Anais da XVII Semana de Iniciação Científica da UNICENTRO

11 a 13 de setembro de 2012 - ISSN – 2238-7358

GESTÃO DA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO: um estudo no ramo farmacêutico

Cesar Augusto Zimmermann, (DEADM-UNICENTRO), Antonio Costa Gomes

Filho (GPACI/DEADM-UNICENTRO), e-mail acgfilho@unicentro.br Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Sociais Aplicadas, Departamento de Administração, Guarapuava- Paraná. Palavras-chave: Competitividade, Conhecimento, Inovação, Tecnologia. Resumo: A Gestão da Tecnologia e Inovação contribuem para o crescimento das empresas em todo o mundo. A pesquisa objetivou verificar, em empresas do ramo de farmácia da cidade de Guarapuava – Paraná, se estas estão utilizando da tecnologia e inovação para gerir seus negócios. Observou-se que a maioria das empresas pesquisadas estão voltadas para uma visão futura, procurando melhorar em relação à concorrência. Introdução O constante desafio em função da sobrevivência aliado à competitividade e à agilidade da tecnologia fez emergir novas técnicas gerenciais. Tais técnicas gerenciais buscam manter as organizações em um cenário de constantes mudanças, desenvolvendo sistemas administrativos eficientes, ágeis. A vantagem competitiva pode ser alcançada a partir de melhorias contínuas nos processos da empresa em busca de melhoria na eficiência, ou através da inovação das atividades. Esta pesquisa teve por objetivo efetuar levantamento de conhecimentos necessários para avaliação do desenvolvimento de talentos humanos nos aspectos da criatividade empreendedora e inovadora das organizações. Material e Métodos Em primeiro momento foi realizado levantamento do material bibliográfico por meio de livros e periódicos. O levantamento foi feito na biblioteca da instituição. Foram, ainda, feitas buscas em sites visando coletar pesquisas publicadas em eventos que focam o assunto. A seleção das empresas pesquisadas deu-se mediante relação prévia obtida junto ao catálogo das páginas amarelas da lista telefônica (LISTA...2011), tendo como critério a seleção de todas as farmácias localizadas na cidade de Guarapuava. Dessa forma, a partir desse critério, foi tentado fazer um censo, com entrevista de todas as empresas, independente do seu porte. Logo após, foi elaborado o instrumento de pesquisa com perguntas abertas e fechadas visando verificar se a empresa está voltada para Gestão

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da Tecnologia e Inovação. O instrumento de coleta de dados teve por base conceitual o conteúdo encontrado em Rijnback (2012). O questionário elaborado verificou se as empresas estão voltadas para a inovação, e quais são as práticas adotadas pelas empresas pesquisadas, na percepção dos gerentes das mesmas. A elaboração do questionário contou com auxilio de um professor Doutor, que possui experiência nesse tipo de trabalho. A coleta de dados ocorreu entre os meses de Janeiro de 2012 a Março de 2012. Depois de tabulados, utilizando-se o programa Excel, os dados foram submetidos à análise e resultados finais da pesquisa. Resultados e Discussão O ramo de farmácia em Guarapuava possui 15 lojas para comercialização de medicamentos e cosméticos, sendo que duas redes contam com mais de 20 filiais, uma com 16 lojas e outra com 6 lojas. Este trabalho contém o resultado da pesquisa feita com 8 farmácias. Da amostra pesquisada, 12,5% estão na 3ª geração, outros 12,5% estão na 2ª geração de empresas familiares. Ainda das empresas pesquisadas, 37,5%não possuem mais que 7 anos de vida, e 37,5% estão entre 7 e 17 anos de existência. Após contato com todas as empresas, um total de 4 delas não quiseram participar da pesquisa Verificou-se que há espaço de trabalho para empreendedores, pessoas que queiram criar seus negócios, visto que há no Brasil um número menor de empreendimentos farmacêuticos, se comparados com outros países. Não obstante, metade das empresas pesquisadas está sendo gerenciada por funcionários, campo de atuação dos Administradores. Isso abre campo para estudos aprofundados sobre funcionários em cargos de gestão, atuando no ramo e que podem ser, ou não, formados em Administração. A maioria dos gerentes das farmácias possui conhecimentos específicos na área de farmácia, ou seja, são farmacêuticos atuando como gestores, sem uma formação técnica para isso, apenas um desses farmacêuticos afirmou possuir uma especialização em gestão (MBA). O perfil da amostra aponta para uma geração de gestores mais jovens, portanto mais adaptados às novas demandas da sociedade. Um aspecto interessante é que 25% dos gestores situam-se na faixa entre 20 e 30 anos, possivelmente recém formados. A pergunta 1 questionou sobre a importância de uma estrutura inovadora. Dos entrevistados 100% concordam sobre a importância de se implementar uma estrutura inovadora na sua organização. Um dos pesquisados comentou que “desde que seja planejada antes”. Outro pesquisado ratificou a importância das novas tecnologias para o setor. Um terceiro falou da importância das informações e outro disse que “sempre a inovação ou coisas diferentes melhora o desenvolvimento da empresa”. Um quinto entrevistado ligou a estrutura inovadora com necessidades do cliente e um sexto pesquisado destacou o comportamento do consumidor que está sempre em busca de novidades. Os depoimentos mostram que, segundo a interpretação dos respondentes, uma estrutura inovadora está relacionada a:

