farmacologia clínica - volume v tomo iii - farmacodinâmica e farmacocinética

642
1797 SÉRIE FARMACOLOGIA APLICADA Formação em Auxiliar de Farmácia Hospitalar e Drogarias Volume V - TOMO III

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Page 1: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1797

SÉRIE FARMACOLOGIA APLICADA

Formação em Auxiliar de Farmácia

Hospitalar e Drogarias

Volume V - TOMO III

Page 2: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1798

SÉRIE FARMACOLOGIA APLICADA

Formação em Auxiliar de Farmácia

Hospitalar e Drogarias

Volume V

Fortaleza-Ceará-2014

Page 3: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1799

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO

CONTINUADA

VOLUME V – TOMO III

Professor César Augusto Venâncio da Silva

EDIÇÃO

2014

Page 4: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1800

SÉRIE FARMACOLOGIA

APLICADA

Formação em Auxiliar de

Farmácia Hospitalar e Drogarias

Volume V - TOMO III

Farmacologia: Farmacocinética e

Farmacodinâmica.

Page 5: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1801

SEXTA EDIÇÃO DA SÉRIE

REVISTA E AUMENTADA

1ª. Edição do Volume V – TOMO

III Editora Free Virtual.

INESPEC – 2014

Page 6: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1802

Apresentação.

Esse Volume representa o Tomo III do Volume V da Série, e a partir de

maio de 2014, buscaremos interagir com o EAD para ofertar cursos de

extensão na área da Farmacologia Clínica, com fins de propalar a

educação básica para a Saúde Coletiva, reafirmo a posição firmada

anteriormente. O presente livro tem como base de formação teórica

uma visão que se processa através de informações científicas e

atualizadas, dando aos profissionais, no presente e no futuro

oportunidades de revisão e fixação de aprendizagens sobre os

fenômenos que classificam a compreensão da atividade de regulação de

medicamentos, anatomia e fisiologia aplicada, farmacocinética e

farmacodinâmica em suas várias dimensões. Essa série visa atingir os

alunos do projeto universidade virtual OCW, onde o autor escreve e

publica material didático para os alunos dos cursos de farmácia,

biologia, psicologia e disciplinas do Curso de Medicina das Universidades

que adotam o sistema OCW. O Consórcio Open Course Ware é uma

colaboração de instituições de ensino superior e organizações

associadas de todo o mundo, criando um corpo amplo e profundo de

conteúdo educacional aberto utilizando um modelo compartilhado.

Esse é o último volume da série V, onde já foi publicado o TOMO I, II e

agora III. Observar-se-á que nos livros das séries do autor se trabalha

com muita prolixia(Sinônimos: analítica extensa; Antônimos: concisa

sintética e, Relacionadas: escrita, etc) e uma repleta vocação para a

Teleologia no campo dos assuntos abordados. Para se ter uma

abrangência maior no campo conceitual, podemos dizer que Teleologia é

uma doutrina que estuda os fins últimos da sociedade, humanidade e

natureza. Suas origens remontam a Aristóteles com a sua noção de que

as coisas servem a um propósito. A teleologia contempla também o

onde pára tudo isto? A questão que busca responder o para-quê de

todas as coisas. Em 'Philosophy Made Simple' (Popkin & Stroll, 1969),

traduzido livremente, Teleologia. Todos os objetos de nossa experiência

Page 7: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1803

consistem de matéria formada movendo-se ou mudando segundo um

padrão que tudo indica seja proposital, ou teleológico. Isto é: o

movimento ou as mudanças ocorrem com o propósito de atingir uma

meta.

Mais detalhe já se encontra descrito no Tomo I. No link seguinte, você

pode acessar a integralidade desse livro:

http://farmacologiatomo2rdm.blogspot.com.br/

http://farmacologiatomo1rdm.blogspot.com.br/

http://farmacologiav5t1.blogspot.com.br/

Outros livros da série podem ser vistos nos links:

http://inespeceducacaocontinuada.webnode.com/

http://radioinespec2013.yolasite.com/

A segunda edição está disponível na INTERNET no site:

http://institutoinespec.webnode.com.br/.

Podendo ser baixado diretamente no link:

http://institutoinespec.webnode.com.br/livro-do-curso-de-farmacia-

para-as-turmas-iii-e-iv-/

Ou e: http://www.scribd.com/doc/125825298/Livro-Revisado-4-de-

Fevereiro

http://institutoinespec.webnode.com.br/livro-do-curso-de-farmacia-

para-as-turmas-iii-e-iv-/

Page 8: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1804

A Série do Volume V tem três Tomos divididos didaticamente em:

Tomo I – Regulamentação da Dispensação, total de 1286 páginas. Livro

publicado nos links:

http://pt.scribd.com/doc/191045991/FARMACOLOGIA-LIVRO-

DISPENSACAO-REGULAMENTACAO-TOMO-I-SERIE-FARMACOLOGIA-

APLICADA-Formacao-em-Auxiliar-de-Farmacia-Hospitalar-e-Drogarias-

Volume-V

http://farmacologiav5t1.blogspot.com.br/

Tomo II – Anatomia e Fisiologia, total de 513 páginas. Livro publicado

nos links:

http://pt.scribd.com/doc/193915967/Professor-Cesar-Augusto-

Venancio-da-Silva-FARMACOLOGIA-V-TOMO-II-ANATOMIA-E-

FISIOLOGIA-HUMANA

http://pt.scribd.com/doc/192841449/ANATOMIA-DA-VIA-Parenteral-

por-injecao-ou-infusao-LIVRO-FARMACOLOGIA-TOMO-II-PROFESSOR-

CESAR-VENANCIO-ANATOMIA-21122013

Tomo III – Farmacologia: Farmacocinética e Farmacodinâmica. Livro já

publicados em várias edições com fins de instrução didática em sala de

ead. Publicado nos links:

http://pt.scribd.com/doc/207306669/VOLUME-V-TOMO-III-LIVRO-DE-

FARMACOLOGIA-REVISAO-FINAL-15022013

http://pt.slideshare.net/cesaraugustovenanciosilva/volume-v-tomo-iii-

livro-de-farmacologia-reviso-final-15022013-sumrio

Page 9: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1805

No Volume V- Tomo II apresentamos aos alunos do autor, a quarta

reedição do livro: Tomo II – Anatomia e Fisiologia, aumentada e

revisada. As edições encontram-se assim distribuídas:

1 - (Aula especial tópico ensaio. Published

by Cesar Augusto Venâncio Silva. Dec 15,

2013 - Copyright: Attribution Non-

commercial - PDF, DOCX, TXT)

http://www.scribd.com/doc/191659914/a

ula-especial-topico-ensaio

2 - (SÉRIE FARMACOLOGIA APLICADA 2a.

EDIÇÃO AULAS PARA O PERÍODO DE 1 A 21

DE DEZEMBRO FARMACOLOGIA CLÍNICA II

TOMO II DO VOLUME - Cesar Augusto

Venâncio Silva. SEGUNDA REEDIÇÃO

AMPLIADA COM AULAS PARA O PERÍODO

DE 16 DE DEZEMBRO DE 2013 A 21 DE

DEZEMBRO. Dec 16, 2013 - Copyright:

Attribution Non-commercial)

http://www.scribd.com/doc/191746207/S

ERIE-FARMACOLOGIA-APLICADA-2a-

EDICAO-AULAS-PARA-O-PERIODO-DE-1-A-

21-DE-DEZEMBRO-FARMACOLOGIA-

CLINICA-II-TOMO-II-DO-VOLUME-V

3 - (Published by Cesar Augusto Venâncio

Silva - ANATOMIA DA VIA

Parenteral por injeção ou infusão. LIVRO

FARMACOLOGIA TOMO II PROFESSOR

CÉSAR VENÂNCIO ANATOMIA 21122013 -

Page 10: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1806

Dec 21, 2013 - Copyright: Attribution Non-

commercial (PDF, DOCX, TXT):

http://www.scribd.com/doc/192841449/A

NATOMIA-DA-VIA-Parenteral-por-injecao-

ou-infusao-LIVRO-FARMACOLOGIA-TOMO-

II-PROFESSOR-CESAR-VENANCIO-

ANATOMIA-21122013

4 - Publicado por Cesar Augusto Venâncio

Silva - 2014. QUINTA EDIÇÃO DA SÉRIE –

REVISTA E AUMENTADA. 1ª. Edição do

Volume V – TOMO II Editora Free Virtual.

INESPEC – 2012 - Fortaleza-Ceará. Edição

em Janeiro de 2014. Anatomia e Fisiologia.

4ª. Reedição Aumentada. LIVRO

FARMACOLOGIA TOMO II PROFESSOR

CÉSAR VENANCIO ANATOMIA 4a

REEDIÇÃO. http://eadfsd.blogspot.com.br/

Page 11: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1807

Objetivo.

O material didático referente aos livros do autor está disponível

gratuitamente no site do Professor César Augusto Venâncio da

Silva. Porém se o discente desejar poderá solicitar o LIVRO

BROCHURA a custo de mercado que estará disponível o valor no

site citado. As aulas do Curso serão reprisadas na REDE VIRTUAL

INESPEC, em vídeo e áudio. Os sites disponíveis poderão ser

localizados, citados aqui no livro, ou encontrados na Internet.

O material didático referente ao QUINTO VOLUME – TOMO TRÊS

estar disponível gratuitamente no site do Professor César

Augusto Venâncio da Silva. Os Cursos de FARMACOLOGIA

CLÍNICA a nível de educação continuada em 2014, foi

organizado com suporte na INTERNET para ter duração de seis

meses. O material referente ao presente VOLUME estar

disponível gratuitamente no site do Professor César Augusto

Venâncio da Silva.

As aulas ministradas no Curso podem ser ouvidas na REDE

VIRTUAL INESPEC - nos sites da REDE CEARÁ, nos endereços:

EDUCAÇÃO CONTINUADA - SITES ESPECIAIS - RÁDIO WEB

INESPEC:

http://eadinespecradio.listen2myradio.com

http://eadinespecradio.listen2mymusic.com

http://eadinespecradio.radiostream321.com

http://eadinespecradio.listen2myshow.com

http://eadinespecradio.radio12345.com

http://eadinespecradio.radiostream123.com

Page 12: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1808

SERVIDORES: ALEMANHA - CANADA E ESTADOS

UNIDOS

Your listeners can access your radio at:

http://inespecmundial.listen2myradio.com

http://inespecmundial.listen2mymusic.com

http://inespecmundial.radiostream321.com

http://inespecmundial.listen2myshow.com

http://inespecmundial.radio12345.com

http://inespecmundial.radiostream123.com

SERVIDORES: INGLATERRA E ISRAEL

http://radiowebinespec1.listen2myradio.com

http://radiowebinespec1.listen2mymusic.com

http://radiowebinespec1.radiostream321.com

http://radiowebinespec1.listen2myshow.com

http://radiowebinespec1.radio12345.com

http://radiowebinespec1.radiostream123.com

Coordenação.

Núcleo de Educação Continuada

CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL

ESPECIALIZADO

Page 13: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1809

INSTITUTO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E

CULTURA.

CAEE NEC EAD CURSOS

http://caee2012.blogspot.com.br/

http://edital7neceadinespec.blogspot.com.br/

http://www.ebah.com.br/.

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfUh8AA/biologia-

neuronal-bibliografia-geral-capitulo-i-tomo-iii.

http://www.ebah.com.br/my Content.

Esse livro da série foi idealizado com fins de servir de LIVRO BASE DE

APOIO AO CURSO AUXILIAR DE FARMÁCIA. As demais edições

podem ser localizadas:

http://inespeceducacaocontinuada.webnode.com/

http://radioinespec2013.yolasite.com/

http://institutoinespec.webnode.com.br/.

http://institutoinespec.webnode.com.br/livro-do-curso-de-farmacia-para-as-

turmas-iii-e-iv-/

http://www.scribd.com/doc/125825298/Livro-Revisado-4-de-Fevereiro

http://institutoinespec.webnode.com.br/livro-do-curso-de-farmacia-para-as-turmas-

iii-e-iv-/).

Page 14: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1810

O PRESENTE E-BOOK FARÁ PARTE DE NOVO TIPO DE

CERTIFICAÇÃO PARA ALUNOS NA ERA DIGITAL.

O livro do autor ficará disponível para a Open Course Ware Consortium,

Foundation e Excelsior College para oferecer certificação e crédito da

faculdade para cursos on-line em parceria com OpenStudy. Essa

posição se estabelece a partir da notícia publicada em “Palo Alto, CA, 14

de novembro, 2012, onde ficou acertado que os alunos que estudam

em cursos abertos oferecidos pelas instituições integrantes do Consórcio

Open Course Ware, através das instituições e autores parceiros, agora

têm a oportunidade de ganhar certificados de participação e de crédito

universitário. Membros OCW Consortium, da Universidade de Notre

Dame, UC Irvine e TU Delft, vão oferecer o primeiro conjunto de cursos.

Openstudy oferece aos alunos a oportunidade de se qualificarem de

forma virtual, e na prática oferece aos parceiros a avaliação baseada

em competências documentadas, perfis comportamentais e análises

sociais. ", disse Preetha Ram, CEO da OpenStudy. O autor se sente feliz

por trabalhar com esses inovadores na educação que percebem o

potencial de cursos on-line abertos e que estão focados em ajudar não

só os grandes empreendedores, mas também alunos em situação de

risco. Para os estudantes do ensino médio, esta é uma oportunidade de

se envolver com o conteúdo de nível universitário - e adicionar uma

documentação com crédito universitário e avaliações de nível de

competência acadêmica para suas aplicações na vida prática e

pontuação curricular na sua faculdade de origem. Para os estudantes

universitários o curso da OCW serve a um duplo propósito de melhorar

o seu desempenho em um curso universitário e cria um portfolio para o

primeiro emprego. Pesquise para mais informações(As pessoas podem

se inscrever para os cursos em www.openstudy.com. Necessário

dominar alguma língua estrangeira.

Page 15: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1811

O livro do autor ora apresentado, o Volume V, Tomo III será usado por

milhões de alunos em diversos países, em cursos abertos, cursos on-

line que atrai alunos de todos os cantos do mundo para estudar

conteúdo gratuito. Os parceiros da OpenStudy estão ampliando o valor

da experiência do curso aberto, oferecendo Certificado de Participação

além de relatórios sobre as competências adquiridas através do estudo

de materiais do curso, mas também relatórios sobre habilidades

importantes para os empregadores: trabalho em equipe, resolução de

problemas e engajamento. Juntos, esta documentação irá demonstrar a

empregabilidade dos alunos, abordando questões que confrontam os

empregadores - como determinar se um candidato tem tanto o

conhecimento da área de conteúdo e habilidades interpessoais para ser

bem sucedido.

Finalmente, a previsão de 50.000(cinquenta mil) exemplares, para

esses, os direitos autorais fica liberados para as universidades e

instituiçõesa saber:

1. Universidade Virtual africano.

2. Fundação Getulio Vargas - FGV Online.

3. Japão OCW Consortium.

4. Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health.

5. Coreia do OCW Consortium.

6. Massachusetts Institute of Technology.

7. Netease Tecnologia da Informação (Beijing) Co.,

Ltd.

8. Open University Holanda.

9. Taiwan OpenCourseWare Consortium.

Page 16: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1812

10. Tecnológico de Monterrey.

11. TU Delft.

12. Universidade Tufts.

13. UNIVERSIA.

14. Universidad Politécnica de Madrid.

Fortaleza, fevereiro de 2014.

Boa sorte.

Professor César Augusto Venâncio da SILVA.

Docente de Farmácia Aplicada e especializando em Farmacologia

Clínica pela Faculdade ATENEU. Fortaleza-Ceará. 2013.

Matrícula 0100.120.102201775

http://lattes.cnpq.br/7651390154710823

Page 17: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1813

Contrato Jurídico de Cessão Virtual de Uso de Propriedade Intelectual.

Attribution-ShareAlike 3.0 Unported.

CREATIVE COMMONS CORPORATION IS NOT A LAW FIRM AND DOES

NOT PROVIDE LEGAL SERVICES. DISTRIBUTION OF THIS LICENSE

DOES NOT CREATE AN ATTORNEY-CLIENT RELATIONSHIP. CREATIVE

COMMONS PROVIDES THIS INFORMATION ON AN "AS-IS" BASIS.

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RESULTING FROM ITS USE.

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THE WORK (AS DEFINED BELOW) IS PROVIDED UNDER THE TERMS OF

THIS CREATIVE COMMONS PUBLIC LICENSE ("CCPL" OR "LICENSE").

THE WORK IS PROTECTED BY COPYRIGHT AND/OR OTHER APPLICABLE

LAW. ANY USE OF THE WORK OTHER THAN AS AUTHORIZED UNDER

THIS LICENSE OR COPYRIGHT LAW IS PROHIBITED.

BY EXERCISING ANY RIGHTS TO THE WORK PROVIDED HERE, YOU

ACCEPT AND AGREE TO BE BOUND BY THE TERMS OF THIS LICENSE.

TO THE EXTENT THIS LICENSE MAY BE CONSIDERED TO BE A

CONTRACT, THE LICENSOR GRANTS YOU THE RIGHTS CONTAINED

HERE IN CONSIDERATION OF YOUR ACCEPTANCE OF SUCH TERMS AND

CONDITIONS.

1. Definitions

a. "Adaptation" means a work based upon the Work, or upon the

Work and other pre-existing works, such as a translation, adaptation,

derivative work, arrangement of music or other alterations of a literary

or artistic work, or phonogram or performance and includes

cinematographic adaptations or any other form in which the Work may

Page 18: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1814

be recast, transformed, or adapted including in any form recognizably

derived from the original, except that a work that constitutes a

Collection will not be considered an Adaptation for the purpose of this

License. For the avoidance of doubt, where the Work is a musical work,

CAPÍTULO

b. performance or phonogram, the synchronization of the Work in

timed-relation with a moving image ("synching") will be considered an

Adaptation for the purpose of this License.

c. "Collection" means a collection of literary or artistic works, such

as encyclopedias and anthologies, or performances, phonograms or

broadcasts, or other works or subject matter other than works listed in

Section 1(f) below, which, by reason of the selection and arrangement

of their contents, constitute intellectual creations, in which the Work is

included in its entirety in unmodified form along with one or more other

contributions, each constituting separate and independent works in

themselves, which together are assembled into a collective whole. A

work that constitutes a Collection will not be considered an Adaptation

(as defined below) for the purposes of this License.

d. "Creative Commons Compatible License" means a license that is

listed at http://creativecommons.org/compatiblelicenses that has been

approved by Creative Commons as being essentially equivalent to this

License, including, at a minimum, because that license: (i) contains

terms that have the same purpose, meaning and effect as the License

Elements of this License; and, (ii) explicitly permits the relicensing of

adaptations of works made available under that license under this

License or a Creative Commons jurisdiction license with the same

License Elements as this License.

e. "Distribute" means to make available to the public the original

and copies of the Work or Adaptation, as appropriate, through sale or

other transfer of ownership.

Page 19: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1815

f. "License Elements" means the following high-level license

attributes as selected by Licensor and indicated in the title of this

License: Attribution, ShareAlike.

g. "Licensor" means the individual, individuals, entity or entities

that offer(s) the Work under the terms of this License.

h. "Original Author" means, in the case of a literary or artistic work,

the individual, individuals, entity or entities who created the Work or if

no individual or entity can be identified, the publisher; and in addition

(i) in the case of a performance the actors, singers, musicians, dancers,

and other persons who act, sing, deliver, declaim, play in, interpret or

otherwise perform literary or artistic works or expressions of folklore;

(ii) in the case of a phonogram the producer being the person or legal

entity who first fixes the sounds of a performance or other sounds; and,

(iii) in the case of broadcasts, the organization that transmits the

broadcast.

i. "Work" means the literary and/or artistic work offered under the

terms of this License including without limitation any production in the

literary, scientific and artistic domain, whatever may be the mode or

form of its expression including digital form, such as a book, pamphlet

and other writing; a lecture, address, sermon or other work of the same

nature; a dramatic or dramatico-musical work; a choreographic work or

entertainment in dumb show; a musical composition with or without

words; a cinematographic work to which are assimilated works

expressed by a process analogous to cinematography; a work of

drawing, painting, architecture, sculpture, engraving or lithography; a

photographic work to which are assimilated works expressed by a

process analogous to photography; a work of applied art; an

illustration, map, plan, sketch or three-dimensional work relative to

geography, topography, architecture or science; a performance; a

broadcast; a phonogram; a compilation of data to the extent it is

protected as a copyrightable work; or a work performed by a variety or

Page 20: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1816

circus performer to the extent it is not otherwise considered a literary or

artistic work.

j. "You" means an individual or entity exercising rights under this

License who has not previously violated the terms of this License with

respect to the Work, or who has received express permission from the

Licensor to exercise rights under this License despite a previous

violation.

k. "Publicly Perform" means to perform public recitations of the

Work and to communicate to the public those public recitations, by any

means or process, including by wire or wireless means or public digital

performances; to make available to the public Works in such a way that

members of the public may access these Works from a place and at a

place individually chosen by them; to perform the Work to the public by

any means or process and the communication to the public of the

performances of the Work, including by public digital performance; to

broadcast and rebroadcast the Work by any means including signs,

sounds or images.

l. "Reproduce" means to make copies of the Work by any means

including without limitation by sound or visual recordings and the right

of fixation and reproducing fixations of the Work, including storage of a

protected performance or phonogram in digital form or other electronic

medium.

2. Fair Dealing Rights. Nothing in this License is intended to reduce,

limit, or restrict any uses free from copyright or rights arising from

limitations or exceptions that are provided for in connection with the

copyright protection under copyright law or other applicable laws.

3. License Grant. Subject to the terms and conditions of this License,

Licensor hereby grants You a worldwide, royalty-free, non-exclusive,

perpetual (for the duration of the applicable copyright) license to

exercise the rights in the Work as stated below:

Page 21: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1817

a. to Reproduce the Work, to incorporate the Work into one or more

Collections, and to Reproduce the Work as incorporated in the

Collections;

b. to create and Reproduce Adaptations provided that any such

Adaptation, including any translation in any medium, takes reasonable

steps to clearly label, demarcate or otherwise identify that changes

were made to the original Work. For example, a translation could be

marked "The original work was translated from English to Spanish," or a

modification could indicate "The original work has been modified.";

c. to Distribute and Publicly Perform the Work including as

incorporated in Collections; and,

d. to Distribute and Publicly Perform Adaptations.

e. For the avoidance of doubt:

i. Non-waivable Compulsory License Schemes. In those

jurisdictions in which the right to collect royalties through any statutory

or compulsory licensing scheme cannot be waived, the Licensor

reserves the exclusive right to collect such royalties for any exercise by

You of the rights granted under this License;

ii. Waivable Compulsory License Schemes. In those

jurisdictions in which the right to collect royalties through any statutory

or compulsory licensing scheme can be waived, the Licensor waives the

exclusive right to collect such royalties for any exercise by You of the

rights granted under this License; and,

iii. Voluntary License Schemes. The Licensor waives the right

to collect royalties, whether individually or, in the event that the

Licensor is a member of a collecting society that administers voluntary

licensing schemes, via that society, from any exercise by You of the

rights granted under this License.

The above rights may be exercised in all media and formats whether

now known or hereafter devised. The above rights include the right to

make such modifications as are technically necessary to exercise the

Page 22: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1818

rights in other media and formats. Subject to Section 8(f), all rights not

expressly granted by Licensor are hereby reserved.

4. Restrictions. The license granted in Section 3 above is expressly

made subject to and limited by the following restrictions:

a. You may Distribute or Publicly Perform the Work only under the

terms of this License. You must include a copy of, or the Uniform

Resource Identifier (URI) for, this License with every copy of the Work

You Distribute or Publicly Perform. You may not offer or impose any

terms on the Work that restrict the terms of this License or the ability of

the recipient of the Work to exercise the rights granted to that recipient

under the terms of the License. You may not sublicense the Work. You

must keep intact all notices that refer to this License and to the

disclaimer of warranties with every copy of the Work You Distribute or

Publicly Perform. When You Distribute or Publicly Perform the Work, You

may not impose any effective technological measures on the Work that

restrict the ability of a recipient of the Work from You to exercise the

rights granted to that recipient under the terms of the License. This

Section 4(a) applies to the Work as incorporated in a Collection, but this

does not require the Collection apart from the Work itself to be made

subject to the terms of this License. If You create a Collection, upon

notice from any Licensor You must, to the extent practicable, remove

from the Collection any credit as required by Section 4(c), as requested.

If You create an Adaptation, upon notice from any Licensor You must, to

the extent practicable, remove from the Adaptation any credit as

required by Section 4(c), as requested.

b. You may Distribute or Publicly Perform an Adaptation only under

the terms of: (i) this License; (ii) a later version of this License with the

same License Elements as this License; (iii) a Creative Commons

jurisdiction license (either this or a later license version) that contains

the same License Elements as this License (e.g., Attribution-ShareAlike

3.0 US)); (iv) a Creative Commons Compatible License. If you license

Page 23: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1819

the Adaptation under one of the licenses mentioned in (iv), you must

comply with the terms of that license. If you license the Adaptation

under the terms of any of the licenses mentioned in (i), (ii) or (iii) (the

"Applicable License"), you must comply with the terms of the Applicable

License generally and the following provisions: (I) You must include a

copy of, or the URI for, the Applicable License with every copy of each

Adaptation You Distribute or Publicly Perform; (II) You may not offer or

impose any terms on the Adaptation that restrict the terms of the

Applicable License or the ability of the recipient of the Adaptation to

exercise the rights granted to that recipient under the terms of the

Applicable License; (III) You must keep intact all notices that refer to

the Applicable License and to the disclaimer of warranties with every

copy of the Work as included in the Adaptation You Distribute or Publicly

Perform; (IV) when You Distribute or Publicly Perform the Adaptation,

You may not impose any effective technological measures on the

Adaptation that restrict the ability of a recipient of the Adaptation from

You to exercise the rights granted to that recipient under the terms of

the Applicable License. This Section 4(b) applies to the Adaptation as

incorporated in a Collection, but this does not require the Collection

apart from the Adaptation itself to be made subject to the terms of the

Applicable License.

c. If You Distribute, or Publicly Perform the Work or any Adaptations

or Collections, You must, unless a request has been made pursuant to

Section 4(a), keep intact all copyright notices for the Work and provide,

reasonable to the medium or means You are utilizing: (i) the name of

the Original Author (or pseudonym, if applicable) if supplied, and/or if

the Original Author and/or Licensor designate another party or parties

(e.g., a sponsor institute, publishing entity, journal) for attribution

("Attribution Parties") in Licensor's copyright notice, terms of service or

by other reasonable means, the name of such party or parties; (ii) the

title of the Work if supplied; (iii) to the extent reasonably practicable,

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1820

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1821

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7. Termination

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1822

b. Subject to the above terms and conditions, the license granted

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the Work at any time; provided, however that any such election will not

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above.

8. Miscellaneous

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the parties to this agreement, such provision shall be reformed to the

minimum extent necessary to make such provision valid and

enforceable.

d. No term or provision of this License shall be deemed waived and

no breach consented to unless such waiver or consent shall be in writing

and signed by the party to be charged with such waiver or consent.

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1823

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1824

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About The Licenses

O que as nossas licenças fazem.

As licenças e ferramentas Creative Commons de direito autoral

estabelecem um equilíbrio dentro do tradicional "todos os direitos

reservados". Nossas ferramentas dão a todos, de criadores individuais a

grandes empresas e instituições, uma forma simples e padronizada para

conceder permissões de direitos de autor ao seu trabalho criativo. A

combinação de nossas ferramentas e nossos usuários é um vasto e

crescente "digital commons", um arcabouço de conteúdos que pode ser

copiado, distribuído, editado, remixado e dar origem a novas obras,

tudo dentro dos limites da lei de direitos autorais.

Contornos e justificativas das licenças.

Todas as licenças Creative Commons têm importantes características

em comum. Cada licença ajuda criadores - nós os chamamos de

licenciadores se eles usam nossas ferramentas - a manter seus direitos

autorais e, ao mesmo tempo, permitir que outros copiem, distribuam e

façam alguns usos da sua obra - pelo menos não comercialmente. Cada

licença Creative Commons também garante aos licenciadores obter o

crédito pelas suas obras. As licenças Creative Commons funcionam em

todo o mundo e duram enquanto vigorarem os direitos autorais (porque

elas são construídas com base nos direitos autorais). Estas

características comuns servem como linha de base, no topo das quais

licenciadores podem optar por conceder permissões adicionais quando

Page 29: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1825

decidirem como querem que a sua obra seja utilizada. A licenciante

Creative Commons responde a algumas perguntas simples para

escolher uma licença. Em primeiro lugar, "eu quero permitir o uso

comercial ou não?", e, em seguida, "eu quero permitir trabalhos

derivados ou não?". Se um licenciante decide permitir obras derivadas,

ele também pode optar por exigir que qualquer pessoa que usa o

trabalho – os licenciados – torne esse novo trabalho disponível sob os

termos da mesma licença. Chamamos essa ideia "Compartilha Igual", e

é um dos mecanismos que (se escolhido) ajuda os commons digitais a

crescem ao longo do tempo. Compartilhamento pela mesma licença é

inspirado na GNU General Public License, usado por muitos projetos de

software livre e open source.

As Licenças.

Atribuição - CC BY .

Essa licença. Para o uso internacional dos direitos autorais dessa obra.

Esta licença permite que outros distribuam remixem, adaptem e

construam sobre a sua obra, mesmo comercialmente, desde que lhe

deem crédito pela criação original. Esta é a licença mais aberta dentre

as oferecidas. Recomendado para ampla divulgação e utilização dos

materiais licenciados.

Page 30: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1826

Epigrafe.

“Ser professor é um privilégio... é semear em terreno sempre fértil e se

encantar com a colheita... é ser condutor de almas e de sonhos, é

lapidar diamantes"

(Gabriel Chalita)

Para obter o máximo de benefícios de seu tratamento com remédios, é

necessário usá-los corretamente. O consumo de remédios, mesmo

quando prescrito por médicos, deve seguir procedimentos específicos.

Além da automedicação, tomar o medicamento de forma inadequada

também oferece riscos à saúde. E, quando não chega a ser perigoso

para a saúde, isso pode, no mínimo, levar a resultados indesejados,

como o medicamento não funcionar como se espera (perda da eficácia

da fórmula). Nos casos mais graves, efeitos colaterais ou interações

medicamentosas inesperadas.

Alternativas.

Para muitas pessoas, tomar determinados remédios é um “sacrifício”.

Ou pelo gosto desagradável do medicamento, ou pelo seu formato,

muitos chegam até a sentir ânsias de vômito. Nesses casos, não há

problema em que a pessoa beba água após a ingestão deste

medicamento. O mais recomendado, no entanto, é buscar formas

diferenciadas de consumo. É o que os laboratórios fazem com os

remédios voltados para as crianças, sempre com essências e sabores

mais adocicados.

Page 31: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1827

FARMACOLOGIA APLICADA

Capítulo I

Farmacologia Introdução.

Page 32: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1828

FARMACOLOGIA.

A farmacologia (fármacon “droga”, e, derivado de - logos “palavra”,

“discurso”, sintetizado em “ciência” estuda as substâncias químicas que

interagem com os sistemas biológicos) Como ciência nasceu em meados

do século XIX. Se essas substâncias têm propriedades medicinais, elas

são referidas como "substâncias farmacêuticas". O campo abrange a

composição de medicamentos, propriedades, interações, toxicologia e

efeitos desejáveis para ser usados no tratamento de enfermidades. A

Farmacologia como ciência engloba o conhecimento da história, origem,

propriedades físicas e químicas, associações, efeitos bioquímicos e

fisiológicos, mecanismos de absorção, biotransformação e excreção dos

fármacos para seu uso terapêutico ou não. Qualquer substância que

atue no organismo vivo pode ser absorvida biologicamente, distribuída

pelos diferentes órgãos, sistemas ou espaços corporais, modificada por

processos químicos e finalmente eliminada. A farmacologia estuda estes

processos e a interação dos fármacos com o homem.

Os fármacos geralmente tem uma lipofília moderada, caso contrário

eles não conseguiriam penetrar através da membrana das células com

facilidade, e a via de excreção mais usada pelo organismo é a via renal,

através da urina, então geralmente os fármacos como são mais

apolares tendem a passar pelo processo de metabolização, que os torna

mais polares e passíveis de serem eliminados pela urina, mas aí o que

está sendo eliminado do organismo são os metabólitos do fármaco, já

não é mais o fármaco. Já os fármacos que são polares são eliminados

pela urina sem passar pela metabolização, e então o que está sendo

eliminado agora é o fármaco mesmo e não seus metabólitos (Destruti,

Ana Beatriz, et al, Senac, Introducao a Farmacologia, São Paulo: 1999;

Page, Clive P., et al, Harcourt, Farmacologia integrada; Guimarães,

Serafim; Moura, Daniel; da Silva, Patrício Soares; "Terapêutica

Medicamentosa e suas Bases Farmacológicas, 5ª Edição").

Page 33: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1829

Nos demais livros do autor, destinados a Formação de Profissionais para

exercer atividades de Auxiliar de Farmácia, notou-se certa carência de

conteúdos específicos para melhorar a qualidade do aprendizado.

Assim, surge essa série. Na oportunidade se apresenta um glossário

para a compreensão de conceitos nesse livro da série.

1. Fármaco – substâncias ativas com ação

terapêutica.

2. Medicamento: Portugal - “Toda a substância ou

composição com propriedades curativas ou preventivas

das doenças ou dos seus sintomas, do Homem ou do

animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico

ou a restaurar, corrigir ou modificar as funções

orgânicas.” (Dec.- lei 72/91 de 8 Fevereiro – Norma

Europeia portuguesa). Brasil – Art. 4º - Para efeitos

desta Lei, são adotados os seguintes conceitos: II -

Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente

obtido ou elaborado, com finalidade profilática,

curativa, paliativa ou para fins de

diagnóstico(Presidência da República - Casa Civil -

Subchefia para Assuntos Jurídicos - LEI No 5.991, DE

17 DE DEZEMBRO DE 1973. Dispõe sobre o Controle

Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos,

Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras

Providências – PALÁCIO do Governo – Brasília – DF

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5991.htm

Substância tóxica – capaz de causar danos, intensos,

Page 34: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1830

que a vida pode ser posta em risco – Morte ou sequelas

persistentes. P.ex: cianeto, organofosforados.

3. Formas farmacêuticas – preparação farmacêutica,

com o princípio ativo com outras substâncias,

excipientes e adjuvantes entre outros. P.ex:

comprimidos, cápsulas, elixires, óvulos, xaropes,

supositórios.

4. Excipiente – farmacologicamente inativo – p.ex:

propilenoglicol, Silicato de magnésio hidratado,

sorbitol, vaselina.

5. Adjuvante – permite absorção mais fácil ou facilita

ação.

6. Especialidade farmacêutica – medicamentos

fabricados industrialmente e introduzidos no mercado

com denominações e acondicionamentos próprios –

Autorização de Introdução Mercado (AIM).

7. Fórmulas magistrais – preparados na farmácia de

manipulação por farmacêutico, destinado a um

paciente específico.

8. Posologia - Como os medicamentos devem ser

dosados.

Divisões da farmacologia.

1. Farmacologia Geral: estuda os conceitos básicos e

comuns a todos os grupos de drogas.

2. Farmacologia Especial: estuda as drogas em

grupos que apresentam ações farmacológicas

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1831

semelhantes. Ex.: farmacologia das drogas

autonômicas (que atuam no SNC).

3. Farmacognosia: diz respeito à origem, métodos de

conservação, identificação e análise química dos

fármacos de origem vegetal e animal.

4. Farmácia: trata da preparação dos medicamentos

nas suas diferentes formas farmacêuticas (compridos,

cápsulas, supositórios, etc.), da sua conservação e

análise.

5. Farmacodinâmica: trata das ações farmacológicas

e dos mecanismos pelos quais os fármacos atuam (em

resumo, daquilo que os fármacos fazem ao organismo).

6. Farmacocinética: dizem respeito aos processos de

absorção, distribuição, biotransformação (e interações)

e excreção dos fármacos (em resumo, daquilo que o

organismo faz aos fármacos).

7. Farmacogenética: área em crescimento explosivo,

que trata das questões resultantes da influência da

constituição genética nas ações, na biotransformação e

na excreção dos fármacos e, inversamente, das

modificações que os fármacos podem produzir nos

genes do organismo que os recebe.

8. Toxicologia: diz respeito às ações tóxicas não só

dos fármacos usados como medicamentos, mas

também de agentes químicos que podem ser

causadores de intoxicações domésticas, ambientais ou

industriais.

Page 36: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1832

Para fins didáticos podemos conceituar Farmacologia como sendo o

seguimento cientifico que estuda os medicamentos (origem,

propriedades, composição, mecanismos de ação, absorção e

distribuição, eliminação e propriedades terapêuticas). Podemos

conceituar nessa linha de raciocínio as etapas:

I – Farmacoterapia - Aborda o uso dos fármacos na

prevenção e no tratamento de doenças. Estes

estimulam e deprimem a função bioquímica ou

fisiológica nos seres humanos, com o objetivo de

alterar favoravelmente a evolução do quadro.

I-1 - Definição de Fármaco - Qualquer agente químico

que afeta os processos de vida. A relação entre a dose

da droga administrada a um cliente e a utilidade que

esta droga tem no tratamento da doença do enfermo é

descrita por duas áreas básicas da farmacologia.

II - Farmacocinética e Farmacodinâmica - Do ponto de

vista operacional, esses termos podem ser definidos

como aquilo que o organismo faz com a droga

(farmacocinética) e o que a droga faz ao organismo

(farmacodinâmica).

II-1 - Farmacocinética: Aborda a absorção, a

distribuição, biotransformação, e a excreção dos

fármacos.

II-2- Farmacodinâmica: Estuda os efeitos bioquímicos

e fisiológicos dos fármacos e dos seus mecanismos de

ação. Utiliza os conceitos básicos da fisiologia,

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1833

bioquímica, biologia celular e molecular, microbiologia,

imunologia, genética e patologia. É peculiar porque

concentra a atenção nas características dos fármacos.

Page 38: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

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Page 47: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1843

Lipofília.

“... a lipofilia é característica físico-química de grande

interesse no estudo e planejamento de fármacos.”

Definições de lipofilia.

A lipofilia pode ser primariamente avaliada através da distribuição de

um soluto entre duas fases (geralmente solvente orgânico e água). O

primeiro estudo sistemático envolvendo a distribuição de um soluto

entre dois líquidos imiscíveis foi conduzido pelo químico francês

Marcellin Berthelot (1827-1907), em 1872, quando foram medidas as

concentrações presentes no equilíbrio entre Br2 e I2, distribuídos entre

dissulfeto de carbono e água; foram também medidas as concentrações

de vários ácidos orgânicos distribuídos em éter etílico e água. Deste

estudo já se estabelecera que a razão entre as concentrações dos

solutos presentes em cada fase permanece constante,

independentemente dos volumes relativos usados. Walther Hermann

Nernst - químico alemão (1864 – 1941) - relatou , em 1891, que a

distribuição de um soluto entre líquidos imiscíveis só poderia ser

considerada partição e com valor constante, se as espécies

permanecessem neutras e não associadas umas às outras.

Moderna e atualmente o termo lipofilia (lipophilicity, em inglês)

conforme a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC),

e como no geral usado por químicos medicinais, significa:

“representação da afinidade de uma molécula ou de um fragmento por

ambiente lipofílico. É comumente medida por seu comportamento de

distribuição em um sistema bifásico, seja líquido-líquido (e.g.

coeficiente de partição em octanol/água) ou sólido-líquido (retenção por

métodos cromatográficos diversos)”. É importante a diferenciação

conceitual deste de outro termo, hidrofobia (hidrophobicity, em inglês;

ou alternativamente efeito hidrofóbico), que é erroneamente usado

como sinônimo: ”associação de grupamentos ou moléculas apolares em

Page 48: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1844

um ambiente aquoso que se origina da tendência da água excluir

moléculas apolares”. A lipofilia pode ser expressa quantitativamente

(Equação 1) pelo coeficiente de partição, ou log P, que pode ser

definido como o logaritmo da concentração de equilíbrio de espécies

monoméricas de um composto na fase orgânica, dividido pela

concentração da mesma espécie na forma neutra, presente na fase

aquosa:

log P = log ([composto]org / [composto]água)

(Equação 1)

Na verdade, a importância da lipofilia para a análise de relações entre

estrutura molecular e atividade biológica se deve ao fato de que na

maioria dos casos, a estrutura e o funcionamento de uma série de

sistemas biológicos estão intimamente relacionados com propriedades

lipofílicas de seus componentes moleculares como:

a) as interações primárias lipídicas que influenciam a

estrutura dos sistemas biológicos e acarretam a

compartimentalização em organelas celulares;

b) os processos de transporte e distribuição nos

sistemas biológicos, pois a membrana de dupla camada

facilita a entrada de substâncias lipofílicas com baixa

massa molecular e previne a difusão livre de moléculas

polares com certo grau de seletividade.

Além do mais, a lipofilia tem papel fundamental nas interações enzima-

substrato, antígeno-anticorpo e outras interações como as de

hormônios, de neurotransmissores e de modificadores de processos

celulares. Assim, pode-se concluir que a lipofilia é característica físico-

química de grande interesse no estudo e planejamento de fármacos.

Page 49: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1845

A grande importância da lipofilia e da determinação de coeficiente de

partição (log P) para o planejamento de novos fármacos, sendo que

realmente a própria história da Química Medicinal é marcada pela

descoberta da grande influência do fator lipofílico na atividade biológica.

Grupos de pesquisas o LASELORG-QUIM (Laboratório de Síntese-

Eletrossíntese Orgânica e Química Medicinal) tem investigado e

comprovado a influência da lipofilia nas atividades antifúngica e

antitumoral de diversas classes de compostos inéditos. Além do mais,

tem-se estudado a aplicabilidade de diversas metodologias para a

quantificação adequada e a correlação da lipofilia com a atividade

farmacológica observada por três formas diferentes:

a) por medida direta (exemplo mais comum: o método

“shake-flask”);

b) por cálculos teóricos/ métodos computacionais;

c) por medida indireta (metodologia mais comum:

métodos cromatográficos como a cromatografia líquida

de alta eficiência e a cromatografia de camada

delgada).

Page 50: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

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Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela

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Contudo, o usuário não poderá utilizar o conteúdo com finalidades

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Page 55: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1851

Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos,

Insumos Farmacêuticos e Correlatos.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1973.

Regulamento

Dispõe sobre o Controle Sanitário do

Comércio de Drogas, Medicamentos,

Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e

dá outras Providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I - Disposições Preliminares

Art. 1º - O controle sanitário do comércio de drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, em

todo o território nacional, rege-se por esta Lei.

Art. 2º - As disposições desta Lei abrangem as unidades

congêneres que integram o serviço público civil e militar

da administração direta e indireta, da União, dos Estados,

do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios e

demais entidades paraestatais, no que concerne aos

conceitos, definições e responsabilidade técnica.

Art. 3º - Aplica-se o disposto nesta Lei às unidades de

dispensação das instituições de caráter filantrópico ou

beneficente, sem fins lucrativos.

Page 56: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1852

Art. 4º - Para efeitos desta Lei, são adotados os seguintes

conceitos:

I - Droga - substância ou matéria-prima que tenha a

finalidade medicamentosa ou sanitária;

II - Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente

obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa,

paliativa ou para fins de diagnóstico;

III - Insumo Farmacêutico - droga ou matéria-prima

aditiva ou complementar de qualquer natureza, destinada

a emprego em medicamentos, quando for o caso, e seus

recipientes;

IV - Correlato - a substância, produto, aparelho ou

acessório não enquadrado nos conceitos anteriores, cujo

uso ou aplicação esteja ligado à defesa e proteção da

saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de

ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os

cosméticos e perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos,

óticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários;

V - Órgão sanitário competente - órgão de fiscalização do

Ministério da Saúde, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Territórios e dos Municípios;

VI - Laboratório oficial - o laboratório do Ministério da

Saúde ou congênere da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Territórios, com competência delegada

através de convênio ou credenciamento, destinado à

análise de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos

e correlatos;

VII - Análise fiscal - a efetuada em drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,

Page 57: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1853

destinada a comprovar a sua conformidade com a fórmula

que deu origem ao registro;

VIII - Empresa - pessoa física ou jurídica, de direito

público ou privado, que exerça como atividade principal

ou subsidiária o comércio, venda, fornecimento e

distribuição de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos, equiparando-se à mesma,

para os efeitos desta Lei, as unidades dos órgãos da

administração direta ou indireta, federal, estadual, do

Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e

entidades paraestatais, incumbidas de serviços

correspondentes;

IX - Estabelecimento - unidade da empresa destinada ao

comércio de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos;

X - Farmácia - estabelecimento de manipulação de

fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,

compreendendo o de dispensação e o de atendimento

privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra

equivalente de assistência médica;

XI - Drogaria - estabelecimento de dispensação e

comércio de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais;

XII - Ervanaria - estabelecimento que realize dispensação

de plantas medicinais;

XIII - Posto de medicamentos e unidades volante -

estabelecimento destinado exclusivamente à venda de

medicamentos industrializados em suas embalagens

originais e constantes de relação elaborada pelo órgão

sanitário federal, publicada na imprensa oficial, para

Page 58: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1854

atendimento a localidades desprovidas de farmácia ou

drogaria;

XIV - Dispensário de medicamentos - setor de

fornecimento de medicamentos industrializados, privativo

de pequena unidade hospitalar ou equivalente;

XV - Dispensação - ato de fornecimento ao consumidor de

drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos, a título remunerado ou não;

XVI - Distribuidor, representante, importador e exportador

- empresa que exerça direta ou indiretamente o comércio

atacadista de drogas, medicamentos em suas embalagens

originais, insumos farmacêuticos e de correlatos;

XVII - Produto dietético - produto tecnicamente elaborado

para atender às necessidades dietéticas de pessoas em

condições fisiológicas especiais.

XVIII - Supermercado - estabelecimento que comercializa,

mediante auto-serviço, grande variedade de mercadorias,

em especial produtos alimentícios em geral e produtos de

higiene e limpeza; (Incluído pela Lei nº 9.069 de 1995)

XIX - Armazém e empório - estabelecimento que

comercializa, no atacado ou no varejo, grande variedade

de mercadorias e, de modo especial, gêneros alimentícios

e produtos de higiene e limpeza; (Incluído pela Lei nº

9.069 de 1995)

XX - Loja de conveniência e "drugstore" - estabelecimento

que, mediante auto-serviço ou não, comercializa diversas

mercadorias, com ênfase para aquelas de primeira

necessidade, dentre as quais alimentos em geral,

produtos de higiene e limpeza e apetrechos domésticos,

podendo funcionar em qualquer período do dia e da noite,

Page 59: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1855

inclusive nos domingos e feriados; (Incluído pela Lei nº

9.069 de 1995)

CAPÍTULO II - Do Comércio Farmacêutico

Art. 5º - O comércio de drogas, medicamentos e de

insumos farmacêuticos é privativo das empresas e dos

estabelecimentos definidos nesta Lei.

§ 1º - O comércio de determinados correlatos, tais como,

aparelhos e acessórios, produtos utilizados para fins

diagnósticos e analíticos, odontológicos, veterinários, de

higiene pessoal ou de ambiente, cosméticos e perfumes,

exercido por estabelecimentos especializados, poderá ser

extensivo às farmácias e drogarias, observado o disposto

em lei federal e na supletiva dos Estados, do Distrito

Federal e dos Territórios.

§ 2º - A venda de produtos dietéticos será realizada nos

estabelecimentos de dispensação e, desde que não

contenham substâncias medicamentosas, pelos do

comércio fixo.

Art. 6º - A dispensação de medicamentos é privativa de:

a) farmácia;

b) drogaria;

c) posto de medicamento e unidade volante;

d) dispensário de medicamentos.

Parágrafo único. Para atendimento exclusivo a seus

usuários, os estabelecimentos hoteleiros e similares

poderão dispor de medicamentos anódinos, que não

dependam de receita médica, observada a relação

elaborada pelo órgão sanitário federal.

Page 60: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1856

Art. 7º - A dispensação de plantas medicinais é privativa

das farmácias e ervanarias, observados o

acondicionamento adequado e a classificação botânica.

Art. 8º - Apenas poderão ser entregues à dispensação

drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos que obedeçam aos padrões de qualidade

oficialmente reconhecidos.

CAPÍTULO III - Da Farmácia Homeopática

Art. 9º - O comércio de medicamentos homeopáticos

obedecerá às disposições desta Lei, atendidas as suas

peculiaridades.

Art. 10 - A farmácia homeopática só poderá manipular

fórmulas oficinais e magistrais, obedecida a farmaco-

técnica homeopática.

Parágrafo único. A manipulação de medicamentos

homeopáticos não constantes das farmacopéias ou dos

formulários homeopáticos depende de aprovação do órgão

sanitário federal.

Art. 11 - O Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e

Farmácia baixará instruções sobre o receituário,

utensílios, equipamentos e relação do estoque mínimo de

produtos homeopáticos.

Art. 12 - É permitido às farmácias homeopáticas manter

seções de vendas de correlatos e de medicamentos não

homeopáticos quando apresentados em suas embalagens

originais.

Art. 13 - Dependerá da receita médica a dispensação de

medicamentos homeopáticos, cuja concentração de

Page 61: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1857

substância ativa corresponda às doses máximas

farmacologicamente estabelecidas.

Art. 14 - Nas localidades desprovidas de farmácia

homeopática, poderá ser autorizado o funcionamento de

posto de medicamentos homeopáticos ou a dispensação

dos produtos em farmácia alopática.

CAPÍTULO IV - Da Assistência e Responsabilidade Técnicas

Art. 15 - A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente,

a assistência de técnico responsável, inscrito no Conselho

Regional de Farmácia, na forma da lei.

§ 1º - A presença do técnico responsável será obrigatória

durante todo o horário de funcionamento do

estabelecimento.

§ 2º - Os estabelecimentos de que trata este artigo

poderão manter técnico responsável substituto, para os

casos de impedimento ou ausência do titular.

§ 3º - Em razão do interesse público, caracterizada a

necessidade da existência de farmácia ou drogaria, e na

falta do farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização

local licenciará os estabelecimentos sob a

responsabilidade técnica de prático de farmácia, oficial de

farmácia ou outro, igualmente inscrito no Conselho

Regional de Farmácia, na forma da lei.

Art. 16 - A responsabilidade técnica do estabelecimento

será comprovada por declaração de firma individual, pelos

estatutos ou contrato social, ou pelo contrato de trabalho

do profissional responsável.

§ 1º - Cessada a assistência técnica pelo término ou

alteração da declaração de firma individual, contrato

Page 62: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1858

social ou estatutos da pessoa jurídica ou pela rescisão do

contrato de trabalho, o profissional responderá pelos atos

praticados durante o período em que deu assistência ao

estabelecimento.

§ 2º - A responsabilidade referida no § anterior substituirá

pelo prazo de um ano a contar da data em que o sócio ou

empregado cesse o vínculo com a empresa.

Art. 17 - Somente será permitido o funcionamento de

farmácia e drogaria sem a assistência do técnico

responsável, ou do seu substituto, pelo prazo de até trinta

dias, período em que não serão aviadas fórmulas

magistrais ou oficiais nem vendidos medicamentos

sujeitos a regime especial de controle.

Art. 18 - É facultado à farmácia ou drogaria manter

serviço de atendimento ao público para aplicação de

injeções a cargo de técnico habilitado, observada a

prescrição médica.

§ 1º - Para efeito deste artigo o estabelecimento deverá

ter local privativo, equipamento e acessório apropriados, e

cumprir os preceitos sanitários pertinentes.

§ 2º - A farmácia poderá manter laboratório de análises

clínicas, desde que em dependência distinta e separada, e

sob a responsabilidade técnica do farmacêutico

bioquímico.

Art. 19. Não dependerá de assistência técnica e

responsabilidade profissional o posto de medicamentos e

a unidade volante.

Art. 19 - Não dependerão de assistência técnica e

responsabilidade profissional o posto de medicamentos, a

unidade volante e o supermercado, o armazém e o

Page 63: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1859

empório, a loja de conveniência e a "drugstore". (Redação

dada pela Lei nº 9.069 de 1995)

Art. 20 - A cada farmacêutico será permitido exercer a

direção técnica de, no máximo, duas farmácias, sendo

uma comercial e uma hospitalar.

CAPÍTULO V - Do Licenciamento

Art. 21 - O comércio, a dispensação, a representação ou

distribuição e a importação ou exportação de drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos será

exercido somente por empresas e estabelecimentos

licenciados pelo órgão sanitário competente dos Estados,

do Distrito Federal e dos Territórios, em conformidade

com a legislação supletiva a ser baixada pelos mesmos,

respeitadas as disposições desta Lei.

Art. 22 - O pedido da licença será instruído com:

a) prova de constituição da empresa;

b) prova de relação contratual entre a empresa e seu

responsável técnico, quando for o caso;

c) prova de habilitação legal do responsável técnico,

expedida pelo Conselho Regional de Farmácia.

Art. 23 - São condições para a licença:

a) localização conveniente, sob o aspecto sanitário;

b) instalações independentes e equipamentos que a

satisfaçam aos requisitos técnicos adequados à

manipulação e comercialização pretendidas;

Page 64: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1860

c) assistência de técnico responsável, de que trata o Art.

15 e seus parágrafos, ressalvadas as exceções previstas

nesta Lei.

Parágrafo único. A legislação supletiva dos Estados, do

Distrito Federal e dos Territórios poderá reduzir as

exigências sobre a instalação e equipamentos, para o

licenciamento de estabelecimentos destinados à

assistência farmacêutica no perímetro suburbano e zona

rural.

Art. 24 - A licença, para funcionamento do

estabelecimento, será expedida após verificação da

observância das condições fixadas nesta Lei e na

legislação supletiva.

Art. 25 - A licença é válida pelo prazo de um ano e será

revalidada por períodos iguais e sucessivos.

Parágrafo único. A revalidação deverá ser requerida até

cento e vinte dias antes do término de sua vigência.

Parágrafo único. A revalidação de licença deverá ser

requerida nos primeiros 120 (cento e vinte) dias de cada

exercício. (Redação dada pela Lei nº 6.318 de 1975)

Art. 26 - A revalidação somente será concedida após a

verificação do cumprimento das condições sanitárias

exigidas para o licenciamento do estabelecimento, através

de inspeção.

Art. 27 - A transferência da propriedade e a alteração da

razão social ou do nome do estabelecimento não

interromperá o prazo de validade da licença, sendo porém

obrigatória a comunicação das alterações referidas e a

apresentação dos atos que as comprovem, para

averbação.

Page 65: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1861

Art. 28 - A mudança do estabelecimento para local diverso

do previsto no licenciamento dependerá de licença prévia

do órgão sanitário competente e do atendimento das

normas exigidas para o licenciamento.

Art. 29 - O posto de medicamentos de que trata o item

XIII, do Art. 4, terá as condições de licenciamento

estabelecidas na legislação supletiva dos Estados, do

Distrito Federal e dos Territórios.

Art. 30 - A fim de atender às necessidades e

peculiaridades de regiões desprovidas de farmácia,

drogaria e posto de medicamentos consoante legislação

supletiva dos Estados, do Distrito Federal e dos

Territórios, o órgão sanitário competente poderá licenciar

unidade volante para a dispensação de medicamentos,

constantes de relação elaborada pelo Serviço Nacional de

Fiscalização da Medicina e Farmácia.

§ 1º - A dispensação será realizada em meios de

transportes terrestres, marítimos, fluviais, lacustres ou

aéreos, que possuam condições adequadas à guarda dos

medicamentos.

§ 2º - A licença prevista neste artigo será concedida a

título provisório e cancelada tão logo se estabeleça uma

farmácia na região.

Art. 31 - Para o efeito de controle estatístico o órgão

sanitário competente dos Estados, do Distrito Federal e

dos Territórios enviará ao Serviço Nacional de Fiscalização

da Medicina e Farmácia do Ministério da Saúde,

anualmente, até 30 de junho, a relação numérica dos

licenciamentos, das revalidações e baixas concedidas às

empresas e estabelecimentos de que trata o Art. 21.

Page 66: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1862

Art. 32 - As licenças poderão ser suspensas, cassadas, ou

canceladas no interesse da saúde pública, mediante

despacho fundamentado da autoridade competente,

assegurado o direito de defesa em processo

administrativo, instaurado pelo órgão sanitário.

Art. 33 - O estabelecimento de dispensação que deixar de

funcionar por mais de cento e vinte dias terá sua licença

cancelada.

Art. 34 - Os estabelecimentos referidos nos itens X e XI,

do Art. 4 desta Lei, poerão manter sucursais e filiais que,

para efeito de licenciamento, instalação e

responsabilidade serão considerados como autônomos.

CAPÍTULO VI - Do Receituário

Art. 35 - Somente será aviada a receita:

a) que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e

de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema

de pesos e medidas oficiais;

b) que contiver o nome e o endereço residencial do

paciente e, expressamente, o modo de usar a medicação;

c) que contiver a data e a assinatura do profissional,

endereço do consultório ou da residência, e o número de

inscrição no respectivo Conselho profissional.

Parágrafo único. O receituário de medicamentos

entorpecentes ou a estes equiparados e os demais sob

regime de controle, de acordo com a sua classificação,

obedecerá às disposições da legislação federal específica.

Page 67: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1863

Art. 36 - A receita de medicamentos magistrais e oficinais,

preparados na farmácia, deverá ser registrada em livro de

receituário.

§ 1o É vedada a captação de receitas contendo

prescrições magistrais e oficinais em drogarias, ervanárias

e postos de medicamentos, ainda que em filiais da mesma

empresa, bem como a intermediação entre

empresas. (Incluído pela Lei nº 11.951, de 2009)

§ 2o É vedada às farmácias que possuem filiais a

centralização total da manipulação em apenas 1 (um) dos

estabelecimentos. (Incluído pela Lei nº 11.951, de 2009)

Art. 37 - A farmácia, a drogaria e o dispensário de

medicamentos terão livro, segundo modelo oficial,

destinado ao registro do receituário de medicamentos sob

regime de controle sanitário especial.

Parágrafo único. O controle do estoque dos produtos de

que trata o presente artigo será feito mediante registro

especial, respeitada a legislação específica para os

entorpecentes e os a estes equiparados, e as normas

baixadas pelo Serviço Nacional de Fiscalização da

Medicina e Farmácia.

Art. 38 - A farmácia e a drogaria disporão de rótulos

impressos para uso nas embalagens dos produtos

aviados, deles constando o nome e endereço do

estabelecimento, o número da licença sanitária, o nome

do responsável técnico e o número do seu registro no

Conselho Regional de Farmácia.

Parágrafo único. Além dos rótulos a que se refere o

presente artigo, a farmácia terá impressos com os

dizeres: "Uso Externo", "Uso Interno", "Agite quando

Usar", "Uso Veterinário" e "Veneno".

Page 68: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1864

Art. 39 - Os dizeres da receita serão transcritos

integralmente no rótulo aposto ao continente o invólucro

do medicamento aviado, com a data de sua manipulação,

número de ordem do registro de receituário, nome do

paciente e do profissional que a prescreveu.

Parágrafo único. O responsável técnico pelo

estabelecimento rubricará os rótulos das fórmulas aviadas

e bem assim a receita correspondente para devolução ao

cliente ou arquivo, quando for o caso.

Art. 40 - A receita em código, para aviamento na farmácia

privativa da instituição, somente poderá ser prescrita por

profissional vinculado à unidade hospitalar.

Art. 41 - Quando a dosagem do medicamento prescrito

ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição

apresentar incompatibilidades, o responsável técnico pelo

estabelecimento solicitará confirmação expressa ao

profissional que a prescreveu.

Art. 42 - Na ausência do responsável técnico pela

farmácia ou de seu substituto, será vedado o aviamento

de fórmula que dependa de manipulação na qual figure

substância sob regime de controle sanitário especial.

Art. 43 - O registro do receituário e dos medicamentos

sob regime de controle sanitário especial não poderá

conter rasuras, emendas ou irregularidades que possam

prejudicar a verificação da sua autenticidade.

CAPÍTULO VII - Da Fiscalização

Art. 44 - Compete aos órgãos de fiscalização sanitária dos

Estados, do Distrito Federal e dos Territórios a fiscalização

dos estabelecimentos de que trata esta Lei, para a

Page 69: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1865

verificação das condições de licenciamento e

funcionamento.

§ 1º - A fiscalização nos estabelecimentos de que trata o

Art. 2 obedecerá aos mesmos preceitos fixados para o

controle sanitário dos demais.

§ 2º - Na hipótese de ser apurada infração ao disposto

nesta Lei e demais normas pertinentes, os responsáveis

ficarão sujeitos às sanções previstas na legislação penal e

administrativa, sem prejuízo da ação disciplinar

decorrente do regime jurídico a que estejam submetidos.

Art. 45 - A fiscalização sanitária das drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos será

exercida nos estabelecimentos que os comerciem, pelos

Estados, Distrito Federal e Territórios, através de seus

órgãos competentes.

Art. 46 - No caso de dúvida quanto aos rótulos, bulas e ao

acondicionamento de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos, a fiscalização apreenderá duas

unidades de produto, das quais uma será remetida para

exame no órgão sanitário competente, ficando a outra em

poder do detentor do produto, lavrando-se o termo de

apreensão, em duas vias, que será assinado pelo agente

fiscalizador e pelo responsável técnico pelo

estabelecimento, ou seu substituto eventual e, na

ausência deste, por duas testemunhas.

Parágrafo único. Constatada a irregularidade pelo órgão

sanitário competente, será lavrado auto de infração,

aplicando-se as disposições constantes do Decreto-Lei

número 785, de 25 de agosto de 1969.

Art. 47 - Para efeito de análise fiscal, proceder-se-á,

periodicamente, à colheita de amostras dos produtos e

Page 70: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1866

materiais, nos estabelecimentos compreendidos nesta Lei,

devendo a autoridade fiscalizadora, como medida

preventiva, em caso de suspeita de alteração ou fraude,

interditar o estoque existente no local, até o prazo

máximo de sessenta dias, findo os quais o estoque ficará

automaticamente liberado, salvo se houver notificação em

contrário.

§ 1º - No caso de interdição do estoque, a autoridade

fiscalizadora lavrará o auto de interdição correspondente,

que assinará, com o representante legal da empresa e o

possuidor ou detentor do produto, ou seu substituto legal

e, na ausência ou recusa destes, por duas testemunhas,

especificado no auto a natureza e demais características

do produto interditado e o motivo da interdição.

§ 2º - A mercadoria interditada não poderá ser dada a

consumo, desviada, alterada ou substituída no todo ou em

parte, sob pena de ser apreendida, independentemente da

ação penal cabível.

§ 3º - Para análise fiscal serão colhidas amostras que

serão colocadas em quatro invólucros, lavrando a

autoridade fiscalizadora o auto de apreensão, em quatro

vias, que será assinado pelo autuante, pelo representante

legal da empresa, pelo possuidor ou detentor do produto,

ou seu substituto legal, e, na ausência ou recusa destes,

por duas testemunhas, especificado no auto a natureza e

outras características do material apreendido.

§ 4º - O número de amostras será limitado à quantidade

necessária e suficiente às análises e exames.

§ 5º - Dos quatro invólucros, tornados individualmente

invioláveis e convenientemente autenticados, no ato de

apreensão, um ficará em poder do detentor do produto,

Page 71: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1867

com a primeira via do respectivo auto para efeito de

recursos; outro será remetido ao fabricante com a

segunda via do auto para defesa, em caso de

contraprova; o terceiro será enviado, no prazo máximo de

cinco dias, ao laboratório oficial, com a terceira via do

auto de apreensão para a análise fiscal e o quarto ficará

em poder da autoridade fiscalizadora, que será

responsável pela integridade e conservação da amostra.

§ 6º - O laboratório oficial terá o prazo de trinta dias,

contados da data do recebimento da amostra, para

efetuar a análise e os exames.

§ 7º - Quando se tratar de amostras de produtos

perecíveis em prazo inferior ao estabelecido no § anterior,

a análise deverá ser feita de imediato.

§ 8 - O prazo previsto no § 6º poderá ser prorrogado,

excepcionalmente, até quinze dias, por razões técnicas

devidamente justificadas.

Art. 48 - Concluída a análise fiscal, o laboratório oficial

remeterá imediatamente o laudo respectivo à autoridade

fiscalizadora competente, que procederá de acordo com a

conclusão do mesmo.

§ 1º - Se o resultado da análise fiscal não comprovar

alteração do produto, este será desde logo liberado.

§ 2º - Comprovada a alteração, falsificação, adulteração

ou fraude, será lavrado, de imediato, auto de infração e

notificada a empresa para início do processo.

§ 3º - O indiciado terá o prazo de dez dias, contados da

notificação, para apresentar defesa escrita ou contestar o

resultado da análise, requerendo, na seguinte hipótese,

perícia de contraprova.

Page 72: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1868

§ 4º - A notificação do indiciado será feita por intermédio

de funcionário lotado no órgão sanitário competente ou

mediante registro postal e, no caso de não ser localizado

ou encontrado, por meio de edital publicado no órgão

oficial de divulgação.

§ 5 - Decorrido o prazo de que trata o § 3º deste artigo,

sem que o notificado apresente defesa ou contestação ao

resultado da análise, o laudo será considerado definitivo e

proferida a decisão pela autoridade sanitária competente,

consoante o disposto no Decreto-Lei número 785, de 25

de agosto de 1969.

Art. 49 - A perícia de contraprova será realizada no

laboratório oficial que expedir o laudo condenatório, com

a presença do perito que efetuou a análise fiscal, do perito

indicado pela empresa e do perito indicado pelo órgão

fiscalizador, utilizando-se as amostras constantes do

invólucro em poder do detentor.

§ 1º - A perícia de contraprova será iniciada até quinze

dias após o recebimento da defesa apresentada pelo

indiciado, e concluída nos quinze dias subseqüentes, salvo

se condições técnicas exigirem prazo maior.

§ 2º - Na data fixada para a perícia de contraprova, o

perito do indiciado apresentará o invólucro de amostras

em seu poder.

§ 3º - A perícia de contraprova não será realizada se

houver indício de alteração ou violação dos invólucros,

lavrando-se ata circunstanciada sobre o fato, assinada

pelos peritos.

§ 4º - Na hipótese do § anterior, prevalecerá, para todos

os efeitos, o laudo de análise fiscal condenatória.

Page 73: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1869

§ 5º - Aos peritos serão fornecidos todos os informes

necessários à realização da perícia de contraprova.

§ 6º - Aplicar-se-á à perícia de contraprova o mesmo

método de análise empregado na análise fiscal

condenatória, podendo, porém, ser adotado outro método

de reconhecida eficácia, se houver concordância dos

peritos.

§ 7º - Os peritos lavrarão termo e laudo do ocorrido na

perícia de contraprova, que ficarão arquivados no

laboratório oficial, remetendo sua conclusão ao órgão

sanitário de fiscalização.

Art. 50 - Confirmado pela perícia de contraprova o

resultado da análise fiscal condenatória, deverá a

autoridade sanitária competente, ao proferir a sua

decisão, determinar a inutilização do material ou produto,

substância ou insumo, objeto de fraude, falsificação ou

adulteração, observado o disposto no Decreto-Lei número

785, de 25 de agosto de 1969.

Art. 51 - Em caso de divergência entre os peritos quanto

ao resultado da análise fiscal condenatória ou discordância

entre os resultados dessa última com a da perícia de

contraprova, caberá recurso da parte interessada ou do

perito responsável pela análise condenatória à autoridade

competente, devendo esta determinar a realização de

novo exame pericial sobre a amostra em poder do

laboratório oficial de controle.

§ 1º - O recurso de que trata este artigo deverá ser

interposto no prazo de dez dias, contados da data da

conclusão da perícia de contraprova.

Page 74: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1870

§ 2º - A autoridade que receber o recurso deverá decidir

sobre o mesmo no prazo de dez dias, contados da data do

seu recebimento.

§ 3º - Esgotado o prazo referido no § 2, sem decisão do

recurso, prevalecerá o resultado da perícia de

contraprova.

Art. 52 - Configurada infração por inobservância de

preceitos ético- profissionais, o órgão fiscalizador

comunicará o fato ao Conselho Regional de Farmácia da

jurisdição.

Art. 53 - Não poderá ter exercício nos órgãos de

fiscalização sanitária o servidor público que for sócio ou

acionista de qualquer categoria, ou que prestar serviços a

empresa ou estabelecimento que explore o comércio de

drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos.

CAPÍTULO VIII - Disposições Finais e Transitórias

Art. 54 - O Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e

Farmácia baixará normas sobre:

a) a padronização do registro do estoque e da venda ou

dispensação dos medicamentos sob controle sanitário

especial, atendida a legislação pertinente;

b) os estoques mínimos de determinados medicamentos

nos estabelecimentos de dispensação, observado o quadro

nosológico local;

c) os medicamentos e materiais destinados a atendimento

de emergência, incluídos os soros profiláticos.

Page 75: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1871

Art. 55 - É vedado utilizar qualquer dependência da

farmácia ou da drogaria como consultório, ou outro fim

diverso do licenciamento.

Art. 56 - As farmácias e drogarias são obrigadas a

plantão, pelo sistema de rodízio, para atendimento

ininterrupto à comunidade, consoante normas a serem

baixadas pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e

Municípios.

Art. 57 - Os práticos e oficiais de farmácia, habilitados na

forma da lei, que estiverem em plena atividade e

provarem manter a propriedade ou co-propriedade de

farmácia em 11 de novembro de 1960, serão

provisionados pelo Conselho Federal e Conselhos

Regionais de Farmácia para assumir a responsabilidade

técnica do estabelecimento.

§ 1º - O prático e o oficial de farmácia nas condições

deste artigo não poderão exercer outras atividades

privativas da profissão de farmacêutico.

§ 2º - O provisionamento de que trata este artigo será

efetivado no prazo máximo de noventa dias, a contar da

data de entrada do respectivo requerimento, devidamente

instruído.

Art. 58 - Ficam revogados os Decretos do Governo

Provisório números 19.606, de 19 de janeiro de

1931; 20.627, de 9 de novembro de 1931, que retificou o

primeiro;20.377, de 8 de setembro de 1931, ressalvados

seus artigos 2 e 3, e a Lei número 1.472, de 22 de

novembro de 1951.

Art. 59 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua

publicação, revogadas as disposições em contrário.

Page 76: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1872

Brasília, 17 de dezembro de 1973; 152º da Independência

e 85º da República.

EMÍLIO G. MÉDICI

Mário Lemos. Este Texto não substitui o publicado no DOU

de 19.12.1973 e retificado em 21.12.1973.

Page 77: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1873

Conceitos fundamentais.

Fármaco.

Anteriormente, a extração de Fármacos era realizada somente através

de materiais vegetais ou minerais, sem conhecimento da causa da

doença ou de que forma essas substâncias utilizadas faziam seu efeito

de cura. Especulações era demais, exemplo: Paracelso (pseudônimo de

Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim) adotou a

teoria da Doutrina da Assinatura, que dizia que Deus formulava a cura

de uma doença indicando um sinal comparativo. Por exemplo, era o

formato da flor de verônica um olho, então a verônica funcionava no

combate de tratamento de doenças oculares. Depois do século XIX,

iniciou-se a substituição dos fármacos naturais pelos sintéticos,

descobertas ao acaso, triagem empírica, modificação molecular,

introdução de grupos volumosos, alteração de estado eletrônico, entre

outros.

Fármaco (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida;

propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria

função. Ofármaco designa qualquer composto químico que seja utilizada

com fim medicinal, o que torna a sua distinção de medicamento

bastante sutil. Há uma grande confusão, entre definições de droga e

fármaco. Nas monografias em língua estrangeira, em Inglês, por

exemplo, o uso do termo "drug" está sendo usado na função de

fármaco. E essa mesma palavra "drug" pode ser ainda utilizada, em

outras circuntancias como Drogas Ilícitas, exemplos: Haxixe, maconha,

entre outras. Assim, nas últimas décadas a expressão droga se vincula

a conotação de substâncias ilícitas, com uso abusivo e danoso à saúde.

E o fármaco, expressaõ adotada para designar, num sentido lato,

qualquer substância com atividade endógena ou farmacológica. Um

remédio é qualquer substância ou recurso utilizado para obter cura ou

alívio. Diferentemente de fármaco, a substância utilizada não necessita

Page 78: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1874

ser conhecida quimicamente. Já medicamento, tem uso mais estrito a

composição excipientes+fármacos, vendidos em farmácias e drogarias,

utilizados na cura, prevenção e profilaxia, com uma série de regras e

testes de qualidade que devem ser realizados para comprovar sua

eficácia.

Exemplos de remédios: Banho; Massagem; Chás caseiros;

Alimentação saudável; Uso de ervas e Suplementos alimentares.

Resumindo: Fármaco deriva do termo grego phárn, que tanto pode

significar veneno como remédio. Na terminologia farmacêutica fármaco

designa uma substância química conhecida e de estrutura química

definida dotada de propriedade farmacológica. Em termos correntes, a

palavra fármaco designa todas as substâncias utilizadas em Farmácia e

com ação farmacológica, ou pelo menos com interesse de uso médico.

Por convenção, substâncias inertes (como excipientes) não são

consideradas fármacos. Pode ser definido como uma substância

química que interage com uma parte do corpo para alterar um processo

fisiológico ou bioquímico existente. Pode diminuir ou aumentar a função

de um órgão, tecido ou célula, mas não pode criar novas funções para

eles.

Conceitos importantes para compreensão de definições postas no e-

book:

Estudo dos fármacos: fonte, solubilidade,

absorção, destino no organismo,

mecanismo de ação, efeito, reação adversa

(RAM).

Medicamento (medicamentum = remédio):

fármaco com propriedades benéficas,

comprovadas cientificamente.

Page 79: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1875

Todo medicamento é um fármaco, mas nem

todo fármaco é um medicamento.

Droga (drug = remédio, medicamento,

droga): substância que modifica a função.

Fisiológica com ou sem intenção benéfica.

Remédio (re = novamente; medior =

curar): substância animal, vegetal, mineral

ou sintética; procedimento (ginástica,

massagem, acupuntura, banhos); fé ou

crença; influência: usados com intenção

benéfica.

Placebo (placeo = agradar): tudo o que é

feito com intenção benéfica para aliviar o

sofrimento:

fármaco/medicamento/droga/remédio (em

concentração pequena ou mesmo na sua

ausência), a figura do médico (feiticeiro).

Nocebo: efeito placebo negativo. O

"medicamento" piora a saúde.

Divisões da farmacologia

Farmacodinâmica: mecanismo de ação.

Farmacocinética: destino do fármaco.

Farmacologia pré-clínica: eficácia e RAM do

fármaco nos animais (mamíferos).

Farmacologia clínica: eficácia e RAM do

fármaco no homem (voluntário sadio;

voluntário doente).

Farmacognosia (gnósis = conhecimento):

estudo das substâncias ativas animais,

vegetais e minerais no estado natural e sua

fontes.

Page 80: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1876

Farmacoterapia (assistência farmacêutica):

orientação do uso racional de

medicamentos.

Fitoterapia: uso de fármacos vegetais

(plantas medicinais).

Farmacotécnica: arte do preparo e

conservação do medicamento em formas

farmacêuticas.

Farmacoepidemiologia: estudo das RAM, do

risco/benefício e custo dos medicamentos

numa população.

Farmacovigilância: detecção de RAM,

validade, concentração, apresentação,

eficácia farmacológica, industrialização,

comercialização, custo, controle de

qualidade de medicamentos já aprovados e

licenciados pelo Ministério da Saúde.

Farmacocinética - é o estudo da velocidade

com que os fármacos atingem o sítio de

ação e são eliminados do organismo, bem

como dos diferentes fatores que

influenciam na quantidade de fármaco a

atingir o seu sítio. Basicamente, estuda os

processos metabólicos de absorção,

distribuição, biotransformação e eliminação

das drogas.

Biodisponibilidade - indica a quantidade de

drogas que atinge seu local de ação ou um

fluido biológico de onde tem acesso ao local

de ação. É uma fração da droga que chega à

circulação sistêmica.

Page 81: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1877

Bioequivalência - é a equivalência

farmacêutica entre dois produtos, ou seja,

dois produtos são bioequivalentes quando

possuem os mesmos princípios ativos, dose

e via de administração, e apresentam

estatisticamente a mesma potência.

Distribuição - é a passagem de um fármaco

da corrente sangüínea para os tecidos. A

distribuição é afetada por fatores

fisiológicos e pelas propriedades físico-

químicas da substância. Os fármacos pouco

lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa

capacidade de permear membranas

biológicas, sofrendo assim restrições em

sua distribuição. Já as substâncias muito

lipossolúveis podem se acumular em

regiões de tecido adiposo, prolongando a

permanência do fármaco no organismo.

Além disso, a ligação às proteínas

plasmáticas pode alterar a distribuição do

fármaco, pois pode limitar o acesso a locais

de ação intracelular.

Biotransformação ou metabolismo - é a

transformação do fármaco em outra(s)

substância(s), por meio de alterações

químicas, geralmente sob ação de enzimas

inespecíficas. A biotransformação ocorre

principalmente no fígado, nos rins, nos

pulmões e no tecido nervoso. Entre os

fatores que podem influenciar o

metabolismo dos fármacos estão às

características da espécie animal, a idade, a

Page 82: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1878

raça e fatores genéticos, além da indução e

da inibição enzimáticas.

Indução enzimática - é uma elevação dos

níveis de enzimas (como o complexo

Citocromo P450) ou da velocidade dos

processos enzimáticos, resultantes em um

metabolismo acelerado do fármaco. Alguns

fármacos têm a capacidade de aumentar a

produção de enzimas ou de aumentar a

velocidade de reação das enzimas. Como

exemplo, podemos citar o Fenobarbital, um

potente indutor que acelera o metabolismo

de outros fármacos quanto estes são

administrados concomitantemente.

Inibição enzimática - caracteriza-se por

uma queda na velocidade de

biotransformação, resultando em efeitos

farmacológicos prolongados e maior

incidência de efeitos tóxicos do fármaco.

Esta inibição em geral é competitiva. Pode

ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais

drogas competindo pelo sítio ativo de uma

mesma enzima.

Metabólito - é o produto da reação de

biotransformação de um fármaco. Os

metabólitos possuem propriedades

diferentes das drogas originais.

Geralmente, apresentam atividade

farmacológica reduzida e são compostos

mais hidrofílicos, portanto, mais facilmente

eliminados. Em alguns casos, podem

Page 83: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1879

apresentar alta atividade biológica ou

propriedades tóxicas.

Excreção ou eliminação - é a retirada do

fármaco do organismo, seja na forma

inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou

inativos. A eliminação ocorre por diferentes

vias e varia conforme as características

físico-químicas da substância a ser

excretada.

Meia-vida - a meia-vida (T1/2) é o tempo

necessário para que a concentração

plasmática de determinado fármaco seja

reduzida pela metade. Supondo então que a

concentração plasmática atingida por certo

fármaco seja de 100 mcg/mL e que sejam

necessários 45 minutos para que esta

concentração chegue a 50 mcg/mL, a sua

meia-vida é de 45 minutos.

Efeito de primeira passagem (EPP ou FPE) -

é o efeito que ocorre quando há

biotransformação do fármaco antes que

este atinja o local de ação. Pode ocorrer na

parede do intestino, no sangue mesentérico

e, principalmente, no fígado.

Steady state ou estado de equilíbrio estável

- é o ponto em que a taxa de eliminação do

fármaco é igual à taxa de

biodisponibilidade, ou seja, é quando o

fármaco encontra-se em concentração

constante no sangue.

Clearance ou depuração - é a medida da

capacidade do organismo em eliminar um

Page 84: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1880

fármaco. Esta medida é dada pela soma da

capacidade de biotransformação de todos

os órgãos metabolizados. Assim, se um

fármaco é biotransformado nos rins, fígado

e pulmões, o clearance total é a soma da

capacidade metabolizadora de cada um

desses órgãos, isto é, é a soma do

clearance hepático com o clearance renal

com o clearance pulmonar.

Terapia de dose única - nesta, a

administração da dose seguinte se dá

quando toda a dose anterior é eliminada.

Ou seja, o intervalo entre as doses deve ser

um tempo suficiente para que o organismo

elimine totalmente a dose anterior (em

geral, um tempo maior que 10 meias-

vidas). Dessa forma, não há acúmulo de

fármaco na circulação.

Terapia de dose múltipla - neste caso, ao

contrário daquilo que ocorre em doses

únicas, o intervalo entre doses é menor do

que aquele necessário para a eliminação da

dose anterior. Por isso, ocorre acúmulo da

droga no sangue, até que se atinja o

equilíbrio (steady state).

Dose de ataque ou inicial - é a dose de

determinado fármaco que deve ser

administrada no início do tratamento, com

o objetivo de atingir rapidamente a

concentração efetiva (concentração-alvo).

Dose de manutenção - é a dose necessária

para que se mantenha uma concentração

Page 85: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1881

plasmática efetiva. Utilizada na terapia de

dose múltipla, para que se mantenha a

concentração no estado de equilíbrio

estável (steady state).

Pico de concentração plasmática - é a

concentração plasmática máxima atingida

pelo fármaco após a administração oral.

Curva de concentração plasmática - é o

gráfico em que se relaciona a concentração

plasmática do fármaco versus o tempo

decorrido após a administração. A área sob

a curva ou extensão da absorção é um

parâmetro farmacocinético utilizado para

determinar a quantidade de droga após a

administração de uma única dose.

Compartimento central - é a soma do

volume plasmático com o líquido

extracelular dos tecidos altamente

perfundidos (como pulmões, coração,

fígado), onde a concentração da droga é

difundida instantaneamente.

Compartimento periférico - formado por

tecidos de menor perfusão, este

compartimento precisa de mais tempo para

que seja atingido um equilíbrio de

concentração. É tecidos como os músculos,

a pele, tecido gorduroso, entre outros.

Absorção - é a passagem do fármaco do

local em que foi administrado para a

circulação sistêmica. Constitui-se do

transporte da substância através das

membranas biológicas. Tratando-se da via

Page 86: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1882

de administração intravenosa, não se deve

considerar a absorção, uma vez que, neste

caso, o fármaco é administrado

diretamente na corrente sanguínea. Alguns

fatores influenciam a absorção, tais como:

características físico-químicas da droga,

veículo utilizado na formulação, perfusão

sanguínea no local de absorção, área de

absorção à qual o fármaco é exposto, via de

administração, forma farmacêutica, entre

outros.

Page 87: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1883

Aspectos discursivos da Farmacologia Geral.

Divisão e conceito.

Divisão.

Conceito.

Como citado acima além da divisão da farmacologia já comentada,

podemos referenciar outras:

Farmacogenética (é a ciência que estuda a

variabilidade genética dos indivíduos com relação às

drogas específicas. Determinados indivíduos podem

reagir diferentemente ao mesmo tipo de medicamento,

dependendo de sua etnia ou outras variações

genéticas. Foi criado por F.Vogel em 1959): área em

crescimento explosivo, que trata das questões

resultantes da influência da constituição genética nas

ações, na biotransformação e na excreção dos

fármacos e, inversamente, das modificações que os

fármacos podem produzir nos genes do organismo que

os recebe.

A Cronofarmacologia se aproxima da compreensão da Cronobiologia,

esta é a ciência que estuda os fenômenos biológicos recorrentes que

ocorrem uma periodicidade determinada, podendo ou não ter uma

correspondência temporal com ciclos ambientais, como ciclo dia e noite,

os ciclos de máres. Esses fenômenos são chamados de ritmos biológicos

e podem tem diferentes frequências, os que ocorrem com uma

periodicidade próxima há 24 horas são chamados de circadianos, os

com período maior que 28 horas são chamadas de infradianos e os

menores que 20 horas de ultradianos. As primeiras idéias da existência

Page 88: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1884

de relógios biológicos datam do século XVIII, mas somente no século

XX a cronobiologia tornou-se aceita internacionalmente. No ano de

1960, no evento Cold Spring Harbor Symposium of Quantitative Biology

– Biological Clocks foram definidos as principais vertentes desta nova

área científica. Até pouco tempo atrás, ao prescrever um determinado

medicamento/remédio, o médico limitava-se a dizer: "É para tomar

duas vezes ao dia". Em casa, o paciente escolhia os melhores horários,

segundo a sua conveniência, para seguir a orientação. Hoje, essa

situação está começando a mudar. Nos EUA, a cronofarmacologia já é

bastante difundida e existem mais de 100 medicamentos que seguem

seus princípios, mas no Brasil os estudos ainda estão no início. Na USP

(Universidade de São Paulo), uma pesquisa busca identificar os

períodos do dia onde há maior multiplicação de células cancerígenas, o

que aumentaria a eficiência dos medicamentos quimioterápicos.

Cronofarmacologia: estudo dos

fármacos em relação ao tempo. Sua aplicação se baseia

nos resultados da cronobiologia. Nos EUA, a

cronofarmacologia já é bastante difundida e existem

mais de 100 medicamentos que seguem seus

princípios, mas no Brasil os estudos ainda estão no

início. Na USP (Universidade de São Paulo), uma

pesquisa busca identificar os períodos do dia onde há

maior multiplicação de células cancerígenas, o que

aumentaria a eficiência dos medicamentos

quimioterápicos.

Page 89: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1885

Como entender a cronofarmacologia?

(*)Conceito, o que podemos entender como conceito em diversos

seguimentos, principalmente em “sensu latu”(Ou Lato sensu que é uma

expressão em latim que significa, literalmente, ‘em sentido amplo’, em

contraposição ao stricto sensu - sentido estrito). ?

Essa é uma obra didática destinada a formar teóricos para uma melhor

aplicabilidade da prática.

Conceito não é a mesma coisa que (**) definição no “sensu strictu”,

que é uma expressão em latim que significa, literalmente, "em sentido

estrito", "em sentido específico", por oposição ao "sentido amplo" (lato

sensu) de um termo. Outros autores usam a expressão "definição real"

como sinônimo de conceito (cf. MENDONÇA, Nadir Domingues. O uso

dos conceitos: uma questão de interdisciplinaridade. Petrópolis: Vozes,

1985).

Como uma definição usa palavras para definir ou esclarecer uma

palavra, uma dificuldade comum nessa prática é ter de escolher termos

cuja compreensão seja mais acessível que a daquele que se quer

definir. A definição é um enunciado que explica o significado de um

termo (uma palavra, frase ou um conjunto de símbolos). O termo a ser

definido é chamado definiendum. O termo pode ter muitos sentidos

diferentes. Para cada sentido ou significado, um definiens pode ser

estabelecido através de uma série de palavras que definem o termo (ou

esclarece a intenção do palestrante ou doutrinador). Definições de

dicionário geralmente contêm detalhes adicionais sobre a palavra, como

a etimologia, a língua de origem e os sentidos já obsoletos. Por

exemplo: para bem definir o que é vegan, ao definiendum (a palavra

"vegan" em si mesma) deve ser dado um definiens (na verdade, no

caso dessa palavra em particular, serão pelo menos dois definiens:

"alguém que evita usar produtos de origem animal" e (2) "alguém de

Vega, um lugar na Noruega"). Uma definição pode variar em precisão e

Page 90: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1886

popularidade. A palavra "vegan", por exemplo, raramente quer dizer

"alguém de Vega, na Noruega". Há também diferentes tipos de

definição, visando propósitos distintos (definição intensional,

extensional, descritiva, estipulativa, etc.). Se os termos usados para

definir uma palavra carecerem eles mesmos de esclarecimento, a

definição proposta não terá utilidade alguma.

O Conceito (latim conseptus, do verbo concipere, que significa "conter

completamente", "formar dentro de si"), é aquilo que a mente concebe

ou entende: uma ideia ou noção, representação geral e abstrata de uma

realidade. Pode ser também definido como uma unidade semântica, um

símbolo mental ou uma "unidade de conhecimento". Numa linguagem

mais iluminista, o Conceito é "um juízo sintético a priori" (Com

referência - Cf. KANT, I. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Fundação

Calouste Gulbenkian, 2001). Um conceito corresponde geralmente a

uma representação numa linguagem ou simbologia. Também se usa nas

ciências cognitivas, na biologia, na farmacologia e na medicina.

