viver mais

44
Viver o otimismo Viver o otimismo Destinos. Destinos. Destinos. Évora, cidade bela, Évora, cidade bela, Évora, cidade bela, histórica e emblemática histórica e emblemática histórica e emblemática Beleza. Beleza. Beleza. Aprenda a cuidar de si sem Aprenda a cuidar de si sem Aprenda a cuidar de si sem gastar muito dinheiro gastar muito dinheiro gastar muito dinheiro Preço:1,00 Preço:1,00 Mais do que informação é viver com paixão Mais do que informação é viver com paixão Mais do que informação é viver com paixão Nº1 | 2 a 15 de Junho de 2011 Nº1 | 2 a 15 de Junho de 2011 Nº1 | 2 a 15 de Junho de 2011 15 % de desconto nas livrarias Bertrand Portugal. Portugal. Portugal. Refúgio de muitos imigrantes Refúgio de muitos imigrantes Refúgio de muitos imigrantes que querem mudar de vida que querem mudar de vida que querem mudar de vida Entrevistas. Entrevistas. Entrevistas. Ana Luísa Henriques. Ana Luísa Henriques. Ana Luísa Henriques. Pires Cabral. Rui Oliveira Pires Cabral. Rui Oliveira Pires Cabral. Rui Oliveira

Upload: liane-carolina-camacho

Post on 24-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

A Viver Mais é uma revista impressa realizada por Cláudia Rocha e Liane Carolina Camacho, duas alunas da Licenciatura de Ciências da Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, surgindo no âmbito da unidade curricular de Projecto em Jornalismo.

TRANSCRIPT

Page 1: VIVER MAIS

Viver o otimismoViver o otimismo

Destinos. Destinos. Destinos. Évora, cidade bela, Évora, cidade bela, Évora, cidade bela, histórica e emblemáticahistórica e emblemáticahistórica e emblemática

Beleza. Beleza. Beleza. Aprenda a cuidar de si sem Aprenda a cuidar de si sem Aprenda a cuidar de si sem gastar muito dinheirogastar muito dinheirogastar muito dinheiro

Preço:1,00 Preço:1,00 €€

Mais do que informação é viver com paixãoMais do que informação é viver com paixãoMais do que informação é viver com paixão

Nº1 | 2 a 15 de Junho de 2011Nº1 | 2 a 15 de Junho de 2011Nº1 | 2 a 15 de Junho de 2011

15 % de desconto nas livrarias Bertrand

Portugal. Portugal. Portugal. Refúgio de muitos imigrantes Refúgio de muitos imigrantes Refúgio de muitos imigrantes que querem mudar de vidaque querem mudar de vidaque querem mudar de vida

Entrevistas. Entrevistas. Entrevistas. Ana Luísa Henriques. Ana Luísa Henriques. Ana Luísa Henriques. Pires Cabral. Rui OliveiraPires Cabral. Rui OliveiraPires Cabral. Rui Oliveira

Page 2: VIVER MAIS
Page 3: VIVER MAIS

Em mês de festa e alegria,

a Viver Mais presta home-

nagem a todas as pessoas

que venceram barreiras

com o seu otimismo e auto-

determinação. Nunca é

demais acreditar.

Junho. Mês de festas popu-

lares, de alegria e de folia.

Mês para sorrir e ser feliz

colocando de lado os desâni-

mos da vida. A chave do

sucesso está no Otimismo,

no apreço por aquilo que é

positivo na nossa vida e que

nos encaminhará para o bem

-estar. Ter uma atitude oti-

mista ajuda-nos a acreditar e

a desenvolver a capacidade

de sonhar, de perspetivar

sobre a realidade e encarar os

obstáculos como desafios.

Acabar com o pessimismo,

erguer a autoestima e agir.

Uma vida de recordações.

Ana Luísa Henriques é

referência de força interior,

vontade de viver e solidarie-

dade. Na produtiva inquietu-

de da sua tenra idade, a estu-

dante de Ciência Política e

Relações Internacionais par-

tilha com a Viver Mais o seu

olhar perante a vida. Tam-

bém Pires Cabral o faz. O

escritor transmontano que já

arrecadou vários prémios

revela que deve aquilo que é

a Trás-os-Montes e, por isso,

escreve sobre coisas trans-

montanas para pagar à terra a

EditorialEditorial

Diretoras:

Cláudia Rocha

Liane Carolina Camacho

Secções Secções

VivArte » 4 - 5

Cultura & Lazer » 6 - 9

Esfera Saúde » 15 - 16

Moda com Atitude » 24 - 27

Beleza & Bem-estar » 28 - 29

Descobrir Portugal » 30 – 31

As Receitas de… » 34 - 35

Poupar Mais » 36 - 37

Mundo Verde » 38 - 39

Mais Tecnologia » 40 - 41

Português Mal Tratado » 42

Nesta edição

Em focoEm foco

Pág. 12 - 14 » Viver o Otimismo

Outros destaques

Pág. 10 - 11 » À Conversa com Pires Cabral

Pág. 17 - 21 » Portugal como Refúgio

Pág. 21 - 23 » A História de Ana Luísa Henriques

Pág. 24 » As Tendências por Patrícia Pereira

Pág. 26 » Estar na Moda com Catarina Rito

Pág. 28 » Os Truques Caseiros de Manuela Nunes

Pág. 32 - 33 » Entrevista a Rui Oliveira

Pág. 36 » Poupar com Camilo Lourenço

Pág. 38 » A Opinião de Isabel Alves

MAIS DO QUE INFORMAÇÃO

É VIVER COM PAIXÃO

Contacto:

[email protected]

ques para poupar. Apesar de

tudo, Portugal ainda é um

refúgio para quem ambicio-

na mudar de vida. Mas, nem

sempre é fácil. Ainda assim

deixe-se encantar pela beleza

histórica da cidade de Évora.

Com o Verão quase aí, as

consultoras de moda Patrí-

cia Pereira e Catarina Vas-

ques Rito dão-nos conselhos

sobre o prazer de estar na

moda com atitude e estilo

nesta estação. E porque estar

na moda não é só a roupa

que usamos, Manuela

Nunes, esteticista, aconselha

-nos a experimentar alguns

truques caseiros de beleza.

Isabel Alves também falou à

Viver Mais sobre os proble-

mas ambientais.

A Direção

dívida que tem para com ela.

Outro homem em destaque é

Rui Oliveira. O fotojornalis-

ta foi distinguido com o pré-

mio de prata em reportagem

ibérica. O seu vasto portfólio

valeu-lhe a escolha para inte-

grar um workshop na maior

agência de fotojornalismo do

mundo. São alguns exemplos

de mérito e confiança na

sociedade portuguesa, que

abriram portas e horizontes.

No entanto, ainda há muitos

caminhos por desbravar.

Sorrateiramente, a fome

começa a atingir a mesa dos

portugueses, a crise alastra-

se. Pedro Leite e Hernâni

Ermida dizem-nos como

comer bem sem gastar muito

dinheiro. Também Camilo

Lourenço, Jornalista de Eco-

nomia, nos deixa alguns tru -

Tiragem: 50 mil exemplares

Revista escrita segundo a nova

ortografia do português

« pág. 4 - 5 « pág. 6 « pág.17 – 21 « pág. 30 - 31

Page 4: VIVER MAIS

de grandes dimensões e

muito minuncioso‖, confes

-saram. O trabalho deste

colectivo pode ser reprodu-

tivo, isto é, limitar-se à

execução técnica do que é

pedido pelo cliente, ou

pode ser criativo no qual os

artistas dão asas às suas

ideias. O tempo de execu-

ção dos serviços ―depende

da dimensão e da minucio-

sidade‖ do que é pedido e

o preço varia consoante

Pintura sobre o Ciclo do Pão, em Sendim

Dar vida aos espaços

Os Maniaks fazem pinturas criativas em paredes e muros, conferindo-lhes outra dinâmica através do graffitti

Foto

: D

ireit

os

Rese

rvad

os

VivArte

Rui, Tiago e Diogo, ou

melhor Nitro, Blast e

Mots, como preferem

ser conhecidos, são

três jovens artistas do

Porto, que conseguem

fazer com que os

espaços ganhem uma

nova vida.

C hamam-se

Maniaks. São um

grupo de três

amigos que se

conheceu na escola secun-

dária e aproximou-se graças

à partilha de um gosto

comum, o graffiti.

―Passávamos grande parte

do nosso tempo juntos a

desenhar, trocar ideias e

pintar‖, contaram à Viver

Mais.

Neste projeto, a arquitetura,

as artes plásticas e a pintura

conjugam-se de formas

diferentes, complementando

-se, em que ―cada um

desempenha um caminho

singular dentro das artes‖.

Desde 2002 que estes

jovens conseguem transfor-

mar paredes, muros e espa-

ços descaraterizados, atra-

vés da arte do graffiti e da

street art (arte urbana).

Inspiram-se no quotidiano,

na fantasia, nos medos e até

noutros artistas. A rua é o

seu local de eleição.

―Consideramos a rua como

o nosso maior cartão-de-

visita. Na rua todos se cru-

zam, é o único espaço

democrático que existe,

está acessível a todos como

artéria de interação social‖,

afirmaram os Maniaks,

salientando que ―é o espaço

onde sentimos liberdade

para expressar, com o intui-

to de criar impacto visual

nas pessoas‖.

Trabalhos lá fora

Residências particulares,

infantários, muros e funda-

ções já foram pintados por

este conjunto. O primeiro

serviço foi realizado na

Escola Secundária Aurélia

de Sousa, no Porto, e desde

aí que não pararam. Além

de Portugal, os Maniaks já

fizeram trabalhos na Poló-

nia, na Holanda e no Rio de

Janeiro. ―O trabalho mais

difícil que tivemos de fazer

foi numa residência priva-

da, onde tivemos de repro-

duzir uma imagem de um

fresco das termas de Pom-

peia datado do primeiro

século. Demorou cerca de

dois meses, num trabalho

Página 4

Page 5: VIVER MAIS

Mais informações em:

[email protected]

www.facebook.com/

mnksworks

themaniaks.blogspot.com

Desenhos no Infantário “O Principezinho”Desenhos no Infantário “O Principezinho”

PUB

a dimensão, o trabalho

exigido, o material utiliza-

do e a distância. ―Maniaks

não tem significado, não

está longe da verdade se

virmos o nome como uma

descrição do grupo, mas é

para nós hoje o resumo de

partilhas, de gostos e de

trabalho em comum‖, con-

cluíram. ▪ CLÁUDIA ROCHA

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Muro com imagem de Marilyn MonroeMuro com imagem de Marilyn Monroe

Nomes: Rui, Tiago e Diogo (Nitro,

Blast, Mots)

Idades: 24 anos

Cidade: Porto

Projeto: Maniaks (2002)

Áreas: Arquitetura, Pintura e Artes

Plásticas

Espaços: infantários, casas particula-

res, muros, fundações

Local de eleição: rua

Inspirações: quotidiano, fantasias,

medos e outros artistas

Pinturas no Rio de JaneiroPinturas no Rio de Janeiro

Page 6: VIVER MAIS

decorrer, que pretendemos

terminá-los para breve. No

entanto, por definição, um

jardim nunca está acabado‖,

afirmou Daniel Portugal,

um dos funcionários do

Buddha Eden Garden.

“Não tivemos apoios de

ninguém, nem da autarquia

local, nem do Turismo de

Portugal, de nenhuma enti-

dade pública ou privada‖,

referiu Daniel, acrescentan-

do que ―todo o investimento

no Jardim, quer ao nível da

construção, quer ao nível da

manutenção foi suportado

pelo Sr. Comendador Joe

Berardo, em seu nome parti-

cular‖.

Este espaço tem centenas de

esculturas, ―que variam

entre os 50 centímetros e os

21 metros, ultrapassando as

6000 toneladas de mármore

e granito, às quais se juntam

900 soldados de terracota

pintados à mão e variadíssi-

mos elementos relativos à

cultura oriental‖, sublinhou

Daniel Portugal. ▪

CLÁUDIA ROCHA e LIANE CAROLI-

NA CAMACHO

De segunda a domingo,

incluindo feriados

Das 10 às 19 horas

Entrada Livre

(inclui só visita aos jardins)

Mais informações:

Tel (+351) 26 2605240

www.buddhaeden.com

[email protected]

O Buddha Eden

Garden insere-

se na Quinta dos

Loridos, uma

propriedade da empresa

vit ivinícola Bacalhôa

Vinhos de Portugal, da qual

Joe Berardo é sócio maiori-

tário. Apesar de ainda não

ter havido uma inauguração

oficial, este jardim já rece-

beu 900 mil visitantes

(dados de Agosto de 2010).

―Embora estejamos abertos

ao público e tenhamos rece-

bido inúmeros visitantes

desde do início da sua cons-

trução, a verdade é que não

tivemos, ainda, uma inau-

guração propriamente dita.

Neste momento, ainda,

temos alguns trabalhos a

Estátua de Buddha dourado com 14 metrosEstátua de Buddha dourado com 14 metros

Tome nota

Buddha Eden Garden

Buddha Eden Garden é um jardim pouco convencional. Situado no Bombarral, distrito de Leiria, apresenta uma vasta coleção de estátuas em mármore e granito espalhadas por uma extensão de 35 hectares.

Cultura & Lazer

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Buddha douradoBuddha dourado

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Page 7: VIVER MAIS

Página 7

Viagem ao mundo Viagem ao mundo

do pãodo pão

tas e outras iguarias e, ainda,

uma viagem de dez minutos

de comboio turístico até ao

museu (mediante marcação

prévia, para grupos). Há

também exposições tempo-

rárias que variam a cada seis

meses. ―O museu tem várias

atividades ao longo do ano,

de que podemos salientar as

tertúlias culturais, as exposi-

ções temporárias, as ativida-

des pedagógicas e os even-

tos gastronómicos.‖, disse, à

Viver Mais, Sérgio Carva-

lho.

300 visitantes por dia

O Museu recebe ―por ano,

entre 100 mil e 110 mil visi-

tantes, o que ronda mais de

300 visitantes por dia, em

média‖, revelou o diretor

científico.O Museu tem,

também, uma biblioteca

especializada que permite o

estudo de assuntos relacio-

nados com o pão. Curiosa-

mente, há um mapa-mundo

com a palavra ‗pão‘ escrita

em várias línguas. É um

espaço em que a cultura a

pedagogia e lazer coabitam.▪

A história, o

património e a

arte do pão por-

tuguês conju-

gam-se num só espaço: o

Museu do Pão. Abriu portas

em 2002 na cidade de Seia,

pertencente ao distrito da

Guarda, tendo sido

―fundado pelo dr. António

Quaresma, com o contribu-

to de uma equipa de docen-

tes‖, disse, à Viver Mais,

Sérgio Carvalho, diretor

científico do Museu.

O espaço tem uma área com

mais de 3.500m² e contém

quatro salas expositivas:

Sala do Ciclo do Pão, do

Pão Político/Religioso, da

Arte do Pão e Pedagógica.

Nessas salas, o visitante

tem a oportunidade de

conhecer a história do pão,

os vários tipos de pão exis-

tentes no território portu-

guês, entre outros.

A visita faz-se durante cer-

ca de uma hora e inclui a

elaboração de um souvenir

feito em pão (que é feito

pelo próprio visitante), a

possibilidade de experimen-

tar pão feito na padaria do

Museu e de adquirir compo-

Tome nota Horário

Terça a sábado das 10 às 18 horas.

Encerra às segundas-feiras. sextas e

sábados abertos até às 22 horas.

Preços Bilhete normal - 2,50 €; Bilhete dos 3

aos 12 anos - 1,50 €; Bilhete a partir

dos 65 anos - 1,50 €; Crianças até 3

anos - Gratuito

Marcação de visitas para grupos

238 310 760/61/62.

