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COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID. Fabrício de Souza Juliana Ibias Priscila Leonetti RESUMO A Educação Física tem um papel fundamental na Educação, por ter a possibilidade de proporcionar às crianças e adolescentes uma diversidade de experiências através de situações nas quais elas possam criar e descobrir movimentos novos, com o intuito de elaborar novos conceitos referentes às suas ações como um todo, trabalhando o ser global. Abordaremos neste artigo o quanto se faz necessário e importante o professor de Educação Física estar realizando as aulas desde a entrada das crianças na escola. No final iremos fazer uma presente conclusão a respeito da Educação Física aliada como revisão de valores, cooperação, inclusão e também do desenvolvimento da capacidade motora da criança a partir das séries iniciais, mostrando sua devida importância no âmbito escolar e social, e contradizer a pseudoconcepção errônea de que Educação Física é apenas um momento de lazer. Palavra-Chave: Educação Física Cooperação Inclusão

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Page 1: COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID

COOPERAÇÃO E INCLUSÃO COMO ALIADAS DE CRIANÇAS E JOVENS NA

EDUCAÇÃO FÍSICA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO

À DOCÊNCIA – PIBID.

Fabrício de Souza

Juliana Ibias

Priscila Leonetti

RESUMO

A Educação Física tem um papel fundamental na Educação, por ter a

possibilidade de proporcionar às crianças e adolescentes uma diversidade de

experiências através de situações nas quais elas possam criar e descobrir

movimentos novos, com o intuito de elaborar novos conceitos referentes às suas

ações como um todo, trabalhando o ser global.

Abordaremos neste artigo o quanto se faz necessário e importante o

professor de Educação Física estar realizando as aulas desde a entrada das

crianças na escola.

No final iremos fazer uma presente conclusão a respeito da Educação

Física aliada como revisão de valores, cooperação, inclusão e também do

desenvolvimento da capacidade motora da criança a partir das séries iniciais,

mostrando sua devida importância no âmbito escolar e social, e contradizer a

pseudoconcepção errônea de que Educação Física é apenas um momento de

lazer.

Palavra-Chave: Educação Física – Cooperação – Inclusão

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ABSTRACT

Physical Education has a key role in education, by having the ability to

provide children and adolescents experiences through a diversity of situations in

which they can create and discover new movements, in order to develop new

concepts concerning its actions as a all, be the overall working.

We will discuss in this article how it is necessary and important to the

physical education teacher to be performing classes since the entry of children in

school.

In the end this will make a conclusion about the Physical Education ally as

revision of values, cooperation, inclusion and also the development of motor skills

of the child from the initial series, showing its due importance in the educational

and social context, and contradict pseudoconcepção erroneous that physical

education is just a moment of leisure.

Key-Word: Physical Education - Cooperation - Inclusion

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AGRADECIMENTOS

Aos bolsistas que trabalharam conosco, Bruna Mariele, Gustavo Becker,

Monica Souza, Naferson Amarilho, Rodrigo Cecatto e Rosemari Cardoso,

efetivando um árduo trabalho junto à comunidade escolar para a conclusão e o

resultado do presente artigo.

Ao Professor Luciano Dutra, supervisor local, pela oportunidade е apoio

nа elaboração deste trabalho.

Ao Professor Mestre Solon Rodrigues, coordenador do projeto PIBID, pela

orientação, apoio, correções, confiança e incentivo.

A toda comunidade escolar da Escola Marechal Floriano Peixoto pela

acolhida, credibilidade e a confiança que foi depositado em nós bolsistas para a

elaboração do trabalho dentro da Escola.

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1. INTRODUÇÃO

Apresentaremos neste presente artigo a importância da Educação

Física na vida de crianças e jovens do Ensino Fundamental de uma Escola

Pública na Cidade de Porto Alegre, através das práticas elaboradas por um

conjunto de 10 bolsistas do Projeto PIBID - Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência do curso de Educação Física do Centro Universitário

Metodista – IPA, supervisionados pelo Professor de Educação Física da Escola. A

temática abordada neste projeto, Educação Física como Ferramenta de Inclusão e

Revisão de Valores, tem como objetivo geral o desenvolvimento global da criança,

será feita uma reflexão entre a teoria e a prática vivenciada na Escola.

Segundo os PCNs (1997), a Educação Física deve democratizar humanizar

e diversificar sua prática pedagógica, buscando ampliar, de uma visão não apenas

biológica, mas para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e

socioculturais dos alunos. "O desenvolvimento motor é parte de todo o

comportamento humano, o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento afetivo

e o desenvolvimento motor estão relacionados" (David Gallahue).

A motivação para desenvolver o presente trabalho foi a participação dos

bolsistas no subprojeto, projeto este que dá a oportunidade de vivenciar de forma

mais direta os desafios do licenciado na escola. Está inserção na escola vivencia

práticas no campo de estudo da Educação Física, práticas trabalhadas sob a

cooperação, inclusão social e desenvolvimento motor.

Seguindo a partir dessa teoria, usaremos métodos qualitativos com relato e

entrevista com alguns alunos, para demonstrar a importância da Educação Física

no Ensino Fundamental, principalmente nos anos iniciais, anos que as atividades

físicas são ministradas pelos professores unidocentes, pois, no Estado do Rio

Grande do Sul está situação é regular e que em nosso projeto será trabalhado.

Demonstraremos a importância da cooperação e inclusão, na questão social e do

desenvolvimento motor dos alunos, através da Educação Física, principalmente

ela sendo trabalhada desde as séries iniciais do Ensino Fundamental.

