qual a melhor fonte de energia

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TRABALHOS E DESENHOS PREMIADOS 2012 Qual é a melhor fonte de energia para nosso futuro?

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  • T R A B A L H O S E D E S E N H O S P R E M I A D O S

    2 0 1 2

    Qual a melhorfonte de energia

    para nosso futuro?

  • 10 de novembro

    Qual a melhorfonte de energia

    para nosso futuro?

    Braslia, novembro de 2012

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  • Os autores so responsveis pela escolha e apresentao dos fatos contidos neste livro, bemcomo pelas opinies nele expressas, que no so necessariamente as da UNESCO, nemcomprometem a Organizao. As indicaes de nomes e a apresentao do material ao longodeste livro no implicam a manifestao de qualquer opinio por parte da UNESCO arespeito da condio jurdica de qualquer pas, territrio, cidade, regio ou de suas autoridades,nem tampouco a delimitao de suas fronteiras ou seus limites.

    Esclarecimento

    A UNESCO mantm, no cerne de suas prioridades, a promoo da igualdade de gnero, emtodas as suas atividades e aes. Devido especificidade da lngua portuguesa, adotam-se,nesta publicao, os termos no gnero masculino, para facilitar a leitura, considerando asinmeras menes ao longo do texto. Assim, embora alguns termos sejam grafados nomasculino, eles referem-se igualmente ao gnero feminino. Por exemplo, quando se mencionaprofessor, subentende-se tambm estar includa a ideia de professora.

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  • T R A B A L H O S E D E S E N H O S P R E M I A D O S

    2 0 1 2

    10 de novembro

    Qual a melhorfonte de energia

    para nosso futuro?

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  • Esta publicao fruto de uma parceria entre a Representao da UNESCO noBrasil e a Comisso Permanente de Cincia, Tecnologia, Inovao, Comunicao eInformtica (CCT) do Senado Federal.

    2012 UNESCO.Todos os direitos reservados.

    Coordenao editorial: Setor de Cincias Naturais da Representao da UNESCOno BrasilReviso: B&C Reviso de TextosProjeto Grfico e Capa: Unidade de Comunicao Visual da Representao daUNESCO no Brasil

    Dia Mundial da Cincia pela Paz e pelo Desenvolvimento, 10 de novembro: qual a melhor fonte de energia para o nosso futuro?; trabalhos e desenhos premiados2012. Braslia: UNESCO, Senado Federal, 2012. 184 p.

    BR/2012/PI/H/14

    1. Energia 2. Energias Renovveis 3. Desenvolvimento Sustentvel 4. Ensino deCincias 5. Cincia e Sociedade 6. Cincia e Desenvolvimento 7. Promoo da paz8. Brasil I. UNESCO II. Brasil. Senado Federal

    Impresso no Brasil

    Representao no Brasil

    SAUS, Quadra 5 Bloco H, Lote 6,Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9 andar70070-912 Braslia - DF - BrasilTel.: (55 61) 2106-3500Fax: (55 61) 2106-3697E-mail: [email protected] Site: www.unesco.org/brasiliafacebook.com/unesconaredetwitter: @unescobrasil

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  • Agradecimentos ......................................................................................9

    Prefcio.................................................................................................11

    Abstract ................................................................................................13

    Categoria desenho

    1 Lugar Nosso futuro a favor do vento .......................................................................17Bianca Melissa Holanda dos Santos, 16 anos, 2 ano do ensino mdioAdriana Lucena da Sales (professora-orientadora)Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Amap Macap, AP

    2 Lugar No toa que o sol nasce para todos .........................................................18Ana Laura Iembo Hernandes, 16 anos, 1 ano do ensino mdioJuliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII Ponta Grossa, PR

    3 Lugar Ainda h tempo de optarmos pela vida no planeta,usando energia limpa de modo sustentvel ..................................................19Mariline Schab, 17 anos, 3 ano do ensino mdioJuliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII Ponta Grossa, PR

    Meno HonrosaPrefiro acreditar no mundo do meu jeito, onde tudo seja perfeitocom novos ventos, novas luzes formando um futuro melhor para todos.....20Dbora Aparecida Souza Magalhes, 17 anos, 3 ano do ensino mdioAlexandre Barros Oliveira (professor-orientador)Escola de Educao Bsica e Profissional Fundao Bradesco Campinas, SP

    Meno HonrosaJanela para o futuro.......................................................................................21Gabriel Fonto Kassab, 16 anos, 1 ano do ensino mdioCatia da Costa Soares (professora-orientadora)Colgio Guilherme Dumont Villares So Paulo, SP

    Sumrio

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  • Meno HonrosaIniciativas tomadas hoje podem garantir um futuro sustentvel .................22Joo Vitor Cogo, 15 anos, 1 ano do ensino mdioJuliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII Ponta Grossa, PR

    Meno HonrosaAlgumas fontes de energia destroem o ambiente em que vivemos,enquanto outras constroem o futuro que habitaremos ................................23Johnatan Souza da Silva, 17 anos, 3 ano do ensino mdioRodolfo de Oliveira Castro (professor-orientador)Colgio Desafio Goinia, GO

    Meno HonrosaSol e vento, caminhos para uma energia limpa e sustentvel.......................24Luiz Fernando Linhares Pereira, 17 anos, 3 ano do ensino mdioFernando Magalhes Angelim (professor-orientador)Colgio Estadual So Jos Granja, CE

    Meno HonrosaQue o futuro seja ligado s formas limpas e sustentveis de energia ...........25Marcos Nunes Bastos, 16 anos, 1 ano do ensino mdioAlerrandra Lgia Diniz Lima (professora-orientadora) Escola de Educao Bsica e Profissional Fundao Bradesco Irec, BA

    Meno HonrosaA melhor fonte de energia aquela usada com conscincia.........................26Maycon Douglas Silva Soares de Arajo, 17 anos, 3 ano do ensino mdiongela Cristina Schempp Pires (professora-orientadora)Escola Estadual Professor Valrio Strang Mogi Mirim, SP

    Categoria trabalho escrito

    1 Lugar Energia nuclear: matriz energtica brasileira no futuro? .............................29Estudante: Ingryd Rodrigues dos Passos, 18 anos, 3 ano do ensino mdioRoberto Fortunato Donato (professor-orientador)Externato Santa Terezinha Araraquara, SP

    2 Lugar Preconceito radioativo...................................................................................47Estudante: Guilherme Talerman Pereira, 15 anos, 1 ano do ensino mdioCleusa Dellagnese (professora-orientadora)Colgio Guilherme Dumont Villares So Paulo, SP

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  • 3 Lugar Manchetes de ontem, hoje e amanh............................................................61Estudante: Matheus Marchiori dos Santos, 16 anos, 2 ano do ensino mdiongela Cristina Schempp Pires (professora-orientadora)Colgio Objetivo Mogi Guau, SP

    Meno Honrosa Energia elica: reacendendo o mundo..........................................................83Estudante: Aline Hernandez Marquez Sarafyan, 15 anos, 1 ano do ensino mdioCleusa Dellagnese (professora-orientadora)Colgio Guilherme Dumont Villares So Paulo, SP

    Meno Honrosa Em busca da melhor fonte de energia renovvel e revigorvel .................93Estudante: Andressa Lopes Bohrer, 16 anos, 2 ano do ensino mdioAuriane Meneses Mesquita Silva (professora-orientadora)Colgio Militar de Braslia Braslia, DF

    Meno Honrosa Uma viagem pelo futuro da energia............................................................105Estudante: Emile Melo, 15 anos, 1 ano do ensino mdioJuliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII Ponta Grossa, PR

    Meno Honrosa Energia solar: aposta ou necessidade?.........................................................119Estudante: Ketle Figueiredo Gonalves, 14 anos, 1 ano do ensino mdioAndr Adriano Brun (professor-orientador)Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Amap Macap, AP

    Meno Honrosa Clulas a combustvel microbianas: uma sada paraa energia sustentvel e o tratamento de esgotos .........................................131Estudante: Marcelo Henrique Simes Silva, 16 anos, 2 ano do ensino mdioKtia Aparecida da Silva Aquino (professora-orientadora)Colgio de Aplicao da Universidade Federal de Pernambuco Recife, PE

    Meno Honrosa O futuro renovvel ................................................................................141Estudante: Milena Regina Batista dos Santos, 16 anos, 1 ano do ensino mdioEduardo de Carvalho (professor-orientador)Colgio Interao de Marlia Marlia, SP

    Meno Honrosa A energia em uma sociedade consumista....................................................171Estudante: Natasha Takuno Hespanhol, 15 anos, 1 ano do ensino mdioCleusa Dellagnese (professora-orientadora)Colgio Guilherme Dumont Villares So Paulo, SP

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  • 9A UNESCO agradece o envolvimento e o empenho das instituiesparticipantes e co-organizadoras do Concurso de Trabalhos Escritos eDesenhos e do evento em comemorao ao Dia Mundial da Cincia pela Paze pelo Desenvolvimento (10 de novembro). So elas:

    Academia Brasileira de Cincias (ABC) Agncia Espacial Brasileira (AEB) Comisso Permanente de Cincia, Tecnologia, Inovao, Comunicao e

    Informtica (CCT) do Senado Federal Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) Conselho Nacional de Secretrios de Educao (CONSED) Conselho Nacional de Secretrios Estaduais para Assuntos de C,T&I

    (CONSECTI) Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT) Instituto Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque Ministrio da Educao (MEC) Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI) Secretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Inovao do Distrito Federal

    (SECT/GDF) Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia (SBPC) Unio Europeia

    A UNESCO agradece, ainda, s duas comisses de especialistas que avaliaramas obras apresentadas para as categorias de trabalho escrito e desenho. Osmembros das comisses esto listados a seguir.

