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Universidade Federal do Rio de Janeiro ESTUDO DE BOAS TÉCNICAS EXECUTIVAS PARA OTIMIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE FACHADA Luis Eduardo Souza Rocha 2016

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

ESTUDO DE BOAS TÉCNICAS EXECUTIVAS

PARA OTIMIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE

FACHADA

Luis Eduardo Souza Rocha

2016

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ESTUDO DE BOAS TÉCNICAS EXECUTIVAS

PARA OTIMIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE

FACHADA

Luis Eduardo Souza Rocha

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Jorge dos Santos

Rio de Janeiro

Setembro/ 2016

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ESTUDO DE BOAS TÉCNICAS EXECUTIVAS PARA

OTIMIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE FACHADA

Luis Eduardo Souza Rocha

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇAO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

_______________________________________________

Prof. Jorge dos Santos, D. Sc.

_______________________________________________

Prof. Ana Catarina Jorge Evangelista , D. Sc.

_______________________________________________

Prof. Willy Weisshuhn, M. Sc.

_______________________________________________

Prof. Wilson Wanderley da Silva

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO de 2016

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iii

Rocha, Luis Eduardo

Estudo de boas técnicas executivas para otimização de

revestimentos de fachada/ Luis Eduardo Souza Rocha. – Rio

de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2016

x, 72 p.: il.;29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 68-72.

1. Fachadas. 2. Otimização. 3. Procedimentos executivos. 4.

Patologias.

I. dos Santos, Jorge. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, UFRJ, Engenharia Civil. III. Estudo de boas técnicas

executivas para otimização de revestimentos de fachada.

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iv

Agradecimentos

Meus sinceros agradecimentos,

Aos meus pais, Antonio Carlos e Lilia, que sempre me apoiaram e deram o seu

melhor para que eu tivesse acesso a uma boa educação e condições de lutar pelos

meus objetivos e seguir minha vida com meus próprios passos. Além disso, me

ensinam sobre perseverança, integridade e amor a cada dia.

A minha irmã Carolina, minha eterna melhor amiga e pessoa que sempre

esteve ao meu lado. Aquela que, junto com seu marido Chrystiano, me divertem e me

inspiram a ser alguém melhor a cada dia.

A toda a minha família de forma geral, que forneceu a base para a construção

de uma sólida estrutura familiar e ensinou a importância de valores, como respeito e

serenidade.

A minha noiva Juliana, que passou comigo por todos os momentos, bons e

ruins, dessa longa caminhada, e me ajudou muito, com incentivo, paciência e tempo

dedicado a mim. Espero poder retribuir pelo resto de nossas vidas todo o apoio que

recebi durante esse tempo.

Aos meus amigos, que estiveram ao meu lado durante esse tempo, e foram

essenciais para tornar o período da faculdade mais agradável. Aos bons amigos que

fiz na UFRJ, aos amigos de sempre, amigos de longe e de perto. Obrigado por

tornarem minha vida muito mais feliz.

Aos professores de faculdade, por todo o conhecimento compartilhado. Ao

professor Jorge dos Santos, que, como orientador, muito contribuiu e que durante um

bom tempo me auxiliou para que esse trabalho fosse realizado.

À Universidade Federal do Rio de Janeiro, por fornecer o embasamento técnico

capaz de produzir profissionais de excelência.

E a Deus, o Senhor de todas as coisas, que a cada dia me encheu de saúde e

entendimento, tornando esse sonho possível.

Dedico esse trabalho a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para

que eu alcançasse a conquista da graduação. A caminhada foi longa, porém todo

esforço e sacrifício necessários valeram a pena.

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v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ESTUDO DE BOAS TÉCNICAS EXECUTIVAS PARA

OTIMIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE FACHADA

Luis Eduardo Souza Rocha

Março/2016

Orientador: Jorge dos Santos

Curso: Engenharia Civil

Os revestimentos de fachadas constituem um dos elementos de grande importância

em qualquer edificação, pois, além de serem o contato direto do prédio com o meio

externo, estando expostas as intempéries, devem apresentar boas propriedades

estéticas, de vedação e de isolamento. Somado a isso, representam uma parcela

significativa no custo da obra e apresentam uma maior dificuldade construtiva em

relação aos ambientes internos. A cada dia mais, espera-se que as fachadas cumpram

bem suas funções, afim de garantir conforto aos usuários. Com isso, o processo

executivo das fachadas ganha importância, pois deve ser feito de forma a minimizar

perdas, acompanhar o cronograma da obra, apresentar um bom custo-benefício e

atender às exigências de qualidade dos materiais. Este trabalho tem por objetivo

estudar ações a serem adotadas para se otimizar os revestimentos de fachada,

reduzindo custos e garantindo bom desempenho durante a vida útil da edificação.

Palavras-chave: Fachadas, Otimização, Procedimentos executivos, Patologias.

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

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vi

STUDY OF EXECUTIVE TECHNICAL FOR FACADE

COATINGS OPTIMIZATION

Luis Eduardo Souza Rocha

September/2016

Advisor: Jorge dos Santos

Course: Civil Engineering

Facades coatings are one of the very important elements in any building, because,

besides being the direct contact of the building with the external environment, being

exposed to weather, should have good aesthetic, sealing and insulation properties.

Added to this, they represent a significant portion of the cost of the construction and

have a greater constructive difficulty in relation to internal coatings. Every day more, it

is expected that the facades perform their functions in order to ensure comfort to users.

Thus, the executive process of the facades becomes important, because it must be

done in order to minimize losses, follow the schedule, present a positive cost-effective

and achieve the requirements of quality of materials. This work aims to study actions to

be taken to optimize the facade coatings, reducing costs and ensuring good

performance over the life of edification.

Keywords: Facades, Optimization, Executive procedures, Pathologies.

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vii

Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1.1.IMPORTÂNCIA DO TEMA................................................................................... 1

1.2.OBJETIVOS ...................................................................................................... 1

1.3.JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 2

1.4.METODOLOGIA ................................................................................................ 2

1.5.ESTRUTURAÇÃO DA MONOGRAFIA .................................................................. 2

2. FACHADAS: CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................. 4

2.1. IMPORTÂNCIA ............................................................................................... 4

2.2. ASPECTOS HISTÓRICOS ............................................................................... 4

2.3. FINALIDADE .................................................................................................. 6

2.4. CONCEITUAÇÃO ........................................................................................... 7

2.5. EXECUÇÃO ................................................................................................... 8

3. FACHADAS: CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................... 11

3.1. REVESTIMENTO COM PINTURA................................................................... 11

3.1.1.CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 11

3.1.2.SUBSTRATO E PREPARO ....................................................................... 12

3.1.3.MATERIAIS / EQUIPAMENTOS ................................................................ 14

3.1.4.TÉCNICAS EXECUTIVAS......................................................................... 14

3.1.5.VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................ 15

3.2. REVESTIMENTO COM ARGAMASSA DECORATIVA ....................................... 15

3.2.1.CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 15

3.2.2.SUBSTRATO E PREPARO ....................................................................... 16

3.2.2.1. Revestimento com argamassa decorativa cimentícia............ 17

3.2.2.2. Revestimento com argamassa decorativa polimérica............ 18

3.2.3.MATERIAIS / EQUIPAMENTOS ................................................................ 18

3.2.4.TÉCNICAS EXECUTIVAS......................................................................... 18

3.2.5.VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................ 19

3.3. REVESTIMENTOS CERÂMICOS.................................................................... 19

3.3.1.CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 19

3.3.2.SUBSTRATO E PREPARO ....................................................................... 20

3.3.3.MATERIAIS / EQUIPAMENTOS ................................................................ 21

3.3.4.TÉCNICAS EXECUTIVAS......................................................................... 21

3.3.5.VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................ 22

3.4. REVESTIMENTO COM PLACAS PÉTREAS .................................................... 22

3.4.1.CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 22

3.4.2.SUBSTRATO E PREPARO ....................................................................... 23

3.4.3.MATERIAIS / EQUIPAMENTOS ................................................................ 23

3.4.4.TÉCNICAS EXECUTIVAS......................................................................... 24

3.4.5.VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................ 25

3.5. REVESTIMENTO COM VIDROS .................................................................... 25

3.5.1.CONCEITUAÇÃO..................................................................................... 25

3.5.2.SUBSTRATO E PREPARO ....................................................................... 26

3.5.3.MATERIAIS / EQUIPAMENTOS ................................................................ 26

3.5.4.TÉCNICAS EXECUTIVAS......................................................................... 26

3.5.5.VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................ 27

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viii

3.6. COMPARATIVOS ......................................................................................... 27

4. FACHADAS: PATOLOGIAS............................................................................................ 29

4.1. ASPECTOS GERAIS .................................................................................... 29

4.2. ANÁLISE DAS PATOLOGIAS POR TIPO DE REVESTIMENTO ......................... 32

4.2.1.PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO COM PINTURA................................... 32

4.2.1.1. Tipos de patologia............................................................. 32

4.2.1.2. Causas.............................................................................. 33

4.2.1.3. Tratamento......................................................................... 33

4.2.2.PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO COM ARGAMASSAS DECORATIVAS... 34

4.2.2.1. Tipos de patologia............................................................. 34

4.2.2.2. Causas.............................................................................. 35

4.2.2.3. Tratamento......................................................................... 35

4.2.3.PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS ................................... 35

4.2.3.1. Tipos de patologia............................................................. 35

4.2.3.2. Causas.............................................................................. 35

4.2.3.3. Tratamento......................................................................... 36

4.2.4.PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS DE PLACAS PÉTREAS ..................... 36

4.2.4.1. Tipos de patologia............................................................. 36

4.2.4.2. Causas.............................................................................. 36

4.2.4.3. Tratamento......................................................................... 37

4.3. CAUSAS GERAIS......................................................................................... 37

4.3.1.CAUSAS ASSOCIADAS AOS MATERIAIS .................................................. 37

4.3.2.CAUSAS ASSOCIADAS À DOSAGEM OU TRAÇO ...................................... 37

4.3.3.CAUSAS NA ESPECIFICAÇÃO ................................................................. 38

4.3.4.CAUSAS DECORRENTES DO PROCESSO EXECUTIVO ............................. 39

4.3.5.CAUSAS DECORRENTES DA AÇÃO DE FATORES EXTERNOS .................. 39

4.4. IMPACTOS GERADOS PARA EMPRESAS E CLIENTES.................................. 40

5. TÉCNICAS EXECUTIVAS QUE OTIMIZAM REVESTIMENTOS DE FACHADAS .................. 42

5.1. CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................. 42

5.2. PROJETOS .................................................................................................. 43

5.3. INDUSTRIALIZAÇÃO..................................................................................... 44

5.4. PLANEJAMENTO OPERACIONAL (REVESTIMENTO COM ARGAMASSA) ........ 44

5.5. NOVAS TÉCNICAS....................................................................................... 47

5.5.1.ARGAMASSA COM BOMBA ...................................................................... 47

5.5.2.FACHADA COM REVESTIMENTO CERÂMICO NÃO ADERIDO ................... 48

5.5.3.SISTEMA UNITIZADO – REVESTIMENTO COM VIDRO.............................. 49

6. ESTUDO DE CASO....................................................................................................... 50

6.1. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO ................................................ 50

6.2. REVESTIMENTO UTILIZADO ........................................................................ 51

6.3. DIFICULDADES ENCONTRADAS .................................................................. 57

6.4. PATOLOGIAS E RETRABALHOS ................................................................... 58

6.5. ANÁLISE ..................................................................................................... 63

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 666

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 68

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ix

Lista de Figuras

Figura 1 - Camadas do revestimento de argamassa..................................................... 19

Figura 2 - Origem de problemas patológicos ................................................................. 32

Figura 3 - Instalação de fachada com revestimento cerãmico não aderido ................. 48

Figura 4 - Fachada com envidraçamento estrutural ...................................................... 52

Figura 5 - Estrutura interna da fachada ......................................................................... 52

Figura 6 - Detalhe da estrutura interna da fachada ....................................................... 53

Figura 7 - Fire stop danificado........................................................................................ 59

Figura 8 - Emenda mal feita no perfil das fachadas ...................................................... 59

Figura 9 - Emenda mal feita no perfil das fachadas ...................................................... 60

Figura 10 - Falta de parafusos nas gancheiras dinâmicas das fachadas ..................... 60

Figura 11 - Falta de acabamento no perfil das fachadas .............................................. 61

Figura 12 - Falta de aplicação de silicone estrutural em alguns vidros ........................ 61

Figura 13 - Alumínio instalado com muita sujeira na fachada ....................................... 62

Figura 14 - Painéis desalinhados na fachada ................................................................ 62

Figura 15 - Quadro sem ancoragem .............................................................................. 63

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Atribuições dos envolvidos na execução de revestimento externo ............. 10

Tabela 2 - Sistemas para tintas e revestimentos camada fina...................................... 13

Tabela 3 – Comparativo das características dos tipos de fachada............................... 28

Tabela 4 – Origem de problemas patológicos ............................................................... 30

Tabela 5 – Comparativo referente à aspectos tecnológicos ......................................... 31

Tabela 6 – Patologias em argamassas decorativas para fachadas.............................. 34

Tabela 7 – Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras ................ 38

Tabela 8 – Sequência logística para revestimento externo (argamassa) ..................... 46

Tabela 9 – Áreas dos pavimentos .................................................................................. 51

Tabela 10a – Método executivo para instalação das fachadas do edifício ................... 54

Tabela 10b – Método executivo para instalação das fachadas do edifício ................... 55

Tabela 11a – Controle tecnológico dos materiais componentes da fachada ............... 56

Tabela 11b – Controle tecnológico dos materiais componentes da fachada ............... 57

Tabela 12 – Aspectos críticos para otimização analisados no estudo de caso ............ 64

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x

Lista de Siglas

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACM – Aluminium Composite Material

CSTB – Centre Scientifique et Technique du Bâtiment

EN – European Norm

ISO – International Organization for Standardization

LEED – Leadership in Energy and Environmental Design

NBR – Norma Brasileira

PVA – Polímero Poliacetato de Vinila

PEI – Porcelain Enamel Institute

RCF – Revestimento Cerâmico de Fachadas de Edifícios

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1

1. Introdução

1.1. Importância do Tema

Por muitos anos, a construção civil tem sido citada como um dos setores que

mais tem desperdício de materiais, além de ser imediatista na solução de seus

problemas, sem se ater ao planejamento, critérios de execução, logística e

industrialização de seus serviços. Esta atitude, que se pode dizer intempestiva e até

mesmo que carece do exercício da engenharia, tem levado a que todos os agentes da

cadeia produtiva percam: o investidor da construção civil, as construtoras, os

projetistas, a mão de obra direta e indireta, o fornecedor de materiais e o cliente final

que muitas vezes vê-se prejudicado com o investimento feito.

