farmacovigilância: manual do farmacêutico notificador
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Notificação espontânea de problemas relacionados a medicamentos por farmacêuticos atuantes em farmácia comunitária são de extrema importância para as ações de regulação, liberação, e demais ações em farmacovigilância no país e no mundo.TRANSCRIPT
FARMACOVIGILÂNCIA PÓS-COMERCIALIZAÇÃO,
EFICÁCIA E SEGURANÇA NA FARMACOTERAPIA.
Muriaé 2014
Manual do
Farmacêutico
Notificador No contexto da farmácia comunitária
M.e Fernando Amaral de Calais
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte e não seja para venda ou fim comercial. Os textos figuras e
tabelas aqui apresentados são devidamente referenciados.
Elaboração independente:
M.e Fernando Amaral de Calais
Bacharel em Farmácia; Especialista em Atenção Farmacêutica e
Farmacoterapêutica; Especialista em Tecnologias em Ensino a Distância; Mestre em
Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente. Atuação profissional em Farmácia
Comunitária como Diretor Técnico com presença ativa na dispensação de
medicamentos e na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis
como diabetes, hipertensão e asma. Supervisor de campo de estágios em
Dispensação e Atenção Farmacêutica do curso de Farmácia da FAMINAS Muriaé;
Presidente da AFAMUR - Associação dos Farmacêuticos e Bioquímicos de Muriaé e
Região; membro da Comissão Assessora de Drogaria e Dispensação do Conselho
Regional de Farmácia de Minas Gerais.
Contato: [email protected] Te.: (32) 8862 0809
Ementa
Farmacovigilância como objetivo de proteção à saúde: importância, histórico,
conceitos e terminologias, atuação do farmacêutico comunitário na detecção,
avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer problemas
relacionados a medicamentos. Sistemas Mundial e Brasileiro de Farmacovigilância.
Ambiente virtual NOTIVISA e CEFAL de notificação.
Todos os serviços farmacêuticos ligados à Assistência Farmacêutica na farmácia
comunitária, sejam de ordem técnica ligados ao medicamento ou no atendimento e
acompanhamento ao paciente, podem em algum momento fornecer subsídios para a
Farmacovigilância devido a fatores como desvio de qualidade, queixas técnicas ou
reações adversas. Entretanto a contribuição à farmacovigilância só será efetiva se
cada farmacêutico não deixar passar em branco os problemas relacionados ao
medicamento percebidos em sua atividade prática, é imperativo que seja feita a
notificação do acontecimento em centros especializados para este fim como os
citados acima.
Este Manual pretende ensinar o passo-a-passo de uma boa notificação.
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Lista de Siglas
ANVISA – Agência nacional de Vigilância Sanitária
CAPACIFAR – Capacitação Farmacêutica do CRFMG
CEFAL – Centro de Farmacovigilância de Alfenas
CFF – Conselho Federal de Farmácia
COMFAR – Comissão Assessora de Farmácia Comunitária do CFF
CRFMG – Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais
DCB – Denominação Comum Brasileira
NOTIVISA – Sistema de Notificação para a Vigilância Sanitária
OMS – Organização Mundial da Saúde
OPAS – Organização Panamericana de Saúde
PNM – Política Nacional de Medicamentos
PRM – Problema Relacionado a Medicamentos
RAM – Reação Adversa a Medicamentos
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
UMC – Centro de Monitorização de Uppsala
UNIFAL – Universidade Federal de Alfenas
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Sumário
Introdução 6
Farmacovigilância: conceito, relevância e processo 8
1 1.1 Conceito segundo a Organização Mundial da Saúde 8
1.2 Relevância 8
1.3 A estruturação do processo de farmacovigilância em etapas
9
Notificação Voluntária 10
2 Gestão clínica da Assistência Farmacêutica 13
3 3.1 Dispensação de Medicamentos 13
3.2 Acompanhamento Farmacoterapêutico 16
3.2.1 Instruções para o preenchimento do Formulário de Notificação de RAM
18
Harmonização de Conceitos 21
4 Reação Adversa a Medicamentos - RAM 24
5 5.1 RAM dependente dos pacientes e previsíveis 24
5.2 RAM dependente dos pacientes e imprevisíveis 25
5.3 Classificação das RAM’s quanto à causalidade: sistema de causa e efeito
25
5.4 Reação Adversa dependente dos medicamentos 28
Monitoramento de diagnósticos de alerta 30
5
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6 O que, como e quando Notificar? EA – RAM – QT 31
7 Notificando no CEFAL – Centro de Farmacovigilância de Alfenas
32
8 Considerações Finais 38
Referências 39
6
Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
INTRODUÇÃO
A história recente da evolução da farmacoterapêutica registra vários episódios
danosos de grande repercussão que ocorreram em países diversos como o caso do
uso de dietilenoglicol, produto altamente tóxico usado como veículo do xarope de
sulfanilamida que causou a morte de 107 pessoas nos Estados Unidos da América
em 1937 (DAVIES apud Minas Gerais, 2012).
A tragédia da Talidomida como ficou conhecido em 1960 e 1961, a
inexperiência em farmacovigilância que resultou no nascimento de mais de 4 mil
crianças com focomelia por ter sido utilizado por grávidas como fármaco antiemético.
O impacto sobre a opinião pública impulsionou a retirada da talidomida rapidamente
do mercado em 1962 (LAPORTE et al, 1993).
Esses e outros episódios levaram a Organização Mundial da Saúde a criar o
Centro Internacional de Monitorização de Medicamentos em Uppsala (UMC) na
Suécia, com a função de recolher, analisar e repassar de forma rápida as
informações sobre reações adversas a medicamentos que facilitem a tomada de
decisão efetiva por parte das autoridades em saúde dos países membros, inclusive o
Brasil, na detecção precoce de problemas de segurança desconhecidos,
identificação de fatores de risco e, prevenção de que outros usuários sejam
acometidos desnecessariamente por tais problemas.
A farmacovigilância se tornou componente essencial na regulação de
medicamentos, nos ensaios de desenvolvimento de novos fármacos, as ações desta
ciência continuam como estudo de “fase IV” (chamados de estudos de pós
comercialização), depois que o medicamento foi aprovado, registrado e
disponibilizado para uso humano.
