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Abismo Fiscal

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Economy & Finance


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Abismo Fiscal

Ariane Renata da Silva Reis Bruno Cesar Vale Bruno Diego Gonçalves dos Reis Fabiana Aparecida da Silva Ivan Cristian Santana Jeferson Fernando Marcelo Silva José Guilherme Amorim Cruz Kamila Fernanda Miranda Karina Aparecida Carvalho de Figueiredo Luiz Augusto Marques Santos Mariane Alves Ferreira Nilo Teixeira Floriano Pedro Henrique Fernandino Souza

Como tudo começou? Tudo começou em meados de 2001 e 2002

quando o mercado imobiliário dos Estados Unidos entrou em expansão. Comprar casas passou a ser objetivo de quem queria comprar e fazer algum investimento (comprava-se barato, revendia-se mais caro, tudo com dinheiro de empréstimos). Tudo isso depois que o Federal Reserve System (Sistema de Reserva Federal, conhecido informalmente, como The Fed é o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos da América) passou a diminuir os juros e incentivar empréstimos e financiamentos, para fazer consumidores e empresas gastarem mais. Mais dinheiro circulando, mais liquidez no mercado, maior é a especulação financeira mundial.

O mercado estava tão empolgado com a economia aquecida que bancos e instituições financeiras começaram a adquirir e incentivar créditos até mesmo de quem não possuía renda gerando assim uma crise porque as pessoas simplesmente não tinham como pagar seus empréstimos, muitos ficaram sem casas e também sem crédito. Assim o bancos não recebiam ninguém pagava e o dinheiro não girava. Bancos e instituições financeiras foram vendidos ou quebraram.

O que é/foi o Abismo Fiscal?  A expressão Fiscal Cliff (como é chamado em

inglês e foi cunhada por Ben Bernanke, o presidente do Banco Central americano) ou Abismo Fiscal, falado no Brasil e Precipício Fiscal, falado em Portugal é um aumento considerável dos impostos, combinado ao corte significativo de gastos públicos. Esta foi uma decisão dos políticos, tanto republicanos como democratas.

George Bush havia diminuído os impostos após o estouro da bolha e novamente após o ataque ao World Trade Center. Com o abismo fiscal, essas reduções deveriam acabar. Começou assim a sair do armário e ir ao encontro do debate público o maior desafio de curto prazo para a permanência da hegemonia da economia americana.

Recessão em Economia“Recessão econômica” é o nome dado ao

período em que a economia de determinado país sofre um declínio significativo na sua taxa de crescimento econômico. Ou seja, quando há decréscimo na atividade comercial (e consequentemente na industrial). Ocorre quando diminui o volume total de despesas na economia de uma nação. As despesas podem diminuir porque os consumidores compram menos automóveis, casas e outros bens; porque as empresas produzem menos bens, ou compram menos máquinas e equipamentos; ou, ainda, porque o governo reduz ou elimina alguns de seus programas.

O que provoca uma recessão? Geralmente, as recessões começam por três razões: 1. Estouro de Bolha A chamada Bolha de crédito é um fenômeno financeiro

que origina-se em mercados quando a única coisa que sustenta o avanço do mercado é a entrada de novos participantes, num esquema de pirâmide natural.

Como a Bolha ocorre: O aumento das facilidades com prazos cada vez mais

longos, de até 50 anos e longos períodos de carência nos quais só se pagam juros e valores simbólicos;

Condições de pagamento extremamente flexíveis, em que o devedor escolhe o montante a pagar mensalmente;

Taxas de juros promocionais durante um certo período; Financiamentos a 100%, sem comprovação da renda do

devedor.

2. Gastos Quando as pessoas gastam menos dinheiro, há

menos demanda para os produtos. Uma vez que há menos demanda, há queda de produção. Donos de fábricas não querem fabricar se ninguém vai comprar. Quando a produção cai, o mesmo acontece com o emprego. Isso porque os empregadores não precisam de trabalhadores nas fábricas. Este é um ciclo vicioso que se repete, criando desemprego cada vez maior, resultando em pessoas que tenham cada vez menos dinheiro para gastar. Em última análise, isso significa que as fábricas produzem cada vez menos, o que significa que eles contratam cada vez menos pessoas e assim por diante.

3. OfertaSe uma grande quantidade de oferta sai do

mercado devido a alguma catástrofe feita pelo homem ou natural (como o terremoto no Japão em 2011), isso interrompe o processo de produção. As pessoas não podem gastar dinheiro se nada está disponível para compra. Como resultado, as empresas têm menores vendas e lucros mais baixos. Se a cadeia de abastecimento é interrompida por qualquer período de tempo, os empregadores vão despedir os trabalhadores e todo esse processo força uma desaceleração de negócios e uma recessão.

Definições Política Orçamentária ou Fiscal Política Fiscal ou Política Orçamentária é o meio

pelo qual um governo ajusta seus níveis de gastos a fim de monitorar e influenciar a economia de um país.