Conceito é uma frase (juízo) que diz o que a coisa é ou como funciona.

O conceito, enquanto o-que-é é a expressão de um predicado comum a

todas as coisas da mesma espécie.

Então podemos definir na prática a CRONOFARMACOLOGIA nos termos

que segue:

“... O paciente apresenta um quadro com

características de problema de saúde(O

primeiro autor que tentou classificar as

doenças de uma forma científica foi

Sauvages. Esse pesquisador organizou as

doenças conforme o método de Lineu,

agrupando-as em classes, ordens, gêneros

e espécies, dando a cada doença um nome

único. Desta forma, o que era uma massa

Page 91: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1887

caótica e desorganizada de doenças,

passou a ter uma forma bem resumida,

entendemos que surge nesse momento a

nosologia a ciência que trata da

classificação das doenças), procura o

médico e sai do consultório com a receita e

com pedidos de exames. O que muitos

pacientes e profissionais não saibam é que

tomar o remédio às 19:00hs ou às 22:00hs

pode fazer uma grande diferença, assim

como esquecer de avisar o laboratório que

tomou uma aspirina no dia anterior ao

exame”.

A cronofarmacologia (estudo que relaciona os efeitos dos medicamentos

de acordo com as horas do dia), a interação entre remédios e o efeito

em exames laboratoriais foram alguns dos destaques do XVI Congresso

Paulista de Farmacêuticos. Em conclaves científicos se apresentou entre

outras manifestações: “A pressão costuma ser mais alta entre 06:00hs

e 07:00hs horas da manhã, então se o paciente tomar o

remédio/medicamento para hipertensão no começo da noite, ele não irá

fazer efeito. Ou o médico terá de receitar um com duração maior”,

segundo estudos comentados pela farmacêutica Amouni Mourad.

Podemos simplificar de forma hermenêutica que a cronofarmacologia

busca descobrir em que horários há liberação de neurotransmissores e

hormônios, além de outras alterações no organismo para assim usar

remédios com maior eficiência. Segundos pesquisadores da

Farmacologia Clínica outro exemplo é que a febre costuma ter picos às

11:00hs, mas as 03:00hs, 04:00hs da manhã ela tem as temperaturas

mais baixas. Assim, tomar o antitérmico no pico de temperatura não irá

adiantar e a febre só vai abaixar quando já seria normal apresentar

uma queda. A glicose é outro componente bastante estudado pela

Page 92: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1888

cronofarmacologia. Observamos que é preciso levar em conta o relógio

biológico de cada um. Se um diabético tem um trabalho estressante

durante o dia, não adianta dar insulina apenas a noite. É preciso

administrá-la durante o dia, quando há maiores taxas de glicose no

sangue.

Refeições e Interações medicamentosas.

Além disso, é preciso tomar cuidado ao tomar remédios junto às

refeições. Os remédios também têm nutrientes que competem com os

alimentos e acabam diminuindo sua eficácia.

Medicamento/Remédios a base de ferro não podem ser tomados logo

após alimentos ricos em cálcio, como leite e queijos, já que o cálcio

interfere na absorção do ferro. O leite interfere também na absorção de

antibióticos de tetraciclina.

Já analgésicos perdem o efeito na presença do tabaco. É importante

saber qual é o tempo de absorção do medicamento, porém é válido que

se espere pelo menos uma hora para fumar, embora o ideal é

abandonar essa ideia.

A Farmacologia Clínica nos induz a salientar que outras substâncias

liberadas pelo cigarro como o monóxido de carbono, cianureto e

nicotina podem gerar várias interações medicamentosas, como a

diminuir a absorção da insulina, por exemplo.

Os pacientes precisam obedecer rigorosamente os

horários estipulados pelos médicos, se quiserem

maximizar os efeitos terapêuticos e minimizar os riscos

colaterais dos remédios prescritos. O objetivo da

cronofarmacologia é melhorar a eficácia e a segurança

dos remédios, por ajustar sua concentração, durante as

24 horas do dia, em sincronia com os ritmos biológicos

Page 93: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1889

dos seres vivos. Nos seres vivos, os ritmos biológicos

são resultado direto dos fenômenos ambientais

periódicos e recorrentes, como as estações do ano, as

fases da lua, as oscilações das marés e,

principalmente, o ciclo dia/noite. Esses ritmos influenciam

todas as funções do nosso organismo, sejam elas fisiológicas

bioquímicas ou psíquicas. Existem dois tipos de ritmo biológico: o

circadiano e o não circadiano, que compreende, por sua vez, o

ultradiano e o infradiano. O ritmo circadiano, dura 24h00hs e cada

processo, como atividade digestiva, controle hormonal e regulação

térmica, se repetem diariamente, quase sempre nos mesmos horários.

Já o ritmo ultradiano é quando essas repetições ocorrem em períodos

menores de 20 horas, como a secreção da insulina, por exemplo, e o

infradiano, em períodos maiores de 28 horas, como o ciclo menstrual e

a produção de plaquetas.

Ritmo circadiano.

Ritmo circadiano ou ciclo circadiano designa o período de

aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de

quase todos os seres vivos, sendo influenciado principalmente pela

variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite. O

ritmo circadiano regula todos os ritmos materiais bem como muitos dos

ritmos psicológicos do corpo humano, com influência sobre, por

exemplo, a digestão ou o estado de vigília e sono, a renovação das

células e o controle da temperatura do organismo.

O cronometro ou "relógio" fisiológico que processa e monitora todos

estes processos encontra-se localizado numa área cerebral denominada

núcleo supraquiasmático, localizado no hipotálamo na base do cérebro e

acima das glândulas pituitárias. Pesquisas do campo neurocientifico

recentes expandiram o sentido do termo, demonstrando que os ritmos

circadianos estão também relacionados às marés, ao ciclo lunar e

Page 94: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1890

também à dinâmica climática da Terra através das correntes eólicas e

marítimas, em especial se observado com relação aos animais

migratórios. Dessa forma, a dinâmica circadiana não se reduz a uma

questão fisiológica, é influenciada pela astronomia, geologia e ecologia.

A melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é um hormônio produzido

por diversos animais e plantas.

O núcleo supraquiasmático (por vezes abreviado NSQ) é um centro

primário de regulação dos ritmos circadianos mediante a estimulação da

secreção de melatonina pela glândula pineal. Trata-se de um grupo de

neurônios do hipotálamo medial (sua parte central). A destruição desta

estrutura leva à ausência completa de ritmos regulares nos mamíferos.

Por outro lado, se as células dos núcleos supraquiasmáticos são

cultivadas in vitro, são capazes de manter seu próprio ritmo na

ausência de sinais externos. Portanto, o núcleo supraquiasmático ajusta

o "relógio interno" ou endógeno, que regula os ritmos circadianos. O

núcleo supraquiasmático recebe informação da luz do

meio ambiente através dos olhos, já que a retina

contém não apenas fotorreceptores típicos, que nos

permitem distinguir formas e cores, mas também

células ganglionares com um pigmento chamado

melanopsina. Através do trato retinohipotalámico, a

Page 95: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1891

melanopsina leva informação ao núcleo

supraquiasmático.

O núcleo supraquiasmático (NSQ), localizado no hipotálamo, é uma das

principais partes do cérebro responsáveis pelo controle do ciclo

circadiano.

Este, por sua vez, recebe a informação sobre a luminosidade externa a

interpreta e a envia ao gânglio cervical superior, o qual redireciona o

sinal para a glândula pineal. Em resposta ao estímulo, essa glândula

secreta o hormônio melatonina, cujos níveis são baixos durante o dia e

aumentam à noite. Sendo que os sonhos são demonstrativos da

atividade proporcionada pela glândula pineal em sua função receptiva

de impulsos eletromagnéticos mais aguçados durante o período

noturno.

Ultradiano.

O ritmo ultradiano no chronobiology, indica a atividades biológicas que

ocorrem nos ciclos fisiológicos de 20 horas ou menos. Geralmente

independente de fatores geofísicos, exceto circamareales ritmos

(período de aproximadamente 12 horas). Influência vários

comportamentos animais, tais como alimentação, movimento e

exploração, além de acoplamento, atenção e aprendizagem. A sua

frequência em mamíferos é proporcional à taxa de metabolismo, e

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1892

reverter para a idade do animal em questão. O ultradian descritivo

termo é usado em pesquisa sonho para descrever estados individuais de

sono que ocorrem dentro dos limites de ciclo circadiano do organismo,

e, especialmente, para se referir ao ciclo ultradian 90-120 minutos de

sono humano. Alguns dos ciclos ultradianas do corpo está liberando

hormônios, freqüência cardíaca, ventilação pulmonar, controle de

temperatura, narinas dilatadas e apetite. Este último envolve a

liberação de neuropeptídeo Y (NPY) e hormônio liberador de

corticotropina (CRH), estimulante e inibindo o apetite ritmos

ultradianas.

Conclusão.

A palavra cronofarmacologia é resultado da junção de outras três: crono

(tempo), fármaco (remédio) e logia (ciência ou estudo). "A

cronofarmacologia é a ciência que estuda a hora certa para administrar

os remédios", na visão da pesquisadora a farmacêutica Tânia Maria. Em

síntese, cada medicamento/remédio precisa ser tomado em um horário

predeterminado para alcançar os melhores resultados farmacológicos.

Não há um horário exato do dia ou da noite, pondera a pesquisadora

Regina Pekelmann Markus, que seja considerado o mais eficaz para

tomar todos os medicamento/remédios existentes. Professora do

Laboratório de Cronofarmacologia do departamento de Fisiologia do

Instituto de Biociências da Universidade do São Paulo (USP), Regina

salienta que cada caso é um caso e que não é possível generalizar.

"Cada medicamento/remédio tem a hora certa de ser tomado, quando

há maior eficácia e menor efeito colateral. E é preciso respeitar os

horários determinados pelos médicos. Há medicamentos que podem ser

prejudiciais à saúde quando tomados fora da hora", sentencia.

Cientistas da USP já tentam identificar as horas do dia em que há maior

multiplicação de células tumorais para aumentar a eficácia de

quimioterápicos. No exterior, em países como EUA e Japão, médicos já

recorrem à cronofarmacologia para tratar seus pacientes. Já existem

Page 97: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1893

nos USA aproximadamente 100 medicamentos/remédios com

orientações cronofarmacológicas na bula. No Brasil, o Laboratório de

Cronofarmacologia da USP é um dos primeiros a estudar o tema. Eles já

tentam identificar os períodos do dia onde há maior multiplicação de

células tumorais, na esperança de aumentar a eficácia de

medicamentos quimioterápicos. Infelizmente, por enquanto aqui no

Brasil, ainda é uma área pouco estudada. Por isso, nem todos os

remédios têm a sua posologia (dose e hora de administração) ditada

por essa ciência.

Aspectos da prática cronofarmacológica intrínseca (Que é próprio e

essencial; interior, interno: qualidade intrínseca. Que existe por si

mesmo e se estabelece fora de qualquer convenção. Anatomia. Que se

origina e incide no local em que age. Sua etimologia advém do latim:

intrinsecus). Nos medicamentos (ora remédios, por conta da difusão

não cientifica do conceito)que circulam nos Estados Unidos, em média

100, já traz nas bulas a cronofarmacologia, sendo que na prática

representa cada doença, um horário. Doutrinadores já sugerem os

períodos de maior incidência de certas patologias para estipular a

posologia de medicamentos e garantir sua maior eficácia. Alguns

conservantes e aditivos acrescentados dos alimentos industrializados

também podem desencadear uma crise de asma.

Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório. Revisão breve.

Antes de adentrarmos no assunto do subtópicos vamos rever

anatomia/fisiologia do SR – SISTEMA RESPIRATÓRIO.

A traquéia se divide em dois brônquios, um direito e outro esquerdo,

que se dirigem até os pulmões. Ambos têm pouco mais da metade do

calibre da traquéia, sendo o direito mais amplo do que o esquerdo. Este

é mais amplo porque o pulmão direito é mais volumoso do que o

esquerdo. O brônquio direito se divide em três brônquios secundários,

correspondentes cada um a cada lóbulo do pulmão direito.

Page 98: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1894

Dos três brônquios secundários nascem 10 segmentários ou terciários:

3 para o lóbulo superior. 2 para o lóbulo médio. 5 para o lóbulo inferior.

É possível distinguir 10 segmentos bronco-pulmonares. O brônquio

esquerdo se divide em dois brônquios secundários, correspondentes

cada um a cada lóbulo do mpulmão esquerdo.

Os brônquios secundários se dividem em 8 brônquios terciários: 4 para

o lóbulo superior. 4 para o inferior. Portanto, o pulmão esquerdo

compreende 8 segmentos. À medida que se dividem, os brônquios vão

fazendo-se progressivamente de menor calibre até passar a dimensões

microscópicas e então tomam o nome de bronquíolos. As divisões

repetidas dos bronquíolos dão lugar aos bronquíolos terminais ou

respiratórios, que se abrem no conduto alveolar, do qual derivam os

sacos aéreos. A parede de cada conduto alveolar e saco aéreo estão

formados por várias unidades chamadas alvéolos.

Page 99: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1895

Árvore brônquio – bronquiolar.

Os brônquios começam na traquéia, penetram no pulmão depois de um

curto trajeto e ali se dividem originando 3 brônquios secundários no

pulmão direito e 2 no esquerdo. A partir destes, a árvore bronquial se

ramifica dicotomicamente em forma desigual. As primeiras 9 à 12

divisões constituem os brônquios; as ramificações seguintes constituem

os bronquíolos, dentro dos quais se distinguem sucessivamente os

bronquíolos propriamente ditos, os bronquíolos terminais e os

bronquíolos respiratórios. Estes se ramificam dando lugar aos condutos

alveolares que ao mesmo tempo originam os sacos alveolares ou

alvéolos onde se produz o intercâmbio gasoso. Nos brônquios

intrapulmonares, os anéis são substituídos por placas irregulares

distribuídas em toda a circunferência do conduto e cuja importância

decresce gradualmente até que desaparecem nos bronquíolos. Os

brônquios não tem cartilagem e possuem uma armação de fibras

elásticas e reticulares que se prolongam na parede alveolar.

Page 100: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1896

Árvore bronquial.

1) Cartilagem tireóide.

2) Cartilagem cricóide.

3) Traquéia.

4) Bifurcação da traquéia.

5) Brônquio direito.

6) Brônquio esquerdo.

7) Brônquio do lobo superior do pulmão

direito.

8) Brônquio do lobo médio do pulmão

direito.

9) Brônquio do lobo inferior do pulmão

direito.

10) Brônquio do lobo superior do pulmão

esquerdo.

11) Brônquio do lobo inferior do pulmão

esquerdo.

12) Bronquíolos, últimas ramificações.

Os brônquios são a direta continuação da traquéia. Esta, terminado o

seu trajeto vertical, se bifurca em dois ramos, que são justamente os

brônquios. O brônquio direito se dirige ao pulmão direito e se divide em

três ramos, um para cada lobo pulmonar. O brônquio esquerdo entra no

pulmão esquerdo e se divide só em dois ramos, porque o pulmão

esquerdo só tem dois lobos. Cada ramo se divide sucessivamente em

ramos, sempre menores.

Page 101: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1897

Os brônquios têm importantes relações com os órgãos vizinhos: o

brônquio esquerdo é contornado pela croça da aorta; o brônquio direito

está em relação direta com a veia cava superior, que lhe fica adiante. O

comprimento da parte extrapulmonar dos brônquios é muito reduzido: 5

a 6 centímetros à esquerda; 2 a 3 centímetros à direita. O seu diâmetro

é, também, no máximo, de 1,5 centímetros. Também os brônquios são

formados de anéis cartilaginosos, mas a sua estrutura muda aos poucos

à medida que eles se ramificam e se tornam sempre mais delgados. A

mucosa também é forrada de células cilíndricas com cílios vibráteis, as

quais, todavia, ao nível dos brônquios menores (bronquíolos), se

transformam em células cúbicas sem cílios. Os brônquios estão em

relação, justamente ao nível da bifurcação da traquéia, com um grupo

de gânglios linfáticos muito importantes, chamados tráqueo-bronquiais.

Page 102: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1898

São eles a sede da adenopatia tráqueo-bronquial, freqüente nas

crianças e conexa com a infecção tuberculosa. Condutos cartilaginosos

que nascem por bifurcação da traquéia e se ramificam nos pulmões.

Responsáveis pela entrada do ar no aparelho respiratório.

Asma é causada por uma inflamação crônica nos brônquios.

Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão do

asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios

dele fossem mais sensíveis e inflamados - reagindo ao menor sinal de

irritação. Se pensarmos em uma pessoa sem a doença, ela sofrerá uma

falta de ar quanto estiver exposta a grandes irritações, como a fumaça

de um incêndio. Diante desse quadro, o organismo da pessoa identifica

os agentes irritantes e faz com que a musculatura que existe em volta

do brônquio se contraia, fechando o órgão e impedindo que o ar

contaminado entre nos pulmões. O mesmo processo acontece com um

paciente que tem asma, só que os gatilhos para causar uma irritação

nos brônquios são bem menos intensos, como a poeira. Asma é uma

das condições crônicas mais comuns, acometendo cerca de 235 milhões

de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Estima-se que, no Brasil, cerca de 10% da população sofra com o

problema.

Page 103: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1899

Tipos

Didaticamente e para fins de compreensão prática podemos classificar a

gravidade da asma, o médico considera a análise clínica juntamente

com os resultados dos exames. Determinar o quão grave é a asma

auxilia o médico a escolher o melhor tratamento. Além disso, a

gravidade da asma pode alterar com o passar do tempo, necessitando

um reajuste da medicação.

A asma é classificada em quatro categorias gerais:

1. Grau 1: sintomas leves e intermitentes até dois dias por semana e

até duas noites por mês, em geral com predomínio dos sintomas no

inverno, por exemplo.

2. Grau 2: sintomas persistentes e leves mais do que duas vezes por

semana, mas não mais do que uma vez em um único dia.

3. Grau 3: sintomas persistentes moderados uma vez por dia e mais

de uma noite por semana.

Page 104: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1900

4. Grau 4: sintomas graves persistentes ao longo do dia na maioria

dos dias e frequentemente durante a noite.

Causas.

Ninguém sabe exatamente o que provoca asma, uma vez que cada

pessoa apresenta uma sensibilidade a gatilhos diferentes. Dessa forma,

é importante entender o que causa seus ataques de asma e tentar

reduzir a exposição a esses agentes ou buscar tratamentos mais

adequados.

Alguns gatilhos são apontados como responsáveis pela eclosão do surto

de asma. Podemos apontar alguns:

Substâncias e agentes alérgenos: Cerca de 80% das pessoas com asma

sofrem crises quando expostas a alguma substância transportada pelo

ar, como ácaros e poeira, poluição, pólen, mofo, pelos de animais,

fumaça de cigarro e partículas de insetos. Substâncias químicas como

tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem desencadear

uma crise. Quando aspirados, esses agentes podem irritar os brônquios,

levando a uma crise. Infecções virais, como o resfriado comum ou a

gripe, também constituem causa importante para o desencadeamento

de uma crise de asma. Alimentação: Alergias alimentares podem causar

crises de asma. Os alimentos mais comuns associados com sintomas

alérgicos são: Ovos; Leite de vaca; Amendoins; Soja; Trigo; Peixe;

Camarão e outros crustáceos; Saladas e frutas frescas, etc.

Asma induzida por exercício: É um tipo de asma desencadeado por

exercício ou esforço físico. Muitas pessoas com asma experimentam

algum grau de sintomas ao praticar atividade física. No entanto,

existem muitas pessoas sem asma diagnosticada que desenvolvem

sintomas apenas durante o exercício. Inclusive, alguns atletas podem

apresentar essa manifestação da doença. Com asma induzida por

exercício, o estreitamento das vias aéreas tem um pico de cinco a 20

minutos após o exercício começar, o que dificulta a retomada do fôlego.

Page 105: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1901

O profissional médico pode lhe dizer se você precisa usar um

broncodilatador antes do exercício para evitar os sintomas incômodos.

Asma ocupacional: A asma ocupacional é um tipo de asma que resulta

de gatilhos do trabalho. É muito comum em pessoas que trabalham em

usinas ou expostas a agentes químicos, tinturas, agrotóxicos, etc. Com

este tipo de asma, o paciente pode ter dificuldade em respirar e sofrer

outros sintomas de asma apenas nos dias em que está no trabalho.

Muitas pessoas com este tipo de asma sofrem com nariz escorrendo,

congestão, irritação nos olhos ou tosse, em vez de o chiado no peito

típico da doença. Alguns trabalhos comuns que estão associados com a

asma ocupacional incluem criadores de animais e veterinários,

agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores e marceneiros.

Asma noturna: Asma noturna é um tipo comum da doença. Se o

paciente tem asma, as chances de sofrer uma crise são muito mais

elevadas durante o sono, porque a asma é fortemente influenciada pelo

ritmo circadiano (ciclo biológico que regula as funções do nosso corpo,

geralmente de acordo com a luz do sol). Acredita-se que a asma

noturna acontece devido ao aumento da exposição aos alérgenos, ao

resfriamento das vias aéreas, a posição reclinada ou até mesmo pelas

secreções hormonais. Recomenda-se aos pacientes que tem asma,

observe se sintomas pioram quando a noite avança. Caso isso aconteça,

deve buscar auxílio médico para descobrir as causas das crises de asma

e buscar o tratamento mais adequado.

Mudanças de temperatura: O choque de temperaturas é uma mudança

bastante agressiva para quem tem as vias respiratórias mais sensíveis.

Além das crises de asma, é comum haver piora de rinite ou tosse. A

mudança do calor para o frio pode desencadear uma resposta na

mucosa brônquica que, por meio de estímulos nos receptores nervosos

de temperatura ou pela liberação de substâncias alergênicas, pode

desencadear uma crise.

Page 106: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1902

Medicamentos: Medicamentos anti-inflamatórios não hormonais - como

o ácido acetilsalicílico, o diclofenaco e o ibuprofeno - podem

desencadear crises de asma. Isso acontece porque esses remédios

inibem uma via de inflamação, mas sobrecarregam outra, que tem forte

relação com a crise asmática em quem sofre da doença.

Teste para alergias.

Os testes para alergias respiratórias são feitos para detectar qual é o

agente causador da asma. Entram nessa lista ácaros, fungos, mofo,

pelos de animais, entre outros. Com o teste, é possível evitar a

exposição ao agente, prevenindo crises. Além disso, é comum que a

asma esteja associada a outras doenças alérgicas, como a rinite

alérgica e o eczema. Controlando os causadores dessas alergias é

possível evitar crises asmáticas.

Sintomas de Asma.

A maioria das pessoas com asma fica longos períodos sem sintomas,

intervalados com as crises quando expostos a algum agente. No

entanto, algumas pessoas têm a deficiência respiratória quase que

cronicamente, com alguns episódios mais graves em determinados

períodos. Os ataques de asma podem durar minutos a dias e podem se

tornar perigosos se o fluxo de ar estiver muito restrito.

Os sintomas incluem: Tosse com ou sem produção de escarro (muco);

Repuxar a pele entre as costelas durante a respiração (retrações

intercostais); Deficiência respiratória que piora com exercício ou

atividade.

Respiração ofegante que: Vem em episódios com períodos intercalados

sem sintomas; Pode ser pior à noite ou no início da manhã; Pode

desaparecer por si mesma; Melhora quando se usa medicamentos que

abrem as vias respiratórias (broncodilatadores); Piora quando se inspira

Page 107: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1903

ar frio; Piora com exercício; Piora com azia (refluxo); Em geral começa

repentinamente.

Situações de emergência: Lábios e rosto de cor azulada; Nível

diminuído de agilidade, como sonolência grave ou confusão, durante um

ataque de asma; Extrema dificuldade de respirar; Pulsação rápida;

Ansiedade grave devido à deficiência respiratória; Sudorese.

Outros sintomas que podem ocorrer com essa doença: Padrão de

respiração anormal; Respiração para temporariamente; Dor no peito;

Aperto no tórax.

Prevenção e controle é a chave para impedir que os ataques de asma

comecem. As medicações de uso contínuo servem para minimizar a

sensibilidade e a inflamação as quais os brônquios da pessoa asmática

estão sujeitos, fazendo com que os pulmões reajam com menos

intensidade aos agentes irritantes, como poeira e ácaros. Diferente dos

broncodilatadores, que apenas revertem o quadro de contração do

brônquio, os medicamentos contínuos funcionam para evitar que essas

reações aconteçam.

Garanta as doses de vitamina D.

A carência da vitamina D está sendo relacionada a uma série de

doenças do aparelho imunológico e a asma é uma delas. O papel da

vitamina D na importância do tratamento da asma é recente. Estudos

apontam que a deficiência do nutriente pode aumentar os riscos de

doenças pulmonares mais graves em crianças. De qualquer forma, vale

a pena ressaltar que a principal fonte de vitamina D é a exposição solar,

que dever ser feita por aproximadamente 15 minutos, três vezes por

semana. Ovos, manteiga, iogurtes e peixes, como atum e sardinha, são

fontes da vitamina. Porém note as interações dos alimentos já citado no

presente livro, neste subcapítulo.

Page 108: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1904

Aspectos da higiene no quadro de asma.

Mofo, pelos de animais, insetos, ácaros e poeira domiciliar devem ser

cuidadosamente eliminados. É importantíssimo que a roupa de cama

seja lavada semanalmente e secado ao sol. Também é recomendado o

uso de fronhas e capas de colchão antiácaros, que diminuem a

possibilidade de crises. Podem ser usados até produtos de limpeza que

matam os ácaros, mas nunca na presença do asmático. O carpete deve

ser substituído por outros tipos de piso, tapetes devem ser retirados do

quarto e umidificadores devem ser banidos, já que a umidade favorece

o aparecimento de alguns alérgenos.

Recomendo aos interessados aprofundar-se na temática: Farmacologia

Clínica do Aparelho Respiratório: expectorantes, antitussígenos,

mucolíticos, descongestionantes, medicamentos para distúrbos

obstrutivos (Asma e DPOC).

Mesmo que um especialista acerte na prescrição de uma

droga(medicamento/remédio), o tratamento pode ir por água abaixo

sem um cronograma bem definido. Por esse motivo, profissionais do

Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo estão

empenhados em estudar e difundir a disciplina que avalia o melhor

momento para consumir cada princípio ativo. “As funções orgânicas

vivem oscilando conforme o momento do dia. Conhecer suas fases e

adequar os medicamentos a elas é importante para melhorar o

aproveitamento e reduzir reações adversas”, sentencia o fisiologista

Luiz Menna-Barreto, da Universidade de São Paulo. Aqui vai a nossa

contribuição (Editora INESPEC e pós-graduandos da Farmacologia

Clínica da FACULDADE ATENEU-CEARÁ).

Farmacologia Clínica aplicada a ASMA.

Farmacologia Básica e Clínica Aplicada a uso de Medicamentos – Nesse

tópico como o autor é pesquisador tem-se o objetivo de oferecer

subsídios para prática da dispensação, administração e orientação sobre

Page 109: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1905

o uso de medicamentos de forma a promover a adesão ao tratamento,

detecção e notificação de reações adversas, prevenir riscos ao paciente

e promover o uso seguro de medicamentos. Essa série que visa instituir

formação elementar para auxiliares, o livro no geral destina-se aos

profissionais da área da saúde que desenvolvem atividades de

dispensação, orientação e administração de medicamentos em serviços

de saúde (em especial farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de farmácia

e enfermagem), docentes e estudantes de graduação nestas áreas.

Objetiva ainda a atingir profissionais, docentes e estudantes que atuam

ou desejam atuar em: Hospitais, Farmácias e Drogarias, Farmácias

ambulatoriais, Unidades e Centros Especializados, Assistência

Domiciliar, Clínicas Médicas e Multiprofissionais.

Medicamentos recomendados na Síndrome Asmática.

Medicamentos contínuos.

Os medicamentos a serem adotados na Clínica Médica Especializada

perfeita para o perfil do paciente dependem de uma série de fatores,

entre eles: idade, sintomas, gatilhos de asma e o que parece funcionar

melhor para manter a doença sob controle. Os medicamentos

preventivos de controle em longo prazo reduzem a inflamação nas vias

aéreas, impedindo que os sintomas se iniciem. Os medicamentos

contínuos, geralmente tomados diariamente, são a base do tratamento

da asma.

Entre os medicamentos aqui citados se incluem:

Corticosteroides inalados: essa classe de medicamentos inclui

fluticasona, budesonida, mometasona, ciclesonida, flunisolide,

beclometasona e outros. O paciente pode precisar usar esses

medicamentos durante vários dias ou semanas antes que eles atinjam o

seu máximo benefício. Ao contrário de corticosteroides orais, esses

medicamentos têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais e

são geralmente seguros para uso contínuo, uma vez que agem

Page 110: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1906

diretamente nos pulmões, em vez de passarem primeiro pela corrente

sanguínea. As inalações são feitas com inaladores portáteis, por meio

de sprays ou em forma de pó – esse último inalado por meio de um

instrumento próprio. O tempo de ação pode ser de quatro, 12 ou 24

horas, e o espaço entre as inalações varia conforme esse intervalo. Mais

de 95% dos casos de asma podem ser controlados com o uso de

corticoides.

Modificadores de leucotrienos: são medicamentos orais, incluindo o

montelucaste, zafirlucast e zileuton. Eles podem ser encontrados em

forma de comprimidos, xaropes ou sachês. Eles interferem no processo

inflamatório dos pulmões, e raramente são usados de forma isolada,

sendo associado ao uso de corticoides. As doses e intervalos de

utilização variam conforme o caso e a associação de medicamentos que

está sendo feita.

Beta-agonistas de longa duração: são medicamentos inaláveis, e

incluem salmeterol e formoterol. Sua função é abrir as vias aéreas – ou

seja, é um broncodilatador. Normalmente são usados em associação

com corticosteroides – chamados assim de inaladores de combinação.

Esses medicamentos não devem ser usados durante um ataque de

asma.

Teofilina: a teofilina funciona principalmente como broncodilatador, mas

possui efeito anti-inflamatório, sendo também associada aos

corticoides. O medicamento deve ser ministrado a cada 12 horas, e as

doses também variam conforme o paciente.

Broncodilatadores.

É importante ressaltar que os broncodilatadores servem para aliviar

uma crise de asma, mas não tratam a doença. Durante uma crise de

asma, o paciente tem o fechamento dos brônquios, impedindo a

entrada de ar nos pulmões. Os broncodilatadores servem justamente

para relaxar essa musculatura dos brônquios, permitindo que o ar entre

Page 111: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1907

nos pulmões novamente. Essas medicações tem início de ação rápido,

gerando um alívio imediato do paciente. Há broncodilatadores de curta

duração (de quatro a seis horas de ação) e de longa duração (de 12 a

24 horas de ação), mas nenhum desses é um tratamento preventivo,

devendo ser associado aos medicamentos. Os broncodilatadores são

usados conforme necessário para alívio rápido dos sintomas durante um

ataque de asma. Se o paciente tem asma associada ao exercício, pode

ser que o médico indique usar o broncodilatador logo antes de uma

série. Os broncodilatadores são ministrados com um inalador portátil ou

um nebulizador, para que possam ser inalados por meio de uma

máscara ou um bocal. Se o paciente usa o broncodilatador várias vezes

ao dia, é um sinal de que a sua asma está descontrolada e precisa de

outras medicações. O maior risco de uma pessoa ter várias crises e usa

apenas o broncodilatador é mascarar uma crise mais grave. Isso pode

fazer com que o paciente subestime a intensidade do quadro, ignorando

sua gravidade e vindo a sofrer consequências alarmantes, como uma

asfixia, pois o broncodilatador somente pode não dar conta da crise.

Pessoas que usam ou usaram o broncodilatador mais do que três ou

quatro vezes em um único dia devem procurar um pronto socorro ou

ligar para seu médico, a fim de buscar formas de tratamento da doença

como um todo, não apenas da crise.

Outros medicamentos.

Os corticosteroides também podem ser ministrados em versão injetável,

sendo que a frequência será menor - por ser indicado para casos mais

graves ou conforme a indicação médica. Outro medicamento injetável é

o omalizumabe, que diminui a resposta das células inflamatórias do

pulmão, fazendo com ele fique menos "estressado". Ele é aplicado em

média a cada 15 ou 20 dias, e podem ser muito eficaz para os casos em

que as medicações não estão surtindo efeitos significativos. Ele também

pode ser associado aos corticoides inalatórios, mas não é uma regra. Se

a asma do paciente é desencadeada ou agrava por agentes alérgenos,

Page 112: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1908

alguns medicamentos para alergias (anti-histamínicos) podem ser

indicados, geralmente ministrados por spray oral e nasal. Há também a

termoplastia brônquica, usada para asma severa que não melhora com

corticosteroides inalados ou outros medicamentos para asma. A

termoplastia brônquica aquece o interior das vias aéreas nos pulmões

com ajuda de um eletrodo, reduzindo o músculo liso no interior das vias

aéreas. Isso limita a capacidade das vias aéreas de se contrair,

tornando a respiração mais fácil e possivelmente reduzindo os ataques

de asma.

Complicações possíveis.

As complicações da asma podem ser graves. Algumas incluem:

Capacidade reduzida de se exercitar e tomar parte em outras

atividades; Falta de sono devido a sintomas noturnos; Alterações

permanentes no funcionamento dos pulmões; Tosse persistente;

Dificuldade para respirar que requer ajuda na respiração (ventilação);

Hospitalização e internação por ataques severos de asma; Efeitos

colaterais de medicações usadas para controlar a asma; Óbito.

Conclusão.

Asma Sintomas: Falta de ar, chiado no peito, tosse, dificuldade para

respirar.

Maior incidência: Entre 00:00hs e 06:00hs, com pico às 04:00hs.

Quando tomar o remédio?

A queda na produção de cortisol provoca uma contração nos brônquios

pulmonares, que atinge o seu pico às 04:00hs. Para o remédio fazer

efeito às 04:00hs, os médicos recomendam que ele seja administrado

pelo menos 8 horas antes, ou seja, às 20:00hs.

Farmacologia: Farmacodinâmica e Farmacocinética.

Page 113: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1909

Veremos mais adiante a farmacologia: farmacocinética e

farmacodinâmica dos corticosteroides inalados. Nesta classe de

medicamentos inclui-se:

1. Fluticasona.

2. Budesonida.

3. Mometasona.

4. Ciclesonida.

5. Flunisolide.

6. Beclometasona.

Modificadores de leucotrienos. Inclui-se os seguintes:

1. Montelucaste.

2. Zafirlucast.

3. Zileuton.

Formas farmacêuticas: comprimidos, xaropes ou sachês.

Beta-agonistas de longa duração. Inclui-se:

1. Salmeterol.

2. Formoterol.

Teofilina: broncodilatador.

Broncodilatadores.

Outros medicamentos. Omalizumabe. A termoplastia brônquica.

Portadores de asma com episódios de broncoespasmo severo, mesmo

em vigência de tratamento adequado, constituem um desafio

Page 114: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1910

terapêutico. Muitos dos sintomas e casos de asma aguda grave são

devidos à excessiva contratura da musculatura lisa brônquica, sendo o

principal alvo da terapia broncodilatadora inalatória. Tem-se investigado

a possibilidade de uma alteração fenotípica específica da musculatura

lisa em asmáticos ser importante na fisiopatologia da doença. A

termoplastia brônquica é um procedimento broncoscópico que, através

da geração e transmissão de calor por radiofrequência, reduz a massa

muscular das vias aéreas em asmáticos com o intuito de reduzir o

broncoespasmo mediado pela contratura da musculatura lisa. A

liberação de energia é feita através de um cateter (Sistema Alair;

Asthmatx: Mountain View, CA, EUA) ligado a um gerador de

radiofrequência. Estudos de segurança demonstraram tratar-se de um

procedimento seguro, sem evidência de cicatriz ou estenose nas vias

aéreas após o procedimento. A avaliação histológica demonstrou

significativa atrofia da musculatura lisa nas vias aéreas submetidas ao

tratamento. O primeiro estudo prospectivo em asmáticos resultou em

significativa redução de sintomas e melhora do pico de fluxo em 12

semanas. Além de este estudo confirmar a segurança do procedimento,

foi também observada significativa redução da hiperresponsividade

brônquica mesmo após 24 meses do tratamento. Com base nos

resultados obtidos através destes estudos mencionados acima, foi

proposto e efetuado o primeiro estudo randomizado empregando

termoplastia brônquica em asmáticos, o Asthma Intervention Research

Trial. Tratou-se de um estudo multicêntrico em que

foram incluídos pacientes asmáticos moderados que, a

despeito de receberem tratamento adequado de acordo

com a gravidade da doença - broncodilatador de longa

duração e corticóide inalatório - apresentavam

sintomas em decorrência de broncoespasmo. O objetivo

do estudo foi examinar a segurança e eficácia da termoplastia brônquica

Page 115: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1911

em paciente asmático durante os primeiros 12 meses de

acompanhamento pós-tratamento.

Novo Combate à Asma?

Estima-se de 1,5 milhão de brasileiros (20% deles crianças) sofram de

asma, mas um novo procedimento ambulatorial, com duração de 30

minutos, chamado termoplastia brônquica, poderá ajudar. Um

broncoscópio – tubo flexível – é inserido na boca ou no nariz e, então,

conduzido até os pulmões. Energia de radiofreqüência é enviada por um

cateter e aquece as vias respiratórias até cerca de 65o C. Isso reduz a

quantidade de músculo nas vias sem causar danos de longo prazo. Com

menos músculos há, também, menos chance de constrição ou

espasmos das vias respiratórias! Em estudos, a maioria dos pacientes

submetidos à terapia respirou mais facilmente, precisou de menos

medicamentos e ficou mais dias sem os sintomas da doença.

Acreditamos que em breve esteja disponível pelo SUS (Em 3 a 5 anos).

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1912

Iconografias.

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1913

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1914

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1915

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1916

Caso Analítico.

Asmática desde pequena, a pesquidora de mercado RF, 42, não sabia o

que era usar perfume. O cheiro provocava nela crise certa, como outros

irritantes, fumaça de cigarro, pó, poluição, pelo de animais. Na clínica

ela afirmou que: "Passei boa parte de minha vida em casa ou no

hospital. Não tinha vida social, só falta de ar", diz. A pesquisadora é

uma das participantes de um estudo sobre uma técnica invasiva

“cirurgia” para tratar sintomas graves de asma. Chamada de

termoplastia brônquica, a técnica é feita com um tubo flexível

introduzido pelo nariz ou pela boca, que leva até os brônquios um

dispositivo gerador de calor. O aquecimento faz a musculatura lisa dos

brônquios perderem o volume e a força de contração

"A função desse músculo é fechar o brônquio para não deixar agentes

externos entrarem nas vias aéreas. No asmático, qualquer estímulo leva

a uma resposta exagerada, fechando demais os brônquios a ponto de o

ar não entrar, conforme doutrina e propala a diretora científica da

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. A nova terapêutica

mantém o brônquio mais dilatado mesmo quando há estímulos para

crises. Está sendo afirmando-se com cautela, considerado uma

alternativa para pacientes com asma severa ou que não respondem aos

medicamentos usuais (corticóides inaláveis ou orais). O pneumologista

Elie Fiss, da Faculdade de Medicina do ABC, diz que "Não existia nada

Page 121: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1917

para esses pacientes e os resultados são promissores: a técnica reduziu

drasticamente o uso de medicamentos". Na faculdade citada, se

encontra um dos centros brasileiros onde a cirurgia esta sendo testada.

Além do centro em comento, os testes clínicos no Brasil foram feitos

nos hospitais universitários da UFRJ e da PUC do Rio Grande do Sul e na

Santa Casa de Porto Alegre. O estudo global envolveu testes em vários

países como EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália. Os bons resultados

apresentados mais de 80% de redução nas internações e uso de

medicamentos levaram à aprovação do tratamento pelo FDA, órgão

regulador de medicamentos norte-americano. Temos notícias que no

Brasil, o aparelho para a termoplastia brônquica ainda precisa ser

homologado pela Anvisa. Os centros que fizeram a pesquisa em São

Paulo, no Rio e em Porto Alegre devem ser os primeiros a receber o

equipamento.

CUSTO ALTO.

O tratamento não é barato. Fontes de pesquisas comentam

que quando do lançamento o aparelho esta estimado em

US$ 40 mil. Cada cateter custa mais de US$ 1.000 (são

usados três por paciente). Nos EUA, a cirurgia custa de US$

12 mil a US$ 18 mil. Segundo os estudos clínicos o

tratamento é caro, mas o custo das internações e das faltas

no trabalho também é alto, sugere um médico especialista

em seu relatório cientifico. O cientista diz que cerca de 20

milhões de brasileiros sofrem de asma. Desses, entre 10% e

20% de forma grave ou que não responde aos remédios. O

alergologista Fábio Kuschnir, da Associação Brasileira de Alergia e

Imunopatologia, lembra que o uso continuado de remédios para asma

pode causar aumento da pressão arterial. E afirma que "A nova cirurgia

não é a solução mágica. Não deixa de ser invasiva, e ainda não

sabemos como os pacientes ficarão passados mais tempo.”.

Page 122: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1918

Fontes e referências.

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asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - CRM 3025;

Clóvis Galvão, alergista e Presidente da Associação Brasileira dos

Asmáticos - CRM 75503; Élcio Vianna, pneumologista da Comissão de

Asma da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia - CRM 57520;

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severe asthma: a multicenter, randomized, double-blind, sham-

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evaluating bronchial thermoplasty: early results [abstract]. Proceedings

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Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. IV Diretrizes Brasileiras para o

Manejo da Asma. J Bras Pneumol. 2006; 32 Supl 7: S447-S74.

Page 127: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1923

Farmacologia Clínica aplicada a Síndromes Metabólicas –

Diabetes.

Antes do desenvolvimento dos modernos medicamentos para a

diabetes, um diagnóstico da doença equivalia a uma sentença de morte.

Os primeiros pacientes com diabetes sofriam uma interminável lista de

complicações que rapidamente ficavam fora de controle. Mas agora,

graças a muitos anos de inovação médica, existem medicamentos que

podem retardar ou mesmo prevenir complicações sérias da diabetes. A

insulina é provavelmente o medicamento mais conhecido para tratar a

diabetes - e merecidamente. A invenção da insulina mudou

radicalmente o tratamento da diabetes e melhorou muito a qualidade de

vida dos pacientes. Os pesquisadores continuaram a aperfeiçoar o

tratamento da diabetes e vários tipos diferentes de insulina foram

aprovados, variando na potência e duração da dose. Embora a terapia à

base de insulina seja mais comumente associada com a diabetes tipo -

1 onde paciente devem suprir a insulina que os seus corpos não podem

produzir - alguns tipos de pacientes com diabetes tipo 2 também se

beneficiam das injeções de insulina para controlar o açúcar no sangue.

Também existem muitos medicamentos orais diferentes, que mudaram

completamente o tratamento da diabetes tipo 2. Uma vez que o

paciente com diabetes tipo 2 continua a produzir alguma insulina, os

medicamentos disponíveis para tratar essa variedade podem regular a

produção e absorção da glicose e, em alguns casos, permitir que o

corpo do paciente funcione normalmente.

Diabetes: Medicamento introduzido no mercado.

A Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula a

comercialização de medicamentos/remédios e alimentos nos Estados

Page 128: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1924

Unidos, aprovou a utilização da Saxagliptina (nome comercial Onglyza)

como uma nova opção de controle da glicemia no diabetes tipo 2. A

liberação ocorre após estudo com mais de 5 mil pessoas. Segundo os

resultados da pesquisa, durante a fase de testes, pessoas que

receberam a Saxagliptina tiveram seus níveis glicêmicos estabilizados,

nas três medidas de controle estudadas: A1C, glicose plasmática em

jejum (FPG) e glicose pós-prandial (PPG), tanto em conjunto com

metformina, sulfoniluréias e TZDs, quanto usada como monoterapia.

Ainda conforme os dados apresentados, e que estão sendo divulgado, o

novo medicamento se mostrou neutro em comparação ao placebo em

termos de peso corporal e lipídios. De acordo com a FDA, os efeitos

colaterais da Saxagliptina foram semelhantes aos do placebo: infecção

do trato respiratório superior, infecção do trato urinário e dor de

cabeça. O medicamento não foi estudado em pacientes submetidos à

diálise peritoneal. A FDA recomenda a avaliação da função renal antes

do início do tratamento e após, de forma periódica.

Dosagem.

A empresa responsável pelo desenvolvimento do medicamento, diz que

a Saxagliptina pode ser ingerida independentemente das refeições,

numa dose única diária, de 2,5 mg ou 5 mg. Ela também é

recomendada para pacientes adultos com comprometimento renal

moderado a grave ou doença renal em estágio final que requer

hemodiálise. O novo medicamento faz parte do grupo de remédios

antidiabéticos chamado de inibidores da dipeptidil peptidase (DDP-4).

Ele é indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, como um

adjuvante à dieta e exercícios para melhorar o controle do açúcar em

adultos.

Como funciona.

A incretina ajuda o organismo a regular os níveis de glicose após as

refeições, atuando na secreção pancreática da insulina e glucagon.

Page 129: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1925

Segundo os resultados apresentados, a Saxagliptina aumenta e

prolonga a ação desses hormônios, inibindo a enzima DPP4, que

desativa as incretinas normalmente dentro de alguns minutos. A

inibição da enzima DPP4 faz com que o pâncreas aumente a produção

de insulina e reduza a produção de glucagon. Estes efeitos são

dependentes da glicose e aumentam a resposta natural do organismo

aos alimentos, reduzindo os níveis de açúcar no sangue antes e após as

refeições. Atualmente, há dois medicamentos dessa classe (os

inibidores da DPP-4), comercializados no Brasil: a vildagliptina e a

sitagliptina.

Vildagliptina (LAF237) é um fármaco utilizado pela medicina no

tratamento do diabetes mellitus tipo 2. É a primeira substância, de uma

nova classe de medicamentos que elevam a concentração de incretina.

O medicamento é um inibidor da enzima DPP-4. Além disto, reduz a

secreção de glucagon e aumenta a secreção de insulina. A vildagliptina

atua nas células alfa e beta do pâncreas. A sua utilização não é

vinculada a efeitos colaterais como ganho de peso, hipoglicemia e

edema.

As incretinas são uma classe de substâncias produzidas pelo pâncreas e

pelos intestinos e que regulam o metabolismo da glicose. São eles:

insulina, glucagon, amilina, GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e GIP

(glucose-dependent insulinotropic popypeptide). A Farmacologia já sabe

de longa data que a administração de dextrose por via oral induz a uma

maior liberação de insulina do que a administração isoglicêmica

intravenosa. A secreção de insulina diferenciada em resposta a diversas

substâncias ingeridas ou administradas por via oral levou ao conceito do

efeito incretina. Estudos posteriores identificam as importantes

incretinas GLP-1 e GIP, produzidas por células endócrinas intestinais em

resposta à ingestão de alimentos. O GLP-1 é sintetizado pelas células L

no íleo e no cólon, enquanto que o GIP é sintetizado pelas células K

presentes no duodeno e na primeira porção do jejuno. Calcula-se que

Page 130: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1926

mais de 50% da insulinemia pós-prandial (Que se segue à refeição ou

que se produz depois dela)seja determinada pelo efeito indutor dos

hormônios GLP-1 e GIP. 2 Anormalidades na secreção e/ou ação desses

hormônios glicorreguladores podem estar direta ou indiretamente

associadas ao desenvolvimento do diabetes tipo 2(Cf Granel NA. El

Efecto fisiológicos de las hormonas incretinas. JohnHopkins

Advanced Studies in Medicine 2006;6 -7A:S581-S585. Frias

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ATC/DDD Classification (FINAL): New ATC 5th level codes.

WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology.

Página visitada em 2008-09-05).

A sitagliptina é um medicamento para o controle do diabetes tipo 2. É o

primeiro pertencente a uma nova classe terapêutica denominada

inibidores da enzima DPP-4 (dipeptidil peptidase), aprovada pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006. Essa droga

tem o objetivo de melhorar a ação das incretinas, hormônios que atuam

para manter os níveis normais de açúcar no sangue, estimulando a

produção de insulina pelo pâncreas e diminuindo a produção de glicose

pelo fígado. É um medicamento não disponível pelo Sistema Único de

Saúde (SUS). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o

número de pessoas com diabetes, hoje estimado em 150 milhões,

deverá alcançar 300 milhões em 2025. No Brasil, a estimativa da

Sociedade Brasileira de Diabetes está entre 12 e 15 milhões de pessoas.

Estima-se também que 90% dos casos de diabetes sejam do tipo 2, e

10% seriam do tipo 1. O diabetes tipo 2 pode responder ao tratamento

apenas com dieta e exercício físico. Outras vezes serão necessários

medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.

Entre os medicamentos orais para o controle do diabetes tipo 2,

distribuídos pelos SUS, estão a metformina e a sulfonilureia. Novas

Page 131: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1927

drogas são continuamente desenvolvidas e é motivo de pedidos

judiciais.

Questionamento de farmacovigilância preventiva.

A sitagliptina é efetiva e segura para o tratamento de diabetes tipo 2?

É mais efetiva que a terapia convencional com metformina e

sulfonilureia?

Foi encontrada uma revisão sistemática da Colaboração Cochrane que

avaliou 11 estudos envolvendo 6.743 pacientes nos quais se avaliou a

sitagliptina. Existem evidências de eficácia modesta no controle dos

níveis de glicose em pacientes com diabetes tipo 2, sem efeitos

colaterais importantes. Não há evidências de superioridade se

comparada à terapia convencional. Não há resultados em longo prazo e

mais informações sobre os riscos e benefícios são necessários. Não

localizamos recomendação da droga em consensos de especialistas

nacionais. Protocolos clínicos do Reino Unido e Estados Unidos

recomendam a indicação da sitagliptina em pacientes altamente

selecionados, que não responderam ao tratamento convencional ou

apresentam contraindicação às drogas comumente utilizadas.

ALERTA: A revisão sistemática de literatura é considerada atualmente o

melhor método de pesquisa para o conhecimento das evidências

científicas disponíveis para responder questões na área de saúde. Trata-

se de um estudo essencial, que avalia e sintetiza estudos primários

(pesquisas originais) publicados, com métodos claros, específicos e

reprodutíveis. Existe alguma evidência de eficácia, mas não de

superioridade da droga sitagliptina no controle dos níveis de glicose em

pacientes com diabetes tipo 2, se comparada à terapia convencional.

Sua indicação deve ser limitada a casos altamente selecionados de

pacientes que não respondem ou apresentam contraindicação ao

tratamento convencional(Cf – Richter Bernd, Bandeira-Echtler Elizabeth,

Page 132: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1928

Bergerhoff Karla, Lerch Christian. Dipeptidyl peptidase-4 (DPP-4)

inhibitors for type 2 diabetes mellitus. Cochrane Database of Systematic

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Chronic Conditions. Type 2 diabetes. The management of type 2

diabetes. London (UK): National Institute for Health and Clinical

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newer agents for blood glucose in type 2 diabetes. Review of NICE

technology appraisal guidance 66. May 2009. AACE Diabetes Mellitus

Clinical Practice Guidelines Task Force. AACE diabetes mellitus

guidelines. Glycemic management. Endocr Pract 2007 May-

Jun;13(Suppl 1):16-34 - 178 references).

Para os Juristas que tem acesso a

esse livro apresentamos uma sugestão do CONSELHO NACIONAL DE

JUSTIÇA DO BRASIL. Recomendação nº 36 do CNJ. (Publicada no DJ-e

nº 129/2011, em 14/07/2011, pág. 3-4). RECOMENDAÇÃO Nº 36, DE

12 DE JULHO DE 2011. Recomenda aos Tribunais a adoção

de medidas visando a melhor subsidiar os magistrados

e demais operadores do direito, com vistas a assegurar

maior eficiência na solução das demandas judiciais

envolvendo a assistência à saúde suplementar.

Page 133: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1929

O PRESIDENTE DO CONSELHO

NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no uso

de suas atribuições; CONSIDERANDO

que a assistência à saúde é livre à

iniciativa privada e que são de

relevância pública as ações e

serviços de saúde, cabendo ao Poder

Público dispor, nos termos da lei,

sobre sua regulamentação,

fiscalização e controle (arts. 197 e

199 da Constituição da República),

CONSIDERANDO que os planos de

saúde constituem forma contratual

de assistência à saúde,

regulamentada pela Lei nº

9.656/1998,

CONSIDERANDO o crescente número

de demandas envolvendo a

assistência à saúde suplementar em

tramitação no Poder Judiciário

brasileiro,

CONSIDERANDO que o Poder

Judiciário tem buscado a mediação

como melhor forma de solução de

conflitos,

Page 134: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1930

CONSIDERANDO a decisão plenária

da 130ª Sessão Ordinária, de 5 de

julho de 2011, deste Conselho

Nacional de Justiça, exarada nos

autos do Ato nº 0003257-

77.2011.2.00.0000,

RESOLVE:

I. Recomendar aos Tribunais de

Justiça dos Estados e Tribunais

Regionais Federais que:

a) celebrem convênios que objetivem

disponibilizar apoio técnico, sem

ônus para os Tribunais, composto por

médicos e farmacêuticos, indicados

pelos Comitês Executivos Estaduais,

para auxiliar os magistrados na

formação de um juízo de valor

quanto à apreciação das questões

clínicas apresentadas pelas partes,

observadas as peculiaridades

regionais;

b) facultem às operadoras

interessadas o cadastramento de

endereços para correspondência

eletrônica junto às Comarcas, Seções

e Subseções Judiciárias, com vistas a

Page 135: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1931

facilitar a comunicação imediata com

os magistrados, e, assim, fortalecer a

mediação e possibilitar a autorização

do procedimento pretendido ou a

solução amigável da lide,

independentemente do curso legal e

regular do processo;

c) orientem os magistrados

vinculados, por meio de suas

corregedorias, a fim de que oficiem,

quando cabível e possível, à Agência

Nacional de Saúde Suplementar

(ANS), à Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), ao

Conselho Federal de Medicina (CFM),

ao Conselho Federal de Odontologia

(CFO), para se manifestarem acerca

da matéria debatida dentro das

atribuições de cada órgão, específica

e respectivamente sobre obrigações

regulamentares das operadoras,

medicamentos, materiais, órteses,

próteses e tratamentos

experimentais.

II. Recomendar à Escola Nacional de

Formação e Aperfeiçoamento de

Page 136: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1932

Magistrados (ENFAM) e às Escolas de

Magistratura Estaduais e Federais

que promovam a realização de

seminários para estudo e mobilização

na área da saúde, congregando

magistrados, membros do Ministério

Público e operadoras, a fim de

propiciar maior entrosamento sobre

a matéria.

III. Recomendar aos Comitês

Executivos Estaduais que incluam,

dentre os seus membros, um

representante de planos de saúde

suplementar, no intuito de fomentar

o debate com as operadoras, diante

dos dados constantes em seus

arquivos.

Publique-se e encaminhe-se cópia

desta Recomendação a todos os

Tribunais.

Ministro CEZAR PELUSO

Presidente.

Recomendação nº 31 do CNJ. (Publicado no DJ-e nº 61/2010, em

07/04/2010, p. 4-6). RECOMENDAÇÃO Nº 31, DE 30 DE MARÇO DE

2010. Recomenda aos tribunais a adoção de medidas

visando a melhor subsidiar os magistrados e demais

Page 137: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1933

operadores do direito, para assegurar maior eficiência

na solução das demandas judiciais envolvendo a

assistência à saúde.

O PRESIDENTE DO CONSELHO

NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ, no uso

de suas atribuições, e

CONSIDERANDO o grande número de

demandas envolvendo a assistência à

saúde em tramitação no Poder

Judiciário brasileiro e o

representativo dispêndio de recursos

públicos decorrente desses processos

judiciais;

CONSIDERANDO que ficou

constatada na Audiência Pública nº 4,

realizada pelo Supremo Tribunal

Federal para discutir as questões

relativas às demandas judiciais que

objetivam o fornecimento de

prestações de saúde, a carência de

informações clínicas prestadas aos

magistrados a respeito dos

problemas de saúde enfrentados

pelos autores dessas demandas;

CONSIDERANDO que os

medicamentos e tratamentos

Page 138: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1934

utilizados no Brasil dependem de

prévia aprovação pela ANVISA, na

forma do art. 12 da Lei 6.360/76 c/c

a Lei 9.782/99, as quais objetivam

garantir a saúde dos usuários contra

práticas com resultados ainda não

comprovados ou mesmo contra

aquelas que possam ser prejudiciais

aos pacientes;

CONSIDERANDO as reiteradas

reivindicações dos gestores para que

sejam ouvidos antes da concessão de

provimentos judiciais de urgência e a

necessidade de prestigiar sua

capacidade gerencial, as políticas

públicas existentes e a organização

do sistema público de saúde;

CONSIDERANDO a menção, realizada

na audiência pública nº 04, à prática

de alguns laboratórios no sentido de

não assistir os pacientes envolvidos

em pesquisas experimentais, depois

de finalizada a experiência, bem

como a vedação do item III. 3, "p",

da Resolução 196/96 do Conselho

Nacional de saúde;

Page 139: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1935

CONSIDERNADO que, na mesma

audiência, diversas autoridades e

especialistas, tanto da área médica

quando da jurídica, manifestaram-se

acerca de decisões judiciais que

versam sobre políticas públicas

existentes, assim como a

necessidades de assegurar a

sustentabilidade e gerenciamento do

SUS;

CONSIDERANDO, finalmente,

indicação formulada pelo grupo de

trabalho designado, através da

Portaria nº 650, de 20 de novembro

de 2009, do Ministro Presente do

Conselho Nacional de Justiça, para

proceder a estudos e propor medidas

que visem a aperfeiçoar a prestação

jurisdicional em matéria de

assistência à saúde;

CONSIDERANDO a decisão plenária

da 101ª Sessão Ordinária do dia 23

de março de 2010 deste E. Conselho

Nacional de Justiça, exarada nos

autos do Ato nº 0001954-

62.2010.2.00.0000;

Page 140: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1936

RESOLVE:

I. Recomendar aos Tribunais de

Justiça dos Estados e aos Tribunais

Regionais Federais que:

a) até dezembro de 2010 celebrem

convênios que objetivem

disponibilizar apoio técnico composto

por médicos e farmacêuticos para

auxiliar os magistrados na formação

de um juízo de valor quanto à

apreciação das questões clínicas

apresentadas pelas partes das ações

relativas à saúde, observadas as

peculiaridades regionais;

b) orientem, através das suas

corregedorias, aos magistrados

vinculados, que:

b.1) procurem instruir as ações,

tanto quanto possível, com relatórios

médicos, com descrição da doença,

inclusive CID, contendo prescrição de

medicamentos, com denominação

genérica ou princípio ativo, produtos,

órteses, próteses e insumos em

geral, com posologia exata;

Page 141: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1937

b.2) evitem autorizar o fornecimento

de medicamentos ainda não

registrados pela ANVISA, ou em fase

experimental, ressalvadas as

exceções expressamente previstas

em lei;

b.3) ouças, quando possível,

preferencialmente por meio

eletrônico, os gestores, antes da

apreciação de medidas de urgência;

b.4) verifiquem, junto à Comissão

Nacional de Ética em Pesquisas

(CONEP), se os requerentes fazer

parte de programas de pesquisa

experimental dos laboratórios, caso

em que estes devem assumir a

continuidade do tratamento;

b.5) determinem, no momento da

concessão de medida abrangida por

política pública existente, a inscrição

do beneficiário nos respectivos

programas;

c) incluam a legislação relativa ao

direito sanitário como matéria

individualizada no programa de

direito administrativo dos

Page 142: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1938

respectivos concursos para ingresso

na carreira da magistratura, de

acordo com a relação mínima de

disciplinas estabelecida pela

Resolução 75/2009 do Conselho

Nacional de Justiça;

d) promovam, para fins de

conhecimento prático de

funcionamento, visitas dos

magistrados aos Conselhos

Municipais e Estaduais de Saúde,

bem como às unidades de saúde

pública ou conveniadas ao SUS,

dispensários de medicamentos e a

hospitais habilitados em Oncologia

como Unidade de Assistência de Alta

complexidade em Oncologia -

UNACON ou Centro de Assistência de

Alta complexidade em Oncologia -

CACON;

II. Recomendar à Escola Nacional de

Formação e Aperfeiçoamento de

Magistrados - ENAM, à Escola

Nacional de Formação e

Aperfeiçoamento de Magistrados do

Trabalho - ENAMAT e às Escolas de

Page 143: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1939

Magistratura Federais e Estaduais

que:

a) incorporarem o direito sanitário

nos programas dos cursos de

formação, vitaliciamento e

aperfeiçoamento de magistrados;

b) promovam a realização de

seminários para estudo e mobilização

na área da saúde, congregando

magistrados, membros do ministério

público e gestores, no sentido de

propiciar maior entrosamento sobre

a matéria;

Publique-se e encaminhe-se cópia

desta Recomendação a todos os

Tribunais.

Ministro GILMAR MENDES.

Page 144: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1940

Complexidades de novas terapias.

A complexidade das novas terapias

medicamentosas e as evidências dos resultados das intervenções

farmacêuticas na melhoria dos regimes terapêuticos – e na redução dos

custos assistenciais – reforça a importância de uma assistência

farmacêutica de qualidade. Cada vez mais, os profissionais de saúde

devem ter a fundamentação da dispensação para uma melhor

segurança dos usuários. Os Farmacologistas Clínicos e os farmacêuticos

em particular passa a ter atuação onde existe a decisão clínica, e para

isto atua em parceria com a equipe multiprofissional no

acompanhamento dos pacientes.

Síndrome metabólica é a designação atribuída a um conjunto de fatores

de risco ou valores analíticos que condicionam um grande aumento do

risco de desenvolver doenças cardiovasculares e/ou Diabetes mellitus

tipo II. O principal e mais eficaz “tratamento” para a síndrome

metabólica e complicações associadas passa por uma importante

mudança nos hábitos de vida, nomeadamente uma alimentação mais

saudável e prática de exercício físico regular com perda do excesso de

peso, e deixar de fumar. Como os fatores encontram-se interligados, a

melhoria de um dos aspectos da síndrome metabólica pode levar a uma

melhoria global de todo o quadro clínico. Neste caso, entende-se como

"alimentação mais saudável" uma dieta pobre em alimentos com Índice

Glicêmico elevado, ou seja, pobre em açúcares simples, farinhas

refinadas e raízes intensamente cozidas. O uso de carnes magras, fibras

advindas de folhosos e alimentos ricos em antioxidantes, como romãs,

Page 145: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1941

mirtilos e outros frutos do bosque são de grande valia. Tratamento

farmacológico pode ser necessário para controlar a hipertensão e os

níveis de colesterol, sendo também corrente a utilização de ácido

acetilsalicílico para evitar o risco de coagulação e trombose (Cf - Grundy

SM, Brewer HB, Cleeman JI, Smith SC, Lenfant D, for the Conference

Participants. Definition of metabolic syndrome: report of the National,

Heart, Lung, and Blood Institute/American Heart Association conference

on scientific issues related to definition. Circulation. 2004;109:433-438.

American Heart Association's description of Syndrome X).

Na Clínica Médica, chama-se hiperglicemia/ou hiperglicêmia ao excesso

de glicose no sangue. A hiperglicemia caracteriza-se pelo elevado nível

de glicose no sangue. Os níveis normais de glicose no sangue são de

até 99mg/dL pré-prandial (antes de comer) e de até 140mg/dL pós-

prandial (depois de comer). Níveis alterados desses valores podem

sugerir crises hipo ou hiperglicêmicas, por diversas etiologias (origens).

Ao persistirem os níveis alterados, a procura a um serviço de saúde se

torna essencial, podendo caracterizar-se por quadros patológicos, como

a Diabetes Melitus.

A glicose, glucose ou dextrose, um monossacarídeo, é o carboidrato

mais importante na biologia. As células a usam como fonte de energia e

intermediário metabólico. A glucose é um dos principais produtos da

fotossíntese e inicia a respiração celular em procariontes e eucariontes.

É um cristal sólido de sabor adocicado, de formula molecular C6H12O6,

encontrado na natureza na forma livre ou combinada. Juntamente com

a frutose e a galactose, é o carboidrato fundamental de carboidratos

maiores, como sacarose e maltose. Amido e celulose são polímeros de

glucose.

"Diabetes" provém do grego diabétes, através do latim diabetes.

Mellitus é o termo latino para "mel" e é uma referência à urina com

excesso de glicose do portador da doença. O diabetes melito(latim,

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1942

diabetes mellitus), também conhecido como diabetes sacarino, diabetes

sacarina, diabetes e diabete, é uma doença metabólica caracterizada

por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. A glicose é a

principal fonte de energia do organismo porém, quando em excesso,

pode trazer várias complicações à saúde como por exemplo o excesso

de sono no estágio inicial, problemas de cansaço e problemas físico-

táticos em efetuar as tarefas desejadas. Quando não tratada

adequadamente, podem ocorrer complicações como ataque cardíaco,

derrame cerebral, insuficiência renal, problemas na visão, amputação

do pé e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações.

Dependendo da causa, o diabetes pode ser classificado como:

Diabetes mellitus tipo 1 - Destruição das células beta do pâncreas mais

especificamente as ilhotas pancreáticas, usualmente levando à

deficiência completa de insulina, já que sua produção ocorre nesse

órgão. Autoimune. Idiopático (causa desconhecida)

Diabetes mellitus tipo 2 - Graus variados de diminuição de secreção e

resistência à insulina.

Outros tipos específicos - Defeitos genéticos da função da célula β.

Defeitos genéticos da ação da insulina. Doenças do pâncreas exócrino.

Endocrinopatias. Indução por drogas ou produtos químicos. Infecções.

Formas incomuns de diabetes imunomediado.

Diabetes gestacional – Todas as mulheres grávidas devem realizar

exame de dosagem de glicose plasmática em jejum (GPJ) na primeira

consulta de pré-natal. As que apresentarem GPJ acima de 126 mg/dl,

confirmado em outro exame no dia subsequente, têm o critério de

diabetes gestacional. As pacientes que apresentarem GPJ acima de 85

mg/dl, independente dos fatores de risco, devem ser submetidas ao

Teste Oral de Tolerância a Glicose (75g/2 horas - Padrão MS/OMS),

para confirmação diagnóstica. DMG é fisiopatologicamente similar ao

Diabetes Mellitus tipo 2. Aproximadamente 90% das pacientes com

Page 147: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1943

DMG tem uma deficiência de receptores de insulina (prévia a gestação).

Como na DM tipo 2, as mulheres que desenvolvem a DMG são aquelas

com sobrepeso ou obesidade. As pacientes têm um apetite aumentado,

secundário ao excesso de insulina. Assim, um círculo vicioso de excesso

de apetite com um ganho de peso ocorre. Diabetes mellitus gestacional

(DMG) é definida como algum grau de intolerância a glicose que foi

primeiramente reconhecida durante a gravidez. São vários os critérios

para diagnóstico da DMG, mas recomenda-se utilizar o da Organização

Mundial de Saúde (OMS).

O aumento da produção de hormônios,

principalmente do lactogênio placentário, pode prejudicar a ação da

insulina materna.

Importância da terapia nutricional.

Diagnosticado o diabetes gestacional, a gravidez

precisa ser cercada de novos cuidados. O controle da alimentação, por

exemplo, deve ser feito com a ajuda de um profissional capacitado.

Dietas mal elaboradas podem interferir no desenvolvimento do feto.

Dietas abaixo de 1200 Kcal/dia ou com restrição de mais de 50% do

metabolismo basal não são recomendadas, pois estão relacionadas com

desenvolvimento de cetose. A terapia nutricional é um aliado

importante. Para muitas mulheres é suficiente para manter a glicemia

dentro dos valores recomendados pelo médico. Na gravidez, a mulher

Page 148: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1944

deve ganhar um mínimo de peso, em geral entre 10 e 12 quilos, para

mulheres que estão com o peso adequado. Suas escolhas alimentares

devem ser saudáveis. Será necessário relembrar os conhecimentos

básicos de nutrição. Por isso, a orientação de um nutricionista é

recomendável. Dentre os objetivos da terapia nutricional deve constar,

também, um limite para ganhar peso, recomendado às mulheres

obesas. Isso é imprescindível, porque é mais freqüente que mulheres

obesas desenvolvam diabetes durante a gestação. O ganho de peso

máximo recomendado para essa situação é de mais ou menos 7kg. A

dieta pode ser acompanhada de exercícios leves como nadar ou

caminhar.

O tratamento geralmente é dieta e exercício. Nos poucos casos em que

a dieta e o exercício não são suficientes para o controle glicêmico, o

tratamento é realizado com insulina. O uso de hipoglicemiantes orais é

contraindicado durante a gravidez. A gestante deve ser acompanhada

no pré-natal de alto risco.

MEDICAMENTOS.

Um relatório divulgado pelas empresas farmacêuticas dos Estados

Unidos afirma que, no momento, 180 novos medicamentos para o

combate ao diabetes estão em estágios avançados de desenvolvimento.

O documento, assinado pela Pharmaceutical Research and

Manufacturers of America (PhRMA), revela que, destes 180, 100 deles

(55.5%) são voltados ao tratamento do diabetes tipo 2 e 30 (16.6%)

para o diabetes tipo 1. Os outros 52 medicamentos servem para cuidar

de complicações do diabetes. Entre as novidades divulgadas pelo

relatório está um tratamento que estimula e melhora a regeneração das

células-beta – que são as células do pâncreas que produzem insulina -,

o que pode vir a se tornar uma opção substancial para cuidar do

diabetes tipo 1. A PhRMA afirma que todos estes 180 novos

medicamentos estão ou em fase de testes clínicos ou esperam o aval da

Page 149: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1945

Food and Drug Administration (correspondente norte-americana à nossa

ANVISA) para comercialização. Vale lembrar que apenas uma parcela

destes 180 medicamentos deve chegar, de fato, às prateleiras das

farmácias. Historicamente, a taxa de eficiência de remédios

antidiabéticos em testes clínicos não é das mais alta e boa parte, deles

são reprovados. De acordo com o documento da PhRMA, de 2007 a

2012 os custos de tratar o diabetes nos EUA subiram 41%, passando de

R$415 milhões para quase R$585 milhões anuais. Desta cifra, R$165

milhões são perdidos a cada ano pela queda de produtividade de

pacientes diabéticos.

Novidades.

Outro destaque é um medicamento para diabéticos tipos 2 que melhora

a secreção natural de insulina pelo organismo.

Novo medicamento antidiabético – o Xigduo –

será uma combinação de dois famosos tratamentos e poderá ser

vendido já em 2014. Dois conhecidos medicamentos antidiabéticos

estão prestes a unir as forças no combate à doença. O Comitê de

Produtos Medicinais para Uso Humano, um braço regulatório da União

Européia, deu aval positivo a uma combinação dos remédios Forxiga e

metformina em uma única pílula. A metformina é o princípio ativo

mais conhecido no tratamento do diabetes tipo 2, devido à alta eficácia

no controle da glicemia, aos poucos efeitos colaterais e ao longo tempo

no mercado. Uma das maiores vantagens de seu uso é que não gera

hipoglicemia.

Page 150: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1946

Outro medicamento o Forxiga (cujo princípio ativo é a dapagliflozina) é

um remédio mais recente – ele começou a ser comercializado há poucos

meses na Europa e nos Estados Unidos. O Forxiga funciona estimulando

a liberação de glicose na urina, o que diminui a quantidade do açúcar no

sangue. O efeito é atingido através da inibição da reabsorção da glicose

nos rins. Outro resultado benéfico do remédio é ajudar na diminuição do

peso, uma vez que a excreção extra de glicose consome calorias. A

combinação dos dois medicamentos, criada pelas farmacêuticas Bristol-

Myers Squibb e AstraZeneca, será chamada de Xigduo e poderá

começar a ser vendida já no ano que vem. De acordo com o relatório

do Comitê europeu, “O benefício do Xigduo é sua habilidade de

melhorar o controle glicêmico através da redução dos níveis de açúcar

no sangue em pacientes cujo controle unicamente através da

metformina é inadequado. Os efeitos colaterais mais comuns são

hipoglicemia, náusea, vômitos, diarréia, dores abdominais, perda de

apetite, vulvovaginite, balanite e infecções genitais relacionadas,

infecções no trato urinário, disúria(dor ao urinar) e poliúria(urinar em

demasia)“.

A empresa farmacêutica Eli Lilly Co., está desenvolvendo um novo

medicamento para o combate ao diabetes. A grande vantagem desta

inédita droga é que ela seria capaz de melhorar a saúde também do

coração, além de ajudar na diminuição do peso e no combate ao

colesterol ruim. Isto é bastante significativo, posto que, recentemente,

alguns remédios antidiabéticos deixaram de ser produzidos por gerarem

efeitos negativos no coração dos pacientes. O remédio da Eli Lilly,

provisoriamente chamado de LY2405319, nada mais é do que um

hormônio humano, o FGF21, só que produzido em laboratório e em

larga escala. Este hormônio possui funções bastante importantes no

corpo, como melhorar a absorção de glicose pelas células adiposas.

Desta forma, menos açúcar circularia no sangue do paciente,

diminuindo seu diabetes. Em artigo científico publicado na edição de

Page 151: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1947

setembro do periódico Cell Metabolism, cientistas da farmacêutica

anunciaram que 46 pessoas, todas com diabetes tipo 2, passaram por

um teste clínico com o LY2405319. Os resultados mostraram que a

nova droga foi capaz de reduzir o peso, a glicose no sangue e os níveis

de insulina circulante nestas pessoas. Além disso, o medicamento

mostrou-se efetivo na diminuição de triglicerídeos e LDL (o colesterol

“ruim”), ao mesmo tempo em que aumentou os níveis do colesterol

“bom”.

Ressalte-se que a característica mais marcante do diabetes tipo 2 é a

má utilização da insulina pelo nosso corpo. No diabetes tipo 1, a falha

está na pouca produção de insulina. Já no tipo 2, ela até é produzida,

mas as células não conseguem utilizá-la da maneira usual (como auxílio

para a captação de açúcar do sangue). Isto gera hiperglicemia –

excesso de açúcar na corrente sangüínea – e um quadro conhecido por

resistência à insulina. Os efeitos da má utilização da insulina começam

bem leves, mas rapidamente podem ficar mais sérios. Os principais

sintomas sentidos são: Sede constante; Vontade excessiva de fazer

xixi, a toda hora; Cansaço constante; Visão embaçada; Mudanças

repentinas de peso. Etc.

Atualmente existem várias classes de

medicamentos para tratar o diabetes tipo 2. No entanto, cada tipo de

comprimido age de forma diferente no organismo e pode apresentar

variados efeitos colaterais, precauções e outras advertências. Alguns

deles, inclusive, têm sido associados ao aumento do risco de doenças

do coração. Por isso, antes de iniciar qualquer tratamento é importante

à intervenção do profissional de saúde, médico.

Page 152: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1948

Ressalte-se que com o ATO MÉDICO – Lei Federal de 2013, alguns

profissionais podem prescrever medicamentos. Veremos mais a frente

uma nota técnica.

Continuando, os antidiabéticos disponíveis no Brasil são:

Secretagogos(Estimula produção de

hormônio) de insulina:

Sulfonilureias – Clorpropramida,

Glibenclamida, Glicazida, Glipizida e

Glimepirida,

Metiglinidas – Repaglinida e

Nateglinida,

Inibidores de DPP-IV – Vidagliptina,

Sitagliptina, Saxagliptina e

Linagliptina,

Incretinomiméticos – Exenatida e

Liraglutida.

Sensibilizadores de insulina:

Biguanidas – Metformina.

Tiazolidinedionas – Pioglitazona.

Moduladores da absorção de

nutrientes no trato gastrointestinal:

Inibidores da alfa-glicosidase –

Acarbose.

Page 153: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1949

Secretagogos de insulina.

Medicamentos que promovem o

aumento da secreção de insulina

pelas células beta do pâncreas.

SULFONILURÉIAS.

Nota Complementar.

As sulfoniluréias são derivadas das sulfonamidas, mas, não apresentam

atividade antibacteriana. Estimulam a liberação da insulina pelas células

beta do pâncreas, reduzem os níveis sanguíneos do glucagon,

aumentando a ligação da insulina com os tecidos-alvos e os receptores.

Em química, as sulfonamidas são as amidas de ácidos sulfônicos, de

fórmula geral RS(=0)2NR'2. Em farmacologia, as sulfonamidas são um

grupo de antibióticos sintéticos usados no tratamento de doenças

infecciosas devidas a microorganismos (Cf - Victor Gold, IUPAC

Gold Book, sulfonamides. Langer O, Conway DL, Berkus MD,

Xenakis EMJ, Gonzales ORN. A comparison of glyburide and

insulin in women with gestational diabetes mellitus. N Engl

J Med 2000;343(16): 1134-8. SILVA, Jean C. et al.

Glibenclamida no tratamento do diabete melito gestacional

em estudo comparado à insulina. Arq Bras Endocrinol

Metab [online]. 2007, vol.51, n.4 [cited 2011-03-03], pp.

541-546 . Available from: <http://www.scielo.br/ Monami

M, Luzzi C, Lamanna C, Chiasserini V, Addante F, Desideri

CM, Masotti G, Marchionni N, Mannucci E (2006). "Three-

year mortality in diabetic patients treated with different

combinations of insulin secretagogues and metformin".

Diabetes Metab Res Rev 22 (6): 477–82.

doi:10.1002/dmrr.642. PMID 16634115).

Page 154: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1950

Aos interessados recomendamos Compendium of Chemical Terminology

(Compêndio de Terminologia Química, ISBN 0-86542-684-8), trata-se

de um livro publicado pela IUPAC que contém as definições

internacionalmente aceitas de termos químicos. A primeira edição foi

iniciada por Victor Gold, daí o nome informal de Gold Book. A primeira

edição foi publicada em 1987 e a segunda, editada por A. D. McNaught

e A. Wilkinson, foi publicada em 1997. Uma versão do "Gold Book" está

disponível na internet e é de acesso livre.

Provavelmente na Série Uso Racional de Medicamentos na Clínica

Médica, previsão para agosto de 2014, o autor estará publicando os

ensaios de Farmacologia Clínica: Farmacocinética e Farmacodinâmica

dos medicamentos utilizados na Clínica Endocrinológica, como parte da

produção literária da Pós-graduação em Farmacologia Clínica pela

Faculdade ATENEU-Fortaleza.

E neste contexto entra as sulfoniluréias como fármacos que promovem

a liberação de insulina. No pâncreas, em células isoladas dos ilhéus de

langerans, são responsáveis por aumentar a liberação de insulina.

Classificação.

Primeira geração: Acetoexamida;

Clorpropamida; Tolbutamida;

Tolazamida.

Segunda geração: Glipizida;

Gliclazida; Glibenclamida; Gliquidona.

Terceira geração: Glimepirida.

As sulfoniluréias agem principalmente nos receptores da membrana

plasmática das células beta do pâncreas, sobre os canais de potássio

Page 155: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1951

sensíveis ao ATP, reduzindo a permeabilidade destas células ao

potássio, causando a despolarização e a entrada de cálcio ionizado, e,

portanto, aumentando a secreção da insulina. Portanto, são eficazes

somente se as células betas estiverem funcionantes. As sulfoniluréias

estão indicadas no Diabetes Mellitus tipo 2 sendo a primeira opção nos

indivíduos não obesos, que não alcançaram níveis glicêmicos desejáveis

após a adoção das medidas dietéticas e de prática regular de atividade

física. A hipoglicemia é um efeito colateral frequente, sobretudo em

idosos e renais crônicos. As sulfoniluréias possuem um radical sulfona

ligado a um grupo uréia, com potência hipoglicemiante oral variável.

Sulfoniluréias de primeira geração: clorpropamida (Diabinese®),

tolazamida (Tolinase®) e tolbutamida (Rastinon®). Sulfoniluréias de

segunda geração: glibenclamida (Daonil®), glipizida (Minidiab®),

gliclazida (Diamicron®), glimepirida (Amaryl®) (Glimepil®).

Caracteristicas das Sulfoniluréias.

A glibenclamida é também chamada de gliburida, e, além de estimular a

liberação da insulina pelas células beta do pâncreas, aumenta a

sensibilidade periférica à insulina, tem a duração do efeito terapêutico

variando de 12 a 14 horas.

A clorpropamida (Diabinese®) deve ser evitada no idoso e/ou no

paciente com insuficiência renal porque a clorpropamida tem a meia-

vida prolongada (32 horas, podendo a ação variar de um a três dias),

lentamente metabolizada, sendo excretada parcialmente inalterada pelo

rim, assim existe o risco nestes pacientes de ocorrer a hipoglicemia

grave. Em idosos, a sulfoniluréia de primeira geração mais segura é a

tolbutamida porque é bem absorvida e rapidamente metabolizada pelo

fígado, com efeito, relativamente curto, entre 6 a 10 horas, sendo rara

a hipoglicemia prolongada. As sulfoniluréias são indicadas para

pacientes magros, tipo II, que possuem deficiência de insulina em maior

grau, não sendo indicadas para pacientes obesos, pois, aumentam o

Page 156: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1952

apetite e frequentemente, causam aumento de peso. As sulfoniluréias

de segunda geração apresentam menos efeitos adversos, e, com meia-

vida menor facilitam a dosagem a cada 24 horas. As sulfoniluréias são

contraindicadas também em pacientes gestantes, pois, estes fármacos

atravessam a placenta e estimula a liberação de insulina pelas células

beta fetais. As pacientes gestantes, mesmo portadoras de diabetes não

insulino- dependente, devem ser tratadas com insulina e dieta

suplementada. A clorpropamida e tolbutamida não devem ser

administradas em pacientes com insuficiência cardíaca e hepática, pois,

podem provocar a retenção hídrica com hiponatremia devido à secreção

inadequada de hormônio antidiurético, na ação sobre o néfron distal,

inclusive o uso da clorpropamida tem sido criticado principalmente pelo

respectivo efeito colateral de natureza idiossincrásica.

Essa classe de medicamentos tem duas funções: Estimular o pâncreas a

produzir mais insulina. Ajudar o organismo a utilizar a insulina que

produz.

No entanto, para que o comprimido exerça sua função, o pâncreas do

paciente precisa produzir alguma insulina. A mais antiga das

sulfoniluréias comercializadas no Brasil é a clorpropamida que

atualmente está em desuso devido ao surgimento de novas substâncias,

como glimepirida, glibenclamida e glipizida.

Dependendo da necessidade do paciente, o medicamento pode ser

administrado uma vez ao dia, normalmente antes do café da manhã, ou

duas vezes ao dia, antes do almoço e do jantar. Em relação aos efeitos

colaterais, os mais comuns são: hipoglicemia, dor de estômago, coceira

e ganho de peso.

Metiglinidas.

Essa classe de medicamentos inclui a repaglinida e nateglinida, e tem

como função ajudar o pâncreas a produzir mais insulina após as

refeições, diminuindo a glicemia no sangue.

Page 157: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1953

A repaglinida tem um início rápido de ação e curta duração. Ela diminui

a glicemia no sangue em cerca de uma hora após ingerida e é eliminada

da corrente sanguínea em três a quatro horas. Devido a esta ação

rápida, é possível variar os horários e a quantidade de vezes que o

paciente se alimenta. A recomendação é tomar a medicação 30 minutos

antes das refeições e suspendê-la caso o paciente pule uma refeição.

Entre os principais efeitos colaterais estão hipoglicemia e ganho de

peso.

Inibidores de DPP-4.

Essa classe de medicamentos, tal como a sitagliptina atua melhorando a

ação das incretinas, hormônios que agem de modo fisiológico para

manter os níveis glicêmicos controlados. Em relação aos medicamentos

disponíveis no mercado, há dois principais diferenciais:

Há menos efeitos colaterais, tais como ganho de peso e hipoglicemia.

Pode ser administrado em dose única diária a qualquer momento do

dia, não somente quando a glicemia está elevada.

Além de usada isoladamente, a sitagliptina também pode ser

combinada com outros medicamentos, como metformina, sulfoniluréia e

tiazolidinediona. Vale destacar que associada à sulfoniluréia, há maior

risco de ocorrer uma queda brusca de açúcar no sangue (hipoglicemia).

Para evitar o quadro, o médico pode prescrever doses baixas de

sulfonilureia.

Incretinomiméticos.

É uma classe nova de medicamentos, conhecidos como exenatida e

liragluita. Esses medicamentos ligam-se a um receptor do pâncreas,

chamado GLP-1. O efeito “incretina” ocorre porque o GLP-1 estimula a

secreção de insulina, além disso, o GLP-1 inibe a secreção do glucagon

(hormônio que eleva a glicemia) e lentifica o esvaziamento gástrico,

aumentando a sensação de saciedade. Estas ações são glicose-

Page 158: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1954

dependentes (precisam da ingestão de glicose para acontecerem) e

apenas observadas em condições de hiperglicemia. Os efeitos

fisiológicos do GLP-1 contribuem de modo importante para o controle da

glicemia tanto no período pós-prandial quanto em jejum e estão

diminuídos nos portadores de diabetes do tipo 2 (DM2).

Sensibilizadores de insulina.

São medicamentos que diminuem a resistências das células à insulina,

aumentando o metabolismo da glicose.

Biguanidas.

Mais conhecida como metformina, essa classe de medicamentos age

independentemente da produção de insulina do paciente. Ao contrário

das sulfoniluréias, a metformina não estimula a secreção de insulina,

logo não causa hipoglicemia, exceto quando associada a outros

medicamentos. Além de facilitar a ação da insulina no organismo, a

droga também ajuda a reduzir os níveis de colesterol e triglicérides.

O medicamento pode ser administrado de duas a três vezes por dia,

junto com as refeições, ou em dose única. De qualquer forma, é

importante avaliar a posologia com o médico. Os principais efeitos

colaterais são náusea, diarréia, dor de estômago, fraqueza, dificuldade

para respirar ou gosto metálico na boca. Diabéticos com problemas

renais e os que ingerem bebidas alcoólicas mais de duas vezes por

semana não devem tomar metformina. Em caso do paciente se

submeter a algum tipo de cirurgia ou exame médico envolvendo

contraste, é fundamental consultar o médico. Em alguns casos, a

metformina deve ser suspendida por certo período.

Tiazolidinedionas.

Conhecida como pioglitazona, essa classe de medicamentos tem como

função reduzir a resistência à insulina facilitando o transporte da glicose

do sangue para dentro das células. A pioglitazona geralmente é

Page 159: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1955

consumida uma vez ao dia e, se for ingerida como a única pílula para

diabetes, não causa uma queda muito grande de glicose no sangue.

Entre os possíveis efeitos colaterais estão ganho de peso, anemia e

inchaço nas pernas e tornozelos. Além disso, é importante:

Verificar os níveis de enzima hepática regularmente e imediatamente

avisar o médico na preseça de qualquer sinal de doença no fígado,

como náusea, vômito, dor de estômago, falta de apetite, fadiga,

amarelamento da pele e no branco dos olhos ou urina de cor escura.

Atentar ao uso de pílulas anticoncepcionais, pois o medicamento pode

reduzir a eficácia do contraceptivo, aumentando o risco de gravidez

indesejada.

Moduladores da absorção de nutrientes no trato gastrointestinal.

Essa classe de medicamentos retarda a absorção de carboidratos,

diminuindo os níveis de glicose sanguínea pós prandial, em paciente

com diabetes tipo 2.

Inibidores de alfa-glicosidase.

Conhecidos pelo nome de acarbose, essa classe de medicamentos

bloqueia as enzimas que digerem os amidos provenientes dos

alimentos. Assim, o medicamento diminui a velocidade de absorção da

glicose que vem dos alimentos, principalmente logo após as refeições.

Se administrados como únicas drogas para tratar o diabetes, não

provocam hipoglicemia.

O medicamento pode ser ingerido antes das refeições, de acordo com a

orientação médica. Entre os efeitos colaterais destacam-se problemas

de estômago (gases, distensão abdominal e diarréia). No entanto, os

incômodos geralmente desaparecem após um período usando a

medicação.

A combinação de metformina com glibenclamida.