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2. A EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

A Educação Física é componente curricular no Ensino Fundamental, mas

nos anos iniciais, nas escolas públicas estaduais, é ministrada por professores

unidocentes que não possuem Licenciatura em Educação Física. De acordo com a

política de unidocência, o desenvolvimento de um trabalho específico não é

priorizado. A Educação Física tem um papel fundamental na Educação Infantil, por

ter a possibilidade de proporcionar às crianças uma diversidade de experiências e

vivências corporais.

Diversos autores (Neto 2001, Mattos e Neira, 2003; Sanders 2005,

Gallahue e Donnelly 2008, entre outros) destacam a importância das práticas de

movimento na Educação Infantil. Tais práticas devem ser organizadas a partir do

conhecimento e do desenvolvimento motor das crianças e do contexto social onde

elas se encontram. O desenvolvimento das habilidades motoras básicas é

fundamental para o processo educativo, pois, além dessas se constituem a base

das aquisições motoras posteriores, é através do movimento que a criança

estabelece relações com os outros e com o ambiente onde está inserida. Além

disso, é provável que o desenvolvimento de habilidades motoras em um ambiente

seguro e encorajador, favoreça o desenvolvimento do autoconceito positivo. No

que diz respeito a esse desenvolvimento, pode-se adiantar que tem sido objeto de

estudo permanente para que mais professores possam entender e observar, na

prática, o que esperar em termos de comportamento motor dos seus alunos.

Nessa linha, há mais de dez anos, David Gallahue conceituou

desenvolvimento motor como a “mudança nas capacidades motoras de um

indivíduo que são desencadeadas através da interação desse indivíduo com seu

ambiente e com a tarefa praticada por ele” (GALLAHUE, 2000).

Conhecendo melhor o nível de desenvolvimento motor dos alunos, o

professor poderá trabalhar a evolução progressiva de suas fases, superando a

tentação da especialização precoce no esporte, segundo a qual, em menor

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espaço de tempo, a criança vivencia e pratica uma única modalidade ou

habilidade, especializando-se nela e deixando de lado outros fatores e questões

importantes para a promoção e a incorporação de valores, habilidades e

competências indispensáveis ao desenvolvimento humano que valorizam a própria

criança como ser criativo, espontâneo e em constante formação.

A presença de um único professor nos anos iniciais é justificada pelo

atendimento às características da criança nessa faixa etária, mas, acaba

implicando no não atendimento à integralidade do processo educativo, uma vez

que, de acordo com inúmeros estudos, não é dada a mesma atenção aos

diferentes componentes curriculares. Temos assim uma questão a ser discutida.

Em Portugal também ocorre uma discussão acerca da gestão curricular

para o 1º Ciclo do Ensino Básico, 1º CEB, exercida através de um trabalho

pedagógico em regime de “monodocência”, semelhante ao que no Rio Grande do

Sul, identificamos como unidocência. A monodocência, segundo Carolino (2007),

se configura na prática de um único professor com o mesmo grupo de alunos,

permitindo maior conhecimento e acompanhamento por todo o percurso das

atividades educativas, onde o laço de afetividade entre o professor e os alunos se

estabelece de forma mais estreita e profunda.

Nesse sentido, a LBSE, Lei de Bases do Sistema Educativo de Portugal,

prevê a coadjuvação, uma forma de incluir o professor especializado em

colaboração com o professor monodocente, para desenvolver junto a este um

trabalho enriquecido. De acordo com Carlinda Leite (2000), a proposta da

coadjuvação não é auxiliar o professor no trabalho individualizado, mas buscar

respostas para um trabalho de maior qualidade através de uma equipe

pluridisciplinar. Assim a presença do professor especializado aparece como uma

alternativa para o enriquecimento do trabalho educativo, frente às exigências e

demandas da sociedade atual e das funções do professor. Este professor trabalha

paralelamente ao professor da turma, num processo complementar ao que é

desenvolvido pelo professor polivalente.

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3. DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor ocorre de forma progressiva durante toda a vida

do ser humano, iniciando-se na sua concepção e cessando somente na sua

morte; por outro lado, esse processo também pode sofrer regressões. Para que as

mudanças aconteçam, não basta levar em conta apenas os fatores biológicos;

deve-se considerar também os processos de interação do indivíduo com o meio e

com a(s) tarefa(s) e experiência(s) vivenciadas por ele. Connoly (2000) propõe

que os resultados do desenvolvimento motor sejam observados nas tarefas

diárias, fundamentais para a existência do ser humano.

Kelso e Clark (1982) afirmam que, antes da década de 1960, estudos sobre

o desenvolvimento motor apresentavam uma perspectiva maturacionista e

propunham que o desenvolvimento seria uma função dos processos biológicos

inatos, relatando assim uma sequência de mudanças que ocorriam durante a

infância. Nessa perspectiva, os cientistas observavam o desenvolvimento sem

considerar as relações entre diferentes fatores (ambiente e tarefas) que o

influenciam. De acordo com Connoly (2000), por volta de 1960, o foco de interesse

dos estudos sobre o desenvolvimento motor mudou, de forma que a questão

principal passou a ser o quê, em vez de como. Assim, as preocupações se

voltaram para o(s) processo(s), não mais para o simples resultado. Isso significa

dizer que, a partir daquele momento, os cientistas já não mais estavam satisfeitos

com o que obtinham como respostas. Roberton (1977), por exemplo, estava

interessado nas interações dos componentes e segmentos, isto é, o foco da

autora estava nas inter-relações entre o ser humano (componente) e o ambiente

onde ele vive. Para entender melhor esse processo, ela observava seus avaliados

em forma de segmentos para, então, poder entender o todo. Roberton (1987), ao

perceber as dificuldades e as restrições de se estudar o desenvolvimento por meio

de padrões motores sob uma perspectiva maturacionista, foi buscar respostas na

teoria sistêmica, segundo a qual a variabilidade do sistema não permite a

ocorrência de um padrão. Entretanto, Langendorfer e Roberton (2002), ao avaliar

novamente os dados de seus estudos de 20 anos antes, notaram que algo se

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repetia e que os estágios de desenvolvimento estavam, sim, presentes. Segundo

Gabbard, “ao entender o desenvolvimento motor, o ser humano está aprimorando

o autoconhecimento” (GABBARD, 2000). Dessa forma, os estudos de

desenvolvimento motor são baseados em sequências desenvolvimentais, para

que se entenda o processo dessas mudanças, e não apenas o resultado. Por meio

dessas sequências, os cientistas verificam os caminhos do desenvolvimento motor

e explicam sua importância para a área da educação física e do esporte e para o

desenvolvimento do ser humano.