[email protected]

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

A palavra “pão” escrita em várias línguasA palavra “pão” escrita em várias línguas

Cavaco SilvaCavaco Silva

Mário SoaresMário Soares

Page 8: VIVER MAIS

Sábado. 04 - Aveiro

A Audição Final de Alunos OMA realiza-se no

Centro Cultural de Congressos Aveiro. 16

horas. Entrada Livre. Domingo. 05 - Bragança

Dia Mundial do Ambiente - Passeio Turístico

de Bicicleta na Zona Histórica. 10 horas. Sede

da Freguesia de Santa Maria

Segunda. 06 - Setúbal

Encontro: Cuidados a ter com o sol. Sessão do

projeto 'Educação para a Saúde' para a popula-

ção idosa da Bela Vista. Local: Gabinete da

Bela Vista. 14.30 horas. Terça. 07 - Vila Real

Stand up comedy com João Seabra no Café-

Concerto, no Teatro de Vila Real. 23 horas.

Entrada Livre.

Página 8

Quarta. 08 - Vila Real

Jamie Harrison apresentará o seu novo disco

―Get Under The Carpet‖, no Café-Concerto, no

Teatro de Vila Real. 23 horas. Entrada Livre

Vai acontecer...

Semana de 02.06 a 08.06

Quinta. 02 - Braga

Histórias Magnéticas resultam num espetáculo que

se situa entre o concerto e a história contada. Lota-

ção limitada a 30 participantes (prevê-se 4 ses-

sões). 00 horas. 2 euros. Local: Theatro Circo

Sexta. 03 - Faro

Início do Festival da Água, em Estoi, com concer-

tos, exposição fotográfica, gastronomia, artesanato,

animação de rua, percurso pedestre... Entrada Livre

Page 9: VIVER MAIS

Página 9

Semana de 09.06 a 15.06

Quinta. 09 - Estarreja

Feira do Livro e do Artesanato na Biblioteca. 14.

30 horas: Entrega de Prémios do Concurso “Uma

Quadrazinha Pró Santo António‖; 15 horas:

Apresentação da obra ―O Meu Arco-Íris‖, com a

autora Liliana Ribeiro;

Sexta. 10 - Castelo Branco

Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e

das Comunidades Portuguesas. Ponto alto nos

dias 9 e 10 de Junho, mas prolongam-se por um

período mais alargado, entre 5 e 12 de Junho.

Haverá várias atividades dedicadas a toda a popu-

lação.

Sábado. 11 - Coimbra

Feira Medieval. Animação cultural: Visita guia-

da à Igreja e Claustros da Sé Velha, pelo Mon-

senhor João Evangelista, animação tea-

tral, música e dança. Entre as 9 e as 19 horas.

Local: Largo da Sé Velha.

Domingo. 12 - Porto

Último dia da 81ª Feira do Livro do Porto.

Local: Avenida dos Aliados, Porto. Horário das

11 e às 23 horas.

Segunda. 13 - Leiria

Exposição de pintura ―Expressões‖ de Kim

Cruz (Joaquim Almeida Cruz). Até 30 de

Junho. Diariamente das 17.30 às 22 horas. Dias

de espetáculos das 17. 30 às 24 horas. Local:

Teatro José Lúcio da Silva. Entrada livre.

Terça. 14 - Lisboa

Festas de Lisboa‘11. Prolongam-se até dia 30

de Junho. Programa inspirado no Tejo e na

candidatura do fado a Património da Humani-

dade.

Quarta. 15 - Viana do Castelo

Espetáculo ―Abre-te cena". O teatro visto quer na

história do edifício, quer como processo de criação

e produção. Às 21. 30 horas e às 23 horas.

(mediante marcação prévia). Local: Tea-

tro Sá de Miranda

Page 10: VIVER MAIS

Viver Mais (VM): Como

se iniciou na literatura?

Pires Cabral (PC): A

escrever ‗para a gaveta‘,

bastante cedo, quase na

adolescência. Mas a publi-

cação do primeiro livro foi

aos 33 anos de idade (um

bocado tarde para os

padrões lusitanos, conve-

nhamos…). Foi um livro de

poemas, Algures a Nordes-

te, em edição de autor, que

na altura me custou 9 contos

de réis na moeda antiga (45

euros na atual) por uma tira-

gem de 1.000 exemplares. O

que é a inflação!

VM: Quando percebeu que

queria ser escritor?

PC: Justamente quando

comecei a escrever ‗para a

gaveta‘ e a notar que ‗a gave-

ta‘ não desgostava do que eu

escrevia.

VM: Onde gosta mais de

escrever? PC: No escritório da minha

casa de Vila Real. Curiosa-

mente, sendo eu um escritor

de manifesta veia rural, não

me ajeito a escrever na aldeia

(Grijó, Macedo de Cavalei-

ros), onde também tenho

uma casa e passo férias.

Digamos que lá é para carre-

gar baterias; cá, é para as

descarregar no papel

(melhor: no computador).

VM: É um escritor trans-

montano. Como é viver da

literatura nesta região?

PC: Não faço a mínima

ideia, porque na verdade não

vivo da literatura. É verdade

que tenho ganho o meu tos-

tão com alguns dos meus

livros. Mas estava bem servi-

do, se vivesse da literatura…

Andava aí pelas esquinas a

pedir esmola e a fazer concor-

rência aos romenos e aos búl-

garos, de certeza. Felizmente

arranjei a tempo outras ferra-

mentas para poder sobreviver.

De resto, quem (sobre)vive da

literatura em Portugal? Meia

dúzia? Uma dúzia?

Entrevista. Pires Cabral fala da sua ligação à literatura.

“Não vivo da literatura”

uma dúzia de anos passados

em Coimbra para estudar e

noutros lugares já para traba-

lhar), identifico-me com a

sua gente e com a sua cultu-

ra. Acontece que também

acho que a escrita, para não

soar a falso, deve tomar por

assunto aquilo que o escritor

conhece como as suas pró-

prias mãos. Costumo às

vezes dizer que escrever

sobre coisas trasmontanas é

uma maneira de pagar à terra

a dívida que tenho para com

ela, porque a ela devo em

primeiro lugar aquilo que

sou. Não infiram daqui que

sou algum bicho do monte.

Não sou. Sou cosmopolita

quanto baste. Mas tenho o

direito de escolher os meus

temas, e os meus temas não

têm de ser citadinos. O que

não quer dizer que não sejam

universais. Porque tanto pode

ser universal o que se passa

em Grijó de Vale Benfeito

como o que se passa em

Nova Iorque. Recuso altiva-

mente o rótulo de escritor

regional que já me têm tenta-

do colar.

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

A região de Trás-os-

Montes é vista como

uma zona distante e

esquecida. Mas, Pires

Cabral é um exemplo

de que o local em que

vivemos não interfere

no reconhecimento

do trabalho de quem

tem qualidades.

O escritor é hoje uma

d a s g r a n d e s

r e f e r ê n c i a s d a

Literatura na região

Transmontana.

À conversa com Pires Cabral

VM: Possui uma vasta obra

literária. Já escreveu poesia,

teatro, romance, conto, cró-

nica… As suas obras retra-

tam a região transmontana,

a sua ruralidade e as suas

dificuldades. Porque decidiu

escrever sobre esta temáti-

ca?

PC: Escrevo sobre Trás-os-

Montes porque Trás-os-

Montes é o meu mundo. Nas-

ci cá, vivi sempre cá (tirando

“Comecei a escrever

„para a gaveta‟ e a

notar que „a gaveta‟

não desgostava do

que eu escrevia”

Página 10

Page 11: VIVER MAIS

Fo

to:

Dir

eit

os

rese

rvad

os

VM: Tem algum livro que

queira destacar? Qual o

motivo?

PC: Sim, tenho vários, cada

um por seu motivo. Mas vá lá

um, um pouco ao calha: Como

se Bosch tivesse enlouquecido.

Porque com ele abri portas

que agora me tem sido difícil

fechar. Quero dizer: pelo seu

papel seminal na minha poesia

atual.

VM: Já arrecadou vários

prémios… Como se sentiu?

PC: Todo o prémio é duas

coisas simultaneamente: um

reconhecimento e um estímu-

lo. Ambas me fazem sentir

muito bem.

VM: Considera que essas

atribuições correspondem ao

reconhecimento da qualida-

de do seu trabalho?

PC: Sem falsas modéstias,

quero acreditar que sim. Mas

quem o pode afirmar com

segurança? O que se pode

afirmar é que corresponderam

à opinião de júris respeitáveis

e qualificados em dado

momento. Mas opinião é opi-

nião. Júris diferentes podiam

ter tido opiniões diferentes.

Nome: António Manuel Pires Cabral

Aniversário: 13 de Agosto.

Idade: À boca dos 70.

Hobbies: Campo. Fotografar flores e

animais. Pintar aguarelas. Jogar sueca.

Cidade: Coimbra e Salamanca.

Livro: Bichos, de Miguel Torga, e O

Malhadinhas, de Aquilino Ribeiro.

Autor: Camilo Castelo Branco e

Shakespeare.

Filme: O Navio, de Fellini, e O mundo a

seus pés, de Orson Wells.

Um desejo: Muito prosaicamente, ver

Portugal desatolado da crise.

À Lupa À Lupa

VM: Ser Transmontano é um

entrave ao reconhecimento

do mérito do escritor?

PC: Já acreditei que sim, mas

hoje penso que até pode ser

uma mais-valia, em conse-

quência do carisma de Trás-os-

Montes, semelhante ao do

Alentejo, por exemplo —

regiões que lutam por manter

“Todo o prémio é

duas coisas simulta-

neamente: um reco-

nhecimento e um estí-

mulo. Ambas me

fazem sentir muito

bem.”

“Escrever sobre coisas

trasmontanas é uma

maneira de pagar à

terra a dívida que

tenho para com ela,

porque a ela devo em

primeiro lugar aquilo

que sou.”

“Hoje penso que ser

Transmontano até

pode ser uma mais-

valia ao reconheci-

mento do mérito do

escritor.”

A UM GALO Aquele que injuriava a

madrugada

com ácida, assídua voz.

O que tinha esporões por

baioneta,

o do ciúme em brasa.

O galo. Um osso dele

ainda no quintal.

A.M. Pires Cabral

Página 11

uma identidade multissecular e

uma diferença estimulante em

relação aos padrões comuns.

VM: Atualmente, dirige o

Grémio Literário Vila-

Realense. Como vê a cultura

e a literatura na região

Transmontana?

PC: Saudáveis, na medida do

possível. O que não quer dizer

que não haja muito trabalho a

fazer.

VM: Quer deixar algum

incentivo aos jovens que

vivem no interior?

PC: Não um incentivo, mas

um recado. Que assumam o

interior, ou o abandonem.

Parafraseando Kennedy (salvo

erro): não perguntem o que o

interior pode fazer por eles,

mas o que eles podem fazer

pelo interior. Se não encontram

dentro de si forças e talentos

com que possam ajudar a

região a desenvolver-se

(culturalmente, economica-

mente, etc., com prejuízo míni-

mo para a sua identidade) é

melhor desertar — ou resignar-

se, o que é sempre pior.

VM: O que ainda não fez e

ainda gostaria de fazer?

PC: Dar por terminado um

famigerado dicionário de lin-

guagem popular trasmontana e

alto-duriense (em que ando a

fossar há mais de vinte anos e

que agora está quase, quase).

Escrever mais um romance

cuja trama me anda a dançar cá

dentro há muito tempo (uma

história trasmontana, uma vez

mais…). Reincidir na poesia,

mais um livro ou dois. Mas

começo a ter consciência de

que pode já ser tarde para tudo

isso… (O que não significa que

não seja saudável ter projetos e

acreditar neles até à hora da

morte).

VM: Se não fosse escritor, o

que gostava de ser?

PC: Escritor. ▪

CLÁUDIA ROCHA

Page 12: VIVER MAIS

Viver o Viver o Viver o

OtimismoOtimismoOtimismo

Chave do sucesso

Existem vários estudos que

demonstram que quanto

mais otimistas formos,

mais felizes e saudáveis

tendemos a ser. Nas doen-

ças do foro oncológico,

vários estudos comprova-

ram que a taxa de sobrevi-

vência é muito mais eleva-

da em pessoas mais otimis-

tas. Quanto à depressão e

ao stress, em 1996, foi

provado que mulheres de

meia-idade pessimistas

apresentavam um maior

risco de depressão. Em

relação a problemas cardía-

cos, os doentes mais oti-

mistas apresentam uma

melhor recuperação e

menos dias de internamen-

to.

Otimismo vs pessimismo

Os pessimistas explicam os

sucessos como algo que

não depende deles, e os

insucessos como confirma-

ções de que não são úteis.

Já os otimistas reconhe-

cem, perante um sucesso,

que têm competências, que

se esforçaram e dedicaram

e que, da próxima vez,

voltarão a ter sucesso, ou

seja, generalizam positiva-

mente. Perante um insuces-

so, reconhecem o seu cará-

ter pontual, e consideram

que da próxima vez será

melhor.

Segundo Helena Marujo,

especialista em Psicologia

Positiva, diferentes aborda-

gens da realidade terão

impactos muito diferencia-

dos no nosso comporta-

mento, pois este ―depende,

em parte, das nossas emo-

ções, razão pela qual temos

que aprender a reconstruir

as leituras interiores sobre

a vida e sobre nós pró-

prios‖.

―Um dos principais objeti-

vos na formação para o

otimismo, tem sido levar as

pessoas a fazerem um pro-

cesso de autoeducação,

lembrando-lhes que todos

somos modelos para os

C om uma boa

dose de energia

positiva, é pos-

sível fintar o

pessimismo que paira

sobre a vida de muitos

portugueses. Para isso, há

que começar por afastar os

pensamentos negativos.

Desde a saúde ao bem-

estar, passando pela vida

profissional e as relações

pessoais, diversos estudos

têm comprovado que o

otimismo influencia positi-

vamente variadas áreas da

vida. Mas, não quer dizer

que a vida dos otimistas

seja um mar de rosas onde

não existem problemas; a

diferença é que essas pes-

soas sabem encará-los de

forma positiva e otimista,

acreditando que os conse-

guirão resolver da melhor

maneira.

O otimismo é, portanto,

uma escolha pessoal, que

permite transformar o olhar

sobre a vida, tornando-o

mais positivo.

Ser otimista dá saúde e cria uma sensação

de bem-estar a vários níveis

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

outros. Ou seja, temos a

obrigação moral de cons-

truir uma cultura otimista,

já que se provaram os seus

benefícios em termos de

saúde física e mental e,

ainda, de maior felicida-

de‖, concluiu.

Ser otimista

Os otimistas veem o

melhor da realidade. Essas

pessoas caraterizam-se por

serem positivas, autocon-

fiantes, persistentes, comu-

nicativas, possuem uma

autoestima elevada. Além

disso, os otimistas adoe-

cem com menos frequên-

cia, mantêm relações pes-

soais gratificantes, têm o

sistema imunitário reforça-

do, recuperam mais rapida-

mente, além de que têm

menor probabilidade de

desenvolver depressão.

Razões de sobra para

começar a encarar a vida

de uma forma mais

―colorida‖. ▪ CLÁUDIA ROCHA e LIANE CAROLI-

NA CAMACHO

Página 12

Page 13: VIVER MAIS

Aprenda a

ser positivo

conjunto de estudos e apre-

senta o termo Psicologia

Positiva. No entanto, ao

longo da história da psico-

logia, houve teóricos e

investigadores interessados

em estudar o lado luminoso

da vida e dos seres huma-

nos, como Maslow ou

Rogers, que defendiam uma

visão positiva, mas ficaram

sozinhos e poucos estudos

fizeram no seu tempo.

Viver Mais (VM): Em que

consiste a Psicologia Posi-

tiva?

HM: No estudo científico

das forças e virtudes huma-

nas, do bem-estar e da feli-

cidade, daquilo que faz a

vida merecer a pena ser

vivida e florescer. Interessa-

se por estudar as emoções

positivas, e os traços e qua-

lidades individuais virtuo-

sos, mas também pela com-

preensão das instituições

positivas que possibilitam

que essas forças sejam utili-

zadas e postas em prática.

VM: Qual a metodologia?

HM: Utiliza a metodologia

científica, quer através de

estudos quantitativos, quer

qualitativos, com uma gran-

de preocupação de rigor

metodológico.

tencialmente disfuncional.