A falta de informação e a subnotificação tem sido fatores limitantes para que
as ações da farmacovigilância sejam exitosas, portanto, é imprescindível a
participação não apenas do Estado e agências reguladoras, mas, de toda a
sociedade neste processo. Inserem-se neste contexto os detentores de registro de
medicamentos, instituições de ensino, hospitais sentinela, farmácias notificadoras,
profissionais de saúde até o usuário.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Nesta perspectiva, o farmacêutico comunitário é o alvo principal deste manual,
pois, o exercício da assistência farmacêutica ao paciente na farmácia comunitária o
coloca em uma posição privilegiada, cabe portanto a ele, treinar e qualificar seus
auxiliares como agentes de saúde, que no contato direto com milhares de cidadãos
usuários de medicamentos, possam triar problemas iniciais que devem ser
reportados ao farmacêutico para que sejam tomadas medicas cabíveis, inclusive
notificação de suspeitas de RAM em algum sistema de farmacovigilância do país.
O autor deste projeto, espera que este manual seja ferramenta facilitadora na
formação de farmacêuticos notificadores, para que possam capacitar seus auxiliares
na detecção de problemas relacionados a medicamentos e para orientação direta
aos usuários para que saibam perceber alterações provocadas pela medicação,
fornecendo informações confiáveis, e que estas sejam devidamente notificadas
contribuindo para o fortalecimento e reconhecimento do farmacêutico comunitário na
prática clínica e sucesso da farmacovigilância em Minas Gerais.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
1. FARMACOVIGILÂNCIA: conceito, relevância e processo
1.1 Conceito segundo a Organização Mundial da Saúde:
“Farmacovigilância é a ciência relativa à detecção, avaliação, compreensão e
prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados a
medicamentos” (OMS, 2005). Recentemente além da preocupação com o
medicamento foi incluído neste campo de atuação o uso de plantas medicinais;
medicina tradicional e complementar; produtos derivados do sangue; produtos
biológicos; produtos médico-farmacêuticos; vacinas e; serviços de saúde.
1.2 Relevância:
As reações adversas relacionadas ao uso de medicamentos podem ter
consequências desde agravos leves à saúde facilmente resolvidos com uma boa
orientação profissional, até à hospitalização, incapacidade permanente ou a morte,
sem mencionar os custos gerados.
Sabemos que os ensaios clínicos de pré-comercialização não permitem um
conhecimento completo sobre a segurança no uso de medicamentos, portanto, os
sistemas de farmacovigilância assumem especial relevância em termos de proteção
à saúde pública, conforme sua estruturação apresentada no item 1.3 deste manual.
Desvios da qualidade de produtos farmacêuticos;
Correção e prevenção de erros de administração de medicamento;
Notificações de perda da eficácia de medicamentos;
Uso de fármacos para indicações não aprovadas, que não possuem base
científica adequada;
Notificação de casos de intoxicação aguda ou crônica por produtos
farmacêuticos;
Avaliação de mortalidade relacionada ao uso de medicamentos e outros;
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Abuso e uso errôneo de produtos;
Interações, com efeitos adversos, de fármacos com substâncias químicas,
outros fármacos e alimentos.
Entretanto, o sucesso das ações dos sistemas vigentes de farmacovigilância
depende da adequada participação de todos os intervenientes: pacientes (usuários);
profissionais de saúde; estabelecimentos de saúde públicos e privados;
investigadores e instituições de ensino; indústria farmacêutica, saneantes e de
alimentos; agências de saúde e governos municipais, estaduais e federal. E que a
comunicação ocorra em todos os níveis de forma ágil e uniformizada.
1.3 A estruturação do processo de Farmacovigilância em etapas:
1. Diagnóstico: detectar os problemas que ocorrem com o uso de medicamentos
tentando solucioná-los antes que agigantem e tomem dimensão nacional ou
continuem a ocorrer indefinidamente;
2. Denúncia e notificação: encaminhar denúncias para as atividades sanitárias,
autoridades internacionais e notificar os fabricantes sobre os problemas ocorridos;
3. Alerta: divulgar alerta aos profissionais da saúde, às entidades e à população
dando conhecimento dos problemas detectados;
4. Acompanhamento: fazer monitoramento intensivo de pacientes para os PRM’s;
5. Documentação: Arquivar os problemas detectados, documentando as notificações
e formando um banco de dados indexado, que ficará à disposição das autoridades
sanitárias, dos profissionais da saúde e comunidade;
6. Investigação: o diagnóstico de problemas estimulará a investigação sobre
determinados medicamentos. Veja figura 1:
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Figura 1: FLUXO DE TRABALHO DO NÚCLEO DE FARMACOVIGILÂNCIA CVS/SP
Disponível em: http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=22
2. Notificação voluntária
Qualquer pessoa que tenha vivenciado um episódio de Evento Adverso à
medicamento deve notificar à vigilância sanitária nos centros de farmacovigilância
como NOTIVISA ou CEFAL em Minas Gerais e ao fabricante do medicamento pelo
site ou SAC 0800, estes sistemas oferecem comodidade, simplicidade, baixo custo
e rendimento aceitáveis.
O sucesso deste método está diretamente vinculado à participação dos
médicos, farmacêuticos, enfermeiros, outros profissionais da saúde e da população
no reconhecimento das reações adversas, bem como na capacidade em reconhecer
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Figura 2
a diferença entre o efeito farmacológico e um efeito adverso, e finalmente no
comprometimento da realização da notificação da reação adversa.
As figuras 2 e 3 demonstram a evolução das notificações no Brasil, a partir de
1999 e depois da implantação do NOTIVISA, note que em 1999foram registradas 34
notificações relacionadas a problemas com medicamentos e em 2005 atingiu a casa
dos mais de 2000 casos.. Entretanto, a subnotificação ainda é um fator limitante nas
ações da farmacovigilância devido à falta de interesse ou tempo por parte dos
profissionais da saúde.
Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Pos+-+Comercializacao+-+Pos+-
+Uso/Farmacovigilancia/Assunto+de+Interesse/Apresentacao/7+Notificacoes
Fonte: Relatórios NOTIVISA - http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/relatorios/index.htm
54
2.174
5.707
7.602
9.586
12.573
-
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
2006 2007 2008 2009 2010 2011
Qu
an
tid
ad
e
Figura 3: Total de notificações realizadas de medicamentos, desde a implantação do Notivisa
Total = 37.696
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Nota-se um crescimento significativo depois de 2006, onde as notificações
chegaram à casa dos 12.000 eventos com a implantação do NOTIVISA e outros
programas como Hospitais Sentinela e Farmácias Notificadoras. No Estado de Minas
Gerais apesar do excelente trabalho realizado na área da saúde, da participação de
instituições de ensino como a UNIFAL que disponibiliza o CEFAL que é um ótimo
centro acolhedor de notificações a subnotificação é percebida no quantitativo de
notificações realizadas no Brasil em 2012 divulgado pelo NOTIVISA, figura 4.