Por outro lado, o setor da Construção Civil e, particularmente, o subsetor

edificações, estão passando por um processo de evolução, motivado pelo contexto

das transformações econômicas, sociais e políticas. Essas transformações têm levado

as empresas construtoras a buscarem o aumento da qualidade das obras aliado à

redução dos custos de produção. Neste contexto, observa-se a maior valorização de

técnicas para diminuir os custos de produção e a ocorrência de falhas no produto e no

processo de execução e ainda para introduzir decisões embasadas tecnologicamente,

em substituição às empíricas, otimizando as atividades de execução.

As patologias de fachada são de grande impacto negativo tanto para os

usuários como para a construtora, uma vez que a ocorrência desta manifestação

patológica pode ocasionar, dependendo do caso, prejuízos financeiros altos, mortes e

até ferimentos de pessoas (no caso de descolamento de placas cerâmicas, por

exemplo). Devemos considerar que as causas destas patologias, envolvem inúmeros

e complexos fatores, de difícil diagnóstico.

1.2. Objetivos

Considerando o contexto presente, este trabalho objetiva de modo geral:

a) Estudar as características dos principais revestimentos de fachada,

apresentando informações relacionadas ao desempenho físico, executivo e

econômico, contribuindo para o conhecimento de um determinado material e

seu desempenho;

b) Identificar as patologias que mais ocorrem nos revestimentos de fachada,

apontando as causas e os possíveis tratamentos a serem feitos;

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2

c) Propor técnicas de execução de fachadas que promovam a otimização dos

revestimentos e que gerem uma diminuição de patologias durante a vida útil da

construção.

1.3. Justificativa

Optou-se por abordar nesta monografia o tema de boas técnicas para

otimização de revestimento de fachadas devido a grande ocorrência de patologias e

altos custos envolvidos nesta etapa de grande importância nas obras de edificações.

As fachadas representam elemento de grande importância na construção civil, devido

ao seu papel como vedação e proteção das edificações, além de importante elemento

estético. Sendo assim, são vitais para o resultado final da obra e representam uma

parcela significativa nos custos.

Julgou-se então, desta forma, de extrema importância debater acerca das boas

práticas do projeto executivo de revestimento de fachadas abordando neste trabalho

tópicos como: materiais adequados, ensaios necessários, novas tecnologias, métodos

de execução e detalhamento do processo executivo dos principais revestimentos

existentes atualmente.

Foram abordadas também questões relativas ao desempenho das fachadas

das edificações, por se tratar de um conceito de extrema importância para se garantir

que sejam atendidas as expectativas dos usuários das edificações ao longo de uma

determinada vida útil, dentro da realidade técnica e socioeconômica do país e do

empreendimento.

1.4. Metodologia

A metodologia aplicada consiste na pesquisa bibliográfica, visando

considerações referentes aos conceitos pertinentes ao tema, sendo que o material

consultado abrange basicamente documentos acadêmicos. Um estudo de caso foi

realizado, afim de se verificar na prática os termos abordados no presente trabalho, e

dar um maior embasamento às considerações finais obtidas com o trabalho.

1.5. Estruturação da monografia

Esta monografia está estruturada de forma que no capítulo 1 há uma breve

introdução ao tema abordado, ressaltando o contexto em que se insere na atualidade

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3

do país e do mercado da Construção Civil, bem como a importância de seu estudo. No

capítulo 2 é feita uma contextualização sobre o que é fachada, qual sua finalidade e

importância, os aspectos históricos, como é construída, além dos responsáveis por

desenvolvê-las e executá-las ao longo da obra. Já o capítulo 3 consiste em mostrar

como as fachadas são classificadas em função de suas características principais e

diferentes tipos de materiais utilizados, abordando possíveis possíveis peculiaridades

que existam entre as diferentes tipos de fachada com relação a projeto, estrutura, mão

de obra e aspectos executivos. O capítulo 4 trata das patologias ococrridas em cada

tipo de fachada, com suas principais causas, consequências, soluções a serem

empregadas e os danos gerados ao construtor e ao cliente. No capítulo 5 são

abordadas técnicas executivas que promovem ganho de qualidade e produtividade,

que vão desde o projeto até o fim da fase de uso da edificação. No capítulo 6 é feito

um estudo de caso, onde se verifica em um empreendimento construído os tópicos

descritos a respeito da fachada desta edificação. Por fim, no capítulo 7 são expostas

as considerações finais do autor a respeito do tema desenvolvido.

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4

2. Fachadas: contextualização

2.1. Importância

A fachada ocupa uma posição de destaque no projeto e construção de um

edifício. Além de ser a parte mais importante para proteção das edificações frente aos

agentes externos, ela é um elemento chave para definir a estética, tendo participação

significativa nos custos da obra.

Em levantamento realizado com base nos dados publicados pelo GUIA DA

CONSTRUÇÃO (PINI, 2013a; PINI, 2013b) as vedações externas dos edifícios,

incluindo paredes de alvenaria, esquadrias com vidro e revestimentos convencionais

aderidos, representam entre 9 a 13 % do custo total de uma edificação no Brasil. Já

quando se trata de obras com vedações e revestimentos não convencionais tem-se

uma amplitude maior de valores em função da tipologia utilizada, com valores entre 4

e 15 %.

O desempenho das vedações de fachada ganhou ainda mais relevância devido

a maior conscientização da importância de sua participação no conforto térmico da

edificação, aliada à necessidade de se construir edifícios cada vez mais sustentáveis.

À medida que as edificações ficam mais altas, uma exigência atual de grandes centros

urbanos devido ao alto preço de uso do solo, mais expostas ficam suas fachadas, e

maior deve ser a preocupação com esse requisito de desempenho do ponto de vista

da vedação vertical.

Apesar do conceito de desempenho estar consolidado no meio acadêmico, sua

aplicação prática é bastante difícil e envolve muitos conflitos de interesse. Buscando

justamente atender melhor este requisito, surgiu em 2008 a norma de desempenho

(NBR 15575), que foi posteriormente atualizada e sofreu algumas modificações em

2013. A norma foi dividida em 6 partes, sendo a parte 4 relativa às vedações verticais

(nelas inclusas as fachadas) e abrange todos os novos edifícios residenciais, qualquer

que seja o número de pavimentos. Esta norma traz também o conceito de vida útil

variável. Através desta forma, espera-se que o requisito de desempenho seja melhor

atendido.

2.2. Aspectos históricos

Desde o renascimento italiano, quando a fachada surge associada à casa

unifamiliar, passando pelo barroco francês e pelo pitoresco inglês, até o advento da

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5

arquitetura moderna, o conceito de fachada sofreu modificações consideráveis, que

repercutiram diretamente na prática de projeto.

a) Império romano e idade média: superfícies externas eram pragmáticos muros

perfurados por orifícios destinados a iluminação e ventilação; os ornamentos

superficiais e manifestações de status restringiam-se aos espaços internos.

b) Renascimento italiano: conceito de fachada como conhecemos tem seu

início dos séculos XV e XVI. Consagra-se o projeto de fachada da casa

urbana privada se estendendo a preocupação com a fachada em toda a

altura dos edifícios, e as superfícies externas ou “faces” do edifício, passam

a ser eficientes meios de transmitir o status do proprietário.

c) Barroco francês: por volta dos séculos XVI e XVII, o corpo da casa recua

com relação ao alinhamento das vias e as fachadas, antes planas ou

convexas passam a ser tridimensionais ou côncavas, tornando-se mais

complexas.

d) Pitoresco inglês: As influências da literatura e da pintura do período dos

séculos XVIII e XIX traduzem-se em formas irregulares e assimetrias nas

fachadas e são introduzidas as varandas e uso da madeira de construção.

e) Modernismo: Nos primórdios do séculos XX acentua-se a polêmica em torno

do conceito de fachada e discute-se sua importância. Novos conceitos são

introduzidos, e novas técnicas e materiais construtivos são empregados

(surgem as fachadas lisas com face em vidro), gerando radicais

transformações na concepção externa dos edifícios a partir dos anos 20.

f) De 1920 até os dias atuais: O conceito de fachada continua a ser

incessantemente discutida, sofrendo as principais modificações após os anos

60. Em 1920 surge a ideia de “fachada livre”, instituindo a autonomia da

superfície e sua independência da função estrutural, fato que abala

profundamente os modelos de representação vigentes, provocando

modificações consideráveis nas qualidades tectônicas e materiais dos

edifícios.

Segundo BARROS (2003), tem sido visível a evolução tecnológica pelas quais a

vedação vertical de edifícios passou e vem passando na últimas décadas. Inicialmente

com "status" de sistema estrutural, esteve presente em inúmeros e importantes

edifícios no início desse último século. Depois, com o desenvolvimento do concreto

armado, a partir da década de 30, assume um papel secundário, passando a uma

simples vedação, com a qual nenhuma preocupação se tinha, uma vez que todos os

seus "defeitos" seriam cobertos pelas camadas de revestimento e não mais exercia a

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função de estrutura. Esse novo "status" perdurou durante muitos anos. A alvenaria

estrutural voltou com um elevado grau de racionalização, mas a de vedação

continuava a ser esquecida nos canteiros de obras. Foi somente a partir da década de

90 que a alvenaria de vedação passou a ser vista com "outro olhar". Sua

racionalização poderia valer a pena, não pelo que significava de custo no conjunto do

edifício, mas porque sua relação com outros subsistemas do edifício fazia com que a

sua produção racionalizada implicasse em grande redução de custos e de

desperdícios nos demais subsistemas, como esquadrias, instalações e revestimentos.

2.3. Finalidade

As principais funções da vedação vertical são proteger o homem e suas

atividades, contra a ação de agentes externos, criar ambientes com características e

funções específicas e prover privacidade (FRANCO, 1994). Para AGOPYAN (1978)

este é o subsistema do edifício constituído por elementos que definem, compartilham e

limitam espaços. Desta forma são uma barreira para os agentes externos como água e

poluição, além de controladores, como no caso da luz e do ar. Segundo BARROS et

al. (2003), este subsistema deve apresentar determinadas propriedades ou requisitos

de desempenho, que também podem ser denominados requisitos funcionais, dentre os

quais se destacam:

a) Desempenho térmico (principalmente isolação);

b) Desempenho acústico (principalmente isolação);

c) Estanqueidade à água;

d) Controle da passagem de ar;

e) Proteção e resistência contra o fogo;

f) Desempenho estrutural (estabilidade, resistências mecânicas e

deformabilidade);

g) Controle de iluminação (natural e artificial) e de raios visuais (privacidade);

h) Controle da passagem de calor (temperatura do ambiente interno);

i) Durabilidade;

j) Custos iniciais e de manutenção;

k) Padrões estéticos (conforto visual) e

l) Facilidade de limpeza e higienização

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2.4. Conceituação

Não há nas normas técnicas oficiais descrições específicas que permitam

conceituar fachadas. A NBR 13755:1996, "Revestimento de paredes externas e

fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante -

procedimento" estabelece o conceito de revestimento externo como sendo o "conjunto

de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituída pela estrutura suporte,

alvenarias, camadas sucessivas de argamassa e revestimento final, cuja função é

proteger a edificação da ação da chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgaste

mecânico oriundo da ação conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar

acabamento estético.

As vedações verticais exteriores - as paredes externas - são o suporte dos

revestimentos, sofrem diferentes solicitações na sua vida útil e são constituídas pelo

substrato e a camada de revestimento, que envolvem a camada de regularização,

dependendo da situação de isolamento termo-acústico, camada de fixação e de

acabamento (FLAIN, 1995). Segundo LUCAS (1987), a classificação para os

revestimentos de vedações verticais exteriores pode ser feita quanto a estanqueidade,

ao isolamento térmico e quanto ao aspecto estético.

Os revestimentos de fachada exigem maiores cuidados por se encontrarem em

condições desfavoráveis de exposição (MEDEIROS, 1999). Em geral o processo de

tomada de decisão relacionada à especificação de fachadas não é planejado, e são

poucos os parâmetros de seleção e especificação. Por outro lado a necessidade de

imprimir uma nova mentalidade com a industrialização da construção civil está

começando a criar uma maior consciência de avaliação de desempenho, do controle

de qualidade na produção dos edifícios, adequando-se às técnicas, materiais e

sistemas de construção com redução de custos e prazos. Com este crescimento há a

necessidade de uma maior interatividade entre os envolvidos no processo de tomada

de decisão, para que as informações de desempenho e adequação possam ser

correlacionadas e corretamente utilizadas.

Para MEDEIROS (1999), raramente a escolha é baseada em critérios técnicos

confiáveis, sendo mais comum considerar somente aspectos estéticos e econômicos.

A prática usual tem sido selecionar o material de revestimento de fachada apenas

considerando a qualidade do material da camada mais externa e algumas de suas

características, facilidades de composição arquitetônica, custo e disponibilidade de

aquisição no mercado. Na verdade, vários outros critérios devem ser levados em

consideração no processo de especificação como: custos, valores culturais dos

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usuários, disponibilidade e capacitação de mão de obra local, características do meio

ambiente, utilização de recursos da região e produtividade.

Além destes fatores deve ser considerada a importância que representa a

proteção da vedação vertical externa, sendo que a correta especificação certamente

levará a um aumento da vida útil dos revestimentos utilizados, com menor incidência

de patologias, e as funções do revestimento como proteção do substrato, higiene,

regularidade das superfícies, conforto visual e tátil estarão corretas, além das funções

do conjunto revestimento-suporte como: isolamento térmico acústico, resistência ao

fogo, aos choques e atritos a resistência à penetração de água e durabilidade.

2.5. Execução

Segundo SABBATINI (1988), para serem construídas, as fachadas levam como

referência o projeto arquitetônico da edificação (deve haver um projeto específico para

fachada, identificando qual o tipo a ser empregado, os materiais a serem utilizados,

com o respectivo detalhamento necessário, de forma a facilitar a execução), além do

projeto de esquadrias, caso exista a necessidade. Para o início do serviço de

execução, de modo geral, algumas condições devem ser atendidas, entre elas:

a) Estrutura completamente finalizada;

b) alvenarias concluídas;

c) batentes das esquadrias instalados;

d) instalações elétricas e hidráulicas nas alvenarias de fachada, quando for

o caso, concluídas;

e) ferramentas, equipamentos e materiais necessários definidos e

disponíveis;

f) equipe de operários definida;

g) andaimes ou balancins instalados.

