plano de trabalho para a proposição do plano diretor do terminal

59
Governo do Estado de Rondônia Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social SEAPES Sociedade de Portos e Hidrovias - SOPH P P l l a a n n o o d d e e D D e e s s e e n nv vo o l l v v i i m m e e n n t t o o e e Z Z o o n n e e a a m m e e n n t t o o d d o o P Po o r r t t o o d d e e P Po o r r t t o o V V e e l l h h o o R R e e l l a a t t ó ó r r i i o o F F i i n n a a l l N N o o v v e e m m b b r r o o / / 2 2 0 0 1 1 0 0 . .

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Governo do Estado de Rondônia Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento

Econômico e Social – SEAPES Sociedade de Portos e Hidrovias - SOPH

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R E L A T Ó R I O F I N A L

PLANO DE DESENVOLVIMENTO E

ZONEAMENTO DO PORTO DE PORTO

VELHO

SSuummáárriioo

APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 5

1. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS

EXISTENTES ........................................................................................... 6

1.1 Características Físicas ......................................................................................... 6

1.2 Descrição Geral................................................................................................... 13

1.3 Equipamentos Portuários .................................................................................. 16

1.4 Área Arrendada ................................................................................................... 17

1.5 Pontos de Operação ........................................................................................... 17

1.6 Características Operacionais ............................................................................. 19

1.7 Agentes Portuários ............................................................................................. 21

2. TIPOS DE EMBARCAÇÕES ................................................................ 25

2.1 Granel sólido ....................................................................................................... 25

2.2 Carga Geral ......................................................................................................... 26

2.3 Carretas ............................................................................................................... 27

3. O PAPEL DA AUTORIDADE PORTUÁRIA ........................................... 29

4. RELAÇÃO PORTO - CIDADE .............................................................. 36

4.1 Mobilidade Urbana .............................................................................................. 36

4.2 Transporte Fluvial de Passageiros .................................................................... 37

5. PROJEÇÃO DE CARGAS ................................................................... 39

5.1 Análise da Movimentação do Porto Organizado .............................................. 40

5.2 Projeção de Cargas ............................................................................................ 43

5.3 Análise da Capacidade ....................................................................................... 46

6. PROPOSTA DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO .. 48

6.1 Análise e Definição das Necessidades de Expansão e Ordenamento do Porto

Organizado ................................................................................................................ 48

6.2 Apresentação e Análise de Alternativas de Desenvolvimento e Zoneamento

no Curto, Médio e Longo Prazo ............................................................................... 49

6.3 Comentários Finais ............................................................................................. 56

7. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO .................................................... 58

7.1 Áreas e Instalações Arrendadas a Terceiros .................................................... 58

5

5

APRESENTAÇÃO

O relatório final sintetiza os resultados gerais do estudo de revisão do Plano de

Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado de Porto Velho, a atualização do Plano

de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado de Porto Velho.

São apresentados os levantamentos físico, operacional e organizacional do porto, indicando

com detalhes os acessos, os equipamentos, as áreas de armazenagem dentre outros. Também é

descrito os principais tipos de embarcações que atracam no porto. Na ordem da apresentação é

descrito o papel da autoridade portuária.

O relatório também apresenta a relação porto-cidade que mostra a influência da

movimentação de carga dentro da Cidade, principalmente, o tráfego de veículos pesados no

centro da Cidade.

Porto Velho, 30 de Novembro de 2010

6

6

1. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES

PORTUÁRIAS EXISTENTES

1.1 Características Físicas

1.1.1 Localização

Está localizado na margem direita do rio Madeira, na cidade de Porto Velho (RO), distando

cerca de 80 km a montante da foz do Rio Jamari.

Suas coordenadas geográficas são:

Latitude Longitude

08º 44’ 00” S 63° 55’ 00”W

Vista Geral do Porto de Porto Velho

Rampas

Cais

Flutuante

Terminal

das

Gruas

Acesso ao

Porto

Silos do

Terminal

da

Hermasa

Figura 1 - Vista Geral do Porto de Porto Velho

Capítulo

1

7

7

1.1.2 Acessos

1.1.2.1 Acesso Hidroviário

Por ser porto fluvial, o acesso é feito pelo Baixo Madeira, que vai da foz até o início das

cachoeiras, distante cerca de 1.100 km, da foz e a montante de Porto Velho. Admite a

navegação de embarcações de até 6,1 metros de calado no período das cheias (março/abril), e

de calado até 2,1 metros no período da seca (agosto/setembro).

O rio apresenta leito permanente, com baixa declividade (1,7 cm/km) e pouca sinuosidade. O

canal de navegação é variável de acordo com as cheias, conforme mostrado na figura a seguir.

O porto realiza, predominantemente, operações de embarque de soja a granel em barcaças

destinadas ao Terminal da Hermasa em Itacoatiara (AM) e a movimentação de cargas

destinadas ou oriundas de Manaus, em especial para atender a Zona Franca de Manaus, com a

ligação hidroviária sendo realizada pelos Rios Madeira e Amazonas.

As embarcações e os comboios-graneleiros podem trafegar com segurança pela hidrovia do

rio Madeira, entre Porto Velho e a foz no rio Amazonas, exceto por algumas passagens

consideradas como trechos críticos à navegação destacadas em relatórios anteriores.

Hidrovia Madeira-Amazonas

Da confluência do extenso Mamoré e do volumoso Beni, na fronteira com a Bolívia, forma-se

o rio Madeira, que se estende por 1.450 km até a sua foz, no Amazonas, do qual é um dos

mais importantes tributários. Não obstante constituir-se num grande e importante legado da

natureza, o rio Madeira, até poucas décadas atrás, era apenas um rio, uma via natural, como

tantos outros.

Para se tornar hidrovia interior ou via navegável interior, o rio Madeira foi submetido a ações

antrópicas, mediante as quais vem recebendo contínuas intervenções no seu ambiente para

manter as condicionantes do seu projeto hidroviário, cuja execução se deveu à necessidade do

homem de moldar a natureza para seu uso e beneficio.

Num projeto hidroviário o foco se concentra em diversos elementos, dentre os quais o curso

d’água e sua bacia hidrográfica, a embarcação-tipo a ser utilizada, as cargas dos setores

produtivos a serem transportadas, o porto ou terminal para a estivagem dessas cargas e nos

impactos ambientais, imediatos ou mediato, decorrentes do funcionamento isolado ou em

8

8

conjunto desses elementos. A Hidrovia Madeira – Amazonas está caracterizada no quadro a

seguir.

Quadro 1

Características da Hidrovia Madeira – Amazonas

HIDROVIA MADEIRA-AMAZONAS

Extensão Navegável 1056 km

Abrangência Itacoatiara e Manaus

Largura Média do Rio 1.000 m

Largura Média do Canal 35,2 m

Declividade Média 1,7 cm/km

Nível de curvatura Pouco sinuoso

Gabarito proposto (*) II

Comboio-tipo 1 Empurrador + 4 Barcaças (200 X 16 X 2,5) m

Trecho navegável O ano todo em extensão, diuturnamente, com atenção especial na vazante aos bancos de areias e pedrais, principalmente entre a cidade de Humaitá (AM) e Porto Velho (RO)

Serviço Praticagem Inexistente

Profundidade Mínima 2,0 m, principalmente no trecho entre a cidade de Humaitá (AM) e Porto Velho (RO)

Profundidade Máxima 20 a 30 m

Tipos de Embarcação Balsas de carga e embarcações mistas (passageiros e cargas)

Principais Cargas “Complexo soja”, fertilizantes, milho, cimento, combustíveis, alimentos perecíveis e não perecíveis, contêineres, automóveis, cargas gerais, cimento, dentre outras.

Enchente Março a Maio

Vazante Agosto a Outubro

Porto Porto Velho (RO)

Terminais Nova Olinda do Norte (AM), Borba (AM), Novo Aripuanã (AM), Manicoré (AM), Humaitá (AM).

Atracadouro Flutuante de Madeira: Urucurituba (AM)

Fonte: AHIMOC – Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental

O rio Madeira, desde Porto Velho tem seus índices fluviométricos monitorados, carta de

navegação, balizamento e sinalização, de modo a garantir boas condições de segurança à

navegação das embarcações, as suas cargas e aos passageiros e tripulantes.

Na Hidrovia Madeira-Amazonas são movimentados diversos tipos de cargas, tais como,

principalmente: “complexo soja (grãos, farelo e óleo)”, milho, arroz, açúcar, fertilizantes,

carretas, derivados de petróleo, cimento, hortifrutigranjeiros, eletroeletrônicos, veículos,

produtos frigorificados, seixo, bebidas e carga geral diversificada (AHIMOC).

Em razão de suas características (calado máximo, largura da rota de navegação, raios de

curvaturas e declividade velocidade), as embarcações utilizadas no transporte de cargas na

hidrovia são constituídas basicamente de chatas e barcaças com formação de comboio e

empurrador.

A importância da hidrovia extrapola a tradicional caracterização de uma simples via de

transporte destinada à movimentação de passageiros e cargas, para tornar-se atividade de

aplicação às funções múltiplas de deslocamento: distribuição interna de insumos à produção

9

9

industrial e agropecuária, movimentação de produtos finais para o consumo humano e animal,

escoamento de produtos das cadeias do agronegócio e mineral, provisão de serviços, o

turismo.

Nos aspectos econômicos, a visão das hidrovias é estratégica, voltada tanto para a imediata

superação de limitações, estrangulamentos, redução de custos de transporte e provisões de

ligações ainda inexistentes ou incompletas, como para o planejamento estratégico, que

determina prioridade de investimentos para melhoria de seu desempenho no médio e longo

prazo.

Do ponto de vista social, o planejamento estratégico para o setor hidroviário define as

prioridades considerando a resposta com que os empreendimentos possam atender aos anseios

da comunidade e dos usuários, bem como sua inserção no contexto geral da economia do País.

O Brasil enfrenta contemporaneamente o desafio de grande dimensão para modernizar e

equilibrar a sua matriz de transporte, a fim de tornar sustentável e competitivo o setor de

transporte de cargas.

