teoria crítica e escola de frankfurt

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TEORIA CRÍTICA ESCOLA DE FRANKFURT

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Teoria Crítica e Escola de Frankfurt

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Page 1: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

TEORIA CRÍTICAESCOLA DE FRANKFURT

Page 2: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt Histórico

        1923 –  abertura do Instituto de Pesquisa Social, por

Félix Weil, filiado à Universidade de Frankfurt.       

1930 -   Max Horkheimer assume a direcção do Instituto.       

1933 – o Instituto (Escola de Frankfurt) é fechado pelo Estado nazi, que considera suas actividades hostis ao Estado. Os principais membros da Escola emigram para Paris e, posteriormente,  para Nova Iorque.       

1940 -  Nos Estados Unidos, é criado o Institute of Social Research.       

1950 -  O Instituto de Pesquisa Social é reaberto na Alemanha.

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Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt

Principais teóricos

Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Jürgen Habermas.  

Page 4: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt

Obras importantes

Dialética do Iluminismo (1947), Adorno e Horkheimer.

Apresentam reflexões sobre a transformação do progresso cultural no seu contrário, a partir da análise dos fenómenos sociais, típicos da sociedade norte-americana, entre os anos 30 e 40.

Page 5: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt

A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica (1937), Walter Benjamin. Reflete sobre a relação arte e tecnologia na modernidade, a redefinição do conceito de arte e a sua função social.

Page 6: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Eros e Civilização (1955) e O Homem Unidimensional (1964), Herbert Marcuse. Crítica da cultura burguesa, influência  nos  movimentos estudantis  de contestação do establishment (anos 60), na Europa e nos  Estados  Unidos.

Consciência moral e agir comunicativo (1981), Jürgen Habermas. O autor critica a função ideológica da ciência e da técnica nas sociedades modernas. Propõe o redireccionamento da razão instrumental para a emancipação da humanidade através do “agir comunicacional”, que possa orientar as acções dos sujeitos, com base num “sentido comunitário”.

Page 7: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica: propostas gerais

Os frankfurtianos elaboram uma teoria crítica das sociedades contemporâneas, especificamente dos desdobramentos do capitalismo aliado à técnica e aos seus impactos sobre a vida dos indivíduos.

Analisam o sistema da economia de mercado, abordando questões como: desemprego, crises económicas, terrorismo, anti-semitismo, condição global das massas, mercantilização da cultura. 

Page 8: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Propõem temáticas novas através da análise de fenômenos superestruturais e do comportamento coletivo nas sociedades capitalistas industrializadas.

 

Em nome da racionalização, os processos sociais são dominados pela ótica da ciência aliada à técnica, traduzida como racionalidade da dominação da natureza para fins lucrativos.      

Denunciam a separação e oposição do indivíduo em relação à sociedade.

Page 9: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica        Escola de Frankfurt

Criticam a dominação dos indivíduos nos Estados  capitalista e fascista.

Apontam o positivismo como estratégia de manutenção e reprodução do status quo.

Defendem a atividade reflexiva como solução da reorganização  racional da sociedade, embora não apresentem soluções práticas para os impasses engendrados pelo capitalismo aliado à industrialização.

Page 10: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica -Escola de Frankfurt

As teses postuladas pelos frankfurtianos enfatizam o papel central

que a ideologia desempenha em formas de comunicação nas sociedades

urbanas modernas. E apontam os media como agentes da barbárie

cultural, veículos propagadores da ideologia das classes dominantes,

imposta às classes subalternas pela persuasão ou manipulação.

Entendem as pesquisas sectoriais e os media como instrumentos

de manutenção do sistema, através da reprodução de modelos e valores

sociais.   

Page 11: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt Indústria Cultural

Expressão utilizada por Adorno e Horkheimer na Dialética do Iluminismo (1947) no capítulo, “A Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação das Massas”, em substituição do termo “cultura de massas”, para designar a produção e difusão de bens simbólicos em escala industrial.

Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural, como subsistema da sociedade capitalista, reproduz a sua ideologia e estrutura.

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Teoria Crítica        

                Escola de Frankfurt

A Indústria Cultural configura produtos veiculados pelos mass media. Portanto, não designa peças culturais provindas da elite nem da população menos favorecida.

As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na constatação de que a sociedade industrial não realizou as promessas do iluminismo humanista.

O desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.

Page 13: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica     Escola de Frankfurt Ao invés de libertar o Homem, o progresso da

técnica acabou por o escravizar, alienando-o.

A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da cultura popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O resultado, a indústria cultural, não conduz à experiência libertadora da fruição estética.

O princípio da reprodução deformaria a obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de livros a filmes, que são adocicadas para se tornar mais apetecíveis ao consumo.