Normalmente são feitas com o auxílio de andaimes e/ou balancins (utilizados

para grandes alturas). Em alguns casos, dependendo do material a ser empregado,

pode-se utilizar gruas que transportam o material até o seu lugar de fixação na

fachada. A construtora que realiza a obra é a responsável pela execução da fachada,

podendo esse serviço ser terceirizado ou não. Os projetos são feitos, geralmente, pelo

arquiteto ou empresa responsável por fazer a arquitetura da edificação

(COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2006).

Principais atribuições de responsabilidade na fase de projeto:

Compete ao projetista:

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a) solicitar todas as informações técnicas necessárias (à administração da obra e

aos fornecedores de insumos) para execução de um projeto que atenda às

expectativas do cliente;

b) fazer o projeto dentro das diretrizes fixadas pela construtora e pelos demais

projetistas (estrutura, vedação, etc.); e

c) definir através de indicação clara os intervalos aceitáveis para os parâmetros

especificados no projeto.

Compete à administração da obra/construtora:

a) fornecer ao projetista todas as informações técnicas relevantes sobre os

procedimentos e controles normalmente utilizados pela construtora, bem

como todos os projetos (estrutura, arquitetura, vedações, etc.) necessários;

b) definir o sistema de produção: produção no canteiro ou argamassa

industrializada, fornecimentos em silos ou em sacos, central de produção ou

argamassadeiras nos andares, entre outros; e

c) efetuar análise crítica do projeto, discutir e apontar necessidade de

modificações ou adequações em função, entre outras coisas, do sistema de

produção.

Compete ao fabricante de argamassa e/ou aos fornecedores de insumos:

a) fornecer as informações técnicas sobre o desempenho e características

tecnológicas sobre seus produtos.

Compete à mão de obra:

a) por intermédio da equipe técnica da obra fornecer informações ao projetista

que contribuam com a construtibilidade e produtividade da obra.

A Tabela 1 apresenta um resumo das atribuições de cada envolvido na

construção de uma fachada, durante a fase de projeto.

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Tabela 1 - Atribuições dos envolvidos na execução de revestimento externo

Fonte: Comunidade da Construção – Manual de Revestimento de Fachada, 2006

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3. Fachadas: classificação

As fachadas podem ser classificadas de diferentes formas. Entre elas, quanto a

densidade superficial da vedação, em função do momento em que o acabamento é

incorporado à ela, com relação aos materiais utilizados para seu acabamento, entre

outras . Os revestimentos das fachadas mais usuais no Brasil são, os quais as

superfícies levam apenas revestimento de argamassas e acabamento final (pintura,

textura, etc) ou com revestimentos cerâmicos. Entretanto, nos últimos anos fachadas

com acabamento em vidro têm ganhado mais destaque, muito por causa de seu

desempenho econômico e por questões ambientais (BARROS et al., 2003) .

Não há entretanto, um critério formal regulado por normas técnicas oficiais

emitidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para classificação de

fachadas. Com isso, a classificação utilizada via de regra é feita simplesmente com

base nos tipos de fachadas mais comumente encontradas no Brasil, que constituem a

base para estudos sobre a efeciência e eficácia dos métodos executivos e dos

materias utilizados.

3.1. Revestimento com Pintura

3.1.1. Conceituação

Segundo a norma brasileira, NBR 12554, as tintas são: “[...] produtos compostos

de veículo, pigmentos, aditivos e solventes que, quando aplicados sobre um substrato,

se convertem em película sólida, dada a evaporação do solvente e/ou reação química,

com a finalidade de decoração,proteção e outras.”

Em outras palavras, tinta é o produto que, ao ser aplicado em forma de uma fina

camada sobre uma superfície, proporciona cor, segurança ou informação à mesma.

Mais especificamente, tinta é a substancia que ao ser aplicada em forma de camada

sobre um substrato se converte em um filme, garantindo a cor, informação ou

segurança desejadas.

Para se fazer a escolha de uma tinta, há a necessidade de conhecer os tipos

que o mercado oferece, além de suas aplicações, pois atualmente existe um tipo de

tinta adequada a cada tipo de substrato. Recentemente, houve um aumento na oferta

de produtos com maior durabilidade e menor manutenção das cores, como algumas

tintas acrílicas por exemplo, que são impermeabilizantes e agem contra a incidência

de água direta, sendo indicadas para áreas externas, pois são resistentes às

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intempéries (FAGUNDES NETO, 2001). Como passaram a ser produzida à base de

resina 100% acrílica (mais elástica e resistente que as tintas acrílicas estirenadas),

esta tinta acompanha o trabalho de contração e dilatação do reboco, diminuindo as

possibilidades de ocorrer fissuras.

As tintas podem ser classificadas em: tintas vinílicas (PVA), acrílicas (PVAC),

esmaltes e vernizes, sendo que as acrílicas e o PVA são à base de água, podendo ser

aplicadas em fachadas e compondo o grupo das tintas látex (FAGUNDES NETO,

2001).

As propriedades de uma tinta devem ser:

a) capacidade de manter sua cor original, sem desbotar;

b) capacidade de resistir às intempéries;

c) facilidade de manutenção e conservação;

d) impermeabilidade;

e) transpirabilidade.

3.1.2. Substrato e Preparo

Para o desenvolvimento das cores são utilizados pigmentos orgânicos, com

tonalidades mais intensas e menor durabilidade, que são mais resistentes em tintas

compostas com resinas à base de solvente (que tem a capacidade de refletir as luzes

ultravioletas); e pigmentos inorgânicos, que proporcionam cores mais duráveis, porém

menos vivas, e desbotam com maior facilidade. Na Tabela 2 são descritos os sistemas

que podem ser utilizados para a realização de um revestimento camada fina ou para

tinta látex.

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Tabela 2 - Sistemas para tintas e revestimentos camada fina

Fonte: UEMOTO, Kai Loh

As condições locais são de grande importância, pois essas características irão

definir as propriedades necessárias das tintas, assim como de utilização de aditivos,

que podem ser divididos em hidrofugantes e hidrorepelentes, produtos estes indicados

na aplicação sobre superfícies porosas expostas à umidade constante (UEMOTO,

2002).

Rendimento, estabilidade, facilidade de aplicação e cobertura, resistência à

intempéries, são características de uma tinta de qualidade. Entretanto, o resultado não

é garantido se a base ou o substrato não tenham sido executados de maneira

adequada. O substrato deve sempre receber um selador, que confere maior aderência

às tintas. Quando o substrato é muito absorvente, sem o uso de selador, a resina da

primeira mão de tinta é absorvida, deixando o fundo do produto utilizado sem

consistência. Alguns controles em relação às técnicas de pintura, são: uniformidade do

filme, espessura a diluição e as condições climáticas no momento da aplicação, entre

outros.

Em fachadas, é comum a utilização de látex acrílico liso ou texturizado, segundo

a FAGUNDES NETO (2001), estando disponíveis os sistemas epóxi poliuretano, que

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tem um custo por metro quadrado mais baixo, além de algumas tintas poliuretânicas

serem resistentes à pichação, podendo ser limpas mais facilmente com solventes

como xileno.

Infiltrações de água internas vindas de lajes, condutores, entre outros, afetam a

durabilidade deste revestimento nas fachadas no caso de uso de tintas acrílicas. Desta

forma, a melhor opção são as tintas à base de PVA, onde a superfície continuará mais

porosa, permitindo a evaporação da água.

3.1.3. Materiais / Equipamentos

Ter o material de trabalho adequado e em bom estado de conservação é

importante não somente por propriciar as condições adequadas à execução do

serviço, como por ajudar também a evitar problemas de execução relativos a

equipamentos deficientes (UEMOTO, 2002). Os materiais utilizados no serviço de

pintura de fachadas são basicamente os mesmos que são usados em serviços de

pintura interna. Para o preparo de superfícies, são utilizados:

a) espátula;

b) desempenadeira;

c) lixa.

Já para a execução da pintura, os materiais devem ser escolhidos de acordo

com o tipo de substrato existente, e, no caso de diferentes tamanhos, a escolha se dá

por conta da área a ser revestida. Os principais materiais são:

a) pincél – somente para retoque em uma pequena área

b) rolo lã de carneiro – recomendado para tinta látex

c) rolo de espuma rígida – recomendado para texturas

Além desses, existem ainda os materiais de auxílio, como as bandejas e

mexedores.

3.1.4. Técnicas Executivas

Os detalhes construtivos são de grande importância para a durabilidade do

revestimento e algumas prevenções podem ser destacadas:

a) Beirais – oferecem proteção, principalmente no caso de tintas minerais,

contra chuvas ácidas,

b) Peitoril - o emprego de pingadeiras protegem as tintas;

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c) Rufos e platibandas - a platibanda deve ser pintada no lado interno, para

evitar infiltrações;

d) Frisos – frisos profundos não permitem a completa aplicação do

revestimento

e) Rodapé – não deve ser pintado até o solo, devendo ser criado um rodapé

com pedra ou chapisco, permitindo a transpiração de umidade e

infiltrações de água.

Na aplicação deve ser considerada a umidade do ar, que deve estar abaixo de

85% e a temperatura maior que a 4ºC. Em relação à aderência e a viscosidade, deve

ser observado que quando as tintas são diluídas, o tempo de armazenagem diminui.

Segundo Fagundes Neto (2001), a tinta à base de água custa em média 40%

mais que à base de solvente. Quanto à resina à base de água, o valor sobe para 70%

a mais do que à base de solvente, entretanto a substituição do solvente pela água é

uma tendência mundial e positiva, pois a agressão ambiental provocada pela

fabricação e manipulação dos materiais é reduzida.

3.1.5. Vantagens e Desvantagens

A grande vantagem deste tipo de revestimento de fachada é a facilidade de

execução e obtenção de mão de obra, uma vez que a pintura é um método largamente

difundido na construção civil. Soma-se a isso, o baixo custo deste revestimento, que

se torna um atrativo em especial em obras de edificações de padrão médio e baixo.

A desvantagem é a manutenção constante que deve ser feita, visto que a pintura

é bastante afetada com a ação da chuva, que confere, em pouco tempo (poucos

anos), um aspecto feio e sujo à fachada da edificação.

3.2. Revestimento com Argamassa Decorativa

3.2.1. Conceituação

As argamassas decorativas são conhecidas no mercado com vários nomes

como “texturizados” ou “texturados”, reboco chapiscado, camada fina, lavado ou

raspado, monocamada, travertino ou imitação de mármore ou até como reboco

acamurçado. É grande a utilização deste tipo de revestimento, sendo um dos mais

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tradicionais no Brasil. Esses revestimentos dispensam pintura, além de proporcionar

efeitos e texturas variados.

O projeto de dimensionamento de fachadas revestidas com argamassas

contempla o preparo do substrato, a limpeza , o chapisco, as juntas de controle e os

pontos de tensão, onde serão posicionadas as telas metálicas. A resistência à tração

aos 28 dias, à flexão aos 7 dias, à absorção de água e ao crescimento dos fungos, as

movimentações térmicas e as cargas atuantes, devem ser definidas para acertar a

escolha da argamassa . As movimentações térmicas que existem na fachada geram a

necessidade de argamassas com boa resistência de aderência à base.

3.2.2. Substrato e Preparo

Segundo BARROS (2001), se o coeficiente de dilatação do emboço for muito

diferente da argamassa, as tensões na interface serão muito grandes e surgirão

patologias. Ainda segundo a autora, a argamassa deve ser compatível com o

substrato, e a cura por um ou dois dias combate a retração por secagem. A retração

também é aumentada quando se utiliza um alto teor de finos. O uso de retentores de

água melhoram a trabalhabilidade e a hidratação do cimento, aumentando a

plasticidade e minimizando a retração.

A definição de detalhes construtivos, como juntas, pingadeiras e telas contra

fissuras evita o maior número de erros na obra. Dimensionar os equipamentos,

controlar os ensaios e visitar a obra também são atitudes que ajudam a melhorar a

qualidade do serviço. Onde existem os rebaixos de fachada, os blocos de vedação

devem ser maiores, evitando assim que a espessura do revestimento seja aumentada.

As manifestações patológicas nas argamassas têm diferentes origens como:

fatores externos ao revestimento, incorreta aplicação do revestimento, qualidade e tipo

do material empregado, preparação da argamassa.

A insolação, chuvas, umidade do ar, diferentes temperaturas, exigem atenção no

momento da aplicação, pois dependendo da época do ano o substrato vai reter água

de maneiras diferentes, que podem gerar patologias futuras. A incorreta aplicação

manual da argamassa pode gerar vazios no meio do emboço, que levam ao

surgimento de fissuras. As fissuras também podem ser evitadas com execução de

reforços do revestimento, com telas metálicas galvanizadas, nas regiões de maiores

tensões da interface alvenaria-estrutura, como pavimentos sobre pilotis e últimos

andares do edifício.

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3.2.2.1. Revestimento com argamassa decorativa cimentícia

São revestimentos que utilizam cimento branco, areia, pigmentos e aditivos.

Exigem, em geral emboço sarrafeado e escarificado, traço uniforme em toda a área e

base curada antes da aplicação. O substrato deve estar limpo e isento de materiais

que prejudiquem a aderência. O tempo médio para utilização da argamassa misturada

é de 2 horas. Os efeitos de textura, ondulações, ranhuras, obedecem a uma técnica e

são realizados com brocha, vassoura, lâmina de serra, desempenadeira de aço entre

outros.

Os revestimentos com argamassa decorativa cimentícia podem ser divididos em:

a) Monocamada

Conhecida como monocapa, é uma argamassa cimentícia para acabamentos de

fachadas, sobre bases com controle de prumo e planicidade, além de critérios de

controle sobre a retração de secagem dos elementos das alvenarias (blocos de

concreto e cerâmicos), e obedece à Norma Européia EN-0698 e a certificações do

CSTB referentes a argamassas monocamada para revestimentos externos, segundo o

fabricante QUARTZOLIT-WEBER (2003).

