efeito da inibiÇÃo da enzima Óxido nÍtrico...

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1 EFEITO DA INIBIÇÃO DA ENZIMA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE SENSÍVEL À AMINOGUANIDINA NA MATURAÇÃO IN VITRO DE OÓCITOS BOVINOS SÍLVIA GONSALVES DE CARVALHO MATTA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ JULHO-2006

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EFEITO DA INIBIÇÃO DA ENZIMA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE

SENSÍVEL À AMINOGUANIDINA NA MATURAÇÃO IN VITRO DE

OÓCITOS BOVINOS

SÍLVIA GONSALVES DE CARVALHO MATTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ

JULHO-2006

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EFEITO DA INIBIÇÃO DA ENZIMA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE

SENSÍVEL À AMINOGUANIDINA NA MATURAÇÃO IN VITRO DE

OÓCITOS BOVINOS

SÍLVIA GONSALVES DE CARVALHO MATTA

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Produção Animal.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Clara Caldas Bussiere

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ jULHO – 2006

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EFEITO DA INIBIÇÃO DA ENZIMA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE

SENSÍVEL À AMINOGUANIDINA NA MATURAÇÃO IN VITRO DE

OÓCITOS BOVINOS

SÍLVIA GONSALVES DE CARVALHO MATTA

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Produção Animal.

Aprovada em 27 de julho de 2006

Comissão Examinadora

Prof. Luiz Altamiro Garcia Nogueira (Reprodução Animal) - UFF _______________________________________________________________ Prof. Reginaldo da Silva Fontes (Reprodução Animal) - UENF Profa. Celia Raquel Quirino (Melhoramento Genético Animal) – UENF Profa . Maria Clara Caldas Bussiere (Doutora, Fisiologia Animal) – UENF

(Orientadora)

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Alguma coisa por acontecer.

Silêncio. Frio. Noite estrelada.

Belém dorme tranqüila, sem saber

Da hora que a sua noite traz, guardada...

Alguma coisa. É o que parece ser?

Silêncio. Quietude. Madrugada.

A noite leve faz perecer

Nenhuma coisa guardada.

Alguma coisa. E nada há de conter.

Como se milimetricamente calculada.

Que certamente há de ver quem é de ver

E há de escutar quem traz a alma alinhada.

Quem ousa, em sã consciência, desdizer?

Que palavra não cala, encabulada?

Que sacerdote? Que Império? Que poder?

Que humanidade necessitada?

Alguma coisa. Porque Deus querer

É o mesmo que uma ordem executada.

Alguma coisa. Dá pra perceber.

Silêncio. Frio. Noite abençoada.

Luís Alberto Mussa Tavares

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A Deus, que foi o início de tudo;

Ao meu pai e à minha mãe que, me deram a vida e oportunidade de estudar,

mostrando-me o melhor caminho, a educação...

Ao meu esposo e aos meus filhos, pelo amor, carinho, compreensão e força para

continuar...

Dedico

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e ao Centro de

Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), pelo oferecimento deste curso.

À UENF, pela concessão da bolsa de estudo.

À minha orientadora, pela sua valiosa orientação, competência, incentivo e

exemplo de dedicação profissional. Um agradecimento mais do que especial pelos

ensinamentos e credibilidade.

Aos professores Reginaldo da Silva Fontes e Ângelo Burla Dias, pela atenção e

apoio na realização do trabalho.

À professora Celia Raquel Quirino, pela orientação nas análises estatísticas, boa

vontade e pelos encontros nos feriados e finais de semana.

Os meus sinceros agradecimentos à minha amiga Kelen Salaroli Viana, pelo

seu companheirismo, dedicação, fidelidade, sugestões e ajuda durante todo o meu

trabalho.

À minha amiga Carla Sobrinho Paz de Carvalho, pela sua competência e

experiência profissional e importante participação nas pesquisas.

A todos os membros da Coordenação de Pós-Graduação Animal, em especial

a Jovana e a Etiene, pela disponibilidade nas informações.

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Aos funcionários da biblioteca do CCTA, pelos empréstimos concedidos

durantes todos esses anos.

À minha amiga Márcia Rezende Faes, pelo carinho e amizade.

Aos bolsistas de apoio do laboratório de Melhoramento Genético Animal, do

setor de Reprodução Animal, pela preparação de material necessário para a realização

deste trabalho.

Aos amigos João, Steeven, Vitor, Luís, Leonardo, Janaína, Bianca, Reubes,

Vanessa, Helga, Georgina, Patrícia, Camila e Fernanda, pelo carinho e convívio no

laboratório.

A Deus, por ter dado força de vontade para continuar, apesar das dificuldades

encontradas, e pela oportunidade de chegar até aqui.

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BIOGRAFIA

Sílvia Gonsalves de Carvalho Matta, filha de Mário Leite de Carvalho Júnior e

Maria Madalena de Souza Gonsalves, nasceu em 17 de fevereiro de 1973, na cidade

de Campos dos Goytacazes – RJ.

Concluiu o segundo grau no curso Científico da Escola Estadual Liceu de

Humanidades de Campos, em, 1992. Em janeiro de 1999, concluiu o curso de nível

superior em Medicina Veterinária, na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy

Ribeiro, sendo que no período entre 01 de agosto de 1997 a 31 de janeiro de 1999, foi

bolsista de Iniciação Científica no setor de Reprodução Animal. Em agosto de 2001,

concluiu o curso de Mestrado em Fisiologia Animal, na Universidade Estadual do Norte

Fluminense Darcy Ribeiro.

Foi admitida em agosto de 2001 no Curso de Pós-Graduação em Produção

Animal, Doutorado, Reprodução Animal, da Universidade Estadual do Norte Fluminense

Darcy Ribeiro, em Campos dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese para

conclusão do curso em julho de 2006.

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CONTEÚDO

LISTA DE TABELAS.........................................................................................................ix LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................xi LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................................xii RESUMO........................................................................................................................xiv ABSTRACT....................................................................................................................xvi 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA................................................................................1 2. REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................................4 2.1. Maturação oocitária....................................................................................................4

2.1.1. Maturação nuclear...........................................................................................5

2.1.2. Maturação citoplasmática................................................................................7

2.1.3. Maturação molecular.......................................................................................9 2.2. Fatores que afetam a maturação oocitária...............................................................10

2.2.1. Adenosina monofosfato cíclica (AMPc).........................................................10

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2.2.2. Proteínas envolvidas no controle do ciclo celular.........................................11 2.2.3. Células do cumulus.......................................................................................15 2.2.4. GDF-9............................................................................................................17 2.2.5. Hormônios esteróides: P4 e E2......................................................................18 2.2.6. Óxido nítrico (NO).........................................................................................20

2.2.6.1. Óxido nítrico no sistema ovariano...................................................23

2.2.6.2. Papel do óxido nítrico na maturação oocitária................................25

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................28 4. TRABALHO.................................................................................................................48

4.1. Efeito da inibição da enzima óxido nítrico sintase sensível à aminoguanidina

na maturação in vitro de oócitos bovinos.

RESUMO........................................................................................................................49 ABSTRACT.....................................................................................................................50 INTRODUÇÃO................................................................................................................51 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................53 RESULTADOS................................................................................................................59 DISCUSSÃO...................................................................................................................68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................74 CONCLUSÔES GERAIS.................................................................................................79

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

expansão das células do cumulus de oócitos bovinos maturados

in vitro por 24 h................................................................................................60

Tabela 02. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

viabilidade das células do cumulus de oócitos bovinos maturados in vitro por

24 h...............................................................................................................62

Tabela 03. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

progressão da meiose de oócitos bovinos maturados in vitro por

24 h.................................................................................................................63

Tabela 04. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

integridade da membrana plasmática de oócitos bovinos maturados in vitro

por 24 h...........................................................................................................64

Tabela 05. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

concentração de NO2- e NO3

-..........................................................................65

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Tabela 06. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

concentração de hormônios esteróides: 17β-estradiol (E2) e progesterona

(P4)..................................................................................................................66

Tabela 07. Efeito da adição de diferentes concentrações de aminoguanidina na

migração dos grânulos corticais de oócitos bovinos....................................67

Tabela 08. Efeito da adição de aminoguanidina no meio de maturação de oócitos

bovinos in vitro na concentração na taxa de clivagem e formação de

blastocistos (média ± DP).............................................................................68

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Eventos celulares que ocorrem durante a maturação nuclear em oócitos de

mamíferos.........................................................................................................7

Figura 02. Atividades do MPF e MAPK durante a maturação

nuclear.............................................................................................................13

Figura 01. Efeito da adição de diferentes concentrações de AG no meio de maturação

na expansão das células do cumulus de oócitos

bovinos............................................................................................................61

xi

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AC – Adenil ciclase

AG – Aminoguanidina

AMPc – adenosina monofosfato cíclica

AMPC - PDE – Fosfodiesterase AMPc

AI – Anáfase I

COC – Complexo cumulus oócito

CSF – Fator citostático

Cx43 – Conexina 43

D-NMMA – NG-monometil-D-arginina

E2 – 17β-Estradiol

eNOS – Óxido nítrico sintase endotelial

FIV – Fertilização in vitro

FSH – Hormônio folículo estimulante

GDF-9 – Fator de crescimento e diferenciação do tipo 9

GMPc – guanosina 3’ 5’ - monofosfato cíclica

IBMX – 3-isobutil-1-metil xantina

iNOS – Óxido nítrico sintase induzível

L - NAME – Nw-nitro-L-arginina metil éster

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LH – Hormônio luteinizante

L-NMMA – NG-monometil-L-arginina

MAPK – MAP cinase

MAPKK – MAP cinase cinase

MAPKKK– MAP cinase cinase cinase

MBP – Proteína básica de mielina

MI – Metáfase I

MII – Metáfase II

MIV – Maturação in vitro

MPF – Fator promotor da maturação

MTOC – Centro de organização de microtúbulos

nNOS - Óxido nítrico sintase neuronal

NO – Óxido nítrico

NO2- – Nitrito

NO3- – Nitrato

NOS – Óxido nítrico sintase

P4 - Progesterona

PIV – Produção in vitro

PKA – Proteína cinase

Pkc – Proteína cinase c

SFB – Soro fetal bovino

SNP – Nitroprussiato de sódio.

TCM – Meio de cultura de tecidos

TI – Telófase I

VG – Vesícula germinativa

VGBD – Rompimento da vesícula germinativa

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RESUMO

MATTA, Sílvia Gonsalves de Carvalho, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; julho de 2006; Efeito da inibição da enzima óxido nítrico sintase sensível à aminoguanidina na maturação in vitro de oócitos bovinos; Professor Orientador: Profa Maria Clara Caldas Bussiere.

O objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da inibição da enzima óxido

nítrico sintase (NOS) sensível à aminoguanidina (AG) na maturação nuclear e

citoplasmática in vitro de oócitos bovinos. Os COCs foram cultivados com diferentes

concentrações de AG (0, 1, 10 e 100 mM) e 10-5 M de nitroprussiato de sódio (SNP,

doador de NO) adicionado a 100 mM de AG, durante 24 h. No experimento 1, foi

avaliado o grau da expansão das células do cumulus, o estádio de maturação nuclear,

a integridade da membrana plasmática das células do cumulus e do oócito. As

concentrações de NO2-,/NO3

-, P4 e E2 foram determinadas no meio de maturação pelo

método de Griess e por quiluminescência, respectivamente. A adição de diferentes

concentrações de AG no meio de maturação promoveu um efeito dose-resposta na

expansão das células do cumulus de COCs bovinos (P<0,05). A adição de 1 e 10 mM

de AG no meio de MIV não afetou a integridade da membrana plasmática dos oócitos

nem a maturação nuclear (P>0,05), contudo, diminuiu a integridade da membrana das

células do cumulus. A concentração de 100 mM inibiu a transição da metáfase I

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17

(MI) para a metáfase II (MII), promoveu lesão da membrana plasmática dos oócitos

(P<0,05) e aumentou a concentração de NO2-,/NO3

- quando comparada com o controle

(P<0,05) e com 1 e 10 mM de AG (P>0,05). A adição de 10-5 M de SNP a 100 mM de

AG não reverteu os efeitos causados por 100 mM de AG, mas aumentou a

concentração de NO2-/NO3

-. Nenhuma concentração adicionada ao meio de maturação

alterou a concentração de E2. A adição de 100 mM de AG diminuiu a concentração de

P4 (P<0,05), quando comparada ao controle e demais concentrações. Este efeito foi

revertido pela adição de SNP. No experimento 2, foi avaliado o efeito da adição de

diferentes concentrações de AG na maturação citoplasmática in vitro pela avaliação da

taxa de migração dos grânulos corticais, clivagem e produção de blastocistos. Houve

um efeito dose-resposta na migração dos grânulos corticais, onde 1 mM (83,9 ± 6,2%)

não diferiu do controle (83,6 ± 8,2%; P>0,05), 10 mM inibiu parcialmente (3,8 ± 6,4%) e

100 mM inibiu totalmente a migração dos grânulos corticais (P<0,05). A adição de SNP

(10-5 M) não reverteu o efeito inibitório da migração dos grânulos corticais dos oócitos

tratados com 100 mM. Somente as concentrações de AG que não inibiram a MIV foram

utilizadas para avaliar a taxa de clivagem e produção de blastocistos. A adição de 10

mM de AG no meio de maturação diminuiu (73,0 ± 8,1%; P<0,05) a taxa de clivagem e

produção de blastocistos, quando comparada com grupo controle (89,1 ± 3,4%; 37,6 ±

7,3%, respectivamente), mas não diferiu, (P>0,05), do grupo tratado com 1 mM de AG

(80,9 ± 8,4%; 41,5 ± 10,5%, respectivamente). Os resultados do presente experimento

demonstram que o NO derivado da NOS sensível à AG modula a maturação nuclear e

citoplasmática in vitro de oócitos bovinos.

Palavras-chave: óxido nítrico, aminoguanidina, maturação nuclear, grânulos corticais,

desenvolvimento embrionário inicial.

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ABSTRACT

MATTA, Sílvia Gonsalves de Carvalho, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; julho de 2006; Effects of inhibition of nitric oxide synthase sensitive to aminoguanidine on in vitro maturation of bovine oocytes; Graduate supervisor: Prof. Maria Clara Caldas Bussiere.

The aim of the present study was to investigate the effects of inhibition of the

enzyme nitric oxide synthase (NOS) sensitive to aminoguanidine (AG) on nuclear and

cytoplasmic maturation of bovine oocytes in vitro. COCs were cultured with different

concentrations of AG AG (0, 1, 10 and 100 mM) and to 10-5 M sodium nitroprusside

(SNP, NO donor) associated with 100mM AG for 24h. In experiment 1, the degree of

cumulus cells expansion, nuclear maturation status and plasma membrane integrity of

oocytes and granulosa cells were assessed. NO2-,/NO3

-, P4 and E2 were determined in

culture medium by Griess method and chemiluminescence, respectively. Addition of

different concentrations of AG to maturation medium promoted a dose-response effect

on cumulus expansion (P<0.05). Addition of 1 and 10mM AG to IVM medium did not

affect plasma membrane integrity of oocytes or nuclear maturation rates (P>0.05),

however, plasma membrane integrity was reduced in cumulus cells. One hundred

millimolar inhibited metaphase I (MI) to metaphase II (MII) transition, promoted plasma

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membrane damage in oocytes (P<0.05) and increased NO2-,/NO3

- concentration when

compared to controls (P<0.05). Association of 10-5 M SNP to 100mM AG did not reverse

the effects of AG, but increased NO2-/NO3

-concentration. None of the AG concentrations

tested in maturation medium affected E2 concentration. Addition of 100mM AG reduced

P4 concentration (P<0.05) when compared to controls and the other concentrations

used. This effect was reversed by SNP. In experiment 2, the effect of different AG

concentrations on cytoplasmic maturation in vitro was assessed based on cortical

granules migration, cleavage and blastocyst development rates. There was a dose-

effect on cortical granules migration rate, in which 1mM AG (83.9 ± 6.2%) did not differ

from control oocytes (83.6 ± 8.2%; P>0.05), but 10mM partially inhibited (3.8 ± 6.4%)

and 100mM totally inhibited migration (P<0.05). SNP (10-5 M) did not revert this

inhibitory effect on cortical granules migration in oocytes treated with 100mM AG. Only

those concentrations that did not inhibit IVM were used to assess cleavage and

blastocyst rates. Addition of 10mM AG to IVM medium reduced (73.0 ± 8.1%; P<0.05)

cleavage and blastocyst rates when compared with controls (89.1 ± 3.4%; 37.6 ± 7.3%,

respectively), but did not differ, (P>0,05), from the group treated with 1mM AG (80.9 ±

8.4%; 41.5 ± 10.5%, respectively). The results from the present study demonstrate that

NO derived from NOS sensitive to AG modulates nuclear and cytoplasmic maturation of

bovine oocytes in vitro.

