avaliaÇÃo da motivaÇÃo, funÇÕes executivas e …

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130 Maurício José de Souza Filho AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA COMPETIÇÃO FEDERADA Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG 2016

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Maurício José de Souza Filho

AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES

TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA

COMPETIÇÃO FEDERADA

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG

2016

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Maurício José de Souza Filho

AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES

TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA

COMPETIÇÃO FEDERADA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências do Esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências do Esporte. Área de Concentração: Psicologia do esporte e Neurociências aplicadas ao comportamento humano.

Orientador: Prof. Dr. Varley Teoldo da Costa

Co-orientador: Prof. Dr. Leandro Fernandes

Malloy-Diniz

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

2016

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a Deus, criador de todas as coisas! Aos meus pais,

Maurício e Nilce, e aos meus irmãos, Paulo, Michel, Marcos e Márcio, por me

ensinarem a lutar e a vencer na vida. À minha noiva, pelo amor, carinho e respeito!

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar a oportunidade de viver, por estar ao meu lado em todos os

momentos, por me dar serenidade e sabedoria para enfrentar os problemas do dia a

dia, por me guiar e colocar as pessoas certas, no momento certo e nas melhores

circunstâncias para que eu pudesse superar os desafios e seguir adiante.

Aos meus familiares, especialmente meus pais, Maurício José de Souza e Nilce

Miranda por me darem a vida, por serem os melhores exemplos que eu poderia ter,

me amarem incondicionalmente, acreditarem em mim muito mais do que eu mesmo

acredito e por todo apoio e encorajamento que me deram durante toda a vida,

sobretudo, neste momento tão difícil e importante. Registro meu pedido de

desculpas pela ausência física em muitos momentos durante todo esse processo.

À minha noiva Amanda Castro Vieira, por me apoiar e estar ao meu lado sempre,

por ser companheira ao longo dessa caminhada, por compreender meus momentos

de ausência, pelas palavras de incentivo, pelas inúmeras ajudas na leitura dos

trabalhos acadêmicos e, principalmente, por fazer parte da minha vida. Amo você!!

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Esporte EEFFTO/UFMG, em

especial, ao corpo docente pela contribuição na minha formação acadêmica.

Ao meu orientador Prof. Dr. Varley Teoldo da Costa, pelos aprendizados teóricos e

metodológicos, pela orientação e atenção dispensada e pela contribuição ao meu

amadurecimento acadêmico.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Leandro Fernandes Malloy-Diniz, pela contribuição

teórica e metodológica e pela disponibilização dos testes neuropsicológicos

utilizados para a realização deste estudo.

Aos membros da banca, Prof. Dr. Israel Teoldo da Costa e Prof. Dr. Maicon

Rodrigues Albuquerque, pelo tempo dedicado a leitura desse estudo, pela

contribuição com a minha formação acadêmica e pelas contribuições para o

aprimoramento desse trabalho.

Ao Prof. Dr. André Gustavo Pereira de Andrade, pela arte de ensinar com

tranquilidade, respeito e sabedoria, pelos ensinamentos estatísticos e pela amizade.

Ao Prof. Dr. Pablo Juan Greco, pela disponibilização dos materiais utilizados para

a realização deste estudo.

Aos professores, Dr. Franco Noce, Dr. Marco Túlio de Mello, Dr. Daniel Alvarez

Pires, Dr. Márcio Mário Vieira, pelas contribuições acadêmicas.

Aos professores do UNI-BH, em especial a Dra. Maura Regina Silva da Páscoa

Vilela (minha primeira orientadora), muito obrigado por tudo.

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6

A gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, em especial aos meus Comandantes,

Diretores, Chefes de Centro e Chefes diretos, que permitiram este graduado

cumprir suas atividades escolares com as devidas compensações de horas, de

modo a não haver prejuízo ao serviço, sendo, portanto, fundamentais para os

resultados aqui alcançados.

Aos profissionais, Marco Antônio Milagres, Fábio Lúcio do Vale Brostel, Rômulo

Gama Renam, Leonardo Henrique Silva Fagundes, Mauro Maravilha, Edilson

Rodrigues Monteiro, Lucas Silveira Barezani, Igor Custódio, Emerson

Rodrigues de Ávila, Leonardo Alves de Almeida, José Augusto Bueno, Elias

Moises Junio Pereira, Aloísio Antônio da Costa Júnior, Marcos César de

Oliveira Júnior, Cláudio Soares de Andrade, por abrirem as portas das suas

equipes e me darem todo o suporte para a coleta de dados do estudo.

Aos atletas de futebol da categoria sub-20 dos clubes: América, Atlético,

Betinense, Cruzeiro, Social e Villa Nova, que contribuíram para realização deste

estudo ao longo da fase classificatória do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20

(2015).

Aos alunos Hiago Luan Rolla Martins, Flávio Coelho Prata, Layane Furst Ozólio,

Maíssa Ferreira Diniz e João Guimarães, por todo apoio nas filmagens dos jogos,

coletas e tabulações de dados neuropsicológicos.

Aos amigos do NUPEF, Lucas Dias Mantovani, Henrique Bueno Américo,

Henrique Ladeira Vianna, pela parceria na análise dos dados táticos deste estudo,

em especial, Rodrigo Miranda de Monteiro Santos, pelas conversas científicas e

apoio nas análises dos resultados.

Ao cinegrafista Roberto Willian Barbosa Xavier (in memorian), mais conhecido

como Betão da produtora Pro TV, por abrir as portas da sua produtora para me

receber, pelo apoio nas filmagens, por me apresentar pessoas no futebol que

contribuíram com este estudo e por deixar os momentos de filmagens mais

descontraídos com a sua alegria. Esteja em paz meu saudoso amigo!!!

Ao Fábio, pela tradução do resumo desta dissertação na reta final.

Aos amigos do LAPES, Felipe Santos, pelas boas conversas e pela boa companhia

em congressos; Camila Bicalho, por sempre me ouvir em momentos difíceis dessa

caminhada e pela força nesta reta final; Leonardo Fagundes, por esta sua alegria

para encarar a vida e sempre me passar confiança de que tudo daria certo no final;

Hiago Martins e Flávio Prata, por serem grandes parceiros nessa caminhada,

ambos merecem todo sucesso que a vida guarda para vocês; Cleiton Reis, pelas

boas conversas científicas, conselhos pessoais e por todo apoio nesta reta final;

Ana Luísa, pelo auxílio na estatística; André Torres, Thiago Ferreira, Mário

Simim, João Paulo, Dayane Rodrigues, Fernanda Narciso, Diego Borba,

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7

Analice Rodrigues e Aline Cruz, pelas conversas científicas e pela companhia de

vocês nas noites de trabalho no laboratório.

Aos amigos do mestrado e doutorado, Luciana Pesce, por todo apoio que me deu

para estudar e poder passar no processo seletivo do mestrado; Tércio Apolinário,

pelo apoio de sempre a todos os alunos do LAPES; Gibson Praça, por todo auxílio

com os materiais do CECA utilizados na coleta de dados; Lidiane Fernandes,

Márcia Salomão, Patrick, pelo companheirismo e pelos momentos de estudo.

Aos funcionários da EEFFTO-UFMG, Hamilton Moreira, pela atenção e presteza

que nos atende na Secretaria da Pós-Graduação; Iris Silva, por todo apoio na

revisão deste trabalho; aos funcionários contratados, Dona Maria, pela limpeza do

nosso ambiente de estudo; aos senhores porteiros Antônio, José Alves, Lúcio,

Mário, Paulo e Eustáquio, pela atenção, presteza e paciência que sempre tiveram

comigo, mesmo até altas horas da madrugada no laboratório.

MEU MUITO OBRIGADO A TODOS VOCÊS!!!

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8

“Não devemos confundir o essencial

com o fundamental. O essencial é aquilo que

não pode não ser, pois dá sentido à vida. O

fundamental é o que nos ajuda a chegar ao

essencial. Dinheiro não é essencial, mas sim

fundamental. Sem ele as dificuldades são

imensas, mas ele por si nada representa na

essencialidade. Carreira é fundamental, mas de

nada adianta se nos afasta do essencial.”

Mário Sérgio Cortella

“Por vezes sentimos que aquilo que

fazemos não é senão uma gota de água no

mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse

uma gota.”

Madre Teresa de Calcutá

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9

RESUMO

Este estudo objetivou: (a) comparar as dimensões de motivação intrínseca,

extrínseca e desmotivação de atletas de futebol da categoria sub-20; (b) comparar o

índice de autodeterminação, as medidas de funções executivas e os indicadores

táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos; (c)

propor tabelas normativas para os atletas da categoria sub-20 em relação às

variáveis: índice de autodeterminação, três medidas de funções executivas e sete

indicadores táticos; (d) verificar a associação entre o status dos clubes (grandes ou

pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo

e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos

indicadores táticos. Foram avaliados 104 atletas federados de seis clubes de futebol

participantes do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Para análise de

jogo, a amostra foi composta por 9.310 ações ofensivas individuais realizadas em 23

partidas da competição. Foram utilizados como instrumentos (a) o questionário de

dados demográficos, (b) a Escala de Motivação no Esporte (SMS), (c) o Cubos de

Corsi, (d) o Teste dos Cinco Dígitos e (e) Indicadores táticos: Número de bolas

recebidas (NR), Número de contatos com a bola (NCT), Número de variações de

corredor (NVC), Velocidade de transmissão da bola (VTB), Número de bolas

conquistadas (NC), Total de bolas jogadas (BJT). Os resultados mostraram que a

confiabilidade geral dos instrumentos foi considerada aceitável para o SMS (α=0,88),

Cubos de Corsi (α=0,69) e Teste dos Cinco Dígitos (α=0,78). O valor de

concordância mínimo entre os observadores foi de k=0,896 (epm=0,060), indicando

confiabilidade aceitável. Foi identificado que os atletas de futebol da categoria sub-

20 apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca, seguidos de motivação

extrínseca e escores baixos de desmotivação, com tamanho do efeito grande

(ES>0,5). Os resultados apontam para maiores escores de memória de trabalho em

atletas que jogam em clubes grandes comparados aos atletas que jogam em clubes

pequenos. Constatou-se também que houve associação entre o status dos clubes

(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com

escores baixo e alto para a medida de memória de trabalho. Conclui-se que os

atletas de futebol da categoria sub-20 apresentaram um perfil de motivação

autodeterminada. Em relação às funções executivas, conclui-se que os atletas de

clubes grandes são superiores aos atletas de clubes pequenos apenas em relação à

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10

memória de trabalho, indicando que o fato do atleta jogar em um clube grande

parece estar associado a uma maior capacidade do atleta na memorização de

informações visuais. Em síntese, de acordo com os resultados deste estudo, os

atletas mineiros que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos da categoria

sub-20 mostram-se semelhantes do ponto de vista motivacional, de funções

executivas (controle inibitório e flexibilidade cognitiva) e nos aspectos táticos

atuando como mandantes.

Palavras-chave: Motivação. Funções executivas. Tática. Atleta. Futebol. Categoria

sub-20.

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ABSTRACT

This study aimed to: (a) compare the dimensions of intrinsic and extrinsic motivation

and demotivation of U-20 soccer athletes; (b) to compare the self- determination

index, the executive function measures and the tactical indicators between the

athletes that play in big and small clubs; (c) to propose normative tables for U-20

athletes in relation to the variables: self- determination index, three measures of

executive functions and seven tactical indicators; (d) to verify the association

between the status (big or small) of U-20 soccer clubs and the number of athletes

with low and high scores of the self- determination index, in the executive function

measures and of the tactical indicators. 104 athletes from six soccer clubs

participating in the U-20 Minas Gerais state competition (2015) were evaluated. For

match analysis, the sample was composed of 9.310 individual attacking actions,

realized in 23 matches of the competition. The following instruments were used: (a)

the questionnaire of demographic data, (b) the Sports Motivation Scale (SMS), (c)

the “Corsi Block” test, (d) the “five digit test” and (e) tactical indicators: number of

received balls (NR), number of contacts with the ball (NCT), amount of runner

variation (NVC), speed of ball transmission (VTB), number of conquered balls (NC),

total of played balls (BJT). The results showed that the general reliability of the

instruments was considered acceptable for the SMS (α=0,88), Corsi Block (α=0,69)

and the Five Digit Test (α=0,78). The minimal value of accordance between the

observators were k=0,896 (epm=0,060), indicating acceptable reliability. It was

identified that the U-20 soccer athletes present higher levels of intrinsic motivation,

followed by extrinsic motivation and low levels of demotivation, with large effect

(ES>0.5). The results point towards higher scores of working memory in athletes that

play in big clubs, compared to athletes that play in small clubs. It was also found that

there was an association between the status of clubs (big or small) of U-20 soccer

and the number of athletes with low and high scores for the measurement of working

memory. It is concluded that the U-20 soccer players presented a self-determined

motivation profile. Regarding the executive functions, it is concluded that the athletes

of big clubs excel athletes from small clubs only in relation to working memory,

indicating that an athlete playing in a big club seems to be associated with a greater

ability in memorizing visual information. In summary, according to the results of this

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12

study, the athletes in the U-20 Minas Gerais state competition who play in big clubs

and small clubs are similar in the motivational point of view, executive functions

(inhibitory control and cognitive flexibility) and tactical aspects when playing at home.

Keywords: Motivation. Executive functions. Tactics. Athlete. Soccer. Under-20.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Continuum de autodeterminação e níveis de regulação. ....................... 34

FIGURA 2 - Modelo dos principais componentes das funções executivas. ............... 42

FIGURA 3 - Estrutura explicativa do Teste dos cinco dígitos. ................................... 48

FIGURA 4 - Campograma correspondente à divisão topográfica do campo. ............ 54

QUADRO 1 - Dimensões teóricas da Escala de Motivação no Esporte (SMS). ........ 38

QUADRO 2 - Descrição do teste Cubos de Corsi. .................................................... 45

QUADRO 3 - Descrição das etapas do Teste dos Cinco Dígitos. ............................. 48

QUADRO 4 - Descrição dos indicadores táticos adotados neste estudo. ................. 55

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Principais competições na categoria sub-20 (2015). ............................ 30

TABELA 2 - Relação de clubes participantes do estudo. ......................................... 60

TABELA 3 - Distribuição da participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 por clubes. ................................................................................................................ 65

TABELA 4 - Nível de escolaridade dos atletas de futebol da categoria sub-20. ....... 66

TABELA 5 - Distribuição dos atletas avaliados por posição. .................................... 66

TABELA 6 - Comparação da idade, escolaridade, tempo de prática e tempo como atleta federado entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ................................................................................................................. 67

TABELA 7 - Confiabilidade do SMS e Cubos de Corsi em atletas de futebol sub-20. ................................................................................................................................. 68

TABELA 8 - Confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em atletas de futebol sub-20. ................................................................................................................................. 68

TABELA 9 - Coeficiente Kappa e Erro Padrão Médio dos procedimentos de teste e re-teste. .................................................................................................................... 69

TABELA 10 - Comparação entre os escores de posto médio das dimensões do SMS. ................................................................................................................................. 70

TABELA 11 - Níveis de motivação por dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20. ...................................................................................................... 70

TABELA 12 - Escores dos postos médios no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de motivação. ............................................................ 71

TABELA 13 - Comparação entre as dimensões de motivação. ................................ 71

TABELA 14 - Índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20. ................................................................................................................................. 72

TABELA 15 - Postos médios do índice de autodeterminação dos atletas de clubes grandes e clubes pequenos...................................................................................... 72

TABELA 16 - Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ................................................... 73

TABELA 17 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para o índice de autodeterminação. .................................................................................................... 73

TABELA 18 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação. ........................................ 74

TABELA 19 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis do índice de autodeterminação e tamanho dos clubes. ................................................ 75

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15

TABELA 20 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação. ................ 75

TABELA 21 - Medidas de funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20. ............................................................................................................................ 76

TABELA 22 - Postos médios das medidas de funções executivas em atletas de clubes grandes e clubes pequenos. ......................................................................... 77

TABELA 23 - Comparações das medidas de funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ................................................... 77

TABELA 24 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para as medidas de funções executivas. .................................................................................................. 78

TABELA 25 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas. ................................. 78

TABELA 26 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos escores das medidas de funções executivas e tamanho dos clubes. .................................... 79

TABELA 27 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas. ......... 80

TABELA 28 - Indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20. .......... 81

TABELA 29 - Postos médios dos indicadores táticos em atletas (clube grande e pequeno). ................................................................................................................. 82

TABELA 30 - Comparação dos indicadores táticos entre os atletas (clube grande e pequeno). ................................................................................................................. 82

TABELA 31 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para os indicadores táticos. ................................................................................................................................. 83

TABELA 32 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para os indicadores táticos. ..................................................... 84

TABELA 33 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis dos indicadores táticos e tamanho dos clubes. ............................................................... 85

TABELA 34 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos dos atletas. ........... 86

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

BJT - Total de bolas jogadas

CBF - Confederação Brasileira de Futebol

FMF - Federação Mineira de Futebol

NC - Número de bolas conquistadas

NCT - Número de contatos com a bola

NR - Número de bolas recebidas

NVC - Número de variações de corredor

SMS - Escala de motivação no esporte

TAD - Teoria da Auto Determinação

VTB - Velocidade de transmissão da bola

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17

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 20

1.1 Objetivos .................................................................................................................................... 26

1.1.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 26

1.1.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 26

1.2 Hipóteses .................................................................................................................................. 27

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................. 29

2.1 A categoria sub-20 de futebol ................................................................................................ 29

2.2 Motivação no futebol ............................................................................................................... 32

2.2.1 Escala de motivação no esporte – SMS ....................................................................... 37

2.2.2 Índice de autodeterminação – IAD ................................................................................. 40

2.3 Funções executivas no futebol .............................................................................................. 41

2.3.1 Memória de trabalho no futebol ...................................................................................... 43

2.3.2 Controle inibitório e flexibilidade cognitiva no futebol ................................................. 46

2.4 Indicadores táticos no futebol ................................................................................................ 50

3 MÉTODO .......................................................................................................................... 58

3.1 Delineamento do estudo ......................................................................................................... 58

3.2 Cuidados éticos ........................................................................................................................ 58

3.3 Cálculo amostral ...................................................................................................................... 59

3.4 Amostra ..................................................................................................................................... 59

3.5 Instrumentos ............................................................................................................................. 60

3.6 Procedimentos .......................................................................................................................... 61

3.6.1 Primeira parte da coleta de dados ................................................................................. 61

3.6.2 Segunda parte da coleta de dados ................................................................................ 62

3.7 Análise dos dados .................................................................................................................... 62

3.7.1 Qualidade dos dados ....................................................................................................... 62

3.7.2 Análise estatística ............................................................................................................. 63

4 RESULTADOS ................................................................................................................. 65

4.1 Perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20 ......................................... 65

4.2 Avaliação da confiabilidade dos instrumentos .................................................................... 68

4.2.1 Avaliação da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi ................................ 68

4.2.2 Avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos ............................................ 68

4.2.3 Avaliação da confiabilidade das observações dos indicadores táticos .................... 69

4.3 Motivação em atletas de futebol da categoria sub-20 ........................................................ 69

Page 18: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

18

4.3.1 Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes

grandes e clubes pequenos ...................................................................................................... 72

4.3.2 Tabela normativa para análise do índice de autodeterminação em atletas de

futebol da categoria sub-20 ....................................................................................................... 73

4.3.3 Avaliação individual do índice de autodeterminação em atletas por tamanho de

clube ............................................................................................................................................. 74

4.3.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número

de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação .......................... 75

4.4 Funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20 ...................................... 75

4.4.1 Comparação das funções executivas entre os atletas que jogam em clubes

grandes e clubes pequenos ...................................................................................................... 76

4.4.2 Tabela normativa para análise das medidas de funções executivas em atletas de

futebol da categoria sub-20 ....................................................................................................... 78

4.4.3 Avaliação individual das medidas de funções executivas em atletas por tamanho

de clube ........................................................................................................................................ 79

4.4.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número

de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas ................. 80

4.5 Indicadores táticos em clubes de futebol da categoria sub-20 ......................................... 80

4.5.1 Comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos em uma competição de futebol sub-20 .......................... 81

4.5.2 Tabela normativa para análise dos indicadores táticos em atletas de futebol da

categoria sub-20 ......................................................................................................................... 83

4.5.3 Avaliação individual dos indicadores táticos em atletas por tamanho de clube ..... 84

4.5.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número

de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos ........................................ 85

5 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 87

5.1 O perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20 ..................................... 87

5.2 Confiabilidades dos instrumentos ......................................................................................... 88

5.3 Motivação dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ......................................... 89

5.4 Funções executivas dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ........................ 95

5.5 Indicadores táticos dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ........................ 100

5.6 Limitações do estudo............................................................................................................. 104

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 106

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 108

ANEXOS ............................................................................................................................ 118

ANEXO A ....................................................................................................................................... 118

ANEXO B ....................................................................................................................................... 119

Page 19: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

19

APÊNDICES ...................................................................................................................... 120

APÊNDICE A ................................................................................................................................ 120

APÊNDICE B ................................................................................................................................ 121

APÊNDICE C ................................................................................................................................ 122

APÊNDICE D ................................................................................................................................ 123

APÊNDICE E ................................................................................................................................ 124

APÊNDICE F ................................................................................................................................. 127

APÊNDICE G ................................................................................................................................ 144

Page 20: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

20

1 INTRODUÇÃO

O futebol é uma modalidade esportiva coletiva em que duas equipes disputam

a posse de bola em um ambiente de jogo, no qual, a partir de relações de

cooperação entre os atletas da mesma equipe e de oposição com a equipe

adversária, ambas as equipes têm como objetivo fazer o gol e vencer o adversário

(CAMPOS; DREZNER; CORTEZ, 2016). Caracteriza-se como um esporte dinâmico

e apresenta múltiplos fatores que podem influenciar o rendimento de um atleta,

como capacidades táticas (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014), físicas

(REBELO et al., 2014; BANGSBO, 2015) e psicológicas (AFONSO; GARGANTA;

MESQUITA, 2012; RUIZ et al., 2014). Portanto, o futebol é entendido como uma

modalidade complexa (CASANOVA et al., 2013). Assim sendo, são constantes as

mudanças no ambiente de jogo, pelas quais os atletas percebem, avaliam, inibem ou

não respostas pré-planejadas, antecipam ações, elaboram ou não uma nova

resposta e coordenam movimentos baseados no complexo e dinâmico fluxo de

informações sensoriais para as tomadas de decisão (LAGE et al., 2011; GONZAGA

et al., 2014).

No Brasil, o futebol é um esporte de prestígio nacional, que motiva milhares

de jovens a buscarem capacitação a fim de terem uma chance no restrito mercado

do futebol profissional (ROCHA et al., 2011; UNNITHAN et al., 2012; PEREIRA;

SILVA, 2015). A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), órgão máximo do futebol

brasileiro, é a instituição responsável por dirigir e regulamentar o futebol nas

diversas categorias (adulto/base). Em geral, no futebol brasileiro as categorias de

base são divididas em mirim (sub-13), pré-infantil (sub-14), infantil (sub-15), juvenil

(sub-17) e juniores (sub-20).

Paoli et al. (2010) apontam que o trabalho realizado nas categorias de base

dos clubes de futebol é um trabalho contínuo e de longo prazo. Este trabalho visa

formar atletas de futebol que agreguem um conjunto maior de qualidades tática,

físicas e psicológicas, já que estão se preparando para atuarem na categoria adulta

do futebol profissional (GUIMARÃES; PAOLI, 2011).

No futebol brasileiro, a categoria sub-20 é percebida como um momento

decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois poderá ou não haver a

transição desses atletas para a categoria adulta do futebol profissional. Um dos

fatores observados na transição da fase amadora para a fase profissional é que ela

ocorre em função do nível de rendimento alcançado pelo atleta em um determinado

Page 21: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

21

momento específico da sua carreira esportiva, ou seja, na categoria sub-20 o atleta

precisa mostrar para os treinadores e dirigentes que possui condições de ascender a

equipe principal e se tornar um atleta de futebol profissional (MARQUES;

SAMULSKI, 2009). Trata-se ainda de uma categoria singular, onde a pressão e a

cobrança interna dos próprios atletas aumentam em função do objetivo de se

profissionalizarem. Esta busca pela profissionalização no futebol faz com que exista

um aumento da disputa pela titularidade e consequentemente a luta para

permanecer por um período de tempo maior em campo durante as partidas oficiais

da categoria. Diante disso, as capacidades (táticas, físicas e psicológicas) que os

atletas possuem para se destacarem entre os demais poderão ser determinantes

para se definir quais atletas da categoria sub-20 irão ou não se profissionalizar no

futebol.

Dentre inúmeras variáveis que podem influenciar o rendimento de um atleta

no futebol, a comunidade científica tem investigado temáticas, como a motivação

(COIMBRA et al., 2013; MONTEIRO et al., 2014; BORGES et al., 2015; OLIVEIRA et

al., 2015a), funções executivas (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA, 2013;

GONZAGA et al., 2013; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN

et al., 2015) e o comportamento tático (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014;

SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015, 2016).

Assim, a literatura tem mostrado que essas variáveis são importantes para que o

atleta possa superar seus adversários, contribuindo com o sucesso da sua equipe.

Entretanto, essas variáveis têm sido investigadas isoladamente, e não se sabe se

um atleta motivado e com um alto nível de funções executivas pode vir a apresentar

melhores indicadores táticos em uma competição oficial federada, sobretudo na

categoria sub-20. Ademais, ainda não foram encontrados na literatura, escores

normativos para estas variáveis em atletas de futebol da categoria sub-20.

A motivação do atleta é considerada um dos elementos mais importantes para

obter sucesso na carreira esportiva (COX, 2012), contribuindo para o rendimento de

um atleta durante treinos e competições (GARCIA-MAS et al., 2010; GARCÍA-

NAVEIRA; REMOR, 2011; LIMA et al., 2011; MATOS; CRUZ; ALMEIDA, 2011;

COIMBRA et al., 2013). A motivação pode ser considerada como uma característica

humana que nos impele à superação de nossos limites em busca de

aperfeiçoamento pessoal e profissional (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). No

esporte, entre as diversas perspectivas de compreensão da motivação, a teoria da

Page 22: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

22

autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013) tem sido

amplamente utilizada para compreender e explicar o comportamento esportivo dos

atletas (PELLETIER; SARRAZIN, 2007; GARCIA-MAS et al., 2010; COSTA et al.,

2011; VIEIRA et al., 2013; VISSOCI et al., 2013; BORGES et al., 2015; OLIVEIRA et

al., 2015a; OLIVEIRA et al., 2015b). De acordo com esta teoria, o comportamento da

pessoa se estabelece ao longo de um continuum motivacional, diferenciado por

níveis de autodeterminação, que variam desde o menos autodeterminado ao mais

autodeterminado, resultando em diferentes tipos de motivação: intrínseca, extrínseca

e desmotivação/amotivação (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). A

literatura esportiva ainda tem sugerido a utilização do índice de autodeterminação

(IAD) que consiste em uma pontuação única, a qual é obtida pelo somatório dos

escores ponderados de cada dimensão que compõem os diferentes tipos de

motivação, indicando a posição do indivíduo em um continuum de autodeterminação

(LEMYRE; ROBERTS; STRAY-GUNDERSEN, 2007; MORENO-MURCIA et al.,

2014; OLIVEIRA et al., 2015b). No futebol, o construto motivação, ou suas

dimensões, têm sido relacionados com vários outros construtos psicossociais

(VIEIRA et al., 2013; VISSOCI et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2015a) e também com o

rendimento (GARCÍA-NAVEIRA; REMOR, 2011; BORGES et al., 2015; ABDULLAH

et al., 2016). Mas a literatura ainda é deficiente e há pouca informação quanto à

motivação de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos que

estejam disputando uma competição no futebol.

Matos, Cruz e Almeida (2011), ao realizarem uma síntese da literatura no

contexto do esporte, relatam que a excelência esportiva associa-se a níveis

elevados de motivação e comprometimento. Coimbra et al. (2013) destacam que a

motivação é considerada um elemento chave para a permanência e manutenção em

uma atividade esportiva, sendo determinante na conduta do atleta, pois desperta e

mantém níveis de ativação adequados para regular o comportamento voltado para o

rendimento. Desse modo, é razoável admitir que a capacidade do atleta da categoria

sub-20 em se manter motivado no futebol, ainda que em situações de pressão e

incerteza profissional, pode contribuir para que um atleta consiga atingir a

profissionalização ou não. Porém, até o presente momento, pouco se sabe

efetivamente como é o aspecto motivacional de atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos em uma competição federada da categoria sub-20.

Page 23: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

23

Será que os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos se diferem

em relação ao índice de autodeterminação?

Estudos tem investigado a contribuição de aspectos das funções executivas

para o futebol. Funções executivas são vistas como capacidades que, integradas,

possibilitam o indivíduo direcionar comportamentos às metas, avaliar a eficiência e a

adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficientes em prol de

outras mais vantajosas e desse modo solucionar problemas cotidianos (MALLOY-

DINIZ et al., 2008). No futebol, essas capacidades cognitivas são fundamentais para

que os atletas tenham ações táticas em campo que sejam bem sucedidas ao longo

das partidas. Na literatura, um modelo conceitual das funções executivas proposto

por Diamond (2013) aponta para a existência de três funções executivas básicas:

memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva (MIYAKE et al., 2000;

MIYAKE; FRIEDMAN, 2012; DIAMOND, 2013; DIAS et al., 2015).