O produto aceita sobreposição de camadas, permite a execução de detalhes

decorativos como molduras, além de junção de duas cores no mesmo plano. As bases

indicadas para aplicação são blocos de concreto curados, blocos cerâmicos lisos ou

com reentrâncias na superfície inferiores a 3 mm, superfícies de concreto imprimadas

com chapisco rolado, argamassas de emboço.

b) Granito Lavado (Fulget)

Granito lavado ou fulget, pertence à família de massas, onde se inclui a massa

de quartzo, a granilha, sendo sua base cimentícia, com adições minerais, cal óxido de

ferros e pigmentos. Conhecidos também como banho de areia ou chuva de granizo,

tem grande uso em fachadas. Os nomes não possuem uma padronização e normas

que regulamentem a fabricação das massas. Nestas massas há uma adição de grãos

de diferentes pedras (mármores, granitos naturais, calcáreos, arenitos, quartzos, etc.)

ao cimento, resultando no fulget ou granito lavado. Corantes podem ser utilizados para

aumentar a gama de cores (FULTEC REVESTIMENTOS LTDA, 2003).

c) Camada Fina

Os revestimentos do tipo camada fina são formados por minerais de consistente

granulometria controlada e requerem aderência adequada mas com valores ainda não

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previstos em norma brasileira. Sua aplicação requer mão-de-obra bem treinada e o

controle da execução dos serviços é fundamental para garantir o resultado desejado

As principais propriedades de um revestimento argamassado de camada fina

incluem: capacidade de conferir cor estável; capacidade de resistir às intempéries;

facilidade de manutenção e conservação; impermeabilidade e transpirabilidade.

3.2.2.2. Revestimento com argamassa decorativa polimérica

São revestimentos à base de resina sintética. Utilizam em geral resinas acrílicas,

minérios de baixas granulometrias, substâncias metálicas e pigmentos orgânicos e

inorgânicos. A espessura do revestimento é em torno de 1 a 3 mm, sendo que é

necessária a aplicação de fundo, isento de minerais, mas com as mesmas

características e cor do acabamento.

3.2.3. Materiais / Equipamentos

Os materiais constituíntes da argamassa, de acordo com a ABCP (2013), são o

cimento Portland, cal hidratada, água, areia e aditivos. O traço utilizado para o preparo

vai depender de alguns parâmetros que queira se alcançar, usando assim uma

dosagem maior de um ou outro elemneto, de acordo com suas propriedades.

Para a elevação das alvenarias e execução do revestimento devem estar

disponíveis todos os equipamentos e ferramentas necessárias para o assentamento

de blocos cerâmicos, incluindo colher de pedreiro, linha de nylon, lápis de carpinteiro,

trena, bisnaga, linha, esticadores de linha, réguas de alumínio, prumo de face,

escantilhões, broxa, nível de bolha e nível de mangueira, esquadros, furadeira elétrica,

pistola finca-pinos, entre outros.

3.2.4. Técnicas Executivas

O método consiste no levantamento convencional de parede de blocos

cerâmicos procedida das etapas de chapisco, emboço e reboco.

Na fase de elevação da alvenaria, tem-se as etapas de marcação da primeira

fiada, assentamento e encunhamento, nessa ordem.

A execução do revestimento externo em argamassa deve seguir atividades que

incluem: verificação das condições para início dos serviços, montagem de balancins,

preparo da base, locação e descida dos prumos, mapeamento, reprojeto,

taliscamento, aplicação da argamassa e execução do acabamento. (ABCP, 2003).

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A Figura 1 retrata a composição de uma fachada com camada de emboço e

reboco e como a mesma se constitui quando essas camadas são substituídas por

massa única.

Figura 1 - Camadas do revestimento de argamassa.

Fonte: MACIEL et. Al. (1998)

3.2.5. Vantagens e Desvantagens

Revestimentos de argamassa bem executados revelam vantagens já

consagradas por dezenas de milhares de obras executadas por todo o país para todos

os tipos de edifícios. São elas: insumos acessíveis nas mais variadas regiões, grande

disponibilidade de mão de obra para execução, baixos custos comerciais, facilidade de

execução e controle, e possibilidade de ser empregado sem aplicação de outro

acabamento.

Como principais desvantagens, a velocidade de execução lenta quando

comparado a outros revestimentos, grande desperdício de material, grande volume de

entulho gerado, sua aplicação gera em via de regra um canteiro de obras sujo.

3.3. Revestimentos Cerâmicos

3.3.1. Conceituação

Revestimento Cerâmico de Fachadas de Edifícios (RCF) é o conjunto monolítico

de camadas (inclusive o emboço de substrato) aderidas à base suporte da fachada do

edifício (alvenaria ou estrutura), cuja capa exterior é constituída de placas cerâmicas,

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assentadas e rejuntadas com argamassa ou material adesivo (MEDEIROS,1999). Os

revestimentos cerâmicos devem servir como proteção dos elementos de vedação,

apresentando um desempenho adequado que devem ser considerados nas etapas de

projeto e produção. Os principais requisitos relacionados à função vedação e proteção

dos revestimentos cerâmicos destinados às fachadas, de acordo com MEDEIROS

(1999) são:

a) manter suas propriedades ao longo da vida útil da edificação;

b) proteger a estrutura de vedação contra a ação do intemperismo;

c) auxiliar no isolamento térmico e acústico;

d) proteção da fachada contra radiação solar;

e) proteger o edifício contra os efeitos da eletricidade estática;

f) permitir troca de vapor de água do meio interno e externo;

g) ser compatível com outros materiais da fachada;

h) proteger contra danos físicos exteriores;

i) proteger contra o vandalismo; e

j) facilitar a manutenção.

3.3.2. Substrato e Preparo

O revestimento cerâmico é um material que conserva bem sua aparência inicial

resistindo ao tempo. Bastam lavagens periódicas para mantê-lo. Entretanto, o uso de

placas cerâmicas porosas em regiões poluídas deve ser considerado, já que a

freqüência de limpeza e manutenção será aumentada.

As pastilhas cerâmicas apresentam características próprias, com o diferentes

níveis de resistência à gretagem ou ao choque térmico. Tendo medidas individuais a

partir de 2,5 cm x 2,5 cm, são unidas por papel ou pontos de cola de PVC para formar

placas.

As argamassas de assentamento são diferentes, próprias para fazer o

assentamento e o rejuntamento ao mesmo tempo.

Disponíveis em diversas cores, texturas e padrões, os revestimentos cerâmicos

podem apresentar formatos que vão desde pastilhas até placas com várias medidas,

e, segundo D´ONÓFRIO (2002), a especificação correta leva em conta as

propriedades dos materiais usados - placa cerâmica, argamassas de assentamento e

de rejuntamento, as características do ambiente onde o revestimento será aplicado e o

clima. Além destes fatores o substrato deve ser adequadamente executado, ter um

bom projeto de assentamento, com mão de obra qualificada para o trabalho,

supervisão técnica permanente durante a fase de execução e o atendimento às

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normas técnicas referentes a todas as etapas do processo. É um sistema que

depende do desempenho individual de cada componente.

3.3.3. Materiais / Equipamentos

Os materiais necessários para o revestimento cerâmico são a argamassa

colante, que varia suas especificações de acordo com o tamanho das peças a serem

coladas, e a a própria peça cerâmica, que pode ser pastilha, azulejo, mármore, entre

outros vários, variando em suas dimensões, tonalidades e regularidade superficial.

Para a emenda entre as peças, deve ser usado massa de rejunte.

Os equipamentos utilizados para a colocação das peças são os mesmos citados

no item de revestimentos argamassados, como colher de pedreiro e espátula, além de

niveladores e espaçadores, que são colocados entre as peças, antes do rejuntamento.

Para o trabalho na fachada, de igual forma aos outros tipos de revestimento, são

utilizados andaimes, jaús ou balancins.

3.3.4. Técnicas Executivas

O tamanho das peças interfere na escolha do processo de fixação. Placas com

dimensões de até 20 x 20 cm podem ser assentadas com argamassa, entretanto

placas com dimensões maiores que 20 x 20 cm devem ser fixadas com inserts

metálicos, da mesma forma que as fachadas revestidas com placas pétreas. As peças

devem apresentar baixos índices de absorção de água e expansão por umidade, além

de exigirem o verso com forma cônica, para assegurar melhor adesão à argamassa de

assentamento. Não é necessário ter o índice de resistência à abrasão (PEI) alto e o

índice de resistência a manchas deve ser entre 4 e 5 (boa e máxima facilidade

remoção de manchas).

A argamassa colante deve ser flexível. Devido a elasticidade e a flexibilidade,

este material corresponde às deformações originadas pelo movimento natural da

estrutura. Cerâmicas para fachadas devem ser assentadas com argamassa do tipo AC

II, flexível, própria para uso em céu aberto. Esta argamassa traz a garantia do não

descolamento, de melhor adesão e proporciona maior tempo em aberto para o

assentamento da cerâmica depois de a argamassa já ter sido estendida na superfície

(D´ONÓFRIO, 2002).

As juntas estruturais devem ser previstas com materiais elásticos (neoprene, ou

mástique), a cada plano de 3 m de altura por 5 m de largura, ainda segundo

D´ONÓFRIO. As juntas protegem contra infiltração, dão estabilidade ao conjunto e

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devem ficar aparentes, devendo ser arrematadas por selantes de poliuretano. O

silicone não é recomendado porque absorve a água da chuva (ARMANI, 2003).

O rejuntamento também deve ter características especiais quando aplicados em

fachadas, devendo ser impermeável, antimofo, lavável e flexível, com estabilidade de

cores e proteção contra raios ultravioleta, além de aditivo retentor de água. A

observação das normas técnicas no momento da especificação estabelece parâmetros

relacionados ao desempenho e segurança. Nelas são descritas as mais diversas

condições de uso: intempéries, água, sal, atrito, agentes químicos, entre outros. O uso

de materiais certificados confere maior garantia das propriedades das placas

cerâmicas, e as normas ISO 13006 e ISO 10545 correspondem a metodologias de

ensaio e especificação, a fim de garantir que as propriedades correspondam às

exigências normativas.

3.3.5. Vantagens e Desvantagens

Os revestimentos cerâmicos oferecem boa resistência às intempéries, tem

grande vida útil, protegem contra infiltrações externas, apresentam bom conforto

térmico, facilidade de manutenção e limpeza, facilidade de controle do material na

obra, grande versatilidade em decorrência da diversidade de materiais no mercado e

maior uniformização do serviço de assentamento.

Em contrapartida, seu preço aumenta proporcionalmente com a qualidade da

cerâmica empregada, é necessário maior controle na produção, com observância das

juntas de dilatação e rejuntamento das peças.

3.4. Revestimento com Placas Pétreas

3.4.1. Conceituação

Graças à beleza e durabilidade as rochas são utilizadas como matéria prima na

construção civil há milhares de anos, além do efeito estético que resulta na valorização

do empreendimento. Entretanto a sua correta utilização em fachadas exige um critério

rigoroso na escolha da rochas já que elas tem características físicas, mecânicas e

químicas variáveis, dependendo da jazida de origem e do tipo de rocha. Fatores como

a durabilidade, a logística (existência de jazidas próximas da construção), cultura (boa

aceitação em algumas regiões litorâneas, por exemplo), o efeito estético (a opção por

uma pedra com superfície polida, flamejada, entre outros tipos de acabamento

superficial), devem ser observados no momento da especificação.

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Devem ser considerados também o grau de poluição atmosférica, pois a

poluição, fezes de pássaros, chuvas e fuligem são agentes que mudam o PH da

superfície do revestimento, demandando lavagens periódicas.

3.4.2. Substrato e Preparo

As dilatações e contrações devidas ao calor podem provocar fissuras em

algumas pedras (CIOCCHI, 2002). A análise destes fatores contribuirá para otimizar o

desempenho e reduzir as patologias e prejuízos.

O projetista de fachadas deve conhecer as propriedades das pedras, pois este

conhecimento vem auxiliar na redução de problemas como fissuras, desplacamento,

fratura e colapso na fachada. FERREIRA (1995) coloca que a resistência de uma

placa de granito pode ser reduzida, conforme o tipo de acabamento de sua superfície.

Um acabamento muito utilizado, o flameado, produz microfissuras na pedra, chegando

algumas vezes a quase 3 mm de profundidade, com a redução na resistência à flexão

de aproximadamente 30% em relação ao material polido. O apicoamento e outros

acabamentos similares também geram a diminuição da resistência do material. Já o

polimento da pedra , pode prover um melhor fechamento dos poros, ajuda a proteger a

superfície da fachada da deterioração causada pelos agentes químicos presentes na

atmosfera. Ainda segundo o autor, a pedra, sendo permeável, pode permitir que a

água flua através dela, principalmente quando usada em placas muito finas. A textura

da pedra, além do alinhamento de microfissuras, pode afetar sua resistência e

durabilidade.

A direção na qual a pedra se rompe (plano de corrida), é outro elemento

importante. Para a aplicação em fachadas, recomenda-se que as placas sejam

produzidas a partir da serrada de blocos no sentido paralelo ao plano da pedra. Dessa

forma, o plano da pedra estará paralelo à parede e sua resistência será maior às

cargas horizontais, decorrentes das pressões internas da construção e do vento.

O projeto de estrutura deve levar em consideração as cargas atuantes do

revestimento. Se em um projeto não foram consideradas as cargas de um

revestimento, este não pode influenciar na estrutura.

3.4.3. Materiais / Equipamentos

Os materiais utilizados para esse revestimento, além da própria placa de pedra,

são a argamassa colante ou os inserts metálicos de sustentação, dependendo de qual

técnica executiva será adotada.

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Os equipamentos não diferem muito dos outros tipos de revestimentos utilizados

normalmente, exceção feita à pistola usada para colocar os inserts.

3.4.4. Técnicas Executivas

As dimensões das juntas estão relacionadas com fatores como as propriedades

físico-mecânica da rocha, sistema de fixação e efeito estético desejado. BARROS

(2002) diz ser este o local onde ocorre a absorção das variações de expansão e

contração das placas. Ainda segundo a revista, as cores das placas devem ser

consideradas no dimensionamento das juntas. Os tons mais escuros demandam

espaçamento maior, e entre placas de cores claras o espaçamento pode ser menor. A

durabilidade e resistência também estão relacionadas com o sistema de fixação das

mesmas. Segundo MARANHÃO 2002, as placas pétreas podem ser divididas em dois

grupos segundo o tipo de fixação: aderentes e não aderentes.

O primeiro grupo segundo o autor, engloba todas as técnicas construtivas cuja

fixação das placas dá-se por meio de um contato direto entre a placa de rocha e o

substrato, sendo que a fixação dá-se por aderência física ou adesão química,

dependendo da técnica adotada. Já o segundo grupo, caracteriza-se por não haver

contato rocha-substrato, sendo as placas sustentadas mecanicamente por dispositivos

metálicos fixadas em seu dorso ou em suas laterais.