Considero isto muito rele-

vante, pois agora estudam-

se de forma dedicada e rigo-

rosa temas como generosi-

dade, amor, humor, grati-

dão, perdão, criatividade,

otimismo, felicidade e bem-

estar, coragem, crescimento

pós-traumático...e tantos

outros que sabemos intuiti-

vamente importantes para a

nossa vida, mas que quase

não eram alvo da ciência

psicológica. Se acreditar-

mos, como eu acredito, que

aquilo a que damos atenção

cresce, então percebemos

que dar atenção ao melhor

das pessoas, em vez de ape-

nas à depressão, à hiperati-

vidade, à violência, à ansie-

dade...perturbações que têm

vindo a aumentar nas socie-

dades desenvolvidas á

medida que cada vez mais

as estudamos e mais sabe-

mos sobre elas e sobre

como as tratar, então talvez

percebamos a importância

da psicologia positiva.

VM: Há quanto tempo

existe?

HM: Há pouco mais de

uma década, desde que em

1998 Martin Seligman

começou a fazer campanha

como Presidente da Ameri-

can Psychological Associa-

tion para que a ciência psi-

cológica se tornasse mais

equilibrada e não estudasse

apenas os problemas e per-

turbações humanos, mas se

interessasse também pelo

estudo das pessoas no seu

melhor. Mas só em 2000

saiu a primeira publicação

científica que organiza um

HM: De acordo com estu-

dos internacionais e nacio-

nais, parece que não mos-

tramos muito a nossa capa-

cidade de antecipar boas

coisas para o futuro nem

explicamos o que nos acon-

tece com padrões explicati-

vos dos mais otimistas. No

entanto, um ou outro estudo

nacional vai apontando para

que somos um povo em que

o otimismo e o pessimismo

coexistem, num formato

complexo. Uma das razões

possíveis pode ter a ver

com questões históricas ou

culturais, mas ainda anda-

mos a tentar perceber o que

pode explicar o nosso fado,

o nosso sentido de destino.

Uma das nossas hipóteses,

que não é mais do que uma

possível explicação, inclui o

terramoto de 1755, que já

foi considerado por filóso-

fos internacionais, como

Susan Neiman, como sen-

do o acontecimento que

levou ao fim do otimismo

na cultura ocidental. Foi

uma das maiores catástrofes

da Europa da época, e levou

a que filósofos como Vol-

taire e Rousseau, que anda-

vam a escrever sobre o

Melhor dos Mundos Possí-

veis (considerando que a

época que se vivia era a

melhor de sempre) passa-

gem a escrever sobre o cas-

tigo, o mal, um Deus impre-

visível...abrindo caminho a

uma visão pessimista sobre

a existência, que poderá

ainda estar viva entre nós.

Mas é apenas uma teoria

sem provas...uma ideia...

Helena Marujo Helena Marujo Helena Marujo Professora da Faculdade de

Psicologia e Ciências da Educa-

ção da Universidade de Lisboa

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 13

Através da Psicologia Positiva, um ramo recente da

Psicologia, é possível lidar com pensamentos e senti-

mentos negativos de uma forma mais otimista.

“A psicologia positi-

va interessa-se por

estudar as emoções

positivas, e os traços

e qualidades indivi-

duais virtuosos, mas

também pela com-

preensão das insti-

tuições positivas que

possibilitam que

essas forças sejam

utilizadas e postas

em prática”

VM: Qual a sua impor-

tância?

HM: No meio ponto de

vista, ajudou a trazer mais

equilíbrio aos dados da

ciência e a não dar apenas

uma visão do ser humano

como problemático ou po -

“Agora estudam-se

de forma dedicada e

rigorosa temas como

generosidade, amor,

humor, gratidão,

perdão, criatividade,

otimismo, felicidade

e bem-estar, cora-

gem, crescimento

pós-traumático...e

tantos outros que

sabemos intuitiva-

mente importantes

para a nossa vida,

mas que quase não

eram alvo da ciência

psicológica. ”

VM: Há quantos prati-

cantes?

HM: Muitos milhares pelo

mundo. Não sei quantas,

nem ninguém saberá, mas

sei que na associação inter-

nacional, a International

Positive Psychology Asso-

cication, temos associados

de mais de 70 países no

mundo e vão em crescen-

do…

HM: Os Portugueses são

um povo otimista?

Page 14: VIVER MAIS

VM: Como é que numa

altura de crise se pode ver

a vida de uma forma oti-

mista?

HM: Precisamente porque a

alternativa não é viável, ou

seja: entre desanimar, dei-

xar de acreditar na capaci-

dade humana para resolver

as coisas, baixar os braços,

desistir...e meter as mãos

confiantemente na massa

para encontrar soluções

criativas e diferentes para

sair da crise, acreditando

que somos e sempre fomos

capazes de resolver grande

parte dos problemas da

humanidade todos juntos,

a escolha é clara...Desistir e

definhar, ou confiar, lutar, e

florescer.

VM: Qual é a diferença

entre uma pessoa otimista

e uma pessoa pessimista?

HM: Uma das distinções é

que uma acredita que o

que aí vem no futuro é bom

e que o que lhe irá aconte-

cer será sobretudo positivo

e outra acredita que o que

vem aí no futuro é mau ou

pior.

M: De que forma as pala-

vras positivas podem

mudar a forma de enca-

rar a vida? HM: A linguagem não se

limita a descrever a realida-

de, mas as palavras que

escolhemos criam essa rea-

lidade. Veja-se a diferença

em dizer que uma criança é

hiperativa (uma doença,

algo não positivo) ou dizer

que tem muita energia (um

dos sintomas da hiperativi-

dade, mas que é considera-

do uma coisa positiva e

“De acordo com

estudos internacio-

nais e nacionais,

parece que não mos-

tramos muito a nos-

sa capacidade de

antecipar boas coisas

para o futuro nem

explicamos o que nos

a c o n t e c e c o m

padrões explicativos

dos mais otimistas. ”

“Entre desanimar,

deixar de acreditar

n a c a p a c i d a d e

humana para resol-

ver as coisas, baixar

os braços, desistir...e

meter as mãos con-

fiantemente na mas-

sa para encontrar

soluções criativas e

diferentes para sair

da crise, acreditando

que somos e sempre

fomos capazes de

resolver grande par-

te dos problemas da

humanidade todos

juntos, a escolha é

clara...Desistir e

definhar, ou confiar,

lutar, e florescer.”

boa).

VM: Como é que se pode

atingir o equilíbrio emo-

cional?

HM: Assegurando que

temos presente na nossa

vida cinco elementos: emo-

ções positivas (amor,

humor, curiosidade, grati-

dão...); relações positivas

(não há equilíbrio emocio-

nal fora de uma boa rede de

suporte); uma vida compro-

metida (saber quais as nos-

sas virtudes e colocá-las em

prática nalguma área da

nossa vida, de forma a

fluir); sucessos/metas atin-

gidas; e uma vida com sen-

tido e propósito.

VM: Que atividades favo-

recem a saúde física e

mental? Quais as estraté-

gias para combater o pes-

simismo?

HM: Dicas para aumentar a

confiança e resolver os pro-

blemas que surgem de uma

forma otimista: andar

10000 passos por dia faz

bem à saúde física e à men-

tal. Dar atenção aos bom e

ao belo e ao bem que existe

nas nossas existências, trei-

nar essa capacidade de ver a

luz no meio das trevas, pro-

curar o sentido da vida e

fazer coisas que vão para

além do nosso umbigo,

como voluntariado ou ativi-

dades pelo planeta, cuidar

da linguagem para não ali-

mentar só o mau,

mas através de conversas

que alimentam a esperança

abrir caminho para avançar,

agradecer o que já se tem

em vez de apenas nos focar-

mos no que falta para final-

mente sermos felizes, assu-

mir a felicidade como um

projeto individual com efei-

tos coletivos, ajuda bastan-

te. ▪

CLÁUDIA ROCHA e LIANE CAROLI-

NA CAMACHO

1 1 -- Viva o dia de hoje com entusiasmoentusiasmo e harmo-harmo-

niania; 22-- ConstruaConstrua você mesmo a sua vidaa sua vida. Não permi-

ta que opiniões e erros alheios o conduzam ao

fracasso; 3 3 -- Irradie amoramor, carinhocarinho e simpatiasimpatia;

4 4 -- Não espere pelos outros. A sua grande fonte

de energiaenergia está em si mesmo; 5 5 -- Seja pontualpontual, sincerosincero e exigenteexigente consigo

mesmo. O tempo deve ser usado com sabedoria; 6 6 -- CuideCuide do seu corpocorpo e de tua mentemente, conser-

vando ambos saudáveis; 7 7 -- Tenha paciênciapaciência. Não tenha pressa, tudo tem

o seu tempo; 8 8 -- FujaFuja da extravagânciaextravagância e do desperdíciodesperdício;

9 9 -- Faça diariamente uma avaliação da sua vida.

Veja o que realmente deve dar importânciaimportância; 10 10 -- Seja seguro nas suas decisõesdecisões. Saber querer

é a base para vencervencer. Com otimismo tudo se

resolve!

10 Dicas para ser mais Positivo

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

ADAPTADO DE GISLAINE LIMA

Página 14

Page 15: VIVER MAIS

tamente, às exposições

solares intensas. É essen-

cial utilizar óculos de sol

com filtro UV, chapéu ou

boné, t-shirt, guarda-sol,

protetor solar e que se evite

a exposição das crianças ao

sol. Evitar a exposição ao

sol entre as 11 e as 16

horas também é uma forma

de prevenir .

De acordo com especialista

Osvaldo Correia, é funda-

mental realizarem-se auto-

exames da pele de forma a

contribuir para os diagnós-

ticos precoces de eventuais

sinais de risco. ▪ LIANE CAROLINA CAMACHO

segurança. O índice desta

radiação apresenta cinco

níveis: baixo (menor que

2), moderado (de 3 a 5),

alto (de 5 a 7), muito alto

(de 8 a 9), extremo

(quando atinge 11). Portan-

to, quando os índices são

muito elevados, há que

adotar comportamentos

que não favoreçam a sua

penetração na pele.

Proteger para prevenir

As exposições solares

devem fazer-se progressi-

vamente, de modo a que a

pele se vá adaptando, len -

Cancro de PeleCancro de PeleCancro de Pele

pele mais perigoso e um

dos tumores malignos mais

agressivos. A sua taxa de

mortalidade concentra-se

entre os 10 e os 15 por

cento ao fim de cinco anos,

por isso ―se o melanoma

não for tratado precoce-

mente são poucas as possi-

bilidades terapêuticas para

salvar uma pessoa", expli-

cou, à Lusa, o dermatolo-

gista.

O melanoma maligno pode

aparecer sobre a pele apa-

rentemente sã, em qualquer

parte do corpo ou sobre

sinais preexistentes. Cara-

teriza-se, habitualmente,

pelo aparecimento de um

pequeno nódulo ou man-

cha, de cor negra, mas o

seu aspeto inicial é varia-

do. (ver ABC dos sinais).

Raios ultravioleta

A radiação ultravioleta

(UV) pode causar graves

prejuízos para a saúde,

caso exceda os limites de

O verão está a

chegar… É

tempo de calor,

e x p o s i ç õ e s

frequentes ao sol e de cui-

dados redobrados com a

pele. É também nessa altu-

ra que os raios ultravioletas

atingem níveis mais eleva-

dos.

Todos os anos há 100 mil

novos casos de cancro de

Pele em Portugal provoca-

dos por exposições exces-

sivas ao sol, alertou, recen-

temente, a Associação

Portuguesa de Cancro

Cutâneo (APCC).

São sobretudo as fases de

criança, adolescente ou

jovem adulto em que há

"maior exposição solar,

sobretudo aquela que é

episódica, súbita mas

intensa e que ocorre fora

da altura balnear habitual",

disse à Lusa, Osvaldo Cor-

reia, dermatologista e

secretário-geral da APCC.

O melanoma é o cancro da

Todos os anos há 10 mil novos casos Todos os anos há 10 mil novos casos

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Esfera Saúde

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 15

Page 16: VIVER MAIS

ABC dos sinaisABC dos sinais Evite a exposição solar entre Evite a exposição solar entre

as 10 e as 17 horas, pois é as 10 e as 17 horas, pois é

quando a intensidade dos quando a intensidade dos

raios solar é maior;raios solar é maior;

Ter particular atenção às Ter particular atenção às

áreas sensíveis como rosto, áreas sensíveis como rosto,

lábios e cabeça;lábios e cabeça;

Abuse dos chapéus e bonés;Abuse dos chapéus e bonés;

Opte por guardaOpte por guarda--sóis de sóis de

algodão com tecido refletor algodão com tecido refletor

do lado avesso, eles absorvem do lado avesso, eles absorvem

menos radiação e calor;menos radiação e calor;

Passe uma camada reforçada Passe uma camada reforçada

de protetor solar, especial-de protetor solar, especial-

mente nas bochechas e nariz;mente nas bochechas e nariz;

Tecidos de Tecidos de nylonnylon produzem produzem

sombra, mas não protegem da sombra, mas não protegem da

radiação solar;radiação solar;

Os dias nublados enganam e Os dias nublados enganam e

a sensação de refrescante da a sensação de refrescante da

brisa fazbrisa faz--nos esquecer dos nos esquecer dos

cuidados com a pele;cuidados com a pele;

Aplique o filtro solar a cada Aplique o filtro solar a cada

duas horas.duas horas.

Aproveite os benefícios do sol

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

A exposição prolongada ao sol

requer alguns cuidados com a pele

PUB Fonte: Revista Nova Gente

Fonte: Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo

BenignoBenigno::

Sinal de aspeto normal.

Contorno regular.

DuvidosoDuvidoso::

Contorno irregular com

cor desigual. Talvez

benigno, necessita ser

examinado pelo médico.

Maligno:Maligno:

Contorno irregular, cor

negra, não uniforme.

Melanoma superficial.

Diâmetro superior a 10

mm. Tratar sem demora.

MalignoMaligno::

Melanoma nodular. For-

ma irregular e cor desi-

gual. Tratar sem demora.

O auto-exame cutâneo regular é a

melhor forma de se familiarizar com

as manchas pigmentadas e os sinais.

Page 17: VIVER MAIS

Portugal como refúgio

O sonho comum de mudar de vida fez com que Mariane, Natalino e Violeta

escolhessem Portugal para viver. Mas, nem sempre é fácil realizar esse sonho.

Em foco

A procura de uma nova

vida quando chegam aos

países de destino leva os

imigrantes a enfrentar

grandes desafios.

A busca de emprego de

forma a assegurar a sua

subsistência nem sempre é

fácil, pois são poucas as

opções de profissões para

os imigrantes. Em situa-

ções de fragilidade, muitos

imigrantes sujeitam-se a

qualquer tipo de trabalho.

São empregos, normalmen-

te rejeitados pelos portu-

gueses, cujas remunerações

não são as ideais, ou pura e

simplesmente não são

pagas.

Os imigrantes nem sempre

são pessoas com capacida-

des de profissionalização e

a l fabe t ização ba ixa .

Alguns, como é o caso dos

Ucranianos, têm um nível

H oje, Portugal é

o destino

escolhido por

muitas pes-

soas provenientes sobretu-

do dos países de Leste, do

Brasil e de África. Há por-

tugueses que consideram

que os imigrantes vêm para

cá perturbar a ―paz‖ Portu-

guesa, outros veem a sua

chegada como ―uma lufada

de ar fresco‖.

Com a grande crise econó-

mica mundial que parece

não ter fim, Portugal

encontra-se em ruína em

vários setores Mas, o nosso

território revela-se um

―local de sonho‖ para as

pessoas que decidem vir

para cá morar e refazer a

sua vida.

Porquê Portugal? é a per-

gunta feita pelos Portugue-

ses. A resposta é simples.

A procura de melhores

condições de vida é o prin-

cipal motivo que leva

alguém a imigrar. Em paí-

ses em que a pobreza, o

desemprego, a guerra, a

violência e a perseguição

política ou religiosa se

alastram, torna-se decisivo

iniciar uma nova vida nou-

tro país. Portugal é um país

de esperança.