Voss et al. (2010) realizaram um estudo de meta-análise investigando a

relação entre a expertise de atletas e medidas cognitivas avaliadas em laboratório.

Os autores apontaram que as medidas de funções executivas em atletas ainda

carecem de investigação, uma vez que muitos esportes dependem dessas

capacidades cognitivas. Recentemente, estudos foram realizados com atletas de

futebol destacando a importância das funções executivas para o sucesso no futebol,

criando uma alternativa que possa auxiliar profissionais do futebol na avaliação de

aspectos cognitivos dos atletas de futebol (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et

al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Dessa forma, a literatura

tem mostrado que as funções executivas têm papel importante para uma atuação

bem sucedida no futebol em atletas de categorias mais novas (GONZAGA et al.,

2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015) e categoria adulto

(VESTBERG et al., 2012).

Vestberg et al. (2012) mostraram que os atletas de níveis competitivos mais

elevados apresentaram as funções executivas mais desenvolvidas do que os atletas

de níveis competitivos inferiores. Acredita-se que clubes grandes de futebol por

terem uma melhor estrutura física, profissional e financeira consigam formar atletas

mais capacitados do ponto de vista tático, físico e psicológico em relação aos clubes

pequenos. Ou ainda, que no processo de seleção dos atletas os clubes grandes

acabem selecionando aqueles mais capacitados em relação a essas variáveis. Mas,

será que em uma mesma competição de futebol, atletas que jogam em clubes

Page 24: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

24

grandes apresentam medidas de funções executivas diferenciadas dos atletas que

jogam em clubes pequenos? Será que existe associação entre o status dos clubes

(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com

escores baixo e alto em uma bateria de testes que mede funções executivas? Estas

indagações ainda não apresentam evidências consistentes na literatura, em especial

na categoria sub-20. Assim, considerando que altos níveis de funções executivas

podem prever o sucesso no futebol (VESTBERG et al., 2012), torna-se relevante

avançar no entendimento dessa temática na categoria sub-20, uma vez que pouco

se sabe efetivamente se em uma mesma competição federada da categoria sub-20

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentam diferenças

nas medidas de funções executivas.

Nessa mesma direção, do ponto de vista tático, o estudo do comportamento

dos atletas durante o momento competitivo é importante para o entendimento das

particularidades das modalidades esportivas. Assim, indicadores de rendimento

podem ser entendidos como uma seleção ou combinação de variáveis que tem por

objetivo mensurar o nível de rendimento de um indivíduo e, podem ser utilizados

para relatar a eficácia do rendimento no jogo ou treino (HUGHES; BARTLETT,

2002). Assim, a utilização de informações objetivas decorrentes das análises

durante o jogo pode contribuir positivamente para preparação das equipes e tem

sido estudada no meio científico (GONZÁLEZ-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO;

GARGANTA; GUILHERME, 2015).

Nessa situação, estudos tem buscado um melhor entendimento do padrão de

comportamento ofensivo de equipes de futebol no alto rendimento através da análise

de indicadores táticos utilizando variáveis de jogo (DI SALVO et al., 2007; AÑON et

al., 2014; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO,

2014; CASTELÃO et al., 2015; GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; SANTOS;

MORAES; TEOLDO, 2015, 2016). Em competições federadas, a análise dos

indicadores táticos contribui para identificação de variáveis que possam influenciar

no rendimento individual e coletivo, bem como pode auxiliar no processo de seleção

dos atletas que seguirão no processo de profissionalização no futebol. No entanto,

no cenário esportivo do futebol brasileiro, ainda existe uma lacuna na literatura de

estudos que avaliem os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos

em uma competição federada da categoria sub-20 a fim de se saber como os atletas

desses clubes se comportam do ponto de vista tático durante a competição. Atletas

Page 25: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

25

que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentam diferenças nos

indicadores táticos em uma competição federada na categoria sub-20 de futebol?

Diante da literatura apresentada surgem inquietações sobre quais fatores dos

pontos de vista motivacional, de funções executivas e táticos estão relacionados ao

bom rendimento dos atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos de

futebol da categoria sub-20 em uma competição federada de nível estadual. Em uma

competição federada da categoria sub-20 existe diferenças nos aspectos

motivacionais, de funções executivas e táticos entre os atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos? Existe associação entre o status dos clubes

(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com

escores baixo e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções

executivas e dos indicadores táticos. Essas inquietações sugerem a necessidade de

avaliar a motivação, as medidas de funções executivas e os indicadores táticos dos

atletas de futebol em uma competição federada, buscando verificar uma possível

associação dessas três variáveis com o status dos clubes de futebol da categoria

sub-20.

A realização deste estudo se torna relevante, pois, contribuirá para o

entendimento de como essas variáveis (comportamentais, cognitivas e táticas)

podem alterar de acordo com o status dos clubes (grandes ou pequenos) da

categoria sub-20 de futebol que estão disputando competições federadas. Também

não há na literatura uma normativa padronizada para interpretar os aspectos

motivacionais, de funções executivas e de indicadores táticos. Espera-se que estas

informações possam auxiliar os profissionais que trabalham no futebol no

planejamento e organização das sessões de treino, aumentando o conhecimento de

parâmetros que estão associados ao rendimento, objetivando formar atletas

inteligentes e criativos, capazes de lidar com a complexidade e solucionar os

problemas que surgem aleatoriamente no jogo, a fim de que os clubes sejam bem

sucedidos em uma competição.

Page 26: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

26

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo foi avaliar a motivação, as funções executivas e

indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20 na fase classificatória

de uma competição federada.

1.1.2 Objetivos específicos

Comparar as dimensões de motivação intrínseca, extrínseca e desmotivação

de atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

Comparar o índice de autodeterminação, as medidas de funções executivas e

os indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes

pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

Propor tabelas normativas para os atletas da categoria sub-20 em relação às

variáveis: motivação, três medidas de funções executivas e sete indicadores táticos.

Verificar a associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice

de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos.

Page 27: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

27

1.2 Hipóteses

H01 – Não haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos

atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

H1 – Haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos atletas

de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

H02 – Não haverá diferenças significativas do índice de autodeterminação entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição

federada de futebol da categoria sub-20.

H2 – Haverá diferenças significativas do índice de autodeterminação entre os atletas

que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada

de futebol da categoria sub-20.

H03 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice

de autodeterminação.

H3 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol

da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice de

autodeterminação.

H04 – Não haverá diferenças significativas das medidas de funções executivas entre

os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição

federada de futebol da categoria sub-20.

H4 – Haverá diferenças significativas das medidas de funções executivas entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição

federada de futebol da categoria sub-20.

H05 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nas

medidas de funções executivas.

Page 28: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

28

H5 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol

da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nas medidas de

funções executivas.

H06 – Não haverá diferenças significativas dos indicadores táticos entre os atletas

que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada

de futebol da categoria sub-20.

H6 – Haverá diferenças significativas dos indicadores táticos entre os atletas que

jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de

futebol da categoria sub-20.

H07 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nos

indicadores táticos.

H7 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol

da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nos indicadores

táticos.

Page 29: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

29

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A categoria sub-20 de futebol

As categorias de base no futebol têm como principal objetivo formar atletas

capazes de atuarem na categoria adulta do futebol profissional (GUIMARÃES;

PAOLI, 2011) para que futuramente, possam assegurar um maior retorno econômico

do valor investido pelo clube na formação dos atletas (VERARDI; BURGOS, 2013).

No Brasil, as categorias de base no futebol são classificadas de acordo com a

idade dos atletas. As categorias mirim (sub-13), infantil (sub15), juvenil (sub17) e

juniores (sub20) são as comumente encontradas nos principais clubes de formação

para o futebol no país. De acordo com a Lei 9.615/98 (Lei Pelé) que regulamenta o

esporte brasileiro, os clubes formadores tem o direito de assinar o primeiro contrato

de trabalho com os atletas a partir de 16 (dezesseis) anos de idade. Portanto,

sobretudo na categoria sub-20, a qual antecede o futebol profissional, é habitual os

atletas encararem a prática do futebol como um trabalho.

A categoria sub-20 é formada por jovens atletas com idades de 18 a 20 anos,

os quais já passaram por processos de captação e seleção, e encontram-se no

período de desenvolvimento caracterizado por longos períodos de formação (tática,

física e psicológica) envolvendo os treinamentos e competições (SALMELA, 1994;

COSTA et al., 2010). No futebol brasileiro, a categoria sub-20 é percebida como um

momento decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois se trata da

transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional. Um dos fatores

observados na transição da fase amadora para a fase profissional é que ela ocorre

em função do nível de rendimento alcançado pelo atleta em um momento específico

da sua carreira esportiva, ou seja, na categoria sub-20 o atleta precisa mostrar para

os treinadores e dirigentes que possui condições de ascender a equipe principal e se

tornar um atleta profissional no futebol (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Trata-se

ainda de uma categoria singular, onde a pressão e a cobrança interna dos próprios

atletas aumentam em função do objetivo de se profissionalizarem.

Na categoria sub-20 é possível classificar os clubes de futebol em clubes

grandes e clubes pequenos. Os clubes grandes são aqueles que disputam as

principais competições nacionais da categoria promovidas pela Confederação

Brasileira de Futebol (CBF), apresentam uma infraestrutura de qualidade no centro

de treinamento, normalmente tem profissionais mais bem qualificados e suas

Page 30: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

30

equipes principais estão na primeira divisão do futebol brasileiro. Por outro lado,

clubes pequenos normalmente estão localizados no interior dos estados, a qualidade

da infraestrutura do centro de treinamento desses clubes não proporciona um

melhor desenvolvimento do atleta. Além disso, clubes pequenos não são convidados

pelas confederações de futebol para disputarem as principais competições nacionais

da categoria sub-20, como o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa São

Paulo de Futebol Júnior.

Durante a temporada esportiva, a competitividade presente na categoria sub-

20 fica evidente quando se observa as principais competições disputadas na

categoria no ano de 2015 (TABELA 1).

TABELA 1

Principais competições na categoria sub-20 (2015).

Competição Nível 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Camp. Mineiro Estadual X X X X X X

Camp. Brasileiro Nacional X X X X

Copa do Brasil Nacional X X X

Copa São Paulo Nacional X

Legenda: Camp.= Campeonato; 1=Janeiro; 2=Fevereiro; 3=Março; 4=Abril; 5=Maio; 6=Junho; 7=Julho; 8=Agosto; 9=Setembro; 10=Outubro; 11=Novembro; 12=Dezembro. Fonte: Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Federação Mineira de Futebol (FMF).

Normalmente, em clubes grandes da categoria sub-20 aproximadamente três

atletas de um elenco de 30 (trinta) formado nas categorias de base dos clubes são

absorvidos pela equipe profissional e os demais atletas são emprestados,

negociados ou liberados (LAIGNIER, 2015; FREIRE, 2016). Assim, os atletas que

não se destacam bem nos clubes grandes são emprestados para clubes menores

para atuarem nas equipes profissionais e quem sabe um dia voltarem a atuar em um

clube grande. Aqueles que não são emprestados devido à falta de interesse de

outros clubes menores normalmente têm garantidos a sua liberdade profissional por

parte do clube formador. Nos clubes pequenos, atletas que se destacaram se juntam

ao elenco profissional do mesmo clube ou de outro clube interessado no seu futebol.

Já aqueles atletas que não se destacam são liberados pelo clube.

No atual panorama esportivo, a pressão vivenciada pelos atletas da categoria

sub-20 para entrar no mundo do futebol profissional faz com que os atletas passem

Page 31: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

31

diversos anos de suas vidas envolvidos em treinamentos regulares, e participando

de competições de elevada exigência durante a temporada, além da restrição do

convívio familiar e do seu meio social (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Assim, esses

atletas se encontram em um período de transição no futebol (base/profissional).

Além disso, em função da idade esses indivíduos também se encontram em fase

final do processo de maturação cerebral (GOGTAY et al., 2004). A partir disso,

surgem inquietações acerca das características (comportamentais, cognitivas e

táticas) apresentadas por esses atletas, sobretudo, para saber até que ponto essas

características são relevantes para o bom rendimento dos atletas que jogam em

clubes grandes e em clubes pequenos da categoria sub-20 em uma competição

federada de nível estadual.

Evidentemente, para o atleta de futebol alcançar altos níveis de excelência

esportiva na categoria sub-20 depende de inúmeras variáveis (táticas, físicas e

psicológicas). Porém, a motivação se apresenta como um componente importante

para a permanência e manutenção na modalidade, sendo determinante na conduta

do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para regular o

comportamento voltado para o rendimento (COIMBRA et al., 2013). Mas, como se

caracteriza a motivação dos atletas de futebol em relação às demandas da categoria

sub-20 de futebol? Atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos

possuem diferenças nos níveis de motivação em uma competição? Essas questões

parecem relevantes, visto que a motivação tem relação positiva com o

comprometimento dos atletas no futebol (GARCIA-MAS et al., 2010). Além disso, em

alguns casos, a falta de motivação dos atletas para a prática do futebol pode levá-los

ao abandono da modalidade (CALVO et al., 2010).

Outras variáveis que têm sido apontadas na literatura como importantes para

a atuação bem sucedida dos atletas no futebol são as funções executivas

(VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014;

HUIJGEN et al., 2015). Estudos têm mostrado o efeito positivo destas variáveis,

particularmente, em categorias mais novas (GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et

al., 2014; HUIJGEN et al., 2015) e na categoria adulto (VESTBERG et al., 2012).

Mas, atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos possuem

diferentes níveis de funções executivas em uma competição federada da categoria

sub-20?

Page 32: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

32

Apesar da relevância de se compreender como se caracteriza a motivação de

atletas em uma competição da categoria sub-20 do futebol e se as funções

executivas diferem em atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos,

outros fatores devem ser considerados para o melhor entendimento do futebol,

considerando a natureza multifatorial do rendimento na modalidade (BANGSBO,

2015). Frente às exigências da categoria sub-20 de futebol, é de grande importância

conhecer os indicadores táticos de atletas que jogam em clubes grandes e em

clubes pequenos em uma competição oficial da categoria, o que nos leva a

identificar as características desses atletas, possibilitando um melhor entendimento

das sequências de ações táticas e identificação de comportamentos que possam

conduzir os clubes para o sucesso no futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO,

2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).

Em síntese, a categoria sub-20 de futebol configura-se como um ambiente

extremamente competitivo, tanto entre os atletas que buscam uma vaga no

profissional, quanto entre os clubes que competem por títulos nos campeonatos da

categoria. A categoria sub-20 ainda apresenta um maior volume de treinamento e

competições de elevada exigência, quando comparada às demais categorias de

base. Contudo, ainda não há na literatura estudos que tenham procurado investigar

simultaneamente características (comportamentais, funções executivas e táticas)

apresentadas por atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos para

saber até que ponto essas características tem destacada importância para o

sucesso dos atletas desses clubes da categoria sub-20 em uma competição

federada de nível estadual.

2.2 Motivação no futebol

O termo motivação vem da palavra em Latim “movere” que significa mover.

Na literatura, existem inúmeras definições para o termo motivação. De acordo com o

dicionário Aurélio (FERREIRA, 2009), a motivação é um conjunto de fatores

psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou

afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo.

No contexto do esporte, Samulski (2009) caracteriza a motivação como um

processo ativo, intencional e dirigido a uma determinada meta, o qual depende da

interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Barbanti

Page 33: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

33

(2011) define a motivação como energia, necessidade, desejo que regula a direção,

intensidade e a persistência do comportamento e é dirigida a certos objetivos.

A motivação influencia o modo como as pessoas pensam, sentem e agem,

sendo, portanto, um importante fator que determina o comportamento humano

(RYAN; DECI, 2000). Além disso, a motivação é considerada um elemento chave

para a permanência e manutenção em uma atividade esportiva, sendo determinante

na conduta do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para

regular o comportamento voltado para o rendimento (COIMBRA et al., 2013;

MONTEIRO et al., 2014).

Este estudo adotará o modelo teórico da Teoria da Auto Determinação (TAD)

desenvolvida por Deci e Ryan (1985). Nessa teoria, a motivação é entendida como a

busca do indivíduo pela satisfação de suas necessidades básicas através de sua

relação com o meio ambiente, a partir das quais os motivos se desenvolvem, sendo

que a motivação varia ao longo de um continuum motivacional (DECI; RYAN, 1985;

NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014).

Nessa perspectiva, a motivação do comportamento humano é caracterizada

como sendo regulada por três necessidades psicológicas básicas que parecem ser

essenciais para o desenvolvimento social e o bem-estar pessoal do indivíduo: (I)

autonomia: refere-se ao nível de independência e de controle de escolha percebido

por um indivíduo, consequentemente determinando o seu próprio comportamento.

(II) competência: está relacionada à confiança do indivíduo em se sentir capaz de

produzir resultados comportamentais. (II) relação social: refere-se à necessidade

das pessoas de terem interações sociais satisfatórias dentro da sociedade (DECI;

RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).

A Teoria da Autodeterminação (TAD) tem sido amplamente utilizada para

compreender e explicar o comportamento esportivo dos atletas (PELLETIER;

SARRAZIN, 2007). De acordo com esta teoria, o comportamento da pessoa se

estabelece ao longo de um continuum motivacional, diferenciado por níveis de

autodeterminação, que variam desde o não autodeterminado ao autodeterminado

(FIGURA 1), resultando em três diferentes tipos de motivação: intrínseca, extrínseca

e desmotivação (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013).

Page 34: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

34

FIGURA 1 - Continuum de autodeterminação e níveis de regulação.

Fonte: Fernandes e Vasconcelos-Raposo (2005).

A motivação autodeterminada pode ser considerada como característica

humana que nos impele à superação de nossos limites em busca de

aperfeiçoamento pessoal e profissional (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).

Indivíduos motivados se apresentam proativos, persistentes e comprometidos com

seus objetivos e projetos (COIMBRA et al., 2013). Nas categorias de base de futebol

os atletas estão constantemente buscando o aperfeiçoamento profissional, portanto,

a característica autodeterminada dos atletas é considerada um fator importante que

impulsiona os atletas a alcançarem as metas estabelecidas, sobretudo na categoria

sub-20, pois se trata de um momento decisivo na carreira esportiva desses jovens

atletas com a transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional.

Com base na Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985) os processos

regulatórios incluem a motivação intrínseca (para conhecer, para atingirem objetivos,

para experiências estimulantes) motivação extrínseca (regulação externa, de

introjeção, de identificação) e desmotivação (PELLETIER et al., 1995; COSTA et al.,

2011).

A motivação intrínseca está relacionada a fazer algo prazeroso ou agradável

(RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). Na categoria de futebol sub-20 é

muito importante que o atleta esteja motivado intrinsecamente, pois desta forma ele

demonstra interesse em aprender mais sobre sua modalidade, tende a ter mais

empenho na prática do futebol a fim de superar seus desafios e atingir objetivos,

além de realizar as atividades do futebol com satisfação e prazer (PELLETIER et al.

1995; PELLETIER et al., 2013).

Page 35: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

35

A motivação extrínseca se refere a fazer algo estimulado por fatores externos,

como por exemplo, algum tipo de recompensa (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et

al., 2013). Na categoria de futebol sub-20 as recompensas e/ou premiações não são

uma constante, quando comparada com o futebol profissional. Portanto, devido às

peculiaridades da categoria sub-20, os atletas tendem a não se preocuparem muito

com os aspectos de recompensa externa, já que o maior prêmio é ser alçado para a

categoria profissional.

Já a desmotivação consiste na falta de motivação intrínseca e extrínseca,

estado no qual o indivíduo não tem a intenção de agir e acaba se entregando ao

processo. (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). Na categoria sub-20 é

importante que o atleta não fique desmotivado, pois desta forma poderá apresentar

queda de rendimento, tende a ter pouca inserção nas atividades da equipe, e

consequentemente terá dificuldade em desenvolver e aprimorar as técnicas

esportivas com risco de abandonar a modalidade (CALVO et al., 2010).

No futebol, a motivação é um dos conceitos mais citados entre as razões que

justificam o sucesso dos atletas em uma partida (SARMENTO; CATITA; FONSECA,

2008). Na categoria sub-20, avaliar a motivação se torna importante, visto que é um

constructo psicológico que determina o comportamento dos atletas e mostra-se

como um fator importante, no sentido de compreender as razões pelas quais atletas

optam fazer algo ou desempenhar tarefas com maior empenho do que outras sejam

nos treinos ou durante a competição.

García-Mas et al. (2010) buscaram estabelecer a relação entre a motivação e

o empenho de atletas de futebol de campo com idades entre 14 e 16 anos. Os

resultados indicaram que os atletas tinham níveis mais altos de motivação intrínseca

comparada à motivação extrínseca e desmotivação.

Vieira et al. (2013) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas

de futebol das categorias de base (infantil e juvenil) obtiveram menores níveis de

desmotivação comparados com as motivações extrínsecas e intrínsecas.

Vissoci et al. (2013) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas

(13 a 20 anos de idade) de uma equipe da primeira divisão do Campeonato

Brasileiro de Futebol apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca quando

comparado aos de motivação extrínseca, identificando que os atletas de futebol

possuem um perfil de motivação autodeterminada.

Page 36: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

36

Oliveira et al. (2015a) compararam os traços de perfeccionismo e os níveis de

motivação entre os atletas de futebol profissional e das categorias de base (sem

remuneração) de uma equipe da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de

Futebol. Os autores observaram que as orientações de perfeccionismo adaptativo

(padrões de realização pessoal e organização) têm um impacto positivo na

motivação intrínseca de atletas profissionais. Além disso, verificou-se que os atletas

profissionalizados se encontraram mais próximos da motivação autodeterminada,

pois apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca (experiências

estimulantes e atingir objetivos) e mostraram-se menos desmotivados em

comparação aos atletas das categorias de base.

Borges et al. (2015) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas

das categorias de base (sub-15 e sub-17) de um centro de formação em futebol,

apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca em comparação com as

demais dimensões. Ainda foi evidenciado que a desmotivação foi a dimensão menos

percebida pelos atletas, em comparação com as dimensões de motivação intrínseca

e extrínseca.

Em síntese, os estudos sobre a motivação em atletas de futebol de base e

profissional têm mostrado que independente do nível, os atletas apresentam maiores

níveis de motivação intrínseca, seguida da motivação extrínseca e desmotivação

que, por sua vez, tem sido a menos evidenciada.

Com base nas evidências apontadas em estudos desenvolvidos com os

atletas de futebol até o presente momento, verifica-se que ainda existem poucas

evidências em relação a motivação de atletas de futebol da categoria sub-20, uma

vez que os estudos não têm investigado a motivação especificamente na categoria

sub-20. Nesta última categoria do futebol de base, um determinado atleta ao

perceber que tem chances de se profissionalizar no clube pode ficar mais motivado

a buscar seu objetivo. Por outro lado, a sensação de que as chances de se

profissionalizar no clube são mínimas pode desencadear a desmotivação nesses

atletas. Assim, a motivação desempenha um papel importante dentro do processo

de transição ou não da categoria sub-20 para o profissional. No entanto, até o

presente momento, pouco se sabe efetivamente como os aspectos motivacionais

são percebidos por atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em

uma competição federada.

Page 37: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

37

Pelo exposto, este estudo busca avançar no entendimento acerca de quais

fatores do ponto de vista motivacional, cognitivo e tático podem estar relacionados

ao bom rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos

em uma competição, buscando identificar quais são as variáveis que mais podem

contribuir para um atleta da categoria sub-20 se tornar um atleta profissional.

2.2.1 Escala de motivação no esporte – SMS

A importância de se medir a motivação no esporte se dá pelo fato de existir

diferentes tipos de motivação, os quais podem servir de indicadores de

relacionamento e de bem-estar dos indivíduos (DECI; RYAN, 2008). Portanto, saber

como é regulado o comportamento do atleta, pode ajudar no entendimento do

aspecto motivacional do atleta, com o intuito de se obter um melhor rendimento do

mesmo (PINEDA-ESPEJEL et al., 2016).

Diante da necessidade de ter um instrumento capaz de medir a motivação em

atletas, inicialmente foi desenvolvido um questionário denominado “Eclelle de

Motivation dans les Sports” no idioma francês (BRIERE et al., 1995). Posteriormente,

quando de sua tradução e adaptação para o idioma inglês recebeu a denominação

“Sport Motivation Scale” (PELLETIER et al., 1995). Este instrumento é composto por

28 itens que se dividem igualmente em sete dimensões: “Motivação intrínseca para

conhecer” (MI-C); “Motivação intrínseca para atingirem objetivos” (MI-AO);

“Motivação intrínseca para experiências estimulantes” (MI-EE); “Motivação

extrínseca de regulação externa” (ME-RE); “Motivação extrínseca de introjeção”

(ME-I); “Motivação extrínseca de identificação” (ME-ID); “Desmotivação” (DES).

Cada item é respondido a partir do enunciado “Pratico o esporte porque…”, em uma

escala de medida do tipo Likert de sete pontos que varia de 1 a 7 pontos (1= Não

corresponde nada; 2 e 3= Corresponde um pouco; 4= Corresponde moderadamente;

5 e 6= Corresponde muito; 7= Corresponde exatamente). Os resultados atribuídos a

cada dimensão são obtidos a partir da média aritmética das respostas dadas aos

quatro itens correspondentes a cada dimensão do SMS. O Quadro 1 apresenta cada

dimensão do SMS na versão brasileira, as definições conceituais e os itens que

compõem cada dimensão.

Page 38: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

38

QUADRO 1 - Dimensões teóricas da Escala de Motivação no Esporte (SMS).

Dimensão Definição Conceitual Itens

“Motivação intrínseca para

conhecer” (MI-C)

Relacionada a fatores pessoais ligados a

curiosidade e a busca de compreensão que o

atleta deseja obter sobre a modalidade praticada.

2, 4, 23 e 27

“Motivação intrínseca para

atingirem objetivos” (MI-AO)

Relacionada a fatores pessoais onde o atleta

sente prazer na busca de novas habilidades e

movimentos dentro da modalidade esportiva.

8, 12, 15 e 20

“Motivação intrínseca para

experiências estimulantes”

(MI-EE)

Relacionada a fatores pessoais que fazem o

atleta buscar experiências estimulantes no

esporte que podem causar excitação, prazer e

divertimento.

1, 13, 18 e 25

“Motivação extrínseca de

regulação externa” (ME-RE)

Relacionada a fatores ambientais externos

ligados a recompensas oriundas de um bom

desempenho, como por exemplo, a conquista de

troféus, recompensas financeiras ou mesmo

status perante o treinador e o grupo.

6, 10, 16 e 22

“Motivação extrínseca

de introjeção” (ME-I)

Pressões internas que o atleta pode colocar em

si mesmo. Constrangimento ou vergonha de

estar envolvido em situações onde falham ou

não conseguem o seu melhor desempenho.

9,14, 21 e 26

“Motivação extrínseca

de identificação” (ME-ID)

Associada aos atletas que participam ativamente

de esportes porque sentem que isto os ajuda a

crescer pessoalmente, consideram o esporte e a

vida em geral.

7, 11, 17 e 24

“Desmotivação” (DES)

Caracteriza-se pelo sentimento de desesperança

onde as motivações extrínsecas ou intrínsecas

não afetam o desempenho do atleta que não

sente razão para continuar praticando o esporte.

3, 5, 19 e 28

Fonte: Pelletier et al. (1995) e Costa et al. (2011).

No presente estudo, as subescalas de motivação intrínseca (“para atingir

objetivos”, “para experiências estimulantes” e “para conhecer”) foram agrupadas e

denominadas de: motivação intrínseca, contendo 12 (doze) itens. Já, as subescalas

de motivação extrínseca (“externa”, “introjeção” e “identificação”) foram agrupadas e

formaram a dimensão de motivação extrínseca, contendo 12 (doze) itens. A

dimensão de desmotivação também foi avaliada, contendo quatro itens. Este tipo de

agrupamento já foi adotado em outros estudos no futebol (GARCÍA-MAS et al.,

2010; BORGES et al., 2015).

Page 39: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

39

No contexto brasileiro, dois estudos verificaram as propriedades

psicométricas da Escala de Motivação no esporte (SMS), sendo um validado para

atletas de esportes em geral (BARA FILHO et al., 2011), e o outro para atletas de

futebol (COSTA et al., 2011). No estudo de Costa et al. (2011) a amostra foi

composta por 370 atletas de futebol do sexo masculino, federados e oriundos das

categorias de base infantil e juvenil dos principais clubes do país. Assim como na

versão original, ambos os estudos (BARA FILHO et al., 2011; COSTA et al., 2011)

mantiveram a mesma quantidade de itens e dimensões, tendo evidenciado

propriedades psicométricas aceitáveis (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014). Os

resultados dos estudos de validação permitiram aos autores considerarem os

instrumentos confiáveis e adequados para mensuração das dimensões de

motivação em atletas brasileiros de esportes em geral (BARA FILHO et al., 2011) e

em atletas brasileiros de futebol (COSTA et al., 2011).

