de 31-7-940, publicada

no Diário Oficwl de 8-8-40, pag. 15.302;

retificada no Diário Oficial de 15-8-40, pag.

15.684.)

?

IMPOSTO SINDICAL

PELO sr. Ministro do Trabalho foi ex-

pedida a Portaria n.° 339, de 31 de Ju-

lho dêste ano, estabelecendo as condições

que devem ser observadas no tocante a fi-

xação e pagamento do Imposto Sindical cria-

do pelo decreto-lei n.° 2.377, de 8 daquele

mesmo mês e ano.

Para a fixação do imposto sindical devi-

do pelos trabalhadores autônomos > e pelos

profissionais liberais deverão os sindicatos

apresentar proposta no mês de Junho de

cada ano, à aprovação do Departamento

Nacional do Trabalho, no Distrito Federal,

e das Delegacias Regionais do Ministério

ou das repartições estaduais competentes e

que exerçam funções delegadas, nos Estados

e no Território do Acre.

A aprovação será feita por despacho ate

31 de Agosto de cada. ano. Cumpre aos

sindicatos interessados promover, incontl"

nenti, a publicação, por três vezes, da pro

posta aprovada, no órgão oficial ou em um

jornal de grande circulação.

Do despacho das autoridades estaduais

aprovando a proposta do imposto ca era

í ecurso dos contribuintes interessados pa

o diretor do Departamento Nacional ao

Trabalho até 31 de Outubro e sera mter-

posto perante as autoridades prola toras

o OBSERVADOR — LVI

129

despacho e por estas instruído e encaminha-

do dentro de dez dias. a partir de seu re-

cebímento. ànuele departamento.

Dos despachos finais do diretor do De-

rartaméntò Nacional do Trabalho caberá

recurso, no prazo de dez dias, para o Mi-

nistro do Trabalho.

Como base para o oa^mento do imnosto

sindical pelos trabalhadores autônomos e

profissionais liberais será organirada uma

lista de contribuintes pelos respetivos sin-

diratos, e nue deverá ser publirada e reme-

tida até 30 de Setembro de cada ano à mito-

rjdacie competente. Durante o mês de OuHi-

bro qualouer contribuinte poderá reclamar

contra a lista organizada.

O recolhimento do imposto sindical des-

contados nelos emoretradores aos resnectivos

empregados, efetuar-se-á no mês de Abril

de cada ano. diretamente, aos sindicatos a

cuia cateeoria pertencerem os referidos

empresados, ou aos estabelecimentos bancá-

rios escolhidos pelos mesmos sindicatos.

Nas localidades onde não houver aeência ou

representantes dos estabelecimentos bancá-

rios mencionados, o recolhimento poderá ser

feito por meio de vale postal, cheque ou or-

dem cie pagamento.

O paeramento do imposto devido pelos

eirwreeradores aos próprios sindicatos, efe-

tuar-se-á no mês de Janeiro dé cada ano e

diretamente ao sindicato respectivo, median-

te guia de recolhimento ao estabelreimento

bancário indicado pelo mesmo sindicato, e.

nas localidades onde nãò for possível fazer-

se dessa forma o recolhimento, poderá êste

ser também realizado em cheque, vale pos-

tal e ordem de pagamento.

A quitação do imposto sindical referente

aos empregados, em geral, e aos trabalha-

dores autônomos ou profissionais liberais,

será comprovada por uma declaração devi-

damente autenticada ou, se o contribuinte

for portador de carteira profissional, desta

constará a anotação devida.

(Portaria n.° 339, de 31-7-40, publicadano Diário Oficial de 8-8-940, pag. 15.304.)

?

APOSENTADORIA E PREVIDÊNCIA

SOCIAL

pELO sr. Presidente da República foi

expedido o decreto-lei n.° 2.474. de 5

de Agosto do corrente ano, suspendendo,até que seja decretado novo plano de bene-fícios para as instituições de previdênciasocial, a concessão de qualquer aposenta-doria que não seja por motivo de invalideza associado, ou segurado que conte menosdc 60 anos de idade.

As instituições de previdência social a quealude o citado decreto-lei, são os Institutose Caixas de Aposentadoria e Pensões.

Com efeito, a concessão de aposentado-ria, sobretudo das ordinárias, tem sobrecar-regado demasiadamente aquelas instituições.Como exemplo marcante basta atentar-separa o número vultoso de aposentadoriasconcedidas pelo Instituto de Aposentadoriae Pensões dos Comerciários. De Janeiro aSetembro de 1939 foram concedidas aliaposentadorias num total de 4.736:449§300,estando em vigor no mês de Outubro domesmo ano 2.596 aposentadorias, na impor-tancia de 565:453$000.

Está o Ministério do Trabalho, por seusorgâos técnicos, procedendo a estudo apro-undado do assunto com o fim de serem es-

tabelecidos novos planos de benefícios quevisem assegurar melhores condições de as-sistência aos associados e segurados daque-Ias instituições.

O objetivo da reforma nessa parte da le-gislaçíio de previdência social, tal como éprometida pelo Govêrno, virá não só bene-ficiar os interessados, senão também asse-gurar maior estabilidade ás instituições. Emprimeiro luear. releva notar que o aunntumdas aposentadorias ordinárias concedidas épequeno, irrisório mesmo, em nada auxiliao operário inválido para a sua substoên-cia e, se é chefe de família, maior é a fia-

grante desproporção entre o benefício con-cedido e as suas necessidades.

Ora. a finalidade da assistência e pre-vidência social não é essa. O amparo queela deve dar ao operário tem ciue ser. pelomenos, suficiente p^ra suprir metade do ciue

cie ganhava na atividade. Pequenos auxí-

lios não beneficiam.

Outro motivo é o grande número dessas

insignificantes aposentadorias a comprome-

ter não só a estabilidade das instituições,

como também a prejudicar as outras moda-

lidades de benefícios, de vez que absorvem

vultosas importâncias anuais para a sua ma-

íiutenção.Assegurar, pois, melhores planos de bene-

fícios aos associados, além de garantir maicr

solidez econômica e financeira às institui-

ções de previdência social, eis o objetivo

do recente decreto-lei do sr. Presidente da

República.

(Decreto-lei n.° 2.474, de 5-8-940 — pu-

blirado em Diário Oficial dc Agosto de

1940.)?

AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO

DIRETOR Geral do Departamento de

Imprensa e Propaganda, em cumpri-

meftto ao disposto 110 art. 5° do decreto-lei

n.° 2.440, de 23 de Julho deste ano, expe-

diu instruções relativas ao registro, funcio-

namento e fiscalização das Agências de Vi-

agem e Turismo e das Agências de Turismo

já existentes ou que se venham a estabele-

cer no País. . .

Para se registrarem, deverão tais Agen-

cias satisfazer os seguintes requisitos:

a) prova de constituição legal;

b) — atestado de bons antecedentes e

folha corrida para seus gerentes,

administradores e empregados;

c) — prova de quitação^ com os ^ cofres

públicos, municipais, estaduais e te-

deral; . , .

d) — declaração de seu domicilio lega .

Quanto ao seu funcionamento, deverão as

Agências:

a) — submeter à aprovação da Divisão

de Turismo as tarifas cobradas pe-

los seus serviços aos clientes, as

quais, uma vez aprovadas, não po-

derão ser modificadas sem aviso

prévio de 30 dias;

b) __ utilizar-se somente de guias e m-

térpretes devidamente autorizados,

por aquela Divisão; _

c) _ submeter à prévia aprovaçao da

mesma Divisão toda organizaçao,

material e demais elementos de pro-

paganda turística, bem como guias,

roteiros e planos pelas mesmas or-

ganizados, e os serviços que pres-

tam a seus clientes.

Estão também sujeitas à observância des-sas exigências as Companhias e Agênciasde Navegação e de Passagens Marítimas,Fluviais e Aéreas, desde que venham a pro-mover excursões turísticas aprovadas . peloDepartamento de Imprensa e Propaganda.

À Divisão d« Turismo daquele Departa-mento cumpre fiscalizar e executar as pre-sentes instruções, podendo, para tal fim, odiretor do Departamento, delegar poderesaos órgãos estaduais e municipais.

(Instruções publicadas no Diário Oficialde 10-8-40, pag. 15.427.)

?

CURSOS PROFISSIONAIS

P ELO sr. Presidente da República foiassinado o decreto n.° 6.029, de 26 de

Julho do corrente ano, regulando a insta-lacão e funcionamento dos Cursos Profis-sionais instituídos pelo decreto-lei n.° 1.238,de 2 de Maio de 19.39. em seu art. 4.°.

Os Cursos Profissionais serão instalados,

como unidades autônomas, nos próprios es-tabelecimentos industriais, ou na proximi-clade destes, podendo também ser mantidos

em comum por vários estabelecimentos.Os Cursos, que teem por fim preparar

a formação ou o aperfeiçoamento profissio-nal do trabalhador, compreenderão os se-

guintes estudos:

a) — matérias necessárias à preparação

geral do operário;

b) — noções de tecnologia referente ao

ofício a que se destinar o traba-

lhador;c) — execucão sistemática de todas as

operações que constituam o ofício

escolhido pelo operário.

A prática profissional será apurada pelo

próprio trabalho que o aluno prestar ao1 em-

pregador como seu empregado, ou, ainda,

pelos exercícios feitos pelo mesmo, de ma-

neira metódica, em harmonia com o estu-

do tecnológico respectivo, no local do tra-

balho, ou fora dele, ou em oficinas especiais,

a critério do empregador.

Terão direito à matrícula gratuita em tais

Cursos, em primeiro lugar, os filhos, em

segundo, nas vagas que houver, os irmãos

tios empregados do estabelecimento indus-

trial a que os mesmos pertencerem, _gozan-do também dessa preferência os órfãos dos

antigos empregados de um estabelecimento

industrial. ,.fPara admissão^ aos Cursos deverão os in-

teressados satisfazer as seguintes exigen-

cias:

a) ter a idade mínima de quatorze

anos' ,

b) ter concluido a instrução primaria,

ou possuir os conhecimentos mim-

mos necessários à preparação pro-

fissional;

c\ ter aptidão física e mental para a

atividade que deseja exercer,

d) não sofrer de moléstia infecto-con-

tagiosa e estar vacinado contra a

varíola.

Aos empregados menores de dezoito anos,

aos quais deva ser ministrado o ensino pro-

fissional, ficam os patrões obrigados a as-

segurar oito horas semanais de frequencia

aos cursos, dentro dos períodos letivos esta-

belecidos.

130

.

Nenhum desconto poderá sofrer o empre-

gado menor durante o período de estudo,

devendo este ser remunerado como se fosse

de trabalho prestado no próprio estabeleci-

mento industrial.

Os cursos serão diurnos, mas, para os

trabalhadores que, ao atingirem a idade de

dezoito anos, não hajam completado o cur-

so de aperfeiçoamento profissional referen-

te ao ofício escolhido, haverá aulas notur-

nas especialmente organizadas para esse

fim. ,Da carteira profissional devera constar a

conclusão do curso de aperfeiçoamento.

Pelos srs. ministros do Trabalho e da

Educação serão baixadas instruções espe-

ciais regulando a discriminação dos cursos,

a relação e a senação de suas disciplinas, à

organização dos programas, o regime dida-

tico e outras questões relativas ao funcio-

namento das aulas.