Keyword: nitric oxide, aminoguanidine, nuclear maturation, cortical granules, early

embryo development.

xvii

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1

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Durante os últimos trinta anos, os estudos clássicos como superovulação,

recuperação e transferência de embriões e avançadas tecnologias embrionárias, como

produção in vitro e clonagem por transferência nuclear de células somáticas, têm

gerado informações sobre estrutura, função e qualidade durante o desenvolvimento do

oócito, na fertilização e no desenvolvimento embrionário (SCHENK et al., 2006). Estas

informações têm gerado novas incertezas, não somente nessas tecnologias, mas

também sobre fatores que contribuem para a fertilidade em bovinos (GREVE e

CALLESEN, 2005; GALLI e LAZZARI, 2005).

Os perfis endócrino folicular e periférico têm uma profunda influência no

subseqüente desenvolvimento da competência do embrião e está estabelecido,

também, que a manipulação de oócitos ou embriões pode, adversamente, afetar o

desenvolvimento embrionário e fetal (GREVE e CALLESEN, 2005; GALLI e LAZZARI,

2005).

A habilidade para a retomada da meiose, clivagem após a fertilização e

desenvolvimento até blastocistos, taxa de prenhez e geração de descendentes

saudáveis são eventos que ocorrem separadamente, mas estão associados a três tipos

de maturação observados no oócito: nuclear, citoplasmática e molecular. Estas

habilidades variam dependentemente com o tipo de oócitos que são removidos dos

folículos. A influência da qualidade do oócito no potencial de desenvolvimento do

embrião tem sido mostrada mais claramente em bovinos do que em quaisquer outras

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2

espécies, pois sabe-se que existem múltiplos fatores que estão envolvidos e uma

grande quantidade de dados têm sido publicados nesta área (SIRARD et al., 2006).

Estudos recentes mostram que em comparações feitas entre a maturação in

vivo e in vitro, o potencial de desenvolvimento de oócitos maturados in vitro é,

geralmente, menor do que de oócitos maturados in vivo. Esses achados são, também,

uma conseqüência óbvia da coleta de uma população heterogênea de oócitos com

diferentes potenciais de desenvolvimento. Os mesmos autores apontam que a

qualidade do desenvolvimento embrionário seguido da maturação in vitro – fertilização

in vitro (MIV – FIV) é muito influenciada pelas condições dos meios de cultivo dos

zigotos até blastocisto (RISOS et al., 2002).

A maturação do oócito requer um ajuste adicional às gonadotrofinas realizado

pelos fatores intra-ovarianos esteróides e não-esteróides que atuam como reguladores

parácrinos e autócrinos da sinalização hormonal (TERRANOVA e RICE, 1997). Uma

célula animal possui um sistema complexo de proteínas que lhe permite responder aos

sinais enviados por outras células. Este sistema inclui receptores protéicos de superfície

celular e intracelulares, proteinoquinases, fosfatases, proteínas ligadoras de GTP e

muitas outras, pequenos peptídeos, aminoácidos, nucleotídeos, esteróides, retinóides,

derivados de ácidos graxos e o óxido nítrico (NO), que vem se destacando como uma

molécula envolvida na sinalização intra e intercelular, controlando muitos processos da

fisiologia ovariana (DIXIT e PARVIZI, 2001).

Três isoformas de NOS têm sido identificadas: duas isoformas constitutivas,

incluindo a endotelial (eNOS) e neuronal (nNOS) e a isoforma induzível (iNOS). As

isoformas constitutivas são cálcio-calmodulina dependentes e produzem pequenas

quantidades de NO. Em contraste, a iNOS é expressa em muitos tipos celulares (DIXIT

e PARVIZI, 2001). Das três isoformas, os ovários de mamíferos expressam a eNOS e a

iNOS, mas não a nNOS (TAO et al., 2005).

Os mecanismos exatos da influência do sistema NO/NOS (NO/óxido nítrico

sintase) na maturação de oócitos de fêmeas de camundongos, ratos e bovinos não são

totalmente conhecidos. Os estudos sustentam o conceito de que o NO tanto pode inibir

(JABLONKA-SHARIFF et al., 1999a) quanto estimular (VIANA et al., 2006) a maturação

nuclear, dependendo de sua concentração. Segundo MATTA et al. (2001), num

trabalho realizado em oócitos de bovinos, demonstraram que apesar do inibidor da

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síntese de NO utilizado no experimento (L-NAME) nas concentrações utilizadas na

maturação in vitro não inibir a meiose, o NO está envolvido na regulação de proteínas,

possivelmente relacionadas com a inibição da maturação e, conseqüentemente, com o

desenvolvimento embrionário inicial. Estudos realizados também com doadores de NO,

como por exemplo, o SNP (nitroprussiato de sódio) sugerem que adequadas

concentrações de NO no meio de cultivo são necessárias para a ocorrência da

maturação normal do oócito, da fertilização e, conseqüentemente, do desenvolvimento

embrionário inicial (VIANA et al., 2003, 2006), demonstrando, pela primeira vez na

literatura, que a maturação in vitro de oócitos bovinos é influenciada pela concentração

de NO no meio de cultivo.

Neste estudo, propomos determinar o papel da enzima óxido nítrico sintase

sensível à aminoguanidina (AG), utilizando-se diferentes concentrações do inibidor da

síntese de NO pela iNOS durante a maturação in vitro, com o objetivo de entendermos

melhor o papel do NO na maturação nuclear e citoplsmática in vitro de oócitos bovinos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Maturação oocitária

A maturação oocitária compreende a maturação nuclear (LONERGAN et al.,

1997; CHA e CHIAN, 1998; MAYES e SIRARD, 2001), a maturação citoplasmática

(KHATIR et al., 1997) e a maturação molecular (SIRARD et al., 2006), as quais

envolvem mudanças morfológicas (KIM et al., 1996; KIM et al., 2000) e mudanças

moleculares ou bioquímicas (WU et al., 1996; KHATIR et al., 1998; LEDAN et al., 2001;

SIRARD et al., 2006). Tanto a maturação nuclear e citoplasmática quanto a molecular

são consideradas importantes para o desenvolvimento normal do embrião (PLACHOT E

CROZET, 1992; YANG et al., 1998; GALLI e LAZZARI, 2005; SIRARD et al., 2006) e

não há dúvida de que muitos fatores biológicos agem juntos para preparar oócitos

imaturos para o desenvolvimento de embriões competentes após a fertilização (YANG

et al., 1998) e que alguns defeitos na maturação do oócito podem ser causados por

uma maturação nuclear, citoplasmática ou molecular inadequada (PLACHOT e

CROZET, 1992; YANG et al., 1998; SIRARD et al., 2006).

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2.1.1. Maturação nuclear

Em oócitos mamíferos, a meiose é interrompida durante o período fetal na

prófase I, permanecendo assim até serem estimulados a retomarem a primeira divisão

meiótica, que ocorre antes da ovulação, após o oócito/folículo ter sofrido um extenso

crescimento. A primeira etapa da retomada da meiose é o rompimento da vesícula

germinativa (VGBD), que não é um processo regulado por microfilamentos (SUN e

SHATTEN, 2006), quando os cromossomos condensam-se numa forma compacta. O

centrossoma, então, se divide em dois centríolos, ao redor dos quais aparecem ásteres

que se movem separadamente e um feixe é formado entre eles. Os cromossomos, em

pares diplóides, estão dispostos livres no citoplasma e tornam-se arranjados numa

placa de feixe equatorial, estacionando na metáfase I (MI). Esse movimento polarizado

dos cromossomos depende dos processos mediados por microfilamentos (Figura 01:

Linha 1) (SUN e SHATTEN, 2006).

O oócito primário sofre duas divisões meióticas. Na primeira divisão, duas

células são formadas, mas uma delas contém quase todo o citoplasma; e a outra, muito

menor, forma o primeiro corpúsculo polar (Figura 01: Linha 2). Além dos cromossomos,

o primeiro corpúsculo polar contém uma variedade de organelas, incluindo

mitocôndrias, ribossomas e grânulos corticais (VEECK, 1991; JONES, 2004). Estas

divisões consistem em uma seqüência de eventos celulares que são controlados pelo

citoesqueleto do oócito e são altamente regulados com o tempo. Os microtúbulos

formam um fuso e segregam cromossomos homólogos durante a primeira divisão

meiótica graças aos microfilamentos de actina (BRUNET e MARO, 2005). Interações

diretas entre os cromossomos e os microfilamentos de actina controlam a posição do

fuso mitótico (ZENG, 2004). Os cromossomos agem para organizar tanto os

microtúbulos quanto os microfilamentos de actina, atuando como fator essencial para a

divisão meiótica assimétrica para a formação do gameta funcional (BRUNET e MARO,

2005). Assim, a maturação meótica em oócitos mamíferos é um complexo processo que

envolve um extenso rearranjo de microtúbulos e microfilamentos de actina (ROTH e

HANSEN, 2005), bem como outras proteínas associadas ao citoesqueleto (SUN e

SCHATTEN, 2006).

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Durante a mitose, a formação do fuso é controlada pelo rearranjo dos

cromossomos, os principais sítios de polimerização dos microtúbulos (OU e RATTNER,

2004). No início da mitose, ocorre a divisão do centrossoma em dois e a migração dos

mesmos para lados opostos do núcleo. Como conseqüência, assim como, a VGBD,

ocorre o prolongamento dos microtúbulos e o desprendimento dos centrossomas, que

interagem com os cromossomos e tornam-se rapidamente organizados dentro de um

fuso bipolar. Os centrossomas dos oócitos e os microtúbulos são polimerizados num

discreto sítio no citoplasma chamado de centros de organização de microtúbulos

(MTOCs). Em oócitos de camundongos, onde os MTOCs estão dispersos no

citoplasma, os cromossomos prendem-se para conduzir a montagem do fuso. No início

da MI, logo após a VGBD, os MTOCs são, preferencialmente, ativados e/ou recrutados

juntamente com os cromossomos e os microtúbulos são, preferencialmente,

estabilizados nesta área. O crescimento dos microtúbulos é, então, organizado de uma

maneira bipolar ao redor dos cromossomos (BRUNET e MARO, 2005).

Assim, a progressão da telófase I (TI) da primeira divisão meiótica para a

extrusão do primeiro corpúsculo polar permite que um grupo de cromossomos seja

expelido no espaço perivitelínico, enquanto o outro grupo permanece no citoplasma do

oócito. O oócito passa a ser chamado de oócito secundário e os cromossomos

vitelínicos revertem-se para a formação do segundo eixo meiótico. A segunda divisão

meiótica começa e progride para a metáfase II (MII), mas não é completada até que a

penetração do espermatozóide ocorra. O objetivo da meiose é a redução para o

número haplóide de cromossomos e a recombinação genética. Somente os oócitos que

tenham alcançado este estádio de maturação e que tenham sido bloqueados na MII são

capazes de ser fertilizados e se desenvolver normalmente (Figura 01: Linha 3)

(STRÖMSTEDT e BYSKOV, 1999).

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Figura 01: Eventos celulares que ocorrem durante a maturação nuclear em oócitos de

mamíferos. Linha 1: Durante a VGBD, os microtúbulos em verde, polimerizam-se ao

redor dos cromossomos e organizam-se progressivamente até formar um fuso bipolar;

Linha 2: A formação do fuso induz a reorganização dos cromossomos na região

cortical do oócito (áreas vermelha e rosa) e a liberação do primeiro corpúsculo polar;

Linha 3: Durante a MII, o fuso metafásico é ancorado na membrana plasmática do

oócito e após a fertilização ocorre a liberação do segundo corpúsculo polar (BRUNET

e MARO, 2005).

2.1.2. Maturação citoplasmática

O processo de maturação citoplasmática ainda não está tão bem definido

(FAIR, 2003), mas se sabe que a capacidade de desenvolvimento adquirida pelo oócito

é dependente das mudanças citoplasmáticas, que ocorrem simultaneamente às

mudanças nucleares durante a maturação. A maturação citoplasmática, em mamíferos,

é um processo altamente complexo que envolve, entre outros eventos, mudanças na

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síntese de proteínas (KHATIR, et al., 1997: SIRARD et al., 1998) e na migração e

reorganização de organelas (HYTTEL et al., 1997; STOJKOVIC et al., 2001).

A maturação citoplasmática é caracterizada pelo acúmulo de lipídios do oócito,

pela redução no aparato de Golgi, pelo aparecimento de numerosos ribossomos

especialmente adjacentes aos cromossomos, alinhamento dos grânulos corticais

(CRAN e ESPER, 1990) e rearranjo de microfilamentos, que são as principais

mudanças citoplasmáticas que ocorrem durante a maturação do oócito (KIM et al.,

1996; KITO e BAVISTER, 1997; SUN et al., 2001b).

Os microtúbulos e os microfilamentos, são estruturas altamente dinâmicas que

podem aumentar ou diminuir em comprimento pela adição ou perda de subunidades de

tubulina. Proteínas motoras se movem numa direção ou outra ao longo dos

microtúbulos, carregando organelas específicas para locais pré-determinados dentro da

célula (ALBERTS et al., 1997). Eles são, também, os maiores componentes do

citoesqueleto de oócito de mamíferos e são responsáveis pela divisão celular (KIM et

al., 1996; KIM et al., 2000; SUN e SHATTEN, 2006), manutenção do fuso meiótico,

posicionamento dos cromossomos na periferia e pela extrusão do corpúsculo polar

durante a maturação e fecundação (KIM et al., 2000).

Na maioria das espécies, após a fertilização, o conteúdo dos grânulos corticais

é liberado por exocitose para o córtex do oócito (CRAN e ESPER, 1990; DENG et al.,

2005) e, em seguida, algumas proteínas dos grânulos bloqueiam a poliespermia na

zona pelúcida e no oolema (DUCIBELLA, 1996; SUN e SHATTEN, 2006). Nos

mamíferos e nos marsupiais, algumas proteínas dos grânulos corticais permanecem no

espaço perivitelínico e formam, após a fertilização, uma matriz chamada de envelope de

grânulos corticais, que é ancorada na membrana plasmática dos oócitos maturados

(TALBOT e DiCARLANTONIO, 1984; DANDEKAR e TALBOT, 1992), e que é retida até

a implantacão do blastocisto (TALBOT e DiCARLANTONIO, 1984; DANDEKAR e

TALBOT, 1992; DANDEKAR et al., 1995).

Em oócitos de ouriço-do-mar, a migração dos grânulos corticais requer uma

associação com microfilamentos e não com microtúbulos. Logo após a VGBD, os

grânulos corticais prendem-se aos microfilamentos e são translocados para a

superfícies da célula. A ativação do MPF estimula a associação entre a vesícula e os

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microfilamentos e isso é a chave regulatória para a migração coordenada dos grânulos

corticais para o córtex (WESSEL et al., 2002).

No entanto, de acordo com SUN et al. (2001a), a localização dos grânulos

corticais no oolema e sua ancoragem no córtex foi independente dos microfilamentos

ou dos microtúbulos; eles se mantiveram no córtex após o tratamento com inibidores da

maturação do oócito para permanecerem na MII. Mas os dados envolvendo exocitose

dos grânulos corticais com microfilamentos de actina e microtúbulos precisam ser

melhor elucidados (SUN e SCHATTEN, 2006).

Com estas modificações, o oócito secundário apresenta mudanças biológicas

celulares necessárias para o sucesso da fertilização e do desenvolvimento embrionário

inicial (HYTTEL et al., 1997).

