teoria crítica

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Teoria CríTiCa Luzes e sombras do iluminismo Edvanderson Santos – [email protected] José Alexandre - [email protected] Viviane Koga - [email protected] Gracieli [email protected] Lucimara Glab - [email protected] Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG 2011

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Slides produzidos para a disciplina Teoria educacional do programa de pós graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa -UEPG.

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Page 1: Teoria crítica

Teoria CríTiCaLuzes e sombras do iluminismo

Edvanderson Santos – [email protected]

José Alexandre - [email protected]

Viviane Koga - [email protected]

Gracieli [email protected]

Lucimara Glab - [email protected]

Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG2011

Page 2: Teoria crítica

Podemos ser contra ou a favor da teoria crítica, mas especialmente na atual conjuntura histórica, não podemos passar sem ela.

Page 3: Teoria crítica

No inicio: diálogo com a tradição alemã e o pensamento filosófico e social;

É uma expressão da crise teórica e política do sec. XX; Teve como pano de fundo: 1ª Guerra Mundial; Depressão econômica e desemprego na Alemanha pós-

guerra; República de Weimar; Nazismo; Estalinismo;

Page 4: Teoria crítica

Teoria critica é um termo muito evocado e freqüentemente mal interpretado;

Page 5: Teoria crítica

TRADIÇÃO TEÓRICA

Desenvolvida pela escola de Frankfurt; Caracteriza-se como uma reflexão critica da

economia, sociedade e cultura; Os militantes foram alvo de perseguição política-

pensamento vinculado a esquerda alemã;

Page 6: Teoria crítica
Page 7: Teoria crítica
Page 8: Teoria crítica

NÚCLEO FUNDADOR DA ESCOLA DE FRANKFURT (1923)

Page 9: Teoria crítica

PRIMEIROS TEÓRICOS

Desafiaram a ortodoxia marxista; Aprofundaram a crença de que a injustiça e a

subjunção influenciam o mundo vivido; Concentraram a sua atenção na inconstância do

capitalismo; Analisaram as formas mutantes de dominação.

Page 10: Teoria crítica

Uma década após o estabelecimento da Escola de Frankfurt os nazistas assumiram o controle da Alemanha;

Hokheimer, Adorno e Marcuse abandonam a Alemanha;

Page 11: Teoria crítica

Estabeleceram-se na Califórnia onde ficaram chocados com a cultura americana.

Desafiados a responder a crença de que sua pesquisa era capaz de descrever e analisar com precisão qualquer dimensão do comportamento humano;

Page 12: Teoria crítica

Em 1953 Hokheimer e Adorno voltaram e Alemanha;

Page 14: Teoria crítica

Nasceu em 1903 em Frankfurt, cidade em que fez seus primeiros estudos e graduou-se em filosofia;

Em Viena estudou composição musical com Alban Berge (revolução musical do sec. XX);

1932 escreveu A situação Social da Música;1933 foi obrigado a refugiar-se na Inglaterra,

onde lecionou em Oxford, até 1937;Mudou-se para os EUA, onde juntamente com

Hokheimer escreveu a Dialética do Iluminismo (1947);

1950 retornou à terra natal onde reorganizou o Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt.

Page 15: Teoria crítica

OBRAS

Sobre o Jazz (1936) Sobre o caráter fetichista da Música e a regressão

da audição (1938) Fragmentos sobre Wagner (1939) Sobre Música Popular (1940-1941) A personalidade autoritária (1950) Para a Metacrítica da teoria do conhecimento

Page 17: Teoria crítica

Nasceu em Stuttgart em 1895;1930 tornou-se professor em Frankfurt onde

permaneceu até 1934;1934 teve de refugiar-se no EUA onde lecionou

na Universidade de Columbia até 1949, ano em que pode retornar a Frankfurt e reorganizar o Instituto de Pesquisas Sociais juntamente com Adorno;

A maior parte dos seus escritos encontra-se na Revista de Pesquisa Social;

Page 18: Teoria crítica

OBRAS

Inícios da Filosofia Burguesa (1930);Um novo conceito de Ideologia (1930);Materialismo e Metafísica (1930);Materialismo e Moral (1933);Sobre a Polêmica do Racionalismo na

Filosofia Atual (1934);O problema da verdade (1935);O último ataque à Metafísica (1937);Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937)

Page 19: Teoria crítica

HABERMAS (1929-)

Page 20: Teoria crítica

Considerado um herdeiro direto da escola de Frankfurt;

Nasceu em 1929, em Gummersbach;Em 1954 licenciou-se com um trabalho sobre

Schelling- O Absoluto e a História;De 1956 a 1959 colaborou com o Instituto de

Pesquisa Social de Frankfurt;Em 1968 transferiu-se para Nova York, onde

lecionou na Nova York Scholl for Social Research.

