1 setembro 4 0 n . 56 - coleção digital de jornais e
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da "Garage
Diana" seguem a nossa
experiencia e estão satisfeitos...
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- diz o Sr. M. J. Machado Rebelo, da
Garagc Diana", do Rio de Janeiro.
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USE OS TRES
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melhorar o traba-
lho de seus carros, aquitem o Sr. o testemunho doSr. M. J. Machado Rebelo,
proprietário da "Garage
Diana", tida como uma dasmais completas e modernas
do Rio. 0 Sr. Rebel o, comoantigo industrial e profundoconhecedor do ramo Trans-
portes, é um grande amantedo automobilismo e nuncadispensa a cooperação dosTres nas suas excursões e via-
gens. Aos proprietários dos
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bus que se utilisam da "Gara-
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"ALI VAI UM BUICK!" é o que
se exclama quando um Buick passa
por nós e não simplesmente "Ali
vai um carro". Isso porque o Buick,
como a mais perfeita realização da
moderna engenharia automobilística
é, por excelência, um carro digno
de um rei. Equilibrado elétricamente,
equipado com o famoso motor 44Di-
naflash"', oito em linha, macio, es-
paçoso, com interiores finos e lu^
xuosos e linhas elegantes, o Buick
impera absoluto entre todos os au-
tomóveis de classe. Experimente um
Buick, hoje mesmo, e nunca mais
pensará em outro carro#
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CONTROLADOR DE MAO DE OBRA
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Quanto tempo gasta um mensageiro para entregar uma encomenda?
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O controlador de mao de obra "INTERNATIONAL/*
responde a todas essas perguntas
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RIO DE JANEIRO
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responde a todas essas perguntas
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o OBSERVADOR
ECONÔMICO E FINANCEIRO
REDAÇAO:
Rua México, 168 — 4 ° and.
Tis - Ger. 42-5519 - Red. 42-6995
VALENTIM F. BOUÇAS
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CAIXA POSTAL, 3.114End. Telegr.
"OBSERVADOR"
RIO DE JANEIRO
ÍIOTAS 8DIT0RIMS
N D C E
NOTAS EDITORIAIS 3
0 Nosso Futuro Econdmico 9
Instantaneos do Recenseamerito 16
(Humberto Bastos)
A Marinha Brasileira 27
Problemas Ferroviirios 39
0 Problema dos Tdcnicos 57
Zonas Ecologicas de Sao Paulo 66(Renato Pars de Barros)
Vidro de Seguran^a 79
Exp!cra$ao dos Seringals 81(firico R. Nobre)
A Situa^ao do Caf6 85(Theophllo de Andrade)
Fibras do Brasil 88
A Propriedade Liter^ria 89
0 Censo Demogrifico 94
Plantas Medicinais 100(William W. Coelho de Souza)
OBSERVANCES ECON6MICAS 102
OBSERVANCES FINANCE IRAS 108
PRODIJTOS Cx MERCADOS Ill
VIAS DE COMUN1CACAO 117
OBSERVANCES CENSITARIAS 120
LE,S & ATOS ECON6MICOS 124
BANTCOS & MOEDAS 133
BOLSAS & TfTULOS 136
QS RESULTADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR
no primeiro semestre do corrente ano acabam dc
ser publicados pelo Serviço de Estatística Econômica
e Financeira do Ministério da Fazenda. Estas infor-
inações que são sempre de grande importância em
relação com o progresso econômico nacional, adqui-
rem especial significação no presente momento.
O nosso comércio exterior em .tempos normais
concorre com uma proporção substancial da renda
nacional. Nas circunstâncias difíceis que o mundo
atravessa atualmente, a nossa capacidade de manter
um comércio exterior satisfatório é questão de capital
importância para a Nação. Os algarismos do mês^de
Junho parecem indicar um ponto de desvio na tendên-
cia relativamente favorável que se manifestava nos
primeiros cinco meses do ano. Tanto as expoitaçÕes
como as importações declinaram em valor. Mas o mo-
vimento decrescente foi muito mais pronunciado no
caso das exportações. Contudo, é interessante notar
que, comparando os valores absolutos do primeiro se-
mestre com o período correspondente dos anos ante-
riores, tanto as importações como as exportações são
bem superiores às dos quatro anos precedentes. O
ponto de maior importância é a balança comercial.
Computada em moeda nacional, o mês de Junho mos-
tra um excesso de importação no valor de 13.461 con-
tos, que, adicionados ao "déficit"
já existente no fim
de Maio dá um "déficit" líquido de 83.551 contos
para a primeira metade do ano.
Voltando a olhar para os anos anteriores a partir
de 1936, para fins de comparação, vemos que em cada
caso, exceto em 1938, o comércio do primeiro semes-
tre nos deu um considerável saldo favorável. Em
1938, o "déficit" foi muito maior do que no
corrente ano e atingiu 241.606 contos. Estas com-
parações são úteis e realmente necessárias para um
exame do modo pelo qual desenvolveu-se o nosso co-
mércio exterior, mas não devemos incorrer no erro de
supor que elas nos permitem formar sequer uma idéia
aproximada de qual será a nossa posição no fim dêste
ano. Isto é coisa que depende de grande número de
fatores que são presentemente de todo em todo des-
conhecidos. Felizmente, porém, sabemos que muito do
que já foi e está sendo feito através da ação do Go-
vêrno chegará a desviar a nosso favor a tendência co-
mercial.
E
O OBSERVADOR — LVl
Se examinarmos agora, os resultados do comercio
até o fim de Junho, expressos em libras esterlinas, a
conclusão é incomparavelmente mais animadora, t
óbvio que as diferenças de avaliações, de taxas de con-
versão e de taxas de câmbio tornam impossível uma
estrita correspondência das balanças comerciais, Em
certo sentido, o resultado expresso em libras ou do-
lares é de grande importância para nós,^uma vez que
a nossa situação na prática depende do câmbio estian-
geiro que obtemos em pagamento de nossas exporta-
ções, comparado com os pagamentos em câmbio es-
trangeiro que temos de fazer pelas mercadorias por
nós importadas. Em têrmos de libras esterlinas, o
nosso comércio exterior na primeira metade do ano
mostra um saldo a nosso favor de £ 1.067.036, de que
£ 147.605 constituem o aumento do mês de Junho.
Quando observamos que o saldo em esterlinos para o
mês de Maio foi mais do que o décuplo do de Junho,
fazemos idéia da magnitude das rápidas contrações a
que está sujeito o nosso comércio de mês a mês. Dou-
tra parte, convém lembrar que um único mês é perío-
do muito breve para firís de comparação estatística, e,
consequentemente, não devemos atribuir demasiada si-
gnificação a movimentos mensais. Os valores de nossa
importação e exportação, por unidade física, são as
bases sobre que podemos discernir se as condições do
comércio se estão movendo a nosso favor ou não, isto
é, se temos de,exportar maior ou menor volume físico
a fim de pagar uma dada unidade física de importação.
Tomando os valores por unidade expressos em libras
papel, achamos que o valor duma unidade de exporta-
ção se acha muito acima do nível de 1939 em compara-
ção com uma unidade de importação. Isto é, sem dú-
vida, uma vantagem para nós.
O aumento percentual no valor da exportação é
de 72,5%, ao passo que o da importação é somente de
38,5%. Mas devemos também constatar que esta mar-
gem a nosso favor mostra sinais de declínio, e é jámenor do que a computada para o nosso comércio ex-
terior até o fim de Maio. Outro ângulo sob o qual
podemos examinar eficazmente o desenvolvimento de
nossa situação, é verificar a tendência do seu volume
físico. Isto exerce uma influência direta em muitos de
nossos problemas práticos, e possue a vantagem de
que, sob o ponto de vista estatístico, os dados estãolivres de muitas outras complicações que entram numacomputação de valores.
Com respeito às nossas principais exportações, a
primeira metade do corrente ano mostra uma quédade mais de 1.400.000 sacas de café. O total da expor-tação de algodão foi de 98.596 toneladas, o que repre-senta 65.000 toneladas menos do qüe no período cor-respondente de 1939. A diminuição da exportação delaranjas é muito séria, de vez que no primeiro semes-tre de 1939 foram embarcadas 2.207.432 caixas, ao
passo que os algarismos para 1940 são apenas 640.378.Doutro lado, houve alguns aumentos espetaculares. Aexportação de carnes frigorificadas que no ano passa-do alcançou 28.696 toneladas até o fim de Junho, re-
gista para este ano 71.036 toneladas. Esta e outrasrubricas constituem boa indicação da rápida adapta-
ção a que está* sendo solicitado o nosso comércio deexportação.
AS QUESTÕES DE POLÍTICA FINANCEIRA
publicadas hoje em dia, chamam a atenção do ci-
dadão comum em muito maior escala do que há vinte
ou mesmo dez anos atrás. Isto se dá porque a ativi-
dade do Estado, atualmente, estende-se em muito mais
ampla esfera, e porque esta atividade rífecessariamen-
te abrange a provisão de fundos. Para o homem de
negócios ou o técnico em negócios financeiros, os
acontecimentos dos últimos anos teem interesse não
só prático, como também teórico. O que sabemos acèr-
ca de finanças públicas foi aprendido quase inteiramen-
te de experiências. Isto pelo menos é verdade
com respeito às considerações fundamentais, conforme
as quais se tem norteado a política financeira pública.
Se desejamos saber a distribuição ideal de dado encar-
go tributário, só podemos julgá-lo por experiência,
e o mesmo se dá com relação ao efeito sôbre o siste-
ma econômico que uma grande e rápida alteração do
encargo tributário pode trazer.
De interesse geral é a questão da resistência de
que é capaz o sistema econômico em face de pesados
aumentos da tributação. Devemos admitir que essa re-
sistência é muito mais forte do que estamos habitua-
dos a acreditar. Isto se prova com experiências re-
centes, dentre as quais é bom exemplo o orçamento
recentemente apresentado pelo Govêrno do Canada.
As comparações internacionais em matéria de tribu-
tacão jamais são bastante satisfatórias, mas dum modo
geral podemos concluir indubitavelmente que o nosso
encargo é consideravelmente menos oneroso do que
o daquele país. A previsão da receita do govêrno fe-
deral do Canadá sobre a base da legislação preexisten-
te atinge 650.000.000 de dólares. Os aumentos de
tributação introduzidos pelo orrnmento são caVula-
dos para dar um acréscimo de 280.100.000 de dólares
durante o ano todo. o que representa um aumento de
43%. Isso naturalmente há de ser obtido da renda
tributária, embora evitando escrupulosamente quais-
quer medidas que possam prejudicar as fontes de que
deve ser obtida a renda nacional no futuro. Até certo
ponto, o sistema tributário federal canadense é serné-
lhante ao nosso; por exemplo, os direitos aduaneiros e
o^&impostos de consumo representam rubricas impor-
tantes na receita tributária total. Mas em virtude de
manifestas diferenças de condições, o imposto de ren-
da é relativamente muito mais importante no Canada
do que aqui, e o imposto de vendas que em nosso Pais
se acha sob jurisdição estadual, no Canadá é imposto
federal. Entretanto, o ponto de capital interêsse é que
o total da renda tributária é suscetível de ser tão gran-
demente aumentado num período de tempo relativa-
mente tão curto. A distribuição do aumento mostra
que perto de 70% provirão da tributação direta. Em
certos detalhes, as novas medidas introduzidas mos-
tram certa relação com um de nossos problemas co-
muns, a saber, a conservação duma situação satisfato-
ria no comércio exterior.
O novo orçamento canadense impõe aumentos em
certos direitos de importação, o que se julga sen n ao
não só para o fim já referido, como também propoi-
cionarão ao mesmo tempo, uma importante rema.
Isto não implica, de modo algum, que uma certa po
lítica, que provou ser útil nas condições especiais e
algum outro país, possa ser automaticamente boa e
se adotar, e isso pela simples e boa razão de que &
. nossa ^política.,, em seus detalhes práticos, depende
Lt
o OBSERVADOR — LV1 5
s próprias circunstâncias peculiares. Mas uma110 S
chi são geral pode ser tirada com segurança. NaCOniidri
em que somos capazes de conservar um nível"Nativamente
baixo de tributação, deveremos bem re-
nhecer que como indivíduos e como comunidade go-C7nmos
duma vantagem de grande importância. Num
nticlo diferente, o nosso baixo nível de tributaçao e
de grande auxílio para nos permitir assegurar um
maior volume de comércio exterior do que seria pos-
sível noutras circunstâncias, e consequentemente as
nossas esperanças de alcançar um substancial restabe-
lecimento econômico são inquestionavelmente bem
fundadas.
A SITUAÇÃO ECONAMTCA E FINANCETR A
do Brasil vem apresentando, notadàmente de 1937
para cá. um rí*mo seeuro e constante de progresso e es-
tahilidade. Espelham bem a melhoria dessa situação ns
ótimos resultados dos bafmçòs financeiros apresentados
por alguns Estados da Federação.
Em todos eles vem a administração colhendo os mais
auspiciosos resultados.
O Estado de Minas, por exemplo, apresentava há
anos atrás uma stiuação deveras aneústiosa em sua vida
econômica e financeira. Grande déficit absorvia-lhe com-
pletamente a receita anual. Pesados compromissos haviam
sido tomados pelos seus dirigentes sem um controle exa-
to das suas possibilidades no momento, ocasonando-lhe,
com isso, o esgotamento econômico e o esfacelamento de
energias.
Foi precisamente nes^a fase de incertezas o1"* assu-
miu o compromisso de dirigir os destinos do Estado a
atual administração. Os resultados dos balanços anuais
de sua economia e finanças falam melhor oue outros quais-
quer argumentos. Representam em algarismos expressi-
vos "a
diminuição do déficit, o aumento constante do va-
lor oatrmònial do Esfado, o processo de amortização da
dívida flutuante e fundada, as economias realizadas na
execução orçamentária, a correlaqão entre o aumento da
receita e a recuperação econômica".
E' verdade ntie é brande o esforço para conter o dc-
firit e entrlibrar o movimento orçamentado, s^ndo de no-
tnrj porém. que tudo i^so se faz sem prejuízo da vida ad-
mimVrativa e diminuição do rí^mo normal de todas as
atividades do importante Estado. O problema de amor-
tizacão da dívida flutuante tem merecido, também, as
maiores atenções do atual Governo no sentido de Uniu-
dar as responsabilidades existentes. E. forca é convir, o
esforço nesse sentido tem logrado completo êxito.
Medidas seguras e desassombradas para debelarem a
crise foram tomadas, procedendo-se à amortização dos
compromissos, ao mesmo tempo que foi feita uma renova-
Ção em muitos deles — para dilatar-lhes os prazos e di-
minuir os juros, conseguindo-se assim livrar o Estado dosônus deixados pelas administrações passadas.
Outro fato de grande relevo da gestão do atual Go-^erno mineiro é assinalado no aumento progressivo da re-ceita e exportação do Estado. A administração adotou umcritério seguro e acertado: promover o intercâmbio comer-Clal e mantendo sempre com firmeza a receita arrecada-
A circulação dos produtos e.a movimentação do di-nieiro constituem um dos motivos do grande progressoeconômico
que se vem desenvolvendo em todos os setoresas at^vidades do Estado. A reforma salutar procedida
no aparelhamento arrecadador .tem trazido aos cofres do
Estado os melhores resultados, sem aumento de grandes
encargos para o contribuinte. Em verdade, não houve ele-
vacão ou criação exagerada de impostos, apenas a arre-
cadacão fornou-se mais eficiente em virtude dos métodos
introduzidos j Houve, pelo contrário, redução do imposto
de exportação, supressão do imposto de consumo de com-
busHveis, além da grande diminuição dos impostos sôbre
o café e outros produtos, principalmente sôbre os da ex-
portarão do Estado.
Ora, as conseqüências dêsse saneamento financeiro
levado a efeito com decisão pelo govêrno mineiro tem tra-
z:do sensíveis melhorias às finanças do Estado, ao mes-
mo tempo oue a situação patrimonial vai-se tornando fir- ,
me e aumentando gradativamente. Assim, o valor dos pró-
prios estaduais, que era. em 1937, de 572.000 contos, em
1938 elevou-se a 709.000 contos; o ativo, que se estima-
va, em 1938. em 1 .199.673:5163200. atingira, em 1939,
a ll246.726:073$600. Por outro lado, vem também au-
mentanclo anualmente a capacidade produtiva do Estado,
como se infere dos resultados de sua produção agrícola,
pecuária e industrial.
Não cabe num simples regisfro um estudo aprecia-
tivo completo e mais profundo sôbre a atual administra-
ção mineira, mas. o rápido confronto que fizemos da si-
tuação passada com a presente basta para mostrar-nos os
excelentes resultados obtidos com a nova orientação po-
lítica, financeira e administrativa que vem sendo adota-
da pelos dirigentes do grande Estado.
Outro importante Estado que vem apresentando ín-
dices firmes e constantes de progrelso em todos os seto-
res é o Rio Grande do Sul. O atual govêrno encontrou,
também, a situação geral do Estado em pronunciado de-
créscimo. Contudo, o esrôrço, a dedicação e a clarividên-
c;-x na gestão dos nególios públicos, conseguiram, em
curto prazo, debelar a crise que se esboçava e erguer a
economia e a finança, dando um real e eficiente impulso
ao progresso e desenvolvimento de todas as atividades do
Estado. O reWóno referente ao balanço financeiro do
exercício de 1939 fornece resultados positivos sôbre a si-
tuação em que se encontra hoje aquela importante uni-
dade da Federação.
Daremos a seguir alguns aspectos daquele relatório:
A receita nara 1939, que fôra orçada em
349 167 *237^000, acusou uma diferença, para menos, de
21 .101 -625.^280. de vez que o Estado teve uma renda de
328.065:661?270. ten^o a arrecada cã o dêsse ano ultra-
passado em 40.988:402$660 à de 1938.
No total da despesa apurou-se uma economia,de ...
38.219:316S750 do seguinte modo: da despesa prevista
e mais os créditos adicionais e os especiais, que atingiram
à imnortânei* de 361 .058:631$950. foram eastos anenas
323.365 :3ll$200. e daí aquela diferença a menos. No en-
cerramento do exercício financeiro de 1939, foi anresen-
tado um saldo de 4 700:346$520. superávit que d:spensa
comentários. O patrimônio do F.s'ado acusou um aumen-
to de 1938 a 1939 de 7.891:812$272. Também as Dívidas
Pública, Fundada e Flutuante veem sendo objeto de aten-
cão. O Tesouro do Estado adquiriu e tem em seu poder
títulos da Dívida Externa no valor de US$ 13.221.000,00,
que reduzem para um têrço aquela dívida.
A arrecadação dos impostos vem sendo feita de modo
regular e uniforme. Entre outros tributos, cita-se o de
vendas e consignações, que tem dado ao Estado uma das
maiores parcelas da sua renda anual. Por outro lado. di-
minue-se, rapidamente, o imposto de exportação, de modo
<5O OBSERVADOR — LVi
a facilitar a expansão comercial do Estado, não só com o
estrangeiro, como com os demais Estados do País.
São esses, em traços ligeiros, os principais aspectos
da situação econômica e financeira do Rio Grande do
Sul, com suas finanças equilibradas e um saldo apreciavel.
E, se a situação dos Estados, sobretudo daqueles de
maior expressão, reflete a do Brasil, pode-se, pois, con-
cluir, à vista dos resultados que nos deram os balanços
finaceiros de Minas e Rio Grande, que o Pais caminha
para uma situação de equilíbrio, prosperidade e seguran-
ça econômica, financeira e industrial.
GASOGÊNIO DEVERA' SER O SUCEDÂNEO
llgll dos combustíveis que importamos -em alta escala
com pesados ônus para os cofres públicos. O aperfeiçoa-
mento de seu fabrico poderá chegar a produzir combus-
tível capaz de concorrer com os melhores no gênero,
e sô-
bre todos oferece uma vantagem extraordinária: o seu
pouco custo.
Diversos países iá se preocupam com a produção do
gasogênio, sobressaindo, dentre eles, a Alemanha, onde foi
recentemente fundada uma companhia "destinada
a cons-
truir e fornecer motores movidos a lenha e, além disso,
ter a seu cargo estabelecer depósitos de lenha necessários
ao fornecimento do combustível de que carecem os apa-
relhos geradores do gás pobre".
A indústria do gasogênio traria uma grande econo-
mia a todas as atividades nacionais e particulares, iá pelo
seu menor custo, já pela diminuição da colossal verba que
o Estado despende, anualmente, com a compra de com-
bustíveis.
O transporte, aue é, ainda, entre nós,- um grave pro-
blema e cuja solução é de absoluta importância econômi-
ca, social, agrícola, comercial e industrial para todo o
País, encontraria no gasogênio o veículo natural e fácil
para o seu desenvolvimento.
As grandes e pequenas indústrias, cuja maquinaria
absorve com o seu funcionamento grande parte do esfôr-
ço aí empregado, viriam a ter no gasogênio o elemento ca-
paz de lhes proporcionar apreciáveis resultados sem gas-
tos impressionantes.
Felizmente, vem já o Ministério da Agricultura pro-movendo uma campanha salutar e eficiente a favor da in-
dústria do gasogênio entre nós. Nesse sentido, podemoscitar, entre outras, as medidas constantes do ofício n.° 554,
de 25 de Junho deste ano, dirigido pelo sr. Ministro da
Agricultura ao sr. Presidente da República solicitando
, autorização para a compra de "aparelhos
gasógenos, do
tipo nacional", mediante aprovação da Comissão Nacional
de Gasogênio, para o fim de serem revendidos, pelo custo,
aos interessados.
Antes disso já fora aberto para o mesmo Ministé-
rio o crédito de 500:000$000 destinado à aquisição do
material necessário àquela Comissão.
Entrementes, vários estudos veem sendo feitos poriniciativa daquele Ministério, com o objetivo de serem fi-
;xados os diversos tipos de gasogênios importados, bem
como dos que aqui se fabricam, de modo a estabelecer um
tipo padrão.
A expedição do decreto-lei n.° 1.125, de 28 de Fe-vereiro de 1939, criando a Comissão Nacional do Gasogê-nio, que acaba de sofrer alterações e nova redação em mui-tos de seus dispositivos pelo decreto-lei n.° 2.526, de 23de Agosto último, foi a medida mais positiva sôbre o as-sunto.
Cumpre à Comissão, em primeiro plano, incentivar o
plantio, em grande escala, das essências florestais que fo-
rem mais indispensáveis e úteis ao preparo da lenha e car-
vão próprios à produção do combustível, mandando, para
isso, submeter-se a estudos técnicos a imensa variedade de
especimens vegetais existentes em vastas regiões do ter-
ritório nacional.
A selçao das espécies florestais apropriadas à produ-
ção gasógena deve ocupar o primeiro lugar no programa
encetado pelo Ministério da Agricultura a favor dessa
nova indústria. Deve seguir-se-lhe uma constante propa-
ganda nos meios produtores, e, de uma maneira geral, em
todos os círculos interessados, de modo a ressaltar a uti-
lidade do gasogênio nos motores de explosão, tratores
agrícolas, veículos automóveis,-instalações fixas e semi-
fixas, bem como para incentivar a fabricação e o estudo
técnico e econômico daquele gás, com o fim de torná-lo
conhecido não só como ótimo combustvel, senão, também,
nas vantagens econômicas que o mesmo poderá oferecer
com o seu consumo na indústria, no comércio e no trans-
porte.
Vale considerar, também, a conveniência de serem
intensificadas as medidas de proteção às florestas em todo
o território nacional, de vez que serão elas a fonte prima-
ciai do novo combustível, as quais infelizmente veem so-
frendo as mais impiedosas devastações.
Convenientemente orientada, entre nós, poderá a in-
dústria do gasogênio vir constituir, em futuro próximo,
um dos maiores fatores para o nosso progresso econômi-
co e financeiro. Sua aplicação, no Brasil, abrangerá os
mais extensos setores das nossas atividades: o comércio,
a indústria e os transportes. A exportação para o estran-
geiro é outra face importante do problema.
Por todos êsses motvios, apontados em traços ligei-
ros, o gasogênio oferecè promissoras perspectivas ao País,
já como sucedâneo dos combustíveis importados, já como
produto de especulação comercial "e|§
que poderá vir a
transformar-se, de acordo com o incremento que tiver a
sua produção.
Por outro lado, deve ser preocupação constante e in-
transigente da Comissão Nacional do Gasogênio que o
combustível a ser produzido apresente sempre tipos fixos
de qualidade, ao contrário geralmente do que acontece
com outros produtos da indústria nacional. Para segu-
rança dêsse critério contém já o recente decreto-lei nu
mero* 2.526 referido, em seu art. 3.°, prescrições rigo-
rosas em benefício da qualidade e do valor do combusti-
vel, pois que nenhum tipo de gasogênio — determina —
e seus acessórios, assim como aparelhos de carbonizaçao,
poderão ser expostos à venda sem o competente certifica-
do de registro e aprovação concedido pela mencionada
Comissão.
E' de esperar, pois, que a iniciativa do Governo em
produzir, com recursos nacionais, combustível capaz de
prover às necessidades de nossa indústria, comercio e
transporte, encontre dos meios interessados a melhor aco
lhida e deles receba os mais decididos e reais auxílios para
o desenvolvimento rápido e seguro de mais essa extraoi ¦
dinária possibilidade do nosso País.
"D ELO MOVIMENTO DO COMÉRCIO DE IM-
portaçao e exportação efetuado pelo Porto de San-
tos, pode-se bem avaliar a situação geral do comércio de
todo o País, no tocante às suas relações com o estrangei
• ro e cdm os próprios Estados da Federação.
O OBSERVADOR — LV*
7
O Porto de Santos sempre foi o maior escoadouro dos
produtos brasileiros, aquele que maior volume de expor-
tação tem apresentado no balanço do nosso comércio in-
ternacional. Muito há contribuído para isso o extraordi-
nário desenvolvimento industrial do Estado que, por si
só, produz mais que todos os centros industriais do resto
do País.
O comércio do Porto de Santos pode ser considerado
sob dois grandes aspectos: um, referente ao intercâmbio
comercial com .o estrangeiro; outro, concernente às rela-
ções comerciais com os demais Estados do País.
Seu comércio com as nações estrangeiras, como é
evidente, está sujeito a contínuas oscilações, ora variando
para mais a exportação e diminuindo a importação, ora
aumentando esta e decrescendo aquela. São fenômenos ês-
ses inevitáveis, mas que podem ser grandemente atenua-
dos, a não ser que a causa que os provoque não esteja ao
alcance das possibilidades humanas. Citemos, por exem-
pio, a guerra atual. Sua influência nas relações comer-
ciais, industriais, sociais e econômicas dos povos atinge ao
extremo. Muitos de seus efeitos podem ser removidos,
outros não. A guerra é, porém, um fato anormal. Outros
fatores influem, também, no maior ou menor progressocomercial dos povos, como a concorrência e a má orien-
tação política de propaganda e de desenvolvimento das re-
lações internacionais que os povos manteem entre si parao intercâmbio recíproco.
Nesse sentido, precisamos de um movimento intensi-vo a favor de nossas relações comercias e industriais como estrangeiro. Já salientamos em editorial passado que omomento presente, devido à guerra, é de procura de novosmercados abastecedores e que essa é a ocasião oportuna
para atrairmos os países importadores. Precisamos esta-belecer novas bases para o nosso comércio exterior.
Tomamos o comércio do Pôrto de Santos para essasligeiras considerações por ser êle o que poderá mostrar,
pelo seu movimento, as condições atuais da nossa situa-
ção comercial com o estrangeiro. De 1935 a 1939 o mo-vimento comercial daquele Pôrto com o exterior, com ex-ceção das Américas, apresentou resultados bem compensadores, como se pode ver pelos dados seguintes, toman-do-se o valor das mercadorias em contos de réis: a ex-
portação para 1935, 1936, 1937, 1938 e 1939 foi, respec-tivamente, de 950.010, 1.399.556, 1.425.184, 2.050.420e 1-699.697, e a importação, também, para os referidosanos assim se distribuiu: 875.480, 839.364, 1.065.306,1.011.929 e 886.619.
Aqueles dados, diremos, se referem aos países do ve-mo mundo.
Com relação às Américas, não há, com efeito, umaexplicação
plausível para o decréscimo que o nosso comér-cio tem apresentado ultimamente com algumas das naçõesto continente. Com as conseqüências do conflito europeumais amad decresce o nosso comércio de exportação com°s países americanos, chegando tal fato a ser notado mes-mo com relação à Argentina e as Estados Unidos. As-smi,
por exemplo, se exportamos no primeiro trimestreeste an°, para o Canadá, Perú, Uruguai, México, Esta-
sio nrn^os' Chile e Argentina mercadorias num total de
importamos dêsses países
tad ' ^§000. Não é, com efeito, auspicioso o resul-
não°' maS' n^° n°S ^eve desanimar. E' necessário que se
< esqueça, porém, que o momento atual de anormalida-
^por que passa o mundo há de forçosamente influir, co-
em verdade está influindo, nas relações não só comer-
ciais, como, também, industriais, políticas, sociais e eco-nômicas de todos os povos.
Também o cataclisma de 1914 trouxe os mais pesa-dos tributos a todas as nações e, na realidade, não tinha-mos ainda saido das malhas em que êle nos enredou e jáoutro, —
quem sabe? — talvez, pior, nos colhe em cheio.O que nos cumpre nessas emergências, nessas horas
angustiosas e incertas é a reunião de todos os nossos re-cursos, o aproveitamento seguro e eficiente de todas asnossas possibilidades para não só resistirmos aos efeitosfunestos do momento, senão também tomarmos posição só-lida e proveitoa nas futuras relações entre os povos. Umareforma nos acordos comerciais, bem como a conclusão denovos, auxiliados por uma política devotada nesse senti-do, são condições que se impõem e sem tardança.
O outro aspecto por que pode ser visto o comérciodo Pôrto de Santos consiste no intercâmbio que o Esta-
do de São Paulo mantém com os demais Estados do País.Nesse particular registra-se um movimento animador, con-seqüência talvez do decréscimo comercial com o exterior.
O grande Estado sulino é, com efeito, o mais forte centroindustrial, comercial e agrícola do Brasil, e por isso mes-
mo o único que pode apresentar maior movimento deexportação. O comércio de cabotagem pelo Pôrto de San-tos desde longos anos obedece sempre a um ritmo acele-
rado. A compra intensiva de seus produtos pelos demais
Estados não dá lugar ao estagnamento de sua extraordi-
nária produção anual, compensando, desse modo, a dimi-
nuição do comércio com o estrangeiro.
O movimento comercial paulista com as unidades daFederação pode ser assim resumido: Estados que mais
importam, tomando-se por base o ano passado: 1) — Rio
Grande do Sul — 33% ; 2) — Pernambuco — 19%; 3)Baía — 14%; 4) — Ceará — 7%; 5) — Santa Ca-
tarina — 5%, num total de 78%: Estados que mais lhe
vendem: 1) — Rio Grande do Sul — 35%; 2) — Per-
nambuco — 22%; 3) — Alagoas — 9% ;4 ) — Paraíba
8%; 5) — Distrito Federal — 6%, num total de
80%.
Como vemos, por êsses dados ligeiros,, grande e ani-
mador é o movimento comercial que apresenta o Pôrto de
Santos com os Estados do País, quer em exportação, querem importação. Êsse comércio tende sempre a aumentar
cada vez mais, porquanto se sabe que as indústrias pau-listas fazem já concorrência, em igualdade de condições,
e muitas vezes em melhores qualidades, com a grandemaioria dos produtos manufacturados estrangeiros.
As rápidas considerações que aqui fizemos do mo-
vimento comercial do Pôrto de Santos não tiveram o ob-
jetivo de mostrar, em toda a extensão, o seu extraordiná-
rio relêvo na vida econômica e financeira do País, assun-
to por demais relevante para um simples registro, mas, re-
alçar, nesse momento de apreensões e retraimento para to-
das as atividades, sua capital importância como primeiro
pôrto do Brasil, não só pelo intercâmbio que mantém com
as nações estrangeiras, senão, também, pelas relações co-
merciais com os demais Estados da Federação.
Em seu último número
"o observa-
DOR" voltou a focalizar as questões ferroviárias,
assunto que já tem ocupado muitas de suas páginas, pelasua estreita ligação com todos, ou quase todos os proble-mas da economia nacional.
Em tal tecla nunca é demais bater, motivo por quecontinuamos, neste número, a lhe dedicar algumas de nos-
sas colunas.
E
8
País de enorme vastidão territorial, com uma peque-
na densidade de população, as nossas questões econom.-
cas prendem-se, quase sempre, à solução de problemas
de transportes. ¦
Os recursos naturais mais variados abundam em nos-
so solo, porém, de tal maneira afastados uns dos outros,
que as zonas geográficas brasileiras não se podem dizer,
senão raramente, que sejam, num conceito lato, zonas ri-
cas. Serão ricas de tal ou qual produto, vivendo, entretan-
to, com escassez de outros. ,
Só o transporte constante, rápido e barato resolvera
o problema, transformando estas riquezas esparsas na
grande riqueza nacional, a apurar-se.
Produtos que se devem casar nas modernas necessi-
dades industriais, coexistem, porém a tal distância entre
si, que por pouco impossibilitam, ou pelo menos ^dificultam
sobremaneira a sua exploração racional. O carvão e o mi-
nério de ferro são convincentes exemplos desta face da
questão.
Por outro lado, o comércio interno, que o atual con-
ceito de economia e a instabilidade da política internacio
nal tornam uma necessidade, encontra, no Biasil, dificul-
dades quase Intransponíveis, que lhe impossibilitam a so-
lução de questões como as que nos trouxe a guerra, com
a diminuição do tráfego internacional.
Produtos há, de uma zona do Brasil, que encontra-
riam consumidores ávidos e mercado fácil em outras zo-
nas, caso lhes fosse permitido, senão o transporte barato,
pelo menos constante e rápido.
Mas, diante da dificuldade encontrada, cria-se a cri-
se (e a laranja é um exemplo) solapando os alicerces da
economia nacional.
A autarquia que, se não deve ter um emprego nor-
mal, faz-se necessária, entretanto, nos momentos de crise,
encontra um obstáculo irremovível na dificuldade de
transporte.
Na conquista de mercados externos, que exigem data
certa de entrega e preço baixo, o produtor precisa ter a
sua mercadoria transportada em curto período e a baixo
custo.
As rodovias, conquanto de grande necessidade para
certa classe de transportes, não resolvem a questão quan-
to às mercadorias pesadas, ao transporte em massa e a
grandes distâncias.
Como se salientava no artigo do nosso último núme-
ro, as emprêsas de transportes rodoviários, além de não
terem despesas com a conservação do leito em que trafe-
gam, só fazem realizar viagens quando a carga é com-
pensadora, enquanto as estradas de> ferro teem que man-
ter os leitos das estradas e tazer correr seus trens, haja ou
não carga para os encher, seja ou não lucrativa a viagem.
Com estas vantagens, a concorrência rodoviária junto
à constante mobilidade do agricultor brasileiro, inimigo
de instalações definitivas e sempre em busca de terras
que, por mais descansadas, sejam mais férteis, dificultam
a economia das emprêsas ferroviárias, diminuindo a taxa
de lucros, que é o que atrai os capitais e cria emprêsas
que estendam cada vez mais longe os seus trilhos.
Além dessa concorrência desvantajosa, as estradas de
ferro dependem do estrangeiro,'no aparelhamento custoso
de suas linhas e suas viaturas, já que o problema do car-
vão vai a caminho dè solução.
Resta a questão siderúrgica, que está a requerer toda
atenção dos poderes públicos, pois que dela dependem êste
e muitos outros problemas da nossa economia.
O OBSERVADOR — LVi
E' de tal importância a dificuldade e o alto custo do
aparelhamento das estradas de ferro, que o III Congres-
so de Engenharia e Legislação Ferroviária, a instalar-se a
12 de Outubro, em Belo Horizonte, volverá sua atenção
principalmente para esta face da questão, confonne resol-
veu a Associação Brasileira de Engenheiros.
. yy Ltda.
O OBSERVADOR
ECONÔMICO E FINANCEIRO
VALENTIM F. BOUÇAS
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EPAMINONDAS M. DO VALE
Redator-Chefe
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res. Todos os artigos publicados são inéditos e es-
critos especialmente para esta Revista *
201
acional, e a ^
e economica,
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consiste em
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ie produzimossia da eficien-
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a ser o mes-
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que o traqo principal dos escritos atuais seja de aj
s5o e duvida. E isto se reflete inevitavelmente 1
fera economica. Um periodo como o atual a<
Cercado por uma serie de perigos — nao so a<
jf acarretados pelas mujangas rapidas — como ta
os perigos oriundos diretamente da situaqao d
vicia e confusao. Toda nagao se ve obrigada a
lher entre duas grandes alternativas : 011 aceita
sivamente o que quer que se origine das novas
q(5es mundiais, ou assumir 11111 papel definido e
tivo, formulando uma politica destinada a mitij
males e acrescer os bens que sejam possiveis <
das novas condiqoes. De nossa parte, nao liesi
em optar pela segunda alternativa.
Nao e nosso objetivo sugirir que politica sej;
e tao pouco tentar profetizar quanto a nature:
condigoes futuras; apenas preoegpamo-nos pi
mente com a tendencia dos fatos economicos tan
cionais como internacionais. A profecia e a esco
politica sao coisas que se encontram fora do nos
minio. Nossa fungao e examinar o sistema ecor
tal como existe, e estudar e elaborar explicate;
ca das complexidades desse sistema. Essa taref;
vezes limitada, mesmo assim podera ser cxe
imperfeitamente. Mas se em condiqoes dificeis
as da atualidade podemos esclarecer principios 1
que se confundiram, e podemos dar uma contri
real para o diagnostico das principals enferrr
economicas de que padecemos, nossa existencia
do que justificada e podemos reclamar nosso dir
sermos ouvidos com atenqao.
Nao procuramos oferecer nenhuma formu
gica por que venha a ser garantida a prosp*
economica nacional, mas indicamos os primeiros
110 caminho que julgamos ser o unico seguro par
gurar do melhor modo o nosso futuro econ
Noutras palavras, e uma tentativa de apresent;
visao definida duma situagao extremamente c
xa e de distinguir o fundamental do meramente
t 1. Tendo em mira esse objetivo, sera de grar
K'fio lembrar sempre uma verdade simples, quefrequentemente esquecida. Em nossa tarefa de
cer a tendencia dos acontecimentos futuros, na<
r os ter guia mais valioso do que um conhec
detalhado do presente, e, por sua vez, o nosso c
mento do presente depende da extensao do no
nhecimento do passado. E' natural que o no
teresse se concentre 011 seja inteiramente mc
zado pelo futuro imediato. Mas isto conduz a
nientavel erro e nos arruina a perspectiva.coisas acerca de que temos a convic^ao de serei
pletamente novas 110 atual estado de negocios,r^o a um exame mais aprofundado, que tiver
inicio a consideravel distancia no passado.quanto mais alcance tiver a nossa vista, tantc
R exato e equilibrado sera o nosso julgamento.
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O ój;SER\'ADOK
O Nosso Futuro Econômico
ESTAMOS
vivendo unia época 11a verdade sem
' precedentes
em toda a história. As condições do
mundo são extremamente anormais c mudam com ra-
pidez até hoje desconhecida. Não é de estranhar, pois,
ciue o traço principal dos escritos atuais seja de apreen-
são e dúvida. E isto se reflete inevitavelmente na es-
fera econômica. Um período como o atual acha-se
cercado por uma série de perigos — não só aqueles
acarretados pelas mudanças rápidas — como também
os perigos oriundos diretamente da situação de dú-
vida e confusão. Toda nação se vê obrigada a esco-
lher entre duas grandes alternativas : ou aceitar pas-
sivamente o que quer que se origine das novas condi-
ções mundiais, ou assumir 11111 papel definido e posi-
Ivjf formulando uma politica destinada a mitigar os
males e acrescer os bens que sejam possíveis dentro
das novas condições. De nossa parte, não hesitamos
em optar pela segunda alternativa.
Não é nosso objetivo sugerir que política seja essa,
e tão pouco tentar profetizar quanto à natureza das
condições futuras; apenas preocupamo-nos própria-
mente com a tendência dos fatos econômicos tanto na-
cionais como internacionais. A profecia e a escolha da
política são coisas que se encontram fóra do nosso do-
mínio. Nossa função é examinar o sistema econômico
tal como existe, e estudar e elaborar explicações acêr-
ca das complexidades desse sistema. Essa tarefa, por
vezes limitada, mesmo assim poderá ser executada
imperfeitamente. Mas se em condições difíceis como
as da atualidade podemos esclarecer princípios básicos
que se confundiram, e podemos dar uma contribuição
real para o diagnóstico das principais enfermidades
econômicas de que padecemos, nossa existência é mais
do que justificada e podemos reclamar nosso direito de
sermos ouvidos com atenção.
Não procuramos oferecer nenhuma fórmula má-
gica por que venha a ser garantida a prosperidade
econômica nacional, mas indicamos os primeiros passos
no caminho que julgamos ser o único seguro para asse-
gurar do melhor modo o nosso futuro econômico.
Noutras palavras, é uma tentativa de apresentar 11111a
visão definida duma situação extremamente comple-
xa e de distinguir o fundamental do meramente aciden-
ti:;. Tendo em mira êsse objetivo, será de grande au-
k !io lembrar sempre uma verdade simples, que é mui
ínquentemente esquecida. Em nossa tarefa de conhe-
ecr a tendência dos acontecimentos futuros, não pode-
r os ter guia mais valioso do que um conhecimento
detalhado do presente, e, por sua vez, o nosso conheci-
mento do presente depende da extensão do nosso co-
nhecimento do passado. E' natural que o nosso in-
terêsse se concentre ou seja inteiramente monopoli-
zado pelo futuro imediato. Mas isto conduz a um la-
nientável erro e nos arruina a perspectiva. Muitas
coisas acerca de que temos a convicção de serem com-
pletamente novas 110 atual estado de negócios, pio\a-
yãq a um exame mais aprofundado, que tiveram seu
início a considerável distância no passado. Assim,
quanto mais alcance tiver a nossa vista, tanto mais
exato e equilibrado será o nosso julgamento.
A PROSPERIDADE ECONÔMICA
E' ponto sôbre que todos concordam o de que o
objetivo em vista, quer individual ou nacional, é a
consecução dum máximo de prosperidade econômica,
e nossa preocupação do futuro é muito simples por-
que existe a possibilidade de que o grau de prosperi-dade econômica a que estamos acostumados no pas-
sado possa sofrer uma redução substancial. Mas não
é satisfatório falar em têrmos de prosperidade eco-
nômica sem uma explicação mais detalhada do que en-
tendemos achar-se implícito nessa idéia.
Dito em poucas palavras, a atividade econômica
pode ser descrita como o prover à satisfação daqueles
desejos humanos que são mitigados pela compra. Em
têrmos fundamentais, a sociedade mundial é compos-
ta de indivíduos cujas atividades apresentam duas
faces, e teem êles necessidades que nos tempos 1110-
dernos são satisfeitas mediante a compra. Estas ne-
cessidades se estendem por amplos horizontes, desde
as necessidades primárias de alimentação, roupa e ha-
bitaçãoj até os vários graus do luxo que os recursos
do homem rico lhe permitem gozar. Êste é o aspecto
do indivíduo como consumidor. Ao mesmo tempo,
deve êle adquirir uma contínua provisão dos meios
para comprar, e isto o faz pela execução de sua fun-
ção como produtor. E pode chegar a isso quer ^ pelo
trabalho, quer pelo emprêgo da riqueza de que é pos-
suidor. Dêste modo, a atividade econômica consiste
em prover uma corrente contínua de produtos^ e ser-
viços que solicitamos em nosso viver quotidiano.
Seja qual fôr o nosso lugar na sociedade, o as-
pecto econômico de nossas atividades consiste em
dar alguma contribuição para o fundo comum de pro-
dutos e serviços, e, em troca, é-nos permitido obtei
aquelas coisas precisas as nossas necessidades indivi-
duais. Quando nos lembramos de que gozamos de ex-
trema liberdade de escolha, tanto no que produzimos
coiyio no que consumimos, foimamos icleia da eficien
cia de que e capaz o sistema economico. Em certos pe
ríodos de tempo, êste sistema econômico sofie consi-
deráveis alterações. Por exemplo, são introduzidos
novos métodos de produção, e novos1 produtos e servi-
ços se tornam disponíveis mediante o progresso técni-
co. Mas o objetivo econômico continua a ser o mes
mo. Desde os tempos primitivos, a satisfação de nos-
sos desejos demandou um dispêndio de esforço, e a
origem fundamental donde proveem todas as nossas
provisões consistem nos dons da natuieza. dizei,
o nosso esforço econômico é a adaptação dêsses dons
naturais à satisfação de nossas necessidades, e o obje-
tivo permanente tem sido e é o de assegurar um má-
ximo de satisfação com um mínimo de esforço.
Isto é precisamente o que queremos dizer com um
máximo de prosperidade econômica. Podemos agora
ver claramente os principais fatoies que determinam
o grau de prosperidade econômica que somos capazes
de alcançar. Se os recursos naturais a nossa disposi-
ção são abundantes e fartos, e se nossa oiganização
produtora é eficiente, então por uma dada quantidade
10O OBSERVADOR — i.I/I
de esforço podemos realizar uma prosperidade eco-
nômica muito maior do que seria o caso se os nossos
recursos naturais fossem escassos e^ de má qualida de
e se nossa organização produtora fosse de baixa efi-
ciência. Esta, na verdade, é a distinção existente quan-
do contrapomos os países ricos aos países pobres, e
aqui encontramos a primeira justificação importante
para uma grande confiança no futuro econômico de
nosso País, porque os nossos recursos naturais são
fartos e abundantes, e porque a nossa organizaçao
produtora — embora se ache numa etapa relativamen-
te inicial de desenvolvimento — é incontestávelmente
eficiente. Isto não quer dizer que não nos devemos
preocupar grandemente com o nosso futuro econômi-
co, (em verdade, deparam-se-nos muitos problemas
urgentes para os quais devemos encontrar solução),
mas sim que, em quanto diz respeito aos elementos
fundamentais de nossa situação, temos a nosso favor
um fator extremamente importante.
A UNIDADE ECONÔMICA NACIONAL
Observar-se-á que passamos quase imperceptível-
mente de considerações sobre base individual a consi-
derações sobre base nacional — e o próprio título deste
artigo implica o estudo de nossa situação econômica
do ponto de vista nacional. Êsse fato requer um co-
mentário e uma explicação. Para fins práticos, neste
momento, a maioria dos problemas econômicos devem
ser considerados sobre uma base nacional. Uma das
razoes é que as próprias condições mundiais reclamam
a atenção para a unidade nacional, não só no que se
refere a questões econômicas, senão também em do-
mínio muito mais amplo.
Mas, à parte as circunstâncias especiais do pre-
sente momento, a unidade nacional sempre tem tido
significação econômica especial. O território nacio-
nal é uma área em que a soberania política e completa,
e as diferentes unidades nacionais possuem diferentes
condições econômicas. Uma vez que as questões eco-
nômicas chegaram a constituir um importantíssimo
elemento da política nacional, tanto interna como ex-
terna, a significação econômica da unidade nacional
aumentou proporcionalmente. A importância dada,
hoje em dia, à unidade nacional em assuntos econômi-
cos, é provávelmente muito maior do que a justifica-
da, quer pelas atuais condições econômicas ou pelo ra-
ciocínio abstrato. Chegamos quase a convencer-nos de
que os interesses econômicos duma unidade nacional
devem ser "necessariamente"
antagônicos aos de ou-
tras. Contudo, basta um momento de reflexão paramostrar que isso é absolutamente falso. A estrutura
econômica de cada país importante do mundo mostra,
por sua natureza, que os interesses econômicos desse
país são complementares dos interesses doutros. Em
nosso próprio caso, estamos aparelhados para vulto-
sos fornecimentos de café, algodão e grande quanti-dade de diferentes produtos a outros países. Assim
acontece porque achamos ser de nosso interesse ven-
der esses produtos, ao passo que igualmente é do in-
terêsse de nossos clientes comprar de nós. Eis aí um
ponto importante que devemos sempre ter presente, e
embora atualmente as transaçõs do comércio inter-
nacional estejam sujeitas a tão sérias e numerosas di-
ficuldades, não deixa de ser razoável esperar que re-
torne breve o tempo em que seremos de novo mais
concientes dos mútuos interesses econômicos entre
uma unidade nacional e as demais. Voltando os olhos
ao passado, encontramos novas justificações para essa
esperança. Houve outros períodos em que se deu
grande importância à unidade nacional na considera-
ção das questões econômicas. Os fundamentos <b
Economia Política moderna repousam num período st
melhante. A "Riqueza das Nações" de Adam Smitii
é conhecida em todo o mundo. O que é menos conhe-
cido é o título completo dessa obra, ou seja, "Um
In
quérito sôbre a Natureza e as Causas da Riqueza Ias
Nações". O assunto tratado é idêntico àquele a qiuautores posteriores
* trouxeram sua contribuição sob
certos títulos como o de "Princípios
de Economia Po-
lítica". Aconteceu, assim, ter Adam Smith escrito
numa época em que as condições eram tais que justi-ficavam a adoção do ponto de vista nacional. À medi
da que se desenvolveu a ciência econômica, decresceu
até certo ponto a importância da unidade nacional,
porém a maioria dos escritores procurou dar uma ex-
plicação do funcionamento do sistema econômico em
têrmos das condições que prevaleciam no país em queviveram; consequentemente, seus escritos tendem a
refletir as políticas econômicas então aceitas e ado-
tadas. Somente em data relativamente recente encon
tramos uma tentativa de análise econômica sob o
ponto de vista mundial. Contudo, tivemos pelo menos
uma breve experiência das condições mundiais em que
a política econômica nacional era antes cooperativa
do que restritiva. Mas sejam quais forem as condições
particulares da época, o fim do esforço econômico per-
manece o mesmo, a maximização da prosperidade eco-
nômica. E em nossos dias isso depende de tal modo
da política do Estado, que o ponto de vista nacional é
o que logicamente se deve adotar. Insista-se, entre-
tanto, em que isto não implica que tal política deva
necessáriamente ser exclusiva e hostil a outros países,
nem que os interesses econômicos de diferentes países
devam ser antagônicos numa ampla esfera.
Mas o exame da situação econômica sob o ângulo
nacional tem outra conseqüência muito diversa. A rá
pida extensão da atividade econômica e do controle th>
Estado representam a substituição da atividade indi
vidual pela atividade coletiva. Envolve também
provisão coletiva de produtos e serviços, que são m
teiramente novo em natureza. Portanto, a vida eco-
nômica duma comunidade nacional compreende agora
dois elementos: a iniciativa particular e a pública. Esta
última é composta de duas partes diferentes. A prime
ra é o fornecimento pelo Estado, aos membros indivi-
duais da sociedade, de produtos e serviços de que pre
cisam, em troca dos quais efetuam pagamento sob
forma de tributação. Isto inclue a defesa nacional,
manutenção da lei e da ordem, educação, serviços <i
saúde, e grande número doutras coisas, que é útil (
econômico para nós recebermos antes como forneci
mento coletivo do que como individual. A segunda pai
te da iniciativa pública consiste na regulação da ativi
dade econômica pela autoridade do Estado. A legisla
ção existente interessando o café, o cacau, o fumo.
algodão e outros produtos são exemplos claros.
Da existência desta classe de iniciativa públic;
adveem certas conseqüências importantes. Prirneiro
quanto à tributação e aos serviços fornecidos em troca
A forma e a distribuição da tributação teem óbviamen
te efeito direto sôbre o sucesso com que os negocio-
particulares podem ser conduzidos. Daí o ser a formu-
lação da política tributária um fator extremamente
O OBSERVADOR — W 11
imr.0rtante na determinação da rapidez e sucesso com
geremos capazes de encontrar a solução de muitos
(jr- nossos problemas econômicos. E o mesmo se apli-
ca àquela parte da política do Estado que assume a
foi ma da regulação da iniciativa particular. Conse-
ciucntemente, o nosso futuro econômico dependerá em
grande! escala dos limites dentro dos quais os negócios
particulares devem ser conduzidos. Noutras palavras,
a política econômica do Estado será de primeira im-
portância na formação do nosso futuro. Embora exis-
ta extrema diferença entre a forma da atividade pú-
blica e a particular, na esfera econômica, um exame
mais acurado revela que ambas são complementares e
que teem um objetivo comum. Isto se tornará mais
claro se examinarmos os principais elementos que con-
tribuem para o bem-estar econômico nacional.
A RIQUEZA NACIONAL E A RENDA NACIONAL
Já vimos que a satisfação de nossas necessidades
econômicas é assegurada pela adaptação dos dons na-
turais de que dispomos. Os dois principais elementos,
portanto, da nossa riqueza nacional são os nossos re-
cursos naturais e a capacidade de nosso povo como pro-dutor. Uma descrição adequada de nossas condições
modernas requerem a inclusão dum terceiro elemento— o capital acumulado. Consiste êle do complicado e
vário equipamento que usamos na transformação dos
produtos naturais para prover a nossas necessidades.
E' a isto que nos referimos freqüentemente como nosso"stoclc"
de produtos instrumentais, produtos que não
são destinados a consumo direto no sentido comum,
mas que são precisos porque tornam possível um
fornecimento muito maior de produtos de consumo
do que seria possível sem êles. Um exame deste equi-
pamento em capital, de vários países, mostrará grandesdiferenças em sua composição. Alguns possuem um
extenso equipamento industrial, e outros pequeno ou
nenhum. Em qualquer dos casos este equipamento
em capital, juntamente com os recursos naturais e a
mão de obra, constituem a fonte de que deriva a reri-
da nacional. O desenvolvimento de organização eco-
nômica desde o tempo em que Adam Smith escre-
veu, no século XVIII, constitue uma corroboração
das verdades essenciais que estabeleceu. A base
em que melhor poderia ser construída a riqueza das
nações consiste, na opinião de Adam Smith, no reco-
nhecimento de três princípios principais. A produçãodeve ser organizada de acordo com a sua concepçãode especialização e de divisão do trabalho. Isto im-
püca autòmáticamente uma extensão do processo de
troca. Em segundo lugar, afirmou, que a preocupaçãoprincipal da atividade econômica deve ser o interessedo consumidor, uma vez que a satisfação das necessi-dades do consumidor é a verdadeira razão de ser do1 lôrço econômico. Finalmente, asseverou, que os me-libres resultados poderiam ser obtidos se fosse con-cedida aos indivíduos a mais ampla liberdade possível,1 ^conhecendo que sua conduta seria ditada pelos inte-
'esses próprios. Na época atual, as novas aplicações
d° princípio de especialização estão ainda se proces-sandò, e, dentro de certos limites, salienta-se, princi-P<dmente| na atividade econômica o interesse do con-sumi dor. Isto se dá porque o consumidor exerce sua
1 verdade de escolha e é êle que com efeito dita a es-pecie de produtos e serviços a serem fornecidos. Acompleta liberdade de ação da parte dos produtores,
a como Adam Smith a encarou, não sobreviveu. Fo-
ram feitas restrições a esta liberdade, mas quase sem-
pre por motivos não econômicos. Hoje em dia muitas
das mais recentes restrições existentes possuem uma
justificação econômica, tais como medidas governa-mentais introduzidas na defesa de algum produto bá-
sico. Mas a despeito da complicação das condições
atuais, o nosso futuro econômico depende ainda cio
vulto de nossos recursos naturais e adquiridos, queconstituem em conjunto a riqueza nacional, e de nossa
habilidade no uso desta riqueza para prover a corren-
te de produtos e serviços de que necessitamos, isto é,
nossa renda nacional. Podemos agora reunir estas
considerações bastante gerais aos fatos concretos do
presente momento. Podemos expressar numa simples
frase a essência de nossa preocupação do futuro, di-
zendo que precisamos saber de que modo, e por que
causas, nossa renda nacional está em perigo de sofrer
um declínio. Esta é claramente a única base satisfató-
ria em que pode ser construída uma política eficaz.
Mas primeiro devemos definir o nosso objetivo com
maiores detalhes. Conquanto seja verdade que o nosso
fim é conseguir ganhar um máximo de renda nacional
com um mínimo de custo, alguma coisa além disso
também está incluída, a saber, a distribuição dessa
renda. Uma renda nacional crescente será pouco sa-
tisfatória se estiver encaminhando-se inteiramente a
uma pequena parte da comunidade, ao passo que ou-
tras partes ou regiões são capazes de alcançar sómen-
te um padrão de vida muito baixo. Qualquer renda
nacional dada, portanto, representará um grau dife-
rente de prosperidade econômica, de acordo com a sua
distribuição. O objetivo, por isso, é assegurar uma
renda nacional total, tão elevada quanto possível, e
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RIO DE JANEIRO
12
distribuir essa renda de modo que dê os melhores re-
sultados econômicos, ou em palavras mais familiares,
proporcione o padrão de vida mais alto possível. Ago-
ra, a fim de saber a natureza dos perigos que corre a
nossa renda nacional, precisamos conhecer-lhe as fon-
tes e o modo porqúe é ganha. Os benefícios oferecidos
pela especialização foram a causa da adoção deste
princípio em larga escala, de modo que há já muito
tempo estamos acostumados a ganhar uma grande
parte de nossa renda nacional por meios antes indire-
tos do que diretos. Isto quer dizer que nós, e igual-
mente outros países, achamos vantajoso concentrar
nossos esforços de produção, e obter, mediante a troca
com o exterior, muitos produtos e serviços, que nós
mesmos não poderíamos produzir. Entramos aqui no
ponto nevrálgico das dificuldades da presente situação,
porque foi êste processo da troca internacional de pro-dutos e serviços que sofreu a mais séria deslocação.
Mas, a gravidade das conseqüências não devem levar-
nos a desconhecer que enquanto as trocas internado-
nais foram possíveis em escala normal, trouxeram-nos
vantagens reais. Na verdade, não há exagêro em dizer
que sem êle o nosso ritmo de progresso econômico
teria sido muito mais lento, e assim o nosso padrão de
vida também teria sido muito mais baixo. E isto cons-
titue uma útil advertência contra a aceitação imedia-
ta da idéia de que a nossa salvação repousa num movi-
mento para a auto-suficiência ou atarquia econômica.
Pode haver muitas vantagens no reduzir a dependên-
cia do comércio exterior, mas sob o ponto de vista
puramente econômico, é perfeitamente claro que o
nosso maior interêsse é o de permitirmo-nos as má-
ximas possibilidades de trocas internacionais, mesmo
em face de dificuldades. Há outro elemento em nossa
presente situação que é de grande importância e quese relaciona estreitamente com a nossa posição no co-mércio exterior. Somos o que se chama tecnicamenteum país devedor. Significa isto que economicamentesomos um País novo e que o rápido desenvolvimentode nossos recursos econômicos não pode realizar-sesem a cooperação do capital estrangeiro. Noutras pa-lavras, os empréstimos estrangeiros, públicos ou par-ticulares, dão-nos imediata capacidade aquisitiva com
que adquirir equipamento que acelere a nossa produ-cão. Em tempos normais, a produção adicional assimconseguida deve permitir-nos liquidar os empréstimos,e, em acréscimo, deixar-nos uma margem de lucroextra.^ Infelizmente, êsses tempos normais não foram
P
experimentados, e o advento de serias deslocaçÕesmundiais, especialmente desde 1929, nos trouxe umencargo adicional que não era esperado, e, ademais,multiplicou a vantagem do aumento da capacidade deprodução de que nos tornamos capazes. Ao mesmotempo, duma íenda nacional reduzida, ganha mediáíí-te as trocas internacionais, uma crescente proporçãose devia como pagamento por conta de nossas obriga-çÕes externas. Mas parece haver base segura para as-sumir a posição filosófica de que enquanto nossas di-ficuldades foram gTandes por alguns anos, adquirimosvaliosa experiência no descobrir os métodos de fazerface a essas dificuldades, e que a experiência nos seráproveitosa para focalizar os problemas do futuro. Po-demos vei, agoia, que a maior ameaça à nossa rendanacional surge em virtude das condições mundiaissobre as quais não temos controle. Desde o rompi-mento das hostilidades, o número de nossos mercados
O OBSERVADOR — /
estrangeiros que se nos fecharam aumentou, e isttem dupla significação. Primeiro, 110 que respeita
exportação, as quantidade que podemos agora embarcar diminuíram, e, consequentemente, há uma comp<tição concentrada naqueles mercados ainda clsponí-veis. A nossa capacidade de produção para as expor-taçoes básicas foi adquirida em considerável períodde tempo, e, consoante a verdadeira natureza das coisas, não poderia fazer-se prontamente adáptavel
uma rápida mudança da procura. O capital investiuna produção de café somente começa a mostrar unirendimento após um lapso de vários anos, e o mesmase dá em maior ou menor grau com todos os nossos
principais produtos de exportação. Portanto, como só
podemos, atualmente, vender quantidades considerável-mente reduzidas, diminuindo em proporção a fossarenda nacional, obteremos também menos em troca donossas exportações. Mas isso mesmo afeta indireta-mente aquela parte de nossa renda nacional que se de-riva do comércio interno. O produtor para exporta
ção, com o resultado de suas vendas, compra grandenúmero de produtos e serviços nacionais, e se^o seupoder aquisitivo foi sériamente restringido, o reflexonos negócios internos será imediato. Então há as con-seqüências para o nosso comércio de importação, oaqui devemos notar especialmente que os mercados
que perdemos para as nossas exportações compreendem quase inteiramente, países industriais cujas expor-tações normais são produtos manufaturados. E |ãoos produtos manufaturados que constituem uma ele-vada proporção de nossa importação total. As fontesnormais de fornecimento se acham presentementemuito restringidas, e nos é vedada a faculdade de be-neficiar-nos da concorrência de vendedores e comprarem melhoies condições. A nossa tarefa no momento óassegurar fontes alternativas de fornecimento, fre-quentemente só disponíveis com maior custo, ao qualoeve sei acrescentado o mais alto custo de transporteH111 breve, somos exportadores duma classe de produ
tos de que o fornecimento efetivo mundial não é graudemente afetado pela presente situação, mas de que osconsumidoies efetivos se reduzem fortemente em 1111meio. Doutra parte, importamos mercadorias dumc asse era que o fornecimento normal do mundo diminuiu seiiamente, mas sem uma correspondente redúção na procura efetiva.
CONCLUSÕES
Estamos agora em condição de recapitular brevemente as^ principais características da presente situação econômica nacional, a qual pode ser inteiramenteexpiessa em têrmos de renda nacional:
a) O objetivo de nosso esforço econômico nacio-1
^ ganhar a mais elevada renda possível, e assegu
1 ai -lhe a distribuição dum modo que proporcione omais alto padrão de vida.
b) A nossa renda nacional é necessáriamente umaiunção da importância e da forma de nossa riquezanacional.
c) Um aumento em nossa riqueza nacional ou umatransformação de sua forma pode ser assegurada sómente pela aplicação de parte de nossa renda ordiná-11a aquele fim, ou pela obtenção de facilidades do cxteuoi. A aplicação de parte de nossa renda ordináriae ependehte da poupança e não da despesa, e emborapossa parecer a primeira vista que o resultado inevi-tave deva ser reduzir a procura de produtos do con-
MAIS DM GRANDE APERFEI CO
AMENTO DA GOODYEAR
J
|gpneu que taz com que os pneus Gigantes sejam immunes ao exces-
sivo calor interno", tao prejudicial a duragao dos pneus. O novo
Gigante G-3 e um Pneu Maior - zona de flexao Mais alta - area
das paredes lateraes Maior * mais borracha em contacto com o solo.
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' fítAÍv
Plfe^iiS^Mãsi tm- t '
E' o novo Gigante G-3 de Baixa Pressão. O primeiro e único
pneu que faz com que os pneus Gigantes sejam immunes ao "exces-
sivo calor interno", tão prejudicial á duração dos pneus. O novo
Gigante G-3 é um Pneu Maior - zona de flexão Mais alta - area
das paredes lateraes Maior - mais borracha em contacto com o sólo.
11 ID
sequentemente, como medida temporaria fora mais sabilidade de cada membro da comunidade. Com uma
que justificado estudar alguma forma de restriqao as vontade geral de compreender e de prestar coopera-
importaqoes. Se assim procedendo, conseguissemos <^ao ativa no esfor<;o nacional, pouco havera que
desviar recursos para a adaptaqao de nossa organiza- temer.
Aumente o conforto de seus auxiliares, instalando, em gp ^seu estabelecimento, um Bebedouro General Electric.Dois excelentes modelos a sua escolha: RM-44, com
com capacidade para 35 litros. Funcionamento automa-
MODiLO RM-54
sumo, a poupança permite a expansão do crédito, o
qual por sua vez pode ser aplicado à adaptação do
equipamento industrial existente, a uma forma mais
adequada às presentes condições. Esta nova iniciativa
dará acidentalmente um novo estímulo à procura cie
produtos de consumo. Isto não constitue um remédio
rápido ou espetacular às nossas dificuldades, nem
possue escopo ilimitado, mas como um fator subsidia-
rio, é de grande importância.
d) Aquela parte de nossa renda nacional prove-
niente do comércio! exterior foi já prejudicada e tal-
vez ainda sofra mais. As nossas exportações básicas
terão que se adaptar às novas condições, e isto em todo
caso será um longo e doloroso processo. Mas a diver-
sidade de nossos recursos pode bem vir em nosso au-
xílio, e na medida em que possamos rápidamente de-
senvolver aqueles para os quais há procura do exterior,
chegaremos até certo ponto a compensar o prejuizo
da nossa renda nacional.
e) A questão de nossas importações não pode ser
negligenciada. Tentar simultâneamente estimular as
exportações e restringir as importações traria muitas
dificuldades práticas, se levada a cabo em grande ex-
tensão. Mas a nossa posição é antes a de que a nossa
capacidade de exportar se acha já prejudicada, e, con-
sequentemente, como medida temporária fôra mais
que justificado estudar alguma forma de restrição às
importações. Se assim procedendo, conseguissemos
desviar recursos para a adaptação de nossa organiza-
ção produtora, então seria isto muito de recomendar,
sôbre a base econômica. Noutras palavras, significaria
isso a aplicação duma parte do dinheiro atualmente
gasto em importações na provisão de produtos de ori-
gem nacional.
f) Finalmente devemos mencionar a influência
psicológica nas questões econômicas. Ela se faz sen-
tir forte e indiscutível, como o prova o simples fato de
ser a confiança a base essencial de todos os negócios
que alcançam sucesso. E tal coisa se dá especialmente
nas presentes condições, pois uma vez que as relações
entre a iniciativa pública e particular são agora tão
estreitas, é de vital importância uma grande confiaii-
ça na economia pública e na política financeira. Não
será de modo algum exagero, salientar o valor de uma
sólida política financeira como garantia da resistên
cia nacional contra as dificuldades econômicas quetraz a situação mundial.
0 quadro aqui traçado da nossa atual situação é
a muitos respeitos inadequado e incompleto. Contudo,
mesmo assim, serve ao seu principal objetivo que é o
de apresentar um esboço dos pontos fundamentais.
Não procuramos de modo nenhum subestimar as difi-
culdacles existentes e aquelas que o futuro poderá tra-
zer. Contudo, uma apreciação imparcial inspira jus-tificada confiança. E' uma questão que toca à respon-
sabilidade de cada membro da comunidade. Com uma
vontade geral de compreender e de prestar coopera-
ção ativa no esforço nacional, pouco haverá quetemer.
Aumente o conforto de seus auxiliares, instalando, emseu estabelecimento, um Bebedouro General Electric.Dois excelentes modêlos à sua escolha: RM-44, comcapacidade para 25 litros de água por hora, ou RM-54,com capacidade para 35 litros. Funcionamento automá-tico, eficiente e econômico. Água gelada a qualquer mo-mento. Um Bebedouro General Electric modernizará assuas instalações, contribuindo para a higiene e o bemestar de seus colaboradores.
MODÊLO RM-44
.s®b
©SWERAL fà
EIECTRltMODELO RM-54
O OBSERVADOR / / /
o OBSERVADOR — L.VI 15 I
CAFETERIA BRASILEIRA LTPA.
Diretor Geral: H. DELIMA 11
l|| AVENIDA RIO BRANCO, 125-Loja I
|| TELEFONE 23-6275 RTO DE JANEIRO I I
I
¦ A
"CAFETERIA BRASILEIRA LTDA." acha-se em contrato de I I
cooperagao na propaCanda da campanha da boa bebida feita pelos I
atuais dirigentes do DEPARTAMENTO [NACIONAL DO CAFE. I
AVENIDA RIO BRANCO, 125-Loj
A "CAFETERIA BRASILEIRA LTDA. acha-se em contrato de
cooperação na propaCanda da campanha da boa bebida feita pelos
atuais dirigentes do DEPARTAMENTO [NACIONAL DO CAFÊ.
RIO DE TANEIRO
16 O OBSERVADOR — lvi
Instantâneos do Recenseament 3
koutros acompa-
freguês.
A MENINADA do morro saltita
e brinca sob o sol meio dúbio
de início de verão. Uns carregam
água, outros enchem ruas e becos com
as suas caras alegres e ingênuas e mais
nham a velha mãe engomadeira à casa de um
Tudo é sombrio no morro. Nem mesmo, agora, o sol, li
bertando-se das nuvens cinzentas que lhe tiravam o brilho
e esplendor, consegue emprestar aspecto de vida a essas
paragens tristes da cidade, da cidade que ficou lá em bai-xo com os seus arranha-céus, suas avenidas e seus cine-mas. No morro, no velho morro esquecido, parece quetudo é beco. As casas aos pedaços, umas por cima das ou-tras, numa desarrumação desconcertante; as cordas deroupas alongando-se no espaço, acenando como bandeirasestranhas; as ladeiras de pedras brutas e os buracos enor-mes feitos na terra, como se houvesse passado ali um ter-remoto - tudo forma um ambiente cheio de curiosidade,de pitoresco e de lamentos.
Pode não ouvir-se o lamento da gente do morro.Mas o visitante sente a súplica nos olhos, naqueles olhosenrugados que passam horas e horas debruçados sobreinúmeras peças de íottpas a tirar manchas e a lhes daruma alvura admirável; naqueles olhos tristes e cansadosque não teem tempo de olhar a paisagem que existe. Sim,poique também existe paisagem no morro. A paisagemhumana, o homem que vive é triste e pessimista, descon-fiado e arisco, mas a paisagem que os nossos olhos desço-brem tem a sua alegria, e a paisagem brasileira, de árvorese árvores, verdes, muito verdes e frondosas. A paisagemque nos atrai e encanta e que mesmo nesse local, onde tudofala de pobreza e de necessidade, onde tudo é anseio re-calcado e desejos irrealizados, envolve-nos de certo encan-tamento, de um prazer que se tenta afastar e que se nãopode.
Procurei várias vezes livrar-me da tentação de umapalmeiia que crescia. Ao passar por ela mudei a vista.Mas, quando voltei, a minha mão inconscientemente, semquerer estendeu-se para a palmeira e acariciou-a.
'
Nãoia nenhuma literatura nesse gesto. As mãos que afa°*a-
ram cabeças sujas de garotos mal alimentados, que afa^a-ram intencionalmente
para obter informes e fotografiasforam as que num gesto automático, instintivo, se alonga-ram ate a palmeira... No morro há também palmeiras'Nao sao bem tratadas como as das praças das cidades, nempalmeiras que recebem ao amanhecer e ao entardecer a vi-sita pontual^ do jardineiro para banhá-las. São palmeirasíusticas, até meio sujas de poeira, que o vento esqueceude levar Mas, são palmeiras. Como os que ali habitamsao também criaturas humanas.
SO' O MAU SENSO NEGARIA A OPOR-TUNIDADE...
_ Nada pode negar a oportunidade de um bom censo
So o mau senso. O que vai revelar o território do Dis-tnto Federal aos administradores brasileiros, empenhados
ar
na obra de reconstrução do Brasil, érealmente extraordinário. Ruas es-
quecidas, casas anônimas perdidas eilbecos que não existiriam para a ima-
0inação mais pessimista, ao par de grandes reservas natu-rais, de fortunas poderosas, de ambientes confortáveis,
enfim, completo retrato da vida brasileira — todos êsscsaspectos constituirão uma gigantesca fotografia do Bra-sil fotografia que não foi deturpada pela lente côr-de-rosa
nem pela lente escura. Instantâneo — é bem o termo paraa operação censitária que se iniciou no nosso País em 1.°de Setembro de 1940, na qual o povo brasileiro não fez
pôse para aparecer.
A amplitude e profundeza da tarefa nos deixam ver-dadeiramente maravilhados com a sua realização, se naverdade ela se efetuar, como tudo indica, com a precisãocalculada pelos seus responsáveis mais diretos. Trata-se,como já teve esta Revista de lembrar várias vezes, de ani-pia investigação, abrangendo sete censos distintos, que in-dagarão do comércio, da indústria, da agricultura, etc.
Parcialmente, quanto ao Censo Demográfico (o objéltivo piincipal desta íeportagem) os questionários vão per-querii sôbie: nome, sexo, idade, condição no domicílio,cor, defeitos
Jisicos, estado civil, número de filhos, natu-
1 ahdade, nacionalidade, língua, religião, instrução recebida,ocupação principal ou suplementar e vários outros quesi-tos, que compõem 45 perguntas em torno da situação decada brasileiro em território nacional, ou estrangeiro emtransito ou naturalizado.
As afirmativas que se teem feito a respeito da gran-diosidade dêsse empreendimento, que marcará, conformeacentuei, o inicio da formação de uma 'mentalidade cens -tá) ia em nosso País, não é feita para iludir a boa vontade do público nem para despertar o entusiasmo patriota-co. Essas afirmativas teem uma base histórica. Bastapoi exemplo, que os leitores tomem conhecimento do decreto 797, de 18 de Junho de 1851, que mandava executa'.-
Regulamento para a organização do Censo Geral (!• •
Império e compare o referido documento com o atual d*cieto-lei número 2.141, de 15 de Abril p. passado, qi
¦¦
regulamenta a execução do Recenseamento Geral de 194'
Estabelecida rápida comparação, esta servirá para dcmonstiar como evoluíram os trabalhos censitários no Brsil e como a emprêsa levada a efeito pelo Serviço Nacinal de Recenseamento servirá para fornecer aos brasileíos um íepositório perfeito de nosso desenvolvimento.Simples ar rolamento da população, que foi o Censo Geraido Império, decretado em 1851, é um ponto de partidapaia salientar a significação altamente valiosa da tarefapresente.
As indagações nos questionários eram apenas feitas,nessa época, com o fim dc apurar o estado civil, a naciona
ade, sexo, profissão, livre ou escravo e lugar de nasci-
m^ (~enso demográfico, um dos sete censos de
40, apresenta 45 itens a respeito de cada indivíduo. Outro detalhe interessante,
que deve aparecer nesta compa-
I ^^n^p^3k, *'"¦'"1 .<^|^^^^^|BjH||||j^^^RnEj|
os QUESTIONÁRIOS. OS A. R. E O PÚBLICO
Como todos sabem, o Distrito Federal conta com
uma Delegacia executora do Recenseamento. Êsse órgão,
no sentido de abranger as quinze circunscijçÕes em que
está dividido atualmente o território desta unidade federa-
da, se desdobrou em 12 Inspetor ias Censitárias e estas,
por sua vez, se sub-dividiram em 53 Postos. Essas me-
didas administrativas visaram emprestar maior eficiência
aos serviços, desde que esses Postos ficariam controlan-
do determinados setores, com um fixado número de domi-
cílios a recensear.
Os Boletins e Questionários demográficos, depois de
impressos nas oficinas gráficas do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, vão à secção cie expedição que,depois de arrumá-los em pacotes de 50 ( Boletins de Famí-
lia — C. D. I. 0 1) ; 50 (Boletins Individuais — C. D.
I. 0 3); 25 (Listas de Domicílio Coletivo — C. D. 1.
0 4); 100 (Miniaturas do Boletim de Família — C. D.
I. 0 5); 50 (Miniaturas do Boletim Individual — C. D.
I. 0 6) e Cadernetas |C. D. I. 2 0) remete-os para a
O CARTAZ E O RECENSEADOR
o Recenseamento, a
Os QUESTIONÁRIOS SAO EMPACOTADOS NA SKCÇAO DE .ÊXPEDIÇA.g
islfel
I BIR - ' ^ifWHHiT^ onde
NA INSPETORIA OS QUESTIONARIOS SAO DISTRIBUIDOS AOS AGENTES...,fjl J/-"
|) -. ¦•
Na Delegacia, a secqao encarregada do controle de
remessa satisfaz aos pedidos das Inspetorias. E vao sen-
do distribuidos milhares e milhares de instrumentos decoleta que passam as maos dos Agentes Recenseadores.Distribuido o material censitario, depois de devidamenteanotado, em cada Inspetoria, da-se initio entao ao traba-
'¦'! Iho do Recenseador. Foi ele obrigado a preparar-se ante-
num curso de para
e das classes en-ferentes. Para evitar conflitos, para realizar o Recensea-
IS mento com o apoio espontaneo de todos os agregados hu- O agente reckxskador se d:I
manos e que eles tiveram aulas especiais e se credencia-
^ ^
¦
j
O AG ENT E R EC E X S !¦: A DOR SE D
' •:¦•-• '.< 'v:
::> 'íítíwOÍúi m
obra imortal que lhe custou dez anos; os nossos homens
de letras, de indiscutível talento, constroem trabalhos dc
moda, que passam como passaram a calça tabica e o paie.tó saco.
Pois é esta paciência que foi exercitada no trabalho
do Recenseamento, exercício que continuará com os ou-
tros censos. Obra educativa para mais de quinhentos bra-
fileiros jovens, que se dispuzeram a colaborar em um tra-
pilho de largo interesse para a Nação. Nas infpetorias,
onde recebem o material censitário, eles partem à procurado seu setor de atividades. Aí entram em contato com o
povo, para obter dele respostas para as seguintes pentas: 1) Nome e sobrenome; Sexo; Data do nascimento
{dia, mês e ano) ; Se o recenseado não souber a data donascimento, declarar a idade que presume ter; 5) Qual ccond:ção do recenseado no domicílio? 6) Cor; 7) VJ surdo-mndo? E' cego: De nascença? Por doença? Por aci-dente? 8) E} solteiro? Casado? D esqui todo? Viuvo? 9)Se teve filhos nascidos vivos, declarar quantos; 10) Scteve filhos nascidos mortos| declarar quantos; 11) Idade
cm anos completos na data do nascimento do primeiro f/lho; 12) Número dc filhos vivos na data do recenseamcn-
to; 13) Se o recenseado nasceu no Brasil, declarar o Es-tado; se no estrangeiro, o País; 14) Se o pai do |ecensea¦do nasceu no Brasil, declarar o Estado; se no estrangeiro,
o País; 15) Se a mãe do recenseado nasceu no Brasil, dc-clarar o Estado; se no estrangeiro, o País; 16) Na dona-lidade: Brasileiro nato? Naturalizado brasileiro? Sc es-trangeiro, de que Nação? 17) Se c estrangeiro naturali-zado, em que ano fixou residência no Brasil? 18) Falacorrentemente o português?; 19) Oue língua fala habi-tualmente no lar?; 20) Religião; 21) Sabe ler e èscrc-ver?; 22) Está recebendo instrução?; 23) De que grauou espécie é a instrução que recebe?; 24) Onde recebe ins-trução: no lar? Em estabelecimento público? Em estabe-
O OBSERVADOR
Na inspetoria os questionários são distribuídos aos AGENTES...
Na Delegacia, a secção encarregada do controle deremessa satisfaz aos pedidos das Inspetorias. E vão sen-
do distribuídos milhares e milhares de instrumentos decoleta que passam às mãos dos Agentes Recenseadores.Distribuído o material censitário, depois de devidamenteanotado, em cada Inspetoria, dá-se início então ao traba-lho do Recenseador. Foi ele obrigado a preparar-se ante-riormente, num curso de aperfeiçoamento, para responderàs perguntas e às insinuações dos temperamentos mais di-versos, das educações mais variadas e das classes mais ai-ferentes. Para evitar conflitos, para realizar o Recensea-mento com o apoio espontâneo de todos os agregados hu-manos é que eles tiveram aulas especiais e se credencia-ram como soldados de uma campanha que possue tambémsentido educacional para o Brasil.
Em contato com o seu semelhante, depois de devida-mente compromissados com o Serviço Nacional de Re-censeamento para guardarem o indispensável sigilo, essesmoços lucrarão grande quota de experiência, ouvindo um.ouvindo outro, explicando a todos o que é Recensea-mento. O que tem faltado, sobretudo, ao brasileiro é pa-ciência. Paciência na ação, explico-me melhor. Na con-templação, ninguém mais paciente. Mas a serenidade e pa-ciência na execução de qualquer tarefa são sempre postasà margem por falta de educação social. Nós vemos, porexemplo, como se prepaiam os grandes povos, como seorganizam perseverantemente, como realizam as suas ci~\ ilizaçoes a custa de enormes sacrifícios que duram anos eanos. O brasileiro, não. Ou faz logo, ou se põe para unilado a maldizer de tudo e cai na anedota. Quando nãofinda na pilhéria de mau gôsto.
Não será inoportuno lembrar aqui, nesse capítulo de-dicado a impaciência, como alguns dos nossos escritoreselaboram os seus romances. Livros de 300 e 400 pági-nas, que um Flaubeit levaria 3 ou 4 anos para fazer, ês-ses homens os escrevem em 4 meses e há os casos daque-les que os fazem em 15 dias! Resultado, Flaubert deixou
TZA
BEssas
qualiclades revelaram, na sua maioria, os recensea- \ 1
(lores do Distrito Federal, ao ajudar o preenchimento I
DETALHES PITORESCOS NO MORRO SB
I
DETALHES PITORESCOS NO MORRO
0 OBSERVADOR
lecimrato particular?; 25) Possua algum curso completo
'
diploma dc estudos? Qual?; 26) Se não terminou os
UidoS cm que gráu os interrompeu?; 27) Habilitou-se
frrati*'amente em alguma arte ou ofício? Qual?; 28) Qual
a profissão, ofício, emprego, cargo ou- junção principal que
• T-Ya- 29) Em que ramo de atividade exerce essa ocupa-e'ão
jrincipal?; 30) Em que local de trabalho (estabeleci-
menío, serviço, repartição, etc.) exerce a ocupação prin-'boi?''
31) a ocupação principal é direta ou indiretamen-Cfè
remunerada?; 32) Na ocupação principal c empregado,
empregador ou trabalha por conta própria33) Se tem
alguma ocupação suplementar, qual ét; 34) Em que ramt
de atividade exerce a ocupação suplementar/; 35) Ení que
local de trabalho (estabelecimento, serviço, repartição,
etc.) exerce a ocupação suplementar?; 36) A ocupação
suplementar I direta ou indiretamente remunerada?; 37)
Na ocupação suplementar é empregado, empregador ou
trabalha por conta própria?; 38) Pertence a algum sindi-
cato?; 39?) ê proprietário dc imóvel: Urbano? Rural?;
40) Percebe algum benefício de previdência social?; 41)
Em que qualidade: Aposentado? Jubilado? Reformado?
Pensionista?; 42) Contribuo, pessoalmente, para institui
cão oficial de montepio ou previdência?; 43) Está segu-
rado, em companhia particular, sobre a vida ou contra ris-
ca de acidente pessoal?; 44) Se é morador do domicílio, e
está ausente, em que Estado do Brasil ou País estrangei-
ro se encontra? 45) Se não c morador do domicílio, e está
presente, em que Estado do Brasil ou País estrangeiro
reside?
Como qualquer um [de nós poderá calcular, nao é fa-
cil responder a essas interrogações. Erros, stugem. Aca-
nhamento em mencionar certos detalhes da vida e outras
particularidades. Entre um povo como o norte-americano,
habituado aos recenseamentos periódicos, nao se torna di-
fícil obter essas respostas. Mas o brasileiro, em geral, é
tímido e não está certo anula das finalidades absoluta-
|GE A UM SETOR CENSITAUIO
E COMEÇAM AS PRIMEIRAS DIFICULDADES NO MÔRRO
Um índice expressivo para avaliai-se ate onde atin-
giu a propaganda do Recenseamento e o gráu de recepti-
vidade da população diante das tarefas censitárias reinicia-
das no Brasil depois de 20 anos de silêncio seria acompa-
nhar as respostas do povo ao recenseador. Foi o que ten-
tei fazer. E constatei, senão uma absoluta solidariedade,
pelo menos acessibilidade da parte de todos. Isio moiio a
meninada fez roda em torno do moço alto, de pemeiras c
pasta ao lado. Risos alegres e caras trancadas surgiam ri
cada momento. "Seu
moço, como é que respondo isto?"
Ou outra voz desconfiada: "Seu
doutor, não sei ler! . O
Agente Recenseador, calmamente, abre o Boletim de^ Fa-
mília, explica quesito por quesito, mostra a importância
do Recenseamento e promove uma verdadeira preleção
para os garotos que o rodeiam e para o casal envelhecido
que o ouve atenciosamente. Salienta a necessidade do Go-
verto saber como vive a sua população, lembra o exemplo
de Moisés que foi o animador do primeiro Censo.
Depois de longas explicações, de lápis em punho, o
recenseador recebe um muchocho, com as palavras Ah,
meu senhor, tudo muito bom, mas hoje não tenho dinhei-
ro para comprar Censo. Volte outro dia..." Longe de
insistir para não contrariar, o Agente Recenseador vai
adiante e consegue uma resposta satisfatória com o íeee-
bimento do questionário. Aquele qu| ficou atrás será re-
censeado na volta, depois de ter visto outros companlfi-
ros de rua serem recenseados ao receber o Boletim de Fa
mília para preencher.
120 O
OBSERVADOR -
No morro cleram-se fatos engra^adissimos. Houve Agente Recenseadoi 1 espondeu calniamente: h
garoto que correu atras do Agente Recenseador com uma Reccusectuiculo. Ao teiminai a palavia, o homem
papeleta escrita — 0 Censo nao fas vial a mnguein e be- na carreira. Mais taide o lecenseadoi o encontrou
nejicia a todos — e queria a for^a comprar 200 reis de oportunidade de explicai o que eia Recenseaniento
Censo... Em outra residencia b Agente! Recenseador per- paz palido e de olheiias paiecendo autoi de samba
! deu vinte minutos para convencer urn surdo-mudo que de sou o seu engano, poi§ pensaia que cia Reciutamj"
I - veria responder lealmente ao quesito i|° 7. O represen- Inumeros oUtJJ fatos Lderiam ser menc:•|
I tante do S. N. R.,^ gritara varias vezes se o homem eui aqUj
para salientar a tarefa delicada do Agente Resurdo-mudo, para ajuda-lo a pieencliei o questional io,e e
0 seu esfoggo em levar adiante com sucesso-1 I ^le balaiigava calmamente com a cabeca, lespondenc melindrar
o povo a tarefa do Recenseaniento, que
| que liao. . . E, dificilmente, concordou. hem,
popular e eminentemente educativa. Houve i
IO
morro tristc teve alguns dias de movimento com as que se toma opoituno contai e que serve para ilu
visitas dos Agentes Recenseadores. As casas se movimen- aspecto instrutivo do Recenseaniento. Eneontrou-s
taram, portas se fecliaram e janelas se abriam. Uns curio- censeador, desta vez, com um desses liomens eh
sos esperavam fa sabendo de que se tratava; outros pro- meias letias. Ao pegar no questionaipo, deu prin
| curavam 4esconder-se. O rapaz pciliclo e de olheiras, pa- uma critica cerrada: O recenseaniento deveria s<"l| recendo autor de sambas, aguardou na esquina a aproxi- coisa popular, contendo perguntas a que todos
Jw• I magao do Agente Recenseador. Quando o auxiliar censi- responder. Isto, sim. Que fizeram os senhores, ]
. H tario aproximou-se, ele ficou de {Te. O Agente perguntou inicio do questionario ? Escreveram pRENOME.
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era solteiro on casado (para distribuir um Boletim de mem da rua nao sabe o (jue e prcnome."
Familia on uma Folha Indmdual) ; o rapaz palido e de c % , T) , . ,,, - mk ¦:>¦> . ( TV - • i. -j>> r, 0 Agente Recenseador contranasse aciuele
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Uma figura tipica dos morros cariocas
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O CENSO E AS MULHERES
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O CENSO E AS ML LHERES
O OBSERVADOR - - ,<;///
Agente Recenseador respondeu calmamente: IV parj QRecenseamcnto. Ao terminar a palavra, o homem
partiu!na carreira. Mais tarde o recenseador o encontrou e í-ycoportunidade de explicar o que era Recenseamento e o ra-
paz pálido e de olheiras parecendo autor de samba cm í s.sou o seu engano, pois pensara que era Recrutamento.
Inúmeros outros fatos poderiam ser inenciola<!<v>
aqui para salientar a tarefa delicada do Agente Refbnsea-dor e o seu esforço em levar adiante com sucesso e S(M11melindrar o povo a tarefa do Recenseamento,
que é t<iui-bém, popular e eminentemente educativa. Houve uin fato
que se torna oportuno contar e que serve para ilustrar oaspecto instrutivo do Recenseanieihto. Encontrou-se o reicenseador, desta vez, com ura desses homens cheios ciomeias letras. Ao pegar 110 questionário, deu princípio auma crítica cerrada:
"O recenseamento deveria ser uma
coisa popular, contendo perguntas a que todos Jnidessemresponder. Isto, sim. Que fizeram os senhores, lo^o noinício do questionário? Escreveram
J:\RENOME. O lio-mem da rua não sabe o que é prenome."
Se o Agente Recenseador contrariasse aquele homem,estaria com 11111 caso a resolver no morro, o que iião serialá muito agradável. Concordou cora o cidadão e chamou
um garoto: "Menino,
v: sabe o que 6. prenome?" O me-nino, assustado:
"Não senhor''. Então pergunte aqui a
este moço, pois eu também não sei". E o cidadão expli-
cou ao menino o que era prenome, etc. Depois da lição,
o Recenseador lhe disse: "O
senhor me prestou 11111 grau-de favor. A tarefa do Recenseamento é também ensinar
ou educar o povo. Aquele garoto foi o primeiro a lucrar
com o Recenseamento, pois aprendeu o significado de prenome. Que acha?" O cidadão sorriu, recebeu o questionário satisfeito. Era mais unia unidade censitária para a
população brasileira conseguida inteligentemente.
No morro deram-se fatos engraçadíssimos. Houve o
garoto que correu atrás do Agente Recenseador com uma
papeleta escrita — O Censo não faz mal a ninguém e be-
|teficia a todos — e queria à força comprar 200 réis de
Censo... Em outra residência o Agente Recenseador per-
deu vinte minutos para convencer um surdo-mudo que de -
veria responder lealmente ao quesito n.° 7. O' represen-
tante do S. N. R., gritara várias vezes se o homem era
surdo-mudo, para ajudá-lo a preencher o questionário, e
ele balançava calmamente com a cabeça, respondendo
que não. . . E, dificilmente, concordou.
O morro triste teve alguns dias de movimento com as
visitas dos Agentes Recenseadores. As casas se movimen-
taram, portas se fecharam e janelas se abriam. Uns curió-
sos esperavam já sabendo de que se tratava; outros pro-
curavam .esconder-se. O rapaz pálido e de olheiras, pa-
recendo autor de sambas, aguardou 11a esquina a aproxi-
mação do Agente Recenseador. Quando o auxiliar censi-
tário aproximou-se, ele ficou de pé. Ò Agente perguntouse era solteiro ou casado (para distribuir um Boletim de
Família ou uma Folha Individual) ; o rapaz pálido e de
olheiras assustou-se e perguntou: "P'ra
que é isto?" O
Uma figura típica dos morros cariocas
Observei que há muita mulher 110 morro. Mais mu
llieres do que homens. Pode ter sido erro de observar
o que é possível, dada a hora da visita dos agentes ce
tários. Naquele momento, naturalmente, grande parte r< <
habitantes masculinos estariam nos seus trabalhos. Ma-
verdade é que vi muita sajfl nas ruas exquisitas do m
1*0, sáias sujas e rasgadas,, chitas desbotadas e roupas 11
cerzidas. Esta aí nova interrogação a responder. Ha
ra mesmo mais mulher nos morros? Ou por outra:verá 110 Brasil mais mulheres do que homens J.
Conheci 110 Norte um velho amigo que tinha o ha
to (paciente habito) de dar conselhos. A mim dizia se;
pre: "Cuidado
com as sáias! Aqui nestes Brasis são ti
mulheres para um homem. . . "
Ficava muitas vezes nu
laudo nessa observação do velho Amâncio, querendo t
vir dele a voz da experiência, de sessenta anos bem viv
dos como taifeiro de um navio do Lóide. Teria tra/a
aquele homem nas suas travessias pelo mar o algarismcerto das mulheres brasileiras? Ou seria uma decepc^
sentimental o motivo daqueles avisos constantes que icv
lavam, afinal, por vezes, certa malícia e outras vezestravo de amargor e de desprêso ? Para que tanto cuidai' >
com as mulheres? São elas a que se costuma dizer o /<!/
mótif da existência do homem, desde o jovem elegante,
que expõe o corte moderno do seu sinocking, ao pacalo
0 OJiSERVADOK 'VI 21 I
Uma fisionomia que REV El. a DUVIDA If''
climaticas influinclo nos torn- II
pertence aos cientistas) jlfi
orte e Nordeste ofere- .ml
•*;'. jj I
' ^
l'
: I !
raÉwjfefSM^»
pfííS»^
(JiMA FISIONOMIA QUE UEVEI.A DUVIDA
funcionário público, que chegou da repartiçao, tomou o
seu aperitivo e vai deglutir o seu bife com arroz.
As mulheres. . . Desde as de Londres, simples e só-
briãs, no traje e 110 gesto, á norte-americana, ri sonha, fran-
ca ' cheia de scx-apfieal, com escala (sem rigorismo geo-
gráfico) pelas exóticas de Hawai ou pelas morenas quei-
ma das de Miami ou Copacabana — todas ellas... Ora,
meu caro leitor, todas elas são muito boas e são a nossa
preocupação. Agora, eu não quero concordar é com a ge-
neralijiação do meu inesquecível e velho amigo Amancio.
k a simples observação dos cinemas, das praias, dos bai-
lcs, etc., nos deixa esta certeza. Talvez esta afirmativa
car.se decepção a muita gente, mas é o que nos mostra um
rápido passeio retrospectivo pelos algarismos dos diversos
censos de população já levados a efeito 110 País.
Em 1872 a diferença proporcional entre os dois se
:V0S> cm 1.000 habitantes, era de 517 homens e 483 mu-
therrs; 505 homens e 490 mulheres em 1890; 510 homens
c_490 mulheres em 1920. Constatamos, pois, que os alga-
1isrnos num sentido geral são mais expressivos quando se
ligam as calçcM. Há Estados, porém, que servem de sóli-
do argumento para o meu amigo Amancio. Esquecidos
Estados do Norte e do Nordeste, onde a população ferni-
nina loi maior nos diversos censos citados acima. Ou pela^ida
patriarcal que ali se sente com aquele sedentarismo
evidente ou pelas condições climáticas influindo nos tem-
peramentos (este último' detalhe pertence aos cientistas)
a verdade é que os Estados do Norte e Nordeste ofere-
cem- maiores coeficientes femininos.
Coeficientes sexuais do censo demográfico de 1920:
Alagoas, 490 homens c 510 mulheres; Baia, 494 homens
c 506 mulheres; Ceará, 483 homens e 517 mulheres; Ma-
ranhão, 490 homens e 510 mulheres; Paraíba, 488 homens
e 512 mulheres; e assim por diante. Enquanto isto, as
coitas Sul c Centro apresentam panoramas diferentes e co-
eficiente masculino mais signijicativo. .St1 englobadamente
os números da densidade demográfica brasileira se apre-
sentam favoráveis ao homem, deconipondo-se esses uics-
mos números pelas varias regiões do 1 ais, va ifica-se uma
quota bem animadora para a mulher.
Será essa, porém, a mesma situaçao de 1940." Temos
que saber se o elemento feminino continuará sobrepondo-
se ao elemento masculino nos quadros demográficos do
próximo censo a realizar-se no 1 >i asil ou se essa vitona se
limitará apenas aqueles Estados do Noite e do Noideste.
Não sei se será notícia agradável o aumento da popula-
cão feminina 110 País, mas o certo é que, evidenciando-se
isto, levarei muito a sério o conselho daquele tímido e ve-
lho'Amancio, judeu errante dos nossos portos, que con-
tava o povo brasileiro nos dedos e que confiava na sua
mm
a necessidade que o Brasil ^ ;";'?J|^|
mais minucioso que nos fornecesse material para uma ver- _ ,, I
dadeira sociografia dos predios e domicilios nas varias re-
gioes brasileiras. Apurar-se nao somente a quantidade dos ,s .JitfSI
predios existentes como tambem a quahdade deles. Nao
demente nesse ponto como noutros — a significaqao da ' ^pife^ ' _
casa edificada mais ainda a sua independencia com a eco-
A ENGOMADEIRA OUER SABER COMO VAI APARECER NO RETRATO...
experiência para fazer uma afirmativa que muita gente
hoje repete sem bases estatísticas.
Pode ser que a impressão que o morro me deixou seja
a mesma que teve o velho Amâncio nas suas viagens pelo
Brasil. Êle não viu bem a população brasileira, êle jjiaoconhecia estatisticamente a população do nosso País c
aventurava aqueles comentários em torno da quota femi-
nina na formação demográfica do povo brasileiro. Estou
certo de que me enganei. Pode ser que o morro naquela
hora tenha apresentado mais figuras femininas nas suas
fainas domésticas, a cantarolar sambas e a imaginar ro-
mances. Mas, somente mesmo o Censo Demográfico po-
derá nos oferecer a verdade sobre os morros, sobre todo
o Brasil.
OUTRAS IMPRESSÕES E A SOCIOGRlFIA
PREDIAL E DOMICILIARIA
Na Baía, quando estive em 1938, aproximadamente,
senti a necessidade que o Brasil tinha de um inquérito
mais minucioso que nos fornecesse material para uma ver-
dadeira sociografia dos prédios e domicílios nas várias re~
giÕes brasileiras. Apurar-se não somente a quantidade dos
prédios existentes como também a qualidade deles. Não
se trata mais hoje de saber — e a estatística evoluiu gran-demente nesse ponto como noutros — a significação da
casa edificada mais ainda a sua independência com a eco-
A ENGOMADEIRA OUER SABER COMO VAI APARECER NO RETRATO
Uma FAMÍLIA PRESTA INFORMi
f f mm (por ignorancia ou por desleixo) pelas constru^oes est ran- 11
fc.^'*',: *f Se*ras |nconipati|[eis com a regiao. Casas em estilo sueco jj
K&;.,* w* ou finlandes, bangalos de cores berrantes e acachapados |J
mM, . ^mandados construir por pessoas que temem uma imagina- H
| ' §111 ria neve finlandesa, se erguem diariamente em Pernambu- j||
Wml *' "
«'*« *co'
Alagoas, Paraiba. E' esta expressao arquitetonica do • jli
Pais que o Censo Demografico vai tambem fornecer. Nao j
H .J; significa apenas contar predios e contar populaqao. Deixa- |9
¦ r~ 'fSiii r^a a esta^stica de ser o que e realmente: uma ciencia ser- |»-
m, vindo a todos os ramos do saber humano, se se limitasse I
if .' m ^WPj^jj a essa contagem pura e simples que findaria por se tornar
i i ¦ ^BBBr monotona
e cair no esquecimento. ! |
Sabcmos que i//z tfos dngulos Jiojc mais interessantcs ill
.• ? v flBr r fundamentals para os estudos |ociologicos c a fain ilia, f j|
: mW P ambiente domeStico com os sens problemas. Os socio- |||
lvy°s amcricanos costumam dizer que os sens estudos co- IN
I 1,le(am nos rcspectivos quartewoes residenciais. E send! |H
§• :j^WsiHWyHWy ... assim, os brasileiros terao brevemente um repositorio for- |'| j
Bp/- •My mdm midavel de informaqoes com o termino do Censo Demo- ]]:;
KS^S grafico. "0
trabalho de documcntagdo estatistica neste j'h
S> ponto prende-se a um duplo problema: dcterminar o ge- Hi
»••' /¦ -:%&'$ ¦rlW^^M "cro (*r rcl(!(vcs <'llfrc os elcmcntos de que se com poe !•:
pKBpj^ fam ilia e o chefe da famUia c definir cm scguida as com- ,•
BgBflHBHBB^B .4 aUr^i posigocs homogeneas e as familias de elcmcntos mistos. I';
d csc r ever as for mas das composigocs mist as e mcdir o (/ran ;
beterofjeiieidade. 0 ponto de vista sociogrdfico retje ;
CONSRGUR DIRIGIR-SE A UMA MORADORA. . j'
¦)F.S COM CRRTO DOM HUMOR j9
I ajudar o Uecenseaniento. As classes compreendem que, -V ;j|
I coutando numericamenle. sem personali/.ar o cidadao X ou '***-?:' ' .j|t
I Z, as suas necessidades, translonnando em si'nteses esta- j||
I tisticas as suas ([uestoes -— entrando cientiiicamente em j|(
1 cotitato com os governos — e ([lie os governos podem re- , #• 1
;I solver os^seus problemas. Mais vale uma tabela estatistica ^
l (?6gico ja baistante conliecido pela coletividade. sv\
:n
M-%,'i\JS 1
» ' i i t
''y'n^ w
I mando conhecimento da experiencia dos outros povos, pro ^jS|^ ^f A
I cure acostumar-se: ?i essas inclaga^6c\s que nao u^eni^<»utni
I
com o cliiiui anieno^ cia cuUulc (1<> Sai I
"* * a
O OHSKKA AIK)I-
(por ignorância ou por desleixo) pelas construções estran-
geiras incompatíveis com a região. Casas em estilo suéco
ou finlandês, bangalôs de cores berrantes e acachapados
mandados construir por pessoas que temem uma imagina-
ria neve finlandesa, se erguem diariamente em Pernambu-
co, Alagoas, Paraíba. E' esta expressão arquitetônica doPaís que o Censo Demográfico vai também fornecer. Nãosignifica apenas contar prédios e contar população. Deixa-ria a estatística de ser o que é realmente: uma ciência ser-vindo a todos os ramos do saber humano, se se limitasse
a essa contagem pura e simples que findaria por se tornar
monótona e cair no esquecimento.