Page 160: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1956

A glibenclamida e a metformina podem ser encontradas em uma única

pílula e devem ser administradas de uma a duas vezes ao dia, junto às

refeições. Esta combinação pode causar uma queda grande da glicose

no sangue, muitas vezes, não sendo recomendada para pacientes que

apresentam problemas renais ou consomem bebidas alcoólicas. Em caso

de exames médicos com o uso de contraste ou cirurgia, a orientação

médica é não tomar o medicamento por certo período.

Conclusão: Diabetes Sintomas: Sede, perda de peso e falta de apetite.

Maior incidência: Entre 03h00minhs e 06h00minhs.

Quando tomar o remédio? As crises costumam piorar de madrugada. O

ideal é que o remédio seja prescrito à noite. Mas é preciso estar sempre

bem alimentado, caso contrário, o indivíduo poderá sofrer uma crise de

hipoglicemia.

Page 161: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1957

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Page 164: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1960

Anatomia e Fisiologia do Sistema: Pâncrea.

Em humanos, geralmente o pâncreas é uma glândula longa com 15-25

cm que se localiza no abdômen. Sendo uma das glândulas

retroperitoneais, ele é localizado posteriormente ao estômago e está em

associação próxima ao duodeno. É freqüentemente descrito como tendo

três regiões: a cabeça, corpo e a cauda. O ducto pancreático (também

chamado de ducto de Wirsung) percorre o comprimento do pâncreas e

termina na segunda porção do duodeno, na ampola de Vater

(hepatopancreática). O ducto biliar comum geralmente se une ao ducto

pancreático neste ponto ou próximo dele. Muitas pessoas também

possuem um pequeno ducto acessório, o ducto de Santorini.

O pâncreas é extensão do sistema digestivo e endócrino dos seres

humanos que se localiza atrás do estômago e entre o duodeno e o baço.

Ele é tanto exócrino (secretando suco pancreático, que contém enzimas

digestivas) quanto endócrino (produzindo muitos hormônios

importantes, como insulina, glucagon e somatostatina). Divide-se em

cabeça, corpo e cauda. O pâncreas é um órgão produtor de enzimas,

proteínas que aumentam a rapidez das transformações químicas.

O órgão é uma glândula. Uma glândula é um órgão, constituído de

tecido epitelial, cuja função é secretar algumas substâncias com uma

função pré-determinada. Esta substância pode ser secretada dentro do

sistema circulatório ou fora dele. No primeiro caso a glândula tem

função endócrina e no segundo função exócrina. Uma glândula pode

conter os dois tipos de função ao mesmo tempo. O pâncreas, por

exemplo, contém as duas funções. O pâncreas endócrino é responsável

pela produção de insulina e o pâncreas exócrino é responsável pela

produção de enzimas digestivas (lipase e amilase) responsáveis por

ajudar na digestão das proteínas. O tecido adiposo é a maior glândula

endócrina do organismo humano, como ficou provado há pouco tempo.

A liberação de diversas substâncias pelos adipócitos (células de

Page 165: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1961

gordura) foi reconhecida, tomando o lugar do fígado, anteriormente

detentor deste título(Cf - Junqueira, L.C.; Carneiro, José.

Histologia básica: texto /atlas. 10. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2004. p.448. Wheater, Paul Richard;

Young, Barbara;Heath, John W.. Wheater Histologia

funcional:texto e atlas em cores. [Wheater's

FunctionalHistology. A Text and Colour Atlas]. 4. ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 415 p. il. Fisiologia no

MCG 6/6ch2/s6ch2_30).

O suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua

no processo digestivo e, através do ducto pancreático (ou canal de

Wirsung), é lançado na cavidade do duodeno. Contém água, enzimas

(amilase pancreática, lipase pancreática, tripsinogênio,

quimiotripsinogênio e nucleases) e grandes quantidades de íons

bicarbonatos. O pH do suco pancreático oscila entre 8 e 8,3. Sua

secreção digestiva é processa a hidrólise na maioria das moléculas de

alimentos, carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. A

amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a

lipase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os

triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os

ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático

contém ainda o tripsinogênio e o quimotripsinogênio, formas inativas

em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e

quimotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não

digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio

entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células

da mucosa intestinal, convertendo-se em tripsina, que por sua vez

contribui para a conversão do precursor inativo quimotripsinogênio em

quimotripsina, enzima ativa. O suco pancreático é liberado através das

ações das hormonas secretina e colecistocinina a sua libertação é feita

pela papila maior que está situada na porção descendente do duodeno

Page 166: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1962

(D2). O suco pancreático é rico em íons bicarbonato. Estes íons têm

como função diminuir a acidez do quimo, que vem do estômago,

tornando-o alcalino (pH 8.0). Os íons fazem que o pH passe de 2.0

(ácido) para 8.0 (alcalino).

Page 167: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1963

1: Cabeça do pâncreas. 2: Processo uncinado do pâncreas.

3: Pancreatic notch. 4: Corpo do pâncreas. 5: Superfície anterior do

pâncreas. 6: Superfície inferior do pâncreas. 7: Margem superior do

pâncreas. 8: Margem anterior do pâncreas. 9: Margem inferior do

pâncreas. 10: Omental tuber. 11: Cauda do pâncreas. 12: Duodeno.

Page 168: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1964

Aspecto Endócrino: O pâncreas endócrino é composto de aglomerações

de células especiais denominadas ilhotas de Langerhans. O "cansaço"

crônico destas células leva ao acometimento da diabetes no pâncreas.

Existem quatro tipos de células nas ilhotas de Langerhans. Elas são

relativamentes difíceis de distinguir ao usar técnicas normais para corar

o tecido, mas elas podem ser classificadas de acordo com sua secreção:

Nome das

células Produto

% das células da

ilhota Função

Células betas Insulina e Amilina 50-80% Reduz a taxa de açúcar no

sangue

Células alfa Glucagon 15-20% Aumenta a taxa de açúcar

no sangue

Células delta Somatostatina 3-10% Inibe o pâncreas endócrino

Células PP

Polipeptídeo

pancreático

1% Inibe o pâncreas exócrino

Aspecto Exócrino: Existem duas principais classes das secreções

pancreáticas exócrinas:

Secreção Célula que

produz

Sinal

primário

Íons bicarbonato Célula

centroacinar

Secretina

Enzimas digestivas (amilase Células CCK

Page 169: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1965

pancreática, tripsina, quimotripsina, etc.) basófilas

Doenças do pâncreas.

Devido à sua importância na digestão e na produção de hormônios, as

doenças do pâncreas possuem significativa relevância na prática clínica.

Tumores benignos.

Câncer pancreático, incluindo: Carcinoma

do pâncreas.

Insulinoma.

Carcinoma do pâncreas (câncer

pancreático).

Fibrose cística.

Diabetes (tipo 1).

Insuficiência pancreática exócrina.

Pancreatite.

Pancreatite aguda.

Pancreatite crônica.

Pancreatite hereditária.

Pseudocisto pancreático.

Hiperinsulinismo Congênito.

Síndrome de Zollinger-Ellison.

Page 170: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1966

Ilhotas de Langerhans (ou Ilhéus de Langerhans) são um grupo especial

de células do pâncreas que produzem insulina e glucagon, substâncias

que agem como importantes reguladores do metabolismo de açúcar. No

pâncreas humano existem entre 1 e 2 milhões de ilhéus de langerhans,

aproximadamente com 0,3 mm de diâmetro organizado ao redor de

pequenos capilares. Nomeadas em homenagem a Paul Langerhans, o

cientista alemão que as descobriu em 1869, essas células se dispõem

em aglomerados (clusters) no pâncreas. Elas fazem e secretam estes

hormônios que ajudam o corpo a quebrar e usar o alimento. São os

ilhéus de Langerhans que compõem o pâncreas endócrino (parte

endócrina do pâncreas).

Citologia - Tipos de células.

Os hormônios produzidos nas ilhotas de Langerhans são secretados

diretamente na circulação sanguínea por (pelo menos) quatro tipos

diferentes de células:

Células alfa (A) que secretam glucagon (25 por cento

das células da ilhota).

(As células alfa são células endócrinas nas ilhotas de

Langerhans do pâncreas. Elas são responsáveis por

sintetizar e secretar o hormônio peptídeo glucagon,

que eleva os níveis de glicose no sangue. Em roedores

as células-alfa estão localizadas na periferia das

ilhotas, em humanos a arquitetura das ilhotas é

geralmente menos organizada e as células alfa são

freqüentemente observadas dentro das ilhas. Nomes

alternativos: célula-alfa ou célula-α).

Page 171: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1967

Células betas (B) que secretam insulina e amilina (60

por cento).

As células betas são células endócrinas nas ilhotas de

Langerhans do pâncreas. Elas são responsáveis por sintetizar

e secretar o hormônio insulina, que regula os níveis de

glicose no sangue. Em roedores, as células-alfa estão

localizadas na periferia das ilhotas, em humanos a

arquitetura das ilhotas é geralmente menos organizada e as

células alfa são freqüentemente observadas dentro das ilhas.

A diabetes mellitus tipo 1 é causada pela destruição ou

disfunção das células beta. Na diabetes mellitus tipo 2, as

células beta diminuem ao longo do tempo, e a resistência à

insulina apresenta no mínimo um papel muito importante na

doença. Insulinoma é um tumor raro (geralmente benigno)

derivado das células beta. Ele resulta em ataques de

hipoglicemia prolongados e recorrentes.

Células delta (D) que produzem somatostatina (3-

10%).

As células delta (células-δ) são células produtoras de

somatostatina. Elas podem ser encontradas no estômago,

intestino e nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. Um tumor

de células delta é chamado de "somatostatinoma". A

somatostatina é um hormônio protéico produzido pelas

células delta do pâncreas, em lugares denominados Ilhotas

de Langerhans. Intervém indiretamente na regulagem da

glicemia, e modula a secreção da insulina e glucagon. A

Page 172: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1968

secreção da somatostatina é regulada pelos altos níveis de

glicose, aminoácidos e de glucagon. Seu déficit ou seu

excesso provocam indiretamente transtornos no metabolismo

dos carboidratos. É também secretada pelo hipotálamo e

funciona como inibidora da secreção da hormona do

crescimento.

Substitutos sintéticos: A octreotida (também conhecida pela

marca Sandostatin, Novartis Pharmaceuticals) é um peptídeo

que simula farmacologicamente a somatostina natural, sendo

um inibidor mais potente do hormônio do crescimento,

glucagon e insulina do que o hormônio natural. Octreotida é

um fármaco utilizado pela medicina no tratamento da

acromegalia e como inibidor de secreções do estômago,

sendo um potente análogo octapeptídeo da somatostatina.

Foi sintetizado em 1979 pelo químico Wilfried Bauer. Por ser

análogo da somatostatina, tem ação semelhente, porém mais

potente e duradoura. Este fármaco pode ser utilizado em

situações de hipovolémia, como agente vasoconstritor

Page 173: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1969

sistemémico, ou como agente vasoconstritor local no

tratamento de, por exemplo, hemorragia esofágica, por

rompimento de úlcera(Cf - Farmacologia para fisioterapeutas.

Somatostatina. Acesso em 25 de setembro de 2013.

DrugsUpdate. Octreotide information from DrugsUpdate.

Acesso em 25 de setembro de 2013).

Células PP (F) que contém um polipeptídeo pancreático

(1%).

As células PP são células produtoras de polipeptídeo

pancreático nas ilhotas de Langerhans do pâncreas. Elas

possuem um formato poligonal. Utilizando um microscópio

eletrônico, as células PP podem ser encontradas, medindo até

140 nm em diâmetro.

O ilhéus pode influenciar-se entre si através de

comunicação parácrina e autócrina, e as células betas

são acopladas eletricamente a células betas (mas não a

outros tipos de células).

Como os ilhéus de Langerhans são destruídas na diabetes tipo I,

pesquisadores estão buscando ativamente uma tecnologia de

transplante de ilhotas como um meio de curar essa doença, em

substituição ao transplante de pâncreas. O procedimento é

relativamente simples, tem poucas complicações e exige uma

hospitalização de curta duração. O grande problema é a obtenção das

células, que são originárias de cadáveres. São necessários em média

três doadores para se conseguir um número razoável de células. No

Brasil, o primeiro transplante de ilhotas de Langerhans para curar

Page 174: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1970

diabetes do tipo I ocorreu em 2004, no Hospital Albert Einstein de São

Paulo.

http://www.bd.com/brasil/periodicos/bdbomdia/pdf/Revista_BD_70.pdf

O objetivo do transplante de pâncreas ou de ilhotas de Langerhans é

prover fonte de insulina que seja suficiente para manter a glicemia

dentro dos limites da normalidade. Como conseqüência, o transplante

deve prevenir as complicações secundárias do diabetes, como também

melhorar a qualidade de vida dos pacientes, liberando-os da

dependência de injeções de insulina. A maior indicação do transplante

de pâncreas ou de ilhotas de Langerhans é o diabetes mellitus do tipo I,

doença na qual as células beta das ilhotas de Langerhans são destruídas

por processo autoimune, resultante de inter-relação complexa entre

fatores genéticos e ambientais desconhecidos. Antes do início da

chamada era "insulínico”, o coma diabético era a causa de morte em

pelo menos 2/3 dos pacientes com diabetes mellitus do tipo I, de

qualquer idade; porém, com a introdução da insulina em 1922, houve

notável regressão nestes números, aumentando, significativamente, a

longevidade dos doentes. Mais de meio século após a introdução do

tratamento do diabetes mellitus pela insulina, os diabéticos ainda

morrem mais cedo do que os nãodiabéticos. A taxa de mortalidade, por

sexo e por idade, nos diabéticos é mais alta, em qualquer faixa etária,

quando comparada à população normal. A diferença na taxa de

mortalidade é, em parte, dependente da idade. Entre 20 e 40 anos de

idade, o risco de morte é 10 ou mais vezes maior no diabético do tipo I

do que em nãodiabéticos, enquanto em diabéticos acima de 50 anos, é

apenas de duas vezes. A causa de morte está, também, relacionada

com a idade: pacientes mais jovens tendem a morrer de nefropatia,

enquanto os mais idosos de doenças cardiovasculares. Na Inglaterra, a

causa mais comum de cegueira, no período produtivo da vida, é o

diabetes mellitus. A retinopatia diabética é esperada em praticamente

todos os diabéticos e pode ser detectada em, aproximadamente, 80%

Page 175: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1971

dos pacientes doentes por mais de 20 anos, e em 100% daqueles com

40 anos de doença diagnosticada. A prevalência da doença em nosso

meio ainda não está bem estabelecida, porém nos Estados Unidos é

bem conhecida. Existe mais de 1 milhão de pacientes com diabetes

mellitus insulino-dependente naquele país. A incidência anual da doença

é de 55 novos casos por milhão de população, ou 12.000 novos casos

por ano. A maioria dos casos são crianças, embora em todas as faixas

etárias existam grupos de risco. A alternativa de tratamento para estes

doentes é o transplante de pâncreas, que se sabe, pode normalizar o

metabolismo de carboidratos. No entanto, se por um lado esta

terapêutica pode prevenir ou reverter as complicações vasculares

comumente vistas nos diabéticos tratados com insulina, por outro,

parece improvável que o estrito controle da glicemia pela administração

de insulina minimize as complicações. Os resultados do transplante

vascularizado de pâncreas têm melhorado nos últimos anos; no

entanto, a cirurgia e a necessidade de imunossupressão continuam

sendo responsáveis pela significante morbi-mortalidade do

procedimento. Desde que muitos dos problemas relacionados com este

procedimento terapêutico são inerentes à técnica cirúrgica ou da porção

exócrina do pâncreas transplantado, a simples implantação de ilhotas

purificadas de Langerhans, seria uma alternativa viável.

Page 176: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1972

TRANSPLANTE DE ILHOTAS.

O transplante de células produtoras de insulina, as Ilhotas de

Langerhans, como tratamento para a Diabetes tipo 1, não é exatamente

uma novidade. Já foram realizados no mundo mais de 450 transplantes

clínicos de ilhotas; a grande maioria destas tentativas ocorreu nos

últimos 10 anos. O sucesso neste grupo de pacientes, um ano após o

transplante, era muito pequeno, com apenas 8% deles cessando o uso

da insulina. Em 1989, o grupo da Universidade de Alberta realizou o

primeiro transplante de ilhotas no Canadá, em diabético tipo 1 com

Transplante de rim simultâneo. Estes transplantes não tiveram sucesso

em levar os pacientes à independência de longo prazo da insulina. Em

1999, este mesmo grupo de pesquisa iniciou uma nova série de

transplante de ilhotas em pacientes diabéticos que não necessitavam

transplantar outro órgão, mas que tinham outros problemas graves,

resultantes da evolução da diabetes. Os resultados destes transplantes

têm sido promissores, com pacientes alcançando a marca de um ano

pós-transplante livres da necessidade das injeções de insulina.

Page 177: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1973

Transplantes entre diferentes espécies, ou xenotransplantes, são alvos

de diversas pesquisas científicas. Não depender de um doador humano

para a realização de um transplante poderia salvar vidas de inúmeros

pacientes em listas de espera. Evitar a rejeição, porém, é um problema

difícil de ser superado. Cientistas da Northwestern University

anunciaram que conseguiram transplantar, com sucesso, células

produtoras de insulina de ratos para camundongos. Não apenas as

células sobreviveram como não foi necessário o uso de drogas

imunossupressoras para evitar a rejeição. O feito é o primeiro passo

rumo ao objetivo dos cientistas: o transplante de células produtoras de

insulina para seres humanos, visando uma cura para o diabetes tipo 1.

Segundo os pesquisadores “Essa é a primeira vez que um transplante

entre diferentes espécies de células produtoras de insulina foi realizado

com sucesso sem o uso de drogas imunossupressoras e que permitiu às

células transplantadas viverem por tempo indeterminado”, sentenciou o

cientista Stephen Miller, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

A pesquisadora Xunrong Luo, envolvida na pesquisa sobre

xenotransplantes.

O grupo de células transplantadas, chamado de Ilhotas de Langerhans,

contém as células produtoras de insulina, tanto para nós como para

ratos e camundongos. Elas foram acompanhadas por mais de 300 dias

após o transplante e produziram insulina normalmente, sem a

necessidade de tratamentos com drogas para evitar a rejeição.

Page 178: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1974

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Page 182: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1978

Farmacologia Clínica aplicada Reumatologia.

Reumatologia é a área do conhecimento médico que se ocupa do

estudo das doenças que acometem os tecidos conjuntivos.

Existe um elenco de patologias, entre algumas doenças

abordadas pelo reumatologista podemos citar:

Lupus Eritematoso Sistêmico; Espondilite

Anquilosante; Esclerose Sistêmica;

Fibromialgia; Osteoartrite; Doença de

Paget do osso; Artrite Reumatóide;

Osteoporose; Gota; Febre reumática;

Síndrome de Sjögren; Poliarterite

Nodosa; Granulomatose de Wegener;

Doença de Behçet; Arterite de Células

Gigantes; Arterite de Takayasu;

Síndrome de Anticorpo Antifosfolipídeo.

As Principais Doenças.

Artrite Reumatóide Juvenil.

A Artrite Idiopática Juvenil, também denominada Artrite Reumatóide

Juvenil, é uma doença inflamatória crônica que acomete as articulações

e outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração. A principal

manifestação clínica é a artrite, caracterizada por dor, aumento de

volume e de temperatura de uma ou mais articulações. Cabe ressaltar

que em algumas crianças a dor é mínima ou até mesmo inexistente.

Caracteristicamente ela inicia sempre antes dos 17 anos de idade. A

incidência da Artrite Idiopática Juvenil é desconhecida em nosso país,

mas dados provenientes de países da América do Norte e da Europa

indicam que aproximadamente 0,1 a 1 em cada 1.000 crianças têm

essa doença. Na literatura internacional cita-se que causa a Artrite

Page 183: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1979

Idiopática Juvenil ainda não é conhecida. Fatores imunológicos,

genéticos e infecciosos estão envolvidos. Estudos recentes mostram que

existe certa tendência familiar e que alguns fatores externos, como

certas infecções virais e bacterianas, o estresse emocional e os

traumatismos articulares podem atuar como desencadeantes da

doença. A artrite não é uma doença infectocontagiosa e os pacientes

podem (e devem) frequentar normalmente creches, escolas, clubes e

piscinas. O Diagnóstico da Artrite Idiopática Juvenil é clínico e baseia-

se na presença de artrite em uma ou mais articulações com duração

igual ou maior há 6 semanas. Várias doenças, como por exemplo, as

infecções, devem ser pesquisadas e descartadas, uma vez que a artrite

é manifestação comum em várias doenças não reumáticas. Além da dor

e da inflamação articular pode ser observada certa dificuldade na

movimentação ao acordar (rigidez matinal), fraqueza ou incapacidade

na mobilização das articulações, além de febre alta diária (> 39º C) por

períodos maiores do que 2 semanas. Não existem exames laboratoriais

específicos para esta doença. Nos casos de dúvida diagnóstica a opinião

de um especialista pode ser de grande auxílio. Tipos comuns de Artrite

Idiopática Juvenil: a literatura médica menciona a existência de 3 tipos

mais comuns: pauciarticular (ou oligoarticular), poliarticular e sistêmico.

No tipo pauciarticular são acometidas até 4 articulações, sendo os

joelhos e os tornozelos as mais frequentes. Crianças com este tipo de

doença devem fazer avaliações oftalmológicas frequentes (a cada 3 ou

4 meses), uma vez que a úvea (o colorido dos olhos) pode estar

inflamada sem que haja qualquer sinal visível. No tipo poliarticular 5 ou

mais articulações são envolvidas, com destaque para os joelhos,

tornozelos, punhos, cotovelos e pequenas articulações das mãos e dos

pés. Pode haver febre intermitente e o exame laboratorial Fator

Reumatóide está presente em cerca de 10% dos pacientes. O tipo

sistêmico tem caráter insidioso e caracteriza-se pela presença de artrite

associada à febre alta em um ou dois picos diários (= 39º C), erupção

na pele (rash cutâneo), gânglios, serosite (inflamação da pleura e do

Page 184: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1980

pericárdio) e aumento de fígado e baço ao exame clínico. Alguns

pacientes, especialmente aqueles com o tipo pauciarticular e com fator

antinúcleo (FAN) positivo, podem apresentar uveíte crônica, ou seja,

uma inflamação em um ou nos dois olhos. A uveíte é, geralmente,

assintomática e podem ser observadas complicações como glaucoma,

catarata e até mesmo diminuição da visão, especialmente quando o

diagnóstico é tardio. Daí a importância da detecção precoce através de

exames oftalmológicos periódicos (biomicroscopia), a cada 3 ou 4

meses. A uveíte pode aparecer antes, simultaneamente ou anos depois

da atrite.

Tratamento da Artrite Idiopática Juvenil.

Umas boas relações entre médico, pacientes e familiares são

fundamentais para que o tratamento tenha sucesso, uma vez que a sua

duração é prolongada. Deve ser individualizado e envolve educação

sobre a doença, controle da inflamação e da dor através do uso de

medicamentos e prevenção de deformidades. A reabilitação

(fisioterapia) é muito importante desde as fases iniciais da doença e em

alguns casos pode ser necessário o acompanhamento psicológico. O

início do tratamento deve ser precoce; nos casos de demora pode haver

comprometimento da cartilagem articular, acarretando deformidades e

limitações físicas irreversíveis. É importante a escola tomar ciência da

existência da patologia para compreender contextos biopsicossociais de

adaptação do discente na escola, embora não represente a necessidade

de preocupações com Deficiência Intelectual por conta da doença. Cada

tipo de Artrite Idiopática Juvenil tem um tratamento específico e o

esquema terapêutico pode variar de um paciente para o outro, de

acordo com as suas manifestações clínicas. Os medicamentos utilizados

inicialmente são os antiinflamatórios não hormonais (aspirina,

naproxeno e ibuprofeno), úteis no alívio da dor. São utilizados

diariamente e recomendam-se sua ingestão após as refeições para

evitar efeitos indesejáveis como náuseas, vômitos e dor epigástrica.

Page 185: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1981

Outros medicamentos, chamados drogas de base (ou de segunda linha),

são acrescentados gradualmente nos casos de inflamação persistente,

ou seja, má resposta aos antiinflamatórios não hormonais e visam

controlar e até mesmo cessar a inflamação. Os mais utilizados são a

hidroxicloroquina (ou o difosfato de cloroquina), a sulfassalazina e o

metotrexato. A hidroxicloroquina é indicada para os pacientes com o

tipo pauciarticular sem comprometimento de punhos, tornozelos e

quadril e que não respondem bem ao antiinflamatório não hormonal. É

utilizada por via oral uma vez ao dia e seus principais efeitos adversos

são oculares, como por exemplo, alterações de pigmentação da retina.

Pacientes em uso deste medicamento devem realizar exames

oftalmológicos semestrais, que incluem fundo de olho, campimetria e

diferenciação de cores. A sulfassalazina é recomendada no tratamento

de meninos pré-adolescentes e adolescentes com um tipo específico de

doença pauciarticular, caracterizado por artrite e entesite (inflamação

nos pontos de inserção dos tendões nos ossos), com ou sem

comprometimento de articulações sacroilíacas ou coluna vertebral. É

administrada duas vezes ao dia e requer a realização de exames

hematológicos periódicos. O metotrexato (MTX) é o medicamento mais

utilizado para o controle da artrite devido à sua eficácia, facilidade

posológica (uma vez por semana por via oral ou subcutânea),

segurança e baixo custo. Recomenda-se a realização de exames

laboratoriais periódicos (hemograma e enzimas hepáticas) a cada 2 ou

3 meses para a detecção precoce de possíveis efeitos adversos, como a

anemia e a hepatite medicamentosa. O MTX está indicado em todos os

pacientes com o tipo poliarticular e para aqueles com o tipo

pauciarticular com comprometimento de quadris, punhos e tornozelos, e

que não respondem bem aos antiinflamatórios não hormonais. A

ciclosporina é um imunossupressor muito útil no tratamento de

pacientes com o tipo sistêmico cujas manifestações da doença sistêmica

sejam resistentes ou dependentes de altas doses de corticóide. A

ciclofosfamida por via endovenosa é pouco utilizada e está indicada

Page 186: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1982

somente naqueles pacientes que não respondem as medicações acima

citadas. As avaliações clínicas e os exames laboratoriais (sangue e

urina) devem ser periódicos. Os corticosteróides em doses altas (1 a 2

mg/kg/dia) estão indicados nos pacientes com o tipo sistêmico cuja

febre ou pericardite não responde ao antiinflamatório não hormonal.

Podem ser utilizados também por via endovenosa (metilprednisolona)

em doses mais altas e por um período mais curto, minimizando os

possíveis efeitos colaterais como ganho rápido de peso, estrias,

hipertensão arterial e aumento de pelos maiores suscetibilidade a

infecções, osteoporose e retardo de crescimento. Os corticosteróides

não devem ser suspensos ou reduzidos sem orientação médica, sob-

risco de graves complicações. Recomenda-se evitar o uso excessivo de

sal e restringir a ingestão de alimentos excessivamente calóricos. Os

corticosteróides por via intra-articular (infiltração) trazem benefícios

para alguns pacientes com poucas articulações acometidas. Outras

indicações dos corticosteróides são a uveíte, e nestes casos na forma de

gota oftálmica, e eventualmente em doses baixas (5 a 7,5 mg/dia)

diárias quando a artrite da criança é muito grave, dolorosa e

rapidamente progressiva. As novas terapias biológicas (infliximabe,

etanercepte e adalimumabe) são recomendadas para os pacientes com

má resposta às medicações acima citadas. São utilizados por via

parenteral (subcutânea ou endovenosa) e podem ser observados efeitos

adversos como hipersensibilidade (fenômenos alérgicos no local da

aplicação ou sistêmicos) e maior suscetibilidade a infecções,

especialmente virais. Pacientes que recebem infliximabe devem ser

investigados previamente para a tuberculose através de radiografia de

tórax e PPD (teste de mantoux). Um fator que restringe o uso destes

medicamentos é o custo elevado. O uso de um ou mais medicamentos

implica em um seguimento cuidadoso e periódico, com consultas e

exames laboratoriais seriados, com o objetivo de avaliar a inflamação

além de detectar e tratar possíveis efeitos adversos. De um modo geral

deve-se evitar a aplicação de vacinas de vírus vivos em pacientes em

Page 187: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1983

uso de corticosteróides e imunossupressores. Converse sempre com o

seu médico antes de administrar vacinas no seu filho.

Duração do tratamento clínico/medicamentoso.

Em muitos pacientes a doença é controlada até o final da adolescência.

No entanto, alguns podem apresentar doença crônica com

períodos de melhora e piora que persistem até vida

adulta. Nestes casos deve ser feita uma transição lenta para o

Reumatologista de adultos. Muitos adolescentes são "rebeldes" ao

tratamento e devem ser conscientizados quanto à importância do uso

contínuo de medicamentos. A responsabilidade, que sempre é

dos pais ou responsáveis até os 18 anos de idade, deve

ser transferida gradualmente ao paciente de maneira

firme e segura.

Riscos de interrupção no processo do tratamento

clínico/medicamentoso.

A interrupção do tratamento sem orientação médica pode ter

consequências sérias e irreversíveis, como piora da inflamação,

deformidades articulares irreversíveis, destruição da cartilagem e piora

da capacidade física. Os pais devem checar a dispensação(ingestão) dos

medicamentos e conversar com os filhos sobre a doença, reforçando a

importância do tratamento, especialmente nos casos de pacientes

adolescentes.

Relevância da da fisioterapia e dos exercícios físicos prescritos

pelos profissionais de saúde competente.

A fisioterapia é fundamental para a manutenção e recuperação da

mobilidade das articulações acometidas e deve ser iniciada assim que

possível. Seu principal objetivo é reabilitar o paciente para a realização

das atividades diárias rotineiras, através do fortalecimento dos

Page 188: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1984

músculos, alongamento de tendões e aumento da amplitude de

movimento articular. Métodos que utilizam calor e frio são válidos para

o controle da dor, especialmente nas fases iniciais da doença. O

fisioterapeuta poderá orientar a família na utilização de adaptações para

uso em tarefas diárias (alimentação, escrita, etc.) e na realização de

exercícios em casa. As crianças devem ser estimuladas a ter uma vida

mais saudável. A prática de esportes deve ser supervisionada por um

especialista em reabilitação e as articulações protegidas contra

possíveis traumatismos. Esportes com impacto como o futebol e o vôlei

devem ser evitados nas fases iniciais do tratamento, enquanto a

natação deve ser estimulada. No entanto esta modalidade esportiva não

é disponível para grande parte da nossa população.

Aspectos psicodinâmicos do infante/adolescente com artrite.

A doença crônica tem um impacto em várias dimensões da vida da

criança e dos familiares: aspectos físicos, emocionais, sociais,

educacionais e econômicos. Com isto a dinâmica da família pode

alterar-se significativamente. A troca de informações entre o paciente,

seus familiares, o reumatologista pediátrico e os demais profissionais

relacionados (fisioterapeuta e psicólogo) é fundamental para que este

impacto seja minimizado. Os pais devem estar atentos, uma vez que

poderão ser observadas modificações no comportamento da criança

com artrite, especialmente devido à presença da dor e diminuição da

capacidade física. Algumas crianças podem ficar tristes enquanto outras

podem sentir raiva de intensidade variável. Em alguns casos pode ser

observado sentimento de culpa nos pais ou nos irmãos, que satisfazem

todas as vontades dos pacientes, levando a um "ganho secundário".

Este processo dificulta o retorno da criança com artrite para uma "vida

normal". As crianças com artrite devem ser estimuladas a retomar o

mais breve possível a sua vida social e escolar. Conversas francas entre

todos os membros da família são de grande ajuda. Em alguns casos é

indicado o acompanhamento por especialista em saúde mental

Page 189: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1985

(psicólogo ou psiquiatra) dos pacientes, dos pais ou de ambos. No

âmbito escolar, o professor deve ser orientado sobre a doença. As

necessidades pessoais deverão ser avaliadas e respeitadas. Uma vez

que a incapacidade física tem melhora lenta, as atividades intelectuais e

artísticas devem ser estimuladas e valorizadas.

Artrite Reumatóide.

A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode

afetar várias articulações. A causa é desconhecida e acomete as

mulheres duas vezes mais do que os homens. Inicia-se geralmente

entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade. Os sintomas

mais comuns são os da artrite (dor, edema, calor e vermelhidão) em

qualquer articulação do corpo, sobretudo mãos e punhos. O

comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro, mas a coluna

cervical é frequentemente envolvida. As articulações inflamadas

provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há

destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver

deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto

de vida diária como profissional. As deformidades mais comuns ocorrem

em articulações periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos

em botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete). Além das

articulações outros podem ser acometidos porém menos comumente

outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração,

pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações.

A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos

e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR)

também pode ocorrer. O diagnóstico, segundo a orientação do Colégio

Americano de Reumatologia para artrite reumatóide é feito quando pelo

menos 4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6

semanas:

1. Rigidez articular matinal durando pelo menos 1 hora.

Page 190: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1986

2. Artrite em pelo menos três áreas articulares.

3. Artrite de articulações das mãos: punhos, interfalangeanas

proximais (articulação do meio dos dedos) e metacarpofalangeanas

(entre os dedos e mão).

4. Artrite simétrica (por exemplo, no punho esquerdo e no

direito).

5. Presença de nódulos reumatoides.

6. Presença de Fator Reumatóide no sangue.

7. Alterações radiográficas: erosões articulares ou

descalcificações localizadas em radiografias de mãos e punhos.

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são

fundamentais para o controle da atividade da doença, prevenção da

incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida

normal do paciente o mais rapidamente possível. Recomenda-se que

apenas o médico especialista se proponha a avaliar quais exames

devem ser solicitados a cada paciente. Na avaliação laboratorial o fator

reumatóide pode ser encontrado em cerca de 75% dos casos já no

início da doença. Anticorpos contra filagrina/profilagrina e anticorpos

contra peptídio citrulinado cíclico (PCC) são encontrados nas fases mais

precoces da doença, mas apresentam um custo maior. As provas de

atividade inflamatória como o VHS e a proteína C reativa correlacionam-

se com a atividade da doença. Exames de imagem como radiografias,

ultrassonografias, tomografias, ressonância, etc., devem ser

resquestados pelo médico reumatologista após a avaliação de cada

quadro clínico individualmente. Recordando que o tratamento

medicamentoso vai variar de acordo com o estágio da doença, sua

atividade e gravidade, devendo ser fortalecidop quanto mais agressiva

for a doença. Os antiinflamatórios são à base do tratamento, em

associação medicamentosa com corticoides, segundo as recomendações

Page 191: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1987

dos médicos especialistas (porém mais a frente o autor analisará a

interação medicamentosa entre esses dois fármacos) para as fases

agudas e drogas modificadoras do curso da doença, a maior parte delas

imunossupressoras. Mais recentemente os agentes imunobiológicos

passaram a compor as opções terapêuticas. O tratamento com

antiinflamatórios deve ser mantido enquanto se observar sinais

inflamatórios ou o paciente apresentar dores articulares. O uso de

drogas modificadoras do curso da doença deve ser mantido

indefinidamente. O tratamento medicamentoso é sempre

individualizado e modificado conforme a resposta de cada doente. Em

alguns pacientes há indicação de tratamento cirúrgico, dentre eles cita-

se a sinovectomia para sinovite persistente e resistente ao tratamento

conservador, artrodese, artroplastias totais, etc. Uma importância aqui

se estabelece na prática da Fisioterapia, a terapia ocupacional contribui

para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida

diária. A proteção articular deve garantir o fortalecimento da

musculatura periarticular e adequado programa de flexibilidade,

evitando o excesso de movimento. O condicionamento físico,

envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e

relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de

tolerância de cada paciente. O acompanhamento médico na artrite

reumatóide, assim como em várias outras doenças reumáticas crônicas

é recomendado, o seguimento pelo médico reumatologista é

imprescindível e deve ser contínuo. Os intervalos entre as consultas

variam de paciente para paciente. Em alguns casos avaliações mensais

são necessárias enquanto em outros casos, com doenças de menor

gravidade ou controladas, intervalos maiores entre as consultas podem

ser estabelecidos. Exames de acompanhamento são feitos com

freqüência para avaliar a atividade da doença e efeitos colaterais das

medicações. Alerta-se para que apenas o médico proceda aos

parâmetros de diminuir ou aumentar a dose das medicações, modificar

Page 192: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1988

o tratamento quando necessário ou indicar a terapia de reabilitação,

mas adequada a cada caso.

Nota Complementar. Conceitos e definições.

No texto abordaram-se de forma difusa tópicos, exemplos:

Doença inflamatória crônica. Articulações. Mãos. Punhos. Coluna

lombar. Quadris. Coluna dorsal. Destruição de a cartilagem articular.

Articulações periféricas. Dedos em pescoço de cisne. Dedos em

botoeira. Desvio Ulnar e Hálux valgo (joanete). Pauciarticular (ou

oligoarticular). Poliarticular e sistêmico. Joelhos. Tornozelos. Úvea (o

colorido dos olhos). Cotovelos. Erupção na pele (rash cutâneo).

Gânglios, serosite (inflamação da pleura e do pericárdio). Aumento de

fígado e baço ao exame clínico. Fator antinúcleo (FAN) positivo.

Biomicroscopia. Cartilagem articular. Antiinflamatórios não

hormonais. Aspirina. Naproxeno. Ibuprofeno. Drogas de base (ou de

segunda linha). Hidroxicloroquina (ou o difosfato de cloroquina), a

sulfassalazina e o metotrexato. Entesite. Articulações sacroilíacas. O

metotrexato (MTX). Hemograma e enzimas hepáticas. Hepatite

Page 193: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1989

medicamentosa. A ciclosporina. Imunossupressor. A ciclofosfamida.

Os corticosteróides. Metilprednisolona. Osteoporose. Corticosteróides

por via intra-articular. Infliximabe, etanercepte e adalimumabe. PPD

(teste de mantoux).

Conceitos difusos e conexos.

Patologia.

Patologia (Palavra de origem no grego -

pathos, sofrimento, doença, e logia, ciência, estudo) é o estudo das

doenças em geral em aspectos determinados, tanto na medicina quanto

em outras áreas do conhecimento como matemáticas e engenharia

(nessas ciências é conhecida como "Patologia das Edificações" e estuda

as manifestações patológicas que podem vir a ocorrer em uma

construção). No campo da medicina envolve tanto a ciência básica

quanto a prática clínica, e é devotada ao estudo das alterações

estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão

ou podem estar sujeitos a doenças (Kumar, Montenegro,

Robbins).

1. Doença inflamatória crônica.

Primeiro, entendo que devemos adentrar ao conceito de doença(s).

As doenças são manifestações patogênicas que influenciam na nossa

qualidade de vida. Dependendo de sua gravidade, podem levar à morte.

Resulta de consciência da perda da homeostasia de um organismo vivo,

Page 194: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1990

total ou parcial, estado este que pode cursar devido a infecções,

inflamações, isquemias, modificações genéticas, sequelas de trauma,

hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas. Distingue-se da

enfermidade, que é a alteração danosa do organismo. O dano

patológico pode ser estrutural ou funcional. A Homeostasia (ou

Homeostase) é a propriedade de um sistema aberto, em seres vivos

especialmente, que tem função de regular o seu ambiente interno para

manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio

dinâmico controlado por mecanismos de regulação interrelacionados. O

termo foi criado em 1932 por Walter Bradford Cannon a partir do grego

homeo similar ou igual, stasis estático (Sperelakis).

A palavra doença vem do termo em latim dolentia que significa “sentir

ou causar dor, afligir-se, amargurar-se”. Várias são as definições para

esse termo, mas especialistas consideram as doenças como

manifestações patológicas que se apresentam em nosso organismo.

Elas estão sempre associadas a sintomas específicos, levando o

indivíduo que as apresenta a se privar de prazeres físicos, emocionais e

mentais. A OMS classifica doença como a ausência de saúde e

disponibiliza para a sociedade a Classificação Estatística Internacional

de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, designada pela sigla

CID. No CID temos acesso à classificação das doenças e à grande

variedade de sinais, sintomas, aspectos normais, queixas,

circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos e doenças.

Segundo a OMS, são consideradas doenças:

Doenças infecciosas e parasitárias;

Neoplasmas (tumores);

Doenças do sangue e dos órgãos

hematopoiéticos e alguns transtornos

imunitários;

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1991

Doenças endócrinas, nutricionais e

metabólicas;

Transtornos mentais e

comportamentais;

Doenças do sistema nervoso;

Doenças dos olhos e anexos;

Doenças do ouvido e da apófise

mastoide;

Doenças do aparelho circulatório;

Doenças do aparelho respiratório;

Doenças do aparelho digestivo;

Doenças da pele e do tecido

subcutâneo;

Doenças do sistema osteomuscular e do

tecido conjuntivo;

Doenças do aparelho geniturinário. Etc.

Entendendo a inflamação crônica.

A inflamação crônica é aquela de prolongada

duração, de semanas a meses, na qual a inflamação ativa contribuem

para a destruição tecidual e tentativas de reparação estão ocorrendo

simultaneamente. Embora possa suceder a inflamação aguda, a crônica

geralmente começa de maneira insidiosa, como uma resposta de baixo

grau, latente e muitas vezes assintomática. Este último tipo de

inflamação crônica inclui algumas doenças humanas, como: artrite

Page 196: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1992

reumatóide, aterosclerose, tuberculose e doenças pulmonares

crônicas. A origem da inflamação crônica ocorre da seguinte forma:

Infecções persistentes por determinados patógenos que

possuem baixa toxicidade e suscitam uma reação imune

conhecida como hipersensibilidade tardia;

Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos

exógenos ou endógenos;

Autoimunidade: em certas condições, reações imunes são

criadas contra os próprios tecidos do indivíduo, levando

á doenças autoimunes. Nessas doenças, os autoantígenos

suscitam uma reação imune autoperpetuadora que resulta

em diversas doenças inflamatórias crônicas.

Distintamente da inflamação aguda, que se manifesta por alterações

vasculares, edema e infiltração especialmente de neutrófilos, a

inflamação crônica caracteriza-se por: Infiltração de células

mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos), reflexo de uma

reação persistente à lesão.

Os neutrófilos migram dos vasos

sanguíneos para o tecido inflamado via quimiotaxia, e então removem

os agentes patológicos através da fagocitose e da degranulação.

Page 197: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1993

Destruição tecidual induzida, sobretudo pelas células

inflamatórias. Tentativas de cicatrização por substituição do tecido

danificado por tecido conjuntivo, realizada por proliferação de pequenos

vasos sanguíneos (anfigênese) e, em particular, fibrose. Existe também

um tipo distinto de inflamação crônica, denominada de inflamação

granulomatosa, onde o tipo celular predominante é um macrófago

ativado com uma aparência modificada semelhante a uma célula

epitelial (epitelióide). É encontrada em doenças imunes e

infecciosas crônicas. A tuberculose é um arquétipo das

doenças granulomatosas, assim como a sarcoidose,

doença da arranhadura de gato, linfogranulomatose

inguinal, lepra, brucelose, sífilis, algumas infecções

micóticas, beriliose e reações de lipídios irritantes.

Abcesso na pele, mostrando edema e

hiperemia característicos da inflamação, com área central necrótica de

cor escura.

Exemplificação da inflamação.

A inflamação (De origem no latim - inflammatio, atear fogo) ou

processo inflamatório é uma reação do organismo a uma infecção ou

lesão dos tecidos. Em um processo inflamatório a região atingida fica

Page 198: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1994

avermelhada e quente. Isso ocorre devido a um aumento do fluxo de

sangue e demais líquidos corporais migrados para o local. Na área

inflamada também ocorre o acúmulo de células provenientes do sistema

imunológico (leucócitos, macrófagos e linfócitos), com dor localizada

mediada por certas substâncias químicas produzidas pelo organismo.

No processo, os leucócitos destroem o tecido danificado e enviam sinais

aos macrófagos, que ingerem e digerem os antígenos e o tecido morto.

Em algumas doenças esse processo pode apresentar caráter destrutivo.

A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema

imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua

capacidade para deflagrar uma resposta não específica contra padrões

de agressão previamente e geneticamente definidos pelo organismo

agredido. Esta definição se contrapõe à da imunidade adquirida, ou

aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores específicos

segundo seu potencial antigênico. Nesse último caso, o organismo

precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e

potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta. Uma

inflamação clássica, podemos dizer que é o abscesso ou abcesso, por

exemplo, que é um acúmulo localizado de pus num tecido, formando

uma cavidade delimitada por uma membrana de tecido inflamatório

(membrana piogênica). O líquido purulento que a preenche se forma em

virtude da desintegração e morte (necrose) do tecido original,

microorganismos e leucócitos. Porém, existem alguns tipos de maior

relevância, seja por sua frequência ou sua gravidade. Citam-se alguns

dos abscessos descritos pela literatura técnica científica (Na área da

saúde):

Abscesso cutâneo.

Abscesso perianal.

Abscesso peritonsilar.

Abscesso pulmonar.

Abscesso amebiano.

Page 199: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1995

Abscesso Esplênico.

Abscesso da Glândula de Bartholin.

Velocidade de hemossedimentação(VHS) é um

teste comum na hematologiausado para uma medida não específica da

inflamação. O processo em comento pode ser causado por vários

agentes patogênicos microbiológicos, como as bactérias piogênicas

(incluindo, estreptococos, gonococos, entre outros), ameba, além de

algumas substâncias *-**químicas (como a essência de terebintina).

Page 200: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1996

Observa se na imagem: Empiema pleural no tórax.

Atenção para não confudir na teoria a empiema que é uma colecção de

pus dentro de uma cavidade natural. Deve ser diferenciada de abcesso,

que é uma colecção de pús numa cavidade recém-formada. Na

medicina humana, empiema pode ocorrer: Na cavidade pleural

(empiema pleural também conhecido como piotórax); Na cavidade

torácica; No útero (piometra); No apêndice (apendicite); Nas meninges

(empiema subdural); Nas articulações (***artrite séptica); Na

vesícula biliar e no cérebro (empiema subdural). Os empiemas ocorrem

mais frequentemente no espaço pleural, podendo ser fatais ao

prejudicar a respiração se não tratados. São também comuns no útero

e no apêndice (apendicite).

Page 201: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1997

(* - **) O contato com a pele pode trazer graves danos a saúde. A

Essência de terebintina é um solvente vegetal, obtido da destilação de

resinas de pinus. É o solvente tradicional das tintas a óleo. Bastante

clarificada, isenta de impurezas, atua como fungicida entre as camadas

de tinta a óleo e o tecido da tela de pintura, ajudando na conservação.

Incolor. Não altera a cor das tintas. A essência de terebintina deve ser

utilizada na diluiçào da tinta a óleo na pintura em tela nas primeiras

camadas de pintura e deve-se agregar o óleo de linhaça a medida que

se vai sobrepondo camadas. Este princípio e chamado de ”gordo sobre o

magro” e evita o surgimento de rachaduras na superfície da pintura.

***Artrite séptica é uma invasão purulenta de uma articulação por

um agente infeccioso que produz uma artrite.

Olho com conjuntivite excretando pus.

Invasao purulenta - O pus que é uma secreção de cor amarelada, ou

amarelo-esverdeada, frequentemente mal cheirosa, produzida em

consequência de um processo de infecção bacteriana e constituída

por leucócitos ou glóbulos brancos em processo de

degeneração, plasma, bactérias, proteínas, e elementos orgânicos. O

excesso de pus pode levar a sérias consequências, como a formação

de fístulas,abscessos entre outros. Quando ocorre o seu

aparecimento, indica que algo entrou no organismo e o sistema

linfático acionou os glóbulos brancos, um dos sistemas de defesa do

organismo paraproteger e defender-nos dos seres vivos invasores,

normalmente microscópicos. Apesar da mais comum coloração, é

Page 202: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1998

perfeitamente possível serem observadas coleções purulentas com

outras colorações. Pus azulado é encontrado em infecções por

Pseudomonas æruginosa como resultado do pigmento

bacteriano piocianina que este micro-organismo produz; abscessos

amebianos hepáticos por sua vez produzem pus de coloração

acastanhada, o pus é liberado em consequência de feridas inflamadas

ou em algumas doenças de pele, como por exemplo, o furúnculo.

Revendo conceitos difusos, na óptica de diversos doutrinadores

podemos em síntese dizer que a artrite é a inflamação das articulações,

em sentido amplo: é conjunto de sintomas e sinais resultantes de

lesões articulares produzidas por diversos motivos e causas. As artrites

são um tipo de reumatismo, portanto é estudado pela reumatologia.

Raramente tem uma origem conhecida, mas todas envolvem fatores

genéticos, orgânicos, ocupacionais e ambientais. São mais comuns em

adultos e idosos. Existem mais de 100 subdivisões de artrites, divididas

principalmente de acordo com causa, local afetado, idade (infantil ou

geral) e gravidade. É uma das principais distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho DORT.

DORT - Dores ao fechar as mãos são as

queixas mais comuns de LER, geralmente por sinovite, tendinite, tenosinovite ou

síndrome do túnel do carpo.

Page 203: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

1999

Lesão por Esforço Repetitivo ou LER - em

inglês Repetitive Strain Injury -, são lesões nos sistemas músculo-

esquelético e nervoso causadas por tarefas repetitivas, esforços

vigorosos, vibrações, compressão mecânica - pressionando contra

superfícies duras - ou posições desagradáveis por longos períodos. É um

tipo de Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho - DORT. É

ilegal demitir um trabalhador por causa da LER, assim como de

qualquer outra doença ocupacional relacionada ao trabalho.

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2006

2. Destruição da cartilagem articular.

Um dos grandes vilões para os casos de OSTEOARTROSE de membros

inferiores é o peso. O excesso de peso atua aumentando o trauma

intra-articular, fazendo com que haja uma maior quebra de fibras

colágenas, o que vai dificultar o efeito REPARADOR por parte do

CONDRÓCITO. No caso específico da OSTEOARTROSE (patologia

degradativa articular), a prevenção é sempre o melhor remédio. Drogas

condroprotetoras, também possuem efeito anti-inflamatório, porém,

este se manifesta em um período de tempo mais longo. Via de regra, as

crises de agudização dos processos de osteoartrose localizada, ocorrem

em virtude de: macro traumas, micro traumas de repetição ou por

desequilíbrio hormonal.

(1) (2)

(1)Joelho Normal. (2)Joelho com artose.

Page 211: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2007

A

Artrose é a mais comum das doenças articulares. Seu

impacto económico é enorme, devido à incapacidade

que provoca nos pacientes. Uma vez que foi a causa

para a colocação de uma prótese de joelho à paciente

em estudo, será feita uma abordagem sobre esta

patologia. A artrose é uma degenerescência articular

de etiologia não inflamatória que pode afectar uma ou

várias articulações, sendo caracterizada pela

degeneração da cartilagem que facilita o movimento

destas. A cartilagem articular perde a sua elasticidade, integridade e

consistência, o que leva também á perda de parte ou totalidade da sua

capacidade funcional. A artrose do joelho é denominada por gonartrose.

A artrose pode ser dividida em primária ou idiopática e secundária. A

artrose primária pode atingir, sem etiologia conhecida, mais de uma

articulação. Segundo Serra, é responsável por mais de 70% dos casos.

A artrose secundária é uma forma mono-articular quando se relaciona

com a irregularidade das superfícies articulares resultante de um

traumatismo ou doença prévia.

Page 212: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2008

A Tabela abaixo resume a classificação da osteoartrose.

Tabela 1: Classificação da osteoartrose

Forma a

osteoartrose Exemplos

Primária

localizada

Mãos (nódulos de Heberden e Bouchard,

acometimento da primeira carpometacarpal

(rizatrtrose), formas erosiva e inflamatória),

pés (primeira metatarsofalângica), quadril,

joelho, coluna (articulações interapofisárias,

discos intervertebrais)

Primária

generalizada

osteoartrose nodal generalizada (doença de

Kellegren), osteoartrose nodal erosiva

generalizada, hiperostose esquelética difusa

idiopática (DISH)

Secundária

localizada

Lesão articular, deformidades adquiridas,

osteonecrose, artrite reumatoide, doenças

por deposição de cristais (p.ex., gota),

condrocalcinose, artrite séptica, artropatia

hemofílica, artropatia neuropática,

osteocondrite, doença de Paget

Secundária

generalizada

Hemocromatose, ocronose, acromegalia,

hiperparatireoidismo, doença de Wilson,

gota, condrocalcinose, amiloidose, doença

de Ehlers-Danlos

Page 213: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2009

Quando falamos em integridade da cartilagem articular nos referimos a

um mecanismo de neo formação e degradação de todos os constituintes

da matriz proteica (colágeno, substância fundamental, sulfato de

glicosamina) os quais dependem da capacidade do condrócito em

fabrica-los. Quando a cartilagem articular é submetida a um macro

trauma ou um micro trauma de repetição, existe, segundo a teoria

mecânica, uma quebra de grande número de fibras colágenas, o que

produziria um fenômeno inflamatório local, com liberação de enzimas

proteolíticas e degradação da cartilagem articular. Em uma cartilagem

articular normal, temos um tecido conjuntivo denso, cujas células

derivadas de uma célula mãe vão formar os condrócitos, estas sim

células produtoras de cartilagem. No processo de formação da

cartilagem, os condrócitos, são responsáveis pela fabricação de uma

substância denominada protocolágeno que, por um processo ainda não

tão bem conhecido, aglutina-se, formando fibras de colágeno, as quais

serão as grandes responsáveis pela resistência mecânica da cartilagem

articular. O colágeno do tipo II é o mais abundante na cartilagem

articular e se dispõem de duas maneiras distintas. A primeira,

formando verdadeiros arcos de sustentação, que funcionam como

molas, ajudando na absorção de impactos diretos sobre a cartilagem.

A segunda, funcionando como um verdadeiro sistema hidráulico,

formado não somente pelas fibras colágenas, mas também por

mucopolissacarídeos sulfatados como o sulfato de glicosamina e o ácido

hialurônico, sendo estes, os responsáveis pela agregação de moléculas

de água que darão o caráter hidráulico da cartilagem, funcionando

como uma esponja para diminuir o stress mecânico.

Uso de acessórios na Artrose.

Informações Complementares na Terapêutica. Utilização de

Orteses para auxiliar na Osteoartrose. MEMBROS INFERIORES.

JOELHEIRAS.

Page 214: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2010

As joelheiras são órteses utilizadas para estabilização de alterações

articulares dos joelhos. Encontra-se em diversos tipos e variações.

Existem, desde a mais simples utilizada apenas como uma faixa elástica

de contenção, até as mais elaboradas, com hastes laterais, cintas

cruzadas e fixadoras para rótula etc.

TORNOZELEIRAS. As tornozeleiras se destinam à contenção e

estabilização de alterações estáticas e dinâmicas dos tornozelos.

Objetivam contenção e auxílio para fixação pós-torções. Podem ser

elaboradas a exemplos joelheiras, de forma simples, com hastes , ou

cintas cruzadas. Podem ser ainda usadas como auxiliares em

determinadas práticas esportivas, servindo como coadjuvantes na

proteção articular.

PALMILHAS DE APOIO E CALCANHEIRAS - As calcanheiras,

possuem como função básica, diminuir a pressão sobre o calcanhar na

fase de desaceleração do passo. Funcionam amortecendo choques e

corrigindo pequenas diferenças de Membros Inferiores. Podem ser de

látex, gel ou sobertone, sendo que, cada material possuem uma

Page 215: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2011

indicação e uma utilidade própria. Podem ainda ser únicas, ou serem

componentes de palmilhas mais elaboradas, que atuariam na correção

de defeitos do arco do pé.

Ocorrendo a suspeita da necessidade de se beneficiar com o uso de

ÓRTESE, recomenda falar com o especialista qual seria a ideal ao

caso.

Farmacologia Clínica na ARTROSE.

Atualmente, já existem no mercado substâncias químicas como o

SULFATO DE GLICOSAMINA, o Ácido CONDROITIN, a DIACEREINA e os

INSAPONIFICADOS DE SOJA e ABACATE que poderiam ser consideradas

drogas com atividade condroprotetora. Particularmente, no caso do

SULFATO DE GLICOSAMINA, esta substância já foi aprovada nos

Estados Unidos, como uma droga SADOA (SLOW ACTING DRUGS for

TREATMENT of OSTEOARTHRITIS - DROGA DE AÇÃO LENTA PARA O

TRATAMENTO DA OSTEOARTROSE). Na Europa, especialmente na

França, outra classe de substâncias, os INSAPONIFICADOS DE SOJA e

ABACATE (chamadas de substâncias fitoterápicos ou naturais), já são

Page 216: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2012

usados há vários anos quer preventivamente, quer

sintomatológicamente para o tratamento da OSTEOARTROSE.

Resumidamente, poderiamos dizer que: qualquer medida que vise

alterar a curva de evolução da OSTEOARTROSE deve ser considerada

uma medida de CONDROPROTEÇÃO. Estas medidas podem ser de

ordem geral ou específica como no caso dos medicamentos citados.

O tratamento da artrose, responde a regras bastante simples:

fisioterapia e cinésioterapia para o reforço muscular e manutenção do

eixo de movimentação, orientação dietéticas para a perda de peso e

utilização de analgésicos. O uso de anti-inflamatórios deverá obedecer

às crises de inflamação e, quanto aos anti artrósicos de ação lenta,

estes se justificam, e fazem parte da ação condroprotetora e de redução

de medicamentos antiálgicos e anti-inflamatórios não hormonais. A

indicação de tratamentos locais e cirúrgicos está diretamente ligada à

evolução da doença, devendo o especialista, estar sempre vigilante

quanto à patologia e a hora correta da indicação da cirurgia.

Medicamentos em evidência.

Artrolive® o tratamento modificador da artrose. Considerado um bom

conceito terapêutico para o tratamento da artrose. Artrolive® (sulfato

de glicosamina e sulfato de condroitina), a primeira associação de duas

substâncias essenciais para a reconstituição de cartilagens das

articulações.

Sulfato de glicosamina.

A glicosamina é uma molécula naturalmente presente no organismo

humano, como glicosamina 6-fosfato, e é o fator mais importante para

a biossíntese de uma classe de compostos, como glicolipídeos,

glicoproteínas, glicosaminoglicanos (denominados

Page 217: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2013

mucopolissacarídeos), hialuronatos e proteoglicanos. Estas substâncias

têm um papel na formação das superfícies articulares, tendões,

ligamentos, tecido sinovial, pele, ossos, unhas, válvulas cardíacas e

secreção da mucosa do aparelho digestivo, aparelho respiratório e trato

urinário. A glicosamina é uma substância de fácil absorção e com boa

difusão. A farmacocinética do sulfato de glicosamina foi amplamente

estudada em ratas e em cães, empregando glicosamina uniformemente

radiomarcada. Após administração por via oral em cães, a

radioatividade aparece rapidamente (15 minutos) no plasma e deve-se

à glicosamina não modificada, como demonstrado por cromatografia de

troca iônica. Os picos no plasma de glicosamina livre são alcançados

após 60 (sessenta) minutos e depois diminuem lentamente. Quando se

comparam as AUC’s após a administração I.V. e oral, a

biodisponibilidade absoluta de glicosamina procedente do aparelho

digestivo é de aproximadamente 72%. De fato, segundo estudos de

excreção fecal da reatividade em cães, a absorção no aparelho digestivo

é de 87% da dose administrada. A incorporação à cartilagem articular

é observada rapidamente após a administração, tanto I.V. como oral e

persiste em quantidades notáveis em longo prazo. Este comportamento

provavelmente representa a base farmacocinética para a atividade

farmacológica e terapêutica de glicosamina. A condroitina é a mais

importante glicosaminoglicana nas juntas humanas e tecidos conectivos

e tem um papel na formação da cartilagem por meio da estimulação do

metabolismo condrocítico e síntese de colágeno e proteoglicana.

Enzimas destrutivas, tais como elastase de leucócitos humanos e

hialuronidase são inibidas pela condroitina. O sulfato de condroitina é

um dos principais componentes da cartilagem, caracterizado por sua

capacidade para fixar água, função que permite assegurar as

propriedades funcionais e mecanismos elásticos da cartilagem. Nos

processos artrósicos degenerativos, devido à ação das enzimas líticas,

observa-se uma perda do poder de reter água, uma degeneração

progressiva da cartilagem e uma deterioração do funcionamento

Page 218: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2014

articular. A administração de condroitina produz um restabelecimento

do equilíbrio das cartilagens articulares com a melhora ou

desaparecimento das dores articulares. A condroitina, uma

glicosaminoglicana, é uma molécula grande pouco absorvida quando

administrada oralmente, apenas 12%. Entretanto, em estudos animais,

utilizando sulfato de condroitina radiomarcado, observou-se que mais

do que 70% do composto radioativo é absorvido após a administração

oral. A discrepância pode se dar no trato gastrintestinal: o sulfato de

condroitina é submetido ao metabolismo, resultando em componentes

mais ativos e absorvíveis. O uso de medicamentos a base de Sulfato de

glicosamina é contraindicado em caso de hipersensibilidade conhecida

ao sulfato de glicosamina, sulfato sódico de condroitina e/ou demais

componentes da formulação, como os qsp. Também deve ter cautela,

pois entendemos ser contraindicado para uso por pacientes grávidas,

lactantes, pacientes com fenilcetonúria e pacientes com insuficiência

renal severa, e é contraindicado para menores de 18 anos.

Farmacocinética.

As propriedades farmacocinéticas do sulfato de glicosamina foram

estudadas em ratos e cães usando do mesmo modo glicosamina

marcada com C14. Quando administrada por via intravenosa, a

glicosamina desaparece rapidamente do sangue e é incorporada em

vários tecidos, tais como o fígado, os rins e a cartilagem articular. Nesta

última a radioatividade da glicosamina marcada se mantém por um

período de tempo prolongado, com uma meia-vida biológica de cerca de

70 horas. Cerca de 50% da radioatividade administrada são exalada

como CO2 durante os 6 dias que se seguem à administração, 30 a 40%

são encontrada na urina, enquanto que a excreção nas fezes é apenas

cerca de 2%. Após administração oral, o sulfato de glicosamina é rápido

e quase completamente absorvido. Os subseqüentes padrões metabólito

e farmacocinético estão de acordo com aqueles após a administração

Page 219: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2015

intravenosa. Um estudo farmacocinético efetuado no homem com doses

únicas de glicosamina marcada por via intravenosa (IV), intramuscular

(IM) ou oral confirmou a analogia do padrão farmacocinético da

glicosamina com o encontrado em animais. Após uma dose oral única

de glicosamina marcada, a biodisponibilidade absoluta no homem foi de

25%, devido ao efeito da primeira passagem no fígado, onde mais de

70% da glicosamina é metabolizada. A absorção gastrintestinal é perto

de 90%, já que apenas 11% da forma radioativa administrada é

excretada nas fezes. Foram efetuados estudos no homem também

após administração intravenosa (IV) ou oral de glicosamina não

marcada e o doseamento da glicosamina por cromatografia de troca

iônica no sangue e na urina. Este método de doseamento tem um limite

de quantificação insuficiente para estudos de farmacocinética idôneos.

Apesar disso, os resultados foram concordantes com os obtidos com a

glicosamina marcada.

Farmacodinâmica.

A administração de glicosamina tem demonstrado retardar a

degradação na cartilagem e reparar lesões experimentais na cartilagem.

Também foi demonstrado que o sulfato de glicosamina inibe a atividade

de enzimas que destroem a cartilagem, como a colagenase e a

fosfolipase A2, bem como a formação de outras substâncias danosas

aos tecidos, como radicais peróxidos ou a atividade de enzimas

lisossômicas. Estas atividades provavelmente são responsáveis pelos

efeitos antiinflamatórios leves observados in vivo em modelos

experimentais, incluindo alguns tipos de artrite induzida. Ao contrário

dos antiinflamatórios não esteroidais (AINE' s), o sulfato de glicosamina

não inibe a síntese sistêmica de prostaglandinas. Não foram observados

efeitos nos sistemas cardiovascular ou respiratório e nos sistemas

nervoso central ou autônomo em estudos farmacológicos de segurança.

A eficácia foi demonstrada em osteoartrose de joelho e foi demonstrada

Page 220: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2016

em parte na osteoartrose da coluna e de outras articulações, incluindo o

quadril. Não foi estabelecida a eficácia do sulfato de glicosamina para a

osteoartrose da mão. Evidências de eficácia e segurança foram obtidas

após o tratamento prolongado (três anos) de pacientes com artrose de

joelho. Analgésicos e antiinflamatórios podem ser utilizados

concomitantemente com o sulfato de glicosamina, tanto para analgesia

de resgate durante possíveis acessos da doença quanto durante o

período inicial do tratamento, quando os efeitos sintomáticos da

glicosamina podem demorar cerca de 1 a 2 semanas. Programas de

fisioterapia podem ser usados concomitantemente com o sulfato de

glicosamina no controle geral da osteoartrose.

Avaliações Clínicas.

Os resultados dos ensaios pivot sugerem que na população média de

pacientes, pode-se esperar o que segue com relação à eficácia do

medicamento. Foram evidentes as melhorias clinicamente observadas

de 2 pontos, em média, em todos os estudos após as duas primeiras

semanas de tratamento. Foi evidenciada uma atividade sintomática

mais rápida do antiinflamatório não esteroidal (AINE) durante estas

duas primeiras semanas de tratamento, mas o estudo de Muller,

Fassbender et al sugere que a partir da terceira semana o aumento da

melhoria era similar entre glicosamina e o antiinflamatório (ibuprofeno).

Após quatro semanas de tratamento o decréscimo no Index de

Lequesne com a glicosamina foi em média de 3 pontos

(aproximadamente 30% nos valores de recrutamento) e é

significativamente diferente do placebo (estudo por Noack et al), mas

novamente não há diferença em relação ao antiinfl amatório (estudo de

Muller, Fassbender et al). A melhoria com a glicosamina pode continuar

de uma forma quase linear até atingir uma redução média do Index de

cerca de 5 pontos, após 3 meses de tratamento. Durante este tipo de

tratamento em médio prazo, os efeitos do antiinflamatório tendem a se

Page 221: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2017

estabilizar, enquanto não são evidentes melhorias com o placebo, após

decréscimo de 1-2 pontos no primeiro mês. De particular relevância é o

fato de que esta melhoria com a glicosamina após 3 meses do estudo, é

mantida durante pelo menos 2 meses após a descontinuação do

fármaco, contrariamente ao que aconteceu com o antiinflamatório cujos

efeitos tendem a se perder rapidamente(Referência Bibliográficas

de Aplicações Clínicas: Muller Fassbender H, Bach GL, et al.

Glucosamine sulfate compared to ibuprofen in osteoarthritis

of the knees. Osteoarthritis Cartilage 1994; 2(1): 61-9.

Lequesne MG, Mery C, et al. Indexes of severity for

osteoarthritis of the hip and knee. Validation-value in

comparison with other assessment tests. Scand J Rheumatol

Suppl. 1987; 65: 85-9. Noack W, Fischer M, et al.

Glucosamine sulfate in osteoarthritis of the knees.

Osteoarthritis Cartilage 1994; 2(1): 51-9. Setnikar I,

Giachetti C, et al. Absorption, distribution and excretion of

radioactivity after a single intravenous or oral administration

of [14C] glucosamine to the rat. Pharmatherapeutica 1984;

3(8): 538-50. 5. Setnikar I, Giachetti C, et al.

Pharmacokinetics of glucosamine in the dog and in man.

Arzneimittelforschung 1986; 36(4): 729-35. 6. Setnikar I,

Palumbo R, et al. Pharmacokinetics of glucosamine in man.

Arzneim.-Forsch/Drug Res 1993; 43: 1109-1113. Reginster

JY, Deroisy R, et al. Long-term effects of glucosamine

sulphate on osteoarthritis progression: a randomised,

placebo-controlled clinical trial. Lancet 2001; 357(9252):

251-6).

Page 222: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2018

Sulfato de condroitina.

Condroitina: A condroitina é a mais importante glicoaminoglicana nas

juntas humanas e tecidos conectivos e tem um papel na formação da

cartilagem através da estimulação do metabolismo condrocítico e

síntese de colágeno e proteoglicana. Enzimas destrutivas tais como

elastase de leucócitos humanos e hialuronidase são inibidas pela

condroitina. O sulfato de condroitina é um dos principais componentes

da cartilagem, caracterizado por sua capacidade para fixar água, função

que permite assegurar as propriedades funcionais e mecanismos

elásticos da cartilagem. Nos processos artrósicos degenerativos devido

à ação das enzimas líticas observa-se uma perda do poder de reter

água, uma degeneração progressiva da cartilagem e uma deterioração

do funcionamento articular. A administração de condroitina produz um

restabelecimento do equilíbrio das cartilagens articulares com a melhora

ou desaparecimento das dores articulares. A condroitina pode bloquear

a ação de enzimas líticas e melhorar o reparo da cartilagem

estimulando a síntese de proteoglicanas e elevando os níveis de ácido

hialurônico. A condroitina pode exercer um leve e direto efeito

antiinflamatório independente do mecanismo das drogas

antiinflamatórias não-esterioidais (AINEs), tais como ibuprofeno e

indometacina. Outros estudos sugerem que uma quantidade suficiente

de condroitina for utilizada pela célula para produção de proteoglicanas,

a síntese da matriz poderia ocorrer e a cartilagem assim, seria

regenerada.

Farmacocinética da Condroitina: a condroitina, uma

glicosaminoglicana, é uma molécula grande pouco absorvida quando

administrada oralmente - apenas 12%. Entretanto, estudos animais

utilizando sulfato de condroitina com radiomarcado observou-se que

mais do que 70% do composto radioativo é absorvido após a

administração oral. A discrepância pode se dar no trato gastrointestinal:

o sulfato de condroitina é submetido ao metabolismo, resultando em

Page 223: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2019

componentes mais ativos e absorvíveis. Sua meia-vida é de 5-10 horas

e acumula-se no fluido sinovial e cartilagem. A eliminação renal se dá

em aproximadamente 20% do clearance de condroitina.

Medicamentos com Sulfato de glicosamina associado

ou não com Sulfato de condroitina.

ÁRTICO - Ártico sulfato de glicosamina +

sulfato sódico de condroitina. Pó para

solução oral Forma Farmacêutica e

Apresentações do ártico. Pó para solução

oral em sachês, contendo 1,5 g de sulfato

de glicosamina e 1,2 g de sulfato sódico de

condroitina.

Composição do ártico: Cada sachê contém:

sulfato de glicosamina (sob a forma de

sulfato de glicosaminacloreto sódico)...1,5

g; sulfato sódico de condroitina...1,2 g;

excipientes q.s.p....5 g. Excipientes:

povidona, corante amarelo crepúsculo,

ácido cítrico, sucralose, aroma de laranja,

bicarbonato de sódio e sorbitol.

Ártico (sulfato de glicosamina + sulfato

sódico de condroitina) é um medicamento

utilizado no tratamento de artrose primária

e secundária.

Artoglico: sulfato de glicosamina. Formas

Farmacêuticas, Via de Administração e

Apresentações do Artoglico. Pó para

solução oral. Embalagens com 1, 7 ou 30

sachês de dose única. Uso Oral. Uso Adulto.

Composição do Artoglico: Cada sachê

Page 224: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2020

contém: sulfato de glicosamina **...1,5 g;

excipientes *q.s.p...3,95 g; * sorbitol, ácido

cítrico, macrogol e aspartamo.

**equivalente a 1,884g de sulfato de

glicosamina sódica. Atenção

fenilcetonúricos: contém fenilalanina.

Informações ao Paciente do Artoglico:

Ação esperada do medicamento: Artoglico®

é um medicamento utilizado no tratamento

de artrose primária e secundária,

osteocondrose, espondilose, condromalácia

de rótula, periartrite escápulo-umeral.

Cuidados de armazenamento: Conservar o

produto em sua embalagem original.

Manter à temperatura ambiente (15ºC a

30ºC). Proteger da luz e manter em lugar

seco. Prazo de validade: O número de lote e

as datas de fabricação e validade estão

impressos no cartucho do medicamento.

Gravidez e lactação: Não há dados com

relação ao uso de sulfato de

glicosamina na gravidez e lactação

humana, portanto, seu uso não é

recomendado nestes

casos(Informação do laboratório,

outros medicamentos com o mesmo

princípio já demonstrou riscos(NOTA

DO AUTOR). Este medicamento só deve

ser administradosob supervisão médica.

Observe os aspectos Cronofarmacológico

Page 225: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2021

como já comentado neste livro, ou seja:

respeitando sempre os horários, as doses e

a duração do tratamento. Não interromper

o tratamento sem o conhecimento do seu

médico. Reações adversas: Os efeitos

adversos mais comuns são reações de

origem gastrointestinal de intensidade leve

a moderada, como desconforto gástrico,

diarréia, náusea, prurido e cefaléia.

Interações Medicamentosas: A

administração oral de sulfato de

glicosamina pode favorecer a absorção

gastrointestinal de tetraciclinas e reduzir a

de penicilina e cloranfenicol. Não existe

limitação para administração simultânea de

analgésicos ou antiinflamatórios esteróides

e não esteróides. Contra-

indicações/Precauções: Artoglico® é

contra-indicado em pacientes com

hipersensibilidade a glicosamina ou a

qualquer outro componente da fórmula.

RECOMENDAÇÃO: Não deve ser utilizado

durante a gravidez, lactação ou em casos

de fenilcetonúria.

Glucoreumin: Sulfato de glicosamina.

Forma Farmacêutica, Via de Administração

e apresentação de Glucoreumin: Pó para

solução oral 1,5 g. Embalagens com 10 ou

30 sachês com 3,95 g. USO ADULTO. USO

ORAL. Composição de Glucoreumin: Cada

sachê contém: sulfato de glicosamina... 1,5

Page 226: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2022

g; excipientes q.s.p...1 sachê equivalente a

1,884 g de sulfato de glicosamina

cristalino(aspartame, polietilenoglicol,

ácido cítrico, sorbitol). A administração de

Glucoreumin® visa repor a matéria-prima

para reconstituição das cartilagens que se

encontram em processos degenerativos.

Condroflex® : Sulfato de glicosamina +

Sulfato sódico de condroitina. Uso oral. Uso

adulto.

Formas Farmacêuticas e Apresentações de

Condroflex: Cápsulas ou Pó oral. Cada

cápsula contém 500,0 mg de sulfato de

glicosamina + 400,0 mg de sulfato sódico

de condroitina. Embalagem com 20

cápsulas. Cada sachê contém 1,5 g de

sulfato de glicosamina e 1,2 g de sulfato

sódico de condroitina. Embalagem com 15

sachês de 4,135 g cada. Recomenda-se

cautela quanto ao uso de CONDROFLEX®

em pacientes com sintomas indicativos de

distúrbios gastrintestinais, história de

úlcera gástrica ou intestinal, diabetes

mellitus ou na constatação de distúrbios do

sistema hematopoético ou da coagulação

sangüínea, devido ao risco anticoagulante

da condroitina, bem como em portadores

de insuficiências renal, hepática ou

cardíaca. Se ocorrer eventualmente

ulceração péptica ou sangramento

gastrintestinal em pacientes em

Page 227: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2023

tratamento, a medicação deverá ser

suspensa imediatamente pelo médico.

Recomenda-se evitar a ingestão de bebidas

alcoólicas durante o tratamento com

CONDROFLEX®.

Lançamento.

Lançamento do Aché Laboratórios é medicamento que se propõe a

interferir no curso do desenvolvimento da artrose, ou osteoartrose,

doença degenerativa da articulação, cujos sintomas mais comuns são a

dor nas articulações e limitação de movimentos. Considerado droga

modificadora de doença, o Artrolive® pode diminuir e até frear a sua

evolução, uma vez que traz em sua composição o sulfato de

glicosamina e o sulfato de condroitina, substâncias que auxiliam na

regeneração da matriz cartilaginosa e no aumento da elasticidade das

cartilagens das articulações, os principais alvos do processo

degenerativo da artrose, além de atuar na diminuição da produção de

substâncias que causam a inflamação, levando à diminuição da dor e à

maior facilidade de movimentos. Na visão do médico Dr. Sebastião

Radominski, da da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professor

adjunto e chefe de Reumatologia na Universidade Federal do Paraná,

“estamos assistindo à introdução de um novo conceito terapêutico para

o tratamento de osteoartrose no Brasil, que é o da possibilidade de

reposição das substâncias próprias do organismo que, por diversos

motivos, foram degeneradas e levaram à ocorrência da artrose.” Nos

EUA, de acordo com a Arthritis Foundation, a artrose atinge mais de 16

milhões de americanos e é considerado o tipo mais comum de doença

articular. Conseqüência quase inevitável do processo de envelhecimento

está atrás apenas das doenças cardiovasculares na produção de

incapacidade crônica grave. No Brasil, é responsável por 7,5% dos

afastamentos do trabalho, segundo o INSS (Instituto Nacional do

Page 228: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2024

Seguro Social), e é também a segunda doença em auxílio-doença (em

prorrogação), com 10,5%. O seu efeito duradouro e consistente. O

medicamento é apresentado com apresentação em frasco de plástico

opaco contendo 30 cápsulas, o Artrolive® compõe-se de 500 mg de

sulfato de glicosamina mais 400 mg de sulfato de condroitina. Como o

medicamento atua de gradativa, o alívio da dor e a restauração das

funções articulares ocorrem a partir de um período mínimo de três

semanas de utilização. Na opinião do médico Dr. Radominski, a grande

contribuição de um medicamento modificador, como o Artrolive®, é

exatamente o efeito duradouro e consistente que ele proporciona. No

seu parecer ele informa que o medicamento mais utilizado hoje para se

combater a artrose são os analgésicos e os antiinflamatórios. “Esses

medicamentos aliviam a dor e a inflamação em um primeiro momento,

mas não interferem na progressão da artrose”. “Vamos continuar

usando remédios para aliviar a dor e a inflamação, mas agora temos a

opção de interferir no curso da doença, garantindo ao paciente maior

qualidade de vida a longo prazo”, sentenciou o especialista. Uma

metanálise de 15 estudos clínicos sobre a eficácia da glicosamina (911

pacientes) e condroitina (700 pacientes), publicada em 2000 no JAMA –

Journal of the American Medical Association (Jornal da Associação

Médica Norte-Americana), comprova a eficácia dessas substâncias na

melhora dos pacientes com osteoartrose de joelho e quadril. Os

estudos sugerem que o tratamento com o Artrolive® modifica a história

natural da osteoartrose. A atuação do medicamento pode ser dividida

em três passos: regeneração articular, alívio da dor e melhora da

mobilidade. É importante destacar que, nos EUA, o sulfato de

glicosamina e o de condroítina são vendidos há cerca de quatro anos

combinados com vitaminas como suplementos alimentares, enquanto

Brasil optou por seguir o modelo europeu, que comercializa as

substâncias como medicamento há três anos. A farmacovigilância, não

oficial leia-se ANVISA, propala que com o Artrolive®, os pacientes terão

à disposição um medicamento elaborado a partir de matéria-prima

Page 229: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2025

controlada e padronizada, cuja qualidade é garantida por rígidas

normas de controle, para os pacientes no Brasil, existe a vantagem de

não gastar com tratamento importado.

ARTROLIVE. SULFATO DE GLICOSAMINA. SULFATO DE

CONDROITINA. Frasco de plástico opaco contendo 30 cápsulas. USO

ADULTO. Composição Completa de Artrolive: Cada cápsula

contém: Sulfato de glicosamina 500 mg. Sulfato de condroitina 400 mg.

Excipiente: estearato de magnésio.

Informação ao Paciente de Artrolive: ARTROLIVE é um

medicamento cuja ação principal se faz sobre a cartilagem que reveste

as articulações. O uso do medicamento por períodos superiores há 3

semanas demonstrou uma ação regeneradora da cartilagem, trazendo

como conseqüência indireta a diminuição da dor e da limitação dos

movimentos comuns a patologias que acometem a cartilagem.

ARTROLIVE, quando conservado em temperatura ambiente

(temperatura entre 15 e 30°C), ao abrigo da luz e umidade apresenta

uma validade de 24 meses a contar da data de sua fabricação. NÃO SE

USA MEDICAMENTO COM O PRAZO DE VALIDADE VENCIDO. ALÉM DE

NÃO OBTER O EFEITO DESEJADO, PODE PREJUDICAR A SAÚDE.

Recomenda-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, durante o

tratamento com ARTROLIVE.

ARTROLIVE é contraindicado em pacientes que apresentem

hipersensibilidade a quaisquer dos componentes de sua fórmula.

ARTROLIVE não deve ser usado durante a gravidez e lactação.

Informação Técnica de Artrolive.

ARTROLIVE tem como princípios ativos o sulfato de glicosamina e o

sulfato de condroitina cujos efeitos mostraram combater o desgaste

articular.

Page 230: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2026

A glicosamina e a condroitina por influenciarem na produção

de proteínas básicas da matriz articular, favorece o restabelecimento

das propriedades intrínsecas da cartilagem, sejam elas a capacidade de

absorção de água, suporte a carga e flexibilidade, estando por isso

indicadas na terapêutica da artrose ou osteoartrite, com resultados que

caracterizam uma importante melhora da dor comumente associada a

essas condições patológicas, bem como da flexibilidade

articular. ARTROLIVE atua de forma lenta e progressiva exigindo um

tratamento contínuo e regrado que visa alcançar o alívio da dor e a

restauração das funções articulares básicas a partir de um período de

tratamento mínimo de 3 semanas. Estudos comprovam que seu efeito

analgésico é consistente e duradouro nos estados dolorosos e de

disfunção articular comumente associados à osteoartrite. ARTROLIVE é

bem absorvido pelo trato gastrintestinal após administração oral. A

concentração plasmática demonstra uma proporção linear com a dose

administrada. Após a administração por via oral, a curva de

concentração equivale à cerca da metade da obtida com a mesma dose

por via intramuscular, devido à metabolização de cerca de 50% da

dose, na sua primeira passagem pelo fígado. Aproximadamente 99,7%

da substância ativa ligam-se às proteínas plasmáticas. O restante é

eliminado pela bile, nas fezes. Cerca de 1% é excretado pela urina in

natura.

Indicações de Artrolive. ARTROLIVE é indicado

para osteoartrite, osteoartrose ou artrose em todas as suas

manifestações.

Contra-Indicações de Artrolive. ARTROLIVE É CONTRAINDICADO

EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER

DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA; GRAVIDEZ E LACTAÇÃO.

Page 231: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2027

Precauções e Advertências de Artrolive. SÃO NECESSÁRIOS

O DIAGNÓSTICO PRECISO E O ACOMPANHAMENTO CUIDADOSO DE

PACIENTES COM SINTOMAS INDICATIVOS

DE AFECÇÃO GASTRINTESTINAL, HISTÓRIA PREGRESSA DE ÚLCERA

GÁSTRICA OU INTESTINAL, DIABETES MELLITUS, OU A CONSTATAÇÃO

DE DISTÚRBIOS DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO OU DA

COAGULAÇÃO SANGUÍNEA ASSIM COMO PORTADORES

DE INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES RENAL, HEPÁTICA OU CARDÍACA. SE

OCORRER EVENTUALMENTE ULCERAÇÃO PÉPTICA OU SANGRAMENTO

GASTRINTESTINAL EM PACIENTES EM TRATAMENTO, A MEDICAÇÃO

DEVERÁ SER SUSPENSA IMEDIATAMENTE. DEVIDO À INEXISTÊNCIA

DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DURANTE O PERÍODO

GESTACIONAL, ARTROLIVE NÃO ESTÁ INDICADO PARA SER

UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ. NÃO EXISTEM

INFORMAÇÕES SOBRE A PASSAGEM DO MEDICAMENTO PARA O

LEITE MATERNO SENDO DESACONSELHADO SEU USO NESSAS

CONDIÇÕES E AS LACTANTES EM TRATAMENTO NÃO DEVEM

AMAMENTAR.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Não existe até o momento na

literatura médica qualquer referência de interação da glicosamina ou

condroitina com outras drogas, entretanto salientamos que o

tratamento concomitante com antinflamatórios não esteroidais pode

incorrer no agravamento de reações adversas do sistema gastrintestinal

sendo recomendado um acompanhamento médico mais rigoroso nesses

casos. Alguns autores da literatura médica descrevem que o uso de

glicosamina e condroitina pode incorrer em um aumento da resistência

à insulina, porém esses estudos foram realizados com doses muito

superiores às indicadas na terapêutica clínica normal e sua validade

ainda é discutida por vários outros autores.

Page 232: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2028

Reações Adversas de Artrolive.

ARTROLIVE é gerakmente bem tolerado, eventualmente pode surgir

ocorrências de epigastralgia, náuseas, vômitos, diarréia e cefaleia.

Posologia de Artrolive.

Adultos: Recomenda-se iniciar a terapêutica com a prescrição de 1

cápsula via oral 3 vezes ao dia. Como os efeitos do medicamento se

iniciam em média após a terceira semana de tratamento deve-se ter em

mente que a continuidade e a não interrupção do tratamento são

fundamentais para se alcançar os benefícios analgésicose de mobilidade

articular(Aspectos da Cronofarmacologia).

Conduta na Superdosagem de Artrolive.

Não estão descritos casos de intoxicação aguda com agentes

condroprotetores sendo que alterações fisiológicas decorrentes de tal

situação devem ser essencialmente tratadas com medidas sintomáticas

e de suporte. Não há quadro clínico típico resultante de superdosagem

com glicosamina ou condroitina. As medidas terapêuticas a serem

tomadas em casos de superdosagem são: tratamento sintomático e de

suporte os quais devem ser administrados em caso de complicações,

tais como: hipotensão, insuficiência renal, convulsões, irritação

gastrintestinal e depressão respiratória.

Pacientes Idosos de Artrolive.

As mesmas orientações dadas aos adultos devem ser seguidas para os

pacientes idosos, observando-se as recomendações específicas para

grupos de pacientes descritos nos itens "Advertências e Precauções" e

"Contra-Indicações", que o leitor pode encontrar na bula primitiva.

AVISO: O medicamento descrito é um novo medicamento, segundo a

bula: “...EMBORA AS PESQUISAS TENHAM INDICADO EFICÁCIA E

Page 233: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2029

SEGURANÇA, QUANDO CORRETAMENTE INDICADO, PODEM OCORRER

REAÇÕES ADVERSAS IMPREVISÍVEIS, AINDA NÃO DESCRITAS OU

CONHECIDAS. EM CASO DE SUSPEITA DE REAÇÃO ADVERSA O MÉDICO

RESPONSÁVEL DEVE SER NOTIFICADO”..., e se proceda dentro dos

parâmetros da FARMACOVIGILÂNCIA.

Várias investigações revelaram que o sulfato de glucosamina reduz a

dor articular tão eficazmente como os AINE, antiinflamatórios não

esteroides, o tratamento tradicional para a osteoartrose. Entre as três

formas sob as quais se pode encontrar a glucosamina, o sulfato de

glucosamina foi o que demonstrou ser mais eficaz, porque esta

substância depende do enxofre, presente nos sulfatos, para exercer a

sua ação.

Page 234: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2030

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Page 241: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2037

3. Pauciarticular e oligoarticular.

Poliarticular é definida pelo acometimento de 5 ou mais articulações

durante os 6 primeiros meses da doença. Pode ser dividida em:

poliarticular com FR positivo ou poliarticular com FR negativo. Devido a

doença apresentar-se de muitos modos diferentes, a diagnose é difícil.

É freqüentemente um processo laborioso que consiste na eliminação de

outras doenças. É diagnosticado em uma base de características clínicas

da doença, com os resultados de vários testes comuns combinados. No

próximo subcapítulo temático, abordaremos o FR – Fator reumatóide.

Pauciarticular é a forma mais comum de AIJ - Artrite idiopática juvenil,

correspondendo a cerca de metade dos casos. É definida pelo

acometimento de menos de 5 articulações. Afeta mais as meninas que

os meninos, na proporção de 4:1. A doença se chama Still e sua

etiologia permanece desconhecida.

Sir George Frederick Still (1868-1941).