Fo

to:

Dir

eit

os

rese

rvad

os

Página 17

A chegada a Portugal

ocorre nas mais variadas

situações.

Na bagagem trazem

sonhos, esperança, saudade

e uma vida por melhorar.

Mariane Reis, cidadã Bra-

sileira, reside em Portugal

há cerca de cinco anos.

―Vim para cá em condi-

ções diferentes da maioria

dos imigrantes. Quando

chegámos estavam pessoas

à nossa espera, já tínhamos

uma casa para morar, um

carro e o apoio necessário

para os primeiros tempos.

Portanto, foram muito boas

condições, não nos faltou

nada e tivemos bastante

apoio‖.

Natalino Semedo é Cabo

Verdiano. Vive em Vila

Real com o objetivo de

concluir o mestrado em

Turismo. ―Os estudos cá

em Portugal são mais

desenvolvidos, valorizados

e reconhecidos do que em

Cabo Verde. Vim com o

estatuto de estudante, mas

sem bolsa do meu país. Os

meus pais me pagaram o

estudo, e algumas pessoas

amigas portuguesas me

ajudaram a pagar propi-

nas‖. Violeta é Ucraniana.

Não revela a sua idade.

Atualmente, mora numa

modesta casa em Viana do

Castelo, mas no início

―morou‖ num carro com o

marido por não ter dinhei-

ro para alugar uma casa.

Veio em busca do ―sonho

lusitano‖.

Portugal é um bom acolhe-

dor. Tanto para Mariane

como para Natalino, a

receção foi boa. No entan-

to, Mariane considera que

―existe algum preconceito

em relação aos brasileiros‖

e Natalino admite haver

―algumas reservas por par-

te de algumas pessoas‖.

A procura de

melhores condições

de vida é o principal

motivo que leva

alguém a imigrar.

Na bagagem trazem

sonhos, esperança,

saudade e uma vida

por melhorar.

Page 18: VIVER MAIS

As dificuldades por que os

imigrantes passam quando

cá chegam são diversas. Há

famílias que se separam, há

sonhos de uma vida que se

desmoronam, há pais que

mudam de vida para terem

como ajudar os filhos a

completar os estudos, há

uma cultura e língua dife-

rentes, há um clima distin-

to e há um esforço de acei-

tação social.

As situações discriminató-

rias acontecem em qual-

quer local como no traba-

lho, na escola, no hospital

ou no café.

Violeta é exemplo disso.

Tem um olhar triste e um

rosto com rugas vincadas

que mostram a saudade e

as dificuldades sentidas.

Mal fala português, desco-

nhece os seus direitos e

não sabe a quem recorrer

no caso de necessitar de

ajuda.

Esta Ucraniana é alvo de

injúria e humilhação por

parte das colegas de traba-

lho. Sujeita-se a tudo isso

porque tem contas para

pagar, como renda da habi-

tação, comida, vestuário,

saúde e receia não arranjar

emprego noutro lugar.

Mariane, apesar de ter sido

bem recebida e acolhida,

também, já se sentiu

―revoltada‖. ―Ao escrever

um e-mail para um órgão

de ―apoio‖ ao imigrante em

Portugal, pedindo informa-

ções sobre como arranjar a

autorização de residência

em Portugal, as resposta

que tive foi «vá trabalhar

como empregada domésti-

ca você e a sua mãe e

depois procuram o SEF

(Serviços de Estrangeiros e

Fronteiras)»‖.

Para Natalino, o clima foi a

principal dificuldade.

―Aqui faz muito frio em

relação ao meu país‖.

Os imigrantes deparam-se

com uma diferença cultu-

ral. A integração no país de

acolhimento faz, muitas

vezes, com que estes sin-

tam uma perda de identida-

de.

Mariane confessa-nos que

―é importante a diversidade

cultural em Portugal para

que os Portugueses possam

aprender mais sobre outras

culturas e deixarem de se

basear apenas no que

ouvem e veem da televi-

são.‖

Mariane e Natalino podem-

se considerar ―sortudos‖,

porém as suas histórias

ilustram apenas aqueles

imigrantes que se conse-

guiram afirmar nos países

de destino. Já Violeta apre-

senta uma situação bem

diferente.

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

de alfabetização alto e são

formados em profissões

que exigem grande destre-

za mental. Impõe-se a obri-

gação de imigrar, porque

não conseguem exercer a

sua profissão na sua ―Terra

Natal‖.

Violeta era no seu país

assistente de um médico,

cá trabalha como funcioná-

ria de limpezas. Na Ucrâ-

nia, Violeta estava habitua-

da ao cheiro característico

dos hospitais, agora, lida

diariamente com o cheiro a

detergentes.

de sucesso. Naturalizaram-

se portugueses e, atual-

mente, representam o nos-

so país em competições

desportivas de atletismo.

Ambos contribuíram para o

desenvolvimento e reco-

nhecimento do país mos-

trando a importância que

os imigrantes podem ter.

Viver com melhores con-

dições seguindo os nossos

sonhos e projetos é um

direito de todo o ser huma-

no. ▪

CLÁUDIA ROCHA e LIANE CAROLI-

NA CAMACHO

Portugal revela-se

um país de

esperança

para quem

quer mudar

de vida

Página 18

A afirmação nos países de

refúgio é um dos objetivos

dos imigrantes.

Francis Obikwelu (natural

da Nigéria) e Naide Gomes

(natural de São Tomé e

Príncipe) são dois exemplos

“É importante a

diversidade cultural

em Portugal para

que os portugueses

possam aprender

mais sobre outras

culturas”

Os imigrantes nem

sempre são pessoas

com capacidades

de profissionaliza-

ção e alfabetização

baixa.

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

A busca de emprego

de forma a assegurar

a sua subsistência

nem sempre é fácil,

pois são poucas as

opções de profissões

para os imigrantes.

Page 19: VIVER MAIS

visto de turista e depois

acabam por ficar em Portu-

gal. Na imigração brasileira

e do leste da Europa foi

muito relevante o papel de

redes informais e até ilícitas

que organizavam o

―pacote‖ da viagem

(viagem, visto e até o con-

tacto com o empregador ou

do primeiro local de traba-

lho). Nas migrações dos

PALOP é sobretudo impor-

tante o papel da família e

dos concidadãos no apoio

que é prestado à organiza-

ção da viagem e no estabe-

lecimento destes imigrantes

(no apoio à procura de habi-

tação, trabalho e na autos-

subsistência numa fase ini-

cial) em Portugal.

dos imigrantes, no entanto,

isto não significa que não

haja racismo e discrimina-

ção face aos imigrantes.

Viver Mais (VM): Portu-

gal foi durante muito tem-

po um país de emigrantes.

No entanto, atualmente

tem-se verificado uma

transformação desta ten-

dência passando o nosso

país a ser considerado um

país de imigração. A par-

tir de quando se verificou

esta tendência?

Maria Manuela Mendes

(MMM): O nosso país nun-

ca deixou de ser um país de

emigração, contudo, a partir

dos anos 80 do século pas-

sado tornou-me mais visível

a presença dos imigrantes

no nosso país (os seus quan-

titativos cresceram bastante,

após 1980). Não é verdade

que o nosso país tenha pas-

sado de um estatuto de país

de emigração para o de país

de imigração. Aquilo que se

observa em Portugal, desde

a década de 80, é uma espé-

cie de sincronia entre os

dois fenómenos. Até muito

recentemente o fenómeno

da emigração foi invisível

nos mass media e também

nos discursos políticos, ten-

do-se declarado nos anos 90

o ―fim da emigração portu-

guesa‖. Também é verdade

que a investigação científica

em torno do fenómeno da

emigração também sofreu

um défice de atenção e de

produção. Ao longo do tem-

po, tem havido mudanças

importantes sobretudo na

composição dos movimen-

tos emigratórios, nomeada-

mente nos protagonistas

sociais (trabalhadores e

mais qualificados), tempo

de migração (sazonal e tem-

porária) e destinos. Nas

décadas de 80, 90 e na

actualidade os portugueses

continuaram e continuam a

emigrar principalmente para

a Europa, por exemplo, Suí-

ça, Reino Unido, Andorra e

Luxemburgo.

Maria Manuela MendesMaria Manuela MendesMaria Manuela Mendes Investigadora do Centro de Investigação

e Estudos de Sociologia

Imigração

em Portugal No nosso país não deixou de existir emigração, mas

Portugal é agora o destino de muitas pessoas que

veem nele a esperança de uma vida melhor do que

aquela que tinham.

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 19

“Portugal nunca

deixou de ser um

país de emigração,

contudo, a partir dos

anos 80 do século

passado tornou-me

mais visível a pre-

sença dos imigrantes

no nosso país”

“ T e m h a v i d o

mudanças impor-

tantes sobretudo na

composição dos

movimentos emi-

gratórios, nomea-

damente nos prota-

gonistas sociais

(trabalhadores e

mais qualificados),

tempo de migração

(sazonal e temporá-

ria) e destinos.

“As nacionalidades

com um maior

número de imigran-

tes no nosso país são

os Brasileiros, os

Ucranianos, o Cabo-

verdianos, os Rome-

nos, os Angolanos e

os Guineenses.”

VM: Quais são os países

que escolhem Portugal

como destino?

MMM: As nacionalidades

com um maior número de

imigrantes no nosso país

são os Brasileiros, os Ucra-

nianos, o Cabo-verdianos,

os Romenos, os Angolanos

e os Guineenses.

VM: Em que situação vêm

os imigrantes para Portu-

gal?

MMM: De uma forma

geral, e numa primeira fase

do seu percurso migratório,

os imigrantes vêm sozinhos,

mas também encontramos a

este respeito algumas diver-

sidades. Assim, nas migra-

ções provindas do Leste

(homens sozinhos numa

primeira fase) e até Brasil

(mulheres sozinhas ou em

casal), de uma forma geral,

estes imigrantes entram com

VM: Como é que os por-

tugueses, na generalidade,

veem a chegada destes

imigrantes? MMM: De uma forma

geral a opinião oscila, mas

de uma forma geral há uma

aceitação face à presença

VM: A imigração é

importante para um país

como Portugal, pois os

imigrantes ajudam a

minimizar certos existen-

tes como a taxa denatali-

dade e a realização de

tarefas que normalmente

são rejeitadas pelos nacio-

nais… Para além destes, a

chegada dos imigrantes há

mais traz benefícios? MMM: Diversidade cultu-

ral, religiosa e linguística e

a sua interinfluência entre

imigrantes e sociedade de

acolhimento (novos prota-

gonistas culturais como

pintores, designers, dançari-

nos, atores, artesãos, músi-

cos entre outros), que pode-

rão contribuir não só para a

revitalização cultural mas

também para o desenvolvi-

mento económico local;

Casamentos e relaciona-

mentos mistos (alargamento

da convivência multi e

intercultural, mesmo no

plano das relações familia-

res e mais pessoais); Maior

Page 20: VIVER MAIS

VM: Quais são as princi-

pais dificuldades que um

cidadão estrangeiro encon-

tra ou pode encontrar

num país estrangeiro?

MMM: Atualmente são as

dificuldades no campo da

saúde, a integração no mer-

cado de trabalho e a obten-

ção de uma profissão corres-

pondente às habilitações e à

experiência. As dificuldades

sentidas no caso dos proble-

mas de saúde podem ser

justificadas por uma questão

de idade e pela fase do ciclo

de vida em que as pessoas

se encontram, ou seja, à

medida que a idade vai

avançando as pessoas ten-

dem a ter mais problemas de

saúde, assim devemos estar

perante problemas de saúde

causados pelo envelheci-

mento e não por questões de

adaptação à sociedade de

acolhimento. No caso das

dificuldades sentidas no

mercado de trabalho prova-

velmente são valores

influenciados pela conjuntu-

ra económica atual. Em

todos os outros casos as

dificuldades esbateram-se

com o tempo.

enriquecimento cultural da sociedade de acolhimento (programas de rádio para comunidades imigradas, programas de televisão, associações…); Empreende-dorismo imigrante (além de criarem o seu próprio emprego contribuem muitas das vezes para a dinamiza-ção do mercado local de emprego ao proporcionarem postos de trabalho a outros imigrantes e a autóctones).

“De uma forma geral,

e numa primeira fase

do seu percurso

migratório, numa

primeira fase do seu

percurso migratório,

os imigrantes vêm

sozinhos, mas tam-

bém encontramos a

este respeito algumas

diversidades.”

“De uma forma geral

há uma aceitação face

à presença dos imi-

grantes, no entanto,

isto não significa que

não haja racismo e

discriminação face

aos imigrantes.”

VM: Na sua opinião,

quais são as previsões

para o nosso país em rela-

ção à imigração? Portugal

continuará a ser o destino

dos estrangeiros ou com a

crise voltará à tendência

de emigração?

MMM: Continuará a rece-

ber imigrantes, embora em

menor número, já que

alguns re-emigraram para

outros países e outros volta-

ram para o seu país de ori-

gem. Segundo a ONU, o

fluxo de imigrantes regista-

do a partir de 1990, que fez

com que pela primeira vez

Portugal registasse um sal-

do positivo entre imigrantes

e emigrantes, vai cair para

metade ainda nesta década e

para quase zero a partir do

meio do século.

Outra questão levantada

pelo relatório da ONU é a

sustentabilidade da econo-

mia portuguesa, em particu-

lar da Segurança Social. A

percentagem de pessoas

com 65 ou mais anos de

idade, a esmagadora maio-

ria dependente de pensões,

vai 'explodir' dos 17,9% no

ano passado para os 34,3%

em 2050. O número de pes-

soas com mais de 80 mais

do que triplica (de 4,6%

para mais de 14%). Parale-

lamente, a percentagem de

jovens será menor. ▪

CLÁUDIA ROCHA e LIANE CAROLI-

NA CAMACHO

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

FONTE: SERVIÇO DE ESTRANGEIROS E FRONTEIRAS (SEF)

“Portugal continua-

rá a receber imi-

grantes, embora em

menor número”

FONTE: TSF (2002)

Página 20

Page 21: VIVER MAIS

Entrevista. Ana Luísa Henriques venceu uma leucemia.

Viver Mais (VM): Como

ficaste a saber que tinhas

leucemia?

Ana Luísa Henriques

(ALH): Sentia dores bastante

fortes num braço, dirigi-me a

urgência do hospital mais

próximo da minha zona de

residência e o médico que me

atendeu diagnosticou uma

suposta tendinite, prescreveu-

me um medicamento que iria

atuar sobre a inflamação que

estaria a provocar a tendinite,

e o qual eu deveria tomar

durante cerca de 15 dias

seguidos. Enquanto estive

medicada não voltei a sentir

dores, passados esses 15 dias

a dor voltou, e ainda mais

forte. Desta vez dirigi-me ao

médico de família que entre

outros exames me prescreveu

a realização análises sanguí-

neas de rotina. Quando che-

garam os resultados, o diag-

nóstico era a leucemia.

VM: Lembraste do dia?

ALH: Sim, foi no final do

mês de agosto, eu estava no

período de férias letivas.

Lembro-me que o laboratório

de análises informou primei-

ramente a minha mãe, uma

vez que eu era menor, e lem-

bro-me de a ver a chorar e

não saber o que se passava.

Nesse dia ela disse-me que eu

estava muito doente e tinha

uma leucemia e que no dia

seguinte teria de ser encami-

nhada de urgência para o

Hospital da Universidade de

Coimbra. (H.U.C)

VM: Que idade tinhas? ALH: Tinha 13 anos.

VM: O que sentiste?

ALH: Não sei ao certo o que

senti. Lembro-me que quan-

do a minha mãe me disse ―tu

estás muito doente, tens uma

leucemia‖, a minha resposta

foi: ―que fixe, vou rapar o

cabelo!‖ Penso que com 13

anos não tinha noção da gra-

vidade que é ser doente onco-

lógica. Não me lembro

sequer se questionei o que era

uma leucemia. Além do mais,

nada daquilo fazia sentido,

pois apesar das dores no bra-

ço eu sentia-me bem. Apenas

me apercebi que o ambiente à

minha volta era realmente

pesado, sinónimo de que o

que eu tinha era algo grave.

