teoria crítica
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Slides produzidos para a disciplina Teoria educacional do programa de pós graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa -UEPG.TRANSCRIPT
Teoria CríTiCaLuzes e sombras do iluminismo
Edvanderson Santos – [email protected]
José Alexandre - [email protected]
Viviane Koga - [email protected]
Gracieli [email protected]
Lucimara Glab - [email protected]
Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG2011
Podemos ser contra ou a favor da teoria crítica, mas especialmente na atual conjuntura histórica, não podemos passar sem ela.
No inicio: diálogo com a tradição alemã e o pensamento filosófico e social;
É uma expressão da crise teórica e política do sec. XX; Teve como pano de fundo: 1ª Guerra Mundial; Depressão econômica e desemprego na Alemanha pós-
guerra; República de Weimar; Nazismo; Estalinismo;
Teoria critica é um termo muito evocado e freqüentemente mal interpretado;
TRADIÇÃO TEÓRICA
Desenvolvida pela escola de Frankfurt; Caracteriza-se como uma reflexão critica da
economia, sociedade e cultura; Os militantes foram alvo de perseguição política-
pensamento vinculado a esquerda alemã;
NÚCLEO FUNDADOR DA ESCOLA DE FRANKFURT (1923)
PRIMEIROS TEÓRICOS
Desafiaram a ortodoxia marxista; Aprofundaram a crença de que a injustiça e a
subjunção influenciam o mundo vivido; Concentraram a sua atenção na inconstância do
capitalismo; Analisaram as formas mutantes de dominação.
Uma década após o estabelecimento da Escola de Frankfurt os nazistas assumiram o controle da Alemanha;
Hokheimer, Adorno e Marcuse abandonam a Alemanha;
Estabeleceram-se na Califórnia onde ficaram chocados com a cultura americana.
Desafiados a responder a crença de que sua pesquisa era capaz de descrever e analisar com precisão qualquer dimensão do comportamento humano;
Em 1953 Hokheimer e Adorno voltaram e Alemanha;
ADORNO
Nasceu em 1903 em Frankfurt, cidade em que fez seus primeiros estudos e graduou-se em filosofia;
Em Viena estudou composição musical com Alban Berge (revolução musical do sec. XX);
1932 escreveu A situação Social da Música;1933 foi obrigado a refugiar-se na Inglaterra,
onde lecionou em Oxford, até 1937;Mudou-se para os EUA, onde juntamente com
Hokheimer escreveu a Dialética do Iluminismo (1947);
1950 retornou à terra natal onde reorganizou o Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt.
OBRAS
Sobre o Jazz (1936) Sobre o caráter fetichista da Música e a regressão
da audição (1938) Fragmentos sobre Wagner (1939) Sobre Música Popular (1940-1941) A personalidade autoritária (1950) Para a Metacrítica da teoria do conhecimento
HOKHEIMER (1895-1973)
Nasceu em Stuttgart em 1895;1930 tornou-se professor em Frankfurt onde
permaneceu até 1934;1934 teve de refugiar-se no EUA onde lecionou
na Universidade de Columbia até 1949, ano em que pode retornar a Frankfurt e reorganizar o Instituto de Pesquisas Sociais juntamente com Adorno;
A maior parte dos seus escritos encontra-se na Revista de Pesquisa Social;
OBRAS
Inícios da Filosofia Burguesa (1930);Um novo conceito de Ideologia (1930);Materialismo e Metafísica (1930);Materialismo e Moral (1933);Sobre a Polêmica do Racionalismo na
Filosofia Atual (1934);O problema da verdade (1935);O último ataque à Metafísica (1937);Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937)
HABERMAS (1929-)
Considerado um herdeiro direto da escola de Frankfurt;
Nasceu em 1929, em Gummersbach;Em 1954 licenciou-se com um trabalho sobre
Schelling- O Absoluto e a História;De 1956 a 1959 colaborou com o Instituto de
Pesquisa Social de Frankfurt;Em 1968 transferiu-se para Nova York, onde
lecionou na Nova York Scholl for Social Research.