Já abordamos em parágrafos anteriores, porém ressalta que a artrite

idiopática juvenil é uma forma de artrite juvenil idiopática, caracterizada

por febre alta e erupções cutâneas passageiras, foi nomeado pelo

médico inglês Senhor George Frederic Still (1861 - 1941). O quadro

primeiro se apresentou em crianças, mas nos dias modernos também

se sabe que acomete de forma menos comumente, em adulto. A AIJ

pode ser causada por uma infecção microbacterial. Pacientes com a

doença de Still normalmente têm sintomas sistêmicos. Sintomas

habituais incluem: Ondas de febres altas que sobem a 40 °C (104 °F)

Page 242: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2038

que podem ser acompanhadas através de fadiga extrema; Uma erupção

cutânea cor salmão e não coça pode ser também observada; Dor ao

longo do corpo; Dor muscular; Dor e danos nas articulações. Como

citado, a febre e a maioria dos outros sintomas tendem a passar dentro

de vários meses. Porém, a artrite pode se tornar um problema a longo

prazo como uma doença crônica que persiste na maioridade. Além,

desde que a doença pode apresentar como uma doença aguda na

maioridade, muitos pacientes adultos com a Doença de Still crônica

nunca mostraram sinais ou sintomas da doença na infância.

A febre e os sintomas sistêmicos nestes

pacientes podem diminuir, deixando apenas os sintomas da artrite.

Reciprocamente, todos os sinais e sintomas, inclusive os da artrite, ou

podem remeter completamente durante a maioridade, ou, menos

comumente, continua indefinidamente durante a maioridade.

Conclusão.

Definição de Grupos.

OLIGOARTICULAR: grupo em que a artrite reumatóide juvenil é do tipo

oligoarticular, ou seja, que afeta até quatro articulações.

POLIARTICULAR: grupo em que a artrite reumatóide juvenil acomete

cinco ou mais articulações.

Na pesquisa bibliográfica encontramos dois contextos avaliativos e

descritivos para definições, um em inglês e outro, em português.

Contexto em Português: A comparação entre os valores das medidas

clínicas, dos índices da capacidade funcional e qualidade de vida

relacionada à saúde, entre os grupos oligoarticular e poliarticular, foi

pelo teste de Mann Whitnney. Em estatística o teste U de Mann-Whitney

(também chamado de Mann-Whitney-Wilcoxon, teste de Wilcoxon rank

Page 243: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2039

sum ou o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney) É um teste não paramétrico

aplicado para duas amostras independentes. É de fato a versão da

rotina de teste não paramétrico de t de Student. Ele foi inicialmente

proposto em 1945 por Frank Wilcoxon com os mesmos tamanhos de

amostra e estendido para tamanhos de amostras arbitrárias e de outras

maneiras por Henry B. Mann e DR Whitney em 1947.

A comparação entre as medidas realizadas num mesmo paciente em

visitas consecutivas foi pelo teste de Wilcoxon. A responsividade

estatística dos índices das medidas clínicas, funcionais e da qualidade

de vida foi calculada pela Standardized Response Median (SRM) e pelo

Effect Size (ES) (17). A SRM foi calculada como a variação da mediana

da visita inicial para a visita final, dividido por 3/4 da diferença da

variação interquartil, entre a primeira e segunda visita. O índice ES é a

variação da mediana da visita inicial para a visita final, dividido por 3/4

da mediana do índice da visita inicial. Assim, os maiores valores da SEM

e ES indicam maior responsividade.

Page 244: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2040

Iconografia.

Page 245: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2041

Inflamação dos olhos (uveíte anterior crônica). Notaa margem pupilar à

cápsula anterior da lente do olho direito. Este paciente tem anticorpos

antinucleares positivos (ANA) em Portugal, no Brasil a leitura e FR, e, o

paciente inicialmente, tinha um curso pauciarticular de sua artrite.

Ainda tem o paciente a presença da poliarticular, porém, sem uveíte

ativa.

A uveíte é uma doença nos olhos, decorrente de uma inflamação da

úvea, que é formada pela íris, corpo ciliar e coróide. A uveíte pode ser

anterior (irite, iridociclite), intermediária (pars planite) e posterior

(coriorretinite, retinite e coroidite). As uveítes podem ser de causa

infecciosa (bactérias, fungos, vírus e protozoários), autoimune ou

idiopática (causa desconhecida). O tratamento das uveítes se faz, na

Page 246: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2042

maioria dos casos, através de medicação (oral e colírios). É comum o

uso de corticóide, antibiótico e, em determinados casos,

imunossupressores. Pode haver aparecimento de moscas volantes.

Uveíte aguda com hypopyon em

uma criança. Cortesia de manolette Roque, MD, Ophthalmic Consultants

Filipinas Co, EYE REPÚBLICA Oftalmologia Clínica. Iridociclite crônica

ocorre em 10-20% de todos os pacientes com AIJ. uveíte crônica,

caracteristicamente, é assintomática em crianças com AIJ, levando a

morbidade insidiosa e progressiva e possível cegueira. Aparecendo,

aproximadamente em 30-40% dos pacientes com AIJ associada, a uveíte

grave pode levar a perda de visão, como conseqüência.

Page 247: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2043

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2045

4. Erupção na pele (rash cutâneo).

As lesões eruptivas podem ser provocadas pela presença dos próprios

vírus causadores na pele e mucosas ou por uma reacção desencadeada

pelas defesas do organismo. Todavia, o aspecto das lesões dos

exantemas varia consoante a doença e o seu momento de evolução. De

facto, se no sarampo as lesões consistem em pequenas manchas (ou

máculas), as lesões da rubéola revelam manchas mais pequenas com

um ligeiro relevo (ou pápulas), enquanto que na varicela, embora de

início se evidenciem máculas, estas vão sucessivamente transformando-

se em pápulas e, depois, em vesículas, constituídas por uns líquido que,

quando seca, origina a formação de crostas que acabam, por cair. Em

relação às erupções nas mucosas, a mais característica corresponde às

denominadas manchas de Koplick, próprias do sarampo, pequenas

lesões no céu da boca com um aspecto semelhante às aftas bucais.

Pode também ser causado pelo excesso de transpiração no local onde

está situado o rash. Algumas pessoas possuem peles que não são

vulneráveis ao rash, ou seja, não tem problema o fato de transpirar em

algum certo local, mas, se essa mesma pessoa estiver com

aparecimento de manchas parecidas, pode ser algum tipo de DST

(doenças sexualmentes trasmitidas). Exantema também é sinônimo de

rash cutâneo, que pode ser causado pelo uso de alguns medicamentos

(reação adversa). O rash tem aspecto avermelhado e pode se elevar na

pele. Exantema também é sinônimo de rash cutâneo, que pode ser

causado pelo uso de alguns medicamentos (reação adversa). O rash

tem aspecto avermelhado e pode se elevar na pele. Exantema por

definição é o aparecimento de manchas ou pápulas (para além da

mancha também há elevação da lesão) na pele. Este tipo de lesão pode

ser único ou múltiplo e pode ocorrer apenas numa região específica do

corpo (rash localizado) ou espalhar-se por todo o corpo (rash

disseminado ou generalizado). Há inúmeras causas para o aparecimento

Page 250: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2046

de exantemas que geralmente são de curta duração e ocorrem em

doenças febris de origem infecciosa ou parasitária, ou ainda em

intoxicações medicamentosas e também nos casos de infecção por HIV.

No caso da infecção ser por HIV, o rash é macular eritematoso

(manchas avermelhadas que não são salientes) e disseminado.

http://lmm.univ-lyon1.fr/internat/download/item314b.pdf

Na automedicação, riscos.

As formas de manifestação de uma farmacodermia podem ser as mais

variadas possíveis como manchas avermelhadas disseminadas pelo

corpo, placas de urticária, descamação, pústulas e bolhas, que podem

ser acompanhadas de sintomas como pinicação e coceira. O uso

recorrente de medicamentos na AIJ pode levar a presença de

Farmacodermia é uma erupção cutânea que surge em decorrência de

uma reação alérgica, provocada pelo uso de drogas (medicamentos).

Page 251: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2047

Qualquer tipo de medicamento pode causar uma farmacodermia. Entre

as drogas mais comumente envolvidas estão os antibióticos,

antiinflamatórios, quimioterápicos, anticonvulsivantes e psicotrópicos.

As erupções podem ser provocadas por diferentes tipos de reações

imunes que desencaderão variadas respostas na pele.

Exantema febril.

A maioria das farmacodermias é leve e tem resolução espontânea após

a interrupção do uso do medicamento. Algumas podem ser graves e

potenciamente letais, como a Síndrome de Stevens-Johnson e a

Necrose epidérmica tóxica.

Além das lesões da pele, pode

haver o surgimento de lesões nas mucosas oculares, da boca e dos

genitais, e também edema (inchaço) da face e da laringe levando à

dificuldade respiratória. Em casos graves pode ocorrer a necrose da

pele, aumento de gânglios linfáticos, febre e baixa da pressão arterial.

Algumas farmacodermias apresentam características típicas:

Page 252: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2048

Erupção acneiforme: as lesões se parecem

com as de acne.

DRESS: erupção cutânea, febre,

envolvimento de órgãos internos e

eosinofilia (aumento de eosinófilos no

sangue), comumente associada ao uso de

anticonvulsivantes.

Eritema multiforme ou eritema polimorfo:

acometimento extenso com lesões

avermelhadas, elevadas, algumas com

formato de alvo, que atingem

principalmente os membros.

Síndrome de Stevens-Johnson:

acometimento cutâneo extenso e das

mucosas, sintomas gerais, descolamento da

pele de até 10%.

Necrose epidérmica tóxica: reação cutânea

severa que provoca um rápido

descolamento da pele de 30% ou mais da

superfície corporal.

Eritema nodoso: formação de nódulos

avermelhados e endurecidos sob a pele,

mais comum nos membros inferiores.

Eritrodermia: avermelhamento de toda a

superfície cutânea, posteriormente seguido

de descamação.

Eritema pigmentar fixo ou eritema fixo:

surgimento de manchas avermelhadas ou

violáceas, geralmente circulares, que

Page 253: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2049

deixam manchas escuras residuais. Quando

a pessoa é novamente exposta ao

medicamento, a mancha tende a reaparecer

no mesmo local.

Erupção liquenóide: as lesões se parecem

com as do líquen plano.

Uma vez que seja identificado o medicamento que provocou a erupção,

este deve ser imediatamente suspenso, sempre que possível. Se ele for

fundamental para o tratamento de outras doenças, deve-se buscar um

substituto.

Quadros leve costuma ter

resolução espontânea com a simples suspensão da droga. Caso seja

necessário, medicações antialérgicas (antihistamínicos) e

Page 254: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2050

corticosteróides de uso oral ou tópico podem ser utiizados, assim como

os hidratantes são úteis quando ocorre descamação na fase final da

doença.

Quadros grave e com risco de morte, exigem internação hospitalar para

garantir o suporte necessário à vida do paciente e para evitar e/ou

tratar as possíveis complicações.

O presente livro não tem no momento presente, como abordar todos os

quadros secundários da AIJ e da Síndrome Reumatóide. Recomendamos

pesquisar os temas: Gânglios, serosite (inflamação da pleura e do

pericárdio). Aumento de fígado e baço ao exame clínico. Entesite.

Osteoporose. Desvio Ulnar. Hálux valgo (joanete).

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Page 260: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2056

5. Hepatite medicamentosa.

Prevenção da hepatite medicamentosa.

Como formas de prevenção da hepatite medicamentosa deve se

recomendar que o usuário só tome medicamentos receitados pelo

médico e nunca exceder as doses recomendadas. Indivíduos que

trabalham em ambientes industriais e são diariamente expostos a

produtos tóxicos, devem utilizar vestimentas adequadas e o uso de

máscaras para evitar a inalação desses produtos. Hepatite

medicamentosa é uma grave inflamação do fígado causada pelo uso de

medicamentos. São sintomas da hepatite medicamentosa:

Febre baixa;

Cor amarelada na pele e na parte branca

dos olhos;

Coceira pelo corpo;

Náuseas;

Vômitos;

Mal estar;

Page 261: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2057

Urina escura como cor de coca-cola;

Fezes de cor clara como argila ou massa de

vidraceiro.

O desenvolvimento desse tipo de hepatite pode estar relacionado com a

quantidade de medicamentos utilizados pelo indivíduo e com a sua

toxidade, neste caso o medicamento lesa diretamente as células do

fígado e pode ser desenvolvida por qualquer indivíduo exposto a esses

medicamentos. Em outros casos a hepatite é provocada devido à

hipersensibilidade do sujeito a certo medicamento, é como se fosse

uma reação alérgica do fígado manifestada em forma de hepatite. Para

o diagnóstico da hepatite medicamentosa o médico deverá se basear no

perfil clínico do paciente e nos sintomas apresentados após a utilização

de alguma medicação ou exposição a substâncias tóxicas. O exame

utilizado para diagnosticar a hepatite medicamentosa é a biópsia do

fígado, que pode auxiliar o diferenciá-la dos outros tipos de hepatite.

A causa da

hepatite medicamentosa é a dosagem prescrita legalmente ou

uso indevido, automedicação, de forma exagerada de

medicamentos como, por exemplo, Paracetamol, Eritromicina,

Page 262: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2058

Anabolizantes e Amiodarona, mas produtos tóxicos utilizados em

ambiente industrial também podem provocar a hepatite

medicamentosa. A hepatite é uma inflamação aguda e crônica do

fígado. De fato, é muito importante falar desta doença, pois ela é

bastante comum e ocorre devido a diversos fatores.

Ela pode ser de origem viral (hepatite A, B, C, D e E), tóxica e

medicamentosa, alcoólica, bacteriana ou parasitária. A hepatite E é

causada pelo vírus E, transmitido pela via oral-fecal. Ela é

frequentemente aguda e benigna, sem forma crônica. No entanto a

mortalidade é a maior nas mulheres grávidas, onde ela atinge

20%. As hepatites tóxicas ou medicamentosas são as induzidas

pela ingestão de certas substâncias medicamentosas ou não. Estas

podem provocar uma séria destruição do fígado. É o caso da amanita

falloide (fungo venenoso). Isso pode ocorrer no caso de determinados

medicamentos hepatotóxicos, onde o mais popular é o paracetamol,

que deve ser consumido com moderação e conforme a posologia

prescrita.

Page 263: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2059

A hepatite aguda alcoólica é um tipo de

hepatite tóxica induzida pelo alcoolismo. Ela encadeia uma cirrose e a

destruição massiva do fígado.

A hepatite aguda bacteriana ou

parasitaria pode surgir a partir de determinadas doenças, como a

tuberculose, a brucelose, a leptospirose, ou a bilharziose. Certos

germes oportunistas podem provocar uma hepatite aguda bacteriana

em aidéticos, pois estes já são imunodeprimidos.

As hepatites crônicas.

De forma geral, sua causa é similar à da hepatite aguda. Como vimos

na seção definição de uma hepatite, uma hepatite crônica é aquela que

Page 264: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2060

dura mais de seis meses. Ela pode ocorrer por causa de vírus

(sobretudo a hepatite B e C), mas também por causa de medicamentos.

Notamos a existência de uma hepatite crônica dita autoimune,

principalmente em mulheres jovens. Nestes casos, ocorre uma

produção de anticorpos, dirigidas contra o fígado.

A doença geralmente é aguda, mas pode

evoluir e tornar se crônica se durar mais de seis meses. Os sintomas de

uma hepatite variam segundo a sua origem, porém determinados

sinais, tais como a icterícia (amarelão), urinas escurecidas, fezes

esbranquiçadas, náuseas, ou fígado sensível ao toque, são comuns a

todos os tipos de hepatite.

O modo de transmissão de uma

hepatite depende também da origem. A doença pode ser aguda e

evoluir espontaneamente de forma favorável na maioria dos casos, sem

deixar nenhuma seqüela. No entanto, uma hepatite mal cuidada pode

evoluir e se tornar crônica, uma cirrose, ou até mesmo um câncer

(câncer de fígado).

Page 265: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2061

Conclusão:

Os diferentes tipos de hepatite são: Hepatite A, B, C, D, E, F, G,

hepatite autoimune, hepatite medicamentosa e hepatite crônica.

Saiba mais:

Hepatite A.

A hepatite A pode ser transmitida através do contato com água

ou alimentos contaminados, por isso é importante a higiene na

hora de comer e na preparação dos alimentos. Na maioria das

vezes a hepatite A apresenta sintomatologia discreta, mas pode

ocorrer um quadro de hepatite fulminante.

Hepatite B.

A hepatite B é transmitida através do contato com sangue ou

secreções contaminadas, por isso a vacinação é importante e

pode ser feita na vida adulta caso o indivíduo não tenha sido

vacinado na infância. Ela pode ser assintomática, mas, mesmo

assim, precisa de tratamento para evitar a deteriorização do

fígado.

Hepatite C.

A hepatite C é uma infecção do fígado que tem cura quando é

descoberta precocemente e o tratamento é feito corretamente. O

tempo de tratamento para a hepatite pode ultrapassar 6 meses.

Este tipo de hepatite também se pega através do contato com

sangue ou secreções de um indivíduo contaminado.

Hepatite D.

A hepatite D também chamada de hepatite Delta quando ocorre,

ocorre juntamente com o vírus da hepatite B e não evolui de

forma lenta e pode gerar a hepatite fulminante. A vacinação

Page 266: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2062

contra a hepatite B também imuniza o indivíduo contra o vírus

da Hepatite D, pois este depende do outro para se replicar.

Hepatite E.

A hepatite E é transmitida através da ingestão de coli fórmios

fecais através da água ou alimentos contaminados. Esta doença

geralmente ocorre em surtos devido à má higiene ou falta de

saneamento básico. Não existe vacina para a hepatite E e o

tratamento consiste em repouso e hidratação.

Hepatite F.

Estudos científicos confirmaram que o vírus da hepatite F ainda

não foi devidamente identificado e por isso este tipo de hepatite

ainda é desconsiderado.

Hepatite G.

A hepatite G é causada pelo vírus da hepatite G que

frequentemente encontra-se em indivíduos diagnosticados com

hepatite B, hepatite C ou HIV+.

Hepatite Autoimune.

A hepatite autoimune é uma doença genética onde o corpo

produz anticorpos contra as próprias células do fígado levando à

sua progressiva destruição. Em média, pacientes diagnosticados

com hepatite autoimune e não são devidamente tratados

sobrevivem por apenas 10 anos.

Hepatite Medicamentosa.

A hepatite medicamentosa é aquela causada pela toma

exagerada ou inadequada de medicamentos. Neste caso o fígado

não consegue metabolizar as toxinas dos medicamentos e

inflama gerando os sintomas típicos da hepatite. Seu tratamento

Page 267: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2063

consiste na pára da toma dos medicamentos ou na sua troca

para outros menos agressivos para o fígado.

Hepatite crônica.

Alguns indivíduos podem sofrer com uma hepatite crônica que

pode levar à cirrose, uma destruição das células do fígado e

necessitar de um transplante de fígado. Outros evoluem para o

surgimento do câncer no fígado e terão que fazer tratamento

com radioterapia e quimioterapia. Mas a toma de outros

medicamentos durante a hepatite pode ser prejudicial à saúde e

devem ser utilizados mediante critério médico.

Page 268: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2064

ICONOGRAFIA – HEPATOLOGIA.

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SILVA, Professor César Augusto Venâncio da. Farmacologia

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http://pt.slideshare.net/cesaraugustovenanciosilva/volum

e-v-tomo-iii-livro-de-farmacologia-reviso-final-15022013.

Page 281: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2077

Exames Indicados.

1. Fator Reumatóide FR.

Citamos acima, aspectos de hepatologia. E informamos alguns exames.

Há um grande número de exames laboratoriais disponíveis

comercialmente que têm utilidade na avaliação do paciente com

suspeita de doença hepática ou na investigação da sua causa. Os

exames podem ser classificados de modo didático em: Testes para

avaliação de lesão hepatocelular (destruição de hepatócitos); Testes

para avaliação do fluxo biliar e lesão de vias biliares; Testes para

avaliação da função de síntese do fígado; Testes para avaliação de

complicações e estágio da cirrose; Testes para investigação da

etiologia (causa) da doença hepática (abordados em outros textos).

O termo "função hepática" geralmente é utilizado erroneamente na

prática clínica para descrever um conjunto de exames laboratoriais que

não investigam apenas a função do fígado, mas também a presença de

lesão hepatocelular e de vias biliares. Costuma incluir AST, ALT,

fosfatase alcalina, GGT, albumina, bilirrubinas total e frações e atividade

da protrombina.

Aqui, porém daremos ênfase aos exames para identificação de AIJ.

Fator reumatóide (FR) é um anticorpo contra a porção Fc da IgG, que

por sua vez é um anticorpo. O fator reumatóide e a IgG se unem para

formar complexos imunes que contribuem para causar doenças

reumatológicas. O fator reumatóide pode ser medido através de exame

de sangue em pacientes com suspeita de artrite reumatóide.

Page 282: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2078

Anticorpos (Ac), imunoglobulinas (Ig) ou gamaglobulinas, são

glicoproteínas sintetizadas e excretadas por células plasmáticas

derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, presentes no plasma, tecidos

e secreções que atacam proteínas estranhas ao corpo, chamadas de

antígenos, realizando assim a defesa do organismo (imunidade

humoral). Depois que o sistema imunológico entra em contato com um

antígeno (proveniente de bactérias, fungos, etc.), são produzidos

anticorpos específicos contra ele. Há cinco classes de imunoglobulina

com função de anticorpo: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Os diferentes tipos

se diferenciam pelas suas propriedades biológicas, localizações

funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos. As

principais ações dos anticorpos são a neutralização de toxinas,

opsonização (recobrimento) de antígenos, destruição celular e

fagocitose auxiliada pelo sistema complemento. Imunoglobulina G

(IgG) é um anticorpo. É uma imunoglobulina monomérica

simples de 150.000 daltons, cadeias pesadas tipo G, que

perfaz 80% das imunoglobulinas do organismo. Esta

igualmente distribuída nos compartimentos extracelulares e é

a única que atravessa a placenta. É o anticorpo principal

presente nas respostas imunes secundárias e a única classe

antitoxinas. A região FC realiza ativação de complemento

(quando unida ao antígeno) e auxilia a fagocitose por se ligar

a macrófagos. Com a ativação do complemento, há geração

de quimiotaxia de neutrófilos, aumento da permeabilidade

vascular e amplificação da resposta inflamatória. É usada

para a criação da vacina para proteção contra a cólera.

Um complexo imune é a combinação de um epítopo com um

anticorpo direcionado contra aquele epítopo. O antígeno

ligado e o anticorpo ligante são descritos como uma única

Page 283: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2079

entidade neste estado. O depósito de complexos imunes é

uma característica proeminente de diversas doenças

autoimunes, incluindo lúpus eritematoso sistêmico,

crioglobulinemia, artrite reumatóide, escleroderma e

síndrome de Sjögren.

Detalhe do Produto: FATOR REUMATÓIDE

Nome a Empresa: QUIBASA QUÍMICA BÁSICA LTDA

CNPJ: 19.400.787/0001-07 Autorização: 1026936

Produto: FATOR REUMATÓIDE

Apresentação:

APRESENTAÇÃO K 058-1: REAGENTE Nº 1: 18 mL; REAGENTE Nº 2: 2

mL; REAGENTE Nº 3: 1,0 mL

APRESENTAÇÃO K 058-2: REAGENTE Nº 1: 45 mL; REAGENTE Nº 2: 5

mL; REAGENTE Nº 3: 1,0 mL

APRESENTAÇÃO K 058-3: REAGENTE Nº 1: 2 X 45 mL; REAGENTE Nº 2:

2 X 5 mL; REAGENTE Nº 3: 2 X 1,0 mL

Registro: 10269360156

Processo: 25351.801652/2008-10

Origem do Produto FABRICANTE : QUIBASA QUÍMICA BÁSICA LTDA – BRASIL

Vencimento do

Registro: 25/02/2019

FATOR REUMATÓIDE

FINALIDADE: Método para determinação quantitativa do

Fator Reumatóide (FR). Teste imunoturbidimétrico, somente

para uso diagnóstico in vitro.

PRINCÍPIO DE AÇÃO: Metodologia: Imunoturbidimetria.

A reação permite quantificar, mediante um método turbi-

dimétrico, a concentração de FR presente na amostra. As

Page 284: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2080

partículas de látex suspensas que estão recobertas com

Gama globulina humanas são aglutinadas por Fatores

Reumatóides presentes no soro. O processo de aglutinação

provoca um aumento da densidade óptica. A intensidade da

luz disper- sada é proporcional à concentração de FR.

REAGENTE UTILIZADO.

FATOR REUMATÓIDE CATÁLOGO: K058

ANVISA: 10269360156

QUIBASA QUÍMICA BÁSICA Ltda.

Rua Teles de Menezes, 92 - Santa Branca

CEP 31565-130 - Belo Horizonte - MG - Brasil

Tel.: (31) 3439.5454 – Fax: (31) 3439.5455

e-mail: [email protected]

site: www.bioclin.com.br

CNPJ: 19.400.787/0001-07 - Indústria Brasileira

COMPONENTES.

Número 1 - Tampão - conservar entre 2 e 8ºC. Contém:

Cloreto de sódio 0,15 mol/L, Tris 50 mmol/L, Azida sódica

15,38 mmol/L, surfactante.

Número 2 - Látex FR - conservar entre 2 e 8ºC.Suspensão de

partículas de látex sensibilizadas com Gama Globulina

humana. Contém: Azida sódica 15,38 mmol/L.

Número 3 - Calibrador - conservar entre 2 e 8ºC. Contém:

Fator Reumatóide e azida sódica 15,38 mmol/L.

Atenção: A concentração de Fator Reumatóide varia de

acordo com o lote - Vide rótulo do frasco.

ESTABILIDADE.

Page 285: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2081

Os reagentes são estáveis até a da data de validade impressa

no rótulo quando conservados de acordo com a temperatura

recomendada. Evitar a contaminação do produto durante o

uso para não afetar a sua estabilidade.

CUIDADOS ESPECIAIS.

1 - Somente para uso diagnóstico in vitro.

2 - Seguir com rigor a metodologia proposta para obtenção

de resultados exatos.

3 - A água utilizada na limpeza do material deve ser recente

e isenta de agentes contaminantes.

4 - Colunas deionizadoras saturadas liberam água alcalina,

íons diversos e agentes oxidantes e redutores, que podem

alterar de forma significativa os resultados.

5 - Os reagentes 1, 2 e 3 devem ser manuseados

cautelosamente, pois são passíveis de contaminação

biológica.

6 - Manusear com cuidado todos os reagentes que contêm

Azida sódica, pois são irritantes para pele e mucosas.

7 - Os materiais de origem biológica foram testados para HIV

e HBsAg usando métodos de última geração e apresentaram

resultados negativos. O risco de infecção não pode ser

excluído e o reagente deve ser manuseado com o mesmo

cuidado observado para o soro do paciente. Potencialmente

infectante.

8 - Recomendamos aplicar as normas locais, estaduais e

federais de proteção ambiental para que o descarte dos

Page 286: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2082

reagentes e do material biológico seja feito de acordo com a

legislação vigente.

9 - Para obtenção de informações relacionadas à

biossegurança ou em caso de acidentes com o produto,

consultar as FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de

Produtos Químicos) disponibilizadas no site

www.bioclin.com.br ou através de solicitação pelo SAC

(Serviço de Assessoria ao Cliente) da Quibasa.

EQUIPAMENTOS E INSUMOS OPERACIONAIS.

Procedimento Automatizado.

f. Equipamento: Equipamento bioquímico automatizado.

g. Multical e Multicontrol Bioclin.

Inserir nome, modelo e o local onde se encontra o

equipamento; Fazer referência ao manual ou POP para

utilização do mesmo.

AMOSTRA.

Soro obtido livre de hemólise e lipemia intensa. O analito é

estável entre 2 e 8ºC por até 2 dias e 03 meses a 20ºC

negativos.

PREPARO DO REAGENTE DE TRABALHO.

Os reagentes estão prontos para uso.

TÉCNICA.

A Bioclin recomenda, para uso do kit, utilizar como calibrador

o kit Multical Bioclin e como controle o kit Multicontrol Bioclin.

Procedimento Automatizado.

Page 287: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2083

Este kit deve ser usado somente em equipamentos

automatizados. Verificar programação através do site

www.bioclin.com.br ou através do SAC: 0800 031 5454.

Mencionar o manual ou POP para utilização do equipamento

analítico. Anexar a programação dos reagentes para o

equipamento automático.

CÁLCULOS.

Não se aplica.

RESULTADOS.

Unidade de Medida: UI/mL

VALORES DE REFERÊNCIA.

Os valores de referência para o presente método foram

obtidos através da determinação do Fator Reumatóide em

populações sadias do sexo masculino e feminino.

Inferior a 20 UI/mL.

Estes valores devem ser usados como orientação, sendo que

cada laboratório deverá criar sua faixa de valores de

referência, de acordo com a população atendida.

LIMITAÇÕES DO PROCESSO.

Não se aplica.

INTERFERENTES

Não se aplica.

SENSIBILIDADE.

A sensibilidade foi calculada a partir de 20 determinações de

uma amostra de concentração 0 (zero) de Fator Reumatóide.

A média 7,26 UI/mL com Desvio Padrão de 0,89 UI/mL. A

Page 288: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2084

sensibilidade, que indica o Limite de Detecção do Método,

corresponde à média mais 3 vezes o Desvio Padrão e é igual

a 9,919 UI/mL.

LINEARIDADE.

A reação é linear até o ponto mais alto da curva de

calibração. Para amostras com valores maiores recomenda-se

diluir a amostra com Cloreto de sódio 0,85%, repetir a

dosagem e multiplicar o resultado obtido pelo fator de

diluição.

CONTROLE DA QUALIDADE.

Materiais.

Identificar os materiais de controle interno e externo da

qualidade, citando fabricante e número de catálogo.

Referenciar POP para limpeza e secagem dos materiais

utilizados.

Controle Interno.

Descrever a calibração periódica de pipetas, equipamentos

utilizados, controle de temperatura ambiente e geladeiras

para armazenamento dos kits.

Deve ser prática rotineira do Laboratório Clínico o uso de soro

controle para checar a precisão e exatidão das dosagens.

Citar POP para controle interno.

Controle Externo.

Descrever os procedimentos utilizados nas avaliações de

qualidade feitas por programas de comparação entre

laboratórios ou outros controles de qualidade.

Page 289: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2085

Gerenciamento dos dados obtidos no Controle Interno e

Externo.

Definir como os dados de controle são arquivados e

gerenciados.

Fazer referência ao manual ou POP de garantia da qualidade.

SIGNIFICADO DIAGNÓSTICO.

Fator Reumatóide refere-se a um grupo de macroglobulinas

(antiglobulinas) que reagem com o fragmento Fc das

Imunoglobulinas IgG. Na artrite reumatóide o achado do

Fator Reumatóide representa o dado sorológico mais im-

portante, presente em aproximadamente de 75% dos

pacientes. O seu nível plasmático pode estar

significativamente aumentado na velhice, doenças do tecido

conjuntivo, hepatopatias crônicas, sífilis, tuberculose,

hanseníase, endocardite bacteriana, mononucleose,

sarcoidose, calazar, rubéola, neoplasias, infestações

parasitárias, transfusões de sangue, transplante renal,

síndrome de Sjogren.

Nome Assinatura Data

Elaborado por: __/__/__

Aprovado por: __/__/__

Implantado por: __/__/__

Substitui POP:

Revisado por: __/__/__

Revisado por: __/__/__

Revisado por: __/__/__

Desativado por: __/__/__

Page 290: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2086

Razão:

Número Destino

Cópias

Apresentação de altos níveis de fator reumatóide é indicativo de artrite

reumatóide (presente em 80%) e síndrome de Sjögren (present in

almost 100%). Quanto maiores forem os níveis de FR, maiores serão as

possibilidades de uma doença articular mais destrutiva. O teste de fator

reumatóide (FR) é o mais útil dos testes imunológicos para confirmação

de artrite reumatóide. Nessa doença, os anticorpos IgG produzidos

pelos linfócitos nas articulaçãos sinoviais reagem com outros anticorpos

IgG ou IgM, produzindo complexos imunes, ativação do complemento e

destruição tecidual. Ainda não se sabe como as moléculas de IgG

tornam-se antigênicas, porém elas podem ser alteradas pela agregação

com vírus ou outros antígenos. As técnicas para detecção de FR incluem

o teste de aglutinação de célula de ovelha (Waaler-Rose), o teste de

fixação de látex e a nefelometria.

O objetivo do exame FR é: Confirmar artrite reumatóide, especialmente

quando o diagnóstico clínico é duvidoso.

Preparação do paciente.

Jejum de 4 horas.

Valores de referência.

Método: Prova do látex.

Título até 1/20.

Método: Reação de Waaler-Rose.

Título até 1/16.

Método: Nefelometria.

Page 291: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2087

0 a 29 Ul/ml: não reagente.

30 a 79 Ul/ml: fracamente reagente.

Maior ou igual a 80 Ul/ml: reagente.

Achados anormais.

Titulações FR positivas são encontradas em 80% dos pacientes com

artrite reumatóide. As titulações acima de 1:80 são usualmente

consideradas diagnósticas para artrite reumatóide; as titulações entre

1:20 e 1:80 são difíceis de interpretar pois ocorrem em muitas outras

doenças como, por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico,

esclerodermia, polimiosite, tuberculose, mononucleose infecciosa, lepra,

sífilis, sarcoidose, doença hepática crônica, endocardite bacteriana e

fibrose intersticial pulmonar crônica. Adicionalmente, 5% da população

em geral, incluindo até 25% da população mais idosa, apresentam

titulações de FR positivas. De maneira inversa, uma titulação FR

negativa não descarta artrite reumatóide; 20 a 25% dos pacientes com

artrite reumatóide não apresentam titulações FR reativas, e o FR

propriamente dito não é reativo até os 6 meses após a instalação da

doença ativa. A repetição do teste às vezes é útil. Todavia, a correlação

entre FR e artrite reumatóide é inconclusiva, e um diagnóstico positivo

sempre necessita de correlação com o estado clínico.

Exames correlatos.

Fator antinúcleo (FAN), proteína C reativa (PCR), velocidade de

hemossedimentação (VHS), antiestreptolisina O (ASLO).

Existe uma alta taxa de resultados falso positivo devido a outras

causas. Elas são: Hepatite crônica; Qualquer infecção viral crônica;

Leucemia; Dermatomiosite; Mononucleose infecciosa; Escleroderma e

Lupus eritematoso sistêmico.

Page 292: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2088

Referência Bibliográfica.

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Page 296: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2092

2. Biomicroscopia.

O exame na lâmpada de fenda é o mais usado na oftalmologia. Com

ele, é possível avaliar o olho em detalhes, que vão da córnea ao nervo

óptico. Trata-se de um microscópico com grande aumento em que é

possível ver até células do olho.

CARACTERÍSTICAS : Avaliação detelhada de todas as estruturas

oculares (córnea, conjuntiva, esclera, cristalino, íris, retina, coróide

e nervo óptico). Pode-se realizar a documentação fotográfica e

filmagem para diagnóstico e acompanhamento. Exame simples de

ser feito. Sem contraindicações.

Outros exames realizados com auxílio da lâmpada de fenda:

Biomicroscopia de fundo (avaliação do nervo óptico e da mácula).

Gonioscopia (avaliação do ângulo camerular). Tonometria de

aplanação (medida da pressão ocular).

Page 297: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2093

Por conta das lesões que podem ocorrer na AIJ, um exame

importante no contexro é o Biomicroscopia de Fundo. Biomicroscopia

de Fundo é realizado com o auxílio do biomicroscópio, também

conhecido como lâmpada de fenda.

É parte integrante do exame de rotina e permite a inspeção das

estruturas do segmento anterior (íris, aquoso, cristalino e suas

cápsulas) e parte do segmento posterior (vítreo anterior e retina)

através de lentes apropriadas, com excelente aumento e iluminação

adequada. É parte integrante do exame oftalmológico de rotina.

Page 298: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2094

O preparo se constitui de forma

indispensável à dilatação da pupila e anestesia de córnea através de

colírio. O usuário deve suspender o uso da lente de contato no dia do

exame e se acompanhado pelo acompanhante.

Biomicroscópio.

No curso do texto do presente e-book observamos que a AIJ pode

evoluir para. Uveíte. É o processo inflamatório que acomete a úvea, ou

uma de suas partes como a íris, corpo ciliar (estrutura que realiza a

filtragem do humor aquoso) e coroide (membrana que se encontra

entre a retina e a esclera).

Causas: podem ser de origem inflamatória, infecciosa ou após trauma

ocular.

Sintomas: vermelhidão nos olhos, dor e embaçamento visual.

Tratamentos: na maioria dos casos, através de medicação (oral e

colírios). É comum o uso de corticoides e antibióticos. Diante dos

sintomas, o paciente deve procurar um oftalmologista para diagnóstico

e tratamento precoce, evitando sequelas como o comprometimento da

visão.

Page 299: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2095

Biomicroscopia Ultrassônica (UBM). Ultrassom de alta resolução, com o

qual podem ser analisadas as estruturas da parte anterior do globo

ocular, como córnea, câmara anterior, íris e cristalino. O exame é

indolor e leva aproximadamente 15 minutos.

Preparo. Não utilizar lentes de contato no dia do exame.

Page 300: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2096

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Adalmir M. Dantas – 2ª edição – 2002. Biomicroscopia e Gonioscopia

– Fernando Oréfice e cols. – 2ª edição 2001.

Ciências Clínicas. Tasmann-Duane´s Clinical Ophthalmology ou

Principais and Practice of Ophthalmology – 6 vols. – Albert &

Jacobiec – 2ª edição – 2000.

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2099

Córnea – Clínica – Cirúrgica – Rubens Belfort Jr. e Newton Kara-José

– 1996.

Oftalmologia Clínica – editores Maria de Lourdes Veronese Rodrigues

e Adalmir M. Dantas – 2ª edição – 2001.

Refração – Aderbal de ª Alves – 3ª edição – 2000.

Semiologia Ocular – Riuitiro Yamane – 2ª edição – 2003.

Clinical Ophthalmology – Kanski J. J. Fouth Edition – Butterworth

Heinemann, 1999 – anunciada para 2003 a fifth edition.

Glaucomas 3 vols – Robert Rich, Bruce Shields, Teodore Krupin – 2ª

edição – 1996.

Uveites Clínica e Cirúrgica – Textos & Atlas – Fernando Oréfice – 1ª

edição – 2000.

Claucoma – José F. Pinheiro Dias e Homero G. Almeida – 2ª edição –

2000.

Cirurgia de Catarata – Flavio Rezende – 2ª edição – 2002.

Doenças da Órbita – Adalmir M. Dantas e Mário L. R. Monteiro – 1ª

edição – 2002.

Ultra-sonografia ocular – Gustavo Abreu e cols. – 3ª edição 2002.

Temas Oficiais dos Congressos Brasileiros.

Estrabismo – Carlos R. Souza-Dias e Henderson C. de Almeida –

1993.

Terapêutica Clínica Ocular – Ana Luisa de Lima, J. Melamed e

Nassim S. Calixto – 1995.

Catarata – Newton Kara-José, Carlos E. L. Arieta, Alzira M. N.

Delgado, Milton R. Alves e Maria de Lourdes V. Rodrigues.

Cirurgia Plástica Ocular – Eduardo J. C. Soares, Euripedes da M.

Moura e João Orlando R. Gonçalves – 1997.

Retina e Vitreo – Clínica e Cirurgia – Suel Abujamra, Marcos Ávila,

Christiano Barsante, Michel E. Farah, João Orlando R. Gonçalves,

Jacó Lavinsky, Carlos A Moreira Jr., Márcio Nehemy e Hisashi Suzuki

– 1999.

Page 304: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2100

Senilidade Ocular – Geraldo V. de Almeida e Newton Kara-José –

2001.

Coleções de Manuais do CBO: 1ª edição.

Doenças Externas Oculares e Córnea – vol. 1 e 2 – Ana Luisa

Höfling, Maria Cristina Nishiwaki Dantas e Milton Ruiz Alves – 1999.

Estrabismo – Carlos Souza-Dias – 1999.

Glaucoma – Remo Susanna Jr. – 1999.

Neuro-Oftalmologia – vol. 1 e 2 – Adalmir M. Dantas e Antonio Luiz

Zangalli – 1999.

Sistema Lacrimal de Drenagem – Eduardo Jorge C. Soares e Valênio

P. França – 1999.

Óptica e Refração Ocular – Ricardo Uras – 2000.

Retina e Vítreo – Carlos ª Moreira Jr. e Marcos Ávila – 2000.

Patologia Ocular – José Wilson Cursino, Ruth M. Santos e Sylvia R.

T. Cursino – 2002.

Inflamações Oculares, Uveites e AIDS – Mariza T. de Abreu – 2002.

Cristalino e Catarata – Carlos Eduardo Leite Arieta – 2002.

Page 305: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2101

Farmacologia.

1. Drogas de base (ou de segunda linha).

Iniciamos comentando de forma dissertativa a segunda linha de( ou)

drogas que atuam lentamente. Modificadores da doença ou drogas

antirreumáticas DMARDs. Apesar de serem considerados de primeira

linha os medicamentos AINEs e corticosteróides, podem aliviar a

inflamação e a dor, esses não impedem necessariamente a destruição

da articulação ou deformidade. A artrite reumatóide requer outros

medicamentos além dos AINE e corticosteróides para impedir danos

progressivos ao osso, cartilagem e tecidos moles adjacentes. Os

medicamentos necessários para o controle farmacológico da doença

também podem ser referidos como drogas modificadoras de doença

reumático ou DMARDs. Eles vêm em uma variedade de formas e serão

didaticamente listados abaixo. O presente livro é didático, e não pode

perder de vista a necessidade de fortalecer o conhecimento básico do

educando na área de saúde, em particular os auxiliares da dispensação

medicamentosa. Medicamentos - segunda linha ou slow-acting. A

terapêutica medicamentosa pode levar um longo prazo para se tornar

efetiva. Eles são usados por longos períodos de tempo, até anos, em

diferentes doses. Se maximamente eficaz, DMARDs pode promover a

remissão, retardando a progressão da destruição articular e

deformidade. Às vezes, uma série de medicamentos DMARD de segunda

linha são utilizados em conjunto, como a terapia da combinação. Tal

como acontece com os medicamentos de primeira linha, o médico pode

tentar diferentes medicamentos de segunda linha antes de iniciar o

tratamento ideal.

Revisão monográfica do(s) DMARD.

Pesquisas recentes sugerem que pacientes que respondem a uma

DMARD com o controle da doença reumatóide pode realmente reduzir o

risco conhecidos (pequeno, mas real) de linfoma (câncer dos gânglios

linfáticos) que existe de simplesmente ter a artrite reumatóide(Cf -

Page 306: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2102

Catálogo da Sigma-Aldrich. RANG. H. P. et. al. Farmacologia. Tradução

da 5. ed. americana. Elsevier. ISBN 853521368-6. disease-modifying

antirheumatic drug em Dorland's Medical Dictionary. Klareskog L, van

der Heijde D, de Jager JP, Gough A, Kalden J, Malaise M, Martin Mola E,

Pavelka K, Sany J, Settas L, Wajdula J, Pedersen R, Fatenejad S, Sanda

M. (2004). "Therapeutic effect of the combination of etanercept and

methotrexate compared with each treatment alone in patients with

rheumatoid arthritis: double-blind randomised controlled trial". Lancet

363 (9410): 675-81. PMID 15001324. http://www.dialogoroche.com.br

Roche Brasil).

A formação do autor, como pesquisador e pós-graduando,

especializando em Farmacologia Clínica, buscou inserir aqui neste

subcapítulo, os DMARDs disponíveis em ritmo de revisão monográfica.

Vejamos:

Hidroxicloroquina. (Plaquenil - Esse medicamento de uso

oral é indicado para o tratamento de malária e artrite

reumatoide, uma vez que interfere na digestão dos

parasitas e no caso de artrite ajuda a desinflamar e a

diminuir as dores) está relacionada com quinino e é também

usado no tratamento da malária. Ele é usado por longos períodos para o

tratamento da artrite reumatóide. Os efeitos colaterais incluem dores de

estômago, erupções na pele, fraqueza muscular e alterações na visão.

Apesar de alterações na visão são raros, os paciente que fazem uso de

Plaquenil devem ser monitorados pelo Oftalmologista. A

Hidroxicloroquina é a substância ativa de um medicamento antimalárico

e antirreumático conhecido comercialmente como Plaquinol ou

Plaquenil(No exterior).

Indicações da Hidroxicloroquina: Artrite reumatoide; lúpus; malária.

Efeitos colaterais da Hidroxicloroquina: Náusea; perda de apetite;

vômito.

Page 307: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2103

Contraindicações da Hidroxicloroquina: Gravidez risco C; mulheres em

fase de lactação; indivíduos com alterações na retina ou no campo

visual; tratamento prolongado em crianças; hipersensibilidade a

qualquer componente da fórmula.

Modo de uso da Hidroxicloroquina: Uso oral. Adultos.

Artrite reumatóide: Iniciar o tratamento com 400 a 600 mg por dia.

Caso o paciente tenha a melhora dos sintomas após 4 a 12 semanas

reduzir a dose para 200 a 400 mg por dia.

Lúpus: Administrar 400 mg, 1 ou 2 vezes ao dia, reduzindo para 200 a

400 mg por dia, mantendo a medicação durante várias semanas ou

meses.

Malária: Iniciar o tratamento com a administração de 800 mg na crise

aguda e mais 400 mg após 6 ou 8 horas. A seguir 400 mg por dia,

durante 2 dias. Continuar o tratamento com 400 mg por semana,

tomando o medicamento sempre no mesmo dia da semana durante 4

semanas.

ATENÇÃO PROFISSIONAL.

É possível estabelecer a verificação de segurança de

certos medicamentos, em particular o citado acima. Já

existem empresas especializadas que busca verificar a

segurança dos medicamentos, procurando potenciais

interações entre os medicamentos, o quadro clínico e

outros fatores de risco como idade e sexo. Além disso,

algumas empresas se propõe a fornecer uma

classificação de segurança de medicamentos de cada

remédio que o paciente estiver tomando, para ajudar a

entender melhor o risco relativo aos tratamentos

indicados. As classificações de segurança de

medicamentos são criadas com base na probabilidade e

Page 308: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2104

na gravidade de um efeito colateral grave. Os critérios

estabelecidos para as classificações de risco de

desenvolvimento de efeitos colaterais graves são

listadas abaixo em ordem de menor para maior risco.

OBSERVAÇÃO: estas classificações comunicam o risco de

desenvolvimento de efeitos colaterais graves. Elas NÃO levam em conta

os benefícios potenciais do tratamento ou o risco de não ser tratado.

https://br.mediguard.org/?sksid=0e9a9f8ee6793ba32607bdbd2c51d60

5gfxzxqfmtzcczhqxzcmqzx&lang=BR;uri%3D/&iots=23

sulfasalazina - (Azulfidine) é uma medicação oral,

tradicionalmente usado no tratamento de leve a

moderadamente grave, doenças inflamatórias

intestinais, como colite ulcerativa e colite de Crohn.

Azulfidine é usado para tratar a artrite reumatóide em combinação com

medicamentos anti-inflamatórios. Azulfidine é geralmente bem tolerado.

Efeitos colaterais comuns incluem erupção cutânea e estômago virado.

Porque Azulfidine é constituído de compostos à base de sulfa e

salicilato, deve ser evitado por pessoas com alergia conhecida sulfa.

Sulfassalazina é um fármaco antimicrobiano que interfere na síntese do

folato nas bactérias. Possui ação anti-rematóide e também é utilizada

no tratamento da doença intestinal inflamatória crônica.

Iconografia de lotes dos medicamentos e duas imagens de supostos

efeitos colaterais. Nota do Autor – Professor César Augusto Venâncio

da Silva.

Page 309: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2105

A sulfasalazina - (Azulfidine).

Efeitos Colaterais

apontados

Page 310: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2106

Protocolo Clínico com Diretrizes Terapêuticas para:

Artrite Reumatóide. MEDICAMENTOS: Cloroquina,

Hidroxicloroquina, Sulfassalazina, Metotrexato, Ciclosporina,

Leflunomida, Agentes Anti-citocinas.

ADVERTÊNCIA

Este texto não substitui o publicado no Diário

Oficial da União

Ministério da Saúde

Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Insumos Estratégicos

PORTARIA Nº 66, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2006

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos

Estratégicos, no uso de suas atribuições legais,

Page 311: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2107

Considerando a necessidade de estabelecer o

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o

tratamento da Artrite Reumatóide, que contenha

critérios de diagnóstico e tratamento, racionalize

a dispensação dos medicamentos preconizados

para o tratamento da doença, regulamente suas

indicações e seus esquemas terapêuticos e

estabeleça mecanismos de acompanhamento de

uso e de avaliação de resultados, garantindo

assim a prescrição segura e eficaz, resolve:

Art. 1º - Aprovar o PROTOCOLO CLÍNICO E

DIRETRIZES TERAPÊUTICAS - ARTRITE

REUMATÓIDE, na forma do

Anexo desta Portaria.

§ 1º Este Protocolo, que contém o conceito geral

da doença, os critérios de inclusão/exclusão de

pacientes no tratamento, critérios de

diagnóstico, esquema terapêutico preconizado e

mecanismos de acompanhamento e avaliação

deste tratamento, é de caráter nacional,

devendo ser utilizado pelas Secretarias de Saúde

dos estados, do Distrito Federal e dos

municípios, na regulação da dispensação dos

medicamentos nele previstos.

§ 2º As Secretarias de Saúde que já tenham

definido Protocolo próprio com a mesma

finalidade, deverão adequá-lo de forma a

observar a totalidade dos critérios técnicos

estabelecidos no Protocolo aprovado pela

presente Portaria;

Page 312: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2108

§ 3º É obrigatória a observância deste Protocolo

para fins de autorização e dispensação dos

medicamentos nele previstos;

§ 4º É obrigatória a cientificação do paciente, ou

de seu responsável legal, dos potenciais riscos e

efeitos colaterais relacionados ao uso dos

medicamentos preconizados para o tratamento

da Artrite Reumatóide, o que deverá ser

formalizado através da assinatura do respectivo

Termo de Consentimento Informado, conforme o

modelo integrante do Protocolo.

Art. 2º - Revogar a Portaria SAS/MS no- 865 de

05 de novembro de 2002.

Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de

sua publicação

MOISÉS GOLDBAUM

ANEXO DA NORMA INFRAFIRMADA.

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas.

Artrite Reumatóide.

Cloroquina, Hidroxicloroquina, Sulfassalazina, Metotrexato, Ciclosporina,

Leflunomida, Agentes Anti-citocinas.

1. Introdução.

Artrite reumatóide (AR) é uma desordem auto-imune, de etiologia

desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que

leva a deformidade e destruição das articulações devido à erosão da

Page 313: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2109

cartilagem e osso. Quando apresenta envolvimento multissistêmico a

morbidade e a gravidade da doença são maiores. A maioria dos

pacientes apresenta um curso clínico flutuante, com períodos de

melhora e exacerbação dos sintomas articulares. A prevalência mundial

estimada é de 1 %. Embora a etiologia e patogênese permaneçam

obscuras, inflamações agudas e crônicas da sinóvia associado com um

processo proliferativo e destrutivo em tecidos articulares estão

envolvidas nesta doença. Áreas afetadas podem curar sem deixar

seqüelas estruturais ou serem danificadas e/ou destruídas se

inflamação for grave e persistente o suficiente. Diagnóstico e manejo

precoces são fundamentais para modificar a evolução da doença. Muito

do dano articular que resulta em inaptidão começa cedo no curso da

doença. Em um estudo5, por exemplo, mais que 80 por cento de

pacientes com AR de menos de dois anos de duração apresentou

redução de o espaço articular em exame radiográfico das mãos e

pulsos, enquanto dois terços tiveram erosões. O uso de técnicas de

imagens mais sensíveis, como ressonância nuclear magnética e ultra-

sonografia de alta resolução, provavelmente identifique dano até mais

cedo. A atividade da doença leva em consideração 4 fatores básicos:

A. avaliação dos sintomas e estado funcional:

graduação da dor articular, rigidez matinal e

severidade da fadiga;

B. avaliação de o envolvimento articular e

manifestações extraarticulares: as articulações

devem ser avaliadas quanto ao edema,

dolorimento, perda de movimento e

deformidade. Manifestações extra- articulares

incluindo manifestações sistêmicas como febre,

anorexia, náuseas e perda de peso devem ser

investigadas;

Page 314: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2110

C. marcadores laboratoriais: proteína C reativa e

velocidade de eritrossedimentação (reatores de

fase aguda) são marcadores inespecíficos que

refletem grau de inflamação sinovial;

D. estudos radiológicos: acompanhamento com

radiografias após 6-12 meses de tratamento e

sua comparação com as basais podem indicar

atividade da doença (desenvolvimento ou piora

de osteopenia e/ou erosões articulares e

redução do espaço articular são indicativos de

atividade da doença).

Quanto à severidade da doença, a artrite reumatóide costuma ser

dividida em:

A.leve: paciente apresenta artralgias, pelo

menos 3 articulações com sinais de inflamação,

nenhuma doença extra-articular, fator

reumatóide costumeiramente negativo, elevação

dos reatores de fase aguda e nenhuma evidência

de erosão ou perda de cartilagem ao estudo

radiográfico;

B. moderada: entre 6 e 20 articulações

acometidas, comumente doença restrita a

articulações, elevação de reatores de fase

aguda, positividade do fator reumatóide,

evidência de inflamação a radiografia;

C.grave: mais de 20 articulações

persistentemente acometidas, elevação dos

reatores de fase aguda, anemia de doença

crônica, hipo-albuminemia, fator reumatóide

Page 315: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2111

positivo, radiografias demonstrando erosões e

perda de cartilagem e doença extra-articular.

Artrite reumatóide terminal é caracterizada clinicamente pelas

características seguintes:

Dor que acontece com atividade mínima e em

repouso;

Atrofia e fraqueza muscular periarticular;

Um declínio significante em estado funcional que

resulta em inaptidão;

Dano de articular comprovado

radiograficamente.

2.CLASSIFICAÇÃO - CID 10

·M05.0 - Síndrome de Felty.

·M05.1 - Doença reumatóide do pulmão.

·M05.2 - Vasculite reumatóide.

·M05.3 - Artrite reumatóide com

comprometimento de outros órgãos ou sistemas.

·M05.8 - Outras artrites reumatóides soro-

positivas.

·M06.0 - Artrite reumatóide soro-negativa.

·M06.8 - Outras artrites reumatoides.

·M08.0 - Artrite reumatóide juvenil.

3.DIAGNÓSTICO

O diagnóstico depende da associação de uma série de sintomas e sinais

característicos, dados laboratoriais e achados radiológicos.

Page 316: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2112

3.1. Critérios diagnósticos de artrite reumatóide.

3.1.1. Orientação para Classificação.

A.quatro dos sete critérios são necessários para

classificar um paciente como tendo artrite

reumatóide;

B.pacientes com dois ou três critérios não são

excluídos da possibilidade do futuro

desenvolvimento da doença, não sendo

considerados para inclusão neste protocolo.

3.1.2. Critérios *

A.rigidez matinal: rigidez articular e periarticular

durando pelo menos 1 hora antes de máxima

melhora;

B.artrite em 3 ou mais áreas: pelo menos 3

áreas articulares com edema de partes moles ou

derrame articular;

C.artrite de articulações das mãos

(interfalangianas proximais ou

metacarpofalangianas) ou punhos;

D.artrite simétrica: comprometimento

simultâneo bilateral;

E.nódulos reumatóides: nódulos subcutâneos

sobre proeminências ósseas, superfície

extensora ou região justarticular;

F.fator reumatóide sérico;

Page 317: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2113

G.alterações radiológicas: erosões localizadas ou

osteopenia justarticular em radiografias de mãos

e punhos.

* Critérios: “a” até “d” devem estar presentes

por, pelo menos, 6 semanas. O médico deve ter

observado os critérios “b” até “e”.

4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Para inclusão no Protocolo de Tratamento o paciente deve preencher os

critérios diagnósticos relacionados no item 3. Radiografia de mãos e

punhos e fator reumatóide são necessários caso o paciente não

apresente os quatro critérios clínicos descritos acima. VSG e proteína C

reativa são necessárias para acompanhamento da resposta terapêutica.

5. TRATAMENTO

Terapia ideal varia de acordo com características individuais dos

pacientes e a resposta a regimes prévios de tratamento. Tratamentos

não farmacológicos e preventivos servem como a base da terapia para

todos os pacientes e incluem repouso, exercício, terapia física,

ocupacional e dietética, e medidas gerais para proteger estrutura e

função óssea. Educação e aconselhamento ao paciente são

fundamentais. Uma metanálise que avaliou intervenções educacionais

para pacientes com AR ou osteoartrite demonstrou um benefício

clinicamente pequeno, mas estatisticamente significante, em dor e

inaptidão em 17 ensaios clínicos (tamanho de efeito (TE): 0,12;

intervalo de confiança (IC) de 95%: 0 - 0,24; e TE: 0,07; IC: 0 - 0,15;

respectivamente). Cirurgia é uma opção para aqueles pacientes com

anormalidades funcionais causadas por sinovite proliferativa (exemplo:

ruptura de tendão) ou por destruição óssea e/ou articular:Terapia

farmacológica é o principal tratamento para todos os pacientes

com exceção daqueles com remissão clínica. Tal terapia deve ser

Page 318: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2114

instituída objetivando induzir uma remissão e prevenir perda

adicional de tecidos articulares ou funcionamento em atividades

diárias. Estas metas devem ser alcançadas sem resultar em efeitos

adversos permanentes ou inaceitáveis. Existem disponíveis atualmente

cinco classes de medicamentos com benefício para pacientes com AR:

analgésicos, antiinflamatórios não-esteróides, corticosteróides,

medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD) e agentes

anti-citocinas. Analgésicos promovem alívio sintomático da dor,

incluindo medicamentos não-opióides como paracetamol e opióides

como codeína. Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), além do efeito

antiinflamatório, apresentam também efeito analgésico.

Antiinflamatórios devem ser administrados em doses plenas para

pacientes com artrite reumatóide grave. Nos demais casos, o uso é

limitado aos períodos de crises. Considerando a eficácia clínicas

semelhante entre todos os antiinflamatórios - respeitadas as diferenças

de potência entre cada representante - a escolha de qual usar depende

de perfil de efeitos adversos e disponibilidade. Um grupo de

antiinflamatórios conhecidos como antagonistas seletivos da

cicloxigenase II (Cox II) foram propostos como apresentando benefício

sobre os não-seletivos no que se refere a efeitos adversos,

particularmente a nível de trato digestório.10 Este benefício tem sido

questionado por vários autores e em re-análises dos estudos originais

que sugeriam o benefício. Este grupo farmacológico (inibidores seletivos

da Cox II) tem também sido associado à ocorrência de eventos

cardiovasculares maiores sendo que alguns representantes já foram

retirados do mercado internacional. Pelos motivos acima citados, o uso

de inibidores seletivos da Cox II não é recomendado por este protocolo.

Corticóides são usados geralmente para suprimir inflamação,

podendo ser administrados oralmente, intravenosamente ou através de

injeção intra-articular. Doses orais equivalentes a 15 mg/dia ou menos

de prednisona são efetivas no alívio da dor articular e têm maior efeito

Page 319: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2115

nestas manifestações do que AINEs.15 Podem ser utilizados,

preferencialmente por períodos não superiores a 6 meses, devido aos

potenciais efeitos adversos.4 Estão indicados principalmente para

pacientes com doença grave, que estejam tóxicos, febris ou

apresentando deterioração rápida. Embora a administração contínua de

corticóides oral a longo prazo pode resultar em morbidez significante,

alguns estudos sugerem que baixas doses de prednisolona (7,5 mg/dia)

retardam a progressão radiológica em pacientes com AR.16,17 Um

ensaio clínico randomizado17 com 128 pacientes avaliou o efeito de 7,5

mg/dia de prednisolona contra placebo na evolução radiológica da

doença. Após dois anos, os pacientes do grupo ativo apresentaram

significativamente menos erosões nas mãos (22% vs 46%). Um grupo

variado de medicamentos é agrupado na denominação “medicamentos

modificadores do curso da doença” (MMCD). São medicamentos com

potencial para reduzir ou prevenir dano articular, preservam a

integridade e funcionalidade articular, reduzem custos da saúde e

mantém produtividade econômica. Tais agentes incluem antimaláricos

(cloroquina e hidroxicloroquina), sulfassalazina, metotrexato,

leflunomida e ciclosporina. Usados menos freqüentemente são sais de

ouro, penicilamina e azatioprina por apresentarem eficácia não superior

aos demais representantes e com perfil de efeitos adversos

desfavoráveis. As terapias anti-citocinas são baseadas no melhor

entendimento da fisiopatologia da ARTRITE REUMATÓIDE. AR. Dentre

as terapias, estão disponíveis para este tratamento o infliximabe,

adalimumabe e etanercepte que são antagonistas do fator de necrose

tumoral alfa (TNF-a), principal citocina responsável pelo processo

inflamatório da AR.

5.1. Medicamentos

a) Cloroquina, hidroxicloroquina (Antimaláricos):

Page 320: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2116

São apropriados para pacientes com doença leve

a moderada - estes pacientes têm menor

número de articulações envolvidas e com

manifestações menos intensas. Por ser o

fármaco melhor estudado, a hidroxicloroquina é

comumente o antimalárico de escolha neste

protocolo, embora outros representantes

possam ser utilizados. Cerca de 60% dos

pacientes respondem ao tratamento, embora um

estudo tenha observado que somente 45% dos

pacientes continuam o tratamento por mais de

dois anos, primariamente por ineficácia.

b) Sulfassalazina:

Metanálise de 8 ensaios clínicos randomizados

comparando sulfassalazina com placebo

(incluindo 903 pacientes) demonstrou benefício

do tratamento ativo: redução de rigidez matinal

(61% versus 33%, P = 0,008), de número de

articulações dolorosas (59% versus 33%, P =

0,004), de número de articulações inflamadas

(51% versus 26%, P < 0,0001) e de dor

articular (42% versus 15%, P < 0,0001).

Benefício em prevenção da progressão da

doença foi demonstrado em um ensaio clínico

que avaliou evolução radiológica demonstrando

ser a sulfassalazina superior a placebo e

semelhante a leflunomida. Tem sido usado cada

vez mais como terapia inicial em pacientes com

AR, exceto em pacientes com potencial para

engravidar ou pacientes com doença

hepática.4,19 Para pacientes com AR grave, é o

Page 321: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2117

MMCD de escolha para início de tratamento. Um

estudo prospectivo avaliou a efetividade de

metotrexato por um período de cinco anos em

123 pacientes com artrite reumatóide. 25 Foi

observada melhora significante em todas as

variáveis de atividade clínica da doença (como

dor e índice de edema da articulação), medidas

de estado funcional e a taxa de sedimentação

eritrocitária (p = 0.0001).

c) Metotrexato foi tipicamente estudado em pacientes que fracassaram

a outros MMCD. Porém, terapia com metotrexato pode ser considerada

em todos os pacientes que requerem terapia além de antiinflamatórios

não-esteróides baseados nas observações seguintes:

A efetividade global de metotrexato no

tratamento de AR; A mortalidade aumentada

associada a AR; A demonstração que é melhor

para tratar precocemente para evitar destruição

radiograficamente manifesta; O achado que

toxicidade hepática associada a metotrexato

pode ser evitada monitorando exames de

sangue a intervalos regulares. Um estudo de

coorte incluindo 1240 pacientes com artrite

reumatóide avaliou um possível benefício em

sobrevida entre pacientes tratados com

metotrexato.29 Depois de ajuste para possíveis

fatores de confusão incluindo idade, gênero,

estado civil, duração de doença, índice de massa

corporal, nível de inaptidão, pressão sanguínea,

presença ou ausência de diabete e uso de

medicamentos hipocolesterolemiantes, o risco

relativo para mortalidade por todas as causas

Page 322: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2118

entre usuários de metotrexato foi 0,4 (IC95%

0,2-0,8).

d) Ciclosporina:

O uso de ciclosporina foi efetivo (avaliação global do paciente e do

médico) quando comparado com placebo em um ensaio clínico que

incluiu pacientes que não haviam respondido a medicamentos de

segunda linha. Em um ensaio clínico randomizado duplo-cego a

associação de ciclosporina com metotrexato foi comparada com

monoterapia da primeira. Terapia combinada reduziu significativamente

a velocidade de progressão radiológica.

e) Leflunomida:

Embora possa ser utilizado em monoterapia, o uso mais comum do

leflunomida é em combinação com metotrexato. Em um ensaio clínico

norte-americano, 482 pacientes foram randomizados para leflunomida

(100 mg ao dia por 3 dias seguido de 20 mg ao dia), metotrexato (7,5

mg a 15 mg ao dia) ou placebo por 52 semanas. Ambos os tratamentos

ativos se mostraram superiores a placebo e semelhantes entre si tanto

no controle sintomático quanto em controle das manifestações

radiológicas. Em outro ensaio clínico randomizado com 999 pacientes,

metotrexato mostrou-se superior no controle sintomático no primeiro

ano. No segundo ano não houve diferenças em avaliação global (por

pacientes e médicos), embora progressão radiográfica tenha sido menor

com metotrexato.

f) Infliximabe:

O ensaio clínico ATTRACT randomizou 428 pacientes com doença ativa

apesar do uso de metotrexato a um de cinco grupos: infliximabe a 3

mg/kg administrado mensalmente ou cada dois meses, infliximabe a 10

mg/kg todos os meses ou cada dois meses, ou placebo. Todos os

Page 323: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2119

pacientes receberam terapia de indução inicial (administração nas

semanas zero, dois e seis). Uma curva dose-resposta foi observada,

com benefícios normalmente observados dentro

das primeiras seis semanas de terapia. Redução da progressão

radiológica foi observada em todas as doses testadas. Apesar de

aprovado inicialmente para uso em combinação com metotrexato, na

prática clínica, alguns pacientes recebem infliximabe em monoterapia

ou em combinação com outro MMCD. Início de infliximabe e

metotrexato em pacientes com doença de menos de três anos de

duração é apoiada pelos resultados do estudo ASPIRE que randomizou

1.049 pacientes com artrite reumatóide precoce para receber uma de

duas combinações de infliximabe (3 mg/kg ou 6 mg/kg a 0, 2, e 6

semanas e cada 8 semanas depois disso) e metotrexato (dose alvo 20

mg/semana) ou monoterapia com metotrexato. Uma porcentagem

maior alcançou melhora clínica significativa no grupo de terapia

combinada. Em 54 semanas havia menos progressão radiográfica nos

pacientes que receberam a combinação comparada com monoterapia de

metotrexato. Seu uso é principalmente limitado pelo perfil de efeitos

adversos associados a todos os agentes anti-TNF-a. Veja item

“monitorização” abaixo.

g) Etanercepte:

Vários ensaios clínicos demonstraram que etanercepte proporciona

benefício significativo a pacientes com artrite reumatóide quando

comparado a placebo. Eficácia é semelhante a do metotrexato, mas

com início de efeito mais rápido. Pode também ser benéfico em adição a

outros MMCD quando estes falharam em monoterapia. Em um ensaio

clínico randomizado duplo-cego controlado por placebo foram avaliados

234 pacientes com artrite reumatóide ativa que tiveram resposta

inadequada a MMCD. Etanercepte, na dose de 25 mg por semana,

demonstrou melhor resposta clínica. Em um estudo de 52 semanas, foi

avaliada a eficácia de etanercepte em comparação com metotrexato em

Page 324: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2120

pacientes com artrite reumatóide precoce; foram randomizados 632

pacientes para receber etanercepte (10 ou 25 mg duas vezes por

semana) ou metotrexato (dose média de 18.3 mg/semana). Resposta

clínica foi semelhante ao final do estudo, mas etanercepte exibiu uma

resposta mais rápida. Para avaliar a terapia combinada de etanercepte

com metotrexato em pacientes resistentes a este, foram randomizados

89 pacientes para receber etanercepte 25 mg ou placebo duas vezes

por semana. Em 24 semanas, pacientes que receberam etanercepte

apresentaram resultados significativamente melhores em todas as

medidas de atividade de doença. Seu uso é principalmente limitado pelo

perfil de efeitos adversos associados a todos os agentes anti-TNF-a.

Veja item “monitorização” abaixo.

h) Adalimumabe:

Adalimumabe foi avaliado como monoterapia em um ensaio clínico em

quatro esquemas de administração: 20 mg por semana ou a cada 2

semanas; 40 mg por semana ou a cada 2 semanas. A dose de 40 mg

cada duas semanas apresentou resultados superiores aos esquemas de

20 mg. Os resultados sugerem que pequena proporção de pacientes

pode beneficiar-se do uso semanal de 40 mg. O uso combinado a

metotrexato mostrou-se benéfico em ensaio clínico em que 3 doses de

adalimumabe (20, 40, ou 80 mg a cada duas semanas) foram

adicionados a esquema de metotrexato e comparados com placebo. Em

outro estudo, foram randomizados 619 pacientes com uma resposta

parcial a metotrexato para receber adalimumabe 40 mg cada duas

semanas, 20 mg semanalmente ou placebo adicionalmente à terapia

com metotrexato. Maior eficácia foi observada nos grupos de

adalimumabe comparados com o grupo de placebo, sem diferenças

entre os esquemas de administração. Análise radiológica em 52

semanas revelou redução significativa no escore de lesão em ambos os

grupos de tratamento de adalimumabe comparados com monoterapia

de metotrexato. Seu uso é principalmente limitado pelo perfil de efeitos

Page 325: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2121

adversos associados a todos os agentes anti-TNF-a. Veja item

“monitorização” abaixo.

5.2. Apresentações disponíveis

a) Cloroquina: comprimidos de 150mg.

b) Hidroxicloroquina: comprimidos de 400mg.

c) Sulfassalazina: comprimidos de 500mg.

d) Ciclosporina: comprimidos de 10, 25, 50, 100mg e solução oral de

100mg/ml 50ml.

e) Leflunomida: comprimidos de 20.

f) Infliximabe: frasco-ampola de 100mg.

g) Etanercepte: frasco-ampola de 25mg.

h) Adalimumabe: seringa preenchida de 40mg.

5.3. Esquemas de Administração.

a) Antimaláricos: Cloroquina é utilizada na dose de 150mg a

900mg/dia. Hidroxicloroquina é utilizado na dose de 400mg/dia até

800mg/dia, sendo a dose limitada pelo risco de ocorrência de eventos

adversos. Doses mais elevadas (até 1.200mg/dia) podem ser utilizadas

no início do tratamento (primeiras 4 semanas) a fim de se obter

resposta terapêutica mais rápida.

b) Sulfassalazina: A dose alvo é 2 a 3g diários, podendo ser dividida em

2 a 4 tomadas diárias. Dois esquemas de administração são propostos

para atingir este alvo:

Início com 0,5g ao dia. Aumento da dose

em 0,5g em intervalos semanais. Se o

paciente fica intolerante, reduz-se a dose

em 0,5g por uma semana retornando a

aumentá-la após uma semana;

Page 326: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2122

Início com 0,5g 2 vezes ao dia nos dias 1 a

4. A dose é incrementada em 0,5g na

dosagem matinal e 1g na dosagem da noite

entre os dias 5 e 8. No 9º dia já se inicia

com 2g ao dia dividido em duas tomadas.

c) Metotrexato: Metotrexato é utilizado em esquema semanal. Foram

empregadas doses começando com 7,5mg/semana nos ensaios clínicos

que inicialmente demonstraram a eficácia em AR. Doses são

aumentadas em 2,5mg/semana conforme necessidade e tolerância até

20 mg/semana. Uso intravenoso em doses até 25mg/semana pode ser

considerado para pacientes com doença grave e pouco responsiva.

Após resposta adequada, redução gradual da dose deve ser

considerada. Esquema de uso a cada 2 semanas pode ser tentado em

pacientes com terapia a longo prazo que esteja estável e com resposta

ótima. Em um estudo com 6 meses de seguimento, por exemplo, 50%

dos pacientes puderam ser mantidos neste regime.

d) Ciclosporina: A dose inicial recomendada é de 2,5mg/kg/dia dividida

em duas doses, podendo ser aumentada a cada 4-8 semanas em 0,5 a

0,75mg/kg/dia não havendo resposta adequada. A dose diária máxima

é de 4 mg/kg/dia.

e) Leflunomida: A dose usual de leflunomida é 20mg ao dia. Estudos

norte-americanos, justificando a longa meia vida do leflunomida,

avaliaram uso de dose de ataque de 100 mg por 3 dias. Estudos

europeus que não utilizaram esta dose de ataque observaram menor

taxa de efeitos adversos gastrintestinais e diarréia.50 Estudos que

avaliaram a adição de leflunomida a esquema com metotrexato também

não utilizaram dose de ataque. Desta forma, dose de ataque não é

recomendada.

Page 327: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2123

f) Infliximabe: A dose usual é de 3mg/kg administrado por via

intravenosa (em infusão lenta - mínimo de 2 horas) a cada 8 semanas.

No início do tratamento é recomendado um esquema de dose de ataque

sendo utilizado 3 doses: basal, em duas e seis semanas. Pacientes que

necessitarem de doses mais elevadas e/ou esquemas de intervalos

menores deverão ser avaliados no Centro de Referência.

g) Etanercepte: A dose recomendada é de 25 mg administrado 2 vezes

por semana (com 72-96 horas de intervalo) por via subcutânea. Doses

mais altas resultam em taxas mais elevadas de efeitos adversos sem

melhorar benefício clínico e não é recomendado. Metotrexato,

corticóides e antiinflamatórios podem ser continuados durante

tratamento com etanercepte. Alternâncias dos locais de injeção entre

coxa abdome e braço superior são recomendadas. Injeções

subseqüentes devem ser separadas por pelo menos 2,5 centímetros dos

locais anteriores.

h) Adalimumabe: A dose recomendada é de 40mg administrado por via

subcutânea a cada 2 semanas. Em pacientes que tenham

contraindicação absoluta a uso concomitante de metotrexato, o

intervalo de dose pode ser reavaliado no Centro de Referência.

5.4. Estratégia de tratamento. A estratégia de tratamento recomendada

é uma estratégia escalonada de combinação de múltiplos medicamentos

de diferentes classes. O uso simultâneo de dois ou mais agentes de

uma mesma classe está normalmente reservada para MMCDs. Para se

considerar a necessidade de aumento de dose e/ou troca de

representante dos MMCDs, são necessários pelos menos 4-6 semanas

de tratamento para que se possa observar uma resposta terapêutica. O

escalonamento recomendado é:

a)uso de um MMCD (antimalárico,

sulfassalazina ou metotrexato);

Page 328: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2124

b)uso de analgésicos e antiinflamatórios

não-esteróides se necessário enquanto

aguarda efeito máximo dos MMCD;

c)aumento de dose do MMCD;

d)troca de MMCD (usar metotrexato se este

não havia sido utilizado anteriormente);

e)uso de corticóide intra-articular se

sintomas forem pauciarticulares;

g)associação de MMCD;

h)uso de agentes anti-citocinas.

Foram usadas várias combinações de MMCDs para tratar AR:

Sulfassalazina e antimaláricos.

Sulfassalazina e metotrexato.

Antimaláricos, sulfassalazina e

metotrexato.

Ciclosporina e metotrexato.

Leflunomida e metotrexato.

Agentes anti-citocinas e metotrexato.

Para pacientes com contraindicações para o uso de metotrexato, podem

ser considerados os seguintes MMCD, agentes anticitocinas e terapias

combinadas:

Page 329: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2125

Combinação de antimaláricos e

sulfassalazina.

Leflunomide.

Agentes anti-citocinas.

Antes de se considerar o uso de agentes anti-citocinas em pacientes

com doença ativa apesar do uso do metotrexato, o uso de terapias

adjuntas como corticóides de terapia intra-articular deve ser

considerada. Não existe diferença de eficácia entre os agentes

anticitocinas disponíveis (infliximabe, etanercepte e adalimumabe),

sendo equivalentes entre si para este agravo. Sendo assim, cabe ao

Gestor Estadual à definição de qual dos medicamentos será

disponibilizado na rede estadual de serviços. Não há evidência de que

na falha terapêutica de um destes três agentes possa ser utilizado o

outro com expectativa de sucesso de tratamento.

5.5. Benefícios esperados com o tratamento clínico.

De maneira geral, os objetivos terapêuticos incluem: Diminuição e

controle da dor e rigidez;Redução ou prevenção de lesão articular;

Maximização da funcionalidade articular;Prevenção de complicações

como osteoporose;Melhora da qualidade de vida.

Apesar do tratamento, alguns pacientes progridem para uma doença

desabilitante com destruição articular. Nestes pacientes com doença

terminal, os objetivos são: Alívio da dor; Proteção das estruturas

articulares remanescentes; Manutenção funcional.

Para estes objetivos, as medidas não farmacológicas são

particularmente importantes. O prognóstico de pacientes com doença

moderada é boa: acima de 50% dos pacientes tratados com

antimaláricos melhora. Além disso, coorte e estudos controlados

sugerem que terapia mais agressiva com metotrexato pode resultar em

melhoria em 75 a 80% de pacientes.

Page 330: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2126

6. MONITORIZAÇÃO

a) Antimaláricos: A principal toxicidade dos antimaláricos é lesão

retiniana, a qual, embora rara, pode levar a diminuição da acuidade

visual. Principal fator de risco para seu desenvolvimento é utilização de

doses acima de 800mg ao dia em pacientes com mais de 70 anos de

idade. Pacientes devem ser orientados a, frente à presença de sintomas

visuais, principalmente dificuldades de enxergar palavras inteiras ou

perda de visão periférica, suspender imediatamente o uso do

medicamento. O objetivo principal da monitorização de pacientes em

uso de antimaláricos é detectar toxicidade reversível. Avaliação

oftalmológica é recomendada a cada 6-12 meses e, para pacientes com

perda de função renal ou em uso há mais de 10 anos, mais

freqüentemente. Outros efeitos adversos incluem sintomas

gastrintestinais, miopatia, borramento da visão, dificuldade de

acomodação, pigmentação anormal da pele e neuropatia periférica.

b) Sulfassalazina: Toxicidade hematológica é a mais importante

relacionada a sulfassalazina e inclui: leucopenia (1-3%),

trombocitopenia, agranulocitose, anemia aplásica e hemólise (em

pacientes com deficiência de G6PD). Monitorização objetiva detecção

precoce de alteração hematológica. Avaliação de enzimas hepáticas é

recomendada por alguns autores, mas não é consenso. Outros efeitos

mais comuns, mas de menor gravidade, incluem rash cutâneo,

fotossensibilidade, cefaléia, alterações do humor, sintomas

gastrintestinais (náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal e

dispepsia).

c) Metotrexato: As toxicidades mais graves associadas a metotrexato

são fibrose hepática/cirrose, pneumonite e mielossupressão. Consumo

de bebidas alcoólicas enquanto usando metotrexato é desaconselhado

devido ao risco de hepatotoxicidade. Abstinência completa é a melhor

abordagem. Pacientes que consomem bebidas alcoólicas regularmente e

Page 331: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2127

estão pouco dispostos a parar, provavelmente não devem ser tratados

com metotrexato. Os pacientes precisam ser monitorados para eficácia

e efeitos colaterais da terapia a cada quatro a oito semanas. Eficácia

deve ser monitorada por contagem de articulações acometidas,

melhoria do estado funcional e radiografia periódica das articulações a

cada um ou dois anos. Toxicidade de metotrexato potencial é

monitorada com hemogramas, dosagem de aminotransferases,

albumina e interrogatório cuidadoso sobre problemas de sistemas

nervoso central, pulmonar e gastrointestinal. Uso diário de ácido fólico

(1mg) pode reduzir o risco de efeitos adversos hematológicos e

gastrintestinais. Embora baixas doses de metotrexato não sejam

nefrotóxicas, sua excreção é quase exclusivamente pelos rins. Assim, é

prudente monitorar função renal e reduzir a dose, ou descontinuar a

droga, se insuficiência renal desenvolver.

d) Ciclosporina: Função renal (dosagem plasmática de creatinina) deve

ser monitorizada a cada 2 semanas nos primeiros 3 meses e, se

estável, mensalmente após este período. Havendo incremento de mais

de 30% do basal, a dose deve ser diminuída em 0,5 a 1mg/kg,

mantendo-se elevada a creatinina, a ciclosporina deve ser suspensa.

Outros exames laboratoriais a serem monitorizados são perfil lipídico e

eletrólitos séricos. Pressão arterial deve ser monitorizada a cada 2

semanas nos primeiros 3 meses e, se estável, mensalmente após este

período. Havendo aumento sustentado da pressão arterial, esta deve

ser tratada com medicamentos que não interajam com ciclosporina.

Sinais e sintomas de infecção devem ser monitorizados, assim como

sintomas gastrintestinais, cefaléia e hipertricose, efeitos adversos

comuns.

e) Leflunomida: O risco de toxicidade com leflunomida exige seleção

cuidadosa dos pacientes que usarão este medicamento. Recomenda-se

a monitorização de transaminases mensalmente no primeiro mês e a

cada 2-3 meses subseqüentemente. Quando utilizado conjuntamente

Page 332: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2128

com metotrexato, a monitorização mensal contínua é recomendada.

Ajuste de dose ou interrupção do tratamento pode ser necessário se

elevação de transaminases ocorrerem.

f) Infliximabe: Eventos adversos com este agente incluem dor de

cabeça, diarréia, erupção cutânea, faringite, rinite, tosse, infecção

respiratória e urinária. Estas infecções comuns foram informadas em

32% dos tratados com infliximabe comparados com 21% dos pacientes

tratados com placebo mais metotrexato. Quando infliximabe for usado

em combinação com metotrexato, pode haver um risco aumentado de

pneumonia ou outras infecções sérias. Isto foi demonstrado em um

ensaio clínico no qual a incidência anual de pneumonia era mais alta

nesses recebendo uma combinação de infliximabe (3mg/kg ou 6mg/kg)

e metotrexato. A maioria das pneumonias foi causada por patógenos da

comunidade. Reações relacionadas à infusão ocorrem menos

frequentemente quando o uso é associado a metotrexato ou a

sulfasalazina, conforme demonstrado em um estudo com 730 pacientes.

Dados de vigilância pós-marketing do FDA em aproximadamente

200.000 pacientes com artrite reumatóide revelaram vários casos de

tuberculose (n = 172), principalmente devido à doença reativada. A

taxa de incidência para tuberculose entre pacientes portadores de

artrite reumatóide tratados com infliximabe é significativamente mais

alto que para pacientes com artrite reumatóide ou a população norte-

americana em geral (52.5 contra 6.2 por 100,000 por ano). A

reativação da tuberculose tipicamente ocorre no início do tratamento:

15% dos casos descobertos na terceira infusão

e 97% descobertos até a sexta infusão (aproximadamente 7 meses).

Muitos casos (56%) apresentam manifestação extrapulmonar e em

25% foram disseminados. Micobacteriose atípica também já foi

relatado. Outras infecções relacionadas são: histoplasmose, listeriose,

aspergilose, candidíase, criptococose, nocardiose, citomegalovirose,

coccidioidomicose, pneumocistose, entre outras, ou seja, infecções

Page 333: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2129

oportunísticas características de pacientes imunodeprimidos. Alterações

hematológicas também podem ocorrer e devem ser monitorizadas.

Leucopenia, neutropenia, trombocitopenia e pancitopenia, inclusive

fatais, já foram relacionadas a seu uso. O tratamento deve ser

descontinuado se qualquer uma dessas manifestações ocorrerem. Risco

de doenças neoplásicas também é uma preocupação. Pacientes com

artrite reumatóide apresentam um risco maior de desenvolvimento de

linfomas. Usuários de infliximabe têm este risco aumentado, embora

diferença não tenha atingido significância estatística. Comprometimento

hepático (insuficiência hepatica aguda, hepatite, colestase e icterícia) já

foram descritos, incluindo casos fatais.

g) Etanercepte: Etanercepte geralmente é tolerado bem, mas efeitos

colaterais sérios podem acontecer. Os eventos adversos mais comuns

são reações no local de injeção, ocorrendo em 37% dos pacientes; em

geral, as reações são de moderada severidade. Foram observadas

infecções graves em 22 de 745 pacientes (2.9%). A bula do

medicamento foi atualizada para relatar que seis mortes tinham sido

associadas a seu uso nos estudos de pós-comercialização. Vigilância

pós-marketing de mais de 150.000 pacientes tratados com etanercepte

revelou 36 casos de tuberculose (a incidência esperada de TB nos

Estados Unidos é 8.2 casos por 100,000 anos pacientes), 11 de infecção

por micobactérias atípicas, 73 de candidíase, sete de aspergillosis, oito

de citomegalovírus, sete de criptococose e um de coccidioidomicose.

Outras infecções relacionadas são: pneumocistose, esporotricose,

histoplasmose, lesteriose, entre outras. Uma proporção significante de

pacientes que desenvolveu tuberculose apresentou manifestações

extrapulmonares consistente com infecção em um paciente

imunocomprometido. Também há preocupações relativas ao uso de

etanercepte em pacientes com doença desmielizante. A FDA observou

17 casos de doença desmielizante ocorridos em pacientes que usaram

etanercepte entre 1998 e 2000. Sintomas incluíram confusão, ataxia,

Page 334: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2130

disestesia e parestesia. Paralisia de nervo facial, neurite óptica,

hemiparesia, mielite transversal e síndrome de Guillain-Barré estavam

presentes em alguns indivíduos. A incidência de doença desmielizante

em pacientes usuários de etanercepte (31 por 100,000 pacientes por

ano de exposição) parece ser mais alto que na população geral (4 a 6

por 100,000 por ano). Risco de linfoma também é aumentado com o

uso de etanercepte, com uma incidência anual de 3 casos por 10.000

pacientes usuários do medicamento. Possibilidade de ocorrência de

pancitopenia e anemia aplástica também estão relatadas nas

informações de prescrição do laboratório. Até o final de 2003, 40 casos

de síndrome lupus-like haviam sido descritos.

h) Adalimumabe: Entre os efeitos adversos mais comuns estão cefaléia,

rash, reações no local da injeção e prurido. Infecções oportunísticas

como tuberculose, histoplasmose, aspergilose e nocardiose foram

relatados em ensaios clínicos. Desordens linfoproliferativas ocorreram

mais frequentemente entre usuários de adalimumabe do que na

população em geral e em portadores de artrite reumatóide. Dos agentes

anti-citocinas, o adalimumabe é o mais novo aprovado na ANVISA e

com o menor número de estudos.

7. CENTROS DE REFERÊNCIA.

Recomenda-se a criação de Centros de Referência Estaduais

constituídos por um Comitê de especialistas nomeados pelo Gestor

Estadual para avaliação dos casos complicados e/ou em uso de agentes

anti-citocinas. Por se tratar de uma classe nova de medicamentos,

recomenda-se também a farmacovigilância nos Centros, a fim de que os

pacientes possam ser monitorizados em relação à efetividade e

principalmente segurança do tratamento.

8.TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Page 335: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2131

É obrigatório a cientificação do paciente, ou de seu responsável legal,

dos potenciais benefícios e riscos deste tratamento, o que deverá ser

formalizado por meio da assinatura de Termo de Consentimento

Informado. MODELO QUE SEGUE.

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO(Cloroquina,

Hidroxicloroquina, Sulfassalazina, Metotrexato, Ciclosporina,

Leflunomida, Agentes anti-citocinas).

Eu,.......................................................................................(nome

do(a) paciente), abaixo identificado(a) e firmado(a), declaro ter sido

informado(a) claramente sobre todas as indicações, contra-indicações,

principais efeitos colaterais e riscos relacionados ao uso do(s)

medicamento(s) cloroquina, hidroxicloroquina, sulfassalazina,

metotrexato, ciclosporina, leflunomida e agentes anti-citocinas indicado(

s) para o tratamento da artrite reumatóide.

Estou ciente de que este(s) medicamento(s) somente pode(m) ser

utilizado(s) por mim, comprometendo-me a devolvê-lo(s) caso o

tratamento seja interrompido.

Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram

resolvidas pelo médico

...................................................................................................

(nome do médico que prescreve).

Expresso também minha concordância e espontânea vontade em

submeter-me ao referido tratamento, assumindo a responsabilidade e

os riscos pelos eventuais efeitos indesejáveis.

