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\ PATRicIA MAZZA DO NASCIMENTO ENFOQUES TEORICOS DA AVALIACAo DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Monografia apresentada ao Centro de P6s- Gradua.;;ao, Pesquisa e Extensao, da Universidade Tuiuti do Parana, do Curso de Especializa~ao em Magisterio Superior. Orientadora: Professora Olga Maria Silva Mattos. CURITIBA 2001

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PATRicIA MAZZA DO NASCIMENTO

ENFOQUES TEORICOS DA AVALIACAo

DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao Centro de P6s-Gradua.;;ao, Pesquisa e Extensao, daUniversidade Tuiuti do Parana, do Cursode Especializa~ao em Magisterio Superior.Orientadora: Professora Olga Maria SilvaMattos.

CURITIBA

2001

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Tenho repetido que nao acredito emtransforma<;6es na pratica avaliativa imposta viadecretos ou mudan~s de regimentos. 0 inverso,sim, vejo acontecer em escolas e municipios.Mudanyas regimentais reivindicadas pelosprofessores que assumem posturas avaliativasdiferenciadas a partir de grupos de estudo ap6smuito tempo de discussao. Porque novas praticasrevelam, mais do que ditames legais, novasposturas assumidas.

J. Hoffmann

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SUMARIO

RESUMO ....................•...............................................................................•.... iv

INTRODUc;:AO ..... . ~ 1

2 HISTORICO 3

2.1 PRESSUPOSTOS TEORICOS.. . 7

3 DlVERSAS VISOES DA AVALIAc;:AO.. . 15

3.1 AVALlAr;,Ao SEGUNDO RALPH w. TYLER 15

3.2 AVALlAr;,Ao SEGUNDO HILDA TABA ..

3.3 AVALlAr;,AO SEGUNDO WILLIAN RAGAN ..

. 16

. 183.4 AVALlAr;,AO SEGUNDO JAMES POPHAM 19

3.5 AVALlAr;,AO SEGUNDO BLOOM, HASTINGS E MADAUS ~~ ~~ ~~ .. 20

3.6 AVALlAr;,Ao SEGUNDO ROBERT EBEL ..

3.7 AVALlAr;,AO SEGUNDO NORMA GRONLUND ..

.......~~ .... ~... ~~ .... 21

..~~~~.~ 22

3.8 AVALlAr;,AO SEGUNDO DAVID AUSUBEL E JOSEPH NOVAK ... ~~ .... ~ 24

3.8.1 Principios basicos .. .. ~ 25

3.9 AVALlAr;,AO SEGUNDO OS PARAMETROS CURRICULARES

NACIONAIS 27

4 REPENSANDO A AVALlAC;:AO 32

4.1 OBJETIVOS GERAIS E COMPORTAMENTAIS .. .......................... 35

4.2 TECNICAS E INSTRUMENTOS 41

5 AVALlAC;:Ao QUANTITATIVA X QUALITATIVA ..

5.2 AVALlAr;,Ao DA PRATICA PEDAGOGICA ..

5.3 A AVALlAr;,AO NA ESCOLA X ALUNO ..

CONCLUSAO ...

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

.. 46

.. 48

.. 49

.. 52

............. 54

iii

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RESUMO

A presente monografia, que trata de enfoques te6ricos da avalia,ao daaprendizagem escolar, faz inicialmente urna retrospectiva das primeiras ideiassobre 0 assunto, que estavam vinculadas ao conceito de medidas, e como, a partirdo seculo XIX surgiram as primeiros ensaios de emprego de metodos maisobjetivos de avaliagao do rendimento escolar. Relata-s8 a teoria da avaliagaoeducacional no Brasil, que sofreu urna grande infiuencia dos estudos norte-americanos e como, a partir dos anos 60, teve grande divulga,ao a proposta deRalph Tyler conhecida como avaliagiio por objetivos, e a influencia de BenjaminBloom que tambsm enumera, de modo hierarquizado, as objetivos educaclonaisnos dominios cognitivos, afetivos e psicomotor, sendo a estrutura proposta par ele,16gica, psicol6gica e educacionalmente coerente. Relatam-se ainda as conceitosdestacados por James M. Bradfield e H. S. Moredock, segundo os quais 0 processode medida visa a fixar a posig§.o de fenomeno com a maxima precisao possivel,enquanto a avalia~o caracteriza 0 valor do fenomeno, em geral com referencia aalgum padrao de natureza social, cultural e cientifica. Esses conceitos sao aceitospor R. E. Ebel, enquanto para N. Gronlund a avaliagao e um processo sistematicoque determina a extensao na qual os objetivos educacionais sao alcangados pelosalunos, e para D. Ausubel e Joseph Novae, significa 0 exame de resultadoseducacionais para saber se preenchem um conjunto particular de objetivoseducacionais. Foram lembrados J. C. Marques e C. M. G.Turra, para quem aavalia~o e um melD para alcangar um fim e nao um fim em si mesmo. Saoenfatizados os Parametros Curricula res Nacionais que exortam ao entendimento daavalia~o como parte integrante do processo educacional, e foi lembrada aimportancia da avalia,ao qualitativa, segundo P. Demo, que propoe uma unidadeentre quanti dade e qualidade, lembrando que a avaliag80 e um processo deconstrug80 do conhecimento e esta comprometida com 0 educando, parecercomplementado pela avaliagiio mediadora de J. Hoffmann.

iv

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INTRODU<;:AO

Ainda nos dias atuais a avalia<;ao escolar e, em muitos cases, urn meio de

coerc;ao e autoritarismo par parte da escola e, par mais que ten ham surgido

propostas interessantes que envolvem a avaliaC;8oqualitativa e mediadora, na

pratica ainda ha muito que S8 caminhar.

Como esta e urn aspecto de vital importancia para 0 dinamismo escolar na

atualidade, par fornecer instrumentos mais confiaveis aos alunos diante da

evolut;:8o do mundo que requer, cada vez mais, sujeitos capazes de aprender a

aprender, criativos e competentes, justifica-se a realiz8Q8.0 desta monografia que,

para entender melhor 0 presente, resgata as principais concep<;6es do passado que

propiciam 0 seguinte questionamento: como exercer uma avalia~o escolar capaz

de possibilitar ao educando tornar-se urn sujeito capaz de resolver as problemas

atuais?

o Irabalho aborda a avalia980 focalizando-a do ponto de vista da sala de

aula, ou seja, no nivel do processo ensino-aprendizagem. 0 objetivo e oferecer

subsidios a todos aqueles que trabalham com educac;:ao, ajudando-os a

compreende-Ia como um processo continuo, para melhorar a eficacia do processo

de aprendizagem.

o conlexto e dado pelo esfor90 te6rico e pralico de eslabelecer a

importancia essencial da avaliac;:ao do processo ensino-aprendizagem na educac;:ao

para 0 educando e a educador, procurando torna-Io justo e crftico.

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o assunto em estudo e polemico, precisamente pelo choque que existe entre

teoria e pratica, par isso, argumenta-se da melhor maneira passfvel para toma-Io

compreensivel e pratic<ivel.

No primeiro momento, busca-s8 verificar como foi entendido a processo

avaliativo atraves dos tempos, quais as correntes que surgiram com a observ8c;ao e

a analise de acertos e erros, fazendo com que ocorressem transformat;:oes e

novamente outras buscas.

No segundo momento, as principais vis6es de avalia980 sao aprofundadas

para possibilitar a compreensao de como as propostas fcram sendo modificadas no

decorrer do tempo, passando cada vez mais a ser enfocada de modo participativo

como requer as Parametres Curriculares Nacionais.

No terceiro momento, enfatiza-se a necessidade de repensar a avaliaC;8o,

nao 56 atraves de uma correlac;ao explicita entre as objetivos e a avaliaC;8o, mas

tambem da necessidade de levar em consideragBo a situagBo social do aluno, 0

que e mais aprofundado no quarto momento, que acrescenta a importancia da

dimensao qualitativa.

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2 HISTORICO

As primeiras ideias de avalia9ao da aprendizagem estavam vinculadas ao

conceito de medidas. A necessidade de medir surgiu tao ceda que e no proprio

corpo que 0 homem foi buscar as primeiras unidades de comparayao: 0 pe, 0

palmo, 0 digito e 0 cubito. 0 homem primitivo, assinala Victor H. NOLL', ao

escolher peles de animais para confeccionar as primeiras roupas, deve ter tirado

algumas medidas grosseiras. E facil perceber que lais medidas careciam dos

padr6es que hoje se consideram indispensaveis: precisao, objetividade e

sistematiz81):80.

Das unidades naturais passou-se as unidades fixadas arbitrariamente

atraves de leis ou decretos reais. Em 2.205 a. C. 0 grande Shun, Imperador Chines,

examinava seus oficiais com 0 tim de as promover ou demitir. No Egito, 0 cubito

real consistia de sete palmos ou 28 digitos. Na Inglaterra, coube ao rei Eduardo I,

em 1.305, decretar que 12 polegadas correspondiam a um pe. Na Fran~, 0 padrao

oficial, de origem arabica, data dos tempos de Carlos Magno. Atualmente, as

tentativas de padroniza9iio das medidas fisicas persistem. Em 1960, 38 paises

sancionaram uma nova definiyao do metro internacional.

Segundo EBEL e DAMRIN2, nas medidas educacionais tambem torna-se

cada vez mais imperiosa a necessidade do refinamento das tecnicas utilizadas.

1NOLL. H. V. Introduf;ao ;tSrncdidas edueacionais. Trudm;J.o de Miriam M. Leite e Dante M. Leite. SaoPaulo: Piollcira. 1965.2 EBEL, R.L. Uma liIosolia IlUlIlcdida cducuciOllal. In: LOURENCO FILHO, M.B.; EBEL. R.; DAV1S, F.B.Trcs cnsaios sobrc uvalim,:ii.oetlueacional. sao Paulo: Fumi<u;:aoGclulio Vargas, 1968.

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Sempre coube aos professores a responsabilidade do julgamento e da

avaliat;:§o, mas somente a partir do sEkula XIX surgiram as prirneiros ensaios de

emprego de metodos mais objetivos de avalia~ao do rendimento escolar. Nos

Estados Unidos da America, Horace Mann criou um sistema de testagem. Os

resultados dessa experiencia reforgaram muitas crfticas feitas par Mann aqualidade da educa~o e indicaram a possibilidade de lestar os programas em

larga escata, com a finalidade de sugerir melhorias nos padr6es educacionais.

Entre essas medidas Mann sugeria: substituir as exames crais pelos escritos;

utilizar, aD inves de poucas quest6es gerais, uma quantidade maior de quest6es

especificas; e buscar pad roes mais abjetivos do alcance escolar.

SAUL3 retoma 0 contexto dos Estados Unidos, mencionando TYLER' e

BLOOMs Tyler porque provocou um grande impacto na literatura com seu Esludo

dos Dito anos, realizado com Smith, no qual defendia a inclusao de uma variedade

de procedimentos avaliativos, tais como: testes, escalas de atitudes, inventarios,

questionarios, fichas de registros e outras formas de coletar evidencias sobre 0

rendimento dos alunos com relay80 a consecuy8o dos objetivos curriculares. E

Bloom, que defendia a ideia que 0 dominio da aprendizagem e teoricamente

disponfvel para todos, se houver possibilidade de encontrar os meios de ajudar

cada estudante. Urna fundarnentaC;8opara seu ponto de vista era encontrada nas

normas de avalia~o de muitos testes padronizados de rendimento. As aplica~6es

sucessivas demonstravarn que criterias selecianados, atingidos pelos melhores

estudantes em urn ana, eram atingidos pela maiaria dos estudantes em perfodo

3 SAUL, M.A. Avalill~ao emancillatoria: dcsafio.1 tcoria c:1 pr.itica de avalia"uo c rcfomlUla".io de curriculo.Sao PO.lUlo:Corte7/ Aulorcs Associados, 1988.4 TYLER, R. W. Principios b:ISicus de curriculo c ensino. Tmdu"ao de Leonel Vallandro. 7 cd. Rio deJaneiro: Globo, 1981.5 BLOOM. B.S.; KRATHWOHL, D.R.; MASIA, B.B. Taxionomia de objcth'os cducacioll;ais: dominioafctivo. Porto Alegre: 01000, 1973.