OBRAS Entre a filosofia e a ciência- O marxismo como crítica
(1960); Reflexões Sobre o Conceito de Participação Pública – O
estudante e a Política (1961); Evolução estrutural da vida Pública (1962); Teoria e Práxis (1963); Lógica das Ciências Sociais (1967); Técnica e Ciência como Ideologia (1968); Conhecimento e Interesse (1968).
No sentido mais geral do pensamento progressivo, o iluminismo sempre teve como objetivo libertar os homens do medo, e o estabelecimento de sua soberania. No entanto, uma Terra completamente iluminada irradia um triunfante desastre. (Adorno & Horkheimer)
Necessidade reinterpretação do mundo...
Enigma da servidão voluntária:
“Posto que a filosofia não conseguiu transformar o mundo, cabe continuar a interpretá-lo... “ (ADORNO)
Insuficiência análises
econômicas.
Complexidade
humana..
Mudança foco das
pesquisas do instituto...
Aspectos sombrios da
razão iluminista.
Diálogo com o pensamento
filosófico social alemão.
Ao melhor estilo dialético
confrontaram várias teorias
e dialogaram entre elas...
Produziram várias antíteses,
sínteses e antíteses...
Teoria autocrítica por
definição.
SHOPENHAUER
“Do conhecimento científico da humanidade decorre a
Cristianismo
HISTÓRIA COMO RUPTURA
“Há progressos, e também, as vítimas do progresso”. (Marcuse).
NIETZSCHEGenealogia da razão.
“O conhecimento é uma invenção e não
está de maneira alguma inscrito na natureza
humana”.
“Há impulsos que se encontram na raiz do
conhecimento: Riso, deploração e ódio.
“No conhecimento a uma relação de
distância e dominação ou temor diante de
coisas que são ameaçadoras e
desconhecidas”.
WEBER
Mundo desencantado
Ciência e mito.
Ruptura homem x natureza.
“O mundo racional é despojado de seus aspectos místicos, sagrados e proféticos; o real torna-se mecânico, repetitivo, causual. O mundo desencantado deixa um imenso vazio na alma” (WEBER).
CIÊNCIA E MITO
Arrogância da ciência...
SIGMUND FREUD
> Estudo indivíduo...
Subjetividade.
Buscam elementos
de crítica a cultura.
“A sociedade é um
inferno”. “A essência da justiça é o desejo de negar aos outros aquilo a que tivemos de renunciar, uma recompensa pela renúncia forçada a esses mesmos privilégios. Assim, cada um de nós é um inimigo potencial da civilização”.
HEGEL
“coisas são e não ao mesmo tempo...”
racionalização da violência.
Críticas as categorias universais. Metafísico.
“A filosofia hegeliana não passa de uma racionalização do sofrimento, uma justificativa da violência na história”. (Horkheimer)
Não passa de “pura fé”. Filosofia a verdade hegeliana não é seu ponto de partida, mas o momento terminal que é alcançado depois de um longo trabalho realizado pelo pensamento.
MARX
Critica economia política fundou discurso critico.
O potencial dos conceitos históricos sociais.
Subjetividade, totalidade, fetichização das mercadorias, reificação do mundo do trabalho, etc.
Porém, mas, entretanto, todavia,,,
“Porem, teoria critica pega espírito da obra de Marx e não sua letra.” (GIROUX).
CRÍTICAS...- - racionalismo iluminista e progressista presente na
obra de Marx.
- “Marx usou razão em um espírito critico, mas era um conceito limitado de razão.” (GIROUX).
- Legitima e naturaliza a violência na história. É Também metafísico como hegelianismo.
- Principal crítica: totalidade histórica.
- - Marxismo propõem demais do que age. Marxismo foi apropriado muito cegamente.
- Teoria crítica não quer ser teoria profética, e sim analisar o presente para construir o futuro, e não ficar presa a universais históricos.