No Estado de Rondônia, a produção de transportes na hidrovia recebeu importantes

contribuições da dinâmica portuária, representadas pela construção de terminais de uso

privativo situados nas proximidades da área do Porto Organizado de Porto Velho,

concorrendo ainda mais para o crescimento da estivagem de cargas e a produção de

transportes na Hidrovia Madeira-Amazonas.

1.1.2.2 Acesso Terrestre

Rodoviário

O acesso rodoviário ao Porto de Porto Velho dá-se pelas rodovias BR-364 e BR-319.

A rodovia BR-364 liga a cidade de Porto Velho à Cuiabá, e daí ao resto do País, no sentido

norte-sul; no sentido oeste, leva à fronteira do País com o Peru, na cidade brasileira de

Boqueirão da Esperança, no Acre, passando por Rio Branco, capital do Estado do Acre.

A rodovia Porto Velho - Cuiabá constitui-se no grande eixo rodoviário do Estado, ligando as

principais cidades à capital e ao resto do País, a saber, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto do Oeste,

Ji-Paraná, Pres. Médici, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena.

10

10

A BR-319 liga a cidade de Porto Velho a Manaus, através de rodovia asfaltada, com pista de

rolamento de 6,0 metros, sem acostamento. No entanto, esta rodovia está em precário estado

de conservação e com seu pavimento asfáltico inteiramente deteriorado, devido à intensidade

das chuvas na região. Sua utilização por carretas e “trucks” está suspensa, fazendo com que

este tráfego de veículos para Manaus seja realizado por via hidroviária, através de seu

embarque em barcaças.

Figura 2 - Rodovias que servem o município de Porto Velho

O acesso urbano ao porto dá-se pela Avenida dos Imigrantes, antiga Costa e Silva, avenida em

pista dupla asfaltada.

No sentido de evitar o tráfego indesejado de veículos pesados pelas ruas e avenidas centrais

da cidade, o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Rondônia - DER/RO já

projetou e está em estudo trajeto alternativo para os caminhões, de sorte a que circulem por

vias largas existentes na periferia do centro da cidade. Assim, os caminhões deverão transitar,

saindo da BR-364, pela Av. Rio Madeira, seguindo diretamente até o entroncamento com a

Av. dos Imigrantes, a qual dá acesso ao porto.

Outra alternativa, mas de maior prazo de maturação, pois requer obras de ligações viárias de

maior porte é conduzir o tráfego de caminhões oriundo da BR-364 em direção à Av. Mamoré,

11

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seguindo, igualmente, diretamente até o entroncamento com a Av. dos Imigrantes, e daí ao

porto.

Alternativas mais adequadas ao trânsito atual estão em estudo para serem implementadas.

Uma delas é a ponte sobre o rio Madeira, ligando a BR-319, que dá acesso à Manaus, nas

duas margens. Outro é o projeto para a construção do anel viário da capital, via que parte do

rio Madeira, pela BR-319, prossegue pela Av.dos Imigrantes, para a qual será construído

prolongamento de 8,7 km e acesso de 7,8 km à BR-364. O contorno vai prosseguir com a

construção da estrada de 15,34 km ligando a BR-364 até à própria rodovia, na saída para o

Acre, de onde vai seguir em direção ao rio Madeira, na região da Cachoeira de Santo Antônio,

onde está prevista a construção da hidrelétrica.

Ferroviário

Não há acessos ferroviários ao Porto Organizado de Porto Velho.

1.1.3 Dados Meteorológicos

O clima na região do Porto é equatorial quente-úmido, com temperaturas média de 26ºC. As

chuvas ocorrem com maior intensidade entre os meses de janeiro a maio, totalizando uma

precipitação anual de aproximadamente 2.000 mm. A estação das secas inicia no mês de

junho e vai até meados de setembro, quando se registram temperaturas mais altas.

1.1.4 Área do Porto Organizado

A área do porto organizado foi definida pela Portaria - MT nº 1.012, de 16/12/93 (DOU de

17/12/93), sendo constituída:

I - pelas instalações portuárias terrestres existentes na margem direita do rio Madeira, na

cidade de Porto Velho, desde a extremidade norte do porto, a jusante da rampa ro-ro, até a

extremidade sul, a montante dos dolfins de atracação do cais flutuante, abrangendo todos os

cais, rampas ro-ro, docas, pontes, píeres de atracação e de acostagem, armazéns, pátios,

edificações em geral, vias internas de circulação rodoviárias e, ainda, os terrenos ao longo

dessas faixas marginais e em suas adjacências, pertencentes à União, incorporados ou não ao

patrimônio do porto de Porto Velho, ou sob sua guarda e responsabilidade;

II - pela infra-estrutura de proteção e acessos aquaviários, compreendendo áreas de fundeio,

bacias de evolução, canal de acesso e áreas adjacentes a esse até as margens das instalações

terrestres do porto organizado, conforme definido no item "I" acima, existentes ou que

12

12

venham a ser construídas e mantidas pela Administração do Porto ou por outro órgão do

poder público.

13

13

1.1.5 Área de Influência

A influência do Porto de Porto Velho estende-se sobre toda a área do Estado de Rondônia,

abrangendo inclusive outras regiões além da fronteira estadual, principalmente os estados do

Amazonas, Mato Grosso, Acre e municípios localizados às margens do Rio Madeira, na

região sudoeste de Rondônia.

A área de influência atinge até a cidade de Iquitos, no Peru.

O porto realiza, predominantemente, operações de embarque de soja a granel em barcaças

destinadas ao Terminal da Hermasa em Itacoatiara e à movimentação de cargas destinadas ou

oriundas de Manaus, em especial para atender a Zona Franca de Manaus, com a ligação

hidroviária sendo realizada pelos Rios Madeira e Amazonas.

Figura 3 – Área de influência

1.2 Descrição Geral

As instalações fixas do Porto de Porto Velho resumem-se a instalações de acostagem, de

armazenagem, instalações de apoio, vias internas de circulação e instalações de suprimento.

Não há obras de abrigo, nem sequer obras de contenção, devido à boa localização do porto e

características das margens, com taludes naturais estáveis.

As instalações físicas do porto estão representadas na Planta Geral do Porto de Porto Velho, a

seguir.

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O porto dispõe de três áreas distintas de acostagem, a saber:

um cais flutuante, localizado no ponto mais a montante do porto, para a operação com

carga geral, onde podem atracar até duas barcas ao longo de cada bordo lateral interno

(berços 401 e 402) e externo (berços 403 e 404), e uma barca de proa, no bordo de jusante

(berço 405). O flutuante mede 25m de largura por 110m de comprimento e se liga à

margem por uma ponte metálica de 113,5m de vão;

um barranco de talude alto e estável, mais a jusante, atendido por três gruas que

determinam três pontos de atracação, berço 101, 102 e 103, com movimentação direta para

o pátio com área aproximada de 10.000 m2; e

duas rampas para “roll-on/roll-off” (berço 301A e 301B), no ponto mais a jusante do

porto, dotado de estruturas metálicas do tipo “Charriot” dando acesso ao pátio com área

aproximada de 10.000 m2.

As profundidades nesses terminais são definidas pelo regime das águas do rio Madeira,

apresentando as variações extremas de 2,5 m e 17,5 m.

As instalações de armazenagem existentes são constituídas por dois armazéns cobertos, para

carga geral, com 900 m2, e o alfandegado, com 262 m

2. Construídos em estrutura metálica,

com fechamento em alvenaria, cobertura em telhas galvanizadas e de fibrocimento, piso

cimentado, esquadrias de ferro com portão de acesso em chapa metálica.

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15

O porto é composto ainda, por oito pátios descobertos, sendo que somente dois desses não são

pavimentados.

As instalações de apoio são constituídas por diferentes edificações térreas em alvenaria, onde

está instalada a sede administrativa, localizada no platô à retaguarda do cais flutuante; a

oficina e garagem de veículos e equipamentos, próximos a essa; diversos escritórios, o castelo

d’água e as duas subestações, localizados entre os Pátios das Gruas e das Rampas e a sede

administrativa; as duas instalações sanitárias, também nos pátios; a lanchonete/restaurante, no

Pátio das Rampas; o prédio da balança rodoviária, no acesso interno ao porto; e a guarita da

guarda portuária, na portaria do porto. O porto possui ainda uma construção em madeira,

próxima ao Pátio das Gruas, que serve de escritório para empresas atuantes no porto.

Conta também, com as instalações do Complexo Hermasa, com área de 40.000 m2, dotado de

guarita da portaria de acesso ao terminal especializado na movimentação de grãos; unidade

medidora e controladora de caminhões; unidade classificadora de cereais; prédio de escritório;

duas moegas de recepção rodoviária; e quatro silos graneleiros em estrutura metálica.

As vias internas de circulação são pistas asfaltadas, dotadas de guias (meio-fio) e canaletas

para o escoamento de águas pluviais, que permitem o acesso aos berços de atracação,

armazém, pátios, sede administrativa, escritórios e outras instalações de apoio.

As instalações de suprimento correspondem à energia elétrica, abastecimento d’água, combate

à incêndio, sistema de drenagem e esgoto, e sistema de comunicações.

A energia elétrica é fornecida pelas Centrais Elétricas de Rondônia - CERON, em 13,8 kV.,

sendo distribuída para as duas subestações que fazem o abaixamento das tensões para 220V.

Toda a rede é subterrânea, instalada em dutos de concreto.

A água é fornecida pela Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia - CAERD, sendo

captada próxima ao castelo d’água e distribuída a todas as instalações do porto através de rede

de tubos subterrânea.

O combate a incêndios resume-se a dois hidrantes situados próximos à Subestação 1, e aos

extintores instalados em cada edificação.

16

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A drenagem de águas pluviais é superficial, com recolhimento das águas em calhas de meio-

fio, sarjetas e pontos de extravasam direcionados para o rio.

O esgoto sanitário é predominantemente atendido através de sistemas independentes do tipo

fossa séptica e sumidouro. Os serviços de recolhimento de lixo, limpeza e conservação das

áreas são executados por empresa de limpeza pública do município.

1.3 Equipamentos Portuários

É política do Governo Federal para o setor portuário que as entidades públicas responsáveis

pela atividade portuária, como é o caso das Companhias Docas e de sociedades estaduais

como a SOPH, que estas passem a atuar apenas como Autoridade Portuária, transferindo a

execução dos serviços portuários para a iniciativa privada.