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posterior. A partir dessa ideia, criou a noyao de aprendizagem para 0 dominio.

Dentro dessa perspectiva, Bloom fazia uma distingao bern marcada entre processo

de ensino-aprendizagem, cuja intengc30 e preparar 0 estudante, e 0 processo de

avalja~o, que tern a intent;ao de verificar S8 0 estudante desenvolveu-se da

maneira esperada. Ele era contra 0 uso de notas em testes realizados durante 0

processo de ensino-aprendizagem, pois a finalidade desses instrumentos deveria

ser determinada ao dominic ou a falta de habilidade, oferecendo, tanto ao aluno

como 80 professor, informag6es para a melhoria dos desempenhos nao-

dominados, au incentivD, no casa dos objetivos ja alcanc;ados.

E grande 0 numero de pesquisas que evidenciaram a flutuayao das notas

escolares de professor para professor, e mesmo de uma avaliagc30 para Qutra,

realizada pela mesma pessoa, com determinados intervalos temporais. As notas

atribuidas aos alunos variam em fung80 nao apenas dos conhecimentos

supostamente demonstrados par esses alunos e sim de Qutros fatares entre as

quais sobressaem, sem duvida alguma, as ligados it pr6pria personatidade do

professor.

Tais estudos levaram os educadores a dirigir seus esforc;os no sentido de um

aperfeiC;Damento cada vez mais amplo das rnedidas educacionais. As provas

passaram a ser encaradas como instrumentos de medida e 0 problema do que

constitui urn born instrumento de medida e hoje urn dos tapicos de maior realce,

tanto no que se refere aos testes psicol6gicos utilizados para fins de diagnastico ou

previsao, como em relac;ao aos testes de desenvolvimento educacionaL

Em fins de 1966, uma comissao, composta pelos psicologos Ruth N.

Sheeffer, Nicia M. Bessa, Maria Helena Novais Mira, Kilda Monteiro Mota e Nice S.

Miraglia, iniciou um projeto de elabora(:ao da primeira bateria de testes de

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rendimento escolar criados e padronizados no Brasil. Em 1968, a comissao passou

a formar a equipe responsavel pela dire9ao do Centro de Estudos de Testes e

Pesquisas Psicologicas cuja denomina9iio atual e Centro de Estudos de Testes e

Pesquisas Psicometricas da Funda9ao Getulio Vargas.

o projeto foi financiado pela propria Funda9ao Getulio Vargas e pela

Funda9iio Ford, contando com a colabora9ao de numerosos professores e

consultores pedag6gicos e estatisticos. Os testes de desenvolvimento educacional

foram elaborados para servir a avalia9iio do rendimento do aluno em quatro areas

de conhecimentos: linguagem, matematica, ciencias fisicas e biol6gicas e estudos

socia is. A equipe procurou valorizar mais as questoes que provaram verificar a

utiliz8t;aO de conhecimentos fundamentais ou de maior aplicabilidade pratica, de

principios gerais ou de certas tecnicas, relegando ao segundo plano as questoes

que exigem memoriz8C;8o de informat;oes.

Tal posi,ao se fundamenta no principio de que 0 mais importante e que 0

adolescente aprenda a interpretar corretamente as informac;oes que reeebe, que as

analise e critique, que S8 habitue ao raciocfnio matematico, que compreenda e

aplique os principios gerais da ciencia, que analise a metodologia de um estudo ou

de uma experiencia e julgue a adequa~o das conclusoes, que interprete

corretamente graficos, tabelas e mapas.

Segundo SAULs, urn dos problemas mais prementes do ensino, embora nem

sempre reconhecido por professores ou administradores, e 0 que se relaciona com

a atribui9ao de notas ou men90es e com avalia9iio do progresso do aluno. De

escola para escola, de instituit;ao para institui980, ha varia98o. 0 sistema mais

comum e 0 de notas numericas apresentadas numa escala de zero a cern. No

6 SAUL, M.A., op. cit.

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ou seis menc;oes: excepcional, muito born, born, regular, sofrivel e deficiente, por

exemplo. Tradicionalmente, 0 aproveitamento tern side expresso como se Fosse

uma quantidade absoluta.

Nos ultimos vinte anos 0 impacto do desenvolvimento tecnologico sobre a

educagEio se refietiu em muitos setores inclusive 0 da mensurag8o. A introdug8o de

leituras opticas, e 0 emprego de sistemas de computay80 facilitaram: a elaboray80

de programas em larga escala, a execuy80 de projetos de pesquisas educacionais

e pSicometricas de grande envergadura, a aplicayao dos testes nos sistemas de

instruy80 baseados na teoria do reforyo de B. F. Skinner, a adaptay80 dos testes,

inclusive a analise fatorial e a ponderag8o de itens ou alternativas. A preferencia

atualmente demonstrada por itens de formato objetivo tambem pode ser

relacionada com a realizayao de pesquisas em que e indispensavel a utilizayao

de equipamento eletr6nico de computag8o.

2.1 PRESSUPOSTOS TEORICOS

A analise da dinamica do processo educativo conduz a percepyao da

posiyao central e indispensavel da avaliac;ao, num cicio que se inicia com 0

estabelecimento de objetivos e prossegue com a escolha do metodo e dos criterios.

Conceitua-se metodo como a relay80 professor-aluno, seja toda e qualquer forma

de trabalho em conjunto, de discentes e docentes; e criterios, como a evidencia ou

prova que se vai aceitar como garantia de que as objetivos propostos foram, em

parte ou totalmente, atingidos. Se os objetivos estabelecidos foram adequadamente

cumpridos, prop6em-se novos objetivos; caso contrario, procede-se a reformulagEio

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do criterio, porventura defeituoso, a reformulayao do criteria, se mal formulado, ou arecuperac;:aodo aluno, reiniciando-se, assim, 0 cicio anteriormente descrito.

Nesse processo situa-se, como parte integrante e essencial, a avalia~ao, que

consiste em fazer um julgamento sobre resultados, comparando 0 que foi obtido

com 0 que se pretendia alcan~ar. Robert F. MAGER' ressalta a importancia de

definir com exatidao os objetivos a atingir, sem 0 que os alunas corram 0 risco de

assimilar noc;:6esinexatas au adquirir habitos em nitida contradic;:aocom aqueles

sobre os quais se deverao apoiar, rnais tarde, em sua vida diaria ou em suas

atividades profissionais. E impossivel avaliar com eficiencia 0 valor de urn curso ou

de um programa sem dispor de objetivos bem definidos e sem possuir uma base

segura para escolher adequadamente os meios ou as metodos de ensino.

Estabelecer clara e explicitamente os objetivos ou metas da educa~ao equestao pedag6gica de tal relevancia que Benjamim S. Bloom e seus

colaboradores dedicaram ao assunto a obra Taxanamia de los abjetivas de la

educacion8 na qual enurneram, devidarnente hierarquizados, objetivos educacionais

nos dominios cognitivos, afetivos e psicomotor. A estrutura proposta na taxonomia

de Bloom e 16gica, psicol6gica e educacionalmente coerente, sendo util, em

particular, no que se refere ao estabelecimento de metas para cursos e unidades

didaticas. A fixa~o de objetivos para fra~6es menores, como e 0 caso no preparo

de materiais de instruc;:aa,a exemplo dos livros programados, exige urn sistema de

categorias mais diferenciado, proposto por GAGNE9 Compreende-se assim que a

avaliayao do rendimento escolar envolve urn processo circular que comeya e

7 MAGER, R.F. A formuia\,iio dos objetivos de ensino. Tr.:ldu~iio de Cose(c Ramos c Debora K. Galau.a. 4cd. Porto Alegre: Globo. 1980.8 BLOOM, BENJAMIN S. Tasonomia de los objcli\'os de 1:1 cducacion. Buenos Aires : Nuevasorienta~nes de la cducaciin, 1971.'I GAGNE. R. Como sc reali.,..ll a :lllrcndiz;lgem. Rio de Janeiro: Ao Livro TCcllico, 1971.

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termina com as objetivos educacionais. Se um objetivo educacional foi

adequadamente descrito e proposto, quem a atinge deve apresentar condutas

diferentes de quem nao 0 atinge. Se houver diferengas entre dois comportamentos,

elas serao percebidas e apreciadas pelos responsaveis aos quais incumbe a

dire980 do processo educativo. De vez que a forma mais simples de medir exige

apenas a constata9ao de que alguem au alguma coisa apresenta certa

caracteristic8 em grau superior au inferior a outrem au outra coisa, t8is diferengas

sao passiveis de mensUra9ao.

Em sua filosofia da medida educacional. EBEL'o relaciona as controversias

e diferen9as de opinioes sabre as func;:oese processos de medida com as

diferentes convic90es que as educadores mantem acerca da natureza do homem,

dos objetivos de sua educagao formal, da natureza e dos limites da medida

educacional, e das qualidades que conferem eficiencia a urn teste. Apresenta uma

serie de proposi90es que expressam suas convicgoes au a que Ihe parece

constituir evidencias convincente, alegando que muitas delas serao apoiadas par

grande maioria de pessoas bern informadas, embora possam ser contestadas par

outras, ja que nao se podem apresentar como verdade completamente comprovada

e alem de qualquer possibilidade de discordancia racional. Entre essas proposigoes

passiveis de controversia situa-se, segundo EBEL11, a seguinte: "A avaliagao nao

constitui uma alternativa da medida, mas uma utiliza9aOda medida". Com efeito, e

usual, por parte de certos pedagogos, reagir negativamente a utilizagiio do termo

"medida", associanda-Ihe uma impresseo de esquematiZ8C;aOe de frieza. EBEL12

argumenta que a distingao entre medidas e avaliayao naD reside no fata de que

10 EBEL R.L., op. cit.11 Id., ibid., p. 35.121d., ibid.

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10

algumas caracteristicas humanas constituem quantidades que podem ser medidas,

enquanto Qutras constituem qualidades que podem apenas ser avaliadas, ja que

uma caracteristica que nao pode ser medida tambem nao pode ser avaliada.

Erroneamente, alguns educadores associam a nOy8o de avaliayao maior

calor e envolvimento emocional, dando-I he primazia ao julgarem que, dessa forma,

esta.o combatendo uma limitada mensurac;ao de simples aprendizagem do

conteudo dos programas escolares. Tal limitacy8.o e absolutamente desnecessaria.

Aceitar a medida educacional nao implica, apesar da aparente 'frieza' do numera,

limitar a verificac;aodo rendimento escolar a uma simples comunicac;aode

resultados numericos, sem a utilizac;ao das provas para fins de diagnostico.

Medida e avalia~o sao dois conceitos distintos, como assinalam James M.

BRADFIELD e H. Stewart MOREDOCK'3 Segundo esses autores, 0 processo de

medida visa a fixar a posigao do fen6meno com a maxima precisao passivel, ao

passo que a avaliac;:ao caracteriza 0 valor do fenomeno, geralmente com referencia

a algum padrao de natureza social, cultural au cientifica. EBEL 14 aceita essa

mesma distinyao, aD subJinhar que uma medida diz 0 quanta urn individuo passui

de uma determinada caracteristica. Se esse individua, au Qutrem atribuir conceitos

(excelente, satisfat6rio, insuficiente) a medida obtida, estara avaliando, e podera

recorrer, S8 necessaria e exeqOivel, a uma 898.0 corretiva au construtiva.

Quando S8 tala em avaliayao do processo ensino-aprendizagem, faZ-S8 uma

referencia aD nivel de aprendizagemdos alunos, isto 13, 0 que as alunos

aprenderam. Mas, por que? E para que? Basicamente, a avaliac;ao apresenta tres

func;6es: diagnosticar; controlar; classificar.

" BRADFIELD, J.M., MOREDOCK, H,; STEWART, Medidas e lesles em educa~ao, Rio deJaneiro: Fundo de Cultura, 1957.14 td., ibid.

