monografia rosiane completa 2016
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROGRAMUS
ROSIANE MONTEIRO DE OLIVEIRA
JOGOS E BRINCADEIRAS: A importância do lúdico na educação
infantil
Beneditinos - PI
2016
ROSIANE MONTEIRO DE OLIVEIRA
JOGOS E BRINCADEIRAS: A importância do lúdico na educação
infantil
Monografia apresentada ao Instituto Superior de
Educação Programus como requisito parcial para
obtenção do grau de Licenciatura Plena em
Pedagogia.
Orientador: Prof.: Francisco Edesio C Soares
Beneditinos - PI
2016
ROSIANE MONTEIRO DE OLIVEIRA
JOGOS E BRINCADEIRAS: A importância do lúdico na educação
infantil
Monografia apresentada ao Instituto Superior de
Educação Programus como requisito parcial para
obtenção do grau de Licenciatura Plena em
Pedagogia.
Orientador: Prof.: Francisco Edesio C Soares
Aprovado em ______/______/______
Resultado: _____________________
BANCA EXAMINADORA
Professor orientador: Francisco Edesio C Soares
Beneditinos - PI
2016
Dedico aos meus pais que não tiveram a
mesma sorte e oportunidade que tive de
estudar e alcançar o título que agora alcanço;
Aos meus irmãos Rosana e Rogério que me
apoiaram nesta jornada; A meu filho Caio que
foi minha grande fonte de inspiração para
realização deste trabalho e a meu esposo
Railton que sempre esteve ao meu lado
torcendo para que eu realizasse este sonho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar
as dificuldades e concluir este trabalho.
Agradeço aos meus pais que me incentivaram e me apoiaram durante todas
as etapas do curso.
Aos meus mestres pela paciência e presteza em me atender sempre que
precisei.
Ao meu irmão que mesmo longe me apoiou e contribuiu para que esse sonho
se realizasse.
Enfim agradeço a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa decisiva
em minha vida.
As crianças não brincam de brincar. Brincam de verdade.
(Mario Quintana)
RESUMO O presente estudo tem o propósito de investigar o quanto o uso de jogos e brincadeiras é favorável para educação infantil nas escolas da comunidade de Beneditinos/PI. Para a realização desse estudo, baseou-se nos meios lúdicos como coadjuvantes ao desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Na pesquisa utilizou-se como técnica a abordagem qualitativa e foi desenvolvida através da observação do campo e entrevistas com educadores e pessoas do meio educacional da comunidade. Como suporte metodológico, utilizou-se um questionário previamente elaborado a cerca da temática, contendo questões subjetivas e objetivas e foi aplicado para os educadores a fim de aprofundar o estudo. A elaboração completa deste trabalho se deu através de observações, visitas as instituições, da análise dos conteúdos respondidos nas questões subjetivas pelos educadores, bem como do vasto acervo literário. O estudo é destinado tanto às crianças de modo geral, quanto aos profissionais de educação infantil. Portanto, as informações obtidas através dos relatos e respostas das questões objetivas, bem como das observações e pesquisa literária, permitiram perceber que parte dos professores de educação infantil têm uma visão fragmentada e/ou conservadora sobre criança. Mostram-se pouco preocupados com a formação integral da criança e priorizam mais o “cuidar”. Esse dado chamou a atenção pelo fato das instituições atenderem crianças de pré-escolar e/ou alfabetização e sua rotina assemelhar-se a uma instituição de cunho assistencialista como é o caso das creches. E por isso ainda se utilizam muito pouco de jogos e brincadeiras como meio para educar as crianças. Além disso, evidenciou-se certa resistência a mudanças e pouco interesse de parte dos educadores para adotarem novos métodos de ensino. Palavras-chave: Educação; Criança; Jogos; Brincadeiras; Lúdico.
ABSTRACT
The present study aims to investigate how the use of games and games is favorable for early childhood education in schools in the community of Beneditinos / PI. For the accomplishment of this study, it was based on the playful means as aids to the development and learning of the children. In the research the qualitative approach was used as a technique and it was developed through the observation of the field and interviews with educators and people from the educational environment of the community. As a methodological support, a questionnaire previously elaborated around the subject, containing subjective and objective questions was used and it was applied to the educators in order to deepen the study. The complete elaboration of this work was made through observations, visits to the institutions, the analysis of the contents answered in the subjective questions by the educators, as well as the vast literary collection. The study is aimed at both children in general, as well as at nursery school. Therefore, the information obtained through the reports and answers of the objective questions, as well as of the observations and literary research, allowed to realize that some of the teachers of preschool have a fragmented and / or conservative view on children. They are little concerned with the integral formation of the child and prioritize more the "caring". This fact has drawn attention to the fact that institutions attend pre-school and / or literacy children and their routine resemble an institution of a caregiving nature, such as day-care centers. And so little play and play is still used as a means to educate children. In addition, there was some resistance to change and little interest on the part of educators to adopt new teaching methods. Palavras-chave: Education; Child; Games; Jokes; Playful.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 09
1.1 Problema ----------------------------------------------------------------------------------------- 10
1.2 Hipótese ------------------------------------------------------------------------------------------ 10
1.3 Objetivo geral ----------------------------------------------------------------------------------- 10
1.3.1 Objetivos específicos ---------------------------------------------------------------------- 11
1.4 Justificativa -------------------------------------------------------------------------------------- 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO --------------------------------------------------------------- 12
2.1 Breve histórico dos jogos e brincadeiras --------------------------------------------- 12
2.2 Concepção de criança ----------------------------------------------------------------------- 12
2.3 A educação da criança ------------------------------------------------------------------------- 13
2.4 Jogos e Brincadeiras na educação infantil ------------------------------------------- 14
2.5 Desenvolvimento através dos jogos e brincadeiras ------------------------------- 16
2.6 Como os jogos e as brincadeiras facilitam no desenvolvimento da criança --
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------17
3 METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------------ 21
3.1 Campo --------------------------------------------------------------------------------------------- 21
3.2 Participantes ------------------------------------------------------------------------------------ 21
3.3 Instrumentos e Procedimentos ----------------------------------------------------------- 21
3.4 Tratamento dos Dados ---------------------------------------------------------------------- 22
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ------------------------------------------------------ 24
4.1 Campo --------------------------------------------------------------------------------------------- 24
4.2 Perfil dos Participantes ---------------------------------------------------------------------- 24
4.3 Análises de resultados dos instrumentos aplicados ------------------------------ 25
5 CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 35
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------- 37
7 ANEXO -------------------------------------------------------------------------------------------- 39
9
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista a situação atual dos meios de ensino infantil, quanto às
limitações que dificultam o trabalho do profissional educador para prender a atenção
da criança de modo que tenha uma aprendizagem melhor, este trabalho buscará
conciliar as atividades escolares com o gosto de brincar das crianças, como
também, a necessidade de introduzir jogos e brincadeiras no contexto do ensino
infantil. Esta conjuntura contempla a educação das crianças e as tem como essência
para construção de uma sociedade mais justa. Pois conforme pensamento de
Vigotsky (1989, p. 84), “as crianças formam estruturas mentais pelo uso de
instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da
tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da
realidade”. Em relação à atividade pedagógica, Almeida (2004 apud Jesus 2010)
afirma que o ato de brincar desenvolve o intelectual, a criatividade e a estabilidade
emocional, proporcionando alegria e prazer. Desta forma não tem como negar a
importância do lúdico na educação infantil. Contemplando esta afirmação, Jesus
(2010) vai mais além e afirma que pais e educadores estão a cada dia mais
conscientes dos benefícios que as brincadeiras tradicionais podem trazer para as
crianças e que essas brincadeiras são mantidas em nossa sociedade devido a sua
importância no processo histórico-cultural. Além disso, contribuem para o
desenvolvimento de habilidades psicomotoras, cognitivas e também para a
afetividade recíproca e a interação social, desenvolvendo laços de amizade entre as
crianças.
