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  • SUMRIO

    1. INTRODUO........................................................................................... 2 2. GERENCIAMENTO DE RISCO ................................................................. 3 2.1 DEFINIES ........................................................................................... 3 2.2 SEGURANA NAS OPERAES.......................................................... 4 2.3 RISCOS EM INCNDIOS INDUSTRIAIS................................................. 4 2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL................................... 5 3. COMANDO E CONTROLE EM OPERAES .......................................... 9 4. PLANO DE EMERGNCIA ..................................................................... 15 4.1 DEFINIES ......................................................................................... 15 4.2 REQUISITOS......................................................................................... 16 5. COMUNICAES ................................................................................... 28 6. RELATRIO............................................................................................ 43 7. REFERNCIAS ....................................................................................... 44

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    1. INTRODUO

    O bombeiro profissional civil ou bombeiro civil uma profisso que na prtica j vinha sendo exercida nas indstrias brasileiras, no servio de proteo contra incndio e prestao de socorros de urgncia, mas somente no ano de 2009 que foi regulamentada e reconhecida como profisso.

    Concomitante ao reconhecimento da profisso, vieram direitos e deveres que norteiam o exerccio da atividade do bombeiro profissional civil e somente a partir do conhecimento da legislao especfica referente sua profisso, o bombeiro profissional civil saber os limites e as implicaes das suas aes para desempenhar sua atividade profissional.

    Mesmo com a normalizao federal sobre a profisso de bombeiro profissional civil, algumas lacunas existem, pois no houve ainda a regulamentao dessa lei, ficando os profissionais sujeitos a normas estaduais, que se diferenciam de acordo com o poder de polcia dos respectivos Corpos de Bombeiros dos Estados onde exercida essa profisso ou at mesmo convenes coletivas em mbito estadual.

    No ES, de acordo com o Art. 130 da sua Constituio Estadual, cabe ao Corpo de Bombeiros Militar criar normas sobre as atividades de proteo contra incndio e pnico. Com isso, o CBMES por meio da Norma Tcnica 07/CAT definiu os critrios relacionados ao treinamento de Brigadas de Incndio (BI) e Bombeiro Profissional Civil (BPC), como tambm o cadastramento de empresas de treinamento. Para o dimensionamento e exigncia de BI e BPC, no h no Corpo de Bombeiros regulamentao, por isso a recomendao adotar como referncia a NBR 14608, que trata de BPC e 14276, que trata sobre BI.

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    2. GERENCIAMENTO DE RISCO

    2.1 DEFINIES

    EMERGNCIA Situao que exige uma interveno imediata de profissionais treinados com equipamentos adequados, para que danos e prejuzos sejam evitados ou minimizados.

    SINISTRO Ocorrncia de danos e prejuzos, em conseqncia de um acidente ou evento adverso (ocorrncia desfavorvel).

    RISCO Probabilidade estatstica de que uma ameaa de evento adverso se concretize em um cenrio vulnervel, causando danos e prejuzos, isto , a probabilidade da ocorrncia de um sinistro.

    Ameaa: estimativa da ocorrncia e magnitude de um acidente ou evento. Vulnerabilidade: condio intrnseca do corpo, em interao com a magnitude de um evento ou acidente, medida em termos de intensidade dos danos previstos.

    O risco avaliado de acordo com a interao da ameaa e da vulnerabilidade do sistema.

    RISCO: AMEAA X VULNERABILIDADE

    Quanto maior a ameaa e a vulnerabilidade, maior o risco. Para diminuir o risco, o bombeiro deve atuar na ameaa ou na vulnerabilidade do sistema.

    Ex: Como diminuir o risco de um incndio confinado em um cmodo de uma edificao de 01 pavimento se propagar para os outros cmodos?

    Para responder essa pergunta se faz necessrio avaliar a interao das seguintes variveis:

    - Ameaa: fogo fora de controle no cmodo - Vulnerabilidade: paredes finas muito aquecidas, proximidade de materiais combustveis, telhado de telhas de amianto.

    Portanto para diminuir ou eliminar o risco de propagao o bombeiro pode atuar na ameaa, combatendo o incndio dentro do cmodo, ou na vulnerabilidade, resfriando as paredes, retirando das proximidades os materiais combustveis.

    Nem sempre ser possvel diminuir a ameaa, por exemplo, no h como diminuir o volume de chuva em uma enchente, mas geralmente possvel atuar nas vulnerabilidades. De qualquer forma o bombeiro dever estar tecnicamente preparado para identificar as ameaas e vulnerabilidades de um sistema, para minimizar o risco at uma condio segura de atuao.

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    2.2 SEGURANA NAS OPERAES

    A segurana um estado de confiana, individual e coletivo, baseado no conhecimento e no emprego de normas e de procedimentos de proteo e na convico de que os riscos foram reduzidos a limites aceitveis.

    A sensao de segurana varia entre os indivduos, pois ela est ligada diretamente a percepo de risco, que a impresso ou juzo intuitivo sobre a natureza ou grandeza de um risco determinado.

    A percepo de risco depende do nvel de conhecimento do bombeiro, adquirido por meio de treinamentos e experincias reais. Quanto maior a qualificao, somada experincia em ocorrncias, maior ser a percepo de risco do bombeiro.

    Para evitar essa variao, procedimentos devem ser padronizados para levar o risco at um nvel aceitvel e a cena seja considerada segura. Para tanto, entende-se como risco aceitvel, o risco determinado como tolervel e razovel, aps serem consideradas todas as conseqncias associadas a outros nveis alternativos.

    Para adentrar em ambiente incendiado, o bombeiro dever analisar, por exemplo, o risco de desabamento, de exploses, de intoxicao etc. Observados os riscos, devem ser providenciadas aes para minimiz-los, por meio da adoo de tcnicas e procedimentos operacionais como escoramento, ventilao e utilizao de equipamentos de proteo. Portanto, o bombeiro para atuar deve estar certo que o nvel de risco apresentado pode ser enfrentado desde que seja suportvel, sem dano, relacionado a altos ganhos (salvamento de vtima), em razo da estrutura de proteo compatvel em equipamentos e treinamento do pessoal envolvido na ocorrncia.

    As operaes de bombeiro so geralmente realizadas em ambientes cujas caractersticas fsicas contribuem para a ocorrncia de acidentes (condies inseguras), somado ao fato de bombeiros exporem-se a riscos desnecessrios, invariavelmente, por negligncia, imprudncia ou impercia (atos inseguros), causando prejuzos a sua segurana e a sua sade e da sua equipe.

    A segurana uma determinao operacional, parte obrigatria do planejamento e, durante a atuao na emergncia, responsabilidade de todos os integrantes da equipe.

    2.3 RISCOS EM INCNDIOS INDUSTRIAIS

    So riscos que comprometem a segurana e a sade dos trabalhadores, bem como a produtividade da podem afetar o trabalhador a curto, mdio e longo prazo, provocando acidentes com leses imediatas ou doenas profissionais que afetam e lesam o trabalhador aos poucos, comprometendo sua capacidade fsica ao longo do tempo de exposio ao fator de risco.

    Nos incndios industriais, as diferenas em cada evento so muito evidentes, na medida em que os procedimentos a serem adotados variam com o tipo de produtos, tipos de planta e seus respectivos riscos, tornando, portanto, absolutamente necessrio conhecer previamente a natureza dos produtos existentes (caractersticas fsicas e qumicas,

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    toxicidade, exposio s temperaturas, contato com a gua etc) na instalao industrial.

    Numa instalao industrial, uma atuao sem conhecimento prvio dos riscos existentes, pode dar origem a acidentes de extrema gravidade e, eventualmente, implicar at na evacuao de populaes e causar danos materiais muito para alm do permetro da empresa.

    Os principais riscos que o bombeiro est submetido durante as operaes so:

    - Intoxicao: ocorre quando o bombeiro desenvolve atividades envolvendo substncias que possuem a capacidade de causar dano no organismo a que estiver exposto. Quanto maior a toxidade e concentrao do produto e exposio do bombeiro, maior ser o dano causado ao seu organismo.

    - Exploses: rpida expanso de gases que pode ser acompanha de efeitos trmicos. No caso de incndios em ambientes confinados, o bombeiro deve estar atento para fenmenos como flashover e backdraft, como tambm a ocorrncia de BLEVE em caminhes ou tanques de armazenamento de lquidos inflamveis incendiados e operaes com vazamento de gases combustveis e materiais pirofricos.

    - Colapso estrutural: pode ocorrer em conseqncia de um incndio. Por isso, o bombeiro dever estar atento aos sinais presentes na estrutura como a presena de trincas profundas, deformao de vigas de ao, barulho de material cedendo, estruturas de madeira carbonizadas, pequenos desabamentos etc.

    - Choque eltrico: causado pela atuao do bombeiro sem desenergizar a rede eltrica. Para isso, o bombeiro dever conhecer a planta eltrica da edificao para identificar o local das chaves de entrada de energia e suas formas de desligamento.

    - Queimadura: causada pela ao do calor produzido no incndio presente nas chamas, vapor dgua e fumaa.

    Para evitar acidentes, o bombeiro dever prestar muita ateno s situaes de perigo e cumprir rigorosamente os procedimentos de atuao nas diversas situaes concretas que ele poder encontrar no combate a incndios industriais.

    2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL

    Diferentemente do brigadista que combate o incndio na sua fase inicial, o bombeiro profissional civil, devido a sua formao, poder combater incndios de maiores propores, sendo submetido, consequentemente, a riscos bem maiores. Por isso, para minimizar os riscos a que est submetido, diminuindo a sua vulnerabilidade, o bombeiro SEMPRE dever utilizar os equipamentos de proteo individual nas operaes.

    Considera-se equipamento de proteo individual (EPI) todo o dispositivo de uso individual destinado a proteger a sade e a integridade fsica do bombeiro. A utilizao do EPI no evita o acidente, mas minimiza seus efeitos.