Page 14: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica- Escola de Frankfurt

Para os frankfurtianos, os produtos da Indústria Cultural teriam 3 funções:

(1) Ser comercializados;

(2) Promover a deturpação e a degradação do gosto popular;

(3) Obter uma atitude passiva dos consumidores.

Page 15: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica                  Escola de Frankfurt

Críticas à Indústria Cultural ”Aquilo que a indústria cultural oferece de

continuamente novo não é mais do que a representação, sob formas sempre diferentes, de algo que é sempre igual” (Adorno, 1967, 8).

O sistema condiciona o tipo, a qualidade e a função do consumo na sociedade.

A indústria cultural provoca a homogeneização dos padrões de gosto.

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Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt O indivíduo deixa de decidir autonomamente. O

conflito soluciona-se com a adesão acrítica de valores impostos.

À medida que a indústria cultural se consolida, mais adquire poder sobre as necessidades do consumidor, guiando-o e disciplinando-o. “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural queria fazer crer, não é o sujeito, mas o seu objecto” (Adorno, 1967: 6).

A individualidade é substituída pela pseudo-individualidade. A ubiquidade, a repetitividade e a estandardização da indústria cultural  fazem da moderna cultura de massa um meio de controlo inaudito.

 

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Teoria Crítica Escola de Frankfurt

“O espectador não deve agir pela sua própria cabeça: o produto prescreve todas as reacções: não pelo seu contexto objectivo que desaparece mal se volta para a faculdade de pensar – mas através de sinais. Qualquer conexão lógica que exija perspicácia intelectual, é escrupulosamente evitada” (Horkheimer; Adorno, 1947: 148).

Page 18: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica - Escola de Frankfurt

“A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais” Adorno apud Wolf (1994: 77).

Os produtos da indústria cultural paralisam a imaginação e a espontaneidade, impedindo a atividade mental do indivíduo.

A indústria cultural reflete o modelo do mecanismo econômico, que domina o tempo de trabalho e de lazer.

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Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt A estrutura multiestratificada das mensagens

reflecte a estratégia de manipulação da indústria cultural.

A recepção das mensagens dos media escapam ao controlo da consciência. O espectador absorve ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.

Uma das estratégias de dominação da indústria cultural é a estereotipização, modelos simplificados indispensáveis para organizar e antecipar as experiências humanas.

Page 20: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica   Escola de Frankfurt

A divisão dos produtos em géneros conduz ao desenvolvimento de formas fixas e  impõe modelos estabelecidos de expectativas.

Os sujeitos encontram-se privados da verdadeira compreensão da realidade e da experiência de vida pelo uso constante de óculos esfumaçados, oferecidos pelo sistema através da indústria cultural.

Page 21: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Teoria Crítica                                  Escola de Frankfurt

“O espectador olha (...) Tudo se desenrola diante dos seus olhos, mas ele não pode tocar, aderir corporalmente àquilo que contempla. Em compensação, o olho do espectador está em toda a parte (...) sempre vê tudo em plano aproximado (...) mesmo o que está mais próximo está infinitamente distante da imagem, sempre presente, é verdade, nunca materializada. Ele participa do espectáculo, mas a sua participação é sempre pelo intermédio do corifeu, mediador, jornalista, locutor, fotógrafo, cameraman, herói imaginário” (Edgar Morin, Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo, p. 74).

Page 22: teoria Crítica e Escola de Frankfurt

Cultura de massa

Segundo Eclea Bosi a cultura de massa não passa, na verdade, de um oceano de imposições ditadas pelos meios de comunicação, muitas vezes identicamente destinadas às mais diferentes regiões e povos. Não é por outro motivo que as massas, sejam da América, Europa ou Ásia, apreciam e produzem a mesma arte, vestem as mesmas roupas, gostam das mesmas comidas. Não é por razão diversa que os estilos, as maneiras, as tradições, enfim, a cultura peculiar de cada povo vem dando lugar, em larga medida, a uma triste vitrine universal (BOSI, 2000: 102).

BOSI, Eclea (2000), Cultura de massa e cultura popular. Rio de Janeiro: Vozes.

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CULTURA DE MASSA

Para Orlando Fideli, cultura de massa, nos nossos dias, é um conceito amplo, que abrange por muitas vezes toda e qualquer manifestação de actividades ditas populares. Assim sendo, do carnaval ao rock, dos jeans à coca-cola, das novelas de televisão às revistas em quadrinhos, tudo hoje, pode ser inserido no cómodo e amplo conceito de cultura de massa (FIDELI, 2008: 1).

FEDELI, Orlando (2008), Cultura Popular e Cultura de Elite, cultura de massa. São Paulo: Associação Cultural Montfort.