Embora o SMS tenha sido alvo de validação em diferentes contextos culturais

(PELLETIER et al. ,1995; CHANTAL et al., 1996; MARTENS; WEBER, 2002; BARA

FILHO et al., 2011; COSTA et al., 2011) e tais estudos tenham apontado indicadores

adequados de validade, pesquisadores vêm debatendo cientificamente as limitações

teóricas, empíricas e práticas da versão original do SMS (MALLETT et aI. 2007,

PELLETIER; VELLERAND; SARRAZIN, 2007; PELLETIER; SARRAZIN, 2007;

MALLETT; KAWABATA; NEWCOMBE, 2007; PELLETIER et aI., 2013;

NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014).

Desta forma, o SMS continua em processo de aprimoramento (MALLETT et

aI. 2007; PELLETIER et al., 2013). Mallett et al. (2007) desenvolveram a versão

revisada do SMS, sendo denominada “Sport Motivation Scale-6 (SMS-6)”. Pelletier

et al. (2013) desenvolveram uma nova versão da SMS, denominada Sport Motivation

Scale-II (SMS-II). Esta versão revisada (SMS-II) possui 18 itens distribuídos

igualmente em seis dimensões na SMS-II (PELLETIER et al., 2013). Recentemente,

a SMS-II passou pelo processo de adaptação transcultural e avaliação das

propriedades psicométricas no contexto brasileiro, sendo intitulada Escala de

Motivação para o Esporte-II (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014). Entretanto, no

estudo de Nascimento Júnior et al. (2014) a amostra foi composta por atletas

adultos, de ambos os sexos e praticantes de diferentes esportes. Além disso, os

dados foram coletados nos Jogos Abertos do Paraná. Destaca-se que nesta

competição não é exigido que os atletas fossem federados.

Page 40: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

40

Portanto, apesar da versão original da SMS ter recebido algumas críticas

(MALLETT et aI. 2007; MALLETT; KAWABATA; NEWCOMBE, 2007) que implicaram

em uma revisão do instrumento (PELLETIER et al., 2013; NASCIMENTO JÚNIOR et

al., 2014), no presente estudo foi adotado o SMS na sua versão original, validado

especificamente para atletas de futebol (COSTA et al., 2011). A escolha do SMS

(COSTA et al., 2011) justifica-se pelo fato da literatura apresentar argumentos que

viabilizam a utilização do instrumento (PELLETIER; VELLERAND; SARRAZIN, 2007;

PELLETIER; SARRAZIN, 2007). Além disso, a utilização do SMS (COSTA et al.,

2011) fortalece os achados do presente estudo, pois, o instrumento foi validado em

uma amostra específica da população de atletas de futebol, do sexo masculino,

federados e oriundos das categorias de base infantil e juvenil dos principais clubes

de futebol do país (COSTA et al., 2011).

2.2.2 Índice de autodeterminação – IAD

O Índice de autodeterminação (IAD) foi proposto por Vallerand e Rousseau

(2001) e é calculado a partir das dimensões do SMS. Este índice reduz o número de

variáveis nas análises integrando escores de cada dimensão da motivação em uma

única pontuação correspondente ao valor global de motivação autodeterminada do

indivíduo (GUAY; MEGEAU; VALLERAND, 2003).

Na literatura esportiva, o IAD tem sido utilizado para expressar o nível de

autodeterminação do atleta, sendo mais modulado pelas dimensões de motivação

intrínseca (LEMYRE; ROBERTS; STRAY-GUNDERSEN, 2007; CURRAN et al.,

2011; MORENO-MURCIA et al., 2014). O valor de IAD é obtido pelo somatório dos

escores ponderados de cada uma das sete dimensões que compõem os diferentes

tipos de motivação (QUADRO 1). Considerando a soma das dimensões intrínsecas

mais a motivação extrínseca de identificação, todas com o valor de 7 pontos, e as

demais dimensões com o valor de 1 ponto, o IAD será igual a 18. Por outro lado,

considerando a soma das dimensões intrínsecas mais a motivação extrínseca de

identificação, todas com o valor de 1 ponto, e as demais dimensões com o valor de 7

pontos, o IAD será igual a -18 (JUNIOR, 2012). Assim, o IAD pode variar de -18

(menor autodeterminação) a 18 (maior autodeterminação) correspondendo à

posição do atleta em um continuum de autodeterminação (LEMYRE; ROBERTS;

STRAY-GUNDERSEN, 2007). A fórmula utilizada é: [(2*(MI-C + MI-AO + MI-

EE)/3+1*ME-ID]-[(1*ME-I+1*ME-RE)/2+2*DES].

Page 41: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

41

A literatura apresenta uma lacuna no que se refere à utilização do índice de

autodeterminação para medir os níveis motivacionais gerais dos atletas da categoria

sub-20 em uma competição federada de futebol. Será que os atletas que jogam em

clubes grandes e em clubes pequenos se diferem em relação ao índice de

autodeterminação em uma competição da categoria sub-20?

2.3 Funções executivas no futebol

Dentre os processos cognitivos presentes no contexto esportivo, as funções

executivas podem influenciar o rendimento de atletas em diversas modalidades

esportivas (ALVES et al., 2013; WANG et al., 2013; CONA et al., 2015). Estudos

destacam a importância das funções executivas para a atuação bem sucedida dos

atletas no futebol, criando uma nova concepção em relação à avaliação dos

aspectos cognitivos em atletas dessa modalidade (VESTBERG et al., 2012;

GONZAGA et al., 2013; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN

et al., 2015).

Funções executivas são uma série de processos mentais do tipo top-down1

que são acionados quando se precisa concentrar, manter a atenção e quando as

ações automáticas são insuficientes ou indevidas para uma determinada demanda

(DIAMOND, 2013). Esses processos mentais inter-relacionados permitem que os

indivíduos tomem decisões e realizem comportamentos intencionais, dirigidos a

metas e orientados para o futuro (SUCHY, 2009). Além disso, as funções executivas

são fundamentais para realização de tarefas novas, complexas, imprevisíveis e, que

requerem organização, raciocínio, planejamento e resolução de problemas

(BANICH, 2009; DIAMOND, 2013).

Este estudo adotará o modelo proposto por Diamond (2013) que sugere a

existência de funções executivas básicas (memória de trabalho, controle inibitório e

flexibilidade cognitiva) e complexas relacionadas ao planejamento, tomada de

decisão ou resolução de problemas (MIYAKE et al., 2000; DIAMOND, 2013).

Miyake et al. (2000) utilizando a análise fatorial confirmatória e modelo de

equações estruturais constataram que os componentes executivos mais básicos

encontrados nas tarefas executivas eram a memória de trabalho, controle inibitório,

1 Processamento de informação, de cima para baixo, no qual a informação sobre a experiência

passada, o conhecimento e as expectativas de um indivíduo influenciam a forma como ele percebe e

interpreta o estímulo (EYSENCK; KEANE, 1994).

Page 42: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

42

e a flexibilidade cognitiva. Os resultados apontaram uma correlação moderada entre

os três componentes, porém, indica que são constructos separados. Portanto, os

autores sugerem o caráter unitário e diversificado dos componentes do sistema

executivo. A interação entre estas funções executivas mais básicas conduz a outras,

ditas complexas, como o planejamento, tomada de decisão ou resolução de

problemas (DIAMOND, 2013).

Assim, para avaliação das funções executivas será adotado um referencial

teórico que propõe que esse constructo é formado por três componentes básicos

(FIGURA 2): (a) memória de trabalho, (b) controle inibitório e (c) flexibilidade

cognitiva, sendo utilizados em estudos no futebol (VESTBERG et al., 2012;

VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Esse modelo tem a vantagem de

possuir boas evidências quanto à coerência do substrato neuroanatômico

(DIAMOND, 2013) e consistência psicométrica (MIYAKE et al., 2000).

FIGURA 2 - Modelo dos principais componentes das funções executivas.

Fonte: Diamond (2013).

No futebol, a literatura tem apontado que os atletas que apresentam

processos cognitivos mais bem desenvolvidos tendem a alcançar maiores níveis de

rendimento (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et al ., 2014; VERBURGH et al.,

2014; HUIJGEN et al., 2015; LEX et al., 2015). Sendo assim, os atletas podem ter

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43

uma maior capacidade para identificar e selecionar estímulos relevantes no

ambiente de jogo, antecipar as ações dos adversários e tomar decisões que sejam

adequadas aos constrangimentos do jogo (GONZAGA et al ., 2014). Assim, um alto

nível de funções executivas parece ser fundamental frente à complexidade do jogo

de futebol (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al ., 2014; HUIJGEN et al.,

2015).

Portanto, este estudo busca avançar no entendimento de como as funções

executivas se comportam em atletas que jogam em clubes grandes e em clubes

pequenos em uma competição federada da categoria sub-20 de futebol. A seguir,

será apresentada uma breve descrição das funções executivas básicas abordadas

no presente estudo.

2.3.1 Memória de trabalho no futebol

Baddeley e Hitch (1974) consideram que a memória de trabalho compreende

um sistema de armazenamento e processamento de informações dinâmico e de

capacidade limitada, diferenciando da memória de curto prazo, um sistema de

manutenção temporária de informações. Portanto, a memória de trabalho permite o

armazenamento temporário de informações, bem como a manipulação de

informações de naturezas visuoespaciais e fonológicas necessárias para tarefas

cognitivas complexas, como por exemplo, compreensão da linguagem, raciocínio,

planejamento e solução de problemas (DIAMOND, 2013).

Durante uma partida de futebol da categoria sub-20 o atleta é levado a utilizar

este recurso, quando, por exemplo, tem que realizar uma determinada

movimentação solicitada pelo treinador em busca de espaços para ele próprio e para

seus companheiros, principalmente para o companheiro de ataque que porta a bola,

tornando-se opção de passe e procurando oportunidades de finalização.

Inicialmente, Baddeley e Hitch (1974) consideravam que a memória de

trabalho seria um sistema composto por três componentes: o executivo central como

o principal componente, atuando como controlador atencional e regulador dos

processos cognitivos, sendo auxiliado por dois sistemas de suporte (alça fonológica

e esboço visuoespacial), ambos com capacidade limitada e responsáveis pelo

processamento e manipulação de informações. A alça fonológica é responsável pela

manutenção temporária das informações verbais, e o componente visuoespacial é

responsável pela manutenção temporária de informações visuais e espaciais que

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44

permitem, por exemplo, a formulação de um mapa mental (MALLOY-DINIZ et al.,

2010).

Baddeley (1996, 2000) ao revisar o modelo acrescentou um quarto

componente (retentor episódico) que é responsável pela conexão das informações

mantidas temporariamente na memória de trabalho com aquelas provenientes dos

sistemas de memória de longo-prazo, integrando os novos conteúdos em uma

representação episódica única. O executivo central é fundamental para a memória

de trabalho, sendo responsável por: a) focar a atenção em uma informação

relevante, inibindo informações irrelevantes; b) coordenar várias atividades

cognitivas simultaneamente; c) selecionar e executar planos e estratégias mais

eficientes; d) alocar recursos em outras partes da memória de trabalho; e e) buscar

informações armazenadas na memória de longo-prazo (UEHARA;.CHARCHAT-

FICHMAN; LANDEIRA-FERNANDEZ, 2013).

Em conjunto, os diferentes componentes da memória de trabalho permitem o

armazenamento de informações direcionadas a um objetivo específico, como a

produção de linguagem verbal, a solução de problemas, o comportamento motor, a

leitura e a escrita (MALLOY-DINIZ et al., 2010). Desta forma, a memória de trabalho

armazena temporariamente informações que podem ser manipuladas, alteradas ou

reorganizadas durante a realização de uma tarefa (MALLOY-DINIZ et al., 2008).

Além disso, a memória de trabalho propicia operações mentais que reúnem

informações e conhecimentos provenientes da memória de longo prazo aos

estímulos ambientais, permitindo sua manipulação e atualização na própria memória

de trabalho a fim de adotar estratégias mais eficientes (BADDELEY, 2000; MALLOY-

DINIZ et al., 2008).

Especificamente, no futebol, a memória de trabalho pode ser importante para

a escolha do posicionamento em campo e mentalização de possíveis estratégias de

jogo (VERBURGH et al., 2014). Nesse caso, atletas com uma maior capacidade de

memória espacial teriam uma vantagem durante as sequencias do jogo ao

recordarem de ações ofensivas e defensivas previamente estabelecidas pelo

técnico.

Ainda que haja diferentes definições para memória de trabalho, há um

consenso na literatura de que a memória de trabalho é um conjunto de processos e

um componente integral de muitas operações cognitivas, que envolvem o

armazenamento temporário e a manipulação de informações utilizadas para as

Page 45: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

45

tomadas de decisões complexas da atenção seletiva, nas quais o indivíduo foca a

atenção em uma informação relevante em detrimento de outra, considerada

irrelevante (BADDELEY, 1998; BADDELEY; ALLEN; HITCH, 2011; BADDELEY,

2012).

Neste estudo, a avaliação da memória de trabalho será realizada através do

teste Cubos de Corsi (CORSI, 1973). A tarefa consiste em repetir sequências de

toques em cubos numerados na ordem direta (memória de curto prazo) e na ordem

inversa (memória de trabalho), sendo que ambas avaliam o componente

visuoespacial (ABREU et al., 2016). No presente estudo será analisada apenas a

memória de trabalho. O Quadro 2 apresenta a descrição do teste Cubos de Corsi

(CORSI, 1973).

QUADRO 2 - Descrição do teste Cubos de Corsi.

Teste Descrição

Cubos de Corsi

Consiste em um teste neuropsicológico em que em sequências de cubos

numerados são apresentadas visualmente pelo avaliador a uma velocidade de

aproximadamente um cubo por segundo. O teste é realizado em uma base de

madeira (225 x 205 mm) com nove blocos idênticos (30 x 30 x 30 mm) e

distribuídos de maneira uniforme sobre a base (CORSI, 1973). Em cada cubo é

pintado um número compreendido entre um e nove, sendo visível apenas para o

avaliador. O avaliado senta-se de frente para o avaliador que apresenta uma

sequência de toques nos cubos, que devem ser reproduzidos pelo avaliado

imediatamente após o avaliador terminar a sequência. O teste é realizado

primeiramente na ordem direta e, em um segundo momento, na ordem inversa.

As séries iniciam com dois cubos e progridem aumentando um cubo a cada

nova série, sendo realizadas duas tentativas em cada série. O teste é

interrompido quando o participante comete erros nas duas tentativas de uma

mesma série. O escore total é calculado multiplicando o número de acertos

obtidos pelo valor máximo da sequência atingida (CORSI, 1973).

Fonte: Corsi (1973).

Entende-se que no futebol, sobretudo na categoria sub-20, a utilização da

memória de trabalho permite uma ampliação do repertório de jogadas do atleta que

podem ser aplicadas durante a partida, nas quais o atleta pode perceber a

movimentação dos adversários e usar seu repertório para antecipar, conforme seu

posicionamento em campo a reação da defesa ou ataque. Entretanto, os estudos

realizados até o presente momento não oferecem evidências consistentes quanto à

Page 46: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

46

contribuição desse construto no rendimento tático de atletas de futebol da categoria

sub-20. Existem diferenças na medida de memória de trabalho entre os atletas da

categoria sub-20 que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos? Suprir esta

lacuna do conhecimento poderá contribuir para uma melhor compreensão da forma

como esse construto se manifesta nesses atletas durante a competição.

2.3.2 Controle inibitório e flexibilidade cognitiva no futebol

Componente de processos executivos, o controle inibitório envolve processos

cognitivos relacionados ao controle do comportamento, da atenção, do pensamento

e/ou emoção, permitindo a inibição de comportamentos ou rotinas automáticas e a

execução de rotinas controladas ou conscientes em prol do que é mais apropriado

ou preciso (DIAMOND, 2013). Assim, esse processo cognitivo tem sido associado

com o sucesso no futebol devido sua importância na realização de tarefas

complexas, nas quais se exige dos indivíduos ações eficientes no jogo (VESTBERG

et al., 2012).

Durante uma partida de futebol da categoria sub-20 um atleta que

normalmente joga na função de lateral apoiando o ataque é levado a utilizar o

controle inibitório, quando precisa inibir esta ação ofensiva quando o treinador

solicita ao mesmo que deixe de apoiar o ataque e que somente realize esta ação

quando lhe for solicitado. Outro exemplo em que o atleta necessita inibir uma ação

ofensiva é quando o atacante espera o momento certo para não entrar em

impedimento.

Desta forma, a capacidade para inibir respostas prepotentes e/ou ações em

andamento mostra-se importante para uma atuação bem sucedida no futebol

(VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Neste

caso, um maior controle inibitório por parte do atleta pode representar maior controle

de atitudes impulsivas como o cometimento de faltas desnecessárias que

frequentemente gera resultados indesejáveis para o atleta e para a equipe.

Considerada um dos componentes essenciais das funções executivas a

flexibilidade cognitiva envolve a capacidade de o indivíduo modificar o seu

comportamento frente às alterações do ambiente e responder eficientemente aos

estímulos imprevisíveis que podem surgir durante a realização de uma tarefa

(DIAMOND, 2013). Para a autora, a flexibilidade cognitiva viabiliza o pensamento

criativo, uma vez que possibilita o indivíduo mudar o curso de uma ação e

Page 47: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

47

rapidamente realizar uma resposta alternativa e apropriada a partir da análise das

informações do ambiente.

Durante uma partida de futebol da categoria sub-20 o atleta utiliza a

flexibilidade cognitiva, quando, por exemplo, dribla o oponente direto tanto para

dentro quanto para fora, fazendo isto com base na leitura da linguagem corporal do

defensor e/ou do sistema de cobertura da defesa adversária.

Nesse entendimento, a capacidade do atleta de perceber as mudanças e

reagir a elas rapidamente adaptando-se às situações diversificadas, também se

mostra relevante para um melhor rendimento na realização de tarefas dinâmicas e

imprevisíveis, como no futebol (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014;

HUIJGEN et al., 2015). Diante disso, uma maior flexibilidade cognitiva por parte do

atleta pode representar uma maior capacidade de adaptação, de solução de

problemas e de improviso frente à constante imprevisibilidade do jogo de futebol.

Diferentes tarefas são usadas para avaliar o controle inibitório e a flexibilidade

cognitiva. No presente estudo, será utilizado o Teste dos Cinco Dígitos (SEDÓ,

2004; SEDÓ; DE PAULA; MALLOY-DINIZ, 2015). De acordo com autores o teste

envolve quatro componentes, sendo: Leitura, Contagem, Seleção e Alternância. Os

dois primeiros componentes são mais relacionados à atenção simples e velocidade

de processamento cognitivo, enquanto os dois últimos são mais dependentes da

atenção seletiva e funções executivas (inibição e flexibilidade). Constitui-se como

uma adaptação do paradigma Stroop utilizando números e a respectiva

compreensão de quantidades, dependendo menos da capacidade individual de

leitura, escolarização formal e capacidade de descriminação de cores (OLIVEIRA et

al., 2014). O Quadro 3 apresenta a descrição do Teste dos Cinco Dígitos (SEDÓ,

2004; SEDÓ; DE PAULA; MALLOY-DINIZ, 2015).

Page 48: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

48

QUADRO 3 - Descrição das etapas do Teste dos Cinco Dígitos.

Etapa Descrição

Leitura Nesta primeira etapa o avaliado deve ler o algarismo contido dentro de cada um dos

cinquenta quadrados estímulo em uma condição congruente (ex.: “2 – 2” lê-se dois).

Contagem Na segunda etapa, é necessária a contagem de asteriscos (ex.: “* *” lê-se dois).

Seleção

A terceira etapa envolve componentes executivos controlados, como controle

inibitório, pois requer que o indivíduo conte a quantidade de números no quadrado

alvo enquanto inibe a resposta de ler os mesmos (ex.: “5 – 5” responde-se dois, ao

invés de cinco).

Alternância

A quarta etapa (Alternância) se assemelha a etapa de seleção, porém, dentre os

cinquenta quadrados estímulos, dez se diferenciam por apresentar uma borda escura

adicionando-se uma nova condição ao teste. Nestes estímulos o indivíduo deverá

reverter a regra, ao invés de contar a quantidade de números, deverá nomear o

algarismo que está dentro do quadrado estímulo de borda escura.

Fonte: Sedó, De Paula e Malloy-Diniz (2015).

No presente estudo, a medida utilizada para avaliar o rendimento dos atletas

foi o tempo gasto para completar as tarefas em cada etapa. Os escores de controle

inibitório e flexibilidade cognitiva são computados subtraindo-se o tempo de leitura

do tempo de seleção e do tempo de alternância, respectivamente (OLIVEIRA et al.,

2014; PAIVA et al., 2016). A Figura 3 exemplifica os estímulos nas quatro etapas do

teste.

FIGURA 3 - Estrutura explicativa do Teste dos cinco dígitos.

Fonte: Sedó, De Paula e Malloy-Diniz (2015) e Campos et al. (2016).

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49

Furley e Memmert (2010) compararam as medidas de memória de trabalho

entre os atletas de basquetebol e estudantes universitários sem nenhuma

experiência com esportes de equipe. Os resultados demonstraram que os atletas de

basquetebol não apresentaram diferença significativa em relação aos estudantes

universitários nas medidas de memória de trabalho.

Vestberg et al. (2012) compararam o nível das funções executivas de atletas

de níveis competitivos distintos (primeira, segunda e terceira divisão) da liga sueca

de futebol, através de uma bateria de testes neurocognitivos que avaliaram a

criatividade, a inibição de respostas e a flexibilidade cognitiva. Verificou-se que os

atletas de níveis competitivos mais elevados apresentaram as funções executivas

mais desenvolvidas do que os atletas de níveis competitivos inferiores. Os

resultados demonstraram que as funções executivas são importantes para o

rendimento no futebol, e que sua avaliação através de testes neuropsicológicos

validados pode estabelecer se os atletas possuem a capacidade para atingir altos

níveis de rendimento (VESTBERG et al., 2012).

Gonzaga et al. (2014) investigaram a influência da tomada de decisão afetiva

no comportamento tático de atletas de futebol da categoria sub-15. Verificou-se que

os atletas com os escores mais altos de comportamento tático defensivo e

comportamento tático de jogo apresentaram melhores resultados na tomada de

decisão afetiva quando comparado a atletas que possuem escores mais baixos de

comportamento tático defensivo e de jogo. Os resultados apontaram que a tomada

de decisão afetiva é uma medida importante para prever o nível de comportamento

tático a ser alcançado por jovens atletas de futebol.

Verburgh et al. (2014) compararam o nível das funções executivas de atletas

de futebol amadores ao de atletas de futebol talentosos. Os autores avaliaram três

componentes de funcionamento executivo (inibição motora, atenção e memória de

trabalho). Os resultados demonstraram que os atletas de futebol talentosos são

superiores aos atletas amadores na supressão de respostas motoras e na

capacidade de atingir e manter um estado de atenção.

Furley e Memmert (2015) testaram a hipótese de que a capacidade de

memória de trabalho seria um fator restritivo na criatividade dos atletas alemães do

futebol profissional. Os autores revelaram que a capacidade de memória de trabalho

não está associada à criatividade em tarefas específicas do futebol.

Page 50: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

50

Especificamente, foi demonstrado que a capacidade de memória não é um fator

limitante na tomada de decisão criativa entre os atletas profissionais de futebol.

Portanto, não houve benefícios para os atletas de futebol com uma maior

capacidade de memória de trabalho na busca de soluções criativas para situações

específicas de futebol.

Huijgen et al. (2015) investigaram as funções executivas (memória de

trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva) em jovens atletas de futebol de

elite e sub-elite. Os autores revelaram que os atletas de elite superaram os atletas

de sub-elite nas medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva. Porém, não

foram encontradas diferenças relacionadas à memória de trabalho entre esses

atletas. Em conclusão, os autores inferem que os atletas de futebol juvenil de elite

têm um melhor controle inibitório e flexibilidade cognitiva em relação aos atletas de

sub-elite e destacam a necessidade de estudos longitudinais para investigar mais a

importância das funções executivas para identificação e desenvolvimento de talentos

no futebol.

Assim, verifica-se que ainda não existem evidências consistentes sobre a

eficácia das avaliações neuropsicológicas como marcadores de rendimento e

seleção de talentos esportivos no futebol de rendimento, sobretudo, na categoria

sub-20. Os estudos são incipientes, mas já apontam que avaliação neuropsicológica

de atletas de futebol fornece indicativos sobre o nível cognitivo e da sua relação com

o rendimento destes atletas. Estas avaliações revelam-se como mais uma

alternativa que contribui multidisciplinarmente no árduo processo de recrutamento,

treinamento e desenvolvimento de futuros atletas de futebol nas diferentes

categorias presentes no futebol. Portanto, novas investigações que contemplem a

avaliação das funções executivas em atletas que jogam em clubes grandes e em

clubes pequenos de futebol da categoria sub-20 podem auxiliar para um melhor

entendimento do quanto essas capacidades podem contribuir para o sucesso dos

atletas na competição e, sobretudo, no processo de profissionalização desses

atletas.

2.4 Indicadores táticos no futebol

Ao longo dos anos, vários estudos têm buscado desenvolver estratégias para

a observação, análise e avaliação do jogo de futebol, no sentido de se entender os

fatores que permitem aos atletas e às equipes alcançarem maior nível de

Page 51: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

51

rendimento durante uma competição (GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO;

GARGANTA; GUILHERME, 2015).

No futebol, os componentes de rendimento das ações táticas dos atletas

direcionadas para resolução de problemas do jogo não se manifestam de um modo

separado, mas sim como um todo, em que cada componente interage com os outros

e revela o rendimento do atleta (GRECO, 2006; DUARTE et al., 2012; PRAÇA; et al.,

2015). Durante um jogo, taticamente o atleta deve saber "o que fazer" e, para

solucionar problemas subsequentes o atleta deve selecionar e utilizar a resposta

motora mais adequada de forma inteligente e/ou criativa, ou seja, o "como fazer"

(PRAÇA; et al., 2015). Assim, as ações técnicas do atleta no jogo de futebol, como

por exemplo, os chutes a gol, passes e dribles, emergem de processos de decisão,

ou seja, a escolha de "o que fazer" (MATIAS; GRECO, 2010; PRAÇA; et al., 2015).

Desta forma, as ações no futebol devem ser entendidas com base na relação

inseparável entre capacidade técnico-tática (PRAÇA; et al., 2015).

Para Konzag (1991) a técnica pode ser entendida como a execução de um

movimento específico da modalidade, adequado, econômico, e que possibilite a

realização dos objetivos do jogo. Autores destacam que a técnica é o meio para se

alcançar os objetivos do jogo (GRÉHAIGNE; GODBOUT, 1995; GRÉHAIGNE;

GODBOUT; BOUTHIER, 2001). Garganta (1997) acrescenta que a técnica trata-se

de uma motricidade especializada e específica de uma modalidade esportiva que

permite aos atletas resolverem de forma eficiente as tarefas do jogo (GARGANTA,

1997).

Já a tática pode ser definida como a gestão do espaço de jogo por meio do

posicionamento, deslocamento e movimentações dos atletas e equipes em campo

(TEOLDO; GARGANTA; GUILHERME, 2015). Nesse caso, técnica e tática formam

uma unidade, de modo que qualquer elemento técnico só adquire sentido se for

qualificado e avaliado em função da natureza específica do confronto esportivo

(GARGANTA, 1997).

Teoldo et al. (2010) apontam que o atleta de futebol diferenciado taticamente

é aquele que possui melhor seleção e capacidade de conexão das informações,

reorganização sensorial de controle do movimento e conhecimento específico do

jogo. Os autores também destacam que em conjunto essas características permitem

aos atletas jogarem de forma dinâmica e eficaz, possibilitando variações na

Page 52: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

52

velocidade e realização do jogo, em conformidade com os requisitos táticos e

técnicos.

Assim, um dos grandes objetivos da análise de jogo consiste em coletar

informações técnicas e táticas para que se possam identificar as variáveis que

influenciam o rendimento individual e coletivo dos atletas (GARGANTA, 1997). Entre

as várias formas de se registrar as informações técnicas e táticas dos atletas,

destacam-se metodologias como: a) verificação visual e registro manual de

informações (CUNHA; BINOTTO; BARROS, 2001); b) análise do scolt durante o

jogo (BRAZ; BORIN, 2009); e c) análise através de vídeo (DI SALVO et al., 2007;

MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014;

SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015, 2016).

A análise de jogo no futebol tem sido objeto de elevado interesse no meio

científico (GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO; GARGANTA; GUILHERME,

2015), pois é necessária para o entendimento das ações individuais e coletivas em

campo, bem como para subsidiar o planejamento dos processos de treino e ensino-

aprendizagem, a fim de atingir o máximo de rendimento individual e coletivo

(CARLING; WILLIAMS; REILLY, 2005; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015). Pela

análise de jogo é possível conhecer os indicadores táticos que reúnem os pontos

fortes e fracos de uma equipe, seja para desenvolver ainda mais os pontos fortes

e/ou para melhorar os pontos fracos e atingir o nível desejado. Concomitantemente,

treinadores podem utilizar as informações das análises de jogo para tentar bloquear

os pontos fortes, bem como explorar possíveis pontos fracos das equipes

adversárias (LAGO-PEÑAS, 2009).

Indicadores de rendimento podem ser entendidos como a seleção, ou

combinação de variáveis que objetivam definir alguns ou todos os aspectos do

rendimento, os quais serão úteis para relatar as ações bem sucedidas dos atletas

(HUGHES; BARTLETT, 2002). Assim, a utilização de um conjunto de indicadores

táticos que tenham critérios bem definidos podem possibilitar um melhor

entendimento sobre o comportamento tático de atletas de futebol da categoria sub-

20 em uma competição. Além disso, as informações recolhidas a partir das análises

das ações dos atletas em campo podem fornecer subsídios para se compreender

como os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos se comportam

taticamente durante as partidas.

