a base neural da lesão osteopática - irvan m. korr

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  • 8/18/2019 A Base Neural Da Lesão Osteopática - Irvan M. Korr

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    A BASE NEURAL DA LESÃO OSTEOPÁTICA1 

    Irvin M. Korr, Ph. D.Depara!eno "e #i$io%o&ia

    #a'(%"a"e "e O$eopaia e Cir(r&ia "e Kir)$vi%%eKir)$vi%%e

    INTRODU*ÃO

    Quatro dos principais princípios da osteopatia aparentam ser:

    1. As articulações e os seus suportes estão sujeitos a perturbações anatómicas e

    funcionais.

    2. Estas perturbações têm efeitos remotos bem como efeitos locais.

    !. Estão relacionados directa ou indirectamente a outras influências patoló"icas.

    #. $odem ser recon%ecidos e os seus efeitos locais e remotos influenciados

    fa&ora&elmente por manipulação.

    Aceitando a e'istência de perturbações nas articulações (lesões osteop)ticas* temos

    como objecti&o neste arti"o e'aminar não os factores mec+nicos e etioló"icos en&ol&idos

    mas sim a base fundamental dos princípios 2 e ! e uma pe,uena e'tensão ao princípio # e

    relatar o pro"resso da nossa compreensão do mesmo.

    A lesão osteop)tica tem muitos aspectos ,ue são em parte re&elados nos efeitos locais e

    remotos referidos no princípio 2. -ncluídos entre estes estão:

    1. iperestesia especialmente dos m/sculos e das &0rtebras.

    2. iperirritabilidade reflectida em alterações na acti&idade muscular e em estados

    alterados de contracção muscular.!. Alterações na te'tura do tecido do m/sculo tecido conjunti&o e pele.

    #. Alterações na circulação local e na troca entre san"ue e tecidos.

    . Alteração &isceral e outras funções autónomas.

    1 Apresentado perante do 3rupo de Ensino dos $rincípios de 4ia"nóstico e 5erapêuticas6steop)ticas na Quin,ua"0sima $rimeira 7on&enção da Associação 6steop)tica Americana em 21de 8ul%o 19#.

    A pes,uisa na ,ual este documento 0 baseado foi possí&el "raças a doações do 7omit0 de

    $es,uisa da Associação 6steop)tica Americana.

    1

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    7omo são produ;idos estes efeitos< Quais são os factores centrais respons)&eis por estas

    manifestações de anormalidades estruturais e posturais< 6 ,ue na nature;a intrínseca da

    lesão osteop)tica est) na base para os efeitos perif0ricos palp)&eis e clínicos< Que

    alterações fundamentais têm lu"ar como resultado da teoria manipuladora efica;<

    As respostas detal%adas a estas per"untas não estão naturalmente ainda disponí&eis mas

    se"uramente são a nature;a "eral da resposta final e a direcção em ,ue se de&e proceder de

    forma a obtêla.

    6 pro"rama de pes,uisa dos laboratórios =ir>s&ille foi concebido para obter al"umas

    destas respostas atra&0s da e'ploração de mecanismos profundos en&ol&idos na lesão

    osteop)tica. Acreditamos ,ue as respostas podem ser obtidas apenas atra&0s da in&esti"ação

    e'perimental e o conceito emer"ente da lesão e as suas implicações terão um impacto

    consider)&el na pr)tica da osteopatia.

     ?este trabal%o serão apresentados al"uns dos nossos pontos de &ista actuais al"umas das

    implicações pr)ticas e al"umas especulações. 6s detal%es dos m0todos e'perimentais e

    dados ainda pouco desen&ol&idos disponí&eis em publicações anteriores não serão

    apresentados ,uer a aborda"em "eral e'perimental e as conclusões imediatas daí

    decorrentes. $or sua &e; a partir destes serão definidas al"umas "enerali;ações.

    A BASE NEURAL DA LESÃO OSTEOPÁTICA

     ?o interior do sistema ner&oso nos fenómenos de e'citação e inibição das c0lulas

    ner&osas e na transmissão sin)ptica e mioneural encontramse as respostas para al"uns dos

     problemas osteop)ticos teóricos e pr)ticos mais importantes. A e'istência de uma base

    neural para a lesão 0 con%ecida claro %) um lon"o período. A relação se"mentar da lesão

    osteop)tica @ sua som)tica e efeitos &iscerais 0 e'plic)&el de nen%uma outra forma.

    A acti&idade e condição dos ór"ãos são directamente influenciadas atra&0s da e'citação e

    inibição dos ner&os eferentes ,ue sur"em a partir do sistema ner&oso central e ,ue

    condu;em impulsos a estes tecidos e ór"ãos. (i".1*. $or e'emplo:

    B/sculo

    A* 70lulas do corno anterior (Botoneurónios* C contracção muscular 

    D* 70lulas do corno lateral (?eurónios pr0"an"lionares simp)ticos atra&0s de neurónios

     pós"an"lionares* C acti&idade &asomotor

    2

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    $ele

    7* 70lulas do corno lateral C acti&idade &asomotor 

    4* 70lulas do corno lateral C secreção da "l+ndula sudorípara

    E* 70lulas do corno lateral C piloerecção

    i".1 epresentação Es,uem)tica das Fias efle'as 7omplementares entre os aferentes e eferentes &iscerais e

    som)ticos.

    Aferentes (?eurónios da ai; 4orsal*:

    A* 4os processos espin%osos articulações

    D* 4os receptores de e'tensão e tensão

    ( proprioceptores* nos m/sculos e tendões

    7* 4e e'tremidades de to,ue pressão e dor na pele

    4* 4a &íscera

    AD7 C Aferentes som)ticosEferentes:

     b* Botoneurónios para o sistema m/sculo

    es,uel0tico

    c* ?eurónios pós"an"lionares simp)ticos para os

    &asos san"uíneos da pele e m/sculosG para as

    "l+ndulas sudoríparas e m/sculos pilomotores da

     pele

    d* ?eurónios pós"an"lionares simp)ticos para

    m/sculo liso &isceral &asos san"uíneos e "l+ndulas

    H ibras espinotal+micas

    - -nterneuróniosI 70lulas do corno lateral (neurónios pr0

    "an"lionares simp)ticos*

    F.3. 3+n"lio Fertebral

    7.3. 3+n"lio 7olateral

    Físcera

    * 70lulas do corno lateral C contracção do m/sculo liso

    3* 70lulas do corno lateral C secreção "landular

    * 70lulas do corno lateral C acti&idade &asomotor !