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    So EPIs utilizados pelo bombeiro nas operaes:

    - Capacetes de bombeiro

    EPIs que protegem o crnio, os olhos, a face e a nuca das leses que podem ser ocasionadas por impactos de materiais, partculas, respingos ou vapores de produtos qumicos e de radiaes luminosas.

    - culos de Proteo

    Os culos so destinados a proteo dos olhas contra a projeo de materiais, fumaa, lquidos e substncias contaminantes.

    - Capas e calas

    EPIs destinados a proteo do tronco e extenso dos membros, visam proteger o brigadista contra objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes, alm de proteger tambm do calor excessivo, irradiado pelas chamas.

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    - Luvas

    EPIs que visam proteger contra a ao de objetos cortantes, abrasivos, corrosivos, alergnicos, alm de produtos graxos e derivados de petrleo.

    Luvas de proteo - Botas e sapatos

    EPIs que visam proteger contra leses ocasionadas de origem mecnica (quedas de materiais), agentes qumicos, trmicos e objetos perfurantes ou cortantes.

    - Equipamento de Proteo Respiratria (EPR)

    So equipamentos que requerem ateno especial, pois sero eles que permitiram ao bombeiro trabalhar em locais saturados com fumaa, com baixa concentrao de O2 e muitas vezes com temperaturas elevadas. importante ressaltar que a no utilizao destes aparelhos pode ter conseqncias srias e at mesmo levar a morte.

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    Tem como objetivo anular o comportamento do ambiente sobre o sistema respiratrio, mediante proteo limitada (quando utilizados aparelhos filtrantes ou autnomos de presso negativa):

    a) Mscara contra gases (aparelho filtrante)

    Consiste em uma mscara de borracha adaptvel ao rosto, contendo um filtro que elimina os agentes nocivos. Vale lembrar que as mscaras possuem especificaes que precisam ser atendidas, para que a sade do bombeiro esteja de fato protegida.

    c) Equipamento de proteo respiratria autnoma

    As mscaras autnomas so respiradores independentes que fornecem ar respirvel para o usurio atravs de cilindros de ar.

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    3. COMANDO E CONTROLE EM OPERAES As ocorrncias de bombeiro tm caractersticas especficas que exigem qualificao, profissionalismo e capacidade de trabalhar em equipe. Um erro muito comum nas operaes de bombeiro a falta de coordenao das aes, muitas vezes h um grande esforo para a realizao de uma atividade por vrios bombeiros, sendo que outros objetivos deixam de ser cumpridos. Alm disso, h a falta de disciplina ttica, onde o integrante da equipe com viso mais limitada da ocorrncia altera o objetivo a ser cumprido, compromete a operao, como tambm, a segurana dos envolvidos. Por isso, nas operaes de bombeiro h a necessidade de planejamento, coordenao, direo e controle.

    Na operao, o chefe da equipe o profissional responsvel em: PLANEJAR, COORDENAR, DIRIGIR e CONTROLAR as aes da equipe.

    CHEFE DE EQUIPE Funo Aes Observaes

    PLANEJAMENTO - Fixar objetivos; - Definir estratgia de combate; - Definir um plano de ao.

    Dever ser feito com objetivos claros e exeqveis, descritos em um plano de ao verbal ou escrito

    ORGANIZAO - Dividir o trabalho; - Designar pessoas; - Alocar recursos e coordenar esforos.

    Dever ser flexvel quanto a necessidade e disponibilidade de recursos e quanto a delegao de responsabilidades.

    DIREO - Dirigir seus esforos para execuo de planos; - Guiar pessoas para a ao; - Manter a motivao.

    Tem como objetivo a interpretao do plano e instruo sobre a sua execuo.

    CONTROLE - Avaliar o desempenho das equipes; - Corrigir aes; - Tornar a avaliar, de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos.

    Tem como objetivo garantir a execuo do planejamento.

    A funo de chefiar uma equipe geralmente estabelecida pela organizao ou pelo poder da autoridade pessoal (liderana) sobre o grupo. O chefe de equipe deve estar atento para entender que:

    O comando e controle representam um processo dinmico que deve ser constantemente reavaliado conforme a evoluo da operao;

    Todas as partes se influenciam, por isso, deve ser prevista a conseqncia de cada ao;

    Dever haver o processo de realimentao (feedback), onde as informaes devem fluir do chefe para equipe, da equipe para o chefe e entre os integrantes da equipe para que o comando reavalie os objetivos;

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    sua responsabilidade garantir a segurana da equipe, por isso deve zelar para que a equipe utilize os EPIs e os procedimentos especficos.

    Ao chegar ao local da ocorrncia o chefe de equipe dever:

    1) ASSUMIR O COMANDO

    - Ao chegar ao local informar ao CIODES/Central de emergncia:

    Nome, posto, graduao, funo ou cargo; Identificao da viatura; Localizao do posto de comando; Confirmao da emergncia.

    2) MANTER E CONTROLAR O PROCESSO DE COMUNICAO

    - Formas de comunicao na zona de incndio

    Direta Via rdio

    Via telefone Via rede de dados

    - Princpios da boa comunicao

    Seja breve e especfico Evite comportamentos que possam distrair a ateno dos ouvintes Priorize as mensagens Usar os cdigos padronizados pela sua organizao

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    3) AVALIAR E DIMENSIONAR A SITUAO

    O gerenciamento de uma operao de bombeiros um processo de difcil manejo, pois, de forma geral, todos esto nervosos, a comunicao se torna problemtica e muitos profissionais querem colocar em prtica os seus prprios planos. Um dos maiores problemas a coordenao de uma quantidade ilimitada de fatores. Portanto, o dimensionamento da cena deve ser sistemtico para que no haja problemas como a falta de disciplina ttica e emprego inadequado de recursos.

    Avaliao de uma ocorrncia consiste em quatro passos fundamentais:

    1) Identificar o problema: incndio, vazamento de gs, exploso, acidente de trabalho com vtima etc.

    2) Anlise da situao e possveis solues:

    3) Tomada de deciso: definio da estratgia de atuao baseada na anlise de situao e recursos disponveis.

    SITUAO

    - Tipo, local e intensidade - Necessidade de resgate - Riscos potenciais - Pontos Crticos

    RECURSOS

    - Pessoal - Equipamentos - Viaturas - Meios de extino

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    4) Elaborao de um plano de ao.

    MODELO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO ESTRATGICO NUMA OCORRNCIA DE INCNDIO ESTRUTURAL

    Exemplo de plano estratgico para uma ocorrncia de incndio:

    - Extinguir o fogo no 2 piso; - Checar os danos no 3 piso; - 3 piso, 4 piso e 1 piso; - Busca secundria; - Conservao

    Como elaborar um plano de ordem?

    - As ordens devero ser claras e completas; - Todo o subordinado dever saber o que se espera dele e aquilo que ele deve

    fazer; - Evitar transmitir mais de uma ordem ao mesmo tempo; - Empregar comandos utilizados nos treinamentos; - Perguntas fundamentais para a confeco de um plano de ordem:

    SITUAO

    RECURSOS

    PLANO

    - Identificar os objetivos - Dividir tarefas - Designar as pessoas

    Estime Situao X Recursos

    Planeje uma ao ofensiva Planeje uma ao defensiva ou

    Formule o plano estratgico

    Avalie as condies estruturais da edificao

    Determine a necessidade de resgate

    Desenvolvendo um plano estratgico

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    PERGUNTA OBJETIVO ORDEM DO CO

    QUEM? Definir o responsvel Bombeiro chefe da linha

    O QUE? Definir tarefa Ataque com uma linha de 38mm

    ONDE? Definir o local O fogo no teto do quarto de dormir

    COMO? Definir a maneira Entrando pela porta principal da casa

    4) ESCOLHA DA ESTRATGIA De acordo com as caractersticas da emergncia, o chefe de equipe definir qual(is) a(s) tcnica(s) mais adequada(s) para cada ocorrncia. Denominaremos como estratgia a deciso sobre a escolha e forma de emprego do conjunto de tcnicas que sero utilizadas na operao, seja ela de combate a incndio, busca e salvamento, atendimento pr-hospitalar ou todas elas combinadas.

    A escolha da estratgia deve ser baseada no dimensionamento da cena, na necessidade do gerenciamento de riscos e na disponibilidade de recursos para o controle da situao, norteada pela prioridade ttica da operao de bombeiro: 1 - Salvamento; 2 - Combate a incndio e 3- Conservao da propriedade. Observa-se que em primeiro lugar, deve-se salvar as vidas. Se em um incndio, para salvar uma vtima, a guarnio tiver que combat-lo, ainda nesse caso, a primeira prioridade ttica o salvamento, apesar da ao inicial ter sido o combate ao incndio, pois o motivo para iniciar o combate foi criar um acesso vtima. 5) ORGANIZAO DOS RECURSOS DISPONVEIS Os recursos devem ser organizados para que no haja sobrecarga e nem desperdcios. Ao chegar ao local da ocorrncia, o chefe de equipe dever avaliar se os recursos existentes so os suficientes para a interveno, caso contrrio, dever solicitar apoio. Alm disso, algumas situaes exigem a presena de outras agncias ou setores para uma interveno especfica, como por exemplo, se houver a necessidade de desligamento de energia eltrica ou a presena de produtos perigosos.

    Outro cuidado utilizar somente o necessrio para resolver a situao para que recursos no sejam desperdiados ou perdidos durante a operao. Para isso, o chefe de equipe definir as reas de trabalho de sua equipe em zona fria, morna e quente:

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    A definio dessas reas torna a cena mais organizada e consequentemente, mais segura, pois os recursos e o pessoal empregado somente o necessrio, definidos conforme a proximidade do ponto crtico da operao.