Page 21: Teoria crítica

OBRAS Entre a filosofia e a ciência- O marxismo como crítica

(1960); Reflexões Sobre o Conceito de Participação Pública – O

estudante e a Política (1961); Evolução estrutural da vida Pública (1962); Teoria e Práxis (1963); Lógica das Ciências Sociais (1967); Técnica e Ciência como Ideologia (1968); Conhecimento e Interesse (1968).

Page 22: Teoria crítica
Page 23: Teoria crítica

No sentido mais geral do pensamento progressivo, o iluminismo sempre teve como objetivo libertar os homens do medo, e o estabelecimento de sua soberania. No entanto, uma Terra completamente iluminada irradia um triunfante desastre. (Adorno & Horkheimer)

Page 24: Teoria crítica

Necessidade reinterpretação do mundo...

Enigma da servidão voluntária:

Page 25: Teoria crítica

“Posto que a filosofia não conseguiu transformar o mundo, cabe continuar a interpretá-lo... “ (ADORNO)

Page 26: Teoria crítica

Insuficiência análises

econômicas.

Complexidade

humana..

Mudança foco das

pesquisas do instituto...

Aspectos sombrios da

razão iluminista.

Page 27: Teoria crítica

Diálogo com o pensamento

filosófico social alemão.

Ao melhor estilo dialético

confrontaram várias teorias

e dialogaram entre elas...

Produziram várias antíteses,

sínteses e antíteses...

Teoria autocrítica por

definição.

Page 28: Teoria crítica

SHOPENHAUER

“Do conhecimento científico da humanidade decorre a

Cristianismo

Page 29: Teoria crítica

HISTÓRIA COMO RUPTURA

“Há progressos, e também, as vítimas do progresso”. (Marcuse).

Page 30: Teoria crítica

NIETZSCHEGenealogia da razão.

“O conhecimento é uma invenção e não

está de maneira alguma inscrito na natureza

humana”.

“Há impulsos que se encontram na raiz do

conhecimento: Riso, deploração e ódio.

“No conhecimento a uma relação de

distância e dominação ou temor diante de

coisas que são ameaçadoras e

desconhecidas”.

Page 31: Teoria crítica

WEBER

Mundo desencantado

Ciência e mito.

Ruptura homem x natureza.

“O mundo racional é despojado de seus aspectos místicos, sagrados e proféticos; o real torna-se mecânico, repetitivo, causual. O mundo desencantado deixa um imenso vazio na alma” (WEBER).

Page 32: Teoria crítica

CIÊNCIA E MITO

Arrogância da ciência...

Page 33: Teoria crítica
Page 34: Teoria crítica
Page 35: Teoria crítica

SIGMUND FREUD

> Estudo indivíduo...

Subjetividade.

Buscam elementos

de crítica a cultura.

“A sociedade é um

inferno”. “A essência da justiça é o desejo de negar aos outros aquilo a que tivemos de renunciar, uma recompensa pela renúncia forçada a esses mesmos privilégios. Assim, cada um de nós é um inimigo potencial da civilização”.

Page 36: Teoria crítica

HEGEL

“coisas são e não ao mesmo tempo...”

racionalização da violência.

Críticas as categorias universais. Metafísico.

Page 37: Teoria crítica

“A filosofia hegeliana não passa de uma racionalização do sofrimento, uma justificativa da violência na história”. (Horkheimer)

Não passa de “pura fé”. Filosofia a verdade hegeliana não é seu ponto de partida, mas o momento terminal que é alcançado depois de um longo trabalho realizado pelo pensamento.

Page 38: Teoria crítica

MARX

Critica economia política fundou discurso critico.

O potencial dos conceitos históricos sociais.

Subjetividade, totalidade, fetichização das mercadorias, reificação do mundo do trabalho, etc.

Porém, mas, entretanto, todavia,,,

“Porem, teoria critica pega espírito da obra de Marx e não sua letra.” (GIROUX).

Page 39: Teoria crítica

CRÍTICAS...- - racionalismo iluminista e progressista presente na

obra de Marx.

- “Marx usou razão em um espírito critico, mas era um conceito limitado de razão.” (GIROUX).

- Legitima e naturaliza a violência na história. É Também metafísico como hegelianismo.

- Principal crítica: totalidade histórica.

- - Marxismo propõem demais do que age. Marxismo foi apropriado muito cegamente.

Page 40: Teoria crítica

- Teoria crítica não quer ser teoria profética, e sim analisar o presente para construir o futuro, e não ficar presa a universais históricos.

