tecnologias da informaÇÃo e da comunicaÇÃo · aprofundaram os conhecimentos dessas tecnologias...

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TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO – TIC’s NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ÊNFASE NO GÊNERO DISCURSIVO DIGITAL

Autora: Antonia Aparecida Soria Garcia1

Orientadora: Cristian Pagoto2

Resumo: Este artigo visa propiciar algumas reflexões sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC’s – e sua importância no ensino de Língua Portuguesa, considerando os gêneros discursivos contidos na mídia digital. O estudo estrutura-se em referencial teórico pertinente para o estudo das TIC’s, abordando sua bibliografia referente ao gênero discursivo digital, buscando elencar os autores que teorizaram sobre este assunto. Com este referencial teórico, partiu-se para a aplicação do Projeto na Escola de atuação da autora. Preliminarmente, realizou-se o diagnóstico do nível de conhecimento do corpo docente de Língua Portuguesa frente às novas tecnologias, por meio de questionário. Em seguida, procedeu-se a reuniões de estudo por meio de material didático, apresentando aos educadores o referencial teórico que fundamenta o emprego destas tecnologias na educação e os gêneros emergentes no meio eletrônico. Por fim, o trabalho foi concluído com a realização de oficina prática de construção de um blog, com a finalidade de oportunizar contato direto dos docentes envolvidos com um dos gêneros textuais emergentes na esfera digital possibilitando, assim, a vivência da teoria anteriormente analisada e refletida.

Palavras-chave: Informação; Comunicação; Língua Portuguesa; Gênero; Digital.

1 INTRODUÇÃO

As transformações tecnológicas influem diretamente no cotidiano dos

indivíduos, principalmente, no que se refere às Tecnologias da Informação e da

Comunicação, que possibilitam o compartilhamento de conhecimentos e

interações imediatas que, por sua vez, influem diretamente na educação.

Neste contexto mundial de novas tecnologias que possibilitam o surgimento

dos gêneros discursivos eletrônicos, estão inseridos os profissionais da educação

e os alunos, sendo que estes últimos já praticam a leitura e a escrita nos meios

tecnológicos de comunicação. Aos professores, por sua vez, compete a

1 Professora da rede pública de Educação, licenciada em Letras, pós-graduada em Metodologia do

Ensino de 1º e 2º Graus. 2

Mestrado em Letras pela Universidade Estadual de Maringá, Brasil (2008). Professora do Curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá – FAFIPAR.

2

incorporação das TIC’s, participando do processo de construção dos

conhecimentos nessa esfera de comunicação.

Esta pesquisa propiciou uma reflexão sobre as novas tecnologias da

informação e da comunicação e como podem ser utilizadas no ensino de Língua

Portuguesa, uma vez que nesta disciplina privilegia-se, entre outras habilidades, o

exercício da escrita. Os professores, por meio do material didático apresentado,

aprofundaram os conhecimentos dessas tecnologias midiáticas e seu papel na

Língua Portuguesa.

Considerando-se a necessidade da vivência da prática das TIC’s, realizou-

se uma oficina com a participação dos professores para a construção de um blog,

subsidiando-se assim, a inserção dos professores na utilização das tecnologias.

2 A TECNOLOGIA, AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA

COMUNICAÇÃO – TIC’s E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Atualmente, constatamos que as tecnologias invadem o nosso cotidiano, e

tendemos a considerar o tempo contemporâneo como “tecnológico”, pois muitas

vezes relacionamos o termo tecnologia somente com o atual estágio de

desenvolvimento tecnológico.

No entanto, a tecnologia não constitui privilégio dos tempos atuais, existe

há milênios, desde que o ser humano passou a empregar os recursos existentes

na natureza. Não é somente a nossa era atual que pode ser chamada de era

tecnológica, uma vez que desde o início da civilização houve o desenvolvimento

de tecnologias, pois tivemos a Idade da Pedra, do Bronze, cada uma com o

predomínio de um tipo de tecnologia, até chegarmos ao momento presente. Deste

modo, infere-se que a tecnologia esteve presente em todos os períodos da

história da humanidade, em seus vários estágios evolutivos.

Ocorre que recentemente houve um extraordinário avanço das tecnologias

em geral. Entre elas, as tecnologias da informação e da comunicação, que

conforme Kenski (2003, p. 25), “interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir,

de nos relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimento”.

3

Neste mesmo sentido, opina Lévy (1993, p. 7) que, atualmente, podemos

considerar a técnica como transformadora do mundo, em todos os aspectos da

vida social, intelectual, filosófica e política.