Diante disto, será abordado o uso dos jogos e brincadeiras como meios
auxiliares de ensino infantil conforme embasamento de diversos autores, a
importância e a necessidade da introdução destes meios, a caracterização nos
aspectos de aprendizagem, na exploração de novos conhecimentos e muitos outros
benefícios em favor do aprendizado da criança.
10
1.1 Problema
A educação infantil é uma fase muito importante para o desenvolvimento das
pessoas. Hoje com a velocidade e quantidade de informações que as crianças
dispõem, acabam experimentando sensações fora de sua faixa etária, que de certa
forma podem atrapalhar em sua formação. Diante disto, buscando meios que
coloquem as crianças em um mundo de sua realidade e melhore o processo de
aprendizagem, os jogos e brincadeiras são importantes no processo de
aprendizagem na educação infantil?
1.2 Hipótese
Por meio das brincadeiras que a criança tem diversos benefícios para seu
desenvolvimento nos mais amplos sentidos. A criança que brinca tem um
crescimento saudável, ela desenvolve a afetividade, imaginação e a curiosidade.
Jogando e brincando a criança tem a oportunidade de interagir com outras crianças.
Ronca (1989, p. 27) afirma que “o movimento lúdico, simultaneamente, torna-se
fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações,
elabora sequências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia
conceitos das várias áreas da ciência”. Por estas afirmações, entende-se que o
brincar é um impulso natural da criança, que aliado à aprendizagem torna-se mais
fácil à obtenção do aprender devido à espontaneidade das brincadeiras através de
uma forma intensa e total.
1.3 Objetivo Geral
Este trabalho pretende introduzir jogos e brincadeiras no ensino infantil de
maneira que auxilie o profissional educador na abordagem dos conteúdos
disciplinares mostrando a importância para o desenvolvimento da aprendizagem na
educação infantil. No contexto, será abordado o uso dos jogos e brincadeiras e a
forma como devem ser aplicados nas tarefas disciplinares.
11
1.3.1 Objetivo específico
- Analisar o papel exercido pelos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da
educação infantil;
- Verificar os aspectos legais de jogos e brincadeiras na sala de aula;
- Identificar os fatores principais dos jogos e brincadeiras na sala de aula;
- Enriquecer o conhecimento das crianças através dos jogos e brincadeiras;
- Tornar atrativo as atividades disciplinares dentro da escola;
- Facilitar o relacionamento dos professores com os alunos e entre os próprios
alunos;
- Criar na escola um ambiente saudável e alegre para as crianças.
1.4 Justificativa
Considerando o dinamismo com que as informações chegam até as crianças
e os métodos atuais de ensino que se tornam obsoletos diante da realidade, é
importante que as escolas de ensino infantil adotem métodos que estejam mais de
acordo com o contexto atual no que diz respeito à educação infantil. Para isso, esse
estudo propõe um trabalho mais abrangente com as crianças, com a criação de
espaços que propicie o desenvolvimento cognitivo e social. Neste caso, o uso de
jogos e brincadeiras assume papel importante no desenvolvimento do aprendizado
das crianças. Além disso, o estudo terá grande relevância acadêmica e social na
formação destas crianças. De outro modo, o jogo didático desenvolve de forma
prazerosa e inovadora a aprendizagem da criança e o educador precisa está
preparado para criar maneiras de defesas de trabalhar os jogos e as brincadeiras.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Breve histórico dos jogos e brincadeiras
Os jogos e brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão
presentes na humanidade desde o seu inicio. Os jogos advém das antigas
civilizações como gregos e romanos assim como sua importância na educação
infantil. Segundo Jesus (2010) a palavra jogo vem do latim “incus” que quer dizer
diversão, brincadeira. As definições encontradas em nossos dicionários são:
distração, passatempo, divertimento.
Com a influência do cristianismo que tinha uma educação disciplinadora e
pregava a obediência, a prática de jogos era considerada uma má influência para os
jovens. Já no renascentismo, os jogos eram vistos como atividade benéfica para
juventude. No Brasil os colégios jesuítas foram os primeiros a adotarem os jogos
como meio de desenvolvimento educacional. Porém só a partir do século XVIII a
criança passar a ser vista como um ser diferente do adulto e a brincadeira torna-se
uma atividade associada à idade.
Jesus (2010 p. 5), diz que “o brincar não significa apenas recrear, é muito
mais. É uma das formas que a criança encontra de se comunicar com o mundo. O
brincar, em todas as suas formas, é capaz de proporcionar alegria e divertimento.”
Neste sentido entende-se que os jogos e brincadeiras representam muito mais que
um simples meio de distração para criança, é um meio valioso de introduzir o
conhecimento e desenvolver o aprendizado da criança. É uma forma de incentivar a
curiosidade, à procura de novas descobertas e à interação com o meio,
desenvolvendo assim a criança como um ser social.
2.2 Concepção de criança.
A concepção atual de criança é algo historicamente construído ao longo dos
anos. Dessa maneira, é possível observar os contrastes em relação ao sentimento
de infância presente em determinados momentos da história. Algumas atitudes que
13
hoje parecem um absurdo, como o tratamento indiferente à criança pequena, há
alguns séculos atrás era considerado como algo normal. Segundo Souza (2008 p.
81),
A concepção de criança é uma noção historicamente construída e que vem mudando ao longo do tempo. Tal concepção reafirma a natureza singular das crianças, isto é, são seres que sentem e pensam de um jeito próprio. Outro aspecto importante é o destaque dado à diversidade social e cultural como fatores dessa singularidade da criança.
Assim sendo, por exemplo, em uma mesma cidade, existem diferentes
maneiras de se considerar as crianças, dependendo da classe social a qual
pertencem e do grupo étnico do qual fazem parte.
O cenário brasileiro nos mostra uma adversidade com relação à concepção
de criança. De um lado, boa parte das crianças enfrenta um cotidiano que as conduz
desde muito cedo a precárias condições de vida, ao trabalho infantil, ao abuso e
exploração por parte de adultos. E de outro, crianças são protegidas de todas as
maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral cuidados
necessários ao seu desenvolvimento. Independente da situação em que as crianças
se encontram, o desafio do educador é compreender, conhecer e reconhecer o jeito
particular das crianças serem e estarem no mundo, pois elas permanecem únicas
em suas individualidades e diferenças. E o objetivo da escola é a formação integral,
levando em conta os aspectos físico, psicológico, intelectual e social da criança. É
na educação infantil, a fase ideal para trabalhar com a construção da autonomia,
criticidade, criatividade, princípios éticos, em um exercício permanente de cidadania.