Nem sempre ter cancro

é sinal de morte. Ana

Luísa tinha 13 anos

quando lhe foi diagnos-

ticada uma Leucemia.

Esteve seis meses inter-

nada nos Hospitais da

Universidade de Coim-

bra, fez várias sessões

de quimioterapia e a

sua vontade de viver fê

-la vencer. É a prova

de que é possível

sobreviver a este pro-

blema. Depois de der-

rubada esta barreira

passou a encarar a

vida de uma outra

maneira.

Viver a vida...

VM: Depois do diagnóstico

da doença, quanto tempo

demorou até se iniciarem os

tratamentos?

ALH: Fiz análises numa

segunda-feira, recebi a res-

posta do laboratório numa

terça-feira e na quarta-feira

fui encaminhada para os

H.U.C onde fui alvo de mais

exames e de algumas despis-

tagens a fim de se concretizar

o diagnóstico. Nessa quarta-

feira a noite, iniciei a primei-

ra sessão de quimioterapia.

VM: A que tipo de trata-

mentos foste sujeita?

ALH: Quimioterapia apenas.

VM: Dividias o quarto.

Com quantas pessoas?

ALH: Dividia o quarto com

outras duas pessoas. VM: Há alguma que te

tenha marcado mais?

ALH: É impossível dizer que

apenas uma me marcou,

todas a pessoas com quem

lidei durante os seis meses de

internamento marcaram-me

imenso. No entanto, houve

uma que foi mais especial: a

Rita. A Rita era uma menina

que teve leucemia com a

mesma idade que eu e passou

Tenho tendência a dar mais Tenho tendência a dar mais Tenho tendência a dar mais

valor aos pequenos momentos valor aos pequenos momentos valor aos pequenos momentos

e às pequenas vitórias” e às pequenas vitórias” e às pequenas vitórias”

VM: Que tipo de leucemia

te foi diagnosticado?

ALH: Foi-me diagnosticado

uma Leucemia Linfoblástica

Aguda.

“Com 13 anos

não tinha noção

da gravidade

que é ser doente

oncológica.”

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 21

Page 22: VIVER MAIS

Nome: Ana Luísa Vieira Henriques

Aniversário: 17 de Outubro

Idade: 21 anos

Hobbies: Leitura, música, filosofia, política

Cidade: Aveiro

Livro: O meu pé de laranja lima

Autor: Fernando Pessoa

Filme: My sister keeper

Um desejo: Que o sonho comande sempre a

minha vida.

Esteve internada durante seis mesesEsteve internada durante seis meses

À Lupa À Lupa

por um processo semelhante

ao meu, no entanto, era uma

menina frágil e delicada e

fisicamente franzina. Entre

nós surgiu uma grande ami-

zade.

“Todas a pessoas

com quem lidei

durante o inter-

namento marca-

ram-me imenso.”

VM: Lembraste do dia em

que soubeste que estavas

curada? Qual foi a sensa-

ção?

ALH: Um doente de cancro

muito raramente é dado

como curado. No meu caso o

que acontece é que estou em

remissão completa, ou seja,

no meu organismo não existe

qualquer vestígio da doença,

sou uma pessoa saudável. No

entanto, ainda hoje passados

sete anos, vou a consultas de

rotina onde realizo análises

periódicas.

VM: Depois de saíres do

hospital, quais os cuidados

que tiveste de ter? Durante

VM: Viste alguns colegas

partir... Como foi lidar com

isso?

ALH: Sim, a maioria das

pessoas com quem privei

faleceram. Nunca tinha lida-

do de perto com a morte e a

primeira vez que tive de o

fazer foi muito difícil. Quan-

do uma das minhas colegas

de quarto faleceu e quando

eu soube da notícia, entrei

em depressão. Ela significava

muito para mim. Mais tarde

quando faleceu a Rita tam-

bém me custou muito, mas já

não foi tão difícil de encarar

a situação, pois eu já tinha

noção de que as coisas não

estavam a correr bem com

ela.

VM: Perante o que ias ven-

do à tua volta, alguma vez

pensaste no pior?

ALH: Sim, quando lidei pela

primeira vez com a morte,

acordei para a realidade. Per-

cebi que naquela enfermaria

a maior parte das pessoas

morre e não sobrevive ao

cancro e eu sabia que comigo

talvez não fosse diferente,

tinha noção de que o cancro

me podia matar. Cada vez

que pensava na morte sentia

ânsia de viver, queria viver

muitos anos, era como se

afastasse de mim esta ideia

negativa, mas quase certa

que era a morte e a substi-

tuísse por uma intuição que

me dizia claramente que eu

não ia morrer, porque não

queria e porque tinha ainda

muitos anos para viver e

experienciar.

VM: Recebeste algum tipo

de apoio psicológico?

ALH: Não. Apesar de ter

sofrido uma depressão logo

no meu primeiro tratamento,

apenas fui medicada para tal.

VM: Na altura estavas no

8º ano. Como foi ter aulas

no hospital?

ALH: Era complicado por-

que os tratamentos de qui-

mioterapia deixavam-me

muito debilitada e cansada.

Lembro-me que muitas vezes

a professora me estava a

explicar um determinada

matéria, mas eu tinha de

parar nesse instante para

vomitar (os enjoos são um

efeito secundário da quimio-

terapia), mas depois retoma-

va novamente o trabalho. No

entanto, foi uma grande aju-

da ter aulas no hospital, pri-

meiramente, porque este tipo

de contacto distraia-me e

permitia que eu tivesse ocu-

pada e depois porque, desta

forma, não fui forçada a per-

der nenhum ano letivo por

estar internada e ter uma

doença da qual não fui culpa-

da.

VM: Durante quanto tem-

po estiveste internada?

ALH: Durante seis meses.

“Nunca tinha

lidado de perto

com a morte e a

primeira vez que

tive de o fazer

foi muito difícil.”

quando tempo?

ALH: Depois dos interna-

mentos, fiz dois anos de hos-

pital de dia, uma vez por mês

e fazia medicação em casa.

Os cuidados a ter eram,

sobretudo, com a alimenta-

ção e com os esforços. Não

podia estar exposta ao sol

durante muito tempo, tinha

de ter cuidado com as consti-

pações, pois as minhas defe-

sas ainda estavam muito

debilitadas. Estes cuidados

acompanharam-me ao longo

de cinco anos. Aprendi a

viver com limitações, mas,

apesar disso, como uma pes-

soa normal.

VM: Qual foi o momento

mais difícil dessa fase?

ALH: Não houve um

momento mais difícil, houve

pequenas lutas que resulta-

ram numa grande batalha.

Penso que os momentos mais

difíceis são para a família e

não tanto para o doente. É

complicado para os familia-

res lidarem com a doença e é

ainda mais complicado terem

noção de que não podem

ajudar diretamente a ganhar

uma luta que não é deles.

VM: Onde foste buscar

forças para ultrapassar os

momentos difíceis?

ALH: A força surgia espon-

taneamente. Surgia da vonta-

de de viver, do medo de mor-

rer, do apoio que recebia da

família e amigos, da certeza

que não estava sozinha que

tinha pessoas a torcer por

mim. Os amigos e família

são essenciais nesta força

interior que ainda hoje não

sei de onde vinha.

“Estou em remis-

são completa. No

meu organismo

não existe qual-

quer vestígio da

doença.”

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 22

Page 23: VIVER MAIS

VM: Consideras que falar

com outras pessoas que

tenham vivido uma situação

semelhante à tua te recon-

forta de alguma forma?

ALH: Reconforta-me imenso

poder falar com pessoas que

estão agora a passar por algo

semelhante ao que eu já pas-

sei, na medida em que possa

servir de exemplo positivo e

de esperança de que o cancro

mata é certo, mas que tam-

bém é possível enfrentá-lo e

sobreviver.

VM: Hoje, depois teres pas-

sado por toda essa luta, o

que mudou na forma como

enfrentas a vida?

ALH: Hoje tenho tendência a

dar mais valor aos pequenos

momentos e às pequenas

vitórias. Tornei-me uma pes-

soa mais fria, mas mais cons-

ciente da vida e das suas res-

ponsabilidades. Cresci imen-

so com esta experiência e

isso foi o mais positivo.

VM: Custa-te falar nisso?

ALH: Não, de forma nenhu-

ma.

VM: Dedicas muito do teu

tempo a ajudar os outros…

Há quanto tempo és bom-

beira voluntária?

ALH: Desde de novembro de

2005.

VM: Como te tornaste

bombeira?

ALH: O meu pai e o meu

irmão são bombeiros, cresci

nesse meio. Ser bombeira,

para mim, era algo que iria

fazer parte da minha vida.

VM: Costumas fazer pique-

tes nos bombeiros, o que te

obriga a pernoitar no quar-

tel dos Bombeiros… Como

funciona?

ALH: Temos cerca de 12

equipas. A cada equipa per-

tence uma letra do alfabeto.

Depois há uma escala que

abarca os doze meses do ano

e em que cada dia uma dessas

equipas (de voluntários) tem

de pernoitar no quartel. Basi-

camente, fazemos piquetes de

nove em nove dias. De sába-

do para domingo o piquete

que pernoita no quartel fica

também até domingo às 13h

e, depois, segue-se um pique-

te que faz a tarde até às 21h.

VM: Já tiveste alguma situ-

ação que te tivesse marcado

por uma razão especial?

ALH: Já passei por várias

situações, marcam-me, sobre-

tudo aquelas mais engraçadas

como ter de socorrer um tra-

balhador que caiu do cimo do

tecto de uma vacaria mesmo

em cima do estrume das

vaquinhas e termos de socor-

rer o senhor neste tipo de

ambiente e com as vacas ao

nosso lado.

VM: Estás prestes a con-

cluir a tua licenciatura em

Ciência Política e Relações

Internacionais, na Universi-

dade da Beira Interior.

Quais são as tuas perspecti-

vas de futuro?

ALH: Neste momento, as

minhas perspectivas não são

as mais optimistas, neste con-

texto de crise em que vive-

mos, sei apenas que vou ter

de me esforçar em dobro para

alcançar aquilo que definir

como os meios principais

objectivos. E espero ser bem

sucedida a esse nível. ▪

LIANE CAROLINA CAMACHO

“Aprendi a viver

com limitações,

mas, apesar dis-

so, como uma

pessoa normal.”

“Ser bombeira,

para mim, era

algo que iria fazer

parte da minha

vida”

Estudante de Ciência Políti-Estudante de Ciência Políti-

ca e Relações Internacionais ca e Relações Internacionais

na Universidade da Beira na Universidade da Beira

InteriorInterior

É bombeira nos Bombeiros Voluntários da MurtosaÉ bombeira nos Bombeiros Voluntários da Murtosa Ana Luísa é uma verdadeira lutadoraAna Luísa é uma verdadeira lutadora

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 23

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Page 24: VIVER MAIS

Para os leitores da revista “Viver Mais” e considerando que esta é a

minha primeira abordagem conclui que o ideal seria começar por

dar sugestões de tendências adequadas à estação atual (primavera/

verão 11), mas …. com um detalhe extremamente interessante.

Moda com Atitude

Patrícia PereiraPatrícia PereiraPatrícia Pereira Fashion Adviser

(Consultora de moda)

Para a Mulher uma das

peças essenciais é o nosso

My Little Black Dress

(LBD) mas … no verão a

peça essencial é efetiva-

mente o My Little White

Dress (LWD) a demais que

esta estação a cor branca é

efetivamente mais notória,

por isso Girls.... toca a com-

prar um vestido branco.

Este verão usa-se imensa

cor, as cores quentes, os

fúshias , também os nudes e

realmente a nível de cor

acredito que a principal

novidade da estação é o

Look Black Total que é tão

raro ser uma tendência no

verão, por isso quem gosta

do preto total use e abuse

esta estação.

Outra tendência muito

importante é a tendência

floral e geométrica. Defini-

tivamente a floral é fresca e

happy que anula na totali-

dade o padrão dos quadra-

dos no nosso guarda-roupa.

A tendência geométrica tal

como o nome indica vale

todo o tipo de geometria,

mistura, cores e materiais e

pode ser usada em qualquer

situação, logo que a matéria

-prima esteja adequada á

mesma. Relembro que a

silhueta Maçã é a menos

privilegiada nesta tendência

e deverá evitar.

Para o Homem mais jovem

temos a tendência ―muito

Teen‖ American Vintage.

Esta tendência foi inspirada

nas equipas de futebol e

basquetebol Americano, que

foram transportadas para o

nosso quotidiano para um

homem urbano, citadino,

descontraído e de bem-estar

com a vida.

Para um Homem mais

moderno que goste de usar

fato, mas que assim mesmo

também aprecie as tendên-

cias de moda, poderá usar a

mono cor pois dependendo

do corte do fato, manter-se-

á mais ou menos clássico e

definitivamente com uma

tendência de moda.

Para o Homem que quiser

colocar esta dica em práti-

ca, relembro que se escolhe

a cor azul poderá usar

diversos tons de azul. Não é

sinónimo de tonalidade

exatamente igual embora

não deva oscilar muito a

diferença da mesma.▪

PATRÍCIA PEREIRA

Tendências Primavera/Tendências Primavera/

Verão para Verão para ElaEla & & EleEle Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 24

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Page 25: VIVER MAIS
Page 26: VIVER MAIS

Catarina Vasques RitoCatarina Vasques RitoCatarina Vasques Rito Consultora de moda

A Moda é para dar prazer

a quem usa e a quem vê

Os estilos „hippie‟, „navy‟, „urbano‟,

„romântico‟ ou „country‟ estão na moda

A cima de tudo

estar na moda

é uma questão

de atitude.

Existem dois factores fun-

damentais para se estar na

moda: o corpo e o estilo.

Depois de se ter bem pre-

sente estas duas questões,

então, tentar perceber o que

ditam as tendências, que

neste momento passam por

diversas coisas, a saber:

riscas; assimetrias; cores

nude; padrões fortes; calças

cigarrette; calças largas;

vestidos compridos e lar-

gos; vestidos curtos e jus-

tos; vestidos saias rodadas.

Enfim, o divertido da moda

neste momento é tudo estar

na moda, onde vários esti-

los, influências se cruza-

rem, permitindo um jogo

entre distintas ideias, aju-

dando às mais variadas

silhuetas. No entanto, evi-

tar os corsários e as calças

de cós muito baixo, assim

muito marcantes. Optar por

peças discretas ou por

nada. Em relação aos sapa-

tos, saber conciliar o tipo

de calçado mediante o cor-

te das peças escolhidas e

do formato do pé. Não

esquecer que os pés que-

rem-se cuidados quando

expostos em sandálias

abertas.

A moda é para dar prazer a

quem usa e a quem vê. É

também motivo de inspira-

ção, pois é importante não

ser igual a todos os outros.

Tenha prazer em ter um

estilo próprio, mais não

seja num pequeno detalhe.

Aí recai a diferença. Tenha

atenção à maquilhagem,

por mais discreta que seja

(colocar base, pó compacto

e batom ou gloss no dia-a-

dia) e cabelo hidrata-

do. Estar na moda é um

todo! ▪

CATARINA VASQUES RITO

como as blusas ou

tops muito curtos.

Sabendo que os estilos

'hippie', 'navy', 'urbano',

'romântico' ou 'country'

estão na moda, e não só, é

ver o que melhor se adapta

ao seu género. Depois fazer

algum shopping em lojas

como Zara, Mango, Bersh-

k a , L a n i d o r , G l o -

be, Stradivarius, Modalfa,

Desigual, Massimo Dutti,

Benetton ou Sisley (entre

outras) e entrar no espírito

deste Verão, onde a cor e o

padrão predominam. No

caso de só gostar

de tonalidades mais neu-

tras, não tem de se preocu-

par, pois o branco e o nude

também estão na moda.