O assentamento com argamassas deve ter um controle de qualidade rigoroso

para evitar descolamentos, quedas e deformações, e suportam placas de espessura

de 2 a 3 cm. A verificação da quantidade de água na argamassa ou a qualidade da

areia são alguns dos fatores importantes. A NBR 13707 limita o uso do processo de

assentamento tradicional em edifícios de até 15 m de altura, sem restrições quanto às

dimensões das placas de rocha. A partir de 1980 começou no Brasil a substituição

gradativa do sistema tradicional de assentamento com argamassa por fixação com

inserts metálicos, e esta técnica é mais comum nos grandes centros, onde se tem

maior facilidade de profissionais e empresas especializadas na execução de projetos

bem detalhados (FLAIN, 2002). Os inserts metálicos devem ser, preferencialmente,

em aço inoxidável e são ancorados na estrutura do edifício, suportando o peso da

placa superior e travando a placa inferior, absorvendo as tensões provenientes da

dilatação térmica, uma vez que a estrutura e as placas trabalham de forma

independente.

MARTINS (2003) explica que as pedras fixadas com inserts devem ter juntas de

dilatação, com dimensões entre 6 e 10 mm, em função do tamanho e da espessura da

placa e das dimensões horizontais e verticais da edificação. Prevista em projeto, essa

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folga absorverá as tensões provenientes da diferença no coeficiente de dilatação

térmica da estrutura e do revestimento. Ainda segundo o autor, com a utilização dos

inserts metálicos, afasta-se o revestimento da estrutura, criando um espaço que

evitará o contato direto entre ambos. A placa pode molhar, mas a ventilação permitirá

que seque mais rapidamente, além do conforto interno do edifício ser melhorado com

o isolamento térmo-acústico criado por este espaço.

3.4.5. Vantagens e Desvantagens

O uso de placas pétreas em fachadas confere uma ótima estética, devido à

beleza do material, além de proporcionar uma grande resistência à ação do meio

ambiente, das intempéries.

Por outro lado, é preciso uma mão de obra mais qualificada para trabalhar com

esse tipo de material, gera um peso maior à estrutura do edifício e apresenta um custo

mais elevado, quando comparado aos revestimentos cerâmicos.

3.5. Revestimento com Vidros

3.5.1. Conceituação

O desempenho térmico das edificações com fachada em vidro depende

basicamente do vidro utilizado. Em geral, podem ser refletivos, com baixa absorção

térmica, para garantir o conforto ao usuário. Podem ser utilizados, também, os vidros

duplos (insulados), que são ainda mais eficientes no comportamento técnico. O fato de

o vidro utilizado nas fachadas ser laminado, já contribui significativamente para o

isolamento acústico.

Atualmente, o vidro tem sido parte integrante e fundamental do projeto

arquitetônico. Faz parte da estética (visual externo), tem forte influência no

temperatura interna, na economia (redução de custos com ar condicionado) e na

segurança (fechamento da fachada) de qualquer edifício. Para tanto se deve fazer a

escolha adequada do vidro em função das necessidades do projeto.

Para atender aos parâmetros técnicos requeridos no projeto de arquitetura, o

vidro apresenta diversas características, podendo atingir uma gama de composições.

Essa variação ocorre devido à cor, espessura, reflexibilidade, película e da eventual

utilização de câmaras internas.

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Existem no mercado diversos vidros com características técnicas específicas

para cada uso. São eles: vidro refletivo, vidro temperado, vidro laminado, vidro

aramado e vidro duplo.

3.5.2. Substrato e Preparo

A especificação de vidros refletivos requer estudos de suas características de

desempenho e de elementos como a transmissão de luz, calor, refletividade, cor do

vidro, região em que se localiza a obra e a finalidade da edificação. Sem esses dados,

há riscos de o projeto resultar em problemas como a claridade desconfortável ou o

aquecimento dos ambientes internos, ou ainda a quebra de vidros devido ao estresse

térmico causado pela alta absorção de energia.

Os vidros são fixados em estruturas de alumínio, que podem ser tanto visíveis do

lado de fora da edificação quanto somente por dentro do prédio.

3.5.3. Materiais / Equipamentos

Os materiais utilizados para revestimento com vidro são as ferramentas de

fixação, o silicone utilizado e os componentes do sistema quadro de alumínio – pele de

vidro.

3.5.4. Técnicas Executivas

Como não existem normas técnicas específicas para execução de fachadas em

alumínio, devem ser consultadas normas que se apliquem a este tipo de projeto.

Parâmetros para elaboração de normas para colagem de painéis de vidros e alumínio

composto vêm sendo discutidos e serão tratados na revisão da norma NBR

10821:2000, que abordará o item Fachadas. Com isso, uma das normas mais

comumente usadas é a NBR 7199:1989 – Projeto, execução e aplicação dos vidros na

construção civil.

Dependendo do sistema a ser utilizado e da empresa responsável, a técnica de

execução pode variar. Mas de uma forma geral, as cortinas de vidro são executadas

com o fixamento peça por peça, nos painéis metálicos. Cada peça é erguida a partir

do chão, geralmente com o auxílio da grua, até o seu posicionamento correto na

fachada.

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A fixação dos vidros pode ser de forma mecânica, através de perfis U, que são

colocados internamente ao perfil metálico. Podem também ser fixados perfis dos

quadros de alumínio com o uso de silicone, ficando a estrutura oculta, na face interna.

Outra forma de execução é através do sistema unitizado, em que os componetes

são todos montados na indústria, chegando ao campo painéis e vidros já prontos para

serem colocados em suas posições definitivas.

3.5.5. Vantagens e Desvantagens

Em comparação com outros materiais, a cortina de vidro possui uma vantagem

significativa: o seu peso leve. Isso significa redução do peso do edifício, o que implica

em redução dos custos com sistemas estruturais e fundações, devido a redução da

carga estrutural do prédio. Quanto maior for o edifício, mais significativa será

mudança.

Além disso, outra característica incomparável das paredes de vidro são a de

oferecer transparência e permeabilidade da iluminação natural para o interior do

ambiente. Com isso, o aumento da iluminação natural implica na redução do consumo

energético com iluminação artificial durante o dia.

Entretanto, a cortina de vidro também tem certa limitação. Uma delas é a grande

área de vidro utilizada, uma vez que grandes planos de fachada de vidro podem

causar muita reflexão e ofuscamento para pessoas fora do edifício.

Outro fator que representa uma desvantagem é seu alto custo, tanto de

instalação, que requer mão de obra especializada, quanto de manutenção, que é

bastante trabalhosa e, consequentemente, mais cara também.

3.6. Comparativos

A Tabela 3, mostra um resumo das principais características de cada tipo de

revestimento externo abordado, destacando quais as principais vantagens e

desvantagens conferidas por eles durante a obra e a vida útil da edificação.

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Tabela 3 – Comparativo das características dos tipos de fachada

Fonte: O autor - 2016

Tipo de revestimento Critério Vantagens Desvantagens

Qualidadematerial leve - não faz peso na

estrutura

aspecto sujo depois de um certo

tempo

Custo baixo custo de execuçãonecessidade de manutenção

constante

Produtividade

facilidade de execução,

facilidade de obtenção de mão

de obra

aspecto final menos

padronizado

Durabilidadepequena resistência às

intempéries

necessidade de manutenção

constante

Qualidade material de fácil obtençãonão confere muita beleza

estética

Custo baixo custo de execução não há

Produtividade

facilidade de execução,

facilidade de obtenção de mão

de obra

canteiro de obra mais sujo e

bagunçado, grande desperdício

de material

Durabilidadepequena resistência às

intempériesmenos resistente às intempéries

Qualidade

beleza estética, grande

variedade de materiais

disponíveis

peso um pouco maior na

estrutura

Custo baixa manutenção necessáriacusto de instalação mais alto que

outros revestimentos

Produtividade

aspecto mais padronizado da

fachada, facilidade de controle

do material

instalação mais demorada do

que em outros revestimentos

Durabilidade alta durabilidade e resistênciadificuldade de reposição de

peças idênticas

Qualidadefacilidade de limpeza, ótima

beleza estéticaaumenta o peso na estrutura

Custo baixa manutenção necessária alto custo de instalação

Produtividade

aspecto mais padronizado da

fachada, facilidade de controle

do material

instalação mais demorada do

que em outros revestimentos

Durabilidadealtíssima durabilidade e

resistência

dificuldade de reposição de

peças idênticas

Qualidade

ótima beleza estética,

proporciona boa iluminação

natural

dificuldade de reposição em

caso de trincas ou arranhões

Custoredução do custo do sistema

estruturalalto custo de instalação

Produtividade

execução padronizada e rápida,

pouquíssimo desperdício de

material

necessidade de mão de obra

específica

Durabilidadegrande durabilidade e

resistênciadifiícil manutenção

Pintura

Argamassa decorativa

Cerâmica

Placas pétreas

Vidro

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4. Fachadas: Patologias

4.1. Aspectos Gerais

Os revestimentos da fachada devem apresentar as propriedades para os fins a

que se destinam, que são a proteção e vedação da edificação contra a ação de

agentes externos agressivos, quanto ao efeito estético e de valorização patrimonial,

compatíveis com a nobreza e custo elevado do material.

As falhas de execução de uma fachada no seu conjunto podem acontecer, e as

consequências, chamadas patologias, tendem a aparecer, interferindo diretamente na

durabilidade, impermeabilidade, nos riscos de quedas acidentais de placas e nos

custos de manutenção da edificação. Além destes aspectos há outro intangível

relacionado a imagem da construtora no mercado. As fachadas de um

empreendimento é a parte mais visível do mesmo, fazendo com que a patologia seja

percebida quando surge, durante o agravamento do seu quadro, durante o tratamento

para correção da anomalia e posteriormente após a anomalia ser tratada.

Uma boa definição de patologia, segundo Chaves (2010), é a de que patologias

são todas as manifestações que, ao longo da vida útil de determinado edifício,

prejudicam o seu desempenho.

As patologias são estudadas para diagnosticar as prováveis causas, sendo que

geralmente não ocorrem devido a uma única razão. A ocorrência se deve a algum

procedimento inadequado durante o processo construtivo, ou seja, planejamento,

projeto, materiais e componentes, execução e uso, que gera uma alteração no

desempenho de um componente ou elemento da edificação.

Para CAMPANTE (2001), as manifestações patológicas podem ser entendidas

como situações nas quais, em determinado momento da sua vida útil, deixam de

apresentar o desempenho esperado, ou seja, não mais cumprem funções para os

quais foram projetados, deixando de atender às necessidades dos usuários. O autor

se refere aos revestimentos cerâmicos, mas o conceito pode ser estendido aos

diferentes materiais apresentados neste trabalho.

Os problemas patológicos ocorrem com diferentes formas de manifestação, e

podem ter origem em diferentes fatores pois existe nos processos construtivos uma

grande complexidade dos sistemas envolvidos. É preciso conhecer as características

dos materiais, sua adequação de uso ao local, correto posicionamento de juntas,

utilização de mão de obra treinada, controle do uso dos materiais no canteiro, para

prevenir o surgimento de manifestações patológicas.

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Os revestimentos nem sempre são avaliados criteriosamente, sendo que a

maioria dos problemas apresentados tem origem nas fases iniciais (elaboração de

projeto ou execução), apresentando depois da sua aplicação problemas patológicos

que comprometem aspectos como segurança e habitabilidade, com a degradação em

curto espaço de tempo, podendo comprometer até o uso das edificações. A Tabela 4

exemplifica a necessidade de utilização de projeto para a diminuição de patologias em

revestimentos externos, e apresenta o percentual de problemas originados a cada

etapa da execução da fachada.

Tabela 4 – Origem de problemas patológicos

Fonte: Abrantes, V – REVISTA TÉCHNE 14 (1995)

Já a Tabela 5, apresenta uma comparação referente à aspectos tecnológicos,

entre revestimenos externos.

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Tabela 5 – Comparativo referente à aspectos tecnológicos

Fonte: CAMPANTE, 2001

Com a análise das patologias, podem ser sugeridos reparos, quando o

revestimento ou parte dele não apresenta o desempenho previsto. Os problemas são

identificados pelas mudanças estruturais ou de função na parte afetada ou no edifício,

avisando o surgimento de defeitos. O estudo das patologias também procura definir

procedimentos que diminuam ou até evitem a ocorrência das patologias. Neste

trabalho as patologias estarão sendo somente relacionadas de maneira global.

A Figura 2 sintetiza a ocorrência das patologias em fachadas de edificações.

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Figura 2 – Origem de problemas patológicos

Fonte: Patologias de Revestimentos de Fachadas – Prof. Poliana Tatiana da Silva Gratão

4.2. Análise das Patologias por Tipo de Revestimento

4.2.1. Patologias em Revestimento com Pintura

4.2.1.1. Tipos de patologias

Entre os tipos mais comuns, destacam-se:

a) Eflorecências: manchas esbranquiçadas que surgem na superfícies pintada.

b) Desagregação: é a destruição da pintura, que se esfarela e destaca-se da

superfície junto com partes do reboco.

c) Descascamentos: pode ocorrer quando a pintura for executada sobre

caiação, sem que se tenha preparado a superfície. Qualquer tinta aplicada

sobre caiação está sujeita a descascar rapidamente.

d) Manchas: causadas por pingos de chuva que, ao molharem a pintura recém

executada, trazem à superfície os materiais solúveis da tinta, surgindo as

manchas.

e) Enrugamento: é a formação de uma película ou ondulação sobre a

superfície.

f) Trincas: aberturas ou rasgos, causadas, de modo geral por movimentos da

estrutura.

g) Crateras: depressões na última cama da pintura.

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h) Bolhas: em paredes externas, geralmente são causadas pelo uso da massa

corrida PVA, produto geralmente indicado para áreas internas.

i) Fissuras: entre outras causas, podem ser provocadas por tempo insuficiente

de hidratação da cal antes da aplicação de reboco ou devido a camada de

massa fina estar muito espessa.