Sabemos que um dos ângulos hoje mais interessantes
c fundamentais para os estudos sociológicos c a família,o ambiente doméstico com os seus problemas. Os soció-
logos americanos costumam dizer que os seus estudos co
meçam nos respectivos quarteirões residenciais. E sendn
assim, os brasileiros terão brevemente um repositório for-
midável de informações com o término do Censo Demo-
gráfico. "O
trabalho de documentação estatística neste
ponto prende-se a um duplo problema: determinar o gc-nero de relações entre os elementos de que se compõe a
família e o chcfc da família e definir em seguida as com-
posições homogêneas e as famílias de elementos mistos,
descrever as formas das composições mistas e medir o graude heterof/eneidade. 0 ponto de vista socioorájico rege a
CoXSRGUB DIRIGIR-SE A UMA MORADORA...
|)RS COM CRRTO DOM HUMOR
ajudar o Recenseamento. As classes compreendem que.
coutando numericamente, sem personalizar o cidadao X ou
Z, as suas necessidades, transformando et|J sínteses esta-
tísticas as suas questões -— entrando cientificamente em
contato com os governos — é que os governos podem re-
solver os seus problemas. Mais vale uma tabela estatística
ou a nota interpretativa dessa tabela do que uni discurso
no qual a palavra escrita ou falada tenha o travo demj-
gógico já bastante conhecido pela' coletividade.
Dessa maneira, espera-se que o povo brasileiro, t
mando conhecimento da experiência dos outros povos, pre
cure acostumar-se a essas indagações que não teem outra
tinahdade que a de contar ao Brasil as suas necessidades
e suas riquezas. Na Baía — conforme ia dizendo no iní
ci<> desta nota — senti pela primeira vez a necessidade
dc um niquérito com essa amplitude. Comparava a velha
paia de Todos os Santos, pitoresca e acessível ao viajan-
te, as cidades nordestinas e me impressionava com as suas
construções. Observem que a cidade de Salvador deixa
uma forte impressão de grandeza. Tudo ali é casarão com
paredes sólidas e janelas amplas. A casinha de duas por-tas e uma janela, habitação comum ao nordestino, quasen;m é encontrada na capital baiana. Usse sentido como
dista do lar, essa concepção inglesa do domicílio que se
observa na Baía, permanece e rara é a construção moderna
com o único andar térreo.
Contrastando com o clima ameno da cidade do Sai
vador temos o clima quente cie cidades nordestinas onde
°s seus habitantes paradoxalmente se deixam influenciar
I0/1 0
nnSERVADOR II,Z4.
-jl ^ ../' "'^--v-
¦ .IVV^;'s ' ;- y V' <v */^;*-:'<V%/ • • :^4SSStB ¦ *•
• "III 1 -§il .
NUMA RESIDENCIA A DEMONSTRAR AS FINAL1DADES DO RECENSEAMENTO. . .
,|| cxecugao desse cstudo sob a rubric a das camadas sociais c a respeito dc profissao, situaqao social, etc., caracteriza <
das categorias c
camada social aI • '
camada superior,
higienicas c dc cc
I ralj o trcm dc vie
J ji tes de dcscrever
| distingdo nitida e
J iS vera se has ear sc
mm casa, p or que procaracteriza toda
de que a famUia.... cam a toda uma
fissao inteirmentc
locatdrios de quocompletamente a
se na categoria c
|| do, na re alidade,
J| (GUSTAVO T1
ternacional de E
Lendo-se es<
dade com que os
cluiram no Bolet:*
numero 5 que m
qao ao Chefe da
m-" 81
-1
l**® si.
Numa residencm a demonstrar as finalidades do recenseamento
O observador n,
execução desse estudo sob a rubrica das camadas sociais c
das categorias c ramos de profissão. E} claro que de uma
camada social a outra, de uma camada inferior a u'ma
camada superior, a composição da famíliaas instalações
higiênicas e de conforto c densidade de habitação e, em ge-
raly o trem de vida apresentam importantes variações. An-
tes de descrever essas variações'• convém estabelecer uma
distinção nítida entre as camadas sociais. Tal distinção de-
verá se basear somente sobre a posição social do chefe cm
casa•, porque profissão ou a exposição social deste é que
caracteriza toda a família. Contudoy não nos esqueçamos
de que a família pode comprccndcr pessoas que perten-cam a toda uma outra classe social ou exerçam urna pro-
fissão inteirmente diversa da do chefe de família. Os sub-
locatários de quartos ou de leitos, se existem, deformam
completamente a imagem social da família ao computar-
se na categoria da posição social do dono da casa, quan-do, na realidadeI cies fazem parte de outras categorias
(GUSTAVO THIRRING — Membro do Instituto In-
ternacional de Estatística.)
Lendo-se êsse último período verifica-se a oportuni-
dade com que os técnicos do Recenseamento brasileiro in-
cluiram no Boletim de Família (C. D. I. 01) o quesitonúmero 5 que indaga da posição do recenseado em rela-
ção ao Chefe da Família, que, completado com os outros
Escrevi em número anterior do O OBSERVADORECONÔMICO E FINANCEIRO que o atual Governo
a respeito de profissão, situação social, etc., caracteriza <
cidadão; identificando-o como um membro da família ou
como agregado, hóspede, inquilino ou pensionista.
Na viagem que fiz com alguns recenseadores pa,'
que esta reportagem fosse um reflexo da observação n
tive oportunidade de ouvir algumas respostas desconce
tantes, de pessoas que declaravam que "não
tinham </
dar satisfação da sua vida" (sic), que o governo nao p' '
cisava saber se ali havia rádio ou criações domésticas
outras tantas evasivas que, longe de refletirem má vont
de, são apenas um índice de desconhecimento das altas ;
nalidades de uma operação censitária. Nos morros, cor
nas avenidas, os moradores apresentaram algumas duvida
sôbre o Recenseamento, ligando-o a finalidades fiscais. 1
sas suspeitas, felizmente, foram esclarecidas pelos Age:
tes Recenseadores, c^ue procuraram explicar claramente
em linguagem acessível o objetivo do Recenseanienb
Não fôra isto, e muitas informações teriam sido ocult
das por medo ou por incompreensão.
m
[ido. por um e|timulo constante e en- por em, conhecer a historia completa desses numeros; que | j
as culturais e cientilicas. Entre es- de interessante haja acontecido para a sua presen<;a na |
incluidos todos os inqueritso ate follfa de papel que examinarem. Nao saberao das sensa- |j|
ais, jcoitio o do Institute de Aposen- coes dos que consegtiiram esses numeros, nem daqueles ||j;j|
is. Empregados de Transportes em que os forneceram. E sensaqoes houve, e de vario aspecto, j jfj
irios, o do Salario Mininfb e outras como, por exemplo, a sofrida por aquele Rioeo palido e de I A
am investigar a vida brasileira. Jesses olheiras, parecendo autor de sambas, que nao desejava ;
> ser agora completados pelo Recen- trocar a sua liberdade de homem do morro pela vida pa- H,(U0,
que e a visao panoramica do triotica, mas reclusa, da caserna. m
Nem sentirao a alegria que aquela crian^a demons-
mos, aproximadamente, e poderemos trava pela possibilidade de adquirir uma coisa nova, ao in
a esijiiuQar, numeros sedutores a in- insistir pela compra de duzentos reis de Censo... jib
itisticaS que falam, podemos assim di- His o resultadf do Recenseamento, friamente expres- If
^ fuacao como se
jfosse fotogra- SQS
na tdboa numerica, pelos beneficios que forcosamente ,j
fia. O que hoje ainda se faz tendo como base o kecen- trarao aos que tiveram com o Censo as mais diversas sen- ||
seamento Geral de 1920 pode-se fazei amanha com o au- sagoes, para aqueles, mesmo, que, fieis a tradiqao brasilei- 1]
xilio de smteses numericas que cxpiimiiao \eidades des- ra para qualquer assunto criar uma anedota, para to- M
I conliecidas para a maioiia dos biasikiios. dos, enfim, o Recenseamento de 1.° de Setembro sera de ij
Os nossos sociologos, honiens de gabinetes, donos de efeilos os mais interessantes.111Tn cultura em eeral bem orientada, mas sem a nocao ob- ^ . nMIuma
i• i i i *1 • .i o- Com seu resultado, o Poder Publico que, ja em o eie-
ietiva da realidade brasileira, c todos os outios nossos es- . I?1 ,i~i-i 4 i 11 1 tuando demonstrou uma deliberaqao mdisfarcavel de co-
tiirl osos Doderao divukrar trabalhos cxcelentes a respeito L, i-, • • . - .
JUdiobub puu^itiv. a nhecer as necessidades e realidades nacionais, estara apto
do Bras 1 com a aiuda dos numeros e com uma base se- r{l(
1)lclbU' ™ J , a entrentar e resolver, com conhecimento mmucioso, osgui-a, resultado do maior mquento censntano realizado na , , rln 1Ma ' ]i* pl ODlCuIclS CIO X cll^> •
America do Sul, nestes ultnnos tempos. 1
files terao nos sens gabinetes o ([lie os recenseado- Sao, agorM de gratidao e confianQa os sentimentos que
res foram buscar nas ruas. deveremos dedicar aos nossos administradores, pelo que
files terao friamente representados os numeros indi- de beneficios seguramente propoicionaiao, com os tesul-
cativos de pessoas, coisas, objetos, Nao llies sera dado, tados obtidos, ao Io\o e a Na^ao. |i
^
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PARA EM SEGUÍDA EX,PlJ$CAR-LHE O QUESTIONÁRIO
O OBSERVADOR
r-tís vem se definindo por um estímulo constante e en--,-ico
às iniciativas culturais e científicas. Entre es-
tls
'K)
naturalmente incluídos todos os inquéritso até
realizado! no País, como o do Instituto de Aposen-
tadoria e Pensões dos. Empregac|)s de Transportes em
Qiru-as dos Industriários. o do Salário Mínimo e outras
nn; ' restritas que visam investigar a vida brasileira, fisses
trabalho! parciais vão ser agora completados pelo Recen-
lealientj Geral de 1(H0, que é a visão panorâmica do
Brasil.Mais uns dois anos, aproximadamente, e poderemos
ter material precioso a esmiuçar, números sedutores a in-
terpretar, tabelas estatísticas que falam, podemos assim di-
zer. e que exprimem uma situação como se fosse fotogra-
fia. O que hoje ainda se faz tendo como base o Recen-
seamento Geral de 1920 pode-se fazer amanhã com o au-
xílio de sínteses numéricas que exprimirão verdades des-
conhecidas para a maioria dos brasileiros.
Os nossos sociólogos, homens de gabinetes, donos de
uma cultura em geral bem orientada, mas sem a noção ob-
jetiva da realidade brasileira, e todos os outros nossos es-
tudiosos poderão divulgar trabalhos excelentes a respeito
do Brasil, com a ajuda dos números e com uma base se-
oura. resultado do maior inquérito cens-itário realizado na
América do Sul, nestes últimos tempos.
files terão nos seus gabinetes o que os recenseado-
res foram buscar nas ruas.
files terão friamente representados os números indi-
cativos de pessoas, coisas, objetos, Não lhes será dado,
porém, conhecer a história completa desses números; que
de interessante haja acontecido para a sua presença na
folha de papel que examinarem. Não saberão das sensa-
ções dos que conseguiram esses números, nem daqueles
que os forneceram. E sensações houve, e de vário aspecto,
como, por exemplo, a sofrida por aquele moço pálido e de
olheiras, parecendo autor de sambas, que hão desejava
trocar a sua liberdade de homem do morro pela vida pa-
triótica, mas reclusa, da caserna.
Nem sentirão a alegria que aquela criança demons-
trava pela possibilidade de adquirir uma coisa nova, ao
insistir pela compra de duzentos réis de Censo...
Mas o resultado do Recenseamento, friamente expres-
sos na táboa numérica, pelos benefícios que forçosamente
trarão aos que tiveram com o Censo as mais diversas sen-
sações, para aqueles, mesmo, que, fiéis à tradição brasilei-
ra de para qualquer assunto criar uma anedota, para to-
dos, enfim, o Recenseamento de 1.° de Setembro será de
efeitos os mais interessantes.
Com seu resultado, o Poder Público que, já em o efe-
tuafdo, demonstrou uma deliberação indisfarçável de co-
nhecer as necessidades e realidades nacionais, estará apto
a enfrentar e resolver, com conhecimento minucioso, os
problemas do País.
São, agora, de gratidão e confiança os sentimentos que
deveremos dedicar aos nossos administradores, pelo que
de benefícios seguramente proporcionarão, com os resul-
tados obtidos, ao Povo e à Nação.
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SJ. PADAUrTO -<336
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BA-
MAR... Águas mansas e águas agitadas que ba-
nham terras de países desconhecidos; correntes trai-
coeiras que revelaram nações hoje poderosas; águas ver-
cies e inquietas que foram a preocupação de grandes impé-
rios e que desafiam a potência guerreira de alguns po-
V0S. o mar. Atlântico. . . Pacífico.. . Mediterrâneo. . .
E a luta se processa violentamente e a visão trágica dos
tremendos conflitos armados se repete com outras figu-
ras com outros instrumentos, com novos e temíveis meto-
dos de destruição. Dir-se-ia que os povos, afastados de
sua missão natural de realizar uma vida útil, estariam ven-
dói no mar tesouros inconcebíveis, maravilhas de história
de mil e uma noites, e se empenhavam, assim, na conquis-
ta dessas preciosíssimas jazidas. Mas os egípcios foram
os culpados de tudo: revelaram à humanidade a força de
uma embarcação, o prestígio de uma tripulação audaz e
forte para o desenvolvimento do comércio ou para uma ba-
talha. Depois dos egípcios, fenícios e gregos, impulsiona-
dos pelos mesmos desejos imperialistas, levados por esse
extraordinário ideal de conquista, desenvolveram os meios
de navegação, estabeleceram colônias, dominaram povos,
instalaram governos, tiveram uma arte, uma literatura, uma
civilização.. . Isto tudo, três mil anos antes de Jesus
Cristo.
Não se pode mais negar a influência do mar na civi-
Ijzação dos povos. Com exceção de poucos países, todos
eles, antigos e modernos, tiveram que se voltar para o
mar. Aí, na imensidão e na força gigantesca e inconcien-
te das águas, encontraram êles o caminho próprio de es-
coamento para as suas riquezas e conquista de outras.
Não era sem razão que os cartaginezes, romanos e depois
arabes, se sucederam sempre no desenvolvimento das suas
forças navais, criando impé-
lios que tinham como base
(detalhe paradoxal) o mar
Talvez mesmo por isso, ba-
seando os seus domínios nas
águas inquietas e sempre vo-
jviveis do mar, esses impérios
ienham se desmoronado, a
êles tenham se sucedido ou-
tros com a mesma sorte, com
o mesmo destino, com a mes-
ma trajetória histórica. O
mar inspirava alegorias e as
proas dos navios tinham de-
cor :enes de sereias, peixes e
símbolos copiados das ondas.
Não foi senão com o domí-
nio do Mediterrâneo qvie a
ambição atingiu o sevi climax.As suas esquadras, temíveis,
cruzaram as águas maciasdurante
quase um milênio,cm todas as direções, en-frentando todos os ventos,ameaçando todas as terras,carregando exércitos paravários
pontos onde o domí-ráQ de Roma se fazia sentir.
No MOMENTO EXATO DO TIRO, FOI BATIDA A FOTOGRAFIA
Mas, se o mar tem sido favorável a certos homens de
gênio, se o mar tem sido o caminho certo para o surgi-
mento de outros povos e de outras nações, tem todavia
aplicado derrotas desconcertantes e escapado aos cálculos
cuidadosos dos estrategistas mais perspicazes. E' que,
para utilizar-se o mar, se torna necessária muita fôrça ou
nenhuma, para deixar-se a flutuar, sobre as águas, à mer-
cê cios seus desejos, ou dominá-lo nos pontos fundamentais
E aí está a história sempre marcante de Napoleão I, um
dos maiores estrategistas qvie o mundo conheceu, pelaenergia pessoal e pelo gênio guerreiro» O sevi objetivo de
dominar o mundo, a sua crise de submeter vários povos ao
seu cetro, crise que teve como hospital de cura uma ilha
sossegada e até romântica, foi por terra, ruiu, porque fal-
tovi ao caudilho o domínio dos mares. A derrota franco-
espanhola abriu — não havia duvida nenhuma — novos
horizontes para a Inglaterra e lhe assegurou o prestígio
no Atlântico e no Mediterrâneo.
Outros fatos poderiam ser lembrados. A derrota dos
russos 110 mar Negro, o domínio do Báltico pelos ingleses
e franceses, o bombardeamento de Odessa, o domínio da
Coréa, as lutas entre Japão e China, entre Japão e Rússia,
etc., não mais são do que tentativas de domínio dos ma-
res para a solução dos desejos expansionistas dêsses po-
vos. O Brasil também possue o seu exemplo de prestí-
gio marítimo. Não fossem as manobras da esquadra bra-
sileira contra o Paraguai, facilitando o controle das águas
com o paralelo avanço do exercícito brasileiro, bravo e
cheio de coragem para a luta, talvez a insensatez de Lopez
o tivesse levado a uma vitória. E as lutas continuam, cada
dia mais cruentas, cada vez mais aniquiladoras. Os do-
mmaiores do mar se sucedem ! Uns usaram arpoador; ou-
tros usam canhão; as minas
substituíram as tochas incen-
diárias; o submarino, perigo-
so e destruidor, segue a sua
rota de assassínios em mas-
sa; mas o mar atravessa a ci-
vilização, atravessa séculos e
continua o . mesmo, indife-
rente na sua fôrça às am-
bições humanas e contei-
ouindo, sem querer, para que
a humanidade se destrua na
cegueira injustificável de uma
Serra terrível.
1 OUANDO A MÁQUINA"SUBSTITUE O REMO
Interessante obs ervar-se
como evoluíram os proces-
sos de navegação utiliza-
los pelo homem. E coube a
Van Loon traçar-nos a his-
tória extraordinária das em-
barcaçõesf desde as suas éras
mais remotas, ao tempo de
hoje, dos grandes cruzadores
e rápidos submarinos. Com
a evolução dos meios de na-
vegar destinados puramente
O observador -
Marinha
*&.'¦ - . .. .... -, I i'i>Miii i*
I 28
O OBSERVADOR — lvi I
"~~'T'''i||' Informa-nos ainda Teotonio Meircles, na sua CM l isi^ ia I
'•• que os navios de guerra traziam maior numero de rem >s. I
"A maior velocidade era ja naquele tempo consider;-d| I
como primeira necessidade aos navios de guerra e, , i( I•j 1
%""C isso, todos eles tinham diversas ordens on carrciras de I
£wmam "Jto
wK remos superpostos; crescendo debaixo para cima, o com- I
-! WKttmm^rf' Ifg jpiLg||primento dos remos". I
JHEPIp ^As celebres Guerras Persicas para o doim'nio do mar I
fas/f Egeu e as vitorias dos cartaginezes no est re i to de Messina I
^'x^ e na §lc^ ^oraS BJanQadas nessas complicadas embarc a- I
..! qoes, de remos tao pesados que por vezes necessitavam
|e I
I'i dois homens para move-los. Mesmo assim, esses povos I
M'\ ^> -#jl^^H realizavam guerras tremendas, guerras que duravam com I
j|i anos... Ja no reinado de Ramses ITT apareeeram tribim I
I I ^SHSflnX cjiamadas
"povos dos paises do mar" e provinham dos I
territorios que os fenicios tinham posto em contato com I'J&- iivilizatao
do Oriente, os sens habitantes, atraidos pefas I
|| riquezas
que conheciam, desejavani visitar a patria dos 1
I mercadores estrangeiros, com quem troeavam preciosas I
I fe me
Oricken — Vol. I — pag. 251). E (jtiando em 450 I
||fc; Cimon empreendeu a ultima expedijao armada contra I
Chipre, e que enviou sessenta navios contra Amiijeo, I
sis embircaqoei de guerra tinham o ja citado espigao de I
i||].
que II O espigao bronze foi, I
I peri go sa das guerras man ti mas, ate que os romanos desco- I
I o arpeo. Essa I
I ^barcaqao
adversaria, foi o fator fundamental I
alcanqada pelos romanos contra os cartagineses. Depois I
surgiu a invenQao de Arquimedes, de atirar lortes I
a grande distancia por meio de engenhos dificeis e lrruito I
JI :trabalhosos.
Dessa mesma epoca, aproximadamegte, I
giu a polvora, que muito auxiliou o arremesso desses I
cos incendiarios. A proporqao que as guerras iani se I'ft cedendo
e que o dominio dos mares ia se tornando 1
11$ l vez mais necessario, os diversos paises foram aperfeicoan- I
ill do as suas maquinas de guerra. Com a polvora surgia I
~|$ Popa da Galera Imperial... novo elemento de destruiqao. E ingleses e franceses, que I
relutaram um pouco em aplica-la, tiveram que, aperfei I
te ao comercio veio, tambem, o desenvolvimento das qoando-a, utiliza-la tambem. Depois surgiram os navios
iniciativas guerreiras. Para a expansao economic! so- vela, com a intenqag da bussola para o aproveitamcnto dos
bre o mar se tornava imprescindivel a frota de guerra. ventos, e com essas novidades os liolandeses, primeiro,
E a frota de guerra tambem foi sofrendo modifieaqoes. depois os ingleses, conseguiram apresentar as mais efic;
As informaqoes mais autorizadas dizem, por exemplo, entes esquadras do mundo.
11^1 ci116 as embarcaqoes de guerra, as mais antigas, do tem- Depois dos navios a vela, como uma etapa super
P® ^os fenicios, nao acomodavam mais do que cincoenta das embarcaqoes a remo, dos antigos dominadores do m:tripulantes ou lemadores. Largas chapas de metal lhes surgiram os modernos cruzadores, rapidos e solidos, q1asseguravam certa solidez na^ popa e um longo esporao constituem hoje a maquina de guerra mais moderna i:
11^1 a ornava a P^a- -^ss<^ espoiao^ todo foi i ado de ferro, era lizada
pelas potencias. A evolucao de certo modo nao i
II como que 0 sim 00 a agressao. muito
rapida, mas verificamos que a humanidade dia a di
11^1 Discutia-se tambem a questao dos numeros de remos. se aperfeiqoa na arte de destruir. A maquina, desein
O OBSERVADOR
Informa-nos ainda Teotônio Meireles, na sua ^HistóriaNaval Brasileira", (pag. 2 — Prólogo — Ecl. de Ir-
que os navios de guerra traziam maior número de ren- »s.
|A maior velocidade era já naquele tempo considei ida
como primeira necessidade aos navios de guerra e, , mr
isso, todos eles tinham diversas ordens ou carreiras de
remos superpostos; crescendo debaixo para cima, o com-
Irimento dos remos".
As célebres Guerras Pérsicas para o domínio do mar
Egeu e as vitórias dos cartaginezes no estreito de Messina
e na Sicília foram alcançadas nessas complicadas embarca-
ções, de remos tão pesados que por vezes necessitavam de
dois homens para movê-los. Mesmo assim, esses povosrealizavam guerras tremendas, guerras que duravam cem
anos... Já no reinado de Ramsés ITÍ apareceram Irihm
chamadas "povos
dos países do mar" e provinham dos
territórios que os fenícios tinham posto em contato com a
civilizacão do Oriente, os seus habitantes, atraídos pelasriquezas que conheciam, desejavam visitar a pátria dos
mercadores estrangeiros, com quem trocavam preciosas
mercadorias". (HIST§)RIA UNI\ ERSÂL — Guilher-
me Oncken — Vol. I — pag. 251). E quando em 450
Cimon empreendeu a última expedição armada contra
Chipre, e que enviou sessenta navios contra Amirteo, es-
sas embarcações de guerra tinham o já citado espigão de
bronze, arma que caracterizava a embarcação guerreira.
O espigão de bronze foi, durante muito tempo, a arma
perigosa das guerras marítimas, até que os romanos desço-
briram o arpéo. Essa outra, atirada de longe, de uma em-
barcação à adversária, foi o fator fundamental da vitória
alcançada pelos romanos contra os cartagineses. Depois
surgiu a invenção de Arquimcdes, de atirar fortes massas
a grande distância por meio de engenhos dilíceis e muito
trabalhosos. Dessa mesma época, aproximadamente, sur
giu a pólvora, que muito auxiliou o arremesso desses hlo
cos incendiários. À proporção que as guerras iam se sit-
cedendo e que o domínio dos mares ia se tornando cad;i
vez mais necessário, os diversos países foram aperfeiçoai!-
do as suas máquinas de guerra. Com a pólvora surgia
novo elemento de destruição. E ingleses e franceses, que
relutaram um pouco em aplicá-la, tiveram que, aperíei-
çoando-a, utilizá-la também. Depois surgiram os nafios 1
vela, com a intenção da bússola para o aproveitamento do:-
ventos, e com essas novidades os holandeses, primeiro,depois os ingleses, conseguiram apresentar as mais efic;
entes esquadras do mundo.
Depois dos navios a vela, como uma etapa superi-.
das embarcações a remo, dos antigos dominadores do m:
surgiram os modernos cruzadores, rápidos e sólidos, cr
constituem hoje a máquina de guerra mais moderna ir
lizada pelas potências. A evolução de certo modo não I
muito rápida, mas verificamos que a humanidade dia a cli
se aperfeiçoa na arte de destruir. A máquina, desenvi
Popa da Galera Imperial
QUE, EM 1808, CONDUZIU D. JOÃO VI DE BORDO AO CAIS
'Mi
mm
I
I
^
^^ ^
I O mar tambem trouxe a Portugal todas as vantagens, nhuma, conio precursora (las conquistas mais audaciosas^ 11
I constituido conio Estado costeiro, com interesses mariti- E| conseguida.a iota man una. paia. admirado das I
E mos definidos e claros. Depois, as lutas constantes con- trole do trafico meditenaneo, o munc mialidades de I!
i t|a niuc^ulmanos, tendo a frente o caratcr combativo do in- vitorias portuguesas^ acanQacas gi 1
tantc D. Henrique, e o ideal mistico de converter os in- estrategista de Afonso c e t uquerque.g p ? !
| iieislf foriiaram poderoso comple.xo que atirou a pequena M.as as vitonas piecisavam serm '
, .Q e'tam- I'l
¦ heroica nacao para o mar, cqlocando-a, sem duvida ne- tava ao pequeno pais 0 elemento hiunano necessano e, tai M
1 H
mm-: ¦ ™n
%ÍÉÍÉ£iÈ
H5W
0 OBSERVADOR — LVl
7 ulo vários quilômetros por hora, movendo essas forta-
i^íaV marítima! substituiu os braços tatuados dos egípcios
t" mãos calosas dos escravos romanos, que serviam
? ^Kiuisti dos seus imperadores, insaciáveis de glórias e
de riquezas.
o DOM ÍX IO DO MAR E O BRASÍL
Foram as conquistas que trouxeram os portugueses
nr t o Brasil. Por essa época a nação lusitana queria
aproveitar) a todo custo o resto da fôrç| marítima para
manteri o seu império. A desorganização interna que se
evidenciava, a anarquia reinante de um governo que mal-
baratava o seu tempo cm luxos e apresentações suntuosas,
concorriam para essas tentativas de Portugal, na época
possuidor de uma das mais belas e bem equipadas frotas.
E foi com o impulso para a ampliação do seu poder, com
o" desejo de fundar novas colônias, que Portugal desço-
Iriu o Brasil. Herdeiros, talvez, das ambições mercantis
dos Íenícios, com uma noção pi<it.ica e imediatista da \ida,
os dirigentes portugueses guiavam-se sempre em busca de
lantagens e com a força naval garantiam a subsistência
de uma nação meio parasitária, vivendo do que a pilha-
ocm marítima poderia facilitr.
Aliás, essa política do mar, como se pode dizer, é an-
tiga desde os fenícios, que encontraram nela sua base eco-
nômica. "O
povo mais antigo que achou 11a industria e 110
comércio seu principal interesse econômico foram os tem-
cios. Sua pátria educou-os para a navegação e o comércio
marítimo. Sobre a estreita franja do litoral da Síria, inié-
diatamente atrás da qual se elevam escarpadas montanhas,
e mais para o interior o desolado deserto sírio-arabico,
oferece a agricultura uni rendimento mísero, pela escassa
fecundidadj do sólo. Compreende-se, deste modo. que os
habitantes considerassem desde época muito remota o mai
como fonte cio seu sustento : o mar toi o elemento étnico
dos fenícios." (T1ISTÓR1A DO COMÉRCIO MUN-
DTAL — Max* Georg Scbmidt — pags. 10-11 — Athe-
na Editora — Rio).
O mar também trouxe a Portugal todas as vantagens,
constituído como Estado costeiro, com interesses maríti-
ínos definidos e claros. Depois, as lutas constantes con-
tra muçulmanos, tendo à frente o carater combativo do in-
lante D. Henrique, e o ideal místico de converter os in-
iieisj formaram poderoso complexo que atirou a pequenav heróica nação para o mar, colocando-a, sem dúvida ne-
As PEÇAS DOS NOSSOS NAVIOS SÃO DESENHADAS, E DEPOIS
Jhuma, como, precursora das conquistas mais audaciosas.
E, conseguida a rota marítima para as índias, com o con-
trôle do tráfico mediterrâneo, o mundo ficou admirado das
vitórias portuguesas, alcançadas graças às qualidades de
estrategista de Afonso de Albuquerque. ^
Mas as vitórias precisavam ser mantidas. Como.' fal-
tava ao pequeno país o elemento humano necessáiio e, tam-
. . , REPRODUZIDAS EM TAMANHO NATURAL NA SALA DE MOLDES
I¦ ¦
I 3Q O OESERVADOR — 11J I
to uma B
teve corn B
As B
com B
uma B
B— B
da B
de uma B
em B
B
de em tempo B
o da e B
— em de B
nova dominadora". Em B
lutas na B
de que nem todos os B
de modo B
ag) fracasso na Qaia), os B
as suas vistas para aquela capitania que era tida pela ma is B
Um dos fornos da Sec<?ao de Fundi^ao produtiva e futurosa do pais, para Pernambuco." (O DO- B
Laboratorio de analises DA FUNDI^AO B
O OBSERVADO!
Um dos fornos da Secção de Fundição
Laboratório de análises da fundição
gffi&v
JBL .'¦ - SSz - --¦
Oficina de torneagem
¦v>. :-¦;ÜÜ
O OBSERVADOR — LVI
MlflO COLONIAL HOLANDÊS NO BRASIL —
Hermami Wâtjen — pag. 96 — CiaEditora Nacional).
Mas, por meio de tratados e concessões a outros países,
conseguiu Portugal, ainda auxiliado pelos sentimentos pu-
ramente brasileiros que nasciam no povo em formaçao,
afastar o dominio holandês. (Verifique-se então que nas
guerras contra os holandeses os elementos brasileiros mais
se destacaram). Pernambuco, sem as foiti ícaçoes que
Baía possuia para defender sua costa, poude, porem, auxi-
liado por esta, libertar-se dos bátavos.^ Foi, como tuc o m
dica, a primeira derrota de uma potência marítima em
águas brasileiras.
MUDANÇA DE GOVÊRNÓ fif ESTABELECIMEN-
TOS NAVAIS
"Um fraco rei faz fraca a forte gente". O verso é de
amoes. E a verdade é que de declínio em c ec mio
igal foi se desarticulando como potência e a an
Leal portuguesa veio para o Brasil. Fratava-se, pois, ¦<
istalação de uma corte, necessitando essa mucança, c a c
situação de Portugal, de segurança militai capaz ce p
iej|er os dirigentes em terras brasileiras.
Informa-nos um dos maiores histoiiadoies navais
Brasil, Teotônio Meireles da Silva (ob. cit.) que o es
tabelecimento da séde da Monarquia no Biasi , c a nec
sidadè da conservação, fabrico e custeio de n2^lt0^. na^1(^.
de guerra que de Portugal acompanharam a anuía e
para o Brasil, fizeram com que de pronto se cuicasbe
regularizar e aumentar os estaleiros de C0111^1 J-^a0
.na^ '
que já existiam em pequena escala desde 1/ , e c tU
a organização e título de Arsenal de- Mann ia, no me
lugar que ainda hoje existe e que naquele tempo se c
tnava praia de S. Bento". Foram então toma as^a *
medidas como: organização de uma Intendencia e
dor ia de Marinha; alvará de 13 de Maio de 1808; ciia-
ção de uma Secretaria de Estado dos Negócios da Maii-
nha, decreto de 13 de Março de 1808; um Quartel-Gene-
ral, decreto de Maio do mesmo ano; criar-se a Academia
de Guarda-Marinhas, o Conselho Supremo Militai, uma
Fábrica de Pólvora, um Hospital de Marinha, o cargo
de Auditor Geral da Marinha. A todos esses novos or-
ganismos, criados num jrisson de entusiasmo administra-
tivo 110 ano de 1808, foram dados regulamentos,| supenn-
tendidos pelo Visconde de Anádia, "primeira
pessoa que
no Brasil excrccu o cargo de Ministro da Marinha .
Na sua admirável síntese da História Naval do Lra-
sil o Comandante Dídio Costa esclarece que os^ navios
portugueses chegados a águas brasileiras constituíam a
maior esquadra que demandara as águas_ da Guanabara,
desde o descobrimento do Brasil. Mas aí justamente e que
se precisa colocar o problema nos seus justos termos. Os
navios de guerra do governo monárquico brasileiro nao
eram absolutamente brasileiros e sim portugueses legiti-
mos, com a bandeira imperial auri-verde tremulando ao
vento. Depois da criação dos órgãos acima citados, depois
de ser dado desenvolvimento e trabalho aos nossos esta-
leiros, é que começou a surgir a Armada ^
Brasileira, que
desempenharia mais tarde importante missão na defesa cia
Independência e dos destinos do Brasil. As medidas cori-
cretas em favor do nosso Arsenal de Marinha começa-
ram pelo alargamento de sua área na Praia de S. Bento,
o mesmo Arsenal que dera, em 1767, a Náo S. be-
bastião.
Para alcançar a área ocupada o governo mandou
desapropriar 8 casas particulares, pertencentes ao nego-
ONDE, DEPOIS DE PRONTAS, AS PEÇAS RECEBEM OS ÚLTIMOS
RETOQUES
cad
Ml¦
32 O OBSERVADOR — iy> I
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II
fllV^ J^Hkt- ' iW» >
Iis .IIPgjI .. J
O OBSERVADOR
(< Querendo dar uma autêntica demonstração do /- r-
ticular apreço, que Faço do Meu Muito Amado e Presoâo
Sobrinho o Infante D. Pedro Carlos, pela indelével af ;,
ção e exemplar acatamento| </w<? Jm constantemente nu s-
tramo à Minha Real Pessoa; e tendo outrossim presc v
os seus naturais talentos, aplicação e conhecimentos: Hei
por bem e Me Praz de o Nomear Ahmrante General da
Marinha, e de criar este Posto, privativa e mi^amente
pelo declarado motivo, e ocasião, sem que possa jamaiJ
servir de acesso a qualquer pessoa, sejam quais forem os
seus serviços; ao qual Posto Eu Sou Servido unir ti '
?
a Jurisdição e Autoridade ate agora atribui d as aos Ca ri-
tães Generais dos Galiões da Armada Real de Alto Bar-
do do Mar Oceano, e aos Inspetores da Marinha, de ma-
neira que além da Jurisdição Militar em toda esta Re par
Iição, tenha também uma inteira inspeção e mando nos
Arsenais Reais da Marinha, e seus pertcnccs já estabelc-
cidos, ou que houverem de estabelecer-se para o futuro em
todo o continente do Brasil, Ilhas adjacentes, e Domínios
ultramarinos; nos cortes, e conduções de madeiras, assim
para as construções navais como para outros quaisquerusos da Marinha Real; e finalmente em tudo quanto forconcernente, e possa concorrer para o melhor desempenho
das sobremencionadas incumbências: Determinando igual-
mente, que deverá exercer este Posto junto à Minha Real
SAO FEITAS TODAS AS
No novo Arsenal
ciante sargento-mór Tomás Gonçalves. Iniciou-se uma
intensa fase de trabalho, tão intensa que precisavam os
operários trabalhar nos domingos e dias santificados. E
então o bispo do Rio de Janeiro baixou a seguinte dis-
pensa:
0 OHSERVADOR 33 1
o observador
nente da dita Armada Real João Jiistiniano Gomes da
Silva.
Quartel General da Marinha, 3 de Dezembro de
1809 — Infante, Almirante General
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A evolução política do Brasil vai se processando lo-
gicamente, insensível aos entraves que se tentam levar a
efeito. Não são desconhecidos dos brasileiros todos os ía-
tos marcantes do desenvolvimento do País e do proces-
sus que assinalou sua posição rio círculo das demais na-
cões. Somos de opinião que, com ou sem D. Pedro I, a
Independência do Brasil se faria porque já existia em
terras brasileiras um Exército nacional, em águas brasilei-
ras uma Esquadra brasileira, e no Povo uma conciência
nacionalista. O príncipe não foi mais do que um leader
hábil e inteligente que interpretou os sentimentos da co-
letividade e procurou permanecer 110 governo, extendendo
a influência da Família Real Portuguesa a nação jovem
que se inquietava com a lortnação da sua personalidade.
Declarada 8 emancipação política do Brasil, foi, por
decreto de 28 de Outubro de 1822, nomeado ministro da
Marinha o capitão de Mar e Guerra Luís da Cunha M°-
reiraj conforme ainda nos informa o comandante Dídio
QUE NECESSITA A NOSSA ESQUADRA
. . . PEÇAS E UTENSÍLIOS DE . . .
Pessoa; e imediatamente, sem interporão de outra qual-
quer autoridade.
O Conselho Supremo Militar o lenha assim entendi-
do. e mande passar os despachos necessários.
Palácio do Rio de Janeiro, 13 de -Maio de 1808."
Nomeado e empossado o Almirante Geneial da Ma
rinhaj organizou êle a lua Secretaria, e dirigiu ao Mims-
tro da Marinha o seguinte ofício:
¦¦Conde de Anádia, Amigo. — Em observância das
Ordens Soberanas do Príncipe Regente meu muito amado
rezado Senhor e Tio, mandar eis lavrar o Diploma p)c-
para que o Vice-Iutendente da Real Marinha ton-
'•]iple como embarcados o Oficial Maior e Oficiais ca
ecretária de meu, Quartcl-Gcncral desde o tempo que
principiarani a ter exercício na dita Secretaria, com a
quantia mensal de nove mil c seiscentos reis para quaitci
a cada um delesI c. fazendo-se a conta à ração e c liados.
c >'<-ição para os ditos, que deveria competir-lhe se cmbai-
cados estivessem: vem a ser o nome dos mencionados Ofi-
ciais, Oficial Maior o Tenente Coronel agregado ao Es-
tado Maior da Brigada Real da Marinha José Corrêa Pi-
canço, os Primeiros Tenentes da f irmada Real Rodrigo
Martins da LuZj e José Maria de Abreu, e o Segundo Tc-
psok
S
¦boio;
da tomada dos transportes tropa destinada N. H
I . a continuar a guerra nas Provincias do Maranhao e Para; '
rSs. rlM
da chegada desta Nao ao Maranhao; da entrega das for-
gas navais e militares; de ter deitado abaixo o g over no ''*>'1
portugues em ambus as provincias; da liber tag do dos pa- ¦ ¦¦'¦
JiJ ; t riot as brasileiros que estavam presos pelas autoridades I
portuguesas, da declaragdo da Independencia pelas Provin- ^'iSSk
|; cias libertadas, da uniao delas ao Imperio do Brasil, da ^ ',
f '*} *
V*<* *
l| eleigao de governos temporaries, do embarque e satda de SPJP®- ¦•-1™ ^
jj tropa portuguesa para a Europa e do entusiasmo com que um navio mineiro construido no Brasil, equipado com ¦
|j o povo, aliviado do terror da opressao, aceitdra e procla- muni|ao nacional I
|jl mar a em toda parte Vossa Majestade Imperial, Impera- I
i dor Constitucional do Brasil. 0 , , . , , • x . A %* to- ¦¦I rr, r , ., , , . , Sctcmbro, e aqiu me aclio Jioie cm frente a bar)a do Kio U1: 1 endo feito todos os arranjos que me pareceram pre- , T %¦ , 7 . nt. ¦•If J* ? ;• y t o« jl *7" r> j r 7- '-»/£ ; ^ Janeiro, certo de que sc acham expitlsos todos os mam- ¦
I cisos, larguei daquele Porto na Nao Pedro I no dm 20 de , r J . ^ •1 , D ;, //; », cj ¦|li.n mi
1 gos da Independencia do Brasil, c que a autondade de .Y/ttj ¦
Majestade o Imperador felizmcutc se estende sent eminim- ¦
ifflp" 0 "Greenhal.g"
ainda no estaleiro go ate os ultimos mmites do Imperio. I
Itj ^
Deiis guard^e^ a I
Brasil tiveram de enfrentar para con- I
solidar a Independencia do Pais, ||- I(as que apresentaram ao mundo
' I
quota expressiva de batallradore || Imais corajosos, cujos nomes sal I
da hoje lembrados com vibraqao. I
Depois de concretizadas as P1*'"1" I
do norte, o Brasil nao entrou em ><1>C I
Seguiram-se outras lutas con^ pair's I
vizinhos. Certas incompreensoes i'as-
te entefidimento diplomatico provoga-
ram serios conflitos que obrigaram <>
Brasil a por a prova mais uma vez o
espirito combativo da sua gente.
J
O OBSERVADOR — LVI
Costa. E' claro que a Independência trouxe várias agita-
çoes e a Marinha desempenhou papel importante. 5 de
Dezembro de 1822, e>achando D. Pedro que conviuha dai
à Marinha aquele impulso que as circunstâncias permiti-
rem, para que., chegue em o mais breve tempo possível ao
estado respeitável em que deve um dia ficar e conservai-
se, para segurança e defesa da extensão das costas do mes-
mo Impériomandou criar uma Comissão, especialmen-
te composta para tratar de todos os negócios relativos à
Marinha. Logo tomadas essas providências de carater po-
li tico, propriamente, foram Iniciadas outras de ordem pia-
tica e militar e delas surgiu a Esquadra, que se dirigiu para
o norte do Brasil, sob o comando do 1.° almirante Lord
Cochrane, que valiosos serviços prestou à causa da Inde-
pendência. Os resultados dessa expedição, Cochrane os
oferece na carta seguinte, dirigida ao Imperador:
f(Majestade: As cartas que tive a honra de dirigir a
V. M. pelos vários navios despachados do Maranhão já
terão informado a V. M. que seguimos a força naval do
inimigo para além da Linha; do desbarato do seu com-
bôio; da tomada dos seus transportes com tropa destinada
a continuar a guerra nas Províncias do Maranhão e Pará;
da chegada desta Náo ao Maranhão; da entrega das for-
gas navais e militares; de ter deitado abaixo o governo
português em ambas as províncias; da libertação dos pa-
triótas brasileiros que estavam presos pelas autoridades
portuguesas, da declaração da Independência pelas Prgvín-
cias libertadas, da união delas ao Império do Brasil, da
eleição de governos temporários, do embarque e saída de
tropa portuguesa para a Europa e do, entusiasmo com queo povo, aliviado do terror da opressão, aceitára e procla-mar a em toda parte Vossa Majestade Imperial, Impera-
dor Constitucional do Brasil.
Tendo jeito todos os arranjos que me pareceram pre-cisos, larguei daquele Porto na Náo Pedro I no dia 20 de
O ''Greenhal.g"
ainda no estaleiro
Um navio mineiro construído no Brasil, equipado com
MUNIÇÃO NACIONAL
Setembro, e aqui me acho hoje cm frente à Barra do Rio
de Janeiro, certo de que se acham expulsos todos os innni-
gos da Independcncia do Brasil, e que a autoridade de 6 /í|
Majestade o Imperador felizmente se estende sem embara-
ço até os últimos limites do Império.
Deus guarde a Vossa Majestade —¦
Bordo da Náo Pedro I, na Barra do
Rio de Janeiro, cm 9 de Novembro
di1 1823 — Cochrane
Êsse relato de Cochrane é bem o re-
flexo das lutas que os marinheira do
Brasil tiveram de enfrentar para con-
solidar a Independência do País.
(as que apresentaram ao mundo ' 1
quota expressiva de batalhadon.
mais corajosos, cujos nomes são i-
da hoje lembrados com vibraçao.
OUTRAS LUTAS
Depois de concretizadas as pi*'1,
dências da pacificação das Provim
do norte, o Brasil não entrou em
de calma e serenidade construi '•
Seguiram-se outras lutas com pa ^
vizinhos. Certas incompreensões i:--
cidas talvez por falta de um inteligen-
te entendimento diplomático prjvoca-
ram sérios conflitos que obrigaram o
Brasil a por à prova mais uma vez o
espírito combativo da sua gente.
¦
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1 iH '. ?:.yf$h^: -#ci'''- ; 5' "¦; -:•'¦¦ :>'' ' ;.. '. ¦ . . ¦¦'""¦¦.:!• .-¦'. ;' ¦¦•'. -;~]¦£ "/;¦ ;-V^nv::-: v?^"-1!.^1-^"./'^^
-v.'' ' -V . MI
ervador
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tí* . ,'¦9k
: Sl .!
JÀ NO DIQUE, RECgBENDO AS INSTALAÇÕES
FINAIS0
"MIrcílio Dias
Prontos tara a excursão ao Ceará
1ÍÍMÇ
I!
O OBSERVE
ob
Outros feitos heroicos e inumeros outros marinhei- No governo Campos Sales, um Ministi
ros, como Barroso, poderiam ser citados aqui. Mas o Almirante Julio Cesai de Noionia, tia^ou
| nosso piano de trabalho nesta primeira reportagem de mogeneo para a refoima^das foi^as navais d
uma serie, que agora iniciamos, e tratjar uma visao de con- tendia ele, com uma visao objetiva da^ situa
junto do desenvolvimento da Marinha Brasileira e nao a construQao de: 3 encouia^ados de ceica c
dos seus sucessos. A historia da Marinha que estamos ladas, 3 cruzadores encoui aQados de cei ca c
I tentando esboqar tenciona deixar aos brasileiros, em rapi- ladas, 6 contra-torpedeiros de 400 toneladc
|h|| das linhas, como surgiu a nossa Armada, de que se cons- ros de 50 toneladas, 3 submeisiveis e um lie
tituia, o que realizou, o que e realmente hoje e o que sera N0 piano do Ministro Julio de Noronha ei
amanha. a construQao de um Ai senal completo, coi
| !j tJLTIMOS ANOS forma um dos biografos do ilustre militar.
" O primeiro navio que se denominou — navio de a0 Almirante Julio Cesar de Noronha" -
I|i
querra brasileiro — como adiante se vera, wxidtt metis ei ct Mar e Guerra Afonso I . dc Caniai go ]
5 do que um navio de guerra portugues, com a bandeira im- Infelizmente. o piano do Ministro na
j perial auri-verde igada no Penol da carangueja: a sua oft- mente levado a efeito e a Marinha Brasile
1 cialidade, a sua guarnigdo, os usos e costumes de bordo, a (|espertar as criticas daqueles que compr
tudo tinha vindo de Portugal, tudo era portugues. cessidade de uma defesa naval solida, daqu<
O navio de guerra brasileiro, propriamente dito, apa- vavam as yitorias dos povos maritimos be
receu depois que se criaram novos oficiais, e os costumes daqueles que compreendiam que o prestigic
e usos de bordo se modificaram on reformaram. pende muito tambem da organizaqao de si
O mesmo que se dei com o navio de guerra, deu-se Querra#
com todos os Estabelecimentos, Repartigocs, Lets\ Regit
; i , 7 • „,;'m mn Webnhirnn da Neni podena ser de outro modo. Nclamentos e Ordens, que ho ie viqoi am na Kepat tigao aa"' '
7 , i j j
|> 7 . a nossa civ,Tlizacao comeQou pelo litoral, peMarinha: tudo veto da autoridade pot tug tie sa, e so aepois r
j .r. tnfr Pc+nhpTprmMn<; to bem, atraves do nosso mapa geograficomm cue se modihcaram ou reformat am tais hstaoetecimenios, ^ \ .
1 Lets e RegulamentosI e que apareceu a Repar tigao da Ma- Jlas "°.ssas r.e^loe.s geo-economicas, como
1 rinha Brasileira, ProPriamente dM" (Apontamentos para brasileira veio beirando a praia, como se p
a historia da Marinha Brasileira - pag. 10 - Teotonio como o mar, mais de uma vez, teve a sua
f Meireles da Silva). Slva lia forfaqao
de um pais. Desde a si
A Marinha Brasileira, da sua fase de esplendor, dei- fp toi consequencia das mvestidas de um;
xou-se ficar numa situaqao como que de indiferentismo. da #<¦ ate a sua colqmzgqao, o
Parece que impressionados com a propria gloria, que era jado pek brisa marinha e o seu progresso
verdadeiramente extraordinaria, os seus lideres se quedaf colaboia^ao do mai. As vezes, piejuizos
4 j| ram nessa posi^ao comoda de contemplaqao das yitorias sempre yitorias admiraveis. Mesmo aquile
alcancadas. A Esquadra Brasileira nao demonstrava v'i- r'a considerar uma derrota, como a ocupaq
|| I braqao, atividade, movimento, contrastando com as nos- outra potencia maritima da epoca, nao
J j|—^ sas necessidades de povo maritimo. A nossa costa Imensa, derrota na acep^ao pura do termo. Coloca
a precisar de uma Marinha treinada e eficiente, era guar- tao imparcialmente, vamos encontrar bene I
necida por alguns velhos encouraqados, que so desperta- ve^s dos eolonizadores flamengos. !^les
II vam entusiasmo civico porque relembravam a bravura dos povo em forma^ao certo entusiasmo pelas i
-|| ; seus avos. largas. Arrancou o nordeste da rotina eir
J com a monocultura aqucareira para traqar
III trabalho.
Nassau, no
dominio como foi um
a nossa a c
ondas,
posiqaO do Brasil, como Naqa
endendo significa^ao Go
ill
com o
teve
assitimos aquele esquecimento desconcertai-II%f
ml :' ¦!P* Hs;.¦ :¦ , ;¦; .; ¦ - !"¦¦: \
O OBSERVADOR — m
No governo Campos Sales, um Ministro da Marinha
o Almirante Júlio César de Noronha, traçou um plano ho-
mogêneo para a reforma das forças navais do Brasil. p|L
tendia ele, com uma visão objetiva da situação do Brasil,
a construção de: 3 jencouraçados
de cerca de 3.000 tone'
ladas, 3 cruzadores encouraçados de cerca de 9.700 tone-
ladas, 6 contra-torpedeiros de 400 toneladas, 6 torpe,lei-
ros de 50 toneladas, 3 submersíveis e um navio carvoeirS
No plano do Ministro Júlio de Noronha entrava também
a construção de um Arsenal completo, conforme nos j-
forma um dos biógrafos do ilustre militar. ("lAmenagem
ao Almirante Júlio César de Noronha" — Capitão de
Mar e Guerra Afonso P| de Camargo — pag. 35).
Infelizmente, o plano do Ministro não foi integral-
mente levado a efeito e a Marinha Brasileira continuava
a despertar as críticas daqueles que compreendiam a ne-
cessidade de uma defesa naval sólida, daqueles que obser-
vivam as vitórias dos povos marítimos bem fortificados,
daqueles que compreendiam que o prestígio do Brasil de-
pende muito também da organização de sua Marinha d|
Guerra.
Nem poderia ser de outro modo. Nós vemos como
a nossa civilização começou pelo litoral, percebemos mui-
to bem, através do nosso mapa geográfico e pelo estudo
das nossas regiões geo-econômicas, como a civilização
brasileira veio beirando a praia, como se poderia dizer, e
como o mar, mais de uma vez, teve a sua influência deci-
siva na formação de um país. Desde a sua descoberta,
que foi conseqüência das investidas de uma potência ma-
rítima da época, até a sua colonização, o Brasil foi are-
jado pela brisa marinha e o seu progresso teve sempre a
colaboração do mar. Às vezes, prejuízos grandes, mas
sempre vitórias admiráveis. Mesmo aquilo que se pode-
ria considerar uma derrota, como a ocupação pela Holan-
da, outra potência marítima da época, não constituiu uma
derrota na acepção pura do termo. Colocando-se a ques-tão imparcialmente, vamos encontrar benefícios incalcnlá-
veis dos colonizadores flamengos. Êles inoeularam no
povo em formação certo entusiasmo pelas realizações mais
largas. Arrancou o nordeste da rotina em que ia caindo
com a monocultura açucareira para traçar novos planosde trabalho. Nassau, colocado no seu tempo, com a liber-
dade de domíniò como havia, foi um anjo diante dos ;iisur-
padores do século NX. De qualquer modo foi mais ;;m
benefício que o mar nos trouxe: a ocupação holandeza.
E sendo assim, vivendo, como nós vivemos, na be va
da praia, com toda a nossa civilização a ouvir o baru !
das ondas, não seria justo que andassemos a perder t -
po com discussões acadêmicas em torno de um Brobl<
vital para a posição do Brasil, como Nação. Foi com
endendo essa significação que o atual Govêrno brasil'
procurou, de par com outras medidas enérgicas em 1;
do desenvolvimento harmônico das forças nacionais, k
a efeito um programa de remodelação de nossa Arma :i
para que o País tenha uma base militar sólida. Paradox
por exemplo, como aqueles fortes da Baía ficaram ai
donados, constituindo apenas lembranças de uma civili.
ção que se foi, fazendo lembrar apenas o brilho das i<
ças nacionais em surgimento contra a invasão holahdí oi
que tentou apossar-se da envolvente terra baiana. Ade Todos os Santos e de Todos os Pecados, como di. <'
um escritor, que recebe o viajante com o melhor dos sot
lisos, o mais franco dos sorrisos, teve que expelir grossa-camadas de fogo para repelir o estrangeiro invasor. H<>je
• assitimos àquele esquecimento desconcertante e àquele de-
Outros feitos heróicos e inúmeros outros marinhei-
ros, como Barroso, poderiam ser citados aqui. Mas o
nosso plano de trabalho nesta primeira reportagem de
uma série, que agora iniciamos, é traçar uma visão de con-
junto do desenvolvimento da Marinha Brasileira e não
dos seus sucessos. A história da Marinha que estamos
tentando esboçar tenciona deixar aos brasileiros, em rápi-
das linhas, como surgiu a nossa Armada, de que se cons-
tituia, o que realizou, o que é realmente hoje e o que será
amanhã.
ÚLTIMOS ANOS _<c
O primeiro navio que se denominou navio de
guerra brasileiro — como adiante se vera, nada mais et a
do que um navio de guerra português, com a bandeira im-
perial auri-verde içada no Penol da carangueja: a sua ofi-
cialidade, a. sua guarnição, os usos e costumes de bordo,
tudo tinha vindo de Portugal, tudo era português.
O navio de guerra brasileiro, propriamente dito, apa-
receu depois que se criaram novos oficiais, e os costumes
e usos de bordo se modificaram ou reformaram.
O mesmo que se deu com o navio de guerra, deu-se
com todos os Estabelecimentos} Repartições, Leis, Regu
lamentos e Ordens, que hoje vigoram na Re pai tição da
Marinha: tudo veto da autoridade portuguesa, e so depois
que se modificaram ou reformaram tais Estabelecimentos,
Leis e Regulamentos, é que apareceu a Repartição da Ma-
rinha Brasileira, propriamente dita." (Apontamentos para
a história da Marinha Brasileira — pag. 10 — Teotônio
Meireles da Silva).
A Marinha Brasileira, da sua fase de esplendor, dei-
xou-se ficar numa situação como que de indiferentismo.
Parece que impressionados com a própria glória, que era
verdadeiramente extraordinária, os seus líderes se queda-
ram nessa posição cômoda de contemplação das vitórias
alcançadas. A Esquadra Brasileira não demonstrava vi-
bração, atividade, movimento, contrastando com as nos-
sas necessidades de povo marítimo. A nossa costa imensa,
a precisar de uma Marinha treinada e eficiente, era güar-necida por alguns velhos encouraçados, que só desperta-
vam entusiasmo cívico porque relembravam a bravura dos
seus avós.
CORREIO AEREO BRASIL-EUROPA
da 18 horasá
Av. RIO BRANCO, 104
A agonciaaçoitacorrespondênciatodas as
QUINTAS-FEIRAS
presença aosamigos e interessesdistantes,escrevendo
Façanotar o sentidoda sua
Ii
I' wT ' ^T~ .|'
J^EIXE que
^ seus filhos comam Bananada H
Do mesmo typo, existem ou- e uma das maravilhas ^ j
;tra? variedades de deliciosos I
que^a Fabrica Peixe pro-
v ll
BANANADA if GOIABADA I - U Q dar.
A sobremesa e para I
MAKMELADA if PECEGADA 3 mere^a das ^ 1
I ^
^Bananada
«V|yt
^ ptlAL
X_
I
FABRIC VNTES: CARLOS DE BIUTTO * CIA. - RECIFE - PERNAMBUCO I
de Bananada
marca PEIXE!
Do mesmo typo, existem ou-
trás variedades de deliciosos
dcc:s em pacote Marca Peixe!
BANANADA ir GOIABADA
MARMELADA if PECEGADA
FABRICANTES, CARLOS DE BRITTO * CIA. - RECIFE - PERNAMBUCO
" ~
|
I .38 '
talhe incrivel de unicl costa extensissuna, reclamando segu-
ran^a.
Felizmente, porem, entra lias cogita^oes e no piogia-
ma de realiza^oes do atual Governo o reerguimento da
Marinha do Brasil. E entao vamos vendo surgirem as
novas unidades que colaborarao para a defesa da nossa
integridade como povo e como na^ao. Atualmente exis¬
tent no Brasil as seguintes unidades que compoem a Ma¬
rinha Brasileira: encouragados: Minas Gerais e Sao Pau¬
lo ; cruzadores: Baia e Rio Grande do Sul; contra-torpc-
deiros : Piaui, Rio Grande do Norte, Paraiba, Alagoas,
Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso, Maranhao; subtna-
!| rinos: Humaita, Tupi, Tamoio, Timbira; tenders: Ceaia,Belmonte;
monitores: Parnaiba, Pernambuco, Paraguas-
su; mineiro: Maria do Couto, Sales de Carvalho, Rio
[ Pardo, Carioca, Cananeia, Cabedelo, Caravelas, Camo-
cim; avisos: Amapa, Oiapoc, Voluntario da Patria, Mario
Alves; escola: Almirante Saldanha; hidrogrdficos: Jace-
guai, Rio Branco, Lahmeyer; mixiliares: Vital de Olivei-
ra, Jose Bonifacio ; tahque: Marajo; dique flutuante:
Afonso Pena; Hiate Presidential: Tenente Rosa; sem in-
cluir aqui rebocadores, barcas dagua, etc.
Alem desses, foi comprado mais o tanque-Potengi
para a flotilha de Mato Grosso. Acha-se em construqao no
novo Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras os contra¬
ry torpedeiros: Maris e Barros, Greenhalgh e Marcilio Dias,
I; tendo este ultimo si do langado ao mar ha pouco tempo.
Na Inglaterra: os contra-torpedeiros: Jutai, Javari, Japu-ra, Jurua, Juruema e Jaguaribe.
jj Sao barcos modernos, construidos, e, reconstruidos
outros, sob a tecnica mais moderna, send© em alguns em- ,
|, pregado material absolutamente brasileiro, o que aumen-r'| ta a nossa vitoria e lhe empresta mais significa<;ao.
ISHi
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Rio de Janeiro --- Sao Paula
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0 OBSERVADOR - /.ri
talhe incrível de uma costa extensissima, reclamando segu
rança.
Felizmente, porém, entra nas cogitações e no piogia-
ma de realizações do atual Governo o reerguimento da
Marinha do Brasil. E então vamos vendo surgirem as
novas unidades que colaborarão para a defesa da nossa
integridade como povo e como nação. Atualmente exis-
tem no Brasil as seguintes unidades que compõem a Ma-
rinha Brasileira: encouraçados: Minas Gerais e São Pau-
lo; cruzadores: Baía e Rio Grande do Sul; contra-torpc-
deivos; Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas,
Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso, Maranhão; súbiua-
rinos: Humaitá, Tupi, Tamoio, Timbira; tenders: Ceaiá,
Belmonte; monitores: Parnaíba, Pernambuco, Paraguas-
sú; mineiro: Maria do Couto, Sales de Carvalho, Rio
Pardo, Carioca, Cananéia, Cabedelo, Caravelas, Camo-
cim; avisos: Amapá, Oiapoc, Voluntário da Pátria, Mário
Alves; escola: Almirante Saldanha; hidrográficos: Jace-
guái, Rio Branco, Lahmeyer; auxiliar es: Vital de Olivei-
ra, José Bonifácio; tanque: Marajó; dique flutuante:
Afonso Pena; Hiate Presidencial: Tenente Rosa; sem in-
cluir aqui rebocadores, barcas dágua, etc.
Além desses, foi comprado mais o tanque-Potengí
para a flotilha de Mato Grosso. Acha-se em construção no
novo Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras os contra-
torpedeiros: Maris e Barros, Greenhalgh e Marcílio Dias,
tendo este último sido lançado ao mar há pouco tempo.
Na Inglaterra: os contra-torpedeiros: Jutaí, Javarí, Japu-rá, Juruá, Juruema e Jaguaribe.
São barcos modernos, construídos, e, reconstruídos
outros, sob a técnica mais moderna, sendo em alguns em-
pregado material absolutamente brasileiro, o que aumen-
ta a nossa vitória e lhe empresta mais significação.
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Rio de Janeiro - São Paulo - Santos I Recife
A ORGANIZAÇÃO ATIJAL DA MARINHA
Obedecendo a métodos racionais, a organização da
Marinha não foge ao interesse de sistematização ;lie
existe em todo o mundo. Afastando-se das normas roti-
rieiras que caracterizaram, durante muito tempo, vários
setores da administração brasileira, a Marinha reencon-
tra também o seu ritmo moderno de trabalho. De uma
magnífica síntese organizada pelo Tte. prof. Carlos Gar-
rido podemos deduzir muito bem o que constitue hoje a
organização, já em vigor, da administração naval, todos
os órgãos entrosados e seguindo com emoção a trajeto-
ria de ressurgimento do País.
Da sua organização constam os seguintes ©tabele-
cimentos principais, que irradiam suas normas de Iniba-
Jho e executam por sua vez: Ministério da Marinha, Novo
Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras, Antigo Arsenal
de Marinha do Rio de Janeiro, Escola de Guerra Naval,
Escola de Aviação Naval, Escola Almirante Wandelkok,
Escola de Educação Física, Escola Técnica Profissional
do Arsenal de Marinha, Base de Aviação Naval (Ilha do
Governador), Oficinas de Aviação Naval (idern), Depó-
sito da Aviação Naval (idem), Oficinas da Diretoria de
Armamento (Niterói), Oficinas de Precisão da D. de Na-
vegação (Ilha Fiscal), Estação Central Rádio Telegráfi-
ca da Marinha, Laboratório e Depósito de Material Rádio
Telegráfico, Serviço Meteorológico da Marinha (Ilha do
Rijo), Depósito Naval do Rio de Janeiro (Ilhas das Co-
bras), Depósito de Material Bélico (ilha do Boqueirão),
Quartel Central do Corpo de Fuzileiros Navais, Quartel
do Corpo do Pessoal Subalterno da Armada, Hospital
Central da Marinha, Pronto Socorro Naval, Instituto de
Biologia, Enfermaria Auxiliar de Copacabana, Odontoeli-
nica Central da Marinha, Laboratório Farmacêutico e De-
pósito do Material Sanitário da Marinha, Imprensa Naval.
Auditório da Marinha, Bibliotéca da Marinha, Arquivo
da Marinha, Gabinete de Identificação da Marinha, Sede
do Correio Naval para o Sul da República. Em seguida
veem as Capitanias dos Portos em todos os Estados bra-
sileiros onde se fazem necessárias.
Com esses departamentos administrativos e técnicos a
situação da Marinha pouco a pouco se modifica para me
lhor, apresentando sintomas sensíveis de progresso, |omas sucessivas .construções que se concluem e se iniciam
Não queremos dizer que tudo esteja resolvido. Mui.
existe ainda por fazer. Em discurso pronunciado na cei
mônia de batimento da quilha do monitor Parnaíba, e
1936, disse o sr. Ministro da Marinha: "O
problemaconstrução naval do País sempre foi entre nós, com to
fundamento, um problema absorvente, por isso que num
foi possível obter, como convinha, ao imperativo da n<
sa emancipação industrial nesse sentido. Aproveitam!
por necessidade, a produção estrangeira, como, aliás, ta
tos outros países, tem sido preocupação constante dos eh
rigentes do Brasil realizar no País o cometimento de sua
emancipação nesse particular. Estando sempre 0¦ proble ¦
ma, entretanto, no primeiro plano, ainda não conseguimo
resolvê-lo, em virtude de causas complexas e conhecidas.
Hoje, porém, quatro anos depois, as declarações d
sr. Ministro da Marinha já refletem sentimentos divei
sos. Êle sente como todos os outros brasileiros a rèniocle
lação crescente das nossas forças navais. E isto não deixa
de ser uma demonstração de alta compreensão dos problemas do Brasil, ligados — intimamente ligados — a sua se-
gurança nacional.
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Problemas Ferroviários '
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Unidos da América do Norte, em um período gifí-•i
da -ida do grande país, período cheio de impecilhos e
C1 •
lentas de toda ordem, naturais numa época em que se
Amassavam os elementos necessários à construção de
o-nmde povo, persistiram na política de desenvolvi-
mrnto sistemático de uma rede ferroviária de grandes pro-
nnreões para atender às necessidades de um largo tem-
revelaram uma clarividência incomum. demonstrada'osteriormente
pelos resultados obtidos. A construção
ininterrupta de vias férreas, afiontando todas as dificul-
dades consumindo dinheiro, energias e, mesmo, vidas, sa-
nificadas ora à insalubridade de regiões ainda selvagens,
n Ms ataques dos índios, ora à crueldade dos bandidos,
constituiu verdadeira epopéia, ainda hoje utilizada como
motivo de obras literárias e de romances cinematográficos,
que o celulóide leva ao conhecimento das platéias de cine-
ma de todo o mundo. Êsse esforço não foi baldado. À
margem dos trilhos iam nascendo as povoações, o traba-
lho se organizava, o comércio encontrava novas e inexplo-
radas possibilidades. A ligação do Atlântico ao Pacífi-
co, através dos trilhos transcontinentais, levou a mensa-
geji de progresso de Nova York a S. Francisco da Ca-
lifórnia, eliminando praticamente a distância que separa-
va os dois oceanos. E essa mensagem se multiplicou em
todas as direções, desbravando matas, povoando desertos,
saneando zonas inóspitas, criando a aproximação entre
os homens, permitindo a formação de uma mentalidade di-
riglda num sentido único. A manutenção dessa política foi
seguida sem interrupções e, em fins do século XIX va-
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40O OBSERVADOR lA
mos encontrar os Estados Unidos da América a frente de
todas as outras nações do mundo, no que se refere "ao
nu-
mero de quilômetros de estradas de ferro, possuindo . . ,
296.986 quilômetros, quando a Inglaterra possuia 34.486;
a Rússia, 41.704; a Alemanha, 45.638; a França, 34.524,
e o Brasil, com um território mais ou menos igual ao dos
Estados Unidos e uma diferença de descobrimento de ape-
nas oito anos, possuia somente 14.609 quilômetros de
trilhos dentro de suas fronteiras. E' que apenas 35 anos
antes, isto é, em 1854, se inauguraram no Brasil os pri-
meiros 14 e meio quilômetros de estrada de ferro, com o
percurso de 23 minutos, feito em 30 de Abril pela histó-
rica BARONEZA. Apesar de tardia, essa iniciativa pro-
vinda do dinamismo construtor de Irineu Evangelista de
Souza, depois Barão de Mauá, aparecia ainda prematuraaos olhos da maioria dos elementos responsáveis pelaeconomia nacional. Diz Alberto de Faria, no seu livro"Mauá",
página 163: "Nessa
época, o transporte sobre
trilhos não tinha ainda vencido a desconfiança dos capi-
tais e a incredulidade dos espíritos, mesmo em países mais
adiantados. Thiers, o assombroso homem de ação, dissera,
poucos anos antes, que não via necessidade de construir
em França mais de 5 quilômetros por ano e receiava quea linha de Paris a Bruxelas parasse em St. Ouentin porfalta de tráfego. O sábio Arago combatia a idéia, pelos
perigos dos defluxos apanhados à saída dos túneis e pelorisco de efeminar os soldados, poupando-lhes as grandesmarchas! No Brasil, um espírito lúcido, Bernardo Perei-
ra de Vasconcelos, tinha medo de que no segundo dia de
cada mês os trens parassem, por estarem esgotadas as car-
gas no interior. Mauá pensou que era chegado o momen-
to dos caminhos de ferro no Brasil. Não pensou apenas
fez; e fê-lo com o seu dinheiro e o de seus amigos, sem
subvenção, sem garantia de juros, contentando-se com
uma concessão provincial que assegurava o privilegio dezona de cinco léguas por trinta anos."
O exemplo não foi, porém, seguido com a necc sária
presteza. Quatorze anos depois possuia o Brasil a-enas
685 quilômetros de estradas de ferro. Em comparaçã.' conl
o que existia já em outros países, o nosso aspecto era ver-
dadeiramente desolador. Nesse ano de 1868, a Bélgica,
país de território minúsculo, dispunha de quatro vezes esse
total, só o Estado de Nova York sete vezes mais, a In-
glaterra quarenta e três vezes e os Estados Unidos cem
vezes mais trilhos do que o Brasil.
No livro do sr. Vasco de Castro Lima, intitulado:aA
Estrada de Ferro Sul de Minas", vamos encontrar osseguintes elementos, que dão lima idéia da morosidade com
que avançamos, através dos anos seguintes, na constru-
cão de estradas de ferro: "Em
1884 (ano em que foi inau-
gurada a E. de F. Minai e Rio), o total geral das li-ilhas em tráfego no Brasil era de 5.750.650 quilômetros.A lei n.° 3.397, de 24 de Novembro de 1888, que orça-va a receita e despesa do Império, limitou a Rs
30:000$000 o capital por quilômetro, e reduziu os jurosa 6%, para futuras construções; e o decreto n.° 862, de16 de Outubro de 1890, veio consolidar esse dispositivo.
"Em 1889, quando foi proclamada a nossa República,
tínhamos em tráfego 9.973,000 quilômetros de linhasférreas; e a responsabilidade de juros, provincial e JeJtl,era sôbre o capital de 259.093 :471 $601.
QUPDR0 DE DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS DA R.ÍT1.V.
REPRESENT A £00 SERV1CO Iwo QlO oe JANEIRO SAmTPRiO GABinETE DIRETORIAmSECRETARIA
SERVIÇO*JURÍDICOS
DIREÇÃO CERML.
DEPARTRmEnTOnnoncEiRo
DEPARTftmtnTODALinwfl
D£pRRTnmEnToj>ALOComoçRo
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TESOURARIA SERVIÇO DOPESSOAL COnTABILIDADE flJUDAnTL DA
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ESTfltOES DQ DIVI5QQ ESTATES DA O.V.SAO ESTATES QP o.v.soo |
®®LJJIUJUJHiiinnr LINHA 0B A?AO EXECUTIVA OA FINALIDADfc. S 1 B ~~ 1 1 I"• , » AOWNrtTRAcSO t FISCAL,SAfAO e0R AUTORIDADE DIRETA OU «LU.»A
EXECUÇÃO 003 iM-VlÇOS AUX!UflRE':> 'IA
FinAUlOADE
EXECU1A OS SERVIÇComPLEniEnTflRE.da PinOLiO«Ot:
Comenta, dai Uvka.smfxleriayi rodanlf.Ordeno, a. c*ecu(Aí ¦
fínaUda-
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O OBSERVADOR — LVI
Viaduto da Rosada na Serra do Mar
"Já nessa época, o Governo Imperial tentava a mo-
dificação da nossa política ferroviária, para instituir o re-
gime de arrendamento, mas só em 1896 é que foi lealiza-
do esse plano."Nesse
ano de 1896, eram de administração e pro-
priedade do Estado as seguintes estradas: Central do
Brasil, Sobral, Porto Alegre a Urnguaiana, Central de
Pernambuco e São Francisco a Paulo Afonso. As ce-
mais eram de administração privada, com fiscalização do
Governo."A
lei n.l 427, de 9 de Dezembro de 1896, que regu-
lou o resgate do papel moeda, autorizou o Governo a ar-
rendar as estradas de sua propriedade e administiação,
mediante concorrência pública. Êsse foi o primeiro passo
da fase atual da nossa evolução ferroviária. Em 1897 foi
arrendada a E. de Ferro de Sobral; em 1898, a de Porto
Alegre a Uruguaiana e a de Baturité; e, em 1900, a de
Francisco.
O decreto n.° 4.111, de 31 de Julho de 1901, apro-
ou a compra da "Grea!
Western of Brazil Railway .
"Em 1901 foram arrendadas a E. I'. Baía a São
rancisco e Ramal de Timbó; e em 1902, a Central da
Baía e a E. F. Minas-Rio."Dessa
data para cá, o nosso progresso tem-se acen-
tuado mais, embora ainda o seja com relativa morosida-
de. Os nossos estadistas do século atual compreendem
melhor o alcance estupendo e a eficiência redentora do
transporte facilitado."
MINAS GERAIS E O PROBLEMA
FERROVIÁRIO
E' no Estado de Minas Gerais que vamos encontrar,
dentre as 55 estradas de ferro do País, o sistema ferro-
viário de maior extensão quilométrica, com 3.891,219 qui-
lômetros em tráfego. Trata-se da Rede Mineira de Via-
ção, de propriedade da União e servindo a quatro Esta-
dos brasileiros: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Pau~
lo e Goiáz, servindo, além disso, a múltiplos interêsses
econômicos do Distrito Federal, contribuindo, dêsse mo-
do, com uma grande parcela para o engrandecimento do
País. O caso da Rede Mineira de Viação, exibindo um
imenso sistema ferroviário, que não se cinge a servir uma
só região, mas que, ao contrário, extende os seus ser-
viços a cinco dos mais ricos Estados da Federação, não
é comum na história de nossas ferrovias. Um dos fato-
res principais para a obtenção dêsse resultado foi a com-
preensão demonstrada pelo Estado de Minas Gerais,
de que, dos transportes depende diretamente a ascensão
do seu próprio progresso econômico. Embora já milhões
de vezes se tenha insistido em que um dos maiores pro-
blemas nacionais é o problema dos transportes, nunca é
demais repetir que são múltiplas e complexas as causas
dessa enorme carência que nos acorrenta os pés e entra-
va o nosso progresso. O assunto é dos mais vastos e, para
a sua solução necessita-se de muito espírito de coopera-
ção, entendimento sincero e desprendido entre os interes-
sados, sejam êles particulares, sejam poderes públicos re-
gionais. E, neste particular, é de justiça deixar patente
que o Govêrno de Minas Gerais não se tem descuidado
dêsse elemento de progresso, mesmo à custa de hercúleos
sacrifícios e enormes dificuldades, como se patenteia so-
bejamente, através de um estudo da vida da Rede Mi-
neira de Viação. Sera, então, fácil constatar que o gran-
de Estado central, desde 1922, vem procurando solucio-
nar satisfatoriamente o problema do transporte fenoviá-
rio no seu setor. Realmente, nesse ano, arrendou a Rede
de Viação Sul Mineira uma estrada praticamente falida,
num gesto que parecera temerário, se não fosse a visão
atilada de quem previa o futuro. A estrada foi remodela-
da com o maior carinho, dotada de faito material rodan
te, fixo e de tração, reconstruída, enfim, com preocupa-
Wene/o.2.0*0:009*toaooocib
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pm desses esforqos, conseguir-se apresentar tuna das me- I
lhores ferrovias brasileiras, segundo opiniao abalisada deI M^M diversos tecnicos no assunto.
Naquela ocasiao o Estado de Minas enfrentou a pre-H cariedade da vida financeira de uma empresa decadente,
aceitou um contrato bastante oneroso, dispendeu uma so-
II elevadissima, tudo com o fim de torna-la um iristru- 'HiSitt
J Ihor^a
agao posta em pratica, vejamos como se "ponstituiu
|j| ^
_j_^A 1 1\/T |
des ferrovias: a E. F. Oeste de Minas e a E. ^Stride r-Sl IfiB Bp (SgHv Minas.
Cada uma delas, porem, se constituia de outras Iff BHque, depois de serem exploradas separadamente, se unifi-
"
\ '
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%2 HR|
II caram^para^forma-las^ Assim, a E. F. Oeste-de Minas era
j^Mpp|-:- *
W HHK
j| \l racatu que, adquirida pelo Governo Federal em 1031 foi i' MBBfe fiHj
|||| anexada a essa; e a E. F. Sul de Minas se havia cons- J B
j|; tituido das estradas "Minas
e Rio" e "Vipao
Ferrea Sa-
| |[ pucai", administrando ainda as estradas "Trespontana",
I p
"Machadense" e
"S. Gonqalo", construidas pelo Estado ^BS^^^BIlll^fl
j e hoje pertencentes tamhem ao Governo Federal.
1 . ° primeiro trecho da antiga "Oeste
de Minas", cons-truido de Sitio a S. Joao del-Rei, foi aberto trafego em28 de Agosto de 1881. Chama-se "Cia.
Estrada de Ferro Oeste de Minas". Em
|j, construidos trechos: de S. Joao del-Rei
M .•; ^¦¦WMMBECigMkcl ¦:' • ¦
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9Hr<r: " *f-pzT '¦ j
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O OBSERVADORm »™. . « • : •:. ' ' : .''
I ¦'• í^' v' AS ^••§VwʧM§S ba; ramais de Itapecerica e Pitanguí. Em 13 de Ju|hn de
1903 foi a Companhia adquirida pelo Governo Federal,
contando ¦então com 51 estações inauguradas e 939,5 qui-
lômetros em tráfego. Sob a administração federal foram
construídos os demais trechos, sendo que o último, de São
Pedro a Uberaba, foi entregue ao público em 13 de Ho-
vembro de 1936. Em 1931, pela importância de 46.000
contos de réis, o Governo Federal adquiriu a E. de Ferro
Paracatú, antiga Cia. Norte de Minas, e anexou-a à Oes-
te de Minas. Nesse mesmo ano o Estado de Minas arfcn-
dou a "Oeste"
para formar, juntamente com a E. F. Sul
de Minas, a Rede Mineira de Viação.
As três ferrovias que formavam a antiga "Sul
de
Minas" foram inauguradas nas seguintes datas: a "I\li-
nas Rio", em 14 de Junho de 1884; a "Sapucaí",
em
Março de 1891, e a "Muzambinho",
em 1892.
Essas três estradas tiveram vida independente até
1910, quando, depois de encampadas pelo Govêrno Fe-
deral, formaram a Cia. Estradas de Ferro Federais Bra-
sileiras — Rede Sul Mineira. Essa Companhia foi ins-
tituida com o arrendamento da Minas e Rio e Muzam-
binho a Sapucaí.
Quando, em 6 de Abril de 1922, foi arrendada peloEstado de Minas, possuia a estrada 1.142 quilômetros de
extensão. No período da administração estadual, vultosos
capitais foram empregados no aparelhamento da estrada.
Os ramais de Lavras, Delfim Moreira, Três Pontas, Ma-
chado e São Gonçalo de Sapucaí, foram, sucessivamente,
inaugurados. Em 1931, essa estrada e a "Oeste",
quetambém ficou arrendada ao Estado de Minas, formaram
a Rede Mineira de Viação. Quando arrendara a Rede Sul
Mineira de Viação, não encontrara o Estado diante de si
uma tarefa das mais fáceis. Aquela ferrovia, que a custo
se arrastava, principalmente após a Grande Guerra, vlio
a ser a Rede de Viação Sul Mineira, depois Estrada de
Ferro Sul de Minas, que venceu no quadro ferroviário do
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tr0 Estados da lederaqao, tais como:_ Mimas Gerais. «
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Atualmente a Rede Mineira
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274^15 no Estado do Rio" de Janeiro e 24,200 no Estado 1
181,330 quilometros, serve 87 dos 215 municipios minei- |
ros' Seus serviqfs, sob a diregaf e controle geral de um I
diretor, se distribuem por cinco departamentos: Trans- J
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0 OBSERVADOR -
r, - O sul do Estado estava, pois, bem servido de trans-
mas se achava quase isolado do resto do terntó-
P- Xiro pela falta de ligação eficiente e satisfatória.
U°Jn a Estrada de Ferro Oeste de Minas, mas sob o re-
federal sendo, além de tudo, uma estrada altamente
f T-tária
'
Foi quando o Governo Estadual planejou a
f 1,'õn de um sistema com as duas ferrovias, pondo-o.
PTdéoois em prática. Se a formação da Rede não tives-
mzido
'outras vantagens, poderíamos citar a que per-
mitiu a ligação direta de Belo Horizonte com o sul de Mi-
« Aauela vasta e rica região sempre vivera isolada do"est'o
do Estado, principalmente da capital, e a razão d,s-
tn era a falta de comunicações rapidas e duetas. Pro-
blema constantemente agitado e debatido, teve por muitos
anos a sua solução adiada, com graves e sensíveis prejui-
70s para o desenvolvimento da grande unidade central da
Federação. Além do interesse que essa ligação trouxe ao
nrosrresso estadual, foi ela financeiramente proveitosa para
a estrada e veio dar utilidade prática às despesas que o
Govêrno Federal fez com a construção do Ramal de 1 res
Corações a Lavras. , . •
O Govêrno do Estado, ja sendo arrendatano da gs-
trada de Ferro Sul de Minas, assumiu, ao arrendar a Es-
tilda de Ferro Oeste de Minas, o compromisso de cobrir,
com'os recursos do Tesouro estadual, os deficits desta fer-
rovia e, se assim o fez, foi justamente para criar uma rede
de viação férrea única, rede que tivesse unidade de tan-
fas e fosse explorada em conjunto, para corresponder aos
interêsses das zonas que atravessa. Realmente essa fina-
lidade foi alcançada, pois os benefícios advindos a eco-
nomia estadual e ao conforto de pessoas interessadas nc
intercâmbio das zonas em apreço, apesar das dificuldades
acarretadas com a quebra de bitola em Ribeirão Verme-
lho e Divinópolis, foram enormes. O tráfego era feito atra-
vés do percurso de Belo Horizont^Divinopolis-RibfraoVermelho-Três Corações, obrigando a duas baldeações em
Divinópolis e Ribeirão Vermelho, pois entre estas duas ui-
timas estações a bitola é de Om.76. Para ^evitar
os mcon-
venientes de tais baldeações, veio a solução provisona de
se mudar o percurso para Belo Horizonte-DivmopAs-
Garças-Ribeirão Vermelho-Três Corações, sendo a viagem
feita boje exclusivamente pela bitola de lm.OO, com a vol-
ta por Garças. A solução definitiva do problema sera,
entretanto, o alargamento para lm.OO do trecho da bi o a
de Om,76, que vai de Divinópolis a Ribeirão Vermelho.
Essa medida proporcionará maior rapidez ia ligaçao ja
existente, encurtando a distância de 140 quilômetros e so-
lucionando de vez o problema.
Como já frisamos, a Rede Mineira de Viação nao
distribue os benefícios de seus trilhos apenas ao Estado
de Minas Gerais. Vai mais além, estendendo-os a qua-
tro Estados da Federação, tais como: Minas Gerais.
Rio de Taneiro, São Paulo e Goiáz. Vejamos agora, exi-
hindo, sempre que íôr necessário, dados estatísticos, o que
é hoje a Estrada, o que foi feito e o que é necessário fa-
"ier, para poder-se contar, num futuro próximo, com re-
sultados excepcionais.
Atualmente a Rede Sineira de Viação possue 286
estações abertas ao público, tem em tráfego 3.891,219 qui-
lômetros, dos quais 3.592,704 no Estado de Minas Geiais,
274.315 no Estado do Rio de Janeiro e 24,200 110 Estado
de São Paulo. Dispõe de uma extensão eletrificada de
181,330 quilômetros, serve 87 dos 215 municípios minei-
ris.' Seus serviços, sob a direção e controle geral de um
diretor, se distribuem por cinco departamentos: Trans-
mnwusiL
232
I
II portes,
Financeiro, Trafego, Locomoqao e Linha, alem das A linha de Patrocinio a Ouvidor, ja em adiantado pas- Iseguintes repartigoes auxiliares: Gabinete do Diretor, Se- so, e destinada a ligar Goiaz com o porto de Angra los Icretaria da Estrada, Serviqos Juridicos, Serviqo Sanita- Reis. O initio de sua construgao data de 1912, mas, ape- I
no e Representaqao da Estrada no Rio. Ao Departamen- nas decorridos alguns anos de trabalho, ficou paralizada Ito de Transportes cabem os servicos mais importantes da ate a drganizagao da Rede Mineira de Via^ao, em 1931, I
Estrada, pois tem o mesmo a seu cargo a funqao dos trans- quando foram reiniciados os servicos. Iportes e a conserva^ao ordinaria da linha e edificios. Di- E de tal forma teem corrido os trabalhos que, dentro I
I'. ietamente suboidinada a sua chefia existem tres Divisoes de pouco tempo, a velha aspira^ao dos mineiros e goianos, Icom sedes em Belo Horizonte, Lavras, Tres Coracles. de verem o Estado de Goiaz ligado ao Porto de Angra| I
|| Conta com 286 esta^oes, 16 lesidencias e 10 depositos. tornar-se-a uma realidade. Esta liga^ao esta iucluida no I
Ap Departamento Financeiro se subordinam a Contabi- Piano Geral de Via^ao do Brasil e a sua efetiva^ao sera I
I Wadp» Tesouraria, Almoxarifados, Sec^o de Compras. de grande relevancia para a economia do Pais. O trecho IServicos
do Pessoal e Oficinas Graficas. Ao Trafego, de Patrocinio a Ouvidor, que e de 179,130 quilometros, ja IJij Lontadoria,
Estatistica, Ajudancia Comercial e Servigo de tem em trafego, desde 24 de Abril de 1937 93290 quilo- I
|| Redamaqoes.^ A Locomoqao, cinco oficinas e a Linha, metros. A ponta dos trilhos ja atingiu as' barrancas do I
|| SecQao de Tecmca, os Servigos de Construqao e Eletrifi- Rio Paranaiba, quilometro 1.056, nos limites de Minas I
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fflfe Como se ve, apesar de es- Rotunda
de Crwzeirq I¦¦BP tar sob a orientaqao oficial, I
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portes, Financeiro, Tráfego, Locomoçtão e Linha, além das
seguintes repartições auxiliares: Gabinete do Diretor, Se-cretaria da Estrada, Serviços Jurídicos, Serviço Sanitá-
rio e Representação da Estrada no Rio. Ao Departamen-
to de Transportes cabem os serviços mais importantes daEstrada, pois tem o mesmo a seu cargo a função dos trans-
portes e a conservação ordinária da linha e edifícios. Di-retamente subordinada à sua chefia existem três Divisõescom sedes em Belo Horizonte, Lavras, Três Corações.Conta com 286 estações, 16 residências e 10 depósitos.Ao Departamento Financeiro se subordinam a Contabi-lidade, Tesouraria, Almoxarifados, Secção de Compras,Serviços do Pessoal e Oficinas Gráficas. Ao Tráfego, aContadoria, Estatística, Ajudância Comercial e Serviço'deReclamações. À Locomoção, cinco oficinas e à Linha, aSecção de Técnica, os Serviços de Construção e Eletrifi-cação.
Como se vê, apesar de es -
tar sob a orientação oficial,
a organização da Estrada é
inteiramente industrial, o quelhe tem permitido aprovei-
tar, com a máxima eficiên-
cia, as suas diversas possibi-lidades. Conta a Estrada
com 286 locomotivas e 2.262
veículos. Atualmente o va-
lor total dos bens patrimo-niais da Rede é aproxima-
damente o seguinte: própriosn a cionais, 26.806:251$000;
via permanente, 408.381:526$000; ins tala-
ções telegráficas, 5.444:817$;
usinas e oficinas,
14.941$467$; material rodan-
te e de tração, 87.598:920$,
O OBSERVADOR — lvi
e outros valores, 17.853:398$, tudo 110 valor total de ...
261.026:379$000. Mais de meio milhão de contos repré-
senta, portanto, o acervo patrimonial da Estrada. Êsse re-
suítado foi alcançado graças à valorização progressiva, re-
sultante dos melhoramentos ininterruptos introduzido^ n0
decorrer da atual concessão. O lastramento de linhas, por
exemplo, com pedra britada e cascalho, tem merecido es-
pecial cuidado, desde que as estradas que compõem a Reli
Mineira, passaram para o regime de arrendamento ao Es-
tado de Minas. Anteriormente à organização da Rede, a
extensão das linhas com pedra britada e cascalho era de
1.181.565 quilômetros, ao passo que, atualmente, é de
2.601,896 quilômetros, estando assim a Rede com 66,8%
de suas linhas lastradas. O total das linhas lastradas, ano
por ano, é o seguinte: anterior a 1931, 1.181,565 quilo-
metros ; em 1931, 206,307 quilômetros; em 1932, 284,585
quilômetros; em 1933, 300,910 quilômetros; 1934, 151,609
quilômetros; 1935, 131,288 quilômetros; 1936, 82,724 qui-lômetros; 1937, 80.791 quilômetros; 1938, 90,045 quilo-metros; 1939, 92,072 quilômetros, somando 2.601:896 qui-lômetros. Dentro do programa de melhoramentos e am-
pliação de serviços, de 1931 até à presente data, proce-deram-se a inúmeros trabalhos, prosseguindo-se outros jáiniciados. Citemos alguns dêsses trabalhos.
CONSTRUÇÃO DA LINHA PATROCÍNIO-
OUVIDOR
A linha de Patrocínio a Ouvidor, já em adiantado pas-so, é destinada a ligar Goiáz com o pôrto de Angra dosReis. O início de sua construção data de 1912, mas, ape-nas decorridos alguns anos de trabalho, ficou paralizadaaté à organização da Rede Mineira de Viação, em 1931,
quando foram reiniciados os serviços.
E de tal forma teem corrido os trabalhos que, dentrode pouco tempo, a velha aspiração dos mineiros e goianos,de verem o Estado de Goiáz ligado ao Pôrto de Angra,tornar-se-á uma realidade. Esta ligação está incluída noPlano Geral de Viação do Brasil e a sua efetivação seráde grande relevancia para a economia do País. O trechode Patrocínio a Ouvidor, que é de 179,130 quilômetros, játem em tráfego, desde 24 de Abril de 1937, 93,290 quilo-metros. A ponta dos trilhos já atingiu as barrancas doRio Paranaíba, quilômetro 1.056, nos limites de Minas
Rotunda de Críuz.eiro
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Pôrto de Angra dos Reis
com Goiáz onde está sendo construída uma grande pon-
te de concreto armado, cie 160 metros de comprimento, no-
tável obra de engenharia. A estrutura dessa ponte sera
clistituida de dois arcos, em abóbada plena, de 52 me-
tros; sóbre esses dois arcos e sens encontros, passara o
estrado cbeio, apoiando-se sobre pilares pouco distancia-
dos entre si, por meio de longarinas de vãos pequenos.
Dessa ponte à estação de Ouvidor, na E. F. Goiaz, o
percurso é de 23,328 quilômetros.
A TRAÇÃO ELÉTRICA
Em fins do ano passado, a tração elétrica da Red|
Mineira de Viáção completou onze anos de tráfego.
E' sabido que a eletrificação do trecho de 73 quilo-
metros de Barra Mansa a Augusto Pestana, em 1929, ini-
ciou no nosso País aquele melhoramento em linhas de bi
tola de um metro e de tráfego relativamente leduzido.
Podemos dividir os serviços de Eletrificação da Rede em
três etapas: l.a etapa — Barra Mansa a Augusto Pesta-
na (administração federal) — Extensão: 73,025 quilôme-
tros. A Estrada de Ferro Oeste de Minas possuía o tte-
cho eletrificado, concluído em 1928, de Marra Mansa a
Augusto Pestana. A eletrificação dêsse trecho, com a
montagem da Usina de Carlos Euler, instalação das li-
nhas de transmissão, sub-estaçÕes transformadoras, aquisi-
cão de cinco locomotivas elétricas, etc., importou no total
de 7.541:998$958.
2.a etapa — Augusto Pestana a Andradina (admims-
tração estadual) — Extensão: 108,305 quilômetros. Em
1('31, o Estado assumiu a administração da E. F . Oeste
de Minas, com a organização da Rede Mineira de v ia-
cão. Foram realizadas, em 1934, concorrências públicas
para aquisição de materiais para o prosseguimento da ele-
trificação. Em Dezembro de 1936 era inaugurada a tia-
cão elétrica nesse trecho. A eletrificação dessa 2.a etapa
importou em 9.7S8:941$963. inclusive a aquisição de oito
locomotivas elétricas, que custaram 6.208:6p2$l74.
3.a etapa — Barra Mansa a Angra dos Reis (admi-
nistração estadual) — Extensão: 107,917 quilômetros.Presentemente, encontram-se em andamento os trabalhos
para a realização da 3.a etapa e, atualmente, está em tia-
fego a extensão de 181,330 quilômetros de Barra Mansa
a Andradina, alimentada por seis sub-estações transfotma
doras. As três primeiras são
de comutadores e instaladas
em Glicério e Afra, com 500
Kw., e Euler, com 1.000
Kw. de potência em regime
contínuo; as três mais recen-
tes ficam em Rutilo, André-
lândia e Andradina, com 750
Kw. A particularidade des-
tas últimas é que são de reti-
ficadores de mercúrio em
bulbos de vidro, os primeiros
de potência mais elevada ins-
talados na América do Sul.
Todas as sub-estações são
alimentadas pela Usina hi-
dro-elétrica de Euler, cons-
t ruída para atender ao pri-
meiro trecho. E' outro fato
conhecido que a Rede poi
enquanto é a única estrada
eletrificada do País que possue usina própria. A cadi»'
ra aproveitada fica situada sobre o Ribeirão Bananal, aflu-
ente do Rio Preto, com 213 mts. de altura. A usina tem
anualmente três grupos geradores cada um de 800 KV
de capacidade. A transmissão e feita a 33J-0""V/ ®s .
do as linhas em serviço com a extensão de IZô,oò„ qu -
lômetros. , ,
Na alta tensão das sub-estações, a usma suporta a de-
manda de duração igual 011 superior a 10 minutos de 1.0UU
Kw.; a soma das pontas registradas nas sub-estaçoes atu-
almente é de 5.500 Kw., sendo assim de 3,06 o fator de
diversidade. A energia é medida com precisão na alta ten-
são das sub-estações (33.000 V), como, aliás, se verifica
na grande maioria das estradas eletrificadas.
Admitindo-se que fosse conseguido o fator de diversi-
|l —
ivi
AXJA••
I Posto Med'dor kWH••'¦
i jl —
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1932.... 1.870 462:995$ 100 $1651933.... 1.870 466:795$400 $ 156 tj^1MiM^MBMgitiM1i^i-t|M^^ ^.^li^M
459:455$4241935.... 2 470 612:594$324 $163
.. 11 1936.... 3.070 772:656$ 189 $048'|f 1937.... 3 670 935:193$786 $138 ^ — m1938.... 3 670 938:770$317 $135 ^
I
^ ''I
41' Total... 6.922:710$404 $158 /;v ^'::
|| j•1| ';'•*. "-;¦¦* »• i&pi'.Vfy?'*V.. '^5. «f •«*;i'¦¦.;**<¦<<**"¦¦ / i'^-V '¦ ,"uV»-\v •>:,, -' .'i ? •* ;.' I
OFICINAS DE LOCOMOQAO P°NTK Pai,N4™'
I
., J ^ reparaqoes em locomotivas eletricas, 57; carros constru- IPossue o Departamento de Locomoqao as oficinas de 2; carros reconstruidos, 42; reparaqoes de carros, I
Cruzeiro, Divinopolis, Lavras, Sao Joao del-Rei e Barra 996; vagoes construidos, 77; vagoes reconstruidos, 165; I
ill Mansa, encarregadas de construir, reconstruir e reparar reparatives de vag5es, 3.517. I
||j locomotivas, carros e vagoes. Para maior eficiencia des-
I
Jj| ses servi^os foram remodeladas as oficinas de Divinopo- FUNDO DE MELHORAMENTO I
111 lis e Lavras. Tambem a de Barra Mansa foi adaptada I
IPelo
contrato de arrendamento, de 24 de Janeiro de I
1931, entre o Governo Federal e o Governo de Minas Ge- I
rais, para o arrendamento da Estrada de Ferro Oeste de I
Minas e explora^ao tecnica e financeira em comum com I
^^^ ^^ ^
^^^ est ada
¦O OBSERVADOR — W1
dade 1,5, as despesas realizadas nos onze anos seriam as
seguintes:
Custo médio dokWH
437:048$ 130446:683$413450:491$364462:995$ 100466:795$400459:455$424612:594$324772:656$ 189935:193$786938:770$317940.026$957
6.922:710$404
Ponte Parnaíba,
reparações em locomotivas elétricas, 57; carros constru-
dos, 2; carros reconstruidos, 42; reparações de carros,
996; vagões construídos, 77; vagões reconstruidos, 165;
reparações de vagões, 3.517.
OFICINAS DE LOCOMOÇÃO
FUNDO DE MELHORAMENTO
Pelo contrato de arrendamento, de 24 de Janeiro de
1931, entre o Govêrno Federal e o Governo de Minas Ge-
rais, para o arrendamento da Estrada de Ferro Oeste de
Minas e exploração técnica e financeira em comum com a
Estrada de Ferro Paracatú e a Rede de Viação Sul Mi-
neira, sob a denominação da Rede Mineira de Viação, fi-
cou estabelecido, de acordo com a cláusula nona do con-trato, que:
"A taxa de dez por cento (10%) para o fundo
de melhoramentos, prevista no decreto número dezeseismil oitocentos e quarenta e dois, de vinte e quatro de
Março de mil novecentos e vinte e cinco, é incorporada,diretamente, para todos os efeitos, à renda da estrada des--tinada ao fundo de melhoramentos, ficando nesta parte al-terado o referido decreto."
Ora, vejamos qual foi a renda produzida por essataxa, nos anos de administração da estrada pelo Estado deMinas. Os algarismos de receita que encontrámos são osseguintes: saldo em 28 de Fevereiro de 1931, 4.118:273$493; renda em 1931, 2.979:002$500; em 1932.6.580:821$980; 1933, 3.085:527$450; 1934, 3.124:136$950; 1935, 3.348:580$000; 1936, 3.785 :907$150; 1937, 4.292:227$400; 1938, 4.623:180$600; 1939, 4.402:197$402. O total arrecada-do de 1931 a 1939 ascendeu a 36.221:581$432, quaitia
que, somada ao saldo encontrado de 4.118:273$493. ofe-
rece o total de que dispunha a estrada, pela receita "Fun~
do de Melhoramentos". Entretanto, examinando as des-
pesas referentes à mesma rubrica, encontramos, a partirde 1928, os seguintes algarismos: 1928, 1.290:030$514 .
1929, 2.538:509$240; 1930, 2.754:326$640; 1931,
5.275:664$068; 1932, 6.034:572$025; 1933, 6.242:430$739; 1934, 5.545 :430$914; 1935, 5.180:762$438; 1936, 4.515:313$905; 1937, 5.034:469$633 ; 1938, 5.452:223$929; 1939, 4.999:681$155, atingindo a despesa o total de 54.863 :415$200 despesa que, comparada com a receita de40.339:854$925, demonstra um emprego de 14.523:560$275, além do que foi arrecadado. Os resul-
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I J
¦ HKiv,
¦ KM CONSTRUgAO
O OBSERVADOR — LVI
RAZÕES DO DÉFICIT
todos desses melhoramentos, como era de esperar fize-
ram-se sentir, refletindo-se na renda da Estrada. A ic-
ceita de passagens, por exemplo, que em 1933 ei a de
• aumentando gradativamente
ate
19391 quand^se elevou
"a
13.477:460$400; o transporte
!„<tl, em 1933, 21.701 ;39SS<150, =, *«%¦££
?9 237-800S200; â renda do trafego, de 3o.ol4:/M^o,
em" 1933, subiu a 48.205 :892$900, em 1939 . E' verdade
que a receita diminuiu um pouco, contribuindo paia isto,
em parte, a baixa da safra do café, embora, comparada
com a dos primeiros anos da constituição da Rede, apie-
sente para mais uma diferença considerável. A íeceita ca^
estações, de 1933 a 1939, foi a seguinte: 1933
40.393:509$900; 1934, 38.424:586S900;. 1935,
41.666:038$350; 1936, 46.195:779$800; 1937
52.514:146$600; 1938, 56.632:980S900; 1939, :>..^ .
S4 810-799|400, sendo que a Rede conta com 27 estações
de renda anual superior a 500:000$000. A lista dessas es-
tações com as suas receitas em 1939 é a seguinte: Belo
Horizonte — 3.943 :950$650; Varginha — 1.755:8U^>30:
Tuiuti — 1.581:098$100; Barra Mansa — 1.545 :506?4UÜ;
Cruzeiro — 1.510:571$350; Angra dos Reis — •• — •_•
1.369:245S900; Amoroso Costa — 1.060:907$550; Tres
Corações — 1.056:861$950; Sapucaí — 1'045:7^f^®;
Uberaba — 1.025 :309$450 ; Itajubá — 1 • °°2:900$250;
São Lourenço — 971:363$600; Lavras — 965:185^000;
São João del-Rei — 926:893$400; Formiga
886:519$250; Campo Belo — 823:390$950; Catiara —
775 :103$100; Pouso Alegre — 773:867$800; Divmopohs
— 736:822$000; Machado — 734:939$350; Santana
do Sapucaí — 721:308$300 ; Três Pontas — 608:881S250;
Lagoa da Prata — 581:132$300; Araxá <-> '
Oliveira — 559:331$100; Caxambú — 547:482i?o00; üu-
ro Fino — 533:550$700.
