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Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia Ano 12 Nº84 Rio de Janeiro, 20 de abril de 2005 Diretor: Julio Vanni A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Conheça os encantos de Lucca FURLAN A cara da Economia ítalo-brasileira ISSN 1676-3220 R$ 4,50 Supplemento di Economia Exclusivo: entrevista com o ministro

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Page 1: FURLAN Supplemento diEconomia · Fala-se que passaram pelo santo cargo 265 homens, e até se cogita uma papisa, a “Joana” – prova-velmente uma mulher infl uente sobre um papa

www.comunitaitaliana.com.br

Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia Ano 12 Nº84 Rio de Janeiro, 20 de abril de 2005 Diretor: Julio Vanni

A M A I O R M Í D I A D A C O M U N I D A D E Í T A L O - B R A S I L E I R A

Conheça os encantos de Lucca

FURLANA cara da Economia ítalo-brasileira

ISS

N 1

676-

3220

R$

4,50

Supple

mento d

i

Econom

ia

Exclusivo: entrevista com o ministro

Page 2: FURLAN Supplemento diEconomia · Fala-se que passaram pelo santo cargo 265 homens, e até se cogita uma papisa, a “Joana” – prova-velmente uma mulher infl uente sobre um papa

MINISTRO TREMAGLIA VIRÁ EM MAIO

Segundo fontes do Ministero Affari Esteri, de-verá chegar ao Rio de Janeiro no dia 29 de

maio, o ministro dos Italianos no Mundo, Mirko Tremaglia, que pretende avaliar a receptividade da comunidade italiana sobre as eleições em que os italianos residentes no exterior votarão pela primeira vez.

EDITORIAL

DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIRETOR:Julio Cezar Vanni

VICE-DIRETOR EXECUTIVO:Adroaldo Garani

PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO:Editora Comunità Ltda.

TIRAGEM:30.000 exemplares

ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM:12/04/2005 às 12:30h

DISTRIBUIÇÃO:Rio de Janeiro, Espírito Santo,

Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:Rua Marquês de Caxias, 31

Centro – Niterói – RJ – BrasilCEP: 24030-050

Tel/Fax: (21) 2722-0181 /(21) 2719-1468

E-MAIL:[email protected]

SUBEDIÇÃOGisele Maia

REDAÇÃO:Andressa Camargo,

e Gisele Maia

REVISÃO / TRADUÇÃODavi Raposo, Cristiana Cocco

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:Alberto Carvalho

FOTO DE CAPACarla Romero / Valor / Ag. O Globo

COLABORADORES:Franco Vicenzotti – Braz Maiolino

– Lan – Giuseppe D’Angelo (in memoriam) – Pietro Polizzo

– Giovanni Crisafulli – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi –

Luca Martucci – Domenico De Masi – Franco Urani – Francesco Alberoni – Giovanni Meo Zilio - Guido Sonino

- Fernanda Maranesi

CORRESPONDENTES:Ana Paula Torres (Roma)Guilherme Aquino (Milão)

Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos

brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira

responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refl etem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista.

La rivista Comunità Italiana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima

libertà, personali opinioni che non rifl ettono necessariamente il pensiero

della direzione.

ISSN 1676-3220

Filiato all’Associazione

Stampa Italiana in Brasile

FUNDADO EM MARÇO DE 1994

Muito já se falou sobre o Papa “mais carismático” de to-dos os tempos. As aspas são porque acho injusto com os outros. Batizado católico, não conheço profundamente a história da Igreja.

Fala-se que passaram pelo santo cargo 265 homens, e até se cogita uma papisa, a “Joana” – prova-velmente uma mulher infl uente sobre um papa ou uma esposa legítima, visto que até 1139 o celibato não era obrigatório e Adriano II, por exemplo, viveu com mulher e fi lha no palácio.

Eles não puderam contar com a comunicação de massa dos nossos tempos, o que, aliás, poderia ser desastroso para alguns, como o devasso Alexandre VI, um Bórgia que subornou os cardeais para ser eleito. Conhecido pelas orgias e por ter dividido o mundo entre Portugal e seu país, a Espanha, se nota-bilizou pelo poder que deu a seus fi lhos César e Lucrécia.

Outros merecem nossas orações, como Júlio II, papa da Renascença responsável por mandar pintar a Capela Sistina e pelo início da construção da Basílica de São Pedro.

Certo é que o papa Wojtyla soube empolgar multidões. O homem que visitou as mais diversas civi-lizações, se uniu a outros líderes religiosos em apelo à paz, foi conservador, combateu o comunismo, mas se mostrou líder em questões polêmicas. Pode-se afi rmar que foi hábil como fenômeno audiovisu-al, sabendo tocar corações, fazendo acreditar que a humanidade, afl igida por violência e desigualdade, castigada por catástrofes naturais, pode ser melhor.

No mais, confesso que sempre tive orgulho e me considero abençoado pelas palavras gravadas den-tro da cúpula de São Pedro: “Tu sei Pietro e su questa pietra edifi cherò la mia chiesa...”.

“Una bastonata!” – Assim se referiram muitos às eleições que acontece-ram em 13 regiões da Itália, no dia 4 de abril. Outros disseram até se tra-tar de uma homenagem ao Santo Padre, na semana dos funerais. O Forza Italia, de Berlusconi, somou apenas 18% dos votos. A coalizão Casa da Liberdade, que reúne além do partido do premier, a Aliança Nacional (ex-fascistas), A Liga Norte (separatistas) e parte dos antigos democratas cris-tãos, venceu apenas no Vêneto e na Lombardia. Piemonte, Lazio e Puglia, regiões consideradas ganhas antes do pleito, foram para a esquerda.

Uma surpresa também para a esquerda, suprimida pelo poder do con-gresso e da mídia direitista. Agora, não se fala em outra coisa que não seja a vitória da esquerda nas eleições políticas de 2006. Prevalecendo as pre-visões contrárias de Berlusconi, que disse em um programa de televisão logo após o resultado negativo que a vitória de seu partido está garantida, parece que veremos uma grande virada de mesa.

Basta esperar qual será o refl exo para os italianos residentes no exterior que irão às urnas pela pri-meira vez para eleger representantes no Parlamento italiano.

Violência – Ecoou em todo o mundo a notícia da chacina ocorrida recentemente no Rio de Janeiro com a participação de policiais. Essa “classe” de policiais bandidos, comprometida e, pior, integrante do cri-me organizado, é sustentada pelo povo. É óbvio, mas é chocante e reforça o nosso sentimento de inse-gurança. Cada arma, cada bala é paga pelo contribuinte.

11 anos – Comunità Italiana completou 11 anos em março. Agradecemos a todos os leitores e patroci-nadores que tornam o principal veículo de comunicação da comunidade ítalo-brasileira viável.

Cultura de qualidade – O Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro está promovendo iniciativas que agradam a todos. Para alegria geral, seu diretor, Franco Vicenzotti, está empenhado em transformar a Sala Itália num espaço, além de belo como é, mais aconchegante, com ar-refrigerado, novos assentos e palco reformado. No último dia 7 de abril, quem foi assistir ao espetáculo “Nariz de Prata” (versão do Italo Calvino), com o Omanë Teatro, de Marilena Bibas, se surpreendeu com o espaço café, que distri-buía um bom espresso ou cappuccino para os convidados.

As terças e quintas-feiras, a Sala Itália dará lugar ao cinema italiano. Na estréia, dia 19 de abril, “La-dri di Biciclette”, de De Sica. Até 30 de agosto serão exibidos antigos e recentes sucessos como “La ca-duta dei dei” (Luchino Visconti-1969), “La Chiave” (Tinto Brass-1983), “L’Ultimo Imperatore” (Bernardo Bertolucci-1989), “Pane e Tulipani (Silvio Soldini-1999). Para ter acesso à programação basta ligar para 2532-2146 ou acessar www.iicrio.org.br/info.htm

Outro programa imperdível é a exposição “Afrescos de Pompéia: A Beleza Revelada”, em cartaz a partir do dia 12 no Museu Nacional de Belas Artes. Fora os afrescos – raramente fora do sítio arqueológi-co da Campania – a exposição exibe peças da coleção particular da imperatriz Maria Tereza Cristina.

Órfãos

Pietro Petraglia Editor

Entretenimento com cultura e informação

Julio Vanni

COSE NOSTRE

SENADORES ITALIANOS ADIAM VINDA AO RIO

Uma Comissione Affari Costituzionale, do Senado Italiano, liderada pelo seu presidente, o senador Andrea Pastore, de-

veria se encontrar com a comunidade italiana do Rio no último dia 9 de abril. A fi nalidade da visita era preparar a Campanha Eleitoral e orientar as autoridades consulares e os eleitores so-bre o direito de voto dos italianos residentes no exterior. Os senadores italianos, porém, resolveram adiar a visita em virtu-de da morte do Papa.

CALABRESES RECEBEM HOMENAGEM NO DIA 2 DE ABRIL

Uma missa em louvor ao padroeiro dos calabreses, San Francesco di Paola, re-

alizada no Clube Italiano, em Niterói, no último dia 3 de abril, foi carregada de emo-ção. Rezada pelo padre Constantino, titu-lar da paróquia de S. Francisco de Paula, na Barra da Tijuca, reuniu uma centena de fi éis que aproveitaram a ocasião para orar pelo Papa João Paulo II.

Ao fi nal da missa, o comerciante Pas-quale Annunziato Santoro, conhecido co-laborador em atividades da comunidade italiana no Rio de Janeiro, recebeu uma homenagem da Assembléia Legislativa do Estado. O deputado Adroaldo Peixoto Gara-ni, autor de projeto que institui o dia 2 de abril – dia da morte do santo calabrês – co-mo “Dia da Colônia Calabresa no Estado do Rio de Janeiro”, entregou moção de Louvor a, como é conhecido, “Don” Pasquale, que completara 88 anos dois dias antes, pelos inúmeros serviços prestados à sociedade.

GARANI BUSCA INSERÇÃO DO IDIOMA ITALIANO

Conhecido também como representante da co-munidade italiana junto ao Governo do Estado

do Rio de Janeiro, Adroaldo afi rmou que a home-nagem aos calabreses radicados no Estado justi-fi ca-se pelo empenho desses cidadãos em fazer “daqui um lugar melhor”. “Presentes em nossa ca-pital desde 1845, eles foram fundamentais para o desenvolvimento de nosso Estado. Como enge-nheiros, médicos, ou simplesmente como profi s-

sionais liberais, jornalei-ros, peixeiros e engraxa-tes, eles estão presentes na formação do povo fl uminense”, declara o de-putado ítalo-brasileiro.

Descendente de italianos da cidade de Sa-vigno, na região da Emillia Romagna, Garani, que também é diretor da Associação Cultural Ítalo-Brasileira (ACIB), recebeu 33 mil votos em 2002, quando se candidatou ao cargo atual. Com experiência legislativa – este é o segundo mandato como deputado, tendo antes ocupado a secretaria de Transportes – Garani busca a in-serção da língua italiana nas escolas públicas estaduais. “A língua italiana não é somente a mais bonita de todas, ela hoje ocupa um lugar de destaque também devido ao estabelecimen-to aqui de muitas multinacionais. Com a entra-da em vigor da eleição de deputados no exte-rior para o Parlamento italiano, a língua assu-me, acima de tudo, três características impor-tantes: cultural, econômica e política”.

“Minha família estuda italiano. Quero dar essa oportunidade a todos os cidadãos em nos-so Estado”, conclui Adroaldo.

MINISTRO FINI VIRÁ EM JULHO

Em julho virá ao Rio de Janeiro o ministro

das Relações Exteriores da Itália, Gianfranco Fini, um dos mais no-táveis políticos do mo-mento italiano.

CONSOLATO INFORMA

Sono stati recentemente ammessi ai voto i re-ferendum abrogativi di alcune disposizioni

normative relative alla procreazione medicalmen-te assistita (Legge 19 febbrario 2004 n. 40). Nei primi giorni di aprile dovrebbero essere decise le date di effetuazione dei referendum abrogativi che dovrebbero ricadere nel periodo 21 maggio - 12 giugno, 2005.

Come noto i cittadini residenti all’estero so-no ammessi a votare per i referendum o votando nello stato estero di residenza o optando per il voto in Italia entro dieci giorni dall’indizione del referendum.

Al fi ne di poter essere ammessi al previsto vo-to por corrispondenza gli italiani residenti nella circoscrizione che non siano iscritti nei registri AIRE (Albo Italiani Residenti all’ Estero) sono in-vitati ad aggiornare la propria posizione anagra-fi ca recandosi presso il Consolato Generale di Rio de Janeiro. É invitato altresì ad aggiornare la pro-pria posizione anche chi, pur essendo iscritto al-l’AIRE, debba segnalare cambiamenti di indirizzo per consentire il corretto inoltro della corrispon-denza che il Consolato Generale invierà quando verrà formalmente indetto il referendum.

SESSENTA ANOS DA 2ª GRANDE GUERRA

Comemora-se no próximo dia 8 de maio, os 60 anos do fi m da Segunda Guerra Mundial.

Em homenagem aos soldados brasileiros que combateram na Itália o nazi-fascismo, trans-crevemos do livro Barga, Paese come tanti, do jornalista Bruno Sereni, o seguinte texto:

(...) Afi nal chegaram os soldados brasi-leiros depois de bombardearem a cidade de Barga onde acreditavam estarem os alemães. (...)Graças a afi nidade de língua e o fervor re-ligioso, os soldados brasileiros se entrosaram com a população. Sensíveis ao sofrimento hu-mano, os brasileiros cediam galochas e agasa-lhos aos necessitados, fornecendo-lhes, ainda, alimento, cigarro e barras de chocolate. Modes-tos e gentis, passaram a freqüentar as casas dos barguijanos, falando-lhes de suas famílias no Brasil, mostravam fotografi as de parentes e se emocionavam.. Encantava os barguijanos o fato dos soldados brasileiros comparecerem às missas. Respeitosos, pediam ao pároco para benzer medalhas e santinhos, principalmente de Nossa Senhora. Quando foram, substituídos pelos Bufalos canadenses, a população de Bar-ga sentiu muito.

TRÁFICO QUASE MATA ITALIANO

Filho de um importante embaixador italiano foi encontrado baleado nu-

ma favela do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, o fi lho do diplomata é vi-ciado em cocaína e teria discutido com trafi cantes no momento de pagar pela droga consumida. Foi o sufi ciente para que atirassem com fuzil quatro vezes nas suas pernas. De acordo com o lau-do médico, o jovem continuará a andar, porém teve numa das pernas uma redu-ção de cinco centímetros.

REGIONE TOSCANA INVESTE NEI GIOVANI ALL’ESTERO

Il programma fi nanziario dell’anno della Regione Toscana per assistere

i toscani all’estero é di Euro 723.360. Circa 391.999,80, ossia, il 54,19%, saranno per le iniziative a favore dei giovani residenti all’estero che voglia-no studiare all’Università per Stranieri di Siena o nell’ Università di Pisa.

O deputado Adroaldo Garani entrega título a Pasquale Santoro observado pelo presid. do Clube Italiano Francesco Giglio e pelo pe. Constantino

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[email protected] con l’Avvocato Giuseppe Fusco

PARLIAMONE

Mondo Mondo

Dopo alcuni anni, eccomi di ritorno. Verrebbe da dire: - Dove eravamo rima-sti? Invece dico: - Da dove comincio?Felice (forse) pensionato dello Stato, rientro per (diciamo cosí) rigenerare

il fi sico e l’intelletto, appesantito il primo, obnubilato il secondo.Il clima tropicale, la bellezza e la luminosità di Rio assieme all’accoglienza rin-

francano lo spirito e, speriamo, alleggeriscano anche il corpo, ancora pieno di buon vino,pastasciutte favolose, polente trentine, luganeghe e grappini corroboranti.

Intanto riprendo a scrivere su ComunitàItaliana, questa bella Rivista che ho visto nascere e che ha fatto tanta strada.

Di che cosa parleremo? Di tutto un po’. Dipende soprattutto da voi: scrivete, telefonate, chiedete, commentate, criticate, elogiate (sempre, naturalmente!).

Suggerimenti: giustizia, cittadinanza, letteratura italiana, storia, fi losofi a, curiosità, attualità... ce n’é per tutti.

Per esempio, oggi mi viene in mente il riconoscimento della cittadinanza italiana ai discendenti delle persone nate nel territori che facevano parte del-l’Impero Austro-Ungarico.

La materia è regolata dalla Legge 379/2000.Chi sono gli interessati? Sono discendenti delle persone nate nei territori

dell’Impero Asburgico, oggi Provincie di Trento e Bolzano (Regione Trentino Alto Adige) e Gorizia nonché i territori italiani ceduti alla Jugoslavia con il Trattato di Parigi (10/12/1947) e di Osimo (16/07/1920) che abitavano là e che emigrarono all’estero dal 25/12/1867 (fondazione dell’Impero Austro-Un-garico) al 16/07/1920 (entrata in vigore del Trattato di pace di San Germain.

Chi ha diritto al riconoscimento della cittadinanza?1) I discendenti della linea paterna fi no al 31/12/1947 e dal 01/01/1948

anche quelli della linea materna;2) la condizione unica è l’appartenenza al gruppo linguistico e etnico ita-

liano (ius sanguinis). I documenti da allegare all’istanza sono parecchi e quindi è meglio chie-

dere in Consolato.Tuttavia comunico agli interessati che il 20 dicembre di quest’anno scade

il termine per la presentazione delle domande.Siamo d’accordo? Allora, parliamone....

Giuseppe Fusco, Pino per gli amici, é un casertano tra-piantato a Trento nel 1960 e catapultato a Rio de Janei-

ro nel 1980 dal Ministero degli Affari Esteri per insegnare e poi dirigere la Scuola Italiana “G.Marconi”, purtroppo chiusa da diversi anni.

Dal 1990 al 1995 ha coordinato, sempre per conto del Mi-nistero degli Esteri, i Corsi di Lingua e Cultura Italiana per i di-scendenti negli Stati di Rio de Janeiro, Espirito Santo e Bahia.

É stato anche molto attivo nella comunitá italiana, dove, fra l`altro, ha fondato, assieme all`artista e corista del Teatro Mu-nicipale di Rio de janeiro Julia Mosciaro, il Coro Italia e diversi spettacoli musicali e operistici nella Casa d´Italia e nell’entro-terra dello stato.

Nel 1993 ha ricevuto l`onorifi cenza di Cavaliere al Merito della Repubblica Italiana

Laureato in Legge alla PUC/RJ, é avvocato iscritto alla OAB/RJ e dopo due anni e mezzo di volontariato in Amazzonia, assi-stenza giuridica gratuita, difesa e rieducazione di “menores in-fratores” (nell`isola di Parintins) e un anno trascorso in Italia, ha deciso di ritornare a Rio de Janeiro.

Siamo sicuri che i nostri lettori troveranno in Pino Fusco un punto di riferimento attraverso la rubrica “PARLIAMONE”.

Comunità all’estero: il saluto al Papa dei giovani e dell’amore

Faustino TeixeiraPPCIR-UFJF

Não há dúvida de que o papa João Pau-lo II será lembrado sobretudo pelo seu grande testemunho em favor da paz. Num tempo marcado por tanta

violência e disputas, por competições e busca de produtividade, o papa deixa um rastro dife-renciado: sinalizado pela afi rmação da gratui-dade, do testemunho ético e da solidariedade universal. Um de seus gestos mais corajosos foi manter acesa a chama de suas convicções contra a guerra, mesmo quando grandes nações do mundo, atormentadas pelo desencontro ter-rorista, apostavam nos caminhos sombrios do revide e nas teses conturbadas do choque de ci-vilizações. Para João Paulo II, a travessia para a felicidade do mundo estava em outra direção, na teimosa afi rmação de uma utopia de soli-dariedade entre os povos e entre as religiões. Como um “ícone branco do Ocidente” batalhou até o fi m de seus dias em favor do diálogo en-tre as religiões, com gestos de grande ousadia para o tempo e para as igrejas, confundindo e atormentando setores da cúria romana que não estavam disponibilizados a vivenciar a novi-dade de um misterioso vínculo espiritual entre as religiões. As imagens mais fortes e sublimes de sua trajetória nestes quase vinte e sete anos

de pontifi cado foram aquelas que expressaram a humildade e a disposição de um aprendiza-do com a alteridade, como a sensibilidade que acompanhou a Jornada Mundial de Oração pela Paz, em Assis (1986), onde lideranças de várias tradições reliosas puderam juntos celebrar o va-lor transcendente da paz a partir de uma expe-riência partilhada de oração. O papa acreditava fi rmemente que a defesa da sacralidade da dig-nidade humana encontra sua fonte mais subli-me em raízes místicas que estão esquecidas ou obstruídas no Ocidente. Ele afi rmou mais com sua fi gura carismática e seus gestos do que com suas palavras sua crença na ecumene abraâmi-ca, no comum patrimônio que une judeus, cris-tãos e muçulmanos e a necessidade de um em-penho comum em favor do cuidado com todas as comunidade de vida e a integridade da cria-ção. A paz é um dos valores mais sublimes e es-senciais de nosso tempo e só acontece quando redimensionamos nossas relações com a Terra, com as outras pessoas, culturas e religiões. Não há caminho possível para um futuro harmonioso fora do diálogo. Como afi rmou João Paulo II aos representantes das várias religiões da Índia, em fevereiro de 1986, é na abertura aos outros que nos abrimos a Deus. Cordoglio da tutto il mondo per la morte di Giovanni Paolo II, in

particolare dai rappresentanti più importanti delle comunità ita-liane all’estero. In prima linea, il Ministro per gli Italiani nel Mon-do, Mirko Tremaglia, presente anche lui in Piazza San Pietro.

“Questo Pontefi ce ha cambiato la storia del mondo con la forza me-ravigliosa delle sue parole e del suo esempio”, ha dichiarato il Ministro, che, ricordando le parole del Pontefi ce nel suo discorso in Brasile agli italiani di Curitiba, il 6 luglio 1980, ha proseguito sottolineando come “in questo modo il Papa sia riuscito a toccare il cuore degli Italiani nel Mondo con parole che riempiono chiunque di coraggio: credere in Dio e credere nella Patria”.

Sentito e commosso anche il messaggio che Franco Narducci ha invia-to a nome del Consiglio Generale degli Italiani all’Estero alla Segreteria di Stato del Vaticano e nel quale esprime “il suo profondo cordoglio e dolore per la morte del Santo Padre Giovanni Paolo II”.

“Un grande Papa – si legge nel messaggio - che ha segnato la storia del Novecento, ci ha lasciati per sempre e gli italiani emigrati vogliono testimoniare la gratitudine che hanno sempre avuto per il Santo Padre”.

Si sono unite al dolore profondo per la perdita del Santo Padre le Acli della Svizzera, che, in un messaggio, hanno ricordato l’attenzione dimostrata in ogni occasione da Giovanni Paolo II “per l’emigrazione, un fenomeno che conosceva fi n da giovane, poiché anche dalla sua amata Polonia erano partiti milioni di cittadini verso terre lontane in cerca di lavoro e di pane, e la sua benedizione ha accompagnato sem-pre gli emigrati”.

Un pontefi ce ricordato come uomo di valore anche da Angelo Saraci-ni, Presidente del Comites Grecia, che sottolinea di aver “avuto l’onore e il privilegio” di conoscerlo da vicino durante la visita che effettuò il 4 maggio 2001 proprio in Grecia. In quell’occasione, prosegue Saracini, “come consulente tecnico del Nunzio Apostolico in Grecia, Mons. Paolo Tabet, e nei giorni della permanenza del Papa presso la Nunziatura Apo-stolica, assistetti direttamente ad un colloquio tra stretti collaboratori della Nunziatura e capii quanto il Papa fosse prima di tutto uomo”.

Parole commosse sono state scritte, infi ne, da Egidio Todeschini che, in un articolo, ha voluto ricordare alcune parole del Pontefi ce, “quelle sussur-rate, negli ultimi due giorni della sua esistenza, con un esiguo fi lo di voce o lette sulle sue labbra da chi gli stava vicino. Ripetutamente durante il suo pontifi cato ci ha detto: Non abbiate paura”.

Todeschini ha ricordato Giovanni Paolo II come il Papa dei giovani, “con-quistati con la simpatia, con la battuta di spirito, con la spontaneità della sua partecipazione ai canti, perfi no alle danze, ma anche con l’insistente invito all’amore, da dare ed accettare incondizionatamente”.

“Ha avuto ragione – conclude - se, a pregare, a piangere e a chiamarlo affettuosamente per nome, ci sono soprattutto giovani, in Piazza San Pie-tro. Ai quali rivolge l’ultimo, amoroso addio pieno di gratitudine: “Vi ho chiamati. Siete venuti e vi ringrazio”.

“Este Papa merece o título de ‘grande’”, afirma frei Constantino

Nascido na Calábria, o frei Constantino Mandarino é responsável pela Paróquia de São Francisco de Paula, na Barra da Tijuca, que, como ele mesmo afi rma, “se constitui ponto de referência da co-munidade italiana católica do Rio de Janeiro”. Em fevereiro de

1965, já graduado em fi losofi a e teologia pela Universidade Lateranen-se, foi ordenado sacerdote em Roma. Saiu da Itália no ano seguinte para coordenar paróquias no Canadá e nos Estados Unidos. Em seguida, veio morar no Brasil, onde permaneceu de 1972 a 1990. Entre 1990 e 1992, esteve em Roma novamente e, lá, se encontrou diversas vezes com João Paulo II. Quando decidiu retornar às Américas, passou primeiro por Los Angeles e, em seguida, fi xou residência no Rio. Assumiu, em 2003, a missão pastoral na igreja da Barra. Abalado pela morte do Papa, o padre Constantino fala, na entrevista a seguir, sobre sua admiração pelo líder católico e suas expectativas para a próxima eleição do Vaticatino.

Comunità - Que homenagens a comunidade italiana do Brasil tem prestado ao Papa João Paulo II? Pe. Constantino - Não tenho conhecimento de alguma atividade espe-cífi ca promovida pela colônia italiana no Brasil, mas é certo que cada italiano se unirá a todo o povo de Deus para prestar homenagem ao Papa, grande líder da Igreja Católica e da Humanidade. Aqui na Barra da Tijuca, programamos uma liturgia eucarística no dia 8 de abril. A Paróquia de São Francisco de Paula, ponto de referência para a comu-nidade Italiana, teve, nesse dia, a presença forte dos jovens, pois João Paulo II não escondeu seu amor e predileção por eles. CI- Quais são as suas impressões mais gerais sobre esses últimos 26 anos da história do Vaticano? Pe. Constantino - Não há duvida alguma de que este Papa merece o título de “grande” que a história lhe atribuiu. Todos reconhecem a con-tribuição de João Paulo II na promoção da paz, do respeito, da liberdade religiosa, do ecumenismo, da solidariedade, da identidade familiar. Além disso, o Papa exaltou: enquanto houver ricos e pobres, a sociedade não caminha pelas veredas do nosso Criador. Mas acredito que a maior heran-ça que o Papa nos deixa é seu testemunho como ser humano e cristão, pois ele encarnou os valores do Evangelho, o que será certamente reco-nhecido pela Igreja, quando, daqui a cinco anos, se iniciar o processo de beatifi cação. Ele foi extraordinário, pelo seu carisma. Todos vêem nele o líder da Igreja Católica. Mas devo lembrar que é também necessário ver o Papa com os olhos da fé e, quando alguém se arrisca a dar um juízo, não deve esquecer este fator para não cair no superfi cialismo. CI- O que o senhor espera do novo Papa? Pe. Constantino - Tenho certeza de que o Espírito Santo escolherá a pessoa adequada para continuar a dirigir sua Igreja. Uma pessoa que responda às exigências da atual sociedade. O Papa não é apenas o líder da Igreja, pois a dimensão moral dessa instituição infl uencia toda a humanidade.CI- Qual seria o impacto da Igreja Católica na América Latina se o novo Papa fosse brasileiro? Pe. Constantino - A Igreja do Brasil fi caria extremamente agradecida a Deus por esta possibilidade. Assim como aconteceu com o povo da Polônia quando João Paulo II foi eleito. Mas o impacto será simples-mente na ordem das emoções: sem negar a sua origem e humanidade, o Papa deve guiar a todos indistintamente.