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II

Relacionadas a essas tres func;6es, existem tres modalidades de avaliac;ao:

diagnostic8, formativa e somativa.

o primeiro autor a fazer a distinC;80 entre 0 conceito de avaliac;8.o formativa e

somativa, e a utilizar essa denomina~o. foi Michael SCRIVEN15, num estudo que

S8 tornou classico sabre a avaliac;ao do curricula. Esses conceitos S8 difundiram a

partir da obra de Bloom, Hastings e Madaus'6, estendendo-se aos demais niveis da

avalia~o. Atualmente, sao tambem de USD corrente no que S8 refere a avalia980

do processo ensino-aprendizagem.

A avalia~o diagnostica e aquela realizada no inicio de urn curso, periodo

Istiva au unidade de ensina, com a intenyao de constatar S8 as alunos apresentam

au nao 0 dominic dos pre-requisitos necessarios, isto e, S8 possuem 0$

conhecimentos e habilidades imprescindiveis para as novas aprendizagens. E

tambem utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e

identificar suas possfveis causas, numa tentativa de sana-los.

A avalia9ao formativa com fun9iio de contra Ie, e realizada durante todo 0

decorrer do periodo letivo, com 0 intuito de verificar se os alunos estao atingindo os

objetivos previstos, isto e, quais os resultados alcan<;ados durante 0

desenvolvimento das atividades. Portanto, a avaliagao formativa visa,

fundamentalmente, "determinar se 0 aluno domina gradativa e hierarquicamente

cada etapa da instrugao", porque "antes de prosseguir para uma etapa

subsequente de ensino-aprendizagem, os objetivos em questao, de uma ou de

outra forma, devem ter seu alcance assegurado,,17 E principalmente atraves da

15 SCRIVEN, M.; STUFFLEBEAM, D. Avalia~ao educacional II: perspectivas, procedimentos ealternativas. Tradu.yaode Jose C. S. Filho e M . .AngelaV. de A. Petropolis: Vozes, 1981, p. 102.16 Bloom, B. Manual de avalia~ao formativa e somativa do aprendizado escolar. Sao Paulo:Pianeira, 1963.11 TURRA, C.; ENRICONE, D.; SANT'ANNA, F.M. et al. Planejamento de ensino e avalia~ao.Porto Alegre: Sagra, 1983, p. 185-186.

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12

avaliayao formativa que 0 aluno conhece seus erros e acertos e encontra estimulo

para urn estudo sistematico. Essa modalidade de avaliac;:ao e basicamente

orientadora, pois orienta tanto 0 estudo do aluno como 0 trabalho do professor. Por

isso, a avaliac;:ao formativa "pode ser utilizada como urn recurso de ensaio e como

fonte de motiv8c;:ao, tendo efeitos altamente positiv~s e evitando as tensoes que

usual mente a avaliayao causa",8

A avaliac;:ao formativa esta muito Iigada ao mecanisme de feed-back, a

medida que tambem permite ao professor detectar e identificar deficiencias na

forma de ensinar, possibilitando reformulac;:5es no seu trabalho didatico, visando

aperfeic;:oa-Io. E par essa razaa que as especialistas informam ser essa modalidade

de avaliag80 "uma parte integrante do processo ensino-aprendizagem e, quando

bem realizada, assegura que a maioria dos alunos alcance 0 objetivo desejado ••19.

Nesse sentido, "a avaliacao pode servir como meio de controle de qualidade, para

assegurar que cada cicio novo de ensino-aprendizagem alcance resultados tao

bons ou melhores que os anteriores,t2Q.

A avaliacao somativa, com fungao classificat6ria, realiza-se ao final de um

curso, periodo letivo au unidade de ensino, e consiste em classificar as alunos de

acordo com niveis de aproveitarnento previamente estabelecidos, geralmente tendo

em vista sua promoyao de uma serie para outra, ou de urn grau para outro.

Essas tres formas de avalia,ao estao intimamente vinculadas. Para garantir

a eficiencia do sistema de avalia~o e a eficacia do processo ensino-aprendizagem,

o professor deve fazer usa conjugada das tres modalidades.

IS LUDKE, M.; MEDIANO, Z. (Coords.) Avalia~ao na escola de 1.° grau: uma analise sociol6gica.2. ed. Campinas, Sao Paulo: Papirus, 1994.I~URRA, C. et ai, p. 184.zoBenjamin Bloom e outros. Manual de avalia~ao formativa e somativa do aprendizado escolar.Sao Paulo: Pione;ra, 1983.

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~-.J \:~i. .:..,,'" •.•..

\~~:.:i)L~:~Um dos propositos da avaliac;ao com fun,ao diagnostica e informar a

professor sobre 0 nivel de conhecimentos e habilidades de seus alunos, antes de

iniciar 0 processo ensino-aprendizagem, para determinar 0 quanto progrediram

depois de um certo tempo. Par exemplo, um professor assume uma ciasse da 4"

serie do 1° grau. No inicio do periodo letivo, ele precisa fazer uma avalia,ao

diagnostica da cia sse, para verificar 0 que os alunos aprenderam ao longo dos

periodos anteriores, isto e, qual a bagagem cognitiva que eles estao levando para

aquela serie. E muito frequente a existencia de classes heterogeneas, em que 0

nfvel de conhecimento dos alunos varia, embora eles estejam na mesma classe.

Devido as diferen,as individuais, alguns alunos aprendem mais rapidamente do

que outros. Tambem no que se refere a retenc;aoda aprendizagem, alguns alunos

tern mais facilidade para reter 0 que foi aprendido, enquanto outros esquecem mais

rapidamente. Portanto, 0 professor precisa, antes de tude, verificar se seus alunos

dominam eu nao os pre-requisites necessaries para as novas aprendizagens, iste

e, se apresentam as habilidades e os conhecimentes previos necessaries, sem os

quais nao poderao vencer a programagao da 4a serie. E atraves des sa avaliayao

inicial, com fungao diagnostica, que 0 professor vai determinar quais os

conhecimentos e habilidades devem ser retomados, antes de introduzir os

conteudos programaticos especificos da 4a serie.

A avalia,ao diagnostica tambem auxilia a equipe tecnica da escola no que se

refere a forma gao e remanejamento das classes.

Nao e apenas no inicio do periodo letivo que se realiza a avaliagao

diagnostica. No inicio de cada unidade de ensino, e recomendavel que 0 professor

verifique quais as informa9oes que seus alunos ja tem sobre 0 assunto e que

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habilidades apresentam para dominar 0 conteudo. Isso facilita 0 desenvolvimento

da unidade e ajuda a garantir a eficacia do processo ensino-aprendizagem.

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15

3 DIVERSAS VISOES DA AVALIACAO

3.1 AVALIACAO SEGUNDO RALPH w. TYLER

Para TYLER21, 0 processo de avaliat;:8o consiste essencialmente em

determinar S8 os objetivos educacionais estao sendo real mente alcanc;ados pelo

programa do curricula e do ensina. Em Qutras palavras, as abjetivos visados

consistem em produzir certas mOdificat;6es desejaveis nos padroes de

comportamento do estudante. A avalia,ao e 0 processo mediante 0 qual determina-

S8 0 grau em que essas mudan<;8s do comportamento estao realmente acorrendo.

Uma avaliac;ao educacional envolve pelo menDS duas apreciac;6es para que

a mudan,a possa ser medida. A avalia,ao desenvolve-se em eta pas:

primeiramente, deve-s8 definir clara mente as abjetivos comportamentais; em

seguida, identificar as situayaes que daD ao estudante a oportunidade de expressar

o comportamento implicado pelos objetivos educacionais; examinar os instrumentos

de avaliac;ao disponiveis, para ver se eles podem servir aos prop6sitos de

avalia.yao; se necessario elaborar e testar instrumentos de avaliac;ao para

determinado objetivo; idear um meio de abter um registro de comportamento dos

estudantes na situa.yao de teste; decidir sobre os termos ou unidades que serao

para sumariar ou aquilatar a registro de comportamento que se abteve.

o processo de avalia,ao come,a pelos objetivos educacionais. A avalia,ao

deve apreciar 0 comportamento dos estudantes, visto ser uma mudan~ desse

comportamento 0 que se busca em educac;ao. A avaliac;ao deve envolver mais do

21 Benjamin Bloom e outros. Manual de avalia9ao fonnativa e somativa do aprendizado escolar. SaoPaulo: Pioneira, 1963.

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que uma simples apreci8yao em qualquer momento dado, uma vez que, a tim de

verificar S8 ocorreu mudanC;8, e necessaria fazer uma apreciacyc3.o na fase inicial e

Qutrasmais tarde, para identificar as mudang8s que talvez estejam S8 processando.

E necessario dispor de procedimentos de avaliacao que forne9am dados sobre

cada um dos tipos de comportamento implicados por cada um dos grandes

objetivos educacionais. Qualquer meio de obter dados sobre as especies de

comportamento apresentadas pel os objetivos educacionais e urn procedimento

apropriado de avalia9ao. Sao criterios importantes dos instrumentos de avalia9ao a

objetividade, a fidedignidade e a validade.

A avaliagao tern como objetivo: identificar as pontcs fortes e fracos do

programa curricular; clarificar as objetivos educacionais, S8 estes j8 nao foram

classificados no processo de planejamento do curricula; identificar necessidades e

capacidades dos alunos para sua orientay:ao individual; identificar pontos

particulares do programa educacional a que seja necessaria dar mais atengao com

certos grupos de estudantes e informar a clientela da escola sabre a sucesso desta.

Toda evidencia valida sabre comportamentos desejados como objetivos

educacionais fornece um metodo apropriado de avalia9ao: testes com lapis e papel,

observar;;:8o, entrevistas, questionarios, caletas de resultados concretos da

atividade dos alunos22

3.2 AVALIACAO SEGUNDO HILDA TABA

Segundo TABA23, a educa9ao e um processo que visa modificar a conduta

dos estudantes; essas mudan9as constituem os objetivos da educa9iio. A avalia9ao

22 Benjamin Bloom e outros. Manual de avalia~ao formativa e 50mativa do aprendizado eSGolar.Sao Paulo: Pioneira, 1983.~J TABA, H. Elahoraciou del curriculo. Buenos Aires; Troquel, 1974.

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e 0 processo para determinar em que consistem essas mudang8s e estima-Ias com

relal,(80 aDs valores representados nos objetivos, para descobrir S8 atingem as

objetivos da educa,ao. E parte integrante da elabora,ao do curriculo que come,a

com 0 interesse pelos objetivos e termina quando S8 estabelece S8 estes fcram

alcan<;ados.

A medida e apenas uma parte da avalia9!io que se refere ao processo de

abter uma represental,(80 quantificada de certa caracterlstica, tal como certos tipos

de rendimento ou atitudes escolasticas. Se bern que a avali8y8o depende da

medida, seu campo de a,ao abarca um perfil mais amplo de caracteristicas.

A avaliag80 desenvolve-se nas seguintes eta pas: classific8gc3o dos

objetivQs, descrevendo-se as comportamentos que representam urn born

desempenho em urn campo particular; desenvolvimento e emprego de diversas

maneiras de abter evidencias aeerca das mudanc;as que S8 produzem nos

estudantes; utiliza,ao da informa,ao obtida com relayao ao progresso ou nao dos

estudantes, com vistas a melhorar 0 curriculo, 0 ensino e a orientac;ao.

o programa de avaliac;ao deve ser compatrvel com os objetivos. 0

programa de avaliac;ao deve ser amplo para permitir avaliar objetivos de varios

niveis de complexidade. Os resultados da avalia,ao devem ter forya de diagn6stico:

permitir distinguir os niveis de rendimento, os acertos e defici€mcias, tanto nos

processos como nos produtos do rendimento e validade, ou seja, os instrumentos

de avaliaC;80 devem medir com precis80 a conduta especificada no objetivo. 0

programa de avaliac;ao deve ter unidade de juizo avaliativo. A avaliac;ao deve ser

um processo continuo e parte integral da evolu9!io do curriculo e do ensino. A

coopera<;§o e necessaria em todas as etapas da avaliac;ao, principalmente para a

formula,80 e classifica,80 dos objetivos que s6 podem ser distinguidos plenamente

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par meio de uma ayao combinada em varias matarias em diversos domini os da

atividade escolar.