Conforme Coscarelli (2006, p. 51), o termo “tecnologia da informação não é

necessariamente, sinônimo de computador (hardware e software). Todavia, o

computador pode ser considerado o principal representante dessa tecnologia”,

sendo “que a informática é a última, até a data, dessas grandes invenções que

têm ritmado o desenvolvimento da espécie humana, reorganizando sua cultura e

atribuindo-lhe nova temporalidade”, conforme Lévy, citado por Marques Neto

(2006, p. 52).

Em nossa época, a importância da técnica é tamanha que, por meio dela, a

história do sujeito pode ser contextualizada e representada com seus valores,

moral, razão, cultura e sociedade de determinado período. No que se refere aos

computadores, Lévy deduz que:

o computador havia se tornado hoje um destes dispositivos técnicos pelos quais percebemos o mundo, e isto não apenas em um plano empírico (todos os fenômenos apreendidos graças aos cálculos, perceptíveis na tela, ou traduzidos em listagens pela máquina), mas também em um plano transcendental hoje em dia, pois, hoje, cada vez mais concebemos o social, os seres vivos ou os processos cognitivos através de uma matriz de leitura informática (LÉVY, 2002, p. 15).

Essas novas tecnologias incidem diretamente na educação, pois

possibilitam, segundo Kenski (2003, p. 138), “novas formas de leitura e seus

desdobramentos vão exigir metodologias e ações radicalmente novas e

diferenciadas de ensino”. Ainda, na esfera da educação, observa-se que os meios

de comunicação e computadores favorecem novos formatos de ensino que

auxiliam não somente as modalidades de ensino a distância como também as

modalidades presenciais (SOUZA, 2006).

De acordo com Lévy (1993), atualmente coexistem três formas de

conhecimento: oral, escrita e digital. Esta última forma muda significativamente a

percepção do conhecimento, considerando o aumento da velocidade de

transmissão das informações. Essa nova configuração do conhecimento impõe

mudanças de posturas pedagógicas. Isto não significa que serão preteridas as

formas de conhecimento escrita e oral, mas o reconhecimento da necessidade da

4

utilização criteriosa dos recursos tecnológicos como ferramentas para a

construção do processo de ensino-aprendizagem.

Com referência especificamente à Língua Portuguesa, percebe-se que com

a rápida disseminação das tecnologias da informação e da comunicação, os

alunos mantêm contato com os gêneros discursivos digitais, utilizando a escrita

nesses meios. E percebe-se que a escrita no meio virtual possibilita o surgimento

de novos gêneros discursivos, tais como chat, blog, e-mail, onde os alunos

frequentemente interagem nas suas comunicações.

Assim como o homem, para escrever e ler textos, inventou/criou discursivamente os sistemas de escrita (pictóricos, ideográficos e alfabéticos) e diversos recursos editoriais; assim como os escritores de romances, contos, novelas, poemas, inventaram recursos de escritura para criar seu discurso estético; como os produtores de histórias em quadrinhos e de tirinhas buscaram outros recursos gráficos, além do sistema de escritura, assim também os internautas estão revolucionando a escrita no ciberespaço, seja como sistema seja como processo discursivo em gêneros textuais emergentes (COSTA, 2009, p. 24).

O discurso constitui a interação entre sujeitos, ligado a cada esfera social,

uma vez que os diferentes campos da atividade humana estão ligados ao uso da

linguagem, constatando-se que o caráter e as formas da utilização da linguagem

variam de acordo com os campos de atividade humana. O uso da língua se traduz

na forma de enunciados orais e escritos, concretos e únicos, não prejudicando a

unidade nacional da língua. Os enunciados retratam as finalidades e as condições

próprias de cada campo, pelo seu conteúdo temático, estilo e a construção

composicional e são determinados pela especificidade de um determinado campo

da comunicação. Embora cada enunciado seja particular e individual, cada campo

de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados

que são denominados gêneros discursivos (BAKHTIN, 2010).

Considerando o contexto do discurso digital, as Diretrizes Curriculares da

Educação Básica da Língua Portuguesa, dispõem que o trabalho com a disciplina

considerará os gêneros discursivos que circulam socialmente, contemplando

como conteúdo básico a esfera social de circulação midiática, tendo como

gêneros discursivos blog, e-mail, chat, e outros, os quais ocorrem no âmbito das

tecnologias da informação e da comunicação.

5

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná:

Os sujeitos da Educação Básica, crianças, jovens e adultos, em geral, oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturas (FRIGOTTO, 2004), devem ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos conteúdos das disciplinas escolares (Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. 2008, p. 14).

O referido documento discorre, ainda, sobre o currículo vinculado a várias

teorias, tais como academicismo e cientificismo, às subjetividades e experiências

vividas pelo aluno e ao currículo vinculado às teorias críticas, dando-se

preferência à teoria crítica, onde as disciplinas são trabalhadas em uma

concepção histórica e crítica.