Entretanto, apesar dos aumentos verificados na íe
ceita, o movimento da estrada não tem podido apresen ar
saldo financeiro. Ao contrário, deficits teem sido
.trados. Em 1936 o déficit foi de 5.977 :227$800: em 1937,
de 9.250:827$500; em 1938, de 9.548:515?200, e, em
1939, de 11.240:027§500. Como se vê, o déficit aumen-
tou no último ano, justamente quando a lenda diminuiu,
o que demonstra que a despesa permaneceu e stacionac a
em 1939.
Uma das razões principais do déficit registrado pio-
ém do fato de ser a Rede uma estrada de penetração paia
Oeste do Brasil, atravessando grande extensão do Pia-
Central, escassamente povoado. Outras causas con-
íbuem, também, para a situação deficitária, causas essas
apontadas claramente no Relatório apresentado em 1938,
com as seguintes explicações: "Após o contrato de anen-
damento, a Rede se tem visto a braços com despesas com
as quais não contava naquela ocasião. Nao existissem elas
e a Rede, ao invés dos deficits que tem enfrentado, pode-
ria apresentar saldos, ou, pelo menos, teria alguns íecur-
sos para atender às grandes necessidades da Estiada, prin-
ci pai mente 110 que se refere à aquisição de material fixo e
rodante. Abalizaremos, a seguir, cada um dos principais
fatores que concorreram e continuam a concorrer para
êsse aumento de despesas.
"1, — Alimento de vencimentos do pessoal O
Governo Federal, pelos decretos ns. 24.440, de 21 cie Ju-
lio de 1934, e 24.348, de 6 de Junho de 1934,_aumentou
os vencimentos do pessoal das estradas da União por e e
administradas (Central do Brasil, Noroeste, etc.). Sendo
a Rede uma ferrovia federal arrendada ao Estado, viu-se
na contingência de aumentar também os vencimentos do
seu pessoal. A . 1cn.''O primeiro aumento, feito em Agosto de lJo+,
trouxe um acréscimo de 4.320 contos na despesa. O se-
gundl concedido em Agõsto de 1937, redundou num au-
jjento de 4.322 contos. Assim, as despesas da Rede, so
com a melhoria de vencimentos do pesosal, ficaram one-
radas com mais 8.642 contos poi ano.
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48 O OBSERVADOR — lvi
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Um carro em constru^ao nas^ oficinas de Lavras
"2. — Duragao do trabalho fcrrovidrio — O Gover- 1935, estabeleceu novas normas para a duraqao do traba-
n0 Federal, pelo decreto n.° 279, de 27 de Agosto de lho ferroviario, fixando peri'odos de tempo de trabalho dia-
11 Retificador de vapor de Mercurio de 750 kw r^° e ciclos de duraqao de trabalho para diversas catego-
ri'as em v^r^os dias, criando modelos para controle e fis-~*~|
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Um carro em construção
"2. — Duração do trabalho ferroviário — O Govêr-no Federal, pelo decreto n.° 279, de 27 de Agosto de
Retificador de vapor de Mercúrio de 750 kw
AS^ OFICINAS DE LAVRAS
1935, estabeleceu novas normas para a duração do traba-
lho ferroviário, fixando períodos de tempo de trabalho diá-
rio e ciclos de duração de trabalho para diversas catego-
rias em vários dias, criando modelos para controle e fis-
calização do serviço. Em conseqüência desse decreto fe-
deral, o Estado de Minas tem dispendido cerca de 1.400contos por ano, com pagamento de sôbre-tempo ao pessoai da Rede.
159.360 homens-clias X 10.914 = 1.739:255$040.! v >
4. Nova lei sobre acidentes no trabalho — Pelalei antiga, anterior ao contrato de arrendamento, os em-
piegados que tivessem direito à aposentadoria ou pensão,em caso de acidente no trabalho, não teriam direito a
qualquer indenização pela Estrada. O decreto n.° 24.637,de 10 de Julho de 1934, do Governo Federal, estabeleceudo novas normas para liquidação dos processos de acidentes. modificou o critério anterior e estabeleceu que a in-denização é sempre devida. Se o empregado tiver direi-to à aposentadoria ou pensão, à Caixa de Aposentadorialespectiva reverterão dois terços da indenização a ser paga,cabendo um terço ao empregado acidentado ou seus be-
O OBSERVADOR — lvi
"3. — Lei de férias — Depois do arrendamento daRede, foi expedido o decreto n.° 23.768, estabelecendo aobrijaworiedade da concessão de 15 dias úteis de fériasa todo o pessoal das linhas arrendadas. Tendo a Rede10.624 empregados e sendo de 10$914 o salário médiodiário de um ferroviário, ficou aumentada em mais dc1.700 contos a despesa da Estrada, com a aplicação des-sa lei de férias:
10.624 X 15 = 159.360 homens-dias.
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Dezembro de 1950
88$7585$980
20$742$462$602
50$ 1002$434
10$250$404$285
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1ZA
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50
decisivo, para dificultar a reação econômica da Estrada,apesar cia ascensão vitoriosa da sua renda e dos abnega-dos esforços de suas administrações, rio sentido de com-primir os gastos."
De tudo o que acima ficou dito se verifica que a RedeMineira de Viação, sendo uma estrada em plena ascensão,não encontrou ainda possibilidade de equilibrar a sua re-ceita com a despesa. Entretanto, as possibilidades que seoferecem à empresa, de, ampliando ainda mais os seus ser-viços, prestar benefícios inestimáveis a uma vasta zona dohinterland brasileiro, são inúmeras. Vejamos algumasdelas
POSSIBILIDADES ECONÔMICAS
A preocupação máxima das administrações da RedeMineira de Viação tem sido orientada no sentido de se-rem encontrados os meios capazes de neutralizar ou, pelomenos, diminuir os seus déficit s. A reunião das estradasOeste de Minas, Sul de Minas e Paracatú, para serem ex-pioradas em comum, técnica e financeiramente, como jávimos, conta com empreendimentos de alto interesse paraa economia da Estrada. Existem projetos que até hojenão puderam ser executados, com evidente prejuízo paraas suas rendas. "Esse retardamento, porém, não desanimouos arrendatários. Enquanto se estudam planos de melho-ramentos, volve-se as vistas para o problema das tarifas,para a compressão das despesas e para os transportes pormeio de ajustes comerciais. Angra dos Reis, porto ex-ceiente para o intercâmbio comercial de Minas com os de-mais Estados brasileiros; Uberaba, chave de ligação deMinas e São Paulo com Goiáz; e Belo Horizonte, gran-de centro consumidor e praça de enormes possibilidades•distribuidoras, são os vértices do grande triângulo ferro-viário da Rede Mineira de Viação, de que um dos lados— Uberaba — Angra dos Reis — atinge a mais de 1.000quilômetros. A Rede não deve apenas contar com os trans-portes de produtos vindos cie além-fronteiras. Dentro dês-se triângulo deve-se concentrar todo o esforço realizador.
O' que interessa mais de perto à administração é con-correr para o desenvolvimento econômico da zona através-sada pela Rede, de modo a não haver necessidade de criartarifas de concorrência para mercadorias ausentes de suazona de influência. O objetivo principal é fomentar o des-envolvimento da zona tributária da estrada, afim de au-mentar. o volume de transportes e poder, assim, suavizaras tarifas., -1
E' mais do que sabido que, no Brasil, o maior entravepara a sua expansão econômica é a falta de vias de co-múnicação. Apesar da abundância e da boa qualidade dosprodutos nacionais, tem vivido o País num empirismo eco-nômico que assume, .por vezes, contrastes desoladores.E essa situação ainda não foi vencida porque o nosso sis-tema ferroviário e rodoviário é precário em relação àsnossas possibilidades e, mais ainda, às nossas reais neces-sidades. Compreende-se, facilmente, que o elemento es-sencial para qualquer passo civilizador é o da comunica-ção. Pois bem, é este um dos problemas que assoberbama Rede Mineira de Viação. Torna-se necessário cons-
. truir algumas ligações ferroviárias e algumas rodovias deconvergência que capacitem um transporte auxiliar efi-ciente. E, para completar esse plano de comunicações, nè-cessitá a estrada, sobretudo, de um aparelhamento amplo''¦cío seu material. Outros problemas de capital importânciaainda aí estão a desafiar o tino administrativo dos seus di-
^; rjgentes. Sabem eles onde se encontram e os apontam, naCerteza de um dia poder realizá-los, alguns com os seus
O OBSERVADO!V - IV l
próprios recursos, outros com o auxílio dos governos deMinas e do País.
Transformar o Porto de Angra dos Reis em escoa-douro eficiente e vantajoso dos produtos mineiros e o0ja_nos; facilitar a construção -de, pelo menos, um frigoríficona zona de influência da Estrada; promover o povoamen-to' e a colonização de terrenos rurais próximos às esta-ções desertas; estancar a sangria da emigração, interessai!-do os colonos na exploração do seu solo; fomentar as di-versas indústrias com a matéria prima de suas áreas; in-centivar a exploração de jazidas; facilitar as diversas cul-turas no hinterland atravessado pelos trilhos da Rede;atrair o Triângulo Mineiro para a órbita econômica daEstrada: são estes alguns dos problemas da ferrovia, quepassamos a abordar em rápidas linhas.
O PORTO DE ANGRA DOS REIS E A LIGAÇÃODE GETULÂNDIA A BELÉM
As estradas de ferro Central do Brasil e Mogiana,auxiliadas em pequeno trecho pela Paulista e pela Ingle-sa, formam uma grande cinta ferroviária que, tendo iní-cio em Araguarí e passando por Uberaba, São Paulo.Barra do Piraí e Belo Horizonte, vai terminar em Pira-porá. Esta cinta envolve quase que completamente toda azona de influência da Rede Mineira de Viação e é gran-de coletora das mercadorias transportadas por essa ferro-via que, forçosamente, tem de lh'as entregar nas dez es-tações de entroncamentos situados em Belo Horizonte,Barbacena, Sítio, Barra do Piraí, Santa Rita, BarraMansa e Cruzeiro, na Central do Brasil, e em Sapucaí,Tuiutí e Amoroso Costa (Uberaba), na Mogiana. Emdois pontos apenas essa fita envolvente, é rompida pelaslinhas da Rede: em Barra Mansa, pela linha de Angra dosReis, e em Barra do Piraí, pelo Ramal de Passa Três.Os pontos terminais dessas duas linhas avançadas são,respectivamente, o Porto de Angra dos Reis e a estaçãode Passa Três. E não exageramos afirmando que, se essespontos terminais fossem bem explorados pela Rede, esta-ria ela em situação privilegiada, com reflexo na sua vidafinanceira, que poderia passar ao regime de saldos. Aocontrário, enquanto não for solucionado pelo menos umdesses dois problemas, que resolveria o escoamento fácildireto da produção dos Estados de Minas e Goiáz, a Ledenecessariamente continuará como tributária forçada daCentral do Brasil.
O primeiro problema se resolveria com o aparelha-mento do Porto de Angra; e o segundo com a ligação deGetulândia a Belém, passando por Passa Três. Com estaligação, a Rede teria comunicação direta com o Rio, poruma só bitola (l,m00).
Examinemos separadamente cada um dos problemasexpostos:
PORTO DE ANGRA DOS REISA melhor solução para o problema econômico-finan-
ceiro da Rede reside no desenvolvimento do Porto deAngra dos Reis, cujo defeito está em não se achar con-venientemente aparelhado. A exportação do café, porexemplo, o produto n.ü 1, se fará com grande facilidade, eenormes vantagens, pelo referido porto, alcançando bommercado em qualquer tempo e em qualquer praça. O Es-tado de Minas lucrará e lucrará, igualmente, o lavradormineiro. E não é somente ao café que interessa o refe-rido porto. O plano de frigoríficos em Minas seria com-pleto se tivesse o Estado um escoadouro direto e própriopara a sua produção. As frutas, que, no sul de Minas, en-
152
contram todas as condiqoes de clima e solo, poderiam
ser, assim, mais facilmente exportadas. Sob qualquer as-
pecto que se encare essa questao do Porto de Angra dos
Reis, ressalta a conveniencia de se lhe dar a capacidade
comercial indispensavel para servir aos interesses de uma
regiao mineira, vasta e progressista, e de Goiaz, que es-
pera a sua oportunidade de desenvolvimento. Como estra-
da de penetraqao, a Rede precisa libertar-se da dependen-
cia de ferrovias estranhas ao seu sistema. E, concluida a
ligaqao Patrocinio-Ouvidor, com a possivel incorporaqao
economica da E. F. Goiaz, mais urgente. se tornara, den-
tro em breve, o aparelhamento de Angra que, sendo um
porto fluminense, •tornar-se-a, simultaneamente, um porto
mineiro e goiano. Para isto, porem, e necessario ampliar
as suas instalaqoes, dando-lhe uma aparelhagem mais com-
pleta e moderna. A exportacao de Angra ja atinge a
650.000 sacas de cafe e aumenta todo ano e a importaqao
principal e de sal, madeiras e aqucar. Angra, como se
j sabe, e ponto de convergencia de mais de 5.000 quilome-
tros de estradas de ferro (R. Ml V., Mogiana e Goiaz).
Entre outras deficiencias, porem, podemos citar, nesse
porto, a falta de energia eletrica para os guindastes; e, em
-*» 11 consequencia, nao poderem os navios receber carga com-
pleta atracados. Necessario se torna captar-se forqa hi-
draulica, prolongar o cais de estacas de a<;o ate 10 mts.
de calado e construir uma estaqao terminal da Rede, para
cargas e passageiros. Urge, tambem, a construqao de ar-
(mazens
reclassificadores de cafes das companhias parti-
culares.
O orqamento existente para os melhoramentos do
Porto de Angra e o se^uinte: prolongamento de cais e
draeagem — 8.000:000$000; usina de forqa —
2.000:000$; estaqao terminal — 2.000:000$. Total —
12.000:000$.
LIGAQAO GETULANDIA-BEL£M
Na recente conferencia de Petropolis, o governadorde Minas Gerais se referiu ao traqado ferroviario de Ge-
tulandia (na Rede Mineira de Viaqao) a Belem (na Li-
nha Auxiliar da E. F. Central do Brasil). Para se aqui-
latar da extraordinaria conveniencia dessa ligaqao, basta
considerar-se que a Linha Auxiliar e de bitola de um me¬
tro, igual a da Rede Mineira de Viaqao, o que possibili-taria a ida direta dos vagoes da Rede ao Rio de Janeiro,suprimidas as baldeacoes em Barra Mansa, Barra do Pi-
rai e Cruzeiro. Carros frigorificos ate o Rio abasteceriam
a Capital Federal de legumes, frutas, etc. Trens de gado
procedentes das zonas Sul de Minas, Triangulo Mineiro
e Estado de Goiaz nao sofreriam as baldea^Ses incomodas
de Barra Mansa e Cruzeiro, sendo que essa ligaqao deve-
ria ser eletrificada ate Belem. A Rede poderia ter, em
consequencia, sua estaqao propria no Rio, desafogando a
Central do Brasil, especialmente no Ramal de Sao Paulo,
cuja capacidade se acha esgotada. O trecho teria apenas29 quilometros de percurso e o custo de sua construgao,
inclusive eletrificacao, ficaria, aproximadamente, em ....15.000 contos de reis. Isto sem confer a conveniencia es-trategica, no caso evidente.
LIGACAO FERROVIARIA LAFAIETE-
ANDRELANDIA
Na mesma Conferencia de Petropolis, o governadorde Minas lembrou a conveniencia de uma ligaqao de alto
, j! sentido economico, nao so para a Rede Mineira de Via-
qao, como para a regiao que abrange os Estados de Minas
|[ Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal: trata-se do tra-
f
O OBSERVADOR — ivj
çado ferroviário que, partindo de Lâfaiète ou João Ri hei-
ro, no Vale do Paraopeba, vá alcançar Andrelândia, na
Rede Mineira de Viação. Com essa ligação, os grandes
depósitos de ferro e manganez do Valle do Paraopeba fi-
cariam em comunicação mais rapida com o Porto de
Angra dos Reis, através de, apenas, 427 quilômetros,
contra 512 pela Central do Brasil. Além de desafogar a
Central do Brasil do volume de transporte de minério, per-
mitiria, principalmente, a sua exportação por Angra dos
Reis, com tarifas reduzidas, não só devido ao encurta-
niento da distância, como à eletrificação da Rede. Pòssi-
bilitaria ainda o desenvolvimento da siderurgia em Laíaie-
te ou João Ribeiro. Não seria necessário para essa cons-
trução um capital superior a 161.034 contos de réis,
abrangendo a construção de 186 quilômetros, a eletrifi-
cação desse percurso, o material rodante e de tração,
os melhoramentos entre Andrelândia e Angra dos Reis,
o aparelhamento de Angra para minérios. Note-se, de
passagem, que na zona a ser atravessada há superabun-
dância de força hidráulica. Para um transporte diário de
10.000 toneladas, a $020 a tonelada-quilômetro, a renda
bruta, por dia, seria de 91:400$000, e a despesa de
35 :400$, de onde resultaria um saldo diário de
56:000$000. Deduz-se daí que a renda líquida anual se-
ria de 20.440 contos, que cobriria o capital de 161.034
contos em menos de 10 anos. Pode ser demonstrada a via-
bilidade de sua construção por meio de operações finan-
ceiras baseadas na renda líquida proveniente da exporta-
ção de minérios de ferro e manganez, ou mediante finan-
ciamento na base da redução das tarifas para a exportação
desses minérios. Além das vantagens econômicas apon-
tadas, junte-se a da supressão da carga e descarga ma-
nuais, pois a linha aborda as jazidas de forma a possibili-tar o carregamento mecânico, e, em Angra dos Reis, abor-
da o mar, no morro do Tatu, 60 metros acima do nível
dágua, permitindo o carregamento por gravidade, do va-
gão ao navio.
LIGAÇAO GARÇAS-PASSOS
Outra ligação que diz muito de perto com os interês-
ses do Estado é a de Garças-Passos, que permitiria a dis-
tribuição do cimento da Fábrica Itau, além do intercàm-
bio entre o interior de Minas e o de São Paulo, e da ex-
ploração das grandes jazidas de ferro cromado do muni-
cípio de Piú-i (200 quilômetros) .
MATADOUROS FRIGORÍFICOS
Inegavelmente, ainda é diminuto o consumo de canie
no Brasil. Não é fácil a sua colocação, que se efetua qtnse
que exclusivamente nos centros mais populosos. Acresce.!--
tando-se que o consumidor nacional é pouco exigente, cri'1-
preende-se a razão do pouco interesse pelo desenvolvinv -
to da indústria. Parece, pois, que o meio natural de e
sair dessa situação é a conquista dos mercados externos,
com a fundação e exploração de grandes frigoríficos. -
nas, apesar de ser um dos Estados líderes do País, no quese refere à produção pecuária, tem-se mantido em planoinferior quanto à indústria de carnes. Salvo uma pequ
-
na parcela industrial trabalhada nas charqueadas, quase
que se tem limitado a fornecer a matéria prima aos Esta-
dos vizinhos. Na pecuária nacional ocupa o Estado nu-
neiro um lugar de destaque, com os seus 9.500.000 boví-
nos e os seus 8.000.000 de suinos; e, no entanto, não
tem sabido apreciar devidamente o valor dessa riqueza
extraordinária. Sabe-se que é imenso o esforço dos fri-
goríficos de São Paulo e Rio Grande, no sentido de enca-
contram todas as condições de clima e solo, poderiam
ser, assim, mais facilmente exportadas. Sob qualquer as-
pecto que se encare essa questão do Pôrto de Angra dos
Reis, ressalta a conveniência de se lhe dar a capacidade
comercial indispensável para servir aos interesses de uma
região mineira, vasta e progressista, e de Goiáz, que es-
pera a sua oportunidade de desenvolvimento. Como estra-
da de penetração, a Rede precisa libertar-se da dependên-
cia de ferrovias estranhas ao seu sistema. E, concluída a
ligação Patrocínio-Ouvidor, com a possível incorporação
econômica da E. F. Goiáz, mais urgente se tornará, den-
tro em breve, o aparelhamento de Angra que, sendo um
pôrto fluminense, -tornar-se-á, simultaneamente, um pôrto
mineiro, e goiano. Para isto, porém, é necessário ampliar
as suas instalações, dando-lhe uma aparelhagem mais com-
pleta e moderna. A exportação de Angra já atinge a
650.000 sacas de café e aumenta todo ano e a importação
principal é de sal, madeiras e açúcar. Angra, como se
sabe, é ponto de convergência de mais de 5.000 quilôme-
tros de estradas de ferro (R. M. V., Mogiana e Goiáz).
Entre outras deficiências, porém, podemos citar, nesse
pôrto, a falta de energia elétrica para os guindastes; e, em
conseqüência, não poderem os navios receber carga com-
pleta atracados. Necessário se torna captar-se fôrça hi-
dráulica, prolongar o cais de estacas de aço até 10 mtsj
de calado e construir uma estação terminal da Rede. para
cargas e passageiros. Urge, também, a construção de ar-
mazens reclassificadores de cafés das companhias parti-
culares.
O orçamento existente para os melhoramentos do
Pôrto de Angra é o seguinte: prolongamento de cais e
draeagem — 8.000:000$000; usina de fôrça —
2.000:000$; estação terminal — 2.000:000$. Total —
12.000:000$.
LIGAÇÃO GETULÂNDIA-BELÉM
Na recente conferência de Petrópolis, o governadorde Minas Gerais se referiu ao traçado ferroviário de Ge-
tulândia (na Rede Mineira de Viação) a Belém (na Li-
hha Auxiliar da E. F. Central do Brasil). Para se aqui-
latar da extraordinária conveniência dessa ligação, basta
considerar-se que a Linha Auxiliar é de bitola de um me-
tro, igual à da Rede Mineira de Viação, o que possibili-taria a ida direta dos vagões da Rede ao Rio de Janeiro,suprimidas as baldeações em Barra Mansa, Barra do Pi-
raí e Cruzeiro. Carros frigoríficos até o Rio abasteceriam
a Capital Federal de legumes, frutas, etc. Trens de gado
procedentes das zonas Sul de Minas, Triângulo Mineiro
e Estado de Goiáz não sofreriam as baldeações incômodas
de Barra Mansa e Cruzeiro, sendo que essa ligação deve-
ria ser eletrificada até Belém. A Rede poderia ter, em
conseqüência, sua estação própria no Rio, desafogando a
Central do Brasil, especialmente no Ramal de São Paulo,
cuja capacidade se acha esgotada. O trecho teria apenas29 quilômetros de percurso e o custo de sua construção,
inclusive eletrificação, ficaria, aproximadamente, em ....15.000 contos de réis. Isto sem contar a conveniência es-tratégica, no caso evidente.
LIGAÇAO FERROVIÁRIA LAFAIETE-
ANDRELÂNDIA
Na mesma Conferência de Petrópolis, o governadoide Minas lembrou a conveniência de uma ligação de altosentido econômico, não só para a Rede Mineira de Via-
ção, como para a região que abrange os Estados de Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal: trata-se do tra-
OBSERVADOR
- ™
. . ara o estrangeiro o excesso da produção na-
miiinai i< ^ Unici0s, que por muito tempo exporta-
01 ¦„« são. hoje, importadores dêsse artigo, que la
mm °j!llo orilcipálnfete do Canadá, da Argentina, do
V60"1; da Nova Zelândia e do México, sendo que deste
m!'US" Vr-rebe o gado em pé. Outros países ricos impor-
^ mibém, deixando ver as possibilidades de melhorar
talB,-,Vil cada vez mais êsse comércio.
° ^
Sem citarmos os frigoríficos do Distrito federal Es-
In do Rio e Paraná, podemos lembrar que São Paulo
cie 6 e o Rio Grande do Sul pelo menos 3, todos com
Kuçè elevada, proporcionando notável importância
econômica aos Estados em que funcionam. Em Minas
não existe nenhum, a não ser o Matadouro Modelo da ca-
't 1 F é fácil prever-se
uma modificação na situaçao
atual sé forem fundados ali também alguns frigoríficos
nue todas as zonas do Estado reclamam, sem que, entie-
tanto, surjam os capitais para custeá-los. As grandes so-
bras de gado do Triângulo Mineiro são disputadas pela
oraca de& Barretos, devido à sua proximidade; a zona da
Mata encontra fácil colocação no frigorífico de Mendes
e no Matadouro de Santa Cruz; o Sul de Mmas vai bus-
car nos frigoríficos paulistas o escoadouro preferido para
o sei gado; entretanto, na zona "Oeste" continua na pe-
núria de tal melhoramento, afastada dos recuisos dessa
natureza, com a sua pecuária em plena atividade e pelo me-
nos, um frigorífico é necessário instalar-se na zona de m-
fluência da Rede Mineira de \' iaçao.
Tem o Estado um vasto território onde sao^ inverna-
das manadas excelentes que, com dificuldades ^
inauditas,
são obrigadas a procurar os frigoríficos de São Paulo
quando, na verdade, possue o Estado no mínimo tres lo-
cais que se prestam notavelmente para comportar um es-
tabelecimento dessa especialidade: Ribeirão Vermelho e
Lavras, centros de convergência de cinco linhas léneas que
servem a zonas de criação de gado e porcos; e Bambuí,
onde existem grandes pastagens para engorda, e todas as
outras condições para abater gado do triângulo Mineiio
e Goiáz. Desses três lugares, todos excelentes, talvez o
melhor seja Ribeirão Vermelho. Ponto de irradiação de
linhas férreas, porto fluvial da navegação do lvio Grande,
parece ser o local talhado para sede de um frigorífico na
zona da Rede. As comunicações fáceis que possue para
todos os pontos que interessam à referida indústria, isto
é, pòrto de Angra, centros de consumo e regiões em que
mais intenso é o comércio de bois e de porcos, sem baldea-
ção e sem viagens extenuantes; o Rio Grande, caudaloso
e conhecido pelas suas esplêndidas invernadas; a facilidade
de lòrça elétrica derivada das cachoeiras próximas, de
Santo Amorno de Ponte Nova, do rio Capivarí e do rio
Cervo; o depósito de locomotivas da Rede, onde, com a
maior presteza, poderão ser tomadas providências relati-
vas à organização dos trens; são um conjunto de parti-
cularidades providenciais que não ocorrem em qualquet
local.
Com um serviço de transporte regular organizado
péla Rede Mineira de Viação, um frigorífico em qualqueidos pontos citados trará um grande desenvolvimento a
toda a zona e ciará, indubitavelmente, vultoso lucro pe-cuniário a empresa que se propuser explorar uma indús-
tna tao promissora.
POVOAMENTO li COLONIZAÇÃO
Quem percorre as linhas da Rede, principalmente na
zona atravessada pela antiga
"Oeste de Minas , verifi-ca' desolado,
que muitas das suas estações foram construí-
53
das em pleno campo, em lugares absolutamente desertos,
ou então junto de fazendas, onde não existe manifestação
de vida comercial. Os trilhos avançaram há dezenas de
anos e, no entanto, as suas rendas, ao invés de crescerem,
diminuem, sendo necessário o seu fechamento, não raras
vezes. Na parte lia antiga "Oeste",
a Rede tem 145 esta-
çoes, das quais 24 em vilas ou cidades, 37 em povoados e
84 em localidades quase ou totalmente deshabitadas. Há
estações de entroncamentos da estrada, que teem todos os
requisitos necessários para serem sedes de distritos ou
mesmo de cidades, e, no entanto, decorrem anos e anos
sem que se veja o mais rudimentar progresso. Os cons-
trutores das estradas parece que não visavam outra coisa
senão atingir determinados pontos do enigmático sertão,
preferindo mesmo construir as estações dentro dos terre-
nos dos grandes senhores de terras, sem exigir deles com-
pehsações de qualquer espécie. Acontece que esses fazen-
deiros não vendem as terras, não permitem concorrentes
nas suas vizinhanças e a estrada, assim, ein numerosos
pontos, só serve a esses egoístas e seus herdeiros. A nos-
so ver. a Rede, para solucionar êsse problema, terá que
entrar'em entendimentos com os municípios, no sentido
de se promover o povoamento das localidades que se pres-
tarem para êsse fim. Existem muitas estações localizadas
em terrenos ótimos para cultura e melhores ainda para
sedes de prósperos povoados, em virtude da salubi idade
do seu clima, da beleza de sua topografia e da quantidade
de água potável existente, algumas delas situadas até em
pontos de entroncamento de linhas e ramais da estrada.
Terão, decerto, que ser desapropriados alguns alqueires de
terreno, ao redor dessas estações, para serem divididos em
lotes rurais. Êsses lotes serão cedidos a quem quizer aí
estabelecer-se; com isenção, durante certo tempo, de to-
dos os impostos municipais, mas, realizado o plano, fatal-
mente terão de aparecer os núcleos de colonização, os es-
tabelecimentos comerciais e industriais surgirão, o Esta-
do facilitará a imigração de nacionais e estrangeiros e a
Rede, por seu turno, fará transportes reduzidos ou mes-
mo °ratuitos dos materiais de construção e maqumário
das novas fábricas. E nesses horizontes desertos, nessas
paragens deshabitadas, surgirá, sem dúvida, o progresso
com "todo
o seu cortejo de vantagens, para o bem da eco-
nomia da estrada e para o desenvolvimento das suas zo-
nas de influência.
ESTRADAS DE RODAGEM
Não temos, absolutamente, o intúito de combater as
rodovias construídas paralelamente às estradas cie ferro.
O problema dos transportes, principalmente no Brasil, e
por demais complexo, e não cabe no limite destas Jnhas
rápidas. Ouando apareceu a locomotiva, em lò~y as de-
mais vias de comunicações (rodoviárias e fluviais) so re-
ram tremendo golpe, mas nem por isso os administrado-
res daquela época tentaram asfixiar, com impostos, o mo-
clerno sistema de transporte que surgia. E verdade que
eles não acreditavam na vitória da ferrovia, que era olha-
da como qualquer coisa de espantoso e inacessível. Mas,
de qualquer sorte, não hostilizaram o novo evento. O re-
suiado lógico foi a morte do velho sistema. Entretanto,
passados os tempos, ressurgem as rodovias, que ameaçam
vencer a sua concorrente com a mesma arma que deu a
vitória a esta* a velocidade. Convenhamos, porém, que a
concorrência das estradas de rodagem só prevalece no
Brasil, para os pequenos trechos e nas estações sem chu-
va Mas, nem por isso devem descansar os administrado-
res de ferrovias. Se aquelas continuai em no seu aceleia
do
passo e estas estacarem inertes, sem olhar
progresso, entao, sim, os papeis serao invert
E' fato sabido que o custo do trafego
muito mais oneroso do que o rodoviario, m;
lado, este tem desvantagens sob varios aspc
e preciso e haver coopera^ao, evitando, tantc
sivel, a construqao de estradas paralelas, qimais rodoviarios constituiriam otimos auxili
"5 rovias. Em Minas, por exemplo, ha vastas
lhadas de nucleos de populagao e mesmo <
Iagricola
e industrial, que poderiam auxiliar
maiores, mas que ficam a margem do progr(dos e ilhados, por falta de estradas de roda
dovias devem ser langadas nesse rumo; e e c
zendo o Governo Mineiro.
As proprias estradas de ferro devem coo
governos na construQao de estradas de roda,
sejam tributarias, pois a industria do trans
ser explorada com inteligencia, para que an
mas se completem. Facilitar a coloniza<;ao;
Ienvolver
as industrias das localidades man
nhas ferreas; construir estradas de rodagen
jam para as suas estates; aperfeigoar as
substituindo-as por automotrizes nos trechos
fic.it: sao estes os problemas e questoes mais
para a ciencia financeira do transporte. Ferrc
precisam trabalhar de comum acordo e com
eficiencia, pois, se continuarem a marcar pa;esterilmente, terao de enfrentar, dentro de un
-I j
tivamente proximo, com terrivel desvantagc
rencia do transporte pelos ares, que progrid! notavel, em todas as partes do mundo.
1 FABRICAS DE CIMENTO EM L/
LA
cidade de Lavras, que desfruta um p
javel, pela salubridade de seu clima e pela sttrategica como centro ferroviario da RedeVia^ao, e tambem um lugar magmficamente
comportar uma grande fabrica de cimento.Macaia, que dista 8 quilometros da referidatem ricas jazidas de calcareo proprio, em
qualidade suficientes para alimentar umamentog Trata-se de um material barato e d
NIOUEL
Os maiores depositos de niquel de A*"
I estao localizados em Liberdade, a 214 q-porto de Angra dos Reis, Barro Branco e
| ! j sendo
que o primeiro desses lugares fica si
jjf nhas da Rede Mineira de Via^ao. Tambem
Serra das Garqas, municipio de Aiuruoca; e
Imunicipio
de Lavras; e em Aureliano Mou:de Bom Sucesso, todas as margens da Estrs
delas, como as de Livramento (Liberdade)Gargas, podem ser consideradas jazidas, emt
^oes ate hoje tenham sido diminutas, poisde exploragao sao muito primarios.
I1
JAZIDAS DE CROMITA
Existem jazidas de cromita no municipsua exploragao depende somente do transpi
j!< para Garqas.
m *
O OBSERVADOR —
do passo e estas estacarem inertes, sem olhar a marcha do
progresso, então, sim, os papeis serão invertidos.
E' fato sabido que o custo do tráfego ferroviário é
muito mais oneroso do que o rodoviário, mas, por outro
lado, êste tem desvantagens sob vários aspectos. O que
é preciso é haver cooperação, evitando, tanto quanto pos-
sível, a construção de estradas paralelas, quando os ra-
mais rodoviários constituiriam ótimos auxiliares das fer-
rovias. Em Minas, por exemplo, há vastas áreas ponti-lhadas de núcleos de população e mesmo de produçãoagrícola e industrial, que poderiam auxiliar os centros
maiores, mas que ficam à margem do progresso, estagna-
dos e ilhados, por falta de estradas de rodagem. As ro-
dovias devem ser lançadas nesse rumo; e é o que está fa-
zendo o Governo Mineiro.
As próprias estradas de ferro devem cooperar com os
governos na construção de estradas de rodagem que lhes
sejam tributárias, pois a indústria do transporte precisaser explorada com inteligência, para que ambos os siste-
mas se completem. Facilitar a colonização; procurar des-
envolver as indústrias das localidades marginais das li-
nhas férreas; construir estradas de rodagem que convir-
jam para as suas estações; aperfeiçoar as locomotivas
substituindo-as por automotrizes nos trechos de maior de-
fic.it: são estes os problemas e questões mais interessantes
para a ciência financeira do transporte. Ferrovia e rodovia
precisam trabalhar de comum acordo e com o máximo deeficiência, pois, se continuarem a marcar passo e discutiresterilmente, terão de enfrentar, dentro de um futuro rela-tivamente próximo, com terrível desvantagem, a concor-rência do transporte pelos ares, que progride de maneiranotável, em todas as partes do mundo.
FÁBRICAS DE CIMENTO EM LAVRAS
A cidade de Lavras, que desfruta um prestígio inve-
jável, pela salubridade de seu clima e pela sua posição es-tratégica como centro ferroviário da Rede Mineira deViação, é também um lugar magníficamente indicado paracomportar uma grande fábrica de cimento. Na serra deMacaia, que dista 8 quilômetros da referida cidade, exis-tem ricas jazidas de calcáreo próprio, em quantidade e
qualidade suficientes para alimentar uma fábrica de ci-mento. Trata-se de um material barato e de fácil trans-
porte.
NÍQUEL
^ Os maiores depósitos de niquel de Minas Gerais
estão localizados em Liberdade, a 214 quilômetros do
porto de Angra dos Reis, Barro Branco e Santa Cruz,sendo que o primeiro dêsses lugares fica situado nas li-nhas da Rede Mineira de Viação. Também há niquel 11aSerra das Garças, município de Aiuruoca; em Carrancas,município de Lavras; e em Aureliano Mourão, niunicpiode Bom Sucesso, todas às margens da Estrada. Algumasdelas, como as de Livramento (Liberdade) e Serra dasGarças, podem ser consideradas jazidas, embora as extra-
çÕes até hoje tenham sido diminutas, pois os processosde exploração são muito primários.
JAZIDAS DE CROMITA
Existem jazidas de cromita no município de Piú-i esua exploração depende somente do transporte de Piú-i
para Garças.
CÔCO BABASSU'
O Vale do Paranaíba possue grandes riqlezas emcôco babassú à margem das linhas da Rede.
APARELHAMENTO DA ESTRADA
Após a guerra atual, qualquer que seja o seu resulta-
do, os tratados comerciais hão de se impôr necessária-
mente e, nesse terreno, o Brasil poderá negociar os me-
lhores planos de compensação. Temos riquezas imensas
para explorar, temos possibilidades econômicas ines»otá-
veis, e o capital poderá aparecer diante de tão ri sonhas
perspectivas. Minas Gerais ocupa, graças ao seu desen-
volvimento, um lugar de destaque para a consecução dês-
se plano e as zonas da Rede poderão contribuir para o
levantamento econômico e financeiro do Estado, colafo-
rando na solução de problema de relevância incontestável.
Entretanto, para corresponder à sua finalidade, que é pro-
porcionar os transportes com presteza, segurança e eco-
nomia, a R. M. V. tem que solucionar o grave problemado seu aparelhamento que, como o de quase todas as fer-
rovias do País, é deficiente. Não possue a Estrada um
parque de material rodante à altura de atender, com a
pontualidade exigida, aos transportes que lhe são ofereci-
dos. Na impossibilidade atual de fazer aquisição de mate-
rial no exterior, a Rede resolveu enfrentar a questão,
procurando solucioná-la com os seus próprios recursos e,
aumentando a capacidade de seus veículos, construindo va-
gões, pranchas e carros de passageiros. Êsse esforço, po-rém, não pode, é claro, corresponder às reais necessidades
da Estrada.
Esta, para melhorar as condições do patrimônio na-
cional, tem empregado todos os recursos que vão muito
além das suas possibilidades orçamentárias e, só na áiiti-
ga Rede Sul Mineira, foi dispendicla, com obras novas, a
quantia de Rs. 51.860:000$000. Não se computando as
importâncias arrecadadas pelas taxas de 10% sôbre as
tarifas e que são destinadas exclusivamente a êsses meljo-
ramentos e que, como já vimos, montam a 40.339:854S(>25.
já foi adiantada a êsse Fundo a quantia de 14.523 :560$275.
Embora se tenha empregado toda essa elevada impor-
tância nas obras da Rede, verifica-se, pelos estudos feitos
ultimamente, que ainda é necessário, para o seu aparei' ia-
mento completo, seja empregada a quantia de 220 mil coii-
tos, conforme discriminação que segue. Êsse aparei ;-
mento não só satisfará as suas necessidades dentro de um
período de 10 anos, mas ainda provocará o desenvo;mento de uma extensa zona central brasileira.
a) TRILHOS E ACESSÓRIOS — Há grande > -
tensão de linhas com trilhos que estão com mais de
anos de uso. Existem cêrca de 6.700 trilhos quebrao .
que estão emendados com talas e não podem ser sub- i
tuidos por falta de trilhos novos. Esta situação é de en<
me gravidade para a circulação dos trens. A aquisição dos
trilhos e acessórios importa: 3.107,90 toneladas de trilhos
e acessórios tipo 34,k720 para 40 quilômetros de linha ;
69,820 toneladas de trilhos e acessórios tipo 32k,240 paot1.000 quilômetros de linha; 13.712,38 toneladas de selas
de fixação; preço estimado da aquisição, 88.000:000S;mão de obra para a substituição dos trilhos e acessórios,
1.400:000$. Total: 89.400:000$.
b) DORMENTE! ~~ Não sendo possível adquirir a
quilometragem de trilhos novos para todas as linhas da
0BSERVADOR - M 55
quanpo vendipo a va^^Jo ^
^
^
6 11H DEFEND AO I
I <cCOW"*#^
"""PP^mI
JW 1. VerlfJque c
'//ESSO/nT^
J
^narCa;
Ve'Q I
I 2. Verifique ill II lata; certifique- \jyn I
se de que J II aberta em sua II presen<;a. ;||;; I
I 3. Verifique J ~M\
II conteudo; ob- / /^Kil
serve se ell a ;I esvasiada em I
fill Iseu carro, ate ///s$®-
llllf illI a ultima gotta. ;j||I
°-9SO IITVO
DEFENDA O
SEU DINHEIRO
1. Verifique amarca; vejase a lata érealmente deEssolube.
GUANDO vendido a varejo
Essolube
"-r
Abasteça-se onde vir o oval (^5^
STANDARD OIL COMPANY OF BRAZIL
3. Verifique oconteúdo; ob-serve se ella é
esvasiada emseu carro, atéa ultima gotta.
T?SSOLUBE criou novos
J—J padrões de qualidade em
lubrificantes para automovel.
Lubrificantes que pareciam
perfeitos, passaram a segun-
do plano, quando appare-
ceu Essolube. Hoje, Essolube
continua sendo o melhor
oleo para automovel. Em suas
latas invioláveis, Essolube
representa a maior protec-
ção e economia que pode
offerecer um lubrificante.
Experimente-o em seu car-
ro. E não se esqueça:
quando vendido a vare-
jo, não sendo em latas
não é Essolube.
2. Verifique alata; certifique-se de que éaberta em sua
presença.
I
Estrada,
sarios
if•J i; I y |
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! ¦ • ;¦ >' ' Sf'j'
Illj||ggj
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II13,1: | Sg !
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prontos.vagoes
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empregar
1 | 4:~j if ~.'¦1 ' it;- •;
11 •
Uma das
te da Red
¦1
||1 de
0,76,
7| g) MUDANQA DA ESTAQAO E
|j RIZONTE — Em consequencia do rapidc
to da capital mineira, as instalaqoes das~ i' sageiros, de carga, dependencias do patio
j; Belo Horizonte, estao extremamente aca:
;||JJ: cientes para o movimento de mercadorias
Idestinados
ou procedentes das zonas da Iso, as linhas da estrada, correndo dentrcmentadas da cidade, trazem grandes pertifego urbano, devendo, por isso, ser rem*chos da cidade menos povoados. Execu<construgao dos edificios das estaqoes decarga, de abrigos de carros, dos escritor
[j tos de linhas, etc., etc. — 26.200:000$.
dos predios, instala^oes, dependencias do p
|f escritorio, estates, etc., da R. M. V. a
a Central do Brasil — 11.000:000$. Tot
jjli 15.200:000$.
M'*111
O OBSERVADOR — LVl
Estrada, torna-se indispensável reforçar a linha com
maior número de dormentes por quilômetro, empregan- |
do-se 1.850 por quilômetro, ao invés de 1.450, afim de
poder se empregar locomotivas mais pesadas. São neces-
sários 1.600.000 dormentes. 1.600.000 dormentes a 8$
— 12.800:000$.
h) ESTAÇÃO DE AMOROSO COSTA - Em
Uberaba, a Rede entronca com a Mogiana e, dada a gran-de importância comercial do Triângulo Mineiro, torna-se
necessário aparelhar as instalações que são ali atualínerí-
te precárias. Construção da estação de Amoroso Costa e
mudança das linhas — 900:000$000.
i) EDIFÍCIOS — Para dar mais conforto aos trai
balhadores de turmas de conserva, tornando-os mais efi-
cientes, há necessidade de se construir uns 150 grupos de
casas e, bem assim, de se construir edifícios para as esta-
ções de Angra, Soledade, etc. Construção destas estações
e 150 grupos de casas de turma — 9.450:000$000.
j) PONTES — Construção de pontes definitivas
sôbre os rios Lambari e São Francisco — 650:0008000.
k) HORTOS FLORESTAIS — Com o elevado
preço de carvão e a diminuição sensível das florestas, é
indispensável que as Estradas cuidem do reflorestamento
dos terrenos marginais às suas linhas e, para isso, há ne-
cessidade de serem criados hortos florestais, adquirindo
terrenos, etc. Aquisição de terrenos, máquinas e plantio
de árvores — 3.000:000$000.
1) ENSINO PROFISSIONAL — A escassez do
pessoal competente é alarmante, urge que a Rede adote
os mais dignos e elevados princípios da legislação brasi-
leira atual, criando escolas profissionais. O número de
crianças, filhos de empregados da Estrada, orça por15.000. Construção de edifícios e aquisição de máquinas,
etc. — 1.000:000$.
m) ELETRIFICAÇÃO — Os resultados colhidos
pela Rede com o tráfego dos seus 181 quilômetros de li-
nhas eletrificadas, aconselham que seja prosseguido o pro-
grama da eletrificação de outros trechos da Estrada, tais
como: Eletrificação do trecho de Andradina a Ribeirão
Vermelho — 4.350:000$000; idem, de Rutilo a Soleda-
de — 8.250:000$000; idem, de B. Horizonte a Divino-
polis, inclusive aquisição de material de tração para esse
trecho — 13.000:000$; construção da Usina de Itutin-
ga — 6.100:000$; reforço da Usina de Carlos Euler —
1.700:000$. Total: 33.400:000$.
n) OFICINAS PARA REPARAÇÃO DE LOCO-
MOTIVAS ELÉTRICAS — Prosseguindo-se com a
eletrificação, decorre a necessidade de ser instalada em
Lavras uma oficina para a reparação de locomotivas elé-
tricas e do aparelhamento das Usinas, sub-estações e li-
nhas de transmissão e de contato. As oficinas de ca|ro|
serão transferidas de Lavras para Divinópolis. Adaptarão
das oficinas de Lavras para a reparação das locomotivaselétricas e transferência das oficinas de carros para Divi-
nópolis — 10.000:000$. Total geral para o aparec i-
mento da Rede — 220 .000:000$000.
Desse modo, como ficou amplamente demonstrai^,
para que a Rede possa levar a efeito esse aparelhamento.seria de toda a justiça e de real interêsse para a vida eco-
nômica do País que o Govêrno Federal oferecesse à Estra-da o auxílio desses 220 mil contos, à semelhança do cite
já tem feito com a Viação Férrea do Rio Grande do Sul,
com a Leopoldina Railway e com a Great Western,
quais o Govêrno Federal fez vultosos empréstimos paraêsse fim. Êsse capital seria resarcido com juros incalculá-veis, pelo desenvolvimento
que iria possibilitar a urna das
maiores, mais ricas e mais promissoras regiões do Brasil.
c) LASTRAMENTO DAS LINHAS — A Rede
ainda tem 1.200 quilômetros, ou sejam 30% da extensão
de suas linhas com lastro de terra, tornando-se necessário
empedrá-los para melhor conservação da linha e do mate-
rial rodante e segurança do tráfego. Lastramento com
pedra de 1.200 quilômetros de linhas, a 8:000$ por qui-
lômetro — 9.600:000$.
d) VAGÕES E CARROS — O número de vagões
e de carros da Rede é insuficiente para atender às neces-
sidades do tráfego, prejudicando as fontes produtoras do
Estado, por não poder atender ao transporte requisitado.
Como as suas oficinas estão bem aparelhadas, é mais eco-
nômico importar o material que não há no País e construir
os vagões e carros nas suas oficinas, do que aclquirí-los já
prontos. Aquisição de materiais para a construção de 180
vagões fechados, 100 vagões de diversos tipos, 80 gônl
dolas, 50 carros de Ia classe, 10 dormitórios e 10 res-
taurantes — 10.600:000$.
e).LOCOMOTIVAS — Em coordenação com a
substituição de trilhos mais pesados, torna-se necessário
empregar locomotivas também mais pesadas. Aquisição de
6 locomotivas a vapor super-aquecido, de 14 toneladas poreixo, tipo
"Mikado", de 3 cilindros independentes e de
4 locomotivas elétricas — 9.000:000$.
f) ALARGAMENTO DA BITOLA DE Om,76 —
Uma das causas que prejudicam os serviços de transpor-
te da Rede é a existência de um trecho de linha da bitola
de 0,76, ligando duas grandes zonas da Estrada servidas
por bitola de 1,00. Trata-se do trecho situado entre Di-
vinópolis e Ribeirão Vermelho, na extensão de 200 qui-lômetros. Fazendo-se o alargamento da bitola nesse tre-
cho, a diferença a percorrerem entre Belo Horizonte e o
Sul de Minas, em uma mesma bitola, ficará reduzida de
140 quilômetros, o que importa em ganhar-se cinco ho|
ras de tempo de viagem. Alargamento de 200 quilômetrosde linha de 0,76 por 1,00 — 15.000:000$.
g) MUDANÇA DA ESTAÇÃO DE BELO HO-RIZONTE — Em conseqüência do rápido desenvolvimen-
to da capital mineira, as instalações das estações de pas-sageiros, de carga, dependências do pátio da estação deBelo Horizonte, estão extremamente acanhadas e insufi-cientes para o movimento de mercadorias e passageirosdestinados ou procedentes das zonas da Rede. Além dis-so, as linhas da estrada, correndo dentro de ruas movi-mentadas da cidade, trazem grandes perturbações ao trá-fego urbano, devendo, por isso, ser removidas para tre-chos da cidade menos povoados. Execução das obras»construção dos edifícios das estações de passageiros, decarga, de abrigos de carros, dos escritórios, assentamen-tos de linhas, etc., etc. — 26.200:000$. Deduz-se valordos prédios, instalações, dependências do pátio, edifícios doescritório, estações, etc., da R. M. V. a serem entreguesà Central do Brasil — 11.000:000$. Total —
15.200:000$.
I o OI'.SERVADOR
I
I O Problema dos T^cnicos 1
0 foi em 1919, com a invenqao da palavra tecno- diarias, quatro dias por semana, dez meses por ano, nas ||
termo criado por Wiliam H. Smith, para dar idades de 25 a 45 anos."
urn novo sistema de govern® para os norte-ame- Opinioes das mais abalizadas existem que, se nao i'|
I nom- d
tema -ste
^^ea(j0 numa nova filosofia, que aceitaram totalmente as teorias expostas, reconheceram h
I rlCao;-I
^ problema dos tecnicos. Segundo diversos estu- possibilidade de sua aplicaqao, desde que fosse possivel 1 .
I pensamento tecnocratico existia ja nos fins do modificar-se determinadas condiqoes existentes na organi-
1 ' b XIX Entretanto, nao e possivel negar que, so- zaqao social vigente. N. M. Bultler, nome que conquis- 1
I SeCl\e
em 1932, foi a palavra adotada para denominar as tou ate a laurea do premio Nobel, legitimo representante I
I !men- c|e um grupo de homens do centro da boemia de da cultura americana, nao esitou em afirmar:
I M°l\l York fisses homens, cujos principais foram Ve- "O ponto essencial e que duas partes do nosso me-
I hl°Vf Ackerman, Scott, Chase, Jones, Tolman, Steinmentz. canismo, a tecnica da produqao e a tecnica da troca, nao
I -am protfssolel, engenheiros, economistas, b.ologos, |u- progreijram
em dependencia; o resultado e que hoje nao 1
K
G'Ys e militant Jl de varias outras atividades especializa- podem funcionar harmonicamente, como seria necessario I
1 das
S
A aspiracao desses homens era substituir o meca- para o servi(;o da sociedade. O problema mais urgente 1
I nismo politico dos pre<;os existente, por um sistema origi- que cumpre enfrentar e, pois, o da "pobreza
em meio da
I nal a quJ|cti«ram Estado de Energia, |ara a execuqao] abundancia." _ , ,
I do anal seria mister confiar os destinos do Estado aos tec- Essa affirmaqao, que foi por alguns classificada de
1 niros Sobre esse programa dos tecnocratas surgiram os indulgente, baseava-se na crenqa de que os vanguai distas ^
1 romentarios mais opostos. Uma sintese feita por Cesar da teoria em questao estavam compilando elementos va- :¦
I Kino- em seu estudo: "A
Tecnocracia e a Crise". da uma liosos sobre a organizacao moderna da p|oduqao, nao exis-
I ideia'iusta do que pretendiam os tecnocratas: tindo, portanto, motivo para que os seus metodos viessem I
1 "Afirmam os tecnocratas que se lhes concedesse a di- a ser desprezados no futuro por todos os que se vissem na
I recao absoluta do mecanismo economico, garantiriam contingencia de enfrentar tais problemas. I
I toda pessoa adulta um salario equivalente a vinte mil do- As soluqoes apresentadas em 1932 pelo grupo |
lares por ano, em troca de um trabalho de quatro boras ward Scott, foram acusadas de simpkstas, quando nao
.. ,,.nirnflnrm—H——IV
11 .
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OBSERVADOR
O Problema dos Técnicos
P\D
foi em 1919, com a invelção da palavra tecno-
-veia, termo criado por WiHam H. Smith, para dar
a um novo sistema de governo para os norte-ame-11011
>r)s sistema este baseado numa nova filosofia, que
woW'o problema dos técnicos. Segundo diversos estu-
di0soS o pensamento tecnocrático existia já nos fms do
século'XIX. Entretanto, não é possível negar que, so-
mente em 1932, foi a palavra adotada para denominar as
teorias de um grupo de homens do centro da boêmia de
Nova York. Êsses homens, cujos principais
foram \ c
blen Ackerman, Scott, Chase, Jones, lolman, Steinmentz,
eraní professores, engenheiros, economistas, b.ólogos,
|u-
ristas e militantes de várias outras atividades especializa-
das A aspiração desses homens era substituir o meca-
ni|no político dos preços existente, por um sistema origi-
nal, a que chamaram Estado de Energia, para a execução
do qual seria mistér confiar os destinos do Estado aos téc-
nicos. Sobre êsse programa dos tecnocratas surgiram os
comentários mais opostos. Uma síntese feita por César
Klug, em seu estudo: "A
Tecnocracia e a Crise", dá unia
idéia'justa do que pretendiam os tecnocratas:"Afirmam os tecnocratas que se lhes concedesse a di-
reção absoluta do mecanismo econômico, garantiriam a
toda pessoa adulta um salário equivalente a vinte mil dó-
lares por ano, em troca de um trabalho de quatro horas
diárias, quatro dias por semana, dez meses por ano, nas
idades de 25 a 45 anos."
Opiniões das mais abalizadas existem que, se não
aceitaram totalmente as teorias expostas, reconheceram a
possibilidade de sua aplicação, desde que fosse possível
modificar-se determinadas condições existentes na organi-
zação social vigente. N. M. Bultler, nome que conquis-
tou até a láurea do prêmio Nobel, legítimo representante
da cultura americana, não esitou em afirmar:"O
ponto essencial é que duas partes do nosso me-
canismo, a técnica da produção e a técnica da troca, não
progrediram em dependência; o resultado é que hoje não
podem funcionar harmonicamente, como seria necessário
para o serviço da sociedade. O problema mais urgente
que cumpre enfrentar é, pois, o da "pobreza
em meio da
abundância."
Essa affirmação, que foi por alguns classificada de
indulgente, baseava-se na crença de que os vanguardistas
da teoria em questão estavam compilando elementos va-
liosos sôbre a organização moderna da produção, não exis-
tindo, portanto, motivo para que os seus métodos^ viessem
a ser desprezados no futuro por todos os que se vissem na
contingência de enfrentar tais problemas.
As soluções apresentadas em 1932, pelo grupo de Ho-
ward Scott, foram acusadas de simplistas, quando não
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para as organizações sociais de qualquer natureza. \:n
hora em que a máquina, produto exclusivo da técnica, de-
cide as guerras, revela os segredos da vida humana, lavra
os campos mais áridos, perfura em grandes profundidu-
des o seio da terra, conduz os navios através dos mares c
os aviões através dos céos, calcula os algarismos nos cs-
critérios ou aprofunda os segredos astronômicos dos espa-
ços interestelares, executando com precisão matemática as
tarefas mais humildes ou os trabalhos mais complicados,
o especialista que contrói o mecanismo, ou aquele que se
dedica ao seu manejo, torna-se elemento insubstituível,
sem o qual a vida seria totalmente impossível.
Por essa simples afirmativa se verifica que seria erro
dos mais insustentáveis pretender classificar a tecnocracin
como causa, quando ela é efeito sintomático, expressão de
necessidades inerentes à vida moderna, marchando, sejam
quais forem os caminhos por onde se dirija, para influir,
cada vez mais poderosamente, no próprio futuro do
mundo.
Logicamente, em uma época em que o homem não
dá um passo na vida, nem as sociedades avançam um grau
no progresso sem a colaboração imediata da técnica, não
é possível, de nenhum modo, imaginar esse homem e essa
sociedade prescindindo da ação do técnico, obrigado esse
cada vez mais, a se especializar, para atender às necessi-
dades cada vez mais multiformes que sente o mundo de sua
colaboração.
Problema que hoje transpoz todas as fronteiras, por-
que se encontra em todos os caminhos da vida do homem
moderno, a expansão infinita da técnica trás, em si pró-
pria, uma série de outros problemas. Entre estes avulta,
sem nenhuma dúvida, o da atuação do técnico na socieda
de em que vive e a sua situação dentro dessa sociedade.
Foi exatamente visando obter uma informação fidedigna
da situação do técnico brasileiro e da sua atuação dentro
da organização do País, que O OBSERVADOR distri-
buiu cerca de duzentos questionários pelos diversos depar
tamentos técnicos nacionais. E é o resultado desse inqué-
rito que se exibe no presente trabalho.
Quatorze perguntas constituíram o questionário d'-
tribuido pelo O OBSERVADOR, alinhadas na seguiu:,ordem:
" 1. — Encontram os técnicos ambiente favorável a
desenvolvimento de sua capacidade de trabalho nos Depar
tamentos Públicos? 2. — Em que condições seria pos:vel desenvolver ao máximo a capacidade dos técnicos br
sileiros? 3. — Produzem os técnicos brasileiros mais, c
condições idênticas de trabalho, que os té<»nicos estrangeros contratados pelo Governo? 4. — Oual o mais eticie
*****te: contratar técnicos estrangeiros especializados ou niai:dar os nossos a um estágio de especialização no exterior.5 - —
Qual o maior entrave ao desenvolvimento dos tée
nicos no Brasil? 6. — Terão os técnicos brasileiros <
indústria particular maior eficiência que os do G|fvêrn<No caso afirmativo, por que? 7. — Os nossos depar.:mentos essencialmente técnicos são dirigidos por técncos? 8. O que seria mais produtivo para o Brasil. <M
plomados adaptados ou técnicos especializados ? 9. -— '
burocracia dificulta os técnicos? 10. — O que pensa do
nosso ensino técnico, qual o resultado da sua compara-
ção com os similares estrangeiros? 11. — Há vantagem
deixavam de fundamentar-se num elemento de orientaçãoextraordinariamente útil, em meio à confusão que envol-vera a ciência dos economistas da época. Realmente, nãose pode mais conceber que pudessem os homens continuaraceitando teorias que afirmavam ser inevitável o ciclo si-nistro das crises e das depressões, opondo-se teimosamen-te a qualquer idéia que sugerisse soluções radicais. Daí o
grito de Howard Scott:'*
Devemos colocar-nos ante o fato de que o mundoestá atravessando uma crise que é essencialmente tecno-lógica e para a qual nenhuma solução é possível se nãofôr concebida de um ponto de vista tecnológico."
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et-alização no Brasil de cursos de especialização téc-
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rses) à semelhança dos existentes nos pai-nica (ítbi-v^ ^_„ _ —:-
ses estrangeiros r 12. — Êstes cursos devem ter a assis-
4Anrh cio Governo, quais as condições? 13. Deve-selt.;;V
r a juventude brasileira para os problemas de or-
Si'técnica? 14- — Qual 0 PaPel do técnic0 na economia
Jfitndial de hoje. . . .
Vejamos, quesito por quesito, as respostas obtidas
. >ntrevistados. Na impossibilidade absoluta de publi-
."• todas as respostas recebidas, tal o seu grande núrne-
. {oi Necessário escolher as que mais diretamente se cin-
l°ssef aos problemas propostos.
\ pergunta número um,
"Encontram os técnicos ara-
biente favorável ao desenvolvimento de sua capacidade de •
trabalho nos Departamentos Públicos?", a maioria res-
pondeu pela negativa, embora apresentando motivos di-
versos. Vejamos o que pensa um técnico em eletricidade:
"Não, porque
seus chefes nem sempre são técnicos
e nao compreendem o esforço do jovem técnico, cuja ini-
ciativa para melhorar a situação é muitas vezes treiadaV
Um chefe de divisão do Instituto i\acionai de lec-
nologia foi mais explicitc».
S^Não. A falta de ambiente de que nos ressentimos,
pojcm, é geral. Nos departamentos públicos lutamos, ade-
mais, contra a incompreensão que cerca nossas atividades,
ccrceando-as muitas vezes e contundindo-as sempre com as
dc simples burocracia.
Já a resposta de um professor dc química contem um
otimismo divergente da maioria:
"Sim. Basta considerar os diversos serviços de
ciuímica cie administração pública no Rio de Janeiro e nos
Estados, cada um deles com seus problemas priprios. A
maioria dos técnicos da química se adapta, com facilida-
de, aos trabalhos destes serviços, na sua maioria de ana-
lises químicas. Os poucos técnicos que não se adaptam sao
criaturas xle acentuado pendor vocacional para outia ordem
de serviços. Há químicos que deviam ter qualquer outra
atividade e não a de qiúmica, porque pira ela lhes falta
vneacão; como há químicos que nao lograram colocação
nu justo ambiente de sua vocaçao.
Uns seriam ótimos professores, outros pesquisadores^
uns com vocação para os trabalhos de química orgânica,
outros para os problemas ou indústrias, etc. IV claro que,
para êstes, o ambiente não é favorável.'
Solicitando quase uma profecia, a segunda pergunta:"Em
que condições seria possível desenvolver ao máximo
ri. capacidade dos técnicos brasileiros.-'" — obteve respostas
cautelosas e pouco concretas:"O
desenvolvimento da nossa capacidade esta subor-
dínado ao desenvolvimento industrial do Pais.'
Ou então:"a)
Padronização material; b) Obrigando o jovem
tccnico a freqüentar um curso prático. (Nossos técnicos
ao sair de uma escola superior são teóricos).
E mais:"a)
Desenvolvendo o ensino técnico (de laboiatório)"'\s escolas, com o máximo de horas de trabalhos piati-
; b) atendendo ao pendor vocacional; c) remuneiar
convenientemente; d) fazer, para cada serviço, horários
roprios que não tenham analogia com os serviços buio-
aticos. Em grande número de casos o regime cio tem-
integral, mormente para os professores do ensino su-
perior ou universitário, e) Criar o serviço nacional cie
pesquisas, f) Criando cursos de aperfeiçoamento periódi-co para os que trabalham nos serviços de rotina.
A maioria demonstrou ser também contra a importa-
ção de técnicos estrangeiros, respondendo ao terceiro que-
sito: "Produzem
os técnicos brasileiros mais em condições
idênticas de trabalho, que os técnicos estrangeiros contra-
tados pelo Governo?"| de forma a não deixar dúvidas:"Não
há razão nenhuma para admitir que, postos nas
mesmas condições, sob a influência de fatores iguais, pro-
duzam os técnicos brasileiros menos do que são capazes
os estrangeiros."
Ou afirmando:"O
técnico estrangeiro chega-nos sempre, justa ou in-
justamente, aureolado de um prestígio que não nos cer-
¦:." BBflBflBflBflBflBflBflflflHp': «__^uix_ '^W_f_S___I WBs^^^^^.v^ +..>_BB PSPflk "- ^_fi___ k ''^ -_-__H :_______!
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ca. De início, então, êle é mais produtivo. Com o tern-po, porém, sua atividade termina no mesmo nível da dobrasileiro. Note-se que, via de regra, o técnico estrangd-ro é mais bem remunerado que o nacional, muito mais con-ceituado no nosso meio, e nele se deposita muito maisconfiança — fatores de estímulo, que também afastammuitas das dificuldades ante que o nacional tem que ce-der e até mesmo parar."
Apesar da opinião da maioria, há, porém, quemhesite:
"E' difícil responder, principalmente porque os téc-nicos de química, estrangeiros, nos serviços do Governo,são em muito pequeno número."
Um problema que tem sido ventilado assiduamenteé o da especialização do técnico nacional no estrangeiro.Ao quesito quarto do inquérito do O OBSERVADOR,"qual o mais eficiente, contratar técnicos estrangeiros es-pecializados ou mandar os nossos a um estágio de espe-cialização no exterior?", as respostas foram quase una-nimes:
"Sem dúvida, sou pela segunda alternativa. Ganha-mos de qualquer modo um bom técnico, e ficamos comêle para sempre. E esse é ainda o único que poderá tra-balhar para a formação de ambiente próprio aos técni-cos nacionais."
Enquanto outro afirma:"Entendemos
que mais eficiente é mandar os nossostécnicos a um estágio de especialização onde fôr indicado.'
E outro reitera, ainda:"Mandar os nossos a um estágio de especialização
no exterior, porém: a) eles deverão conhecer a língua, dopaís; b) deverão receber um preparo preliminar antes departirem; c) deverão ser fiscalizados para realmente estu-ciarem enquanto estão fora."
Mas há, também, quem prefria as duas alternativas:"Deve o Brasil adotar os dois processos, contratando,
no estrangeiro, homens sábios e jovens e enviando ao es-trangeiro, em particular aos Estados Unidos, numerososjovens diplomados que obtiveram, nas escolas, as melho-res classificações e as que, nos serviços técnicos da administração, se mostrarem verdadeiramente capazes no tra-balho científico."
Existindo sérios iinpecilhos para o desenvolvimentodo técnico no país, era necessária a quinta pergunta cioquestionário, "Qual o maior entrave ao desenvolvimen-to dos técnicos no Brasil?". As respostas, apesar de sin-téticas, vieram bastante expressivas. Duas palavras quedizem muito:"A burocracia."
Ou frases como esta:"O nosso atrazo industrial. Entenda-se por isso a or-ganização falha de nossa economia industrial."
Outra causa é encontrada em outra resposta:"O maior entrave, ao meu ver, ao desenvolvimento
dos técnicos no Brasil, reside na exiguidade dos salários,em constante e acentuada desproporção com as necessida-des da vida. "
Para outros a resposta se apresenta fácil:"O sistema geral, ainda pouco desenvolvido, de nos-sa vida de trabalho."
Divergiram as opiniões ao responder o sexto que-sito, que inqueria: "Terão os técnicos brasileiros da in-dústria particular maior eficiência do que os do Governo'No caso afirmativo, por que?"
e .*¦""¦¦' JBSMLl tt
9BB
0 OBSERVADOR -
V jamos algumas respostas, acentuando parecer a pri-
eiTa de um espírito prático e profundo conhecedor da
cuestao 9 f
Sim. O técnico também é humano, e olha para o
futuro. 0 técnico do governo c mal pago; assina ponto,
hericnM a um quadro, perde tempo na espera de vagas
paro promoção, e isso não obstante ser sua produção exce-
lente e abundante. Nada disso se passa na indústria par-
ticuJar, onde seu valor é apreciado pelo lucro que permite
aos capitalistas seus patrões. Pensando no futuro da famí|
lia c na conta do vendeiro não se pode fazer boa técnica."
Concorda outro:
"Sim, porque a indústria particular exige que cie
trabalhe."
Ao passo que outro encontra dificuldade em compa-
rar atividades que julga heterogêneas:
"Os técnicos brasileiros trabalham: a) nos serviços
do Governo; b) nas indústrias particulares; c) nas indús-
trias que eles próprios criaram. E' difícil comparar ati-
vidades tão heterogêneas como as especificadas nas letras
a) e b) . Mas é fácil compreender que magnífica eficiên-
cia teeni, nas industrias, os que as ciiaram, desenvolvem e
dirigem."
Ao mesmo tempo que há quem seja contra as gene-
ralizaçÕes: , ."Não se pode generalizar. Freqüentemente técnicos
da indústria particular recorrem a técnicos do Governo,
muitas vezes técnicos do Governo procuram orientação ou
esclarecimentos junto de estabelecimentos industriais."
Poder-se-á compreender departamentos essencialmen-
te técnicos não dirigidos por técnicos? Entretanto, as res
postas dadas à sétima pergunta, "Os
nossos departamen-
tos essencialmente técnicos, são dirigidos por técnicos. ,
na sua diversidade, vieram provar que a questão merecia
ser ventilada. Ei-las:"São.
Com raras exceções, os serviços da administra-
ção pública. São dirigidos por técnicos não diplomados,
mas que fizeram sua instrução autodidática nesses P*ó-
prios serviços. Êles são os que se chamam, no n.° 8 deste
questionário, diplomados adaptados."
Há, porém, quem não encontre inconveniente na di-
recão entregue a homens apenas esclarecidos:"Quase
todos, ao que saiba. Não vejo, porém, gian-
d«. s inconvenientes na direção desses departamentos poi
homens simplesmente inteligentes e esclarecidos, embora
não técnicos."
Outros não afirmam nada:"Não
posso afirmá-lo." E, ainda: "Nem todos, ao
: .e parece."
De todo o questionário, a pergunta menos compreen-
1 via foi a oitava: "Seria
produtivo, para o Brasil diplo-
m idos adaptados ou técnicos especializados?". Entretan-
t a interpretação das duas categorias não é difícil. En-
tende-se por diplomado adaptado o homem possuidor do
d'ploma universitário de uma carreira, com largos conhe-
cimentes práticos de uma determinada especialidade, en-
quanto que por técnico especializado deve ser compreen-
elido o não diplomado, com estudo teórico e prática de
determinada especialidade, estudo e prática que, se não lhe
facultam os conhecimentos gerais que possue o diplomado,fornecem-lhe, entretanto, o conhecimento profundo dessa
especialidade. Vejamos as respostas recebidas:"Quanto
a saber o que mais conviria aos interesses
do Brasil — se diplomados adaptados, se técnicos especia-
lizados — a minha resposta seria: diplomados especializa-
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62 O OBSERVADOK - wi
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dos, visto que na formaqao destes se subentende 0 aper- na escola que tinha capacidade para dirigir e foi preciso
feiqoamento tecnico." um trabalho obscuro para revelar essa capacidade."
. _. Resposta laconica e direta: Assunto eterno 110 Brasil tem sido a burocracia, na"Em
nosso grande progresso, e um crime impedir que acusaqao de entravadora de todas as iniciativas. Estaria
o d'plomalo adaptado coopere." ela, ainda hoje, impossibilitando o desenvolvimento tecni-
Ha quern discorde: co do Pais? Era o que pretendia saber o 110110 quesito:"Nao
ha duvida que devem ser os tecnicos especia- "A burocracia dificulta os tecnicos?" E as respostas fo-
lizados." ram quase unanimes, umas laconicas e francas, algumas
Mas a maioria e pelo diplomadc adaptado, embora disfar^adas em imagens literarias:
resposta que segue adote uma forma um tanto restritiva: Tres de uma so palavra: "Dificulta", <fSim", "Di
"Para responder a esta pergunta, damos a expressao ficulta".
"diplomado adaptado" o sentido do diplomado com soli- Uma mais longa e muito expHcita:
dos conhecimentos cientificos, forrado de senso comum "E' infinitamente mais facil manejar uma maquiiui
de cultura geral, mas dedicado ao estudo de determine quando ela e composta de uma grande quantidade de pe-— do assunto; compreendemos como
"tecnico especializa- Qas — sendo todas de ferro ou de gfco, mais obedientes l«
do", no caso, aquele que, dispensando os problemas de das a um so impulso, tendendo a um fiiri determinado, cl
ordem geral, se interessa particularmente por determina- que formada de homens, como e a maquina burocratic;
da materia. Assim, julgamos ser mais util para o Bra- em que cada pe<;a tem a veleidade de supor que e a 111
sil o "diplomado
adaptado". quina toda. De cada um perisar desse modo resulta qu
Mais ainda, talvez sob a influencia de Carrel: a m^(l1ina funciona mal e para realizar qualquer traball"Diplomados
adaptados. Sou, em principio, favora- desPend.e uma^ soma de tempo infinitamente superior
vel a especializaqao. Mas ela tras comsigo o tecnicismo qUG Seria PrecJs0-
exagerado, o especializado restrito, incapaz de relacionar .°ra' os.tecnicos, cujos movimentos sao precisos e si
seus conhecimentos com os de outros. Dessas relaqoes, fei- cessiv°s; cujas operaqoes, uma vez iniciadas, nao devem
tas.com sabedoria, e que resulta o progresso pela tecnica P°r nenhum motivo, ser interrompidas, sao, muitas vezc
' A ti'tulo de curiosidade, cabe transcrever aqui um ^^|ados
Pelas paradas, pelos enguigos, pelos capn-
trecho de resposta dada pelo artista cinematografico Ro- ^unianos verificados na maquina burocratica. . .
bert Taylor a uma pergunta semelhante: sua ^jetfv'idad^
& 6 fr"8
exphc m ' "
classe'SvaT Ti^Ulgam Pertencei: a unf WS'Mmito..
Quern, no decorrer de um estudo de
sua di^MaS' Ma« hi trabajhos que dizem abaixo de laboratorio, na faina construtiva de uma ofieina, jd tevc
desesnJro arptVn« um 1> o- xc.e?oe? ' conieS° um que, em que crusar os bragos, por falta de material ou pessoal.,
nao
foT hTdois anos w ? T i
"tT, lavanclena fomecidos por demoras burocrdticas, sente bem o porque
verdade P?L™fc" g76 6, d°
ftabeleciment°¦ desta resposta. Quern, no entusiasmo do trabalho, jd en--
se um honiem in nar»„, ? i'U .mante,®eus quatro anos Iron pela- voite a dentro com um ensaio, uma operagaoj p e eu deslocado foi ele. Isso, porem. deinnrarfa 'Yin. 14 C7/17/7 P 11/1 r1<irt on sir.1/44/1 f- n Jin vrJo JlM Yf)r Vfl tlCQ*'
na escola que tinha capacidade para dirigir e foi precisoum trabalho obscuro para revelar essa capacidade."
Assunto eterno 110 Brasil tem sido a burocracia, na
acusação de entravadora de todas as iniciativas. Estaria
ela, ainda hoje, impossibilitando o desenvolvimento técni-
co do País? Era o que pretendia saber o nono quesito:"A
burocracia dificulta os técnicos?" E as respostas fo-
ram quase unânimes, umas lacônicas e francas, algumas
disfarçadas em imagens literárias:
Três de uma só palavra: "Dificulta", "Sim", "Di
ficulta".
Uma mais longa e muito explícita:"E'
infinitamente mais fácil manejar uma máquina
quando ela é composta de uma grande quantidade de pe-
ças — sendo todas de ferro ou de aço, mais obedientes to
das a um só impulso, tendendo a um fim determinado, d
que formada de homens, como é a máquina burocrátie;
em que cada peça tem a veleidade de supor que é a 111
quina toda. De cada um pensar dêsse modo resulta qua máquina funciona mal e para realizar qualquer trabalh
despende uma soma de tempo infinitamente Superior
que séria preciso.
Ora, os técnicos, cujos movimentos são precisos e su
cessivos; cujas operações, uma vez iniciadas, não devem
por nenhum motivo, ser interrompidas, são, muitas vezes,
embaraçados pelas paradas, pelos enguiços, pelos capri-
chos humanos verificados na máquina burocrática...'E outra, igualmente longa e mais explícita ainda, 11
sua objetividade:"Sim,
e muito . Quem, no decorrer de um estudo de
laboratório, na faina, construtiva de uma oficina, já teve
que cruzar os braços, por falta de material ou pessoal, não
fornecidos por demoras burocráticas, sente bem o porquedesta resposta. Quem, no entusiasmo do trabalho, já eu-
trou pela noite a dentro com um ensaio, uma operação
demorada na usina, e no dia seguinte perde burocrático-
O OBSERVADOR - /j /
dos, visto que na formação destes se subentende o aper-
feiçoamento técnico."
Resposta lacônica e direta:"Em
nosso grande progresso, é um crime impedir que
o d.plomado adaptado coopere."
Há quem discorde:"Não
há dúvida que devem ser os técnicos especia-
lizados."
Mas a maioria é pelo diplomado adaptado, embora a
resposta que segue adote uma forma um tanto restritiva:"Para
responder a esta pergunta, damos à expressão"diplomado
adaptado" o sentido do diplomado com sóli-
dos conhecimentos científicos, forrado de senso comum e
de cultura geral, mas dedicado ao estudo de determina-
do assunto; compreendemos como "técnico
especializa-
do", no ¦ caso, aquele que, dispensando os problemas de
ordem geral, se interessa particularmente por determina-
da matéria. Assim, julgamos ser mais útil para o Bra-sil o
"diplomado adaptado".
Mais ainda, talvez sob a influência de Carrel:"Diplomados
adaptados. Sou, em princípio, favorá-vel à especialização. Mas ela trás comsigo o tecnicismoexagerado, o especializado restrito, incapaz de relacionarseus conhecimentos com os de outros. Dessas relações, fei-tas.com sabedoria, é que resulta o progresso pela técnica."
A título de curiosidade, cabe transcrever aqui umtrecho de resposta dada pelo artista cinematográfico Ro-bert Taylor a uma pergunta semelhante:
"Conheço diplomados que julgam pertencer a uma
classe elevada, recusando trabalhos que dizem abaixo desua dignidade. Mas há exceções; conheço um que, emdesespero* aceitou um lugar humilde numa lavanderia efoi há dois anos; hoje é gerente do estabelecimento. Averdade é que nem êle descobriu durante seus quatro anosse um homem já pareceu deslocado foi êle. Isso, porém,
p
!
'
! () OBSERVADOR
- LVI 63 j ..
; mettle o ponto, ccrto desantiiiard, arrefeccra no sen en- tecnica nacional, algumas iniciativas deveriam ser toma- I
tusiasino —¦ & fatal." das, no sentido de minorar essa deficiencia. Dai o quesi- J
Em ul inquerito da natureza do presente nao seria to: "Ha
vantagem na generaliza^ao 110 Brasil de cursos
I nossivel omitir o aspecto referente ao ensino tecnico no de especializaqao tecnica (Test-Courses) a semelhanqa dos 1
Brasil. em compara^ao com o que existe no estrangeiro. existentes nos paises estrangeiros?" A proporqao foi de
I ^ pen unta: "O
que pensa do nosso ensino tecnico, qual duas respostas favoraveis para uma contraria. 1
o resiiitado de sua comparaqao com os similares estran- Duas favoraveis: "Ha", "Sim". 1
geiros?", as respostas nao foram coincidences:
ula contraria: L -
II
<l'A minha impressao e que o ensino tecnico esta em "Nao vejo grandes vantagens na cria^ao destes semi- j
I '
evolucao no Pais, ainda que lentamente. / compaiaqao tecnicos especializados. Criam-se homens com calosidades
I com o ensino similai dos giandes centios de cultura (Eu- mentais, a semelhan^a dos trabalhadores que, por deforma-
I ropa Central, Estados Unidos e Japao) e muito desfa\o- qqqs profissionais, tornam-se apenas capazes de empunhar j
I ravel ao nosso. uma unica ferramenta."
I Exprime opiniao difeiente uma outra resposta. Considerada necessaria a criaqap; dos cursos, restava j
I "0
nosso ensino tecnico superior, pelo que sabemos, averiguar de que modo deveriam ser eles mantidos. Isso jj
I e satisfatorio. O resultado de sua comparaqao com simi- procurou saber o quesito doze: "fistes
cursos devem ter j
I lares estrangeiros, de um modo geral, mostra-se anl| assistencia do Governo, quais as condi^oes ?"¦. E as res-
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).}?'*; ~ . ;|P
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k,*>^4.
|
II
64
"Sim. A assistência do Governo seria no sentido de
torná-los técnico-científicos. Toda técnica sem ciência é
enipirismo."
Ninguém duvida de que, no futuro, terá o técnico um
papel ainda mais importante na vida nacional. Procuran-
do saber a opinião dos próprios técnicos de hoje, inqueriu
o quesito treze: "Deve-se
orientar a juventude brasileira
para os problemas de ordem técnica?". Houve apenas
uma resposta discordante:"Não.
O desenvolvimento da indústria fará essa ori-
entação naturalmente. E assim se evitarão inúmeros pro-
blenias secundários — os dos técnicos chomeurs, por
exemplo."
As demais foram pela afirmativa:"Sim.
Técnica científica."
Ou então:"Sim;
mais técnica e menos latim."
E, mais:"Os
jovens brasileiros, que apresentarem qualidades
para a compreensão dos problemas de ordem técnica, de-
vem ser encaminhados para os estudos técnicos; outros
deverão ser dirigidos, por exemplo, para as escolas He
belas-artes; outros para o magistério primário, etc., etc."
Para terminar, era necessário inquerir Ho técnico bra-
sileiro se estava êle conciente de seu papel no panormm
do mundo moderno. Houve respostas diárias §e nnf1 r>or
mo+ivos diversos. Uims pelo pess1'nrcmo. outras tHa sn<
briedade e outras, ainda, pelo seu acerto:"O
mundo de hoje é o resultado Ho desenvnlvim^n-
to da ciência. A ciência é útil pelas suas criações np? br-
neficiam a vida dos povos. A economia mundial não fo^e
à dependência, mas está estritamente ligaria à evoluçãoicientífica.
A síntese e a industrialização da p'zarina Herarfi for-
midáveis prejuízos à França; a do indico, à Inglaterra.
Os perfumes naturais desapareceram pela concorrência
dos sintéticos, melhores e mais baratos. Os corantes sin-
téticos dominaram os naturais, bem assim os meHicamen-
tos. Os nitratos naturais, a sêda, a borracha e quantasmais, estão em luta com os similares artificiais.
Até parece que só os elementos químicos hão de re-
siVir, por longos anos, às transmutações de ordem utili-
tária na economia do mundo."
Pessimismo negro:"O
mais triste e nefando: — Criadores de um des-virtuamento do sentido da vida. O técnico dá aos povosa idéia, de felicidade fornecendo-lhe apenas conformo.Substitue a inquietação de cultura pela satisfação estáti-ca e contemplativa do progresso material. Faz com que seconfunda civilização com êsse progresso e cria os homensescravos da máquina fazedores de guerras, sacerdotes davelocidade, do automático, da explosão..."
Três palavras apenas :"De
grande importância."
Ou uma imagem sutil, tirada da realidade dos fatos
presentes:''Infelizmente,
a Polônia, a Noruega, a Holanda, aBélgica e a França conhecem hoje o papel do técnico naeconomia mundial."
Atiavés das significativas respostas acima transcri-tas tem-se o resultado do inquérito. Entretanto, procuran-do ainda maior documentação, não se limitou a elas O OB-SERVADOR; sindicou diretamente em vários Departa-mentos do Govêrno e em outros tantos particulares, ondeos técnicos se dedicam às mais variadas tarefas, em be-
O OBSERVADOR —
nefício do progresso do País. Nos departamentos parti-
culares, incontestavelmente, a atividade do técnico toma
maior realce, porque todos estão convencidos de que doseu trabalho depende a situação econômica da empr
Nos Departamentos do Govêrno essa convicção não está
presente no pensamento de todos, notadamente no pe iSa-
mento dos que não são técnicos, o que concorre grandel
mente para a ineficiência de grande número dos mesmos.
Em uni contato direto com os técnicos brasileiros sente-
se que os mesmos se encontram apavorados com a atua-
cão de determinado departamento de controle, que, no en-
tanto, também é brasileiro. Um dêsses técnicos teve uma
imagem curiosa para figurar o caso do aludido departa-
mento: "E'
como um médico milionário, possuidor de pre-ciosa biblioteca, dono de conhecimentos enciclopédicos,
estudante de cursos brilhantíssimos (primeiro lugar em to-
das as matérias) que, no entanto, fracassa sistematica-
mente diante de uni enfêrmo, porque se habituou a só
dar consultas por correspondência."
Há quem recorra a um fato que diz verídico, paraestabelecer paralelos:
"Uma figura de destaque da poli-
tica nacional pensou em transformar um serviçal de sua
conf:ança, que nunca tinha visto serviço culinário, em
perfeito cozinheiro. Fez com que o mesmo tomasse cur-
sos práticos em cozinhas dos melhores hotéis do Distri-
to Federal. O resultado foi, porém, um verdadeiro fra-
casso E' que o cozinheiro improvizado aprendeu tudo de
cozinha: as receitas mais complicadas, os guisados mais
estranhos, as sobremesas mais requintadas. Só não apren-
deu. mesmo, foi a cozinhar. E' que faltava-lhe a práticaelementar."
Outros criticam, ainda a forma de direção dos nos-
sos departamentos técnicos. Se os mesmos se encontram
entregues a técnicos, os conhecimentos dêstes não abran-
gém a multiplicidade das secções sob sua orientação, fa-
zendo com que cheguem os mesmos a resumir sua ativida-
de a funções meramente burocráticas, enquanto que a téc-
nica nacional perde a colaboração de um elemento mui-
tas vezes valiosíssimo. Por outro lado, quando o depar-
tamento fica entregue a um leigo, por mais experiência
que êste possua, luta sempre com muito maior dificuldadedo que o técnico para conseguir alcançar o discernimen-to preciso para resolver com acêrto os problemas de o ¦-
dem técnica que diariamente se apresentam à sua solução.Como conseqüência, pòdejse encontrar inúmeras pubíic
-
ções feitas por departamentos técnicos, as quais, si éxarrii|
nadas à luz de conhecimentos especializados, exibem n
meros êrros técnicos, fato que não se daria se os vero-
deiros especialistas fossem sempre consultados e as su;
opiniões devidamente acatadas. Afirmam diversos técnic -
que a solução seria, talvez, entregar a direção de cada ck
partamento técnico, não a indivíduos, especializados t
não, mas, ao contrário, a conselhos técnicos organizacl
com funcionários do próprio departamento, dando-se preferência aos chefes de serviços, sem nenhuma dúvida <
mais indicados para oferecer soluções acertadas aos pr<blemas que se apresentam no próprio transcurso de su
atividades diárias. Com êste sistema a direção do depar
tamento poderia ser confiada indiferentemente a um téc-
nico ou a um leigo, desde que ao diretor caberiam apenas
funções meramente administrativas e de ligação entre >
departamento e a administração pública.Êsse foi, em síntese, o resultado do inquérito realiza-
do pelo O OBSERVADOR. Êle reflete a opinião da
maioria dos técnicos do Brasil.
C on sfruirTioje^?^.
/f PARA AMANHA N\
// A garantia de renda no presente e, principalmente, no futuro, exige que \\ I
/ um predio a ser construido hoje, seja mais do que simplesmente moderno \\ I
para que nao sofra uma depreciacao inevitavel com o aparecimento de
outros que se venham a construir dentro de normas mais modernas e do-
tadas de aparelhamento mais perfeito e eficiente. Deve-se construir hoje
sB ^ |h l /.< li-fiVi
Construir hoje.Tr^
/f PARA AMANHÃ
A garantia de renda no presente e, principalmente, no futuro, exige que
um prédio a ser construído hoje, seja mais do que simplesmente moderno
para que não sofra uma depreciação inevitável com o aparecimento de
outros que se venham a construir dentro de normas mais modernas e do-
tadas de aparelhamento mais perfeito e eficiente. Deve-se construir hoje
prevendo as exigências de amanhã.
Os engenheiros da SERVIX teem longa experiência e profundos conhecimen-
tos em matéria de instalações de eletricidade hidráulica, refrigeração e
ventilação de edifícios. Estão aptos, por isso, a projetar, especificar e insta-
lar em qualquer prédio o que fôr mais conveniente, moderno e seguro.
.•
SERVIX ELECTFICA LIMITADA
engenheiros
I
0
la. Entramos, de feito, prematuramente no ciclo industrial. Do ponto de vista mais restnto, designana, porem, o ra-
o que alias nao deixou de produzir as consequencias ineren- mo da fisiologia botanica, que estuda as relates dos ve-
- ¦» - —• ,,, ¦ w~-¦ 1 ——
Zonas Ecologicas de S
VIII Zorí
O OBSERVADOR lvi
f~\ CONTEÚDO da tese
subordina-se ao concei-
to de Ecologia. O objetivo
por êle visado outro não é se-
não a propulsão agrícola, fon-
te primacial da riqueza do
País e fator decisivo da sua
prosperidade. No desenvol-
vimento agro-pecuário encontrará o Brasil, dada a vasti-
dão do seu território, inexplorado na mór parte, os meios
de que necessita para atingir a sua emancipação econômica.
A divisão territorial do Estado em zonas ecológicas
colima traçar rumos, que deverão orientar a legislação ten-
dente ao fomento da produção agrícola. A terra é, e sem-
pre será, com efeito, o reservatório inesgotável das utilida-
des de que o homem necessita para a satisfação das suas
necessidades. Tinham razão os fisiocratas e salutar fora
a reação oposta por Quesnay —
grande médico e grande
economista — ao sistema mercantil, então em voga.
O "produto
puro", isto é, o valor extremo de quais-
quer acrescentamentos extrínsecos e oriundos das circuns-
tâncias, só se encontra no que nos vem da terra. Ademais,
São Paulo será ainda por largo tempo um Estado agríco-
la. Entramos, de feito, prematuramente no ciclo industrial,
o que aliás não deixou de produzir as conseqüências ineren-
tes a todo processo discor-
dante das leis Sjatufais da
evolução.
Para balisarmos o campo
com acerto, parece-nos indis-
pensável fixarmos o concei-
to e a definição da Ecolo-
gia. O vocábulo fôra criado
por Haeckel, em 1889, em substituição à palavra Etholo-
gia, proposta por St. Hilaire, compreendendo o estudo
dos hábitos dos animais e suas condições de vida. A Ale-
manha adotou a expressão ecologia, hoje consagrada ge-ralmente. O seu conceito, como é natural, a princípio flu-
tuante, fixou-se alfim em uma fórmula definitiva. Ecolo-
gia — de oicos, casa, e Jogos, discurso — significaria, eti-
mologicamente, "discurso
sôbre a casa". Tal vocábulo,
fundiou-o Haeckel segundo os moldes da palavra Econo-
mia, de oicos e nornos, administração da casa, que passou
a designar definitivamente a ciência do valor."Discurso
sôbre a casa", isto é, o estudo do "ambi-
ente" em que vive o homem, passou a denominar a ciên-
cia "das
relações dos organismos (seres vivos) entre si
e com o meio em que vivem". Êste é o seu conceito geral.Do ponto de vista mais restrito, designaria, porém, o ra-
mo da fisiologia botânica, que estuda as relações dos ve-
. Paulo
ChuvaDe 50 a 500mm.
„ 500a 1000 „1000a 1500
„ 1500 a 2000 „.. 2000 a 2500 „
Acima de 2500 ,,
1rejzios
I
I OBSERVADORl VI
ambiente e com a variedade dos fatores cir-
"undantes — solo, água, clima, fauna — que simultanea-getais
com o
67
ção dos seres vivos em função do meio. E', em suma, a
ciência da vida e do habitáculo
dfe«L^l5tSl VSZ GEOI^GIA E RELEVO - HIDROGRAE1A
liam a
n«cib vAju* .
Mia distribuição sóbre a terra. O ilustre cientista
^ b
gr# cjr< Roquette Pinto, em "Seixos
Rolados",
PatlK275 esegs., define esta parte da moderna Biologia
'5!lno sendo
"o estudo do organismo no seu meio".
Ecologia em consonância com a conceituarão geral-
mente seguida, é, a nosso ver a parte da Biologia que es-
tiida a vida dos animais e dos vegetais em suas relações
como meio em que vivem
V agricultura —
qne e a finalidade que nos norteia
estú com efeito, em função do habitai, isto é, em função
do'solo do clima, dos acidentes geográficos, posição as-
tronômica e da fauna, onde se encontram os seus inimigos
naturais, as pragas. As leis da harmonia presidem à evo-
lução da natureza. Os seres vivos adaptam-se ao respecti-
vo ambiente. A tendência dos animais a tomarem a côr
e a'configuração do ambiente em que vivem — mimetis-
m0 é uma das suas provas eloqüentes.
Os vegetais dos nossos campos e cerrados, subme-
tidos ao fogo periódico das queimadas, na ância de viver,
mergulham no solo os rizomas revestidos de espesso cor-
tex. Verde é a plumagem dos passaros da floresta; cin-
zentas e alvadias são as aves marinhas. A bio-geografia
estuda a distribuição dos seres vivos sobre a terra. A eco-
logia desvenda os segredos que dominam a vida e evolui-
O Arqueano, que se alteia a partir das margens do
S. Francisco, formando o sublevamento da Chapada Dia-
mantina, atinge o território paulista aos 21.°, 15', e abran-
ge a área delimitada pelo litoral e por um arco de círculo
que vai de Mocóca a Faxina, passando por Campinas,
Itu e Sorocaba. A sua altitude geral é de 1.000 metros.
No bloco eruptivo abre-se, entretanto, uma fenda por on-
de surde o tcrciário, em que o Paraíba cavou o seu talve-
gue. Seguem-no também, dispostos em arco, o Glacial, o
Permiano e o Triássico. A oeste, contornadas pelo Jurás-sico, surdem as grandes
"ilhas" do Cretáceo. O Devo-
jjiano aflora, em estreita nesga, entre Itararé e Faxina.
E, pois, não são das mais risonhas as perspectivas do pe-
tróleo dentro do território paulista. A antemural de mais
de 800 metros de altitude, vista do mar, desenha o perfil
da Cordilheira Marítima e assinala as mais altas terras
paulistas.As cotas hipsométricas cáem a 532 em Porto Feliz,
425 em Barra Bonita, 329 em Araçatuba e abaixo de 300
junto às barrancas do Paraná. E' o declive seguido pelo
Tietê.
A mesma direção — L. W. — é a que obedecem os
principais cursos dágua: o Paranapanema, o Rio do Pei-
Derrubada ao longo da E. F. Sorocabana em P. Venceslau
ijppp? ^ 4a& 7 ¦'< && " *•- HB 1 1i " >- . » $ HE ¦ mmaRSaa . 'JWWAui ¦ ^M^iMSSsS^SstSMmiyf. w-
K . '¦£*
Si
ESSiS
iii^HFloresta halophila-hydrophila. .. reza
hig^fila. A abundancia da folhagem, o
sub-niata e a conforma^ao das folhas com as
xe, o Aguapei, o Dourados e o Rio-Grande. Formam ^ guisjl de goteiras estao, de feito, a denunciar a
rede paulista da bacia do Parana. Na bacia oriental so ha ar As bromelias, as begonias e as orquideas^^^^^H
um grande coletor: o Ribeira. Na extensa rede hidrogra- ao 0bservador 6 carater higrofilo desta zona.
fica conjugada ao regime das chuvas encontra-se a causa que admiramos ao galgarmos os degraus da serra,^^^^^H
da fertilidade das terras argilo-silico-humosas de S. Pau- saguera ate a "Borda
do Campo" (Santo Andi^^^^^H
lo. A terra roxa — diabases, que sao veios de rochas erup- vicejam os ipes dourados, o jequitiba excelso,
tivas — (dioritos) e o torrao magnifico para a cultura do maSj 0 tamburi em que os selvagens talhavam
cafe. O massape e o salmourao sao otimos para o cafe jgaras. . .
para a cultura de cereais e do algodao, que se desenvolve Vingada a encosta abruta — por onde serpe^^^^^^B
muito bem nos terrenos silicosos. lho caminho de Sao Vicente, o peior do mundo,^^^^^^H
O que caracteriza as nossas terras de cultura e a es- cj0 padre Anchieta — atinge-se, finalmente, a
pessa camada aravel. Na Europa, que vai alem de 0,60;
entre nos e de lm,00 a 3m,00. A terra roxa apresenta nao E SEU ASPECTO INTERIOR
raro um manto de humus de cerca de 20c,0 de profun-
Floresta halophila-hydrophila. ..*
xe, o Aguapei, o Dourados e o Rio-Grande. Formam a
rede paulista da bacia do Paraná. Na bacia oriental só há
um grande coletor: o Ribeira. Na extensa rede hidrogiá-
fica conjugada ao regime das chuvas encontra-se a causa
da fertilidade das terras argilo-silico-humosas de S. Pau-
lo. A terra roxa — diabases, que são veios de rochas erup-
tivas — (dioritos) é o torrão magnífico para a cultura do
café. O massapé e o salmourão são ótimos para o café e
para a cultura de cereais e do algodão, que se desenvolve
muito bem nos terrenos silicosos.
O que caracteriza as nossas terras de cultura é a es-
pessa camada arável. Na Europa, que vai além de 0,60;
entre nós é de lm,00 a 3m,00. A terra roxa apresenta não
raro um manto de humus de cerca de 20c,0 de profun-
didade.
O solo, a temperatura, o regime de chuvas e o coefi-
ciente higrométrico são os agentes que operam a diferen-
ciação da distribuição vegetal. Esta diferenciação caracte-
riza as diversas zonas ecológicas. A paisagem fitofisionô-
mica do Estado é, pois, o que tentaremos esboçar adiante.
OUADRO FITOFISIONÔMICOrv
São Paulo ainda não possue a sua carta fitofisionô-
mica. Ao que nos consta, só Mato Grosso a levantou em
todo o Brasil. Os serviços tendentes a dotar o Estado
deste indispensável guia de sua atividade agrícola, a car-
go do Departamento de Botânica, ainda não se completa-
máu grado os esforços do seu diretor, o eminente na-
patrício dr. F. C. Hoehne, a quem deve a ter-
ra matogrossense o notável documento, a que aludimos.
Ante a escassez de dados técnicos diretamente colhi-
dos nas diversas zonas do Estado, fomos forçados a nos
limitar a um rápido bosquejo e a pintar a largas pincela-das a nossa paisagem botânica, recorrendo a elementos de
informação de vária ordem. Êstes foram: a pequena, mas
preciosa contribuição do Departamento de Botânica do Es-
tado; fotografias aéreas do Instituto Geográfico e Geo-lógico; depoimentos registrados em nossa literatura deviagens; relato dos que escreveram acerca de nossa co-rografia, e, finalmente, noções oriundas do nosso próprioconhecimento.
O quadro fitofisionômico do Estado poderá, de ummodo geral, dividir-se em três zonas. Esta divisão com-
porta, entretanto, notáveis exceções. Wappoeus divide oBrasil em três zonas botânico-geográficas: a equatorial ;a litoral e a do sertão.
A primeira, a littorânea, halófilo-hidrófila, é . onsti-
tuida pela estreita faixa marinha compreendida . ntre o
oceano e a Serra do Mar. Está sujeita à imediata influ-
ência do oceano e se estende até a altitude de 0-100 me-
tros sobre o nível do mar. Caracteriza-se a ausência abso-
luta de campos. Suas matas são densas. Nelas Eif^oiúratii-
se o feto arborescente, as impomeias, as jissaras esveltas,
os suinãs floridos em Agosto, as bronfegas variegadas. A
terra e o ar impregnados de sal tornam esta zona pouco
apropriada à agricultura. A cana de açúcar e algumas es-
pécies frutíferas, como a bananeira, o mamoeiro, a fruta
pão, etc., poderão, entretanto, aí ser cultivadas com pro-
veito.
A partir da cota de 0,100 metros, serra acima, deparai
se-nos a zona da encostaj pega
e meseo-térmica higrófila.
E' a zona da floresta por excelência. As matas, de verde
intenso, cobrem-na inteiramente. O aspecto silvestre e
morfológico das espécies vegetais proclamam a sua natu-
reza higrófila. A abundância da folhagem, o enreado da
sub-mata e a conformação das folhas com as suas pontes
à guisa de goteiras estão, de feito, a denunciar a humidade
do ar. As bromélias, as begônias e as orquídeas afirmam
ao observador o caráter higrófilo desta zona. E' a mata
que admiramos ao galgarmos os degraus da serra, de Pias-
saguera até a "Borda
do Campo" (Santo André), onde
vicejam os ipês dourados, o jequitibá excelso, as quares-
másj o tamburi em que os selvagens talhavam as suas
igaras...
Vingada a encosta abruta — por onde serpeava o ve-
lho caminho de São Vicente, o peior do mundo, no dizer
do padre Anchieta — atinge-se, finalmente, a zona supM
e seu aspecto interior
1 W "U*
O OBSERVADOR — lvi
ao armazenamento de agua, que os tornara aptos a re sis-
tir a seca e as queimaclas.Sao herois clesta fa^anha a Carobiuha, a Sucupira, os
Babcijlos de Nossa Scnhora e o Paratudo. Sao especimem
Attalea humilis em Mogi-Mirim tltl,
I
I
69
...classificaqao do ci-
gumas "ilhas" hi- 1
pi ofundidade do "Styrax camporum e Tecoma caraibaumidade, devido J
Q observador l] 1
•entrai sub-xerófila, consoante a classificação do ci-
ll°L dl Hoehne.
r,\'n vastíssima região apresenta algumas "ilhas"
I11-
Abrange o terraço de serra-acima e compreende
i V' , ; terras altas de São Paulo, como ainda aquelast0
4tem em suave declive para as barrancas do Para-
q"eò "ande
coletor das águas paulistas. O sigmim spe-
^ificttiii desta derradeira zona encontra-se nos campos na-
tlV0S<\ciui bem se revela o tino seguro de João Ramalho
nome de "Borda do Campo" ao primeiro burgo
ao ciei» v iiyj *
mi civilizado de serra-acima: as suas pousadas assina-
lavam com efeito, o fim da encosta e "borda
do campo".
Plantara o, patriarca, sem o saber, um marco entre ;du|s
regiões naturais. _ f
O imenso trecho sub-xerofilo e descontínuo. Compre-
ende extensas manchas hidrófilas — nunca maiores de W
quilômetros quadrados — caracterizadas pela presença das
mais nobres essências. Nelas se alteiam o cedro, a cabre-
ú® os palmitos, o páu dalho, a jangada. As matas da
Mantiqueira são hidrófilas em grande parte. Nos alti-pla-
nos sub-xeróíilos, à ilharga dos Campos de Jordão, dese-
nham-se os perfis simétricos dos pinheiros. A Avançaria
angustijolia aparece em outras paragens, como em Bra-
gança, Espírito Santo do Pinhal, nas cercanias de São
Paulo, São Roque e Itú.
Os cerradões sub-xerófilos da Noroeste são verdadei-
ras matas e talvez houvessem inspirado aos Bandeirantes
de Cuiabá a denominação de Mato-Grosso conservada
pelo grande Estado vizinho, que não apresentava grandes
florestas à vista dos caminhos percorridos pelos descobri-
dores.
