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Envelhecimento do Sistema Nervoso
Profa. Dra. Eliane ComoliDepto Fisiologia da FMRP-USP
Senescência - envelhecimento fisiológico: normal; Senilidade - envelhecimento patológico: deletério
Envelhecimento
É um processo lento,
progressivo e inevitável,
caracterizado pela
diminuição da atividade
fisiológica e adaptação ao
meio externo, em que
acumula-se processos
patológicos com o passar
dos anos.
Efeito temporal no Envelhecimento
Hipóteses para o envelhecimentodo Sistema Nervoso
1. Teoria Genética: Envelhecimento é resultado de um programa genético suceptível amodificações:Apoptose – morte celular programadaAlterações ProgramadasAcúmulo Passivo de DanosAlterações nos ácidos nucleicos das célulasEncurtamento dos Telómeros
2. Teoria dos Radicais LivresEnvelhecimento é resultado do acúmulo de radicais livres e estresse oxidativo.Acúmulo Passivo de Danos
Acúmulo passivo de alteraçõesa) Devido ao acúmulo de moléculas danificadas por radicais livres: acúmulo de radicais livres gera acúmulo de lipofucsina nas células.
O SN é muito sensível ao dano oxidativo;
lipofuscina é um resíduo celular(pigmento de fosfolipídeos e proteínas;
pode conter metais)
Acúmulo Oxidativo
A lipofucsina é formada a partirda peroxidação dos lipídios das
membranas de organelas, especialmente das mitocôndrias
(tornando menos solúveis).Mais evidente em indivíduos
velhos. É considerada um pigmento de desgaste.
b) Devido a transcrição do DNA em RNA não ocorrer com confiabilidade gerando proteínas não funcionais.
ex: precursor da proteína amilóide
Acúmulo de Proteínas não-funcionais
AUDIÇÃOExposição constante
ao barulho danifica ascélulas
ciliares.
PRESSÃO ARTERIALAcúmulo de placas de
gordura nas paredes dasartérias facilita
o aparecimentoda hipertensão.
PELEA pele fica mais fina e
seca; suceptível àmaiores
infecções
RITMOCIRCADIANOMudança na atividade elétrica no relógiobiológico; mudançasna atividades motorae metabólicas
VISÃOProblemas nãocorrigíveis com lentes:glaucoma e degeneraçãoda mácula
MÚSCULOSPerda da força muscular.
OSSOSDiminuição dareposição óssea: fragilidade efraturas ósseas
CÉREBRODegeneração deneurônios e redução dassinápses
Envelhecimento
Efeito do Envelhecimento no
Sistema Circadiano
Envelhecimento do Sistema Nervoso
O aumento da expectativa de vida tem revelado o surgimento
de déficits e alterações neurológicas degenerativas.
Idosos apresentam sintomas de déficits motores, sensoriais e psicológicos
O Cérebro do Idoso
O cérebro idoso: alterações anatômicas
a) tamanho e peso menores,
b) giros mais finos separados por sulcos mais abertos e profundoso que resulta em regiões corticais menores em comparação a cérebros de indivíduos jovens.
c) o volume cerebral pode diminuir até 200 cm3.
d) dilatação dos ventrículose) diminuição da substância branca
Ou seja, com o avanço da idade o peso e volume do cérebro humano diminuem.
Consequentemente mudanças anatômicas em diversas estruturas do sistema nervoso.
Atrofia cerebral durante o envelhecimento
a) Morte celular no córtex dos giros pré-centrais,
nos giros temporais, e no córtex do cerebelo, hipocampo,
amígdala, substância negra, núcleos hipotalâmicos,
núcleos de base, tálamo, tronco
cerebral (núcleo facial), medula espinhal.
b)Alterações por redução de tamanho das células
ocorrem mais no tronco cerebral (núcleo coclear).
Alterações nos axônios e conexões entre neurônios
Alterações em dendritose sinápses:
diminuição progressiva da
árvore dendrítica
(causada pela atrofia e
degeneração de axônios
mielínicos = déficits
cognitivos);
Por conseqüência destas alterações mielínicas ocorre umaredução na conectividade cortical o que, ao invés da perda
de neurônios, estaria associada a déficits cognitivos.
A hiperfosforilação da proteína “tau”e de outras proteínas associadas ao citoesqueleto gera a formação
dos emaranhados neurofibrilares.
Alterações consequentes do acúmulo de depósitos
"A Tau é uma
fosfoproteína neuronal.
Esta proteína está
associada à
estabilização dos
microtúbulos.
A síntese protéica deficitária gera aumento no depósito
de substâncias anômalas (β-amilóide), acabam por provocar a
degeneração celular, acumulando fragmentos,
formando detritos que se aglomeram em placas senis
ou neuríticas ao redor dos neurônios.
Alterações consequentes do acúmulo de depósitos
Uma das principais causas da deterioração cognitiva com o passar da idade
é o declínio significativo dos neurotransmissores.
A síntese de proteínas é afetada com o passar da idade
(receptores de membranas).
As alterações em neurotransmissores são resultados da atrofia e morte neuronal.
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Declínio de Neurotransmissores
As alterações que ocorrem no sistema nervoso provocam conseqüências nas funções cerebrais durante o envelhecimento.
Alterações nas capacidades cognitivas, sensitivas e motoras.
Alterações comprometem o funcionamento
do Sistema Nervoso no Idoso
Alteração Comum no Idoso
Síndrome do Desequilíbrio condição que
compromete a habilidade do sistema nervoso em realizar o
processamento de sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos
responsáveis pela manutenção da estabilidade corporal, bem
como diminui a capacidade de modificações dos reflexos
adaptativos.