Diagnosticar significa promover sobre as diferent;:as de rendimento entre

estudantes considerados individualmente e retroinformar significa proporcionar

evidencias que possam ser utilizadas para qualificar ou informar mais

adequadamente.

Geralmente, para a avaliac;ao as tecnicas classificam-se em tres tipos:

testes padronizados, testes nao padronizados ou testes escritos propostos pelo

professor e elementos informais.24

3.3 AVALIACAO SEGUNDO WILLIAN RAGAN

o termo avaliat;8o refere-s8 a coleta de extensa evidencia quanta ashabilidades, posi,ao e problemas das crian98s, mediante processos forma is e

informais. Inclui tambem 0 processo de organizar e interpretar esses dados para

dar uma descriC;:8o compreensiva da crian9a, tendo em vista as antecedentes de

suas experiencias ectucacionais.

A avaliac;ao e urn termo mais incisivo do que medida. Essa restringe-s8 aos

aspectos quantitativQs da educa980, ao passo que aquela inclui tanto as aspectos

quantitativos quanta as qualitativos. Alem dis so, a avalia9ao envalve a usa que se

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Diagnosticar significa revelar 0 que asta acontecendo a cada crianga,

permitindo ao professor que proporcione experiencias educativas para as quais as

criang8s estejam prontas, e que atendam suas necessidades de desenvolvimento.

Retroinformar significa fornecer aos professores meios de avaliar metodos de

ensina, livros e Qutros instrumentos do processo educativo. Revelar os avangos que

o programa escolar esta obtendo para a consecugEio dos objetivos aceitos.

Proporcionar uma base para 0 melhoramento do curricula. Dar experiencia 80

aluno em avaliar 0 seu progresso fornecera 0 desenvolvimento individual.

Alguns procedimentos usados na avaliac;ao: testes padronizados de

inteligencia, de aptidilo verbal, de personalidade, provas organizadas pelo

professor, observagEio dos alunos, 0 registro e interpretagao dessas observagoes,

entrevistas com alunos, exame dos produtos dos trabalhos dos alunos, sociograma,

entrevista com os pais, questionario25.

3.4 AVALlA<;:Ao SEGUNDO JAMES POPHAM

Para POPHAM26, a avalia9ao educacional consiste em aprecia90es de

merito concementes ao fen6meno educacional. Com apreciayao de merito, busca-

se significar a determina9ao do valor ou dizer quanta e bam aquila que estamos

avaliando. A avalia9ao pode ser tida como ato de aferir, atraves de compara9ao, °resultado observado (dados de desempenho) de alguma iniciativa educacional um

padrilo ou criterio de aceitabilidade ou pretendido (dados desejados).

A avalia9ao nao visa apenas mensura9ao, ou seja, aprecia9ao do status

atual de um fen6meno de modo preciso, mas tambem um julgamento, uma

25 TABA. 1-\,Elaboracion del curriculo. BueJlosAires: Troqucl. 1974.26 POPHAN, W. J.; BACKER, E. L. Los objclivos de la enseiiansa. Buenos Aires Paidos, 1972, p. 84

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determinavao de valor. Reiterando, a avaliac;ao consiste na determinag80 de valor,

a mensurag80 consiste na determinag80 de status.

Retroinformar e julgar a valor de uma iniciativa educacional, urn curso au

um procedimento de ensino; fomecer base para a tomada de decis5es; melhorar a

seqOencia de ensina; apreciar a valor de uma sequencia de ensina completa em

comparagao com Qutras seqOencias competidoras.

3.5 AVALIACAO SEGUNDO BLOOM, HASTINGS E MADAUS

Segundo BLOOM et al27 A avalia<;iio e coleta sistematica de evidencias por

meio das quais determinaram-se mudanC;8s que ocorrem nos alunos e como elas

ocorrem. Inclui uma grande variedade de evidencias que VaD alem do tradicional

exame final de lapis e papel. E um sistema de controle de qualidade pelo qual pode

ser determinada, em cada etapa do processo ensino-aprendizagem, a afetividade

ou nao do processo e, em casa negativD, que mudanc;as precisam ser feitas para

assegurar sua efetividade antes que seja tarde.

A avaliayao deve ocorrer no inicio de uma unidade, semestre ou ano letivo,

durante 0 desenvolvimento do ensino e no seu final.

Algumas func;6es da avaliac;ao sao: determinar a presenc;a au ausencia de

habilidades elou pre-requisitos no inicio de uma unidade, semestre ou ano letivo;

determinar as causas de repetidas dificuldades durante 0 ensino.

Retroinformar e determinar se os alunos estao se desenvolvendo dos

modos desejados; verificar se procedimentos alternativos sao au nao igualmente

efetivos para atingir urn conjunto de fins educacianais; fornecer evidencias

adequadas para ajudar 0 professor e os alunos a alcanc;ar os objetivos desejados;

27 BLOOM, B. cl al. Tal:ionomia dos objetiws educlicionais: dominio afclivo. Pono Alegre, Globa, 1972.

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relayao aos planas a serem desenvolvidos com as alunos individualmente ou em

grupos; fornecer evidencias necessarias para melhorar a ensino e a aprendizagem;

auxiliar na classificar;:80de metas e objetivos educacionais significativos; informar a

professor e 0 aluno sobre a processo na aprendizagem em uma unidade de ensina;

localizar deficiencias na estrutura do ensina, possibilitando a introduyao de

reformular;:oes necessarias; classificar;:2Io dos alunos quanta ao nfvel de

aproveitamento obtido28

3.6 AVALlN;AO SEGUNDO ROBERT EBEL

Para EBEL29, a avalia9aa sempre implica julgamentas de piar au melhar.

Uma medida diz a quanta de uma determinada caracterfstica um indivfduo possuL

Se, entao, for dito, com base nessa medida, uexcelente" au "satisfatorio" au

Uterrjvel~,foi feita uma avalia~o. Essa se processa tendo em vista objetivos

especificos.

A avaliayao constitui nao uma alternativa da medida, mas uma utilizayao da

medida. Uma caracteristica que naa pade ser medida tambem naa pade ser

avaliada. Uma medida diz a quanta de urna determinada caracteristica urn indivfduo

passui. Se entaa for dissertada, baseadas nessa medida (au se a individua disser

para 5i me5ma) "excelente" ou "satisfatorio" au "terrfvel", foi feita uma avalia~o.

A medida na educayao deve enfatizar a de5criy8o e nao a prediyao e deve

ser abjetiva para ter valor (uma medida e abjeliva se puder ser verificada par uma

aulra medida independente).

28 BLOOM, B. ct al. Tllxionomia dos objctivos cdUC;lcionllis: dominio afetivo. Porto Alegre, Globo, 1972.29 EBEL. It Op. cit.

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22

A avaliac;ao tern como func;ao fornecer a todos as relacionados com as

processos da educat;ao, estudantes, professores, pais e funcionarios da escola,

conhecimento de qual tem sido a sucesso de seus esfon,os, para que possam

decidir que praticas continuar e quais modificar, tendo em vista a obtenyao de

objetivos especificos.3'J

3.7 AVALlAC;:AOSEGUNDO NORMA GRONLUND

Para GRONLUND", a avalia\'8o e um processo continuo, subjacente a

tada bam ensino e aprendizagem. A avalia\'8o pode ser definida como um processo

sistematico que determina a extensao na qual as objetivos educacionais foram

alcan<;adospelos alunos. Hii dais aspectos importantes nessa defini\'8o. Primeiro,

note-s8 que a avaliayao implica um processo sistematico, 0 qual omite observac;6es

casuais, nao controladas a respeito dos alunos. Segundo, avaliac;ao sempre

pressupoe que objetivos educacionais sejam previamente identificados. Sem a

determina~ao previas dos objetivos, e impassiveI julgar a extensao do progresso. A

avalia\'80 inclui julgamento de valor quanta a desejabilidade do comportamento do

aluno.

A avalia~ao e um termo bem mais abrangente do que a medida. A

avaltac;ao inclui descri<;6es qualitativas e/ou quantitativas do comportamento do

aluno e mais a julgamento de valor quanta a desejabilidade do comportamento. A

medida e limitada as descri90es quantitativas do comportamento do aluno.

30EBEL, R. Cp. cit..31 GRLONLUND, N. E. Mcasurement and c"aluation in tcaching. New York: the MacMillan, 197\.

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E prioritario que as processos de avaliag80 devam determinar e clarificar 0

que deve ser avaliado. As tecnicas de avaliagao devem ser selecionadas em razao

dos prop6sitos que devem ser atendidos. A utiliz8c;ao de uma variedade de tscnicas

de avaliag80 e adequada para apreciar 0 progresso dos alunos com relagiio a todos

os resultados da instrugao. E necessaria a conhecimento das vantagens e

limitac;oes das tecnicas a serem utilizactas. A avaliagao e urn meio para a fim e nao

urn fim em si mesma.

Sao as seguintes as funy6es da avaliag8o: aperieigoar os metodos e os

materiais instrucionais; utilizar as resultados dos testes para aperfeigoar a

aprendizagem e a instrugao; comparar as alunos au transferi-Ios de urn grau para

Dutro do curso; fornecer informagoes objetivas nas quais podemos basear -nos para

tamar decis6es; comunicar 0 progresso dos alunos aos pais; aperfei90ar 0 ensino e

a aprendizagem.

Pode-se classificar tres tipos de tecnicas de avaliac;ao: testes (tarefas que

sao usadas para medir uma amostra do comportamento do individuo em um

determinado tempo), padem ser orais e escritos, infarmais e padronizados,

dissertativas e abjetivas, verbais e nao verbais; auto relato (0 individuo informa

sabre si mesmo ), a informaC;;ao e usual mente obtida por entrevista ou questionario;

abservaC;;ao (informaC;;ao sobre 0 individuo e obtida de pessoas que 0 observam

numa variedade de situac;;oes), no casa da escola, professares e alunos tem varias

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3.8 AVALIACAo SEGUNDO DAVID AUSUBEL33 E JOSEPH NOVAK34

Avalia980 significa emitir um julgamento de valor ou marito, examinar os

resultados educacionais para saber se preenchem um conjunto particular de

objetivos educacionais.

A avalia9ao desenvolve-se em etapas: decidir quais os resultados da

aprendizagem que se deseja induzir; estruturar 0 processo instrucional de acordo;

determinar 0 grau de progresso em rela~o ao objetivo, durante 0 curso de

aprendizagem; avaliar os resultados dos ultimos da aprendizagem em rela9ao aos

objetivos; utilizar a informa9ao obtida para modificar 0 programa instrucional ou

redefinir os objetivos .

Qualquer programa defensavel de avaJia(:iioap6ia-se em testes peri6dicos

e freqOentes, antes, durante e no final da instru98o; utiliza diferentes tipos de

medida; apresenta resultados diferenciais; enfatiza as fun90es diagn6sticas e de

retroalimenta9ao dos testes.

Diagnosticar a verificar 0 que 0 aprendiz ja conhece, antes de tentar

ensinar-Ihe algo mais. Retroinformar e vigiar a aprendizagem do aluno, para

corrigir, esclarecer e consolidar essa aprendizagem; vigiar a eficacia de diferentes

metodos de ensino e diferentes maneiras de organizar e seqOenciar os assuntos;

verificar se os objetivos educacionais siqnificativos estao sendo atinnicfn~.. p.nr.nr~i~r

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quanta a eficilcia de seus esforc;os instrucionais; oferecer dados uteis para a

tomada de decis6es administrativas. Favorecer 0 desenvolvimento individual eajudar as estudantes a compreenderem a avaliagao independentemente de seus

proprios resultados de aprendizado a partir da experiencia de ser sujeito a uma

avaliac;ao externa. Alguns metodos de avaliac;ao e medida sao: testes

padronizados, exames de dissertac;ao, escritos e crais, observac;6es, exame de

produto de trabalho.

3.8.1 Principios basicos

Segundo MARQUES, urn dos erros didaticos mais frequentes e 0 da nao-

integrac;ao dos criterios e processos de avaliac;:8.o na dinamica gera! do ensina.