    No caso de uma operao que envolva outras agncias ou setores, o chefe de equipe de bombeiros dever organizar e ter o controle de todo o pessoal envolvido, para que no haja acidentes e nem conflito de interesses. A seguir, um organograma criado durante um atendimento a um incndio numa indstria petroqumica, combatido pela sua equipe de bombeiros profissionais civis:

    6) REAVALIAO DAS SUAS AES As operaes de bombeiro, por serem dinmicas, necessitam constantemente de uma reavaliao para correo ou mudana de aes que inicialmente eram efetivas, mas deixaram de ser com o passar do tempo.

    ZONA

    QUENTE

    ZONA MORNA

    ZONA FRIA

    rea segura, mais externa, onde os recursos no emergenciais ficaro em espera

    rea destinada s operaes, onde apenas permanecero o pessoal, ferramentas e equipamentos que esto sendo utilizados

    rea intermediria, onde os recursos emergenciais ficaro em espera (Viatura, Posto de Comando)

    Chefe de Equipe de Bombeiro

    Chefe de Setor de Operao da

    empresa

    Equipe de Bombeiros

    Produtos qumicos

    Energia Salvamento Combate a incndio

    Segurana

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    Para facilitar, a seguir sero apresentados alguns tpicos que necessitam reavaliao durante as operaes:

    - Estratgia utilizada - Prioridades tticas - Correo na execuo das aes (tcnica) - Controle do tempo - Pessoal de reforo - Recursos adequados - Segurana - Controle operacional

    4. PLANO DE EMERGNCIA

    O plano de emergncia um documento que expressa o planejamento de resposta a uma determinada ocorrncia em uma edificao. Contempla as provveis emergncias que podero ocorrer e os procedimentos que devero ser adotados.

    A ABNT, por meio da NBR15.219:2005, estabelece as condies mnimas para a elaborao, implantao, manuteno e reviso de um Plano de Emergncia Contra Incndio, visando proteger a vida e o patrimnio, bem como reduzir as conseqncias sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente.

    4.1 DEFINIES

    - Emergncia: Situao crtica ou fortuita que representa perigo vida, ao meio ambiente e ao patrimnio, gerando um dano continuado que obriga uma imediata interveno operacional.

    - Sinistro: Ocorrncia proveniente de risco que resulte em prejuzo ou dano.

    - Plano de emergncia contra incndio: Plano estabelecido em funo dos riscos da empresa, para definir a melhor utilizao dos recursos materiais e humanos em situao de emergncia.

    - Profissional habilitado: profissional com formao em preveno e combate a incndio e abandono de rea, com carga horria mnima de 200 horas para baixo risco, 300 horas para risco mdio ou 400 horas para risco alto; primeiros socorros com carga horria mnima de 60 horas para baixo risco, 100 horas para risco mdio ou 140 horas para risco alto ou profissional que tenha elaborado planos de emergncia nos ltimos 05 anos, especficos para o risco baixo, mdio ou alto, confirmados por atestado de capacitao tcnica emitido por instituio ou empresa de notrio reconhecimento no Brasil.

    - Risco baixo: planta com carga incndio abaixo de 300 MJ/m.

    - Risco mdio: planta com carga incndio de 300 MJ/m a 1200 MJ/m.

    - Risco alto: planta com carga incndio acima de 1200 MJ/m.

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    4.2 REQUISITOS

    4.2.1 Elaborao do plano de emergncia contra incndio

    O plano de emergncia contra incndio deve ser elaborado para toda e qualquer planta com exceo das edificaes residenciais unifamiliares.

    O plano de emergncia contra incndio deve ser elaborado por escrito por profissional habilitado, levando se em conta os seguintes aspectos:

    Localizao (por exemplo: urbana, rural, caractersticas da vizinhana, distncias de outras edificaes e/ou risco, distancia da unidade do Corpo de Bombeiros, existncia de Plano de Auxilio Mtuo-PAM etc.);

    Construo (por exemplo: industrial, comercial, residencial, escolar etc.);

    Populao (por exemplo: fixa, flutuante, caractersticas, cultural etc. );

    Caracterstica de funcionamento (horrios e turnos de trabalho e os dias e horrios fora do expediente);

    Pessoas portadoras de deficincias;

    Outros riscos especficos inerentes a atividades;

    Recursos humanos (por exemplo: brigada de incndio, bombeiros profissionais civis, grupos de apoio etc.) e materiais existentes (por exemplo: extintores de incndio, iluminao de emergncia, sinalizao, sadas de emergncia, sistema de hidrates, chuveiros automticos, sistema de deteco e alarme de incndio etc.)

    Aps o levantamento dos aspectos o profissional habilitado deve realizar uma anlise de risco da planta com o objetivo de minimizar e/ou eliminar todos os riscos existentes.

    NOTA: as tcnicas de anlise de riscos incluem, mas no esto limitadas as seguintes tcnicas: what if, checkilist, hazop, rvore de falhas,diagrama lgicos de falhas.

    O Corpo de Bombeiros e a comunidade (principalmente as edificaes do entorno) devem ser envolvidos na elaborao do plano de emergncia contra incndio. Cpia do plano deve ser fornecida ao Corpo de Bombeiros.

    Deve ser prevista a interface do plano de emergncia contra incndio com outros planos da planta, por exemplo: exploraes, inundaes, atentados, vazamentos etc.

    O plano de emergncias contra incndios deve ser referendado por escrito pelo responsvel da ocupao planta.

    4.2.2 Implantao do plano de emergncia contra incndio

    Para a implantao do plano de emergncia contra incndio devem ser atendidos os seguintes requisitos: divulgao e treinamentos, exerccios simulados e procedimentos bsicos nas emergncias:

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    a) Divulgao e treinamento

    O plano de emergncia contra incndio deve ser divulgado por meio de uma preleo e de uma manual bsico que deve ser distribudo aos ocupantes da planta, de forma a garantir que todos tenham conhecimentos dos procedimentos a serem executados em caso de emergncia.

    Os visitantes devem ser informados formalmente sobre o plano de emergncia contra incndio da planta por meio de panfletos, vdeos e/ou palestras.

    O plano de emergncia contra incndio deve fazer parte dos treinamentos de formao, treinamentos peridicos e reunies ordinrias dos membros da brigada de incndio, dos bombeiros profissionais civis, do grupo de apoio etc.

    Uma cpia do plano de emergncias deve estar disponvel para consulta em situaes de emergncias para os profissionais qualificados em local de permanncia humana constante (por exemplo: portaria, sala de segurana etc.).

    A representao grfica contida no plano de emergncia contra incndio, com destaque para as rotas de fuga e sadas de emergncia, deve estar fixada na entrada principal e em locais estratgicos de cada edificao de forma a divulgar o plano e facilitar o seu entendimento.

    b) Exerccios simulados

    Devem ser realizados exerccios simulados de abandono de rea, parciais e completos, no estabelecimento ou em local de trabalho com a participao de toda a populao , sendo que para o risco baixo ou mdio, o perodo Maximo de seis meses para simulados parciais e 12 meses para simulados completos. Para o risco alto o perodo mximo de trs meses para simulados parciais e seis meses para simulados completos. Imediatamente aps o simulado, deve ser realizada uma reunio extraordinria para avaliao e correo das falhas ocorridas.

    Deve ser elaborada ata na qual constem:

    Data e horrio do evento;

    Tempo gasto no abandono;

    Tempo gasto no retorno;

    Tempo gasto no atendimento de primeiros- socorros;

    Atuao dos profissionais envolvidos;

    Comportamento da populao;

    Participao do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;

    Ajuda externa (por exemplo : PAM Plano de Auxilio Mtuo etc.);

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    Falhas de equipamentos;

    Falhas operacionais; e

    Demais problemas levantados na reunio.

    NOTA: Os exerccios simulados devem ser programados com ou sem comunicao prvia para a populao.

    c) Procedimentos bsicos na emergncia contra incndio

    Os procedimentos bsicos na emergncia contra incndio, descritos a seguir esto relacionados numa seqncia lgica, de forma a serem executados at por uma pessoa, se necessrio.

    Alerta

    Identificada uma situao de emergncia qualquer pessoa pelos meios de comunicao disponveis ou alarmes, alertar os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros profissionais civis e o apoio externo. Este alerta pode ser executado automaticamente em edificaes que possuem sistema de deteco de incndio.

    Anlise da situao

    Aps o alerta, deve ser analisada a situao, desde o inicio at o final da emergncia e desencadeados os procedimentos necessrios, que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com os recursos matrias e humanos, disponveis no local.

    Apoio externo

    O corpo de bombeiros e/ou outros rgos locais devem ser acionados i mediatamente, preferencialmente por uma brigadista, e informados do seguinte:

    - Nome do solicitante e o nmero do telefone utilizado; - Endereo completo, pontos de referncia e/ou acessos; - Caractersticas da emergncia, local ou pavimento e eventuais vitimas e seus estados.

    O corpo de bombeiros e/ou outros rgos, quando da sua chegada ao local, devem ser recepcionados preferencialmente por uma brigadista, que deve fornecer as informaes necessrias para otimizar sua entrada e seus procedimentos operacionais.

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    Primeiros Socorros

    Prestar os primeiros-socorros s possveis vtimas, mantendo ou estabilizando suas funes vitais (por exemplo: SBV suporte bsico da vida, RCP reanimao cardiopulmonar etc.).

    Eliminar riscos (corte das fontes de energia e fechamento de tubulaes)

    Eliminar os riscos por meio do corte das fontes de energia (por exemplo: eltrica etc.) e do fechamento das vlvulas das tubulaes (por exemplo: GLP, oxiacetileno, gases, produtos perigosos etc.), quando possvel e necessrio, da rea sinistrada atingida ou geral.