E' obrigatória a freqüência ao curso. O

não comparecimento, sem justa causa, de-

vidamente comprovada, importará, para o

empregado, no desconto de metade do sala-

rio correspondente a cada dia que faltar.

Os descontos serão feitos pelo emprega-

dòr, sendo as importâncias respectivas, jwi-

tamente com as multas e doações, destina-

das à formação e aperfeiçoamento profissio-

nal dos trabalhadores.A falta de freqüência a 20% da totalida-

de das aulas de cada período letivo, bem co-

mo a reprovação, por duas vezes consecuti-

vas, nos exames finais de tecnologia, refe-

rentes a qualquer das séries escolares, im-

portarão na exclusão do ofício em que tra-

balhar o empregado.Aos empregadores que não estiverem sub-

ordinados âos dispositivos do presente re-

gulamento, serão conferidos prêmios de

cinco a vinte contos de reis se organiza-

rem cursos de formação e aperfeiçoamen-

to profissional para os seus empregados.

Ficam as instituições de previdência so-

ciai autorizadas st emprestar, a juros de 6%

anuais, a seus segurados empregadores^ as

importâncias de que necessitarem para ins-

talação de tais cursos em seus estabeleci-

mentos industriais. Os ministros do Tra-• balho e da Educação determinarão as mo-

dalidades de ofícios que exijam formação

técnica sistemática. As emprêsas que não

tenham local fixo de trabalho, como as de

construção civil, poderão ministrar todo o

ensino referente a um ano escolar em dois

meses, ficando os alunos, durante êsse perío-do, consagrados exclusivamente aos traba-

lhos escolares, percebendo os mesmos salá-

rios do tempo do trabalho normal. ;

(Decreto n.° 6.029, de 26-7-40, publicadono Diário Oficial de 3-8-940.)

ALIMENTAÇÃO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

p ELO sr. Presidente da República foi

assinado o decreto-lei n.° 2.478, de 5 de

Agosto do corrente ano, criando o Serviço

de Alimentação e Previdência Social no

Ministério do Trabalho, Indústria e Co-

mércio.Tem por fim êsse Serviço assegurar con-

dições favoráveis e higiênicas à alimenta-

ção adequada e barata aos segurados dos

Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pen-

sões subordinados àquele Ministério/

Desde muito fazia-se necessária a criação

de um órgão semelhante capaz de atender,

com eficiência! tão alta finalidade»

O problema alimentário dos nossos operá-

rios constitue uma questão grave não só

para o Estado, senão também para as pró-

prias classes trabalhadoras. Para realiza-

ção de seus objetivos promoverá o Serviço

de Alimentação:

a) — ampla divulgação, nos meios traba-

lhistas, das vantagens de alimentar-

se convenientemente o trabalhador,

e nos meios patronais, da^ utilidade

de se garantir àquele alimentação

adequada; , I .b) — a propaganda dos orgaos ao bervi-

ço encarregados do fornecimento de

refeições aos trabalhadores;

c) — a formação, na coletividade, de

uma conciência familiarizada com

os problemas da alimentação;

d) — a instalação e funcionamento de

restaurantes destinados aos opera-

rios: ,.

e) — a seleção dos generos alimentícios

e o barateamento dos respectivos

preços;f) o funcionamento de todo-s os orgaos

necessários à integral execução das

medidas propostas por êsse decreto-

lei.

A manutenção do Serviço de Alimenta-

ção será feita pela:

renda resultante do funcionamento

dos restaurantes instalados pelo

Serviço; .renda proveniente da venda de ge-

neros alimentícios a empregadores

que mantenham em suas fábricas

restaurantes próprios;alugueis das partes dos prédios do

Serviço que êste não ocupar;• rendas eventuais.

a)

b)

C)

d)

O Serviço de Alimentação será instala-

do em prédios próprios, devendo, para a

sua construção ou aquisição, cada Institu-

to ou Caixa de Aposentadoria e Pensões,

cujos segurados serão beneficiados pelomesmo Serviço, concorrer com uma quota

proporcionál ao número desses segurados,

conforme determinar o Conselho Atuarial

do Ministério do Trabalho.O Govêrno Federal assegurará ao capital -

dos Institutos e Caixas empregados paraêsse fim um rendimento nunca inferior a

6% anuais. As despesas para instalação,aparelhamento e início de funcionamento doServiço de Alimentação serão custeadas pe-los Institutos e Caixas mediante uma quo-ta proporcional ao número de seus segura-dos e será também determinada pelo Con-selho Atuarial do mesmo Ministério.

Para atender à depreciação dos imóveis eao juro e amortização das despesas referi-das, cobrará o Serviço uma quota sobre os

preços das refeições e dos gêneros alimen-tícios fornecidos aos trabalhadores, sendo o

produto dessa quota entregue, pelo Serviço,aos Institutos e Caixas, no fim de cadaexercício financeiro e proporcionalmente àssomas adiantadas.

O Serviço será dirigido por um Conse-lho Diretor, composto de um presidente equatro membros e diretamente subordinadoao Ministro do Trabàlhj. A execução dostrabalhos referentes ao Serviço ficará acargo de um superintendente geral, subor-dinado àquele Conselho.

O presente decreto-lei será regulamenta-do, cabendo ao Conselho Diretor elaboraro respectivo ante-projeto.

O OBSERVADOR — LVl

A criação dêsse Serviço vem completar

outras medidas referentes ao assunto já pro-movidas pelo Govêrno a favor da alimenta-

ção operária. Citam-se, entre outras, o de-creto-lei n.° 1.238, de 2 de Maio de 1939,

que depoz sobre a instalação de refeitórios

e a criação de cursos de aperfeiçoamento

profissional, e a Portaria n.° 163, de 25 de

Outubro do mesmo ano, autorizando o

Instituto de Aposentadoria e Pensões dos

Industriários a criar um Serviço Central

de Alimentação.

(Decreto-lei n.° 2.478, de 5-8-940, pu=blicado no Diário Oficial de 7-8-940.)

ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS COMO

SINDICATOS

DOR Portaria n.° 337, de 31 de Julho do

corrente ano, expediu o sr. Ministro

do Trabalho instruções para o processo de

reconhecimento das associações profissionais

como sindicatos é para a adaptação dos

sindicatos e associações de-grau superior

às condições exigidas pelo decreto-lei nú-

mero 1.402, de 5 de Julho de 1939.

Dispõe a presente portaria que as asso-

ciações profissionais constituídas de empre-

gadores, empregados, trabalhadores autõno-

ir.os ou profissionais liberais, formadas de

categorias homogeneas, similares ou conexas

na forma estabelecida pelo quadro das ati-

vidades e profissões de que trata o decreto-

lei n.° 2.381, de 9 de Julho do corrente ano

e registradas nos termos do art. 48 do de-

creto-lei n.° 1.402, acima referido, pode-

rão requerer o seu reconhecimento como

sindicato representativo da respectiva cate-

goria econômica, ou profissional, dentro do

limite de uma determinada base territorial.

Para requerer o seu reconhecimento como

sindicato, deverá a associação profissional

instruir o seu pedido com os seguintes do-

cumentos:

I — Com referência à própria entidade:

a) — certificado de registro como as-

sociação profissional feito nos

termos da portaria n.° 336, de

31 de Julho do corrente ano;

b) — prova de possuir, no mínimo, 1/3

de emprêsas legalmente constitui-

das sob a fôrma individual ou de

sociedade, tratando-se de associa-

ção de empregadores, ou de 1/3

dos que exercem a mesma profis-

são se de empregados, trabalha-

dores autônomos ou profissionais

liberais;

c) — cópia autêntica da ata da sessão

da assembléia em que ficou deli-

berado pleitear o reconhecimento

como sindicato;

d) — exemplar do edital de convocação

da assembléia para a deliberação

referida;

e) — exemplar dos estatutos devida-

mente autênticos;

{) — relação dos associados;

g) Z- relação dos diretores.

II —Quanto aos diretores das associações:

a) — prova de boa conduta, firmada

por autoridade policial compe-

tente;

0

o OBSERVADOR - vn 131

o\ prova de (fue tino profcsssni ide-

olo<*'*as incompatíveis com as ins-

tituições oti os interesses da

União:

c\ — prova de ciue sSo brasileiros os

membros da diretoria e bpsilei-

ro nato o respectivo presidente;j\ prova do exercício efetivo da

profissão desde dois anos antes,

pelo menoS. na base territorial,

ou em representação profissio-

nal.

Todos os documentos deverão ser autenti-

caclos p°lo Prudente e selados na forma

d- lei O pedidos de reconhecimento serão

díreirlos. no Detrito Federal, ao diretor do

Departamento Nacional do Trabalho, e nos

Estados e no Território do Acre, às De-

lepacias Regionais do Ministério ou às re-

partições estaduais competentes.

O Ministro do Trabalho poderá excep-

cionaWnte. reconhecer como sindicato a

associação cu'o número de assobiados se?a

inferior ao terço de empregas legalmente

constituídas sob a forma individual ou de

sociedade, se a associação for de emprega-

dores, ou dos que exerçam a nrofissão. se

de empresados ou de trabalhadoras por

conta própria ou de profissionais liberais.

Para a adaptação dos sindicatos e asso-

ciações de grau superior às condições exi-

gidas pelo decreto-lei n.° 1.402, observar-

se-á o seguinte: os sindicatos serão consti-

tf dos segundo as categorias econômicas ou

profissionais de acordo com o estabelecido

pelo decreto-lei n.° 2.381. de 9 de Julho do

corrente ano. não podendo ser reconhecido

mais de um para cada categoria econômica

ou profissional, dentro da respectiva base

territorial oue poderá ser distrital, munici-

pai. estadual, interestadual e. excepcional-

mente, nacional, se assim exibirem peculia-ridades de determinadas profissões.

Esclarece a Portaria que a denominação

sindicato é privativa das associacões profis-s'onais de primeiro grau. reconhecidas na

forma do decreto-lei n.° 1.402. já mencio-nado. As federações e as confederações or-

ganizadas na conformidade do mesmo de-

creto-lei formam as associações de grausuperior. 1' I!]

A investidura sindical será conferida sem-

pre à associação profissional mais reore-sentativa. a critério do Ministério do Tra-ballio, influindo para essa prerrogativa, en-tre outros, os seguintes elementos: a) —

número de associados: b) — os serviços so-ciais fundados e mantidos; c) — o valor do

patrimônio.

Uma vez reconhecida como sindicato,goza a associação profissional das prerroga-tivas de: -i i

b)

c)

d)

e)

f) — impor con*ribuicffe<! aos que parti-cinarem das profissões e catego-rias representativas.

A organirorão em federação é faculta-da aos sindicatos quando em número nãoinferior a cinco e desde nup representemcategoria econômica ou profissão homogê-nea. similares ou conexas.

O reconhecimento de federações compos-

tas de sindicatos pertencentes a vários ^ru-

pos. só node*-á c^r autorizado pelo sr. Pre-sidente da Republica e nuando inl^ar conve-niente aos imerçsses da organização cor-

porativa nacional.

As federações constituír-co-ão por F^ta-dos. podendo, porém, o sr. Ministro do Tra-halho autorizar a const:tuição de federações

interestaduais ou nacionais.

As confederações só poderão organizar-

se com o mmirno de três fpderações. terão

séde na Capital da República, tomando a

denominação de acordo com as federações

de sindicatos de que se constituírem.