A formação campestre é, como vimos, a característi-
ca da zona que estudamos. Os campos nativos, segundo
o dr. Hoehne, teem origem na maior profundidade do
lençol dágua. A maior distância da humidade, devido a
maior profundidade da rocha impermeável sub-jacente e
detentora da água, imprime nos vegetais da superfície, quese contorcem na âncía de viver, aquele aspecto angustio-
so, que lhes é característico. Além de padecer da falta
de humidade, a vegetação dos campos tem que lutar con-
tra o fogo ateado pelo homem| Mergulha os caules na ter-
ra e os rizomas se armam na espessura notável destinada
ao armazenamento de água, que os tornará aptos a resis-
tir à seca e às queimadas.São heróis desta façanha a Carobin/ia, a Sucupira, os
Babados de Nossa Senhora e o Paratudo. São especimem
Attaléa humilis em Mogi-Mirim
Styrax camporum e Tecoma caraiba
característicos das formações campestres: a barba dc bode
(Aristida pallens) ; o sassafrqzinho (Ocotea pretiosa) ; a
fruta dc lobo (Solanum grandiflorum) ; a corticeira do
campo (Kielmeyera coriacea) ; o indaiá (Attalea humi-
lis) ; o vinháticÁ (Enterolobium ellipticum) ; a perobinha
do campo (Aspidosperma tometosum) ; bolsa dc pastor
(Zevhera montana) ; o muricy (Byrsonima verbassifolia) ;
o ipê (Tecoma caraiba) ; a quina do campo (Strychnos
pseudoquma) ; o aranbá do campo (Conaius subeiosus) .
Os capões — caa-paü —, ilhas florestais em campo
limpo, crescem nos sítios em que o lençol dágua se encon-
tra menos profundo em razao da maior proximidade cLi
rocha impermeável.
Outra, porém, é a gênesis dos campos, segundo ot.
Hilaire. O sábio autor das Viagens formulara esta hipóte-
se: uma revolução geológica teria operado a deslocação
das rochas de tal modo que a superfície humosa e cobeita
de vestimenta vegetal teria substituído as camadas mine-
jrais profundas e estas ocupariam o lugar da primeira.
Dai a vegetação enfesada e pobre dos campos . Lund, ao
contrário, entendia que tudo foi como ainda é, salvo as
modiícações operadas pela evolução por que passa mces-
santemente o globo.CLIMA
Segundo o dr. Henrique Morize, divide-se o territó-
rio brasileiro em três zonas climáticas principais: a) a
fona tropical: b) — a zona sub-tropical; c) — a zona tem-
perada doce. A primeira se estende por todo o norte cio
ÍPais até Paraíba do Norte. A segunda compreende o cen-
iWmi
" •1 "m-'+c*-.- • «*«**.• ^.4*0*11 |gff|
7Q O OBSERVIDOR _ iVl I
tro, de Pernambuco a S. Paulo . E,. finalmente, a ultima, ^ ^ I
sa^'' irequ^ ^ I
do Mar, anteparo aos ventos de S. E. Cerrados tipicos em Tatui ¦
Em Campos do Jordao (Vila Jaguaribe), a 1.580 I
metros de altitude, a temperatura e de 13.°, e as extremas nica e a pobreza de fertilizantes em que anula se encontia I
variam entre 19.° e 7.°. A minima observada e de 6.°. a nossa agricultura. Os seus altos pieqos nao so impedem I
E' a regiao propria para sanatorios e para as culturas da a sua importa^ao, como ainda seiia esta niais um dieno
zona temperada. de escoamento do ouio paia foia do Pais.
7nNAQ nF rTTT TTTp Entre as mais urgentes preocupaqoes dos primeiros
# colonizadores estaria, sem duvida, a produqao de cereais
Esboqada a divisao ecologica, passamos a delimitar as destinada a propria mantenqa. A exportaqacg entretanto,
zonas de cultura. Tal delimitaqao esta, sem duvida, subor- 'recaj[a em outras atividades. O primeiro genero de ex-
dinada ao quadro fitofisionomico ja bosquejado. A ecolo- p0rtaQao brasileira, em dias da nossa pre-liistoria, fora o
gia sera a nossa bussola. Algo teremos de dizer tambem resgate
acerca da Pecuaria, dada a excelencia da kdubaqao orga- Em |poca pre-afonsina, com efeito, os antigos Portu¬
gueses do "pueblo
de San Bicente", entre os quais o ba-Strychnos pseuooquina e Didymopanax em Mogi-Mirim jjjrigue|
o anfador Gonqalo da Costa,- - - - Mestre Cosme, Duarte Pires e Duarte Coelho, trocayam
com a gente das naus traficantes, em transito, indios por
mercadorias diversas trazidas do Reino. (Artigo no "Es-
' < tado de S. Paulo", de 9 de Fevereiro de 1932;
"Diano deNavegaqao
de Pero Lopes de Souza", pelo com. Eugcnio
. . , , de
Castro, Rio de Ja^nd^ .)
O OBSERYADOI
m
^^^HhIMP^ MINUTO
a máquina de escrever completamente elétrico, um
produto da INTERNACIONAL BUSINESS MACHI-
NES, que a Companhia Nacional de Máquinas Com-
merciais lançou à venda com absoluto êxito.
PEÇA UMA DEMONSTRAÇÃO SEM COMPROMISSO
Escreva com a ELECTROMATIC
160
PALAVRAS
72O OBSERVADOR - iy
A'Europa dista do Equador 35 gráus (Ilha de Cân-
dia), enquanto S. Paulo, no hemisfério meridional, dele
se afasta apenas 20 gráus. Há, pois, em seu desfavor uma
diferença de 15 gráus. A primeira está toda compreendi-
da na zona temperada e o nosso Estado situa-se na zona
sub-tropical. A diversidade de latitude importaria na im-
possibilidade de se conseguirem aqui os produtos da cul-
tura européia, se a altitude não viesse em nosso auxílio,
corrigindo a fatalidade da nossa posição geográfica. A vi-
nha e o trigo— alimentos clássicos do homem — poderão
ser economicamente produzidos em S. Paulo. Piratinin-
ga, com efeito, já cultivara o pão e célebres eram os vi-
nhos produzidos pelo dr. Guilherme Pompeu de Almeida,
o Creso americano, na sua fazenda de S. Roque.
A cultura da nogueira tem sido ensaiada com resul-
tados animadores; quanto à oliveira, não estará talvez
longe o dia em que os tons verde-cinza dos olivais, em
pingues terras de azeite, virço colorir a nossa paizagem.
Cunha, as terras altas da Bocaina, S. Bento do Sapucaí,
São Roque, Jundiaí, Itú, Atibaia, Piracaia, S. José do
Rio do Peixe (Sapecado), Cascata, etc., oferecem terras
e climas adequados à produção da zona temperada.
Em S. Paulo (capital) apesar do seu alto coeficiente
higrométrico, conseguira Luís Pereira Barreto as extraor-
clinárias uvas enviadas a Paris em empoulas de vidro, fe-
chadas à lâmpada, sucesso que tivera como resultado des-
aparecer o preconceito que afastava homens e capitais da
nossa Pátria. Acreditam, com efeito, os franceses que o
homo aeuropeus só poderá viver onde se cultivar a vide.
No croquis anexo, gizamos as diversas zonas de cul-
tura, delimitando-as em função dos dados ecológicos. Para
atingir a êsse escopo, tracejamos o esboço fitofisionômico
do Estado, que ilustra também este trabalho, informado,
igualmente,1 pelos subsídios da climatologia e geologia
paulistas.Não nos apartamos dos nossos precedentes agríco-
Ias. A experiência dos que nos precederam são ensinamen-
tos dignos, a nosso ver, do maior apreço. A lição de qua-se quatro séculos de experiência não pode ser posta á mar-
gem. A visão da nossa gente, com efeito, conduziu a ex-
portação paulista da época em que a única mercadoria en-
viada de Piratininga para a metrópole era a marmelada
para a eminência da exportação cafeeira — que produ-
ziu para a economia brasileira, mais ouro do que todo o
produto dos veios do Estado de Minas Gerais.
Não podemos deixar de focalizar nestas linhas o querespeita à indústria agro-pecuária, tais as atinências exis-
tentes entre ela e a agricultura. Não só poderá a cria-
ção fornecer abundantes recursos para a nossa receita,
como já observara Cincinato Braga em discurso perantea antiga Câmara dos Deputados, como ainda só ela nosdará, o instrumento de utilização dos nossos extensos cam-
pos e cerrados, impróprios para qualquer exploração agrí-cola.
S. Paulo deve, a nosso ver, preferir o gado de proce-dência indiana, único adaptável aos nossos campos duros e
pobres. As raças européias — Bos taurus — não se acli-matam com facilidade entre nós! O clima, as pastagens eos parasitos lhe são hostis. Passam de um habitat me-lhor para um peior. Daí o degenerarem rapidamente com
prejuízo das qualidades que os valorizam.
Com o zebú — Bos indicus — ocorre a situação in-versa. Do seu ambiente paupérrimo, a índia, passam parao nosso, superior aquele. Dai o seu maior desenvolvimen-to, sem maior pêso e precocidade. As suas qualidades en-tre nós se acentuam, como se verifica com o tipo Indu-
brasil, destinado a alta percentagem da produção dc lrne
de primeira qualidade, consoante a classificação cfes \ jo-0_
ríficos (chilled de primeira, própria para o consumo dosmercados da Inglaterra, os mais exigentes do nfundo -1
Smithfields) . Para a produção de leite, há o Gyr, orJL-
dente do Kathiawar, de notável capacidade leiteira e man-
si dão.
O gado Caracú não oferece vantagens. Fraco, de
crescimento tardio, degenera com facilidade e exige ótima
pastagem, — elemento de que não dispomos. A campa-
nha Pereira Barreto, em seu favor, e contra o |ebú. oca-
sionara um prejuízo a S. Paulo, segundo afirmação do
então deputado Sampaio Vidal, superior a uni milhão de
contos!
Seria de aconselhar-se a importação de reprodutores
Gyr, Guserate e Nellore, que são as raças nobres da ín-
dia, já superiormente provadas entre nós. Em Àraxá e
Uberaba poderão ser adquiridos ótimos exemplares Indu-
brasil. Fazendas de seleção do gado indiano viriam resol-
ver o nosso problema pecuário, proporcionando aos criado-
res a aquisição econômica dos exemplares de que carecem.
(No triângulo mineiro os atuais preços são proibitivos.)
O' zebú é o boi por excelência dos países tropicais.
E' a tese vencedora e defendida pelos ingleses, que jamais
pretenderam enviar para as índias os seus Hcrefords, De-
vons c Jcrseys.
No vale do Paraíba, em que a criação sucedeu à la-
voura cafeeira, e onde por isso se encontram bons pastos
artificiais, poderão desenvolver-se as raças de produção de
leite européias mediante cruzamento com a variedade Gyr,
notavelmente leiteira e mansa. Ficariam dess arte abaste-
cidas as duas grandes capitais: S. Paulo e Rio de Janeiro.
Não finalizaremos estas linhas sem algumas relerem
cias dedicadas à Silvicultura. O desnudamento do nosso
território assume proporções impressionantes. A floresta
evanescente vai cedendo espaço às culturas. Já bem pou-
co nos resta da selva primitiva. Da mata-virgem. dentro
em pouco, só nos ficará a lembrança. As fornalhas riflp
locomotivas são os seus inimigos implacáveis. Não há,
como, em parte, transigir com o imperativo econômico.
Cumpre ao Poder Público, entretanto, prevenir e atenuar
os males decorrentes da prática, que vem dos nossos maio-
res. O remédio está na silvicultura em grande escala. I na
legislação adequada, de^que trataremos em outro pa sqj
poderá estimular o plantio de florestas. O regime de c u-
vas entre nós apresenta sensível transformação, ao i>ual
não será estranha a diminuição da área protegida p la
vestimenta vegetal.
E' o que se vem observando neste Estado, sem t n-
bargo da atenuação da responsabilidade dos "fazedores
desertos", de que falara Euclides da Cunha, ante as no: is
teoiras referentes às sêcas, pelas quais é responsar a
trajetória seguida pelos anticiclones, fenômeno geral e I
local: Se passam por latitudes baixas, verificam-se c -
vas; se, ao contrario, faltam de todo ou se passam m n-
to ao sul do continente, verifica-se a seca. Aí está a c; n-
sa das sêcas do Nordeste, segundo o dr. J. de Sampaio
Ferraz. (Conferência realizada no. Clube cie Engenha
a 20 de Dezembro de 1924.)
LEGISLAÇÃO
Não nos parece acertado decretar-se um Código Ru-
ral para os Estados, menos ainda para todo o Brasil. Os
códigos são obras legislativas destinadas, em regra, à vida
longa ? Nessa longevidade está, com efeito, a própria iá-
o oliSERVADOR — LVI
73
| je ser da sua existência. Eis aí porque contra eles
Slisurgira Savigny, na célebre polêmica com Thibaut.
Preferia aquele grande mestre a legislação costumeira,
. plástica e adaptável às novas necessidades, que, a
todo instante, as manifestam no organismo social. Ne-
nhuiu quadro mais cambiante do que o da vida agrícola e
jos seus reclamos ante o Poder Público, coordenador e
orientador de todas as atividades sociais dentro do regi-
ge instituído pelo Estado Novo.
\ legislação agrária, a nosso ver, deve ser extrava-
o-mte. A agricultura obedece a circunstâncias sociais, eco-
nômicas e meteorológicas. E', pois, evidente a variabili-
dade dos fatores de que dependem os seus resultados. E
com aqueles deve também variar a legislação, que não é
senão'o instrumento destinado a reger a atividade agrico-
ia cuja finalidade é alcançar o maior rendimento niedian-
te um minimum de esforços. No desenvolvimento do pre-
sente capítulo, alinharemos os princípios, a que deverá
obedecer a legislação rural de S. Paulo.
IMIGRAÇÃO- TRANSPORTE
CIAMENTO
FM AN
A agricultura de S. Paulo não pode prosperar sem
o concurso do operário estrangeiro. Uma das causas que
atormentam a lavoura cafeeira, na atualidade, nasce cia
concorrência na conquista de braços entre as diversas cul-
Juras e entre as diversas zonas. O surto algodoeiro veio
tornar aflitiva a situação do café em relação ao recruta-
•lento do pessoal indispensável ao trabalho agrícola. As
maiores vantagens oferecidas despovoam as velhas íazen-
das em benefício dos algodoais. O mesmo ocorre em re-
laçãa às novas zonas cafeeiras. A diferença de salário,
dados os baixos preços do café, são a bomba de sucção
que determina o êxodo dos operários agrícolas da zona
velha, onde, aliás, são produzidos os cafés finos. O bara-
teamento do trabalho agrícola nao é, entretanto, o reme-
pio adequado à cura do mal. O standard cie vida cio ope-
rário rural é o mínimo. Não pode ser rebaixado. O custo
das utilidades —- instrumentos agrícolas, medicamentos,
etc. — tende a elevar-se, dado o fraco poder aquisitivo
da liíossa moeda e as causas oriundas da política interna-
cional, o que dificulta as indispensáveis importações.
A legislação recomendável, pois, terá que atender ao
restabelecimento e incremento cia corrente imigratória,
úmcl fonte a que poderemos recorrer para o aumento ime-
cliato de braços, e à defesa comercial cio café, produto em
que assenta a economia brasileira. A imigração bem ori-
entada e fiscalizada não se opõe o ideal nacionalista. Po-
demos, no exame deste problema, jogar com a nossa pró-
pna experiência.
O primeiro afluxo imigratório, entre nós, clata de
18!.). Fôra, com efeito, D. João VI, grande estadista, in-
justamente julgado pelos pósteros, que, em primeiro lugar
lançou rnão da imigração, visando a colonização do Pais
e o seu incremento econômico. Dera o Príncipe Regen-
te o primeiro passo no caminho da abolição do regime es-
cravo. Nas necessidades agrícolas encontra-se o gênesisdo fator econômico da extinção do elemento servil. Fo-iam
pioneiros dos movimentos imigratórios: o visconde
kio Branco, Antonio Prado e conde de Parnaíba. De88ü a 1905 entraram no País mais de 403.000 imigran-
*es- O ano mais abundante fôra o de 1012: 180.172 es-trangeiros.
Dessa política não nos aclviera nenhum mal. E a sua
contribuição, não só em homens, como em resultados eu-
gênicos e econômicos, pelo seu brilho, se evidencia a to-dos os olhares. O que se passa no estrangeiro não nega,antes confirma a nossa tese.
Os Estados Unidos e a República Argentina, onde acorrente imigratória assumira grandes proporções, colhe-
ram dessa política os melhores frutos, não se conhecendo
nenhum inconveniente relativo à sua formação cívica. O
capital humano é fundamental. Sem ele qualquer adminis-
tração terá que se agitar no vácuo. O que nos cumpre é
escolher os melhores elementos alienígenas. E disciplinar
e fiscalizar os serviços atinentes ao serviço imigratório.
Portugueses e italianos são os melhores elementos
raciais a que devemos recorrer. Os primeiros são nossos
antigos concidadãos. Até 1822 formávamos uma só pá-
tria. A êles estamos ligados pelo sangue, pela religião e
pela língua. Os italianos, latinos como nós, veem demons-
trando as melhores qualidades de adaptação, operosidade
e inteligência. Teem siclo grandes colaboradores da nos-
sa riqueza e cio nosso progresso em todos os setores. O
seu amor e a sua lealdade para conosco teem sido repe-
ticlamente comprovados, em todas as oportunidades. Estão
à frente das maiores atividades: da Indústria e da Agri-
cultura.
Devemos evitar o Japonês. Não se deixa absorver
pelo elemento nacional. Não se funde em nossa civitas.
A sua mentalidade modelada em princípios morais e re-
ligiosof diversos não se harmoniza com a nossa. E' um
povo conquistador. O excesso de população, dada a exi-
guidacle do seu arquipélago, provoca os movimentos es-
pansionistas, que agora encontraram na fórmula do espa-
ç0 vital" — a sua consagração política. Além de tudo,
não apresentam os japoneses as qualidades eugênicas in-
dispensáveis na formação cie um povo tropical como o
nosso.
P1XANCIAMENTO AGR1COLA
Depois cio "capital humano", é o financiamento a pri-
meira condição de êxito no desenvolvimento e piosperi
dade agrícolas. A lentidão! o empirismo, a anemia, que,
clesde éras coloniais, vem caracterizando a vida da nossa
produção agricola — excetuando o surto brilhante do
café explicam-se, em sua mór parte, pela falta absolu-
ta do crédito agrícola, até há bem pouco tempo. Os go-
vernos da República e do Estado, ultimamente,, veem diri-
gindo as suas vistas e os seus esforços para este proble-
ma fundamental da nossa economia.
E' entretanto, fora de dúvida que muito ha a cons-
truir neste setor da administração. O próprio Conselho
Técnico de Economia e Finanças, em várias sessões do
ano passado, tratou da matéria, tendo sido designada uma
comissão composta dos seus mais eminentes membros para
estudar, em definitivo, o assunto. O Conselho, certamen-
te proporá as medidas adequadas à realização do magno
objetivo, sugerindo aos poderes públicos os diplomas le
rislativos em que se corporificarão as medidas a serem
postas em prática. Tal legislação obedecerá, evidentemen-
te, às peculiaridades do nosso Estado olhadas do ponto
de vista que ora nos preocupa.
Urge que. os poderes públicos proporcionem as van-
tap-ens indispensáveis do crédito ao pequeno e ao grande
lavrador. A matéria prima fundamental — o numerário
— existe : as Caixas Econômicas, a carteira do Banco do
Estado estão, felizmente, providas de recursos sobejos para
o financiamento agrícola. O essencial de que depende a
solução cio problema central da questão, e a jonna de fi-
nanciamento. E' preciso trazer o financiamento paia perto
74 O OBSERVADOR .
———————_—___ pequeno lavrador. O sitiante, g clan>, nao pllle
mais, lor circunstancias obvias, aproximar-se do
diets dos'Bancos, nesta rumorejante capital. For^a esi bem, eliminar as
pnumeras formalidades e exigencias
1/ ^fj tas das quais descabidas e que conduzem ao fracass
\r—J ^ yf sllj poucos negocios legitimos. A burocracia deve ser
liada. Tudo sera comercialmente tratado.
1 Vl fJA A efetividade das garantias, de que devem cei
as operaQoes, nao e inconipativel com a simplicidacf* A cilidade e celeridade, que devem presidir a toda ati
Jf Y * v /1
mercagtii Os Gregos punharl asas nos tornozelos dc
yX|/ y | \ VJ i curio, deus do comercio, que tambem, alado tinha o <
Y* II Os prazos dos emprestimos e a taxa de juros sao ]
jlA/U \^/ essenciais, a que devera atender a lei da organizaq
credito agricola.
CJJL. /y Os prazos deverao coincidir com os intervalos d
/lii tr% 17/n/Jrryrin Jj/ri/Ui/'/l lheitas. A epoca do arroteamento e aquela em que o
^uLLi/L /U/i^iLlrtO^dor mais carece de recursos financeiros. O tern
Vi contratos devera permitir ao agricultor a venda f
dos seus produtos, para que nao seja escravizadc":s,
mmm ,-r:-r11^^ -
Mpj comprador. As liquidates deverao fazer-se apos anormal das vendas.
£ ;< ' A taxa de juros devera ser a mais modica po:
I A terra nao suporta a uzura. Na propria nobreza <
¦¦¥1 vidade agraria — a unica, em Roma, depois das /
.........JL— >4a que se poderiam dedicar os palrlcios, de que e
11."
""""" M a biografia cle Cincinatus — encontra-se a sua inco
'* bilidade com a usura. Ch. Gide, o grande mestre d<
J nomia Politica, afirma, — tratando da agricultura
peia, — que a agricultura nao pode pagar mais de /
S. Paulo
das em Franca; a escassez do capital obriga o mia tnaior remunera^ao. A nosso ver, nao podera alavoura pagar mais do que 5 ou 6%. E' for^oso, ]n^° SC Pei*c^er c^e v^s^a 0 ^ado pratico do problema: r
fcS xas Economicas, pagando 5%, terao de exigir umr
- --- -'-•*'— pensaqao. Nao podem perder no negocio. Dai, <
I trarmos os juros de 6% para o financiamento a^ricolml J_ C_ .. j . 1 • , ®
O OBSERVADOR
do pequeno lavrador. O sitiante, c claro, não polirá j;i-mais, por circunstâncias ólwias, aproximar-se cios ,////-chets dos'Bancos, nesta rumorejante capital. Fôrça é, : nvbem, eliminar as inúmeras formalidades e exigências, mui-tas das quais descabidas e que conduzem ao fracasso não
poucos negócios legítimos. A burocracia deve ser elimi-nada. Tudo será comercialmente tratado.
A efetividade das garantias, de que devem cercar-se
as operações, não é incompatível com a simplicidade, fa-cilidade e celeridade, que devem presidir a toda atividade
mercantil. Os Gregos punham asas nos tornozelos de IVíer-cúrio, deus do comércio, que também, alado tinha o elmofOs prazos dos empréstimos e a taxa de juros são pontosessenciais, a que deverá atender a lei da organização docrédito agrícola.
Os prazos deverão coincidir com os intervalos das co-lheitas. A época do arroteamento é aquela em que o lavra-
dor mais carece de recursos financeiros. O termo doscontratos deverá permitir ao agricultor a venda folgada
dos seus produtos, para que não seja escravizado pelocomprador. As liquidações deverão fazer-se após a épocanormal das vendas.
A taxa de juros deverá ser a mais módica possível.A terra não suporta a uzura. Na própria nobreza da ati-vidade agrária — a única, em Roma, depois das Armas,a que se poderiam dedicar os patrícios, de que é provaa biografia cie Cincinatus — encontra-se a sua inconipati-bilidade com a usura. Ch. Gide, o grande mestre de Eco-nomia Política, afirma, — tratando da agricultura euro-
péia, — que a agricultura não pode pagar mais de 2c/c.
S. Paulo não dispõe, é claro, das economias amealha-das em França; a escassez do capital obriga o mutuárioa maior remuneraçao. A nosso ver, não poderá a nossalavoura pagar mais do que 5 ou 6%. E' forçoso, porém,não se perder de vista o lado prático do problema: as Cai-xas Econômicas, pagando 5%, terão de exigir uma com-
pensação. Não podem perder no negócio. Daí, o alvi-trarmos os juros de 6% para o financiamento agrícola. Na
praça de Santos há comissários de café que emprestam a8%, a determinados clientes.
E', também, a nosso ver, digna de exame, a possibil i-
dade da variação da taxa conforme a zona do Estado.Cumpre atentar para a diversidade profunda do poten saleconômico entre as zoncis novas e as zonas velhas. S. Luísdo Paraitinga, Areias, Mogí-Mirim não podem pagar os-mesmos juros que Marília, Tupã, Cedral e Ipaussú. B
ça é, pois, que a lei adote uma tabela móvel de taxas
juros. Estas e outras considerações, que a sabedoriadouta Comissão deste Conselho, sem dúvida, vai sugeiinfoimarao a lei relativa à organização do Crédito -Vcola entre nós. 4
O que é certo é, entretanto, que pelo estado de inai
çao em que se encontra a lavoura, grande e pequena,em grande parte, responsável a falta de crédito agrícola.As chamadas "crises",
que a atormentam, não signiticai'outia coisa senão a carência de numerário nos intervalos:das colheitas.
A ausência de um aparelho racionalizado, inteligente,e patiioticamente organizado, conduziu-nos ao empirismodos fornecimentos de custeio pelos comissários de café da
piaça de Santos, verdadeiros banqueiros da lavoura, du-rante laiga fase, que se prolongou até data recente. A par-tir de 1929, ano fatal para a agricultura cafeeira, o comis-sano deixou de ser banqueiro para se tornar exportadore com prado í de café
"na porta". E meio desarvorada ficou
N/M HOKOKU MARÚ
Sairá em viagem inaugural em 22 de Setembro
E' o primeiro dos 3 novos navios do ServiçoAfricano, e fará escalas no Sul e Este da Áfri-ca, no Próximo Oriente e no Japão. O regres-so poderá ser feito num dos luxuosos e moder-nos transatlânticos N/M Buenos Aires Maru'ou no N/M Rio de Janeiro Maru'. Durante opróximo ano de 1941 estrearão os dois outrosnovos navios, o N/M Kõkoku Marú e Aikoku
Maru*.
OS N/Ms BRASIL MARU* E ÀRCENTINA MARU' CON-TINUARÃO FAZENDO NORMALMENTE OS CRUZEIROSEM VOLTA DO MUNDO, COM ESCALAS EM TRINIDAD,PANAMA', LOS ANGELES, JAPÃO, PRÓXIMO ORIENTE E
ÁFRICA DO SUL.
Osaak SyosenKaSsya
RI° SANTOS • S. PAULO
WILSON, SONS & Co. SOC. NAVEGAÇÃO OSAKA DO BRASIL
flv. Rio Branco, 37 R. Cidade de Toledo, 31 R. da Quitanda, 82
-. §r
H J|^' ^%P|HBVVB^H|PHHPHH^H|HHH|
¦ '»4:-;¦ -1
faist :%P^BM^B^BBBBBiWBM^^BWJMBsygggB^^^J^^a vAiL m
' .-;:%|||f:f^V^HHB^H^pH^pH^pHHH^PH
¦ llllll! 1 jLT|
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í^gpl
ESTE H0M1M TEM
EMPO PARA TOMAR
3ES ACERTAiÂS
0 osSERVADOR — LVl
(INSTITUTO BRASILEIRO DE MECHANIZAÇÃO)
SERVIÇOS HOLLERITH, S.
NA
rapidez da vida moderna, o homem de negocios tem
sempre a preoccupaçao de nao tomar decisões opres-
sadas, pois elle sabe que o êxito de sua actividade depende
da analyse acurada de todas as faces do problema. Dei-
xe-me primeiro estudar estes números" — diz o gerente pre-
vidente. . .
St*VlÇ0S HOLLERITH S.A.
Os Serviços Hollerith S. A. (Instituto Brasileiro de Me-
chanizaçâo) não tornam apenas possível esse cuidadoso exame,
mas fornecem, em tempo, todo o material indispensável para
que os seus clientes possam tomar criteriosas decisões.
msm
76
a lavoura, sem o financiamento que lhe proporcionava San-
tos. Na atualidade, à falta de mais seguro apoio, os ne-
gociantes retalhistas do interior procuram arrimar òs seus
clientes, dentro de suas possibilidades. O financiamento
encerra o problema vital da lavoura: é questão de vida
e morte.
O TRANSPORTE
Outra questão igualmente vital é a que diz respeito
ao transporte. A circulação da riqueza é complemento na-
tural e necessário da sua produção. A mercadoria vale
não só por aquilo que é, mas principalmente pelo lugar em
que se encontra. O valor, com efeito, a qualidade mais
extrínseca das utilidades, conforme doutrina vencedora em
Economia Política, está subordinado à situação daquelas.
O fator transporte é, pois, decisivo e dominante. O valor
de uma tonelada de cristal da rocha (quartzo), em Goiáz,
é bem diverso do seu valor junto às portas dos estabeleci-
mentos Zeiss...
Houve, entre nós, municípios da baixa Sorocabana,
em que se deitou fora arroz por falta de transporte.
Regular é a rede viatória de S * Paulo; todavia, longe
estamos da quilometragem exigida pelas zonas de produ-
ção. A zona litorânea está atrazada cem anos das de ser-
ra-acima por falta de transporte. O atual governo do Es-
tado tem em vista o problema viatório da marinha e já
inaugurou a estrada de rodagem de Carguatatuba.
A estrada deve preceder a exploração agrícola. Nin-
guem trabalha na incerteza de poder exportar os seus pro-
dutos. Esta é, com efeito, a lição dos fatos. Entre nós
tem sido assim. Nos EE, UU. o caminho de ferro foi
o grande desbravador das imensas regiões daquele gran-de país.
A atualidade, porém, parece aconselhar a abertura de
estradas de rodagem de preferência às de ferro. O custo
elevadíssimo destas e as dificuldades de importação levan-
tam obstáculos quase invencíveis. A estrada de rodagem
será a nossa salvação. E' o sucedâneo natural da via fer-
rea. O caminhão já vai, entre nós, fazendo séria coricor-
rência à estrada de ferro. Mas, não basta abrir estradas
de rodagem. Do material rodante depende a circulação.
A sua tonelagem, entretanto, está em função dos respecti-
vos preços de aquisição e estes dependem dos direitos de
importação.
As nossas alfândegas deverão abrir de par em par as
suas portas aos veículos motorizados: o caminhão e o auto
de passageiros. A legislação aduaneira deverá respeitar ocaminhão. Mínimos ou nulos deverão ser os impostos deimportação a serem cobrados sobre êle. Os automóveisde passageiros deverão gozar dos mesmos favores. Só oauto de luxo — de 50:000$000 para cima — deverá pagarpesados impostos. Os acessórios —
pneus, peças, etc. —
devem ser igualmente beneficiados. As "licenças",
esta-duais e municipais, acompanharão a mesma modicidade. Ocombustível, igualmente, deverá ser taxado no mínimo.,Felizmente o petróleo já é uma realidade no Brasil. Lo-bato anuncia a nossa libertação em tão importante setor.A legislação sobre transporte deverá atender a este im-
perativo econômico. Nem se argumente com o obstáculoda diminuição das rendas alfandegárias com a quéda dastaxas de importação sôbre veículos e acessórios.
Os 01 çamentos que são fenômenos financeiros —tei ao que se rendei ante o imperativo econômico preva-lente e avassalador. A não ser assim, ficaríamos num cír-culo vicioso: não progredimos economicamente porque le-vantamos muralhas alfandegárias intransponíveis; não te-
O OBSERVADOR — ,r,
mos rendas fiscais porque não desenvolvemos a nossa pro-
dução, fonte primacial da riqueza pública e privada. .. Es-
tradas e veículos é o que está a exigir o nosso progres-
so econômico. Ademais, nas vias de comunicação reside
o fator da maior preponderância da consolidação da uni-
dade nacional.
A legislação agrícola deverá atender às necessidades
invencíveis de viaçao e transporte, oiicntada pelos pm c.í-
pios econômicos a que aludimos. Tonelagem e banftea-
mérito deverá ser a sua fórmula de orientação. Adminis-
tral- já o disse alguém — é abrir estradas.
As normas legislativas deverão também atender ao
problema do consumo. Prevenir o consumo é assegurar
o êxito da produção. Já, com efeito, a economia dirigi-
da medieval, traçara regras nesse sentido. A legislação
em perspectiva deverá instituir órgãos de propaganda e
defesa comercial do café. Dilatar o consumo do nosso prin-
cipal produto de exportação é fazer sábia política finan-
ceira. Não devemos deixar o café cair em segundo plano.
E' o único produto de que o Brasil tem quase o monopó-
lio natural. Tudo o mais, como o algodão, é produzido em
outros países. E' na diversidade de produção que reside o
segredo da engrenagem do comércio internacional. Pou-
co vale produzir o que outros produzem. A concorrência
é um dos grandes obstáculos comerciais.
CONCLUSÕES
— De um modo geral, poder-se-á dividir o territó-
rio do Estado, em função da Ecologia, em duas grandes
zonas: a da MARINHA, úmida e quente, e a do PLA-
NALTO, semi-sêca, de clima temperado, adequada em
parte às culturas européias.
II — Poderão, em suma, ser duas as zonas de cultu-
ra do Estado: a) — A primeira, a litorânea, apropriada
à cultura da cana de açúcar, arroz, cereais, e de detenni-
nadas frutas. Anseia por vias de comunicação. Os go-
vernos anteriores ao atual relegaram a completo abando-
no o nosso litoral. Vivera a sua população reclusa e iso-
lada do planalto, quase como nos tempos coloniais. A atual
administração, entretanto, já inaugurou a excelente estra-
da de rodagem, que parte de S. José dos Campos em do-
manda de Caraguatatuba. E não é o primeiro passo da >>
nessa direção. O plano rodoviário do litoral já foi traça-
do. Mairink-Santos — o mais sábio empreendimento fe
roviário dos últimos tempos — em tráfego franco, trai;
porta passageiros e mercadorias de Santos a Corumbá-
A Sorocabana já é uma via férrea transcontinetal. O po-'-
to de S. Sebastião está em véspera de movimentar-se. d-"-
vidamente aparelhado. A zona do sul, onde se encontrai
as fertilíssimas terras regadas pelo Ribeira, em breve
rão ligadas à rede econômica do planalto. Para ela volra
o govêrno as suas vistas.
b) —¦ A zona do planalto é o extenso campo em (j •
se agita o indefeso trabalhador paulista. O café, o alg<.
dão, o tabaco, as plantas oleaginosas (Mamona, Tung. (
rasol, Côcos), a cana de açúcar, a citricultura, a pomietura, os vinhos, o trigo, a oliva, as fibras têxteis, são pndutos, de cuja cultura bem orientada dependem o bem es-
tar e a prosperidade de S. Paulo. Para o seu incremeu-to não lhe faltam diretrizes técnicas.
S. Paulo possue para isso Institutos científicos !)
Biológico e Agronômico — e escolas de agricultura, desde
a "Luís
de Queiroz", de Piracicaba, onde se ministramcom raro brilho e eficiência o ensino superior e especial'zado, até os estabelecimentos de gráu médio, como as es*-
o OBSERVADORLVl
te prffissionais, agrícolas e industriais de Pinhal, Ja-
C vi' e S. Manoel, e o Educandário
"D. Duarte", na ca-
- p0 ensino técnico, da formação especializada do ope-
-iri') agrícola e do condutor de trabalho depende o futt-
{]e São Paulo, neste importantíssimo setor de sua ati-
viclade. Uma legislação tendo em vista desenvolver esse
aparelliamento, será a mola impulsora da nossa grandeza
econômica.
Hl Os meios de transporte exigem ampliação pro-
porcional à capacidade da nossa produção agrícola. Não
basta produzir. E' preciso exportar. As tarifas aduaneiras
deverão favorecer a importação de veículos a motor de
explosão e respectivos acessórios. S. Paulo devera en-
frentar e atacar a resolução do seu problema viatório, em
articulação com as vias de comunicação dos Estados liijjí-
troíes, a bem do Brasil. Em Economia Política, o valor
é uma função da circulação.
A produção é função do trabalho e do capital.
A atuação deste se traduz no financiamento. Não há agri-
cultura próspera, máxime em país novo, — sem hábitos
populares de economia, hábitos de amealhar, como na
França, na Bélgica, na Holanda, na Suiça — sem custeio
a prazo longo e juros módicos. Urge criar-se, em bases
práticas, o aparelliamento destinado a financiar o peque-
no e o grande lavrador. Uma legislação sábia, organizan-
do e disciplinando as cooperativas agrícolas, será um po-
deroso instrumento de prosperidade entre nós.
— O problema do reflorestamento é de suma im-
portância e gravidade. Dele depende não só o nosso cli-
ma, a fertilidade das terras, o regime das chuvas e o vo-
lume líquido da nossa rede hidrográfica, como ainda este
outro problema de importância capital, o da EROSÃO.
77
O desnudamento do solo favorece o desgaste conti-nental. Os nossos rios são anti-patrióticos, como observaraEuclides da Cunha. O Amazonas carrêa incessantemente,
para o sul dos Estados "Unidos,
biliões de metros cúbicosde sedimentos arrancados ao solo pátrio. Os rios paulis-tas conduzem terras de S. Paulo para a República Argen-tina. O nateiro da planície de Buenos Aires, em que de-mora a melhor pastagem sul-americana, é formado do hu-
mus brasileiro levado pelas águas do Paraná. A ausência
da floresta favorece a erosão. Nesta há mais do que a
perda de luinnis. O nosso próprio território se dilue e nos
loge. O reflorestamento é um corretivo dessa fatalidade
geográfica. Cumpre-nos atenuar, senão impedir a contínua
migração da terra.
Uma. legislação fiscal bem inspirada poderá estimular
o desenvolvimento da Silvicultura. No imposto territo-
rial, progressivãmente menor, concedido aos proprietários
que apresentarem áreas reflorestadas, está uma arma pode-
rosa a ser empregada neste setor. A atenuação do tributo
será proporcionar ao numero de hectares reflorestados e
à área total da propriedade. Por outro lado, a mesma le-
gislação combaterá de frente a grande propriedade. O la-
tifúndio é anti-econômico e anti-democrático. Outra não
foi a causa da guerra lia Secessão. O Massachussetts era
democrático e a Virgínia imperialista. Boston era a antí-
tese de Richmond: ao norte dominavam a pequena proprie-
dade e o comércio; e ao sul gampeava a aristocracia ru-
ral. . . Um regime fiscal bem orientado será a arma eficaz
no combate aos derradeiros remanescentes da sesmaria e
do feudalismo colonial, incompatíveis com os ideais ven-
cedores na atualidade.
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A eficiencia de um fichario e determinada pela facilida- .9
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der da Repetição de Elementos Fixos, tais como: endere-
ços, números, nomes, importâncias, etc.
A base do sistema é a Chapa de Metal em que se gravam
os dizeres e elementos necessários ao serviço.
Existem 38 modelos diferentes de Chapas Addressograph
para atender qualquer necessidade na metodização dos
mais variados serviços.
Esta companhia mantém um "Departamento
de Organização", expressamen-
te equipado para estudar todas as possibilidades de metodização de serviço nos
vários ramos de atividades.
Um apurado estudo de metodização de serviço será feito mediante solicita-
ção, sem a exigência de compromissos ulteriores.
? A eficiência de um fichário é determinada pela facilida-
de no seu manuseio e rapidez na localização de qualquer
elemento.
? Os vários modelos de máquinas proporcionam milhares de
aplicações em todos os ramos de negócio.
O método de arquivamento Addressograph com gavetasde aço especiais e sinalização de metal é 100 % efi-
ciente.
UM MODELO "ADDRESSOGRAPH"
BSelwtiEBm
o observador - um
79
Vidro de Segurança
AINICIATIVA industrial paulista bem merece de
uma especial atenção por parte do O OBSERVA-
DOR que, nestas páginas, informará aos interessados, só-
ire as novas indústrias criadas na terra bandeirante, com o
fim de substituir artigos de procedência estrangeira.
O desenvolvimento gigantesco e ininterrupto das in-
dústrias paulistas — concretizado com o dinamismo pe-
culiar do povo bandeirante — revelou ultimamente certas
tendências bem características e animadoras. O critério
anterior, de ampliar o parque industrial a todo custo, sem
exame prévio da utilidade de fabricação em espécie, foi
suplantado pelo sistema novo e racional que visa, em pri-
meiro lugar, em vez do lucro comercial imediato e volu-
m|so, a seleção dos artigos
para respectiva fabricação.
A nova "estrategia" indus-
trial paulista procura suprir
o comércio nacional de maior
número de artigos novos em
substituição aos importados.
Não há necessidade de tecer
comentários sobre o grandebenefício que esta orientação
trará à economia da Nação,
principalmente nestes tempos
difíceis para o nosso inter-
câmbio comercial com o Ve-
lho Mundo. Êste benefício jáse sente em vários setores do
comércio interno brasileiro,
bem como no intercâmbio co-
mercial com os países vizi-
nhos i
A primeira fábrica que vi-sitámos foi a Sociedade Vi-dro
"Protector" Ltda., ins-
talada à rua Vitória, 325,bem no centro da cidade. E'uma indústria que conta pou-co mais de 18 meses de ativi-dade e já atinge volume de
pioduçao bem apreciável. O artigo que fabrica é de gran-utilidade por suas inúmeras aplicações. Trata-se de
y <10 de segurança
que também pode ser denominado: vi-mestilhaçáyel. Percorremos todas as instalações da
l- mele fábrica, guiados pelo seu diretor-superintendente,
' com solicitude, forneceu todos os esclarecimentos re---i.'nados á fabricação e aplicação do artigo em apreço.
Quanto à qualidade do Vidro de Segurança, a res-
l1 a Poc^~se ir encontrar nos meios oficiais, ou seja, no
•• JOiatóno de Polícia Técnica de São Paulo, no parecer
t(r T^f111 s—re ° material que a Sociedade Vidro Prote-
Di! 1 Sllbnieteu a seu exame. Dêste parecer se de-
coM^- ^UC ° mater*al fabriclllo em São Paulo está em
naKlfes c*e P%|ncher todas as finalidades a que se desti-
°iiiVí , °
f?ole.Cer se encontra entre outros itens, o se-
yÍ^i e' Objeto de exame: — As amostras de vidro enf
ladosS d CXailie sao c°nsti|tjfidas de dois vidros duplos co-
suas P°r me^° de uma placa de celulóide, apresentando
nin]^ ai(js afs c^an^radas. Em todas as amostras se vê a
(e icaçao, c|ue é constituída pelo ''fac-simile"
de um carimbo de forma circular, de 20 milímetros dediâmetro, com os seguintes dizeres: "Vidro-Segurança"- O final do exame termina da seguinte maneira: "Pa-
ie?er. "Baseando-se nos resultados obtidos nas expe-
i íencias levadas a efeito, e que estão acima transcritas11a tabela II, são os peritos de opinião que os vidros demarca Vidro-Segurança ',
com os mesmos característi-cos das amostras submetidas a exame, evitam danos pro-duzidos por tal material às pessoas dos passageiros em ca-sos de acidentes de veículos, pois que, na fratura dêssesvidros, os estilhaços produzidos, que poderiam oferecerpeiigo, permanecem aderidos à placa nuclear da peça fra-turada."
O vidro de segurança tem
aspecto comum, sua espessu-
ra mínima é de 5 m/m, sen-
do que a maior parte da pro-
dução é destinada às vidraças
de automóveis, tanto que o
stock é totalmente composto
de vidros para êste fim, A
maior parte é destinada aos
carros "Ford," e
"Chevro-
let'\ cujos tamanhos padro-
nizados facilitam gra nde-
mente a manutenção de um
depósito, bem volumoso, do
artigo.
Chegámos no momento em
que nas dependências da fá-
brica dezenas de operários
especializados manipulavam
grandes placas de vidro. As
formas e tamanhos nada ti-
nliam de comum com o ar-
tilo destinado aos automó-CÜ">veis. Esclareceram-nos que
êstes vidros foram encomen-
dados pela Companhia Pau-
lista de Estradas de Ferro
para colocá-los nas locomoti-
vas elétricas e nos carros de passageiros. Também a Es-
trada de Ferro Sorocabana encommendou vidros de se-
gfjfança, para o trem chamado ouro branco, assim como
a Estrada de Ferro Central do Brasil, para as suas lito-
rinas.
Além dos veículos de grande- velocidade, que necessi-
tam de vidros de segurança, existem outras aplicações
para o mesmo como, por exemplo: vitrinas de lojas, so-
bretudo de ourivesarias que com êle — o vidro de seguran-
ça, — não correm o perigo de um assalto, pois e iiiipossi-
vel cortar ou quebrar um vidro dêstes. Outra aplicação,
muito familiar nas edificações prediais: as claraboias; nos
faróis, tanto de veículos como de sinalização; nas másca-
Ias para os escáfandristas, etc.
A exploração comercial dêste artigo é bem remune-
radora, embora o preço do mesmo seja inferior ao impor-
tado dos Estados nidos da America do Noite. Peicoi-
rendo diversas casas comerciais do gênero verificamos que
o vidro de segurança, de procedência estrangeira, destina-
do aos automóveis, custa, em média, 48% mais do que os
r'v:
fj|
O OBSERVADOR — / n80
j
e £ lanqado ao mercado do Pais com pre^o exorbitance
ao passo que o
bricaqao do mesmo 0fe.
recer' uma
razao de
artigo, em prazo de
consumidor com em
. renca de de
national na sua
muito
talmente do
direqao do
poderia
^^SjjS dos
em ao ao no
trangeiro pelo
^H pois,
garias:
se uma
lanqasse no
de da quali-
dade . Este particular, impor- ibSj^9^^^^^HHesclarecido por diversos do
automobilismo, autorizada nao pode ser pos- |Kfl^^N^B|!^|^|
ta em duvida. Disseram eles que inestilhaqavel,
de procedencia estrangeira, tem a mesma
que em os quaisapresentam tempo
i| manchas,
principalmente os en-
quanto os de marca "Protector" de
preqoinferior, garantia por dois as provaveis man-
chas. comprometendo-se durante o prazo estipulado sub-
o vidro manchado por onus para com-
prador. O caso de substituigao, desde a undaqao da H
brical ainda registrado. Essa circunstancia bem
elucida a perfeiqao que industriais patricios conseguem
fabricaqao de seus artigos. Uma industria dirigida lies-
|V| tes moldes pode tranquilamente encarar o
|gj§ alem da prosperidaderecompensa em forma de do
sobre manufaturado I
Desde fundaqao, "Protector"
vendeu de 20.000 mts. quadrados de de se-
guranca, em menos de 2 anos. A capacidade media
produ^ao e de 14.400 metros quadrados avez, pode ser aumentada
"pari-passus" necessidade
do mercado |J
O vidro de seguran^a fabricado no estrangeiro, quan- fJrlo importado, de 1 $300 por quilo
e é lançado ao mercado do País com preço exorbitante ;
ao passo que o material importado do estrangeiro para fa-
bricação do mesmo vidro dentro do País, com o fim de ofe-
recer uma grande margem -de lucro para o consumido,-
nacional, obriga o importador a pagar taxa alfandegária à
razão de 9$100 por quilo. Entrementes, a fabricação drsj
artigo, em curto prazo de sua existência, já beneficiou ao
consumidor com centenas de contos de réis só em dife-
rença de preço, além de empregar o elemento operário
nacional na sua industria, pagando ao mesmo uma reinu-
neração que, em media, e de 35% acima do salano mi-
nimo" estabelecido recentemente pelo Governo da União.
Temos assinalado a diferença de preços entre o vidro
"Protector" e o de procedência estrangeira, diferença essa
muito sensível para um artigo cuja fabricação depende to-
talmente do material importado. Fomos informados pela
direção da fábrica do "Protector",
que o preço de vidro
poderia ser mais baixo ainda, se os direitos alfandegários
dos portos nacionais taxassem a matéria prima importada,
em base, ao menos, equitativa ao artigo já fabricado no es-
trangeiro e importado pelo comércio do País. Verifica-se.
pois, paradoxo inexplicável no critério das taxas alfande-
gárias: proteção à produção estrangeira em detrimento da
nacional.
Ainda se fosse uma indústria contraproducente, que
lançasse no mercado interno do País artigos de qual ida-
de inferior por preços elevados, encontrar-se-ia justiíieati-
va plausível à adoção de semelhante orientação da legis-
lação aduaneira, o que, absolutamente, não acontece.
de produção da Sociedade "Protector"
e oferecem quali-
dade muito inferior. Êste particular, áliás muito impor-
tante, foi-nos esclarecido por diversos profissionais do
automobilismo, cuja opinião autorizada não pode ser pos-
ta em dúvida. Disseram êles que o vidro inestilhaçável,
de procedência estrangeira, tem a mesma resistência, mas
que em seus veículos, os quais estão sempre expostos às
influências atmosféricas, apresentam em pouco tempo
manchas, principalmente os de maiores dimensões, en-
quanto os de marca "Protector"
oferecem, além de preçoinferior, garantia por dois anos contra as prováveis man-
chas, comprometendo-se durante o prazo estipulado a sub-
stituir o vidro manchado por novo, sem ônus para o com-
prador.O caso de substituição, desde a fundação da fá-
brica, ainda não foi registrado. Essa circunstância bem
elucida a perfeição que os industriais patrícios conseguem
na fabricação de seus artigos. Uma indústria dirigida nes-
tes moldes pode tranqüilamente encarar o futuro, que,além da prosperidade econômica, oferecer-lhe-á, ainda,
recompensa moral, em forma de opinião lisonjeira do
consumidor sôbre o artigo manufaturado.
Desde sua fundação, a fábrica "Protector"
produziue vendeu mais de 20.000 mts. quadrados de vidro de se-
gurança, em menos de 2 anos. A capacidade média da
produção é de 14.400 metros quadrados anuais, a qual, porsua vez, pode ser aumentada
"pari-passus" à necessidade
do mercado.
O vidro de segurança fabricado no estrangeiro, quan-do importado, está sujeito a uma taxa de 1 $300 por quilo
O OBSERVADOR
O OBSERVADOR — LVI 81
Exploração dos Seringais
AS
múltiplas aplicações
que, já no século pas-
sado, a borracha logrou
fcncontrlr nos países civili-
zados, dando, assim, nasci-
melto a uma ampla indús-
tria de artefatos, a cuja ver-
tiginosa ascensão nunca fal-
tou em nossos dias, o eficiente amparo do capital iliguta-
do da Inglaterra e dos Estados Unidos, determinaram o
conhecido" ciclo dos altos preços dessa importante matéria
prima que, inicialmente, encontrava suas mais valiosas
fontes de suprimento nos extensos seringais silvestres da
América do Sul.
A incidência desses preços e <le outros fatores, entre
os quais releva notar o imperdoável desinteresse de certas
administrações públicas da Amazônia e da própria l niao,
gerou, no ânimo das populações amazônicas a obsedantc
preocupação da fortuna fácil e a febricitante sede do licro
rápido, que as arrastaram à deplorável orientação de um
inoportuno imediatismo, tudo arrazando c destruindo, sem
a mínima diligência por sistematizar o trabalho de extra-
ps e preparo do ''látex", racionalizando-o mediante a
estabilidade que a exploração agrícola intensiva do produ-
to asseguraria fatalmente.
Assim, o acesso à exploração econômica da Amazo-
nia processou-se através das maiores depredações das ri-
Rezas naturais de suas gigantescas selvas. Já ninguém
mais ignora que toda a aparente vitalidade daqueles dias
áureos, que a economia amazônica conheceu nos princípios
desta centúria, baseou-se em rudimentares processos de
trabalho, adstritos a uma exploração extrativa extensiva,
que foi, na realidade, espantoso saque de preciosos tesou-
ros florestais, sem que em nenhum instante se fizesse sen-
tir a intervenção salvadora das autoridades, para coibir
esse arrazamento sem precedentes das nossas matas peloIpmadismo devastador do nosso bravo seringueiro.
Já conhecemos e sentimos os desastrosos efeitos des-
sa irrefreável psicose, que atentou gravemente contra os
mais legítimos interêsses do nosso próprio patriotismo.Ao passo que a Amazônia, com seus 300 milhões de ar-
votes nativas, disseminadas em uma área que se mede
por milhões de quilômetros quadrados, mal concorre com
pouco mais de 1% da produção mundial, as plantaçõesasiáticas, com mais de 1 bilião de seringueiras, mobiliza-
da:- em uma área de apenas 33.500 quilômetros quadra-do,,, fornecem aos mercados da economia mundial mais
de 1 bilião de toneladas de borracha.
E' concordante o sentir dos brasileiros de que a ime-
diatáj exploração racional da borracha constituiria uma
das indústrias-chaves da nossa anêmica economia agrá-
ria, com a qual poderia ainda o nosso País, em futuro não
muito distante, usufruir largos benefícios de seu ingentetrabalho nacional, fortalecendo, destarte, o eixo da nossaeconomia — o café — tão comprometido, há decênios,
pela influência de elementos negativos.A época dos proventos fáceis já passou para a bor-
racha silvestre, mesmo porque a isto se foi impelido pelosmodernos
processos técnicos da produção capitalista, im-
postos; pela ciência e pela experiência a toda orgauizaçao
geral da atividade econômi-
ca e da vida social dos po-vos. Os altos interêsses da
economia mundial neste sé-
culo de racionalização, não:> J
poderiam permanecer à dis-
crição da demagogia dos
nossos métodos de traba-
lho, ainda pouco acessível a tudo o que diz respeito à co-
ordenação e adaptação metódicas.
Daí o dilema que se nos apresenta: — ou restaura-
mos o antigo esplendor da Amazônia,-que só num ano, o
de 190f| contribuiu, para a riqueza nacional, com perto de
15 milhões de esterlinos, ou então se consumará defini-
tivamente a atual ameaça de ruína integral que pesa inti-
midadlra sobre aquela desventurada região, que, assim,
permanecerá cerrada aos fecundos benefícios da civil}-
/.ação.
Trata-se, por conseguinte, de fazer ou não jazer algu-
ma coisa era proveito dos interêsses daquela planície. Ora,
tudo nos está aconselhando a não adiarmos a concretiza-
cão de providências bem inspiradas, que visem sanar nos-
sa negligência em face dos justos clamores da Amazô-
nia, que, depauperando-se precocemente, pela profunda
desorganização lie sua economia, vê comprometidos os
fundamentos de sua própria existência com parcela ati-
va, na carta econômica da Nação.
Essas providências deverão ter, como marco zero de
sua realização no terreno prático, o apoio decidido de uma
política de fomlntação do povoamento em larga escala,
quer protegendo, por adequadas medidas de assistência
médico-hospitájar, o crescimento vegetativo da população
atual, quer, sobretudo, estimulando a localização de coi-
rentes imigratórias que melhor se adaptem às condições
fisiográficas da região e aos interêsses do nosso País. A
formação dos futuros núcleos coloniais deverá encaiai.
precipuamente, o aproveitamento agrícola imediato das ex-
tensas áreas situadas nas proximidades dos principais pon-
tos de escoamento, especialmente Belém e Manaus. / s
razões dl semelhante critério são quase que evidentes por
si próprias. Com efeito, não só propiciarão u'a melhor
distribuição da população rural — decorrência do papel,
que forçosamente exercerão, de principais^ centios de gia
vidade na sistematização. a surgir, das forças que opera-
rão no campo da economia agrária da Amazônia — como,
ainda, facilitarão extraordinariamente a tarefa dos orgaos
da administração pública que se encarregarem de supenn-
tender a organização da produção e o aperfeiçoamento do
produto. , ,
Sem população numerosa, nada e possível espeiai-
mos da prosperidade agrícola da bacia amazônica. Alias,
é fartamente sabido que a boa orgamzaçao e o funciona-
mérito da produção exigem elevado adensamento demo-
oráfico, o que é tanto mais verdadeiro quando estamos eu-
carando aqui países novos, de civilizaçao europeia, em que
predófnina a lei do rendimento crescente, pelo menos em
natura. Ouem aprecia o vertiginoso surto de prospenda-
e das grandes nações, no século XIX, logo fica conven-
Cl
(1
e (ias yiclinavo ~ , <¦ •
ido de que õ principal fator dele foi o acentuaco t tapi
„ crescimento da população. Xeste particular, tornou-se
82 O OBSERVADOR
correndo o apontar-se o exemplo da federação norte-
americana que, si não fôra o impetuoso afluxo das cor-
rentes imigratórias (mais de vinte milhões de pessoas),não teria certamente conseguido empregar, com tão es-
plêndido sucesso, os eficientes meios da técnica d produ-
ção capitalista, que exigem grandes concentrações hu-
manas.
Ora, não seria difícil profetizar, para a Amazônia,
onde é palpável a abundância de matérias primas vege*
tais, que a concentração demográfica surtiria os mesmo»
efeitos, como estimulante primordial de todas as formas
de atividade econômica e como fornecedora dos meios de
produção e dos mercados de consumo, que passariam a
absorver não desprezível percentagem dos produtos sub-
ministrados por uma agricultura intensiva.
Sem o concurso dessa preconizada política de povoa-mento sistemático —
ponto de partida para elaboração e
execução de um programa de política econômica que se
passe a aplicar na bacia do Amazonas — não conseguire-
mos nunca plasmar uma forma orgânica que se adapte às
necessidades e aos interesses da região, mormente nos dias
atuais, quando a borracha brasileira vê, abertas auspício-
samente diante de si, incontestáveis possibilidades de abas-
tecimento dos mercados internacionais.
Um dos seguros meios de fixação econômica das cor-
rentes imigratórias que demandarem as terras do discuti-
do vale, reside na plantação intensiva da seringueira e da
castanheira, afora a exploração racional dos recursos daflora, sobretudo 110 que diz respeito às madeiras e às plan-tas oleaginosas e fibras texteis. Mas, será o seringal de
plantação que desempenhará, seguramente, importantíssi-
ma função como fator precípuo de responsabilidade nosdestinos econômicos e sociais da Amazônia.
Pesa-nos dizer, entretanto, que nossa deplorável dis-
plicência em protelarmos a obra de aproveitamento dessasriquezas, norteando-lhes a evolução no sentido objetivoda exploração agrícola de suas terras e de suas inegualá-veis essências florestais, tem dado margem aos mais dis-
paratados e contraditórios julgamentos de suas efetivas
possibilidades de progresso, disto originando-se juizos queoscilam entre a severa classificação de um Inferno Verdee os inflamados ditirambos a um Paraizo Verde.
. Essa displicência, fruto da evidente deficiência de ca-
pacidade^ organizadora do nosso povo, quer responsabilizara Amazônia, a sua potamografia e o seu clima, sobretudo,pelo inesperado e decepcionante desfecho que teve todoaquele devassamento de sua natureza pelo caboclo nordes-
0 Que significou, afinal, pelo seu temeroso acêrvo dedificuldades e sofrimentos incomputáveis acarretados aoseringueiro, um repentino recuo de todo aquele processainicial de colonização.
Com o si. Araújo Lima, podemos compreender, tam-bem, que a pedra angular de toda a organização da eco-norma da goma elástica esteiou-se ali, desde seu inicio nadesvalorização e conseqüente aniquilamento orgânico' dohomem a quem [amais
se deram instrução primária e nro-iissional, habitação confortável, no ambiente môrno e si-ente das majestosas matas da planície, e, acima de tudo
assistência med.co-hospitalar, o que agravou sobremanei-ra aquele lugubre cenário que estadeava, pela prolonga-da dieta suprida de carne e conserva alimentícias, o qua-di o infernal do beri-beri galoparite.
.• Fo1' "^g^me^e, o horror, que inspiraram todos
esses quadros de impressionante abastardamento físico cde mortificante decadência econômica da incipiente vida
social que se esboçava, que malsinou a função comercial
e civilizadora da borracha 110 sertão amazônico. F0; £Sgehorror, também, que foi despontar, na conciência das eli~tes brasileiras, a impressão, totalmente errônea, de lute ^Amazônia será absolutamente insubmissa a quaisquer cs-forços de colonização.
A predominar semelhante critério, que cm muitos es*
píritos pretende mesmo basear-se era argumentos índeclU
háveis, renunciaríamos a uni grande ato de coragem é defé, que está exigindo, antes de mais nada, que empreen-
damos, sem cômodas protelações, um exame honesto e ob-
jetivo da situação da bacia amazônica. Estamos certos de
que, se de antemão assumíssemos a atitude mental de fu-
girmos às tendenciosas interpretações de seus fatores o-eo-
físicos, iríamos colher, dessa cruzada de estudos e obser-
vações, fartos depoimentos inteiramente favoráveis à nos-sa tése de que, efetivamente, ali é exeqüível um progra-ma de trabalho, que se disponha a agir imediatamente,
não só para acudir ao desmantelamento das atividades re-
gionais, como para abrir novos roteiros de diretrizes prá-ticas à obra de aproveitamento de uma das mais férteis
circunscrições geográficas do continente americano.
Seria altamente instrutivo o conhecer-se de perto o
círculo de dificuldades de toda espécie que imobilizam a
ação do homem, naquelas remotas fronteiras da economia
nacional. Desde logo ficaríamos convencidos de que, sem
o amparo dos poderes públicos da Nação, não é possível,à iniciativa particular, alterar por si só a dêsoladora dis-
crepância das atuais perspectivas de estagnação e de depe-recimento da Amazônia, cuja economia se agrava dia a
dia pelos fatores exôgenos e endôgenos, que lhe ameaçam
BANCO ITALO-BELGA
SOCIEDADE ANôNiMA
Capital : 100.000,000 — de francosReserva : 100.000.000 — de francos
CAPITAL PARA O BRASIL: 12.000 contos
liüüli
séde social: ANVERS
sucursais e agenciasLONDRES — PARIS — LE HAVREBUENOS AIRES — MONTEVIDÉO
RIO DE JANEIRO - SÃOPAUL
SANTOS — CAMPINAS
OREALIZA TODAS AS OPERAÇÕES BANCARIAS
COBRANÇAS EM MOEDA NACIONALE EM MOEDAS ESTRANGEIRAS.
DEPOSITOS E C/C Á VISTA,A PRAZO E COM PRÉAVISO.
TRANSFERENCIAS DE FUNDO -
DEPARTAMENTO ESPECIALPARA VENDA DE APÓLICES ESTADOAIS
E MUNICIPAIS
A VISTA E A PRAZO
PARA PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES MENSAISMEDIANTE CERTIFICADO DA EMISSÃO
PI RÉ TA DO BANCO ITALO-BELGA
127, RUA DA QUITANDA, RIO
O 013SI-KVADOK — /J7
t-ul-.ra e lhe quebram o ritmo, originando pausas pro-
J mesmo regressões letais, como se verifica pre-
Ir1Cnte agora, quando o conflito europeu, obrigando a
f ^latèrra
'a
proibir a entrada, em seus portos, da casta-
1 do Brasil, acarretou a paralização quase completa do
romércio de exportação do produto.
Mas voltemos nossas vistas apenas para a questão
ruciame da falta de braços. O viveiro de braços para o',„fa
,-u winea a Amazônia encontrou-o sempre na zonacói te Vi d s „
lordesima, principalmente no Ceara, lemos em mãos
"óoia do
"Memorial" apresentado ao sr. Presidente da
República, em Junho de 1939, pelo sr. Francisco das Cha-
eras Leopoldo de Menezes, "solicitando medidas de ampa-
ro ao seringalista e ao seringueiro do Amazonas".
Secundo o citado "Memorial", eis o cálculo aproxi-
mado da conta de um emigrante do Ceará, mandado bus-
car pelo patrão do seringal:
Dinheiro adiantado para deixar à família . . . lOOfjOOO
Idem para preparo da viagem, rede e roupa . 100$000
Pago pela passagem de trem ou de auto-ca-
minhão ate o pôr to 65|>000
Pa°-o hotel, estadia de 5 a 10 dias, antes do
embarque 50$000
Pago passagem de 3.a classe, de Fortaleza a
Manaus 192$000
Pago hotel em Manaus, estadia de 10 a 20 dias 80S000
Passagem de Manaus ao porto do seringal . 143$000
Total 700$000
A essa importância de 700$000 acrescentam-se ainda
20%, correspondentes ao juro de mora, "para
recebimen-
to qnando tem a felicidade de o fazer, de dois, três e mais
anos... quase sempre o patrão há pago ao aviador, co-
merciante fornecedor do seringalista, 10% do dinheiro
levantado. Seja a comissão cento e cincoenta mil réis, ele-
vando-se o débito a 850$000, no dia da chegada ao bar-ração (seringal)."
Mas, esse emigrante, para instalar-se no "centro"
einiciar suas atividades do corte da seringueira nas
"es-
tradas" que lhe são designadas, precisará ainda dos uterjjsilios indispensáveis a essa operação, os quais lhe são for-necidos pelo proprietário do barracão, o que,
"na me-
lhor das hipóteses", faz ascender seu débito a 1:500$000,no dia em que parte para o
"ponto", seguido do mateiro
e do toqueiro", que o ajudarão a fazer a barraca, mos-tiarulo-lhe também as estradas e ensinando-o a cortar aseringueira, etc.
Preparadas que sejam as estradas, o emigrante retor-
na ao barracão, para fazer novo
"aviamento", com que
ap ira dar início ao córte das suas árvores. Já a esta
i!-ov.SUa con*-a com 0 patrão se eleva a mais de ....
- "wOOO, sem que, até êste momento, haja produzido al-gun]<1 para diminuir o credor de parte de tão vulto-Sa o.i\ida. Lembra-nos ainda o sr. Francisco Menezes
o homem se aclimata — e, na maioria das
rieZ~°? a^oece> "por
extravagância, pois não há recomen-açao
que o iniba de praticá-la" — o seu débito chega a
(||C (; cjm mais de 2:000$000. Aí está o preço aproxima-
tada° nac*°' 110 ^nngal da Amazônia. Não estão compu-
f-p;,.1 Sj.» °Utlas c^esPesas, como sejam os serviços do
"ma-CeilO O fln <cir^ >>
tári i • clueiroclue correm por conta do proprie-
| o o seiifígal, os gastos com a estada do emigrante no•jarracao,
etc.
83
As insuportáveis condições econômicas, que presidema organizaçao da atividade extratora da seringa, devemarticular-se, originariamente, com as vigentes no chama-do comércio aviador'', estabelecido nas praças de Ma-naus e Belém. Só assim é que poderemos fazer idéia dainsofreável especulação, — intermediário entre os com-
pradores dos centros manufatnreiros e os recebedores deborracha ou
"aviadores ' dos seringueiros — especula-
çao que sempre onerou de tal forma o custo de produçãoda matéria prima, que só mesmo a ação dos preços altos
permitiram aquela fase efêmera, que culminou em 1910,
quando o valor da nossa exportação de borracha ascendeua 376.972:000$000, quando a do café era de 385.494:000S000.
Contra os malefícios da especulação dos agentes com-
pradores, que trabalhavam por conta das firmas inglesas,americanas ou alemãs de Londres, Liverpool, Nova York,Hamburgo, etc., de nada valeram os ininterruptos clamo-res das classes interessadas da Amazônia, que, já naque-la época, apelavam para o Governo Federal, pedindo-lhea criação de um banco, que mobilizasse capital suficiente
para amparar o comércio da região e libertá-lo, assim, dostentáculos dessa ação espoliadfra.
Em trabalho apresentado ao 2.° Congresso Nacionalde Agricultura, realizado no Rio de Janeiro, em 1908, o
representante do Estado do Amazonas, o sr. Antonio
Monteiro de Souza, ao aludir àquela especulação, assimse exprimia, cm sua tese sobre
"Valorização, melhora-
mento e proteção à indústria extrativa da borracha": —"For
aqui se pensa que é o patrão que escraviza o extra-
tor. Engano. Aquele também é escravo e o verdadeiro
senhor é o exportador que tem direta e indiretamente pre-sos em seu cofre o aviador, o patrão seringueiro e o ex-
trator".
O congressista amazonense explicava, então, como al-
gumas casas em Manaus e Belém, que se dedicam à còm-
pra dos produtos do extremo norte, por conta de emprê-
sas comerciais de Londres, Liverpool, Nova York, Ham-
burgo, etc., subministram o numerário necessário às ca-
sas a vi adoras, para a aquisição de gêneros alimentícios e
bens voluptuários, tais como a farinha, os pães e biscoi-
tos, a carne sêca, o bacalhau, o pirarucu seco, as conser-
vas, o leite condensado, o café, 'o
chá, as bebidas alcooli-
cas, as fazendas, as roupas feitas, as armas e munições,
os medicamentos, etc., etc. Demos, porém, a palavra ao
sr. Monteiro de Souza: — "Toda a vez que vai princi-
piar a safra, o seringueiro faz a lista do seu pedido, o ne-
cessário para custear o serviço de extração da borracha,
manutenção do pessoal: centenas, milhares de pessoas,empregadas nos respectivos seringais. E' por êsse tempo
que os fretes sobem escandalosamente, e disso adiante fa-
laremos. Tendo o aviador, pois, necessidade de numerário
para satisfazer os pedidos do interior, não havendo ca-
sas bancárias a que recorrer, senão às do comprador ex-
portador, de que falamos, que, ao mesmo tempo, se intitu-
Iam casas bancárias, toma o dinheiro necessário por adi-
antamento, comprometendo-se, muitas vezes, a vender o
gênero que vier a receber 110 fim da safra, por preço,
desde então, já estipulado pelo comprador-credor! Fica
assim o seringueiro amarrado ao balcão do aviador e o
aviador à gaveta do exportador, enquanto que êste, sem
grande capital, pois que tem o dinheiro dos comprado-
res consumidores de Londres, Liverpool ou Nova York,
força o preço a seu talante e acumula pilhas e pilhas de
libras esterlinas, que representam a essência da seiva 11a-
cional". Ainda com a palavra mais adiante, diz, textual-
84O OBSERVADOR ,;Vl
mente, o seguinte: — "Parece que a cotação nas praças
de Belém e Manaus deveria estar de acordo com a cotação
nos mercados consumidores. Pois não há tal, e isso é uma
prova de que a especulação campeia livremente, como va-
mos demonstrar. O corretor da praça de Manaus, Ph.
Schlee, publicou, há pouco, um quadro sinótico do qual
vamos tomar três exemplos a esmo: — 1.°) — No dia
16 de Novembro de 1907, ao câmbio de 15 1/4, a borracha
era cotada em Liverpool a 0-3-7 1/2 cada libra e, em Ma-
naus, as compras se faziam a 4$700 o quilo; no dia 6 de
Maio deste ano, ao câmbio de 15 11/64, em que a cota-
cão de Liverpool era a mesma de 16 de Novembro, isto
é, libra 0-3-7 1/2, em Manaus a cotação era de 5$200! No
primeiro caso, 0-3-7 1/2 valiam 2$845, no segundo, 2$860:
para uma diferença a mais de 15 réis por libra, em
virtude da taxa cambial, correspondia em Manaus uma
diferença de 500 réis por quilo! 2.°) — No dia 2 de De-
lembro de 1907, ao câmbio de 15 1/4, a cotação em Li-
verpool era de 0-3-6 e o preço em Manaus era de 4$500;
no dia 4 de Maio último, para a taxa cambial de 15 1/8
à mesma cotação de 0-3-6, em Liverpool, correspondia o
preço de 5$000, isto é, para uma diferença de 27 réis a
mais em Liverpool, cabia a de 500 réis em Manaus! 3o)A 24 de Dezembro, ao câmbio de 15 1/4, em Liver-
pool vigorava o preço de 0-3-5 1/2 e, em Manaus, 4S550;
a 1.° de Maio, ao câmbio de 15 1/8, em Liverpool, o pre-
ço era o mesmo 0-3-5 1/2 e, em Manaus, 4$950 ; para 27
réis a mais pela taxa cambial, correspondia I diferença de
400 réis!"
Disso tudo concluia o sr. Monteiro de Souza que.
para a mesma cotação de Liverpool, com uma pequena al-
teração proveniente da taxa cambial, havia em Manaus
uma diferença de preço de 400 a 550 réis por quilo, em
duas épocas diferentes: — Maio e Novembro-Dezembro.
Multiplicando-se dita diferença de preço por alguns mi-
lhÕes de quilos, faremos idéia dos lucros auferidos pelafirma do comprador-exportador.
"Mas-, pergunta ainda o autor acima, por que o com-
prador cota em Maio mais alto do que em Novembro e
Dezembro? Porque em Outubro começam a chegar do in-
terior as grandes remessas do produto, remessas que vão
aumentando até Fevereiro, quando principia a decrescer
atingindo o mínimo justamente entre Maio e Julho. E'
também naquela época que se fazem os contratos entre osaviadores e os exportadores para a primeira remessa dos
gêneros que teem de ser consumidos no fabrico seguinte.Há, portanto, todo o interêsse do exportador em fazeibaixar o preço para garantir fabulosos lucros na safrvvindoura."
Meditando sôbre êsses aspectos do problema, não nos.
podemos furtar à transcrição destas palavras, escritas po.Alberto Torres, em Junho de 1914, em seu livro
"O Pn>
blema Nacional Brasileiro": — "Nesta terra, assim sa-
aueada, o comércio, o trabalho estrangeiro e o crédito deusura que possuímos, drenam, em capital, para o estran-
geiro, quase todo o produto dessa inconsciente e brutaldestruição, dando-nos, em troco, gêneros e objetos, quemuitíssimo longe de representar o preço da mina de queresultam, não deixam, entre nós, em obras e bens volup-tuários, senão fração mínima de seu valor.
Toda a nossa fictícia "circulação" econômica é obra,
assim, de uma fedeiaçao de feitorias, que, desde as vendasdo interior até as casas de importação e de exportação, asestradas de ferro, as fábricas, o comércio intermediário eos bancos — em mãos, quase totalmente, cie estrangeiros
não fazem senão remeter, em produtos, lucros comer-
ciais, industriais e bancários, rendas de várias naturezas
a quase totalidade dos frutos da nossa terra."
Diga-se de passagem que, não só a organizai .fio d0comércio da borracha, como também a da castanha c de-mais produtos locais, sempre se eivaram de vícios profun-dos, que nunca foram sanados pela intervenção reparado-
ra dos governos, não obstante estarem perfeitamente cien-tes deles. Houve tempo, então, que êsse estado de coisas
continuou na mais tranqüila impunidade, dando oportfni-
dade a que certas firmas compradoras e exportadoras decastanha, em plena capital do Amazonas, sol) as vistas dlretas das autoridades dos fiscos federal e estadual, se aba
lançassem à incrível ousadia de alterar discricionariamen-
te o próprio sistema decimal, estabelecendo que o hectoli-
tro (unidade comercial adotada para as compras desse nro-
duto) não teria mais a medida universalmente estabeleci-
da de 100 litros, mas, sim, de 110. O abuso mereceu afi
nal repressão enérgica, na administração do sr. Alfredo
Sá, que, em 2 de Dezembro de 1924, chegava a Manaus,
investido das funções de Interventor Federal no Ama-
zonas.
Se a essa série de dificuldades, já por si desalentado-
ras, pois conspirariam contra o êxito das iniciativas dl lio-
mem em qualquer canto do mundo, aditarmos este outrodo transporte, que ali sempre foi precário e caríssimo, des-vendaremos o mistério de se viver, na Amazônia, sob oambiente opressor de uma depressão econômica que vem
deformando seu ambiente social e comprometendo grave-mente seu futuro.
Tirante o aspecto artificial de Belém e Manaus, quea superficialidade e a imprudência de uma política, que se
deixou empolgar pela fama transitória de decoradora de
praças, avenidas e.jardins, fazem contrastar com o inieh-
so e primitivo sertão da Amazônia, onde vilas e cidadesapodrecem, desfazendo-se e transformando-se em
"portos
de lenha", que nos restou ali daqueles 2.736.000:0008000.
que foi a quanto importaram nossas vendas de borracha,entre 1901 e 1912? Se a restauração econômica da Ama-zônia deve ser largamente tributária do esforço e da ca-
pacidade de iniciativa do particular, nem por isto ela po-derá ser levada a um fim útil se em seu auxílio não vier
o apôio oficial.
Cabe aos dirigentes atuais a tarefa de iitensiiic u* e
superexcitar as energias coletivas, promovendo uma poli-tica de povoamento, que dará ao vale do Amazonas a es-são demográfica que ali se está requerendo e form ra.outrossim, os poderosos instrumentos de seleção soe : de
que necessita a civilização brasileira para realizar a brade colonização agrária do extremo norte.
Povoamento e plantio da seringueira são, ao ' 1
Aei, as coordenadas primordiais do rejuvenesciment. da
Amazônia. Nunca é demasiado o insistir-se sobre '5t(j
ponto, mormente agora que o Brasil cpgita de a|u(í*r à
economia da goma elástica e já surgiram, por todos os
quadrantes da imprensa indígena, a valiosíssima conti ui-
cão de técnicos e de estudiosos do palpitante assunto, ora
í ecomendando a criação de um Instituto da Borracha, ora
um punhado de medidas outras de caráter purain iite
técnico e industrial.
Não é, também, contraproducente a nossa atitude em
teimar sôbre a transparente oportunidade clêsse tema.bietudo quando o aproveitamento da Amazônia consnuiemedida básica e imperiosa de articulação da economiabiasileira em face das recentíssimas teses fundamentais tia
autarquia, que se vai generalizando.
gBiíRVADORtví 85
O
A Situação do Café
Ujví
oomèhtador de assuntos
gçonômicos, da
^ A m é rica
fentrai, ao estudar a situação que
; iria criar para a lavoura e o
Smércíi cafeeiro do mundo, em°
è da guerra européia, afirmou que estavamos nos pro-
homos da "crise das crises" do produto. E tu,ha razão
Se aquelas palavras são verdadeiras para o cate emgeia .
,,nis verdadeiras ainda são §a§a o cate brasileiro. E huc.
- de 1929, vínhamos sofrendo do mal da superprodução,
representada, naquela época, por milhões de sacas inyenda-
veis financiadas e acumuladas nos grandes eem.tenos .
Lffl eram os armazéns reguladores. Depois, esta sufier-
produção foi agravada pelo crescimento assustador das
safras, que atingiram níveis nunca sonhados sequer, pelo
fato de haverem entrado em produtividade os catezais
plantados na época dos preços mirabolantes da valor 1-
lição. 1 .
Êste fenômeno tem perdurado ate hoje. A supei-
produção só tem podido ser combatida por meio de reti-
radas compulsórias do mercado, seja através de compias
diretas, ou através da "quota de sacritício .
Após dez anos de retiradas forçadas, a situação pa-
recia, enfim, clarear. A exportaçao havia aumentado mui-
to, desde fins de 1937, quando foi instituída a política de
concorrência. E o Brasil marchava para o equilíbrio na-
furai entre a produção e a exportação. Mas, eis que sur-
ge a guerra européia, tirando-nos compradores que, em
1939, nos importaram nada menos de seis milhões de
sacas.
O fechamento do mercado europeu representa, pois,
pára nós e para os nossos competidores, a ''crise
das
crises".
As medidas tomadas pelo governo brasileiro e queveeni sendo postas em execução, com muita firmeza, peloDepartamento Nacional do Café, para a presente safra, e
de que já demos conhecimento detalhado aos leitores, em
nossas crônicas dos meses anteriores, tiveram a finalida-
de de contornar esta situação grave.Acontece, porém, que a exportação, nos primeiros
meses da colheita atual, tem sido má. Já se previra a sua
quecki. Tanto assim que a exportação brasileira, no pe-ríodo d| presente safra, foi estimada em apenas 11 mi-Ihõe de sacas, quando, se não tivessemos que contar coma guerra, poderíamos exportar 16 a 17 milhões. Mas a re-
_uçcu das nossas vendas para o exterior tem sido maiorainciii ío que a princípio se pensou. Em Junho, expor-tamos 36.981 sacas. Em Julho, 688.510. È, no mês pas-sado. em Agôsto, 778.712.
a se<
v discriminação, por portos, desta última parcela, é
seguinte, sujeitos os números ainda a ligeiras retifi-caçoes:
cintos 579.664 sacas; Rio de Janeiro — 137.342
acds, Vitória — 26.325 sacas; Paranaguá — 25.853acasJ Angra dos Reis — 9.528 sacas.
"
milh-~ 01110 Se»-V^' tantos mal ultrapassou a casa do meio
lcl<)- O Rio, que, em épocas normais, exporta de
250.000 a 300.000 sacas, não
chegou a 150.000. Vitória, que,em épocas normais, exporta de
80.000 a 100.000, ficou em um
quarto desta parcela. Paranaguá
e Angra, (pie, antes, exportavam em média, por mês,
50.000 sacas, cairam da maneira acima registrada. E os
dois últimos portos cafeeiros, Baía e Recife, nada envia-
iram para o exterior.
Esta falta de negócios provocou a conseqüente reclu-
ção das liberações, nos portos de embarque, causando a
paralização dos negócios também no interior.
Esta paralização deu motivo a que determinados cír-
culos da lavoura de São Paulo houvessem convocado re-
uniões, no interior do Estado, que terminaram por uma
maior, na capital, realizada a 31 de Agosto, em que esti-
veram representados, se não a lavoura, pelo menos lavra-
dores de muitos pontos da terra paulista.
Aquele movimento não se diferenciou muito dos si-
milares, feitos em outras épocas. Tanto assim que foi di-
rígido por um grupo muito conhecido, sempre pronto a se
agitar e fazer ruido, todas as vezes que uma situação de
crise oferece oportunidade a certos manejos. Nao repre-
sentam a economia caleeira do País, tanto assim que o co-
mércio de Santos e do Rio de Janeuo, pelas diretorias
das suas tradicionais e conceituadas associações de classe,
discordando das exigências que estão sendo feitas pelos
tais congressistas, telegrafaram ao piesidente do Depai-
tamento Nacional do Café. apresentando as suas felicita-
ções pela maneira sábia, prudente e discreta, como o Go-
vêrno tem procurado valer o produto, nesta bota gia\e.
E' evidente que, estando a exportação cada vez mais
reduzida e os stocks cada vez maiores, com a paralização
crescente das atividades comerciais, o Govêrno está no
dever de tomar medidas extraordinaiias, em benefício não
apenas da lavoura, mas também do comércio e em favor
não apenas do café, mas também de outros produtos na-
cionais de exportação que também se encontram em crise.
Estas medidas podem ser postas em pratica_ através^ do
Banco do Brasil e cios estabelecimentos de crédito, pois o
crédito, a capacidade de resistência, o juro barato, para
uma resistência a longo prazo (ninguém sabe quando ter-
minará a guerra) é o que importam, neste momento.
Êste é o bom caminho. O que se não justifica é que,
determinados e conhecidos elementos, desmoralizados pelas
desgraças que, no passado, trouxeram para o café e para
o Brasil, com a política de valorização, ponham-se em mo-
vimento' para repetir as suas_ velhas e personalíssimas
exigências, de valorização, café a quatro libras, compia
total da colheita pelo Govêrno, abolição da "quota
de
equilíbrio", financiamento acima do mercado e coisas que-
janelas.
O momento é demasiado sério para que as dificulda-
des da lavoura sejam transformadas em escudo para uma
ofensiva em torno de pretensões absurdas que, a seiein sa-
tisfeitas, constituiriam nada menos do que a escra\ização
do País com todos os seus recursos, o seu meio circulan-
86 O OBSERVADOR in
te, o seu crédito, a sua riqueza, tudo, enfim, a uma deter-
minada classe, em sacrifício de todas as outras. Porque,
se analizarmos bem, não é outra coisa o que se tem pe-
dido, em altos brados, aos poderes públicos.E' verdadeiramente de espantar como é fraca a me-
mória dos homens e como a esperança é capaz de defor-
mar os acontecimentos, fazendo esmaecer as tintas ne-
gras e sobressair as tonalidades alegres. Parece que a
retentiva se deixa impressionar pelas vibrações do cora-
ção e pelos anseios do desejo. Os acontecimentos maus
são esquecidos e os bons, ainda que só superficialmente
mereçam êsse nome, realçam, como se representassem pe-ríodos de felicidade.
E' o que se verifica, contudo, mais uma vez, agora
que vozes "saudosistas"
se levantam, para pedir ao Go-vêrno o restabelecimento da tantas vezes condenada poli-tica de valorização.
Se o País fez, com êxito, na guerra passada, dizem,a valorização, porque não fazê-la agora, que a economiamundial esta, outra vez, abalada por uma guerra ?
Os que hoje falam em valorização, em intervenção
do Govêrno no mercado cafeeiro, são pessoas simplistas
que se recordam apenas do lado bom, do brilho passagei-ro dos preços altos. Esquecem-se, porém, de que foi a
valorização a causa remota e também a mais direta de
todas as mazelas que atribulam a economia do País. Foi
a valorização que reteve milhões e milhões de sacas inven-
dáveis, nos reguladores, as quais, depois tiveram de ser
entregues às pilhas de incineração. Foi a valorização queprovocou a super-produção, criando o problema das
"so-
br as" permanentes, que só através da "quota
de sacrifí-cio" tem podido ser solucionado. E foi a valorização —
e isto é o mais grave — que incentivou a produção no es-
trangeiro, permitindo, assim, que viessemos a perder ahegemonia cafeeira do mundo.
Pois, apesar disto tudo, apesar da valorização tersido reconhecida, urbi et orbi, como o maior dos crimes
já cometidos contra a economia do Brasil, ainda há cria-turas, suficientemente desavisadas, para solicitá-las, maisuma vez, ao Govêrno da República.
Desconhecendo, deliberaclamente, aqueles aspectos da
questão, os velhos falansterios do "bando
da lua" recor-dam apenas que, na guerra passada, o Govêrno interveiono mercado, fez uma valorização e que tal valorizaçãoterminou de uma maneira feliz. Esquecem-se,
porém, defazer um pequeno estudo comparativo, pelo qual se pode-lá provar ser a situação de hoje inteiramente diferente dada guerra passada.
A valorização então feita foi uma operação feliz masfeliz como as sortes grandes, tiradas na loteria. Realiza-da em um ano, teve, no seguinte, a auxiliar a sua liquida-çao, uma geada, que reduziu a safra cafeeira a menos demetade, e o termino da guerra, que reabriu os mercadospor ela fechados, e fez com que se desviassem para o co-mercio as energias e capitais antes imobilizados nas ope-rações bélicas. 1
Mas nao foi tudo. Na guerra passada, só estavambloqueados e fechados ao comércio internacional os mer-cados dos Impérios Centrais. Desta vez, o bloqueio atin-
ES?7 r°Pa 6 ° N°rte da África' 0 q»e toma a si-tuaçao do cafe mais angustiosa.
Mais ainda. Naquela época, tínhamos a hegemoniada produção cafeeira no mundo, coisa que já não acon-
tece no presente, e isto porque aquela valoriza^;,, c as
que se sucederam permitiram o crescimento das ci^Uiras
fora das fronteiras do Brasil.
Esta diferença de situação deveria ser, só por ?i su_ficiente para evitar o
"saudosismo" econômico,
que ex-
pressa no desejo, que podemos chamar de crimine. , ^euma nova valorização.
Há vinte anos, dado o volume da nossa produção e o
predomínio que tínhamos sôbre os mercados consumido-
res, podíamos jogar com os preços e determinar por quan-íto queríamos vender o nosso café. As cotações, no mer-cado interno, encontravam perfeita equivalência, no mer-cado externo. Hoje, a situação é inteiramente diferente
Em primeiro lugar, o bloqueio total da Europa redii-ziu, extraordinariamente, os mercados consumidores. Poroutro lado, a produção estrangeira elevou-se por tal for-ma, nos últimos anos, que, hoje, já é quase suficiente
para supri-los. Se viéssemos a cometer a insânia de fazeruma nova valorização, e intervir nos mercados internoselevando, artificialmente, o preço da mercadoria, deixaria-mos de exportar.
E' sabido que, na época da valorização, o Brasil en-viava para o exterior apenas as
"sobras" de consumo, dei-
xadas pelos concorrentes.
Hoje, tais "sobras"
quase não existem. E' que a pro-dução estrangeira subiu e o consumo mundial baixou, coma guerra, de sorte a ficarem quase no mesmo nível.
Os mercados que temos precisam ser defendidos emluta cerrada de concorrência. Se esta política for aban-doriáda, os outros produtores nos expulsarão, fatalmente,dos mercados em que, somente o fator preço garante anossa posição.
A situação de 191/ não pode, de forma alguma, ser-vir de modelo para 1940.
Em meiados de Junho, reuniu-se, em Nova Yorjg'uma Conferência em que estiveram representados os uai-ses americanos produtores de café, que fazem pari do"Bureau
Pan-Americano". Os representantes proem am
a cooperação dos países cafeicultores do continente. [iieainda não fazem parte do Bureau, com a finalida de
chegar-se a um entendimento em torno da |xpoflaçã< !>a-
seado em quotas a serem fixadas de acordo com a i dia
dos últimos anos.
Tal acordo apresentou-se como necessário, no e n-
der de alguns dos membros daquele "Bureau", em u-
de do fechamento dos mercados do Velho Mundo 'la
guerra européia. O bloqueio do Velho Mundo subira io
consumo do café mercados de primeira ordem, que in
tavam, anualmente, só do Brasil, mais de 6.(XX "00
de sacas.
O único mercado verdadeiramente grande que i
aberto foi o norte-americano. A prosseguir-se na pom ca
adotada nos dois últimos anos, irá verificar-se uma oii-i
corrência feroz, porque todos os produtores quererá» < <>'
locar ali a mercadoria que antes era destinada à Eun' pa.A conseqüência será, como está sendo, uma queda vi: n-
ta de preços, queda esta que está atingindo de ma mini
muito mais radical aos nossos competidores, do que a nós
mesmos. E esta, aliás, a causa do interêsse deles peloacordo.
Acham conveniente reatar-se a linha da política de
Bogotá, que deixaram interromper-se em Havana.
o Í3SERVAIX® -| IA 1
¦I , [ulho, soube-se que o acfrdo havi| sido firmadp,
;V»in enl tôrno dal quotas seguintes, para os prin-em prmupio.
cipais países. 9.300.000 SACAS
Brasil.. 3.200.000Colombo 500.000
Gu atem ai.' 450.000
| 500.OOOVenezuela
T-i temos manifestado a nossa aversão, do ponto de
;sta teórico, a tais acordos, por estarem os mesmos em
roíit radica o com a politica de concorrência que vimos pra-
ticando. desde Novembro de 1937. Temos, contudo, que
tomar em coita a situação de absoluta anormalidade,
criada pel| conflito europeu. Como a "quota"
reservada
ao Brasil é superior ã mais alta exportação que já fize-
mos para os Estados Unidos, nos últimos anos — mesmo
OS da política de concorrência — achamo-la razoável.
Mas precisamos ver as garantias da boa execução do
acordo.
Não reputamos possível um controle direto por par-
te dos países exportadores. Mesmo que estes se ofereces-
sem a pô-lo em prática, a fiscalização seria quase impôs-
sívet, Um funcionamento correto e honesto, só será viá-
vel se o governo dos Estados Unidos se dispuzer a co-
operar com os países produtores, fiscalizando as suas im-
portações de café e restringindo-as aos limites das "quo-.
tas" adotadas para cada país.
O acordo foi votado pelos delegados, ad-rcferendnm
dos respectivos governos.Recentemente, um telegrama da
"United Press" in-
formou que o representante do Brasil no "Burèau
Pan-
Americano" notificou, oficialmente, ao referido organis-
mo, que o Brasil considera que o acordo sobre as quotasde exportação, elaborado em Junho, na Conferência Pan-
Americana de Café, só será aceitável, se fôr considerado
efetivo, a partir de 1.° de Julho último, qualquer que seja
a data da sua ratificação final. Acrescenta o despacho
que a razão dessa notificação está baseada nos persistem-tes rumores de que os exportadores de café de alguns pai-ses teem consignado grandes quantidades do produto, paraos Estados Unidos, de forma que a maior parte de suas
colheitas, normalmente exportáveis, cheguem aos Estados
Unidos antes que o acordo seja finalmente ratificado.
Esta notícia deve ser verdadeira, de vez que as cota-
ções dos cafés dos nossos concorrentes teem caido muito,no meroad(J de Nova York, nos últimos tempos. E vemdemonstrar falta de boa fé, por parte dos países cafeicul-tores,
jue assim procedem. Mostram-se na disposição devender tudo, de exportar o máximo possível, mesmo com
Pieju: > de preços. Estão remetendo os seus cafés emconsi: iaçao, na esperança de se beneficiarem, posterior-mente, da elevação de preços que, naturalmente, o acordoem í" no das quotas possa trazer. Antecipam-se, na su-posu , de que o acordo entre em vigor depois da sua ra-
troC ! i0 ^nciuanto isto, o excesso de produção que, den-
11 uma execução honesta do convênio, deveria ficar
piodutor, vai sendo colocado no país consumidor.
«r> uotificaçao feita pelo representante do Brasil, ao
si l.lre'111 } an~Americano", veio evitar que tal manobra
ls'~c efejto,j Somente se o acôrclo fôr considerado efe-
sua v ^a~^r C^G *'° C^e Ju^°» *sto ^°S° após a data da
pela Conferência Pau-Americana, poderá in-teressar-nos.
do ^ tuc^°- Será necessária, ainda, a colaboração
°^erno americano. Porque, sem controle efetivo das
87
quantidades importadas, correremos o risco de manobrado jaez da primeira, que venha desvirtuar, em
[prejuízodo Brasil, o acordo firmado em princípio.
O Serviço de Estatística Econômica e Financeira doMinistério da Fazenda divulgou as cifras referentes aocomércio exterior do Brasil, durante os cinco primeirosmeses do ano, em comparação com idêntico período dosanos anteriores.
A despeito das imensas dificuldades que o conflito
europeu tem criado ao desenvolvimento da exportação,
ainda assim, a balança comercial apresenta saldo, o que é
um sintoma lisonjeiro da vitalidade de nossa economia.
O mercado europeu, que antes absorvia grande par-te da nossa exportação, está fechado, e nós não temos
possibilidade de colocar em outros mercados os produtos
que antigamente para ali se dirigiam.
Enquanto isto, se bem que o mercado europeu tam-
bém esteja fechado para a nossa importação, podemos ad-
quirir, alhures, os produtos que ali comprafamos.
Registrou-se, porém, um aumento de preços, de cara-
ter geral, para os produtos de importação, e de carater
restrito, para os de exportação, pois se alguns, como as
carnes frigorifiçadas, subiram extraordinariamente de pre-
ço, outros, como o café, sofreram sensível declínio.
Nos cinco primeiros meses do ano, importamos ....
14.519.332 libras-ouro e exportamos 14.819.103, obten-
do, assim, um saldo de 299.770 libras. E' menor do que
o obtido em igual período do ano passado, que foi de ape-
nas 587.940 libras, e muitíssimo inferior aos saldos de
1936 e 1937, que foram, respectivamente, de 2.239.951 li-
bras e de 2.118.605. Ainda assim, foi melhor do que o
verificado nos cinco primeiros meses de 1938, quando a
balança comercial acusou um dejic.it de 2.376.036. A
comparação da posição atual com a dos anos anteriores
poderá ser feita através do quadro abaixo:
I
AN OS I nportacao Experfac^ao ; Saldo
1936. .. : 11.670.330 13.910.281 + 2.239.951
1937 14.803.564 16.992.169 + 2.118.605
193 16.097.699 13.721.663 — 2.376.036
1939. 13.543.075 14.131.015: + 587.940
1940. 14.519.332 14.819.102 +
299.770
tOl.LlV.UJ V.LCIO HOCII. --->
sensível recuo dos produtos principais de exportação e
um aumento daqueles que até aqui representavam uma
percentagem relativamente reduzida, no volume do nosso
comércio exportador. Assim é que vimos o cale cau paia
4 974.770 libras-ouro, contra 5.926.667, nos cinco pri-
meiros meses de 1939 e 6.700.423, em igual período de
1938. O algodão em rama ficou reduzido a 2.088.000
libras, contra 2.602.000, em 1939; 1.721.000 em 1938;
e 2.435.000, em 1937. Em compensação, as carnes fri-
°"orificadas em conserva e charque deiam 1.6o2.000 li-
bras-ouro, contra 672.000, nos cinco primeiros meses de
1939, e 531.000, em 1938. Os couros e peles renderam
761.000 libras, contra 599.000, era 1939, e 607.000, em
1938. A cera de carnaúba deu 620.000 libras-ouro, nos
cinco primeiros meses do corrente ano, contia 33^.000,
em 1939, e 367.000, em 193S. '
Contudo, o café desceu mais um degrau na coloca-
cão percentual que tem entre os produtos de expoitação
do Brasil.
t,6rias P,nmas/s industrias, bem como pro- fabrico do , H;i dele nde quantidade em tod,.
duz" van0S dof tecldos q«e importamos. E| geral- 0 Brasil. Tambem os Estados Unidos da America
mente empregada na produqao de cordas e cabos, etc. u|jzaILf na produ<;ao de papel e de fibras.|; A ramie, das urticaceas (boehmeria nivea) pro- ~ ..u 11
duz fibra excelente, cle grande resistencia, empregada . O mi ho e o auoz se prestam com reai| vantage -
B|: na industria dos tecidos. Substitue, pelo sen alto valor Pala 0 fabrico dp papel. Da pallia ou col mo do an-
gfe; e utilidade, numerosas fibras de importacto. A bana- Dtem> Pe*° men°s, 35% de fibras. O colmo do rmlliv)
Ipr neira convertida em polpa presta-se, otimamente, para ornece aqucai, pastas, alcool e 25 a 50% de celuloM
ft o fabrico do papel. Das fibras da bananeira obtem-se Muitos outros especimens de nossa flora podia :
cordas grossas, linhas, etc. ainda ser citados como capazes de fornecer os nielli
J" A guaxima, conhecida, tambem, por malva roxa, res P^odutos fibrosos para a industria textil nao
ft guaxima roxa, aramina, da familia das malvaceas, ^a*s como do estrangeiro. Noticias recem c|ega
nativa em diversas regioes litoraneas do Pais, sobre- ^as ^os Estados Unidos pelo "
Brazilian Informati<
tudo nos Estados do Rio de Janeiro, Sao Paulo e Para, Bureau", nos informam ser consideravel all a pro-
Bp; bem como em Goiaz e Mato Grosso. Seu emprego cura de fibras do nosso Pais, adiantando ainda podeR;: dos mais variados. Substitue a juta indiana e o ca- essa industria tornar-se de extraordinario proveitoK"- nhamo. E' largamente empregada na confec^ao de economico para o Brasil.
K" sacos para transposes de cereais e, em outros tecidos Essa afirmaqao do referido "Bureau"
e ilustladn
de aniagem e na produqao de cordas, barbantes, cor- com o sugestivo exemplo de que so os Estados Unido-
pi deis, etc. E excelente sucedaneo do canhani") pel a sua importaram, ultimamente, 35.293 toneladas de jut a,
m resistencia. Tem grande emprego na cobertura de no valor de 3.547.096 dolares e, de outras fibras, entre
|L tetos das habitaqoes rusticas. Outra propriedade da as quais o canhamo, a ramie e o linho, etc., elevou-se
guaxima e conter grande percentagem de celulose com a importa^ao a 52.000.000 de dolares.
O OBSERVADOR — IV,
Fibras do Brasil
|| Brasil, pela rica flora que possue, está fadado
^ a ser um dos maiores empórios da indústria
têxtil. A natureza, extraordináriamente pródiga, tem
inatos os melhores especimens vegetais própriosàquela indústria, o que, geralmente não acontece
com outros países que os teem de plantar para suprir
a sua deficiência natural.
Desse modo, a recente medida tomada pela Co-
missão de Defesa da Economia Nacional, com a apro-
vação do Snr. Presidente da República, no sentido de
serem empregadas algumas das fibras nacionais na
indústria têxtil com o fim de não só incrementar a
sua produção, como também de assegurar o seu apro-
veitamento industrial, reveste-se da maior importân-
cia.
Com efeito, não é possível que continuemos inde-
finidamente a suprir nossas necessidades econômicas,
industriais e materiais valendo-nos de recursos es-
trangeiros quando o nosso País, melhor, na grandemaioria das vezes, pode abastecer-nos de produtos e
matérias primas que vimos importando.
Uma rápida enumeração de algumas das fibras
brasileiras será suficiente para comprovar a nossa
afirmativa. Entre outras, podemos citar as seguintes
variedades de fibras que aqui se encontram em esta
do nativo: o tabuá, o caroá, a piteira, a ramie, a gua-xima, o assa-peixe, o abacaxi, o sorga, o arroz, o milho,
o pinho, etc., etc.
A juta, o cânhamo e o Jiriho são cultivados entre
nós, mas a produção é ainda insuficiente, sendo neces-
sário importá-los em grande escala para proverem as
necessidades da nossa indústria.
A piteira, também chamada agave americana, ou"alves
pitta", da família das amarilidáceas, fornece de
suas folhas, fibras de largo emprêgo na cordoalha,
além de conter alta percentagem de celulose. Sua
existência no País, notadamente, no Estado do Rio, étão grande que seria suficiente para abastecer de ma-
térias primas as maiores indústrias, bem como pro-duzir vários dos tecidos que importamos. E' geral-mente empregada na produção de cordas e cabos, etc.
A ramie, das urticáceas (boehmeria nívea) pro-duz fibra excelente, de grande resistência, empregadana indústria dos tecidos. Substitue, pelo seu alto valore utilidade, numerosas fibras de importação. A bana-neira convertida em polpa presta-se, ótimamente, parao fabrico do papel. Das fibras da bananeira obtem-secordas grossas, linhas, etc.
A guaxima, conhecida, também, por malva roxa,
guaxima roxa, aramina, da família das malváceas, énativa em diversas regiões litorâneas do País, sobre-tudo nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Pará,bem como em Goiáz e Mato Grosso. Seu emprêgo édos mais variados. Substitue a juta indiana e o câ-nhamo. E' largamente empregada na confecção desacos para transportes de cereais e, em outros tecidosde aniagem e na produção de cordas, barbantes, cor-déis, etc. E' excelente sucedâneo do cânham") pela suaresistência. Tem grande emprêgo na cobertura detetos das habitações rústicas. Outra propriedade da
guaxima é conter grande percentagem de celulose com
a qual se obtém ótimo papel.