Assim, declaro que:

Fui claramente informado (a) de que o(s) medicamento(s) que passo a

receber pode(m) trazer os seguintes benefícios:

Page 336: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2132

Diminuição e controle da dor e rigidez;

Redução ou prevenção de lesão articular;

Maximização de a funcionalidade articular;

Prevenção de complicações como osteoporose;

Melhora da qualidade de vida.

Fui também claramente informado (a) a respeito das seguintes

contraindicações, potenciais efeitos colaterais e riscos: Medicamentos

classificados na gestação como categoria B (estudos em animais não

mostraram anormalidades nos descendentes, porém não há estudos em

humanos; risco para o bebê muito improvável): agentes anti-citocinas e

sulfassalazina (no primeiro trimestre);

Medicamentos classificados na gestação como categoria C (estudos em

animais mostraram anormalidades nos descendentes, porém não há

estudos em humanos; o risco para o bebê não pode ser descartado,

mas um benefício potencial pode ser maior que os riscos): cloroquina,

hidroxicloroquina, ciclosporina;

Medicamento classificado na gestação como categoria D (há evidências

de riscos ao feto, mas um benefício potencial pode ser maior que os

riscos) sulfassalazina (no terceiro trimestre);

Medicamentos classificados na gestação como categoria X (estudos em

animais ou em humanos claramente demonstram risco para o bebê que

suplantam quaisquer potenciais benefícios, sendo a droga

contraindicada na gestação): leflunomida e metotrexato; •os efeitos

colaterais já relatados são:

Cloroquina/hidroxicloroquina:

principais reações adversas incluem

as oculares: distúrbios visuais com

visão borrada e fotofobia, edema

Page 337: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2133

macular, pigmentação anormal,

retinopatia, atrofia do disco óptico,

escotomas, diminuição da acuidade

visual e nistagmo. Outras reações

incluem problemas emocionais, dores

de cabeça, tonturas, movimentos

involuntários, cansaço,

branqueamento e queda de cabelos,

mudanças da cor da pele e alergias

leves a graves, náuseas, vômitos,

perda de apetite, desconforto

abdominal, diarréia, parada na

produção de sangue pela medula

óssea (anemia aplásica), parada na

produção de células brancas pela

medula óssea (agranulocitose),

diminuição das células brancas do

sangue e das plaquetas, destruição

das células do sangue (hemólise).

Reações raras incluem miopatia,

paralisia, zumbido, surdez.

Sulfassalazina: dores de cabeça,

sensibilidade aumentada aos raios

solares, alergias de pele graves,

dores abdominais, náuseas, vômitos,

perda de apetite, diarréia, hepatite,

dificuldade para engolir, diminuição

Page 338: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2134

do número dos glóbulos brancos no

sangue, parada na produção de

sangue pela medula óssea (anemia

aplásica), anemia por destruição

aumentada dos glóbulos vermelhos

do sangue (anemia hemolítica),

diminuição no número de plaquetas

no sangue, falta de ar associada a

tosse e febre (pneumonite

intersticial), dores articulares,

cansaço e reações alérgicas.

Ciclosporina: disfunção renal,

tremores, aumento da quantidade de

pêlos no corpo, pressão alta,

hipertrofia gengival, aumento do

colesterol e triglicerídeos,

formigamentos, dor no peito, infarto

do miocardio, batimentos rápidos do

coração, convulsões, confusão,

ansiedade, depressão, fraqueza,

dores de cabeça, unhas e cabelos

quebradiços, coceira, espinhas,

náuseas, vômitos, perda de apetite,

gastrite, úlcera péptica, soluços,

inflamação na boca, dificuldade para

engolir, hemorragias, inflamação do

pâncreas, prisão de ventre,

Page 339: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2135

desconforto abdominal, síndrome

hemolítico-urêmica, diminuição das

células brancas do sangue, linfoma,

calorões, hipercalemia,

hipomagnesemia, hiperuricemia,

toxicidade para os músculos,

disfunção respiratória, sensibilidade

aumentada a temperatura e reações

alérgicas, toxicidade renal e

hepática, ginecomastia.

Metotrexato: convulsões,

encefalopatia, febre, calafrios,

sonolência, queda de cabelo,

espinhas, furúnculos, alergias de pele

leves a graves, sensibilidade à luz,

alterações da pigmentação da pele e

de mucosas, náuseas, vômitos, perda

de apetite, inflamação da boca,

úlceras de trato gastrointestinal,

hepatite, cirrose e necrose hepática,

diminuição das células brancas do

sangue e das plaquetas, insuficiência

renal, fibrose pulmonar, diminuição

das defesas imunológicas do

organismo com ocorrência de

infeccções.

Page 340: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2136

Leflunomida: pressão alta, dor no

peito, palpitações, aumento do

número de batimentos do coração,

vasculite, varizes, edema, infeccções

respiratórias, sangramento nasal,

diarréia, hepatite, náuseas, vômitos,

perda de apetite, gastrite,

gastroenterite, dor abdominal, azia,

gazes, ulcerações na boca, pedra na

vesícula, prisão de ventre,

desconforto

Abdominal, sangramento nas fezes,

candidíase oral, aumento das

glândulas salivares, boca seca,

alterações dentárias, distúrbios do

paladar, infecções do trato

genitourinário, ansiedade, depressão,

fraqueza, dores de cabeça, tonturas,

febre, sonolência, distúrbios do sono,

formigamentos, alteração da cor e

queda de cabelo, alergias de pele,

coceira, pele seca, espinhas,

hematomas, alterações das unhas,

alterações da cor da pele, úlceras de

pele, hipocalemia, diabete mélito,

hiperlipidemia, hipertireoidismo,

desordens menstruais, dores pelo

Page 341: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2137

corpo, alteração da visão, anemia,

infecções, alteração da voz.

Agentes anti-citocinas: esta classe de

medicamentos que inclui o

adalimumabe, etanercepte e

infliximabe pode ocasionar reações

no local da aplicação como dor e

coceiras, dor de cabeça, tosse,

náuseas, vômitos, febre, cansaço,

alteração na pressão arterial até

reações mais graves que incluem

infecções oportunísticas fúngicas e

bacterianas como tuberculose,

histoplasmose, aspergilose e

nocardiose, podendo, em casos raros,

ser fatal •medicamentos contra-

indicados em casos de

hipersensibilidade (alergia) aos

fármacos;

O risco de ocorrência de efeitos adversos aumenta com a

superdosagem.

Estou ciente de que posso suspender o tratamento a qualquer

momento, sem que este fato implique qualquer forma de

constrangimento entre mim e meu médico, que se dispõe a continuar

me tratando em quaisquer circunstâncias.

Page 342: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2138

Autorizo o Ministério da saúde e as Secretarias de Saúde a fazer uso de

informações relativas ao meu tratamento desde que assegurado o

anonimato.

Declaro, finalmente, ter compreendido e concordado com todos os

termos deste Consentimento informado.

Assim, o faço por livre e espontânea vontade e por decisão conjunta,

minha e de meu médico.

O meu tratamento constará do(s) seguinte(s) medicamento(s):

(.......)Cloroquina.

(.......)Hidroxicloroquina.

(.......)Sulfassalazina.

(.......)Metotrexato.

(.......)Ciclosporina.

(.......)Leflunomida.

(.......)Agentes anti-citocinas.

(.......)Adalimumabe.

(.......)Etanercepte.

(.......)Infliximabe.

Observações: 1. O preenchimento completo deste Termo e sua

respectiva assinatura são imprescindíveis para o fornecimento do

medicamento. 2. Este Termo será preenchido em duas vias: uma será

arquivada na farmácia responsável pela dispensação dos medicamentos

e a outra será entregue ao paciente.

Page 343: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2139

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 .Guidelines for the management of rheumatoid arthritis.

American College of Rheumatology Ad Hoc Committee on Clinical

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Page 355: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2151

Anatomia e Fisiologia – Revisão breve.

Articulações.

As articulações são conexões habituais existentes entre dois ou mais

ossos, nos vertebrados, ou entre os artículos dos apêndices dos

invertebrados. Nos vertebrados superiores, as articulações móveis

estão revestidas de cartilagem e incluem bolsas de fluido lubrificante.

Podem ser sinoviais, fibrosas ou cartilagíneas.

O osso é uma estrutura encontrada apenas nos animais vertebrados,

formado por um tipo de tecido conjuntivo (tecido ósseo). É

caracterizado por uma matriz extracelular endurecida pela presença de

compostos de cálcio em suas estruturas. O conjunto dos ossos de um

animal é o esqueleto, que sustenta o corpo e servem de apoio para os

músculos, permitindo assim o movimento. Certos conjuntos de ossos

protegem alguns órgãos internos, como o crânio que protege o cérebro.

Os ossos também possuem relação com o metabolismo do cálcio, e a

medula óssea está relacionada com a formação das células do sangue.

O estudo dos ossos chama-se osteologia. O esqueleto humano adulto

tem normalmente 206 ossos com sua identificação própria, mais um

número variável de ossos sesamóides.

A articulação do corpo humano é capaz de realizar diversos

movimentos, em nosso esqueleto. Parte importante das articulações

responsável por dar esta mobilidade entre ossos e estabilizar as zonas

de união entre os vários segmentos do esqueleto é o Sistema Articular.

O Sistema Articular é formado por um conjunto de articulações, ponto

de contato entre dois ou mais ossos.

Existem três tipos de articulações:

Sinartrose (inflexíveis), anfiartrose e diartrose (permitem movimentos).

Page 357: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2153

Articulações do joelho.

Essa mobilidade, porém causa um atrito, amenizado pelo Sistema

Articular com a existência das bolsas sinoviais, que agem como

amortecedores entre os ossos e os tecidos à sua volta (outros ossos,

tendões, etc.). De acordo com o grau de mobilidade ofertada, as

articulações diartroses podem ser classificadas em sinoviais, fibrosas ou

cartilaginosas.

Sinoviais – possuem um espaço entre os ossos e são separadas de

acordo com os eixos de movimentos: Uniaxial (1 eixo, 2 movimentos):

Gínglimo ou articulação em dobradiça (permite extensão e flexão):

falanges, cotovelo. Gínglimo ou dobradiça atípica: joelho (pequena

rotação). Trocóide ou pivô (permite movimento de rotação, onde um

osso desliza sobre outro fixo): articulações rádio-ulnar e atlanto-axial.

Plana ou artródia (deslizamento para frente e para trás): articulações

dos ossos carpais e tarsais, articulação da mandíbula. Biaxial (2 eixos, 4

movimentos): Condilar ou elipsóide (extremidade côncava em contato

com outra convexa, limitando o movimento): articulações atlanto-

occiptal e entre o punho e o carpo. Selar (relacionamento de

extremidades de igual curvatura, permitindo a circundação): articulação

carpo-metacarpal do polegar. Triaxial, esferóide ou enartrose (3 eixos,

6 movimentos): articulação do quadril. Poliaxial (triaxial com maior

mobilidade): articulação do ombro. Fibrosas ou sinfibrosas – articulação

fibrosa é aquela que apresenta tecido fibroso interposto entre os ossos,

podendo ser: Suturas; Dentadas; Escamosas; Planas; Gonfoses –

articulações fibrosas que ocorrem entre cavidades e saliências

(ex. dentes e maxila, dentes e mandíbula); Sindesmoses – articulações

fibrosas ligadas por fibras colágenas ou lâminas de tecido fibroso -

membrana interóssea (ex. rádio e ulna; tíbia e fíbula). Cartilaginosas –

são as articulações que apresentam cartilagem entre os ossos, podendo

ser: Sincondroses – ossos que aderem por cartilagem hialina que mais

tarde ossifica; Sequência: osso-cartilagem-osso (ex. sacro e cóccix).

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2154

Sínfises ou anfiartroses – existe uma fibrocartilagem espessa

interposta; Sequência: osso-cartilagem-disco-cartilagem-osso (ex.

articulações entre corpos vertebrais). A principal característica das

sinartroses é a sua quase que total imobilidade, já que são articulações

formadas pela sólida união de dois ou mais segmentos ósseos,

formando uma camada protetora dos tecidos que revestem o exterior

do esqueleto, como os ossos do crânio e da face, por exemplo. São

classificadas em concordantes e discordantes: Concordantes –

adaptam-se uma à outra; Planas ou artrodias – superfícies planas (ex.

corpo da vértebra, cabeça da costela e vértebras vizinhas); Enartroses

ou esféróides – superfícies esféricas (ex. úmero com escápula, fêmur

com osso coxal); Trocartroses ou trocóides – superfícies cilíndricas (ex.

cabeça do rádio e ulna); Trocleartroses ou ginglimos – forma de roldana

(ex. úmero e ulna); Condilartroses – forma de côndilo (ex. úmero e

rádio); Efipiartroses ou sela – forma de sela de montar (ex. clavícula,

esterno e primeira cartilagem costal); Discordantes – apresentam algo

na articulação para que os ossos concordem; Meniscartroses –

apresentam uma fibrocartilagem que aumenta a superfície articular e a

torna mais côncava (ex. joelho); Heteroartroses – (ex. entre atlas e

áxis).

https://www.youtube.com/watch?v=7ANC_EjcK00

https://www.youtube.com/watch?v=dKccrWdZGew

https://www.youtube.com/watch?v=nnVMvfl2PSw

https://www.youtube.com/watch?v=xNYXFNEJN1g

https://www.youtube.com/watch?v=32li2vPdD1k

https://www.youtube.com/watch?v=pqrHsFTvwho

https://www.youtube.com/watch?v=ue5hXquy0C8

Page 359: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2155

Segunda vértebra cervical, vista de cima.

Áxis visível no centro da imagem. Vista posterior.

Page 360: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2156

PUNHO E MÃO.

O punho tem a função significativa de controlar a relação comprimento-

tensão dos músculos multiarticulares da mão à medida que se ajustam

as diversas atividades e formas de preensão. A mão é uma ferramenta

valiosa, através da qual nós controlamos nosso ambiente e

expressamos ideias e talentos.

ESTRUTURA E FUNÇÃO DE PUNHO E MÃO.

Partes Ósseas.

- Punho: radio distal, escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme,

trapézio, trapezóide, capitato e hamato.

- Mão: 5 metacárpicos e 14 falanges compõem a mão e 5 dígitos.

Articulações do Complexo do Punho e seus Movimentos.

- Complexo do punho.

O complexo do punho é multiarticular e feito por duas articulações

compostas. É biaxial, permitindo flexão (flexão volar), extensão

(dorsiflexão), desvio radial (abdução) e desvio ulnar (adução).

- Articulação radiocárpica.

Está envolvida por uma cápsula frouxa, porém forte, reforçada por

ligamentos também compartilhados com a articulação mediocárpica.

- Articulação mediocárpica

É uma articulação composta entre as duas fileiras de cárpicos. Tem uma

cápsula que é também contínua com as articulações intercárpicas.

Os movimentos fisiológicos dos punhos são: flexão, extensão, desvio

radial e desvio ulnar.

- Pisiforme.

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2157

O pisiforme é classificado como um osso do do carpo. Não é parte da

articulação do punho, mas funciona como um osso sesamóide no

tendãodo flexor ulnar do carpo.

- Ligamentos.

A estabilidade e alguns movimentos passivos do complexo do punho

dependem de numerosos ligamentos: o colateral ulnar e radial, o

radiocárpico dorsal e volar (palmar), o ulnocárpico e o intercárpico.

Articulações do Complexo da Mão e seus Movimentos.

- Articulações Carpometacárpicas dos dígitos 2 a 5.

As articulações são envolvidas numa cavidade articular comum e

incluem as articulações de cada metacárpico com a fileira distal de

cárpicos e as articulações entre as bases de cada metacárpico.

Os movimentos fisiológicos dos metacárpicos são a flexão

(arqueamento) e a extensão (achatamento).

- Articulação capometacárpica do polegar; dígito 1.

Essa articulação é uma articulação biaxial em formato de sela (selar)

entre o trapézio e a base do 5º metacárpico. Tem uma cápsula frouxa e

AM grande, o que permite que o polegar se mova para longe da palma

da mão para atividades de oposição e preensão.

Os movimentos fisiológicos do primeiro metacárpico são: flexão,

extensão, abdução e adução.

- Articulações metacarpofalângicas.

São articulações condilóides biaxiais coma a extremidade distal de cada

metacárpico convexa e a falange proximal côncava, mantida por um

ligamento volar e 2 colaterais. Os colaterais tornam-se tensos durante a

flexão completa e restringem a abdução e adução nessa posição.

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2158

Os movimentos fisiológicos da primeira falange são: flexão, extensão,

abdução e adução.

Articulações interfalângicas.

Existe uma articulação interfalângica proximal e uma distal para cada

dedo, do 2º. ao 5º., o polegar tem somente uma articulação

interfalângica.

Os movimentos fisiológicos de cada falange são: flexão e extensão.

Função da Mão.

- Relações comprimento-tensão.

A posição do punho controla o comprimento dos músculos extrínsecos

dos dedos.

- Arqueamento e achatamento.

Ocorre arqueamento da mão com flexão dos dedos e achatamento da

mão com extensão. O arqueamento melhora a mobilidade da mão para

uso funcional e o achatamento para largar objetos.

- Mecanismo extensor.

Estruturalmente, o capuz extensor é feito pelo tendão do extensor

comum dos dedos. Cada estrutura tem um efeito no mecanismo

extensor.

- Padrões de garra e preensão.

Garras de potências envolvem agarrar um objeto com dedos

parcialmente fletidos contra a palma da mão, com contrapressão do

polegar aduzido.

Padrões de precisão envolvem manipulação de um objeto que não está

em contato com a palma da mão entre o polegar abduzido e os dedos

em oposição.

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2159

Controle de Mão.

- Controle da mão sem carga (livre).

Envolve fatores anatômicos, contração muscular e propriedades

viscoelásticas dos músculos.

Principais Nervos Sujeitos à Pressão e Trauma no Punho e Mão.

- Nervo mediano.

Ao entrar na mão esse nervo passa através do túnel cárpico no punho

com os tensões flexores. O túnel cárpico é coberto por um ligamento

transverso relativamente inelástico, espesso.

- Nervo ulnar.

Entra na mão através de uma cava formada pelo osso pisiforme e o

gancho do osso hamato, e é coberto pelo ligamento cárpico volar e

músculo palmar curto.

- Nervo radial.

Entra na mão como nervo radial superficial, que é somente sensorial.

Padrões de Dor Referida e Lesão Nervosa.

A mão é o ponto terminal de vários nervos importantes. Lesão ou

compressão desses nervos pode ocorrer em qualquer lugar ao longo de

seu percurso, da coluna cervical até sua terminação. O que o paciente

sente como dor ou distúrbio sensorial na mão pode ser devido a lesão

no nervo em qualquer lugar de seu percurso, ou a dor pode ser devida

a irritação tecidual na origem segmentar comum.

PROBLEMAS ARTICULARES: MANEJO CONSERVADOR.

Diagnósticos Relacionados e Etiologia.

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2160

Patologias tais como artrite reumatóide e doença articular degenerativa,

assim como trauma articular agudo, afetam as articulações de punho e

mão.

Problemas / Comprometimentos Comuns.

- Artrite Reumatóide.

Inflamação sinovial (sinovite) e proliferação tissular com edema, dor,

limitação e calor bilateralmente nas articulações de punho e mãos, mais

comumente as articulações metacarpofalangiana e interfalângica

proximal e no punho.

- Doença Articular Degenerativa e Trauma Articular.

Na fase aguda, há edema com movimentação restrita e dolorosa. Na

fase crônica, tanto a flexão quanto a extensão se acham limitadas nas

articulações afetadas, com uma sensação terminal capsular firme.

Fraqueza muscular geral, pouca força de preensão, resistência muscular

à fadiga precária.

- Rigidez Pós-Imobilização.

Diminuição na amplitude de movimento, rigidez intra-articular, e

adesões nos tendões.

Limitações/Incapacidades Comuns.

Na fase aguda, todas as atividades de preensão serão dolorosas,

interferindo com AVDs como para vestir-se, comer, arrumar-se, fazer a

higiene pessoal ou quase todas as atividades funcionais, incluindo

escrever e datilografar.

CONCLUSÃO.

Este trabalho tenta mostrar de uma forma concisa a anatomia e

cinesiologia, função e principais problemas de punho e mão, que é uma

articulação complexa e de grande importância para indivíduo. Conhecê-

Page 365: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2161

la bem é fundamental para que um trabalho de prevenção ou

recuperação seja bem estruturado.

Mãos.

A mão é a parte final de cada extremidade superior (ou braço),

principalmente nos mamíferos bípedes, mas também se usa esse termo

e os nomes de muitos dos seus constituintes para designar os órgãos

equivalentes em muitos vertebrados (as extremidades dos membros

anteriores) e mesmo em alguns invertebrados, como nas pinças de

alguns artrópodes, como os caranguejos. A mão divide-se geralmente

em três regiões: carpo, metacarpo (os ossos da palma da mão) e

dedos. Tal como nos restantes órgãos pares, as mãos são simétricas.

Punhos.

OSSOS DA MÃO

Proximal: A=Escafoide, B=Semilunar, C=Piramidal, D=Pisiforme

Distal: E=Trapézio, F=Trapezóide, G=Capitato, H=Hamato

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2162

O punho ou carpo é o conjunto de

ossículos proximais da mão e sua articulação com os ossos do

antebraço, rádio e ulna, vulgarmente chamado pulso. Em extensão, um

punho também é uma mão fechada, isto é, com os dedos contraídos em

direção a palma. Os punhos são utilizados tipicamente em combates

desarmados, tais como o boxe. É composto pelos ligamentos: colateral

radial do carpo; colateral ulnar do carpo; radiocárpicos palmar e

dorsal. Além de uma cápsula articular envolvendo uma articulação e

prendendo a extremidade distal do rádio da ulna e dos ossos carpais

distais.

Conclusão.

Artrite Sintomas: Dor forte e perda de mobilidade.

Maior incidência: Às 06:00h.

Quando tomar o remédio? Para ter um efeito melhor no

organismo, o ideal é que o remédio seja administrado sempre à

noite.

Page 367: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2163

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Page 368: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

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Page 369: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2165

Page 370: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2166

Nota Didática Complementar (NDC).

COMENTÁRIOS.

Toxicologia.

ICONOGRAFIA - Símbolo universal usado de

aviso para indicar substâncias ou ambientes tóxicos.

A toxicologia é uma ciência multidisciplinar que tem como objeto de

estudo os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os

organismos. Possui vários ramos, sendo os principais a toxicologia

clínica, que trata dos pacientes intoxicados, diagnosticando-os e

instituindo uma terapêutica mais adequada; a toxicologia experimental,

que utiliza animais para elucidar o mecanismo de ação, espectro de

efeitos tóxicos e órgão alvos para cada agente tóxico, além de estipular

a DL50 e doses tidas como não tóxicas para o homem através da

extrapolação dos dados obtidos com os modelos experimentais; e a

toxicologia analítica, que tem como objetivo identificar/quantificar

toxicantes em diversas matrizes, sendo estas biológicas (sangue, urina,

cabelo, saliva, vísceras, etc.) ou não (água, ar, solo). No entanto

existem outras áreas da toxicologia como a ambiental, forense, de

medicamentos e cosméticos, ocupacional, ecotoxicologia,

entomotoxicologia, veterinária, etc. Sendo assim, é importante que o

profissional que atue nesta área tenha conhecimentos de diversas áreas

como química farmacocinética e farmacodinâmica, clínica, legislação,

etc. Na formação cientifica ampla, tópicos difusos não podem ser

Page 371: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2167

perdidos de vista quando interage com uma compreensão mais ampla

do tema abordado, assim dentro do conceito Toxicologia se agrega o

termo: Toxinologia, como parte da ciência que estuda as toxinas, dos

microorganismos, das plantas e dos animais suas características,

formação, função, metabolismo, e intoxicações ou efeitos nocivos.

Toxinologia distingue-se da toxicologia por abordar um segmento

específico dos venenos ou tóxicos, isto é substancias que produzem um

efeito nocivo sobre os organismos vivos. Entre os agentes tóxicos

produzidos por animais podemos destacar: a toxina botulínica produzida

pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo; o veneno

de alguns insetos como a Lonomia obliqua (taturana ou lagarta de

fogo); abelhas tipo Apis mellifera; alguns peixes tetraodontiformes ou

baiacus; algumas espécies de anuros em especial o Phyllobates

terribilis, o sapo do veneno de flecha e as conhecidas e temidas

serpentes. Observe-se que todo veneno ou substancia tóxica pode ser

mais ou menos nocivo a um organismo a depender da relação entre a

dose e o tamanho do organismo, bem como, em relação à

susceptibilidade alérgica desta associada às experiências anteriores de

exposição. A propriedade tóxica dos venenos animais e vegetais tem

sido pesquisada não só para se desenvolver antídotos ou métodos de

tratamento, mas também para se isolar os componentes ativos que

podem ser utilizados como medicamentos a exemplo dos utilizados na

apiterapia ou como vacina do sapo, entre outros.

Toxinas.

Esquema de receptor transmembrana. E: espaço

extracelular; I: espaço intracelular; P: membrana plasmática.

Page 372: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2168

Uma toxina, num contexto científico, é uma substância de origem

biológica que provoca danos à saúde de um ser vivo ao entrar em

contato ou através de absorção, tipicamente por interação com

macromoléculas biológicas, tais como enzimas e receptor. O termo

obteve um uso mais alargado, erroneamente, no contexto de medicina

complementar e charlatanice, onde se refere a substâncias prejudiciais

genéricas (por vezes de composição química não provada ou não

especificada) que prejudicam a saúde. Muitas plantas, animais e

microorganismos produzem toxinas naturais com a função de

desencorajar ou matar os seus predadores. As toxinas animais que são

aplicadas subcutaneamente (por exemplo, através de picadas ou

mordidas) são chamadas de veneno. As toxinas também são geradas

por bactérias, quer no corpo vivo durante infecções (como, por

exemplo, o tétano) ou em material biológico em decomposição. As

exotoxinas são secretadas externamente por uma bactéria e as

endotoxinas formam parte da parede celular. O termo intoxicação

alimentar usa-se para definir um vasto número de doenças que podem

ser causadas pela ingestão de comida imprópria para consumo devido a

toxinas bacterianas. A toxina também tem vindo a ser aplicadas no

campo da guerra química.

Nota Complementar. Não se concebe um profissional de saúde que faz

uso da fitoterapia estar desinformado. No livro (do autor): SILVA,

Professor César Augusto Venâncio da. Curso Farmacologia VOLUME III –

Fortaleza-Ceará. 1ª Edição. Páginas: 194/210(Na primeira edição foram

vendidos 3.384. No período entre Jul 24, 2013 e 16 de fevereiro de

2014). V. Link:

http://pt.scribd.com/doc/155655158/LIVRO-DE-FARMACIA-VOLUME-

III-PROTOCOLO-590588-TURMA-V-1

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2169

Apresento uma lista de plantas autorizadas pela ANVISA que são partes

da farmacologia fitoterápica. Agora apresento o caminho inverso, as

plantas aqui listadas são altamente tóxicas, venenosas, levam a óbito.

A falta de informações nos leva a não sentir ou compreender como

algumas das plantas que literalmente cresceu por perto, não nos davam

o conhecer de que apenas uma mordida poderia ter lhe matado. Muitas

das vítimas dessas plantas são crianças, pois elas muitas vezes têm

aparência de frutas um pouco apetitosas, e os pequenos são curiosos,

além de terem uma tolerância ainda menor para o veneno. Profissional

que é pai ou mãe, atentos para multiplicar as informações a seguir

relatadas (ANEXO ICONOGRÁFICO I).

1 – Abundância (Ageratina adenophora).

2 – Erva-de-São-Cristóvão (Actaea pachypoda).

3 – Trompeta de anjo (gênero Datura).

4 – Nuz-vômica (Strychnos nux-vomica).

5 – Teixo (Taxus baccata).

6 – Cicuta (Cicuta maculata).

7 – Erva de lobo (Aconitum lycoctonum).

8 – Ervilha do rosário ou jiquiriti (Abrus precatorius).

9 – Beladona (Atropa belladonna).

10 – Mamoma (Ricinus communis).

(ANEXO ICONOGRÁFICO I).

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2170

1 – Abundância (Ageratina adenophora).

Essa planta nativa da América do Norte é altamente venenosa. Suas

flores são brancas e, após a floração, pequenas sementes sopram com o

vento. Elas têm uma alta porcentagem da toxina tremetol, que não é

conhecida por matar seres humanos diretamente, mas indiretamente.

Quando a planta é comida pelo gado, a toxina é absorvida em seu leite

e carne. Quando os seres humanos, então, comem essa carne ou

bebem esse leite, a toxina entra no corpo e se torna a chamada

“doença do leite”, altamente fatal. Milhares de colonos europeus

morreram da doença na América no início do século 19.

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2171

2 – Erva-de-São-Cristóvão (Actaea pachypoda)

Essa planta com flores nativa do leste e norte da América do Norte tem

veneno no seu fruto marcante, de um 1 centímetro de diâmetro, que

lembra muito um olho. Apesar de toda a planta ser declarada tóxica

para consumo humano, a parte mais venenosa é a toxina concentrada

no fruto que, infelizmente, foi responsável por tirar uma série de vidas

de crianças, já que também têm um gosto doce. As bagas contêm uma

toxina cancerígena, que tem um efeito sedativo quase imediato em

músculos cardíacos humanos e pode facilmente causar uma morte

rápida.

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2172

3 – Trompeta de anjo (gênero Datura)

As plantas desse gênero são às vezes chamadas de lírio, pela

semelhança. Também são chamadas de trompeta de anjo, nativas das

regiões tropicais da América do Sul, por causa das flores pendentes em

forma de trompete, cobertas de pelos finos, que pendem da árvore. As

flores vêm em uma variedade de tamanhos (14 a 50 centímetros) e em

uma variedade de cores, incluindo branco, amarelo, laranja e rosa.

Todas as partes da planta contêm toxinas. A planta é, por vezes,

transformada em chá e ingerida como uma droga alucinógena. Como os

níveis de toxicidade variam de planta para planta, e de parte para parte,

é quase impossível saber a quantidade de toxinas que que o usuário

ingeriu. Como resultados disso, muitos usuários têm overdose e

morrem.

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2173

4 – Nuz-vômica (Strychnos nux-vomica)

A árvore Estricnina é nativa da Índia e sudeste asiático. As

pequenas sementes dentro do fruto verde para laranja são

altamente tóxicas, com alcalóides venenosos. 30 miligramas

dessas toxinas são o suficiente para serem fatais a um adulto, e

levará a uma morte dolorosa de convulsões violentas devido à

estimulação simultânea de gânglios sensoriais da coluna

vertebral.

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2174

5 – Teixo (Taxus baccata)

Essa árvore é nativa da Europa, norte da África e sudoeste asiático. Ela

tem sementes dentro de sua baga vermelha. Essa é a única parte do

fruto que não é venenosa e permite que as aves a comam e espalhem

as sementes. É preciso uma dose de cerca de 50 gramas para ser fatal

para um ser humano. Os sintomas incluem dificuldade respiratória,

tremores musculares, convulsões, colapso e, finalmente, parada

cardíaca. Em casos de intoxicação grave, a morte pode ser tão rápida

que os outros sintomas não são sentidos.

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2175

6 – Cicuta (Cicuta maculata)

Cicuta é um grupo de plantas altamente venenosas nativas às

regiões temperadas do hemisfério norte. As plantas têm

pequenas flores brancas ou verdes, dispostas em forma de

guarda-chuva. É considerada a planta mais venenosa da América

do Norte: contém uma toxina que provoca convulsões. O veneno

é encontrado em todas as partes da planta, mas é mais

concentrado nas raízes, que por sua vez são mais potentes na

primavera. Além das convulsões quase imediatas, outros

sintomas incluem náuseas, vômitos, dores abdominais, tremores

e confusão. A morte geralmente é causada por insuficiência

respiratória ou fibrilação ventricular e podem ocorrer poucas

horas após a ingestão.

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2176

7 – Erva de lobo (Aconitum lycoctonum)

O nome lycoctonum se refere ao uso desta planta para matar lobos

(luco = lobo e ctonos = matar). Curiosamente, também é mencionada

na mitologia e folclore de lobisomem como tanto sendo capaz de repelir

lobisomens/licantropos, quanto induzir o estado de lobo,

independentemente da fase da lua. Essas plantas perenes são nativas

de regiões montanhosas do hemisfério norte. Contêm grandes

quantidades de um veneno que costumava ser usado pelo povo Ainu do

Japão como veneno para a caça nas pontas de suas flechas. Em casos

de ingestão, os sintomas incluem queimação nos membros e abdômen.

Com grandes doses, a morte pode ocorrer dentro de 2 a 6 horas. 20

mililitros são suficientes para matar um humano adulto.

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2177

8 – Ervilha do rosário ou jiquiriti (Abrus precatorius)

A planta é nativa da Indonésia, mas cresce em muitas partes do

mundo. É mais conhecida por suas sementes, que são usadas como

miçangas, pelo seu vermelho brilhante com um único ponto preto (não

muito diferente de uma viúva negra). O veneno contido na planta

(abrina) é muito semelhante ao veneno ricina, encontrado em algumas

outras plantas venenosas. Há uma diferença principal, entretanto: a

abrina é cerca de 75 vezes mais forte que a ricina. Ou seja, a dose letal

é muito menor e, em alguns casos, tão pouco como 3 microgramas

pode matar um humano adulto. O uso de sementes como enfeite ainda

representa uma enorme ameaça; pessoas já morreram só de furar os

dedos na broca usada para perfurar os orifícios minúsculos nas

sementes.

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2178

9 – Beladona (Atropa belladonna)

Beladona é nativa da Europa, norte da África e Ásia ocidental. É

também uma das plantas mais venenosas do mundo, pois

contém toxinas que causam delírios e alucinações. Outros

sintomas de envenenamento incluem perda da voz, boca seca,

dores de cabeça, dificuldade respiratória e convulsões. Toda a

planta é venenosa, mas as bagas costumam ser mais, além de

serem doces e atraírem crianças. 10 a 20 bagas podem matar

um adulto, mas só uma folha em que os venenos estão muito

mais concentrados pode matar um homem adulto.

Estranhamente, nossos ancestrais “muito inteligentes” da era

elizabetana (1500) usavam beladona como parte de sua rotina

diária de cosméticos. Eles usavam gotas feitas a partir da planta

como colírio, para dilatar as pupilas, considerado atraente

porque dava ao usuário um olhar sonhador. As mulheres

também bebiam cianeto, ou “sangravam” a si mesmas para

obter uma cor pálida e uma pele translúcida. JÁ APRESENTADA

NESSE LIVRO SOB OS ASPECTOS FARMACODINÂMICOS E

FARMACOCINÉTICOS.

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2179

10 – Mamoma (Ricinus communis)

As mamonas são realmente assassinas; de fato, é a planta mais

venenosa do mundo, segundo o livro dos recordes Guiness. A planta é

nativa da bacia do Mediterrâneo, África oriental e Índia, mas é

amplamente cultivada como planta ornamental. A toxina chamada ricina

é encontrada em toda a planta, mas está concentrada nas

sementes/grãos (da qual o óleo de mamona é feito). Uma semente é

suficiente para matar um humano em dois dias, em uma morte

agonizante e longa. Os primeiros sintomas vêm dentro de algumas

horas e incluem sensação de queimação na garganta e na boca, dor

abdominal e diarréia com sangue e vômito. O processo é imparável e a

causa final da morte é desidratação. Estranhamente, os humanos são

os mais sensíveis a essas sementes: leva 1 a 4 para matar um ser

humano plenamente desenvolvido, 11 para matar um cão e 80

sementes para matar um pato.

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2180

Interação medicamentosa e comidas venenosas que você adora

comer. O meio ambiente proporciona ao homem grande diversidade de

substâncias alimentares, a fim de compor sua alimentação diária. Os

nutrientes importantes representam apenas parte dos compostos

químicos presentes nos alimentos, outras substâncias não exercem quer

efeito negativo quer positivo no organismo. No entanto, há ainda

substâncias que produzem efeitos indesejáveis, que podem ocasionar

desde moléstias simples até a morte.

Uma observação em relação às

sementes de maçã que contêm vestígios de cianeto. Assim como as

amêndoas e as cerejas, as sementes da maçã também contém cianeto,

mas em quantidades muito menores. Cianureto ou cianeto é um

veneno natural que pode ser extraído das sementes de maçã, ameixa,

damasco, cereja, pêssego, amêndoa e pêras, como também das folhas

verdes da cerejeira do mato. A semente da maçã é rica em Cianureto

(ou Cianeto), um tipo de veneno natural. Mas para um humano morrer

ele teria que comer umas 500 sementes de maçã no mesmo dia.

Cianureto é o nome genérico de qualquer composto químico que

contém o grupo ciano C≡N, com uma ligação tríplice entre o átomo de

carbono e o de nitrogênio. O cianureto de potássio, também chamado

de cianeto de potássio, é um composto químico altamente tóxico, se

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2181

tiver contato com qualquer ácido se converte em gás cianídrico (HCN),

que se inalado pode levar à morte. O íon cianeto reage na hemoglobina

do sangue fazendo com que esse não transporte oxigênio aos tecidos,

por isso é considerado substância hematóxica (que intoxica o sangue),

acarretando em morte rápida. Converte-se em gás cianídrico (HCN),

que se inalado pode levar à morte. De outro lado, é bom conhecer a

contra face da maçã, no aspecto positivo, digo: REMÉDIO. Não

confundir com medicamento quando da interpretação do texto

exposto(*NC).

As amêndoas amargas, apesar de muito populares por seu sabor,

possuem um componente nada saudável: elas são cheias de cianeto

(chamado antigamente de cianureto).

A batata comum, assim como os tomates, contém quantidades

consideráveis de glicoalcalóides nas suas folhas. Essa substância tóxica

causa fraqueza, confusão e pode levar ao coma e à morte. Mas, tudo

bem, ninguém come essa parte das batatas mesmo. O problema é que

esse veneno pode estar presente também na própria batata. Mas há

uma maneira fácil de identificar se ela pode ser consumida: altas

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2182

concentrações do veneno glicoalcalóide mudam a coloração da batata

para verde.

(*NC) A MAÇÃ E SEUS BENEFÍCIOS.

A maçã é uma Planta cercada de misticismo e folclore. Suas partes

usadas são: Frutos, casca e flores. O seu modo de conservar - O

pseudofruto é utilizado maduro. Pode ser seco ao sol, em lugar

ventilado e sem umidade. Armazenar em frascos de vidro ou porcelana.

Tem origem na Ásia ocidental, e foi introduzida na Europa. No Brasil,

adaptou-se na região sul, de clima temperado e frio. Descreve-se da

forma: Planta da família das Rosáceas, árvore de porte médio e

bastante ramificado, com tronco curto. As folhas são alternas, dentadas

e ovais. As flores brancas e pequenas. O pseudofruto é a parte branca e

comestível e o fruto verdadeiro é a parte interna do pseudofruto, onde

estão contidas as sementes, e que não é aproveitável. Reproduz-se por

porta-enxertos, que crescem mais rapidamente e com maior

produtividade. O solo, de preferência, deve ser sílico-argiloso, fértil e

bem drenado. A macieira é uma árvore decídua com flores organizadas

em cachos simples. A fruta não é na verdade um fruto e sim um

pseudofruto. As macieiras são cultivadas extensamente por todas as

regiões de clima temperado do mundo, e a fruta está disponível

amplamente em mercados comerciais do mundo inteiro. Mais de 1000

cultivas da maçã foram identificados.

Na Farmacologia Clínica podemos comentar que tem propriedades:

Antidiarréica, laxante, diurética e depurativa. Tem indicações:

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2183

Reguladora das funções intestinais, combate artrite, reumatismo,

cálculos urinários, diminui o colesterol, tratamentos para câncer,

diabetes, febres, doenças do coração, escorbuto, verrugas, tanto

constipação quanto diarréia, a maçã ajuda a limpar os dentes.

Podemos sugerir que seus princípios ativos descritos em monografias

diversas são: Cianeto de hidrogênio (HCN); Glicosídeo (compreende

uma classe de substâncias químicas formadas pela união de moléculas

de glucídio - glicídios, gliconas ou "oses" (geralmente um

monossacarídeo) - e um composto não glucídico, também chamado de

aglicona) cianogênico: amigdalina (sementes) Flonzina: óleo amarelo de

semi-secagem (sementes) Pectina 17%; Ácidos pécticos; Taninos;

Procianidinas Flavonóides: quercetina(é um flavonóide natural que

possui propriedades farmacológicas, tais como Antiinflamatória,

anticarcinogênica (pois atua no sistema imunológico), antiviral,

influencia na inibição de cataratas em diabéticos, anti-histamínicas

(antialérgicas), cardiovascular, entre outras atividades. Grandes

concentrações são encontradas em maçãs, cebolas, chá, brócolis e

vinho tinto. É extraída das plantas com muita facilidade, pois encontra-

se em grande quantidade, proporcionando, consequentemente, a

diminuição dos custos de extração); a-fameseno; Ácidos shikimico e

clorogênico.

Contraindicações/cuidados: Devido à presença e a quantidade de HCN,

as sementes da maçã não devem ser ingeridas em grandes

quantidades. Porém, uma pequena (número) quantidade de sementes

pode ser ingerida sem sintomas. Grandes quantidades de sementes

podem causar a toxicidade. Um relatório recorrente cita um caso de

morte de um homem, envenenado por cianureto após ter ingerido um

copo cheio de sementes de maçã. Porque o glicósido cianogênico

precisa ser hidrolizado no estômago a fim de liberar o cianureto,

diversas horas podem decorrer antes que os sintomas de

envenenamento ocorram.

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2184

Posologia indicada no uso(modo de usar): Bronquite: ralar uma maçã e

misturar com mel ou açúcar, deixar em repouso 10 horas. Coar e beber

durante o dia. Febre: juntar a uma maçã picada, sem pelo e sem

caroços, 10 gramas de Melissa oficinalis, o sumo de 1/2 limão, canela e

1/2 litro de água fervendo e 2 colheres de mel. Beber durante o dia.

Digestivo; laxativo, calmante; diurético; depurativo do sangue; protetor

da mucosaintestinal: em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sopa de

maçã seca e picada e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e

coe. Tome 1 xícara de chá, antes das principais refeições. Antidiarréico;

refrescasnte; revigorante: retire a casca de 1 maçã, fatie e coloque

para cozinhar em 1/2 litro de água. Deixe cozinhar por 10 minutos.

Após, amasse com um garfo os pedaços de maçã juntamente com o

líquido do cozimento. Coe em uma peneira e adicione o suco de 1/2

limão. Deve-se tomar com moderação, adoçado. Mantenha o preparado

em geladeira.

Máscara descongestionante; restauradora da pele; protetora da

mucosa: em um recipiente, coloque 1/2 maçã ralada sem casca e sem

sementes, 1 colher de sopa de farinha de arroz ou de trigo e 1 colher de

sopa de iogurte natural. Misture bem até formar uma pasta, deixando

agir durante 20 minutos. Logo após, lave com água morna.

Pele do rosto e pescoço, tonifica, nutre, revigora, hidrata e aumenta a

elasticidade: coloque 1 maçã picada ou ralada em 1 xícara de café de

leite em fervura. Deixe cozinhar até amolecer bem. Espere esfriar e

esmague a maçã misturada ao leite, até formar uma pasta. Lave o rosto

e o pescoço e aplique com o auxílio de um pincel, deixando agir por 20

minutos. Após, lave com água fria.

ATENÇÃO: As instruções apontadas nesse livro não homologadas pela

ANVISA. Em pacientes com prescrição medicamentosa para diabete ou

suspeita. Não indicar.

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2185

(...) “alimentos funcionais situam-se no limite dos alimentos comuns e

dos fármacos tradicionais. Nessa fronteira em constante expansão

seriamente consagrada ao tratamento das dislipidemias, a berinjela

situar-se-ia melhor como ornamento culinário de iguarias domingueiras

de uso esporádico”.

DOENÇAS NUTRICIONAIS SÃO DEFINIDAS como todas as síndromes

cuja dieta constitui o único, ou principal, recurso terapêutico, incluindo

a obesidade, o diabetes mellitus do tipo dois, as dislipidemias, dentre

outras. Ver nota complementar - (*NC). Ressalte-se que perante uma

clientela inteligente e ávida de controlar doenças crônicas – a exemplo

das supracitadas – e cujo único (ou principal) empecilho é o baixo nível

socioeconômico, o endocrinologista brasileiro se vê no permanente

dilema de escolher a estratégia terapêutica mais eficaz, mais barata e

menos prejudicial em longo prazo; uma equação difícil envolvendo

maior benefício, menor custo e menor risco em longo prazo. No dia-a-

dia, o tratamento da hipercolesterolemia já deveria ser iniciado com

dieta associada a uma estatina. De acordo com Mahley & Bersot, as

estatinas são os agentes mais eficazes e melhor tolerados no

tratamento das dislipidemias. No entanto, o alto custo das estatinas

permanece inacessível à maioria dos pacientes brasileiros, subsistindo a

dieta como a única opção terapêutica aparente. Em muitas situações se

busca alternativas para seus males de saúde, assim, revendo um dos

editoriais dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia (vol.

48, n° 3, p. 331-34, junho 2004), foi de particular interesse por discutir

o uso indevido da berinjela no tratamento da hipercolesterolemia, uso

esse também relatado por pacientes de Manaus (AM), mas efetuado de

outra forma. Ao invés da berinjela industrializada, os frutos in natura

foram integralmente triturados com água e consumidos livremente sob

a forma de suco. De fato, a berinjela pertence a uma extensa família

botânica (Solanaceae), com largo emprego na alimentação humana.

Destarte, as solanáceas reúnem 94 gêneros e 2.950 espécies, dentre as

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2186

quais figuram, além da berinjela (Solanum melongena L.), o tomate

(Lycopersicum esculentum Mill.), o pimentão (Capsicum annuum L.), a

batata (Solanum tuberosum L.) e o cúbio (Solanum sessiliflorum

Dunal); este último de consumo mais regional.

Observe que o texto em curso e a seguir fundamenta situações clínicas

a serem estudadas mais a frente, folhas e frutos (sobretudo imaturos)

de quase todas as espécies de solanáceas contêm glicoalcalóides (ou

alcalóides glicosídicos), em especial os esteróides a-solanina e a-

chaconina, com importância toxicológica atestada (atividades

anticolinesterásica e hemolítica em especial). Por isso, essa família

botânica deve suscitar precaução mesmo no uso culinário esporádico - a

partir de 20 mg/100g já pode causar risco à saúde – Vejamos a imagem

nc1, assim como estudos que fundamentem seu uso sistemático diário

na qualidade de alimentos funcionais.

Outros autores também ressaltaram que a menor quantidade de a-

solanina é encontrada em frutos maduros, demonstrando que há

concordância quanto a esse aspecto fisiológico (maturidade)

influenciando o teor de glicoalcalóides dessas plantas. Fatores

(abióticos), a exemplo da radiação intensa e da temperatura elevada,

também aumentam os níveis de glicoalcalóides das solanáceas.

Como os glicoalcalóides são estruturalmente similares aos esteróides, a

sua via biossintética vai do acetato ao colesterol. Com efeito, todos os

átomos de carbono do colesterol derivam diretamente do acetato, e

quando um grupo hidroxila (-OH) se liga à posição do carbono-3, o

colesterol é denominado esterol (um álcool), sendo o sitosterol – do

grego transliterado sîtos, significando alimentação, e –sterol – o

esteróide alimentar mais abundante das plantas.

Do ponto de vista filogenético (evolutivo), organismos procarióticos (à

parte os micoplasmas), não podem sintetizar o sistema de quatro anéis

hidrocarbônicos interconectados (A-D), enquanto organismos

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2187

eucarióticos, como os insetos, perderam a capacidade de sintetizar

esteróis, mas utilizam fontes exógenas na conversão posterior em

importantes hormônios para muda, como a ecdisona, um derivado

oxigenado do colesterol.

Já outros organismos eucarióticos superiores, como as plantas e os

animais, podem sintetizá-lo facilmente. De acordo com Chiesa & Moyna

foi demonstrado em estudos de incorporação de precursores marcados,

que glicoalcalóides como a tomatidina do tomate e a solanidina da

batata, possuem um esqueleto esteróide intacto biossintetizado a partir

do colesterol. Trabalhos de outros autores convergiram nesse mesmo

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2188

sentido. Igualmente, cumpre ressaltar que a maioria dos estudos

sugere que não existe uma relação significativa entre toxicidade celular

e sistêmica, significando que para a maioria dos tóxicos químicos,

citotoxicidade direta não é um determinante importante de toxicidade

aguda em nível sistêmico; daí a necessidade de estudos toxicológicos

subagudos ou crônicos em animais na fase pré-clínica antes do uso

continuado, até mesmo de um alimento funcional. Portanto, o fato de a

substância biologicamente ativa ser natural não deveria excluir todo o

rigor que antecede a comercialização de outras substâncias

rotineiramente utilizadas no tratamento das doenças crônico-

degenerativas. No caso das solanáceas, os cuidados deveriam ser ainda

mais precoces, controlando a própria fisiologia de produção dos frutos

(antes e depois da colheita). Enfim, os alimentos funcionais situam-se

no limite dos alimentos comuns e dos fármacos tradicionais. Nessa

fronteira em constante expansão seriamente consagrada ao tratamento

das dislipidemias, a berinjela situar-se-ia melhor como ornamento

culinário de iguarias domingueiras de uso esporádico.

(*NC) De acordo com o endocrinologista Amélio Godoy Matos, ex-

presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

(SBEM) e da Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome

Metabólica (ABESO), a maior parte dos tratamentos inclui um arsenal

de remédios, já que são poucos os casos em que o paciente consegue

reverter o problema apenas com disciplina. "Isso não significa,

entretanto, que o uso de remédios dispense a adoção de hábitos

saudáveis", explica. A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo

causado quase sempre por um consumo excessivo de calorias na

alimentação, superior ao valor usado pelo organismo para sua

manutenção e realização das atividades do dia a dia. Ou seja: a

obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto

energético correspondente. A obesidade é determinada pelo Índice de

Massa Corporal (IMC) que é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo

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2189

quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está

dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado - revelando

sobrepeso ou obesidade.

Classificação do

IMC:

Menor que 18,5 Abaixo do peso.

Entre 18,5 e 24,9 - Peso normal.

Entre 25 e 29,9 - Sobrepeso (acima do peso desejado).

Igual ou acima de 30 - Obesidade.

Cálculo do IMC:

IMC=peso (kg) / altura (m) x altura (m).

Exemplo: João tem 83 kg e sua altura são 1,75 m.

Altura x altura = 1,75 x 1,75 = 3.0625.

IMC = 83 divididos por 3,0625 = 27,10.

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Page 404: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2200

Endotoxinas.

Endotoxinas indica uma toxina microbiana que não é ativamente

libertada para o meio pelo microrgamismo, mas que ou é parte

integrante das estruturas celulares ou é produzida no interior da célula

e libertada apenas aquando da lise celular (como é o caso da toxina cry

do Bacillus thuringiensis). Note que a palavra endotoxina é usada para

indicar o lípido A, constituinte dos lipopolissacarídeos (LPS) presentes

no folheto exterior da membrana externa das bactérias Gram-

negativas, que só é libertado após a destruição da parede celular da

bactéria. As endotoxinas são menos potentes e menos específicas que a

maioria das exotoxinas. São também chamadas toxinas intracelulares.

Causam febre e são moderadamente tóxicas. No entanto, quando em

concentrações elevadas, podem tornar-se muito perigosas e levar a

choque séptico e à morte. A condição caracterizada pela presença de

endotoxinas no sangue é chamada de endotoxemia.

Imagem nc3 - Etapas de Infecção por Bacillus Thuringiensis em

Lepidoptera.

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2201

Nota Complementar.

Entre os agentes entomopatogênicos de maior utilização destaca-se a

bactéria esporulante Bacillus thuringiensis (Bt), empregada no controle

de diversas pragas. O Bt produz diversas toxinas que possuem

atividade com inseticida, por produzirem cristais em diferentes

composições protéicas. Após a ingestão por um inseto susceptível, o

cristal é dissolvido no intestino médio e as pró-toxinas são

enzimaticamente quebradas dando origem às toxinas. Tal ação causa a

paralisia intestinal e eventualmente resulta em morte do inseto

hospedeiro (V. Imagem nc3).

Bacillus thuringiensis é uma espécie microbiológica da família

Bacillaceae. É uma bactéria de solo presente nos mais diversos

continentes, gram-positiva, aeróbica, isto é, necessita de oxigênio para

sobreviver e, quando as condições ambientais se tornam adversas,

pode esporular para sobreviver a estas condições. Tanto na sua fase

vegetativa quanto na esporulação, estas bactérias produzem proteínas

que têm efeito inseticida. Destas proteínas, as mais conhecidas são

chamadas de proteínas cristal, com a denominação Cry, que são

produzidas durante a fase de esporulação. Já foram identificadas

diversas proteínas que atuam em diferentes ordens de insetos e até já

foram descritas proteínas com potencial de controlar nematóides. São

mais de 50 diferentes famílias descobertas e organizadas por um código

numérico. Como exemplo tem a família Cry1, que atua sobre

lepidópteros, a Cry3, que atua sobre coleópteros e a Cry4, que atua

sobre dípteros, inclusive utilizada no controle biológico de mosquitos

vetores de doenças como a dengue.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA - The following review was published in

1998: Revision of the Nomenclature for the Bacillus thuringiensis

Pesticidal Crystal Proteins. N. Crickmore, D.R. Zeigler, J. Feitelson, E.

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2202

and Molecular Biology Reviews (1998) Vol 62: 807-813. It is also

available online. Due to the fact that the nomenclature is constantly

being updating we also recommend citing this Web Site. The correct

format for doing this is: Crickmore, N., Baum, J., Bravo, A., Lereclus,

D., Narva, K., Sampson, K., Schnepf, E., Sun, M. and Zeigler, D.R.

"Bacillus thuringiensis toxin nomenclature" (2014)

http://www.btnomenclature.info/-

http://www.lifesci.sussex.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt/).

Conclusão: A espécie Bacillus thuringiensis é uma bactéria gram-

positiva, que normalmente habita os solos, mas também pode ser

encontrada no intestino de lagartas de espécies de borboletas ou ainda

sobre a parte escura na superfície de um vegetal. Seu uso social é

muito comum para o controle de pragas, pois é um potente pesticida.

Mesmo apesar disso, não traz nenhum (ou quase nenhum) malefício

aos humanos, animais pastores ou polinizadores. Portanto, é um

pesticida ecologicamente correto. Porém, expor demais uma plantação

a esse recurso por de induzir inicialmente uma tolerância e mais tarde

uma resistência, por parte da praga-alvo. ICONOGRAFIA. Hoje os

grandes laboratórios já dominam as técnicas de reprodução desta

bactéria e a extração das proteínas (em forma de cristais) que

produzem. Com isso desenvolvem os pesticidas. É um processo de

baixo custo, se levar em consideração a produção dos inseticidas

bioquímicos agrícolas, e por isso se torna viável e pode ser facilmente

produzido em larga escala, além de ser eficaz.

Veneno.

Os venenos podem ser de origem: Mineral (arsênico ou mercúrio, por

exemplo); Vegetal (a cicuta ou algumas plantas venenosas, por

exemplo; as plantas medicinais, como a Atropa belladona, contêm

substâncias tóxicas que são venenos em determinadas quantidades);

Animal (peçonha de serpentes, abelhas e medusas, por exemplo);

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2203

Artificial (muitas das substâncias sintetizadas pelo ser humano na

indústria, por exemplo, como o ácido sulfúrico, ou o monóxido de

carbono do escapamento dos automóveis). A diferença entre uma

substância venenosa e uma substância farmacêutica ou mesmo

nutricional é que um veneno é mortal em determinada dose e não tem

qualquer função terapêutica. Flúor e iodo podem ser considerados

venenosos, mas têm aplicações terapêuticas em mínimas doses, sendo

o iodo indispensável e o flúor um bom fármaco contras as cáries. Um

veneno pode ser definido como qualquer substância tóxica, seja ela

sólida, líquida ou gasosa, que possa produzir qualquer tipo de

enfermidade, lesão, ou alterar as funções do organismo ao entrar em

contato com um ser vivo, por reação química com as moléculas do

organismo.

Atropa beladona.

Atropa L. é um género botânico pertencente à família Solanaceae.

Família: Solanaceae Juss., 1789.

Algumas Espécies do Gênero:

Atropa L., 1753

Atropa acaulis Stokes.

Atropa acuminata Lindl., 1846.

Atropa acuminata Royle.

Atropa ambigua Salisb.

Atropa arborea Dunal, 1852.

Atropa arborescens L., 1756.

Atropa arenaria Roem. & Schult.

Atropa aristata (Aiton) Poir., 1811.

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2204

Atropa aspera Ruiz & Pav., 1799.

Atropa baetica Willk., 1852.

Atropa belladonna L., 1753 - BELADONA, bela-dama, erva-envenenada.

Atropa bicolor Ruiz & Pav., 1799.

Atropa biflora Ruiz & Pav., 1799.

Atropa borealis Pascher, 1959.

Atropa caucasica Kreyer.

Atropa contorta (Ruiz & Pav.) Spreng., 1815.

Atropa cordata Pascher, 1959.

Atropa daturaefolia Thore, 1803.

Atropa dentata (Ruiz & Pav.) Spreng., 1815.

Atropa dependens Hook., 1837.

Atropa digitaloides Pascher, 1959.

Atropa erecta Hornem.

Atropa erecta Zuccagni.

Atropa erecta Zuccagni, 1806.

Atropa flexuosa Roem. & Schult.

Atropa frutescens L., 1753.

Atropa glandulosa Hook., 1831.

Atropa guineense Jackson, 1912.

Atropa gymnosperma Schmid.

Atropa herbacea Mill., 1768.

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2205

Atropa hirsuta Meyen, 1834.

Atropa hirtella Spreng., 1825.

Atropa humifusa Gouan, March-June 1762.

Atropa humilis Salisb.

Atropa komarovii Blin. & Shal.

Atropa lethalis Salisb.

Atropa lutescens C.B. Clarke.

Atropa mandragora L., 1759.

Atropa mediterranea Pascher, 1959.

Atropa origanifolia (Lam.) Desf.

Atropa pallidiflora Schonbeck-Temesy, 1972.

Atropa physalodes L., 1753 - JOÁ-DE-CAPOTE, balãozinho, bexiga,

bucho-de-rã, joá, juá-de-capote, lanterna-da-china, maçã-do-perú,

mata-fome, quintilho.

Atropa physaloides Georgi.

Atropa physaloides L., 1767.

Atropa plicata Roth.

Atropa procumbens Cav., 1791.

Atropa punctata (Ruiz & Pav.) Pers., 1805.

Atropa ramosissima Mathews, 1845.

Atropa reflexa Walp.

Atropa revoluta Dietrich.

Atropa rhomboidea Hook., 1830.

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2206

Atropa rothii Poir., 1810.

Atropa sideroxyloides Roem. & Schult., 1819.

Atropa solanacea L.

Atropa solanacea Steud.

Atropa spinosa Meyen, 1834.

Atropa trichotoma Ridl., 1909.

Atropa umbellata Roth, 1800.

Atropa umbellata Ruiz & Pav., 1799.

Atropa villosa Zucc., 1809.

Atropa virgata Ridiey, 1909.

Atropa viridiflora Kunth, 1818.

Atropa mairei (H. Lév.) H. Lév., 1915.

Atropa sinensis (Hemsl.) Pascher, 1909.

Atropa rostrata (N. Busch) F. K. Mey.

Atropa zangezura (Tzvel.) F. K. Mey.

Atropa belladonna L., conhecida pelo nome comum de beladona, é uma

planta subarbustiva perene pertencente ao género Atropa da família

Solanaceae, com distribuição natural na Europa, Norte de África e Ásia

Ocidental e naturalizada em partes da América do Norte. A espécie é

pouco tolerante à exposição direta à radiação solar, preferindo habitats

sombrios com solos ricos em limo e húmidos, principalmente à beira de

rios, lagos e represas. A espécie A. belladona não deve ser confundida

com a amarílis, a espécie Amaryllis belladonna, uma herbácea bulbosa,

da família das amarilidáceas. Outra planta comumente confundida com

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2207

a beladona é a Solanum americanum, popularmente conhecida como

maria-pretinha.

Atropa belladona(gravura do Köhler's Medizinal-Pflanzen).

http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/referencia/lista_sum.pdf

Resumo: Beladona: Planta Medicinal indicada em caso de problemas do

sistema nervoso ou da digestão bem específicos. É prescrita a vista da

supervisão médica e é geralmente encontrada em forma de gotas.

Nomes: Nome em português: Beladona.

Nome latim: Atropa belladonna (L.).

Nome inglês: belladonna, black cherry, devil's herb.

Nome francês: Belladone.

Nome alemão: Tollkirsche, Schlafkirsche.

Nome italiano: belladonna.

Família: Solanaceae (Solanáceas):

Constituintes: Alcalóides (escopolamina, hiosciamina), flavonóides,

cumarina.

Partes utilizadas: Folha seca (às vezes com as flores e os frutos).

Propriedades da beladona: Parasimpatolítico, espasmolítico, inibidor da

secreção, analgésico.

Indicações: Tratamento anticolinérgico, cólicas gastrointestinais ou

abdominais, asma, prisão de ventre.

Constituintes.

Flor da papoula e suas cápsulas, das quais se extrai a morfina, que é

um alcaloide. Os alcaloides podem ser sintetizados em laboratório, mas

sua origem é vegetal. Hoje, sabe-se que o gosto amargo das folhas e

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flores de algumas plantas é decorrente da presença dessas aminas. Elas

eram, inclusive, chamadas antigamente de álcalis vegetais. Nas plantas,

os alcaloides têm função de defesa contra insetos e animais predadores.

Os alcaloides possuem estruturas complexas que permitem seus usos

em medicamentos. Eles normalmente atuam como estimulantes do

sistema nervosos central, no entanto, podem causar dependência física

e psíquica, sendo permitido o seu uso somente com a apresentação de

receita médica. Doutrinariamente podemos conceituar alguns exemplos

de alcaloides, as suas origens vegetais e suas fórmulas químicas:

Nicotina é uma substância alcalóide básica, de natureza líquida e de

coloração amarela, que constitui o princípio ativo do tabaco. O nome

nicotina tem origem na homenagem ao diplomata francês (Embaixador

francês em Lisboa) Jean Nicot que propalou o tabaco na França, a

planta foi extraditada de Portugal. O tabaco é responsável pelo cancro

nos pulmões devido à metilização que ocorre no DNA (Se liga a um

radical metila - CH3). A pirrolidina (nicotina) sofre reações metabólicas

(com NO+), oxidação e abertura do anel transformando-se em 4-(n-

metil-n-nitrosamino)-1-(3-piridil)-1-butanona (CETONA) e 4-(n-metil-n-

nitrosamino)-4-(3-piridil)-butanal (ALDEÍDO). O nitrosamino possui

uma forma de ressonância onde um carbocátion é facilmente doado a

uma base nitrogenada do DNA (guanina, citosina, adenina ou timina),

causando uma falha de transcrição, levando à possibilidade de

desenvolvimento do câncer. Outros pesquisadores discordam que a

nicotina em si seja prejudicial à saúde (apontam que os reconhecidos

males do consumo do cigarro são causados pelas demais substâncias

tóxicas presentes no produto, como o monóxido de carbono, alcatrão e

elementos).

Radical metil.

Em relação à metilação do ADN, caracteriza-se como um tipo de

modificação química do ADN que pode ser herdada e subsequentemente

removida sem mudar a sequência original do ADN. Como tal, é parte do

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2209

código epigenético e é também o mais bem caracterizado mecanismo

epigenético. A metilação envolve a adição de um grupo metilo ao ADN;

por exemplo, ao carbono número 5 do anel de pirimidina de citosina;

neste caso com o específico efeito de reduzir a expressão genética. A

metilação do ADN na posição 5 da citosina foi encontrada em todos os

vertebrados examinados. Nos tecidos somáticos do adulto, a metilação

do ADN tipicamente ocorre num contexto de um dinucleótido CpG; a

metilação não-CpG é prevalente em células-tronco embrionárias. Em

plantas, as citosinas são metiladas simetricamente (CpG ou CpNpG) ou

assimetricamente (CpNpNp), onde N pode ser qualquer nucleotídeo sem

ser guanina. Alguns organismos, como as moscas da fruta, não exibem

virtualmente qualquer metilação de ADN.

Em síntese: Metil, metila ou metilo é um radical alcoíla monovalente

constituído de apenas um carbono ligado diretamente com três

hidrogênios devido à tetravalência do carbono. É derivado do metano e

apresenta formula CH3-. Devido ao número de oxidação negativo do

carbono que o constitui. Esse radical, quando ligado a um radical fenil,

provoca a perda da característica de ressonância, a fixação dos

elétrons, facilitando a entrada de outros radicais monovalentes. Por

isso, o metil é um radical orto-para dirigente. A metilação é a formação

de um composto introduzindo um grupo metila

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Specific Non-CpG Methylation of the Nf1 Gene during Early Mouse

Development". Developmental Biology 240 (2): 585–598.

DOI:10.1006/dbio.2001.0504).

RISCOS DE AUTOMEDICAÇÃO.

Atenção, nesse e-book o autor alerta para que os profissionais não

recomendem o uso de medicamentos à base de beladona ou a própria

planta em automedicação, estes remédios devem sempre ser prescritos

por um médico.

Efeitos secundários: Podem ocorrer vários efeitos secundários. Na

compra do medicamento recomende a leitura da bula e promova a

orientação ou indique um especialista, farmacêutico, médico ou

farmacologista clínico.

Contraindicações: Inúmeras contraindicações já foram apresentadas em

estudos clínicos (miastenia, megacólon).

Interações: As bulas contemporâneas indicam as interações avaliadas.

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2211

Preparações à base de beladona: Tintura de beladona (por ex. em

forma de gotas). Pó de beladona (Belladonae pulvis normatum). Extrato

de beladona (Belladonae extractum siccum normatum).

Do ponto de vista toxicológico recomenda-se que não prescreva ou

estimule infusões ou chás de beladona, pois estes podem ser muito

tóxicos (venenosos) e até mesmo mortais!

Onde cresce a beladona: A beladona cresce na Europa.

Quando colher a beladona: Os medicamentos à base de beladona

devem sempre ser prescritos por um médico em caso de patologia bem

precisa. Nunca devem ser tomados por conta própria.

Nicotina: esse alcaloide é encontrado nas plantas de tabaco, usadas

para produzir o fumo, sendo, portanto, produzido também na queima

do cigarro. É o principal responsável pela dependência que o fumante

sente e pela sensação de abstinência quando este para de fumar.

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2212

Escopolamina.

A escopolamina é um fármaco antagonista dos receptores muscarínicos,

também conhecido como uma substância anticolinérgica. É o

enantiómero da hioscina, l-hioscina. É obtida a partir de plantas da

família Solanaceae. Faz parte dos metabólitos secundários das plantas.

Atua impedindo a passagem de determinados impulsos nervosos ao

S.N.C. (Sistema Nervoso Central) pela inibição da ação

neurotransmissora acetilcolina. É utilizada como antiespasmódico,

principalmente em casos de úlcera do estômago, úlcera duodenal e

cólica.

Deve-se ter em atenção os perigos de misturar medicamentos (sem a

prescrição de um médico), pois eles podem interagir entre si. Na

presença de antagonismo, a resposta farmacológica de um

medicamento é suprimida ou reduzida na presença de outro.

Antagonismo em farmacologia se refere aos compostos químicos que se

ligam a determinados receptores neurológicos, porém sem ativá-los,

impedindo que os componentes que o ativariam de se ligarem. O oposto

do antagonista é o agonista.

Antagonistas geralmente atuam no sistema nervoso ou glândulas

endócrinas. O antagonismo é um fenômeno onde a exposição a um

químico resulta na redução do efeito de outro químico. O termo usado

em bioquímica, toxicologia e farmacologia: a interferência em uma ação

fisiológica de uma substância química por outra que tenha uma

estrutura similar que tem afinidade forte com o receptor sem causar a

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2213

ativação ou resposta do mesmo. Um receptor (Em citologia, os termos

receptores - AO 1990: receptores ou receptores, designa as proteínas

que permitem a interação de determinadas substâncias com os

mecanismos do metabolismo celular. Os receptores são proteínas ou

glicoproteínas presentes na membrana plasmática, na membrana das

organelas ou no citosol celular, que unem especificamente outras

substâncias químicas chamadas moléculas sinalizadoras, como os

hormônios e os neurotransmissores. A união de uma molécula

sinalizadora a seus receptores específicos desencadeia uma série de

reações no interior das células - transdução de sinal, cujo resultado final

depende não só do estímulo recebido, senão de muitos outros fatores,

como o estado celular, a situação metabólica da célula, a presença de

patógenos, o estado metabólico da célula, etc. O citosol, citossol,

hialoplasma, citoplasma fundamental ou matriz citoplasmática, é o

líquido que preenche o citoplasma, espaço entre a membrana

plasmática e o núcleo das células vivas, que suporta o retículo

endoplasmático e outras organelas. É constituído por água, proteínas,

sais minerais, íons diversos, aminoácidos livres e açúcares. É no

hialoplasma que ocorre a maioria das reações químicas da célula. Pode

ser encontrado em dois estados: o gel, de consistência gelatinosa,

ocorre pela diminuição da repulsão micelar, tem aspecto claro e

encontra-se na região mais periférica - ectoplasma; e o sol – mais

fluido, forma o endoplasma, onde se encontra a maioria das organelas

citoplasmáticas. Uma grande parte das proteínas são completamente

sintetizadas no citosol, pela tradução do RNA. O citosol encontra-se em

contínuo movimento denominado ciclose)antagonista é um agente que

reduz a resposta que um ligante produz quando se une a um receptor

em uma célula. Ou seja, o efeito de um químico atenua ou anula o

efeito de outro. Este é o fenómeno oposto do efeito sinergístico.

É provável que o efeito de dois químicos a atuar em conjunto num

organismo seja superior ao efeito de cada um desses químicos

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2214

individualmente, ou à soma dos seus efeitos individuais. A presença de

um segundo químico potencializa (aumenta) o efeito do primeiro. Este

fenômeno é denominado de efeito sinergístico ou sinergia, e os

químicos são por vezes descritos por exibirem sinergismo. No meio

natural, as toxinas raramente estão presentes isoladas e podem

interagir com outras substâncias. O fenômeno oposto ao efeito

sinergístico é denominado efeito antagonístico ou antagonismo. O efeito

combinado de várias substâncias pode ter diversos resultados: Podem

não interagir entre si e os seus efeitos atuarem separadamente. Uma

substância aumentar ou potencializar as consequências de outra

(sinergismo). Uma substância atenua, reduz ou mesmo neutraliza o

efeito de outra (antagonismo). O efeito sinergístico ocorre quando

drogas interagem de forma a aumentar ou magnificar um ou mais dos

seus efeitos, ou mesmo os seus efeitos secundários: É usual adicionar

codeína (opiáceo) a alguns analgésicos (como o ibuprofeno), uma vez

que melhora a ação do analgésico (alivia a dor). No uso concomitante

do cannabis com LSD, os químicos activos da Cannabis aumentam a

experiência alucinatória do LSD. Quando se usa mais de uma droga que

afete o sistema nervoso central, como com o Valium (calmante)

associado ao álcool, o resultado pode ser muito mais nefasto do que

cada droga utilizada separadamente ou a sua simples soma. A

consequência mais perigosa deste sinergismo incide sobre o sistema

respiratório, que pode começar a falhar, podendo ser fatal se não for

tratado.

Sinergismo é a ação combinada de dois ou mais medicamentos que

produzem um efeito biológico, cujo resultado pode ser simplesmente a

soma dos efeitos de cada composto ou um efeito total superior a essa

soma. Sinergia ou sinergismo (grego συνεργία, συν- syn - união ou

junção e -εργία - ergía, unidade de trabalho), é definido como o efeito

ativo e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de vários

subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função. Quando

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2215

se tem a associação concomitante de vários dispositivos executores de

determinadas funções que contribuem para uma ação coordenada, ou

seja, o somatório de esforços em prol do mesmo fim, tem-se sinergia.

O efeito resultante da ação de vários agentes que atuam de forma

coordenada para um objetivo comum pode ter um valor superior ao

valor do conjunto desses agentes, se atuassem individualmente sem

esse objetivo comum previamente estabelecido. O mesmo que dizer

que "o todo supera a soma das partes". Sinergia, de forma geral, pode

ser definida como uma combinação de dois elementos de forma que o

resultado dessa combinação seja maior do que a soma dos resultados

que esses elementos teriam separadamente.

Um agonista(grego αγωνιστής, translit. Agonistés...), no contexto da

farmacologia, refere-se a uma substância química(Uma substância é

qualquer espécie de matéria formada por átomos de elementos

específicos em proporções específicas. Cada substância possui um

conjunto definido de propriedades e uma composição química. Elas

também podem ser inorgânicas - como a água e os sais minerais, ou

orgânicas - como a proteína, carboidratos, lipídeos, ácido nucleico e

vitaminas. A molécula de água é formada por dois elementos químicos:

o hidrogênio e o oxigênio. Já o gás nitrogênio é composto por um

elemento químico . O mesmo vale para o gás oxigênio. Dizemos então

que o gás nitrogênio é uma substância simples, já que é formado por

um único elemento químico. A água é uma substância composta, pois é

formada pela união de elementos químicos diferentes, e por isso é um

composto binário - bi,do latim dois. Algumas substâncias compostas são

formadas por íons de elementos químicos diferentes, como é o caso do

cloreto de sódio, que tem íons de sódio e de cloro. Portanto, uma

substância pura pode ser simples, quando é formada por apenas um

elemento químico, ou composta, quando em sua fórmula há mais de um

elemento químico)que interage com um receptor membranário,

ativando-o e desencadeando uma resposta que pode ser aumento ou

Page 420: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2216

diminuição de uma manifestação particular da atividade das células às

quais os receptores estão associados. Quando a molécula do agonista

interage com os receptores por meio de forças de Van der Waals ou

ligações covalentes, ocasionando alterações celulares, pode haver ou

não uma resposta fisiológica. Os agonistas são geralmente usados em

eletrofisiologia para ativar especificamente uma corrente iônica. Em

físico-química, uma força de van der Waals (ou interação de van der

Waals), nome dado em homenagem ao cientista holandês Johannes

Diderik van der Waals, é a soma de todas forças atrativas ou repulsivas,

que não sejam forças devidas a ligações covalentes entre moléculas (ou

entre partes da mesma molécula) ou forças devido à interação

eletroestática de íons. Existem três interações distintas: força entre dois

dipolos permanentes (Força de Keesom), força entre um dipolo

permanente e um polo induzido (Força de Debye) e força entre dois

dipolos instantaneamente induzidos (Força de dispersão London).

A escopolamina – Farmacologia.

Na forma de butilbrometo de escopolamina (que possui ínfima

lipossolubilidade) o fármaco praticamente não atravessa a barreira

hematoencefálica. In natura, é uma droga altamente tóxica. Uma

overdose pode causar delírio, paralisia, torpor ou mesmo morte em

doses elevadas. Todavia, os medicamentos produzidos a partir deste

composto são constituídos à base de butilbrometo de escopolamina, o

que impede a sua ação anticolinérgica a nível central e torna o

medicamento seguro para uso. Barreira hematoencefálica (BHE) é uma

estrutura membrânica que atua principalmente para proteger o Sistema

Nervoso Central (SNC) de substâncias químicas presentes no sangue,

permitindo ao mesmo tempo a função metabólica normal do cérebro. É

composto de células endoteliais, que são agrupadas muito unidas nos

capilares cerebrais. Esta densidade aumentada restringe muito a

passagem de substâncias a partir da corrente sanguínea, muito mais do

que as células endoteliais presentes em qualquer lugar do corpo.

Page 421: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2217

Comentários.

A BHE é semipermeável, ou seja, ela permite que algumas substâncias

atravessem e outras não. Os capilares (vasos sanguíneos muito finos)

ficam alinhados às células endoteliais. O tecido endotelial tem pequenos

espaços entre cada célula para que substâncias possam se mover de

um lado para o outro, entrando e saindo dos capilares. Porém, no

cérebro, as células endoteliais são posicionadas de uma maneira que

apenas as menores substâncias possam entrar no Sistema Nervoso

Central. Moléculas maiores como a glicose só podem entrar através de

mecanismos especiais, específicos para cada molécula.

Patologias ligadas a BHE.

Meninges (singular meninge do Grego μῆνιγξ, "membrana") é o sistema

das membranas que revestem e protegem o Sistema nervoso central,

medula espinal, tronco encefálico e o encéfalo. A meninge consiste de

três camadas: a Dura-máter, a Aracnoide, e a Pia-máter. A função

primária das meninges e do Líquido cefalorraquidiano é proteger o

Sistema nervoso central.

Mais a frente no texto do livro vai nos encontrar com situações

interpretativas que envolverão o conhecimento da anatomia e fisiologia

do SNC. Principalmente no seguimento medicamentos, assim desde já

saiba que existem três tipos de hemorragias envolvendo as meninges:

A hemorragia subaracnóidea é um sangramento agudo abaixo da

aracnoide; pode ocorrer espontaneamente ou como resultado de um

trauma. O hematoma subdural é um hematoma (acúmulo de sangue)

localizado no espaço criado na separação entre a aracnoide e a dura-

máter. As pequenas veias que conectam a dura-máter e a aracnoide

são lesionadas, normalmente durante um acidente, e o sangue pode

vazar dentro desta área. Um hematoma epidural similarmente pode

surgir após um acidente ou espontaneamente. Outras condições

médicas que afetam as meninges incluem a meningite (podendo esta

Page 422: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2218

ser causada por infecção fúngica, bacterial, ou virótica) e os

meningiomas (tumor na meninge) surge nas meninges ou em tumores

formados em outra parte do organismo que sofrem metástase para as

meninges.

Page 423: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2219

Meninges do SNC - Representação diagramática da seção do topo do

crânio, mostrando as meninges, etc.

Meningite.

A Neisseria meningitidis, conhecida como

meningococo, se agrupa em pares, sendo chamada de diplococo.

Meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e

a medula espinhal (estas membranas são conhecidas como meninges).

Meningite é causada principalmente por infecções com vários agentes

patogênicos, como por exemplo, a Streptococcus pneumoniae e a

Haemophilus influenzae. Quando as meninges estão inflamadas, a

barreira hematoencefálica pode ser rompida. Este rompimento pode

aumentar a penetração de várias substâncias (incluindo toxinas e

antibióticos) dentro do cérebro.

Page 424: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2220

Caso grave de meningite meningocócica em que a erupção petequial

evoluiu para gangrena e tornou necessária a amputação de todos os

membros. A paciente, Charlotte Cleverley-Bisman, sobreviveu à doença

e se tornou garota propaganda de uma campanha de vacinação contra

a meningite na Nova Zelândia. Antibióticos usados para tratar

meningite podem agravar a resposta inflamatória do sistema nervoso

central liberando neurotoxinas das paredes celulares de bactérias -

como lipopolissacarídeo (LPS).

Meio de Pesquisa para positivação da meningite. Meningite e a Punção

lombar.

Punção lombar.

A punção lombar é feita com o posicionamento adequado do paciente,

geralmente deitado de lado, a aplicação de anestesia local e a inserção

de uma agulha através da dura-máter (a membrana que envolve a

medula espinhal) para coletar o líquido cefalorraquidiano (LCR). No

momento em que a agulha chega neste ponto, à pressão de abertura do

líquor é medida através de um manômetro. A pressão normal encontra-

se entre 6 e 18 centímetros de água(cmH2O); na meningite bacteriana,

a pressão é geralmente elevada. A primeira aparição do fluido já pode

revelar uma indicação da natureza da infecção: o líquor turvo indica

Page 425: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2221

altos níveis de proteína, presença de glóbulos vermelhos e brancos e/ou

bactérias, e, portanto, sugerem meningite bacteriana. A análise do LCR

é examinada para a presença e os tipos de glóbulos brancos, glóbulos

vermelhos, proteína e teor de glicose nível. Gram da amostra pode

demonstrar bactérias da meningite bacteriana, mas ausência de

bactérias não exclui meningite bacteriana como só são vistos em 60%

dos casos, este valor é reduzido em mais 20% se os antibióticos foram

administrados antes que a amostra foi colhida, e coloração de Gram

também é menos confiável de infecções específicas, tais como a

listeriose. Microbiológica cultura da amostra é mais sensível (identifica o

organismo em 70-85% dos casos), mas os resultados podem demorar

até 48 horas para se tornarem disponíveis.

Exsudato inflamatório purulento na base do cérebro causado por

meningite.

O tipo de glóbulo branco predominantemente presentes (ver tabela)

indica se a meningite é bacteriana (geralmente neutrófilos

predominante) ou viral (geralmente de linfócitos-predominantes),

embora no início da doença nem sempre seja um indicador fiável.

Menos comumente, eosinófilos predominam, sugerindo etiologia fúngica

ou parasitária, entre outros. A concentração de glicose no LCR é

Page 426: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2222

normalmente acima dos 40% que no sangue. Na meningite bacteriana é

geralmente menor, o nível de glicose no LCR é, portanto, dividido pelo

de glicose no sangue (glicose CSF relação ao soro de glicose). A relação

≤ 0,4 é indicativa de meningite bacteriana; no recém-nascido, os níveis

de glicose no LCR são normalmente mais elevados, e um rácio inferior a

0,6 (60%) é, portanto, considerado anormal. Elevados níveis de lactato

no LCR indica uma maior probabilidade de meningite bacteriana, assim

como uma maior contagem de células brancas do sangue.

Achados no líquor nas

diferentes formas de

meningite

Tipo de meningite Glicose Proteína

Bacteriana aguda Baixo Alto

Viral aguda Normal Normal ou alto

Tuberculosa Baixo Alto

Fúngica Baixo Alto

Maligna Baixo Alto

Vários exames mais especializados podem ser utilizados para distinguir

entre vários tipos de meningite. Um teste de aglutinação em látex pode

ser positivo em meningite por Streptococcus pneumoniae, Neisseria

meningitidis, Haemophilus influenzae, Escherichia coli e estreptococos

do grupo B, o seu uso rotineiro não é incentivado, uma vez que

raramente leva a mudanças no tratamento, mas pode ser usado se

outros testes não são diagnósticos. Da mesma forma, o teste do lisado

limulus pode ser positivo em meningites causadas por bactérias Gram-

negativas, mas é de uso limitado, a menos que outros testes têm sido

Page 427: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2223

inúteis. Reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica utilizada

para amplificar pequenos traços de bactérias DNA, a fim de detectar a

presença de DNA viral ou bacteriana no líquido cefalorraquidiano, que é

um teste sensível e específico muito uma vez que apenas pequenas

quantidades de DNA do agente infectante são necessárias. Pode

identificar as bactérias na meningite bacteriana e podem auxiliar na

distinção entre as diversas causas de meningite viral (enterovírus, vírus

herpes simplex 2 e caxumba nos não vacinados para isso). Serologia -

identificação de anticorpos contra o vírus (A Serologia ou Sorologia é o

estudo científico do soro sanguíneo. Na prática, o termo se refere ao

diagnóstico e identificação de anticorpos e ou antígenos no soro.

Conhecem atualmente numerosas características sanguíneas

hereditárias. O estudo da sua variação em relação à repartição

geográfica, à sobrevivência num dado ambiente e à patologia tem

contribuído grandemente para a moderna antropologia física) pode ser

útil em meningite viral. Se a meningite tuberculosa é suspeita, a

amostra é processada por Ziehl-Neelsen, que tem uma baixa

sensibilidade e cultura de tuberculose, o que leva um longo tempo de

processo; PCR está sendo usado cada vez mais. Diagnóstico de

meningite criptocócica pode ser feito a baixo custo usando uma tinta

nanquim mancha da LCR, no entanto, testes para o antígeno

cryptococcal no sangue ou no LCR é mais sensível, particularmente em

pessoas com AIDS. Um dilema de diagnóstico e terapêutico é o

tratamento parcial da meningite, onde existem sintomas de meningite

após ter recebido antibióticos (como, por presumível sinusite). Quando

isso acontece, os resultados CSF assemelham-se aos da meningite viral,

o tratamento com antibióticos, mas pode precisar ser continuado até

que haja provas definitivas positivo de uma causa viral (por exemplo,

um enterovírus PCR positivo).

Page 428: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2224

Haemophilus influenzae

A Haemophilus influenzae, foi identificada como bacilo de Pfeiffer, é

uma bactéria que provoca meningites e septicemias, ambas geralmente

em crianças (menores de 5 anos de idade); infecções no ouvido médio e

na garganta; celulite; e, mais raramente, outras doenças, como

pneumonia. É Cocobacilo Gram-negativo. A utilização de vacinas

diminuiu drasticamente o número de pessoas infectadas. Os tipos de H.

influenzae vão de A a F, predominando o tipo B, o mais virulento deste

grupo. Este procarionte simples foi o primeiro organismo a ter seu

genoma completamente sequenciado, com aproximadamente 1.740

genes. O Haemophilus influenzae''' é ainda a principal causa da

meningite precedida de otite em crianças de 3 meses a 2 anos. Utiliza-

se amostra do liquido cefalorraquidiano (líquor), retirada por punção

lombar, o diagnóstico é feito por esfregaços corados pelo Gram e pela

cultura enriquecida com Fator-X ou Ágar chocolate, precedida de

identificação sorológica do tipo capsular. A coloração de Ziehl - Neelsen

também é indicada, pois, nas preparações de Gram, os fragmentos de

muitas amostras clínicas adquirem coloração vermelha, o que mascara

os organismos em vermelho-alaranjados. Pode-se proceder em

conjunto o teste de Quellung, onde se coloca uma gota de antissoro

equivalente ao microrganismo, uma gota do sedimento obtido pela

centrifugação e uma gota de solução aquosa de azul de metileno. Cobrir

Page 429: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2225

com lamínula e em 10 minutos observar o intumescimento da cápsula

(mudança no índice de refração), comparando com um controle

negativo. Pode-se também detectar antígenos no líquor com látex

(aglutinação macroscópica). Este cocobacilo também é encontrado em

alguns casos de Bronquite aguda, Bacteremia, Artrite Séptica,

Pneumonia e Otite Média Aguda.

Conceitos difusos e conexos:

Bronquite Aguda – A bronquite é a inflamação das principais passagens

de ar para os pulmões. A bronquite pode ser aguda (curta duração) ou

ser crônica - dura por muito tempo e tem alta recorrência.

Bacteremia – Proliferação hematogênica de bactérias.

Artrite Séptica – O termo artrite séptica refere-se à infecção bacteriana

de uma articulação. Alguns autores ampliam o uso do termo para incluir

micobactérias e fungos na definição. Representa a forma mais

rapidamente destrutiva de doença articular ou óssea.

Pneumonia – O termo pneumonia inclui qualquer condição inflamatória

pulmonar em que alguns ou todos os alvéolos são preenchidos com

líquido e hemácias.

Otite Média Aguda – Obstrução do ouvido médio(do tímpano a porção

externa da cóclea).

Das Micobactérias.

O gênero Mycobacterium contém grande número de espécies,

microrganismos saprófitas que não causam tuberculose micobacteriana

e microrganismos parasitas, incluindo os dois principais patógenos

humanos, Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae. As

micobactérias são bacilos finos, diferentes das demais bactérias em

uma série de propriedades, muitas das quais estão relacionadas com a

quantidade e tipos de lipídeos complexos que estes germes contêm na

Page 430: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2226

parede celular. São germes aeróbios estritos. Várias evidências

sugerem que a predileção do Mycobacterium tuberculosis pelos pulmões

está relacionada com a tensão de CO2 neste órgão. As células

bacterianas são de crescimento lento, imóveis, não esporuladas. A

lentidão do crescimento parece também estar relacionada à absorção

mais demorada de nutrientes, provavelmente devido a grande

quantidade de lipídeos da parede. Além do interesse diagnóstico, o

crescimento lento está relacionado com o quadro clínico da tuberculose.