Agentes Causais:
a) Sistema Vestibular – redução de cristas vestibulares e fibras que inervam as células ciliadas; células de purkinje no cerebelo.
b) Sistema Visual – decréscimo da acuidade visual (catarata, glaucoma).
c) Sistema Auditivo – perda auditiva, zumbidos e vertigens;
d) Alterações Posturais – declínio da força, atrofias e fibroses; sistema sensorial, efetor e central afetados.
Demência do Idoso
Demência é um termo geral para várias doenças
neurodegenerativas que afetam principalmente as pessoas da
terceira idade. Pode ser descrita como um quadro clínico de
declínio geral na cognição como também um prejuízo
progressivo funcional, social e profissional.
ex: Doença de Parkinson
Huntington
Mal de Alzheimer
Demência do Idoso
A Doença de Alzheimer é uma
doença do cérebro,
degenerativa, isto é, que produz
atrofia, progressiva e
irreversível, com início mais
freqüente após os 65 anos.
A Doença de Alzheimer produz a
perda das habilidades de pensar,
raciocinar, memorizar, que afeta
as áreas da linguagem e produz
alterações no comportamento.
Doença de Alzheimer
O sintoma primário mais comum é a perda de memória;
que causa a estes pacientes um grande desconforto em
sua fase inicial e intermediária.
Sintomas da Doença de Alzheimer
Com o avançar da doença vão
aparecendo novos sintomas
como falhas na linguagem,
na resolução de problemas e
decisão, irritabilidade e
agressividade, alterações de
humor, perda de memória a
longo prazo e desligamento
da realidade.
Evolução da DoençaA evolução da piora é em torno de 5 a 15% da cognição (consciência de
si próprio e dos outros) por ano de doença, com um período em média de
oito anos de seu início e seu último estágio.
Com a progressão da doença passa a não reconhecer mais os familiares
ou até mesmo a não realizar tarefas simples de higiene e vestir roupas.
Os sintomas depressivos são comuns, com instabilidade emocional e
choros.
Delírios e outros sintomas de psicose são frequentes, embora difíceis de
avaliar nas fases finais da doença, devido à total perda de noção de lugar
e de tempo e da deterioração geral.
No estágio final necessita de ajuda para tudo.
Estágios da Doença de Alzheimerhttps://www.youtube.com/watch?v=7_kO6c2NfmE
Atrofia cortical difusa
Histopatologia da Doença de Alzheimer
Histopatologia da Doença de Alzheimer
Presença de grande número de placas senis eemaranhados neurofibrilares, degenerações e perda neuronal.
Placas Seniscompostas de agregados filamentosos da proteína β-amilóide
Proteína Precursora Amilóide e Peptídeo Amilóide
A APP (APP, Amyloid Precursor Protein ) está presente nos dendritos, corpos celulares e axônios de neurônios e a APP neuronal é, provavelmente, a fonte da maioria dos depósitos amilóides Aβ no SNC.
Amilóide é um termo histológico para peptídeos fibrilares arranjados
em lâminas. O principal conteúdo amilóide é um peptídeo amilóide Aβ,
derivado Proteína precursora amilóide
Formação da Placa Amilóide
As placas são formadas quando pedaços da proteína chamada beta-amiloide
que se agrupam. Eles também podem ativar as células do
sistema imunológico que causam inflamações.
Placa de β-Amilóide
Emaranhados Neurofibrilares
A presença de emaranhados neurofibrilares no hipocampo e na
região frontotemporal, áreas cerebrais responsáveis pela memória, está
fortemente relacionada ao progresso dos Sintomas da Doença de Alzheimer.
As proteínas Tau
hiperfosforiladas
agregam-se, formando
os emaranhados
neurofibrilares, que
levam à progressiva
degeneração dos
neurônios.
Emaranhado Neurofibrilar
Histopatologia da Doença de Alzheimer
Oligômeros de proteína
TAU: perda de memória
disfunção sináptica e
mitocondrial
A agregação produz
filamentos: emaranhados
neurofibrilares.
Morte do neurônio
permanecendo a estrutura
neurofrilar extracelular
Placa Senil
Emaranhado
Neurofibrilar
Histopatologia da Doença de Alzheimer
Estágios de desenvolvimento dos Emaranhados Neurofibrilares
e Placas Amilóides
Fisiopatologia da Doença de Alzheimerhttps://www.youtube.com/watch?v=dj3GGDuu15I
Proteína que se liga a lipídeos.
ApoE2, ApoE3 e ApoE4,
utilizadas na formação da
membrana neuronal,
importante na captura de
colesterol e triglicerides para
dentro do neurônio.
ApoE4 favorece a quebra da proteína precurssora da
β-amiloide (PPA). Entretanto, a isoforma ApoE-ε4
é pouco eficaz nesta função. A presença deste
alelo aumento o risco genético para Doença de Alzheimer.
Apolipoproteína 4 – ApoE4
Cerca de 40-60% dos pacientes com DA tem um alelo ε4. A presença de dois
alelos aumentaem 20 vezes o risco de desenvolver a doença.
Hipóteses Etiológicas
Fatores GenéticosAssociados aos genes responsáveis pela proteína precursora da b- amilóide (APP), proteínas da membrana celular (ApoE4) envolvidas no metabolismo da beta-amilóide e hiperfosforilação da proteína Tau.
Outros fatores: toxicidade a agentes infecciosos, aoalumínio, a radicais livres de oxigênio, a aminoácidosneurotóxicos e a ocorrência de danos em microtúbulos eproteínas associadas.
Mal de Alzheimerhttp://www.youtube.com/watch?v=KjDRKt_7fjY