Os sindicatos e associações de grau su-

perior que tenham sido reconhecidos de

acordo com o decreto n.° 24.694. de 12 de

Julho de 1934. poderão, no prazo de seis

meses, a partir da presente portaria, pro-mover sua adaptação às condições fixadas

no decreto-lei n.° 1.402. referido, de acordo

com o quadro das atividades e profissõesestabelecido pelo decreto-lei n.° 2.381, já

mencionado.

Os atuais sindicatos reconhecidos de con-

formídade com o decreto n.° 24.694. e que

deseiarem adaptar-se à nova organização

sindical, deverão:

a) — promover sua adaptação ao plano

do quadro das atividades e profis-

sões. observado o sistema de en-

quadramento sindical estabelecido

pelo citado decreto-lei 2.381, deste

ano;

b) — adotar a denominação correspon-

dente à categoria ou categorias si-

milares ou conexas, previstas nos

limites de cada grupo do quadro

das atividades e profissões;

c) — requerer a ratificação de seu re-

conhecimento como sindicatos re-

presentativos da respectiva catego-

ria econômica ou profissional de

acordo com as presentes instru-

ções.

(Portaria n.° 337, de 31 de Julho de 1940,

publicada no Díqtío Oficial de 8-8-40, pag.

15.298.)

Empréstimos das Caixas

Econômicas Federais

SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO

Comtos de Réis

1938 1939

D strto Federal.. 639 217 713 829Sao Paulo 223 388 248 563B-iU 50 740 61 918

R. G. doSul 33 032 57 912

M nas Gerais 35 267 44 761

Pirana .... 37 082 39 344

Pernainbuco 22 909 27 574

BRASIL. .. 1.041.638 1.193.904

representação, perante as autorida-des administrativas e judiciárias,dos interesses das profissões e dosinteresses individuais dos associa-dos. relativos à atividade profis-sional;fundar e manter agências de colo-cação;

firmar contratos coletivos de tra-balho;

- eleger ou designar os represen-tantes da profissão;colaborar com o Estado, como ór-gãos técnicos e consultivos no estu-do e solução dos problemas que in-teressam a profissão;

ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS

n SR. Ministro do Trabalho expediu,^

por Portaria n.° 336. de 31 de Julho do

corrente, instruções para o registro das as-

sociações profissionais de que trata o art

48 do decreto-lei n.° 1.402, de 5 de Julho

de 1939. conforme os termos da nova re-

dação que lhe deu o decreto-lei n.

de 29 de Junho deste ano.

O registro dessas associações devera ser

feito, no Distrito Federal, na l.a Secçao o

Departamento Nacional do Trabalho, e, nos

Estados e no Território do Acre, nas De-

legacias Regionais do Ministério do Tra-

balho, ou nas repartições estaduais auton-

zadas em virtude de convênio celebrado

com o Governo Federal.

São obrigadas a se registrar todas as as-

soc;ações profissionais constituídas por ati-

vidades ou profissões idênticas, similares ou

conexas, de acordo com o ciuadro das ati vi-

dndes e profissões oreranizado pelo decreto-

lei n.° 2.381. de 9 de Julho do corrente

ano. oue dispoz sobre o enquadramento

sindical.

Para o registro são necessários os se-

guintes documentos:•

a) — reouerimento da associação endere-

çado, no Distrito Federal, ao di-

retor do Departamento Nacional

do Trabalho, e nos Estados e no

Território do Acre. às Delegacias

Regionais do Ministério, ou às re-

partições estaduais autorizadas;

b) — cópia autêntica dos estatutos;

c) — declaração do número de associa-

dos;

d) — declaração do patrimônio;

e) — declaração dos serviços sociais.

Para cada documento há um modelo pró-

prio contendo as diversas informações que

devem ser prestadas pelos interessados.

Do requerimento deverá constar o nome

da associação, sua finalidade, a indicação

da atividade ou profissão de seus compo-

nentes e acompanhado dos documentos ja

referidos.

Na declaração do número de associados

e da respectiva categoria profissional as

associações profissionais de empregados,

de trabalhadores autônomos e profissionais,

liberais deverão mencionar o nome, nacio-

nal idade, idade, profissão e a Carteira Pro-

fissional ou documento equivalente de cada

um dos seus associados.

As associações profissionais de emprega-

deres, ao fazerem a declaração^ do pll™erG

de associados e da respectiva atividade,

mencionario o nome da firma, numero de

recistro, a atividade, os sócios ou admmis-

tradores, nacionalidade e idade de cada as-

sociado. ,

A declaração do patrimônio devera des-

criminar o seu valor, especificando a sua

constituição em bens imóveis, valores em

títulos, dinheiro, etc. t

Na declaração dos serviços sociais deve-

rá a associação mencionar, minuciosamen-

te, e de modo preciso, os vários serviços

j . *4sl?£st.j£B HE l/I 8' .A f&l .11., * f, $ . !* 111 mm if, »; .«£ . 1/ ' HH . I H

132

sociais que mantenha, como: assistência

médica, dentária, farmacêutica e hospitalar;

assistência hospitalar; escolar, cooperativas

e outros benefícios.

Todos os documentos que instruam o pe-

dido de resristro devem ser autenticados pe-

lo presidente da associação, folha nor folha,

reconhecida a firma da petição inicial e se-

lados na forma da lei.

DeferMo o pedido, far-se-á o registro em

livro ou folha na repartição comnetente em

que se mencionarão o niítnero do processo"

e do registro, nome da associação. séde; lo-

calidade. número de associados, categoria, o

dpcnqrho com a data e publicação no Diário

Oficial. ,As associações, uma vez registradas, sera

íorneHdo um cercado pelo D^nartampu-

to Nacional do Trabalho, no Dístrito Fe-

deral e nos Estados e no Território gofcrv* nelas autoridades competentes do Mi-

nistério do Trabalho ou por aquelas que

exerçam funções delegadas.

Todas as alterações de estatutos das as-

so^iações deverão constar das observaçoes

do livro de Registro.

As Delegacias Resrionais do Ministério

e as repartições estaduais comunicarão, para

efeito de cadastro e estatística, ao Departa-

mento Nacional do Trabalho, os registros

feitos, com os seguintes esclarecimentos:

a) — nome da associação;b) — séde, localidade, rua e número;

c) — data e número do registro;d) — data da fundação;e) — número de associados;f) — categoria;

g) — patrimônio;h) — serviços sociais organizados ; ei) — outras informações necessárias

constantes do processo.

(Portaria n.° 336, de 31 de Julho de1940. publicada no Diário Oficial de 8-8-1940, pag. 15.294.)

PROIBIÇÃO DE TRABALHO

^SSUNTO da maior importância para ooperário, em ?eral, araba de ter re-

gulamentac^o prónria aue define e resolve,de vez. todas as interpretações e dúvidasexistentes com relação à proibição ou à per-missão do trabalho naqueles dias.

Sobre es^e assunto muito se teem pro-niwcfado diversos órgãos e autoridades doMinistério do Trabalho, sendo também vá-rias as medidas tomadas para resolvê-lo

A Constituição de 1937, em seu art. 137,letra "d", dispõe que:

"o operário terá

direito ao repouso semanal aos domingos enos limites das exigências técnicas da em-

prêsa aos feriados civis e religiosos, deacordo com a tradição local". Êsse é o pre-ceito básico, dependente, porém, de regula-mentação.

A respe'to também da matéria, determi-na o art. 9o do decreto-lei n.° 2.308, de 13de Junho de 1940, que dispoz sobre a dura-

ção do trabalho em quaisquer atividades

privadas, que o trabalho aos domingos, sejatotal ou parcial, na forma do art. 8o, isto é,com escala de revezamento, será sempre su-

bordinado à permissão prévia da autorida-

de competente, em matéria de trabalho e

será concedida a título permanente nas ati-

vidades que, por sua natureza ou pela sua

conveniência pública, devam ser exercidas

aos domingos, devendo o Ministro do Tra-

balho expedir instruções especificando tais

atividades.Nesse sentido, e com o proposito de re-

guiar com normas precisas o assunto, bai-

xou o sr. Ministro do Trabalho a Porta-

ria n.° 342. de 17 de Aerôsto do corrente

ano, atendendo assim àqueles preceitos aci-

ma mencionados.A portaria distingue o trabalho que exige

prévia decjaração da autoridade loteai da-

quele oue independe dessa declaração para

ser executado naqueles dias.

Com relação ao primeiro determina^ a

portaria que o trabalho aos domingos, dias

santos de guarda ou feriados nacionais, de

acordo com o costume do local, somente

será permitido, a título permanente, nos

estabelecimentos onde se exerçam ativida-

des oue, por sua natureza, não possam so-

frer interrupção, como aquelas cuja parali-

zaçíío venha acarretar preiuizos, seja por

deterioração de matéria prima, seja pela

possibilidade de provocar males irrepará-

veis ao equipamento industrial ou ao resul-

tado técnico do serviço, ou pela perda do

material ou de energia.Para que seja permitido êsse trabalho

torna-se necessário que os interessados soli-

citem previamente da autoridade regional

competente a declaração de que a ativida-

de se compreende entre aquelas que, por

sua natureza, não podem sofrer interrupção.

A permissão só será concedida depois de

constatada a procedência do alegado.

Independe de prévia declaração da auto-

ridade local para ser permitido aos domin-

gos, feriados nacionais e dias santos de

guarda, o trabalho que é executado nos es-

tabelecimentos considerados de conveniência

pública, assim entendidos os que se dedi-

quem às atividades seguintes:

Na indústria: a) — laticínios; b) — frio

industrial (menos os escritórios) ; c) —

purificação e distribuição de água (usinas e

filtros) ; d) — produção e distribuição de

energia elétrica; e) — produção e distri-

buição de gaz; f) — serviços de esgotos.

No Comércio: a) — varejistas de peixee carnes frescas; b) — comércio de pãoe biscoitos; c) — frutas e verduras; d) —

aves e ovos; e) — varejistas de produtosfarmacêuticos; f) — flores e coroas; g) —

entrepostos de combustíveis, lubrificantes e

acessórios de automóveis (postos de gazo-lina) ; h) — alugadores de bicicletas e si-milares; i) — hotéis e similares, restauran-tes, pensões, bares, cafés, confeitarias, lei-terias, sorveterias e bombonières ; j) — hos-

pitais, clínicas e casas de saúde; k) — ca-

sas de diversões, inclusive estabelecimentosesportivos cujo ingresso seja pago.

Em transportes marítimos e aéreos (in-clusive serviços portuários) : serviços pro-priamente de transportes (excluídos os es-

critórios, salvo os de emergência) .Em transportes terrestres: serviços pro-

priamente de transportes (excluídos ostransportes de carga urbanos e os escrito-rios e oficinas).

Em comunicações e publicidade: a) —emprêsas de comunicações telegráficas, ra-diotelegráficas e telefônicas (menos os es-critórios) ; b) — emprêsas de radiodifusão,menos os escritórios; distribuidores e ven-dedores de jornais e revistas (bancas e am-bulantes).

Em educação e cultura: a) — estabele-cimentos de ensino (internatos, (menos os

O OBSERVADOR — Lvt

MOEDA EM CIRCULAÇÃO

DATASContos de

réisíndices

(D

1935—Març

JunhoSetembroDezembro....

1936—Març

JunhoSetembroDezembro... .

1937—Març

J unhoSetembroDezembro... .

1938—Març

J unhoSetembroDezembro... .

1939—Març

JunhoSetembro....Dezembro...