A temperatura ótima de crescimento das micobactérias é variável. As

que crescem melhor em temperatura inferior a 37oC, como

Mycobacterium marium e M.ulcerans, geralmente causam somente uma

infecção cutânea, uma vez que a temperatura da pele é mais baixa que

a das regiões mais profundas do organismo. Presume-se também que a

localização preferencial da lepra nas extremidades do corpo (dedos,

nariz, lóbulos da orelha) esteja relacionada por sua preferência a

temperaturas baixas. As micobactérias são ácidas - álcool resistente

(BAAR), o que significa que durante os procedimentos de coloração pela

fucsina, não se deixam descorar por uma mistura de álcool e ácido

clorídrico. Esta propriedade parece decorrer da firme fixação da fucsina

a certos lipídeos da parede. O método para se verificar se uma bactéria

é BAAR, é o de Ziehl-Neelsen. Este método consiste em se tratar o

esfregaço por fucsina e, em seguida por uma mistura de álcool (97%) e

ácido clorídrico (3%). Depois de lavado com água, o esfregaço é corado

com azul de metileno. As bactérias que retêm a fucsina (BAAR)

adquirem a cor deste corante (vermelho), e as que não retêm, se coram

pelo azul de metileno. Provavelmente devido à riqueza em lipídeos, as

micobactérias também são mais resistentes do que as outras bactérias

ao hidróxido de sódio, ácido sulfúrico e a certos antissépticos. Esta

propriedade é explorada no diagnóstico laboratorial, pois permite

destruir a microbiota normal, presente nos espécimes clínicos, sem

afetar a viabilidade das micobactérias. Os lipídeos podem explicar a

maior resistência das micobactérias a muitos antibióticos, bem como o

Page 431: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2227

mecanismo de ação da isoniazida (usada no tratamento), que interfere

na síntese de ácidos graxos. São germes intracelulares facultativos, que

proliferam no interior de macrófagos. As células são adjuvantes, uma

vez que, quando injetadas com um antígeno, estimulam a produção de

anticorpos contra estes antígenos. As micobactérias não produzem

fatores de virulência que possam explicar as manifestações clínicas de

suas infecções. Estas são predominantemente decorrentes da resposta

do hospedeiro à infecção e aos antígenos das micobactérias. De modo

geral, as infecções causadas por micobactérias acompanham um quadro

de hipersensibilidade tardia e de imunidade celular. Os dois fenômenos

têm sido mais estudados na tuberculose, onde aparecem ao mesmo

tempo e estão sempre associados. A pesquisa de hipersensibilidade

tardia e de imunidade celular pode ser feita com injeção intradérmica de

tuberculina. ●Esta substância é na realidade, uma mistura de proteínas

de baixo peso molecular, produzidas pelo Mycobacterium tuberculosis.

Quando parcialmente purificada, recebe a designação PPD (purified

protein derivate).

Além das doenças citadas, as complicações causadas por esse

microrganismo podem se associar a epiglotites graves. Exemplo:

Epiglotite – Infecção bacteriana de evolução rápida dos tecidos

supraglótidos que provoca a obstrução, por vezes fatal, das vias

respiratórias.

O tratamento de um individuo infectado por Haemophilus influenzae é

feito com a administração de Tetraciclinas, sua ação se dá pela ligação

do fármaco com a subunidade 30S do ribossoma bacteriano,

bloqueando o acesso do aminoacil-RNAt ao complexo ribossoma RNAm,

para, assim, inibir a síntese de proteína pelo microrganismo. Além da

antibióticoterapia, existe a vacina conjugada contra o Haemophilus

influenzae tipo b está disponível desde 1993 e tem eficácia de 95% a

100% após o esquema vacinal completo.

Page 432: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2228

Um relato de caso.

Fem. 7 m. Sem história clínica.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.

Com contraste. Nota-se meningite basal levando a hidrocefalia. As

tomografias mostram impregnação da leptomeninge, principalmente

nas cisternas da base, em volta do bulbo, mesencéfalo, e na cisterna

silviana (No corte que passa pelas cisternas da base, uma parte do

material impregnado é constituída pelos vasos do polígono de Willis).

Há hidrocefalia que pode ser comunicante (por fechamento das

cisternas da base) ou não comunicante (por obstrução dentro do

sistema ventricular). Pode-se inferir que a hidrocefalia tem sinais de

hipertensão porque se observa permeação liquórica transependimária,

ou seja, infiltração de líquor através do epêndima. Na tomografia, isto

aparece como borramento, perda da nitidez da parede do ventrículo. O

contorno nítido do ventrículo é perdido porque extravasa líquor, que

embebe o tecido nervoso periventricular.

Page 433: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2229

Esclerose múltipla.

Esclerose múltipla (EM) é considerada uma doença auto-imune e

neurodegenerativa na qual o sistema imunológico ataca a mielina que

protege e isola eletricamente os neurônios do sistema nervoso central e

periférico. Normalmente, o sistema nervoso de uma pessoa seria

inacessível aos glóbulos brancos devido à barreira hematoencefálica.

blood–brain barrier. No entanto, imagens de ressonância magnética

mostraram que quando uma pessoa está passando por um "ataque" de

esclerose múltipla, a barreira hematoencefálica é quebrada em uma

seção do cérebro ou da medula espinhal, permitindo que os glóbulos

brancos chamados linfócitos T atravessem e ataquem a mielina. É por

vezes sugerido que, em vez de ser uma doença do sistema imunológico,

a EM é uma doença da barreira hematoencefálica. Um estudo recente

sugere que o enfraquecimento da barreira hematoencefálica é o

resultado de uma perturbação nas células endoteliais no interior do

vaso sanguíneo, devido à falha na produção da proteína P-glicoproteína.

Existem investigações ativas atualmente para tratamentos relacionados

à barreira hematoencefálica. Acredita-se que o estresse oxidativo

desempenha um papel importante na ruptura da barreira. Antioxidantes

tais como o ácido lipóico podem ser capazes de estabilizar um

enfraquecimento da barreira hematoencefálica.

Page 434: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2230

Doença de Alzheimer.

Algumas evidências indicam que a ruptura da barreira hematoencefálica

em pacientes com doença de Alzheimer permite que plasma sanguíneo

contendo beta-amilóide (Aß) entre no cérebro, onde o Aß adere

preferencialmente à superfície de astrócitos.

Outras doenças.

Hipertensão: Uma grande pressão arterial pode quebrar a BHE;

Desenvolvimento: a BHE não está totalmente formada em recém-

nascidos; Hiperosmolaridade: Se uma substância estiver presente em

grandes concentrações no sangue, ela pode conseguir entrar "à força"

pela BHE; Microondas: Exposição à microondas pode quebrar a BHE;

Radiação: Exposição à radiação pode quebrar a BHE; Infecção: Agentes

infecciosos podem abrir a BHE; Trauma, isquemia, inflamação e

principalmente lesões cerebrais como as causadas pela esclerose

múltipla.

Podemos concluir esse comentário dizendo que no aspecto da Fisiologia,

a BHE tem como fins: Proteger o cérebro de "substâncias estranhas"

que possam estar presente no sangue e danificar o cérebro. Proteger o

cérebro contra hormônios e neurotransmissores que possam estar

circulando pelo corpo. Mantém um ambiente químico protegido e

constante para o bom funcionamento do cérebro.

Ainda é correto afirmar que em relação às Propriedades gerais da BHE:

Moléculas grandes não passam pela BHE facilmente. Moléculas que têm

uma carga elétrica muito grande associada a elas têm a sua passagem

dificultada. Permite passagem de corpos cetônicos, ácido láctico,

pirúvico, propiônico e butírico, através da BHE.

Page 435: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2231

A escopolamina age como um antagonista competitivo e reversível no

receptor muscarínico. É desta forma classificado como uma droga

Anticolinérgica ou como uma droga anti-muscarínica. O seu efeito de

taquicardia pronuncia-se ao bloquear receptor M2 no coração (M2

acoplado a ptn G inibitória que causa bradicardia - efeito cronotrópico e

dromotrópico, decorrente da ação NSA e AV, não apresentando efeito

inotrópico, pois o tecido cardíaco não apresenta receptores colinérgicos,

apenas de catecolaminas). Causa broncodilatação pelo relaxamento da

musculatura lisa (receptores M1 e M2 ativados por IP3).

Dois cogumelos “Amanita muscaria”, ainda pequenos. Os receptores ou

receptores muscarínicos: receptores muscarínicos são receptores

metabotrópicos acoplados a proteínas G, presentes no corpo humano e

animal. São estimulados pela acetilcolina, desencadeando uma cascata

intracelular que é responsável pelas respostas ditas "muscarínicas".

Devem o seu nome à muscarina, um fármaco presente no cogumelo

Amanita muscaria que ativa seletivamente os receptores. O seu

antagonista clássico é a atropina, produzido, por exemplo, pela planta

Atropa belladonna.

Page 436: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2232

Dos receptores nicotínicos.

Os receptores nicotínicos são canais iónicos na membrana plasmática de

algumas células, cuja abertura é despoletada pelo neurotransmissor

acetilcolina, fazendo parte do sistema colinérgico. O seu nome deriva do

primeiro agonista seletivo encontrado para estes receptores, a nicotina,

extraída da planta Nicotiana tabacum. O primeiro antagonista seletivo

descrito é o curare (d-tubocurarina). Os receptores nicotínicos são

divididos em três classes principais: os tipos musculares, ganglionar e

do SNC. São exemplos típicos de canais iônicos regulados por ligantes.

Os receptores musculares são confinados à junção neuromuscular

esquelética. Os receptores ganglionares são responsáveis pela

transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos. Por fim, os

receptores de tipo SNC encontram-se disseminados no cérebro e são

heterogêneos quanto a sua composição (RANG & DALE 5ed).

Subtipos de receptor.

Os receptores nicotínicos dividem-se:

Nn - O subtipo n encontra-se presente na membrana de um leque

relativamente extenso de neurónios, sendo o responsável pela

propagação do estímulo em todos os circuitos nervosos que têm como

neurotransmissor a acetilcolina (ACh). Estes circuitos incluem todo o

sistema nervoso parassimpático, e a parte pré-ganglionar do sistema

nervoso simpático. Os receptores Nn encontram-se também presentes

no sistema nervoso central.

Nm - Receptores "musculares" que estão presentes na placa motora. A

sua ativação causa despolarização e contração do músculo esquelético,

responsável pelos movimentos voluntários.

Page 437: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2233

Prática clínica.

Aprender em contexto de Prática Clínica.

Muito se pode dizer acerca da forma como se aprende em contexto de

prática clínica, são múltiplos e complexos os fatores que intervêm neste

processo de aprendizagem com a prática. Aprender fazendo,

experenciando é de fato para muitos autores a melhor forma de

garantir que os conhecimentos adquiridos em sala são consolidados e

de fato verdadeiramente apreendidos uma vez que se confrontou o

saber teórico com o saber fazer. Na visão doutrinaria de Wilson Abreu

referindo-se a Massarweh(1999), refere-se ao contexto clínico como

uma sala de aula clínica; Kushnir e Windsor referem à importância da

ansiedade como condicionante da aprendizagem; Hart e Rotem que

identificaram seis fatores que influenciam decididamente a

aprendizagem neste contexto. A este respeito Schon (1993) entende

que o campo da prática será o espaço de desenvolvimento de

competências técnica e não técnicas num ambiente de tensões entre a

racionalidade prática e a técnica. O aluno de medicina, farmácia,

farmacologia clínica, enfermagem recém-formado em integração,

aprende pelo conhecimento que lhes é transmitido pelo professor, pelo

tutor e pelos seus pares. Mas esse mesmo indivíduo também aprende,

compreende e organiza o conhecimento através de um trabalho

intelectual ou físico ou através da experiência. A experiência que

segundo Élvio Jesus (2006) será um elemento fundamental para a

tomada de decisão em SAÚDE. Segundo este mesmo autor, na sua tese

de doutoramento – Decisão Clínica... – a experiência será aquilo que

este aprendeu através de situações práticas anteriores, isto é a

experiência produz conhecimento sendo este conhecimento aplicado nos

Page 438: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2234

cuidados subsequentes aos utentes. A experiência permitirá ao

PROFISSIONAL DE SAÚDE desenvolver a capacidade de se centrar no

utente, de conhecê-lo e de decidir melhor, em detrimento de uma maior

focalização no equipamento ou procedimentos. Ela facilita a que o

PROFISSIONAL aprenda a ser confiante, a lidar melhor com as emoções

e os sentimentos dos utentes, a colocar-lhes questões mais difíceis, a

escutar ativamente e a considerar um maior número de intervenções.

Ela permite que o PROFISSIONAL seja capaz de prever determinadas

situações e que tome antecipadamente medidas de prevenção àquela

situação que, entretanto foi capaz de identificar. Wilson Abreu

desenvolveu o seguinte esquema que mostra todo este processo de

aprendizagem com a prática clínica – a aprendizagem em contexto

clínico pressupõe sempre uma atividade cognitiva, mediada pelos mais

diversos fatores (de ordem cultural, situacional, psicológica e mesmo

biológica). O processo inicia-se com o surgimento de uma situação nova

e consequente redefinição dos objetivos operatórios tendo em linha de

conta a motivação, a orientação, a integração e ação. O aluno/médico

ou outra área de saúde aprende quando integra a informação e

desenvolve uma ação, num contexto de avaliação e controle. A

supervisão clínica interfere com a aprendizagem na medida vem que

disponibiliza orientação e avaliação e favorece os processos pessoais de

controle. Assim a aprendizagem implica mudanças em nível das

cognições, práticas socioprofissionais, autoconhecimento, definição de

uma estratégia pessoal de processar a informação e transferibilidade,

ou seja, os saberes adquiridos num determinado contexto podem ser

mobilizados numa situação distinta. O mesmo autor sublinha a

importância da prática na origem de diversos estudos que numa

tentativa de dissecar este assunto abordam o conhecimento na ação,

reflexão na ação, reflexão sobre a ação e reflexão sobre a reflexão na

ação. Estes aspectos são fundamentais numa prática reflexiva, só assim

há lugar à produção de conhecimento, de ciência. Só com esta prática

reflexiva se pode falar em mudança sustentada. E penso que a

Page 439: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2235

enfermagem poderá evoluir nos contextos atuais pela sua afirmação

enquanto profissão que usa o conhecimento ao serviço do

conhecimento, com uma prática reflexiva estruturada na reflexão na

ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação.

NOTA TÉCNICA.

Vamos primeiro entender o que é a quelação.

Antes de abordar o próximo tópico, desejo

introduzir uma nota que passo a rotular de técnica.

QUANDO DA DISPENSAÇÃO MEDICAMENTOSA SUGIRO ALGUMAS

DICAS SOBRE O USO DE MEDICAMENTOS.

Quando da orientação na Dispensação Medicamento Ambulatorial ou

fora da Unidade Hospitalar oriente sempre o usuário que tome os seus

medicamentos sempre no mesmo horário.

É aconselhado tomar os medicamentos (comprimidos, pílulas,...)

sempre no mesmo horário (exceto se o médico indicar de outra forma)

para ter uma concentração regular do medicamento no organismo e

respeitar o ritmo cronobiológico do corpo, Isto é baseado na

farmacocinética do medicamento. Alguns medicamentos devem ser

tomados em um horário específico do dia (utilize como referência a

posologia indicada pelo médico), esse é o caso da cortisona. De fato, a

cortisona (endógeno) é secretada pela manhã, portanto tomar a

cortisona exógena nesse período combina mais com o clico natural da

endógena (que provém do próprio organismo). É recomendado tomar

2/3 da dose de cortisona (ou derivados) pela manhã e o resto no início

da tarde.

Page 440: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2236

Os anti-histamínicos devem ser tomados à noite (para evitar a fadiga

durante o dia), assim como a aspirina que deve, se possível, ser

tomada à noite, para diminuir as complicações gastrointestinais.

É importante orientar o paciente que se informe sobre o

interrompimento de um tratamento.

É aconselhado informar-se bem sobre o interrompimento do tratamento

medicamentoso, isto é, se você pode parar o tratamento de uma só vez

(como é o caso da maioria dos antibióticos, mas respeitando os

conselhos do médico, como por exemplo, terminar de tomar todos os

medicamentos da caixa, para evitar as resistências) ou se você deve

parar progressivamente (como é o caso por exemplo, do

interrompimento dos beta-bloqueadores ou da cortisona). Em caso de

prescrição de antibióticos é importante respeitar os conselhos do

médico, ou seja, se ele especificar que deve terminar de tomar todos os

comprimidos da caixa do medicamento recomenda-se ao usuário que

deve seguí-lo, mesmo se tiver a impressão de estar curado, pois isso

evita o desenvolvimento de bactérias resistentes.

Posologia do tratamento (antes ou depois de comer,...) e os riscos do

tratamento.

O profissional deve conhecer bem a posologia, isto é, o uso do

medicamento, por exemplo, se ele deve ser tomado em jejum ou não, e

quantos medicamentos devem ser tomados por vez. Alguns

medicamentos são eficazes se tomados após uma refeição, outros só o

são se ingeridos em jejum, portanto a leitura a bula ou peça informativa

será uma referencia de orientações, e o farmacêutico poderá ajudar

para obter informações sobre esse assunto. É também aconselhado

conhecer bem os riscos associados ao uso de um medicamento. No caso

de gravidez, consulte sempre um especialista.

Riscos de alergias e conheçam quais são as suas.

Page 441: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2237

O paciente tem que saber quais medicamentos ele pode tolera e qual

não pode tolera (alergia). Por exemplo, 10% da população são alérgicas

à penicilina, outras são alérgicos à aspirina e inúmeros outros

medicamentos. É fortemente aconselhado não tomar novamente um

medicamento que provocou problemas anteriormente (coceira,

vômitos, diarreias,...), pois tomá-lo uma segunda vez pode ser ainda

mais grave e perigoso. Uma conversa com o Farmacologista Clínico,

farmacêutico ou médico pode ser interessante para a melhor

dispensa~]ap medicamentosa. Em caso de alergia a um medicamento é

possível substituí-lo por outro tão eficaz quanto (por exemplo,

substituição da penicilina por outro antibiótico que não a contenha).

Cuidado com o álcool.

A mistura álcool + medicamento é geralmente desaconselhada, pois o

efeito do medicamento pode ser modificado pelo álcool: é o caso dos

soníferos, dos calmantes e dos antidepressivos. Outro efeito possível e

perigoso do álcool é o aumento da taxa de alcoolemia com, por

exemplo, determinados antiinflamatórios (Aspirina®) que podem elevá-

la em 1/4.

Conservação dos medicamentos de maneira adequada.

É fortemente aconselhado conservar os medicamentos em um local

fresco e seco. Alguns são sensíveis às

variações climáticas, portanto se não

conservados de maneira adequada, estes

terão a sua eficácia comprometida. Na

dispensação hospitalar o Auxiliar de Farmácia

deve estar preparado para adequar sob a

supervisão e orientações de um farmacêutico, tais procedimentos. É

importante respeitar a data de validade dos medicamentos, e tomar

cuidado principalmente com os medicamentos oftálmicos ou outras

preparações que precisem de uma conservação que garanta sua

Page 442: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2238

esterilidade. Os líquidos geralmente não devem ser guardados após a

data de validade. Deve-se observar toda mudança na cor ou no odor

dos medicamentos. Em geral, se medicamentos como comprimidos

forem conservados em condições regulares, tomá-los após alguns

meses da data de validade não irá trazer problemas. Mas tome cuidado

com as tetraciclinas (antibióticos), pois estas podem provocar graves

problemas renais se ingeridas após a data de validade.

Oriente o usuário a beber uma quantidade suficiente de água: Sempre

que for ingerir um medicamento sólido (comprimido, cápsula...) o

paciente deve tomar uma quantidade suficiente de água, tal como um

copo de 200 ml, por exemplo. Isto é necessário primeiramente para o

medicamento não ficar intalado, e também para diluí-lo melhor no

estômago e passar mais rapidamente para o intestino. Do ponto de

vista fisiológico, um volume adequado de água permite que a molécula

(principio ativo contido no medicamento) passe mais rápido para o

intestino, onde esta é geralmente fortemente absorvida. Atento que tais

recomendações se baseiam nos ciclos de digestão ativadas pelos

músculos lisos do estômago, portanto com 200 ml de água se tem

geralmente um efeito mais rápido. Tal ação é muito útil, por exemplo,

para a dor de cabeça ou a febre com o uso de um antiinflamatório.

Líquidos.

O estado líquido é um estado da matéria no qual a distância entre suas

moléculas é suficiente para se adequar a qualquer meio (tomando sua

forma), porém sem alterar consideravelmente seu volume. As moléculas

de um material no estado líquido possuem mais energia do que as

móleculas do mesmo material em estado sólido, a uma mesma pressão.

Esta maior energia se traduz em maior liberdade de movimento, que é

o que permite ao líquido adaptar sua forma a forma do recipiente que o

contém, embora o líquido seja praticamente incompressível. Com

Page 443: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2239

liberdade de movimento, suas moléculas se chocam frequentemente, e

a temperatura relaciona-se com a velocidade média das partículas.

A formação de um líquido pode ser devido à fusão de um sólido ou à

condensação de um gás. Suas características ficam entre as dos sólidos

e as dos gases.

As propriedades de um líquido.

Viscosidade: um líquido se apresenta menos viscoso que um sólido e

com viscosidade maior que a de um gás. A viscosidade é a resistência

ao escoamento (Podemos ainda dizer que a viscosidade é a propriedade

dos fluidos correspondente ao transporte microscópico de quantidade de

movimento por difusão molecular. Ou seja, quanto maior a viscosidade,

menor será a velocidade em que o fluido se movimenta).

Como o líquido é um fluido, a sua forma vai depender do recipiente em

que está confinado, mas mantém o volume constante, o que se difere

de um gás que ocupa todo o recipiente onde se localiza e não tem

volume fixo. Porém, as moléculas de um líquido possuem maior

liberdade de movimento do que as de um sólido, mas menores que as

moléculas de um gás.

Compressão: os líquidos são menos compressíveis que os gases, nesse

caso se assemelham com os sólidos onde é necessária uma elevada

pressão para reduzir o volume. No estado líquido as moléculas estão

mais afastadas do que no estado sólido e as forças de repulsão são um

pouco maiores.

Tensão superficial: os líquidos possuem Tensão superficial, que é a

tendência de minimizar sua área superficial. Isso ocorre porque as

moléculas que ficam na superfície de um líquido são atraídas pelas

moléculas de dentro do líquido, gerando uma tensão na superfície. Esse

fato explica, por exemplo, porque um pedaço de madeira pode flutuar

na água, é devido às forças de atração intermoleculares dos líquidos (É

Page 444: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2240

a Tensão superficial é um efeito físico que ocorre na interface entre

duas fases químicas. Ela faz com que a camada superficial de um

líquido venha a se comportar como uma membrana elástica. Esta

propriedade é causada pelas forças de coesão entre moléculas

semelhantes, cuja resultante vetorial é diferente na interface. Enquanto

as moléculas situadas no interior de um líquido são atraídas em todas

as direções pelas moléculas vizinhas, as moléculas da superfície do

líquido sofrem apenas atrações laterais e internas. Este desbalanço de

forças de atração que faz a interface se comportar como uma película

elástica. Por causa da tensão superficial, alguns objetos mais densos

que o líquido podem flutuar na superfície, caso estes se manterem

secos sobre a interface. Este efeito permite, por exemplo, que alguns

insetos caminhem sobre a superfície da água e que poeira fina não

afunde. A tensão superficial também é responsável pelo efeito de

capilaridade, formação de gotas e bolhas, e imiscibilidade entre líquidos

polares e apolares (separação de óleo e água).

Evaporação: essa propriedade é muito importante, já que os líquidos

apresentam uma tendência enorme de se evaporar, ou seja, de se

transformar em gases. Essa transformação ocorre quando as moléculas

na superfície são forçadas a sair e deixar o líquido, isso porque certa

fração adquire energia para vencer as forças intermoleculares e escapar.

A perda dessas moléculas que se movimentam mais rapidamente é o

que chamamos de evaporação.

A água, em sua fase líquida é considerada um líquido complexo

e funcional, em virtude de suas ligações de *hidrogênio e de

uma série de anomalias já descritas, como o efeito hidrofóbico,

que fazem dela o solvente biológico natural.

*Uma ligação três centros dois elétrons (3c-2e), também conhecida por

ponte de hidrogênio (BR) ou hidrogénio (PT), é uma ligação química

deficiente de elétrons onde três átomos compartilham dois elétrons. A

Page 445: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2241

combinação de três orbitais atômicos formam três orbitais moleculares:

um ligante, um não ligante e um antiligante. Os dois elétrons vão para

o orbital ligante, resultando em um efeito de rede de ligação e

constituindo uma ligação química entre os três átomos. Em muitas

ligações comuns desse tipo, o orbital ligante é deslocado na direção de

dois dos três átomos, em vez de ser igualmente distribuído entre os

três. O exemplo mais simples de uma ligação 3c-2e é o hidrogênio

protonado molecular, H3+.

Caramelo em estado líquido(1).

Um líquido assume a forma daquilo que o contém(2).

(3) (4) (5)

A água é o solvente biológico natural (3, 4 e 5).

A água é um elemento composto por dois

átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), formando a molécula

Page 446: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2242

de H2O. É uma das substâncias mais abundantes em nosso planeta e

pode ser encontrada em três estados físicos: sólido (geleiras), líquido

(oceanos e rios), e gasoso (vapor d’água na atmosfera).

Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontram-se coberta

por água. No entanto, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja

maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das

montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas superficiais

para as atividades humanas. A água está distribuída da seguinte forma

no planeta Terra: 97,5% da disponibilidade da água do mundo estão

nos oceanos, ou seja, água salgada. 2,5% de água doce e está

distribuída da seguinte forma: 29,7% aquíferos; 68,9% calotas polares;

0,5% rios e lagos; 0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor d’água

etc.).

A água é uma substância química, como já dita e reprisada é composta

de hidrogênio e oxigênio, sendo essencial para todas as formas

conhecidas de vida na Terra. É frequente associar a água apenas à sua

forma ou estado líquido, mas a substância também possui um estado

sólido, o gelo, e um estado gasoso, designado vapor de água. Embora

pequenas quantidades de água pareçam transparentes a olho nu, a

água é um composto químico de coloração levemente azulada. Ao

contrário da ideia popular, a água possui uma cor intrínseca que se deve

ao espectro seletivo de absorção da luz. A água é essencial para os

humanos e para as outras formas de vida. Ela age como reguladora de

temperatura, diluidora de sólidos e transportadores de nutrientes e

resíduos por entre os vários órgãos. Bebemos água para ajudar na

diluição e funcionamento normal dos órgãos para em seguida ser

eliminada pela urina e por evaporação nos poros, mantendo a

temperatura corporal e eliminando resíduos solúveis, como sais e

impurezas. As lágrimas são outro exemplo de eliminação de água.

A água é o líquido mais indicado, enquanto outros como o leite ou um

suco não são, pois estas bebidas possuem proteínas e outros elementos

Page 447: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2243

que favorecem o risco de interações com o princípio ativo do

medicamento.

Tomar medicamentos com água ou leite?

Desde os tempos mais antigos, é questionado qual seria o

melhor veículo para usar os medicamentos, água ou leite?

Frente a todos os conhecimentos concluímos que tomar os

medicamentos com água é o mais indicado, uma vez que

sabemos que o leite pode reagir com alguns medicamentos,

como a Tetraciclina, inativando o mesmo.

Outros problemas que temos para tomar medicamentos com

leite são para pessoas que tem deficiência na enzima Lactase,

que impede a digestão de composto com lactose, gerando

náusea, diarréia e gases. Os argumentos em favor da água são

os seguintes: não é conhecida nenhuma interação de

medicamentos com a água; em todos os estudos para testar a

eficiência de algum fármaco sempre é utilizada como veículo a

água, além de já sabido que a água ajuda na melhor dissolução

do ativo, o que pode aumentar a velocidade de absorção e com

isso, diminuir o tempo de início de ação do fármaco, fazendo

com que se sintam os efeitos mais rápidos.

Sucos.

Questionamentos na sala de aulas e nas drogarias: Com leite, suco ou

água? Interessante frisar que muitas vezes essa informação é omitida

nas receitas dos médicos, a forma de se tomar remédios pode

influenciar na eficácia de sua ação no organismo como já comentado.

Para obter o máximo de benefícios no tratamento com medicamentos e

ou remédios (existe uma diferença), é necessário usá-los corretamente.

Page 448: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2244

DIFERENÇA ENTRE MEDICAMENTO E REMÉDIO.

“Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um

medicamento.”

É muito comum notar pessoas ou meios de comunicação utilizando a

palavra remédio como sinônimo de medicamento. No entanto, elas não

significam a mesma coisa, MEDICAMENTO: produto farmacêutico,

tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa,

paliativa ou para fins de diagnóstico.

Medicamento.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1973.

Regulamento

Dispõe sobre o Controle Sanitário do

Comércio de Drogas, Medicamentos,

Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá

outras Providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber

que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

a seguinte Lei:

CAPÍTULO I - Disposições Preliminares

Art. 1º - O controle sanitário do comércio de

drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos, em todo o território nacional, rege-se

por esta Lei.

Page 449: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2245

Art. 2º - As disposições desta Lei abrangem as

unidades congêneres que integram o serviço

público civil e militar da administração direta e

indireta, da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Territórios e dos Municípios e

demais entidades paraestatais, no que concerne

aos conceitos, definições e responsabilidade

técnica.

Art. 3º - Aplica-se o disposto nesta Lei às

unidades de dispensação das instituições de

caráter filantrópico ou beneficente, sem fins

lucrativos.

Art. 4º - Para efeitos desta Lei, são adotados os

seguintes conceitos:

I - Droga - substância ou matéria-prima que

tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária;

II - Medicamento - produto farmacêutico,

tecnicamente obtido ou elaborado, com

finalidade profilática, curativa, paliativa ou para

fins de diagnóstico;

III - Insumo Farmacêutico - droga ou matéria-

prima aditiva ou complementar de qualquer

natureza, destinada a emprego em

medicamentos, quando for o caso, e seus

recipientes;

IV - Correlato - a substância, produto, aparelho

ou acessório não enquadrado nos conceitos

anteriores, cujo uso ou aplicação esteja ligado à

defesa e proteção da saúde individual ou

Page 450: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2246

coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou

a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e

perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos,

óticos, de acústica médica, odontológicos e

veterinários;

V - Órgão sanitário competente - órgão de

fiscalização do Ministério da Saúde, dos Estados,

do Distrito Federal, dos Territórios e dos

Municípios;

VI - Laboratório oficial - o laboratório do

Ministério da Saúde ou congênere da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,

com competência delegada através de convênio

ou credenciamento, destinado à análise de

drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos;

VII - Análise fiscal - a efetuada em drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos, destinada a comprovar a sua

conformidade com a fórmula que deu origem ao

registro;

VIII - Empresa - pessoa física ou jurídica, de

direito público ou privado, que exerça como

atividade principal ou subsidiária o comércio,

venda, fornecimento e distribuição de drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos, equiparando-se à mesma, para os

efeitos desta Lei, as unidades dos órgãos da

administração direta ou indireta, federal,

estadual, do Distrito Federal, dos Territórios, dos

Page 451: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2247

Municípios e entidades paraestatais, incumbidas

de serviços correspondentes;

IX - Estabelecimento - unidade da empresa

destinada ao comércio de drogas,

medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos;

X - Farmácia - estabelecimento de manipulação

de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio

de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de

dispensação e o de atendimento privativo de

unidade hospitalar ou de qualquer outra

equivalente de assistência médica;

XI - Drogaria - estabelecimento de dispensação

e comércio de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos em suas embalagens

originais;

XII - Ervanaria - estabelecimento que realize

dispensação de plantas medicinais;

XIII - Posto de medicamentos e unidades

volante - estabelecimento destinado

exclusivamente à venda de medicamentos

industrializados em suas embalagens originais e

constantes de relação elaborada pelo órgão

sanitário federal, publicada na imprensa oficial,

para atendimento a localidades desprovidas de

farmácia ou drogaria;

XIV - Dispensário de medicamentos - setor de

fornecimento de medicamentos industrializados,

Page 452: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2248

privativo de pequena unidade hospitalar ou

equivalente;

XV - Dispensação - ato de fornecimento ao

consumidor de drogas, medicamentos, insumos

farmacêuticos e correlatos, a título remunerado

ou não;

XVI - Distribuidor, representante, importador e

exportador - empresa que exerça direta ou

indiretamente o comércio atacadista de drogas,

medicamentos em suas embalagens originais,

insumos farmacêuticos e de correlatos;

XVII - Produto dietético - produto tecnicamente

elaborado para atender às necessidades

dietéticas de pessoas em condições fisiológicas

especiais.

XVIII - Supermercado - estabelecimento que

comercializa, mediante auto-serviço, grande

variedade de mercadorias, em especial produtos

alimentícios em geral e produtos de higiene e

limpeza; (Incluído pela Lei nº 9.069 de 1995)

XIX - Armazém e empório - estabelecimento que

comercializa, no atacado ou no varejo, grande

variedade de mercadorias e, de modo especial,

gêneros alimentícios e produtos de higiene e

limpeza; (Incluído pela Lei nº 9.069 de 1995)

XX - Loja de conveniência e "drugstore" -

estabelecimento que, mediante auto-serviço ou

não, comercializa diversas mercadorias, com

ênfase para aquelas de primeira necessidade,

Page 453: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2249

dentre as quais alimentos em geral, produtos de

higiene e limpeza e apetrechos domésticos,

podendo funcionar em qualquer período do dia e

da noite, inclusive nos domingos e

feriados; (Incluído pela Lei nº 9.069 de 1995)

Podemos associar remédio a todo e qualquer tipo de cuidado utilizado

para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar. Alguns

exemplos de remédio são: banho quente ou massagem para diminuir as

tensões; chazinho caseiro e repouso em caso de resfriado; hábitos

alimentares saudáveis e prática de atividades físicas para evitar o

desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis;

medicamentos para curar doenças, entre outros. Os medicamentos são

substâncias ou preparações elaboradas em farmácias (medicamentos

manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que devem

seguir determinações legais de segurança, eficácia e qualidade. Assim,

um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio,

mas ainda não é um medicamento; para isso, deve atender uma série

de exigências do Ministério da Saúde, visando garantir a segurança dos

consumidores.

O consumo de remédios e ou medicamentos, mesmo quando prescrito

por médicos, deve seguir procedimentos específicos. Além da

automedicação, tomar o medicamento de forma inadequada também

oferece riscos à saúde. E, quando não chega a ser perigoso para a

saúde, isso pode, no mínimo, levar a resultados indesejados, como o

medicamento não funcionar como se espera (perda da eficácia da

fórmula). Nos casos mais graves, efeitos colaterais ou interações

medicamentosas inesperadas. Penso que não existe a necessidade de

novas normas, pois a legislação já regula esse procedimento, ou seja, o

prescritor identificar como e com quê líquido devem ser administrados

comprimidos, cápsulas e drágeas. Em geral, a maioria dos

medicamentos é prescrita para ser tomada com água, mas nem sempre

Page 454: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2250

isso é realmente necessário. Da mesma forma, pode acontecer de

alguém tomar determinado remédio com outros líquidos ou mesmo

alimentos e, com isso, atrasar ou diminuir o seu efeito. Esse aspecto do

tratamento médico é, em geral, tão pouco levado em conta que há

quem chegue a ingerir remédios com refrigerantes – o que obviamente

não é uma forma nada recomendável, podendo causar inclusive

intoxicações. A explicação é simples: alguns refrigerantes inibem as

enzimas do fígado, o que bloqueia o processo de eliminação das

substâncias do medicamento depois que a parte que interessava já foi

devidamente absorvida pelo estômago. Alguns refrigerantes inibem as

enzimas do fígado, o que bloqueia o processo de eliminação das

substâncias do medicamento depois que a parte que interessava já foi

devidamente absorvida pelo estômago.

Da mesma forma, os aparentemente inofensivos chás também não são

necessariamente tão recomendáveis assim. Uma informação pouco

divulgada sobre eles é que os chás modificam o movimento estomacal,

o que acaba retardando bastante a absorção dos remédios pelo

organismo. Isso vale especialmente para os chás de camomila, hortelã,

erva-doce e capim-limão. O consumo desses chás junto com

determinados medicamentos pode aumentar em até três vezes o

período normal de absorção da fórmula pelo organismo.

Outros aspectos a serem levados em conta são as propriedades

individuais de cada tipo de chá. Sabe-se, por exemplo, que o consumo

de ácido acetilsalicílico (AAS) simultaneamente ao de chás como o de

camomila, que apresenta ação anticoagulante, pode ocasionar

sangramentos.

Ao ingerirmos um comprimido, drágea ou cápsula, primeiro o

medicamento segue para o estômago, e em momento seguinte, ele é

distribuído no organismo e se conecta a um receptor, o que permite que

a ação farmacológica esperada aconteça. A eliminação da parte do

Page 455: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2251

medicamento que não tem mais interesse para esse processo ocorre por

conta das enzimas do fígado. Aqui vale ressaltar uma curiosidade:

remédios para hipertensão não devem ser tomados com suco de laranja

porque o suco ativa as enzimas digestivas e destrói parte do

medicamento – até 50%, em alguns casos. Há medicamentos que o

recomendável é que sejam ingeridos com o estômago cheio, porque

podem causar uma irritação gástrica se ingeridos com o estômago

vazio.

Embora seja óbvio, nunca é demais lembrar que não é recomendável a

administração de medicamentos com bebidas alcoólicas. Mas a

restrição, no caso, não é porque o álcool iniba a ação do medicamento

(como muitas pessoas erroneamente pensam). A questão é que há

medicamentos que ao serem administrados junto com bebidas

alcoólicas podem ter seu efeito potencializado ou diminuído. Outros

podem causar problemas graves se tomados desta forma, a exemplo de

calmantes, antidepressivos, ansiolíticos e anorexígenos.

Alternativas.

Para muitas pessoas, tomar determinados remédios é um “sacrifício”.

Ou pelo gosto desagradável do medicamento, ou pelo seu formato,

muitos chegam até a sentir ânsias de vômito. Nesses casos, não há

problema em que a pessoa beba água após a ingestão deste

medicamento. O mais recomendado, no entanto, é buscar formas

diferenciadas de consumo. É o que os laboratórios fazem com os

remédios voltados para as crianças, sempre com essências e sabores

mais adocicados.

Outra dúvida bastante comum é sobre se o paciente pode amassar ou

triturar os comprimidos. Embora o mais acertado seja procurar no

mercado farmacêutico o mesmo remédio em forma líquida, não é raro

que as pessoas prefiram optar pela primeira alternativa. Dissolver

medicamentos sob a língua também não é correto, a não ser em casos

Page 456: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2252

específicos. Comprimidos devem ser dissolvidos no estômago, em caso

de VO, ou corre-se o risco de anular seu efeito.

Embora muitos médicos cheguem a prescrever desta forma, não é

recomendado que pacientes tentem dividir comprimidos pela metade. A

razão é simples: não há como garantir que a metade (física) do

comprimido apresente exatamente 50% de todos os compostos usados

na fórmula. A garantia firmada pelos laboratórios quanto à eficácia de

seus produtos refere-se ao comprimido inteiro. Guardar o remédio que

já foi partido ao meio é ainda mais perigoso quando se trata de

antibióticos em drágeas.

Leite.

De acordo com estudo publicado na revista Proceedings of the National

Academy of Sciences, os seres humanos do neolítico(Na pré-história

européia, portanto, não se aplicando à pré-história americana, incluindo

o Brasil, Neolítico - pedra nova ou Período da Pedra Polida é o nome do

período que vai aproximadamente do décimo milênio a.C., com o início

da sedentarização e surgimento da agricultura, ao terceiro milênio a.C.,

dando lugar a Idade dos Metais)presentes na Europa não possuíam o

gene da lactase presente em seus DNAs, o que sugere que eram

intolerantes ao leite; uma vez que sem a lactase, beber leite pode

causar inchaço, dores abdominais e diarreia. Tal estudo foi possível

graças aos exames de DNA extraído de esqueletos.

Lactase.

A lactase é uma enzima que catalisa a hidrólise da lactose em glicose e

galactose. Faz parte da secreção intestinal de mamíferos jovens e é

essencial para a digestão do leite. Nos adultos que deixam de tomar

leite, a produção dessa enzima pode diminuir e causar dificuldade para

digerir o leite ou intolerância à lactose. A incapacidade de digerir a

lactose pode ser facilmente suspeitada em adultos ou adolescentes que

desenvolvem sintomas gastrointestinais após a ingestão de leite. Pode

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2253

ser confirmado pela pesquisa de acidez ou substâncias redutoras nas

fezes após ingestão do leite e pela ausência de sintomas após a

ingestão de leite isento de lactose. O teste laboratorial utilizado na

prática clínica para o diagnóstico de intolerância à lactose é o teste de

tolerância à lactose que consiste em monitorar a glicose sanguínea após

uma dose oral de lactose. O teste é considerado positivo se as medidas

de glicemia não demonstrarem uma elevação de 18 mg/dL entre a

glicemia de jejum inicial e as glicemias consecutivas realizadas 20, 40 e

60 minutos(Olivier, 2012).

Enzimas são um grupo de substâncias orgânicas de natureza

normalmente protéica (existem também enzimas constituídas de RNA,

as ribozimas), com atividade intra ou extracelular que têm funções

catalisadoras, catalisando reações químicas que, sem a sua presença,

dificilmente aconteceriam. Isso é conseguido através do abaixamento

da energia de ativação necessária para que se dê uma reação química,

resultando no aumento da velocidade da reação e possibilitando o

metabolismo dos seres vivos. A capacidade catalítica das enzimas

torna-as adequadas para aplicações industriais, como na indústria

farmacêutica ou na alimentar. Em sistemas vivos, a maioria das reações

bioquímicas dá-se em vias metabólicas, que são sequências de reações

em que o produto de uma reação é utilizado como reagente na reação

seguinte. Diferentes enzimas catalisam diferentes passos de vias

metabólicas, agindo de forma concertada de modo a não interromper o

fluxo nessas vias. Cada enzima pode sofrer regulação da sua atividade,

aumentando-a, diminuindo-a ou mesmo interrompendo-a, de modo a

modular o fluxo da via metabólica em que se insere. O ramo da

Bioquímica que trata do estudo das reações enzimáticas é a

enzimologia.

Enzimas digestivas tais como a amilase, protease e lipase, reduzem os

alimentos em componentes menores que são mais facilmente

absorvidos no tracto digestivo. As enzimas contribuem enormemente

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2254

para inúmeras indústrias. Enzimas de processamento alimentar tais

como a glucoamilase podem reduzir o alimento em glicose. Uma

aplicação industrial é a produção de antibióticos em larga escala.

Encontram-se também determinados tipos de enzimas em produtos de

limpeza, para ajudar a digerir gorduras e proteínas presentes em

nódoas. Também são usadas em investigação laboratorial e na medição

de concentrações de substâncias com interesse clínico (Patologia

Clínica, análises clínicas).

Um estudo importante na compreensão da Farmacocinética.

As enzimas possuem normalmente uma alta especificidade em relação

às reações que canalizam e aos substratos que estão envolvidos nessas

reações. A forma complementar, carga e características

hidrofílicas/hidrofóbicas, são responsáveis por esta especificidade. As

enzimas exibem também elevados níveis de estereoespecificidade,

regioseletividade e quimioseletividade. Algumas das enzimas que

apresentam maior especificidade e precisão estão envolvidas na cópia e

expressão do genoma. Estas enzimas possuem mecanismos de proof-

reading (revisão). Um destes casos é a DNA polimerase, que cataliza

uma reação num primeiro passo, para de seguida confirmar, num

segundo passo, se o produto é o correto. Este processo em duas etapas

resulta em médias de taxa de erro muito diminutas, na ordem de uma

para cem milhões de reações, no caso de polimerases de mamíferos.

Mecanismos de revisão similares também podem ser encontrados na

RNA polimerase, na aminoacil-tRNA sintetases e em ribossomas.

Algumas enzimas que produzem metabolitos secundários são descritos

como promíscuos, visto que podem atuar num largo espectro de

diferentes substratos. Tem sido sugerido que este tipo de especificidade

alargada é importante nos processos de evolução de novas vias de

biossíntese.

Page 459: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2255

Page 460: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2256

Na absorção do leite estão presentes os fenômenos da absorção

digestiva. Tecnicamente podemos definir os tipos de digestão de acordo

com o local da ocorrência, temos três tipos de digestão:

Digestão intracelular: ocorre somente no interior da célula. A partícula é

englobada, por pinocitose ou fagocitose, sendo então digerida no

interior de vacúolos através das enzimas lisossômicas. Esse tipo de

digestão é encontrado em protozoários e poríferos.

Digestão extracelular e extracorporal: ocorre totalmente fora das

células, em cavidades do organismo (tubo digestivo). A partir de

nematóides, seres heterotróficos multicelulares, a digestão é

exclusivamente fora das células, podendo ocorrer fora do organismo,

esta é chamada de digestão extracorporal, como os fungos. As que

ocorrem no interior do organismo, digestão intracorporal, como

acontece nos animais.

Digestão extra e intracelular: inicia-se no tubo digestivo e completa-se

no interior da célula. É o que acontece nos celenterados, onde a

digestão incialmente se processa no interior da cavidade gastrovascular,

e em seguida, as partículas parcialmente digeridas são captadas por

células da gastroderme, onde a digestão se completa intracelularmente.

.A digestão é o conjunto das transformações químicas e físicas que os

alimentos orgânicos sofrem ao longo de um sistema digestivo, para se

converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. Ela

tem a função de manter o suprimento de água, eletrólitos e nutrientes

do organismo, num fluxo contínuo.

O Leite.

Também se denomina leite o suco de certas plantas ou frutos: leite de

coco, leite de soja, de arroz ou de amêndoa. Contudo, para a definição

científica, o termo não se aplica aos sucos de nozes. Em verdade o Leite

é uma secreção nutritiva de cor esbranquiçada e opaca produzida pelas

Page 461: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2257

glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos (incluindo os

monotremados). O líquido é produzido pelas células secretoras das

glândulas mamárias ou mamas. A secreção láctea de uma fêmea dias

antes e depois do parto se chama colostro. Em grande parte das

espécies, existem duas glândulas (ou dois conjuntos de glândulas), uma

em cada mamilo (localizado na parte frontal superior entre os seres

humanos, ou na parte ventral dos quadrúpedes). A principal função do

leite é nutrir (alimentar) os filhotes até que sejam capazes de digerir

outros alimentos. O leite materno cumpre as funções de proteger o

trato gastrointestinal das crias contra antígenos, toxinas e inflamações e

contribui para a saúde metabólica, regulando os processos de obtenção

de energia (em especial, o metabolismo da glicose e da insulina).

Leite Materno.

Composição do leite materno (100ml).

Energia - 70 kcal.

Proteína - 1,1 g.

Caseína: albumina - 40:60.

Lipídios - 4,2g.

Carboidrato - 7g.

Vitamina A - 190 mcg.

Vitamina D - 2,2 mcg.

Vitamina E - 0,18 mg.

Vitamina K - 1,5 mcg.

Vitamina C - 4,3 mg.

Tiamina - 16 mcg.

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2258

Riboflavina - 36 mcg.

Niacina - 147 mcg.

Piridoxina - 10 mcg.

Folato - 5,2 mcg.

Vitamina B12 - 0,03 mcg.

Cálcio - 34 mg.

Fósforo - 14 mg.

Ferro - 0,05 mg.

Zinco - 0,3 mg.

Água - 87,1 ml.

Sódio - 0,7 mEq.

Cloro - 1,1 mEq.

Potássio - 1,3 mEq.

O leite humano fornece em torno de 70 Kcal/100ml. Os lipídios

fornecem 51% da energia total do leite, carboidratos 43 % e proteína

6%. Os lipídios além de fornecerem energia, também apresentam

importantes papéis fisiológicos e estruturais, além de ser o veículo para

entrada das vitaminas lipossolúveis do leite. Lactose é o carboidrato

predominante do leite. A presença de lactose no leite humano auxilia a

proliferação dos Lactobacillus bifidus que por inibir o crescimento de

micro-organismos gram-negativos impede o aparecimento de infecções

intestinais. O leite humano é o que contém o menor teor de proteínas,

sendo o teor maior no colostro – primeira secreção da glândula

mamária (15,8g/l). As proteínas do leite são divididas em caseína e

proteínas do soro. A maior quantidade de proteínas do leite de vaca

(82%) está na forma de caseína, enquanto que no leite humano

Page 463: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2259

maduro o teor de caseína não ultrapassa 25% das proteínas totais. A

caseína é uma proteína importante como provedora de aminoácidos

livres ao lactente, além de cálcio e fósforo que são constituintes de suas

micelas. Já as proteínas do soro do leite (lactoalbumina, lactoferrina,

imunoglobulinas), são essenciais para a proteção do recém-nascido. A

maioria das vitaminas está presente em quantidades adequadas no leite

humano. Apesar de o leite de vaca conter algumas vitaminas em

quantidades superiores ao leite materno, o aquecimento, a exposição à

luz e ao ar inativam e destroem a maioria delas. O teor de eletrólitos do

leite de vaca é três a quatro vezes superiores ao do leite materno e,

associado ao alto teor de proteínas, pode provocar uma sobrecarga

renal que pode levar à retenção de sódio, hiperosmolaridade e aumento

da sensação de sede. Esta sede pode ser interpretada como fome, e

mais leite é oferecido à criança. O ferro está presente em concentrações

semelhantes no leite humano e no leite de vaca, porém apresenta

melhor disponibilidade no primeiro. A lactoferrina, proteína que se liga

ao ferro no leite humano, reduz a quantidade de ferro livre, inibindo a

multiplicação bacteriana.

Leite materno se refere ao leite produzido pela mulher e é utilizado

para alimentar seu bebê por meio do aleitamento materno. É ele a

primeira e principal fonte de nutrição dos recém-nascidos até que se

tornem aptos a comer e digerir os alimentos sólidos.

Aqui se fundamenta uma das rações em que não se recomenda o uso

de medicamentos quando da amamentação. O leite materno é

fundamental para a saúde das crianças nos seis primeiros meses de

vida, por ser um alimento completo, fornecendo nutrientes em

quantidade adequada (carboidratos, proteínas e gorduras),

componentes para hidratação (água) e fatores de desenvolvimento e

proteção como anticorpos, leucócitos (glóbulos brancos), macrófago,

laxantes, lipase, lisozimas, fibronectinas, ácidos graxos, gama-

interferon, neutrófilos, fator bífido e outros contra infecções comuns da

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2260

infância, isento de contaminação e perfeitamente adaptado ao

metabolismo da criança. Já foi demonstrado que a complementação do

leite materno com água ou chás é desnecessária, inclusive em dias

secos e quentes. Recém-nascidos normais nascem suficientemente

hidratados para não necessitar de líquidos, além do leite materno,

apesar da pouca ingestão de colostro nos dois ou três primeiros dias de

vida. O leite humano, em virtude das suas propriedades anti-

infecciosas, protege as crianças contra infecções desde os primeiros

dias de vida. Além de diminuir o número de episódios de diarreia,

encurta o período da doença quando ela ocorre e diminui o risco de

desidratação. O leite humano é fonte completa de nutrientes para o

lactente amamentado exclusivamente no seio até os seis meses de

vida. A composição química do leite materno atende também às

condições particulares de digestão e do metabolismo neste período de

vida do recém-nascido. Vários são os fatores que podem

determinar variações na composição do leite materno, como:

estágio de lactação, parto prematuro, tempo de gestação,

esvaziamento da mama, hora e intervalo entre as mamadas,

grau de pressão utilizado para extrair o leite, método e horário

de coleta das amostras, técnicas de análise laboratorial,

intervalo entre as gestações e a ingestão de álcool ou drogas.

O Leite Artificial x Leite Materno.

Na Clínica Médica e no dia-a-dia das mães mais afeiçoadas com o

conhecimento, todos são unânimes: o leite materno é o alimento

perfeito, o melhor que um recém-nascido pode receber. Existirão

situações difusas em que a mãe não consiga produzir uma quantidade

suficiente de leite. A vontade de mamar de seu filho será mais

frequente, ele poderá diminuir o aumento de peso habitual, e

inevitavelmente será necessário substituir o seio pela mamadeira.

Page 465: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2261

Se a mamãe iniciar cedo: pode acontecer que após as tentativas iniciais

de amamentar, perceba que tem pouco leite, e dessa forma após

poucas semanas será necessário começar a amamentação artificial. Não

se recomenda a preocupação, pois o filho se acostumará sem

dificuldades com a mamadeira. Se a mamãe notar alguma dificuldade,

pode ser que o leite não flui muito lentamente e o bebê não consegue

encontrar um ritmo regular. Controle o bico da mamadeira para ver se

está furado corretamente: vire a mamadeira e verifique se o leite passa

gotejando como num conta-gotas.

Se a mamãe iniciar mais tarde: é aconselhável passar à mamadeira de

forma gradual, eliminando inicialmente a mamada mais escassa de

leite, em geral a noturna. Depois de 2 ou 3 dias, substitua outra, e

depois de mais 2 ou 3 dias, substitua uma terceira mamada, e assim

por diante. A última mamada a ser substituida é a da manhã, em que a

mamae poderá manter enquanto durar o leite.

A questão é qual leite usar? Qual leite pode substituir o leite materno?

Para responder a estas perguntas foram necessários vários anos de

pesquisas por parte de estudiosos, nutricionistas e médicos pediatras. O

objetivo era um só: encontrar a "fórmula" que mais se aproximasse do

leite materno. A solução começou a se delinear na metade dos anos

sessenta, mas somente no final dos anos 1970 se encontrou a

composição que melhor substituia o leite materno: assim nasceu o leite

com proteínas adaptadas, com resultados nutricionais extremamente

satisfatórios. Na drograria a venda deste produto deve em tese ficar

subordinada a orientação do pediatra da criança a indicar o tipo de leite

artificial que deve usar. A escolha dependerá principalmente da fase em

que se interromperá a amamentação ao seio.

Regras Práticas Para a Amamentação: Higiene absoluta é a primeira e

mais importante regra que deve ser respeitada. Não respeitar esta

regra, pode aumentar o risco de infecções, em algum determinado

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2262

momento nos primeiros meses de vida, em que o recém-nascido é

muito mais vulnerável. E como o leite artificial não contém os preciosos

anticorpos do leite materno, a defesa é responsabilidade do

responsável.

Propriedades físicas do Leite.

Eletroforese para imunoblote em gradiente de gel de

poliacrilamida com distribuição das proteínas do leite de vaca

por peso molecular.

O leite de bovino tem uma densidade média de 1,032 g/ml. É

uma mistura complexa eheterogênea composta por um

sistema coloidal de três fases:

Solução: os minerais, assim como os hidratos de carbono, se encontram

dissolvidos na água.

Suspensão: as substâncias proteicas se encontram com a água em

suspensão.

Emulsão: a gordura em água se apresenta como emulsão.

Page 467: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2263

Contém uma proporção importante de água (cerca de 87%). O resto

constitui o extrato seco que representa 130 gramas (g) por l, sendo a

gordura de 35 a 45 g.

Outros componentes principais são os glucídios (lactose), as proteínas e

os lipídios. Os componentes orgânicos (glucídios, lípidos,

proteínas, vitaminas), e os componentes minerais (Ca, Na, K, Mg, Cl). O

leite contém diferentes grupos de nutrientes. As substancias orgânicas

(glúcidos, lípidos, proteínas) estão presentes em quantidades mais o

menos iguais e constituem a principal fonte de energia. Estes nutrientes

se dividem em elementos construtores, as proteínas, e em compostos

energéticos, os glucídios e os lipídios.

A composição do leite de vaca pode variar em função da raça bovina

que o produziu e da maneira como é processado. O leite bovino contem

3 a 3,5% de proteínas que podem ser divididas em duas subclasses:

caseínas (80%) e proteínas do soro (20%) que formam um grupo de

mais de trinta proteínas. Este último grupo permanece solúvel no soro

após precipitação das caseínas em pH 4,6 as quais formam o coágulo.

As caseínas (αS1, αS2, βA1, βA2, κ) e as proteínas do soro mostram

propriedades físico-químicas e imunogênicas bem distintas. A principal

proteína do soro do leite bovino é a beta-lactoglobulina, que inexiste no

leite humano. Sua concentração fica em torno de 3 a 4 g/L. A beta-

lactoglobulina apresenta-se no imunoblote do leite não aquecido, na

forma de dímeros e monômeros. Outras proteínas do soro bovino

presentes em menor quantidade são as imunoglobulinas, a lactoferrina,

a lisozima, a lactoperoxidase, as proteases, as nucleases, etc. A lactose

é o único carboidrato do leite de mamíferos e não está presente em

nenhum outro alimento. Sua quantidade é mais alta no leite humano

(6,2 a 7,5 g/100g) seguida pelo leite bovino e caprino (3,7 a 5,1

g/100g).

Cuidado com o leite.

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2264

Assim como o suco de laranja, o leite é um alimento e, por isso,

estimula à produção de sucos digestivos e ativa as enzimas do

estômago. Muitos medicamentos podem ter seus efeitos reduzidos ou

mesmo neutralizados por causa do suco gástrico liberado pelo

organismo. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa), o cálcio e outros nutrientes do leite podem promover a perda

do efeito terapêutico pela inativação química (quelação), reação comum

entre essa bebida e a tetraciclina. A Anvisa também alerta para aquelas

pessoas que costumam tomar antiácidos antes de outros medicamentos

que eles podem cortar integralmente o efeito do remédio, porque

diminuem a absorção do princípio ativo ou por serem absorvidos juntos.

Se os medicamentos forem voltados para adultos da terceira idade

(pessoas com 65 anos de idade ou mais) ou crianças, peça instruções

específicas a seu médico. Estes dois grupos de pacientes podem ser

mais sensíveis a dosagens altas e efeitos colaterais do que adultos

jovens e de meia-idade. Com o envelhecimento, o funcionamento dos

rins, fígado e outros órgãos do corpo sofrem alterações. Idosos podem

ter menos capacidade de quebrar os compostos e eliminar os remédios

do organismo. Recomenda-se que pessoas mais velhas tenham doses

iniciais menores de medicamentos e que essas doses sejam

aumentadas gradualmente

Medicamento na dose certa.

Uso incorreto de qualquer remédio pode trazer graves prejuízos à

saúde. Erros na prescrição e no acompanhamento são alguns dos

principais problemas. Tomar remédios com leite e antiácidos pode

alterar efeito da medicação. O Leite é um alimento e, por isso, estimula

a produção de sucos digestivos. Vários medicamentos podem perder

seus efeitos ao serem degradados pelo suco gástrico liberado pelo

organismo. Além disso, leite contém cálcio e outros nutrientes que

podem promover a perda do efeito terapêutico pela inativação química

(quelação), reação comum entre essa bebida e a tetraciclina. Muitas

Page 469: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2265

pessoas também têm o costume de ingerir antiácidos antes de tomar

remédios que irritam o estômago. Esse hábito pode cortar totalmente o

efeito do medicamento, pela diminuição da absorção do princípio ativo

ou pela absorção junto deste de componentes dos antiácidos. Efeitos do

leite e antiácidos em alguns medicamentos como antibióticos:

Ampicilina e tetraciclina (redução do efeito antibacteriano pela redução

de sua absorção); contraceptivo oral: redução do efeito pela diminuição

da absorção com uso de antiácidos especialmente; Digoxina: redução

da absorção com diminuição do efeito cardiotônico; Diazepam: redução

da absorção com diminuição do efeito sedativo. Estes exemplos

reforçam a necessidade de se tomar todo medicamento no horário certo

e sempre com um copo cheio de água. Deve-se evitar qualquer outra

bebida.

Outros fatores que comprometem a eficiência medicamentosa.

Não são só bebidas e alimentos interferem na absorção dos remédios. A

interação medicamentosa também pode comprometer a eficiência.

Como o nome já diz, essa interação nada mais é do que a relação entre

dois medicamentos que foram administrados concomitantemente. Nem

sempre essa mistura é eficiente, podendo aumentar ou diminuir os

efeitos terapêuticos de um ou de outro. Antiácidos, que comumente são

tomados junto com medicamentos que irritam o estômago, por

exemplo, acabam diminuindo o efeito dos remédios, pois diminuem a

absorção do princípio ativo, que geralmente tem pH ácido. Nem todas

as mulheres SÃO INFORMADAS e portanto cometem erros, mas

antibióticos ministrados junto com anticoncepcional podem cortar o

efeito do contraceptivo. Segundo Aligiere, os antibióticos modificam a

flora intestinal e podem interferir na absorção e aproveitamento dos

componentes hormonais das pílulas. Sempre que se prescreve um

destes medicamentos para mulheres em idade fértil, a usuária deve

fazer prevenção da gravidez por um método adicional, além da pílula.

Alguns problemas orgânicos também podem colocar em xeque a

Page 470: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2266

absorção de dois medicamentos ingeridos concomitantemente. Pessoas

que se submeteram a cirurgia bariátrica, por exemplo, não conseguem

absorver grande quantidade medicamentosa no estômago. Se tomarem

dois medicamentos ao mesmo tempo, eles não terão os efeitos

completamente usufruídos. São sempre importantes que os médicos

sejam informados sobre todos os medicamentos de uso frequente,

principalmente os anticoncepcionais, que por serem tão assimilados no

cotidiano muitas vezes não são considerados remédios de uso contínuo.

Lembre-se também que problemas crônicos com prescrições de

medicamentos contínuo devem ser ministrados com educação

informativa pois assim o profissional pode prescrever um remédio que

não interfira em outros tratamentos concomitantes.

Erros comuns.

Quando o mal-estar gástrico surge, é comum recorrer ao uso de sal de

frutas efervescente para aliviar o desconforto. Geralmente, ele é

misturado em um copo de água, onde começa a efervescer, e em

seguida é ministrado ao paciente. Só que nem todos esperam as

“borbulhas” cessarem para começar a ingerir. Pelo contrário, é comum

que pacientes associem, erroneamente, a gaseificação do remédio a seu

intervalo de ação. Porém, o correto é esperar que o sal de fruta fosse

totalmente dissolvido na água, assim ele será aproveitado por

completo.

Erros ao tomar antibióticos que têm horários determinados para

ingestão também são muito comuns. Esses horários marcam a duração

do medicamento dentro do organismo. Ao fim de cada intervalo, eles

foram absorvidos ou excretados por completo. Quando esse período

acaba, eles param de fazer efeito. Para serem eficientes, devem ser

tomados no mesmo horário e ministrados em cada intervalo, que varia

entre 6h, 12h e 24h, dependendo da tecnologia de cada medicamento.

Não seguir o cronograma pode até intensificar o poder das bactérias.

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2267

Uma mania muito comum é partir os medicamentos ao meio para

facilitar a ingestão. Existem remédios que tem divisão própria no

comprimido, o que indica que podem ser repartidos, pois não haverá

comprometimento da dosagem medicamentosa. Mas os remédios que

não têm essa divisão não devem ser cortados ao meio. Alguns

medicamentos são desenvolvidos para se dissolverem aos poucos; logo,

cortando-os ao meio acaba-se prejudicando seu efeito. Sem contar que

a dosagem correta pode ser perdida no processo de partir. E nada de

deixar os remédios dissolvendo na boca. Isso só pode ser feito caso eles

sejam apropriados para tal. Caso contrário, os efeitos medicamentosos

acabam perdidos.

Em relação aos cremes e às pomadas, que são facilmente removidos

pela roupa ou por contato, o ideal é deixar que fossem absorvidos por

30 minutos antes de se vestir ou de deitar para dormir (quando há risco

de a região entrar em contato com o travesseiro ou a cama).

As recomendações para cada medicamento são muito diversas quanto

aos mais diferentes aspectos, portanto, sempre o profissional deve

buscar meios para melhor orientar o usuário corretamente sob as

orientações do médico ou da bula para garantir a eficiência máxima com

o tratamento.

Conclusão.

MEDICAMENTOS DE USO ORAL (PELA BOCA)

Comprimido, Cápsula e Drágea

São geralmente tomados com um copo cheio de água. Outros tipos de

bebida, como sucos ou refrigerantes, só devem ser utilizados se

explicitamente recomendados pelo fabricante do produto.

Drágea

Não deve ser partida nem mastigada.

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2268

Cápsula

Não deve ser aberta, partida ou mastigada (eventual exceção deve ser

bem explicada pelo Laboratório fabricante).

Pó Oral

Deve ser preparado antes de ser ingerido. O pó não deve ser colocado

diretamente na boca.

Apresentações Orais de Liberação Prolongada

Também denominadas Retard, de ação prolongada e outros nomes que

muitas vezes se prestam a confusões. Estas apresentações não devem

ser partidas, abertas, nem mastigadas e não são indicadas para

crianças.

Solução Oral, Xarope

São apresentações líquidas, prontas para uso.

XAROPE é uma solução oral concentrada em açúcar. A solução oral e

xarope não precisam ser agitados antes da administração.

SUSPENSÃO ORAL é uma forma de apresentação que deixada em

repouso deixa visível partículas misturadas no líquido ou depositadas no

fundo do frasco. A suspensão pode vir pronta da fábrica ou pode trazer

apenas o frasco com o pó e instruções para a sua preparação. Antes da

administração, o frasco com a suspensão deve ser bem agitado para

que as partículas se misturem com o líquido. Após a administração de

medicamentos líquidos deve-se ingerir um copo de água.

Medidas Utilizadas para Dosear Medicamentos Líquidos de Uso Oral

A medida geralmente acompanha a embalagem do produto (colher-de-

chá, copo-medida, seringa doseadora).

Page 473: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2269

Compreenda o significado de algumas medidas mais utilizadas para

dosagem de medicamentos:

COLHER-DE-CAFÉ: significa uma medida igual a 2 ml (dois

mililitros).

COLHER-DE-CHÁ: significa uma medida igual a 5 ml (cinco

mililitros).

COLHER-DE-SOPA: significa uma medida igual a 15 mL (quinze

mililitros).

Não devemos confundir essas medidas com as colheres que são

utilizadas no ambiente doméstico (chá, café ou sopa). As colheres

caseiras são de tamanhos diversos e não devem ser utilizadas como

medidas de medicamentos.

Utilize sempre as medidas que acompanham os medicamentos,

prestando muita atenção nas suas marcações de doses. Leia as

instruções antes de administrar qualquer medicamento. Procure auxílio

se tiver dúvidas.

Copo-Medida - Colher-de-Chá - Seringa Doseadora

Observe bem as marcas existentes nessas medidas. Os Laboratórios

Farmacêuticos utilizam copos-medidas, colheres e seringas doseadoras

com diferentes capacidades (5 mL, 10 mL ou outra capacidade).

A colher-de-chá (5 mL) também tem marcas de subdivisões.

As duas principais medidas doseadoras utilizadas para administração de

medicamentos são o copo-medida (geralmente de 10 mL) e a colher-

de-chá (5 mL).

ALERTA SOBRE SERINGA DOSEADORA: deve-se tomar cuidado com as

seringas doseadoras que muitas vezes vêm acompanhadas de uma

tampinha no bico. Essa tampinha, por medida de segurança, não

Page 474: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2270

deveria existir e deve ser descartada de imediato; se deixada ao

alcance das crianças, ou se for inadvertidamente recolocada no bico da

seringa, antes da administração da dose, pode ser espirrada para a

garganta da criança e ser aspirada para a via respiratória causando

sufocamento.

Vale lembrar que algumas dessas seringas são específicas para

determinado medicamento, não servindo como medida para outro

medicamento.

Comprimidos Sublinguais

Colocar o comprimido embaixo da língua e fechar a boca.

Procurar reter a saliva na boca, sem engolir, até que o comprimido se

dissolva completamente. Se após alguns minutos o paciente sentir um

gosto amargo é sinal que o comprimido ainda não foi completamente

absorvido e deve permanecer retendo a saliva por mais algum tempo;

após a completa dissolução do medicamento, engolir a saliva e só então

beber água.

Não fumar, comer ou chupar balas enquanto a medicação estiver sendo

dissolvida.

Sprays para Garganta

Abrir bem a boca e apertar o spray, procurando atingir toda a parede da

garganta.

Fechar a boca e procurar não engolir a saliva durante 1 ou 2 minutos.

Só beber água após um bom tempo. Quanto mais a medicação

permanecer em contato com a garganta, melhor será o seu efeito.

MEDICAMENTOS DE USO RETAL (PELO ÂNUS): SUPOSITÓRIO – ENEMA.

Supositório.

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2271

Procedimento para introdução do supositório: Lavar bem as mãos.

Deitar de lado na cama para o lado esquerdo, dobrando o joelho direito,

mantendo a perna direita flexionada e a esquerda estirada. Retirar o

supositório da embalagem e colocá-lo no ânus, empurrando-o o mais

profundamente possível. Permanecer deitado por mais alguns minutos

após a colocação do supositório, procurando retê-lo no intestino por,

pelo menos, uma hora.

Alguns supositórios vêm com a recomendação de serem guardados na

geladeira. Nesses casos, manter o produto bem embalado e em local de

difícil acesso às crianças. O ideal é guardar o produto em local seguro,

fora da geladeira e longe do calor. No momento de usar, se o produto

estiver com uma consistência mole, colocá-lo por alguns minutos no

congelador ou dentro de um copo com água bem gelada (sem retirá-lo

da embalagem), até que adquira novamente uma consistência firme.

Enema.

Autoadministração.

Deitar de costas sobre a cama ou outra superfície capaz de propiciar

uma posição confortável; levantar ambas as pernas, flexionando os

joelhos em direção ao peito; manter o braço esquerdo estirado ao longo

do corpo (pessoas canhotas devem inverter a posição, mantendo o

braço direito estirado ao longo do corpo); introduzir a cânula do

aplicador no reto, como se sua ponta fosse em direção ao umbigo;

acionar o mecanismo do aplicador até que todo o seu conteúdo seja

transferido para o intestino; permanecer deitado de costas até sentir

forte vontade de evacuar (geralmente de 2 a 5 minutos).

Administração com ajuda de outra pessoa.

Pode ser feita em 2 posições:

POSIÇÃO Nº 1: deitar na cama sobre o lado esquerdo do corpo

mantendo o joelho direito flexionado em direção ao peito e a perna

Page 476: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2272

esquerda estirada. Os braços devem ficar relaxados, apoiados sobre a

cama.

POSIÇÃO Nº 2: ajoelhar-se sobre a cama e, em seguida, encostar o

lado esquerdo do rosto no colchão, apoiando os cotovelos, antebraços e

mãos sobre o mesmo. A posição é como se a pessoa estivesse

ajoelhada de bruços.

Para qualquer das duas posições, vale o procedimento a seguir:

introduzir a cânula do aplicador no reto; acionar o mecanismo do

aplicador até que todo o seu conteúdo seja transferido para o intestino;

retirar a cânula do reto; permanecer deitado de costas até sentir forte

vontade de evacuar (geralmente de 2 a 5 minutos).

MEDICAMENTOS DE USO VAGINAL.

Óvulo - Cápsula - Comprimido – Supositório: lavar bem as mãos;

remover a embalagem do medicamento; colocar o medicamento no

aplicador; deitar na cama de barriga para cima, com os joelhos

dobrados e as plantas dos pés apoiadas na cama; introduzir o aplicador

na vagina tão profundamente quanto possível, mas sem fazer força;

empurrar o êmbolo do aplicador lentamente deixando o produto cair na

vagina; retirar o aplicador e lavá-lo com água morna e sabão,

enxaguando-o bem; quando seco, colocá-lo dentro da caixa do produto.

Diversos produtos trazem aplicadores descartáveis.

Pomada Vaginal - Creme Vaginal: ler as instruções de uso que

acompanham a embalagem do produto; encher o aplicador com o

medicamento; deitar na cama de barriga para cima, mantendo os

joelhos dobrados e as plantas dos pés apoiadas na cama; introduzir o

aplicador na vagina tão profundamente quanto possível, mas sem fazer

força; empurrar o êmbolo do aplicador até o fim para que todo o

produto passe para a vagina; retirar o aplicador e lavá-lo com água

morna e sabão, enxaguando-o bem; quando seco, colocá-lo dentro da

caixa do produto. Diversos produtos trazem aplicadores descartáveis.

Page 477: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2273

MEDICAMENTOS DE USO NASAL.

Gotas Nasais: assoar o nariz e enxugá-lo com um lenço; sentar e

inclinar a cabeça para trás; colocar nas narinas o número de gotas

prescrito pelo profissional, procurando não encostar o aplicador dentro

do nariz; continuar com a cabeça inclinada para trás durante alguns

segundos; voltar à posição normal, inspirando profundamente por 2 ou

3 vezes; lavar cuidadosamente o bico conta-gotas.

Sprays Nasais: assoar o nariz e enxugá-lo com um lenço; manter a

cabeça na posição vertical, sem incliná-la para trás; retirar a tampa do

frasco e colocar o aplicador na narina procurando não encostá-lo nas

paredes do nariz; apertar o spray (o número de vezes indicado na

receita) e aspirar o ar pelo nariz; repetir a operação na outra narina;

após a aplicação, inspirar profundamente por 2 ou 3 vezes; lavar e

tampar o frasco do produto.

ATENÇÃO: as gotas nasais ou o spray são geralmente usados por 2 ou 3

dias. No caso de prescrição mais longa, não utilizar o conteúdo do

mesmo frasco (gotas ou spray) por mais de 1 semana, pois as bactérias

do nariz contaminam facilmente o produto; comprar nova embalagem;

nunca utilizar medicação que tenha sido usada por outra pessoa, nem

guardar sobras para uso posterior.

MEDICAMENTOS DE USO OFTÁLMICO (NOS OLHOS).

Colírio e Pomada Oftálmica: lavar as mãos; deitar (ou sentar, colocando

a cabeça bem inclinada para trás); puxar a pálpebra inferior para baixo,

usando o dedo indicador; pingar o colírio (ou colocar a pomada

oftálmica) sem encostar o aplicador nos olhos, usando as quantidades

recomendadas pelo profissional; fechar os olhos devagar. Tentar não

ficar piscando; após pingar o colírio e fechar os olhos, colocar o

indicador de cada mão no canto dos olhos que fica próximo ao nariz,

fazendo uma ligeira pressão durante 1 a 2 minutos. Esse procedimento

evita que o medicamento escorra para os canais que comunicam os

Page 478: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2274

olhos com o nariz e a garganta, tornando a medicação mais efetiva e

impedindo que ela seja absorvida pelo organismo, o que poderia

aumentar os riscos de efeitos adversos; após colocar a pomada e fechar

os olhos, movimentar o globo ocular em círculos, ou de um lado para o

outro, a fim de espalhar bem o produto por toda a sua superfície;

limpar a área externa dos olhos com um lenço ou um pedaço de gaze;

lavar as mãos para remover possíveis resíduos do produto.

ATENÇÃO: antes de aplicar um produto, verificar o prazo de validade.

Nunca utilizar medicamento com prazo de validade vencido. Verificar se

o colírio não apresenta partículas em suspensão e se sua cor não está

alterada. Muitos profissionais recomendam apenas uma gota em cada

olho porque o saco conjuntival parece mesmo não comportar mais do

que 1 gota. Isto pode ser muito importante considerando que alguns

colírios são bastante caros; quando dois ou mais produtos são

receitados para os olhos, fazer um intervalo de pelo menos 5 minutos

entre a aplicação de cada um deles; se a aplicação do colírio com os

olhos abertos (como descrito acima) for difícil, principalmente em

crianças ou pacientes que tenham forte reflexo de piscar os olhos, o

produto pode ser aplicado com os olhos fechados. Nesse caso o

paciente deve deitar, fechar os olhos e pingar o colírio no canto interno

do olho, abrindo-o em seguida, para que o produto penetre no saco

conjuntival por ação da gravidade. Utilizar o mesmo procedimento para

o outro olho; se o paciente tiver que utilizar colírio e pomada oftálmica

num mesmo tratamento, pingar primeiro o colírio e após 5 minutos

fazer uso da pomada. Nunca inverter a ordem, uma vez que a pomada

adere à superfície ocular promovendo uma barreira que impediria o

contato do colírio com a área a ser tratada; manter os frascos de colírio

e as bisnagas de pomada sempre bem fechadas.

MEDICAMENTOS DE USO ÓTICO (NOS OUVIDOS).

Page 479: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2275

Gotas para Ouvido: lavar as mãos; sentar e inclinar a cabeça para o

lado - ou deitar - deixando o ouvido afetado para cima; segurar o lóbulo

da orelha (a ponta da orelha) e puxá-lo delicadamente para cima e para

trás (em adultos), a fim de permitir que o produto chegue mais

facilmente ao canal auditivo. Em crianças o lóbulo da orelha deve ser

puxado para baixo e para trás; pingar o número de gotas prescrito pelo

profissional, tomando o cuidado para não encostar o aplicador no

conduto auditivo para evitar contaminação do aplicador; permanecer

segurando o lóbulo da orelha, na posição acima indicada, durante

alguns segundos; fazer uma bolinha de algodão e colocá-la no ouvido,

para evitar que o medicamento escorra para fora; fechar bem a

embalagem do produto.

ATENÇÃO: antes de usar o produto pode-se esfregar o frasco com as

palmas das mãos até atingir a temperatura do corpo; não colocar o

frasco do medicamento em “banho-maria” ou em água quente, pois a

alta temperatura pode alterar as propriedades da medicação e causar

queimaduras ao ser aplicado.

MEDICAMENTOS DE USO NA PELE (USO TÓPICO).

Pomada e Creme: lavar as mãos e a região onde o produto vai ser

aplicado, secando-as bem; colocar a quantidade prescrita de pomada ou

creme; fazer uma massagem delicada na pele, até o completo

desaparecimento da medicação (no caso dos cremes) ou até que o

produto tenha sido bem espalhado sobre a superfície da pele a ser

tratada (pomadas não desaparecem, deixando o local engordurado).

ATENÇÃO: cremes são produtos não oleosos. Devem ser preferidos para

uso no couro cabeludo, em outras áreas da pele que apresentem pelos

ou em lesões úmidas; pomadas devem ser escolhidas para locais onde a

pele estiver seca e íntegra; cremes e pomadas, quando utilizados

corretamente, exercem seus efeitos no local da lesão. O uso em

quantidades exageradas, ou por tempo prolongado, aumenta o risco de

Page 480: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2276

reações adversas; não se devem colocar curativos ou bandagens sobre

a região a ser tratada (só colocar se houver determinação expressa pelo

profissional); quando recomendado pelo profissional, pode-se usar uma

folha de filme plástico transparente (o mesmo usado para embrulhar

alimentos) sobre a região tratada. Não deixar o filme plástico por mais

tempo do que o recomendado; o uso prolongado pode causar

exagerada absorção que pode levar a reações adversas; jamais usar

filmes plásticos sobre lesões úmidas que minem líquidos como acontece

com as feridas.

Sprays ou Aerossóis: antes da aplicação, agitar bem a embalagem do

produto (a não ser que na embalagem seja dito o contrário); segurar a

embalagem a 12 ou 15 cm de distância do local lesionado; apertar a

válvula do spray (ou o liberador do aerossol) por alguns segundos.

ATENÇÃO: nunca usar esse tipo de medicação na pele do rosto ou perto

dos olhos, pois o contato com as mucosas ou com os olhos é muito

doloroso e causa danos à vista; sprays e aerossóis em contato com a

pele provocam uma sensação gelada.

Adesivos Transdêrmicos: ler todas as instruções dos fabricantes.

Existem informações particularizadas em face de grande variedade de

produtos existentes no mercado; escolher o local onde o adesivo vai ser

colocado, dando preferência a regiões não sujeitas à movimentação

excessiva (parte superior do tórax, barriga, nádegas ou mesmo a região

superior do braço) e que não tenham pelos. Se houver necessidade,

raspar os pelos antes de colocar o adesivo. A região não poderá estar

ferida, inflamada ou irritada; lavar e secar cuidadosamente o local

escolhido; retirar o produto da embalagem e colocá-lo sobre a pele,

sem tocar na parte adesiva; pressionar o lado adesivo fortemente sobre

a pele, mantendo a pressão durante 10 a 20 segundos; uma vez

colocado o adesivo, não tentar destacá-lo, mantendo-o pelo tempo

recomendado pelo profissional e/ou orientado pelo fabricante; após o

Page 481: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2277

tempo recomendado de uso, retirar o adesivo, dobrando-o ao meio e

embalando-o bem antes de jogá-lo no lixo, evitando que seja

manipulado por crianças ou por animais, uma vez que pode ser tóxico

para ambos; ao retirar o adesivo, se restar um pouco do produto na

pele, removê-lo com um algodão embebido em álcool; ao aplicar um

novo adesivo, escolher um novo local. Aguardar vários dias para colocar

novamente o produto sobre uma região já utilizada.

ATENÇÃO: mulheres não devem colocar o adesivo sobre as mamas; o

ideal é colocar o adesivo pela manhã, após o banho. O adesivo

geralmente não é afetado por banhos seguintes e não se descola; se

por qualquer motivo o adesivo descolar, retire-o (descarte-o

adequadamente) e aplique novo adesivo em outro local da pele; se o

paciente notar o aparecimento de vermelhidão ou irritação no local da

aplicação, procurar o profissional; jamais fazer saunas com o adesivo na

pele. O calor pode provocar uma absorção rápida e total do produto,

podendo levar a reações graves e até fatais, dependendo do produto.

MEDICAMENTOS PARA INALAÇÃO ORAL.

É muito difícil não se confundir com tantos nomes e siglas que os

laboratórios utilizam para os seus produtos de inalação oral. São

geralmente broncodilatadores ou antialérgicos que estão no mercado

com diversos nomes como Sprays para inalação, pós para nebulização,

cápsulas para nebulização, tubos para aerossolterapia, etc. Todos esses

nomes se prestam a inúmeras confusões, agravadas ainda quando

incorporam siglas importadas. Independente do nome escolhido pelo

Laboratório para designar o mecanismo de aplicação do seu produto,

inalação significa levar (respirar) um medicamento para os pulmões. Se

isso é feito através da boca a inalação é denominada inalação oral. Não

importa se o produto é administrado via spray, aerossol ou nebulização,

o nome do procedimento é inalação oral. Siga as instruções do

fabricante para cada forma de apresentação. Após a inalação oral,

Page 482: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2278

enxague a boca e cuspa. Finalmente para os estudiosos e interessados

sugiro baixar a cartilha: “O que Devemos Saber sobre Medicamentos”.

Esta cartilha foi elaborada pela ANVISA que aborda todos os assuntos

relacionados a medicamentos.

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/92aa8c00474586ea9089d

43fbc4c6735/Cartilha%2BBAIXA%2Brevis%C3%A3o%2B24_08.pdf?MO

D=AJPERES

Nesta cartilha podemos aprender sobre:

O que são medicamentos.

Para que servem os medicamentos.

Qual a diferença entre remédio e medicamento.

O que são formas farmacêuticas.

Quais são as formas farmacêuticas e porque existem diferentes formas

farmacêuticas.

Assuntos relacionados à Embalagem, Rótulo e Bula de Medicamentos.

Falsificação de Medicamentos.

Rastreabilidade.

Cuidados com os Medicamentos.

Fracionamento de Medicamentos.

Qual a diferença entre Farmácia e Drogaria.

Uso Racional de Medicamentos.

Interações Medicamentosas.

Farmacovigilância.

Intoxicações por Medicamentos.

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2279

Diferença entre Medicamentos Alopáticos e Homeopáticos

Diferença entre Medicamentos Manipulados e Industrializados.

Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos.

Medicamentos Biológicos.

Uso de medicamentos durante a gestação e amamentação.

Medicamentos e as Crianças.

Propagandas de Medicamentos.

Page 484: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2280

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Page 498: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2294

Uso do Buscopam.

Buscopan® Composto é uma associação medicamentosa de dois

princípios ativos de comprovada ação terapêutica, que aliviam de forma

rápida e prolongada cólicas, dores e desconforto abdominal. Os

princípios ativos em questão são: o butilbrometo de escopolamina,

espasmolítico (antiespasmódico), e a dipirona, analgésico. Trata-se de

um medicamento de efeito rápido e sua ação dura de 6 a 8 horas.

BuscoDuo.

Para homens e mulheres que sofrem de dores e desconforto abdominal

devido às cólicas e espasmos, BuscoDuo é marca líder mundial.

BuscoDuo combina o Butilbrometo de Escopolamina e o Paracetamol,

um dos analgésicos mais conhecidos e utilizados mundialmente.

BuscoDuo fornece um alivio rápido por causa da sua dupla ação: ele

age na base da dor através do desenvolvimento de um efeito de

relaxante muscular direcionado aos órgão abdominais.

A diferença entre Buscopan®, BuscoDuo e Buscopan® Composto.

Tanto Buscopan®, Buscopan® Composto e BuscoDuo possuem o

princípio ativo butilbrometo de escopolamina, um antiespasmódico

destinado a aliviar dores e cólicas abdominais. O butilbrometo de

Page 499: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2295

escopolamina atua relaxando as contrações dos músculos lisos dos

órgãos do abdômen - onde a dor e as cólicas ocorrem. Já as

formulações de Buscopan® Composto e BuscoDuo apresentam

associações com analgésicos de reconhecida eficácia. Além do

butilbrometo de escopolamina Buscopan® Composto apresenta na sua

composição, a dipirona - que possui ação analgésica e antipirética no

combate a dor e a febre. Já BuscoDuo contém o butilbrometo de

escopolamina e o paracetamol, um analgésico bem conhecido,

oferecendo efeito dupla-ação.

Buscopan® Composto alivia de forma rápida e prolongada cólicas,

dores e desconforto abdominal. Trata-se de um medicamento de efeito

rápido e sua ação dura de 6 a 8 horas BuscoDuo elimina a causa da dor

e das cólicas nos órgãos abdominais (relaxando a musculatura lisa

destes órgãos) e tem efeito rápido por bloqueio da dor.

As diferenças entre Buscopan® e um analgésico.

Buscopan® age somente onde os espasmos e as dores ocorrem – no

abdômen. Muitos analgésicos agem reduzindo a dor aparente por

bloqueio dos sinais de dor, portanto mascarando a dor. Além disso, os

analgésicos agem em todo o corpo, eles entram na corrente sanguínea

e apresentam um risco maior de desagradáveis efeitos colaterais.

Comparado aos analgésicos, Buscopan® age somente onde a dor

ocorre, tratando da causa da dor. Como ele não entra na corrente

sanguínea, praticamente não existe efeitos colaterais.

Tomar uma dose maior do que a normal para conseguir um alívio mais

rápido... Não é recomendado. Em geral um aumento na dose

recomendada não irá acelerar o efeito e pode até mesmo apresentar

efeitos negativos. A dosagem indicada na bula ou a que foi

recomendada pelo médico ou farmacêutico é a melhor para o tipo e

gravidade das potenciais causas ao mal estar e representa um útil

tratamento para esse problema de saúde tão comum.

Page 500: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2296

BUSCOPAN não deve ser administrado de forma contínua ou por

períodos prolongados sem que a causa da dor abdominal seja

investigada. Caso a dor abdominal severa e de causa desconhecida

persista ou piore, ou esteja associada a sintomas como febre, náusea,

vômito, alteração da motilidade gastrintestinal, sensibilidade abdominal,

queda da pressão arterial, desmaio, ou presença de sangue nas fezes, o

paciente deve procurar o médico imediatamente. É recomendável que

se indique na orientação de DM(Dispensação Medicamentosa)que o

paciente tome Buscopan® sem mastigar e com água suficiente

(normalmente um copo com 300 ml). Para mais informações,

recomenda a leitura da bula do medicamento de acordo com o as regras

de seu país de origem.

Tomar Buscopan® durante a gravidez ou a lactação.

Todos os medicamentos devem ser usados com cautela quando

presente estiver a gravidez, orientado na DM que a paciente peça as

orientações do seu médico se estiver grávida, ou tenha probabilidade de

engravidar, esteja amamentando ou tenha probabilidade de amamentar

durante o tratamento. Longas experiências não demonstraram

evidências de efeitos maléficos durante a gravidez humana. Entretanto,

as precauções usuais em relação ao uso de medicamentos na gravidez,

especialmente durante o primeiro trimestre, devem ser sempre

tomadas. Efeitos adversos em recém-nascidos não foram relatados.

Porém, ainda não foi estabelecido um perfil de segurança durante a

lactação. BUSCODUO não é recomendado durante a gravidez.