2.3 A educação da criança
Com relação à educação da criança, é de responsabilidade tanto da família
quanto da escola. Vimos que hábitos, costumes e valores demandam diferentes
maneiras de educar as crianças, portanto escola e família educam juntos. A
educação Infantil nem sempre teve um lugar de destaque na formação da criança
pequena. Surgiu como uma instituição assistencial que vinha com objetivo de suprir
as necessidades da criança de se ocupar, em muitos aspectos o lugar da família.
Pelo fato da necessidade dos membros da família trabalharem e nem sempre terem
14
com quem deixar os seus filhos pequenos, aparece aqui a creche que por sua vez,
assume o papel de cuidar e educar as crianças especialmente nos primeiros anos
de vida.
No ponto de vista educacional, Vigotsky (1989) afirma que,
Os primeiros anos de vida da criança contribui para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação caminham juntos, a imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista, na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da realidade. Esse distanciamento da realidade através de uma história por exemplo, é essencial para uma penetração mais profunda na própria realidade, afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos quais a cognição da realidade se complica e se enriquece.
Neste sentido, entende-se que a educação infantil passou por diversas
modificações afim de atender da melhor maneira as verdadeiras necessidades das
crianças e até mesmo em virtude do cumprimento do papel do estado. Atualmente, a
educação Infantil passou a ser a primeira etapa da Educação Básica, integrando-se
aos ensinos Fundamental e Médio. Só então a Educação Infantil ganhou uma
dimensão mais ampla dentro do sistema educacional e a criança foi vista como
alguém capaz de criar e estabelecer relações, um ser sócio-histórico, produtor de
cultura e inserido nela e que, portanto, não precisa apenas de cuidado, mas está
preparado para a vida.
2.4 Jogos e Brincadeiras na educação infantil
No processo educativo é essencial o uso de diversas técnicas e ferramentas
para que os educadores consigam melhores aproveitamentos no aprendizado das
crianças. Para isso há o lúdico, meio pelo qual se utilizam de jogos e brincadeiras
para melhor passarem as lições necessárias para o aprendizado sem prejudicar o
lazer e o prazer das crianças. Segundo Rosamilha (1979, p.77), a criança é, antes
de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a natureza
encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu
desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais desse artifício,
coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais,
aliados e não inimigos. A capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço
15
para resolução dos problemas que as rodeiam. A literatura especializada no
crescimento e no desenvolvimento infantil considera que o ato de brincar é mais que
a simples satisfação de desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer
tempo e espaço próprios; um fazer que se constitui de experiências culturais, que
são universais, e próprio da saúde porque facilita o crescimento, conduz aos
relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo e
com os outros. Cabe ressaltar, no entanto, que no mundo capitalista em que
vivemos o lúdico está sendo extraído do universo infantil. As crianças estão
brincando cada vez menos por inúmeras razões: uma delas é o amadurecimento
precoce; outra é a redução violenta do espaço físico e do tempo de brincar, ou seja,
o excesso de atividades atribuídas, tais como escola, natação, inglês, computação,
ginástica, dança, pintura, etc. Tudo isso toma o tempo das crianças e, na hora de
brincar, quando sobra tempo, muitas vezes ficam horas em frente à televisão,
divertindo-se com jogos violentos e rodeadas de brinquedos eletrônicos, onde as
interações sociais e a liberdade de agir ficam determinadas pelo próprio brinquedo.
Eles fazem quase tudo pelas crianças, se movimentam e até falam, sobrando pouco
espaço para o faz-de-conta. Entretanto, o mais grave de tudo, é que os pais estão
esquecendo a importância do brincar.
O brincar infantil não pode ser considerado apenas brincadeiras superficiais,
sem valor, pois no verdadeiro e profundo brincar, acordam, despertam e vivem
forças de fantasias que, por sua vez chegam a ter uma ação direta sobre a formação
e sobre a estruturação do pensamento da criança. O brincar infantil constitui a forma
básica mais importante e decisiva do ser humano, por fazer desabrocharem e
ativarem as forças criativas da criança. A fantasia infantil necessita para pode
desenvolver pelo manuseio ativo e curioso do material que a criança tem
oportunidade de vivenciar no mundo, as formas e a qualidade de tudo que existe.
Vygotsky (1991) nos evidencia as características infantis, ao apontar a
importância da linguagem e da percepção que envolve sentido e significado o
mundo, vestem pelas crianças. Segundo Santos (1999), para a criança, brincar é
viver. Esta é uma afirmativa bastante usada e aceita, pois a própria história da
humanidade nos mostra que as crianças sempre brincaram, brincam hoje e,
16
certamente, continuarão brincando. Sabemos que ela brinca porque gosta de brincar
e que, quando isso não acontece, alguma coisa pode não estar bem. Enquanto
algumas crianças brincam por prazer, outras brincam para dominar angústias, dar
vazão à agressividade.
Para Santos (1999), o brincar pode ser visto de várias maneiras:
- Visão filosófica: é abordado como um mecanismo para contrapor à racionalidade. A
emoção deverá estar junto na ação humana tanto quanto a razão;
- Visão sociológica: uma forma mais pura de inserção da criança na sociedade.
Brincando, a criança vai assimilando crenças, costumes, regras, leis e hábitos do
meio em que vive;
- Visão psicológica: está presente em todo o desenvolvimento da criança nas
diferentes formas de modificação de seu comportamento;
- Visão criativa: tanto o ato de brincar como o ato criativo estão centrados na busca
do “eu”. É no brincar que se pode ser criativo, e é no criar que se brinca com as
imagens e signos fazendo uso do próprio potencial;
- Visão pedagógica: tem se revelado como uma estratégia poderosa para a criança
aprender. A partir do que foi mencionado sobre o brincar nos mais diferentes
enfoques, podemos perceber que ele está presente em todas as dimensões da
existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças.
Neste sentido, podemos afirmar, realmente, que “brincar é viver”, pois a
criança aprende a brincar brincando e brinca aprendendo. A criança brinca porque
brincar é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a
educação são vitais para o desenvolvimento do potencial infantil.
2.5 Desenvolvimento através dos jogos e brincadeiras
As brincadeiras fazem parte da infância do ser humano e são através delas
que as crianças satisfazem seus interesses e desejos particulares. Sendo um meio
privilegiado de inserção na realidade, pois expressa a maneira como a criança
reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo ao seu redor. Os jogos e
brincadeiras estão presentes no dia-a-dia das crianças nas creches, basta estarem
17
dispostas a brincar e usar a criatividade para que seu desenvolvimento se dê por
meio das descobertas. É a partir deste princípio que a criança pode se expressar,
analisar e transformar a realidade.
Para Cória-Sabini e Lucena (2004) “a palavra brincar não se relaciona apenas
às atividades da criança, pois em todas as idades as pessoas brincam.” Também os
jogos estão presentes em todas as faixas etárias, embora as crianças os pratiquem
deforma mais frequente e com mais liberdade.
Para Garcia e Marques (1990. apud Cória-Sabini, 2004, p. 27- 28),
“Quando as crianças brincam, observa-se a satisfação que elas experimentam ao participar das atividades. Sinais de alegria, risos, são componentes desse prazer, embora a contribuição do brincar vá bem mais além de impulsos parciais. A criança consegue conjugar seu mundo de fantasia com a realidade, transitando, livremente, de uma situação a outra. Há uma ação psicofísica na consecução dos objetivos: no ato de brincar, a criança propõe-se a fazer algo e procura cumprir sua proposição.”