1940—Marco.

J unho.

3.135.471 92,73.178.4713.372.4713.612.341

3.584.2423.679.4643.800.4644.050.464

4.030.4644.267.6044.237 4684.550.327

4.725.0294.820.5634.830.0204.825.241

4.808.342803 315140 892

4.970.926

4 964 5665.053.370

93,999,7

106,8

105 9108.7112.3119.7

119,1126.1125.2134.5

139.6142.5142.8142.6

142,1142.0151 9146.9

146.7149.4

escritórios) : b) — emprêsas teatrais, me-nos os escritórios; c) — bibliotécas. me-

nos os escritórios; d) — emprêsas exibido-ras cinematográficas (menos os escritó-rios) ; e) — emprêsas de orquestras; f) —

cultura física (menos os escritórios).Em serviços funerários: estabelecimentos

e entidades que executem serviços funerá-

rios.As autoridades resrionais comnetentcs em

matéria de trabalho não podem intervir em

questões de abertura ou fechamento de

estabelecimentos da alçada das autoridades

municipais, salvo para fazerem cumprir os

preceitos do decreto-lei n.° 2.308, de 13 de

Junho de 1940. Outros estabelecimentos po-derão ser incluídos entre as atividades que

dispensam a prévia autorização para exe-

cutar trabalho aos domingos, feriados na-

cionais e dias santos de guarda, desde nue

se dirijam ao sr. Ministro do Trabalho

por intermédio das autoridades resrionais

competentes um pedido nesse sentido,^ ex-

pressando aquele desejo, o qual deverá ser

informado antes pelo Departamento Nacio-

nal do Trabalho.

Os estabelecimentos e entidades que te-

nham permissão de trabalho nesses dias, não

poderão executar serviços outros^ que não

se ennuadrem nos motivos determinados da

exceção.'

Êsse, em linhas gerais, o regulamento so-

bre o assunto. O regime nesses dias adota.-

do pela presente portaria atende de manei-

ra justa e acertada a todas as necessida-

des e interêsses não só dos empregadores e

empregados, senão também da própria co-

letividade, que de muitos daqueles traba-

lhos não se poderia privar sem graves pre-

juízos. Essa é também a orientação adota-

da noutros países, principalmente na França.

(Portaria n.° 342, de 17 de Agosto de

1940, publicada no Diário Oficial de 19 de

Agosto de 1940, pag. 15.937.)

o OBSERVADOR - ^Vl 133

trcDITO ACRfCOLA da Produqao, num montante total de MAIS UM BANCO19.783:085$000.

n \R\ auxiliar e fomentar a ativldade da As vantagens de tal credito para o apri- Q ESTADO de Minas Gerais continua

* 1 ' ra mineira foi que o governo do cultor sao cxceleutes, urna vez que o peiihor cm sua marcha vitoriosa de progresso,

fV° riou o Banco Mineiro da Produ- e efetuado sobre os frutos pendentes das e os acontecimentos havidos no Estado saoEstado

^ cumprindo as diretrizes para plantagoes. sempre de molde a atestar esta circunstan-gao,

fqVei-un(ja(j0> amparando num crescendo cia. As diversas regioes do Estado vao con-que toi

niantac5es e colheitas dos agri- correndo, cada um no sen setor, para ocontinuo ,>rocuram usar dc suas possibi- COM PR A DE BORRACHA completo desenvolvimento estadual, nos maiscultores que variados setores da economia e das fi-lldA

sistencia que tern dispcnsado ao des- JNFORMACOES procedentes de Wash- nangas.A a?

4 to agricola do Estado se infere ington dizem que a Comissao Federal A rica e prospera regiao do vale do rioenvolvnnen «existentes

entre aquele esta- dc Eniprestimos outorgou um emprestimo Doce, que, por suas reservas naturais, jados con ra

^ cr^jt0 | niilhares de lavra- adicional de setenta e cinco milhoes de constitue um dos i>ontos altos do potentialbelecimen

^ ^ lavradores em 130 dolares a Rubber Reserve Co., que serao economico mineiro, acompanhando o ritimodorcs.^ <xi

rnl-nejrog (^ie utilizam OS servi- aplicados na compra dc cento c oitenta mil do progresso industrial e comercial locais,

gos"deV'credito agricola do Banco Mineiro toneladas de borracha. como nao poderia deixar de acontecer, ja

B a n c o s

(EM C^NT^S t-K rets)

vr DESCONTOS E EM-

No. dc dep6sitos prestimosAgcn- pcr. Per-cias, Percen Dtminui- Percen- Diminui-

nAvj rno Filial Aumcnto centa- Aumento centa-B AN COS *»IWU* tQgem cSo tagem ?aoc

. 30-6-39 29-6-40 gem 30-6-39 29-6-40 8emcrit6-rio»

¦ ¦ ¦ ¦

NACIONAIS:

I-B.ncdoBra.il.. % * 998 394 1 O&'^S 90831- 9W

29'"8: °'627< ' 999 697' De'.lcs'J Wlf

5.502.498 5.591.196: 117 746: 29.C48: — 4 326.237: 5.381.477: 1.055.240:

4—Banco Boavista. .......... A MS 40; fffi-fco-

Ef'ost Z. 1 326'330- 365 JIf: 38^ n,9\ - -

J* *:g *.™ - - 2||;42i; « ill

2$k -

7 — R. Com. Ind. M. Gerais... 41 269 99/ 300.719. 30 722.. _ _ 330.853: 329.128: - 1.725. 0,~%

8-B. Com Ind. S. Paulo 20 325 049: 32^|gf5. 216. 58.605: 76.54°: 17.944- 30.6g —

—B. Fin. "Novo-Mundo".... 1 76 10fi: 92 703 : 6 5951 21.8% _ _ 2]1 977: 225.716: 13.739: 6.5%10 —B. Hip Agr. M. Gerais 59 233 807 24 / 9o9: H-132- 6g _

37[093: 44.160: 7.067: 19.|jg -

II—Banco .de Itaiub^ 14 44 137 : 52 50. . B.365: ISU _ _ fiO.668: 107.527: 26.85?: 33.3% ~ ~

12—Banco italo-Brasileiro 13 77 509 100 ^6

22 -4^. - £ _ 105 7ap; 123.717: 16.919: 15.9 ,13-B. Lav. Minas Gerais 34 111.047: 30 202 19 155: 17.2. __

HO.229: 2"d82: 2'4^14 ~B. Mere. Rio de Janeiro... 118 553: 122 977 4 424: 3.7^ _ 5L537: 29.530: 134.29: " ~

15—B. Mercantil dr S. Paulo. 8 31.313: 70 255 38 94,: 124.4 /- __ 99,509: 130.922: 31.413: 31.69? ~

16-B. Mineiro da Produce... 63 81.274: 110 679. 29.405 36.19?n-r fi7 1^1 ¦ 91 945: 24.814: 37.0/(-

Y1—Banco Portugutf do Brtuil, 2 78.497: 107.915 29.418 37,59fw 10"3- ^7 028: 14.725: 4,6^ —

18—B. Prov. R. G. do Sul 43 323 548: 339.747 16-J99- __ _ n5;s44- 207.911: 32.367: 18.49? ~19—Bancode S. Paulo 43 191660 244 1-1 52 4 ™ 27.4% _iy '77^. __

Totais — 8 015.135: 8 465 814 479.727 - 29 Q48. _ 6.769.638- 8.151.704: 1.386.473: 4.40/

ESTRANGEIROS: _ np ioa. 19 2%0" ooo- or* 197.073' 159 27°: c

20—Banco Alemao Trans 5 196 723: 171 501 *"0^. 260 938: 247 168: 9 902- 9*5%21 — B. Franc e Ita. p/ A. Sul.. 25 324 445 251 320: - 73. Ub. 87

047: 84.84^: - 03737. 3L9%22 —B. Germanico A. do Sul. .. 2 110 8°3: H4 2jL 3 3-' ,°7t ^ 09 orr 74 442: 50.705: 18 551- 27 7%23 Banco Holandes Unido. . 2 81462: 54 639: - 19 506. 35 2 % 67.046 : 48.495: ~ 18ll±'°24 Banco Ifalo-Belga 3 55.491: 35 °85: ~ 19.506. 5^,,

2,244?: 325.3^9 : 92.907: 40 09-25-B Nac Cid. N. York 3 290 416- 392 764 102 348 35.2% „ l36. 121: 142.925: 6.804: ~,0%26 —B. Nac. Ultraroarino 4 201 975: 191 . 06 * _

95 Q54- — ,

055 109. 1 058 766: 99.711: so.uo<*Totais _ 1 261 405 1.211 734 105 674 - 5 51345. - l.QSb.iu^ |

NOTA-Estes elementos foram extraidos da "Revista Banc-aria", do «ncs de Julho dc \939 de ^ 1939 se refer;rem. somente, as

Foram excluidos do quadro. os Bancos estrangeiros abaixo mencionados. em v,r ud c f

. Brasil ngo se prestando, porisso. a um estudooperates nesta pra.a, enquanto que os de Junho de 1940. abrangem. tarnbem. as operates das outras

comra-ativo. *

T. , .. Descontos e EmprestimosDcposilos

BANCOS NTo. de Filiais —

3^-939 |

29-6-940 30-6-939 29-6-940

B T~r ls 160 595i00C$0rt 445.38S:OOOIOC( 'jSjSilmoloOO 1m 374:000$c00Of London® South America. Ud l| 86 079:000$0ct 213.797:OOOJOCC 47_87_4£00$000 Jbl_^

Bank u£ T93.965:00CS0C0 564.332:OOOSOOO

OBSERVADOR

da Produção, num montante total de ....19.783:085$000.

As vantagens de tal crédito para o agri-cultor são excelentes, uma vez que o penhoré efetuado sobre os frutos pendentes das

plantações.

MAIS UM BANCO

ESTADO de Minas Gerais continuaem sua marcha vitoriosa de progresso,

e os acontecimentos havidos no Estado sãosempre de molde a atestar esta circunstân-cia. As diversas regiões do Estado vão con-correndo, cada um no seu setor, para o

completo desenvolvimento estadual, nos maisvariados setores da economia e das íi-

nanças.A rica e próspera região do vale do rio

Doce, que, por suas reservas naturais, jáconstitue um dos pontos altos do potencialeconômico mineiro, acompanhando o rítimo

do progresso industrial e comercial locais,

como não poderia deixar de acontecer, já

COMPRA DE BORRACHA

J N FORMAÇÕES procedentes de Wash-

ington dizem que a Comissão Eederal

de Empréstimos outorgou um empréstimo

adicional de setenta e cinco milhões de

dólares à Rubber pjfeme Co., que serão

aplicados na compra de cento e oitenta mil

toneladas de borracha.

DESCONTOSE EMPRÉSTIMOSDEPÓSITOS

Percenrio»,Filiai?

29-6-40

rios

NACIONAIS:

]—Banco do Brasil....2—B. do E. de S. Paulo3—B. do R. G. do Sul..

4—Banco Boavista5—Banco Com. E. S._ Paulo.. .6—Banco do Comércio. .......

— B. Com. Ind. M. Gerais. ..— B. Com Ind. S. Paulo.....

9—B. Fin. "Novo-Mundo"....

10—B. Hip Agr. M. Gerais....11—Banco de Itai ubá12—Banco ltalo-Brasileiro... . .13—B. Lav. Minas Gerais. . . , .14 —B. Merc. Rio de Janeiro..,15—B. Mercantil de S. Paulo.,16— B. Mineiro da Produçüo. .