Segundo Gonzalez (2005, p. 70), “os alunos devem ter a capacidade de

produzir conhecimentos, analisar e posicionar-se criticamente diante de situações

concretas que se lhes apresentem”. Assim, entende-se que os conhecimentos, ao

serem apropriados pelos alunos, devem contribuir para a crítica às contradições

sociais, políticas e econômicas existentes em nossa sociedade, fazendo do aluno

um sujeito transformador da realidade social em que vive.

Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa, o

conteúdo estruturante da disciplina consiste na linguagem como prática que

ocorre nas diversas esferas sociais, por meio dos gêneros discursivos, sendo o

gênero discursivo digital, uma dessas instâncias.

Portanto, conclui-se que a utilização das tecnologias da informação e da

comunicação como recurso pedagógico, possibilita aos alunos o acesso ao saber

historicamente construído, dentro de um dos contextos de gênero discursivo

vivenciado pelos alunos, a esfera de circulação midiática, encontrando-se em

conformidade com o contido nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica.

3 GÊNEROS TEXTUAIS E GÊNERO DISCURSIVO DIGITAL

Os gêneros textuais têm sido estudados no Ocidente, desde a época de

Platão, não sendo uma novidade, o que difere é que atualmente apresenta-se

6

uma nova visão sobre o tema. Presentemente, o estudo dos gêneros está em

voga, compreendendo áreas multidisciplinares, entre elas, a etnografia,

sociologia, antropologia, retórica e na linguística. No caso da linguística, envolve

as perspectivas discursivas. A análise dos gêneros envolve um estudo do texto e

do discurso, além de uma descrição da língua e visão da sociedade, e procura

responder a questões do uso da língua de forma geral (MARCUSCHI, 2008).

Também, de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,

documento que embasa o ensino de Língua Portuguesa, Brait (2000) lembra que

“não se pode falar de gêneros sem pensar na esfera de atividades em que eles se

constituem e atuam, aí implicadas as condições de produção, de circulação e

recepção”. Portanto, nas várias esferas de atividades humanas, tais como

jornalística, cotidiana, virtual e outras, os gêneros se formam e variam de acordo

com o meio em que estão inseridos (PARANÁ, 2008).

As novas tecnologias comunicacionais permitiram a geração de novos

ambientes, tais como a internet e a web (world wide web), que possibilitaram o

surgimento de vários gêneros, pois nesses ambientes ocorrem vários formatos de

experimentações.

A mídia virtual tem como característica a escrita, dependendo

completamente desta. “O fato inconteste é que a internet e todos os gêneros a ela

ligados são eventos textuais fundamentalmente baseados na escrita.”

(MARCUSCHI, 2010, p. 22).

Nesse contexto de tecnologia digital, emergem novos gêneros, que são

muito variados. No entanto, a maioria deles tem contrapartes semelhantes na

oralidade e na escrita.

Segundo o autor acima citado, não existem levantamentos exatos da

quantidade de gêneros identificados na mídia digital, assim, é apresentada uma

amostra desses gêneros, mas podem existir outros gêneros, pois o ambiente

virtual está em constante transformação. O autor apresenta quadro demonstrativo

dos gêneros emergentes e sua contraparte, estabelecendo uma comparação

entre os gêneros novos e antigos.

7

Gêneros emergentes Gêneros já existentes

1 E-mail Carta pessoal/bilhete/correio

2 Chat em aberto Conversações (em grupos abertos?)

3 Chat reservado Conversações duais (casuais)

4 Chat ICQ (agendado) Encontros pessoais (agendados?)

5 Chat em salas privadas Conversações (fechadas?)

6 Entrevista com convidado Entrevista com pessoa convidada

7 E-mail educacional (aula por e-mail) Aulas por correspondência

8 Aula-chat (aulas virtuais) Aulas presenciais

9 Videoconferência interativa Reunião de

grupo/conferência/debate

10 Lista de discussão Circulares/séries de circulares (?)

11 Endereço eletrônico Endereço postal

12 Blog Diário pessoal, anotações, agendas

Fonte: MARCUSHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio: XAVIER, Antonio Carlos (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentidos.

Segundo Marcuschi (2010), torna-se impossível analisar todos os gêneros

surgidos na esfera digital, razão pela qual, se limita a indicações sumárias de

alguns dos gêneros digitais mais importantes, considerando o processo contínuo

de surgimento de novos gêneros dentro da mídia digital.

A seguir, são elencados alguns dos gêneros discursivos digitais

encontrados na Internet, conjuntamente com a descrição sintetizada contendo as

características de cada um deles:

a) E-mails (mensagens eletrônicas): correio eletrônico com formas de

produção típicas e já padronizadas, e está hoje entre os mais praticados na

escrita. Surgiu como um serviço (eletronic mail), e derivou em um gênero.

Frequentemente, é comparado a uma carta, um bilhete ou um recado.