    Comisso de Avaliao dos Trabalhos Escritos

    Airton LugarinhoSecretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Inovao do Distrito Federal (SECT/GDF)

    Ary Mergulho FilhoOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO)

    Camila BianchiMinistrio da Educao (MEC)

    Agradecimentos

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  • 10

    Leda Cardoso Sampson PintoMinistrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI)

    Rafaela MarquesOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO)

    Tiago Torres de Lima BrumSenado Federal

    Comisso de Avaliao dos Desenhos

    Airton LugarinhoSecretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Inovao do Distrito Federal (SECT/GDF)

    Ary Mergulho FilhoOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO)

    Ary RodriguesSenado Federal

    Camila BianchiMinistrio da Educao (MEC)

    Juliana ProiteOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO)

    Leonardo Nemer AfonsoMinistrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI)

    Otvio Borges MaiaInstituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT)

    Rafaela MarquesOrganizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO)

    Tereza Jorge LasmarInstituto Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque

    A todos que, direta ou indiretamente, contriburam para a realizao desseConcurso.

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  • 11

    O desenvolvimento cientfico e tecnolgico tem papel decisivo naqualidade de vida das pessoas. As contribuies da cincia para o cotidianoda sociedade muitas vezes no so percebidas pela populao, mas seu desen-volvimento est diretamente ligado qualidade de vida de cada cidado.

    Nesse contexto, as Naes Unidas estabeleceram o dia 10 de novembrocomo o Dia Mundial da Cincia pela Paz e pelo Desenvolvimento, com oobjetivo de promover a reflexo de todos os componentes da sociedade sobreo papel do desenvolvimento cientfico e tecnolgico para a melhoria da vidada populao. necessrio que as pessoas tenham condies de debater eescolher o tipo de desenvolvimento que melhor promover o estilo de vidaque a sociedade deseja.

    Esse debate promovido no Brasil em vrias esferas. A inteno criarespaos para que governo e sociedade civil em geral possam expor ideias edefinir que rumos tomar em direo ao desenvolvimento cientfico e tecno-lgico, sua aplicao tica e construo de um modelo socialmente inclusivo.

    Para que isso seja possvel, importante que a sociedade tenha condiesde preparar cidados capazes de participar das discusses relacionadas aostemas propostos de forma a influenciar as decises que afetam seu destino.

    Essa preparao deve acontecer na formao da criana e do jovem,despertando neles habilidades tais como capacidade de observao, registro,anlise, proposio de aes e avaliao. Em consequncia, o jovem serestimulado a participar como agente ativo do mundo em que vive, contri-buindo para a construo de princpios e parmetros para esta sociedade emfrequente mutao.

    Nesta edio de 2012, estudantes e professores do ensino mdio foramconvidados a refletir sobre as melhores fontes de energia para um modelode desenvolvimento sustentvel que, no longo prazo, garanta o suprimentode que a sociedade necessita e preserve na sua melhor forma o ambiente emque vivemos.

    Prefcio

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  • 12

    Neste livro encontraremos os dez melhores trabalhos escritos e os dezmelhores desenhos apresentados, mostrando a dedicao e o grau dediscernimento de seus autores sobre o tema proposto. So jovens mostrandosua capacidade e sua vontade de participar das discusses importantes para avida em nossa sociedade.

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  • UNESCO Brasilia Office Natural Sciences Sector launched on 18 June2012 an Essay and Drawing Contest for Students to celebrate the UnitedNations World Science Day for Peace and Development on 10 November.Secondary school students from all over Brazil were asked to write essays,oriented by teachers, and draw pictures to answer the question What is thebest source of energy for our future?. This book contains the best ten pictures,as well as the best ten essays. The Contest award ceremony was held onNovember 2012 in So Paulo. The Contest and the activities of the WorldScience Day for Peace and Development were promoted by UNESCO inpartnership with the:

    Brazilian Sciences Academy (ABC); Brazilian Space Agency (AEB);Permanent Commission of Science, Technology, Innovation, Communicationand Information Technology (CCT) of the Federal Senate; National Councilfor Scientific and Technological Development (CNPq); National Council ofState Secretaries of Education (CONSED); National Council of StateSecretaries for S,T&I Issues (CONSECTI); Brazilian Institute of Informationon Science and Technology (IBICT); Lynaldo Cavalcanti de AlbuquerqueInstitute; Ministry of Education (MEC); Ministry of Science, Technology andInnovation (MCTI); Science and Technology Secretariat of the FederalDistrict (SECT/DF); Brazilian Society for Progress in Science (SBPC) andEuropean Union.

    Abstract

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  • DESENHOCategoria

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  • Nosso futuro a favor do vento

    1 Lugar

    Bianca Melissa Holanda dos Santos, 16 anos2 ano do ensino mdio

    Adriana Lucena da Sales (professora-orientadora)Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Amap

    Macap, AP

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  • 2 Lugar

    Ana Laura Iembo Hernandes, 16 anos1 ano do ensino mdio

    Juliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII

    Ponta Grossa, PR

    No toa que o sol nasce para todos

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  • 3 Lugar

    Mariline Schab, 17 anos3 ano do ensino mdio

    Juliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII

    Ponta Grossa, PR

    Ainda h tempo de optarmos pela vida no planeta,usando energia limpa de modo sustentvel

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  • Meno Honrosa

    Dbora Aparecida Souza Magalhes, 17 anos3 ano do ensino mdio

    Alexandre Barros Oliveira (professor-orientador)Escola de Educao Bsica e Profissional Fundao Bradesco

    Campinas, SP

    Prefiro acreditar no mundo do meu jeito, onde tudo seja perfeito como novosventos, novas luzes formando um futuro melhor para todos

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  • Meno Honrosa

    Gabriel Fonto Kassab, 16 anos1 ano do ensino mdio

    Catia da Costa Soares (professora-orientadora)Colgio Guilherme Dumont Villares

    So Paulo, SP

    Janela para o futuro

    21

    livro_dia_munidal_2012.qxd:Diversidade Cultural 11/13/12 9:54 AM Page 21

  • Meno Honrosa

    Joo Vitor Cogo, 15 anos1 ano do ensino mdio

    Juliane Nadal Dias Swiech (professora-orientadora)Colgio Marista Pio XII

    Ponta Grossa, PR

    Iniciativas tomadas hoje podem garantir um futuro sustentvel

    22

    livro_dia_munidal_2012.qxd:Diversidade Cultural 11/13/12 9:54 AM Page 22

  • Meno Honrosa

    Johnatan Souza da Silva, 17 anos3 ano do ensino mdio

    Rodolfo de Oliveira Castro (professor-orientador)Colgio Desafio

    Goinia, GO

    Algumas fontes de energia destroem o ambiente em que vivemos,enquanto outras constroem o futuro que habitaremos

    23

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  • Meno Honrosa

    Luiz Fernando Linhares Pereira, 17 anos3 ano do ensino mdio

    Fernando Magalhes Angelim (professor-orientador)Colgio Estadual So Jos

    Granja, CE

    Sol e vento, caminhos para uma energia limpa e sustentvel

    24

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  • Meno Honrosa

    Marcos Nunes Bastos, 16 anos1 ano do ensino mdio

    Alerrandra Lgia Diniz Lima (professora-orientadora) Escola de Educao Bsica e Profissional Fundao Bradesco

    Irec, BA

    Que o futuro seja ligado s formas limpas e sustentveis de energia

    25

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  • 26

    Meno Honrosa

    Maycon Douglas Silva Soares de Arajo, 17 anos3 ano do ensino mdio

    ngela Cristina Schempp Pires (professora-orientadora)Escola Estadual Professor Valrio Strang

    Mogi Mirim, SP

    A melhor fonte de energia aquela usada com conscincia

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  • TRABALHOESCRITO

    Categoria

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  • Resumo

    Enquanto persiste o dilema de encontrar uma fonte de energia susten-tvel social e ambientalmente, alm de economicamente, vivel, os pasesse desenvolvem e as indstrias crescem, tornando a demanda por energiaeltrica cada vez maior. O Brasil encaixa-se perfeitamente nesse quadro:l fora, um dos pases emergentes que mais chama a ateno das naesdesenvolvidas; aqui dentro, sua populao est vivendo financeiramentemelhor, de forma que tem poder aquisitivo suficiente para comprar mais emais produtos industrializados e de alta tecnologia. Portanto, para fazerfuncionar desde a televiso da cozinha at a indstria de ponta, precisamosde energia eltrica. Em nossa matriz energtica atual, predomina a opohidreltrica que, em teoria, limpa e renovvel, mas na prtica tambmgera impactos ambientais e sociais, como veremos adiante. Alm disso, asusinas hidreltricas que hoje temos em funcionamento no esto suprindo ademanda nacional, tornando necessria a construo de mais unidades.No seria melhor diversificar mais as nossas fontes energticas em vez deexplorar um nico meio? Diante disso, vamos tratar da energia nuclear everemos que ela bastante vivel no Brasil, apesar do trgico passado, comoo inesquecvel acidente da usina de Chernobyl na dcada de 1980 e, recen-temente, em Fukushima, pois contamos com experincia no setor, matria-prima e tecnologia suficientes para gerar muita energia eltrica.

    29

    Energia nuclear: matriz energticabrasileira no futuro?Estudante: Ingryd Rodrigues dos Passos, 18 anos, 3 ano do ensino mdioProfessor-orientador: Roberto Fortunato DonatoExternato Santa Terezinha Araraquara, SP

    1 LUGAR

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  • Introduo

    A chamada questo energtica , de fato, um dos temas mais discutidosda atualidade. O uso intensivo de recursos naturais no renovveis comofonte de energia desde as revolues industriais dos sculos 18 e 19 e ossignificativos impactos ambientais gerados nesse mesmo perodo, alm daatual crescente demanda por energia eltrica, no deixam dvidas: neces-srio encontrar uma fonte alternativa de energia, eficiente, renovvel e nopoluente.

    No entanto, sabemos que realmente muito difcil aliar esses trs quesitoscom abundncia de matria-prima para a produo e baixos custos deinstalao e manuteno de usinas, alm de lugares seguros para essasinstalaes que no exijam a retirada de contingentes populacionais.