4.2.1.2. Causas

Diferentes fatores levam aos problemas citados no item anterior, sendo os mais

recorrentes:

a) Tinta aplicada sobre o reboco úmido, ainda não curado completamente. A

secagem do reboco acontece por eliminação de água sob forma de vapor,

que arrasta materiais alcalinos solúveis do interior para a superfície pintada,

onde se deposita, causando manchas.

b) Falta de preparo adequado da superfície que vai receber a pintura. Todas as

imperfeições devem ser corrigidas antes e a superfície deve estar seca para

receber a pintura.

c) Água de chuva molhando a pintura recém executada.

d) Camada de tinta muito espessa, devido a aplicação em excesso do produto,

seja em uma ou mais demãos, quando a temperatura no momento da pintura

se encontra elevada ou, ainda, quando se utiliza solvente diverso da

aguarrás como diluente de esmalte sintético.

e) Movimentação da estrutura

f) Presença de água, graxa ou óleo na superfície a ser pintada, e também

quando a tinta é diluída com materiais não recomendados como gasolina e

querosene.

g) Uso de tinta inadequada, recomendada para ambientes internos, por

exemplo

4.2.1.3. Tratamento

Melhor do que tratar essas patologias, seria evitá-las, preparando corretamente

a superfície antes da pintura, corrigindo suas imperfeições e realizando o serviço

quando a mesma estivesse totalmente seca.

De qualquer forma, a correção desses problemas varia de acordo com o caso

ocorrido. No caso de manchas, uma simples lavagem já é o bastante para eliminá-las.

Nos outros casos, recomenda-se a remoção da tinta aplicada na área afetada, com

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espátula, e a pintura refeita com os devidos cuidados para que os problemas não

aconteçam novamente. (NETO – REVISTA TÉCHNE, 2001)

4.2.2. Patologias em Revestimento com Argamassas Decorativas

4.2.2.1. Tipos de patologias

A Tabela 6 mostra patologias que ocorrem em argamassas decorativas em

assentamento de fachadas, com suas respectivas causas.

Tabela 6 – Patologias em argamassas decorativas para fachadas

Fonte: BAUER, 2001 - Revista Construção São Paulo

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4.2.2.2. Causas

As principais causas de patologias atreladas ao processo de revestimentos com

argamassa em fachadas estão descritas na Tabela 6, mostrada anteriormente no item

4.2.2.1.

4.2.2.3. Tratamento

Podem ocorrer no revestimento fissuras muito superficiais e quase

imperceptíveis, cuja reparação poderá ser preferível abdicar, para evitar a ocorrência

de manchas e diferenças do aspecto final resultante.

No entanto, fissuras e descolamentos que colocam em risco a durabilidade e

funções do revestimento deverão ter suas causas apuradas e corrigidas.

De acordo com VEIGA e FARIA (1990), os principais métodos de correção de

fissuras são a bandagem, a tela metálica e a selagem.

Já para os casos de descolamentos, depois de eliminada a causa do problema,

deve ser feito o corte e extração do revestimento descolado, o tratamento da

superfície exposta, e a posterior aplicação de revestimento tão semlhante quanto

possível ao anterior, nas zonas expostas.

4.2.3. Patologias em Revestimentos Cerâmicos

4.2.3.1. Tipos de patologias

Entre os tipos mais comuns, destacam-se:

a) Descolamento;

b) Estufamento;

c) Manchas;

d) Esmagamento;

e) Eflorescência;

f) Trincas.

4.2.3.2. Causas

Diversos fatores podem causar patologias em revestimentos cerâmicos, sendo

eles:

a) Variações de temperatura – descolamento e trincas;

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b) Aunsência de juntas de dilatação – descolamento;

c) Retração e compressão da argamassa de assentamento, quando esta é

muito espessa para regularizar desnivelamento da base – estufamento;

d) Problemas na produção do revestimento – manchas;

e) Falta de impermeabilização da base – manchas;

f) Sobrecargas de peso após assentamento – esmagamento;

g) Retração ou dilatação da peça – trincas;

h) Ausência de detalhes construtivos.

4.2.3.3. Tratamento

Após identificar as causas, de forma semelhante a outros tipos de revestimentos,

o tratamento deve ser feito, em primeiro lugar, retirando as placas que apresentam

problema. A superfície então deve receber as devidas correções, para que a falha não

ocorra novamente, e novas placas cerâmicas reposicionadas em substituição às

anteriores, seguindo o procedimento executivo correto.

4.2.4. Patologias em Revestimentos de Placas Pétreas

4.2.4.1. Tipos de patologias

Nos revestimentos com pedras, as patologias podem ser evitadas ou

minimizadas, na maioria dos casos, , se na fase de projeto forem definidos os

materiais mais adequados e as técnicas de execução mais apropriadas.

FLAIN (1995), relacionou as principais patologias observadas em visita à

canteiros de obras:

a) Manchas

b) Fissuras

c) Quebras nos cantos das placas

d) Descontinuidade no rejuntamento, juntas desalinhadas

4.2.4.2. Causas

As manchas em placas pétreas podem surgir devido à má utilização do selante

de rejuntamento, devido à percolação da água através de possíveis detalhes

construtivos existentes ou devido à reconstituição de quebras. Também podem

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aparecer na forma de respingos de tinta ou outro produto, como consequência de

outros serviços mal executados (em geral instalação de esquadrias).

Fissuras podem aparecer devido à falta de juntas coletivas, ou nos locais dos

rasgos para afixação das placas.

Quebras acontecem pelo mau uso do balancim, quando o mesmo não está

protegido, ou qualquer outro equipamento de trabalho que possa vir a bater na placa

durante a execução, causando a quebra.

4.2.4.3. Tratamento

Sempre que possível, deve se evitar trocar a placa quando essa apresenta

alguma deficiência, uma vez que as placas pétreas são caras em geral, além de

apresentarem um grau de dificuldade de instalação e acesso relativamente elevado.

Com isso, o tratamento das patologias geralmente passa por um polimento para

cobrir as fissuras, ou, no caso de peças quebradas, o local pode ser disfarçado com

rejunte ou recolado com massa específica, com posterior polimento.

Existem ainda algumas substâncias químicas que podem ser aplicadas à peça

para a remoção de manchas, porém o resultado, dependendo do tamanho da mancha

existente, nem sempre é muito satisfatório.

Em última caso, a placa danificada deve ser substituída por uma nova, com os

devidos cuidados para que a patologia não ocorra novamente.

4.3. Causas Gerais

4.3.1. Causas associadas aos materiais

O mercado atual tem passado por um crescente surgimento de novos materiais,

portanto nem sempre esses são testados em conformidade com os requisitos e

critérios de desempenho, consequentemente, há um aumento nas patologias de

fachadas. A busca pelo menor preço, a incorreta aplicação e o mau entendimento

pelas características dos materiais também tem sido um aliado das manifestações

patológicas (ANTUNES, 2010).

4.3.2. Causas associadas à dosagem ou traço

De acordo com CARAZEK (2010), um ponto de partida para dosagem de

argamassas adequadas segue os traços recomendados em normas como visto na

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Tabela 7. Esses traços pré-fixados são necessários, pois os materiais constituintes da

argamassa diferem muito de uma região para outra, podendo gerar argamassas de

comportamento inadequado.

Tabela 7 – Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras

Fonte: CARAZEK, 2010

A granulometria dos agregados influencia uma boa dosagem na argamassa, ou

seja, uma dosagem inadequada dos agregados desconsidera a influência da

granulometria, textura e forma dos grãos e uma adequada distribuição granulométrica.

As dosagens do cimento empregadas nas argamassas devem ser apropriadas a

situações particulares de aplicação. O proporcionamento adequado do teor de cimento

proporciona melhoras significativas na resistência mecânica e, na capacidade de

aderência ao suporte. No entanto, uma dosagem desajustada deste constituinte,

poderá ter fortes implicações em características relacionadas com a durabilidade dos

revestimentos, como a retração plástica, e a permeabilidade ao vapor de água.

(ANTUNES, 2010).

4.3.3. Causas na especificação

As manifestações patológicas decorrentes da má especificação resultam

normalmente de omissões e/ou equívocos. Geralmente a decorrência dessas

patologias é resultante da falta de leitura, ou até mesmo da ausência de projeto

construtivo de fachadas (ANTUNES, 2010). Os projetos construtivos visam incorporar

processos e métodos construtivos na sua concepção. Graças as suas proximidades

com os processos construtivos e de sua interface com outros subsistemas, como as

estruturas e sistemas prediais, esses projetos passam a possuir um valor

extraordinário na execução de uma obra, além de contribuírem para o desempenho do

edifício como um todo (MANESHI e MELHADO, 2008).

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Em projeto de revestimento de fachadas é importante seguir algumas diretrizes

para a diminuição de manifestações patológicas (MEDEIROS e SABBATINI, 1999):

a) Definição do tipo de revestimento;

b) Especificação do padrão e qualidade dos serviços;

c) Especificação da argamassa;

d) Especificação das técnicas mais adequadas para execução;

e) Definição dos detalhes arquitetônicos e construtivos;

f) Especificação das condições para o início dos serviços e para o seu

recebimento.

4.3.4. Causas decorrentes do processo executivo

Problemas de qualidade final nos revestimentos de fachadas têm causado

transtornos para construtoras, seja pelo retrabalho ou pela insatisfação do consumidor

final. As causas dessas manifestações patológicas não estão apenas na qualidade do

material argamassa, mas também no reflexo do processo construtivo e, no processo

executivo (MOURA, MASUERO, BONIN e CASTRO, 2006-2007).

Durante a execução de argamassa, as falhas são decorrentes da variação de

mão-de-obra. Em se tratando da projeção da argamassa sobre a base, caso a

aplicação seja manual, a influência da habilidade do operário é muito grande, sendo

susceptíveis à falhas pela uniformidade da energia de aplicação empregada e,

consequentemente, pela aderência incompleta à base (ANTUNES, 2010).

Problemas em processo executivos, anteriores ao da execução da argamassa,

também geram manifestações patológicas, tais como o assentamento de blocos no

qual seu produto final apresenta paredes desaprumadas, exigindo espessuras de

argamassas exageradas, ocasionando a retração da argamassa (ANTUNES, 2010).

O processo executivo de placas cerâmicas deve seguir a NBR 13.755 (ABNT,

1996), pois o assentamento correto de placas cerâmicas impede a ocorrência de

patologias, como o desplacamento.

4.3.5. Causas decorrentes da ação de fatores externos

As fachadas, por estarem expostas ao meio ambiente e, às ações atmosféricas,

apresentam uma probabilidade maior de deteriorar durante a sua vida útil, podendo

causar comportamento diversos nos materiais, provocando variações físicas e/ou

químicas. Entre os fatores externos com maior influência em deterioração da fachada

estão a umidade e, as variações climáticas (ANTUNES, 2010).

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A umidade presente nas fachadas é uma grande incidência dos problemas

relacionados à infiltração, independente da idade das construções. As variações do

teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: irreversíveis e reversíveis.

As movimentações irreversíveis são aquelas que ocorrem geralmente logo após a

fabricação do material e originam-se da perda ou ganho de água até que se atinja a

umidade higroscópica de equilíbrio. As variações reversíveis ocorrem por variações de

teor de umidade do material ao longo do tempo, ficando delimitadas a certo intervalo

mesmo no caso de secar-se ou saturar-se completamente (CAMPOS, 2009).

Já as variações climáticas se constituem num dos principais fatores de

degradação de fachadas, com aspectos como choque térmico, efeito de vento e,

chuvas de agravantes. Uma das principais alterações físicas provocadas pela

temperatura é a variação dimensional por dilatação ou contração, que é responsável

por gerar tensões, que levam ao aparecimento de deformações e fissuras (ANTUNES,

2010).

4.4. Impactos Gerados para Empresas e Clientes

Segundo SOUZA e RIPPER (1998), Os impactos gerados pelas patologias em

fachadas podem assumir os mais diferentes níveis, que vão desde problemas

estéticos até situações gravíssimas, como o caso de morte de pessoas.

Problemas como manchas, estufamento, bolhas e eflorescências proporcionam

inconvenientes visuais às edificações, uma vez que as deixa com um aspecto não

ideal. Entretanto, não impedem o uso da edificação.

Patologias um pouco mais graves são vistas em fissuras ou trincas, que

dependendo do tamanho, podem demandar um reparo mais urgente e podem fazer

com que certa parte da edificação tenha seu uso parcialmente interrompido (como

janelas, por exemplo).

Casos de descolamento e quebras, em especial em placas cerâmicas ou pétreas

ou placas de vidro, representam a pior das patologias e podem gerar os maiores riscos

aos usuários. Por se tratarem de materiais pesados, seus descolamentos e

consequente quedas da fachada podem ferir, machucar ou até mesmo matar uma

pessoa que seja atingida. Por isso, fachadas com esses tipos de revestimentos devem

sempre receber atenção especial a qualquer sintoma de patologias que possam surgir

ao longo dos anos (SOUZA e RIPPER, 1998).

As construtoras devem ser responsáveis por problemas ocasionados devido à

má execução do revestimento, escolhas erradas de materiais ou até mesmo falhas de

projeto, assumindo o prejuízo de reparos, ou até mesmo indenizações, com qualquer

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dano que seja causado ao cliente ou a qualquer pessoa que seja afetada por tal

problema.

Já os proprietários são os responsáveis por fazer a manutenção e conservação

da fachada. Neste contexto é importante ressaltar que para a conservação dos

revestimentos de fachadas é fundamental para preservar os aspectos estéticos

relacionados à imagem dos prédios, bem como por questões econômicas, uma vez

que a conservação das fachadas em boas condições reduz os gastos com

recuperação. Com isso, a manutenção de fachadas prevê, entre outras coisas,

operações de limpeza, que podem adotar uma série de procedimentos dependentes

do tipo de revestimento ou dano existente na fachada. No caso de patologias gerados

por fatores externos, ou falta de conservação, são os próprios que devem arcar com

os prejuízos ocorridos.

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5. Técnicas Executivas que Otimizam Revestimentos de

Fachadas

5.1. Contextualização

Nos últimos anos, o setor da construção civil vem passando por profundas

transformações. As empresas estão sendo induzidas ao desenvolvimento ou à

incorporação de inovações para manter a competitividade. Em todas as áreas da

construção civil hoje em dia, há uma crescente demanda por um melhor desempenho

e eficiência dos materiais e de tudo que envolve uma edificação, fazendo com que

algumas construtoras percebessem que teriam que investir em uma nova forma de

construir: racional, eficiente e de custo mais baixo.

