cicero dias trab artes

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FONTE: http://www.e-biografias.net/cicero_dias/ Cícero Dias Pintor brasileiro Biografia de Cícero Dias: Cícero Dias (1907-2003) foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país. Cícero Dias (1907-2003) nasceu na cidade de Escada, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias passou sua infância no engenho da família. Com treze anos foi para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressa nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não concluiu. Entre 1925 e 1928 teve contato com grupos modernistas. Em 1928 realiza sua primeira exposição individual. Em 1929 colabora com a revista Antropofagia. Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, que causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. A obra marcaria seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país. A partir de 1932, passa a lecionar desenho em seu ateliê na cidade do Recife. No ano seguinte ilustra a obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala. Em 1937 expôs em Nova Iorque numa coletiva de modernistas. Nesse mesmo ano viajou para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo. Em 1942, durante a ocupação da França, foi preso e enviado para a Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participa do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado. Em 1945 volta a Paris e integra-se ao grupo abstrato Espace. Nesse mesmo ano expõe e Londres, em Paris e em Amsterdam. Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. Inaugura o mural do edifício da Secretaria de Finanças do Estado de Pernambuco,

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FONTE: http://www.e-biografias.net/cicero_dias/Cícero DiasPintor brasileiro

Biografia de Cícero Dias:

Cícero Dias (1907-2003) foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país.

Cícero Dias (1907-2003) nasceu na cidade de Escada, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias passou sua infância no engenho da família. Com treze anos foi para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressa nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não concluiu.

Entre 1925 e 1928 teve contato com grupos modernistas. Em 1928 realiza sua primeira exposição individual. Em 1929 colabora com a revista Antropofagia. Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, que causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. A obra marcaria seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país.

A partir de 1932, passa a lecionar desenho em seu ateliê na cidade do Recife. No ano seguinte ilustra a obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala. Em 1937 expôs em Nova Iorque numa coletiva de modernistas. Nesse mesmo ano viajou para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo.

Em 1942, durante a ocupação da França, foi preso e enviado para a Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participa do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado. Em 1945 volta a Paris e integra-se ao grupo abstrato Espace. Nesse mesmo ano expõe e Londres, em Paris e em Amsterdam.

Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. Inaugura o mural do edifício da Secretaria de Finanças do Estado de Pernambuco,

considerado o primeiro trabalho abstrato da América Latina. Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal em Veneza. Em 1953, expôs na II Bienal de São Paulo. Em 1965, realizou na Bienal de Veneza, uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura.

Em 1970, Cícero Dias realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1980 foram instalados dois painéis no hall central da Casa da Cultura, no Recife, que representam as Revoluções Pernambucanas. Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra. Em 1991 inaugura um painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. Em 1998 recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.

No ano 2000, Cícero Dias inaugura uma rosa-dos-ventos, estilizada, estampada no chão da Praça do Marco Zero, cartão postal da cidade do Recife. Em fevereiro de 2002, esteve novamente no Recife para o lançamento do livro sobre sua trajetória artística. Em São Paulo fez uma exposição na Galeria Portal.

Cícero Dias faleceu em sua residência em Paris, no dia 28 de janeiro de 2003, cercado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris.

Informações biográficas de Cícero Dias:

Data do Nascimento: 05/03/1907

Data da Morte: 28/01/2003

Morreu aos: 95 anos

FONTE: http://www.pinturabrasileira.com/artistas_bio.asp?cod=11&in=1

Cícero Dias nasceu em 1907, no Engenho de Jundya, em Escada, um pequeno município distante 53 quilômetros de Recife. Passou curta temporada no Rio de Janeiro estudando pintura. Em 1927 realizou sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro e, em 1928, abandona a Escola de Belas Artes e dedica-se exclusivamente à pintura. Em 1937, executa o cenário do “ballet” de Serge Lifar e Villa Lobos, expõe em coletiva de modernos em Nova Iorque e viaja a Paris, onde se fixa definitivamente. Seguiu para Paris em 1937, onde reside até hoje. Em Paris, tornou-se amigo de Picasso, do poeta Paul Éluard, e entrou em contato com o surrealismo. Durante a ocupação da França é feito prisioneiro dos alemães. 