3.1 SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES

MOTORAS

Entende-se que o desenvolvimento humano ocorre em fases previsíveis,

com mudanças esperadas em determinadas faixas etárias. Essas mudanças

serão explicitadas a seguir. Diferentes autores, como McClenaghan e Gallahue

(1985), Gallahue e Ozmun (2005), Haywood e Getchel (2004, 2010), sugeriram

fases e estágios de desenvolvimento motor com descrições similares. Uma dessas

propostas foi sugerida por Gallahue e Ozmun (2005), e apresenta as seguintes

fases:

A) Fase Motora Reflexa – Inicia-se na vida intrauterina e vai até os 4

primeiros meses após o nascimento. Essa fase caracteriza-se pela presença de

movimentos involuntários, que são a base para o desenvolvimento motor, por

meio dos quais ocorrem os primeiros contatos do indivíduo com o meio ambiente.

Por sua vez, os reflexos4 se subdividem em primitivos e posturais: os primeiros

são responsáveis por atividades como alimentação, reunião de informações e

reações defensivas; por outro lado, os reflexos posturais servem como

mecanismos de estabilização, de locomoção e de manipulação;

B) Fase dos Movimentos Rudimentares – Vai do nascimento até os 2

primeiros anos de vida. Nessa fase, aparecem os primeiros movimentos

voluntários que, apesar de imperfeitos e descontrolados, são de suma importância

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para a aquisição de movimentos mais complexos;

C) Fase dos Movimentos Fundamentais – dos 2 aos 7 anos de idade.

Esses movimentos são consequência dos movimentos rudimentares. Nessa fase,

as crianças formar e exploram suas capacidades motoras. Assim, os movimentos

fundamentais são básicos para qualquer outra combinação de movimentos;

D) Fase dos Movimentos Especializados – Dos 7 aos 14 anos de idade.

Nesse período, a criança/adolescente começa a refinar suas habilidades

fundamentais e passa a combiná-las para a execução de inúmeras atividades,

sejam cotidianas ou de lazer.

Esse modelo pode ser melhor compreendido por meio da ampulheta

proposta por Gallahue e Ozmun (2005), que resume as ideias anteriores sobre as

fases e os estágios do desenvolvimento motor:

MODELO DE DESENVOLVIMENTO MOTOR DURANTE O CICLO DE VIDA:

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005

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4. OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino

fundamental que os alunos sejam capazes de:

Compreender a cidadania como participação social e política, assim

como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-

dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o

outro e exigindo para si o mesmo respeito;

Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas

diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e

de tomar decisões coletivas;

Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões

sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção

de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País;

Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural

brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações,

posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais,

de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais

e sociais;

Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do

ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo

ativamente para a melhoria do meio ambiente;

Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento

de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de

inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca

de conhecimento e no exercício da cidadania;

Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos

saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com

responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

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Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de

resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a

capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua

adequação.

O trabalho na área da Educação Física tem seus fundamentos nas

concepções de corpo e movimento. Ou, dito de outro modo, a natureza do

trabalho desenvolvido nessa área tem íntima relação com a compreensão que se

tem desses dois conceitos.

Por suas origens militares e médicas e por seu atrelamento quase servil aos

mecanismos de manutenção do status quo vigente na história brasileira, tanto a

prática como a reflexão teórica no campo da Educação Física restringiram os

conceitos de corpo e movimento — fundamentos de seu trabalho — aos seus

aspectos fisiológicos e técnicos.

Buscando uma compreensão que melhor contemple a complexidade da

questão, a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais adotou a distinção

entre organismo — um sistema estritamente fisiológico — e corpo — que se

relaciona dentro de um contexto sociocultural — e aborda os conteúdos da

Educação Física como expressão de produções culturais, como conhecimentos

historicamente acumulados e socialmente transmitidos. Portanto, a presente

proposta entende a Educação Física como uma cultura corporal.

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5. JOGOS COOPERATIVOS.

Os Jogos Cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva

valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada, na sociedade

moderna, mais especificamente, pela cultura ocidental. Considerada como um

valor natural e normal da sociedade humana, a competição tem sido adotada uma

regra em, praticamente, todos os setores da vida social. Temos competido em

lugares, com pessoas, em momentos que não deveríamos, e muito menos

precisaríamos. Temos agido assim, como se essa fosse a única opção.

Os estudos de Weinstein & Goodman (1993, p. 26) indicam claramente que:

Existe a necessidade para criar modelos cooperativos de jogar juntos, para oferecer um equilíbrio diante da competição que nos envolve. Sem alternativas cooperativas as quais possamos escolher, nós não saberemos discernir sobre quando a competição é o modo apropriado.

A proposta dos Jogos Cooperativos como uma abordagem filosófico-

pedagógica que têm colaborado para algumas transformações em diferentes

áreas do conhecimento e comportamento humano, especialmente, na Educação

Física Escolar, que se consolida como uma grande contribuição para o

desenvolvimento humano.

Os Jogos Cooperativos foram criados com o objetivo de promover, através

das brincadeiras e jogos, a auto-estima, juntamente com o desenvolvimento de

habilidades interpessoais positivas. E muitos deles, são dirigidos para a prevenção

de problemas sociais, antes de se tornarem problemas reais.