O legado da paz

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Marco Lucchesi – Intervista

to, stesse affacciandosi qualcosa di simile a quel-lo che si era manifestato in altri paesi di antica e consolidata immigrazione, se ci fosse in atto un’ipotesi in qualche modo ascrivibile al fi lone delle letterature post-coloniali sviluppata da au-tori stranieri che scrivevano in italiano.

La nascita della letteratura della migrazione italofona risale agli inizi degli anni ‘90. Quando cominciai a cercare i miei poeti, se la narrativa aveva già fatto dei progressi, di poesia si par-lava ancora molto poco. E’ nata così la collana “Cittadini della poesia”, che fi nora ha pubblica-to cinque quaderni antologici (Loggia de’Lanzi editore, Firenze), divisi per aree geografi che, e ha da poco inaugurato il passaggio all’editrice Zone di Roma con un corso monografi co avvia-to proprio con le raccolte di due brasiliani: “Se fosse vera la notte” di Heleno Oliveira e il Muri-lo Mendes delle poesie italiane di “Ipotesi”, ri-stampate a cura di Luciana Stegagno Picchio.

L’interesse per la letteratura di immigrazione mi ha portata in seguito a quello per la lettera-tura d’emigrazione, di cui non mi ritengo assolu-tamente un’esperta, prodotta in italiano o altra lingua fuori dai confi ni d’Italia, e in particolare in Australia, nei territori ispanoamericani, negli Stati Uniti e in Brasile.

Il mio sguardo alle letterature “altre”, co-munque, ha anche e soprattutto una giustifi ca-

zione personale, biografi ca. Io stessa sono fran-cese, ma nata a Milano e cresciuta in Svizzera. Mi sono imparentata con la letteratura sicuramente attraverso mio padre Yves, poeta francese, che ha voluto coinvolgermi nella traduzione dei pro-pri testi dal francese all’italiano. La lontananza dal mio paese natale, in compagnia di un padre lontano dal suo, che traducevo da un francese comunque sua esclusiva proprietà nella lingua di un paese in cui non mi identifi cavo, mi ha strut-turata psicologicamente e culturalmente come una sorta di apolide in pantofole. Uno spaesa-mento che mi ha messa sulle tracce di altri spae-samenti, fi no a ritrovare la pista dell’importante movimento migratorio che costituisce il tessuto di percorsi che contraddistingue la nostra epoca. Solo la cittadinanza letteraria mi ha garantito qualche diritto, e l’opportunità di una reale con-divisione, di valori e sentimenti, e suoni.Lucchesi -Il campo della tua ricerca mi pa-re davvero avvincente, poiché sviluppi delle considerazioni letterarie e storiche assai am-pie, dagl’emigranti italiani o discendenti agli stranieri che vivono in Italia e utilizzano la nuova lingua come espressione letteraria.Mia - Quello della migrazione non è un epife-nomeno. In realtà la stessa storia dell’umanità è caratterizzata dal movimento di popolazioni, nonostante la visione distorta che ha cercato di

imporci il nazionalismo degli ultimi cento anni. Sappiamo che poco meno del 5% della popo-lazione mondiale è attualmente “in marcia”. E questa marcia porta alla ribalta concetti fonda-mentali per la reale comprensione della nuova realtà che continuiamo poco consapevolmente a chiamare mondo: quello di “limite”, a ricordar-ci che rimane sempre un’altra barriera da oltre-passare; quello di “meticciamento”, che produce generazioni bastarde e meravigliosamente uni-che; quello di identità, rigorosamente plurale e soprattutto dinamica.

Il caso delle letteratura della migrazione in italiano è estremamente importante per la sua unicità: una lingua senza un passato coloniale ta-le da ricondurla al fi lone delle letterature post-co-loniali - con cui condivide comunque molti risul-tati espressivi - scelta al di là di qualsiasi imposi-zione implicita o esplicita, che viene conquistata e fatta propria con più diffi coltà, più lentamente e laboriosamente, e proprio per questo rinnovata molto più radicalmente. Sono modifi cazioni qua-si impercettibili che vanno di pari passo con la padronanza spregiudicata della lingua parlata, ma che agiscono in maniera sotterranea. È pro-prio una peculiarità della lingua italiana quella di essere caratterizzata da una doppia spinta

conservatrice/eversiva insita nella sua storia. Una costituzione linguistica giovane, con un antico e nobile passato di rivoluzioni e restaurazioni alle spalle, di cui si è persa memoria.Lucchesi - Una prospettiva assai dibattu-ta sarebbe quella di analizzare i confi ni di una ricerca come la tua, in cui si ravvisa un aspetto del tutto letterario (a cui badi) e un altro aspetto culturale (a cui stai attenta). Ci sarebbe una dialettica precisa tra cultura e letteratura, oppure una sovrapposizione di questa a scapito di quella?Mia - Io parlerei in questo caso, non so se riesco a spiegarmi, di una cultura “liofi lizzata”, quella d’origine - degli italiani all’estero o degli stra-nieri in Italia - che si sviluppa al reagente del-la nuova lingua/letteratura, con imprevedibili e inaspettate fi oriture. Qualcosa di molto piccolo, necessariamente adatto a viaggiare e attraversa-re frontiere, a essere nascosto e custodito che, giunti a destinazione e dopo un periodo di ac-climatamento, si risveglia dalla morte apparente e cresce, cresce alimentato dalle stimolanti, se pur diffi cili, condizioni del nuovo habitat.

D’altro canto, a distanza spazio-temporale, lo sguardo della migrazione sulla terra d’origine ne coglie a sua volta l’essenza, ripulita dai senti-menti della quotidianità. Non uno sguardo irreal-mente ideale, dunque, ma piuttosto, ancora una volta, all’identità distillata di un paese, purgata dalle bassezze della sua popolazione umana.Lucchesi -Il tuo lavoro apre le porte alla rico-noscenza del valore letterario e umano di una

letteratura italiana fatta in Brasile, da più di cent’anni e talvolta trascurata o sconosciuta dai ricercatori e dagli insegnanti di letteratura italiana...Mia - In Italia solo da qualche anno è stata scoperta la letteratura d’emigrazio-ne, germe dell’attuale produzione degli scrittori italiani fuori confi ne, proprio grazie al passaggio del paese da deriva di emigrazione ad asilo di immigrazione. Il fenomeno dell’emigrazione in realtà, il più profondo che la storia italiana ab-bia conosciuto, è stato deliberatamente ignorato per la volontà di seppellire un percorso “straccione”.

Gli intellettuali italiani all’estero, invece, anche di lingua straniera, e il loro corrispettivo intraterritoriale, sono parte integrante della cultura di un’Italia fi -nalmente sbancata dal proprio monoculturalismo e provincialismo.

L’unico problema è ancora, a mio avviso, quello dell’individuazione di un pubblico per ambedue le sponde della presenza italiana. E questo è un lavoro che spetta agli scrittori stessi, ai critici curiosi, agli editori accorti per una let-teratura viva, però, lontana dalle operazioni archeologiche che tanto piacciono agli accademici.Lucchesi - Parlami del tuo laboratorio a Lucca e della tua ricerca con il poe-ta brasiliano (ma anche di espressione italiana) Julio Monteiro Martins.Mia - Sono grata a Julio Monteiro Martins per avermi chiamata a ragionare di poesia con gli allievi iscritti al Master di scrittura creativa della sua “Sagara-na”, a cui è collegato il bel trimestrale on-line, a cui collaboro, che grazie alle due anime dello scrittore brasiliano, da dieci anni nel nostro paese, dove ha già pubblicato due raccolte di racconti in italiano e un romanzo, si pone appunto come interfaccia tra il Brasile e l’Italia, e nella sezione Ibridazioni in particolare approfondisce i temi legati alla migranza.

Monteiro Martins svolge annualmente a Lucca un seminario che fa proprio il punto sulle evoluzioni e i cambiamenti delle letteratura italiana della migra-

zione, e che viene registra-to e integralmente riversato nel sito della Scuola/Rivista (www.sagarana.net).Lucchesi -La tua poesia invece...Mia - Sono cresciuta all’in-terno di “un’offi cina poe-tica”, in tutta semplicità, all’umile torchio del senti-

mento quotidiano, e ne ho ricavata una concezione artisticamente e moralmente artigianale del fare poesia, lontana dai pulpiti declamatori e dalle accademie. Non sono una poetessa prolifi ca, anche perché mi piace dedicarmi alla scrittura degli altri. E perché scrivo parallelamente altri generi: libri per bambini, racconti, teatro. Non so se troverò mai un editore tanto incosciente da darmi retta, ma mi piacereb-be molto pubblicare questi generi diversi e complementari in edizioni promiscue, in cui la prosa e la poesia fossero reciprocamente di sostegno alla lettura di un corpo unico, che restituisse la struttura musicale in tutti i suoi andamenti. Vengo da una famiglia di musicanti e le mie ispirazioni poetiche sono proprio musicali. Forse sono semplicemente una musicista mancata e cerco di suonare nella maniera più onesta possibile l’unico strumento che mi è stato permesso di toccare. I

n tempi bui, o davvero strani, a dir poco, di quanto si vive in Italia nei suoi rap-porti con altri sguardi, e voci, e lingue, Mia Lecomte pare una luce del tutto (o quasi) solitaria. Comparatista e ricerca-trice, il suo lavoro si rivolge allo studio della letteratura scritta in italiano da

non italiani (tra cui il poeta brasiliano Heleno de Oliveira) e così realizza una prospettiva di una cosiddetta inclusione di valori letterari che si fondano sulla diversità.Lucchesi - Vorrei sentire da te come e quando è iniziato il tuo interesse per una letteratura italiana scritta e vissuta aldilà dei suoi confi -ni prettamente geografi ci.Mia - E’ stato nel 1997, in seguito alla pubblica-zione di un libro, realizzato con il fotografo Se-bastian Cortés, sui luoghi della poesia italiana. Si intitolava Luoghi poetici (Loggia de’Lanzi, Firen-ze) e vi erano antologizzati ventun poeti di tre generazioni, fotografati con immagini e parole nei luoghi in cui avevano voluto riconoscersi. L’idea e il taglio insoliti per il mercato editoriale italiano gli procurarono un discreto successo, e spinsero me, e la mia connaturale inquietudine rispetto ai progetti realizzati, a cercare ancora, e altrove, al-tri “luoghi” poetici, più vergini e in qualche modo autentici. Mi sono chiesta se per caso anche in Italia, nonostante il suo passato coloniale limita-

Il fenomeno dell’emigrazione è stato deliberatamente ignorato per la volontà di seppellire un percorso “straccione”

Verso Una Cittad Mia

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Itália - Turismo

padrões hoje conhecidos. São 5 mil metros de construção, com 12 metros de altura, 30 de lar-gura e dez bastiões estratégicos, hoje transfor-mados em amplas praças alteadas. Sete grandes portões asseguram, atualmente, o acesso à parte interior, que abrigava depósito de alimentos, ca-serna, munição, armamento e prisão.

Com a evolução dos tempos e já vivendo em paz com Florença e Pisa, grandes rivais no pas-sado, os lucchesi transformaram a imensa amu-rada em área de lazer e de atração turística. Fe-chada ao trânsito de automóveis e veículos pe-sados, permite ao visitante sentir-se livre para conhecer os costumes de seus moradores. Local de encontros, ali se vê de tudo: o farniente de idosos, crianças brincando, jovens namorando, intelectuais conversando, políticos cochichan-do, stands de livros, peças artísticas, mostras populares e até as pettegolezze da vida alheia.

A amurada de Lucca é, possivelmente, o maior patrimônio da cidade. É intocável no seu aspecto medieval, sem pinturas, retoques ou reformas que a descaracterizariam comple-tamente.

O CENTRO HISTÓRICO

O Centro Histórico de Lucca, limitado pela amu-rada, também é imutável. A arquitetura cuida-dosamente preservada no seu aspecto exterior permite, entretanto, o conforto da modernidade no seu interior.

Dezenas de igrejas majestosas marcam o grau da religiosidade dos lucchesi. Algumas, já desativadas, se juntaram aos imponentes palá-cios, torres e casarões medievais que hoje abri-gam repartições públicas, bancos, teatros, co-légios, museus, bibliotecas, modernas lojas co-merciais, associações culturais, mostras de arte, restaurantes, albergues etc.

Recomenda-se a aquele que pela primeira vez chega a Lucca munir-se de uma carta urba-na e embrenhar-se nas ruas e vielas estreitas. Visitas recomendadas são: a Torre Guinigi, com jardim no seu topo, os palácios Provinciali, Ber-nardini, Pretório, Pfaner, o Anfi teatro Romano transformado em grande praça colorida pelos va-rais de roupa ao sol; o Teatro Giglio, a Basílica de San Michele, toda revestida de mármore, a ca-tedral de San Martino, onde se encontram telas

de Tintoretto, o monumental sepulcro de Ilaria del Carretto e o altar do Volto Santo, padroeiro da cidade; as igrejas de São Freddiano, San Pao-lino, San Donato, a Igreja e Museu San Giovanni e a antiga e majestosa igreja de San Romano, hoje transformada num imponente teatro lírico. E também as vilas Bottini, Diodati, Querci, Man-si, Santini, Burlamachi, o luxuoso comércio da rua Fillungo, a feira livre da rua Bacchettoni. Não podemos esquecer dos monumentos a Gari-baldi, Francesco Burlamachi, a casa de Giacomo Puccini, as relíquias de Santa Zita e Santa Gem-ma Galgani, além das dezenas de lojas de arte-sanato e outro tanto de livrarias.

FORA DO MURO

Fora da amurada, um largo gramado e uma ampla avenida de contorno separam o centro histórico da outra Lucca, periférica, que cresce permitindo grandes e modernas edifi cações e o surgimento de bairros chiques e populares. Está na perife-ria a maioria das vilas (chácaras) históricas que pertenceram à nobreza lucchesa no tempo de Ducado autônomo e república aristocrática. Bem conservadas, são grandes atrações e podem ser visitadas em dias e horários programados pela entidade promotora do turismo local.

CÂMARA DE COMÉRCIO

Os lucchesi são orgulhosos das suas origens, costumes e tradições. Considerada uma das dez mais cultas cidades de seu porte (90/100 mil

habitantes) da Europa, Lucca man-tém como patrimônio da sua gran-deza histórica, além da amurada e do seu centro, a primeira Câmara de Comércio do mundo, criada em 1214 como Corte dei Mercanti.

A fi m de preservar o amor dos emigrados pela sua terra, a Câmara de Comércio, Industria, Artesanato e Agricultura de Lucca – este é o seu nome completo - contando com o apoio do governo da Província, da Prefeitura e da Associazione dei Lucchesi nel Mondo, outorga, anual-mente, após rigorosa seleção, a me-dalha de ouro a lucchesi e descen-dentes que no exterior têm honrado e dignifi cado a Província e a Itália. Mais de 20 lucchesi residentes no Brasil já foram contemplados com a valiosa medalha nos últimos anos.

GRANDES VULTOS

É com orgulho que os lucchesi reverenciam a memória de personalidades como Napoleão Bo-naparte, um benemérito da cidade onde viveu sua irmã Elisa Bacciochi Bonaparte, principesa di Lucca; Francesco Bulamarchi, pioneiro no ideal da unidade italiana, cem anos antes da unifi cação; Giacomo Puccini, um dos mais fa-mosos compositores musicais do mundo; poetas, escritores e musicistas como Giosué Carducci e Giuseppe Ungaretti; o arquiteto Matteo Civitalli, que introduziu a gráfi ca na Itália; o compositor Luigi Boccherini; o aviador Carlo Del Prete, que, em 1928, tornou-se pioneiro no vôo direto entre a Itália e o Brasil.

LUCCHESI NEL MONDO Os lucchesi foram os mais antigos emigrantes da Itália. Partiram para diferentes lugares do mun-do em busca da riqueza, a maioria viajando por conta própria. Há até uma anedota que alto fa-la do espírito de aventura e da audácia comer-cial dessa gente. Conta-se que quando Colombo desembarcou na América, teria encontrado um lucchese que queria vender-lhe uma estatueta de gesso, um símbolo da arte milenar da velha província. Amantes da liberdade e do progresso, muitos deles foram pioneiros do desenvolvimen-to econômico e social de cidades na América do Sul, inclusive no Brasil. Não é à toa que os luc-chesi cuidaram de organizar suas associazioni no exterior, hoje coordenada por uma Associazione dei Lucchesi nel Mondo sediada num dos pala-cetes sobre o velho muro que cerca o seu cen-tro histórico. Atualmente, existem associazioni di lucchesi no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e cinco no estado de São Paulo.

Pouco conhecida dos sul-americanos, Luc-ca é sede de uma rica província que forneceu ao Brasil grandes contingentes de imigrantes de boa estrutura cultural e qualifi cação para o trabalho.

O VOLTO SANTO

Mesmo espalhados pelo mundo, os lucchesi não esquecem a origem e, sempre que podem, visitam Lucca no mês de setembro, quando a cidade promove a mais antiga festa popular, uma mistura de civismo com religião. A devo-ção ao Volto Santo, um Cristo negro encontra-do numa praia do mar Tirreno, é uma verdadei-ra réplica à história e à devoção dos brasilei-ros por Nossa Senhora Aparecida. Levado para Lucca, passou a ser venerado como padroeiro da cidade. No dia do santo, a cidade se enfei-ta com dezenas de milhares de velas dentro de copos de vidro. O espetáculo deslumbrante dura 24 horas, formando gambiarras que con-tornam janelas, portas, alpendres, marquises e cimalhas. Os festejos têm seu ponto alto com a procissão do Volto Santo, que percorre as principais ruas do centro histórico com grupos trajando roupas medievais, acompanhados de dezenas de estandartes representativos das associazioni lucchesi espalhadas pelo mundo.

Lucca medieval, porém moderna

Julio C. Vanni

Lucca é uma cidade especial. A impo-nente amurada que a cerca a coloca entre as mais curiosas do mundo. Mes-mo se destacando na atualidade como

centro de cultura dos mais notáveis da Euro-pa, estranhamente não se insere no contexto turístico da região que já conta com Florença, Pisa, Siena e São Geminiano como principais atrações. Sem apoio das empresas promotoras do turismo e da mídia italiana no âmbito in-ternacional, Lucca tem sabido como atrair e cativar milhares de turistas que diariamente a visitam, ou os que simplesmente passam pela porta da cidade no roteiro Firenze-Pisa. Va-lendo-se da velha rivalidade com os pisanos, os lucchesi afi rmam que a torre pendente é a única atração da vizinha cidade.

SUA HISTÓRIA E O MURO

Lucca foi fundada por romanos em território etrusco a fi m de proteger a população con-tra invasões inimigas. Sua história é prenhe de acontecimentos políticos, realizações co-merciais, manifestações culturais e de inva-sões estrangeiras. Desde a invasão longobarda (572) até a idade média, Lucca foi residência de duques e marqueses famosos que a proje-taram no cenário político e cultural da Itália. Passagem obrigatória entre Roma e a Europa central (via Francigena), a cidade se notabili-zou como centro comercial de grande prestí-gio, o que inspirou seus mercadores a criarem a Corte dei Mercanti (1214), primeira orga-nização de mercado, até hoje existente. Seu território foi Ducado autônomo e, depois de passar por república aristocrática, integrou o Grão Ducado da Toscana, em período que an-tecedeu à invasão francesa de 1799.

A amurada que envolve o centro histórico de Lucca foi erguida no século II a. C. Rudi-mentar, foi reconstruída no século XVI, já nos

Para melhor avaliar a potencialidade cultural de Lucca e o seu elevado padrão de vida, assim se expressou o arquiteto brasileiro Virgílio Pe-trocchi, que vive na cidade: “Aqui, minha mu-lher e eu temos, de segunda-feira ao domingo, as melhores opções de lazer cultural que envolvem o teatro lírico, o dramático, recitais, balés, corais, folclore, cinema, ciclos de estudos, seminários, convenções, feiras de antigüidade e artesanato, exposições de arte etc. Tudo isso – completou – com a total tranqüilidade de regressarmos para casa nas altas horas da noite pelas ruas e becos já vazios de gente”.

O muro - parte externaCentro histórico: casarões antigos bem conservados

O lucchese Enzo Giovannetti e o cônsul Massimo Bellelli, do Rio

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Gu ilherme Aqu ino

L’equipe dell’organizzazione del 55° Festival di Sanremo quest’anno è riuscita a mettere insieme nel teatro Ari-ston buona parte del fi or fi ore musicale della penisola e, con ciò, recuperare la credibilità che le ultime edizioni dell’evento avevano perso sia col pubblico, sia con i me-dia. La prima serata, il primo marzo, sono rimasti incol-

lati davanti alla televisione 16 milioni e 599mila italiani, godendosi il circo condotto da Paolo Bonolis e dalle sue coadiuvanti colleghe di palco Antonella Clerici – famosa presentatrice di tv – e Federica Felini – modella.

Colto, spontaneo e intelligente, Bonolis ha attratto un pubblico di elevato grado culturale e ha aiutato a rinvigorire la festa della canzo-ne italiana, ultimamente indebolita dalla monotonia e dalle denunce

di corruzione, secondo le quali imprenditori e produttori musi-cali usavano comprare la visibilità dei loro pupilli. Inol-tre, dimostrando capacità d’improvviso, il presentatore ha contornato imprevedibili problemi tecnici e osate proposte sceniche e artistiche: dalla mancanza di suono durante la

presentazione dell’invitato internazionale Michael Blubè, al-la presenza del pugile Mike Tyson; dall’inno italiano eseguito dal chitarrista Paolo Carta, quasi alla Hendrix, alle immagini di Che Guevara e Gandhi nell’apertura del Festival dovuto alla presentazione del candidato Umberto Tozzi. Per tutti questi

motivi, Paolo Bonolis si è rivelato senza dubbi come uno dei successi di questa edizione.

Malgrado questo, non si può ancora dire che questo sia stato il festival dei festival, perché quello del 2000, condotto da Fabio Fazio, continua imbattibile in numeri di audience: 17

milioni e 551mila spettatori per la serata di apertura.Le categorie competitive dell’evento sono state cinque: clas-

sici, uomini, donne, gruppi e giovani, per un totale di 32 candida-ti. La prima serata hanno cantato tutti; la seconda è stato il turno

delle donne, degli uomini e di qualche giovane; la terza sono saliti sul palco i restanti giovani e i gruppi; la penultima, si sono presen-tati i 22 selezionati e l’ultima il pubblico ha visto i 15 fi nalisti e ha scoperto i risultati fi nali del concorso. Tra alcuni dei talenti, c’era-no Umberto Tozzi, Paola e Chiara, Matia Bazar, Nicola Arigliano – in piena forma a 83 anni –, DJ Francesco, Toto Cutugno Minetti, Alexia, Gigi D’Alessio, Le Vibrazioni, Francesco Renga, Antonella Ruggiero, Marco Masini, Anna Tatangelo, Peppino di Capri, Marcella Bella, Paolo Meneguzzi, Nicky Nicolai e Stefano Battista Jazz Quartet, Franco Califa-

no, Velvet e Marina Rei. Cantanti debuttanti e consacrati hanno formato in scena un crogiolo culturale in cui l’Italia delle canzoni romantiche e l’Italia reale, che ha vissuto momenti drammatici come quello del seque-stro di Giuliana Sgrena, si sono incontrati ancora una volta.

Come un abile equilibrista, Paolo Bonolis ha fatto del palco un alto-parlante e ha portato a galla problemi specifi camente italiani e questio-ni umanitarie mondiali. Da Sanremo sono partiti un appello per la libe-razione dell’italiana in potere dei sequestratori iracheni, una richiesta di aiuti per i bambini africani di Darfur e un messaggio di addio per Alberto Castana. Verso la fi ne dell’evento c’è stato anche un applau-so per Nicola Caprini, l’agente segreto morto durante l’operazione di salvataggio di Giuliana Sgrena. In questi momenti la musica diven-tava melodica e utopica cornice per le iniziative di interazione del Festival con il mondo esterno.

Famoso anche per la presenza di personali-tà del jet-set internazionale, il Festival di San-remo quest’anno ha ricevuto nientemeno che il pugile Mike Tyson, uscito dalla prigione dove era rinchiuso condannato per stupro. Paolo Bo-nolis, di fronte a quell’omaccione, ha condotto un’intervista attenta, come meritava il conte-sto. Alla fi ne, l’ex campione dei pesi massimi ha trasmesso un’immagine di timido, sorrideva. Curvo sulla sua sedia, come dominato dal pre-sentatore, il pugile poco a poco ha smontato l’immagine da lupo cattivo e si è dimostrato un padre di famiglia. Parlando con cognizione di causa, ha criticato il sistema giuridico ame-ricano, ma ha anche aggiunto che non era un angelo e che l’importante era vincere, vince-re, vincere. Comunque, se come pugile è stato quello che è stato, come cantante non si fa-rebbe strada. Durante l’intervista, Mike Tyson non se l’è fatto dire due volte e ha canticchiato qualche parola di ‘Volare’, ma la famosa strofa ‘Nel blu, dipinto di blu’ è stata messa K.O. dalla voce poco intonata del demolitore. Ci ha anche provato con ‘New York, New York’, in una ver-sione rap di Grandemaster Flash.

Ma le note stonate di Tyson non sono state le uniche a interrompere il silenzio del teatro Ariston. Antonella Clerici, compagna di palco di Bonolis e presentatrice di un programma di culinaria, ha tentato qualche strofa di ‘She’, ma anche lei come cantante non andrebbe lontana. La canzone, che fa parte della colonna sonora di ‘Notthinghill’, sarebbe dovuta servire per creare un clima per una chiacchierata tra Paolo Bono-lis e l’attore inglese Hugh Grant, un’altra star invitata. Ma è stato inutile. Decisamente i due non parlavano la stessa lingua e il tavolo da tè

apparecchiato sul palco è stato insuffi ciente per rompere il ghiaccio di un Grant poco motivato e noioso e di un Bonolis che non sapeva dove mettersi le mani. Il risultato è stato un tè raf-freddatosi di fronte a migliaia di telespettatori.

Invece l’incontro di Bonolis con l’americano Will Smith è stato totalmente differente: l’at-tore, che è arrivato a Sanremo con la madre, la sorella e un entourage di 20 persone, è stato simpaticissimo e disinvolto. Entrerà nella storia del Festival la divertente lezione di danza che ha dato al presentatore. Per venti minuti, Will ha rubato la scena cantando rap – molto più in-tonato del suo compatriota, Tyson – e simulando una fuga con la bella Federica Felini, che usava un seduttore vestito fi rmato Armani.

Invitati speciali a parte, le serate sono state dedicate alla musica. L’inedita formula di premiare i primi tre collocati di ognuna del-le cinque categorie praticamente dava a tutti i partecipanti un po’ il sapore della vittoria. Prima del verdetto fi nale, il pubblico di San-remo ha potuto vedere anche una presentazio-ne dell’idolo Vasco Rossi. Senza dubbio, la sua presenza è stata un alito di buona musica nel-l’Ariston. Critici di turno dicono che sono state poche le buone canzoni presentate nella gara, ma che nell’agitazione della festa – con il suo scenario molto moderno e futuristico, che pa-radossalmente ricordava la fi gura di un castel-lo o quella di una sala di un teatro neoclassico – fi nivano col servire al proposito del puro di-vertimento. Considerando che il festival è un ritratto udibile dell’attuale panorama musicale italiano, gli specialisti si sono rattristati quan-do si sono resi conto che ci sarà da aspettare per un rinnovo. Chissà se questa missione non

ricadrà nelle mani e sulla voce di Laura Bono, 26 anni e vincitrice della categoria Giovani?