Figura 4: Percentual de notificações de eventos adversos, queixas técnicas e
intoxicações por UF, Notivisa, Brasil, 2012.
N= 37.741 (2.726 notificações sem informação da UF).
Mesmo depois da estruturação da farmacovigilância no Brasil os números
apresentados pelo NOTIVISA ainda são considerados baixos devido à
subnotificação de casos. No ano de 2012, o estado de Minas Gerais contribui
apenas com 6% do todas das notificações recebidas pela ANVISA em todo o
território nacional, tendo em vista as dimensões do estado, sua importância no
cenário nacional acreditamos na possibilidade e necessidade de aumentar o número
de notificações, dentro dos padrões estabelecidos contando com a participação
especial dos farmacêuticos comunitários devido a posição privilegiada de contato
com os usuários de medicamentos.
0,01 0,02 0,1 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,4 0,5 0,6 0,8 0,8 0,8
1,3 1,3
2,4
3,1 3,6
4,7 5,4 5,8 6
6,7 6,8
8,7 32,1
0 10 20 30 40
AP RR AC RO SE TO MT MS PI
AM AL ES RN PE
MA PB PA DF BA PR CE SC
MG RS GO RJ SP
Minas Gerais conta com 20.976
Farmacêuticos em exercício e 7.420
Drogarias. (CRFMG, 2014)
Podemos mudar este quadro!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
3. GESTÃO CLÍNICA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Em farmácia comunitária podemos elencar os principais serviços
farmacêuticos que tem potencial de gerar contributo à farmacovigilância:
3.1 Dispensação de medicamentos:
O conceito da Dispensação de medicamentos é bem delineado pela PNM
(1999). Segundo ela, a Dispensação:
“É o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta a apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado” (PNM, 2009).
O documento demonstra ainda que o medicamento é um bem de consumo
nobre, cuja qualidade na orientação durante a dispensação é tão importante quanto
a resolutividade esperada na ação do medicamento:
“Neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento, onde são elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais, a duração do tratamento (grifo nosso) e as condições de conservação dos produtos” (PNM, 2009).
Para Angonesi (2011) apud Calais (2013), Dispensação é a prática
farmacêutica na qual o profissional fornece medicamentos se responsabilizando por
educar o paciente sobre o uso adequado dos mesmos e pela triagem de possíveis
problemas relacionados à farmacoterapia que necessitem de cuidado em outros
serviços farmacêuticos.
Dois pontos relevantes neste conceito que são ressaltados pela autora que
fala em “educar o paciente sobre uso adequado dos mesmos”, no sentido da
promoção do uso racional do medicamento e pela “triagem de possíveis problemas
reacionados à farmacoterapia”, também no sentido de que o próprio farmacêutico
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
possa fazer esta triagem e ao mesmo tempo preparar o paciente para que este fique
atento a possíveis sinais e sintomas indesejáveis, causados pela farmacoterapia, no
curso da doença (CALAIS, 2013).
Apresentamos a seguir o fluxograma de dispensação de medicamentos
desenvolvido pelo Comfar (Comissão de Farmácia Comunitária do Conselho Federal
de Farmácia), figura 5. Trata-se de uma ferramenta de fácil entendimento. Conforme
a resposta a cada pergunta “SIM” ou “NÃO”, o farmacêutico passa adiante, em
perguntas e orientações, até chegar à decisão final de dispensar o medicamento ou
enviar o utente de volta ao médico prescritor.
Figura 5: Fluxograma de dispensação de medicamentos (COMFAR)
Fonte: Farmácia Comunitária: Atividades do Farmacêutico na Farmácia Comunitária.
Manual III, Comfar, CFF, Brasília, 2009.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Autor: Fernando Amaral de Calais
Ao dispensar o medicamento o farmacêutico pode utilizar diversas
ferramentas de orientação para o uso correto de medicamentos, etiquetas auto-
adesivas nas embalagens dos produtos e um esquema como o modelo apresentado
na figura 6 (acima), veja que ao final do espaço destinado às orientações sobre a
farmacoterapia do utente segue um quadro com, frases voltadas à colaboração ao
uso responsável de medicamentos, sendo uma delas orientação ao paciente para
que este fique atento a sinais indesejados que possam estar relacionados ao
medicamento em uso e devem ser notificados ao farmacêutico e ao médico.
Figura 6: ESQUEMA PARA USO CORRETO DO MEDICAMENTO
PACIENTE: DATA PRÓXIMA CONSULTA _____/_____/________
MEDICAMENTO
MANHÃ
ALMOÇO
TARDE NOITE
______________________________ _____/_____/_______ Assinatura e carimbo do farmacêutico Data do atendimento
Observações: - Seu tratamento só termina quando o médico mandar parar de tomar ou se estiver descrito na
receita; - Pergunte ao seu médico quando deverá fazer nova consulta para revisão e acompanhamento; - Sempre que for ao médico, informe todos os medicamentos que você usa, inclusive os comprados sem receita; - Na farmácia sempre se oriente com o farmacêutico, suas orientações são fundamentais para o sucesso do tratamento proposto pelo médico; - Em caso de qualquer reação indesejada quando em uso de medicamento fale imediatamente com o farmacêutico, ou com seu médico; - Para uma vida saudável: evite o fumo, evite o álcool, faça atividades físicas regularmente, beba água, alimentação equilibrada, reserve horas de lazer e durma o suficiente para restaurar suas energias.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
3.2 Acompanhamento farmacoterapêutico:
Engloba atividades como acompanhamento de hipertensos, diabéticos, e
pacientes portadores de outras patologias que requerem uso prolongado de
medicamentos sob prescrição médica associados ou não à automedicação, ou ainda
a outro tipo de terapia alternativa. Estes serviços devem ser registrados
obrigatoriamente em formulários de serviços farmacêuticos que serão úteis para o
sucesso do serviço propriamente dito; como ferramenta nos estudos de prevenção e
correção de PRM’s; repasse de informações a outros profissionais de saúde para
determinar, implementar e monitorar um bom plano de cuidados; controle nas
inspeções da vigilância sanitária; e finalmente servirão como referência para
notificações nos sistemas de farmacovigilância. A seguir apresentamos formulário de
notificação (Figura 7) a ser incluído no conjunto de formulários de acompanhamento
farmacoterapêutico com objetivo de facilitar o processo de notificação eficiente nos
sistemas NOTIVISA e CEFAL.