Política fiscal expansionista: É a tomada de medidas econômicas que objetiva gerar um aumento da despesa pública ou redução de impostos.

Política fiscal contracionista: É a tomada de decisões que visa uma redução de gastos governamentais público ou aumento os impostos, ou ainda uma combinação de ambos. (Abismo Fiscal)

HistóricoO debate entre Obama e os republicanos

sobre como chegar à redução de gastos e da dívida pública não abordava de modo algum como conseguir que a economia americana crescesse mais rápido e o desemprego caísse. A triste verdade é que se a economia dos Estados Unidos pudesse aumentar, em termos reais, uns 3 a 4% durante esta década, o déficit e a dívida pública diminuiriam, em relação ao PIB, o suficiente para evitar o abismo fiscal, mas não houve propostas sobre como isto poderia ser feito.

Cenário 1: Nenhum acordo foi firmado No dia 1º de janeiro de 2013, uma série de

reduções de impostos estabelecidas na gestão de George W. Bush expiraram. Com isso, o governo foi obrigado a cortar gastos públicos em diversas áreas.

Ao todo, o governo teve de fazer cerca de US$ 607 bilhões em cortes de gastos e aumentos de impostos. Entre as mudanças previstas estavam:

Reduções no orçamento de defesa; o fim de um desconto de 2% na alíquota sobre salários; mudanças nos benefícios pagos pelo Medicare (sistema de saúde); reduções no crédito para famílias pobres; e o fim de benefícios de desemprego de longo prazo - cerca de US$ 300 pagos semanalmente a 2 milhões de pessoas.

O impacto destas mudanças foram dolorosos na economia americana, que se recuperava lentamente das últimas crises. Alguns analistas acreditavam que elas poderiam reduzir entre 4% e 5% da produção americana de uma só vez.

O diretor do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke, disse que, caso os Estados Unidos "caíssem no abismo fiscal", a economia voltaria à recessão. A visão foi compartilhada por Obama.

A agência orçamentária do Congresso americano previa que o desemprego pudesse ultrapassar 9% com uma nova recessão provocada pelo abismo fiscal, caso um acordo não fosse firmado antes da chegada no Ano Novo de 2013.

O economista Michael Feroli, do JP Morgan, estimava que mais de US$ 550 bilhões fossem retirados da economia americana por conta dos cortes e aumento de impostos. Segundo a entidade Tax Policy Center, cada americano pagou US$ 3,5 mil impostos a mais por ano.

O impacto foi diferente de acordo com o nível de renda. Alguns dos cidadãos mais ricos tiveram que pagar até US$ 120 mil a mais por ano. Já as pessoas mais pobres pagaram em média US$ 412 a mais.

A volta da recessão na maior economia do planeta teria fortes repercussões no resto do mundo.

Mas o abismo fiscal significou que o governo ficaria sem dinheiro? Ainda não. O governo americano atingiria o teto de endividamento - de US$ 16 trilhões - no dia 31 de dezembro.

Na última vez que houve um impasse semelhante, as agências de classificação de risco rebaixaram os títulos da dívida americana de AAA para AA+. Foi a primeira vez na história que isso aconteceu, e agora isso voltaria a ocorrer.

Cenário 2: Uma solução provisória foi firmada

Obama ofereceu diversas alternativas aos republicanos - sob a condição de que os ricos pagassem mais impostos.

Ele defendeu que os impostos precisavam aumentar para aqueles que ganhavam mais de US$ 250 mil por ano, mas ofereceu aumentar esse limite para US$ 400 mil.

O presidente também aceitou mudar os cálculos de custo de vida para pessoas que recebem benefícios sociais, cortes ao programa de saúde do governo e prorrogação de dois anos do teto da dívida. Mas tudo foi rejeitado.

O líder republicano na Câmara dos Representantes (deputados), John Boehner, também ofereceu o término do desconto de impostos para pessoas com renda superior a US$ 1 milhão como parte de um "plano B" para resolver o impasse, mas foi desautorizado por seu próprio partido.

Os republicanos acabaram aceitando a ideia de impostos maiores, e Obama acabou sendo reeleito com uma votação expressiva, então houve a possibilidade de se chegar a um acordo de curto prazo.

Neste caso, foi importante definir por quanto tempo o acordo valeria. Se durasse dois anos, a medida acalmaria os mercados financeiros, adiando o impasse para depois das eleições parlamentares americanas.

Cenário 3: Um grande acordo foi firmadoUm grande acordo para solução de longo

prazo da dívida americana - que trouxe união entre Obama e o Congresso - foi algo tão inesperado neste momento, que teve repercussões muito positivas ao mercado financeiro. A negociação envolveu um plano para cortar até US$ 5 trilhões de dívida americana em um prazo de dez anos, evitando que esse tipo de batalha fosse travada a cada dois anos.