Andiamo agli altri vincitori: Nicky Nicolai, con Stefano Di Battista Jazz Quartet, ha vinto il premio di miglior Gruppo; Antonella Ruggiero, con la canzone “Echi d’infi nito”, ha vinto la ca-tegoria Donne; Toto Cutugno, accompagnato da Annalisa Minetti, ha cantato “Come noi nessuno al mondo” ed è stato vittorioso nei Classici; e Francesco Renga è stato il prescelto per la cate-goria Uomini con la canzone “Angelo”. Anzi, lui è arrivato anche al primo posto nel conteggio ge-nerale del televoto, con il 54,41% delle 400mila telefonate, seguito da Toto Cutugno (17,79%), Antonella Ruggiero (16,45%), Nicky Nicolai e compagnia (7,45%) e Laura Bono (4,13%). Vale la pena ricordare che ogni voto è costato al giu-rato domestico 0,60 centesimi di euro.

E il Festival di Sanremo non fi nisce con la premiazione. La macchina del marketing non si riposa e gli echi della festa rimarranno nei me-dia per molto tempo. I protagonisti dell’evento assistono già all’aumento vertiginoso dei loro cachet per i concerti. Il presentatore Paolo Bo-nolis, 44, conduttore di un programma Rai, ha ricevuto una proposta milionaria per cambiare canale. Inoltre, in breve arriverà sugli scaffali dei megastore di musica un CD speciale di que-sta edizione del concorso. La redenzione del Fe-stival di Sanremo ha recuperato la possibilità di dare ossigeno alla musica italiana. Critiche e polemiche a parte, gli organizzatori della festa adesso cercano un presentatore all’altezza del successo ristabilito: creativo, serio, intelligen-te e con un pungente senso di humor. Dicono le buone e cattive lingue che Fiorello sarebbe un serio candidato per il 2006.

Festival di S anremo recupera credibilità e attrae oltre 16 milioni di telespettatori

Francesco Renga riceve premio di miglior cantante per la categoria maschile ed è anche eletto dal televoto

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Cultura

Gisele Maia

Foram oito décadas - vividas em diversos países - de incontáveis histórias, memoráveis paixões e muita tinta no papel. Em fevereiro passado, o chargista italiano Lan, que se considera pra lá de “carioca”, comemorou seus 80 anos com muito samba, em

meio às tantas homenagens prestadas no Rio de Janeiro. No mesmo mês, viajou a Buenos Aires para inaugurar a exposi-ção Um porteño carioca, no Centro Cultural Recoleta, onde estiveram reunidas ilustrações suas que mesclam o cotidia-no das suas duas cidades do coração, além das que registram sua passagem pela imprensa argentina.

Na cidade maravilhosa, estão disponíveis ao público alguns de seus trabalhos, até o dia 12 de abril, no Centro Cultural dos Correios. Lá, suas obras dividem espaço com as de Borjalo e Millôr Fernandes. Entre tantos compromissos, Lan concedeu uma entrevista à Comunità, na qual falou de sua carreira jornalística e de seus 60 anos de traço.

Este senhor de nome comprido – Lanfranco Aldo Ric-cardo Vaselli Cortellini Rossi Rosini – deixou Monte Varchi, na região Toscana, ainda muito jovem. Quando contava apenas seis anos de idade, veio com a família para o Bra-sil porque seu pai, o músico Aristides Vaselli, aceitara um convite para inaugurar a Orquestra Sinfônica do Teatro Mu-nicipal de São Paulo. Foi uma decisão difícil, pois, na épo-ca, Aristides administrava a fábrica de chapéus de seu pai, avô de Lan. “Minha família, dos dois lados, se constituía de tremendos burgueses, negociantes. Mas unia extremos, porque meus avós maternos eram fabricantes de sapatos, ‘pés no chão’, e não queriam a fi lha deles casada com um artista”, conta Lan.

Apesar da vida confortável na Itália, Aristides Vaselli resolveu dar uma chance à carreira musical. Depois de mo-rar alguns anos em São Paulo, ele assinou contrato com a Sinfônica de Montevidéu. Em 1935, entretanto, ao aceitar uma proposta da orquestra da rádio El Mundo, rumou para Buenos Aires. Por fi m, buscando descanso, decidiu voltar ao Uruguai e criar raízes. “Papai adorava Montevidéu e tor-cia pelo Nacional, como eu. O futebol foi fundamental nes-sa decisão”, comenta, sempre em tom descontraído.

Ainda no Uruguai, Lan descobriu a caricatura. Acon-teceu em uma aula de química do colégio italiano, quan-do ele desenhou seu mestre “carrasco”. Daí por diante, os amigos não paravam de pedir que ele retratasse outros pro-fessores. Tempos depois, já na escola alemã - que, ao con-trário da italiana, permaneceu aberta durante a Segunda Guerra -, o talento de Lan foi farejado por um professor de desenho. “Ele viu a caricatura que eu fi z do diretor. Então, me chamou em um canto, disse que eu não acompanharia as aulas com os demais e me mandou desenhar mais pro-fessores. Mas eu deveria usar a memória. Ele me ensinou

algo fundamental: a memória é o fi ltro, no qual se fi xa o essencial, a impressão subjetiva, e essa é a verdadeira caricatura. Daí para frente só de-senhei de memória”. Ainda na capital uruguaia, Lan trabalhou no El País, o primeiro periódico dos muitos por que passou.

DA VIDA DE PORTENHO: JORNALISMO ARGENTINO, CANTINAS E CABARÉS

Depois de uma exposição em Punta del Este, Lan conheceu o dono da revista Rico Tipo, a nú-mero um do humor no Rio La Plata. Desse contato, veio a oportunidade de deixar o Uruguai e traba-lhar no Notícias Gráfi cas de Buenos Aires e, tempos mais tarde, na Editorial Haynes de Evita Perón.

Durante os anos vividos na capital argenti-na, de 1947 a 1952, as noites começavam nas cantinas do bairro La Boca com os colegas de redação. Estes, casados, voltavam cedo para ca-sa, enquanto Lan, um solteiro convicto, pulava das cantinas para os cabarés. As prostitutas vi-ravam suas amigas e lhe contavam seus proble-mas. “Era uma época muito romântica. Hoje tu-do se transformou, e isso vale para as mulheres que vivem do corpo”.

De suas ilustrações, nasceram situações me-moráveis. Na Editorial Haynes, fez uma carica-tura do então governador da Província de Tierra del Fuego, o General Guillermo Carro Catáneo. A secretária do militar ligou para a redação pe-dindo o original, o que gerou muitas piadas por parte dos colegas. Por isso, quando o General te-lefonou, pessoalmente, Lan atendeu disparando uma enxurrada de palavrões. “Quando, dez mi-nutos depois, ele apareceu na porta do jornal e me mandou entrar na limusine ofi cial, achei que fosse ser jogado no Rio La Plata”, lembra.

Mas ali começou uma grande amizade. Em ja-neiro de 1952, Guillermo Carro Catáneo contou a Lan que havia sido destituído do seu cargo. O motivo: Catáneo estava do lado de Juan Carlos Perón e contra os generais que planejavam der-rubar o presidente argentino. “Este poderia se tornar o meu maior furo de reportagem, mas eu prometi que não falaria nada. O que teria acon-tecido na Argentina se eu tivesse dado a notí-cia? Eu sabia até os nomes dos golpistas: Aram-buru, Rojas e todos os que, três anos mais tarde, tomaram o poder”.

Ainda em 1952, Lan, de passagem pelo Rio de Janeiro, aceitou uma proposta de Samuel Wainer para trabalhar no Última Hora. “Era um jornal a favor de Getúlio Vargas, que por sua vez era amigo de Perón. Tive uma grande chance, mas receava pôr em risco a vida de Catáneo. Fa-lhei como jornalista, mas mantive minha pala-vra”, lembra.

RIO DE JANEIRO: PAIXÃO E IDEAIS REVOLUCIONÁRIOS

Ao se mudar para o Brasil, Lan morou seis meses em São Paulo e, depois, conseguiu a transferência para o Rio, conforme Samuel Wai-ner havia prometido. “Às vezes me pergunto co-mo pude deixar uma cidade tão majestosa como Buenos Aires. Mas, por outro lado, foi um gran-de impacto ver o Rio de Janeiro pela primei-ra vez”, comenta Lan, fl amenguista e portelen-se, que passou muitas madrugadas no morro da Mangueira, com Cartola, Carlos Cachaça e outras lendas do samba. Depois de Última Hora, traba-lhou para O Globo durante dois anos. Em seguida foi para o Jornal do Brasil, onde esteve durante 39 anos dos 60 de sua carreira como jornalista e chargista. Desde 2002, se dedica às suas Cario-caturas, publicadas aos sábados n’O Globo.

Das charges de cunho político, muitas deram o que falar, como a de Carlos Lacerda retratado como corvo. Mas a glória foi quando Ernesto Che Guevara pediu, por intermédio de um assessor, o original de uma ilustração – em que Lan afi rma ter “esculhambado o Tio Sam” – para decorar seu gabinete de ministro em Cuba. Não que o co-mandante revolucionário tivesse o hábito de ler os jornais do Rio. O contato aconteceu porque Lan, apaixonado pelos ideais da ilha de Fidel, passou a fazer charges para o periódico cubano La Revolución, depois de ter fundado o escritó-rio carioca da Prensa Latina, agência de notícias latino-americanas criada em Havana, em 1959, logo após a conquista da capital.

Em apenas duas ocasiões Lan viu pessoalmen-te o comandante Che. Uma delas foi na conferên-cia da Organização dos Estados Americanos (OEA) de 1961, em Punta del Este, no Uruguai, quando Jânio Quadros condecorou Guevara entregando-lhe a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do

Sul. Um episódio, até hoje, é contado às gargalha-das: na vez do representante dos Estados Unidos discursar na convenção, Che Guevara se retirou do plenário, seguido por vários jornalistas, entre eles Lan, que acreditaram se tratar de um ato de protesto. Somente ao parar na porta do banheiro, o herói revolucionário se dirigiu aos repórteres. “O Che disse: ‘Muchachos, se necessitam, podem servir-se”. Ele só queria dar uma mijadinha, de-pois voltou para o auditório!”, lembra.

Afastado há alguns anos do mundo da políti-ca – que hoje, confessa, lhe causa ojeriza – Lan tinha planos de, em 1957, se juntar ao exército revolucionário de Fidel Castro em Sierra Maestra. Estava tudo preparado quando ele conheceu Olí-via, com quem permanece casado há 45 anos. “Acabei desistindo dos meus ideais revolucioná-rios. Para mim, mulher é muito mais importante que Fidel Castro!”, confessa entre risos. O char-gista se declara “contra o casamento e a favor de Olívia”, por sua coragem de ser desposada por um boêmio e por ter feito os cubanos perderem um soldado.

Não bastasse toda a simpatia pelos comu-nistas do momento, uma charge, publicada na semana anterior ao Golpe de 64, fez de Lan um alvo da ditadura militar. No desenho, um general “Quatro Estrelas” se olhava no espelho e via, no refl exo, um general “quatro bananas”. Por conta disso, optou pelo auto-exílio. Viveu dois anos na Itália e mais um em Paris, entre 64 e 67. Nesse período, não manteve contato com a imprensa brasileira nem teve charges publicadas. Enquan-to residiu na Europa, escreveu notícias em espa-nhol para a Prensa Latina.

Algumas decepções o fi zeram abandonar as caricaturas políticas. Desde de 1992, sua arte é plena de curvas femininas e ele faz questão de ressaltar que não se dedica somente às mulatas. “Nas entrevistas que concedo, só me perguntam de mulatas, parece que não fi z mais nada na vi-da. Chega, não quero ouvir falar em mulatas, já tenho uma em casa, a Olívia. Não sou ‘mula-tólogo’, sou ‘mulherólogo’”, dispara. A bronca, apesar de acompanhada de uma boa dose de hu-mor, é séria. E ele completa: “Tenho 60 anos de jornalismo. Acho muito restrito falarem apenas das mulatas”.

O desenho de muitas vidas em uma só

O chargista Lan veio da Toscana para o Uruguai, aprendeu a ser jornalista na Argentina e se apaixonou pelo Brasil

Charges de Lan para a revista

Comunità

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Dal 4 marzo al 10 aprile le sale del Cen-tro Cultural da Justiça Federal di Rio de Janeiro hanno ospitato la mostra fo-tografi ca Togu Na – A casa da Palavra, in cui è stata messa a fuoco la cultura

dei Dogon, uno dei più signifi cativi popoli della Repubblica del Mali. Prodotta dall’Istituto Italiano di Cultura, la mostra ha riunito circa 60 immagini captate dagli architetti Tito e Sandro Spini (padre e fi glio) che, negli anni ’70, hanno coordinato una serie di ricerche di campo sul posto.

La civiltà Dogon, il cui territorio si trova nel-le zone amministrative di Bandiagara e Douent-za, al sud di Cabo do Niger, è stata studiata per la prima volta nel 1933 dall’etnologo francese Marcel Griaule e, da allora, risveglia la curiosità dell’occidente. Nei suoi lavori, Griaule ha rivela-to al mondo l’originalità delle sculture e dell’ar-chitettura Dogon, a partire da cui si può scoprire molto dei miti e tradizioni di questo popolo.

Negli anni ’70, le scoperte di questo etnolo-go circolavano per tutta Europa, sia nel mondo accademico, sia in quello artistico, e sono ar-rivate alle orecchie di Tito e Sandro Spini. In un’intervista rilasciata a Comunità, il bergama-sco Sandro, che oggi tiene lezione di antropo-logia visuale presso l’Università Ca’ Foscari di Venezia, ricorda: “Siamo rimasti affascinati da quelle costruzioni. Artisti plastici famosi, come Picasso, per esempio, alle loro collezioni già al-lora aggiungevano alcuni pezzi Dogon”. Insieme, padre e fi glio hanno organizzato varie spedizio-ni in quella comunità e hanno conosciuto 76 villaggi Dogon. Nei viaggi, parlavano con gli abitanti, ascoltavano storie e scattavano foto. Il risultato fi nale delle ricerche si è trasformato nel libro Togu na: la casa della parola, pubblicato nel 1976 dall’Electa Editrice e lo stesso anno ha vinto il Premio Italia di Fotografi a.

Malgrado sia uno dei ‘diffusori’ della cultura Dogon, Sandro avvisa del pericolo rappresenta-to dall’invasione di valori occidentali nel vil-laggio, che potrebbero causare una perdita di caratteristiche. “Attualmente, le sculture Dogon si trovano esposte nei più importanti musei del mondo, ma credo che dovrebbero restare unite, in un centro culturale dello stesso Mali”, dice. “In principio, mi piacerebbe sviluppare un pro-getto di un museo virtuale, mettendo in risalto l’importanza della restituzione di queste opere al loro paese di origine.”

TOGU NA: CENTRO DI DECISIONI

Abitanti di una regione abbastanza arida e rocciosa, situata ai margini del fi ume Niger, i Dogon costruiscono le loro case in totale inte-grazione con l’ambiente. Per fare questo usano legno di alberi locali o scavano le pietre. Spesso nelle fotografi e di Tito e Sandro le costruzioni si mescolano e si confondono con lo scenario naturale. “E’ un’architettura senza architetti”, spiega Sandro.

Ma l’oggetto centrale delle indagini degli Spini e, di conseguenza, dell’esposizione a Rio de Janeiro, è la Togu na, ossia, la Casa del-la Parola. Si tratta del centro amministrativo dei villaggi Dogon, il luogo ove gli uomini (e soltanto gli uomini, perché loro rappresentano l’autorità) si incontrano per decidere questio-ne relative al calendario agricolo, alla giusti-zia civile, alle norme etiche, tra molte altre. Quando si fonda un nuovo villaggio, la Togu na è la prima delle costruzioni ad essere mes-sa a punto.

Le pareti della Casa della Parola sono co-stituite da larghi tronchi di legno, sui quali si trovano intagliate le descrizioni delle regole di

Cultura

comportamento che tutti devono rispettare du-rante le riunioni: nessuno deve alzare la voce o manifestare, con gesti aggressivi, un’insoddisfa-zione. Gli uomini devono ascoltare gli uni agli altri e rifl ettere sulle idee degli altri. “Dentro una Togu na non si può rimanere in piedi, per questo i soffi tti fatti di rami sono bassi. L’abi-tante del villaggio che si infuria, quando si alza sbatte con la testa al soffi tto e, soltanto dopo essersi calmato e riseduto, può ricominciare a parlare”, spiega Sandro Spini, che ha seleziona-to fotografi e di 47 esempi di Togu na per l’espo-sizione di Rio de Janeiro.

Chi vuole sapere un po’ di più della cultura Dogon potrà comprare il libro Togu na:La casa della parola, di Tito e Sandro Spini, attraverso il sito della casa editrice italiana Bollati Borin-ghieri, responsabile per la nuova edizione del ti-tolo nel 2003. www.bollatiboringhieri.it.

Le case, i visie le parole della

comunità Dogon

Mostra fotografica ha rivelato la cultura

di uno dei più intriganti popoli della

Repubblica del Mali

Andressa Camargo

In alto: Rappresentanti del villaggio Biniemana parlano sulla soglia di una Togu na.A sinistra: una Togu na vista da fuori. A destra: pilastro di legno con iscrizioni Dogon

COMITE OLIMPICO NAZIONALE ITALIANO

CONI - Informa

Alfredo Apicella

BRASIL E ITALIA, IRMÃOS NO ESPORTE

Foi celebrado, no dia 11 de março, um convênio entre o CONI (Comitato Olimpico Nazionale Italiano) e o COB

(Comitê Olímpico Brasileiro), na cidade do Rio de Janeiro, na presença do cônsul geral da Itália no Brasil, Dott. Mas-simo Bellelli, do vice-presidente do COB, Dr. André Richer, do representante do CONI no Brasil, Prof. Alfredo Apicella e de outras autoridades de ambas as entidades. O convênio visa estreitar e intensifi car o intercâmbio sócio-esportivo-cultural entre Itália e Brasil.

Dr. André Richer abriu a reunião expressando grande satisfação e otimismo em relação ao convênio. Passou a palavra ao Dr. Raffaele Pag-nozzi, secretario geral do CONI-ITALIA, que demonstrou igual entusiasmo. Ambos fo-ram os signatários do convênio, representando suas respectivas organizações.

Fizeram uso da palavra, contribuindo para o enriquecimento do evento, Massimo Bellelli, representando o Embaixador da Italia no Brasil Ministro Valensise, o Campeão Bernardinho do vôlei, o Prof. Alfredo Apicella e o Prof. André Luiz Lace Lopes, consul-tor do CONI/Brasile.

O próximo passo, agora, será a elaboração de uma estratégia conjunta de traba-lho e a defi nição de projetos de intercâmbio, que possam potencializar, ainda mais, as excelentes relações entre Itália e Brasil.

Acontecerá, no dia 30 de abril, a fi nal nacional dos Giochi Della Gioventú 2005, no Centro Esportivo

Miécimo da Silva, às 9:30h. Comparecerão à cidade do Rio de Janeiro, delegações esportivas de natação e atletismo dos estados de Santa Catarina e São Paulo, que participarão das competições decisivas para a seleção dos vinte adolescentes que irão à Itá-lia competir na grande olimpíada estudantil de 2005. São esperados muitos atletas que, somados aos do Rio de Janeiro, atuarão no evento esportivo. Será realizada também uma partida amistosa de futebol entre as equipes da Azzurra (de São Paulo, repre-

sentando a Itália) e a equipe do Miécimo da Silva (do Rio de Janeiro, representan-do o Brasil) que contribuirão para o brilho do evento. O delegado do CONI no Brasil Alfre-do Apicella pontua que o objetivo para este ano é realizar uma festa com toque especial de renovação, pois bem sabemos que novas iniciativas estão sendo planejadas também para os proximos anos e os Giochi Della Gioventù se introduzem bem a esses trabalhos futuros do CONI-Brasile. A realização dos Giochi Della Gioventù 2005 conta com as boas vindas de autoridades como o prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Cesar Maia, e do se-cretário de Esportes e Lazer da cidade do Rio, Ruy Cesar, que não medem esforços para contribuir institucionalmente pela realização do evento na cidade. Além destes, os Giochi 2005 agraciam-se pelas nobres contribuições que também muito ajudam para o êxito dos Giochi 2005, como a do cônsul geral da Itália no Rio de Janeiro, Ernesto Massimo Bellelli, o cônsul geral da Itália em Curitiba, Mario Trampetti, o cônsul geral da Itália em São Paulo, Gian Luca Bertinetto, e o embaixador da Itália, Michele Valensise.

Os Giochi Della Gioventù

Giochi Della Gioventù - Evento esportivo promovido através do CONI no Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. O principal objetivo é o de reforçar o apoio do es-porte, os laços de amizade que unem os dois países irmãos: Brasil e Itália. O CONI está presente com esses jogos em todos os países que acolhem os italianos no mundo e a reunião desses jovens se faz possível neste evento que foi denominado GIOCHI DELLA GIOVENTÙ, possibilitando assim esse encontro que após torneios regionais em cada país, se reúnem numa grande e festiva olimpíada num centro esportivo no território italiano. Os trabalhos do CONI com os jovens oriundos foram ofi cializados a partir de 1974. Desde então, os GIOCHI tem sido o ponto de crescimento de um projeto que já

nasceu grande e tende a se evoluir muito mais. O Brasil participa dos GIOCHI DELLA GIOVENTÙ desde 1992, com as modalidades de ATLETISMO e NATAÇÃO, em todas as categorias, para a faixa etária de 10 a 14 anos, de acordo com o regulamento.

Seletiva Regional - Santa Catarina NataçãoFoi realizada, 27 de março, em Florianópolis, a competição de natação da fase

regional seletiva estadual dos Giochi Della Gioventù 2005. Santa Catarina recebeu os Giochi com a participação da FESPORTE, que deu o suporte local apoiando na orga-nização desta seletiva. Seletiva Regional – Rio - Barra do Piraí Natação

Foi realizada no domingo, 27 de março, a competição de natação da fase regional seletiva estadual dos Giochi Della Gioventù 2005, a cidade de Barra do Piraí recebeu os Giochi com uma grande manisfestação e marcou história com a participação da FIRJAN, Prefeitura da Cidade e empresas locais, o que para este ano contribuiu e deu brilho à competição no Estado do Rio de Janeiro. A exemplo do que foi feito este ano, o CONI buscará sempre melhorar o evento atraindo parceiros e desenvolvendo ações como as que foram exemplifi cadas por Barra do Piraí-RJ.Seguem as seletivas pelos estados e o atletismo agora será a grande atração, a co-meçar pelo Estado de Santa Catarina, que realizará este mês sua seletiva e São Paulo e Rio de Janeiro, que também preparam suas seletivas e suas equipes. Este ano, as vagas para a Itália serão bastante disputadas devido ao grande interesse dos jovens em conhecerem a sua terra de origem.

Veja onde existem chances para você conquistar sua vaga na FINAL!!Seletiva Regional - Santa Catarina (Atletismo)Atletismo: Dia 16 de abril - início: 8hLocal:Pista sintética de atletismo de ItajaíSeletiva Regional – São Paulo (Atletismo)Local das Competições: SESI Itu e Salto Rua José Bruni, 201 CEP 13304-080 Bairro São Luiz ITU SP Com a colaboracão do CEI Centro da Emigração Italiana em ITU São PauloSeletiva Regional – São Paulo (Natação)Local das Competições: Piscina do Complexo do Ibirapuéra Local Inscrições: Na F.A.P. Federação Aquática Paulista - Rua Manuel Nobrega 1361 Cep 04001-084 Tel 011-384-7557Para obter maiores informações e saber mais sobre o CONI acesse a página www.conibrasile.org

RIO DE JANEIRO SEDÍA A FASE NACIONAL DOS GIOCHI DELLA GIOVENTÙ 2005É hora da decisão para saber quem vai à Itália competir no mundial

Da esquerda para a direita

Dr Andre Lace - Assessor.CONI Brasil Prof.Alfredo Apicella - Delegado CONI no Brasile Dr.Bernardo Dr. Pagnozzi Raffaele - Secretario Geral do Comite Olimpico Italiano Dr. André Richer Abril - Vice Pres Comite Olimpico Brasileiro Dr.Massimo Bellelli - Consul Geral da Italia Dr Roberto Fabircini - Responsavel Rapporti Internazionali CONI Sr.Francesco Perrotta - Presidente COMITES Do Rio de Janeiro

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Editora Comunità - Comunità ItalianaRua Marquês de Caxias, 31Centro - Niterói - RJ - 24030-000Tel / Fax: (21) 2722-0181

Notizie

Camera italo-brasiliana propone un emendamento costituzionale per attribuire il voto agli stranieriIl Comitato Giuridico della Camera Italo-Brasiliana di Commercio e Indu-stria di San Paolo, presieduto dalla professoressa Ada Pellegrini Grinover, ha elaborato una proposta di emendamento Costituzionale che chiede di attribuire il diritto di voto, nelle elezioni municipali, a stranieri residenti in Brasile da almeno cinque anni. La proposta viene presentata al Ministro di Grazia e Giustizia, Marcio Thomas Bastos, dalla stessa Ada Pellegrini e dal presidente della Camera di Commercio di San Paolo, Edoardo Pollastri.Secondo i membri del Comitato Giuridico, “l’approvazione della proposta rappresenterebbe per il Brasile un chiaro riconoscimento agli stranieri che partecipano intensamente alla vita economica, sociale e politica del Paese. Il riconoscimento di tale diritto rende allo straniero residen-te in Brasile la pari dignità con gli altri cittadini, su tutti i piani, ed in particolare a coloro che hanno scelto il Brasile come seconda Patria”.“Oramai sono diversi i Paesi che, anche in America Latina, hanno con-cesso il diritto di voto nelle elezioni municipali agli stranieri stabilmente residenti. Con tale atto – concludono - il Brasile si allineerebbe a coloro che hanno inteso ampliare gli spazi di democrazia e partecipazione alla vita del proprio Paese”. (Ansa)

Cambiamenti al Circolo italianoIl 30 marzo sono stati eletti i sette nuovi consiglieri, per il rinnovamen-to di un terzo del Consiglio. Essi sono: De Fiori Mario, Mattoli Socrate, Maveri Carlo, Laspro Giovanni, rieletti, più Sandin Bruno Amadei, Ac-curti Ricardo e Michels Amneris Biagini, eletti per la prima volta.

Per l’elezione della Direzione Esecutiva, già da tempo circolavano rumori secondo i quali l’ex presidente Giuseppe Cappellano si sarebbe ricandidato alla Presidenza, contrastando la rielezione del presidente uscente Mario De Fiori. Dopo l’espressivo risultato ottenuto alle vota-zioni dei consiglieri, De Fiori ha inviato una circolare a tutti i soci, in-formandoli che, nonostante i suoi sforzi, “non essendo riuscito a sen-sibilizzare il Consiglio alle mie proposte” che riguardavano l’incentivo ai giovani, l’equilibrio fi nanziario e la facoltà del socio vitalizio di non pagare più mensilità, De Fiori dichiarava: “sento che il contributo che potevo apportare come Presidente si è esaurito”, ritirandosi dalla ele-zione della Presidenza.

È stato lo stesso De Fiori che si è dichiarato sorpreso di avere ri-cevuto, nella seduta per l’elezione della Direzione Esecutiva il 5 aprile scorso, l’invito dello stesso Cappellano affi nché lui rimanesse come Presidente, con l’appoggio unanime di tutti i consiglieri. E così, spin-to da tutto il Consiglio, ha accettato l’incarico. (V.N. - Asib)

Si terrà a Salvador la prima conferenza sulla cooperazione italiana allo sviluppo in BrasileSAN PAOLO - Gli interventi italiani di cooperazione, scambio di infor-mazioni e promozione di un migliore coordinamento a livello federale e statale tra gli attori della cooperazione, stimolo per nuovi contatti tra la società civile e le istituzioni per sostenere i progetti in via di at-tuazione e promuovere una visione d´insieme degli interventi in cor-so, in vista delle linee future della cooperazione tra Italia e Brasile. Questi i temi della prima Conferenza sulla cooperazione italiana allo sviluppo in Brasile che si terrà il 14 e il 15 aprile prossimi a Salva-dor de Bahia.

Organizzata dall’Ambasciata italiana, la conferenza si propone di ricalcare i tre fi loni principali della cooperazione italiana in Brasile: ambiente e sviluppo sostenibile, lotta all’esclusione sociale e riqua-lifi cazione urbana.