Ava/ia-se com um quadro de referencia diferente daquele com que se ensinou.Assim, trabalhando com metodos e tecnicas dinamicas de ensino, 0 professor, pornao conlar com auxiliar au com tempo suficiente, nao faz convenienlemente 0controle do rendimento dcs alunos e, ao final (na hora do exame), oferecequest6es memoristicas, em desacordo com as situaqaes de aprendizagem queofereceu e que visavam desenvo/ver pensamento reflexiv~ e imaginac;aocriadora'.-:6

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Nem todas as tecnicas e instrumentas Sao adequadas aas mesmas fins.

J\ MARQUES, J. C. Ensinar nao e transmitir. Porto Alegre, Globa, 1977, p. 46

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26

c) utilizar, na avalia~iio, uma variedade de tecnicas. Para se ter um quadro

mais completo do desenvolvimento do aluno, e preciso utilizar uma serie

de tecnicas. Dave-s8 utilizar lecnicas que sirvam para avaliar aspectos

quantitativos e tecnicas que sirvam para avaliar aspectos qualitativos.

d) ter consciemcia das possibilidades e limitac;oes das tecnicas de

avalia~o:

Muitas sao as maryens de erro que encontramos, nao 56 nos propriosinstrumentos de avafiaqao (pro vas, testes etc), como tamMm no proprioprocesso (modes como as instrumentos sao usados). No entanle, a pn'ncipalfonte de erro, sem duvida, e a interpretaqao inadequada dcs resultados, Emgera/, as professores atn"buem aos insirumenlos uma precisao que estes naDpossuem. Na me/hor das hip6teses, nossos instrumentos e tecnicas deavaliar;ao proporcionam somen!e resultados aproximados, que devern,portanto, ser assim eonsideradosUJ6

A avalia<;ao e um meio para alcanyar fins e nao um fim em si mesma.

Segundo TURRA37,

o usa da avaliaqao impliea proposito uti/, significativo. E necessado que a esco/a,os professores e os a/unos retomem com mais c1areza e atenqao esse pdncipio.{sso implica aidbuir a avaliaqao seu verdadeiro pape/, ou seja, que deve esseproeesso eontdbuir para melhorar as decisdes de natureza educacionaf - melhoraro ensino e a aprendizagem, bern como 0 p/anejamento e 0 desenvolvimentoeunicular. 0 entendimento erroneo e a desobedienc;a a esse pdncfpio tern sido,em grande parte, causa de frustraqao de aJunos e professores, da insuficiencia daaprendizagem escotar e, sobretudo, da falta de motivaqao para aprendizagem,como faci/mente e constatavel.

A tarefa de avaliac;ao deve come9ar no primeiro dia de aula. Logo que as

alunos chegam a escola, 0 professor deve come~ar a avalia-Ios. S6 assim podera

adquirir informac;oes diretas, imprescindiveis e valiosas para planejar 0 seu

trabalho. 0 trabalho do professor sera tanto mais eficiente quanto mais estiver

36 TURRA, C.M.G. et al. Planejamento de ensino e avalia~ao. Porto Alegre: Emma, 1.962, p. 186.31ld. p. 189.

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deve procurar conseguir essas informary6es atraves de todos os meios que estejam

ao seu alcance: entrevistas com os alunos, observa<;ao do comportamento,

entrevista com pessoas que conheryam a aluno, leitura de fichas informativas sobre

o aluno, etc.

Esses sao os principios basicos que norteiam a avalia<;ao do processo

ensino-aprendizagem. E interessante lembrar que a forma de encarar e realizar a

avalia~o reflete a atitude do professor e suas rela,oes com 0 aluno.

A educac;ao renovada nao mudou apenas os metodos de ensino, que se

tornaram ativos, mas influiu tambem sobre a concep<;80 de avalia<;80. Antes, ela

tinha um carater seletivo, uma vez que era vista apenas como uma forma de

classificar e promover 0 aluno de uma serie para outra ou de urn grau para outr~.

Atualmente, a avaliac;ao assume novas fun¢es, pois e um meio de diagnosticar e

de verificar em que medida os objetivos propostos para 0 processo ensino-

aprendizagem est80 sendo atingidos. Portanto, a avaliac;ao assume urna dimensao

orientadora.

3.9 AVALlAC;Ao SEGUNDO OS PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS

De acordo com os PCNs (Parametros Curriculares Nadonais)38, a

avalia~o deve ir alem da vi sao tradicional, que focaliza 0 controle externo do aluno

mediante notas au conceitos, para ser cornpreendida como parte integrante

intrinseca ao processo educacional. A avaliary80 e um conjunto de atuary6es que

tern como fun<;80 alimentar, sustentar e orientar a interven<;§o pedag6gica.

38 BRASlL. Secrctaria de Educac;iio Fundamental. Par:1mctros curricula res nacionais: introduc;fio aospar.'imclroscurricu1arcs naciotlllis. Brasilia: MEC/SEF, 1977.

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2S

Aconteee continua e sistematica mente par meio da interpretac;:ao qualitativa do

conhecimento construido pelo aluno. A avaliac;ao da aprendizagem 56 pode ocorrer

se relacionada com a oportunidade oferecida, ou seja, a adequa9iio das situa<;6es

didaticas propostas ao conhecimento previa do aluno e aos desatios que estao em

condi<;6esde enfrentar.

Atraves da avalia98o, a professor pode fazer uma reflexao de sua pratica,

podendo adequa-Ia a cada situa9iio. Para 0 aluno, representa um instrumento de

lamada de consciemcia de suas conquistas e dificuldades e para a escola,

possibilita definir metas e objetivos para 0 processo de ensino aprendizagem.

Embora a avalia9iio na perspectiva aqui apontada acontece

sistematica mente durante as atividades de ensina e aprendizagem, e preciso que a

perspectiva de cada momenta da avalia9iio seja definida claramente, para que se

possa alcan9ar 0 maximo de objetividade possivel.

Para abter informac;6es em relayao aos processos de aprendizagem, enecessaria considerar a importancia de uma diversidade de instrumentos e

situa<;6es para possibilitar, de um lado, avaliar as diferentes capacidades e

conteudos curriculares em jogo 8, de Dutro lado, contra star as dados objetivos e

observar a transfer€mciadas aprendizagens em contextos diferentes.

E fundamental a utilizaQ30 de diferentes c6digos, como verbal, 0 oral,

escrito, grafico, numerico, pictorico de forma a considerar as diferentes aptidoes

dos alunos. Considerando essas preocupa90es, 0 professor pode realizar a

avaliaQ30 por meio de:

a) observa98o sistematica, que consiste no acompanhamento do processo

de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como

registros em tabelas, listas de controle, diana de classe e outros;

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29

b) analise da produ,ao dos alunos, que deve considerar a variedade de

produ,oes realizadas por eles, para que se possa ter urn quadro real da

aprendizagem conquistada;

c) atividades especificas para a avaliat;ao nas quais as alunos devem ter

objelividade ao expor sobre urn tema, ao responder urn questionario.

Para [ssae importante garantir que sejam semelhantes as sjtua~6es de

aprendizagem cornumente estruturadas em sala de aula, isto e, que nao

S8 diferenciem, em sua estrutura, das atividades que ja foram realizadas

e tambem deixar claro para os alunos a que S8 pretende avaliar, pais

inevitavelmente, as alunos estarao mais atentos a esses aspectos.

Quanto mais os alunos tenham clareza dos conteudos e do grau de

expectativa da aprendizagem que S8 espera, mais terae condj~es de desenvolver,

com a ajuda do professor, estrategias pessoais e recursos para veneer difrculdades.

A avalia9flo naD deve ser considerada fun~o exclusiva do professor.

Delege-Ia aos alunos e uma condic;:ao didatica necessaria para que construam

instrumentos de auto-regula,ao para diferentes aprendizagens. A auto-avalia,ao euma situ8C;:80 de aprendizagem em que 0 aluno desenvolve estrategias de analise e

interpretay80 de suas produyoes e dos diferentes procedimentos para se avaliar.

Esse aprendizado e central para a constru,ao da autonomia dos alunos, cumpre 0

papel de contribuir com a objetividade desejada na avalia,ao, uma vez que esta s6

poder;, ser construida com a coordenagao dos diferentes pontos de vista tanto do

aluno quanto do professor.

A atividade de avaliayao exige criterios claros que orientam a leitura dos

aspectos a serem avaliados. No casa da avaliaC;8oescalar, e necessaria que se

estabele,am expectativas de aprendizagem dos alunos em conseqOencia do

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ensina, que devem S8 expressar nos objetivDS, nos criterios de avaliar;80 propostos

e na defini9c3o do que sera considerado como testemunho das aprendizagens.

00 contraste entre as criterios de avaliagao e as indicadores expressos na

produ9ao dos alunos surgira a juizo de valor, que constitui a essenciada avaliac;ao.

Os criterios de avalia<;aotem um papel importante, pois explicam as

expectativas de aprendizagem, considerando objetivos e centeudos propostos para

a area e para 0 cicio, a organiz8C;8o169ica e interna dos conteudos, as

particularidades de cada momento da escolaridade e as possibilidades de

aprendizagemdecorrentes de cada etapa do desenvolvimentocognitiv~, afetivo e

social em uma determinada situayao, na qual as alunos tenham boas condic;6es de

desenvolvimento do ponlo de vista pessoal e social. Os criterios de avalia<;iio

apontam as experiencias educativas a que as alunos devem tsr acesso e sao

essenciais para 0 seu desenvolvimento e socializ8c;8.0.Esses criterios de avaliagao

devem refletir de forma equilibrada os diferenles tipas de capacidades e as tres

dimens6es de conleudos, e servir para encaminhar a programac;aae as atividades

de ensina e aprendizagem.

Os crilerios de avaliagao representam as aprendizagens imprescindiveis ao

final do cicio e passiveis a maioria dos alunos submetidos as condic;6es de

aprendizagem propostas; nao podem, no entanto, ser tornados como objetivos.

Os criterios nao expressam todos os conteudos que foram trabalhados no

cicio, mas aqueles que sao fundamentals para que se possa considerar que um

aluno adquiriu as capacidades previstas de modo a poder continuar aprendendo no

cicio seguinte, sem que seu aproveitamento seja comprometido. Os criterios de

avaliac;.aopar area e par cicio, apresentam formulaC;80ampla para ser referencia

para as adaptac;6esnecessarias em cada escola, de modo a poderem criar criterios

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reais para a avaliag80 8, portanto, contribuirem para efetivar a concretiz8C;80 das

intengoes educativas no decorrer do trabalho nos ciclos. Os criterios da avaliay80

devem permitir concretiz8goes diversas par meio de diferentes indicadores; assim,

devera haver um breve comenlario explicalivo que conlribua para a idenlifica.,ao de

indicadores nas produ<;:6es a serem avaliadas, facililando a inlerprela~ao e a

flexibiliz8<;80 desses criterios, em fung80 das caracteristicas do aluno dos objetivos

e conteudos definidos3a

39 BRASIL. Sccrclaria de Educ;:u;:.ioFundamental. Pariimctros curricula res nlll:ionnis: inlrodw;:i1oaos(Xlr.imctros curricularcs Il:lcionais. Brasilia: MEC/SEF. 1977

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32

4 REPENSANDO A AVALlAQAO

Em urn sistema escolar seriado, faz-s8 necessario promover as alunos de

uma serie para Dutra e de urn grau OUcurso para Qutro. 0 aluno vai sar promovido

de acordo com 0 aproveitamento e 0 nivel de adiantamento alcanyado nas matarias

estudadas. E com esse proposito que e utilizada a avaliayao somativ8, com func;:ao

classificatoria, pois ela consiste em classificar os resultados da aprendizagem

alcan'Y8dos pel os alunos ao final de urn semestre, ana ou curso, de acordo com

niveis de aproveitamento preestabelecidos. Portanto, consiste em atribuir aD aluno

uma nota ou conceito final para fins de promo~o. Tradicionalmente, e com essa

func;:ao que a avaliayao tern sido rna is usada na escola. Sua utilidade e mais

administrativa do que pedagogica.