17— Banco Português do Brasil

18 — B. Prov. R. G. do Sul....19 — Banco de S Paulo

Totais

ESTRANGEIROS

20—Ban co Alemão Trans. ...21 — B. Franc e Ita. p/ A. Sul22 — B. Germânico A. do Sul.23 Banco Holandês Unido.24 Banco Ifalo-Belga 25- B Nac Cid. N. York.. .26 — B. Nac. Ultramarino....

Descontos e Empréstimos

29-6-940

402 .958:0005000161.374:0005000

564 .332:0005000

146.091:000500047.874:0005000

193.965:0005000

445.385:00050CC2 13.797:0005000

659.182:0005000

168.595:00C5CC(86.079:00050CC

254.674:0005000

London & South America. Ltd

1

1

l

?

¦Mm

134 .

dispõe de um estabelecimento de crédito

bancário. Foi fundando à margem da Estra-

da de Ferro Vitória a Minas, na cidade de"Governador Valadares", uma sociedade

cooperativa de crédito popular e agrícola,

que tomou o nome de Banco do Rio Doce.

Dela fazem parte os mais importantes ele-

mentos sociais e financeiros do município,

seftdo que, certamente, a existência de tal

estabelecimento será um incentivo ao des-

envolvimento cada vez maior da região.

O OBSERVADOR — LVi

Banco do Brasil

COMPENSAÇÃO DE CHEQUES

Valor em contos de réis

JANEIRO-JUNHO

FABRICA DE CIMENTO

17 OI recebido da Secretaria Geral do Con-

s^lho de Segurança Nacional a seguinte

comunicação:"

Ó sr. Presidente da República, por des-

pacho de 13 de Agosto, aprovou as suges-

tões da Secretaria Geral de Segurança Na-

cional, no sentido de ser indeferido o reque-

rimento em que Jayme Carneiro Leão Vas-

concelos, Octavio de Lima e José Maria da

Silva Coqueiro pedem auxílio financeiro

para uma fábrica de cimento Portland, em

Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro. "

2gsSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!^^SSSSSSSSSSSSSSS. I gBg=g=BBaBggSS3

1936 1937 1938 1939 1940

papJc (a1 1.427 25 038 37 627 46 04042 634 89 938 131-195

Pe-nambuco.' 673.543 769.332 805.766 689.278 831 177£!(" 103 090 110 336 107.912 117 673 126 548

D str to Federal' 6.275 073 7 415 763 8.328 680 8 837 444 9.360 313

Sao Paulo 4.543.221 5.995 320 6.006 205 6.456 134 6.833 997

RG do Sul 268 939 355 546 374 583 351.793 383 639

Mina's Gerais'.'.56.811 89.071 111.934 143.429 188.598

Brasil 11.920.679 14.736.798 15.802.7S6 16 723.320 17.901.511

VARIAÇÕES DE JANEIRO-JUNHO DE 1940. EM RELAÇÃO AO MESMO

PERÍODO DE 1939

Contos de réis Percentagens

CONTAS

DIRETORIA do Banco Borges

apresentou aos respectivos acionis-

tas o relatório anual com o parecer do

Conselho Fiscal, relativo âo an^gle 1939.

O ativo do Banco é representado pelacifra de 100.427:519$015, que atesta o

gráo de prosperidade da instituição. A

caixa em 30 de Dezembro de 1939 apre-

sentava 9.056:602$900; 7.688:805$285 re-

presentam às letras descontadas, e os

depósitos ascendem a 30.790:502$188.Os dividendos distribuídos foram na

base de 13%.

TAXA DE EMPRÉSTIMOS

p ARA os três tipos de algodão bran-co, não irrigado, a

"Commodiiv

Credit Corporation", de conformidadecom noticias provenientes de Washin-

gton, deliberou serem as seguintes as

qualidades diferenciais para os respecti-vos empréstimos, correspondentes ao

programa de 1940-41:

*• t

Pará a)Ceará(b)PernambucoBaíaDistrto Federal • •

Sao PauloR o Grande do SulMinas Gerais

Brasil

8.413 + 22.3%

41 257 + 45 8%

141.899 + 20.5%

8 875 + 7.5%

522 869 + 5 9%

377 863 + 5.8%

31 846 + 9.0%

45.169 4- 31,4%

1.178 191 4- 7,0%

VARIAÇÕES DO MOVIMENTO GLOBAL DE JANEIRO-JUNHO DE CADA

ANO, EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANTERIOR, EM 1936/940

1936 1937 1938 1939 1940

Contos de reis.. . +1.938 081 +2 816.119 +1.065 958 +920.564+ +1.178 191

Percentagens.;... +19,4% +23.6% +7,2%, +5,8% +7,0%

(a) Início em Maio de 1937.

(b) Início em Fevereiro de 1938»

COMPRIMENTO DA FIBRA

(em polegadas)

Strict LowMiddling

Middling Strict Middling 1

13/16"..,7/8 e 29'32"...15/16 e 31'32".1 e 1 1/32". ...1 1/16"1 3/32"1 1/8"1 5/32".1 3/16"1 7/32".......,1 1/4" e mais..

175 off80 off55 off35 off15 off

5 on40 on80 on

120 on180 on200 on

110 off25 offBasis35 on50 on70 on

150 on245 on330 on390 on475 on

80 off5 on

35 on55 on80 on

105 on200 on295 on385 on465 on565 on

RELATÓRIO

O COMPETENTE relatório da Dire-

toria do Banco Comércio e Indús-

tria de Minas Gerais, consigna fatos di-

gnos de divulgação sòbre o movimento

do estabelecimento de crédito, no ano

transato. Em cobranças simples houve

370.874 títulos, num valor de

583.056:004^900; sob penhor de efeitos

comerciais, os empréstimos em contas

correntes atingiram 94.134:602S600. O

Banco possue uma rede de empregados

de 1.006 funcionários. O capital reau-

zado é de 18 mil contos, do qual foram

retirados 12%, 2.160:000f000 para distri-

buição de dividendos.O fundo de reserva atinge com esta

o OBSERVADOR — LVI

Mercado de Cambio em Londres

Fechamento no fim de cada mês

135

Nova York Paris Gênova Berl im Amsterdara

1939:

JaneiroFevereiroMarçoAbi il

Maio

JunhoJulhoAgostoSetembroOutubroNovembroDezembro

1940:

JaneroFevereiro •

MarçoAbr.lMaio

J unho

Julho

4,68064,68974.68144,68124,68304.68144.68154,34504,034,034,034,03

4.034.034.034.034.034.034,03

117,00176.98176,76176.70176.73176.73176.71175,27176,50176,50176.50176,50

176,62 1/2

176.62 1/2

176.62 1/2

176.62 1/2

176.62 1/2

N. cotado

89,0089,1589.02 1/289.0089.0589.02 1/289.0383.5079.0078.5076.7578,00

78.7577.7569.5069.2562,50

N. cotado

11.66 1/211,69 1/411.66 3/411.66 1/411.6711,66 3/411,66 3/811.00

N. cotado

>

8,67 3/88.81 3/48.828,758.72 1'88,81 7/88.81 1/28.117.557,557,527,55

1/2

N. cotado

»*>

7.55 1/27,54 1/27.56 1/27,56 1/2

N. cotado>>

' """

Berna Bruxclss Lisboa jMadnd

i

T-==="1939:

Janeiro....Fevereiro..MarçoAbrilMaio

JunhoJulhoAgosto. . ..Setembro..Outubro...Novembro.Dezembro.

1940:

Janeiro....Fe vereiro. ,Março....AbrilMaio

Junho....Julho

20.71 3/420.62 3/820,87 3/420.83 1/2

20.78 7/820.7820.75 1/819.1217.7517.8717.87 1/217,87 1/2

27.68 1/827.88 1/427,83 1/427.5227,50 1/827.53 1/227.55 5/825.4023,77 1/224.1024.17 1/2

24,02 1/2

17.90 23.72 1/2

17.90 23.77 1/2

17,90 23,62 1/2

17.90 23.82 1/2

17.90 N. cotado

17,80 >17,75

110.18110,18110,18110,14110.17110.18110.18110.12110,00110.12108.00108,00

108.18 1/2

108.27 1/2

106,65 1/2

103.22 1/297.12 1/2

100.50100,00

95,00 (a)42.0042,2542,2542,2542.2542.2542,2539,5039.7538,5038,50

39.6039.2537.0039.0036,2537.7037,70

(a) Barcelona

conta a mais 1.500:000$000, tendo sidoverificados lucros num total de19.773;690$200.

CINCOENTENARIO

A CABA de completar meio século deserviços à economia mineira o Ban-

co de Crédito Real de Minas Gerais. Dorelatório do ano do cincoentenário se ve-níica que no ano de 1939 os lucros doestabelecimento foram de 14.223:037§900,

CAPITAL

Q DIRETOR das Rendas Internas res-

pondeu a uma consulta proveniente de

Juiz de Fora sôbre o prazo para o funcio-namento dos estabelecimentos bancários comcapital superior a 250:000$000, que termi-naria a 30 de Julho último, dizendo que foi

prorrogado até 31 de Dezembro do corren-te ano, e bem assim que desde que o con-trato social se refere exclusivamente à ven-da de apólices, a carta patente expedidasó abrange êses gênero de comércio.

?

OURO COLOMBIANO

AS compras de ouro efetuadas pelo Ban-

co de La República, da Colômbia, no

mês de Março, ascenderam a 49.058 onças

finas, contra 46.647 de Fevereiro anterior, e

50.065 de Março de 1939. No primeiro tri-

mestre do corrente ano tais compras soma-

ram 151.644 onças contra 150.483 de igual

período do ano passado.?

VITÓRIA

A RECEITA arrecadada^ pela Prefei-

tura Municipal de Vitória, em 1939,

alcançou 3.445:357$200, assinalando uma

arrecadação a mais de 525:757$200 sôbre

a receita orçada. A maior arrecadação se

registrou na renda dos impostos com

2.053:052$200. seguindo-se a renda das

taxas com 290:872!j900, e, finalmente, as

rendas patrimoniais com 276:984$30Q^. A

receita extraordinária rendeu 824:447^800.

?

AÇÕES DO BANCO DO BRASIL

Cotações médias

e que o movimento global foi de. ••••••/

773 529:691^700. Os dividendos distribui-

dos' à razão de 15%, foram de •

2.512:192$500. O total das reservas do

Crédito Real se indica atualmente por

7> "?Q1 -740S200 A Carteira Hipotecaria

apresenta um saldo de 2.220:0.2S200. Com

o acréscimo verificado o capita 3

do Banco passou a ser de 18.819.26JSUUU.

São cifras que muito bem serve™

atestar o desenvolvimento e os serviços

prestados pelo refendo Banco duran

os seus cincoenta anos de existencia.