Deste modo, a criança tende a ter maior desenvolvimento quando se sente
satisfeita com o meio em que vive, especialmente na escola. E os jogos e as
brincadeiras contribuem muito para ajudar a criar este ambiente saudável para o
desenvolvimento do aprendizado das criança.
2.6 Como os jogos e as brincadeiras facilitam no desenvolvimento da criança.
No ensino infantil tradicional, sem o uso dos jogos e brincadeiras, a criança
faz as atividades disciplinares de modo repetitivo e a recreação sem direcionamento
educacional, ou seja, ela brinca aleatoriamente com o que lhe convém naquele
momento. No entanto, as crianças precisam de algo mais abrangente, de atividades
mais significativas em suas vidas. Cória-Sabini e Lucena (2004 p. 40) ressaltam que
“os jogos só aparecem nas horas reservadas ao esporte, e a vida social entre as
crianças não é utilizada para a aprendizagem.”
Os jogos e brincadeiras permitem que os professores verifiquem o nível de
domínio que a criança tem dos conteúdos curriculares e faça o planejamento das
atividades de modo que avance o aprendizado. Em determinado período, como o
sensório-motor, é importante criar um ambiente onde a criança possa manipular
diversos tipos de materiais, para que as crianças tenham conceitos básicos sobre os
18
objetos que os cercam. Em outra fase, acriança pode transformar a realidade
segundo as suas necessidades e assimilar as vivências, representando-as através
dos jogos simbólicos.
Segundo Piaget (1975 apud Coria-Sabini e Lucena, 2004, p. 41),
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a essa seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência.
Desse modo, os jogos e as brincadeiras permitem também uma ampliação e
flexibilização dos conceitos. Isso se dá através das regras contidas nos jogos e
brincadeiras, na adaptação de ações individuais, bem como o respeito às diferenças
que é pré-requisito para convivência harmoniosa entre os indivíduos.
Por meio das brincadeiras, os professores podem observar e construir uma
visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma
em particular registrando sua capacidade de uso das linguagens, assim como de
suas capacidades de uso dessas linguagens. Os jogos de construção e aqueles que
possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de tabuleiro),
didáticos e corporais, contribuem para ampliação dos conhecimentos infantis.
Segundo Vygotsky (1984) “é brincando, jogando, que a criança revela seu
estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em
uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.” Para
Piaget (1975) e Winnicott (1975), “conceitos como jogo, brinquedo e brincadeira são
formados ao longo de nossa vivência. É a forma que cada um utiliza para nomear o
seu brincar.” Entre os autores que se dedicaram ao estudo dos jogos e brincadeiras,
Huizinga (1990) foi um dos que mais se aprofundou no assunto, estudando o jogo
em diferentes culturas e línguas.
Assim sendo, é preciso saber entrar no mundo da criança, no seu sonho, seu
jogo e suas brincadeiras proporcionando mais alegria espontânea e criatividade
autônoma e afetiva. Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na
constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu
estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em
19
uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. A
criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza,
construindo seu próprio pensamento. Portanto, tem importante papel no
desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e
ainda colabora na organização dos processos em andamento. Neste processo em
que há um dispositivo estimulante para a criança que no caso são os jogos e
brincadeiras, Vygotsky (1984, p.97) afirma que a brincadeira cria para as crianças
uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância
entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou
com a colaboração de um companheiro mais capaz. Neste caso, evidencia-se que
por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu
cotidiano, as quais são reelaboradas pela imaginação e pelo faz-de-conta. Esta
representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências
passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real, de acordo
com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Em se tratando de
desenvolvimento, tanto Vygotsky (1984) quanto Piaget (1975), afirmam que não é
linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a
criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento,
ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a
verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a
formação de conceitos. Negrine (1994) afirma que as atividades lúdicas contribuem
consideravelmente no desenvolvimento da criança e que envolve todas as
dimensões pedagógicas tais como: inteligência, afetividade, motricidade e
sociabilidade. Afirma ainda que a afetividade constitui a energia necessária para a
progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança.
Portanto, brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um
espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o
pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos,
desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e
20
o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a
solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de
jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo.
21
3 METODOLOGIA
Neste tópico será apresentado o delineamento para a coleta e tratamento dos
dados do presente estudo.
3.1 Campo
O estudo terá como campo as escolas de ensino infantil do município de
Beneditinos – PI.
3.2 Participantes
Os participantes serão professores do ensino fundamental especialmente da
educação infantil.
3.3 Instrumentos e Procedimentos
Este estudo será desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica, onde
buscará através das obras e obedecendo a legislação, encontrar fundamentos que
possam embasar o uso dos jogos e brincadeiras na educação infantil durante as
aulas e aplicação dos conteúdos disciplinares. Também será realizada uma
pesquisa de campo onde serão visitadas escolas da comunidade de Beneditinos –
PI e será observado a realidade dos métodos de ensino atuais, como também será
questionado aos profissionais educadores a forma e os meios que se utilizam para
aplicar os conteúdos disciplinares e as atividades recreativas.
Para melhor compreensão dos resultados, usou-se como método de
avaliação, a combinação dos métodos qualitativo e quantitativo. Esta escolha se
deve à intenção de intervenção estratégica mediante resultados da pesquisa
exploratória. Além disso, o estudo de caso feito através de pesquisa exploratória,
conforme Gresseler (2004 P. 56) “restringe o numero de elementos em estudos e
aprofunda-se no número de variáveis.” Afirma que “devido à restrição da amostra,
22
torna-se um estudo limitado quanto à representatividade e, consequentemente,
quanto à extrapolação de seus resultados.” Acrescenta ainda que esse método,
“apresenta uma forte dependência da capacidade, sensibilidade e preparo do
pesquisador. Por outro lado, sua flexibilidade permite a descoberta de novas
relações”.
Outras razões para escolha deste método, é que os relatos utilizam uma
linguagem e uma forma mais acessível do que outros métodos e os resultados
podem ser mostrados por diversos veículos como: escrita, comunicação oral,
fotografias, vídeos, desenhos slides e etc.
A pesquisa será aplicada para os docentes no sentido de mensurar o quanto
são utilizados os jogos e brincadeiras na educação infantil atualmente e a
necessidade de introduzir estes meios com o propósito de melhorar o trabalho dos
docentes e dá qualidade e dinamismo no processo ensino-aprendizagem na
educação infantil. As perguntas abordarão os principais pontos que podem indicar a
confirmação da problemática proposta no tema.
Os docentes responderam questões objetivas e subjetivas onde tiveram
oportunidade de externar suas sensações ora vividas em relação ao cumprimento de
suas tarefas como docentes. Algumas questões utilizou-se o método da pontuação
em uma escala de 0 a 5 onde 0 representa a menor relevância ao tema e 5 a maior
relevância ao tema. Outras, o respondente escolheu uma opção indicando a
resposta que mais corresponde à sua opinião e nas questões abertas, pôde
expressar sua opinião mais profunda sobre o tema.
