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A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé [email protected] Viçosa, 08 de outubro de 2009

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Page 1: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro:

tendências e perspectivas

Ricardo Cotta FerreiraAssessor de Relações Institucionais da Itambé

[email protected]

Viçosa, 08 de outubro de 2009

Page 2: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático(China e Índia)

Positivas Negativas

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 3: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático

Positiva

48,7

45,3

39,4

29,5

34,5

27,9

21,618,919,1

0

10

20

30

40

50

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

M T

on

frutas e nozes

Carnes

Legumes, vegetais e tubérculos

Cereais

Oleaginosas

Importações de Alimentos (China + Índia)

Fonte: FMI e FAO.

Crescimento médio anual do PIB (PPP)

(últimos 10 anos)

China 11,5%

Índia 8,9%

Page 4: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento no consumo de alimentos

Source: USDA.

0

10000

20000

30000

40000

North America European Union Oceania South Asia Asia South America

2003

2004

2005

2006

2007

2008*

MTo

n

Page 5: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

Positivas Negativas

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 6: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

2. Nova demanda por biocombustíveis

0

10

20

30

40

50

04/05 05/06 06/07 07/08 08/09*

M Ha

0

50

100

150

200

250

300

350M Ton

Área Milho Área Soja

Produção Milho Produção Soja

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

04/05 05/06 06/07 07/08 08/09*

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0M Ha M Ton

Área Produção

Milho e SojaÁrea e Prod. nos EUA

AlgodãoÁrea e Prod. nos EUAPositiva

Fonte: USDA.

-16,4%

-9,2%

+18,8%

Page 7: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

Uso de Milho para Etanol nos EUA

2. Nova demanda por biocombustíveis

149 141 147 156 156142 144 138

20 2530

34 4154

81 1044840

4846

54 54

60

55

52

35

3535

35 35

3536

0

50

100

150

200

250

300

350

2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009Fonte:USDA (2008a). Elaboração: Embrapa Gado de Leite

(milh

ões d

e ton)

Ração Etanol

Exportação Outros Usos

Page 8: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

Positivas Negativas

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 9: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

3. Tendência de reforma do comércio agrícolaPositiva• Perspectivas para Doha (Modalities – July 2008)

Zonas de aterrissagem para:

Apoio Doméstico

• Subsídios EUA: entre US$ 13 e 16,4 bilhões

• Caps por produto dentro da caixa amarela/azul e global

Acesso a Mercados

• Cortes mais altos para produtos mais protegidos

• Corte de 75% na banda alta

• Redução do uso de SSGs

• Expansão de cotas e redução das T.E.Q.s

Subsídios às exportações

• Redução gradual com eliminação até 2013

“Não é o que o Brasil queria, nem o que o agronegócio precisava.

Mas demonstram tendência de reformar e liberalizar o comércio agrícola mundial”

• Reforma da PAC (EU-27) com decoupling

Page 10: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Positivas Negativas

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 11: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveisPositivaDois movimentos:

a) Investimento Estrangeiro:

• via aquisição de agroindústrias diretamente (principalmente usinas);

• via mercado de capitais (ações em bolsa);

• via fundos de Private Equity (capitalizados).

b) Abertura de capital em bolsa (Initial Public Offering – IPO):

1º Momento: agroindústrias (usinas, frigoríficos).

2º Momento: empresas e grandes produtores (Vanguarda, Bom Futuro, SLC Agrícola, Amaggi).

Page 12: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Reforma do comércio agrícola

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

5. Área disponível para expansão agropecuária

Positivas Negativas

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 13: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

5. Área disponível para expansão da agropecuária

Positiva Disponibilidade de Terrasem milhões de ha %

Pastagem e Campos Naturais 172 20,2

Lavouras Temporárias 55 6,4

Lavouras Permanentes 17 2,0

Florestas Cultivadas 5 0,6

Unidades de Conservação Federais e Estaduais

176 20,7

Áreas Indígenas 107 12,6

Áreas de Assentamentos Rurais 77 9,0

Áreas Devolutas e outros usos 171 20,1

Áreas Inexploradas Disponíveis para Agricultura (não considera Floresta Amazônica)

71 8,4

Total 851 100

Fonte: IBGE, MAPA, Conab, ABRAF, INCRA e MMA.

Page 14: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

1. Desafio da infra-estrutura

Positivas Negativas

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 15: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Desafio da infra-estrutura

Principais portos

Participação dos modais de transporte (%)

Rodoviário 60,5

Ferroviário 20,7

Aéreo 0,4

Aquaviário 13,6

Rotas Tradicionais de Escoamento

Novas Rotas de Escoamento – regiões de crescimento rápido

Condições das Estradas

Fonte: ANTT

Ótimo

12%Bom

14%

Deficiente

35%

Ruim

24%

Péssimo

15%

Negativa

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1. Desafio da infra-estruturaNegativai) Modal Rodoviário

• Contingenciamento da aplicação de recursos da CIDE(dos cerca de R$ 7,8 bilhões/ano, 40% não são aplicados em transportes)

ii) Modal hidroviário• Cabotagem cara (impostos) e cartelizada• ARFMM (R$ 250 milhões cobrado em 2007 =25 % do frete de imp.)• Portos ineficientes Paranaguá (dragagem) / São Luis (licitação Tegram)

iii) Modal Ferroviário• Passagem de nível e invasões em faixa de domínio

(reduzem velocidade média para 23 km/h)• Direitos de passagens

Carga Transportada (em TKU)

1997 (início das concessões)

138.352

2006 237.003

+71%

Ferrovias

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1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

1. Desafio da infra-estrutura

2. Atraso no uso da biotecnologia

Positivas Negativas

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 18: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

2. Atrasos na uso da biotecnologia

Negativa

Razões:

1. Politização das posições (ideologização acima da ciência)

2. Guerra judicial

3. Falta de estrutura da Comissão

Dificuldades e impedimentos paraliberalização de pesquisa e uso de OGMs pela CTNBio

Incremento na renda bruta agrícola com o uso de OGMs

(US$Milhões)

EUA 12.945

Argentina 5.389

China 5.168

Brasil 1.367

Outros 1.945

Redução do impacto ambiental de pesticidas com uso de OGMs para SojaHT

EUA 29%

Argentina 21%

Paraguai 13%

Canadá 9%

África do Sul 7%

Brasil 6%

Fonte: ISAAA.