    Abandono de reas

    Proceder ao abandono da rea parcial ou total, quando necessrio, conforme comunicao pr-estabelecida, conduzindo a populao fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo at a definio final da emergncia. O plano deve contemplar aes de abandono para portadores de deficincia fsica permanente ou temporria, bem como as pessoas que necessitem de auxlio (por exemplo: idosos, gestantes etc.).

    Isolamento da rea

    Isolar fisicamente a rea sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergncias e evitar que pessoas no autorizadas adentrem ao local.

    Confinamento do incndio

    Confinar o incndio de modo a evitar sua propagao e conseqncias.

    Combate ao incndio

    Proceder ao combate, quando possvel, at a extino do incndio, restabelecendo a normalidade.

    Investigao

    Levantar as possveis causas do alerta e os demais procedimentos adotados. Emitir relatrio conforme ABNT NBR 14023, com o objetivo de propor medidas preventivas e corretivas para evitar sua repetio.

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    4.2.3 Manuteno do plano de emergncia contra incndio

    Devem ser realizadas reunies com o coordenador geral da brigada de Incndio, os chefes da Brigada de Incndio, um representante dos bombeiros profissionais civis e um representante do grupo de apoio, com registro em ata e envio s reas competentes para as providncias pertinentes.

    Reunio ordinria (mensal)

    Na reunio ordinria devem ser discutidos os seguintes itens:

    - Calendrio dos exerccios de abandono; - Funes de cada pessoa dentro do plano de emergncia contra incndio - Condies de uso dos equipamentos de combate a incndio; - Apresentao dos problemas relacionados preveno de incndios, encontrados nas inspees, para que sejam feitas propostas corretivas. - Outros assuntos de interesse.

    Reunio extraordinria

    Devem ser realizadas reunies extraordinrias para anlise da situao sempre que:

    - Ocorrer um exerccio simulado; - Ocorrer um sinistro; - For identificado um risco iminente; - Ocorrer uma alterao significativa dos processos industriais ou de servios, de rea ou leiaute; - Houver a previso de execuo de servios que possam gerar algum risco.

    4.2.4 Reviso do plano de emergncia contra incndio

    O plano de emergncia contra incndio deve ser revisado por profissional habilitado sempre que:

    - Ocorrer uma alterao significativa nos processos industriais, processos de servios, de rea ou leiaute; - For constatada a possibilidade de melhoria do plano; - Completar 12 messes de sua ltima reviso.

    Nenhuma alterao significativa nos processos industriais, processos de servios,de rea ou leiaute pode ser efetuada sem que um profissional habilitado, preferencialmente aquele que elaborou o plano de emergncia contra incndio, seja consultado previamente e autorize a sua alterao por escrito.

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    O profissional habilitado deve consultar o coordenador geral da Brigada de Incndio, os chefes da Brigada de Incndio um representante dos bombeiros profissionais civis, um representante do grupo de apoio e os profissionais responsveis pelas alteraes significativas nos processos industriais, processo de servios, de rea ou leiaute, bem como as atas de reunio ordinrias e extraordinrias e os resultados de auditoria do plano, sempre que houver necessidade de revis-lo.

    4.2.5 Auditoria do plano

    Um profissional habilitado deve realizar uma auditoria do plano e cada 12 meses, preferencialmente antes da sua reviso. Nesta auditoria deve-se avaliar se o plano est sendo cumprido em conformidade com esta Norma, bem como verificar se os riscos encontrados na anlise de risco elaborada pelo profissional habilitado foram minimizados ou eliminados.

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    Fluxograma de procedimentos de emergncia contra incndio

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    Modelo de plano de emergncia contra incndio

    Descrio da planta

    - Planta: identificar o tipo de planta.

    - Localizao: indicar o tipo de localizao: se urbana ou rural, endereo, caracterstica da vizinhana, distncia do Corpo de Bombeiro e meios de ajuda externa.

    - Construo: Indicar o tipo, por exemplo: de alvenaria, concreto, metlica etc.

    - Dimenses: indicar rea total construda e de cada uma das edificaes, altura de cada edificao, nmero de andares, se h subsolos, garagens e outros detalhes.

    - Ocupao: indicar o tipo de ocupao de acordo com a tabela 1 da ABNT NBR 14276:1999.

    - Populao: indicar a populao fixa e flutuante, e suas caractersticas.

    - Caractersticas de funcionamento: indicar os horrios e turnos de trabalho, os dias e horrios fora do expediente de funcionamento e as demais caractersticas da planta.

    - Pessoas portadoras de deficincias: indicar o numero de pessoas e suas localizao de planta.

    - Riscos especficos inerentes a atividades: detalhar todos os riscos existentes (por exemplos: cabine primria, caldeira, equipamentos, cabine de pintura etc.).

    - Recursos humanos: indicar o numero de membros da Brigada de Incndio, de Bombeiro Profissional Civil e de Corpo de Bombeiros e outros meio de ajuda externa.

    - Recursos materiais: indicar os equipamentos existentes (por exemplo: extintores de incndio portteis, sistema de hidrantes, iluminao de emergncia, alarma de incndio manual, deteco automtica, escada interna prova de fumaa, portas corta-fogo, sadas de emergncias sistema moto-gerador de incndio etc.).

    - Rotas de fuga: indicar as rotas de fuga e os pontos de encontro, mantendo-os sinalizados e desobstrudos.

    Procedimentos bsicos de emergncia contra incndio

    Os procedimentos descritos em B.2.1 a B.2.10 esto relacionados numa ordem lgica e devem ser executados conforme a disponibilidade do pessoal e com prioridade ao atendimento de vtimas.

    - Alerta: Deve contemplar como ser dado o alerta em caso de incndio (por exemplo: atravs de alarme, telefone ou outro meio) e como os membros da Brigada e a populao da Brigada e a populao em geral sero avisados sobre o alerta.

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    - Anlise da situao: Deve identificar quem ir realizar a anlise da situao, qual a responsabilidade desta pessoa, a quem ela dever informar caso seja confirmada a emergncia e demais providncias necessrias.

    - Apoio externo: Deve identificar quem ser a pessoa responsvel por adicionar o Corpo de Bombeiros ou meio de ajuda externa. Deve estar claro que esta pessoa dever fornecer no mnimo as seguintes informaes:

    Nome e nmero do telefone utilizado; Endereo da planta (completo); Caractersticas do incndio; Quantidade e estado das eventuais vtimas.

    Uma pessoa preferencialmente uma brigadista, dever orientar o Corpo de Bombeiros ou o meio de ajuda externa quando da sua chegada, sobre as condies e acessos, e apresent-los ao chefe da Brigada.

    - Primeiros-socorros: Deve indicar quem so as pessoas habilitadas para prestar os primeiros- socorros s eventuais vtimas.

    - Eliminar riscos: Deve indicar quem ser a pessoa responsvel pelo corte da energia eltrica (parcial ou total) e plo fechamento das vlvulas das tubulaes, se necessrio.

    - Abandono de rea: Deve indicar a metodologia a ser usada, caso seja necessrio abandonar o prdio e as pessoas responsveis por este processo.

    - Isolamento de rea: Deve indicar a metodologia a ser usada para isolar as reas sinistradas e as pessoas responsveis por esse processo.

    - Confinamento do incndio: Deve indicar a metodologia a ser usada para evitar a propagao do incndio e suas conseqncias, bem como as responsveis por esse processo.

    - Combate Incndio: Deve indicar quem ir combater p incndio e os meios a serem utilizados em seu combate.

    - Investigao: Aps o controle total de emergncia e a volta normalidade, o Chefe da brigada deve iniciar o processo de investigao e elaborar um relatrio, por escrito, sobre o sinistro e as aes de conteno para as devidas providncias e/ou investigao.

    Responsabilidade pelo plano

    O responsvel pela empresa (preposto) e o responsvel pela elaborao do Plano de Emergncia contra Incndio deve assinar o plano.

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    Exemplo de plano de emergncia contra incndio

    Descrio de planta

    - Planta: Condomnio Comercial So Paulo.

    - Localizao: Urbana.

    Endereo: Av. Paulista. 10.980 Centro So Paulo SP

    Caracterstica da vizinhana: alta concentrao de edificao de edificaes comerciais e residenciais.

    Distncia do Corpo de Bombeiros: 4 km.

    Meios de ajuda externa: Posto de Bombeiros de Centro a 4 Km ( fone 193) e Brigada de Incndio do Condomnio Carioca ( fone 999-9999).

    - Construo: concreto armado.

    - Dimenses: 2 subsolos (garagens), trreo, 15 andares e cobertura com heliponto, com altura total de 48 m ( do piso de entrada at o piso do heliponto) e rea construda de 9.500 m.

    - Ocupao: escritrio e consultrios mdicos(Comercial B _ conforme a tabela 1 da ABNT NBR 14276:1999).

    - Populao:

    Fixa 600 pessoas. Flutuante 1 000 pessoas.

    - Caractersticas de funcionamento: horrio comercial (das 08:00 s 18:00)

    - Pessoas portadoras de deficincias: trs pessoas localizadas no trreo, uma (gestante) NO 15 ANDAR.

    - Riscos especficos inerentes a atividades: cabine primria e caldeira eltrica localizadas no 1 subsolo, heliponto na cobertura e equipamento de raio-x nos conjuntos 37,73, e 103.

    - Recursos humanos:

    Brigada de Incndio: 80 membros Bombeiro Profissional Civil: 01 por turno.

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    - Recursos materiais:

    Extintores de incndio portveis; Sistema de hidrantes; Iluminao de emergncia; Alarme de incndio manual (central na portaria) e deteco automtica somente nos sagues dos elevadores para proteo da escada; Escada interna prova de fumaa (pressurizada), sinalizada e com acionamento pelo alarme de incndio e detectores automticos nas portas corta-fogo das sadas de emergncia dos andares, com descarga no andar trreo; Sistema moto-gerador existente no subsolo, em sala prova de fogo, tipo automtico-diesel e com autonomia para seis horas. Alimenta os seguintes sistemas em caso de falta de energia da concessionria: iluminao de emergncia, insufladores da escada, bombas de incndio e recalque e porto de veculos.