Oltre a questo, verranno trattati anche gli aspetti trasversali, par-ticolarmente apprezzati dal Governo brasiliano, della cooperazione italiana in Brasile: la partecipazione comunitaria, la cooperazione decentrata, il dialogo con la società civile locale e l’intersettorialità degli interventi. Secondo il programma provvisorio, i due giorni di lavoro inizieranno con una sessione plenaria di apertura, alla presenza di autorità politiche nazionali e locali. Hanno già confermato la loro presenza i Ministri Marina da Silva (Ambiente) e Patrus Ananias (Po-litiche Sociali), il Governatore dello Stato di Bahia, il Sottosegretario agli Esteri, Giampaolo Bettamio e del Direttore Generale per la Coope-razione del Ministero degli Esteri, Giuseppe Deodato.

Nel pomeriggio si terranno tre sottosessioni tematiche, simulta-nee, sui tre temi principali dell’evento: per ciascuna di esse, i sog-getti della cooperazione (operatori, Ong, rappresentanti della società civile) presenteranno, scambieranno e discuteranno le rispettive es-perienze sui programmi in corso a livello di cooperazione governativa, non governativa e decentrata.

Il pomeriggio del 15, invece, in una nuova sessione plenaria, i coordinatori delle tre sessioni tematiche riassumeranno i termini del dibattito, sulla base delle quali saranno tratte le conclusioni della conferenza. Alla riunione parteciperanno i volontari e i cooperanti italiani in Brasile, le controparti locali dei programmi di coopera-zione italiani, autorità italiane e brasiliane, le Ong italiane operanti in Brasile, i rappresentanti della cooperazione decentrata italiana, della Commissione europea, della rete consolare italiana e del Minis-tero degli Esteri brasiliano. Dall’Italia, infi ne, parteciperanno anche funzionari ed esperti responsabili per i diversi aspetti della coope-razione italiana in Brasile. (Aise)

Esperienze a confronto nell’incontro tra i coordinatori dei Comites argentini e brasilianiBUENOS AIRES - Si sono incontrati a Rio de Janeiro i due coordi-natori dei Comites argentini e brasiliani. In Brasile, Riccardo Mer-lo, presidente del Comites di Buenos Aires, ha infatti incontra-to il Presidente del comitato di Rio de Janeiro, Francesco Rodol-fo Perrotta, accompagnato dal suo vice, Piero Stefano Ruzzenenti.Un’occasione per rinvigorire rapporti già esistenti tra i rappresentanti degli italiani in Argentina e Brasile.

In qualità di Coordinatori dell’Intercomites dei due Paesi, Merlo e Perrotta hanno potuto confrontare esperienze e informazioni sul-le problematiche comuni delle comunità che rappresentano che, da sole, compongono il 75% degli italiani dell’America Latina A margi-ne dell’incontro, Merlo si è detto molto soddisfatto, poiché si sono stretti nuovi vincoli che torneranno sicuramente utili per un lavoro comune e concordato, a benefi cio di tutti gli italiani residenti in en-trambi i paesi. (Aise)

Il Governo potrà rispamiare 4 miliardi con l’uso di e-mailUsando la posta elettronica, anziché quella cartacea, i ministeri possono risparmiare ogni anno 4-5 miliardi di euro. La carta che producono in un anno è pari al volume del Duomo di Milano. Lo ha affermato il ministro dell’Innovazione tecnologica, Lucio Stanca, in una conferenza stampa a Pescara nella quale ha rivelato come l’Italia stia recuperando in molti campi dell’innovazione tecnologica. “Quattro anni fa, quando fu creato per la pri-ma volta in Italia un ministro dell’Innovazione tecnologica, sembrava una stravaganza - ha aggiunto. Eravamo molto indietro rispetto ad altri Paesi europei. Oggi il 56% delle famiglie ne ha almeno uno in casa, rispetto al 51% della media dell’Ue a 15, e non vi sono divari tra Nord e Sud”.

La politica adottata ha consentito interventi per “l’alfabetizzazione dei cittadini, la modernizzazione della Pubblica amministrazione, la competiti-vità delle imprese. Per la prima volta è stata introdotta l’informatica nella scuola. È poi disponibile un bonus di 175 euro per i ragazzi che compiono 16 anni, come aiuto per l’acquisto di un Pc. Già 70-80 mila ragazzi hanno usu-fruito di questa possibilità”. Per quanto riguarda la Pubblica amministrazione, Stanca ha parlato di “rivoluzione” grazie alla digitalizzazione. “Ci sono oltre mille Comuni in Italia - ha spiegato - dove il pagamento dell’Ici si può fare via Internet a qualsiasi ora. Cosí come la richiesta di certifi cati. Quattro anni fa ci vedeva al 13º o 14º posto. Oggi siamo al 7º o 8º posto”. (Ansa) Per la prima volta nella

storia della diplomazia italiana due donne nominate ambasciatore di gradoROMA - Per la prima volta nella storia della diplo-mazia italiana, due donne sono state nominate ambasciatore di grado. Sono Graziella Simbolotti e Iolanda Brunetti le prime donne in Italia a raggiun-gere il più alto grado della carriera diplomatica. Con loro è stato nominato ambasciatore di grado anche Mario Bova. (aise)

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Italia - AttualitàAtualidade

Milioni di italiani hanno conosciuto il dramma dell’emigrazione, eppure adesso sembrano incapaci di acco-gliere i tanti disperati provenienti

dall’Africa e scaraventati dal mare sulle coste dell’isola di Lampedusa. Comunità hà già do-cumentato questa diaspora etnica che crea gra-vissimi problemi umani, sociali, politici. E gli italiani, che per tanti decenni sono stati un po-polo di emigranti, si trovano sotto accusa: sono egoisti, razzisti, intolleranti, cattivi? Ma le dif-ferenze tra l’emigrazione di un tempo dall’Italia e quella attuale per l’Italia sono enormi.

La “fuga” dal Medio Oriente, dall’Africa, dal-l’Asia di tanti disperati avviene nella clandestini-tà, senza regole, anzi, contro le regole: l’emigra-zione dall’Italia risultava, per quanto possibile, disciplinata, legale. La meta più importante era costituita dalle “Americhe”, dal Brasile. E il Bra-sile, soprattutto dopo il 1888, e cioè con la abo-lizione della schiavitù, aveva bisogno di braccia. L’inizio dell’emigrazione per il Sudamerica, però, si fa risalire già al 1875. Prima partivano i veneti, poi piemontesi, lombardi, calabresi, e così via. I viaggi, per lungo tempo avventurosi e anche drammatici, a poco a poco miglioravano. Comun-que anche nell’ultimo dopoguerra, 3-4 settima-ne di nave per chi affollava i “saloni” della terza classe (triste, squallida, e così umiliante) non erano facili. All’arrivo, i severi controlli di polizia a Rio de Janeiro o a Santos, l’eventuale viaggio a San Paolo o peggio “no interior”, il problema di un alloggio, di un lavoro. Comunque, agli inizi gli emigranti si trovavano già assegnate delle terre da coltivare e successivamente potevano contare in gran parte su parenti e amici. Di certo lavora-vano, e lavoravano duro. “Alla mattina si comin-cia “cole” stelle e la sera a casa “cole” stelle. Agli inizi del secolo la giornata di lavoro in Brasile ar-rivava a 15 ore e solo nel 1923 si accordavano le prime ferie: 15 giorni l’anno. Lo sciopero era un reato, e gli immigrati che creavano “problemi”, accusati di anarchia e quindi di essere pericolosi alla sicurezza nazionale, venivano subito espulsi. Con la Seconda Guerra, poi, i rapporti Italia-Bra-sile si rompevano: Mussolini, prima ammirato, diventava un nemico. D’altra parte, tre decenni dopo, il Governo Medici (1969-1974) con gli stra-nieri non ammetteva discussione: “Isto é o Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Ma italiani e brasiliani sono sempre stati fratelli con tante affi nità e principalmente con una fede e tradizioni comuni. Gli italiani si so-no fatti onore come semplici braccianti, operai, artigiani, commercianti (altro che “carcamanos” e cioè con la mano calcata sulla bilancia per ru-bare sul peso), molti sono stati i pionieri. Insie-me hanno contribuito allo sviluppo del Brasile. E – non sembra un caso – il primo santo del Bra-sile è una povera suora immigrata dal Trentino, Madre Paulina. Contrariamente all’emigrazione italiana in Brasile, quella dall’Africa all’Italia è costituita da fratelli profondamente lontani, co-me tradizioni, comportamento, religione.

A parte lo sconvolgente dramma (già docu-mentato) dei clandestini, la convivenza con quan-ti hanno regolarizzato la loro presenza non sempre risulta semplice. Anche in Italia, per esempio, in diverse occasioni, è stata richiesta la rimozione

del Crocefi sso da scuole o uffi ci: alcuni musulma-ni hanno oltraggiosamente defi nito il simbolo del Cristianiesimo un “cadaverino” macabro che susci-ta “repulsione”. Nello scorso dicembre sempre in alcune scuole si è arrivati a cambiare – per non “turbare” i musulmani – “la festa di Gesù” con la

“la festa di virtù”. L’abbigliamento ostentato da varie donne, con la testa coperta e nascosta, ha suscitato polemiche anche in Francia, così come il rifi uto di alcune ragazze di seguire le lezioni di ginnastica con i maschi, o addirittura i casi di mu-sulmani che convivono con più mogli. Tensioni nel mondo del lavoro, fra l’altro, per il mancato rispet-to degli orari di chiusura da parte di chi – soprat-tutto arabi e pachistani – ha ottenuto la gestioni di negozi di generi alimentari. Nei trasporti urbani (non esistendo il “cobrador”, ma confi dando nella correttezza dei passaggeri per la regolarizzazio-ne dei biglietti) gli immigrati vengono indicati come i maggiori trasgressori. I pochi controllori affermano di non essere in grado di intervenire, qualcuno ha denunciato di essere stato aggredito. I trasporti pubblici sono in defi cit e le spese rica-dono sulla collettività.

Il diritto per gli immigrati di mantenere la propria religione e le proprie tradizioni, il dove-re degli italiani di non “ferire” le loro coscienze, causano discussioni, tensioni, scontri. In Italia, non dimentichiamolo, non arrivano soltanto i di-sperati dall’Africa, ma anche slavi, albanesi, cine-si, fi lippini, zingari. Moltissimi, è chiaro, sono gli onesti, ma aumenta il numero di quanti si unisco-no alla criminalità (droga, prostituzione, rapine), a volte spinti e sfruttati da altri immigrati. E non manca la scoperta di elementi legati al terrori-smo, un incubo per l’Europa, dalla Spagna alla Russia, alla Turchia. Negli ultimi decenni l’Italia, il mondo, sono cambiati. L’emigrazione è cambia-ta. Gli emigranti di oggi sono senz’altro diversi da quelli che il secolo scorso (europei, arabi, asiati-ci) giungevano in Brasile e tutti insieme formava-no un popolo. Enormi le differenze tra le epoche, le condizioni di vita, le aspirazioni. Il Brasile, na-to soltanto nel 1500, grande 28 volte l’Italia, fi -niva per svilupparsi secondo un evidente destino multirazziale. La storia plurimillenaria dell’Italia è ben differente e il Paese sembra scosso da una crescente, scomposta immigrazione, imprecisa e imprevedibile. Le anomalie di questa disordinata – e frequentemente forzata – convivenza fra trop-pe anime, emergono già nelle strade, nei locali pubblici, in autobus, con un’accozzaglia di lingue e abbigliamenti, e soprattutto con tanti compor-tamenti sperso contrapposti, spesso ostili. Bolo-gna – chiamata “la Dotta” per l’antichissima uni-versità e per la sua civiltà, e “la Grassa” per la gastronomia e il suo diffuso benessere – sempre indicata come una delle città più aperte e ospita-li, ora soffre l’impatto, l’attrito, fra troppe realtà. Anche la grandiosa e prodiga Milano, la “capitale morale” d’Italia, la “Milano col cuore in mano” sta mutando. Ne è un esempio – tra altri – il vastis-simo piazzale della Stazione Centrale (un tempo punto di arrivo di tanti italiani del Sud con le va-ligie di cartone) adesso sempre più invaso da una folla di immigrati stranieri per ogni tipo di incon-tri e di “commerci”. Molti vecchi milanesi, molti vecchi bolognesi, molti vecchi italiani, appena possono, si rinchiudono in casa.

Italia: Il contrasto dell’immigrazioneUgo Guadalaxara

“La ‘fuga’ di tanti disperati, dal Medio Oriente, dall’Africa,

dall’Asia, avviene nella clandestinità, contro le regole:

l’emigrazione dall’Italia risultava

organizzata, legale”

No princípio de março, mais um acordo de cooperação entre Itália e Brasil foi se-lado, desta vez na área de conservação e restauração. Foi no bairro carioca da

Lapa, onde tantos edifícios de alto valor patrimo-nial ainda permanecem esquecidos, que aconte-ceu o MateraRio – nos caminhos do Rio, tesouros de Matera. O protocolo de intenção entre os dois países envolve, especifi camente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), a Secretaria de Es-tado de Cultura, o Opifi cio delle Arti e dei Mestieri di Matera, a região da Basilicata e a Prefeitura de Matera. O evento, realizado na Sala Cecília Mei-relles, contou com a participação do Cônsul geral da Itália Ernesto Massimo Bellelli.

Na prática, o projeto visa restaurar constru-ções históricas ao longo do Caminho do Ouro, por onde, durante o período colonial, era escoada a produção de ouro de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. O trabalho conjunto de profi s-sionais brasileiros e italianos visa unir o conhe-cimento da história local à técnica adquirida ao longo de anos de trabalho de restauração em Ma-tera, que, desde de 1993, fi gura na lista da UNES-CO como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Um acordo de tal importância para o Rio de Janeiro surgiu de maneira despretensiosa, du-rante uma viagem ao Brasil de dois arquitetos do Opifi cio delle Arti e dei Mestieri di Matera, Giuseppe Andrisani e Nicola Letizia. Na ocasião, eles vinham de uma recente experiência de co-

operação internacional com Cuba, que consistiu na restauração de nove edifícios no centro his-tórico de Havana Velha.

Algumas similaridades entre as construções da cidade caribenha e as da Lapa chamaram a aten-ção dos dois profi ssionais italianos que, com a aju-da da amiga brasileira Salma Kolling, contataram o governo do Estado do Rio. Depois de algumas reuniões com o Instituto Estadual de Patrimônio Cultural, decidiu-se que a intervenção na Lapa fi -caria para o futuro. Entre as tantas urgências do Rio de Janeiro, no que se refere à preservação do patrimônio, o Caminho do Ouro foi apontado co-mo prioridade. A estrada, construída a partir das trilhas dos índios guaianazes, foi muito utilizada durante o ciclo do ouro e ligava cidades mineiras como Diamantina, Ouro Preto e Tiradentes à Para-ty, de onde o metal partia rumo a Portugal. Em um primeiro momento, os trabalhos de preservação fi cam restritos ao trecho fl uminense do caminho. “Temos um interesse especial no patrimônio cul-tural do período da colônia. O Brasil será nosso se-gundo país latino-americano e já iniciamos alguns contatos também com a Argentina e a Colômbia”, afi rma o arquiteto Nicola Letizia.

Além da oportunidade dos profi ssionais bra-sileiros receberem treinamento dos técnicos ita-lianos, existe ainda a possibilidade de que, no fi nal dos trabalhos, o Rio de Janeiro obtenha um reconhecimento da União Européia, o que resul-taria em investimentos destinados à preserva-ção. Para que isso aconteça, o Opifi cio delle Arti e dei Mestieri di Matera deverá intervir junto ao conselho europeu e lançar a candidatura do Ca-minho do Ouro como patrimônio histórico, como foi o caso mesmo de Havana. “O Inepac demons-trou o interesse de, futuramente, estender às obras de recuperação a Minas Gerais. Depois, os dirigentes do INEPAC nos apontarão suas outras emergências. Nós do Opifi cio candidataremos, junto à União Européia, todos os projetos que

forem confi ados às nossas mãos”, explica o ar-quiteto Giuseppe Andrisani.

O Opifi cio acumula uma experiência de 25 anos de restauração nos Sassi de Matera. O tra-balho desenvolvido rendeu o prêmio europeu de melhor projeto de recuperação de um centro ur-bano. Por conta disso, o Opifi cio, apesar de ser uma sociedade privada, é apoiado pela Região da Basilicata e pela Prefeitura de Matera. A cida-de é um grande laboratório para os restaurado-res: os Sassi remontam ao período neolítico e a arquitetura é uma síntese dos vários períodos da humanidade, trazendo rastros dos diferentes po-vos que viveram ao longo dos séculos na região. “Nós temos um patrimônio histórico milenar e, por isso, existe uma tradição no que respeita à preservação de bens históricos. Infelizmente não é assim em muitos outros países, entre os quais o Brasil. Existe aqui um patrimônio im-portante da era colonial, mas muitas constru-ções foram abandonadas, se não destruídas. Ao mesmo tempo, edifi cações que não guardam na-da de belo do ponto de vista arquitetônico são ‘plantadas’ ao redor de preciosidades históricas, roubando-lhes a visibilidade merecida. É esse o caso da Lapa, por exemplo”, comenta Letizia.

Em sua palestra, o diretor do Inepac, Marcos Monteiro, citou as difi culdades com que normal-mente tem que lidar, entre elas a falta de cons-cientização no que se refere aos bens culturais. Apesar do cenário pouco favorável, Giuseppe Andrisani comenta: “Nós, os italianos, temos tradição em preservar e restaurar. Com certeza os problemas serão superados”. O arquiteto lem-bra que em Cuba havia escassez de mão-de-obra qualifi cada e que, por conta disso, enviou profi s-sionais para fazer cursos na Itália. Mas ele res-salta que o Opifi cio não tem o objetivo de ensi-nar, mas trocar experiências. “Qualquer que seja o obstáculo, só saberemos quando os trabalhos tiverem se iniciado”, diz Andrisani.

Assinado o acordo de cooperação ítalo-brasileiro para restaurar e preservar bens históricos do estado do Rio de Janeiro

O Caminho que liga o Rio de Janeiro a Matera

Gisele Maia

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Una società millenaria che non è mai riemersa dalle guerre del sec. XX

Franco Urani – Economia

Da tempo desideravo conoscere l’Etiopia per vari motivi. Innanzitutto, ricordavo, dai tempi della mia fanciullezza (sono nato nel 1930), l’entusiasmo delirante

per la conquista di questo spazio di oltre un mi-lione di km2 considerato vitale per consentire all’allora Italia proletaria e prolifi ca di inviare là il suo eccesso di popolazione. E, per giunta, l’Italia aveva sfi dato la Società delle Nazioni che aveva condannato la guerra e deciso sanzioni economiche (blande peraltro, in quanto non in-cludevano il petrolio ed il passaggio dal Canale di Suez) e, con la conquista, si trasformava addi-rittura in un Impero. Fatti questi sapientemente strumentalizzati dalla propaganda fascista che facevano facile presa, specie sui giovani.

Mi attraevano poi le vicende storiche: gli anti-chi vincoli con la Giudea, la leggenda dell’incontro della Regina di Saba con Re Salomone a Gerusa-lemme da cui derivava la stirpe degli Imperatori etiopici durata quasi 3000 anni, il presunto trasfe-rimento ad Axum delle tavole della legge mosaica, le comunità ebree là emigrate da circa 1300 anni, ormai somaticamente africane ed in gran parte tra-sferite ad Israele verso il 1990 per la carestia del periodo e la solita emarginazione. E poi, il fenome-no della Chiesa Copta Cristiana che ha fi nora resi-stito sugli altipiani etiopici alla pressione islamica, emanazione nel 300 d.C. della Chiesa di Alessan-dria di Egitto, separata da sempre da Roma e con patriarcato proprio prima ad Axum e poi ad Addis Abeba, con tante chiese incredibili scavate nella roccia, antichi dipinti e le sue cerimonie fastose.

Ed infi ne, mi interessava conoscere qualcosa di questa terra antica, culla dell’uomo sulla base dei reperti di oltre 4 milioni di anni, con i suoi altipiani tormentati, le ambe (montagne con pa-reti scoscese ed ampia cima piatta), le profonde diversità etniche delle tante tribù, le tragiche problematiche economiche.

Nonostante i soli 10 giorni disponibili, ci è stato possibile vedere buona parte dell’al-topiano, sorvolandolo con aerei Fokker ad ala alta che volano a bassa quota, attraversare in barca il lago Tana con visita alle sue storiche isolette, percorrere in auto e a piedi le città di Addis Abeba, Gondar, Lalibela, Axum, altre minori e vari dintorni. Abbiamo anche parte-cipato a Gondar e Lalibela alle processioni re-ligiose con centinaia di preti copti addobbati con ricche vesti, ombrelli intessuti di fi li d’oro, grandi croci argentate e migliaia di pellegri-ni poverissimi avvolti in tuniche bianche, con ininterrotte musiche, balli, preghiere, canti re-ligiosi. Cerimonie queste ancora assolutamen-te autentiche, con scene che sembrano uscite dalla Bibbia.

A parte il folklore, le splendide antichità, un originale artigianato, la bellezza della gente, la naturale eleganza delle donne, qualche mercato movimentato, la sensazione che dà l’Etiopia è di un paese in enormi diffi coltà, con una po-polazione cresciuta a dismisura, sottonutrita, carente di istruzione, di assistenza medica, di comunicazioni, rassegnata, in condizioni del tutto primitive.

UNA GUERRA CHE RACCONTA LA STORIA DEL NAUFRAGIO

Per cercare di comprendere i motivi di questa tragica situazione, potranno essere utili al-cuni cenni sugli avvenimenti degli ultimi 70 anni. Iniziamo con la conquista italiana del 1935/36 che aveva comportato per il nostro paese impegni ed oneri elevatissimi. Furono trasferiti in Eritrea e Somalia, in centinaia di navi, oltre 200.000 soldati, aerei, autocarri, artiglieria, ogni sorta di materiali, genieri, migliaia di addetti alla costruzione di strade per consentire l’accesso al diffi cile territorio e le operazioni logistiche. Nei circa 5 anni, dal-l’inizio delle ostilità fi no all’entrata dell’Italia nella 2a guerra mondiale nel giugno 1940, fu profuso dallo Stato fascista il 25% delle risor-se governative nelle operazioni belliche e nel-le opere di infrastruttura, specie strade, che ancor oggi costituiscono la rete fondamentale di comunicazione.

Nel 1938 la popolazione etiopica era allora valutata in circa 6 milioni di abitanti, contro gli allora 45 milioni della popolazione italia-na. In questa situazione – nonostante le grandi diffi coltà del territorio, la lontananza, l’oppo-sizione del governo ad incroci razziali - l’idea di investire per poi inviare gradualmente in Etiopia l’eccesso della popolazione italiana po-teva anche avere un senso. Ma chi mai avreb-be potuto pensare che la popolazione etiopica sarebbe cresciuta a dismisura e viene valutata oggi in 70 milioni di miserabili, mentre l’Italia è diventata uno dei paesi a più bassa natalità, con necessità di milioni di immigrati per soste-nerne l’economia?

C’è inoltre da chiedersi come mai il gover-no italiano, con l’ingente impegno etiopico e le fi nanze conseguentemente debilitate, avesse deciso di entrare in guerra contro l’Inghilterra nel 1940, con conseguente isolamento dell’Im-pero per la chiusura del canale di Suez. Dopo poco più di un anno dall’inizio delle ostilità, l’Impero era perso e si concludeva così una fol-le e breve avventura che, oltre ad ingenti spe-se, aveva comportato il sacrifi cio di migliaia di nostri combattenti e lavoratori.

Con il ritorno del Negus nel 1941, l’Etio-pia aveva stretto rapporti con gli Stati Uniti dai quali aveva avuto l’appoggio per annetter-si l’Eritrea come stato confederato ed assicu-rarsi così uno sbocco al mare. Peraltro, con il declassamento dell’Eritrea a semplice provincia nel 1960, ebbe origine una interminabile guer-ra, di fatto non ancora conclusa. Analoghi con-fl itti, anche se di minore durata, avvennero con Somalia e Sudan.

Nel 1955 fu poi proclamata una nuova co-stituzione che dava maggiori poteri al parla-mento e cercava di ridimensionare il secolare ordinamento feudale, ma ne seguirono disor-dini, tensioni, rivolte e – nel 1974 – il fatto nuovo, con la destituzione del Negus, poi as-sassinato, la proclamazione della repubblica, l’assunzione di un regime militare - con a capo il Col. Menghistu - di ispirazione socialista, con l’economia controllata dallo Stato, nazionaliz-zazione dei terreni agricoli e ridistribuzione ai contadini, rottura con gli Stati Uniti, nuo-va alleanza con l’Unione Sovietica e Cuba che

diedero cospicui aiuti militari, altre guerre e disordini interni.

Il regime Menghi-stu si concluse nel 1990 con il disimpe-gno dell’URSS e si af-fermò un nuovo regi-me federalista in cui venne eletto demo-craticamente premier Meles Zenawi che sta facendo tentativi di modernizzare il Pae-se, le cui condizioni sono ormai disastrate per l’esplosione de-mografi ca a cui già si è accennato, le ricor-renti carestie per mancanza di piogge e per l’in-vestimento in spese militari di gran parte delle risorse disponibili.

Dilagano AIDS, malaria, l’istruzione è pre-caria, l’agricoltura è manuale e di pura sussi-stenza, si stima che la grande maggioranza

della popolazione non si alimenti suffi ciente-mente, le carestie sono ricorrenti, le città pul-lulano di bambini e defi cienti fi sici questuanti. Quindi un panorama disastroso, uno dei paesi più poveri del mondo nel già estremamente cri-tico contesto africano.

Diffi cile dire cosa dovrebbe farsi per tentare di iniziare in Etiopia una qualche ripresa. In-nanzitutto, e con i buoni uffi ci internazionali, occorrerebbe azzerare le spese militari e quin-di risolvere defi nitivamente le interminabili e assurde guerre con gli Stati vicini. In secondo luogo, dovrebbe venire lanciata in grande stile

una campagna di pianifi cazione famigliare, cer-to diffi cile con l’80% della popolazione conta-dina, con estrema precarietà di comunicazione e assistenza medica. Dovrebbe poi venire con-donato il debito estero di 6 miliardi di dolla-ri che corrisponde a quasi un anno di PIL. E

poi, sarebbe imperativo – e non solo in Etiopia – il massiccio intervento internazionale, sotto l’egida dell’ONU (presente ad Addis Abeba da circa 40 anni, peraltro con risultati scoraggian-ti), applicando almeno una parte delle ingenti risorse che potrebbero mettere a disposizione i paesi ricchi con la riduzione dei loro bilanci militari e la rinuncia ad una parte del loro be-nessere, che spesso è opulenza.

Dovremmo cioè sforzarci per acquisire rapi-damente una nuova coscienza etica mondiale e realizzare una pacifi ca rivoluzione solidaria, prima che sia troppo tardi.

Bastano pochi dati statistici per capire la drammatica situazione economica dell’Etiopia, il cui territorio è di circa 1,1 milioni Km2 (contro 0,3 dell’Italia e 8,5 del Brasile):

Popolazione valutata in 70 milioni, con crescita annua prossima al 3%

Fecondità di circa 7 fi gli per donna, con mortalità infantile del 12,4%

Vita media sui 45 anni

Prodotto interno lordo (PIL) di 7 miliardi di dollari (contro 600 Brasile e 1.100 Italia)

Reddito annuo pro-capite di US$ 100 (contro 3.000 del Brasile e 20.000 dell’Italia)

Debito estero di 6 miliardi di dollari

Popolazione agricola di oltre l’80% (contro 20% Brasile e 5% Italia)

Analfabeti circa 60% della popolazione e accesso all’acqua potabile per il 30%

“Chi avrebbe potuto pensare che la popolazione etiopica venisse valutata in 70 milioni di miserabili, mentre l’Italia è diventata uno paesi con necessità di milioni di immigrati per sostenerne l’economia?”