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    A acti&idade destes ór"ãos e c0lulas 0 directamente determinada pela acti&idade dos seus

    ner&os motores. Esta acti&idade ner&osa 0 medida em termos de:

    (a* 6 n/mero de impulsos condu;idos por cada fibra ner&osa aferente e (b* o n/mero de

    fibras en&ol&idas.

    4este modo na ausência de impulsos no ner&o motor correspondente um m/sculo est)

    completamente em repouso.

    A ,uantidade de contracção (tensão produ;ida ou "rau de encurtamento* em ,ual,uer

    momento encontrase em proporção com o n/mero de moto neurónios ,ue condu;em

    impulsos na,uele momento e do n/mero m0dio de impulsos por se"undo ,ue est) a ser

    condu;ido para o m/sculo. 7om al"umas modificações este princípio tamb0m se aplica a

    outros ór"ãos para al0m do m/sculo. Anormalidades nestes ór"ãos são produ;idas por

    %iperacti&idade ou %ipoacti&idade dos ner&os eferentes.

    E#EITOS SECUNDÁRIOS DO DESI+UILBRIO NEURAL

    J importante realçar no entanto ,ue nem todos os efeitos da %iperacti&idade ou %ipo

    acti&idade dos neurónios eferentes são directos ou imediatos. Efeitos secund)rios assumem

    muitas &e;es uma import+ncia predominante.

    Assim um e'cesso de acti&idade muscular durante um lon"o período de tempo poderesultar em fibrose e importantes alterações ,uímicas e metabólicasG %ipoacti&idade

    atrofia. iperacti&idade das fibras simp)ticas ,ue controlam arteríolas pode resultar em

    ano'emia local inflamação alteração da permeabilidade capilar edema etc. 4ese,uilíbrio

    nos neurónios eferentes ,ue controlam a musculatura lisa do trato "astrointestinal pode

    resultar em flacide; ou espasmo com "ra&es efeitos na di"estão e absorção e por

    conse"uinte em todo o or"anismo. A %iperacti&idade ou %ipoacti&idade dos neurónios ,ue

    controlam as "l+ndulas podem resultar em mudanças desastrosas no e,uilíbrio )cidobase

    lí,uidos e balanço electrolítico e condições tais como /lceras p0pticas. He a "l+ndula

    acontece ser uma das endócrinas os efeitos podem ser especialmente "ra&es e e'tensos.

    $odemos para o presente objecti&o incluir as fibras espinotal+micas entre os neurónios

    eferentes. Estas transmitem sensações de dor para o c0rebro e ,uando %iperacti&as

     produ;em não só físicas mas tamb0m alterações psicoló"icas ,ue potenciali;am mudanças

    "ra&es e e'tensas na acti&idade motora e &isceral. 7om a import+ncia crucial dos neurónioseferentes em mente 0 possí&el uma formulação do problema mais preciso. E'istem três

    #

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    ,uestões principais:

    1. Que factores controlam a acti&idade isto 0 o n/mero de impulsos nas fibras

    ner&osas eferentes<

    2. 7omo 0 a anormalidade estrutural isto 0 a lesão osteop)tica jo"aKinter&êm sobre

    estes factores para produ;ir %iperacti&idade ou %ipoacti&idade destas fibras e portanto dos

    ór"ãos ,ue iner&am<

    !. 7omo 0 ,ue a terapia manipulati&a jo"aKinter&êm com estes factores para recuperar o

    e,uilíbrio e causa a re"ressão dos sinais e sintomas<

    #ACTORES +UE CONTROLAM A ATI-IDADE E#ERENTE

    $rossi"amos para a primeira ,uestão. Que factores a pes,uisa fisioló"ica demonstrou

    serem prim)rios no controlo da acti&idade dos neurónios eferentes< ?este caso dois

     princípios fundamentais têm pertinência especial.

    A* 6 princípio de estados de reciprocidade ,ue atra&0s da rede de interneurónios

    (tamb0m con%ecidos por neurónios internunciais neurónios intercalados e neurónios

    conectores* ,ue se encontra situada no interior do sistema ner&oso central onde cada

    neurónio influencia potencialmente e 0 influenciado por todos os neurónios no corpo.

    D* 6 princípio de estados de con&er"ência em ,ue muitas fibras ner&osas se con&er"eme a sinapse com cada motoneurónio. Estas fibras pr0sin)pticas transmitem impulsos a partir

    de uma "rande &ariedade de fontes para o neurónio aferente ,ue representa portanto um

    camin%o final comum.

    Famos e'aminar como estes princípios actuam com respeito @s c0lulas do corno anterior

    tendo em consideração ,ue pro&a&elmente actuam de um modo semel%ante sobre os outros

    neurónios eferentes. (i".1*

    1. 7ada c0lula do corno anterior recebe impulsos a partir de um "rande n/mero de

    fontes atra&0s das fibras pr0sin)pticas ,ue con&er"em em cima e em sinapse. 5odas as &ias

    descendentes na medula espin%al transmitem impulsos a partir de &)rias fontes tais como

    o córte' cerebral n/cleo &ermel%o bulbo (medula oblon"a* os n/cleos &estibulares o

    cerebelo a ponte colículos superiores e outros centros superiores estabelecem cone'ões

    sin)pticas com a c0lula do corno anterior para a mediação de mo&imento &olunt)rio

    e,uilíbrio refle'os posturais refle'os &iscerais espin%ais e outros. 6s proprioceptoresreceptores de alon"amento e tensão situados nos tendões e nos próprios m/sculos são uma

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    fonte constante e contínua de impulsos. Eles e'ercem a sua influência directamente atra&0s

    das fibras da rai; dorsal na ,ual descarre"am os seus impulsos ou indirectamente atra&0s

    da postura superior e centros de e,uilíbrio. As fibras aferentes das &ísceras podem tamb0m

    desempen%ar um papel importante. ?a &erdade cada fibra ner&osa aferente ,uer as ,ue

    medeiam o to,ue a dor a pressão a temperatura a &isão ou ,ual,uer outro sentido e'erce

    influência sobre o camin%o final comum representado pelos ner&os motores.

    2. Al"umas das fibras con&er"entes e'ercem uma influência e'citatória outras uma

    influência inibitória sobre os motoneurónios das mesmas.

    !. A acti&idade do motoneurónio a um dado momento isto 0 a fre,uência com a ,ual

    ele fornece impulsos para as fibras musculares representa um e,uilíbrio din+mico entre

    todas as influências e'citatórias e inibitórias ,ue são e'ercidas pelos muitos neurónios ,ue

    con&er"em com ele. 6s proprioceptores e al"uns dos centros superiores atra&0s do seu

    controlo constante e acentuado a"em como "o&ernadores ou buffers. 6 e,uilíbrio no

    entanto 0 alterado de momento a momento em conformidade com as mudanças no

    ambiente interno e e'terno e em resposta @ &ontade. 7omo indicado anteriormente

    resultados de patolo"ia ,uando o e,uilíbrio 0 deslocado lon"e demais em um sentido ou no

    outro por muito tempo.