A avaliação da maturação citoplasmática é importante para um bom

entendimento dos fatores envolvidos na maturação oocitária in vitro, visando a uma

maior eficiência no desenvolvimento embrionário inicial (ALBERIO et al., 2000; SIRARD

et al., 2006).

2.1.3. Maturação molecular

A maturação molecular é uma das definições mais recentes do processo de

maturação do oócito (SIRARD et al., 2006). O controle da conformação da cromatina

durante o crescimento e a maturação oocitária faz parte de um caminho fisiológico

complexo. Múltiplas sinalizações convergem para induzir modificações pós-

transducionais em resíduos de aminoácidos específicos de várias proteínas histonas

(CHEUNG et al., 2000).

A maioria das hipóteses sustenta o conceito de que RNAs mensageiros

específicos e a possibilidade de algumas proteínas serem produzidas e estocadas no

oócito nos últimos dias antes da ovulação proporcionam ao oócito a capacidade de

desenvolvimento, sendo essenciais para promover a cascata molecular durante a

ativação do gameta embrionário e o desenvolvimento até o estádio de blastocisto

(SIRARD et al., 2006).

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2.2. Fatores que afetam a maturação oocitária

2.2.1. Adenosina monofosfato cíclica (AMPc)

A adenosina monofosfato cíclica exerce um importante papel no controle da

maturação nuclear de oócitos bovinos (GUIXUE et al., 2001). Tem sido sugerido que

uma parte do AMPc requerido pode ser sintetizado pelas células do cumulus e

transferido para o oócito via junções comunicantes (DEKEL et al., 1988; TORNELL et

al., 1991; BILODEAU et al., 1993). Também é possível que a estimulação das células

do cumulus induza a síntese de AMPc em níveis basais que sejam suficientes para a

manutenção do bloqueio meiótico (BORNSLAEGER e SCHULTZ, 1985; EPPIG, 1993).

Em bovinos, a adenilato ciclase (AC) foi localizada nas células do cumulus,

principalmente nas células em contato com o oócito (KUYT et al., 1988). Sugere-se,

também, que o próprio oócito produz seu próprio AMPc a partir de um receptor para

proteína G na membrana plasmática dele mesmo, que estimula a Gs, uma proteína

ligada à proteína G, a ativar a AC (MEHLMANN et al., 2002; 2004). O receptor acoplado

à Gs (GPR3) foi identificado como um regulador essencial do bloqueio meiótico em

oócitos de camundongos (MEHLMANN et al., 2004). Esse receptor exibe um alto grau

de atividade constitutiva quando expresso em várias linhas celulares, resultando em um

aumento na produção de AMPc (UHLENBROCK et al., 2002), indicando que ele está

ligado à Gs. A atividade constitutiva do GRP3 no oócito é suficiente para produzir a

quantidade de AMPc requerida para o bloqueio meiótico.

Tem sido mostrado que existem ainda substâncias que têm o papel de inibir a

maturação de oócitos, tais como, purinas (DOWNS et al., 1985), esteróides (EPPIG et

al., 1983) e guanosina 3’ 5’- monofosfato cíclica (GMPc) (HUBBARD e TERRANOVA,

1982; DOWS e EPPIG, 1984; TORNELL et al., 1990; TORNELL et al., 1991; DOWNS,

1993). Concentrações elevada de GMPc pode inibir a maturação espontânea em

oócitos de ratas (TORNELL et al., 1990) e também inibir a atividade da fosfodiesterase-

AMPc (AMPc-PDE) no oócito, elevando as concentrações de AMPc (BORNSLAEGER

et al., 1984). Segundo TORNELL et al. (1990), as concentrações de GMPc diminuem

em paralelo à maturação de oócitos em ratas, mas os mecanismos que controlam esta

produção ainda não são claros. No entanto, num estudo feito por HUBBARD e PRICE

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(1988) e EPPIG et al. (2004), sugere-se que o GMPc diminua a concentração de AMPc

pela ativação da fosfodiesterase AMPc do oócito de hamster, permitindo que o

processo de maturação oocitária continue.

A proteína cinase A (PKA), uma enzima que pertence ao grupo das MAP

cinases (MAPK) de membrana, é dependente de AMPc (MOCHLY-ROSEN, 1995), ou

seja, intercede na ação do AMPc nas células pela fosforilação de proteínas alvo

(STRÖMSTEDT e BYSKOV, 1999), fazendo parte da cascata de transdução de sinal,

incluindo a AC e AMPc-PDE. A AC converte o ATP para o AMPc e esta atividade é

controlada pela proteínas-G de membrana. Uma vez produzido, o AMPc se liga às

subunidades regulatórias da PKA. Porém, para balancear os níveis intracelulares de

AMPc, a AMPc-PDE transforma AMPc em 5,- AMPc, que, por sua vez, é ineficiente

para a atividade da PKA (MOCHLY-ROSEN, 1995). Segundo DOWNS e HUNZICKER-

DUNN (1995), a ativação da isoenzima tipo I (uma isoenzima da PKA) do oócito

mantém o bloqueio meiótico. Em oócitos de hamsters, a atividade da PKA também

parece ser necessária para manter o bloqueio meiótico e a inibição da PKA induz a

retomada meiótica (HELLEKANT e BAVISTER, 1996a). Assim, estes eventos estão

relacionados com o papel da PKA e tem sido proposto que, em oócitos de bovinos, a

subunidade regulatória da PKA poderia modular o processo de transcrição nas células

do cumulus e a subunidade catalítica poderia manter o bloqueio meiótico, fosforilando

proteínas importantes deste mecanismo de regulação (HELLEKANT e BAVISTER,

1996b).

2.2.2. Proteínas envolvidas no controle do ciclo celular

O ciclo celular em células animais consiste em um ciclo de replicação do DNA

cromossômico na fase S que procede ao estádio completo de diplóteno da primeira

prófase e é detida na diacinese. Este estádio corresponde à fase G2 do ciclo celular e é

caracterizado por cromossomos difusos cercados por uma membrana nuclear intacta

chamada vesícula germinativa (VG). O reinício da meiose, onde ocorre um crescimento

total dos oócitos após a puberdade, representa a transição da fase G2 para a fase M e

envolve a condensação da cromatina, a VGBD, formação do fuso mitótico e segregação

do cromossomo replicado em núcleos “filhos” na fase M (DEKEL, 1995; 1999).

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A regulação da divisão do ciclo celular tem sido o assunto de muitos estudos

durante os últimos anos (MURRAY e HUNT, 1993; DOREE e HUNT, 2002). Entre os

reguladores do ciclo celular, as cinases dependentes de ciclinas exercem um papel

central no início e na ordenação dos eventos do ciclo celular, ou seja, regulam a

progressão das fases G1, S, G2 e M (GOULD, 1995; GRANA e REDDY, 1995;

MORGAN, 1995; PINES, 1995; KNOCKAERT et al., 2002).

Inúmeros estudos vêm mostrando que os eventos ocorridos no processo de

maturação nuclear são acompanhados por mudanças específicas na fosforilação de

proteínas controladas por enzimas que são modificadas pela transdução de sinais

(WANG e LIU, 2004). Uma enzima importante é o fator promotor da maturação (MPF), a

qual pertence ao grupo de proteínas cinases dependentes de ciclinas (MASUI e

MARKERT, 1971). O MPF é uma proteína cinase que consiste de duas subunidades,

uma cinase p34cdc2 catalítica e uma ciclina B regulatória (ALBERTS et al., 1997;

MOTLIK et al., 1999; DOREE e HUNT, 2002). A atividade do complexo ocorre na

entrada da fase-M, ou seja, quando há o rompimento da VG marcando o final da

prófase I, mas requer a desfosforilação da p34cdc2 cinase com remoção dos fósforos da

treonina 14 e tirosina 15 (JOSEFSBERG et al., 2001; VAILLANT et al., 2001). Um

rápido declínio na atividade do MPF ocorre durante o período de transição entre a MI e

MII. O MPF é reativado rapidamente para entrar na MII e mantido em altas

concentrações durante a MII (Figura 02) (BRUNET e MARO, 2005).

A desfosforilação da forma p34cdc2 (forma ativa) presente em oócitos retidos na

fase G2 desaparece logo após o início da meiose com nenhuma mudança até a MII

(POLANSKI e KUBIAK, 1999). O processo da condensação dos cromossomos durante

a fase M, em muitas espécies, é acompanhado por fosforilações da histona H1 e da

histona H3, que são substratos do MPF (KUBELKA et al., 2000). A atividade cinase da

histona H1, que está alta durante a MI e MII, diminuiu com a extrusão do corpúsculo

polar. Estes resultados sugerem que, na maturação de oócitos de mamíferos, a

desfosforilação da p34cdc2 dispara esta ativação na primeira metáfase (POLANSKI e

KUBIAK, 1999).

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Figura 02: Atividades do MPF e MAPK durante a maturação nuclear. A atividade do MPF está

representada em linha vermelha e a atividade da MAPK em linha verde (BRUNET e

MARO, 2005).

Alguns estudos mostram que a atividade do MPF é encontrada na divisão

mitótica das células, pois parece controlar a transição da G2 para a fase M, tanto na

meiose quanto na mitose (POLANSKI e KUBIAK, 1999; BRUNET e MARO, 2005). O

início da ativação do MPF ocorre em cerca de 7 h (progressão VG – MI) após o inicio da

maturação in vitro e alcança um pico ao término da primeira fase M (MI, 12 h).

Posteriormente, ocorre um declínio em sua atividade durante a transição entre a MI e

MII. Esse fator é reativado para entrar na MII e mantido em níveis altos durante o

segundo bloqueio em MII (24 h) (POLANSKI e KUBIAK, 1999, KUBELKA et al., 2000;

LEDAN et al., 2001).

Segundo VERDE et al. (1990) e KIM et al. (2000), o MPF regula diretamente

algumas mudanças morfológicas que ocorrem durante a fase M. Por exemplo, o MPF

pode converter o estado de intérfase dos microtúbulos para uma configuração de

metáfase in vitro. Porém, a relação entre a condensação dos cromossomos durante a

fase M e a ativação do MPF ainda apresenta algumas controvérsias (KUBELKA et al.,

2000; BRUNET e MARO, 2005).

Recentemente, tem sido sugerido que o fator-chave que controla a meiose é a

síntese de ciclina B (SIRARD et al., 1998; BRUNET e MARO, 2005). Sugere-se,

também, que os níveis de p34cdc2 não mudam na maturação de oócitos bovinos, em

VGBD Fertilização

Pro-metáfase e metáfase I Metáfase II

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contraste, a ciclina B está ausente em oócitos bovinos no momento de sua liberação do

folículo, mas ela é sintetizada durante a maturação do mesmo, ou seja, após a VGBD, a

síntese de ciclina B aumenta progressivamente, alcançando a concentração máxima no

final da primeira fase M, associando-se imediatamente com a p34cdc2 para formar um

complexo ativo (LEDAN et al., 2001). A degradação da ciclina B é requerida durante a

extrusão do primeiro corpúsculo polar (TERRET et al., 2003). Assim, a atividade do

MPF é regulada pelo mecanismo de transição dependente que determina a

concentração da síntese de ciclina (BRUNET e MARO, 2005).

A injeção da proteína ciclina B1 humana em oócitos bovinos tratados com

ciclohexamida dá início à retomada meiótica (LEVESQUE e SIRARD, 1996). Em

camundongos, a síntese de ciclina B1 controla a duração da primeira fase M meiótica

(POLANSKI et al., 1999). Em porcas, há uma quantidade extremamente pequena de

pré-MPF na VG do oócito (NAITO et al., 1995). A ativação do MPF não é dependente

da amplificação autocatalítica, mas requer atividade de síntese da proteína (FULKA et

al., 1988). Segundo SUN et al. (2001a), há evidências de que a síntese de ciclina B1

determina a habilidade do oócito de porcas retomar a meiose.

Um segundo grupo importante de enzimas envolvidas na retomada da meiose

são as proteínas da família das cinases ativadas por mitógenos, ou seja, as MAPK de

membrana. Estas enzimas são ativadas por transdução de sinais específicos

provenientes de sinais extracelulares. A ativação do MPF e da MAPK está

temporalmente relacionada com a progressão da meiose (MASUI e MARKERT, 1971;

SUN et al., 1999; JONES, 2004).

As MAPK são os principais componentes celulares que controlam a

embriogênese, diferenciação celular, proliferação celular e morte celular (PEARSON et

al., 2001). Essas proteínas pertencem a uma família de serina/treonina cinases que são

reguladas por uma cascata de fosforilação, ativadas pela MAPKK (MAP cinases-

cinases, ativadora da MAPK) que fosforila os resíduos de tirosina e serina da MAPK

(KUBELKA et al., 2000; LU et al., 2001; PEARSON et al., 2001). A atividade da MAPK

pode ser associada à ativação do MPF. Paralelamente com o MPF, a ativação da

MAPK ocorre em torno das 8 h e apresenta um aumento gradual, alcançando valores

máximos entre 12 – 14 h e mantendo-se assim até completar as 24 h de maturação in

vitro em oócitos bovinos (KUBELKA et al., 2000; JONES, 2004).

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A parada do oócito na MII é causada, provavelmente, por dois fatores: o MPF e

o fator citostático (CSF) (LIU et al., 1998). O CSF é uma proteína citoplasmática que

também está envolvida na regulação dos processos de maturação (CHA e CHIAN,

1998; LIU e YANG, 1999; KUBELKA et al., 2000). A oncoproteína C-mos cinase e a

MAP cinase são componentes do CSF, que, provavelmente, fazem parte da retro-

alimentação positiva entre o MPF, C-mos e a cascata de MAPK, que são importantes

para a maturação do oócito e parada do mesmo em MII (GOTOH et al., 1995; FISHER

et al., 2000; VIVEIROS et al., 2001; VAILLANT et al., 2001). A C-mos é uma MAPKKK

(MAP cinases-cinases-cinases) que ativa a MAPKK, que, por sua vez, ativa MAPK, que

implica na parada do oócito em MII (GOTOH et al., 1995; KUBELKA et al., 2000;

VAILLANT et al., 2001). Já o CSF é o responsável por manter um nível elevado de

MPF, e, portanto, a retenção em MII. A MAPK contribui para estabilizar a atividade

ciclina B/cdk2 cinase (MOTLIK et al., 1999), mantendo o MPF em níveis elevados

(JOSEFSBERG e et al., 2002).

2.2.3. Células do cumulus

As células da granulosa do cumulus desempenham um importante papel na

manutenção e controle da função ovariana. Elas contribuem para a formação do folículo

ovariano e fornecem um micro-ambiente e cito-arquitetura próprios para o

desenvolvimento do oócito. Segundo SUN et al. (2001a), as células do cumulus e

gonadotrofinas não são requeridas para a retomada da meiose, mas são necessárias

tanto para a maturação nuclear quanto para a citoplasmática. Os efeitos das

gonadotrofinas parecem ser mediados pelas células do cumulus no complexo cumulus-

oócito (COC) e quando o cumulus foi removido e os oócitos foram cultivados em meio

suplementado com gonadotrofinas, somente em 32% havia ocorrido o rompimento da

VG e 4,2% concluíram a maturação nuclear. Correspondentemente, as mudanças da

maturação citoplasmática, como concentração de ciclina B1, fosforilação da MAPK e

migração dos grânulos corticais foram também bloqueados.

Durante o desenvolvimento folicular, as células da granulosa podem se

comunicar umas com as outras e com o oócito via junções comunicantes (GILULA et

al., 1978). Esses canais permitem a passagem de moléculas de baixo peso molecular

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incluindo nutrientes (piruvato), precursores metabólicos (aminoácidos e nucleotídeos)

(WASSARMAM, 1988) e moléculas envolvidas com a sinalização celular, como o

AMPc, que pode regular a manutenção do bloqueio da meiose do oócito (LAWRENCE

et al., 1978; TORNELL et al., 1991). Em ratos, a retomada da meiose tem sido

correlacionada com a diminuição das junções comunicantes das células do cumulus

(SUN et al., 2001a). Em bovinos, a mesma correlação tem sido observada, mas as

junções comunicantes se mantêm funcionais até a MII (SUTOVSKY et al., 1993). Esta

rede de junções comunicantes une as células murais com as antrais e do cumulus com

o oócito, formando um sincício funcional e estrutural. Segundo os estudos, esta

comunicação exerce um importante papel durante a maturação do oócito pelo sustento

da maturação citoplasmática necessária para o subseqüente desenvolvimento posterior

à fertilização in vitro (NAGAI et al., 1993; ALI e SIRARD, 2002 a,b).