O porto ainda dispõe de equipamentos que vêm sendo alugados aos operadores para utilização

nas operações portuárias. De modo geral, o estado de conservação desses equipamentos é

ruim, pois são equipamentos com vidas úteis já vencidas que se encontra em mal estado de

conservação.

Os equipamentos utilizados para a movimentação de contêineres são de propriedade do

próprio operador portuário.

Na operação com granéis sólidos, a operação é inteiramente mecanizada, sendo executada

exclusivamente pela empresa arrendatária da instalação.

Os equipamentos operacionais existentes estão listados no quadro abaixo:

Quadro 2

Equipamentos Operacionais

Tipo e Marca Capacidade

Nominal Quantidade Propriedade

Guindastes tipo grua 3 t a 24m/1,8t a 40m 03 SOPH

Pá carregadeira – W 160 2,5m3 01 SOPH

Trator Skider - 01 SOPH

Charriots - 02 SOPH

Empilhadeira 7t 2 SOPH

Empilhadeira 4,5t 3 SOPH

Autoguindaste Sobre Esteira - MCK 50t 1 SOPH

17

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1.4 Área Arrendada

A empresa HERMASA NAVEGAÇÃO DA AMAZÔNIA S.A. arrendou, em 16/04/1996 com

prazo de 20 anos, uma área de aproximadamente 40.000 m2 no porto e construiu quatro silos

verticais, cada um com capacidade estática de 10.000t, para estocagem e embarque de soja em

grãos e farelos.

A Hermasa movimenta fertilizantes e recebe soja em grãos da hinterlândia do porto, embarca

em barcaças que são transportadas em comboio para outro terminal da empresa localizado em

Itacoatiara – AM, para exportação em navios marítimos.

A fotografia a seguir mostra visão geral das instalações da Hermasa no Porto.

Foto 1 - Vista Geral do Complexo Hermasa

1.5 Pontos de Operação

As instalações portuárias de Porto Velho encerram, nos limites da área do porto organizado,

três trechos voltados para a movimentação de carga e descarga de mercadorias.

Cada local de atracação detém características distintas que obrigam seus operadores a

utilização de equipamentos diversos para a realização das operações de embarque e

desembarque.

18

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Os trechos para atracação de embarcações são os seguintes:

Rampas Ro-Ro;

Pátio das Gruas; e

Cais Flutuante.

O ponto denominado “Rampas Ro-Ro” está situado na extremidade de jusante do porto e

conta com duas rampas em concreto que se prolongam rio adentro.

Juntamente com as rampas a movimentação nesse local dispõe de dispositivo especial

denominado “Chariot”, que consiste em rampa metálica que se desloca sobre trilhos e permite

o desembarque ou embarque de carretas transportando cargas pesadas em qualquer altura do

nível das águas do rio.

Esse local de atracação conta ainda, na parte superior das rampas, com pátio pavimentado

para a estocagem e transbordos das carretas.

O “Pátio das Gruas” está situado imediatamente a montante do trecho das “Rampas Ro-Ro”,

em plano bastante elevado.

A operação de carregamento e descarregamento das barcaças neste local ocorre com o

emprego das gruas que permitem vencer a distância longitudinal do talude, como também as

verticais em qualquer dos períodos de nível das águas do rio.

O ponto conta com pátio para recebimento de carretas e caminhões com cargas a serem

embarcadas ou a serem estocadas e para o manuseio e transbordo de mercadorias.

O “Cais Flutuante” localizado na extremidade montante do porto realiza cinco tipos de

operação, a saber:

embarque e desembarque de contêineres;

embarque e desembarque de carretas;

embarque e desembarque de cargas soltas;

carregamento de barcaças com granéis sólidos; e

descarregamento de barcaças com fertilizantes.

19

19

As operações com contêineres, tanto para importação como para exportação, são efetuadas na

face transversal do cais flutuante com o auxilio de rampa metálica e com o emprego de

empilhadeira e caminhão para a transferência das balsas para a área no Pátio das Gruas, onde

é feita a estocagem.

A movimentação das cargas soltas se dá na face interna do flutuante por meio de transbordo

direto dos caminhões e carretas que estacionam próximos ao costado das embarcações.

Nas operações de granéis a HERMASA se utiliza de um transportador de correias que se

estende desde os silos em terra até o cais flutuante onde opera o carregador de barcaças que

despeja o granel nos porões das embarcações que acostam na face externa do flutuante, no

sentido longitudinal ao Rio Madeira.

1.6 Características Operacionais

Estão descritos a seguir os procedimentos básicos e as condições existentes para a realização

das operações de carregamento e descarregamento das embarcações que transportam os

principais produtos movimentados no porto.

Pelo Terminal RO-RO, que serve para a atracação de balsas, são carregadas/descarregadas em

média 650 carretas por mês, que transportam, na maioria, automóveis.

Foto 2 – Carreta sendo embarcada na balsa

No Terminal das Gruas, são utilizadas as três gruas, as quais são responsáveis pelo

carregamento, em média, de cinco balsas por semana. Na configuração operacional utilizada,

as balsas ficam fundeadas próximo à margem do rio em local ao alcance das lanças das gruas.

20

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Foto 3 – Bigbag sendo colocada na barcaça fundeada no berço

As cargas embarcadas são produtos diversos como açúcar, tubulações e telhas que se

destinam as cidades dos estados do Amazonas e Pará.

As cargas são estocadas previamente no pátio, o qual serve ainda ao estacionamento de

caminhões com mercadorias a embarcar.

O Cais Flutuante serve à operação de barcaças de transporte de soja, junto ao carregador que

se liga aos silos da Hermasa e à descarga de adubos, movimentando, ainda carga geral.

Foto 4 – Barcaça sendo carregada com soja a granel

No mesmo cais são realizadas os descarregamentos das barcaças com fertilizantes, utilizando-

se de auto-guindaste sobre esteiras e caçambas automáticas tipo grab.

21

21

As operações são realizadas com a descarga dos grabs em moega instalada sobre o cais

flutuante, onde caminhões recebem o produto e o leva para locais de estocagem fora da área

do porto.

Foto 5 – Moega instalada sobre o flutuante e o grab

1.7 Agentes Portuários

Os principais agentes que participam da atividade portuária no Porto de Porto Velho são

órgãos públicos, operadores portuários, usuários e clientes.

A Autoridade Marítima no Porto de Porto Velho é exercida pela Delegacia Fluvial de

Porto Velho, do Estado de Rondônia. Suas atribuições estão voltadas para a segurança da

navegação, o ensino profissional marítimo, o controle da poluição do rio causada por

embarcações e o plano de contingência. Quanto às questões referentes à definição de

calado e áreas de fundeio, que no passado a autoridade marítima tinha como atribuições,

passaram a ser determinadas pela autoridade portuária, embora submetida à aprovação da

autoridade marítima (capitania do porto).

A Autoridade Aduaneira no Porto de Porto Velho é exercida pela Delegacia da Receita

Federal, do Ministério da Fazenda, atuando através da Seção de Controle Aduaneiro, cuja

competência é a de proceder ao despacho aduaneiro na importação e na exportação, bem

como o desembaraço das cargas.

A Autoridade Sanitária e de Saúde no Porto de Porto Velho é exercida pelo Serviço de

Vigilância Sanitária/RO, do Ministério da Saúde. O Serviço realiza inspeções sanitárias na

área portuária e nas embarcações, bem como nas instalações das empresas prestadoras de

serviços, água potável, resíduos sólidos e águas residuais.

22

22

Aos operadores portuários cabe a responsabilidade pela execução dos serviços portuários,

sendo eles classificados para cada tipo de movimentação de carga ou prestação de serviços

que prestem na área portuária.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, órgão vinculado ao

Ministério dos Transportes, responsável pela regulação do transporte aquaviário em todo o

território nacional.

Os usuários e clientes do porto são constituídos pelos agentes de navegação e empresas em

geral que se utilizam do porto para movimentação de suas cargas.

A seguir é apresentada a listagem classificada de entidades públicas e privadas, operadores

portuários, usuários e clientes que operam no Porto de Porto Velho.

AUTORIDADE AQUAVIÁRIA

ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

UARPV – Unidade Adm. Regional de Porto Velho

Endereço: Rua Carlos Gomes, 513 – Bairro Caiari

Município: Porto Velho/RO

CEP: 78.900-030

TELEFONE: (069) 3229-1917

AUTORIDADE MARÍTIMA

Delegacia Fluvial de Porto Velho, da Marinha do Brasil

Endereço: Rua Henrique Dias, 395 - Centro

Município: Porto Velho/RO

CEP: 78.900-130

TELEFONE: (069) 3224-5328/2016.

AUTORIDADE ADUANEIRA

Delegacia da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, Seção de Controle Aduaneiro

Endereço: Rua Rogério Weber, 1752 - Centro

Município: Porto Velho/RO

CEP: 78.916-050

TELEFONE: (0 ) 322 -0010

23

23

ESCRITÓRIO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (MIN. DA SAÚDE)

Endereço: Rua Portugal, nº. 2.373, Pedrinhas

Município: Porto Velho/RO

CEP: 78.900-000

TELEFONE: (69) 3217-2323

ÓRGÃO GESTOR DE MÃO-DE-OBRA - OGMO

Endereço: Terminal dos Milagres, nº. 400 - Balsa

Município: Porto Velho/RO

CEP: 76.801-370

TELEFONE: (69) 3223-1038

OPERADORES PORTUÁRIOS

1. HERMASA NAVEGAÇÃO DA AMZÔNIA S/A

Endereço: Terminal dos Milagres, nº. 400 - Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

2. NOROESTE TRANSPORTE E SERV. LTDA

Endereço: Rua João Pedro da Rocha, n° 7240 – Bairro Embratel

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.820-888

3. NAVERONDÔNIA- RODO-FLUVIAL LOGÍSTICA & TRANSP. LTDA

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

4. K.C.F. DE OLIVEIRA - EPP

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

5. PEDRO A. DE S. CARVALHO

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

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24

6. R. J. FARIA NEVES

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

7. RONAV – RO. NAVEGAÇÃO LTDA

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

8. S. C. TRANSPORTES E CONSTRUÇÕES LTDA

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

9. SABINO DE OLIVEIRA COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO S/A

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

10. MANAVE NAVEGAÇÃO LTDA

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

11. COMÉRCIO DE ALIMENTOS E TRANSP. VALE DO GUAPORÉ´LTDA .

Endereço: Terminal dos Milagres n° 400 – Bairro Balsa

Município: Porto Velho/RO. - CEP: 76.801-370

25

25

2. TIPOS DE EMBARCAÇÕES

Porto de Porto Velho não opera com navios marítimos. As embarcações que o

freqüentam são de tráfego fluvial e apresentam as seguintes características

básicas:

1. para o transporte de soja, farelos e mercadorias a granel - barcaças graneleiras com

capacidade de 2.000t, comprimento de 60,0m, boca de 11,0m e calado de 3,8m,

deslocadas por meio de empurradores, em comboios de até 16 balsas;

2. para o serviço de transporte de carretas e carga geral solta, inclusive pedra britada a granel

– balsas de 900 TPB, com 54,0m de comprimento, boca máxima de 12,0m e calado de

1,5m. Os empurradores utilizados têm potência de 1.000 BHP e calado de projeto de

1,80m.