    #. A acção colecti&a das fibras ner&osas pr0sin)pticas sobre o camin%o comum finalreflectese nos fenómenos con%ecidos como fisiolo"istas de reforço e facilitação. Antes da

    c0lula do corno anterior poder descarre"ar impulsos nas fibras musculares de&er) receber

    simultaneamente impulsos e'citatórios a partir de um n/mero de fibras pr0sin)pticas.

    4ito de outra forma: antes de um determinado estímulo (por e'emplo para a pele* pode

    ser produ;ida uma resposta muscular refle'a a c0lula do corno anterior de&er) ser

     pre&iamente La,uecidaM ou Lle&ada ao limiteM (facilitada* atra&0s de impulsos a partir de

    outras fibras (e'citatórias* ,ue sinapse com ela.

    6s neurónios eferentes j) de&erão estar num estado de e'citação subliminar ou

    subliminal. $or outras pala&ras as di&ersas fibras ,ue con&er"em para um determinado

    "rupo de motoneurónios de&em cooperar (reforçarse um ao outro* a fim de abrir o

    camin%o final comum ,ue condu; ao m/sculo.

    Em todo um ner&o foi demonstrado ,ue uma porção consider)&el das fibras ner&osas

    de&er) estar num estado de e'citação subliminar antes de ,ual,uer um deles LdispararM ecausar contracção muscular.

    N

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    . Este re,uisito ser&e como uma mar"em de se"urança ou um isolamento impedindo

    os m/sculos de responder a cada impulso ,ue atin"e a c0lula do corno anterior

    N. Quando uma percenta"em si"nificati&a das c0lulas do corno anterior em um

    determinado se"mento da medula espinal 0 mantida num estado de e'citação subliminar

    elas re,uerem um pe,ueno estímulo adicional para produ;ir uma resposta refle'a. -sto

    reflectese no uso fre,uente de termos como Lin,uietoM Lner&osoM LtensoM ,ue implicam

    aspectos motores de dese,uilíbrio psí,uico. ?os indi&íduos caracteri;ados desta forma as

    c0lulas do corno anterior são mantidas perto do limite ou no limite mesmo durante o

    repouso.

    A LESÃO OSTEOPÁTICA E OS #ATORES DE CONTROLE DA ATI-IDADE

    E#ERENTE

    A se"unda ,uestão na nossa s0rie de três era: LQual a relação da lesão osteop)tica com

    os factores acima mencionados

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    meses.

    Qual a base para o limiar de refle'o redu;ido do se"mento lesionado< E'istem duas

    alternati&as ób&ias. (1* As apófises espin%osas irritadas . Heria ra;o)&el supor ,ue os

    receptores de pressão e terminações ner&osas nos processos espin%osos fr)"eis estariam

    %ipersensí&eis e ,ue disparariam mais impulsos nas c0lulas do corno anterior do ,ue as

    terminações correspondentes no processo normal espin%oso.

    (2* Botoneurónios %iperirrit)&eis . $arecia i"ualmente ra;o)&el supor ,ue por al"uma

    ra;ão as c0lulas do corno anterior do m/sculo e'tensor espinal nos se"mentos lesionados

    foram mantidas a um ní&el mais ele&ado de e'citabilidade. A fim de decidir ,ual seria a

    alternati&a mais pro&)&el foram reali;adas as se"uintes aborda"ens e'perimentais.

    $ropa"ação de e'citação interse"mentar ma pista para a resposta foi dada em

    e'periências em ,ue a difusão de e'citação de se"mento para se"mento foi e'aminada em

    relação aos seus respecti&os limiares a dist+ncia entre eles entre outros factores. As

    e'periências foram reali;adas da se"uinte maneira (i".2*. 6s ,uatro se"mentos tor)cicos

    desi"nados por 5# 5N 5P e 51R foram seleccionados para esta s0rie de e'periências em !R

    indi&íduos. El0ctrodos de a"ul%as foram inseridos na massa muscular erectora da coluna

    &ertebral centímetros para a es,uerda do processo espin%oso em cada um dos ,uatro

    se"mentos para a detecção e re"isto da acti&idade muscular. oram aplicados estímulos de pressão aos processos espin%osos com o medidor de pressão.

    6 estímulo de pressão mínima (limiar* necess)rio em cada um dos ,uatro processos

    espin%osos para obter acti&idade de cada um dos ,uatro se"mentos de m/sculos foi então

    determinado em se,uência. 4este modo foi determinada a pressão necess)ria sobre a

    coluna em 5# para obter acti&idade no m/sculo em 5# no m/sculo em 5N no m/sculo em

    5P e no m/sculo em 51R. oi então repetido em outros processos espin%osos obtendo

    ,uatro limiares em cada processo espin%oso de;asseis ao todo em cada e'periência. 6s

    resultados serão resumidos ilustrando com um indi&íduo %ipot0tico eliminando deste

    modo al"umas ,ualificações em prol da bre&idade.

    Ferificouse ,ue %ou&e muito mais propa"ação para se"mentos lesionados do ,ue a

     partir de se"mentos lesionados. Assim se 5N fosse um se"mento se&eramente lesionado

    (limiar muito bai'o* en,uanto ,ue 5P e 51R (ne"li"enciando 5# de momento* fossem

    se"mentos de limiar normal ou ele&ado seria obtido o se"uinte. E'i"ia muito pouca pressão para o processo espin%oso da 5N para pro&ocar acti&idade do m/sculo no mesmo se"mentoG

    9

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    mas at0 estímulos de pressão muito forte para o mesmo processo espin%oso não produ;iram

    ,uais,uer sinais de acti&idade nos m/sculos em 5P e 51R. $or outro lado apesar das

     pressões ainda muito ele&adas para o processo espin%oso dos dois /ltimos se"mentos não

    foi produ;ida nen%uma acti&idade em ,ual,uer um desses se"mentos pressões

    relati&amente fracas sobre os processos espin%osos de cada um deles estimularam a

    contracção de refle'o em 5N. 4esta forma impulsos e'citatórios entraram na medula em

    51R contornando os motoneurónios do mesmo se"mento e a,ueles de um se"mento &i;in%o

    de limiar ele&ado para emer"ir ou produ;ir efeitos em um se"mento lesionado mais remoto.

    He a 5# esti&esse moderadamente lesionada (como seria o caso se %ou&esse uma lesão

    em 5N* trocaria e'citação com a 5N mas normalmente apenas receberia e'citação da 5P e

    51R.