Em 1943 participa do Salão de Arte Moderna de Lisboa, obtendo premiação e, em 1945, volta a Paris, ligando-se ao grupo dos abstratos. Nesse ano, expõe e, Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam. O ano de 1948 marca uma atividade mais intensa no Brasil, interessando-se sobretudo por murais. Em 1949, comparece à Exposição de Arte Mural, em Avignon, na França. Em 1950 participa da Bienal de Veneza. Em 1965 a Bienal de Veneza realiza exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura. Em 1970, realiza individuais no Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1981, MAM realiza retrospectiva sobre sua obra.

Segundo Flávio de Aquino, a arte de Cícero Dias nos prova que “a pintura pode perfeitamente expressar um profundo sentimento de vida e de movimento, tem intenso sentido orgânico, sem recorrer às formas da nossa realidade quotidiana. Ao primeiro contato com esta arte alegre e violeta o espectador sente imediatamente uma explosão de cor e, logo após, um subseqüente sentimento de vida”.

CRONOLOGIA

1907 - Nasce em Recife, Pernambuco.

1930 – Coletiva brasileira no Roerich Museum, Nova Iorque (EUA).

1937/38/39 – Salão de maio, São Paulo. Fixa-se em Paris.

1945 – Exposição na Galeria Denise René, em Paris.

1948 – Exposição na Escola Nacional de Belas Artes.

1949 – Exposição no MAM, São Paulo.

1950 – Bienal de Veneza.

1951/58 – Salons de Mai, Paris.

- Coletiva Lês Jeunes Peintres Abstraits de l’École de Paris, Knokke Le Zoute (Bélgica).

1952 – Individual MAM – São Paulo.

1953 – Bienal de São Paulo.

1957 – Arte Moderna no Brasil, circulante por Argentina, Chile e Peru.

1958 – Exposição Universal de Bruxelas – sala especial.

1965 – Sala especial – Bienal de São Paulo.

1966 – Individual – Musée d’Ixelles (Bélgica).

1978 – Exposição, Musée dês Beaux-Arts André Malraux, Le Havre.

1984 – Coletiva Electra, L’Électricité et l’Électronique dans l’Art du XXème Siècle – MAM Paris.

1984/85 – Participa da exposição Tradição e Ruptura, Síntese de Arte e Cultura Brasileiras,

Fundação Bienal de São Paulo. 

1986 – Individual, Maurício Pontual Galeria de Arte, RJ.

FONTE:

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1787/cicero-dias

Cicero DiasOutros Nomes: Cicero dos Santos Dias | C. Dias | Cícero Dias | Cícero Santos Dias

Sem Título - meados da década 1920 Cicero DiasReprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural

Nascimento: 5/3/1907 (Brasil, Pernambuco, Escada)

Morte: 28/1/2003 (França, Ile de France, Paris)Habilidades: Pintor, Gravador, Desenhista, Ilustrador, Cenógrafo, Professor de artes plásticas

BiografiaCicero dos Santos Dias (Escada PE 1907 - Paris França 2003). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor. Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia. Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele

Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti, viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA. Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.

Comentário críticoCicero Dias inicia a carreira artistica na década de 1920, quando estão sendo introduzidas as tendências de vanguarda no Brasil. Liga-se aos intelectuais do movimento regionalista de 1926, que ocorre no Recife, em resposta à Semana de Arte Moderna de 22. No começo, ele produz principalmente aquarelas, nas quais representa um universo de sonhos, inquietante. Os personagens, em escala diferente das paisagens, e também os objetos apresentam muita leveza, freqüentemente flutuam, como, por exemplo, em O Sono, 1928, O Sonho da Prostituta, 1930 e Mulher Nadando, 1930. São imagens que evocam o mundo do inconsciente, nas quais o erotismo é freqüente. Estas são representadas com grande delicadeza no desenho e em uma gama cromática muito rica. Na opinião do crítico Antonio Bento, sua obra relaciona-se ao surrealismo e também a um imaginário fantástico nordestino, em que mitos e fábulas estão presentes nas manifestações artísticas e na literatura de cordel.