Page 53: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

53

Os indicadores táticos utilizados neste estudo foram utilizados por Garganta

(1997) em sua tese de doutorado e foram escolhidos por se tratarem de uma

alternativa de custo acessível e de fácil utilização para a análise das ações táticas

individuais e coletivas durante as partidas de futebol. Além disso, esses indicadores

também vêm sendo utilizados para analisar o comportamento tático de equipes de

futebol de alto nível de rendimento, sendo reportados escores válidos de

confiabilidade entre as observações (GARGANTA, 1997; MORAES; CARDOSO;

TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES;

TEOLDO, 2015, 2016).

A partir da análise qualitativa e quantitativa do conjunto de comportamentos

realizados pelos atletas nas sequências ofensivas do jogo, pode-se descrever a

organização ofensiva das equipes de futebol (GARGANTA, 1997). Assim, têm sido

investigados alguns indicadores táticos que podem se associar à eficácia ofensiva

das equipes, como: (a) indicadores quantitativos: número de sequências ofensivas,

número de bolas recebidas, número de contatos com a bola, número de variações

de corredor, velocidade de transmissão da bola, número de bolas conquistadas, total

de bolas jogadas (GARGANTA, 1997; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014;

SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2016); e (b)

indicadores qualitativos: forma de aquisição/recuperação da posse de bola e local de

aquisição ou recuperação da posse de bola (GARGANTA, 1997; MORAES;

CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).

Para coleta dos indicadores táticos (QUADRO 4) foi adotado no presente

estudo o método de observação utilizado por Garganta (1997) para analisar a

organização ofensiva em equipes de alto nível competitivo, com base na análise de

sequências de jogo. Este método também já foi utilizado em estudos recentes no

futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO,

2015, 2016). Para localização das ações realizadas pelos atletas em campo, foi

utilizado um campograma (GARGANTA, 1997), que divide o campo em 12 zonas,

sendo quatro setores e três corredores (FIGURA 4).

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54

FIGURA 4 - Campograma correspondente à divisão topográfica do campo.

Legenda: D= setor defensivo; MD= setor médio defensivo; MO= setor médio ofensivo; O= setor ofensivo; CD= corredor direito; CE= corredor central; CE= corredor esquerdo; DD= defensivo direito; DC= defensivo central; DE= defensivo esquerdo; MDD= médio defensivo direito; MDC= médio defensivo central; MDE= médio defensivo esquerdo; MOD= médio ofensivo direito; MOC= médio ofensivo central; MOE= médio ofensivo esquerdo; OD= ofensivo direito; OC= ofensivo central e OE= ofensivo esquerdo. Fonte: Garganta (1997) e Moraes, Cardoso e Teoldo (2014).

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55

QUADRO 4 - Descrição dos indicadores táticos adotados neste estudo.

Variável Descrição

Número de bolas recebidas (NR)

Caracterizado pelo número de vezes que o atleta passa a deter a posse da bola como resultado de um passe de um colega da equipe. O passe foi contabilizado quando a bola foi efetivamente transmitida ao companheiro de equipe (GARGANTA, 1997).

Número de contatos com a

bola (NCT)

Diz respeito ao número de contatos com a bola efetuados pelos atletas durante uma determinada sequência (GARGANTA, 1997).

Número de variações de

corredor (NVC)

Diz respeito ao número de vezes que, na sequência ofensiva, a bola circula, através de passe, para um corredor diferente (GARGANTA, 1997).

Velocidade de transmissão da

bola (VTB)

O índice é calculado pelo quociente entre o número de bolas recebidas (NR) por um atleta e o número de contatos realizados (NCT) pelo mesmo para transmitir a bola (VTB = NR/NCT). Seu valor varia entre 0 e 1, sendo que, a transmissão da bola será tanto mais rápida quanto mais o valor da VTB se aproximar de 1 (GARGANTA, 1997).

Número de bolas conquistadas (NC)

Quando o atleta ou a equipe passam a deter a posse da bola por intermédio de uma disputa ou pela intercepção (GARGANTA, 1997).

Total de bolas jogadas (BJT)

O volume de jogo efetuado com a bola resulta do somatório de três indicadores (BJT = NC+NR+NCT), sendo: 1) Número de bolas conquistadas (NC) caracterizado pelo número de vezes que o atleta ou a equipe passam a deter a posse da bola por intermédio de uma disputa ou pela intercepção; 2) Número de bolas recebidas (NR) caracterizado pelo número de vezes que o atleta passa a deter a posse da bola como resultado de um passe de um colega da equipe; 3) Número de contatos com a bola (NCT) que é caracterizado pelo número de contatos com a bola efetuados pelos atletas durante uma determinada sequência (GARGANTA, 1997).

Fonte: Garganta (1997).

Moraes, Cardoso e Teoldo (2014) analisaram o comportamento tático da

seleção espanhola de futebol durante a Copa do Mundo FIFA® 2010 considerando o

resultado parcial das partidas, as quais totalizaram em 894 sequências ofensivas

nos seus sete jogos durante a competição. A partir das observações dos vídeos dos

jogos gravados pelas equipes de transmissão, analisou-se o tempo de realização do

ataque, número de contatos com a bola, número de bolas recebidas, número de

passes, velocidade de transmissão da bola, local de aquisição ou recuperação da

posse de bola e forma de aquisição ou recuperação da posse de bola. Verificou-se

que a equipe manteve um padrão comportamental independente da situação do

placar em relação ao tempo de realização do ataque, número de contatos com a

bola e o número de bolas recebidas. A velocidade de transmissão da bola foi

superior quando a seleção espanhola ganhava por dois gols de diferença. Além

Page 56: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

56

disso, os resultados demonstram que a equipe tem como prioridade a recuperação

da posse da bola nos setores de meio campo, especialmente no setor meio

defensivo.

Santos, Andrade e Teoldo (2014) analisam a relação entre a circulação da

bola, através da velocidade de transmissão da bola (VTB), e a duração das

sequências ofensivas da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA®

2010. Os resultados apontaram uma correlação negativa entre a VTB e a duração

das sequências ofensivas. Os autores concluíram que a diminuição da VTB resultou

no aumento na duração das ações de posse de bola da seleção espanhola durante

a Copa do Mundo FIFA® 2010.

Santos, Moraes e Teoldo (2015) identificaram os padrões de transição

ofensiva (defesa-ataque) da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA®

2010 através da análise da frequência das formas de aquisição/recuperação da bola

(FAR) e dos setores do campo onde se sucederam essas ações. Os resultados

apontaram que as variáveis “interceptação” e “fragmentos constantes do jogo”2

apresentaram frequência significativamente maior do que as outras FAR em todos

os setores do campo. A variável “interceptação” manifestou maior frequência nos

setores defensivo, médio defensivo e médio ofensivo. Já a variável “desarme” teve

frequência significativamente maior no setor médio defensivo. Os autores concluíram

que houve maior ocorrência de fragmentos constantes do jogo no setor defensivo,

de interceptações, no setor médio defensivo e médio ofensivo e de fragmentos

constantes do jogo, no setor ofensivo, sugerindo que a seleção espanhola tende a

evitar confrontos 1x1 no setor defensivo em função do menor número de desarmes

observado neste setor.

Santos, Moraes e Teoldo (2016) compararam a amplitude de circulação da

bola da seleção espanhola de futebol na Copa do Mundo FIFA® 2010, pelo número

de variações de corredor (NVC) em diferentes status das partidas (empate, vitória ou

derrota). Os resultados apontaram que não foram encontradas diferenças

significativas do NVC em relação ao status das partidas. Os autores concluíram que

o status da partida não influenciou a amplitude de circulação da bola da seleção

espanhola de futebol.

2 Significam ações de tiros de meta, arremessos laterais, escanteios, pênaltis, tiros livres,

impedimentos, defesas do goleiro e pontapés de saída nos jogos de futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).

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57

Em síntese, em partidas oficiais de seleções nacionais da categoria

profissional, o que foi exposto até aqui evidencia que os estudos que se propuseram

a analisar o comportamento tático das equipes no futebol têm se concentrado em

investigar as equipes de alto nível e pouco se estuda esses indicadores táticos em

partidas oficiais na categoria sub-20. Portanto, novas investigações que contemplem

a análise dos indicadores táticos em atletas que jogam em clubes grandes e em

clubes pequenos em uma competição oficial da categoria sub-20, pode auxiliar para

um melhor entendimento do quanto essas variáveis podem contribuir para o sucesso

dos atletas em uma competição no futebol, sobretudo, na categoria sub-20 que

representa um momento decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois se

trata da transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional. Além disso,

o estudo pode ser importante para identificar se os indicadores táticos observados

em atletas que atuam nos clubes da categoria sub-20 se assemelham aos

observados em atletas das equipes profissionais do futebol.

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58

3 MÉTODO

3.1 Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal com uma

amostra de conveniência (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). No presente

estudo, buscou-se identificar o perfil de motivação de atletas de futebol da categoria

sub-20; comparar as dimensões de motivação, o índice de autodeterminação, as

medidas de funções executivas e os indicadores táticos entre os atletas que jogam

em clubes grandes e em clubes pequenos da categoria sub-20; elaborar tabelas

normativas do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e

dos indicadores táticos de atletas de futebol da categoria sub-20; verificar a

associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria

sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice de

autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos.

3.2 Cuidados éticos

Este estudo respeitou todas as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional

em Saúde (2012) envolvendo pesquisas com seres humanos. O projeto foi

submetido e aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG) sob o número CAAE - 39153614.1.0000.5149 (ANEXO A).

Todos os voluntários foram informados sobre os objetivos, os procedimentos

metodológicos e a relevância do estudo. Os participantes com idade inferior a 18

anos assinaram um Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Os

responsáveis legais dos voluntários menores de idade foram notificados e, assim

como os demais participantes assinaram, também, um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (APÊNDICE B). Os voluntários foram comunicados que a

qualquer momento poderiam, sem constrangimento, deixar de participar do estudo.

Foram tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos

voluntários, sendo que a saúde e o bem-estar destes estavam acima de qualquer

outro interesse. Além disso, os dados obtidos foram utilizados somente para fins de

pesquisa científica.

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59

3.3 Cálculo amostral

O tamanho mínimo da amostra foi determinado a partir de um estudo piloto

previamente realizado (SOUZA FILHO et al., 2015), no qual participaram cinco

atletas de futebol da categoria sub-20, com as mesmas características dos atletas

investigados no presente estudo. Foi utilizado o software GPower 3.1.9.2 e os

procedimentos seguiram as recomendações de Beck (2013). Realizou-se o cálculo

amostral do tipo “a priori” para o teste de correlação, adotando um poder estatístico

de 0,80, tamanho de efeito de 0,50, nível de significância de α = 0,05 e um

coeficiente de correlação de 0,5 (APÊNDICE C). Esta análise preliminar do poder

estatístico foi realizada para reduzir a probabilidade de erro tipo II, e para determinar

o número mínimo de indivíduos necessários para realização deste estudo. Após o

cálculo foi encontrado o número mínimo de 26 atletas de futebol da categoria sub-20

para a amostragem deste estudo.

3.4 Amostra

A amostra de conveniência foi constituída por seis clubes participantes do

Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Conforme regulamento do

campeonato (FMF, 2015), um total de quinze clubes se dividiu em três grupos (“A”,

“B” e “C”) por critério de regionalidade. Para estabelecer um equilíbrio da amostra,

foram selecionados dois clubes de cada grupo, sendo um clube da capital e um

clube do interior do estado de Minas Gerais, doravante denominados clubes grandes

e clubes pequenos, respectivamente. Os clubes grandes são aqueles que disputam

as principais competições nacionais da categoria promovidas pela Confederação

Brasileira de Futebol (CBF). Já os clubes pequenos não são convidados pelas

confederações de futebol para disputarem as principais competições nacionais da

categoria sub-20. Os clubes grandes e clubes pequenos foram selecionados por

conveniência e acessibilidade, com base na relação dos clubes de cada grupo (FMF,

2015). Os clubes participantes do estudo podem ser visualizados na tabela 2.

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60

TABELA 2

Relação de clubes participantes do estudo.

Clube Grupo A Grupo B Grupo C

Grande Atlético – MG Cruzeiro – MG América – MG

Pequeno Villa Nova – MG Social – MG Betinense – MG

Fonte: Dados do estudo.

Inicialmente, foram avaliados no presente estudo 177 atletas. Os critérios de

inclusão adotados no estudo foram: a) atletas de futebol, do sexo masculino,

nascidos nos anos de 1995 a 1999, que na época da coleta de dados, treinavam e

estavam regularmente inscritos na Federação Mineira de Futebol, disputando o

Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Como critério de exclusão foi

adotado: a) não concluir todos os testes propostos, e b) não jogar em nenhuma das

partidas em que seus clubes foram mandantes. Sendo assim, a amostra do estudo

foi composta por 104 atletas de futebol da categoria sub-20, com média de idade de

18,62 (±1,08) anos, média de tempo de educação formal de 8,80 (±2,11) anos,

média de tempo de prática de 10,00 (±3,16) anos e média de tempo como atleta

federado de 4,27 (±2,34) anos.

Para análise de jogo, a amostra foi composta por 23 partidas, disputadas

pelos seis clubes investigados, nas dez rodadas da fase classificatória do

Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). No período compreendido entre abril

a junho de 2015 foram filmadas as partidas em que os clubes investigados detinham

o mando de campo e analisado apenas o clube mandante. Desta forma, foram

identificadas 9.310 ações ofensivas individuais nas 23 partidas, sendo 12 partidas

(5.878 ações ofensivas) realizadas pelos atletas dos clubes grandes e 11 partidas

(3.432 ações ofensivas) realizadas pelos atletas dos clubes pequenos.

3.5 Instrumentos

Neste estudo foram utilizados os seguintes instrumentos:

1) Questionário de dados demográficos – Este instrumento proposto por

Souza Filho e Costa (2015) objetiva coletar características demográficas da amostra

de atletas de futebol de rendimento (APÊNDICE D).

Page 61: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

61

2) Escala de motivação no esporte (SMS) – Este instrumento foi validado

para o futebol para a língua portuguesa brasileira por Costa et al. (2011) e objetiva

avaliar os níveis de motivação intrínseca, extrínseca e desmotivação de atletas

desta modalidade (ANEXO B).

3) Cubos de Corsi – Este instrumento foi validado por Corsi (1973) e objetiva

avaliar a memória de trabalho e de curto prazo.

4) Teste dos cinco dígitos (FDT) – Este instrumento foi validado na versão

brasileira por Sedó, De Paula e Malloy-Diniz (2015), baseado na versão original de

Sedó (2004) e objetiva avaliar o controle inibitório e a flexibilidade cognitiva.

5) Indicadores táticos – Os indicadores táticos analisados no presente

estudo são: Número de bolas recebidas (NR), Número de contatos com a bola

(NCT), Número de variações de corredor (NVC), Velocidade de transmissão da bola

(VTB), Número de bolas conquistadas (NC), Total de bolas jogadas (BJT). Estes

indicadores foram propostos por Garganta (1997).

3.6 Procedimentos

Após a aprovação do projeto pelo Comitê de ética e pesquisa da UFMG foi

obtida a anuência dos clubes quanto à participação dos seus atletas neste estudo.

Posteriormente, o pesquisador agendou uma reunião com o treinador e comissão

técnica de cada clube, na qual foram reforçados os objetivos e a relevância do

estudo e solicitou a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e do

termo de assentimento livre e esclarecido. O estudo foi realizado na fase

classificatória do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015).

Os procedimentos empregados neste estudo para coleta de dados foram

organizados em duas partes. A primeira parte contempla a filmagem das partidas

disputadas pelos clubes investigadas quando estas detinham o mando de campo na

competição. A segunda parte foi destinada a aplicação dos questionários e

realização dos testes neuropsicológicos pelos atletas de futebol.

3.6.1 Primeira parte da coleta de dados

Durante as dez rodadas da fase classificatória do Campeonato Mineiro de

Futebol sub-20 (2015) as filmagens das partidas disputadas pelos clubes

investigados foram realizadas por uma equipe coordenada pelo pesquisador,

Page 62: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

62

constituída de três alunos devidamente treinados para a tarefa, a fim de padronizar o

método para coleta das filmagens.

Para a gravação das 23 partidas foram utilizados quatro tripés (Greika®

WT3750), quatro filmadoras digitais, sendo três (JVC® HD Everio GZ-HD520) e uma

(Canon® Vixia HF M52). Antes do início de cada partida, uma filmadora acoplada ao

tripé foi posicionada nos últimos níveis da arquibancada ou na cabine de imprensa,

nas proximidades da linha central do campo. Este procedimento foi utilizado em um

estudo piloto realizado previamente (SOUZA FILHO et al., 2015), e se mostrou

adequado para obtenção dos indicadores táticos objetos de estudo deste trabalho.

As análises das partidas foram realizadas através de um computador portátil

(Acer® Aspire 4738-6890).

3.6.2 Segunda parte da coleta de dados

Nesta parte, a coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador, com a

colaboração de um psicólogo e quatro graduandos do curso de Psicologia da UFMG

devidamente treinados na aplicação dos testes exclusivos da Psicologia. Esta

medida foi adotada a fim de padronizar o método para coleta dos dados e manter a

coerência na resolução de dúvidas e questões que pudessem surgir durante as

coletas. Das dez rodadas que compõe a fase classificatória do campeonato, essa

parte da coleta de dados foi realizada entre a 5ª e a 6ª rodada devido à conveniência

da amostra. Ressalta-se que todos os clubes coletados naquele presente momento

da competição tinham ainda chances de classificação para a fase final do

campeonato.

A coleta durou em média 3 horas. Os instrumentos (Questionários de dados

demográficos e SMS) foram aplicados coletivamente, mas respondidos

individualmente. Já os instrumentos (Cubos de Corsi e Teste dos Cinco Dígitos)

foram aplicados individualmente. A aplicação dos instrumentos foi realizada em um

local reservado dentro do centro de treinamento de cada um dos clubes

participantes do estudo.

3.7 Análise dos dados

3.7.1 Qualidade dos dados

Para os indicadores táticos obtidos pela observação dos vídeos das partidas

foi necessário realizar os procedimentos de confiabilidade inter e intra-observador,

Page 63: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

63

de forma a verificar a concordância na recolha de dados das partidas observadas.

Neste sentido, a confiabilidade foi calculada através do teste Kappa de Cohen (k)

para as variáveis: Número de bolas recebidas (NR), Número de contatos com a bola

(NCT), Número de variações de corredor (NVC) e Número de bolas conquistadas

(NC). Foram reanalisadas 1.007 ações ofensivas individuais, que representaram

10,81% da amostra, valor superior ao de referência (10%) apontado pela literatura

(TABACHNICK; FIDELL, 2007). A fiabilidade foi realizada por três observadores

treinados, sendo que cada sequência ofensiva foi reanalisada no mínimo duas

vezes. As reanálises ocorreram três semanas após as primeiras avaliações, no

intuito de minimizar a familiaridade dos observadores com a tarefa (TENGA et al.,

2009). Para esse estudo, foi adotado como válidos os escores de concordância

entre os observadores k≥0,81.

As análises de confiabilidade dos instrumentos foram estimadas pelo

coeficiente Alpha de Cronbach (Escala de motivação no esporte – SMS e Cubos de

Corsi). Para análise da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos foi utilizado o

coeficiente Guttman, o qual foi obtido por meio do método das duas metades (split-

half), visto que o Alpha de Cronbach, medida mais comumente adotada, pode ser

enviesado em testes cronometrados (OLIVEIRA et al., 2014). Dividiu-se as metades

da seguinte forma: tempo de leitura, tempo de seleção e escore de controle inibitório

como a primeira metade e tempo de contagem, tempo de alternância e escore de

flexibilidade cognitiva na segunda metade. Para esse estudo, os parâmetros

adotados como válidos na consistência interna para os instrumentos e suas

dimensões foram de α≥0,50.

3.7.2 Análise estatística

A normalidade da distribuição dos dados foi verificada pelos testes de

Kolmogorov-Smirnov (n≥50) e Shapiro-Wilk (n<50).

Os dados foram apresentados por meio da estatística descritiva: frequências

absoluta e relativa, intervalo de confiança, média, desvio-padrão, mediana (Md),

intervalo interquartil (Q1-Q3).

Foi utilizado o teste de Friedman para verificar as diferenças entre as

dimensões de motivação, adotando-se um nível de significância de p<0,05. Em

seguida, para localizar as possíveis diferenças significativas entre as dimensões

foram realizadas comparações par a par, através do teste de Wilcoxon. Foi utilizada

Page 64: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

64

a correção de Bonferroni que altera o nível de significância (p), considerando o valor

de p=0,05 dividido pelo número total de comparações (3 no teste de pares), com a

finalidade de evitar erros derivados de múltiplas comparações. O nível de

significância corrigido após esse procedimento foi de p<0,017.

Para as comparações das variáveis entre os grupos, foi utilizado o teste de

Mann-Whitney conforme a distribuição dos dados (DANCEY; REIDY, 2013).

Para classificar os atletas de acordo com os escores (baixo, moderado e alto)

foi utilizada a análise de quartis. Os resultados do índice de autodeterminação, das

medidas de funções executivas e dos indicadores táticos foram subdivididos em

quartis, sendo que os atletas que possuíam escores situados no quartil inferior

(≤25%) foram classificados como baixo; nos quartis intermediários (>25% e <75%)

como moderado e no quartil superior (≥75%) como alto.

Foi utilizado o teste do Qui-Quadrado 2x2 para verificar as associações,

seguido do teste de Odds Ratio para verificar a razão de chance de associação com

intervalo de confiança de 95%. Atletas que apresentaram escores moderados para

as variáveis analisadas não foram considerados nesta análise. O nível de

significância adotado foi de p<0,05.

O cálculo do tamanho do efeito (ES, effect size) foi realizado seguindo as

recomendações de Field (2013). Para o teste “U” de Mann-Whitney o ES foi

calculado pela equação: ES = Z/√N, onde, Z = z-score, e N = número total de casos.

Partindo das recomendações de Cohen (1992), o ES foi classificado como pequeno

(0,1<ES<0,3), médio (0,3<ES<0,5) e grande (ES≥0,5) para todas as análises.

Para observação das partidas foi utilizado o software de vídeo Windows

Media Player®. Os dados foram registrados em planilhas do software Excel 2007 for

Windows®. Foi utilizado o software GPower 3.1.9.2 para determinar o tamanho

mínimo da amostra. Os demais procedimentos estatísticos foram realizados no

software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®) versão 18.0.

Page 65: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

65

4 RESULTADOS

Os resultados serão apresentados de acordo com a ordem cronológica dos

objetivos do estudo. Neste capítulo, a análise dos dados dividiu-se em cinco partes:

(1) perfil demográfico da amostra; (2) análise da confiabilidade dos instrumentos; (3)

análise do perfil motivacional dos atletas; (4) análise das medidas de funções

executivas; (5) análise dos indicadores táticos.

4.1 Perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20

Os 104 atletas de futebol da categoria sub-20 avaliados, competem em seis

clubes de formação do futebol brasileiro do estado de Minas Gerais, como pode ser

visualizado na tabela 3. O percentual de perda amostral no presente estudo foi de

41,24%.

TABELA 3

Distribuição da participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 por clubes.

Clube Total de

atletas (n) Perda

amostral (n) Perda

amostral (%) Amostra do estudo (n)

Percentual (%)

Atlético – MG 36 17 47,22 19 18,27

Cruzeiro – MG 27 08 29,63 19 18,27

América – MG 24 08 33,33 16 15,38

Villa Nova – MG 35 19 54,29 16 15,38

Betinense – MG 31 13 41,94 18 17,32

Social – MG 24 08 33,33 16 15,38

TOTAL 177 73 41,24 104 100

Fonte: Dados do estudo.

Quanto ao nível de escolaridade dos atletas, a tabela 4 demonstra que a

maioria dos atletas (60,58%) não concluiu o ensino médio.

Page 66: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

66

TABELA 4

Nível de escolaridade dos atletas de futebol da categoria sub-20.

Escolaridade Número absoluto de atletas Percentual (%)

Ensino superior incompleto 03 2,88

Ensino médio completo 38 36,54

Ensino médio incompleto 51 49,04

Ensino fundamental completo 02 1,92

Ensino fundamental incompleto 10 9,62

TOTAL 104 100

Fonte: Dados do estudo.

Dentre os atletas avaliados neste estudo, observa-se que a posição que

conteve um maior número de atletas avaliados foi a de atacantes (23,08%). A tabela

5 apresenta os demais percentuais de atletas avaliados por posição.

TABELA 5

Distribuição dos atletas avaliados por posição.

Clube Goleiro Zagueiro Lateral Volante Meia Atacante GERAL

Atlético – MG 1 4 3 4 4 3 19

Cruzeiro – MG 1 3 3 2 3 7 19

América – MG 2 2 4 4 1 3 16

Villa Nova – MG 1 3 3 5 2 2 16

Betinense – MG 1 3 3 2 4 5 18

Social – MG 2 2 2 3 3 4 16

GERAL 8 17 18 20 17 24 104

(%) 7,69 16,35 17,30 19,23 16,35 23,08 100

Fonte: Dados do estudo.

Page 67: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

67

Para fins de análise dos dados os atletas dos seis clubes mineiros foram

agrupados em função do status dos clubes, em clubes grandes (Atlético, Cruzeiro,

América, n=54) e clubes pequenos (Villa Nova, Betinense e Social, n=50).

A fim de verificar possíveis diferenças entre os atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos em relação aos anos de idade, educação formal,

tempo de prática e tempo como atleta federado, inicialmente foi realizado o teste

Kolmogorov-Smirnov para verificar os pressupostos de normalidade das

distribuições. Os resultados estão disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que a

maior parte das distribuições não atende aos pressupostos de normalidade (p<0,05).

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças

entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação

aos anos de idade, anos de educação formal, anos de prática e anos como atleta

federado. Os resultados podem ser visualizados na tabela 6.

TABELA 6

Comparação da idade, escolaridade, tempo de prática e tempo como atleta federado entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos.

Variáveis Clube

Z p ES Grande Pequeno

Idade# 18,79 ± 0,99 18,42 ± 1,14 -1,586 0,113 -0,155

Educação formal# 8,81 ± 1,98 8,78 ± 2,27 -0,167 0,868 -0,016

Tempo de prática# 10,03 ± 3,06 9,94 ± 3,29 -0,327 0,744 -0,032

Tempo como atleta federado# 4,98 ± 2,17 3,50 ± 2,27 -3,019 0,003* -0,296

Legenda:* Diferença significativa (p<0,05); #Média ± Desvio-padrão.

Fonte: Dados do estudo.

Observa-se pelas comparações da tabela 6 que houve diferença significativa

entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apenas em

relação ao tempo como atleta federado (p=0,003), com tamanho de efeito pequeno

(ES=-0,296).

Page 68: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

68

4.2 Avaliação da confiabilidade dos instrumentos

4.2.1 Avaliação da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi

As avaliações da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi foram

realizadas por meio do coeficiente de Alpha de Cronbach. A tabela 7 apresenta os

resultados da consistência interna dos testes no presente estudo.

TABELA 7

Confiabilidade do SMS e Cubos de Corsi em atletas de futebol sub-20.

SMS Cubos de

Corsi

Alpha de Cronbach (α)

Motivação intrínseca

Motivação extrínseca

Desmotivação Geral

0,86 0,85 0,52 0,88 0,69

Fonte: Dados do estudo.

No presente estudo, os testes SMS e Cubos de Corsi apresentaram escores

de consistência interna aceitáveis (α=≥0,50).

4.2.2 Avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos

A avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos foi realizada por

meio do coeficiente de Guttman Split-Half. A tabela 8 apresenta os resultados da

consistência interna do teste no presente estudo.

TABELA 8

Confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em atletas de futebol sub-20.

Teste dos Cinco Dígitos

Guttman Split-Half 0,78

Dados do estudo.

No presente estudo, o Teste dos Cinco Dígitos apresentou uma consistência

interna aceitável (α=≥0,50).

Page 69: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

69

4.2.3 Avaliação da confiabilidade das observações dos indicadores táticos

A confiabilidade das observações foi calculada utilizando-se o teste Kappa de

Cohen. A tabela 9 apresenta os coeficientes de concordância obtidos no presente

estudo.

TABELA 9

Coeficiente Kappa e Erro Padrão Médio dos procedimentos de teste e re-teste.

Item

Intra-observador Inter-observador

Kappa Erro

Padrão Médio

Kappa Erro

Padrão Médio

Número de bolas recebidas (NR) 1,000 0,000 1,000 0,000

Número de contatos com a bola (NCT) 0,907 0,052 0,896 0,060

Número de variações de corredor (NVC) 0,942 0,057 0,943 0,066

Número de bolas conquistadas (NC) 0,939 0,030 0,923 0,044

Fonte: Dados do estudo.

No presente estudo, os procedimentos de teste e re-teste apresentaram

escores válidos de concordância entre os observadores (k≥0,81).

4.3 Motivação em atletas de futebol da categoria sub-20

Antes de verificar se existem diferenças entre as dimensões de motivação e

entre os grupos, foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk

para verificar os pressupostos de normalidade das distribuições. Os resultados estão

disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que as distribuições não atendem aos

pressupostos de normalidade (p<0,05).