Mas o que os políticos e a população estiveram dispostos a aceitar?

De acordo com uma pesquisa da YouGov encomendada pelo site Slate com mil americanos, os cidadãos estavam dispostos a aceitar mais impostos, cortes em gastos governamentais e redução das Forças Armadas, desde que fossem preservados o Medicare e os benefícios sociais.

O FMI alertou que mesmo a incerteza provocada pelo abismo fiscal teve impacto sobre o investimento global e a criação de empregos. Se os EUA realmente caíssem no abismo, isso poderia reduzir em quatro pontos percentuais o crescimento americano e colocar em risco a frágil confiança no resto do mundo, disse.

Qual seria o impacto para os indivíduos?O economista Michael Feroli, do JP Morgan,

estimou que mais de US$ 550 bilhões poderiam ser sugados da economia. "No total, os aumentos de impostos e cortes de gastos respondem por cerca de 3,5% do PIB, com os cortes de impostos da era Bush respondendo por cerca de metade disso", disse.

Para os contribuintes com ganhos médios – cerca de 60% da população – o TPC estima que o aumento anual médio de impostos seria de cerca de US$ 2 mil.

O que está acontecendo atualmente?

Apesar do baixo crescimento de 1,9% em 2013, o ano foi bom para a economia americana. Houve queda do déficit público da ordem de dois pontos percentuais do PIB. Redução de déficit desse tamanho com crescimento pouco abaixo de 2% representa resultado muito melhor do que as economias europeias têm conseguido.

Lembremos que em 2013 a economia americana já trabalhava sob a armadilha da liquidez —aquela situação na qual a demanda é tão fraca que o juro de equilíbrio é negativo— e mesmo assim ela conseguiu encaixar a forte redução dos gastos públicos e elevação da receita, episódio conhecido por abismo fiscal, mantendo crescimento pouco abaixo do potencial.

O abismo fiscal não se repetirá neste ano. A política fiscal será certamente muito menos contracionista do que foi em 2013. O fim do vento de proa fiscal colocará a economia rodando a 3% ao ano em 2014.

Desde a crise até o momento os analistas acompanhavam com detalhe a evolução do mercado de trabalho. É nesse mercado que a crise adquire a dramaticidade antes somente experimentada na Grande Depressão dos anos 1930.

Tomando como referência as demais crises americanas do pós-guerra, há dois fatos novos relativos ao mercado de trabalho. Primeiro, a forte elevação e persistência do desemprego de longo prazo. Após cinco anos do início da fase aguda da crise, o desemprego de 6,6% divide-se em 3,8 pontos percentuais de curto prazo e 2,8 pontos de longo prazo. Para efeito de comparação, em 1986, cinco anos em seguida ao pico do desemprego produzido pela política monetária muito apertada de Paul Volcker, o desemprego de longo prazo era de somente 1,0%.

Adicionalmente, desde o início da crise, milhões de trabalhadores retiraram-se da força de trabalho. A taxa de atividade, que é a razão entre a população economicamente ativa (PEA) e a população em idade ativa, reduziu-se em três pontos percentuais, de 36% para 33%.

Inicialmente a fortíssima queda da PEA representava desalento, isto é, os desempregados, em razão das péssimas perspectivas do mercado de trabalho, simplesmente deixavam de procurar empregos.

Resumindo, o mercado de trabalho americano apresentaria elevados índices de desalento e de desemprego de longo prazo, que afetaria hoje 11 milhões de pessoas, além dos 6,6 milhões de desempregados de curto prazo.

No entanto, há sinais de que a lenta, mas persistente, evolução da demografia tem nos últimos cinco anos reduzido muito a parcela dos trabalhadores que se retiraram da força de trabalho devido ao desalento. Cada vez mais a queda da taxa de atividade parece ser fruto de aposentadorias por idade, por tempo de serviço ou por invalidez.

Analogicamente, o desemprego de longo prazo parece ter adquirido feições europeias de desemprego estrutural. Ou seja, o desemprego de longo prazo não interfere, ou interfere pouco, no funcionamento do mercado de trabalho.

A interpretação de que a maior parte do desemprego de longo prazo é desemprego estrutural é coerente com inflação positiva, como temos observado nos EUA, e desemprego elevado. Nas experiências passadas, níveis tão elevados de desemprego produziram deflação, fato não observado na experiência atual.

Seja ou não correta a interpretação de que há menor folga no mercado de trabalho, em razão de o desemprego de longo prazo ser em boa medida estrutural e de o desalento ser muito menor do que foi há dois ou três anos, parece que ela vai se tornando consensual entre os analistas.

E, se o desemprego estrutural é elevado, se o desalento é menos desalento do que se imaginava, todos os olhos se voltam para a inflação. Com mercado de trabalho mais apertado, temos que saber para onde caminharão os preços com a economia crescendo em ritmo mais forte.

K BÔ