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planejamento; novas tecnologias; gestão da informação; comportamento do consumidor; melhoramento contínuo da qualidade. A pergunta 2 questionou sobre a maneira que a inovação acontece nas empresas pesquisadas, resultados na tabela 1. Tabela 1 – Como acontece a inovação

Inovação por acidente Inovação planejada 100%

A inovação planejada predominou na resposta, com 100% de afirmações nas respostas dos questionários. A pergunta 3 questionou sobre como deve ser a inovação, tabela 2. Tabela 2 – Como deve ser a inovação

de cima para baixo 62,5% de baixo para cima 25% as duas 12,5%

Há uma clareza nos dados de que os farmacêuticos possuem uma visão da inovação do tipo top-down, ou seja, de que as inovações devem ser centralizadas nos níveis superiores da gestão. Há também que se considerar que das empresas pesquisadas, 12,5% são grandes empresas, 12,5% são médias e 75% são pequenas ou micro empresa. A pergunta 4 questionou sobre quem é o responsável pelas inovações nas empresas pesquisadas. Nesta pergunta houve contradições nas respostas em relação à pergunta anterior, pois que a predominância de que afirmação de que todos devem inovar na organização conflita com a tabela 2, que afirma uma inovação com características de gestores de nível estratégico, 62,5%. A pergunta 5 questionou sobre quem propõem a inovação, tabela 3. Tabela 3 – Quem propõem a inovação

Clientes 28% Empregados 18% Gestores 18% Fornecedores 18% Consultores externos 18%

Nota-se que os clientes são os que mais contribuem com sugestões em relação às inovações realizadas na empresa, pois esses são os mais beneficiados com as mudanças realizadas na organização, em seguida os empregados, gestores, fornecedores e consultores externos, igualmente em termos percentuais nas sugestões. Por ser a maioria, 75%, formadas por pequenas e micro empresas talvez essa seja a razão desses resultados. Ao serem questionados sobre como ocorrem as sugestões, notou-se que a caixa de sugestões teve um percentual pequeno e que as sugestões para mudanças e inovações são informais, sobressaindo as reuniões, informações técnicas, integração de sistemas e melhoramentos contínuos de qualidade como sendo os mais utilizados. A pergunta 6 questionou sobre a concentração de esforços nas inovações, tabela 4.

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Tabela 4 – Concentração de esforços nas inovações

Inovações radicais 0% Inovações incrementais 50% Inovações sistemáticas 50%

A amostra teve um equilíbrio entre as inovações incrementais e inovações sistemáticas com 50% cada, sendo que na opinião dos pesquisados, as inovações radicais não são o caminho correto para concentrar esforços nesse sentido. Ao serem questionados (pergunta 7 ) se, na opinião dos respondentes, inovar envolve olhar para o futuro ou olhar para o passado, na maioria das empresas pesquisadas, percebeu-se que estas, estão voltadas para uma visão futura, procurando melhorar em relação à concorrência, sempre em busca do progresso e crescimento, procurando com isso aumentar a clientela e sempre observando as inovações tecnológicas. Conclusões Ao longo dos últimos anos, a competição acirrada tem levado muitas empresas a se equiparem para fazer frente à concorrência, além de investirem em Recursos Humanos deixando-os habilitados para o bem proceder com inovações que o mercado tem imposto às organizações. É também para atender as exigências do cliente da atualidade que essas ações tem se tornado cada vez mais freqüentes. Na maioria das empresas pesquisadas, percebeu-se que estas, estão voltadas para uma visão futura, procurando melhorar em relação à concorrência, sempre em busca do progresso e crescimento, visando com isso aumentar a clientela e sempre observando as inovações tecnológicas para não ficar desatualizadas. A conclusão é que as maiores redes de farmácias que investem em tecnologia e inovação possuem melhor gerenciamento do processo, e presumidamente são aquelas que obtêm melhores resultados. Referências CARVALHO, M.; LAURINDO, F. Estratégia para competividade . São Paulo: Futura, 2003. LISTA TELEFONICA EDITEL . Guarapuava e região, 2011-2012. Guarapuava: Editel, 2011. MACHADO, L. R. DE Souza. Controle da qualidade total. Belo Horizonte: Sinpro Cultura, 1994. MAÑAS, A. V. Gestão de Tecnologia e Inovação. São Paulo: Érica, 1993. PORTER, M. Vantagem Competitiva : criando e sustentando um desempenho superior. 15.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. RIJNBACH, C. V. Sete respostas que você precisa saber dar sobre inovação Disponível em www.terraforum.com.br. Acesso em janeiro de 2012.