3.4 Tratamento dos Dados
Os resultados serão analisados separadamente para depois ser feito o
cruzamento dos dados a fim de concluir e estabelecer um diagnóstico favorável à
temática que o uso de novas tecnologias pode melhorar o aprendizado dos alunos
de ensino superior. Para o tratamento dos dados coletados na pesquisa aplicada,
será utilizado o EXCEL 2010 (software do pacote Office da Microsoft).Esta
23
ferramenta ,entre várias funções permite mensurar com maior facilidade dados
numéricos.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste tópico serão apresentados os resultados da pesquisa aplicada.
4.1 Campo
Para obtenção dos resultados, o estudo empírico foi realizado em escolas da
comunidade de Beneditinos/PI. Nesta comunidade, há carência em todas as
dimensões o que possibilitou o contato direto com as dificuldades e com os
educadores e suas abordagens.
A amostragem revelou que estes educadores, trabalham conforme o
planejamento da Escola que por sua vez obedece às determinações da Regional de
Ensino do Estado. Outro fator relevante é a ausência do Estado quanto a políticas
proativas que incentivem os profissionais a melhorarem suas abordagens de ensino.
As escolas visitadas são publicas e contam exclusivamente com a ajuda do Estado
para servir a comunidade. Neste caso pelo fato da morosidade com que se
processam as distribuições das verbas, especialmente as destinadas para
Educação, compromete o trabalho dos profissionais da Educação e denigre a
imagem das próprias entidades. E isso inibe a prática do lúdico nas escolas, tanto
pela carência de material quanto pela falta de incentivo.
Portanto na amostragem, observa-se um grupo de educadores dispostos a
praticarem algo novo e transformador, que atuam em ambientes carentes de
estrutura, materiais e principalmente de motivação para desenvolverem um ensino
de qualidade para as crianças atendidas.
4.2 Perfil dos participantes
A pesquisa privilegiou os docentes das escolas de ensino infantil que foram
visitadas. Isto visou assegurar a pertinência e a relevância das informações
derivadas da coleta de dados em relação ao tema central do estudo. Observou-se
25
que é um grupo heterogêneo e há grande disparidade quanto à faixa etária, gênero,
tempo de serviço e formação curricular.
A pesquisa foi aplicada para um grupo de 18 docentes de educação infantil.
Conforme os resultados obtidos, estão na faixa etária entre 25 e 53 anos, Quanto ao
gênero, 100% é feminino. Quanto ao tempo que trabalha como docente, 75% estão
a menos de 5 anos e 25,% estão com mais de 5 anos na docência. Quanto a
formação acadêmica 72,22% possui titulo de licenciatura plena em pedagogia e
27,78% especialização. Isso mostra que a maioria é um publico ainda jovem com
relação ao tempo de docência e com boa formação, No entanto, a maioria concluiu
apenas o curso superior não deu continuidade à carreira acadêmica. Mostra
também, o reflexo do que a escola e o Estado oferecem, ou seja, o professor não
desenvolve o interesse em estudar mais, pois o ambiente em que trabalha e a
própria comunidade em que vive, não tem estrutura para acolher um trabalho
diferenciado, moderno e de conhecimento maior. E neste caso o ensino também
caminha a passos lentos junto com a comunidade.
4.3 Análise dos resultados
Nos questionamentos da pesquisa, em primeiro lugar foi abordado a respeito
do uso dos jogos e brincadeiras no ensino infantil. Foi solicitado que em uma escala
de 0 a 5 o participante desse a nota que melhor correspondesse o quanto se utiliza
dos jogos e brincadeiras para educar seus alunos. Para esse critério de avaliação, 0
significa que o respondente não se utiliza e 5 que utiliza com muita frequência no
cotidiano escolar.
O gráfico a seguir mostra os resultados obtidos:
26
Fonte: elaborado pelo autor
Considerando que a soma das notas 0, 1 e 2 representam os educadores que
pouco se utilizam dos jogos e brincadeiras como meio de auxiliar na educação
infantil, apurou-se que este grupo é apenas 26% dos participantes. Dos demais,
35% deram nota mediana o que significa que se utilizam em meio termo, 22% deram
nota 4 o que já é relevante e 17% deram nota 5 que expressam pleno uso. Ou seja,
74% dos participantes se utilizam muito destes meios. Este resultado está em
conformidade com a afirmação de Cunha (2005 p. 9) em que “a ludicidade, tão
importante para a saúde mental humana, precisa ser mais considerada; o espaço
lúdico da criança está merecendo maior atenção, pois é o espaço para a expressão
mais genuína do ser, é o espaço de exercício da relação afetiva com o mundo, com
as pessoas e com os objetos”. Certamente os educadores que se utilizam dos meios
lúdicos, percebem quão é útil para a educação infantil.
Dando continuidade à primeira questão, no questionamento seguinte da
pesquisa, inquiriu-se sobre como vêem a prática de novas abordagens onde o lúdico
e o uso de jogos e brincadeiras fazem parte do cotidiano das escolas como meio de
educar as crianças. O respondente tinha como opções as respostas: Resposta 01 –
Não acrescenta nada na educação da criança; Resposta 02 – Proposta inteligente
para educar as crianças; Resposta 03 – Não faz diferença, estes meios fazem parte
da recreação e distração da criança durante o intervalo.
27
Os resultados estão expressos no gráfico a seguir:
Fonte: elaborado pelo autor
Conforme os resultados do gráfico, apenas 14% dos participantes não
aprovam o uso do lúdico e dos jogos e brincadeiras no cotidiano das escolas como
meio de educar as crianças. A grande maioria (64%) acham que é uma proposta
inteligente e 21% dos participantes acham que não faz diferença e acham que os
novos meios de abordagem proposta, fazem parte apenas da recreação das
crianças. De modo geral há um equilíbrio nas divergências de opiniões levando em
conta o perfil dos participantes e isso mostra que as pessoas opinaram conforme
seu estímulo no trato pedagógico, entretanto há de ressaltar que para maior parte do
grupo de participantes, pessoas supostamente mais modernas, interagidas com o
que há de atual no âmbito pedagógico, é essencial acompanhar as tendências
tecnológicas a qual a sociedade está inserida e adotar também novas práticas para
a educação, pois as crianças também fazem parte desta sociedade e têm uma forma
muito mais dinâmica a cada dia de interagir com o mundo. O papel do professor
durante o processo didático-pedagógico é provocar participação coletiva e desafiar a
criança a buscar soluções. Os jogos, segundo Piaget (1975), tornam-se mais
significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da livre
manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos e reinventar as
coisas, o que exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação deve ser
realizada ao longo da infância e consiste numa síntese progressiva da assimilação
com a acomodação.
28
Através do jogo e brincadeira pode-se despertar na criança um espírito de
companheirismo, cooperação e autonomia. A criança precisa interagir de forma
coletiva, ou seja, precisa apresentar seu ponto de vista, discordar, apresentar suas
soluções e é necessário também criar ambiente propício e incentivar as crianças a
terem pensamento crítico e participativo, fazendo parte das decisões do grupo. Por
isso o lúdico é visto pela maioria como uma proposta inteligente.
Em relação à mudança do método pedagógico tradicional, foi solicitado aos
docentes que notificassem entre 0 e 5, se concordam com a introdução de novos
métodos pedagógicos no ensino infantil em que substituem a aula tradicional em
sala pelo o lúdico, jogos e brincadeiras em parte dos conteúdos disciplinares e
muitas vezes em ambiente fora da sala. Para esse critério de avaliação, 0 significa
que o respondente não concorda e 5 que concorda com todo contexto.