O comboio máximo permitido é de 25 balsas, embora ainda não venha sendo utilizado

presentemente.

A seguir são apresentadas as características das principais embarcações que freqüentam o

porto e os terminais em Porto Velho.

2.1 Granel sólido

São utilizadas barcaças de 60,0m de comprimento, 11,0m de boca e calado máximo de 3,8m,

com capacidade para 2.000 toneladas em comboios fluviais de 12 embarcações e um

empurrador, como mostra a figura seguinte.

Capítulo

2

O

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Figura 4 – Comboio Graneleiro de Barcaça com Empurrador

Um comboio de 16 barcaças transporta cerca de 32.000 toneladas por viagem.

As fotografias seguintes mostram um comboio de nove barcaças transportando cerca de

18.000 toneladas por viagem. As barcaças fluviais saem do Porto de Porto Velho, carregadas

de soja ou farelos destinados a Itacoatiara/AM.

Fotos 6 - Comboio de Barcaças Graneleiras

2.2 Carga Geral

A movimentação de carga geral é feita por balsa do tipo propulsada por um empurrador e

possui capacidade para 2.200 toneladas. Esse tipo de balsa é operado no terminal da Caima

que movimenta, principalmente, cimento em sacos além de bebidas, bobinas e perfis.

27

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Foto 7 – Balsa com cimento

2.3 Carretas

Já as balsas carreteiras podem transportar 25 semi-reboques, com a capacidade aproximada de

1.065t.

As balsas podem ser transportadas em comboio de 12 unidades com auxilio de empurrador e

boat thruster, mostradas nas figuras a seguir.

Figura 5 – Ilustração do Comboio

Quando o transporte é feito individualmente utiliza-se apenas o empurrador, como ilustra a

foto a seguir.

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28

Foto 8 – Transporte da Balsa Carreteira

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29

3. O PAPEL DA AUTORIDADE PORTUÁRIA

o cenário internacional, as principais funções portuárias, geralmente, são confiadas

a uma autoridade pública, ocorrendo, com freqüência, que as atividades de

movimentação de cargas sejam entregues a concessionários ou a empresas

privadas.

Mesmo em terminais de uso privativo, o estado conserva algumas funções, como a relativa ao

policiamento, sinalização marítima e ao controle sanitário, não se esquecendo, também, que é

papel do estado elaborar as políticas nacionais para o setor, incluindo os terminais de uso

público e de uso privativo.

Para definir os contornos do espaço portuário, são propostos critérios alternativos, desde os

limites das obras e dos terrenos portuários até o limite administrativo do porto, passando pelo

conceito de porto organizado fixado pela lei de modernização dos portos, no Brasil.

A definição desses contornos, na verdade, vai além dos limites físicos e jurídicos ou de

“propriedade” dos terrenos ou de jurisdição sobre eles.

A visão estratégica do papel da autoridade portuária e sua articulação com os planos e

programas de governo, municipal, estadual e federal, bem como a referência às vocações

econômicas traduzidas no interesse do setor privado, podem transformar-se na força motora

principal dessa definição: tratar-se-ia mais de um traçado quase virtual da abrangência da

função que uma delimitação física e legal de espaço.

Isso não significa, em sentido mais estrito, a desvinculação completa do conceito de espaço

concreto, jurídico e real onde a autoridade portuária esteja inserida. Não seria possível

imaginar esse conceito ampliado do espaço portuário sem partir do lugar onde o porto está

Capítulo

3

N

30

30

localizado, entendendo-se com isso a abordagem de lugar geográfico, com os aspectos físicos

e naturais de adequação à atividade, á ocupação humana, os aspectos econômicos e sociais.

No Brasil, a partir de 1990, foram realizadas profundas reformas e a conseqüente

modernização do setor portuário com conseqüências diretas sobre a redefinição do papel da

autoridade portuária.

Estas reformas foram iniciadas com a extinção da Empresa de Portos do Brasil -

PORTOBRÁS, entidade então promotora do chamado Sistema Portuário brasileiro. Como

reflexo imediato, o setor (ou subsetor) portuário brasileiro perdeu sua formatação sistêmica e

de planejamento centralizado.

A consolidação destas reformas ocorreu logo em seguida com a promulgação e

implementação da lei nº 8.630, de 25/2/93, denominada de lei de modernização dos portos, a

qual dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações

portuárias.

Diante das importantes alterações provocadas pela firme decisão do Governo Federal de

aprofundar o processo de descentralização na área portuária, fez-se mister criar uma empresa

estadual para gerir as atividades hidroviárias e de infra-estrutura portuária do Estado de

Rondônia, desvinculando-as da Companhia Docas do Pará, a qual esteve vinculada desde a

extinção da Portobrás.

A empresa pública Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia - SOPH,

vinculada à Casa Civil da Governadoria, com jurisdição sobre todo o Estado de Rondônia,

com personalidade jurídica de direito privado, autonomia administrativa, técnica, patrimonial

e financeira, regendo-se pela legislação relativa a sociedades por ações, Lei 6.404/76, no que

lhe for aplicável, pela Lei 8.630/93 e pelo seu Estatuto Social.

A empresa tem por missão precípua, no tocante ao Porto de Porto Velho, exercer as funções

de Autoridade Portuária, regulamentando, coordenando e fiscalizando a adequada utilização

dos recursos portuários, em sua área de competência, de forma que os serviços oferecidos

sejam competitivos, em termos de preços/tarifas e de qualidade.

Neste novo ambiente institucional definido pela Lei nº 8.630/93, a missão de Autoridade

Portuária requer uma estrutura organizacional adequada ao exercício de tais atribuições legais.

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31

Assim é que a Lei 729, de 14/07/97 definiu, em seu Art 4º, a organização básica da SOPH

distribuída por um Conselho Superior de Portos e Hidrovias; um Diretor- Presidente; e uma

coordenação Técnica e Administrativo-Financeira, cujo organograma, apresentado a seguir,

permitirá à SOPH atender à sua missão institucional.

Figura 6 - Organograma

Entretanto observa-se que no organograma apresentado não se encontra presente a figura do

Conselho de Autoridade Portuária – CAP, elemento que está entre os avanços mais

significativos introduzidos pela Lei nº 8.630/93, juntamente com a extinção do monopólio ou

privilégio das administrações portuárias nos serviços de movimentação de cargas nos cais e

das entidades estivadoras na execução da estiva das embarcações, com a criação da figura do

operador portuário.

A criação dos operadores portuários e a introdução do conceito de arrendamento de

instalações aos interessados abrem espaço para a concorrência intra e entre portos.

A criação dos Órgãos Gestores de Mão-de-Obra (OGMO), antes de significar a quebra do

monopólio dos sindicatos de trabalhadores portuários avulsos no fornecimento e escalação da

mão-de-obra, traduz a atribuição da responsabilidade dos operadores portuários sobre a gestão

das atividades dos trabalhadores, desde os aspectos de escalação, registro e cadastro, até os

cuidados com higiene e segurança do trabalho e capacitação.

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32

A reforma direciona-se para a descentralização da gestão do setor, atribuindo ao Conselho de

Autoridade Portuária ou CAP os poderes de regulamentar a exploração do porto, inclusive o

seu horário de funcionamento, opinar sobre a proposta de orçamento do porto, além de

pronunciar-se sobre outros assuntos de interesse do porto e:

promover a racionalização e a otimização das instalações portuárias, inclusive

estabelecendo normas visando o aumento da produtividade e a redução dos custos das

operações portuárias:

fomentar a ação industrial e comercial do porto e desenvolver mecanismos para atração de

cargas;

estimular a competitividade e zelar pelo cumprimento das normas de defesa da

concorrência;

aprovar o plano de desenvolvimento e zoneamento do porto e promover estudos

objetivando compatibiliza-lo com os programas federais, estaduais e municipais de

transporte em suas diversas modalidades, assegurando o cumprimento das normas de

proteção ao meio ambiente;

homologar os valores das tarifas portuárias;

manifestar-se sobre programas de obras, aquisições e melhoramentos da infra-estrutura

portuária.

A composição quadripartida do CAP e suas atribuições definem uma nova perspectiva de

descentralização de poder, com a abertura para a participação mais intensiva da comunidade

portuária na formulação dos planos e projetos, na definição das políticas e diretrizes de ação

da autoridade portuária.

Quanto à competência legal da Sociedade de Porto e Hidrovias do Estado de Rondônia, esta

está determinada no Art. 3º de sua a lei de criação, a saber:

I- implantar, manter e melhorar a infra-estrutura estadual para o transporte aquaviário

interior do Estado de Rondônia, abrangendo os portos e hidrovias;

II- executar a política estadual de infra-estrutura para o transporte aquaviário interior do

Estado, no tocante a portos e hidrovias;

III- exercer todas as atividades que couberem ao estado no que concerne à construção,

manutenção, operação, administração e exploração da infra-estrutura do transporte

aquaviário interior do Estado;

IV- fiscalizar e promover a preservação dos recursos naturais e outros que interessam à infra-

estrutura hidroviária interior do Estado;

V- propor a desapropriação dos bens necessários à consecução de sua finalidades;

33

33

VI- estabelecer, em cooperação com as autoridades navais, os gabaritos exigidos nas obras de

arte que interfiram nas vias navegáveis interiores.