    Podemos citar como exemplo recente a construo da Hidreltrica deBelo Monte, na bacia do rio Xingu (PA) que, apesar de se tratar de umaenergia renovvel e com grande potencial energtico, um projeto que searrasta desde a dcada de 1970 devido s divergncias entre indgenas,ambientalistas e governo. Aqueles que se opem ao projeto argumentamcontra sua continuidade e contra a inundao do Parque Nacional do Xingu,apontando a perda da biodiversidade do local, o que prejudicaria centenas deespcies de animais que ali vivem; a remoo de cem milhes de metroscbicos da Floresta Amaznica; o desalojamento de milhares de pessoas,inclusive de indgenas. Ou seja, embora haja benefcios, a construo dessahidreltrica traz consigo uma carga de prejuzos ambientais e sociais noaceitos pelos moradores nativos e pelos defensores da fauna e flora brasileiras.

    devido a impasses que h tanta discusso sobre qual a melhor fonte deenergia. Na verdade, no h fonte que no traga prejuzos, e sim aquelas quetrazem menor e maior impacto ambiental. Assim sendo, considerar e analisaro que cada territrio tem a oferecer ser determinante na escolha da matrizenergtica de cada pas. O importante, alm disso, diversificar as fontes,buscando meios que se complementem, ao invs de depender de apenas umadelas.

    30

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  • Desenvolvimento

    Cenrios nacional e mundial

    Comparado com o restante do mundo, o Brasil pode ser considerado umbom exemplo no que diz respeito ao balano energtico. Atualmente, nossamatriz energtica so as hidreltricas que, como j antes mencionado,constituem uma fonte renovvel de energia. Para isso, contamos com maisde mil usinas em funcionamento. Em termos mundiais, entretanto, a matrizenergtica ainda provm de fontes no renovveis, com destaque para o petr-leo e o gs natural, nas primeiras posies. Observe as Figuras 1 e 2 a seguir.

    Figura 1. Matrizes energticas. Ano base 2005.

    Fonte: Balano Energtico Nacional.

    Figura 2. Oferta interna de Energia Eltrica. Ano base 2010.

    Fonte: Balano Energtico Nacional.

    31

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  • A demanda por energia crescente no cenrio mundial: alm dos pasesdesenvolvidos, que j possuem hbitos de grande consumo, pases que estoem crescimento, como o prprio Brasil, tambm requerem maiordisponibilidade de energia eltrica. Isso se deve ao fato de que, com o pas sedesenvolvendo, mais energia ser necessria para o funcionamento dossetores da economia: a agricultura, mais mecanizada; as indstrias, hojebuscando agregar mais tecnologias e o setor de comrcio e servios, o quemais contribui com o PIB brasileiro (Figura 3). Nessas condies, maispessoas tm acesso eletricidade e tambm dispem de maior poderaquisitivo, possibilitando a compra de mais produtos eletrodomsticos eeletroeletrnicos. Veja a Figura 3 a seguir.

    Figura 3. Variao do PIB e variao do consumo de energia (1998-2007).

    Fonte: Agncia Nacional de Energia Eltrica.

    fato que a geografia do Brasil oferece muitas vantagens para as usinashidreltricas: a abundncia de rios com desnvel e o clima predominan-temente tropical favorecem esse tipo de produo energtica, que no emitenenhum dos chamados gases estufa, como dixido de carbono, monxido decarbono ou dixido de enxofre. Temos em nosso territrio a usina binacionalde Itaipu em parceria com o Paraguai, embora a parcela da produoutilizada por eles seja 5% do total, sendo o restante vendido ao Brasil, devidoao tamanho do territrio, muito menor em relaco ao brasileiro. A capaci-dade anual de produo de Itaipu, de 14 gigawatts, s menor do que a daHidreltrica de Trs Gargantas, na China (com 22,5 gigawatt/ano).

    Mas a opo hidreltrica no tem somente aspectos favorveis, pois necessrio o desalojamento de centenas, at milhares de famlias para aformao de lagos artificiais, que chegam a colocar vilas inteiras debaixo

    32

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  • dgua; ou ainda o alagamento de reas de floresta que, com o tempo, comeama se decompor na gua e a emitir gs metano um hidrocarboneto simples,porm o segundo maior contribuinte para o efeito estufa, perdendo apenaspara o dixido de carbono.

    Os projetos desse tipo de usina esto cada vez mais audaciosos. Um exem-plo a construo da supracitada Hidreltrica de Trs Gargantas, que deslocou1,4 milhes de pessoas e provocou escassez de gua na plancie central daChina com os deslizamentos de terra prximo s margens de um lago.

    No se trata de uma substituio total das hidreltricas, pelo contrrio, jque um de seus pontos favorveis justamente ser uma forma de energialimpa. A questo diversificar com outras formas de energia tambm reno-vveis ou, se no o forem, que ao menos no contribuam para o efeito estufa.

    Sob esse aspecto, as energias provenientes do carvo mineral ou dopetrleo j esto praticamente descartadas: no s emitem muito dixidode carbono para a atmosfera como tambm so combustveis fsseis, quedemorariam milhes de anos para ser repostos na natureza. Alm do mais, oBrasil no possui grandes jazidas de carvo, nem reservas de petrleo sufi-cientes para a demanda atual, e dependeria de importaes.

    Muito se fala tambm sobre as formas solar e elica: afinal, em teoria, oclima do Brasil favorece essas duas opes, que so 100% renovveis, noemitem nada de CO2 e demandam poucos gastos com manuteno.

    No caso da energia solar, seria possvel instalar painis em quase todo oterritrio brasileiro afinal, faz sol o ano todo , tornando desnecessria autilizao de longas linhas de transmisso, desde a gerao at o destino deconsumo. Porm, essa gerao est restrita a algumas horas do dia, quandoh iluminao solar.

    Com a energia elica, possvel a gerao energtica no mesmo terrenoocupado pela agricultura e pela criao de gado; logo, no preciso desmatarpara instalar as turbinas. No entanto, essas mesmas turbinas geram muitobarulho (poluio sonora), incomodando quem mora perto. Podem tambmforar aves a mudar seu curso natural de migrao, para no trombar comas ps.

    Em ambos os casos, a produo muito baixa, o que acaba encarecendoos produtos: enquanto um megawatt-hora (equivalente a mil chuveirosligados por uma hora) produzido em Belo Monte tem custo estimado emtorno de R$ 22, essa mesma quantidade custaria R$ 99 em uma usina elica

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    e R$ 200 em uma usina solar. Para conseguir igualar a produo energticade Belo Monte a essas duas opes, seriam necessrias 3.700 torres de energiaelica e incrveis 49,9 milhes de painis fotovoltaicos.

    Diante desses nmeros, uma boa ideia seria utilizar essas formas de energiapara a iluminao de estradas, ruas e praas pblicas, bem como de cidadesde pequeno porte, e at para tornar arranha-cus autossuficientes energeti-camente, como no caso do Bahrein World Trade Center que, entre os doisprdios, tm instaladas trs turbinas elicas que suprem de 11% a 15% daenergia consumida pelos edifcios (Figura 4).

    Pontes rodovirias so fonte de energia na Itlia

    Energia de ponte, j ouviu falar? Ela ser utilizada, em breve, na Itlia,

    graas ao projeto arquitetnico dos profissionais Francesco Colarossi,

    Giovanna Saracino e Luisa Saracino. Eles desenvolveram e apresentaram ao

    governo italiano o projeto Solar Wind, que prev revitalizar uma ponte

    atualmente desativada e torn-la capaz de produzir eletricidade para cerca

    de 15 mil casas da regio.

    Como? A ideia to simples que nos faz questionar como ningum pensou

    antes em um projeto semelhante. Os designers propem reformar a ponte,

    instalando em toda a sua estrutura de sustentao 26 turbinas elicas,

    capazes de produzir energia. Alm disso, os 22 quilmetros de pista sero

    revestidos com painis solares, que tambm podero gerar eletricidade.

    Figura 4.

    Bahrein World Trade Center.

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    Como pontes esto constantemente expostas ao sol e ao vento, a previso

    de que a Solar Wind produza cerca de 40 milhes de kW por ano para a

    regio da Calbria, onde est localizada.

    A ponte ganhar tambm quiosques, onde sero vendidos alimentos org-

    nicos, com a inteno de que o local que tem uma vista incrvel! passe a

    ser um ponto turstico italiano.

    O projeto foi um dos vencedores do concurso New Italian Blood, promovido

    pelo governo italiano, que premiou as melhores ideias para o reaproveita-

    mento das vrias pontes que esto velhas e desativadas em todo o pas

    uma vez que demolir essas construes custaria muito caro.

    Fonte: SPITZCOVSKY (2011)

    Energia nuclear: passado, presente, futuroA liberao da energia atmica mudou tudo,

    menos nossa maneira de pensar. Albert Einstein

    Uma alternativa para a questo energtica no Brasil seria justamente aexpanso do programa nuclear. A ideia de utilizao da energia do ncleo dotomo para gerar eletricidade surgiu durante a Guerra Fria, com as crises dopetrleo (de 1973 e 1979). O chamado ouro negro constitua praticamentea nica fonte de energia do sculo 20, e era exportado do Oriente Mdiopara o mundo todo a preos baixssimos. Mas os conflitos internos naquelaregio mudaram drasticamente esse cenrio, provocando uma crise econmicamundial. Receosos de ficar sem energia, os pases desenvolvidos passaram ainvestir em programas nucleares.

    O combustvel das usinas nucleares o urnio-235. O urnio existe nanatureza na forma de trs istopos: urnio-235, urnio-237 e urnio-238. encontrado como minrio, em rochas ou areais. Entretanto, de todo ournio existente, apenas 0,7% de urnio-235, sendo o restante constitudode urnio-238, que no aproveitvel para a gerao de energia.

    A obteno de energia nessas usinas consiste basicamente no bombardea-mento de um ncleo atmico do istopo radioativo de urnio-235 com umapartcula (geralmente um nutron), que se dividir e liberar energia trmicae mais nutrons, que dividiro outros tomos, e assim por diante. Esse processo,chamado reao em cadeia, a fisso nuclear, e ocorre nos reatores (Figura 5).

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  • Figura 5. Fisso nuclear - reao em cadeia.

    Para que a fisso ocorra, h duas opes: o enriquecimento desse urnioat 3% a 5% e o uso de gua para refrigerar o reator e moderar a velocidadeda reao em cadeia; ou o uso de urnio no enriquecido e uma gua maispesada, constituda pelo istopo hidrognio-2 (deutrio).