Foi realizado o teste de Friedman para verificar se existem diferenças entre as

dimensões de motivação. Observa-se na tabela 10 que existem diferenças

estatísticas entre as dimensões de motivação (p<0,05). Entretanto, o teste de

Friedman não indica entre quais pares de dimensões ocorrem essas diferenças.

Page 70: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

70

TABELA 10

Comparação entre os escores de posto médio das dimensões do SMS.

Teste de Friedman

N 104

Qui quadrado 183,201

Graus de liberdade 2

Significância 0,001*

Legenda: * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

A tabela 11 apresenta os escores descritivos dos níveis de motivação por

dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20.

TABELA 11

Níveis de motivação por dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20.

Dimensões do SMS# Mediana Q1 – Q3 Posto Médio

Motivação intrínseca 5,33 4,50 – 6,00 2,93

Motivação extrínseca 3,61 2,75 – 4,56 2,00

Desmotivação 1,25 1,00 – 2,00 1,06

Legenda: # Escala de 1 a 7; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil.

Fonte: Dados do estudo.

Para localizar as possíveis diferenças significativas encontradas entre as

dimensões do SMS, foram realizadas comparações par a par, através do teste não

paramétrico de Wilcoxon. A tabela 12 apresenta os escores dos postos médios

obtidos no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de

motivação.

Page 71: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

71

TABELA 12

Escores dos postos médios no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de motivação.

Postos N Posto Médio

Soma dos

Postos

Desmotivação – Motivação intrínseca

Postos Negativos 103ª 53,00 5459,00

Postos Positivos 1b 1,00 1,00

Empates 0c

Total 104

Motivação extrínseca - Motivação intrínseca

Postos Negativos 97d 53,61 5200,00

Postos Positivos 5e 10,60 53,00

Empates 2f

Total 104

Desmotivação - Motivação extrínseca

Postos Negativos 98g 53,95 5287,00

Postos Positivos 5h 13,80 69,00

Empates 1i

Total 104

Legenda:

a= Desmotivação < Motivação intrínseca;

b= Desmotivação > Motivação intrínseca;

c=

Desmotivação = Motivação intrínseca; d= Motivação extrínseca < Motivação intrínseca;

e= Motivação

extrínseca > Motivação intrínseca; f= Motivação extrínseca = Motivação intrínseca;

g= Desmotivação <

Motivação extrínseca; h= Desmotivação > Motivação extrínseca;

i= Desmotivação = Motivação

extrínseca. Fonte: Dados do estudo.

Na comparação par a par foi utilizada a correção de Bonferroni adotando nível

de significância de p<0,017. A tabela 13 apresenta os resultados destas

comparações.

TABELA 13

Comparação entre as dimensões de motivação.

Comparação entre as dimensões de motivação# z p ES

Motivação intrínseca X Motivação extrínseca - 8,592 0,001* - 0,842

Motivação intrínseca X Desmotivação - 8,851 0,001* - 0,867

Motivação extrínseca X Desmotivação - 8,584 0,001* - 0,841

Legenda: ES = tamanho do efeito; # Teste de postos com sinais de Wilcoxon; * Diferença significativa

(p<0,017). Fonte: Dados do estudo.

Observa-se pelas comparações da tabela 13 que a dimensão de motivação

intrínseca foi a mais evidenciada pelos atletas de futebol da categoria sub-20

(p<0,017), uma vez que apresentou um maior escore em relação às dimensões de

motivação extrínseca e desmotivação, com tamanho do efeito grande (ES>0,5). A

desmotivação foi a dimensão menos evidenciada pelos atletas de futebol da

Page 72: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

72

categoria sub-20, apresentando diferença significativa (p<0,017) com as dimensões

de motivação intrínseca e extrínseca, com tamanho do efeito grande (ES>0,5).

Em síntese, os resultados apresentados na tabela 13 mostram uma

sequência crescente dos escores, que vai da desmotivação, passando pelas

dimensões de motivação extrínseca, até as dimensões de motivação intrínseca,

evidenciando o continuum da autodeterminação, demonstrando que os atletas de

futebol dos clubes sub-20 avaliados apresentaram níveis maiores de motivação

intrínseca, em detrimento a motivação extrínseca e escores baixos de desmotivação.

4.3.1 Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam

em clubes grandes e clubes pequenos

O índice de autodeterminação integra escores de cada dimensão de

motivação do SMS em uma única pontuação correspondente ao valor global de

motivação autodeterminada do indivíduo. A tabela 14 apresenta o valor descritivo do

índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20.

TABELA 14

Índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20.

Índice Mediana Q1 – Q3

Índice de autodeterminação# 8,04 5,55 – 9,42

Legenda: # Escala de -18 a 18; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil.

Fonte: Dados do estudo.

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças

entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação ao

índice de autodeterminação. Os escores dos postos médios obtidos no teste de

Mann Whitney para o índice de autodeterminação podem ser visualizados na tabela

15.

TABELA 15

Postos médios do índice de autodeterminação dos atletas de clubes grandes e clubes pequenos.

Índice Clube N Posto Médio Soma dos

Postos

Índice de autodeterminação#

Grande 54 54,87 2963,00

Pequeno 50 49,94 2497,00

Fonte: Dados do estudo.

Page 73: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

73

Os resultados da comparação do índice de autodeterminação dos atletas que

jogam em clubes grandes e em clubes pequenos podem ser visualizados na tabela

16.

TABELA 16

Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos.

Índice#

Clube grande Clube pequeno Z p ES

Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3)

Índice de autodeterminação

#

8,25 (5,55-9,52) 7,70 (5,29-9,42) -0,833 0,405 -0,081

Legenda: #

Escala de -18 a 18; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil; * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Observa-se pela comparação da tabela 16 que os atletas de clubes grandes e

clubes pequenos não se diferem em relação ao nível de autodeterminação

(p=0,405). Em síntese, os resultados apresentados na tabela 16 mostram que tanto

atletas de clubes grandes quanto atletas de clubes pequenos apresentaram

moderados índices de autodeterminação na competição de futebol sub-20.

4.3.2 Tabela normativa para análise do índice de autodeterminação em atletas

de futebol da categoria sub-20

A ausência na literatura de parâmetros específicos para a interpretação do

índice de autodeterminação em atletas de futebol levou à proposição de uma tabela

normativa para os atletas avaliados neste estudo. Assim, foi desenvolvido para a

amostra específica de atletas de futebol da categoria sub-20 uma tabela normativa

para classificar o escore do índice de autodeterminação dos atletas em níveis baixo,

moderado e alto (TABELA 17).

TABELA 17

Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em

relação aos escores (baixo, moderado e alto) para o índice de autodeterminação.

Índice Baixo Moderado Alto

Índice de autodeterminação# ≤5,55 >5,55 e <9,42 ≥9,42

Legenda: # Escala de -18 a 18.

Fonte: Dados do estudo.

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74

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existem diferenças no

índice de autodeterminação (IAD) entre os grupos de atletas com baixo IAD e alto

IAD. Os resultados podem ser visualizados na tabela 18.

TABELA 18

Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação.

Índice Baixo (n) Alto (n) Z p ES

IAD# ≤5,55 (26) ≥9,42 (28) -6,304 0,001* -0,857

Legenda: IAD= índice de autodeterminação; # Escala de -18 a 18; * Diferença significativa (p<0,05).

Fonte: Dados do estudo.

Conforme a tabela 18 há evidências estatísticas para afirmar que os grupos

de atletas com baixo IAD e alto IAD diferem entre si (p=0,001), com tamanho de

efeito grande (ES=-0,857).

4.3.3 Avaliação individual do índice de autodeterminação em atletas por

tamanho de clube

Nesta etapa dos resultados, serão apresentadas as análises individuais de

cada atleta pertencente aos clubes grandes e clubes pequenos para o índice de

autodeterminação. Com base nos parâmetros normativos estabelecidos, os atletas

de futebol da categoria sub-20 avaliados neste estudo foram classificados de acordo

com os escores do índice de autodeterminação em níveis baixo, moderado e alto.

Os escores individuais do índice de autodeterminação e sua classificação

para cada atleta de futebol da categoria sub-20 estão apresentados na tabela AF1

disponível no APÊNDICE F.

A tabela 19 apresenta as frequências absolutas e relativas da quantidade de

atletas em relação às classificações (baixo, moderado e alto) do índice de

autodeterminação e tamanho dos clubes (grande ou pequeno).

Page 75: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

75

TABELA 19

Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis do índice de autodeterminação e tamanho dos clubes.

Índice Classificação Clube

Total (%) Grande (%) Pequeno (%)

Índice de

autodeterminação (IAD)

Baixo 13 (12,50) 13 (12,50) 26 (25,00)

Moderado 27 (25,96) 23 (22,12) 50 (48,08)

Alto 14 (13,46) 14 (13,46) 28 (26,92)

Legenda: IAD Baixo= ≤5,55, Moderado= (>5,55 e <9,42) e Alto= ≥9,42. Fonte: Dados do estudo.

4.3.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o

número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação

A tabela 20 apresenta os resultados da associação entre o status dos clubes

(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com

escores baixo e alto para o IAD.

TABELA 20

Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação.

Variável+ Clube

Escores

p Odds Ratio

IC de 95% Baixo Alto

f % f %

IAD Grande 13 50,0 14 50,0

1,000 1,000 0,344 – 2,908 Pequeno 13 50,0 14 50,0

Legenda: IAD= índice de autodeterminação; IAD Baixo= ≤5,55 e Alto= ≥9,42; * Diferença significativa (p<0,05);

+Teste do Qui-quadrado 2x2.

Fonte: Dados do estudo.

Os resultados evidenciam que não houve associação significativa entre o

status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número

de atletas com escores baixo e alto para o IAD.

4.4 Funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20

Em relação às funções executivas no futebol foram avaliadas as seguintes

capacidades cognitivas nos atletas sub-20: (a) memória de trabalho, (b) controle

inibitório e (c) flexibilidade cognitiva. Estas capacidades cognitivas são fundamentais

para o processo de decisão dos atletas de futebol e consequentemente para o seu

rendimento em campo.

Page 76: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

76

Antes de verificar se existem diferenças das medidas de funções executivas

entre os grupos, foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk

para verificar os pressupostos de normalidade das distribuições. Os resultados estão

disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que as distribuições não atendem aos

pressupostos de normalidade (p<0,05).

A tabela 21 apresenta o valor descritivo das medidas de funções executivas

em atletas de futebol da categoria sub-20.

TABELA 21

Medidas de funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20.

Funções executivas Mediana Q1 – Q3

Memória de trabalho@

35,00 19,50 – 45,00

Controle inibitório# 15,00 11,00 – 18,25

Flexibilidade cognitiva& 23,50 18,75 – 30,00

Legenda: @

Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);

#tempo de leitura - tempo de seleção;

&tempo de

leitura - tempo de alternância; Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil. Fonte: Dados do estudo.

4.4.1 Comparação das funções executivas entre os atletas que jogam em

clubes grandes e clubes pequenos

Respeitando novamente o agrupamento dos atletas em clubes grandes e

clubes pequenos foram realizadas comparações para verificar se existem diferenças

nos testes que avaliam funções executivas em atletas de futebol. O objetivo destas

comparações foi avaliar se o rendimento dos atletas nos testes que avaliam as

funções executivas difere entre os atletas que atuam em clubes grandes e em

clubes pequenos de formação do futebol brasileiro.

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças

entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação às

medidas de funções executivas. Os escores dos postos médios obtidos no teste de

Mann Whitney para as medidas de funções executivas podem ser visualizados na

tabela 22.

Page 77: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

77

TABELA 22

Postos médios das medidas de funções executivas em atletas de clubes grandes e clubes pequenos.

Funções executivas Clubes N Posto Médio Soma dos

Postos

Memória de trabalho Grande 54 58,33 3150,00

Pequeno 50 46,20 2310,00

Controle inibitório Grande 54 52,07 2812,00

Pequeno 50 52,96 2648,00

Flexibilidade cognitiva Grande 54 48,28 2607,00

Pequeno 50 57,06 2853,00

Fonte: Dados do estudo.

Os resultados das comparações das medidas de funções executivas entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos podem ser visualizados

na tabela 23.

TABELA 23

Comparações das medidas de funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos.

Funções executivas Clube grande Clube pequeno

Z p ES Mediana (Q1-Q3) Mediana (Q1-Q3)

Memória de trabalho@

40,00 (27,00-50,00) 28,00 (17,25-45,00) -2,057 0,040* -0,201

Controle inibitório# 15,00 (10,75-18,25) 15,00 (11,00-19,00) -0,150 0,881 -0,014

Flexibilidade cognitiva& 22,00 (16,00-30,25) 25,50 (20,00-30,25) -1,484 0,138 -0,145

Legenda: @

Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);

#tempo de leitura - tempo de seleção;

&tempo de leitura - tempo de alternância;* Diferença

significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Observa-se pela comparação da tabela 23 que os atletas de clubes grandes e

clubes pequenos se diferem apenas em relação à memória de trabalho (p=0,040),

com tamanho de efeito pequeno (ES=-0,201). Em síntese, os resultados

apresentados na tabela 23 mostram que os atletas que jogam em clubes grandes e

em clubes pequenos se diferem em relação à medida de memória, porém, os atletas

de clubes grandes e clubes pequenos apresentaram resultados semelhantes em

relação às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva.

Page 78: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

78

4.4.2 Tabela normativa para análise das medidas de funções executivas em

atletas de futebol da categoria sub-20

A ausência na literatura de parâmetros específicos para a interpretação das

medidas de funções executivas em atletas de futebol levou à proposição de uma

tabela normativa para os atletas avaliados neste estudo. Assim, foi desenvolvido

para a amostra específica de atletas de futebol da categoria sub-20 uma tabela

normativa para classificar os parâmetros que avaliam as funções executivas dos

atletas em níveis baixo, moderado e alto (TABELA 24).

TABELA 24

Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em

relação aos escores (baixo, moderado e alto) para as medidas de funções

executivas.

Funções executivas Baixo Moderado Alto (n)

Memória de trabalho@

≤19,50 >19,50 e <45,00 ≥45,00

Controle inibitório# ≤11,00 >11,00 e <18,25 ≥18,25

Flexibilidade cognitiva& ≤18,75 >18,75 e <30,00 ≥30,00

Legenda: @

Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);

#tempo de leitura - tempo de seleção;

&tempo de leitura - tempo de

alternância. Fonte: Dados do estudo.

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existem diferenças

entre os grupos de atletas classificados com baixo e alto escore para as medidas de

funções executivas. Os resultados podem ser visualizados na tabela 25.

TABELA 25

Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.

Funções executivas Baixo (n) Alto (n) Z p ES

Memória de trabalho@

≤19,50 (26) ≥45,00 (36) -6,731 0,001* -0,854

Controle inibitório# ≤11,00 (33) ≥18,25 (26) -6,571 0,001* -0,855

Flexibilidade cognitiva& ≤18,75 (26) ≥30,00 (28) -6,311 0,001* -0,858

Legenda: @

Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida);

#tempo de leitura - tempo de seleção;

&tempo de leitura - tempo de alternância; * Diferença

significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Page 79: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

79

Conforme a tabela 25 há evidências estatísticas para afirmar que os grupos

(baixo e alto) diferem entre si para todas as medidas de funções executivas

(p=0,001), com tamanho de efeito grande (ES>0,5).

4.4.3 Avaliação individual das medidas de funções executivas em atletas por

tamanho de clube

Nesta etapa dos resultados, serão apresentadas as análises individuais de

cada atleta pertencente aos clubes grandes e clubes pequenos para as medidas de

funções executivas. Com base nos parâmetros normativos estabelecidos, os atletas

de futebol da categoria sub-20 avaliados neste estudo foram classificados de acordo

com os escores das medidas de funções executivas em níveis baixo, moderado e

alto.

Os escores individuais das medidas de funções executivas e suas

classificações para cada atleta de futebol da categoria sub-20 estão apresentados

na tabela AF2 disponível no APÊNDICE F.

A tabela 26 apresenta as frequências absolutas e relativas da quantidade de

atletas em relação às classificações (baixo, moderado e alto) dos escores das

medidas de funções executivas e tamanho dos clubes (grande ou pequeno).

TABELA 26

Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos escores das medidas de funções executivas e tamanho dos clubes.

Funções

executivas Classificação

Clube Total (%)

Grande (%) Pequeno (%)

Memória de

trabalho (MT)

Baixo 08 (07,70) 18 (17,30) 26 (25,00)

Moderado 24 (23,08) 18 (17,30) 42 (40,38)

Alto 22 (21,16) 14 (13,46) 36 (34,62)

Controle

inibitório (CI)

Baixo 17 (16,35) 16 (15,38) 33 (31,73)

Moderado 24 (23,08) 21 (20,19) 45 (43,27)

Alto 13 (12,50) 13 (12,50) 26 (25,00)

Flexibilidade

cognitiva (FC)

Baixo 17 (16,35) 09 (08,65) 26 (25,00)

Moderado 22 (21,16) 28 (26,92) 50 (48,08)

Alto 15 (14,42) 13 (12,50) 28 (26,92)

Legenda: MT Baixo= ≤19,50, Moderado= (>19,50 e <45,00) e Alto= ≥45,00; CI Baixo= ≤11,00, Moderado= (>11,00 e <18,25) e Alto= ≥18,25; FC Baixo= ≤18,75, Moderado= (>18,75 e <30,00) e Alto= ≥30,00. Fonte: Dados do estudo.

Page 80: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

80

4.4.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o

número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções

executivas

A tabela 27 apresenta os resultados da associação entre o status dos clubes

(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com

escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.

TABELA 27

Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.

Funções Executivas+ Clube

Escores

p Odds Ratio

IC de 95% Baixo Alto

f % f %

Memória de trabalho (MT) @

Grande 08 30,8 22 61,1

0,018* 0,283 0,097 – 0,824 Pequeno 18 69,2 14 38,9

Controle inibitório (CI)#

Grande 17 51,5 13 50,0 0,908 1,063 0,380 – 2,971

Pequeno 16 48,5 13 50,0

Flexibilidade cognitiva (FC)

&

Grande 17 65,4 15 53,6 0,377 1,637 0,546 – 4,905

Pequeno 09 34,6 13 46,4

Legenda: MT Baixo= ≤19,50 e Alto= ≥45,00; CI Baixo= ≤11,00 e Alto= ≥18,25; FC Baixo= ≤18,75 e Alto= ≥30,00;

@ Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da

sequência atingida); #tempo de leitura - tempo de seleção;

&tempo de leitura - tempo de alternância; *

Diferença significativa (p<0,05); +Teste do Qui-quadrado 2x2.

Fonte: Dados do estudo.

Os resultados evidenciam que apenas em uma das medidas de funções

executivas (memória de trabalho) houve associação significativa entre o status dos

clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas

com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas.

4.5 Indicadores táticos em clubes de futebol da categoria sub-20

Em relação aos aspectos táticos no futebol foram avaliados os seguintes

indicadores nos atletas sub-20: (a) número de bolas recebidas, (b) número de

contatos com a bola, (c) número de variações de corredor, (d) velocidade de

transmissão da bola, (e) número de bolas conquistadas e (f) total de bolas jogadas.

Estes indicadores são fundamentais para se alcançar um melhor entendimento de

como os atletas de clubes grandes e clubes pequenos se comportam taticamente

em uma competição.

Page 81: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

81

Antes de verificar se existem diferenças dos indicadores táticos entre os

grupos, foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk para

verificar os pressupostos de normalidade das distribuições. Os resultados estão

disponíveis no APÊNDICE E. Foi observado que as distribuições não atendem aos

pressupostos de normalidade (p<0,05).

A tabela 28 apresenta o valor descritivo dos indicadores táticos em atletas de

futebol da categoria sub-20.

TABELA 28

Indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20.

Indicadores táticos Mediana Q1 – Q3

Número de bolas recebidas (NR)

59,00 32,00 – 98,50

Número de contatos (NCT)

132,00 75,00 – 238,25

Número de variações de corredor (NVC)

11,00 3,75 – 22,00

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

0,44 0,39 – 0,49

Número de bolas conquistadas (NC)

4,00 0,00 – 8,00

Total de bolas jogadas (BJT)

191,00 107,50 – 351,25

Legenda: Q1 = primeiro quartil; Q3 = terceiro quartil. Fonte: Dados do estudo.

4.5.1 Comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em

clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição de futebol sub-20

A avaliação de indicadores táticos pode possibilitar um melhor entendimento

das sequências de ações táticas adotadas pelos atletas de clubes grandes e clubes

pequenos. Além disso, é possível identificar os comportamentos que podem levar os

atletas a serem mais eficientes em suas ações táticas no futebol sub-20.

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existiam diferenças

entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em relação

aos indicadores táticos. Os escores dos postos médios obtidos no teste de Mann

Whitney para os indicadores táticos podem ser visualizados na tabela 29.

Page 82: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

82

TABELA 29

Postos médios dos indicadores táticos em atletas (clube grande e pequeno).

Indicadores Clubes N Posto Médio

Soma dos Postos

Número de bolas recebidas (NR)

Grande 54 55,62 3003,50

Pequeno 50 49,13 2456,50

Número de contatos (NCT)

Grande 54 56,35 3043,00

Pequeno 50 48,34 2417,00

Número de variações de corredor (NVC)

Grande 54 55,12 2976,50

Pequeno 50 49,67 2483,50

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Grande 54 49,43 2669,00

Pequeno 50 55,82 2791,00

Número de bolas conquistadas (NC)

Grande 54 52,65 2843,00

Pequeno 50 52,34 2617,00

Total de bolas jogadas (BJT)

Grande 54 56,04 3026,00

Pequeno 50 48,68 2434,00

Fonte: Dados do estudo.

Os resultados das comparações dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos podem ser visualizados na tabela 30.

TABELA 30

Comparação dos indicadores táticos entre os atletas (clube grande e pequeno).

Indicadores Clubes grandes

Mediana (Q1-Q3)

Clubes pequenos Mediana (Q1-Q3)

Z p ES

Número de bolas recebidas

(NR)

58,00 (37,50-109,75)

61,00 (26,50-87,25)

-1,096 0,273 -0,107

Número de contatos (NCT)

129,50 (82,75-287,50)

134,00 (55,00-214,00)

-1,353 0,176 -0,132

Número de variações de corredor

(NVC)

12,00 (3,75-23,50)

9,50 (3,00-21,00)

-0,922 0,356 -0,090

Velocidade de transmissão da bola

(VTB)

0,43 (0,38-0,48)

0,45 (0,39-0,51)

-1,080 0,280 -0,105

Número de bolas conquistadas

(NC)

4,50 (0,75-7,25)

4,00 (0,00-8,25)

-0,053 0,958 -0,005

Total de bolas jogadas (BJT)

190,50 (130,25-403,25)

193,50 (83,75-309,25)

-1,243 0,214 -0,121

Legenda: * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Page 83: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

83

Observa-se pelas comparações da tabela 30 que os atletas de clubes

grandes e clubes pequenos não se diferem em relação aos indicadores táticos

(p<0,05). Em síntese, os resultados apresentados na tabela 30 mostram que os

atletas de clubes grandes e clubes pequenos apresentaram resultados semelhantes

em relação aos indicadores táticos no futebol sub-20.

4.5.2 Tabela normativa para análise dos indicadores táticos em atletas de

futebol da categoria sub-20

A ausência na literatura de parâmetros específicos para a interpretação dos

indicadores táticos em atletas de futebol levou à proposição de tabelas normativas

para os atletas avaliados neste estudo. Assim, foram desenvolvidas para a amostra

específica de atletas de futebol da categoria sub-20 tabelas normativas para

classificar os parâmetros que avaliam os indicadores táticos dos atletas em níveis

baixo, moderado e alto (TABELA 31).

TABELA 31

Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em

relação aos escores (baixo, moderado e alto) para os indicadores táticos.

Indicadores Baixo Moderado Alto (n)

Número de bolas recebidas (NR)

≤32,00 >32,00 e <98,50 ≥98,50

Número de contatos com a bola (NCT)

≤75,00 >75,00 e <238,25 ≥238,25

Número de variações de corredor (NVC)

≤3,75 >3,75 e <22,00 ≥22,00

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

≤0,39 >0,39 e <0,49 ≥0,49

Número de bolas conquistadas (NC)

≤0,00 >0,00 e <8,00 ≥8,00

Total de bolas jogadas (BJT)

≤107,50 >107,50 e <351,25 ≥351,25

Fonte: Dados do estudo.

Foi utilizado o teste de Mann Whitney para verificar se existem diferenças

entre os grupos de atletas classificados com baixo e alto escore para os indicadores

táticos. Os resultados podem ser visualizados na tabela 32.

Page 84: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

84

TABELA 32

Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para os indicadores táticos.

Indicadores Baixo (n) Alto (n) Z p ES

Número de bolas recebidas (NR)

≤32,00 (27) ≥98,50 (26) -6,248 0,001* -0,858

Número de contatos com a bola (NCT)

≤75,00 (26) ≥238,25 (26) -6,187 0,001* -0,857

Número de variações de corredor (NVC)

≤3,75 (26) ≥22,00 (27) -6,313 0,001* -0,867

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

≤0,39 (30) ≥0,49 (28) -6,543 0,001* -0,859

Número de bolas conquistadas (NC)

≤0,00 (27) ≥8,00 (29) -6,825 0,001* -0,912

Total de bolas jogadas (BJT)

≤107,50 (26) ≥351,25 (26) -6,186 0,001* -0,857

Legenda: * Diferença significativa (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Conforme a tabela 32 há evidências estatísticas para afirmar que os grupos

(baixo e alto) diferem entre si para todos os indicadores táticos (p=0,001), com

tamanho de efeito grande (ES>0,5).

4.5.3 Avaliação individual dos indicadores táticos em atletas por tamanho de

clube

Nesta etapa dos resultados, serão apresentadas as análises individuais de

cada atleta pertencente aos clubes grandes e clubes pequenos para os indicadores

táticos. Com base nos parâmetros normativos estabelecidos, os atletas de futebol da

categoria sub-20 avaliados neste estudo foram classificados de acordo com os

escores dos indicadores táticos em níveis baixo, moderado e alto.

Os escores individuais dos indicadores táticos e suas classificações para

cada atleta de futebol da categoria sub-20 estão apresentados nas tabelas AF2 e

AF3 disponíveis no APÊNDICE F.

A tabela 33 apresenta as frequências absolutas e relativas da quantidade de

atletas em relação às classificações (baixo, moderado e alto) dos escores dos

indicadores táticos e tamanho dos clubes (grande ou pequeno).

Page 85: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

85

TABELA 33

Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis dos indicadores táticos e tamanho dos clubes.

Indicadores

táticos Classificação

Clube Total (%)

Grande (%) Pequeno (%)

Número de bolas recebidas

(NR)

Baixo 11 (10,58) 16 (15,38) 27 (25,96)

Moderado 27 (25,96) 24 (23,08) 51 (49,04)

Alto 16 (15,38) 10 (9,62) 26 (25,00)

Número de contatos com a bola

(NCT)

Baixo 11 (10,58) 15 (14,42) 26 (25,00)

Moderado 27 (25,96) 25 (24,04) 52 (50,00)

Alto 16 (15,38) 10 (9,62) 26 (25,00)

Número de variações de corredor

(NVC)

Baixo 13 (12,50) 13 (12,50) 26 (25,00)

Moderado 25 (24,04) 26 (25,00) 51 (49,04)

Alto 16 (15,38) 11 (10,58) 27 (25,96)

Velocidade de transmissão da bola

(VTB)

Baixo 16 (15,38) 14 (13,47) 30 (28,85)

Moderado 26 (25,00) 20 (19,23) 46 (44,23)

Alto 12 (11,54) 16 (15,38) 28 (26,92)

Número de bolas conquistadas

(NC)

Baixo 13 (12,50) 14 (13,46) 27 (25,96)

Moderado 28 (26,92) 20 (19,24) 48 (46,16)

Alto 13 (12,50) 16 (15,38) 29 (27,88)

Total de bolas jogadas (BJT)

Baixo 11 (10,58) 15 (14,42) 26 (25,00)

Moderado 28 (26,92) 24 (23,08) 52 (50,00)

Alto 15 (14,42) 11 (10,58) 26 (25,00)

Legenda: NR Baixo= ≤32,00, Moderado= (>32,00 e <98,50) e Alto= ≥98,50; NCT Baixo= ≤75,00, Moderado= (>75,00 e <238,25) e Alto= ≥238,25; NVC Baixo= ≤3,75, Moderado= (>3,75 e <22,00) e Alto= ≥22,00; VTB Baixo= ≤0,39, Moderado= (>0,39 e <0,49) e Alto= ≥0,49; NC Baixo= ≤0,00, Moderado= (>0,00 e <8,00) e Alto= ≥8,00; BJT Baixo= ≤107,50, Moderado= (>107,50 e <351,25) e Alto= ≥351,25. Fonte: Dados do estudo.

4.5.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o

número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos

A tabela 34 apresenta os resultados da associação entre o status dos clubes

(grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com

escores baixo e alto para os indicadores táticos.

Page 86: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

86

TABELA 34

Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos dos atletas.