Comparando-se as atribuições do CAP e da SOPH, percebe-se que a autarquia estadual tem

funções mais abrangentes, sendo responsável pelo transporte hidroviário de todo o estado e

não somente do porto de Porto Velho. Este fato enaltece a figura do CAP, que poderia dentro

de suas atribuições auxiliar a SOPH no desenvolvimento do porto.

A partir das mudanças ocorridas com a implementação da lei nº 8.630, percebe-se que a

evolução do tipo de autoridade portuária, no caso brasileiro, vem seguindo a tendência na

direção do modelo denominado de landlord port, após haver cumprido as fases de tool port e

service port, este último superado a partir da lei 8.630/93.

Para melhor compreensão dos três tipos de autoridade portuária, na perspectiva das parcerias

com o setor privado, o quadro seguinte mostra os diversos níveis de parceria ou de

compartilhamento das atividades e responsabilidades no desempenho da exploração do porto.

Quadro 4

Tipos de Autoridade Portuária

Modelos de Autoridade Portuária

Formas de Parcerias

Infra-Estrutura Super Estrutura Operação Portuária

Service Port Público

Tool port Público Privado

Landlord port Público Privado

Até a lei de modernização, o modelo era único, com a autoridade portuária abarcando todas as

responsabilidades pela oferta de infra-estrutura, superestrutura e serviços, passando para o

segundo estágio com a criação dos operadores portuários e atingindo, gradativamente, o

terceiro degrau com os arrendamentos de instalações de uso público, como os terminais de

contêineres.

Diversos aspectos podem ser ressaltados ao longo dessa evolução, desde a possibilidade

criada para a unificação dos serviços de terra e de bordo, ao compartilhamento dos

34

34

investimentos, a introdução de novas tecnologias e equipamentos, até a mudança nas relações

de trabalho, com a tendência da descasualização1 da mão-de-obra.

Os mecanismos de definição e compartilhamento das responsabilidades entre a autoridade

portuária, os operadores e os arrendatários, entretanto, ainda não são tratados de maneira

adequada, pelas imperfeições dos processos de pré-qualificação e omissões dos contratos de

arrendamento e dos regulamentos dos portos.

O novo modelo de Autoridade Portuária que poderia ser adotado pela SOPH, no contexto da

evolução para o landlord, tem como funções principais:

a gestão do desenvolvimento – com o planejamento de expansão, modernização, no

curto, médio e longo prazos, seja no que se refere à infra-estrutura, inclusive a

manutenção, seja na coordenação com o desenvolvimento urbano e regional, seja na

gestão do uso e ocupação do solo portuário – ordenando o zoneamento e a especialização

das instalações;

o gerenciamento das operações – desenvolvendo parcerias, credenciando empresas

privadas para o manuseio das cargas (operadores portuários) e arrendando instalações

específicas, promovendo as melhorias de processos;

o gerenciamento ambiental, tanto no que concerne ao ambiente natural quanto aos

espaços urbanos e industriais que lhe fazem interface;

a função regulatória – tanto do uso e ocupação do solo, através do PDZ (Plano de

Desenvolvimento e Zoneamento), quanto dos procedimentos operacionais (através do

Regulamento do Porto) e do monitoramento da competição saudável (através de tarifas e

normas);

a promoção portuária, através do incentivo e gerenciamento das atividades de TI

(tecnologia de informação), especialmente quanto ao EDI (troca eletrônica de dados), da

cooperação entre os parceiros e do marketing estratégico.

A figura seguinte ilustra as novas funções da Autoridade Portuária diferenciando por cores as

atividades voltadas para os ambientes externo e interno da empresa.

1 No sentido de superação da situação de trabalhador avulso, passando para o status de empregado ou trabalhador

permanente.

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35

Marketing e

Promoção Portuária

Gestão de Aprendizado

e Conhecimento

Gestão

Administrativa

GESTÃO

FI

N

A

N

C

E

I

R

A

Gestão do

Desenvolvimento

Gestão da Infra-Estrutura

Gestão do Uso e

Ocupação do Solo

Gerenciamento da

Operação

Gerenciamento

Ambiental

Gestão de Contratos

AUTORIDADE PORTUÁRIA

Figura 7 – Funções da Autoridade Portuária

Neste novo modelo, a função da Autoridade Portuária segue a tendência mundial do

desempenho da gestão estratégica do porto, a qual abrange: a gestão do desenvolvimento, a

gestão do uso e ocupação do solo portuário, a gestão operacional, a função regulatória, a

promoção portuária, através do incentivo e gerenciamento das atividades de TI (tecnologia de

informação), especialmente quanto ao EDI (troca eletrônica de dados), cooperação entre os

parceiros e marketing estratégico e a gestão da proteção ambiental.

A implementação de maior agilidade nos portos é amparada pelos conceitos de produção

enxuta, flexibilidade, técnicas de just-in-time e processos de reengenharia, conceitos esses já

amplamente utilizados e conhecidos como de bom resultado no ambiente empresarial, não

havendo razão para acreditar que não possam ser aplicados com sucesso no setor de serviços,

como no portuário.

36

36

4. RELAÇÃO PORTO - CIDADE

4.1 Mobilidade Urbana

Na relação porto-cidade, a rede viária desponta, conforme consignada no EIA dos UHES de

Santo Antônio e Jirau, como forte componente a ser analisada, razão porque cumpre salientar

o importante papel das rodovias federais BR-364: Porto Velho/Cuiabá, BR-319: Porto

Velho/Manaus e BR-425: Guajará – Mirim /Abunã.

Fonte: DNIT - 22ª Unidade de Infra-Estrutura Terrestre - Rondônia

Figura 8 - Rodovias Federais no Estado de Rondônia

A rede hidroviária, por sua vez, sobressai-se como via natural de transportes de carga e

passageiros da Região Amazônica e desempenha papel preponderante na integração regional e

com os países fronteiriços.

Capítulo

4

37

37

Os impactos identificados e mitigados no EIA das UHES de Santo Antônio e Jirau

concentram-se nos aspectos da infra-estrutura de transportes e sistemas de mobilidade que

sofrerão interferência direta em conseqüência das obras.

Nesse aspecto, o estudo chama atenção para a situação dos portos, especialmente os do rio

Madeira, Guaporé e Mamoré e completam a questão de transportes com a infra-estrutura

aeroviária, com destaque para o Aeroporto Internacional da capital. Em articulação com a

revisão do Plano Diretor Municipal, o estudo recomenda o Plano de Mobilidade e Transporte

Urbano, a integrar, também, a estratégia para a compatibilização da oferta e demanda de

serviços públicos.

Os pressupostos dos estudos são de que haverá impactos diretos sobre toda a estrutura dos

sistemas de mobilidade urbana e de transportes, principalmente na região de Porto Velho,

cujos principais problemas já vêm sendo identificados durante os estudos da revisão do Plano

Diretor Municipal, com repercussões sobre o ordenamento territorial e a distribuição dos

recursos logísticos.

A combinação dos temas de desenvolvimento econômico, com ordenamento territorial,

mobilidade urbana e recursos logísticos, segundo o estudo, recomenda a necessidade do Plano

Estratégico Municipal como instrumento de planejamento capaz de incorporar as novas

atitudes do governo, face ao potencial de transformação que se observa no município.

4.2 Transporte Fluvial de Passageiros

O transporte fluvial na Amazônia representa, hoje, desafio das mesmas dimensões de outros

problemas apresentados na região, requerendo soluções de emergência que possam contribuir

para o bem estar dos milhões de ribeirinhos que necessitam dos rios cotidianamente para

garantirem a sua sobrevivência.

Nos últimos dez anos, o transporte fluvial na Amazônia registrou centenas de acidentes,

igualmente com centenas de mortes e feridos. O setor, que apresenta pouca segurança,

fiscalização deficitária e estatísticas defasadas, conta estudo da Agência Nacional de

Transportes Aquaviários (ANTAQ), que é depositário de dados de pesquisa sobre o transporte

fluvial de cargas e passageiros na região.

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A fiscalização inadequada, aliada ao tráfego intenso, à falta de sinalização nos rios para

orientar a navegação e à idade avançada da frota de barcos de madeira acaba por gerar a

ocorrência de freqüentes acidentes na região, com vítimas fatais. Nos últimos dois anos

ocorreram 123 acidentes com vítimas decorrentes de naufrágios, quer por excesso de

passageiros e ou provenientes de colisão entre as embarcações. E os acidentes estão centrados,

basicamente, nas fragilidades das embarcações e, em menor escala, em colisões entre estas.

Por outro lado, não faltam instituições interessadas no desenvolvimento de estudos

equacionamento do transporte fluvial de passageiro na Região Amazônica.

O transporte fluvial na Amazônia estava sendo estudado por equipe de técnicos do IPT -

Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo. A área de abrangência do projeto estava

focada nos principais pólos de geração da produção de transporte fluvial: Pará, Amapá,

Amazonas e Rondônia.

Consciente de que o transporte de passageiros se constitui em grande problema na região, a

ANTAQ estabeleceu normas que possibilitam maior controle dos passageiros e das bagagens.

Essas normas, aprovadas em dezembro de 2007, começaram a ter efeito em 2008, no prazo de

180 dias para as empresas se adaptarem.

O transporte fluvial, como se sabe, é fundamental para a Amazônia em razão de suas

características geográficas. A região possui aproximadamente metade dos 48 mil quilômetros

de vias navegáveis do território brasileiro. Além da falta de instalações portuárias

compatíveis, grande parte da frota fluvial é obsoleta.

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39

5. PROJEÇÃO DE CARGAS

o Brasil, de modo geral, as estatísticas não oferecem unanimidade e fidedignidade.

E as estatísticas portuárias nacionais não fogem a regra. No tocante aos portos

fluviais essa problemática é ainda mais contundente.

Por outro lado, geralmente há mais disponibilidade de análises do que de prognósticos. Como

a análise é realizada “expost”, obviamente não trabalha com incertezas. Já o prognóstico

depara-se com sistemas não estruturados, complexos, dinâmicos, ambíguos e incertos.

Ausências de dados fidedignos do passado e fragilidades metodológicas e conceituais

contribuem para dificultar a elaboração de prognósticos.

