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TEORIA CRÍTICA Paulo Sérgio de M. Bastos

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TEORIA CRÍTICA

Paulo Sérgio de M. Bastos

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DINÂMICA DO CONHECIMENTO

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O QUE É• Trata-se de uma forma de Teoria que remonta a

Karl Marx, Hegel e Schopenhauer, dentre outros inúmeros e representativos pensadores e que pretende se atualizar constantemente conforme o momento histórico;

• Se caracteriza pelo interesse por uma sociedade racional, que faça justiça a todos seus membros;

• Considera o comportamento crítico em relação à sociedade e à cultura contemporâneas, na medida em que não exploram os potenciais disponíveis para criar um estado de emancipação humana.

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PRECEDENTES• Também conhecida pela expressão “Escola de

Frankfurt”, todavia baseava-se no “Instituto de Pesquisa Social”;

• O Instituto para Pesquisa Social (Institut für Sozialforschung) foi fundado por Felix Weil em 3 de fevereiro de 1923 com o suporte de professores universitários e apoio financeiro de seu pai.

• Consistia em um anexo da Universidade de Frankfurt e seu primeiro presidente foi Carl Grüenberg

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EXPOENTES1. Max Horkheimer2. Theodor W. Adorno

3. Erich Fromm

4. Walter Benjamin

5. Friedrich Pollock

6. Leo Löwenthal

7. Herbert Marcuse

8. Franz L. Neumann

9. Otto Kirchheimer

10. Jürgen Habermas

11. Axel Honneth

• 1

• 2 • 3 • 4

• 5

• 6

• 7

• 8• 9• 10• 11

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HISTÓRICO• A tradição filosófica agora referida como "Escola de Frankfurt" é

particularmente associada a Max Horkheimer (filósofo, sociólogo e psicólogo social), que se tornou diretor do instituto em 1930;

• Horkheimer recrutou muitos dos mais talentosos teóricos da escola, incluindo:

• Theodor Adorno (filósofo, sociólogo, musicólogo), • Erich Fromm (psicanalista), • Herbert Marcuse (filósofo), • Walter Benjamin (ensaísta e crítico literário).• Entretanto, o título dessa "escola" pode ser frequentemente mal

compreendido, já que os membros do instituto nem sempre formaram uma série de projetos complementares ou relacionados.

• Estudiosos têm limitado a sua visão da Escola de Frankfurt a Horkheimer, Adorno, Marcuse, Lowenthal e Pollock

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MAX HORKHEIMER• Stuttgart 14 de fevereiro de 1895   Nuremberg, 7 de julho de 1973, foi

filósofo e sociólogo.

• Como grande parte dos intelectuais da Escola de Frankfurt, era judeu de origem, filho de um industrial - Moses Horkheimer -, e estava destinado a dar continuidade aos negócios paternos.

• Por intermédio de seu amigo Friedrich Pollock, Horkheimer associou-se em 1923 à criação do Instituto para Pesquisa Social, do qual foi diretor, em 1931 sucedendo o historiador austríaco Carl Grünberg já citado.

• Teve como importante fonte de inspiração o filósofo alemão Schopenhauer.

• Aproximou-se "obliquamente" do marxismo no final dos anos 1930, mas segundo testemunhos da época raramente citava Marx.

• Com a emergência do nazismo, Horkheimer se aproxima de fato de uma perspectiva crítica e revolucionária que o fará escrever, já diretor do Instituto para Pesquisas Sociais, o ensaio-manifesto, Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937).

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PRINCIPAIS OBRAS DE HORKHEIMER• Materialismo e Moral - neste trecho do ensaio de 1933,

Horkheimer, fala da necessidade de reunificar ética e política, sentimentos morais e transformação social.

• Teoria Tradicional e Teoria Crítica - neste texto, de 1937, Horkheimer mostra a indivisão entre a teoria conceitual e práxis social. A teoria Crítica reunifica razão pensamento dualista que separa sujeito e objeto de conhecimento.

• Eclipse da Razão - Neste livro de 1947 Horkheimer faz um diagnóstico da forma de pensar ocidental e suas limitações em face da barbárie da segunda guerra. Aqui aparece de forma filosófica pela primeira vez, a crítica da razão instrumental que o tornou um filósofo conhecido.

• Teoria Crítica Ontem e Hoje - Horkheimer apresenta nesse texto de 1970 as características de sua Teoria Crítica: filosofia e religião, teologia e revolução devem ser coadjuvantes.

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HORKHEIMER• Suas formulações, sobretudo aquelas acerca da razão

Instrumental, junto com as teorias de Theodor Adorno e Herbert Marcuse, compõem o núcleo fundamental daquilo que se conhece como Escola de Frankfurt.