Os acessórios são um com-

plemento, e por isso devem

ser vistos como isso mes-

mo, um complemen-

to. Quando se escolhem

vestidos muito elaborados

ou garridos, não usar cola-

res, brincos ou pulseiras

Estar na moda

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 26

Page 27: VIVER MAIS
Page 28: VIVER MAIS

Infusão relaxante de eucalipto

Para esta infusão são precisas: 2

Folhas de eucalipto; 3 Folhas de horte-

lã; 2 gotas de óleo de lavanda

Cascas de laranja e de limão.

Ferva meio litro de água e deite por

cima das folhas e das cascas e misture

o óleo. Colocar o rosto a receber esse

vapor durante 10 minutos. Também

serve para os pés, ajuda a relaxar e ati-

var a circulação.

Beleza & Bem-estar

Truque pré-festa

Bata duas claras de ovo

e aplique no rosto e

deixe secar. Retire com

água tépida. Melhora o

aspeto da pele de ime-

diato e é ótimo para

situações inesperadas

ou up antes de uma fes-

ta.

Manuela NunesManuela NunesManuela Nunes

Esteticista

Sumo para ativar

o bronzeado

Antes que a época bal-

near se inicie, beba

todos os dias em jejum

um sumo de laranja,

com sumo de cenoura,

sumo de beterraba e

sumo de abóbora. O

seu bronzeado ficará

mais bonito e natural.

Truque para pele mista e

com acne Misture meio pepino fatiado

com meia colher de farinha

maisena na misturadora. Equili-

bra e revitaliza a pele.

Creme anti-rugas

É necessário: 1 Pepino, 1 colher de chá

de azeite, 1 colher de sopa de farinha

de trigo,1 colher de farinha maisena.

Reduza o pepino a sumo (se tiver algu-

ma dificuldade pode misturar um pou-

co de água mineral sem gás) e misture

todos os ingredientes. Se for necessá-

rio, para ficar com mais consistência,

pode misturar mais farinha de trigo ou

mais farinha Maisena. Pode aplicar

este creme todas as noites após a lim-

peza do rosto. Este creme também aju-

da a aclarar as sardas.

Contra o suor e

mau cheiro dos pés

Misture 2 colheres de

sopa de folhas e flores

de louro picadas num

litro de água a ferver;

deixe ferver durante 10

minutos. Coe e misture

com água morna, mante-

nha os pés durante 15

minutos nessa água.

Dica anti-idade

Misture 1/2 mamão amassado

com uma colher de sobremesa

de mel.

Este truque auxilia também no

tratamento de peles com man-

chas. Hidrata, rejuvenesce e

Truque anti-idade

Misture uma barra de gelatina

incolor em meio copo de vinho

tinto e deixe gelar por 15 minu-

tos. Aplique no rosto e deixe

atuar durante 30 minutos.

Cuide de si sem gastar muito dinheiro!

As dicas de Manuela Nunes

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Foto: Direitos Reservados

Foto: Direitos Reservados

Foto: Direitos Reservados

Página 28

Page 29: VIVER MAIS

Dormir bem pode

ajudar a emagrecer

D ormir bem e

reduzir os níveis

de stress pode

ajudar a ema-

grecer, revelou um estudo

divulgado pela Revista Épo-

ca.

Mas, os médicos alertam

dizendo que esta não é a úni-

ca solução e, por isso, ter

uma vida saudável em todos

os sentidos também poderá

ajudar.

Um estudo do médico Kaiser

Permanente descobriu que

diminuir os níveis de stress e

dormir mais do que seis horas

e não mais de oito horas, por

dia, auxiliam a perder peso.

Cerca de 500 pacientes foram

analisados durante a pesquisa

que relaciona o sono, a

depressão e o tempo que se

gasta em frente ao computa-

dor com a facilidade que uma

pessoa possui para emagre-

cer. O stress e a falta de sono

com qualidade associados à

obesidade já haviam sido

estudados anteriormente, mas

segundo os médicos não se

tinha relacionado o facto de

se dormir bem com a perda

de peso. ―Este estudo mostra

que quando as pessoas estão

a tentar perder peso devem

dormir adequadamente‖, dis-

se o autor da pesquisa, Char-

les Elder, acrescentando que

―algumas pessoas precisam

simplesmente de ter mais

espaço nas suas agendas e

dormir um pouco mais.

Outras vão perceber que os

exercícios as ajudam a des-

cansar melhor e a reduzir os

níveis de stress.” A pesquisa

envolveu duas fases: na pri-

meira, os participantes com-

prometeram-se a perder qua-

se cinco quilos em seis

meses. Caso conseguissem,

passavam para o próximo

passo, no qual eram submeti-

dos apenas a tratamentos de

acupuntura para emagrecer.

De acordo com os resultados,

sob a nuca.

Chá de flores de Poejo:

utilizado para tratamento de

infeções bocais (aftas e sapi-

nhos).

Chá de flores de Sálvia:

serve para evitar suor exces-

sivo.

Chá de folhas e flores de

Louro: utilizado para evitar

o suor e o mau cheiro dos

pés. Aplique o chá nos pés

durante 15 minutos.

Chá de folhas de Hamame-

lis: para aliviar varizes e

inchaço nas pernas e pés.

A e s t e t i c i s t a

Manuela Nunes

lançou, recente-

mente, um livro

com ―217 Receitas de Saúde

e Beleza‖. Ora veja algu-

mas...

Chá de folhas e flores de

Artemísia: ideal para alívio

de dores menstruais. Beba

duas ou três chávenas por

dia.

Chá de grãos de Pimenta:

para alívio de enxaquecas.

Molhe o pó de pimenta em

gaze, esprema bem e aplique

Chá de flores de Lógena:

para a anemia, a falta de ape-

tite e a gastrite.

Chá de folhas de Abacatei-

ro ou Centelha Asiática:

problemas de obesidade.

Beba duas a três chávenas

por dia.

Chá de erva Cidreira: ner-

vosismo e ansiedade.

Chá de folhas de Alcacho-

fra, casca crua de Beringe-

la, folhas de Erva doce:

para combater o colesterol. ▪

Os efeitos dos chás

Livro “217 Receitas

de Saúde e Beleza” de

Manuela Nunes

quantidade de sonos e de

stress eram bons fatores na

l u t a p e la p e rd a d e

peso. Apesar dos bons resul-

tados, os investigadores afir-

maram que os pacientes esta-

vam muito motivados e, por

isso, não se pode aplicar uma

regra que confirme que dor-

mir mais significa um ema-

grecimento mais rápido sem

que a pessoa tenha motiva-

ção. No entanto, os médicos

estão seguros de que esses

fatores podem ajudar, assim

como ter um registo do que

se come diariamente para

conseguir controlar o apeti-

te. ▪

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

PUB

Page 30: VIVER MAIS

Descobrir Portugal

Situada no coração do Alto Alentejo, a cidade de Évora é exemplo da grande Situada no coração do Alto Alentejo, a cidade de Évora é exemplo da grande

riqueza histórica, cultural e artística construída e preservada ao longo dos tem-riqueza histórica, cultural e artística construída e preservada ao longo dos tem-

pos. Classificada, em 1986, como Património Cultural da Humanidade, esta pos. Classificada, em 1986, como Património Cultural da Humanidade, esta

metrópole é conhecida pela beleza, pela cozinha tradicional e pela exuberância metrópole é conhecida pela beleza, pela cozinha tradicional e pela exuberância

dos seus monumentos. Évora tem o encanto próprio das cidades antigas.dos seus monumentos. Évora tem o encanto próprio das cidades antigas.

ÉvoraÉvora Beleza e HistóriaBeleza e História

Foto: Direitos Reservados

Page 31: VIVER MAIS

O que visitarO que visitar

Museu de Évora

Palácio dos Duques do Cadaval

Igreja de S. Brás

Capela dos Ossos

Templo de Diana

Universidade de Évora

Convento dos Remédios

Castelo Velho

Aqueduto da Água da Prata

europeu mais antigo quer ao

nível da sua dimensão quer

quanto ao estado de conserva-

ção. O templo de Diana - um

dos mais célebres templos

romanos portugueses da

Península Ibérica- é uma das

suas riquezas devido às suas

características canónicas gre-

co-romanas. A Catedral de

Santa Maria (um edifício

românico-gótico dos séculos

XIII-XIV), a Universidade de

Évora, a Igreja da Graça, o

Aqueduto da Água da Prata

também contam a sua histó-

ria, sendo alguns dos monu-

mentos que fazem de Évora

uma cidade museu.

Paladar da cozinha tradicio-

nal alentejana

Após uma visita histórica pela

cidade, o visitante poderá

deliciar-se com a gastronomia

tradicional alentejana. O

sabor do prato é complemen-

tado com a excelência dos

produtos locais, como o vinho

e o azeite. Experiências úni-

cas que merecem ser revivi-

das numa das mais antigas

povoações de Portugal. Évora

É uma das cidades

mais antigas e mais

bem preservadas do

nosso País. Capital

da região do Alentejo,

Évora foi fundada pelo

povo romano que a deno-

minou de Ebora Liberali-

tas Iulia. Atualmente, tem

cerca de 50 mil habitantes

e ocupa uma área de 1.309

Km2.

Cidade Emblemática

A importância desta cidade

deve-se, em grande parte, à

sua história, que recua ao

período Neolítico, tornan-

do-a uma das cidades

romanas mais admiráveis

e, mais tarde, um dos gran-

des centros do Sul do país.

Évora era um lugar fre-

quente de visitas e estadias

dos monarcas, devido ao

património histórico e

artístico que ainda hoje

preserva. É esse conjunto

monumental da cidade

associado ao urbanismo

popular e aos melhores

modelos de qualidade de

vida do país que estão na

base da classificação de

Évora como Património

Cultural da Humanidade,

desde 1986.

Vestígios do passado

As origens de Évora estão

ligadas a um passado lon-

gínquo. As suas ruas, palá-

cios, igrejas e monumentos

contam parte da nossa His-

tória. Évora é testemunha

de diversos estilos e corren-

tes estéticas patentes em

monumentos de várias épo-

cas. Caminhando pelas ruas

antigas, entre casas brancas

com barras coloridas e

varandas de ferro do século

XV, deparamo-nos com a

paisagem arqueológica

megalítica e com a exube-

rância dos palácios, mostei-

ros e igrejas. Possuidora de

uma vasta riqueza histórica,

cultural e religiosa, esta

região tem inúmeros locais

emblemáticos.

O Recinto Megalítico dos

Almendres, cuja data

remonta ao V milénio Antes

de Cristo, constitui o maior

monumento megalítico

desde uma riqueza natural e

patrimonial às unidades de

turismo rural e de enoturismo.

O artesanato, a gastronomia,

os sabores, as tradições, o

povo hospitaleiro, a cultura, a

história e a beleza tornam

Évora numa cidade apaixo-

nante, à espera de ser visita-

da.▪ CLÁUDIA ROCHA e LIANE CARO-

LINA CAMACHO

Onde comer Onde comer

Restaurantes:

A Baiuca

Rua das Fontes, 67

7000-589 Évora

Preço Médio: 10 €

Mr. Pickwick

Rua da Alcárcova de Cima, nº3

7000-842 Évora

Tel: 266 706 999

Preço Médio: 15 €

O Garfo

Rua de Santa Catarina 13/15

7000-516 Évora

Tel: 266 709 256

Preço Médio: 15 €

Onde ficarOnde ficar

Pensão Giraldo

Rua dos Mercadores, 27

7000-530 Évora

Tel: 266 705 833

Preços: 30 - 50 €

Residencial Os Manuéis

Rua do Raimundo nº35

7000-661 Évora

Tel: 266 769 160

Preços: 25 - 60 €

Pensão Residencial Diana

Rua Diogo Cão, nº2

7000-872

Tel: 266 702 008

Preços: 40 - 55 €

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 31

Page 32: VIVER MAIS

“Não me imagino com “Não me imagino com

outra profissão”outra profissão” Rui Oliveira sempre

lutou pelo seu sonho, o

fotojornalismo. Hoje,

trabalha na agência

Global Imagens e já

conquistou muito a

nível profissional, com

apenas 28 anos, embo-

ra só esteja nesta área

há cerca de dois anos.

A vida de Rui Oliveira

“Comecei a tirar

fotos apenas por

tirar, percebi que era

aquilo de que eu gos-

tava”

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Entrevista. Rui Oliveira é um talento em ascensão.

maior. Todos os anos há mui-

ta gente a tentar entrar nesta

área e os jornais não estão a

passar por uma fase propria-

mente boa, há vários jornais a

fechar...

VM: É fácil conciliar a vida

pessoal com a profissional?

RO: Não, é muito difícil gerir

os horários... No meu caso,

não obedeço a qualquer tipo

de horários fixos. Podem pre-

cisar de mim e a qualquer

momento tenho de estar dis-

ponível.

VM: Continuas a investir na

tua formação? De que for-

ma? RO: Sim, desde que acabei o

curso fui fazendo alguns

workshops. O último que fiz

foi na Magnum, a maior agên-

cia de fotojornalismo do mun-

do.

Viver Mais (VM): Quando

começaste a fotografar?

Rui Oliveira (RO): Come-

cei a fotografar na altura em

que estava a tirar um curso

de Gestão. Sentia-me desa-

dequado ao que estava a

fazer e entrei em rotina. Para

fugir um bocado à depressão

de fazer algo de que eu não

gostava, comprei uma

pequena câmara em modo

automático. Comecei a foto-

grafar na rua e fui tirando

fotos perfeitamente banais,

nada de técnico, sem ter

noções nenhumas.

VM: Onde te formaste em

fotografia?

RO: No Instituto Português

da Fotografia. Tinha várias

modalidades e optei por um

curso que me complemen-

tasse, que abrangesse tudo,

ou seja, optei por um curso

de fotojornalismo, de moda,

de fotografia em geral.

Quando conheci várias

áreas, optei pela minha pre-

ferida, o fotojornalismo.

VM: Quando percebeste

que te querias dedicar à

fotografia? RO: Quando comecei a tirar

fotos apenas por tirar, perce-

bi que era aquilo que eu

queria fazer.

VM: Há quanto tempo és

fotojornalista?

RO: Trabalho há dois anos.

Estagiei no jornal Correio da

Manhã e trabalhei lá durante

oito meses. Trabalhei, tam-

bém, numa revista de moda,

de social chamada In People

e, atualmente, estou na Glo-

bal Imagens que abrange

Jornal de Notícias, Diário

de Notícias e Jornal O Jogo.

Colaboro com uma revista

de Música, a Whisper Maga-

zine.

VM: É difícil trabalhar na

tua área?

RO: É bastante difícil, por-

que a exigência é cada vez

como à tarde. Acho que a

única coisa que consigo des-

crever como uma rotina será o

entrar no edifício. Quando

chegamos da rua, passamos

para o computador as fotogra-

fias tiradas. Obedecemos a

algumas normas em relação à

edição de fotografia: não

podemos alterar imagem,

temos de criar uma legenda e

colocamos no sistema.

VM: Já estiveste em situa-

ções arriscadas, de perigo?

RO: Às vezes, há situações

de perigo das quais não esta-

mos à espera. Recordo-me de,

quando trabalhava no Correio

da Manhã, ter ido fazer um

trabalho a Valença, um traba-

lho perfeitamente normal,

acerca do comércio nas mura-

lhas e houve uma apreensão

de material contrafeito...

Quando os comerciantes per-

ceberam que nós estávamos a

fotografar aquele aparato todo

e tentaram agredir-nos. Pega-

ram na câmara do repórter de

vídeo e tentaram mandá-la

para debaixo do muro.

VM: Qual a máquina que

usas?

RO: Diariamente uso uma

Canon 5 D Mark II ou uma

VM: Atualmente, trabalhas

para a Global Imagens, no

Porto.

Como é o teu dia-a-dia?

RO: O meu dia-a-dia não é

Página 32

Page 33: VIVER MAIS

logia tem aproximado o

fotógrafo profissional do

amador?

RO: Em alguns aspectos, sim.

O lado negativo é que pode-se

utilizar para próprio proveito.