As commodities selecionadas neste estudo das cadeias produtivas agropecuárias constituem-

se nas cargas principais movimentadas ou potencialmente passíveis de estivagem, para as

quais o porto se acha vocacionado, representando mais de 90% da totalidade das mercadorias

transitadas no seu ambiente.

Consoante esse ordenamento, foram constituídos cenários para a projeção de movimentação

de cargas no médio (2012) e longo (2017) prazo, para atender os atributos contidos no Termo

de Referencia da revisão, adequação e atualização do Plano de Desenvolvimento e

Zoneamento (PDZ) do porto organizado de Porto Velho.

Os seguintes fundamentos básicos são utilizados ou considerados, explícita ou

implicitamente, na projeção das cargas nesses horizontes, nos quais, com exceção do último,

tendo sempre presente as características físicas e operacionais da hidrovia ao longo do ano:

para as cargas predominantes com movimentação continua das cadeias produtivas inter-

regionais, com especial ênfase nos produtos do agronegócio originários da parte oeste do

Estado de Mato Grosso: o alinhamento, quando possível, com as premissas dos estudos e

análise de órgãos e entidades publicas e privadas, nacionais e internacionais;

Capítulo

5

Capítulo

5

N

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para as cargas, com movimentação contingente: com base na estatística das cargas

estivadas o período de 2001 a 2007, contextualizadas na evolução dos indicadores do

crescimento econômico e populacional;

os empreendimentos impactantes regionais que se desenvolvem na área de influência do

porto;

na percepção da frágil estabilidade da economia nacional, sustentada pelo vigor das

commodities, as quais, por sua vez, estão sujeitas ao crescimento e à retração da economia

global permanentemente pressionada pela especulação descomedida com petróleo,

alimentos e matérias primas.

5.1 Análise da Movimentação do Porto Organizado

Como se pode constatar na Tabela 5.1, no período 1998-2007 a movimentação total de cargas

no porto organizado de Porto Velho evoluiu de 1.167.444 toneladas para 2.678.681 toneladas,

com incremento de 129,4%, correspondente à média de 14,3% ao ano.

Esse crescimento, como se percebe, pode ser creditado às cargas do agronegócio

movimentadas no terminal da Hermasa, que participa com mais de 70% da totalidade das

cargas consignadas na estatística do porto.

Nas tabelas seguintes estão relacionadas às principais empresas transportadoras que operam

em Porto Velho.

41

Tabela 1

Principais Transportadoras e Respectivas Cargas Predominantes Transportadas

Transportadora Produto 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Hermasa Soja 518.974 630.402 923.131 1.129.873 1.096.592 1.139.805 1.579.633 1.953.793 1.930.558 1.948.963

Hermasa Fertilizante 50.000 39.873 58.542 109.741 120.306 161.716 92.225 57.817 57.817

Hermasa Milho 1527 2 11.912 68.653 96.397 193.233 47.015 98.441 345.997

Equatorial (*) Contêineres 229.466 216.487 215.627 258.521 68.848 352.348

Ronav Carretas 199.047 194.665 179.817 332.684 286.562 268.993 202.891 184.775 161.886 203.855

L J V Soares (*) Carretas 153.634 173.660 111.608

Sanav Madeira 209 1.623 2.134 2.388 3.309 20.101 24664 26493 46.115 41.625

Sanav Açúcar 65.410 17.250

Brasilit Telha 24.801 21.805 29.354 24.449 23.759

Itamarati Açúcar 4.771 2.558 3.187 4.644 10.103 13.888 44515 42412

Trasamigo Brita 9.816 1.405 12.041 10.840 25.861

F.H de oliveira Açúcar 20.125

Brisan Açúcar 53.606 17.250

Rodomar Brita 29.828 11.944

Cetil Contêineres 5.004 13.855

Termonorte Contêineres 3.348 85 127

TOTAL 1.167.444 1.245.603 1.509.223 1.838.758 1.694.118 2.035.597 2.206.652 2.346.713 2.383.255 2.678.681

(*) Não mais operam no porto

42

A tabela a seguir, cujos dados foram colhidos de estatísticas disponibilizadas pela ANTAQ,

mostra a soma das cargas movimentadas no porto organizado de Porto Velho e nos TUP -

Terminais de Uso Privativo, situados na margem da hidrovia, nas proximidades do porto, no

período de 2002 a 2006. Comparando-se os dados nela contidos com os da Tabela 1.1, para o

mesmo período, constata-se que a movimentação de cargas nos terminais de uso privativo

participa com percentual entre a 8% e 28%.

Tabela 2

Cargas Movimentadas no Porto Organizado de Porto Velho e Terminais de Uso Privativo -

2002/2006 (Em toneladas)

CARGA 2002 2003 2004 2005 2006

Graneis sólidos 1.232.513 1.357.158 1.934.582 2.093.213 2.054.278

Granéis líquidos 558.279 396.269 557.753 628.749 714.387

Carga Geral 564.502 472.509 451.150 423.135 272.809

TOTAIS 2.355.294 2.225.936 2.943.485 3.145.097 3.041.474

Evolução no Período 29,1%

Evolução Média Anual 6,6%

Fonte: ANTAQ

A movimentação de produtos do agronegócio pela hidrovia, como já referido, ocorre

predominantemente através do Terminal da Hermasa, situado no porto organizado de Porto

Velho.

A partir de 2003, além do aumento da competição no modal proporcionado pelo início das

operações da empresa Cargill também em Porto Velho, verifica-se maior diversificação no

escoamento de produtos do complexo soja (grãos, óleo e farelo) e milho. Embora não conste

dos dados apresentado na tabela, o terminal também movimenta fertilizante.

Tabela 3

Produtos Agrícolas Movimentados no Terminal da Hermasa

RIO MADEIRA - PORTO VELHO / ITACOATIARA / SANTARÉM – Em 1.000 t

Produtos por ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (*)

“Complexo Soja” 559,1 712,9 905,1 1.127,1 1.038,4 1.348,2 1.729,4 2.220,7 1.6274,4

Milho - - - - 59,6 154,9 309,5 56,1 53,1

Total 559,1 712,9 905,1 1.127,1 1.098 1.563,1 2.038,9 2.276,8 1.680,5

Var. no Período 307,2

Variação Anual 17,4

Fonte: Hermasa / Cargill - (*) Até julho.

43

Dos dados se observa que no período 1998-2005 a movimentação de cargas no Terminal da

Hermasa evoluiu 307,2%, correspondendo a considerável variação anual de 17,4% e responde

a percentual superior a 70% do total das cargas no porto.

5.2 Projeção de Cargas

Milho

Levando-se em consideração a série histórica da produção brasileira de milho de 2001 – 2007,

observou-se crescimento médio de 9% ao ano. Utilizando essa taxa de crescimento, no

cenário otimista, a movimentação de milho pelo porto de Porto Velho para os anos 2012 e

2017 obtiveram-se os valores de 540 mil e 850 mil toneladas de milho, respectivamente,

movimentados.

Tendo em vista, o estudo de mercado do milho, elaborado anteriormente, e estimando queda

na produção de 50%, em vista da diminuição da área cultivada, estimou-se, no cenário

moderado, que a movimentação no porto chegará em 2012 com 270 mil toneladas e em 2017

com 420 mil.

Num cenário pessimista, assumindo redução da área plantada de milho, ainda, substituição

pelo plantio da cana de açúcar, e no desvio do transporte do milho produzido no Estado de

Mato Grosso para os portos do sudeste, estimou-se movimentação do porto, em 2012 com 55

mil toneladas e em 2017 com 85 mil.

Tabela 4

Projeções - Milho Em 1.000t

Anos Pessimista Moderado Otimista

2012 55 270 540

2017 85 420 850

Soja

Na apresentação do cenário otimista, segundo série histórica de movimentação do porto,

estimou-se crescimento anual de 11% na movimentação de soja, chegando em 2012 com 3,2

milhões de toneladas e em 2017 com 5,3 milhões.

44

Utilizando a informação da FAPRI (Food and Agricultural Policy Research Institute), para o

cenário moderado, estima-se crescimento de 2,1% ao ano na produção mundial de soja,

projetam-se, então, crescimento, de mesma ordem para a movimentação de soja do porto,

onde será obtido, em 2012 a quantidade de 2,2 milhões de toneladas e em 2017, 2,4 milhões.

No cenário pessimista levou-se em consideração, a possibilidade de transferência do terminal

da Hermasa para fora da área do porto organizado. Dessa forma, os grãos destinados ao porto

seriam desviados para outro destino, não havendo nenhuma movimentação de soja pelo porto.

Tabela 5

Projeções - Soja Em 1.000t

Anos Moderado Otimista

2012 2.200 3.200

2017 2.400 5.300

Açúcar

Com base em estudos gerados pela OCDE e FAO, já mencionadas no corpo do trabalho, é

indicado crescimento na produção de açúcar até 2017, da ordem de 1,66% ao ano, estimando

haver o mesmo crescimento na movimentação do porto, projetou-se, para 2012, 63 mil

toneladas e para 2017, 68 mil toneladas.

Tabela 6

Projeções - Açúcar Em 1.000t

Anos Quantidade

2012 63

2017 68

Fertilizante

Sendo o Brasil o 4º maior consumidor de fertilizante do mundo e um dos poucos países com

potencial para aumentar a sua produção agrícola, estima-se, segundo a Associação das

Indústrias de Fibras Poliolefínicas, que haverá crescimento nos próximos anos no consumo de

fertilizante, da ordem de 5,31%. Sendo Mato Grosso e Rondônia grandes produtores de soja,

milho e cana-de-açúcar, onde boa parte do fertilizante é usado e escoando pelo porto , estima-

se, dessa forma, a mesma taxa de crescimento.

45

Tabela 7

Projeções - Fertilizante Em 1.000t

Anos Quantidade

2012 75

2017 100

Madeira

A atividade florestal se intensificou em todo o mundo, o que se pode confirmar por meio do

crescente comércio de produtos florestais entre diferentes nações e pelo interesse de diversas

organizações pelas florestas brasileiras. Por conta disso, procurou-se analisar a dinâmica desse

mercado internacional, por meio dos índices de concentração das transações comerciais e das

estruturas das classificações de mercado. O crescente destaque do setor florestal para a

economia brasileira mostra-se no PIB florestal, que esteve próximo de US$ 21 bilhões (4% do

total) no ano de 2003.