- Marx ao mesmo tempo que trouxe o sujeito, o matou ao introduzir conceito universal de “classe”.
KANT
- Noção de sujeito em Kant
-O individuo contra o totalitarismo. Contra universalismo e autoritarismo
-Pensamento livre desobediente (ADORNO).
-Razão comunicativa – Habermas.
“Teóricos críticos não sacrificam o sujeito a nenhum universal, seja a pátria, nação, estado, classe.”
Busca individuo autônomo.
A noção de individuo substitui a de classe como protagonista da história.
A emancipação não é possível em termos gerais. Só há emancipação na medida em que é no indivíduo que se concentra o conflito entre autonomia da razão e as forças obscuras e inconscientes que invadem essa mesma razão.
“Ninguém liberta ninguém, os homens se libertam em comunhão”. (Paulo Freire).
Liberdade individual se une liberdade social.
GEORG LUKÁCS
“’E necessário refilosofar o marxismo”.
Marxismo estava interpretando a história a partir de uma concepção de ciência naturalista, tornando a história homóloga à natureza bruta, com suas forças mecânicas.
ROSA LUXEMBURGO E KORSCH
A FETICHIZAÇÃO DA DIALÉTICA
“O método dialético de interpretação da história não é o estabelecimento prévio de um caminho a ser seguido, mas uma orientação nas possibilidades de que cada época é portadora”. (Horkheimer)
Filosofia positiva versus filosofia negativa.
“pensamento dialético não é totalmente negativo”.
Essência e aparência. Teoria tradicional e teoria crítica.
TEORIA CRÍTICA...
Proposição de uma nova teoria social que está em constante reconstrução. Negativa, verdadeiramente dialética.
TEORIA TRADICIONAL E POSITIVISMO
Tradições filosóficas que tem em comum: Formas investigação baseadas nas ciências naturais; observação através dos sentidos, quantificação e crença na linearidade do progresso.
Filosofia positivista... Harmonia social.
TEORIA CRÍTICA: ALGUNS POSTULADOS
Ciência social impregnada de valores. Relações entre sociedade, o específico e o universal. Quais suas limitações? Que valores carrega? “Uma
grande verdade quer ser criticada, e não idolatrada”. (Nietzsche).
Rejeita mera facticidade das coisas.
“Uma teoria nunca tem como objetivo simplesmente um aumento do conhecimento como tal. Seu objetivo é a emancipação humana da escravidão”. (Horkheimer)
Relação teoria e empiria. Teoria não pode ser subalterna da prática.
Valor da teoria está em ela estabelecer possibilidades de pensamente reflexivo e desmascarar dominações ocultas para conduzir práticas transformadoras. Elemento essencial da teoria são os seres humanos que a utilizam para dar significado a suas vidas e não a estrutura para qual se destina.
ECLIPSE DA RAZÃO
“A razão ocidental configurou-se como razão da dominação, de controle da razão exterior e interior, de renúncia e asceticismo.” (Horkheimer)
Razão dominadora e controladora...
Não conseguiremos dominar e controlar a natureza, muito menos a história e o individuo.
NOVA RAZÃO HUMANA, NOVA RELAÇÃO NATUREZA
Nova cosmovisão... “Antes de dominar a natureza, devemos aprender
a dominar a si próprios”. Re – encantar o mundo.
RAZÃO HUMANA
Racionalidade capaz de nos inserir nas incertezas da história.
Racionalidade capaz de apreender o futuro no presente e de prever, por assim dizer, o presente.
“O dia jaz a cada manhã. A felicidade das próximas vinte e quatro horas depende da maneira de aprende-lás no momento do despertar. Assim com ao revolução, esse momento é risco, possibilidade de fracasso, esperança de êxito.” (Benjamim).
Legado teórico da escola de Frankfurt é desenvolver uma teoria e uma crítica que tem por objetivo tanto revelar, como romper, as estruturas de dominação existentes, que por vezes são ocultas. (GIROUX)
A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA...