Tem sido mostrado que a remoção das células do cumulus antes da maturação

in vitro é prejudicial para a maturação do oócito em vaca (CHIAN e NIWA, 1994). A

importância das células do cumulus durante a maturação in vitro é, provavelmente,

atribuída à função das junções comunicantes e suas específicas capacidades

metabólicas (TANGHE et al., 2002). Assim, a comunicação via junções comunicantes é

o pilar para as interações celulares que controlam as funções foliculares, principalmente

aquelas reguladas por sinais endócrinos, parácrinos e/ou autócrinos (EPPIG, 1991). A

resposta ao LH da rede de comunicação juncional vem sendo analisada. Estes estudos

mostram que a proteína da junção comunicante, a conexina 43 (Cx43), sofre

fosforilação/desfosforilação 10 min após a exposição ao LH, mudando a conformação

da proteína e, assim, diminuindo a ligação entre o oócito e as células do cumulus.

Posteriormente, o efeito se traduz em diminuição da expressão do RNAm da Cx43

(KNOBIL e NEILL, 1998).

A expansão das últimas camadas de células durante a segunda metade da

maturação in vitro limita a comunicação entre as células do cumulus e o oócito

(MATTIOLI e BARBONI, 2000). Sabe-se, também, que esta queda da regulação da

comunicação das junções comunicantes é um pré-requisito para a expansão do

cumulus e que não há comunicação entre as células quando a expansão no cumulus já

ocorreu (BUCCIONE et al., 1990). ALI et al. (2005), em um trabalho realizado em

oócitos bovinos maturados in vitro, mostrou que a expansão inicial das células do

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cumulus, causando um rompimento das junções comunicantes, teve uma grande

influência no subseqüente desenvolvimento do oócito.

2.2.4. GDF-9 (fator de crescimento e diferenciação do tipo 9)

Após o surgimento do pico de LH, as conexões intracelulares entre o oócito e

as células do cumulus são rompidas, mas essas células já possuem capacidade de

alcançar o processo de expansão de suas camadas ao redor do oócito, influenciando

diretamente na ovulação e na subseqüente fertilização. As características da expansão

das células do cumulus incluem a secreção do ácido hialurônico pelas próprias células

e a expressão de outras proteínas requeridas para a formação e retenção da matriz

(FULOP et al., 2003).

Estudos recentes têm mostrado que alguns fatores de crescimento e

diferenciação, como o GDF-9, estão associados com o desenvolvimento folicular no

ovário de mamíferos (JAYAWARDANA et al., 2006), promovendo a expansão in vitro

das células do cumulus (VANDERRHYDEN et al., 2003) e que alguns distúrbios na

comunicação entre o oócito e as células somáticas, tanto no período pré-ovulatório

quanto no pós-ovulatório, pode resultar numa baixa fertilidade (PANGAS et al., 2005).

Uma vez sintetizado no oócito, o GDF-9 chega nas células da granulosa e se

liga a receptores específicos, como o BMPRII, receptores de ativina (AcTRIIA ou

AcTRIIB), e receptores do tipo I (ALK-3, ALK-5 e ALK-6) na membrana dessas células

(AOKI et al., 2001). Em bovinos, alguns receptores como o ALK-3, ALK-6 e BMPRII têm

sido identificados (BODENSTEINER et al., 1999; GLISTER et al., 2004;). Isso sugere

que o GDF-9 pode precisamente controlar o processo de expansão das células do

cumulus, influenciando na fase de maturação final de oócitos mamíferos (HAYASHI et

al., 1999; AALTONEN et al., 1999; McKENZIE et al., 2004; PANGAS e MATZUK, 2005;

JAYAWARDANA et al., 2006).

A expressão da GDF-9 tem sido encontrada em oócitos de roedores (HAYASHI

et al., 1999), em ovários suínos (SHIMIZU et al., 2004a), ovinos, bovinos

(BODENSTEINER et al., 1999) e humanos (AALTONEN et al., 1999). Segundo

SHIMIZU et al. (2004a), a injeção direta do gene GDF-9 em ovário de suínos promoveu

o desenvolvimento folicular e, de acordo com VITT et al. (2000a), o tratamento GDF-9

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melhorou o crescimento de folículos pré-antrais e primários, tanto in vivo quanto in vitro

e GLISTER et al. (2004) observaram que o GDF-9 promoveu a proliferação das células

da granulosa, pois se ligou a receptores específicos da membrana das células da

granulosa de oócitos bovinos.

2.2.5. Hormônios esteróides: progesterona (P4) e 17ββ-estradiol (E2)

O papel dos esteróides na retomada da meiose em mamíferos tem sido

examinado com dois objetivos: ver se alguns dos esteróides servem como inibidores da

meiose oocitária e se eles mediam a ação das gonadotrofinas na estimulação da

meiose (TSAFRIRI et al., 2005).

Durante o desenvolvimento folicular, o retorno da meiose é iniciado por uma

onda pré-ovulatória de LH e só ocorre em oócitos que já tenham completado o seu

crescimento e adquirido competência meiótica. Durante o período entre a onda de LH e

a ovulação, o oócito passa por uma série de transformações no núcleo e no citoplasma.

A onda de LH estimula uma mudança na síntese de esteróides feita pelas células da

granulosa, sendo que a síntese do E2 tem uma queda significativa, enquanto a

concentração de P4 começa a se elevar e se torna mais marcante momentos antes da

ovulação. A inibição da síntese de LH ou o bloqueio dos seus receptores provocam

falhas na maturação e na ovulação, sendo que os receptores para LH estão presentes

somente nas células somáticas do folículo. Desse modo, os sinais que disparam a

maturação chegam ao oócito por meio das células da granulosa (VAN DEN HURK e

ZHAO, 2005).

Em bovinos, o pico de LH inibe a produção de androstenediona pelas células

da teca e induz a luteinização das células da granulosa murais. Este processo é

refletido pela concentração de esteróides no fluido folicular, que mostra que alta

concentração de E2 ao redor de 1µg/ml antes e até 6 h após a concentração máximo de

LH (pico pré-ovulatório) ocorre após um declínio na concentração de E2. Este fenômeno

é seguido pelo aumento gradual da progesterona cerca de 20 h após o pico de LH.

Apesar do declínio da concentração de E2 ocorrer concomitantemente com a GVBD,

não há evidência de que o E2 esteja envolvido na retomada da meiose (DIELEMAN et

al., 1983).

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Os receptores esteróides realmente se localizavam na membrana do oócito,

fazendo parte do processo de maturação nuclear e citoplasmática, mediando a

sinalização de outros sistemas, incluindo, por exemplo, o efeito da indução pelo P4 na

ativação da MAPK e da eNOS no tecido cardíaco e em células endoteliais,

respectivamente (SHAUL, 2002). Em xenopus, foi observada a ação dos receptores de

P4 na maturação oocitária, demonstrando que eles têm participação neste processo

(TIAN et al., 2000; BAGOWSKI et al., 2001).

A presença de esteróides no fluido folicular antes e também durante a

maturação sugere que esses hormônios (P4 e E2) sejam importantes para a maturação

nuclear e citoplasmática. Embora tenham sido feitos vários trabalhos nessa linha, os

resultados são inconsistentes e a função desses hormônios na maturação ainda gera

controvérsias (LI et al., 2004). Segundo EPPIG e KOIDE (1978), a adição de E2 no meio

de maturação reduziu a taxa de maturação de oócitos com as células do cumulus e

desnudos em oócitos de camundongos.

Para avaliar o efeito dos esteróides na maturação dos oócitos, estudos

recentes foram conduzidos usando-se oócitos de camundongas tratadas com

gonadotrofinas e com um inibidor da fosfodiesterase (IBMX). Foi observado que tanto a

testosterona quanto o E2 foram capazes de potencializar um sinal inibitório e promover

a VGBD, assim como a ativação da CDK1 e MAPK de uma maneira dose-dependente

(HAMMES, 2004).

Segundo ALI et al. 2004, a adição de E2 ao meio de maturação provocou

aumento na produção de blastocistos em bovinos. Também em bovinos, KIM et al.

(1995) mostraram que a adição de E2 no meio de maturação não alterou os índices de

maturação e a formação de blastocistos, enquanto que BEKER et al. (2002) concluíram

que a suplementação com E2 no meio de maturação livre de SFB afetou negativamente

a retomada da meiose, com diminuição na proporção de oócitos em MII e pelo aumento

na ocorrência de aberrações nucleares, como também no subseqüente

desenvolvimento embrionário, diminuindo a taxa de balstocistos. JAYAWARDANA et al.

(2006) observaram que o E2, juntamente com o FSH, está envolvido na expressão do

GDF-9, que é um dos principais fatores secretados pelo oócito que está envolvido no

processo de expansão das células do cumulus durante a maturação.

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Vários trabalhos têm demonstrado que a P4 tem sido um importante mediador

da maturação de oócitos de Xenopus (WANG e LIU, 2004; HAMMES, 2004), de suínos

(LI et al., 2004), ratas (DAVE et al., 1997) e de bovinos (FATEHI et al., 2002). Segundo

WANG e LIU (2004), a P4 está envolvida na retomada da meiose, diminuindo as

concentrações de AMPc. No entanto, ainda há algumas controvérsias em relação aos

níveis de AMPc durante a maturação do oócito induzida pela P4. DUCKWORTH et al.

(2002) demonstraram que a P4 diminui a atividade da PKA, ativando o MPF, e por fim, a

MAPK.

O uso de P4 nos meios de maturação não é uma prática comum, e, além disso,

também tem sido mostrado que a sua adição nos meios de maturação é desnecessária

(DODE e GRAVES, 2002; LI et al., 2004). Se esses hormônios esteróides são

importantes para a maturação, provavelmente as células do cumulus os sintetizam em

quantidades suficientes (DODE e GRAVES, 2002). MINGOTI et al. (2002)

demonstraram que as células de COCs bovinos possuem a capacidade de secretar E2 e

P4 no meio de cultura definido durante a maturação in vitro. WANG et al. (2006)

demonstraram que a inibição da secreção de esteróides pela adição de

aminoglutatimida (AGT, um inibidor da cadeia de clivagem do colesterol) no meio de

maturação preveniu a maturação e expansão das células do cumulus em oócitos

bovinos, e que seu efeito inibitório não foi revertido pela adição de E2 e P4 nesse meio.

Essas evidências mostram que os hormônios esteróides secretados pelo COC durante

o cultivo têm efeito significativo na maturação oocitária in vitro, contudo mais estudos

são necessários para se avaliar o seu papel em bovinos.

2.2.6. Óxido nítrico

O óxido nítrico (NO) é um radical livre (YAMAUCHI et al., 1997) sintetizado via

oxidação da L-arginina em NO e L-citrulina (MONCADA et al., 1991; NATHAN, 1992),

catalisada por três diferentes isoformas de NOS (NO sintase), dependendo do tecido de

origem, assim como nas propriedades funcionais: 1) NOS neuronal (nNOS), 2) NOS

endotelial (eNOS), que são constitutivas (cNOS) e são capazes de liberar NO em

pequenas quantidades por períodos curtos em resposta ao estímulo no receptor

(PALMER et al., 1998) e 3) NOS induzível (iNOS), que é expressada, principalmente,

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em resposta a citocinas inflamatórias e lipopolissacarídeos (MORRIS e BILLIAR, 1994;

VAN VOORHIS et al., 1995; ZACKRISSON et al., 1996; JABLONKA-SHARIFF e

OLSON, 1997; NAKAMURA et al., 1999) e responsável pela produção de NO em alta

concentração por um período prolongado.

Tanto a nNOS quanto a eNOS são cálcio/calmodulina dependentes durante

sua ativação (SNYDER, 1995). O aumento do cálcio intracelular desencadeia uma

cascata de eventos ativando a cNOS e a síntese de NO. O cálcio intracelular se liga à

calmodulina para formar um complexo cálicio-calmodulina e regula a ligação da

calmodulina ao “alelo dominante”, permitindo a transferência de elétrons do NADPH via

grupamento flavina, cujo sítio ativo contém domínio heme redutase, facilitando a

conversão do O2 e L-arginina em NO e L-citrulina (SIDDHANTA et al., 1996). O NO

gerado por essas isoformas participa de várias respostas fisiológicas, por exemplo,

neurotransmissão e manutenção do tônus vascular (DAWSON e DAWSON, 1996). Já a

iNOS é cálcio independente e contém calmodulina para cada subunidade da enzima e

sua ativação não requer um aumento intracelular de cálcio e resulta na permanente

ativação da enzima (CHO et al., 1992). O NO liberado por esta enzima está envolvido

na vasodilatação patológica e danificação dos tecidos (KILBOURN et al., 1990).

Além do cálcio, vários outros fatores podem regular a atividade da NOS.

Mecanismos pré e pós-transducionais e transcripcionais têm sido mostrados por regular

a expressão de todas as isoformas da NOS (KELLY et al., 1996). Apesar da iNOS ser

citosólica, a cNOS possui um sítio para miristilação, possibilitando sua ligação na

membrana da célula (BUSCONI e MICHEL, 1993). A fosforilação da cNOS pela

proteína cinase C e A está associada com o desligamento da enzima e perda da

atividade (MICHEL et al., 1993). Segundo GELLER et al. (1993), existem sitios de

fosforilação na iNOS, mas nenhuma significância funcional tem sido demonstrada.

Estudos mostram que a atividade da NOS é dependente de uma variedade de

substratos e co-fatores como NADPH, flavina mononucleotídeo (FMN), flavina adenina

dinucleotídeo (FAD) e tetrahidrobiopterina (THB) e a disponibilidade desses co-fatores

determina o padrão de síntese de NO pelas células. A ativação máxima de NOS requer

NADPH, FAD, FMN, THB e “thiol” reduzido. Isto implica que a atividade dos caminhos

metabólicos que geram ou competem com esses co-fatores, sob condições fisiológicas

e patológicas, poderia exercer um importante papel na determinação da taxa de NO

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celular. A síntese de NADPH tem sido demonstrada por ser co-induzida com a iNOS.

Além disso, a atividade da geração da NADPH pelo caminho das pentoses e da taxa

limitante da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, em particular, tem sido

correlacionada com a produção de NO (MORRIS e BILLAR, 1994). A glicose, então,

estimula a síntese de NADPH via caminho das pentoses fosfatos, que, por sua vez,

favorecem a conversão da L-arginina em L-citrulina (BLACHIER et al., 1991).

Diversos efeitos na citotoxidade celular podem ser causados pelo NO, mas seu

efeito é mais complexo em relação à apoptose. A morte celular mediada pela apoptose

é controlada por sinais celulares específicos. O NO pode tanto proteger quanto mediar

esse tipo de morte celular, dependendo do tipo da célula e de sua concentração. A

proteção pode ocorrer em diferentes condições. Por exemplo, o NO protege os

hepatócitos in vivo da apoptose induzida pelo TNFα (BOHLINGER et al., 1995) e

também os folículos ovarianos da degeneração causada pela atresia em ratas (CHUN

et al., 1995). Por outro lado, o NO participa na apoptose de neurônios corticais,

macrófagos (TERENZI et al., 1995) e células pancreáticas, entre outros (MESSMER et

al., 1994). A morte celular mediada pelo NO em macrófagos é inibida por antagonistas

dos fatores ativadores das proteínas cinase A e C, sugerindo que a transdução de

sinais por meio destas proteínas está envolvida no mecanismo de ação do NO, que

leva à apoptose (MESSMER et al., 1995). Contudo, este mecanismo nunca foi

estudado no sistema reprodutor de bovinos.