Hoje, 75% dos 30 milhões de metros cúbicos de madeira extraída na Amazônia são

legalizados por autorizações de desmatamento, 5% saem de áreas com planos de manejo

regulares e 20% são ilegais. Nestes 20% fora da legalidade, três quartos correspondem a

madeira roubada de unidades de conservação e áreas indígenas (principalmente) e um quarto

vem de planos de manejo irregulares.

Levando em consideração a intensificação da exportação de madeira foram elaborados três

cenários: conservador, no qual a movimentação em 2007 permanecerá constante até 2017;

moderado, a taxa de crescimento é de 8,8% e o otimista, a taxa de 21,8%. As taxas foram

obtidas através da variação da movimentação na região Norte no período de 2006 a 2007.

Tabela 8

Projeções - Madeira Em 1.000t

Ano Conservador Moderado Otimista

2012 40 63 110

2017 40 95 295

É importante destacar que todos os contêineres embarcados no porto estão carregados de

madeira. Não há movimentação de outro tipo de carga por meio de contêiner.

46

Carretas

O transporte de carne, equipamentos eletrônicos dentre outros tipos de carga geral são

praticados por meio de carretas. Segundo estatística do porto, essa movimentação vem

decrescendo, em média, cerca de 7% ao ano. No entanto, dada a importância do porto

organizado, para integração entre o centro-sul do país e o extremo norte e as construções das

Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, que estimulará o mercado, estima-se que haverá

incremento de 2% na movimentação.

Tabela 9

Projeções - Carretas Em 1.000t

Ano Quantidade

2012 4.350

2017 4.800

5.3 Análise da Capacidade

A análise e avaliação da qualidade e eficiência dos serviços oferecidos nas instalações

portuárias são feitas segundo padrões de desempenho estimados com base no regime de

operação adotado na instalação portuária e as capacidades nominais dos equipamentos

utilizados.

Soja

A movimentação de soja no porto organizado, em 2007, foi de 1,95 milhões de toneladas. O

embarque é feito utilizando carregador de capacidade de 1000 t/h e a capacidade das barcaças

é de 2.000 t.

Além desses valores, para o cálculo da capacidade admite a movimentação de soja durante 8

meses devido ao período de sazonalidade da soja e também ao período que a profundidade do

Rio Madeira diminui. Portanto, o número de barcaças que desatracaram do porto com soja foi

de aproximadamente 975 no ano de 2007. Então a movimentação diária é de 8000 t/dia

(quatro barcaças) e a capacidade do carregador é de 16.800 t/dia, admitindo eficiência de 70%

do equipamento.

Logo a operação está com 47,6% da capacidade efetiva do equipamento. Essa limitação pode

ser devido a falhas durante a operação, mas o seu fator principal deverá ser devido a limitação

da chegada de caminhões no porto, visto que há apenas uma via de acesso ao porto.

47

RO-RO

A movimentação de carretas no porto, em 2007, foi de 203.855 toneladas. O embarque é feito

em barcaças, com capacidade para 20 carretas/barcaça. Admite-se que a movimentação é feita

10 h/dia e cada carreta transporta 35 t. Portanto, o número de carretas foi de aproximadamente

5.825 no ano de 2007, que corresponde a 292 barcaças. Então a movimentação diária é de 566

t/dia (uma barcaça).

Não há possibilidade de fazer a avaliação da capacidade, pois não dispõe-se de informações

para calcular a capacidade efetiva, e assim, poder comparar com a atual.

Observa-se, que como a soja, a limitação da movimentação ro-ro deve-se ao acesso terrestre

ao porto. Por dia chegam em média 50 carretas que são embarcadas, 2,5 barcaças por dia e

também a condições precárias de operações.

Açúcar

A movimentação de açúcar no porto organizado, em 2007, foi de 54.625 toneladas. O

embarque é feito utilizando gruas de capacidade de 1000 t/dia e a capacidade das balsas é de

1.500, 2.000 e 3.000 t.

Admite que a operação é feita durante 10 h por dia e a balsa fica atracada em média 4 dias.

Portanto, o número de balsas que desatracaram do porto foi de aproximadamente 25 no ano de

2007. Vale destacar que a movimentação de 2007 foi a metade da movimentação em 2006.

A capacidade da movimentação de açúcar utilizando gruas de 1.000 t/dia, com eficiência de

50%, é de 180.000 t por ano. Em relação a 2007 a movimentação operou com 30% da

capacidade efetiva do equipamento. Essa limitação pode ser devido a falhas durante a

operação que é bastante lento. E assim como as demais cargas o açúcar chega ao porto em

caminhões o que acarreta impedância no aumento de sua movimentação no porto.

48

6. PROPOSTA DO PLANO DE

DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO

6.1 Análise e Definição das Necessidades de Expansão e

Ordenamento do Porto Organizado

Para obter as diretrizes do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento é necessário apresentar a

análise e diagnóstico da situação atual do porto, indicando os fatores limitantes físicos e

operacionais a fim de fornecer o serviço satisfatoriamente e atender à demanda futura, bem

como minimizar os impactos da atividade portuária na malha viária da Cidade.

O porto de Porto Velho apresenta aspectos operacionais bem peculiares, tendo em vista

constituir-se de instalação fluvial, localizada às margens do Rio Madeira, onde a variação do

nível das águas oscila entre 11 e 19 metros.

A seguir serão apresentadas as limitações das operações das cargas no porto. Com essa análise

pode-se propor sua reorganização e/ou criação de terminais especializados em outras

localidades.

6.1.1 Terminal de Granéis Sólidos

Os grãos são embarcados e descarregados no cais flutuante. A operação de grãos é feita,

principalmente, pelo terminal graneleiro da Hermasa.

A empresa se utiliza de transportador de correias que leva a soja dos silos em terra até o cais

flutuante, onde despeja o granel dentro das barcaças com o uso de um carregador de barcaças.

Capítulo

6

49

A soja apresenta, nos últimos anos, alta taxas de crescimento na sua produção e a tendência é

de aumento da movimentação, de modo que o porto necessita de infra-estrutura de maior

capacidade para atender a demanda.

6.1.2 Terminal de Carga Geral

O terminal de carga geral, conhecido como “Pátio das Gruas”, tem como principal restrição

operacional o desnível das águas. O rigor dos períodos de estiagem implica no funcionamento

destes equipamentos próximo de seus limites operacionais, comprometendo a operação,

gerando maior índice de quebra e diminuindo sua vida útil.

6.1.3 Terminal Ro-Ro

As limitações fornecidas mostram que é de fundamental importância para o porto promover a

reestruturação para atender o crescimento da movimentação de cargas ou, alternativamente,

relocalizar suas instalações em razão das limitações de espaço no porto atual e as restrições

nos acessos terrestres.

6.2 Apresentação e Análise de Alternativas de

Desenvolvimento e Zoneamento no Curto, Médio e Longo Prazo

O programa de ações recomendadas para o desenvolvimento e estruturação do porto tem

como diretrizes básicas as projeções das movimentações de cargas do porto no período de

2008 a 2017.

A partir dessa análise foi idealizado o plano de expansão física das instalações.

Em função dos gargalos do porto atual e da possível saída da Hermasa para outra localização,

foram feitos cenários de curto, médio e longo prazo.

O porto, em curto e médio prazo, terá pequenas modificações, em relação à operação. A

principal modificação será a nova formatação que movimentará apenas contêineres junto com

soja (enquanto a Hermasa operar no porto até 2016) no caís flutuante e carga geral no pátio

das gruas e no atual terminal RoRro.

50

Com isso o porto atual movimentaria quantidades pequenas de carga, em casos excepcionais,

passando a maior parte da carga a ser operada fora da cidade, onde deverão ser construídos os

novos terminais de contêineres e de carga geral, além daqueles que já foram propostos no

plano de médio prazo.

Cada etapa e terminal serão detalhados a seguir com a apresentação do novo layout do porto.

O conjunto dos novos terminais poderá localizar-se num mesmo espaço ou área, funcionando

como um complexo portuário, ou distribuir-se em locais diferentes, conforme a especialização

em cada tipo de carga.

6.2.1 Diretrizes para o Zoneamento Portuário

Como principal premissa para a elaboração do zoneamento foi considerada a situação atual do

porto e o período de crescimento de movimentação de carga que será atraída com a

construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, além do crescimento do escoamento de

soja.

Levando em conta, portanto, as destinações das diversas áreas e instalações, inclusive a

distribuição das cargas nos pontos de atracação, o zoneamento proposto, mostrado nas plantas

no presente relatório, é assim descrito:

Curto e Médio Prazo

- Zona Portuária 1

Esta zona corresponde aos atuais Pátios 2, 3 e Pátio de Contêineres, totalizando 36.738 m²,

com destinação para operação e estocagem de contêineres.

Todos os pátios devem ser pavimentados e sinalizados de forma a contribuir com a eficiência

da operação. Incluem-se nessa zona as benfeitorias já existentes: armazéns, galpão e

escritórios, podendo ainda ser construído estruturas de apoio ao OGMO e aos caminhoneiros.

- Zona Portuária 2

Corresponde aos pátios das gruas e das rampas, que têm área total de 35.193,60 m² (Zona

Portuária 2A 17.472,60 m² e a Zona Portuária 2B 17.721,00 m²).

51

Sua destinação é para operação de caminhões que transportam carga geral. Essa carga é

embarcada em lingadas nas balsas que atracam contra o barranco, utilizando-se de gruas.

Também se encontra inserido nesta área o estacionamento de caminhões. Incluem-se nessa

zona portuária as benfeitorias já existentes: depósito, galpões e armazéns.

- Zona Portuária 3

Corresponde à vizinhança da sede administrativa e do armazém alfandegado, dispondo de

área de 5.335 m². Sua destinação será para ampliação da parte administrativa da SOPH e/ou

ampliação do armazém alfandegado.

- Zona Portuária 4

Corresponde à área ocupada pela empresa Hermasa. Essa zona portuária corresponde à área

de 40.000 m² localizada na extremidade da área portuária. Sua destinação é a operação e

armazenagem de granéis sólidos destinados ao embarque em barcaças.