    A nossa conclusão a partir desta s0rie de e'periências pode ser simplesmente e'pressa

    numa analo"ia. A c0lula do corno anterior do se"mento lesionado representa uma campain%a

    facilmente toc)&el a partir de um n/mero de botões en,uanto ,ue o processo espin%oso ou

    o botão do se"mento lesado não toca facilmente campain%as ,ue não sejam do próprio. A

    %ipere'citabilidade do se"mento lesionado (isto 0 o limiar de refle'o relati&amente bai'o* 0

    demonstr)&el sem aplicação de pressão para o processo espin%oso correspondente.

    Estudos de $rocaína era de interesse neste conte'to determinar se e como ae'citabilidade do se"mento lesado foi afectada pela dessensibili;ação do processo espin%oso

    com procaína. A infiltração do periósteo em torno do processo espinal aumentou o limiar

    local para o de um se"mento normal ou seja j) não 0 possí&el produ;ir a resposta do

    refle'o para o m/sculo do se"mento com estímulos de pressão li"eiros moderados ou

    mesmo fortes para o processo espinal desse mesmo se"mento.

     ?o entanto em contraste a propa"ação de e'citação deste se"mento para outros

    se"mentos permanecerem intactos embora a pressão para o processo procaíni;ado espinal

    da 5N j) não obter contracção em 5N ainda era possí&el pro&ocar a contracção em 5N por

     pressão na coluna de 5P e 51R. Assim a %ipere'citabilidade dos se"mentos lesionados foi

    no&amente demonstrada independentemente do processo espinal ,ue e'iste mesmo ,uando

    o processo espinal 0 dessensibili;ado.

    4iferenças Dilaterais em al"uns indi&íduos as respostas de refle'o de ambos os lados do

    mesmo se"mento foram obser&ados simultaneamente (i".2 5N*. Ferificouse ,ue osm/sculos e'tensores da coluna &ertebral de um lado do se"mento podem responder

    1R

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    refle'amente a uma pressão muito li"eira sobre o processo espinal en,uanto o outro lado

    re,uer uma pressão muito mais ele&ada para o mesmo processo espin%oso.

    $or outras pala&ras limiares bai'os ou altos não são determinados pelo processo espinal.

    6s neurónios no corno direito e es,uerdo do mesmo se"mento podem ser mantidos em

    diferentes "raus de e'citabilidade. As Lcampain%asM da es,uerda e da direita são LtocadasM

    com diferentes "raus de facilidade a partir do mesmo LbotãoM.

    Acti&idade de epouso C a e'citabilidade diferencial dos cornos anteriores em se"mentos

    lesionados e não lesionados foi ainda mais claramente demonstrada em e'periências em ,ue

    as c0lulas do corno anterior foram e'postas não aos impulsos dos processos espin%osos

    mas a estímulos "enerali;ados pro&enientes de dentro e fora do corpo.

    Quando um paciente est) deitado de bruços e completamente rela'ado normalmente não

    %) acti&idade nos m/sculos da coluna &ertebralG nem mesmo tonicidade como indicado pela

    ausência de potenciais de acção nos m/sculos. 3eralmente isto 0 &erdade mesmo em

    se"mentos de lesão.

     ?o entanto ocasionalmente &erificouse ,ue a acti&idade muscular persistiu na ausência

    de estimulação e'terna. 6s indi&íduos tin%am de ser cuidadosamente posicionados e

    reposicionados para eliminar tanto ,uanto possí&el o bombardeamento aferente dos

     proprioceptores. Ferificouse ,ue ,uando a acti&idade de repouso não ocorreu era ,uasein&aria&elmente nos se"mentos lesionados de bai'o limiar. 4esta forma o se"mento de

    lesão 0 o mais sensí&el ao stress posicional transmitido pelos proprioceptores nos m/sculos

    e tendões.

    actores mentais tamb0m podem ser respons)&eis pela acti&idade de repouso. -ndi&íduos

    ,ue estão apreensi&os ansiosos ou emocionalmente perturbados mostram muitas &e;es

    acti&idade de descanso persistente. Esta acti&idade foi sempre mais acentuada no se"mento

    lesionado ocorrendo muitas &e;es apenas nos se"mentos lesionados. 6 se"mento lesado 0

    desta forma %ipersensí&el a impulsos ,ue descem do c0rebro.

    Estímulos t)cteis tamb0m demonstraram a %ipere'citabilidade das c0lulas do corno

    anterior no se"mento da lesão. He as costas foram um pouco arran%adas ou estimuladas com

    um alfinete sobre o ombro ou na )rea escapular a acti&idade contínua dos e'tensores da

    coluna &ertebral no se"mento lesado foi muitas &e;es precipitada mas muito raramente no

    se"mento não lesionado do mesmo indi&íduo. Assim os impulsos de to,ue e receptores de pressão li"eira na pele tamb0m encontram as c0lulas do corno anterior mais responsi&as no

    11

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    se"mento da lesão.

    6casionalmente encontramos uma unidade motora ,ue LdisparaM em sincronia com a

    inspiração ou e'piração estando esta unidade in&aria&elmente situada nos se"mentos

    lesionados. Aparentemente estes se"mentos são %ipersensí&eis tamb0m aos impulsos dos

    centros bulbares e pontinos.

    -nterpretação das e'periências: as se"uintes conclusões "erais podem ser e'traídas destas

    e'periências no ,ue di; respeito @ acti&idade motora em se"mentos lesionados.

    1. ma lesão osteop)tica est) associada com um se"mento da medula espinal ,ue tem

    um refle'o motor de limiar bai'o ou seja representa um se"mento %ipere'cit)&el da

    medula. $elo menos nos se"mentos lesionados estudados por nós podese di;er ,ue o

    e,uilíbrio foi deslocado para demasiado lon"e e muito tempo para o lado e'citatório.

    2. 6s limiares de bai'o refle'o são demonstrados independentemente do processo

    espin%oso relacionado. Apesar de as alterações nas características palp)&eis e na

    sensibilidade @ dor das &0rtebras serem importantes recursos de dia"nóstico são

    aparentemente secund)rias a outras alterações mais profundas na medula. Este aspecto ser)

    discutido mais tarde.

    !. A lesão representa uma rai; anterior em ,ue pelo menos al"uns dos motoneurónios

    são mantidos num estado em ,ue estão relati&amente %ipere'cit)&eis a todos os impulsos,ue os atin"em. ?uma lesão "ra&e muitos dos moto neurónios estão tão perto do limite ,ue

    mesmo ,uando o indi&íduo est) em repouso e deitado conforta&elmente re,uer muitos

     poucos impulsos adicionais dos neurónios ,ue fa;em sinapse com eles para accionar os

    motoneurónios em acti&idade ostensi&a. Esses impulsos adicionais podem &ir

    aparentemente a partir de praticamente ,ual,uer fonte o processo espin%oso 0 apenas uma

    dessas fontes.