Buscopan não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação

médica. Porém em respeito aos estudos o autor se reserva a não

cometer equívocos criticando a afirmação de que o medicamento não

pode ser usado na gravidez. Alerto o leitor que analise os princípios

ativos do medicamento e ai promova suas conclusões, tendo em vista

que agora nessa fase na cabe à análise farmacocinética e

farmacodinâmica.

Page 501: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2297

O que causa as cólicas e dores abdominais.

Causa comuns de dores de abdominais incluem: Sensibilidade a certos

alimentos que desencadeiam dor de estômago, como gordura,

alimentos muito apimentados ou temperados, cafeína, álcool e frutas

cítricas ácidas. Um estilo de vida agitado (estressado), pular refeições,

comer correndo e ansiedades que podem causar nervosismo. Uma

mudança na sua rotina diária, por exemplo, quando estiver viajando, o

que pode desestabilizar o seu sistema digestivo. Distúrbios da

motilidade da vesícula biliar e do sistema geniturinário acompanhado

por espasmos. Dado o grande número de órgãos nesta parte do corpo,

os sintomas podem obviamente ser causados por uma variedade de

fatores. Em praticamente todos os casos, as cólicas abdominais e os

sintomas associados como flatulência, uma sensação de inchaço,

constipação ou diarreia podem ser significativamente aliviados com

Buscopan®.

Caso persista uma dor abdominal severa e de causa desconhecida, ou

piore, ou esteja associado a sintomas como febre, náusea, vômito,

alteração da motilidade gastrintestinal, sensibilidade abdominal, queda

da pressão arterial, desmaio, ou presença de sangue nas fezes, deve-se

procurar o médico imediatamente.

O Buscopan® não alivia espasmos fora do trato gastrointestinal.

Buscopan® é especialmente desenvolvido para relaxar os músculos do

trato digestivo. Ele age somente onde as dores e cólicas abdominais

ocorrem. Como ele é dificilmente absorvido, ele não entra na corrente

sanguínea e por isso não tem efeitos nos órgãos fora do trato

gastrointestinal.

A diferença entre cólicas abdominais e a SII - Caso persista uma dor

abdominal severa e de causa desconhecida, ou piore, ou esteja

associada a sintomas como febre, náusea, vômito, alteração da

motilidade gastrintestinal, sensibilidade abdominal, queda da pressão

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2298

arterial, desmaio, ou presença de sangue nas fezes, deve-se procurar o

médico imediatamente. A SII é uma desordem funcional do intestino e

não está relacionada com câncer ou crescimento de tumor, nem com

outras doenças.

A SII pode afetar pessoas de todas as idades; entretanto, os sintomas

se tornam menos severos conforme as pessoas se tornam mais velhas.

A razão para isto não é completamente compreendida, mas levando

uma vida com menos estresse, e aprendendo a evitar fatores de disparo

pode ajudar a reduzir os sintomas.

A SII não é uma doença que oferece risco à vida.

Funcionalidade do Buscopan®.

Alívio localizado e efetivo das dores e cólicas abdominais. Alívio

direcionado das dores e cólicas abdominais. O princípio ativo do

Buscopan® é o Butilbrometo de Escopolamina, uma substância derivada

de uma espécie de planta do gênero Duboisia. O Butilbrometo de

Escopolamina é uma das substâncias da família conhecida como

antiespasmódicos. Como o nome sugere, estas drogas suprimem e

aliviam os espasmos. O que torna o Butilbrometo de Escopolamina tão

efetivo contra o desconforto e as dores de cólicas abdominais é o seu

efeito direcionado. Agindo na base da dor: o próprio espasmo muscular.

Ele não atravessa a barreira hematoencefálica sendo muito improvável

que ele cause sonolência. Ele age somente onde é necessário, aliviando

rapidamente o desconforto e as dores de cólicas abdominais.

Duboisia é um género botânico pertencente à família Solanaceae.

O princípio ativo do medicamento, butilbrometo de

escopolamina conhecido por seu nome fantasia "Buscopan"

produzido pela Boehringer Ingelheim desde 1952, deriva das

folhas de uma árvore nativa da Austrália conhecida como

corticeira ou Duboísia. Esta árvore é também cultivada em

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2299

algumas regiões do sul do Brasil. Sua descoberta resultou de

pesquisas de antigos médicos hindus na Índia conheciam os

efeitos antiespasmódicos de uma planta similar à Duboísia, a

Datura.

Espécies.

Duboisia arenitensis Craven, Lepschi & Haegi. Duboisia hopwoodii (em

inglês) (F.Muell.) Duboisia leichhardtii (F.Muell.)

Duboisia myoporoides (em espanhol)

Procedimento Complementar Para Dores Abdominais.

Ao aumentar o tônus muscular e fortalecer o assoalho pélvico, os

exercícios podem ajudar a reduzir as dores abdominais. A prevenção é

o seu melhor tratamento para dores recorrentes. Ioga, ciclismo, dança

artes marciais, esportes regulares, e até mesmo caminhadas podem

ajudar a aumentar o tônus muscular. Nos momentos de cólicas,

qualquer exercício rítmico constante relaxa os músculos e diminui o

desconforto. Caminhadas podem ser tudo o que você não está disposto

a fazer, mas é exatamente disso que você precisa. A natação também é

uma excelente maneira de aliviar suavemente as cólicas. Além de

relaxar músculos contraídos, o exercício libera a tensão que pode

agravar as dores. Outras atividades de alívio de tensão que você pode

realizar são os exercícios de respiração profunda e meditação. O

relaxamento acalma os músculos uterinos contraídos. A tensão pode

Page 504: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2300

agravar as dores. Tente esta simples, mas poderosa técnica de redução

da tensão. Para começar, deite confortavelmente de costas e coloque

uma mão no seu abdômen. Feche seus olhos e respire profundamente.

Deixe sua respiração lenta e relaxada. Inale pelo seu nariz, respirando

profundamente pela expansão do seu abdômen, sinta a sua mão

levantar no abdômen e depois o seu peito. Depois faça “bico” com os

lábios e exale o mais lentamente possível pela sua boca. Foque toda a

sua atenção na respiração. Sinta o movimento do peito e do abdômen

para dentro e para fora. Bloqueie todos os outros pensamentos,

sentimentos, e sensações. Se você sentir a sua atenção dispersando,

traga-a de volta à respiração. Repita isto de dez a vinte vezes. Levante-

se lentamente e você vai ficar impressionada o quão renovado e

relaxada você vai se sentir.

Flexão pélvica: Fique de pé com as pernas afastadas a distância de um

pé e com os joelhos flexionados. Coloque as mãos na cintura próximas

aos ossos da bacia. Balance sua pelve para frente e para trás de 10 a

15 vezes. Isto também pode ser feito deitando-se de costas com os

joelhos dobrados. Flexione o abdômen para cima, mantendo suas

nádegas no chão, e então pressione a parte estreita das costas contra o

chão.

Uma simples e eficiente postura de Ioga: Sente no chão com as costas

retas, seus joelhos dobrados e as solas dos pés juntas, de modo que os

joelhos se dobrem para fora. Aperte as mãos em torno dos pés, e

suavemente levante e abaixe os joelhos. Curve-se suavemente para

frente, flexionando a cintura o máximo que puder de forma confortável.

Mantenha a posição por alguns minutos e relaxe.

Massagem: Aqui está uma técnica de massagem suave que você pode

realizar sem a necessidade de um parceiro. Deite no chão ou na cama

com os joelhos dobrados. Coloque a palma da mão direita no lado

direito inferior do seu abdômen, e coloque a mão esquerda por cima.

Page 505: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2301

Pressione com os dedos das duas mãos, e faça pequenos movimentos

circulares. Gradualmente mova suas mãos pela direita do abdômen até

a cintura, depois até abaixo das costelas retornando para baixo, e

atravessando o abdômen inferior.

Exercícios de relaxamento: A primeira coisa que se recomenda para

uma vida livre de estresse é organizar o seu tempo de forma sensata;

evite estabelecer metas inatingíveis. A filosofia que você utiliza para

resolver problemas também é importante. Abordando os problemas

com confiança, avaliando as possibilidades para implementação prática,

e prometendo a si mesmo não reclamar aumenta a nossa eficiência

enquanto reduz a ansiedade.

Técnicas de relaxamento: Respiração: Respire bem lentamente, se

concentrando no ar que está entrando nos pulmões; expire novamente

bem lentamente. Repita de 3 a 5 vezes. Este é um exercício muito

simples que você pode fazer a qualquer hora em qualquer lugar. Aperte

algum objeto mole, repetidamente, com uma mão e depois com a

outra; repita este exercício até 20 vezes com cada mão. Alivie a tensão

dos músculos no pescoço através de alongamentos. Para este exercício,

dobre o pescoço para a esquerda e para direita o máximo que você

puder, flexionando e alongando os músculos. Por fim, gire a cabeça em

um leve movimento circular. Fazer exercícios físicos alivia a tensão

acumulada durante o dia, melhorando também a sua condição física.

Rir de tempos em tempos aumenta a liberação de endorfinas,

substâncias que são responsáveis por aumentar a nossa sensação de

bem-estar. Para aliviar a tensão abdominal, o que normalmente piora

Page 506: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2302

no final do dia, evite refeições pesadas e bebidas gaseificadas. Reduza a

pressão no abdômen vestindo roupas largas que fazem você se sentir

melhor. Recomenda-se um exercício leve depois das refeições.

Exercícios antiestresse: Existe uma grande variedade de exercícios que

se mostraram eficientes na redução do impacto do estresse nas causas

das dores abdominais e sintomas da SII. Ioga comprovadamente ajuda

a acalmar o sistema digestivo e oferece alívio de sintomas como dores

abdominais, constipação, diarreia, inchaço e flatulência. Exercícios leves

de alongamento e respiração profunda ajudam a liberar a tensão e

reduzir os efeitos do estresse no corpo.

Exercícios simples: Abaixo está uma série de exercícios simples que

alongam e tonificam os músculos, ajudando a aliviar a tensão. É sempre

aconselhável aprender os exercícios diretamente de um instrutor

treinado. Aulas de Ioga, por exemplo, lhe fornecerão suporte

profissional durante o exercício.

Observação: você deve tomar cuidado ao se exercitar se você estiver

sentindo náuseas ou dores. O seu instrutor ou profissional de saúde

pode lhe fornecer mais informações.

Ioga antiestresse.

Page 507: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2303

Este fácil exercício tradicional de ioga acalma os sentidos e normaliza a

frequência respiratória. Respiração profunda e regulada pode reduzir

notavelmente os sintomas de estresse. Sente confortavelmente em

posição ereta e cruze suas pernas (mas você também pode realizar este

exercício sentado em uma cadeira, por ex. no seu trabalho, fazendo

uma pausa). Forme a figura de um telhado com as mãos, somente com

as pontas dos dedos se tocando. Olhe para baixo para a ponta do seu

nariz e inale suavemente por cinco segundos. Segure a respiração por

mais cinco segundos. Expire suavemente por cinco segundos. Continue

por 3 a 10 minutos.

Movimentos circulares com os ombros.

O estresse do dia-a-dia pode deixar os músculos do

seu ombro tensos e doloridos. Aqui está um exercício que você pode

realizar enquanto estiver sentado à sua mesa de trabalho. Fique de pé

ou sente-se confortavelmente. Deixe ambos os braços e ombros soltos.

Agora gire seus ombros para trás, e para cima, e então para trás e de

volta para baixo – desenhe grandes, e lentos círculos no ar com os seus

ombros. Realize este movimento completo em torno de cinco segundos.

Expire quando estiver levantando seus ombros e inspire quando estiver

abaixando. Repita dez vezes, faça uma pequena pausa e realize o

exercício mais uma vez.

Alongamento do músculo do pescoço.

Page 508: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2304

Este leve exercício pode ser praticado no trabalho ou

em casa, sempre que você sentir tensão nos músculos do pescoço.

Sente em posição ereta e levante seus braços acima da cabeça. Dobre

seus cotovelos para que eles fiquem virados para o teto e as suas mãos

posicionadas atrás do pescoço. Agora coloque as mãos uma em cima da

outra, com as pontas dos dedos apontando para baixo ao longo da

coluna de modo a alongar as costas. Permaneça nesta posição por 15

segundos, e então solte a tensão lentamente. Repita três vezes com um

breve intervalo entre elas.

Treinamento abdominal.

Este leve exercício pode ser praticado no trabalho ou em casa, sempre

que você sentir tensão nos músculos do pescoço. Sente em posição

ereta e levante seus braços acima da cabeça. Dobre seus cotovelos para

que eles fiquem virados para o teto e as suas mãos posicionadas atrás

do pescoço. Agora coloque as mãos uma em cima da outra, com as

pontas dos dedos apontando para baixo ao longo da coluna de modo a

alongar as costas. Permaneça nesta posição por 15 segundos, e então

solte a tensão lentamente. Repita três vezes com um breve intervalo

entre elas.

Page 509: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2305

Dor e uso de medicamentos e alimentação.

Receitas.

Saudáveis, deliciosas e livres de dor: estas receitas provam que lidar

com cólicas abdominais não significa que você não possa desfrutar de

uma boa comida. É claro que, cada pessoa é diferente: se você

perceber que algum ingrediente tende a perturbar a sua digestão, tente

substituí-lo por um ingrediente alternativo. Ao se alimentar lembre que

é importante você ter o seu tempo para realmente aproveitar a

refeição. Mastigue lentamente e completamente, tente assegurar que

você terá tempo o suficiente para relaxar durante a sua refeição. Se

você tiver pouco tempo, faça uma alimentação menor. Se você ficar

com fome mais tarde, coma algum lanche saudável.

Minestrone.

O tradicional minestrone italiano é feito à base de um fino macarrão

chamado “ditalini”. Se não o encontrar, um espaguete fino o substitui à

altura: envolva o espaguete cru num pano de prato e quebre-o em

pedaços pequenos contra a borda da mesa. Porção para quatro pessoas.

Ingredientes: 150 g de “ditalini” ou outra massa fina; 1 folha de louro;

1 ramo de alecrim; 3 cenouras (grandes); 2 talos de aipo; 1 grande

cebola amarela; 1 pimenta vermelha; 500 ml de tomate enlatados; 2

colheres de sopa de azeite de oliva; Pimenta, sal.

Modo de preparo: Cozinhe a massa em água salgada até amolecer,

drene e ponha de lado. Descasque e rale as cenouras, o aipo, a

pimenta vermelha e a cebola. Ponha na panela com a folha de louro, o

Page 510: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2306

alecrim e um pouco de azeite de oliva. Frite levemente. Acrescente 1,5

litros de água e aqueça até ferver. Reduza o calor e deixe cozinhando

por mais 20 a 30 minutos. Acrescente os tomates e o azeite de oliva.

Continue a cozinhar por pelo menos 50 minutos, mexendo

ocasionalmente e completando com água quente se necessário. Pouco

antes de servir, acrescente pimenta preta recém-moída e sal.

Bolinhos de maçã e flocos de aveia.

Estes bolinhos podem ser um ótimo café da manhã

ou um nutritivo lanche entre as refeições. Rende aproximadamente 12

bolinhos.

Ingredientes: 2 maçãs verdes grandes para cozimento; 450 g (15,87

oz) de farinha de trigo integral; 200 g (7,05 oz) de flocos de aveia; 2

1/2 colheres de chá de bicarbonato de sódio; 1 colher de chá de canela;

1/2 colher de chá de noz moscada; 500 mL (16,9 oz) de suco de maçã.

Modo de preparo: Aqueça o forno a 330°F/160°C. Unte a forma dos

bolinhos com óleo vegetal. Descasque, retire os caroços e corte as

maçãs em pequenos cubos. Numa tigela grande, misture a farinha de

trigo, os flocos de aveia, o bicarbonato de sódio e os temperos.

Acrescente as maças cortadas e suco de maçã o suficiente para obter

uma massa leve. Misture apenas o suficiente para umedecer todos os

ingredientes. Não misture demais. Espalhe a massa uniformemente em

uma assadeira para bolinhos. Asse de 25 a 30 minutos ou até escurecer

levemente.

Legumes assados.

Page 511: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2307

Como acompanhamento ou como prato principal,

este saboroso prato é perfeito para os meses mais frios. Serve quatro

pessoas.

Ingredientes:

200 g (7,05 oz) de batata; 200 g (7,05 oz) de abóbora; 300 g (10,58

oz) de batata doce; 150 g (5,29 oz) de nabo ou mandioquinha; 150 g

(5,29 oz) de cebola; 3 dentes de alho; 1 colher de chá de alecrim; 1

colher de chá de manjerona; 1 colher de chá de tomilho; 50 mL (1,7 oz)

de azeite de oliva; Sal grosso.

Modo de Preparo: Aqueça o forno a 200 °C. Descasque e pique os

legumes em cubos de 2 cm e coloque-os em uma assadeira. Agite os

legumes com azeite de oliva e sal. Asse por 30 minutos, em seguida

espalhe os dentes de alho entre os vegetais e mexa brevemente.

Depois de mais 20 minutos, acrescente as ervas e mexa de novo. Sirva

quando estiver uniformemente assado e macio.

Bolo de especiarias com frutas secas.

Preparação: 10 min. Tempo de cozimento: 45 min.

Ingredientes para 1 bolo: 250 g de mel líquido. 100 g de mistura de

frutas secas picadas (opções: nozes, amêndoas, passas, damascos,

etc.). 200 g de farinha com fermento. 100 g de manteiga. 50 g de

açúcar mascavo. 10 cl de leite. 1 ovo. 1 colher de chá de especiarias

(ou 1/2 colher de chá de allspice)

Page 512: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2308

Uma pitada de sal.

Modo de preparo: Despeje o leite em uma tigela e adicione a manteiga

cortada em pedaços. Aqueça no microondas por 1 minuto, a 800 W.

Adicione o mel e bata a mistura até que esteja completamente macia.

Acrescente na seguinte ordem: farinha, açúcar mascavo, ovo, sal e

especiarias, misturando bem depois de adicionar cada ingrediente.

Finalmente, acrescente as frutas secas. Despeje em uma forma de bolo

forrada com papel manteiga e asse no forno por 45 minutos (pré-

aquecido a T° 5 – 150 C°). Deixe descansar por 5 minutos, tire da

forma, coloque sobre uma prateleira e deixe esfriar completamente.

Embrulhe em papel manteiga e deixe descansar por uma noite. Coma a

temperatura ambiente.

Crumble de Salmão e abobrinha.

Preparação + tempo de cozimento: 20 min.

Ingredientes para 4 pessoas: 2 abobrinhas pequenas (aprox. 350 g);

350 g de filé de salmão, sem osso e sem pele; 4 pequenas fatias de pão

(aprox. 80 g)

3 colheres de sopa de azeite de oliva; 3 colheres de sopa de endro

picado + 4 raminhos para enfeite; Sal e pimenta.

Modo de preparo: Corte o salmão e as abobrinhas sem casca em

pequenos cubos. Rale as fatias de pão em migalhas grandes. Aqueça-os

em uma panela antiaderente usando 1 colher de sopa de azeite de oliva

sob fogo médio até que eles dourem. Rapidamente doure as abobrinhas

e o salmão, separadamente, em duas panelas usando 1 colher de sopa

Page 513: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2309

de azeite para cada. As abobrinhas devem permanecer crocantes e o

salmão não deve ser muito cozido. Tempere com os ingredientes e

acrescente ao salmão o endro picado. Monte os crumbles diretamente

nos pratos: compacte ¼ das abobrinhas em um anel de metal, adicione

¼ do salmão, comprima um pouco, e complete tudo com ¼ da mistura

das migalhas crocantes. Remova cuidadosamente o anel e decore com

um ramo de endro. Sirva quente, como entrada.

Aspectos Científicos e metódicos do Buscopam.

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO BUSCOPAN.

DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO BUSCOPAN: BUSCOPAN, 10 mg,

comprimido revestido.

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DO BUSCOPAN: Cada

comprimido contém 10 mg de brometo de N-butilhioscina

(Butilescopolamina).

FORMA FARMACÊUTICA DO BUSCOPAN.

Comprimido revestido.

INFORMAÇÕES CLÍNICAS DO BUSCOPAN.

Indicações terapêuticas: Espasmos do aparelho gastrintestinal,

espasmos e disquinésias das vias biliares e espasmos do aparelho

genito-urinário.

Posologia e modo de administração: Exceptuando indicação médica em

contrário recomendam-se as seguintes doses: Adultos e crianças com

mais de 6 anos: 1 – 2 comprimidos revestidos, 3 – 5 vezes por dia. Os

comprimidos revestidos devem ser deglutidos inteiros com um líquido.

Contraindicações: BUSCOPAN está contraindicado na miastenia gravis e

megacólon. BUSCOPAN não deve ser usado por doentes que

Page 514: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2310

demonstraram sensibilidade ao brometo de N-butil-hioscina ou qualquer

outro componente do medicamento.

Advertências e precauções especiais de utilização: Devido ao potencial

risco de complicações anticolinérgicas, deve-se ter precaução em

doentes com predisposição para glaucoma de ângulo estreito, em

doentes susceptíveis a obstruções urinárias e intestinais e naqueles com

tendência para taquicardia.

Interações medicamentosas e outras formas de interação.

O efeito anticolinérgico de antidepressivos tricíclicos, amantadina,

quinidina, antihistamínicos ou disopiramida pode ser potenciado pela

toma concomitante de BUSCOPAN.

O tratamento concomitante com antagonistas da dopamina tais como a

metoclopramida, pode resultar na diminuição dos efeitos de ambos os

fármacos no aparelho gastrintestinal. Os efeitos taquicardíacos dos

agentes beta-adrenérgicos podem ser evidenciados pela toma de

BUSCOPAN.

Gravidez e aleitamento.

Uma longa experiência não evidenciou quaisquer efeitos nocivos sobre a

gestação humana. Estudos pré-clínicos em ratos e coelhos não

mostraram efeitos embriotóxicos nem teratogênicos. No entanto, é

conveniente observar as habituais recomendações quanto a toma de

medicamentos durante o período da gravidez e, particularmente,

durante o primeiro trimestre.

No aleitamento também não foi estabelecida a segurança. No entanto,

não foram reportados efeitos adversos nos recém-nascidos.

Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.

Não está descrito qualquer efeito deste medicamento sobre a

capacidade de condução e utilização de máquinas.

Page 515: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2311

Efeitos indesejáveis.

Podem ocorrer efeitos indesejáveis anticolinérgicos, incluindo

xerostomia, disidria, taquicardia e potencial retenção urinária, mas são

geralmente moderados e limitados.

Muito raramente foram reportadas reações de hipersensibilidade,

incluindo reações cutâneas. Foram observados casos isolados de

anafilaxia com episódios de dispneia e choque.

Sobre dosagem.

Sintomas.

Em caso de sobre dosagem podem observar-se efeitos anticolinérgicos.

Tratamento.

Se necessário, devem ser administrados fármacos

parassimpaticomiméticos. Nos casos de glaucoma, deve-se procurar

uma consulta médica com o oftalmologista antes da prescrição, uso ou

dispensação.

As complicações cardiovasculares devem ser tratadas de acordo com os

princípios terapêuticos habituais. Em caso de paralisia respiratória:

intubação e respiração artificial devem ser consideradas. A cateterização

pode ser necessária no caso de retenção urinária. Se necessário, devem

ser empregues medidas de suporte adequadas.

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DO BUSCOPAN.

Propriedades farmacodinâmicas.

Classificação do medicamento: ATC: A03BB01 – Butilescopolamma CFT:

6.4. Antiespasmódicos.

BUSCOPAN exerce uma ação espasmolítica sobre a musculatura lisa do

aparelho gastrintestinal e das vias biliares e genito-urinárias. Como um

derivado de amónio quaternário, o brometo de N-butil-hioscina não

Page 516: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2312

passa para o sistema nervoso central. Consequentemente, não ocorrem

efeitos adversos anticolinérgicos no sistema nervoso central. A ação

anticolinérgica periférica resulta da ação bloqueadora dos gânglios na

parede visceral, assim como da atividade antimuscarínica.

Propriedades farmacocinéticas.

Como um composto de amónio quaternário, o brometo de N-butil-

hioscina é altamente polar e, consequentemente, é apenas parcialmente

absorvido após administração por via oral (8%) ou retal (3%). A

biodisponibilidade sistémica determinou-se como sendo inferior a 1%.

No entanto, apesar dos níveis sanguíneos baixos por curto espaço de

tempo, concentrações relativamente elevadas de brometo de N-butil-

hioscina marcado radioativamente e/ou seus metabolitos têm sido

detectados no local de ação: no aparelho gastrintestinal, vesícula biliar,

ductos biliares, fígado e rins. O brometo de N-butil-hioscina não passa a

barreira hematoencefálica e a sua ligação às proteínas plasmáticas é

baixa.

A depuração total, determinada após administração endovenosa é de

1,2 l/min., aproximadamente metade da depuração é renal. Os

metabolitos principais encontrados na urina ligam-se fracamente aos

receptores muscarínicos.

Dados de segurança pré-clínica.

De forma aguda, o brometo de N-butil-hioscina tem um baixo índice de

toxicidade: a DL50 determinada por via oral foi de 1000-3000 mg/kg no

murganho, 1040-3300 mg/kg no rato e 600 mg/kg no cão. Os sinais de

toxicidade foram ataxia e tónus muscular diminuído, adicionalmente

tremor e convulsões no murganho, e midríase, secura das membranas

mucosas e taquicardia no cão. Mortes por dificuldade respiratória

ocorreram no espaço de 24 horas. A DL50 do brometo de N-butil-

hioscina determinada por via intravenosa foi de 10-23 mg/kg no

murganho e de 18 mg/kg no rato.

Page 517: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2313

Em estudos de toxicidade reiterada por via oral efetuados durante 4

semanas, o NOAEL (“no observed adverse effect level”) tolerado pelo

rato foi de 500 mg/kg. Com 2000 mg/kg, por acção nos gânglios

parassimpáticos da área visceral, o brometo de N-butil-hioscina

paralisou a função gastrintestinal, causando obstipação. Morreram 11

em 50 ratos. Nem os dados de hematologia, nem a informação

laboratorial mostraram variações relacionadas com a dose.

Durante 26 semanas os ratos toleraram 200 mg/kg, mas com 250 e

1000 mg/kg, a função gastrintestinal foi diminuída e ocorreram mortes.

Num estudo de 4 semanas uma dose intravenosa de 1 mg/kg,

administrada repetidamente, foi bem tolerada no rato. Imediatamente

após a administração de 3 mg/kg ocorreram convulsões. Com a

administração de 9 mg/kg os ratos morreram de paralisia respiratória.

A administração intravenosa de 2×1, 2×3 e 2×9 mg/kg, a cães, durante

5 semanas, causou midríase dose-dependente em todos os animais e,

adicionalmente com 2×9 mg/kg, foi observada ataxia, salivação e

diminuição do peso corporal e da ingestão de alimentos. As soluções

foram bem toleradas localmente. Após administração intramuscular

repetida, a dose de 10 mg/kg foi bem tolerada sistemicamente, mas

ocorreu um aumento do número de lesões dos músculos no local da

injecção, relativamente aos ratos do grupo controlo. Com 60 e 120

mg/kg, a mortalidade foi elevada e houve um aumento dose-

dependente das lesões a nível local. O brometo de N-butil-hioscina não

foi embriotóxico nem teratogênico no Seg.II quando administrado ao

rato, por via oral em doses até 200 mg/kg e ao coelho NZW, por sonda

naso-gástrica em doses de 200 mg/kg ou doses de 50 mg/kg por via

subcutânea. A fertilidade não foi diminuída no Seg. I com doses até 200

mg/kg administradas. Os supositórios de brometo de N-butil-hioscina

foram bem tolerados localmente.

Page 518: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2314

Em estudos que visavam a tolerância a nível local, foi administrada por

via intramuscular uma injeção de 15 mg/kg de BUSCOPAN,

repetidamente durante 28 dias, em macacos e cães. Apenas no cão foi

observada necrose focal local no sítio da injeção. BUSCOPAN foi bem

tolerado nas veias e artérias da orelha do coelho. In vitro, uma solução

injetável de BUSCOPAN a 2% não mostrou acção hemolítica quando

misturada com 0,1 ml de sangue humano.

O brometo de N-butil-hioscina não mostrou potencial mutagénico no

teste de Ames, no teste de mutação genética in vitro com células de

mamífero V79 (Teste HPRT), nem no teste in vitro de mutação

cromossómica em linfócitos periféricos humanos.

Não existem testes de carcinogenicidade in vivo. No entanto, o brometo

de N-butil-hioscina não mostrou potencial tumorígeno em dois estudos

de 26 semanas em ratos, com administração por via oral de doses até

1000 mg/kg.

INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS DO BUSCOPAN.

Lista dos excipientes. Fosfato dibásico de cálcio, amido de milho, amido

solúvel, sílica coloidal, ácido tartárico, ácido esteárico, povinilpirrolina,

sacarose, talco, acácia, dióxido titânico, polietilenoglicol 6000, cera de

carnaúba, cera branca.

Incompatibilidades. Não aplicável.

Prazo de validade. 5 anos.

Precauções especiais de conservação. Conservar em local fresco e seco.

Natureza e conteúdo do recipiente. Placas de Blister PVC. Embalagens

de 20 e 40 comprimidos revestidos. 6.6.- Instruções de utilização e de

manipulação.

Não existem requisitos especiais. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE

INTRODUÇÃO NO MERCADO. Unilfarma – Unilfarma - União

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2315

Internacional Laboratórios Farmacêuticos, Lda Avenida António Augusto

de Aguiar, 104-1° 1069-029 – Lisboa (domicílio). NÚMERO(S) DE

AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO. Embalagem de 20

comprimidos revestidos: 9901728. Embalagem de 40 comprimidos

revestidos: 9901710. DATA DA RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE

INTRODUÇÃO NO MERCADO. 31 de Maio de 2001.

ESCOPOLAMINA ANTIESPASMÓDICOS: Identificação do Produto:

Formas Farmacêuticas e Apresentações: Solução injetável: Caixa com

100 ampolas de 1mL. Composição: Cada ampola contém: N-

Butilbrometo de Escopolamina: 20 mg. Veículo adequado q.s.p 1mL.

Informações técnicas: A Escopolamina ou Hioscina é um dos principais

agentes anticolinérgicos e antiespasmódicos, dos derivados dos

alcalóides da Beladona. A Escopolamina é um alcalóide encontrado em

plantas da família das Solanaceae, a exemplo da atropina, que age

como bloqueador colinérgico, nos receptores muscarínicos da

acetilcolina, apresentando efeitos antidismenorréico, antiarrítmico,

antiemético e antivertiginoso.

Farmacocinética: A Escopolamina apresenta pouca ligação às proteínas

plasmáticas, distribuindo-se rapidamente. Seu efeito após

administração parenteral é observado em cerca de 30 minutos e a

duração é de 4 a 6 horas. A Escopolamina sofre biotransformação

hepática e dissocia-se no ácido trópico e sua porção hidrolizada, sendo

quase que totalmente, excretada na urina, após 12 horas. Foram

encontrados traços do fármaco no leite materno, sendo observado

também, que a Escopolamina atravessa a barreira hematoencefálica e

placentária.

Ação Farmacológica: A Escopolamina inibe a ação especialmente da

acetilcolina em estruturas inervadas por nervos dos gânglios posteriores

colinérgicos e alguns músculos lisos que não possuam inervação

colinérgica. Estes receptores colinérgicos periféricos estão presentes em

Page 520: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2316

células autonômicas efetoras como em músculos lisos, músculo

cardíaco, nódulo sino atrial, nódulo atrio ventricular e em glândulas

exócrinas, sendo completamente destituído de ação nos gânglios

autonômicos. A Escopolamina inibe a motilidade gastrintestinal e

diminui a secreção ácida- gástrica. Também controla a excessiva

secreção faríngea, traqueal e brônquica no sistema respiratório.

Indicações: A Escopolamina é efetiva na terapia de úlcera péptica,

podendo também ser usada no controle da secreção gástrica, espasmo

visceral e cólica de hipermotilidade espasmódica, espasmo vesical,

cistite, espasmo pilórico e câimbra abdominal. É utilizada em desarranjo

do trato gastrintestinal, reduzindo os sintomas, assim como em

disenterias, diverticulites e enterocolites agudas. A Escopolamina é

empregada ainda no tratamento da síndrome da irritação intestinal,

com irritação e espasmo do cólon e inflamação das mucosas, e em

desordem da função gastrintestinal. Utiliza-se também como

tratamento coadjuvante na terapia da vesícula neurogênica intestinal,

incluindo a síndrome de baço e cólon neurogênico, assim como em

cólicas infantis. A Escopolamina é também utilizada junto com a

morfina, ou outros narcóticos, no alívio dos sintomas de cólicas biliares

e renais, assim como em rinites agudas, na terapia do Parkinsonismo,

reduzindo os tremores. Utilizada em terapia e antídoto para agentes

anticolinesterásicos, no controle da sialorréia. Em anestesia, a

Escopolamina é indicada no pré-operatório, agindo como

antimuscarínico, diminuindo a salivação, assim como as secreções da

traquéia e da faringe, diminuindo as secreções gástricas e bloqueando

os reflexos vagais cardíacos, durante a indução da anestesia.

Contraindicações: A Escopolamina é contraindicada em: glaucoma

agudo, obstrução urológica, doença obstrutiva do trato gastrointestinal,

íleo paralítico, atonia intestinal em pacientes debilitados, úlcera aguda,

ulcerocolite aguda e miastenia gravis, hipertrofia da próstata, estenose

pilórica, taquicardia e megacólon.

Page 521: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2317

Precauções: A administração da Escopolamina em crianças pode

produzir reação paradoxal de hiperexcitabilidade. Administrar com

precaução em crianças com paralisia espástica, ou lesão cerebral. O

risco/benefício deve ser avaliado na gravidez, sendo o aleitamento deve

ser suspenso. Em presença de altas temperaturas ambientais, pode

ocorrer aumento da temperatura corpórea com o uso da droga. Em

diarréia pode haver sintomas de obstrução intestinal, especialmente em

pacientes com colostomia ou ileostomia, podendo provocar também

turvação na visão. Administrar com cautela em pacientes com:

neuropatia autonômica, hipertireoidismo, doenças coronarianas,

congestão cardíaca, arritmias, hipertensão renal, investigação de

taquicardia provocada por anticolinesterásicos e em pacientes com

hérnia hiatal, associada com refluxo esofagiano.

Interações Medicamentosas: A Escopolamina pode aumentar os efeitos

colaterais dos agentes: amantadina, haloperidol, fenotiazídicos,

inibidores da monoamino-oxidase (IMAO), antidepressivos tricíclicos e

antihistamínicos, antimuscarínicos, buciclina, ciclicina, ciclobenzaprina,

disopiramida, ipratrópio, loxapina, maprotilina, meclisina, metilfenidato,

molidona, orfenadrina, pimozida, procainamida, tioxantenos, antiácidos,

antimiastênicos, ciclopropano, guanadrel, reserpina, cetoconazol,

metoclopramida, opióides, apomorfina, depressores do SNC e

lorazepam parenteral.

Reações Adversas e Superdose: Não se tem reações claras da

Escopolamina em usos terapêuticos, as mais prováveis são aquelas

descritas com drogas anticolinérgicas/antiespasmódica como:

palpitações, retenção urinária, visão turva, taquicardia, midríase,

ciclopegia, aumento da pressão ocular, dor de cabeça, sonolência,

insônia, náuseas, vômitos, impotência, diminuição da lactação,

constipação, reações alérgicas idiossincrásicas e urticárias.

Page 522: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2318

Informações Adicionais: Em estudos realizados, não se observaram

histórico de carcinogene, mutagênese, ou influência na fertilidade, na

gravidez e no feto.

Posologia: Adultos: 01 ampola i.m. ou i.v. 3 à 4 vezes ao dia, ou

conforme orientação médica. Crianças: 0,03 a 0,1mg 4 vezes ao dia,

conforme orientação médica. Em estudos realizados, não se observaram

histórico de carcinogênese, mutagênese, ou influência na fertilidade, na

gravidez e no feto. Gravidez e Lactação: Escopolamina é excretada no

leite materno humano, devendo-se portanto, evitar a sua administração

às mães lactantes. Ela exerce vários efeitos colaterais sobre o

organismo da mulher durante a gestação e lactação, o que leva a

precauções extras, quando da sua administração nessas situações.

Nestes casos, havendo indicação médica, deve-se proceder um

acompanhamento rigoroso. Similares: Buscopan, Buscoveran,

Escopolamina, Hioscina, Sedobion, etc.

Page 523: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2319

Acesse o site: http://www.genericofacil.com.br/ e pesquise o

medicamento de referência/Genérico.

Page 524: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2320

Parte superior do formulário

Medicamento de Referência / Medicamento Genérico

Parte inferior do formulário

Medicamento Genérico

Butilbrometo de escopolamina

Medicamento de Referência

Buscopan

Este é o Medicamento Genérico Butilbrometo de escopolamina que

possui o mesmo princípio ativo do Medicamento de

Referência Buscopan. O Butilbrometo de escopolamina (também

conhecido como o Buscopan genérico) é o mesmo medicamento que

o Buscopan, mas fabricado por outro laboratório, contendo

absolutamente os mesmos ingredientes e princípio ativo.

Veja a bula:

Medicamento de

Referência

Medicamento

Genérico Fabricante Apresentação

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

EMS - Sigma

Pharma

10 mg/ml

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

Hipolabor 20 mg/ml

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

Nature´s Plus 10 mg/ml

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

Prati, Donaduzzi 10 mg/ml

Page 525: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2321

Medicamento de

Referência

Medicamento

Genérico Fabricante Apresentação

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

Sigma Pharma 10 mg/ml

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

Teuto 20 mg/ml

Buscopan Butilbrometo de

escopolamina

União Química 20 mg/ml

Colegórico.

No curso deste capítulo I do e-book, apresentamos alguns nomes de

medicamentos à base de “Atropa belladonna L”. Entre os citados

podemos referenciar o Colegórico. Observe que em relação ao

Buscopam observou-se que ele não atravessa a BHE. Relembrando que

na forma de butilbrometo de escopolamina (que possui ínfima

lipossolubilidade) o fármaco praticamente não atravessa a barreira

hematoencefálica. Sendo que os medicamentos produzidos a partir

deste composto são constituídos à base de butilbrometo de

escopolamina, o que impede a sua ação anticolinérgica a nível central e

torna o medicamento seguro para uso.

“Atropa belladonna L”, tem usos e indicações terapêuticas.

A utilidade da Atropa belladonna em terapêutica, ou para fins pouco

próprios, advém da sua constituição rica em alcalóides tropânicos

(atropina e escopolamina). A atropina e a escopolamina diferem,

quantitativamente, na atividade antimuscarínica, particularmente na

capacidade de afetar o SNC. A atropina, praticamente, não apresenta

efeitos detectáveis no SNC, nas doses usadas clinicamente (0,5 a 1mg).

Por outro lado, a escopolamina tem efeitos centrais marcados mesmo

em doses baixas. Na literatura publicada por: Goodman & Gilman’s.

The pharmacological basis of therapeutics. 10th edition. Pág.

Page 526: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2322

164-166: A base desta diferença está, provavelmente, relacionada com

a maior capacidade de a escopolamina atravessar a barreira

hematoencefálica.

Podemos dizer que atualmente, em Portugal, a Atropa belladonna não é

usada, correntemente, em preparações medicamentosas. Porem no

Brasil, sim, como por exemplo, o medicamento Colegórico. Apesar disto

são lhe conferidas várias propriedades:

Antiasmática.

Relaxante muscular (antiespasmódica).

Calmante.

Diurética.

Midriática: tem capacidade de dilatar a pupila, sendo aproveitado em

exames oftalmológicos.

Os alcalóides da beladona atuam ao nível de vários sistemas do

organismo:

SNC: a atropina nas doses terapêuticas causa excitação vagal média

como resultado da estimulação da medula e dos centros cerebrais. Os

alcalóides da beladona e os antagonistas muscarínicos relacionados têm

sido usados no parkinsonismo. Estes agentes podem ser auxiliares

efetivos no tratamento com levodopa, uma vez que no Parkinson existe

uma atividade colinérgica excessiva. Desta forma, os antagonistas dos

receptores muscarínicos também podem ser usados para tratar os

sintomas extrapiramidais que surgem como efeito secundário da terapia

com antipsicóticos.

Olho: os alcalóides da beladona têm a capacidade de bloquear as

respostas do músculo do esfíncter pupilar da íris e do músculo ciliar da

lente. Desta forma, dilatam a pupila – midríase – e paralisam a

acomodação – cicloplegia. Os antagonistas muscarínicos, quando

Page 527: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2323

administrados sistemicamente, têm um pequeno efeito na pressão

intraocular excepto em pacientes com glaucoma, nos quais a pressão

pode aumentar perigosamente (sendo desaconselhado o uso dos

mesmos).

Sistema Cardiovascular: a atropina altera o batimento cardíaco. Apesar

de a resposta dominante ser a taquicardia, por vezes o ritmo cardíaco

pode baixar transitoriamente, com doses clínicas (0,4 a 0,6mg). Não há

alterações na pressão sanguínea. Com baixas doses de escopolamina

(0,1 ou 0,2mg), a diminuição do batimento cardíaco é mais acentuada,

do que a verificada para a atropina.

Trato respiratório: o sistema nervoso parassimpático tem um papel

crucial na regulação do tónus broncomotor. Os alcalóides da beladona

inibem as secreções salivares e brônquicas, secando as membranas

mucosas do trato respiratório e relaxam o músculo liso brônquico. Esta

ação é significativa se as secreções forem excessivas e é a base para o

uso de atropina e escopolamina na medicação pré-anestésica. Tornam-

se, assim, úteis durante as cirurgias, reduzindo o risco de obstrução das

vias respiratórias aéreas.

Trato gastrointestinal: a atropina pode eliminar, completamente, os

efeitos da acetilcolina na motilidade e secreção do trato gastrointestinal,

mas inibe incompletamente os efeitos dos impulsos vagais. A secreção

salivar é, particularmente, sensível à inibição pelos antagonistas dos

receptores muscarínicos. A atropina controla, também, a produção

excessiva do ácido secretado no estômago, apesar de não ser

atualmente usada como antiácido. Os alcalóides da beladona produzem

efeitos inibitórios prolongados na atividade motora do estômago,

duodeno, jejuno, íleon e cólon, caracterizados pela redução do tónus e

pela diminuição da amplitude e frequência das contrações peristálticas.

São necessárias doses, relativamente, elevadas para produzir estes

efeitos.

Page 528: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2324

Trato urinário: a atropina diminui o tónus normal e a amplitude das

contrações dos ureteres e da bexiga. Contudo, esta diminuição não é

conseguida, nem na ausência da inibição da salivação nem na ausência

de visão turva. Fármacos que afetam o sistema colinérgico têm sido

testados verificar se facilitam ou dificultam a aprendizagem e a

memória. Existe um efeito paradoxal antiamnésico da atropina. Estudos

in vitro evidenciaram a capacidade da atropina como antiamnésico, sem

provocar os tradicionais sintomas colinérgicos. Devido à ausência destes

sintomas, foi sugerido que a atropina possa funcionar como

antiamnésico através de um mecanismo pré-sinaptico. A beladona está

referenciada em medicamentos regulamentados pelo INFARMED, como

antiespasmódico, nos espasmos da laringe, das cordas vocais e das

traqueítes, mas como antiespasmódico o uso já não é recomendado. A

atropina é efetiva para o tratamento de efeitos de envenenamento por

inibidores das colinesterases como o paratião e o malatião. Reverte,

também, os efeitos de envenenamento por organofosforados. Na

Europa, a planta é cultivada, especificamente, para este propósito.

Apesar de a atropina poder ser usada para tratar os sintomas de

envenenamento por esses compostos organofosforados, não é o

antídoto mais usado. Os optometristas e oftalmologistas usam a

atropina para a dilatação da pupila em exames oculares, usando uma

dose pequena. A atropina degrada-se lentamente, sendo eliminada

durante 2/3 dias. Como tal, outros compostos são preferidos como

midriáticos. A atropina está contraindicada em doentes com glaucoma.

A beladona é, também, usada em medicina homeopática para

tratar dores de garganta e conjuntivites. Quantos mais usos

medicinais se descobrem para a atropina, maior é a procura da

planta. Tentou-se, inclusivamente, criar plantas com maior

percentagem de atropina, através de modificações genéticas, de

modo a satisfazer esta constante procura. O processo de síntese

deste tipo de compostos é bastante caro, pelo que o melhor

Page 529: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2325

método de obtenção é através da sua extraçao de plantas.

Relatos antigos, afirmam que era utilizada uma mistura desta

planta com mandrágora que permitiria a realização de cirurgias

uma vez que tornava os sujeitos inconscientes. Contudo, os usos

desta planta não se resumem aos seus efeitos positivos. Desde

utilizações para envenenamento de reservas alimentares dos

adversários dos romanos, até adulterações dos vinhos dos

bacanais, há vários relatos da utilização desta planta para fins

pouco próprios. Na idade medieval era amplamente usada pelas

bruxas. Há muitas outras lendas, nas quais se afirma terem-se

envenenado exércitos inteiros apenas pela ingestão de bebidas

contaminadas com a planta, que induziria um sono profundo

nesses guerreiros. Extratos desta planta, também faziam parte

da constituição do soro da verdade tão usado no passado.

Atualmente, ainda é usada, para além de matéria-prima de

alcalóides tropânicos, como alucinogênico devido aos seus

rápidos efeitos psicoativos. Esta utilização é, apesar de tudo,

bastante rara uma vez que para além destes efeitos há muitos

outros que são desagradáveis e que, por isso, desencoraja esta

sua vertente na utilização.

Propriedades físico-químicas.

A Atropa belladona possui vários princípios ativos, contendo

cerca de 1% de alcalóides derivados do tropano, tais como

hiosciamina, atropina, ácido atrópico, beladonina e

escopolamina. O conteúdo total de alcalóides das partes aéreas

está situado entre 0,2-2% de matéria seca, com valores médios

a rondar os 0,3 e 0,5%. Nas folhas, o modo de secagem e as

condições da plantação, influenciam a percentagem de

alcalóides presentes. As bagas de beladona contêm cerca de

0,65% de alcalóides derivados do tropano. O contéudo da raiz

em alcalóides varia entre 0,2% e 1,2%, sendo que a média é

Page 530: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2326

entre 0.4 e 0.6 %. O principal alcalóide é a (L)-hiosciamina

(87,6% nas folhas e 68,7 na raiz. Esta, quando em solução

racemiza rapidamente formando a atropina (D,L-hiosciamina).

Outros alcalóides também existentes nas folhas são a

apoatropina (atropamina) 6,7%, tropina 3%, escopolamina

1,9%, apoescopolamina 0,5%, 3-a-fenilacetoxitropano 0,3% e

tropinona 0,2%. Comparando com as folhas, a raiz contém um

espectro mais alargado de alcalóides. Estes alcalóides derivados

do tropano possuem estruturas bicíclicas tornando-os potentes

anticolinérgicos.

Figura 1. Estrutura da Acetilcolina.

A atropina e escopolamina são ésteres formados por combinação de

ácido trópico (aromático) e bases complexas, tropanol ou escopina,

respectivamente. Estas estruturas diferem, apenas, na existência de

uma ponte de oxigénio extra, na escopina. A escopolamina corresponde

a L-hioscina que é muito mais activa que a D-hioscina. A atropina é uma

mistura racémica de D-hiosciamina e L-hiosciamina, formada durante o

processo de extração, sendo que os efeitos anticolinérgicos se devem

praticamente à forma L.

Page 531: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2327

Figura 2. Atropina (hiosciamina).

Figura 3. Escopolamina (hioscina).

Toxicidade.

A Atropa belladonna é uma das plantas mais tóxicas encontradas no

hemisfério Oeste. A sua toxicidade é conferida pela presença dos

alcalóides tropânicos em todas as partes da planta (raiz, folhas e

bagas). Apesar de a susceptibilidade variar de individuo para individuo,

o consumo de pequenas quantidades da planta pode ser fatal. As

crianças podem-se intoxicar ao ingerirem apenas três bagas da planta.

Page 532: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2328

A ingestão de infusões de, apenas, uma folha de beladona pode ser

fatal para um adulto. A raiz da planta é geralmente a parte mais tóxica,

seguida das folhas e ultimamente as bagas, apesar da constituição

poder variar de espécie para espécie. Mesmo não havendo estudos

muito extensos, e precisos, sabe-se que a Atropa Belladonna apresenta

uma toxicidade semelhante à atropina, sendo que é ligeiramente mais

tóxica que esta, pois possui mais constituinte, nomeadamente a

escopolamina que também é tóxica. Pós o isolamento da atropina em

1830, vários envenenamentos surgiram, quer acidentais quer

deliberados. Em 1911, Witthaus reuniu 682 casos de doentes

envenenados, 379 dos quais por preparações de beladona e os

restantes por atropina pura. Estes foram o resultado de 37

tentativas de suicídio, 14 tentativas de assassinato e os

restantes resultaram de exposição acidental. A taxa de

mortalidade foi de 12%, ou seja, cerca de 60 casos. Esta taxa

elevada era o resultado dos ineficientes cuidados de saúde

essenciais, inexistência de respiração artificial e drogas

específicas para tratamento deste tipo de envenenamento. A

atropina, atualmente, não está disponível em qualquer lado da

Europa, e em Portugal em particular. Na Europa apenas os

médicos, farmacêuticos e os indivíduos que trabalham nas

companhias de secagem e extração da planta têm acesso ao

produto, pelo que mortes acidentais ou propositadas são muito

mais raras, pelo menos com atropina pura. Não há estudos

sobre genotoxicidade e efeitos na reprodução incluindo

teratogenicidade, sobre a Atropa belladonna e seus

constituintes. Há, contudo, evidências não publicadas acerca das

propriedades genotóxicas dos alcalóides da beladona, apesar da

estrutura destas substâncias não alertar para a possibilidade de existir

genotoxicidade. Não há, também, estudos nem referências em relação a

uma possível carcinogenicidade dos alcalóides da beladona.

Page 533: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2329

Farmacocinética.

Absorção: Os alcalóides da beladona e os derivados sintéticos e

semissintéticos são absorvidos rapidamente no trato gastrointestinal.

Esses compostos também entram na circulação quando aplicados

localmente nas superfícies mucosas do corpo. A absorção a partir da

pele intacta é limitada e a absorção sistémica via inalatória também não

é relevante.

Distribuição: Após administração intramuscular, a atropina é muito bem

absorvida, desaparecendo rapidamente da corrente sanguínea para ser

distribuída pelos vários tecidos e fluidos do corpo. Tal como a atropina,

os restantes alcalóides da beladona também atravessam a barreira

hematoencefálica. É importante, ainda, referir que a atropina atravessa

facilmente a barreira placentária entrando assim na circulação fetal. Os

alcalóides ligam-se às proteínas plasmáticas, principalmente à alfa-1-

glicoproteina, em percentagens que variam entre os 30 e os 50%.

Metabolização: Nos humanos, o tempo de semivida dos alcalóides no

plasma situa-se entre as 13 e as 38 horas. O tempo de semivida da

atropina é duas vezes superior em crianças com menos de dois anos e

nos idosos (mais do que 65 anos), quando comparado com os outros

grupos etários (2-64 anos). A metabolização dos mesmos ocorre,

sobretudo, a nível hepático através de hidrólise enzimática, resultando

daí metabolitos inativos como ácido trópico e atropina.

Excreção: O metabolismo hepático permite a eliminação de, cerca de

metade da dose e a restante são excretadas inalteradas na urina. São

também encontrados vestígios no leite materno e em várias outras

secreções. Os alcalóides são eliminados do corpo entre 72 a 96 horas e

o paciente tem, então, uma recuperação ininterrupta. A visão turva e

dificuldades em urinar podem persistir até dez dias. Felizmente, as

pessoas envenenadas, em regra, não têm nenhuma recordação do seu

Page 534: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2330

comportamento esquisito nem das alucinações assustadoras que

acompanharam o delírio.

Doses letais.

A gravidade da intoxicação varia como vimos anteriormente, consoante

o modo como nos expostos à Atropa Belladonna. De modo semelhante,

as doses letais são diferentes consoantes estejamos a falar da ingestão

de infusões ou de bagas da planta, ou dos compostos puros, atropina,

hiosciamina e escopolamina. Quando falamos na planta, referimo-nos,

quase essencialmente, às doses letais de atropina. A susceptibilidade

aos efeitos tóxicos da atropina varia largamente de indivíduo a

indivíduo, e de espécie para espécie. A morte ocorreu após ingestão de

quantidades de atropina tão reduzidas quanto 100 mg mas há exemplos

descritos onde o doente sobreviveu mesmo depois de tomar até 500

mg. As crianças são, naturalmente, mais sensíveis ao alcalóide tendo

ocorrido mortes após a ingestão de apenas 10 mg. A dose letal média

(LD50), para humanos adultos, citada por Polson, Verde e Lee, está

entre 90 e 130 mg. A LD50 por via oral, nos humanos adultos, é

considerada, comumente, cerca de 100mg enquanto nas crianças é um

pouco menor (apesar de não se encontrar estipulada estima-se que

cerca de 20 a 25mg de atropina poderão ser suficientes para provocar a

morte). No caso de tratar de (L)-hiosciamina, ou escopolamina, uma

dose oral de 10mg poderá ser fatal para um adulto. Mas, estas

quantidades em miligramas de alcalóides, para a pessoa comum,

indicam muito pouco. Assim sendo, e considerando que a principal

preocupação será a ingestão de bagas da planta, vamos deixar “valores

de referência” para o número de bagas que um ser humano, adulto ou

criança, poderá ingerir e consiga sobreviver. De uma forma grosseira, e

pouco precisa, pode dizer-se que o consumo de 5 a 10 bagas nas

crianças, bem como o de 20 bagas nos adultos poderá ser letal. Há

pessoas que se mostram bastantes sensíveis à ingestão de apenas uma

baga. Após 1 ou 2 bagas, a maioria das pessoas refere ter, apenas,

Page 535: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2331

dificuldades na percepção visual. A ingestão de 3 ou 4 bagas, fornece a

sensação de “pedrada”, e entre 5 e 10 bagas causa alucinações (a

maioria são consideradas negativas). A ingestão de 20 bagas será fatal

à maior parte dos adultos, sendo que as crianças podem morrer por

ingestão de apenas 2 ou 3. Atualmente, o maior problema são as

crianças. Estas, além de serem mais susceptíveis aos efeitos tóxicos dos

alcalóides, são facilmente atraídas pelas bagas da planta, ingerindo-as.

Apesar disto, na maior parte das vezes, sobrevivem. Apesar do aspecto

atrativo para as crianças, também os adultos sofrem as consequências

de ingestão acidental de bagas de Atropa Belladonna. Um caso clínico

relata um casal que confundiu mirtilos com estas bagas, tendo-as

utilizado para fazer uma tarte.

Imagem 1. Mirtilos.

Imagem 2. Bagas de Atropa

Belladonna.

Page 536: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2332

Apesar dos valores de referência, há casos clínicos que provam que

mesmo ingerindo quantidades elevadas de bagas, há crianças que

sobrevivem. Após ter ingerido entre 20 a 25 bagas, uma criança de 9

anos desenvolveu um quadro similar ao de psicose que recuperou após

tratamento intravenoso com fisostigmina. Mesmo mostrando-se

extremamente tóxica para o ser humano, os animais, alguns se

mostram imunes aos efeitos tóxicos desta planta. Cavalos, burros,

coelhos, cabras, porcos e pássaros alimentam-se de folhas e/ou bagas

sem que os sinais de intoxicação sejam visíveis. Por outro lado, alguns

mamíferos, como os cães e gatos, também apresentam sinais de

intoxicação por esta planta. Estas diferenças de toxicidade entre

espécies devem-se aos diferentes mecanismos desintoxicação dos

animais.

Sintomas.

Os sintomas de envenenamento por beladona são os mesmos que se

observam, sobretudo, para a atropina, apesar da escopolamina também

provocar efeitos semelhantes. Assim sendo, estes compostos causam

vários sintomas característicos do seu mecanismo de ação: Inibição das

secreções salivares, lacrimais, bronquiais e das glândulas sudoríparas.

Garganta extremamente seca e, mesmo em doses reduzidas, causa

secura da boca e da pele. Taquicardia com doses elevadas. Dilatação da

pupila. Também paralisa o olho durante o relaxamento do músculo ciliar.

Relaxamento do músculo liso dos brônquios, vesícula biliar e bexiga.

Obstipação e retenção urinária. Afeta o SNC, causando irritação

moderada, em doses baixas. Em doses elevadas, causa agitação,

alucinações (efeitos psicoativos), visão turva e desorientação. Nos casos

mais graves verifica-se, ainda, perda de equilíbrio, sensação de voar,

sensação de sufocar, rubor facial, voz arrastada. Sabe-se, então, que

os constituintes da beladona provocam efeitos adversos nos vários

Page 537: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2333

sistemas do organismo: SNC: com doses tóxicas, a excitação central

torna-se proeminente, originando inquietação, irritabilidade,

desorientação, alucinações e delírios. Com o aumento das doses, a

estimulação central é acompanhada de depressão, levando ao colapso

circulatório e falência respiratória, após um período de paralisia e coma.

As mesmas doses de escopolamina também podem causar os sintomas

referidos. Doses elevadas de ambos os compostos podem provocar,

ainda, amnésia. As mortes são raras, mas a recuperação pode demorar

vários dias. Olho: a dilatação pupilar exagerada resulta em fotofobia.

Como a lente está focada para a visão ao longe, a visão ao perto fica

turva e os objetos parecem menores do que realmente são. Estes

efeitos podem-se verificar quer com aplicações locais quer sistémicas

dos alcalóides. Contudo, doses sistémicas convencionais de atropina

(0,6mg) provocam um pequeno efeito ocular, ao contrário de doses

iguais de escopolamina, que causam midríase definitiva e perda a

acomodação. Quando aplicadas localmente, tanto a atropina como a

escopolamina, produzem efeitos oculares de duração considerável,

sendo que, a acomodação e os reflexos pupilares podem não estar

totalmente recuperados até 7-12 dias. Sistema Cardiovascular: doses

elevadas de atropina causam, progressivamente, aumento da

taquicardia, por bloqueio dos efeitos vagais nos receptores M2 ao nível

do nó sinoauricular (SA) ou sinusal. O batimento cardíaco de repouso

aumenta cerca de 35 a 40 batimentos por minuto, nos homens jovens,

aos quais foi administrado 2mg de atropina (IM). O batimento cardíaco

máximo (após esforço) não é alterado pela atropina. Com doses

elevadas de escopolamina, a cardioaceleração acontece inicialmente,

mas como tem um tempo de semivida curto, os 30 minutos seguintes

são de ritmo cardíaco normal ou mesmo bradicardia. A atropina em

doses tóxicas, e por vezes em doses terapêuticas, dilata os vasos

sanguíneos cutâneos, especialmente os da face (área de “blush”). Isto

pode ser uma reação compensatória que permite a libertação do calor

para contrabalançar o aumento da temperatura induzida pela atropina,

Page 538: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2334

que aparece acompanhada da inibição da sudação. Trato

gastrointestinal: a boca fica seca e a fala pode-se tornar difícil.

Glândulas sudoríparas e temperatura: baixas doses de atropina ou

escopolamina inibem a atividade das glândulas sudoríparas e a pele

torna-se quente e seca. A sudação parece ser deprimida o suficiente

para aumentar a temperatura corporal, mas é apenas visível após

elevadas doses de atropina. Todos estes sintomas caracterizam uma

síndrome denominada síndrome anticolinérgicos agudo, que possui

sintomas centrais e periféricos: Sintomas centrais: alteração mental ou

de consciência, desorientação, discurso incoerente, delírio, alucinações,

agitação, comportamento violento, sonolência, coma, depressão

respiratória central e raramente convulsões. Sintomas periféricos:

hipertermia, midríase, membranas e mucosas secas, pele vermelha,

quente e seca, vasodilatação periférica, taquicardia, diminuição da

motilidade intestinal (por vezes, íleo paralítico) e retenção urinária.

Podem ainda ocorrer, excepcionalmente, rabdomiólise, choque

cardiogênico e paragem cardiorrespiratória. Os doentes com glaucoma

podem sofrer um agravamento desta condição e os doentes com

hiperplasia prostática benigna são particularmente mais susceptíveis à

retenção urinária. Para além dos sintomas característicos, se a

intoxicação for gravíssima, podem ocorrer convulsões, a respiração

torna-se inadequada, podendo ocorrer à morte por paragem respiratória

após um período de paralisia e coma. Em jeito de conclusão, fica aqui

uma mnemónica que caracteriza os tradicionais sintomas de intoxicação

por atropina: “Hot as a hare, blind as a bat, dry as a bone, red as beet

and mad as a hen.” “Quente como uma lebre, cego como um morcego,

seca como um osso, vermelho como uma beterraba e louco como uma

galinha”.

Tratamento / Antídoto

A intoxicação pelos alcalóides da beladona é, atualmente, uma causa

menos frequente de intoxicação. Com os meios médicos disponíveis

Page 539: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2335

hoje em dia, são raros os casos de morte, mesmo em crianças, desde

que o diagnóstico seja feito antecipadamente. Os antídotos habituais

são a fisiostigmina ou pilocarpina, os mesmos que são usados para os

casos de intoxicações por atropina. A sintomatologia manifesta-se nos

órgãos enervados pelo sistema nervoso parassimpático. Em situações

de envenenamento grave por estes alcalóides, a síndrome

anticolinérgica pode durar 48 horas ou mais (devido ao longo tempo de

semivida da atropina). Injeções intravenosas de fisostigmina podem

servir para confirmar o diagnóstico (caso o maioria dos sintomas

desapareça após administração). Este, nem sempre é fácil de

determinar, uma vez que os sintomas podem facilmente confundir-se

com os de outros fármacos, plantas ou drogas. Se a intoxicação

ocorreu por via oral, devem ser tomadas as devidas precauções para

evitar uma absorção muito elevada ao nível do intestino, como seria

esperado. Uma limpeza do conteúdo do estômago deve ser considerada.

O tratamento deve ser primariamente de suporte. O paciente deve ser

protegido de lesões autoprovocadas, podendo ser necessária, para isso,

restrição física ou farmacológica. Entubação e respiração controlada

podem ser necessárias na insuficiência respiratória. Para o tratamento

sintomático, injeções de fisostigmina restabelecem o doente,

rapidamente, do delírio e coma causados por doses elevadas de

atropina, contudo, acarreta risco de overdose colinérgica se a

intoxicação for moderada. Como a fisostigmina é metabolizada

rapidamente, o paciente pode voltar ao coma em apenas 1 a 2 horas

após a primeira administração, sendo necessário repetir a dose. Se o

doente apresentar excitação intensa, e se não for possível, ou

aconselhável, administrar drogas mais especificas como a fisostigmina,

deve-se administrar uma benzodiazepina (Diazepam) para causar

sedação e controlar as convulsões. Fenotiazinas ou outros agentes

antimuscarínicos, devem ser evitados sob pena de acentuarem ainda

mais a intoxicação. Além do suporte respiratório, o controlo da

hipertermia deve ser efectuado, principalmente nas crianças. Para isso,

Page 540: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2336

recomenda-se o uso de sacos de gelo, e esponjas impregnadas em

álcool que ajudam a diminuir a febre. A fisostigmina é um inibidor

reversível da colinesterase, permitindo assim concentrações mais

elevadas de acetilcolina na fenda sináptica, estimulando, indiretamente,

tanto os receptores muscarínicos como os nicotínicos. Em caso de

overdose, os sintomas colinérgicos são frequentes. Como atravessa

facilmente a barreira hematoencefálica pode ser utilizada para tratar os

efeitos centrais originados pelas drogas anticolinérgicas. A pilocarpina é

um agonista muscarínicos seletivos, muito pouco utilizado devido aos

seus efeitos colaterais. Apesar de ser a primeira escolha (se for

realmente necessária), a fisostigmina não está disponível em todos os

países. Assim sendo, recomenda-se o uso de neostigmina, nessas

situações, sem que a terapêutica seja muito afetada. A neostigmina,

também é um inibidor reversível da colinesterase. Tem como principal

desvantagem, em relação à fisostigmina, o facto de não ultrapassar tão

facilmente a barreira hematoencefálica, não sendo assim, tão eficaz no

tratamento de intoxicações com sintomatologia central. Apesar de,

teoricamente, não ser tão eficaz em casos graves de intoxicação

(efeitos centrais notórios) ela foi usada em crianças tendo-se obtido

uma terapêutica satisfatória. No tratamento deste tipo de intoxicação é,

contudo, rara a utilização de um destes fármacos (fisostigmina,

neostigmina ou pilocarpina). Geralmente, a limpeza gástrica, o suporte

respiratório, o controla da febre e uma benzodiazepina (usualmente o

Diazepam), é suficiente para controlar a sintomatologia e esperar que

os efeitos da intoxicação sejam ultrapassados. O uso dos fármacos mais

específicos para o tratamento do envenenamento por alcalóides da

beladona deve ser restrito a determinadas situações:

Agitação grave ou comportamento psicótico refratário a outros

tratamentos.

Evidência clínica de síndrome anticolinérgica central e periférica.

Page 541: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2337

Ausência de história de convulsões.

ECG normal, especialmente no intervalo QRS.

Ausência de história de ingestão, ou congestão, de antidepressivos

tricíclicos ou outros fármacos que retardem a condução intraventricular.

Disponibilidade para monitorização cardiorrespiratória e equipamento

para ressuscitação no local.

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2343

Glossário.

Alcalóides – compostos orgânicos cíclicos, que possuem pelo

menos um átomo de azoto no seu anel e são derivados de

plantas.

Alucinogênico - é substâncias, naturais ou sintéticas, que causam

alucinações e visões irreais a quem as utilizada.

Anticolinérgico - substâncias naturais ou sintéticas, cuja

característica é inibir a ação da acetilcolina. Os anticolinérgicos

são também chamados de antimuscarínicos, que são drogas que

antagonizam a ação da acetilcolina, nos receptores

muscarínicos.

Antídoto - substância ou mistura que neutraliza os efeitos de um

veneno.

Barreira hematoencefálica – barreira semipermeável que envolve o

cérebro, evitando a entrada de vária substância. A sua função

essencial é proteger o cérebro, criando condições constantes

ideais que permitam o bom funcionamento cerebral.

Eletrocardiograma ou ECG - exame médico na área de cardiologia

que consiste no registo da variação dos potenciais eléctricos

gerados pela atividade eléctrica do coração.

Page 548: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2344

Imagem 1. Eletrocardiograma normal.

Efeito midriático ou midríase - dilatação da pupila em função da

contração do músculo dilatador da pupila.

Imagem 2. Pupila extremamente dilatada.

Glaucoma - designação genérica de um grupo de doenças que

atingem o nervo óptico e envolvem a perda de células

ganglionares da retina num padrão característico de neuropatia

óptica.

Homeopática - O tratamento homeopático consiste em fornecer a

um paciente sintomático doses extremamente pequenas dos

agentes que produzem os mesmos sintomas em pessoas

saudáveis, quando expostas a quantidades maiores. A droga

homeopática é preparada com a diluição da substância numa

série de passos.

LD50 ou dose letal média – quantidade de substância tóxica que se

calcula, ou estima, ser capaz de matar metade de todos os

elementos da população em análise. Utiliza-se para determinar a

toxicidade aguda dos compostos.

Page 549: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2345

Mistura racémica - mistura em quantidades iguais de dois

enantiómeros de uma molécula quiral, cuja atividade óptica não

desvia o plano da luz polarizada nem para a esquerda levógiro

(L), nem para a direita dextrógiro (D). É, portanto uma mistura

de 50% de levógiro e 50% de dextrógiro.

Neurotransmissor - substância química produzida pelos neurónios,

por meio dos quais elas podem enviar informações a outras

células.

Obstipação - consiste na dificuldade para evacuar as fezes do

trato intestinal.

Rabdomiólise - é uma síndrome causada por danos na

musculatura esquelética resultando em extravasamento para o

plasma do conteúdo de células musculares (mioglobina,

Potássio, fosfato, etc.).

Sistema nervoso parassimpático - uma parte do sistema nervoso

autónomo cujos neurónios se localizam no tronco cerebral ou na

medula sacral, segmentos S2, S3 e S4.

Taquicardia - termo médico utilizado para designar um aumento

da frequência cardíaca. Convenciona-se como frequência normal

no ser humano uma frequência cardíaca entre 60 e 100

batimentos por minuto. A partir de 100, inclusive, considera-se

que há taquicardia.

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Farmacologia Especial estuda as drogas em grupos que apresentam

ações farmacológicas semelhantes. Ex.: farmacologia das drogas

autonômicas (que atuam no SNC).

Farmacognosia (farmacognosia é um dos mais antigos ramos da

farmacologia. Ela é praticada por farmacêuticos, e tem como alvo os

princípios ativos naturais, sejam animais ou vegetais. O termo deriva de

duas palavras gregas, pharmakon, ou droga, e gnosis ou conhecimento.

A farmacognosia passou a ser obrigatória nas escolas de farmácia

brasileiras a partir de 1920 - Estudo do uso, da produção, da história,

do armazenamento, da comercialização, da identificação, da avaliação e

do isolamento de princípios ativo, inativo ou derivados de animais e

vegetais): diz respeito à origem, métodos de conservação, identificação

e análise química dos fármacos de origem vegetal e animal.

Farmácia trata da preparação dos medicamentos nas suas diferentes

formas farmacêuticas (compridos, cápsulas, supositórios, etc.), da sua

conservação e análise.

Farmacodinâmica trata das ações farmacológicas e dos mecanismos

pelos quais os fármacos atuam (em resumo, daquilo que os fármacos

fazem ao organismo).

Farmacocinética: dizem respeito aos processos de absorção,

distribuição, biotransformação (e interações) e excreção dos fármacos

(em resumo, daquilo que o organismo faz aos fármacos).

Nota Didática Complementar (NDC).

Page 555: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2351

No livro SILVA, Professor César Augusto Venâncio da. TOMO II – CURSO

DE FARMACOLOGIA VI páginas 117, se aborda aspectos da

Farmacocinética e Farmacodinâmica, em particular o “efeito de primeira

passagem” do medicamento no SISTEMA DIGESTIVO (Páginas 67).

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VOLUME-V-TOMO-II-ANATOMIA-E-FISIOLOGIA-HUMANA-PROFESSOR-

CESAR-AUGUSTO-VENANCIO-DA-SILVA-2013-2014

A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do

desenvolvimento temporal dos processos de absorção, distribuição,

biotransformação e excreção dos fármacos. Na Farmacocinética, os

teores dos fármacos e seus metabólitos (produtos da biotransformação)

no organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes

dados sobre estas substâncias, tais como:

Condições para seu uso adequado, pela determinação da via de

administração, posologia (doses e intervalo entre as doses) e variações

correlatas em função de patologias como insuficiência renal, alterações

hepáticas e outras; Previsão de outros efeitos em potencial, como os

colaterais, por exemplo, no caso de acúmulo do fármaco em

determinado compartimento (organotropismo); ou ainda os oriundos de

interações medicamentosas a nível dos processos de absorção,

distribuição, biotransformação e excreção; Determinação dos principais

sítios de biotransformação; Determinação das vias de excreção.

O sucesso terapêutico do tratamento de doenças em humanos depende

de bases farmacológicas que permitam a escolha do medicamento

correto, de forma científica e racional. Mais do que escolher o fármaco

adequado ("certo") visando reverter, atenuar ou prevenir um

determinado processo patológico; o clínico, ao prescrever, também

precisa selecionar o mais adequado às características fisiopatológicas,

idade, sexo, peso corporal e raça do paciente. Como a intensidade dos

Page 556: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2352

efeitos, terapêuticos ou tóxicos, dos medicamentos depende da

concentração alcançada em seu sítio de ação, é necessário garantir que

o medicamento escolhido atinja, em concentrações adequadas, o órgão

ou sistema suscetível ao efeito benéfico requerido. Para tal é necessário

escolher doses que garantam a chegada e a manutenção das

concentrações terapêuticas junto aos sítios moleculares de

reconhecimento no organismo, também denominados sítios receptores.

Se quantidades insuficientes estão presentes no sítio receptor, o

medicamento pode parecer ser ineficaz mesmo sendo o "certo",

falseando, assim, a eficácia do fármaco escolhido; em uma situação

como esta, o fármaco pode ser descartado erroneamente, sendo que o

sucesso terapêutico poderia ser alcançado se a dose e/ou o intervalo de

administração (posologia) correta fossem prescritos. Do mesmo modo,

esquemas posológicos inapropriados podem produzir concentrações

excessivas no sítio receptor, o que acarretaria a produção de toxicidade

e, mais uma vez, o medicamento "certo" pode erroneamente ser

descartado, por apresentar excessivas concentrações no organismo.

O princípio básico da farmacocinética clínica é que a magnitude tanto da

resposta desejada quanto da toxicidade são funções da concentração do

fármaco em seu sítio de ação. No entanto, sabemos que raramente

podemos dosar diretamente a concentração do fármaco neste local; por

isto, as concentrações são normalmente medidas em um sítio

alternativo e mais acessível, o plasma. Desta forma, podemos dizer que

a hipótese fundamental em farmacocinética clínica é a relação existente

entre os efeitos farmacológicos ou tóxicos de um medicamento e a

concentração dele neste sítio facilmente acessível do organismo. Esta

hipótese tem sido documentada para inúmeros fármacos, embora para

alguns não exista esta clara relação entre os efeitos farmacológicos e as

concentrações sanguíneas. Na maioria dos casos a concentração na

circulação geral estará relacionada com a concentração no sítio de ação.

Os efeitos farmacológicos podem incluir efeitos tóxicos em adição aos

Page 557: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2353

efeitos clínicos desejados. O clínico precisa avaliar o potencial tóxico de

uma determinada dose e a sua eficácia clínica para determinar a

utilidade do agente em uma situação clínica específica. Tabela A.

Tabela A – Possíveis interferentes da farmacocinética.

Características do Paciente.

Idade.

Sexo.

Peso corporal total.

Tabagismo.

Consumo de álcool.

Obesidade.

Outros medicamentos em uso.

Estados Patológicos.

Disfunção hepática (cirrose, hepatite).

Insuficiência cardíaca.

Infecção.

Queimaduras severas.

Febre anemias.

Como já é fato e foi dito para alcançar o local de ação o fármaco é

obrigado, na maioria dos casos, a atravessar membranas biológicas

como o epitélio gástrico e intestinal, ou o endotélio vascular, ou ainda as

membranas plasmáticas celulares. Quando esta travessia se dá do local

de administração do fármaco ao sangue, temos o processo de absorção,

primeiro movimento de aproximação do sítio de ação, uma vez que

permite a passagem desta substância ao meio circulante. Assim, o

Page 558: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2354

processo de absorção tem por finalidade transferir o fármaco do local

onde é administrado para os fluidos circulantes, representados

especialmente pelo sangue. Por exemplo, um fármaco injetado no

músculo terá que se difundir a partir do local de injeção e atravessar o

endotélio dos vasos sanguíneos mais próximos, para alcançar a

circulação sistêmica e, portanto, ser absorvido.

Independente do local de administração, em solução aquosa, os

fármacos são absorvidos mais rapidamente do que aqueles

administrados em solução oleosa, suspensão ou forma sólida, porque se

misturam mais prontamente à fase aquosa no local da absorção. A

velocidade de dissolução pode ser um fator limitador da absorção dos

fármacos administrados em formas farmacêuticas sólidas, pois a

solubilização no meio de absorção é condição essencial para a

ocorrência do processo. A molécula de um fármaco deve ter

hidrossolubilidade suficiente para se dissolver nos líquidos do local de

absorção do organismo e lipossolubilidade para atravessar a bicamada

lipídica das membranas celulares por difusão passiva. Podemos dizer

que quanto maior a lipossolubilidade de um fármaco melhor será seu

processo de absorção, desde que ele esteja dissolvido no meio de

absorção. O grau de lipossolubilidade ou hidrossolubilidade pode ser

medido pelo coeficiente de partição óleo/água ou lipídeo/água,

apresentado anteriormente. Vários fatores podem alterar a solubilidade

de um fármaco em seu local de absorção e, indiretamente, podem

afetar este processo, entre eles pH no local de absorção. Ele, pH altera

a solubilidade da substância, especialmente no TGI. O ácido

acetilsalicílico (AAS) é um exemplo de fármaco relativamente insolúvel

em meio ácido-gástrico. O fármaco deve ser estável no líquido do local

de absorção para que esta ocorra sem problemas. Ex.: uma substância

que não resista a pH ácido (1-2) não poderá ser administrada via oral,

pois antes da absorção ela se desintegrará exemplos: insulina e

penicilina G.

Page 559: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2355

As modificações na forma química dos fármacos podem influir em sua

dissolução e, consequentemente, no processo de absorção. Formação

de sais a partir de um fármaco, normalmente aumenta a solubilidade do

mesmo. Sais sódicos e potássicos de ácidos orgânicos fracos e

cloridratos de bases orgânicas fracas dissolvem-se muito mais

facilmente que as respectivas bases e ácidos livres. Por exemplo, o

fenobarbital sódico possui velocidade de absorção aproximadamente

800 vezes maior que a do fenobarbital puro. A formação de éster,

éteres e amidas com determinados fármacos pode modificar a

solubilidade dos mesmos, sem interferir em suas propriedades

farmacológicas, o que aumenta suas possibilidades de aplicação. Além

de melhorar a solubilidade da substância, estas transformações podem

também melhorar sua estabilidade, caracteres organolépticos e

prolongar sua ação.

ABSORÇÃO: A menos que uma droga atue topicamente, ou seja, no seu

próprio local de aplicação, ela deve inicialmente penetrar no sangue

para depois ser distribuída para o seu local de ação. A mera presença

da droga no sangue, contudo, não provoca uma resposta farmacológica;

para que seja eficaz, a droga deve deixar o espaço vascular e penetrar

nos espaços intracelulares e/ou extracelulares. A velocidade com a qual

uma droga atinge seu local de ação depende de dois processos: sua

taxa de absorção e sua taxa de distribuição. Assim sendo a absorção

envolve a passagem da droga de seu local de administração para o

sangue e a distribuição envolve o transporte da droga para os tecidos. A

compreensão das características estruturais e funcionais que

influenciam a passagem das drogas nas membranas biológicas tem sido

alvo de grandes esforços. Apesar de algumas substâncias serem

translocadas por mecanismos de transporte especializados e de

compostos polares pequenos poderem ser filtrados através dos poros

membranosos, a maioria dos compostos exógenos penetra nas células

mediante difusão através das membranas lipídicas.

Page 560: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2356

No estudo da absorção das drogas, os seguintes itens devem ser

analisados:

a) membranas biológicas;

b) propriedades físico-químicas das moléculas das drogas;

c) forças responsáveis pela passagem das drogas através das

membranas;

d) modalidade de absorção das drogas;

e) locais de absorção das drogas e vias de administração.

Absorção das drogas: Ingestão Oral.

O grau de absorção dos fármacos é decisivo para obter o nível desejado

da substância no sangue, particularmente quando a via escolhida é a

oral. A absorção pelo trato gastrintestinal (TGI) é regulada por fatores,

tais como o estado físico da droga, a área da superfície para a absorção,

o fluxo sanguíneo esplâncnico, e a concentração no local da absorção.

Uma vez que grande parte da absorção pelo TGI ocorre por processos

passivos, o fármaco é mais bem absorvido na forma não ionizada (*1) e

mais lipofílica. Assim, poder-se-ia esperar uma absorção ótima de

ácidos fracos no meio ácido do estômago, enquanto a absorção de

bases poderia ser favorecida no intestino delgado relativamente

alcalino, todavia, é uma simplificação excessiva extrapolar o conceito de

partição do pH para uma comparação de duas membranas biológicas

diferentes, como os epitélios do estômago e do intestino. O estômago é

revestido por uma membrana espessa, coberta de muco, com pequena

área de superfície e alta resistência elétrica. A principal função do

estômago é digestiva; por outro lado, o epitélio do intestino possui uma

área de superfície extremamente grande - ele é fino, tem baixa

resistência elétrica e sua principal função é facilitar a absorção de

nutrientes. Dessa forma, qualquer fator que acelere o esvaziamento

gástrico poderá aumentar a velocidade de absorção de um fármaco, ao

Page 561: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2357

passo que qualquer fator que retarde o esvaziamento do estômago

provavelmente terá o efeito oposto, independente das características do

fármaco (BENET et al, 1996). Estudos experimentais obtidos no

trabalho clássico de BRODIE (1964) e de estudos mais recentes são

compatíveis com a seguinte conclusão: a forma não ionizada de uma

droga será absorvida mais rapidamente do que a forma ionizada em

qualquer lugar do TGI. No entanto, a velocidade de absorção de um

fármaco no intestino será maior do que a no estômago mesmo quando

o fármaco estiver predominantemente ionizado no intestino e em

grande parte não ionizado no estômago. Os fármacos que são

destruídos pelo suco gástrico ou que irritam a mucosa gástrica são

administrados algumas vezes em formas com um revestimento que

impede sua dissolução no meio ácido do estômago. Todavia, algumas

preparações protegidas também podem resistir à dissolução no

intestino, determinando muito pouca absorção do fármaco. A velocidade

de absorção de um fármaco está estreitamente relacionada ao tempo

necessário para que o fármaco atinja o seu nível plasmático efetivo e

conforme a natureza da substância ingerida por via oral, absorção se dá

em diferentes locais do trato digestivo. Assim, substâncias altamente

lipossolúveis são absorvidas já pela mucosa bucal. Entre os fármacos

mais utilizados por esta via, citam-se os nitratos e os nitritos, em

formulações sublinguais para o tratamento de angina do peito. O

segmento terminal do intestino grosso, o reto, também pode servir

como local útil para administração de drogas, particularmente quando a

via oral é inadequada. Esta via protege sensivelmente as drogas não

apenas de alterações, mas também das reações de biotransformação

que ocorrem no fígado. Entretanto, as absorções por esta via é

frequentemente irregular e incompleta e muitas drogas causam irritação

da mucosa retal.

Page 562: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2358

Observações Técnicas para especulação teórica em sala de aula.

A concentração da droga que está em solução na luz intestinal (*2), e,

portanto, disponível para a absorção, é determinada pela taxa de

dissolução da droga. Esta taxa de dissolução pode ser afetada pelo

pH(*3) do meio. Bases fracas tem velocidade de dissolução diminuída

em pH alto, enquanto que ácidos fracos se dissolvem mais rapidamente

nestas condições. Um estudo realizado por CARVER et al (1999) mostra

que pacientes que receberam alimentos concomitantemente com

Indinavir (*4) (uma base fraca inibidora de protease), comparado com

a administração em jejum, tiveram uma diminuição significativa na

absorção do medicamento. Sendo que a área sob a curva concentração-

tempo (ASC) de 0 a infinito diminuiu em 68%, 45%, 34% e 30% nos

pacientes que receberam alimentos protéicos, carboidratos, gorduras e

alimentos de alta viscosidade, respectivamente, comparados ao grupo

controle que recebeu o Indinavir em jejum. A Cmáx foi diminuída em

74%, 59%, 46% e 36%, e o tmáx foi prolongado de 1 hora para 3.8,

3.6, 2.1 e 2.0 horas para proteínas, carboidratos, gorduras e alimentos

viscosos respectivamente, demonstrando que a elevação do pH gástrico

por alimentos pode levar a precipitação de drogas. A redução da

concentração plasmática da droga observada com a ingestão de outros

alimentos que não causam elevações apreciáveis do pH gástrico indica

que outros fatores também podem estar influenciando na absorção do

Indinavir. A dissolução e a absorção de uma droga ácida como o

ibuprofeno, um medicamento antiinflamatório não esteróide (MAINE),

poderiam ser aumentadas com a utilização de alimentos e elevação do

pH gástrico. A formação de complexos e quelação entre drogas e íons

metálicos presentes em alimentos da dieta e em drogas antiácidas,

representa um segundo tipo de interação físico-química que diminui a

dissolução da droga e consequentemente a sua absorção. Uma

interação clinicamente importante é a diminuição da absorção de

fluoroquinolonas devido à formação de complexos com íons metálicos

Page 563: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2359

presentes nos alimentos e antiácidos, que resultam na perda da eficácia

antibacteriana. Foi constatada uma ocorrência de 22 a 76 % deste tipo

de interação em pacientes que são medicados com estes agentes. A

administração concomitante de antiácidos à base de alumínio e

magnésio e sucralfato têm os maiores impactos na biodisponibilidade de

quinolonas, seguidos por ferro, cálcio e zinco. (LOMAESTRO & BAILE,

1995).

Didaticamente podem-se classificar os fatores que influem na

biodisponibilidade de medicamentos em: farmacêuticos, fisiopatológicos

e genéticos. Os fatores farmacêuticos, objeto de estudo da biofarmácia,

estão particularmente relacionados com as formas farmacêuticas de

administração, dentre os quais merecem destaque as características das

matérias primas (ativas ou não), as formulações e os processos

tecnológicos. Os fatores fisiológicos estão relacionados com o peso

corpóreo, idade, velocidade de esvaziamento gástrico, velocidade de

fluxo sanguíneo, estado de nutrição, gravidez e outros; muitos deles

discutidos no tópico sobre absorção de fármacos. Alterações biológicas

derivadas de estados patológicos podem também interferir de forma

significativa na biodisponibilidade de medicamentos, muito

particularmente daqueles relacionados com doenças cardíacas e

hepáticas. Já os fatores genéticos, estão relacionados com diferenças

bioquímicas características de grupos étnicos, que se distinguem de

estados patológicos, as quais, no entanto, podem promover

significativas alterações na biodisponibilidade de medicamentos.

A adsorção e ligação de drogas com componentes da alimentação como

as pectinas também podem diminuir a taxa de dissolução. Da mesma

forma, a colestiramina(*5) e o colestipol(*6) que são resinas trocadoras

de íons (para eliminação de sais biliares e redução de colesterol)

formam complexos com uma série de medicamentos (antidepressivos,

neurolépticos, digitálicos, anticoagulantes) diminuindo a sua absorção.

O efeito de goma guar (“guar gum”), um medicamento a base de fibra

Page 564: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2360

alimentar comercializado no Brasil com o nome de BioFiber, sobre a

absorção de digoxina e fenoximetil penicilina (penicilina V, ou Pen V), foi

estudado por HUUPPONEN et al (1984), que verificaram que a goma

guar reduz a concentração sérica de digoxina durante o período

absortivo. No entanto, a mesma quantidade de digoxina foi encontrada

na urina de pacientes que receberam a fibra e de pacientes que não

receberam. Tal fato, porém não foi verificado com a Pen V, uma vez que

a Cmáx e ASC foram reduzidas pela administração de goma guar.

No texto acima se referiu ao processo de excreção, que basicamente, a

excreção do medicamento ocorre após sua biotransformação, ou até

mesmo, na sua forma inalterada. No organismo humano, a eliminação

de um fármaco ocorre através de diferentes vias: renal, biliar, intestinal,

pulmonar e, menos frequentemente, suor, saliva, secreção nasal e leite

(lactantes). Embora a excreção renal seja a principal via, existem

medicamentos que são predominantemente excretados pela bile e

fezes. Excreção é o processo pelo qual os produtos residuais do

metabolismo e outros materiais sem utilidade são eliminados do

organismo. Este processo é realizado pelos pulmões, rins e pele. Não

confundir com secreção, quando a substância eliminada pela célula

pode ter um fim específico. A excreção é um processo essencial em

todas as formas de vida. Em organismos unicelulares os resíduos são

eliminados através da superfície da célula. Nos organismos

pluricelulares há métodos de excreção mais complexos: Plantas

vasculares eliminam gases por estômatos na superfície das folhas.

Animais possuem órgãos excretores, etc.

As excretas.

São chamadas de excretas os resíduos que devem ser eliminados do

organismo. Abordaremos aqui a classificação quanto às excretas

nitrogenadas, que são:

Page 565: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2361

Amoniotélicos: Excreta amônia, substância extremamente tóxica para

os organismos e bastante solúvel em água. É necessário muita água

para o seu transporte, e, portanto, esse tipo de excreção ocorre na

maioria dos invertebrados aquáticos e nos peixes ósseos de água doce.