Apresenta um cabeçalho, e pode apresentar anexos. Geralmente, o e-mail

contém endereço do remetente; data e hora; endereço do receptor; possibilidade

de cópias; assunto; corpo da mensagem, com ou sem vocativo, texto e

assinatura; possibilidade de anexar documentos; inserção de carinhas, desenhos

8

e até mesmo voz. Os e-mails também podem apresentar a estrutura de um

bilhete.

b) Chats (bate-papos) em salas abertas: surgiram na Finlândia, em 1988, e

tratava-se de um programa para comunicação restrita, tornando-se menos de uma

década um dos gêneros mais praticados na esfera digital. Esses bate-papos

iniciam-se pela escolha da sala de acordo com os interesses específicos,

ocorrendo em seguida a escolha de um apelido, que possibilita o anonimato.

Esses apelidos mostram nomes ligados à tecnologia, sexo, fauna, flora, a

personalidades famosas, e outros e merecem um estudo específico. Existe total

liberdade quanto aos aspectos linguísticos, é uma linguagem bastante livre e

ainda, apresentam recursos operacionais, como seleção de parceiros, envio de

sons especiais, envio de caretas/imagens, remessa de música, fotos, sistema de

alerta, entre outros. Embora sejam escritas, são produções síncronas (ocorrem

em tempo real, on-line), no entanto, pode existir a possibilidade da não sincronia,

por motivo de interação com vários parceiros ou demora na resposta. Numa sala

de bate-papo, a participação não é centrada no indivíduo e nas relações

interpessoais, mas no grupo, tratando-se assim de uma relação hiperpessoal.

Caso a relação se torne mais interpessoal, surge outro gênero, o chat reservado.

c) Chat reservado: Possui as mesmas características dos bate-papos,

todavia, os indivíduos interagem de forma particular, escolhendo o parceiro e

isolando-se na sala, que permanece com os mesmos recursos, ficando presentes

somente duas pessoas que interagem reservadamente. Este gênero apresenta

semelhança com a conversação face a face, sendo o gênero mais praticado

atualmente, já que propicia um conhecimento mais aprofundado e tranquilidade

aos sujeitos envolvidos na conversação.

d) O bate-papo ICQ (agendado): Trata-se de um programa de comunicação

instantânea, em que a sigla ICQ (I Seek You), traduzida para o português significa

“Eu Procuro Você”. Nesse programa, há a possibilidade de criar uma lista de

amigos, caracterizando interações mais personalizadas, assemelhando-se a uma

chamada telefônica. Um dos aspectos do ICQ é a possibilidade da visualização

das digitações dos participantes, se estes assim o desejarem. Assim não há a

necessidade de enviar o texto, pois o mesmo está sendo visualizado pelos

9

participantes. Atualmente, o MSN (The Microsoft Network), simular ao ICQ,

também é utilizado.

e) Chats em salas privadas: Este gênero não é muito diferente dos

anteriores, porém, tem como característica bem peculiar: somente possuem

acesso a esse bate-papo duas pessoas que se comunicam, e não há a

possibilidade de nenhum acesso por parte de outras pessoas. Geralmente, os

participantes são desconhecidos e utilizam pseudônimos e conversam sobre

temas bem específicos.

f) Entrevista com convidado: Uma das características principais é a figura

do mediador que não aparece e seleciona as perguntas que podem ou não ser

respondidas. É similar a um chat aberto, porém, somente o entrevistado

responde.

g) E-mails educacionais (aulas virtuais por e-mail): este gênero é muito

utilizado na EaD. Nas aulas por e-mail não há necessidade de que todos os

alunos estejam na sala, uma vez que cada aluno determina o horário e o ritmo da

aprendizagem, havendo assim, uma flexibilização do tempo e do espaço. Desta

maneira, o aluno torna-se mais responsável pelo processo ensino-aprendizagem.

Cada aluno pode escrever seu e-mail, expondo dúvidas, ler os e-mails coletivos

ou a ele endereçados, ou ainda, acessar os materiais disponibilizados na rede.

h) Aulas-chats (o chat educacional): os participantes se conhecem e são

identificados por seus nomes e não por apelidos, e a entrada nesse ambiente se

restringe aos alunos. Esse gênero apresenta como característica a estrutura

instrucional, é síncrono (ou seja, as participações ocorrem on-line) e o professor

desempenha o papel de instrutor ou dirimidor de dúvidas. Aos participantes são

oportunizados turnos para a interação, sendo que ao professor é destinado o

maior número de turno, uma vez que terá que responder várias perguntas de

diferentes alunos.

i) Videoconferência interativa: este gênero guarda semelhança com os

bate-papos com convidados, no entanto, apresentam tema e tempo de realização.