O lírio do brejo, da família das zgigiberáceas.
considerada comumente como praga, fornece exceieu-
tes matérias primas para a indústria do papel. En-
contra-se em profusãó em toda a zona litorânea da
Baía a Santa Catarina. As várias propriedades quenele se encontram, colocam-no como vegetal destaca-
do entre os melhores para a produção da celulose.
Entre as moráceãs, cita-se a umbauba, ou em-
bauba, de grande utilidade quer na indústria do papel,
quer na produção de fibras excelentes para feltro,
etc. Vegetal nativo, dificilmente se pode apontar
uma região em que o mesmo não figure em grande
quantidade.
A taquara e o bambú dão fibras consideradas
como uma das melhores na espécie, não só pelo com-
primento, como pela resistência. De ambos, há grandevariedade e quantidade em todo o território nacional.
O caroá, do nordeste do Brasil, entre o Piauí e
Baía, é excelente e de alto valor na produção de pasta
para papel e de fibras para tecidos, cordas, etc.
O abacaxi, da família das bromelácias, é outro ve-
getal cujos estudos recentes vieram demonstrar a sua
grande utilidade na produção de fibras. No Estado da
Paraíba desenvolve-se uma grande cultura de abacaxi,
chegando a produção dêste ano a atingir ali milhões
de frutos, contra 3 milhões dos últimos t-rês anos. O
aproveitamento das fibras dessa bromelácea tem dado
logar a grandes instalações de máquinas apropriadas
ao desfibramento das folhas do abacaxi, sendo eleva-
das já não só a produção, como a procura, tanto no
País, como no estrangeiro.
O pinho, "araucária
brasiliana", nativo em mui-
tas regiões do País, pode produzir "sob
pressão hi-
dráulica 50% de celulose com relação ao peso do íiia-
terial sêco" .
O sorgo e suas variedades dão de 30 a 40%fibras e a sua polpa presta-se excelentemente parafabrico do papel. Há dele grande quantidade em tod|
o Brasil/Também os Estados Unidos da /fSmérica
utilizam-no na produção de papel e de fibras.
O milho e o arroz se prestam com reais vantage
para o fabrico do papel. Da palha ou colmo do arn
se obtém, pelo menos, 35% de fibras. O colmo do miíU
fornece açúcar, pastas, álcool e 25 a 50% de celulose
Muitos outros especimens de nossa flora podiaainda ser citados como capazes de fornecer os melli
res produtos fibrosos para a indústria têxtil não
do País como do estrangeiro. Notícias recem cheg"
das dos Estados Unidos pelo "Brazilian
Informati»Bureau", nos informam ser considerável ali a pro-cura de fibras do nosso País, adiantando ainda podeessa indústria tornar-se de extraordinário proveitoeconômico para o Brasil.
Essa afirmação do referido "Bureau''
é ilustrada
com o sugestivo exemplo de que só os Estados Unidos
importaram, ultimamente, 35.293 toneladas de juta,no valor de 3.547.096 dólares e, de outras fibras, entus
as quais o cânhamo, a ramie e o linho, etc., elevou-se
a importação a 52.000.000 de dólares.
Essas cifras são eloqüentes.
o OBSERVADOR
— LVÍ 89
A Propriedade
Literária
p
. p a tião fugir à regra, façamos um pouco de tas-
? , Será interessante saber* que o reconhecimen-
, to;, "eltos
de autor é uma conquista advinda apos a
t0 dos direitos ^ ^ {oi realmente 0 prirSiro
revolução •
jt de <jar disposições ao assun-
pa\f >raisiSSi p°rém-
-mos enconrem
to. Mffltoa éncias a esta coisa que mais tarde veio
MarC1chamàda de
"direito de autor" ou "propriedade li-
3> sei
terárr i«y» na França, foi reconhecido ao autor o di-
Em 1506, de suas obraS) tend0 porem a
r<pt0 eX-C Uje
obter a concessão de um privilégio real afim
otagaçao de de ^ fo. determinado que,
de Pu,;hca"'a®vr^s |fossem publicados,
antes de serem
de todos os r .. entrega de dois exempla-
L1 de». & vres a Biblioteca d^ g
tornaratn a assegurar o
direito perpétuo do autor e dos seus herdeiros sobre a sua
Irf no caso porém, de um autor vender a um livreiro
o direito exclusivo da mesma, cessava para ele todo o pn-
vilégio caindo a obra em domínio público, podendo, os li-
víeiros que o desejassem, editá-la sem outra qualquer au-
torização â não ser a da própria vonÃde.
Em 1789 os privilégios foram abolidos e os autore
puderam então dispor à sua vontade de suas obras. Em
1793, dando curso a uma legislação especial, ficava es
belecido que o autor desfrutava dos proventos de sua obra
durante toda a vida e os seus herdeiros durante 10 anos
após a sua morte. Outras leis vieram atualizando esta,
até que hoje, na França, após a morte do autor, os herdei-
ros administram a sua obra literária, artística ou cienti-
fica, durante 50 anos; decorrido este tempo, cai a mes-
ma em domínio público.
AS OBRAS DE RUI BARBOSA E UM PARECER
Um parecer recentemente emitido pelo Consultor Ge
ral da República, faz pouco tempo, quando exercido este
cargo ainda pelo professor Anibal Freire, atualmente Mi-
nistro do Supremo Tribunal Federal, veio introduzir na
nossa legislação sôbre propriedade literária uma reforma
pode-se dizer que radical, uma vez que a attingiu num dos
seus pontos estruturais, o que serve para evidenciar a ne-
cessidade de que sofre esta legislação de uma moderniza-
ção em suas linhas gerais, no que toca ao direito do escri-
tor, afim de que seja posta em dia com as que mais mo-
dernas sejam pelas suas disposições.
O parecer em caso veio de uma vez esclarecer a in-
eficiência de uma obrigação que fôra criada pela chama-
da Lei Medeiros e Albuquerque, de 1 de Agosto de 1898,
que estatuía a ilecessidade do registro de uma obra na Bi-
blioteca Nacional, afim de que a mesma pudesse usufruir
as vantagens e garantias da propriedade literária. (Arti-
go 13 daquela lei, que reza: "E*
formalidade indispensá-
vel
na
^ daquela lei, que reza: h, tormanaaae ínuibpcuaa-
para entrar no gôso dos direitos de autor o registro
Biblioteca Nacional...)
Vejamos, numa rápida exposição, o caso que origi-
nou o recente parecer. Uma empresa editora pediu per-missão ao diretor da Casa de Rui Barbosa para reeditarduas conferências do grande jurisconsulto brasileiro, e
que presentemente se acham esgotadas. O dr. Américo
Lacombe, diretor daquela instituição, dirigiu uma cônsul-
ta ao Ministro da Educação, acompanhada de longa eX-
posição; a propriedade literária das obras de Rui Barbosa,
por escritura lavrada em cartório, é atualmente de domi-
nio do Governo da União, que tem determinado realizar
uma edição completa das mesmas, em carater definitivo,
já estando alguns dos volumes no prélo. Sucede, porém,
que vários dos livros de Rui não se achavam registrados
na Biblioteca Nacional e, por conseguinte, ante o espírito
da Lei Medeiros e Albuquerque, não estão em condições
de receber a garantia legal. Foi sugerida a possibilida-
de de uma contestação. Examinando, porém, semelhante
dispositivo em face da Constituição Federal de 1891, re-
gistrou-se um choque do artigo 13 daquela lei com o pará-
grafo 26 do artigo 72 daquela carta, que assegurava o di-
reito de "propriedade" literária e artística nos seguintes
termos: — "Aos autores de obras literárias e artísticas é
garantido o direito exclusivo de reproduzi-las pela impren-
sa ou por qualquer outro processo mecânico. Os herdei-
ros dos autores gosarão dêsse direito pelo tempo que a lei
determinar." Além disto, havia, também, mais a circuns-
tância da irretroatividade das leis no tocante às obras an-
teriores à Lei n.° 490 (Medeiros e Albuquerque) .
O parecer do consultor geral da República concluiu
pelo fato de que é "incontestável
que o direito autoral das
obras de Rui Barbosa pertence hoje à União". Analizan-
do a falta de registro das mesmas na Biblioteca Nacional,
examinou a legislação e concluiu pela ineficiência do re-
eistro como garantia de propriedade, em face da força
maior da Constituição, que foi proclamada, posteriormen-
te, no artigo e parágrafo já citados, escrevendo textual- .
mente: "...
ultrapassou as lindes que a doutrina assina-
la em relação não só aos prazos de direito do proprio au-
tor como à necessidade de regisro para firmar o direito
autoral." , , . ,,r
A falta de registro não faz cair em dommio publico
o direito de autor, informa o professor Aníbal Freire: e
cita o recurso extraordinário n.° 2.545, julgado em 24 de
Maio de 1938, no qual o "Supremo Tribunal Federal sen-
tenciou que o registro não é essencial para assegurar o 1-
reito de autor de propriedade literária ou artística, visto
que a formalidade do registro serve apenas para
ca do direito, para induzir a propriedade, para facilita
prova para dispensar novos e mais difíceis elementos
certeza, que, aliás, uma vez oferecidos, podem ate destruir
a força do registro." .. ,. ./
Em todos os países em cuja legislaçao sobre direitos
de autor há cláusulas de registro, está patente que este
processo tem função de mera facilidade para prova. Na
própria Convenção de Berna não esta asegurado outra
coisa quando, no seu artigo 15, afirma que o nome do
autor na obra basta para a sua proteção Nao ha forma
dades para o gôso dos direitos; os direitos estão garant
dos desde que exista a obra. Reza o artigo 15 da Con-
vencão de Berna: "Para
que os autores das obras prote-
gidas pela presente Convenção sejam, ate prova em con-
frário considerados como tais e possam, em consequen-
cia comparecer perante os Tribunais dos diversos países
da União para reclamar a punição dos contrafatores, as
Íque seúLme esteja indicado na obra. da maneira
90
usual. Ao editor das obras anônimas ou pseudônimas,
nas quais seu nome figurar, caberá a salvaguarda dos di-
reitos do autor. E, sem outras provas, será considerado
cessionário do., autor anônimo ou pseudônimo.
Eliminando a necessidade de registro estipulada na
Lei Medeiros e Albuquerque, tornou-se reconhecida tacita-
mente a divisão feita pelo espírito francês do droitdau-
teur que reconhece um "direito
pecuniário" e um direi-
to moral", O primeiro, é o direito que cabe ao autor de
receber remuneração pelo seu trabalho; o segunc o, que
lhe permite reivindicar a paternidade da sua obra, bem
como zelar pela sua integridade. Para êste último é justo
que baste a publicação ou exibição da obra com a,assi-
natura ou responsabilidade do autor com o editor ou o ím-
pressor, em face de um contrato ou * autorização, afim ae
que seja feita a reserva dos seus direitos.
LIGEIRO HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO DE
PROPRIEDADE LITERÁRIA NO BRASIL
O lançador do direito autoral no Brasil, da garantia
da propriedade literária, foi Medeiros e Albuquerque, que
apresentou à Câmara dos Deputados um projeto que se
tornou lei e passou a ser conhecido pelo nome do seu
autor, e à qual já aludimos no capítulo anterior: Lei Me-
deiros e Albuquerque. Foi promulgada em 1 de Agosto
de 1898, e, de entrada, define assim os direitos autorais :
"Os direitos de autor de qualquer obra literária, científi-
ca ou artística consistem na faculdade que só êle tem, de
reproduzir ou autorizar a reprodução do seu trabalho pela
^publicação, tradução, representação, execução ou de qual-""
quer outro modo."
Em 1856, porém, já uma tentativa havia sido feita
de regular o assunto, sendo apresentado um projeto à Câ-
mara, não logrando, no entanto, despertar maior interês-
se, passando logo ao esquecimento. Pouco antes de Me-
deiros e Albuquerque, em Recife, ao fazer concurso para
a Faculdade de Direito, Tobias Barreto apresentou, den-
tre vários temas para arguição de direito civil, êste: direi-
to autoral, expressão por êle julgada melhor e mais com-
pleta que a de propriedade literária, em virtude de expri-
mir na sua totalidade não somente a propriedade literária,
mas também a artística. Mais tarde, em 1916, por ocasião
da elaboração do Código Civil, Clovis Bevilaqua optou
por esta fórmula dando, ao direito de autor, entre nós, um
carater de privilégio, assimilando as garantias dadas au au-
tor às concedidas asseguradas aos inventores. Usualmen-
te, nas legislações de outros países, os direitos autorais
eram tidos como meio propriedade, meio privilégio. A ex-
pressão "propriedade
literária" foi sempre objeto de de-
bates. Poucos países realmente inscreveram-na; Medeiros
e Albuquerque, que até o fim dos seus dias foi entre nós
um dos maiores estudiosos do assunto, informa que na
América assim o fizeram, apenas, México, Guatemala e
Venezuela.
Nenhum dos competidores de Tobias Barreto, porém,animou-se a abordar o assünto.
"Ninguém — diz Tobias
depois — se lembrou de -combater a minha extravagância,
sendo digno de nota que a coisa não deixara de causar es-
panto e motivar mais de uma interpelação particular sôbre
o sentido e o alcance daquela espécie de corvo branco, pormim qualificado de direito autoral." No Código Crimi-
nal então vigente já eram previstas penas para garantir a
propriedade literária, no artigo 261.
As Constituições da República promulgadas em 1891
é em 1934, apenas, fazem referência, especificadamente, ao
O OBSERVADOR — lvi
direito autoral. A primeira diz, em parágrafo ao artigo
72: "Aos
autores de obras literárias e artísticas é garanti-
do o direito exclusivo de reproduzi-las pela imprensa ou
por qualquer outro processo mecânico. Os herdeiros dos
autores gozarão desse direito pelo tempo que a lei deter-
minar." A segunda, no artigo 13, número 20, preceitua:"Aos autores de obras literárias, artísticas e científicas é
assegurado o direito exclusivo de reproduzi-las. Êsse di-
reito transmitir-se-á aos seus herdeiros pelo tempo que a
lei determinar." A de 1937 não faz referência especial ao
direito de autor.
DURAÇÃO DO DIREITO E DOMÍNIO PÚBLICO
O prazo de duração do privilégio do autor e herdei -
ros sôbre a obra é de toda a vida para o primeiro, e de 50
anos para os segundos. Transcorrido os 50 anós após a
morte do autor, cai a obra em domínio público. A sua pu-
blicação independe de autorização e, ao que parece, não
existe mesmo uma obrigação de obediência de texto ou
disposição." O ano passado houve na França um movi-
mento no sentido de modificar certas disposições dos di-
reitos autorais; uma delas era suprimir praticamente o do-
mínio público; depois de um determinado número de anos
após a morte do autor, a obra passaria à tutela do Esta-
do; teria uns direitos limitados de tantos por cento, impor-
tância que iria constituir uma caixa destinada à organi -
zação de serviços de assistência ao escritor. Num país co-
mo a França é de imaginar que vulto tomaria esta caixa
dentro de pouco tempo. A maioria dos escritores cujas
obras hoje em dia se acham em domínio público e que no
entanto são atualmente mais vendidas, talvez, que em vida
dos autores, pertence à França. Flaubert, Balzac, Daudet,
os Dumas, Vitor Hugo, Lamartine... Quanta gente!
Entre nós uma semelhante caixa produziria quase
nada. Lemos muito pouco os nossos antigos; êles mes-
mo não chegaram a se popularizar.
Por ocasião daquele movimento, na França, falando
em nome da Societé des Gens de Lettres, Fernan Laurent
afirma que é depois do desaparecimento do autor que a
obra literária goza de maior difusão; e cita exemplos:
Baudelaire recebeu em vida, por todos os seus escritos,
a soma de 4.000 francos; depois da sua morte, somente
uma edição de "Fleurs
du Mal" rendeu 42.000 francos.
Numa véspera de Natal Gustavo Flaubert entregou os ori-
HOULDER UNE
Serviço regular para Londres e
Liverpool com navios especial-
mente aparelhados para o
transporte de carnes, frutas,
Ovos, etc.
AGENTES:
Houlder Brothers & Co. (Brazil) Ltd-
Santos & Rio de Janeiro
H
o observador
. , "Madame Bovary", com direitos absolutos e ex-
ginais de ata apenas
800 francos. Atualmen-"1USÍV0-'n7mmange
detentor dos direitos da obra de Flau-
te Rene Dom S a haver caído em domínio publi-
bert' aPnuasre todo o mundo, somente de alguns paises on-
co em quase suieita à propriedade hteraria, ar-
* 300.0» francos!
recatnh e nós haveria de ser interessante enumerar quan-
m receberam em vida os nossos maiores escritores. Entre
to receijera exempl0, quanto renderam e rendem
05 T'Tobras' de Machado de Assis, José de Alencar,
ainda as et0? As do primeiro creio que se torna-
do livreiro Garni.r « dele pa,-ram
T firma que hoje as explora. Obras de outros auto-
Testão bloqueiadas por divergências entre herdeiros. De
Olavo Bilar. por «f*.
..tni-nid do seu primeiro livro, — i oesias poi owuo,
tá neste primeiro livro estavam incluídas algumas das poe-
fede mais repercussão de Bilac: Vui Latea, Panopha,
Sertões" de Euclides da Cunha, de todas as nos-
sas obras de fundo, é, sem dúvida, aquela que mais se ven-
de' a primeira edição do livro rendeu ao autor de um a
dois contos de réis; três dias apos o lançamento da 2. edi-
' cão o editor Laemert vira no livro um tão bom negocio,
que' proguzera a compra dos direitos desta segunda edição
por 1:600$000.
Diz-se que os direitos de outra grande obra de tundo,
nacional — "Casa grande e senzala", de Gilberto Freyre
— foram vendidos, definitivamente, por cinco contos de
réis! Até agora devem ter sido impressos no minimo 5.000
exemplares dêste livro, o qual é vendido a 20$000 por vo-
lume; na base comum de direito *de
autor, entre nós, \0%,
o autor teve, até agora, um prejuízo de 5:000$000!
Esta seria uma outra questão a regular. Deveria ser
vetado ao autor vender definitivamente o direito de ex-
ploração de sua obra. Quando outro efeito não tivesse
uma semelhante medida, eqüivaleria pelo menos à defesa
cie um patrimônio, que, quando não desse rendimento pe
cuniário, seria um patrimônio moral, zelado com muito
maior carinho, se feito o zêlo pelos hejdeiros diretos do
autor. Na falta do herdeiro direto, que passasse a ser pro-
priedade exclusiva da Nação, até serem decorridos os 50
anos do direito post-mortem.
CONVENÇÃO DE BERNA
O texto internacional mais importante que regula a
proteção dos direitos autorais em países estrangeiros é, in-
dubitavelmente, a Convenção de Berna, à qual o Brasil
aderiu em 9 de Fevereiro de 1922, sem reservas cie qual-
quer espécie. A finalidade desta convenção, por intermé-
dio da qual se acham ligados quase todos os países do uni-
verso, é a garantia, ou melhor, uma proteção dos direitos
do escritor em todas as nações signatárias. O texto fir-
mado em Berna tem sofrido revisões, posteriormente, das
quais a última verificou-se em Roma, sendo reconhecida e
aceita pelo nosso Governo em 24 de Outubro de 1933.
Assim, de acordo com esta convenção, uma obra de
autor brasileiro terá, em qualquer dos países aderentes ao
instrumento, as mesmas garantias que nesse país se conce-de aos nacionais, do mesmo modo que no Brasil as obrasde todos os autores estrangeiros, juridicionado em qual-quer país filiado à União, teem as mesmas garantias queab ü^ras de autores brasileiros.
91
Além desta convenção, está o Brasil ligado a outros
países por protocolos à parte, bem como também aderiu
a outras uniões, de menos importância pelo seu raio de
ação ou pelas obrigações estipuladas.
A Convenção cie Berna protege num sentido geral as
obras literárias e artísticas, definidas cia seguinte maneira:"
. . . compreendem todas as produções no domínio literá-
rio, científico e artístico, qualquer que seja a sua maneira
ou forma de expressão, tais como: livros, brochuras e ou-
tros escritos; conferências, alocuções, sermões e outras
obras da mesma natureza; obras dramáticas ou dramático-
musicais; obras coreográficas e pantomimas, cuja repre-
sentação é anunciada por escrito ou de outro modo; as
composições musicais, com ou sem letra; os trabalhos de
desenho, pintura, arquitetura, escultura, gravura e litogra-
fia; as ilustrações e cartas geográficas; as plantas, esboços
e trabalhos plásticos relativos â geografia, fotografia, ar-
quitetura e ciências."
São protegidos não somente os trabalhos originais,
mas também as traduções, adaptações, arranjos musicais e
outras reproduções, protegidas sem prejuízo dos direitos
cio autor, como se fossem trabalhos originais.
Para dar uma icléia do efeito da Convenção de Ber-
na, sobre as garantias, citemos um caso ligado a um livio
americano recentemente traduzido e editado no Brasil com
grande sucesso. Data de 1936, o que vamos narrar.
Os Estados Unidos não fazem parte da Convenção.
Uma grande empresa editorial holandesa, em 1936, ini-
ciou a publicação do romance de Margaret Mitchell —
"Gone With the Wind" 0 vento levou", na edi-
ção brasileira) tenclo dividido a obra em três volumes. Em
virtude, porém, de não terem os Estados unidos aderido
àquele convênio, os editores holandeses se recusaram a pa-
gar os direitos autorais. Os editores americanos do livro.
Mae-Millan anel Co., alegam que o livro foi publicado no
Canadá no mesmo dia em que o fôra nos Estados Unidos
30 de Junho de 1936 — e como o Canadá pertence a
convenção, pretendiam que os direitos da autora estives-
sem devidamente assegurados. Miss Mitchell entrou com
a ação na Corte do distrito, reclamando o impedimento
de futuras publicações e distribuições do seu livro; os edi- *
tores holandeses provaram então que vários exemplai es
da edição americana daquele livro datavam de Nova York,
Maio de 1936. E Margaret Mitchell perdeu a ação e ficou
mesmo sem os direitos.. .
COMO FAZER PARA PUBLICAR UM LIVRO
Supondo que a pessoa que deseja publicar um livro
tenha o mesmo escrito e mais o editor, bem pouco lhe resta
fazer; bastará cuidar do contrato ou autorizaçao que re-
gula a edição a ser feita.
Para que um editor lance um livro de autor estran-
geiro, porém, desde que êste livro não esteja em domínio
público, terá êle que negociar os direitos do livro para a
língua portuguesa, no Brasil, ou para Brasil e Portugal,
estabelecendo, de antemão, a devida exclusividade. Con-
cluido o contrato, de acordo com as clausulas do mesmo,
será feita a tradução e publicado o livro.
_
No caso da edição de livro de autor nacional os di-
reitos são, geralmente, negociados a base de tanto? por
cento sôbre o preço de capa, , indo esta percentagem de 10
-i 15 Para os livros estrangeiros usa-se mais comumen-
te estabelecer um preço X pelos direitos exclusivos e de-
finitivos ou exclusivos e limitados.
.TggBWHWW- -TA-'^HMiWUWICWB' II illl1rfflitfMilft««!S^iBI^^ '" ""v> ¦ T," ?(7 sf ttBHj(ljtoBM..'I^H•¦,¦¦•.
V-:r'-' -,"
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fi. ' '->¦
92 O OBSERVADOR — LVl 1
A SITUACAO ECONOMICA DO DIREITO DE se faz esperar, tambem, que o pobre -profissional das le- I
AUTOR ATUALMENTE, NO BRASIL tras seja classificado e apontado como "cavador",
se re- Ialmente
vive da sua literatura. Literato, vivendo de li- I
Sao Irequentes na imprensa os inqueritos feitos no teratura, e avis rara. E, vem logo para um caso destes I
¦ sentido de fixar perante o leitor o grau medio de vida que um paralelo; fala-se em Humberto de Campos, que gum I
leva o escritor no Brasil; atreve-se, aqui e acola, a se ar- so ano recebeu; de direitos autorais, soma supeiior a cem I
riscar uma insinuaqao sobre viver de literatura, rendas de contos de reis. Por outro lado nao se costuma evocar, por I
direitos de autor. Examinando o problema nao sob o seu exemplo, o drama final de Medeiros e Albuquerque, assi- I
aspecto total mas sobre determinados raios, vamos en- nando, nos ultimos dias de vida, por algumas centenas de 1
S contrar uma serie de contrastes em face de um piano de mil reis, tradu<;6es de que ignorava ate o original, e que 1
comparaqao que se estabelece entre a nossa literatura por um cuiioso contraste da vida fora entie nos o cria- I
a de outros povos. A profissao literaria no Brasil, no en- dor oficial da prote^ao, do diieito de autor!
tanto, esta realmente longe de poder usufruir as prerroga- Na Argentina cita-se o caso de Ricardo Giiiraldes
tivas de uma maioridade economica. E' uma aventura fa- que, nas vesperas da morte,^ viu se multiplicarem edi^oes
zer-se pianos de vida com o simples produto que se au- clandestinas do seu notavel Dom Segitndo Sombra .
fira da propriedade literaria, ja pelo pequeno volume da E ja que falamos na Argentina, convem salientar os
mesma, ja pela irregularidade natural oriunda das possi- grandes progressos verificados neste pais no que toca a
bilidades do mercado, onde, efetivamente, o ntimero de au- legisla^ao sobre a propriedade literaria. Houve epoca em
tores que deseja publicar livros vai muito acima das pos- que se sucederam de tal maneira as'ediqoes clandestinas de
sibilidades dos editores que possam faze-lo, bem como livros de autores vivos, de grande cartaz, que se organi-
muito limitado o ambito dos sucessos comerciais dos li- zou um movimento de que e espelho a campanha desen-
vros publicados de autores nacionais por um retraimen- volvida pela imprensa mais autorizada de Buenos Aires,
to do publico em face da mercadoria. « como La Prensa e La Nacion} de 1928 a 1932, numa mul-
Num meio onde geralmente os fatos, por mais sigilo- tiplicaqao de artigos que tiveram, por fim, o seu bom re-
sos que sejam, se tornam logo de dominio publico, a no- sultado. Valdo Frank, Gregorio Maranon, Emil Ludwig,
ticia de que um autor esta realizando a aventura de viver dentre outros, sentiram-se compelidos a participar desta
do que escreve torna-se logo do conhecimento de todos, campanha, como grandes prejudicados que eram. No
e o pobre intelectual passa a ser, com o seu metier, alvo Brasil, felizmente, esta especie de pirataria literaria nao
da curiosidade da' reportagem bisonha, que nao demora existe. O autor ou o tradutor sao mal pagos, mas rece
muito a ir perguntar como escreve, a que horas prefere bem sempre alguma coisa e as ediqoes sao ordinariamen-
Ijgf escrever e que estimulantes usa para a inteligencia. Nao te autorizadas. Pelo menos naquilo que chamamos de gran-
11 THE CALORIC COMPANY I
MATRIX: RIO OE JANEIRO-AV. PRES. WILSON 118
i
r OLEO \ OLEO
DIESEL lw*m n ¦
COMBUSTIVEL
III |N| FUEL OIL
I LUBRIFICANTES^^J^^^ MOTOR OILS
FILIAES: S.PAULO, SAMTOS,S.SALVADOR,RECIFE E BELEM
AGENCIAS EM TODAS AS CIDADES DO PAIZ- ¦. ' '
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THE CALORIC COMPAMY
MATRIZ: RIO OE JANEIRO-AV. PRES. WILSON 118
OLEO
DIESEL
GAS OIL
OLEO
COMBUSTÍVEL
FUEL OIL
LUBRIFICANTES
05^
MOTOR 01LS
92
A SITUAÇAO ECONÔMICA DO DIREITO DE
AUTOR, ATUALMENTE, NO BRASIL
W» 9
São freqüentes na imprensa os inquéritos feitos no
sentido de fixar perante o leitor o gráu médio de vida que
leva o escritor no Brasil; atreve-se, aqui e acolá, a se ar-
riscar uma insinuação sôbre viver de literatura, rendas de
direitos de autor. Examinando o problema não sob o seu
aspecto tòtal mas sôbre determinados ráios, vamos en-
çontrar uma série de contrastes em face de um plano de
comparação que se estabelece entre a nossa literatura e
a de outros povos. A profissão literária no Brasil, no en-
tanto, está realmente longe de poder usufruir as prerroga-
tivas de uma maioridade econômica. E' uma aventura fa-
zer-se planos de vida com o simples produto que se au-
fira da propriedade literária, já pelo pequeno volume da
mesma, já pela irregularidade natural oriunda das possi-
bilidades do mercado, onde, efetivamente, o número de au-
tores que deseja publicar livros vai muito acima das pos-
sibilidades dos editores que possam fazê-lo, bem como é
muito limitado o âmbito dos sucessos comerciais dos li-
vros publicados de autores nacionais por um retraimen-
to do público em face da mercadoria.
Num meio onde geralmente os fatos, por mais sigilo-
sos que sejam, se tornam logo de domínio público, a no-
tícia de que um autor está realizando a aventura de viver
do ¦ que escreve torna-se logo do conhecimento de todos,
e o pobre intelectual passa a ser, com o seu metier, alvo
da curiosidade daA reportagem bisonha, que não demora
muito a ir perguntar como escreve, a que horas prefere
escrever e que estimulantes usa para a inteligência. Não
FILIAES: S.PAULO, SANTOS, S. SALVADOR, RECIFE e BELEM
AGENCIAS EM TODAS AS CIPADES DO PAIZ
se faz esperar, também, que o pobre -profissional das le-
tras seja classificado e apontado como "cavador",
se re-
almente vive da sua literatura. Literato, vivendo de li-
teratura, é avis rara. E, vem logo para um caso destes
um paralelo; fala-se em Humberto de Campos, que num
só ano recebeu, de direitos autorais, soma superior a cem
contos de réis. Por outro lado não se costuma evocar, por
exemplo, o drama final de Medeiros e Albuquerque, assi-
liando, nos últimos dias de vida, por algumas centenas de
mil réis, traduções de que ignorava até o original, e que
por um curioso contraste da vida fora entre nós o cria-
dor oficial da proteção, do direito de autor!
Na Argentina cita-se o caso de Ricardo Giiiraldes
que, nas vésperas da morte, viu se multiplicarem edições
clandestinas do seu notável "Dom
Segundo Sombra".
E já que falamos na Argentina, convém salientar os
grandes progressos verificados neste país no que toca à
legislação sôbre a propriedade literária. Houve época em
que se sucederam de tal maneira as'edições clandestinas de
livros de autores vivos, de grande cartaz, que se organi-
zou um movimento de que é espêlho a campanha desen-
volvida pela imprensa mais autorizada de Buenos Aires,
. como La Prensa e La Nacion, de 1928 a 1932, numa mui-
tiplicação de artigos que tiveram, por fim, o seu bom re-
sultado. Valdo Frank, Gregorio Maranón, Emil Ludwig,
dentre outros, sentiram-se compelidos a participar desta
campanha, como grandes prejudicados que eram. No
Brasil, felizmente, esta espécie de' pirataria literária não
existe. O autor ou o tradutor são mal pagos, mas rece
bem sempre alguma coisa e as edições são ordinariamen-
te autorizadas. Pelo menos naquilo que chamamos de gran-
Tf
O OBSERVADOR — ivi
0 OBSERVADOR - LVI
•„ „„ neaueno direito o autor como o tradutor são
fVrios à grande Veremos, depois, porém, o caso dos pe-
quenos momellto a Imprensa divulga a notícia
itor brasileiro vem de ver um livro seu lan-
ediçâo de 20.000 exemplares. Trata-
Ç - rpsta dúvida, de um recorde.S6' '
n 1 escritores teem conseguido razoavel sucesso
rom a sua obra; sucesso, porém, de oportum-
Tf Atravessamos uma fase em que entre a obra tra-
du ida e a original, aquela ocupa pm_ lugar cem vezes aci-
,,n resultado e como divulgaçao.^ "ouase
sempre, quando se trata* de direitos de autor,
cogita-se somente da obra hteraria, por que e o
Herato que Ãe mai sem foco com o assunto ; o autor do
I n técnico do livro didático, ganha razoavelmente bem .
Escrevem-se' e editam-se no Brasil obras de grande yul-
to que atingem grande preço; alem do mais, os direitos
¦He autor para os que escrevem obras técnicas ou didatica»
são mais elevados, bem como estas obras teem uma saída
previamente estabelecida.
Num sentido geral, desconhecendo os casos espora-
dicos que afirmam, pode-se assegurar a existência da pro-
fissão de escritor no Brasil? Não. Mesmo a maioria da-
aneles que são considerados autores de sucesso, infe iz-
mente não atinge soma compensadora, com o seu tra m-
lho, que baste para a sua manutenção. Fazer um roman-
ce, por exemplo, para que dele sejam impressos 2 000
exemplares, afim de receber menos de 1:500$, quando a
edição estiver esgotada, ou mesmo contra a entrega dos
originais ao editor, compensa, financeiramente ? Esta visto
que não. ,
Quem se dedica ao livro de cultura, por exemplo,
tem diante de si um destino menos lisonjeiros ainda; o ro-
mance, suponhamos, é ficção; o livro de cultura, um livro
de fundo, exige despesas; livros, material, documentação
que, na melhor das hipóteses estando a mão, custa sem-
pre alguma coisa. Gasta-se as vezes dois anos e mais para
fazer um livro destes; consegue-se editor para 2.000 exem-
plares; o livro é vendido a 12$000 o volume; ò autor ga-
nha 2:400$000.
O PEQUENO DIREITO
Quando se fala em pequeno direito é até lógico que
se omita o pequeno direito literário, isto é, aquele que deve
proceder de artigos, contos, crônicas, pequenos ensaios.
Literatura para jornais e revistas, enfim. O autor rara-
mente consegue enxergar alguma coisa dêste. E , por
exemplo, o caso de uma revista, um jornal, que lhe com-
pra uma colaboração por 50$000. Um mês depois o autor
vê aquele seu trabalho publicado num jornal do nordes-
te, com a rubrica de "especial
para..."; depois vem um
outro do extremo norte, depois em vários do centro, em
outros tantos do sul sempre nas mesmas condições, se-
guido do "especial
para..."De todas estas publicações o autor não recebe um ni-
quel. Um artigo que é publicado e republicado durante
vários meses em todos os Estados, rendeu apenas 50$000,
há no caso duas partes lesadas: o autor e a revista ou o
jornal que pagou aquela quantia; o primeiro sofre dois
prejuizos: o de não receber remuneração alguma e mais
a desconfiança do segundo.Êste direito é tão'garantido, no entanto, quanto o
chamado grande direito; falta, porém, o meio de contro-
la-lo. Popularizou-se, numa certa época, o sistema de co-
93
pyrights.; ordinariamente o jornal do interior não pode pa-
gar colaborarão, mas deseja publicar artigos de figuras de
relevo nas letras; o copyright ou a linha facilitam isto;
ela compra um artigo por 100$000; distribue aquele ar-
tigo a tantos jornais que deverão publicá-lo em tal data,
contra um crédito em espaço; êste espaço é utilizado em
anúncios que dão a renda ao copyright. Êste sistema di-
minuiu üm pouco o contrabando; se o jornal tinha a co-
laboraçãõ por um meio legal, isto é, se êle pagava a cola-
boração com espaço, prescindia do recurso da tesoura e da
goma. Entre nós, porém, há uma facilidade muito gran-
de para desvirtuar tudo isto; atrás de três ou quatro ini-
ciativas boas, surgem dez e vinte visando "aproveitar
;
se falta às boas recurso financeiro para concorrer com as
outras que lançam mão de "meios",
elas fracassam. Qua-
se sempre fracassam. Das boas iniciativas dos copyrights
sobraram umas duas que ainda hoje vivem.
O outro recurso destinado a pôr termo ao uscwrlo tra-
balho intelectual sem qualquer recompensa, seria a orga-
nização de uma sociedade similar da Sociedade Btasíleira
de Autores Teatrais, como esta destinada a arrecadar e
controlar os "direitos
de autor . O autor de teatio, como
os musicistas, possuem hoje em dia no Brasil socieda-
des modelares que muito pouco deixam escapar. Uma so-
ciedade de escritores não teria a prosperidade rápida da
S. B. A. T. ou da Sociedade Brasileira de Composi-
•tores e Autores; seria uma confraria bem mais pobre, mas
de tanta utilidade. .
Há um número grande de escritores de jornal, espi-
ritos brilhantíssimos, homens que fazem crônicas, aitigos,
ensaios, contos, e que disto vivem. Há os que escrevem
menos freqüentemente, mas que também estimariam rece-
ber alguma coisa em troca das publicações nao-autoriza-
das que fazem por aí dos seus trabalhos. E, num pais como
o nosso, de poucos recursos, tudo serviria; dana para li-
vros, para papel, ou talvez para pagar a prestação de uma
máquina de escrever, objeto indispensável, hoje em dia, ao
homem que escreve.
A PROFISSÃO QUE NÃO EXISTE
Tempos atrás esteve em moda um assunto: a criação
de uma corporação dos profissionais da pena, isto e sem
ser a Associação Brasileira de Imprensa ou o Sindica
dos Jornalistas Profissionais. Uma qualquer coisa como
um Instituto de Literatura, destinado a normalizar a con-
dição do escritor. O assunto morreu pouco tempo depois
após memoriais, entrevistas e discuisos. ^ m ecn
_
questões trabalhistas declarou mesmo a inexistência desta
categoria profissional, entre nós. E os escritores, passado
aquele tempo, continuam a sua luta; somente aque es qu
S:,m o milagre * viver do
mente saber que meio de morte, e esta vida. E sao talvez
os que menos pensam em instituto, sindicato ou coisa que
o valha. Num país de cultura em formaçao, como o nos
so, e também de leitores em formação, o escritor ainda nao
oode rigorosamente ser um profissional.P
e4—> cheg. o .empo <!« regol.m.mooproft.s»
,„o « contentem o, ^ i„, St
cimento e o comentário dos gêxitos _
^- frades de outros Pa>ses .
E"
^ 0Pproduto estrangeiro,
público ,u.
apesar d_e que acl"e^ 1 jtores de qualidade
inferior ao
:S°lÍ- não faltam; faltem autores que consi-
gam agradar aos leitores que existem po
, mi ||p^R "
"' 'W"-' v. y "V.*;Wr»* . ¦ '-«;.•
•\ - , ¦ . .«# ¦
.94 O OBSERVADOR — L VI
O censo Demografico
T A' por diversas vezes tem O OBSERVADOR in-
J sistido na explicação dos objetivos e processos do
quinto Recenseamento Geral que se realiza no Brasil. Ao
estudar em separado cada aspecto do inquérito da vida
nacional, visou-se conseguir a maior divulgação, para al-
cançar-se os melhores resultados . O Censo dos Transpor-
tes, o Censo dos Serviços, o Censo Comercial, o Censo
Agrícola, o Censo Industrial, o Censo Demográfico e o
Censo Social, to'dos os censos, são parcelas consideradas
igualmente importantes na formação do todo que é o
grande empreendimento. E é exatamente pelo fato de
merecerem todos os censos a mesma atenção que se tem
procurado atender às necessidades de divulgação de cada
um em separado, depois de um trabalho inicial onde o in-
quérito foi apresentado em suas linhas gerais.
Mesmo encarado isoladamente, o Censo Demográfi-
co constitue uma tarefa de proporções antes não alcan-
çadas no País. Registrando o fato, teve O OBSERVA-
DOR oportunidade de estabelecer o paralelo entre o quena matéria havia antes sido feito e o que agora se realiza,
afirmando:"Acentuou,
certa vez, um escritor brasileiro o quan-
to há de surpreendente no fato de um país ter consegui-
do avançar na sua evolução econômica, até o ponto a que
chegou, sem que as forças criadoras da riqueza e o Esta-
do, ao qual em escala progressivamente maior foi caben-
do uma ação interventora na esfera econômica, dispuzes-
sem dos elementos seguros de orientação que somente
as estatísticas podem suprir."Constitue,
aliás, velho truismo a afirmativa de que
sempre fomos pessimamente servidos, em matéria de da-
dos estatísticos, que, por uma série de circunstâncias ne-
gativas, entre as quais não será demasiado encarecer a
vastidão do nosso território, o seu insignificante conteú-
do demográfico e as dificuldades dos meios de comunica-
ção, mediaram sempre irrisórias aproximações e estima-
tivas mais ou menos audaciosas."
E, mais além, insistindo no assunto, referindo-se es-
pecificadamente aos censos demográficos:"Si
ajuntarmos às quatro grandes operações verifi-
cadas, respectivamente, nos anos de 1872, 1890, 1900 e
1920, o inquérito demográfico levado a efeito no Distrito
Federal, em 1906, teremos uma idéia geral do que se fez
entre nós no tocante a assunto de tão grande relevância,
como é a determinação dos valores humanos de que dis-
pomos, num largo período da vida nacional, abrangendo
dois regimens."Fora
disso, tivemos desde os tempos coloniais umaestatística demográfica meramente conjetural, não passan-do de estimativas mais ou menos felizes os cálculos até
então realizados para determinar o "quantum"
da nossa
população.
Já agora, porém, o panorama apresentado pelo Re-
censeamento de 1940, desde as medidas iniciais, em sua
fase preparatória, até os momentos finais de sua apura-
ção, se apresenta totalmente diverso. Baseado sob uma
regulamentação racionalmente organizada, obedecendo a
um plano de ação sistematizada dentro da mais moderna
orientação técnica, empregando pessoal selecionado, seja*nas* repartições de serviço interno, seja nos serviços exte-
riores de arrecadação dos questionários minuciosos e bem
orientados, tudo foi previsto, de forma a se alcançar o re-sultado mais completo possível. E, demonstrando o queestá acima, preceitua o decreto-lei n.° 2.141, de 15 deAbril de 1940, no seu artigo nono e parágrafos:
"Am.. 9.° — Na coleta dos dados primários do Cen-
so Demográfico, serão usados quatro instrumentos funda-mentais: o boletim de família, o boletim individual, a listade domicílio coletivo e uma caderneta destinada ao censo
predial e domiciliário. § 1.° — Relativamente a cada in-divíduo se indagará, no' que lhe for aplicável: nome,sexo, idade, condição no domicílio, se se acha presente nodomicílio, ou ausente do mesmo, eventual ou temporaria-
mente; côr, defeitos físicos, limitados à surdo-mudez e ce-
gueira; estado civil; número de filhos havidos; naturali-dade e nacionalidade, extensiva a indicação aos ascendeu-tes do primeiro grau; tempo de residência no Brasil, senascido no estrangeiro; língua; religião; instrução rece-bida; ocupação principal e suplementar; e, finalmente, seé proprietário de imóvel, contribuinte ou beneficiário deinstituição de previdência social ou individual. § 2.° — Os
questionários relativos aos edifícios públicos e habitações
particulares conterão quesitos principais sobre os seguiu-tes caracteres: situação natureza da construção; númerode pavimentos, respectivas dependências e aplicações; con-diçÕes de higiene e conforto; e quesitos suplementaressobre a existência de veículos, aparelhos de rádio, plan-tação e criação domésticas. § 3.° — Serão recenseadosem cada domicílio, além de todos os indivíduos, seus mo-radores ou não, que aí passarem a noite de 31 de Agosto
para 1.° de Setembro, os residentes efetivos ausentes nareferida noite, inclusive os menores internados em estabe-lecimentos de ensino de qualquer espécie. § 4.° — Serãoigualmente recenseados, em cada domicílio, as criançascujo nascimento ocorrer na noite de 31 de Agosto para1.° de Setembro. § 5.° — Não serão recenseadas, emnenhum caso, as pessoas (inclusive recem-nascidos) quefalecerem durante o curso da referida noite. § 6.° — Asinformações referentes a brasileiros residentes no estran-
geiro, ou temporariamente ausentes no País, serão coligi-das por intermédio das autoridades consulares competen-tes, segundo instruções da Comissão Censitária Nacional,
que solicitará, para êsse fim, a cooperação do Ministériodas Relações Exteriores."
Como se verifica pela transcrição acima, quatro ins-trumentos fundamentais são usados na coleta dos dadosprimáiios do Censo Demográfico: o Boletim de Família,o Boletim Individual, a Lista de Domicílio Coletivo euma caderneta destinada ao censo predial e domiciliário.Vejamos o emprêgo de cada questionário e a finalidadevisada pelos seus múltiplos que*sitos.
Antes de qualquer referência ao preenchimento doBoletim de Família é necessário deixar patente o quesignifica para o Recenseamento a palavra família. Dizemas instruções
para preenchimento do Boletim: "A
palavraami ia, para os efeitos do Recenseamento, tem uma acep-
çao diferente da que lhe é vulgarmente atribuída e poderáesignar, tanto a pessoa que vive" só, em uma habitação
ou parte de habitação, como um conjunto de pessoas que,,em vntude de parentesco, subordinação, hospedagem ousimples dependência, vivem sob o poder, a direção ou a
proteção de um chefe, dono ou locatário de toda ou de
#•
o OBSERVADOR
LVl
* ,h habitação. O lugar onde moram,
^ toff-»br?
iril,
sob o mesmo
ti comum, cons-
teto, pessoas °.^
Êst® p0derá ser particular ou coleti-
titue um dom c .
^ ^ yma só {amilia censitária, forma-
v0- ° PXoas ligadas ao Chefe da família
- homem ou
da por Pess0 | asa — por laços de parentesco ou
ÍrdinSÒ1 doméstica. Exemplo^: uma casa de famlia
- iü oãcole°dvo é o que serve de moradia a pessoas ou
comum. U ou
n-o estar ligadas, por laços de pa-
famílias que ..MM a com 0 chefe do domicilio
à disciplina d» coletividade
SeàfiaSão dos seus fins não domésticos. Exemplos:
6 hotel um orfanato, uma penitenciaria,
etc.
Ul «Os boletins de família serão recebidos pelos çhefes
i o rerensear ou por quem suas vezes fizer,
das famílias 'res Q chefe da família é o chefe
Nos domicíliosU\ coletivos, porém, há que distinguir
e os chefes de família. O che-
(1, domicílio é o responsável pela habitaçao, compre
ÍJo todos os seus moradores. Os chefes de fam.Ua
etidendl toaos us, g Qas que vivem
respondem, ca
^ q n0 domíc§io coletivo e que eles
representam, social e economicamente, perante o chefe da
rasa do estabelecimento ou da instituição.
"Todos os chefes de família devem receber um bo-
letim de família para preencher, mesmo quando residir
1 ,s pessoas a seu cargo, em domicilio coletivo. Os
chefes de domicílio coletivo sempre que, com sua família
narticular residirem no domicílio de que torern propnc
tários gerentes, administradores, diretores, etc., devera
nreendier, por sua vez, um boletim de família, alem
outro modelo censitárip destinado ao recenseamento da
instituição ou estabelecimento sob sua responsabihda .
"Consta o formulário de uma parte superior, com c a
ros destinados às informações relativas à situaçao do do-
micílio e à caracterização do boletim, com disposit .
legislação censitária e uma instrução preliminar e de ou-
tra parte constituída por um questionário, contend
quesitos e 9 colunas verticais, em cada pagina, para o re-
censeamento das pessoas que, por laços de parentesco ou
outra relação doméstica, formam a fanmha do responsa-
vel pelo boletim. . j ,"A
parte superior do formulário sera preenchida pelo
Agente recenseador e o questionário propriamente c íto
pelo chefe da família, a quem incumbirá também preen-
cher, na parte superior do tnodêlo, os claros le ativos a
restituição deste. Se o chefe da família não pucer, por
qualquer motivo justificado, a juízo do Agente recensea
dor, escrever pessoalmente as respostas referentes a cac a
um dos 45 quesitos do questionário, outra pessoa da a
mília se desempenhará da tarefa assinando, a rogo, o do
letim e, se não houver na família alguém em conc íçoes
de assumir essa responsabilidade, o próprio Agente recen
seador avocará êsse encargo, procedendo às inquirições
necessárias e usando de todos os meios precisos para co
lher informes verídicos sôbre os característicos individuais
dos moradores e hóspedes do domicílio
45 quesitos compõem o Boletim de Família, na se-
guinte ordem, com as devidas explicações:
QUESITO 1: — Prenome — Bastará escrever o
primeiro nome, ou nome de batismo, de cada pessoa a ser
recenseada. O chefe da família, por exceção, deverá de-
clarar o seu nome completo. QUESITO 2: —- Sexo
Declara-se, conforme o caso, "masculino" ou
"feminino .
QUESITO 3; —- Data do nascimento (diã, vnês e ano)
95
— Sempre que for possível obter a informação prevista
neste quesito, ela deve ser registrada no questionário,
visto ter grande importância para a estatística social.
QUESITO 4: — Se o recenseado não souber a data do
nascimento, declarar a idade que presume ter — Dias para
as pessoas de menos de um mês, meses para as de menos
de um ano; anos para as de um ano ou mais. OUESI-
TO 5: — Condição no domicilio em relação ao chefe da
família —- Tratando-se de parentes do chefe da família,
declare-se qual é êsse parentesco (pai, mãe, filho, neto,
avô, sogro, irmão, tio, sobrinho, primo, etc.). Escreva-
se "cônjuge"
para a esposa do chefe da família, se for coni
êle casada civilmente, "consorte se não foi casada civil-
mente, acrescentando-se a letra (E) entre parêntesis, no
caso de casamento contraído segundo lei estrangeira e
(R) para indicar o casamento religioso. As pessoas que_ ri:*. cpínm nnrenf-es. emoresa-
{l\) para muicai u ujamvuiu *Yv.b*v»ígg| — 1
vivem com a família, sem que sejam parentes, emprega-
das ou hóspedes, serão consideradas "agregadas"; no caso
de entrar o agregado com qualquer contribuição para as
despesas da casa, será declarado "pensionista". Em re-
lação ao pessoal doméstico ou aos empregados da fami-
lia, cleclare-se. como condição em relação ao chefe cia ta-
mília, o emprego que exercem na casa! coim por exern-
pio* cozinheiro, arrumadeiraf chauffeur, ama seca etc. As
pessoas que se encontrarem na residência a titulo provi-
sório, tendo residência permanente em outro ugar, serão
consideradas "hóspedes", condição que sera declarada co-
mo resposta ao quesito 5. QUESITO 6: Coi
nonda-se "preta", "branca", "amarela
, sempre que for
possível qualificar o recenseado segundo o cara^e,.,st*c°
previsto no quesito 6. No caso de nao
qualificação, lance-se um traço horizontal no lugar resercllia s , nT TF mito 7 • — E surdo-mudo fvaclo para a resposta. QULbl
• r , ce
E' ceno: Dc nascença? Por doença? Po> acidente. be
o recenseado fôr surdo-mudo, declarar esse defeito. Se fo
t0'
Tia OUESÍTO 86 - ? W?
« Debita-
seado escrevendo solteiro , casa semndS lei
"viuvo". Com referencia asa rJ osta ao
estcangeica . KjSSft « *
'"dedicado".
^TT09- - S
"2
filhos nascidos vivos, declarar
QUESITO 9.tg j
compreender todos os filhos
quantos - A resposta só
do cônjuge ou con-
que tiver tido o recensea' contraído mais
sorte atual, como dos an ^ ms_
de um casamento, yunw "
Responda-se segundo o
Hdos mortos, declarar quantos- togj*
^ an.
mesmo "itw.o recomen f(|( anos completos na
terior. QUEbliU n •
__ A informaçao cor-
data do m"a'^
quesito deve ser tanto quanto possívelrespondente a esse investigações do maior ín-
exata pela sua importância ®"asil"J^a
qxJESITO 12: -
terêsse para a demogra rCccnscaniento — A
Número de filhos vivos, }l^ ^ do recenseado,
eeepo». deverí abranger• .<,. «
^11,.^ ^
embora P™v'nJ°s não se encontrarem em sua com-
que na época do cei Se 0 reCenseado nasceu no
panhia. QUESITO|13. estrangeiro, o País - De-
Brasil, declarar o Estado, Estado natal,
clare-se, quanto aos nascidos no Brasão ^
se o recenseado for natural, de algum
96O OBSERVADOR — lvi
Federação; escreva-se "Território
do Acre", para os nas-
cidos no Acre, e "Distrito
Federal" para os naturais da
Capital da República. Em referência aos estrangeiros,
cumpre reportar-se à informação relativa ao país de nasci-
mento à condição da terra natal no ano em que nasceu
o* recenseado, o que é importante, 110 caso de países que
tenham desaparecido do mapa como nações independén-
tes em virtude de guerras ou outras quaisquer vicissitudes
políticas. QUESITOS 14 e 15: — Respondam-se, de
acordo com os critérios indicados em relação à naturali-
dade do recenseado, esses quesitos concernentes à natura-
lidade dos seus pais. QUESITO 16: — Nacionalidade:
Brasileiro nato? Naturalizado brasileiro? Se estrangeiro,
de que nação? — Brasileiros natos são os brasileiros que,
ao nascer, já teem essa qualidade, mesmo que sejam na-
turais de países estrangeiros. Naturalizados,brasileiros são
os que, tendo nascido estrangeiros, obtiveram a naciona-
lidade brasileira • por meio de título de naturalização ou
prevalecendo-se de outras facilidades oferecidas pela lei
brasileira para a aquisição da qualidade de cidadão^ bra-
sileiro. Com referência aos estrangeiros deve ser decla-
rada a nação de que são eles cidadãos na ocasião do re-
censeamento. QUESITO 17: — Se é estrangeiro ou bra-
sileiro naturalizado, em que ano fixou residência no Bra-
sii? — A indagação constante deste quesito tem por fim
o estudo da influência do fator alienígena na composição
e crescimento populacionais do Brasil. QUESITOS 18 e
19: — Êstes quesitos são complementares das indagações
relativas à instrução e à integração dos elementos estran-
geiros na vida cultural do país.. QUESITO 20: — Re-
ligião — Declare-se precisamente a religião professada,
não bastando, por exemplo, responder ao quesito com a
palavra católico, ou protestante, mas especificar "católi-
co romano", "luterano", "presbiteriano",
de modo a
indicar claramente o credo professado. QUESITO 21:— Sabe ler e escrever? — Responder
"sim", sè o recen-
seado souber ler e escrever, e "não"
se for analfabeto.
QUESITO 22: — Está recebendo instrução? — Respon-
der "sim",
em se tratando de pessoas que estejam rece-
bendo ensino de qualquer espécie, em casa com professo-res particulares ou em qualquer curso ou escola. Respon-
der "não"
no caso de não se verificar qualquer dessas
hipóteses. QUESITO 23: De que grau ou espécie é a
instrução que recebe? — Informar se o recenseado está re-
cebendo instrução do grau elementar (primário), médio
(secundário) ou superior. Nos casos em que houver dú-
vida sobre o grau da instrução recebida, assinale-se ao me-
nos a sua espécie: artes e ofícios, enfermagem, comercial,
regimental, militar, etc. QUESITO 24: — Onde recebeinstrução: No lar? Em estabelecimento público? estabele-
cimento particular? — Responder, conforme o caso,
"no
lar", "est.
púb. federal", "est.
púb. estad.", ""est.
púb. municipal", "est.
particular". QUESITO 25: —
Possue algum curso completo, ou diploma de estudos?
Qual? — Declarar o curso que tiver completado o recen-seado ou o diploma de estudos, se houver, que tiver obti-do. Exemplo: Primário, secundário, normal, militar, sa-cerdotal; ou professor primário, professor de música, pe-rito-contador, agrimensor, bacharel em direito, engenhei-ro civil, médico, etc. QUESITO 26: — Se não terminou
os estudos, em que grau os interrompeu? — Responder:
Primário, secundário, superior, respectivamente, para oscasos de pessoas que hajam abandonado os estudos quan-"do
os seguiam nos cursos de qualquer dos graus indica-
dos. QUESITO 27: — Habilitou-se praticamente em al-
guma arte ou ofício? Qual? — Se o recenseado tiver, feito
aprendizagem em alguma arte ou ofício, deverá ser decla-
rada a natureza dessa preparação, como resposta ao que-sito, ainda que não utilize ele efetivamente os conheci-
mentos adquiridos. QUESITO 28: — Qual a profissão,ofício, emprego; cargo ou função principal que exerce? -i
Para os fins do recenseamento, todo o trabalho útil cons-
titue uma ocupação registável, desde que tenha alcance so-
ciai, seja em benefício da coletividade, seja no da família,
seja no do próprio indivíduo. Os quesitos relativos àocupação principal subentendem a que o recenseado exer-
cer exclusivamente, se tiver uma só, ou, se êle tiver mais
de uma, a que considerar mais importante, levando em
conta a sua posição na sociedade, os seus interêsses eco-
nômicos ou outro qualquer motivo, no seu entender, rele-
vante. Â declaração em resposta ao quesito será, conse-
quentemente, a profissão ou função única que o recensea-
do exercer, se não tiver outra, ou a principal, se se de-
dicar a mais de uma ocupação. Cogita-se de obter, peloregistro do quesito 28, uma primeira indicação do traba-
lho executado através da declaração do cargo exercido, da
função ou do serviço prestado no ramo de atividade a
que se dedicar a pessoa referida na informação. De acôr-
do com êsse critério, uma pessoa que trabalhar na agri-
cultura será recenseada como administrador, retireiro,
campeiro, trabalhador de enxada, proprietário arrendai!-
rio, etc. ; o indivíduo que trabalhar na indústria de teci-
dos, será recenseado como tecelão, cardador, tintureiro,
etc. ; o que exercer a sua atividade na indústria de madei-
ras poderá ser um marceneiro, um carpinteiro, um serra-
dor, etc. ; o metalúrgico figurará no boletim com a sua
função de ferreiro, caldeireiro, fundidor, laminador, etc. ;as pessoas que exercem profissões liberais serão recensea-
das segundo essas profissões — magistrado, tabelião, mé-
dico, advogado, sacerdote, etc. ; os militares serão recen-
seados, segundo os seus postos, e assim por diante. A ca-
racterização completa da atividade profissional será dada
pela combinação dos registros do quesito 28 com os dos
seguintes, de ns. 29 a 32. QUESITO 29: — Em queramo de atividade exerce x a ocupação principal?
— Um
determinado cargo ou função poderá ser exercido em ra-
mos de atividades diferentes, de modo que a declaraçím
do quesito 28 não basta para classificar o recenseado.
Responda-se, pois, neste quesito, o ramo de atividade em
que êle exerce a sua função ou cargo como, por exemplo:
agricultura, criação, caça e pesca, indústria extrativa mi-
neral, indústria têxtil, couros e peles, madeiras, metalur-
gia, cerâmica, produtos químicos, produtos alimentícios.,
vestuário, mobiliário, produção e transmissão de energia,
indústrias gráficas, transportes marítimos, transportes flu-
viais, transportes terrestres, transportes aéreos, correios,telégrafos, telefones, comércio de. títulos, comércio de moe-
das, corretagem e comissões, comércio de mercadorias,exército, armada, polícia, bombeiros, administração pú-blica federal, administração pública estadual, administra-
ção pública municipal, administração particular, profissõesliberais (religiosas, judiciárias, médicas, magisteriais, de
ciências, letras e artes), serviço doméstico, etc. Os exem-
pios apresentados visam sugerir um critério sumário de
classificação para os casos porventura ocorrentes, deven-
do, porém, o responsável pelo preenchimento do questio-nário procurar definir o ramo de atividade do recenseadode acordo com os elementos objetivos que lhe proporcio-nar o conhecimento direto das suas condições de trabalho.
QUESITO 30: — Em que local de trabalho (estabeleci-mento, serviço ou repartição, etc.) exerce a ocupação
principal? — Deciarè-se de maneira precisa o local onde
o OBSERVADOR
LVI
An trabalha como, por exemplo: "fazenda
de
- reCv-Sácara de flores", "mina de carvão de pedra
criaçao , cuf * „ „ {icina automóveis", fabrica de
"üsina findaria"
"farmácia", "casa de saúde , esta-
rlaSdé construção' naval",
"escritório comercial" "arma-
leiro de consu construçoes civts , con
>Tíe 3S-' "«+•
*
sultonome ' "estabelecimento de ensino , tea-
í° 1 etc QUESITO 31: - A ocupaçaoprincipal e dt-
d ' WMamute remunerada?
— Entende-se porreta °'í'n ,'trzáa
aquela mediante a qual a pessoaocupada cebe
uma remuneração pelo trabalho
qUe tnHn oodendo essa remuneração ser em moeda ou
'^utilidade equivalente. O termo remuneração nao e
611 ,i emoreçado no sentido de vencimento ou salano, mas
Tdíuma compensação pelo trabalho executado. A remu-
' -n direta é a que o trabalhador recebe como paga
1161 lucro imediato da ocupação exercida; remuneração m-
diret^e a que beneficia o trabalhador, aumentando a
S do chefe da família de que êle az parte, a cujas
fpensas vive e a quem auxilia no trabalho de que provem
a aludida renda, sem receber salário pelos serviços pres-
tados. De acordo com êsse conceito, os filhos do agricul-
tor ou do industrial, que o auxiliam gratuitamente na em-
presa de que provém a renda do lar, devem^ser consice-
rados como pessoas exercendo uma ocupaçao indireta-
mente remunerada. Idêntico critério se aplica as esposas
eme auxiliam o marido na exploração economica de esta-
belecimentos agrícolas ou industriais. Não se verifica o
mesmo, entretanto, em relação aos serviços inerentes a
condição de donas de casa que são, por sua natureza, gra-
tuitos e .não serão levados em consideração no calculo cia
população ativa. Nessas condições, as esposas que auxi-
liam o marido na ocupação de que este aufere a renda
para sustento da íamília, serão registradas no boletim de
família como tendo duas ocupações: uma, gratuita, a de
dona de casa, e outra, indiretamente remunerada, a que
exercem como elementos integrantes da população ativa
do estabelecimento. QUESITO 32: — Na ocupação
principal é empregado, empregador ou trabalha por conta
própria? — A resposta a este quesito será empregado
se o recenseado exercer a sua ocupação em benefício de
oútrem, ou a serviço de instituições, como os funciona-
rios públicos, mediante salário fixo ou por tarefa. Em-
pregadores" são as pessoas que exercem a sua profissão
por conta própria, mas com auxílio de empregados assa-
lariados. Como trabalhador por conta própria serão con-
siderados os profissionais que exercem a sua ocupaçao
isoladamente ou com a ajuda, não diretamente remune-
rada, de pessoas de sua família. Em relação a estas pes-
soas, a resposta ao quesito 32 será "Membro da famí-
lia". QUESITO 33: — Se tem alguma ocupação suple-
mentarJ qual éf — O critério para os lançamentos nesta
coluna é análogo ao recomendado nas instruções relativas
ao quesito 28. QUESITOS 34 a 37: — Aplicam-se aos
demais quesitos concernentes à ocupação suplementar os
critérios recomendados com referência à ocupação princi-
pai, constantes dos esclarecimentos sôbre os quesitos 29
a 32. QUESITO 38: — Responder "sim" ou
"não .
PlT TT? C TTA Oi-v 1QUESITO 39: — Se o recenseado possuir imóveis, de-
clarar a espécie; responder "não"
no caso contrário. QUE"SIT040: — Percebe algum benefício de previdênciasocialf — Por benefício de previdência social entende-sea renda
que o recenseado perceber proveniente dos cofres
públicos, para amparo aos servidores* do Estado retira-
97
#
dos da vida ativa por invalidez ou outros motivos previs-
tos na lei, ou que receber de fundos especiais mantidos
por contribuições obrigatórias em favor dos próprios con-
tribuintes ou de sua família. Exemplo: o montepio dos
funcionários públicos civis, os vencimentos dos aposen-
tados, reformados, etc., os auxílios pagos aos operários
pelas caixas de pensões e aposentadorias e outros benefí-
cios desse gênero. QUESITO 41: — Em que qualida-
de? Aposentado? Jubiladof Reformadof Pensionista? —
A resposta a êste quesito ficará prejudicada se for nega-
tiva a do precedente. No caso afirmativo, esclareça-se a
exata qualidade do recenseado de acordo com os casos
previstos no quesito. QUESITO 42: Contribue, pes-
soalmente, para instituição oficial de montepio ou previ-
dência? — Declarar, no caso afirmativo, de qual das ins-
tituigões mencionadas no quesito é o recenseado contri-
buinte. QUESITO 43: — Está segurado, em companhia
particular, sôbre a vida ou contra risco dc acidente pes-
soal? — A resposta não deverá incluir os seguros de pre-
vidência social, referidos no quesito anteiioi. QUESI
YO 44: Se c morador da casa, e está ausente, em que
Estado do Brasil ou País estrangeiro se encontra? — A
pergunta refere-se somente às pessoas que moram na casa
e se acham ausentes, a título temporário, em visita em
negócio, em viagem, doentes no hospital, etc. Em relaçao
aos moradores ausentes em viagem declare-se como res-
posta ao quesito 44, o Estado ou o País estrangeiro a que
se destinem, acrescentando-se, entre parentesis, um ( ).
Não incluir, como morador da casa ausente, as pessoas
que, pela sua ocupação, emprego ou por qualquer outro
motivo, são obrigadas a dormir habitualmente fora de
casa como se dá com os soldados, residentes no quartel,
os enfermeiros residentes no hospital, os sentenciados rei
Mentes na prisão, etc. Tais pessoas, embora pertençam a
família, não serão recenseadas nef* 1
nor não serem moradores do domicilio a que ele se retere
e sim do domicílio onde dormem habitualmente Os filhos
d0 cheje da família que, às suas c.rpensas, estiverem m-
tentados em colcgio, devem ser, por exceção, recenseado
como moradores ausentes, acrescentando-se a ««tagifld
lunar onde estiverem, a palavra colégio . Se qua q
morador da casa estiver ausente, sera declarado o lugai
onde estiver a título provisório, isto e, o nome do Pais on
2° L ê"».™, se estive, no estrange.ro a ungad. d.
°d^s£abrod!'S Os quesitos do
£&v«ssKfct' aar-ÊS
quesitos, afim de censitárl0S. A
vemr .erros,de encJr sob o título
"Pessoas recen-
pH.ue.ra co una a preen ,
q ^ da £amüia j
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98 O OBSERVADOR — lvi¦Jp.
•* •
(f tos; idade em anos completos da data do nascimento do
m)M jrL xL primeiro filho; numero de filhos vivos na data do Re-
MUk&wM^ censeamento; declaraqao do Estado de nascimento, no caso
haver nascido no Brasil e do pais de origem, no caso de
ml nascido no estrangeiro; o mesmo para com os pais do re-
# 4| Qfy censeado; se brasileiro nato, e de que pais, no caso de*1r
estrangeiro naturalizado; se estrangeiro ou brasileiro na-
mZmMflL turalizado, a data em que fixou residencia no Brasil; se
*a*a corretamente o portugues; a lingua que fala habitu-
almente no lar; a religiao; se sabe ler e escrever; se esta
W*** recebendo instru^ao; no caso afirmativo, de que grau ou
especie e a instruqao que recebe; local onde recebe instru-
qao, se no lar, em estabelecimento publico ou em estabele-
MENOR CONSUMO E MAIOR ECONOMIA SAO cimento particular ; no caso de possuir diploma de estu-
OS DOIS PONTOS VITAIS PARA 0 AUTOMOBILIS- ^os completos, qual o diploma; no caso de interrupt
dos estudos, o grau em que os mesmos toram mterrompi-
TA NA MANUTENQAO DO SEU CARRO. ^os • se ^eve hs^bilita^ao pratica em alguma arte ou of 1-
KV- cio
e qual; profissao, oficio, emprego, cargo ou funqao
principal que exerce; o ramo de atividade em que exerce
NAO BASTA QUE O OLEO LUBRIFICANTE SATIS- essa ocupa<;ao principal; local de trabalho (estabelecimen¬to, servi(;o, repartiqao, etc.) se a ocupaqao principal e
FA£A AS EXIClNCIAS DO MOTOR DO SEU direta ou indiretamente remunerada; se na ocupaqao prin-
CARRO. E' NECESSARIO QUE ELE PROPORCIONE cipal e empregado, empregador ou trabalha por conta
TAMBEM O MAXIMO DE ECONOMIA. ' Pr6Pri^ se tenj alguma ocupaqao suplementar e qual: o
ramo de atividade em que exerce essa ocupa^ao supie-
mentar; o local de trabalho (estabelecimento, serviQO, re-
partiqao, etc.) em que e exercida a ocupa^ao suplemen-
COM ENERCINA, O OLEO REFINADO SOB OS tar; se a ocupajqao suplementar e direta ou indiretamente
MAIS ADEANTADOS PROCESSOS, V. S. ESTARA' remunerada; se na ociipaqao suplementar e empregado,
empregador ou se trabalha por conta propria; se per ten -
r PROTECENDO TODAS AS PE^AS DO SEU MOTOR ce a aigUm sindicato; se e proprietario de imovel e, no
E OBTENDO O MAXIMO RENDIMENTO POSSfVEL. caso afirmativo, se urbano ou rural ; se percebe algum be-
neficio de previdencia social; no caso afirmativo, em que
qualidade (aposentado, jubilado, reformado ou pensionis-ta; se contribue pessoalmente, para instituiqao oficial de
I montepio ou previdencia; se estci segurado, em compa-
I nhia particular, sobre a vida ou contra o risco de aciden-
PARA PARTI DAS RAPIDAS E FACEIS te pessoal; se e morador do domicilio e esta ausente, em
USE TAMBEM A CAZOLINA ENERCINA. que Estado do Brasil ou em que pais estrangeiro se en-
li^^T contra; se, nao sendo morador do domicilio e estancio
presente, em que Estado do Brasil ou pais estrangeiro
| ^
1^5^ reside.
S ^s^"a ^°fflcili° Coletivo destina-se ao registro
^0S nomes ^as pessoas encontradas ou residentes em ha-
GASO I SNA OLEO LUBRIFICANTE bita^oes coletivas (asilos, penitenciarias, quarteis, interna-
^os' conven^os> hospitais, casas de saude, embarca^oes, ho-
JB"* W 7 JPS ^e^S, casas Pensao» casas de comodos, hospedarias,
Jetc.) onde vive ou se abriga em carater permanente ou
H W awd1 provisorio, gratuitamente ou mediante pagamento de dia-
OLEO LUBRIFICANTE
O OBSERVADOR IVI
MENOR CONSUMO E MAIOR ECONOMIA SÃO
OS DOIS PONTOS VITAIS PARA O AUTOMOBILIS-
TA NA MANUTENÇÃO DO SEU CARRO.
NÃO BASTA QUE O OLEO LUBRIFICANTE SATIS-
FAÇA ÀS EXIGÊNCIAS DO MOTOR DO SEU
CARRO. E' NECESSÁRIO QUE ELE PROPORCIONE
TAMBÉM O MÁXIMO DE ECONOMIA.
COM ENERGINA, O OLEO REFINADO SOB OS
MAIS ADEANTADOS PROCESSOS, V. S. ESTARA'
PROTEGENDO TODAS AS PEÇAS DO SEU MOTOR
E OBTENDO O MÁXIMO RENDIMENTO POSSÍVEL.
PARA PARTIDAS RÁPIDAS E FÁCEIS
USE TAMBÉM A GAZOLINA ENERGINA.
GASOlINA
dos relativos aos membros da família, a começar pelo còn-
juge, passando aos descendentes, ascendentes e colaterais
aos agregados, empregados e hóspedes.
Observe-se ainda, no preenchimento do boletim, que
todos os quesitos devem ser respondidos, assinalando-se
com um traço horizontal o que tiver sido prejudicado em
virtude de resposta anterior, ou cuja indicação não sc apli-
car ao recenseado.
O Boletim Individual contém, igualmente, 45 quesi-tos que indagarão: nome e sobrenome do recenseado, sexo,
data do nascimento (dia, mês e ano), idade presumível,
no caso de ignorar a data do nascimento; condição do ri-
censeado no domicílio; côr; se surdo-mudo ou cego, ex-
plicando se o defeito é de nascença, por acidente ou por
moléstia; se solteiro, casado ou viuvo ou desquitado; se
teve filhos nascidos vivos, declarando o número; o mesmo
para o caso em que tenha havido filhos nascidos mor-
tos; idade em anos completos da data do nascimento do
primeiro filho; número de filhos vivos na data do Re-
censeamento; declaração do Estado de nascimento, no caso
de haver nascido no Brasil e do país de origem, no caso de
nascido no estrangeiro; o mesmo para com os pais do re-
censeado; se brasileiro nato, e de que país, no caso de
estrangeiro naturalizado; se estrangeiro ou brasileiro na-
turalizado, a data em que fixou residência no Brasil; se
fala corretamente o português; a língua que fala habitu-
almente no lar; a religião; se sabe ler e escrever; se está
recebendo instrução; no caso afirmativo, de que grau ou
espécie é a instrução que recebe; local onde recebe instru-
ção, se no lar, em estabelecimento público ou em estabele-
cimento particular; no caso de possuir diploma de estu-
dos completos, qual o diploma; no caso de interrupção
dos estudos, o grau em que os mesmos foram interrompi-
dos; se teve habilitação prática em alguma arte ou ofí-
cio e qual; profissão, ofício, emprego, cargo ou função
principal que exerce; o ramo de atividade em que exerce
essa ocupação principal; local de trabalho (estabelecimen-to, serviço, repartição, etc.) se a ocupação principal é
direta ou indiretamente remunerada; se na ocupação prin-
cipal é empregado, empregador ou trabalha por conta-
própria; se tem alguma ocupação suplementar e qual; o
ramo de atividade em que exerce essa ocupação suple-
mentar; o local de trabalho (estabelecimento, serviço, re-
partição, etc.) em que é exercida a ocupação suplemen-
tar; se a ocupação suplementar é direta ou indiretamente
remunerada; se na ocupação suplementar é empregado,
empregador ou se trabalha por conta própria; se perten-
ce a algum sindicato; se é proprietário de imóvel e, no
caso afirmativo, se urbano ou rural; se percebe algum be-
nefício de previdência social; no caso afirmativo, em que
qualidade (aposentado, jubilado, reformado ou pensionis-ta; se contribue pessoalmente, para instituição oficial de
montepio ou previdência; se está segurado, em compa-
nhia particular, sobre a vida ou contra o risco de aciden-
te pessoal; se é morador do domicílio e está ausente, em
que Estado, do Brasil ou em que país estrangeiro se en-
contra; se, não sendo morador do domicílio e estando
presente, em que Estado do Brasil ou país estrangeiro
reside.
A Lista de Domicílio Coletivo destina-se ao registro
dos nomes das pessoas encontradas ou residentes em ha-
bitações coletivas (asilos, penitenciárias, quartéis, interna-
tos, conventos, hospitais, casas de saúde, embarcações, ho-
teis, casas de pensão, casas de cômodos, hospedariam,
etc.) onde vive ou se abriga em carater permanente ou
provisório, gratuitamente ou mediante pagamento de dia-
o observador
- LVI
niírlafles uma população, em geral numerosa,
rias ou mensa ^ Qu avulsos. No caso das chamadas
fnT!ts\inicionais, (estabelecimentos militares, con-
4 os, colégios, cadeias, etc.), onde vigora um re-
lentos, as ,ina especial e os característicos individuais
gime 'Ires
do domicílio constam em parte de registros
dos morac do estabelecimento (comandante, dire-
regalares, te etc.) é quem preenche a lista, as-
t0'" a"como responsável, promovendo, também, adrni-
S ivàmente o preenchimento dos Boletins Individuais
r hivos à população avulsa do estabelecimento, recor-
ido aos registros existentes e mandando proceder as in-
ilações complementares julgadas necessanas. Ainda ao
i,!fe do domicílio coletivo cabe providenciar para a dis-
ribuicão, às pessoas responsáveis no estabelecimento por
famílias aí existentes, dos Boletins de Família, velando
para que os referidos impressos sejam restituidos ao Agen-
té recenseador com as informações a que se destinam.
Em se tratando de habitações coletivas do gênero ho-
tel casa de pensão ou outras de natureza analoga, caberá
n responsável pelo estabelecimento prover com auxilio
do Agente recenseador, a distribuição dos Boletins de Fa-
muia às pessoas que tiverem outras a seu cargo na habi-
tacão e à distribuição dos avulsos dos Boletins Individuais
nos envólucros destinados a esse fim.
Em cada domicílio serão distribuídas tantas listas de
Domicílio Coletivo quantas forem necessárias, levando-se
em conta o número a recensear de pessoas avulsas e de
chefes de família. As Listas de Domicilio Coletivo terão
o seu preenchimento sob a responsabilidade do chete do
domicílio, com o auxílio do Agente recenseador.
Na caderneta especialmente destinada para o fim, seta
Escritórios
A Fábrica de Móveis "Lama»", em seu grande
Mostruário anexo às oficinas, à rua Melo e Souza
100/8 — (próximo à Estação principal da Leopoldi-
na), expõe inúmeros modelos de conjuntos para Es-
critórios, em estilo moderno e antigo, próprios para
% *Residência ou Empresas comerciais, tipos mais ricos
para Gabinetes e simples para^ funcionários, com ga-
rantia não somente quanto às matérias primas empre-
gadas, como respectivos funcionamentos, que sao,
aliás, os m.iis práticos e resistentes.
A Fábrica de Móveis "Lamas" executa também
Divisões, Vitrines, Balcões, apresentando Desenhos e
orçamentos sem compromisso, facilitando em alguns
casos o pagamento.
Pelos tels. 48-8211 e 28-4478, poderão os interes-
sadcs solicitar a ida de um representante com Catálo-
gos e outras orientações.
O* móvei» "Lamas" são vendidos exclusivamen-
te no mostruário junto à fábrica.
99
feito o registro minucioso do montante predial e domici-
liário do Pais, especificando, para os prédios, o logradou-
ro, numeração, propriedade, caracterização, número de
pavimentos, número de dependências e suas diversas apli-
cações, se o logradouro tem calçamento, água, iluminação,
transporte, gás, esgoto, investigando-se, ainda, quanto aos
domicílios, as condições de ocupação do morador, o alu-
guel mensal, o número de peças em geral e servindo de
dormitório, se tem água encanada, aparelhos sanitários
iluminação, telefone, rádio receptor, etc.
Como se verifica, o Censo Demográfico, tanto como
as outras espécies de censo, entre os sete que se realizam
em 1940, representa uma perquerição minuciosa, sistema-
tizada e lógica, de forma a atender á multiplicidade de in-
formações que se necessita. Realizada como vem sendo
essa tarefa, estará apto o País a responder às inúmeras
questões que são diariamente apresentadas em sua vida de
nação em franco desenvolvimento. E então poder-se-á
avaliar como eram justas as seguintes palavras, impres-
sas em um dos folhetos distribuídos pelo Instituto Biasi-
leiro de Geografia e Estatística, juntamente com o decreto-
lei n.° 2.141:"O
Brasil é um país na unidade política mas e um
continente na extensão territorial. País jovem e vigoroso,
sem vulcões, sem desertos, sem tremores de terra, o Bra-
sil está destinado a ser uma nação decisiva no panorama
internacional. Só a imaginação seria capaz de prefigurar
a importância do papel que o nosso país está apto a re-
presentar no mundo que vai emergir do tremendo reajus-
tamento contemporâneo. O Brasil possue inúmeras nque-
7.as, dentre as quais, a mais preciosa é o povo brasileiro.
Em 1872, a população do Brasil atingiu a 10.11/I.U6L;
em 1890, 14.333.915 indivíduos habitavam o Brasil; em
1900 nós éramos 17.318.556 habitantes, em 1920
30.655.605 foi o número que respondeu ao famoso estri-
hiiho "Quantos somos? dolorosa interrogação.
"Quantos somos agora, em 1940? Qual o montante
da DODulação dêste país continental?
"O Serviço Nacional de Recenseamento vai respon-
der a essa pergunta, isto é, vai contar, para o rasi, a
maior riqueza nacional. vontade
Um fato digno de ser assinalado foi a boa vontaa
aÚfe dominou a grande maioria, senão totalidade da popu-
lição brasileira, em atender à investigação censitana rea-
lizada em todo o País, no dia 1° de Setembro.
E' um indício veemente de nosso progresso cultura.
oois iá se compreende e colabora-se nos empreendimento
que visam o beneficiamento da comunhão )nacional, que,
consequentemente, redunda em beneficio d todos.
Se os demais censos fornecerão matei íal que possa m
dicar novos rumos a seguir nos vários setores especializa-
dos a que se referem, não menos importante sera o resu
tado final do Censo Demográfico. „
Efetivamente, o Brasil é "País
jovem e vigoroso e
necessário se torna saber que papel lhe esta reservado no
"mundo que vai emergir do tremendo «ajustamento con-
Cporãneo". Indiscutivelmente, saber o quantum dos ha-
bitantes com que poderá contar para enfrentar as v.cissitu-
des decorrentes das transformações profundas poi que d
ções outras que esta população c.evera executai em bene
ftVin nroorio e da nacionalidade. r
Entre ele e os outros existe uma conexão
vel oorque "conta" as pessoas que provocam
as diver
íiviSta para a, quais (oi feito -a
lizado.
O
100O OBSERVADOR LVJ
Plantas Medicinais
xaí-*^©S
nossos índios já co-
nheciam desde longo
tempo o valor terapêutico de
certas plantas da flora brasileira com as quais preparavam
beberagens, cozimentos e extraiam os sucos para o trata-
mento de suas enfermidades. Também é certo que à custa
de tais elementos conseguiam a cura de muitas moléstias.
Sabe-se, pelas crônicas em tôrno de seus rituais e costu-
mes, que o tratamento dos males que os acometiam assu-
mia por "vezes
aspecto místico.
Os europeus aprenderam com os índios a conhecer e
apreciar o valor medicamentoso de um grande número de
plantas de nossas matas, em épopas remotas e ainda em
nossos dias.
Do primeiro período colonial em que se fez conheci-
mento com • o vasto repositório de plantas medicinais, queapresenta a rica flora brasileira, seguiu-se o estudo dos
cientistas que pesquisaram a fundo a matéria.
Dentre eles destacam-se : Martins, Freire Allemão,
Caminhoa, Melo Oliveira, Rodolfo Albino, Osvaldo Cos-
ta, Osvaldo Peckolt, Valdemar Peckolt, Vellozos, Teodo-
ro Peckolt, Gustavo Peckolt, Monteiro da Silva, F. C.
Hoehne, Frederico Freisse, C. H. Liberalli, Mario Fal-
leiros, Jaime Cruz e Luís Vaz.
A aplicação dos produtos farmacêuticos oriundos de
certas plantas medicinais é objeto de um comércio entre
nacionais e organizações estrangeiras que disputam o pri-vilégio de obter tais produtos. E' pena que tudo isso
seja feito em escala reduzida, não haja uma exploração
de larga envergadura e racional. Colhem-se produtos quea natureza fornece. E' uma indústria puramente extrativa
e precária.
Apesar dos resultados brilhantes a que os estudos do
passado e do presente conduziram, a indústria de prepa-rados medicinais de nossa flora, os trabalhos de pesquisae de exploração continuam sendo feitos apenas pela ini-
çiativa particular. Os poderes públicos até aqui se teem
mantido alheios a tais iniciativas; entretanto, elas com-
portam imenso campo de ação, quer puramente de in-
vestigação, quer de aplicação.
O Brasil, que possue um dos importantes repositó-rios florestais do mundo, onde se contam inúmeras essên-cias de alto valor terapêutico, tem visto cada vez mais osseus mercados internos invadidos e dominados pela indús-tria de produtos farmacêuticos sintéticos.
E assim o conhecimento e o uso *
destes, divulgadosamplamente, fazem com que o público, sempre ávido denovidades e das coisas mirabolantes, prefira- aquilo que seapresenta vestido com a roupagem de uma larga publici-dade, ao em vez de aceitar os preparados simples, postosà sua disposição, pela indústria nacional dos produtos danossa flora.
E ainda aqui, no setor da saúde, o homem segue ocaminho errado na vida, despreza os produtos naturais,simples e inofensivos e se utiliza de outros por vezes no-civos ou inoperantes.
Há, na maioria das criaturas, uma crença quase fe-tiche nos medicàmentos. Para muitas pessoas, só estescuram; esquecem-se da lei estabelecida pelo bom senso da
ciência médica, segundo a
IfT qual os medicamentos não
curam propriamente os malesdo nosso organismo. A sua função é de estimular neste areação curativa que êle próprio exerce sôbre si.
Ocorre todavia, entre os produtos medicamentosos
naturais extraídos das plantas medicinais e os derivados
da indústria sintética, um fato notável.
No mercado existem como adubo para as plantaso nitrato de sódio, ou salitre do Chile, proveniente dosdepósitos salitreiros do país irmão. E' o mesmo produtoextraído do ar atmosférico-.
No primeiro caso sabe-se que o salitre que se encontra
nas salitreiras do Chile originou-se de uma acumulacão
do produto no seio da terra. Houve uma época na histó-
ria do continente em que êste esteve submerso. Mais
tarde êle emefgiu. Na primeira fase os sais que se decan-
tavam no fundo do mar, iam-se misturando com a terra e
com os produtos orgânicos e minerais contidos nas águas.
Na segunda, quando se deu a emersão já o salitre se ha-
via incorporado ao solo então formado. E assim, êle se
beneficiou e se enriqueceu, dos elementos que encontrou
primitivamente nas águas e posteriormente no seio do solo
em que se acumulou. De tal sorte que, hoje, a ciência, pe-Ias pesquisas empreendidas pela química agrícola, já iso-
lou 32 sais que se encontram associados ao salitre do
Chile.
A mistura dêstes entre si, empresta ao salitre do Chi-
le uma ação no sólo e junto às plantas pultivadas, que se
pretende beneficiar com a adubação, diferente, do produ-to similar, sintético obtido nas retortas.
O primeiro teve sua origem nas águas do mar e de-
pois no solo, enriqueceu-se nessas passagens; o outro pro-veniente do ar, embora na atmosfera se encontrem mui-
tos gazes, não possue a mesma constituição.
Verificou-se, pelas pesquisas da química agrícola, queos 32 produtos que acompanham o salitre, emprestam-
lhe um poder e ação semelhantes aos das vitaminas quese encontram nos vários produtos de que nos servimos
na alimentação do homem e dos animais. .
Os grãos dos cereais, do trigo, do arroz, do milho, da
cevada, da aveia, do centeio, etc., beneficiados sem a cutí-
cuia, deixam nesta os sais de fósforo e as vitaminas. E
sabido que a farinha branca do trigo não tem o mesmo po-
der nutritivo da farinha trigueira, onde se encontram frag-
mentos da cutícula.
O mesmo se dá com a casca de certos frutos, juntoda qual se encontram as vitaminas.
Fato semelhante se passa com as folhas dos vegetais.
A seiva das plantas é rica de produtos os mais diversos.
Nas suas folhas o fenômeno clorifiliano realiza maravi-
lhas de transformações dos produtos que a seiva arrasta.
. Nesse admirável laboratório formam-se o amido, a fécula,
os açúcares, a celulose e todos os produtos que as plantasfornecem nos seus frutos, caule, raízes e tubérculos.
E' justo, pois, que na preparação dos medicamentosse tomem integralmente as folhas e partes de pecíolos,
para que, juntamente com o produto medicamentoso que
I i
t
O OBSERVADOR
LVI
a
. Jt nos beneficiemos dos elementos encon-
¦planta c0"te 'do vegetal, apenas dissecadas; mas, se
trados Qs produtos que se contenham na sei-
Perder 3
firaram' na estrutura da folha irão agir no orga-
va 6 qUe spmelhança das vitaminas; ajudam a açao cura-
nism°' Elemento medicamentoso contido nas plantas.
O símile deste fenômeno com o do salitre a que me
nprfeito A aplicação do nitrato de sod.o, do
referi, e perfe .
^ j pQr J
só> como pela coadjuva-
Ch,le; 11 °,2 c;rpos que o acompanham e mais pela açao
çã0 dos 32 P> nutritivos
existentes no solo.
c0Jibinadados ^ ^ |de
se
Desta T o salitre do Chile, recebem uma influência
SS55* «use 0 íe •in,ético'
a mesma coisa ocorre com os produtos retirados sm-
teticamente pela indústria dos medicamentos e aqueles que
a natlVeza fornece ao homem nas folhas e outras partes
do vegetal, tomados naturalmente, sem os artifícios m-
trifis A ação de ambos no organismo e diferente;
H contar os riscos das intoxicações aos quais esca-
pâlTIOS. 1 í' *
Parece que, com o acima exposto, explicamos sufici-
entemente a importância terapêutica dos produtos natu-
rais contidos nas plantas medicinais. Passemos a outra 01 -
dem cie considerações.
E' digno de nota que o campo de estudos sobre as
plantas medicinais, seus produtos, sub-produtos e deriva-
dos é enorme. Além da grande quantidade de essencias
medicamentosas existentes na nossa flora, muitas das
quais bastante estudadas, ao passo que outras jazem mal
pesquisadas ou desconhecidas, ainda se oferece outio
tor valioso de estudos, com a importação de plantas exó-
ticas.
Cabe agora ao Governo tomar a sua posição no estu-
do deste valioso asunto, fundando um órgão de pesquisas
sôbre a matéria.
Trata-se de um problema econômico relevante. De
11111 lado se oferece a oportunidade de imediato aprovei-
tamento das riquezas naturais do País, que se acham no
seio de nossas matas, e de outro, o fomento da indústria
de produtos medicamentosos, nativos ou exóticos, evitará
o êxodo de nosso ouro para o estrangeiro, pela impor-
tação.
O Ministério da Agricultura pensa em encaminhar a
solução do problema, promovendo a criação de uma Esta-
cão Experimental para o estudo das plantas medicinais.
O estabelecimento contará com as instalações pró-
prias, onde figurem um Museu tão completo quanto pos-sível, onde se possam manter exemplares das partes de
plantas medicinais; herbáreo e biblioteca. Laboratório on-
de se realizem análises de frutas, folhas, raízes, caules,
de plantas detentoras de propriedades medicinais. Gani-
pos de cultura onde se mantenham essências florestais,
frutíferas e ornamentais.
Out ras instalações deverão completar o estabeleci-niento, como sejam: estufas, estufins, ripados, câmaras de
repicagenf depósitos, estábulo, etc.
No estudo das essências florestais, basta lembrar comoexemplo digno de estudo o tomate a esmo, o cumaru, lindaárvore do Amazonas,- de grande porte, cujo fruto contémuma fava rica em óleo, precioso para ser ministrado aosdoentes fracos do pulmão. A sapucainha, empregada notratamento da lepra. E assim uma infinidade de plantasde variadas aplicações.
101
Entre as plantas frutíferas, quase todos os seus frutos
teem propriedades medicinais preciosas, entre os citrus o
limão é anti-febril, redutor do ácido úrico, diurético e de
outras muitas propriedades; as laranjas e tangerinas são
ricas de sais, açúcares e vitaminas; a lima é diurética, nu-
tritiva e estimulante das reservas do organismo. O geni-
papo, fruto da árvore do mesmo nome, tem um caldo rico
em ferro e a polpa contém sais e açúcares; é um excelen-
te fortificante, bebida refrigerante agradável, de alto po~
der diurético, recomendável nos casos de edema generali-
zado em conseqüência de distúrbios renais ou cardíacos.
O abacateiro apresenta nas suas folhas e frutos importan-
tes propriedades medicamentosas; o fruto é nutritivo,
rico de sais, açúcar, óleo e amido, o chá preparado com
as folhas tem um forte poder diurético. O abacaxi é rico
de produtos nutritivos, sais, açúcar; o seu caldo contém
vitaminas.
Nas folhas da pitangueira, há um anti-febril precio-
so. E assim os frutos e folhas, de diversas frutas, pos-
suetn valiosa contribuição para a cura da humanidade so-
freclora.
Igualmente, entre as plantas ornamentais há muitas
possuidora| de propriedades medicinais, tais como: o fe-
degoso, canafístula, manacá e muitas outras.
Desta maneira, o estudo das propriedades das plan-
tas medicinais é um vasto campo que se abre à iniciativa
oficial, reunindo o maior número delas e pesquisando os
seus- produtos, de modo completo, afim de determinar to-
das as suas aplicações.
E' preciso pesquisar no campo e no laboratório até
conhecer todos os elementos que as plantas podem ofeiecer
em benefício do homem, do duplo ponto de vista alimen-
tar e medicamentoso.
NA INTIMIDADE
DO LAR
|
ARTIGOS FINOS'®. I
PARA CAVALHEIROS I,
Ouvidor - Gongalves
Dias I
dasajMlmj
S
102 Ò OBSERVADOR — lvi
oBSÊRUflcõeseconõmicflr
A CRISE CAFEEIRA
GUERRA européia, ou melhor, a per-da dos mercados europeus, produziu
uma nova crise da rubiácea, que se verificaexatamente no momento em que, após tan-tos e tantos sacrifícios,, se estava marchan-do para a solução racional do problema.
Desta vez, não cabe aos brasileiros, nemaos dirigentes da sua política cafeeira, aresponsabilidade pela situação, criada ànossa revelia e que não é um problema pu-ramente cafeeiro, mas que envolve todos os
produtos agrícolas de exportação, para osquais o Reino Unido não tenha interesse.Porque da Europa só ficou a Inglaterracom ligação direta com o resta do mundo.Todos os demais países, beligerantes ounão, estão bloqueados pela
" Great Fleet |.Esta situação nova, de verdadeira crise
ninguém poderá sequer pô-la em dúvi-da — serviu de pretexto a certos elemen-tos para porem em cena e apresentar aoGoverno projetos fantasmagóricos, em tôr-no do café.
E' curioso que estes planos sejam feitossomente em favor dos lavradores, como seo mundo cafezista fosse somente a lavourae não existisse esta coisa chamada o comér-cio de café, que, desde os primórdios davida do produto no Brasil, tem sido o seufinanciador e o seu defensor natural. Êstenão tem dado o seu apoio a tais pedidos.Pelo contrário, em demonstrações explícitase inequívocas das suas associações de cias-se, tem vindo a público dizer que as me-didas até aqui tomadas teem sido boas; e so-mente dentro de tal linha — a nova linhade conduta adotada, desde Novembro de1937, quando se inaugurou a política de con-corrência — pode o produto ser ajudado pe-los poderes públicos.
O comércio tem um sentido muito acura-do do bem público e sabe que não seria pa-triótico, nem honesto, solicitar medidas queviessem beneficiar uma só classe, em detri-mento da coletividade.
Sabe que a "
quota de sacrifício " é uma
medida antipática, mas que foi criada pararetirar do mercado excessos invendáveis eque não pode ser abolida exatamente nomomento em que estes excessos se duplica-ram, em virtude da perda dos mercados eu-ropeus. Sabe que a missão sem lastro e semcomedimento é um atentado contra a rique-za geral, contra o bem estar do povo, con-tra o standard de vida da população brasi-leira, e que não seria equitativo, portanto,emitir para comprar café.
Sabe que a modalidade da emissão comlastro de café é coisa tão infantil que sómesmo muita ingenuidade ou muito desço-nhecimento das coisas poderia explicar.
Sabe que seria de conseqüências desas-trosas para a economia do produto pensarem valorizá-lo e levantar-lhe artificialmen-te os preços, neste momento, porque setal fizessemos, as cotações externas nãoacompanhariam as internas, que viessemosa impor, e deixaríamos de exportar o que,na realidade, ainda podemos vender aos fre-
* guezes que sobram no mercado internacio-nal.
Sabe ainda que o Governo não tem de on-
de»tirar quatro milhões de contos, paraatender a planos fantasistas, feitos com a
finalidade única, qüiçá, de produzir agita-
ção, tão absurdos são, logo ao primeiroexame.
Porque tudo isto tem sido pedido ao Go-
vêrno. Longe de solicitar tais coisas, o co-
mércio tem se limitado a pedir dos pode-res públicos apenas facilidades de crédito e
financiamento.
A crise cafeeira existe, como existe a cri-
se da madeira, a crise da laranja, a crise do
cacau e a crise de quase todos os nossos
produtos agrícolas. Novas medidas por par-te do Governo tornam-se necessárias, afim
de que a tempestade seja enfrentada, sem
perigo de ruina para os produtores e paraos comerciantes. Mas estas medidas teem
que ser tomadas dentro da linha já tra-
çada, com antecipação, antes do início danova safra, depois de maduro estudo, feitocom a colaboração do Conselho Coiisulti-vo do Departamento Nacional do Café,das associações de classe e do> comércio eda lavoura em geral.
Já foram mobilizados, para a safra atual,recursos extraordinários no montante de400.000 contos, conseguidos sem emissãode papel-moeda. Estão sendo retirados domercado, além dk "quota
de equilíbrio",imposta a toda a produção cafeeira do Bra-sil, 30% da safra paulista, através de uma"
quota suplementar", paga a preços demercado. Estão sendo compradas pelo D.N. C., nos mercados de S. Paulo, 400.000sacas, na praça de Santos, de cafés bai-xos, e mais 1.500.000 sacas, de conheci-mentos das quotas
"direta" e
" retida " da
safra passada, paulis'ta, também à preçosde mercado. Estão sendo trocadas, da safravelha por cafés da safra nova, de S. Pau-lo, mais 1.500.000 sacas.
É' muito.Não basta, porém? Então, que novas me-
didas sejam postas em prática, através debonificações de exportação, de financiamen-to a juros baixos e de medidas similares,dentro das leis econômicas e dos hábitos docomércio. Tudo o que sáia disso é aber-ração. E a maior das aberrações é, sem dú-vida, o pedido, alhures formulado, da sus-pensão do atuaL "
Regulamento de Embar-ques , porque sôbre êste Regulamento, re-cebido com aplausos pelas classes interes-sadas, quando de sua expedição, foi que oscomerciantes basearam os seus negócios efizeram os seus cálculos para todo o decur-so da colheita.
Pedidos desta ordem, longe de melhora-íem a situação, a agravam sobremaneira,porque criam o desassocego, a falta de con-fiança e deprimem o mercado, pelo medodo cáos, que suscitam.
?
IMPRESSÕES DE PERNAMBUCO
p ROCEDENTE de Pernambuco, acaba
r regressar a esta capital o '$r.
secre-tário do Ministro da Agricultura.
Nesse Estado, o representante do titularda Agricultura — integrando a comitiva dointerventor federal que excursionou pelo
sertão — tomou parte nas solenidades inau-gurais de vários melhoramentos executa-dos pelo Ministério, em cooperação com ogoverno pernambucano.
Por intermédio do Serviço de InformaçãoAgrícola, o secretário do
'sr. Ministro de-
clarou estar satisfeito em conhecer, agoraa região sertaneja de Pernambuco, cujodesenvolvimento agrícola é um fato eviclen-te é promissor.
Em Serra Talhada, além de assistir àsfestas da inauguração da Usina de Benefi-ciamento de Algodão "Fernando
Costa",com capacidade para 8 toneladas diárias!
presenciou, ainda, a inauguração do pri-meiro grupo de casas da Vila Operária aliconstruída.
No alto sertão — acrescentou — são vis-tas obras de assistência social semelhantesàs realizadas; no Recife pela campanha con-tra o primitivo mocambo. As casas dessaVila são idênticas às da Vila das Lavadei-ras na capital pernambucana.
Assistiu, ainda, no mesmo município, aolançamento da pedra fundamental do edificio da Escola Rural " Braz Magalhães".
A seguir, o auxiliar do titular da Agri-cultura ressaltou o espírito de colaboraçãodo govêrno de Pernambuco posto em prá-tica em relação ao Ministério, na execuçãodos serviços de fomento agrícola e animal.Êsse fato explica a razão pela qual o Mi-nistério está levando a efeito, em Peruam-buco, grandes empreendimentos.
Do próspero município de Serra Talha-da viajou para Correntes, visitando aí a Es-tação Experimental, onde predomina o al-
godão herbáceo, variedade H-105, enquan-to o
"mocó" se destaca em Serra Talhada,
diferenciando assim as duas zonas serta-
nejas.Logo após, visitou o município de Gara-
nhuns, que está cultivando o trigo, com re-sultados animadores, rumando depois paraGlória do Goitá. Ai inspecionou a EstaçãoExperimental, apreciando, com entusiasmo,a sua organização e funcionamento.
Prds,seguindo, disSe de sua visita às Fá-
bricas " Pçixeem Pesqueira, e às de in-
dustrialização do caroá, em Caruaru'. Nes-te tocafite, já teve ocasião de fazer um re-latório ao Ministro sôbre a necessidade da
instalação de campos de cooperação de ca-
roá, para distribuição aos lavradores de se-
mentes selecionadas das melhorés varieda-des, afim de oferecer maiores facilidadesà industrialização da fibra, encontrando da
parte de S. Ex. o maior interesse em au-
xiliar os agricultores.A rede cooperativista se estende por todo
o território pernambucano^ facilitando gran-demente o levantamento do nível econômi-co do Estado e que ora repousa em base
sólida.Sôbre os 'serviços do Ministério da Agri-
cultura sediados em Pernambuco trouxe
boa impressão, já transmitida ao titular da
pasta.Finalmente, destaca o êxito da campanha
contra o mocambo, tendo notado extraorcn-
nária diferença, estabelecida em menos de
um ano, nas habitações populares, na pro-
gressista e importante unidade do Nordeste
Brasileiro.
m
O OBSERVADOR
LVI
PALMEIRAS
A SE há dias nesta capital o
^ consult°r"ie . . i "Roía
de Fomento Economco inúmeras 0bras
Êsse técnico onomia nacional, tendo
de ^"^especialmente
à bibliografia
se dedicado e?p ^ _ ;1 occ1intn em QUe se- de, í ras do Brasil, assunto em que se
SaPc<Ju como autoridade de real merea-
ment0' *A\n do Serviço de Informa-P°!' 0
agrônomo Gregório Bondar
«o ° Estado da Baía, sendo um
P iaiores da União, possue grande va-
dos maiores oa recursos naturais.35 maiores u* recursos naturais
riedade de chma, problemas múltiPor estes razoes
orientaçã0 do apro-
pios e c°mp£ [01ltes de produção. Para
veitamento Governo criou di-
simplificar a s"a as maiores
versos institutos, { ir pecuária e,
ÍOnnarte°geràl, o Instituto Central de Fo-
na ^ Fclnóm eo da Baía. Cada um desses
£&
C<queOrientam
SÍ u°Sa1 siT ccS"® ^ssas
atividades e, diretamente ^tua para est,
lar a produção das múltiplas riqueza* g
rn1 O C
A riaueza potencial da Baía é grande.
Infelizmente múltiplos fatores na historia
do Estado deixaram esses recursos ¦inexplo-
rados O momento economico atual poe ei
evidência o problema das fibras, dos óleos,
da celulose, dos produtos alimentícios lo-
cais. Essas atividades se acham ser^amente
encaradas pela Secretaria da Agricultura do
Estado, que age de acordo e em articulaçao
com o Ministério da Agricultura .