Entretanto, o emprego de produtos, métodos e sistemas construtivos inovadores

acabam esbarrando na falta de interesse dos próprios empresários da construção civil

no Brasil em investir em infraestrutura e treinamento da mão de obra e conhecer a

fundo as potencialidades apresentadas por essas novidades (CALÇADA, 2014). Ainda

segundo CALÇADA (2014), as inovações acabam sendo inseridas a partir de

tecnologias anteriormente já utilizadas e testadas por projetistas e construtores. Não

há uma mudança drástica nos processos, e, como consequência, ainda é um pouco

difícil perceber muitas inovações incrementais no ramo da construção civil.

Com o objetivo de alcançar maior produtividade, novas técnicas construtivas,

novos materiais, equipamentos, gestão dos processos e industrialização e

mecanização, são alguns dos recursos que podem ser utilizados pelo segmento para

alcançar a excelência. Essas alterações impactam diretamente na mão de obra, que,

necessariamente, passa a ter que ser mais qualificada. Deve-se considerar que esses

processos tornam o setor bem mais eficiente.

A autonomia proporcionada pela utilização dessas novas técnicas gera maior

controle e maior qualidade aos seus produtos, dinamizando o tempo e os recursos

aplicados. Aos poucos, é possível que o setor modifique o paradigma da construção

artesanal e grande absorção de mão de obra não qualificada. Acelerar o processo de

inovação tecnológica, expandindo seu conhecimento e utilização para todas as

empresas, é um dos grandes desafios atuais do segmento.

Tomando por base todo o ciclo de vida de uma edificação, e sua fachada, que

engloba o projeto, construção e uso, algumas boas práticas executivas que promovem

ganho de qualidade e produtividade na construção de fachadas, e que evitem as

patologias, podem ser adotadas, nas diferentes etapas do processo.

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5.2. Projetos

A elaboração do projeto de revestimento é fundamental para obtenção de um

desempenho satisfatório ao longo do tempo, refletindo no aumento da qualidade e

produtividade, redução das falhas, desperdícios e custos. Tem como finalidade a

determinação dos materiais, geometria, juntas, reforços, acabamentos, procedimento

de execução e controle.

Porém, para que este objetivo seja realmente alcançado, é necessário que o

projeto de revestimento externo apresente um conjunto de informações relativas às

características do revestimento e da sua forma de produção.

O subsistema revestimento deve estar inserido no contexto amplo da edificação

e principalmente estar relacionado aos outros subsistemas que o envolvem –

estrutura, vedações, instalações e arquitetura (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO,

2002). Uma vez que a concepção desses projetos considere as interferências com o

revestimento externo, consegue-se otimizar tanto o projeto de revestimento externo

quanto a execução do sistema.

Apesar de o enfoque se voltar para a produção, detalhar o acabamento externo

ajuda a evitar as patologias que podem ser tornar onerosas para as construtoras.

Segundo FRANCO (2008), como grande parte das patologias em fachadas são

decorrentes de falhas durante a execução, é comum atribuir a responsabilidade à

baixa qualificação da mão de obra. Entretanto, deve-se entender que muitas das

vezes a mão de obra não sabe ou não tem dados suficientes para executar o serviço.

Quando se trata de revestimentos convencionais, como cerâmicas,

revestimentos argamassados, pinturas e pedras assentadas, o projeto deve descrever

todas as interferências existentes na fachada, possíveis zonas de estrangulamento

causado por tensões excessivas, locais de enrijecimentos ou reforços de base,

dimensionamento e posicionamento de juntas de movimentação, traços, forma de

assentamento. Já quando o sistema de revestimento é pouco ou menos usual, como

fachadas em cortina de vidro, por exemplo, é preciso detalhar ainda mais todas as

etapas construtivas (FRANCO, 2008).

Além disso, o projeto para revestimentos de fachadas deve contemplar questões

como compra e especificações de materiais, para que estes estejam de acordo com as

situações de uso previstas, bem como tratar do planejamento de armazenamento e

transporte de materiais, afim de que não haja perda de produtividade por questões

meramente de logística.

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5.3. Industrialização

A industrialização dos materiais utlizados e todos os seus componentes é uma

outra prática de otimização da produção que vêm sendo cada vez mais adotada, em

especial nos grandes centros urbanos. Porém, é importante ressaltar que cidades com

menor acesso às indústrias de produção ainda não conseguem se beneficiar muito

dessa prática, uma vez que o custo de um produto produzido fora do canteiro acaba

ficando mais caro para chegar até o local da obra, o que muitas vezes não compensa

(MILLEN, 2012).

O investimento em tecnologia nas obras, com a mecanização da produção,

permite:

a) um maior controle tecnológico dos materiais a serem utilizados, podendo

haver mais rigidez quanto ao cumprimento dos padrões de qualidade e

desempenho, evitando patologias futuras.

b) uma obra mais limpa e organizada, com a otimização do espaço físico dentro

do canteiro.

c) maior velocidade de montagem e execução da fachada, uma vez que o

produto final já chega pronto, ou quase pronto.

d) maior facilidade de controle da execução, que gera um menor risco de

problemas devido à falhas da mão de obra.

Nesse contexto, estão inseridas na produção em fábrica as argamassas, para

fachadas com revestimentos em argamassa decorativa, ou para revestimentos

cerâmicos, que chegam à obra já prontas para serem aplicadas à superfície.

Além disso, componentes de vedação externa que chegam a obra na forma de

kits, como painés de revestimentos cerãmicos, placas cimentícias e, principalmente,

películas de vidro, também ganham mais espaço, pois conferem rápida montagem,

com a diminuição do trabalho artesanal (e consequente maior padrão estético às

fachadas).

5.4. Planejamento Operacional (Revestimento com argamassa)

O planejamento operacional da execução de uma fachada é uma das principais

práticas necessárias para se otimizar o processo de produção do revestimento

externo. Ele agiliza a execução e evita retrabalhos, garantindo que ao final a fachada

esteja aprovada.

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Independente do tipo de revestimento utilizado, é necessário estabelecer uma

programação, passo a passo, em função das peculiaridades de cada obra, do projeto,

da diversidade dos materiais a serem aplicados e da fachada a ser executada, com

detalhes que possam orientar a equipe executante e contribuir para a eficácia do

revestimento.

Nesse planejamento poderão ser consideradas as características físicas e

operacionais da obra, tais como:

a) Escolha e contratação dos recursos;

b) Seleção e treinamento da equipe;

c) Logística do sistema;

d) Plano de ataque.

O desenho da fachada do edifício deve ser estudado minuciosamente a fim de

definir a posição dos jahús, área de fachada a ser revestida, o tempo de execução dos

serviços com base nos índices de produtividade e os equipamentos e ferramentas a

serem transportados para cada etapa de execução. Deve-se determinar as atividades

para cada etapa de subida e descida dos balancins, visando garantir a qualidade do

serviço em análise (CEOTTO et. al., 2005).

Nos revestimentos em argamassa, que são os mais utilizados no Brasil, esse

planejamento operacional já é normalmente feito pelas construtoras responsáveis.

Este planejamento deve incluir as etapas de execução: instalação do arame de prumo,

antes dos andaimes; instalação dos balancins, com suas respectivas numerações e a

logística executiva que definirá a sequência de execução das atividades necessárias

em cada subida e descida dos andaimes (balancins) até que a fachada esteja

finalizada.

A Tabela 8, mostra um resumo do procedimento de execução do revestimento

externo (com argamassa), de forma geral, com os materiais e equipamentos

necessários.

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Tabela 8 – Sequência logística para revestimento externo (argamassa)

Fonte: Comunidade da Construção – Manual de Revestimento de Fachada, 2006

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5.5. Novas Técnicas

Além de práticas relacionadas ao planejamento logístico, confecção de projetos

detalhados, e investimentos em tecnologia e automação, algumas técnicas de

execução de fachadas relativamente novas, ou pouco usuais, vêm sendo utilizadas

com mais frequência ultimamente, como solução para otimização do processo

produtivo.

5.5.1. Argamassa com bomba

Os sistemas de projeção mecânica de argamassa para revestimento no Brasil

utilizam dois tipos diferentes de equipamentos, o projetor com recipiente acoplado e a

bomba de argamassa. Algumas empresas construtoras têm testado o uso da bomba

de argamassa para a produção de revestimento de fachada.

As bombas de argamassa são equipamentos mais sofisticados que os projetores

com recipiente acoplado. Normalmente é utilizado um misturador de argamassa

integrado ou disposto de forma que o material saia do misturador direto para a bomba.

A argamassa fresca é conduzida pela bomba continuamente através do mangote até a

pistola, onde é projetada por ar comprimido. Já o custo de aquisição ou aluguel desse

equipamento é significativamente maior que dos projetores com recipiente acoplado,

exigindo maior aproveitamento do equipamento para que o sistema seja mais rentável.

Os sistemas com bomba de argamassa, pela maior produtividade na etapa de

aplicação do material, são incompatíveis com os balancins manuais. O uso de

andaime fachadeiro é uma boa opção, permite acesso rápido a várias partes da

fachada.

As bombas exigem alguns cuidados. Ao iniciar o uso, o mangote deve ser

lubrificado e a pressão do ar regulada. Ao término do uso, o equipamento deve ser

limpo. Esse equipamento exige ainda argamassa bombeável e projetável. O maior

controle necessário para a produção desse tipo de argamassa, faz muitas empresas

optarem por argamassas industrializadas específicas. Já a seqüência de produção de

revestimento com projeção mecânica de argamassa desde a preparação da base até

o acabamento final não muda muito em relação ao sistema convencional.

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5.5.2. Fachada com Revestimento Cerâmico Não aderido

O sistema de fachadas ventiladas KeraGail tem como conceito a utilização de

revestimentos não aderidos ao corpo das edificações, fazendo uso de subestrutura de

fixação. O revestimento é composto por painéis cerâmicos extrudados em grandes

dimensões. Ranhuras presentes na face posterior das placas permitem o encaixe em

perfis de alumínio pré-perfurados, ocultando a subestrutura de fixação sem causar

interferência estética nas fachadas (SILVA, 2012).

O sistema cria uma câmara de ventilação entre o revestimento e a vedação do

edifício. Devido ao aquecimento do ar nesse espaço, ocorre o "efeito de chaminé" que

gera uma ventilação contínua. Pontes térmicas e problemas de condensação são

eliminados, proporcionando maior conforto térmico à edifícação.

A Figura 3 mostra um exemplo do uso desse sistema de revestimento de

fachada.

Figura 3- Instalação de fachada com revestimento cerãmico não aderido

Fonte: Silva, 2012

A instalação do sistema construtivo é realizada de acordo com um projeto

executivo que considera as particularidades da obra, em especial das fachadas, e do

local de implantação. Os painéis são produzidos em dimensões modulares adaptadas

a cada empreendimento.

A estrutura de fixação é dimensionada considerando os dados específicos de

projeto, a localização do empreendimento, as cargas de vento atuantes, as distâncias

entre pontos de apoio das placas, o distanciamento do revestimento em relação à

parede, entre outros aspectos.

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5.5.3. Sistema Unitizado – revestimento com Vidro

Pele de vidro, structural glazing e, mais recentemente, os módulos unitizados e a

fachada suspensa expressam a evolução tecnológica dos sistemas de fechamento das

edificações, mais acentuadamente nos últimos dez anos.

O sistema unitizado, consiste em fachadas modulares compostas por painéis

formados por perfis de alumínio tipo macho e fêmea e vidros laminados, colados com

silicone estrutural na própria estrutura da esquadria - structural glazing. O produto é

comercialmente denominado "Offset Wall".

A fachada é então formada por painéis independentes estruturados com o vidro,

fixados por meio de ancoragens reguláveis. A fixação pode ser mecânica ou utilizar

silicone. O sistema de montagem é mecanizado. È formado por colunas e travessas e

dispensa a subestrutura para conter o vidro. Os painéis são totalmente pré-fabricados,

o que aumenta o controle tecnológico e garante maior qualidade de fechamento à

fachada.

No sistema unitizado, a coluna é dividida em duas partes e, conseqüentemente,

a esquadria configura-se em módulos. O processo de instalação também diferencia

este sistema: a montagem dos módulos é feita pelo lado interno do edifício. A

vantagem é que o vidro é colado com silicone estrutural na própria estrutura da

esquadria, gerando, automaticamente, dois ganhos de custo: no volume de alumínio

utilizado e na mão de obra necessária, pois é dispensada a etapa de requadração, que

corresponde ao recebimento do vidro colado.

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6. Estudo de Caso

Atualmente, o vidro tem sido parte integrante e fundamental do projeto

arquitetônico. Faz parte da estética (visual externo), tem forte influência no

temperatura interna, na economia (redução de custos com ar condicionado) e na

segurança (fechamento da fachada) de qualquer edifício.

O sistema unitizado de montagem para fachadas em vidro surgiu como uma

melhoria ao sistema structural glazing, pois permite melhor controle tecnológico e

fechamento da fachada. No entanto, por se tratar de uma tecnologia relativamente

nova, ainda é pouco usual no Brasil, em especial no Rio de Janeiro.

Para análise de uma situação real de obra e estudo de caso foi realizada uma

visita à construção de um prédio comercial, com revestimento de fachada em

structural glazing. Dessa forma, foi possível analisar todo o processo construtivo dessa

fachada e identificar possíveis melhorias e soluções de otimização e racionalização

que a opção de sistema unitizado traria para este tipo de edificação.

O empreendimento em questão é de responsabilidade da construtora “A”. Os

dados fornecidos foram obtidos com a ajuda do engenheiro da empresa João Victor

Charles Leopoldo.

6.1. Características do Empreendimento

O empreendimento em questão consiste em dois edifícios comerciais e localiza-

se em Jacarepaguá, cidade do Rio de Janeiro. Este empreendimento fez parte do

complexo olímpico do Rio de Janeiro, sendo ocupado pelo Centro de Mídia durante os

Jogos Olímpicos. Posteriormente será lançado como Empreendimento Corporativo de

salas comerciais. A fachada deste edifício consiste em perfis metálicos com painéis de

vidro.

Foi escolhido um desses dois edifícios para o estudo de caso voltado para

fachadas. O mesmo é composto por um embasamento, contendo 2° e 1° subsolos,

Térreo, Mezanino, Garagem 1, PUC (pavimento de uso comum) e uma torre de 17

pavimentos, além de uma cobertura, totalizando 82.731,76 m² com altura total de

82,26 m.

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Tabela 9 – Áreas dos pavimentos

Fonte: O autor - 2016

Destaca-se que o prédio possui Certificação Leed Silver. A certificação LEED

(Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema internacional de

certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países, e

baseia-se na avaliação de alguns pré-requisitos, recebendo pontos para cada um

deles.