• Horkheimer delineia seus traços principais, tomando como ponto de partida o marxismo e opondo-se àquilo que ele designa pela expressão "teoria tradicional“

• Na teoria tradicional Horkheimer entende uma certa concepção de ciência resultante do longo processo de desenvolvimento que remonta ao Discurso do Método de Descartes(1596-1650).

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HORKHEIMER• Segundo Horkheimer, Descartes fundamentou o ideal

de ciência como sistema dedutivo, no qual todas as proposições referentes a determinado campo deveriam ser ligadas de tal modo que a maior parte delas pudesse ser derivada de algumas poucas.

• Estas formariam os princípios gerais que tornariam mais completa a teoria, quanto menor fosse seu número.

• A exigência fundamental dos sistemas teóricos construídos dessa maneira seria a de que todos os elementos assim ligados o fossem de modo direto e não contraditório, transformando-se em puro sistema matemático de signos.

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HORKHEIMER• Por outro lado, a teoria tradicional encontrou amplas

justificativas para um tal tipo de ciência no fato de que os sistemas assim construídos são extremamente aptos à utilização operativa.

• Horkheimer admite a legitimidade e a validez de tal concepção, reconhecendo o quanto ela contribuiu para o controle técnico da natureza, transformando-se, como diz Marx, em "força produtiva imediata". Mas o reverso da moeda é negativo.

• Para Horkheimer, o trabalho do especialista, dentro dos moldes da teoria tradicional, realiza-se desvinculado dos demais, permanecendo alheio à conexão global dos setores da produção.

• Nasce assim a aparência ideológica de uma autonomia dos processos de trabalho, cuja direção deve ser deduzida da natureza interna de seu objeto.

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HORKHEIMER• O pensamento cientificista contenta-se com a organização da

experiência, a qual se dá sobre a base de determinadas atuações sociais, mas o que estas significam para o todo social não entra nas categorias da "teoria tradicional".

• Em outros termos, a teoria tradicional não se ocupa da gênese social dos problemas, das situações reais nas quais a ciência é usada e dos escopos para os quais é usada.

• Chega-se, assim, ao paradoxo de que a ciência tradicional, exatamente porque pretende o maior rigor para que seus resultados possam alcançar a maior aplicabilidade prática, acaba por se tornar mais abstrata, muito mais estranha à realidade (enquanto conexão mediatizada da práxis global de uma época) do que a teoria crítica.

• A Teoria Crítica por sua vez, dando relevância social à ciência, não conclui que o conhecimento deva ser pragmático; ao contrário, favorece a reflexão autônoma, segundo a qual a verificação prática de uma ideia e sua verdade não são coisas idênticas.

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HORKHEIMER• A teoria crítica ultrapassa, assim, o subjetivismo e o realismo da concepção

positivista, expressão mais acabada da teoria tradicional. • O subjetivismo, segundo Horkheimer, apresenta-se nitidamente quando os

positivistas conferem preponderância explícita ao método, desprezando os dados em favor de uma estrutura anterior que os enquadraria.

• Por outro lado, mesmo quando os positivistas atribuem maior peso aos dados, esses acabam sendo selecionados pela metodologia utilizada. E esta atribui maior relevo a determinados aspectos dos dados, em detrimento de outros.

• A teoria crítica, ao contrário, pretende ultrapassar tal subjetivismo, visando a descobrir o conteúdo cognoscitivo da práxis histórica.

• Os fatos sensíveis, por exemplo, vistos pelos positivistas como possuidores de um valor irredutível, são, para Horkheimer, pré-formados socialmente de dois modos: • pelo caráter histórico de objeto percebido; e • pelo caráter histórico do órgão que percebe.

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HORKHEIMER• Outros elementos de crítica ao positivismo, sobretudo os aspectos

políticos nele envolvidos, encontram-se em uma conferência de Horkheimer, em 1951, com o título Sobre o Conceito de Razão.

• Nessa conferência, ele afirma que o positivismo caracteriza-se por conceber um tipo de razão subjetiva, formal e instrumental, cujo único critério de verdade é seu valor operativo, ou seja, seu papel na dominação do homem e da natureza.

• Desse ponto de vista, os conceitos não mais expressam, como tais, qualidades das coisas, mas servem apenas para a organização de um material do saber para aqueles que podem dispor habitualmente dele;

• assim, os conceitos são considerados como meras abreviaturas de muitas coisas singulares, como ficções destinadas a melhor sujeitá-las; já não são subjugados mediante um duro trabalho concreto, teórico e político, mas exemplificados abstrata e sumariamente, através daquilo que se poderia chamar um decreto filosófico.