Um dos primeiros alvos para a ação citotóxica do NO é a mitocôndria

(MONCADA et al., 1991). A inibição da mitocôndria mediada pelo NO parece ter um

componente reversível e irreversível. O NO pode interagir diretamente com a citocromo

c oxidase para inibir reversivelmente a respiração celular (LISDERO et al., 1996; SHIVA

et al., 2001) e esta interação ocorre quando o NO se encontra em altas concentrações.

Entretanto, como ocorre em condições inflamatórias, o complexo I (NADH-ubiquinona

oxidoredutase) e o complexo II (succinato-ubiquinona oxidoredutase) são,

irreversivelmente, inibidos pelo NO (BROWN, 1995).

O NO pode atuar por meio da sua ligação com radicais livres levando à

inativação do O2-, prevenindo, assim, a toxidade celular. No entanto, em condições

apropriadas, a reação do NO com O2- pode resultar na formação do peroxinitrito

(ONOO-), um potente oxidante (BECKMAN e CROW, 1993). Esses achados

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demonstram que a ação do NO na célula depende da sua concentração, seu estado

reduzido, e da abundância de metais, proteínas e tiols de baixo peso molecular, como a

glutationa.

A solubilidade máxima do NO na água é semelhante à do oxigênio puro. Ele é

considerado uma molécula polar que se difunde livremente através das membranas. Na

presença de tecidos biológicos, a meia-vida do NO é de 3 a 5 segundos (MONCADA et

al., 1991; IGNARRO, et al., 1993; BLASHKIV et al., 2001). Numerosas interações

químicas nas células ou tecidos podem ocorrer mesmo com esta meia-vida tão curta,

incluindo reações com O2, ânion superóxido e outros radicais derivados de O2 e

oxihemoproteínas (IGNARRO et al., 1993). A mensuração de NO2- e de NO3

- em

soluções aquosas é utilizada para prover uma estimativa indireta do NO endógeno

(ARCHEOR, 1993).

2.2.6.1. Óxido nítrico no sistema ovariano

O óxido nítrico é gerado por várias células ovarianas e no interior dos vasos

sangüíneos ovariana; macrófagos residentes neste local também têm sido indicados

como uma possível fonte de NO em ratas (DAVE et al., 1997).

O sistema NOS/NO ovariano exerce papel na regulação da esteroidogênese

(OLSON et al, 1996; JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1998; MITHELL et al., 2004), na

morte apoptótica das células (CHUN et al, 1995; YAMAGATA et al., 2002), na ovulação

(DIXIT e PARVIZI, 2001; YAMAGATA et al., 2002; LUKAS et al., 2002), na maturação

meiótica in vivo (JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1998; JABLONKA-SHARIFF et al,

1999a) e in vitro (SENGOKU et al., 2001; MATTA et al., 2001; NAKAMURA et al., 2002;

GOUD et al., 2005; HUO et al., 2005; VIANA et al., 2003) e no desenvolvimento

embrionário inicial (SENGOKU et al., 2001; BLASHKIV et al., 2001; LUKAS et al., 2002;

YANG et al., 2005).

Das três isoenzimas de NOS, os ovários de ratas expressam a eNOS e a

iNOS, mas não a nNOS (VAN VOORHIS et al., 1995; ZACKRISSON et al., 1996;

JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1997; NAKAMURA et al., 1999). A expressão da

eNOS aumenta depois do surgimento de LH ou da injeção de hCG (VAN VOORHIS et

al., 1995; JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1997; NAKAMURA et al., 1999). Foi

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observada a presença da eNOS na região periférica de oócitos de ratas por meio de

estudos imunocitoquímicos de folículos imaturos estimulados por gonadotrofinas

(JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1997). Em camundongos, foi observado que, na

ausência da eNOS, a maturação meiótica foi prejudicada (JABLONKA-SHARIFF e

OLSON, 1998). Usando a análise por transcrição reversa, ou seja, a reação em cadeia

de polimerase (RT-PCR) e “Western blotting”, foi demonstrado por HATTORI et al.

(2000, 2001) que oócitos de porca apresentavam alto conteúdo de proteína eNOS. Sob

condições basais, a eNOS constantemente produz pequenas quantidades de NO, mas

um aumento na síntese pode ocorrer se estimulado pela elevação do Ca2+ ou, talvez,

ativado por fosforilação devido à sinalização parácrina.

Embora as mudanças da expressão da iNOS durante os processo citados

acima sejam controversas (VAN VOORHIS et al., 1995; ZACKRISSON et al., 1996;

JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1997; MATSUMI et al., 1998a; NAKAMURA et al.,

1999) e o papel do NO derivado da iNOS não esteja tão bem estabelecido, estudos

indicam que a expressão, tanto da iNOS quanto da eNOS, é regulada por

gonadotrofinas (JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1997). A produção de NO nas células

ovarianas de ratas é ativamente estimulada pela interleucina-1, assim como por várias

citocinas inflamatórias. Tem sido demonstrado que a iNOS pode ser induzida pelo fator

de necrose tumoral (TNFα), estimulando, assim, o GMPc (MATSUMI et al., 1998a).

Segundo ANTEBY et al. (1996), num estudo realizado em fluido folicular de

humanos, a geração de NO (medido pelas concentrações basais de nitrito e nitrato)

aumentou tanto com os níveis de estradiol quanto com o tamanho do folículo. Estas

observações sugerem que há uma possível relação entre E2 com a concentração de

NO, assim como em suínos (GRASSELI et al., 1998), como em bovinos (BASINI et al.,

1998).

Vários fármacos que inibem a síntese de NO vêm sendo utilizados em estudos

sobre a fisiologia ovariana, como, por exemplo, a aminoguanidina (AG), que inibe

seletivamente a produção de NO pela inibição da enzima iNOS (CORBETT et al., 1992;

NAKAMURA et al., 2002; TAO et al., 2004; 2005; HUO et al., 2005). Este inibidor da

síntese de NO é estruturalmente similar à L-arginina por apresentar dois grupos

nitrogênio guanidina equivalentes quimicamente e competitivamente inibem a síntese

de NO (CORBETT et al., 1992).

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25

2.2.6.2. Papel do óxido nítrico na maturação oocitária

No processo de maturação oocitária, várias pesquisas indicam que o NO inibe

(camundongos, JABLONKA-SHARIFF e OLSON, 1998; ratas, JABLONKA-SHARIFF et

al., 1999a; NAKAMURA et al., 2002) ou estimula (camundongos, SENGOKU et al.,

2001; BLASHKIV et al., 2001; BU et al., 2004; HUO et al., 2005; suínos, TAO et al.,

2004; 2005; bovinos, MATTA et al., 2001; 2002; VIANA et al., 2005) a maturação

nuclear, dependendo de sua concentração.

Um mecanismo pelo qual o NO pode participar na maturação oocitária envolve

a regulação da síntese de nucleotídeos cíclicos. O NO é conhecido como regulador da

guanilato ciclase (MILLER et al., 2003) e estimula a produção de GMPc em células alvo

(NATHAN, 1992). Nucleotídeos cíclicos sintetizados pelas células do cumulus têm sido

reconhecidos como importantes moduladores da maturação de oócitos (TORNELL et

al., 1991).

O óxido nítrico se liga e ativa a guanilato ciclase e aumenta a concentração de

GMPc nas células alvo. O GMPc foi localizado nas células da granulosa de ovários de

ratas e está envolvido na retomada da meiose (TORNELL et al., 1991). Sua influência

na sinalização celular é através da ativação ou inibição de fosfodiesterases (PDE).

Existem 11 famílias conhecidas da PDE, e a atividade da PDE classe 3, expressa no

oócito, é inibida pelo GMPc (CONTI et al., 1995). Alguns estudos mostram que o GMPc

aumenta os níveis de AMPc pela inativação da fosfodiesterase AMPc do tipo 3 (AMPc-

PDE3), resultando no aumento da concentração de AMPc, impedindo a retomada da

meiose (KURTZ et al., 1998).

MATTA et al. (2001), pela primeira vez na literatura, demonstraram que o

inibidor da síntese de NO (L-NAME), nas concentrações utilizadas na maturação in vitro

de oócitos bovinos, não inibiu a meiose. Observaram, também, que a maturação

citoplasmática é mais sensível do que a nuclear a concentrações reduzidas de NO no

meio de maturação e que o NO está envolvido na regulação da concentração de

proteínas, possivelmente relacionadas com a inibição da maturação citoplasmática e,

conseqüentemente, com o desenvolvimento embrionário inicial. Além disso, MATTA et

al. (2002) comprovaram que a utilização de concentrações mais elevadas de L-NAME

resultou numa menor taxa de oócitos em MII após 24h de cultivo e que os oócitos que

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não alcançaram a MII apresentaram-se degenerados com alterações no rearranjo dos

cromossomos, sugerindo que concentrações adequadas de NO são essenciais para

que a maturação nuclear de oócitos bovinos in vitro ocorra.

YAMAGATA et al. (2002) sugeriram que a diminuição da produção de NO

derivado da iNOS pode exercer um papel importante na maturação nuclear do oócito de

ratas. Ainda neste estudo, foi verificado que o inibidor da iNOS diminuiu a produção de

GMPc em folículos pré-ovulatórios e que a adição de um doador de NO bloqueou esta

supressão, sugerindo que o NO derivado da iNOS produz alta concentração de GMPc

nestes folículos, capaz de inibir o processo de maturação meiótica em oócitos de ratas.

O GMPc mantém a parada meiótica de oócitos de folículos pré-ovulatórios por meio de

2 vias: uma envolvendo a sustentação dos níveis de AMPc pela inibição da AMPc-PDE

no oócito e outra envolvendo a ativação da proteína cinase dependente de GMPc

(TORNELL et al., 1991). A MAPK exerce um papel importante na maturação inicial de

oócitos mamíferos (FISSORE et al., 1996; YAMASHITA et al., 2000) e o interessante é

que o NO inibe a atividade da MAPK via geração de GMPc via tirosina cinase (INGRAM

et al., 2000). Segundo DHAUNSI et al. (1997), o NO inibe diretamente a MAPK via

ativação da tirosina cinase, mas esses mecanismos ainda não são totamente

conhecidos.

Estudos realizados por HUO et al. (2005), em camundongos, utilizando AG nas

concentrações de 1, 10 e 50 mM revelaram a localização subcelular da iNOs nos

diferentes estádios da maturação meiótica e na fertilização, usando microscopia

confocal e micro-injeção de anticorpo específico da AG e por meio da inibição

específica da iNOS e concluíram que há uma localização específica da iNOS no oócito

maturado. Em oócitos em estádio de VG, a imunoreatividade da iNOS foi principalmente

localizada na VG. Logo após da VGBD, iNOS acumulou-se ao redor dos cromossomos

condensados. Na MI e MII, já com a organização da placa equatorial dos cromossomos,

a iNOS estava concentrada ao redor dos cromossomos alinhados. O acúmulo da iNOS

na região do fuso não pôde ser detectado nas fase A e na fase T, estava concentrada

entre os cromossomos separados. O processo de VGBD e da liberação do primeiro

corpúsculo polar foi, significantemente, inibido pela AG de uma maneira dose-

dependente, ou seja, quando utilizaram a concentração de 50 mM de AG observaram

que houve uma completa inibição da VGBD, além de terem visto que essa

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concentração também inibiu, completamente, a fosforilação da MAPK, sugerindo que o

NO derivado da iNOS exerce um papel crucial na maturação meiótica de oócitos de

camundongos.

Outros trabalhos também mostraram que a AG inibiu o processo de retomada

da meiose (NAKAMURA et al., 2002; TAO et al., 2004; 2005) e que inibidores da NOS

também influenciam a maturação do oócito em ratas (JABLONKA-SHARIFF et al.,

1999a; NAKAMURA et al., 2002) e em coelhas (YAMAUCHI et al., 1997). Segundo

NAKAMURA et al. (2002), num experimento feito com oócitos de ratas, foi observado

que, quando eles utilizaram as concentrações de 10 e 100 mM de AG, houve um

significante aumento na porcentagem de oócitos com estádio de VG, inibindo a

retomada da meiose e que esse efeito foi revertido quando adicionaram NO no meio de

cultura (500 µM de SNAP, s-nitroso-L-acetil penicilamina, um doador de NO), sugerindo

que o NO derivado da iNOS seja um inibidor da maturação meiótica de oócitos de ratas.

Foi também observado que a AG diminuiu a produção de GMPc em folículos pré-

ovulatórios e que a adição de SNAP bloqueou esta supressão. Em suínos, foi

observado que 10 mM de AG inibiu o rompimento da VG (TAO et al., 2004; 2005).

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48

4. TRABALHO

O trabalho a seguir foi elaborado para futura publicação, segundo as normas

da revista: Animal Reproduction Science.

Título: Efeito da inibição da enzima óxido nítrico sintase sensível à aminoguanidina na

maturação in vitro de oócitos bovinos.

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EFEITO DA INIBIÇÃO DA ENZIMA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE SENSÍVEL À AMINOGUANIDINA NA MATURAÇÃO IN VITRO DE OÓCITOS BOVINOS

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da inibição da enzima óxido

nítrico sintase (NOS) sensível à aminoguanidina (AG) na maturação nuclear e

citoplasmática in vitro de oócitos bovinos. Os COCs foram cultivados com diferentes

concentrações de AG (0, 1, 10 e 100 mM) e 10-5 M de nitroprussiato de sódio (SNP,

doador de NO) adicionado a 100 mM de AG, durante 24 h. No experimento 1, foi

avaliado o grau da expansão das células do cumulus, o estádio de maturação nuclear,

a integridade da membrana plasmática das células do cumulus e do oócito. As

concentrações de NO2-,/NO3

-, P4 e E2 foram determinadas no meio de maturação pelo

método de Griess e por quiluminescência, respectivamente. A adição de diferentes

concentrações de AG no meio de maturação promoveu um efeito dose-resposta na

expansão das células do cumulus de COCs bovinos (P<0,05). A adição de 1 e 10 mM

de AG no meio de MIV não afetou a integridade da membrana plasmática dos oócitos

nem a maturação nuclear (P>0,05), contudo, diminuiu a integridade da membrana das

células do cumulus. A concentração de 100 mM inibiu a transição da metáfase I (MI)

para a metáfase II (MII), promoveu lesão da membrana plasmática dos oócitos (P<0,05)

e aumentou a concentração de NO2-,/NO3

- quando comparada com o controle (P<0,05)

e com 1 e 10 mM de AG (P>0,05). A adição de 10-5 M de SNP a 100 mM de AG não

reverteu os efeitos causados por 100 mM de AG, mas aumentou a concentração de

NO2-/NO3

-. Nenhuma concentração adicionada ao meio de maturação alterou a

concentração de E2. A adição de 100 mM de AG diminuiu a concentração de P4

(P<0,05), quando comparada ao controle e demais concentrações. Este efeito foi

revertido pela adição de SNP. No experimento 2, foi avaliado o efeito da adição de

diferentes concentrações de AG na maturação citoplasmática in vitro pela avaliação da

taxa de migração dos grânulos corticais, clivagem e produção de blastocistos. Houve

um efeito dose-resposta na migração dos grânulos corticais, onde 1 mM (83,9 ± 6,2%)

não diferiu do controle (83,6 ± 8,2%; P>0,05), 10 mM inibiu parcialmente (3,8 ± 6,4%) e

100 mM inibiu totalmente a migração dos grânulos corticais (P<0,05). A adição de SNP

(10-5 M) não reverteu o efeito inibitório da migração dos grânulos corticais dos oócitos

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50

tratados com 100 mM. Somente as concentrações de AG que não inibiram a MIV foram

utilizadas para avaliar a taxa de clivagem e produção de blastocistos. A adição de 10

mM de AG no meio de maturação diminuiu (73,0 ± 8,1%; P<0,05) a taxa de clivagem e

produção de blastocistos, quando comparada com grupo controle (89,1 ± 3,4%; 37,6 ±

7,3%, respectivamente), mas não diferiu, (P>0,05), do grupo tratado com 1 mM de AG

(80,9 ± 8,4%; 41,5 ± 10,5%, respectivamente). Os resultados do presente experimento

demonstram que o NO derivado da NOS sensível à AG modula a maturação nuclear e

citoplasmática in vitro de oócitos bovinos.