A esse respeito, Orlick (1989, p. 04), comenta que:

Apesar de Jogos Cooperativos existirem em muitas culturas há séculos, em nossa cultura ocidental existem poucos jogos que são desenhados de forma a unir os jogadores em direção a uma meta comum e desejável a todos.

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Partindo através disto, o Subprojeto Educação Física do PIBID (Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência), identificou que um dos problemas

presentes na comunidade escolar seria a falta de afetividade e socialização entre

os alunos da comunidade escolar.

Pensando nessa situação, uma das ações promovidas foi trabalhando

abordagens pedagógicas cooperativas, fazendo com que todos trabalhassem

juntos pela mesma coisa, pelo mesmo objetivo, fazendo assim com que houvesse

uma integração maior entre a turma, promovendo união, cooperação e

socialização entre os mesmos.

5.1 PRINCÍPIOS SÓCIO-EDUCATIVOS DA COOPERAÇÃO. Aprendemos a jogar cooperativamente e com isso descobrimos que

podemos criar inúmeras possibilidades de participação e inclusão, através da

modificação gradativa das regras e estruturas básicas do jogo.

A respeito desse exercício de transformação e realização, Orlick (1989, p.

115), comenta que:

Embora a socialização positiva seja um dos objetivos declarados de muitos programas de atividades e experiências educativas, pouco se fez para construir ambientes que visem a realização desse objetivo.

Educadores, Técnicos Esportivos e outros profissionais envolvidos com a

dinâmica do Jogo e do Esporte, podem favorecer a mudança das estruturas e

regras do jogo, para iniciar uma transformação nas atitudes pessoais e

relacionamentos sociais, tais como:

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Incentivando e valorizando a inclusão de todos, respeitando as

diferentes possibilidades de participação.

Criando um clima de cumplicidade entre os praticantes, incentivando-

os a refletir sobre as possibilidades de modificar o Jogo, na perspectiva de

melhorar a participação, o prazer e a aprendizagem de todos.

Ajudando a sustentar a disposição para dialogar, decidir em

consenso, experimentar as mudanças propostas e integrar no Jogo, as

transformações desejadas.

A pedagogia proposta pelo Jogo Cooperativo apoia-se na interdependência

dessas três dimensões, enquanto nexos de um processo mais amplo de

manifestação da Consciência Pessoal e Grupal. Exercitando no Jogo e no

Esporte, a reflexão criativa, a comunicação sincera, a tomada de decisão por

consenso e a abertura para experimentar o novo, todos podem descobrir que são

capazes de intervir positivamente na construção, transformação e emancipação de

si mesmos, do grupo e da comunidade onde convivem.

A esse respeito Weinstein & Goodman (1993, p. 24), reforçam o significado

que a perspectiva de jogar não-competitivamente pode oferecer para

"desintoxicar" alguns dos aspectos negativos do jogo competitivo. Segundo esses

autores:

Jogadores que não se sentem excluídos ou discriminados continuarão a jogar pelo resto da vida. ( ... ) Nós esperamos ajudar a mudar a orientação de nossa sociedade baseada no "instant replay• para o "instant we-play" !

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Por isso, nos últimos anos tem crescido o interesse por pesquisas e

trabalhos sobre o valor do Jogo e do Esporte, como ferramentas preciosas ao

processo evolutivo da humanidade. Para Orlick (1989, p. 116) a experiência com

novos jogos deve demonstrar que:

Ser aceito como um ser humano não depende totalmente de um resultado. Consequentemente, para aqueles que desejarem, os esportes se tornarão uma busca do autodesenvolvimento, e não uma oportunidade de destruir os outros ou uma temível questão de vida ou morte .

5.2 OS JOGOS COOPERATIVOS COMO UMA PEDAGOGIA PARA O

ESPORTE

Considerando as concepções de Freire (1998, p. 108), onde “o esporte é o

jogo de quem é capaz de cooperar". Para o autor.

É tão definitivo para o esporte a capacidade de cooperar que as habilidades individuais, se não forem socializadas, não servem para o esporte. A habilidade individual do jogador não serve para o esporte; apenas a habilidade coletiva é compatível com essa forma de jogo.

O Esporte é um contexto extraordinário para aprender a Ser e a conviver.

Nele podemos aperfeiçoar nossas "Habilidades de Rendimento", e principalmente,

descobrir e enriquecer nossas "Habilidades de Relacionamento".O mesmo

orientado pela Consciência da Cooperação incentiva a inclusão de todos e oferece

muitas possibilidades de participação. Vejamos algumas das características dessa

Consciência aplicada ao Esporte:

Responsabilizar-se por si mesmo e pelo bem estar dos outros.

Respeitar e recriar coletivamente as regras.

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Descobrir e valorizar diferentes formas de vencer.

Aprender "COM" o perder e o ganhar, ao invés de aprender "a"

perder e ganhar. Até porque, aprender "a" perder, implicaria em ser um expert em

derrotas. Obviamente, não é o que pretendemos, muito embora, é o que, em

alguns casos, acabamos por incentivar.

Eleger objetivos apropriados e comuns ao grupo.

Saber equilibrar a ansiedade.

Praticar a Liderança Circular, compreendendo que ser Líder é ser

capaz de servir ao Grupo. Todos têm algo especial para oferecer, por isso é

importante criar oportunidades para o exercício da liderança, para todos.

Harmonizar conflitos e superar crises.

Ao nos envolvermos com o Esporte, o mais importante é proporcionar a

crianças, jovens e adultos, possibilidades para verem a si mesmos e aos outros

como seres humanos igualmente valiosos, tanto na vitória como na derrota.