A avaliac;:ao somativa supoe uma comparac;ao, pois 0 aluno e classificado

segundo a nivel de aproveitamento e rendimento alcanc;ado, geralmente em

comparayao com as demais colegas, isto e, com a ciasse. A enfase no aspecto

comparativo e propria da escola tradicionai. Atualmente, com a expansao

quantitativa da educay80, a avaliay8o, que reflete as mudan9as ocorridas na

escola, esta perdendo seu carater seletivo e competitiv~, para se tornar orientadora

e cooperativa. Segundo LUDKE e MEDIANO'" faz-se necessario eliminar

compara90es entre alunos, fazendo os resultados da aprendizagem referirem-se a

criterios preestabelecidos (atraves dos objetivos) ou ao desempenho anterior do

pr6prio individuo,,7.

40 LUDKE, M.; MEDIANO, Z. (Coords.). Avalia!jao na escola do 1.° grau: uma analise sociologica.2. ed. Campinas, S.P.: Papirus, 1994.

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33

A promoyiio de uma sarie para a outra a, para 0 aluno, um estimulo para

prosseguir nos estudos. Geralmente, 0 aluno que repete varias vezes a mesma

sarie tende a demonstrar ausimcia de estimulo e lalta de motivayao para estudar;

algumas vezes, torna-se indisciplinado, ou entao, total mente apatico as atividades

escolares. E a escola, que antes de tudo deve ser um lugar de estudo e realizayiio

pessoal, torna-se para a aluno um local de tortura psicol6gica, devido aos seus

constantes fracassos escolares. As vezes, ocorre 0 mesmo com 0 professor, que

tern pela frente alunos total mente apaticos, ou entaD acaba enfrentando alunos

revoltados e indisciplinados.

Par iSSG, e recomenctavel que 0 aluno seja reprovado apenas quando naG

apresentar as pre-requisitos basicos, necessarios para cursar a sarie seguinte.

Relerindo-se a atribuiyiio de notas e aos critarios de promoyiio, Victor NOLL 41

enfatiza que cada professor tera de usar seu melhor julgamento na situayao, pOis

a atribui~o de notas 8, de maneira geral, uma responsabilidade que naD pade ser

partilhada com ninguem mars. 0 unicD principia indiscutivel e, talvez, a

necessidadede, na medida do passivel, ser justa com todos as alunos e naD

proteger nem prejudicar ninguem. Em Dutro trecho, 0 mesmo autor acrescenta:

"Para fazer justi<;a ao aluno e para obter paz de espirito na avaJia<;ao das

realiza<;6es dos alunos, a objetividade e um alvo que 0 professor deve buscar,042.

Antes de finalizar este propos ito, resta fazer algumas considera<;6es acerca

do sentido da avaliayao para 0 aluno. Ata agora Icram abordadas as lunyoes e os

prop6sitos de avaliayiio do ponto de vista do professor Mas qual a 0 senti do da

·11 NOLL. V. Op. cit., p. 439.41Id.,p.440.

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avaliayao para 0 aluno? Ou, pelo menos, qual deveria ser sua real funy80 para 0

aluno?

A avaliayao deve ser urn instrumento para estirnar 0 interesse e motivar 0

aluno para maior esfon;:o e aproveitamento, e nao uma arma de tortura ou puniy80.

Nesse sentido, a avaliayao desempenha uma funyao energizante, a medida que

serve de incentivo ao estudo. Mas complementando essa fun9aO, a avalia980

desempenha, tambem, outra: a de feed-back ou retroalimentayao, pOis permite que

o aluno conheya seus erros e acertos.

"Um aspecto fundamental para que a avalia9aO cumpra sua funyao

energizante e que 0 aluno conheya os resultados de sua aprendizagem, isto e, que

logo apos 0 termino de uma prova saiba quais foram seus acertos e erras. Quanto

mais imediato for esse conhecimento, mais 0 incentivara a estudar, a corrigir as

falhas e a continuar progredindo,t43 Os especialistas concordam que "quando os

alunos podem examinar suas provas e verificar 0 que e por que erraram, parece

correto supor que muitos, se nao todos, nao tornarao a fazer as mesmos erros,M.

Portanto, apos uma avaliayao, quanto antes 0 aluno conhecer seus acertos e erras,

mais facilmente ele tende a reforyar as respostas certas, sanar as deficiencias e

corrigir os erras. Dessa forma, a avaliayao contribui para a fixa9aO da

aprendizagem e constitui urn incentivo para ° aluno aprender (e nao apenas para

se preocupar com a nota).

Este proposito pretendeu mostrar, em sintese, que a avaliac;:ao nao deve ser

semelhante a urn meteorito que cai repentinamente dos ceus para castigar alunos

indisciplinados, ou para preencher a aula, quando 0 professor nao tiver tido tempo

.1) COLS, Susana; MARTI, M. ct aL PlanclImicnto y c,,·aluaci6n de la tnrca cseolnr. Buenos Aires: Troque,1970.4~ NOLL. V. H. Op. cit. p. -140.

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para preparil-la. A avaliagao e um processo, e como tal deve ser encarada. Par

iSso, ela deve fazer parte da rotina da sala de aula, sendo usada periodicarnente

como urn dos aspectos integrantes do processo ensino-aprendizagem. Ao fazer uso

conjugado das tres modalidades de avaliagao, diagnoslica, formal iva e somativa,

com suas respectivas fun¢es, diagnosticar, controlar e classificar, 0 professor esta

garantindo a eficacia do seu ensino e a eficiencia da aprendizagem.

4.1 OBJETIVOS GERAIS E COMPORTAMENTAIS

A atividade humana e finalistica, isto e, supoe fins a atinglr. Assim, a

educagao se realiza em fun9aOde propositos e metas, e a alua9aOde professores

e alunos, no processo ensino-aprendizagem, esta orientada para a consecuc;ao de

objelivos.

Ja foi visto que existe urna relac;ao intima entre a formulayao de objetivos e a

avaliayao. Avaliar consiste, essencialmente, em determinar em que medida os

objetivos previslos estao sendo realmente alcan,ados. Portanto, a avaliagao efuncional, pois S8 realiza em func;ao dos objetivos estabelecidos.

o professor consciencioso, quando entra numa sala de aula, geralmente

sabe 0 que pretende conseguir, isto e, ao iniciar seu trabalho, ele ja tern em mente,

ainda que de mane ira implicita, os objetivos a serem atingidos. Ele sabe que, se

desenvolver urn trabalho sem ter um alvo definido, corre 0 risco de fracassar, assim

como um barco sem rumo carre 0 perigo de perder-se em alto-mar. Mas nao basta

apenas ter urna vaga noyao dos objetivos. E preciso explicita-Ios, isto e, especifica-

los de forma clara e precisa, para que eles possam real mente orientar e direcionar

as atividades de ensino-aprendizagem, contribuindo para a sua eficacia.

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36

A elabora<;8o do plano de ensino e a definic;ao de objetivos tornou-se

importante sobretudo a partir da amplia~o do conceito de aprendizagem, pois,

atualmente, aprender e considerado alga mais do que a simples memoriza<;aode

informa<;6es.A formula<;aode objetivos de ensino consiste na defini~o de todos os

comportamentos que podem modificar-se como resultado da aprendizagem.

A avalia<;ao,para ser considerada valida, deve ser realizada em fun<;aodos

objetivos previstos, pais, do contrario, a professor podera obter muitos dados

isolados, mas de pouco valor para determinar 0 que cada aluno realmente

aprendeu. E a partir da formula<;80 dos objetivos, que VaG nortear 0 processo

ensino-aprendizagem, que se define 0 que e como julgar, au seja, 0 que e como

avaJiar. E por isso que normalmente se diz que a processo de avaliac;aa come<;a

com a defini~o dos objetivos.

COLona'" afirma que:

Toda situa9ao educacional pressupoe uma serie de atividades organizadas emfun980 da necessidade de provocar mudanqas de comporlamento nos alunos.Pretende-se, a/raves da atua980 pedag6gica, a consecu98o de uma serie deobjetivos. E estes serao considerados em dois niveis. Um, rnais geral, 0 dosobjetivos da educa980 em gera/, de um dado cicio, de uma certa esco/a ou parauma dada area de estudos e, outro, re/acionado ao anterior, mas expresso emtennos de comportamentos diretamente observaveis na atuaqao do a/uno. Essessao os objetivos comportamentais, que consistem numa operacionaliza98o dosobjetivos educacionais, isla e, exprime os objetivos em termos de comportamentosobservaveis,,12.

Portanto, as objetivos educacianais podem ser farmulados em dais niveis:

objetivos gerais, a serem atingidas it Jangapraza e previstas para urn determinado

grau ou cicio, uma escola ou uma certa area de estudos e objetivos

comportamentais, definidos especificamente para uma disciplina, uma unidade de

45COLOITO, C. A. Proccsso de avalia~ao. Rc\'isra Eseo!:l. Sao Paulo, n. 5, abf.. 15 abr. 1972.

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ens ina ou uma aula, e que consistem no desdobramento e na operacionalizac;ao

dos objetivos gerais.

Par sar operacionalizado e formulado em termos de comportamento

observilvel, 0 objetivo instrucional e tambem chamado de comportamental. A

avalia~o do processo ensino-aprendizagem consiste em verifrcar em que medida

os objetivos instrucionais Icram atingidos, ou seja, verilicar se a a9ao pedag6gica

conseguiu realizar as mudanC;8s comportamentais pro pastas. E 0 grau de

consecu9ao dos objetivos propostos que mostra em que medida 0 processo ensino-

aprendizagem obteve exito.

Par iSso, deve haver uma correlayao expHcita entre as objetivos e a

avaliayao. A avaliac;:8,o dos alunos e determinada pel os objetivos propostos no inicio

do curso ou da unidade instrucional, pais os comportamentos a serem avaliados

devem ser as mesmas estabelecidos nos objetivos. E conveniente que as objetivos

de uma unidade de ensina sejam expressos em termos de 8c;:6es ou condutas

passfveis de serem observadas porque, psicologicamente, aprendizagem supoe

uma mudan9a de comportamento. Em vista disso, a fungaa de um currfcula eajudar 0 aluno a adquirir certos comportamentos. Oaf a importancia de se formular

os objetivos do curriculo, definindo-os de forma comportamental, isto e, atraves de

comportamentos observaveis.

Essa abordagem comportamental dos objetivos e resultante da inlluencia da

psicologia behaviorista na instru9iio. Mas essa abordagem introduz uma tecnica de

operacionaliza9ao de objetivos que pode ser utilizada independentemente da teoria

psicol6gica adotada. Eo 0 que diz VIANA'" quando afirma que "a apresenta9iio dos

objetivos educacionais sob um angulo comportamental, inicialmente feita por

46 VIANA. M. Testes em educ:u;.ao. Sao Paulo: Ibm5a, 1973, p. 17.

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3&

influencia da psicologia behaviorista, e hoje em dia recomendada por especialistas

em medida educacional, independentemente da corrente doutrinaria a que S8 filiern.

A tecnica apresenta inumeras vantagens, sobretudo porque enfatiza 0 significado

dos termos empregados e toma 0 objetivo compreensivel,,13.

E comum ouvir a seguinte pergunta: par que formular objetivos

comportamentais para a 8980 educativa? Em resposta, temas a dizer que os

abjetivos assim formulados fornecem uma orientaC;80concreta e segura para a

sele,ao das atividades de ensino-aprendizagem e para a avalia,ao. 0 que se

avalia e a realiz8980 de mudanr;as comportamentais, isto e, 0 alcance dos

objetivos instrucionais propostos. Tomemos 0 exemplo de urn professor que

estabeleceu como urn objetivo a ser atingido par seus alunos em Estudos Sociais 0

seguinte:

a) conhecer a divisao politico-adminislrativa e regional do Brasil. Esse

objetivo, par ser amplo, pouco pode auxiliar 0 professor na escolha de

estrategias de ensino e na elaborar;ao do instrumento de avaliac;ao. No

entanto, se esse objetivo for definido de forma mais especifica,

explicitando as novas comportarnentos a serem demonstrados pelo

aluno, como resultado da aprendizagem, ele se torna urn recurso util

como elemento orientador, tanto na selec;:aodas atividades de ensino-

aprendizagem como na avaliac;:ao.Observa-se esse mesma objetivo

operacionalizado de forma a especificar as comportamentos a serem

manifestados pelo aluno:

• identificar, no mapa, as regi6es brasileiras.