Palavras-chave: óxido nítrico, aminoguanidina, maturação nuclear, grânulos corticais,

desenvolvimento embrionário inicial.

ABSTRACT

The aim of the present study was to investigate the effects of inhibition of the

enzyme nitric oxide synthase (NOS) sensitive to aminoguanidine (AG) on nuclear and

cytoplasmic maturation of bovine oocytes in vitro. COCs were cultured with different

concentrations of AG AG (0, 1, 10 and 100 mM) and to 10-5 M sodium nitroprusside

(SNP, NO donor) associated with 100mM AG for 24h. In experiment 1, the degree of

cumulus cells expansion, nuclear maturation status and plasma membrane integrity of

oocytes and granulosa cells were assessed. NO2-,/NO3

-, P4 and E2 were determined in

culture medium by Griess method and chemiluminescence, respectively. Addition of

different concentrations of AG to maturation medium promoted a dose-response effect

on cumulus expansion (P<0.05). Addition of 1 and 10mM AG to IVM medium did not

affect plasma membrane integrity of oocytes or nuclear maturation rates (P>0.05),

however, plasma membrane integrity was reduced in cumulus cells. One hundred

millimolar inhibited metaphase I (MI) to metaphase II (MII) transition, promoted plasma

membrane damage in oocytes (P<0.05) and increased NO2-,/NO3

- concentration when

compared to controls (P<0.05). Association of 10-5 M SNP to 100mM AG did not reverse

the effects of AG, but increased NO2-/NO3

-concentration. None of the AG concentrations

tested in maturation medium affected E2 concentration. Addition of 100mM AG reduced

P4 concentration (P<0.05) when compared to controls and the other concentrations

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51

used. This effect was reversed by SNP. In experiment 2, the effect of different AG

concentrations on cytoplasmic maturation in vitro was assessed based on cortical

granules migration, cleavage and blastocyst development rates. There was a dose-

effect on cortical granules migration rate, in which 1mM AG (83.9 ± 6.2%) did not differ

from control oocytes (83.6 ± 8.2%; P>0.05), but 10mM partially inhibited (3.8 ± 6.4%)

and 100mM totally inhibited migration (P<0.05). SNP (10-5 M) did not revert this

inhibitory effect on cortical granules migration in oocytes treated with 100mM AG. Only

those concentrations that did not inhibit IVM were used to assess cleavage and

blastocyst rates. Addition of 10mM AG to IVM medium reduced (73.0 ± 8.1%; P<0.05)

cleavage and blastocyst rates when compared with controls (89.1 ± 3.4%; 37.6 ± 7.3%,

respectively), but did not differ, (P>0,05), from the group treated with 1mM AG (80.9 ±

8.4%; 41.5 ± 10.5%, respectively). The results from the present study demonstrate that

NO derived from NOS sensitive to AG modulates nuclear and cytoplasmic maturation of

bovine oocytes in vitro.

Keyword: nitric oxide, aminoguanidine, nuclear maturation, cortical granules, early

embryo development.

INTRODUÇÃO

O controle dos processos envolvidos na maturação do oócito é crítico para as

técnicas de reprodução assistida (ART) (FISSORE et al., 2002). As mudanças celulares

que ocorrem no oócito durante a maturação e os mecanismos relacionados não são

totalmente conhecidos. O envolvimento do NO na maturação in vitro de oócitos bovinos

tem sido demonstrado (MATTA et al., 2001; 2002; VIANA et al., 2005; NATORI et al.,

2005; SCHWARDZ et al., 2006). O NO é sintetizado pela conversão da L-arginina em L-

citrulina e NO, catalizada pela família de isoenzimas conhecida como óxido nítrico

sintase (NOS) (MITCHELL et al., 2004; HUO et al., 2005). Duas isoformas constitutivas

foram identificadas: endotelial (eNOS) e neuronal (nNOS) e induzível (iNOS) (TOTZKE

et al., 2001). Estudos recentes também mostram que o NO pode ser produzido pela

NOS mitocondrial (mtNOS) (BUSTAMANTE et al., 2004).

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52

No processo de maturação oocitária, o NO inibe (camundongos, JABLONKA-

SHARIFF e OLSON, 1998; ratas, JABLONKA-SHARIFF et al, 1999a; NAKAMURA et

al., 2002) ou estimula (camundongos, SENGOKU et al., 2001; BU et al., 2004; HUO et

al., 2005; suínos, TAO et al., 2004; 2005; bovinos, VIANA et al., 2005) a maturação

nuclear, dependendo de sua concentração.

Tem sido demonstrado que a iNOS pode ser detectada em folículos de suínos

(HATTORI et al., 2001), células da granulosa (TAKESUE et al., 2003), células do

cumulus e oócitos de camundongos (MITCHELL et al., 2004). HUO et al. (2005)

demonstraram a localização subcelular da iNOs nos diferentes estádios da maturação

nuclear e na fertilização, usando micro-injeção de anticorpo específico da iNOS. O NO

sintetizado pela iNOS sensível à AG modula o processo da maturação nuclear do

oócito, incluindo a inibição da VGBD e a liberação do primeiro corpúsculo polar de

oócitos de camundongos (BLASHKIV et al., 2001; HUO et al. (2005), ratas

(VOZNESENS´KA e BLASHKIV, 2003; BU et al., 2003) e porcas (TAO et al., 2004;

2005).

Vários fármacos que inibem a síntese de NO vêm sendo utilizados em estudos

sobre a fisiologia ovariana, como por exemplo, a aminoguanidina (AG), que inibe

seletivamente a produção de NO pela inibição da atividade da iNOS (NAKAMURA et al.,

2002; TAO et al., 2004; 2005; HUO et al., 2005). Este inibidor da síntese de NO é,

estruturalmente, similar à L-arginina, por apresentar dois grupos nitrogênio guanidina

equivalentes quimicamente, inibindo, por competição, a síntese de NO (CORBETT,

1992). Em bovinos, não há nenhum trabalho mostrando qual (ais) isoformas de NOS é

(são) inibida (s) com o uso da AG.

A presença de esteróides no fluido folicular antes e também durante a

maturação sugere que esses hormônios (P4 e E2) sejam importantes para a maturação

nuclear e citoplasmática (HAMES, 2004). Em bovinos, ALI et al. (2004) relataram que a

adição de E2 ao meio de maturação provocou aumento na produção de blastocistos.

JAYAWARDANA et al. (2006) observaram, em bovinos, que o E2, juntamente com o

FSH, está envolvido na expressão do GDF-9, que é um dos principais fatores

secretados pelo oócito que está envolvido no processo de expansão das células do

cumulus durante a maturação. FATEHI et al. (2002) relataram que a falta de P4 durante

a maturação in vitro provoca diminuição nas taxas de fertilização e clivagem em

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bovinos. Essas evidências mostram que os hormônios esteróides secretados pelo COC

durante o cultivo têm efeito significativo na maturação oocitária in vitro. Tem sido

demonstrado que o NO diminui a produção de P4 e E2 em células da granulosa em

bovinos, sendo este um dos possíveis mecanismos de ação do NO durante a MIV de

oócitos bovinos (FAES et al., 2005).

Neste estudo, nós objetivamos investigar a ação da inibição da enzima NOS

sensível à AG na maturação nuclear e citoplasmática in vitro de oócitos bovinos e a sua

relação com a esteroidogênese das células do cumulus.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta dos ovários e obtenção dos oócitos

Ovários de vacas cíclicas foram obtidos diariamente em matadouros. Após a

coleta, foram imediatamente colocados em frascos térmicos, contendo solução salina

estéril mantida entre 35 e 37oC. Os ovários foram levados ao laboratório, onde foram

puncionados com a utilização de uma bomba a vácuo (100 mm/Hg). O período entre a

coleta e início da maturação dos ovários foi de cerca de 2 h.

Os complexos cumulus oócito (COCs) foram aspirados com uma agulha de

calibre 40 x 1,2 mm (19 G) e liberados em meio de lavagem (TCM 199 com HEPES)

acrescido de 100 UI/ml de penicilina e 100 ug/ml de estreptomicina, suplementado com

5% de soro fetal bovino (SFB) numa temperatura de 30º C, contendo 3-isobutil-1-metil

xantina (IBMX) a 0,5 mM, para evitar a retomada da meiose durante o período de

manipulação dos mesmos. O IBMX inibe a síntese da enzima, que degrada o AMPc

(fosfodiesterase AMPc, AMPc-PDE) (EPPIG & DOWNS, 1984). Os COCs foram

selecionados e apenas os de categorias 1 e 2 (aparência clara, apresentando cumulus

compacto e ooplasma homogêneo) (DE LOOS et al., 1989) foram utilizados no

experimento. Após a seleção, os COCs foram lavados (4x) com o mesmo meio sem

IBMX e, em seguida, foram colocados nas gotas de maturação in vitro.

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54

Maturação in vitro

Os COCs selecionados foram transferidos para gotas de 150 µl de meio de

maturação em placas de cultura (3,5 cm), sob óleo mineral e incubados a 38,5 oC em

atmosfera com 5 % de CO2 em ar durante 24 h. O meio de maturação in vitro foi o meio

de cultura de tecidos (TCM) 199 suplementado com 10 % de SFB, 0,5 µg/ml de FSH, 5

µg/ml de LH e antibióticos (100 UI/ml de penicilina e 100 ug/ml de estreptomicina). Após

24 h de maturação, os oócitos foram removidos e o meio coletado (130 µl) e estocado a

-20 oC até o dia das dosagens de NO2- /NO3

-, P4 e E2

Avaliação da expansão do cumulus

A expansão do cumulus foi avaliada 24 h após o início da maturação in vitro,

utilizando-se um método de classificação subjetiva (VANDERHYDEN, 2003): 0-

nenhuma resposta observada; 1- reposta mínima; 2- expansão das camadas externas;

3- expansão de todas as camadas, exceto da corona radiata e 4- expansão de todas as

camadas (TAO et al., 2004a).

Avaliação da morfologia nuclear

Após o período de maturação, os COCs foram desnudados mecanicamente

numa solução contendo PBS e SFB a 10% para remoção das células do cumulus,

sendo colocados em microtubos com 0,5 ml de solução fisiológica (NaCl 0,9%)

acrescida de 5% de SFB, e foram delicadamente agitados no “vortex” por 5 min. Em

seguida, os oócitos foram fixados entre lâmina e lamínula por 24 a 48 h em etanol/ácido

acético (3:1), corados com orceína acética 2%, lavados com etanol e observados em

microscópio de contraste de fase da marca NIKON (400 x) para determinação dos

estádios de maturação nuclear: vesícula germinativa (VG), pré-metáfase I (pré-MI,),

metáfase I (MI), anáfaseI (AI), telófase I (TI) e metáfase II (MII) (BRUNET e MARO,

2005).

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Avaliação da integridade da membrana plasmática

No final do período de maturação, os COCs foram desnudados mecanicamente.

O oócito e as células do cumulus foram expostos separadamente a um mix de corantes

fluorescentes, laranja de acridina e brometo de etídio na concentração de 1:1 e PBS

suplementado com 10% de SFB e incubados numa temperatura ambiente durante 5

min. Em seguida, foi feita a montagem entre lâmina e lamínula contendo glicerol, TRIS

fosfato suplementado com n-propil (0,5%). Após esse procedimento, os oócitos foram

submetidos à microscopia de fluorescência para avaliação da integridade da membrana

plasmática e da condensação da cromatina. Assim, a integridade da membrana

plasmática do oócito e das células do cumulus, foi classificada da seguinte forma:

viáveis (cromatina verde), pois houve a penetração da laranja de acridinas nas células e

não-viáveis (cromatina laranja), com penetração do brometo de etídio. Foram contadas

de 200 a 250 células do cumulus de cada COC.

Coloração de grânulos corticais

Para a coloração dos grânulos corticais, o método utilizado foi o de BEKER et al.

(2000). Após o período de 24 h de maturação, os oócitos foram desnudados

mecanicamente numa solução de PBS e SFB a 10%, lavados 3 vezes em meio TCM

199 a 39ºC, onde foi feita a remoção completa das células do cumulus. Em seguida, foi

feita a remoção da zona pelúcida com protease de Streptomices griseus, tipo XIV

diluída numa concentração de 0,1% em PBS. Após, os oócitos foram lavados por mais

3 vezes, de 5 min cada, em meio contendo TCM 199 para retirar o resto da zona

pelúcida, lavados em solução bloqueio (SB), que consistiu em PBS suplementado com

0,1% de BSA, fração V e 0,75% de glicina. Em seguida, foram fixados em solução de

paraformaldeído dissolvido em PBS a 3% numa temperatura ambiente por 30 min,

lavados em SB (3 vezes de 5 min cada) e permeabilizados em 0,1% de Triton X-100

diluído em PBS por extritamente 5 min a 39ºC, lavados novamente em SB (3 vezes de

5 min cada), incubados com 100 µg/mlde amedoim aglutinina conjugada a FITC (FITC-

PNA) a 37ºC, durante 30 min. Após a coloração, os oócitos foram lavados por mais 2

vezes (de 5 min cada) em SB e 1 vez em água destilada. A montagem das lâminas foi

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feita utilizando-se um meio contendo glicerol a 90% e TRIS suplementado com 0,5% de

n-propil a 10% e levadas para o microscópio de fluorescência (400x, Eclipse

TE300/TE200, Nikon) para visualização dos grânulos corticais.

Dosagem de nitrito e nitrato

O reagente de Griess é composto de uma mistura de sulfanilamida 2% e N-(1-

naphthyl) ethylene-diamine 0,2% em água Milii Q. A primeira reação na amostra ocorreu

com o nitrito para formar o sal diazonium que reagiu com o segundo reagente para

formar a cor púrpura com um pico de absorbância a 540 nm. Para reduzir o nitrato a

nitrito, as amostras (40 µl) foram incubadas com uma mistura contendo 1000 µl da

enzima nitrato redutase (100 µl da enzima 10 UI diluída em água Milli Q + 900 µL de

água Milli Q) oriunda de bactéria, 1000 µl do cofator NADPH (5mg/mL) diluído em água

Milli Q, 1000 µl de tampão fosfato de potássio (0,5 M). Em seguida, as amostras foram

incubadas a 37 oC por 14-16 h. O método foi desempenhado em placa de 96 poços.

Posteriormente, 80 µl do reagente de Griess foram adicionados às amostras. Todas as

soluções foram protegidas da luz. Uma curva padrão de nitrito de sódio diluída em

DMEM/Ham`s-F12 contendo valores conhecidos de nitrito foi realizada, onde o valor

mínimo de nitrito foi de 0,5 µM e o máximo de 100µM. Com os valores da absorbância

foi montado um gráfico de dispersão. A relação entre a absorbância e a concentração

de nitrato/nitrito foi linear (R2=0,98; P<0,05).

Dosagem de17β-estradiol e progesterona

No final de 24 h, o meio de cultura foi coletado e armazenado a -20oC para

dosagem de E2 e P4 pelo sistema automatizado de quimioluminescência ACS:180®. O

teste é um imunoensaio competitivo que usa uma tecnologia de quimioluminescente

direta. O anticorpo anti-P4 e anti-E2 monoclonal é marcado com éster de acridina. A

curva de P4 variou de ng/ml e a de E2, de pg/ml. As amostras para dosagem de P4

foram diluídas em meio de cultivo (1/40) e para a dosagem de E2, não foi realizada

nenhuma diluição.

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57

Fecundação e cultivo in vitro

Foi utilizado sêmen congelado de um mesmo touro e de uma mesma partida, o

qual foi preparado segundo a técnica de gradiente Percoll (Pharmacia) para a

fecundação in vitro. Os espermatozóides vivos foram separados por gradiente de

Percoll 45-90% (Percoll diluído em Talp SP). O gradiente foi mantido na estufa de CO2

até o momento de sua utilização. O sêmen foi descongelado a uma temperatura de 36

– 37°C durante 1 minuto e, em seguida, adicionado na porção superior do gradiente de

Percoll e centrifugado por 8 min a 600 x g. Após a retirada do sobrenadante, uma nova

centrifugação de 2 min a 150 x g com 5 ml de meio TALP-SP foi realizada para remover

o excedente do Percoll. A concentração espermática final foi ajustada para 2,0 x 106 /ml

acrescido com meio de fertilização.