Weinstein & Goodman (1993, p. 23), consideram como uma das vantagens em se

propor estruturas de jogos não-competitivos, o fato de poder oferecer uma base

especial de aprendizagem,

Onde os jogadores podem praticar a interação, o diálogo apoiativo e a apreciação mútua. E então, os jogadores podem começar a estender este tipo de interação verbal apoiativa para as outpartes da vida deles.

Aqueles que jogam em estruturas cooperativas, podem se considerar

importantes, porque estão participando de um jogo onde têm liberdade para

expressarem-se autêntica e criativamente, demonstrando suas possibilidades e

dificuldades, e aprendendo a respeitarem-se como partes integrantes de um todo

maior. Concordo com Orlick (1982), quando afirma que existem numerosos

sucessos pessoais e coletivos que podem ser alcançados e que não são,

necessariamente, o ganhar e o perder, por exemplo:

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Aperfeiçoar as destrezas e os fundamentos do jogo;

Realizar novos movimentos, jogos, sequências, exercícios,

formações;

Tomar consciência de si mesmo, controlar o temperamento, relaxar-

se e superar um problema ou dificuldade;

Melhorar os relacionamentos com os companheiros, treinadores,

árbitros e, especialmente, com os jogadores da outra equipe.

O importante é incentivar as pessoas a integrar os valores adequados ao

jogo e a controlar a competição ao invés de serem controlados por ela. Existem

numerosas oportunidades dentro dos Jogos Competitivos para educar por valores.

De acordo com Orlick (1982), qual é o melhor lugar para:

Discutir o verdadeiro significado de valores e comportamentos que

são importantes, tais como: ganhar, perder, ter sucesso, fracassar, sentir

ansiedade, ser rejeitado ou aceito, "jogar limpo";

Fazer amizades, desenvolver a cooperação e a competição sadia;

Ajudar a darem-se conta de seus próprios sentimentos e o dos

outros;

Incentivar a colaborar uns com os outros e a aprenderem como:

solucionar criativamente alguns de seus problemas e preocupações.

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6 ESPORTE E INCLUSÃO SOCIAL

É plausível considerar o esporte um meio eficaz de socialização e inclusão,

o esporte vem sendo proposto como estratégia em projetos de inclusão social. O

esporte, com efeito, é visto não somente como instrumento de socialização, mas

também como instrumento ou estratégia capaz de contribuir para superar

desigualdades sociais, especialmente as que envolvem processos de exclusão

social dentro do âmbito escolar, desenvolvendo uma política de esporte e lazer

direcionada á classe menos favorecida a partir de práticas participativas e

democráticas que apontassem a transformação social. Esta classe social é vista

como a mais prejudicada em relação á inacessibilidade aos espaços e a prática de

esporte. Em razão disto, ressalta-se a necessidade de garantir o acesso ás

práticas e ao conhecimento do acervo da cultura corporal á classe menos

favorecida, historicamente expropriada dos direitos sociais.

Tem como finalidades primordiais:

Garantir e democratizar o acesso ao esporte e ao lazer como direito

social por meio do conhecimento de temas da cultura corporal, através de uma

práxis pedagógica contextualizada de modo que a comunidade escolar possa ter

novos elementos para a compreensão e reflexão da realidade social;

Como uma via, os projetos sociais, ajudam a desenvolver a criança

como um ser social, ligando a educação, a cultura e o esporte. A educação

através do esporte vem tomando um caminho para a promoção da pessoa, do

cidadão e de profissionais;

A partir dos objetivos e na prática do esporte em projetos sociais,

visualiza-se seu papel na socialização de crianças e jovens e novos métodos de

ensino atrelados ao esporte;

A inserção da criança, do jovem, em um contexto social através da

prática esportiva como também a educação através do esporte e a prática

esportiva dentro de uma multidisciplinaridade.

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Na educação física escolar, o professor aparece como mediador dos

conhecimentos, metodologias e tecnologias para atender os objetivos sociais do

grupo. O discurso dos profissionais em atuação também releva, na pesquisa de

Montenegro, o modelo da criança ideal, controlada e apoiada pela família em

interação positiva com a escola. Diante do modelo, o contra modelo das crianças

das camadas populares aparece fortemente marcada pelas categorias de

privação, carência cultural, família desestruturada e falta de apoio, na pesquisa de

SANTOS (1993), há consenso entre os professores de que o nível sócio-

econômico dos alunos prejudica a aprendizagem, associado á percepção das

diferenças entre alunos da rede pública e os das escolas particulares.

A vivência da prática esportiva daqueles que não têm acesso e/ou

condições de participar de escolinhas esportivas em clubes e instituições privadas

pode ser um fator diferencial na vida de crianças e jovens que se encontram

distantes das oportunidades que a sociedade proporciona. Afastar crianças e

jovens do mundo do crime tirá-los da rua, livrá-los da violência, estas têm sido as

justificativas usadas pelos projetos voltados para crianças e jovens das

comunidades mais pobres, onde pretendem ocupar com atividades educativas

esportivas, acreditando que o espaço deixado pela carência de atividades, possa

ser ocupado pelo crime ou pelo ócio, sendo o objetivo dos projetos tirar crianças e

jovens da situação de risco.

No caso da educação física e do esporte como agentes de emancipação

social, a importância em transformar a realidade social, consiste em uma ação

esportivo-social. Gomes Tubino (2001), o esporte não é mais uma prática motora

que visa a competição ou ao alto rendimento, mas, quando bem objetivado, pode

tornar-se uma ferramenta imprescindível para a transformação social.