• localizar, no mapa do Brasil, sem legenda, os Estados e Territorios.

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A formula\'iio de objetivos comportamentais, condiciona tanto as estrategias

de ensino como a avaliavao. Quando 0 professor define os objetivos de ensino e

aprendizagem em termos comportamentais, ele esta determinando as conteudos a

serem dominados, isto e, as conhecimentos e informac;6esa serem adquiridos e as

habilidades a serem desenvolvidas para que 0 aluno possa aplicar 0 conteudo em

sua vida pratica. isso permite ao professor selecionar os procedimentos de ensino

mais eficazes e as experiencias de aprendizagem a serem vivenciadas pelo aluno,

bem como determinar a conteudo da avaliac;ao e construir os instrumentos mais

adequados para avaliar 0 que pretende. Se, por exemplo, urn professor estabelece

a operac;aode divisao como sendo urn dos conteudos da area de matematica para

sua ciasse e define como objetivo correspondente apenas "dominar a tecnica

operatoria da divisiio", ele poden3 avaliar esse objetivo apresentando algumas

contas e solicitando ao aluno que fac;a a operac;ao. Mas, se a esse objetivo for

acrescentado um outro: "resolver situac;6es problematicas, aplicando a tecnica

operatoria da divisao", ele ira avaliar a objetivo apresentando situac;6es que

envolvam a divisao e soJicitando ao aluno que as resolva. Se 0 professor sabe

especificar a que pretende atingir com seu ensino, islo e, se formula claramente e

de forma comportamental as objetivos a serem alcanc;ados, toma-se mais facil

definir 0 que e como avaliar.

"A medida que 0 professor estabelece uma relac;ao funcional entre as

objetivos do ensino e a avalial'iio, que tambem e continua. Uma das primeiras

coisas que a professor tera oportunidade de constatar e que de sua maneira de

formular perguntas - quer em aula, quer sob formas de quest6es, de teste ou

exame - ira depender 0 que e como 0 aluno aprende,047

41 ESTEVES. 0. P. Testes., metlidas e a\'aliaf;.io. Rio de Janeiro: ArICS, 1971

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40

Sintetizando, pode-se dizer que a defini,ao dos objetivos instrucionais de

forma comportamental ajuda 0 professor a escolher atividades e experiencias de

ensino-aprendizagem que sejam adequadas e relevantes; selecionar e elaborar as

instrumentos da avaliaryao mais condizentes com as propositos estabelecidos;

estabelecer padr6es de desempenho aceitaveis, para avaliar 0 progresso do aluno

em dire,ao aos objetivos propostos; fixar padr6es e criterios para avaliar 0 proprio

trabalho docente; comunicar, de modo mais preciso, sua inten~o comportamental

aos pr6prios alunos, aos pais e a Qutroseducadores.

Um requisito basico para a formula,ao de objetivos comportamentais e a

clareza de comunica,ao, 0 que torna 0 aspecto formal da linguagem importante,

porque reflete a extensao do pensamento do professor e seus propositos de

ensino. A linguagem usada para expressar um objetivo comportamental deve ser

tao clara e precisa quanta passivel, pois a funry80 do objeto e comunicar uma

inten,ao comportamental, descrevendo ou definindo 0 comportamento final

esperado do aluno. Quando as palavras usadas para definir urn objetivo sao

ambiguas e imprecisas, ele S8 torna vaga e obscuro. Urn objetivo bern definido

torna mais facil a tarefa do professor de selecionar a conteudo e determinar as

procedimentos mais adequados para sua concretizac;ao. Mas os procedimentos

nao devem se confundir com a simples tistagem de conteudo do curso.

Por outro lado, um objetivo comportamental nao focaliza 0 comportamento

do professor, mas sim 0 do atuno, porque 0 objetivo comportamental e uma

descric;ao do comportamento que se espera observar no aluno depois da

experiencia educativa que Ihe e proporcionada, e como con sequencia dela. Quando

os objetivos sao definidos claramente, 0 professor podera identificar, no aluno,

quando os mesmos farem alcan,ados, sejam em parte sejam no todo.

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41

4.2 TECNICAS E INSTRUMENTOS

As coloca¢es anteriores mostraram que a avalia~o, atualmente, al6m da

sua tradicional fun"ao de diagnostico, controla a consecu"ao dos objetivos

previstos para 0 processo ensino-aprendizagern. Para que a avaliayao possa

desempenhar essas novas fungoes que a educa9ao maderna exige, faz-s8

necessaria 0 usa combinado de varias tecnicas e instrumentos de avaliac;ao.

Mas, antes de apresentar essas tecnicas e instrumentos, e preciso lembrar

que a medigao do processo ensino-aprendizagem e realizada de forma indireta. 0

que isso quer dizer? Isso significa que a aprendizagem, assim como qualquer

processo psicol6gico, nao pode ser medida em si. 0 que pode ser medido sao

alguns comportamentos que permitem inferir se houve ou nao aprendizagem. E par

isso que TYLER afirma que "a avaliagao envolve a obtengao de evidencias sabre

mudanc;as de comportamento nos estudantes .•4BE ale completa: ''Tada situac;ao

avaliativa e do tipo de situac;ao que da. aos estudantes uma oportunidade de

expressar 0 tipo de comportamento que estamos procurando avaliar,049, Portanto,

ao verificar 0 rendimento escolar de seus alunos, 0 professor esta medindo e

avaliando certos comportamentos que Ihe permitem deduzir 0 que 0 aluno

aprendeu.

E interessante lembrar tambem que niio e possivel medir toda a

aprendizagem, mas apenas amostras dos resultados alcangados. Por Isso, para

48 TYLER, R. W. Princillios basicos de currlculo c cnsino. Tr.ldu~ao de Leonel Vallandro. 7.ed. Rio deJaneiro: Globo, 1981, p. 10049ld., Ibid., p. 104-105.

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42

que a mediyao seja considerada valida, "e preciso que seja tao extensa quanto

possivel, e que as amostras sejam deveras representativas do conjunto,Bl.

Considerando que, quanta maior for a amostragem, mais perfeita e a

avaliagao, todos as recursos disponfveis de avalia9ao devem ser usados na

obtenyao dos dados.

Essa e mais uma razao que justifica a usa, pelo professor, de tecnicas

variadas e instrumentos diversos de avaliayao. Pois quanto mais dados ele puder

colher sobre os resultados da aprendizagem, utilizando instrumentos variados e

adequados aos objetivos propostos, tanto mais valida sera considerada a

avaliayao.

o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem deve, portanto, ser

acompanhado de uma avaliac;aoconstante. Verifica90es peri6dicas fornecem maior

numero de amostras e funcionam como um incentivo para que 0 aluno estude de

forma sistematica, e nao apenas as vesperas de uma prova. "Tais verifica90es

podem ser informais (trabalhos, exercfcios, participa9ao nos debates, solugao dos

problemas, aplicayao de conhecimentos etc) ou formais (provas propriamente

ditas)'61. Mas a eficacia da avaliac;aodepende do fato de 0 aluno conhecer seus

erros e acertos, para poder reafirmar os acertos e carrigir as erros. Nao e 0

aumenta do numero de provas que vai contribuir para melharar a aprendizagem. Se

ela visar apenas a atribuigao de notas, nao vai melhorar a rendimento do aluno. 0

importante e que as provas sejam utilizadas tanto pelo aluno como pelo professor:

a aluna deve ter acesso a sua prova carrigida para saber a que acertou e 0 que

errou; a professor, par sua vez, deve analisar 0 desempenho de seus alunos para

50 CARVALHO. I.M. 0 proccsso dithitico. Rio de Janeiro: FundayJo Gctulio Vargas, 1972.51 CARVALHO, I. M., p. 346.

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aperfeic;oar seu ensina. A avaliac;ao nao tem um fim em si mesma, mas e um meio

a ser utilizado por alunas e professor para 0 aperfeic;oamento do processo ensino-

aprendizagem.

Ao escolher uma tecnica ou instrumento de avaliayaa deve-se ter presente,

portanto, 0 tipo de habilidade que se deseja verificar no aluno. De acordo com a

classificayiio de BLOOM52 sao os seguintes os diferentes niveis ou categorias de

habilidades cognitivas:

a)conhecimento: envolve a evocac;:ao de informac;:6es. Nesta categoria

estao os conhecimentos de terminologia, de fatos especificos, de

criterios, de metodologia, de principios e generalizac;:6es, de teoria e

estruturas, etc.

Neste nivel 0 aluno reproduz 0 que Ihe foi apresentado. Tal objetivo pode

ser aprendido apenas por memoria. Veja um exemplo:

- 0 ramo da pedagogia que estuda 0 aspecto tecnico do processo de

ensino-aprendizagem denomina-se:

( ) psicologia

() filosofia

( ) metodologia

( ) didatica;

b)compreensao: refere-se ao entendimento de uma mensagem literal

contida numa comunicac;:ao. Para 0 nivel da compreensao, ° aluno nao

deve somente repetir, mas compreender °que aprendeu, ao menos de

52 Bloom, B.S. et al. Taxionomia de objetivos educacionais e dominio cognitivo. Porto Alegre:Globa, 1973, p. 16.

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maneira suficiente para afirma-Io de outra forma. Exemplo: "formule um

problema didatico com suas pr6prias palavras";

c) apticagao: refere-se a habilidade para usar abstragoes em situagoes

particulares e concretas. 0 estudante e solicitado a usar urn metodo,

uma regra ou um principio para resotver um probtema. 0 problema deve

ser novo. Caso contrario, 0 aluno pode estar memorizando solur;oes e

nao apticando principios. Exempto: apresenta-se ao aluno um problema

didatico para que ele 0 resolva aplicando os principios da didatica.

d) analise: refere-se a habilidade de desdobrar uma comunicagao em seus

elementos ou partes constituintes. Exemplo: "identificar os aspectos

relevantes de um problema didatico-pedagogica"

Para alcanyar esse objetivo, a aluno deve usar habilidades citadas nas

categorias anteriores. Deve saber 0 que procurar, compreender as

conceitos envolvidos e aplicar as principios.

e) sintese: trata-se da habilidade para combinar elementos e partes de

modo a formar urn todo. Na sintese, cada aluno deve exprimir suas

proprias ideias, experi€mcias au pontos de vista. Nao apenas uma

resposta c~rreta. Qualquer res posta que englobe a expressao propria e

criativa do aluno vai ao encontro do objetivo da sintese. Exemplo:

capacidade para escrever, de forma criadora, uma historia, um ensaio ou

uma poesia sobre a atividade didatico-pedagogica.

f) avaliagao: refere-se a habilidade para fazer um julgamento sobre 0 valor

do material e dos metodos empregados com 0 objetivo de alcangar

determinados prop6sitos. 0 aluno deve justificar a posigiio por ele

assumida, baseando-se no raciocinio e na relar;ao dos argumentos. Para

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ser avaliaC;ao e nao compreensao ou aplicac;ao, 0 objetivo deve sugerir a

expressao de um ponto de vista individual. Nao pode haver uma unica

"res posta correta". Por isso, esse objetivo nao pode ser avaliado

adequadamente por itens de multipia escolha. Exemplo: em um

problema educacional, determinar a conclusao 16gicae julgar a precisao

de outras formula90es em rela9iio a esta.

Podem-se agrupar as diversas tecnicas e os instrumentos de avaliaC;ao da

seguinte maneira: medidas de rendimento escolar e medidas de desenvolvimento

geral.

Essa divisao entre rendimento escolar e desenvolvimento geral serve apenas

para agrupar as diferentes tecnicas e instrumentos. Na realidade ambos as

aspectos sao relacionados e avaliados ao mesmo tempo.