    Em bombas atmicas, alm de o urnio ser enriquecido at 90%, essareao em cadeia ocorre em um perodo de tempo muito curto, o que causaa exploso. O reator, como j foi dito, resfriado com gua (circuito primrio);esta, enquanto resfria o reator, se aquece e depois se transforma em vapor(circuito secundrio), que movimentar uma turbina ligada a um geradoreltrico, produzindo, portanto, energia eltrica. Veja a Figura 6 a seguir.

    Figura 6. Transformao da energia trmica dos reatores em energia eltrica.

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  • Essa fonte de energia muito rentvel. Em termos comparativos, aproduo energtica de 104 reatores nos Estados Unidos maior do que a detodo o sistema brasileiro de gerao de eletricidade. Alm do mais, paraobter a mesma produo com 1g de urnio, em uma termeltrica seriamnecessrias 150 toneladas de carvo mineral.

    A energia nuclear vista com maus olhos pelo senso comum devido aosriscos que a exposio radioatividade traz sade humana, comomutaes celulares, diversos tipos de cncer, m formao dos fetos (umavez que, quanto menor a idade, maior a sensibilidade radiao),problemas na tireoide, vmitos, nuseas e, no limite, a morte.

    O que pouco se sabe, e atualmente constitui foco de pesquisas, quemuitos elementos tm decaimento radioativo naturalmente, mas como soempregados como matria-prima na produo de diversos produtos, osprocessos a que so submetidos podem aumentar seu potencial radioativo.Com base nessa constatao, investiga-se o aumento do nmero de casosde cncer associados utilizao cada vez mais frequente de produtos indus-trializados.

    Acidentes nucleares

    Esto ainda bem incrustados na memria da sociedade mundial os trsmaiores acidentes envolvendo radioatividade: o da usina de Three MileIsland, em 1979; o de Chernobyl, em 1986 (o mais grave da histria); e ocaso de Goinia, envolvendo o istopo radioativo Csio-137, liberado pelaviolao de um aparelho utilizado no tratamento de cncer. Tambm havemosde lembrar a recente tragdia ocorrida aps tsunami no Japo, em 2011, nausina de Fukushima todos, no entanto, desencadeados direta ou indireta-mente por falha humana.

    No caso de Three Mile Island, nos Estados Unidos, o que ocorreu foi umaumento de presso dentro do reator, produzindo uma enorme bolha de gsradioativo na parte superior deste e impedindo a chegada da gua derefrigerao. Isso ocorreu porque os operadores da usina, naquele momento,tomaram uma srie de medidas supondo que uma vlvula estivesse fechada,enquanto estava aberta. Houve emisso de gs radioativo na atmosfera elanamento de gua contaminada no rio prximo usina. O governo noevacuou imediatamente as regies prximas do local isso aconteceu apenasdois dias depois do desastre , mas ningum morreu, muito embora o nvel

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  • de radiao nas imediaes, em um raio de 16 km, estivesse oito vezes acimado nvel considerado letal.

    O acidente de Chernobyl, na Ucrnia (que poca integrava a URSS), considerado a pior tragdia nuclear j ocorrida. Aconteceu quando o gerentede operaes resolveu fazer um teste em um dos reatores da usina, quenaquele dia deveria ser desligado para manuteno: ele desejava verificar seera possvel que o reator funcionasse com baixa quantidade de energia, umavez que, no caso da cessao completa do suprimento externo, as bombas dediesel que o compensariam demoravam para entrar em ao. Para a realizaodo teste, foi violada uma srie de normas de segurana (inclusive o resfria-mento dos reatores). E somando-se a isso a inexperincia dos operadores emservio (os trabalhadores tinham experincia apenas em usinas termeltricase o engenheiro chefe tinha qualificao para trabalhar apenas com reatores depequeno porte), alm da limitada tecnologia da usina (uma vez que o materialdas hastes de segurana, ao invs de controlar as reaes dentro do reator,acabou contribuindo para aceler-las), o resultado foi catastrfico: como oreator no estava sendo resfriado, sua potncia aumentou repentinamente de700 megawatts para 30 gigawatt, levando a uma exploso que liberou50 toneladas de combustvel (para se ter uma ideia, a detonao das bombasatmicas, no final da Segunda Guerra Mundial, nas cidades de Hiroshima eNagasaki, no Japo, liberou 4,5 toneladas).

    Istopos radioativos como o Iodo-131 (que causa cncer na tireoide) eo Csio-137, que demoram muito para se desintegrar, foram liberados naatmosfera e espalhados para outras regies pelos ventos e chuvas, contami-nando com a radiao o ar, o solo, os alimentos e os rios. Dessa forma, oscasos de cncer e de anomalias aumentaram exponencialmente nas regiesatingidas pelo desastre.

    A diferena entre os dois acidentes citados que, enquanto o dos EstadosUnidos serviu para ampliar as pesquisas e as medidas de segurana nas usinasnucleares, o de Chernobyl amedrontou a sociedade mundial.

    Em Goinia, o acidente tambm envolveu Csio-137. Tudo aconteceuquando dois catadores de lixo trouxeram para casa um equipamento queencontraram em meio a escombros de uma antiga unidade de tratamento decncer. Eles se interessaram em pegar o material, mesmo sem saber do querealmente se tratava, e o venderam a um ferro-velho, pois viram que tinhachumbo. O dono do ferro-velho, ao abrir o equipamento, deparou-se comp de Csio que, no escuro, fica com uma cor azul brilhante. Impressionado,

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    levou-o para casa e o p ficou passando de mo em mo. Em pouco tempo,as pessoas comearam a passar mal com nuseas e vmitos e at vieram abito (como a menina Leide das Neves, de 6 anos de idade, que teriaingerido o p junto com o po). A esposa do dono do ferro-velho suspeitouque o material fosse radioativo e levou-o para a Vigilncia Sanitria de Goinia.Em pouco tempo confirmou-se a hiptese e aqueles que estavam sob suspeitade contaminao ingeriram uma substncia que expulsa o Csio do orga-nismo. Toneladas de materiais como roupas, calados e mveis foramarmazenados em contineres e isolados da populao. Infelizmente, at hojeas pessoas afetadas com a radiao tm dificuldade para obter medicamentose so alvo de preconceito.

    O acidente de Fukushima ocorreu em 2011, aps um terremoto de 8,9 pontosna escala Richter, seguido de tsunami. Embora tivesse havido trs explosesdos reatores, estes no estavam em funcionamento (como em Chernobyl), esim em processo de resfriamento; como a gua atingiu uma temperaturamuito alta, acabou liberando hidrognio, muito inflamvel. A rea em umraio de 20 quilmetros da usina foi rapidamente evacuada. Com esse proce-dimento, as consequncias foram muito menos desastrosas do que na Ucrnia.Aps investigaes de especialistas escolhidos pelo governo japons, concluiu-se que o desastre poderia ter sido evitado, uma vez que a empresa responsvelpela usina j sabia dos riscos de exploso caso houvesse uma catstrofenatural, e no deu prioridade segurana.

    Nota-se que, em todos os casos, o que determinou a gravidade do desastreforam falhas humanas. Por outro lado, deve-se considerar a infraestruturadas usinas os acidentes resultaram da combinao dos dois fatores. E porisso que construir uma usina nuclear fica to caro: necessrio o emprego detecnologia de ponta para evitar desastres como os j ocorridos. Veja:enquanto a instalao de Angra II, cuja potncia nominal de 1350 MW,teve custo em torno de R$ 5 bilhes, a instalao da Usina Hidreltrica deSalto Caxias (localizada no estado do Paran), que tem quase a mesmapotncia instalada 1250 MW , custou apenas R$ 1 bilho.

    A manuteno dessas usinas tambm no sai barato, uma vez que osfuncionrios precisam ser bem qualificados. Nas usinas brasileiras, o gastocom despesas salariais de cada empregado sai em torno de R$ 48 mil por anonas usinas nucleares, contra R$ 36 mil nas hidreltricas. No entanto, com ocrescimento do nmero de pesquisas, e a consequente utilizao de instrumentosmais eficientes e de menor custo, alm da disseminao dessa fonte deenergia, provvel que os custos caiam no decorrer das dcadas.

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    No Brasil, as usinas Angra I e Angra II (Figura 7) apresentam um padrode segurana melhor do que o das usinas do Japo. Suportariam a queda deum avio de grande porte sobre suas instalaes e abalos ssmicos de at setegraus na escala Richter (embora seja muito difcil ocorrer um abalo dessamagnitude em territrio brasileiro, devido localizao afastada das bordasda placa tectnica sul-americana). Caso ocorra um problema muito grave,os reatores param de funcionar imediatamente, evitando vazamentos emregies prximas s usinas, em um raio de at 15 quilmetros.

    Usinas nucleares no Brasil so mais seguras que as afetadas no Japo

    [...]

    Tecnologia mais segura

    A Eletronuclear afirma que a tecnologia adotada no Brasil considerada

    mais segura que o modelo usado no Norte do Japo ao menos no que diz

    respeito capacidade de resfriamento do reator. Criada em 1997, a

    Eletronuclear uma empresa subsidiria da Eletrobras e responsvel pela

    construo e operao de usinas termonucleares no pas.

    Em Angra 1 e 2, o vapor em contato com o combustvel radioativo

    separado dos circuitos de gerao de vapor e resfriamento, o que no

    acontece com as usinas do tipo BWR (Boiling Water Reactor), tecnologia

    adotada no Japo. A separao de material atmico do restante da usina

    Figura 7. Usina nuclear

    em Angra dos Reis, RJ.

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  • permite a continuidade de resfriamento, ao menos por algum tempo,

    mesmo com a interrupo de energia.

    H cerca de 440 usinas nucleares no mundo, sendo 65% iguais s do Brasil

    e 25% como as que estavam na rea afetada do Japo. Isso mostra que a

    indstria tem preferncia pela PWR (Pressurized Water Reactor), o mesmo

    modelo de Angra 1 e 2, avalia Leonan Guimares, assistente da presidncia

    da Eletronuclear.