    Procedimentos bsicos de emergncia contra incndio

    Os procedimentos descritos em C.2.1 a C.2.10 esto relacionados numa ordem lgica e devem ser executados conforme a disponibilidade do pessoal e com a prioridade ao atendimento de vtimas:

    - Alerta: Ao ser detectado um princpio de incndio, o alarme de incndio manual ser acionado atravs da botoeira, tipo quebra-vidro, localizada em cada andar ao lado da ponta de sada de emergncia.

    - Anlise da situao: Aps identificao do andar sinistrado (pelo painel da central) localizado na portaria, o alarme dever ser desligado e o Bombeiro Profissional Civil, de planto dever comparecer ao local para anlise final da emergncia.

    NOTA: Sempre que houver uma suspeita de princpio de incndio (por calor, cheiro, fumaa ou outros meios), esta dever ser investigada. Nunca deve ser submetida uma suspeita.

    - Apoio externo: Um Brigadista deve acionar o Corpo de Bombeiros dando as seguintes informaes:

    Nome e nmero do telefone utilizado; Endereo do Condomnio (completo); Pontos de referncia (esquina com Rua da Paz); Caracterstica de incndio; Quantidade e estado das eventuais vtimas; e Quando da existncia de vtima grave e o incndio estiver controlado, deve ser informada a existncia do heliponto na cobertura para eventual resgate por helicptero.

    NOTA: O mesmo brigadista que acionou o Corpo de Bombeiros preferencialmente deve orient-los quando da sua chegada sobre as condies e acessos, e apresent-los ao Chefe da Brigada.

    - Primeiros-socorros: Os primeiros-socorros devem ser prestados s eventuais vtimas, conforme treinamento especfico dado aos brigadista.

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    - Eliminar riscos: Caso necessrio, deve ser providenciado o corte da energia eltrica (parcial ou global) e o fechamento das vlvulas das tubulaes. O corte geral dever ser executado pelo pessoal da Manuteno, que deve estar disposio do Chefe da Brigada.

    - Abandono de rea: Caso seja necessrio abandonar a edificao, deve ser acionado novamente o alarme de incndio para que se inicie o abandono geral. Os ocupantes do andar sinistrado, que j devem estar cientes da emergncia, devem ser os primeiros a descer em fila e sem tumulto, aps o primeiro toque, com um brigadista liderando a fila e outro encerrando a mesma. Antes do abandono definitivo do pavimento, um ou dois brigadista devem verificar se no ficaram se no ficaram ocupantes retardatrios e providenciar o fechamento de portas e/ou janelas, se possvel. Cada pessoa portadora de deficincia fsica, permanente ou temporria, deve ser acompanhada por dois brigadista ou voluntrios, previamente designados pelo Chefe da Brigada. Todos os demais ocupantes de cada pavimento, aps soar o primeiro alarme, devem parar o que estiverem fazendo, pegar apenas documentos pessoais e agruparem-se no saguo dos elevadores, organizados em fila direcionada porta de sada de emergncia. Aps o segundo toque de alarme, os ocupantes dos andares devem iniciar a descida, dando preferncia s demais filas, quando cruzarem com as mesmas (como numa rotatria de trnsito), at a sada (andar trreo), onde devem se deslocar at o ponto de encontro.

    - Isolamento de rea: A rea sinistrada deve ser isolada fisicamente, de modo a garantir os trabalhos de emergncias e evitar que pessoas no autorizadas adentrem ao local.

    - Confinamento do incndio: O incndio deve ser confinado de movo a evitar a sua propagao e conseqncias.

    - Combate ao incndio: Os demais Bombeiros Brigadista devem iniciar, se necessrio e/ou possvel, o combate ao fogo sob comando do Bombeiro Profissional Civil, podendo ser auxiliados por outros ocupantes do andar, desde que devidamente treinados, capacitados e protegidos. O combate ao incndio deve ser efetuado conforme treinamento especfico dado aos Brigadista.

    - Investigao: Aps o controle total da emergncia e a volta normalidade, incluindo a liberao do Condomnio pelas autoridades, o Chefe da Brigada deve iniciar o processo de investigao e elaborar um relatrio, por escrito, sobre o sinistro e as aes de controle, para as devidas providncias e/ou investigao.

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    5. COMUNICAES

    Todas as atividades dos bombeiros dependem das comunicaes. Assim, vital conhecer o papel das comunicaes no decurso das operaes de bombeiros, os meios de comunicao e os procedimentos corretos para a sua utilizao em proveito do servio de socorro.

    Comunicar implica, portanto, a troca de mensagens coerentes entre os diversos intervenientes. A mensagem deve assumir a forma particular que garanta o sucesso da comunicao, isto , que assegure a melhor transferncia de informao.

    A prioridade uma caracterstica da mensagem muito importante para os bombeiros, pois est intimamente ligada maior ou menor urgncia da sua interveno. As maiores prioridades (mensagens mais urgentes) esto associadas s comunicaes relacionadas com operaes de socorro e, dentro destas, s que se referem ao risco de vida.

    Para que se estabelea uma comunicao necessria, pelo menos, a existncia de trs elementos:

    Emissor; Receptor; Canal de comunicao.

    O emissor o elemento, que fornece uma dada informao. , portanto a fonte duma dada informao.

    O receptor o elemento, que recebe uma dada quantidade de informao. o destinatrio da informao

    O Canal de comunicao o elemento, por onde flui a informao entre o emissor e o receptor. O canal de comunicao constitudo pelo conjunto de processos e de meios que suportam o fluxo de informao entre o emissor e o receptor.

    Emissor Receptor

    Canal de Comunicao

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    5.1 COMUNICAES VIA RDIO

    Sinais rdio

    As comunicaes rdio utilizam equipamentos que emitem sinais, que viajam sob a forma de ondas. Essa viagem designa-se por propagao do sinal rdio.

    De certa forma, o efeito semelhante ao do som emitido por uma sirene. O som tambm viaja (propaga-se) sob a forma de ondas sonoras. A semelhana, porm, acaba a, pois o som corresponde a uma vibrao mecnica que se transmite (propaga-se). Por ser de natureza mecnica, o som s se pode deslocar em meios materiais (slidos, lquidos ou gasosos).

    O sinal rdio distingue-se do som por ser de natureza eletromagntica (e no mecnica) no necessitando, portanto, de ar ou qualquer outro meio material para se propagar. Com efeito, os sinais rdio podem viajar no espao fora da atmosfera terrestre onde no existe matria.

    A comunicao rdio estabelece-se quando um equipamento (receptor) captar o sinal rdio emitido por outro equipamento (emissor). Porm, em cada ponto, existem milhes de sinais rdio provenientes de diversas fontes e servindo distintas classes de utilizadores como, por exemplo: bombeiros, polcia, aeronutica, Exrcito, Marinha, txis, radioamadores, redes de transportes, radiodifuso, difuso de televiso etc.

    Freqncia

    Existem caractersticas associadas a cada comunicao rdio que permitem pr alguma ordem nos inmeros sinais rdio que coexistem num dado local. De entre essas caractersticas destaca-se a frequncia.

    Por definio, frequncia o ritmo a que ocorre um determinado acontecimento que se repete periodicamente no tempo. A sua unidade o hertz, representada pelo smbolo Hz, correspondente frequncia de um acontecimento peridico que ocorre uma vez por segundo.

    Para que dois equipamentos rdio possam comunicar entre si, condio necessria que a frequncia de emisso de cada um deles coincida com a frequncia de recepo do outro.

    A frequncia permite separar comunicaes rdio de entidades distintas.

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    Canais de comunicao

    A sintonia a operao que permite a um equipamento (emissor ou receptor) operar numa dada frequncia.

    O canal de comunicao rdio caracterizado por uma frequncia de emisso e outra de recepo. Se a frequncia de emisso de um dado canal de comunicao coincide com a de recepo, diz-se que esse canal e os emissores/receptores a ele ligados operam em simplex.

    Como se referiu, s quando o emissor e o receptor operarem na mesma frequncia que possvel estabelecer uma comunicao rdio. Por outras palavras, o emissor e o receptor, para comunicarem entre si tm que estar sintonizados no mesmo canal.

    Os sinais rdio so agrupados em bandas de frequncia definidas por conveno internacional, que contm muitos canais distribudos por vrias classes de utilizadores. Os bombeiros portugueses utilizam, principalmente, a banda de VHF (frequncias entre 30 MHz e 300 MHz), nomeadamente:

    Banda baixa de VHF, na faixa dos 33 MHz aos 40 MHz; Banda alta de VHF, na faixa dos 160 MHz aos 173 MHz.

    Propagao rdio

    Um sinal rdio (onda eletromagntica) propaga-se a uma velocidade de cerca de 300.000 Km/s, isto , velocidade da luz. Na prtica, h fatores que influenciam a propagao, de que se destacam os seguintes:

    Distncia; Condies atmosfricas; Caractersticas do terreno; Rudo.

    Em princpio, quanto maior for a distncia entre o emissor e o receptor, mais fraco o sinal rdio que chega a esse receptor.

    As condies atmosfricas tambm podem influenciar a propagao das ondas eletromagnticas na atmosfera terrestre. De entre estas, as trovoadas, dada a sua natureza eltrica, so as que mais influenciam a propagao das comunicaes rdio com as frequncias utilizadas pelos bombeiros (VHF).

    Em VHF so desprezveis as influncias de outras condies atmosfricas como a chuva, nevoeiro, vento, temperatura ou umidade.