    #. A lesão por conse"uinte 0 para ser concebida não como um centro de irradiação de

    irritação espal%andose para outros se"mentos de e'citação mas sim como um se"mento

    em ,ue a irritação 0 focada. epresenta o lu"ar na medula onde os obst)culos @ e'citação

    dos motoneurónios foram redu;idos e ,ue portanto canali;a impulsos nos m/sculos

    recebendo iner&ação motora a partir do se"mento.

    Dase para a ipere'citabilidade He"mentar C Qual 0 a base para a %ipere'citabilidade

    se"mentar< 6 ,ue mant0m os motoneurónios do se"mento lesionado Lno limiteM isto 0 aum ní&el ele&ado de e'citação subliminar< Estas c0lulas do corno anterior podem ser

    12

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    mantidas neste estado facilitado atra&0s do bombardeamento contínuo e e'cessi&o de

    al"uma fonte ou fontes incans)&eis.

    A onte de -mpulsos Quais são as fontes incans)&eis de impulsos com as ,uais as

    c0lulas do corno anterior em se"mentos lesionados são continuamente e e'cessi&amente

     bombardeadas< Em primeiro lu"ar a sua acti&idade e'cessi&a 0 aparentemente associada a

    dist/rbios posturais mec+nicos e articulares. Em se"undo lu"ar de&e ser recon%ecido ,ue

    são aparentemente uma fonte altamente estabili;ada e crónica. Iimiares de refle'o em

    se"mentos de lesão &erificaramse ser muito constantes durante períodos de meses e at0

    anos. Em terceiro de&ese recon%ecer ,ue são altamente locali;ados restrin"indo muitas

    &e;es o seu efeito facilitador para apenas um ou dois se"mentos.

     ?a nossa opinião as fontes ,ue mais preenc%em essas ,ualificações são os

     proprioceptores ou seja o alon"amento a tensão e os receptores de pressão nos m/sculos e

    tecidos conecti&os.

    Em  primeiro lu"ar perturbações posturais mec+nicas e articulares in,uestiona&elmente

    causam o aumento do comprimento da fibra ou tensão nos m/sculos e tendões em pelo

    menos um lado da articulação em ,uestão. 6s proprioceptores são altamente sensí&eis a

    alterações no comprimento da fibra ou tensão.

    Em se"undo lu"ar são receptores de tipo não adapt)&eis. Eles disparam impulsos para amedula atra&0s das fibras da rai; dorsal desde ,ue estejam sob tensão e em fre,uências ,ue

    são proporcionais @ tensão. Quanto maior for a tensão maior o bombardeamento aferente

    durante o tempo em ,ue a tensão 0 mantida.

    Em terceiro lu"ar os aferentes dos proprioceptores não só têm uma distribuição

    se"mentar mas especificamente influenciam a acti&idade dos m/sculos aos ,uais se

    encontram estreitamente relacionados com ou em ,ue estão situados.

    Esta especificidade estendese não só aos m/sculos em si mas @s inserções de m/sculos

    específicos. $ensase ,ue as c0lulas do fuso muscular influenciam refle'amente apenas as

    fibras musculares mais pró'imas. 4esta forma altamente locali;adas podem ser

    constituídos ciclos &iciosos de irritação.

    $ortanto acreditamos ,ue estes receptores desempen%am um papel proeminente na

    manutenção da %ipere'citabilidade se"mentar em )reas de lesão. 7omo resultado da

     barra"em contínua de impulsos ,ue disparam ao ní&el da medula as c0lulas do cornoanterior do se"mento correspondente são mantidas num estado de facilitação crónica a um

    1!

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    ní&el ele&ado de descanso subliminar mesmo durante o repouso.

    Efeitos de acilitação 7rónica C neste se"mentos portanto podese di;er ,ue o

    isolamento normal ,ue mant0m os neurónios eferentes de disparar em resposta a cada

    impulso interferente tornouse des"astado.

    Hob condições normais de &ida o ,ue re,uer um ajustamento constante aos ambientes

    internos e e'ternos re,uer mo&imento e manutenção da postura erecta assim di&ersos

    impulsos a partir de &)rias fontes estão constantemente a colidir sobre os moto neurónios

    em todos os se"mentos da medula a,ueles ,ue j) se encontram facilitados tal como no

    se"mento lesionado irão ine&ita&elmente ser mais acti&os do ,ue os outros. As fibras

    musculares @s ,uais se encontram li"ados terão desta forma uma tonalidade

    e'cessi&amente intensa. He fosse mantida durante um período de tempo suficiente esta

    %ipertonia condu;iria a alterações te'turais ,uímicas morfoló"icas e metabólicas o ,ue

     poderia por sua &e; tornarse fontes secund)rias e de irritação crónica.

    6utros neurónios< At0 a"ora apenas temos discutido os neurónios motores e alterações

    na acti&idade motora refle'a em )reas de lesão. E as outras fibras ner&osas eferentes e os

    ór"ãos e tecidos ,ue iner&am<

    6s nossos estudos e'perimentais demonstraram ,ue estreitamente e ,uantitati&amente

    correlacionada com os limiares bai'os dos refle'os motores e'istem três outrascaracterísticas da lesão: (1* alteração na te'tura do tecido subjacente ao processo espin%oso

    (2* limiar de dor e (!* aumento da susceptibilidade para o trauma.

    1. 5e'tura do tecido: como 0 bem con%ecido pelos m0dicos osteop)ticos e'istem

    mudanças impressionantes na te'tura dos tecidos ao lon"o das &0rtebras dos se"mentos

    lesionados. Ferificouse ,ue o "rau de alteração da te'tura do tecido esta&a estreitamente

    relacionado com o "rau de redução do limiar de refle'o motor normal ,ue 4ensloO atra&0s

    de palpação de indi&íduos antes de cada determinação eletromio"r)fica do limiar de refle'o

    foi capa; de pre&er com precisão not)&el o limiar de refle'o de cada se"mento.

    J pro&)&el ,ue estas alterações na te'tura sejam de&idas a alterações locais na acti&idade

    &asomotora e,uilíbrio de fluidos permeabilidade capilar factores tróficos e outras

    características ,ue estão directa ou indirectamente sob a influência das c0lulas do corno

    lateral do sistema ner&oso simp)tico.