Os resultados foram distribuídos conforme gráfico abaixo:
Fonte: elaborado pelo autor
Conforme o gráfico observou-se que considerando as notas de 0 a 2 os
respondentes que concordam pouco com essas mudanças, somam apenas 15% do
total de participantes. Os que se posicionaram neutros notificando 3, representam
21%, os demais 64% concordam com tais mudanças. Com isso confirma-se que
maior parte dos docentes, concorda com a substituição do método pedagógico
tradicional por novos métodos no ensino infantil em que substituem boa parte da
aula tradicional em sala pelo o lúdico, jogos e brincadeiras. Essa questão procurou
identificar a necessidade das instituições de ensino infantil, desenvolverem novos
29
métodos pedagógicos se utilizando de jogos e brincadeiras de modo que dinamize a
relação do ensino-aprendizagem e enriqueça o aprendizado das crianças.
Relacionada a essa questão, o Ministério da Educação (2006) propôs à equipe
multidisciplinar nos parâmetros básicos de infra-estrutura para instituições de
educação infantil, que devem:
- Propor diretrizes e desenvolver o esboço inicial de uma concepção arquitetônica para a unidade de Educação Infantil, fundamentada na diversidade dos contextos físico-geográficos, socioeconômicos e culturais das comunidades locais. - Delinear estratégias gerais para a concepção e a construção de unidades de Educação Infantil, considerando o envolvimento e as demandas das crianças, os profissionais e as lideranças locais. - Criar e orientar comitês específicos para cada empreendimento, composto da equipe responsável pelo projeto, de profissionais da Educação Infantil e de representantes das comunidades locais. O objetivo desses comitês é integrar conceitos de arquitetura escolar sustentável e métodos e processos participativos de projeto, garantindo a interdisciplinaridade no processo. - Elaborar cadernos e manuais adequados ao uso pelas comunidades locais das práticas e dos conceitos relativos a: 1- sustentabilidade na arquitetura das unidades de Educação Infantil e a preservação das edificações; 2- métodos participativos para a concepção e a manutenção das edificações; 3- normas e recomendações dos respectivos conselhos estaduais e municipais, quando for o caso. - Atualizar normas, códigos de obras e cadernos de encargos, adequando-os aos padrões sustentáveis de desempenho das unidades de Educação Infantil e às características específicas de cada região. - Propor indicadores para a avaliação da qualidade das edificações ao longo de sua realização. Propor metas a serem atingidas e processos sistemáticos de avaliação pós-ocupação para assegurar a qualidade do processo educativo e das condições de bem-estar, conforto, salubridade e acessibilidade dos usuários. - Propor ações de reconhecimento ou de premiação pela autoridade municipal aos gestores das creches e das pré-escolas pelos esfor- ços e pelas iniciativas realizado em prol da manutenção e da segurança de sua unidade, do conforto e da salubridade dos usuários e suas implicações no processo educativo. - Estabelecer parcerias com universidades e instituições de pesquisa para oferecer cursos e seminários aos planejadores, aos arquitetos e aos engenheiros, aos gestores e aos educadores, mostrando a necessidade do projeto colaborativo nas unidades de educação, com base nos conceitos de sustentabilidade e escolas inclusivas, garantindo os aspectos de acessibilidade universal.
Na questão seguinte, buscou-se avaliar o comprometimento da qualidade de
ensino em relação a mudanças dos métodos pedagógicos. Do mesmo modo, foi
solicitado aos respondentes que em uma escala de 0 a 5 desse uma nota que
correspondesse o quanto acham que a substituição dos métodos pedagógicos
comprometem a qualidade de ensino. Para esse critério de avaliação, 0 significa que
30
não compromete a qualidade de ensino e 5 que compromete negativamente com a
qualidade de ensino.
Os resultados são observados no gráfico a seguir:
Fonte: elaborado pelo autor
Os resultados do gráfico mostram que a soma das notas de 0 a 2, somam
75% e revela que maior parte dos respondentes acham que a substituição dos
métodos pedagógicos não comprometem negativamente a qualidade do ensino;
14% mantiveram-se neutros e somente 11% acham que compromete. Esta questão
mostrou que os jogos e brincadeiras têm importante papel na educação infantil. Pois
é uma linguagem mais próxima e o meio de interagir com as crianças, mostrando
muitas vezes situações reais do que acontece no meio em que vivem. Assim as
crianças se envolvem mais e acabam absolvendo um pouco mais que os conteúdos
dos livros e vivenciam através do lúdico situações similares a do mundo real,
aprendendo e se educando para a vida.
Segundo Vygotsky (1989), o educador pode utilizar jogos, brincadeiras,
histórias e outros, para que de maneira lúdica a criança seja desafiada a pensar e
resolver situações problemas, dessa maneira ela imita e recrie regras usadas pelo
adulto. Jogos e brincadeiras podem ser utilizados como uma estratégia para que
haja o ensino e a aprendizagem. Kishimoto (2002), o jogo e a brincadeira são
considerados uma atividade com valor educacional, a utilização de tal no ambiente
escolar traz muitas vantagens, no processo de ensino aprendizagem, a criança
através do jogo tem um impulso natural e é um grande motivador, pois usando jogos
e brincadeiras o educador através do prazer realiza a atividade e consegue atingir o
31
objetivo da mesma, com o jogo e a brincadeira a criança cria alguns esquemas
mentais, e estimula o pensamento, o tempo e espaço, assim integra várias
dimensões da personalidade tais como, afetividade, socialização, coordenação
motora e cognitiva. Desta maneira, essa prática não prejudica a qualidade do
ensino, pelo contrário, enriquece e torna até mais prazeroso o aprendizado.
Quanto ao beneficio do uso dos jogos e brincadeiras no ensino infantil, foi
perguntado aos docentes uma pergunta aberta, onde opinariam sobre o quanto a
utilização destes meios introduzido no método pedagógico contribuiriam para o
aprendizado da criança. Nesta questão, ao contrário das anteriores, buscou-se o
entendimento do que cada respondente acha, houve uma diversidade de opiniões,
mas na apuração percebeu-se que o núcleo das respostas, revelou que os docentes
vêem como grande benefício, a praticidade com que farão as tarefas das aulas, a
facilidade que terão para abordarem os conteúdos de diferentes maneiras, inclusive
exemplos do mundo real e um beneficio importante que é observar e trabalhar a
capacidade disciplinar que cada criança possui. Ou seja, o quanto cada criança
absorve de fato o que é importante aprender durante as aulas do tipo
“brincadeirinhas” estando aparentemente livre para brincar todo o tempo das aulas.
Estas afirmações condizem com o estudo de Vigotsky (1989 p.263) no qual
afirma que “o efeito educativo da brincadeira infantil, na qual as crianças se sentem
ligadas por toda uma rede de regras complexas ao mesmo tempo aprendem a
subordinar-se a regras a essas regras como a subordinar a elas o comportamento
das outras e a agir nos limites rigorosos traçados pelas condições da brincadeira.”