O formulário de notificação de reação adversa pode ser incluído no conjunto
de formulários da Atenção Farmacêutica quando o serviço já estiver instalado na
drogaria, ou pode funcionar como uma ferramenta para o farmacêutico se apresentar
ao usuário de medicamentos e convidá-lo a participar de seu programa de Atenção
Farmacêutica. A ficha da primeira consulta de atenção farmacêutica e o Formulário
de Notificação de Reação Adversa contém informações que se complementam.
Sugerimos o Guia do Cuidado Farmacêutico da Superintendência de
Assistência Farmacêutica de Minas Gerais como referência na implantação de
serviços de acompanhamento ao paciente, nele o farmacêutico encontra além de
informações atualizadas, modelos de formulários de do Prontuário de Registro
Farmacêutico.
Este Guia do Cuidado Farmacêutico está disponível para download no
endereço eletrônico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais no link
abaixo:
http://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/page/348-guia-do-cuidado-farmaceutico-sesmg
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Figura 7: FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÃO ADVERSA a MEDICAMENTOS
1. DADOS DO PACIENTE (É necessário informar ao menos iniciais do nome) NOME: COR: NASC. INICIAIS: SEXO IDADE: PESO: ALTURA: HOSPITALIZAÇÃO
SIM NÃO
Os dados do paciente serão tratados de forma confidencial em todos os casos
2. MOTIVO DO EVENTO ADVERSO Medicamento Suspeito (produto p/ saúde) Nome Comercial; Genérico e Fabricante
Dose diária
Via admin.
Início do uso
Fim do uso
Nº de doses
Finalidade Terapêutica:
Medicamentos concomitantes Dose diária
Via admin.
Início do uso
Fim do uso
Motivo do uso
Doença Concomitante ou reação prévia ao medicamento?
SIM NÃO Qual?
3. DESCRIÇÃO DO EVENTO ADVERSO Breve relato da reação adversa
Exames Laboratoriais (se houver) Adicionar dados laboratoriais relevantes
Desfecho Incluir informações adicionais
Recuperado A interrupção ou redução da dose do medicamento suspeito causou redução ou desaparecimento do evento adverso?
Sim Não
Recuperado c/ sequelas*
Não recuperado* A reexposição ao fármaco gerou a mesma reação adversa ou reação semelhante?
Desconhecido
Exigiu ou prolongou hospitalização*
Data do surgimento do evento:_____/_____/______ Data desta notificação:_____/_____/_____.
*Obs.____________________________________________________________________________________________.
Malformação (gravidez)*
Risco de vida
Fatal (data do óbito)
IDENTIFICAÇÃO DO NOTIFICADOR Dados são confidenciais (somente fins de contato) NOME OU INICIAIS PROFISSÃO: LOCAL DE TRAB.
Endereço Rua. Cidade: UF:
TEL. E-MAIL CEP.
Referências: Boas Práticas de Farmacovigilância para as Américas (OPAS) e NOTIVISA.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
3.2.1 Instruções para preenchimento do formulário notificação de Reação Adversa a
Medicamentos. (Figura 7, pagina 17).
Nome do paciente: nome completo ou somente as iniciais do nome do paciente
para evitar notificações repetidas e manter o sigilo;
Peso em quilogramas: Considerar dois algarismos decimais em crianças.
Altura em metros e centímetros: Este dado é importante quando se trata de
crianças ou adolescentes e medicamentos oncológicos.
Idade em anos: Caso o paciente afetado seja uma criança menor de 2 anos, deve-
se expressar a idade em meses e informar a data de nascimento para maior clareza.
Em se tratando de malformação congênitas, informar a idade e o sexo do bebê no
momento da detecção, além da idade da mãe no item (*Obs.).
Sexo: Indicar apenas as letras F ou M para masculino e feminino.
Cor: é importante identificar a etnia do paciente devido à marcante miscigenação
racial no Brasil.
Medicamento ou fármaco: indicar em primeiro lugar o(s) fármaco(s) suspeito(s),
designação genérica dos princípios ativos (DCB) e nome comercial. Preencher os
demais dados solicitados no formulário.
Obs.: São considerados medicamentos as vacinas, os medicamentos de venda livre,
os radiofármacos, as plantas medicinais, as formular magistrais (manipulados), os
medicamentos homeopáticos e os gases medicinais.
Os efeitos ocasionados por dispositivos médicos devem ser notificados.
Dose diária: Em pediatria, indicar por Kg de peso.
Finalidade Terapêutica: indicar o agravo ou sintoma que motivou o uso da
medicação.
Medicamentos concomitantes: indicar todos os medicamentos em uso, seja sob
prescrição ou automedicação incluindo os listados acima.
Doença concomitante: indicar se existe doença ou reação prévia ao medicamento
ou a outro da mesma classe terapêutica.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Descrição do evento adverso: indicar os sinais e os sintomas do episódio que
motivou a notificação, mesmo quando se tratar de uma reação adversa conhecida ou
descrita numa das bulas da farmacoterapia do paciente.
Exames laboratoriais: caso existam incluir as alterações que possam se relacionar
ao evento adverso.
Desfecho: marcar um “X” nas opções averiguadas e acrescentar informações
necessárias para o entendimento das opções assinaladas com asterisco.
Indicar se a reexposição do fármaco gerou a mesma reação adversa.
Dados do profissional Notificador: podem ser só as iniciais e o indispensável para
permitir comunicação e alguma consulta, caso necessário.
Este formulário é uma adaptação do formulário da OPAS (Boas práticas de
Farmacovigilância para as Américas e o Formulário de notificações no NOTIVISA
(ANVISA). Não se pretende impor seu uso como única opção, mas sim indicar os
principais dados que devem ser incluídos na notificação realizada especialmente em
Minas Gerais bem como por farmacêuticos e outros profissionais da saúde
notificadores de todo o Brasil. O preenchimento prévio deste formulário facilita o
processo de notificação no Sistema de Notificação em Vigilância Sanitária
(NOTIVISA) no endereço eletrônico:
NOTIVISA http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm
Em Minas Gerais as notificações podem ser direcionadas para o Centro de
Farmacovigilância da UNIFAL – MG (CEFAL) no endereço eletrônico:
CEFAL http://www.unifal-mg.edu.br/cefal/?q=notificacao
Para notificações de Queixa Técnica (QT) e Desvio de Qualidade (DQ) quando
o problema que envolve o medicamento não gerou dano ao paciente, tenha em
mãos o produto em sua embalagem original que apresenta o problema a ser
relatado e nota fiscal do fornecedor. Com estes dois documentos em mãos o
farmacêutico facilmente vai conseguir realizar a notificação seguindo o fluxo de
solicitações dos sistemas de notificação indicados acima, a figura 8 é um formulário
facilitador para notificação de Queixa Técnica ou Desvio de Qualidade.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Figura 8: Formulário facilitador para Notificação de Queixa Técnica e Desvio de
Qualidade - CRFMG
1 – Identificação do Notificador:
Nome: Telefones:
e-mail: Instituição:
2 – Produto Motivo da Notificação
MEDICAMENTO COSMÉTICO VACINAS SANEANTES OUTRO
3 – Tipo de Queixa técnica (SUSPEITA)
Desvio de qualidade
Produto sem registro
Produto falsificado
Empresa sem AFE
Outras irregularidades
4 – Descreva detalhadamente a queixa técnica
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Data da identificação do problema:
Local da identificação do problema:
Endereço do local:
País: Estado (UF): Cidade:
5 – Produto* da Notificação
Nome Comercial MS: DCB.