QUER COMIDA, DIVERSÃO E ARTE!!!
RESPOSTA A ENIGMA
Porque os homens escolhem livremente seus opressores? Como pode o nazismo triunfar?
Teoria tradicional
“Eis porque a racionalidade que habita as teorias de emancipação é responsável por novos modos de opressão...”
INDUSTRIA CULTURAL
Cultura de massas > INDÚSTRIA CULTURAL
Cultura deixou de ser uma decorrência espontânea da condição humana, na qual se expressaram tradicionalmente, em termos estéticos, seus anseios e projeções mais recônditos, para se tornar mais um campo de exploração econômica, administrado de cima para baixo e voltado apenas para os objetos supra mencionados de produzir lucros e de garantir adesão ao sistema capitalista por parte do público. (ADORNO).
Tudo o que caísse nas mãos do mercado passariam a ser usado como produto destinado a venda, e seria usado de todos os meios para vender cultura. (ADORNO).
Homogeneização das culturas.
Obsolescência planejada e perceptiva...
Mundo reconstruído... Qual mundo é verdadeiro?
Adestra telespectador...
Classe dominada assume representações de dominação...
“Ela apaga as diferenças de classe e cria a falsa impressão que existe uma coesão social e uma harmonia entre os homens. A indústria cultural, como domínio técnico da natureza, torna-se a engenharia do real produzindo o engano das massas. Dessa forma, ela impede a formação de indivíduos autônomos, independestes, capazes de julgar e se decidir conscientemente.” (ADORNO).
Semiformação
Ideal iluminista...
Etimologia
Formação Cultural (Bildung).Habbildung traduzido por semiformação.
(...) limitação da finalização do processo incompletude, pela metade e a plena validade do processo formador como tal, ainda que travado. Essa última componente ficaria prejudicada na opção por pseudo-formação. A semiformação ocorre realmente, mas travada (MAAR, 2003).
Conceito
Compreende-se o conceito de semiformação justamente pela tentativa de oferecimento de uma formação educacional que se faz passar pela verdadeira condição de emancipação dos indivíduos quando, na realidade, contribui decisivamente tanto para a reprodução da miséria espiritual como para a manutenção da barbárie social. E o contexto social no qual a barbárie é continuamente reiterada é o da indústria cultural hegemônica.(MAAR, 2003).
Da autoridade da bíblia ao poder do capital e a conseqüente mercantilização da sociedade, inclusive dos bens culturais.
Os conteúdos críticos, negativos e emancipadores foram neutralizados, perdendo suas características transcendentes. A cultura converteu-se assim num valor e tornou-se adaptação ao conformar os indivíduos a vida real. Seu objetivo sempre foi legitimar a sociedade capitalista
Adorno e a educação
A tragédia de Auschwitz reflexo da educação... “O ideal pedagógico em que muitos podem crer
sem ter antes refletido sobre isso é inteiramente falso. (...) A pessoa dura consigo mesma arroga-se o direito de ser dura também com os demais e se vinga neles da dor cujas as emoções n”ao pode manifestar, que deve reprimir (...)”. Adorno, em “A educação depois de Auschwitz”.
"A ubiquidade e a nova opacidade da dominação capitalista tardia no mundo moderno consiste em: homens e mulheres escravizados por uma lógica mesquinha e impessoal ao mesmo tempo em que se imaginavam livres e senhores do próprio destino.“
Theodor Adorno
Solução esta em pensar um novo conceito de razão. Um conceito que leve em consideração que a natureza e muito mais a história, são imprevisíveis, incontroláveis e complexas. Dessa maneira, deve-se sempre repensar a cada dia o caminho a se tomar, conversar e dialogar sempre, sem nunca substituir os sujeitos por categorias universais, não se deixar levar por crenças metafísicas de ordem e progresso ou de que chegaremos automaticamente ao socialismo. Mudar a cosmovisão, a relação com a natureza, resgatar os valores de compaixão. Vamos reencantar o mundo!