Ind:cesPeriodos Valor (1928-100)

1928 • • 452$000 100

1929*i• 448S000 991930 • 428$C00 94

193 .... 337S000 74

193 3975000 87193 3885000 851934 396$000 871935 386$000 85

1936..! 3825000 841937 3635C00 801933 3735000 82

1939 4275000 94

1939 (4 meses)... 403$U00 89

1940 (6 mesesj... 438$000 97

1039—Tane'ro.... 4025000 89

Fevereiro 4045000 89

Marco 391 $000 86

Abril 3885000 85M-do ... 406S000 89

Tunho, .... 423$000 93Tnlho 4235000 931,6 to

''' 4355000 96

Setembro. 4605000 101Outubro. 4595000 101

4605000 loi

1940_£S»". |

US ss

M aio* 4405000 97

;unho.V,:: 4365000 96

, - i - ¦ i ¦ m ' " 1 11 ¦ 7^———imm

PREQO

Valor

Quantidade ESPECIE nominal Valor

mlnimo M&ximo Medio

FUNDOS PUBLICOS

0bRIGA£OES Federais

29:000$000 "1930",

portador, 7%, 1:000$000 1:010$000 1:015$000 1-013$276 29

Apolices Federais

387:000$000 Nommativas, 5%, 1:000$000 770$000 800$000 770$672500$000 Nominativas, 5%', 500$000 390$000 390$000 390$000

40:000$000 Portador, D. E. . 5%, 1:000$000 800$000 800$000 80030001:000$000 Portador, c/3 coupons, 5%,... 1:000$000 860$000 860$000 860$000

15:5005000 Reajustamento, port. 5%, 1:000$000 8055000 820$000 809$8394:000$000 Reajustamento, cj 13 coups 1:000$000 1:135$000 1:135$000 1:1355000

Obriga9oes do Estado

960:100$000 "Cafe"

portador, 6%, 1:000$000 840$000 8505000 842$958110:000$000

"1921" portador, 7%, 10:000$000 9:380$000 9:500$000 9:440$000

277:000$000 "1921"

portador, 7%, 1:000$000 9385000 956$000 944$433395:000$000

" 1921" portador, 7%, 500$000 465$000 477$500 468$866

38:0005000 "1922"

nonvnativas, 7%, 1:000$000 924$000 924$000 924$00085:0005000 "1922"

portador, 7% 5:000$000 4:6005000 4:61C$000 4:608$8242.095:0005000 "1922"

portador, 7% 1:0005000 915$000 9255000 917$11713:500$000

"Prof laxia da Lepra", 7% 5005000 4525500 4525500 4525500

2:0005000 "M.

Santos" port. c/;rs. 8% 1:000$000 1:045$000 1:0455000 1:045$000563:000$000 "M.

Santos" port, ex-jrs. 8%, 1:000$000 1:005$000 1:020$000 1:010$826

Apolices do Estado

604:0005000 "Populares "portador, 5%, 200$000 195$500 199$000 196$831

12:0005000 7°. ser e, 6%, 1:0005000 920$000 920$000 920$00059:0005000 7°xser:e. 6%... 500$000 457$500 4625500 460$720

8:0005000 8°. ser e, 6%, 1:0005000 840$000 840$000 840$00027:5005000 8°. ser e, 6% 500$000 4225500 4225500 422$500

2:0005000 9°. ser'e, 6%, 1:000$000 8405000 840$000 840$00025:0005000 12a. sere, 6%, 1:000$000 830$000 830$000 830$000

13&- ™r'~e' 60/n 1:0005000 8455000 845$000 845S00014&- s!r.e' 6<V°' 1:0005000 8455000 845$000 8455000

5:0005000 15a. sere, 6% 1:000$000 8455000 845$000 8455000

O "Unjfornvzadas" — ABC-8%, suKs 1:000$000 1:050$000 1:050$000 1:050$C00

3.918:0005000 'Uniformizadas"—

ABC— 8%, port 1:000$000 1:040$000 1:046$000 l:042$953 4

Ap6lices de minas gerais.

^tmntnnn 2005000 143$000 1455000 144S761

nonmnm 200$000 160$000 165$500 162$601

10:800$000 1934 , serie—C—, 7%,. 200$000 1605000 162$000 160$556

Ap6lices de Pernambuco

'40:7005000 " 1935", portador, 5%, *100$000 80$000 83$000 ' 82$732

Ap6lices do Distrito Federal

8:400$000. "1931",

portador, 5%, '2005000 196$000 1965000 195060

.136 O OBSERVADOR

f 1^ l

^

^

!

Bolsa de Valores de Sao P

8:400$000.

Médio

144576116256011605556

2005000 1965000 1950 60

1-013$276

770S6723905000800500086050008095839

1:1355000

84259589:4405000

94454334683866924$000

4:6085824917$1174525500

1:04550001:0105826

19658319205000460$7208405000422550084050008305000845500084550008455000

1:050$C001:042$953

298:25050003905000

32:00050008605000

12:55255004:5405000

809:3245200103:8405000261:6085000370:4045000

35:112500078:3505000

1.921:360500012:21755002:0905000

569:0955000

594:428550011:040$C0054:3650$00

6:720500023:2375500

1-680500020:750500040:56050002:53550004:2255000

2.507:40050004.086:2885000

89:896550012:84555008:6705000

33:6725000

8:2325000

Quantidade

FUNDOS PÚBLICOS

Obrigações Federais

"1930", portador, 7%

Apólices Federais

Nominativas, 5%,Nominativas, 5%, .Portador, D. E. . 5%, • • • •Portador, c/3 coupons, 5%,Reajustamento, port. 5%,Reajustamento, c/13 coups

Obrigações do Estado

Apólices do Estado

29:385$0001:000$000

1:00050005005000

1:00050001:00050001:00050001:0005000

1:0105000

77050003905000800500086050008055000

1:1355000

1:015$000

80050003905000800500086050008205000

1:1355000

960:1005000110:0005000277:0005000395:000500038:000500085:0005000

2.095:000500013:50050002:0005000

563:0005000

"Café" portador, 6%, , . .

"1921" portador, 7%, ..

"1921" portador, 7%,

"1921" portador, 7%,

"1922" nominativas, 7%,

"1922" portador, 7%

"1922" portador, 7%

"Proflaxia da Lepra", 7%

"M. Santos" port. c/;rs. 8%,.

"M. Santos" port. ex-jrs. 8%,

84050009:3805000

938500046550009245000

4:600500091550004525500

1:04550001:0055000

85050009:5005000

956500047755009245000

4:6i:$00092550004525500

1:04550001:020$000

"Populares "portador, 5%,

7o. sér:e, 6%,7o ^.sér:e. 6%. . 8o. sér'e, 6%,8o. sér"e, 6%9o. sér:e, 6%,

12a. sér-'e, 6%,13a. sér!e. 6%14a. sér:e, 6%,15a sér-V"Uniformizadas" — ABC-8%, suW..V.

'.

"Uniformizadas"—ABC—Q%, port. . ...

Apólices de minas gerais.

"1934.," sere—A¦—, 5%,

"1934", série—B—, 8%,

"1934", série-—C—, 7%,

Apólices de Pernambuco

"1935", portador, 5%,

Apólices do Distrito Federal

"1931", portador, 5%,

199500092050004625500840500042255008405000830$000845$00084550008455000

1:05050001:046$000

145500016555001625000

835000

Valor

PREÇO

nominalmínimo Máximo

ESPÉCIE Valor

29:000$000

387:00050005005000

40:00050001:0005000

15:50050004:0005000

1:000500010:00050001:0005000

50050001:00050005:00050001:0005000

50050001:00050001:000$000

124:200500015:800500010:800$000

'40:700$000

20050001:0005000

50050001:0005000

50050001:00050001:00050001:00050001:00050001:00050001:00050001:0005000

20050002005000

.2005000

<100$000

1955500920500045755008405000422550084050008305000845500084550008455000

1:050$0001:040$000

143500016050001605000

80$000

aulo

Negócios realizados no mês de Agosto de 1940

604:000500012:000500059:00050008:0005000

27:50050002:0005000

25:000500048:0005000

3:00050005:0005000

388:0005000.918:0005000

23

o OBSERVADORLVI

137

Quantidade

33:200$000

90:200$0005:000$000

42:000$00019:000$000

353:000$00029:500$000

1 146:000$0001 717:000$000

24:000$0003:800$000

59:000$0006:100$000

560;000$00010:000$00020:000$00033:300$00018:400$000

127:100$00010:000$00020:000$0009:100$000

15:000$00064:000$00014:900$C00•9;000$000

2.2052.860

90310

502125930

6.3534.3171.435

62300

838

455825

48.757

ESPÉCIE

60188

771

200

1

Debêntures

Agua e Exg. R*be râo Preto, 8%,Antárt.ca Paulista, 8%,Elétrica

"Ca.uá", la. emis. 9%,.

Francana*de Eletr cidade, 8%,. .Luz e Força de Rezende, 8%,. . •Melhoramentos S. Pvtulo, 8%,

Valor

nominal

PREÇO

Apólices de Pôrto Alegre

"1934", portador, 3 1/2%,.

Títulos Municipais

Capital "1913", 7%

Capital "1918",

7%

Capital "1929", 8%,

Capital "1931", 8%,

Capita] "1933", 8%

Capital "1933",

8%

Capital "1937",

8%

Capital "1938",

8%,

Amparo, 8%,

Araraquara 8%

Barretos, 9%,

Botucatu, 8%,

Campinas, 9%,

França, 10%,

Itapetininga, 9%, n/cotadas

Itú. 7%

Jaú. 7%,

Jaú, 8%,

Juqueri, 8%,Piracicaba, 9%,R.be rão Preto, 8%,Rio Claro, 9%,Santo André, 9%,São.Manoel, 8%,São SimSo, 9%,

FUNDOS PARTICULARES

Ações de Bancos

Comércio e Industria,Comerciai do Estado, int,

São Paulo,Estado de São Paulo,Noroéste do Estado,Mercantil de São Paulo, c/6%,

ítalo Brasileiro, c/6%,

Ações de Companhias

Pualista Est. Ferro nom,Paulista Est. Ferro, def.,Mogiana Est. Ferro, nom.,Agric., Imig. e Col. nom.,Agric., Imig. e Col. port.,Antártica Paulista,.Caixa Liquidação São Paulo,. . .Luz e Força

"Tatui", nom., . . . .