Indicadores+ Clube

Escores

p Odds Ratio

IC de 95% Baixo Alto

f % f %

Número de bolas recebidas (NR)

Grande 11 40,7 16 61,5 0,130 0,430 0,143 – 1,293

Pequeno 16 59,3 10 38,5

Número de contatos com a bola (NCT)

Grande 11 42,3 16 61,5 0,165 0,458 0,151 – 1,389

Pequeno 15 57,7 10 38,5

Número de variações de corredor (NVC)

Grande 13 50,0 16 59,3 0,498 0,688 0,232 – 2,038

Pequeno 13 50,0 11 40,7

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Grande 16 53,3 12 42,9 0,425 1,524 0,540 – 4,297

Pequeno 14 46,7 16 57,1

Número de bolas conquistadas (NC)

Grande 13 48,1 13 44,8 0,803 1,143 0,399 – 3,271

Pequeno 14 51,9 16 55,2

Total de bolas jogadas (BJT)

Grande 11 42,3 15 57,7 0,267 0,538 0,179 – 1,616

Pequeno 15 57,7 11 42,3

Legenda: NR Baixo= ≤32,00 e Alto= ≥98,50; NCT Baixo= ≤75,00 e Alto= ≥238,25; NVC Baixo= ≤3,75 e Alto= ≥22,00; VTB Baixo= ≤0,39 e Alto= ≥0,49; NC Baixo= ≤0,00 e Alto= ≥8,00; BJT Baixo= ≤107,50 e Alto= ≥351,25; * Diferença significativa (p<0,05);

+Qui-quadrado 2x2.

Fonte: Dados do estudo.

Os resultados evidenciam que não houve associação significativa entre o

status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número

de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos.

Page 87: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

87

5 DISCUSSÃO

A discussão desta dissertação será apresentada em seis subtópicos. O

primeiro 5.1 refere-se ao perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-

20; O segundo, 5.2 refere-se à confiabilidade dos instrumentos; O 5.3 refere-se à

motivação dos atletas de futebol categoria sub-20; O 5.4 refere-se às funções

executivas dos atletas de futebol da categoria sub-20; o 5.5 refere-se aos

indicadores táticos dos atletas de futebol da categoria sub-20; e no 5.6 serão

apresentadas as limitações do estudo.

5.1 O perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20

Em relação à participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 no

presente estudo observa-se que houve uma perda de 41,24% da amostra de atletas

de futebol. Bicalho (2015) encontrou resultados semelhantes de perda amostral

(44,79%) em um estudo longitudinal com atletas de futebol da categoria sub-20.

Portanto, este resultado chama a atenção para a necessidade dos pesquisadores

considerarem uma possível perda amostral em estudos com atletas de futebol, pois,

a possibilidade da perda de voluntários é eminente, sobretudo, no ambiente do

futebol, em que fatores, como por exemplo, a lesão (MCCALL et al., 2015) e a

desmotivação dos atletas (CALVO et al., 2010) pode afastá-los dos treinos e

competições. Além disso, na categoria sub-20, a rotatividade dos atletas pode

provocar a perda amostral, visto que os atletas trocam de clubes com frequência,

dificultando a continuidade da coleta de dados em estudos com delineamento

longitudinal (BICALHO, 2015).

Quanto ao nível de escolaridade a maioria dos atletas (60,58%) não concluiu

o ensino médio. Segundo Melo (2010) a maior parte dos atletas da categoria sub-20

cursa o ensino médio, uma pequena parte estuda no nível fundamental, alguns

abandonaram a escola e poucos estão no ensino superior, corroborando os achados

do presente estudo. Marques e Samulski (2009) investigaram atletas juniores de

futebol e indicaram que a maior parte dos atletas estudados não estava regular para

a série correspondente à sua idade. Soares et al. (2011) relatam que o tempo

dedicado pelo atleta em sua formação no futebol pode dificultar o seu processo de

escolarização. Melo, Soares e Rocha (2014) acrescentam que no futebol é exigido

uma dedicação integral do atleta em função de um possível retorno financeiro, e este

fato dificultaria a continuidade dos estudos, sobretudo, dos atletas que já

Page 88: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

88

completaram o ensino médio. Nesse aspecto, os achados do presente estudo

merecem atenção pelo fato de que o atleta da categoria sub-20 que não for

selecionado para atuar profissionalmente em nenhum clube provavelmente terá que

abandonar involuntariamente o futebol por falta de um clube que o acolha

(MARQUES; SAMULSKI, 2009). Portanto, destaca-se a importância do atleta se

dedicar aos estudos e a sua formação esportiva bem como ao planejamento da sua

carreira para que ele possa aumentar a possibilidade de estabelecer-se no mercado

de trabalho caso venha a não se efetivar como atleta profissional (MARQUES;

SAMULSKI, 2009).

No que se refere aos anos de idade, educação formal, tempo de prática

observou-se que os atletas de clubes grandes e clubes pequenos são semelhantes

em relação a essas três variáveis (p>0,05). Esta comparação é importante para

demonstrar que não há nenhum tipo de efeito nas variáveis de funções executivas.

No entanto, observou-se que o tempo como atleta federado foi diferente entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos (p<0,05), com um

tamanho de efeito pequeno (ES=-0,296). No futebol, o processo de federação do

atleta é determinado a partir do momento que o atleta chega ao clube e passa a

disputar competições federadas. Atletas mais talentosos tendem a disputar

competições federadas mais cedo. Além disso, é possível que os atletas mais

talentosos sejam selecionados mais cedo para atuarem em clubes grandes do

futebol, o que explicaria o fato dos atletas que jogam em clubes grandes

apresentarem maior tempo como atletas federados quando comparados aos atletas

de clubes pequenos.

5.2 Confiabilidades dos instrumentos

De forma geral, observa-se que os resultados de confiabilidade do SMS

(α=0,88) e suas dimensões e o teste Cubos de Corsi (α=0,69) alcançaram o valor

mínimo (α≥0,50) adotado como critério de inclusão e exclusão neste estudo.

Embora, o padrão ouro normalmente adotado para garantir a confiabilidade dos

instrumentos seja de α≥0,70, alguns autores apontam que em questionários

psicométricos em que há uma maior variabilidade comportamental do construto

psicológico podem-se adotar critérios menos rigorosos (DAVIS, 1964; MAROCO;

GARCIA-MARQUES, 2006; PASQUALI, 2010). Ressalta-se que alguns estudos no

futebol que utilizaram o SMS também reportaram Alpha de Cronbach abaixo de

Page 89: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

89

α=0,70 na avaliação das dimensões do SMS (GARCIA-MAS et al., 2010; OLIVEIRA

et al., 2015b) e outros estudos reportam apenas a confiabilidade geral do SMS

(VIEIRA et al., 2013; BORGES et al., 2015).

No tocante ao Teste dos Cinco Dígitos, observa-se que o resultado da

confiabilidade do instrumento (α=0,78) se aproxima dos escores reportados por

outros estudos (OLIVEIRA et al., 2014; CAMPOS et al., 2016). Oliveira et al. (2014)

analisaram as propriedades psicométricas do Teste dos Cinco Dígitos para o

contexto brasileiro em uma amostra de 540 adultos brasileiros e reportaram um

coeficiente de confiabilidade de α=0,88. Campos et al. (2016) analisando a

confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em uma amostra de 49 adultos brasileiros

também reportaram confiabilidade elevada do instrumento (α=0,92).

Em relação às observações dos indicadores táticos, o valor mínimo de

concordância obtido foi k=0,896 (epm=0,060), indicando concordância quase

perfeita (entre 0,81 e 1,00) entre as observações (LANDIS; KOCH, 1977). Outros

estudos no futebol que analisaram indicadores táticos reportam escores

semelhantes de confiabilidade entre as observações (MORAES; CARDOSO;

TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2016).

5.3 Motivação dos atletas em uma competição de futebol sub-20

O presente estudo comparou as dimensões de motivação intrínseca,

extrínseca e desmotivação de atletas de futebol da categoria sub-20 em uma

competição federada.

Comparando as dimensões foi observado que a mediana das dimensões de

motivação intrínseca (Md=5,33), extrínseca (Md=3,61) e desmotivação (Md=1,25)

dos atletas de futebol da categoria sub-20 apresentaram diferenças significativas

(p<0,05), com tamanho de efeito grande (ES>0,5).

Assim, observou-se que os atletas de futebol da categoria sub-20 avaliados

apresentaram maior escore de motivação intrínseca, seguida da motivação

extrínseca e desmotivação que, por sua vez, foi a menos evidenciada, confirmando

os pressupostos teóricos do continuum de autodeterminação (DECI; RYAN, 1985).

No estudo realizado por García-Mas et al. (2010) foram analisados jovens

atletas do futebol espanhol, com idades entre 14 e 16 anos buscando estabelecer a

relação entre a motivação e o empenho dos atletas. Os autores identificaram que

houve uma contribuição positiva da motivação intrínseca e extrínseca no

Page 90: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

90

comprometimento e satisfação com o futebol, enquanto que a desmotivação

contribui negativamente para a satisfação e compromisso. Especificamente em

relação à motivação, os resultados indicaram que os atletas tinham níveis mais altos

de motivação intrínseca comparada à motivação extrínseca e desmotivação,

corroborando os resultados encontrados no presente estudo.

No estudo de Vieira et al. (2013) em que também foi estudado o aspecto

motivacional dos atletas de futebol das categorias de base (infantil e juvenil) foi

verificado que os atletas de futebol apresentaram menores níveis de desmotivação

comparados com a motivação extrínseca e intrínseca, corroborando os resultados

encontrados no presente estudo. Além disso, observou-se que os maiores índices

de motivação dos atletas estão associados à motivação intrínseca, identificando que

a motivação do indivíduo está voltada ao prazer e diversão no contexto esportivo.

Borges et al. (2015) analisando o aspecto motivacional dos atletas das

categorias de base (sub-15 e sub-17) identificaram maiores níveis de motivação

intrínseca em comparação com a motivação extrínseca e desmotivação que foi a

dimensão menos percebida pelos atletas, corroborando os resultados encontrados

no presente estudo.

Os atletas de futebol da categoria sub-20 se mostraram mais motivados

intrinsecamente para o futebol, em relação à motivação extrínseca e desmotivação.

Isto indica que esses atletas possuem um comportamento mais autônomo para a

prática do futebol. Nota-se que a motivação intrínseca do atleta está ligada à sua

participação voluntária na prática esportiva, com aparente ausência de recompensas

ou pressão externa (RYAN; DECI, 2000). Atletas motivados intrinsecamente são

caracterizados pelo interesse em aprender mais sobre sua modalidade, pela vontade

de superar desafios, pela satisfação e prazer que obtêm na prática da sua

modalidade esportiva (PELLETIER et al., 1995; PELLETIER et al., 2013).

Considerando o processo de transição ou não da categoria sub-20 para o

profissional é imprescindível que o atleta de futebol da categoria sub-20 esteja

motivado intrinsecamente para que alcance o objetivo de se tornar profissional no

futebol.

A motivação extrínseca está ligada a fatores externos e ocorre quando o

indivíduo realiza uma atividade no sentido de obter algum tipo de recompensa

financeira ou para evitar uma punição (PELLETIER et al., 1995; PELLETIER et al.,

2013). No futebol, comumente são concedidos prêmios por produtividade aos atletas

Page 91: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

91

em virtude da conquista de títulos. Essa premiação é uma maneira de estimular a

produtividade e um maior rendimento do atleta nas competições. Destaca-se que a

categoria sub-20 trata-se de um momento decisivo para a carreira esportiva de

jovens atletas, uma vez que poderá ou não haver a transição desses atletas para a

categoria adulta do futebol profissional. Assim, na categoria sub-20 os atletas

tendem a não se preocuparem muito com os aspectos de recompensas e/ou

premiações, já que o maior prêmio é ser alçado para a categoria profissional.

A dimensão de desmotivação foi a menos percebida pelos atletas de futebol

da categoria sub-20. A desmotivação constitui um estado psicológico em que os

atletas experimentam uma sensação de incompetência e falta de controle no que diz

respeito à obtenção de um resultado desejado (DECI; RYAN, 1985), sendo

caracterizada pelo sentimento de desesperança, em que o atleta não percebe a sua

importância na equipe, de modo que tanto a motivação extrínseca quanto intrínseca

não é capaz de afetar o rendimento do atleta que não sente razão para continuar

praticando o esporte (PELLETIER et al., 1995; COSTA et al., 2011). Nesse caso, o

fato dos atletas de futebol da categoria sub-20 terem apresentado um menor escore

de desmotivação é considerado um fator positivo para a motivação do atleta, visto

que altos escores de desmotivação nesses atletas poderia indicar um desinteresse

para a prática do futebol e, em alguns casos, pode até levá-los ao abandono do

futebol (CALVO et al., 2010). Com baixos escores de desmotivação os atletas da

categoria sub-20 tendem a ficar mais motivados e autoconfiantes na busca de

resultados pelas suas equipes, contribuindo para que esses atletas continuem

praticando o futebol no sentido de se profissionalizarem.

Os atletas de futebol da categoria sub-20 participantes deste estudo

mostraram que percebem mais a dimensão de motivação intrínseca, seguida da

motivação extrínseca e desmotivação, confirmando a hipótese H1 do estudo, que diz

que haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos atletas de

futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

Em síntese, os dados encontrados nos atletas de futebol da categoria sub-20

corroboram com os achados de outros estudos que apresentaram resultados

similares investigando a motivação no futebol (GARCIA-MAS et al., 2010; VIEIRA et

al., 2013; BORGES et al., 2015).

Page 92: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

92

O presente estudo também comparou o índice de autodeterminação entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição

federada de futebol da categoria sub-20.

Comparando o índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em

clubes grandes e em clubes pequenos, não foram encontradas diferenças

significativas entre os dois grupos de atletas (p>0,05).

O índice de autodeterminação (IAD), por meio das dimensões do SMS,

expressa o nível de autodeterminação do atleta, sendo mais modulado pelas

dimensões da motivação intrínseca, podendo variar entre -18 a 18. Em relação à

comparação dos escores medianos do IAD entre os atletas que jogam em clubes

grandes (Md=7,75) e em clubes pequenos (Md=7,14), verificou-se neste estudo que

os atletas apresentaram escores de IAD semelhantes. Apesar do fato de que até a

presente data, não há estudos que tenham relatado o índice de autodeterminação

de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição

de futebol, é possível realizar algumas reflexões a partir dos resultados observados.

Nota-se, que em geral os atletas de clubes grandes e clubes pequenos

apresentaram moderados níveis de IAD. Portanto, considerando o fato de que os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos estão disputando uma

mesma competição de destaque para a categoria sub-20, é possível que esses

atletas estejam mais autodeterminados a atingirem seus objetivos na competição, o

que consequentemente, pode levá-los a alcançarem um maior prestígio e ascensão

no futebol mineiro. Estes resultados vão em direção ao proposto pela Teoria da

Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013), na qual

suporta que indivíduos mais autodeterminados têm maiores níveis de motivação

intrínseca e menores níveis de desmotivação.

No estudo de Curran et al. (2011) foram avaliados jovens atletas do futebol

inglês, com idades entre 12 e 21 anos. Segundo os autores, os atletas apresentaram

um índice de autodeterminação médio de x =5,84. Já Moreno-Murcia et al. (2014)

avaliaram 774 atletas espanhóis, com idades entre 12 e 17 anos, homens e

mulheres, de esportes coletivos e individuais, os quais apresentaram um índice de

autodeterminação médio de x =5,17. Tais resultados corroboram com os achados

do presente estudo, no qual foi verificado que os atletas dos clubes grandes

(Md=7,75) e clubes pequenos (Md=7,14) apresentaram escores positivos do índice

de autodeterminação. Ressalta-se, que os escores medianos do índice de

Page 93: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

93

autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20 foram superiores aos

encontrados na literatura esportiva (CURRAN et al., 2011; MORENO-MURCIA et al.,

2014).

Hipoteticamente, os atletas de futebol da categoria sub-20 que jogam em

grandes clubes no Brasil estão mais próximos de atuarem em uma equipe

profissional e, por este motivo, esperava-se que esses atletas também

apresentassem maiores níveis de autodeterminação comparados aos seus

concorrentes que atuam em clubes pequenos. No entanto, em relação à

comparação do índice de autodeterminação entre atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos não foram encontradas diferenças significativas,

rejeitando a hipótese H2 do estudo, que diz que haverá diferenças significativas do

índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em

clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

Em síntese, observa-se que o índice de autodeterminação pode ser uma

ferramenta eficiente no monitoramento da autodeterminação e dos níveis

motivacionais de atletas de futebol durante uma temporada.

Outro objetivo deste estudo relacionado à avaliação do índice de

autodeterminação foi desenvolver uma tabela normativa para a classificação do

índice de autodeterminação, a fim de se identificar nesta amostra especificamente,

os atletas de futebol da categoria sub-20 que apresentassem níveis baixo e alto para

o índice de autodeterminação. A construção de uma tabela normativa para avaliação

do índice de autodeterminação por faixa etária é fundamental dentro de qualquer

modalidade esportiva. Esta tabela normativa para a categoria sub-20 ajudará a

nortear futuras avaliações do índice de autodeterminação em atletas federados do

sub-20 no futebol brasileiro.

A partir disso, foram identificados 26 atletas com nível baixo para o índice de

autodeterminação (IAD≤5,55) e 28 atletas com nível alto para o índice de

autodeterminação (IAD≥9,42), havendo diferença significativa entre os dois grupos

(p=0,001), com tamanho de efeito grande (ES=-0,857). Em seguida, o presente

estudo verificou associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice

de autodeterminação.

Page 94: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

94

No presente estudo, ficou evidenciado que não houve associação significativa

entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o

número de atletas com escores baixo e alto para o IAD.

No que diz respeito à associação entre o status dos clubes e o número de

atletas com escores baixo e alto para o IAD, não foram encontrados estudos na

literatura que pudessem ser confrontados com os nossos resultados no momento.

Foi verificado que os 26 atletas com baixo IAD estão igualmente distribuídos entre

os clubes grandes e clubes pequenos. Da mesma forma, os 28 atletas com alto IAD

também estão igualmente distribuídos entre os clubes grandes e clubes pequenos.

Assim, percebe-se um equilíbrio entre o número de atletas com escores baixo e alto

que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos, o qual pode estar relacionado

às expectativas que os atletas desses clubes possuem ao disputar uma competição

de destaque para a categoria sub-20, no sentido de atingirem seus objetivos na

competição, o que consequentemente, pode aumentar as chances de se

profissionalizarem no futebol.

Percebe-se que entre os 26 atletas que foram classificados com baixo IAD

apenas dois apresentaram IAD com escore negativo, sendo um atleta de clube

grande e o outro de clube pequeno e, partindo do pressuposto teórico subjacente à

Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013), na

qual sugere que indivíduos mais autodeterminados têm mais intenção para

continuarem praticando o seu esporte, este achado demonstra que em geral os

atletas mantêm a expectativa de se profissionalizarem no futebol.

No presente estudo, foi verificado que o número de atletas com baixos e altos

escores para o índice de autodeterminação está distribuído de forma semelhante

entre os clubes grandes e clubes pequenos, e ainda que a maioria dos atletas

classificados com baixo IAD apresentaram escores positivos de IAD, o que em geral

pode caracterizar o perfil dos atletas como autodeterminados. No entanto, no que se

refere à associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da

categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o IAD, rejeita-

se a hipótese H3 do estudo, que diz que haverá associação entre o status dos

clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas

com escores baixo e alto no índice de autodeterminação.

Page 95: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

95

5.4 Funções executivas dos atletas em uma competição de futebol sub-20

O presente estudo comparou as medidas de funções executivas entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição

federada de futebol da categoria sub-20.

Comparando as medidas de funções executivas entre os atletas que jogam

em clubes grandes e em clubes pequenos verificou-se que apenas a medida de

memória de trabalho apresentou diferença significativa (p=0,040), com tamanho de

efeito pequeno (ES=-0,201). Em relação à comparação das medidas de controle

inibitório e flexibilidade cognitiva entre os atletas que jogam em clubes grandes e em

clubes pequenos não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05).

Em relação à medida de memória de trabalho, observou-se que os atletas que

jogam em clubes grandes apresentaram maiores escores em comparação com os

atletas que jogam em clubes pequenos. Outros estudos que avaliaram a memória de

trabalho não encontraram diferenças entre os atletas de basquetebol experientes e

estudantes sem nenhuma experiência com esportes de equipe (FURLEY;

MEMMERT, 2010), entre os atletas de futebol talentosos e os atletas de futebol

amadores (VERBURGH et al., 2014), e entre os atletas de futebol de elite e os

atletas de sub-elite (HUIJGEN et al., 2015).

No que se refere às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva, os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentaram

resultados semelhantes. Outros estudos que avaliaram o controle inibitório e

flexibilidade cognitiva encontraram diferenças entre atletas de futebol da 1ª divisão e

atletas de futebol da 2ª e 3ª divisão (VESTBERG et al., 2012), entre os atletas de

futebol talentosos e os atletas de futebol amadores (VERBURGH et al., 2014), e

entre os atletas de futebol de elite e os atletas de sub-elite (HUIJGEN et al., 2015).

No estudo realizado por Furley e Memmert (2010) com 112 estudantes

universitários (média de idade de 24,8 anos) divididos em dois grupos: atletas de

basquetebol experientes (n=54) e estudantes sem nenhuma experiência com

esportes de equipe (n=58), foi utilizado o teste Cubos de Corsi (CORSI, 1973) a fim

de se medir a memória de trabalho, pressupondo que jogar basquete deveria

resultar em capacidades espaciais mais avançadas. Os resultados indicaram que os

atletas de basquetebol experientes apresentaram escores de memória de trabalho

semelhantes aos de estudantes universitários, não corroborando os resultados

encontrados no presente estudo, em que os atletas que jogam em clubes grandes

Page 96: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

96

apresentaram escores de memória de trabalho superiores ao de atletas que jogam

em clubes pequenos.

No estudo de Vestberg et al. (2012) 57 atletas suecos de futebol, de ambos

os sexos (homens: n=31; mulheres: n=26), e de diferentes níveis competitivos

(primeira, segunda e terceira divisão) foram divididos em dois grupos: 1ª divisão (14

homens e 15 mulheres, com média de idade de 25,3 anos) e 2ª e 3ª divisão (17

homens e 11 mulheres, com média de idade de 22,8 anos). Ambos os grupos foram

avaliados por meio de uma bateria de testes neuropsicológicos que avaliaram a

criatividade, a inibição de respostas e a flexibilidade cognitiva. Verificou-se que os

atletas de nível competitivo mais elevado obtiveram maiores escores nos testes

comparados com os atletas de níveis competitivos inferiores (VESTBERG et al.,

2012), o que não corrobora com os resultados encontrados no presente estudo, em

que os atletas que jogam em clubes grandes apresentaram escores de controle

inibitório e flexibilidade cognitiva semelhantes ao de atletas que jogam em clubes

pequenos.

Verburgh et al. (2014) analisaram jovens atletas do futebol holandês, com

idades entre 8 a 12 anos, buscando comparar o nível das funções executivas de

atletas de futebol talentosos (n=84; média de idade de 11,9 anos) ao de atletas

amadores de futebol (n=42; média de idade de 11,8 anos). Os autores avaliaram três

componentes de funcionamento executivo (inibição motora, atenção e memória de

trabalho). Os resultados demonstraram que os atletas de futebol talentosos são

superiores aos atletas amadores na inibição motora e na capacidade de atingir e

manter um estado de atenção. Contudo, os atletas talentosos e amadores

apresentaram resultados semelhantes quanto à memória de trabalho, não

corroborando os resultados encontrados no presente estudo.

No estudo Huijgen et al. (2015) foram analisados 88 jovens atletas

holandeses de futebol, com idades entre 13 a 17 anos, sendo 47 atletas de elite

(média de idade 15,48 anos) e 41 atletas de sub-elite (média de idade de 15,15

anos). Em ambos os grupos foram avaliadas as funções executivas (memória de

trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva). Verificou-se que os atletas de

elite superaram os atletas de sub-elite nas medidas de controle inibitório e

flexibilidade cognitiva, porém, apresentaram resultados semelhantes em relação à

memória de trabalho entre esses atletas, o que não corrobora com os resultados

encontrados no presente estudo.

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97

Observando-se a medida de memória de trabalho, o presente estudo

apresentou diferença significativa no rendimento de atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos, sendo que os atletas de clubes grandes

apresentaram maiores escores quando comparados aos atletas de clubes

pequenos. Esses resultados não corroboram com outros estudos realizados no

basquetebol (FURLEY; MEMMERT, 2010) e futebol (VERBURGH et al., 2014;

HUIJGEN et al., 2015). Essas diferenças entre os resultados do presente estudo e

estudos anteriores podem ser justificadas devido ao fato de que os atletas

investigados no presente estudo estarem em um momento decisivo da carreira

esportiva, pois poderá ou não haver a transição desses atletas para a categoria

adulta do futebol profissional, diferentemente do estudo de Furley e Memmert (2010)

com estudantes universitários e outros estudos com atletas mais jovens

(VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Além disso, os atletas de clubes

grandes disputam competições federadas de nível estadual e nacional há mais

tempo, e, sobretudo nestas competições em que o nível técnico das equipes é

superior, torna-se importante que o atleta disponha de boa orientação visuoespacial

para a memorização das ações táticas ofensivas e defensivas que deverá executar

na partida, bem como das ações táticas individuais que o treinador determina que

ele cumpra e, em função disso, parece razoável que os atletas de clubes grandes

apresentassem maiores escores de memória de trabalho.

Em relação às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva, no

presente estudo não foram encontradas diferenças significativas entre os atletas que

jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. Esses resultados diferem dos

achados de outros estudos realizados no futebol (VESTBERG et al., 2012;

VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Essas diferenças entre os

resultados do presente estudo e estudos anteriores podem ser justificadas devido ao

fato de que os atletas investigados no presente estudo estão em um mesmo nível

competitivo (sub-20), o qual difere daquelas divisões menos competitivas

observadas em outros estudos (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014).

Verifica-se também que na categoria sub-20 os clubes são formados de atletas com

18 e 20 anos de idade e, em função disso, esses indivíduos se encontram em fase

final do processo de maturação cerebral (GOGTAY et al., 2004), o que também

difere da faixa etária dos atletas investigados em outros estudos (VERBURGH et al.,

2014; HUIJGEN et al., 2015).

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Hipoteticamente, os atletas de futebol da categoria sub-20 que jogam em

clubes grandes são acompanhados por profissionais mais qualificados, os quais

poderiam contribuir para um melhor desenvolvimento cognitivo do atleta e, por este

motivo, esperava-se que esses atletas de clubes grandes superassem os atletas de

clubes pequenos nos testes que avaliaram as funções executivas no presente

estudo. No entanto, ao analisar a comparação das medidas de funções executivas

entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos, verifica-se

que a hipótese H4 foi confirmada parcialmente, pois houve diferença significativa

entre os atletas de clubes grandes e os atletas de clubes apenas para a medida de

memória de trabalho. Desta forma, considerando que evidências têm destacado a

importância de capacidades cognitivas sugerindo que o sucesso no futebol depende

de como a informação é processada pelo atleta em função dos contextos complexos

e dinâmicos do jogo (VESTBERG et al., 2012; HUIJGEN et al., 2015), sugere-se que

outras análises possam ser realizadas em diferentes níveis competitivos a fim de se

saber se as funções executivas podem prever, ou até mesmo selecionar ou não

atletas que estão em clubes grandes e em clubes pequenos que podem chegar a

categoria profissional de futebol.

Em síntese, observa-se que a contribuição das funções executivas no sentido

de predizer as chances de um atleta da categoria sub-20 ser alçado para a categoria

adulta do futebol profissional ainda não está bem esclarecida pela literatura.

Outro objetivo deste estudo relacionado à avaliação das funções foi

desenvolver uma tabela normativa para a classificação das medidas de funções

executivas, a fim de se identificar nesta amostra especificamente, os atletas de

futebol da categoria sub-20 que apresentassem níveis baixo e alto para as medidas

de funções executivas. A construção de tabelas normativas por faixa etária é

fundamental dentro de qualquer modalidade esportiva, sobretudo, tratando-se de

análise das funções executivas que tem influência da idade dos indivíduos. Estas

tabelas normativas para a categoria sub-20 ajudarão a nortear futuras avaliações

das funções executivas em atletas federados do sub-20 no futebol brasileiro.

Em relação à medida de memória de trabalho foram identificados 26 atletas

com escores baixos (≤19,50) e 36 atletas com escores altos (≥45,00), havendo

diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande

(ES=-0,854).

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99

Em relação à medida de controle inibitório foram identificados 33 atletas com

escores baixos (≤11,00) e 26 atletas com escores altos (≥18,25), havendo diferença

significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande (ES=-

0,855).

Em relação à medida de flexibilidade cognitiva foram identificados 26 atletas

com escores baixos (≤18,75) e 28 atletas com escores altos (≥30,00), havendo

diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande

(ES=-0,858).

A partir disso, o presente estudo verificou associação entre o status dos

clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas

com escores baixo e alto nas medidas de funções executivas.

No presente estudo, ficou evidenciado que houve associação significativa

entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o

número de atletas com escores baixos e altos apenas para a medida de memória de

trabalho. Assim, a chance de encontrar um atleta de futebol da categoria sub-20 com

escore alto de memória de trabalho em um clube grande é maior (OR=0,283; IC95%

0,097–0,824) do que encontrar um atleta de futebol da categoria sub-20 com escore

alto de memória de trabalho em um clube pequeno.