Agora criou-se um bocado a

ideia geral de que fotografar é

muito fácil e não tem nada

que saber, mas exige empe-

nho, trabalho, arriscar, estar

em constante evolução, ser

rápido e original… VM: Apesar de seres muito

jovem, o teu trabalho já foi

reconhecido várias vezes.

Que prémios já arrecadas-

te?

RO: Inicialmente, um dos

que mais me marcou foi a

minha seleção para o concur-

so ―Lá e Cá‖, que era uma

parceria de estudantes finalis-

tas de fotografia de Portugal e

do Brasil, ou seja, tínhamos

alguns trabalhos que era

seleccionados para represen-

tar o nosso país no Brasil e

acontecia o mesmo ao contrá-

rio. Era constituído por três

exposições nas cidades de

Lisboa, Rio de Janeiro e Bra-

sília. Recebi o prémio de pra-

ta em Reportagem Ibérica e

fui selecionado para integrar o

workshop mundial da Mag-

num… Também ganhei

alguns concursos de fotogra-

fia.

VM: E projetos para o futu-

ro?

RO: Futuramente, vou tentar

expandir-me um pouco mais.

Sinto-me muito bem na foto-

grafia e é isso que quero, mas

noto que há algumas lacu-

nas… Pretendo fazer um cur-

so para aliar a fotografia ao

vídeo, ou seja, conseguir aliar

as duas coisas. Mas ainda

estou a decidir, ainda não sei

onde o vou tirar…

Canon 1 D Mark III. Em

momentos de maior adrenali-

na, tribunais, apreensões uso

sempre as duas. A 5D Mark II

quando é um trabalho em que

tenha mais calma.

VM: O que é que mais gos-

tas de fotografar?

RO: Sou um bocado viciado

em adrenalina. Gosto muito

de fotografar desde crimes até

acidentes, apreensões poli-

ciais, tudo o que envolva ação

e envolva um certo perigo.

VM: O que faz, na tua opi-

nião, uma boa fotografia?

RO: Tem de estar bem tecni-

camente, tem que ter uma

lógica, fazer com que as pes-

soas percebam o que se quer

transmitir. Além do momento,

que é o que faz a fotografia,

tem-se que conseguir criar um

dinamismo e ser apelativo

àquele momento, conseguir

construir algo ali, através da

técnica e do enquadramento.

VM: Há algum fotógrafo

que consideres um ídolo,

uma inspiração? RO: Inicialmente inspirei-me

em alguns ícones da fotogra-

fia como Robert Capa, Hen-

ri Cartier-Bresson... Em Por-

tugal, também tenho alguns

fotógrafos que acabam por ser

ícones. Em termos de carreira,

gosto muito de Alfredo

Cunha, um exemplo a seguir,

e como inspiração diária são o

Leonel de Castro e o Paulo

Pimenta.

VM: A técnica fotográfica

tem evoluído… Hoje é possí-

vel fazer montagens e alte-

rações na imagem. O que

pensas acerca disso? RO: É um tema muito falado

ultimamente… Tudo o que se

pode fazer no Photoshop, que

as pessoas acham que é mila-

gre, podia fazer-se antigamen-

te no laboratório, quando as

fotos eram tiradas a rolo. A

única diferença é que hoje em

dia qualquer pessoa tem um

computador e pode alterar

uma foto. Em termos de arte,

acho fabuloso, porque conse-

guimos alterar mais facilmen-

te. Em termos de fotojornalis-

mo, acaba por não me abalar

não me diz muito porque não

o utilizo.

VM: Acreditas que a tecno-

À Lupa À Lupa

Nome: Rui Miguel Rocha Oliveira

Aniversário: 2 de Julho

Idade: 28 anos

Hobbies: Fotografar, andar de mota, futsal, ler,

cinema, música, sair com os amigos

Cidade: Porto

Livro: The Europeans

Autor: Henri Cartier-Bresson

Filme: Palermo Shooting

Um desejo: Fazer o que faço por muitos anos e

com o mesmo gosto de quando comecei

Aleixo, em que entrei na torre

mais problemática onde há

muito tráfico de drogas e de

armas. Entrei lá e consegui

fotografar a entrada da polí-

cia. Entrar num cenário

daqueles sem máscara, só

com t-shirt e calças e câmara

na mão, às vezes, não é muito

fácil.

VM: Se não fosses fotojor-

nalista, o que gostavas de

ser? RO: Não me consigo imagi-

nar com outra profissão. ▪

VM: O que é que ainda não

fizeste e gostavas de fazer?

RO: Muita coisa… Neste

momento, sinto-me um apren-

diz. Todos os dias tento

aprender com as pessoas com

quem trabalho. Sinto-me mui-

to pequenino, ainda me falta

fazer muita coisa… Há uma

experiência que me deixa a

pensar várias vezes: se eu

conseguiria ser fotógrafo de

guerra. Gostava de experi-

mentar... Já experimentei

algumas situações arriscadas.

A que mais me marcou foi

uma operação no Bairro do

“Inicialmente inspirei-

me em alguns ícones da

fotografia como Robert

Capa, Henri Cartier-

Bresson Em Portugal

também tenho alguns

fotógrafos que acabam

por ser ícones.”

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Site

http://ruioliveiraphotospot.blogspot.com/

CLÁUDIA ROCHA

Page 34: VIVER MAIS

Terrina de Fiambre

A receita de Hernâni Ermida

Ingredientes

400 g de espinafres

ultracongelados

2 embalagens de fiambre

fatias finíssimas

2 dl de polpa de tomate

1 embalagem de pão de

forma branco

100 g de creme vegetal

para cozinhar

60 g de farinha

1 litro de leite quente

100 g de queijo mozza-

rella ralado

Sal q.b.

Pimenta q.b.

1º - Deixe descongelar os espinafres. Leve ao lume uma frigideira com 20 g do creme vegetal

para cozinhar, deixe-o derreter, junte os espinafres e deixe-os cozinhar até perderem o líquido.

Tempere com sal e desligue o lume. Retire a côdea ao pão.

2 º - Prepare o molho: Leve ao lume um tacho com o resto do creme vegetal para cozinhar, dei-

xe-o derreter, junte a farinha e mexa bem. Depois junte o leite quente em fio, mexendo sempre

até obter um molho cremoso. Tempere com sal e pimenta. Ligue o forno a 200˚C.

3 º - Coloque no fundo de um recipiente de forno uma camada de fatias de pão de forma barra-

das com polpa de tomate, cubra com as fatias de fiambre e espalhe em cima os espinafres. De

seguida cubra com outra camada de fatias de pão de forma barradas com polpa de tomate, cubra

com o molho e polvilhe com o queijo ralado. Leve ao forno durante 20 minutos, retire e sirva.

Modo de preparação

Para 6 pessoas | Grau de dificuldade: Fácil | Tempo: 80 minutos

Prato prin-

cipal por

0,93 € /

pessoa

Hernâni ErmidaHernâni ErmidaHernâni Ermida

Chefe de cozinha

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Página 34

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Page 35: VIVER MAIS

Souflé de kumquat Souflé de kumquat Souflé de kumquat

Ingredientes

200 g de Kumquat

40 g de manteiga

50 gr de farinha

2 dl de leite

4 gemas

4 claras

120 g de açúcar

Para 4 pessoas | Grau de dificuldade: Fácil | Tempo: 60 minutos

Produto Preço Quantidade Valor Real

Kumquat 12,95 € 0,2 kg 2,59 €

Manteiga 5,96 € 0,04 kg 0,24 €

Farinha 0,72 € 0,05 kg 0,04 €

Leite 0,72 € 0,2 kg 0,14 €

Açúcar 0,92 € 0,12 kg 0,11 €

Ovos 0,09 € 4 uni 0,36 €

Total: 3,48 €

1º - Unte taças com manteiga e polvilhe com açúcar

2º- Pré-aquecer forno a 200ºC

3º - Abra os frutos e retire as sementes

4º - Triture (sem retirar casca) e passe a polpa por um coador ou peneiro

5º - Dissolva o açúcar no leite

6º - Derreta a manteiga num tacho, adicione a farinha e mexa bem para que ligue. Junte o leite aos poucos e

mexa bem para que não crie grumos e deixe cozer um pouco. Este preparado deverá ficar bem espesso

7º - Adicione a polpa de kumquat, as gemas e envolva bem

8º - Bata as claras em castelo e envolva cuidadosamente

9º - Encha cada taça com a massa até 2/3 e leve ao forno pré-aquecido a 200º C durante 10/12 minutos

10º - Polvilhe com açúcar em pó e servir ainda quente

C

o

m

p

r

o

v

e!

Sobremesa

por 0,87 € /

pessoa

Pedro LeitePedro LeitePedro Leite

Estudante de cozinha na Escola

de Hotelaria e Turismo de

Coimbra

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

A sobremesa de Pedro Leite

PUB

Modo de Preparação F

oto

: D

ire

ito

s R

ese

rvad

os

Page 36: VIVER MAIS

Poupar mais

Camilo LourençoCamilo LourençoCamilo Lourenço Jornalista de Economia

CL: O melhor é dizer que

não se pode gastar acima

das nossas posses.

VM: Onde cortar nas

despesas da casa? CL: Nas coisas supérfluas:

ineficiência energética,

água, etc. Mas sobretudo

nas despesas que não são

fundamentais para o nosso

dia a dia. Por outro lado,

na conjuntura actual, é

melhor optar pelo arrenda-

mento e não pela compra

de casa.

VM: Quais as medidas a

implementar nas famílias

portuguesas agora que o

FMI está cá? CL: Não gastarem acima

das suas posses

VM: É seguro ter dinhei-

ro nos bancos?

CL: É mais seguro do que

ter o dinheiro em baixo do

colchão.

VM: Dicas para poupar

dinheiro nas acções do

dia-a-dia. CL: São muitas as coisas

que podem ser feitas. Por

exemplo, não comer tantas

vezes fora. Por exemplo

não levar o carro todos os

dias para o trabalho. Por

exemplo usar o carro de

forma moderada nos fins-

de-semana. As compras

nos supermercados devem

ser feitas segundo uma

lista rigorosamente planea-

da.

As compras nos supermer-

cados devem ser feitas

segundo uma lista rigoro-

samente planeada. Não

gastar dinheiro só em coi-

sas de marca; as marcas

brancas (também na roupa

e higiene) são um bom

substituto para as marcas.▪

CLAUDIA ROCHA e LIANE CAROLI-

NA CAMACHO

Viver mais (VM): Como

são os hábitos de pou-

pança dos portugueses?

São um povo poupado

ou gastador?

Camilo Lourenço (CL):

São um povo que já foi

aforrador e que hoje gasta

o que tem... e o que não

tem. Veja o último gráfico

da poupança em Portugal,

divulgado pela Católica,

que está ao nível mais

baixo desde 2001.

VM: Os portugueses

sabem organizar o seu

orçamento?

CL: Não me parece. Caso

contrário não haveria tan-

tas famílias em dificulda-

des por se terem endivida-

do em excesso. 599 mil

famílias deixaram de

pagar os créditos ao con-

sumo…

VM: O que são despesas

desnecessárias?

Cuidados ao reservar hotéis pela net

Truques para poupar

tacto (número de telefone,

e-mail) e identificação do

sítio (entidade proprietária,

morada); clareza do local

(categoria, popularidade,

preço); facilidade de locali-

zação (importante para

quem não conhece bem o

local a visitar); acesso às

condições de utilização do

serviço e às do contrato.

Esse mesmo estudo serviu,

ainda, para verificar que as

páginas na internet de

hotéis nacionais disponibi-

lizam pouca informação ao

consumidor. A Deco acon-

selha, ainda, a comparar

preços antes de fazer qual-

quer reserva. É importante

visitar vários sites de

hotéis antes de tomar uma

decisão, pois há casos em

que as diferenças de pre-

ços são abismais. Procure

informar-se sobre as carac-

terísticas oferecidas pelo

alojamento e compare

valores. Portanto, antes de

traçar o seu destino, pes-

quisar é essencial. ▪

A facilidade do

acesso à

internet faz

com que mui-

tos portugueses utilizem

este meio para planear e

reservar as suas férias.

Recentemente, a Deco fez

um estudo acerca da reser-

va de hotéis pela internet.

A conclusão obtida foi a

seguinte: é necessário

pesquisar muito bem e ter

em atenção vários critérios

antes de agir. Tenha em

conta: a facilidade de con-

Página 36

Fo

nte

: P

úb

lico

Foto Direitos Reservados

Foto Direitos Reservados

Page 37: VIVER MAIS

Poupe combustível, proteja o ambiente

Sabia que o seu compor-

tamento na estrada

influencia o consumo e a

emissão de poluentes?

Existem várias ações que

permitem poupar algum

dinheiro e minimizar as

consequências negativas

para o ambiente. Nas

suas deslocações diárias,

o ideal seria deixar o

automóvel em casa, mas

se não pode evitar utilizá

-lo, tome nota de alguns

conselhos e truques que

podem fazer a diferença

no seu orçamento. De

que está à espera para

poupar?

Rotações

Num motor a gasolina, evite

ultrapassar as 3 mil rotações

por minuto e num motor a

gasóleo evite as 2500. Passe

para a mudança seguinte.

Mudança

Nas descidas e travagens,

mantenha uma mudança

engrenada, pois o consumo

será nulo.

Semáforo fechado

Quando se encontrar a alguma

distância, não acelere para

travar em cima. Abrande, para

que possa acelerar de novo

quando abrir.

Peso na bagageira

Retire objetos desnecessários

da bagageira, pois o consu-

mo aumenta 7 por cento por

cada 100 kg a mais.

Conduzir por antecipa-

ção

De forma a evitar trava-

gens repentinas e mano-

bras bruscas, esteja atento

ao veículo que esteja à

Motor desligado

Procure arrancar com suavi-

dade quando fizer paragens

superiores a 1 minuto.

Autoestrada

Se conduzir a uma velocidade

média de 100 km/h, reduzirá

no consumo e aumentará a

segurança.

Ar condicionado

Para poupar o ambiente e

combustível, limite o uso do

ar condicionado. Nas autoes-

tradas poupa entre 15 a 20 por

cento de combustível e na

cidade 30 por cento.

Evitar usar o carro

Se o percurso for curto, prefira

utilizar uma bicicleta ou vá a

pé. Além de não prejudicar o

ambiente, poupa na carteira.

Há pequenas atitudes que fazem a diferença...

PUB

Fo

to:

Clá

ud

ia R

och

a

Fo

to:

Clá

ud

ia R

och

a

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Fo

tos:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Page 38: VIVER MAIS

Isabel AlvesIsabel AlvesIsabel Alves

Professora na Universi-

dade de Trás-os-Montes

e Alto Douro

tem analisar o modo como o

discurso literário definiu a

relação do homem com tudo

aquilo que o rodeia. Conhe-

cendo melhor os sistemas éti-

cos que conduziram o ser

humano a cultivar uma relação

de indiferença e desrespeito,

melhor poderão ser as respos-

tas e mais respeitadoras as

soluções.

Os bons textos ajudam a esta-

belecer uma mais sólida com-

preensão do mundo; atuando

sobre a consciência, uma aná-

lise ecocrítica alerta-nos para a

relação intrínseca entre um

planeta empobrecido do ponto

de vista da biodiversidade e a

pobreza das nossas vidas.

Direcionando o pensamento

para a necessidade de repen-

sarmos e alargarmos as nossas

preocupações éticas, a ecocrí-

tica promove a atenção. Daí o

verso de Llansol como interpe-

lação a cada um de nós: não

precisaremos de estar mais

atentos? ▪

1 Maria Gabriela Llansol. Amigo e

Amiga: Curso de Silêncio de 2004.

Lisboa: Assírio & Alvim, 2005, p.178.

Num tempo em que diferentes

áreas do saber alertam para a

necessidade de se cuidar do

planeta, as Humanidades enten-

deram que não podiam ficar à

margem desta luta.