Etiopia: un paese alla deriva

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Economia

Di freni, Alberto Bombassei ne capisce. È il presidente della Brembo, azienda italiana leader mondiale nella fabbricazione di freni per auto-mobili e installata in Brasile, a Betim, da due anni. Ogni anno vende 30 milioni di unità in tutto il mondo. I suoi prodotti sono presenti in

macchine utilitarie, commerciali e sportive come Ferrari e Porche, così come in moto Honda e Yamaha. Ma è stato nelle vesti di vice-presidente della Con-fi ndustria italiana che ha ricevuto i corrispondenti stranieri nel salone delle conferenze della Borsa di Valori di Milano. All’ordine del giorno dell’incontro c’erano i freni della Grembo e quelli dell’Italia, che non riesce a dare il via e a competere con gli altri paesi eu-ropei. Comunità Italiana ha par-tecipato all’incontro, avvenuto lo stesso giorno in cui Berlusconi, a Roma, votava in Parlamento il pac-chetto di misure per incrementare la competitività del paese e recu-perare il terreno perduto sullo sce-nario internazionale. Comunità Italiana – La perdita della competitività è un problema italiano o europeo in generale?Alberto Bombassei – È soprattutto un problema europeo. L’economia mondiale va bene. Il mercato nord-americano sta avanzando, così come quello sudame-ricano, che si risolleva dopo alcune diffi coltà. I paesi asiatici, tra cui la Cina e anche il Giappone, che si trovavano in ristagno da decenni, sono in crescita. Ma l’Europa si trova ingessata dovuto ai suoi nodi sociali e burocratici. E l’Italia risente del problema molto di più dei suoi vicini.

CI – Perché l’Italia risente del problema molto di più dei suoi vicini?Bombassei – L’Italia ha sempre dimostrato una grande capacità di trasformazione, perché non ha mai posseduto le materie prime, in-dustrie pesanti o altri tipi di produzione. Un paese trasformatore che non è quasi mai stato produttore di tecnologia, salvo delle eccezioni. Per esempio, sappiamo che l’Italia è la vice-campionessa nel consumo di apparecchi cellulari, ma non fabbrichiamo nessun telefono mobile sul nostro territorio.CI – La crisi del settore tessile è uno dei casi più gravi per ciò che riguarda la competitività?Bombassei – Questa crisi dura da vent’anni. Le licenze di importa-zione cinesi, oggigiorno aumentano dal 600 al 1300%. Siamo contrari alle tasse doganali in generale, per motivi storici ed economici, ma abbiamo regole dell’Unione Europea che debbono essere seguite. Se dei prodotti importati mettono in crisi un intero settore dell’econo-mia, si può ricorrere all’esazione di tariffe, e questo è un procedimen-to legale. Dobbiamo far valere il principio di reciprocità. I prodotti europei importati dalla Cina pagano il 40%, invece i prodotti cinesi importati in Europa pagano molto meno.CI – La mancanza di controllo rende più grave il problema?Bombassei – Sì. Fino a poco tempo fa venivano liberati nel porto di Na-poli circa 1000 container al giorno, ma solo cinque o sei impiegati sono responsabili per il controllo del carico merci. Questo è umanamente im-possibile. Sicuramente lì inizia una catena di irregolarità. Abbiamo già fatto un accordo con la Guardia di Finanza per ridurre il problema.CI – In che area l’Italia va meglio dei suoi vicini?Bombassei – La tassa di occupazione italiana è maggiore di quella tedesca, ma gli altri dati sono negativi. Il governo sta proponendo e adottando misure molto modeste in relazione a quelle indicate da noi e al contrario di ciò che stanno facendo gli altri paesi. La Francia ha adottato un programma di ricerca e sviluppo preventivato in 6 mi-liardi di euro, mentre noi abbiamo avuto a disposizione soltanto 800 milioni di euro, che non sappiamo neanche se saranno spesi bene. Siamo molto delusi dal programma proposto dall’Italia.CI – Che cosa aveva chiesto la Confi ndustria al governo?Bombassei – Avevamo chiesto un onere fi scale più leggero per le im-prese. I paesi che sono entrati adesso nell’Unione Europea subiscono un onere fi scale molto minore, quindi è chiaro che gli investimenti si dirigono verso terreni più fertili. Il costo della manodopera in questi paesi corrisponde a un quinto di quello francese, italiano o tedesco. In Italia, la differenza tra il costo del lavoro e gli stipendi netti degli operai è molto grande. Siamo i primi alla voce ‘costi’ e gli ultimi a quella ‘stipendi’. È una dispersione molto accentuata.CI – Quale altro fattore incide sulla diminuzione della competi-tività italiana?Bombassei – Prima di tutto siamo uno dei pochi paesi europei che non hanno energia nucleare e, comprando energia dai nostri vicini, il costo dell’elettricità italiana è il più elevato di tutta Europa. Un altro fattore è la nostra burocrazia che, tanto in governi di destra quanto in quelli di sinistra, continua a minare gli sforzi del sistema italiano.CI – Qual è il bisogno urgente del paese?Bombassei – Abbiamo bisogno di un piano di infrastrutture, di riforme del sistema stradale, ferroviario e aeroportuale. Al sud, questa infrastrut-

tura è praticamente inesistente. Al sud della Spagna e della Francia c’è un potenziale turistico ben svi-luppato e amministrato. La Sicilia, con tutto il potenziale di interessi culturali, paesaggistici e archeo-logici, potrebbe essere il motore di un’industria forte del turismo, ma non riusciamo a investirci co-

me vorremmo. Inoltre abbiamo l’accordo di Lisbona, secondo cui i paesi debbono investire perlomeno il 3% del prodotto interno lordo in ricerca e sviluppo entro la fi ne del decennio. Sono già passati quattro anni e l’Italia è ferma ad applicazioni di risorse che si aggirano sull’1%, mentre nei paesi del nord si investe molto di più. L’Europa occidentale non è in crescita, al contrario dei paesi asiatici e sudamericani, il Brasile in special modo. Perfi no per attrarre investimenti automobilistici dobbiamo correre dietro alle condizioni di crescita di queste nazioni.

“L’economia mondiale va bene, ma l’Europa risulta ingessata dai suoi

nodi sociali e burocratici”

Gu ilherme Aqu ino

L’Italia presenta uno dei peggiori indici di crescita

dell’Unione EuropeaVice-presidente della Confindustria parla del ristagno europeo e spiega perché l’Italia è uno dei paesi meno competitivi del Vecchio Continente

Figlia di una commerciante in ab-bigliamento di successo negli anni ’80, Francesca Giobbi è cresciuta in mezzo a stoffe pregiate e macchine da cucire. Da bambina ha imparato che nel mondo della moda ogni pic-colo dettaglio è importante e che,

nel mercato di lavoro, perfezionismo e deter-minazione costituiscono le parole d’ordine. Nel 1991, a 18 anni, decisa a costruirsi una carriera come designer, è partita per Milano per studia-re Architettura d’Interni. Oggigiorno, Francesca Giobbi è proprietaria di una marca di scarpe e di una fortunata storia di vita, che vi raccontiamo più dettagliatamente nel testo che segue.

ELEMENTI ORIGINALI

Francesca racconta che la sua famiglia, venuta dalla Lombardia, arrivò in Brasile nel 1932. Il bisnonno, proprietario di una piccola ditta edi-le, sentì dire che a San Paolo c’erano grandi op-portunità per ingegneri specializzati nell’aper-tura di strade e decise di ingrandire gli affari. Comunque l’Italia non ha mai smesso di esser un punto di riferimento culturale trasmesso da ge-nerazioni. “Fin da piccola ho avuto contatto con i prodotti di là, visto che mia nonna viaggiava spesso e mi portava molti regali”, ricorda Fran-cesca in questa intervista a Comunità.

Le borse e scarpe sono state, fi n dall’inizio, gli oggetti preferiti dalla designer. Vale la pena met-tere in risalto che quando ha visitato l’Italia per la prima volta, a 16 anni, al ritorno si portò in vali-gia circa 40 paia di scarpe nuove, alcune fi rmate da grandi marche come Gucci, altre scelte con at-tenzione nei mercatini di Firenze. “Gli italiani ap-prezzano cose nobili, sono minuziosi con le rifi ni-ture e la linea. Con loro ho imparato a distinguere ciò che è di qualità e ciò che non lo è”, dice.

Non per caso Francesca ha scelto di studiare all’Istituto Europeo di Design, a Milano, un ri-

nomato centro di insegnamento nelle aree della Moda, delle Arti Visuali e di Comunicazione. Là, si è laureata in Architettura di Interni – come ab-biamo già detto – e ha avuto la sua prima op-portunità professionale. “Grazie a contatti fatti presso l’Istituto, sono stata invitata a lavorare nella Linea Casa di Versace”, ricorda. A partire da quel momento, la sua carriera ha ricevuto un grande impulso. Ancora presso la Versace, ha co-minciato ad occuparsi delle vendite internazio-nali delle scarpe della boutique. Grazie al know-how acquisito in questo settore, ha cominciato ad essere chiamata dalle grandi maison: Miu Miu, Prada, Jill Sander, Armani, Donna Karan e Sérgio Rossi.

Nel 1999, contrattata da un uffi cio interna-zionale chiamato Agan, Francesca ha coordina-to lo sviluppo di una linea giovane di prodotti italiani, che sarebbe stata venduta da un grande magazzino inglese, l’House of Fraser. Ma sei mesi dopo ha ricominciato a lavorare con grandi mar-che e, questa volta, ha disegnato una collezione completa di scarpe per la Gucci.

IMPARARE NEL VECCHIO MONDO E COSTRUIRE IL NUOVO MONDO

Contando con il periodo degli studi, Francesca ha vissuto a Milano per 10 anni. Ma nel 2000, con l’idea di aprire la sua propria ditta, è ritor-nata alla sua terra natale. “Il Brasile è un paese di opportunità, dobbiamo imparare nel vecchio mondo e costruire nel nuovo mondo”, insegna. In principio, ha pensato di occuparsi della di-stribuzione di prodotti di grandi marche – come faceva in Italia – visto che così avrebbe potuto conoscere meglio il mercato nazionale. Ma ha scoperto che non c’erano molte opportunità in questo settore. E allora ha scelto di offrire con-sulenze temporanee a diversi fabbricanti di pro-dotti per mercerie.

Nel novembre del 2002, Francesca ha deci-so di preparare una linea di scarpe fatte a ma-no da essere vendute all’ingrosso, e ha sfruttato l’opportunità per creare anche la sua marca. Nel settembre 2003, ormai abbastanza conosciuta dalle consumatrici brasiliane, ha inaugurato un negozio col suo nome nell’Alameda Gabriel Mon-teiro da Silva, nel quartiere Jardins, a San Paolo. “Alle mie clienti piace la qualità e la comodità”, spiega. Oggi, a 31 anni, proprietaria di un cur-riculum invidiabile, la designer spedisce parte della sua collezione a New York, Londra, Parigi, Milano, Oslo e Madrid, rifornendo un totale di 43 showroom all’estero.

Diventate popolari nel mondo della moda, le sue creazioni già vengono pubblicate sulle principali riviste femminili dell’attualità, co-me Vogue e Elle, e ai piedi delle modelle più copiate, come Gisele Bündchen, Kate Moss e Claudia Schiffer. “Ma sono ancora agli inizi” dice lei, modesta. “Entro il 2007 voglio aprire un negozio mio in Europa e un’altro negli Stati Uniti”. Ma il Brasile non verrà mai messo in se-condo piano: “Il mio paese è una fonte d’ispi-razione, perché accoglie una grande varietà di fi ori, culture e climi e, inoltre, è un paese in cui mi sento libera di creare”, termina l’inter-vistata, orgogliosa.

FDesigner di scarpe

italo-brasiliana è proprietaria di un

negozio di San Paolo e rifornisce 43 showroom all’estero

Andressa Camargo

Francesca Giobbiiobbidalla testa ai piedi

biamo già detto – e ha avuto la sua prima op-portunità professionale. “Grazie a contatti fatti presso l’Istituto, sono stata invitata a lavorare nella Linea Casa di Versace”, ricorda. A partire da quel momento, la sua carriera ha ricevuto un

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Comunidade

12 de fevereiro, fi m de tarde na Cidade Maravilhosa. Apesar do calor, o público lota arquibancadas, frisas e camarotes da Marquês de Sapucai, e, ansioso, es-pera pelo início do desfi le das vence-

doras do Grupo Especial. Entra a primeira es-cola, todos se levantam alegres, mas alguns desavisados não compreendem o que se passa. Na Avenida, atrás de um grandioso e solitário carro alegórico, cerca de 550 pessoas entoam tarantelas e exaltam, nas fantasias, a gastro-nomia mediterrânea. Não, não podia ser a Mo-cidade Independente. E não era. Os foliões re-presentavam a Acadêmicos da Pianeta Vacanze, uma escola composta exclusivamente por ita-lianos e descendentes, que, desde 2002, abre o sábado das campeãs. “Esse evento é uma vitri-ne para a cultura da bota aqui no Brasil, para que os próprios descendentes descubram suas raízes”, afi rmou Débora dos Santos, uma baiana que vive há anos na Sicília e que organiza os desfi les da escola.

Na Itália, em sociedade com o marido, Dé-bora dirige uma agência de turismo chama-da, justamente, Pianeta Vacanze. “Por sermos proprietários de uma empresa conceituada lá fora, conseguimos contatar a Liga das Escolas e assumir a coordenação desse desfile, o que faz muito sentido para nós”, completa ela, lembrando que, mesmo antes de 2002, um pequeno grupo italiano já entrava na Sapu-caí, sob orientação de alguns carnavalescos da cidade de Cento (Ferrara), para aquecer a

platéia. “Eu achava linda aquela manifesta-ção, entretanto, naquela época, a prioridade era mostrar atrações vindas diretamente das festas italianas, acabava faltando uma unida-de temática nas apresentações”.

Desde que assumiu o projeto, Débora tra-balha para que sua escola tenha o mesmo re-quinte das brasileiras. Entretanto, nunca se esquece que o mais importante é divulgar a cultura e as belezas naturais da Itália. “Que-remos tocar na memória dos imigrantes e des-pertar o interesse dos brasileiros”, explica. Para confeccionar, no próprio Rio de Janeiro, as fantasias e o carro alegórico da Pianeta Vacanze, Débora conta com a ajuda e o know how dos artesãos da Imperatriz Leopoldinen-

se. E, apesar de toda a beleza dos artefatos, eles acabam saindo quase de graça para os foliões. “A apresentação da Pianeta Vacanze é, na verdade, patrocinada por empresas pri-vadas italianas”, explica ela. “Pedimos aos participantes apenas uma contribuição de R$ 25, pois estamos apoiando, a pedido da Im-peratriz, uma ONG que trabalha na formação de escolas de samba mirins”.

Entretanto, para os 160 turistas que entra-ram na Sapucaí este ano, outros gastos devem ser considerados. A viagem completa - que in-clui, passagem aérea, hospedagem por uma se-mana, um dia de excursão, um almoço em chur-rascaria da moda e um ticket para assistir às campeãs no sambódromo – não sai por menos de 1500 euros. O que não impede que o número de interessados cresça a cada ano: “Em 2004, vieram para o Rio conosco mais ou menos 100 italianos”, diz Débora.

ALÉM DO SAMBA, PIZZA E COMPROMISSO

Participar do carnaval carioca não foi o único objetivo dos visitantes. Neste ano de 2005, a Pianeta Vacanze teve a iniciativa de transfor-mar a vinda ao Rio de Janeiro em uma oportu-nidade para se fazer negócios. Em 14 de feve-reiro, a segunda-feira após o desfi le das cam-peãs, um evento organizado pela agência de viagens promoveu o encontro do Cônsul Geral da Itália, Mássimo Bellelli, com alguns empre-sários sicilianos. Nesse dia, 150 pessoas lota-ram o auditório principal do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro. “Esses empresá-rios são nossos clientes e nós decidimos faci-litar o contato entre eles e o consulado. Além disso, aproveitamos a oportunidade para forta-lecer as amizades entre as pessoas que desfi -laram conosco”, afi rma Débora, que lamentava pelo espaço reduzido da sala. “Infelizmente só pudemos enviar dois convites para cada famí-lia, nem todos estão aqui”.

O arquiteto Ivano Manzan, original da ci-dade de Latina, reside no Brasil desde 1976 e era um dos italianos presentes na confraterni-zação. “Sinto orgulho de entrar na Avenida re-presentando meu país. A Itália é a única nação estrangeira a desfi lar no carnaval carioca”, diz ele, que, atualmente, trabalha no consulado com vistos e navegação.

Para garantir a diversão dos convidados, su-biram ao palco três dos maiores pizzaiolos acro-

batas do mundo: Giorgio Riggio, Paolo Coppola e Salvatore Lana. “Eles desfi laram sobre o nosso carro na Sapucaí e, hoje, quiseram se apresentar em homenagem ao cônsul”. Além disso, dezenas de prêmios foram sorteados.

Os encontros de negócios continuaram no dia seguinte. A Câmara Ítalo-brasileira de Co-mércio e Indústria promoveu a organização de um workshop para que importadores e dis-tribuidores locais pudessem conhecer os pro-dutos sicilianos e discutir as possibilidades de mercado para os mesmos no Brasil.

Durante o Incontro d’Affari, realizado no auditó-rio da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janei-ro), a Sicília foi representa-da pela Compunet, produtora de cartões plásticos de PVC; a Kart, de artigos naturais medicinais; a Ecoconsult, que presta consultoria ambiental; a Pasticceria Caviezec, que fa-brica doces típicos; a Perlat, de artesanato; a Inalme, de produtos naturais; e, como já foi dito, a Pianeta Vacanze, na área turística. Os empre-sários não só trocaram idéias e esclareceram condições de venda: os convidados tiveram também a oportunidade de provar a qualidade das pastas fi nas e doces típicos sicilia-nos de produção artesanal. Os mesmos talvez estejam disponíveis para o público carioca em breve, já que a cadeia de supermercados Zo-na Sul, cujo dono é italiano, demonstrou interesse em fa-zer um teste junto aos con-sumidores. “Tivemos o cuidado de avaliar bem quem seriam os possíveis parceiros no Rio. Os elementos trazidos hoje aqui são muito típicos e não é qualquer supermercado que os coloca-ria em suas nas prateleiras. Mesmo o Grupo Pão

Sicília atuante no Rio de JaneiroO privilégio de representar a Itália no carnaval carioca

Andressa Camargo e Gisele Maia

Carro alegórico da Acadêmicos

da Pianeta Vacanze, escola

italiana que abriu o desfile

das campeãs

de Açúcar, que é um colosso, prefere não se ar-riscar e trabalha com o que o público já conhe-ce, como as massas e os azeites, e não se volta para os produtos artesanais”, explica Denise de Almeida Peres, diretora da Câmara do Rio. Para ela, a Acadêmicos da Pianeta Vacanze é uma vitrine importante e reforça a imagem da culinária mediterrânea – que é o caso da Sicília e das regiões do sul da Itália -, já amplamente divulgada. “Este ano, o tema da escola foi Sa-

pori Mediterrani, o que enal-tece muito o produto típico alimentar italiano”, comenta a diretora.

O Cônsul Geral da Itália, Ernesto Massimo Bellelli, que esteve presente no even-to, também opinou sobre a questão: “O que estamos vendo aqui é um dos muitos exemplos do que aconteceu nesse segmento. A Câmara de Comércio e o ICE (Institu-to Italiano para o Comércio Exterior) promoveram even-tos sobre a Dieta Mediter-rânea no Rio de Janeiro e também em cidades menores como Valença e outras pelo Brasil afora. A comida ita-liana é bastante conhecida, mas mesmo os brasileiros não são acostumados com a riqueza de todos os seus ele-mentos”, afi rma Bellelli.

A compunet, de cartões plásticos, despertou inte-resse de consultores que trabalham com a Brasil Tele-com. Mas, no momento atu-al, em que o mundo inteiro se volta para a questão do meio-ambiente, por conta

da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, a mais “concorrida”, segundo Denise Peres, foi a Ecoconsult. Entre os projetos realizados, a empresa trabalha com tecnologia para a puri-ficação da água e do ar atmosférico.

A Sicília também reafi rmou seu compromis-so com os concidadãos que vivem no ex-

terior. No mês de março, uma delegação da Comissão de Serviços Sociais e Sanitários da Região esteve no Hospital Italiano do Rio de Janeiro. Em uma reunião com o presidente da SBMS (Società Italiana di Benefi cenza e Mutuo Soccorso), Doutor Antonio Aldo Chia-nello, discutiu-se os problemas dos italianos, principalmente os de origem siciliana, que, por questões fi nanceiras, não tem acesso a atendimento médico de qualidade. Foram pro-postas soluções como a cobertura das despe-sas médicas de cidadãos sicilianos e forneci-mento de material e equipamento hospitalar. Uma lei recentemente aprovada pela junta re-gional também permite que seja dado apoio fi nanceiro a outros hospitais em países em desenvolvimento, não necessariamente hos-pitais italianos.

Durante a visita, estiveram presentes representantes do projeto ITENETS (Inter-national Training and Employment Network) tem por objetivo formar redes de contato entre os italianos de determinadas regiões, dentro e fora da Itália.

A iniciativa recebe o apoio do Ministero degli Affari Esteri, da Direzione Generale per gli Italiani all’Estero e le Politiche Migratorie (DGIEPM). É fi nanciada pela União Européia através do Fundo social Europeu, e tem como foco de atuação a Basilicata, Calábria, Campâ-nia, Molise, Puglia, Sardegna e Sicília. Para is-so, existem os “observatórios regionais” e, por meio deles, busca-se formar redes de trabalho e criar relações entre as regiões meridionais italianas e italianos residentes no exterior, de modo particular nos setores do trabalho, de formação profi ssional e empresarial.

“É um projeto que também explora o lado cultural, econômico, científi co e tecnológi-co. Por exemplo, entramos em contato com o hospital italiano para que daí possa haver intercâmbio na área médica, mantendo aqui um padrão igual ao existente na Itália”, ex-plicou Lucio Dieni, diretor do Osservatório ITENETs – Região Sicília, durante uma visita ao Hospital Italiano.

O exemplo do hospital, citado por Dieni, é apenas uma das formas de atuar. Os Osser-vatori se destinam também às administrações regionais, entes locais, serviços de emprego, centros de formação e sindicatos. No exte-rior, as instituições que dão suporte são: em-baixadas e consulados italianos, as Câmaras de Comércio, os escritórios do ICE, os Insti-tutos Italianos de Cultura e as organização dos italianos no exterior.

Missão siciliana visita Hospital Italiano do Rio de Janeiro para discutir acordos na

área da saúde“A comida italiana é bastante

conhecida, mas mesmo os brasileiros

não são acostumados

com a riqueza de

todos os seus elementos”

ERNESTO MASSIMO BELLELLI, CÔNSUL GERAL DA ITÁLIA NO

RIO DE JANEIRO

Pizzaiolos acrobatas se apresentam no Instituto Italiano de Cultura - RJ

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Supplemento di Economia

Caro leitor,Inauguramos nesta edição a sessão “Par-ticipa Comunità”. Nela estarão informa-ções sobre cursos, prêmios internacio-nais, bolsas de estudo e outras oportuni-dades para a comunidade italiana.

Serviços

PRIMEIRA EDIÇÃO DO CONCURSO JORNALÍSTICO PARA MIGRANTES

A Província de Pescara está organizando a pri-meira edição do Concurso jornalístico para mi-grantes, em colaboração com a Abruzzo nel mon-do, periódico dedicado à comunidade italiana no exterior. O concurso está dividido em duas sessões: uma dedicada aos autores residentes na Itália provenientes de países em desenvolvimen-to não pertencentes à União Européia e a outra para italianos residentes no exterior. Os candida-tos deverão ter entre 18 e 40 anos.

O tema a ser abordado é a questão das tro-cas interculturais enquanto fator de enriqueci-mento social. O artigo ou reportagem deverá ser inédito, no tamanho máximo de duas páginas (cada página de 30 linhas, com o máximo de 60 caracteres por linha). O texto, redigido em língua italiana, deve ser enviado, junto com os dados do autor, para o Servizio Politiche Sociale – Ufficio Immigrazione della Provincia até o dia 29 de abril.

O prêmio para a primeira sessão (autores residentes na Itália provenientes de países em desenvolvimento não pertencentes à União Eu-ropéia) será um estágio de formação e treina-mento por dois meses na redação do “Il Centro”. As bolsas são de 600 euros para o primeiro colo-cado e 350 para o segundo.

Quanto à segunda sessão (italianos residen-tes no exterior), o prêmio para o primeiro colo-cado é de 600 euros, mais a publicação do artigo de sua autoria no jornal Abruzzo nel mondo. O segundo colocado receberá 350 euros.

Maiores informações: www.pescaraonline.net

FESTIVAL ITALIANO DE DIREÇÃO TEATRAL

Estão abertas as inscrições para o prêmio “Fan-tasio Piccoli 2005”. Esta é a oitava edição do único festival na Europa dedicado à direção te-atral, que, este ano, se concentra em cinco te-atros: Trento, Forli, Gênova, Nápoles e Vasto. O festival é organizador por Quei de Vilazan em colaboração com a CO.F.AS, a associação “Colo-ri di sfondo” de Nápoles, a associação “La Po-zzanghera” de Gênova, a associação “Romeo” de Forli, a associação “Teatro Vasto” de Vasto e a associação “Estroteatro” de Trento.

Aos diretores que participarem será dado um texto de duração máxima de 15 minutos e cada um estará livre para encená-lo como achar melhor. A comissão julgadora avaliará quesitos como técnica teatral, capacidade de criar emoção, de harmonização e de orienta-ção dos atores.

Os interessados deverão baixar o formulário de inscrição no site www.queidevilazan.it e en-viá-lo para:

Quei de Vilazan – Invito alla RegiaVia San Martino, 4238040 Vattaro (Trento)Itália

BOLSAS DE ESTUDO PARA ESTUDANTES ESTRANGEIROS

O Ministério das Relações Exteriores italiano di-vulgou as ofertas de bolsas de estudo oferecidas pelo Governo a cidadãos estrangeiros e italianos residentes no exterior. Uma característica impor-tante das bolsas oferecidas é que existe a pos-sibilidade dos estrangeiros de estudar também a língua italiana, seja do ponto de vista instru-mental para o aprendizado de outras disciplinas, ou como aprendizado do idioma em si.

As bolsas de estudo concedidas aos estudan-tes estrangeiros são o principal instrumento de política exterior cultural da Itália, tendo como objetivo reforçar as relações com os diversos pa-íses, além de se constituírem numa importante oportunidade de valorização do potencial cien-tífico italiano.

Os formulários de requerimento podem ser baixados no site do Ministério (www.esteri.gov.it > opportunità di studio e lavoro> borse di studio > per cittadini stranieri), onde há informações detalhadas. O prazo é até o dia 22 de abril.

“L’ITALIANO CHE C’È NEL MIO CUORE”

Até o dia 31 de maio estarão abertas as inscrições para a edição 2005 do “Concorso di scrittura in língua italiana” promovido pela comissão de cul-tura do Comites de São Paulo. O concurso é aber-to a jovens e adultos que freqüentam ou já te-nham freqüentado cursos de língua italiana junto a entidades ligadas à coletividade italiana.

O tema deste ano é “L’italiano que c’è nel mio cuore”. Os candidatos deverão apresentar, junto com a ficha de inscrição, um comprovante da escola de italiano que cursa ou cursou, com a assinatura do professor responsável.

Os candidatos serão divididos em três cate-gorias, por faixa etária: de 12 a 17 anos, de 18 a 39 e acima de 40 anos. Serão considerados, além da forma e da gramática em italiano, a originali-dade ao discorrer sobre o tema e o conteúdo.

As inscrições são recebidas na secretaria do Co-mites. Para maiores informações: (11) 3141 – 2890

PRÊMIO LITERÁRIO INTERNACIONAL

A Associação Cultural Maestrale e o Salotto Let-terario do Restaurante San Marco promovem a nona edição do Prêmio Literário “Maestrale – San Marco / Marengo d’Oro”. O objetivo é a va-lorização da cultura literária na Região Ligúria.