O grande painel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife é exposto em 1931, no Salão Revolucionário, do qual participam artistas de vanguarda. A obra apresenta uma série de pequenas cenas, nas quais retoma o universo presente nas aquarelas. O painel causa impacto pelo porte e pela concepção, impregnada de forças misteriosas do inconsciente e é a obra mais destacada do artista, antes de sua viagem para a França. Cicero Dias viaja para Paris em 1937, obtendo um cargo no Escritório Comercial, junto a Embaixada do Brasil. Na cidade, aproxima-se de Di Cavalcanti, trava contato com o pintores franceses Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, e torna-se amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. O tema e a técnica

de seus quadros continuam ligados a Pernambuco, o artista mantém a luz e a cor de suas paisagens, como em Mulher na Janela, 1939.

Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), embora não estivesse mais trabalhando na Embaixada do Brasil, Cicero Dias integra o grupo de brasileiros que são presos e confinados na cidade de Baden-Baden, na Alemanha e seriam trocados por prisioneiros alemães. Entre os companheiros do pintor está o escritor Guimarães Rosa. Após negociações entre os dois países, o grupo de diplomatas e funcionários do governo brasileiro é libertado, seis meses depois, em Portugal, em 1942. Dias volta para a França, clandestinamente, vivendo por algum tempo num pequeno quarto de hotel, na cidade de Vichy. Mantém correspondência com amigos, entre eles Picasso e o poeta surrealista Paul Éluard. Com Éluard, vive um dos episódios mais comentados de sua biografia: quando retorna da França para Portugal, acompanhado de sua noiva, traz consigo o poema Liberté, de Paul Éluard. O poema, exaltando a liberdade, é enviado por Cicero para Londres, onde é impresso e espalhado por toda a França ocupada, em vôos da Força Aérea Inglesa. 

Em Portugal, a partir de 1943, inicia uma pesquisa comparativa entre a cultura portuguesa e a brasileira, estuda arte popular, arquitetura, escultura e pintura. Nessa época pinta quadros que têm por motivos elementos vegetais, comoGalo ou Abacaxi, 1940 ou Mamoeiro Dançarino, déc.1940 em que parte do gênero da natureza-morta, trabalhando com o ilusionismo, de forma irônica. Outras obras revelam o impacto causado pelo quadro Guernica, de Picasso:Mulher Sentada com Espelho, 1940 ou Duas Figuras, 1944.

Na década de 1940, produz obras que apresentam um diálogo entre o figurativo e a abstração. Apesar do geometrismo, aparecem a vegetação, o canavial e o mar, como em Mormaço, 1941 ou Praia, 1944. Retorna à França em 1945 e integra o grupo abstrato Espace, da Escola de Paris, até 1950. Pinta, em 1948, os primeiros murais abstratos da América Latina, para o Conselho Econômico do Estado de Pernambuco, atual Secretaria da Fazenda, no Recife. Neles, aproveita, como sempre, elementos da paisagem do Nordeste: canavial, jangadas, o vermelho dos telhados, mas submetendo-os a um processo do qual resultam formas simples e ricas de sugestões poéticas.

Após 1950, predominam os quadros abstratos, em que se destacam as formas fechadas, retangulares ou tendendo à circularidade, e a  preocupação com a luz e as cores claras, em uma gama cromática evocativa da natureza nordestina, como em Composição II, 1951. Para o crítico Mário Carelli, o artista, na abstração, parte de um "caminho vegetal", em que as formas geométricas refletem uma cristalização

perfeita, baseada em estruturas vegetais, como em Meridianos,1953 ou Relações Incertas, 1953. Paralelamente aos quadros abstratos, realiza outros, de caráter lírico. Estes apresentam, em sua maioria, figuras na paisagem, com rostos sutilmente iluminados, realizados com cores suaves e uso especial do branco, de que são exemplos Casal e Cena de Olinda, ambos de 1950.

Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar. Usa freqüentemente os rosas e azuis. Em relação à fase figurativa do início da carreira, podemos dizer que a gestualidade dos personagens é contida e há mais sensualidade que erotismo, como ocorre em Barqueiro, 1980, Olinda e Recife ou  Moça no Barco,ambos da década de 1980.