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5 AVALIACAo QUANTITATIVA X QUALITATIVA

Atualmente, a avaliac;ao de aproveitamento estabeJece urna importancia

maior dos aspectos quantitativos sobre os qualitativos. Avaliar qualitativamente

significa valer-se nao apenas de dados puramente quantificaveis, que podem ser

medidos e observados atraves de testes escritos e orais, mas significa utilizar

asses dados dentro de urn quadro mais amplo, enriquecido pelo envolvimento,

comprometimento e experiencia do professor que avalia. Este julgamento torna-S8

mais global e profunda, no qual 0 aluno e vista como urn todo. Nesta avaliay8o, 0

aluno nao e colocado numa escaJa, mas numa determinada Situ8980 em relayao as

expectativas do professor e tambem dele masmo.

"Nao se trata (...) de estabelecer entre quantidade e qualidade uma

polarizagao radical e estanque (...) cada termo tern sua propria razao de ser e age

na realidade como urna unidade contra nosn53

Avaliar desta forma, ou seja, qualitativamente, nao e tarafa facil. 0 professor

deixa de sar merc caleter de dados quantifieaveis e torna-se alguem que utiliza sua

experiemeia, sua visao, interpretando as fatos dentro de um quadro referendal de

valores que fundamentam sua postura como edueador. Este quadro referendal de

valores pode ser estabeleeido a partir de experiemeias, reflexoes, estudos, analise

de todos os professores, para que os julgamentos feitos por eles sejam eorrentes e

levem a uma situac;ao mais justa para 0 aluno.

Voce podera imaginar que agindo desta forma, facilitara "a vida" do aluno. A

queslao nao e fazer avalia90es faeeis, desejando do aluno somente a retorno

S) DEMO, Pedro. AV:lIi:u;ao (iulilitati"a. Sao P:.tulo: Corte-Ii Aulorcs Associados, 1987, p. 14.

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daquilo que ja fo; dado au esta escrito nos livros. Avaliar naD e verificar a

reproduc;ao, mas fornecer condi96es para que 0 aluno erie algo novo. A avaliaC;8o

deve ser 0 momenta de questionar, de problematizar, de "hipotetizar" 0 que ja foi

vista. 0 professor devera criar formas de avaliac;oes que levern em considerayao 0

raciocinio do aluno, sua capacidade de produzir novas conhecimentos e de S8 auto-

avaliar. Desta forma, a avalia<;iio cumpre seu papel no processo de ensino-

aprendizagem e estabelece noves caminhos. Assim, a propria avaliaC;8o toma-S8

mais urn momento de aprendizagem. 0 caminho do professor que avalia e 0 de

reavaliar a aplicabilidade de seu metoda, de suas avaliayoes e de sua postura

enquanto educador.

Vale a pena lembrar que avaliar naD e dar samente provas escritas. 0

professor deve estar atento para naD correr 0 risco de empobrecer 0 seu processo

avaliat6rio, aplicando s6 um tipo de instrumento, estando claro para 0 aluno que a

avalia~o esla presente em todo 0 processo, ao apliear uma avaliaC;8o especifica, 0

educador deve utilizar varias formas de avaliar, ora aplicando provas escritas, que

por sua vez podem ser preparadas de varias maneiras (solicitando do aluno

identifica~6es, compara~6es, analises de texte. aplica<;iio de um conhecimento,

esquemas, sinleses, multipla escolha, etc.), ora aplicando chamadas orais que

podem levar 0 aluno a expressar suas opinioes, levantar hipoteses, construir novas

quest6es, ora avaliando atraves de sua participaC;8o e atuaC;80 e alem, e claro, de

sua auto-avaliac;8o.

Nesta mesma perspectiva de encarar a avaliaC;8o como processo, 0

professor deve estabelecer, desde 0 inicio, os objetivos, tanto no que se refere a

atitudes, como nos referentes ao conhecimento. Deixe claro para 0 aluno 0 que

voce pretende. Abra-se ao dialoge, discuta com as alunos os objetivos. E entao,

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numa atitude de quem nao esta sozinho e de quem trabalha com 0 grupo,

comprometa-se e as fay8 comprometer-se no cumprimento e na efetivac;ao desses

masmas objetivos.

Enfirn, mudar 0 ritual de avaliayao, deixando de encara-Ia como urn tim em si

masma e vendo-a como urn meio de processo de construvao do conhecimento,

significa dar um grande passo, a mais, na mudan<;:apedag6gica das escolas do

nOS$O Pars. E estar a caminho de uma nova educac;ao, comprometida com 0

educando.

5.2 AVAUAf;,AO DA PRATICA PEDAGOGICA

Segundo Jussara HOFFMANN54, avaliar e dinamizar oportunidades de ac;iio-

refiexao, au seja, precisa a escola repensar sua pratica, nao 56 mudar, atualizar,

dinamizar 0 seu discurso, mas pratica-Io. Nao basta simplesmente criar horarios

rigidos de entrada e saida de sala, de proibi\Ooestipo: "nao e permitido aluno ir ao

banheiro", de reeiclar professores com novas tecnicas, novas metodos, S8 0 cerne

da questao continua estagnado; nao basta indicar que cada professor elaborara

sua prova com 25% de quest6es faceis, 25% diffceis e 50% regular S8 a escola

continua simplesmente analisando 0 aluno como fragmento de um processo e neo

como um todo, ou seja, valorizando suas individuaJidades, seu potencial e a sua

aprendizagem.

Mas sera que avaliar e a melhor forma de atingir os objetivos propostos, enecessaria a aplicac;iio de notas, conceitos? Para HOFFMANN'", estas duas

~I HOFFMAN, J. M. L. Avaliil~lio mctliluloril: urna prJlica em constru~ao da pre-cscola :i univcrsiwdc.Pono Alegre: EducaJ;ao & rcalidade, 1994.s5ld.

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formas (notas e conceitos) sao especificos, acreditando-se que a avaliac;ao

enquanto necessaria podera excluir estas duas formas finais e ser trabalhado

coletiva e conscientemente entre todos envolvidos no processo; escola, dirigentes,

educadores e educandos em discuss6es, dialogos sobre 0 que aprendeu, 0 que

deixou de aprender, 0 que e necessaria rever, ate ande e util para aprender tal

conteudo, S8 vai influir no decorrer da vida pn3tica e a partir desta reflexao conjunta

retamar a aprendizagem sem precisar ser avaliada e medlda com urn veredicto final

chama do nota au conceito.

HOFFMANN56 questiona: "se a avalia<;fjo na vida tem 0 gosto de recome,ar,

de partir para melhor, de fazer muitas tentativas, porque na escola se mantem 0

carater sentensiVD, de constatac;ao, provas de fracassD, periodicidade rigida?"

5.3 A AVALlAC;:AO NA ESCOLA X ALUNO

o aluno, ate par uma questao cultural preocupa-se com a "nota", com sua

aprovaC;80 ao final do ana e dai esta enquadrando-se na avaliac;ao classificatoria.

Procura-se mostrar para os educandos de como seria e5sa avaliaC;80

diagnostica, em que se valorizaria mais a qualidade do que a quantidade, onde ele

educando seria avaliado atraves da identificac;ao do seu crescimento e das suas

falhas em rela,ao ao que fora estudado, buscando novos caminhos para solucionar

as falhas ocorridas e serem atento, a sua autonomia, buscando sua formac;:ao

integral.

56 HOFFMAN. J. M. L. Avalhwao mcdiadom: Unl;J pr.itic;J cm construlf£io cia pre-cscola;i univcrsidadc.Porto Alegre: Educa~;10 & rcalidadc, 1994, p. 191.

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;0

E claro que 0 aluno repudia muitas formas para as quais a avaliaC;8oeutilizada, como forma de puniC;8o,do professor abter 0 dominic da turma e de

tantas Qutras, sabs porem que esses elementos nao deveriam ser as objetivos de

tantas testes, provas, arguic;oes, etc., que resultariam na avaliagao do individuo ao

final de uma etapa, semestre ou que S8 assemelhe.

o educando muitas vezes chega a questionar a forma de obten9ao de

medias que S8 tornaram sin6nimos de avaliac;ao em que 0 aluno obtem urn

resultado geralmente pela soma e divisao de determinadas notas.

Observe-s8 0 exemplo citado par urn dos alunos da s!!serie do 1Q grau de

uma escola da rede publica: certa vez fiz uma prova de matematica parcial e obtive

nota 6,0 e na prova bimestral obtive nota 10,0, mas na minha sala ocorreu uma

discussao entre os colegas por conta da resolu9ao de um problema; eu concordei

com urn dos colegas contra a posic;ao do professor, identificando que ele tinha

errado na resoluC;:80, simplesmente ale disse que minha nota bimestral agora seria

urn zero e a minha media 3,0.57

Observe-se a que ponto se chegou a rela9ao professor-aluno no momento

de avaliar. Sera que fcram considerados os objetivos que se pretendia alcan9ar

com os conteud.osensinados e que ° aluno demonstrara ter aprendido atraves da

resolu~ao, embora essa nao seja a forma mais correta de se avaliar, pOis

considerou-se apenas etapas do processo de avalia~ao, no caso, s6 as notas das

provas, mas ao mesmo tempo se deixou considerar 0 resultado apresentado pelo

aluno para servir de punic;aoa um fato isolado no processo.

o educando procura compreender 0 processo de avalia~ao, mas ele econtradit6rio atraves daqueles que 0 exercem de forma mais direta - os

51 PILElII, C. Did:hicll genii. S:io Paulo: Atica, 1988.

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professores, dai sentirem 0$ alunos, a avaliagao como urn fim, ou seja, a nota

indicara a sua aprova9ao au reprovayao.

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52

CONCLUSAO

A avalia,ao deve ser a reflexao transformada em a,ao. A,ao essa que

impulsione a novas reflex6es. Reflexoes permanentes do educador sabre sua

realidade e acompanhamento, passo a pas so, do educando, na sua trajetoria de

constru9c30do conhecimento. Urn processo interatlvD, atrav8S do qual, educandos e

educadores aprendem sabre si mesmos e sabre a realidade escolar no ata proprio

da avalia,ao.

Nao S8 deseja uma avaliay80 autoritaria que assuma unilateral mente a

responsabilidade pelo diagnostico do desempenho do aluno e que, a partir dai,

toma decis6es fora do alcance que a propria avalja~o oferec8.

A avalia9c3odeixa de ser urn momento terminal do processo educativ~ (como

hoje e concebida) para S8 transformar na busca incessante de compreensao das

dificuldades do educando e na dinamiz8980 de novas oportunidades de

conhecimento. Na medida em que a 8980 avaliativa exerce uma funyao dialogada e

interativa, ela prom ave as seres moral e intelectualmente, tornando-se criticos e

participativos, inserides no centrato social e politico.

Para que se recenstrua 0 significado da agao avaliativa de acompanhamento

permanente do desenvolvimento do educando, e necessario revitaliza-Io no

dinamismo que encerra ayao, reflexao, agao, ou seja. concebe-Ia como inerente e

indissociavel da educagao observadora e investigadora no sentido de favorecer e

amp liar as possibilidades proprias do educando, 0 que significa manter-se atento e

curiosa sobre as manifestagoes dos alunos, oportunizando situac;;6es de

aprendizagem enriquecedoras.

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53

A confian\Oamutua entre educador e educando quanto as possibilidades de

reorganizayao conjunta do saber pode transformar 0 ate avaliativo em urn momento

prazeroso de descoberta e troca de conhecimento.

Reafirma-se que sera necessaria avaliar os alunos atraves da observac;ao

diaria de seu desempenho, individual e em grupo, pois se acredita que: a avaliagiio,

mais do que produc;ao de conhecimento, e um ato politico. Requer conhecimento,

aproximac;ao com 0 real para compreender 0 contexto, para aprender, captar,

interpretar e explicar os dados da realidade que a rodeiam.

E necessario na avaliac;ao dos alunos dar enfase ao seu crescimento de

forma integral e ajuda-Io a aprender a se auto-avaliar e a buscar novas caminhos

para sua realizac;ao, com sabedoria e responsabilidade.

Finalmente, enfatiza-se que as professores convertam as metodos

tradicionais (de verifica\Oaode erros e acertos) em metodos investigativos, de

interpretac;ao das alternativas de soluc;oes propostas pelos alunos as diferentes

situac;6es de aprendizagem. Privilegiem as tarefas intermediarias e sucessivas em

todos as graus de ensino, descaracterizadas de func;oes de registro peri ado par

qU8stoes burocraticas.

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