    2. Iimiar da dor: uma correlação directa foi encontrada entre o limiar de refle'o motore a sensibilidade se"mentar @ dor. 7omo 0 bem con%ecido as &0rtebras em se"mentos

    1#

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    lesionados são muito mais sensí&eis do ,ue a,uelas em se"mentos normais. $or outras

     pala&ras 0 mais f)cil de atin"ir a consciência do paciente ou seja o córte' cerebral atra&0s

    do se"mento lesionado do ,ue atra&0s do não lesionado. -sto interpretamos como uma

    facilitação das fibras espinotal+micas.

    !. Husceptibilidade ao trauma: &erificouse ,ue ao aplicar uma irritação mec+nica i"ual

    (impactos a&aliados* no processo espin%oso de se"mentos lesionados e não lesionados o

     primeiro pode permanecer doloroso durante &)rios dias en,uanto ,ue o indi&íduo lo"o

    es,uece ,ual das suas &0rtebras normais receberam o "olpe.

    $odemos concluir a partir destas correlações com limiar de refle'o motor ,ue outros

    neurónios para al0m das c0lulas do corno anterior tamb0m podem ser facilitados e mantidos

    num estado de %ipere'citabilidade no se"mento lesionado. -sto parece ser &erdade de

    ,ual,uer modo ,ue al"umas das fibras pr0"an"lionares do sistema ner&oso simp)tico e das

    fibras espinotal+micas transmitem uma sensação de dor para os centros superiores.

      Estão em desen&ol&imento e'periências para estabelecer o "rau de en&ol&imento dos

    neurónios do sistema ner&oso simp)tico. Alterações nos derm)tomos na acti&idade das

    "l+ndulas sudoríparas estão a ser determinadas atra&0s da medição da conduti&idade

    el0ctrica da pele nos se"mentos lesionados e não lesionados. Estamos a medir as alterações

    na acti&idade das fibras simp)ticas ,ue controlam a acti&idade &asomotora atra&0s demedições el0ctricas da pele e da temperatura muscular profunda. ?o entanto estes estudos

    encontramse ainda numa fase preliminar tornandose e&idente ,ue a acti&idade simp)tica

    na pele 0 alterada em )reas lesionadas e ,ue os instrumentos usados para a medição destas

    alterações perif0ricas e outras ,ue estão contempladas irão de uma maneira ou de outra

    tornarse &aliosas ajudas de dia"nóstico. Hão muito mais sensí&eis do ,ue as pontas dos

    dedos e certamente mais f)cil de padroni;ar.

     ?ão e'iste nen%uma ra;ão para du&idar ,ue as c0lulas do corno anterior ,ue influenciam

    a função &isceral específica são fundamentalmente similares @s ,ue controlam as "l+ndulas

    sudoríparas. m projecto em colaboração com o 4r. 4.E. 4ruc>er do 4epartamento de

    $sicolo"ia est) em curso para a determinação objecti&a e precisa das alterações em &)rias

    funções &iscerais resultantes de lesões e'perimentais a"udas na coluna em animais.

    6s efeitos sobre as funções &iscerais em cães normais não anestesiados de lesões em

    se"mentos relacionados com a &íscera sob e'aminação serão comparados com efeitos delesões semel%antes noutras )reas. Actualmente estas in&esti"ações estão limitadas a um

    1

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    estudo do flu'o san"uíneo renal da filtração "lomerular e da secreção tubular. 6 rim foi

    seleccionado para a primeira in&esti"ação deste tipo por,ue os m0todos de estudo

    ,uantitati&o em animais normais e seres %umanos são altamente desen&ol&idos e por causa

    da import+ncia clínica do flu'o san"uíneo renal e do metabolismo renal em cone'ão com

    entidades tais como a %ipertensão. Estudos semel%antes sobre outros ór"ãos &iscerais estão

     projectados para o futuro pró'imo. Esperase ,ue a partir desses estudos surja uma

    compreensão mais clara das relações da lesão osteop)tica @ doença &isceral.

    CARACTERI/A*ÃO DA LESÃO

    7om base nos estudos e'perimentais at0 a"ora acredito ,ue estamos prontos para tentar

    uma caracteri;ação da lesão osteop)tica em termos de mecanismos neurais b)sicos. Famos

     primeiro resumir as nossas conclusões "erais.

    1.  ?ormalmente os neurónios eferentes são impedidos de disparar em resposta a cada

    impulso ,ue os atin"e pelo facto de ,ue um ní&el relati&amente ele&ado de e'citação

    subliminar ou de facilitação de&e ser estabelecido por outros impulsos con&er"entes sobre

    eles antes do ponto de disparo ser atin"ido. Estes re,uisitos ser&em como uma esp0cie de

    isolamento.

    2.  ?os se"mentos lesionados este isolamento foi enfra,uecido. ma "rande porção dener&os eferentes são mantidos perto do ponto de disparo (facilitação* mesmo em condições

    de repouso atra&0s do bombardeamento aferente crónico das estruturas se"mentalmente

    relacionadas.

    !. 6s proprioceptores são sem d/&ida uma importante fonte deste bombardeamento

    mas ,ual,uer estrutura se"mentalmente relacionada pode ser uma fonte. ma &íscera

     patoló"ica ou um ponto de "atil%o cut+neo ou ,ual,uer outra estrutura inflamada ou irritada

    ,ue concentre os seus aferentes em uma ou al"umas raí;es dorsais pode ser respons)&el pela

    facilitação mais ou menos acentuada. (a estreita relação da lesão osteop)tica com os

    mecanismos de dor referidos 0 clara mas o espaço não permite uma discussão sobre este

    aspecto mais importante*.

    #. 6 processo de LdisparoM nos neurónios eferentes facilitados pode ser concluído por

    ,uais,uer impulsos ,ue incidam sobre esses neurónios ,uer a ori"em desses impulsos seja

    o córte' cerebral postural e centros de e,uilíbrio centros bulbares receptores cut+neos ououtros. 4e&endo este bombardeamento sobreposto ser suficiente e duradouro os neurónios

    1N

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    facilitados (e os ór"ãos ,ue iner&am* podem ser mantidos num estado contínuo de

    acti&idade e'cessi&a.

    . 6 estado de facilitação pode ser aplic)&el a todos os neurónios ,ue ten%am os seus

    corpos celulares no se"mento da &0rtebra relacionada com a lesão incluindo as c0lulas do

    corno anterior fibras pr0"an"lionares do sistema ner&oso simp)tico e aparentemente as

    fibras espinotal+micas.

    N. 4e&ido a um defeito estrutural uma lesão osteop)tica sensibili;a um se"mento a

    impulsos de todas as fontes e pelas ra;ões anteriormente descritas o se"mento lesionado 0

    considerado não um centro de irradiação de irritação mas sim uma lente neuroló"ica ,ue

    tem como foco a irritação sobre esse se"mento. $or causa das barreiras redu;idas no

    se"mento lesionado a e'citação 0 canali;ada para o flu'o ner&oso desse se"mento.