São síncronos e utilizados com a finalidade de trabalho.

j) Listas de discussão: São muito comuns nas comunidades acadêmicas e

também fora dela. Apresentam finalidades diversas, formadas por grupos

definidos, utilizando o e-mail para os contatos. Os temas não são fixos, mas

10

obedecem a uma sinopse geral de temas que são tratados pelos participantes

dessas listas. Existe a figura do moderador ou webmaster que realiza a separação

e direciona as mensagens que não se coadunam com a lista. As listas de

discussão apresentam como característica a veiculação de informações ao grupo,

embora ocorram mensagens que não sejam adequadas à finalidade do grupo.

k) Endereço eletrônico: Identifica o indivíduo em todas as comunicações

eletrônicas. Possuem semelhança com o endereço do envelope de carta, uma vez

que está sempre presente nos e-mails. A relação com os endereços postais varia

muito com referência ao nome do usuário, que pode ser representado por uma

sigla ou o nome pessoal. Uma mesma pessoa pode apresentar vários endereços

eletrônicos.

l) Blogs: são muito conhecidos, similares a um diário pessoal, uma vez que

nos blogs constam anotações em ordem cronológica. A linguagem empregada é

informal, com a possibilidade de inserção de textos, de fotos e de músicas,

podendo ser atualizado com facilidade. Apresentam também, a característica da

interatividade, pois podem ser postados comentários. Os blogs tiveram

desenvolvimento muito semelhante ao da home page, que não constitui um

gênero, segundo Marcuschi (2010).

Por oportuno, uma vez que alunos e professores estão habituados a este

tipo de comunicação, citamos entre as grandes inovações que impactam na

educação, o hipertexto, que transforma profundamente o ato de ler, pois une

escrita, imagem, som, hiperlinks, tornando a leitura interativa e rápida. Para Levy

(2003, p. 41):

O hipertexto é dinâmico, está perpetuamente em movimento com um ou dois cliques, obedecendo por assim dizer ao dedo e ao olho, ele mostra ao leitor uma de suas faces, depois outra, um certo detalhe ampliado, uma estrutura complexa esquematizada. Ele se redobra e desdobra à vontade, muda de forma, se multiplica, se corta e se cola outra vez de outra forma. Não é apenas uma rede de microtextos, mas sim uma grande rede de metatexto de geometria variável, com gavetas, com dobras. Um parágrafo pode aparecer ou desaparecer sob uma palavra, três capítulos sob uma palavra do parágrafo, um pequeno ensaio sob uma das palavras destes capítulos, e assim virtualmente sem fim, de fundo falso em fundo falso.

11

Lembramos que de acordo com Marcuschi (2010), o hipertexto não pode

ser tratado como um gênero, mas sim como um modo de produção textual,

surgido no ambiente digital.

4 O PROFESSOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS

O novo paradigma contemporâneo é a sociedade do conhecimento,

constituindo-se a educação uma das bases dessa nova sociedade do século XXI

(BEHRENS, 2012). As transformações em todos os níveis, principalmente

relacionados às tecnologias da informação e da comunicação, incidem na

educação.

Os papéis de professor e aluno estão em processo de reavaliação, uma

vez que na sociedade do conhecimento o foco do processo ensino-aprendizagem

centraliza-se no aluno, cabendo ao professor a ênfase na mediação pedagógica.

Em síntese, infere-se que:

O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensino para optar pelos caminhos que levem ao aprender. Na realidade, torna-se essencial que professores e alunos estejam num permanente processo de aprender a aprender (BEHRENS, 2012, p. 73).

Em suma, na sociedade do conhecimento, faz-se imprescindível que o

processo de aprender a aprender seja incorporado em nosso cotidiano, tendo em

vista as constantes e contínuas transformações das TIC’s e o aumento dos

conhecimentos. Entretanto, a utilização pedagógica das Tecnologias da

Informação e da Comunicação não substituirá a ação da escola no processo

ensino-aprendizagem, uma vez que:

A escola continuará durante muito tempo dependendo da sala de aula, do quadro-negro, dos cadernos. Mas as mudanças tecnológicas terão um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida cotidiana. Os professores não podem mais ignorar a televisão, o vídeo, o cinema, o computador, o telefone, o fax, que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer, porque há tempos o professor e o livro didático deixaram de ser as únicas fontes de conhecimento. Ou seja, professores, alunos, pais, todos precisamos aprender a ler sons, imagens, movimentos e a lidar com eles (LIBÂNEO, 2010, p. 40).