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6.1 VALORES NO ESPORTE O esporte é um dos grandes aliados da educação de crianças e

adolescentes. Por meio dele, valores éticos e morais, como a socialização, a

cooperação, a solidariedade, a disciplina, o espírito de equipe e tantos outros,

fundamentais para a formação integral de uma pessoa, podem ser trabalhados e

desenvolvidos. A busca de uma melhor compreensão do esporte como marco

social para as crianças e os adolescentes, aliada às ideias da Carta Olímpica aos

valores e à realidade esportiva é um princípio para o desenvolvimento de uma

abordagem pedagógica acerca do esporte contemporâneo. Partindo através desse

ponto, os bolsistas do Subprojeto Educação Física do PIBID (Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência) do Centro Universitário Metodista

do IPA, promoveram para a comunidade escolar da Escola Marechal Floriano

Peixoto um campeonato entre as próprias turmas da comunidade escolar, com o

intuito de promover inclusão e socialização dentro do âmbito escolar para uma

melhor convivência cultural, social e interpessoal.

Especialistas de diversas áreas, especialmente da educação física, têm

apontado os benefícios da atividade esportiva na infância, e também alertam para

o aspecto demasiadamente competitivo, muitas vezes imputado a essa prática. No

entanto, por acreditar que o esporte favorece o desenvolvimento humano, ele

pode ser considerado como importante elemento da cultura, com relevância nos

programas educativos, mas também como um elemento de comparação, seleção

e competitividade, que conduz, em certas circunstâncias, a excessos, submetendo

as crianças, durante a atividade esportiva, a assumir responsabilidades de adultos

para as quais elas podem não estar preparadas. A valorização da imagem

corporal trouxe ao esporte um novo conceito que o trata com proporções

espetaculares a partir da segunda metade do século XX (TURINI; DaCOSTA,

2002, p. 17). Essa visão do esporte obteve um crescimento inesperado com a

demanda evolutiva dos meios de comunicação de massa3, que passaram a

transmitir via satélite imagens que exaltavam toda a beleza performática dos

atletas e, de acordo com o quantitativo de medalhas e títulos conquistados, a

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imagem positiva ou negativa do país que esses atletas representavam. No

esporte, os professores e educadores se deparam com várias situações em que

podem desenvolver a educação integral de crianças, adolescentes e jovens,

enfocando várias dimensões, como a motora, a cognitiva, a afetiva e a social.

Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que esses profissionais se

dediquem ao desenvolvimento integral e integrado de seus alunos, ao mesmo

tempo em que trabalham o desenvolvimento das ações e gestos motores

necessários à sua prática. Acredita-se que o esporte não pode ser reduzido e

identificado apenas pelo desempenho, pela competitividade, pelas Copas do

Mundo, pelas Olimpíadas e pelos atletas profissionais. A própria ONU indica que o

esporte é muito mais amplo do que isso; a Organização acredita no esporte como

oportunidade para o desenvolvimento do senso de comunidade e de um propósito

comum, enfim, como uma conquista da humanidade (UNITED NATIONS, 2005b).

Acredita-se ainda no potencial do esporte para transmitir mensagens de forma

eficaz e influenciar comportamentos, assim como na sua capacidade de

desenvolver valores humanos e sociais que têm sido cada vez mais reconhecidos

nos últimos tempos, como instrumentos de combate à injustiça e à discriminação.

Assim, embora o esporte seja dotado de princípios como a competição, os valores

não são essencialmente do esporte, mas se refletem no esporte e são também

produzidos a partir dos significados que os indivíduos, os grupos sociais e as

instituições conferem à sua prática (REPPOLD FILHO et al., 2009, p. 185). Por

fim, acredita-se que a promoção de valores por meio do esporte representa uma

eficaz forma de desenvolvimento de valores humanos, condizentes com atitudes e

ações de uma sociedade mais justa e menos discriminatória. Nesse processo, os

profissionais de educação física e dos esportes atuam como protagonistas.

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7. O TRABALHO DOS BOLSISTAS NA ESCOLA

No primeiro momento nos inserimos na escola para coletar informações de

conhecimentos relacionados à escola, alunos e da comunidade escolar.

Realizamos observações e discussões sobre as mesmas, verificando-se as

necessidades deste público. Após este momento de diagnóstico começamos a

atuar com as crianças desenvolvendo atividades com o objetivo de propiciar aos

alunos no seu desenvolvimento cognitivo e motor, experiências corporais variadas

dentro do âmbito social escolar promovendo a interação, integração, valorização

do respeito ao próximo por meio de ações solidárias e de cooperação através da

cultura corporal, buscando também a interdisciplinaridade com outras disciplinas

do currículo escolar.

Estamos trabalhando com o Ensino Fundamental. A escola está realizando

a transição do sistema de séries para o sistema de ciclos, onde as 8ª séries estão

sofrendo essa alteração, sendo dividas para a formação do 9º ano do sistema de

ciclos.

Conforme o Coletivo de Autores (1992, p.34) nos ciclos os conteúdos são

tratados simultaneamente, constituindo-se referências que vão se ampliando no

pensamento do aluno de forma espiralada, desde o momento da constatação de

um ou de vários dados da realidade, até interpretá-los, compreendê-los e explica-

los.

Um dos pontos significativos deste subprojeto é que estamos trabalhando

com as crianças das séries iniciais do ensino fundamental, situação esta que não

é regular e comum nas escolas públicas do estado do Rio Grande do Sul. Com a

inserção deste subprojeto percebemos que os alunos dos anos finais apresentam

algumas dificuldades motoras que nos anos iniciais, com a mediação e auxílio do

professor de Educação Física, poderiam nesta fase terem sido melhores

trabalhadas.

Fazendo-se um paralelo reflexivo com as crianças das séries finais, as

quais não tiveram a oportunidade de ter um professor de Educação Física desde

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que ingressaram na escola, tiveram vivências com o professor unidocente,

entende-se que eles ganhariam hoje um repertório corporal maior, agiriam nas

atividades físicas com mais naturalidade e teriam melhor compreensão e

conhecimento do seu próprio corpo. Segundo Melhen (2003) a Educação Física

para todos, tem como característica a busca da alegria, diversão, prazer,

socialização, recreação e saúde.