Incluem-se nessa zona portuária todas as instalações e benfeitorias implantadas pela empresa

Hermasa.

- Zona Portuária 5

Corresponde ao cais flutuante e ponte de acesso. Sua destinação é servir à atracação e

desatracação de embarcações que movimentam granéis sólidos e contêineres.

Inclui-se nessa zona portuária a estrutura portante em concreto armado instalada sobre o

flutuante intermediário que serve de suporte, guia e regulador do flutuante em relação ao nível

das águas, bem como o guindaste de pórtico instalado sobre o flutuante.

- Zona Portuária 6

Corresponde ao armazém Alfandegado e área alfandegada adjacente, além da área

administrativa do porto.

A área alfandegada é a zona de armazenagem da Receita Federal, servindo para guarda de

mercadorias alfandegadas em trânsito por Porto Velho, tanto portuárias quanto aeroportuárias.

52

A área administrativa tem como destinação a gestão da atividade portuária e atividades afins.

Possui as seguintes instalações: o prédio da Sede Administrativa, armazém, escritórios,

oficina, inclusive as residências transformadas nos escritórios 7 e 8, guarita, balança

rodoviária, subestações e castelo d’água e as vias de circulação interna do porto. Em tal zona,

pode-se ainda, se necessário, e quando couber, construir ou expandir instalação relacionadas a

destinação da zona.

6.2.2 Desenvolvimento do Porto

Curto e Médio Prazo (2008 a 2016)

O porto atual tem as seguintes áreas: o píer flutuante para operação de grãos e contêineres; o

pátio das gruas para operação de carga geral e o pátio para carga ro-ro.

A disposição atual além de comprometer a eficiência operacional, devido à desorganização

das carretas dentro do porto, também o impede de atrair e movimentar maiores quantidade de

cargas.

Outro gargalo é o fato das vias no centro de Porto Velho não suportarem movimentar

quantidades maiores do que o porto opera atualmente.

A Hermasa, empresa responsável pela maior movimentação de carga no porto, tem

demonstrado interesse em mudar para outro local na margem do rio Madeira. O contrato de

arrendamento com o porto tem vencimento previsto para 15 de abril de 2016. Portanto, até

2016 está área pertence à Hermasa não podendo ser utilizada para outros fins.

Para que este fator não contribua de forma negativa com a nova estruturação do porto,

propõe-se movimentar no porto atual: contêineres no caís flutuante, que dividirá até 2016 o

píer com a movimentação de soja, e carga geral no pátio da gruas (onde atualmente já opera) e

no atual terminal de carga ro-ro.

O terminal de contêineres terá área de 36.394 m² divididos em: três pátios de contêineres e

área para estacionamento.

A área destinada para movimentação de carga geral é de 35.193,60 m², sendo destinado a dois

pátios e área de estacionamento.

53

O porto atual, com essa nova estrutura, terá mais espaço e poderá funcionar de forma mais

adequada, pelo fato de movimentar apenas dois tipos de carga e ter pontos de atracação

especializados. Além disso, o número de carretas que passarão pelo centro da Cidade será

menor do que o atual, fato que contribuirá com o bem-estar de Porto Velho.

A seguir serão descritos os terminais de contêineres e de carga geral, situados dentro do porto

atual.

Terminal de contêiner

O terminal de contêiner será formado por área de estacionamento dos caminhões, pátio de

estocagem e o píer flutuante.

As áreas destinadas ao estacionamento e aos pátios devem ser pavimentadas com blocos

intertravados para melhorar a eficiência e organizar a disposição dos contêineres e dos

caminhões.

O atual pátio 1 será destinado para estacionamentos com os caminhões que operem

contêineres. Com área de 11.700 m², o estacionamento terá capacidade para atender aos

caminhões sem fazer com que a operação da barcaça necessite esperar a chegada do caminhão

para levar ou retirar cada contêiner.

Os atuais pátios 2, 3 e 4 serão destinados para armazenar contêineres. Os três têm área total de

25.038 m², sendo necessária apenas a sinalização e organização da disposição dos contêineres.

Terminal de carga geral

A movimentação de carga geral feita atualmente no pátio das gruas e no terminal Ro-Ro,

dispõe de área para expansão a jusante do terminal Ro-Ro com cerca de 9.190 m2.

54

A partir de 2016, o porto de Porto Velho necessitará de expansão em suas instalações para

atender a demanda prevista no estudo.

Dessa forma, face às limitações de espaço na área atual do porto, tendo em vista os seus

limites a jusante e montante estarem premidos pelas instalações da Cargil e Amazon Gás

respectivamente, como também pela cidade em sua retaguarda a sua expansão só poderá

ocorrer em área não contínua para abrigar as instalações que deverão dar suporte à

movimentação de cargas.

6.2.3 Alternativas de Localização As alternativas de localização das novas instalações portuárias não podem ser detalhadas por

não apresentar estudos técnicos sobre as áreas, sendo neste relatório apenas apresentadas as

localizações pretendidas e feito comentários sobre o que se obteve com relação a cada área.

55

Inicialmente existem três áreas para possível localização dos novos terminais que são: Porto

Chuelo (área adquirida pelo grupo Hermasa); Aliança e Cujubim. Esta última por apresentar

áreas de alagamentos em períodos de chuva e de cheia do rio não está sendo considerada, sua

localização é entre Porto Chuelo e Aliança.

Na imagem de satélite a seguir é possível ver a localização de Porto Chuelo (representado por

quatro marcadores com nomes de Hermasa) e Aliança (representado por dois marcadores,

estas coordenadas foram fornecidas pelo SOPH durante a realização desse trabalho.

Figura 9 - Áreas de possível localização dos novos terminais

Com relação a investimentos a área disponível em Porto Chuelo torna-se mais viável, visto

que o terreno está comprado e a empresa Hermasa está em negociações com o governo do

Estado de Rondônia para ceder parte do terreno em Porto Chuelo, onde se localizará seu novo

terminal de soja, em contrapartida o governo fornecerá infra-estrutura adequada até o local,

para o escoamento da produção de soja.

Essa área, em Porto de Chuelo, tem mais de 6 km de extensão a margem do rio Madeira, no

entanto, devido a baixa profundidade, tem pequena extensão para manobras das barcaças e

ilhas estão se formando em frente a área.

56

A área destinada em Aliança além de não ter de início os investimentos de Porto Chuelo ainda

está localizada mais afastada da Cidade de Porto Velho e da BR-364, principal via de

escoamento do Estado e, necessitaria ainda, de pelo menos duas pontes de acesso. No entanto

essa área tem boa profundidade e fica menos distante de Manaus, cerca de 20h a menos.

Para melhor visualização, no quadro a baixo, são apresentadas em forma de itens algumas

vantagens e desvantagem, lembrando que são informações adquiridas em campo com o

pessoal local e pessoas envolvidas no transporte aquaviário, exigindo serem confirmadas com

estudos técnicos especializados.

Quadro 5

Vantagens e Desvantagem

Áreas Alternativas

Áreas Vantagens Desvantagens

Porto Chuelo

Melhor acesso rodoviário

Terreno de propriedade da Hermasa que doará parte em troca de Infra-estrutura

Mais de 6 km de extensão a margem do rio Madeira

Pequena extensão para Manobra das Barcaças

Ilhas se formando na frente do Porto

Baixa profundidade em época de seca

Cujubim - Alaga a área Retroportuária

Aliança

Maior Profundidade

Menor distância entre Manaus e Porto Velho (cerca de 20h a menos)

Acesso restrito obrigando a construção de pelo menos duas pontes

Além desses fatores é preciso ser feito estudo mais detalhados sobre as regiões para definir a

melhor localização dos terminais. Devem ser levadas em consideração as características do

rio, a forma de acesso a área, o tipo de solo, o tipo de carga que será operada, as atividades

industriais que os terminais irão agregar, além de outros fatores.

Portanto, não há como definir e indicar determinada localidade para instalação dos novos

terminais sem estudos técnicos mais detalhados.

6.3 Comentários Finais

O Plano de Desenvolvimento e Zoneamento procura fornecer diretrizes para disciplinar a

expansão e a utilização dos terrenos e instalações portuárias, a fim de atender

satisfatoriamente os interesses da SOPH e de seus usuários.

57

As metas do plano serão alcançadas com o esforço conjunto de todas as partes envolvidas

(SOPH, Governo Federal, Governo Estadual e Administração Municipal, além dos operadores

e donos das mercadorias), de modo a evitar distorções ou efeitos negativos no porto.

O PDZ está baseado nas projeções das cargas movimentadas pelo porto, devendo ser revisto e

avaliado regularmente – a cada três anos, pelo menos - para adaptar-se as modificações que

ocorrerem nas tendências verificadas presentemente.

A participação da iniciativa privada nos investimentos e no arrendamento de áreas e

instalações, como será apresentada no relatório posterior, deverá dispor de normas e critérios

para regulamentar a entrada do setor privado no porto.

Deve-se enfatizar que as propostas para o PDZ de Porto Velho têm como fundamentos

principais:

a problemática do trânsito excessivo de carretas no centro da Cidade,

a perspectiva do aumento da quantidade de carga e de novas cargas devido o crescimento

da região de influência,

o ordenamento da operação no porto atual e

a mudança de localização da Hermasa.

As análises e considerações feitas objetivaram maximizar a movimentação do porto sem

comprometer as finalidades as quais se destina.

58

7. PROGRAMA DE ARRENDAMENTO

7.1 Áreas e Instalações Arrendadas a Terceiros

Os contratos de arrendamento de área e imóveis no porto de Porto Velho, firmados pela

Superintendência de Portos e Hidrovias – SOPH estão relacionados nos quadros seguintes,

onde são discriminados o número de ordem, o nome da arrendatária, o objeto do contrato e

seu início e término.

Quadro 6

Porto de Porto Velho

Áreas e Instalações Portuárias Arrendadas

Nº de ordem

Arrendatário Objeto Área (m2) Nº do

Contrato Vigência

HERMASA NAVEGAÇÃO

DA AMAZÔNIA S/A - 40.000 - 15.04.2016

Área Total 40.000

O desenho a seguir mostra a disposição geral das áreas já arrendadas no porto de Porto Velho.

Capítulo

7

59