Apesar de ser a obra mais famosa do consagrado artista pernambucano Cícero Dias, o painel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife nunca havia sido mostrado em Pernambuco. Concluído em 1929, o quadro, que tem mais de 11 metros de extensão, pode ser visto pela primeira vez na capital com a exposição Zona Tórrida, em cartaz de terça a domingo no Santander Cultural (localizado em frente ao Marco Zero, no Bairro do Recife). A mostra está aberta ao público até 20 de maio, das 13h às 20h, com entrada grátis.

FONTE: https://quadroseretratos.wordpress.com/2013/05/15/cicero-dias/

Cícero DiasPublicado em 15/05/2013 por Cristiane Menezes

Mestre da arte moderna no Brasil. De Escada à Paris. Cícero Dias viveu 95 anos, destes 74 anos, foram dedicados à arte moderna brasileira.

Nascido em 05 de março de 1907, num município de Pernambuco, uma cidadezinha chamada Escada o pintor veio a falecer em 28 de janeiro de 2003, na cidade do Iluminismo, Paris. O corpo encontra-se sepultado no cemitério Montparnasse, centro de Paris. O artista que cresceu num engenho da Zona da Mata Pernambucana foi ao Rio de Janeiro na década de 20. Entre os anos de 1925 a 1927, Cícero conheceu os modernistas, estudou arquitetura por três anos, trocando logo este ofício pela pintura. O artista buscava experimentar novas tendências, ideia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia, pedindo, pois, seu desligamento da Escola de Belas Artes, passando assim a estudar por conta própria.

Aos 21 anos, realizou sua primeira exposição, na verdade em uma mostra paralela ao 1º Congresso de Psicanálise da América Latina. Os traços surrealistas de suas obras, então na maioria desenhos e aquarelas, já se faziam presentes e o artista chegou a ser considerado pelo escritor pré-modernista Graça Aranha como o primeiro manifestante do surrealismo no Brasil. Sua primeira exposição teve o apoio de amigos como Di Cavalcanti e Murilo Mendes.Em 1929, voltou a Recife, organizando juntamente com Gilberto Freyre e Manuel Bandeira, a exposição I Congresso Afrobrasileiro, evento comparado ao da semana de 22, (onde Cícero não pode participar devido a sua pouca idade), a repercussão foi tanta, que chegou a causar o mesmo escândalo registrado no Rio de Janeiro. Formou, então, o conceito de que o problema estava nos grandes centros, que cultivavam preconceitos e, assim, tinham dificuldade em aceitar ou, pelo menos, testar novas propostas.Para comprovar sua tese, realizou mais três exposições, desta vez no interior de Pernambuco, onde sua pintura foi aceita com mais facilidade. “O povo não estranha,” concluiu ele, “quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não.”, disse Cícero Dias a um jornal na época.Em 1930 no Brasil, o arquiteto Lúcio Costa (já falecido) assume a direção da Escola Nacional de Belas Artes e inicia um processo de renovação, não aceito por outros professores, que lhe criaram uma série de embaraços, resultando em sua demissão pouco tempo depois. Mas, ao menos naquele ano de 1931, Lúcio Costa era diretor e abriu as inscrições para o Salão Anual, liberando-o a todas as tendências de arte, e não apenas a acadêmica.Cícero Dias aproveitou a oportunidade e não deixou por menos. Criou o famoso painel “Eu Vi o Mundo… Ele Começava no Recife” tela com mais de vinte metros de comprimento e, tal como fazem os grafiteiros de hoje, pintou nela tudo que lhe ia pela imaginação, de cenas comuns, infantis, até cenas eróticas. O escândalo se repetiu, desta vez, com danos materiais, pois o grande painel foi destruído em vários pontos, obrigando-o a fazer o restauro. Expurgadas as cenas mais fortes, o painel ainda ficou com 17 metros de comprimento.