Os respondentes declararam também ter mais facilidade de estimular o interesse
das crianças pelo ato de estudar através das brincadeiras. Isso revela que com os
jogos e as brincadeiras, as crianças despertam mais a curiosidade pelas historias,
personagens folclóricos e muitas coisas que não estão nos materiais didáticos e que
só podem ser abordados nestas ocasiões, como é o caso das olimpíadas que foi
possível abordar sobre inclusão social. E por essas declarações, entende-se que
adotar o meio lúdico nas atividades escolares traz grandes benefícios tanto para as
crianças como para a comunidade que terá adultos educados com muito mais
respeito pela natureza, pela vida e ao próximo.
32
Com relação ao avanço tecnológico que também impacta na educação infantil
devido ao grande conteúdo que fica ao alcance das crianças, considerando alguns
equipamentos de uso individual do próprio aluno e outros de uso coletivo da
instituição, como fundamentais para exposição de tarefas musicais, visuais ou até
mesmo de jogos educativos, foi questionado aos docentes sobre como conciliar os
equipamentos eletrônicos com a educação, o que acham sobre permitir alguns
equipamentos durante as atividades escolares. Entre as respostas, podiam escolher:
1 – Uso total dos equipamentos; 2 – Uso parcial; E 3 - Não deve usar nenhum
equipamento dentro de sala.
O gráfico abaixo mostra os resultados:
Fonte: elaborado pelo autor
Os resultados mostram que apenas 18% dos respondentes não concordam
com o uso de nenhum equipamento durante as aulas. O restante concorre em usar
todos os equipamentos possíveis e a maioria acha que o uso deve ser parcial, ou
seja, apenas alguns equipamentos devem ser utilizados. Ao certo, concordam quase
unanimemente com o uso de algum equipamento nas atividades escolares.
Atualmente o uso dos meios eletrônicos nas escolas é quase inevitável e o melhor
que os educadores fazem é conciliar alguns destes equipamentos com a educação.
Aproveitar o que pode acrescentar algo mais na educação infantil e utilizar da
maneira mais saudável possível. De outro modo, é importante manter o controle e a
vigilância quanto ao uso indisciplinado de equipamentos que possam distorcer o
aprendizado oferecido pela instituição. Os jogos e brincadeiras poderiam ser
confundidos aqui com os jogos eletrônicos, entretanto, o questionamento buscou
33
aproximar uma coisa da outra pelo fato de os meios tecnológicos estarem cada vez
mais ao alcance das crianças e ser possível utiliza-los para educar. As crianças se
mostram fascinadas por jogos eletrônicos e destes existe uma infinidade. Entretanto,
há jogos destinados à educação como por exemplo, o martelinho que treina a
coordenação motora e rapidez e tem como missão acertar com o martelo o maior
número de Plufts no tempo disponível. Nesse jogo trabalha-se pares e conjuntos e
tem nove temáticas sendo elas: frutas, números, roupas, alfabeto, vegetais, cores,
frutas, animais e transportes. Outro exemplo é a natação matemática, este jogo testa
o raciocínio matemático. Visa resolver a conta matemática dada nadando até as
bolinhas que têm os números com o resultado e com os cachorros e gatos que
aparecem na piscina consegue-se vidas extras, enquanto barquinhos, patos e
bolinhas com números que não estão no resultado da conta matemática diminuem
as vidas. E como estes existem vários outros de natureza educativa que podem ser
permitidos no ambiente escolar em determinadas delimitações.
A questão seguinte indagou se o uso de jogos e brincadeiras com maior
frequência nas aulas, desvaloriza o trabalho do professor. Foi solicitado uma
justificativa para a resposta. Entre os respondentes foi unânime que não desvaloriza.
Analisando o núcleo das justificativas, percebeu-se que o valor do professor não
está nos meios de aplicação dos conteúdos durantes as atividades escolares, esses
são métodos que melhoram o trabalho dos mesmos, mas sim na qualidade dos
conteúdos que são aplicados, na atenção que dedicam às atividades e na
capacidade que têm em transmitir conhecimentos para as crianças. Se mostraram
contentes com a questão, pois tiveram oportunidade de expressarem que sentem-se
à vontade quanto ao uso de jogos e brincadeiras e o quanto acham interessante
trabalharem isso com as crianças. Salientaram ainda que evoluiu muito a maneira de
educar as crianças principalmente com o surgimento e introdução de novas
tecnologias na educação. Lembraram que o lúdico em sala de aula facilita muito a
comunicação e aproximação da turma com o professor. Permite que os professores
abordem temas diversificados e aproxime mais as crianças das atividades e da
escola. Nessa questão os docentes confirmam as elucidações dos autores citados
nas questões anteriores.
34
E por último, foi questionado sobre o que acham do apoio que a instituição dá
para melhoria dos métodos pedagógicos. Nesta questão os respondentes puderam
opinar sobre as dificuldades que sentem para realizarem determinados trabalhos e o
porquê destas dificuldades. Nas respostas observou-se que um dos principais
fatores para a não realização de determinadas atividades com as crianças se deve
exclusivamente a estrutura da instituição. Era esperada essa queixa, pois as escolas
visitadas são publicas e é perceptível a deterioração da estrutura. Além disso foi
percebido também um certo receio por parte da direção em cobrar dos órgãos
competentes as melhorias necessárias para a estruturação da escola. Alguns
educadores se mostraram satisfeito com o que dispõe e não quiseram comentar
sobre a instituição. Conforme citado anteriormente, o Ministério da Educação (2006)
propõe à equipe multidisciplinar nos parâmetros básicos de infra-estrutura para
instituições de educação infantil, uma série de precauções que devem ser
informadas aos dirigentes e demais responsáveis pelo atendimento educacional
daquela comunidade. O que foi percebido é que nas instituições visitadas (todas
publicas), as pessoas envolvidas, dirigentes e equipe multidisciplinar, embora
anseiem por uma infra-estrutura menos deficitária, pouco fazem em decorrência do
próprio sistema de gestão educacional do governo. E por tais motivos, as opiniões
expressaram certa timidez e desconforto dos educadores em aprofundar sobre a
questão. Entretanto não foi possível disfarçar nem esconder a realidade das
instituições quanto às deficiências que têm e como os educadores se comportam
diante disto.
35
5 CONCLUSÃO
Entende-se, portanto, que o uso de jogos e brincadeiras em sala de aula pode
promover um processo de transformação no espaço educativo no qual educadores e
crianças criam novas rotinas e relações. Esse ambiente não pode ser mais
comparado à sala de aula tradicional caracterizada pela série de rotinas e
paradigmas, especialmente com relação à abordagem de determinados assuntos,
mas sim a um ambiente que estimula a aprendizagem e prepara as crianças para o
universo de suas realidades. Entretanto, as evidências deste estudo mostram que,
criar este tipo de ambiente constitui-se num grande desafio e exige muito das
pessoas envolvidas, no sentido de participação e utilização de forma integrada e não
isolada, ou seja, que o professor ao estruturar suas aulas, possa contar com o apoio
da instituição e integre os diferentes recursos disponíveis no ambiente de
aprendizagem em diferentes momentos de seu planejamento, visando otimizar uma
aprendizagem mais efetiva e significativa.
Na análise, torna-se evidente a importância da adoção dos jogos e
brincadeiras na educação infantil, tendo em vista que estes meios de comunicação
se aproximam muito com a linguagem das crianças e por isso, os educadores terão
mais facilidade para ensinar o que é necessário para educar as crianças. Mostra
também que estes meios não se limitam tão só a recreação como mera distração
para as crianças durante os intervalos, mas sim um recurso para educar de maneira
interessante e faça com que as crianças sintam-se extremamente envolvidas com as
atividades, com a escola e sintam vontade de aprender. Atualmente o mundo se
comunica com muita velocidade e as crianças também acabam tendo acesso a
muitas informações e isso demanda um novo comportamento por parte das
instituições e educadores para com a educação, especialmente no ensino infantil
que é a primeira fase da formação do ser.