12

Nesse novo contexto, conforme Kenski, o professor encontra um espaço

educacional radicalmente diferente no meio digital, e para que se incorpore à sua

prática profissional torna-se necessária uma transformação na percepção do que

é aprender e ensinar e nas formas de utilização dos textos no âmbito das novas

tecnologias. Cabe lembrar o importante papel do professor no uso das novas

tecnologias, pois conforme Libâneo (2010, p. 67), “a utilização pedagógica das

tecnologias da informação pode trazer efeitos cognitivos relevantes, mas estes ,

porém, não podem ser atribuídos somente a essas tecnologias”. O ensino

mediado pelas tecnologias digitais não prescindirá do professor, uma vez que:

A utilização do ambiente digital em situações de aprendizagem não exclui, porém, a ação docente. Ao contrário “professores continuarão a ser valorizados por suas habilidades de administrar o desenvolvimento do processo da educação, e não mais por servirem como fonte de informação” (NOBLITT citado por KENSKI, 2003, p. 137).

O papel do professor com o uso dessas tecnologias não diminui, ao

contrário:

Em um mundo que muda rapidamente, o professor deve auxiliar seus alunos a analisar criticamente as situações complexas e inesperadas informadas pelas mídias, a desenvolver suas criatividades; a utilizar outros tipos de “racionalidades”; a imaginação criadora, a sensibilidade táctil, visual e auditiva, entre outras (KENSKI, 2003, p. 89).

Efetivamente, o professor precisa refletir e reavaliar sua prática

pedagógica, visando a tornar o processo ensino-aprendizagem significativo para o

educando, priorizando o aprender. A utilização da tecnologia na atividade docente

constitui uma necessidade e oportuniza ao aluno a construção colaborativa do

conhecimento, visando instrumentá-lo para interagir com o mundo.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A implementação do projeto embasou-se em princípios da pesquisa-ação,

que se constitui em um processo interativo, onde pesquisa e ação caminham

conjuntamente para a transformação da prática (FRANCO, 2005).

13

Em outras palavras, essa pesquisa se caracteriza por oportunizar a

intervenção nas práticas docentes, pois a partir da reflexão e diagnóstico da

realidade, torna-se possível a transformação da realidade.

Para Engel (2000), a pesquisa-ação procura intervir na prática no decorrer

do próprio processo de pesquisa, se originando da necessidade de superar a

lacuna entre teoria e prática. Desta maneira, verifica-se que durante o

desenvolvimento da pesquisa podem ser realizadas as intervenções antes da

finalização de todo o processo.

O projeto foi desenvolvido junto aos professores de Língua Portuguesa do

ensino fundamental e médio do Colégio Estadual João de Oliveira Franco, no

município de Curitiba – PR, no segundo semestre do ano letivo de 2011.

Preliminarmente à implementação do projeto, realizaram-se reuniões com a

direção do Colégio e equipe pedagógica, objetivando esclarecer os objetivos do

projeto, ressaltando a necessidade e importância do emprego das TIC’s na

educação. Para a execução do projeto, observaram os seguintes procedimentos:

5.1 Aplicação do Questionário

Objetivando averiguar o nível de conhecimentos e utilização das TIC’s por

parte dos docentes de Língua Portuguesa da escola analisada, aplicou-se um

questionário com questões abertas e fechadas, conforme o seguinte modelo

apresentado.

14

15

5.2 Aplicação das Oficinas de Reflexões Teóricas sobre as TIC’s

Com a intenção de analisar e refletir sobre os pressupostos teóricos que

embasam a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação,

procedeu-se ao levantamento de bibliografia específica para subsidiar os estudos,

preparando-se o material didático. O material foi apresentado aos professores de

Língua Portuguesa, analisando-se as TIC’s no contexto da sociedade, sua

inserção no ambiente educacional, o tratamento dado ao tema pelas Diretrizes

Curriculares Estaduais, os diversos gêneros emergentes da esfera digital bem

como as questões referentes ao papel dos docentes frente a essas tecnologias.

5. 3 Aplicação da Oficina de Construção do Blog

A proposição para a elaboração de um blog próprio, visando possibilitar a

realização de atividades relacionadas à esfera digital, foi recebida com

entusiasmo pelos professores, sendo que um deles já havia cogitado a

possibilidade de realizar esse tipo de interação digital, no entanto, desconhecia os

procedimentos para a execução desse recurso.

Com a finalidade da criação do blog, optou-se pela ferramenta Blogger,

uma das mais acessíveis na Internet.

Os participantes elaboraram o blog, a partir desta sequência de

orientações:

a) Acessar: wwww.blogger.com

b) Utilizar e-mail Gmail; se não possuir e-mail do G-mail, optar por criar

conta.

c) Optando por criar conta, aparecerá na tela o cadastro para a criação da

conta: preencher os campos solicitados e clicar em continuar.

d) Criar o nome para o blog e o endereço na internet. (Nome do

Blog).blogspot.com

e) Escolher o modelo do blog (são oferecidas várias opções visuais).

f) Clicar em continuar.

g) Clicar em iniciar postagem, pois nesta fase o blog foi criado.