Apresentação: Forma farmacêutica: Lote
Data de fabricação ____/____/______
Data de validade ____/____/______
Produto importado? SIM
NÃO
Empresa Fabricante (DRM) CNPJ.: Tel.
Local de Aquisição do produto: Ex.: Indústria, drogaria, hospital...
A utilização do produto seguiu as instruções do fabricante? __sim __não __ignorado __não se aplica
Existem amostras íntegras para a coleta? __sim __não __ignorado __não se aplica Se Sim, quantas ___ e guarde em seu poder para a VISA.
Possui nota fiscal da compra do medicamento? __sim __não __ignorado __não se aplica Se Sim mantenha em seu poder.
Existem rótulos do medicamento para a coleta? __sim __não __ignorado __não se aplica Se Sim guarde os em seu poder a VISA pode solicitar..
Houve comunicação à indústria/distribuidor? __sim __não __ignorado __não se aplica Se Sim cite a via de comunicação:
Foram adotadas outras providências após a identificação do problema? __sim __não __ignorado __não se aplica
Observações:
*Informações sobre o produto e fabricante são encontradas em suas embalagens. Referências: Formulários Notivisa – Anvisa.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
4. HARMONIZAÇÃO DE CONCEITOS
Algumas definições para Harmonizar conceitos Segundo o NOTIVISA adaptados do
UMC – Uppsala.
Salientamos que algumas definições apresentadas neste manual são
específicas para a compreensão dos dados solicitados no Formulário de
Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos do NOTIVISA. As demais se
referem aos termos internacionalmente harmonizados entre instituições que
desenvolvem Farmacovigilância.
CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde. O CID-10 é utilizado para a descrição da indicação
terapêutica do medicamento suspeito de causar o evento adverso. Este código é
utilizado no sistema de notificação NOTIVISA para qualificar a doença envolvida na
reação adversa.
Desvio da Qualidade (DQ): afastamento dos parâmetros de qualidade
estabelecidos para um produto ou processo (RDC 210/03). RDC 17, de 16/4/10
São exemplos: mudanças na coloração, ausência de comprimidos em blister ou
envelope, alteração no odor do produto, presença de corpo estranho na embalagem.
Erro de medicação: É qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente,
pode levar ao uso inadequado de medicamento.
Evento Adverso a medicamento (EA): para o Notivisa, o termo “Evento Adverso”
refere-se aos casos em que existe uma suspeita de que o dano sofrido pelo paciente
ou usuário tenha ocorrido após a utilização de um medicamento. Tal termo é
utilizado de uma maneira mais ampla em relação ao consenso adotado pela
literatura internacional sobre Farmacovigilância, devido à variedade de produtos-
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
motivo a serem notificados e à necessidade de se estabelecer um padrão para todos
esses tipos de produto. Assim, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
evento adverso é qualquer ocorrência médica indesejável que ocorra com um
paciente que tenha recebido um produto farmacêutico e que não necessariamente
tenha relação causal estabelecida com este tratamento. Um evento adverso inclui
qualquer sinal desfavorável e não intencional (achados laboratoriais anormais, por
exemplo), sintomas, ou doença temporariamente associada com o uso do
medicamento, relacionado ou não ao medicamento.
Evento Adverso grave: é qualquer ocorrência médica indesejável que:
• Resulte em morte;
• Resulte em ameaça à vida (Note que ameaça à vida refere-se ao risco de morte no
momento da reação/evento, não está relacionado à hipótese de levar o paciente à
morte se a reação/evento fosse mais severa);
• Requer hospitalização ou prolongamento de uma hospitalização préexistente;
• Resulta em incapacidade persistente ou significativa;
• Anomalia congênita e malformação ao nascimento;
• Efeitos clinicamente importantes*.
** Por definição adotada pela Unidade de Farmacovigilância, a hospitalização pode
ser caracterizada de acordo com os seguintes critérios:
- casos em que o paciente permanece no Hospital por um período igual ou superior
a 24 horas;
- casos em que o paciente permanece em uma sala de emergência por um período
menor que 24hs, mas apresenta uma condição na qual não poderia ser tratado fora
do Hospital ou da qual se recupere rapidamente. Ex: uma reação alérgica aguda.
Observação: o critério de gravidade foi adotado pela Unidade de Farmacovigilância
com o intuito de estabelecer prioridades no momento da avaliação das notificações.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Evento adverso inesperado: um evento adverso cuja natureza ou severidade não
são coerentes com as informações constantes na bula do medicamento ou no
processo do registro sanitário no país, ou que seja inesperada de acordo com as
características do medicamento. É lembrar que esse tipo de evento também recebe
prioridade de avaliação.
Exposição em útero: serão considerados relatos de Exposição em Útero aqueles
em que o feto foi exposto a pelo menos um dos medicamentos suspeitos através da
mãe durante o período gestacional.
Inefetividade terapêutica (IT) ou Perda de eficácia: falha inesperada de um
medicamento em produzir o efeito planejado como determinado por investigação
científica prévia. Ausência ou a redução da resposta terapêutica esperada de um
medicamento, sob as condições de uso prescritas ou indicadas em bula.
Ex.:Paciente recebe um medicamento apropriadamente indicado, porém, não
alcança as metas terapêuticas estipuladas.
Interação Medicamentosa: alteração dos efeitos farmacológicos entre dois ou mais
medicamentos administrados concomitantemente,, podendo resultar em um
aumento ou diminuição na eficácia terapêutica ou nos eventos adversos causados
por estes, ou ainda no aparecimento de novos efeitos.