- Marx ao mesmo tempo que trouxe o sujeito, o matou ao introduzir conceito universal de “classe”.

Page 41: Teoria crítica

KANT

- Noção de sujeito em Kant

-O individuo contra o totalitarismo. Contra universalismo e autoritarismo

-Pensamento livre desobediente (ADORNO).

-Razão comunicativa – Habermas.

Page 42: Teoria crítica

“Teóricos críticos não sacrificam o sujeito a nenhum universal, seja a pátria, nação, estado, classe.”

Busca individuo autônomo.

A noção de individuo substitui a de classe como protagonista da história.

Page 43: Teoria crítica

A emancipação não é possível em termos gerais. Só há emancipação na medida em que é no indivíduo que se concentra o conflito entre autonomia da razão e as forças obscuras e inconscientes que invadem essa mesma razão.

“Ninguém liberta ninguém, os homens se libertam em comunhão”. (Paulo Freire).

Liberdade individual se une liberdade social.

Page 44: Teoria crítica

GEORG LUKÁCS

“’E necessário refilosofar o marxismo”.

Marxismo estava interpretando a história a partir de uma concepção de ciência naturalista, tornando a história homóloga à natureza bruta, com suas forças mecânicas.

Page 45: Teoria crítica

ROSA LUXEMBURGO E KORSCH

Page 46: Teoria crítica

A FETICHIZAÇÃO DA DIALÉTICA

“O método dialético de interpretação da história não é o estabelecimento prévio de um caminho a ser seguido, mas uma orientação nas possibilidades de que cada época é portadora”. (Horkheimer)

Page 47: Teoria crítica

Filosofia positiva versus filosofia negativa.

“pensamento dialético não é totalmente negativo”.

Essência e aparência. Teoria tradicional e teoria crítica.

Page 48: Teoria crítica

TEORIA CRÍTICA...

Proposição de uma nova teoria social que está em constante reconstrução. Negativa, verdadeiramente dialética.

Page 49: Teoria crítica

TEORIA TRADICIONAL E POSITIVISMO

Tradições filosóficas que tem em comum: Formas investigação baseadas nas ciências naturais; observação através dos sentidos, quantificação e crença na linearidade do progresso.

Filosofia positivista... Harmonia social.

Page 50: Teoria crítica

TEORIA CRÍTICA: ALGUNS POSTULADOS

Ciência social impregnada de valores. Relações entre sociedade, o específico e o universal. Quais suas limitações? Que valores carrega? “Uma

grande verdade quer ser criticada, e não idolatrada”. (Nietzsche).

Rejeita mera facticidade das coisas.

Page 51: Teoria crítica

“Uma teoria nunca tem como objetivo simplesmente um aumento do conhecimento como tal. Seu objetivo é a emancipação humana da escravidão”. (Horkheimer)

Relação teoria e empiria. Teoria não pode ser subalterna da prática.

Page 52: Teoria crítica

Valor da teoria está em ela estabelecer possibilidades de pensamente reflexivo e desmascarar dominações ocultas para conduzir práticas transformadoras. Elemento essencial da teoria são os seres humanos que a utilizam para dar significado a suas vidas e não a estrutura para qual se destina.

Page 53: Teoria crítica

ECLIPSE DA RAZÃO

“A razão ocidental configurou-se como razão da dominação, de controle da razão exterior e interior, de renúncia e asceticismo.” (Horkheimer)

Page 54: Teoria crítica

Razão dominadora e controladora...

Não conseguiremos dominar e controlar a natureza, muito menos a história e o individuo.

Page 55: Teoria crítica

NOVA RAZÃO HUMANA, NOVA RELAÇÃO NATUREZA

Nova cosmovisão... “Antes de dominar a natureza, devemos aprender

a dominar a si próprios”. Re – encantar o mundo.

Page 56: Teoria crítica

RAZÃO HUMANA

Racionalidade capaz de nos inserir nas incertezas da história.

Racionalidade capaz de apreender o futuro no presente e de prever, por assim dizer, o presente.

“O dia jaz a cada manhã. A felicidade das próximas vinte e quatro horas depende da maneira de aprende-lás no momento do despertar. Assim com ao revolução, esse momento é risco, possibilidade de fracasso, esperança de êxito.” (Benjamim).

Page 57: Teoria crítica

Legado teórico da escola de Frankfurt é desenvolver uma teoria e uma crítica que tem por objetivo tanto revelar, como romper, as estruturas de dominação existentes, que por vezes são ocultas. (GIROUX)

Page 58: Teoria crítica

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA...

QUER COMIDA, DIVERSÃO E ARTE!!!