    . J um truísmo em neurofisiolo"ia ,ue ,uando al"o est) e'citado al"o funcionalmente

    relacionado 0 simultaneamente inibido. Embora nos nossos estudos ainda não ten%a sido

    dada atenção a este aspecto não %) d/&ida ,ue a facilitação do se"mento de lesão tamb0m

    se estende a neurónios ,ue e'ercem influências inibitórias sobre outros neurónios ou ór"ãos.

    $ode ser concluído ,ue: uma lesão osteop)tica representa um se"mento facilitado da

    medula espinal  mantida nesse estado atra&0s de impulsos de ori"em endó"ena ,ue entram

    na rai; dorsal correspondente. 5odas as estruturas ,ue recebem fibras ner&osas eferentesdesse se"mento estão  portanto  potencialmente e'postas a e'citação ou inibição e'cessi&a. 

    TERAPIA MANIPULATI-A

    7%e"amos a"ora @ /ltima ,uestão: o ,ue fa; basicamente a terapia manipulati&a< A,ui

    só podemos adi&in%ar mas pelo menos as nossas suposições são baseadas em sons

    %ipóteses e'perimentalmente estabelecidas.

    $rocedimentos de manipulação aplicados por m0dicos osteopatas para indu;ir o

    rela'amento do m/sculo o ,ual foi mantido num estado continuamente contraído e ,ue de

    facto pode não ser capa; de rela'ar espontaneamente mesmo ,uando a e'citação 0

    remo&ida (LcontracturaM*. 6 aumento do comprimento da fibra muscular ali&ia a tensão

    sobre os proprioceptores nos m/sculos e tendões pro&ocando uma diminuição pelo menos

    tempor)ria no bombardeamento aferente da,uele se"mento da medula.

    ma &e; ,ue o e'cesso de tensão muscular e tendinosa produ;ida em torno de umaarticulação di"amos por al"um deslocamento ósseo tende refle'amente a produ;ir mais

    1

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    tensão a fle'ibili;ação de manipulação de tensão rompe um ciclo &icioso.

    Ainda outro tipo de ciclo &icioso pode estar em funcionamento e ser ,uebrado pela

    terapia manipulati&a (i".1*. Atra&0s da sobree'citação das fibras simp)ticas do se"mento

    de lesão a patolo"ia &isceral pode ser estabelecida. As c0lulas do corno anterior podem

    então ser sujeitas a bombardeamento adicional por impulsos transmitidos pelas aferentes

    &iscerais causando um e'a"ero da lesão som)tica ,ue por sua &e; irrita mais a &íscera. 6

    rela'amento manipulati&o dos m/sculos pode tamb0m ,uebrar este ciclo atra&0s da

    diminuição da descar"a de proprioceptores para a medula. At0 mesmo uma bre&e pausa

    desta irritação permite uma mel%or oportunidade para os processos de cura natural

    operarem.

    Atra&0s da remodelação manipulati&a do es,ueleto e atra&0s de ajustes posturais a causa

    ori"inal da estirpe ,ue 0 o e'cesso de tensão nos m/sculos tendões e li"amentos pode ser

    eliminado e os resultados ben0ficos mais duradouros.

    Esta 0 sem d/&ida uma &ersão simplificada dos efeitos b)sicos da manipulação mas ,ue

    certamente ser&ir) como uma %ipótese de trabal%o como um "uia para uma in&esti"ação

    e'perimental futura.

    ESPECULA*0ESAssumindo a import+ncia dos proprioceptores no mecanismo da lesão de&e ser tido em

    conta ,ue ,ual,uer estrutura se"mentada relacionada ,ue en&ia aferentes para a medula

    espinal pode ser um participante importante no estabelecimento ou na manutenção da lesão.

    4e facto atra&0s da rede de interneurónios praticamente ,ual,uer aferente se"mentalmente

    relacionado ou não pode e'ercer al"uma influência.

    A todas estas fontes de impulsos de&e ser adicionada @s fontes suprase"mentais todos os

    centros superiores desde a medula at0 ao córte' cerebral ,ue contribuem os tractos

    espin%ais descendentes. Buitos destes são fontes contínuas e altamente &ari)&eis de

    impulsos. Eles e'ercem a sua influência e'citatória ou inibitória sobre os neurónios

    eferentes a ,ual,uer ní&el da medula espinal.

    J na &erdade mais importante ter em mente ,ue os neurónios eferentes representam

    camin%os finais comuns compartil%ados por uma s0rie de fontes de impulsos para al0m dos

    associados com articulações e tecidos de suporte. ?este ponto de &ista 0 e&idente ,ue a perturbação articular ou lesão osteop)tica não

    1P

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     podem ser concebidas como a causa da doençaG &isto ser um dos muitos factores ,ue opera

    simultaneamente.S2 A lesão 0 um factor mais importante 0 um factor de sensibili;ação um

    factor predisposto um factor de locali;ação um factor de canali;ação. A lesão sensibili;a

    um se"mento da medula redu; as barreiras facilita sem necessariamente produ;ir sintomas

    embora os sinais da sua presença possam ser demonstrados pelo m0dico osteopata.

    Huficiente e'citação adicional tem ,ue ser sobreposta sobre as ori"ens articulares e peri

    articulares. -sto não 0 para minimi;ar a import+ncia da lesão osteop)tica. $elo contr)rio 0

     para ampliar o conceito. ma coisa 0 certa definiti&amente aponta para a enorme

    contribuição ,ue o dia"nóstico osteop)tico e terapia pode fa;er @ medicina pre&enti&a.

    $ara os m0dicos osteopatas claro ,ue não e'iste nada de estran%o nos aspectos pr)ticos

    deste conceito. m paciente tem lesões relati&amente "ra&es embora seja assintom)tico

    sem dor e não facilmente sujeito a fadi"a etcG outro paciente com lesões muito similares

     por outro lado pode estar sujeito a "ra&es perturbações directamente relacionadas com estas

    lesões. Al0m disso as lesões do primeiro paciente podem actuar sob certas circunst+ncias e

    depois diminuir no&amente em a,uiescência. $or,uê< 6 ,ue representa a diferença entre

    estes pacientes e entre os períodos de dor e a,uiescência no mesmo paciente< ?a nossa

    opinião e eu acredito implícito no conceito osteop)tico uma base importante para a

    diferença reside nas diferenças da ,uantidade de e'citação ner&osa ,ue colidecontinuamente com os neurónios eferentes dos se"mentos lesionados para al0m dos

    m/sculos e articulações. A lesão opera em diferentes conte'tos com diferentes efeitos.