Ocorre também na maioria dos anfíbios, que são prejudicados, pois

acabam perdendo muita água, por este e outros motivos precisam viver

no meio aquático ou úmido para sua sobrevivência.

Ureotélicos: Excretam uréia, que é solúvel em água e menos tóxica que

a amônia, e ocorre no fígado no chamado ciclo de ornitina. Ocorre em

animais que dispõem de um pouco menos de água, como nos anelídeos,

peixes cartilaginosos, alguns anfíbios adultos e mamíferos.

Uricotélicos: Excreto ácido úrico, substância de toxidez muito baixa e

insolúvel em água, o que representa uma adaptação para a vida

terrestre. São uricotélicos: insetos, répteis e aves.

Excreção Renal.

A excreção renal compõe a principal forma de eliminação de

medicamentos, especialmente os polares ou pouco lipossolúveis em pH

fisiológico. Contudo, é válido ressaltar que, excluindo estes fatores

intrínsecos ao medicamento, outros fatores podem interferir com sua

excreção, como, por exemplo, alta ligação com proteínas plasmáticas

(acima de 80%), que inviabiliza ao medicamento ligado atravessar os

poros das membranas glomerulares. Alguns medicamentos capazes de

penetrar no líquido tubular, por meio da filtração glomerular e excreção

tubular proximal, podem apresentar também uma baixa taxa de

excreção. Este fenômeno pode ser explicado pela reabsorção que eles

sofrem na região distal do néfron. Medicamentos com características de

ácidos orgânicos fracos com pH ao redor de 3, como é o caso dos

salicilatos, quando em pH ácido, encontram-se em maior proporção na

forma molecular, sendo, portanto, facilmente reabsorvidos em grande

Page 566: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2362

quantidade, por difusão pelas membranas celulares, de volta para o

interior do organismo.

O transporte de determinados fármacos e seus metabólitos por

carreadores se dá no túbulo proximal do rim com gasto de energia.

Estes sistemas podem apresentar certa inespecificidade, responsável

tanto pela excreção de substâncias ácidas como básicas; todavia, estes

mesmos sistemas apresentam saturabilidade. A administração de dois

medicamentos, simultaneamente, que funcionam como substrato para o

mesmo processo de excreção mediada por transportador tende a

prejudicar a excreção de um deles. A eliminação de um medicamento

pode ser expressa pela depuração (clearance) renal, que é definida

como o volume plasmático no qual está contida a quantidade de

substâncias que é retirada pelo rim por unidade de tempo. A

depuração renal varia consideravelmente para distintos medicamentos e

é fundamental no estabelecimento da dosagem. É responsável por

descrever a eficiência com que ocorre a eliminação de um fármaco em

um organismo. Esta eliminação diz respeito à excreção da droga não

modificada, ou seja, na sua forma original, pelas diferentes vias de

excreção. O clearance total é definido como a soma de todos os

processos de eliminação.

O clearance renal de um medicamento é o resultado de três processos:

Filtração glomerular;

Secreção ativa nos túbulos proximais;

Reabsorção passiva da urina para o sangue ao longo do túbulo

renal.

A reabsorção do medicamento dos túbulos renais de volta para o

sangue fica a critério da capacidade deste de atravessar as membranas

dos túbulos e retornar aos capilares sanguíneos, e também, do grau de

ionização do medicamento no pH urinário. É conhecido que

Page 567: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2363

medicamentos não-ionizáveis no pH urinário atravessaram com maior

facilidade as células dos túbulos e caiem novamente na corrente

sanguínea. Deste modo, o clearance renal varia com a concentração do

medicamento no filtrado, bem como com o pH urinário.

Clearance.

A função renal normal depende da integridade de quatro aspectos da

fisiologia renal: o fluxo sanguíneo, a filtração glomerular, a função

tubular e a permeabilidade das vias urinárias. O rim tem como função

básica a conservação de fluidos, ou, em outras palavras, a concentração

da urina. Além dessa função básica, possui três importantes papéis, que

são a depuração de substâncias tóxicas, a manutenção do equilíbrio

hidroeletrolítico interno e a produção de hormônios. A função geral do

rim pode ser avaliada pelo clearance (depuração) renal de uma

determinada substância. Por definição teórica, o clearance é o volume

de plasma a partir do qual uma determinada substância pode ser

totalmente depurada (eliminada) na urina em uma determinada

unidade de tempo. Esse processo depende da concentração sérica, da

taxa de filtração glomerular e do fluxo plasmático renal. É calculado a

partir dos valores sérico e urinário da substância e do volume urinário

em 24 horas, sendo corrigido em relação à superfície corporal. O

clearance de moléculas pequenas não ligadas à proteína que são

filtradas livremente pelos glomérulos, e não são secretadas ou

reabsorvidas pelo sistema tubular, como a inulina, fornece uma

avaliação fiel da taxa de filtração glomerular. Na prática, o clearance de

creatinina é o escolhido para a avaliação da função renal. Sua excreção

não é influenciada pela dieta e é filtrada livremente pelos glomérulos.

Page 568: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2364

Entretanto, além da secreção glomerular, há também uma secreção

tubular ativa que é contrabalançada por um mecanismo de reabsorção

tubular. Assim, é possível utilizar o clearance de creatinina para avaliar

adequadamente a taxa de filtração glomerular, sendo um índice precoce

da avaliação da função renal superior à avaliação sérica isolada dos

níveis de uréia e de creatinina. Além de avaliar a função renal, são úteis

também para o acompanhamento da evolução da lesão renal e da

resposta a terapêuticas. A taxa de filtração glomerular é maior nos

homens do que nas mulheres, já que eles possuem uma massa renal

maior. Durante a gravidez, a taxa de filtração aumenta em torno de

50%, retornando ao normal após o parto. Encontra-se diminuída nos

recém-nascidos e nas crianças até 5 meses de idade, por uma

imaturidade anatomofisiológica dos glomérulos. Os níveis da taxa de

filtração glomerular começam a diminuir progressivamente a partir da

meia-idade, em consequência da arterionefroesclerose, que leva à

diminuição progressiva do número de glomérulos. O clearance estará

diminuído quando aproximadamente 50% dos néfrons estiverem

lesados, indicando comprometimento da filtração glomerular.

Para avaliar a depuração o exame requer que a coleta de sangue deve

ser realizada em jejum ao final da coleta da urina de 24 horas para a

correlação dos níveis séricos e urinários.

Clearance = Creatinina na urina (mg/dL) x Vol. (mL/min) /

Creatinina no soro (mg/dL).

Clearance Corrigido = Clearance x Fator (corrigido pela

superfície corporal, calculado em função do peso e da altura).

Anatomia e Fisiologia Aplicada.

Page 569: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2365

Notas Técnicas Práticas(NTP*).

Ultrassonografia com Doppler Colorido de

Artérias Renais.

A Ultrassonografia com Doppler Colorido das Artérias Renais aliou uma

técnica não invasiva, que é a Ultrassonografia, com as informações

sobre as artérias renais e seu respectivo fluxo sanguíneo, introduzindo

um elemento dinâmico nos estudos ultrassonográficos ao permitir a

investigação detalhada e não invasiva da hemodinâmica da área

examinada, que pode ser avaliada quantitativa e qualitativamente, não

somente do ponto de vista morfológico, mas também funcional. Nessa

cartografia dinâmica, o sentido do fluxo é codificado pelas cores azul e

vermelha. Esta imagem em cores é sobreposta à imagem em escala de

cinzas no plano bidimensional da Ultrassonografia em tempo real,

permitindo identificar o fluxo e o sentido do sangue. É um método que

não utiliza nenhum tipo de radiação e não apresenta efeitos colaterais.

Para este exame é necessário jejum, para que se possa avaliar de forma

adequada estruturas mais profundas, como as artérias renais, o

pâncreas e a aorta.

Preparo e Orientações para Ultrassonografia com Doppler Colorido de

Artérias Renais.

Este exame necessita de preparo prévio.

Page 570: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2366

Para a realização deste exame será necessário jejum de oito horas. Não

há necessidade da suspensão de medicações, contanto que sejam

tomadas com água. Recomenda-se ao paciente que busque usar roupas

confortáveis, preferencialmente de duas peças. Caso tenha exames

anteriores relacionados à região a ser examinada pedimos a gentileza

de trazê-los. A comparação com exames anteriores proporciona

diagnósticos mais precoces e evita, muitas vezes, a realização de

incidências adicionais. Em caso de dúvidas, sinta-se à vontade para

falar com um dos médicos da equipe. Estamos à sua disposição para

qualquer esclarecimento. As imagens disponibilizadas via internet só

têm efeito para diagnóstico se forem avaliadas em monitor de alta

definição ou documentadas em impressora dedicada de alta resolução.

SISTEMA RENAL.

Page 571: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2367

O sistema renal também pode ser chamado de excretor ou excretório,

apesar disso dar a idéia incorreta de que toda a excreção é realizada

nesse sistema. O nosso principal produto do metabolismo das células, o

CO2 proveniente da quebra da glicose e dos ácidos graxos é excretado

pelo sistema respiratório. Assim cabe ao renal às excreções dos

metabólitos de proteínas como descritos em seguida. O sistema renal

tem como órgãos principais os rins estes, por sua vez, tem a 4 funções

principais:

1- Depurar o sangue e promover excreção de metabólitos protéicos;

2- controlar o pH sanguíneo;

3- controlar o volume sanguíneo e assim controlar pressão arterial;

4- secretar 2 hormônios: eritropoietina (induz produção de hemácias na

medula óssea) e renina-angiotensina (promove vasoconstricção e

aumento de pressão arterial).

Anatomia dos Rins.

Page 572: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2368

O ser humano possui 2 rins que

trabalham concomitantemente. Cada rim pesa cerca de 250 g e é

composto pela pelve e os cálices renais, a medula e o córtex renal

(figura 1). Este último é o local onde são secretados os hormônios

produzidos nos rins. O sangue vai entrar nos rins através das artérias

renais. Estas se subdividem em artérias arqueadas que vão dar origem

a minúsculos vasos, as arteríolas aferentes que, por sua vez, vão servir

como porta de entrada de milhares de pequenas estruturas tubulares

chamadas Nefrons, localizados nas pirâmides da medula renal. Os

nefrons são a unidade de filtração e funcionamento dos rins.

Pode-se dizer que cada néfron tem uma função

autônoma e é capaz de filtrar alguns mililitros de sangue. Portanto, se

cada néfrons filtrar alguns ml de sangue, milhares de néfrons

Page 573: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2369

trabalhando juntos podem limpar todos os 5(cinco) litros de sangue que

possuímos, em média.

(NOTA ICONOGRAFICA COMENTADA - Exemplo de posição anatômica dos rins, onde se

apresenta um Raio-x. Nessa imagem se observa pouca radiação. O Rx foi realizado

com fins de identificar cálculos renais, que por sinal são de difícil visibilização por este

método. Segundo os urologistas, quando é visível, é um excelente método para

acompanhamento durante o tratamento).

Após a passagem pelos nefrons a urina aí formada segue pelo túbulo

coletor até os cálices e a pelve renal, onde é levada até os ureteres.

Estes deságuam na bexiga, que armazena a urina até sua excreção pela

uretra.

Normalmente as pessoas expelem pela urina grandes quantidades de

vitaminas, proteínas, minerais, oxalatos, sais de cálcio, ácido úrico,

cistina e, eventualmente, outras substâncias como penicilina e

diuréticos. Em algumas condições a urina pode ficar saturada dessas

substâncias e como consequência formar cristais que posteriormente

tornam-se as conhecidas pedras nos rins.

Page 574: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2370

Uma vez que muitos desses cálculos são muito grandes para

atravessarem os estreitos condutos do sistema coletor, eles levam a

obstrução do fluxo urinário, o que leva frequentemente a dor intensa.

Desta forma então eles podem atingir grandes volumes e até mesmo

ocupar todo o rim com aspecto de coral ou chifre de veado, ou descer

pelo ureter (canal estreito que sai do rim até a bexiga, que conduz a

urina) causando a cólica renal. Vale lembrar que o tamanho, posição,

densidade do cálculo e também características do paciente levam a

decisão por qual método escolher para o tratamento.

Page 575: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2371

Fisiologia Renal.

O sangue chega

aos rins através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do

órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada

uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron, formando

um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi. Os

capilares do glomérulo deixam extravasar diversas substâncias

presentes no sangue (água, uréia, glicose, aminoácidos, sais e diversas

moléculas de tamanho pequeno), através de suas finas paredes. Essas

substâncias extravasadas passam entre as células da parede da cápsula

de Bowman e atingem o túbulo contorcido proximal, onde constituem o

filtrado glomerular (urina inicial). O filtrado glomerular é semelhante,

em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que

Page 576: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2372

não possuem proteínas, incapazes de atravessar os capilares

glomerulares.

Pode-se afirmar que a principal função dos rins é a depuração ou

filtragem do sangue. A depuração, como já foi dita, serve para que os

rins, mais especificamente os nefrons, possam retirar do sangue e

excretar todos compostos nitrogenados resultantes da metabolização

das proteínas. Os principais compostos excretados são a uréia, o acido

úrico e a creatinina. Além disso, ao realizar essa depuração os rins

excretam íons H e controlam pH sanguíneo e excretam mais ou menos

água, regulando o volume de sangue. Para tanto, passam pelos nossos

rins cerca de 180 litros de sangue por dia, o que equivale dizer que todo

nosso sangue é depurado cerca aproximadamente 36 vezes por dia.

Assim o sistema renal trabalha com sobras, já que não seria a

depuração de tal quantidade de sangue diariamente. São excretados

cerca de 60 ml de uréia e 1,5 l de urina todos os dias, medidas que

Page 577: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2373

evidentemente são dependentes da quantidade de água, Na (O sódio é

um elemento químico de símbolo Na - Natrium em latim, de número

atômico 11 - 11 prótons e 11 elétrons e massa atômica 23 u. É um

metal alcalino, sólido na temperatura ambiente, macio, untuoso, de

coloração branca, ligeiramente prateada) e proteínas que foram

consumidos.

Assim, vamos analisar como ocorre essa depuração nos rins. Para isso

precisamos analisar a fisiologia dos nefrons. Mas para podermos

entender o funcionamento dos nefrons é necessário antes aprendermos

o conceito de reabsorção que veremos mais afrente. A função essencial

do néfron consiste em depurar o plasma sanguíneo das substâncias que

devem ser eliminadas do organismo. O néfron filtra uma grande

proporção do plasma sanguíneo através da membrana glomerular.

Cerca de 1/5 do volume que atravessa o glomérulo é filtrado para a

cápsula de Bowman que coleta o filtrado glomerular. Em seguida, à

medida que o filtrado glomerular atravessa os túbulos, as substâncias

necessárias, como a água e grande parte dos eletrólitos são

reabsorvidas, enquanto as demais substâncias, como uréia, creatinina e

outras, não são reabsorvidas. A água e as substâncias reabsorvidas nos

túbulos voltam aos capilares peritubulares para a circulação venosa de

retorno, sendo lançadas nas veias arqueadas, e finalmente, na veia

renal. Uma parte dos produtos eliminados pela urina é constituída de

substâncias que são secretadas pelas paredes dos túbulos e lançadas no

líquido tubular. A urina formada nos túbulos é constituída por

substâncias filtradas do plasma e pequenas quantidades de substâncias

secretadas pelas paredes tubulares. O fluxo sanguíneo através dos rins

corresponde, em média, à aproximadamente 20% do débito cardíaco,

podendo variar, mesmo em condições normais. Em um adulto de 60 Kg

de peso, o débito cardíaco corresponde a 4.800 ml/min; a fração renal

do débito cardíaco será de 960 ml. O fluxo sanguíneo renal é muito

maior que o necessário para o simples suprimento de oxigênio. Cerca

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2374

de 90% do fluxo sanguíneo renal são distribuídos pela camada cortical,

onde abundam os glomérulos e, apenas 10% se distribuem pela região

medular. Os rins possuem um eficiente mecanismo de autoregulação

que permite regular o fluxo de sangue e, através dele, regular a

filtração glomerular. Este mecanismo é capaz de manter um fluxo renal

relativamente constante com pressões arteriais que variam entre 80 e

180 mmHg. Em determinadas condições, como por exemplo, na

depleção líquida ou no baixo débito cardíaco, quando o fluxo renal não

pode ser mantido, o mecanismo autoregulador preserva a filtração

glomerular, produzindo vasoconstrição da arteríola eferente, que

mantém a gradiente transglomerular de pressão. A resistência vascular

renal se ajusta automaticamente às variações na pressão de perfusão

renal. As arteríolas aferente e eferente são influenciadas por muitos dos

estímulos nervosos e hormonais vasculares, embora sua resposta

dependa das necessidades renais e seja moderada pelos mecanismos

autoregulatórios. A membrana glomerular possui três camadas

principais: uma camada endotelial, do próprio capilar, uma camada ou

membrana basal e uma camada de células epiteliais na face

correspondente à cápsula de Bowman. Apesar da presença das três

camadas, a permeabilidade da membrana glomerular é cerca de 100 a

1.000 vezes maior do que a permeabilidade do capilar comum. A fração

de filtração glomerular é de aproximadamente 125 ml/minuto. Em 24

horas são filtrados aproximadamente 180 litros de líquido por todos os

glomérulos (filtrado glomerular), para formar de 1 a 1,5 litros de urina,

o que demonstra a enorme capacidade de reabsorção dos túbulos

renais. O líquido reabsorvido nos túbulos passa para os espaços

intersticiais renais e daí para os capilares peritubulares. Para atender a

essa enorme necessidade de reabsorção, os capilares peritubulares são

extremamente porosos. A grande permeabilidade da membrana

glomerular é dependente da estrutura daquela membrana e das

numerosas fendas e poros existentes, cujo diâmetro permite a livre

passagem das pequenas moléculas e impede a filtração das moléculas

Page 579: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2375

maiores, como as proteínas. O filtrado glomerular possui

aproximadamente a mesma composição do plasma, exceto em relação

às proteínas. Existem no filtrado glomerular, diminutas quantidades de

proteínas, principalmente as de baixo peso molecular, como a albumina.

Reabsorção.

Podemos chamar de reabsorção todo processo que leva substâncias de

algum tecido para o sangue. Assim, quando uma proteína, ou uma

glicose, sai dos néfrons e volta ao sangue para ser reaproveitada, ela

está sofrendo um processo de reabsorção. Como durante a limpeza do

sangue, várias substâncias que chegam aos rins devem ser

reaproveitadas, pode-se dizer que a reabsorção nos rins é o processo

fundamental da fisiologia dos rins. Se não houvesse a reabsorção nos

rins, perderíamos pela urina toda a glicose e a proteína que ingerimos.

A reabsorção renal pode ser ativa, com gasto de energia. Nesse

processo há a presença de um carreador na membrana do néfron que

transporta a substância do túbulo do néfron para fora, onde ela vai ser

transportada para dentro de um capilar e voltar ao sangue. Sofrem

reabsorção ativa a glicose, as proteínas e lipídeos, além de vitaminas e

minerais. Como é transporte ativo, vale dizer que o processo ocorre

mesmo contra gradiente de concentração. Já a reabsorção passiva

depende de diferença de concentração, ou seja, ocorre difusão do meio

mais concentrado para o meio menos concentrado. Ele não depende de

energia e o principal elemento que sofre transporte passivo (osmose) é

a água; mas também minerais, especialmente Na, sofrem reabsorção

passiva. Após esse resumo de fisiologia básica que nos leva a

interpretar o conceito de reabsorção podemos reavaliar os nossos

conceitos de quando estudamos a anatomia e a fisiologia dos néfrons.

Page 580: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2376

Ilustração - Anatomia dos rins. Fisiologia dos Nefrons. Reabsorção nos

Nefrons.

Ilustração - Anatomia dos nefrons.

Page 581: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2377

Na ilustração ao lado podemos observar a anatomia do néfron.

Constitui-se basicamente por um sistema de tubos e filtros responsáveis

pela limpeza do sangue. O sangue entra pelo néfron através da arteríola

aferente. A arteríola aferente desemboca em uma espécie de vesícula

ou bolsa chamada cápsula de Bowman. Dentro da cápsula de Bowman

há a presença de um grande filtro chamado glomérulo, que tem a

função de reter grandes elementos do sangue, como as células

sanguíneas e as proteínas de grande tamanho. Esses elementos depois

de retidos saem da cápsula através da arteríola eferente, e voltam ao

sangue pelos inúmeros capilares que cercam os néfrons.

O que não foi reabsorvido segue na cápsula de Bowman até o túbulo

proximal, onde glicose e carbohidratos, ácidos graxos essenciais,

proteínas e aminoácidos, vitaminas e minerais sofrem um intenso

processo de reabsorção ativa, o que faz com que nenhum desses

elementos passe do túbulo proximal, em condições normais. Também

ocorre reabsorção passiva de água e minerais.

Todos esses elementos também são reabsorvidos pelos capilares que

rodeiam o néfron. O túbulo proximal acaba na alça de Henle e esta

desemboca no túbulo distal. Como quase toda substância útil já foi

reabsorvida, apenas água, Na(Sódio) e outros minerais, além dos

Page 582: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2378

elementos tóxicos, uréia, acido úrico e creatinina, chegam á alça de

Henle e ao túbulo distal. A reabsorção de água na alça de henle e no

túbulo distal esta diretamente relacionada com a quantidade de urina e

com a diurese. Assim, quanto mais água é reabsorvida, menos água na

urina, o que significa menor diurese e urina mais concentrada. O oposto

também é válido; quanto menor a reabsorção maior a diurese e mais

diluída a urina. Dois hormônios regulam esse fenômeno. O ADH

(hormônio antidiurético) é secretado pela neurohipófise e tem efeito de

aumentar à permeabilidade a água no túbulo coletor o que leva a sua

maior reabsorção. O aumento de reabsorção de água leva a maior

reabsorção de Na(Sódio), e isso tem como efeito menor diurese e

retenção de água, o que provoca aumento de volemia sanguínea e de

pressão arterial. O ADH é secretado sempre que receptores

hipotalâmicos percebem diminuição de concentração de Na(Sódio) e

consequente diminuição de pressão arterial. Já a aldosterona provoca a

reabsorção ativa de Na(Sódio) na alça de Henle, no túbulo distal e no

coletor e por osmose ocorre a reabsorção de água junto, também

aumentando volemia e pressão arterial. Ela é secretada pelas

suprarrenais após estimulo da angiotensina, hormônio secretado pelos

rins quando ocorre queda da pressão arterial. Esses dois hormônios,

portanto atuam para que ocorra um aumento de pressão arterial,

aumentando a reabsorção de Na(Sódio) e água. Eles também

determinam se a urina será mais ou menos concentrada; a atuação dos

hormônios diminui a excreção de água o que faz a urina ficar bastante

concentrada. Já na ausência dos hormônios diminui a reabsorção de

água o que torna a urina bastante diluída.

(*1) Forma Ionizada e não ionizada.

Ionização é um processo químico mediante ao qual se produzem íons,

espécies químicas eletricamente carregadas, pela perda ou ganho de

elétrons a partir de átomos ou moléculas neutras. Há várias maneiras

pelas quais se podem formar íons. Na ionização de um ácido, por

Page 583: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2379

exemplo, a molécula de água é responsável por capturar um hidrogênio

que está polarizado positivamente no ácido, formando o íon hidroxônio

(H3O+) e um ânion (A-, sendo A um elemento ou composto presente

no ácido).

Acidez e basicidade.

Substâncias possuem propriedades ácidas e/ou básicas. Existem

diferentes teorias que explicam o comportamento ácido-base. A menos

complexa é a teoria de Arrhenius, que define ácido como uma

substância que produz íons hidrônio, quando dissolvida em água; e uma

base é uma substância que produz íons hidroxila, quando dissolvida em

água. De acordo com a teoria ácido-base de Brønsted-Lowry, ácidos é

substâncias que doam um cátion hidrogênio a outra substância em uma

reação química; por extensão, uma base é a substância que recebe

estes íons hidrogênio. Outra teoria é a ácido-base de Lewis, que é

baseada na formação de ligações químicas. A teoria de Lewis explica

que um ácido é uma substância que é capaz de aceitar um par de

elétrons de outra substância durante o processo de formação da ligação

química, enquanto que a base é uma substância que cede um par de

elétrons para formar uma nova ligação. Podemos resumir sugerindo

que existem outras formas em que uma substância pode ser classificada

como um ácido ou de uma base, como se apura da evolução histórica

deste conceito. A acidez pode ser marcada, medida ou mensurada por

dois métodos. Uma das mensurações tomando como base a definição

de Arrhenius de acidez é o potencial hidrogeniônico (PH). Veremos

mais a frente detalhes conceituais, porem podemos resumir dizendo

que o PH é definido como o logarítmo decimal do inverso da atividade

de íons hidrogênio, aH+, em uma solução. Assim, as soluções que têm

um baixo PH tem alta concentração de íons hidrônio, e pode-se dizer

que são mais ácidas. Outra mensuração, que tem como base a definição

de Bronsted-Lowry, é a constante de dissociação de um ácido (Ka), que

medem a capacidade relativa de uma substância para agir como um

Page 584: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2380

ácido sob a definição de Bronsted-Lowry. Isto é, as substâncias com um

Ka maior são mais propensas a doar íons hidrogênio em reações

químicas do que aquelas com menores valores de Ka(Referência de

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Page 585: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2381

Acima podemos ver a anatomia do trato urinário ilustrado e também em

um exame normal de urografia excretora. Perceba que o ureter (canal

que conduz a urina à bexiga) possui poucos milímetros. Desta forma

você pode entender como uma pequena pedra pode obstruir o canal

levando a dor, dilatação do ureter e rim (hidronefrose), infecções e até

mesmo a perda do rim. Toda vez que o ureter é bloqueado, isto eleva a

pressão no trato urinário superior (rim) destruindo os glomérulos, que

são as estruturas que filtram o sangue e produzem a urina.

Page 586: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2382

Bibliografia Básica.

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Editora Guanabara Koogan, 2006.

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Semiotécnica.

Ver TELEVISÃO INESPEC. AULAS DE SAÚDE.

Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem - Vídeo Aula Completa.

http://www.youtube.com/watch?v=cs64k5Z-OC4

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS.

Dos pontos de vista legal, ético e prático, a administração de

medicamentos é muito mais que um simples serviço de entrega e ato,

trata-se de conhecimento, habilidade e técnica.

FINALIDADES DO MEDICAMENTO.

PREVENTIVA: quando evita o aparecimento de doenças ou diminui a

gravidade das mesmas. Ex.: vacinas;

PALIATIVA: quando alivia determinados sintomas de uma doença,

destacando-se entre eles a dor. Ex.: analgésico;

CURATIVA: quando remove o agente causal das doenças. Ex.:

antibiótico;

SUBSTITUTIVA: quando repõe outra substância normalmente

encontrada no organismo, mas que por um desequilíbrio orgânico, está

em quantidade insuficiente ou mesmo ausente. Ex.: insulina.

Page 592: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2388

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS.

Para administrar a medicação com eficácia, você necessita conhecer: A

terminologia dos medicamentos; As vias de administração dos

medicamentos; Os efeitos que os medicamentos produzem depois que

penetram no organismo.

CUIDADOS IMPORTANTES NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DOS

MEDICAMENTOS.

Quanto à sala de preparo de medicamentos: Deve ser bem iluminada;

Deve ter boa ventilação; As janelas devem ter telas de proteção contra

insetos; Deve ter bancadas adequadas com gavetas, pia, lixo e

coletores de materiais perfuro cortantes; As bancadas devem ser limpas

com água e sabão ou com álcool 70% a cada turno ou sempre que se

fizer necessário; O local deve ser tranqüilo.

CUIDADOS IMPORTANTES NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DOS

MEDICAMENTOS.

Quanto à prescrição médica: Nome do paciente com o número do

quarto e do leito; Data da prescrição; Nome do medicamento, dose a

ser administrada, via de administração e o horário; Nome de quem

prescreveu – nº do CRM e assinatura.

CUIDADOS IMPORTANTES NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DOS

MEDICAMENTOS.

Quanto ao medicamento: Observar o aspecto da substância (cor,

turvação, depósitos e outros); Validade; Concentração do medicamento

e a prescrição; Materiais e acessórios para seu preparo e administração.

CUIDADOS IMPORTANTES NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DOS

MEDICAMENTOS.

Lavar as mãos; Nunca administrar medicamentos em dúvida, que

podem estar relacionadas à: letra ilegível, dosagem, rótulo e nomes

Page 593: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2389

diferentes da prescrição; Não retornar a medicação ao frasco se esta

não for utilizada; Não desprezar medicações em lugares acessíveis a

outras pessoas;

CUIDADOS IMPORTANTES NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DOS

MEDICAMENTOS.

Evitar distrações utilizando as “três leituras certas da medicação”: 1) ao

pegar o frasco ou ampola confira o rótulo pela primeira vez; 2) ao

aspirar à medicação confira o rótulo pela segunda vez; 3) ao desprezar

o frasco leia o rótulo pela terceira vez.

Preparar o medicamento de cada paciente separadamente; Não tocar no

medicamento com as mãos; Não administrar medicamentos preparados

por outras pessoas.

CUIDADOS IMPORTANTES NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DOS

MEDICAMENTOS.

Verificar a existência de alergias; Jamais recolocar medicamentos

líquidos nos frasco original; Não deixar a bandeja na enfermaria;

Registrar e checar após a administração do medicamento; Nas

emergências o medicamento poderá ser prescrito de forma verbal,

desde que o médico lannce em seguida, no Prontuário do Paciente,

porém o autor tem resistência a essa prática, pois a responsabilidade

penal, administrativa e civil se vincula nesse caso, a quem medica e não

a quem teve a intenção de prescrever. ATENÇÃO!!!!

Digo (o autor) nas minhas salas de aulas que devemos buscar o acerto

de “CINCO PONTOS CERTEIROS DA MEDICAÇÃO”: 1. MEDICAÇÃO

CERTA; 2. A DOSE CERTA; 3. A VIA CERTA; 4. A HORA CERTA e 5.

O PACIENTE CERTO.

Page 594: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2390

ERROS NA MEDICAÇÃO.

São definidos como qualquer erro ocorrido durante o processo de

medicação do cliente, nas fases de prescrição, dispensação,

administração e monitoramento.

O que fazer em caso de erro?

Essa questão é delicada, o profissional de saúde deve aceitar a

responsabilidade de suas ações, reconhecendo o erro e comunicando o

mais rápido possível ao médico.

Quando o erro for do médico? O que fazer em caso de erro

médico?

Os danos e a defesa: Os danos podem ser leves e reversíveis ou

trágicos e irreversíveis, como no caso de sequelas e morte do paciente.

Nos dois casos o paciente tem de percorrer o mesmo caminho. a) O

primeiro passo é fazer um B.O. (Boletim de Ocorrência) na delegacia.

Também deve ser feita uma denúncia ao Conselho Regional de Medicina

(CRM) de seu Estado. c) Nos casos mais graves, o paciente pode abrir

um processo na Justiça com pedido de indenização. Para isso é

necessário contratar um advogado. c) Nos casos de lesão ou morte, o

médico responde pelo crime de lesão corporal ou homicídio culposo. Nos

demais casos, o médico será julgado por imprudência, imperícia ou

negligência.

Como comprovar o erro?

O paciente (ou parentes) deve exigir e tirar uma cópia do prontuário

médico. Nesse documento constará todo o histórico de atendimento.

Uma análise minuciosa pode revelar as causas do erro. O médico (ou o

hospital) deve dispor ao paciente o acesso ao prontuário. Recomenda-se

que peça o prontuário o mais rápido possível. Já houve casos de

médicos ou hospitais fraudarem o relatório para encobertar as provas.

Essa atitude é crime de falsidade ideológica.

Page 595: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2391

Segunda opinião médica: Recomenda-se que antes de BO ou

procedimento processual se busque a outro médico para avaliar a

queixa, alguns médicos preferem não se pronunciar nesses casos

alegando ser falta de ética. Porém existe uma diferença entre ética e

moral. Médico presta um serviço público relevante. Sua imperícia deve

ser avaliada e o profissional deve ser reciclado culturalmente, a omissão

é nome da ética de avaliar condutas, e condescendência de

irregularidades técnicas.

“Que os médicos se confortem: o exercício de sua arte não está

em perigo; a glória e a reputação de quem a exerce com tantas

vantagens para a Humanidade não estarão comprometidas pela

culpa de um homem que falhasse sob o título de Doutor.”

(Procurador Geral André Marie Jean-Jacques Dupin, Corte Civil

do Tribunal de Cassação de Paris, início do século XIX)

O objetivo de esta nota complementar não é em absoluto o de denegrir

a classe médica e os profissionais de saúde. Muito pelo contrário, temos

o objetivo de alertar aos profissionais da dispensação medicamentosa

que uma formação técnica cientifica deficitária pode levar a um mau

exercício profissional, causando dor e morte. Um profissional que não se

recicla pode levar sua reputação ao rotulo de “maus profissionais”.

Evidências: Alguns erros são mais fáceis de provar, como deformidades

físicas ou em casos em que o médico esquece algum material cirúrgico

dentro do corpo do paciente. Nesses casos, fotos ou raios-X são uma

prova eficiente.

O autor pesquisou na internet diversa denuncias oficiais contra erros

médicos, os casos denunciados por pessoas e familiares que estão

dentro de dramas presentes e passados, por conta de um erro médico.

Por questões jurídicas e éticas, os nomes dos denunciados só poderão

ser citados após a denúncia ser oferecida pelo Ministério Público. Todos

os casos aqui relatados, bem como seus documentos, fotos, processos e

Page 596: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2392

demais provas, são de inteira responsabilidade das

vítimas/denunciantes que detêm autorização prévia para publicação.

Esse livro busca ser cauteloso, nomes e fotos de pessoas serão

suprimidos, as fotos publicadas se rotulam como evidencias didáticas.

Não temos autorização dos sites para repassar as denuncias assim os

interessados serão remetidos para as fontes citadas e a

responsabilidade jurídica é de origem nas fintes. O site a seguir deixa

clara a seguinte nota “Reservamo-nos o direito de não publicar fatos,

casos ou artigos que possam não condizer com o objetivo deste site que

é a busca pela justiça...”

http://www.errosmedicos.org/casos.htm

Erro de Medicação por equivoco de manipulação.

A área de Farmacovigilância da ANVISA disponibiliza o formulário de

"Erro de medicação" a todos os profissionais da saúde que pretendam

notificar erros de medicação. As notificações serão mantidas no

anonimato e poderão contribuir para prevenir e minimizar erros

semelhantes.

Exemplos.

Risco de erros na preparação de cabazitaxel (Jevtana ®). O cabazitaxel

(Jevtana ®) é um taxano semissintético autorizado em 2011. É

destinado ao tratamento de pacientes com câncer de próstata e com

metástase hormônio-refratário previamente tratado com um esquema

contendo docetaxel. É registado como Jevtana ® 60 mg concentrado e

solvente para solução para infusão e é fornecido como um kit contendo

um frasco de concentrado com 60 mg em 1,5 mL cabazitaxel frasco com

4,5 ml de solvente. Ressalta-se que este medicamento é um produto

oncológico e seu preparo deve ser realizado, cuidadosamente, por

profissional de saúde, e qualquer erro na diluição do produto pode

aumentar o risco de reação adversa. Antes da administração o

medicamento requer um processo de diluição em duas fases. Na

Page 597: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2393

primeira fase, o concentrado deve ser diluído com o solvente, ou seja,

devem ser acrescentados os 4,5 ml que, teoricamente, tem o frasco de

solvente aos 60 mg em 1,5 mL de concentrado, o que resulta em uma

concentração de 10 mg / mL de cabazitaxel. A bula aprovada do

medicamento esclarecia que todo o solvente fornecido deve ser

acrescentado ao concentrado e indicava que o frasco de solvente

contém 4,5 mL. Na segunda fase, o volume necessário para a diluição,

dependendo da dose necessária para o paciente, deve ser extraído e

adicionando a uma solução de glicose a 5% ou cloreto de sódio a 0,9%.

No entanto, o frasco de cabazitaxel concentrado contem um excedente

de 22% (73,2 mg, num volume total de 1,83 mL) e 26% para o

solvente (volume total 5,67 mL). Este volume de envase foi

estabelecido durante o desenvolvimento de Jevtana® para compensar

as perdas de líquido durante a preparação mistura. Consequentemente,

a concentração de 10 mg / mL, resultante da adição do solvente ao

concentrado na primeira fase, é efetivamente obtida adicionando 5,49

mL (volume aproximado de solvente após a perdas) a 73,2 mg / 1,83

mL (volume de concentrado), resultando uma mistura com um total de

73,2 mg em 7,32 mL de cabazitaxel. O excesso garante que, após a

diluição com o conteúdo TOTAL do diluente (5,67 mL) que acompanha

Jevtana®, resulte em um volume mínimo extraível da mistura de 6 mL

contendo 10 mg/mL de Jevtana®. Foram observados erros na diluição

do medicamento quando se preparava este medicamento sem

considerar os volumes excedentes. Até a presente data, as seguintes

causas foram identificadas:

1. - Interpretação incorreta das instruções de uso descritas na bula

inicial do produto por alguns farmacêuticos, levando a protocolos

incorretos de preparação e administração de doses elevadas;

2. - Interpretação incorreta, em algumas farmácias hospitalares, da

informação de um excesso de volume de envase dos frascos-ampolas

do concentrado de cabazitaxel e diluente;

Page 598: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2394

3. - Entrada de volumes incorretos em sistemas de software para

preparação de medicamentos em farmácias hospitalares, que também

poderiam eventualmente levar a incorreta preparação e administração

do produto.

Desta forma, a Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda alterou o texto da bula

do medicamento para informar de forma mais clara a instrução de uso e

preparo do produto Jevtana®. No que se refere ao excesso de volume

do frasco-ampola do concentrado de Jevtana® 60mg em 1,5 mL e do

diluente para compensar as perdas de líquido durante a preparação e

também reforçar a recomendação de utilizar todo o conteúdo do

diluente no preparo da solução.

Além disso, a empresa distribuirá um comunicado direcionado aos

profissionais de saúde da área oncológica no Brasil para esclarecer e

relembrar a instrução de uso correto de Jevtana® e avaliará o preparo

corrente de Jevtana® pelos profissionais de saúde e, quando

necessário, procederá a um treinamento com coordenação da área

médica, junto aos mesmos.

A ANVISA informa que continua a monitorar a segurança de

medicamentos, reforçando a necessidade da promoção do uso seguro e

racional. Nesse sentido, solicita aos profissionais de saúde que

notifiquem especialmente as suspeitas de reações adversas graves, bem

como as relacionadas ao uso de cabazitaxel, pelo sistema NOTIVISA.

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm

Referências consultadas:

1. Agência Européia de Medicamentos (EMA), disponível em:

http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Presentation

/2013/03/WC500139868.pdf, acessado em 06/11/2013.

2. Agência Européia de Medicamentos (EMA), disponível em:

http://www.ema.europa.eu/docs/pt_PT/document_library/EPAR_-

Page 599: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2395

_Summary_for_the_public/human/002018/WC500104767.pdf,

acessado em 06/11/2013.

3.Instituto para o Uso Seguro de Medicamento, delegação espanhola

(ISMP Espanha) http://www.ismp-espana.org/estaticos/index/3,

acessado em 06/11/2013.

Vigilância Sanitária Federal alerta para o risco de reações

hepáticas graves associadas ao uso oral do cetoconazol.

A Gerência de Farmacovigilância – GFARM analisou os dados dos últimos

cinco anos de comercialização do Nizoral® (cetoconazol), com foco no

risco hepático identificado e concluiu que o perfil benefício-risco do uso

de cetoconazol por via oral para tratamento de infecções fúngicas foi

alterado. Ou seja, os dados pós-comercialização apontam para um perfil

benefício-risco desfavorável nas condições atuais de uso, principalmente

considerando-se que existem alternativas terapêuticas que, apesar de

terem risco hepático potencial, este se apresenta em menor grau que o

cetoconazol.

No Brasil, a bula do Nizoral® (cetoconazol) de uso oral foi atualizada,

mantendo apenas as indicações para Tinea capitis, Foliculite por

Malassezia e Candidíase mucocutânea crônica. Entretanto, mesmo

nessas indicações, devido ao risco de toxicidade hepática grave,

cetoconazol oral deve ser utilizado apenas se os benefícios potenciais

forem considerados superiores aos potenciais riscos, considerando

outras terapias antifúngicas eficazes.

Além disso, cetoconazol de uso oral está contraindicado em pacientes

com doença hepática aguda ou crônica, e que todos os pacientes devem

ser avaliados e acompanhados em relação à toxicidade hepática.

As bulas dos demais medicamentos contendo cetoconazol de uso oral

devem ser adequadas à do Nizoral®.

Diante disso, a GFARM adotou as seguintes medidas:

Page 600: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2396

1 - Solicitou ao Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e

Investigação em Vigilância Sanitária – Nuvig que providencie junto à

Coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos

Controlados – CSGPC a inclusão do cetoconazol de uso oral na lista de

antimicrobianos da Resolução RDC Nº 20, de 5 de maio de 2011. A

Resolução comentada dispõe sobre o controle de medicamentos à base

de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso comercial

mediante prescrição, isolado ou em associação.

2 - Solicitou ao detentor de registro do Nizoral®(cetoconazol) de uso

oral a Elaboração de Carta aos Profissionais da Saúde esclarecendo

sobre as alterações no perfil benefício-risco do cetoconazol de uso oral.

3 - Elaborou e publicou Alerta sobre as alterações no perfil benefício-

risco do cetoconazol de uso oral.

O cetoconazol de uso oral teve os dados de segurança avaliados

recentemente também pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e

pela Agência Americana de Medicamentos e Alimentos (FDA).

Na União Europeia, a revisão de cetoconazol por via oral foi

desencadeada pela suspensão do medicamento na França, em junho de

2011. O Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP/EMA)

concluiu, em julho de 2013, que os riscos do uso oral de cetoconazol

superam os benefícios nas condições atuais, dado o risco hepático

identificado. O CHMP concluiu que o risco de lesão hepática é maior do

que os benefícios no tratamento de infecções fúngicas. Depois de

avaliar os dados disponíveis sobre os riscos com cetoconazol oral, o

CHMP concluiu que, embora as lesões hepáticas sejam um efeito

colateral conhecido de medicamentos antifúngicos, a incidência e a

gravidade da lesão hepática com cetoconazol oral foram maiores do que

com outros antifúngicos. O CHMP considerou que os relatos de lesão

hepática ocorreram logo após o início do tratamento com doses

recomendadas, e não foi possível identificar medidas para reduzir

Page 601: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2397

adequadamente esse risco. A Comissão concluiu igualmente que o

benefício clínico de cetoconazol oral é incerto, pois dados sobre sua

eficácia são limitados e não atendem aos padrões atuais, além de

existirem tratamentos alternativos. Por isso, o CHMP recomendou que

as autorizações de medicamentos contendo cetoconazol oral no

mercado devem ser suspensas em toda a União Europeia (UE).

A Agência Europeia de Medicamentos está ciente de que o cetoconazol

oral é utilizado off-label na Europa para tratar pacientes com a síndrome

de Cushing. A fim de assegurar que esses pacientes não sejam deixados

sem tratamento, as autoridades competentes podem tornar esse

medicamento disponível sob condições controladas.

Nos Estados Unidos, o FDA publicou, em julho de 2013, um anúncio de

segurança com várias ações relacionadas ao Nizoral® (cetoconazol)

comprimidos orais, inclusive limitando o uso da droga, advertindo que

pode causar lesões graves no fígado e problemas nas glândulas

suprarrenais e informando que, além disso, pode levar a interações

indesejáveis com outros medicamentos. FDA aprovou as mudanças de

bula e acrescentou um novo guia de medicação para tratar dessas

questões de segurança. Como resultado, os comprimidos orais de

Nizoral® (cetoconazol) não devem ser um tratamento de primeira linha

para qualquer infecção fúngica.

As formulações tópicas de Nizoral® (cetoconazol) não foram associadas

com danos no fígado, problemas suprarrenais, ou interações

medicamentosas. Essas formulações incluem cremes, espumas,

xampus, e géis aplicados sobre a pele, enquanto os comprimidos são

tomados por via oral.

Recomendações da ANVISA aos profissionais da saúde:

Acompanhar os pacientes que fazem uso do produto, especialmente em

relação às funções hepáticas e renais;

Page 602: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2398

Avaliar os riscos e benefícios do tratamento oral com cetoconazol, de

forma individualizada para cada paciente.

Notificar, pelo sistema NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm., as suspeitas de

reações adversas graves relacionadas ao uso oral de cetoconazol.

Recomendações da Anvisa aos pacientes/usuários:

Os pacientes devem comunicar imediatamente seu médico caso

desenvolvam sintomas ou reações adversas durante o uso de

medicamento oral com o princípio ativo cetoconazol.

A ANVISA informa que continua com o processo de monitoramento da

segurança do medicamento em questão e reforça a necessidade da

promoção do uso seguro e racional de medicamentos.

Referências:

1) Relatório de Farmacovigilância do Nizoral® (cetoconazol) relativo ao

período de 01 de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2012.

2) Bula do medicamento, disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNu

Transacao=7516712013&pIdAnexo=1778812

Acesso em 29 de outubro de 2013.

3) Site da Agência Regulatória Europeia:

http://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/medicines/huma

n/referrals/Ketoconazolecontaining_medicines/human_referral_000348.j

sp&mid=WC0b01ac05805c516f&source=homeMedSearch&category=hu

man Acesso em: 21/12/2013.

4) Site da Agência Regulatória Americana:

Page 603: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2399

http://www.fda.gov/drugs/drugsafety/ucm362415.htm

Acesso em 21/12/2013.

A Vigilância Nacional - ANVISA alerta para o risco de reações

cutâneas graves associadas ao uso do paracetamol.

A agência norte-americana, Food And Drug Administration– FDA

publicou, no dia 1º de agosto de 2013, um comunicado sobre a

possibilidade de o paracetamol causar reações cutâneas de

hipersensibilidade pouco frequentes, mas extremamente graves. O

paracetamol – também conhecido como acetaminofeno* – é um

derivado do para-aminofenol que possui eficácia analgésica e

antitérmica. Esse medicamento é indicado para a redução da febre e o

alívio temporário de dores leves a moderadas, tais como dores

associadas a resfriados comuns, cefaleia e dores musculares.

Embora raras, as possíveis reações associadas ao uso do paracetamol

incluem três doenças cutâneas graves – a Síndrome de Stevens-

Johnson (SSJ), a Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) e a Pustulose

Exantemática Aguda Generalizada (PEAG) – cujos sintomas podem

incluir erupção cutânea, bolhas e, em casos mais graves, danos

generalizados à superfície da pele. Em regra, a SSJ e NET necessitam

de hospitalização imediata e podem causar a morte do paciente, no

caso de não haver uma ação tempestiva.

Os problemas geralmente começam com sintomas semelhantes aos da

gripe, seguido por erupções cutâneas, bolhas e danos extensos à

superfície da pele. A recuperação pode levar semanas ou meses, e

possíveis complicações incluem cicatrizes, alterações na pigmentação da

pele, cegueira e danos aos órgãos internos. É importante destacar que

as reações de hipersensibilidade – inclusive os casos graves, como a

SSJ, a NET e a PEAG – podem ocorrer em qualquer paciente, mesmo

naqueles que nunca manifestaram nenhum problema em usos

anteriores do paracetamol. Deve-se observar ainda que outros

Page 604: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2400

medicamentos usados para tratar a febre e a dor – como a dipirona, o

ibuprofeno e o naproxeno – também podem causar reações cutâneas

graves, como a SSJ.

A Gerência de Farmacovigilância destaca que pacientes que já

apresentaram alguma reação cutânea após utilizar o paracetamol não

devem utilizar esse medicamento novamente. Nesse caso, deve-se

discutir uma alternativa terapêutica com o seu profissional de saúde.

Além disso, se um paciente utilizar o paracetamol e desenvolver reações

cutâneas – como erupção cutânea, prurido e urticária – ele deve

interromper o uso do produto imediatamente e procurar auxílio médico.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa esclarece que, até o

momento, não houve geração de sinal de risco sanitário, no banco de

dados do sistema de notificação da agência, relacionado ao uso do

paracetamol e a ocorrência das reações cutâneas graves mencionadas

neste alerta.

A Anvisa reforça ainda a necessidade da promoção do uso seguro e

racional de medicamentos e solicita aos profissionais de saúde que

notifiquem especialmente as suspeitas de reações adversas graves** a

qualquer medicamento pelo sistema NOTIVISA, disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm.

* Acetaminofeno e osteoartrite.

Na edição de março de 2010 do American Journal of Managed Care há

uma Revisão Clínica intitulada O Papel do Acetaminofeno no Tratamento

da Osteoartrite por Joseph Flood que assim começa: "Há uma luta

constante para compreender e comparar o acetaminofeno (acetil-para-

aminofenol (APAP) com medicamentos anti-inflamatórios não esteroides

-NSAIDs, tanto seletivos como não seletivos, no tratamento sintomático

da osteoartrite - OA). Dentro destes debates maiores há duas questões

centrais que são frequentemente revistas. Primeiro como o

Page 605: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2401

Acetaminofeno se compara aos NSAIDs para o alívio sintomático da OA?

Segundo, as preocupações relativas à segurança e tolerabilidade dos

NSAIDs são suficientes para recomendar o Acetaminofeno como o

tratamento inicial da OA?

A eficácia comparativa do Acetaminofeno e dos NSAIDs para o

tratamento sintomático da OA tende a favorecer os NSAIDs, embora

isto pareça ser um efeito de eficácia maior nos pacientes com sintomas

mais graves. O Acetaminofeno é associado a uma baixa taxa de eventos

adversos. A taxa de eventos adversos é muito mais alta com os

NSAIDs, mas pode ser parcialmente, porém não inteiramente,

melhorada por agentes que reduzam as complicações gastrintestinais.

Consequentemente, as principais diretrizes para o tratamento clínico da

OA recomendam o Acetaminofeno como o tratamento inicial para

aqueles com dor leve a moderada, tanto por sua eficácia como por sua

segurança. Enquanto o mecanismo analgésico do Acetaminofeno ainda

precisa ser elucidado, a presunção de que falta a ele um efeito anti-

inflamatório é desafiado por vários dados, ainda que inconclusivos.

Estes dados apontam para a possibilidade de que o processo

inflamatório da OA seja mais complexo do que se compreendera

inicialmente. Embora o Acetaminofeno possa não ter um efeito anti-

inflamatório análogo àquele dos NSAIDs, ele pode possuir algum por

meios diferentes.

** Reações adversas graves: óbito; ameaça à vida; hospitalização ou

prolongamento de hospitalização já existente; incapacidade significativa

ou persistente; anomalia congênita ou evento clinicamente significante

(intervenção médica com a finalidade de evitar óbito, risco à vida,

incapacidade ou hospitalização).

A ANVISA alerta quanto às restrições da indicação e mudanças

na bula dos produtos à base de Hidroxietilamido (HES).

Page 606: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2402

O Comitê de Avaliação do Risco de Farmacovigilância (PRAC) da Agência

Européia de Medicamento (EMA) emitiu, em 14 de junho de 2013, uma

recomendação suspendendo temporariamente a autorização de

comercialização dos expansores de volume à base de Hidroxietilamido

(HES) até que seja demonstrado que o benefício de sua utilização

supere o risco. Essa ação foi motivada por estudos clínicos que

demonstraram evidências do aumento da mortalidade, maior

probabilidade de dano renal e aumento do risco de sangramento em

seus usuários. Da mesma forma, a Agência Regulatória Americana

(FDA) emitiu, em 11 de junho de 2013, um comunicado quanto aos

riscos da sua utilização pelos motivos idênticos.

Esses medicamentos são utilizados como expansores de volume, como

por exemplo, na profilaxia de hipovolemia e choque.

Diante desse cenário, tornaram-se mandatórias medidas como

informação aos profissionais de saúde e alterações na bula do produto

no Brasil, que está em processo de efetivação, com as seguintes

recomendações:

1. Alteração na bula do produto para contraindicação de uso em

pacientes nefropatas; em pacientes em risco aumentado de

sangramento; em pacientes graves que não suportariam sobrecarga de

volume e em pacientes com maior risco de retenção hídrica;

2. Por fim, adverte-se que sejam considerados os riscos e benefícios do

tratamento com essa substância, de forma individualizada para cada

paciente.

Recomenda-se que profissionais de saúde estejam atentos para as

recém-contraindicações de seu uso já apontadas.

Por fim, a ANVISA esclarece que, até o momento, não houve geração de

sinal de risco sanitário no banco de dados do sistema de notificação da

Page 607: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2403

Agência e informa que continua a monitorar a segurança deste

medicamento.

Recomendações da ANVISA aos profissionais da saúde:

1. Acompanhar os pacientes que fazem uso do produto assiduamente;

2. Considerar os riscos e benefícios de sua indicação;

3. Notificar as suspeitas de reações adversas graves pelo sistema

NOTIVISA, decorrentes do uso de produtos à base de Hidroxietilamido.

disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm

Referências:

1. Matéria do Site da Agência Norte Americana para Medicamentos-FDA

http://www.fda.gov/BiologicsBloodVaccines/SafetyAvailability/ucm358271htm

2. Publicações da Agência Européia para uso de Medicamentos-EMA

http://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/news_and_event

s/news/2013/06/news_detail_001814.jsp&mid=WC0b01ac058004d5c1

3. Publicações da Agência Européia para uso de Medicamentos-EMA

http://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/news_and_event

s/news/2013/06/news_detail_001814.jsp&mid=WC0b01ac058004d5c1

http://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/medicines/human/referrals/Hydroxyethyl_starch-

containing_medicines/human_referral_prac_000029.jsp&mid=WC0b01ac05805c516f

4. Trabalhos científicos atuais sobre o tema:

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1204242#t=citedby

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa070716

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1209759

Page 608: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2404

Pradaxa® (etexilato de dabigatrana) fica contraindicado em

pacientes com próteses de válvulas cardíacas que necessitem de

tratamento anticoagulante.

Em virtude de um estudo clínico de fase II em que foi avaliado o uso de

Pradaxa® na prevenção de acidente vascular cerebral (AVC), embolia

sistêmica e trombose nervosa em pacientes com próteses de válvulas

cardíacas, a ANVISA informa aos profissionais de saúde e pacientes que

a bula do medicamento será alterada para incluir nova contraindicação

do medicamento. O estudo de fase II RE-ALIGN, realizado em nove

países europeus e no Canadá, foi descontinuado, pois um dos braços do

estudo apresentou mais eventos trombóticos e mais episódios

hemorrágicos do que com varfarina. Em pacientes no pós-operatório

recente, sangramento importante se manifestou predominantemente

como derrame pericárdico hemorrágico, especificamente em pacientes

que iniciaram Pradaxa® precocemente (ou seja, no terceiro dia pós-

operatório) após a cirurgia de substituição da válvula cardíaca.

A informação de que Pradaxa® não pode ser usado em pacientes com

próteses de válvulas cardíacas será reforçada na bula do medicamento

para o item Contraindicação, informação que já consta no item

Advertência da bula.

O medicamento Pradaxa® está registrado no Brasil pelo laboratório

Boehringer Ingelheim do Brasil com as seguintes indicações: para

prevenir a formação e migração de coágulos nas veias

(tromboembolismo venoso) em pacientes submetidos a cirurgia

ortopédica de grande porte; para prevenção do acidente vascular

cerebral (derrame), embolia sistêmica (migração de coágulos do

coração para a circulação, provocando obstrução de artérias) e redução

do risco de morte em pacientes com fibrilação atrial (doença que altera

o ritmo dos batimentos cardíacos).

Page 609: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2405

Essas alterações de informações na bula do medicamento Pradaxa®

também estão sendo realizadas pelas agências americana (FDA) e

europeia (EMA).

Recomendações aos pacientes:

Se você tem ou já teve uma substituição de válvula cardíaca e está

tomando Pradaxa®, fale com seu profissional de saúde o mais rápido

possível sobre seu tratamento;

Não deixe de usar Pradaxa® ou outros anticoagulantes sem orientação

de seu médico, pois parar de repente de tomar os anticoagulantes pode

aumentar o risco de coágulos de sangue ou de um AVC;

Relate ao seu prescritor a suspeita de qualquer evento adverso.

Recomendações aos Profissionais de Saúde:

Não utilizar Pradaxa® em pacientes com válvulas cardíacas mecânicas

protéticas;

Recomendar aos seus pacientes que utilizam válvula cardíaca mecânica

imediata substituição do Pradaxa® por alternativa terapêutica;

Acompanhar os pacientes que fazem uso de Pradaxa®;

Notificar, por meio do Sistema Eletrônico de Notificações (NOTIVISA),

disponível na página da Anvisa, suspeitas de eventos adversos com o

uso de Pradaxa®.

A ANVISA reforça a necessidade da promoção do uso seguro e racional

de medicamentos e solicita aos profissionais de saúde que notifiquem

especialmente as suspeita de reações adversas graves a qualquer

medicamento pelo sistema NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm.

Citação:

Page 610: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2406

1. Reações adversas graves: óbito; ameaça à vida; hospitalização ou

prolongamento de hospitalização já existente; incapacidade significativa

ou persistente; anomalia congênita ou evento clinicamente significante

(intervenção médica com a finalidade de evitar óbito, risco à vida,

incapacidade ou hospitalização).

Referências para aprofundamento de conteúdos – Livros.

1 › 20 problemas mais frequentes em cuidados primários. Barry D.

Weiss. (Português)

2 › A Arte Perdida de Curar. Bernard Lown. (Português).

3 › A Trajetória do Amor: Ensaio Sobre A Medicina Familiar. Mário da

Silva Moura. (Português).

4 › Aprendendo e ensinando a cuidar da saúde David Werner e Bill

Bower. (Português).

5 › Atención primaria: conceptos, organización y práctica clínica. Zurro,

A. M.; Pérez, J. F. C. (Espanhol).

6 › Essentials of Family Practice Rakel, Robert E. (Inglês).

7 › Evidence-based family medicine. Rosser, W. W.; Shafir, M. S.

(Inglês).

8 › Famílias - Funcionamento & Tratamento. Salvador Minuchin

(Português).

9 › Linguagem do Encontro Terapêutico A. Maurizio Andolfi. (Português).

10 › Medicina Ambulatorial - Princípios Básicos Kurt Kloetzel.

(Português).

11 › Medicina Ambulatorial: Condutas Clínicas em Atenção Primária.

Duncan, Bruce; Schmidt, Maria I.; Giugliani, Elsa M.J.. (Português).

Page 611: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2407

12 › Mejoremos la salud a todas las edades. Un manual para

contribuiral cambio del comportamento C. David Jenkins (Espanhol)

Baixar Arquivo (67,1 kb)

13 › Onde não há médico David Werner. (Português).

14 › Oxford Handbook of General Practice Chantal Simon, Hazel Everitt,

Jon Birtwstle e Brian Stevenson. (Inglês).

15 › Patient-Centered Medicine: Transforming the Clinical Method. Moira

Stewart et al (Inglês)

16 › Primary Care Medicine: office evaluation and management of the

adult patient Goroll, A. H.; May, L. A.;Mulley Jr , A. (Inglês).

17 › Textbook of Family Medicine. McWhinney, I. R. (Inglês).

18 › Textbook of Family Practice. Rakel, Robert E. (Inglês).

19 - STARFIELD, Barbara. Atenção Primária, equilíbrio entre

necessidades de saúde, serviços-tecnologia. Brasília: UNESCO,

Ministério da Saúde, 2002. 726p. Disponível através do link:

http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130805por.pdf

20 - A Prática Diária na Estratégia Saúde da Família. Dayse Maria

Soares de Souza.

CONCLUSÃO.

Vias de administração.

Absorção.

Administração.

Biotransformação.

Excreção.

Vias de administração.

Page 612: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2408

Via Oral: É a mais conveniente;

Pode ser utilizada para um efeito local (trato gastrointestinal) ou

sistêmico (após ser absorvida pela mucosa gastrointestinal e atingir o

sangue); As drogas ingeridas por esta via são absorvidas na boca, no

intestino delgado, no reto, e em menor proporção no estômago e no

intestino grosso.

1. Via oral (VO): A administração de medicamentos por via oral é

segura e não requer técnica estéril na sua preparação, nessa via os

medicamentos podem ser na apresentação de comprimidos, drágeas,

cápsulas ou líquidos; são absorvidos principalmente, no estômago e

intestino.

Observação: a medicação via oral não é indicada em clientes

apresentando náuseas, vômitos, dificuldade de deglutição, ou estejam

em jejum para cirurgia.

Pacientes em uso de Sonda Nasogástrica (SNG) ou Sonda Nasoenteral

(SNE) as medicações VO devem ser administradas através das mesmas.

Este medicamento deverá ser diluído em água e antes e após a

administração deve-se realizar a lavagem das sondas. Evitando assim a

obstrução das mesmas.

Após a administração do medicamento por VO verificar se o paciente

deglutiu realmente a medicação.

Page 613: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2409

Via sublingual (SL): os medicamentos sublinguais seguem o mesmo

procedimento empregado para aqueles de via oral, exceto que a

medicação deve ser colocada sob a língua.

Nesse procedimento, solicita-se que o cliente abra a boca e repouse a

língua no palato; a seguir, coloca-se o medicamento sob a língua (em

comprimidos ou gotas); o cliente deve permanecer com o medicamento

sob a língua até a sua absorção total.

Nesse período, o cliente não deve conversar nem ingerir líquido ou

alimentos. As medicações administradas por via sublingual promovem

uma rápida absorção da droga em curto espaço de tempo, além de se

dissolverem rapidamente, deixando pouco resíduo na boca.

Essa via é utilizada para aplicar medicações em algumas urgências,

como, por exemplo: medicações para precordialgia e para hipertensão.

Via Retal: É uma via alternativa para a via oral para crianças, doentes

mentais, comatosos e pacientes com vômitos ou náuseas; Certas

drogas que provocam excessiva irritação gastrointestinal e drogas que

sofrem elevado metabolismo hepático de primeira passagem podem ser

administradas por essa via; Pode ter efeito local ou sistêmico; Em geral

a absorção por esta via é mais lenta, menos completa e mais

imprevisível.

2. Via retal.

Muitos medicamentos que são administrados por via oral podem

também ser administrados por via retal, em forma de supositório. São

receitados quando a pessoa não pode tomar o medicamento por VO:

náuseas e vômitos; impossibilidade de engolir; algumas restrições à

ingestão, como ocorre em seguida a uma cirurgia. Pela via retal são

aplicados também os enemas. Enema, enteroclisma, chuca ou clister,

são nomenclaturas que designam a introdução de líquido no ânus para

lavagem, purgação ou administração de medicamentos. É também

Page 614: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2410

utilizado em determinados exames para se conseguirem imagens

nítidas do intestino grosso. Os preparos para exames intestinais incluem

dieta de líquidos, ingestão de citrato de magnésio (laxativo) e enemas

de água morna para eliminar quaisquer partículas fecais.

Nota Didática Complementar.

Preparo Intestinal.

A colonoscopia é um exame para ser realizado com sucesso. O intestino

deve estar absolutamente limpo. Considera-se limpo quando o material

eliminado nas evacuações for um líquido claro e transparente. Para que

isso ocorra é fundamental que as instruções abaixo sejam seguidas

rigorosamente.

Doenças mais comuns em coloproctologia:

1. Cisto pilonidal ou sacrococcígeo;

2. Abscesso anorretal;

3. Fístula anal idiopática;

4. Plicoma Anal;

5. Fissura;

6. Hemorróidas internas e Hemorróidas Externas

7. Prolapso Mucoso;

8. Procidência retal;

9. Condiloma anal;

10. Constipação intestinal;

11. Hidradenite supurativa;

12. Estenose Anal;

Page 615: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2411

13. Prurido anal;

14. Incontinência;

15. Megacólon chagásico;

16. Câncer colorretal;

17. Câncer anal;

18. Doenças Inflamatórias Intestinais: Retocolite ulcerativa, Doença

de Crohn;

19. Proctite actínica;

20. Pólipo e polipose colorretal;

21. Doença diverticular;

22. Hemorragia digestiva baixa.

O enema de bário também pode

ser utilizado para diagnosticar e avaliar a extensão das doenças

inflamatórias intestinais. Na parturiente, tem influência positiva sobre a

contratilidade uterina, podendo ser usado para trazer mais conforto,

evitando saída de fezes durante a passagem fetal.

Page 616: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2412

Iconografia de um Ânus feminino.

Nos seres humanos, o ânus é o orifício no final do intestino grosso por

onde são eliminadas as fezes e gases intestinais. Podemos também

chamar de região anal. No homem, trata-se de uma abertura

reguladora da saída das fezes, que são constantemente empurradas

pela musculatura lisa do intestino. Localiza-se entre as nádegas, sendo

um orifício de pequenas dimensões. Nas sociedades modernas, quando

os homens defecam geralmente limpam a região com papel higiênico ou

o lavam no bidê ou ducha. A musculatura de suporte do ânus é a do

períneo, juntamente com o esfíncter interno e externo da região. A

inervação é dada pelo nervo pudendo.

Patologias que acometem essa região:

Hemorroidas.

A doença hemorroidária (DH) é prevalente em cerca de 5% da

população brasileira. Os casos mais avançados da DH são tratados com

ressecção dos mamilos prolapsados (hemorroidectomia) e fechamento

(técnica de Ferguson) ou não da ferida operatória (Miligan Morgan). No

entanto, a dor no pós-operatório e o longo período de recuperação dos

pacientes submetidos a hemorroidectomia convencional são os

principais inconvenientes das técnicas. O método da hemorroidopexia

ou procedimento para prolapso e hemorróidas (PPH) vem sendo

Page 617: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2413

realizado desde 1998, e tem como principal vantagem a resolução da

DH com menos dor e recuperação mais rápida do paciente. Nosso

objetivo é apresentar uma modificação técnica no posicionamento do

paciente com DH que será submetido ao PPH.

Hemorroida é uma estrutura anatômica normal, o conjunto dos plexos

venosos anorretais, que são responsáveis por proteger o canal anal,

ajudar a manter a continência fecal e realizar drenagem venosa da

região.

Chamamos de doença hemorroidária a dilatação dessas veias,

acompanhadas ou não de inflamação, hemorragia ou trombose. Estima-

se que a incidência desta patologia na população geral seja inferior a

5%. A principal queixa relacionada à doença hemorroidária é o

sangramento ocasional, ao redor das fezes, de sangue "vivo", com a

Page 618: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2414

presença ou não de mamilo observado à palpação. A presença de dor à

evacuação é mais característica de fissura ou abcesso, mas também

pode ocorrer na doença hemorroidária se houver inflamação ou

trombose venosa.

Para fins didáticos se apresenta um estudo de caso onde o autor

informa que desde Janeiro de 2008 foram operados 5 pacientes no

Hospital “Y”, estabelecido no Estado de São Paulo. Todos eram

portadores de doença hemorroidária avançada – Grau III e IV. Os

procedimentos foram realizados com bloqueio raquimedular em sela

com sufentanil associado à bupivacaína. Todos pacientes receberam

antibioticoprofilaxia com gentamicina (3mg/Kg de peso, dose única, por

via EV) associada à metronidazol (15 a 18mg/ Kg de peso, 8 em 8

horas, por via EV). Os pacientes foram posicionados em decúbito

ventral, com coxim de cerca de 20 cm de altura colocada na altura da

espinha ilíaca ântero-superior. Foram usadas fitas adesivas para afastar

lateralmente a região glútea. (Figura 1) O cirurgião ficou posicionado no

centro, no vão entre os membros inferiores do paciente. O primeiro

auxiliar posicionando à direita e a instrumentadora à esquerda. O canal

anal foi dilatado manualmente, e fixado o dilatador do PPH. Em todos os

pacientes a linha pectínea foi facilmente identificada, e obteve-se a

exposição de 3 a 4 cm do reto acima da linha pectínea. (Figura 2) A

bolsa foi realizada com fio de polipropileno (Prolene ® 0 com agulha de

1,5 cm) sem a necessidade de utilização do afastador de 2 canas.

(Figura 3) Os pontos compreenderam a mucosa retal tomando-se

cuidado em não incluir a camada muscular do reto. Após o disparo e

retirada do aparelho identificou-se com facilidade a linha de grampos

sem a necessidade de colocar qualquer tipo de afastador auxiliar.

(Figura 4) Em nenhum dos casos foi necessário hemostasia adicional

com pontos aplicados sobre a linha de grampos. Os pacientes

receberam alta empós o procedimento entre 15 a 18 horas, e nenhum

tipo de complicação pós-operatória foi observada nessa série de casos.

Page 619: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2415

Page 620: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2416

Fissura anal.

Fissura anal é uma lesão que ocorre na região anal, caracterizada por

uma ruptura da pele desta região. Esta lesão é decorrente de algum

trauma da região anal, como a evacuação com fezes volumosas e

endurecidas. A fissura apresenta como sintomas mais característicos a

dor anal, principalmente às evacuações, associada a sangramento

vermelho "vivo". O quadro doloroso pode persistir por alguns minutos

ou até mesmo horas após a evacuação. Dependendo do tempo que a

paciente apresenta a fissura esta pode ser classificada em aguda ou

crônica. A fissura anal aguda é uma lesão recente, e que em geral

cicatrizará de forma espontânea e com a ajuda de cuidados clínicos. Em

contrapartida, a fissura anal crônica apresenta um longo histórico,

geralmente maior que dois meses, e geralmente necessitará de

tratamento cirúrgico para o seu tratamento, embora por vezes ainda

possa ser tratada com um medicamento (pomada) à base de glicerina.

A fissura anal pode também ser apenas um sintoma de outras doenças

Page 621: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2417

como sejam doença de Crohn, Cancro retal, Leucemia, entre outras de

onde se destacam algumas infecciosas ou de origem bacteriana.

Câncer anal.

Sangramento, dor, massa na

região anal podem estar associados ao câncer de ânus. Mas em muitos

casos o câncer de ânus não sangra, não dói e não se observa massa.

Uma sensação de desconforto anal (pequeno ou grande) pode ser o

único sintoma de um câncer de ânus. O toque retal é um exame

importante e que pode denunciar a presença de um tumor no ânus (ou

na porção terminal do reto), por esta razão este exame sempre deverá

será realizado pelo médico que ouvir do paciente alguma das queixas

descritas anteriormente (sangramento, dor ou massa).

Este câncer pode se originar da

região interna (do ânus ou canal anal) ou da pele da margem anal. A

complementação do exame do paciente (após o toque) com uma

endoscopia (reto, sigmóide ou colonoscopia) associada à biópsia

Page 622: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2418

orientará o tratamento a ser realizado. O tratamento inclui cirurgia,

radioterapia e quimioterapia, juntas ou separadas, dependendo do

tamanho e localização do tumor. Pode ser indicada uma cirurgia mais

ampla quando o tumor for maligno, grande ou fixado a órgãos vizinhos.

Em qualquer situação, se o tumor for detectado precocemente, existe a

possibilidade de cura definitiva da doença.

ADENOCARCINOMA.

Raramente são tumores primários do canal anal. Em geral surgem de

glândulas retais da transição entre reto e canal anal. Quando surgem do

ânus, têm origem nas glândulas anais ou em duplicações anorretais

congênitas. São comuns em pacientes idosos. Possuem curso indolente

e se relacionam com história de fístula ou abscesso perianal refratária.

Adenocarcinoma do Canal Anal. Referência:

http://www.cancer-

therapy.org/CT5B/HTML/32._Brashears_et_al,%20_261-266%20.d.htm

Macroscopia: massa gelatinosa e ulcerada.

Câncer anal é um tipo de câncer que ocorre no canal anal e margens

anais. Possuem maior incidência em indivíduos do sexo feminino os

tumores de canal anal; tumores de margem anal ocorrem com maior

frequência em homens. Fatores de risco: Sexo anal; HPV; HIV;

Page 623: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2419

Consumo de fumo e derivados do tabaco; Falta da ingestão de fibras;

Fístula anal crônica.

Fístula anorretal.

Fístula anal é um trajeto (um túnel)

composto de um orifício externo localizado na pele da região perianal e

um orifício interno localizado no canal anal. As fístulas anais se formam

a partir da evolução de um abscesso perianal. O abscesso perianal, que

tem sua origem no exterior do canal anal, forma uma coleção de pus e

esse acúmulo de pus pode exteriorizar-se, por drenagem cirúrgica ou

espontaneamente, para a região de pele próxima ao ânus.

O trajeto que se forma unindo o canal

anal (orifício interno) e região peranal (orifício externo) constitui a

fístula anal. Podemos ter outras alterações, menos frequentes, que

também causam fístula anal, como: doença de Crohn; tuberculose;

retocolite ulcerativa idiopática; neoplasia de reto ou do canal anal;

cirurgias no reto, ginecológicas ou obstétricas; linfogranuloma venéreo;

etc. As fístulas anais, presentes em uma região permanentemente

contaminada leva à inflamação constante e consequente produção de

pus que se acumula no trajeto da fístula e sai, espontaneamente, pelo

Page 624: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2420

orifício externo. O paciente portador de fístula anal apresenta,

constantemente, secreção purulenta na região perianal.

Ocasionalmente o orifício externo

cicatriza, dando a impressão de que o problema terminou, porém como

o orifício interno e o trajeto da fístula não cicatrizam a secreção se

acumula e essa pressão rompe a cicatriz do orifício externo, abrindo-o

novamente, ou um novo orifício externo surge seguido pela drenagem

de uma secreção com sangue e pus. Normalmente a presença de

secreção perianal purulenta, contínua ou intermitente que surge depois

de um episódio de abscesso perianal significa um quadro de fístula anal.

Porém a fístula anal pode significar a manifestação de outras doenças

prctológicas, portanto o correto diagnóstico é necessário para um bom

tratamento.

O diagnóstico de fístula anal é

essencialmente clínico - baseado na história clínica e exame

proctológico. Alguns exames complementares como ultrasom,

tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética podem

fornecer informações sobre o trajeto de fístulas complexas, mais são

situações muito especiais. A fístula anal pode ser a manifestação de

outras doenças como: doença de Crohn; tuberculose, retocolite

ulcerativa idiopática; neoplasia de reto ou do canal anal; cirurgias no

Page 625: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2421

reto, ginecológicas ou obstétricas; linfogranuloma venéreo;

actinomicose da região anorretal; doenças abdominais que levam à

formaçào de abscesso pélvico, como apendicite, diverticulite, salpingite,

cistos pré-sacais, etc. entre outras. As hemorróidas, principalmente as

de grau IV, podem causar acúmulo de secreção purulenta perianal,

assim como, uma fissura anal infectada, também pode causar tal

acúmulo. O tratamento de uma fístula anal é eminentemente cirúrgico.

Pois excepcionalmente elas cicatrizam espontaneamente.

As alternativas de tratamento clínico

reservam-se para as fístulas formadas por outras doenças.

Por exemplo, em um paciente com

doença de Crohn e fístula anal pode ter sua fístula cicatrizada após um

controle clínico de sua doença de Crohn.

Prurido anal.

PRURIDO ANAL

O prurido anal é uma situação relativamente frequente, que se

caracteriza por comichão à volta da região anal, resultando numa

Page 626: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2422

vontade irresistível de coçar esta área. Muitas vezes surge durante a

noite, com o calor da cama, ou após a defecação. Existem diversos

fatores responsáveis. Pode ser devido à limpeza excessiva (lavagens

repetidas) da região anal, à humidade desta área, como acontece em

resultado de sudorese marcada ou de fezes líquidas e irritantes.

Diversas bebidas podem também ser responsabilizadas (cerveja, leite,

sumos de frutas ácidos, bebidas com cafeína – café, cola -, bebidas com

teína – chá preto), assim como alguns alimentos (chocolate, frutos,

tomates, ameixas). Existem ainda outras causas como hemorróidas,

fissuras, infecções anais, alergias locais, eczemas, dermatites,

parasitas. Pode, embora a tendência natural assim que apareça a

comichão seja a de lavar a região anal de forma vigorosa, o que só vai

agravar o problema por traumatizar a pele e por eliminar substâncias

oleosas naturais.

Tratamento:

a) Mantendo hábitos intestinais regulares, defecando diariamente.

Evite a obstipação, consumindo alimentos ricos em fibras.

b) Não arranhe a pele mesmo que a comichão se torne insuportável;

nesse caso belisque a zona em questão por cima da roupa.

c) Mantendo a área afetada sempre perfeitamente limpa, lavando-a

e secando-a cuidadosamente depois de defecar e de manhã e à noite.

d) Limpeza com papel higiênico macio ou algodão previamente

humedecido em água.

e) Lavar de preferencia somente com a espuma de um sabão suave

e água corrente, sem qualquer antisséptico agressivo.

f) É importante secar-se delicadamente, sem «raspar». Utilizar um

secador de cabelo e coloque umas tiras de algodão polvilhado com talco

no sulco entre as nádegas.

Page 627: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2423

g) Proceder sempre desta maneira antes da aplicação de qualquer

creme ou loção.

h) Use roupa interior de algodão puro que não seja demasiado justa;

evite lã e nylon em contato com a pele.

i) Não utilize pomadas, cremes, loções, supositórios ou banhos de

assento sem serem aconselhados pelo profissional de saúde.

Em resumo, depois de um exame cuidadoso por um especialista em

Coloproctologia (A Coloproctologia significa etimologicamente o estudo

das doenças do cólon, reto e ânus) deverá:

a) Evitar o traumatismo desta área.

b) Evitar a humidade desta área.

c) Utilizar apenas a medicação indicada pelo profissional de saúde.

d) Evitar as bebidas e os alimentos citados no texto acima.

e) Tratar as doenças proctológicas responsáveis.

Abcesso anorretal.

O abscesso anorretal é um

processo inflamatório agudo da região anal, e geralmente é a primeira

manifestação de uma fístula anorretal.

Page 628: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2424

A fístula anorretal é um trajeto

("túnel") que se forma entre a parede anorretal e os tecidos vizinhos

devido à obstrução de ductos glandulares do canal anal, com o objetivo

de drenar (eliminar) um processo infeccioso.

Os abscessos anorretais podem

ser decorrentes de outras condições, como: trauma, câncer, radiação,

queda da imunidade (AIDS, leucemia), dermatite, tuberculose, doença

de Crohn (doença inflamatória intestinal) e fissura anal. Abscessos e

fístulas anorretais ocorrem mais comumente em homens do que

mulheres, na proporção de dois homens para cada mulher.

Page 629: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2425

No momento do diagnóstico,

dois terços dos pacientes estão entre a terceira e quarta décadas de

vida.

O abscesso pode ter vários

tipos de causas como: Glândulas anais bloqueadas; Fissura ou infecção

anal; Infecções sexualmente transmissíveis. As causas também podem

ser baseadas em fatores de risco como: Diabetes; Diverticulite; Doença

Page 630: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2426

Pélvica; Colite; Doença de Crohn. O tratamento é cirúrgico, e assim

que se identifica o abscesso, este deve ser drenado (esvaziado).

Após a retirada do material

purulento, realiza-se a lavagem da região como soro ou solução anti-

sséptica. Nos casos mais graves, há a necessidade de se manter um

dreno por alguns dias (24 a 72 horas), até que toda a secreção residual

Page 631: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2427

seja eliminada. Em alguns casos, pode ser realizada a lavagem da

cavidade drenada através do dreno.

Plicoma anal.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=FiF1WEz

ZhQs

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qiJivgkL

myk

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=387N_-

_u26s

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=b94NB6r

CYK8

DSTs diversas.

Citação de alguns EXAMES DE DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS DO CÓLON,

RETO E ÂNUS.

Em Clínicas Especializadas podem ser realizados os seguintes exames:

Anuscopia;

Rectoscopia;

Rectossigmoidoscopia;

Fibrosigmoidoscopia;

Colonoscopia;

Ecografia abdominal:

Ecografia endo-retal;

Radiologia.

CIRURGIAS

Page 632: Farmacologia clínica - Volume V  Tomo III - Farmacodinâmica e  Farmacocinética

2428

Algumas doenças do cólon, reto e ânus, tal como o cancro colo-retal,

necessitam de intervenção cirúrgica para se curarem.

CIRURGIA ANORRETAL AMBULATORIAL: A cirurgia ambulatória é aquela

em que os doentes ficam internados apenas por algumas horas – por

vezes uma noite – permitindo que regressem mais precocemente ao

seu domicílio com uma mais rápida reintegração sócioprofissional. Foi o

avanço nas técnicas anestésicas e cirúrgicas que possibilitou que muitas

patologias passassem a ser operadas em regime ambulatório. Trata-se

de um procedimento cirúrgico reservado para casos relativamente mais

simples, sendo efetuada com anestesia local, regional, geral ou com

sedação. O doente fica em recuperação pós-operatória durante algumas

horas (em algumas situações terá de permanecer internado por 24

horas – one-day surgery), tendo alta mais cedo. As vantagens são

óbvias: reduzem-se os custos com o internamento, reduz-se a taxa de

complicações pós-operatórias e proporciona-se ao doente uma sensação

de bem-estar com o regresso precoce a casa. A cirurgia ambulatória

anorretal está reservada para os casos mais simples de hemorróidas,

fissuras e abcessos / fístulas. Eventualmente, outras patologias poderão

também ser tratadas em regime ambulatório.

CIRURGIA COLO-RETO ANAL COM INTERNAMENTO - A cirurgia cólica,

retal, anal, com internamento, destina-se aqueles doentes com

patologias mais complexas que obrigam à realização de procedimentos

cirúrgicos tecnicamente mais exigentes e difíceis. Por este motivo, é

absolutamente obrigatório o seu internamento.

Referência Bibliográfica.

Dicionário Caldas Aulete. Pag.45; Site Médico. Hemorróidas: sintomas,

tratamento e prevenção. Página visitada em 03/04/2010; Topgyn. Sexo

- higiene é fundamental. Página visitada em 03/04/2010; Drauzio

Varella. Incontinência fecal. Página visitada em 03/04/2010; Que está

acontecendo com meu corpo? Pag.89; Lado Obscuro E Tentador Do

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3. Via parenteral: via injetável.

Via parenteral: Significa a injeção de drogas diretamente em um

compartimento ou cavidade do corpo a fim de evitar os obstáculos da

pele e das mucosas; Podem ser produzidos efeitos locais ou sistêmicos

dependendo da via de administração usada e da formulação da droga;

Pode ser administrada em pacientes que não cooperam ou que

apresentam náuseas e vômitos; Utilizada para drogas que se

apresentam ineficazes, fracamente absorvidas ou inativas por via oral.

Intravenosa: proporciona início imediato da ação da droga e é

geralmente usada com drogas que possuem meias-vidas curtas de

eliminação (100% de biodisponibilidade). Intramuscular: forma um

depósito no músculo e, geralmente, provocam início de ação mais lento

e de maior duração de ação do que a intravenosa e mais rápida que a

subcutânea. Subcutânea: injeta-se um pequeno volume de solução ou

suspensão aquosa no tecido abaixo da pele. Proporciona efeito mais

sustentado para as drogas hidrossolúveis. Intraperitoneal: membrana

que reveste o intestino. É pouco utilizada, pois é imprecisa. Os

medicamentos administrados por via injetável têm a vantagem de

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2434

fornecer uma via mais rápida; quando a VO é contraindicada,

favorecendo, assim a absorção mais rápida.

Via intradérmica (ID).

Após aspirar a medicação estar atento para a diluição preconizada para

cada medicação. Após aspirar ao conteúdo do frasco ampola lembrar-se

de rediluir a medicação conforme padronização. Nesta via, os

medicamentos são administrados na pele (na derme). Via muito

restrita, usada para pequenos volumes (de 0,1 a 0,5 ml). Usada para

reações de hipersensibilidade, como provas de ppd (tuberculose), e

sensibilidade de algumas alergias. O local de aplicação mais utilizado é

a face interna do antebraço. É também utilizada para aplicação de BCG

(vacina contra tuberculose), sendo de uso mundial a aplicação ao nível

da inserção inferior do músculo deltóide.

Via subcutânea (SC).

Na via subcutânea ou hipodérmica, os medicamentos são administrados

debaixo da pele, no tecido subcutâneo. Nesta via a absorção é lenta,

através dos capilares, de forma contínua e segura. Usada para

administração de vacinas (antirrábica e anti-sarampo), anticoagulantes

(heparina) e hipoglicemiantes (insulina). O volume não deve exceder

1,0 ml. As regiões de injeção SC incluem regiões superiores externas

dos braços, o abdome (entre os rebordos costais e as cristas ilíacas), a

região anterior das coxas e a região superior do dorso. Essa via não

deve ser utilizada quando o cliente tem doença vascular oclusiva e má

perfusão tecidual, pois a circulação periférica diminuída retarda a

absorção da medicação. Os locais de administração nesta via devem ser

alternados com rigor, evitando iatrogenias.

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2435

Via intramuscular (IM).

A administração via intramuscular permite que você injete o medicamento

diretamente no músculo em graus de profundidade variados. É usado para

administrar suspensões e soluções oleosas, garantindo sua absorção em longo

prazo. Devemos estar atentos quanto à quantidade a ser administrada em cada

músculo. É necessário que o profissional realize uma avaliação da área de

aplicação, certificando-se do volume que esse local possa receber.

Atenção: Não esquecer que esse volume irá depender da massa muscular do

cliente, quanto menos a dose aplicada, menor o risco de possíveis complicações.

A escolha do músculo utilizado vai depender do volume a ser aplicado:

1ª escolha: vasto lateral da coxa - máximo de 5 ml; 2ª escolha: glúteo (ventro

glútea e dorso glútea) – máximo 5 ml; 3ª escolha: deltóide (exceto em vacinas) –

máximo 3 ml.

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Via endovenosa (EV).

É a administração de medicamento diretamente na corrente sanguínea através de

uma veia. A administração pode variar desde uma única dose até uma infusão

contínua. Como o medicamento ou a solução é absorvido imediatamente, a

reposta do cliente também é imediata. A biodisponibilidade instantânea transforma

a via EV na primeira opção para ministrar medicamentos durante uma

emergência. Como a absorção pela corrente sanguínea é completa, grandes

doses de substâncias podem ser fornecidas em fluxo contínuo. Indicam-se

diluições em seringas de 10 e 20 ml, ou seja, com 10 ou 20 ml de água destilada.

Para medicamentos com altas concentrações, indicam-se diluições em frascos de

soluções salinas (Soro Fisiológico 0.9%) ou glicosadas (Soro Glicosado 5%).

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Indicado para aplicação em obesos.

Local mais indicado para esta aplicação.

Locais mais utilizados para punção venosa.

Região do dorso da mão: veia basílica; veia cefálica; veia metacarpiana dorsal.

Região dos membros superiores: veia cefálica acessória; veia cefálica; veia

basílica; veia intermediária do cotovelo; veia intermediária do braço.

Região cefálica: utilizada com frequência em pediatria, quando não há

possibilidade de realizar a punção em regiões periféricas.

Nas vias de administração citadas neste capítulo, podemos resumir que absorção

é a passagem da droga do local em que foi administrada para os fluidos

circulantes, em especial o sangue.

Fatores que alteram a absorção relativa ao medicamento:

Lipossolubilidade - drogas lipossolúveis possuem afinidade com a bicamada

lipídica da membrana, tornando-se solúvel a ela o que contribui a absorção,

através da difusão passiva.

Hidrossolubilidade - drogas hidrossolúveis não possuem afinidade com a

bicamada lipídica e, portanto, só serão absorvidas se houverem mecanismos de

transporte especiais.

Peso molecular.

Estabilidade química - garante resistência ao ácido presente no estômago,

impedindo que o mesmo desative a droga.

Polaridade - moléculas apolares atravessam a membrana com facilidade

ocorrendo o contrário com as polares.

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Ionização - moléculas ionizadas (ou dissociadas) não conseguem atravessar a

membrana com facilidade. Portanto, moléculas na sua forma molecular ou apolar

são absorvidas com mais facilidade.

O pH do meio - quando o pH é ácido e a droga é um ácido fraco ela permanece

em sua forma molecular, não se dissociando, o que contribui para a absorção.

Quando o meio é básico e a droga é um ácido fraco ela se dissocia, formando a

polaridade que dificulta a absorção.

Forma farmacêutica: interfere na velocidade de absorção.

Velocidade de dissolução - é a velocidade de dissolução do medicamento nos

líquidos orgânicos para ser absorvido.

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