É possível participar em diversas categorias, como poesia, romance, texto teatral e tese de doutoramento, todas para o idioma italiano. Há ainda uma categoria especial para estrangeiros, que permite textos nas línguas francesa, ingle-sa, portuguesa, espanhola e alemã.

O vencedor absoluto levará o prêmio de 500 euros, mas os primeiros, segundos e terceiros lugares das diversas categorias também serão contemplados. O prazo para as inscrições é até 31 de maio.

Para maiores informações:[email protected]

OPORTUNITÀ DI STUDIO E LAVORO

Nel 2002 la Facoltà di Economia dell’Uni-versità Politecnica delle Marche e l ’ISTAO (www.istao.it) hanno istituito un Master in Management Internazionale. Lo scopo del Ma-ster è di formare giovani laureati che possano assistere le imprese italiane nel loro processo di internazionalizzazione.

Quest’anno abbiamo deciso di aprire il Ma-ster alla partecipazione di studenti internazio-nali, nella convinzione che le sussidiarie estere delle nostre imprese hanno bisogno di perso-nale locale familiare con la lingua, la cultura e la pratica commerciale italiane. Il numero dei posti disponibili è limitato ed in prima appros-simazione abbiamo deciso di dare priorità agli studenti di quei paesi emergenti o in transizio-ne che hanno rapporti commerciali più svilup-pati con l’Italia.

La preghiamo di notare che:1) la selezione delle domande è in base al merito;2) gli studenti selezionati avranno una borsa di studio che copre completamente il costo di iscrizione al master;3) in aggiunta riceveranno un contributo alle spese di soggiorno di 600 euro mensili per il periodo residenziale del corso (maggio-settem-bre 2005);4) le spese di viaggio non sono rimborsabili;5) la lingua di lavoro è l’inglese;6) agli studenti internazionali verrà offerto gratuitamente un corso specializzato di lin-gua italiana.

Servizio: Facoltà di Economia, Università Poli-tecnica delle Marche Piazzale Martelli, 8 - 60100 ANCONA (IT) tel: +39 071 2207093, fax: +39 071 2207102 www.dea.univpm.it

PREMIO LETTERARIO INTERNAZIONALE VILEG NOVELLA DAL JUDRI - CULTURAGLOBALE “PICCOLE STORIE D’ACQUA”

L’uomo e ciò che lo circonda 6a edizione 2005 Medaglia del Presidente della Repubblica Italiana promosso ed organizzato da NOI CULTURA e VILEG NOVELLA DAL JUDRI CULTURAGLOBALE

NOI CULTURA progetto integrato dei Comuni di: Buttrio, Chiopris - Viscone, Corno di Rosaz-zo, Manzano, Pavia di Udine, Pradamano, Premariacco, S. Giovanni al Natisone. Servizio: Associazione Culturale Vileg novella dal judri - Culturaglobale via IV novembre, 17 - 33048 S. Giovanni al Natisone www.culturaglobale.it [email protected] 0481.62326 - 339.2650471

*Textos em português disponíveis no site www.comunitaitaliana.com.br26 C O M U N I T À I T A L I A N A / A B R I L 2 0 0 5

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Comunità ItalianaP R I N C I P A L E

È arrivato il momento. Brasile e Italia devono ristrutturare i loro legami commerciali, renderli dinamici in un momento in cui gli sguardi si rivolgono quasi esclusivamente al nuovo centro di potere che emerge in Asia. L’ unione storica e culturale che coinvolge i due paesi da quasi due secoli, che ha culminato nell’emigrazione di 25 milioni di persone, si costituisce in un marketing naturale tra i più straordinari dell’economia internazionale e, quindi, non può essere trascurata. In questo servizio speciale di Comunità Italiana tutti i punti positivi e negativi di questa partnership sono in dibattito, che coinvolge mercato, governo e, soprattutto, italo-brasiliani.

Il pescivendolo carioca Pascoa-lino Gentile, 45, forse non lo sa ma fa parte di una comunità di all’incirca 25 milioni di brasi-liani, i cui legami con l’Italia sono molto più che culturali.

Sono di sangue, sudore e, soprattutto, imprenditorialità. La maggior parte di questi oriundi ha ereditato dai suoi avi, che sono arrivati qui in fuga dalla Se-conda guerra mondiale, affari che oggi rappresentano circa il 35% del Prodotto Interno Lordo Brasiliano (PIB). Soltan-to nelle a Federação das Indústrias dello stato di San Paolo (Fiesp), secondo sti-me di Edoardo Polastri, presidente della Camera di Commercio italo-brasiliana nella chiamata ‘zona della pioggerel-la’ e, interinamente, dell’associazione mondiale delle 71 Camere bi-nazionali, il 60% delle 100mila imprese brasiliane associate hanno origini italiane.

Su questo scenario di San Paolo – malgrado l’inesistenza di statistiche precise in altri stati – il signor Pascoa-lino ha ragione ad essere orgoglioso: infatti lui rappresenta il ritratto del-l’anima italiana, sempre perseverante, ovunque si trovi, in qualsiasi angolo del Brasile o del mondo. Questa è, forse, la

maggior eredità lasciatagli dal padre, Giuseppe, che è stato giornalaio, fornaio e, infi ne, pescivendolo. Oggigiorno, il si-gnor Pascoalino, che 26 anni fa voleva essere architetto, esterna quest’anima nei mercati di Rio.

La routine comincia alle quattro di mattina. È a quest’ora che il signor Pascoalino si dirige a Niteròi in uno dei suoi camion frigoriferi per comprare la merce. Caricata mezza tonnellata di pesce, l’oriundo italiano ritorna ai mercati di Rio.

- Lavoro molto, ma non penso di cam-biare vita. Con la pescheria mantengo la mia casa – dice gli occhi umidi.

Casi come quello del signor Pascoali-no e di un enorme numero di discendenti di italiani in Brasile hanno convinto l’at-tuale Governo federale di un fatto: esiste la necessità di intensifi cazione dei legami commerciali con l’Italia, importando, tra l’altro, modelli socioeconomici di suc-cesso nel Belpaese, come i distretti in-dustriali, anche conosciuti come clusters, perché aggregano in un unico centro va-rie piccole imprese che fi niscono col raf-forzare l’economia della regione in cui si concretizzano. Recentemente, il ministro per lo Sviluppo, Industria e Commercio estero, Luiz Fernando Furlan, si è riunito con membri della Camera di Commercio di Milano e della Promos milanese per Mani in pasta

ANDRÉ FELIPE LIMA

Pascoale Gentile, que há 26 anos trabalha nas feiras livres do Rio

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conoscere il know-how italiano per, chis-sà, impiantarlo ancora quest’anno nel mercato brasiliano. Presso il Planalto si stanno già portando avanti studi affinché questo succeda in breve.

Le realizzazioni del governo brasilia-no all’estero hanno dato origine ad elo-gi che da molto non si ascoltavano sul mercato internazionale. Riccardo Landi, dell’ICE, definisce la gestione Lula come ‘brava’ per la fiducia conquistata presso il Fondo Monetario Internazionale (FMI) e la Banca Mondiale.

- Non solo i grandi, ma anche i medi e piccoli investitori partono da una po-sizione di fiducia per ciò che riguarda il Brasile.

Se da una parte esiste la possibilità di impiantazione del modello italiano di distretti industriali e un riconoscimento internazionale di stabilità economica in Brasile, dall’altra – decisiva per la stabi-lità economica e per il rafforzamento di questo modello – si aggrava: le piccole e medie imprese si scontrano ancora con la stramba caricas tributaria brasiliana.

- Ogni 100 imprese che iniziano ad operare in tutto il Brasile, in un anno, 40 chiudono le porte. L ‘anno seguente, altre 30 – avvisa il presidente della Camera di Commercio italo-brasiliana di Rio, Raf-faele Di Luca.

Marketing naturale con 25 milioni di persone

Tassi di interessi alti, burocrazia doga-nale, tasse in cascata e legislazione poco chiara preoccupano ancora gli investitori. Ma trattandosi di affaristica del Belpaese, malgrado le barriere commerciali, non esiste miglior mercato al mondo per as-sorbire prodotti italiani – garantisce Di Luca – all’infuori del Brasile.

- Non è necessario fare del marketing per vendere la pasta italiana, qualsiasi prodotto italiano. In ogni famiglia brasi-liana c’è qualcuno che discende da italia-ni. Se può scegliere tra un prodotto spa-gnolo, argentino o italiano, il brasiliano vorrà l’italiano. C’è un forte legame. Non investire in un marketing naturale come questo significa veramente voler negare un buon business. Vi immaginate lancia-re la pasta in Svezia? Ci vorrebbe un po’ po’ di marketing.

Andréa Matarazzo, ex ambasciatore del Brasile in Italia durante il governo

di Fernando Henrique Cardoso, rico-nosce il peso di una partnership più diretta tra l’Italia e il Brasile nell’area economica. Lui fa coro a coloro che mettono sull’avviso le autorità a propo-sito dell’importanza della presenza, su suolo brasiliano, di oltre 25 milioni di oriundi italiani.

- Essendo uscito (n.d.t.:dal governo) insieme a Fernando Henrique, non co-nosco perfettamente le relazioni italia-ne col governo Lula. Ma so che lui non c’è ancora andato. Io, ovviamente, come italiano che vive in un paese che ospi-ta 26 milioni di italiani, e sapendo che l’Italia è la quinta economia mondiale, penso che sarebbe molto importante farlo. FHC, da quello che mi ricordo, tra il 1997 e il 2000 si era recato tre o quattro volte in Italia. Una relazione ben prossima – dice con una punta di sarcasmo Matarazzo.

Essere di centro-sinistra, direzione del governo Lula, spiega Matarazzo, non impedisce al paese di avvicinarsi com-mercialmente in maniera più proficua all’Italia:

- Anche il governo FHC era di centro-sinistra, un po’ più progressista di quello di Lula, ma non ci sono mai state diffi-coltà di avvicinamento. Forse si tratti di una questione di priorità: l’attuale perno della politica estera è diverso da quello di FHC. Anzi, non penso neanche che i due paesi siano lontani l’uno dall’altro, credo soltanto che le relazioni tra di essi non vengono mantenute a caldo.

Malgrado questo attraente marketing naturale ripieno di potenziali consuma-tori, la bilancia commerciale tra Brasile e Italia ha cominciato a sbilanciarsi inten-samente dal 2001, favorendo l’economia brasiliana. Sul piatto brasiliano c’è cir-ca il 70% delle esportazioni. Commodity, come carne e cereali che ancora predo-minano nelle esportazioni, sono passati a contare su componenti meccanici nella lista, ossia, prodotti con un maggior valo-re aggiunto, come le macchine della Fiat, marchio di questo ribaltamento nella bi-lancia tra i due paesi.

- Sono cambiati i profili delle espor-tazioni brasiliane – dice l’addetto com-merciale italiano a Rio, Livio Angeloni, che presta servizio agli stati di Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo. E il cambio, ha una parte di colpa in questa situazione? Fin da quando è nata la mo-

neta europea, i brasiliani preferiscono esportare verso l’Italia. In fondo, l’euro, con un cambio a R$ 3,60, non permette il contrario. Oggigiorno, qualsiasi pro-dotto che si acquisti all’estero e arrivi sul mercato brasiliano, arriva al consu-matore come minimo con l’80% di costo in più rispetto al suo prezzo iniziale.

Il Brasile è il settimo paese in termini d’importanza di importazioni e volume per il mercato italiano, conferma Riccar-do Landi, direttore generale dell’Istitu-to Italiano per il Commercio Estero (ICE) in Brasile.

- Non era specificamente dichiarato come paese prioritario – mette in risalto.

Secondo Landi, questa posizione del Brasile nella scala delle priorità commer-ciali italiane si chiarirà soltanto quanto verranno definiti ed approvati program-mi promozionali dal governo Berlusconi.

- In questo momento, non lo so an-cora. Sto parlando di priorità politiche. Quali sono i motivi? Sono tanti…già c’erano condizioni favorevoli che non sono state sfruttate a sufficienza. Bi-sognerà lavorare molto per sfruttare queste condizioni – indica Landi, senza fornire altri dettagli su quali sarebbero queste condizioni.

Comunque c’è un’aspettativa sul no-me di Vincenzo Petrone, ex ambasciatore d’Italia in Brasile e che, in questo mo-mento, lavora presso la Federazione delle Industrie Italiane.

- Lui è un personaggio molto im-portante, che conosce molto bene il Brasile, che sa quante possibilità ci so-no qui. E, incontrandosi con altre im-prese private italiane, è chiaro che po-trà indirizzare positivamente le scelte per il Brasile. Credo anche che lui abbia dato un contributo all’inserzione del Brasile tra le quattro principali prio-rità del governo italiano – mette in di-stacco Landi, che riceve oltre il 50% di tutti gli investimenti dell’ICE fatti in America Latina nelle sue installazioni a San Paolo.

L’altra faccia della moneta

Il fatto che la bilancia completi il quar-to anno favorevole al Brasile non signi-fica, però, che vada tutto bene. Malgrado l’Italia non sopporti un grande numero di imprese multinazionali, il suo mer-cato è composto nel 90% (circa 170mi-

la imprese) da piccole e medie imprese, che sono anche responsabili per gran parte delle esportazioni di prodotti italiani. In Brasile è diverso: le impre-se esportatrici sono circa 15mila, delle quali soltanto il 2% sono piccole e me-die. Di fronte a questi dati, Di Luca rac-comanda una maggiore cautela e meno euforia dell’industria brasiliana, e ne spiega il perché:

- Di solito dico che se si vende una scatolina grande come un pacchetto di sigarette piena di diamanti si ha l’equi-valente a quattro navi piene di acciaio che partono per l’Europa. Se il Brasi-le esportasse, ad esempio, più prodotti di alto valore aggiunto il differenziale sarebbe enorme. Oggi, il Brasile deve esportare milioni di tonnellate in vo-lume e peso per poter guadagnare quel che guadagna.

In parole povere, esportare più com-modity che tecnologia non è, sicuramen-te, la migliore strada per l’economia bra-siliana. Sensibile a qualsiasi cambiamen-to più drastico del mercato, il Brasile ha provato recentemente il costo di aver da-to priorità all’esportazione di commodity, lasciando in secondo piano la promozio-ne alla tecnologia propria.

Un esempio viene dalla Russia, che all’inizio del decennio ha cominciato a tagliare più alberi e a vendere legno più intensamente sul mercato internazionale. Vulnerabile, il commercio estero del le-gno brasiliano è crollato. Alcune impre-se hanno dovuto cominciare a cercare di vendere il prodotto già processato, con valore aggiunto.

- Molta carta che veniva prodotta grezza, ora è prodotta semilavorata. Ma che succede? Il Brasile non importa macchine per la sua industria, e succe-derà che qui avremo un’industria con macchine obsolete e una situazione simile a quella accaduta in Argentina, quando era più a buon prezzo importa-re che produrre e vendere. Oggigiorno l’Argentina ha bisogno di vendere, ma è fallita – prevede Di Luca.

La produzione di uno degli affettati più cari d’Italia, la bresaola, è fatta quasi completamente con carne bovina brasi-liana. Il prodotto, diciamo, italo-brasilia-no viene esportato negli Stati Uniti. Però situazioni come questa non sono moti-vo sufficiente perché il Brasile riduca le esportazioni, ma che invece faccia suona-

Comunità Italiana Comunità ItalianaP R I N C I P A L E P R I N C I P A L E

“Non è necessario

fare del marketing per

vendere la pasta italiana”

(RAFFAELE DI LUCA)

“Il Brasile è il settimo

paese in importanza di importazioni e volume per

il mercato italiano” (RICCARDO LANDI)

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Comunità Italiana Comunità Italiana

re un campanello di allarme per qualifi -care tecnologicamente la sua industria. Varie porte si apriranno ancor più per i prodotti brasiliani su mercati più rigorosi con prodotti detti – in modo peggiorativo – del terzo mondo.

Il Governo italiano, ad esempio, tenta fi n dal 1997 di far sì che il Congresso bra-siliano metta in pratica un accordo bilate-rale di sviluppo tecnologico, che prevede un’erogazione annuale di 200mila euro a progetti di tecnologia alimentare e di in-formazione, per il risanamento basico e ambientale e il restauro di opere d’arte.

Vicoli ciechi tecnologici

Un caso simile di incapacità tecnologica brasiliana nell’accogliere investimenti in-ternazionali che esigono valore aggiunto è successo ad una delle maggiori imprese internazionali fabbricanti di equipaggia-menti speciali per la prospezione di pe-trolio, la Nova Pignone, con sede a Firen-ze. Responsabile di un’ampia partnership con la Petrobras nella costruzione di nuo-ve piattaforme petrolifere, l’impresa ha però scelto di portare le sofi sticate mac-chine dall’Italia. E soltanto perché non ci sono partner con tecnologia di punta per una produzione locale. Ogni macchina costa circa US$ 60 milioni.

Convincere gli investitori stranieri a dare appoggio non soltanto alla produzio-ne ma, soprattutto, alla capacitazione tec-nologica è un compito diffi cile, ma che si sta realizzando. Il Governo italiano è uno dei più sensibili in questo senso in Brasile e sta dando appoggio al partner governati-vo per la modernizzazione industriale.

L’ex ambasciatore brasiliano in Italia, Andrea Matarazzo, cita come azione fon-damentale l’interscambio tecnologico in-tenso tra i due paesi. E il marchio delle banche brasiliane, in controtendenza a questo contesto, defi nisce la differenza quando il tema è tecnologia.

- La tecnologia bancaria brasiliana è una delle più avanzate del mondo. Siamo nel 2005 e l’Italia è in enorme ritardo. Il Brasile ha progredito moltissimo in tec-nologia di software.

Edoardo Polastri, della Camera di Commercio italo-brasiliana di San Paolo cita come esempio di sforzo dell’econo-mia italiana nella collaborazione per la maturazione di altri mercati, un sistema privato che offre fi nanziamenti a lunga scadenza e con interessi bassi a tutte le imprese italiane che vogliano fare affari in qualsiasi altro paese, anche con forma-zione di joint venture.

- C’è un secondo ente di suppor-to che si chiama SACE (n.d.t.: Servi-zi Assicurativi del Commercio Estero) che è molto importante visto che ga-rantisce il rischio politico. Supponiamo che un’impresa brasiliana spenda US$ 10 milioni in materia prima o in mac-chine da pagare fra qualche anno. Se il Brasile dichiara moratoria, il SACE non permette che il pagamento sia effettua-to all’estero. Quindi il SACE protegge l’esportatore italiano contro il rischio politico. Invece in un rapporto specifi co come quello dell’Italia con il Brasile, no – spiega Polastri.

In Brasile, una delle iniziative del Governo che possono collaborare per attrarre più imprendimenti italiani è la

recente riduzione di garanzie di investi-menti stranieri nel paese, che è stata ri-dotta da US$ 200mila a US$ 50mila.

- La legge dice che US$ 50mila non è un valore rigido. Se ho un progetto di US$ 30mila, posso inve-stire, con il permesso di soggiorno – indica l’addetto commercia-le Livio Angeloni.

Tuttavia c’è chi creda che, più che creare leggi di incen-

tivo, la sfi da del brasiliano con il mercato estero adesso sia di tipo culturale.

Ma ci sono soluzioni per tutto. Secon-do Di Luca, le 72 Camere di Commercio italiane sparpagliate per il mondo do-vrebbero, in un modo o nell’altro, con-vincere gli esportatori delle aree in cui agiscono ad ottenere fi nanziamenti per i loro compratori extra, come i brasiliani, affi nché possano pagare entro 180 giorni. E spiega che gli acquisti sarebbero a bas-so costo reale, e si eviterebbe di perdere denaro con lo stoccaggio.

Un legame culturale dimenticato?

Mentre gli imprenditori italiani cercano alternative per il marchio Italia, al con-trario il governo brasiliano sta facendo sforzi per evidenziare il marchio Brasile all’estero, con diritto a simbolo e tutto il resto. Andrea Matarazzo dice che il timo-re degli italiani nell’investire in Brasile è cominciato quanto scoppiò la crisi eco-nomica in Argentina, nel 2001. Per ribal-tare questa situazione, suggerisce lo sti-molo del marchio Brasile in Italia.

- Questi scambi debbono essere più stimolati anche perché l’Italia non cono-sce il Brasile ed è importante che il no-stro paese costruisca un’immagine là fuo-ri. Non ci sono nostre imprese in Italia per divulgare la nostra immagine, il no-stro fare quotidiano, la nostra economia. Abbiamo bisogno di un’attività governa-tiva che agisca in questo senso: ambascia-te, camere di commercio, che mostrino le cose moderne del Brasile. Io ricordo che una volta portai progetti di aerei dell’Em-braer e di un seggio elettorale elettronico

perché li vedessero. Ne rimasero affasci-nati, volavano grazie alla tecnologia brasi-liana e non lo sapevano. Bisogna mostrare che il Brasile è un paese contemporaneo, malgrado i suoi problemi. Ma che si tro-va inserito nel mondo globalizzato. Tutti sanno che qui ci sono spiagge bellissime, ma nessuno sa che abbiamo anche alber-ghi meravigliosi, uguali a quelli della Flo-rida o della Costa Azzurra – ricorda.

L’ ex ambasciatore Matarazzo avvisa che il fatto che il Brasile abbia 25milioni di oriundi italiani non signifi ca che si co-noscano Italia e Brasile oltre alla spaghet-tata e alla pizza:

- Sono stati pochi gli immigranti tor-nati in Italia. Pochi si sentono italiani. E i discendenti brasiliani, alle volte, nean-che conoscono l’Italia. Inoltre, l’infl usso dei media sul Brasile è negativo: violenza, sporcizia, favelas. I punti positivi riguar-dano il calcio e le spiagge. Questi loro li conoscono. Il nostro sguardo è peggiore, perché il Brasile non conosce l’Italia. Non possiamo valutare soltanto ciò che noi stessi pensiamo, siamo una minoranza. Pensi a 170 milioni di persone. Io ho co-nosciuto l’Italia soltanto quando ci sono andato, e allora ho notato che potenziale hanno, riuscendo a unire sviluppo tecno-logico, qualità di vita e tradizione, che è un fatto raro. E, malgrado questo, posso dire che l’immagine dell’Italia in Brasile è migliore di quella del Brasile in Italia. La stessa immigrazione dovrebbe essere sfruttata dal settore turistico. A un italia-no piacerebbe molto conoscere città co-struite dal suo stesso popolo, visto che è un’aggiunta alla storia del suo paese. Ad esempio, il sud del Brasile e l’entroterra di San Paolo, ad esempio, dovrebbero rice-vere molti più turisti italiani di quelli che ospitiamo oggigiorno. In alcune località di Santa Catarina ancora possono essere in-contrate comunità che parlano il veneto tradizionale, più puro di quello parlato in Italia. Io dico sempre che per attrarre l’at-tenzione bisogna far vedere l’inusitato.

Ma ciò che importa è che Italia e Bra-sile, malgrado il movimento oscillante di approssimazione commerciale, ancora possono sfruttare la capacità imprendito-riale da ambedue i lati dell’accordo. Basta sedersi al tavolo e negoziare. Ci sono leggi incentivo a questo fi ne e, ciò che è più es-senziale, un legame culturale e storico po-co comune in altre parti del mondo e non ancora ben sfruttato dai due paesi.

“Gli immigranti che sono

ritornati in Italia sono stati pochi. Pochi si

sentono italiani. E i discendenti brasiliani, alle volte, neanche

conoscono l’Italia”

(ANDREA MATARAZZO)

“Bilancia commerciale tra Brasile e Italia ha cominciato a perdere equilibrio dal 2001, favorendo l’economia brasiliana”

Edoardo Polastri

Livio Angeloni

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Comunità ItalianaC O P E R T I N A

Comunità ItalianaC O P E R T I N A

“L’Italia è una delle priorità della politica commerciale brasiliana”Cominciano a percepirsi buoni segnali nella relazione bilaterale tra

Italia e Brasile. Se dipendesse dal Ministro dello Sviluppo, Indu-stria e Commercio Estero, Luiz Fernando Furlan, gli accordi commer-ciali tra i due paesi già farebbero parte dell’ordine del giorno delle prio-rità del commercio estero del Planalto nel 2005. In un’intervista esclu-siva a Comunità Italiana il Ministro, che è italo-brasiliano, confessa che i sistemi economici dei due paesi sono complementari e che ci sono promettenti relazioni commerciali da essere sfruttate durante il 2005.

E afferma ciò citando numeri incoraggianti. Le importazioni italiane, ad esempio, hanno avuto un incremento del 14,2%, passando da US$ 1,62 miliardo nel 2003 a US$ 1,85 miliardo l’anno scorso. “Le nostre ven-dite a questo paese, che sono del 34,5%, hanno superato la media generale delle esportazioni, che sono il 30%. La partecipazione italiana nel nostro listino di quest’anno è arrivata al 3,1%, ribaltando la tendenza di caduta che si stava osservando fi n dal 2000”, ha indicato il ministro.

Furlan ci ha anche anticipato che il Governo semplifi cherà la burocra-zia che coinvolge l’apertura di imprese, con la diffusione di un unico modu-lo come primo passo, che conterrà tutti i documenti sollecitati dagli innume-revoli organismi che partecipano al processo di apertura di compagnie.

Comunità – Il Brasile ha presentato un in-dice di crescita economica del 5,3% fi no a settembre, la più grande dal ’95. Il PIL, nel-l’ultimo trimestre del 2004, è aumentato del 6,1%. C’è, specifi camente, qualche settore decisivo che abbia fatto da leva per ottenere questi percentuali?Luiz Fernando Furlan – Il 2004 dovrà esse-re visto come l’anno della ripresa della cre-scita, specialmente dovuto al tasso di crescita del PIL che si aggira sul 5% e l’aumento della produzione industriale brasiliana, che si tro-va sull’8% accumulato fi no ad ottobre, coman-dato dalla crescita dei settori dei beni di con-sumo durevoli (22,7%) e dei beni di capitali (21,8%). Ma bisogna ricordare che le esporta-zioni l’anno scorso hanno subito una crescita consistente del 30%, con un importante im-patto in tutta l’economia e nella creazione di posti di lavoro. Tutto indicherebbe che ci stia-mo incamminando verso una proporzione di esportazioni in relazione al PIL ben superiore ai tetti storici del 15%. Per quest’anno preve-diamo qualcosa che si aggira sul 25% o 30%.

Comunità – L’Italia si trova al sesto po-sto nel ranking degli accordi bilaterali col Brasile. Alcuni investitori italiani in terra brasiliana dicono che c’è una politica che prende di mira più l’esportazione che l’im-portazione. Nel caso italiano, affermano, questo dimostrerebbe un forte squilibrio nella bilancia tra i due paesi, il che, in fu-turo, sarebbe disastroso per il Brasile. Tutto questo rumore ha un fondamento? Furlan – L’Italia è una delle priorità della politica commerciale brasiliana e partner naturale del Brasile, anche dovuto alle affi -nità culturali. Inoltre, le economie dei no-stri paesi presentano grandi complemen-tarietà e il potenziale da essere sfruttato nelle nostre relazioni economico-com-merciali è ancora promettente. Il Brasile è un paese aperto al commercio estero, che conta su una tariffa media di importazione del paese che si aggira sul 10,8%. Quest’an-no, tanto le importazioni come le esporta-zioni brasiliane presentano una crescita all’incirca del 30% e, con la ripresa della crescita economica, le proiezioni sono di continuità dell’aumento di importazioni. Il governo brasiliano è pienamente con-sapevole del fatto che la crescita dell’eco-nomia nazionale si realizzerà per mezzo di una maggiore apertura agli scambi inter-nazionali, in cui le importazioni sono l’ele-mento fondamentale per l’ampliamento degli investimenti produttivi e l’aumento della competitività della produzione indu-striale brasiliana. Alcuni dati possono illu-strare meglio il recente disimpegno bra-siliano come mercato importatore. Gli ac-quisti esterni brasiliani fi no al novembre 2004 hanno totalizzato US$ 57,1 miliardi, contro i US$ 44,3 miliardi nello stesso pe-riodo del 2003. Anche il disimpegno delle importazioni provenienti dall’Italia è au-mentato del 14,2%, passando da US$ 1,62 miliardo di due anni fa a US$ 1,85 miliar-do dell’anno scorso.Comunità – Importanti dirigenti italiani in Brasile affermano che l’attuale gover-no sta dando priorità agli accordi com-merciali con India e Cina a scapito dei vecchi legami economici con i paesi eu-ropei, specialmente l’Italia e che, in un certo modo la riduzione delle importa-zioni di prodotti europei favorirebbe la moneta americana, che si sta svalutando con l’aumento dell’euro negli ultimi anni. Di fronte a questo scenario, quale sareb-be, effettivamente, il mercato estero prio-ritario della politica economica?