16

h) Clicar em iniciar postagem, assim, aparecerá uma página para a

digitação da postagem, onde se dispõe da barra de edição de texto.

i) Clicar em visualizar postagem, que possibilita a visualização do blog tal

como se apresenta para os internautas que o acessam.

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise das atividades desenvolvidas pelos docentes de Língua

Portuguesa referentes ao questionário, à reflexão do referencial teórico

apresentado, à oficina de construção do blog e ao Grupo de Trabalho em Rede -

GTR são descritas a seguir.

6.1 Sobre o questionário

O questionário foi apresentado aos professores de Língua Portuguesa para

averiguar o nível de conhecimento quanto às TIC’s.

As respostas às questões propostas bem com as análises se encontram

dispostas nos gráficos que são apresentados no presente trabalho.

Da análise geral, deduz-se que os docentes já dispõem e utilizam recursos

midiáticos, tais como o computador, e-mail, filme, TV pen drive e laboratório,

contudo, ainda desconhecem o emprego do blog, chat e webquest, que se

configuram importantes recursos disponíveis na internet nas práticas de ensino.

17

67%

33%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Feminino Masculino

Gráfico 1 – GÊNERO Fonte: A autora (2011)

Conforme demonstrado no gráfico acima, 67% dos consultados

correspondem ao gênero feminino e 33% ao gênero masculino.

33%

67%

0% 0%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Gra

duaç

ão

Esp

ecializ

ação

Mes

trado

Dou

tora

do

Gráfico 2 - NÍVEL DE ESCOLARIDADE

Fonte: A autora (2011)

Dos entrevistados, 33% apresentam curso Graduação e 67% concluíram a

Especialização. Não houve nenhum ingresso nos cursos de Mestrado e

Doutorado, mas todos manifestaram interesse em ingressar no Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE.

18

100%

0%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sim Não

Gráfico 3 - POSSUI COMPUTADOR

Fonte: A autora (2011)

Ao questionamento “Possui computador?”, 100% dos entrevistados

afirmaram possuir computador em casa, permitindo acesso sem restrições,

especialmente a qualquer hora.

100%

0%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sim Não

Gráfico 4 - TEM E-MAIL?

Fonte: A autora (2011)

Dos entrevistados, 100% responderam possuir e-mail, confirmando que o

correio eletrônico tornou-se comum e não encontra resistências para sua

utilização, indicando, também, a atitude pró-ativa dos docentes perante as

mudanças tecnológicas.

19

0% 0%

100%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 X por

semana

2 X por

semana

3 X por

semana

Gráfico 5 – ACESSO À INTERNET Fonte: A autora (2011)

Todos entrevistados acessam a Internet, em média, três vezes por semana.

100%

0%

0

10

20

30

40

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60

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80

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100

Sim Não

Gráfico 6 - UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR PARA PREPARO DE AULA Fonte: A autora (2011)

Atualmente, no universo pesquisado, não constam docentes que

dispensam o uso do computador para a preparação de suas aulas.

20

100%

0%

0

10

20

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90

100

Sim Não

Gráfico 7 - UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR PARA PREPARAR AVALIAÇÕES

Fonte: A autora (2011)

Para preparar suas avaliações, 100% dos professores pesquisados

afirmaram utilizar o computador para preparar as avaliações, confirmando seu

uso, também, para outras atividades escolares.

67%

33%

0%

67%

0%

100%

0%

0

10

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100

TV p

en d

rive

Labo

rató

rioBlo

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E-mail

Cha

t

Filme

Web

ques

t

Gráfico 8 – RECURSOS MIDIÁTICOS UTILIZADOS NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS COM SEUS ALUNOS Fonte: A autora (2011)

Dos professores entrevistados com referência à utilização dos recursos

midiáticos citados: 67% usaram a TV pen drive e o e-mail, 33% utilizaram o

laboratório e 100% empregaram filmes em suas aulas. Os docentes participantes

informaram a não utilização de blog, chat e webquest.

21

6.2 Sobre as Reflexões referentes à TIC’s e o Gênero Discursivo Digital

Conforme relatado no item 5.2 deste trabalho, aos professores foi

apresentado o material pedagógico, contendo os pressupostos teóricos referentes

às TIC’s, com o propósito de propiciar aos docentes subsídios para a reflexão e

aprofundamento das questões envolvendo a incorporação das citadas tecnologias

na educação e especificamente no ensino de Língua Portuguesa.