Page 59: Teoria crítica
Page 60: Teoria crítica

RESPOSTA A ENIGMA

Porque os homens escolhem livremente seus opressores? Como pode o nazismo triunfar?

Teoria tradicional

Page 61: Teoria crítica

“Eis porque a racionalidade que habita as teorias de emancipação é responsável por novos modos de opressão...”

Page 62: Teoria crítica

INDUSTRIA CULTURAL

Page 63: Teoria crítica

Cultura de massas > INDÚSTRIA CULTURAL

Page 64: Teoria crítica
Page 65: Teoria crítica

Cultura deixou de ser uma decorrência espontânea da condição humana, na qual se expressaram tradicionalmente, em termos estéticos, seus anseios e projeções mais recônditos, para se tornar mais um campo de exploração econômica, administrado de cima para baixo e voltado apenas para os objetos supra mencionados de produzir lucros e de garantir adesão ao sistema capitalista por parte do público. (ADORNO).

Page 66: Teoria crítica

Tudo o que caísse nas mãos do mercado passariam a ser usado como produto destinado a venda, e seria usado de todos os meios para vender cultura. (ADORNO).

Page 67: Teoria crítica
Page 68: Teoria crítica
Page 69: Teoria crítica
Page 70: Teoria crítica

Homogeneização das culturas.

Obsolescência planejada e perceptiva...

Page 71: Teoria crítica

Mundo reconstruído... Qual mundo é verdadeiro?

Adestra telespectador...

Classe dominada assume representações de dominação...

Page 72: Teoria crítica

“Ela apaga as diferenças de classe e cria a falsa impressão que existe uma coesão social e uma harmonia entre os homens. A indústria cultural,   como domínio técnico da natureza, torna-se a engenharia do real produzindo o engano das massas. Dessa forma, ela impede a formação de indivíduos autônomos, independestes, capazes de julgar e se decidir conscientemente.” (ADORNO).     

Page 73: Teoria crítica

Semiformação

Ideal iluminista...

Page 74: Teoria crítica

Etimologia

Formação Cultural (Bildung).Habbildung traduzido por semiformação.

(...) limitação da finalização do processo incompletude, pela metade e a plena validade do processo formador como tal, ainda que travado. Essa última componente ficaria prejudicada na opção por pseudo-formação. A semiformação ocorre realmente, mas travada (MAAR, 2003).

Page 75: Teoria crítica

Conceito

Compreende-se o conceito de semiformação justamente pela tentativa de oferecimento de uma formação educacional que se faz passar pela verdadeira condição de emancipação dos indivíduos quando, na realidade, contribui decisivamente tanto para a reprodução da miséria espiritual como para a manutenção da barbárie social. E o contexto social no qual a barbárie é continuamente reiterada é o da indústria cultural hegemônica.(MAAR, 2003).

Page 76: Teoria crítica

Da autoridade da bíblia ao poder do capital e a conseqüente mercantilização da sociedade, inclusive dos bens culturais.

Os conteúdos críticos, negativos e emancipadores foram neutralizados, perdendo suas características transcendentes.  A cultura converteu-se assim num valor e tornou-se adaptação ao conformar os indivíduos a vida real. Seu objetivo sempre foi  legitimar a sociedade capitalista

Page 77: Teoria crítica

Adorno e a educação

Page 78: Teoria crítica

A tragédia de Auschwitz reflexo da educação... “O ideal pedagógico em que muitos podem crer

sem ter antes refletido sobre isso é inteiramente falso. (...) A pessoa dura consigo mesma arroga-se o direito de ser dura também com os demais e se vinga neles da dor cujas as emoções n”ao pode manifestar, que deve reprimir (...)”. Adorno, em “A educação depois de Auschwitz”.

Page 79: Teoria crítica

"A ubiquidade e a nova opacidade da dominação capitalista tardia no mundo moderno consiste em: homens e mulheres escravizados por uma lógica mesquinha e impessoal ao mesmo tempo em que se imaginavam livres e senhores do próprio destino.“

Theodor Adorno

Page 80: Teoria crítica

Solução esta em pensar um novo conceito de razão. Um conceito que leve em consideração que a natureza e muito mais a história, são imprevisíveis, incontroláveis e complexas. Dessa maneira, deve-se sempre repensar a cada dia o caminho a se tomar, conversar e dialogar sempre, sem nunca substituir os sujeitos por categorias universais, não se deixar levar por crenças metafísicas de ordem e progresso ou de que chegaremos automaticamente ao socialismo. Mudar a cosmovisão, a relação com a natureza, resgatar os valores de compaixão. Vamos reencantar o mundo!