Furlan – Il Brasile sta diversifi cando i mercati, osservando luoghi che non era-no mai stati visitati, ma senza dimenticar-si dei grandi partner come Argentina, Stati Uniti e Unione Europea, includendo l’Ita-lia. L’anno scorso, la maggiore crescita del-le nostre esportazioni sono accadute nelle vendite destinate alle regioni che non sono i maggiori acquirenti di prodotti brasiliani, come l’Asia, l’Europa Orientale e il Merca-to Comune Centro-Americano. Possiamo citare, ad esempio, l’aumento delle ven-dite a paesi come la Repubblica Slovacca (+278%), le Bahamas (+284%), la Georgia (+ 125%) e il Senegal (97%). Ossia, siamo di fronte ad un importante processo di di-versifi cazione nel destino delle esportazio-ni brasiliane e questo signifi ca che non vo-gliamo indirizzare le nostre vendite su ap-pena un unico mercato acquirente. Voglia-mo mantenere questo ritmo di crescita e questo passa attraverso la diversifi cazione di paesi importatori che comprano prodot-ti brasiliani. L’Italia rappresenta un’impor-tante partner, tanto è vero che, nel 2004, la crescita delle nostre vendite verso questo

paese, che erano del 34,5%, hanno supe-rato la media generale delle esportazioni, del 30%. L’anno scorso, la partecipazione italiana al nostro listino è passata al 3,1%, ribaltando la tendenza che si osservava fi n dal 2000. Invece i prodotti italiani rappre-sentano il 3,26% di tutto quello che com-priamo, il che dimostra che non c’è discre-panza nel commercio bilaterale.Comunità – Per il piccolo e medio impren-ditore ci saranno sorprese gradevoli nel 2005, come la riduzione degli iter buro-cratici per l’apertura di imprese o qualche nuova politica per i nuovi imprenditori?Furlan – Ridurre la burocrazia è una me-ta costante del nostro Ministero e il pro-blema dell’apertura di imprese viene stu-diata da quasi un anno da un gruppo in-terministeriale creato dal Presidente Lu-la. Ci interessa risolvere il problema in maniera rapida ed effi ciente, ma bisogna ricordare che nel processo di apertura di imprese ci sono coinvolti oltre 20 organi-smi, come l’Anvisa, il Ministero del La-voro, le Segreterie statali della Finanza, Ricetta Federale e perfi no i Pompieri e i Comuni. Perciò il lavoro deve essere fatto insieme, altrimenti è inutile che le Com-missioni Commerciali ci mettano soltanto cinque giorni lavorativi ad effettuare un registro se la persona interessata ancora deve passare per altri vari organi, portare decine di documenti e compilare tantissi-mi moduli. Stiamo lavorando per creare, in un primo momento, un unico modu-lo in cui risultino quali sono i documen-ti che tutti questi organismi richiedono, così da facilitare la vita dell’imprendito-re. Stiamo anche facendo l’integrazione elettronica di tutte le Commissioni Com-merciali affi nché si comunichino meglio tra di esse e con gli altri organismi. È un lavoro pesante, ma i cui risultati dovran-no venire fuori in breve tempo. Bisogna ricordare, però, che nel 2004 abbiamo già realizzato varie iniziative all’interno della Politica Industriale rivolte ai nuo-vi imprenditori, come anche la riduzione di costi, come è stato il caso del regime di Pre-Impresa, che concede trattamento tributario, previdenziale e lavorativo spe-ciale all’imprenditore con un guadagno lordo annuale di perfi no R$ 36mila. Que-sta misura ha per scopo l’inclusione socia-le dell’imprenditore di basso reddito, con l’obiettivo di promuovere la formalizzazio-ne, così come la sua inclusione nel sistema previdenziale e lavorativo.

ANDRÉ FELIPE LIMA

“Lavorare per ridurre la burocrazia è meta costante del

Ministero”

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Comunità ItalianaC O O P E R A T I V I S M O

Comunità ItalianaC O O P E R A T I V I S M O

C’è chi dice che il cooperativismo è nato in Italia. Non ci sono prove concrete, ma ce n’è un‘ altra, questa incontestabile, del fatto che è nel Belpaese che, subito dopo la Seconda guerra mondiale, il modello fu sfruttato alla meglio e servì d’esempio

agli altri mercati.Pienamente consapevole dei limiti individuali, nacque lo spirito ag-

gregativo del piccolo imprenditore italiano, come spiega Enzo Maranesi, della Camera di Commercio italo-brasiliana di San Paolo, che ha scatena-to il sorgere di cooperative, consorzi di esportazione e distretti industriali per tutta Italia. Ed è nell’agroindustria che il modello ha presentato risul-tati straordinari, come nella regione Emilia-Romagna, dove queste coo-perative si sono trasformate in grandi centri di produzione e di distribu-zione. Per arrivare al mercato estero i prodotti delle cooperative usano le Camere italiane di Commercio all’estero e l’ICE. Ma malgrado il successo interno, questi produttori presentano grandi diffi coltà per ampliare i loro marchi nel mercato internazionale.

Scenario questo abbastanza comune tra i produttori italiani di vino, di cui appena cinque ottengono marketing estero.

- La maggior parte delle imprese italiane sono piccole, da sole non hanno potenza per effettuare azioni promozionali. Il limite dell’offerta italiana è proprio questo. Parlo del caso del vino, ma il discorso serve anche ad altri prodotti, è un’offerta caratterizzata dalla piccola dimen-sione del produttore, quindi di poca capacità promozionale e pubbli-citaria. Questo spiega perché la presenza italiana, come per esempio nel mercato dei formaggi, è relativamente ridotta. Gli manca volume per organizzare le azioni promozionali. Adesso queste azioni potrebbero essere portate avanti dal-le istituzioni pubbliche – suggerisce Maranesi. Secondo lui, per cambiare questa situazione ci vorrebbe un’azione go-vernativa. Ogni produttore dovrebbe avere un organismo che lo appoggia.

L’olio d’oliva – secondo Maranesi “uno dei migliori del mondo” – subisce anch’esso le conseguenze del mancato marketing. L’olio italiano oggigiorno non possiede più del 4% del mercato brasiliano, mentre la Spagna ne detiene circa il 50%, e il Portogallo il 35%.

- Sono stato recentemente in Puglia, una delle regioni che più produce olio d’oliva. Là ci sono, più che cooperative, asso-ciazioni che difendono i diritti dei produttori. Ma anche a loro manca la capacità di effettuare azioni promozionali. Il governo spagnolo mantiene da anni uffi ci in Brasile, responsabili per la

Marketing

pubblicità dei prodotti spagnoli. L’Italia non ha fatto questo – assicura Maranesi.

Dividere con gli altri

Fare cooperative è un fenomeno ti-picamente culturale. Dal punto di vista razionale è sempre una buona idea as-sociarsi a qualcuno, ma voler essere il padrone di tutto e non dividere niente con nessuno è una barriera direi emotiva e culturale diffi cile da sorpassare, ed ab-batterla è estremamente importante.

Il cooperativismo ha superato l’ab-bandono del governo italiano nel dopo-guerra ed è diventato così forte che dei gruppi hanno cominciato ad occuparsi del prodotto fi nito. Comunque la politi-ca è stata marcante nei primi tempi e, in qualche modo, timidamente continua fi -no ai giorni d’oggi.

Ci sono cooperative di connotazione di sinistra, le ‘rosse’. Ce ne sono anche altre che non sono dello stesso avviso.

In un certo modo, alla fi ne il cooperati-vismo era legato ad ideologie – ricorda Maranesi, citando come esempio le ‘ros-se’, le cooperative dell’Emilia Romagna. Comunque nella regione c’è spazio per modelli ibridi, come la Compagnia delle opere, una forma di cooperazione legata ad un movimento di base cattolica cono-sciuto come Comunione e Liberazione. Politica e fede insieme.

Secondo Maranesi, la Compagnia del-le opere aggrega oltre 15mila imprese che la rendono un’indiscutibile potenza economica in Italia. D’altronde, quando si mettono insieme per andare a fare spe-se fanno una vera e propria festa. La coo-perativa, per esempio, quando si presenta in Fiat, non compra una o due macchine, ma un centinaio di esse.

- È un gruppo che aiuta le imprese coo-perate, ma non ci sono enti con un prodot-to proprio, con un marchio proprio. Quin-di non c’è competizione. Allo stesso modo, non esiste cooperazione tra una cooperati-va e l’altra – mette in risalto Maranesi.

Il Brasile, dovuto al suo potenziale in questo campo, potrebbe diventare terre-no fertile per il cooperativismo.

- La grande possibilità di cooperazione si trova giustamente con i piccoli agricolto-ri, che hanno pezzetti di terra così piccoli che servono appena alla loro sussisten-za. Ma mettendo insieme cento di loro, si specializzano nelle produzioni e, evidente-mente, il reddito aumenta. Ora, il proble-ma è di tipo culturale: ognuno di loro deve superare la fase del dire “no, io bado a me stesso e non rinuncio alla mia supremazia’. Una volta che decidono di unirsi, i vantag-gi sono evidenti – indica Maranesi.

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spagnolo mantiene uffici

in Brasile, responsabili della

pubblicità dei prodotti spagnoli.

L’Italia questo non l’ha fatto”

Enzo Maranesi: “in Brasile mancano azioni promozionali ai prodotti italiani”

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Comunità ItalianaNO T I Z I E

Comunità ItalianaNO T I Z I E

Dare priorità al mercato cinese nella lista degli accordi com-merciali del 2005 è costato non poche critiche al Planalto

da parte di partner considerati storicamente intoccabili. L’Italia è uno di essi. Negli ultimi cinque anni, la bilancia commerciale tra i due paesi mette enfasi sui cambiamenti direttivi della po-litica commerciale brasiliana. Oggigiorno, non ci sono più ga-ranzie secondo le quali le affinità culturali determinerebbero il mantenimento di antichi legami commerciali. Neanche quello col Brasile, che presenta 25 milioni di oriundi italiani. Per spie-garlo, usiamo lo scambio della pizza con il piatto tradizionale cinese, il pollo ‘xadrez’.

- Oggi come oggi non esiste molto dialogo, in termini di po-litica, tra l’Italia e il Brasile perché il Brasile si dirige verso il mercato cinese, indiano e africano. Cercare dei partner in Cina, dove vendono più di quello che comprano dal Brasile, è un’im-presa ardua. Credo che il Brasile sia in condizioni di produrre molto più rapidamente e di vendere a mercati più facili e a costi inferiori – indica il presidente della Camera di Commercio Ita-lo-brasiliana a Rio, Raffaele Di Luca, riferendosi al deficit brasi-liano nella bilancia commerciale con la Cina.

- Secondo il dirigente, malgrado i cambiamenti degli obiettivi commerciali, il prodotto brasiliano è più attraente per europei e

americani e, oggigiorno, per ci-nesi e giapponesi. Un esempio è la tecnologia bancaria appli-cata nel Brasile.

- Le banche brasiliane so-no fantastiche. Eseguo ope-razioni per pagamenti di sti-pendi di impiegati via inter-net, con il miglior sistema di sicurezza del mondo da circa tre anni. In Europa questo non si fa. All’europeo tocca alzarsi dalla sua sedia e an-dare direttamente allo spor-tello bancario – puntualizza Di Luca.

Secondo il presidente della Camera di Commercio Italo-brasiliana a San Paolo, Edoardo Polastri, non si può disprezzare il mercato cine-se. Tanto è che anche l’Italia – precisa – ha scalato la Cina come una delle priorità negli accordi bilaterali del 2005. In fondo, dice Polastri, l’econo-mia cinese è quella che pìù cresce – all’incirca il 9% all’an-no – nel mondo, influenzando i prezzi dei commodity bond sul mercato internazionale.

- Oggigiorno tutti fanno joint venture con i cinesi. In questo momento, in Italia la priorità è la Cina. In segui-to possiamo citare l’India, il Brasile e l’Est europeo – dice Polastri, che definisce ‘intelli-gente’ e ‘flessibile’ l‘apertura commerciale del governo fe-derale verso il mercato asia-tico, giacché permette che gli investimenti di questi paesi arrivino con più frequente-mente in Brasile.

China

Si parla molto della crisi della Parmalat, la cui eco

è arrivata anche all’economia brasiliana. Invece poco si è detto dell’uscita – effettivata l’anno scorso – di due impor-tanti banche italiane dal mer-cato brasiliano: Sudameris e Banca Nazionale del Lavoro (BNL). Per molti questa è stata una ritirata che ha danneggiato l’espansione del marchio Italia in altri segmenti e ha indeboli-to delle misure del governo ita-liano che miravano all’amplia-mento degli accordi bilaterali.

Il presidente della Camera di Commercio Italo-brasiliana a San Paolo, Edoardo Polastri, non capisce come le banche italiane abbiano potuto pro-muovere la ritirata dal Brasile proprio in un momento così cruciale per il governo italia-no, che sta internazionalizzan-do il marchio del Belpaese.

- Non si capisce perché questa internazionalizzazione non viene accompagnata dalle banche. Un bell’esempio del fatto che il governo si sta de-dicando a questa operazione è la creazione del Sistema Ita-lia, e anche che gli ambascia-tori e consoli italiani in tutto il mondo sono stati chiamati per impegnarsi di più nella pro-mozione di prodotti italiani. Per non lavorare soltanto nella pratica diplomatica, ma essere

Fuga delle Banche

messaggeri del prodotto italia-no. Questo viene fatto fin dagli inizi del governo ed ha coin-volto tutto il sistema italiano: le ambasciate, i consolati, l’ICE (Istituto del Commercio Este-ro), le Camere di Commercio e sono mancate proprio le ban-che – puntualizza Polastri.

Secondo il presidente del-la Camera di Commercio ita-lo-brasiliana di Rio de Janeiro, Raffaele Di Luca, rinunciando alle aree che considerano di minore importanza, le banche italiane credono di aver porta-to avanti una buona ristruttu-razione imprenditoriale.

- Questo vale specialmente per la BNL che, dopo la chiu-sura in Argentina, era diven-tata proprietaria di una sola banca in America Latina e che portava avanti un’attività mol-to modesta se paragonata alle altre grandi banche brasiliane. Certo, era un’attività che ge-nerava guadagno. Non hanno mai perso soldi, ma non face-va più parte del suo core busi-ness. Il Brasile, per la BNL, era soltanto un frammento che non interessava più – suppo-ne Di Luca.

La BNL, dopo la sua ri-strutturazione, è stata incor-porata dalla banca Intesa, il cui obiettivo principale ora è quello di aprire mercati nel-l’est europeo e in Cina.

Uscita della BNL e Sudameris compromettono internazionalizzazione del marchio Italia

Oooommm!Un buon affare tra bra-siliani e italiani non si riassume a vini, formaggi e attrezzature industria-li. Una società italiana del settore dei prodotti esoterici cerca soci per sviluppare nuovi pun-ti vendita in Brasile. Gli interessati devono invia-re una mail alla Camera di Commercio di Rio de Janeiro. ([email protected]).

Gomma

La Marangoni do Brasil, che l’anno scorso ha am-pliato la sua fabbrica di mescola per pneumatici a Lagoa Santa (MG), que-st’anno vuole espandere le sue vendite del 40% in tutta l’America Latina.

Frevo e TarantellaLa Mossi & Ghisol-fi (M&G) investirà US$ 800 milioni nella costru-zione del Polo Poliéster, in Pernambuco, in una partnership con la Petro-bras che finanzierà il 49% del progetto. Il polo verrà costruito entro due o tre anni e avrà una fabbrica di contenitori di plastica per bibite gassate, acqua minerale e combustibili, con capacità di 450mila tonnellate all’anno. Inol-tre, ospiterà un’altra uni-tà di produzione di ma-teria prima per polieste-re. In totale, le due unità daranno impiego a 300 persone.

Evento a RomaLe quattro camere di commercio italo-brasiliane e i conso-lati italiani stanno organizzando la venuta di altri program-mi che vogliano investire in Brasile. Perciò quest’anno ci sa-rà, a Roma e ancora senza data definita, una programmazio-ne per stimolare l’interscambio commerciale tra i due paesi. L’evento sarà organizzato dall’Ambasciata d’Italia, camere di commercio, Promos Milano, comune di Rio e Governo dello stato di Rio.

ANDRÉ FELIPE LIMA

Lula in Italia?Anche se i suoi subordina-ti, come il ministro Furlan, ogni tanto mettono piede nel Belpaese, in due anni di governo il presidente Lula ancora non si è fatto vivo in Italia. Vediamo se adesso, con il nuovo aereo…

Cancella la pizza e porta un ‘frango xadrez’!!!

Sembra, ma non è IMalgrado il deficit italiano nella bilancia commerciale con il Brasile, gli stati della Bahia e di Espìrito Santo continuano ad importare più che esportare in Italia. Potrebbe sembrare favorevole all’Italia, ma non lo è. Dati del Consolato d’Italia a Rio indicano che le importazioni ve-nute dall’Italia verso questi due stati si aggirano intorno ai US$ 10-15 milioni, considerato un volume basso nel mercato.

Tutto per il sociale

La preoccupazione del Consolato italiano di Rio con il rafforzamento socioeconomico degli stati di cui si occupa è latente. Sono vari i progetti in andamento in questo senso, tra i quali quelli sociosanitari e di appog-gio all’infanzia abbandonata, ambedue con l’appoggio del BID (Banca Interamericana di Sviluppo). Sono cir-ca 60 progetti tra gli stati di Bahia, Espìrito Santo e Rio. Lo stato nordestino ne ha il 70%, rimanendone il 20% per Rio e il resto per quelli di Espìrito Santo. Gli investimenti nei progetti sommano 5 milioni di euro. A Rio, il governo italiano appoggia un progetto per picco-li agricoltori della Baixada Fluminense preventivato in 2,5 milioni di euro. La controparte italiana è di 750mi-la euro.

Sguardi commerciali

Oggigiorno in tutto il mon-do ci sono 71 camere di com-mercio bi-nazionali presenti in 46 paesi. La loro associa-zione è presieduta interina-mente da Edoardo Polastri, che rimane a San Paolo. Le camere, anche se private, se-guono la legislazione dei pae-si in cui lavorano e parametri politici determinati dal Mini-stero degli Affari Esteri italia-no. La Camera di San Paolo ha 102 anni, fu creata quando neanche si parlava dell’Isti-tuto del Commercio Estero d’Italia (ICE). Ce ne sono al-tre a Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre. La più antica in America Latina è quella di Montevideo, in Uruguai, che ha 120 anni. Invece l’ICE è un’entità esclusiva del Gover-no italiano.

Passaporto BrasileVarie porte in Brasi-le si stanno aprendo a chi voglia lavorare nei Consolati italiani e, dopo, avere un’impre-sa nel paese. Una di esse è l’interscambio che coinvolge le uni-versità Bocconi e Cat-tolica, ambedue a Mi-lano, e il Ministero de-gli Affari Esteri italia-no, che offre uno stage di tre mesi in uno dei quattro Consolati ita-liani o presso la stessa Ambasciata, con uffi-cio totalmente equi-paggiato. Il Consolato di Rio, per esempio, ha bisogno di gente che parli portoghese e che sia laureato in scienze politiche.

Sembra, ma non è IILa soluzione affinché Bahia e Espìrito Santo equilibrino la bilancia potrebbe trovarsi nel tu-rismo, specialmente a Bahia, dove c’è una grande mobilizzazione di imprese del settore e ristoranti. E là, nella Terra di Tutti i Santi, la notoria dieta mediterranea dovrebbe proprio prosperare.

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Comunità ItalianaI N T E R V I S T A

Comunità ItalianaI N T E R V I S T A

Comunitá – Nel 2004 c’è stato un aumen-to del 45% sulle vendite estere e una

produzione il 20% al di sopra del volume del 2003. Malgrado questo, l’Anfavea prevede un 2005 con un margine minore per l’indu-stria di autoveicoli. Lei è d’accordo con que-ste previsioni?Roberto Vedovato – Fare previsioni in Bra-sile è sempre diffi cile, ma crediamo che ci siano tutte le condizioni affi nché lo sviluppo continui. Però le percentuali di crescita sa-ranno più modeste. Siccome il 2003 è stato un anno fi acco, la crescita nel 2004 presenta percentuali molto espressivi. Invece il 2004 è stato un anno positivo, quindi il 2005 do-vrà presentare percentuali minori di cresci-ta. Inoltre, fare grandi salti continui non è auspicabile: è meglio mantenere un ritmo ragionevole, ma costante, sostenibile a lunga scadenza, piuttosto che crescere rapidamen-te e poi crollare più avanti.Comunità – La valorizzazione de Real in proporzione al dollaro potrebbe essere il motivo principale di una possibile ritrazione del settore quest’anno?Vedovato – Il valore del dollaro è importan-te nell’economia brasiliana ma, secondo me, non possiamo basare la nostra competitivi-tà sul cambio, che è una questione di con-giunture. Dobbiamo conquistare la nostra competitività lottando contro i nostri pro-blemi strutturali brasiliani. Per prima cosa dobbiamo migliorare la nostra infrastruttura (strade e porti, per esempio). Aiuterebbero anche una semplifi cazione tributaria, così come una riduzione dell’impatto tributario. Dopo, osservando da dentro ognuna delle nostre imprese, dobbiamo aumentare la no-stra capacità di progettazione e produzione di prodotti di qualità e a prezzi adeguati per entrare in competizione non solo sul mer-cato brasiliano, che è estremamente conteso, ma anche su quello internazionale, che stia-mo affrontando con molta determinazione fi n dal 1999.Comunità – Alcuni dirigenti italiani critica-no la politica economica esterna del governo attuale. Secondo loro, il Planalto starebbe dando priorità a mercati considerati anco-ra immaturi – dal punto di vista delle regole internazionali del commercio – come Cina e India, discreditando partner europei come la stessa Italia. Alcune aziende che offrono servizi al settore automobilistico sono fallite, come la Grimaldi che deteneva poco più del

50% degli introiti dipendenti dalle espor-tazioni della Fiat per l’Europa, che ha venduto i suoi attivi e ha chiuso le porte in Brasile perché gli obiettivi delle espor-tazioni della Fiat sono cambiati. Lei come analizzerebbe questo scenario?Vedovato – Il Brasile ha svolto un lavoro spettacolare sul front esterno e dobbiamo fare i complimenti al ministro Luiz Fer-nando Furlan per la competenza dimo-strata durante il suo incarico. Sicuramen-te il Brasile deve dedicarsi alla creazione di maggiori legami commerciali con i grandi blocchi economici, come l’Unione Europea e gli Stati Uniti. Si potrebbe cri-ticare la maniera in cui il governo cerca di attrarre paesi i cui mercati rappresen-tano una minore espressione economica, ma sono pur sempre mercati e dobbiamo osservarli tutti.Comunità – Il tasso basico di interesse sembra sarà più alto quest’anno. I contri-buti tributari, malgrado la diminuzione nel 2004, danno ancora fastidio. Tutto ciò ag-gredisce il fi nanziamento, che sostiene cir-ca il 70% delle vendite dei veicoli in Brasi-le. Tenendo conto che sarà posto un freno alle esportazioni, resta soltanto il mercato interno. Il gruppo Fiat come si sta organiz-zando per questo quadro di mercato?Vedovato – Non crediamo che sarà posto un freno alle esportazioni. Ci sarà, se le condizioni internazionali peggioreranno, un ritmo più lento di crescita. Per quanto riguarda il mercato brasiliano, se l’econo-mia continuerà a migliorare, come sem-brerebbe fi nora, le vendite continueran-no ad aumentare, ancora a ritmo lento, ma senza fermarsi. Stiamo investendo in tecnologia e nuovi prodotti, sia macchine che trattori, camion, autobus e pezzi di ri-cambio, affi nché possiamo usufruire del-la crescita d’ora in avanti.Comunità – Gli incentivi fi scali promessi dallo stesso presidente Lula per il 2005

che mese arriveranno? Il Planalto ha già dato segnali di un cronogramma?Vedovato – Le negoziazioni tra il settore di autoveicoli e il governo sono centraliz-zate nell’ Anfavea. Le fabbriche, il gover-no e la società dovrebbero pensar bene a quale sia il ruolo e il futuro dell’industria

automobilistica brasiliana. Fino a qualche anno fa, il Brasile e altri paesi dell’Ame-rica Latina erano considerati buone op-portunità di investimento. Oggigiorno, la Cina e altri paesi asiatici dimostrano essere più interessanti e competono tra di loro questi investimenti. Le fabbriche – così come le altre imprese in generale – non presentano risorse illimitate da in-vestire da tutte le parti. Le imprese scom-metteranno su quei paesi dove ci sarà una maggior certezza di ritorno. Nel caso del-le fabbriche, il Brasile è forte nella pro-duzione di macchine monovolumi come la Fiat Palio. Sono sia le più vendute sul mercato interno, sia le più esportate. Sarà questa la nostra vocazione naturale? Se lo

L ’italiano Roberto Vedovato era al comando del Gruppo Fiat in Brasile dal maggio 1998. Ha lavorato nell’azienda per 32 anni. A

febbraio ha dato addio all’incarico e ha passato il bastone di comando a Cledorvino Bellini, superintendente alla Fiat Automobili per l’America Latina, che così ora accumula due funzioni. Ma il lascito di Vedovato e il rispetto che ha conquistato sul mercato brasiliano come uno dei principali dirigenti fi no ad allora in attività merita d’essere messo in distacco. Vedovato lascia un saldo estremamente positivo, come lo straordinario recupero delle esportazioni di veicoli nel 2004, una crescita del circa 40% del fatturato e del 60% delle esportazioni. Ma nell’intervista rilasciata in esclusiva a Comunità Italiana prevede che quest’anno il mercato sarà meno attraente che nel 2004.

Sul mercato europeo, inclusa l’Italia, sono stati commercializzati oltre 213.500 veicoli commerciali della Fiat, il che corrisponde ad una quota del 10,8%. In Brasile sono stati venduti 44.480 veicoli commerciali, che rappresentano una quota di mercato del 24,3%. Questo risultato rappresenta una crescita del 10,6% in relazione al 2003, quando sono state commercializzate 40.234 unità.

è, perché non creare meccanismi affi nché possiamo trasformarci in una base mon-diale per questo tipo di macchina?Comunità – Malgrado tutto, il 2004 è sta-to migliore del 2003? Mercato e Governo stano facendo perbene i compiti di casa?Vedovato – Il Brasile presenta un’enorme capacità di sorpresa. Le potenzialità qui sono enormi. Veda ciò che sta succedendo all’agricoltura negli ultimi quattro anni. Ci siamo trasformati in uno dei maggiori gra-nai del mondo. In poco tempo saremo una superpotenza agricola. Il Brasile è sulla strada giusta. Gli interessi sono alti? Sì. L’ infl azione resiste ancora? Sì. Ma la stabilità brasiliana oggigiorno è magnifi ca se para-gonata a quella degli anni ’80 e inizi anni ’90. Il sistema fi nanziario è solido, profes-sionale e tutto questo non è da sottovalu-tare. Inoltre, il Brasile ha realizzato un im-portante passo istituzionale con la re-de-mocratizzazione. Il passaggio dei poteri tra Fernando Henrique Cardoso e Lula è stata una lezione di civiltà per tutto il mondo. La tranquillità delle ultime elezioni sono una prova di questa maturità.Comunitá – Lei ha presieduto il Grup-po Esponenti Italiani(GEI) per due volte. Cosa deve fare il nuovo presidente Guido Urizio per fare leva sulle relazioni com-merciali tra il Brasile e l’ Italia?Vedovato – Tutto ciò che potrà essere fatto per intrecciare le relazioni Brasile/Italia dev’essere fatto. I due paesi pre-sentano così tante affi nità e interessi comuni che un’integrazione maggiore porterebbe enormi benefi ci a tutti gli in-teressati. Il Brasile possiede una gigan-tesca produzione agro-pastorale, l’Italia possiede la tecnologia di processamento degli alimenti. Soltanto questo esempio dimostra ciò che potrebbe essere fatto. Inoltre, come dimostra il caso della Fiat, brasiliani e italiani hanno il dono di, in-sieme, realizzare cose bellissime.