    Durante uma trovoada, por medida de segurana, no se deve comunicar via rdio, exceto se utilizarem apenas meios fixos dotados de adequada proteo (pra-raios).

    As caractersticas do terreno influenciam a propagao das ondas eletromagnticas, quanto maiores forem os obstculos entre emissor e receptor, mais difcil ser, em princpio, a comunicao entre eles.

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    Assim, muito mais fcil a comunicao em reas planas do que em reas muito acidentadas. Tal como as zonas rurais muito acidentadas, as reas urbanas com elevada densidade de construo influenciam decisivamente a comunicao via rdio, podendo dificult-la significativamente.

    Porm, o fato de existirem obstculos entre o emissor e o receptor no impossibilita necessariamente a comunicao. A reflexo sucessiva das ondas eletromagnticas nesses obstculos pode viabilizar as comunicaes, mesmo quando o emissor e o receptor no se encontrem em linha.

    As condies de propagao de um sinal rdio so tambm afetadas pelo rudo. Designa-se por rudo tudo o que pode perturbar uma dada comunicao. Na maioria dos casos o rudo, introduzido no canal de comunicao, provocado por fontes de rudo csmico ou atmosfrico.

    As reflexes podem permitir as comunicaes mesmo com obstculos. O rudo csmico, produzido por fenmenos csmicos com destaque para os originados pela atividade solar, pode afetar as comunicaes de todo o Mundo.

    O rudo que tem a sua origem na atmosfera rudo atmosfrico pode ser de causa natural (as trovoadas) ou humana. O rudo atmosfrico provocado pela atividade humana tem diversas origens, das quais se destacam as seguintes:

    Linhas de transporte de energia de alta tenso; Motores (eltricos ou a gasolina no protegidos) em funcionamento;

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    Emisses rdio em frequncias prximas.

    5.2 TIPOS DE EQUIPAMENTOS

    Os equipamentos-rdio em uso nos diversos rgos estaduais podem ser de marcas e modelos diferentes; mas, de uma forma geral, em funo do emprego, eles podem ser distinguidos basicamente em trs tipos: fixo, mvel e porttil.

    Equipamento-rdio fixo

    o equipamento destinado a ser usado em imvel, ligado fonte de alimentao prpria.

    Equipamento-rdio mvel

    o equipamento destinado a ser usado em veculo automotor, alimentado pelo sistema eltrico do prprio veculo em que for instalado, normalmente automvel, motocicleta, aeronave, embarcao e congneres.

    Equipamento-rdio porttil

    equipamento, de tamanho e peso reduzido, de porte individual, alimentado por fonte prpria de energia, normalmente atravs de bateria recarregvel. estao dotada de grande mobilidade, transportada individualmente pelo prprio operador durante o servio, para qualquer lugar onde desse equipamento possa necessitar (neste ponto, devem ser observadas as limitaes de ordem tcnica ao seu uso). Para recarregar a bateria utilizado carregador prprio, ligado a energia comercial de 110 a 220 VAC.

    5.2 PROCEDIMENTOS EM OPERAES

    5.2.1 O operador

    Na comunicao-rdio o operador, por sua voz, que empresta expresso e significncia s chamadas e transmisso das mensagens. Por isso mesmo, sobre ele debrua-se a responsabilidade de sua correta conduo e a estrita obedincia aos seus princpios bsicos.

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    Deveres do operador

    O operador, como elemento ativo da comunicao, tem seus deveres bipartidos, ora em relao a prpria comunicao-rdio, ora em relao ao equipamento-rdio que a viabiliza.

    Deveres em relao a comunicao-rdio

    A esse respeito podem, objetivamente, ser elencados como deveres do operador, os seguintes:

    1) certificar-se de que a estao est sintonizada no canal adequado;

    2) pensar no que vai falar ou efetuar a leitura prvia da mensagem a ser ditada antes de iniciar a comunicao-rdio;

    3) usar linguagem limpa e clara, sempre em tom moderado e cadenciado, especialmente quando houver necessidade de registro escrito por parte de quem ir receber a mensagem, principalmente no caso de operadores de estaes mveis;

    4) manter-se no local onde se encontrar o equipamento-rdio, atento s chamadas e aos acontecimentos na rede;

    5) atender, prontamente, s chamadas dirigidas ao prefixo da estao que estiver operando;

    6) evitar o desperdcio de tempo na transmisso de mensagens, especialmente com aquelas demasiada e desnecessariamente longas;

    7) zelar pela tica: a) no transmitindo a pessoas estranhas ao servio informaes que obtiver em decorrncia da funo de operador; b) no utilizar-se do meio para outro fim no autorizado, como o extravasamento de insatisfaes de quaisquer natureza, jocosidades, obscenidades, incitamentos etc; c) buscar constantemente aperfeioar seus conhecimentos gerais em relao a operao do equipamento; d) empregar corretamente os meios auxiliares da transmisso de mensagens; e) no utilizar o equipamento-rdio para transmitir mensagens de carter particular.

    8) observar as tcnicas operacionais de: a) aguardar que a rede esteja livre, para iniciar uma transmisso, salvo nos casos de imperiosa necessidade, em que haja, principalmente, perigo atual ou iminente segurana de pessoas, devendo nesse caso haver um pedido de prioridade; b) no caso de mensagens, necessariamente longas, transmit-las em trechos, intercalados por um QSL, do Cdigo Q ( entendido ?); c) falar ao microfone do equipamento, a uma distncia aproximada entre 05 e 10 centmetros, durante a comunicao-rdio; d) realizar teste de funcionamento do equipamento com a estao principal da rede, sempre que assumir o seu controle e quando observar que a rede emudeceu-se por perodos demasiadamente longos e/ou anormais; e) manter a estao sintonizada no canal de operao prprio;

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    f) enunciar a palavra QSL sempre que terminar uma locuo e desejar ceder a vez da fala ao seu interlocutor ou, simplesmente, terminar a transmisso de uma mensagem.

    Deveres em relao ao equipamento-rdio

    Em relao ao equipamento-rdio, deve o operador:

    1) Zelar por sua integridade, protegendo-o contra os elementos que possam lhe causar dano, como umidade, calor e poeira excessiva, queda e, ainda, das tentativas no autorizadas de repar-lo; 2) Conhecer e aprimorar seus conhecimentos em relao ao correto manuseio de seus controles; bem como ao seu emprego adequado e pleno; 3) Comunicar, imediatamente, a quem de direito, a cerca das panes que detectar no equipamento-rdio e/ou no sistema, com vistas ao ato de acabar com sua pane e ainda, sobre as interferncias percebidas.

    5.2.2 A mensagem

    A comunicao-rdio, por voz, na forma utilizada pelo Estado, destina-se basicamente transmisso de mensagens concernentes a sua destinao.

    Princpios bsicos

    Na elaborao de uma mensagem devem ser levados em conta alguns princpios bsicos, como: clareza ou transparncia, preciso ou objetividade e conciso ou economicidade.

    Clareza ou transparncia

    Por princpio da clareza ou transparncia, entende-se que o texto da mensagem deva ser de fcil entendimento para aquele que a ir receber, sendo dispensveis as demonstraes de eruditismo, de conhecimento da lngua falada ou da matria tratada, demonstrados pelo emprego de palavras ou expresses pouco usuais ou complicadas.

    Preciso ou objetividade

    Por preciso ou objetividade, como princpio, entende-se que o assunto a ser tratado deva ser abordado de maneira direta, sem rodeios ou desnecessrias introdues ou prefcios.

    Conciso ou economicidade

    Por princpio da conciso ou economicidade, entende-se que, nas comunicaes-rdio, sem prejuzo da clareza, a mensagem deva ser curta, evitando-se o aumento desnecessrio do nmero de palavras para transmit-la. Qualquer palavra, mesmo padronizada, que no acrescente contedo a mensagem deve ser abolida, bem como os vcios de repetio de palavras, tais como: "... positivo, positivo ...", "em colaborao...", "companheiro...", "... nobre companheiro ..."; e, ainda, palavras de agradecimento, de despedida, de felicitaes, etc. Todas essas so de utilizao no recomendada nas comunicaes-rdio.

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    5.2.3 Meios empregados na transmisso da mensagem

    Na transmisso da mensagem por voz h o emprego da palavra ordinariamente falada, combinada com alguns meios convencionais, utilizados para auxiliar na compreenso de seu texto e/ou para emprestar-lhe maior segurana e/ou celeridade de comunicao. Assim que, mediante o uso desses meios, muito se pode ganhar enfim, em compreenso, velocidade e tempo.

    Meios auxiliares

    Dentre os meios considerados auxiliares da transmisso da mensagem, destacam-se: - as palavras e expresses convencionais; - o alfabeto fontico internacional; - os algarismos fonticos; e, - o Cdigo Q.

    Palavras e expresses convencionais

    So palavras-chaves, com significado particularmente atribudo que, a exemplo de qualquer outra codificao utilizada oficialmente, devem ser de pleno conhecimento dos operadores, como meio facilitador e agilizador da comunicao. Por outro lado, seu emprego visa, ainda, padronizar as conversaes. A introduo de novas palavras ou expresses no vocabulrio aprovado, somente deve dar-se mediante acordo com os diversos segmentos-operadores do sistema de comunicao, com observncia, principalmente, das prticas operacionais institucionalizadas.