    Nas centrais de Angra, h um prdio que abriga o reator nuclear. onde o

    urnio enriquecido sofre a fisso atmica, gerando calor e esquentando a

    gua que fica nesse mesmo sistema. A gua quente percorre uma tubulao

    que passa por dentro de outro circuito, separado, tambm cheio de gua,

    que acaba virando vapor. O vapor ento canalizado para mover as turbinas

    da usina e gerar energia, j em outro prdio. O modelo brasileiro, do tipo

    PWR, mais complexo e mais caro.

    No caso do modelo BWP, adotado pelas centrais de Fukushima, o vapor o

    mesmo que movimenta diretamente as turbinas. Mais compacta, a tecnologia

    foi desenvolvida no final da dcada de 60, enquanto o modelo adotado

    pelo Brasil dos anos 70. Guimares explica que o gerador de vapor do

    modelo adotado no Brasil tem quantidade significativa de gua, que

    permitiria continuar o resfriamento sem necessidade de bombas acionadas

    por energia eltrica.

    Como no BWR no existe o gerador de vapor, o resfriamento foi interrom-

    pido imediatamente. Por isso o PWR tem algumas vantagens sobre o outro

    modelo, afirmou Guimares, lembrando que metade das usinas nucleares

    japonesas adota a mesma tecnologia experimentada no Brasil.

    Apesar das dificuldades para resfriar reatores e impedir um desastre nuclear

    maior, o fato de as usinas japonesas terem permanecido de p em uma rea

    onde praticamente tudo foi destrudo chama a ateno de especialistas.

    At onde eu sei, essas usinas esto atuando de forma brilhante, avalia o

    coordenador de segurana e comunicao da Eletronuclear, Jos Manuel Dias.

    O que aconteceu foi uma sequncia de eventos improvveis, e mesmo

    assim as centrais esto de p, com muitas dificuldades, mas tomando aes

    previstas no prprio projeto para tentar evitar que a usina libere parte do

    ncleo (com material radioativo) para o meio ambiente, acrescentou o

    especialista, que trabalhou dez anos na Agncia Internacional de Energia.

    Fonte: LORENZI (2011)

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  • O alvo das crticas de ambientalistas est na hiptese de que no h umarota de fuga eficiente, e tambm de que os ambientes prximos s usinas notm proteo contra radiao. Para rebater, o engenheiro nuclear AntonioCarlos Marques Alvim, professor da UFRJ e PhD em energia nuclear noMIT (um dos institutos mais renomados do mundo), em reportagem aoportal R7 sobre conflito entre ambientalistas e governo acerca do programanuclear brasileiro, disse que o plano de emergncia feito com base em umclculo de como se vai dispersar o material radioativo, mas cada cenrio diferente e qualquer deciso deve ser tcnica. Porm, se aqui ele contemplacinco quilmetros de raio [para a retirada da populao], no foi uma coisaaleatria, foi uma coisa estudada. Alm disso, h o fato de que ocorreanualmente um treinamento para a populao em caso de emergncia,embora compaream apenas cerca de 200 a 300 pessoas (em uma populaode 170 mil pessoas).

    Outro argumento contra as usinas nucleares o destino dado ao lixoatmico. Quando ocorre a fisso nuclear, outros produtos radioativos vosendo formados, no so aproveitados nas usinas e demoram muitos e muitosanos para desintegrar-se completamente. Hoje esse lixo normalmentecolocado em contineres revestidos de concreto e enterrados nos desertos,no fundo dos oceanos ou at em montanhas, o que criticado pelosambientalistas pelo risco de contaminao desses biomas.

    Tem-se discutido a possibilidade de colocar o lixo em cpsulas e enviar aoSol; porm, alm de ser um projeto ambiciosamente caro, poderia ser muitoperigoso, caso uma dessas cpsulas explodisse na atmosfera terrestre. Outroproblema envolvendo lixo radioativo que um dos produtos da fisso oplutnio, que material das bombas atmicas da a preocupao empermitir que pases como o Ir dominem a tecnologia nuclear.

    A reposio de combustvel nas usinas necessria apenas uma vez porano. V-se, portanto que, embora no seja uma fonte renovvel, com poucocombustvel obtm-se muita energia. O Brasil conta com a oitava maiorreserva de urnio do mundo concentrada na regio Nordeste do pas.Cerca de 309 mil toneladas j foram descobertas, e suas reservas so esti-madas em torno de 900 mil toneladas, o que colocaria o pas como segundono ranking dos maiores detentores do urnio, atrs apenas da Austrlia, com1.243 mil toneladas. Dessa forma, no est sujeito a mudanas de preos domercado externo, como acontece com o petrleo, por exemplo. Alm disso,

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    temos experincia no setor nuclear, e trata-se de uma fonte energtica queno produz gases poluentes que contribuem para o aumento do efeito estufa.

    Para os mais resistentes a esse tipo de energia, como diria Isaac Asimov: Se o conhecimento pode criar problemas, no atravs da ignorncia quepodemos solucion-los.

    Consideraes finais

    cada vez mais urgente a necessidade de fontes alternativas de energiaque poluam menos e complementem as j existentes. O Brasil aponta umfuturo promissor para a utilizao da energia nuclear, com uma das maioresreservas de urnio do mundo, que no depender das oscilaes do mercadoexterior (como ocorre com o petrleo, cujas maiores reservas esto emregies de alta instabilidade poltica). Alm disso, dispe de tecnologia deponta e experincia no setor. Apesar das crticas de ambientalistas, que aindarelembram os desastres ocorridos anteriormente, pouco provvel queocorra um dessas propores nas usinas brasileiras.

    O maior obstculo para a expanso do setor, alm do alto custo deinstalao de uma usina nuclear, o lixo atmico produzido por ela, queatualmente no tem um destino seguro, podendo contaminar mar e soloonde descartado, o que acarretaria poluio radioativa nesses biomas,gerando um impacto ambiental ainda no dimensionado. Alm disso, umdos produtos da fisso, como dito anteriormente, o plutnio, elementoconstituinte das bombas atmicas e da o receio de que algumas naes seaproveitem disso para produzir armas nucleares.

    Infelizmente, alm das desvantagens que essa fonte de energia traz,verifica-se tambm um medo geral na sociedade mundial, devido aosacidentes j registrados e tambm por certo sensacionalismo da mdiajornalstica, que atribuiu as tragdias ocorridas apenas aos fenmenos danatureza e infraestrutura das usinas.

    Hoje, no entanto, o conhecimento acerca do setor muito maior do quedcadas atrs. H tambm que contar com a conscientizao dos prpriosgovernos e das empresas ligadas construo de novas usinas no que dizrespeito a gastar um pouco mais para garantir a segurana das instalaes.Afinal, no se trata de gasto, e sim de investimento necessrio, que poderprevenir ou pelo menos amenizar um desastre, como ocorreu no Japo. Ou

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  • seja: evidente que no se pode descartar completamente a possibilidade deum acidente nuclear mas, por outro lado, o nvel de pesquisa j outro; hprofissionais mais instrudos e tecnologias mais avanadas do que outrora e a tendncia melhorar.

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    Resumo

    Energia a fora necessria para a execuo de um trabalho mecnico,havendo uma multiplicidade de maneiras diferentes para a obteno dessagrandeza. Uma dessas formas a energia nuclear, rejeitada pelo preconceitoe pelo histrico de acidentes, exguo e muitas vezes mal interpretados, masapoiada pela eficincia e segurana, quando bem conhecida e estudada.Energia nuclear a energia liberada em uma reao nuclear, processo detransformao do ncleo dos tomos que se apresenta em dois tipos: fissoe fuso nuclear. A obteno energtica por esta maneira feita somentepela fisso nuclear, utilizando urnio como combustvel. Dessa forma,abandonam-se combustveis fsseis e seus principais malefcios, que agra-vam o crescente problema do efeito estufa. O processo requer a construode uma usina nuclear para servir de abrigo a um reator. A funo de umreator nuclear promover uma reao em cadeia produzida pela fissonuclear, que gera calor, aquecendo gua at a evaporao, colocando emmovimento um turbogerador, que produz energia eltrica. Sem o conhe-cimento adequado, o preconceito associa a radioatividade a mortes eproblemas, o que um equvoco quando se observa a histria dessa formaenergtica e os poucos incidentes registrados. A produo de energiadas 438 usinas nucleares no mundo omitida pela imprensa e por ONGs(organizaes no governamentais) devido a opinies sustentadas empressuposies levianas e falta de informao. Um pas desenvolvido queserve de exemplo a Frana, com 80% de sua energia eltrica gerada por

    Preconceito radioativoEstudante: Guilherme Talerman Pereira, 15 anos, 1 ano do ensino mdioProfessora-orientadora: Cleusa DellagneseColgio Guilherme Dumont Villares So Paulo, SP

    2 LUGAR

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    energia nuclear. O Brasil participa tambm desse cenrio, com trs milinstalaes em funcionamento, e com a usina Angra 2, em Angra dos Reis,em destaque na cena mundial. Apenas cerca de 6,5% da energia produzidano mundo provm de usinas nucleares, nmero que pode ser aumentadoquando for superado o preconceito ftil que nos cerceia a respeito dessaforma limpa de obteno de energia.

    Introduo

    Figura 1.

    Fonte: BP BLOGSPORT. COM.

    Atividade. Fora. Energia nada mais do que a fora necessria para arealizao de um trabalho mecnico. No dia a dia, pode ser encontrada soba forma de energia eltrica para a iluminao e como requisito primordialpara o funcionamento de mquinas essenciais para a vida moderna. H umamultiplicidade de maneiras diferentes para lograr energia eltrica, algumasmais conhecidas e outras ainda desconhecidas ou ignoradas. Grandesconstrues so usualmente feitas para a obteno de energia, tais como aconstruo de hidreltricas; hlices para o vento gerar energia, denominadaenergia elica; energia solar, na qual a radiao solar captada e transfor-mada em calor ou energia por meio de placas solares; e a energia nuclear, naqual uma reao nuclear produz calor para a gerao de energia eltrica.