Vedovatolascia Fiat con saldo positivo

ANDRÉ FELIPE LIMA

Veduta aerea della fabbrica della Fiat a Betim, Minas Gerais

L’industria Fiat all’interno

“Il Brasile deve dedicarsi alla creazione di

maggiori legami commerciali con i grandi blocchi

economici”

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eloquenteConsiderato nel 2002 dall’Italian Culinary In-

stitute for Foreigners (Icif), con sede in Pie-monte, come il miglior cibo italiano in Su-damerica, il ristorante di San Paolo Massimo

è un’incontestabile riferimento sullo scenario gastro-nomico brasiliano. Al comando della casa c’è Massimo Ferrari, che attribuisce la ricetta di successo ad alcuni ‘condimenti’ indispensabili:

- Facciamo molta attenzione alla scelta delle mate-rie prime, importiamo il nostro olio d’oliva, i capperi, la salsa di pomodoro, degli affettati. Inoltre, il mio socio e fratello Venanzio va sempre in Italia per scegliere vini: ne compriamo da quei piccoli produttori già di nome, ma che diffi cilmente hanno accesso al mercato brasi-liano – racconta.

Altri due ingredienti sono: l’architettura della casa – costruita nel 1970 da Venanzio – che dispone di due sale da pranzo e di un enorme bar che possono riceve-

re anche riunioni affaristiche, insieme a comodità e buon servizio.- A quel tempo non c’era niente di così grande. Il cibo italiano si poteva mangiare

soltanto in piccole case, le case della mama. A loro (i clienti) piace sapere che verranno trattati con affetto e allegria – mette in risalto Massimo.

La famiglia Ferrari è arrivata in Brasile alla fi ne degli anni ’40, venuta dal Piemonte. Il padre di Massimo e Venanzio, Felice Ferrari, si è inoltrato nel settore dei ristoranti partecipando all’apertura di una churrascaria a San Paolo. Imprenditore, nel 1953 è riuscito a iniziare il suo proprio affare con la Churrascaria Cabana, che amministrava insieme alla moglie. Negli anni ’70 ha aiutato i fi gli a pianifi care il ristorante Massimo, ma è deceduto pochi mesi prima dell’inaugurazione della casa.

- Ho osservato i miei genitori fi n da piccolo, perché vivevo intrufolato nel ristorante. Mi sono laureato in economia e amministrazione, però mi stavo già indirizzando ver-so questo lavoro. Sono fortunato, sono un appassionato di quello che faccio – ricorda Massimo. Nel 1993 la famiglia ha deciso di dedicarsi esclusivamente alla culinaria ita-liana e ha chiuso le porte della Churrascaria Cabana.

Un ristoranteOtto piccole melanzane, una tazza di parmigiano grat-

tuggiato grosso, uno spicchio d’aglio tritato bene, basi-lico, olio di oliva…e così via con un’altra delle decine di ricette che formano la dieta più in voga (e salutare)

di cui si abbia notizia. Stiamo parlando della dieta mediterranea, in franca espansione in Brasile. Le quattro Camere italiane di com-mercio nel paese hanno cominciato l’anno scorso un’ampia cam-pagna per diffonderla. Una dieta che fa del popolo italiano uno dei più salutari del mondo e apre porte commerciali al Belpaese.

Le Camere hanno anche pubblicato un libro, “Mangiare ita-liano, buono e sano – princípios da dieta mediterrânea”, insieme a vari ristoranti famosi del paese per la loro tradizionale cucina italiana. Il libro ci mostra informazioni, convalidate da medici, a conferma del fatto che i cittadini italiani presentano meno pro-blemi cardiovascolari e più longevità di persone di altri paesi.

Vini e formaggi sono il marchio di questa culinaria. Per esempio, in Brasile abbiamo già attinto la maturità economica in questi due settori. Quello del vino muove annualmente circa R$ 1,2 miliardo. Secondo dati dell’ Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), l’ultima produzione, nel 2003, del vino brasiliano (fi -no, da tavola, spumanti e succo d’uva) è arrivata a 360 milioni di litri. In Brasile ci sono 700 aziende vinicole e 16mila proprietà terriere dove si coltiva l’uva. Del totale di questo mercato, Rio Grande do Sul controlla circa il 90%.

Nelle esportazioni, la leadership dei vini da tavola è ancora schiacciante (l’80%). Invece, la produzione di vini fi ni ha rag-giunto 50 milioni di litri, malgrado il Brasile importi ancora molto di più di quanto esporti in questo segmento vinicolo, specialmente dall’Italia.

Comunque, le esportazioni sono aumentate del 42% fi no al settembre 2004, e dovrebbero aumentare ancor più quest’anno (20%) e nel 2006 (30%). La Miolo, ad esempio, vuole arrivare a R$ 50 milioni in esportazioni annuali entro 10 anni.

Si stanno preparando programmi. Uno dei più signifi cativi è l’accordo tra l’ Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e l’ Ibravin, preventivato in R$ 2,78 milioni, che fi nanzie-rà marche di vini brasiliani all’estero. Le aziende vinicole Casa de Lantier, Casa Valduga, Cooperativa Vinícola Aurora, Lovara, Miolo e Salton, tutte aventi sede in Rio Grande do Sul, si trovano nella lista dei fi nanziamenti, ma entro il 2006 l’Apex spera di ampliare fi no a 12 il numero di imprese nel programma.

L’ Ibravin si è associata anche al Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES), al Banco do Brasil e alla Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul per sviluppare i cosiddetti Arranjos Produtivos Locais (APL’s) – conosciuti anche come clusters – che incrementeranno ancor più la produzione vinicola nel paese. Modello genuinamente ita-liano, gli APL’s sono responsabili per il circa 43% delle espor-tazioni italiane, e danno impiego ad oltre 2 milioni di lavoratori distribuiti in 90mila imprese. Inoltre, l’Italia ha intensifi cato la sua preoccupazione con il marchio del suo vino all’estero, tanto

è vero che funziona dal 2003 l’Enoteca d’Italia, che dispone di 20 milioni per promuovere i vini italiani nel mondo.

Se la relazione bilaterale con l’Italia per il mercato vinicolo va bene, nel mercato dei formaggi e in quello dell’olio d’oliva è più timida.

Il Brasile, oggigiorno, è un grande importatore di olio d’oliva, ma circa il 50% dei suoi acquisti vengono fatti in Spagna. Più au-dace e autosuffi ciente, l’industria del formaggio in Brasile muove R$ 110 milioni l’anno. Sono 20mila tonnellate di formaggi che consumano 2 miliardi di litri di latte e danno impiego a 37mila persone nella sua produzione. Lo stato di Minas Gerais risponde del 60% della produzione nazionale. Importare formaggi dall’ Ita-lia, comunque, non è una delle principali caratteristiche del mer-cato brasiliano e meno ancora l’esportazione su larga scala verso il Brasile non è uno dei principali obiettivi degli italiani.

Le vendite del parmigiano italiano, ad esempio, negli ultimi due anni hanno totalizzato in media circa 900 milioni. Il Brasile, al contrario di quanto si potrebbe immaginare, non si trova nelle liste dei principali acquirenti del parmigiano italiano, i cui princi-pali mercati sono proprio i paesi europei. Al contrario dell’Italia, gli Stati Uniti da cinque anni aprono fronti nel mercato brasilia-no per i loro formaggi, specialmente il cheddar e il cream cheese, le cui vendite sono in crescita circa del 5 % annuo.

Anzi, vivere in modo salutare, come fanno gli italiani, è sem-pre stato un mistero, specialmente per gli americani. Subito dopo la Seconda Guerra Mondiale, il medico Ancel Keys sbarcò a Sa-lerno, al sud d’Italia, e constatò che la popolazione locale non sof-friva di problemi cardiovascolari, comuni negli Stati Uniti. Keys, tra il 1958 e il 1964 concluse uno studio in alcuni paesi europei, in Giappone e negli Stati Uniti. Risultato: la dieta mediterranea è decisiva per la vita di chi vive sul litorale europeo, specialmente per l’Italia, che occupa il primo posto in longevità in Europa.

Ma una cosa è irrevocabile: Keys vive fi no ad oggi, ha 100 anni, e sua moglie 95. Agili e snelli grazie alla dieta mediterranea.

“Il cibo italiano si trovava

soltanto in piccole case, le

case della mama”

Comunità ItalianaG A S T R O N O M I A

Comunità ItalianaG A S T R O N O M I A

Dieta che apre porte commerciali

L’architettura della casa costruita

nel 1970 da Venanzio Ferrari

ANDRÉ FELIPE LIMA

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Comunità ItalianaP E R S O N A G G I O

Comunità ItalianaP E R S O N A G G I O

Salvatore Morici è arrivato in Bra-sile a diciotto anni e fi no ad oggi si ricorda della data precisa: l’11 febbraio 1961, un sabato di carne-

vale. Ma non è stata la festa popolare a por-tarlo qui. Lui, allora un giovane giornalista, aveva come obiettivo un servizio sull’Ama-zonas, con l’esploratore Willy Aureli, che aveva fatto importanti scoperte nella regio-ne di Araguaia. Ci sono voluti pochi gior-ni perché il suo viaggio prendesse un’altra direzione e lui decidesse di rimanere qui per sempre. Infatti è bastato innamorarsi di una bella italo-brasiliana, Regina Melena Farabutti, con cui si è sposato. Adesso lei

Da giornalista a proprietario di ristorante: le prodezze dei Morici tra Sicilia e San Paolo

è la responsabile del menù di prima qua-lità del ristorante Taormina Ristorante Si-ciliano, a San Paolo. La ditta della famiglia Morici esiste da soli due anni e, come dice scherzando Salvatore, ‘è stata aperta soltan-to per sfuggire alla depressione senile’.

Quando è arrivato dall’Amazzonia, Sal-vatore era stato invitato alla festa di una famiglia di imprenditori italiani che vive-vano a San Paolo, gli Scavone. Là, gli fe-cero una proposta: comporre la direzione della Oretri Propaganda, all’epoca un’im-portante agenzia pubblicitaria. Salvatore ringraziò l’invito, ma lo rifi utò perché do-veva ritornare in Italia pochi giorni dopo. Comunque, nella stessa festa conobbe Re-gina e, grazie a lei, non imbarcò, malgrado non avesse più ‘un soldo bucato’.

“Mi sono svegliato il giorno dopo quello della partenza, affamato e senza soldi. Mi recai in un mercato vicino al quartiere Consolação, rubai cinque bana-ne e telefonai al proprietario della Ore-tri”, ricorda con allegria. A partire dalla scelta di stabilirsi in questo paese, Sal-vatore decise anche di collaborare con il Fanfulla, il giornale italiano che, secondo lui, riuscì a superare in tiratura il quoti-diano Provincia de São Paulo, che dopo si sarebbe chiamato O Estado de São Paulo.

Nel 1965, il Fanfulla fu chiuso dalla dit-tatura militare. Nel 1966, Salvatore fondò un giornale, chiamato Itàlia Mondo, che durò poco più di un anno. Malgrado il suo coinvolgimento con i media, racconta che in Brasile non ha mai guadagnato come giornalista. Con una laurea anche in inge-gneria, ha fatto lavori in quest’area, oltre ad aver lavorato nel mercato pubblicitario e nell’industria di prodotti chimici. Anima imprenditoriale, ha messo su una tintoria e due fabbriche di tingitura di tessuti. “Io, che prendevo sei in chimica, qui formula-vo prodotti”, racconta.

Più tardi Salvatore diventò conosciuto perché importava silicone e lo introdusse nel mercato brasiliano, specialmente con i fabbricanti di materassi. Nel 1977 poteva dirsi un uomo ricco. Ma, quell’anno stes-so, ci fu la maxi svalorizzazione del cruzei-ro. Indebitato in dollari, Salvatore dovette vendere la sua casa, i terreni e le macchine. “Erano debiti normali. Io compravo spe-cialmente dalla Germania, e era di prassi pagare in 360 giorni. Allora io, che avevo introiti pari al doppio del mio investimen-

to, pagai un debito due volte più grande. Persi tutto e cominciai ad odiare il Brasile. Tornai in Italia nel 1980 giurando che non ci avrei mai più messo piede”.

Già in Italia, sua moglie occupò l’incari-co di direttrice di una rivista di turismo. In poco tempo, Salvatore ha aperto un’agen-zia di viaggi. Erano i segnali del recupe-ro della famiglia Morici. Ma ci fu un altro cambiamento di piani: il fi glio della coppia, che aveva già fatto l’esame di ingresso per l’Istituto Politecnico della USP, fu appro-vato e decise che voleva tornare in Brasile. E così fece. Subito la madre lo accompa-gnò. Salvatore, che voleva mantenere la promessa all’inizio, invece si arrese e venne ad unirsi alla famiglia. Affi ttò la sua agenzia di viaggi là e ne aprì un’altra a San Paolo.

Il sacrifi cio valse la pena. Salvatore racconta orgoglioso la traiettoria profes-sionista del fi glio che, per nove anni, è stato direttore della Parmalat ed ora è il direttore di marketing della Coca-Cola. Invece la fi glia è direttrice per l’America Latina della ENIT (Ente Nazionale Ita-liano per il Turismo), l’ Embratur italiana, oltre ad essere vice presidente mondiale dell’Associazione Europea di Turismo

Il buon servizio del ristorante e la qua-lità del menù, che porta a tavola il meglio della cucina siciliana, gli ha aperto altre strade. Oggigiorno, il maggior guadagno viene dagli eventi che Salvatore e Regina organizzano con il Buffet Dolci Momenti, un altro affare dei Morici. Tra i suoi clienti ci sono il GEI (Gruppo degli Esponenti Ita-liani), l’ ICE (Istituto Italiano per il Com-mrcio Estero) e altre istituzioni italiane.

Innamorato delle sue radici, Salvatore aiuta anche a promuovere incontri della Regione Sicilia in Brasile, sia con obietti-vi politici, sia commerciali. La dedicazio-ne gli è valsa il premio Pigna D’Argento, dato a siciliani in tutto il mondo che si mettono in risalto con la divulgazione dei valori della regione.

“Ho qui alla parete del mio ristoran-te un diploma di ‘sicilianità’, e so che ne sono degno. Di solito, i miei compatrio-ti delle altre regioni si presentano come italiani. Io, prima di tutto, sono siciliano”, commenta orgoglioso Salvatore.

Serviço: Rua Peixoto Gomide, 1395 - Cerqueira Cesar

São Paulo - tel. 11-3284.3838

GISELE MAIA

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Sergio Comolatti ha preso il co-mando di uno dei gruppi im-prenditoriali di maggior suc-cesso in distribuzione e vendita

di autoricambi, il Gruppo Comolatti, fon-dato da suo padre Evaristo. Quando ha assunto su di sé gli affari della famiglia, Sergio ha imposto una nuova dinamica amministrativa, espandendo e moderniz-zando le attività del gruppo.

All’inizio, il padre di Sergio, venuto dall’Italia del nord nel dopoguerra, esat-tamente nel 1948, comprò un camion e con esso lavorava in vari stati del Brasi-le con il trasporto di combustibile. Pochi anni dopo, nel 1957, l’imprenditore italia-no aprì un negozio di autoricambi per ca-mion Alfa Romeo che portava il suo no-me, la Evaristo Comolatti e Cia Ltda. Nel 1965 già ne esistevano nove fi liali.

Oggigiorno, il gruppo che Sergio di-rige dà impiego a circa 1700 persone. Imprese coinvolte nella distribuzione di autoricambi sono la Sama Autopeças, La-guna, Abouchar, Tietê, Cofi pe Iveco.

Tra di esse, alcune sono più antiche del Gruppo Comolatti e già godevano il rispetto del mercato anche prima di veni-

Gruppo Comolatti: successo ereditariore incorporate. La Sama, con 17 centri di distribuzione in tutto il paese, lavorava da 43 anni in Brasile, con otto fi liali, quan-do è stata integrata al Gruppo Comolatti, nel 1965. Anche la Laguna era un’anti-ca impresa quando è stata incorporata nel 1995. Esisteva fi n dal 1918, quando fu fondata dall’anche lui italiano Cirillo Laguna. La Abouchar Pneus è passata a far parte della holding nel 1981, il che è risultato nell’aumento del volume di affa-ri, visto che l’impresa, oggi con 77 anni di realizzazioni, è passata a coprire una par-te del mercato, quello dei pneumatici, an-cora non sfruttato dai Comolatti.

Ma il nome Comolatti è anche lega-to al settore immobiliario con la Bernina Imobiliària. Inoltre, alla famiglia italiana appartiene uno dei più privilegiati spazi di San Paolo – il Terrazzo Italia, un ristoran-te situato nel più alto edifi cio della città (l’Edifìcio Itàlia) e dal quale si può vedere tutto il centro fi nanziario della capitale.

È là, con la migliore vista di San Pao-lo, che il Gruppo Comolatti promuove vari eventi riguardanti le sue attività sociali. La più conosciuta e tradizionale è il tè benefi -cente, realizzato da più di trent’anni. L’ini-

ziativa è cominciata con l’impegno di Eva-risto Comolatti e sua moglie ma, in questo momento, ne viene garantita la continuità dalla fi glia della coppia, Terza Maria Co-molatti Ruivo. Fino ad oggi, 304 istituzioni sono state benefi ciate. Fin dall’inizio della sua gestione, Sergio investe sempre più in azioni di Responsabilità Sociale. Soltanto nel 2002, dati basati dalla Relazione di At-tività Sociali di quell’anno, R$ 8 milioni sono stati destinati al benessere dei suoi collaboratori e dipendenti.

GISELE MAIA

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Comunità ItalianaO P I N I O N E

Comunità ItalianaO P I N I O N E

Considero decisivo il contributo degli immigranti italiani nel-l’occupazione del territorio brasiliano e la diffusione di

standard di civiltà. Le mie osservazioni non sono una novità, però nascono da viaggi e intensi contatti.

Comincio dalla Serra Gaúcha. Sono ot-tocentomila abitanti in 34 comuni: Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Veranópolis, Ga-ribaldi, Farroupilha, São Marcos, Flores da Cunha, Pinto Bandeira, Ipê, Antônio Prado ecc., dove si trovano 511 aziende vinicole. La produzione regionale di 250 milioni di litri all’anno (90% della produzione brasi-liana) è legata a circa 16mila famiglie.

L’attività ha avuto inizio nel 1815, con i tedeschi che occuparono una buona parte della Valle. È stata consolidata dal 1865 da immigranti italiani che, sui ver-santi, producevano per consumo proprio. Viene lavorato circa il 50% dell’uva brasi-liana. (N.d.t.: Lo stato di) Rio Grande do Sul corrisponde al 95% dell’uva lavorata.

La Serra presenta 31mila ettari di vigneti. È una tipica attività di piccoli proprietari, con un uso intenso di manodopera fami-liare (4 persone per ogni proprietà). Si stima che l’area media per ogni vigneto sia di 2 ettari. Sono 17mila stabilimenti rurali poco meccanizzati, in una regione dalla topografi a accidentata.

Una caratteristica storica dei vigneti della “Serra Gaúcha” è la coltivazione di uva americana e ibrida, specialmente a Isabel. Agli inizi del sec. XX, con l’arrivo dei fratelli Monaco, sono sorte imprese produttrici di vino: la Dreher e Salton, nel 1910; la Peterlongo, nel 1913; la Coopera-tiva Aurora, nel 1930. Nel 2003, la raccolta gaucha è stata di 380 milioni di chili d’uva. Nel 2004 si è arrivati a 578 milioni.

Voglio riferirmi adesso alla pioniera Aurora, fondata nel 1931. Il bel contri-buto italiano ha dato origine ad altre 18 cooperative legate alla Fecovinho, il cui presidente è Hermes Zaneti. Tutte le altre hanno presidenti brasiliani dal cognome

italiano. In Austria, Canada, Finlandia e Israele, tra il 70 e l’80% della popolazione adulta partecipa a qualche cooperativa. In Belgio, Norvegia e Francia, tra il 50 e il 60%. Negli Stati Uniti, Danimarca, Giap-pone e Portogallo, tra il 40 e il 50%. In Brasile, soltanto il 4%. Uno scarso stan-dard di civiltà in Brasile che è invece ab-bondante nella Serra Gaúcha.

La cooperativa è una società di per-sone che cooperano per produrre un risultato; ogni cooperato ha un voto ed è pagato secondo quello che produce. La sua preoccupazione con il guadagno non è la stessa di una società di capitali, e non ha un socio maggioritario che co-manda. Attraverso la cooperazione, il pic-colo produttore partecipa ad una grande organizzazione, che assume l’impegno di ricevere tutta la produzione dell’associato e, invece di distribuire guadagni, reinve-stire gli avanzi dei suoi risultati.

Oggigiorno, l’Aurora conta su 1242 viticoltori. Produce circa il 10% dell’uva

gaucha che si trasforma in vini da tavola – di cui il più famoso è il Sangue de Boi, fatto da uve americane. Produce vini fi ni con la Vitis Vinifera (ne usa oltre 10 cep-pi), e fa ottimi spumanti.

Direttamente dall’Aurora dipendono, tra associati, impiegati e rispettivi fami-liari, quasi 8000 persone. Ed è sempre in cerca di perfezionamento. “Fare vino è un affare relativamente semplice, solo i primi 200 anni sono diffi cili”, insegna la Baro-nessa di Rotschild. L’Aurora ha 75 anni, però ci ha già brindati con il suo Millesimo 1999, un Bordeaux di prima qualità.

Soltanto verso gli anni ’70, con l’entra-ta di ditte come la Martini e Rossi, la Möet et Chandon, la Maison Forrestier, la Hu-blein e l’Almaden, i vini della Serra hanno assunto una migliore qualità. Quelle arri-vate di recente hanno introdotto processi sofi sticati di vitivinifi cazione, e i vini della Serra hanno cominciato ad essere consu-mati fuori dalla regione. I brasiliani sono grandi bevitori di birra, ma consumano soltanto 2 litri di vino all’anno per abitan-te. La Francia, 60. l’Italia, 58. Il Portogallo, 56. L’Argentina, 40 e l’Uruguai, 31. Perfi no la povera Romania, 29. Il miglioramento di qualità darà impulso alla crescita espo-nenziale del consumo.

Vorrei sottolineare un’altra lezione della Serra Gaúcha. A Bento Gonçalves si trova l’Istituto Brasiliano del Vino – Ibra-vin. Ne sono soci fondatori la Fecovinho, la Commissione Interstatale dell’Uva (Lavoratori rurali), la Agavi (Associazione Gaucha di Viticoltori) e la Uvibra (Unione Brasiliana di Vitivinicoltura). Partecipano anche il Governo dello stato di Rio Gran-de do Sul e l’Associazione Brasiliana di Enologia (Abe).

Non resisto e debbo parlare del cogno-me dei dirigenti dell’istituto: Riboldi, De-biasi, Gervasoni, Perrini, Cavagni, Valduga, Schiavenin, Paviani, Salton. Sono brasilia-ni totalmente inseriti, che cooperano per

la civiltà del vino. Vediamo i loro nomi: Ze-ferino, João Guerrino, Antônio Agostinho, Marcos Antônio, Carlos Raimundo, Olir. Nella grandezza del cocktail brasiliano, il presidente dell’Abe di cognome fa Czar-nobay. Ed è un altro Antônio Agostinho.

Non parlerò dei nuclei urbani della Serra Gaúcha, tutti conoscono il polo in-dustriale e il polo universitario di Caxias do Sul. Non parlerò della fedeltà al luo-go, della Festa dell’Uva e neanche della bellezza dei Centri di Tradizioni Gauche. Lascerò da parte una magnifi ca gastro-nomia che ha riunito il churrasco (n.d.t.: grigliata), il galletto, la polenta, gli insac-cati, i crauti – tutto condito da vino e bir-ra. Farò un salto verso il Sudest di Santa Catarina. Seguo l’impulso seminatore dei fi gli degli immigranti italiani del sec. XIX. Vado nella città di Descanso.

Il posto, in mezzo alla foresta, prende il nome dal riposo che facevano quelli della Colonna Prestes nel 1925. Quattro fami-glie vi si installarono come pioniere. Dieci anni dopo, imprese colonizzatrici vende-vano lotti in linea senza strade a famiglie venute dalla Serra Gaúcha. I pionieri rac-coglievano cannella per fare mobili e pino per le costruzioni. Ci fu una corsa alle ter-re di Descanso tra il 1943 e il 1956, anno di fondazione del comune. Farò la lista dei cognomi dei dirigenti politici di là: Piran, Saltonello, Pelissari, Roman, Faccio, Toral, Bido, Ferlin, Panegalle, Mingore, Degra-ni, Basso, Povola, Cassul, Massune. Piran, Saltonello, Pelissari, Roman, Faccio, Toral, Bido, Ferlin, Panegalle, Mingore, Degrani, Basso, Povola, Cassul, Massune.

Il sincretismo a Descanso ricevette l’apporto di famiglie polacche immigranti di prima generazione. Sorgono Wronski, Petroski, Graboski, Chechanovski, Kopro-ski (di Casca, RS). La parrocchia cattolica cristiana è dedicata al Santo Estanislau Kostka. Il cocktail nella politica è totale: dirigenti discendenti da polacchi, come i

Jacinski, da tedeschi, come gli Schirman, e un indiscutibile Lopes Brasiliano.

Gli standard di cooperazione e civiltà a Descanso sono commoventi e sintomatici. Alla base del comune ci sono 3100 famiglie rurali proprietarie di, in media, 17,4 ettari di terra. Producono mais, soia, grano, fa-gioli. Ci sono alcune aziende di produzione lattiera e di allevamenti avicolo e di carni suine. Negli scorsi decenni era comune che le donne affi ttassero una terra, insie-me, producevano ortaggi e piccoli animali. Con ciò, riducevano le spese monetarie. Oggigiorno, sempre più si compra tutto nei supermercati. La frutticoltura si sta trasfor-mando in una nuova attività importante.

Nel 1949, in un simbolico atto di inte-grazione, hanno installato il loro Cristo Re-dentore, icona di Rio de Janeiro. Nel 1963 hanno creato la Cooperativa Agro-pastorale Santa Lucia. Dal 1970 dispone di un Sinda-cato di Impiegatori e un altro di Lavoratori Rurali. Nei fi ne settimana, molti pescano, altri danno sostegno ai coralli. Hanno una rete di saloni comunitari. Feste vengono realizzate sempre con un’ampia partecipa-zione e la popolazione coopera. Il 100% è alfabetizzato – ci sono 42 scuole comunali. Nessuno fa la fame. Tutti usano le scarpe.

I fi gli dei ‘gauchos’ hanno seminato Descanso. Nello stato di Mato Grosso do Sul c’è Dourados, che replica Descan-so. Diamantino, un altro clone nel Mato Grosso, batte il record di produzione di soia. Dai cognomi, rimontiamo alla Ser-ra Gaúcha. Un’ultima cosa su Descanso: sull’autostrada della Região dos Lagos (RJ) ho trovato una churrascaria tipo grill dove, oltre alle golosità della Serra, fan-no la feijoada, la goiabada con formaggio minas e anche sushi e sashimi. Il suo pro-prietario è di Descanso.

Carlos Lessa è professore di Economia presso l’UFRJ

e ex-presidente del BNDES

Dalla Serra Gaúcha

alla civiltà brasiliana

CARLOS LESSA

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