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HORKHEIMER• Dentro dessas coordenadas, a razão desembaraça-se da

reflexão sobre os fins e torna-se incapaz de dizer que um sistema político ou econômico é irracional. Por cruel e despótico que ele possa ser, contanto que funcione, a razão positivista o aceita e não deixa ao homem outra escolha a não ser a resignação.

• A teoria justa, ao contrário, "nasce da consideração dos homens de tempos em tempos, vivendo sob condições determinadas e que conservam sua própria vida com a ajuda dos instrumentos de trabalho".

• Ao considerar que a existência social age como determinante da consciência, a teoria crítica não está anunciando sua visão do mundo, mas diagnosticando uma situação que deveria ser superada.

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HORKHEIMER• A teoria crítica de Horkheimer pretende que os homens

protestem contra a aceitação resignada da ordem total totalitária. • A "razão polêmica" de Horkheimer, ao se opor à razão

instrumental e subjetiva dos positivistas, não evidencia somente uma divergência de ordem teórica.

• Ao tentar superar a razão formal positivista, Horkheimer não visa suprimir a discórdia entre razão subjetiva e objetiva através de um processo puramente teórico.

• Essa dissociação somente desaparecerá quando as relações entre os seres humanos, e destes com a natureza, vierem á configurar-se de maneira diversa da que se instaura na dominação.

• A união das duas razões exige o trabalho da totalidade social, ou seja, a práxis histórica.

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HORKHEIMER• Horkheimer propôs a questão sobre o nexo entre

vida econômica da sociedade, a evolução psíquica dos indivíduos e as transformações nos diversos âmbitos da cultura, os quais não incluem apenas os conteúdos da ciência, da arte, da religião, mas também o direito, os costumes, as modas, a opinião pública, práticas esportivas, modos de divertimento, estilos de vida e muitos outros.

• Para o pensador, a vida econômica e a vida psíquica condicionam-se reciprocamente e só nessa relação é possível penetrar mecanismos de repressão e entrever potenciais de emancipação.

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HORKHEIMER• Horkheimer em sua obra Eclipse da Razão, antecipando

Riesman em The Lonely Crowd, descreve o homem moderno como um “ego contraído, prisioneiro de um presente efêmero, esquecendo-se de usar as funções intelectuais pelas quais foi capaz, um dia, de transcender sua efetiva posição na realidade” (HORKHEIMER, 1947, p. 22 apud RAMOS, G. 1989, P 11)

• A ideia de racionalidade, Horkheimer resgata o conceito de razão instrumental, onde a relação entre os meios e os fins, só diz respeito aos meios, onde o trabalho é uma forma de dominar a natureza, o que pressupõe uma relação de dominação entre os homens, e entre o indivíduo e sua natureza subjetiva, seus instintos e desejos.

• Para esse domínio e essa autorepressão, são necessários cálculos de meios e fins.

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HORKHEIMER• O processo de esclarecimento em todos os âmbitos da

vida cultural e social, que levou à derrocada da razão objetiva, teve por fim um resultado paradoxal. Ele reverte em novas mitologias, em superstições e paranoias.

• Como os fins não podem mais ser determinados pela razão subjetiva e instrumental, todos os sistemas políticos e sociais, costumes, valores e instituições não podem ser considerados racionalmente.

• Eles valem por si, pelo mero fato de existirem, como forças incontroláveis e “naturais” às quais todos deem se adaptar.

• O mundo cultural e social é de certo modo, reificado como mitologias primitivas.

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HORKHEIMER• A razão instrumental emburrece porque a

inteligência humana não pode se desenvolver simplesmente segundo raciocínios de cálculo.

• Ao tornar-se um mero mecanismo de registrar e calcular fatos e coisas, a inteligência humana perde sua espontaneidade, sua capacidade de novas percepções de realidade e por fim, sua produtividade.

• A razão subjetiva perde sua subjetividade, torna-se um mecanismo quase automático de adaptação do indivíduo aso sistemas sociais inquestionáveis que se reproduzem por sua vez, através dessa adaptação.

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HORKHEIMER• A indústria cultural trata de reduzir a

espontaneidade e a criatividade individual, adequando cada um aos padrões normalizados de conduta.

• Quanto mais imponente se sente o indivíduo médio, mais ele vê na submissão e naquela adaptação mimética imediata o único comportamento que lhe pode garantir a sobrevivência.

• Seu conformismo extremado é característica de uma adaptação automática que se tornou princípio de autoconservação, mas Horkheimer questiona o quê realmente é conservado ?

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BIBLIOGRAFIA• ADORNO, Theodor. Sociologia. São Paulo: Ática, 1986. Coleção Grandes Cientistas Sociais.

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