São Paulo Alpargatas Company

Direitos

Cia. Paulista Est. de Ferro,

50$000

100S000100S000

1:000$0001:000$C001:000$000

500$0001:000$0001:005$000

100$000100$000

1:000$000100$000

1:000$0001:0003)0001:C00$000

100$000100$000100$000

1:000$0001:C00$000

100$000500$000

1:000$000100$000ÍOOÍOOO

200$000200$000200$0C0200$000200$000200$000100$000

200$000200S0002003000200$000200S000200$000100$000300$000200$000

mínimo Máxiaximo

1C0$000200$000

1:100$00010ü$000100$00C

1:000$000

28$000

91$0009yíj>5uü

1:005$U001 :U lu4)UÜU1:0205)000

5 io:pu00hOoOfcUOÜ1:0O5||J00

Ütí:pUOO98:pOuO

1:0 l^ÜOOb04)OUU

1 :ÜoU4>UUÜl:UoU4>U uO1 :u^u;puu0

UUBO^DOO97$000

1:0005>UUÜ1:0405)000

9b$OO0525^ÜUÜ

1:050$000945>000

lÜU^UUÜ

300$000300$000193$000305$000194$000119$C0096$000

207Í500214$00092$000

258$000270$000200S00060$000

155$00090$000

5$000

98$000215$000

1:C35$000101S00099$500

1:025$000

33$000

93$50099$500

1:0105)0001:0 155)000l:02d$0(jÒ

513$0001:040$0001:02Ü$000

98$00098$000

1:015^)00098$500

1:0455>0001:0355>0001:0205)000

83$0008b$000975)500

1:000$0001:040$000

98$000525$000

1:055$00094$000

100$000

305S000303$000197$000305$000196$0C0122$00096$000

2 13$0002 18$000

97$000265$000275$000200$000

60$000155$0C092$000

7$250

99$000216$000

1:035$C00ioi$coo99$500

1:025$C00

MediIO

32$047

92$ 119995)500

1:007$6191:0145>474

1:024$847511$237

1:0365)4471:0 17$ 333

985)00098$000

1:013$9Ü3985)500

1:03818841:032500$1:020$000

82$85082$39197$236

1:000$0001:040$ 000

98$C00525$000

1:050$93794$C00

100$000

304$068301$258196$080305$000194$008119$19296$000

2 11$3642 16$548

96$ 148

262$065273$833200$000

60$000155$00090$061

6$ 167

98$5002 15$ 165

1:035$C00101$C0099$500

1:025$000

Vaior

2 1:279$000

83:091$0004:975$000

42:320$00019:275$000

361:771$00030:163$000

1. 187:768$0001.746:760$000

23:520$0003:724$000

59:825$0006:008$500

581:775$00010.325$00020:400$00027:589$00015 160$000

123:587$00010:000$00020:800$000

8:918$00015:750$00067:260$0C014:006$0009:000$000

1

670:471$000861:597$000177:060$000

3:050$00097:392$00014:899$00089:280$000

342:798$5000934:838$000127:973$000

16:248300082:150$00016:600$000

480$00070:525$00074:300$000

300:671$350

5:910$00040:451$000

7:245$0007:1715)000

19 900$0001:C25$000

138

FUNDOS PÚBLICOS Quantidade Importância

Obrigações FederaisApólices Federais ..Obrigações do Estado de São Paulo

Apólices do Estado de São Paulo

Apólices do Estado de Minas Gerais

Apólices do Estado de Pernambuco

Apólices da Prefetura do Distrito Federal..

Apólices da Prefeitura dfe Porto Alegre

Títulos Municipais do Estado de São Paulo,

Total.

29:0003000448:000$000

4.538:60030007.099:5003000

150:800300040:7003000

8:400300033:2003000

4.405:400$000

16.753:6003000

29-3853000348:5923500

4. 163:40037007.353:2293000

111 412300033:672$000

8:232300021:2793000

4.493:7703500

16.862:9725700

FUNDOS PARTICULARES

Ações de Bancos iq'q!oAções de Companhias ••2,íí?ãD re'tos 48.757Debêntures. . ^27

Total 70.657*

Fundos PúblicosFundos Particulares.. ¦ ¦ • <

Total geral. ..

1.385:40030002.812:3003000

78:7003000

4.276:4003000

16.753:60030004.276:4003000

21.030:0003000

1.913:74930002.675:9123500

300:671335081:7023000

4.972:034$850

16.562:972$7004 972:0345850

21.535:0073550

QUADRO COMPARATIVO DE TÍTULOS NEGOCIADOS EM BOLSA NOS MÊSES DE AGÔSTO DE 1937 A 1940. JTC

Total computado em 1937.Total computado em 1938.Total computado em 1939.Total computado em 1940.

25.841:100300040 874:680500027 010:617300021.030:0003000

24. 194:791354041.091:313362027.511:485360021.535:0073550

Média diária de cambio, afixada pela Bolsa Oficial de Valores

de São Paulo no mês de Agôsto de 1940

Inglaterra Alemanha Estados Unidos Belgica

Dlas FranSa IOUa PojM :

SuiCa Afsen- Uru-

HoUnda Japao SueciaLivre Oficial Marco Vmark sa Livre Oficial papel ouro SUal

iii 1 1 ¦ ' 1 " ¦. "i "

80.050 6.070 1.005 795 19.786 —80.050 6.070 993 '802 19.779 —

_80 050 6 .070 1.005 777 19 .783 —80.050 6.070 989 817 19.779 —

80 050 6 070 1.004 789 19.784 —80.050 6.070 1.001 796 19.779 —

80.050 495 6.070 1.004 793 19 779 —80.050 500 6.070 900 792 19.769 -

10 80.050 445 6.070 1.005 792 19.797 —12 80.050 6.070 964 807 19 794 —13 80 050 6.070 1.003 786 19 783 —14 80.060 6.070 1.002 799 19.784 -16 80.050 6.070 994 793 19 767 —17 80.050 6.070 1.005 791 19.807 —19 80.050 — 1.006 799 19 779 —20 80.050 —¦ 6.070 1.006 * 772 19.777 —21 80.050 6.070 930 815 19.799 —22 80.050 6.070 1.005 770 19 784 -23 80.050 6 070 906 786 19.781 —24 80.050 6.070 771 19.777 —26 80.050 455 — 1.003 808 19 782 —27 80 050 6.070 1.006 700 19.786 —28 80 050 —- — 1.002 783 19.800 —29 80 050 6.070 1.003 775 19 787 -30 80.050 6 070 1.005 776 19 801 —31 80.050 440 6.070 1.005 776 19.783 —

LB. 80.050 467 6.070 990 787 19.785 —

4.5084.5014.5044.5074.5064.5604.5004.5044.5064.5154.5C34.5084.5144.5204.5114,5174.515

4.5324.5204.5264.5204.5264.5204.5354.536

4.317

3.300

3.300

3.300

4.378 4.665 —

4.577 4.665 4.730

4.400 4.665 —

4.400 4.695 —

4.399 4.695 -

4.439 9.858 —4.369 4 660 4.730

4.440 8.000 4.665 —4.470 —

4.473 8.000 —4.498 4.668 -

4.561 8.000 4 665 4.740

4.791 10.500 4 665 —

4.509 4.665 —4.598 4 670 -

4.510 4.670 —4.958 4 665 —

4.500 4.670 —

4.565 6.950 4.669 -4.539 4.666 —

4.912 — v 4.679 —4.530 ~

4.520 ~

4.506 7.000 —4.490 4.640 —

4.519 7.000 —

4.532 7.492 10.179 4.669 4.733

o OBSERVADOR — LVl

139

D

abacaxi

FVERA' atingir a onze milhões de fru-

- tr* a safra do abacaxi que há três anos

... dc cêrca de 3.000.000. Não somente

»„ fruto dessa planta esta se dando valor,

Lora: a sua fibra está merecendo atual-

mente as atenções dos lavradores Nos mu-

nicipios de Sapé e Espirito Santo já fo-

1J instaladas máouinas apropriadas ao

Hesfibramento das folhas de abacaxi, sendo

nue cada estabelecimento desse genero pos-

sue de 15 a 20 dessas máquinas, com capa-

cidade para a produção de trinta quilos de

fibras em oito horas de trabalho efetivo. Os

Estados Unidos são um grande freguês.

algodão padronizado

DIRETOR do Serviço dc Economia^

Rural levou ao conhecimento do Minis-

tro Fernando Costa que, segundo informes

da Agénfla daquele Serviço no Estado de

São Paulo, foram embarcados este ano, pa«

ra o exterior, 100 milhões de quilos de

algodão, fiscalizados pelo Serviço Portuá-

rio de Santos.

Êsses embarques constituem índice aus-

picioso do poder de penetração, nos merca-

dos externos, de produtos nacionais devida-mente padronizados.

CARVÃO EM TATUI

OMUNTCAÇÃO levada ao conheci-mento do sr. Ministro da Agricultura

informa que as sondagens realizadas emuma área de 100 hectares, no municípiopaulista de Tatuí, revelaram a existênciade preciosas jazidas de carvão, cujo po-tcncial está calculado em 300 mil tonela-das.

Já foi iniciada a sondagem numa áreade 10 mil hectares, que envolve a primeira,e os furos denunciaram igualmente a exis-tência desse minério.

Há alguns meses a Sociedade de CarvãoBrasileiro deu início aos seus trabalhos, emTatuí, achando-se apenas, no momento,com cêrca de 450 metros de galerias aber-tas. Como o carvão aflora à meia encostae a camada é quase horizontal, com uma es-

pessura média de 50 centímetros, a extraçãodo minério será feita por essas galerias erespectivas travessas.

Até o mês de Agosto, segundo dados

do Serviço de Estatística do Ministério da

Agricultura, essas jazidas produziram cêr-

ca de^00 toneladas de carvão.

Ainda este mês deverá terminar a aber-tura de uma certa frente de trabalho, quan-do terá início propriamente a lavra do mi-nério. o que permitirá uma produção de1.500 a 2.000 toneladas mensais, dentro depouco tempo.

A maior dificuldade consiste na obtençãode operários práticos atualmente procuran-do as minas do sul do Brasil. Daí a neces-sidade da formação de

"mineiros" no pró-

prio local.As jazidas de Tauí distam 20 quilôme-

tros da estação do mesmo nome. onde ocarvão é entregue à Estrada de Ferro So-rocabana, que tem obtido ótimos resultadosnas experiências feitas com o minério.

Tatuí e Caçapava são atualmente os doismunicípios paulistas produtores de carvão,

?

REFLORESTAMENTO

P E acordo com a determinação do

Ministro Fernando Costa, o diretor

do Serviço Florestal designou o agrôno-

mo Lincoln Monteiro Rodrigues paraorientar os serviços de reflorestamento

na Estrada de Ferro de Maricá, onde se-

rão organizados viveiros de mudas em

zonas já determinadas pela Secção de Sil-

vicultura.

BANCO 1TALO-BRASILEIRO

SOCIEDADE ANÔNIMA BRASILEIRA — SÉDE : S. Paulo — RUA ALVARES PENTEADO N. 117 — Fundado KM 1924

Capital, 12.300:0008000 — Capital Realizado. 9.811:270$000 — Fundo de Reserva, 2.300:0c0$000

Balancete em 31 de Agôsto de 1940, compreendendo as operações das Filiais d"> Rio de Janeiro e Santos e das Agencias de

Botucatú, Cruzeiro, Jacarei, Lorena, Mogí das Cruzes, Paraguassu, Jaboticabal, Jau, Lençoes,

Presidente Prudente e Agência Urbana Norte Braz

ATIVO PASSIVO

Capital a realizar 2.488:730$000Letras descontadas 48.248:2 10$300

Letras a receber:Letras do Exterior 3.572:329$300Letras do Interior 64.059:897$600 67.632:2265900

Empréstimos em contas correntes 53.844:691$300Vnlnros caucionados 73 508:5553500Valores depositados 24 .005:0523000Ações em caução 140:0005000 97.653:607$500

Agências 10.237:548$050Correspondentes no País 853:422$200Corre pondentes no Exterior 1.249:530$000Titi los pertencentes ao Banco. 474:6075900Imóveis 1.736:3375600Móveis e Utensílios 3 10:9751900Títulos em LquidaçSo. .... 103'758$000Contas de Ordem 24 111:345$200D.versas contas. 1.308:740$C50

Caixa:Em moeda corrente 11.214:6895100Ein outras espécies 156:2795800Lm diversos Bancos 1.434:4885000™

ganco do E. S. Paulo. . 3 358:2205000No Banco do Brasil 8.437:9005800 24.601:5775700

334.855:3095050—

'

Cap tai 12 .300:0005000

Fundo de Reserva'.'.'.'.'.:: 2.300:000$000

Lucros e perdas 68:1

Depósitos em contas Correntes:

C/Correntes á vista 75.492:8145600

Depósito a prazo fixo com

aviso prévio 26.071:6955300 101.564:5095900

Credores por títulos em cobrança 67.632:2265900

Títulos em caução e em de-

DÓs;to 97.513:6075500

Caução da Diretoria 140:0005000 97.653:607$500

. , 10.221:8745000Agencias 844:707$

100Correspondentes no País.. g

c5?: 109$300Correspondentes no Exter or ^

QCheques e ordens de pagamento •

165:736t900D videndos a pagar 24.111:3455200

Contas de Ordem 10.8 18:3585 100

Diversas contas

Rs. 334.855:3095030

Presidente: B. LEONARD1

^uperintendtnte: R. MAYER

"•rítor.Secretário: C. TEIXEIRA JÚNIOR

S. E. ou O.

S5o Paulo, 2 d« Setembro de 1940.