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    Um problema preocupante que ganha grandes propores a vastaemisso de gases poluentes pela combusto de combustveis fsseis, comocarvo mineral, petrleo e gs natural. Essa liberao de gases prejudica asade humana e o meio ambiente, alimentando o problema crescente doefeito estufa um efeito benfico, uma vez que gases da atmosfera absorvemraios infravermelhos e mantm a temperatura do planeta estvel, mas que setorna malfico pelo excedente de gases poluentes, que alteram e promovemmaior absoro desses raios, aumentando a temperatura global. por essemotivo que se intensifica a busca por fontes de energia limpas ou seja, queno produzem gases poluentes e que no afetam maleficamente o meioambiente. Uma das formas mais produtivas e limpas, porm ignorada evtima de preconceito por falta de conhecimentos, a energia nuclear.

    Para muitos, a radioatividade est associada a perigo ou morte, oque se revela um equvoco diante dos estudos realizados e da aquisio deconhecimentos. A radioatividade, tambm liberada na produo de energiapelas usinas nucleares, oferece utilidades benficas para a agricultura emedicina, assim como na produo de radiofrmacos para a deteco e aeliminao de tumores. A energia nuclear obtida por meio de reatoresnucleares abrigados em usinas nucleares, nas quais ocorrem reaes nucleares(transformaes no ncleo de um tomo) que liberam a energia a serutilizada. Essas reaes podem ser apresentadas como fisso nuclear, que asubdiviso do ncleo atmico ao contato com um nutron livre, originandoa formao de dois novos ncleos, outro nutron livre e uma grandequantidade de energia, obtendo-se um processo em cadeia; e fuso nuclear,que o englobamento de dois ncleos de tomos, suscitando uma quanti-dade de energia desmesurada. Este ltimo processo somente ocorre nasestrelas, enquanto o primeiro tipo de reao o que ocorre na produo deenergia nos reatores nucleares. Esses reatores utilizam como combustvel ournio-235, conhecido como urnio enriquecido, que representa apenas amnima parcela de 0,7% dentre os tipos de urnio deste modelo.

    Seria a energia nuclear a soluo perfeita para a busca por energia correla-cionada sustentavelmente com o meio ambiente? S poder ser se o pr-julgamento for superado pelo conhecimento dessa forma benfica e de baixorisco de produo de energia em resumo, energia nuclear: eficaz, limpa esoluo.

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  • Desenvolvimento

    O que ?

    Energia nuclear a energia emitida em reaes nucleares, metamorfosesdo ncleo atmico, geradas pelo combustvel principal: o urnio-235, ouurnio enriquecido. As reaes nucleares podem ser provocadas de duasformas: a fisso nuclear, em que o ncleo de um tomo, ao ser atingido porum eltron livre, subdivide-se em dois, liberando outro eltron livre e grandequantidade de energia; e a fuso nuclear, que o englobamento de doisncleos em um s. A fuso de dois ncleos originando apenas um e umaexorbitante quantidade de energia, entretanto, somente ocorre no interiordas estrelas. Uma das finalidades da tecnologia nuclear gerar eletrici-dade, e isso se deve s reaes que ocorrem nos reatores nucleares, abrigadosem uma usina nuclear, realizando o processo de fisso nuclear e liberandoenergia que pode ser consumida.

    Combustvel

    Alm do urnio, o trio e o plutnio tambm podem seu usados comocombustvel para essas reaes. O urnio um elemento qumico de smboloU, com massa igual a 238, 92 prtons e 146 nutrons. Foi descoberto naAlemanha, em 1789, sendo o primeiro elemento identificado com caracte-rsticas radioativas e que existe no planeta em reservas abundantes, pormno inesgotveis. utilizado como combustvel nos reatores sob a forma deliga metlica, xido ou carboneto. O urnio enriquecido um tipo de urnioque teve seu teor de U-235 aumentado. um istopo raro, representandoapenas 0,71% do total de urnio existente nas reservas naturais. Para pro-vocar uma reao de fisso nuclear nos reatores, preciso dispor de umurnio que contenha entre 3% a 5% do istopo 235.

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    Figura 2. Pases produtores de urnio.

    Fonte: WIKIMEDIA, 2007.

    Figura 3. Fuso Nuclear.

    Fonte: CNF.

    Fuso nuclear o processo de juno de dois ncleos atmicos formandoapenas um ncleo de maior nmero atmico. Esse processo requer muitaenergia para ocorrer e, em contrapartida, libera uma quantidade imdica deenergia. Ainda no temos capacidade para controlar essa reao, comoocorre com a fisso. Esse processo ocorre no interior das estrelas, ondeas temperaturas so extremamente altas, com grande disponibilidade detomos de hidrognio e seus istopos, deutrio e trtio. Esses istopos seunem e geram um tomo de hlio, um nutron livre e imensa quantidade deenergia.

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  • As principais reaes de fuso nuclear so:

    D + T g He4 + n + 17.6 MeVD + D g He3 + n + 3.27 MeVD + D g T3 + H + 4.03 MeVD + He3 g He4 + H + 18.3 MeV

    Sendo D, deutrio, T, trtio, He, hlio, H, hidrognio e n, nutron. Aenergia medida em MeV, que significa megaeltron volt, em dados1,60217646 10-13 joules.

    Fisso nuclear

    A palavra fisso significa ruptura, portanto fisso nuclear aquebra do ncleo de um tomo. O combustvel utilizado nessa reao oraro urnio-235.

    Figura 4.

    Fonte: DREAMTIME.COM.

    Observando a Figura 4, podemos notar um ncleo atmico originalbombardeado por um nutron livre. Ao acontecer esse fenmeno, ocorreuma reao em cadeia, extremamente rpida. O ncleo do tomo originalsubdivide-se em dois, originando dois novos ncleos com massas menores,dois ou trs nutrons livres e grande quantidade de energia. Essa diferenana massa convertida em energia pode ser calculada por uma equaoproposta em 1905 por Albert Einstein: E= mc2

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    Em que: E = energiam = matriac = velocidade da luz (300 000 km/s)

    Em contrapartida ao seu poder de destruio, essa grande quantidade deenergia pode tambm oferecer grandes benefcios ao ser humano, quandocontrolada. Esse controle ocorre nos reatores nucleares.

    Reator nuclear

    no reator nuclear que ocorre o processo de produo de energia eltrica.O reator, contendo urnio em seu interior, mantido na gua sob presso,que serve de resfriamento para a reao nuclear. A reao de fisso nuclear mantida sob controle, diferentemente das famosas bombas atmicas, em quea reao em cadeia ocorre rapidamente e sem controle, liberando a energiade uma s vez. No reator, a energia liberada gradualmente e usada paraaquecer a gua e produzir vapor. O controle da temperatura feito por meiode hastes de materiais que absorvem os nutrons lanados em excesso.Esse vapor, ento, movimenta um turbogerador, produzindo energia eltrica.A imagem a seguir representa esse processo.

    Figura 5. Etapas de funcionamento de um reator nuclear.

    Fonte: IPED.

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  • Uma energia limpa

    O efeito estufa um processo benfico de absoro de raios infraver-melhos irradiados pela superfcie da Terra por gases presentes na atmosfera.Esse processo vital, pois mantm a temperatura do planeta aquecida,garantindo a vida no planeta.

    Figura 6.

    Fonte: BRASIL ESCOLA.

    Cerca de 50% dos raios emitidos so capturados por esses gases, quepodem ser: dixido de carbono (CO2); xido nitroso (N2O); metano (CH4);clorofluorcarbonetos (CFC), entre outros. A emisso desses gases naatmosfera vem crescendo gradativamente devido queima de combus-tveis fsseis (carvo mineral, derivados de petrleo e gs natural), formadospela decomposio da matria orgnica e, portanto, finitos, esgotveis. Essesgases contaminam o ar atmosfrico, causando problemas para a sade humana,alm de absorver cada vez mais raios solares, causando aquecimento doplaneta conhecido como aquecimento global, causando o derretimento dasgeleiras, o aumento dos nveis ocenicos e interaes malficas em relao fauna e flora. Cientes desse problema, alguns governos assinaram, em 1997,o Protocolo de Kyoto, com o objetivo de reduziros nveis de emisso dosgases do efeito estufa em 5% em relao aos nveis de 1990 at o perodoentre 2008 e 2012.

    a que entra em ao a busca por energias renovveis e limpas, ou seja,no poluidoras do meio ambiente. Uma energia limpa, que no emite gasesdo efeito estufa (GEE), que no utiliza combustveis fsseis como matria-prima, inesgotvel e eficaz a idealizao da energia perfeita para a manutenoda vida na Terra. E essa simplesmente a descrio da energia nuclear.

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    A energia nuclear no contribui para o efeito estufa, pois no utilizacombustveis fsseis, e portanto no libera gases nocivos atmosfera. Suasuperioridade est em sua grande produo energtica, associada a umpequeno espao de instalao. Seu combustvel inesgotvel e abundanteem diversas regies do planeta; uma vez exaurido, pode ser enviado parareprocessamento no Novo Mxico, em instalaes de reenriquecimento dournio, tornando vivel sua reutilizao nas reaes nucleares. A quantidadede resduos radioativos gerados pelo urnio extremamente pequena ecompacta.

    Usina nuclearFigura 7.

    Fonte: DISCOVERY BRASIL.

    Comparando esta forma limpa e eficaz de energia a uma usina hidrulica,observamos que a rea ocupada significativamente menor em uma usinanuclear do que em uma usina hidreltrica. Para sua construo, esta ltimarequer a formao de grandes reservatrios de gua, provocando profundasalteraes no ecossistema ao alagar reas extensas, e depende do relevo e dascondies climticas para a produo de energia. Por outro lado, a usinanuclear requer uma rea menor, no afetam ecossistema e imune salteraes climticas.

    A radioatividade liberada na produo de energia pelas usinas nuclearesoferece utilidades benficas para a agricultura e a medicina por exemplo,na produo de radiofrmacos para a deteco e a eliminao de tumoresmalignos. Outros exemplos de utilizao na medicina so apresentados naimagem a seguir.

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  • Figura 8.

    Fonte: BP BLOGSPORT. COM.

    Um combustvel nuclear contendo 3,1% de urnio fssil (U-235) produz,aproximadamente, 80 mil vezes a energia produzida pela mesma quantidadede carvo mineral. um sistema de alta produo energtica em umpequeno espao de operao.