No que diz respeito à associação entre o status dos clubes e o número de

atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas, não foram

encontrados estudos na literatura que pudessem ser confrontados com os nossos

resultados no momento. No que se refere às medidas de controle inibitório e

flexibilidade cognitiva foi verificado que o número de atletas com baixos e altos

escores estão distribuídos de forma semelhante entre os clubes grandes e clubes

pequenos. Nesse caso, hipotetiza-se que essas variáveis não discriminem o

rendimento de atletas que atuam em clubes grandes e em clubes pequenos e,

possivelmente não sejam bons marcadores de rendimento, em especial de

capacidades cognitivas para o futebol. Gonzaga et al. (2014) apontaram que os

atletas de futebol que apresentaram maiores escores na avaliação do funcionamento

executivo, também apresentaram altos escores de comportamento tático.

Gonzaga et al. (2014) analisaram 157 atletas da categoria sub-15, buscando

verificar a influência do funcionamento executivo no comportamento tático de atletas

de futebol da categoria sub-15. Os autores avaliaram a tomada de decisão afetiva e

o comportamento tático dos atletas. Os resultados demonstraram que os atletas de

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futebol com altos escores de comportamento tático defensivo e comportamento

tático de jogo apresentaram maiores escores na avaliação da tomada de decisão

afetiva quando comparado a atletas que possuem baixos escores de comportamento

tático (defensivo e de jogo). A partir disso, fica evidenciada a relevância de se ter

atletas de futebol que apresentem altos escores na avaliação das funções

executivas, visto que o funcionamento executivo tem sido apontado como um

indicativo do sucesso no futebol (VESTBERG et al., 2012; VERBURGH et al., 2014;

HUIJGEN et al., 2015).

No presente estudo, foi verificado que o número de atletas com baixos e altos

escores para às medidas de controle inibitório e flexibilidade cognitiva estão

distribuídos de forma semelhante entre os clubes grandes e clubes pequenos. No

entanto, no que se refere à associação entre o status dos clubes (grandes ou

pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo

e alto para as medidas de funções executivas, verifica-se que a hipótese H5 foi

confirmada parcialmente, pois houve associação significativa entre o status dos

clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas

com escores baixo e alto para a medida de memória de trabalho.

5.5 Indicadores táticos dos atletas em uma competição de futebol sub-20

O presente estudo comparou os indicadores táticos entre os atletas que

jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de

futebol da categoria sub-20.

Comparando os indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes

grandes e em clubes pequenos não foram encontradas diferenças significativas

entre o rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos

(p>0,05).

Por meio dos resultados obtidos, é possível inferir que tanto os atletas que

jogam em clubes grandes quanto os atletas que jogam em clubes pequenos

apresentaram um comportamento tático muito semelhante quando detinham o

mando de campo das partidas avaliadas na fase classificatória da competição, não

havendo diferença significativa entre os atletas de clubes grandes e de clubes

pequenos para o número de bolas recebidas (p=0,273), número de contatos com a

bola (p=0,176), número de variações de corredor (p=0,356), velocidade de

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101

transmissão da bola (p=0,280), número de bolas conquistadas (p=0,958) e para o

total de bolas jogadas (p=0,214).

O total de bolas jogadas (BJT) é resultado do somatório de três indicadores

(número de bolas recebidas, número de bolas conquistadas e número de contatos

com a bola) que juntos caracterizam o volume de jogo com bola obtido pelos atletas

nas partidas disputadas durante a fase classificatória do campeonato. Foi observado

que a mediana do BJT apresentada pelos atletas que jogam em clubes grandes

(Md=190,50) é semelhante ao dos atletas que jogam em clubes pequenos

(Md=193,50). Isto sugere que não é o volume de jogo com a bola que representa a

eficácia ofensiva dos clubes, mas, sobretudo, a forma como se joga, ressaltando a

importância da análise qualitativa do ataque (GARGANTA, 1997). Nesse sentido, as

situações de bola parada representam um exemplo típico de análise qualitativa, a

qual tem sido utilizada na literatura para analisar os fragmentos constantes do jogo

como: tiros de meta, arremessos laterais, escanteios, pênaltis, tiros livres,

impedimentos, defesas do goleiro e pontapés de saída (SANTOS; MORAES;

TEOLDO, 2015).

O número de variações de corredor (NVC) diz respeito ao número de vezes

que, na sequência ofensiva, a bola circula, através de passe, para um corredor

diferente, estando associadas à capacidade destas de criar desequilíbrios na

organização defensiva da equipe adversária e finalizar. No presente estudo,

verificou-se que a mediana do NVC apresentada pelos atletas que jogam em clubes

grandes (Md=12,00) é semelhante a dos atletas que jogam em clubes pequenos

(Md=9,50). De acordo com o estudo de Garganta (1997) a variabilidade das ações

ofensivas é considerada um fator associado à eficácia das equipes, de modo que

uma maior variação tende a corresponder a uma maior eficácia.

A velocidade de transmissão da bola (VTB) é dada pela divisão do número de

bolas recebidas por um atleta pelo número de contatos realizados para transmitir a

bola, variando entre 0 e 1, sendo tanto maior quanto mais o seu valor se aproxima

da unidade (GARGANTA, 1997; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS;

ANDRADE; TEOLDO, 2014). No presente estudo, verificou-se que a mediana do

VTB apresentada pelos atletas que jogam em clubes grandes (Md=0,43) é

semelhante ao de atletas que jogam em clubes pequenos (Md=0,45). Além disso, os

resultados mostraram que jogando em casa, tanto para os atletas de clubes grandes

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102

quanto para os atletas de clubes pequenos, os escores de velocidade de

transmissão bola apresentam escores moderados.

A análise do comportamento tático, por meio de indicadores táticos contribui

para identificação de variáveis que possam apresentar maior relevância para o

rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma

competição federada. No entanto, até a presente data, não há estudos que tenham

avaliado os indicadores táticos de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes

pequenos em uma competição federada de futebol, sobretudo na categoria sub-20,

impossibilitando a comparação de outros resultados com os achados do presente

estudo. No entanto, percebe-se que estudos têm avaliado esses indicadores em

equipes de futebol de alto nível como, por exemplo, a seleção espanhola de futebol

na Copa do Mundo FIFA® 2010 (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS;

MORAES; TEOLDO, 2016).

Moraes, Cardoso e Teoldo (2014) e Santos, Moraes e Teoldo (2016)

avaliaram o comportamento tático da seleção espanhola de futebol durante a Copa

do Mundo FIFA® 2010 considerando o resultado parcial das partidas (empate, vitória

+1, vitória +2 e derrota -1) em sete jogos durante a competição. Moraes, Cardoso e

Teoldo (2014) analisaram o número de contatos com a bola, número de bolas

recebidas e a velocidade de transmissão da bola. Os autores verificaram que

apenas o indicador velocidade de transmissão da bola apresentou diferença

significativa em relação ao resultado das partidas, sendo superior quando a seleção

espanhola ganhava por dois gols de diferença. Santos, Moraes e Teoldo (2016)

analisaram a amplitude de circulação da bola através do número de variações de

corredor (NVC). Os autores verificaram que não foi encontrada diferença significativa

do NVC em relação ao status das partidas (empate, vitória +1, vitória +2 e derrota -

1).

Analisando a comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam

em clubes grandes e em clubes pequenos não foram encontradas diferenças

significativas, rejeitando a hipótese H6 do estudo, que diz que haverá diferenças

significativas dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e

em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

Em síntese, pela importância da análise de jogo na identificação dos pontos

fortes de uma equipe – para que sejam ainda mais desenvolvidos – e também dos

fracos – para que sejam melhorados e atinjam o nível desejado (SANTOS;

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103

ANDRADE; TEOLDO, 2014), sugere-se por fim que mais estudos possam ser

realizados em outras competições, envolvendo outros níveis competitivos como, por

exemplo, o Campeonato Brasileiro de Futebol sub-20, no sentido de se ter um

melhor entendimento sobre como esses indicadores se manifestam em competições

que os confrontos entre as equipes tendem a ser mais equilibrados, tanto pela

qualidade técnica das equipes, quanto pelo placar das equipes na partida.

Outro objetivo deste estudo relacionado à avaliação dos indicadores táticos foi

desenvolver tabelas normativas para a classificação dos indicadores táticos, a fim de

se identificar nesta amostra especificamente, os atletas de futebol da categoria sub-

20 que apresentassem níveis baixo e alto para os indicadores táticos. A construção

de tabelas normativas para os indicadores táticos é fundamental dentro de qualquer

modalidade esportiva. Esta tabela normativa para a categoria sub-20 ajudará a

nortear futuras avaliações dos componentes táticos dos atletas federados do sub-20

no futebol brasileiro.

Em relação número de bolas recebidas (NR) foram identificados 27 atletas

com escores baixos (≤32,00) e 26 atletas com escores altos (≥98,50), havendo

diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande

(ES=-0,858).

No que diz respeito ao número de contatos com a bola (NCT) foram

identificados 26 atletas com escores baixos (≤75,00) e 26 atletas com escores altos

(≥238,25), havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com

tamanho de efeito grande (ES=-0,857).

No que se refere ao número de variações de corredor (NVC) foram

identificados 26 atletas com escores baixos (≤3,75) e 27 atletas com escores altos

(≥22,00), havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com

tamanho de efeito grande (ES=-0,867).

No tocante à velocidade de transmissão da bola (VTB) foram identificados 30

atletas com escores baixos (≤0,39) e 28 atletas com escores altos (≥0,49), havendo

diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande

(ES=-0,859).

No que concerne ao número de bolas conquistadas (NC) foram identificados

27 atletas com escores baixos (≤0,00) e 29 atletas com escores altos (≥8,00),

havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de

efeito grande (ES=-0,912).

Page 104: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

104

Quanto ao total de bolas jogadas (BJT) foram identificados 26 atletas com

escores baixos (≤107,50) e 26 atletas com escores altos (≥351,25), havendo

diferença significativa entre os dois grupos (p=0,001), com tamanho de efeito grande

(ES=-0,857).

A partir disso, o presente estudo verificou associação entre o status dos

clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas

com escores baixo e alto nos indicadores táticos.

No que diz respeito à associação entre o status dos clubes e o número de

atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos foi verificado que o

número de atletas com baixos e altos escores estão distribuídos de forma

semelhante entre os clubes grandes e clubes pequenos. Embora, no momento, não

tenha sido encontrados estudos na literatura que pudessem ser confrontados com

os resultados do presente estudo, acredita-se que o equilíbrio entre os atletas de

clubes grandes e os atletas de clubes pequenos possa estar relacionado ao fato de

que foi analisada apenas a atuação dos atletas jogando em casa e, por esse motivo,

os atletas de clubes grandes e de clubes pequenos tendem a apresentar escores

semelhantes para os indicadores táticos quando detêm o mando de campo das

partidas disputadas na fase classificatória da competição.

No presente estudo, foi verificado que o número de atletas com baixos e altos

escores para os indicadores táticos estão distribuídos de forma semelhante entre os

clubes grandes e clubes pequenos. Portanto, em relação à associação entre o status

dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de

atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos, rejeita-se a hipótese H7

do estudo, que diz que haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou

pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo

e alto nos indicadores táticos.

5.6 Limitações do estudo

Neste estudo, foram avaliados somente os jogos da fase classificatória em

que os clubes atuavam como mandantes. Sugere-se que em futuros estudos sejam

avaliados os jogos de outras fases da competição e também quando os clubes

atuarem como visitantes para verificar se existe alguma alteração na forma de jogar

dos atletas.

Page 105: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

105

Outra limitação do estudo é o fato da coleta ter sido realizada somente na

fase classificatória do campeonato, não abrangendo todas as fases da competição.

Ressalta-se, que a condução do estudo até a fase final do campeonato não

permitiria um equilíbrio entre o número de atletas de clubes grandes e de clubes

pequenos, uma vez que nem todos os clubes avançaram para a fase final da

competição.

Também não foram analisadas as funções executivas quentes, como por

exemplo, a tomada de decisão afetiva. Além disso, uma bateria maior de testes que

avaliassem as capacidades emocionais e táticas permitiria um conhecimento mais

amplo desses três fatores em atletas de futebol da categoria sub-20.

Apesar destas limitações, os resultados deste estudo são pioneiros e

fornecem informações inéditas acerca da avaliação da motivação, das funções

executivas e dos indicadores táticos em atletas mineiros de futebol da categoria sub-

20 em uma competição federada de nível estadual. Além disso, os resultados deste

estudo podem auxiliar atletas, treinadores, analistas de desempenho, preparadores

físicos, psicólogos do esporte e demais profissionais da área esportiva a terem uma

melhor compreensão da importância desses construtos para os atletas mineiros de

futebol da categoria sub-20.

Page 106: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

106

6 CONCLUSÃO

Este estudo construiu tabelas normativas que permitem estabelecer

parâmetros mais fidedignos na avaliação da motivação, das funções executivas e

dos indicadores táticos para os atletas de futebol da categoria sub-20. Recomenda-

se que outros estudos possam avançar na construção de tabelas normativas para

estas variáveis em outras categorias no futebol.

Conclui-se que os atletas de futebol da categoria sub-20 são mais motivados

intrinsecamente apresentando um perfil de motivação autodeterminada, o que indica

que praticam o futebol de forma voluntária, sem necessidade aparente de receber

recompensas, pois se interessam pela atividade, sentem prazer e satisfação no

envolvimento com a prática do futebol.

Em relação ao índice de autodeterminação, conclui-se que o status do clube

não altera a autodeterminação dos atletas em uma competição de futebol da

categoria sub-20, o que sugere que tanto atletas de clubes grandes quanto atletas

de clubes pequenos se mantêm autodeterminados em alcançar seus objetivos no

futebol. Entretanto, recomenda-se que o nível de autodeterminação seja monitorado

ao longo da competição, para ver se o mesmo não se altera em função dos

resultados apresentados pelos atletas e pelos clubes nas partidas. Ainda, de acordo

com este estudo, o fato de o atleta estar em um clube grande ou pequeno não está

associado a um maior ou menor índice de autodeterminação do atleta.

No tocante às funções executivas, conclui-se que os atletas de clubes

grandes são superiores aos atletas de clubes pequenos apenas em relação à

memória de trabalho, indicando que essa variável pode contribuir para que os atletas

de clubes grandes tenham melhores resultados em uma competição de futebol da

categoria sub-20. Contudo, sugere-se que outras funções executivas possam ser

investigadas em diferentes níveis competitivos a fim de se mapear o quanto as

funções executivas pode contribuir para um atleta de futebol da categoria sub-20 se

tornar um atleta profissional no futebol. Ainda, de acordo com nossos resultados, o

fato de o atleta jogar em um clube grande parece estar associado a uma maior

capacidade de memorização visual pelo atleta.

Em relação aos indicadores táticos, conclui-se que o status do clube não

altera indicadores táticos dos clubes em uma competição de futebol da categoria

sub-20, o que sugere que para os indicadores avaliados tanto atletas de clubes

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107

grandes quanto atletas de clubes pequenos são equilibrados do ponto de vista tático

quando detêm o mando de campo na competição. Entretanto, recomenda-se que os

indicadores táticos possam ser analisados para todas as fases da competição, a fim

de que se possa conhecer o modelo de jogo adotado por atletas de clubes grandes

e atletas de clubes pequenos em uma competição da categoria sub-20. Ainda, de

acordo com este estudo, o fato de o atleta estar em um clube grande ou pequeno

não está associado a um maior ou menor indicador tático do atleta.

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118

ANEXOS

ANEXO A

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119

ANEXO B

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120

APÊNDICES

APÊNDICE A

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APÊNDICE B

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122

APÊNDICE C

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123

APÊNDICE D

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124

APÊNDICE E

Resultados do teste de normalidade para as variáveis (em anos) idade, tempo de prática, tempo de educação formal e tempo como atleta federado.

Variável+ Clubes

Kolmogorov-Smirnov

Statistic df Sig.

Idade dos atletas

Geral 0,206 104 0,001*

Grande 0,192 54 0,001*

Pequeno 0,214 50 0,001*

Tempo de pratica dos atletas

Geral 0,125 104 0,001*

Grande 0,128 54 0,028*

Pequeno 0,126 50 0,046*

Tempo de educação formal dos atletas

Geral 0,257 104 0,001*

Grande 0,289 54 0,001*

Pequeno 0,255 50 0,001*

Tempo como atleta federado

Geral 0,104 104 0,008*

Grande 0,118 54 0,057

Pequeno 0,127 50 0,043*

Legenda: Geral= Amostra do estudo* Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Resultados do teste de normalidade por dimensões de motivação.

Dimensões Kolmogorov-Smirnov

Estatística Graus de liberdade Significância

Motivação intrínseca 0,086 104 0,058

Motivação extrínseca 0,075 104 0,174

Desmotivação 0,225 104 0,001*

Índice de autodeterminação 0,088 104 0,046*

Legenda: * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Resultados do teste de normalidade para o índice de autodeterminação nos grupos de atletas com escores baixos e altos.

Índice Escores Shapiro-Wilk

Statistic df Sig.

Índice de autodeterminação Baixo 0,835 26 0,001*

Alto 0,893 28 0,008*

Legenda: * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

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125

Resultados do teste de normalidade para as medidas de funções executivas em

atletas de futebol sub-20.

Funções executivas Clube Kolmogorov-Smirnov

Estatística Graus de liberdade

Significância

Memória de trabalho

Geral 0,095 104 0,023*

Grande 0,122 54 0,043*

Pequeno 0,141 50 0,015*

Controle inibitório

Geral 0,085 104 0,061

Grande 0,086 54 0,200

Pequeno 0,108 50 0,200

Flexibilidade cognitiva

Geral 0,066 104 0,200

Grande 0,106 54 0,191

Pequeno 0,076 50 0,200

Legenda: Geral= Amostra do estudo; * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Resultados do teste de normalidade para as medidas de funções executivas nos grupos de atletas com escores baixos e altos.

Funções executivas Escores Shapiro-Wilk

Statistic df Sig.

Memória de trabalho (MT)

Baixo 0,829 26 0,001*

Alto 0,883 36 0,001*

Controle inibitório (CI)

Baixo 0,837 33 0,000*

Alto 0,842 26 0,001*

Flexibilidade cognitiva (FC)

Baixo 0,930 26 0,077

Alto 0,656 28 0,000*

Legenda: * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Page 126: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

126

Resultados do teste de normalidade para os indicadores táticos em atletas de futebol sub-20.

Indicadores Clube Kolmogorov-Smirnov

Estatística Graus de liberdade Significância

Número de bolas Recebidas (NR)

Geral 0143 104 0,001*

Grande 0,194 54 0,001*

Pequeno 0,092 50 0,200

Número de contatos (NCT)

Geral 0129 104 0,001*

Grande 0,176 54 0,001*

Pequeno 0,113 50 0,134

Número de variações de corredor (NVC)

Geral 0,226 104 0,001*

Grande 0,236 54 0,001*

Pequeno 0,129 50 0,037*

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Geral 0,124 104 0,001*

Grande 0,125 54 0,036*

Pequeno 0,152 50 0,006*

Número de bolas conquistadas (NC)

Geral 0,176 104 0,001*

Grande 0,189 54 0,001*

Pequeno 0,188 50 0,001*

Total de bolas jogadas (BJT)

Geral 0,137 104 0,001*

Grande 0,178 54 0,001*

Pequeno 0,101 50 0,200

Legenda: Geral= Amostra do estudo; * Desvio significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Resultados do teste de normalidade para os indicadores táticos nos grupos de atletas com escores baixos e altos.

Indicadores Escores Shapiro-Wilk

Statistic df Sig.

Número de bolas recebidas (NR)

Baixo 0,959 27 0,345

Alto 0,862 26 0,002

Número de contatos com a bola (NCT)

Baixo 0,938 26 0,123

Alto 0,856 26 0,002

Número de variações de corredor (NVC)

Baixo 0,717 26 0,000

Alto 0,619 27 0,000

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Baixo 0,904 30 0,011

Alto 0,701 28 0,000

Número de bolas conquistadas (NC)

Baixo# - - -

Alto 0,805 29 0,000

Total de bolas jogadas (BJT)

Baixo 0,959 26 0,379

Alto 0,852 26 0,002

Legenda: # Numero de bolas conquistadas é constante no grupo com escore Baixo; * Desvio

significativo da normalidade (p<0,05). Fonte: Dados do estudo.

Page 127: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

127

APÊNDICE F

Tabela AF1 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para o índice de

autodeterminação. (Continua)

Atleta Clube Escore* Classificação

3 Grande -1,42 Baixo

101 Pequeno -0,13 Baixo

70 Pequeno 0,13 Baixo

82 Pequeno 0,33 Baixo

60 Pequeno 0,58 Baixo

39 Grande 0,92 Baixo

69 Pequeno 2,71 Baixo

7 Grande 3,00 Baixo

92 Pequeno 3,04 Baixo

48 Grande 3,33 Baixo

59 Pequeno 3,67 Baixo

19 Grande 4,08 Baixo

35 Grande 4,08 Baixo

65 Pequeno 4,21 Baixo

62 Pequeno 4,58 Baixo

21 Grande 4,75 Baixo

14 Grande 5,00 Baixo

25 Grande 5,00 Baixo

63 Pequeno 5,00 Baixo

20 Grande 5,17 Baixo

23 Grande 5,17 Baixo

76 Pequeno 5,17 Baixo

90 Pequeno 5,29 Baixo

68 Pequeno 5,29 Baixo

50 Grande 5,38 Baixo

5 Grande 5,46 Baixo

18 Grande 5,58 Moderado

95 Pequeno 5,79 Moderado

98 Pequeno 5,79 Moderado

32 Grande 5,79 Moderado

24 Grande 5,92 Moderado

67 Pequeno 5,92 Moderado

16 Grande 6,25 Moderado

104 Pequeno 6,38 Moderado

88 Pequeno 6,42 Moderado

103 Pequeno 6,50 Moderado

11 Grande 6,63 Moderado

34 Grande 6,67 Moderado

102 Pequeno 6,75 Moderado

Page 128: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

128

Tabela AF1 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para o índice de

autodeterminação. (Continuação)

Atleta Clube Escore* Classificação

100 Pequeno 6,88 Moderado

71 Pequeno 7,08 Moderado

79 Pequeno 7,21 Moderado

84 Pequeno 7,29 Moderado

37 Grande 7,38 Moderado

41 Grande 7,46 Moderado

52 Grande 7,50 Moderado

6 Grande 7,54 Moderado

58 Pequeno 7,58 Moderado

94 Pequeno 7,83 Moderado

1 Grande 7,88 Moderado

27 Grande 7,92 Moderado

33 Grande 8,04 Moderado

75 Pequeno 8,04 Moderado

78 Pequeno 8,13 Moderado

51 Grande 8,25 Moderado

54 Grande 8,25 Moderado

80 Pequeno 8,38 Moderado

86 Pequeno 8,42 Moderado

40 Grande 8,50 Moderado

61 Pequeno 8,50 Moderado

64 Pequeno 8,50 Moderado

53 Grande 8,63 Moderado

72 Pequeno 8,79 Moderado

57 Pequeno 8,86 Moderado

44 Grande 8,96 Moderado

87 Pequeno 8,96 Moderado

4 Grande 9,00 Moderado

49 Grande 9,17 Moderado

43 Grande 9,21 Moderado

30 Grande 9,25 Moderado

17 Grande 9,29 Moderado

47 Grande 9,29 Moderado

2 Grande 9,38 Moderado

12 Grande 9,38 Moderado

28 Grande 9,38 Moderado

91 Pequeno 9,38 Moderado

55 Pequeno 9,42 Alto

97 Pequeno 9,42 Alto

93 Pequeno 9,42 Alto

10 Grande 9,46 Alto

Page 129: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

129

Tabela AF1 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para o índice de

autodeterminação. (Conclusão)

Atleta Clube Escore* Classificação

77 Pequeno 9,63 Alto

42 Grande 9,71 Alto

29 Grande 9,79 Alto

81 Pequeno 9,88 Alto

26 Grande 9,92 Alto

73 Pequeno 10,00 Alto

89 Pequeno 10,04 Alto

83 Pequeno 10,17 Alto

45 Grande 10,25 Alto

8 Grande 10,29 Alto

36 Grande 10,29 Alto

9 Grande 10,42 Alto

96 Pequeno 10,54 Alto

99 Pequeno 10,54 Alto

56 Pequeno 11,04 Alto

22 Grande 11,08 Alto

74 Pequeno 11,29 Alto

66 Pequeno 11,29 Alto

85 Pequeno 11,33 Alto

31 Grande 11,38 Alto

13 Grande 11,71 Alto

38 Grande 11,71 Alto

46 Grande 12,92 Alto

15 Grande 13,50 Alto

Legenda: *escore médio; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo.

Page 130: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

130

Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.

(Continua)

Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#

Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

103 Pequeno 2 Baixo 94 Pequeno -8 Baixo 42 Grande 4 Baixo

65 Pequeno 8 Baixo 12 Grande -4 Baixo 91 Pequeno 4 Baixo

80 Pequeno 8 Baixo 91 Pequeno 0 Baixo 52 Grande 7 Baixo

84 Pequeno 8 Baixo 93 Pequeno 0 Baixo 94 Pequeno 8 Baixo

100 Pequeno 8 Baixo 96 Pequeno 1 Baixo 6 Grande 9 Baixo

6 Grande 9 Baixo 42 Grande 2 Baixo 41 Grande 10 Baixo

50 Grande 12 Baixo 28 Grande 4 Baixo 96 Pequeno 10 Baixo

90 Pequeno 12 Baixo 45 Grande 4 Baixo 28 Grande 11 Baixo

101 Pequeno 12 Baixo 37 Grande 5 Baixo 29 Grande 12 Baixo

9 Grande 15 Baixo 40 Grande 5 Baixo 32 Grande 12 Baixo

11 Grande 15 Baixo 41 Grande 5 Baixo 38 Grande 12 Baixo

55 Pequeno 15 Baixo 19 Grande 7 Baixo 44 Grande 12 Baixo

79 Pequeno 15 Baixo 21 Grande 7 Baixo 68 Pequeno 12 Baixo

81 Pequeno 15 Baixo 60 Pequeno 7 Baixo 12 Grande 13 Baixo

88 Pequeno 15 Baixo 103 Pequeno 7 Baixo 21 Grande 13 Baixo

102 Pequeno 15 Baixo 29 Grande 8 Baixo 45 Grande 13 Baixo

36 Grande 18 Baixo 34 Grande 8 Baixo 60 Pequeno 15 Baixo

47 Grande 18 Baixo 104 Pequeno 8 Baixo 37 Grande 16 Baixo

49 Grande 18 Baixo 32 Grande 9 Baixo 43 Grande 16 Baixo

54 Grande 18 Baixo 57 Pequeno 9 Baixo 93 Pequeno 16 Baixo

61 Pequeno 18 Baixo 44 Grande 10 Baixo 27 Grande 17 Baixo

62 Pequeno 18 Baixo 73 Pequeno 10 Baixo 36 Grande 17 Baixo

70 Pequeno 18 Baixo 101 Pequeno 10 Baixo 40 Grande 18 Baixo

76 Pequeno 18 Baixo 102 Pequeno 10 Baixo 65 Pequeno 18 Baixo

Page 131: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

131

Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.

(Continuação)

Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#

Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

78 Pequeno 18 Baixo 13 Grande 11 Baixo 75 Pequeno 18 Baixo

85 Pequeno 18 Baixo 38 Grande 11 Baixo 102 Pequeno 18 Baixo

63 Pequeno 20 Moderado 43 Grande 11 Baixo 18 Grande 19 Moderado

8 Grande 24 Moderado 54 Grande 11 Baixo 46 Grande 19 Moderado

24 Grande 24 Moderado 62 Pequeno 11 Baixo 54 Grande 19 Moderado

40 Grande 24 Moderado 68 Pequeno 11 Baixo 74 Pequeno 19 Moderado

42 Grande 24 Moderado 76 Pequeno 11 Baixo 81 Pequeno 19 Moderado

53 Grande 24 Moderado 87 Pequeno 11 Baixo 15 Grande 20 Moderado

69 Pequeno 24 Moderado 90 Pequeno 11 Baixo 23 Grande 20 Moderado

74 Pequeno 24 Moderado 35 Grande 12 Moderado 73 Pequeno 20 Moderado

7 Grande 28 Moderado 74 Pequeno 12 Moderado 87 Pequeno 20 Moderado

23 Grande 28 Moderado 75 Pequeno 12 Moderado 4 Grande 21 Moderado

31 Grande 28 Moderado 86 Pequeno 12 Moderado 49 Grande 21 Moderado

34 Grande 28 Moderado 99 Pequeno 12 Moderado 57 Pequeno 21 Moderado

68 Pequeno 28 Moderado 4 Grande 13 Moderado 97 Pequeno 21 Moderado

75 Pequeno 28 Moderado 7 Grande 13 Moderado 99 Pequeno 21 Moderado

77 Pequeno 28 Moderado 33 Grande 13 Moderado 104 Pequeno 21 Moderado

82 Pequeno 28 Moderado 14 Grande 14 Moderado 13 Grande 22 Moderado

83 Pequeno 28 Moderado 22 Grande 14 Moderado 22 Grande 22 Moderado

17 Grande 30 Moderado 31 Grande 14 Moderado 26 Grande 22 Moderado

26 Grande 32 Moderado 51 Grande 14 Moderado 35 Grande 22 Moderado

33 Grande 32 Moderado 58 Pequeno 14 Moderado 64 Pequeno 22 Moderado

43 Grande 32 Moderado 70 Pequeno 14 Moderado 1 Grande 23 Moderado

45 Grande 32 Moderado 9 Grande 15 Moderado 7 Grande 23 Moderado

Page 132: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

132

Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.