    Segue-se um extrato daquelas recomendadas aos operadores:

    - ACUSE - diga-me se entendeu ou recebeu esta mensagem. - CIENTE - recebi sua mensagem. - CONFIRME - repita a mensagem transmitida (solicitado por quem est recebendo a msg). - CONSIGNE - registre, anote para controle. - CORREO - houve erro nesta transmisso. - COTEJE - repita a mensagem (ou o trecho) como recebida (solicita quem est transmitindo a mensagem). - NEGATIVO - no, no est correto, no est autorizado. - POSITIVO - sim, autorizado, afirmativo. - PRIORIDADE - emergncia, preciso transmitir com urgncia - PROCEDA - autorizo, pode prosseguir. - REPETINDO - vou repetir toda a mensagem. - SEPARA - d espao (no soletramento pelo Alfabeto Fontico:... para receber o que for transmitido logo aps). - SOLETRANDO - vou soletrar a palavra seguinte com o Alfabeto Fontico. - TERMINADO - acabado, fim (para indicar o trmino de soletramento pelo Alfabeto Fontico). - VERIFIQUE - sua mensagem no est clara; verifique se est correta

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    Alfabeto Fontico Internacional

    O Alfabeto Fontico, como meio auxiliar da transmisso, tem aplicao quando h necessidade de soletrar palavras ou outro conjunto de letras, na dificuldade de sua compreenso, como ocorre no caso de mensagens transmitidas em meio a pssimas condies de comunicao ou, mesmo na transmisso de palavras incomuns ou estrangeiras ou de grafia diferente da normal etc. O seu uso, como padro, evita a criao e a citao indiscriminada de palavras diversas pelos operadores para indicar uma mesma letra. Mas o seu principal papel est no auxlio da correta compreenso da mensagem, de modo a que no fique nenhuma dvida quanto ao seu contedo e a grafia das palavras que a compem. Este o Alfabeto Fontico Internacional, padro para dirimir dvidas a cerca do contedo da mensagem, pelo soletramento das palavras:

    Letra Palavra Pronncia

    A Alpha Alfa

    B Bravo Bravo

    C Charlie Charlie

    D Delta Delta

    E Echo Eco

    F Fox-trot Foxe-trote

    G Golf Golfe

    H Hotel Hotel

    I ndia ndia

    J Juliete Julieti

    K Kilo Quilo

    L Lima Lima

    M Mike Maike

    N november November

    O Oscar Oscar

    P Papa Papa

    Q Quebec Quebeque

    R Romeo Romeo

    S Sierra Sierra

    T Tango Tango

    U Uniform Uniforme

    V Victor Vikitor

    W Whiskey Uisquei

    X x-ray Xirai

    Y Yankee Ianque

    Z Zulu Zulu

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    OBSERVAES:

    - Na coluna PRONNCIA do quadro acima, apresentada a forma pela qual as palavras devem ser proferidas, com nfase para as slabas sublinhadas, que so as tnicas na enunciao de cada uma delas; - Em relao aos sinais grficos de pontuao, devem eles ser enunciados da forma como normalmente so chamados; como, por exemplo; ponto, vrgula, ponto-e-vrgula, dois-pontos;

    - Este alfabeto foi ligeiramente adaptado na pronncia das letras F e X.

    - O Alfabeto Fontico Internacional no deve ser utilizado para a formao de prefixos. Para esse fim cada rgo usurio do Sistema Integrado de Radiocomunicao possui um Grupamento Fontico Exclusivo. Excetuam-se desta proibio aqueles pr-existentes e devidamente autorizados.

    - Caso necessrio, para iniciar o soletramento pelo Alfabeto Fontico Internacional basta enunciar a palavra SOLETRANDO antes da palavra ou sequncia a ser transmitida. Poder tambm se concluir a enunciao de uma palavra soletrada pronunciando a palavra-convencional SEPARA, para indicar o seu trmino e o incio de outra palavra ou TERMINADO para indicar o trmino do soletramento. Estas palavras no so usuais na comunicao-rdio da Corporao. Na transmisso de placas de veculos, so sempres dispensveis as palavras soletrando, separa e terminado, uma vez que faz parte da rotina a enunciao das letras das placas (a alfa) com o alfabeto fontico.

    - Somente a parte da mensagem cujas palavras poderiam trazer dificuldades na recepo devem ser transmitidas usando-se o alfabeto fontico. Por outro lado, a despeito de todo esse cuidado, pode-se verificar pelo nmero de palavras resultantes, que o tempo para transmitir certas mensagens com a utilizao do alfabeto fontico pode resultar num tempo maior do que aquele gasto para transmiti-la de maneira direta na sua forma original. Por isso mesmo, deve-se evitar utiliz-lo indiscriminadamente, pois tal fato s serviria para congestionar a rede de comunicao, por sua ocupao com tempo excessivo e desnecessrio.

    - importante frisar que, para o xito da transmisso, necessrio que tanto quem transmite, como quem recebe, tenha pleno conhecimento desse alfabeto.

    - errado usar o alfabeto fontico para soletrar siglas, abreviaturas ou palavras que sejam plenamente conhecidas, como nas transmisses de abreviaturas de postos ou graduaes dos militares, cargos ou funes ou, ainda, palavras em que no haja possibilidade de que sejam confundidas por sua pronncia ou correta grafia. A nica exceo com relao transmisso de placa de veculo, cuja alfa deve ser sempre soletrada utilizando-se o alfabeto fontico, mesmo que as letras, por sua sonoridade, faam supor que no haver qualquer dificuldade de compreenso para quem ir receber a mensagem.

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    Algarismos Fonticos

    Em relao aos algarismos, que combinados formam os nmeros, dever ser empregada a fontica bsica abaixo apresentada:

    Algarismos Fontica

    1 Uno

    2 Dois

    3 Trs

    4 Quatro

    5 Cinco

    6 Meia

    7 Sete

    8 Oito

    9 Nove

    0 Zero

    OBSERVAES:

    - Os algarismos devero ser enunciados conforme assinalado na coluna fontica.

    - Os nmeros sero sempre pronunciados algarismo por algarismo e formados pelos conjuntos desses. Dessa forma, o nmero 10 (dez) dever ser enunciado uno, zero; o 43, como quatro, trs; o 16, como uno, meia etc.

    - Os sinais grficos, apesar de no usuais, tais como ponto ou vrgula, devero ser enunciados de acordo com seus prprios nomes, como por exemplo no nmero: 201.436 = dois zero uno PONTO quatro trs meia; ou, ainda, o nmero 6,54 = meia VRGULA cinco quatro.

    - Quando houver seqncia de algarismos idnticos em um mesmo nmero, devero ser pronunciados com as palavras duplo ou triplo, conforme haja repetio de dois ou de trs algarismos em sequncia. Se o nmero de algarismos repetidos em sequncia for superior a trs, dever ser empregada a combinao dessas palavras entre si (duplo-triplo, triplo-triplo); ou, do nome do prprio algarismo seguido da palavra TRIPLO.

    Abaixo alguns exemplos de aplicao:

    I) seqncia de dois e de trs algarismos iguais (emprego das palavras duplo e triplo)

    Nmeros Fontica

    100 Uno Duplo Zero

    2001 Dois Duplo Zero Uno

    166 Uno Duplo Meia

    33348 Triplo Trs Quatro Oito

    22777 Duplo Dois Triplo Sete

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    II) seqncia de quatro ou mais algarismos iguais:

    a) Para quatro algarismos iguais sucessivos, dever ser enunciado o nome do prprio algarismo, seguido da palavra triplo, mais o nome desse mesmo algarismo. b) Para cinco algarismos, dever ser usada a combinao das palavras duplo e triplo.

    Nmeros Fontica

    2222 Dois Triplo Dois

    5555 Cinco Triplo Cinco

    66666 Duplo Meia Triplo Meia

    Para os demais casos de repetio de algarismos em sequncia, dever ser obedecido o mesmo raciocnio. Na transmisso de mensagem contendo nmeros e algarismos dever haver repetio por quem recebe a confirmao. A padronizao referente aos algarismos e nmeros aplica-se tambm na pronunciao de prefixos. Dever ser evitado o emprego de palavras em desacordo com o anteriormente indicado, principalmente expresses como "tudo", "trinca", "duque" e outras fora destas orientaes e no expressamente autorizadas. A esse respeito, tem-se observado a tendncia dos operadores de criar uma fontica diversificada da apresentada no quadro anterior, empregando a designao ordinal de cada algarismo para indic-los como primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, stimo, oitavo, nono; para os algarismos de 1 a 9; e, a palavra negativo, para o algarismo zero. Essa prtica pouco recomendada, pelo simples fato de criar um paralelismo com a fontica-padro que se mostra, sobremaneira, mais adequada face ao princpio da conciso da mensagem, na medida em que a pronncia dos algarismos pelo seu ordinal gasta tempo maior do que o utilizado com o padro apresentado. Alm do mais, o uso da palavra negativo para designar o algarismo zero, por si s, j contribui para o estabelecimento da confuso de significados, visto ser ela convencionada de modo diferente nas palavras e expresses convencionais, querendo dizer no, no est correto, no est autorizado.

    A prtica retro-descrita, embora tolerada, deve ser evitada, face a grandiosidade de seus aspectos nocivos, quando empregada paralelamente com o padro recomendado, podendo-se aceitar, no entanto, sua utilizao em casos especialssimos, quando aps a transmisso da mensagem pelo padro recomendado, algum trecho seu, por qualquer motivo, permanecer obscuro ou mau compreendido, necessitando assim, de sua retransmisso. Ressalte-se que esse uso dever ser espordico.