Aplicando este conceito de Educação Física para todos (Melhen, 2003),

realizamos atividades variadas com as crianças das séries iniciais. Atividades que

verificamos as dificuldades naturais das faixas etárias. Verificamos que atividades

de freio inibitório, orientação espacial, lateralidade, além do desenvolvimento

individual das valências físicas de cada criança, auxiliam na vida cotidiana dos

mesmos.

Atividades como pega-pega e variações, estátua, peixinho acorda tubarão,

jogo das bases, futebol em duplas entre outras aplicadas às crianças, inserem-se

perfeitamente na Educação Física para todos e trazem para a vivência destas

crianças o lúdico como ferramenta de inclusão e socialização.

As crianças nos primeiros dias de nossas atividades, principalmente os

meninos do 3º, 4º e 5º anos nos faziam a famosa pergunta: “Professor, tem futebol

hoje?”. Aos poucos, apresentando a eles outras atividades, os mesmos deixaram

de fazer está pergunta e começaram a entender que a Educação Física é muito

mais que futebol, e cabe a nós professores, mostrar isso a eles.

Começaram a conhecer novas atividades e pediam para que nós as

repetíssemos. Ficaram tão dislumbrados com a variedade de atividades que foram

conhecendo e vivenciando, que desta forma, começaram a fazer inúmeros

pedidos para que realizássemos e repetíssemos as atividades anteriores.

Trazíamos novas atividades, eles participavam e quando nos encontrávamos na

próxima aula, eles solicitavam esta repetição.

As crianças são muito afetivas e rapidamente identificaram-se conosco. A

escola está situada em um bairro comercial da cidade, atendendo crianças de

bairros carentes que demonstraram para nós muita afetividade e respeito.

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Dois pontos muito relevantes que realizamos no subprojeto foram às ações

Copa do Mundo e Gincana Semana da Criança. Na primeira utilizamos o futebol

como tema para a prática de outras atividades e na segunda realizamos uma

gincana com os alunos das séries finais e um dia de atividades com um Pula-Pula

e o Paraquedas para os alunos das séries iniciais.

Com as ações Copa do Mundo e Gincana Semana da Criança, realizadas

no subprojeto, observamos e refletimos as questões teórico/práticas a cerca da

temática desenvolvida. Na ação Copa do Mundo realizou-se um evento esportivo

com a modalidade futebol, cujo objetivo da ação foi apresentar aspectos culturais,

sociais, políticos e geográficos de outros países ampliando o conhecimento dos

alunos.

A Copa do Mundo envolveu atividades coletivas e cooperativas

estabelecendo-se relações entre a prática e aspectos conceituais, finalizando com

um torneio de futebol de integração dos alunos.

Na ação Gincana Semana da Criança, realizou-se um evento de forma

lúdica onde as crianças com as atividades propostas demonstraram integração,

cooperação, solidariedade, competitividade e respeito nas atividades trabalhadas

no período.

Realizamos uma gincana com os alunos dos anos finais onde os mesmos

receberam provas e foram realizando-as para a pontuação da equipe. Dentro do

espírito da gincana, verificamos a cooperação, motivação, solidariedade,

colaboração e respeito entre outros valores que a atividade objetiva tinha,

integrando os alunos.

Os alunos demonstraram boa motivação, participação, interação e

cooperação no decorrer das ações. Fizemos alguns questionamentos com os

alunos para que os mesmos nos demonstrem as suas reflexões a cerca do

subprojeto.

Escolhemos aleatoriamente um aluno por ano e realizamos uma entrevista

para apresentar a opinião e refletir sobre o que os mesmos pensam sobre a

Educação Física do projeto. Realizamos quatro perguntas com os mesmos.

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7.1 ENTREVISTAS

9º ANO 1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? As aulas têm sido mais inclusivas, só fica de fora quem quer, tem

sido divertida e aprendemos coisas novas.

2) Sua idéia referente à Educação Física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a mesma?

Não muito, mas as aulas tem sido diferentes.

3) Na sua idéia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola? As

aulas são mais inclusivas, e as pessoas acabam participando mais.

4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? É divertida, eles brincam bastante, mas também sabem a

hora de serem sérios.

8º ANO

1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? Bom, porque aprendemos mais, o que é ser educação física com

os preparos físicos.

2) Sua idéia referente à Educação Física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a mesma?

Sim, mudou cada vez mais.

3) Na sua idéia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola?

Preparos e mudança da postura na turma.

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4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Acho muito bom, porque acabamos aprendendo mais.

6º ANO

1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? Muito boa.

2) Sua idéia referente à Educação Física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a mesma?

Mudou porque agora fazemos atividades, antes não.

3) Na sua ideia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola?

Educação, brincadeiras e exercícios.

4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Bom, porque antes só tinha um professor, agora tem

vários e eles dão aula muito bem.

5º ANO 1) O que você tem achado da educação física na escola com o

projeto PIBID? Legal, mudou o nosso dia a dia, as aulas são diferentes.

2) Sua ideia referente a educação física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua ideia sobre educação física continua a mesma?

Sim, mudou porque a Educação Física só tinha futebol e vôlei, com o PIBID

estamos tendo outras atividades.

3) Na sua ideia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola?

Várias coisas, muitas atividades e o modo de conduzir as aulas.

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4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Acho muito bom porque os professores fazem aulas

planejadas e sempre com atividades novas, mas muitas vezes eles não

conseguem dar todas as atividades porque nós bagunçamos.

4º ANO

1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? Bom porque tem um monte de atividade legal.

2) Sua ideia referente à Educação Física mudou depois da vinda

do PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a

mesma? Sim, as brincadeiras que nós temos agora, nós não tínhamos antes.