É essencial que a educação infantil adeque-se para que as crianças tenham
um espaço rico em atividades lúdicas, pois sabe-se que a maioria delas acaba
passando grande parte do tempo dentro dessas instituições de ensino, assim sendo
tal ambiente deve criar um local no qual permita que elas vivam, sonhem, criem e
36
instruam-se. E é assim que o lúdico entra na vida delas para proporcionar um
desenvolvimento sadio e harmonioso. Ao brincar, as crianças aumentam sua
independência, é com o uso da ludicidade que consegue-se estimular sua
sensibilidade visual e auditiva de maneira agradável, sempre valorizando a cultura
popular, desenvolvendo habilidades motoras, exercitando a imaginação e a
criatividade, diminuindo a agressividade que muitas vezes acontece pelo fato de
trabalhar com inúmeras regras desde cedo para a vida em sociedade. Portanto o
estudo analisou o papel importante que os jogos e brincadeiras exercem no
desenvolvimento da educação infantil, bem como o que pode ser permitido sem
interferir nas diretrizes educacionais. Identificou diversos fatores que estes meios
podem proporcionar de positivo para a educação infantil, entre eles, o
enriquecimento do conhecimento das crianças e meio de tornar atrativo as
atividades escolares. Por consequência, facilita também o relacionamento geral
dentro do ambiente escolar e com isso, cria um ambiente saudável e alegre para as
crianças.
Finalmente, conclui-se que como o brincar é próprio da cultura da infância, as
instituições de ensino infantil devem de forma legal, se adequar às novas tendências
e tecnologias para que seja assegurada a qualidade no ensino infantil. Para isso,
recomenda-se que nas escolas tenham em sua concepção as atividades lúdicas
com fundamentos para o desenvolvimento geral das crianças. E que os educadores
sempre planejem as situações de suas atividades lúdicas com tempo delimitado
para tal jogo e/ou brincadeira, a fim de oferecer deste modo um brincar prazeroso,
educativo e de qualidade. De modo geral, essas recomendações têm o objetivo de
promover o enriquecimento dos conhecimentos das crianças, dinamizar os trabalhos
dos educadores assim como facilitar a integração entre escola, educadores, pais e
alunos. E desta forma as práticas pedagógicas podem incorporar as vantagens e
possibilidades oferecidas pelo uso dos jogos e brincadeiras para otimizar o processo
ensino-aprendizagem no espaço escolar, onde enquanto as crianças brincam far-se-
á um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres diante da sociedade.
37
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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básicos de infra-estrutura para instituições de educação infantil. Brasília : MEC,
SEB, 2006.
CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida, LUCENA, Regina Ferreira. Jogos e Brincadeiras
na Educação Infantil. Papirus: 3ªEdição, 2004.
CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedos, desafios e descobertas. Petrópolis, RJ:
ed. Vozes, 2005.
GRESSLER, Lori Alice. Introdução á pesquisa: projetos e relatórios. 2ª Ed. Ver.
Atual. São Paulo: Loyola, 2004.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1990
JESUS, Ana Cristina Alves de, Como Aplicar Jogos e Brincadeiras na Educação
Infantil. Rio de Janeiro: Brasport, 2010.
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1994.
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ROSAMILHA, Nelson. Psicologia do jogo e aprendizagem infantil. São Paulo:
Pioneira, 1979.
38
RONCA, P.A.C. A aula operatória e a construção do conhecimento. São Paulo :
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SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e
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SOUZA, Rosa Fátima de. Escola e Currículo. Curitiba: IESDE Brasil S/A., 2008
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
WINNICOTT, D.W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975
39
7 ANEXO
Beneditinos (PI), ____/____/_____
Prezado Colaborador,
Você está recebendo um questionário que avalia o seu conhecimento sobre
o uso de jogos e brincadeiras na educação infantil, bem como sua importância para
o aprendizado das crianças.
Assim sendo, peço a gentileza de responder os questionamentos do
formulário apresentado, evidenciando sua percepção sobre a temática em questão.
Você não precisa se identificar, os resultados obtidos serão representados
graficamente na pesquisa monográfica e sua identidade não será citada.
Antecipadamente, agradeço pela cooperação e coloco-me a disposição para
prestar qualquer informação que se fizer necessária.
Obrigada.
Rosiane Monteiro de Oliveira
40
Parte I - Questionário
01 ) Você se utiliza de jogos e brincadeiras para educar seus alunos?
Em uma escala de 0 a 5 notifique a que melhor representa sua resposta,
considerando que 0 não utiliza e 5 utiliza totalmente.
R - _______
02 ) Como você ver a prática de novas abordagens onde o lúdico e o uso de jogos e
brincadeiras, fazem parte do cotidiano das escolas como meio de educar as
crianças?
( ) Resposta 01 – Não acrescenta nada na educação da criança;
( ) Resposta 02 – Proposta inteligente para educar as crianças;
( ) Resposta 03 – Não faz diferença, estes meios fazem parte da recreação e
distração da criança durante o intervalo.
03) Você concorda com a introdução de novos métodos pedagógicos no ensino
infantil em que substituem a aula tradicional em sala pelo o lúdico, jogos e
brincadeiras em parte dos conteúdos disciplinares e muitas vezes em ambiente fora
da sala?
Em uma escala de 0 a 5 notifique a que melhor representa sua resposta,
considerando que 0 não concorda e 5 concorda totalmente.
R - _________
04) O quanto você acha que a substituição dos métodos pedagógicos
comprometem a qualidade de ensino?
Em uma escala de 0 a 5 notifique a que melhor representa sua resposta,
considerando que 0 não compromete e 5 compromete totalmente.
R - _________
41
05) O que você acha da utilização destes meios introduzidos no método pedagógico
para o aprendizado da criança?
- Exponha a sua opinião sobre o assunto
06) Sobre como conciliar os equipamentos eletrônicos com a educação, o que você
acha sobre permitir alguns equipamentos durante as atividades escolares?
(1) – Uso total dos equipamentos;
(2) – Uso parcial;
(3) - Não deve usar nenhum equipamento dentro de sala.
07) O uso de jogos e brincadeiras com maior frequência nas aulas, desvaloriza o
trabalho do professor? Justifique sua resposta.
- Exponha a sua opinião sobre o assunto
08) O que você acha do apoio que a instituição dá para melhoria dos métodos
pedagógicos?
- Exponha a sua opinião sobre o assunto
42
Parte II – Perfil dos participantes
Idade: ( ) até 20 anos
( ) entre 20 e 30 anos
( ) entre 30 e 40 anos
( ) entre 40 e 50 anos
( ) acima de 50 anos
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Quanto tempo trabalha como educadora infantil?
( ) Até 5 anos ( ) entre 5 e 10 anos ( ) entre 10 e 15 anos
( ) Acima de 15 anos
Grau de instrução: ( ) Superior ( ) Técnico ( ) Ensino Médio
( ) Especialização ( ) Mestrado, Doutorado