Notificador primário: é o indivíduo que toma conhecimento do evento adverso e
que notifica ou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através do
preenchimento deste formulário ou a empresa farmacêutica detentora do registro do
medicamento suspeito. O notificador primário pode ser o próprio paciente/usuário do
medicamento ou um profissional da saúde.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Em Farmacovigilância um termo muito utilizado e que merece
atenção especial é “Reação Adversa a Medicamentos” (RAM).
Entenda o porquê nas páginas a seguir!
Notificador secundário: é o funcionário da empresa farmacêutica detentora do
registro do medicamento suspeito que seja responsável pelo preenchimento do
formulário de notificação de evento adverso.
Queixa Técnica (QT): Para o Notivisa, o termo refere-se a qualquer irregularidade
identificada em relação a um produto ou ao seu fabricante e que não foi
administrado ao paciente. Por exemplo, desvio da qualidade, produto sem registro
ou falsificado. Abrangem as suspeitas de alteração ou irregularidade de um
produto/empresa relacionadas a aspectos técnicos ou legais, que poderá ou não
causar dano à saúde individual e coletiva (ANVISA, 2013).
Relato de Evento Adverso: é o conjunto de informações a ser preenchido no
Formulário de Eventos Adversos a Medicamentos a respeito do evento adverso
ocorrido com um paciente sob uso de medicamento.
Sinal: informação notificada sobre possível relação causal entre um evento adverso
e um medicamento, sendo que tal relação é desconhecida ou foi documentada
previamente, de forma incompleta. Normalmente, mais de uma única notificação é
necessária para gerar um sinal, dependendo da gravidade do evento e da qualidade
da informação (OMS).
WHO-ART: Terminologia de Reações Adversas da Organização Mundial de Saúde
(World health Organization Adverse Reaction Terminology).
Fonte: NOTIVISA - Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária -
Módulo de Notificação 39p.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
5. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO (RAM):
Reação adversa ao Medicamento é toda resposta nociva e não intencional a
um medicamento relacionada a qualquer dose deve ser considerada reação
adversa. A palavra resposta indica que uma relação causal entre o medicamento e o
evento é pelo menos possível, não podendo ser descartada. (NOTIVISA, 2012).
5.1 Reações adversas dependentes dos pacientes e previsíveis:
Nem todas as pessoas possuem a mesma predisposição para manifestação
de reações adversas. Muitas vezes é impossível prevê-las. Porém, em certas
ocasiões, pode detectar-se algum fator de risco, que levante a hipótese de
manifestação da reação adversa.
Idade:
As idades extremas, como os indivíduos maiores de 60 anos e os recém-
nascidos apresentam maior probabilidade de sofrer efeitos adversos. Em ambos os
casos a reação ocorre por alterações na distribuição e eliminação de alguns
fármacos ou por variações na sensibilidade dos receptores.
Sexo:
Existem poucos estudos bem fundamentados que identificam este como o fator
de predisposição de reações adversas.
Antecedentes de alergias e funções orgânicas comprometidas:
Os pacientes que apresentam enfermidades alérgicas têm maior probabilidade
de manifestar reações adversas. Do mesmo modo, os comprometimentos hepático
e/ou renal favorecem a manifestação das reações adversas, por deficiências na
biotransformação e eliminação dos medicamentos.
Polifarmácia:
Os indivíduos que recebem grande número de medicamentos de forma
simultânea podem desenvolver com maior facilidade os efeitos adversos, devido a
interações entre os fármacos. (CEBRIM, CFF)
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
5.2 Reações adversas dependentes dos pacientes e imprevisíveis:
Tolerância:
É o fenômeno pelo qual a administração contínua e repetida de determinada
dose de medicamento diminui progressivamente a intensidade dos efeitos. O
necessário aumento da dose para manter os efeitos na mesma proporção faz com
que a tolerância também seja um mecanismo progressivo.
Hipersensibilidade:
Para o desenvolvimento desta reação, é necessária a exposição prévia do
indivíduo ao fármaco, para indução do mecanismo imunológico. A intensidade da
manifestação não está diretamente relacionada com a dose administrada. Estas
reações não são explicadas pelas propriedades farmacológicas dos medicamentos e
estão relacionadas com as defesas imunológicas dos indivíduos.
Idiossincrasia:
É o efeito de ocorrência mais rara, definida como uma sensibilidade peculiar
de alguns indivíduos a certos fármacos. Esta sensibilidade está relacionada a
defeitos enzimáticos e é hereditária. São reações que não dependem de dose nem
de exposição anterior do indivíduo ao fármaco. (HANG et al, 1997)
5.3 Classificação das RAM’s quanto à causalidade: sistema de causa e efeito.
RAM Definida - apresenta-se com anormalidades em testes laboratoriais,
temporalidade plausível ao uso do medicamento e que não pode ser explicado por
doença de base ou por outros medicamentos.
RAM Provável - temporalidade razoável ao uso do medicamento, improvável de ser
atribuído a uma doença concomitante ou outros medicamentos, e que apresenta
uma resposta clinicamente razoável à suspensão do uso do medicamento.
RAM Possível – apresenta-se com anormalidades em testes de laboratório, com
temporalidade ao uso do medicamento, mas que também pode ser explicado por
doença concomitante ou outros medicamentos ou substâncias químicas.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
RAM Improvável – Apresenta-se com anormalidades em testes de laboratório,
temporalidade ao uso do medicamento em que, outros medicamentos, substâncias
químicas ou doenças subjacentes propiciam explicações plausíveis.
Algorítmo de Naranjo é uma ferramenta que permite verificar a classificação de uma
RAM pelo sistema de causa e efeito, figura 9.
Figura 9: ALGORÍTMO DE NARANJO E COLABORADORES
Critérios para definição da relação causal Sim Não Não
sabe
Existem relatos conclusivos sobre esta reação? +1 0 0
O evento clínico apareceu após a administração do
fármaco suspeito? +2 -1 0
A reação desapareceu quando o fármaco suspeito foi
descontinuado ou quando um antagonista específico foi
administrado?
+1 0 0
A reação reapareceu quando a droga é readministrada? +2 -1 0
Existem causas alternativas (outras que não a droga) que
poderiam ser causadoras da reação? -1 +2 0
A reação reaparece quando um placebo é administrado? -1 +1 0
A droga foi detectada no sangue ou em outros fluidos
biológicos em concentrações sabidamente tóxicas? +1 0 0
A reação aumenta de intensidade com o aumento da dose
ou torna-se menos severa com a redução da dose? +1 0 0
O paciente tem história de reação semelhante para a
mesma droga ou outra similar em alguma exposição
prévia?