Para incentivar a produção, o Governo
atua diretamente sôbre os agricultores, cri-
ando numerosos campos de cooperação, es-
tações e campos experimentais, núcleos co-
loniais, etc. O problema e complexo, exige
muitos recursos, que nas emergências eco»-
nômicas atuais nem sempre são fáceis.
No cenário econômico do momento, um
dos magnos problemas do Brasil é a ques-
tão de fibras de aniagem. A solução dêsse
problema está sendo procurada tanto pelos
poderes públicos, como pelos particulares,com perspectivas econômicas animadoras.Pelas condições do clima e do solo, a Baía
se destaca no panorama econômico brasilei-ro por inúmeras fontes de riqueza, entreas quais é justo indicar as múltiplas espé-cies de palmeiras úteis, palmeiras produto-ras de óleos, ceras, fibras, etc. O aprotvei-tamento da enorme riqueza nativa se achaem devida evolução.
A exploração das sementes oleaginosasdas palmeiras, principalmente das do licurí,necessita de maquinário, para racionalizar,baratear a produção. Problema de fácil so-lução, porém ainda não resolvido em defi-nitivo. A exploração da cera do licurí en-controu também suas dificuldades. Não ob-stante estas, às duas atividades se acham emfranco e rápido progresso.
Em três anos apenas, a exportação dacera do licurí subiu de algumas dezenasde contos para mais de mil.
Calculamos que o número de licurizeirosno Estado da Baía atinge um algarismoastronômico de cêrca de cinco biliões. Ra-cionalmente explorados, constituem êles umpotencial econômico de imensa envergadura.'eníicou-se
que a mesma palmeira, além
%
de produzir óleo e cera, fornece pelas suas
folhas boas fibras industriais.
O Ministério da Agricultura, pela Secção
de Fomento Agrícola na Baía, está estudan-
do detidamente a situação dêsse preciosovegetal, afim de adotar as medidas necessá-
rias ao incremento de sua exploração ra-
cional. Diversas outras palmeiras nativas
esperam o seu devido aproveitamento. Das
palmeiras cultivadas, o coqueiro e o dende-
zeiro são objeto de cuidados do Govêrno.
De acordo com as diretrizes estabelecidas
pelos poderes públicos, o Instituto Central
de Fomento Econômico da Baía. pelo seu
departamento técnico-agrícola, publicou oito
boletins, dedicados principalmente ao e$tu-
do das palmeiras: licurizeiro e outras na-
tivas e o coqueiro, boletins que tiveram
grande repercussão e procura.Esta atividade, contínua, visando para um
futuro próximo investigações sôbre outras
palmeiras, tais como a piassaveira, o den-
dezeiro, etc.
TOMATE
103
se totalidade de pirita que o mesmo en-cerrava, seguindo-se a distilação em for-nos da companhia proprietária.
Resultou um coque de bom aspecto, bri-lhante, resistente e que, remetido ao dire-tor do D. N . P. M., foi mandado analisarno Laboratório Central dêsse Departa-mento, apresentando os seguintes resulta-dos; Umidade — 1,37%; Matéria volátil,0,44%; Carbono fixo, 78,57% ; Cinzas, ...19,62%, e ainda 0,51% cie enxofre e 6.410
calorias.Êsses resultados, obtidos com aquela
amostra, permitem cálculos bastante otimis-tas para o coque de Cresciuma, que apre-
senta teores de impurezas (cinzas e enxo-fres) bem suportáveis para a siderurgiacom minério nacional muito puro do centrode Minas Gerais.
O fato cresce em importância numa épo-
ca como a atual, em que a questão da si-
derurgia vem interessando grandemente o
Govêrno do País.
O ocorrido constituiu motivo de satisfa-
ção para o Ministro Fernando Costa, quedeterminou sua comunicação ao público.
'TODOS os anos realiza-se em Pesqueira,
Pernambuco, no mês de Agosto, a fes-
ta do tomate. E' uma oportunidade que se
oferece aos interessados de observar os
progressos que, anualmente, apresentam a
cultura do tomateiro e a indústria do ex-
trato do respectivo fruto.
Numa área superior a mil hectares é, em
pleno agreste, praticado o plantio do toma-
te. Para que lhe seja assegurada uma pro-
dução econômica, o Govêrno, em cooperação
com a firma Carlos de Brito, vem proceden-
do a experimentos tendentes à consecução
de variedades adaptáveis ao meio e resisten-
tes a pragas e moléstias.
Nessa ampla cultura, feita com o fim de
atender às necessidades de consumo, aplicam
a sua atividade várias centenas de operá-
rios que obedecem, nas diferentes operações
agrícolas que lhes são atribuídas, a normas
racionais de trabalho, estabelecidas pelos
técnicos que orientam a referida cultura^
Como se vê, é bastante que nas regiões
mais remotas e de condições aparentemen-
te hostis, apareça um espírito empreende-
dor para transformá-las em uma base de ri-
queza florescente. O que fizeram os pro-
dutores Carlos de Brito, com o tomate, c
José de Vasconcelos, com o caroá, no Esta-
do de Pernambuco, deve animar a que se
apresentem, nas zonas nordestinas da
caatinga e sertão, pessoas que os imitem
com o aproveitamento industrial da fibra
de carrapicho e abacaxi, cuidando, simul-
taneamente, de uma exploração agrícola ra-
cional dessas plantas, cujos prestimos se
desenham tão promissores.
CHARQUEADAS
A PECUÁRIA está tendo um grande des-
envolvimento em todo o País e o Mi-
nistério da Agricultura tem intensificado a
sua ação no sentido de facilitar aos cria-
dores o que estiver ao seu alcance.
O desenvolvimento das charqueadas é a
prova de que a pecuária está em grande
progresso. , _No Rio Grande do Sul e no Parana sao
importantes esses serviços. Agora, no Es-
tado de Minas, as. charqueadas teem tomado
um notável impulso. Haja visto que em
1935 existiam ali apenas 12 charqueadas
com 3.330 contos de capital e 514 pessoas
em seus trabalhos; em 1936 o número» subiu
a 18, com 6.548 contos de capital; em 1937
ê^se número se elevou a 30, com 7.940
contos de capital; no ano seguinte passou
a ser de 23 o número de charqueadas, mas
o capital subiu a 8.527 contos.
A produção delas foi assim estimada.
8.926 tons., no valor de 10.860 contos em
1935- 13 992 tons., valendo 22.040 contos,
em 1936; 21.332 tons. 110 valor des 331.194
contos em 1937, e 16.618 tons. em 1938, no
valor de 27.884 contos de réis.
Vê-se, por êsses cálculos, que a produ-
ção tem aumentado sensivelmente, tendo
nara isso muito concorrido a açao patnoti-
ca e enérgica do Govêrno Federal pelos seus
órgãos competentes.
COQUE PARA SIDERURGIA
C\ SERVIÇO de Publicidade do Ministé-^
rio da Agricultura informa que no ul-
timo despacho que teve com o Ministro da
Agricultura, o Diretor Geral do Departa
mento Nacional da Produção Mineral co-
municou-lhe os resultados promissores j a
obtidos com a fabricação de coque meta-
lúrgico, partindo do carvão de Santa ca-
"O carvão foi extraído da mina Herciho
Luz, em Cresciuma, naquele Estado, e o
beneíiciamento constou de escolha e de
vagem em "jigs"
para eliminaçao da qua-
fibras nacionais
C* DNSIDERANDO ser de imprescindível
Tt as nacona^a indústria detec.dos
Economia'Nacional resolveu_ que: as3 fáb>n-
cas de tecidos de aniagem sao obrigadas a
empregar, na manufatura de seus produ-
tos em mistura com juta indiana, uma per-
centrem mínima de 10% de fibras nac.o-
na Ficam obrigadas todas as cordoanas
a empregar, no fabrico dos produtos abaixoa empicfca -
tes fibras nacionaismencionados, as seguintes nui
nas proporções indicadas: a) — 1UU P°r
cento de fibra de caroá em todos os barba -
-- <::: :• ;f; j
¦ - r'?T^
*•''
;'''#U' v 1' it, Hi v " '£ *tl1 .v H '' " /¦. s. ' 1 '<V 1 ~f jl$§ j J WitM WPP - - , '' j-J" jf *,"*, ' r, )••'¦,. , "*/ ^A- Jev |«, | Hjf| g _ { / 'S' M *¦• , f$ ? | .
104 OBSERVADOR — lf/ I* •* ,*«'•'~'' T'' !' X.VJ, f* - ' >' '"' «;Jfy H.1,' _*• '" ';>£
J \ *j U/s<( ji „ - y' ~
H v tes engomados ate agora fabricados com CASULOS -. H
jutas de importagao; b) — 100 por cento de H
fibra de caroa ou outra qualquer fibra na- A PRODU£AO de casulos no Espirito I
cional em todos os demais produtos ate Santo, se bem que represente apenas H
agora fabricados com juta de importagao; uma parcela minima na produgao nacional, ^
^ ^ ¦
c) — 25 por cento de fibra de caroa in- constitue, no entanto, para o Estado, um in- A J% ¦
clusivamente em todos os fios, cordeis, cor- dice auspicioso do desenvolvimento de sua M w Mm l\T Mm w\* l\\J I
das de cabo, ate fcagora fabricados com fi- agricultura. A produgao de casulos apre- M H
bra de sisal nacional ou importada. senta-se em linha ascensional, e se con ^ I
prego das aludidas fibras, cujo em- nuar assim, muito em breve o Estado tera M ¦
prego ficou acima estipulado, nao devera uma produgao intensa, atestado eloquen e fl
exceder o prego das fibras similares impor- do trabalho e dos esforgos dos nossos fJl fl
tadas. agricultores, que encontram o melhor esti- lH I
Deliberou, tambem, a Comissao de Defesa mulo por parte do Governo Federal. I
da Economia Nacional que carece de sua O progresso da especie pode se verifi- MSM I
expressa autorizagao a importa^ao de todos car se compararmoa a produgao de 1933, /Ms/ JJ fl
os produtos manufaturados de juta e sisal. 53 qiiilos de casulos, com a de 1938,^que
JH (j
^ll/
iSK^^I
MOCAMBOS de amoreira e 24 quilos de ovos para cria- I ! I l
y NCONTRA eco nas classes mais repre- ^ ^ I
riha encetada pelo Governo do Estado contra jAL . Ios mocambos. Os usineiros do Estado, por ¦exemplo, que representam um potencial fi- p
RESUME„SE que a produSao do sal "•>' Inanceiro dos "jaiores, na regiao, estao dan- em
Cabo Frio atingira um total supe- PONVENCA-SE Dor si Ido seu apoio decid.do a xmc.ativa governa- Qr um dfi ;los a mais do que ~
O GiMette Lu Imental. Assim e que em suas propneda- anterior. Esta conclusao resulta dos se- - , Ides agncolas no interior ja construiram 1939
sairam do mullici. uma vez e verfi como e fa- ¦
2 692 casas de alvenar.a Algumas teem se yias maritimas e terrestre cil
fazer uma barba Perfe.ta, Isahentado como e o caso da Usma Catende ^.692.480
quilos, enquanto que s6 no pri- com a melhor das laminas! I
cujas construgoes da espece np semestre de 1940 a e:.porta?ao ja Inumero de 1.072 casas para seus morado- . 01 OAA QiQ ;1 I
res. Outra, a Fabrica Pirapame, construk. at,n«,u a 21-266.819 qu.los. I
91. A Fabrica Moreno merece, tambem, ^ Idestaque, visto como seus habitantes vivem ¦¦ Aem modestas porem graciosas residencias, dii^ikia um 111 311 ^VlVJ 11 Bdesfrutando de lindas paisagens. E' talvez AUBUM NA
unico exemplo no Norte, onde nao existe „ r , , , ~uma unica palho?a ou mocambo na zona ur- P EL,0 Professor Josue de Castro da Fa-
bana, d os alugueis das mesmas sao de pre- culdade Nacional de e icina 01 ana- L—— 1
?os ao alcance de todos, variando entre 15 Ifada em laboratono a castanha do Para. WHiMftliJ
I ic -.a;c a decomposigao quimica do produto denun- CULTURA DO COQUEIROC VV XI111 1 vlS • • . A • 4 11 • If *ciou
a existencia de uma albumina especifi-ca — a excelsina — contendo todos os aci-
M ANTEM o Ministerio da Agricultura, I
I CAROA* ^os
amina^os indispensaveis ao crescimento no Estado de Sergipe, um Campo clee ao equilibrio organico do individuo, ou se- Sementes de Coqueiro, dispondo de 40.000
A' de ha muito explorada e empregada ia' °,qfUeos fisiologistaschamam albumina mudas para distribuiSao, originarias de se-
> na fabricagao de barbantes e sacarias de ~mpleta de
f? vta or b»olog.co. E d.gno mentes escolh.das E como uma prova do
m aniagem, substituindo o algodao ou o pro- <?e se.r ?ssmalado tal acontecimeiito porque mteresse que esta despertando essa arvore
W:- prio linho, 6 caroa ja vem ate satisfazendo e ° u.n,c0 caso. ate
,ho)e ,conhecido de uma de mestimavel valor econom.co, e bastan-
o gosto mais exigente em materia de tra- albumlna comPleta de orl8em ve«etal ¦ te adiantar que os ped.dos excedem de mui-
—je. Nao sera pouco que se propague o va- A to aquela quantidade de mudas.
lor desta fibra que, alem de suas vantagens Esses pedidos| nao partem soinentc < o
intriiisecas de emprego, apresenta uma bem .A__ Estado onde esta localizado o Campo em
If? importante, qual seja o seu aparecimento, COCO ^ aprego. Da Baia, de Alagoas, de Pernam-
em grandes areas do nordeste brasileiro, em * audttapiaj • ^uco e *amb®m Estado do Rio sao em
^ estado nativo. Surge o caroa nas caatingas, A AM^LfAvAO das nossas perspectivas numero avultado as requisites das cita-
r\ nos lugares mais distantes, espontaneamen- , economicas teem sido objeto de conse- das mudas.
P" te. O seu aproveitamento na industria, cer- ?os, .ec"lcof e, apdio por parte do Mi- Aquele Campo, para que os interessadostamente, vira favorecer a economia nacional "lst^ri° da Agricultura aos lavradores, den- ng0 testemunhem o malogro de seus esior-
J; em geral e aos brasileiros em particular. tro de suas possibihdades, as mdustrias cor-
gOS nas cujturas dessa palmacea, esta di-" s A sistematizagao do uso do caroa importa r™ys Agricultura, dentre as quais, em vulgando instrucoes relativas ao seu plan-
medida do maior alcance para o desenvol- ®sta.y rascente, uma existe, ate agora nao tio e trat^mento. E' um engano supor-se
B vimento da cultura, por isso que as quali- devidamente explorada — a industria do
qUe 0 COqUeiro desenvolve-se bem em qual-? dacjes naturais de aparecimento concorrerao aproveitamento do coco para obtengao de
quer terreno. E' necessario que este seja
para maior facilidade de seu progresso. ilbras do seu pericarpo. ao menos de media fertilidade, pois se tia-
Ha que serem obedecidas as regras cien- Como o industrial Alberto Tourinho in- ta de uma planta das mais exigentes.— tificas e nunca deixar a natureza a respon- ventou e fabrica uma maquina que opera E' ainda necessario dar-se a plantagao
| sabilidade exclusiva da floragao da fibra. com bons resultados o desfibramento do uma distancia minima de 8 metros e traze-laComo substitute da juta e indiscutivel seu pericarpo do coco, de cujo processo resul- constantemente livre de larvas. Inteira-
valor, nao so material como economico> uma tam tre's produtos: o coco desfibrado, a fi- mente condenavel a pratica de se aplicaremvez que cerca de cem mil contos emprega bra e a cortiga — o Ministro Fernando 100 grs. de sal e 10 de verde pans no olhoo BrasiL na importagao de juta, para satis- Costa solicitou ao Presidente Getulio Var- da planta para ataque a pragas. E' de maisfagao das diversas necessidades que ela gas permissao para adquirir do aludido fa- de 40% o numero de plantas que deixam de
resolve. bricante, pelo pre^o de 1:500$000 cada uma, resistir a violencia desse tratamento.Felizmente, podemoa dizer, ja os poderes 50 maquinas para revenda, pelo custo, aos No combate as pragas e doengas do co-
ptiblicos resolveram determinar o uso obri- agricultores registrados em seu Ministerio, queiro devem ser utilizados os metodos
gat6rio de uma percentagem elogiavel, no no que concordou o cbefe do Governo, au- aconselhados para as outras plantas. O que> fabrico de tecidos, fios, etc., de caroa. torizando a compr;a. £ indispensavel e proceder-se a uma fiscah-
a mm a
O OBSERVADOR
tes engomados até agora fabricados com
jütas de importação; b) — 100 por cento de
fibra de caroá ou outra qualquer fibra na-
cional em todos os demais produtos até
agora fabricados com juta de importação;
c) — 25 por cento de fibra de caroá in-
clusivamente em todos os fios, cordéis, cor-
das de cabo, até fcagora fabricados com fi-
bra de sisal nacional ou importada.
O preço das aludidas fibras, cujo em-
prego ficou acima estipulado, não deverá
exceder o preço das fibras similares impor-
tadas.V Deliberou, também, a Comissão de Defesa
da Economia Nacional que carece de sua
expressa autorização a importação de todos
os produtos manufaturados de juta e sisal.
MOCAMBOS
U N CONTRA eco nas classes mais repre-
sentativas de Pernambuco a campanha
riba encetada pelo Governo do Estado contra
os mocambos. Os usineiros do Estado, porexemplo, que representam um potencial fi-
nanceiro dos maiores, na região, estão dan-
do seu apôio decidido â iniciativa governa-mental. Assim é que em suas proprieda-des agrícolas no interior já construíram2.692 casas de alvenaria. Algumas teem se
salientado, como é o caso da Usina Catende,
cujas construções da espécie alcançaram o
número de 1.072 casas para seus morado-res. Outra, a Fábrica Pirapame, construiu91. A Fábrica Moreno merece, também,destaque, visto como seus habitantes vivemem modestas porém graciosas residências,desfrutando de lindas paisagens. E' talvez oúnico exemplo no Norte, onde não existe
uma única palhoça ou mocambo na zona ur-
bana, è os alugueis das mesmás são de pre-
ços ao alcance de todos, variando entre 15
e 35 mil réis.
p RESUME-SE que a produção do sal
em Cabo Frio atingirá um total supe-
rior a um milhão de quilos a mais do quea anterior. Esta conclusão resulta dos se-
guintes dados: em 1939, sairam do municí-
pio, por vias marítimas e terrestre,
41.692.480 quilos, enquanto que só no pri-meiro semestre de 1940 a exportação jáatingiu a 21.266.819 quilos.
pONVENÇA-SE por si
|g| proprio. Use Gillette Azuluma vez e verá como é fa-cil fazer uma barba perfeita,com a melhor das laminas!
p ELO professor Josué de Castro, da Fa-culdade Nacional de Medicina foi ana-
lisada em laboratório a castanha do Pará.A decomposição química do produto denun-ciou a existência de uma albumina específi-ca — a excelsina — contendo todos os áci-dos aminados indispensáveis ao crescimentoe ao equilíbrio orgânico do indivíduo, ou se-
ja, o que os fisiologistas chamam albuminacompleta de alto valor biológico. E' dignode ser assinalado tal acontecimento, porqueé o único caso até hoje conhecido de umaalbumina completa de origem vegetal.
CULTURA DO COQUEIRO
CAROA
INDÚSTRIA DO CÔCO
o observador
- LVI
, „rmanente dos coqueiros, principal-
zaçâ° o mio novos, afim de se surpreende-
mente quando no 'manifestações
de qual-
d! p«g" d°ença e m°ver-ihes com"
êsses cuidados, a produção mediaCom esses atualmente, de 25
dc cada coqueiro, ^
apassará a de
frUt0S ^constituindo, então, uma das
piores e seguras fontes de riqueza de nos-
sa economia.?
SAFRA DE TRICÔ DO PARANA'
nnMcTITUIU, no Estado do Parana,
C notávei acontecimento, a festa da co-
"'setundo^infòrmações recebidas pelo Mi-
nistro da Agricultura, apesar da seca exis-
tente desde Abril último, a variedade de
riso denominada "Puzza 4" esta se por-
"fdo adrairavelmente bem, razão por que
espera-se no norte do Paraná, uma safra
êste ano de setenta mil sacos, ou seja, tres
vezes maior do que a do ano de 1939.
O sr. Gastão Faria, em comunicação ao
Ministro Fernando Costa,^ adeanta ainda
nue ao percorrer os Mumcipios_ de Camba-
rá Cornélio Procópio, São Jeronimo, Lon-
drina, Sertanópolis e Jacarezinho, pode
constatar o interesse, cada vez mais crescen-
te, pela cultura do trigo, ja disseminada
nas pequenas lavouras paranaenses, enquan-
to que os triticultores, cada vez mais sa-
tisfeitos com o auxílio do governo, prome-
tem aumentar suas culturas.
Acredita o sr. Gastão de Faria que, den-
tro de mais alguns anos, poderá o norte
do Paraná suprir uma quarta parte do trigo
necessário ao consumo do Brasil.*
O mencionado chefe de serviço, para aten-
der à recomendação do Ministro Fernando
Costa, inspecionará os municípios triticulto-
res do sul do Estado.
PREVISÕES
Q Brasilian Information Burcau diz que a
situação européia continua a preocuparseriamente a imprensa norte-americana e as
publicações técnicas das indústrias e do
comércio importador. O receio de que os
Estados Unidos se vejam privados de cer-
tas fontes de produção natural continua a
provocar conjeturas a respeito das capaci-
dades de produção dos principais fornece-
dores latino-americanos. E* interessante
destacar-se o artigo editorial do " THE
COSHOCTON TRIBUNE", diário dc
Cleveland, Ohio — o Estado da Indústria
da borracha — no qual se nota a preocupa-
ção das indústrias acerca de outros produ-tos naturais. O referido jornal declara quecertos artigos — como a seda e a própriaborracha — já encontraram solução nas ma-
térias sintéticas, de fabricação nacional nor-
te-americana. Mas, quanto ao manganez,
indicam o Brasil como o fornecedor lógi-
co, em caso de mais graves emergências.
COOPERATIVISMO EM SANTA
CATARINA
SUBSTITUIÇÃO DA |UTA
Q MINISTRO Fernando Costa acaba de
remeter ofício a todos os secretários de
Agricultura dos Estadds, solicitando, de
acordo com as sugestões que serão enviadas,sejam aplicados os sacos confeccionados comalgodão nos envólucros de mercadorias, co-mo o algodão, cereais e outros produtos*geralmente ensacados com tecidos de juta.
E' interessante lembrar que o referido ti-tular, quando secretário da Agricultura deS. Paulo, fez estudos a esse respeito, che-gando à conclusão de que os sacos de algo-dão são tão bons ou melhores do que os dejuta, não tendo sido então aconselhados de-vido ao preço elevado do algodão.
Atualmente, porém, devido às dificulda-aes de exportação desse produto, bem co-mo da importação da fibra indiana, alémdo incremento que vem tomando a produ-Çao de fibras nacionais, é oportuna a utili-zação do algodão na sacaria e na tecelagem
e panos grosseiros, sendo talvez possívelenta-la no ensacamento do café.O inconveniente da furagem para prova
P, C0IJteúdo já está hoje resolvido com te-ciüos iortes, de forma a permitir essa ope-ração.
r| INTERVENTOR federal em Santa #
Catarina criou há pouco tempo, nesse
Estado, a Diretoria de Economia c Assis-
tência ao Cooperativismo, subordinada a
Secretaria de Viação, Obras Públicas e
Agricultura.Naquele mesmo mês fundaram-sc no dis-
trito de Pedreira, município de Joinvile,
duas importantes cooperativas de produ-
ção, sendo uma de açúcar, álcool e aguar-
dente e outra de laticínios.
O número dc associados eleva-se a 200,
em cada uma, estando ambas com as suas
usinas já instaladas.
A D. E. A. C. tem por finalidade ín-
centivar, orientar, controlar e fiscalizar a
organização e o funcionamento das socieda-
des cooperativas, de acordo com a legis-
lação federal, bem como exercer igual ação
sobre a padronização, classificação e fisca-
lizaçao de matérias primas e produtos ágri-
colas e pecuários destinados à exportação
para o interior e exterior do País.
Com essa deliberação do interventor N_e-
teu Ramos, o Estado de Santa Catarina
está aliado à Campanha do Cooperativismo
encetada pelo Ministério da Agricultura,
de acordo com o plano aprovado pelo Pre-
sidente da República. . .Assim, dentro em pouco, o cooperativis-
mo será apontado pelos catarinenses como
um dos fatores mais. importantes do pi o-
gresso econômico de seu Estado.
105
fixar a melhor época de plantio, o tipo desolo mais aconselhável, etc.
No referido campo serão plantadas nu-merosas carnaubeiras, com o objetivo dedistribuir gratuitamente boas sementes paraos lavradores e assim disseminar a práticado cultivo racional da preciosa palmeira, o
qual permitirá densificar os carnaubais
piauienses.O interventor — que se fazia acompa-
nhar pelo representante do Piauí junto aoGovêrno Federal — agradecendo a colabo-ração eficiente e rápida do Ministro daAgricultura, teve ocasião de declarar que oPiauí deverá produzir êste ano cerca de 3milhões de quilos de cêra de carnaúba, novalor aproximado de 100 mil contos deréis, sendo que o maior importador são os
Estados Unidos.
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL
Q CORRESPONDENTE do Serviço deInformação Agrícola em Fortaleza co-
municou que é pensamento do sr. secretá-
rio da Agricultura do Ceará inaugurar, no
próximo dia 7 de Setembro, a Estação Ex-
perimental de Sericicultura do Nordeste,
construída nos arredores daquela capital
pelo govêrno cearense, com a colaboração
do Ministério da Agricultura.
O novo órgão sericícola, que foi organi-
zado pelo agrônomo J. Nogueira de Car-
valho, técnico em sericicultura do referido
Ministério, obedece às mais recentes con-
quistas e tendências da ciência sericícola,
constituindo, por isso, um estabelecimento
modelar para os demais Estados nordesti-
r.os interessados no fomento da indústria
sericícola sob diretrizes agronômicas.
Além da Estação, em Fortaleza, o Servi-
ço de Sericicultura do Estado disporá de
três postos séricos, sediados nas zonas tí-
picas do Estado, os quais possuirão vivei-
ros de amoreiras sirgárias para criações ex-
perimentais e a maquinaria suficiente para
atender às necessidades dos criadores lo-
cais.
Quando esteve no norte, o Ministro Fer-
nando Costa examinou os planos de traba-
lho e as instalações do Serviço de Seriei-
cultura do Ceará, aprovando-os e oferecen-
do novos auxílios do Ministério da Agricul-
tura para que o programa de ação seriei-
cola do interventor tenha cabal cumpri-
mento.
CARNAÚBA
I? M vista da grande procura que vem ten-
do a cêra de carnaúba, o interventor
federal no Piauí acaba de-concertar com
o Ministro da Agricultura importantes me-
didas tendentes a racionalizar a exploração
da carnaubeira, que vegeta em abundancia
no referido Estado, sem contudo apresentar
densos carnaubais.
Após estudar o assunto, o^ titular da
Agricultura resolveu colocar a disposição
do Piauí um agrônomo para «tpmarw
um campo de sementes, onde sera ver i *
o comportamento da carnaubeira,
FIBRAS ESPANHOLAS
o CONSULADO do Brasil em Cadi_z,
Espanha, informa que: "A importação
de fibras artificiais, inclusive a seda, ascen-
de a 8.000 toneladas anuais, no valor de IV
milhões de pesetas ouro, mas o Departamen-
to Agrícola pensa anular totalmente, e em
breve prazo, essa importação. Trata-se ja
de incrementar a produção nacional em pio-
porções consideráveis para cobrir o déficit
de algodão e de lã, não existindo íicu
dade alguma de ordem técnica e economica
que se oponha a êsse fomento industrial. O
desenvolvimento da produção nacional des-
sas fibras está previsto no programa da
"celulose têxtil", já ^ ' c\ 14 000nado A sua produção passara de 14.UUU
toneladas, no segundo ano do programa, a
56.000 até o décimo ano da etetivaçao
ir esmo ficando assim cobertas nao _so a
necessidades correspondentes à situaçao^dos
33% do algodao importado, os %
106
estrangeira e dos 100% das fibras artifi-
ciais, como também as necessidades suple-
mentares derivadas do aumento do consu-
mo, como um efeito lógico do ressurgimen-
to econômico da Espanha. As fábricas in-
cluidas no programa, em número de qua-tro, com uma capacidade inicial de 7.000
toneladas cada uma, ampliável a 14.000, sé-
rão instaladas em Santander, Huelva, Cas-
tilla e Andaluzia, para aproveitarem como
matérias primas celulósicas o " eucalipto
as duas primeiras, a "palha de cereais", a
terceira, e a "cana comum", a última, tra-
balhando todas elaá em completo ciclo pro-dutivo, integralmente nacional. A economia
de divisas eqüivaleria a 55 ou 60 milhões
de pesetas ouro, ficando o rendimento na-
cional aumentado em mais de 200 milhões
de pesetas por salários, juros e outros be-
nefícios econômicos., A primeira das pro-jetadas fábricas será construída na provín-cia de Santander, dentro de brevje prazo, e
produzirá, no primeiro período do seu fun-cionamento, de 7.000 a 8.000 toneladas defibras artificiais, cobrindo assim, na sua to-talidade, o atual déficit desses produtos. Asdemais fábricas serão instáladas dentro dos
prazos previstos no programa. "
?
FUMO NA INGLATERRA
jVjERECEM atenção as informações en-viadas pelo cônsul do Brasil em Lon-
dres, sobre os diversos aspectos do comer-cio do fumo na Inglaterra, e que foram pu-blicadas no Boletim do Ministério do Ex-terior.
E' o seguinte o texto das referidas infor-mações:
" O fumo constitue uma matéria prima
imprescindível à vida do povo inglês.
Depois do ano de 1914, o consumo deste
produto aumentou sensivelmente, ascenden-
do de 900 para 1.500 gramas per capita.
A Grã-Bretanha é o maior comprador de
tabaco no mercado mundial,^ indo o valor
da sua importação anual além de 23 mi-
lhões de libras esterlinas, ou sejam cerca
de 180 mil contos de réis da nossa moeda.
Estima-se em 7.350.000 acres a área se-
meada com esta solanácea no mundo. Dês-
te total, 1.500.000 pertencem à índia Ingle-
sa, 1.400.000 aos Estados Unidos e 1.350.000
à China.Ao Brasil cabe a superfície de 350.00
acres, cabendo-lhe, entretanto, o 5o lugar
entre os grandes produtores, com 3,5% da
safra mundial.A primeira impressão é a de que a Ingla-
tôrra vai procurar o fumo necessário ao seuconsumo nos domínios; entretanto, apenas20% do total das suas compras provêm doImpério; os 80% restantes procedem de ou-tros países, principalmente dos Estados Uni-dos (73%).
Em 1926, quando foi assinado o Tratadcde Ottawa, cogitou-se seriamente do estí-muío da cultura dêste produto na índia, Rodésia, Canadá, Niassa, Austrália e Nov:"Zelândia.
O progresso verificado com tais medida
protecionistas foi apreciável, houve verd--deiramente incremento nas plantações doImpério, mas ainda insuficiente para aten-der às necessidades do mercado britânico,
que tem outras exigências além da quanti-dado e do preço.
E' notável a preferência do consumidor in-
glês pelos fumos claros.
Para uma importação valendo cerca de22.770.000 esterlinas (1938), apenas 1.425.000 foram destinados aos fumos es-curos.
A obtenção das variedades louras é difí-cil e caprichosa, sendo mesmo dependente
O OBSERVADOR —
de uma série de fatores naturais e téenícos, entre" os quais destacam-se o clima Io solo.
Os próprios domínios, reconhecendo serimpossível aumentar as suas vendas semprévia transformação da qualidade da pro-duçãò, reálizam trabalhos neste sentidosendo já apreciável o conseguido pela "
ín-dia Leaf Tobaco Developmentque, alémda aclimatação dos tipos "
Virgíniaestádivulgando entre os plantadores o processo"Flue
Curing", no beneficiamento das Inlhas.
E' possível que, futuramente, -com pro-
dução mais valorizada e selecionada, maiorpercentagem da colheita indiana seja enca-minhada para o mercado britânico, desviãn-do-se do asiático, que é menos exigente epaga pouco.
Outro fator que corrobora para o au-mento do consumo do fumo louro, é a pre-ferência que os fumantes vão dando peloscigarros em detrimento do cachimbo e docharuto.
A importação de tabaco para cigarros au-mentou na Inglaterra cerca de 9 milhõesde libras (pêso) em 10 anos, enquanto quea do fumo para cachimbo declinou em 2 mi-lhões.
Por sua vez, o uso do charuto diminueconstantemente: 2.250.000 quilos em 1907
para 675.000 quilos em 1936. O valor daimportação caiu de 1.267.407 libras em1936, para 440.227 em 1938.
Do fumo importado, na Grã-Bretanha,para ser queimado em cachimbos, 73% pro-cedentes do Império, sendo os 27% restamtes procedentes de outros países. Para ci-garros, os domínios cooperam apenas com4%.
Algumas tentativas teem sido feitas paraa venda do tabaco brasileiro nos mercadosbritânicos, não alcançando entretanto, lie-nhuma delas, resultados positivos.
O nosso fumo em folha é difícil, para nãodizermos impossível, ser vendido na Grã-Bretanha, enquanto prevalecer a tarifa al-fandegária de 2s. por lb. para um produtocujo valor oscila entre 4 d. e 8 d. porlb. (453 grms.).
Os maiores fornecedores da Inglaterrasão os Estados Unidos que, para a importa-
ção global de 1938 — 347.110.756 libras— cooperaram com 257 milhões, cabendo orestante aos países do domínio (cerca do30%).
Para o total do fumo importado no anocitado, cerca de 314.702.000 libras foram gefumos claros (light) e 31.117.000 de fu-mos escuros (dark).
Como vemos, para conseguirmos venderfumo à Grã-Bretanha, teremos de produzirtabacos semelhantes aos do nosso maior con-corrente, a América do Norte.
Os resultados apreciáveis já alcançadospelas culturas selecionadas do município de
Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, sãoanimadores e constituem prova das nossas
possibilidades.Existem firmas inglesas que compram o
nosso fumo, principalmente da Baía, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, mas paraser colocado diretamente no ContinenteEuropeu, principalmente na Holanda, Bél-
gica e França.Indiretamente, tem sido introduzido neste
país algum fumo brasileiro. E' que exis-
tem certos detalhes neste negócio, que re~
querem, por sua vez, defesas dos importa-dores, sendo interessantes os que se rela-
danam com a percentagem da umi-dade e &
grossura dcfc talos do fumo em folha.
BANCO DO BRASIL
O MAIOR ESTABELECIMENTO DE CRÉDITO DO ÇAfS
Agências em todas as capitais e cidades mais importantes do país e correspon-dentes nas demais cidades e em todos os países do mundo.
CONDIÇÕES PARA AS CONTAS DE DEPÓSITOS:
COM JUROS (sem limite) 2% a. a. (retiradas livres)POPULARES (limite de rs. 10:0Q0$000) 4% a. a. ( " "
)LIMITADOS (limite de rs. 50:000$000) 3% a. a. ( " "
)PRAZO FIXO — de 6 mêses 4% a. a.
de 12 mêses 5% a. a.
PRAZO FIXO COM RENDA MENSAL —
de 6 mêses.... 3,1/2% a. a.de 12 mêses.... 4, Vi % a. a.
NOTA — Nesta conta, o depositante retira a renda, mensalmente,por meio de cheque.
DE AVISO — Para retiradas (de quaisquer quantias) mediante
x prévio aviso.
de 30 dias.... 3,1/2% a. a.de 60 dias 4 a. a.de 90 dias 4,!/2% a. a.
LETRAS A PRÊMIO (sujeitas a' sêlo proporcional)de 6 mêses 4% a. a.de 12 mêses. . ... 5% a. a.
Nesta capital, além da Agência Central, sita na rua 1.° de Março, n.° 66 estãoem pleno funcionamento as seguintes Metropolitanas:
GLÓRIA — Largo do Machado (Edifício Rosa) — BANDEIRA— Rua do Matoson-° 12 — MADUREIRA — Rua. Carvalho de Souza, n.° 299 ¦— MÉIER Avenida
Amaro Cavalcanti, n.° 27
sm 1Ng| jfffi um I | - "
o OBSERVADOR — LVI
De acordo com as exigências locais, o fu-
deverá proporcionar no maxi-
|| loV' de umidade," <^nd° ,°~r?uto
ico sujeito a um aumento de taxa
3,wária — o que sobrecarrega o im-
nrtàdor numa eventual evaporação duran-
To transporte marítimo mais ou menos de-
""oiabaco procedente do Rio Grande do
Sul assemelha-se com o de Kentucky, mas
Lm o grande inconveniente da espessura
exagerada dos talos. Importadores holande-
ses teem conseguido reexportar para o mer-
rado inglês algum fumo brasile.ro previa-
mente preparado, diminuindo ou extraindo
as nervuras. '
LINHO
POMO é sabido, a Carteira de Crédito
Agrícola e Industrial do Banco do Bra-
sil nas bases de seu Regulamento, concede
financiamento à agricultura e a industria
nacionais. Consoante o que estipula esse
seu regulamento, atendeu, no ano proximo
passado, a pedidos de plantadores de linho,
finaciando suas culturas. Os fenômenos at-
mosféricos havidos no período da cultura
impuzeram um insucesso às safras financia-
das. Assim, aquela organização providen-
ciou no 'sentido de que o penhor fosse es-
tendido às colheitas imediatas, para q^ue o
resultado das novas plantações viesse fazer
com que os plantadores se refizessem dos
prejuízos sofridos.
Desta forma, a venda da safra anterior
elstá seguindo um curso normal, imune de
qualquer exigência que force os lavradores
a dispor de seu produto por preço pouco
remunerador.A assistência a êste produto e umlj das
medidas que o Conselho Federal do Comer-
cio Exterior havia proposto ao sr. Presi-
dente da República.
manufaturados às casas retalhistas norte-
americanas. A emprêsa KRESGE, cuja fi-
liação de magazins do gênero "lojas de
2$" é uma das grandes potências do mer-
cado consumidor dos Estados Unidos, está
cogitando de importar certos artigos da
América do Sul, e para êsse fim enviará
um agente comprador aos vários países ca-
pazes de produzir as miudezas de interêsse
para o público americano.
Acha-se em organização o programa de
publicidade turística dos Estados Unidos,
para a divulgação das belezas naturais dês-
te país no estrangeiro, principalmente na
América do Sul. Para detalhes e impressos
descritivos, dirigir-se à UNITED STA-
TES TRAVEL BUREAU, 45, Broad,-
way, Nova York.
DE INTERÊSSE PARA OS EE. UU.
A Brcizilian Information Bureau diz que
a Mcrchanfs Associcition of Nezv York
enviou a cerca de 650 comerciantes, norte-
americanos um questionário para fazer uma
averiguação sôbre quais os produtos que
mais interessam aos mesmos. Relativamen-
te ao Brasil a lista de preferência e a se-
^"piassava — Cera de Carnaúba — Cera
de Abelha — Fibras — Mandioca (tapio-
ca) — Minérios vários — Plantas mediei-
nais — Timbó —¦ Couros e Peles — Casta-
nhas do Pará — Camurú — Óleos essen-
ciais — Óleos vegetais — Babassu g-
Oy
ticica — Mamona — Óleo de Algodão
Ossos e seus sub-produtos Inseticidas
_ Caseina - Ouricurí - Sub-produtos de
gado — Matérias para adubos — Ervilhas
e outros produtos alimentícios conge-
neres.
CERÂMICAS E OLARIAS
NOVA RAÇA DE SUÍNOS
I-¥V alguns anos o Ministério da Agri-
cultura importou da Inglaterra suinos
da raça W-essex Saddle Back, os quais fo-
ram distribuídos a várias de suas Estações
Experimentais, para efeito de estudos e ob-
servações de capacidade de adaptaçao cies-
se porcino à exploração de nossas fazen-
das. . | .A Fazenda Experimental de Criaçao de
Santa Mônica, em Juparanã, _ Estado do
Rio, conduziu observações em torno aos re-
feridos suinos, comparando-o com as raças
Duroc-Jersey, Polland-China, Hampshire
outras, mediante as quais foi apurada a ex
traordinária adaptação da raça vvessex
Saddle Back, que se provou rústica pro u-
fera, pouco exigente em matéria de ali-
mentação. E' ainda um suino. mixto de tacil
engorda e grande rendimento de banha.
A referida Fazenda, em Juparanã, está
vendendo leitões desta raça destinados a re-
produção, pondo assim ao alcance dos nos-
sos criadores mais um valioso elemento pa-
ra a riqueza de nossas fazendas-
OPORTUNIDADE
C ONTINUA a despertar interêsse a pos-
sibilidade do Brasil e outros países la-
tino-americanos fornecerem certes artigos
O SER VIÇO de Estatística da Produção,
do Ministério da Agricultura, antes de
proceder ao inquérito sôbre a industria ce-
râmica e oleira, procurou relacionar os.pro-
dutores dêsses artigos, nos vários munici-
pios do Pais. /
Há tempos foi dado a conhecer o nume-
rò de cerâmicas e olarias existentes em al-
guns Estados. Hoje, o Serviço de Infor-
mação Agrícola noticia que no Estedo de
Sta. Catarina, foram arroladas 495 este
belecimentos dêsse gênero, as8unju*£to
dos por municípios: Ararangua 49, Biguas
SÜ 7, Blumenau 19, Bom Retiro 5, Brus-
que 14, Caçador 1, Camboriu 3, Jampo
Alegre 1, Campos Novos 2, Canomhas 8,
Chapecó 7, Concórdia 5, Cresciuma 17, Cr -
zeiro 4° Curitibanos 1, Flor.anopolis 2^
Gaspar 4, Harmonia 15, Imarui 6, Indaia
14 Itajaí 21, Itaiópolis 3,
Taraguá 25, Lages 6, Joinvite 25, ^guna
6, Mafra 2, Nova Trento 4, Orleans ,
107
lhoça 30, Parati 2, Porto Belo 2, Pôrto
União 4, Rio do Sul 30, Rodeio 6, São
Bento 6, São Francisco 10, São Joaquim 1,.
São José 4, Tijucas 13, Timbó 12, Tuba-
rão 39, e Urussanga 17.
No Território do,Acre foram relaciona-
dos 9 estabelecimentos: Rio Branco 4, sen-
do um explorado pelo Governo do Territo-
rio; Cruzeiro do Sul l,.Feijó 1, explorado
pela Prefeitura; Sena Madureira 1, e 1 em
Xapuri.? i
FINANCIAMENTO PARA O CACAU
A S CLASSES conservadoras reuniram-se
na Baía, em Ilhéos, para tratar do as-
sunto relacionado com a grave crise do
cacáu. Nela ficou aprovado o cartel de ex-
portação assim como sua sugestão afim de
financiar a lavoura sob o controle do Ins-
tituto do Cacáu, por- um empréstimo de 40
mil contos com o Govêrno Central. r
O plano delibera que o empréstimo será
assim dividido i 25 mil contos de empresti-
inos com penhores dos depositos wat-
rants diretamente para o produtor; 10 mil
contos para firma'a exportadoras e 5 mil
contos para as cooperativas regionais. Nes-
sa reunião estiveram presentes, por seus re-
presentantes respectivos, dez associações de
classe.
A Associação dos Agricultores declarou
que só apoiará o plano após a aprovação
da Assembléia Geral.
MADEIREIROS DO PARANA' E SANTA
CATARINA
A COMISSÃO de Defesa da Economia
Nacional está em entendimentos com a
direção geral do Banco do Brasil, no seu-
tido de ser levado a efeito um financiamen-
to de emergência aos madeireiros dos üs-
tados do Paraná e Santa Catarina, com ba&e
110 recente decreto-lei que ampliou as atri-
buições da Carteira de Redescontos.
Os stocks nos portos dos aludidos Esta-
dos se elevam a 116.000 m3., sendo sufi-
dente a importância de 5.000 contos de.reis
para atender aos produtores que precisam
de adiantamento.
A produção, já um tanto reduzida cof
forme a portaria n. 64, e de 128.000 m3.
mensais. A exportação atualmente atinge a
uma média de 43.000 m3., e o consumo in-
temo já se eleva a 70.000 m3„ perfazen-
do exportação e consumo o volume mensal
de 113.000 m3.
Verifica-se, portanto, um excesso de ...
15.000 m3. mensais, o qual determinara e
será levada a efeito pela C. u. ü. cm.,
maior redução no limite do pinho a pro-
duzir, se não se der aumento previsto na
' exportação.
CASPA-QUÉDA DOS CABELOS
- CALVICIE
JUVENTUDE ALEXANDRE
c/v r-/xSRA EVITA A CALVICIE,
L_l rvi I rsl A A o A5KA, —_
108O OBSERVADOR — lvi
jhíiíüíi
RENDAS ADUANEIRAS
O Boletim do Conselho Federal do Co-
mércio Exterior dos últimos dias^ de Ju-
lho p. p. encontra-se uma nota sobre os
embaraços que a guerra trouxe ao nosso
comércio exterior, que' consequentemente
não poderiam deixar de influir^ sobre a ar-
recadação das alfândegas do Pais. Para me-
lhor esclarecimento do assunto transcreve-
mos a seguir a referida nota do> órgão es-
pecializado nos assuntos de comercio inter-
nacional:•
"Os direitos sobre as mercadorias ale-
mãs, que representavam, em 1939, a soma
de 26.223:810$, caíram em 1940 para ....
2.923:098$; sobre os da Polônia, notou-se
um acréscimo de 1.016:753$ para 1:391$;"e
da Tchecoslováquia, de 1.297:340$ para
34:030$.Se é verdade que a Alemanha se serviu
dos países limítrofes para enviar suas mer-
cadorias, a compensação pode ser procura-
da na Holanda, cujas mercadorias pagaram
de direitos 11.442:243$ em 1940 contra
4.075:025$ em 1939; e, na Itália, cujos di-
reitos foram de 2.813:847$ contra
2.044:492$; na Suécia, cujo aumento de di-
reitos foi de 711:702$; na Suiça, passando
de 2.024:055$ para 2.859:641$ os direitos
que percebemos.Outros países aumentaram sua importa-
ção e, assim, os respectivos direitos. A
maior importação coube aos Estados Uni-
dos, cujas mercadorias pagaram 57.030:447$ em 1940, contra 32.314:123$
^em 1939. Outros países fora do campo da
guerra também aumentaram suas exporta-
ções: o Japão, de cujas mercadorias per-
cebemos mais 1.942:302$; Portugal, com
um aumento de 433:532$; o Canada, com
24:646$.Dos outros países beligerantes vemos que
os produtos vindos da Inglaterra pagaram
14.116:024$, em 1940, contra 13.010:062$;
e a França, cujos direitos passaram de
6.581:091$ para 7.343:221$.
A importação de outros países| diminuiu,
pois arrecadámos menos, de direitos sôbre
produtos argentinos, réis 3.169:857$; Perú,
1.588:965$ Bélgica, 56.643$ Dinamarca,
480:383$; México, 6.125:431$.
As informações acima referem-se sómen-
te à importação pelo pôrto do Rio de Ja-
neiro.Pela Alfândega de Santos, cujos direitos
de importação foram superiores aos perce-480:383$; México, 6.125:431.
bidos pela do Rio de Janeiro —
201.165:395$, contra 158.174:403$ —as
importâncias de direitos a menos cobrados
em 1940, comparativamente em 1939, foram
estas, segundo os países de procedência:Alemanha, 20.782:638$; Argentina,
3.767:617$; Bélgica, 3 .-207:994$; Finlândia,
716:453$; Holanda, 2.181:247$; Perú, ...
6.671:596$; Polônia, 633:851$; Uruguai,
430:075$.Em compensação, assinalaram-se os.se-
guintes aumentos de direitos sôbre merca-
dorias provindas: dos Estados Unidos,
30.296:422$; França, 916:235$; Inglaterra,
Curso do câmbio da libra, do dólar e do franco fran
MÉDIAS DE COTAÇÕES DIÁRIAS
Em réis por unidade de moeda estrangeira
cês
MÊSES
LIBRA
Mercadolivre
Mercadooficial
DÓLAR
Mercadolivre
Mercadooficial
FRANCO
Mercadolivre
Mercadooficial
1938:
Março
J unhoSetembro. .
Dezembro..
1939:
Janeiro. . . .Fevereiro. .
MarçoAbrilMaio
JunhoJulhoAgosto. . . .Setembro. .Outub ro. . .Novembro.Dezembro.
1940:
J anei ro. . .Fevereiro.Março. . . .AbrilMaio
Junho.. . .
Julho
87.866 17,521 —87.414 17.602 —
85.427 17.655 —
82.836 17.719 —
82.678 17.671 —• 83.178 17.697 —
83.091 — 17.720 —
86.980 77.850 18.715 16.614 49588.696 78.107 18.444 16.624 50391.067 78.095 19.140
* 16.675 522
93.479 78.034 19.959 16.696 53192.303 77.835 19.933 16.717 52980.748 65.377 19.969 16.577 46680.012 66.829 19.893 16.584 45878.688 65.882 19.867 16.591 45078.098 65.194 19.870 16.594 446
78.722 65.801 19.862 16.574 45078.601 65.850 19.843 16.560 44976.230 62.833 19.814 16.568 42970.245 59.040 19.aP7 16.634 4'0365.628 55.101 19.797 16.634 37871.868 61.433 19.779 16.620 40175.93.0 60.600 19.776 16.627
554494486472
474473476
375
1.644:765$; Itália, 763:728$; Japão2.814:568$; Noruega, 55:329$; Portugal,339:210$; Canadá, 1.092:499$; índia, ...1.482:032$; possessões holandesas na Amé-rica do Sul, 16.393:681$; Grécia, 891:318$; Suiça, 354:842$."
SOLUÇÃO DE EMERGÊNCIA
ÇONSOANTE normas aprovadas pelosr. Presidente da República, "os
casosde falta de fatura consular e comercial eoutros documentos de embarque das merca-dorias e materiais de importação, bem co-mo os de legalização desses documentos pe-Ias autoridades consulares, depois da entra-da dos navios nos portos brasileiros de des-tino ou de ausência dessa legalização, serãodevidamente apreciados e solucionados pe-Ias repartições aduaneiras respectivas, emcarater de exceção e enquanto perduraremas dificuldades atuais decorrentes cia con-flagração européia"
Além das providências determinadas pelo
decreto n.° 1.596, de 1939, e posteriores ms-
truções do Ministério da Fazenda, as nor-
mas aprovadas pelo Presidente determinam
mais o seguinte:
«a) — Na falta das faturas consular ou
comercial, será permitido o desembaraço
das mercadorias e materiais, mediante er
mo de responsabilidade com o prazo
135 dias para apresentação desses documen-
tos, quer se trate de importação com a,c01*
signação direta ou nominativa, quer a o
dem, cabendo, neste último caso, aos
de importadores das mercadorias e 111
riais, fazer a prova de propriedad ,
forma prevista da lei;
b) — Apresentando o interessado,
do prazo a que se obrigou, a fatura l
sular ou certidão em conformidade co
artigo 49 do decreto n.° 22.717, de
Maio de 1933, a fatura comercial serap
cessada a baixa do termo, que a n
ria da Alfândega mandará, ^ em «SP '
tornar efetiva, desde que não haja ^ -
*
i ]§gm
mt&aÊti&t
O OBSERVADOR — LVI
para outras diligências, de acordo com as
lels ^ ir]teressad dado en-
L na repartição, do seu pedido de bai-tr!'
até 8 dfas após a terminação do pra-'
1 funcionário encarregado do serviço
T JZs de responsabilidade levara obri-
friamente o fato ao conhecimento da Ins-
Ê ?nrf que mandará intimar o responsa-
pectoria, delira de 8 dias, sob pena
] oa^amento de multa igual à importância
dos feitos das mercadorias e matena.s
constantes do termo;
a\ __ Se, findo o prazo de 135 dias de
„uc trata o inciso a), o dono ou consigna-
tírb das mercadorias ou materiais nao boa-
ver obtido os documentos pelos quais se
responsabilizou, nem as certidões menciona-
das ,,o inciso b), dará disso conhecimen-
to à repartição aduaneira, mediante reque-
rimento, comprovando a alegaçao e justi-
ficando a falta.
Apreciado o pedido pela Alfandega, sera
autorizada a baixa do termo, na ausência
de motivos para qualquer dúvida, providen-
ciando a Inspecforia, caso contrario, de mo-
do a serem sanadas as faltas porventura
verificadas, para ressalva dos interesses
Fazenda; ,
e\ As faturas legalizadas em data
posterior à entrada do vapor condutor das
mercadorias ao porto brasileiro de destino
109
das mesmas» serão igualmente aceitas, des-
de que os interessados o requeiram à re-
partição aduaneira e se verifique que a de-
mora na legalização proveiu das dificulda-
des oriundas da situação atual da Europa.
Do mesmo modo se procederá relativa-
mente às faturas que não tenham sido lega-
lizadas pelas autoridades consulares, não só
sob a alegação acima, como por outra qual-
quer circunstância que não envolva fraude
ou má fé;
f) — Tratando-se de importação à or-
dem, cumpre aos interessados fazer Proya
da propriedade dos volumes com a exibição
dos respectivos conhecimentos de carga ou
outro qualquer meio legal, exigindo-se, nes-
te caso* a assinatura de um termo de res-
ponsabilidade por dúvidas futuras,
g) — Nos casos de falta de faturas ou
quando não tenham sido êsses documentos
legalizados pelas autoridades consulares, se
procederá na conformidade dos parágrafos
1 a 5, do artigo 7o do decreto n.° 22./17,
cie 1933, citado;
h) Os casos omissos nestas instruções
serão resolvidos pelas inspetorias das Alfân-
degas, de modo a harmonizar os interesses
do fisco, com os dos importadores, vindo a
êste Ministério para conhecer e resolver as
questões que as autoridades ^aduaneiras jul-
guem escapar da sua competência a respecti-
^ va decisão. "
RECEITA CAPICHABA
("^ " Diário Oficial" do Estado do Espíri-
to Santo consigna que a receita arre-
cadada no primeiro semestre deste ano foi
de 16.057:000$, incluindo a receita extraor-
dinária, que somou 6.014:000$.
Incluídos nessa arrecadação estão o au-
xílio do Governo Federal para as obras do
Porto e a contribuição do Departamento
Nacional do Café. A arrecadação deste se-
mestre foi superior à do mesmo período do
ano transato.
A totalidade da receita estadual para o
corrente ano está orçada em 42 mil contos
de réis.
JUROS DE APÓLICES
o MINISTÉRIO da Fazenda, na confor-W
midade de decreto-lei do sr. Presidente
da República, feve suas reservas aumenta-
das de 242:581^100, crédito especial para
ocorrer, neste exercício, ao pagamento dos
juros das apólices da? dívida pública federal
interna, emitidas ex-vi, do disposto no arti-
go 2.° do decreto-lei n.° 1.732, de 3 de No-
vembro de 1939.
Curso do Câmbio
MÉDIAS DE COTAÇÕES DIÁRIAS
EM RÉIS POR UNIDADE DE MOEDA ESTRANGEIRA
MÊSES
Alemanha
Reichs- Verrech" Argen- I
mark nUn8?' tinamark
~~ , D'na-
Holan- B£lgica It&lia Uruguai Suecia Portugal marcada
r~
' I
1938: ooa 4 007
7.100 5.843 4.724 9.667 2.975 929 8.f 4.536 819 3.903
7.145 5.899 4.737 9.758 2.991 ^ g ol8 4 500 818 3.820
7.130 5.979 4.626 9.543 2.999 43ig 80s 3.956
£ 7.112 5.989 4.178 9.666 2.99/'
J apão Suiça
Março
J unhoSetembroDezembro
1939:
JaneiroFevereiro.. .MarçoAbrilMaio
J unho
JulhoAgôstoSetembro. . .Outubro.. . .Novembro. .Dezembro..
1940:
JaneiroFevereiro. .MarçoAbrilMaio. .Junho.Julho.
7. 1277. 1247. 1377.3247.6128.0218.034
7.970
8.000
7.4587.9767.728
7.9808. 125.
6.0006.0006.0306. 1006.0966. 1006.0996.0996.0986.0896.048
6.0816.0806.0526.0516.0816.0826.077
4.2294.2714.2104.3604.3984.5424.6414.6124.7464.7364.6944.597
4.5584.6374.6824.6124.5254.4224.309
9.6509.4879.439
10.00010.2009.659
10.65810.72210.73810.56110.55610.553
10.58410.55710.52610.52110.510
3.0042.9992.9943. 1623.2293.2543.4013.4063.4463.3423.2913.304
3.3573.3583.3693.3673.3313.320
942935938980
1.0041.0151.0561.0521.0451.0101.0061.006
1.0061.0051.0031.0011.0021.0031.003
6.6566.7456.6706.7776.8906.9097. 1917. 1597.9077.7857.4637.307
7.3407.7067.8327.7347.6247.4777.043
4.2494.3004.3004.4844.5804.7244.8444.8464.8514.7974.7174.713
4.7364.7274.7304.7374.7384.7374.742
803795799804814808851846731741739735
3.8373.8923.7783.9523.960
4. 1903.9174.2003.9573.950
732 3.880732 3.850709 3.850691 —
669 3.850715 —
773 —
5. 1585.2005.0314.884
4.8744.8964.6935. 1175. 1855.2585.4585.4274.8614.7474.7254.716
4.7104.7024.6834.6664.6644.6644.664
4.0684.0334.0284.023
4.0104.0354.0284. 1954.2634.3334.5114.5134.5724.4734.4664.465
4.4634.4554.4484.4504.4454.4534.492
j m7o marrado livre a partir de Abril de 1939.
Mercado olicial de Janeiro de 1938 a Março de 19o9 e
110O OBSERVADOR LVl
OBRIGAÇÕES DO TESOURO
O TESOURO Nacional foi autorizado a
emitir obrigações, pelo sr. Presidente
dá República, consoante decreto-lei pelo
mesmo assinado, em o qual da, também, ou-
tras providências.
Pelo mesmo o Ministério da Fazenda fica
autorizado a emitir até um milhão de contos
de réis,' em obrigações do Tesouro Nacio-
nal, no valor nominal de 1:000§ cada uma,
ao juro de 6% ao ano, pagos semestralmen-
te em Janeiro e Julho, sendo os títulos emi-
tidos entregues ao Banco do Brasil, ao
par, em pagamento de promissórias do Te-
souro Nacional, descontadas neste estabele-
cimento bancário. Quando forem resgatadas
estas promissórias, serão restituidas ao Te-
souro Nacional, com reversão dos juros cor-
respondentes à antecipação do pagamento.
Esta emissão será resgatada ao par e por
sorteio, no período de um a dez anos, a par-
tir de 1941, mediante uma conta anual de
cem mil contos de réis, consignada nos or-
çamentos da XJnião, e os sorteios se realiza-
rao em Outubro de cada ano, perante a Jun-
ta Administrativa da Caixa de Amortiza-
ção, cessando em 30 de Setembro anterior
^ fluência dos juros dos títulos que foram
sorteados, os quais gozarão das mesmas re-
galias e isenção de impostos que cabem aos
demais títulos da divida pública interna.
O Ministro da Fazenda esta autorizado a
celebrar com o Banco do Brasil o contrato
necessário à execução do disposto no refe-
rido decreto-lei.
PNEUS E CÂMARAS DE AR
|7 M 1938 a produção de pneus e câmaras
de ar no Distrito Federal foi represen-
tada por 19.290:743$900 em dinheiro, equi-
valentes a 64.773 pneus e 49.985 câmaras de
ar, ou 1.289.963 quilos de borracha prove-niente da Amazônia.
* Relativamente a 1939, o Serviço de Esta-
tística da Produção do Ministério da Agri-
cultura informa que o valor da produção foi
de 24.132:309S700, provenientes de 74.792
pneus e 64.745 câmaras de ar, representando
1.673.610 quilos de borracha nacional.
CAPITAIS INGLESES
no Boletim do Consulado Brasileiro em
Londres se verifica que na America La-
tina se encontram invertidos capitaismgl<>
ses no valor de cerca de 1.100.000.000 de
libras (um bilião e cem milhões de libras
esterlinas), divididos entre os dezesete prm-
cipais países latino-americanos •
Nesse montante não estão incluídos os ca-
pitais- particulares e dívidas de stocks es-
trangeiros pertencentes a súditos ingleses.
Em 1939 o capital acima referido deu uma
renda de 20.000.000 de libras (vinte milhões
de libras) de acordo com estimativas ra-
zoáveis.
NOVOS CAPITAIS
A CONFEDERAÇÃO das Indústrias
Brasileiras deu à publicidade dados em
que se veem os estabelecimentos indu*tr*ais
montando a uma cifra animadora: 65.000,
sendo que São Paulo e Rio representam,
respectivamente, 40 e 20%, Minas 12% e
Rio Grande do Sul 10%, apresentando o to-
tal dás indústrias brasileiras, em 1938, um
valor de produção superior á 12 milhões de
contos de ré?s. .
No mesmo ano o consumo de matérias
primas nacionais foi de 5 milhões de con-
tos, e de matérias primas importadas os
gastos foram de 850 mil contos de réis.
A indústria do cimento, com uma produ-
ção de 650 mil toneladas, representou, em
dinheiro, 130 mil contos, sendo apreciável a
baixa da importação com tendência ao des-
aparecimento. A industrialização da carne
rendeu cêrca de 700 mil contos. O valor
da produção da indústria têxtil ascendeu a
3 milhões de contos, consumidas na quasetotalidade no País. '
O parque industrial brasileiro não apre-
senta, por êsses dados, desenvolvimento re-
lativo ao potencial de "matérias
primas «a-
cionais e a capacidade de absorção da po-
pulação. Tudo, porém, depende da utiliza-
ção de novos capitais em somas elevadas
que possam encaminhar o País para uma
posição em que já poderia se encontrar.
Conclue-se que a atração d« novos capitaisexternos, com a garantia <àe lucros razoá-
veis, é uma solução interessante para a in-"tensificação
da produção do parque indus-trial do Brasil.
os seus efeitos deprimentes. A escassezcrescente das importações européias não lo-grará compensar-se ao menos dentro de umfuturo próximo, com as mercadorias proce-dentes dos Estados Unidos e de outros pon-tos. A tonelagem de exportação foi de277.667, com uma ligeira diferença paramais de 6.838 toneladas em relação a 1938.
Durante o ano de 1939 recebeu a Com-panhia as tomadas de contas relativas aosexercícios de 1936 a 1938 no total de .6.296:016$500.
"
FINANÇA SERGIPANA
PEQUENA, porém progressista unida-de da Federação que é o Estado de
Sergipe, acaba de ser mostrada aos olhosda Nação em todo o seu potencial de vita-lidade através do parecer do Departamento
Administrativo do Estado sobre as contas
do exercício de 1939. E' um documento
digno de toda atenção, pois focaliza aspectos
expressivos da vida financeira daquele Esta-
do. Dele se depreende que, apesar de sua
reduzida ^superfície, os esforços dispendidos
no sentido de ser alcançado um nível capaz
de o colocar em boa situação entre as de-
mais regiões do País, na sua maioria com
maiores probabilidades nos vários setores
da atividade econômico-financeira, foram
compensados.
A atividade produtora estadual se traduz
pelas cifras consignadas no referido parecer,uma vez que a Receita de Sergipe, estima-
da originariamente em 15.473:000$, ascen-
deu, na arrecadação, a 16.689:027$107. O
superávit de 1.216:027^107 advindo é, efe-
tivamente, um acréscimo de renda pondera-vel, e que demonstra o desenvolvimento ecô-
nomico do Estado, única razão plausível
para a existência de tal elevação das previ-
sões da arrecadação, pois, como se nota, os
principais fatores do aumento da escrita
orçamentária estão na cobrança dos im-
postos de exportação, vendas e consignações
e produção.
Há a considerar ainda que 45% das ren-
das sergipanas são empregadas nos serviços
de educação, instrução, segurança e justiça,
e a situação de desafogo das finanças es-
taduais se pode perceber através da verba
de 133:760$080 destinada a socorros às vi-
timas do Chile.
72 MIL CONTOS
|7 OI de 72.464 contos de réis a cifra al-
cançada pela exportação de sub-produ-
tos de algodão pelo porto de Santos, de Ja-
neiro a Junho do corrente""ano, segundo in-
formações do Serviço de Economia Ru-
ral.
Representa esta importância um acréscimo
de 18.623 contos sobre a exportação reali-
zada pelo mesmo porto em igual período de
1939, quando atingiu 53.841 contos.
Somente 140 contos advieram do merca-
do interno, representando, todavia, um au-
mento bastante elevado em relação ao ano
passado, em que 16 contos apenas foi o
concurso do mercado interno.
Dois novos produtos entraram para a re-
lação no corrente ano, ou sejam, a gordu-ra de caroço, com 5 contos para 2 tonela-
das, e a esterealina, com 2 contos parauma tonelada.
DÓCAS DA BAÍA
DIRETORIA da Companhia Cessioná-ria das Dôcas do Porto da Baía apre-
sentou aos respectivos acionistas o relatóriodas atividades da Companhia relativamenteao exercício de 1939.
Dele se vê que "a renda bruta da expio-
ração foi de 9.342:967$910, verificando-se,portanto, um aumento de 215:664$059 $ô-bre a do exercício anterior; as despesas decusteio por seu lado se reduziram para ....5.588:460$245, ou seja 477:380$174 menosque em 1938. Mas do outro lado, o produ-to do imposto adicional de 10% sobre as im-portações teve uma diminuição de 261:691$200, se bem que a tonelagem deimportação (351.885) acusasse um aumentode 24.736 em 1939.
Os terríveis e deploráveis acontecimentosque se desenrolam presentemente na Europae repercutem no mundo inteiro não deixarãoinfelizmente de fazer sentir cada vez mais
IMPOSTO DE RENDA
A ARRECADAÇÃO do Imposto de Ren-
da em Pôrto Alegre tem aumentado cie
ano para ano. Segundo dados estatístico.-
fornecidos pela repartição competen e,
total das quantias pagas pelos contribum
desta capital é bastante superior a de nr
tos Estados da União, como, alilas, se \ | j
ficou há tempos, em 1931, quando a arrec*.
dação daquele imposto em Pôrto Alegre
de 2.427:000$, passando em 1932 a
3.738:000$. Dêsse ano em diante os totai»
subiram consideravelmente. Assim,
1933, a arrecadação foi de 4.466:000$,
1934, de 5.117:000?, em 1935, de 7.011:000í>,
em 1936, de 8.972:000$, em 1937, de ;••••••
9.381:000$, em 1938, de 11.542:000$, en
1939, de 13.445:000$. Estabelecido o cot
fronto entre as arrecadações de 193 e; ^
nota-se que houve um aumento de nn *s
três vezes.
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| ° obserya£,or ~m
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(l.°sem.): ^
T?,.T^^T-fo^ar» Cearense saijm 5.260§000Siuilos, valendo,vB|- §§
jlyXpOri&£clO V^CciL 22.422:000$, adquiridos pela America, Bel- ||
0 Exterior durante o semestre passado, '
assim se gica, Dinamarca, Finlandia, Franca, Ingla- |
O^lfcu lo e 05 *"*?*» aPUrad0S ^Tcabra
- Em 1940, foram ex- I
polosTrgaos ententes. 1
r\ -i \r i„„ Pomprcial los valendo 7.425 contos, para Alemanha |,|j
PRODUTOS Volumes Quilos Va e Estados Unidos da America do Norte. ||
_____ —======================= " ~
~ ~
.. Prlr.c de carneim — Em 1940, somente |||
39.318 7.470.587 28.198:285$000 os Estados Unidos, assim corao era M
Algodao em pluma 60 19.402 ,5o'™oinnn 1939 (1.° sem.) a quantidade de 183 mil |,|
Aparasde couro... • • • ¦ 867 74.775 8^2
U4$000 quilos, valendo 2.420 contos de reis. W
till l'757:m 35. 142;480$000 Mamona — Em 1940, foi vendida aos Es ,
piCera de carnauba
' 1.226 21452$000 ta(jos Unidos, Italia e Japao. Durante o ||
Crina animal. 46.500 425.749 fnAfitntoOO sem. de 1939 sairam 9.900.000 quilos,, no M
Couros 6.349 380.763 ^4:610$0|| valor de 6.927 contos, para os Estados Uni- gj
Farinha de maridioca 13.077 792.977 63*381*000 dos' Fl'an?a' Ho!anda e l"8'v,n #
Goma de 13 736 1472$00 Carofo de algodao - Em Jf1' $i
Mica.. 8.394 3.694.446 1.477.778$000 ^ Inglaterra e ao Uruguai. Durante „
45.982 2.899.638 3.564:759$000 j o sem.. de 1939 o volume de vendasjoi y;|
Mamona........ 16.877 4.360.276 3°. 634^74$000 de 22 698 000 quilos, valendo 6 809 con- |
Oleo de oiticica....... - 2.402 132. 080
53:294$000 tos' adquiridos pela Alemanha e Inglaterra. 1
72 1.444 colliq?looO
T&to de. algodao —" Em 1940, ym unico |
Pegasdeauto 2.046 387.429 6¦ |oi!iloSOOO mercado
comprador: o da Ins'aterra. Em I
Peles de cabra 861 155.202 2.989.18 1939 (1® sem.) exportaram 1.955.000, v
Pelesdecarne.ro 82 16.272 oinrfimc) lendo 782 contos, para Alemanha, Bel0ic ,1
Peles silvestres., j5 180 lonnlnOO Dinamarca e Inglaterra. g
Radios e accessories 8 400 o^mOOO - I
Raises medicmais 110 20.311 n^o'AAqlnnO ¦'44 232 2.734.610 1.073:4435000
Torta de algodao ——— . 4fi(WOOo AMENDOIM287 368 28.380.010 113.211:4605000
TOTAIS A PRODUCA0 mundial.dp amendoim
A segundo estatisticas, foi de 8.280.UUU
Foram compradores: 20-2205000 toneladas, sendo a India Inglesa-fornece- j
.. 11 40:0405000 dora de 3.088.000 e-o Brasil de 25.000.
Argentina. 22 2.002 lqo.lfiOSOOO Ae-ora em virtude da diticuldade d
Belgica 2.000 18 880 ^2
1605000 ^3nsequente a g«er?, a Ing^a-
Bulgaria 876 164.688 cci.79ft<mnO \ nnr seus quimicos, resolveu adotar
Espanha.. . 67.985 8.155.888 3'2,49-182$000 a%ubstituiqao do oleo de figado de baca-
Estados Unidos 5.223 338,93,1 208*495$000 niau oelo oleo de amendoim. Todavia, c -
fTf 138-88^ 16
442 820 786:5985000 - portador de alto teo*. de
Inglaterra -iq 552 442. ozu . • a « n a Comissao Inglesa de
V-« ills 1 009 039 ,5p«S»"»!'»-
tea.,:.-:.::.:::::::::.:::::.:: »•»» IjW?
g&JsrtffSiSSS
rfc:::::::
:::::::: 'S3
a tt * Jrjr Inglater a
Fa?amos agora uma analise, embora su- Bel:Portugal |
Em igual periodo de
cinta, dos produtos cearense? de maior mi- ^
'QS mesm0s paises ^ [mViO? .
TIM BO
portancia, cuja aceitaqao no estrangeiro 2.203.000 quilos, valendo d
qualidades dese acentuando cada vez mais. _
Compraran,j em A|ESAR^ »|grants quabd^^
^
Algodao em pluma - Vendido, em 1940, Estados Unidos, Fran?a, el„ 1933 come?cm a ser^ex-
^ .
II | WSt1
HolU
' Vf 6nia e
^|^da^P^tos, destinados a Alemanha, Belgica, Chi
Portugal. ra o bo.ne.n e violentamente toxica pa
na Fran?a, Holanda, Inglaterra, Japao e Fortug ra ^ . Expenencuu,d«•
K.„v_ Mi//m-E1940, apena Pa^rajjng^ .^de.rm|traram que e
^0%^Borracha (de mani?oba e manga ei terra. Em 1939 t j
200 contos. lor no comba e a
Foi exportada, em 1940, para: Estados Ui 100,000 qu,los'.^alf, Belgica e Ho- bicheiras, etc. _
existem „0 Para, quedos, Franoa e Inglaterra. Em 1939 (1. Compradores| Alemanha, Belg J
a v4nas fabneas existem ^ ^ ^
sem.) sairam '62
mil quilos, valendo,^... ^ produziram Pa/%a e0xSdas de rates
124:000$, destinados a Belgica, Inglaterra pticica - M ^ mais de 3.000 i&4;358t000.
Tapao. 1, iMo-ar de grande destaque, jAmArica pulveriza-das,
no vaio.r}hra
de carnatba - Foram ^omprad,- ^ cm W: Estados Umdos da Amer
res no 1°- semestre de 1940. Arge ,
OBSERVADOR
Valor ComercialVolumes
PRODUTOS
28.198:285$00038:804$000
162:0825000812:1145000
35.142:48050002:452$000
2.980:2435000304:6105000634:3815000
1:472 $000
477:778$0003 564-.759S000
30.634:074500052:832$000
3:294$00014:440$000
6.814:5335000989:1805000285:993$000
2:700$0001:2005000
20:311$000
1.073:443$000
115.211:460$000
20:220500040:040$000
132:1605000494:064$000
66 661:72850003 249:1825000
40.208:4955000786:598$000907:5775000
2 308:482$000402:9 145000
nF. 211:4605000
ArgentinaBélgicaBulgária .
EspanhaEstados UnidosF rançaInglaterra ....Itália . •
J apãoPortugalUruguai.......
TOTAIS
Sfe;'3; *' ¦ * • ' ' .. • t .fcC£ * fw *$5® ' •'"iv"' If '" v" '• '¦< ^ 1 t'"t ' ""'-V - (-»
¦ ' ' • , •
|; 112 O OBSERVADOR — / ?•,
''-- ''J"'•• '*• 'k .¦HSggV */,: •
ex port a? ao de ovos Departamento Nacional do Caf6. >* v- ¦; *- ,
Q SERVICO de Informagao Agricola do ESTATISTICA
Ministerio da Agricultura publicou uma COMUNICADO N. 4U/99
monografia de autoria d° sr\Jul^ Poet^ CAFE ELIMINADO NO BRASIL
scher, a qual e de grande interesse para ^
os pequenos lavradores, porquanto assina- Unidade : saca de 60 quilos
la as possibilidades que aos mesmos estao
reservadas no comercio mundial de ovos,
cuja exportagao atingiu, em todo o mundo, U-Uantidade
no ano de 1938, a 5.731.744.000 ovos com —,casca e 57.986.000 quilos de ovos sem cas-
ca, num valor superior a dois milhoes de 1931 2.825.784
contos de reis. 1932 RR7
[ Tendo em mira a comunicagao feita pelo 1933 • • '12
| Ministro da Agricultura, ao qual o sr. Mi- 1 691 11?
nistro do Exterior transmitiu uma comuni- 7Qi iq/
cagao da Embaixada do Brasil em Londres 17' 196 428
relatando a enorme escassez de ovos exis- jqqo 8 004 000
i tente naquele pais como consequencia da J9Jo 3 519 874
situagao internacional — em situagao iderg j ' ' "
j •¦¦¦¦¦.-• •
V '
V' V Y:\ 1' 4nQ' 7«nm tica a atual, a China criou, em 1914 a 1940 (de 1 de Janeiro a 15 de Agosto) L409.760
1918, sua industria de ovos sem casca, cujo fiq RRo n4Rmercado ainda hoje e controlado pelo refe- oial c
rido pais. No ano de 1938, a China ex- __ ¦¦
' IWt0W1 D°
Val°r ^ " CAFE ELIMINADO NO BRASIL NO ANO DE 1940, COM DETALHE
jl Z59.5UJ contos de reis. QUINZENAL,
SEGUNDO A QUANTIDADE' Ainda outros dados tiradosi da mencio- =-=¦¦
nada monografia indicam como maiores
possuidores de galinhas os Estados Unidos \\fiS Primeira Segunda "
Total doe a China, com cerca de 350 milhoes de ca- Quinzena Quinzena mesbegas cada um, tendo o primeiro pais pro-
\\ * duzido 36.998.000.000 de ovos e o segun-
do cerca de 26 a 29 bilioes. Janeiro 79.358 123.411 202.769A Holanda e o pais que obtem, com um Fevereiro 58.686 51.686 110.372
total de 160 ovos por galinha, o maior ren- Margo 49.811 54.629 104.440dimento anual em postura, seguindo-se na Abril 71.741 52.839 124.580
lista o Japao, com 135 e a Dinamarca com Maio 20.-978 10.347 31.325132 ovos por galinha e em igual periodo. Jimho 53.996 127.965 181.961
Em nosso meio anualmente ja teem sido Julho 230.133 258.165 488.298alcangados, por alguns produtores, 148, 149 Agosto 166.015 —e 162 ovos por galinha — portanto, ci-fras iguais aos paises mais adiantados nes- ... . ., "~~"
J'l te importante ramo de comercio. Agosto
sujeito a pequenas retificaqioes.
|! Comercio de Cabotagem
PEIXE EM SAQUAREMA P0R
GRUP0S DE PRODUTOS
IP (A) — VOLUME FISICO, EM TONELADAS
I INDUSTRIA do peixe esta apresen- ——
Itando grandes perspectivas no munici-
. ® pio de Saquarema. No ano de 1940 foram GRUPOS 1935 1936 1937 1938 1939exportadas pela Estrada de Ferro Marica,
|f v para o mercado do Distrito Federal, 603 ~~~ "" "
Caixas de.Peixes e camaroes, num total de Animais vivos 911 737 722 485 62348-240 quilos. A^ produgao rendeu 3:618$, Materias primas 934.644 990.131 1:089.353 1.216.617 1.284.487atingindo cada caixa 100$000. Produtos alimentares 950.683 1.052.532 l!079.335 1.085.556 1.300 172
f "
Produtos manufaturados. . 293.414 321.922 353.874 304.037 307.268
Todos OS grupos 2.179.652 2.365.322 2.523.284 2.606.695 2.892.530EXPORTACAO DO RIO GRANDE DO SUL«9B :r"A-
fi O MUNICIPIO de Alegrete, no Rio .(B) VALOR, EM CONTOS DE RETS
J Grande do Sul, exportou durante todo ——^: o ano de 1939, 29.458 bois, 11.781 vacas, . „nrTT,An
V" 4.159 torneiros, 11.300 ovelhas, 1.272 cor- GRUPOS 1935 1936 1937 1938 1939
deiros, 366 cavalos, 3.565 rezes de cria,
IIS'
1.173 mulas e 139 touros, tudo num tota? I ~~
T "
I ~ "
ide 62.043 animais, acusando um valor de Animais vivos 2.415 2 2 IS 1 770 1 401 1.99612.594:5371000. Ma^rias primas 655*092 771!483 855'.616 900'.802 1.030.168
ill Produtos alimentares 977.647 1.164.996 1.373.622 1.304.103 1.437^030
I; Produtos manufaturados. . 1.662.377 1.855.756 2.024.153 1.894. 121 2.059.223
CAFE' EXPORTADO PELO PoRTO Todos os grupos 3.297.531 3.794 450 4 255 161 4 100.427 4.528.417DE VIT6RIA
O NAVIO cargueiro "Del
Norte", no LARANJAS PARA A INCLATERRA do, quase a altura da linha de seguro, se-
. P°rto de-Yitona, recebeu 2.850 sacas guiu
para a Europa. Na Argentina, o car-
de cafe com destino a Nova Orleans, e o £)E Buenos Aires chegou a Guanabara o gueiro ingles recebeu grande quantidade
f"™.6 '. d° ^-0lde Brasile.ro, carregou cargueiro britanico "Nagara", da Ma- de came congelada e generos alimehticios.
4.000, destinados aos portos do Norte. la Real. O "Nagara",
que veio carrega- No Rio de Janeiro, pela primeira vez, de-•¦fv'Vv • —
o OBSERVADOR
Departamento Nacional do Café
ESTATÍSTICA
Comunicado N. 4U/99
CAFÉ ELIMINADO NO BRASIL
Unidade : saca de 60 quilos
EXPORTAÇÃO DE OVOS
Ç\ SERVIÇO de Informação Agrícola do
Ministério da Agricultura publicou uma
monografia de autoria do sr. Júlio Poetz-
scher, a qual é de grande interêsse para
os pequenos lavradores, porquanto assina-
la as possibilidades que aos mesmos estão
reservadas no comércio mundial de ovos,
cuj a exportação atingiu, em todo o mundo,
no ano de 1938, a 5.731.744.000 ovos com
casca e 57.986.000 quilos de ovos sem cas-
ca, num valor superior a dois milhões de
contos de réis.
Tendo em mira a comunicação feita peloMinistro da Agricultura, ao qual o sr. Mi-
nistro do Exterior transmitiu uma comuni-
cação da Embaixada do Brasil em Londres
relatando a enorme escassez de ovos exis-
tente naquele país como conseqüência ^dasituação internacional — em situação idên-
tica à atual, a China criou, em 1914 a
1918, sua indústria de ovos sem casca, cujo
mercado ainda hoje é controlado pelo refe-
rido país. No ano de 1938, a China ex-
portou 46.085 toneladas, no valor de ...
259.503 contos de réis.'
Ainda outros dados tirado^ da mencio-nada monografia indicam como maiores
possuidores de galinhas os Estados Unidose a China, com cerca de 350 milhões de ca-beças cada um, tendo o primeiro país pro-duzido 36.998.000.000 de ovos e o segun-do cerca de 26 a 29 biliões.
A Holanda é o país que obtém, com umtotal de 160 ovos por galinha, o maior ren-dimento anual em postura, seguindo-se nalista o Japão, com 135 e a Dinamarca com132 ovos por galinha e em igual período.
Em nosso meio anualmente já teem sidoalcançados, por alguns produtores, 148, 149e 162 ovos por galinha — portanto, ci-fras iguais aos países mais adiantados nes-te importante ramo de comércio.
Quantidade
aneiro a 15 de Agosto)
CAFÉ ELIMINADO NO BRASIL NO ANO DE 1940, COM DETALHI
QUINZENAL, SEGUNDO A QUANTIDADE
Primeira
Quinzena
òegunda
Quinzena
J aneiro..FevereiroMarço. . .Abril. . . .Maio. . . .
Junho. . .
Julho. . . .Agosto. .
Agôsto —• sujeito a pequenas retificações.
Comércio de Cabotagem
POR GRUPOS DE PRODUTOS
(A) — VOLUME FÍSICO, EM TONELADAS
PEIXE EM SAQUAREMA
A INDÚSTRIA do peixe está apresen-tando grandes perspectivas no municí-
pio de Saquarema. No ano de 1940 foramexportadas pela Estrada de Ferro Maricá,para o mercado do Distrito Federal, 603Caixas de peixes e camarões, num total de48.240 quilos. A produção rendeu 3:618$,atingindo cada caixa 100$000.
GRUPOS
Animais vivosMatérias primasProdutos alimentares. ...Produtos manufaturados
Todos os gruposEXPORTAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL
Q MUNICÍPIO de Alegrete, no RioGrande do Sul, exportou durante todo
o ano de 1939, 29.458 bois, 11.781 vacas,4.159 torneiros, 11.300 ovelhas, 1.272 cor-deiros, 366 cavalos, 3.565 rezes de cria,1.173 mulas e 139 touros, tudo num tota?de 62.043 animais, acusando um valor de12.594:537$000.
(B) — VALOR, EM CONTOS DE RÉIS
GRUPOS
Animais vivos^ • • • • »Matérias primasProdutos alimentares... .Produtos manufaturados
Todos os grupos. .CAFÉ* EXPORTADO PELO PÔRTODE VITÓRIA
O NAVIO cargueiro "Del
Norte", noPorto de Vitória, recebeu 2.850 sacas
de café, com destino a Nova Orleans, e o"Poconé", do JLoide Brasileiro, carregou4.000, destinados aos portos do Norte.
LARANJAS PARA A INGLATERRA
De Buenos Aires chegou à Guanabara ocargueiro britânico "Nagara",
da Ma-la Real. O Nagara", que veio carrega-
o observador
- LVI
Comércio de Cabotagem
nTAÇ nK procedência e de destino, grupados
POR PORTOS DEP(5£UNIDADES
FEDERATIVAS
Valor, em milhares de contos de réis
A) — EXPORTAÇÃO
113
ARROZ EM PÔRTO ALEGRE
O
1 1935 1936 1937 1938 1939
" 17 ! 28 2227 35 34
91 10948
Unidades Federativas
Território do Acre. . • •
AmazonasParáMaranhãoPiauíCeará • * •' ' * '
Rio Grande do Norte.
ParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBaíaEspírito Santo
Rio de JaneiroDistrito Federal
São Paulo
ParanáSanta Catarina
Rio Grande do Sul. .
Mato Grosso
BRASIL
o
10157046
1526381
35012448
13325
7
1.023590
51115485
3.297
17278447
6076
11638811050
1502013
142633
65135650
3.794
28359148
36683
11338612956
168,3325
1.303664
71152789
4 255
2234
10942
6417894
43410557
1273422
.230698
73165719
4.100
1
1733
11341
65465
11550413457
1563618
h 303818
77178792
1
4 528
IMPORTAÇÃOB)
1935 1936 1937 1938 1939
5 10 16 ^90 1R7 178145 183 167 1
'8 1! «
2S 2ll
QS 89 94 82'89 92 77 8
375 402 375 44179 §! 6960 65 65 W
390 467 452
19 29 30
653 782 839 833 939494 96 95 98
132 148 157 160526 624 654 721
4
3~297 3 794 " 4 255 4.100 4.528
Unidades Federativas
Território do Acre. . ..
Amazonas. . ..'ParáMaranhãoPiauí.CearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBaíaEspírito SantoRio de JaneiroDistrito Federal. . . .São PauloParanáSanta CatarinaRio G rande do Sul..Mato Grosso
BRASIL
pois do irrompimcnto da guerra, foram em-barcadas nada menos de 27.000 caixas de
.laranjas brasileiras.O "
Nagara" esteve atracado no Arma-zem 2 do Cáis do Porto, não tendo condu-zido nenhum passageiro.
?
MICA
MICA constitue produto de valor naeconomia do Espírito Santo. Em 1939
o valor de suas vendas atingiu 1.193 con-tos de réis contra 761 contos de réis em1938; por sua vez, o volume de 56 tonela-das em 1938 subiu a 116 em 1939. O au-mento registrado de um ano para outro
INSTITUTO do Arroz e muitos im-
portadores estão vivamente interessa-
dos na colocação do vitorioso produto do
Rio Grande do Sul nos mercados estran-
geiros. Vários negócios já foram realiza-
dos, estando em vias de embarcar mil to-
neladas de arroz para a Bolívia, mil para
Canadá e Estados Unidos da América
do Norte. Também são bem animadores os
negócios de arroz com a Argentina, em
cuja praça, na atual safra, deverão ser co-
locados cerca de cento e cincoenta mil sa-
cas.
ARROZ PARA OS ESTADOS UNIDOS
T)EIXARAM o Porto do^io de Janeiro
quatro chatas carregadas com 1.000.000
de quilos de arroz beneficiado, a serem
baldeados no Rio Grande para o vapor"Santos",
que seguirá viagem para os Es-
tados Unidos da América do Norte.
Esta partida de arroz, que se destina
a Nova York, é o primeiro grande carre-
gamcnto feito àquele país, na presente
safra.
CEREAIS DO BRASIL
CEGUNDO informa o Foreign Crops
and Markcts, de conformidade com os
dados fornecidos pelo vgce-consul americano
em Porto Alegre, a atual safra de arroz e
inferior à normal." As pesadas chuvas de Março retardaram
a colheita e danificaram a produção. Não
temos recebido dados da safra de arroz do
Brasil "desde
1937, ano em que a P^ução
atingiu 61.260.000 bushels. ^os últimos
10 anos a produção tem crescido constante-
assim a área cultivada, que pas
sou dè 1.000.000 de acres em 1937. para
2.500.000 em 1940. As safras de: 1938! e
1939 foram bem maiores do que ^
Os embarques de arroz pelo
Porto Alegre durante o ano comercial de
f939 40 (Abril a Maio), foram os maiores
até então - cêrca de 2.519.000 sacos de
10 Ubras, contra 2.466.000 na estaçao P ;
«dente As fumen-
consumidores do Bra . XM2m sa.taram de 15%, consistindo de 1.(
cas, oAs
«-7 ntinVca/^'contra 1.019.000 na estação857.000 sacas, cuuu redução
„nnt„ 1 '446
000 na estação anterior,cas, contra i.h^u.uuv , •
r M;famAs exportações para o exterior caíram
'™T5%,Alcançando um total de
, contra 1.019.000 na estaçao
Verificou-se grande redução
foi, pois, de 57% no valor e de 107% no
V°EmeÍ935 a mica figurou no valor da ex-
portação com 0,02% em relação ao total ex-
portado; a percentagem subiu, no aIl0 £
euinte á 0,13 e em 1937 alcançou 0,1/. Em
1938 a contribuição da mica duplicou em1 r
lacão ao ano anterior, pois atingiu 0.34%
Sa chegar a 0,58% em 1939. Como se: ve
o aumento de contribuição da mica para
pauta exportadora se vem fazendo com se-
miranca e proveito economico.
A mica tem sido explorada em diversos
* ' • rírt Pitado destacadamente emmunicípios do Estado, aesia^
Santa Leopoldina, em Santa Cruz, em se
ra e em Domingos Martins.
precedente ve|~-- que ad-
nas exportaçots^p^ 7^ no
quiriu s<
anterior, r\» * wam* relativamente pe
sul-americanos foram rela
ou,riu ^ómXf:4ortaçTesVp1rfos7 oÍt^s
™ena5 A BoU;ía reduziu a sua importação,quenas, o
aumentou.
países europeusenquanto que o Chile a
cipalmente para ^ |jtim05 me-
Bélgica, Itália e - ^nmc5es cairam con-
porém, essas exportaçoesses,sideravelmente. Brasil, em 31 de
O excesso de arroz 10 tendo-o o
Março, era de 1-50'0.^.^ ^ 700.0q0,
excluindo-se cerca de ^
e"Sportanto! facilmente vendâ-
Pfgpp&
HS
114
vel sem prejuízo. O stock retido pelos pro-
dutores e comerciantes é de inferior quali-
dade e geralmente é vendido de mistura
com o arroz da safra nova.
A super-produção de arroz e os preços
baixos criaram para o Brásil um sério pro-
blema nos dois últimos anos. O Governo
tem, algumas vezes, entrado 110 mercado ad-
quirindo limitadas quantidades de arroz.
Uma grande reunião de produtores foi rea-
lizada em Março último, no Rio Grande
do Sul, com o fim de assentar as bases pa-
ra a defesa do produto. Nessa reunião fo-
ram tomadas duas medida1? muito importan-
tes: 1) compra, por parte do Governo IHe-
deral, dos- excessos de 1939; 2) reorgani-"zação do Instituto do Arroz. O objetivo
dessa reorganização foi a substituição dos
três diretores, que eram negociantes de ar-
roz, por sete diretores exclusivamente pro-
dutores e pre'sí(iidos por um elemento apon-
tado pelo Govêrno do Estado.
PRODUÇÃO DE VINHOS
r^ONFORME determina o art. 14 do re-
gulamento aprovado pelo decreto nume-
ro 2.499, de 16 de Março de 1938, nos ter-
mos da lei número 5.494, de 20 de Outubro
de 1937, na elaboração dos vinhos de [qual-
quer natureza, bem como na elaboração de
quaisquer outros derivados líquidos da uva
e de outras fermentações, não podem ser
empregados, sob qualquer pretexto, sub-
tâncias ou produtos estranhos aola coristi-
tutivos naturais do vinho ou do mosto. ^E' a seguinte a relação das substân-
cias proibidas:
a) — edulcorantes, tais como açúcar
mascavo, mascavinho, sacarina, su-
cramina, dulcite e outros;
b) — substâncias antisséticas e agentes
conservadores;c) — glicerina;d) — ácidos minerais, salvo os previs-
tos no referido regulamento;
e) — corantes e essências de qualquer na-
tureza;f) — sais minerais e orgânicos, salvo os
expressamente permitidos no aludi-do Regulamento.
As infrações acarretarão aos infratores
uma multa que variará entre um e vinte con-
tos de réis, de acordo com a gavidade do
caso.
ESTANHO
ATA Bolsa de Mercadorias e Valores da
Baía acaba de ser realizada a primei-ra exposição de estanho estadual, assinalan-
do-se dessa forma mais uma conquista_ da
economia daquele Estado de solo fertilís-
simo.Sobre êste produto do solo baiano a opi-
niãò dos técnicos é a mais lisonjeira possí-
vel, opinando os mesmos que a qualidade
do minério exposto é rivalizável com a do
melhor do mundo, sobretudo com o da Bo-
lívia. aA exposição constou de cerca de cem
barras de estanho, todas preparadas com
minério das jazidas de Brumadinho. A ca-
pácidade de produção dessas jazidas é, por
enquanto, de apenas 2.000 quilos mensais,
porém, em breve, deverá ser aumentada de
muito.
O OBSERVADO!A. Ll'l
CIMENTO
P ONSIDERANDO que em todos os anos
anteriores a produção de cimento, no
segundo semestre, é sempre maior que no
primeiro, e analisada, por outi o lado, a
marcha da produção nacional, o Serviço de
Estatística do Ministério da Agricultura
estima em 800 mil toneladas a quantidade
que o Brasil deverá produzir no corrente
ano, avaliando a mesma em cêrca de 200
mil contos de réis.
Com referência à importação de cimento
em 1940, ela será insignificante. Dos
34 833.565 quilos de cimento comum impor-
tados em 1939, apenas 715.415 quilos, ou
sejam 2% do total adquirido, foram pro-
cedentes dos Estados Unidos, enquanto que
os restantes 34.118.150 quilos representa-
ram a contribuição dos países europeus,
agora impossibilitados de exportar.
O Serviço de Informaçao Agrícola apres-
sa-se em divulgar os recentes dados elabo-
rados pelo Serviço de Estatística, segundo
os quais o nosso Pais produziu, nos seis
primeiros meses deste ano, 371.352 tonela-
das, no valor de 80.302 contos, contra ...
327.895 tons. e 75.325 contos, em igual pe-
rio do de 1939.
relatório sôbre o ótimo comportamento qleo trigo dos trópicos vem tendo na regiãomogiana e paulista.
Espera que o Estado aprésente unia pro-dução de mais de dez mil quilos, por issoque em que pese a sêca reinante há maisde quatro meses, o cereal (CAdlay"
seapresenta bem desenvolvido, prometendoboas safras.
MERCADO
O
CEREAL "ADLAY"
AO diretor da Divisão de Fomento da
Produção Vegetal o encarregado da
adaptação e divulgação do cereal "Adlay"
no Estado de São Paulo apresentou um
CONSELHEIRO comercial do Bra-sil em Pretória, África do Sul, comu-
nicou que existe, atualmente, naquele mer-ca do, grande procura de botões de clco,
pincéis, vassouras, còrtiça para tampas de
garrafa e para pontas de cigarro, devendo
os interessados dirigir-se diretamente aoreferido conselheiro que dará mais amplasinformações, estabelecendo o contato dire-
to entre o exportador brasileiro e as firmas
importadoras * da África do Sul.
CARVÃO PAULISTA
P ROCEDENTES de São Paulo chegaram
ao sr. Ministro da Agricultura infor-
inações de que no próspero município de
Caçapava, naquele Estado, foi iniciada, êste
ano, a exploração de carvão. Esta explora-
ção resultou numa produção de cêrca de 35
toneladas para o primeiro trimestre do cor-
rente ano.
Comércio de Cabotagem
POR PRINCIPAIS PRODUTOS
Valor, em milhares de contos.de réis
PRODUTOS 1935 1936 1937 1938 1939
Tecidos e outras manuf. de algodão (a).AçúcarProdutos químicos e farmacêuticos (b)..CharqueAlgodão em rama Farinha de trigo.ArrozPeles e courosBanhaAutomóveis.Gasolina.Cigarros e charutosPapelArtigos de armarinhoFumo em folhaTecidos de rayon, viscose e semelhantesMadeiras em brutoFio de algodãoFeijãoToneis de ferro.'CervejaCafé... Máquinas para eletricidadeTecidos de lãCalçados de couro
QuerozeneBorrachaCebolasDemais produtos
TODOS OS PRODUTOS...
(a)—Exclusive fios de algodão
(b)—Inclusive perfumarias e fósforos
657 672 692 613273 241 251 293177 199 224 215158 151 180 166156 173 174 127100 107
" 139 129
33 126 164 13760 • 76 89 8375 105 119 8849 51 69 6664 64 68 7944 ' 49 53 6152 52 54 5634 37 40 3844 51 53 49
16
53 52 57 6046 44 45 4415 35 41 2131 31 32 3625 29 37 4039 41 48 4618 26 30 3120 32 33 4138 39 39 3510 11 14 2413 27 35 2519 26 27 28
994 1.247 1.447 1.463^
3.297' 3.794 4.255 4.100
644380240179142124121929181736761£8585o52
A Q4y43464343363636353531
1.572
4.528
EXPORTAÇÃO DE BAGAS DE MAMONA
(Em toneladas métricas)
ANOS Totalmundial
Média nos 8 anos
0 OBSERVADOR
— LVI
RASPA de mandioca
^ CURVICO dc Fiscalização do Comer-
0 SE
,/Farinhas readotou o sistema de
C1° a o comércio de farinhas suceda-
quoíafpara °
cC0A(çôsto em diante cada moi-
KeferiX 1927/31 (média) 156 400
s -Si
:iT41tv sgsu iii !S
;!: produção OU movimento de nnportaçao 1933
dc farnilia cie tngo.^ quc couber a 1935
Ca r li consumir num prazo deter mina-
uma fu™C01: ., diversas' firmasdo, sera c t>
farinhas sucedâneas, ins-
fornecedoras das
grm {ixaIldo o Servi-critas no a. 1 •
j r0moete a cada uma
«o a '"f"-sfm ficarão uniformemente dis-
fornecei ^ sucedâneas aprovadas
M 'Intitulo
Nacional de Tecnologia, o
pelo Institut dmcnto de farinhas de ma
""Vinde assim como provoca alto interes-
qr t;rtóçaamento das indústrias.
Pode-se deduzir que as percentagcns de
misturl e^tão estritamente ligadas a quaiiti
de rada farinha de mistura d.spon -
vel observando-se que as mesmas 3 a per
tX total de 21% das farinhas, pam-
ckèis consumidas no país, proporciona.!- _
do uma redução de mais de uma quinta pai-
te da nossa vultosa importação de trigo.
115
I ndiaInglesa Tb Brasil C'
7o
1936.1937.
160.300150.600179.700
173.300208.100
115.07082.20090.36069.73063.030
41.68050.970
LARANJAS
ü M 1927 o Brasil não exportava senão
159.837 caixas dc laranjas; em lVMy
ê^te movimento atingiu 5.631.943 caixas,
com um valor de 120.186:963$ sendo que
3 202 000 caixas foram expedidas pelo Ku
|le Janeiro e 2.394.000 pelo porto de San-
tos. Os maiores importadores dessas laran-
jas foram a Inglaterra e a Argentina.
O MAIOR PARQUE INDUSTRIAL DO
NORDESTE
C OMUNICAÇÃO transmitida ao Minis-
tro da Agricultura informa que o Re-
jeife,,. sendo o mais populoso centro do nor-
deste, com uma população estimada em mais
de 550 mil habitantes, é também, nessa re-
gião, o primeiro do ponto de vista indus-
trial. . ,O clima do Recife é um dos mais es^"
veis do mundo, constantemente refrescado
pelas brisas marinhas.São numerosas as suas indústrias, cuja
produção sobe, em média anual, às seguin-
tes cifras: tecidos — 50 mil contos; farinha
de trigo e farelo — 52 mil; óleos vegetais
e sub-produtos — 18 mil; dòce e estrato de
tomate — 12 mil; sabão — 10 mil; cígar-ros — 19 mil; produtos farmacêuticos —
2 mil e quinhentos ; bebidas — 4 mil, e açú-car e álcool, a 2 mil contos.
?
MAMONA
^TE' bem pouco era a índia Inglesa amaior exportadora da mamona no mun-
do. Entretanto., sua exportação de bagastem caido na mesma proporção em que oBrasil aumenta sua produção e exportação,como se conclue pelo exame dos algaris-
gjòs abaixo, extraídos do
" Annuaire Inter-national de Statistique Agricole", de 1938:
Média do biênio
Para o restante do total mundial contri-
buirarn alguns países pequenos produtores.
O Brasil conseguiu derrotar a índia co-
mo mercado fornecedor dessa oleaginosa
provam-no os algarismos acima.
As possibilidades dc expansão da cultu-
rado rícino, quando sua procura cresce em
linha asccnsional, são absolutamente ía\o-
ráveis. .Para isto se concluir é bastante consicle-
rar que, em 1937, conseguiu a mamona
colocar-se cm 8° lugar e nos 8 primeiros
meses de 1938 manter-se cm 9°, contribuiu-
do para nossa balança comercial com ....
91.299 e 42.075 contos de réis, respectiva-
mente, como demonstra o quadro abaixo,
que registra, em ordem decrescente, a per-
centagem e o valor atribuído aos principais
produtos exportados no referido período:
73,51 17.380 11,163,9 12.350 9,656.4 35.560 22,246,3 42.790 28,435,1 71.570 40,0
, 54,2 23,2
24,1 102.060 58,9
24.5 119.920 57,61
24,3 I 58,2
matéria graxa; 0,85 dc celulose; 2,10 de
cinzas; 0,92 de sectina; 0,09 de protopecti-
na; 0,11 de fósforo total; 0,94 de magnésio;
1.290 de potássio; 0,620 de sódio, 0.008 de
ferro; 39,20 de açúcares redutores, em gli-
cose, e 38,99 dc açúcares não redutores,
em sacarose.\ banana
" Makes' é igtial a que se ta-
lírica na América Central e largamente
consumida nos Estados Unidos.