    O Cdigo Q um outro meio convencional, auxiliar na transmisso da mensagem, empregado para economicidade de seu texto, bem como para imprimir maior celeridade s comunicaes-rdio, o denominado Cdigo Q. O cdigo Q uma coleo padronizada de trs letras, todas comeando com a letra "Q". As trs letras do cdigo Q eram usadas para se fazer uma questo de forma abreviada e ento respond-la da mesma forma. Por exemplo, QSL? significa: Voc recebeu a minha mensagem? QSL era a resposta confirmando Sim, recebi a sua mensagem. O cdigo Q original foi criado aproximadamente em 1909, pelo governo britnico como uma "lista de abreviaes preparado para o uso dos navios britnicos e estaes costeiras licenciadas pela Agncia Postal Geral". O cdigo Q facilitou comunicao entre operadores de rdios martimos que falam lnguas diferentes, sendo por isso foi adotado

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    internacionalmente to rapidamente. Um total de quarenta e cinco cdigos Q aparecem na "lista de abreviaes para ser usadas na radio comunicao", que foi includo no servio de regulao afixado terceira conveno internacional de radiotelegrafia (essa conveno, que aconteceu em Londres, foi assinada em 5 de julho de 1912, e tornou-se efetiva em 1 de julho de 1913). Apesar de criados quando o rdio usava apenas o cdigo morse, eles continuaram a ser empregado depois da introduo transmisses por voz. Os cdigos Q compreendidos entre QAA-QNZ so reservados para uso aeronutico; QOA-QOZ para uso martimo; QRA-QUZ para todos os servios. A relao apresentada a seguir o resultado de uma seleo dos cdigos que mais se aplicam ao interesse da segurana pblica, com ligeiras adaptaes, sem perder de vista os significados originais. Cdigo Pergunta Resposta ou informao

    QAP Permanea na escuta ou estou na escuta

    QRA Qual o nome da sua estao ou operador? O nome da minha estao ou meu nome ...

    QRE

    A que horas pensa chegar a... (ou estar sobre...) (lugar) Obs : No CBMES utiliza-se como: Posso realizar a refeio?

    Penso chegar a...(lugar) (ou estar sobre...) s... horas. Obs : No CBMES utiliza-se como: Realizo ou realizarei a refeio.

    QRF Qual a hora de chegada em...? A hora de chegada em...

    QRK Qual a clareza dos meus sinais (ou de...) ?

    A clareza de seus sinais (ou dos sinais de) :

    1. M 2. Escassa 3. Passvel 4. Boa 5. Excelente

    QRL Voc est ocupado?

    Estou ocupado (ou ocupado com...).

    Favor no interferir

    QRM Est sendo interferido?

    Sofre interferncia:

    1. Nulas 2. Ligeira 3. Moderada 4. Severa 5. Extrema

    QRV Est preparado? Estou preparado.

    QRX Quando voc chamar novamente? Obs : No CBMES utiliza-se como: Posso aguardar?

    Eu o chamarei novamente s... horas, em ...KHz(ou ...MHz) ou canal. Obs : No CBMES utiliza-se como: Aguarde...

    QSA

    Qual a intensidade de meus sinais(ou dos sinais de...)? Obs : No CBMES utiliza-se como: Qual a clareza e intensidade de meus sinais(ou dos sinais de...)?

    A intensidade dos seus sinais (ou dos sinais de ...) :

    1. Apenas perceptvel 2. Fraca 3. Satisfatria 4. Boa 5. tima

    Obs : No CBMES utiliza-se como clareza e intensidade.

    QSB A intensidade de meus sinais varia? A intensidade de seus sinais varia.

    QSJ Qual a taxa ou valor a ser cobrado para ...? A taxa ou valor a ser cobrado ...

    QSL Pode acusar recebimento? Acuso recebimento.

    QSM Devo repetir o ltimo telegrama ou msg que Repita o ltimo telegrama ou msg que voc enviou para mim(ou

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    transmiti para voc (ou algum telegrama anterior)?

    telegrama(s) nmero(s)...).

    QSO Pode comunicar-me diretamente (ou por retransmisso) com...?

    Posso comunicar-me diretamente (ou por retransmisso) com... .

    QSY Devo transmitir em outra freqncia ou canal? Transmita em outra freqncia ou em ... KHz (ou... MHz) ou em outro canal?

    QTA Devo cancelar a mensagem? Cancele a mensagem.

    QTC Quantos telegramas ou msg para transmitir? Tenho ... telegramas ou msg para transmitir (ou para ...).

    QTH Qual a sua posio em latitude e longitude (ou de acordo com qualquer outra indicao) ou localizao?

    Minha posio ... de latitude, ... de longitude(ou de acorde com qualquer outra indicao) ou minha localizao .

    QTI

    Qual o itinerrio ou roteiro? Obs : No CBMES utiliza-se como: Qual o nmero de telefone ou posso comunicar-se por telefone?

    Meu itinerrio ou roteiro ... Obs: No CBMES utiliza-se: Meu nmero de telefone / Comunique-se por telefone

    QTR Qual a hora certa? A hora certa ... horas.

    5.2.3 Tipos de chamadas

    Chamada em teste

    Trata-se de uma chamada simples com o objetivo de saber se o equipamento est realmente funcionando bem. Realiza-se mediante o seguinte padro:

    Chamada: (prefixo a chamar) AQUI (prefixo que chama) EM TESTE (ou QSA); Resposta: (n da clareza) POR (n da intensidade), PARA (prefixo que chamou). Observe-se, pois, que a resposta dever ser dada indicando, primeiro a clareza, e depois a intensidade, esclarecido que:

    - a clareza dos sinais a inteligibilidade da mensagem atravs do sinal recebido e representada pela enunciao dos seguintes ndices e representaes:

    1 - m 2 - escassa 3 - passvel 4 - boa 5 - excelente

    - a intensidade dos sinais o volume, ou melhor, o nvel do sinal recebido e representada pela enunciao dos seguintes ndices e representaes:

    1 - apenas perceptvel 2 - fraca 3 - satisfatria 4 - boa 5 - tima

    Ao responder-se a uma chamada em teste, no necessrio que sejam ditas as palavras clareza ou intensidade, apenas deve-se mencionar o nmero correspondente a cada uma de suas condies, acima indicadas, obedecendo-se a ordem da enunciao: clareza intensidade.

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    5.3 PROCEDIMENTOS DE SEGURANA

    Os equipamentos rdio, como qualquer outro que os bombeiros utilizam, implicam a adoo de regras visando a segurana dos utilizadores e de terceiros. Algumas dessas regras so comuns a todos os equipamentos que utilizam a energia eltrica para funcionar:

    No abra a caixa de proteo do equipamento; caso seja imprescindvel abri-la desligue previamente a alimentao de energia eltrica e aguarde, no mnimo, um minuto antes de abrir o equipamento;

    Se detectar alguma falha de isolamento eltrico, cheiro estranho, ocorrncia de fascas, fumo ou outro comportamento estranho, desligue de imediato o equipamento e envie-o para reparao por tcnico especializado;

    Nunca ligue, desligue ou utilize um equipamento rdio em atmosferas perigosas sejam elas constitudas por gases, vapores, nevoeiros ou poeiras combustveis, nem junto de explosivos;

    Excetuam-se alguns equipamentos portteis que so intrinsecamente seguros, praticamente inexistentes nos bombeiros.

    proibido utilizar rdios em atmosferas perigosas (ambientes explosivos ou inflamveis), a no ser que sejam intrinsecamente seguros.

    Existindo a possibilidade, ainda que remota, de acionamento de airbags de veculos acidentados que no atuaram, no devem ser utilizados rdios a menos de dez metros de um veculo nessas condies.

    Por outro lado, para prevenir interferncias em equipamentos mdicos eletrnicos, no devem ser utilizados rdios em reas sensveis de hospitais ou noutros locais na proximidade desses equipamentos.

    No se devem utilizar equipamentos rdio portteis ou mveis quando ocorre uma trovoada.

    As comunicaes devem cessar, excetuando-se as que utilizam exclusivamente postos fixos devidamente protegidos por pra-raios.

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    6. RELATRIO

    O objetivo principal das equipes de bombeiros deve ser evitar incndios. Para isso, necessrio que os bombeiros tenham instruo adequada e a comunidade esteja educada sobre o assunto. Estas duas etapas s podero ser alcanadas atravs de estatsticas confiveis que indiquem causas provveis de incndio. Estas estatsticas so produzidas atravs dos relatrios, que so a nica fonte de informao sobre ocorrncias de incndio. Os relatrios so a retroalimentao do ciclo operacional dos servios de bombeiros suprindo o sistema de informaes preciosas acerca de preveno e combate.

    O relatrio o fundamento da evoluo dos servios de bombeiros, pois registra uma experincia que permite avaliaes e correes. tambm a base para certides que tramitaro no Poder Judicirio, nas companhias seguradoras, nos cartrios, etc. Portanto, o relatrio deve ser o mais completo possvel, observando-se o seguinte:

    - Redao: correo no escrever; - No inserir no relatrio opinies particulares, mas somente o que for visto; - Especificar os danos materiais; - Usar termos tcnicos; - Ser claro, preciso e conciso (quem confecciona o histrico no poeta ou

    escritor); - No culpar ningum; - Procurar causa provvel na codificao do manual de preenchimento, evitando,

    quando possvel, o uso do cdigo para a causa provvel desconhecida; - Elaborar croquis, ilustrando o local e o que foi utilizado (material humano e

    maquinrio); - Constar entradas foradas, especificando se foram realizadas por bombeiros ou

    no; - Constar situao do incndio na chegada dos bombeiros; - Relatar como foram os trabalhos de extino e rescaldo, constando, inclusive, o

    que foi mexido pelos bombeiros na extino ou no.

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    7. REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15.219:2005: Plano de Emergncia Contra Incndio.

    CORPO DE BOMBEIROS DA POLCIA MILITAR DE SP. Manual de Anlise de Risco em Incndio Estrutural. So Paulo, 2006.

    CASTRO, Carlos Ferreira de. Escola Nacional de Bombeiros: Comunicaes. Sintra, 2002.

    GUERRA, Antnio Matos. Escola Nacional de Bombeiros: Segurana e Proteo Individual. Sintra, 2002.

    OLIVEIRA, Marcos de. Manual de Estratgias, Tticas e Tcnicas de Combate a Incndio estrutural. Florianpolis, 2005.

    ROSA, Mauro. Apostila de Telecomunicaes do Curso de Formao de Soldados do CBMES. Serra, 2010.