(Continuação)

Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#

Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

48 Grande 32 Moderado 11 Grande 15 Moderado 33 Grande 23 Moderado

52 Grande 32 Moderado 27 Grande 15 Moderado 34 Grande 23 Moderado

57 Pequeno 32 Moderado 50 Grande 15 Moderado 56 Pequeno 23 Moderado

5 Grande 35 Moderado 52 Grande 15 Moderado 61 Pequeno 23 Moderado

73 Pequeno 35 Moderado 71 Pequeno 15 Moderado 5 Grande 24 Moderado

2 Grande 40 Moderado 81 Pequeno 15 Moderado 9 Grande 24 Moderado

4 Grande 40 Moderado 95 Pequeno 15 Moderado 71 Pequeno 24 Moderado

15 Grande 40 Moderado 97 Pequeno 15 Moderado 77 Pequeno 24 Moderado

16 Grande 40 Moderado 100 Pequeno 15 Moderado 103 Pequeno 24 Moderado

30 Grande 40 Moderado 2 Grande 16 Moderado 31 Grande 25 Moderado

35 Grande 40 Moderado 20 Grande 16 Moderado 76 Pequeno 25 Moderado

38 Grande 40 Moderado 25 Grande 16 Moderado 90 Pequeno 25 Moderado

56 Pequeno 40 Moderado 46 Grande 16 Moderado 39 Grande 26 Moderado

58 Pequeno 40 Moderado 61 Pequeno 16 Moderado 58 Pequeno 26 Moderado

64 Pequeno 40 Moderado 66 Pequeno 16 Moderado 59 Pequeno 26 Moderado

67 Pequeno 40 Moderado 69 Pequeno 16 Moderado 16 Grande 27 Moderado

72 Pequeno 40 Moderado 77 Pequeno 16 Moderado 79 Pequeno 27 Moderado

89 Pequeno 40 Moderado 3 Grande 17 Moderado 10 Grande 28 Moderado

93 Pequeno 40 Moderado 47 Grande 17 Moderado 83 Pequeno 28 Moderado

97 Pequeno 40 Moderado 67 Pequeno 17 Moderado 85 Pequeno 28 Moderado

14 Grande 45 Alto 78 Pequeno 17 Moderado 92 Pequeno 28 Moderado

18 Grande 45 Alto 80 Pequeno 17 Moderado 98 Pequeno 28 Moderado

28 Grande 45 Alto 15 Grande 18 Moderado 100 Pequeno 28 Moderado

41 Grande 45 Alto 26 Grande 18 Moderado 51 Grande 29 Moderado

Page 133: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

133

Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.

(Continuação)

Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#

Atleta Clube Escore* Classificação. Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

44 Grande 45 Alto 30 Grande 18 Moderado 62 Pequeno 29 Moderado

46 Grande 45 Alto 36 Grande 18 Moderado 78 Pequeno 29 Moderado

51 Grande 45 Alto 39 Grande 18 Moderado 80 Pequeno 29 Moderado

71 Pequeno 45 Alto 65 Pequeno 18 Moderado 88 Pequeno 29 Moderado

92 Pequeno 45 Alto 72 Pequeno 18 Moderado 17 Grande 30 Alto

99 Pequeno 45 Alto 98 Pequeno 18 Moderado 25 Grande 30 Alto

104 Pequeno 45 Alto 5 Grande 19 Alto 67 Pequeno 30 Alto

3 Grande 48 Alto 18 Grande 19 Alto 30 Grande 31 Alto

13 Grande 50 Alto 23 Grande 19 Alto 48 Grande 31 Alto

27 Grande 50 Alto 48 Grande 19 Alto 50 Grande 31 Alto

39 Grande 50 Alto 64 Pequeno 19 Alto 101 Pequeno 31 Alto

10 Grande 60 Alto 92 Pequeno 19 Alto 11 Grande 32 Alto

19 Grande 60 Alto 6 Grande 20 Alto 47 Grande 32 Alto

25 Grande 60 Alto 49 Grande 20 Alto 66 Pequeno 32 Alto

59 Pequeno 60 Alto 59 Pequeno 20 Alto 95 Pequeno 32 Alto

60 Pequeno 60 Alto 79 Pequeno 20 Alto 20 Grande 33 Alto

66 Pequeno 60 Alto 84 Pequeno 20 Alto 55 Pequeno 33 Alto

86 Pequeno 60 Alto 56 Pequeno 21 Alto 70 Pequeno 33 Alto

87 Pequeno 60 Alto 83 Pequeno 21 Alto 86 Pequeno 33 Alto

94 Pequeno 60 Alto 88 Pequeno 21 Alto 3 Grande 34 Alto

98 Pequeno 60 Alto 10 Grande 22 Alto 63 Pequeno 34 Alto

1 Grande 66 Alto 16 Grande 22 Alto 8 Grande 35 Alto

12 Grande 66 Alto 8 Grande 23 Alto 14 Grande 35 Alto

22 Grande 66 Alto 85 Pequeno 23 Alto 72 Pequeno 36 Alto

37 Grande 66 Alto 89 Pequeno 23 Alto 89 Pequeno 37 Alto

Page 134: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

134

Tabela AF2 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para as medidas de funções executivas.

(Conclusão)

Memória de trabalho@ Controle inibitório# Flexibilidade cognitiva#

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

96 Pequeno 66 Alto 63 Pequeno 24 Alto 2 Grande 38 Alto

21 Grande 72 Alto 82 Pequeno 24 Alto 19 Grande 40 Alto

95 Pequeno 72 Alto 1 Grande 26 Alto 82 Pequeno 42 Alto

29 Grande 77 Alto 17 Grande 27 Alto 84 Pequeno 42 Alto

91 Pequeno 77 Alto 53 Grande 29 Alto 53 Grande 44 Alto

32 Grande 84 Alto 24 Grande 30 Alto 69 Pequeno 48 Alto

20 Grande 91 Alto 55 Pequeno 31 Alto 24 Grande 71 Alto

Legenda: @

Escore total (número de acertos obtidos multiplicados pelo valor máximo da sequência atingida); #

Escores expressos em segundos; *escore bruto; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo

Page 135: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

135

Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continua)

Número de bolas recebidas (NR)

Número de contatos com a bola (NCT)

Número de variações de corredor (NVC)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

55 Pequeno 3 Baixo 55 Pequeno 7 Baixo 1 Grande 0 Baixo

22 Grande 4 Baixo 22 Grande 14 Baixo 2 Grande 0 Baixo

12 Grande 6 Baixo 91 Pequeno 17 Baixo 4 Grande 0 Baixo

90 Pequeno 8 Baixo 12 Grande 18 Baixo 7 Grande 0 Baixo

56 Pequeno 10 Baixo 40 Grande 19 Baixo 20 Grande 0 Baixo

25 Grande 11 Baixo 89 Pequeno 20 Baixo 39 Grande 0 Baixo

89 Pequeno 12 Baixo 90 Pequeno 21 Baixo 45 Grande 0 Baixo

1 Grande 13 Baixo 77 Pequeno 23 Baixo 55 Pequeno 0 Baixo

40 Grande 13 Baixo 57 Pequeno 28 Baixo 56 Pequeno 0 Baixo

57 Pequeno 13 Baixo 56 Pequeno 29 Baixo 57 Pequeno 0 Baixo

77 Pequeno 13 Baixo 25 Grande 31 Baixo 62 Pequeno 0 Baixo

91 Pequeno 16 Baixo 9 Grande 33 Baixo 64 Pequeno 0 Baixo

9 Grande 17 Baixo 76 Pequeno 38 Baixo 72 Pequeno 0 Baixo

20 Grande 17 Baixo 94 Pequeno 38 Baixo 77 Pequeno 0 Baixo

76 Pequeno 17 Baixo 99 Pequeno 41 Baixo 6 Grande 1 Baixo

72 Pequeno 18 Baixo 2 Grande 49 Baixo 9 Grande 1 Baixo

2 Grande 20 Baixo 1 Grande 50 Baixo 22 Grande 1 Baixo

94 Pequeno 20 Baixo 20 Grande 50 Baixo 25 Grande 1 Baixo

6 Grande 22 Baixo 74 Pequeno 53 Baixo 47 Grande 1 Baixo

62 Pequeno 25 Baixo 6 Grande 55 Baixo 89 Pequeno 1 Baixo

73 Pequeno 25 Baixo 72 Pequeno 55 Baixo 90 Pequeno 1 Baixo

47 Grande 27 Baixo 73 Pequeno 55 Baixo 60 Pequeno 2 Baixo

74 Pequeno 27 Baixo 62 Pequeno 56 Baixo 10 Grande 3 Baixo

96 Pequeno 30 Baixo 96 Pequeno 56 Baixo 61 Pequeno 3 Baixo

Page 136: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

136

Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continuação)

Número de bolas recebidas (NR)

Número de contatos com a bola (NCT)

Número de variações de corredor (NVC)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

11 Grande 31 Baixo 11 Grande 66 Baixo 73 Pequeno 3 Baixo

64 Pequeno 32 Baixo 21 Grande 66 Baixo 81 Pequeno 3 Baixo

100 Pequeno 32 Baixo 100 Pequeno 78 Moderado 12 Grande 4 Moderado

10 Grande 36 Moderado 34 Grande 80 Moderado 23 Grande 4 Moderado

21 Grande 36 Moderado 82 Pequeno 80 Moderado 74 Pequeno 4 Moderado

63 Pequeno 37 Moderado 47 Grande 82 Moderado 76 Pequeno 4 Moderado

23 Grande 38 Moderado 60 Pequeno 82 Moderado 94 Pequeno 4 Moderado

24 Grande 39 Moderado 64 Pequeno 82 Moderado 21 Grande 5 Moderado

82 Pequeno 40 Moderado 30 Grande 83 Moderado 34 Grande 5 Moderado

99 Pequeno 41 Moderado 51 Grande 83 Moderado 78 Pequeno 5 Moderado

26 Grande 43 Moderado 97 Pequeno 87 Moderado 26 Grande 6 Moderado

97 Pequeno 43 Moderado 10 Grande 93 Moderado 69 Pequeno 6 Moderado

34 Grande 44 Moderado 65 Pequeno 97 Moderado 41 Grande 7 Moderado

78 Pequeno 45 Moderado 7 Grande 100 Moderado 66 Pequeno 7 Moderado

7 Grande 46 Moderado 23 Grande 102 Moderado 91 Pequeno 7 Moderado

41 Grande 46 Moderado 42 Grande 104 Moderado 16 Grande 8 Moderado

46 Grande 46 Moderado 24 Grande 105 Moderado 24 Grande 8 Moderado

4 Grande 47 Moderado 92 Pequeno 106 Moderado 40 Grande 8 Moderado

92 Pequeno 47 Moderado 46 Grande 107 Moderado 63 Pequeno 8 Moderado

30 Grande 48 Moderado 41 Grande 115 Moderado 82 Pequeno 8 Moderado

60 Pequeno 50 Moderado 26 Grande 116 Moderado 29 Grande 9 Moderado

5 Grande 54 Moderado 59 Pequeno 120 Moderado 58 Pequeno 9 Moderado

42 Grande 55 Moderado 49 Grande 121 Moderado 68 Pequeno 9 Moderado

16 Grande 56 Moderado 5 Grande 122 Moderado 92 Pequeno 9 Moderado

Page 137: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

137

Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continuação)

Número de bolas recebidas (NR)

Número de contatos com a bola (NCT)

Número de variações de corredor (NVC)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

49 Grande 56 Moderado 63 Pequeno 122 Moderado 93 Pequeno 10 Moderado

58 Pequeno 56 Moderado 28 Grande 123 Moderado 100 Pequeno 10 Moderado

13 Grande 57 Moderado 13 Grande 128 Moderado 27 Grande 11 Moderado

51 Grande 59 Moderado 4 Grande 131 Moderado 48 Grande 11 Moderado

59 Pequeno 59 Moderado 75 Pequeno 133 Moderado 80 Pequeno 11 Moderado

28 Grande 61 Moderado 58 Pequeno 135 Moderado 3 Grande 12 Moderado

75 Pequeno 63 Moderado 68 Pequeno 143 Moderado 31 Grande 12 Moderado

39 Grande 67 Moderado 78 Pequeno 145 Moderado 54 Grande 12 Moderado

61 Pequeno 67 Moderado 95 Pequeno 145 Moderado 96 Pequeno 12 Moderado

93 Pequeno 68 Moderado 88 Pequeno 152 Moderado 11 Grande 13 Moderado

65 Pequeno 70 Moderado 39 Grande 155 Moderado 86 Pequeno 13 Moderado

95 Pequeno 70 Moderado 8 Grande 156 Moderado 104 Pequeno 13 Moderado

3 Grande 72 Moderado 67 Pequeno 157 Moderado 13 Grande 14 Moderado

27 Grande 73 Moderado 101 Pequeno 160 Moderado 85 Pequeno 14 Moderado

8 Grande 74 Moderado 3 Grande 163 Moderado 53 Grande 15 Moderado

29 Grande 74 Moderado 93 Pequeno 166 Moderado 97 Pequeno 15 Moderado

67 Pequeno 75 Moderado 29 Grande 171 Moderado 98 Pequeno 15 Moderado

79 Pequeno 76 Moderado 61 Pequeno 174 Moderado 46 Grande 16 Moderado

101 Pequeno 76 Moderado 27 Grande 175 Moderado 15 Grande 17 Moderado

66 Pequeno 80 Moderado 45 Grande 185 Moderado 28 Grande 18 Moderado

86 Pequeno 80 Moderado 43 Grande 192 Moderado 95 Pequeno 18 Moderado

43 Grande 82 Moderado 79 Pequeno 197 Moderado 36 Grande 19 Moderado

69 Pequeno 82 Moderado 16 Grande 201 Moderado 49 Grande 20 Moderado

88 Pequeno 82 Moderado 104 Pequeno 207 Moderado 59 Pequeno 20 Moderado

Page 138: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

138

Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continuação)

Número de bolas recebidas (NR)

Número de contatos com a bola (NCT)

Número de variações de corredor (NVC)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

45 Grande 85 Moderado 15 Grande 209 Moderado 5 Grande 21 Moderado

15 Grande 87 Moderado 70 Pequeno 209 Moderado 35 Grande 21 Moderado

68 Pequeno 87 Moderado 66 Pequeno 211 Moderado 65 Pequeno 21 Moderado

70 Pequeno 88 Moderado 86 Pequeno 223 Moderado 83 Pequeno 21 Moderado

103 Pequeno 97 Moderado 102 Pequeno 226 Moderado 101 Pequeno 21 Moderado

31 Grande 98 Moderado 44 Grande 237 Moderado 42 Grande 22 Alto

84 Pequeno 100 Alto 19 Grande 242 Alto 50 Grande 22 Alto

85 Pequeno 100 Alto 84 Pequeno 243 Alto 75 Pequeno 22 Alto

104 Pequeno 100 Alto 81 Pequeno 263 Alto 19 Grande 23 Alto

71 Pequeno 101 Alto 71 Pequeno 264 Alto 79 Pequeno 24 Alto

19 Grande 104 Alto 69 Pequeno 282 Alto 102 Pequeno 24 Alto

44 Grande 104 Alto 85 Pequeno 283 Alto 30 Grande 25 Alto

53 Grande 108 Alto 53 Grande 285 Alto 99 Pequeno 25 Alto

48 Grande 115 Alto 31 Grande 287 Alto 67 Pequeno 27 Alto

83 Pequeno 117 Alto 83 Pequeno 287 Alto 70 Pequeno 27 Alto

98 Pequeno 124 Alto 35 Grande 289 Alto 71 Pequeno 27 Alto

35 Grande 125 Alto 98 Pequeno 291 Alto 18 Grande 28 Alto

102 Pequeno 128 Alto 48 Grande 315 Alto 37 Grande 29 Alto

81 Pequeno 138 Alto 32 Grande 319 Alto 103 Pequeno 29 Alto

32 Grande 140 Alto 17 Grande 333 Alto 87 Pequeno 31 Alto

17 Grande 147 Alto 103 Pequeno 336 Alto 8 Grande 33 Alto

87 Pequeno 148 Alto 80 Pequeno 348 Alto 51 Grande 34 Alto

14 Grande 163 Alto 87 Pequeno 362 Alto 84 Pequeno 34 Alto

80 Pequeno 167 Alto 14 Grande 373 Alto 32 Grande 36 Alto

Page 139: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

139

Tabela AF3 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Conclusão)

Número de bolas recebidas (NR)

Número de contatos com a bola (NCT)

Número de variações de corredor (NVC)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

18 Grande 174 Alto 52 Grande 387 Alto 43 Grande 36 Alto

52 Grande 199 Alto 18 Grande 396 Alto 44 Grande 39 Alto

50 Grande 226 Alto 37 Grande 459 Alto 88 Pequeno 46 Alto

33 Grande 237 Alto 33 Grande 482 Alto 17 Grande 59 Alto

54 Grande 244 Alto 54 Grande 486 Alto 52 Grande 64 Alto

36 Grande 246 Alto 36 Grande 575 Alto 14 Grande 73 Alto

37 Grande 247 Alto 50 Grande 577 Alto 33 Grande 128 Alto

38 Grande 299 Alto 38 Grande 627 Alto 38 Grande 146 Alto

Legenda: *escore bruto; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo

Page 140: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

140

Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continua)

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Número de bolas conquistadas (NC)

Total de bolas jogadas (BJT)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação

1 Grande 0,26 Baixo 1 Grande 0 Baixo 55 Pequeno 10 Baixo

16 Grande 0,28 Baixo 2 Grande 0 Baixo 22 Grande 18 Baixo

22 Grande 0,29 Baixo 3 Grande 0 Baixo 12 Grande 25 Baixo

103 Pequeno 0,29 Baixo 4 Grande 0 Baixo 90 Pequeno 29 Baixo

69 Pequeno 0,29 Baixo 7 Grande 0 Baixo 40 Grande 32 Baixo

63 Pequeno 0,30 Baixo 15 Grande 0 Baixo 89 Pequeno 32 Baixo

78 Pequeno 0,31 Baixo 22 Grande 0 Baixo 91 Pequeno 33 Baixo

72 Pequeno 0,33 Baixo 25 Grande 0 Baixo 77 Pequeno 36 Baixo

47 Grande 0,33 Baixo 30 Grande 0 Baixo 56 Pequeno 40 Baixo

12 Grande 0,33 Baixo 39 Grande 0 Baixo 25 Grande 42 Baixo

20 Grande 0,34 Baixo 40 Grande 0 Baixo 57 Pequeno 44 Baixo

31 Grande 0,34 Baixo 45 Grande 0 Baixo 9 Grande 53 Baixo

56 Pequeno 0,34 Baixo 47 Grande 0 Baixo 76 Pequeno 55 Baixo

85 Pequeno 0,35 Baixo 55 Pequeno 0 Baixo 94 Pequeno 58 Baixo

25 Grande 0,35 Baixo 57 Pequeno 0 Baixo 1 Grande 65 Baixo

86 Pequeno 0,36 Baixo 62 Pequeno 0 Baixo 20 Grande 68 Baixo

4 Grande 0,36 Baixo 64 Pequeno 0 Baixo 2 Grande 69 Baixo

48 Grande 0,37 Baixo 72 Pequeno 0 Baixo 72 Pequeno 76 Baixo

26 Grande 0,37 Baixo 76 Pequeno 0 Baixo 6 Grande 78 Baixo

24 Grande 0,37 Baixo 77 Pequeno 0 Baixo 99 Pequeno 82 Baixo

23 Grande 0,37 Baixo 88 Pequeno 0 Baixo 74 Pequeno 83 Baixo

53 Grande 0,38 Baixo 89 Pequeno 0 Baixo 73 Pequeno 84 Baixo

66 Pequeno 0,38 Baixo 91 Pequeno 0 Baixo 62 Pequeno 85 Baixo

90 Pequeno 0,38 Baixo 93 Pequeno 0 Baixo 96 Pequeno 91 Baixo

71 Pequeno 0,38 Baixo 94 Pequeno 0 Baixo 11 Grande 102 Baixo

61 Pequeno 0,39 Baixo 99 Pequeno 0 Baixo 21 Grande 103 Baixo

79 Pequeno 0,39 Baixo 103 Pequeno 0 Baixo 47 Grande 109 Moderado

10 Grande 0,39 Baixo 6 Grande 1 Moderado 100 Pequeno 110 Moderado

Page 141: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

141

Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continuação)

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Número de bolas conquistadas (NC)

Total de bolas jogadas (BJT)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação 64 Pequeno 0,39 Baixo 12 Grande 1 Moderado 64 Pequeno 124 Moderado

50 Grande 0,39 Baixo 20 Grande 1 Moderado 82 Pequeno 125 Moderado

6 Grande 0,40 Moderado 21 Grande 1 Moderado 34 Grande 128 Moderado

41 Grande 0,40 Moderado 23 Grande 1 Moderado 97 Pequeno 130 Moderado

83 Pequeno 0,41 Moderado 24 Grande 1 Moderado 30 Grande 131 Moderado

2 Grande 0,41 Moderado 51 Grande 1 Moderado 10 Grande 132 Moderado

87 Pequeno 0,41 Moderado 56 Pequeno 1 Moderado 60 Pequeno 138 Moderado

93 Pequeno 0,41 Moderado 63 Pequeno 1 Moderado 23 Grande 141 Moderado

100 Pequeno 0,41 Moderado 65 Pequeno 1 Moderado 51 Grande 143 Moderado

84 Pequeno 0,41 Moderado 78 Pequeno 1 Moderado 24 Grande 145 Moderado

58 Pequeno 0,41 Moderado 90 Pequeno 1 Moderado 7 Grande 146 Moderado

15 Grande 0,42 Moderado 100 Pequeno 1 Moderado 92 Pequeno 155 Moderado

27 Grande 0,42 Moderado 9 Grande 3 Moderado 46 Grande 158 Moderado

70 Pequeno 0,42 Moderado 10 Grande 3 Moderado 63 Pequeno 160 Moderado

98 Pequeno 0,43 Moderado 16 Grande 3 Moderado 26 Grande 164 Moderado

43 Grande 0,43 Moderado 29 Grande 3 Moderado 41 Grande 164 Moderado

36 Grande 0,43 Moderado 41 Grande 3 Moderado 42 Grande 166 Moderado

55 Pequeno 0,43 Moderado 74 Pequeno 3 Moderado 65 Pequeno 168 Moderado

19 Grande 0,43 Moderado 98 Pequeno 3 Moderado 4 Grande 181 Moderado

46 Grande 0,43 Moderado 104 Pequeno 3 Moderado 49 Grande 183 Moderado

39 Grande 0,43 Moderado 19 Grande 4 Moderado 5 Grande 184 Moderado

35 Grande 0,43 Moderado 34 Grande 4 Moderado 59 Pequeno 187 Moderado

29 Grande 0,43 Moderado 73 Pequeno 4 Moderado 13 Grande 190 Moderado

14 Grande 0,44 Moderado 86 Pequeno 4 Moderado 28 Grande 191 Moderado

44 Grande 0,44 Moderado 92 Pequeno 4 Moderado 78 Pequeno 191 Moderado

32 Grande 0,44 Moderado 102 Pequeno 4 Moderado 58 Pequeno 196 Moderado

18 Grande 0,44 Moderado 11 Grande 5 Moderado 75 Pequeno 204 Moderado

17 Grande 0,44 Moderado 13 Grande 5 Moderado 95 Pequeno 218 Moderado

Page 142: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

142

Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Continuação)

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Número de bolas conquistadas (NC)

Total de bolas jogadas (BJT)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação 3 Grande 0,44 Moderado 26 Grande 5 Moderado 39 Grande 226 Moderado

5 Grande 0,44 Moderado 31 Grande 5 Moderado 88 Pequeno 234 Moderado

92 Pequeno 0,44 Moderado 35 Grande 5 Moderado 93 Pequeno 234 Moderado

13 Grande 0,45 Moderado 46 Grande 5 Moderado 3 Grande 235 Moderado

62 Pequeno 0,45 Moderado 53 Grande 5 Moderado 68 Pequeno 235 Moderado

76 Pequeno 0,45 Moderado 58 Pequeno 5 Moderado 8 Grande 239 Moderado

73 Pequeno 0,45 Moderado 61 Pequeno 5 Moderado 101 Pequeno 241 Moderado

45 Grande 0,46 Moderado 68 Pequeno 5 Moderado 61 Pequeno 246 Moderado

7 Grande 0,46 Moderado 82 Pequeno 5 Moderado 67 Pequeno 247 Moderado

49 Grande 0,46 Moderado 18 Grande 6 Moderado 29 Grande 248 Moderado

57 Pequeno 0,46 Moderado 43 Grande 6 Moderado 27 Grande 257 Moderado

11 Grande 0,47 Moderado 49 Grande 6 Moderado 16 Grande 260 Moderado

75 Pequeno 0,47 Moderado 60 Pequeno 6 Moderado 45 Grande 276 Moderado

8 Grande 0,47 Moderado 97 Pequeno 6 Moderado 43 Grande 280 Moderado

101 Pequeno 0,48 Moderado 28 Grande 7 Moderado 79 Pequeno 286 Moderado

38 Grande 0,48 Moderado 42 Grande 7 Moderado 15 Grande 296 Moderado

67 Pequeno 0,48 Moderado 44 Grande 7 Moderado 66 Pequeno 300 Moderado

80 Pequeno 0,48 Moderado 48 Grande 7 Moderado 86 Pequeno 307 Moderado

95 Pequeno 0,48 Moderado 85 Pequeno 7 Moderado 104 Pequeno 308 Moderado

104 Pequeno 0,48 Moderado 5 Grande 8 Alto 70 Pequeno 313 Moderado

59 Pequeno 0,49 Alto 14 Grande 8 Alto 44 Grande 348 Moderado

33 Grande 0,49 Alto 36 Grande 8 Alto 19 Grande 350 Moderado

97 Pequeno 0,49 Alto 59 Pequeno 8 Alto 102 Pequeno 355 Alto

28 Grande 0,50 Alto 75 Pequeno 8 Alto 84 Pequeno 358 Alto

82 Pequeno 0,50 Alto 81 Pequeno 8 Alto 69 Pequeno 373 Alto

54 Grande 0,50 Alto 95 Pequeno 8 Alto 71 Pequeno 377 Alto

74 Pequeno 0,51 Alto 8 Grande 9 Alto 31 Grande 390 Alto

52 Grande 0,51 Alto 27 Grande 9 Alto 85 Pequeno 390 Alto

Page 143: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

143

Tabela AF4 Classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 para os indicadores táticos.

(Conclusão)

Velocidade de transmissão da bola (VTB)

Número de bolas conquistadas (NC)

Total de bolas jogadas (BJT)

Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação Atleta Clube Escore* Classificação 9 Grande 0,52 Alto 66 Pequeno 9 Alto 53 Grande 398 Alto

81 Pequeno 0,52 Alto 69 Pequeno 9 Alto 81 Pequeno 409 Alto

94 Pequeno 0,53 Alto 87 Pequeno 9 Alto 98 Pequeno 416 Alto

42 Grande 0,53 Alto 32 Grande 10 Alto 83 Pequeno 418 Alto

96 Pequeno 0,54 Alto 96 Pequeno 10 Alto 35 Grande 419 Alto

37 Grande 0,54 Alto 71 Pequeno 12 Alto 103 Pequeno 433 Alto

88 Pequeno 0,54 Alto 17 Grande 13 Alto 48 Grande 437 Alto

21 Grande 0,55 Alto 50 Grande 13 Alto 32 Grande 469 Alto

34 Grande 0,55 Alto 79 Pequeno 13 Alto 17 Grande 493 Alto

77 Pequeno 0,57 Alto 80 Pequeno 13 Alto 87 Pequeno 519 Alto

102 Pequeno 0,57 Alto 33 Grande 14 Alto 80 Pequeno 528 Alto

30 Grande 0,58 Alto 37 Grande 14 Alto 14 Grande 544 Alto

89 Pequeno 0,60 Alto 83 Pequeno 14 Alto 18 Grande 576 Alto

68 Pequeno 0,61 Alto 67 Pequeno 15 Alto 52 Grande 611 Alto

60 Pequeno 0,61 Alto 84 Pequeno 15 Alto 37 Grande 720 Alto

40 Grande 0,68 Alto 101 Pequeno 15 Alto 33 Grande 733 Alto

51 Grande 0,71 Alto 70 Pequeno 16 Alto 54 Grande 754 Alto

65 Pequeno 0,72 Alto 38 Grande 24 Alto 50 Grande 816 Alto

91 Pequeno 0,94 Alto 54 Grande 24 Alto 36 Grande 829 Alto

99 Pequeno 1,00 Alto 52 Grande 25 Alto 38 Grande 950 Alto

Legenda: *escore bruto; vermelho= atletas com escores baixos; amarelo= atletas com escores moderados; verde= atletas com escores altos. Fonte: Dados do estudo

Page 144: AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E …

144

APÊNDICE G

COMPROVANTE DE SUBMISSÃO E AVALIAÇÃO DE ARTIGO SUBMETIDO

JOURNAL OF PHYSICAL EDUCATION (B1).