+1 0 0
A reação adversa foi confirmada por qualquer evidência
objetiva? +1 0 0
Ao responder as perguntas relativas ao evento que está sendo estudado de
RAM utilize a tabela do somatório apresentada como figura 10 para classificar esta
RAM por causalidade como definida, provável, possível ou duvidosa conforme o
valor encontrado.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Figura 10: Tabela do somatório e apuração dos resultados para o Algorítmo de
Naranjo
Somatório Categoria
Maior ou igual a 9 Definida
Entre 5 e 8 Provável
Entre 1 e 4 Possível
Menor ou igual a 0 Duvidosa
5.4 Reações adversas dependentes dos medicamentos
Superdosagem relativa:
Quando um fármaco é administrado em doses habituais, mas suas
concentrações plasmáticas extrapolam a janela terapêutica, por variações
farmacocinéticas (às vezes induzidas por outros fármacos).
Efeitos secundários:
São os efeitos manifestados como consequência do efeito farmacológico
esperado, independentes da ação farmacológica principal.
Ex: morte de flora bacteriana intestinal por antimicrobianos, resultando em diarréia.
RAM dose dependentes
São previsíveis e podem ser reproduzidas em animais de laboratório, na etapa
prévia à comercialização do medicamento. São farmacologicamente possíveis de
prever, têm alta incidência e morbidade, baixa mortalidade e podem ser tratadas
ajustando-se as doses.
Faixa de valores obtidos na
aplicação dos critérios para
definição da relação causal
de Naranjo e col.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
RAM dose independentes
São efeitos totalmente aberrantes e inesperados, considerando-se as
propriedades farmacológicas de um medicamento administrado em doses
terapêuticas habituais, em um paciente que apresenta a farmacocinética normal do
medicamento administrado. Não são farmacologicamente previsíveis, não são dose-
dependentes, têm incidência e morbidade baixas, alta mortalidade e devem ser
tratados com a suspensão do fármaco.
Os riscos de reações adversas pode estar aumentado quando se utilizam os
fármacos citados na tabela 1, o que os torna marcadores para uma vigilância
rotineira a fim de prevenção dos efeitos nocivos.
Tabela 1:
Fármacos ou grupos terapêuticos que podem aumentar o risco de desenvolvimento de Reação
Adversa.
Fonte: Minas Gerais, Curso de Extensão Farmacovigilância, 2012.
Fármacos de estreita margem
terapêutica
Aminoglicosídeos
Digoxina
Varfarina Lítio
Teofilina
Inibidores do citocromo P 450
Cetoconazol Claritromicina
Eritromicina Itraconazol
Fluvoxamina
Nefazodona Ritonavir
Sertralina
Troleandomicina Zileutona
Indutores do citocromo P 450
Carbamazepina
Etanol
Fenitoína
Fenobarbital Griseofulvina
Primidona Rifampicina
Tabaco
Outros (Pode ocorrer perda da
eficácia ou toxicidade por flutuação no
teor plasmático)
Anticonvulsivantes Contraceptivos orais
Corticosteróides
Hipoglicemiantes Quinidina
Rifampicina
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
6. Monitoramento de “diagnósticos alerta”
Uma boa técnica para detecção de RAM’s consiste em selecionar, entre todos
os acompanhamentos farmacêuticos, os “diagnósticos alerta”. Estes diagnósticos se
definem como aqueles mais suspeitos de relação com alguma RAM e, portanto,
susceptíveis de investigação posterior. De acordo com este critério de seleção,
investiga-se o prontuário do paciente, para levantamento da história clínica e
medicamentosa (inclusive tratamento prévio, história pregressa). A tabela 2 traz
alguns dos diagnósticos (sinais e sintomas) mais comuns preditivos de RAM.
Tabela 2: Relação de alguns diagnósticos suspeitos de Reação Adversa
Eritema multiforme
Confusão Melena Hipo e hiperglicemia
Erupção cutânea, Urticária
Distonia Rectorragia Edema
Tremores Hemorragia digestiva Enjôos Arritmias
Pruridos Vertigens Hematêmese Trombocitopenia
Mialgia Pancreatite Hiponatremia Leucopenia
Miopatia Náuseas, vômitos Cefaléia Choque anafilático
Ataxia Hipo e hiperpotassemia
Intoxicação digitálica
Broncoespasmo
adaptado de “Farmacovigilância“ - Libro de Farmácia Hospitalaria
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
7. O que, como e quando Notificar? EA – RAM - QT
A qualquer momento toda suspeita de Reação Adversa a Medicamento ou
Queixa Técnica que represente desvio de qualidade deve ser notificada.
Aconselhamos ao farmacêutico que faça uma entrevista com o paciente antes de
entrar nos sistemas on-line do NOTIVISA ou CEFAL, recolha todos os dados
possíveis solicitados nos formulários de notificação apresentados nas página 17 a
20 deste manual do CRFMG com atenção especial a data do início do tratamento,
data do aparecimento da reação ou reações, procedimentos adotados, resultado
final, etc.
Com o formulário preenchido o procedimento de notificação será rápido e sem
interrupções, sem transtornos, as informações mais completas, pois, sabemos que o
farmacêutico comunitário é um profissional multitarefas e vive numa época em que
tempo é prioridade. Caso o farmacêutico não disponha de todas as informações,
mesmo assim ele deve efetuar a notificação, caberá à ANVISA tomar as medidas
cabíveis quando necessárias quando surgir um sinal de notificações semelhantes,
por isso cada notificação torna-se importante para que se proponha mais segurança
na farmacoterapêutica.
A ANVISA disponibiliza na página do NOTIVISA arquivos no formato pdf para
download de todos os manuais necessários ao cadastramento do profissional da
saúde notificador e os manuais de notificação de medicamentos e demais produtos
relacionados à saúde conforme apresentamos na figura 11.
Lembramos que este manual é apenas uma
ferramenta norteadora e facilitadora para o
farmacêutico realizar notificações nos
sistemas de farmacovigilância disponíveis em
Minas Gerais.
Fique ligado! Conecte-se diariamente às
notícias e informes nos sítios eletrônicos
do CRFMG, CFF e ANVISA!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Figura 11: Pagina dos Manuais de Farmacovigilância da ANVISA
Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/manual/index_2.htm
8. Notificando no CEFAL – Centro de Farmacovigilância de Alfenas
Digite em seu navegador o endereço http://www.unifal-mg.edu.br/cefal. Em
seguida clique na palavra NOTIFICAÇÃO na lista que aparece no lado esquerdo da
página virtual.
Depois escolha a ficha de notificação que deseja fazer e clique nela.