Em um mês de funcionamento, a iirma
que está explorando oessa indústria colo-
cou mais de 20 mil latas dc 250 grs do
mencionado produto nos mercados de bao
Paulo. . , LOutros frutos serão aproveitados negsa
indústria, bem como o mamão, a goia-
ba, etc. ...Utilizando somente a matéria prima na-
(Em contos de -reis)1937
(Contos -cie réis) j
CaféAlgodão em rama.
Cacau em grãoCourosLaranjas. • • • •
Carnes frigorificadas
Cera de carnaúba.
Baga de mamona
Fumo
159.431944.363229.015222.474123.289106.44796.82291.29987.881
42.418.54,54,42,42,12,01,81,7
'c(Contos de reislj
1.324. Ill 45,4
531.425 18,1124.899 4,299.003 3,474.809 2,561 ¦ 997 2,151.513 1,842.075 1,4
49.339 1,7
| 1
DESIDRATAÇÃO DE FRUTAS
O SERVIÇO de Fiscalização do Comer-U
cebeu do diretor do Serviço de Eco-
nomia Rural, interessantes _^^r^^ na-nova indústria de desidratação dc frtas na
cionais instalada, pela primeira ver em nos
so País, na cidade de Santos.
Essa promissora indústria¦ ;J™nsiste
m
farinhas e
mesmo em pó, sem
'contudo prejudicar as
suas qualidades alimentícias e a sua riq
za em vitaminas. ,
A fábrica consome diariamente mais <
50 mil quilos de frutos, P^
cíonal a firma dá um exemplo digno de
ser imitado, pois que apresenta um pro-
duto de alto valor e e, no continente sul
t o iiníra aue explora eses ramoamericano, a umea que 1
de tão largas perspectivas entre no..
?
exportação de bananas
eliminarTrãnde parte da umidade^do^íru.
to, apresentando-o em iioeos,
' e 106.-0/ a Ingla-quais o
653.287 ao Uruguai
"Segundo ainda a ~^o q^o sr.
hora, de 70 a 80
nana.
quilos de
o produto contém, em cem par ,
gramas de açúcares totais,,2. _ B
^umidade a 100 graus ^ntl8rados -
|«| de•miido 3.94 de matéria azotada, >
dÍr M^itoSFe1nando
CoT^no período
de 29 de Julho a 3 de Af0^
ram ex
cachoscaxís.
xportados, pelo aludidojorto
rle bananas e 31 > caixas de aba
amido,
116O OBSERVADOR — lvi
Departamento Nacional do Cafe
ESTATÍSTICA
COMUMICADO N.° 40/98
EXISTÊNCIA DE CAFÉ NOS ARMAZÉNS REGULADORES
CAFÉS PERTENCENTES A PARTICULARES
Safras de 1939/39 e 1939/40 — Em 30 de Junho de 1940
UniDADE : SAC\ DE 60 QUILOS
DO ESTADO DE S. PAULO (1)
Destinado a'Santos (inclusive Estações e Vagões) 5.933. 118
DO ESTADO DE MINAS GERAIS (2):
Destinado ao porto de Santos 134.206
DeLtinado ao porto do Rio. . 20. 190
Destinado ao porto de Angra 451
Destinado ao porto de Vitória —
Destinado ao porto de Caravelas 300 155. 147
VDO ESTADO DE ESPIRITO SANTO (3) :
Destinado ao porto de Vitória 76Destinado ao porto do Rio 76
DO ESTADO DO RIO (3):
Destinado ao porto do Rio 583
DO ESTADO DO PARANA 3):
Destinado ao porto de Paranaguá 20.225
Total 6.109.149
Estações, vagões e armazéns das Estradas no Rio (3) 99.414
Total Geral 6.208.563
(1) Cifras do Instituto de Café
^ (2) Cifras da Inspetoria Fiscal do E. de Minas—Secção de CaféOBSERVAÇOES: (2) Cifras da Inspetoria Fiscal do E. de Minas—Secção de Café
(3) Cifras do Departamento Nacional do Café
CARVÃO CATARINENSE
O Estado de Santa Catarina, trinta euma sociedades e pequenos proprietá-
rios exploram minas de carvão. De 1930a 1934 a produção anual passou de 46.400toneladas a 134.378 toneladas, para atingir171.010 toneladas em 1938, e 144.951 paraos nove primeiros meses de 1939.
?
EXPORTAÇÃO DE CARNES
yEM crescendo, num ritmo auspicioso,
nossa exportação de carnes frigorifi-cadas e em conserva, nos últimos cincoanos. .Segundo os dados apurados, essa ex-portação, que em 1939 atingiu a 83.210 to-neladas, no valor de 219.795 contos, em1935 foi de 63.019 toneladas, no valor de94.764 contos. Em 1936, 74.149 tons., novalor de 125.245 contos; em 1937, 89.363tons. e 147.059 contos, e, em 1938, 69.545tons., no valor de 151.025 contos.
Houve, portanto, entre 1935 e 1939, umadiferença de 20.191 toneladas, equivalentes amais de 125 mil contos de réis.
RAMI
trabalho recente, o agrônomo IrvinoW. Tibiriçá, da Secção de Fomento da
Produção Vegetal de São Paulo, revela queá rami é uma planta perene, pertencente àfamília das urtigas, mas suas folhas nãosão ofensivas à pele humana. As duas va-riedades principais são a nívea e a utilis.A primeira cresce bem nas zonas sub-tro-pitais e delas se obtém o melhor produto.Preparada por processos químicos e alveja-da, produz os mais» finos tecidos como li-nho. Acresce que a sua • resistência é supe-rior à de outras fibras existentes. E' a se-guinte, em comparação com fibras conhe-cidàs: rami — 100 unidades; cânhamo —36; linho — 25; seda animal — 13; algo-dão — 12. E', pois, quatro vezes mais for-te do que o linho e quase nove mais doque o algodão.
" Rami é a fibra do futuro, é a fibra nú-
mero 1", proclamou o sr. Dewey, técnicode fibras do Departamento da Agriculturados Estados Unidos. Por isso mesmo é quealguns industriais em São Paulo estão cui-dando da montagem de fábrica para fiaçãoe tecelagem da Rami.
A MAMONA E A OITICICA NOCEARA'
|JMA das grandes indústrias que sc estádesenvolvendo com real proveito no
Brasil é, sem dúvida, a de óleos vegetaisA mamona e a oiticica, por exemplo
teem tido um amplo cultivo, principalmenteem todo o Norte.
O Estado do Ceará, conforme informa-ções recentes, está plantando com a maioreficiência essas oleaginosas, sendo os resul-tados compensadores.
Êste ano as safras, de mamona e de oiti-cica, no Ceará, foram acima das do anopassado, e, de mamona, o Japão já comprouum milhão e duzentos mil quilos.
O Ministério da Agricultura tem provi-denciado no sentido de ser dada toda a ia-cilidade aos plantadores, não só na distri-buição de sementes, como em toda a espé-cie de informações técnicas, pelos seus ór-gãos competentes.
Assim, erri breve, seremos, sem dúvida,um dos maiores produtores de óleo vege-tal do mundo.
?
CONSUMO E EXPORTAÇÃO DEALGODÃO
(Em Pernambuco)
AS fábricas do Estado de Pernambucoconsumiram 13.872.425 quilos de algo-
dão, no valor de 46.571:292$276, na safrade 1939-40, contra 13.175.416 quilos, cor-respondentes a 36.459:931 $357 na safra an-terior.
Dos 13.872.425 quilos consumidos, —29.81% foi de algodão de fibra longa 30/32mm.; 20,43% de tamanho 32/34; 21.20%
de 28/30; 13,79% de 26/28; 13,32%, 24/26:
1,11% de 34/36 e 0,34% de algodão com fi-
bra de 22/24 mm.Segundo, ainda informa o chefe do Ser-
viço de Classificação de Algodão para Ne-
gócios Internos de Pernambuco, na safra
1939/40, o referido Estado exportou —
7.357.722 quilos de algodão, no valor de
25.531:552$884, contra 10.227.718 quilos,
na importância de 27.817:467$208, expor-
tados durante a safra de 1938-39.
?
LINTER
A GUERRA na Noruega e o virtual blo-
queio do Báltico muito influenciaram
o mercado de polpa de madeira, principalfonte de celulose das indústrias químicas.
inevitável encarecimento do papel e do
rayon" traz novas possibilidades ao lintei
do algodão como matéria prima para pro-
dução não somente dêsses dois artigos, mas
também de pólvora.No ano passado, nos. Estados Unidos a
industria do "rayon" consumiu 226.001
fardos de linter de 500 libras peso, o QI1Ç
representa 27% da quantidade total de ce-
lulose refinada utilizada pela mencionada
indústria. Em 1934 essa percentagem for»
de 44%, o que indica a preferência dos ia-
bricantes de " rayon" para a polpa de ma-
deira. ,Essa preferência, no entanto, não podei a
ser mantida em face dos atuais preços ca
pôlpa de madeira e, assim, tudo indica, para
o corrente ano um aumento no mínimo dt
100.-000 fardos de linter na quota utiliza'
da no ano passado pelos industriais < o"
rayon ".
o OBSERVADORLVI
117
COMPETIÇÃO E TRANSPORTE
A S vias de comunicação, em todos os
A seus setores, constituem um dos gran-
4pq oroblemas nacionais, debatidamente es-
? inLs e no que é possível solucionados,'"as
quase sempre de maneira incompleta.
A vastidão territorial do Brasil, porem, ex
mie não se deixe de insistir sobre tao®ag„o
assunto para seu desenvolvimento e
rnvrésso. Um economista americano ja
disse que'"as comunicações facilitam o ín-
tèrcâmbio de idéias da mesma maneira por
aue os transportes facilitam o intercâmbio
de mercadoria. Desde que idéias «
dorias estão intimamente relacionadas, ha, e
«empre houve, estreita conexão entre a me-
lhoria dos meios de comunicaçao e a dos
meios de transporte .
Quanto à intensidade dos meios de trans-
porte nos mais adiantados países do mundo,
é desnecessário falar, visto como, pelo me-
nos aproximadamente, tem-se uma noção
de como seja. Nem só, porem, devemos nos
ater ao conhecimento de númerds, de saber
a quantidade dos diversos meios de comu-
nicação; interessante e, sem duvida,
bém, conhecer como nesses países se admi-
nistra, dirigem-se esses serviços.
Numa publicação mexicana Econo-
mia — encontrámos dados queijos permi-
tem divulgar aqui tais circunstancias, alem
de comentários emitidos e que bem podem
ser estudados e examinados entre nos.
"Durante muito tempo a livre competen-
cia em matéria de transportes imperou em
todos os países. Os ferrocarris, em prin-
cípio, não guerreavam seus competidores, e
os governos estendiam ao campo dos trans-
portes a amável política do laissez Wire'
Mas à medida que o número de quilome-
tros de estradas ia crescendo; que o veiculo
de motor se aperfeiçoava, os trens come-
çaram a sentir os efeito'» da competencia:
as toneiagens transportadas eram reduzidas,
e a renda minguava. Os ferrocarris reacio-
naram e começou então a guerra entre e es
e os auto-transportes. A arma principal que
os competidores esgrimiram foi a das tari-
fas 1. A luta estabelecida não trazia van-
tagens importantes aos competidores, En-
tão os governos julgaram conveniente in
tervir, estabelecendo regulamentações para
o trânsito de veículos por estradas. ^01?
estas regulamentações se pretende: a) eli-
minar as competências injustas e rumosas,
b) procurar a estabilidade das tarifas, para
que a competência deixe de fazer-se por
meio delas, a contínua flutuação das qu°-
tas origina sérios transtornos nas transações
comerciais; c) conseguir a estabilidade fi-
nanceira dos proprietários de autos-trans-
portes para inspirar confiança aos embarca-
dores, e d) lograr uma coordenação entre
os transportes por via férrea e por auto-
estradas ".
Portanto, vários países estabeleceram suas
regulamentações, e dentre êles convém apre-
ciar as dos seguintes:
Estadas Unidos — Foram os Estados da
União Americana os que, antes do Governo
Federal, legislaram em matéria de transpor-
tes por estradas de rodagem, e isto se ex-
plica porque os primeiros caminhos eram
locais; mas quando êles extenderam suas
linhas asfaltadas através de territórios de
outros Estados, quando os veículos a motor
se aperfeiçoaram e lograram percorrer gran-
des distâncias, os Estados foram impotentes
para conter a anarquia que começava a as-
senhorear-se dos caminhote. Então se fez
necessária a intervenção do Governo Fe-
deral, e em 9 de Agosto de 1935 expediu-
se a Lei de Transportes para veículos de
motor, a Motor carrier Act. À Interstate
Commerce Commission foram concedidos po-
deres para administrar e fazer cumprir a
lei. Os transportadores foram classificados
em transportador público, transportador por
contrato e transportador privado. Os dois
primeiros precisam que a Commission lhes
outorgue um certificado ou uma permissão,
para poderem funcionar, além do que ela
estipular quanto ao valor dos bônus de se-
gurança e apólices de seguros em qüantida-
de que garanta as vidas das pessoas, ou
pague os danos sofridos pelos bens trans-
portados, por negligência ou mal uso dos
veículos. Os transportadores públicos, üe
mercadorias ou de passageiros.^ podem entre
. si estabelecer itinerários contínuos e quo-
tas únicas. A sua contabilidade deve ser
uniforme, para a satisfação de informações
anuais à comissão.
Inglaterra — A construção da rede de
grandes caminhos na Inglaterra data de
1920; neste ano foi expedida a RO AL
ACT criando um imposto sobre os veículos
a motor, para a formação de urr. fundo desti-
nado à construção de novas gradas.
Em
1930 foi votada a Road Traffic Act. buas
principais características são as
divisão do território inglês em 13 rjg ,
criação, para cada região, de um comitê de
três comissários.
giu a lei de coordenação de transporte de
mercadorias. Por ela, para ser efetuado um
transporte de mercadôria a uma distância
maior de 50 quilômetros, é necessário per-missão especial da autoridade do lugar em
que a empresa tem domicílio. Em distância
menor, os transportes privados s,ão livres.
Existe uma Associação Nacional de Trans-
portes por estrada de rodagem, a qual tem ^obrigação de filiar-se toddst os transporta-
dores.. Criou-se uma oficina de carga regu-
ladora dos transportes. Os transportadores
são obrigados a levar um livro que nela é
selado à chegada e à saída. Os transporta-
dores por estradas de rodagem somente po-
dem distribuir sua carga a domicílio quan-
do se trate de lotes maiores de duas e meia
toneladas cada ano. A Alemanha é o país
que com maior rigor regulamentou a com-
potência dos auto-transportes para com as
estradas de ferro, entendendo-se tal fato
uma vez que a maioria delas é de proprie-
dade do Estado. "
Estes comitês teem faculdade para•>conc^'
der licença para os transportes Publ'c°®á
passageiros e para regulamentar o trafeg;"Rr-n
1933 expediu-se a Road and Rail 1 iaj
I ic/ PorPela é obrigatória a licença para
os transportadores designados em
tegorias: públicos propriamente drtg pubh-
ms ocasionais, e privados. Os Tratiic Uon
nússioner°s da' lef de 1930 continuam a
existir.
Alemanha - Primitivamente não existia
lei escrita, e sim acordos entre os fe
rarris e os auto-transportes. Em J11"1?0 c!e
1933 foi criado um órgão_que se cledican
exclusivamente a construção de um ..st
Ho estradas de rodagem. Os que as usa
Í934nfoinèxpedida para a
serviços de automóveis regulares e se c
de automóveis ocasionaus^Rwa os
res a concessão e de 10 anos e p
sionais de 2. Em 26 de Junho de 1935 sur
MATERIAL FERROVIÁRIO
TNFORMAÇÕES dos Estados Unidos
dizem que o chefe do Gabinete do Mi-
iirstro da Viação doBrasil, que ali fora para
comprar material ferroviário para as estra-
das nacionais, já terminára os trabalhos de-
terminantes de sua viagem com a compra
de trilhos e material de sinalização destina-
da a preencher as exigências do programa
de expansão ferroviária do governo brasi-
leiro.
Segundo declarações do mesmo enviado,
foi contratado com a United States Seel
Corporation o fornecimento de um milhão
de dólares de trilhos, adquirido^ ainda a
Signal Campa,Ã e à Union Swxtch Com-
panv o material destinado ao controle auto
mático da sinalização, num montante
800.000 dólares.
Ouanto a locomotivas e vagons, os estu-
dos para as compras já foram fotos, espe-
rando-se as ofertas _ e propostas dos tab
cantes, para sua ultimaçao. _
Pelas declarações do referido enviado do
Ministro da Viação, conclue-se qüt o rt-
rial adquirido será assim empregado . o de
sinalização a ser todo empregado na ^E.^ra"
da de Ferro Central do Brasil; os trilhos,
nas várias linhas ferroviárias
principalmente da zona norte. O Pr°Sr*™*
ferroviário brasileiro preve a ligação vital
do ™rte com o sul, fazendo o entroncamen-
to de várias ferrovias que atualmente se d
rigem do litoral para o interior.. A no
ferrovia, correndo paralelamente a costa,
através do interior, auxiliara grandemente
O escoamento das exportações sem afeta
diretamente os carregamentos de manganez
destinados aos Estados Unidos, garantidos
nela compra efetuada no ano passado de
locomotivas e 1.000 vagons para c- sistema
ferroviário central, para o transporte des
Se0mprese°nte programa prevê ainda umpe-
riodo adicional de construçoes que se deve-
rá prolongar por mais 5 anos.
118O OBSERVADOR ~ i.n
CALÇAMENTO DE CAROA
O S poderes públicos do Estado de Per-
nambuco continuam "a
manter dire-triz patriótica de incentivo a tudo o quefor nacional. Não só sob o aspecto so-ciai, co ma intensificação de uma cam-
pànha de seguros rumos nacionalistas,mas; também, esforçando-se para o des-envolvimento de todas as fontes eco-nômicas nativas, vem a administração
pernambucana prestando relevantes ser-
viços ao Estado e ao País.Notícias chegadas da capital daquele
Estado informam que um produto genui-namente nacional, e particularmente nor-
destino, tem sofrido uma campanha de
fomento digna dos maiores encômios, o
caroá. Não só à aplicação na indústria
de tecidos e similares tem sido circuns-
crito o seu emprêgo. Essas recentes no-
tícias dão ciência de um uso revolucio-
nário, mas que, afirmam, está dando re-
sultados interessantes. Assim é que a
pavimentação da Avenida Joaquim Na-
buco, na histórica cidade de Olinda, es-
tá sendo feita com a utilização de fibras
cie caroá, e que o trecho assim prepara-do vem suportando um tráfego intenso,
com resultado satisfatório.
?£ ¦},t. :: .. '¦/ - / .
PROLONGAMENTOS FERROVIÁRIOS
1VESPACHANDO com o titular da Via-
ção e Obras Públicas, o sr. Presiden-
te da República ordenou que se désse inicio
a os estudos necessários para | que fossem
efetuadas as construções rápidas de dois
prolongamentos ferroviários.
Essa decisão já é fruto da recente visi-
ta feita pelo Chefe da Nação ao extremo
oéste brasileiro, onde teve ocasião de obser-
var diretamente as necessidades do desen-
volvimento daquela rica região brasileira,
onde os meios de transporte s'ao parcos e
acanhados.O*primeiro prolongamento desejado leva-
rá a linha férrea até à capital do Estado
de Goiaz, sendo a sua extensão de 50 qui-lómetros.
O outro será de maior vulto, visto como
o trechol a 'ser construído será de 600 quilo-metros, servindo à região goiana onde se
encontram as riquíssimas jazidas de níquel
Além do desenvolvimento lógico que trará
a região que * servirá êsse trecho feroviá-
rio, imediatamente já se tem conhecimento
do benefício da possibilidade de exploraçãodaquela riqueza mineral, que muito pode con-correr para o desenvolvimento da economia
goiana, e quiçá, do País.
?
RODOVIA MINEIRA
longos e .acurados estudos ficouconstruída e foi inaugurada a grande
estrada de rodagem, com uma extensão de600 quilômetros, ligando Belo Horizonte aoTriângulo Mineiro. -
E' pensamento dos poderes públicos* fa-zer o prolongamento da mesma, de futuro,até o Estado de Goiaz, sendo que ela jáserve a um. encadeamento de prósperas e fu-turosas cidades mineiras como sejam: Paráde Minas,' Divinópolis, Luz, Dores do In-daiá, Contagem, _Ibiá, Araxá, Bom Despa-cho, etc.
O valor econômico desta estrada é im-
portante, porque ela se acha conjugada a ou-
tras que servem a importantes zonas do
Estado, inclusive a que desce para Poços
de Caldas e a que sobe para Paracatu.
Possue aspectos interessantes, inclusive
uma ponte sobre o Rio São Francisco,, com
120 metros de vão.
O percurso entre Belo Horizonte e o
Triângulo, que era feito em 27 horas de
estrada de ferro, passou a ser feito em veí-
culo automóvel em 12 horas apenas.
?
ESTUDOS FERROVIÁRIOS
O OBSERVADOR, em seu último nú-
mero, e neste, estuda o Problema Fer-
roviário do Brasil, em reportagens feitas
com o especial fim de mostrar ao públicoos diferentes aspectos de tão relevante pro-hlema para o País.
A série de artigos que pretendemos pu-blicar sôbre o assunto, com o objetivo pa-triótico de conhecer de todas as dificulda-des que assoberbam os que pretendem resol-ver a questão, não pretendemos sofra inter-rupção. Felizmente, contamos com a altavisão dos responsáveis diretos e indiretosdo assunto, de maneira que, em nosso pró-ximò número, esperamos poder apresentarum trabalho sôbre uma das mais importan-tes ferrovias do Brasil: a Estrada de FerroSorocabana.
?
DIFICULDADES
pARA a melhoria do material da Via-ção Férrea Rio Grandense do Sul, es-
tavam os órgão'si responsáveis pela boamarcha dos serviços daquela ferrovia delibe-rados a efetuar a compra de material fer-roviário que importaria na importância, dequarenta mil contos de réis.
Os Estados Unidos eram o mercado ondedeveria ser feita a aquisição, sendo a (CIs-
land Steel" empresa americana especializa-da no assundo, a indicada para o forneci-mérito. Todavia, dificuldades 'surgidas como decorrer das demarches para a assinatu-ra do contrato, parecem indicar não maisser efetuada a referida aquisição de mate-rial.
?
AUTOMÓVEIS E RODOVIAS
O DEPARTAMENTO de Comércio dosEstados Unidos divulgou a estatística
dos automóveis existentes no mundo. Emprimeiro lugar encontra-se o próprio Es-tados Unidos, como, aliás, era de prever,com 31.104.118 veículos, ou seja 68,3% dototal mundial.
Em numero absoluto de automóveis se-gue aos Estados Unidos a Grã-Bretanhacom 2.429.580; a França ocupa o terceiroposto, apresentando 2.358.500; seguem a
^ ' C0,l
? •9.59 •200' ° Canadá
1.420.924, a Rússia com 801.000r a Itáliacom 498.5°° e, em oitavo lugar, a UniãoSul-Africana, com 370.641 automóveis.
Fora dos Estados Unidos, o número dês-ses veículos soma 14.318.293. Da totalida-de desses veículos, 36,5% são de fabricação
Acionados por motores Diesel há, n0mundo, 179.534 automóveis, sendo 5.000nos Estados Unidos.
O Instituto do Açúcar e do Álcool feza estatística dos automóveis no BrasilDela se vê que possuímos 202.812, sendo122.061 de passageiros, 74.186 de caroa c5.965 ônibus.
Os Estados brasileiros que mais possuemdesses veículos são: São Paulo, com 71.439-Distrito Federal, 43.677; Rio Grande d<>Sulp22.606, sendoi que o que apresenta me-nor número é o Território do Acre, com 31.
Do exposto se conclue que 83% dos au-tomóveis
* brasileiros estão concentrados noDistrito Federal, São Paulo, R. G. do Sul,Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo queos 17% restantes subdivididos entre os de-mais Estados da Federação, importando issoem que para as demais regiões do Brasil aproporção é de 1 automóvel para 610 habi-tantes.
Nossa situação não^é, pois, dás melhoresnesse particular, visto" como a Argentina senos avantaja com um automóvel para cada45 habitantes, emquanto que a média noBrasil é de 1 para 289.
O motivo determinante dêsse nosso atra-zo se encontra na deficiência de nossas es-tradas de rodagem, visto como dos 192.055
quilômetros de rodovias existentes no pais.somente uma é de primeira classe: a Rio-Petrópolis.
?
NAVIOS PARA LARANJAS
O GOVÉRNO acaba de conseguir da
"Lauritzen Line" dois ou mais na-
vios frigoríficos dessa emprêsa.O Diretor do Serviço de Economia Rn-
ral comunicou ao sr. Ministro da Ag ri-cultura que êsses navios são equipadoscom ventilação elétrica podendo, outros-sim, fazer o percurso entre o Rio e Bue-nos Aires em 3 dias e meio. Antigamen-te êsses navios eram empregados no
transporte de laranjas da Palestina e da
Espanha para a Suécia, sendo que opor-tunamente servirão pára o escoamentoda safra de abacaxi de Pernambuco e
Paráiba.
?
. TRANSPORTES PAULISTAS
QS dados publicados pelo Departamentode Estatística de São Paulo sôbre de-
nunciarem a rápida evolução dos transpor-
tes urbanos, veem também atestar que os
meios de transporte são um índice seguro
do progresso de qualquer região, como o é
sabidamente a capital paulista.De 1935 a 1938 o movimento de São Pau-
lo vem num crescendo contínuo; em 1935,
237.925.961 em bondes e 61.849.186 em
ônibus foram os totais de passageiros trans-
portados; em 1938,. em bondes 283.520.661,em ônibus 131.129.527, num total de ••
414.650.188 foram os passageiros que uti-
lizaram essas vias de transporte na capital
bandeirante.
Daí se pode concluir outro aspecto inte-
ressante: a grande atividade diária do pau-listano, pois que os referidos números dão
uma média diária de 1.136.000 passageiros,ou sejam quase 85% da população da ci-
dade, em movimento. Por outro lado, os
ônibus merecem preferência aos bondes por
o OBSERVADOR — LVI
t ria população, tendo em vista que a
Pf.1H primeiro aumentou em cerca
d 30%° enquanto que os últimos veem
gradativamenl sendo rejeitados.
?
S. PAULO-FILADÉLFIA
\ IMPRENSA americana divulgou am-
A piamente a organização da nova linha
de transportes marítimos Braahan
Lrtatio Company, que devera iniciar, em
Agosto, os serviços de cargueiros entre os
portos de Santos e o de Filadélfia.
A empresa manterá um escritório'central
em Santos e uma filial em Filadélfia, 1.150
South Broad Street. O serviço
verá ser com tres cargueiros, de 8.000 to
neladas, com tripulações brasileiras.
?
rede espiritosantense
\ EXTENSÃO da viação férrea no
Espírito Santo é de 773.363 quilo-
metros, dos quais 165.055, isto e, 2TM
pertencentes ao Estado. Segundo
sificação econômica essa quilometragem
assim se distribue: empresas de 1- cate
goria — 402.728; empresas de 2. cate-
teoria — 205.580; empresas de 3. cate-
goria — 165.055. As empresas de pro-
priedade do Estado são as seguintes com
as respectivas quilometragens: Estrada
de Ferro São Mateus H 63.000; Estrada
de Ferro Itapemirim — 52.740; Estrada
de Ferro Benevente a Alfredo Chaves —
35.710; Estrada de Ferro do Litoral —
13.605.
Segundo a bitola a extehsão da rede
cm tráfego é a seguinte: 98.710, de 0,76
- 0,66m. e 674,653 de l.OOm. Con-
sideradas as estradas de ferro de pro-
priedade do Estado seu patrimonio e o
seguinte: da Estrada de Ferro Itapemi-
rim — 7.508:745Ç000; da Estrada de Fer-
ro São Mateus - 3.157:709$000; da Es-
trada de Ferro Anquieta a Alfredo Cha-
ves e do Litoral — 506:700$000.
119
MARINHA MERCANTE E A
GUERRA
A S informações oficiais dos diversos
países, nos seis primeiros meses da
guerra atual, indicam que a marinha
mercante do mundo perdeu 1.357.000 to-
neladas, ou seja 2% do total estimado.
Os neutros declaram ter perdido
482.000 toneladas, emquanto que os beli-
gerantes dizem que suas perdas atingi-
ram 375.000.
Em ordem decrescente as perdas mais
avultadas se verificaram pela Inglaterra,
Alemanha, Noruega, França, Suécia, I o-
landa, Grécia e Dinamarca.
AUMENTO DE FRETES
HE VERIAM entrar em vigor, a 1.° de***
Estados Unidos divulgou a estatística
mas das linhas de navegação que servem
os portos dos Esrtados Unidos e do Brasil
c'Argentina. A nova tarifa estabelecida
nela Conferência das Linhas dos Estados
Untidos-Rio da Prata-Brasil, vem equiparar
os fretes para a Argentina aos fretes para
os portos brasileiros. Até então, as tarifas
favoreciam os embarques para os portos ar-
gentinos, com diferenças consideráveis Os
aumentos afetam todas as mercadorias das
quinze clas'ses previstas pela tarifa, seu
que o maior aumento, nos fietes para
Brasil, é de S2.50 (dois dólares e meio)
por tonelada.
ESTATÍSTICA
A DIVISÃO de Aviões e Automoveis
do Departamento de Comercio dos
Estados Unidos, informa que_ ••••
45.422.411 automóveis e o numero
ses veículos existentes 110 mundo.?
E' preciso salientar que em vários pai-
se, não foi possível utilizar estat.st.cas
recentes, baseando-se os dados sobre es-
timativas de 1.» de Janeiro de 193).
PÁDUA-MONTE ALEGRE
AE ser iniciada brevemente a constru-
ção de uma variante, ligando a séde do
município à localidade de Monte Alegre. Os
estudos para a construção dessa importante
rodovia já foram feitos pelo Departamen-
to das Municipalidades fluminenses, em co-
laboração com a Comissão de Estradas de
Rodagem do Estado.
IMPORTAÇÃO DE AUTOMÓVEIS ESTRADA PANAMERICANA
A PESAR da guerra não decresceu o
número de veículos-automóveis im-
portados pelo Brasil. As importações^ de
carros e caminhões nos cinco primeiros
meses deste ano superaram ^ por larga
margem as importações em igual P^ri°"
do de 1939. De 1.° de Janeiro a 31 de
Maio de 1940 foram importados 12.04^
contra 10.579 em os cinco primeiros me-
ses do ano passado.
KT OTÍCIAS vindas de Nova York a -
N nunciam que 250 representantes de
organizações comerciais e mdiistnais
Estados Unidos, deverão visitar ¦ no P
ximo outono 18 países ^
Amenca Cen
trai e da América do Sul, em excursão
automobilística, utilizando pela P"mena
vez a estrada panamericana que ja e tra-
fegável até o Canal do Panama.
AÉRO CLUB DE PERNAMBUCO
rj M crédito de quarenta e três contos
foi aberto pelo Interventor de Per-
tipo Pipercu Treinar, para ser doado ao
Aero Clube de Pernambuco. E' medida
digna de ser assinalada, porque represen-
ta maneira de incentivar o desenvolvi-
mento de uma atividade de grande valor
para as vias de comuncação brasileiras.
ARICA-SANTOS
A DELEGAÇÃO Boliviana à Conferên-
cia de Havana apresentou ao plenário
um projeto de construção de uma estrada
de ferro que faria a ligação entre os pai-
ses sul-americanos do Pacífico e os do
Atlântico. Seus pontos extremos seriam as
cidades de Arica, no Chile, e Santos, no
Brasil. , .
Esta estrada, levada, agora, ao^ conheci-
mento dos demais paíse.s da América, otici-
almente, como projeto, pelo menos quanto
ao Brasil já existe em um grande trecho,
praticamente, construída, sendo mesmo o to-
tal dêsse trecho compreendido entre Lo-
rumbá ç, Santa Cruz de La Sierra.
A comunicação feita pele Delegaçao Bo-
liviána deve sobremaneira deixar satisiei-
tos os países da América, visto' como re-
presenta um grande passo em prol do adian-
lamento econômico das Américas, e mais,
poder-se-ia dizer que, também, mteressana
aos demais países numa fase como a atual,
de completa identidade de anseios em to-
dos os setores da vida americana. Seria o
caso por exemplo, da apreciaçao da ferro-
vtà projetada, sob o ponto de vistai estra e-
crico-militar, pois, como e sabido, a Conte
rência de Havana há deliberado sob* a
completa união dos povos do Novo Conti"ente
num sentido de defesa a ntronussoes
de estranhos ao hemisfério^ Pctrada
Quanto ao valor econonuco da estrada
projetada, será pleonásjco qualquei cornen-
tário, uma vez que por ela seriam direta-
mente ligados entre si vanos países do
C°£' de se esperar que os governos mais
interessados na efetivação de tal obra, açor-
dem na efetivação do empreendimento
a rapidez que o assunto exige.
aciu. ~
SECADORES A
)/
A
£U
O
? -r< nüPP'ATS E M. GERAL/ oainvj
RASPA DE MANDIOCA AMIDO E CE combustível e manutenção
de grande reíndimento JrÍRAS _ CENTRÍFUGAS
E ETC.
ESCOVADEIRAS - LAVADORAS pRENSAS E ETC.
CALDEIRAS A VAPOR - AUTOCLAVES c
A , x A 3 3 8
Fabricantes: RUA DR. IGNACIO DE ARAUJ
GUISANfl & CtA- s- p
DE1
120 O OBSERVADOR — l.vi
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Mm&£<? HûM&l Ií.fc?
K""âMa §§g|W^tXíSlt*I Ir %
l|f 0.;* ¦ h> ,Mfc I®
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SÔBRE A SIDERURGIA
J^JÂO há quem, presentemente, ignore se-
rem as reservas de ferro de Minas Ge-rais as mais abundantes e as mais valio-sas do mundo. Tão formidável riqueza dosub-solo mineiro constitue um dos fatoressem dúvida mais poderosos de nosso futu-ro engrandecimento econômico político.Uma das preocupações dominantes de todosos bons brasileiros deve ser, portanto, a decontribuir para que a êsse respeito se for-me no Brasil uma compreensão coletiva bemnítida. E' preciso que; o maior número pos-sível de nossos patrícios tenha uma idéiaclara do que significa a posse de tamanhaopulência em relação ao mais importantedos recursos minerais.
A criação da indústria siderúrgica, fun-damento de todas as indústrias pesadas, jánão é, porém, um sonho, ou um ancêio vagoem nosso País. O Govêrno do atuál presi-dente, após um estudo cuidadoso e, por is-so mesmo, prolongado do assunto, prepara-se neste momento para dar início vigorosoà execução de um programa de larga enver-gadura com tal objetivo. Graças a isso,iremos produzir, em futuro próximo, ferroe aço não em pequena escala, ou de acordocom as conveniências financeiras individuais,mas principalmente em conformidade comos reclamos de nosso desenvolvimento eco-nômico.
Para evidenciar, todavia, o que já se vemfazendo no Brasil em matéria de produçãosiderúrgica, em conseqüência da ação con-jugada da iniciativa privada e do amparogovernamental, vejamos as cifras recente-mente publicadas pelo Departamento deEstatística de Minas Gerais e relativas aocrescimento da mesma nesse Estado, de1932 a 1939. Em 1932 existiam nesse Esta-do 8 usinas siderúrgica^ e apenas 4 emfuncionamento: com um capital de 30.752:347$; 1.438 operários; 159 moto-res de potência igual a 6.246 HP. Nessemesmo ano, a produção de ferro guza foide 28.809 toneladas, no valor de 6.483:000$; a de aço — 26.013 toneladase 11.706:000$; laminados — 21.576 tone-ladas e 17.261:000$; tubos — 3.200 tone-ladas e 3.200:000$; outros artefatos — 261toneladas e 505:855$, num total de 79.859toneladas, na importância de 39.155:855$.
TRABALHO AGRÍCOLA
"Revista do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística" sustenta, emum dos tópicos de seu segundo número, queo Censo Agrícola de 1940 nos permitirá afe-rir
"o progresso verificado na racionaliza-
ção de nossa agricultura" nos dois últimosdecênios. Com efeito, os resultados que fo-rem obtidos agora irão mostrar, depois desujeitos a um confronto com os referentesa 1920, a extensão do caminho percorridonesse sentido desde aquele ano. Poderemosassim, ficar sabendo até que ponto o des-envolvimento do trabalho rural no Brasilse beneficiou, no referido período, das van-
tagens decorrentes do emprêgo em escalacada vez maior de métodos mais modernos,isto é, mais produtivos.
O Censo Agrícola de 1920 revelou aexistência em nosso País de 648.153 esta-belecimentos rurais, sendo que dêsse totalapenas 97.301 — ou seja, pouco mais de15% — possuíam máquinas e instrumentosdestinados à lavoura. Consistíamos mesmoem 140.000 arados, menos de 60.000 grades,11.343 semeadeiras, 25.386 cultivadores,14.199 ceifadores e, finalmente, 1.706 tra-tores distribuídos por 1.398 estabelecimen-tos. Os Estados que se encontravam emmelhor situação a êsse respeito eram: RioGrande do Sul, que possuia mais da metadedo número de arados, ou exatamente 73.403;S. Paulo, com 27.922; Minas Gerais, com17.593; restando para o Distrito Federale os demais Estados 22.358. A média dearados por quilômetro quadrado de super-fície cultivada não ia além de 2,13. Várioseram os Estados em que havia unicamenteum só trator, enquanto que em outros asua utilização ainda não fôra tentada.
Os lavradores brasileiras cultivavam emem 1920 uma área de 6.442.057 hectares:sem dúvida, a cifra correspondente de 1940será consideravelmente superior. Terá, po-rém, o número de instrumentos agrícolaspor êles empregado crescido na mesma pro-porção? O arado, que já era, no tempo denosso quarto recenseamento geral, tido jus-tamente como "a
máquina mai'$ importan-te nos trabalhos do campo "f
aparecerá nastabelas do quinto recenseamento geral re-presentado por algarismos indicativos deuma evolução nítida na via do melhor ren-dimento? A passagem tão rápida quantopossível da fase extensiva para a inten-siva deve ser o principal escopo de uma po-lítica agrícola racionalmente orientada, noBrasil como em qualquer outra parte domundo. Para que impulsionemos a mecani-zação de nossa lavoura é previamente in-dispensável, entretanto, que conheçamosquantitativamente o seu estado atual} o quesó se poderá conseguir, de maneira comple-ta e precisa, mediante as respostas dos que-sitos do Cervso Agrícola.
NÚMEROS
TAREFA do 5.° Recenseamento Ge-ral do Brasil é de tal magnitude que
a simples enunciação de certos dados nu-méricos constitue qualquer coisa de espe-tacular.
Êsses números formam uma espécie desinfonia realmente bizarra e sensacional.
Os Censos Nacionais são sete, e, pararealizá-los, o Serviço Nacional de Recen-seamento haverá feito 4 biliões e 500 mi-í^8 Perguntas, distribuindo para isso2z milhões e 500 mil formulários, por in-ter médio de 45 mil agentes recenseadorcs,a um número de pessoas estimado em 45milhões, compondo 9 milhões de famílias,espalhadas pelos 8 milhões e 500 mil quilo-metros quadrados do território nacional.Essas famílias serão encontradas em 9 mi-
lhões de domicílios, trabalhando em — 2milhões de imóveis rurais (fazendas e sí-tios), 300 mil estabelecimentos iromçrciais80 mil estabelecimentos de prestação de ser-viço, 60 mil estabelecimentos industriais emilhares de outros centros de atividade, taiscomo escolas, hospitais, estações feroviá-rias, portos, ^repartições públicas, usinas elé-tricas, emprêsas de transportes urbanos, ho-teis, cinemas, etc., etc., tudo objeto dl in-vestigações censitárias.
POPULAÇÃO
Q BRASIL é um país na unidade políti-ca, mas é um continente na extensão
territorial. País jovem e vigoroso, sem vül-cões,
'sem desertos, sem tremores de terra,
a Brasil está destinado a ser uma naçãodecisiva no panorama internacional. Só aimaginação seria capaz de prefigurar a irn-portância do papel que o nosso País estáapto a representar no mundo que vai emer-gir do tremento reajustamento contempo-raneo.
O Brasil possue inúmeras riquezas, clen-tre as quafç a mais preciosa é o povo bra-sileiro.
Em 1872, a população do Brasil atingiua 10.112.061; em 1890, 14.333.915 indiví-duos habitavam o Brasil; em 1900, nós éra-mos 17.318.556 habitantes; em 1920 — ...30.655.605 foi o número que respondeu aofamoso estribilha — "
Quantos somos ? do-lorosa interrogação ".
Quantos somos agora, em 1940? Qual é
o montante da população dêste País conti-
nental ?
O Serviço Nacional do Recenseamentovai responder a essa pergunta, isto é, vai
contar, para o Brasil, a maior riqueza na-
cional.
ACIDENTES DO TRÁFEGO
1 A' teve início a publicação de resulta-*
dos parciais de vários censos compouen
tes do grande recenseamento geral levado
efeito há pouco nos Estados Unidos. Gra-
ças a isso, podem os norte-americanos sa-
ber agora, por exemplo, qual foi o cresci-
mento de suas principais cidades nos anos
de thristies, ou no decênio de 1930-1939, con-
forme diríamos nós. E, da mesma forma,
muitas outras cifras divulgadas nas últimas
semanas permitem que se tirem conclusões
de largo alcance e indiscutível oportuuida-
de para o solucionamento de certos proble-mas sociais do país de Tio Sam.
Em nenhum outro lugar do mundo as
questões do tráfego merecem por parte das
autoridades e da opinião pública cuidado
comparável ao que lhes é dispensado nos
Estados Unidos. Isso é, aliás, facilmente
compreensível, em vista do número foi nu
dável de veículos motorizados de toda soi-
te que percorrem as estradas e as ruas nor-
te-americanas. A atitude coletiva dos ci-
dadãos dessa poderosa democracia em face
dos dcisastres que se verificam nas vias pu-
a
o OBSERVADOR — LVI 121
Miras tais como atropelamentos, choques
de automóveis entre si ou com edifícios,
ti é muito diferente da indulgência com
Iiie'entre nós são os mesmos encarados.
T)aí a preocupação de quantos teem uma
nárcela d! responsabilidade, por mínima
que seja, no que diz respeito ao traíego, de
reduzir ao mínimo possível tais acidentes.
A publicidade educativa que se faz nos
Estados Unidos com essa finalidade é ver-
dadeiramente imensa. O cinema é um dos
meios mais empregados para isso: ao lado
de inúmeros shorts em que se dramatizam
os efeitos de negligência ou da imperícia
de chauffcitrs, profissionais ou amadores,
são também confeccionados em Hollywood
filmes de longa metragem nos quais a histó-
ria se desenrola em tôrno de um ou mais
desastres automobilísticos.
Na cidade de Washington- que, presen-
temente, ainda não possue uma população
de 700.00Ó habitantes, mas em cujas ruas
circulam diariamente nada menos do que
160.000 automóveis e caminhões, a pre-
ocupação de eliminar na medida das pos-
sibilidades humanas o número de acidentes
do tráfego alcança o seu máximo. E é justo
que se diga:,a capital dos Estados Unidos,
embora esteja longe ainda de ter atingido
esse desideratum, já logrou obter, entre-
tanto, resultados consideráveis. E tal coisa
constitue um motivo de orgulho, aliás le-
gítinio, tanto para as autoridades do trá-
fego do Distrito de Columbia, como paraas associações que aí existem e cujo pro-
grama se resume no combate aos acidentes
causados por automóms.
SÔBRE ESTATÍSTICA
A IMPORTÂNCIA do "quantos so-
mos " é bem maior do que parece à fá-
cil compreensão humana dos fenômenos so»-
ciais. Se cada um atentasse nos agentes
modernos de conforto que a civilização
lhe proporciona — telefone, a água corren-
te no interior das habitações, os veículos
de transporte coletivo, o teatro, o centro de
reuniões desportivas — teria de concordarem que tudo veio sendo criado em função
dêsse " quantos somos
" neste e naquele
bairro, do 1 quanto" podemos dispender,das ocupações que exercemos, enfim, da sín-
tese estatística da nossa vida.Um govêrno ou um milionário generoso
que derramasse benefícios públicos repre-
sentados em hospitais, creches, estabeleci-mentos de assistência médica, sem o senso
da medida, tumultuariamente, numa deter-
minada região, poderia correr o risco de
ser um perdulário em vez de ser um go-vêrno inteligente ou um benfeitor social,
porque talvez désse demais a um lugar e
deixasse de contemplar outros mais necessi-tádos. Seria necessário conhecer o efeti-vo demográfico local, a estatística das mo-léstias mais freqüentes, de maneira a apu-rar as necessidades atuais e as necessidades
prováveis no futuro próximo.O que ocorre na esfera da administração
pública, das grandes realizações para a co-letividade, se verifica igualmente na econo-mia privada. .Não há tuna indústria, umaatividade comercial, uma exploração agrí-cola, um negócio correlato à indústria, aocomércio ou à agricultura, não há um ofí-cio ou profissão cujo desenvolvimento não
possa ou não deva ser beneficamente influ-enciado pelas informações estatísticas, prin-cipalmente as recolhidas nos inquéritos cen-sitários gerais. Essas informações influem
para medidas ampliativas ou restritivas da
produção, como para a melhor localizaçãodos estabelecimentos segundo a revelação
das possibilidades aquisitivas; influem
igualmente para orientar a fixação de quais-quer profissionais de conformidade com as
perspectivas de maior ou menor clientela,apreciáveis, pelo conhecimento das cifrasde população, da existência atual dos produ-tos ou dos estabelecimentos, das oficinas
ou escritórios, etc.A coletividade brasileira, capacitada des-
sas verdades de clareza meridiana, trairiaos seus próprios e magnos interesses senão emprestasse à realização do Recensea-mento Geral de 1.° de Setembro o apóiosolicitado.
?
COMO SE VIVE?
Q CONHECIMENTO das condições derudimentar conforto, por um lado, e
dos índices elevados de luxo, por outro la-
do, virá auxiliar-nos poderosamente a for-
mar uma idéia bastante aproximada do pa-drão de vida de um País. Por meio de di-versas investigações, o Recenseamento Ge-ral de 1940 oferecerá, para êsse fim, opu-lenta documentação capaz de facultar umaidéia precisa das comodidades modernasde que dispõem todos os grupos mais oumenos consideráveis de habitantes do Bra-
sil.No arrolamento de todos os prédios exis-
tentes no País na data dos Censos — 1.°
de Setembro — será anotada, por exemplo,
a espécie de iluminação — a querozene, a
gaz, a acetilcno ou a eletricidade. Será es-sa sem dúvida uma da$ indicações mais se-
guras a respeito das condições de vida dos
habitantes de determinadas zonas. Iremos
ver a quanto sobe o número — que não é
pequeno — de casas onde ainda o que se
acende à noite é um tosco candieiro de luz
escasse e amarela.Será apontada também a existência de
instalações sanitárias e para banho com
água encanada, pesquisa da maior impor-
tância para o conhecimento do estado da
higiene domiciliária nas cidades brasilei-
ras.Passando para o estudo dos aspectos ur-
banos dos principais núcleos demográficos
do País, ter-se-á também o levantamento
estatístico das ruas calçadas e não calçadas
e mesmo da espécie de calçamento, se as-
falto, concreto, macadame, paralelepípedo ou
pedra irregular.Outra investigação de interêses é a re-
ferente aos logradouros públicos servidos
por transportes coletivos; bondes ou ôni-
bus.?
FUMO
rj CONSUMO anual per capita do ta-
baco tem aumentado, certamente, de
modo apreciável nos últimos vinte anos em
nosso País. Para isso tem contribuído bas-
tante a crescente disseminação entre as mu-
lheres do uso do cigarro. Por outro lado,
entre os indivíduos de sexo masculino se
tornou por assim dizer habitual a vista ae"menores" a soltar baforadas, coisa que
outrora seria motivo de grave escândalo pa-
ra n&ssos avós. ,,. .
Em tôrno do uso do fumo, médicos de
diversas especialidades teem emitido muitas
opiniões, que variam desde as que o con-
sideram inteiramente inofensivo ate as que
o declaram responsável por uma serie de
males.orgânicos. Em vista de tamanha di-
vergência é, consequentemente, impossível aadoçuo de qualquer medida higiênica de al-cance_ geral a êsse respeito. Apenas emrelação a determinados casos concretos serálícito afirmar-se a sua nocividade ou a suainocuidade.
Se o consumo per capita do tabaco vemascendendo entre nós, a sua produção temavultado de modo mais sensível ainda noBrasil. Somos hoje, com efeito, exportado-res de fumo em escala que está longe demerecer o qualificativo de reduzida. Dadosestatísticos publicados agora mostram queem 1938 enviámos para o exterior 26.822.165 quilos, no valor de 85.830 con-tos de réis. Em 1939 essas exportaçõesascenderam a 35.378.491 quilos, no valorde 97.755 contos. Tais cifras põem eni evi-dência o lugar importante que êsse produ-to ocupa, normalmente, em nossas vendaspara o estrangeiro. No ano corrente irá,entretanto, registrar-se uma queda sensívelnesse item das exportações brasileiras, co-mo resultado do presente conflito na Eurolpa. A maioria dos importadores de nossofumo é constituída, realmente, por paísesdessa parte do mundo, os quais se nc iamsujeitos desde Setembro de 1939 a um blo-
queio naval crescentemente rigoroso, porparte da Inglaterra. Entre êles se desta-cam: a Holanda, a Alemanha, a Espanha,a Suiça, a França e a Argélia. Na Améri-ca do Sul contamos apenas com dois com-
pradores importantes: a Argentina e o Uru-
guai.Terminada a guerra, devemos, porém,
não só esperar a recuperação dos merca-dos hoje temporariamente fechados, mastambém esforçarmo-nos para a conquista deoutros, cujas possibilidades veem sendo ob-
jeto de cuidadoso estudo.?
OPINIÕES
]yTANIFESTANDO-SE sobre o 5o Re-
censeamento Geral do Brasil, uma das
mais ilustres figuras das classes armadas do
País, o sr. vice-almirante chefe do Estado
Maior da Armada, salientou que "as or-
ganizações militares do País figuram en-
tre as que serão fortemente beneficiadas
com um perfeito serviço censitário" " Sô-
bre o recenseamento é que serão projetados
e organizado^ vários dos seus serviços, fi-
gurando entre êles alguns da mais alta im-
portância, como os referentes a logística.^
Declarou ainda que a Marinha, e princi-
palmente o Estado Maior da Armada te-
rão o maior empenho em cooperar e traba-
lhar ativamente para que o resultado do
esforço que já se vai corajosamente empre-
gando tenha como recompensa um Recen-
seamento que mostre a verdadeira situação
do Brasil em 1940".
O sr. diretor do Instituto Nacional de
Estudos Pedagógicos e técnico de reco-
nhecida autoridade em assuntos educacio-
nais, também a respeito do Censo Nacional
teve ocasiao de frisar o carater altamente
educativo da publicidade censitária, de cujo
concurso para a integração ^ do indivíduo
no espírito da Nação disse não duvidar.
Quanto aos problemas da instrução no
Brasil, declarou precisamente: ^" Situar bem um problema^ é resolve-lo
a meio. O recenseamento vira pôr em
equação clara o problema do analfabetismo
no País, concorrendo assim para a sua so-
lução. Por todos os aspectos, emfim, o re-
censeamento interessa a educação. E porque
os educadores teem esta compreensão, estou
O OBSERVADOR LI
122
certo de que serão os mais decididos pro-
pagandistas e cooperadores da importante
operação censitária de Setembro. "
Do sr. interventor federal no Estado da
Baía são estas palavras í)em expressivas:"O advento do Estado Novo, em que a
ação oficial deve fazer-'s;e sentir pela sua
ajuda, pela sua influência direta ou pela
sua simples presença em todas as manifes-
tações de atividade e de interêsse coleti-
vo, indica-nos naturalmente a necessidade de
um aparelhamento o mais eficaz possível,
em que se baseie o Estado no exercício desr
ga missão. A organização estatística ei a,
naturalmente, o ponto de partida de uma tal
ação. Daí, a importância do Censo Nacio-
nal de 1940, talhado para um grande êxito.
EM QUE TRABALHAM?
A TRAVÉS dos quesitos referentes á pro-• fissão, ao ofício, emprego, cargo, fun-
cão ou ocupação principal e suplementar
de cada indivíduo, o Censo Demográfico
do Brasil fará um importante levantamen-
to dos meios de vida da nossa população.
Será êsse, aliás, um dos aspectos que tor-' nará mais patente a diferença entre as .con-
dições existentes no Brasil em 1920, quan-
do se realizou o quarto Recenseamento, e as
que existem no Brasil de hoje. O vertigino-
so progrésso material e cultural da Nação
durante essas duas décadas deu lugar a
proliferação de novos ofícios, abi iu possi
bilidades novas à atividade humana, ao mes-
mo tempo que tornou obsoletas cei tas pro-
fissões, como a de cocheiro, por exemplo.
Considere-se, por outro lado, a profissão
de chauffeur: é fácil de prever a diferen-
.ça formidável entre o numero de pessoas
que conduziam os escassos automóveis então
existentes no Pais e a ^oma de váiias deze-
nas de milhares de indivíduos que hoje ga-
nham a vida guiando automóveis, ônibus e
caminhões em quase todo o ten itorio na-
cional. , . -
O aperfeiçoamento da máquina concorre¦* para a dispensa do trabalho humano e,
portanto, para a diminuição de empregos.
E' frisante o caso dos telefones automáti-
Ncos, que vão dando cabo da amável insti-
tuição do " Numero, faz favor ? . Ess<as
conquistas tecnológicas dão lugar certamen-
te a oscilações consideráveis no número de
determinados profissionais, como, por exem-
pio, deve acontecer com os ascensoristas:
a multiplicação dos edifícios de vários pa-
vimentolsi requer um número também cres-
ceiite de ascensoristas, mas o emprego, tam-
bem, cada vez maior, de elevadores auto-
máticos, dispensa, por outro lado, o concur-
so dos elevator-boys.Em 1920, na população de 1.157.873 al-
mas existente no Distrito Federal, exclui-
dos 638.669 indivíduos de profissão não de-
clara e sem profissão (compreendidos en-
tre êles 351.195 menores de 14 anos) ha-
via 5.910 pessoas que viviam de rendas.
Terá sido essa também uma profissão cujo
efetivo aumentou na mesma proporção do
crescimento demográfico? Eis uma questão
a que certamente não falta considerável iml
portância, e que, como tantas outras, terá a
devida resposta com os resultados dos Cen-
sOS Nacionais.O inquérito das profissões, compreendido
no Censo Demográfico, é, sem dúvida, uma
das partes do mais acentuado interêsse do
grande balanço a que vai ser submetida a
vida braisleira.
INTERROGAÇÕES
A POPULAÇAO do Brasil foi durante
mais de trfcs e meio séculos, objeto de
numerosos cálculos e outras tantas conjetu-
ras. Desde a carta de Caminha, com escala
pelos vários e ilustres viajantes estrangei-
ros que aqui residiram ou por aqui passa-
ram durante a fase colonial, pelos estadis-
tas do tempo de D. João VI, pelos globe-
trotters c[ue visitaram longamente o Brasil
Império, até a elite política de Pedi o 11,
cada um atribuía ao País um certo numero
de habitantes. De trabalhos censitarios liou-
ve apenas cogitações, às vezes tentativas
bem intencionadas nas Províncias, bo em
1872 tivemos, pela primeira vez, o que os''norte-americanos
já chamavam contagem
de narizes ".
E procedido o primeiro recenseamento ge-
ral do Império, verificou-se afinal que o
Brasil tinha 10.112.061 habitantes.
Dezoito anos mais tarde, efetuado o se-
gundo,censo nacional, já proclamada a Re-
pública, foi apurado um crescimento de mais
de quatro milhões de habitantes, pois o nu-
mero de pessoas então recenseadas ascen-
dia a 14.333.915.Os récenseamentos tinham, ao tempo, um
principal objetivo político, que era o de ser-
vir de base para fixação das representações
dos Estados na Câmara baixa do Parlamen-
to. Em 1900, levado a efeito o terceiro re-
censeamento, e recenseada uma população de
17.318.556 habitantes, tínhamos patenteado
um desenvolvimento demográfico, na média
de 298.464 unidades por ano, em vez de
234.547, como no período inter-censitário
anterior.Em 1920, o Brasil inteiro repetig:
" Quan-
tos somos ? Dolorosa interrogação ". Fez-'se
o quarto recenseamento. A interrogação foi
respondida. Éramos 30.655.605. Somava-
mos uma cifra duas vezes maior do que a
do primeiro recenseamento.
Os órgãos técnicos do sistema estatístico
nacional, utilizando métodos de experiência
universal, teem feito desde então as estima-
tivas anuais de nossa população. Para 31
de Dezembro de 1939, essa estimativa foi
de 45.002.176 habitantes, mas, como esti-
mativa que é, dela se faz uso sob reserva,
até que um censo geral atualize a resposta
à pergunta | quantos somos$ " ora' novamen-
te em circulação.?
FEIJÃO
pOUCAS são as culturas cuja importân-
cia para a economia brasileira pode ser
comparada à do feijão. Entretanto, a maio-
ria de nossos patrícios parece não avaliar
isso com justeza, por uma razão, aliás, fa-
cilmente discernível: porque êsse vegetal
não contribue para as nossas exportações.
Estamos habituados, em conseqüência de •um
preconceito econômico secular e, por isso
mesmo, fortemente enraizado, a só consi-
derar valiosos os artigos que habitualmen-
te vendemos em largas quantidades ao es-
trangeiro. Devemos., porém, levando em con-
ta as vastas e duradouras transformações
que se estão verificando na organização eco-
nômica mundial, encarar de outra maneira
a significação dos produtos nacionais queconsumimos em sua totalidade.
O feijão é, realmente, o alimento bási-
co da quase unanimidade da população bra-
sileira. São inúmeros os pequenos estabe-lecimentos rurais que o cultivam unicamen-
,te para o seu próprio gasto. Mas, ao ladodêsses, existem muitos outros que nele teemuma de suas principais fonte de renda. O
lugar ocupado pelo feijão em nosso merca-
do interno é, na» verdade, dos mafs, relevan-
tes, o que nada tem de estranhavel em vis-ta de sua posição na dieta costumeira doshabitantes de nossos campos e de nossascidades.
O fato de não figurar êle agora nas ta-belas de nos'sas exportações não quer di-zer que, futuramente, a situação continue aser a mesma a êsse respeito. Produzimos
oitenta variedades de feijões, sendo muito
possível que logremos ainda conquistar pa-ra algumas delas excelentes, não apenas porseu valor nutritivo, mas também por seuagradável sabor, mercados externos de
grande capacidade de absorção.
No que diz respeito, por exemplo, às va-riedades escuras, sobretudo o feijão pretoc o mulatinho, de primeira ordem sob todos
os pontos de vista, isso dependerá, antes
de outra qualquer coisa, da habilidade de
nossa propaganda comercial. E' necessário
que demonstremos não haver nada 'de
co-
mum entre elas e os feijões de côr, de
qualidade nociva, procedentes da África ou
da Oceania.O censo agrícola, parte integrante do
grande Recenseamento Geral de Io de Se-
tembro de 1940, mostrará com segurança
o tamanho da produção brasileira de feijão.
Os dados estatísticos assim obtidos serão
de imensa utilidade para a nossa políticaalimentar como para a nossa política co-
mercial. O feijão poderá vir a ser, com
efeito^ dentro de poucos anos, um dos itens
destacados no quadro de nos,sas exporta-
Ções.?
CIMENTO
nr RATÁMOS, há dias, da produção de
cimento em nosso País, salientando, en-
tão, a rapidez impressionante com que a
mesma se desenvolveu a partir de 19o2.
Conquanto essa matéria prima de constru-
ção, de fundamental importância presente-
mente, ainda figurasse nas tabelas das iin-
portações brasileiras relativas ao ano de
1939, afirmavamos que, de fato, ja nos
podíamos considerar auto-suficientes a essv.
respeito. O crescimento ininterrupto das
quantidades produzidas em nosso territoim
justificava plenamente, a nosso ver, ta
afirmação. _ , -
O Serviço de Estatística da Produção.
baseado no copioso material
de que dispõe, estima em cêrca de ouü.uuu
toneladas a nossa produção de l"»™™
corrente ano, calculando ainda em -
contos, aproximadamente, o valor da mes-
ma. Semelhante quantidade basta para s -
tisfazer a todas a's exigências de nossas. m-
dústrias, que, dessa forma, nao sentirão
falta do cimento que o conflito europeu
pediu de chegar aos nossos portos.
No primeiro semestre de 1939 produzm _
327.895 toneladas de cimento, no valor ~
72.325 contos de réis; no primeiro semes
dc 1940 ás cifras correspondentes fora •
371.352 toneladas e 80.302 cpntos. O
mento que se verificar no intervalo de um
ano merece, sem dúvida, o qua 1i ¦
apreciável. As nossas
produto básico em 1939 nao chegaram a
35.000 toneladas, das quais apenas a i
percentagem de 2% foi proceden e .
tados Unidos. Admitindo-se quePref,0 a
semos adquirir no estrangeiro e
mesma quantidade de cimento que
mos em 1939, ficaríamos, entretanto, "
possibilitados de fazê-lo, visto que Q
mesma deveriam vir da Europa.
LVlO OBSERVADOR
-icréscimo de 43.457 toneladas observado no
tirimeirq semestre do ano corrente já su-
Lra a referida quantidade, que assinalava.
L' assim dizer, o déficit de nossa auto-
suficiência, no tocante ao cimento.
Em relação a essa matéria-prima de pri-
roeíra ordem — e certamente a mesma coi
ca há de estar ocorrendo com referencia a
vários artigos industriais - a guerra euro-
„éia veio, pois, apressar o desenvolvimento,
aliás já acentuado, na via de noása comple-
ta'independência da produção estrangeira.¦p;
o que ficará certamente evidenciado,
«raças ao censo industrial, um dos compo-
nentes do grande Recenseamento Geral do
dia 1.° de Setembro.
agricultura e habitações
0 CENSO Agrícola, parte do Recensea-
mento Geral de 1940, procura obter cg-
uliecimentos, na verdade sem precedentes,
nela sua extensão e profundidade, sobre as
edndições em que se desenvolvem, no Brasil,
as atividades rurais.
Uma ligeira comparação entre o seu quês-
tionário geral e o que serviu ao realizado
em 1920, torna isso patente. Aquele, meri-
tório por ser o primeiro e pelo "ot^vel
esforço dispendido, e mesmo suficiente para
os conhecimentos de que na época sç preci-
sava, não descia a minúcias c omitia as-
pectos que são objeto de investigação no
corrente ano. .
Assim, por exemplo, quanto regn
da propriedade, o Censo de 19~0 limitava-
se a inquirir se o estabelecimento pertencia
a um só dono. No de Setembro, alem des-
sa pergunta, e no caso dela ser respondida
negativamente, ficará estabelecido se existe
condomínio, se a propriedade pertence a so-
ciedade ou, companhia ou se a cooperativa
ou sindicato. Mais ainda, sera estabelecida
a maneira de §|uisição, se por herança,
compra, doação, usocapião ou execução. Na
parte referente " ao arrendamento, foram
acrescentados dois quesitos, um referente
ao prazo e outro sôbre a taxa anual paga.
Também constituem objeto de averiguação
regime de trabalho (colonato, parceria
ou salariado), a demarcação do imóvel e os
compromissos que sôbre ele pesam, hipo-
teca ou anticrese. Quanto às dívidas hipote-
cárias, o de 1920 ia além do atual, inqui-
rindo também o valor, o que agora não se
clZÓs dados sôbre a pessoa responsável pela
exploração são, mais ou menos, os mesmos.
Já quanto à área, em 1920 fazia-se a dis-
criminação em total, cultivada e em matas,
ae passol que o questionário atual, mais mi-
uucioso, a distribue em total, das lavouras
anuais, das permanentes, coberta por matas
e florestas ou com pastagens comuns, de
terras incultas produtivas e de terras impro-
dutivas. A parte referente ao valor tam-
bém é objeto, atualmente, de investigaçõesmais minuciosas, discriminando-se o dos
prédios e construções, do maquinário, dos
veículos, animais e terras.Capítulos inteiramente novos são os de-
dicados ao pessoal, às construções rurais e
às instalações e construções especiais. O
primeiro procura apurar o número de pes-soas que trabalham no estabelecimento, com
especificação do sexo e idade, maior ou me-
nor de 15 anos, e também se fazem parteda família do responsável, se são colonose empregados ou se se trata de^ pessoaltemporário, em serviço extraordinário.
Mais interessantes ainda são os outrosdois: os resultados obtidos por seu inter-
médio revelarão o grau de cultura — essa
a expressão — existente nas diversas regiões
do País. E' sabido o valor que os moder-
nos estudos de Geografia Humana e de So-
ciologia atribuem à casa, que é precisamen-te o objeto principal dos quesitos desses
títulos. Não só a casa do proprietário e
as dos colonos e empregados, mas tam-
bém as outras construções onde se proces-sa a atividade rural — casas de máquinas,
celeiros, tulhas, galpões, depósitos, estábu-
los, banheiros carrapaticidas, sitos, etc. —
e. os prédios escolares e capelas. Instala-
ções geradoras de eletricidade, aparelhos
telefônicos, internos e ligados à rede geral,
água encalhada, esgoto ou fossa, aparelho
rádio-receptor e, o que é particularmenteinteressante, o processo de construção —
telha e tijolo, madeira ou outros tipos —
darão uma idéia das condições de higiene
e conforto existentes e dos materiais uti-
lizados.
ÓLEOS VEGETAIS
T A' vai longe o tempo em que se podiaJ dizer, com uma forte dóse de razão,
que o Bra'sil era um país de monocultura.
Na verdade, a nossa produção agrícola sem-
pre foi variada, porém não se deve esque-
cer de que no primeiro decênio deste se-
culo, ou, melhor, até o ano de 1914, ainda
importávamos alimentos em larga escala,
inclusive arroz de procedência indo-chine-
za. Hoje, com exceção do trigo, do baca-
Iháu, do azeite de oliveira e de certos tipos,
de bebidas, as nossas* aquisições no estran-
geiro de produtos dessa categoria sao pra-
ticamente negligenciáveis.
Conforme já tivemos ocasião de salien-
tar, o decênio iniciado em 1930 vai hcar,
sem dúvida, assinalado na história de nos-
so desenvolvimento econômico pela extra-
ordinária acentuação da tendência diversiti-
cadora nela observável, alias, desde os seus
primórdios. Produções novas surgiram e
cresceram com impressionante rapidez nes-
se período, emquanto que outras anterior-
mente existentes, mas diminutas foram mi-
pulsionadas de modo vigoroso. A compara-
cão de um quadro referente as nossas_ ex-
portações de produtos de origem agrícola
em 1939 com outro relativo as exportaçoes
de 1929 é bastante para mostrar como a
evolução que se verificou no intervalo entre
ambos repercutiu no domínio do comercio
exterior. Os efeitos, da mesma no mercado
interno são ainda mais sensíveis [>o.s nao
só nos tornámos auto-suficientes 110 que diz
respeito a várias utilidades que antes era-
mos obrigados a comprar no estrangeiro
como também pudemos acelerar o no?
progresso industrial com o auxilio de ma-
férias primas brasileiras.
Uma espécie de produtos cuja nnportau-
cia na economia nacional avulta de forma
considerável nesse mesmo período e a cons-
tituida pelos óleos vegetais. O emprego de-
les aumenta constantemente quer no tra
balho indüstrial| quer na alimentaçao.
guns merecem, indiscutivelmente, g >
agora, no grupo de artigos vulispensaveis,
na paz como na guerra, a todas as nações
equipadas em conformidade com as exige
cias da vida econômica contemporânea.
O Serviço de Informações Agrícolas do
Ministério da Agricultura acaba de divulgai
um certo número dc dados estatísticos con-
cernentes à quantidade e ao _valor
de nefcea
produção de óleos vegetais de 1932 a 193S;
Tais cifras abrangem, alias, unicamente os
óleos obtidos mediante operaçoes fabris, dei-
123
xando de lado os montantes extraídos por
processos rotineiros. Os algarismos publi-cados pela mencionada repartição são mui-
to eloqüentes: em 1932, com efeito, produ-zimos somente 19.396.540 quilos, no valor
de 26.270:000$, ao passo que, em 1938, os
números correspondentes foram:
102.739.046 quilos e 179.641:576$0001
O quinto Recenseamento Geral virá tra-
zer-nos informações quantitativas tão com-
pletas quanto possível sôbre o aproveita-
mento que vimos fazendo de nossa imensa
riqueza em vegetais oleaginosos. Sôbre a
base dêsse conhecimento numérico é que
poderemos formular e pôr em prática uma
política segura de racionalização dêsse ra|
mo de nossas atividades produtoras.
?
POPULAÇÃO ITINERANTE
QS recenseamentos gerais surpreendem
as populações numa data precisa, de mo-
do que os resultados apurados représen-
tam o estado dos habitantes nessa data. ^
A classe dos " estrategistas de café" é
bem maior do* que se pensa e se ocupa de
bem mais assuntos do que as guerras. Há,
entre eles, quem pretenda tornar dispensa-
veis as contagens censitárias periódicas mé-
diante a adoção de certas medidas aptas a
assegurar a perfeição dos registros dos cha-
mados movimentos natural e social das po-
pulações, ou sejam o resultante da natali-
dade, nupeialidade e mortalidade, e o das
emigrações.Entretanto, não só e bem tacil de ver
que, nas condições atuais do Brasil, sena
impossível atingir tal perfeição, como_ cabe
recordar que até hoje não a conseguiu igua
mente nenhum País no mundo, pois que um
índice de boa organização administrativa
ainda é vrbi et orbi, a realização de 11111
censo decenal.Para bem cumprir a finalidade de legis-
trar, com a exatidão a que podem aspirar
os objetivos humanos, o efetivo demografi-
eo do Brasil no dia Io de Setembro, o Ser-
viço Nacional de Recenseamento nao este-
ve presente apenas nas cidades densamente
povoadas, nm só nas vilas de todo o^ Pais,
nos barrancos amazonenses, nos sertões de
Mato Grosso, em terra firme, finalmente,
sôbre os oito e meio milhões de quilome-
tros da nossa superfície territorial, mas tam-
bém nas águas navegáveis que banham es-,
se território. Não também somente nas re-
sidências e domicílios, voluntários ou for-
çados, da população, m^st. igualmente nos
vagões itinerantes das ferrovias, na noite de
31&de Agosto para 1.° de Setembro. ^
Com efeito, está previsto nas instruções
referentes ao censo demográfico, que deve-
dam ser recenseados, além do pessoal em
serviço, todos ds passageiros em viagem
110 território nacional, 110 decurso daquela
noite, em trens pertencentes a quaisquer em-
prêsas, salvo aqueles que, antes do amanhe-
cer. saltassem em qualquer ponto do per-
Do mesmo modo seriam recenseados tam-
bém tripulantes e passageiros de todos os
navios, vapores e barcos mercantes de qua -
quer categoria que na referida noite esti
vessem fundeados ou navegando em aguas
territoriais da República, bem como nas
embarcações de qualquer tipo, na ocasiao,
estivessem fora dessas águas, mas sob a
bandeira brasileira. '
Os cômputos dêsses dois levantamentos
representarão a cifra da populaçao em tran-
sito no dia do Censo.
*fSPJSs
; slsip
mm
O OBSERVADOR — LVl
124
in
CLASSIFICAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO
ALGODÃO
PELO sr. Presidente da República foi
assinado o decreto n.°_6.186, de 28^de
Agôsto último, regulando as especificações
e tabelas para a classificação e fiscalizaçao
da exportação do algodão e seus sub-pro-
dutos e resíduos de valor econômico visan-
do a sua padronização, em virtude das -dis-
posições do decreto-lei n.° 334, de 15 de
Maio de 1938 e do regulamento aprovado
pelo decreto n.° 5.739, de 29 de Maio des-
te ano. «A classificação do algodão em caroço obe-
deçerá a cinco tipos, com as segun.tes de-
nominações: tipo 1 ou superior;^ tipo 2 ou
bom; tipo 3, ou regular; tipo 4 ou sojn-
víl; tipo 5, ou inferior. -O tipo 1 ou superior sera constituído de
algodão em perfeitas condições, com brilho, .
côr e resistência, características da varie-
dade ou espécie e isento de carimãs, de ca-
pulhosy- mal desenvolvimento e atacados de
pragas, manchas ou descoloraçÕes produzi-
das por agentes físicos, biológicos e,^ amda,
de impurezas. O tipo 2 ou bom sera cons-
tituído de algodão em perfeitas condicoes,
com brilho, côr e resistência próprias da va-
riedade ou espécie. Nesse tipo serão tolera-
dos: diminuta quantidade de carimas, ca-
beças sêcas" ou capulhos mal desenvolvi-
dos ou danificados; pequena quantidade de
fragmentos de folhas, sépalos e outros de-
tritos estranhos; ligeiras manchas isoladas
e levemente amareladas, produzidas por
agentes físicos ou biológicos. O^tipo 3 ou
regular será constituído de algodão em per-
feitas condições, com brilho, côr gjrèslsten-
cia próprias da variedade ou especie. be-
rão tolerados nesse tipo: regular quantida-
de de carimãs, "cabeças sêcas" ou capu-
lhos mal desenvolvidos e danificados, regu-
lar quantidade de fragmentos de folhas, se-
paios e outros detritos estranhos; pequena
quantidade de manchas amareladas produzi-
das por agentes físicos ou biologicos. O tipo
4 ou sofrível será constituído de algodão em
perfeitas condições, com brilho, côr e resis-
tência características da variedade ou espé-
cie. Serão tolerados nesse tipo: carimãs,"cabeças sêcas" òu capulhos mal desenvcl-
vidos e danificados, em maior quantidade
que no tipo regular; fragmentos de folhas,
sépalos e outros detritos estranhos em maior
quantidade no tipo 3; manchas amareladas
produzidas por agentes físicos ou biologicos,
em maior quantidade que no tipo anterior.
O tipo 5 ou inferior será constituído de al-
godão em perfeitas condições, com brilho,
cor e resistência próprias da variedade ou
espécie. Serão tolerados nesse tipo: cari-
mãs, "cabeças sêcas" ou capulhos mal des-
envolvidos e danificados ém maior quanti-
dade no tipo 4; fragmentos de folhas, sépa-
los, ramos ou outros detritos estranhos, em
maior quantidade que no algodão sofrível;
manchas amareladas produzidas por agentes
físicos ou biológicos.(J, algodão em caroço que não puder ser
classificado em nenhum dêsses tipos será
classificado com a denominação de "re-
fugo".' ,O algodão em pluma, segundo o compn-
mento das fibras, será classificado em três
classes, cada uma com nove tipos estabe.e-
cidos de acordo com a côr, brilho, resisten-
cia e grau de perfeição e limpeza das li-
bras. As classes serão denominadas: -fibra
curta; fibra média; fibra longa. A classe
fibra curta corresponde o algodão com libra
de 22 a 28 milíftietros de comprimento; a
classe fibra média, o algodão com 'fibra de
29 a 34 milímetros de comprimento; a classe
fibra longa, o algodão com fibra ae 35 mi-
límetros de comprimentos. Às tres classes
de fibras acima correspondem 9 tipos, be-
rá também classificado como "refugo o
algodão em pluma que não alcançar, pela
sua qualidade, qualquer dos nove tipos em
que o mesmo pode ser classificado.
O linter, que é um sub-produto ^ consti-
tuido, principalmente, de fibras ou pêlos, re-
lativamente curtos e separados^ da semente
do algodoeiro por meio de máquina apro-
priada, será classificado segundo o com-
primento, natureza dos seus pêlos ou fibras,
ou processos de extração em três classes
e cada uma destas em quatro tipos estabe-
lecidos de acordo com a côr, qualidade^e
gráu de pureza. As classes detiominar-se-ão
1.° corte, 2.° corte e 3.° corte, e os tipos
obedecerão, nas suas especificações, à se-
guinte ordem de valores : tipo 1, tipo 2,
tipo 3 e tipo 4.
O tipo 1 será constituído pelo Hnter de
coloração clara e sem impurezas, tais como
pedaços de cascas, gravetos ou paus e dé-
feitos de deslintamento. O tipo 2, pelo lin-
ter de coloração pardacenta ou acinzentada,
com maior quantidade de impurezas e de
defeitos que o anterior. O tipo 3, pelo lin-
ter de coloração mais escura, com impure-
zas e defeitos de deslintamento, # em maior
quantidade que o do tipo 2. O tipo 4, pelo
linter de coloração mais escura, com im-
purezas e defeitos de deslintamento, ^ em
maior quantidade que o do tipo anterior.
O linter que não alcançar qualquer dos ti-
pos '•acima,
pela sua qualidade, será classi-
fíradn com a denominação de "hup-fiber"|yUJ Clv^l 11 ICA.j w ui* 7
ficado com a denominação de "hup-fiber
ou borra de linter.
Os resíduos do algodão serão classifica-
dos segundo a procedência ou origem indus-
trial, com as seguintes denominações: de
beneficiamento; de fiação; de tecelagem.
Os resíduos de beneficiamento serão
classificados em dois tipos, chamados: "pio-
lho", e "algodão carimado, imaturo ou ca-
beça sêca". Os resíduos de fiação serão
classificados em 5 tipos: tipo 1, ou piolhodé abridor; tipo 2, ou strips de cardas; ti-
po 3, ou strips de penteadeiras; tipo 4, ou
massoróeas e anéis de rinks; tipo 5, ou es-
topa de algodão.
Os resíduos de tecelagem classificam-se
em dois tipos: tipo 1, ou Retalhos; tipo 2,
ou varreduras.O caroço de algodão, de acordo com a
sua apresentação, será distinguido em trêsclasses e cada uma dessas em dois tipos —
1 e 2. As classes terão as seguintes deno-minações: sementes vestidas ou hirsutas; se-mentes semi-véstidas ou mesclado; sêmen-tes nuas.
Os certificados de classificação serão vá-lidos pelo prazo de 120 dias para o caroço
de algodão, de seis meses para o algodão em
caroço e de um ano para o algodão em plu-
ma, para o linter e demais sub-produtos eresíduos.
As despesas relativas à classificação eà fiscalização da exportação serão cobra-
das de acordo com a seguinte tabela porquilo:
I) — Classificação, inclusive emissão decertificados: a) — algodão em pluma —
$010; b) — algodão etfl caroço — $005;c) — caroço de algodão — $001; d) —
linter e outros sub-produtos e resíduos —
$002. II) — Reclassificação, inclusive emis-
são de certificados: a) — algodão em plu-ma — $005; b) — algodão em caroço —
$003; c) — caroço de algodão — meio real;
d) — linter e outros produtos e resíduos$001. III) — Arbitragem: a) — algo-
dão em pluma — $030; b) — algodão em
caroço — $015;- c) — caroço de algodão
r— $003; d) — linter e outros sub-produ-
tos e resíduos — $006. IV) — Inspeções:
a) — algodão em pluma — $002; b) — al-
godão em caroço — $001; c) — caroço de
algodão — $001; d) — linter e outros sub-
produtos e resíduos — $001. V — Taxa de
fiscalização, inclusive emissão de certifica-
dos: a) — algodão em pluma — $005: b)linter e outros sub-produtos e resíduos$002. VI — Análises de amostras em
laboratório — 100$000. VIII — Forneci-
mento de padrões, preço da coleção: a) —
algodão em pluma — 400$000; b) — algo-
dão em caroço — 50$; c) — linter e outros
sub-pródutos e resíduos — 50$.
(Decreto n.° 6.186, de 28 de Agôsto de
1940, publicado no Diário Oficial de 30 do
mesmo mês e ano.)
CLASSIFICAÇÃO DO PINHO BRASILEIRO
pELO sr. Presidente da República foi
expedido o decreto n.° 6.187, de 28 de
Agôsto do corrente ano, aprovando as ta-
belas para a classificação do pinho brasi-
leiro, em virtude das disposições do decre-
to-lei n.° 334, de 15 de Março de 1938 e
dos regulamentos aprovados pelos decretos
ns. 5.714, e 5.739, de 27 e 29 de Maio des-
te ano.
As despesas, relativas à classificação do
pinho brasileirtfpbem como aquelas paia
trabalhos realizados a requerimento ou por
solicitação da parte ou partes interessadas,
serão cobradas de acordo com a seguin e
tabela por metro cúbico:
X — Classificação; a) medição e to-
maneio — $600; b) — classificação e enus-
são de certificado — $600. II Fisca iz
ção da padronização e defesa da produça
do pinho - $500. III - Rec]^Ac.a?a!:
a) — medição e romaneio — $6ÜU, )
classificação e emissão de certifica o
$600. IV — Arbitragem: a) — mediça
romaneio — 1$200; b) — dassAcaWO
emissão de certificado — 1$200. V
peções — $250. . .
Os certificados de classificação do
respeitadas as disposições do art. oo^
gulamento baixado com o decreto n. • »
de 29 de Maio do corrente ano, serão _
lidos pelo prazo de cento e_ vinte dias,
tados da data de sua emissão.
i
4M
O OBSERVADOR
-
. :1inta.mente com os demais
Êsse decre*°-ma vem completar as séries
que citamos acima, ^ ^ Gmèrno a
de prov^en^as uWS agricolas no sen-
favor dos "oss£sáP.los concorrendo, assim,
tido de padro ^ das fofe. qualidades
como^também para o incremento dessas nn-
portantes riquezas nacionais.
, n° 6 187, de 28-8-940, publica-
d0C&- ofol de 30 do mesmo mes
e ano.)
'CLASSIFICAÇÃO DA cera DE CAR-
NAÚBA
p ELO sr. Presidente da «f ^Uca
foi
* pxnedido o decreto n. 6.197, de ou
Aeôsto do corrente ano, aprovando as es-Agosto uu ,, classificaçao
TgXX tÜA * *
carnaúba, visando a sua padronizada . .
Conforme estabelece o presente decreto a
cera de carnaúba sera classificada em 4 ti
nos a saber: tipo 1 ou primeira; tipo 2 ou
mediana; tipo 3 ou gorda; tipo 4 ou gor-
dfrosa. .
A classificação obedecera as seguintes
especificações: o tipo 1 ou Pr,mera sera
constituído pela cera de
ou menos clara, proveniente do po extraído
de "olho"; o tipo 2 ou mediana, constitui
se-á pela cera de côr amarela, mais ou me-
nos acinzentada, proyeniente do po extraído
de " olho
"; o tipo 3 ou Gorda sera consti-
tuido pela cera gorda clara, de cor casta-
nha, mais ou menos carregada, amarelada
ou esverdinhada, proveniente do po cie paj
lha "; o tipo 4 ou Gordurosa, constituir-se-a
pela cera gorda ou gordurosa comum, de
coloração escura, tirante a negro, provenien-
te do pó extraído de "
palhas' .
A cera de carnaúba, que, pela sua qua-
lidade, não alcançar esses tipos,^ sera cias-
sificada com a denominação de "abaixo do
padrão" ou "refugo", sendo, porem, per-
mitido para essas ceras o rebeneficiamento
por processos físicos.
Qualquer que seja o tipo da cera. não
poderá ter uma densidade igual ou supe-
rior à unidade. O certificado de classifica-
ção da cera de carnaúba será valido por
um ano, contado da data de sua emissão.
Determina o presente decreto que, duran-
te a safra do corrente ano, será permitida
a classificação usual, não podendo, entre-
tanto, ser admitido mais de 1,5% de impu-
rezas, inclusive unidade para as ce^as e"
olho" e de 3% para as de "
palha .
As despesas relativas à classificação e -i
fiscalização da exportação da cera de car
naúba serão cobradas de acordo com a se-
guinte tabela :
a) — Classificação, inclusive emissão de
certificado, por quilo — $100; b)
sificação, inclusive emissão de certificado,
por quilo — $050; c) — Arbitragem, por
quilo — $150; d) — Inspeção por saco ou
volume — $200; e) — Análises de amos-
tras, em laboratório — 100^000; f) _ or~
necimento de padrões, preço de coleção
200$000; g) — Taxa de fiscalização e ex-
portação, inclusive análises e emissão e
certificados, por saco ou volume *
(Decreto n.° 6.197, de 30 de Agosto de
1940, publicado no Diário Oficial de
Setembro do mesmo ano.)
ESTATUTOS DOS SINDICATOS
PELO sr. Ministro do Trabalho foi ex-
pedida a Portaria n.° 354, de Agosto
do corrente ano, estabelecendo o modelo a
que devem obedecer os estatutos sindicais
na conformidade do que dispõe o art. 8.
do decreto-lei n.° 1.402, de 5 de Julho de
1939.A presente portaria ministerial vem aten-
der a constantes apelos dos interessados em
que fosse fixado, pelo Ministério do Traba-
lho, um padrão básico para as suas normas
estatutárias. .A portaria não é de cumprimento obriga-
tóio, de vez que, cm seu_ preâmbulo, ape-
nas se recomenda a adoção, pelos interes-
sados, dos modelos que ela estabelece, po-
rém, melhor fòra que sua observância se
tornasse obrigatória para que tivessem to-
dos os sindicatos um estatuto padrão, ape-
nas variável para atender a certas peculia-
ridades de cada um. Contudo, será de gran-
cie conveniência que todas as entidades sin-
dicais a observem e adotem os modêlos por
ela estabelecidos. .Ao redigirem seus estatutos de acordo
com as normas adotadas pela presente por-
taria, deverão os sindicatos mencionar a sua
denominação, sede, foro, sua finalidade, de-
clarando a categoria que representa se
econômica ou profissional — em sua base
territorial. ..Dos estatutos ficarão consignadas as di-
versas prerrogativas de que goze o sindica-
Io, fixando-se, desse modo, os direitos que
lhe assistem como órgão representativo de
classe e seus deveres como colaborador dos
poderes públicos no desenvolvimento da so-
lidariedade da classe que representa promo-
vendo e mantendo serviços que tenhampor
fim dar aos seus associados assistência e
demais benefícios assegurados pela legisla
ção protetota do trabalho.
Para o seu funcionamento deverão os
sindicatos atender às seguintes condições ^
__ observar rigorosamente a lei, os
princípios de moral e ter compre-
ensão dos deveres cívicos;
b) - abster-se de qualquer propaganda
de ideologias contrarias as institui-
cões e aos interesses nacionais,
c) _ não permitir a existência acumula-
tiva de cargos eletivos com O de
emprêgo remunerado pelo sind
cito *
d) — manter a gratuidade dos cargos
eletivos, ressalvadas as exceções da
lei.
^feo^arr^tí=tprofissionais
liberais. emprêsa que
Pfizer *as
prescrições da legisla# sindi-
cal tem direito de ser admitida no sindi-
^Dividem-se os associados em:
rcs. os que f"ãoad"^tato
;"f
«ri «- «3* «
rem^se
'se"1 tratar
"de" sindicato de emprega-
'
ièS
dores, o nome e sede da firma ou emprêça
a que pertence, prova de atividade, median-
te certificado do Registro do comércio ou
de repartição arrecadadora, o seu nome, ida-
de, estado civil, nacionalidade, residência,
número e data da carteira de identidade de
cada um dos sócios ou administradores da
firma ou emprêsa, e, se se tratar de sindi-
catos de empregados, trabalhadores autôno-
mos ou profissionais liberais, desde que
mencionem o nome por extenso, idade, es-
tado civil, nacionalidade, profissão, residên-
cia, estabelecimento ou local onde exerce
a profissão; beneméritos aqueles que tiverem
prestado relevantes serviços ao sindicato,
demonstrando alto espírito de colaboração
com o poder público, além de promoverem
a solidariedade das classes e concorrer para
desenvolvimento do patrimônio do sindica-
to, mediante doações e legados.
São direitos dos associados:
a) — tomar parte, votar e ser votado nas
assembléias gerais;. requerer, com motivo justificado, a
convocação da assembléia geral
extraordinária; .
c) — gozar dos «serviços do sindicato.^
j 1 r 1
Êsses direitos são pessoais e intransferí-
veis #Perderá seus direitos todo associado que,
por qualquer motivo, deixar o exercício da
profissão, excetuados os casos de aposen -
doria, falta de trabalho ou prestaçao do
serviço militar obrigatório.
Como deveres cumpre aos associadosi:
pagar pontualmente as mensalidades que
forem estipuladas; comparecer _as assem
bléias gerais e acatar suas decisões; desem-
penhar com eficiência o cargo para que o,
eleito e no qual tenha sido investido pres
tigiar o sindicato por todos os meios ao seu
alcance • comparecer as sessões cívicas co-
memorativas das datas e festas nae.onais
respeitar em tudo a lei e acatar as autor,-
dades constituídas e cumprir
t0Em seguida estabelece a portaria as di-
versas penalidades em que poderá incorrer
o associado desde a s^sPensa°
reitos de associado ate a sua el.m.naçao
dc quadro social do sindicato.
Para o exercício do direito do voto deve-
rão os estatutos conter as seguintes con 1-
ções:
__ ter o associado mais de seis mesesa)
de inscrição no quadro soca do
sindicato e mais de dois anos de
exercício da atividade na respectiva
base territorial;
1-a ser maior de dezoito anos;
C) _ estar no gôso de seus direitos sm-
dicais. i j
' vr-0 podem concorrer à eleição para car-
eofadmSativos ou de representação
profissional, além de outros, os que profes-
sarem ideologias inconciliáveis <:om as in
titnicões ou com os interesses da Nação , os
que houverem lesado o patnmonio de algu-
ma associação profissional; os que tivere
comprovada má conduta ou que forem em-
pregados do sindicato ou de assoeiaçao de
^rDe^erã^ainda os estatutos estabelecer o
processamento das eleições e as dlvers\3
^Sidas a serem tomadas para se assegurar re
suttado honesto e imparcial nos ptato., de-
terminando-se também a mane.radeserfe_
to o registro dos candidatos a cargos eieu
126
vos, de conformidade com o que dispõe a
respeito a portaria n.° 338, de 31 de Julho
do corrente ano. Com referência as assem-
bléias gerais determina a portaria que elas
são soberanas nas resoluções que nao con-
trariem as leis vigentes e aos estatutos que
forem adotados pelo sindicato; suas delibe-
rações deverão ser tomadas por maioria
absoluta de votos, em relação ao total dos
associados em primeira convocação, e em
segunda, por maioria dos votos dos associa-
dos presentes. As assembléias gerais extra-
ordinárias serão realizadas por convocação
do presidente ou da maioria da diretoria
ou do Conselho Fiscal, ou ainda a requeri-
mento de certo número de associados, jus-
tifiçado o motivo.
O sindicato será administrado por uma
Diretoria, composta de determinado numero
de membros eleitos pela assembleia geral.
Cabe à Diretoria eleger, j dentre os seus
membros, o presidente do sindicato.
Deverão os estatutos especificar a compe-
tência da Diretoria e do presidente, bem co-
mo as atribuições do secretário do sindi-
cato. . | ,Além da Diretoria, tera o sindicato um
Conselho Fiscal, composto de três mem-
bros, eleitos pela Assembléia Geral, e ín-
cumbido da fiscalização financeira.
Dos estatutos devem constar também os
casos determinantes de perda e suspensão
do mandato não só para os membros da Di-
retoria como para os do Conselho Fiscal,
determinando-se ainda o modo de se proces-
sarem as substituições dos referidos mem-
bros em caso de impedimento, renuncia ou
abandono do cargo.
A constituição do patrimônio dos sindica-
tos é matéria de grande importância e os
estatutos deverão estabelecer medidas ne-
cessárias à sua conservação e emprêgo, de
modo a não vir o çiesmo a ter finalidade di-
ferente da que for determinada em lei e
constar de suas normas. _ J . 1
Os estatutos só entrarão em vigor depois
de aprovados, por despacho, pelo sr. Minis-
tro do Trabalho, e a sua reforma far-se-á
apenas por uma assembléia geral para êsse
fim especialmente convocada.
(Portaria n.° 354, de 22-8-40; publicadano Diário Oficial de 23 de Agosto de 1940.)
DURAÇÃO DO TRABALHO
PELO sr. Presidente da República f°i
assinado o decreto-lei n.° 2.505. de 19
de Agosto do corrente ano, reformando dis-
positivos do decreto-lei n.° 2.308, de 13 de
Junho deste ano, que dispõe sôbre a duração
do trabalho nas atividades privadas.^Ao art. 12 do referido decreto-lei 2.308,
foi acrescentado um terceiro parágrafo es-
tabelecendo que o limite mínimo de uma
hora para repouso ou refeição poderá ser
reduzido por ato do sr. Ministro do Tra-
balho, desde que, ouvido o Serviço de Ali-
ínentação da Previdência Social, ficar
constatado que o estabelecimento satisfaz
integralmente às exigências do decreto-lei
n.° 1.238, de 2 de Maio de 1938. que dis-
põe sôbre a instalação de refeitórios e a
criação de. cursos de àperfeiçoamento pro-
fissional.Além disso, nova redação também foi
dáda aos parágrafos 1.° e 2.° do art. 13 do
mesmo decreto-lei 2.308 no sentido de de-
terminar que a hora do trabalho noturno se-
rá computada cq$q de 52 minuto» e 30 se-
gundos, e considerando-se como noturno o
trabalho que for executado entre as 22 no-
ras de um dia e as 5 horas do dia se-
gUAs alterações introduzidas pelo presente
decreto-lei entraram em vigor juntamente
com o de n.° 2.308, de 13 de Junho do cor-
rente ano, isto é, desde o dia 15 de Agos-
to próximo passado.
(Decreto-lei n.° 2.505. de 19 de Agosto
de 1940. publicado no Diário Oficial de
de Agosto de 1940.)
direitos aduaneiros
O ELO sr. Presidente da República foir
expedido o decreto-lei n.° 2.503, de 19
de Agosto do corrente ano. dando nova re-
daçüo ao art. 26 do decreto-lei n. 300. de
24 de Fevereiro de 1938, que regula a con-
cessão de redução e isenção de direitos
aduaneiros.O art. 26 do citado decreto-lei 300 trata
da concessão feita às empresas, compa-
nhias ou firmas que explorem a indústria
de extração do petroleo, do carvão mine-
ral, fabricação de cimento e de vidro plano.
O assunto pertinente àquele dispositivo
terá a seguinte regulamentação:
Às emprêsas, companhias ou firmas já
constituídas ou que se venham a constituir,
no País, para a indústria de extração de pe-
tróleo, de carvão mineral, fabricação de ci-
mento e de vidro plano, serão concedidas
isenções de direitos de importação paraconsumo e demais taxas aduaneiras aos ma-
quinismos, aparelhos, ferramentas, instru-
mentos e materiais importados para aquele
fim, bem como ao transporte marítimo, flu-
vial, por estrada de ferro de pequeno per-curso ou cabos aéreos, das matérias primas
para as fábricas ou depósitos, etc.
A concessão vigorará pelo prazo de cinco
anos e deverão ser satisfeitas, mediante con-
trato, além das obrigações de carater ge-ral, mais as seguintes:
a) — prova da existência legal da em-
prêsa, companhia ou firma, com certidão de
seu registro em documento hábil que o
supra;b) — prova de que tem capital realizado
de 10.000:000$ no mínimo, para as indús-
trias de extração de petróleo, de carvão
mineral e fabricação de cimento, e de ....
6.000:000$ para as de vidro plano;
c) — apresentar ao exame do Ministé-
rio da Agricultura, que depois de aprova-
dos, os remeterá ao Ministério da Fazenda,
todos os planos, orçamentos, especificaçõese demais detalhes referentes a construções,instalações e funcionamento das fábricas;
d) — vender ao Govêrno Federal, paraas suas necessidades, até 30% da produçãoanual das fábricas, a preços nunca supe-riores e condições também nunca inferioresàqueles pelos quais estejam veridendo aosatacadistas o produto de sua fabricação;
e) — sujeitar-se à fiscalização do Go-vêrno, facilitando todos os exames que, nes-se sentido, venham a ser feitos;
f) — empregar, nos seus serviços, pelomenos, 80% de operários brasileiros e man-ter nas fábricas até 10 menores aprendizes,bem como três técnicos que hajam obtidoas melhores notas na Escola Nacional deEngenharia, ou na Escola Nacional de Mi-nas e Metalurgia, ou ainda na Escola Na-cional de Química da Universidade do Bra-sil, ou em outras escolas legalmente reco-nhecidas;
O OBSERVADOR — LV1
g) — prestar caução, ao Tesouro Nacio^nal, antes da assinatura do contrato e paragarantia de sua execução, a quantia de ...100:000$, adiantando a quota anual de ...18:000$ para as despesas de fiscalização.
As companhias, emprêsas ou firmas queexplorem a indústria de fabricação de ci-mento, deverão ainda atender às seguintesexigências:
a) — instalar, no prazo de um ano, a co-meçar da data da assinatura do contrato, fá«bricas com capacidade mínima anual de ..,25.000 toneladas;
b) — empregar matéria prima exclusi-vãmente nacional;
c) — provar que dispõem de jazidas decalcáreo e argila para abastecerem as res-
pectivas fábricas, durante o período de 15anos;
d) — não fornecer ao consumo o cimen-to produzido, sem prévia autorização do en-
genheiro fiscal,, que certificará a composi-
ção, qualidade, densidade, grau de pulveri-zação, resistência e tração, deformação afrio e a quente.
As emprêsas, companhias ou firmas queexplorarem a indústria da fabricação do vi-
dro plano deverão instalar, dentro de dois
anos, a contar da data da assinatura do
contrato, a respectiva fábrica e somenteempregar, como matéria prima, areias ou si»licatos e calcáreos exclusivamente na-
cionais.
As emprêsas, companhias ou firmas quese organizarem para êsses fins, deverão ter-
minar as instalações e iniciar o funciona-
mento das fábricas dentro dos prazos mar-
cados nos contratos, sob pena de caducida-
de da concessão e pagamento dos direitos
integrais de todo o material que já houver
sido despachado com os favores conferi-
dos pelo presente decreto-lei.
A finalidade da nova redação dada a êsse
artigo do decreto-lei que concede isenção ou
redução de direitos aduaneiros é facilitar o
incremento das indústrias extrativas do pe-tróleo e do fcarvão mineral e da fabrica-
ção de cimento e de vidro plano, produtosda maior importância e necessidade para o
consumo interno do País.
Êsse ato do sr. Presidente da Republica
expressa bem a orientação atual do Govêr-
no em prestigiar e auxiliar, sempre que
possível, todas as iniciativas tendentes a
produzir, com os próprios recursos das nos-
sas matérias primas, tudo quanto costuma-
mos importar para as nossas atividades
industriais.
(Decreto-lei 2.503, de 19 de Agosto
de 1940, publicado no Diário Oficial de
21 de Agosto do mesmo ano. O decre-
to-lei n.° 300, de 24 de Fevereiro de
1938, publicado no Diário Oficial de 5
de Março do mesmo ano.)
FIBRAS NACIONAIS
PELA Comissão de Defesa da Economia
Nacional foi expedida a Resolução nu-
mero 4, de 20 de Agosto do corrente ano,
determinando que nas indústrias de ec1
e cordoalha sejam utilizadas fibras na
nais no sentido de incrementar a sua pr
dução e o seu aproveitamento industria .
As medidas tomadas pela referida
são merecem registro especial pela ínrp
tancia que as mesmas envolvem a
economia e indústrias têxteis do Pais»
O OBSERVADOR - LVl
_ ,-rmina a Comissão que as fábricas de
Çfap iniagem são obrigadas, de ora
'' diante a empregar na manufatura de
cm dia„,'tn, em mistura com juta índia-
SeUS ma wrcenUgem minima de 10% de fi-
na, uma per ^ ainda ponderar que a
iíta Sna um. entre nós. um sucedâneo
d^ímbS!°rasqcorUr^s^'obrigada, a
Iríar no fabrico de certos produtos,
a™ seguintes fibras nacionais nas propor-
ções de;
100% de caroá em todos os bar-
bantes engomados até agora_ fabri-
cados com juta de importaçao;
u\ _ 100% de fibra de caroa ou outra
qualquer fibra nacional em todos os
demais produtos, até agora_ fabrica-
dos com juta de importaçao;
c1 _ 25% de fibra de caroá, exclusiva-
mente, em todos os fios, cordéis,
cordas e cabos que tenham sido ate
o presente fabricados com fibra de
sisal nacional ou importado.
Como se vê. será o caroá nordestino a
fibra nacional de maior aproveitamento na
indústria de tecidos e cordoalha de que tra-
ta a aludida Resolução da Comissão de De-
fesa da Economia Nacional.
Certo, outras fibras brasileiras virão a
ser beneficiadas para o futuro. . mDetermina ainda a aludida Resolução qu
o preço de todas as fibras nacionais, cujo
emprego é agora obrigatório, isto é, o ca-
roá e o sisal. não poderá exceder o preço
das fibras similares importadas, dependen-
do também de expressa autorizaçao daquela
Comissão a importação de todos os produ-
tos manufaturados de juta e sisal.
A importância e o alcance economicos des-
sas providências tomadas pela Comissão
dc Defesa da Economia Nacional estão as-
sinaladas em editorial feito especialmente
sobre o assunto. ;Naquele registro procuramos mostrar o
interesse que deve ser dispensado ao incre-
mento das fibras brasileiras não só com re-
lação à nossa emancipação como pais im-
portador de tais produtos, senão também
para a possibilidade de nos tornarmos abas-
tecedores dos grandes centros industriais.
(Resolução n.° 4, de 20 de Agosto de
1940, publicada no Diário Oficial de 24 de
Agosto de 1940, pag. 16.289.)