3) Na sua ideia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola?

Um monte de coisas, um monte de brincadeiras.

4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Boa porque os professores brincam junto.

3º ANO 1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? Muito legal porque agente corre e faz um monte de atividades

gastando energia.

2) Sua ideia referente à Educação Física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a mesma?

Sim, agora é mais legal porque antes não tínhamos brincadeiras.

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3) Na sua ideia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola?

Trouxe atividades novas, às vezes não gostamos de algumas porque não

conhecemos, depois que agente faz uma vez, acabamos gostando.

4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Eles brincam com agente, eles explicam direitinho e se

agente não entende, eles explicam de novo.

2º ANO

1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? Bem legal, as atividades são bem legais.

2) Sua idéia referente á Educação Física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a mesma?

Não, achava a Educação Física chata, pois achava que só iria ser mandada a

correr. A visão mudou, pois tem outras atividades.

3) Na sua ideia, o que o PIBID trouxe de bom para a Escola?

As atividades no dia da Educação Física eu fico mais alegre.

4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Bem legal e interessante, pois, ensinam muitas

atividades que posso realizar em casa, estou aprendendo mais.

1º ANO

1) O que você tem achado da Educação Física na escola com o

projeto PIBID? Legal, os professores inventam um monte de brincadeiras.

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2) Sua idéia referente à Educação Física mudou depois da vinda do

PIBID para a escola, ou sua idéia sobre educação física continua a mesma?

Um pouquinho estranho pois, não sabia o que era. Tem muitas brincadeiras

legais.

3) Na sua ideia, o que o PIBID trouxe de bom para a escola?

Podemos jogar brincar e nos divertir.

4) O que você acha da metodologia (jeito e forma de dar aula) dos

professores do PIBID? Legal, pois trazem muitas brincadeiras.

A partir das respostas dos alunos, extraímos alguns termos interessantes

sobre a definição da Educação Física: “Inclusiva, aprender coisas novas, aulas

diferentes, seriedade, mudança de postura, futebol e vôlei, aulas planejadas, sem

repetição de atividades, conhecimento de postura dos alunos, participação dos

professores, pensamento sobre a Educação Física e atividades em casa.”.

Verificando e analisando os termos, pode-se perceber que os alunos tinham

uma visão sobre a Educação Física, o intuito não é desprestigiar o trabalho dos

professores, mas sim refletir sobre o que eles verificaram que mudou. Nestes

termos pode-se perceber o que os mesmos pensavam sobre, e como eles pensam

e se manifestam a cerca da Educação Física. O termo que chamou a atenção foi o

termo “atividades em casa”.

Neste termo pode-se refletir na questão da realidade dos alunos, que as

atividades realizadas podem e fazem parte do cotidiano dos mesmos fora da

escola.

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8. CONCLUSÃO

A partir destas pequenas experiências percebemos o quanto um Professor

de Educação Física se faz necessário dentro de uma escola de ensino

fundamental, principalmente desde as séries iniciais, desde o primeiro contato dos

alunos na escola, aqui se tratando dos anos iniciais.

A Educação Física não tem somente um papel no desenvolvimento físico,

mas também no desenvolvimento moral, afetivo, cognitivo e motor do ser humano.

Através disso, podemos resgatar nessas crianças e jovens a cooperação, inclusão

e os valores de crianças e jovens, a inclusão é um processo que envolve

dinamismo, autoconhecimento, mudanças de atitudes e muita reflexão em torno

da escola e da sociedade, a inclusão, nada mais é do que inserir, introduzir, fazer

parte, não apenas com outro indivíduo, mas sim com todas as pessoas de “modo

igualitário”, pois vivemos em uma sociedade e não isolados uns dos outros, deste

modo, um mundo inclusivo é aquele em que todas as pessoas têm oportunidades

de ser e estar inseridas na sociedade de forma participativa e igualitária.

Temos alguns princípios básicos da inclusão: a valorização do indivíduo, a

aceitação das diferenças, o convívio com a diversidade e o aprendizado através

da cooperação. Tendo em vista tudo isso, podemos caminhar por “atalhos” a fim

de atingir o objetivo da inclusão.

Nos jogos cooperativos elaborados, a liderança é estimulada, a vontade de

continuar jogando também. Todos são aceitos como são e pelo que são. Há ajuda

mútua e confiança, perseverar é preciso, além do desejo de continuar jogando

junto.

Assim, a cooperação, além de poder ter uma conexão direta com a

inclusão, também possui alguns conceitos básicos a serem conhecidos. Segundo

Brotto (1997), o processo de cooperação é parte do individual para o grupal ou

social, fazendo com que a Educação Física participe diretamente neste processo.

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9. REFERÊNCIAS

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LEITE, Carlinda e LOPES, Amélia (org). Escola, Currículo e Formação de Identidades. Porto, Portugal: Editora ASA, 2007 MATTOS, M.G; NEIRA, M.G. Educação Física Infantil: Construindo o Movimento na Escola. São Paulo: Phorte, 2003. MELHEM, Alfredo. A educação física nas escolas. Sprint magazine. Nr 129. Ano XX. Novembro/dezembro. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 2003. NETO, C.A.F. Motricidade e Jogo na Infância. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. SANDERS, S.W. Ativo para a Vida: Programas de Movimento Adequados ao Desenvolvimento da Criança. Porto Alegre: Artmed, 2005. Valores no Esporte. – Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013. 42 p. – (Cadernos de referência de esporte; 10). VIANNA, José Antonio. A Inclusão Social Através do Esporte: A percepção dos educadores. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v25n2/10.pdf Acesso em 13/10/2014, ás 16:49> <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf Acesso em 13/10/2014, ás 16:50> Parâmetros Curriculares Nacionais Educação Física.