Em nosso exemplo, ao clicar em Reação Adversa surge em seguida uma
página com vários campos a serem preenchidos, lembramos que aqueles que
contenham um asterisco vermelho são de preenchimento obrigatório. Ao final do
processo clique em enviar e pronto! Sua Notificação foi concluída e enviada ao
CEFAL. Sua notificação será analisada e posteriormente os adminstradores do
Manuais de Notificação
de Medicamentos!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
CEFAL farão a notificação à ANVISA que remeterá os dados ao Centro de
Monitorização de Uppsala (UMC) da Organização Mundial da Saúde.
Através da notificação voluntária de cada farmacêutico comunitário será um agente
transformador da realidade da farmacovigilância em Minas Gerais.
No sistema de Notificação do CEFAL basta preencher os formulários em fluxo
contínuo e rolar a barra lateral de navegação. O sistema proporciona agilidade e
facilidade a custo zero no procedimento notificação. Nas imagens a seguir
acrescentamos comentários dentro de setas e figuras coloridas para destacar
detalhes de como funciona a notificação no CEFAL.
Clique
Escolha o tipo
de notificação
desejada
Siga em frente e veja as setas
e figuras com orientações que
colocamos para você
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Nosso exemplo - RAM
Todos os dados são
sigilosos! Se quiser pode
colocar somente as
iniciais do nome do
paciente.
Todas as
informações são
inseridas na
mesma página!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Siga preenchendo
os quadros e
rolando a barra
lateral da página
para baixo!
O fabricante do medicamento
envolvido também deve ser informado
do problema!
Use o SAC 0800 da
embalagem do medicamento
ou site do Laboratório!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
É importante ter em
mãos as datas dos
eventos, progresso
ou regressão do
problema para
orientar avaliação
posterior da RAM.
Veja! O sistema de
notificação solicita
informações comuns na
prática da Atenção
Farmacêutica!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Final do fluxograma contínuo de nofiticação do CEFAL – Centro de
Farmacovigilância da Universidade Federal de Alfenas.
Depois, Clique
aqui para finalizar
e enviar sua
notificação!
Lembre-se! Confira os dados digitados antes de
enviar as informações!
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Considerações finais
Prezado colega farmacêutico e prezados colegas profissionais da saúde que
congregam os mesmos pensamentos, ações e preocupações com a saúde e o bem
estar da população. Sabe-se que o sucesso nas ações das agências reguladoras
relacionadas à segurança e eficácia de medicamentos novos e tradicionais depende
de nossa dedicação.
A notificação espontânea de RAM é um dos mais poderosos instrumentos
para detecção de eventuais problemas de segurança com a utilização de fármacos
no período de pós comercialização. Entretanto o maior problema enfrentado pela
farmacovigilância é ainda o alto índice de subnotificação estimado. A contribuição do
farmacêutico é um dever ético da profissão.
Nossos pacientes devem sempre ser questionados a cerca dos medicamentos
que costuma utilizar, sejam por prescrição médica, farmacêutica ou automedicação
conforme indicamos na figura 6 da página 15, devido ao alto número de fármacos e
opções de tratamentos alternativos disponíveis e possíveis de interagir entre si.
Por isto convidamos você a seguir em frente neste processo de atenção e
orientação ao paciente, além do acompanhamento e treinamento de seus auxiliares
para uma dispensação que seja lucrativa sem deixar de ser ética, eficaz e segura.
Sabemos que com esta determinação vamos fortalecer o reconhecimento social da
farmácia comunitária como Estabelecimento de Saúde que tanto almejamos.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
REFERÊNCIAS
AMARAL, de C. F. Relações Sociais na Dispensação em Farmácia Comunitária e as Intercorrências na Aquisição e Uso de Medicamentos. Dissertação de Mestrado - UNIAN. Niterói : [s.n], 2013. 96f. CDD 615. Brasil. Formulário para notificação de eventos adversos à medicamentos –
profissional de saúde. NOTIVISA – Sistema Nacional de Notificações para
Vigilância Sanitária. ANVISA 2012. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm
CEFAL . Centro de Farmacovigilância da Universidade Federal de Alfenas.
Disponível em: http://www.unifal-mg.edu.br/cefal/?q=notificacao
CEBRIM. Centro Brasileiro de Informações sobre Medicamentos. Conselho Federal de Farmácia. Disponível em: http://www.cff.org.br/pagina.php?id=3
Farmácia Comunitária: Atividades do Farmacêutico na Farmácia Comunitária. Manual III, Comfar, CFF, Brasília, 2009. Farmacovigilância: Cada Segundo pode fazer a diferença. Eurofarma. Cód. 505294. Disponível em: http://www.billi.com.br/pdf/farmacia/farmacovigilancia.pdf GOMES, S. Notificação de reacções adversas medicamentosas: sua relevância para a saúde pública. Revista Portuguesa de Saúde Pública. V. 19. N. 2 (2001). LAPORTE, J. R.; BAKSAAS, I. & LUNDE, P. K. M., 1993. General background.
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WHO Regional Publications, European Series 45. Copenhagen: WHO.
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Curso de Extensão Farmacovigilância. Unidade 3: Harmonização de Conceitos.
Belo Horizonte, Minas Gerais, 2012.
Minas Gerais. Conselho Regional de Farmácia. Legislação Farmacêutica. Belo
Horizonte, edição: Margarida Oliveira, 2010. 88p.
Minas Gerais. Guia do cuidado farmacêutico: uma estratégia para promover o uso racional de medicamentos e a farmacovigilância no SUS. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Superintendência de Assistência Farmacêutica. Belo Horizonte: SES-MG, 2010. OMS. A importância da Farmacovigilância: Monitorização da segurança dos medicamentos. Organização Mundial da Saúde – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. PNM – Política Nacional de Medicamentos. PORT. Nº 3.916/MS/GM, DE 30/10/1998 Publicada no D.O.U. de 10/11/98.
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Manual do Farmacêutico Notificador: no contexto da Farmácia Comunitária – Farmacovigilância - 2014
Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/portaria_3916_98.pdf. RANG, H,P, DALE, M,M, RITTER, J,M. Farmacologia. Rio de Janeiro: Guanabara
koogan, 1997. 692p. (627-650).
Rodriguez, J.M; Aguirre, C, Garcia, M, Palop R - “Farmacovigilancia” - Libro de Farmácia Hospitalaria – Sociedad Española de Farmácia Hospitalaria – 3a Edición – 2002 Figura de boneco genérico pagina 30: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRsjBkF-Fqb-2N3EN3kmtS6nCj_zER3Y3vvUpJVD4JgbyDOXXuB