    Energia nuclear no mundo

    O mundo movido pela energia, que consumida cada vez mais,demandando a diversificao de fontes energticas, de modo aviabilizarmelhor produo a um custo menor. Uma dessas formas a energia nuclear,que produz grande quantidade de calor ocupando uma rea pequena, comemisso zero de gases que contribuem para o efeito estufa. A participao daenergia nuclear como fonte eficaz de energia eltrica, inicialmente de 0,1%em relao energia produzida no mundo, aumentou para 17% em 30 anos,aproximando-se das famosas e perfeitas hidreltricas. Observando a tabelaa seguir, constatamos a extenso da produo de energia nuclear e as usinasativas e em construo.

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  • 57

    Figura 9.

    Fonte: UNIVERSITARIO.COM.BR.

    Os pases que mais produzem e utilizam a nucleoeletricidade esto naregio da Europa Ocidental. Em destaque, observamos a Frana, com 59usinas ativas, produzindo 78% da energia eltrica consumida no pas.

    No Brasil, apenas 3,7% da energia eltrica provm de duas fontesnucleares instaladas no municpio de Angra dos Reis: as usinas Angra 1e Angra 2. Essas usinas geram aproximadamente dois mil megawatts.A inaugurao da usina Angra 3 prevista para 2015, somando mais1.080 megawatts de energia eltrica disposio da populao brasileira.

    Embora ainda seja relativamente baixa a utilizao da energia produzidapor usinas nucleares, esse modo limpo de produo vem crescendo significa-tivamente ao longo dos anos. No prospera mais rapidamente devido a umpreconceito leviano.

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  • Concluso

    Conveno leviana

    Significado de leviano: adj. Que procede ou julga precipitadamente, semrefletir; inconsiderado; imprudente.

    Um preconceito, uma conveno que se tornou comum nos dias de hojeem relao energia nuclear lhe atribuir somente efeitos negativos,associando-a a falta de segurana e morte, e ignorando a energia que produze o fato de no emitir poluentes para a atmosfera. Essas pressuposieslevianas, ligadas a incidentes considerados fantasmas na histria nuclear, sodisseminadas por ONGs (organizaes no governamentais) em passeatas oueventos contra a energia nuclear. A falta de informao desses manifestantese da populao que compartilha esse modo de pensar leva o globo terrestre aum atraso significativo na manuteno energtica da mquina capitalista. Sea mente da populao se abrisse a ideias alternativas de energia, a produoe o desenvolvimento do mundo se tornariam mais rpidos e mais eficientes.

    Est na hora de abrir os olhos para novas possibilidades. Energia nuclear mais que uma possibilidade, uma realidade perfeita e segura, escondidadebaixo de nosso nariz. Est na hora de acordar e realmente observar omundo como algo finito, mas que pode se tornar infinito: basta querermos.Mais txico do que o lixo radioativo, to preocupante para alguns, so asopinies baseadas em falta de conhecimento.

    Referncias bibliogrficas

    BP BLOGSPORT. COM. tomo, Disponvel em: .

    BP BLOGSPORT. COM. Instalaes radiativas. Disponvel em:.

    BRASIL ESCOLA. Efeito estufa. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    BRASIL ESCOLA. Efeito estufa. Disponvel em: .

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    CFN. Energia nuclear. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    CNF. Fuso nuclear. Disponvel em: .

    COLA DA WEB. Energia nuclear. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    COM CINCIA. Energia nuclear. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012

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    ELETROBRAS.Panorama da energia nuclear no mundo, novembro 2011.Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    ENERGIA E AMBIENTE. Energia nuclear. Disponvel em:. Acesso em: 31 ago. 2012.

    ENERGIA Nuclear. Wikipdia. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

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    FUSO nuclear. Wikipdia. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    GASES do efeito estufa. Wikipdia Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    H preconceito contra o uso de energia nuclear. Jornal da Cincia, 14 mar. 2011.Disponvel em: .Acesso em: 30 ago. 2012.

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    INFO ESCOLA. Energia nuclear no Brasil. Disponvel em:. Acessoem: 31 ago. 2012.

    IPED. Reator nuclear. Disponvel em: .

    MONTEIRO, Joana;DAV, Andreia.Energia nuclear, 12 abr. 2008.Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    REATOR nuclear. Wikipdia. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

    UNIVERSITARIO.COM.BR. Energia nuclear como fonte de energia eltrica.Disponvel em: .

    URNIO. Wikipdia. Disponvel em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

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    Resumo

    Um jornal produz uma srie de reportagens sobre os principais meiosde produo energtica limpa e satisfatria, nos dias de hoje e no futuroprximo. Utilizando exemplos ao redor do globo, e principalmente doBrasil, durante uma semana jornalistas de diferentes regies do Brasil (e domundo) discorrem sobre cada meio de produo, at que seu editor chega auma concluso, um tanto quanto inusitada, acerca do melhor meio deproduo de energia.

    Introduo

    Energia para todos, desde hoje at o amanh

    Uma meta a ser trabalhada e conquistada por ns e pelas prximasgeraes para alcanar desenvolvimento socioeconmico.

    Por Arnaldo Ariovaldo, de Braslia (01/07/12) A discusso acerca daenergia e de sua importncia para o mundo constante, principalmente noque tange sua produo eficiente. Energia move o mundo, disto notemos dvidas. Aos mais cticos, isto pode ser provado cientificamentecom o dado de que pases onde o consumo de energia comercial per capita menor do que o equivalente a uma tonelada de petrleo (TEP) petrleoque, alis, ainda representa metade do consumo energtico mundial tendema apresentar baixas taxas de desenvolvimento e expectativa de vida, enquantoo analfabetismo e a mortalidade infantil se apresentam elevados, de acordocom o dossi sobre energia apresentado em 1988 pelo fsico Jos Goldemberg.

    Manchetes de ontem,hoje e amanh Estudante: Matheus Marchiori dos Santos, 16 anos, 2 ano do ensino mdioProfessora-orientadora: ngela Cristina Schempp PiresColgio Objetivo Mogi Guau, SP

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  • poca, os pases industrializados, com altas taxas de desenvolvimentoeconmico, social e cultural, como os da Unio Europeia, por exemplo,tinham consumo mdio per capita de mais de 3,2 TEP, provando que taxasde desenvolvimento e qualidade de vida esto diretamente relacionadas quantidade de energia disponvel e utilizada. A fim de complementar adiscusso, seguem grficos que relacionam indicadores sociais ao consumode energia em TEP, originados do mesmo dossi.

    Figura 1.

    Fonte: .

    Existem ainda dados mais recentes que relacionam a variao do PIB(especificamente do brasileiro) com a variao do consumo de energia.O PIB nada mais do que a soma de todos os bens e servios produzidos emuma regio. No grfico, observamos que os momentos de crescimento dePIB e de consumo de energia so os mesmos.

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  • Figura 2.

    Fonte: .

    Entretanto, no podemos nos ater somente a fatores exclusivamenteeconmicos. A sociedade deve ser a maior beneficiada com o consumo deenergia, que resulta em melhoria da qualidade de vida em geral. Por exemplo,para que sejam alcanados, e rapidamente, os Objetivos de Desenvolvimentodo Milnio que incluem erradicao da fome, da misria e de doenas,alm de acesso igualitrio a oportunidades e educao bsica de qualidade,qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e trabalho em conjunto pelodesenvolvimento demandam energia e dinheiro. claro que necessriatambm boa vontade, mas recursos econmicos e energticos facilitammuito o trabalho, como frisou o prprio Presidente da Assembleia Geral daONU, no ms de maio, durante uma Conferncia da Associao de PolticaExterna sobre Energia no Futuro.

    Na mesma oportunidade, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, alm de ter desta-cado a energia como um meio essencial para alcanar os Objetivos do Milnio,e de reconhecer o impacto positivo que ela exerce sobre as comunidades emrelao a segurana alimentar, sade, educao, transportes e comunicao,garantiu que mais de um bilho de pessoas vivem sem eletricidade.

    Considerando que, segundo a UNICAMP, estima-se que de 10% a 15%da populao brasileira no tenha acesso a energia algo na casa dos20 milhes de pessoas , grande o problema que se prope solucionar.

    Por meio de anlise histrica, percebe-se que o interesse sobre desenvol-vimento energtico sustentvel, relacionado s questes ambientais, vemsendo seriamente considerado desde 1972, quando da Conferncia dasNaes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Nesseencontro, 113 pases e 250 ONGs reunidas apresentaram uma declarao deprincpios de comportamento e de responsabilidade, e um plano de aes decooperao internacional na busca por solues.

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  • Outro passo importante foi dado em 1992, durante a ECO-92, realizadano Rio de Janeiro, que mobilizou a comunidade internacional para a urgentemudana de comportamento em relao ao meio ambiente. Vrias confe-rncias foram realizadas desde 1992, como a Rio+10, a Cop 15 e a Rio+20,porm sem grandes avanos e, infelizmente, com alguns retrocessos, especial-mente no que tange assinatura de tratados.

    A questo ambiental est intrinsecamente ligada produo energtica,uma vez que o uso de combustveis fsseis e energia no renovvel afeta demaneira desproporcional o meio ambiente, explorado alucinadamente paramanter (ou elevar) o ritmo atual da produo.

    Esta a primeira de uma srie de reportagens que discutem qual seria amelhor alternativa energtica para todos. Entretanto, desde j se esclareceque so oferecidas, em primeiro lugar, alternativas atualmente viveis(ou viveis em um futuro prximo) para largas parcelas da populao e, porltimo, um balano, elaborado por nosso editor, das formas que melhoratendem a todos, sendo tica, social, ambiental e economicamente viveis.

    Desde j se esclarece tambm que mesmo a alternativa de maior alcanceencontrar barreiras, inclusive naturais, o que traz inclusive a necessidade deuma discusso constante e sempre renovada acerca da produo energticalocal, regional e at mesmo mundial, com a finalidade de alcanarmosmelhores resultados em termos de eficincia energtica, preo de custo, acessi-bilidade e benefcios para a populao. Para que seja mais proveitosa, essadiscusso deve envolver desde a sociedade cientfica especializada at apopulao em geral. Espera-se, caros leitores, que apreciem o trabalho denossos reprteres, que durante a semana apresentaro uma reportagem por dia.