Assim, na década de noventa

do século vinte, e sobretudo em

universidades americanas, tem

início uma linha crítica – a

ecocrítica - que, adotando um

método interdisciplinar, tem

como objetivo sublinhar a

importância do mundo natural

tal como surge representado em

textos literários. A ecocrítica

tem como interesse principal a

interrelação do indivíduo com

todos os outros seres que cons-

tituem os ecossistemas, expon-

do, paralelamente, a frágil teia

dos equilíbrios naturais. Além

do mais, esta perspetiva crítica

sublinha a necessidade de um

olhar ambientalmente infor-

mado e de uma ética que pro-

mova o respeito pelo ‗outro‘,

sendo que esse ‗outro‘ abran-

ge também o ar, a água, o

solo, os animais e plantas.

Como refere Aldo Leopold,

uma ética da terra implica res-

peito não só pelos homens, mas

pela comunidade considerada

coletivamente: a terra.

Da confluência de saberes em

redor do ambiente, o que se

tem vindo a perceber é que os

problemas ambientais não

podem ser solucionados tendo

em conta apenas uma visão

tecnicista; é necessário revolu-

cionar sensibilidades, compor-

tamentos, leituras. É, por isso,

imperioso dar voz àqueles que

apresentam modelos alternati-

vos de leitura do mundo, quer

isto dizer, que enunciam a

importância de quotidiana-

mente fazermos nascer

momentos de atenção para

com o mundo natural, atitude

que, provavelmente, nos fará

tomar consciência da forma

desastrosa como o homem tem

atuado sobre os ecossistemas e

de como foi perdendo a capa-

cidade de se maravilhar peran-

te manifestações da natureza.

As Humanidades, e aqui

incluímos a História, a Antro-

pologia, a Filosofia, podem

não ter soluções práticas para,

por exemplo, combater as alte-

rações climáticas, mas pos-

suem ferramentas que permi-

Os problemas ambientais

não podem ser

solucionados tendo em conta

apenas uma visão tecnicista

Página 38

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

O

P

I

N

I

Ã

O

Quem precisa que um ramo entre na sua vida?1

Mundo Verde

―forma adequada‖.

Assim, Humberto Rosa rejei-

ta que os parques estejam

―sem capacidade de interven-

ção e sem assegurar que

aqueles troços de território

mantêm uma marca distinti-

va especial e particular‖.

Sobre as relações com os

autarcas e munícipes, o

secretário de Estado do

Ambiente reconhece a exis-

tência de pressões. No entan-

to, nos planos de ordenamen-

to, ―acho que fizemos um

trabalho de vulto e importan-

te, aprovamos 17 planos de

ordenamento, 14 deles em

O secretário de

Estado do

A m b i e n t e ,

H u m b e r t o

Rosa, admitiu à Lusa, que

os parques naturais devem

ter financiamento alterna-

tivo às transferências do

Orçamento de Estado para

fazer face às limitações

financeiras atuais.

Reagindo às críticas dos

ambientalistas e reconhecen-

do que os ―parques naturais

têm carência de recursos‖,

Humberto Rosa defendeu

que ―o país deve ponderar

formas adicionais de finan-

ciamento dos parques natu-

rais que não sejam apenas

transferências do Orçamento

do Estado‖.

―Podemos considerar políti-

cas fiscais ou outras que

mobilizem recursos para a

conservar da natureza, por-

que ela gera mais-valias

económicas e sociais‖,

explicou o governante,

acrescentando que a recente

―reorganização e reestrutu-

ração‖ do Instituto de Con-

servação Nacional e Biodi-

versidade (ICNB) permitiu

―garantir que os parques

naturais são geridos‖ de

áreas protegidas‖.

―Tenho a convicção profun-

da de que os planos de orde-

namento que temos, sem

serem perfeitos, nos servem

melhor do que a sua inexis-

tência e atingem uma conci-

liação muito razoável entre

atividade humana e conser-

vação‖ até porque são uma

solução ―potenciadora de

atividades económicas como

o turismo natureza‖, salien-

tou, concluindo que ―ordenar

e restringir é muitas vezes

potenciar certas formas de

atividade, porventura em

detrimento de outras‖. ▪

Parques Naturais precisam de mais financiamento

Fo

to D

ire

ito

s R

ese

rvad

os

Page 39: VIVER MAIS

Primeiro hotel com energias renováveis

PUB

de lazer‖.

Para Hermínio Loureiro,

presidente da Câmara de Oli-

veira de Azeméis, a explora-

ção do hotel ―integra-se na

componente turística do pro-

jeto de preservação e requali-

ficação das margens do Cai-

ma‖, que se propõe valorizar

40 hectares de terreno em

torno da unidade e transfor-

má-los no Parque Natural

Bento Carqueja. ―São bem

evidentes as preocupações

ambientais do projeto e

vamos ter um rio Caima des-

poluído e atrativo, o que, na

área económica, será poten-

ciador de riqueza para o

município‖, concluiu. Com

uma suite presidencial e qua-

tro alojamentos comunicantes

entre os 30 quartos, o edifício

principal inclui o SPA com

piscina interior e exterior,

biblioteca e uma área de

pequenos-almoços. As res-

tantes refeições são servidas

no HC Restaurante, que, com

um bar e um salão de eventos

para 180 pessoas, presta

homenagem à bicentenária

Hídrica do Caima. Os preços

nesta unidade hoteleira com-

preendem-se entre os 80 e os

180 euros. ▪

O Hotel Rural

Vale do Rio,

em Oliveira de

Azeméis, Avei-

ro, é o primeiro do país a

funcionar inteiramente

com energias renováveis,

recorrendo a uma central

hídrica e uma caldeira de

biomassa.

Rita Alves, diretora desta

unidade hoteleira de quatro

estrelas situada nas margens

do Rio Caima, em Palmaz,

garantiu, à Lusa, que

―podem existir outros hotéis

com preocupações ambien-

tais, mas este é o primeiro

desta dimensão a funcionar

apenas com energia verde –

tem 30 quartos e, recorren-

do a várias soluções técni-

cas, está apto a produzir

mais energia do que aquela

de que precisa‖.Ocupa uma

área de 10 mil metros qua-

drados – além do hotel com

o SPA Four Elements,

inclui também o edifício da

mini hídrica, restaurante,

salão de eventos e uma vas-

ta área arborizada – e o

empreendimento custou seis

milhões de euros, sendo que

20% desse investimento foi

aplicado em recursos ener-

géticos. André Alegria, um

dos gerentes, revelou que a

aposta se materializou numa

caldeira de biomassa alimen-

tada a pellets e estilha, um

―chiller‖ de absorção, uma

hídrica ativada pelo caudal

do rio, painéis solares, tér-

micos e fotovoltaicos e um

motor a óleo vegetal.

―Concorremos à certificação

energética A++, que é a atri-

buída a edifícios que, mais

do que produzir energia, têm

capacidade para vendê-la‖,

explicou.

Rita Alves afiançou ainda de

que ―todo o hotel foi pensa-

do para vender sossego, não

só por esta preocupação

ambiental, empenhada na

preservação da beleza deste

parque, mas também a nível

paisagístico, já que todos os

quartos, sem exceção, têm

vista para o rio‖. A unidade

hoteleira deverá ser

―bastante procurada pela

classe empresarial, porque

se situa numa zona sossega-

da‖, mas a diretora do hotel

aponta como público-alvo o

turista sénior e os grupos

familiares, que apreciarão a

―tranquilidade do local e o

potencial da zona em termos

Fo

to:

Dir

eit

os

Re

serv

ad

os

Pormenores

Localização: em Palmaz,

Oliveira de Azeméis

Área: 10 mil m2

Categoria: hotel de 4

estrelas

Custo: 6 milhões de euros

30 quartos com vista para

o Rio Caima

Preços: de 80 a 180 euros

Energias renováveis atra-

vés de uma Central

Hídrica e de uma Caldei-

ra de Biomassa

Hotel Rural Vale do Rio, o primei-

ro hotel do país a funcionar com

energias renováveis

Page 40: VIVER MAIS

Lâmpadas LED iluminam via pública

A primeira

“aldeia LED”

de Portugal

nasceu, no

passado mês de Abril, em

pleno coração do Parque

Natural da Serra da

Estrela.

A tecnologia LED (Light

Emitting Diode) possibili-

tará uma redução dos con-

sumos energéticos de apro-

ximadamente 70 por cento

na iluminação pública de

Cabeça, no concelho de

Seia. ―A mudança repre-

senta não só uma redução

de custos, mas também

uma mudança nas mentali-

dades, impulsionando a

preocupação com o meio

ambiente por parte das

populações e entidades

públicas‖, disse a autar-

quia, à Lusa.

Esta tecnologia começou

por ser utilizada nos siste-

mas de iluminação, em

2008, e as estimativas

apontam para que em 2020

cerca de 80 por cento da

iluminação pública, na

Europa, seja feita com lâm-

padas LED.

Mas já em 2009, Portugal

tinha inaugurado a primei-

ra autoestrada da Europa

iluminada com tecnologia

LED. O nó de Angeja,

distrito de Aveiro, foi o

primeiro projeto de eficiên-

cia energética na ilumina-

ção pública de autoestradas

da Europa. Mais de 200

luminárias foram instala-

das e estão a evitar a emis-

são de mais de 40 tonela-

das de dióxido de carbono

por ano. Para divulgar e

demonstrar os benefícios

desta tecnologia, a empresa

EnergiaViva está a desen-

volver o ―Projecto Rua

LED‖, que consiste na

execução de um ―projecto

experiência‖, ou seja, uma

rua LED, em diversas

autarquias do País. Por

isso, já estão inscritas na

comunidade LED cerca de

13 entidades, entre empre-

sas e autarquias.

―O projecto tem servido

paralelamente para campa-

nhas de sensibilização,

com os municípios e a

EnergiaViva a revelar o

contributo da Rua LED na

redução de consumo, pou-

pança financeira e redução

de emissão de CO2‖, afir-

mou a empresa EnergiaVi-

va. ▪

Mais Tecnologia

Primeira autoestrada da Europa ilu-

minada a LED

Pormenores

Primeira autoestrada: nó de

Angeja (Aveiro)

Já foram instaladas mais de

200 luminárias, que permi-

tem evitar a emissão de mais

de 40 toneladas de dióxido

de carbono por ano.

tudo, ao último semestre de

2010, numa recolha que

incluiu mais de 100 mil com-

putadores por todo o país.

Sérgio Martinho afirmou que

―os consumidores estão cada

vez mais na mira dos ciber-

criminosos‖, particularmente

através das redes sociais.

O responsável

da Microsoft Portugal reco-

menda aos utilizadores que

não circulem programas de

que não conhecem a origem,

que não descarreguem fichei-

ros que não sejam

―genuínos‖, sejam eles anti-

vírus, filmes ou jogos.

―Antigamente, os computa-

dores ficavam lentos ou não

iniciavam, mas agora o cri-

minoso não quer que o con-

sumidor se aperceba‖ da

infeção, alerta Sérgio Marti-

P ortugal incorpora

o grupo dos cinco

países que melho-

raram, em termos

de segurança informática,

contra infeções de

'software' mal-

intencionado, revelou a

Microsoft no seu décimo

Relatório de Inteligência de

Segurança, que reúne

informação de 600 milhões

de computadores de apro-

ximadamente 117 países.

Apesar de várias oscilações

desde 2009, Portugal termi-

nou o último trimestre de

2010 “com melhoramentos

significativos‖ em relação ao

final do ano transato, passan-

do de 25 ―computadores lim-

pos por mil‖ para 15,6, uma

redução de 37,6 por cento, tal

como avança o relatório.

A empresa utiliza a medida

―computadores limpos por

mil‖ para avaliar a segurança

informática de cada país,

sendo que esta medida

―representa o número de

computadores relatados lim-

pos para cada mil execuções

da Ferramenta de remoção de

'software' mal-intencionado

do Microsoft Windows‖.

O responsável pela área

de Segurança e Estratégia de

Plataformas da Microsoft

Portugal, Sérgio Martinho,

disse à Lusa que ―as coisas

estão no bom caminho‖, mas

salvaguarda que ―não é tem-

po de baixar a guarda‖, uma

vez que Portugal ainda está

―bastante acima‖ da média

mundial.

Os números do relatório da

Microsoft referem-se, sobre-

De acordo com o comunica-

do enviado pela Microsoft,

―a categoria de 'malware' foi

a mais comum registada em

Portugal, ao longo do quarto

trimestre de 2010, tendo o

'software potencialmente

indesejado' afetado cerca de

34,7 por cento de todos os

computadores infetados,

comparativamente aos 27 por

cento registados no terceiro

trimestre‖.

A redução alcançada por

Portugal permite que se junte

ao grupo dos cinco países

que mais apresentaram

melhorias entre o último tri-

mestre de 2009 e o período

correspondente de 2010, no

qual se encontram também

Bahrein, Brasil, China e Rús-

sia. ▪

Combate a software

malicioso melhorou

Fo

to D

ire

ito

s R

ese

rvad

os

Fo

to D

ire

ito

s R

ese

rvad

os

Página 40

Page 41: VIVER MAIS
Page 42: VIVER MAIS

Benvindo — é utilizado como

nome próprio. Exemplo: Chamo-

me Benvindo Correia

Bem-vindo — referente aquele

que é recebido com prazer

Alugar — significa dar ou tomar de aluguer.

Alugam-se bens móveis: barcos, bicicletas,

motas, carros...

Arrendar — refere-se a dar a forma de renda

a. Arrendam-se bens imóveis: casas, escritórios,

lojas...

Português Mal Tratado Concerto — referente à execução de

um trecho musical. Exemplo: Logo há

concerto na cidade.

Conserto — consiste no ato de conser-

tar, na reparação de uma coisa deteriora-

da ou em mau estado. Exemplo: Aqui

faz-se conserto de calçado.

EnvieEnvie--nos os erros que nos os erros que

encontra para o encontra para o

seguinte endereço:seguinte endereço:

[email protected]@gmail.com

Não perca, na próxima quinzena,

a explicação da diferença entre

eminente eminente e iminênciaiminência!

Aderência ou adesãoAderência ou adesãoAderência ou adesão AdesãoAdesão é o acto de aderir.

Exemplo: A adesão do público foi evidente.

AderênciaAderência é uma característica física dos objetos.

Exemplo: Este pneu tem pouca aderência ao piso

Em análise….Em análise….Em análise….

Goluseima — não existe no dicionário de

Língua Portuguesa

Guloseima — é um doce, manjar saboroso.

O mesmo que gulodice.

Página 42

Page 43: VIVER MAIS
Page 44: VIVER MAIS

Localização: Alto Minho

Nº de Habitantes no Município: 91 mil habitantes

Caraterísticas: pouco tráfego, tranquilidade, cidade saudável, praias com bandeira azul

Interesses: Monte de Santa Luzia, Praias, Navio-Hospital Gil Eanes, Museu do ouro e do

traje, artesanato

Francisco Peixoto

21 anos

Estudante

Gosto… do ar, das diversas praias

com muita qualidade, da limpeza que

a cidade apresenta, justificando o

slogan “cidade saudável” e da belís-

sima vista que o Monte de Santa

Luzia oferece, pois é algo que deixa

os Vianenses bastante orgulhosos

Aconselho a mudar… o espírito

empreendedor, a falta de dinamismo

(sobretudo aos fins-de-semana) e a

elevada quantidade de parques de

estacionamento a pagar que afasta

muitas pessoas da cidade.

Gosto… da gastronomia, do ambien-

te, das paisagens, das praias. É uma

cidade com pouco tráfego, saudável e

segura.

Aconselho a mudar… os horários

dos transportes, pois são pouco flexí-

veis, a falta de dinamismo noturno na

cidade e os parques de estacionamen-

to a pagar.

Gosto… dos jardins, da limpeza da

cidade e da Praça da República porque

é uma zona histórica e de convívio.

Aconselho a mudar… o horário dos

transportes públicos, o local do merca-

do pois está mal situado e o funciona-

mento do Centro de Saúde e das

urgências

Benvindo Rocha 49 anos

Empresário

Augusto Moreira 74 anos

Reformado

Fo

to:

Lia

ne

Caro

lin

a C

am

ach

o

A minha cidade...

Viana do Castelo