6.2. Revestimento Utilizado

Neste empreendimento optou-se por fachada cortina, que consiste em uma

fachada de esquadria estruturada em perfis de alumínio e posteriormente envidraçada.

Dentre as opções para fachada cortina, optou-se pelo Structural Glazing.

O Structural Glazing (ou envidraçamento estrutural) é um tipo de esquadria em

que os vidros são colados nos caixilhos através da aplicação de silicone estrutural,

não aparecendo externamente o perfil de alumínio. É o tipo de Fachada-Cortina mais

utilizada atualmente, por possuir melhores características técnicas e estéticas quando

comparada a tradicional Pele de Vidro. A Figura 4 mostra a fachada do edifício já

executada, enquanto as Figuras 5 e 6 apresentam vistas da parte interna da fachada,

mostrando detalhes da estrutura utilizada.

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Figura 4 - Fachada com envidraçamento estrutural

Fonte: João Victor Charles Leopoldo - 2016

Figura 5 - Estrutura interna da fachada

Fonte: João Victor Charles Leopoldo – 2016

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Figura 6 - Detalhe da estrutura interna da fachada

Fonte: João Victor Charles Leopoldo - 2016

O tempo de execução das fachadas do edifício em questão foi de 10 meses

(maio/2015 a fevereiro/2016), sendo executadas um total de 24 fachadas. Os

revestimentos utilizados foram:

a) Vidro laminado de controle solar prata;

b) Vidro laminado de controle solar low cinza;

c) ACM grafite;

d) ACM branco.

O método executivo com a respectiva sequência executiva para a construção da

fachada foram organizados nas Tabelas 10a e 10b. Nelas, além do detalhamento de

todas as etapas construtivas, constam todas as verificações e interferências inerentes

a cada uma delas.

Nas Tabelas 11a e 11b, dentre os itens a serem verificados, existe uma lista de

diretrizes de armazenamento de materiais elaborado pela empresa (LT.MAT.000.A)

que deve ser observada ao início da obra, além de formulários de controle e aceitação

dos processos construtivos que devem ser verificados ao final das duas etapas de

execução da fachada, etapa de instalação das ancoragens e instalação da fachada

cortina (FT.VED.004.B e FT.VED.004.A respectivamente).

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Tabela 10a – Método executivo para instalação das fachadas do edifício

Fonte: Construtora A

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Tabela 10b – Método executivo para instalação das fachadas do edifício

Fonte: Construtora A

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56

Os materiais utilizados na fachada passaram por controle tecnológico, sendo os

ensaios dos chumbadores de responsabilidade da própria construtora Método e os

ensaios das esquadrias e silicone de responsabilidade das empresas fornecedoras. As

Tabelas 11a e 11b apresentam um resumo dos ensaios realizados nos materiais.

Tabela 11a – Controle tecnológico dos materiais componentes da fachada

Fonte: Construtora A

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57

Tabela 11b – Controle tecnológico dos materiais componentes da fachada

Fonte: Construtora A

Destaca-se que não foram realizados ensaios de processos e ensaios de

produto acabado.

6.3. Dificuldades Encontradas

Ao contrário do que foi visto no capítulo 5, como boa prática para execução de

revestimento de fachadas, a construtora A, apesar de possuir um bom procedimento

para a execução do serviço (apresentado nas Tabelas 10a e 10b), não possuía um

projeto de detalhamento adequado para a execução das fachadas, fato esse que

acabou gerando erros de execução por desconhecimento.

Além disso, houve falha no planejamento inicial, impactando em atraso no

cronograma da obra. Com isso, o tempo de execução do serviço de fachada teve que

ser diminuído afim de se manter a data de entrega original. Com os serviços sendo

realizados com mais pressa, houve falha no acompanhamento por parte dos

responsáveis da empresa A, que não conseguiram verificar todas as etapas de

execução ao longo da obra.

A falta do processo de mecanização também prejudicou, uma vez que alguns

problemas detectados se deram por falha de mão de obra, enquanto que se o

processo de instalação fosse menos manual, esses problemas seriam dirimidos.

O mau treinamento da mão de obra da empresa terceirizada responsável pela

execução da fachada, ou a falta do mesmo, prejudicaram o andamento do serviço.

Após o término da execução da fachada, com os devidos reparos nos pontos

onde foram encontradas falhas, ainda assim foram encontrados problemas de

estanqueidade. Foram localizadas 2 quinas com falha na vedação. Tais falhas foram

reparadas imediatamente após localizadas.

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58

6.4. Patologias e Retrabalhos

Para verificação dos serviços de execução da obra das fachadas, assim como a

qualidade dos materiais utilizados na mesma, foi contratada uma empresa

especializada em consultoria de projetos com alumínio. A empresa, contratada pela

construtora A, apontou as falhas relacionadas a fabricação e instalação das

esquadrias e indicou ações de correção ou reposição de materiais e/ou serviços que

pudessem ser realizados de forma a garantir o bom desempenho.

A vistoria foi realizada em março/2016 e foram notados alguns problemas, sendo

os principais, com suas devidas recomendações (feitas pela empresa de vistoria):

a) Falha em grauteamento de ancoragens

Recomendação: execução de formas de madeira para novo grauteamento

b) Falha no nivelamento das travessas

Recomendação: ajuste dos desnivelamentos com aperto dos parafusos de

ajuste interior ao prédio

c) Vidro instalados invertidos

Recomendação: retirar os vidros e reinstalá-los na posição correta

d) Vidros quebrados

Recomendação: substituição dos vidros

e) ACM mal instalados

Recomendação: reinstalá-los da forma correta

f) Espaçamento entre painéis

Recomendação: por ter sido detectado durante a instalação, no mesmo

momento foi reexecutado

g) Painéis instalados fora de prumo

Recomendação: conferência nos níveis de colocação dos painéis e

reinstalação dos mesmos

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h) Fire stop danificado

Recomendação: trocar o fire stop danificado por outro novo para garantir o

isolamento

Figura 7 - Fire stop danificado

Fonte: Construtora A

i) Emendas mal feitas no perfil das fachadas

Recomendação: retirar o perfil e trocar por outro, se for preciso fazer emenda e

mesma deve ficar no eixo da junta dos painéis

Figura 8 - Emenda mal feita no perfil das fachadas

Fonte: Construtora A

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Figura 9 - Emenda mal feita no perfil das fachadas

Fonte: Construtora A

j) Falta de parafusos nas gancheiras dinâmicas

Recomendação: fazer revisão nos andares e colocar parafuso para evitar

desníveis nos painéis por falta de travamento

Figura 10 - Falta de parafusos nas gancheiras dinâmicas das fachadas

Fonte: Construtora A

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k) Falta de acabamento no perfil das fachadas

Recomendação:colocar arremate para fazer vedação para evitar passagens de

luz e vazamentos de água

Figura 11 - Falta de acabamento no perfil das fachadas

Fonte: Construtora A

l) Falta de aplicação de silicone estrutural em alguns vidros

Recomendação: aplicação do silicone

Figura 12 - Falta de aplicação de silicone estrutural em alguns vidros

Fonte: Construtora A

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m) Alumínio instalado com muita sujeira

Recomendação: limpeza das estruturas de alumínio

Figura 13 - Alumínio instalado com muita sujeira na fachada

Fonte: Construtora A

n) Painéis desalinhados

Recomendação: conferir níveis de colocação dos painéis para melhorar a

instalação

Figura 14 - Painéis desalinhados na fachada

Fonte: Construtora A

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o) Quadros sem ancoragem

Recomendação: executar a ancoragem

Figura 15 - Quadro sem ancoragem

Fonte: Construtora A

6.5. Análise

De acordo com as informações passadas por engenheiros da construtora A, os

problemas citados no item 6.4 foram causados por falhas de execução e displicência

da mão de obra responsável pela realização do serviço.

Cabe observar que a empresa realizou todos os testes necessários afim de

garantir a qualidade dos materiais empregados (vide Tabelas 11a e 11b) e planejou

um procedimento executivo correto, porém falhou na execução, por não ter um projeto

executivo de detalhamento, e na fiscalização. Houve falha também no

acompanhamento do andamento do serviço, permitindo que problemas ocorressem

ainda durante a fase de execução, o que acabou gerando retrabalho, desperdício de

materiais, perda de tempo e custos extras (custo com reparos) não previstos

originalmente.

Houveram alguns problemas na fiscalização e na parte de projetos, que

permitiram a má execução do serviço. Entretanto, se o método executivo escolhido

tivesse uma maior preocupação com a otimização e com práticas que levam a uma

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64

melhor produtividade, como a introdução de tecnologia e industrialização dos

componentes da fachada por exemplo, os resultados poderiam ser diferentes.

Nesse contexto, a gestão da qualidade da empresa não foi considerada

satisfatória, uma vez que nenhuma atividade coordenada para controlar e possibilitar a

melhoria dos serviços de execução foi vista.

Com base no que foi descrito no capítulo 5, alguns aspectos, considerados

críticos para a otimização dos revestimentos de fachada, foram analisados durante a

construção do empreendimento em estudo. A Tabela 12 faz uma correlação desses

aspectos críticos estudados e sua aplicação ou não pela empresa A, com as devidas

consequências geradas.

Tabela 12 – Aspectos críticos para otimização analisados no estudo de caso

Fonte: O autor – 2016

Aspectos críticos para

otimizaçãoAnálise Resultado

Escolha do

revestimento

A empresa escolheu como

revestimento externo um material

propício, com boa estético e boa

qualidade

Ok

Projeto executivo

Não foi apresentado um

detalhamento adequado á mão de

obra executante

Houveram falhas de

execução

Definição do

cronograma

O cronograma estava bem definido

no início da obra, porém não foi

respeitado

Execução teve que

ser acelerada,

causando

dificuldades de

acompanhamento

Plano de ataqueO plano de ataque foi definido no

início da obra

Sua execução foi

prejudicada pela

falha no

cronograma

Treinamento da mão

de obra

Mão de obra não foi treinada

corretamente

Houveram falhas de

execução

Fiscalização dos

serviçosFaltou acompanhamento

Falhas de execução

não foram

observadas durante

a fase construtiva

Tecn

olo

gia

Industrialização na

construção

Não houve um grande investimento

na mecanização do processo

Processo manuais,

com perda de

tempo e retrabalho

Pro

cess

o d

e p

lan

eja

me

nto

Aco

mp

anh

ame

nto

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65

Logo, entende-se que, para a otimização da construção da fachada, um bom

procedimento executivo em teoria por si só não garante um resultado satisfatório.

Evidentemente, deve-se planejar e estudar quais os melhores métodos a serem

empregados de acordo com cada tipo de obra, seu espaço físico, sua disponibilidade

de equipamentos e de revestimentos utilizados, porém, se não houver, durante a

execução, um acompanhamento que garanta a correta execução do que foi proposto,

erros podem e devem acontecer, gerando consequências indesejáveis, como as já

citadas anteriormente.

No caso específico desse empreendimento, com fachadas revestidas em cortina

de vidro, a edificação se beneficiaria com um sistema de montagem com maior

mecanização, como é o caso do sistema unitizado de fachadas em cortina de vidro.

Esse sistema, elimina alguns componentes do revestimento, proporcionando maior

facilidade no controle e também na execução, uma vez que o processo de montagem

dos painéis de vidro, com seus módulos unitizados prontos para fixação, é feito de

forma mais simples. Desta forma, é reduzida a probabilidade de surgimento de

patologias, ou qualquer outro problema que venha a gerar retrabalho e perda de

qualidade e desempenho do revestimento.

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66

7. Conclusão

Já é sabido que existem no mundo diversos tipos de revestimentos que podem

ser empregados para vedação de uma edificação, tanto interna quanto externa. Cada

um desses revestimentos possui seu próprio método de execução ideal, que deve ser

compatível com o ambiente “in loco” em que se apresenta a obra, e com a

possibilidade de uso dos equipamentos e materiais necessários. De todo modo, o que

deve ser sempre buscado na execução de uma fachada, é a minimização do

desperdício de material e o melhor aproveitamento do tempo, ou seja, sem atrasos na

entrega da obra, e, consequentemente, sem comprometer o orçamento estipulado.

Tudo isso, é claro, de forma que o revestimento externo atenda às necessidades e

qualidades esperadas para a edificação, como uma boa estética, boas propriedades

de vedação (conformo térmico e luminoso, por exemplo) e boa relação de custo-

benefício.

Boas técnicas executivas, que otimizem a construção da fachada, no entanto,

não se constituem apenas nos procedimentos executivos utilizados, e sim uma série

de ações a serem tomadas desde o início do projeto do revestimento, ainda em sua

concepção, até o fim da fase executiva.

Essas boas práticas podem ser tomadas com base em três diferentes fases de

uma obra, consideradas os pilares de todo o processo construtivo. Na fase de

planejamento, a escolha dos materiais a serem utilizados, o correto detalhamento de

todo o projeto de execução e a definição do cronograma de execução do revestimento,

junto com o seu plano de ataque, são de vital importância para o bom andamento da

obra.

Já durante a execução propriamente dita, é preciso garantir a correta execução

daquilo que foi planejado. Isso se dá através de um bom acompanhamento e uma boa

fiscalização dos serviços, afim de impedir a execução errada de qualquer componente

do revestimento utilizado (evita retrabalho e perda de tempo). Além disso, é

necessário que a mão de obra executante esteja devidamente treinada e atualizada

sobre quais os procedimentos executivos que serão tomados.

Somado a isso, é cada vez mais importante o processo de industrialização na

construção civil. Com isso, para uma otimização do processo construtivo de

revestimentos de fachada, a produção dos revestimentos a serem utilizados, ou parte

de seus componentes, fora do canteiro de obra, nas indústrias de produção, é uma

excelente prática a ser adotada. Essa mecanização dos procedimentos executivos

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permite uma construção mais acelerada e menos desperdícios, com os materiais

apresentando melhores resultados de desempenho e qualidade.

Nesse contexto, novas técnicas que praticam a industrialização na construção

civil, devem ganhar mais espaço, em substituição a processos arcaicos e obsoletos,

comumente utilizados no Brasil. Da mesma forma, as boas práticas de gerenciamento

e acompanhamento, já citadas, devem sempre ser utilizadas para que se busque a

constante otimização do processo construtivo de revestimentos de fachadas.

Sugestão para um próximo trabalho:

A utilização da ferramenta FMEA (Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos)

para prevenção de problemas que ocorrem durante a execução de revestimentos na

construção civil.

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