Após a maturação, 30 min antes do início da FIV, os oócitos foram lavados (4x)

em meio de fertilização e incubados juntamente com os espermatozóides a uma

temperatura de 38,5oC em atmosfera de 5% de CO2 durante 18 h. Depois desse

período de cultivo, os supostos zigotos foram lavados 4 vezes em meio de cultivo (TCM

199 sem Hepes suplementado com SFB a 10% acrescido de antibióticos: penicilina e

estreptomicina) para remoção das células do cumulus e espermatozóides e, em

seguida, transferidos para gotas de 100µl de meio de cultivo em placas de cultura sob

óleo mineral, onde foram mantidos por 8 dias a 38,5 oC, em atmosfera de 5% de CO2

em ar, sendo avaliada a taxa de clivagem e o desenvolvimento embrionário inicial.

O meio de fecundação in vitro utilizado foi o Talp-fecundação (Talp-fec)

suplementado com 6 mg/ml de BSA livre de ácidos graxos, 100 UI/ml de penicilina e

100 µg/ml de estreptomicina, 2 mM de penicilamina, 1 mM de hipotaurina e 25 mM de

epinefrina. O Talp-SP consistiu numa mistura de BSA, piruvato e nistatina. Todos os

meios foram preparados no dia dos experimentos. Todos os reagentes utilizados foram

da marca Sigma (USA), exceto o etanol, da marca Merck (Damstadt, Alemanha).

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58

Delineamento experimental

Experimento 1: Efeito de diferentes concentrações da AG na maturação nuclear

Experimento 1a: Foram adicionadas diferentes concentrações (0, 1, 10 e 100 mM) de

AG ao meio de maturação para avaliação da ação da AG na maturação in vitro de

oócitos bovinos. Somente no tratamento de 100 mM foram adicionados 10-5 M de SNP

(nitroprussiato de sódio) para observar se o efeito inibitório da atividade da iNOS

sensível à AG poderia ser revertido, pois VIANA et al. (2005) observaram, em bovinos,

que esta concentração melhorou, significativamente, a taxa de blastocistos produzidos

in vitro.

Após o período de maturação (24 h), foi feita a avaliação do grau de expansão

das células do cumulus. Em seguida, os oócitos foram desnudos, fixados e corados

para a observação do estádio de maturação nuclear.

Experimento 1b: As mesmas concentrações da AG foram utilizadas para avaliar o seu

efeito na integridade da membrana plasmática do oócito e das células do cumulus.

O meio de maturação de todos os tratamentos foi coletado e armazenado a -

20o C até o dia da dosagem de NO2-/NO3

-, P4 e E2.

Experimento 2: Efeito de diferentes concentrações da AG na maturação citoplasmática

Após a maturação, foi avaliada a localização dos grânulos corticais nos oócitos

tratados com as diferentes concentrações de AG.

Experimentos subseqüentes foram realizados somente com os oócitos tratados

com concentrações do inibidor que não interferiram no processo de maturação nuclear.

Estes oócitos foram fertilizados e foi observada a taxa de clivagem 48 horas após e de

desenvolvimento embrionário até blastocisto 7 e 8 dias depois.

Foram utilizados 30 a 40 oócitos em cada gota para cada concentração testada

e este procedimento foi repetido 6 a 8 vezes, mantendo-se sempre a mesma relação

(30 oócito/150 µl de meio de MIV).

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59

Análise estatística

Para verificar o efeito da adição de diferentes concentrações de AG, inibidor da

síntese de NO, na maturação nuclear e citoplasmática, foi realizada uma análise de

variância (ANOVA) a 5% de probabilidade, com exceção para as características da

expansão das células do cumulus onde o tratamento de 10 mM de AG apresentou

100% de COCs com expansão do cumulus, com classificação 2, aplicando-se o teste

Quiquadrado a 5% de probabilidade.

Os resultados obtidos da expansão do cumulus com classificação 3 foram

transformados devido ao fato de apresentarem coeficiente de variação alto.

RESULTADOS

Experimento 1: Efeito de diferentes concentrações da AG na maturação nuclear

Células do cumulus

Expansão

A adição de diferentes concentrações de AG no meio de maturação promoveu

um efeito dose-resposta na expansão das células do cumulus de COCs bovinos

(Tabela 01, Figura 01). Não houve diferença significativa no grau de expansão das

células do cumulus de COCs tratados com 1 mM (92,1 ± 6,3%, classificação 4) quando

comparados com o controle (92,0 ± 7,9%, classificação 4, P>0,05). Contudo, quando se

adicionaram 10 mM de AG, verificou-se que 100% dos oócitos cultivados

apresentavam-se com expansão somente das camadas mais externas das células do

cumulus (100%, classificação 2), havendo diferença quando comparado com os

resultados obtidos no controle e nas demais concentrações utilizadas (P<0,05). Este

efeito da inibição da expansão das células do cumulus foi aumentado quando se

adicionaram 100 mM de AG, onde 92,8 ± 2,8% dos COCs não apresentaram nenhuma

expansão das células do cumulus (classificação 0) e 7,2 ± 2,8% dos COCs

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apresentaram uma expansão mínima (classificação 1), havendo diferença significativa

entre o controle e demais concentrações utilizadas (P<0.05). O mesmo efeito foi

observado foi adicionado 100 mM de AG com 10-5 M de SNP, pois a adição de SNP

não reverteu o efeito inibitório de 100 mM de AG na expansão das células do cumulus.

Tabela 01: Efeito da adição de diferentes concentrações da AG na expansão das

células do cumulus de oócitos bovinos maturados in vitro por 24 h.

Expansão das células do cumulus

(classificação em %) Tratamento/AG

(mM) n

0 1 2 3 4

Controle 240 0,0 ± 0,0b 0,0 ± 0,0b

0,0 ± 0,0a 8,0 ± 7,9b 92,0 ± 7,9b

1 240 0,0 ± 0,0b 0,0 ± 0,0b

0,0 ± 0,0a 7,9 ± 6,2b 92,1 ± 6,3b

10 240 0,0 ± 0,0b 0,0 ± 0,0b 100± 0,0b 0,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

100 240 92,8 ± 2,8a 7,2 ± 2,8a 0,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

AG + SNP

(100 mM+10-5M)

240 93,5 ± 2,7a 6,5 ± 2,7a 0,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

ab Valores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (P < 0.05). A média ± S.E.M foi calculada de seis experimentos com gotas de 40 oócitos.

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61

Figura 01: Efeito dose-resposta da adição de diferentes concentrações de AG no meio de

maturação na expansão das células do cumulus de oócitos bovinos. Figura 1, painel A:

Controle; painel B, C e D: mostram COCs tratados com diferentes concentrações de

AG (1, 10 e 100 mM, respectivamente) durante 24 horas de maturação. Escala de

barra de aproximadamente de 250 µm.

Viabilidade

A adição de 1 mM de AG não alterou a viabilidade das células do cumulus, pois

96,0 ± 2,8% das mesmas encontraram-se sem lesão de membrana quando comparado

com os resultados obtidos do controle (94,6 ± 3,1%, P>0,05). Houve um efeito dose-

resposta, ou seja, as células do cumulus de COCs tratados com 10 mM de AG

apresentaram 26,8 ± 4,8% de células intactas, diferenciando (P<0,05) do controle e das

demais concentrações adicionadas no meio de maturação. A adição de 100 mM de AG

diminuiu a porcentagem de células do cumulus intactas (2,6 ± 1,1%) quando comparada

com o controle e as demais concentrações (Tabela 02).

C D

A B

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Tabela 02: Efeito da adição de diferentes concentrações da AG na viabilidade das

células do cumulus de oócitos bovinos maturados in vitro por 24 h.

abc Valores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (P < 0.05). A média ± S.E.M foi calculada de sete experimentos com gotas de 40 oócitos.

Oócito

Estádio da maturação nuclear

Nenhuma diferença significativa foi observada entre as concentrações de 1 e

10 mM e entre estas e o controle (P>0,05), todas atingiram MII após 24 horas de

maturação (Tabela 03). A adição de 100 mM de AG no meio de maturação diminuiu (P<

0,05) a porcentagem de oócitos em MII, 100% dos oócitos permaneceram em pré-MI

(cromossomos encontravam-se condensados e não havia formado a placa metafásica)

quando comparada ao grupo controle e as demais concentrações. Verificou-se que a

adição de 10-5 M de SNP a 100 mM de AG causou o mesmo efeito da adição de 100

mM de AG sem SNP, não revertendo o efeito inibitório da AG quando utilizada na

concentração de 100 mM (Tabela 03).

Integridade da membrana Tratamento/AG

(mM) n

Intacta (%) Lesada (%)

Controle 230 94,6 ± 3,1a 5,5 ± 3,2c

1 276 96,0 ± 2,8a 4,0 ± 2,8c

10 216 26,8 ± 4,8b 73,3 ± 4,7b

100 260 2,6 ± 1,1c 97,3 ± 1,1a

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Tabela 03: Efeito da adição de diferentes concentrações da AG na progressão da

meiose de oócitos bovinos maturados in vitro por 24 h .

Estádio de maturação Tratamento/AG

(mM)

n

% Pré-MI %MII

Controle 210 0,0 ± 0,0b 100,0 ± 0,0b

1 204 0,0 ± 0,0b 100,0 ± 0,0b

10 220 0,0 ± 0,0b 100,0 ± 0,0b

100 219 100,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

AG + SNP

(100 mM+10-5M)

221 100,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

ab Valores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (P < 0.05). A média ± S.E.M foi calculada de oito experimentos com gotas de 30 oócitos.

Viabilidade

Não houve diferença entre o controle e o tratamento com 1 e 10 mM de AG

(P>0,05), todos os oócitos apresentaram membrana plasmática íntegra. Os COCs

tratados com 100 mM de AG com e sem SNP apresentaram aumento de lesão da

membrana plasmática quando comparados com as demais concentrações (P<0,05,

Tabela 04), porém não houve diferença entre 100 mM de AG com e sem 10-5 M de

SNP.

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Tabela 04: Efeito da adição de diferentes concentrações da AG na integridade da

membrana plasmática de oócitos bovinos maturados in vitro por 24 h.

Integridade da membrana Tratamento/AG

(mM) n

Intacta (%) Lesada (%)

Controle 235 100,0 ± 0,0b 0,0 ± 0,0b

1 250 100,0 ± 0,00b 00,0 ± 0,00b

10 231 100,0 ± 0,00b 00,0 ± 0,00b

100 216 00,0 ± 0,00a 100,0 ± 0,00a

ab Valores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (P < 0.05). A média ± S.E.M foi calculada de sete experimentos com gotas de 40 oócitos.

Concentração de NO2-/NO3

-

A adição de 1 e 10 mM de AG não alterou (13,7 ± 1,7 mM; 17,0 ± 2,7 mM,

respectivamente) as concentrações de NO2-/NO3

- no meio de maturação quando

comparada com o grupo controle (13,0 ± 4,0 mM, P>0,05). Entretanto, a adição de 100

mM no meio de maturação aumentou significativamente (20,1 ± 3,1 mM) a

concentração de NO2-/NO3

- quando comparada ao controle e aos grupos tratados com

1 e 10 mM de AG (P<0,05). A adição de 10-5 M de SNP ao grupo tratado com 100 mM

de AG ao meio não reverteu a inibição da progressão de pré-MI para MII e aumentou

(29,7 ± 3,0 mM) a concentração de NO2-/NO3

- em relação ao controle e demais

concentrações de AG (P<0,05; Tabela 05).

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Tabela 05 - Efeito da adição da AG no meio de maturação de oócitos bovinos in vitro na

concentração de NO2-/NO3

- (média ± DP).

Tratamento/AG (mM)

n NO3

-/NO2-

(µM)

Controle 210 13,0 ± 4,0c

1 204 13,7 ± 1,7c

10 220 17,0 ± 2,7bc

100 219 20,1 ± 3,1b

AG + SNP

(100 + 10-5 M)

221 29,7 ± 3,0a

abcValores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (p<0,05). Todos os valores representam os resultados obtidos em oito experimentos com gotas de 30 oócitos.

Concentração de P4 e E2

A concentração de E2 no meio de maturação não apresentou diferença

significativa (P>0,05) entre o controle (337,2 ± 117,8) e as demais concentrações de

AG. Porém, quando adicionamos SNP (10-5 M) a 100 mM de AG, houve um aumento

(29.450,7 ± 17.669,9) na concentração de E2 (P<0,05) em relação ao controle e às

demais concentrações (Tabela 6).

A adição de 1 e 10 mM de AG não alterou (P>0,05) a concentração de P4 (4,03 ±

2,00 ng/ml; 3,85 ± 1,33 ng/ml, respectivamente) no meio de maturação quando

comparada com a concentração observada no controle (3,71 ± 1,23 ng/ml). A

concentração de 100 mM de AG diminuiu a concentração deste esteróide no meio de

maturação (1,44 ± 0,47 ng/ml, P<0,05) quando comparada ao controle e demais

concentrações de AG. Contudo, quando se adicionaram 10-5 M de SNP a 100 mM de

AG esta inibição foi revertida, pois não houve diferença significativa entre a

concentração de P4 quando comparadas com o controle e com as demais

concentrações (P>0,05; Tabela 06).

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Tabela 06- Efeito da adição de diferentes concentrações da AG na concentração de E2

e P4 no meio de maturação de oócitos bovinos.

Concentração Tratamento Concentração

(mM) n

E2 (pg/ml) P4 (ng/ml)

Controle - 235 337,2 ± 117,8a 3,71 ± 1,23a

AG 1 250 212,7 ± 160,1a 4,03 ± 2,00a

10 231 370,3 ± 169,2a 3,85 ± 1,33a

100 216 539,3 ± 46,9a 1,44 ± 0,47b

AG + SNP 100 + 10-5 M 245 29.450,7 ± 17.669,9b 2,74 ± 1,63ab

ab Valores com diferentes letras na mesma coluna são significativamente diferentes (P < 0.05). A média ± S.E.M foi calculada de sete experimentos com gotas de 40 oócitos.

Experimento 2: Efeito de diferentes concentrações da AG na maturação citoplasmática

Migração dos grânulos corticais

Houve um efeito dose-resposta na adição de AG no meio de MIV quando se

avaliou a migração dos grânulos corticais (Tabela 07). Os COCs tratados com 1 mM de

AG não apresentaram diferença significativa quando comparados ao controle (P>0,05);

83,9 ± 6,2 % x 83,6 ± 8,2%, respectivamente. A concentração intermediária de AG (10

mM) promoveu migração parcial em 96,1 ± 6,4 % dos oócitos tratados, ou seja, os

grânulos se apresentaram na região medular central do oócito, diferindo,

significativamente, do controle e dos oócitos tratados com 1 e 100 mM de AG (P<0,05).

Os COCs tratados com 100 mM de AG apresentaram grânulos corticais distribuídos

somente na zona medular central, indicando que estes apresentavam um padrão de

oócitos imaturos (100% com nenhuma migração). O mesmo efeito foi observado

quando se adicionou 10-5 M de SNP a 100 mM de AG, pois a adição de SNP não foi

capaz de reverter o efeito inibitório de 100 mM de AG (Tabela 07).

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Tabela 07: Efeito da adição de diferentes concentrações da AG na migração dos

grânulos corticais de oócitos bovinos.

Migração dos grânulos corticais (%) Tratamento/AG

(mM)

n nenhuma parcial total

Controle 118 0,0 ± 0,0b 16,3 ± 8,3c 83,6 ± 8,2c

1 111 0,0 ± 0,0b 16,0 ± 6,2c 83,9 ± 6,2c

10 97 0,0 ± 0,0b 96,1 ± 6,4b 3,8± 6,44b

100 89 100,0 ± 0,0a 00,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

AG + SNP

(100 mM+10-5M)

90 100,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a 0,0 ± 0,0a

abc Valores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (P < 0.05). A média ± S.E.M foi calculada de seis experimentos com gotas de 30 oócitos.