    4ada uma perturbação articular ,ue atra&0s dos mecanismos discutidos acima determina

    a locali;ação dos se"mentos de bai'o limiar então a "ra&idade da lesão a patolo"ia

    associada e a resposta ao tratamento serão em "rande medida e muitas &e;es de forma

    decisi&a determinadas pela ,uantidade de pressão adicional de neurónios ,ue se encontram

    cronicamente presentes. 5al pressão pode estar presente sobre todos os se"mentos mas por

    causa das barreiras sin)pticas redu;idas os efeitos serão e'a"erados no se"mento lesionado.

    A lesão não 0 apenas focada mas ampliada.

    A e'citação sobreposta pode &ir de ,ual,uer fonte anteriormente enumerada e outras

    ,ue con&er"em sobre as c0lulas do corno anterior e os outros neurónios eferentes o córte'

    2S ?a &erdade 0 du&idoso ,ue %aja sempre uma causa /nica de ,ual,uer efeito se e'iste sempre

    um factor isolado etioló"ico em ,ual,uer entidade clínica. 7ada factor opera no conte'to de muitosfactores e produ; al"uns efeitos apenas numa determinada combinação de factores.

    19

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    os "+n"lios da base cerebelo n/cleos &estibulares centro bulbar os ol%os (atra&0s das &ias

    tectoespinais* ou ,ual,uer outra fonte constante e acentuada de impulsos.

    ma &e; ,ue todas as fontes podem afectar directamente fa&ora&elmente ou

    desfa&ora&elmente a lesão e os seus fenómenos associados todos eles estão de&idamente

    dentro do domínio do m0dico osteopata. 5odos eles podem contribuir para a lesão e aos seus

    efeitos sobre a economia corporal total. -mportante como 0 o tratamento do factor estrutural

    ,ue por si só não trata o paciente como um todo e seria interpretado correctamente uma

    corrupção do conceito osteop)tico.

    5entarei ilustrar com uma fonte de bombardeamento de "eral import+ncia

    nomeadamente o córte' cerebral. 7omo indicado anteriormente as pala&ras LtensoM

    Lner&osoM Le'citadoM e Lin,uietoM são mais do ,ue fi"uras de estilo. E&idenciam um facto

     bem con%ecido ,ue o stress psí,uico dese,uilíbrio emocional tensões ambientais etc

    influenciam e reflectemse na acti&idade motora no aumento do tónus muscular e %iper

    responsi&idade em "eral nos limiares de bai'os refle'os. ma ilustração familiar 0 um

    empurrão de joel%o e'a"erado num indi&íduo tenso. (6utros tipos de dese,uilíbrio podem 0

    claro ter efeitos depressores ou inibitórios resultando em fadi"a %iperrefle'ia in0rcia e

    outros sintomas*.

    Estes são ob&iamente de&ido aos impulsos ,ue passam para bai'o das &ias descendentesda coluna &ertebral e interferem directamente ou atra&0s dos interneurónios nas c0lulas do

    corno anterior aumentando a sua e'citabilidade e acti&idade.

     ?um se"mento j) sensibili;ado por uma lesão osteop)tica os efeitos serão especialmente

    "ra&es. 5ão importante 0 o facto de ,ue os impulsos descendentes podem a"ra&ar a lesão e

     produ;ir efeitos maiores sobre ór"ãos se"mentalmente relacionados podendo causar ou

    intensificar a dor e tornar a lesão menos sensí&el @ terapia manipulati&a. 5ratar apenas a

    fonte estrutural de bombardeamento 0 apenas tratar metade e ne"li"enciar a parte mais

    importante do mecanismo da lesão e le&ar a lesão fora de conte'to. -sto não si"nifica 0

    claro ,ue cada m0dico osteopata de&a tornarse um psi,uiatra mas ele certamente de&e ter

    em consideração os factores internos factores ambientais relações familiares ajustamentos

    emocionais tensões etc.

     ?esta perspecti&a as relações ainda ine'ploradas da osteopatia para a medicina

     psicossom)tica tornamse e&identes. A"ora encontrase bem estabelecido ,ue muitasdoenças or"+nicas incluindo an"inas de peito ")stricas e duodenais /lceras doença da

    2R

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    &esícula biliar colite mucosa asma e outras podem estar directamente relacionadas com

     psiconeuroses dese,uilíbrios emocionais e ansiedades. Que factores determinam a

    manifestação or"+nica das neuroses< 6 sistema ner&oso autónomo naturalmente tem uma

    representação local no córte' cerebral e o %ipot)lamo est) sob influência cortical. $ensouse

    ,ue o inconsciente pode seleccionar o ór"ão ou os ór"ãos a serem afectados. Hem prejuí;o

    dessas teorias e de outras parece mais rent)&el clínica e e'perimentalmente e'plorar a

     probabilidade de ,ue a incidência e locali;ação das lesões osteop)ticas possa ser um factor

    importante para determinar a incidência e a nature;a de doenças psicossom)ticas. 7ertos

    aspectos desta %ipótese estão sob in&esti"ação e'perimental nos laboratórios de =ir>s&ille.

    SNTESE

    1. Al"uns dos mecanismos neurais en&ol&idos na lesão osteop)tica os seus efeitos

    locais e distantes são e'aminados em terapia manipulati&a.

    2. 6s resultados das in&esti"ações e'perimentais apresentados indicam ,ue a lesão est)

    associada com um se"mento da coluna &ertebral ,ue 0 %ipere'cit)&el a todos os impulsos

    ,ue c%e"am e ,ue a %ipere'citabilidade pode estenderse a ,uais,uer neurónios ,ue

     possuam os seus corpos celulares no referido se"mento.

    !. 7oncluiuse ,ue a lesão osteop)tica representa um se"mento facilitado da medulaespinal mantida nesse estado de&ido a impulsos de ori"em endó"ena ,ue entram na rai;

    dorsal correspondente. 5odas as estruturas ,ue recebem fibras ner&osas eferentes desse

    se"mento estão por isso potencialmente e'postas a e'citação e'cessi&a ou inibição.

    #. J apresentada a e&idência de ,ue o alon"amento e tensão nos ór"ãos finais

    (proprioceptores* nos m/sculos e tendões são a fonte mais importante de impulsos aferentes

    ,ue produ;em as mudanças na medula ,ue estão associadas com a lesão osteop)tica.

    . 6 efeito da lesão como um factor predisponente e locali;ado 0 enfati;ado e discutido

    em relação a certos aspectos da pr)tica osteop)tica.

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  • 8/18/2019 A Base Neural Da Lesão Osteopática - Irvan M. Korr

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