EXPORTADORES E CLASSIFICA-
DORES AGRÍCOLAS
ri ANDO cumprimento ao disposto nosU
parágrafos 1.' e 2.° do art. 61 do
decreto n. S.739. de 29 de Maio deste
ano que aprovou o regulamento a p
dronização dos produtos agrícolas e P
cuários e das matérias primas, seu!J*.
produtos e resíduos de valor econo
foi expedido pelo Sr. Presidente a
pública o decreto-lei n. 2.527 de 23 de
Agosto do corrente ano criando taxas
para o registro de exportadores e c a
ficadores daqueles produtos agrico a
pecuários do País. crxtnnnAs taxas de registro serão de 5JWW
por exportadores e 10$000 por produtos,
e as da renovação dos registros de 5»
pelos primeiros e 5SOOO pelos segun os.
Ficam ainda estabelecidas as tax*|s
30$000 por çlasie « 5ÇOOO por produtos,
devidas para o registro de títulos de cias-
sificadores de produtos e matérias pri-
mas de origem animal, mineral e vege-
tal, de acordo com o que dispõe o arti-
go 40 do Regulamento aprovado pelo ci-
tado decreto n. 5.739.
O pagamento dessas taxas far-se-á por
meio de estampilhas, inutilizadas nos tí-
tulos, no ato do registro, pelo Serviço de
Economia Rural do Ministério da Agri-
cuhura, sem prejuizo do selo por verba
a que estiverem sujeitos aqueles títulos,
cuja quitação se devera provar antes da
concessão do registro.
O registro, de acordo com o presente
decreto-lei, tem carater obrigatório e
dele não se exime o exportador pelà ial-
ta de especificações e estabelecimento de
padrões para a classificação de um pro-
duto agrícola, pecuário ou matéria pri-
ma, bem como seus produtos e resíduos
de valor econômico.
A obrigatoriedade do registro contar-
se-á, porém, a partir de noventa dias
após a expedição dêsse decreto-lei, islo
é de 26 de Outubro do corrente ano,
quando, então, não será permitido a ne-
nhum exportador que nao esteja regis-
trado, exportar para o estrangeiro.
O presente decreto-lei vem completar
as recentes medidas que sòbre o assunto
estão sendo tomadas pelo S°""n0- s0~
hretudo a partir do mencionado decreto
n 5 739, de 29 de Maio último, nft sen-
tido de não só incrementar a produção
de nossas matérias primas c0™°
estabelecer um r^mepadromzadopa
os mesmos, de que ahas ja tratar^ ^
dPe°rjX dèste^ ancf," do Ministério da
Agricul.ura. 23-8-940, pu-(Decreto-lei n. 2.527, de a s . w
blicado no " Diário Oficiala, de 26
COMISSÃO NACIONAL DO
GASOGÊNIO
PELO Sr. Presidente - da RfP|b,*a
* expedido o decreto-lei n 2.52
23 de Agosto do corrente an
a redação do decreto-lei ti._l.ws, oe
de Fevereiro de 1939 que criou a Comis
Qão Nacional do Gasogenio.S
A referida Comissão funcionar^dire-
tamente subordinada ao ^ atribui.
Agricultura e tera as g
plost. tratores agrícolas, veic^os auto-
fabcflÇ1ncentivar0rpÍaní°o de essências
n ctoU mais convenientes ao preparo
de Tenha e carvão apropriado à produção
ção e consumo econômico de combusti-
Í^gSrÔr^nSn£c^ de
COnbontaçãdo e le'"mecá^ica^efpecializa-
Ha °ob
sua orientação tendo em vista a
uniformidade e difusão dos cursos em
todo o paisj
127
{) _ manter em dia estatística relati-
va à importação, fabrico é emprego do
gasogênio no pais, devendo para isso ser
organizado um serviço encarregado de
exame e registro dos gasogênios, apare-
lhos de carbonização e materiais acesso-
rios;
g) fazer propaganda nos meios
produtores da conveniência e utilidade da
construção de estradas ou caminhos ade-
quados ao "tráfego fácil de veículo au-
to-motor a gasogênio;h) propor aos governos federais, es-
taduais e municipais as providências ne-
cessárias à intensificação do uso dos vei-
culos à gasogênio.
Nenhum tipo de gasogênio, seus aces-
sórios e aparelhos de carborização pode-
rão ser expostos à venda sem o compe-
tente certificado de registro e aprovaçao
da Comissão Nacional do Gasogênio m-
correndo em multa de 500?000 a 10.000v,
além da apreensão daqueles produtos, os
que infringirem êsse dispositivo. ^A' Comissão do Gasogenio incumbe
fiscalizar e orientar toda e qualquer ati-
vidade relativa ao gasogênio no territo-
rio nacional.
Será composta de representantes dos
Ministérios da Agricultura, Viaçao,
Guerra e Trabalho, do Instituto de Tec-
nologia, do Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem, da Inspetoria Fe-
deral de Obras Contra as Secas, da h.s-
cola Nacional de Agronomia, do Serviço
Florestal do Ministério da Agricultura,
da Sociedade Nacional de Agronomia, do
Automóvel Clube do Brasil, das empre-
sas de transportes e dos fabricantes
gasogênio, sendo um de cada entidade.g
(Decreto-lei n. 2.526 de 23 de Agosto
de 1940, publicado no Diário Oficial ,
deA2's"8re4plrtições federais, estaduais e
municipais cumpre prestar toda a. cola-
boração aos trabalhos da Comissão, fi
cando esta autorizada a requisitar, por
intermédio do Ministério da Agncultura,
técnicos e outros funcionários _
numerários federais que
rios ao bom andamento dos s
lhos Os créditos destinados a Comissão
serão distribuídos ao Tesouro Naooijl e
postos à disposição da Comissão _ no
aS^^^srr^ços
terá existência permanente devendo noa
orçamentos anuais da União, a Par^r
1941 ficarem abertos os créditos nec^ss^
rios"a sua manutenção. Determina desde
já o decreto-lei que todo propnetáno de
10 OU mais veículos automoveis tera de
possuir um a gasogenio em trafego, por
grupo de 10. Serão elaborados pelo »
listro da Agricultura o regulamento e O
regimento a que deve obedecer a exe
rucão do presente decreto-lei e dos ser
viços concernentes aos trabalhos da re-
ferida Comissão.
CiNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE
POMo objetivo de salvaguardar a eco-
^ nomia dos consumidores de generos de
nrimeira necessidade — o povo, própria-
mente dito — defender a produção nacional
m mercados interno», e garantir aos pro-
''
128
dutores um lucro razoável sem a especula-
ção de preços, o açambarcamento de pro-
dutos e a exploração do consumidor, baixou
a Comissão de Defesa da Economia Nado-
liai, pela Resolução n.° 3, de 1 de Agosto
do corrente ano, medidas tendentes a regu-
larizar "na emergência atual, a produção e
o abastecimento do Pais".
Determina aquela Comissão Que^ nenhum
comerciante, em grosso ou a varejo, P°de~
rá alterar os preços constantes do ultimo
tabelamento da Comissão de Abastecimento,
recentemente extinta, ou os que se vierem
a estabelecr sem motivo justificado.
São motivos justificáveis para alteração
de preços:
a) — a alta resultante de melhores pré-
ços pagos aos produtores ;
b) — os ônus decorrentes da alta de
transportes, combustíveis, matérias
primas importadas;
c) __ as secas, ou fenômenos climatoló-
gicos, inundações, pragas vegetais,
desde que afetem a colheita ou ren-
dimento, ou rareem os produtos;
d) —- a oscilação natural, resultante da
safra, de acordo com as verifica-
das nos anos anteriores.
Os contraventores, comerciantes ou indus-
triais, responderão, isoladamente, pelos seus
atos que são passíveis de multa de 1 a 100
contos de réis, sem prejuízo das penalidadesou responsabilidades em que porventura _seachem incursos, em virtude das disposições
do decréto-lei n.° 869, de 18 de Novembro
de 1939, que define os crimes contra a eco-
nomia popular, sua guarda e seu em-
prego.
Incorrem ainda nessa penalidade ias pes-
soas naturais ou jurídicas que jetiveremstocks com objetivo de especulação; prati-carèm manobras, com o propósito delibe-
rado de manter a alta dos preços nos cen-
tros consumidores, quando os artigos estive-
rem a preços baixos nos centros produto-res e formarem trusts no comércio em gros-so, com o fim de açambarcamento.
A Comissão de Defesa da Economia Na-
cional providenciará para colaborar com o
produtor e com o comércio, afim de equi-
librar os preços em um nível compatível
com o padrão de vida das populações.
As medidas propostas pela Comissão são
de grande importância e necessidade e cons-
tituem uma segurança para as classes pobrescontra a sanha dos seus exploradores.
(Resolução n.° 3, de Io de Agosto de
1940, publicada no Diário Oficial de
3-8-940, pag. 15.271.)
?
ELEIÇÕES SINDICAIS i
g STABELECÊNDO as condições quedevem ser observadas para o processo
das eleições sindicais, baixou o sr. Minis-
tro do Trabalho a Portaria n.° 338, de 31
de Julho do corrente, com ás seguintes ins-
truções a respeito:
Para o exercício do direito do voto em
eleição sindical, assim como para a investi-
dura em cargo de diretoria ou de Conse-
ího Fiscal do sindicato, ou de representa-
ção profissional, devem ser satisfeitas as
condições abaixo:
a) — estar o associado inscrito a mais
de seis meses no quadro social do
sindicato e ter mais de dois anos
de exercício da atividade ou profis-
são na respectiva base territorial;
b) — ser maior de 18 anos;
c) — estar no gozo de seus direitos sin-
dicais.
São motivos impeditivos para exercer
cargos administrativos ou de representação
profissional:
a) __ professar ideologias incompatíveis
com as instituições ou os interesses
nacionais;
b) — não ter aprovadas as suas contas
de exercício em cargos de admi-
nistração;
c) haver lesado o patrimônio de qual-
quer associação profissional; g|d) — não ter, pelo menos, desde dois
anos antes de exercício efetivo da
profissão ou em representação pro-fissional;
e) — ter provada má conduta;
f) — ser empregado de sindicato ou de
associação de gráu superior.
São de dois anos os mandatos da dire-
toria e do conselho fiscal, e vedada a re-
eleição para o período imediato. Êsses car-
gos serão conferidos a brasileiros, e o de
presidente de sindicato ou de associação, a
brasileiro nato.
E' assegurado a todo associado o direito
de concorrer a cargos de diretoria ou de
conselho fiscal do respectivo sindicato des-
de que o exerça por meio de chapas regis-tradas, mediante os dados seguintes:
a) — número de matrícula social;b) — número da carteira profissional e
respectiva série;c) — nome do estabelecimento onde
exerce a atividade ou profissão;d) — naturalidade;e) — idade;f) — estado civil;
g) — o tempo de exercício da atividadeou profissão.
O registro dos candidatos será feito nosindicato, por meio de chapa entregue, emtrês vias, sob recibo, à respectiva secreta-ria, por qualquer associado, sete dias antesde se realizarem as eleições.
Para as eleições, observar-se-á o seguin-te: o presidente do sindicato convocará aassembléia geral, indicando o local, dia ehora mediante edital, avisos ou boletins comantecedência de três dias.
Havendo número legal de associados, o
presidente abrirá a sessão, passando a pre-sidência ao membro mais idoso do conse-lho fiscal. Em seguida, o presidente damesa fará a leitura do edital de convocaçãoe explicará a finalidade da assembléia,nomeando os seus secretários e escrutina-dores. Iniciados os trabalhos, a ordem dodia constará do seguinte: a) — leitura dosnomes dos presidentes das mesas eleitorais;b) — leitura dos nomes dos candidatos
que concorrem ao pleito, constantes daschapas previamente registradas na secreta-ria do sindicato; c) — leitura dos nomesdos fiscais dos candidatos que encabeçaremas chapas registradas.
A votação processar-se-á da forma se-
guinte: '.Ml d.LLÜ
O OBSERVADOR — LVl
a) — o presidente da mesa abrirá a ur-na, examinando-a e mostrando quea mesma está vazia e perfeita, para,depois, fechá-la, garantindo a in-violabilidade com lacre;
b) — em seguida, proceder-se-á à cha-mada de cada eleitor, o qual, de-pois de receber das mãos do presi-dente da mesa uma sobrecarta, di-rigir-se-á ao gabinete indevassável,onde colocará a chapa de seu votona sobrecarta, fechando-a, e vindodepositá-la, depois, na urna;
c) — terminada a primeira chamada,
proceder-se-á, imediatamente, auma segunda chamada, e se hou-ver, pelo livro de votantes, o com-
parecimento da maioria absoluta,
dar-se-á lojjo inicio à apuração,
podendo, porém, se conveniente,
adiar a apuração para o dia ime-
diato, e, nesse caso, serão devida-
mente vedadas, lacradas e rubrica-
das as urnasr Se não houver vota-
ção da maioria absoluta, ficará sem
efeito a eleição, fazendo-se nova
convocação, dentro de oito dias,
para outra eleição. Serão considc-
rados eleitos os candidatos que ob-
tiverem maioria dos eleitores pre-sentes. Em caso de empate, será
considerado eleito o associado mais
antigo do quadro social do sindi-
cato. Todas as eleições dependem
de aprovação do Ministro do Tra-
balho.
Proceder-se-á do mesmo modo para as
eleições nas associações sindicais de gráu
superior e na escolha dos delegados dos sin-
dicatos junto às respectivas federações e
destas junto às confederações.
(Portaria n.c 338, de 31-7-940, publicada
no Diário Oficwl de 8-8-40, pag. 15.302;
retificada no Diário Oficial de 15-8-40, pag.
15.684.)
?
IMPOSTO SINDICAL
PELO sr. Ministro do Trabalho foi ex-
pedida a Portaria n.° 339, de 31 de Ju-
lho dêste ano, estabelecendo as condições
que devem ser observadas no tocante a fi-
xação e pagamento do Imposto Sindical cria-
do pelo decreto-lei n.° 2.377, de 8 daquele
mesmo mês e ano.
Para a fixação do imposto sindical devi-
do pelos trabalhadores autônomos > e pelos
profissionais liberais deverão os sindicatos
apresentar proposta no mês de Junho de
cada ano, à aprovação do Departamento
Nacional do Trabalho, no Distrito Federal,
e das Delegacias Regionais do Ministério
ou das repartições estaduais competentes e
que exerçam funções delegadas, nos Estados
e no Território do Acre.
A aprovação será feita por despacho ate
31 de Agosto de cada. ano. Cumpre aos
sindicatos interessados promover, incontl"
nenti, a publicação, por três vezes, da pro
posta aprovada, no órgão oficial ou em um
jornal de grande circulação.
Do despacho das autoridades estaduais
aprovando a proposta do imposto ca era
í ecurso dos contribuintes interessados pa
o diretor do Departamento Nacional ao
Trabalho até 31 de Outubro e sera mter-
posto perante as autoridades prola toras
o OBSERVADOR — LVI
129
despacho e por estas instruído e encaminha-
do dentro de dez dias. a partir de seu re-
cebímento. ànuele departamento.
Dos despachos finais do diretor do De-
rartaméntò Nacional do Trabalho caberá
recurso, no prazo de dez dias, para o Mi-
nistro do Trabalho.
Como base para o oa^mento do imnosto
sindical pelos trabalhadores autônomos e
profissionais liberais será organirada uma
lista de contribuintes pelos respetivos sin-
diratos, e nue deverá ser publirada e reme-
tida até 30 de Setembro de cada ano à mito-
rjdacie competente. Durante o mês de OuHi-
bro qualouer contribuinte poderá reclamar
contra a lista organizada.
O recolhimento do imposto sindical des-
contados nelos emoretradores aos resnectivos
empregados, efetuar-se-á no mês de Abril
de cada ano. diretamente, aos sindicatos a
cuia cateeoria pertencerem os referidos
empresados, ou aos estabelecimentos bancá-
rios escolhidos pelos mesmos sindicatos.
Nas localidades onde não houver aeência ou
representantes dos estabelecimentos bancá-
rios mencionados, o recolhimento poderá ser
feito por meio de vale postal, cheque ou or-
dem cie pagamento.
O paeramento do imposto devido pelos
eirwreeradores aos próprios sindicatos, efe-
tuar-se-á no mês de Janeiro dé cada ano e
diretamente ao sindicato respectivo, median-
te guia de recolhimento ao estabelreimento
bancário indicado pelo mesmo sindicato, e.
nas localidades onde nãò for possível fazer-
se dessa forma o recolhimento, poderá êste
ser também realizado em cheque, vale pos-
tal e ordem de pagamento.
A quitação do imposto sindical referente
aos empregados, em geral, e aos trabalha-
dores autônomos ou profissionais liberais,
será comprovada por uma declaração devi-
damente autenticada ou, se o contribuinte
for portador de carteira profissional, desta
constará a anotação devida.
(Portaria n.° 339, de 31-7-40, publicadano Diário Oficial de 8-8-940, pag. 15.304.)
?
APOSENTADORIA E PREVIDÊNCIA
SOCIAL
pELO sr. Presidente da República foi
expedido o decreto-lei n.° 2.474. de 5
de Agosto do corrente ano, suspendendo,até que seja decretado novo plano de bene-fícios para as instituições de previdênciasocial, a concessão de qualquer aposenta-doria que não seja por motivo de invalideza associado, ou segurado que conte menosdc 60 anos de idade.
As instituições de previdência social a quealude o citado decreto-lei, são os Institutose Caixas de Aposentadoria e Pensões.
Com efeito, a concessão de aposentado-ria, sobretudo das ordinárias, tem sobrecar-regado demasiadamente aquelas instituições.Como exemplo marcante basta atentar-separa o número vultoso de aposentadoriasconcedidas pelo Instituto de Aposentadoriae Pensões dos Comerciários. De Janeiro aSetembro de 1939 foram concedidas aliaposentadorias num total de 4.736:449§300,estando em vigor no mês de Outubro domesmo ano 2.596 aposentadorias, na impor-tancia de 565:453$000.
Está o Ministério do Trabalho, por seusorgâos técnicos, procedendo a estudo apro-undado do assunto com o fim de serem es-
tabelecidos novos planos de benefícios quevisem assegurar melhores condições de as-sistência aos associados e segurados daque-Ias instituições.
O objetivo da reforma nessa parte da le-gislaçíio de previdência social, tal como éprometida pelo Govêrno, virá não só bene-ficiar os interessados, senão também asse-gurar maior estabilidade ás instituições. Emprimeiro luear. releva notar que o aunntumdas aposentadorias ordinárias concedidas épequeno, irrisório mesmo, em nada auxiliao operário inválido para a sua substoên-cia e, se é chefe de família, maior é a fia-
grante desproporção entre o benefício con-cedido e as suas necessidades.
Ora. a finalidade da assistência e pre-vidência social não é essa. O amparo queela deve dar ao operário tem ciue ser. pelomenos, suficiente p^ra suprir metade do ciue
cie ganhava na atividade. Pequenos auxí-
lios não beneficiam.
Outro motivo é o grande número dessas
insignificantes aposentadorias a comprome-
ter não só a estabilidade das instituições,
como também a prejudicar as outras moda-
lidades de benefícios, de vez que absorvem
vultosas importâncias anuais para a sua ma-
íiutenção.Assegurar, pois, melhores planos de bene-
fícios aos associados, além de garantir maicr
solidez econômica e financeira às institui-
ções de previdência social, eis o objetivo
do recente decreto-lei do sr. Presidente da
República.
(Decreto-lei n.° 2.474, de 5-8-940 — pu-
blirado em Diário Oficial dc Agosto de
1940.)?
AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO
DIRETOR Geral do Departamento de
Imprensa e Propaganda, em cumpri-
meftto ao disposto 110 art. 5° do decreto-lei
n.° 2.440, de 23 de Julho deste ano, expe-
diu instruções relativas ao registro, funcio-
namento e fiscalização das Agências de Vi-
agem e Turismo e das Agências de Turismo
já existentes ou que se venham a estabele-
cer no País. . .
Para se registrarem, deverão tais Agen-
cias satisfazer os seguintes requisitos:
a) prova de constituição legal;
b) — atestado de bons antecedentes e
folha corrida para seus gerentes,
administradores e empregados;
c) — prova de quitação^ com os ^ cofres
públicos, municipais, estaduais e te-
deral; . , .
d) — declaração de seu domicilio lega .
Quanto ao seu funcionamento, deverão as
Agências:
a) — submeter à aprovação da Divisão
de Turismo as tarifas cobradas pe-
los seus serviços aos clientes, as
quais, uma vez aprovadas, não po-
derão ser modificadas sem aviso
prévio de 30 dias;
b) __ utilizar-se somente de guias e m-
térpretes devidamente autorizados,
por aquela Divisão; _
c) _ submeter à prévia aprovaçao da
mesma Divisão toda organizaçao,
material e demais elementos de pro-
paganda turística, bem como guias,
roteiros e planos pelas mesmas or-
ganizados, e os serviços que pres-
tam a seus clientes.
Estão também sujeitas à observância des-sas exigências as Companhias e Agênciasde Navegação e de Passagens Marítimas,Fluviais e Aéreas, desde que venham a pro-mover excursões turísticas aprovadas . peloDepartamento de Imprensa e Propaganda.
À Divisão d« Turismo daquele Departa-mento cumpre fiscalizar e executar as pre-sentes instruções, podendo, para tal fim, odiretor do Departamento, delegar poderesaos órgãos estaduais e municipais.
(Instruções publicadas no Diário Oficialde 10-8-40, pag. 15.427.)
?
CURSOS PROFISSIONAIS
P ELO sr. Presidente da República foiassinado o decreto n.° 6.029, de 26 de
Julho do corrente ano, regulando a insta-lacão e funcionamento dos Cursos Profis-sionais instituídos pelo decreto-lei n.° 1.238,de 2 de Maio de 19.39. em seu art. 4.°.
Os Cursos Profissionais serão instalados,
como unidades autônomas, nos próprios es-tabelecimentos industriais, ou na proximi-clade destes, podendo também ser mantidos
em comum por vários estabelecimentos.Os Cursos, que teem por fim preparar
a formação ou o aperfeiçoamento profissio-nal do trabalhador, compreenderão os se-
guintes estudos:
a) — matérias necessárias à preparação
geral do operário;
b) — noções de tecnologia referente ao
ofício a que se destinar o traba-
lhador;c) — execucão sistemática de todas as
operações que constituam o ofício
escolhido pelo operário.
A prática profissional será apurada pelo
próprio trabalho que o aluno prestar ao1 em-
pregador como seu empregado, ou, ainda,
pelos exercícios feitos pelo mesmo, de ma-
neira metódica, em harmonia com o estu-
do tecnológico respectivo, no local do tra-
balho, ou fora dele, ou em oficinas especiais,
a critério do empregador.
Terão direito à matrícula gratuita em tais
Cursos, em primeiro lugar, os filhos, em
segundo, nas vagas que houver, os irmãos
tios empregados do estabelecimento indus-
trial a que os mesmos pertencerem, _gozan-do também dessa preferência os órfãos dos
antigos empregados de um estabelecimento
industrial. ,.fPara admissão^ aos Cursos deverão os in-
teressados satisfazer as seguintes exigen-
cias:
a) ter a idade mínima de quatorze
anos' ,
b) ter concluido a instrução primaria,
ou possuir os conhecimentos mim-
mos necessários à preparação pro-
fissional;
c\ ter aptidão física e mental para a
atividade que deseja exercer,
d) não sofrer de moléstia infecto-con-
tagiosa e estar vacinado contra a
varíola.
Aos empregados menores de dezoito anos,
aos quais deva ser ministrado o ensino pro-
fissional, ficam os patrões obrigados a as-
segurar oito horas semanais de frequencia
aos cursos, dentro dos períodos letivos esta-
belecidos.
130
.
Nenhum desconto poderá sofrer o empre-
gado menor durante o período de estudo,
devendo este ser remunerado como se fosse
de trabalho prestado no próprio estabeleci-
mento industrial.
Os cursos serão diurnos, mas, para os
trabalhadores que, ao atingirem a idade de
dezoito anos, não hajam completado o cur-
so de aperfeiçoamento profissional referen-
te ao ofício escolhido, haverá aulas notur-
nas especialmente organizadas para esse
fim. ,Da carteira profissional devera constar a
conclusão do curso de aperfeiçoamento.
Pelos srs. ministros do Trabalho e da
Educação serão baixadas instruções espe-
ciais regulando a discriminação dos cursos,
a relação e a senação de suas disciplinas, à
organização dos programas, o regime dida-
tico e outras questões relativas ao funcio-
namento das aulas.
E' obrigatória a freqüência ao curso. O
não comparecimento, sem justa causa, de-
vidamente comprovada, importará, para o
empregado, no desconto de metade do sala-
rio correspondente a cada dia que faltar.
Os descontos serão feitos pelo emprega-
dòr, sendo as importâncias respectivas, jwi-
tamente com as multas e doações, destina-
das à formação e aperfeiçoamento profissio-
nal dos trabalhadores.A falta de freqüência a 20% da totalida-
de das aulas de cada período letivo, bem co-
mo a reprovação, por duas vezes consecuti-
vas, nos exames finais de tecnologia, refe-
rentes a qualquer das séries escolares, im-
portarão na exclusão do ofício em que tra-
balhar o empregado.Aos empregadores que não estiverem sub-
ordinados âos dispositivos do presente re-
gulamento, serão conferidos prêmios de
cinco a vinte contos de reis se organiza-
rem cursos de formação e aperfeiçoamen-
to profissional para os seus empregados.
Ficam as instituições de previdência so-
ciai autorizadas st emprestar, a juros de 6%
anuais, a seus segurados empregadores^ as
importâncias de que necessitarem para ins-
talação de tais cursos em seus estabeleci-
mentos industriais. Os ministros do Tra-• balho e da Educação determinarão as mo-
dalidades de ofícios que exijam formação
técnica sistemática. As emprêsas que não
tenham local fixo de trabalho, como as de
construção civil, poderão ministrar todo o
ensino referente a um ano escolar em dois
meses, ficando os alunos, durante êsse perío-do, consagrados exclusivamente aos traba-
lhos escolares, percebendo os mesmos salá-
rios do tempo do trabalho normal. ;
(Decreto n.° 6.029, de 26-7-40, publicadono Diário Oficial de 3-8-940.)
ALIMENTAÇÃO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
p ELO sr. Presidente da República foi
assinado o decreto-lei n.° 2.478, de 5 de
Agosto do corrente ano, criando o Serviço
de Alimentação e Previdência Social no
Ministério do Trabalho, Indústria e Co-
mércio.Tem por fim êsse Serviço assegurar con-
dições favoráveis e higiênicas à alimenta-
ção adequada e barata aos segurados dos
Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pen-
sões subordinados àquele Ministério/
Desde muito fazia-se necessária a criação
de um órgão semelhante capaz de atender,
com eficiência! tão alta finalidade»
O problema alimentário dos nossos operá-
rios constitue uma questão grave não só
para o Estado, senão também para as pró-
prias classes trabalhadoras. Para realiza-
ção de seus objetivos promoverá o Serviço
de Alimentação:
a) — ampla divulgação, nos meios traba-
lhistas, das vantagens de alimentar-
se convenientemente o trabalhador,
e nos meios patronais, da^ utilidade
de se garantir àquele alimentação
adequada; , I .b) — a propaganda dos orgaos ao bervi-
ço encarregados do fornecimento de
refeições aos trabalhadores;
c) — a formação, na coletividade, de
uma conciência familiarizada com
os problemas da alimentação;
d) — a instalação e funcionamento de
restaurantes destinados aos opera-
rios: ,.
e) — a seleção dos generos alimentícios
e o barateamento dos respectivos
preços;f) o funcionamento de todo-s os orgaos
necessários à integral execução das
medidas propostas por êsse decreto-
lei.
A manutenção do Serviço de Alimenta-
ção será feita pela:
renda resultante do funcionamento
dos restaurantes instalados pelo
Serviço; .renda proveniente da venda de ge-
neros alimentícios a empregadores
que mantenham em suas fábricas
restaurantes próprios;alugueis das partes dos prédios do
Serviço que êste não ocupar;• rendas eventuais.
a)
b)
C)
d)
O Serviço de Alimentação será instala-
do em prédios próprios, devendo, para a
sua construção ou aquisição, cada Institu-
to ou Caixa de Aposentadoria e Pensões,
cujos segurados serão beneficiados pelomesmo Serviço, concorrer com uma quota
proporcionál ao número desses segurados,
conforme determinar o Conselho Atuarial
do Ministério do Trabalho.O Govêrno Federal assegurará ao capital -
dos Institutos e Caixas empregados paraêsse fim um rendimento nunca inferior a
6% anuais. As despesas para instalação,aparelhamento e início de funcionamento doServiço de Alimentação serão custeadas pe-los Institutos e Caixas mediante uma quo-ta proporcional ao número de seus segura-dos e será também determinada pelo Con-selho Atuarial do mesmo Ministério.
Para atender à depreciação dos imóveis eao juro e amortização das despesas referi-das, cobrará o Serviço uma quota sobre os
preços das refeições e dos gêneros alimen-tícios fornecidos aos trabalhadores, sendo o
produto dessa quota entregue, pelo Serviço,aos Institutos e Caixas, no fim de cadaexercício financeiro e proporcionalmente àssomas adiantadas.
O Serviço será dirigido por um Conse-lho Diretor, composto de um presidente equatro membros e diretamente subordinadoao Ministro do Trabàlhj. A execução dostrabalhos referentes ao Serviço ficará acargo de um superintendente geral, subor-dinado àquele Conselho.
O presente decreto-lei será regulamenta-do, cabendo ao Conselho Diretor elaboraro respectivo ante-projeto.
O OBSERVADOR — LVl
A criação dêsse Serviço vem completar
outras medidas referentes ao assunto já pro-movidas pelo Govêrno a favor da alimenta-
ção operária. Citam-se, entre outras, o de-creto-lei n.° 1.238, de 2 de Maio de 1939,
que depoz sobre a instalação de refeitórios
e a criação de cursos de aperfeiçoamento
profissional, e a Portaria n.° 163, de 25 de
Outubro do mesmo ano, autorizando o
Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Industriários a criar um Serviço Central
de Alimentação.
(Decreto-lei n.° 2.478, de 5-8-940, pu=blicado no Diário Oficial de 7-8-940.)
ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS COMO
SINDICATOS
DOR Portaria n.° 337, de 31 de Julho do
corrente ano, expediu o sr. Ministro
do Trabalho instruções para o processo de
reconhecimento das associações profissionais
como sindicatos é para a adaptação dos
sindicatos e associações de-grau superior
às condições exigidas pelo decreto-lei nú-
mero 1.402, de 5 de Julho de 1939.
Dispõe a presente portaria que as asso-
ciações profissionais constituídas de empre-
gadores, empregados, trabalhadores autõno-
ir.os ou profissionais liberais, formadas de
categorias homogeneas, similares ou conexas
na forma estabelecida pelo quadro das ati-
vidades e profissões de que trata o decreto-
lei n.° 2.381, de 9 de Julho do corrente ano
e registradas nos termos do art. 48 do de-
creto-lei n.° 1.402, acima referido, pode-
rão requerer o seu reconhecimento como
sindicato representativo da respectiva cate-
goria econômica, ou profissional, dentro do
limite de uma determinada base territorial.
Para requerer o seu reconhecimento como
sindicato, deverá a associação profissional
instruir o seu pedido com os seguintes do-
cumentos:
I — Com referência à própria entidade:
a) — certificado de registro como as-
sociação profissional feito nos
termos da portaria n.° 336, de
31 de Julho do corrente ano;
b) — prova de possuir, no mínimo, 1/3
de emprêsas legalmente constitui-
das sob a fôrma individual ou de
sociedade, tratando-se de associa-
ção de empregadores, ou de 1/3
dos que exercem a mesma profis-
são se de empregados, trabalha-
dores autônomos ou profissionais
liberais;
c) — cópia autêntica da ata da sessão
da assembléia em que ficou deli-
berado pleitear o reconhecimento
como sindicato;
d) — exemplar do edital de convocação
da assembléia para a deliberação
referida;
e) — exemplar dos estatutos devida-
mente autênticos;
{) — relação dos associados;
g) Z- relação dos diretores.
II —Quanto aos diretores das associações:
a) — prova de boa conduta, firmada
por autoridade policial compe-
tente;
0
o OBSERVADOR - vn 131
o\ prova de (fue tino profcsssni ide-
olo<*'*as incompatíveis com as ins-
tituições oti os interesses da
União:
c\ — prova de ciue sSo brasileiros os
membros da diretoria e bpsilei-
ro nato o respectivo presidente;j\ prova do exercício efetivo da
profissão desde dois anos antes,
pelo menoS. na base territorial,
ou em representação profissio-
nal.
Todos os documentos deverão ser autenti-
caclos p°lo Prudente e selados na forma
d- lei O pedidos de reconhecimento serão
díreirlos. no Detrito Federal, ao diretor do
Departamento Nacional do Trabalho, e nos
Estados e no Território do Acre, às De-
lepacias Regionais do Ministério ou às re-
partições estaduais competentes.
O Ministro do Trabalho poderá excep-
cionaWnte. reconhecer como sindicato a
associação cu'o número de assobiados se?a
inferior ao terço de empregas legalmente
constituídas sob a forma individual ou de
sociedade, se a associação for de emprega-
dores, ou dos que exerçam a nrofissão. se
de empresados ou de trabalhadoras por
conta própria ou de profissionais liberais.
Para a adaptação dos sindicatos e asso-
ciações de grau superior às condições exi-
gidas pelo decreto-lei n.° 1.402, observar-
se-á o seguinte: os sindicatos serão consti-
tf dos segundo as categorias econômicas ou
profissionais de acordo com o estabelecido
pelo decreto-lei n.° 2.381. de 9 de Julho do
corrente ano. não podendo ser reconhecido
mais de um para cada categoria econômica
ou profissional, dentro da respectiva base
territorial oue poderá ser distrital, munici-
pai. estadual, interestadual e. excepcional-
mente, nacional, se assim exibirem peculia-ridades de determinadas profissões.
Esclarece a Portaria que a denominação
sindicato é privativa das associacões profis-s'onais de primeiro grau. reconhecidas na
forma do decreto-lei n.° 1.402. já mencio-nado. As federações e as confederações or-
ganizadas na conformidade do mesmo de-
creto-lei formam as associações de grausuperior. 1' I!]
A investidura sindical será conferida sem-
pre à associação profissional mais reore-sentativa. a critério do Ministério do Tra-ballio, influindo para essa prerrogativa, en-tre outros, os seguintes elementos: a) —
número de associados: b) — os serviços so-ciais fundados e mantidos; c) — o valor do
patrimônio.
Uma vez reconhecida como sindicato,goza a associação profissional das prerroga-tivas de: -i i
b)
c)
d)
e)
f) — impor con*ribuicffe<! aos que parti-cinarem das profissões e catego-rias representativas.
A organirorão em federação é faculta-da aos sindicatos quando em número nãoinferior a cinco e desde nup representemcategoria econômica ou profissão homogê-nea. similares ou conexas.
O reconhecimento de federações compos-
tas de sindicatos pertencentes a vários ^ru-
pos. só node*-á c^r autorizado pelo sr. Pre-sidente da Republica e nuando inl^ar conve-niente aos imerçsses da organização cor-
porativa nacional.
As federações constituír-co-ão por F^ta-dos. podendo, porém, o sr. Ministro do Tra-halho autorizar a const:tuição de federações
interestaduais ou nacionais.
As confederações só poderão organizar-
se com o mmirno de três fpderações. terão
séde na Capital da República, tomando a
denominação de acordo com as federações
de sindicatos de que se constituírem.
Os sindicatos e associações de grau su-
perior que tenham sido reconhecidos de
acordo com o decreto n.° 24.694. de 12 de
Julho de 1934. poderão, no prazo de seis
meses, a partir da presente portaria, pro-mover sua adaptação às condições fixadas
no decreto-lei n.° 1.402. referido, de acordo
com o quadro das atividades e profissõesestabelecido pelo decreto-lei n.° 2.381, já
mencionado.
Os atuais sindicatos reconhecidos de con-
formídade com o decreto n.° 24.694. e que
deseiarem adaptar-se à nova organização
sindical, deverão:
a) — promover sua adaptação ao plano
do quadro das atividades e profis-
sões. observado o sistema de en-
quadramento sindical estabelecido
pelo citado decreto-lei 2.381, deste
ano;
b) — adotar a denominação correspon-
dente à categoria ou categorias si-
milares ou conexas, previstas nos
limites de cada grupo do quadro
das atividades e profissões;
c) — requerer a ratificação de seu re-
conhecimento como sindicatos re-
presentativos da respectiva catego-
ria econômica ou profissional de
acordo com as presentes instru-
ções.
(Portaria n.° 337, de 31 de Julho de 1940,
publicada no Díqtío Oficial de 8-8-40, pag.
15.298.)
Empréstimos das Caixas
Econômicas Federais
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO
Comtos de Réis
1938 1939
D strto Federal.. 639 217 713 829Sao Paulo 223 388 248 563B-iU 50 740 61 918
R. G. doSul 33 032 57 912
M nas Gerais 35 267 44 761
Pirana .... 37 082 39 344
Pernainbuco 22 909 27 574
BRASIL. .. 1.041.638 1.193.904
representação, perante as autorida-des administrativas e judiciárias,dos interesses das profissões e dosinteresses individuais dos associa-dos. relativos à atividade profis-sional;fundar e manter agências de colo-cação;
firmar contratos coletivos de tra-balho;
- eleger ou designar os represen-tantes da profissão;colaborar com o Estado, como ór-gãos técnicos e consultivos no estu-do e solução dos problemas que in-teressam a profissão;
ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS
n SR. Ministro do Trabalho expediu,^
por Portaria n.° 336. de 31 de Julho do
corrente, instruções para o registro das as-
sociações profissionais de que trata o art
48 do decreto-lei n.° 1.402, de 5 de Julho
de 1939. conforme os termos da nova re-
dação que lhe deu o decreto-lei n.
de 29 de Junho deste ano.
O registro dessas associações devera ser
feito, no Distrito Federal, na l.a Secçao o
Departamento Nacional do Trabalho, e, nos
Estados e no Território do Acre, nas De-
legacias Regionais do Ministério do Tra-
balho, ou nas repartições estaduais auton-
zadas em virtude de convênio celebrado
com o Governo Federal.
São obrigadas a se registrar todas as as-
soc;ações profissionais constituídas por ati-
vidades ou profissões idênticas, similares ou
conexas, de acordo com o ciuadro das ati vi-
dndes e profissões oreranizado pelo decreto-
lei n.° 2.381. de 9 de Julho do corrente
ano. oue dispoz sobre o enquadramento
sindical.
Para o registro são necessários os se-
guintes documentos:•
a) — reouerimento da associação endere-
çado, no Distrito Federal, ao di-
retor do Departamento Nacional
do Trabalho, e nos Estados e no
Território do Acre. às Delegacias
Regionais do Ministério, ou às re-
partições estaduais autorizadas;
b) — cópia autêntica dos estatutos;
c) — declaração do número de associa-
dos;
d) — declaração do patrimônio;
e) — declaração dos serviços sociais.
Para cada documento há um modelo pró-
prio contendo as diversas informações que
devem ser prestadas pelos interessados.
Do requerimento deverá constar o nome
da associação, sua finalidade, a indicação
da atividade ou profissão de seus compo-
nentes e acompanhado dos documentos ja
referidos.
Na declaração do número de associados
e da respectiva categoria profissional as
associações profissionais de empregados,
de trabalhadores autônomos e profissionais,
liberais deverão mencionar o nome, nacio-
nal idade, idade, profissão e a Carteira Pro-
fissional ou documento equivalente de cada
um dos seus associados.
As associações profissionais de emprega-
deres, ao fazerem a declaração^ do pll™erG
de associados e da respectiva atividade,
mencionario o nome da firma, numero de
recistro, a atividade, os sócios ou admmis-
tradores, nacionalidade e idade de cada as-
sociado. ,
A declaração do patrimônio devera des-
criminar o seu valor, especificando a sua
constituição em bens imóveis, valores em
títulos, dinheiro, etc. t
Na declaração dos serviços sociais deve-
rá a associação mencionar, minuciosamen-
te, e de modo preciso, os vários serviços
j . *4sl?£st.j£B HE l/I 8' .A f&l .11., * f, $ . !* 111 mm if, »; .«£ . 1/ ' HH . I H
132
sociais que mantenha, como: assistência
médica, dentária, farmacêutica e hospitalar;
assistência hospitalar; escolar, cooperativas
e outros benefícios.
Todos os documentos que instruam o pe-
dido de resristro devem ser autenticados pe-
lo presidente da associação, folha nor folha,
reconhecida a firma da petição inicial e se-
lados na forma da lei.
DeferMo o pedido, far-se-á o registro em
livro ou folha na repartição comnetente em
que se mencionarão o niítnero do processo"
e do registro, nome da associação. séde; lo-
calidade. número de associados, categoria, o
dpcnqrho com a data e publicação no Diário
Oficial. ,As associações, uma vez registradas, sera
íorneHdo um cercado pelo D^nartampu-
to Nacional do Trabalho, no Dístrito Fe-
deral e nos Estados e no Território gofcrv* nelas autoridades competentes do Mi-
nistério do Trabalho ou por aquelas que
exerçam funções delegadas.
Todas as alterações de estatutos das as-
so^iações deverão constar das observaçoes
do livro de Registro.
As Delegacias Resrionais do Ministério
e as repartições estaduais comunicarão, para
efeito de cadastro e estatística, ao Departa-
mento Nacional do Trabalho, os registros
feitos, com os seguintes esclarecimentos:
a) — nome da associação;b) — séde, localidade, rua e número;
c) — data e número do registro;d) — data da fundação;e) — número de associados;f) — categoria;
g) — patrimônio;h) — serviços sociais organizados ; ei) — outras informações necessárias
constantes do processo.
(Portaria n.° 336, de 31 de Julho de1940. publicada no Diário Oficial de 8-8-1940, pag. 15.294.)
PROIBIÇÃO DE TRABALHO
^SSUNTO da maior importância para ooperário, em ?eral, araba de ter re-
gulamentac^o prónria aue define e resolve,de vez. todas as interpretações e dúvidasexistentes com relação à proibição ou à per-missão do trabalho naqueles dias.
Sobre es^e assunto muito se teem pro-niwcfado diversos órgãos e autoridades doMinistério do Trabalho, sendo também vá-rias as medidas tomadas para resolvê-lo
A Constituição de 1937, em seu art. 137,letra "d", dispõe que:
"o operário terá
direito ao repouso semanal aos domingos enos limites das exigências técnicas da em-
prêsa aos feriados civis e religiosos, deacordo com a tradição local". Êsse é o pre-ceito básico, dependente, porém, de regula-mentação.
A respe'to também da matéria, determi-na o art. 9o do decreto-lei n.° 2.308, de 13de Junho de 1940, que dispoz sobre a dura-
ção do trabalho em quaisquer atividades
privadas, que o trabalho aos domingos, sejatotal ou parcial, na forma do art. 8o, isto é,com escala de revezamento, será sempre su-
bordinado à permissão prévia da autorida-
de competente, em matéria de trabalho e
será concedida a título permanente nas ati-
vidades que, por sua natureza ou pela sua
conveniência pública, devam ser exercidas
aos domingos, devendo o Ministro do Tra-
balho expedir instruções especificando tais
atividades.Nesse sentido, e com o proposito de re-
guiar com normas precisas o assunto, bai-
xou o sr. Ministro do Trabalho a Porta-
ria n.° 342. de 17 de Aerôsto do corrente
ano, atendendo assim àqueles preceitos aci-
ma mencionados.A portaria distingue o trabalho que exige
prévia decjaração da autoridade loteai da-
quele oue independe dessa declaração para
ser executado naqueles dias.
Com relação ao primeiro determina^ a
portaria que o trabalho aos domingos, dias
santos de guarda ou feriados nacionais, de
acordo com o costume do local, somente
será permitido, a título permanente, nos
estabelecimentos onde se exerçam ativida-
des oue, por sua natureza, não possam so-
frer interrupção, como aquelas cuja parali-
zaçíío venha acarretar preiuizos, seja por
deterioração de matéria prima, seja pela
possibilidade de provocar males irrepará-
veis ao equipamento industrial ou ao resul-
tado técnico do serviço, ou pela perda do
material ou de energia.Para que seja permitido êsse trabalho
torna-se necessário que os interessados soli-
citem previamente da autoridade regional
competente a declaração de que a ativida-
de se compreende entre aquelas que, por
sua natureza, não podem sofrer interrupção.
A permissão só será concedida depois de
constatada a procedência do alegado.
Independe de prévia declaração da auto-
ridade local para ser permitido aos domin-
gos, feriados nacionais e dias santos de
guarda, o trabalho que é executado nos es-
tabelecimentos considerados de conveniência
pública, assim entendidos os que se dedi-
quem às atividades seguintes:
Na indústria: a) — laticínios; b) — frio
industrial (menos os escritórios) ; c) —
purificação e distribuição de água (usinas e
filtros) ; d) — produção e distribuição de
energia elétrica; e) — produção e distri-
buição de gaz; f) — serviços de esgotos.
No Comércio: a) — varejistas de peixee carnes frescas; b) — comércio de pãoe biscoitos; c) — frutas e verduras; d) —
aves e ovos; e) — varejistas de produtosfarmacêuticos; f) — flores e coroas; g) —
entrepostos de combustíveis, lubrificantes e
acessórios de automóveis (postos de gazo-lina) ; h) — alugadores de bicicletas e si-milares; i) — hotéis e similares, restauran-tes, pensões, bares, cafés, confeitarias, lei-terias, sorveterias e bombonières ; j) — hos-
pitais, clínicas e casas de saúde; k) — ca-
sas de diversões, inclusive estabelecimentosesportivos cujo ingresso seja pago.
Em transportes marítimos e aéreos (in-clusive serviços portuários) : serviços pro-priamente de transportes (excluídos os es-
critórios, salvo os de emergência) .Em transportes terrestres: serviços pro-
priamente de transportes (excluídos ostransportes de carga urbanos e os escrito-rios e oficinas).
Em comunicações e publicidade: a) —emprêsas de comunicações telegráficas, ra-diotelegráficas e telefônicas (menos os es-critórios) ; b) — emprêsas de radiodifusão,menos os escritórios; distribuidores e ven-dedores de jornais e revistas (bancas e am-bulantes).
Em educação e cultura: a) — estabele-cimentos de ensino (internatos, (menos os
O OBSERVADOR — Lvt
MOEDA EM CIRCULAÇÃO
DATASContos de
réisíndices
(D
1935—Març
JunhoSetembroDezembro....
1936—Març
JunhoSetembroDezembro... .
1937—Març
J unhoSetembroDezembro... .
1938—Març
J unhoSetembroDezembro... .
1939—Març
JunhoSetembro....Dezembro...
1940—Marco.
J unho.
3.135.471 92,73.178.4713.372.4713.612.341
3.584.2423.679.4643.800.4644.050.464
4.030.4644.267.6044.237 4684.550.327
4.725.0294.820.5634.830.0204.825.241
4.808.342803 315140 892
4.970.926
4 964 5665.053.370
93,999,7
106,8
105 9108.7112.3119.7
119,1126.1125.2134.5
139.6142.5142.8142.6
142,1142.0151 9146.9
146.7149.4
escritórios) : b) — emprêsas teatrais, me-nos os escritórios; c) — bibliotécas. me-
nos os escritórios; d) — emprêsas exibido-ras cinematográficas (menos os escritó-rios) ; e) — emprêsas de orquestras; f) —
cultura física (menos os escritórios).Em serviços funerários: estabelecimentos
e entidades que executem serviços funerá-
rios.As autoridades resrionais comnetentcs em
matéria de trabalho não podem intervir em
questões de abertura ou fechamento de
estabelecimentos da alçada das autoridades
municipais, salvo para fazerem cumprir os
preceitos do decreto-lei n.° 2.308, de 13 de
Junho de 1940. Outros estabelecimentos po-derão ser incluídos entre as atividades que
dispensam a prévia autorização para exe-
cutar trabalho aos domingos, feriados na-
cionais e dias santos de guarda, desde nue
se dirijam ao sr. Ministro do Trabalho
por intermédio das autoridades resrionais
competentes um pedido nesse sentido,^ ex-
pressando aquele desejo, o qual deverá ser
informado antes pelo Departamento Nacio-
nal do Trabalho.
Os estabelecimentos e entidades que te-
nham permissão de trabalho nesses dias, não
poderão executar serviços outros^ que não
se ennuadrem nos motivos determinados da
exceção.'
Êsse, em linhas gerais, o regulamento so-
bre o assunto. O regime nesses dias adota.-
do pela presente portaria atende de manei-
ra justa e acertada a todas as necessida-
des e interêsses não só dos empregadores e
empregados, senão também da própria co-
letividade, que de muitos daqueles traba-
lhos não se poderia privar sem graves pre-
juízos. Essa é também a orientação adota-
da noutros países, principalmente na França.
(Portaria n.° 342, de 17 de Agosto de
1940, publicada no Diário Oficial de 19 de
Agosto de 1940, pag. 15.937.)
o OBSERVADOR - ^Vl 133
trcDITO ACRfCOLA da Produqao, num montante total de MAIS UM BANCO19.783:085$000.
n \R\ auxiliar e fomentar a ativldade da As vantagens de tal credito para o apri- Q ESTADO de Minas Gerais continua
* 1 ' ra mineira foi que o governo do cultor sao cxceleutes, urna vez que o peiihor cm sua marcha vitoriosa de progresso,
fV° riou o Banco Mineiro da Produ- e efetuado sobre os frutos pendentes das e os acontecimentos havidos no Estado saoEstado
^ cumprindo as diretrizes para plantagoes. sempre de molde a atestar esta circunstan-gao,
fqVei-un(ja(j0> amparando num crescendo cia. As diversas regioes do Estado vao con-que toi
niantac5es e colheitas dos agri- correndo, cada um no sen setor, para ocontinuo ,>rocuram usar dc suas possibi- COM PR A DE BORRACHA completo desenvolvimento estadual, nos maiscultores que variados setores da economia e das fi-lldA
sistencia que tern dispcnsado ao des- JNFORMACOES procedentes de Wash- nangas.A a?
4 to agricola do Estado se infere ington dizem que a Comissao Federal A rica e prospera regiao do vale do rioenvolvnnen «existentes
entre aquele esta- dc Eniprestimos outorgou um emprestimo Doce, que, por suas reservas naturais, jados con ra
^ cr^jt0 | niilhares de lavra- adicional de setenta e cinco milhoes de constitue um dos i>ontos altos do potentialbelecimen
^ ^ lavradores em 130 dolares a Rubber Reserve Co., que serao economico mineiro, acompanhando o ritimodorcs.^ <xi
rnl-nejrog (^ie utilizam OS servi- aplicados na compra dc cento c oitenta mil do progresso industrial e comercial locais,
gos"deV'credito agricola do Banco Mineiro toneladas de borracha. como nao poderia deixar de acontecer, ja
B a n c o s
(EM C^NT^S t-K rets)
vr DESCONTOS E EM-
No. dc dep6sitos prestimosAgcn- pcr. Per-cias, Percen Dtminui- Percen- Diminui-
nAvj rno Filial Aumcnto centa- Aumento centa-B AN COS *»IWU* tQgem cSo tagem ?aoc
. 30-6-39 29-6-40 gem 30-6-39 29-6-40 8emcrit6-rio»
¦ ¦ ¦ ¦
NACIONAIS:
I-B.ncdoBra.il.. % * 998 394 1 O&'^S 90831- 9W
29'"8: °'627< ' 999 697' De'.lcs'J Wlf
5.502.498 5.591.196: 117 746: 29.C48: — 4 326.237: 5.381.477: 1.055.240:
4—Banco Boavista. .......... A MS 40; fffi-fco-
Ef'ost Z. 1 326'330- 365 JIf: 38^ n,9\ - -
J* *:g *.™ - - 2||;42i; « ill
2$k -
7 — R. Com. Ind. M. Gerais... 41 269 99/ 300.719. 30 722.. _ _ 330.853: 329.128: - 1.725. 0,~%
8-B. Com Ind. S. Paulo 20 325 049: 32^|gf5. 216. 58.605: 76.54°: 17.944- 30.6g —
—B. Fin. "Novo-Mundo".... 1 76 10fi: 92 703 : 6 5951 21.8% _ _ 2]1 977: 225.716: 13.739: 6.5%10 —B. Hip Agr. M. Gerais 59 233 807 24 / 9o9: H-132- 6g _
37[093: 44.160: 7.067: 19.|jg -
II—Banco .de Itaiub^ 14 44 137 : 52 50. . B.365: ISU _ _ fiO.668: 107.527: 26.85?: 33.3% ~ ~
12—Banco italo-Brasileiro 13 77 509 100 ^6
22 -4^. - £ _ 105 7ap; 123.717: 16.919: 15.9 ,13-B. Lav. Minas Gerais 34 111.047: 30 202 19 155: 17.2. __
HO.229: 2"d82: 2'4^14 ~B. Mere. Rio de Janeiro... 118 553: 122 977 4 424: 3.7^ _ 5L537: 29.530: 134.29: " ~
15—B. Mercantil dr S. Paulo. 8 31.313: 70 255 38 94,: 124.4 /- __ 99,509: 130.922: 31.413: 31.69? ~
16-B. Mineiro da Produce... 63 81.274: 110 679. 29.405 36.19?n-r fi7 1^1 ¦ 91 945: 24.814: 37.0/(-
Y1—Banco Portugutf do Brtuil, 2 78.497: 107.915 29.418 37,59fw 10"3- ^7 028: 14.725: 4,6^ —
18—B. Prov. R. G. do Sul 43 323 548: 339.747 16-J99- __ _ n5;s44- 207.911: 32.367: 18.49? ~19—Bancode S. Paulo 43 191660 244 1-1 52 4 ™ 27.4% _iy '77^. __
Totais — 8 015.135: 8 465 814 479.727 - 29 Q48. _ 6.769.638- 8.151.704: 1.386.473: 4.40/
ESTRANGEIROS: _ np ioa. 19 2%0" ooo- or* 197.073' 159 27°: c
20—Banco Alemao Trans 5 196 723: 171 501 *"0^. 260 938: 247 168: 9 902- 9*5%21 — B. Franc e Ita. p/ A. Sul.. 25 324 445 251 320: - 73. Ub. 87
047: 84.84^: - 03737. 3L9%22 —B. Germanico A. do Sul. .. 2 110 8°3: H4 2jL 3 3-' ,°7t ^ 09 orr 74 442: 50.705: 18 551- 27 7%23 Banco Holandes Unido. . 2 81462: 54 639: - 19 506. 35 2 % 67.046 : 48.495: ~ 18ll±'°24 Banco Ifalo-Belga 3 55.491: 35 °85: ~ 19.506. 5^,,
2,244?: 325.3^9 : 92.907: 40 09-25-B Nac Cid. N. York 3 290 416- 392 764 102 348 35.2% „ l36. 121: 142.925: 6.804: ~,0%26 —B. Nac. Ultraroarino 4 201 975: 191 . 06 * _
95 Q54- — ,
055 109. 1 058 766: 99.711: so.uo<*Totais _ 1 261 405 1.211 734 105 674 - 5 51345. - l.QSb.iu^ |
NOTA-Estes elementos foram extraidos da "Revista Banc-aria", do «ncs de Julho dc \939 de ^ 1939 se refer;rem. somente, as
Foram excluidos do quadro. os Bancos estrangeiros abaixo mencionados. em v,r ud c f
. Brasil ngo se prestando, porisso. a um estudooperates nesta pra.a, enquanto que os de Junho de 1940. abrangem. tarnbem. as operates das outras
comra-ativo. *
T. , .. Descontos e EmprestimosDcposilos
BANCOS NTo. de Filiais —
3^-939 |
29-6-940 30-6-939 29-6-940
B T~r ls 160 595i00C$0rt 445.38S:OOOIOC( 'jSjSilmoloOO 1m 374:000$c00Of London® South America. Ud l| 86 079:000$0ct 213.797:OOOJOCC 47_87_4£00$000 Jbl_^
Bank u£ T93.965:00CS0C0 564.332:OOOSOOO
OBSERVADOR
da Produção, num montante total de ....19.783:085$000.
As vantagens de tal crédito para o agri-cultor são excelentes, uma vez que o penhoré efetuado sobre os frutos pendentes das
plantações.
MAIS UM BANCO
ESTADO de Minas Gerais continuaem sua marcha vitoriosa de progresso,
e os acontecimentos havidos no Estado sãosempre de molde a atestar esta circunstân-cia. As diversas regiões do Estado vão con-correndo, cada um no seu setor, para o
completo desenvolvimento estadual, nos maisvariados setores da economia e das íi-
nanças.A rica e próspera região do vale do rio
Doce, que, por suas reservas naturais, jáconstitue um dos pontos altos do potencialeconômico mineiro, acompanhando o rítimo
do progresso industrial e comercial locais,
como não poderia deixar de acontecer, já
COMPRA DE BORRACHA
J N FORMAÇÕES procedentes de Wash-
ington dizem que a Comissão Eederal
de Empréstimos outorgou um empréstimo
adicional de setenta e cinco milhões de
dólares à Rubber pjfeme Co., que serão
aplicados na compra de cento e oitenta mil
toneladas de borracha.
DESCONTOSE EMPRÉSTIMOSDEPÓSITOS
Percenrio»,Filiai?
29-6-40
rios
NACIONAIS:
]—Banco do Brasil....2—B. do E. de S. Paulo3—B. do R. G. do Sul..
4—Banco Boavista5—Banco Com. E. S._ Paulo.. .6—Banco do Comércio. .......
— B. Com. Ind. M. Gerais. ..— B. Com Ind. S. Paulo.....
9—B. Fin. "Novo-Mundo"....
10—B. Hip Agr. M. Gerais....11—Banco de Itai ubá12—Banco ltalo-Brasileiro... . .13—B. Lav. Minas Gerais. . . , .14 —B. Merc. Rio de Janeiro..,15—B. Mercantil de S. Paulo.,16— B. Mineiro da Produçüo. .
17— Banco Português do Brasil
18 — B. Prov. R. G. do Sul....19 — Banco de S Paulo
Totais
ESTRANGEIROS
20—Ban co Alemão Trans. ...21 — B. Franc e Ita. p/ A. Sul22 — B. Germânico A. do Sul.23 Banco Holandês Unido.24 Banco Ifalo-Belga 25- B Nac Cid. N. York.. .26 — B. Nac. Ultramarino....
Descontos e Empréstimos
29-6-940
402 .958:0005000161.374:0005000
564 .332:0005000
146.091:000500047.874:0005000
193.965:0005000
445.385:00050CC2 13.797:0005000
659.182:0005000
168.595:00C5CC(86.079:00050CC
254.674:0005000
London & South America. Ltd
1
1
l
?
¦Mm
134 .
dispõe de um estabelecimento de crédito
bancário. Foi fundando à margem da Estra-
da de Ferro Vitória a Minas, na cidade de"Governador Valadares", uma sociedade
cooperativa de crédito popular e agrícola,
que tomou o nome de Banco do Rio Doce.
Dela fazem parte os mais importantes ele-
mentos sociais e financeiros do município,
seftdo que, certamente, a existência de tal
estabelecimento será um incentivo ao des-
envolvimento cada vez maior da região.
O OBSERVADOR — LVi
Banco do Brasil
COMPENSAÇÃO DE CHEQUES
Valor em contos de réis
JANEIRO-JUNHO
FABRICA DE CIMENTO
17 OI recebido da Secretaria Geral do Con-
s^lho de Segurança Nacional a seguinte
comunicação:"
Ó sr. Presidente da República, por des-
pacho de 13 de Agosto, aprovou as suges-
tões da Secretaria Geral de Segurança Na-
cional, no sentido de ser indeferido o reque-
rimento em que Jayme Carneiro Leão Vas-
concelos, Octavio de Lima e José Maria da
Silva Coqueiro pedem auxílio financeiro
para uma fábrica de cimento Portland, em
Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro. "
2gsSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!^^SSSSSSSSSSSSSSS. I gBg=g=BBaBggSS3
1936 1937 1938 1939 1940
papJc (a1 1.427 25 038 37 627 46 04042 634 89 938 131-195
Pe-nambuco.' 673.543 769.332 805.766 689.278 831 177£!(" 103 090 110 336 107.912 117 673 126 548
D str to Federal' 6.275 073 7 415 763 8.328 680 8 837 444 9.360 313
Sao Paulo 4.543.221 5.995 320 6.006 205 6.456 134 6.833 997
RG do Sul 268 939 355 546 374 583 351.793 383 639
Mina's Gerais'.'.56.811 89.071 111.934 143.429 188.598
Brasil 11.920.679 14.736.798 15.802.7S6 16 723.320 17.901.511
VARIAÇÕES DE JANEIRO-JUNHO DE 1940. EM RELAÇÃO AO MESMO
PERÍODO DE 1939
Contos de réis Percentagens
CONTAS
DIRETORIA do Banco Borges
apresentou aos respectivos acionis-
tas o relatório anual com o parecer do
Conselho Fiscal, relativo âo an^gle 1939.
O ativo do Banco é representado pelacifra de 100.427:519$015, que atesta o
gráo de prosperidade da instituição. A
caixa em 30 de Dezembro de 1939 apre-
sentava 9.056:602$900; 7.688:805$285 re-
presentam às letras descontadas, e os
depósitos ascendem a 30.790:502$188.Os dividendos distribuídos foram na
base de 13%.
TAXA DE EMPRÉSTIMOS
p ARA os três tipos de algodão bran-co, não irrigado, a
"Commodiiv
Credit Corporation", de conformidadecom noticias provenientes de Washin-
gton, deliberou serem as seguintes as
qualidades diferenciais para os respecti-vos empréstimos, correspondentes ao
programa de 1940-41:
*• t
Pará a)Ceará(b)PernambucoBaíaDistrto Federal • •
Sao PauloR o Grande do SulMinas Gerais
Brasil
8.413 + 22.3%
41 257 + 45 8%
141.899 + 20.5%
8 875 + 7.5%
522 869 + 5 9%
377 863 + 5.8%
31 846 + 9.0%
45.169 4- 31,4%
1.178 191 4- 7,0%
VARIAÇÕES DO MOVIMENTO GLOBAL DE JANEIRO-JUNHO DE CADA
ANO, EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANTERIOR, EM 1936/940
1936 1937 1938 1939 1940
Contos de reis.. . +1.938 081 +2 816.119 +1.065 958 +920.564+ +1.178 191
Percentagens.;... +19,4% +23.6% +7,2%, +5,8% +7,0%
(a) Início em Maio de 1937.
(b) Início em Fevereiro de 1938»
COMPRIMENTO DA FIBRA
(em polegadas)
Strict LowMiddling
Middling Strict Middling 1
13/16"..,7/8 e 29'32"...15/16 e 31'32".1 e 1 1/32". ...1 1/16"1 3/32"1 1/8"1 5/32".1 3/16"1 7/32".......,1 1/4" e mais..
175 off80 off55 off35 off15 off
5 on40 on80 on
120 on180 on200 on
110 off25 offBasis35 on50 on70 on
150 on245 on330 on390 on475 on
80 off5 on
35 on55 on80 on
105 on200 on295 on385 on465 on565 on
RELATÓRIO
O COMPETENTE relatório da Dire-
toria do Banco Comércio e Indús-
tria de Minas Gerais, consigna fatos di-
gnos de divulgação sòbre o movimento
do estabelecimento de crédito, no ano
transato. Em cobranças simples houve
370.874 títulos, num valor de
583.056:004^900; sob penhor de efeitos
comerciais, os empréstimos em contas
correntes atingiram 94.134:602S600. O
Banco possue uma rede de empregados
de 1.006 funcionários. O capital reau-
zado é de 18 mil contos, do qual foram
retirados 12%, 2.160:000f000 para distri-
buição de dividendos.O fundo de reserva atinge com esta
o OBSERVADOR — LVI
Mercado de Cambio em Londres
Fechamento no fim de cada mês
135
Nova York Paris Gênova Berl im Amsterdara
1939:
JaneiroFevereiroMarçoAbi il
Maio
JunhoJulhoAgostoSetembroOutubroNovembroDezembro
1940:
JaneroFevereiro •
MarçoAbr.lMaio
J unho
Julho
4,68064,68974.68144,68124,68304.68144.68154,34504,034,034,034,03
4.034.034.034.034.034.034,03
117,00176.98176,76176.70176.73176.73176.71175,27176,50176,50176.50176,50
176,62 1/2
176.62 1/2
176.62 1/2
176.62 1/2
176.62 1/2
N. cotado
89,0089,1589.02 1/289.0089.0589.02 1/289.0383.5079.0078.5076.7578,00
78.7577.7569.5069.2562,50
N. cotado
11.66 1/211,69 1/411.66 3/411.66 1/411.6711,66 3/411,66 3/811.00
N. cotado
>
8,67 3/88.81 3/48.828,758.72 1'88,81 7/88.81 1/28.117.557,557,527,55
1/2
N. cotado
»*>
7.55 1/27,54 1/27.56 1/27,56 1/2
N. cotado>>
' """
Berna Bruxclss Lisboa jMadnd
i
T-==="1939:
Janeiro....Fevereiro..MarçoAbrilMaio
JunhoJulhoAgosto. . ..Setembro..Outubro...Novembro.Dezembro.
1940:
Janeiro....Fe vereiro. ,Março....AbrilMaio
Junho....Julho
20.71 3/420.62 3/820,87 3/420.83 1/2
20.78 7/820.7820.75 1/819.1217.7517.8717.87 1/217,87 1/2
27.68 1/827.88 1/427,83 1/427.5227,50 1/827.53 1/227.55 5/825.4023,77 1/224.1024.17 1/2
24,02 1/2
17.90 23.72 1/2
17.90 23.77 1/2
17,90 23,62 1/2
17.90 23.82 1/2
17.90 N. cotado
17,80 >17,75
110.18110,18110,18110,14110.17110.18110.18110.12110,00110.12108.00108,00
108.18 1/2
108.27 1/2
106,65 1/2
103.22 1/297.12 1/2
100.50100,00
95,00 (a)42.0042,2542,2542,2542.2542.2542,2539,5039.7538,5038,50
39.6039.2537.0039.0036,2537.7037,70
(a) Barcelona
conta a mais 1.500:000$000, tendo sidoverificados lucros num total de19.773;690$200.
CINCOENTENARIO
A CABA de completar meio século deserviços à economia mineira o Ban-
co de Crédito Real de Minas Gerais. Dorelatório do ano do cincoentenário se ve-níica que no ano de 1939 os lucros doestabelecimento foram de 14.223:037§900,
CAPITAL
Q DIRETOR das Rendas Internas res-
pondeu a uma consulta proveniente de
Juiz de Fora sôbre o prazo para o funcio-namento dos estabelecimentos bancários comcapital superior a 250:000$000, que termi-naria a 30 de Julho último, dizendo que foi
prorrogado até 31 de Dezembro do corren-te ano, e bem assim que desde que o con-trato social se refere exclusivamente à ven-da de apólices, a carta patente expedidasó abrange êses gênero de comércio.
?
OURO COLOMBIANO
AS compras de ouro efetuadas pelo Ban-
co de La República, da Colômbia, no
mês de Março, ascenderam a 49.058 onças
finas, contra 46.647 de Fevereiro anterior, e
50.065 de Março de 1939. No primeiro tri-
mestre do corrente ano tais compras soma-
ram 151.644 onças contra 150.483 de igual
período do ano passado.?
VITÓRIA
A RECEITA arrecadada^ pela Prefei-
tura Municipal de Vitória, em 1939,
alcançou 3.445:357$200, assinalando uma
arrecadação a mais de 525:757$200 sôbre
a receita orçada. A maior arrecadação se
registrou na renda dos impostos com
2.053:052$200. seguindo-se a renda das
taxas com 290:872!j900, e, finalmente, as
rendas patrimoniais com 276:984$30Q^. A
receita extraordinária rendeu 824:447^800.
?
AÇÕES DO BANCO DO BRASIL
Cotações médias
e que o movimento global foi de. ••••••/
773 529:691^700. Os dividendos distribui-
dos' à razão de 15%, foram de •
2.512:192$500. O total das reservas do
Crédito Real se indica atualmente por
7> "?Q1 -740S200 A Carteira Hipotecaria
apresenta um saldo de 2.220:0.2S200. Com
o acréscimo verificado o capita 3
do Banco passou a ser de 18.819.26JSUUU.
São cifras que muito bem serve™
atestar o desenvolvimento e os serviços
prestados pelo refendo Banco duran
os seus cincoenta anos de existencia.
Ind:cesPeriodos Valor (1928-100)
1928 • • 452$000 100
1929*i• 448S000 991930 • 428$C00 94
193 .... 337S000 74
193 3975000 87193 3885000 851934 396$000 871935 386$000 85
1936..! 3825000 841937 3635C00 801933 3735000 82
1939 4275000 94
1939 (4 meses)... 403$U00 89
1940 (6 mesesj... 438$000 97
1039—Tane'ro.... 4025000 89
Fevereiro 4045000 89
Marco 391 $000 86
Abril 3885000 85M-do ... 406S000 89
Tunho, .... 423$000 93Tnlho 4235000 931,6 to
''' 4355000 96
Setembro. 4605000 101Outubro. 4595000 101
4605000 loi
1940_£S»". |
US ss
M aio* 4405000 97
;unho.V,:: 4365000 96
, - i - ¦ i ¦ m ' " 1 11 ¦ 7^———imm
PREQO
Valor
Quantidade ESPECIE nominal Valor
mlnimo M&ximo Medio
FUNDOS PUBLICOS
0bRIGA£OES Federais
29:000$000 "1930",
portador, 7%, 1:000$000 1:010$000 1:015$000 1-013$276 29
Apolices Federais
387:000$000 Nommativas, 5%, 1:000$000 770$000 800$000 770$672500$000 Nominativas, 5%', 500$000 390$000 390$000 390$000
40:000$000 Portador, D. E. . 5%, 1:000$000 800$000 800$000 80030001:000$000 Portador, c/3 coupons, 5%,... 1:000$000 860$000 860$000 860$000
15:5005000 Reajustamento, port. 5%, 1:000$000 8055000 820$000 809$8394:000$000 Reajustamento, cj 13 coups 1:000$000 1:135$000 1:135$000 1:1355000
Obriga9oes do Estado
960:100$000 "Cafe"
portador, 6%, 1:000$000 840$000 8505000 842$958110:000$000
"1921" portador, 7%, 10:000$000 9:380$000 9:500$000 9:440$000
277:000$000 "1921"
portador, 7%, 1:000$000 9385000 956$000 944$433395:000$000
" 1921" portador, 7%, 500$000 465$000 477$500 468$866
38:0005000 "1922"
nonvnativas, 7%, 1:000$000 924$000 924$000 924$00085:0005000 "1922"
portador, 7% 5:000$000 4:6005000 4:61C$000 4:608$8242.095:0005000 "1922"
portador, 7% 1:0005000 915$000 9255000 917$11713:500$000
"Prof laxia da Lepra", 7% 5005000 4525500 4525500 4525500
2:0005000 "M.
Santos" port. c/;rs. 8% 1:000$000 1:045$000 1:0455000 1:045$000563:000$000 "M.
Santos" port, ex-jrs. 8%, 1:000$000 1:005$000 1:020$000 1:010$826
Apolices do Estado
604:0005000 "Populares "portador, 5%, 200$000 195$500 199$000 196$831
12:0005000 7°. ser e, 6%, 1:0005000 920$000 920$000 920$00059:0005000 7°xser:e. 6%... 500$000 457$500 4625500 460$720
8:0005000 8°. ser e, 6%, 1:0005000 840$000 840$000 840$00027:5005000 8°. ser e, 6% 500$000 4225500 4225500 422$500
2:0005000 9°. ser'e, 6%, 1:000$000 8405000 840$000 840$00025:0005000 12a. sere, 6%, 1:000$000 830$000 830$000 830$000
13&- ™r'~e' 60/n 1:0005000 8455000 845$000 845S00014&- s!r.e' 6<V°' 1:0005000 8455000 845$000 8455000
5:0005000 15a. sere, 6% 1:000$000 8455000 845$000 8455000
O "Unjfornvzadas" — ABC-8%, suKs 1:000$000 1:050$000 1:050$000 1:050$C00
3.918:0005000 'Uniformizadas"—
ABC— 8%, port 1:000$000 1:040$000 1:046$000 l:042$953 4
Ap6lices de minas gerais.
^tmntnnn 2005000 143$000 1455000 144S761
nonmnm 200$000 160$000 165$500 162$601
10:800$000 1934 , serie—C—, 7%,. 200$000 1605000 162$000 160$556
Ap6lices de Pernambuco
'40:7005000 " 1935", portador, 5%, *100$000 80$000 83$000 ' 82$732
Ap6lices do Distrito Federal
8:400$000. "1931",
portador, 5%, '2005000 196$000 1965000 195060
.136 O OBSERVADOR
f 1^ l
^
^
!
Bolsa de Valores de Sao P
8:400$000.
Médio
144576116256011605556
2005000 1965000 1950 60
1-013$276
770S6723905000800500086050008095839
1:1355000
84259589:4405000
94454334683866924$000
4:6085824917$1174525500
1:04550001:0105826
19658319205000460$7208405000422550084050008305000845500084550008455000
1:050$C001:042$953
298:25050003905000
32:00050008605000
12:55255004:5405000
809:3245200103:8405000261:6085000370:4045000
35:112500078:3505000
1.921:360500012:21755002:0905000
569:0955000
594:428550011:040$C0054:3650$00
6:720500023:2375500
1-680500020:750500040:56050002:53550004:2255000
2.507:40050004.086:2885000
89:896550012:84555008:6705000
33:6725000
8:2325000
Quantidade
FUNDOS PÚBLICOS
Obrigações Federais
"1930", portador, 7%
Apólices Federais
Nominativas, 5%,Nominativas, 5%, .Portador, D. E. . 5%, • • • •Portador, c/3 coupons, 5%,Reajustamento, port. 5%,Reajustamento, c/13 coups
Obrigações do Estado
Apólices do Estado
29:385$0001:000$000
1:00050005005000
1:00050001:00050001:00050001:0005000
1:0105000
77050003905000800500086050008055000
1:1355000
1:015$000
80050003905000800500086050008205000
1:1355000
960:1005000110:0005000277:0005000395:000500038:000500085:0005000
2.095:000500013:50050002:0005000
563:0005000
"Café" portador, 6%, , . .
"1921" portador, 7%, ..
"1921" portador, 7%,
"1921" portador, 7%,
"1922" nominativas, 7%,
"1922" portador, 7%
"1922" portador, 7%
"Proflaxia da Lepra", 7%
"M. Santos" port. c/;rs. 8%,.
"M. Santos" port. ex-jrs. 8%,
84050009:3805000
938500046550009245000
4:600500091550004525500
1:04550001:0055000
85050009:5005000
956500047755009245000
4:6i:$00092550004525500
1:04550001:020$000
"Populares "portador, 5%,
7o. sér:e, 6%,7o ^.sér:e. 6%. . 8o. sér'e, 6%,8o. sér"e, 6%9o. sér:e, 6%,
12a. sér-'e, 6%,13a. sér!e. 6%14a. sér:e, 6%,15a sér-V"Uniformizadas" — ABC-8%, suW..V.
'.
"Uniformizadas"—ABC—Q%, port. . ...
Apólices de minas gerais.
"1934.," sere—A¦—, 5%,
"1934", série—B—, 8%,
"1934", série-—C—, 7%,
Apólices de Pernambuco
"1935", portador, 5%,
Apólices do Distrito Federal
"1931", portador, 5%,
199500092050004625500840500042255008405000830$000845$00084550008455000
1:05050001:046$000
145500016555001625000
835000
Valor
PREÇO
nominalmínimo Máximo
ESPÉCIE Valor
29:000$000
387:00050005005000
40:00050001:0005000
15:50050004:0005000
1:000500010:00050001:0005000
50050001:00050005:00050001:0005000
50050001:00050001:000$000
124:200500015:800500010:800$000
'40:700$000
20050001:0005000
50050001:0005000
50050001:00050001:00050001:00050001:00050001:00050001:00050001:0005000
20050002005000
.2005000
<100$000
1955500920500045755008405000422550084050008305000845500084550008455000
1:050$0001:040$000
143500016050001605000
80$000
aulo
Negócios realizados no mês de Agosto de 1940
604:000500012:000500059:00050008:0005000
27:50050002:0005000
25:000500048:0005000
3:00050005:0005000
388:0005000.918:0005000
23
o OBSERVADORLVI
137
Quantidade
33:200$000
90:200$0005:000$000
42:000$00019:000$000
353:000$00029:500$000
1 146:000$0001 717:000$000
24:000$0003:800$000
59:000$0006:100$000
560;000$00010:000$00020:000$00033:300$00018:400$000
127:100$00010:000$00020:000$0009:100$000
15:000$00064:000$00014:900$C00•9;000$000
2.2052.860
90310
502125930
6.3534.3171.435
62300
838
455825
48.757
ESPÉCIE
60188
771
200
1
Debêntures
Agua e Exg. R*be râo Preto, 8%,Antárt.ca Paulista, 8%,Elétrica
"Ca.uá", la. emis. 9%,.
Francana*de Eletr cidade, 8%,. .Luz e Força de Rezende, 8%,. . •Melhoramentos S. Pvtulo, 8%,
Valor
nominal
PREÇO
Apólices de Pôrto Alegre
"1934", portador, 3 1/2%,.
Títulos Municipais
Capital "1913", 7%
Capital "1918",
7%
Capital "1929", 8%,
Capital "1931", 8%,
Capita] "1933", 8%
Capital "1933",
8%
Capital "1937",
8%
Capital "1938",
8%,
Amparo, 8%,
Araraquara 8%
Barretos, 9%,
Botucatu, 8%,
Campinas, 9%,
França, 10%,
Itapetininga, 9%, n/cotadas
Itú. 7%
Jaú. 7%,
Jaú, 8%,
Juqueri, 8%,Piracicaba, 9%,R.be rão Preto, 8%,Rio Claro, 9%,Santo André, 9%,São.Manoel, 8%,São SimSo, 9%,
FUNDOS PARTICULARES
Ações de Bancos
Comércio e Industria,Comerciai do Estado, int,
São Paulo,Estado de São Paulo,Noroéste do Estado,Mercantil de São Paulo, c/6%,
ítalo Brasileiro, c/6%,
Ações de Companhias
Pualista Est. Ferro nom,Paulista Est. Ferro, def.,Mogiana Est. Ferro, nom.,Agric., Imig. e Col. nom.,Agric., Imig. e Col. port.,Antártica Paulista,.Caixa Liquidação São Paulo,. . .Luz e Força
"Tatui", nom., . . . .
São Paulo Alpargatas Company
Direitos
Cia. Paulista Est. de Ferro,
50$000
100S000100S000
1:000$0001:000$C001:000$000
500$0001:000$0001:005$000
100$000100$000
1:000$000100$000
1:000$0001:0003)0001:C00$000
100$000100$000100$000
1:000$0001:C00$000
100$000500$000
1:000$000100$000ÍOOÍOOO
200$000200$000200$0C0200$000200$000200$000100$000
200$000200S0002003000200$000200S000200$000100$000300$000200$000
mínimo Máxiaximo
1C0$000200$000
1:100$00010ü$000100$00C
1:000$000
28$000
91$0009yíj>5uü
1:005$U001 :U lu4)UÜU1:0205)000
5 io:pu00hOoOfcUOÜ1:0O5||J00
Ütí:pUOO98:pOuO
1:0 l^ÜOOb04)OUU
1 :ÜoU4>UUÜl:UoU4>U uO1 :u^u;puu0
UUBO^DOO97$000
1:0005>UUÜ1:0405)000
9b$OO0525^ÜUÜ
1:050$000945>000
lÜU^UUÜ
300$000300$000193$000305$000194$000119$C0096$000
207Í500214$00092$000
258$000270$000200S00060$000
155$00090$000
5$000
98$000215$000
1:C35$000101S00099$500
1:025$000
33$000
93$50099$500
1:0105)0001:0 155)000l:02d$0(jÒ
513$0001:040$0001:02Ü$000
98$00098$000
1:015^)00098$500
1:0455>0001:0355>0001:0205)000
83$0008b$000975)500
1:000$0001:040$000
98$000525$000
1:055$00094$000
100$000
305S000303$000197$000305$000196$0C0122$00096$000
2 13$0002 18$000
97$000265$000275$000200$000
60$000155$0C092$000
7$250
99$000216$000
1:035$C00ioi$coo99$500
1:025$C00
MediIO
32$047
92$ 119995)500
1:007$6191:0145>474
1:024$847511$237
1:0365)4471:0 17$ 333
985)00098$000
1:013$9Ü3985)500
1:03818841:032500$1:020$000
82$85082$39197$236
1:000$0001:040$ 000
98$C00525$000
1:050$93794$C00
100$000
304$068301$258196$080305$000194$008119$19296$000
2 11$3642 16$548
96$ 148
262$065273$833200$000
60$000155$00090$061
6$ 167
98$5002 15$ 165
1:035$C00101$C0099$500
1:025$000
Vaior
2 1:279$000
83:091$0004:975$000
42:320$00019:275$000
361:771$00030:163$000
1. 187:768$0001.746:760$000
23:520$0003:724$000
59:825$0006:008$500
581:775$00010.325$00020:400$00027:589$00015 160$000
123:587$00010:000$00020:800$000
8:918$00015:750$00067:260$0C014:006$0009:000$000
1
670:471$000861:597$000177:060$000
3:050$00097:392$00014:899$00089:280$000
342:798$5000934:838$000127:973$000
16:248300082:150$00016:600$000
480$00070:525$00074:300$000
300:671$350
5:910$00040:451$000
7:245$0007:1715)000
19 900$0001:C25$000
138
FUNDOS PÚBLICOS Quantidade Importância
Obrigações FederaisApólices Federais ..Obrigações do Estado de São Paulo
Apólices do Estado de São Paulo
Apólices do Estado de Minas Gerais
Apólices do Estado de Pernambuco
Apólices da Prefetura do Distrito Federal..
Apólices da Prefeitura dfe Porto Alegre
Títulos Municipais do Estado de São Paulo,
Total.
29:0003000448:000$000
4.538:60030007.099:5003000
150:800300040:7003000
8:400300033:2003000
4.405:400$000
16.753:6003000
29-3853000348:5923500
4. 163:40037007.353:2293000
111 412300033:672$000
8:232300021:2793000
4.493:7703500
16.862:9725700
FUNDOS PARTICULARES
Ações de Bancos iq'q!oAções de Companhias ••2,íí?ãD re'tos 48.757Debêntures. . ^27
Total 70.657*
Fundos PúblicosFundos Particulares.. ¦ ¦ • <
Total geral. ..
1.385:40030002.812:3003000
78:7003000
4.276:4003000
16.753:60030004.276:4003000
21.030:0003000
1.913:74930002.675:9123500
300:671335081:7023000
4.972:034$850
16.562:972$7004 972:0345850
21.535:0073550
QUADRO COMPARATIVO DE TÍTULOS NEGOCIADOS EM BOLSA NOS MÊSES DE AGÔSTO DE 1937 A 1940. JTC
Total computado em 1937.Total computado em 1938.Total computado em 1939.Total computado em 1940.
25.841:100300040 874:680500027 010:617300021.030:0003000
24. 194:791354041.091:313362027.511:485360021.535:0073550
Média diária de cambio, afixada pela Bolsa Oficial de Valores
de São Paulo no mês de Agôsto de 1940
Inglaterra Alemanha Estados Unidos Belgica
Dlas FranSa IOUa PojM :
SuiCa Afsen- Uru-
HoUnda Japao SueciaLivre Oficial Marco Vmark sa Livre Oficial papel ouro SUal
iii 1 1 ¦ ' 1 " ¦. "i "
80.050 6.070 1.005 795 19.786 —80.050 6.070 993 '802 19.779 —
_80 050 6 .070 1.005 777 19 .783 —80.050 6.070 989 817 19.779 —
80 050 6 070 1.004 789 19.784 —80.050 6.070 1.001 796 19.779 —
80.050 495 6.070 1.004 793 19 779 —80.050 500 6.070 900 792 19.769 -
10 80.050 445 6.070 1.005 792 19.797 —12 80.050 6.070 964 807 19 794 —13 80 050 6.070 1.003 786 19 783 —14 80.060 6.070 1.002 799 19.784 -16 80.050 6.070 994 793 19 767 —17 80.050 6.070 1.005 791 19.807 —19 80.050 — 1.006 799 19 779 —20 80.050 —¦ 6.070 1.006 * 772 19.777 —21 80.050 6.070 930 815 19.799 —22 80.050 6.070 1.005 770 19 784 -23 80.050 6 070 906 786 19.781 —24 80.050 6.070 771 19.777 —26 80.050 455 — 1.003 808 19 782 —27 80 050 6.070 1.006 700 19.786 —28 80 050 —- — 1.002 783 19.800 —29 80 050 6.070 1.003 775 19 787 -30 80.050 6 070 1.005 776 19 801 —31 80.050 440 6.070 1.005 776 19.783 —
LB. 80.050 467 6.070 990 787 19.785 —
4.5084.5014.5044.5074.5064.5604.5004.5044.5064.5154.5C34.5084.5144.5204.5114,5174.515
4.5324.5204.5264.5204.5264.5204.5354.536
4.317
3.300
3.300
3.300
4.378 4.665 —
4.577 4.665 4.730
4.400 4.665 —
4.400 4.695 —
4.399 4.695 -
4.439 9.858 —4.369 4 660 4.730
4.440 8.000 4.665 —4.470 —
4.473 8.000 —4.498 4.668 -
4.561 8.000 4 665 4.740
4.791 10.500 4 665 —
4.509 4.665 —4.598 4 670 -
4.510 4.670 —4.958 4 665 —
4.500 4.670 —
4.565 6.950 4.669 -4.539 4.666 —
4.912 — v 4.679 —4.530 ~
4.520 ~
4.506 7.000 —4.490 4.640 —
4.519 7.000 —
4.532 7.492 10.179 4.669 4.733
o OBSERVADOR — LVl
139
D
abacaxi
FVERA' atingir a onze milhões de fru-
- tr* a safra do abacaxi que há três anos
... dc cêrca de 3.000.000. Não somente
»„ fruto dessa planta esta se dando valor,
Lora: a sua fibra está merecendo atual-
mente as atenções dos lavradores Nos mu-
nicipios de Sapé e Espirito Santo já fo-
1J instaladas máouinas apropriadas ao
Hesfibramento das folhas de abacaxi, sendo
nue cada estabelecimento desse genero pos-
sue de 15 a 20 dessas máquinas, com capa-
cidade para a produção de trinta quilos de
fibras em oito horas de trabalho efetivo. Os
Estados Unidos são um grande freguês.
algodão padronizado
DIRETOR do Serviço dc Economia^
Rural levou ao conhecimento do Minis-
tro Fernando Costa que, segundo informes
da Agénfla daquele Serviço no Estado de
São Paulo, foram embarcados este ano, pa«
ra o exterior, 100 milhões de quilos de
algodão, fiscalizados pelo Serviço Portuá-
rio de Santos.
Êsses embarques constituem índice aus-
picioso do poder de penetração, nos merca-
dos externos, de produtos nacionais devida-mente padronizados.
CARVÃO EM TATUI
OMUNTCAÇÃO levada ao conheci-mento do sr. Ministro da Agricultura
informa que as sondagens realizadas emuma área de 100 hectares, no municípiopaulista de Tatuí, revelaram a existênciade preciosas jazidas de carvão, cujo po-tcncial está calculado em 300 mil tonela-das.
Já foi iniciada a sondagem numa áreade 10 mil hectares, que envolve a primeira,e os furos denunciaram igualmente a exis-tência desse minério.
Há alguns meses a Sociedade de CarvãoBrasileiro deu início aos seus trabalhos, emTatuí, achando-se apenas, no momento,com cêrca de 450 metros de galerias aber-tas. Como o carvão aflora à meia encostae a camada é quase horizontal, com uma es-
pessura média de 50 centímetros, a extraçãodo minério será feita por essas galerias erespectivas travessas.
Até o mês de Agosto, segundo dados
do Serviço de Estatística do Ministério da
Agricultura, essas jazidas produziram cêr-
ca de^00 toneladas de carvão.
Ainda este mês deverá terminar a aber-tura de uma certa frente de trabalho, quan-do terá início propriamente a lavra do mi-nério. o que permitirá uma produção de1.500 a 2.000 toneladas mensais, dentro depouco tempo.
A maior dificuldade consiste na obtençãode operários práticos atualmente procuran-do as minas do sul do Brasil. Daí a neces-sidade da formação de
"mineiros" no pró-
prio local.As jazidas de Tauí distam 20 quilôme-
tros da estação do mesmo nome. onde ocarvão é entregue à Estrada de Ferro So-rocabana, que tem obtido ótimos resultadosnas experiências feitas com o minério.
Tatuí e Caçapava são atualmente os doismunicípios paulistas produtores de carvão,
?
REFLORESTAMENTO
P E acordo com a determinação do
Ministro Fernando Costa, o diretor
do Serviço Florestal designou o agrôno-
mo Lincoln Monteiro Rodrigues paraorientar os serviços de reflorestamento
na Estrada de Ferro de Maricá, onde se-
rão organizados viveiros de mudas em
zonas já determinadas pela Secção de Sil-
vicultura.
BANCO 1TALO-BRASILEIRO
SOCIEDADE ANÔNIMA BRASILEIRA — SÉDE : S. Paulo — RUA ALVARES PENTEADO N. 117 — Fundado KM 1924
Capital, 12.300:0008000 — Capital Realizado. 9.811:270$000 — Fundo de Reserva, 2.300:0c0$000
Balancete em 31 de Agôsto de 1940, compreendendo as operações das Filiais d"> Rio de Janeiro e Santos e das Agencias de
Botucatú, Cruzeiro, Jacarei, Lorena, Mogí das Cruzes, Paraguassu, Jaboticabal, Jau, Lençoes,
Presidente Prudente e Agência Urbana Norte Braz
ATIVO PASSIVO
Capital a realizar 2.488:730$000Letras descontadas 48.248:2 10$300
Letras a receber:Letras do Exterior 3.572:329$300Letras do Interior 64.059:897$600 67.632:2265900
Empréstimos em contas correntes 53.844:691$300Vnlnros caucionados 73 508:5553500Valores depositados 24 .005:0523000Ações em caução 140:0005000 97.653:607$500
Agências 10.237:548$050Correspondentes no País 853:422$200Corre pondentes no Exterior 1.249:530$000Titi los pertencentes ao Banco. 474:6075900Imóveis 1.736:3375600Móveis e Utensílios 3 10:9751900Títulos em LquidaçSo. .... 103'758$000Contas de Ordem 24 111:345$200D.versas contas. 1.308:740$C50
Caixa:Em moeda corrente 11.214:6895100Ein outras espécies 156:2795800Lm diversos Bancos 1.434:4885000™
ganco do E. S. Paulo. . 3 358:2205000No Banco do Brasil 8.437:9005800 24.601:5775700
334.855:3095050—
'
Cap tai 12 .300:0005000
Fundo de Reserva'.'.'.'.'.:: 2.300:000$000
Lucros e perdas 68:1
Depósitos em contas Correntes:
C/Correntes á vista 75.492:8145600
Depósito a prazo fixo com
aviso prévio 26.071:6955300 101.564:5095900
Credores por títulos em cobrança 67.632:2265900
Títulos em caução e em de-
DÓs;to 97.513:6075500
Caução da Diretoria 140:0005000 97.653:607$500
. , 10.221:8745000Agencias 844:707$
100Correspondentes no País.. g
c5?: 109$300Correspondentes no Exter or ^
QCheques e ordens de pagamento •
165:736t900D videndos a pagar 24.111:3455200
Contas de Ordem 10.8 18:3585 100
Diversas contas
Rs. 334.855:3095030
Presidente: B. LEONARD1
^uperintendtnte: R. MAYER
"•rítor.Secretário: C. TEIXEIRA JÚNIOR
S. E. ou O.
S5o Paulo, 2 d« Setembro de 1940.
D.retor-Gerente: A. LIMA
Gerente: G. BRICCOLO
Contador: R. TRANCHESE
I I
140O OBSERVADOR — Lvi
EMPRÉSTIMO DE UNIFICAÇÃO DA
BAÍA
A DIRETORIA de Cultura e Divulga-
ção da Baía distribuiu à imprensa a se-
guinte nota, no mês de Agosto passado í
Realizou-se, no Tesouro do Estado, em 8
do corrente, sob a presidência do sr. Secre-
tário da Fazenda e altos funcionários do
Tesouro, mais um sorteio de apólices do
Empréstimo de "Unificação". Foram dis-
tribuidos os seguintes prêmios: 1 de 50 con-
tos — apólice 30.492; 1 de 20 contos —
apólice 117.160; 1 de 10 contos — apóli-
ce 13.948; 5 de 5 contos — apólices
121.393, 1.582, 56.063, 49.621 e 43.921, e
mais 26 prêmios de 1 conto de réis.
Com essa operação de sorteio e résgate
do Empréstimo de. "Unificação ", na parte
relativa ao 1.° semestre do corrente ano, a
Baía mantém, rigorosamente em, dia, os
seus serviços de " Dívida Interna
".
E' necessário encarecer que, apesar da
guerra e suas conseqüências, o atual govêr-
no empenha-se, vivamente, em solver todos
os seus compromissos financeiros do Esta-
do, zelando o crédito público baiano.
COUROS E PELES
I? NTRE os produtos brasileiros que
estão tendo um grande desenvolvi-
mento se encontram os couros e as peles,
que teem tido grande aceitação nos mer-
cados estadunidenses e também, como
comunicou recentemente o adido comer-
ciai, em Cuba.A Bolsa de Mercadorias de São Paulo,
pelo seu respectivo Departamento de Es-
tatística apresentou o desenvolvimento
dêsse ramo de exportação, pelo qual se
vê que êle tem sido contínuo.
A começar de 1915 a estatística refe-
rida demonstra que foram exportados
2.110.933 quilos num valor de
2.845:521$, já em 1935, eram exportados
12.226.510 quilos representando
Movimento das Bolsas do Rio de Janeiro e de
São Paulo
Janeiro —
Junho
A) VALOR DOS TÍTULOS NEGOCIADOS (contos de réis)
ESPECIE 1936 1937 1938 1939 1940
Titulos federals...".'. 118.848 90.031 139.979 142.544 129.961
Titulos estadoais ... 197.041 144.673 110.514 145.857 170.807Titulos mimicipais........ . 13.502 18.077 29.955 43.266 47.424
Titulos pixblicos. . 329.393 252.783 280.449 331.668 348.193Titulos privados... 34.398 43.592 40.080 50.200 94.943
Todos os titulos 363.791 296.375 320.530 381.868 443.137
B)- VARIAÇÕES DO MOVIMENTO GLOBAL DE CADA ANO, EM RELAÇÃO
AO ANO ANTERIOR
ANOS Contos de reis Percentagens
1937... — 61.416 —18,5%193 + 24.155 + 8,1%193 + 61.338 + 19,1%1940......... ....• + 61.269 + 16,0%
C) COMPARAÇÃO DO MOVIMENTO DE 1939 E 1940
ESPÉCIE
Contos de Réis Variações
1939 . 1940 Contos de réis Percentagens
Títulos federaisTítulos estadoais....Títulos munic'pais. .
Títulos públicos. . . .Títulos pi.vados
Todos os títulos,
142.544 129.961 — 12.583 — 8,8%145.857 170.807 + 24.950 17+ ,1%43.266 47.424 + 4.158 + 9,6%
331.668 348.193 + 16.525 + 4,9%50.200 94.943 + 44.743 + 89,1%
381.868 443.137 + 61.269 + 16,0%
21.400:843$000; em 1937 exportou-se17.415.549 quilos significando 51.058:023$000, e de Janeiro a maio de1940 6.942.019 quilos representando20.313:502?000.
Como em nota de outra secção se ve-rifica, o mercado dos Estados Unidoscontinua a querer couros e peles do Bra-sií, consoante informa o Brasilian Infor-mation Bureau, e a intensificação daprodução da espécie, concorreria paraque em futuro próximo a Bolsa de SãoPaulo, apresentasse cifras bem maiores
que a atual.
FIBRAS BAIANAS
^ BOLSA de Mercadorias e Valores daBaía, em um de seus comunicados, in-
forma que da grande variedade de fibrasnativas e cultivadas que possue o Estado daBaía, nenhuma alcançou tão grande desen-volvimento, como as fibras carrapichos (ju-ta baiana) hoje empregada como sucedâ-neo da juta indiana.
A "juta baiana", de melhor qualidade
que a juta indiana na fabricação de sacariase aniagens, e na confecção de tecidos finos
para roupas de homens, senhoras e crian-
ças, vem trazendo bastante vantagem aos
nossos ruralistas e industriais.A
"juta baiana" também é o substituto
do linho importado, e, com ótimo resulta-
do, já está sendo industrializada em teci-
dos, até agora fabricados com aquelas fi-
bras.A produção atual da
"juta baiana" é
muito pequena para atender às indústrias
nas quais estas fibras teem inúmeras apli-
cações; assim, a sua prpdução deve ser bas-
tante aumentada para atender aos centros
consumidores do nosso País, bem como os
do exterior. _Na industrialização da
"juta baiana", ja
confeccionam tecidos, de aniagem, a Com-
panhia Fabril dos Fiais do Estado da Baia,
tecidos finos para roupas de homens, Pes-
soa de Queiroz, de Pernambuco, e J. Ren-
ner, do Rio Grande do Sul.
Enquanto aos extratores novos da juta
baiana", grande é o número dos que estão
produzindo em tnenor ou maior quantida-
de, sendo que a "juta baiana" do Rio No-
vo, produzida pelo sr. Edson Cabral, é um
produto de ótima qualidade e em melhores
condições de substituir o linho na fabrica-
ção de tecidos finos.
Hoje a "juta baiana" está sendo.extrai-
da do Norte ao Sul da Baía, pois os arbus-
tos carrapichos encontram-se em estado na-
tivo em quase todo o território baiano, e e
composto de cêrca de 150 famílias, com cer-
ca de, 1.500 qualidades, servindo todas para
a industrialização, podendo ser aplicadas
com melhores vantagens na fabricação de
tecidos finos, cordas, aniagens, linhas diver-
sas, etc.
Convém salientar que a "juta baiana ,
como substituto da juta indiana, represen-
ta uma economia para o nosso País de cer-
ca de 100 mil contos, e substituindo o linho
e fibras outras importadas do exterior, a
balança econômica do Brasil tera um lu-
cro superior a cêrca de 150 mil contos.
Consequentemente, quem cooperar, esti-
mular e contribuir para o constante aumen-
to da produção e do consumo das fibras
carrapichos (juta baiana), não só prestara
uma grande contribuição ao Brasil, como a
todos os que trabalham pelo seu engrandeci-
mento econômico.
. ¦ J**'
IBM-
A C00PtE^AC;A°
tNSTI^UTO B^SILEIRI^5 vj£ I
A ^^ran^tpor^ser^todos ^de.os de I
estatistica, no estudo e elaboracao de pianos de orgamzaca Ill
ViS°S' \
leVadpela
tt^tocao0iLPmCetod0oSs: modernos no local de trabalho do I
III cliente, 2, oslU» d, seus .ecniccs . os ^ipcen.os ™- I
dernos ?- sstss. fc°—^ 5S# I
®qUipament°^CT^KKTmJTO BRASILEIRb0DE MECANIZACAO. Para esse fim, I
cutadosnasededo INSTIDE
SERVICO aparelhado para atender aos clientes cujo I
SnTde rbolho'^o juftf^e a insula** do e.uipamento e. seus escr,- I
jll torios. 1C rirrihIpmfiii ndministrativos. Po~ 111 _ —
Consulte-nos, sem
^P^^icoa'mento dos seus servicos de contabilidade 1 A'
demos cooperar com V. 5. P - tfqfiras de venda — pessoal
— e organi- ¦
z^-^sa.
d— -v5 I
I
ill AV. RIO BRANCO, 26 111
(iN^rrruTO brasileirode: mechanizaçao)
AV. RIO BRANCO, 26 A
Ill' I
•j ¦
^^^gmmmBammsmMmmmmmmmmmmmmrnggBB^^ I; ; //)s,, / ;» i, -V p'V'Vs1 -'f !''V,; ',"v -I 1,1 ,'),i,"i,<«''' »l >'r ' :¦/ -: I
r- ' '¦¦ ',> / I s&SSUBtBbii r ,¦¦• j , ri*, \ * * l' ^ i?^ •*'.,' j-*,-,t ,, ^ v1.-,, 1 > U , % 9 I H91 f »a" w -, 1 „ I ¦:mjmHBflHHHnHIHHHHHH^V *.* a** c ^ 7® >#£/•$\ > 'W '-> t J £*f >u {/<5J } ^ n/v %' ' I
»& Yx-.''»>. ,-^S iBBMP «k. ¦- jg> ;
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^1 ^BP^' ,^_trtk^-v. IMB bC£TT^^^If%I^ v IWHMI •. *?a»v^pFw> .¦ ^Mm5?-.- B/.- ,» (*• ¦ pfiHfe^^^flT JBhR^ «Kk ^^P^Wf'^,'>i<'^-'^< '¦"<» * nfrnf^ w^*1^ "' K
x ,••¦ -:. 'q- yj|j| I
^^Hlfl^^B Urn
perfeito beneficiamento do algodao I
ttftliftem sido conseguido, nos ultimos tempos, I
•^¦B|j5S5SWBP"P®fV *•'' gracas ao aperfeicoamento do maquinario I
| | de descarocar algodao. I
HH Um produto isento de impurezas, livre de I
fibras dilaceradas e enoveladas, concorre I
^''^S^^IBk^S nj^^^^BBI eficazmente
para o aumento de rendi- I
f^^^^BBI mento do trabalho das fiacoes, resultando: I
produto
perfeito 9
•' com esse objetivo que temos classifi-
cado e enfardado o melhor algodao de
S. Paulo.
íBii¦•' T'M
kWi^rví-
tem sido conseguido, nos últimos tempos,
graças ao aperfeiçoamento do maquinário
de descaroçar algodão.
Um produto isento de impurezas, livre de
fibras dilaceradas e enoveladas, concorre
eficazmente para o aumento de rendi-
mento do trabalho das fiacões, resultando:
MAIOR PRODUÇÃO
MENOR DISPERDiCIO
PRODUTO PERFEITO
E' com esse objetivo
cado e enfardado oque temos classifi-
melhor algodão de
Paulo
s. PAULO
SR St!MMmmsmí^fsÉ-MM
W?$mê
M