Porcentagem de clivagem e produção de blastocistos

Não houve diferença na taxa de clivagem e produção de blastocistos entre o

grupo tratado com 1 mM de AG e o grupo controle (P>0,05). A adição de 10 mM de AG

diminuiu (P<0,05) a taxa de clivagem e blastocistos (73,0 ± 8,1%; 15,0 ± 8,9%,

respectivamente) quando comparada com grupo controle (89,1 ± 3,4%; 37,6 ± 7,3%,

respectivamente) e com o grupo tratado com 1 mM de AG (80,9 ± 8,4%; 41,5 ± 10,5%,

respectivamente; Tabela 08).

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Tabela 08 - Efeito da adição da AG no meio de maturação de oócitos bovinos in vitro na

taxa de clivagem e produção de blastocistos (média ± DP).

Tratamento/AG (mM)

n %

clivagem %

Blastocistos

Controle 210 89,1 ± 3,4b 37,6 ± 7,3b

1 204 80,9 ± 8,4 ab 41,5 ± 10,5b

10 220 73,0 ± 8,1a 15,0 ± 8,9a

100 219 - -

AG + SNP

(100 + 10-5 M) 221 - -

abValores com diferentes letras na mesma coluna diferem significativamente (p<0,05). Todos os valores representam os resultados obtidos em oito experimentos com gotas de 30 oócitos.

DISCUSSÃO

Neste estudo, demonstramos a ação do NO na maturação nuclear e

citoplasmática in vitro de oócitos bovinos por meio da inibição da NOS sensível à

aminoguanidina. Tem sido demonstrado que o NO derivado da iNOS atua na

maturação nuclear de oócitos de ratas, camundongos e suínos, (NAKAMURA et al.,

2002; BU et al., 2004; TAO et al., 2004; 2005) por meio da inibição desta enzima com o

uso de AG. No entanto, não há nenhum trabalho na literatura sobre o papel da NOS

sensível à AG em bovinos.

A adição de concentrações crescentes de AG apresentou um efeito dose-

resposta na inibição da expansão das células do cumulus, onde a concentração de 10

mM de AG inibiu a expansão das camadas mais externas das células do cumulus (grau

2). TAO et al. (2005) verificaram que 10 mM de AG inibiu a expansão das células do

cumulus de suínos, apresentando expansão mínima (grau 1). Isto demonstra que as

células do cumulus de suínos são mais sensíveis à inibição da iNOS pela AG do que as

de bovinos. A adição de 100 mM de AG inibiu 92,8 ± 2,8% da expansão total das

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células do cumulus (grau 0). Não há na literatura nenhum relato da adição de

concentração maior do que 10 mM de AG em relação à expansão do cumulus. Estes

dados demonstram que a NOS sensível à AG, modula a expansão das células do

cumulus em bovinos.

Estudos têm mostrado que alguns fatores de crescimento e diferenciação,

sintetizados pelo oócito como o GDF-9, estão associados com a expansão in vitro das

células do cumulus em bovinos (VANDERHYDEN, et al., 2003; SHIMIZU et al., 2004a).

Os dados do nosso trabalho sugerem que a AG nas concentrações de 10 e 100 mM

possam estar inibindo a síntese da GDF-9 pelo oócito e, conseqüentemente, não estar

havendo a passagem desse fator para as células do cumulus, não havendo produção

do ácido hialurônico, evitando, assim, que ocorra a expansão das mesmas.

A adição de 10 mM de AG diminuiu tanto a viabilidade das células do cumulus

em relação ao controle, como a expansão das mesmas. O fato de ter havido uma

diminuição do número de células viáveis em relação ao controle permitiu que houvesse

expansão somente das camadas mais externas, mesmo assim, houve a progressão da

meiose até MII. TAO et al. (2005) observaram que a concentração de 10 mM de AG não

influenciou na viabilidade das células do cumulus em suínos, quando comparada ao

grupo controle, diferindo dos nossos resultados. A adição de 100 mM de AG aumentou

a porcentagem (97,3 ± 1,1) de células do cumulus lesadas e isto pode ter sido o motivo

principal da não-expansão das células do cumulus. Todavia, a lesão da membrana do

oócito ocorreu, provavelmente, após a retomada da meiose, visto que houve a VGBD,

que ocorre ao redor das 6 horas em oócitos bovinos (DODE e ADONA, 2001; MATTA et

al., 2002). Mais estudos são necessários para se avaliar a cinética ao nível de lesão

celular em COCs tratados com AG para comprovarmos se a lesão ocorreu antes ou

depois do rompimento da VG.

Os nossos resultados demonstram que a retomada da meiose não é

dependente da viabilidade das células do cumulus, visto que esta ocorreu somente em

2,6 ± 1,1% das células quando houve a adição de 100 mM de AG. Contudo, para que

houvesse a progressão de MI para MII, foi necessário que, pelo menos, houvesse 26,8

± 4,8% de células viáveis, como ocorreu no grupo de oócitos tratados com 10 mM de

AG. Mais estudos são necessários para se avaliar se a NOS sensível à AG está

envolvida no processo de proteção contra substâncias que causam peroxidação

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lipídica, pois os danos induzidos pelos radicais livres podem afetar muitas moléculas

biológicas, incluindo os lipídeos, evitando assim a formação de lesões e perda da

integridade celular (BIANCHI e ANTUNES, 1999).

Sabe-se que a maturação nuclear de oóctos de mamíferos está associada

temporalmente com a expansão das células do cumulus sob condições tanto in vivo

quanto in vitro. Numerosas junções comunicantes estão presentes entre as células do

cumulus e entre estas e o oócito, contribuindo para a retomada da meiose (ISOBE e

TERADA, 2001). Tem sido demonstrado que o rompimento dessas junções induz a

ativação da MAPK e da p34cdc2 cinase, resultando na progressão da meiose até MII

em suínos e em bovinos (FISSORE et al., 1996; SHIMADA e TERADA, 2001), pois a

atividade da MAPK é essencial para a retomada da meiose e expansão das células do

cumulus induzida por gonadotrofinas, pois, segundo SU et al. (2003), após o estímulo

pelo FSH, há aumento na atividade da MAPK que aumenta a atvidade da PKA e

conseqüentemente, a ativação da cdc25b, que desfosforila a subunidade regulatória do

MPF, fazendo com que haja a retomada da meiose. Mais estudos são necessários para

se avaliar se as células da corona radiata estavam viáveis ou não e se as mesmas

mantiveram as projeções transzonais com as junções comunicantes entre os oócitos e

as mesmas durante a progressão para a MII (mais ou menos até as 12 h) em oócitos

tratados com 100 mM de AG.

Quando avaliamos os dados referentes à maturação nuclear, observamos que

100% dos oócitos apresentaram-se em estádio de pré-MI quando foram adicionados

100 mM de AG e este efeito não foi revertido com a adição de SNP. Segundo

NAKAMURA et al. (2002), o efeito da AG foi revertido quando adicionaram 500 µM de

SNAP (s-nitroso-L-acetil penicilamina), um doador de NO, no meio de cultura,

mostrando que o NO derivado da iNOS é um inibidor da maturação nuclear de oócitos

de ratas. Estes resultados diferem dos observados no presente experimento. Mais

estudos são necessários para se avaliar se esta divergência de resultados se deve ao

uso de diferentes doadores de NO ou diferentes vias de sinalização ligadas ao NO

entre bovinos e ratas.

Verificou-se que não houve diferença significativa na concentração de NO2/

NO3- 24 h após a adição de 1 e 10 mM de AG, mas a adição de 100 mM aumentou

significativamente a concentração quando comparada ao controle e demais

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concentrações de AG. Provavelmente, houve uma retroalimentação negativa entre a

isoforma sensível à AG e à eNOS, sendo a iNOS inibida, haveria um aumento da

atividade da eNOS. Assim, a adição de NO no meio de maturação não reverteria a

inibição da progressão de MI para MII, pois não houve diminuição da síntese de NO e

sim um bloqueio de uma via ligada à síntese de NO pela iNOS.

De acordo com HUO et al. (2005), o processo de VGBD e da liberação do

primeiro corpúsculo polar foi significantemente inibido pela AG de maneira dose-

dependente, onde a concentração de 50 mM de AG inibiu a VGBD (100%), além de

terem visto que houve a fosforilação da MAPK, tornando-a inativa, sugerindo que o NO

derivado da iNOS exerce um papel crucial na maturação nuclear de oócitos de

camundongos, utilizando a via MAPK.

A aminoguanidina não inibiu, neste experimento, a retomada da meiose, como

observado por NAKAMURA et al. (2002) em ratas e TAO et al. (2004; 2005) em suínos.

Estes dados mostram que a ação inibitória da AG na progressão da meiose difere de

acordo com a espécie e que oócitos da espécie bovina são menos sensíveis ao

tratamento com AG, visto que observamos, neste experimento, que apenas a

concentração de 100 mM inibiu a progressão de MI para MII e não a retomada da

meiose.

O fator promotor da maturação (MPF) é ativado para que ocorra a VGBD e

aumenta no final da primeira fase M (VERLHAC et al., 1994). Quando ativo, o MPF

ativa a MAPK, que é responsável pela manutenção da progressão da meiose em

camundongos e em bovinos (FISSORE et al., 1996; BRUNET e MARO, 2005). A

atividade do MPF requerida durante a VGBD (suficiente para o oócito entrar na fase M)

é somente necessária para a formação da áster do fuso mitótico ao redor dos

microtúbulos dos cromossomos condensados, formando uma estrutura bipolar. A

migração dos cromossomos para o plano equatorial não é dependente das

concentrações do MPF, que, conseqüentemente, só é requerido no final da MI

(BRUNET et al., 1999). Os dados do nosso trabalho mostram que a adição de 100 mM

de AG possa não estar inibindo quantidade necessária de MPF ativo para a retomada

da meiose.

Segundo TAO et al. (2004 e 2005), a concentração de 10 mM de AG causou

um aumento no grau de degeneração dos oócitos (15,94 ± 4,57%), havendo uma

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diminuição no número de oócitos que alcançaram a MII. No nosso trabalho,

observamos que, com esta mesma concentração, não se influenciou a VGBD e nem

houve lesão da membrana plasmática das células do cumulus e do oócito, mostrando

que há diferenças entre espécies quanto à sensibilidade da membrana plasmática do

oócito à inibição da NOS sensível à AG.

Não houve alteração na concentração de E2, quando foram adicionados ao

meio de maturação diferentes concentrações de AG. Contudo, quando adicionamos 10-

5 M de SNP a 100 mM de AG, houve um aumento significativo da concentração de E2,

porém não houve reversão do efeito deletério da inibição da NOS sensível à AG. A

síntese de E2 não está envolvida no mecanismo pelo qual o NO atua na maturação

nuclear e citoplasmática de oócitos bovinos. Mais estudos são necessários para se

comprovar o envolvimento deste esteróide na maturação de oócitos, pois os dados da

literatura ainda são controvérsos.

A adição de 100 mM de AG, além de promover uma inibição da MI para MII,

diminuiu as concentrções de P4 no meio. Vários trabalhos têm demonstrado que a P4

tem sido um importante mediador da maturação de oócitos de Xenopus (WANG e LIU,

2004; HAMMES, 2005), de suínos (LI et al., 2004), ratas (DAVE et al., 1997) e de

bovinos (FATEHI et al., 2002). Segundo WANG e LIU (2004), a P4 está envolvida na

retomada da meiose, diminuindo as concentrações de AMPc. No entanto, ainda há

algumas controvérsias em relação aos níveis de AMPc durante a maturação do oócito

induzida pela P4. DUCKWORTH et al. (2002) demonstraram que a P4 diminui a

atividade da PKA, ativando o MPF e por fim, a MAPK.

No presente experimento, observamos que a concentração de 100 mM inibiu a

progressão da meiose, sugerindo que a diminuição na concentração de P4, possa estar

influenciando neste processo de maturação do oócito, ativando o AMPc e,

conseqüentemente, inibindo o processo de maturação nuclear. Em suínos, DODE e

GRAVES (2001) mostraram que a P4 não teve efeito nas taxas de maturação e

fertilização, mesmo quando a adição de P4 foi feita em conjunto com a adição de E2

(DODE e GRAVES, 2002). LI et al. (2004) também obtiveram resultados semelhantes.

No entanto, outro trabalho mencionou que o bloqueio da síntese de P4 em suínos

provocou efeitos negativos na retomada da meiose (SHIMADA e TERADA, 2002).

Apesar de ter havido reversão da síntese de P4 pelas células do cumulus e não ter

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havido reversão do bloqueio da progressão da meiose no grupo tratado com 10-5 M de

SNP mais 100 mM, isto não exclui o envolvimento da P4 no bloqueio da meiose, pois

pode ter havido inibição irreversível da síntese ou atividade de proteínas importantes

neste processo. Mais estudos são necessários para se avaliar o papel da P4 durante a

maturação nuclear ligada à via NOS/NO em bovinos.

A migração dos grânulos corticais tem sido usada como critério na avaliação da

maturação citoplasmática. Este é um fenômeno comum que ocorre em oócitos de

mamíferos durante a maturação tanto in vivo quanto in vitro (TERADA et al. 2000;

HOODBHOY et al., 2001) e está associado com um aumento no desenvolvimento da

competência do oócito (SUN e SCHATTEN, 2006).

Em oócitos imaturos em estádio de VG, os grânulos corticais estão distribuídos

por todo o citoplasma. Com a retomada da meiose, os filamentos de actina translocam

os grânulos corticais para o córtex, que, por sua vez, ocupam uma área linear ao

oolema. Há uma correlação temporal da migração dos grânulos corticais com a

maturação nuclear, pois no estádio de MII, o fuso meiótico do oócito permanece

ancorado paralelamente à membrana plasmática por meio dos microfilamentos,

estabelecendo, assim, a polaridade e a migração dos grânulos corticais para o córtex

do oócito (SUN e SHATTEN, 2006). Além disso, HOODBHOY et al. (2001)

demonstraram em hamster que duas proteínas (p62 e p25), presentes nos grânulos

corticais, também foram encontradas em embriões pré-implantados, sugerindo que

estas proteínas exerceram um papel importante na regulação da clivagem em óocitos

fertilizados e em embriões em pré-Implantação.

Houve um efeito dose resposta da migração dos grânulos corticais promovido

pela inibição da NOS sensível à AG. Apesar da concentração de 10 mM de AG ter

causado uma migração parcial dos grânulos corticais, não promoveu efeito na

maturação nuclear, sugerindo que a utilização das concentrações de 10 e 100 mM de

AG possam estar inativando o MPF, que, conseqüentemente, não estimula a

associação entre a VG com os microfilamentos, inibindo, assim, a migração coordenada

dos grânulos corticais para o córtex do oócito, mostrando que a NOS sensível à AG

está relacionada com a diminuição da migração dos grânulos corticais e,

conseqüentemente, influenciando algumas proteínas resposáveis pela regulação da

clivagem dos óocitos fertilizados, diminuindo a taxa de blastocistos. Mais estudos são

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necessários para se avaliar o mecanismo de ação pelo qual o NO atua no controle da

migração dos grânulos corticais.

Os resultados do presente experimento nos permitem concluir que a inibição da

atividade da isoforma da NOS sensível à AG afeta tanto a maturação nuclear, quanto a

maturação citoplasmática de oócitos bovinos. O NO modula a viabilidade das células do

cumulus e do oócito, a progressão da meiose, a migração dos grânulos corticais, a taxa

de clivagem e produção de blastocistos.

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5. CONCLUSÕES GERAIS

Os resultados do presente estudo nos permitem concluir que:

1) A adição de diferentes concentrações de AG no meio de maturação promoveu

um efeito dose-resposta na expansão e na viabilidade da membrana plasmática

das células do cumulus e oócitos de COCs bovinos;

2) A diminuição na concentração de P4 no meio de maturação está relacionada

temporalmente com a progressão da MI para MII;

3) A regulação da atividade da NOS sensível à AG está envolvida na regulação da

maturação nuclear, citoplasmática e, conseqüentemente, no desenvolvimento

embrionário inicial em bovinos.