Os professores participantes do projeto, após estudo e análise do material

pedagógico, relataram suas experiências e expectativas, com as seguintes

constatações:

a) Os alunos, acostumados a estímulos provenientes das TIC’s, tais como,

computador, celular, DVDs, CDs, TV com muitos canais, podem se desinteressar

das aulas, se não encontrarem estímulos que os levem a interagir com o processo

de aquisição do conhecimento.

b) Os docentes consideraram a importância da inserção dos professores no

espaço tecnológico, no entanto, relatam que a formação continuada é insuficiente

para a aquisição desses conhecimentos.

c) Necessidade da ação docente na orientação dos alunos para o uso

dessas tecnologias, especialmente quanto a sua utilização para a elaboração de

trabalhos escolares, uma vez que muitos alunos simplesmente copiam o trabalho

escolar da internet.

6.3 Sobre o Blog

O recurso pedagógico do blog oportunizou a ampliação da aula dos

professores, uma vez que viabilizou aos alunos, pais e equipe pedagógica, o

acesso a vídeos referentes à literatura e gramática, com links do Youtube, assim

como consulta às datas de avaliações, cronogramas e textos literários. Uma das

docentes relatou que pretende continuar incrementando o seu blog, com a

inserção de novos links.

Constatou-se que a construção do blog possibilitou aos professores de

Língua Portuguesa o conhecimento teórico e prático de um gênero discursivo da

22

internet que possibilita várias interações com os alunos e comunidade e até

incentivou o interesse por conhecer outros recursos, tais como a webquest.

6.4 Sobre o Grupo de Trabalho em Rede – GTR

A experiência da aplicação do projeto no colégio foi apresentada e

partilhada, via Grupo de Trabalho em Rede – GTR com os professores da rede

estadual de ensino, sincronicamente à sua execução no Colégio onde ocorreu a

implementação.

A participação de professores da rede estadual de ensino demonstrou

vários estágios de conhecimento das TIC’s, com nível inicial, intermediário e

avançado, revelando que todos se encontram em um processo de construção dos

saberes relativos ao mundo digital, onde novos desafios e dificuldades são

colocados para todos os educadores.

Das considerações realizadas pelos professores participantes do GTR,

evidenciaram-se várias colocações pertinentes às novas TIC’s, elencadas a

seguir:

a) receios quanto à utilização de equipamentos de informática;

b) constatação de que alguns alunos ainda confundem uma aula

diferenciada como uma “matação” de aula, demonstrando uma percepção errônea

sobre a utilização das TIC’s.

c) a maioria dos professores participantes do estudo via GTR são unânimes

quanto à necessidade de adquirir conhecimentos teóricos e principalmente

conhecimentos práticos sobre as TIC’s e se empenham nesse processo de

acordo com suas possibilidades.

d) particularmente com referência ao uso das TIC’s na Língua Portuguesa,

pelo público-alvo do GTR, os docentes de Língua Portuguesa, consideraram

extremamente necessário que estejam interados das novas linguagens da

comunicação, para que sejam utilizadas com criatividade e eficácia no

planejamento do processo ensino-aprendizagem, tornando-o proveitoso para o

aluno e o professor.

23

e) os docentes relataram a necessidade de formação continuada na área

das tecnologias educacionais, embora alguns dos participantes já se empenhem

na utilização das TIC’s.

As sugestões, interações e indagações postadas pelos participantes do

GTR, nos Fóruns e Diários, possibilitaram reflexões e ajustes no trabalho em

desenvolvimento.

7. CONCLUSÃO

O trabalho realizado possibilitou reflexões sobre a participação dos

professores no mundo digital bem como viabilizou a aquisição de conhecimentos

práticos das TIC’s, por meio da construção de um blog, ampliando e enriquecendo

os saberes docentes.

Evidenciou-se a conscientização e o empenho dos professores quanto à

importância da utilização das TIC’s na educação e, principalmente a incorporação

das TIC’s no ensino de Língua Portuguesa, uma vez que o universo digital, em

especial, está presente no cotidiano de alunos e professores, vindo a ser uma

importante ferramenta para motivar o ensino-aprendizagem.

Percebeu-se que cabe aos professores a “quebra de paradigmas”, tarefa

que realmente não é fácil. Como foi demonstrado acima, muitos professores ainda

têm receio da utilização das TICs em sala de aula, como também, muitos alunos

entendem que tal utilização constitui uma “matança” de aula, uma vez que o foco

do ensino-aprendizagem não recai sobre a eventual e tradicional aula expositiva,

mas sim para o uso de diversas tecnologias. Como de tal realidade nem

professores nem alunos estão isentos, convém encontrar caminhos mais eficazes

na realização de um ensino mais condizente com as novas práticas

comunicativas.

Faz-se necessário “aprender a aprender”, inteirando-se sobre as novas

TIC’s, que proporcionam a democratização das informações e do conhecimento,

oportunizando aos alunos interagir no processo educativo e possibilitando assim a

reflexão e transformação da realidade social.

24

REFERÊNCIAS

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25

SOUZA, Renato Rocha. Aprendizagem colaborativa em comunidades virtuais: o caso das listas de discussão. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.