D.retor-Gerente: A. LIMA

Gerente: G. BRICCOLO

Contador: R. TRANCHESE

I I

140O OBSERVADOR — Lvi

EMPRÉSTIMO DE UNIFICAÇÃO DA

BAÍA

A DIRETORIA de Cultura e Divulga-

ção da Baía distribuiu à imprensa a se-

guinte nota, no mês de Agosto passado í

Realizou-se, no Tesouro do Estado, em 8

do corrente, sob a presidência do sr. Secre-

tário da Fazenda e altos funcionários do

Tesouro, mais um sorteio de apólices do

Empréstimo de "Unificação". Foram dis-

tribuidos os seguintes prêmios: 1 de 50 con-

tos — apólice 30.492; 1 de 20 contos —

apólice 117.160; 1 de 10 contos — apóli-

ce 13.948; 5 de 5 contos — apólices

121.393, 1.582, 56.063, 49.621 e 43.921, e

mais 26 prêmios de 1 conto de réis.

Com essa operação de sorteio e résgate

do Empréstimo de. "Unificação ", na parte

relativa ao 1.° semestre do corrente ano, a

Baía mantém, rigorosamente em, dia, os

seus serviços de " Dívida Interna

".

E' necessário encarecer que, apesar da

guerra e suas conseqüências, o atual govêr-

no empenha-se, vivamente, em solver todos

os seus compromissos financeiros do Esta-

do, zelando o crédito público baiano.

COUROS E PELES

I? NTRE os produtos brasileiros que

estão tendo um grande desenvolvi-

mento se encontram os couros e as peles,

que teem tido grande aceitação nos mer-

cados estadunidenses e também, como

comunicou recentemente o adido comer-

ciai, em Cuba.A Bolsa de Mercadorias de São Paulo,

pelo seu respectivo Departamento de Es-

tatística apresentou o desenvolvimento

dêsse ramo de exportação, pelo qual se

vê que êle tem sido contínuo.

A começar de 1915 a estatística refe-

rida demonstra que foram exportados

2.110.933 quilos num valor de

2.845:521$, já em 1935, eram exportados

12.226.510 quilos representando

Movimento das Bolsas do Rio de Janeiro e de

São Paulo

Janeiro —

Junho

A) VALOR DOS TÍTULOS NEGOCIADOS (contos de réis)

ESPECIE 1936 1937 1938 1939 1940

Titulos federals...".'. 118.848 90.031 139.979 142.544 129.961

Titulos estadoais ... 197.041 144.673 110.514 145.857 170.807Titulos mimicipais........ . 13.502 18.077 29.955 43.266 47.424

Titulos pixblicos. . 329.393 252.783 280.449 331.668 348.193Titulos privados... 34.398 43.592 40.080 50.200 94.943

Todos os titulos 363.791 296.375 320.530 381.868 443.137

B)- VARIAÇÕES DO MOVIMENTO GLOBAL DE CADA ANO, EM RELAÇÃO

AO ANO ANTERIOR

ANOS Contos de reis Percentagens

1937... — 61.416 —18,5%193 + 24.155 + 8,1%193 + 61.338 + 19,1%1940......... ....• + 61.269 + 16,0%

C) COMPARAÇÃO DO MOVIMENTO DE 1939 E 1940

ESPÉCIE

Contos de Réis Variações

1939 . 1940 Contos de réis Percentagens

Títulos federaisTítulos estadoais....Títulos munic'pais. .

Títulos públicos. . . .Títulos pi.vados

Todos os títulos,

142.544 129.961 — 12.583 — 8,8%145.857 170.807 + 24.950 17+ ,1%43.266 47.424 + 4.158 + 9,6%

331.668 348.193 + 16.525 + 4,9%50.200 94.943 + 44.743 + 89,1%

381.868 443.137 + 61.269 + 16,0%

21.400:843$000; em 1937 exportou-se17.415.549 quilos significando 51.058:023$000, e de Janeiro a maio de1940 6.942.019 quilos representando20.313:502?000.

Como em nota de outra secção se ve-rifica, o mercado dos Estados Unidoscontinua a querer couros e peles do Bra-sií, consoante informa o Brasilian Infor-mation Bureau, e a intensificação daprodução da espécie, concorreria paraque em futuro próximo a Bolsa de SãoPaulo, apresentasse cifras bem maiores

que a atual.

FIBRAS BAIANAS

^ BOLSA de Mercadorias e Valores daBaía, em um de seus comunicados, in-

forma que da grande variedade de fibrasnativas e cultivadas que possue o Estado daBaía, nenhuma alcançou tão grande desen-volvimento, como as fibras carrapichos (ju-ta baiana) hoje empregada como sucedâ-neo da juta indiana.

A "juta baiana", de melhor qualidade

que a juta indiana na fabricação de sacariase aniagens, e na confecção de tecidos finos

para roupas de homens, senhoras e crian-

ças, vem trazendo bastante vantagem aos

nossos ruralistas e industriais.A

"juta baiana" também é o substituto

do linho importado, e, com ótimo resulta-

do, já está sendo industrializada em teci-

dos, até agora fabricados com aquelas fi-

bras.A produção atual da

"juta baiana" é

muito pequena para atender às indústrias

nas quais estas fibras teem inúmeras apli-

cações; assim, a sua prpdução deve ser bas-

tante aumentada para atender aos centros

consumidores do nosso País, bem como os

do exterior. _Na industrialização da

"juta baiana", ja

confeccionam tecidos, de aniagem, a Com-

panhia Fabril dos Fiais do Estado da Baia,

tecidos finos para roupas de homens, Pes-

soa de Queiroz, de Pernambuco, e J. Ren-

ner, do Rio Grande do Sul.

Enquanto aos extratores novos da juta

baiana", grande é o número dos que estão

produzindo em tnenor ou maior quantida-

de, sendo que a "juta baiana" do Rio No-

vo, produzida pelo sr. Edson Cabral, é um

produto de ótima qualidade e em melhores

condições de substituir o linho na fabrica-

ção de tecidos finos.

Hoje a "juta baiana" está sendo.extrai-

da do Norte ao Sul da Baía, pois os arbus-

tos carrapichos encontram-se em estado na-

tivo em quase todo o território baiano, e e

composto de cêrca de 150 famílias, com cer-

ca de, 1.500 qualidades, servindo todas para

a industrialização, podendo ser aplicadas

com melhores vantagens na fabricação de

tecidos finos, cordas, aniagens, linhas diver-

sas, etc.

Convém salientar que a "juta baiana ,

como substituto da juta indiana, represen-

ta uma economia para o nosso País de cer-

ca de 100 mil contos, e substituindo o linho

e fibras outras importadas do exterior, a

balança econômica do Brasil tera um lu-

cro superior a cêrca de 150 mil contos.

Consequentemente, quem cooperar, esti-

mular e contribuir para o constante aumen-

to da produção e do consumo das fibras

carrapichos (juta baiana), não só prestara

uma grande contribuição ao Brasil, como a

todos os que trabalham pelo seu engrandeci-

mento econômico.

. ¦ J**'

IBM-

A C00PtE^AC;A°

tNSTI^UTO B^SILEIRI^5 vj£ I

A ^^ran^tpor^ser^todos ^de.os de I

estatistica, no estudo e elaboracao de pianos de orgamzaca Ill

ViS°S' \

leVadpela

tt^tocao0iLPmCetod0oSs: modernos no local de trabalho do I

III cliente, 2, oslU» d, seus .ecniccs . os ^ipcen.os ™- I

dernos ?- sstss. fc°—^ 5S# I

®qUipament°^CT^KKTmJTO BRASILEIRb0DE MECANIZACAO. Para esse fim, I

cutadosnasededo INSTIDE

SERVICO aparelhado para atender aos clientes cujo I

SnTde rbolho'^o juftf^e a insula** do e.uipamento e. seus escr,- I

jll torios. 1C rirrihIpmfiii ndministrativos. Po~ 111 _ —

Consulte-nos, sem

^P^^icoa'mento dos seus servicos de contabilidade 1 A'

demos cooperar com V. 5. P - tfqfiras de venda — pessoal

— e organi- ¦

z^-^sa.

d— -v5 I

I

ill AV. RIO BRANCO, 26 111

(iN^rrruTO brasileirode: mechanizaçao)

AV. RIO BRANCO, 26 A

Ill' I

•j ¦

^^^gmmmBammsmMmmmmmmmmmmmmrnggBB^^ I; ; //)s,, / ;» i, -V p'V'Vs1 -'f !''V,; ',"v -I 1,1 ,'),i,"i,<«''' »l >'r ' :¦/ -: I

r- ' '¦¦ ',> / I s&SSUBtBbii r ,¦¦• j , ri*, \ * * l' ^ i?^ •*'.,' j-*,-,t ,, ^ v1.-,, 1 > U , % 9 I H91 f »a" w -, 1 „ I ¦:mjmHBflHHHnHIHHHHHH^V *.* a** c ^ 7® >#£/•$\ > 'W '-> t J £*f >u {/<5J } ^ n/v %' ' I

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^1 ^BP^' ,^_trtk^-v. IMB bC£TT^^^If%I^ v IWHMI •. *?a»v^pFw> .¦ ^Mm5?-.- B/.- ,» (*• ¦ pfiHfe^^^flT JBhR^ «Kk ^^P^Wf'^,'>i<'^-'^< '¦"<» * nfrnf^ w^*1^ "' K

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perfeito beneficiamento do algodao I

ttftliftem sido conseguido, nos ultimos tempos, I

•^¦B|j5S5SWBP"P®fV *•'' gracas ao aperfeicoamento do maquinario I

| | de descarocar algodao. I

HH Um produto isento de impurezas, livre de I

fibras dilaceradas e enoveladas, concorre I

^''^S^^IBk^S nj^^^^BBI eficazmente

para o aumento de rendi- I

f^^^^BBI mento do trabalho das fiacoes, resultando: I

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•' com esse objetivo que temos classifi-

cado e enfardado o melhor algodao de

S. Paulo.

íBii¦•' T'M

kWi^rví-

tem sido conseguido, nos últimos tempos,

graças ao aperfeiçoamento do maquinário

de descaroçar algodão.

Um produto isento de impurezas, livre de

fibras dilaceradas e enoveladas, concorre

eficazmente para o aumento de rendi-

mento do trabalho das fiacões, resultando:

MAIOR PRODUÇÃO

MENOR DISPERDiCIO

PRODUTO PERFEITO

E' com esse objetivo

cado e enfardado oque temos classifi-

melhor algodão de

Paulo

s. PAULO

SR St!MMmmsmí^fsÉ-MM

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