    Desenvolvimento

    Energia elica

    A energia das massas de ar em movimento e sua viabilidadeno cenrio energtico brasileiro e mundial.

    Por Eleandro Estnia, de Fortaleza (02/07/2012) Uma das mais fortese viveis fontes de energia limpa, socialmente plausvel, econmica etecnologicamente vivel (hoje, inclusive) , com certeza, a energia elica.Capaz de produzir o qudruplo do volume necessrio para o consumoeltrico atual, essa energia, utilizada desde a antiguidade, uma das melhoresapostas a serem feitas.

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    A energia elica (do latim aeolicus, isto , relativo olo, deus dos ventos)vem sendo utilizada desde o sculo 5 (por moinhos, na Prsia), e at mesmoantes disso, impulsionando velas de embarcaes. Historicamente, tem sidoassociada transformao da energia dos ventos em energia mecnica,utilizada no s em barcos e moinhos persas, como j mencionamos, mastambm na fabricao de farinhas e na drenagem de canais na Holanda.A energia elica surgiu como alternativa eltrica no fim do sculo 19, sendofinalmente desenvolvida depois da crise do petrleo, na dcada de 70.

    Atualmente, o que ocorre o uso do impulso gerado pelo movimento dasmassas de ar (vento) para mover os aerogeradores, que so, grosso modo,grandes turbinas com ps, dispostas em locais sujeitos a ventos intensos econstantes, que fazem funcionar os aeorogeradores, que produzem energiaeltrica a partir de energia rotacional.

    Figura 3: Parque elico.

    Fonte: .

    A energia elica vem sendo produzida principalmente em alguns lugaresdotados de algumas caractersticas especficas. Os geradores geralmenteesto concentrados nos chamados parques elicos (inclusive para tornar suaproduo economicamente vivel) ou em reas afastadas das redes de distri-buio. Em pases de malha hidrogrfica reduzida, prova ser uma das nicasformas viveis de energia renovvel.

    Ambientalmente limpa, a energia elica tem baixssimo impactoambiental, uma vez que no emite os chamados gases de efeito estufa ouquaisquer tipos de resduo; amplamente disponvel ao redor do globo, almde ser tambm inesgotvel, o que favorece ainda mais sua utilizao.

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  • Economicamente, a energia elica tende a melhorar cada vez mais suarelao custo/benefcio, inclusive por meio de sua democratizao. Emfranca expanso, da atual parcela de 3% que detm da produo de energiaeltrica, espera-se que at 2020 essa participao represente 12%. Com custoem torno de 0,04 por kWh o que ainda um custo elevado , na verdade seu custo de instalao que encarece a energia elica: em 2002, sobcondies favorveis e com a utilizao de aerogeradores modernos, osistema chegava a 820 por quilowatt instalado. H de se considerar,entretanto, os pontos econmicos favorveis, como o baixo custo demanuteno e o custo zero de combustveis.

    Sua instalao, todavia, deve ser bem estudada. Deve-se avaliar sistemati-camente, por meio de coleta de dados sobre a velocidade e os regimes dosventos na regio, o requisito de que, a 50 metros de altura, a velocidade dovento seja de pelo menos 7m/s condies disponveis principalmente naEuropa Ocidental, na Amrica do Norte e na frica.

    Tendo em vista que os nicos contras da produo energtica elica soa poluio visual e sonora, estes contras so minimizados pelo fatode viabilizar o reaproveitamento das reas para, por exemplo, a produoagropecuria.

    As possibilidades da produo de energia elica so enormes. De acordocom uma pesquisa compilada pela Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL , o potencial mundial de produo bruta de 500.000 TWh porano. J a produo lquida fica por volta de 53 mil TWh (levando em conta,por exemplo, reas povoadas ou geograficamente inviveis para a instalaodos parques), o que significa, nada mais nada menos, o qudruplo do consumomundial de eletricidade. Temos parques j instalados, principalmente empases do hemisfrio norte, como China, EUA, Alemanha, Dinamarca, Itliae ndia.

    No Brasil, especificamente, h muita divergncia sobre o potencial aser aproveitado. Em funo da diversidade de metodologias de pesquisaempregadas e dos equipamentos utilizados, a variao astronmica: pode irde 20 GW a 140 GW. Uma mdia de consenso considera um potencialsuperior a 60 GW, dos quais 1 GW j est instalado.

    O maior parque elico brasileiro produz hoje 150 MW (Parque Elico deOsrio, RS), mas deve ser ultrapassado este ano por um complexo de 14parques na Bahia, com capacidade de gerar 300 MW.

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    No Brasil, a produo elica estimulada ainda pelo fato de o regime deventos no Nordeste ocorrer nas pocas de seca, quando a produo hidre-ltrica se torna insuficiente e as termeltricas nacionais entram em ao.Alis, na regio de onde escrevo que est a maior parte dos parques elicosdo pas inclusive Mucuripe, aqui mesmo em Fortaleza, que, segundo aANEEL, o quarto maior no pas.

    Infelizmente, a energia produzida por potencial elico no pode serarmazenada, encontrando a uma barreira, de certa forma natural, para suaimplantao eficaz. Uma alternativa de energia renovvel, limpa e vivel ahidreltrica. Acompanhe, amanh, a reportagem do meu colega AlfonsoPato, que tratar da energia hidreltrica brasileira.

    Energia hidreltrica

    Discutem-se os prs e contras do uso da energia das guas na produoeltrica, responsvel por 76% da produo energtica brasileira.

    Por Heliadora Heinz, de Foz do Iguau (03/07/2012) Escrever sobre omeio que mais produz energia no pas, diretamente do lugar onde h asegunda maior usina hidreltrica do mundo, interessantssimo. Mais detrs quartos da produo de energia eltrica de nosso pas (que , alis, odcimo maior consumidor de energia do mundo) so gerados por hidre-ltricas semelhantes a esta, que ultimamente vm, inclusive, causandomuitas controvrsias (vide, por exemplo, as constantes discusses sobre ausinas de Belo Monte e Jirau).

    Responsvel por gerar 16% da energia eltrica mundial, a hidroeletri-cidade fortemente encorajada no Brasil. Podemos produzir 260 GW deenergia por meio de usinas hidreltricas e mais de 40% desses 260 GWpodem ser produzidos na Bacia Amaznica.

    O fato de esse potencial se encontrar na Regio Norte (graas, entre outrosaspectos, aos rios de planato) e de o maior mercado consumidor de energiase encontrar na chamada Regio Concentrada (Sul e Sudeste) representa umdesafio de logstica no transporte da eletricidade, que, inclusive, constituium dos argumentos contra a construo de usinas naquela regio. Vm sendocriados projetos de integrao e coordenao, como o Sistema InterligadoNacional, que procuram integrar e distribuir eficientemente a produo deenergia em nosso pas.

    Embora a energia em solo brasileiro seja gerada majoritariamente porhidreltricas, e ainda que aqui o assunto seja bem conhecido, sensato

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  • analisar a opinio mundial acerca desse meio de produo. A regio da siae Pacfico produz a maior parte da energia hidreltrica do mundo, sendo aChina a maior produtora (e detentora da maior usina).

    Alguns pontos favorveis produo de energia hidreltrica incluem seubaixo custo (US$ 0,04 por kWh, em mdia) e sua flexibilidade, uma vez quesua produo pode ser facilmente adequada necessidade da poca (desdeque haja disponibilidade de recursos hdricos). Existe ainda a produo quasenula de resduos e poluentes a partir da gerao eltrica em si.

    As maiores desvantagens do-se no mbito socioambiental. Toda hidre-ltrica necessita que uma grande rea seja inundada. Esta rea ser perdida,no podendo ser utilizada para outros fins, e junto com ela, perde-se grandeparte de sua biodiversidade. O represamento afeta inclusive a biodiversidademarinha. Alguns estudos garantem que na Amrica do Norte houve reduona populao de salmes devido dificuldade que as espcies enfrentam paraalocar-se no local de desova habitual.

    H ainda registros de intensificao da eroso (em estudos realizados emusinas ao longo do Grand Canyon), o que pode levar a menor eficincia deproduo energtica, uma vez que a sedimentao em lugares errados podediminuir o fluxo de gua e, consequentemente, a produo de energia.

    Existem tambm os contras originados pelas prprias alteraes clim-ticas que vm ocorrendo no planeta. Mudanas de temperatura podemalterar o regime de chuvas, o que, por sua vez, diminui a quantidade decombustvel disponvel para a produo hidreltrica. Uma pesquisalondrina sobre alteraes climticas e seus impactos na produo energtica,listou, por exemplo, que aqui no Brasil, at o fim do sculo, pode haveruma reduo anual de at 7% na produo energtica, devido a alteraesclimticas. Entre outros impactos, h ainda emisso de metano, decorrenteda ao de seres anaerbicos na decomposio dos ambientes inundados e daeutrofizao.

    O principal fator social que depe contra a criao de hidreltricas anecessidade de realocao das pessoas que vivem em reas passveis dealagamento. Dados da Comisso Mundial de Represas (World Comissionon Dams) mostram que, at 2008, entre 40 milhes e 80 milhes de pessoasforam desalojadas como consequncia direta da construo de barragens.Evidentemente, o relatrio no traz todo o transtorno cultural sofrido poressas pessoas. Retirar uma populao ribeirinha do ambiente ao qual est

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    natural e culturalmente habituada (como certamente ocorreu com partedesses pelo menos 40 milhes de pessoas) pode trazer danos culturais e atmesmo psicolgicos s pessoas que, por exemplo, tm seu cotidiano dirigidopelo fluxo dos rios.

    H ainda, casos (mais raros, mas no menos importantes) de alagamentode reas histricas e stios arqueolgicos como o de Assuan, no Egito, e ode Hasenkeif, na Turquia , que podem acarretar perda de registros culturaisde valor incalculvel para a humanidade.

    De forma geral, a gerao hidreltrica de energia considerada umaforma polmica. Embora apresente desvantagens socioambientais, umaenergia controlvel, malevel, relativamente limpa, de baixo custo e fcilmanejo. Entretanto, alternativas a ela vm sendo tentadas, sendo uma delas,j em f