Dez anos mais tarde expôs em coletiva de modernos em Nova Iorque e viajou a Paris, onde se fixou definitivamente. Dias realizou suas primeiras exposições na cidade, nesta época, em busca de novos rumos para seu trabalho, entrou em contato com as obras dos artistas da Escola de Paris, ficando amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. Durante anos, o telefone do malaguenho em Paris permaneceu em nome de Cícero. Picasso queria evitar os importunos que corriam atrás dele. Em retribuição, deu um quadro ao amigo pernambucano. Cícero vendeu a tela e com isto comprou um belo apartamento na cidade, onde passou a residir.O encontro causou um impacto muito grande, o que pode ser percebido nos seus quadros do início dos anos 40, entre eles “Mulher na Praia” e “Mulher Sentada com Espelho“. Há claramente uma inspiração nas obras de Picasso. Durante a ocupação da França entre 40 e 44, um pouco antes da 2º Guerra Mundial, foi feito prisioneiro por um a dois anos, dos alemães.

Em 1943, participou do Salão de Arte Moderna de Lisboa, Portugal, onde obteve premiação e, em 1945, voltou a Paris e ligou-se ao grupo dos abstratos. Nesse mesmo ano, expõe em Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam. Em 48 voltou ao país natal por um ano, demonstrando interesses em murais. Em 1949, compareceu à Exposição de Arte Mural, em Avignon, na França. Em 1950 participou da Bienal de Veneza. Em 1965, a Bienal de Veneza realizou uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura de Cícero Dias. Em 1970, realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1981, o MAM (Museu da Arte Moderna do Rio de Janeiro) realizou uma retrospectiva de sua obra.No início dos anos 1960, o artista pintou diversas telas com retratos de mulheres. Em 2000, inaugurou uma praça projetada por ele mesmo, em Recife. Em fevereiro de 2002, Cícero Dias

esteve novamente na capital pernambucana para o lançamento de um livro sobre sua trajetória artística e fez uma exposição na galeria Portal, em São Paulo.

A Praça do Marco Zero com a rosa-dos-ventos estilizada e estampada no chão, no ponto de origem da capital pernambucana, a obra faz parte do principal projeto artístico de Cícero Dias, “Eu vi o Mundo… Ele começava no Recife”. Possui cerca de 40 m² e tem em sua configuração pedras de quartzo e granito com pigmentação colorida. A obra foi à maneira encontrada pelo autor para descrever a origem do mundo a partir do Recife, utilizando elementos astrológicos, geométricos e intimistas.A tela em moldura se chama Moça e Bouquet. Percebe os traços cubistas? Vejo também uma explosão de cores com a presença do azul, rosa, laranja verde, que podem ser tropicais, além de sentir uma sensação de paz!

Mais uma vez os traçados cubistas, visto de forma clara! Cores mais suáveis, com aspecto de elementos regionais, de quem viveu na roça, no engenho. Há muitos casamentos!

Cidade onde morou o artista. As mulheres são sensuais, mexem nos cabelos. A figura do violão, instrumento de formas sinuosas, reforça a presença feminina. Há algo onírica nela e também a presença de casas e verdes, abundantes nos séculos passados.

Outra coisa que notei nas obras do Cícero é que as figuras estão sempre próximas às janelas de casa abertas à rua; estão na varanda, no ar fresco.

Acredito que era o lazer, numa cidade arborizada feita de casas…

Beleza e simplicidade! A maçã parece mordida!

Curioso como o rapaz sobe na árvore para pegar o fruto, no caso, o Cajú, totalmente regional. Quem morou em interior, subir nas árvores para “roubar” frutos era de costume alegre.

Algumas telas não apresentam títulos, outras são apenas chamadas de Figuras. Essa tem muitas características de Picasso.

Gostei bastante dessa tela! A mulher principal me faz se lembrar de alguém que muito amo. Quem me conhece, se olhar bem, vai saber identificar!

Flores, mulher sensual, o regionalismo, raiz forte, presente na sanfona. Alguém sabe o título? Achei um encanto!

FONTES– Wikipédia

– Arte Educação: http://migre.me/eygSD– Nordeste Web: http://www.nordesteweb.com/not01_0303/ne_not_20030128d.htm– Título das Obras: http://migre.me/eyh26-MAC/USP: http://migre.me/eyiqvImagens retiradas do Banco de Imagem do Google.