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1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

2. Atraso no uso da biotecnologia

3. Barreiras não-tarifárias eCertificações sócio-ambientais

Positivas Negativas

1. Desafio da infra-estrutura

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 20: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

1. Tarifas (picos, escaladas, tarifas específicas, etc.);

2. Quotas tarifárias, antidumping, salvaguardas especiais;

3. Subsídios e créditos à exportação, ajuda alimentar, formas estatais de comércio;

4. Subsídios domésticos;

5. Barreiras sanitárias e fitossanitárias (salmonella, dioxina, hormônios, BSE, febre aftosa, gripe aviária, newcastle, peste suína, regionalização, etc.);

6. Barreiras técnicas: processos e métodos de produção, etiquetas embalagens, rastreabilidade, bem estar animal, identificação de Organismos Vivos Modificados (Protocolo de Cartagena);

7. Padrões Privados (GlobalGap, British Retail Consortium, etc);

8. Restrições Ambientais: resíduos, desflorestamento, OGMs, etc;

9. Padrões sociais e de trabalho: trabalho informal;

10. Multifuncionalidade

3. BNTs e Certificações sócio-ambientaisO

MC

FALTA REGULAMENTAÇÃO

Fonte: ICONE.

Negativa

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1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

3. Barreiras não-tarifárias eCertificações sócio-ambientais

4. Questões ambientais

Positivas Negativas

2. Atraso no uso da biotecnologia

1. Desafio da infra-estrutura

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 22: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

4. Questões ambientaisNegativa

• Legislação Ambiental Inadequada e Dissociada da Realidade Rural• Ex.: Resolução CONAMA 303/2002. Define os topos das seqüências de morros como APPs.

- Como fica Minas Gerais, Espírito Santo e serras gaúchas?

• Burocracia de custos elevados no Licenciamento Ambiental

• Criação Indiscriminada de Áreas Protegidas- 58% da área da Amazônia Legal (ISA, 2007)

• Presença de ONGs no Setor Público

• Restrições comerciais aos produtos da Amazônia- Ex.: Moratória da Soja

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1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

4. Questões ambientais

Positivas Negativas

3. Barreiras não-tarifárias eCertificações sócio-ambientais

2. Atraso no uso da biotecnologia

1. Desafio da infra-estrutura

5. Relativização do direito de propriedade

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 24: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

5. Questões fundiárias, indígenas e quilombolasNegativa• Ameaças de desapropriações dos imóveis

rurais: vistorias do Incra; reajuste dos índices de produtividade física dos imóveis rurais;

- Qual é a produtividade dos assentamentos?• A reforma agrária: 77 milhões de hectares já

foram distribuídos nos últimos anos, mas os assentamentos não são emancipados.

• Criação ou ampliação arbitrária de terras indígenas: 107 milhões de hectares;

• Questão quilombola: inconstitucionalidade do Decreto 4.487/2003, especialmente pelos critérios de "auto-definição" e de “auto-indicação” das terras quilombolas;

- Reivindicação de 25 milhões de ha.145

397455

446

502236

158

103222

327

221259

0 100 200 300 400 500 600

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

* 2006

Anos

Fonte: INCRA

Número de Invasões

MP anti-invasão

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1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

5. Relativização do direito de propriedade

6. Valorização cambial

Positivas Negativas

4. Questões ambientais

3. Barreiras não-tarifárias eCertificações sócio-ambientais

2. Atraso no uso da biotecnologia

1. Desafio da infra-estrutura

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 26: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

6. Valorização Cambial de moedas frente ao USD

124%

119%117%

103%

111%

93%

80%

85%

90%

95%

100%

105%

110%

115%

120%

125%

130%

Volatilidade cambial em 2009

Real

AUD

NZD

Euro

Peso Argentino

Peso Uruguaio

Negativa

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1. Crescimento Asiático(China e Índia)

2. Nova demanda porbiocombustíveis

3. Tendência de reforma do comércio agrícola

5. Área disponível para expansão da agropecuária

6. Valorização cambial

7. Concentração de mercados deinsumos e da agroindústria

Positivas Negativas

4. Questões ambientais

3. Barreiras não-tarifárias eCertificações sócio-ambientais

2. Atraso no uso da biotecnologia

1. Desafio da infra-estrutura

4. Retorno à valorização dos ativos tangíveis

5. Relativização do direito de propriedade

Tendências e perspectivas para o agronegócio

Page 28: A crise global e seu impacto no agronegócio brasileiro: tendências e perspectivas Ricardo Cotta Ferreira Assessor de Relações Institucionais da Itambé

7. Concentração de mercadosNegativa

• Alta concentração de mercado nas duas pontas = defesa da concorrência

5 milhões de produtores rurais

Defensivos = U$ 7 bilhões/ano+

Fertilizantes = U$ 15 bilhões/ano

6 empresas de defensivos = 70% do mercado

3 grupos de fertilizantes = + de 95% do mercado de matérias-primas

Concentração cada vez maior na AGROINDÚSTRIA